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RAQUEL ARAUJO RUPP ESTUDO COMPARATIVO DO DESVIO APICAL DE CANAIS CURVOS CAUSADO POR TRÊS DIFERENTES SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO ACIONADOS A MOTOR: PROFILE, PROTAPER E K3 2007 VICE-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA FACULDADE DE ODONTOLOGIA Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580/cob (Shopping Barra World) - Barra da Tijuca Rio de Janeiro – RJ - CEP: 22790-701 Tel.: (21) 2199-2204 / 2199-2206 (fax)

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RAQUEL ARAUJO RUPP

ESTUDO COMPARATIVO DO DESVIO APICAL DE CANAIS CURVOS CAUSADO POR TRÊS DIFERENTES SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO ACIONADOS A MOTOR: PROFILE, PROTAPER E K3

2007

VICE-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

FACULDADE DE ODONTOLOGIA Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580/cob (Shopping Barra World) - Barra da Tijuca

Rio de Janeiro – RJ - CEP: 22790-701 Tel.: (21) 2199-2204 / 2199-2206 (fax)

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RAQUEL ARAUJO RUPP

ESTUDO COMPARATIVO DO DESVIO APICAL DE CANAIS CURVOS

CAUSADO POR TRÊS DIFERENTES SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO

ACIONADOS A MOTOR: PROFILE, PROTAPER E K3

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Estácio de Sá, visando à obtenção do grau de Mestre em Odontologia (Endodontia).

ORIENTADOR: Prof. Dr. Antônio José Ribeiro de Castro

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ RIO DE JANEIRO

2007

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Universidade Estácio de Sá, Biblioteca, RJ)

R946e Rupp, Raquel Araujo.

Estudo comparativo do desvio apical de canais curvos causados por três diferentes sistemas de instrumentação acionada a motor: Profile, Protaper e K3. / Raquel Araujo Rupp. – Rio de Janeiro, 2007.

105 f.; 30 cm.

Dissertação (Mestrado em Odontologia) – Universidade Estácio de Sá, 2007.

Referências: f. 87.

1. Tratamento endodôntico 2. Instrumentação a motor 3. Desvio apical I. Título.

CDD 617.6432

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“Quando buscamos ser melhores do que somos, tudo em volta se torna melhor também!”

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DEDICATÓRIA:

Aos meus maiores amores, incentivadores e admiradores Rodolfo Rupp

e Dalila Araujo Rupp, exemplos de vida, de pessoa e de profissionais. Obrigada

por sempre me conduzirem no caminho certo e estarem incondicionalmente ao

meu lado. Mesmo morando tantos anos longe, sei que são as pessoas em

quem mais posso contar e confiar em minha vida.

Ao Igue, mesmo tendo nossos altos e baixo, sabemos que nossas vidas

estão ligadas pra sempre.

As minhas filhas, a Mel por ser esse ser tão importante pra mim e fazer

tão bem a minha vida; e a Luna, a mais nova integrande da família Rupp.

Ao meu orientador Prof Dr Antônio José Ribeiro de Castro, que por mais

que eu tenha sumido um tempo, quando eu precisei ele sempre esteve pronto

e disposto a me ajudar a finalizar mais essa etapa em minha vida. OBRIGADA

Antônio!!

Aos meus colegas de mestrado Alessandra, Francisco e Fernando por

esses 2 anos de convivio e conquistas. Passamos uma etapa nova em nossas

vidas, juntos. Obrigada! Lelê sei que ficou uma amizade entre a gente!

Ao Prof Dr Ernani Abad, pessoa querida que conheço desde a época da

graduação, mas que nossa amizade aumento na época da especialização.

Obrigada pelo carinho, amizade e incentivo.

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AGRADECIMENTOS A Deus, por estar em minha vida me mostrando os caminhos a seguir

para eu ser uma pessoa melhor e mais sábia.

Ao coordenador do curso de Mestrado da Unesa, Prof Dr José Freitas

Siqueira Jr, por incentivar a busca pela pesquisa e por conduzir esse curso de

forma tão dedicada.

A Profª Drª Isabela Roças Siqueira pelo exemplo de pessoa, profissional

e dedicação ao que faz. Obrigada pela amizade e carinho sempre dedicado a

mim.

Aos demais professores do curso de mestrado da Unesa pelos

conhecimentos transmitidos.

A Angélica, nossa secretária do mestrado, que pegou nossa turma já na

reta final, mas que sempre foi muito prestativa.

A minha mais nova amiga Anelise Valente por deixar eu usar o

referenciador fotográfico, seguir a metodologia do trabalho dela e por toda a

ajuda nessa etapa do meu trabalho. Obrigada Ane!! Você é muito querida e

prestativa.

Ao meu irmão Marcelo, pela ajuda na parte relacionada a informática,

sempre que precisei ele me ajudou.

Ao meu amigo Diego, pela ajuda na parte dos softwares. Nós brigamos

as vezes, mas sei que posso contar com você quando preciso.

A todos que de uma forma direta ou indireta me apoiaram para a

conclusão de mais essa etapa em minha vida. OBRIGADA!!

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ÍNDICE RESUMO...........................................................................................................viii

ABSTRACT.........................................................................................................ix

LISTA DE FIGURAS............................................................................................x

LISTA DE TABELAS..........................................................................................xii

LISTA DE SÍMBOLOS.......................................................................................xiii

INTRODUÇÃO...................................................................................................01

REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................06

PROPOSIÇÃO...................................................................................................48

MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................49

RESULTADOS...................................................................................................65

DISCUSSÃO......................................................................................................70

CONCLUSÃO....................................................................................................86

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................87

ANEXOS..........................................................................................................101

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vii

RESUMO Este trabalho teve como objetivo comparar o desvio no preparo apical

causado pela instrumentação com três sistemas endodônticos acionados à

motor: Profile , Protaper e K3. Utilizamos 30 amostras de canais artificiais e

estas foram dilatadas até o instrumento #40 com conicidade 04 (ProFile e K3)

ou equivalente (ProTaper). Para a mensuração do desvio no preparo apical

foram realizadas fotografias digitais pré e pós operatórias por meio de uma

câmera digital que captou as imagens com o auxilio do referenciador

fotográfico. Os desgastes nos pontos referentes ao CT, CT – 1mm e CT – 2mm

foram analisados através de um software específico. A análise estatística

utilizando os testes t, ANOVA e TUKEY demonstraram haver diferença

estatisticamente significante quando comparados os desgastes na face interna

e externa em todos os cortes com exceção do ProTaper em CT – 2mm,

mostrando que todos os sistemas provocam desvio. Em função dos resultados

concluiu-se que quando se amplia o preparo apical até a lima #40 com

conicidade 04, todos os sistemas promoveram desvio, sendo que o sistema

ProTaper apresentou os melhores resultados (menor desvio).

Palavras chaves: instrumentação acionada à motor, desvio apical, tratamento

endodôntico.

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ABSTRACT The aim of the present study was to compare the apical deviation caused

by instrumentation with three rotary endodontic systems: ProFile, ProTaper and

K3. Thirty samples with artificial canals apically prepared up to the instrument

#40 taper 04 (ProFile and K3) or equivalent (ProTaper). To measure the

deviation of apical preparation digital photographs were taken before and after

instrumentation by a digital camera with a photographic referenciator. The wear

on points at the WL, WL - 1mm and WL – 2mm were analyzed by a specific

software. The statistic analysis using the test t, ANOVA and Tukey proved that

there were significant differences when compared the wear on inner and

outside faces in all the sections, the only exception is ProTaper in WL – 2mm. It

showed that all of the systems promoted deviation. In function of results, it was

concluded that apical preparation up to an instrument #40 taper 04, all systems

promoted deviation. The ProTaper system showed the best results ( less

deviation).

Key Words: rotary instrumentation, apical deviation, endodontic treatment.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1: Fotografia do canal artificial inserido no bloco de resina epóxi.

Figura 2: Referenciador fotográfico.

Figura 3: Legenda dos componentes do referenciador fotográfico.

Figura 4: Bloco de resina com stop.

Figura 5: Máquina digital apoiada no referenciador fotográfico.

Figura 6: Imagem aumentada da amostra.

Figura 7: Exemplo de foto digital do canal original.

Figura 8: Aparelho Endo Plus com velocidade de 300 rpm.

Figura 9: Sistema ProFile (Dentsply Maillefer).

Figura 10: Sistema ProTaper (Dentsply Maillefer).

Figura 11: Sistema K3 (Sybron Kerr).

Figura 12: Bloco de resina com lima e stop, acoplado ao torno mecânico.

Figura 13: A (imagem pré-instrumentação), B(imagem pós-instrumentação), C

(sobreposição de A e B).

Figura 14: Imagem com os pontos em que avaliamos o desgaste.

Figura 15: Exemplo dos pontos marcados no sotfware Image Tool. Canal

Original (O). Definição das distâncias entre as paredes externas do canal

instrumentado e original (FE) e paredes internas do canal instrumentado e

original (FI).

Figura 16: Média entre o desgaste da face interna e externa nos 3 cortes

analisados no grupo do sistema ProTaper.

Figura 17: Média entre o desgaste da face interna e externa nos 3 cortes

analisados no grupo do sistema ProFile.

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Figura 18: Média entre o desgaste da face interna e externa nos 3 cortes

analisados no grupo do sistema K3.

Figura 19: Diferença das médias entre as faces internas e externas.

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xi

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Resultados obtidos (em pixels).

Tabela 2: Médias de desgaste nas faces internas (FI) e externa (FE) de cada

técnica nos diferentes cortes analisados.

Tabela 3: Média da diferença das faces internas (FI) e externa (FE) nos 3

cortes para as 3 técnicas.

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LISTA DE SÍMBOLOS K Kerr NiTi Níquel-titânio ° grau mm milímetros mm/mm milímetro por milímetro # número N Newton & e MS mésio-vestibular rpm rotações por minuto ml mililitro et al. colaboradores XVIII dezoito 1/3 um terço 1/4 um quarto 1/5 um quinto O.S orifice shaper RX radiografia CT comprimento de trabalho FI Face Interma FE Face Externa

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INTRODUÇÃO

O tratamento do sistema de canais radiculares é um procedimento

complexo, onde além do relacionamento cordial entre paciente e profissional, o

preparo do dente desde a sua abertura até a obturação definitiva do canal, é

constituído por vários fatores extremamente importantes e quando

corretamente executados, traduzem em sucesso do caso.

O preparo químico-mecânico representa uma das fases mais críticas do

tratamento endodôntico. Ainda hoje o conceito de limpeza e modelagem do

canal radicular introduzido por SCHILDER em 1974, é considerado como

princípio fundamental da endodontia bem sucedida. Um dos grandes desafios

da prática endodôntica é a limpeza e modelagem do sistema de canais

radiculares. Embora sejam objetivos distintos, são alcançados

simultaneamente durante o preparo químico-mecânico, visto que é a ação

somada dos instrumentos à das substâncias química que faz com que se

elimine o conteúdo do interior do canal e que se dê à forma cônica ao canal

(LOPES & SIQUEIRA, 2004).

O preparo químico mecânico deve ser realizado de maneira que elimine

todo o conteúdo do sistema de canais radiculares incluindo: restos de tecido

pulpar, necrosado ou não, microorganismos e seus produtos. Deve também

manter a forma anatômica original, fornecendo uma conicidade desde o orifício

de entrada até o ápice. Realizado isso, a etapa de obturação se tornará mais

fácil de ser executada, levando a um tratamento satisfatório (VIEIRA, 1998;

LEONARDO & LEAL, 2005).

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Trabalhos estão sendo realizados na procura da técnica ideal de preparo

dos canais radiculares, buscando facilitar e agilizar o alargamento destes, além

de conferir o formato cônico e remover todo o conteúdo do seu interior do

conduto. Aliado a este desenvolvimento técnico verificou-se a necessidade do

aprimoramento dos instrumentos endodônticos, no sentido de aperfeiçoar as

suas propriedades físicas e mecânicas, visando melhorar o seu desempenho.

Diferentes técnicas e diversas formas de instrumentos abrem um leque de

opções, cada uma chamando para si determinadas vantagens, principalmente

no que diz respeito ao preparo de canais curvos. A técnica ideal deveria utilizar

instrumentos flexíveis para evitar desvios, resistentes minimizando a

possibilidade de fraturas, que permitissem o acesso a toda extensão dos

canais radiculares curvos e achatados e com eficiência de corte (VIEIRA, 1998;

LEONARDO & LEAL, 2005).

A curvatura do canal radicular sempre representou um desafio à

instrumentação principalmente nos canais atrésicos. A maioria dos canais

radiculares de humanos apresenta curvatura apical oscilando de discreta a

severa e, quanto maior o grau de complexidade apresentado pelo canal, menor

a possibilidade de conseguir uma completa limpeza do sistema de canais

radiculares e há uma maior incidência de acidentes operatórios.

Consequentemente com a finalidade de anular as dificuldades da

complexidade anatômica, diversas técnicas de instrumentação vêm sendo

proposta e publicada na literatura endodôntica (CLEM, 1969; MULLANEY,

1979; ROANE et al., 1985; WILDEY & SENIA, 1989; TORABINEJAD, 1994;

SIQUEIRA, 1997).

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Durante a instrumentação dos canais, podemos ter intercorrências

indesejáveis, como desvio do trajeto original, formação de degrau e perfuração,

além da eventual fratura do instrumento no interior do canal radicular (WEINE

et al., 1975; MORAIS, 1991; BRISENO, 1995; GAMBILL et al., 1996; SVEC &

WANG, 1998). De acordo com SCHAFER et al. (1995) as alterações na forma

dos canais curvos durante a etapa de instrumentação podem influenciar no

prognóstico de sucesso do tratamento endodôntico, uma vez que tais acidentes

operatórios comprometem a fase de obturação.

Nos últimos anos, a Endodontia apresentou uma grande evolução com a

introdução de instrumentos fabricados a partir de ligas de níquel-titânio que

apresentam superelasticidade e efeito memória. WALIA et al. (1988) foram os

primeiros a investigá-las, e desde então, todos os autores concordam que sua

superelasticidade, flexibilidade e resistência à fratura são superiores quando

comparadas às das limas de aço inoxidável; sendo prováveis substitutos na

instrumentação de canais curvos, supondo-se a possibilidade de menor

alteração da forma original do canal durante o preparo químico-mecânico

(DUARTE et al., 1998).

Vários estudos demonstram que os canais curvos instrumentados com

as limas de níquel-titânio estão menos sujeitos ao transporte, formação de

degrau ou perfuração (ESPOSITO & CUNNIGHAN, 1995; THOMPSON &

DUMMER, 1997a, 1997b; TUCKER et al., 1997; ZMENER & BALBACHAN,

1995) e os preparos ficam mais centrados do que quando são utilizados

instrumentos de aço inoxidável. (COLEMAN et al., 1996; SHORT et al., 1997;

ZMENER & BALBACHAN, 1995). Quanto à eficiência na instrumentação dos

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canais, ESPOSITO & CUNNIGHAN (1995), GAMBILL et al. (1996) relataram

que as limas de níquel-titânio são mais eficientes na manutenção do formato

original do canal radicular que as limas de aço inoxidável.

A despeito das vantagens apresentadas pelos instrumentos de níquel-

titânio, surgiram sistemas acionados à motor, que constituem a terceira

geração no aprimoramento e simplificação da Endodontia e que empregam

materiais com características especiais que incorporam novos conceitos,

objetivando amenizar os problemas que ocorrem durante a limpeza e

modelagem do sistema de canais radiculares. Esses instrumentos se ajustam à

anatomia do canal promovendo desgaste seletivo e conferindo alto grau de

segurança, bem como contribuindo para diminuir, de maneira eficiente, o tempo

de trabalho (ESPÓSITO & CUNNIGHAN, 1995; GLOSSON et al., 1995;

ZMENER & BANEGAS, 1996; LOPES et al,1997; THOMPSON & DUMMER,

1997a).

Estes sistemas apresentam instrumentos que quando comparados com

as limas estandardizadas, oferecem não só um aumento de conicidade por

milímetro de comprimento da sua parte ativa, da ponta para sua base, como

alterações na sua conformação. Esse detalhe tecnológico permite a realização

de um preparo cônico do canal radicular atrésico e curvo, constituindo-se num

dos mais revolucionários avanços da Endodontia atual. Ao serem introduzidos

e acionados no interior do canal, giram 360° no sentido horário com velocidade

constante em direção coroa-ápice e promovendo a limpeza, e levando restos

necróticos, orgânicos e raspas de dentina para a câmera pulpar. Dessa

maneira, determinam o alargamento dos dois terços coronários e promovem o

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chamado desgaste anticurvatura, efetuando o escalonamento durante o

preparo apical. Contudo é necessário analisar as conseqüências da utilização

desses instrumentos no que se refere à sua ação sobre as paredes do canal,

principalmente em seu terço cervical e médio (VALENTE, 2006).

Os sistemas acionados à motor proporcionam uma instrumentação com

maior rapidez, acarretando menor estresse e fadiga, tanto para o profissional

quanto ao paciente (HATA et al., 2002; FARINIUK et al., 2003).

Atualmente são encontrados diferentes sistemas acionados à

motor no mercado nacional, entre eles os sistemas Profile e Protaper (Maillefer,

Suíça), e o sistema K3 Endo (Sybron Dental Specialties Kerr, México). Estes

sistemas apresentam instrumentos que, além das alterações na conformação

da sua parte ativa, oferecem também variações de conicidade diferentes para

cada instrumentos, atuando com intensidade variada em cada parte do canal

radicular. Esses detalhes tecnológicos permitem a realização de uma

endodontia, com segurança e uma menor incidência de desvio apical,

constituindo-se num dos maiores avanços da Endodontia atual.

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REVISÃO DE LITERATURA

O tratamento endodôntico não está relacionado somente a aspectos

biológicos, mas também a vários procedimentos mecânicos a serem realizados

pelo profissional. A somatória dos cuidados com os aspectos biológicos e

tecnicistas é que pode nos levar ao êxito do tratamento.

A idéia de preencher os canais radiculares com algum material inerte é

anterior à invenção do primeiro instrumento endodôntico (GROSSMAN, 1976).

Já no século XVIII havia tentativas de se vedar o canal; supõe-se que o índice

de sucesso de tal procedimento era um tanto limitado, visto a dificuldade em

compactar de forma satisfatória estes materiais em condutos estreitos como

são os canais. Além disso, a remoção da polpa radicular não era prática

comum, o que dificultava ainda mais o processo de cura. Os dentistas e

estudiosos da época perceberam que limpar e dar forma ao canal radicular era

de extrema importância para se conseguir preencher o canal de uma maneira

razoável. Maynard em 1838 criou a primeira lima endodôntica a partir de uma

mola de relógio. Este foi o ponto inicial para se chegar à gama de instrumentos

disponíveis que temos hoje (GROSSMAN, 1976).

É de conhecimento de todos que não é só o treinamento técnico do

operador o responsável por contornar dificuldades anatômicas presentes

durante a realização de um tratamento endodôntico. Aliado ao treinamento, o

operador tem que ter acesso aos tipos de instrumentos adequados para cada

situação. É importante conhecer as propriedades mecânicas, indicações e

limitações de cada tipo de instrumento, para assim fazer a melhor escolha.

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LOPES & SIQUEIRA (2004) relataram que em 1915, surgiu o primeiro

instrumento manual realmente útil na remoção de dentina, a lima tipo Kerr. Até

o início da década de 60, não existia um padrão a ser seguido pelos fabricantes

de instrumentos endodônticos. Em 1962, a Associação Americana de

Endodontia aceitou as sugestões feitas por INGLE & LEVINE (1958) na

tentativa de padronizar os instrumentos, criando uma nova escala de

numeração para as limas, vigente até hoje. Considerando o instrumento

endodôntico no padrão ISO, os números variam entre 06 e 140, os quais

correspondem aos diâmetros da ponta ativa, expresso em centésimos de

milímetros. São divididos em quatro séries: a série especial de 06 a 10;

primeira séria de 15 a 40; segunda série de 45 a 80 e a terceira série de 90 a

140. O diâmetro deles aumenta de 0,05 mm até o número 60, daí até o número

140 o aumento é de 0,1 mm. Para os números especiais, 06, 08 e 10, o

aumento é de 0,02 mm. A tolerância permitida é de +- 0,02 mm até o

instrumento 60 e de +- 0,04 mm até o instrumento 140. A codificação em cores

dos cabos plásticos, foi feita para facilitar a identificação dos instrumentos e é

oferecida na seguinte ordem: branco, amarelo, vermelho, azul, verde e preto

para primeira, segunda e terceira série; e rosa, cinza e roxo para a série

especial (LOPES & SIQUEIRA, 2004).

O aço carbono, matéria-prima das limas confeccionadas nesta época, foi

substituído pelo aço inoxidável, de propriedades muito superiores. Atualmente

não existem mais limas confeccionadas em aço carbono, pois são muito

suscetíveis à corrosão pelo hipoclorito de sódio (LOPES & SIQUEIRA, 2004).

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O emprego de limas de aço inoxidável e o estabelecimento de padrões

contribuíram para o surgimento de grandes modificações na forma e na

fabricação dos instrumentos endodônticos e, por conseqüência, na

instrumentação do sistema de canais radiculares. Mas um dos maiores

desafios da Endodontia continua sendo a instrumentação de canais curvos com

um mínimo de alteração do seu trajeto original. A grande maioria dos erros de

procedimento que podem ocorrer durante o preparo de canais curvos tem

origem na rigidez das ligas de aço inoxidável (WALIA et al., 1988).

Avanços tecnológicos têm permitido a confecção de instrumentos com

outras ligas metálicas, como as de níquel-titânio que visam diminuir a fadiga do

operador, acelerar o preparo dos condutos radiculares e principalmente,

acompanhar melhor as curvaturas da anatomia dentária. A liga de níquel-titânio

foi desenvolvida por Buehler et al. em 1963 nos laboratórios da marinha dos

Estados Unidos. Geralmente constituídas por 56% de níquel e 44% de titânio,

as limas de níquel-titânio são fabricadas para serem utilizadas tanto na forma

mecânica acionada à motor como manual. Estas limas apresentam

superelasticidade, flexibilidade, resistência à deformação plástica e à fratura,

estas propriedades fazem com que o instrumento acompanhe com facilidade a

curvatura do canal radicular, reduzindo o deslocamento apical e a alteração de

sua forma original. (WALIA et al. 1988, SCHAFER, 1997).

O surgimento de instrumentos endodônticos fabricados com níquel-

titânio é o grande divisor na Endodontia Moderna (LOPES & SIQUEIRA, 2004).

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Instrumentos de Níquel-Titânio Acionados a Motor Com o surgimento das ligas de níquel-titânio, a idéia de instrumentos

acionados à motor, girando 360º no interior dos canais radiculares curvos, se

tornou possível. Os primeiros instrumentos endodônticos de níquel-titânio

acionados a motor foram desenvolvidos por MCSPADDEN (1996), que

introduziu um sistema constituído por um motor elétrico N T Matic e limas

conhecidas como N T Engine Files e Mc Xim Files (LEONARDO &

LEONARDO, 2002).

Os instrumentos acionados a motor são fabricados por usinagem a partir

de um fio metálico de níquel-titânio de seção reta transversal circular. São

oferecidos comercialmente como sistemas constituídos de limas e alargadores

cervicais. Entretanto os instrumentos denominados de limas são na verdade

alargadores helicoidais cônicos, uma vez que executam o movimento de

alargamento de um furo e não o movimento de limagem (LOPES & SIQUEIRA,

2004).

Os instrumentos acionados a motor apresentam comprimento de corpo,

de lâmina ativa, conicidade e diâmetro em D0 variáveis conforme o sistema

comercial. A haste de fixação é metálica e tem 15 mm de comprimento na

maioria dos sistemas, mas, em alguns sistemas apresenta comprimento menor.

A ponta de todos os instrumentos acionados a motor, independentemente da

marca comercial, apresenta a forma de um cone liso e não apresenta ângulo

de transição. A forma elipsóide da ponta reduz a possibilidade de travamento

do instrumento no interior do canal radicular. A extremidade da ponta pode ser

aguda, arredondada ou truncada. A haste helicoidal é cônica e a quantidade de

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hélices varia em função do comprimento, diâmetro, conicidade e ângulo da

hélice. O ângulo de inclinação da hélice geralmente apresenta diferentes

valores ao longo da haste helicoidal. É crescente da ponta em direção ao

intermediário. O sentido da hélice é a esquerda, ou seja, estes instrumentos

são empregados por meio de motores com giro a direita.

O núcleo pode apresentar forma cônica com diâmetro maior voltado para

o intermediário, ser cilíndrico ou cônico invertido com o diâmetro menor voltado

para o intermediário. A forma e dimensão do núcleo determinam a

profundidade do canal helicoidal presente na haste. Para núcleos cônicos a

profundidade é constante em toda a haste helicoidal. Para os núcleos cilíndrico

e cônico invertido, a profundidade do canal aumenta em direção ao

intermediário. Quanto maior a profundidade do canal, maior a capacidade de

transportar resíduos da instrumentação. Maior também o volume de solução

química auxiliar que fluirá em direção apical entre a parede dentinária e o

instrumento endodôntico. Além disso, quanto menor o diâmetro do núcleo,

maior a flexibilidade e a resistência à fratura por flexão em rotação do

instrumento. Contudo, menor será sua resistência à fratura por torção (LOPES

& SIQUEIRA, 2004).

Os instrumentos acionados a motor, denominados de limas, são usados

no preparo do segmento médio e apical dos canais radiculares. A tendência em

função da anatomia dos canais radiculares e das propriedades mecânicas da

liga de níquel-titânio é de que a conicidade das limas não ultrapasse .06

mm/mm, para proporcionar ao instrumento uma flexibilidade capaz de percorrer

e alargar sem deformação um canal radicular curvo. Conicidades maiores

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podem provocar um desgaste excessivo das paredes do canal radicular na

região apical e induzir a fratura dos instrumentos por fadiga de baixo ciclo. Os

instrumentos acionados a motor denominados de alargadores cervicais são

usados no preparo do segmento cervical do canal radicular. De um modo geral,

apresentam grandes conicidades e pequeno diâmetro em D0. Como a

finalidade destes instrumentos é alargar a região cervical, a sua conicidade

deve ser maior do que a das limas, ou seja, .08 – .12 mm/mm. O diâmetro de

D0 deve ser pequeno, não superior a 0,25 mm para que a ponta do instrumento

sirva de guia e evite a perda da trajetória inicial do canal (LOPES & SIQUEIRA,

2004).

Os instrumentos acionados a motor foram projetados para serem

utilizados em movimento de alargamento com rotação contínua, giro a direita,

empregados a motores elétricos ou micromotores a ar possuidores de

dispositivos mecânicos que permitam velocidade de giro e torque baixos. São

acompanhados de contra ângulo redutor de velocidade (8:1, 16:1 e 20:1). A

velocidade de emprego varia entre 180 e 350 rpm e o torque entre 0,1 e 10N

(LOPES & SIQUEIRA, 2004).

Instrumentos Profile (Maillefer, Suíça) São fabricados pela Dentsply Maillefer Instruments (Suíça), sendo o

sistema Profile de níquel-titânio acionado a motor constituído por limas

endodônticas e alargadores cervicais (LOPES & SIQUEIRA, 2004).

Limas Profile:

São oferecidas comercialmente com conicidade: .02 mm/mm com

comprimento de 21 e 25 mm na numeração de #15 a #40; conicidade .04

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mm/mm nos comprimentos de 18, 21, 25 e 31 mm na numeração #15 a #45

mais as limas #60 e #90 e com conicidade de .06 mm/mm nos comprimentos

de 18, 21 e 25 mm na numeração de #15 a #40.

A ponta da lima é um cone liso e sua extremidade é aguda ou

arredondada. Não tem ângulo de transição. Apresentam em média 21 hélices

na haste helicoidal. O núcleo é cilíndrico e a profundidade do canal helicoidal

aumenta de D0 para D16, o que permite ao instrumento apresentar boa

flexibilidade. Haste helicoidal apresenta seção reta transversal de forma

triangular modificada (tríplice U), com três arestas laterais de corte formadas

pela interseção da guia radial e superfície de ataque do canal helicoidal. A

forma em “U” confere a estes instrumentos canais helicoidais profundos e isso

reduz o risco de impactação de detritos na região do forame apical.

Apresenta guia radial e esta tem como objetivo manter o instrumento

centralizado em relação ao eixo do canal radicular. A porção posterior da guia

radial é rebaixada (superfície de folga), para diminuir a área de contato entre o

instrumento e as paredes do canal radicular, isso reduz o atrito (resistência

friccional), diminuindo a possibilidade de o instrumento, durante a rotação,

travar no interior do canal radicular. A presença da guia radial também tem por

objetivo mudar o ângulo de incidência e o ângulo interno da aresta lateral de

corte de um instrumento endodôntico. O ângulo interno da aresta lateral de

corte é de 120º e de vértice arredondado. O ângulo de ataque é classificado

como negativo, ou seja, o ponto de referência da aresta lateral de corte está

aquém, em relação à superfície de ataque do instrumento. O ângulo de ataque

negativo é ideal para o corte de dentina, desgastando as paredes do canal

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radicular de uma forma menos invasiva e mais segura (LOPES & SIQUEIRA,

2004).

Alargadores Cervicais:

Os alargadores cervicais (Orifice Shapers) apresentam a ponta e a haste

helicoidal com características morfológicas semelhantes às de uma lima Profile

de níquel-titânio acionada a motor. São empregados no preparo cervical de um

canal radicular, promovendo um desgaste cônico, uniforme e centrado (LOPES

& SIQUEIRA, 2004).

São oferecidos comercialmente no comprimento de 19 mm e na

numeração e conicidade a seguir: 20/.05 mm/mm (branca), 30/.06 mm/mm

(amarela), 40/.06 mm/mm (vermelha), 50/.07 mm/mm (azul), 60/.08 mm/mm

(verde), 80/.08 mm/mm (preta). O comprimento da lâmina ativa é de 10 mm.

SCHAFER et al. (2003) analisaram a flexibilidade dos instrumentos

acionados à motor das marcas Race, Profile, K3, Hero e Flexmaster,

encontrando uma correlação fortemente significante entre a área da secção

transversal e a flexibilidade desses instrumentos. Esse resultado indica,

segundo os autores, que a configuração da secção transversal é o principal

fator que interfere na flexibilidade dos instrumentos rotatórios de níquel-titânio.

Além disso, os resultados mostraram que o instrumento mais flexível é o Race,

seguido do Profile, ambos diferentes estatisticamente dos demais. O K3 se

mostrou o menos flexível, diferindo dos demais. Os autores concluíram também

que instrumentos com conicidade maior que .04 não deveriam ser empregados

para a avaliação da porção apical, por serem mais rígidos do que os

instrumentos com conicidade .02 e .04.

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Instrumentos Protaper (Maillefer, Suíça)

O sistema Protaper é fabricado pela Dentsply Maillefer Instruments

(Suíça), sendo constituído por dois tipos de instrumentos denominados:

modeladores (Shaping Files) e de acabamento (Finishing Files).

Apresenta conicidade variada ao longo da haste helicoidal, permitindo

que o instrumento trabalhe em uma área específica do canal radicular durante

o preparo coroa-ápice. Apresenta seção reta transversal cordiforme (triangular

convexa), com três arestas de corte até o instrumento F2; os instrumentos de

acabamento F3, F4 e F5 apresentam seção reta transversal sinuosa. O ângulo

interno da aresta lateral de corte é de aproximadamente 60º. O vértice do

ângulo da aresta lateral de corte é agudo, o que aumenta sua capacidade de

corte. Não apresenta guia radial. Apresenta em média 10 hélices na haste

helicoidal. O ângulo agudo de inclinação da hélice é variável de 30 a 35º. O

ângulo de ataque é negativo, ou seja, o ponto de referência da aresta lateral de

corte está aquém em relação à superfície de ataque do instrumento. A ponta

apresenta figura de um cone liso e sua extremidade é truncada. O ângulo da

ponta é menor do que 60º (30º). A profundidade do canal helicoidal aumenta de

D0 para D16; o núcleo é cilíndrico (LOPES & SIQUEIRA, 2004).

A conicidade variada dos instrumentos Protaper tem como objetivo

combinar a modelagem coroa-ápice e a manutenção da patência do canal com

uma seqüência reduzida e simples de instrumentos. Esta é a característica

marcante destes instrumentos (LOPES & SIQUEIRA, 2004).

Os instrumentos do Sistema Protaper mesmo sendo confeccionados em

níquel-titânio se tornam menos flexíveis à medida que seu diâmetro aumenta,

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por isso no final do ano de 2006, o fabricante fez modificações significantes na

seção reta transversal dos instrumentos F3, F4 e F5 que passou a ser sinuosa,

o que lhe conferiu mais flexibilidade.

Estes instrumentos foram analisados por diversos autores onde foi

relatado que por causa da sua aresta de corte presente, este instrumento corta

mais ao tocar as paredes do canal e tem melhor distribuição do stress que os

instrumentos Profile, porém apresentam propriedades mecânicas insatisfatórias

que limitam seu uso, como baixa flexibilidade quando comparado com outros

sistemas, tendência a transportar o canal na região da curva (SCHAFER &

VLASSIS, 2004a; CALBERSON et al., 2004), e por fraturarem mais quando

comparados com outros sistemas (ANKRUM et al., 2004 e GUELZON et al.,

2005).

A avaliação comparativa entre os instrumentos Race e Protaper no

preparo de canais simulados curvos e dentes humanos extraídos (molares)

mostrou um melhor desempenho do sistema Race, no que tange ao respeito da

forma original do canal, boa capacidade de limpeza e teve menor tempo de

trabalho (SCHAFER & VLASSIS, 2004a, 2004b). No entanto, PAQUÉ et al.

(2005) trabalhando com molares humanos extraídos, detectaram tempos

menores para a instrumentação com instrumentos Protaper do que com o

sistema Race. Salientaram também que ambos os sistemas não foram

satisfatórios quanto à limpeza, mas foram em relação à forma final dos

preparos.

Instrumentos Modeladores:

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Segundo LOPES & SIQUEIRA (2004) estes instrumentos apresentam

conicidade crescente no sentido D0 para D16, o que permite que o instrumento

prepare uma área específica do canal. São empregados para modelar o corpo

do canal (terço cervical e médio). Todos os instrumentos modeladores têm

haste de fixação de 13 mm, lâmina ativa de 16 mm e são disponíveis no

comprimento de 19 mm.

• Instrumento S1 (anel roxo)

Apresenta diâmetro de 0,17 mm em D0 e 1,2 mm em D16. Sua

conicidade é crescente de 0,02 mm/mm em D1 à 0,11 mm/mm em D14,

conicidade esta que se mantém até D16. É usado para modelar o terço

cervical, assegurando a patência do terço apical.

• Instrumento S2 (anel branco)

Apresenta diâmetro de 0,20 mm em D0 e 1,2 mm em D16. Sua

conicidade é crescente de 0,04 mm/mm em D1 a 0,115 mm/mm em D13,

conicidade esta que se mantém até D16. É usado para modelar o 1/3

médio do canal e aumentar o volume da região apical com o objetivo de

favorecer a utilização de instrumento F1 em posição mais apical.

• Instrumento SX (sem anel colorido)

Apresenta diâmetro de 0,19 mm em D0 e de 1,19 mm em D16. Sua

conicidade é crescente de 0,035 mm/mm à 0,19 mm/mm até D9, e a

seguir a conicidade é constante em 0,2 mm/mm. É usado para

modelagem prévia do corpo de canais curvos.

Instrumentos de Acabamento:

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Segundo LOPES & SIQUEIRA (2004) estes instrumentos são

empregados para dilatar o diâmetro do preparo apical e para obter uma

conicidade adequada e progressiva do terço apical e médio do canal radicular.

Apresenta conicidade crescente no sentido D0 para D16. A conicidade

crescente destes instrumentos de D0 para D16 aumenta a flexibilidade e reduz a

possibilidade de travamento do instrumento no interior do canal radicular.

Todos os instrumentos de acabamento têm haste de fixação de 13 mm, lâmina

ativa de 16 mm e são disponíveis nos comprimentos de 21 e 25 mm.

• Instrumento F1 (anel amarelo)

Apresenta diâmetro de 0,20 mm em D0 e de 1,125 mm em D16. Sua

conicidade é decrescente de 0,07 mm/mm em D1 a 0,055 mm/mm em

D4, a partir daí a conicidade se mantém constante até D16.

• Instrumento F2 (anel vermelho)

Apresenta diâmetro de 0,25 mm em D0 e 1,20 mm em D16. Sua

conicidade é decrescente de 0,08 mm/mm em D1 à 0,04 mm/mm em

D16.

• Instrumento F3 (anel azul)

Apresenta diâmetro de 0,30 mm em D0 e 1,20 mm em D16. Sua

conicidade é decrescente de 0,09 mm/mm em D1 à 0,05 mm/mm em D6,

a partir daí a conicidade se mantém constante até D16.

• Instrumento F4 (anel preto)

Sua conicidade é de 0,06 mm/mm nos 03 mm apicais. Seu diametro

apical equivale a uma lima #40.

Instrumentos K3 (Sybron Kerr, México)

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São fabricados pela Sybron Dental Specialties Kerr (México), sendo o

sistema de instrumentos K3 de níquel-titânio acionado a motor constituído de

limas endodônticas e de alargadores cervicais (LOPES & SIQUEIRA, 2004).

Desenvolvido por McSpadden e lançado comercialmente em 2001, este

sistema apresenta diferenças significantes em relação aos outros.

SYDNEY et al. (2001) tiveram como finalidade apresentar e discutir as

características do instrumento K3, denominado 3° geração de limas de níquel-

titânio para sistemas automatizados de rotação contínua. Com características

inovadoras quanto ao seu desenho, como ângulo positivo de corte, o ângulo

helicoidal variável, a banda radial mais ampla, com e sem relevo, e o diâmetro

variável da zona de corte, estes instrumentos têm se mostrado clinicamente

bastante eficientes, com excelente qualidade de corte, excelente flexibilidade,

maior durabilidade e baixíssimo índice de fratura.

KOCH (2002) afirmou que o desenho da K3 é impar porque é o único

que combina os dois tipos de guias radiais: guia total (mantém o instrumento

centrado) e guia com recuo (reduz a área de contato com a dentina, reduzindo

a fricção). Como vantagens do desenho da K3, esse autor relacionou: ângulo

positivo que proporciona corte ativo; guia radial ampla que proporciona suporte

à lâmina enquanto agrega força periférica para resistir à tensão por torção;

alívio da guia radial que reduz fricção na parede do canal e terceira guia radial

que estabiliza e mantém o instrumento centralizado no canal reduzindo a

possibilidade de travamento. Além disso, por possuir ponta não ativa, esse

instrumento tem mostrado preservar melhor a anatomia original do canal.

Limas K3:

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Limas K3 são oferecidas comercialmente nas conicidades de .02, .04 e

.06 mm/mm nos comprimentos de 21, 25 e 30 mm e nos números de #15 a

#60. Na haste de fixação existem dois anéis coloridos: um próximo da

extremidade (denominado de superior) corresponde a conicidade e o outro

(denominado de inferior) corresponde ao diâmetro do instrumento em D0. A

ponta do instrumento K3 apresenta a figura de um cone liso e sua extremidade

é arredondada. O ângulo da ponta é menor do que 60º (40 a 45º) e não tem

ângulo de transição. O ângulo agudo de inclinação da hélice em relação ao

eixo do instrumento aumenta de D0 (31º aproximadamente) para D16 (43º

aproximadamente). O número de hélices varia entre 13 (instrumento #60) e 28

(instrumento #15). O núcleo dessas limas é cônico invertido, com o menor

diâmetro voltado para o intermediário, o que permite a esses instrumentos

apresentarem boa flexibilidade ao longo de toda sua haste helicoidal cônica. A

profundidade do canal aumenta de D0 para D16 (LOPES & SIQUEIRA, 2004).

A haste helicoidal apresenta seção reta transversal sinuosa com três

arestas laterais de corte formadas pela interseção da guia radial com a

superfície de ataque do canal helicoidal. O ângulo interno da aresta lateral de

corte é de 60º aproximadamente e o seu vértice, agudo. O ângulo de ataque é

negativo, ou seja, o ponto de referência da aresta lateral de corte esta aquém

em relação à superfície de ataque do instrumento. A guia radial é ampla

proporcionando um aumento da área da seção reta transversal e do núcleo do

instrumento, aumentando com isso a sua resistência à fratura por torção,

porém, reduzindo a sua flexibilidade e conseqüentemente a resistência à

fratura por fadiga de baixo ciclo. Para diminuir a área de contato entre o

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instrumento e as paredes do canal radicular, duas guias radiais têm suas

superfícies posteriores rebaixadas. Isto reduz o atrito (resistência friccional),

diminuindo a possibilidade de o instrumento, durante a rotação, travar-se no

interior do canal radicular. A terceira guia radial não é rebaixada e tem como

finalidade estabilizar e manter o instrumento centrado quando em movimento

de rotação no interior do canal radicular, reduzindo a possibilidade de desvios

do preparo de canais radiculares curvos. O maior diâmetro do núcleo propicia

uma maior resistência à fratura por torção, porém reduz a profundidade do

canal helicoidal principalmente na ponta do instrumento (LOPES & SIQUEIRA,

2004).

Alargadores Cervicais: Os alargadores cervicais (Orifice Opener) apresentam a ponta com

características morfológicas semelhantes à de uma lima K3. A haste helicoidal

tem seção reta transversal reta com duas arestas laterais de corte, formadas

pela interseção da guia radial e a superfície de ataque do canal helicoidal. As

arestas laterais de corte são diametralmente opostas (180º) e seu ângulo

interno é de aproximadamente 90º. O ângulo de ataque é negativo. São

oferecidos comercialmente no comprimento de 17 mm e nos números e

conicidades de 25/.08 e 25/.10. O comprimento da lâmina ativa é 10 mm. O

ângulo agudo da ponta é menor do que 60º (40 a 45º). O número de hélices em

média é de quatro. O ângulo agudo de inclinação da hélice em relação ao eixo

do instrumento aumenta de D0, aproximadamente 20º e para D10,

aproximadamente 30º (LOPES & SIQUEIRA, 2004).

Desvio Apical:

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A instrumentação do sistema de canais radiculares tem como objetivo a

obtenção de um canal radicular de formato cônico, com menor diâmetro apical,

e o maior em nível coronário. Este objetivo é conseguido em canais retos, mas

em canais curvos se torna uma tarefa mais complicada, exigindo do operador

conhecimento e atenção à técnica a ser utilizada e à eleição do instrumento.

No canal curvo, a forma final do preparo geralmente apresenta algum

desvio em relação ao original. Isto ocorre devido aos fatores: valor do raio da

curvatura, localização da curvatura, comprimento do arco, flexibilidade e

diâmetro do instrumento endodôntico utilizado, localização da abertura

foraminal e dureza da dentina (LOPES & SIQUEIRA, 2004).

Para minimizar os acidentes ocorridos durante a instrumentação de

canais, tem surgido modificações nas técnicas, como por exemplo, o pré-

alargamento do terço cervical e avanços tecnológicos como a utilização da liga

de níquel-titânio na fabricação dos instrumentos endodônticos, que permite,

instrumentos mais flexíveis. Modificações no desenho das limas,

principalmente na haste helicoidal e na ponta do instrumento também estão

ocorrendo para evitar os problemas causados pela instrumentação de canais

curvos e atrésicos (LOPES & SIQUEIRA, 2004).

Os instrumentos acionados a motor apresentam um preparo mais

centrado em relação às técnicas manuais, assim, há uma redução do risco de

perfurações radiculares em canais curvos (LEONARDO & LEONARDO, 2002).

Instrumentos de níquel-titânio acionados a motor em que as hastes

helicoidais não apresentam guia ou plano radial, podem durante o avanço em

direção apical, promover a ação de limagem da parede côncava de canais

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radiculares curvos. Nestas condições pode ocorrer o deslocamento apical do

preparo (LOPES & SIQUEIRA, 2004).

O deslocamento apical do preparo dificulta a obturação e o selamento

apical do canal radicular. A percolação de fluidos oriundos dos tecidos

perirradiculares, via forame apical, pelo espaço existente entre o material

obturador e as paredes do canal, servirá de substratos para microorganismos

remanescentes em regiões do canal. Conseqüentemente, estes fatos

interferem no êxito do tratamento endodôntico (LOPES & SIQUEIRA, 2004).

ESPOSITO & CUNNIGHAN (1995) avaliaram a capacidade das limas de

níquel-titânio, manuais e acionadas a motor (MAC), em manter a forma original

do canal radicular. Para isso compararam com as limas de aço inoxidável K-

Flex. Foram utilizados 45 dentes extraídos de humanos com curvatura entre 20

e 45 graus. A análise foi feita por sobreposição de radiografias realizadas antes

e após o preparo, através de imagem digitalizada e avaliada por programa de

computador. Os resultados mostraram que os instrumentos de aço inoxidável

apresentaram os maiores desvios da forma original. As limas de níquel-titânio,

tanto manuais quanto acionadas a motor, mantiveram a forma original do canal

radicular.

GLOSSON et al. (1995) compararam o preparo dos canais radiculares

produzido por 5 instrumentos endodônticos: aço inoxidável, K-Flex, NiTi

manual, NiTi rotatório, NiTi Canal Master U manual, NiTi Lightspeed rotatório.

Sessenta canais mesiais de molares inferiores humanos extraídos, com ápices

formados foram selecionados. Imagens radiográficas vestibulares e mesiais

foram obtidas. Após instrumentação, a extensão e a direção de transporte do

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canal foram determinadas medindo a maior distância entre a borda do canal

instrumentado e a correspondente no canal na instrumentado. Os resultados

encontrados mostraram que os canais foram transportados mesialmente nas

secções apicais e distalmente no terço médio. Os canais instrumentados com

NiTi rotatório e com o Canal Master U mostraram um menor transporte,

removeram menos dentina e produziram canais arredondados.

ZMENER & BANEGAS (1996) utilizando 45 blocos de resina com canais

curvos simulados compararam os resultados do preparo de canais radiculares

utilizando técnica manual, ultra-sônica e rotatória ProFile .04 série 29. Com o

método de dupla exposição radiográfica, os autores observaram que a

instrumentação rotatória promoveu canais mais centrados e preparos mais

homogêneos do que a técnica manual e ultra-sônica, as quais alteram as

curvaturas originais, apresentando transporte em diferentes níveis, a partir do

comprimento de trabalho.

LOPES et al. (1997) utilizando limas manuais de aço inoxidável e de

níquel-titânio e limas rotatórias de níquel-titânio ProFile .04 série 29 avaliaram

através de análise radiográfica, o deslocamento apical após a instrumentação

do canal radicular. Imagens radiográficas pré e pós-instrumentação foram

projetadas com aumento de 20 vezes e o contorno dos instrumentos e dos

dentes foram delimitados em uma folha de papel branco, pela sobreposição

das imagens, coincidindo-se o contorno dos dentes. A separação entre os

pontos correspondentes aos deslocamentos, devido à instrumentação, foi

medida com paquímetro Mitutoyo. Os resultados demonstraram que ocorreu

diferença, estatisticamente significante, entre o uso das limas acionadas a

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motor, que apresentaram deslocamento nulo e as limas manuais. A lima

manual de níquel titânio apresentou deslocamento apical menor, em relação às

de aço inoxidável.

SHORT et al. (1997) a fim de compararem a ocorrência de transporte

apical em canais curvos de molares inferiores utilizaram os sistemas

automatizados de níquel-titânio ProFile .04 série 29, Lightspeed e a técnica

manual Step-Back com limas de aço inoxidável Flex-R. As imagens

digitalizadas de cortes transversais a 01, 03 e 05 mm do comprimento de

trabalho, antes e após a instrumentação dos canais foram comparadas.

Concluíram que os sistemas rotatórios promoveram preparos de melhor

qualidade e com menor índice de transporte apical, sendo que a diferença

entre a instrumentação manual e os sistemas rotatórios foi maior após o uso da

lima #40 do que da lima #30. Os autores também constataram que os sistemas

níquel-titânio acionados a motor foram significantemente mais rápidos que a

instrumentação manual.

SYDNEY (1997) avaliou o preparo dos canais instrumentados

manualmente com as limas de níquel-titânio manuais da primeira série, nos

comprimentos de 21 e 25 mm, com as limas de níquel-titânio acionadas a

motor ProFile .04 com os mesmos comprimentos. Vinte e quatro primeiros e

segundos molares superiores extraídos de humanos foram escolhidos por

radiografia, sendo removidas as raízes palatinas. O tempo de instrumentação

foi significantemente menor com as limas ProFile .04 acionadas a motor. Não

houve ocorrência de desvio apical em ambos os grupos quando os canais

radiculares foram dilatados até os instrumentos #25 (manual) e #35 (rotatório).

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Quando o preparo foi dilatado até #35 (manual) e #45 (rotatório), a diferença

não foi estatisticamente significante entre eles.

THOMPSON & DUMMER (1997b) estudaram a eficácia dos

instrumentos rotatórios de níquel-titânio acionados a motor Profile .04 série 29,

em relação à prevalência de aberrações nos canais, quantidade e direção do

transporte do canal e a forma final do canal radicular. Foram confeccionados 40

blocos de resina acrílica, que foram divididos em 04 grupos. As diferenças

entre os grupos eram quanto ao início da curvatura, que poderia estar a 08 ou

12 mm do orifício de entrada do canal e quanto ao seu grau que poderia de 20

ou 40 graus. Os autores concluíram que não houve formações de zips apicais,

perfurações ou desgaste excessivo da parede interna do canal correspondente

à zona de perigo. Os canais com curvaturas de 40 graus e que se iniciavam a

12 mm do orifício de entrada, foram os que apresentaram maior incidência de

desgaste de resina da parede externa da curvatura. A conicidade final do

preparo foi considerada satisfatória.

BRYANT et al. (1998b) estudaram a eficiência dos instrumentos

rotatórios de níquel-titânio acionados a motor ProFile .04 (Maillefer, Suíça), em

relação à prevalência de aberrações nos canais, quantidade e direção do

transporte do canal e a forma final do canal radicular. Foram confeccionados

40 blocos de resina acrílica, que foram divididos em 04 grupos. A diferença

entre os grupos era quanto ao início da curvatura, que poderia estar a 08 ou 12

mm do orifício de entrada do canal e quanto ao seu grau que poderia ser 20 ou

40 graus. Os canais foram preparados seguindo o método coroa-ápice,

recomendado pelo fabricante, terminando no instrumento de número 35. Os

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resultados mostraram que houve formação de zip em 24% dos casos, sendo

que os desvios foram muito pequenos (menores que 0,1 mm); em 3% houve

formação de degrau. Não houve perfurações ou desgaste excessivo da parede

do canal correspondente a da zona de perigo. A performance dos instrumentos

estudados foi semelhante a do ProFile série 29, exceto, pelo maior número de

zips e menor quantidade de degraus criados.

KAVANAGH & LUMLEY (1998) desenvolveram um modelo de dupla

exposição radiográfica para verificar a manutenção da forma original, em

canais curvos de molares humanos preparados de três maneiras diferentes:

grupo I, limas ProFile .04 em sistema rotatório de 200 rpm e técnica cérvico-

apical com a lima apical #06 correspondendo ao instrumento #35 ISO; no

grupo II, preparadas com abridores de orifício, para facilitar o acesso coronário

e instrumentos ProFile .04 e .06, no grupo III, utilizando brocas de Gates

Glidden #02 a #04 e limas manuais ProFile .02 do número #02 a #06. O

transporte do canal foi avaliado na parte apical, média e cervical sendo que os

resultados mostraram que não houve diferenças significantes entre as técnicas,

em qualquer nível analisado. Concluíram que o uso de limas com conicidade

.06 melhoram a forma do canal não aumentando o transporte.

BRYANT et al. (1999) verificaram a morfologia das paredes de canais

artificiais em blocos de resina transparente, instrumentados com o sistema

ProFile de conicidade .04 e .06. Foram confeccionados 40 blocos de resina

acrílica, que foram divididos em 04 grupos. A diferença entre os grupos era

quanto ao início da curvatura, que poderia estar a 08 ou 12 mm do orifício de

entrada do canal e quanto ao seu grau que poderia ser 20 ou 40 graus. Os

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blocos foram fotografados antes e depois da instrumentação e as imagens

foram sobrepostas para análise. A técnica de instrumentação utilizada foi à

recomendada pelo fabricante. Foi observada uma perda do comprimento de

trabalho em 17,5% dos canais, zips apicais em 12,5% e um desgaste mais

acentuado na parede côncava do canal em 60% dos casos. Até a

instrumentação com instrumentos de número 25, não ocorreram alterações na

forma do canal, mas a partir do instrumento 35 houve um maior desgaste da

parede côncava. Foi concluído que os instrumentos rotatórios são rápidos,

efetivos e modelam bem as paredes do canal, exceto naqueles com curvaturas

próximas ao forame e usando instrumentos mais calibrosos pelo aumento da

rigidez.

HECK & GARCIA (1999) utilizaram 40 raízes mésio-vestibulares de

molares superiores extraídos de humanos, para avaliar radiograficamente o

desvio do canal no terço apical, após a instrumentação manual convencional

realizada com limas FlexoFile, Flex-R e Onyx-R e instrumentação mecânico-

rotatória com o sistema ProFile série 29 e conicidade .04 mm. Uma plataforma

foi confeccionada para possibilitar tomadas radiográficas pré e pós-operatórias

na mesma posição. Quanto ao desvio apical medido em milímetros, diferenças

estatisticamente significativas ocorreram entre as médias dos desvios das

limas Onyx-R (desvio médio 0,0175 mm) e FlexoFile (desvio médio 0,215 mm).

Em relação aos demais grupos não foram observados diferenças estatísticas.

KUM et al. (2000) estudaram o preparo do sistema de canais radiculares

utilizando três técnicas de instrumentação rotatória (ProFile .04, ProFile .04 +

.06, ProFile GT + ProFile .04) e a instrumentação manual (K-FlexoFile – grupo

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controle) em canais simulados. Observaram a prevalência de aberrações nos

canais, alterações do comprimento de trabalho e tempo gasto no preparo. Após

análise das imagens pré e pós-instrumentação escaneadas, os autores

concluíram que não houve diferença estatisticamente significante entre os três

grupos de rotatórios. Entretanto, a técnica manual apresentou tempo de

trabalho significantemente maior do que os grupos de instrumentação rotatória.

RHODES et al. (2000) comparam duas técnicas de instrumentação com

limas de níquel-titânio em 10 primeiros molares inferiores (30 canais) que

apresentavam a coroa intacta e raízes fusiformes, usando a tomografia

computadorizada. As raízes foram “scaneadas” usando o TMC. Quinze canais

foram preparados, usando-se instrumentos manuais de níquel-titânio NiTiflex

com a técnica da força balanceada. Os outros canais foram instrumentados,

usando-se o sistema Profile taper .04 com a técnica crown down até o

instrumento apical tamanho 25. As duas técnicas de instrumentação foram

comparadas num total de 27 canais. Transporte e centralização foram

gravados. As imagens tridimensionais conseguidas foram usadas para

quantificar a qualidade dos preparos. O tempo gasto nos preparos foi gravado.

Não houve diferenças estatisticamente significantes entre instrumentação

manual e rotatória em nenhuma das variáveis testadas.

IMURA et al. (2001) comparam a eficiência de instrumentos acionados à

motor (ProFile 04 e Pow R) e manual (Flex R) no preparo final de canais com 2

tipos de curvatura: acentuada e moderada. Utilizaram 72 raízes mesiais de

molares inferiores humanos extraídos e dividiram em 3 grupos de 24 raízes. O

primeiro grupo foi instrumentado com o sistema rotatório Profile .04; o segundo

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grupo foi instrumentado com o sistema rotatório Pow R e o terceiro grupo foi

preparado com as limas manuais Flex R. As raízes foram montadas e

seccionadas longitudinalmente em duas diferentes partes, usando o método de

Bramante modificado. As imagens das secções das raízes, pré e pós

instrumentadas, foram gravadas e analisadas por computador. Quando as

técnicas foram comparadas em relação com o grau de curvatura, no terço

apical, o sistema Profile .04 cortou estatisticamente mais em direção ao lado

mesial no grupo de raízes com curvatura moderada do que o grupo com

curvatura acentuada. As outras comparações, terço médio e apical, não

tiveram diferenças estatísticas significantes. O tempo de preparo do canal foi

curto com instrumentação manual em poucos exemplos (p<0,05).

PARK (2001) comparou os instrumentos rotatórios de níquel-titânio GT e

Profile com limas manuais de aço inoxidável no preparo de canais radiculares

curvos. O autor utilizou um total de 36 canais curvos simulados em blocos de

resina. Imagens pré e pós operatórias foram feitas e comparadas. O teste de

análise de variância foi usado para medir estatisticamente o resultado obtido. O

autor concluiu que os canais preparados pelo sistema Profile, com taper .06 no

comprimento de trabalho, mostraram resultados excelentes tanto na

modelagem como na manutenção da forma do canal. Os canais preparados

com o GT também se mostraram excelentes na modelagem e manutenção da

curvatura. Todavia, esses canais apresentaram um ligeiro alargamento em

direção ao lado interno no início da curvatura. Os canais preparados com as

limas manuais de aço evidenciaram uma modelagem sem uniformidade e

severa mudança na posição original da curvatura.

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HATA et al. (2002) compararam o transporte ocorrido nos 05 mm apicais

utilizando instrumentos rotatórios Profile e GT e instrumentos manuais Flex-R.

Para esta análise utilizaram a técnica de sobreposição das imagens pré e pós-

instrumentação. A quantidade de material removido, a partir da imagem pré-

instrumentação, nas paredes interna e externa da curvatura foi medida por um

programa de computador em cinco níveis nos 05 mm apicais do canal. Os

autores concluíram que, no milímetro final do canal, o transporte apical foi mais

freqüente no lado externo da curvatura, exceto nos canais instrumentados pela

técnica das forças balanceadas, onde o transporte apical foi mais freqüente no

lado interno.

PONTI et aI. (2002) compararam a capacidade de modelagem dos

sistemas ProFile .06 série 29 e GT em manter a forma original do canal. Dez

raízes mesiais de primeiros e segundo molares inferiores foram divididos em

dois grupos de acordo com o grau de curvatura e morfologia dos canais. Os

espécimes foram embebidos em resina e, após a secagem, seccionados em

cinco partes. Uma escolha aleatória foi realizada e os dentes foram

identificados pela técnica e instrumentos que seriam utilizados. Um sistema de

fotografia digital e um programa computadorizado foi utilizado, identificando a

centralização dos canais por superposição de imagens e registrando as

medidas antes e após a instrumentação. Os resultados mostraram que ambos

os sistemas de instrumentação mantiveram o canal centrado havendo um

desvio considerado mínimo.

VERSUMER et al. (2002) realizaram um estudo comparativo do preparo

de canais radiculares usando os instrumentos acionados à motor de níquel-

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titânio Profile .04 e Lightspeed. Utilizaram 50 molares inferiores humanos

extraídos com canais radiculares de curvatura variando de 20 a 40 graus, os

quais foram separados em 2 grupos similares tendo igual medida nas

curvaturas. Todos os canais radiculares foram preparados usando-se Profile

.04 ou Lightspeed tamanho 45 seguindo as instruções dos fabricantes. O

sistema Lightspeed foi usado na técnica step-back, enquanto o Profile.04 foi

utilizado com a técnica crown down. Os seguintes parâmetros foram avaliados:

retificação dos canais radiculares (superposição das radiografias pré e pós-

operatórias), diâmetro dos canais pós-preparo (superposição das fotografias do

pré e pós preparo das secções transversais), resultados seguros (fraturas,

perfurações, bloqueios apicais, perda de comprimento de trabalho), capacidade

de limpeza (avaliação por MEV com cinco escores para “debris” e smear layer)

e tempo de trabalho. Os resultados mostraram que ambos os sistemas

mantiveram bem a curvatura; a diminuição da retificação foi menos um grau

para ambos com estatísticas não significantes para os grupos. Houve três

instrumentos Profile fraturados. O preparo com o Lightspeed foi concluído sem

fraturas. Perda de comprimento de trabalho, perfurações ou bloqueios apicais

não ocorreram com nenhum dos instrumentos. Diferenças não significantes

ocorreram entre os dois instrumentos. Os autores concluíram que ambos os

sistemas sob investigação respeitaram a curvatura original do canal e foram

seguros para o uso.

YUN & KIM (2002) compararam da capacidade de preparo do canal

radicular entre 4 instrumentos rotatórios de níquel-titânio em canais radiculares

simulados. Para isso usaram 48 canais curvos simulados em blocos de resina

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que foram preparados com os sistemas Profile, GT, Quantec e ProTaper. Um

operador preparou todos os canais com a técnica crown down até o

instrumento #30. O tempo de preparo, mudanças na dimensão e curvatura,

presença de aberrações e deformações de instrumentos foram avaliados. O

Protaper causou maior alargamento do canal, especialmente na parte interna

da curvatura (p<0,05). Uma grande diminuição na curvatura foi observada no

grupo do Protaper em relação aos outros grupos (p<0,001). O grupo do

Quantec mostrou um aumento da curvatura, que foi significantemente diferente

dos resultados do grupo do GT. Não houve produção de aberrações em

nenhum grupo.

FARINIUK et al. (2003) avaliaram o transporte de canais radiculares

simulados causados pelos instrumentos rotatórios de aço inoxidável Endoflash

comparados ao sistema de níquel-titânio Profile (.04 e .06 e Orifice Shapers).

Os autores usaram vinte e quatro canais radiculares simulados com trinta graus

de curvatura, os quais foram aleatoriamente divididos em 2 grupos e

instrumentados por um único operador. As comparações entre os canais

radiculares simulados, antes e após a instrumentação, mostraram diferenças

significantes entre os grupos, com um aumento no transporte dos canais

observados com os instrumentos Endoflash. Um caso de deformação foi

observado com os instrumentos Profile (tamanho 20, taper .04). Segundo os

autores, o sistema Profile foi mais eficiente, no que diz respeito à minimização

do transporte apical que os instrumentos Endoflash.

IGBAL et al. (2003) usaram uma técnica radiográfica para comparar o

transporte apical em 4 técnicas com instrumentos rotatórios de níquel-titânio.

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Foram usados 60 canais mésio-linguais de molares inferiores extraídos, os

quais foram divididos aleatoriamente em 4 grupos. Os grupos 1 e 3 foram

preparados pela técnica crown-down e os grupos 2 e 4 foram preparados pela

técnica step-back com o Profile .06 serie 29 tamanho 6. Nos grupos 3 e 4 as

limas GT foram usadas inicialmente, da maneira crown-down. O eixo central

dos instrumentos inicial e final foram radiografados com imagens sobrepostas

para medir a perda do comprimento de trabalho e o transporte a 0, 0.5, 1, 3 e 5

mm do comprimento de trabalho. O teste Anova mostrou não haver diferenças

significantes entre os grupos em relação à diminuição do transporte ou perda

do comprimento de trabalho. Os resultados indicaram que a seqüência

operacional com o Profile ou a pré-instrumentação com o GT, não tiveram

efeito na diminuição do transporte e perda do comprimento de trabalho.

PESSOTTI (2003) utilizando canais artificiais com ângulo de 20° e uma

média de microdureza de 16,8HK comparou o transporte apical utilizando

instrumentos rotatórios ProFile .04, K3 e instrumentos manuais K- FlexoFile.

Para isso, utilizou imagens radiográficas e, por meio de um recurso do software

image tool versão 1.27, essas imagens radiográficas foram ampliadas e

analisadas quanto ao deslocamento do centro do instrumento na porção apical.

Este deslocamento foi realizado empregado-se um sistema de calculo de

distância linear. Não houve diferenças estatísticas significantes entre os grupos

das limas ProFile 0,04 e k3. Porém houve diferenças estatísticas significativas

quando comparadas com instrumentos de aço inoxidável.

PETERS et al. (2003) avaliaram o desempenho dos instrumentos

ProTaper (Maillefer, Suiça) na modelagem de canais radiculares em variadas

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geometrias pré-operatórias. Molares superiores humanos extraídos foram

escaneados antes e após o preparo com ProTaper utilizando um

microtomógrafo computadorizado a uma resolução de 36µm. Os canais foram

reconstruídos tridimensionalmente e avaliados por volume, área de superfície,

espessura, transporte e superfície preparada. Baseado em uma média de

volume, os canais foram divididos em dois grupos: amplos e atrésicos.

Comparações foram realizadas entre as raízes mésio-vestibulares, disto -

vestibulares e palatinas, assim como, entre canais amplos e atrésicos usando

mensurações repetidas Anova e teste Scheffé. De acordo com os autores, os

molares superiores foram preparados in vitro utilizando instrumentos ProTaper

sem maiores erros de procedimentos. Estes instrumentos podem ser mais

eficazes no preparo de canais radiculares atrésicos do que nos mais amplos.

SCHAFER & FLOREK (2003) compararam o tipo de preparo obtido com

os instrumentos rotatórios de níquel-titânio K3 e com as lima manuais de aço

inoxidável FlexoFile. Foram utilizados 48 blocos de resina com canais curvos

simulados, cuja curvatura era de 28° e 35°. Todos os canais artificiais foram

dilatados até lima de número 35. Foram feitas imagens dos canais artificiais

antes e após a instrumentação. Em comparação com as limas manuais de aço

inoxidável FlexoFile, os instrumentos rotatórios de níquel-titânio K3

proporcionaram uma melhor forma do canal e mostraram menos transporte do

canal. Durante a instrumentação 11 instrumentos rotatórios K3 fraturam, e

nenhum dos instrumentos manuais de aço inoxidável FlexoFile fraturou.

Quanto ao tempo gasto para a instrumentação, o sistema K3 foi

significativamente mais rápido.

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SCHAFER & SCHILINGEMANN (2003) determinaram a capacidade de

limpeza e de dar forma ao canal, dos instrumentos rotatórios de níquel-titânio

K3 e das limas manuais de aço inoxidável K-FlexoFile durante o preparo de

canais radiculares curvos em dentes humanos extraídos. Foram utilizados 60

canais radiculares de molares superiores e inferiores com curvatura entre 25° e

35°. Todos os canais foram instrumentados até o instrumento número 35.

Cinco instrumentos K3 fraturaram. A limpeza completa não foi observada em

nenhum dos grupos. Para a remoção dos debris as limas manuais K-FlexoFile

alcançaram os melhores resultados em relação aos instrumentos K3. Os

resultados para a remoção da camada residual foram semelhantes. Os

instrumentos K3 mantiveram melhor a curvatura original do canal do que as

limas K-FlexoFile.

VALOIS & COSTA Jr (2003) avaliaram radiograficamente o

deslocamento apical em canais curvos após a instrumentação. Utilizaram 45

raízes mésio-vestibulares de molares superiores humanos. Incluíram essas

raízes em blocos de resina acrílica e dividiram em três grupos de 15 dentes

cada. Os grupos um e dois foram instrumentados com os sistemas rotatórios

ProFile e GT, e o grupo três com limas manuais de aço inoxidável. Após

análise das radiografias pré e pós-instrumentação, o desvio apical do canal

radicular sofreu um aumento de 28 vezes e foi quantificado por meio do uso de

régua milimetrada. Pela análise estatística dos dados obtidos, os autores

concluíram que não houve diferença significante entre os grupos.

AYAR & LOVE (2004) compararam a habilidade de modelagem dos

instrumentos rotatórios ProFile .06 (Maillefer,Suiça) e K3 .06 (Kerr, EUA),

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quando usados em uma seqüência de pontas variadas em canais curvos

simulados com diferentes raios e curvaturas. Instrumentos ProFile e K3 .06

foram usados no preparo de canais simulados com curvatura de 20º e 5 mm de

raio e com curvatura de 30° e 3mm de raio em blocos de resina. Todos os

canais foram preparados até o limite apical com instrumento #40 a 0,5 mm

aquém do término do canal utilizando uma seqüência crown-down de pontas

variadas. Imagens digitais pré e pós-instrumentação foram gravadas, a

avaliação da forma do canal foi determinada por um programa

computadorizado de análise de imagens. O material removido das paredes

internas e externas do canal foi medido em vinte oito pontos distintos,

iniciando-se a 0,5mm do limite apical e os dados foram comparados pelo teste

U de Mann-Whitney. Dentro das limitações deste estudo, ambos os

instrumentos rotatórios de NiTi realizara preparos bem modelados com o

mínimo de transporte.

CALBERSON et al. (2004), determinaram a capacidade de modelagem

de instrumentos ProTaper (Maillefer, Suiça) em canais artificiais de resina.

Quarenta canais com quatro diferentes formas em relação à angulação (20º e

40º) e à posição da curvatura (seção reta antes da curvatura de 8 e 12 mm)

foram alargados de acordo com as especificações do fabricante com as limas

de finalização F1, F2 e F3 no comprimento total de trabalho. Por meio de uma

câmera digital apoiada por uma mesa confeccionada para o experimento,

fotografias pré e pós-operatórias foram realizadas, gravadas e superpostas e

as aberrações identificadas. As medidas foram tomadas em cinco diferentes

pontos: no orifício de entrada; metade do caminho do orifício na porção reta;

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início da curvatura; ápice da curvatura e limite apical. Os instrumentos

ProTaper realizaram preparos de conicidade aceitável em todos os tipos de

canal. Quando do uso de F2 e F3 em canais curvos, devem ser tomados

cuidados para evitar uma retirada excessiva de material na curvatura interna,

formando zonas de perigo.

DUARTE et al. (2004a) estudaram a eficiência do sistema ProFile e do

sistema K3 no preparo de canais curvos simulados. Neste estudo foram

utilizados vinte blocos de resina com curvatura de 30° a 40°, nos quais foram

confeccionados dois pontos de amálgama na parte externa. Realizou-se, então

uma radiografia pré-operatória com instrumentos #15, e os blocos foram

divididos em dois grupos. O primeiro grupo foi instrumentado pelo sistema

ProFile e o segundo pelo sistema K3. Após a confecção do preparo, um cone

de guta percha #25 foi inserido dentro dos canais simulados para verificação da

qualidade do preparo em termos de dilatação e uma nova radiografia foi

realizada com o instrumento #25 no comprimento de trabalho. As radiografias

pré e pós-operatória foram escaneadas e realizou-se a determinação do desvio

no programa Digora 1.51 for Windows (PEREIRA, 2004). Os autores

concluíram que ambos os sistemas apresentaram segurança no preparo de

canais curvos, apresentando baixos índices de desvio. O sistema K3 preparou

os canais mais rapidamente e a qualidade do preparo em relação à dilatação

foi melhor para o sistema K3 quando comparado ao sistema ProFile.

DUARTE et al. (2004b) avaliaram a perda do comprimento de trabalho,

resistência à fratura de instrumento e desvio apical proporcionados pelos

sistemas Quantec, Pow-R e ProFile no preparo de canais curvos. Foram

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empregadas 27 raízes mésio-vestibulares de molares superiores com curvatura

variando de 20 a 40 graus, que foram divididos aleatoriamente em 03 grupos,

em função do sistema de instrumentação, obedecendo ao seguinte: Grupo I –

Sistema Pow-R, Grupo II – Sistema ProFile, Grupo III – Sistema Quantec.

Radiografias com instrumentos #15 no comprimento de trabalho foram

realizadas antes da instrumentação. Pós-instrumentação novas radiografias

foram realizadas com um instrumento #25 no interior do canal. As radiografias

pré e pós-instrumentação foram escaneadas e analisadas no sistema Digora

quanto ao desvio ocorrido e a perda de comprimento de trabalho. Os

resultados mostraram que o sistema Quantec foi o que proporcionou menor

desvio e perda de comprimento, apesar da diferença não ser significante em

relação aos demais sistemas. Não houve ocorrência de fratura de

instrumentos.

IGBAL et al. (2004) compararam o transporte apical e a perda do

comprimento de trabalho causado pelos instrumentos rotatórios de NiTi ProFile

.06 série 29 (Tulsa Dental, Suiça) e ProTaper (Maillefer, Suiça). Para isso

usaram uma técnica radiográfica recentemente desenvolvida. Foram utilizados

canais mésio-vestibulares de quarenta molares inferiores extraídos. Estes

foram aleatoriamente divididos em dois grupos. O Grupo 1 foi instrumentado

com ProFile e o Grupo 2 com ProTaper, de acordo com as especificações do

fabricante. Um aparato radiográfico especial construído com o sistema de

radiografias digitais Schick (Schick Technologies Inc., USA) foi usado nas

tomadas pré e pós-operatórias das amostras em angulações pré-determinadas,

o eixo central dos instrumentos iniciais e finais foram, radiograficamente,

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superpostos para determinar a perda do comprimento de trabalho e o grau de

transporte do canal radicular em D0, D1, D2 e D4. Os dados foram analisados

por mensurações repetidas ANOVA. Os resultados indicaram que tanto os

instrumentos ProFile e ProTaper são similares na habilidade de promover

alargamento do canal radicular com o mínimo de transporte e perda do

comprimento de trabalho.

LEONARDI et al. (2004) analisaram a presença de deformações

proporcionadas pela instrumentação com limas manuais FlexoFile e com os

sistemas rotatórios K3 e RaCe sobre paredes dos canais radiculares curvos

simulados em blocos de resina. Foram utilizados 60 blocos com curvatura entre

40 e 50 graus. Foram utilizadas as técnicas manual e ultra-sônica de irrigação.

Após a instrumentação, os blocos de resina foram digitalizados, analisados e

estabelecidos escores. Os resultados mostraram que as técnicas tiveram

comportamento distinto para os diferentes terços radiculares; nos terços médio

e cervical todas as técnicas estudadas foram eficientes; no terço apical, os dois

sistemas rotatórios (K3 e RaCe) mostraram melhores resultados quando

associados à irrigação manual; a irrigação ultra-sônica promoveu a ocorrência

de degraus e zips em todas as técnicas estudadas. Entretanto, associada à

instrumentação manual ela mostrou-se efetiva impedindo o acúmulo de raspas.

VANNI et al. (2004) avaliaram o deslocamento apical produzido por

diferentes instrumentos de níquel-titânio acionados a motor testando a hipótese

de que os sistemas rotatórios que usam instrumentos de NiTi produzem valores

médios de deslocamento apical menores que as limas manuais de aço

inoxidável. Foram utilizados cem primeiros molares permanentes superiores,

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cujas raízes mésio-vestibulares foram separadas e incluídas em blocos de

resina autopolimerizável. Os corpos de prova foram divididos aleatoriamente

em cinco grupos com vinte blocos cada, e os canais radiculares preparados

com instrumentos de NiTi: Grupo 1 – sistema Quantec 2000 (Analytic

Endodontics, México); Grupo 2 – ProFile .04 (Maillefer, Suiça); Grupo 3 –

ProFile série 29 .04 (Tulsa Dental, Suiça); Grupo 4 – Pow-R .02 (Union Broach,

USA); e Grupo 5 – limas manuais K-FlexoFile (Maillefer, Suiça). Todos os

canais radiculares foram submetidos a um preparo cervical prévio utilizando-se

instrumentos Orifice Shaper # 1, 2, 3 e 4 (Maillefer, Suiça). Realizada a

odontometria, o restante do canal radicular foi modelado a partir dos

instrumentos de menor para o maior calibre de tal ordem que o instrumento

final de preparo correspondeu ao #09 para o Quantec, #06 para o ProFile série

29 e o #35 para os demais grupos. Nos grupos de 1 a 4 foi utilizado motor

elétrico com contra-ângulo de redução de 16:1 numa velocidade de 350 rpm.

No grupo 5 o preparo foi realizado manualmente. A análise dos resultados foi

feita pelo teste Anova, obtidos pela sobreposição radiográfica numa plataforma

específica, demonstraram que todos os grupos apresentaram deslocamentos

apicais, sendo que o menor valor médio foi verificado no grupo 4 e os maiores

valores médios foram observados no grupo 2 e 3.

VELTRI et al. (2004) compararam a capacidade dos instrumentos

ProTaper e GT quanto à habilidade de manter a forma do canal em dentes

naturais. Dividiram os espécimes em dois grupos e realizaram radiografias pré

e pós-operatórias localizando os seguintes pontos: orifício de entrada; metade

do caminho do orifício na porção reta; início da curvatura; ápice da curvatura e

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limite apical. Traçando retas a partir destes pontos para verificar a parede em

que houve o maior desgaste do canal. Não houve diferenças estatísticas entre

os dois sistemas de instrumentos.

BERTOCCO (2005) avaliou a ocorrência de desvio apical em canais

simulados com 58° de curvatura após a instrumentação com 4 sistemas de

instrumentação acionada à motor: ProFile, Race, K3 e ProTaper. Utilizou 40

canais simulados divididos em 4 grupos de 10 amostras cada. Seguindo a

técnica proconizada pelo fabricante, dilatou o preparo apical até o instrumento

04/30 ( ProFile, Race e K3) ou o equivalente F3 (ProTaper). Os resultados

mostraram que nenhum sistema evitou o transporte do canal após o preparo;

os sistemas ProFile e Race proporcionaram o menor grau de desvio do canal

em relação aos demais, não havendo diferença estatística significante entre

ambos; o maior desvio foi encontrado quando se utilizou o sistema ProTaper; o

sistema K3 apresentou desvio moderado; e o desvio do canal foi mais

pronunciado a partir do instrumento #25(F2) sem diferença estatística

significante para o instrumento #30(F3).

GUELZOW et al. (2005) comparando seis instrumentos de NiTi

acionados a motor (FlexMaster, GT, Hero 642, K3, ProTaper e Race) e limas

Hedströem acionadas manualmente. Utilizaram 147 molares inferiores com

curvatura severa extraídos de humanos e instrumentaram até o instrumento

#30 e avaliaram através de radiografias das amostras pré e pós

instrumentadas. Não houve diferença significante entre a instrumentação com

os sistemas acionados à motor e estes mantiveram melhor a forma do canal

com pequenas modificações. O sistema GT foi o que mais alterou a forma do

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canal e o ProTaper o que menos, dentre os sistemas acionados à motor.

Fraturaram 3 instrumentos ProTaper e um instrumento GT, Hero 642, K3 e na

instrumentação manual. A instrumentação acionada à motor preparou os

canais mais rapidamente e melhor que a instrumentação manual.

LOPES et al. (2005) avaliaram a flexibilidade em cantilever de três

sistemas de instrumentos de NiTi acionados a motor, de mesmo número

(diâmetro nominal) de três diferentes marcas comerciais: ProFile, ProTaper e

K3. Os resultados obtidos indicaram que os instrumentos da marca comercial

ProTaper são mais rígidos (menos flexíveis) do que os ProFile e K3 em todos

os números ensaiados.

PAQUÉ et al. (2005) compararam vários tipos de preparo do canal

radicular utilizando os instrumentos rotatórios de NiTi RaCe (FKG, Suiça) e

ProTaper (Maillefer, Suiça). Utilizaram quinze molares inferiores extraídos, com

canais radiculares mesiais de curvatura entre 20º e 40º, foram embebidos em

um sistema de mufla. Todos os canais radiculares foram preparados por

instrumentos rotatórios RaCe ou ProTaper #30 em motores de baixo torque

com controle de torque e velocidade constante de 300 rpm. Os seguintes

parâmetros foram avaliados: correção de canais curvos, secção transversal do

canal radicular pós-preparo, questões de segurança e tempo de trabalho. A

limpeza das paredes dos canais radiculares foi avaliada por microscopia

eletrônica de varredura tendo como índice de contagem o valor 5 (limpeza

completa) para debris e smear layer. Ambos os sistemas de NiTi mantiveram

bem a curvatura original. No preparo com a utilização dos instrumentos RaCe,

49% dos canais radiculares apresentaram diâmetros arredondados ou

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ovalados e 50% de diâmetros irregulares. O preparo dos canais radiculares

com os instrumentos ProTaper resultou em diâmetros arredondados ou

ovalados em 50% dos casos. Para debris, os instrumentos RaCe e Pro Taper

obtiveram 47% e 49% de pontuações de 1 e 2 respectivamente não havendo

diferença significativa. Para a smear layer, RaCe e ProTaper obtiveram 51% e

33% de pontuação 1 e 2 respectivamente. Nenhuma diferença estatística

significativa foi encontrada no terço cervical e médio dos canais radiculares,

mas o sistema RaCe apresentou uma performance significativamente melhor

no terço apical. Houve perda de comprimento de trabalho em duas raízes com

os instrumentos RaCe enquanto que o preparo com ProTaper resultou em

perda do comprimento de trabalho em duas raízes e uma fratura de

instrumento. O tempo de trabalho foi menor para ProTaper (90,9s) do que para

o RaCe (137,6s) e, esta diferença foi significativa. Ambos os sistemas

respeitaram a curvatura original do canal radicular e foram seguros para o uso

porém a limpeza não foi satisfatória em ambos os sistemas.

RASQUIN & CARVALHO (2005) avaliaram o preparo biomecânico em

raízes mesiais de molares inferiores, mediante quatro técnicas de

instrumentação. Para isso foram utilizados 32 molares inferiores humanos

extraídos. Após abertura coronária, uma lima tipo Kerr número 10 foi

introduzida nos canais mesiais para obtenção da odontometria. Os dentes

foram incluídos em resina ortofitálica cristal e as raízes sofreram cortes

transversais nos terços cervical e apical, logo em seguida, reposicionados para

instrumentação com limas tipo K e hedstroem (grupo 1), limas ultra-sônicas

(grupo 2), limas de níquel-titânio rotatórias do sistema K3 (grupo 3) e limas

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níquel-titânio manual (grupo 4). As secções foram fotografadas antes da

instrumentação e após a utilização dos instrumentos para avaliação do desvio

do eixo axial. Os resultados mostraram que no terço cervical o grupo 4 mostrou

uma maior quantidade de desvio (62,5%), seguido do grupo 3 (50%), do grupo

2 (25%) e do grupo 1 (0%). No terço apical, o grupo 3 apresentou uma maior

quantidade de secções sem desvio (50%), seguido dos grupos 4 (37,5%), 1

(37,5%) e 2 (25%). Dos 08 dentes instrumentados por grupo, o grupo 3

apresentou 37,5% (3 casos) de preparos sem desvio, seguido do grupo 4 com

25% (2 casos). Nos grupos 1 e 2 todos os espécimes apresentaram desvio do

centro axial do canal radicular.

TOLOMELLI & CAMPOS (2005) compararam três sistemas de

instrumentação de canais radiculares, motorizados, quanto à forma do preparo

do terço apical e à dilatação dos pontos médio e cervical do canal. Foram

utilizados os sistemas de rotação contínua ProFile .04/.06 (grupo I) e ProTaper

(grupo II) e um sistema de rotação alternada – TEP10R com limas Tipo K

convencionais (grupo III). Trinta canais simulados em bloco de resina acrílica,

divididos em três grupos, foram instrumentados pelos diferentes sistemas. Os

resultados mostraram que as melhores médias em relação ao preparo apical

foram apresentadas pelo grupo II, seguido dos grupos I e III, apesar destes não

diferirem estatisticamente entre si. Quanto à dilatação dos pontos médio e

cervical, estas foram maiores no grupo III, seguidas dos grupos II e I, sendo

que o grupo I apresentou diferença significativa em relação aos grupos II e III,

enquanto que entre os grupos II e III não houve diferença significativa.

Concluíram que o sistema Protaper produziu preparos mais regulares, sem

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desvios com conicidade mais progressiva, atribuída à melhor proporcionalidade

entre a conicidade do preparo apical e a dilatação dos terços médio e cervical.

YOSHIMINE et al. (2005) avaliaram a flexibilidade dos instrumentos de

menor conicidade dos sistemas acionados à motor RaCe, K3 e ProTaper,

trabalhando em canais simulados em “S” (dupla curvatura). Adotaram como

parâmetro de uso a velocidade de 250 rpm e torque de 3 N.cm e atingiram o

comprimento de trabalho com instrumentos # 30 e conicidade .06 para o RaCe,

e K3; e F3 para o ProTaper. Os preparos eram avaliados através de imagens

digitalizadas pré e pós-operatórias, Os resultados encontrados mostraram que

os sistemas RaCe e K3 não apresentaram indicações de desvio. Já o sistema

ProTaper, apesar de produzir uma grande ampliação dos canais, apresentou a

tendência de criar desvios (zips) a partir do instrumento F2 que tem a

extremidade apical correspondente ao #25. Os autores sugerem que isso se

deva ao aumento da conicidade de .04 da lima S2 para .07 da lima F1 e

concluem que, para modelar canais com curvatura complexa, deve-se

empregar instrumentos de menor conicidade tais como os sistemas RaCe e K3,

empregando o sistema ProTaper combinado com instrumentos de menor

conicidade.

JODWAY & HÜLSMANN (2006) fizeram um estudo comparativo com

instrumentos manuais de NiTi e sistema de instrumentos acionado a motor K3

em 50 raízes mésio-vestibulares, compararam as amostras a partir de

fotografias pré e pós- operatórias. Realizando cortes transversais nas raízes,

excluíram aquelas que se mostravam com o contorno irregular e analisaram

somente os contornos redondos e ovais. Segundo os autores, os cortes

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transversais que resultaram em contornos irregulares podem não estar

exatamente perpendiculares ao longo do eixo do canal, podendo acarretar em

resultados não reais. Chegaram à conclusão de que ambos os sistemas

mantêm a curvatura original do canal.

MAMEDE et al. (2006) avaliaram a morfologia interna radicular de

molares superiores e inferiores após a modelagem com instrumentos de níquel-

titânio taper .02 em rotação contínua (K3, ProTaper, ProFile) e com

instrumentação manual (K-FlexoFile). Oitenta molares superiores e inferiores

de humanos foram aleatoriamente distribuídos em quatro grupos. Posterior à

instrumentação cérvico-apical até o instrumento #35 ou equivalente (F3) nos

canais vestibulares e mesiais e até o instrumento #45 nos canais palatinos e

distais,após a instrumentaçao se realizou-se a moldagem com Aquasil ULV . A

seguir, os dentes foram submetidos à desmineralização com ácido clorídrico a

35%, obtendo-se assim o molde correspondente à cavidade preparada. Estes

foram analisados quanto à qualidade da morfologia interna por três

examinadores. Os resultados foram tabulados e submetidos à análise

estatística. Nos molares superiores pode-se observar 94,3% de formas

regulares cônicas afuniladas, enquanto que, nos molares inferiores superfícies

regulares cônicas foram verificadas em 86,95% das amostras analisadas. De

um modo geral, os instrumentos de níquel-titânio influenciaram positivamente

na qualidade da forma regular cônica afunilada cérvico-apical, com destaque

para os instrumentos K3 e Protaper.

MOREIRA FILHO (2006) avaliou se o acionamento a motor ou manual

de instrumento de NiTi da marca ProTaper tem influência no deslocamento do

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preparo apical de canais artificiais em blocos de resina epóxi. Foram utilizados

20 blocos contendo canais curvos artificiais com 17 mm de CT, ângulo de 20° e

0,15mm de diametro. 10 amostras foram instrumentados até o F3 acionado a

motor e 10 amostras foram instrumentados até o F3 manual. Os resultados

mostraram que ocorreu deslocamento do preparo em todas as amostras, mas

não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos.

VALENTE (2006) avaliou o desgaste das paredes externas e internas do

segmento apical curvo de canais simulados em blocos de resina epóxi com 17

mm de CT, ângulo de 20° e 0,15 mm de diâmetro apical, causado pela

instrumentação até o instrumento #40 através da instrumentação manual

(FlexoFile), instrumentação oscilatória com limas NiTiFlex e instrumentação

rotatória com o sistema K3. Os resultados não mostraram diferença

estatisticamente significante entre os grupos; isso mostrou que a natureza da

liga metálica (NiTi ou aço inoxidável) e o tipo de movimento de alargamento

continuo ou alternado não interferiram nos resultados obtidos quanto ao

deslocamento apical do preparo.

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PROPOSIÇÃO

Este trabalho teve como objetivo comparar o desvio apical causado por

três diferentes sistemas de instrumentos endodônticos de níquel-titânio

acionados a motor: ProFile, ProTaper e K3 Endo.

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MATERIAIS E MÉTODOS

BLOCOS DE RESINA

Foram empregados neste estudo trinta blocos confeccionados em resina

epóxi, contendo canais curvos artificiais com valores nominais de 17 mm a

partir do orifício de entrada, situado no topo do bloco até o ponto terminal do

canal, com ângulo de 20° pela classificação de Schneider, e diâmetro apical de

0,15mm (Oclusal Produtos Odontológicos Ltda.- São Paulo -S.P). Esta

angulação e milimetragem foram fornecidas pelo fabricante. As porções

retilíneas e curva dos canais artificiais possuíam, em média, respectivamente,

10 e 7 mm. A média dos raios de curvatura dos canais foi de 10 mm.

Figura 1: Fotografia do canal artificial inserido no bloco de resina epóxi.

Os blocos são produzidos em moldes de aço, por processo de fundição

por gravidade. O controle de qualidade é realizado através da inspeção

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individual de cada bloco, onde são avaliadas as principais características:

curvatura do canal, transparência, cor e aspecto da superfície externa do bloco.

VALENTE em 2006 avaliou a microdureza Knoop de dois blocos de

resina empregados na confecção dos canais simulados dessa empresa, com

auxílio de um microdurômetro digital Buehler modelo 2003 (Buehler, Lake Bluff,

IL, EUA), em cinco pontos de cada bloco (distância de 2mm), com carga

aplicada de 10gf, durante 15 segundos. A média da microdureza dos blocos foi

de 17,05HK.

REFERENCIADOR FOTOGRÁFICO

Figura 2: Referenciador Fotográfico

O referenciador fotográfico foi o equipamento desenvolvido por

VALENTE (2006) baseado na proposição de CALBERSON et al. (2004). A

partir de um trilho de aço (1), foi construído um elevador para o apoio da

câmera digital (2), o qual se desloca verticalmente por meio de um parafuso de

deslocamento(3). Esta função serve para localizar a lente da câmera digital em

relação a amostra a ser fotografada de forma mais centralizada.

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Para guiar o posicionamento exato da câmera no elevador, temos um

orifício denominado orifício da base do elevador (4) que se encaixa ao orifício

para introdução do tripé da câmera, que se localiza na parte inferior da câmera

digital, e por meio desses orifícios introduzimos um parafuso para a fixação da

câmera digital ao elevador. Esse conjunto do elevador para o apoio da câmera

digital (2), orifício da base do elevador (4), parafuso de deslocamento (3) é

fixado a uma extremidade do trilho de aço (1) por meio de de uma base de

acrílico para a máquina (5), a qual pode ser deslocada horizontalmente,

proporcionando controle bruto de profundidade por meio de da aproximação ou

distanciamento do conjunto de apoio da amostra.

O conjunto de apoio da amostra se localiza na outra extremidade do

trilho de aço(1), e esta localizada em cima de uma base de acrílico para a

amostra (6), a qual pode ser também deslocada horizontalmente, produzindo o

mesmo ajuste bruto mencionado anteriormente.

O conjunto de apoio da amostra possui um bloco fixo de acrílico (7), e

acima dele bloco móvel de acrílico (8) que possui um ajuste lateral(9) que é

responsável pela movimentação do bloco móvel de acrílico (8) lateralmente,

permitindo que a amostra fique bem centralizada em relação a lente da

câmera.Para o apoio da amostra neste bloco móvel de resina (8), temos uma

pequena plataforma em resina acrílica leitosa (10) , que possui uma caneleta

afixada, onde a amostra é colocada sempre na mesma posição e com auxilio

de um parafuso fixador (11) que quando é apertado fixa a amostra nesta

plataforma. Para melhorar o efeito da fotografia a ser executada, temos atrás

do bloco móvel de resina (8) um anteparo de metal na cor preto fosco (12).

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Este anteparo evita que a luz que ultrapassa a amostra sofra reflexão de

fundo claro que poderia estar localizado atrás da amostra, evitando a perda de

nitidez da imagem captada.

Figura 3: Legenda dos componentes do Referenciador Fotográfico.

O conjunto bloco móvel de resina (8), ajuste lateral (9), plataforma em

resina acrílica leitosa (10), parafuso fixador (11) e anteparo de metal na cor

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preto fosco (12) são movimentados por meio de um ajuste de profundidade

(13). Essa movimentação ocorre no sentido horizontal e auxilia o

posicionamento da amostra em relação à lente da câmera digital,

proporcionando foco e enquadramento da amostra a ser fotografada.

Antes de realizarmos as fotografias de todas as amostras, elegemos um

canal artificial aleatório e fotografamos este por meio do referenciador, para

observarmos foco e nitidez da imagem ampliada quando esta fosse mostrada

pelo computador. Após esta calibragem, o referenciador não foi mais ajustado

para que, então, os canais fossem fotografados sempre na mesma posição.

INSTRUMENTAÇÃO DOS CANAIS ARTIFICIAIS

A exploração inicial dos canais artificiais foi realizada com limas de aço

inoxidável tipo Kerr #15 (Dentsply Maillefer, Ballaigues, Suíça), que foram

levadas até o comprimento de trabalho (CT), que coincidia com o término do

canal de 17 mm medidos por uma régua endodôntica milimetrada (Dentsply

Maillefer, Ballaigues, Suíça). O movimento utilizado foi de alargamento com

rotação alternada proposto por Siqueira (1997). Cursores de silicone foram

ajustados no CT antes da utilização dos instrumentos.

Para que os instrumentos não ultrapassassem o comprimento total do

canal radicular foi usado um stop cilindrico de aço inoxidável que foi

posicionado justo no orifício localizado abaixo do canal artificial. Esse orifício

une o meio interno do canal artificial ao meio externo e tem como utilidade o

escoamento do líquido usado durante o preparo e das raspas de resina

produzidas na instrumentação do canal. O stop de aço inoxidável foi utilizado

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em todas as etapas da instrumentação realizadas nesse trabalho, tomando-se

o cuidado de sempre removê-lo no momento da irrigação e lubrificação.

Figura 4: bloco de resina com stop

Os trinta canais artificiais originais foram posicionados no referenciador

fotográfico, equipamento confeccionado por VALENTE (2006). As amostras

foram então fotografadas pela câmera digital Fine Pix (FUJIFILM - S7000 -

19X, 6.3 MegaPixels; Fuji Photo Film, Tokyo, Japão).

Figura 5: Máquina digital apoiada no referenciador fotográfico.

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Figura 6: Imagem aumentada da amostra.

Figura 7: Exemplo de foto digital do canal original.

Após todas as amostras serem fotografadas, estas foram

instrumentadas no limite apical que coincidiram com o término do canal em

ordem crescente da lima de número 20 até a de número 40. A recapitulação foi

feita com a lima de Kerr número 15, que era repassada em toda extensão do

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canal seguida de refrigeração com 05 ml de água. Na seqüência de

instrumentação, os canais eram preenchidos com uma solução química

lubrificante, glicerina líquida Musa (Rio de Janeiro, RJ, Brasil). Durante a

instrumentação o bloco de acrílico contendo o canal artificial foi irrigado com

água destilada por meio de uma seringa plástica de 05 ml e agulha Navitip de

0,30 mm de diâmetro externo (Ultradent Products , Inc . EUA).

O segmento cervical foi pré-alargado até uma distância de 08 mm por

meio do alargador cervical do respectivo sistema de instrumentação acionado

ao motor elétrico Endo Plus (V. K. Driller Equipamentos Elétricos Ltda., São

Paulo, SP) com contra ângulo redutor 16:1 (NAC-E 16R, NSK – Tokyo, Japan)

com uma velocidade de 300 rpm e um torque de 1N. Para todas as amostras

este pré- alargamento permaneceu dentro do segmento reto dos canais

artificiais.

Figura 8: Aparelho Endo Plus com velocidade de 300 rpm.

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Grupo 01 - PROFILE

• Contém 10 amostras de canais simulados que foram instrumentadas

com o Sistema Profile (Dentsply Maillefer, Ballaigues, Suíça).

• Exploração inicial com lima manual Kerr #15 (Dentsply Maillefer,

Ballaigues, Suíça).

• Primeiro foram utilizados os instrumentos 06/40 e 06/30 nos 08 primeiros

milimetros do canal simulado.

• Depois em comprimento passivo se utilizou os instrumentos 06/25,

06/20, 04/25 e 04/20 até que o instrumento 04/20 alcançasse o CT.

• Quando o instrumento 04/20 alcançou o CT, ai fizemos a dilatação do

preparo apical com os instrumentos 04/25, 04/30, 04/35 e 04/40 no CT.

• Lembrando que na troca de cada instrumento se irrigava e aspirava o

canal com 05 ml de água e se fazia a recapitulação com a lima K #15 no

CT.

• Durante a instrumentação do canal, este se encontrava imundado com

glicerina líquida que servia como lubrificante.

• Quando o instrumento não alcançava o CT, se retornava ao instrumento

imediatamente anterior pra se dilatar mais o canal para que assim

pudesse prosseguir com a dilatação do preparo apical.

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Figura 9: Sistema Profile (Dentsply Maillefer).

Grupo 02 - PROTAPER

• Contém 10 amostras de canais simulados que foram instrumentadas

com o Sistema ProTaper (Dentsply Maillefer, Ballaigues, Suíça).

• Exploração inicial com lima manual Kerr #15 (Dentsply Maillefer,

Ballaigues, Suíça).

• Primeiro foram utilizados os instrumentos S1 e SX nos 08 primeiros

milimetros do canal simulado.

• Em seguida se utilizou os instrumentos S1 e S2 em comprimento

passivo até que se chegasse ao CT.

• Tendo se alcançado o CT com o instrumento S2, partimos pra dilatação

do preparo apical, utilizando os instrumentos F1, F2, F3 e F4 no CT.

• Lembrando que na troca de cada instrumento se irrigava e aspirava o

canal com 05 ml de água e se fazia a recapitulação com a lima K #15 no

CT.

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• Durante a instrumentação do canal, este se encontrava imundado com

glicerina líquida que servia como lubrificante.

• Quando o instrumento não alcançava o CT, se retornava ao instrumento

imediatamente anterior pra se dilatar mais o canal para que assim

pudesse prosseguir com a dilatação do preparo apical.

Figura 10: Sistema Protaper (Dentsply, Maillefer) Grupo 03 – K3

• Contém 10 amostras de canais simulados que foram instrumentadas

com o Sistema K3 (Sybron Dental Specialties Kerr, Cidade do México,

México).

• Exploração inicial com lima manual Kerr #15 (Dentsply Maillefer,

Ballaigues, Suíça).

• Primeiro utilizamos os alargadores cervicais de conicidade .10/25 e

.08/25 nos 08 primeiros milímetros do canal simulado.

• Em seguida utilizamos os instrumentos em ordem decrescente do 04/40

ao 04/20 em comprimento passivo, até que o 04/20 alcançasse o CT.

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• Quando o 04/20 alcançava o CT, partiamos pra dilatação do preparo

apical, utilizando os instrumentos 04/25, 04/30, 04/35 e 04/40 todos no

CT.

• Lembrando que na troca de cada instrumento se irrigava e aspirava o

canal com 5 ml de água e se fazia a recapitulação com a lima K #15 no

CT.

• Durante a instrumentação do canal, este se encontrava imundado com

glicerina líquida que servia como lubrificante.

• Quando o instrumento não alcançava o CT, se retornava ao instrumento

imediatamente anterior pra se dilatar mais o canal para que assim

pudesse prosseguir com a dilatação do preparo apical.

Figura 11: Sistema K3 (Sybron Kerr)

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Figura 12: Bloco de resina com lima e stop acoplado ao torno mecânico.

Todos os blocos foram imobilizados por meio de um torno mecânico de

mesa (Tramontina, Canoas, Rio Grande do Sul, Brasil) com a porção apical

curva voltada para a base do torno (face inferior).

Todos os blocos foram instrumentados por 01 só operador com a

finalidade de evitar que fatores pessoais como desgastes físicos e mentais

interferissem no procedimento do preparo; o operador instrumentou apenas

cinco canais por dia. Após o preparo de cinco amostras os instrumentos foram

descartados e substituídos por novos.

Todas as amostras foram instrumentadas em toda a extensão do canal

simulado. Após o uso de cada instrumento, foi repassada a lima Kerr #15 de

21 mm de aço inoxidável da marca Maillefer (Ballaigues, Suíça) no

comprimento de trabalho.

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Após a instrumentação, todos os blocos foram posicionados no

referenciador fotográfico na posição correspondente àquelas em que foram

realizadas as fotografias iniciais e foram novamente fotografadas.

MENSURAÇÃO DAS IMAGENS

As imagens obtidas dos canais instrumentados foram sobrepostas às

imagens iniciais dos canais originais e trabalhadas por meio do software Adobe

Photoshop, versão CS3.

Figura 13: A(imagem pre-instrumentação), B(imagem pós-instrumentação), C( sobreposição de A em B).

A seguir, foi utilizado software Image Tool versão 3.0 (desenvolvido no

Centro de Ciência e Saúde da Universidade do Texas – San Antonio – USA)

para a mensuração em escala real dos desvios apicais nos canais artificiais.

Este programa nos permitiu que as imagens dos canais artificiais fossem

calibradas com seu tamanho real informado nas especificações do fornecedor

A B C

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do canal artificial e o deslocamento foi medido empregado-se um sistema de

calculo de distância linear.

Optamos por avaliar o desgaste nas faces interna e externa das

amostras no CT, CT – 1mm e CT – 2mm. Através das ferramentas deste

programa e da padronização das imagens através do referenciador fotográfico,

realizamos a mensuração exatamente no mesmo ponto em todas as amostras,

para assim não ter uma variável no resultado obtido. As distâncias foram

classificadas como FI (distância entre a parede interna do canal original até a

parede interna do canal instrumentado) e FE (distância entre a parede externa

do canal original e a parede externa do canal instrumentado).

Figura 14: Imagem com os pontos em que avaliamos o desgaste

A partir da mensuração dessas distâncias, foi possível determinar para

qual lado houve maior desgaste em cada ponto avaliado da no canal artificial.

A

B

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Figura 15: Exemplo dos pontos marcados no Software Image Tool. Canal original (O). Definição das distâncias entre as paredes externas do canal instrumentado e original (FE), e paredes internas do canal instrumentado e original (FI).

Os resultados referentes ao desvio apical dos canais simulados

foram tratados estatísticamente com os testes t e ANOVA, e a comparação das

médias com realizada com o teste Tukey.

FI

O FE

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RESULTADOS

Os dados obtidos com a sobreposição das imagens estão expostos na

tabela 1.

PROTAPER PROFILE K3

Amostra Face

interna Face

externa Face

interna Face

externa Face

interna Face

externa CT 14 16 6 29 2 29 1 CT- 1 mm 11 19 8 26 2 27 CT - 2mm 15 14 10 23 2 26 CT 9 23 4 29 2 28 2 CT- 1 mm 10 19 6 25 2 26 CT - 2mm 12 16 8 24 2 25 CT 12 21 4 29 2 29 3 CT- 1 mm 12 19 6 26 2 26 CT - 2mm 16 15 8 24 2 25 CT 9 23 5 30 2 28 4 CT- 1 mm 9 21 6 28 2 26 CT - 2mm 11 18 7 26 2 25 CT 14 16 3 30 2 30 5 CT- 1 mm 12 17 4 28 2 26 CT - 2mm 19 10 5 26 2 25 CT 14 16 3 30 4 28 6 CT- 1 mm 12 17 3 29 5 24 CT - 2mm 19 10 4 27 6 22 CT 10 23 5 28 4 28 7 CT- 1 mm 12 19 7 25 5 24 CT - 2mm 15 16 7 24 6 22 CT 11 22 4 31 2 30 8 CT- 1 mm 13 18 6 27 2 27 CT - 2mm 15 16 8 25 2 26 CT 10 22 5 30 2 29 9 CT- 1 mm 10 19 7 26 2 27 CT - 2mm 12 17 10 23 2 26 CT 12 21 4 30 3 27

10 CT- 1 mm 13 18 6 27 3 25 CT - 2mm 14 17 8 24 3 24

Tabela 1: Resultados obtidos (em pixels).

Os dados foram tratados estatísticamente com os testes t e ANOVA, e a

comparação das médias realizada com o teste Tukey.

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Foram analisados o desgaste nos cortes (CT, CT-1mm e CT – 2mm)

para cada técnica, e as médias da diferença entre a face externa e a face

interna de cada corte para cada técnica.

O programa estatístico utilizado foi PRIMER 2.0, e os resultados estão

expostos no anexo 1.

Houve diferença estatísticamente significante quando comparados os

desgastes na face interna e externa em todos os cortes com exceção do

Protaper em CT-2mm.

A tabela 2 mostra as médias de desgaste das faces interna e externa de

cada técnica e também podem ser visualizadas nas figuras 1 (ProTaper), 2

(ProFile) e 3 (K3).

Media de desgaste nas faces internas e externas estão expostos na

tabela 2:

Protaper Profile K3 F I FE F I FE F I FE CT 11,5 20,3 4,3 29,6 2,5 28,6 CT- 1 mm 11,4 18,6 5,9 26,7 2,7 25,8 CT - 2mm 14,8 14,9 7,5 24,6 2,9 24,6 Tabela 2: Médias de desgaste nas faces interna (FI) e externa (FE) de cada

técnica nos diferentes cortes analisados.

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11,5

20,3

11,4

18,6

14,814,9

0

5

10

15

20

25

CT CT- 1 mm CT - 2mm

Protaper

FIFE

Figura 16: Média entre o desgaste da face interna e externa nos 3 cortes

analisados no grupo do sistema Protaper.

4,3

29,6

5,9

26,7

7,5

24,6

0

5

10

15

20

25

30

CT CT- 1 mm CT - 2mm

Profile

FIFE

Figura 17: Média entre o desgaste da face interna e externa nos 3 cortes

analisados no grupo do sistema Profile.

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2,5

28,6

2,7

25,8

2,9

24,6

0

5

10

15

20

25

30

CT CT- 1 mm CT - 2mm

K3

FIFE

Figura 18: Média entre o desgaste da face interna e externa nos 3 cortes analisados no grupo do sistema K3.

Na verificação se ocorreu o desvio, foram analisadas as diferenças entre

a face externa e interna.

No CT houve diferença estatística significante onde o grupo Protaper

obteve melhores resultados, tendo maior concentricidade no preparo, não

sendo observada diferença entre os grupos Profile e K3 através do teste Tukey

(p< 0,05).

Em CT – 1mm, houve diferença estatística significante onde o grupo

Protaper obteve melhores resultados, tendo maior concentricidade no preparo,

não sendo observada diferença entre os grupos Profile e K3 através do teste

Tukey (p< 0,05).

Em CT – 2mm, houve diferença estatística significante onde o grupo

Protaper obteve melhores resultados, tendo maior concentricidade no preparo,

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seguido pelo grupo Profile e K3 sendo observada diferença através do teste

Tukey (p< 0,05).

A tabela 3 mostra a média da diferença das faces interna e externa nos

3 cortes para as 3 técnicas.

Média da diferença das faces internas e externas estão expostos na

tabela 3:

Protaper Profile K3 CT 8,8 25,3 26,1 CT - 1 mm 7,2 20,8 23,1 CT - 2 mm 0,1 17,1 21,7

Tabela 3: Média da diferença das faces interna e externa nos 3 cortes para as

3 técnicas.

Figura 19: diferença das médias entre as faces internas e externas.

0

5

10

15

20

25

30

Protaper Profile K3

CTCT- 1 mmCT - 2mm

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DISCUSSÃO

A escolha dos sistemas foi em função de buscar uma comparação entre

um dos sistemas de instrumentos acionados a motor que podemos considerar

precursor, mas ainda utilizado por muitos (Profile); um dos sistemas mais

atuais que apresenta variação do taper no mesmo instrumento e por isso tem

uma seqüência menor de instrumentos (Protaper) e um sistema relativamente

novo que é também muito utilizado (K3). Outra razão para a escolha dos

três sistemas foi a facilidade de encontrá-los no mercado nacional.

Não houve dificuldades maiores para o manuseio dos três sistemas, mas

é indiscutível a necessidade de um treinamento em laboratório para se iniciar

em qualquer um desses sistemas.

Com relação à velocidade ideal para serem utilizados os instrumentos

acionados a motor de níquel-titânio existem controvérsias na literatura. Quanto

maior a velocidade utilizada, maior será o corte proporcionado pelos

instrumentos e maior o rendimento da instrumentação. Entretanto DIETZ et al.,

(2000) e YARED et al. (2001) constataram uma relação direta entre a

velocidade de rotação dos instrumentos acionados a motor e a distorção das

espiras da lima. Já DAUGHERTY et al. (2001) mostraram vantagens para a

utilização dos instrumentos em 350 rpm, pois nessa velocidade além de ser

aumentada a eficiência de corte das limas, ocorre um índice de deformação de

aproximadamente 50% a menos do que quando comparado ao acionamento a

150 rpm. Neste estudo fez-se a opção por utilizar, para todos os sistemas de

instrumentos de níquel-titânio acionados a motor, a velocidade de 300 rpm,

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pelo fato desta velocidade estar dentro da média de velocidades utilizadas e já

consagradas na literatura endodôntica (THOMPSON & DUMMER, 1997a, b).

A capacidade de um instrumento endodôntico em alargar e

acompanhar a forma original do canal radicular pode ser avaliada com

instrumentação em blocos de acrílico ou em dentes humanos extraídos.

A opção por empregar canais artificiais simulados em blocos de resina

com face nas referências favoráveis a este modelo experimental, comprovados

na literatura revisada (GAGLIANI et al., 1998; SCHAFER, 2001; KUM et al.,

2000; GARIP & GÜNDAY, 2001; PARK, 2001; ESBERARD et al., 2002;

FERREIRA et al., 2002; HATA et al., 2002; BOOTH et al., 2003; SCHÄFER &

FLOREK, 2003; SONNTAG et al., 2003; YARED & KULKARNI, 2003;

CALBERSON et al., 2004; MIRANZI et al., 2004, RANGEL et al., 2005;

YOSHIMINE et al., 2005; MOREIRA FILHO, 2006, VALENTE, 2006).

Com a finalidade de avaliar o comportamento dos instrumentos

endodônticos e observar as alterações de forma que eles promovem nos

canais radiculares durante a instrumentação, o uso de canais artificiais

confeccionados em resina oferece diversas vantagens quando comparados aos

dentes humanos. Em primeiro lugar, é totalmente possível estabelecer ângulo,

raio e direção de curvatura igual para todos os canais artificiais. Além disso, a

textura da dentina humana pode sofrer muitas variações, fato que não ocorre

quando empregamos os blocos de resina com canais artificiais. Os canais

simulados em blocos de resina também permitem uma melhor visualização, no

momento da instrumentação e das alterações da forma original dos canais, por

serem transparentes. Esta padronização elimina variáveis que podem interferir

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nos resultados referentes aos objetivos propostos no trabalho. Mas é preciso

cuidado ao transpor estes resultados para o preparo de canais in vivo. Apesar

das inúmeras vantagens dos canais radiculares artificiais, eles não simulam a

complicada anatomia interna, principalmente o achatamento das raízes em

canais curvos. Outros aspectos como limpeza e remoção de matéria orgânica,

devem ser considerados, o que não se pode evidenciar em canais radiculares

artificiais, já que eles são confeccionados de forma cilíndrica, enquanto os

canais de dentes humanos apresentam diversidade muito grande de anatomia.

O uso de dentes naturais extraídos utilizados em estudos “in-vitro”,

apresenta como grande complicador, a dificuldade de padronização das

amostras. Idade, sexo, patologia, comprimento, diâmetro, curvaturas e

dureza dentinária, podem interferir nos resultados. A obtenção de dentes

extraídos geralmente é feita a partir de bancos de dentes, sendo difícil,

através da análise visual, distinguir o processo patológico que acometeu

um referido dente no momento da sua extração. Essas inúmeras

variantes podem tornar a interpretação dos resultados bastante subjetiva.

WEINE et al., (1975) foram os primeiros autores a utilizarem os blocos

de resina com canais artificiais para fins de pesquisa no campo da endodontia.

Mesmo a resina empregada sendo de dureza inferior à dentina, esses autores

puderam observar que o processo de instrumentação foi conduzido de forma

bastante similar àquela processada em dentes humanos.

De acordo com KUM et al. (2000), os blocos de resina não são

considerados modelos ideais, quando utilizados para estudo de instrumentação

acionada a motor, pois não são cortados da mesma maneira que a dentina.

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Muitos instrumentos acionados a motor não apresentam fio de corte agudo,

assim removem a dentina por ruptura (lascas). Esse efeito de ruptura na resina

é desconhecido, porém o aquecimento gerado pode, ocasionalmente,

plastificar a resina.

Segundo LIM & WEBBER (1985a), o preparo dos canais artificiais,

utilizando instrumentos acionados a motor ou ultra-sônicos, pode gerar calor e

conseqüentemente, plastificar os blocos de resina, resultando em alteração na

forma do canal. Porém, isto parece improvável, pois o aumento da temperatura

é momentâneo e a constante irrigação, durante a instrumentação, provocaria

um efeito refrigerador. Assim, neste estudo durante a instrumentação dos

canais artificiais, foi utilizada a irrigação com água resfriada com pedras de

gelo, e não foi observada nenhuma alteração que demonstrasse a plastificação

dos blocos de resina.

Segundo SCHÄFER E FLORAK (2003), o uso de canais artificiais em

blocos de resina não reflete a ação real dos instrumentos quando comparados

à ação em dentes, entretanto, para a verificação da forma adquirida após o

preparo, os canais artificiais se mostram melhores.

Segundo PEREIRA et al., (2004), ao utilizar canais de dentes humanos

extraídos, verifica-se a enorme diversidade de forma, extensão, volume e

direção dos mesmos, o que dificulta o controle e representa variáveis que

podem influenciar a interpretação dos resultados.

A microdureza dentinária da porção coronária é diferente da porção

radicular. Segundo LOPES & SIQUEIRA (2004) a micro dureza dentinária varia

quanto à localização, estando entre 25 a 80 na escala Knoop (HK). PESSOTTI

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(2003) afirmou que a dureza dentinária próxima à polpa é aproximadamente de

35 HK. Entretanto, segundo estudos de WEINE et al., (1976), a micro dureza

do bloco de resina utilizado é de 22 HK. Esses resultados indicam que a micro

dureza da dentina é realmente maior que o da resina epóxi empregada na

confecção dos blocos contendo os canais artificiais. Isso, certamente, garantiu

um maior desgaste após o preparo dos canais se a comparação for realizada

com dentes naturais. Por apresentar maior dureza que a resina utilizada na

confecção dos blocos, (SCHÄFER, 1996) consideram que o transporte do

preparo apical seja menor em dentes humanos. LIM & WEBBER (1985a);

COLEMAN et al. (1996) salientaram que as alterações observadas foram

quantitativa e qualitativamente similares, tanto em canais de dentes humanos

quanto em canais em resina.

Todos os instrumentos, empregados neste trabalho, foram de níquel-

titânio, uma vez que promovem preparo mais cônico e centrado do canal

(ELLIOTT et al., 1998; THOMPSON & DUMMER, 2000 a, b; RHODES et al.,

2000; GLUSKIN et al., 2001; VERSUMER et al., 2002; DEL BELLO et al.,

2003). Considerando o aspecto da liga metálica, os relatos da literatura

revisada, apontam para o fato de os instrumentos de aço inoxidável

apresentarem um desempenho inferior aos de níquel-titânio quando avaliamos

a manutenção da forma original de canais (ESPÓSITO & CUNNINGHAM,

1995; LOPES et al., 1997; BERTRAND et al., 2001; SCHAFER e

SCHLINGERMANN, 2003). Este comportamento pode ser atribuído à maior

resistência da deformação do instrumento de aço inoxidável que tende a

manter sua forma retilínea original com carregamentos elásticos. Os

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instrumentos de níquel-titânio, por terem menor módulo de elasticidade, são

deformados elasticamente com níveis inferiores de tensão e acompanham a

curvatura do canal durante a instrumentação. As limas de níquel-titânio

apresentam flexibilidade 500% maior que as de aço inoxidável LOPES et al.

(1997).

Para todos os sistemas de instrumentação acionada a motor estudado,

tomou-se o cuidado de seguir as recomendações dos respectivos fabricantes,

adotando-se a técnica “crown down”, com preparo inicial realizado por

instrumentos com maiores conicidades (BUCHANAN, 2000; VALOIS & COSTA

Jr, 2003). O alargamento prévio do corpo do canal permite que, durante o

preparo do segmento apical, somente a região de menor diâmetro do

instrumento mantenha contato com a parede do canal radicular, submetendo o

instrumento a um menor carregamento, o que diminui o esforço de corte e o

risco de fratura por torção LOPES & SIQUEIRA (2004). Isso possibilita uma

instrumentação que favorece a manutenção da anatomia original do canal na

sua porção mais curva (HATA et al., 2002; ROANE et al., 1985; SHAFER,

1996).

Apesar de a resina empregada possuir uma dureza menor à da dentina,

a opção de utilizar blocos de resina pode ser justificada pela possibilidade de

uma maior padronização das amostras, como observado em outros estudos

(PARK, 2001; FERREIRA et al., 2002; HATA et al., 2002; CALBERSON et al.,

2004; YOSHIMINE et al., 2005; MOREIRA FILHO, 2006, VALENTE, 2006).

A biomecânica dos canais simulados foi realizada por um único

operador, previamente calibrado para execução do trabalhado, de acordo com

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o preconizado por HIMEL et al. (1995), ABOU-RASS & ELLIS (1996) e

ELLIOTT et al. (1998).

Independente do diâmetro e da conicidade dos instrumentos utilizados

neste trabalho, estes foram descartados, após o uso na instrumentação de

cinco canais artificiais seguindo metodologia aplicada por HATA et al. (2002).

Alguns autores sugerem que o descarte dos instrumentos seja feito após seu

uso em dois canais (LIM & WEBBER, 1985a; LOPES et al., 1997) ou até

mesmo em único canal artificial SHAFER & FLOREK (2003). Parece-nos

desnecessário esse procedimento, pelo fato de a resina apresentar micro

dureza inferior à dentina, resultando menor desgaste das arestas de corte das

hastes helicoidais dos instrumentos (VALENTE, 2006).

Os canais foram pré-alargados no segmento cervical até uma distância

de 08 mm utilizando os alargadores cervicais de cada sistema. Este

alargamento prévio do terço cervical permite que durante o preparo do terço

apical, somente a região de menor diâmetro do instrumento mantenha contato

com a parede do canal radicular, submetendo o instrumento a um menor

carregamento, o que diminui o esforço de corte e o risco de fratura por torção

LOPES et al., (2004). Além disso, possibilita uma instrumentação que favorece

a manutenção da anatomia original do canal na sua porção mais curva

(ROANE et al., 1985; HATA et al., 2002).

Durante a instrumentação, a opção pelo uso de água como solução

irrigadora associado ao uso de um lubrificante hidrossolúvel (THOMPSON &

DUMMER, 1997a, b; BRYANT et al.,1999). Para evitar a plastificação da resina

durante a instrumentação do canal, utilizamos pedras de gelo para resfriar a

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água. A glicerina, por ser facilmente hidrossolúvel, foi o material de escolha

com a finalidade de lubrificar o canal artificial para amenizar o atrito e a

geração de calor. O uso de soluções químicas com atividade de solvente e

antimicrobiana não é indicado pelo fato de estarmos trabalhando em canais

artificiais em blocos de resina.

Na mensuração dos valores correspondentes aos desgastes das

paredes de canais naturais ou artificiais, vários trabalhos sugerem o uso de

radiografias (LIM & WEBBER, 1985b; ESPÓSITO & CUNNINGHAM, 1995;

LOPES et al., 1997; ALVES & SALGADO, 2000; VALOIS & COSTA Jr, 2003).

Todavia, o emprego de imagens computadorizadas tem sido muito usado nos

últimos tempos (COLEMAN et al.,1996; SHORT et al., 1997; KUM et al., 2000,

RHODES et al., 2000; GARIP & GÜNDAY, 2001; PARK, 2001; HATA et al.,

2002; SCHÄFER & FLOREK, 2003; DUARTE et al., 2004a; CALBERSON et

al., 2004; VALENTE, 2006).

Em 2004, CALBERSON et al., para padronizarem as imagens dos

canais artificiais em blocos de resina antes e depois da instrumentação,

idealizaram uma mesa onde a câmera era colocada em uma posição fixa e

uma plataforma onde os blocos de resina, contendo os canais artificiais, eram

colocados. Isso possibilitou que, quando fossem realizadas as imagens dos

canais antes e após a instrumentação, estas ficassem sempre no mesmo

plano, facilitando a sobreposição delas, quando fossem trabalhadas por um

programa de imagens em um microcomputador.

O referênciador fotográfico, desenvolvido por VALENTE (2006) está

baseado na proposição de CALBERSON et al. (2004). Este equipamento é

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contemplado principalmente com um elevador para o apoio da câmera digital

de alta resolução, bloco fixo de acrílico para o suporte do canal artificial,

anteparo de metal na cor preto fosco para redução de reflexo na imagem, e

ajuste tridimensional grosso e fino.

Com essas características, o referênciador fotográfico permitiu fixar a

máquina digital no suporte, e realizar o ajuste de foco em relação ao canal

artificial de cada amostra. Após esses procedimentos, garantiu que todas as

demais amostras fotografadas estariam no mesmo plano, permitindo, assim, a

sobreposição das imagens obtidas e a comparação quantitativa dos dados.

Para garantir que as fotos fossem tiradas no mesmo plano, o elevador para o

apoio da câmera digital permitiu a fixação da máquina por meio de um parafuso

preso a orifício, localizado na parte inferior da mesma, além disso, o

posicionamento da máquina recostada a parede anterior do elevador permite o

seu alinhamento em relação às amostras. Por sua vez, a amostra é encaixada

na plataforma em resina acrílica leitosa, a qual deve ser posicionada,

garantindo que todas estarão oferecendo a mesma face à câmera fotográfica.

O ajuste do foco, além das funcionalidades da câmera, também pode

ocorrer através da movimentação de ambas as bases (base de acrílico para a

máquina e base de acrílico para a amostra). O ajuste grosso oferecido pelo

referênciador, depois de realizado deve ser travado por meio do parafuso que

prende as bases ao trilho de aço. Após a realização do ajuste grosso, pode-se

realizar o ajuste fino do foco da máquina verticalmente através do elevador

para o apoio da câmera digital. Além disso, a plataforma em resina acrílica

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leitosa possui mais dois ajustes finos, ajuste lateral e de profundidade, que

permitem a movimentação da amostra nesses sentidos.

Logo, após a realização de todos os ajustes e a obtenção do foco para

uma imagem, sem qualquer alteração dos ajustes, se obteve naturalmente foco

nas demais amostras pela substituição e o encaixe destas sobre a base que

possui tal finalidade. Isso garantiu que todas as fotos fossem retiradas sobre

um mesmo plano, permitindo a comparação através da sobreposição das

imagens digitais.

As avaliações de desvio realizadas neste estudo, foram tanto para o lado

externo quanto interno à curvatura, e a opção por avaliar o desgaste nos 3

últimos milímetros do canal por ser a região onde ocorrem os maiores índices

de desvio, estão em conformidade com outros trabalhos (BRISEÑO &

SONNABEND, 1991; CAMPS et al., 1994; HIMEL et al., 1995; MARTIN &

SUBAT, 1997; SHORT et al., 1997; ELLIOTT et al., 1998; KAVANAGH &

LUMLEY, 1998, SCHAFER, 2001; GARIP & GUNDAY, 2001; VERSUMER et

al., 2002; BERGMANS et al., 2002; CALBERSON et al., 2004).

THOMPSON & DUMMER (1998) e BRYANT et al. (1998b) observaram

em seus estudos que os sistemas rotatórios com limas de níquel titânio

Quantec Series 2000 e Profile .04 promoveram o transporte de canais curvos

para o lado externo na região apical, formando "zips" em grande quantidade.

VALOIS & COSTA Jr (2003) e IGBAL et al. (2003) também não obtiveram bons

resultados na manutenção da posição original do canal quando compararam os

instrumentos Profile .04 e GT.

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HATA et al., (2002) concluíram que no milímetro final do canal, o

transporte apical foi mais freqüente no lado externo da curvatura quando

instrumentados com os sistemas Profile e GT, o que está de acordo com os

resultados apresentados no presente estudo.

O sistema Profile não obteve bons resultados, provocando desvio

acentuado da parede externa. Os instrumentos mais calibrosos, principalmente

04/35 e 04/40 (instrumentos 35 e 40 conicidade 04) apresentaram grande

dificuldade para ultrapassar a curvatura e alcançar o CT. Clinicamente, apesar

de não ter sido avaliado, quando se chegava ao instrumento 04/30, o sistema

apresenta uma flexibilidade boa e tende a chegar ao CT sem grandes

dificuldades. Este foi o sistema que mais desgastou dentina em nosso trabalho.

Os trabalhos de CHEN & MESSER (2002) constataram que os sistemas

Lightspeed e Profile não impediram o transporte apical de canais simulados, e

os de ANKRUM et al. (2004) obtiveram resultados semelhantes entre os

instrumentos Profile, Protaper e K3, os quais promoveram transporte apical do

canal após o preparo químico-mecânico. Estes resultados são muitos

semelhantes aos encontrados no presente estudo onde todos os grupos

apresentaram desvio apical.

PARK (2001) e SUFFRIDGE et al. (2003) tiveram boas performances

dos instrumentos Profile e GT, no que diz respeito à manutenção da posição

original dos canais radiculares. VELTRI et al. (2004) constataram pouco desvio

em curvaturas suaves de canais preparados com GT e Protaper.

YUN & KIM (2002) comparando Profile, GT, Quantec e Protaper

verificaram um maior alargamento do canal com o sistema Protaper; isso difere

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deste trabalho provavelmente por terem parado no instrumento 30 e por ser um

trabalho realizado em 2002, ou seja, antes dessa modificação da seção

transversal do instrumento F3.

CALBERSON et al. (2004) concluíram que quando se usa em canais

curvos os instrumentos F2 e F3 do sistema Protaper deve-se tomar muito

cuidado para evitar uma retirada excessiva de material na curvatura interna,

formando zonas de perigo.

Em nosso trabalho o sistema Protaper foi o que apresentou os melhores

resultados; desviando menos que os outros sistemas em todos os níveis

avaliados (CT, CT-1mm e CT-2mm). No CT-2 mm apresentou-se praticamente

concêntrico.

BAUMANN & ROTH (1999); IMURA et al. (2001) e PONTI et al. (2002)

demonstraram que a instrumentação com o Profile acionado à motor promoveu

pequeno transporte apical, principalmente comparado à instrumentação

manual.

IGBAL et al. (2004) concluíram que os sistemas Profile e Protaper são

similares na habilidade de alargar o canal radicular com o mínimo de transporte

e perda do comprimento de trabalho. Este trabalho difere do presente trabalho,

provavelmente, devido aos instrumentos Protaper terem seção reta mais ampla

em 2004, e serem, consequentemente, menos flexíveis que os atuais; portanto

desviavam mais. Além disso, os instrumentos Profile quando se para no

instrumento 30, desviam menos.

RODRIGUEZ & FERRER (2004) compararam os instrumentos Hero 642,

Profile e K3 e observaram pequeno grau de desvio do canal quando se

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empregou o Profile e K3, enquanto o sistema Hero 642 promoveu maior

transporte apical. O problema nos sistemas Profile e K3 está na pouca

flexibilidade dos instrumentos mais calibrosos, 04/35 e 04/40.

DUARTE et al. (2004a) concluíram que o sistema K3 preparou os canais

mais rapidamente e a qualidade do preparo em relação à dilatação foi melhor

para o sistema K3 quando comparado com ao sistema ProFile.

O sistema K3 também não apresentou bom resultado, desviou

consideravelmente mais a parede externa. Também apresentou dificuldade

para ultrapassar a curvatura e alcançar o CT com os instrumentos 04/35 e

04/40, apresentando diferença estatística significante ao sistema Protaper, mas

sem diferença estatística significante ao sistema Profile. A instrumentação com

o sistema K3 desgastou menos dentina que com o sistema Profile.

SCHAFER & FLOREK (2003) concluíram que a instrumentação com o

sistema K3 proporcionou uma melhor forma e menor transporte do canal do

que a instrumentação manual com limas FlexoFile, além de instrumentar

significantemente mais rápido, entretanto, os instrumentos K3 fraturaram muito

mais.

SCHAFER & SCHILINGEMANN (2003) concluíram que os instrumentos

K3 mantiveram melhor a curvatura original do canal do que as limas FlexoFile.

BERTOCCO (2005) comparando Profile, Race, K3 e Protaper concluiu

que nenhum dos sistemas evitou o transporte do canal após a dilatação até o

instrumento 04/30; os sistemas Profile e Race promoveram o menor grau de

desvio do canal em relação aos demais; o maior desvio foi encontrado quando

se utilizou o sistema Protaper e o desvio moderado foi do sistema K3.

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TOLOMELLI & CAMPOS (2005) concluíram que o sistema Protaper

produziu preparos mais regulares, sem desvios e com melhor

proporcionalidade entre a conicidade do preparo apical e a dilatação dos terços

médio e cervical.

MOREIRA FILHO (2006) concluiu que o sistema Protaper acionado a

motor ou instrumentado manualmente promoveu o desvio apical nos preparos,

não havendo diferença estatística entre os resultados.

Sabe-se que mesmo para os instrumentos mais flexíveis, o aumento do

diâmetro diminui a propriedade de flexibilidade (YOSHIMINE et al., 2005). Há

um aumento considerável no desvio do canal quando da utilização do

instrumento #25, e ainda maior para o instrumento #30 (BRYANT et al., 1999).

Quando dilatados os canais até os instrumentos 04/35 e 04/40 essa

flexibilidade diminui ainda mais, tornando difícil transpor a curvatura do canal

simulado. No presente estudo, essa dificuldade em se alcançar o CT com o

instrumento 04/40 (F4) foi para todos os sistemas, mas principalmente para o

sistema ProFile e K3. Deve-se lembrar que em casos de retratamentos ou em

casos de necrose pulpar se faz necessário um preparo do canal radicular mais

amplo, vem daí a razão para estudos com instrumentos de calibre alto como 40

e conicidade 04. Todo o profissional deve atentar para este detalhe no intuito

de evitar desvios, perfurações e fraturas de instrumentos que acabariam

colocando em risco o sucesso do tratamento endodôntico. Uma opção para

evitar esse desvio exacerbado devido à diminuição da flexibilidade é parar a

instrumentação acionada a motor no instrumento 04/30 e partir pra dilatar mais

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com um instrumento conicidade 02 acionado a motor ou manual, já que este

apresenta uma flexibilidade maior que os de conicidade 04.

Neste trabalho o sistema Protaper não apresentou nenhuma fratura de

instrumento, já os sistemas Profile e K3 apresentaram 2 instrumentos

fraturados cada um. No sistema Profile a fratura ocorreu com os instrumentos

de maior calibre, as 2 fraturas foram com o instrumento 04/30; já com o sistema

K3 as fraturas ocorreram com instrumentos mais delgados, sendo uma com o

instrumento 04/20 e outra com o instrumento 04/25.

Apesar da evolução das ligas, do desenho dos instrumentos e das

técnicas de preparo biomecânico, tem-se observado, com relativa freqüência,

que ainda ocorrem fraturas de instrumentos, degraus, desvio do canal e perda

do comprimento de trabalho. Isso tem sido um dos principais motivos de vários

estudos comparativos entre técnicas manuais e acionadas a motor, ou mesmo

entre sistemas acionados a motor. Muitos trabalhos têm avaliado a qualidade

dos vários tipos de instrumentos acionados a motor de níquel-titânio e muitas

pesquisas ainda serão desenvolvidas almejando o aprimoramento, maior

segurança, eficiência, praticidade, enfim, vários fatores relacionados com a

execução de um tratamento o mais perfeito possível. Os instrumentos

acionados a motor com ligas de níquel-titânio, já há algum tempo, fazem parte

do dia-dia na Endodontia moderna.

Apesar dos melhores resultados obtidos pelo sistema Protaper, todos os

sistemas apresentaram desvios, demonstrando que os instrumentos

endodônticos acionados a motor ainda necessitam de uma evolução e que não

existe no mercado o sistema perfeito. Cabe ao profissional promover a união

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de suas habilidades, juntamente com o sistema mais adequado ao caso e seus

conhecimentos teóricos para conseguir o melhor resultado possível na terapia

endodôntica.

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CONCLUSÃO 1 - Todos os sistemas provocam desvio quando o preparo apical é

realizado até o instrumento 04/40.

2 - O sistema ProTaper provocou menor desvio que os outros sistemas,

seguido do ProFile e K3.

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101

ANEXOS

ANÁLISE ESTATÍSTICA

--- Paired t-test --- ProTaper A

Group N Mean Std Dev SEM

1 10 11.5 2.014 0.6368

2 10 20.3 3.057 0.9667

Difference -8.8 5.007 1.583

95% confidence interval for difference: -12.38 to -5.218

t = -5.558 with 9 degrees of freedom; P = 0.000

Diferença significativa estatística a 1% entre FI e FE.

--- Paired t-test --- ProTaper B

Group N Mean Std Dev SEM

1 10 11.4 1.35 0.4269

2 10 18.6 1.174 0.3712

Difference -7.2 2.348 0.7424

95% confidence interval for difference: -8.879 to -5.521

t = -9.699 with 9 degrees of freedom; P = 0.000

Diferença significativa estatística a 1% entre FI e FE.

--- Paired t-test --- ProTaper C

Group N Mean Std Dev SEM

1 10 14.8 2.741 0.8667

2 10 14.9 2.807 0.8876

Difference -0.1 5.425 1.716

95% confidence interval for difference: -3.981 to 3.781

t = -0.058 with 9 degrees of freedom; P = 0.955

Sem diferença significativa estatística.

--- Paired t-test --- ProFile A

Group N Mean Std Dev SEM

1 10 4.3 0.9487 0.3

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102

2 10 29.6 0.8433 0.2667

Difference -25.3 1.494 0.4726

95% confidence interval for difference: -26.37 to -24.23

t = -53.535 with 9 degrees of freedom; P = 0.000

Diferença significativa estatística a 1% entre FI e FE.

--- Paired t-test --- ProFile B

Group N Mean Std Dev SEM

1 10 5.9 1.449 0.4583

2 10 26.7 1.337 0.4229

Difference -20.8 2.616 0.8273

95% confidence interval for difference: -22.67 to -18.93

t = -25.142 with 9 degrees of freedom; P = 0.000

Diferença significativa estatística a 1% entre FI e FE.

--- Paired t-test --- ProFile C

Group N Mean Std Dev SEM

1 10 7.5 1.9 0.6009

2 10 24.6 1.35 0.4269

Difference -17.1 3.178 1.005

95% confidence interval for difference: -19.37 to -14.83

t = -17.015 with 9 degrees of freedom; P = 0.000

Diferença significativa estatística a 1% entre FI e FE.

--- Paired t-test --- K3 A

Group N Mean Std Dev SEM

1 10 2.5 0.8498 0.2687

2 10 28.6 0.9661 0.3055

Difference -26.1 1.595 0.5044

95% confidence interval for difference: -27.24 to -24.96

t = -51.742 with 9 degrees of freedom; P = 0.000

Diferença significativa estatística a 1% entre FI e FE.

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103

--- Paired t-test --- K3 B

Group N Mean Std Dev SEM

1 10 2.7 1.252 0.3958

2 10 25.8 1.135 0.359

Difference -23.1 2.331 0.7371

95% confidence interval for difference: -24.77 to -21.43

t = -31.339 with 9 degrees of freedom; P = 0.000

Diferença significativa estatística a 1% entre FI e FE.

--- Paired t-test --- K3 C

Group N Mean Std Dev SEM

1 10 2.9 1.663 0.526

2 10 24.6 1.506 0.4761

Difference -21.7 3.129 0.9894

95% confidence interval for difference: -23.94 to -19.46

t = -21.933 with 9 degrees of freedom; P = 0.000

Diferença significativa estatística a 1% entre FI e FE.

--- ANOVA - Analysis of Variance --- Diferença entre grupos ponto A

Group N Mean Std Dev SEM (Erro padrão da Média)

Protaper 10 8.8 5.007 1.583

Profile 10 25.3 1.494 0.4726

K3 10 26.1 1.595 0.5044

Source of Variation SS DF Variance Est (MS)

Between Groups 1907 2 953.6

Within Groups 268.6 27 9.948

Total 2176 29

s2_bet MSbet 953.6

F = ------ = ----- = ----- = 95.86 P = 0.000

s2_wit MSwit 9.948

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Diferença estatística significante onde o grupo Protaper obteve melhores

resultados no ponto A, tendo maior concentricidade no preparo, não sendo

observada diferença entre os grupos Profile e K3 através do teste Tukey.

--- ANOVA - Analysis of Variance --- Diferença entre grupos ponto B

Group N Mean Std Dev SEM

1 10 7.2 2.348 0.7424

2 10 20.8 2.616 0.8273

3 10 23.1 2.331 0.7371

Source of Variation SS DF Variance Est (MS)

Between Groups 1477 2 738.4

Within Groups 160.1 27 5.93

Total 1637 29

s2_bet MSbet 738.4

F = ------ = ----- = ----- = 124.53 P = 0.000

s2_wit MSwit 5.93

--- Multiple Comparisons - Tukey ---

Comparison Difference of means SE p q P<.05

3 vs 1: 23.1 - 7.2 = 15.9 0.77 3 20.648 Yes

3 vs 2: 23.1 - 20.8 = 2.3 0.77 3 2.987 No

2 vs 1: 20.8 - 7.2 = 13.6 0.77 3 17.661 Yes

Degrees of freedom: 27

Diferença estatística significante onde o grupo Protaper obteve melhores

resultados no ponto B, tendo maior concentricidade no preparo, não sendo

observada diferença entre os grupos Profile e K3 através do teste Tukey.

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--- ANOVA - Analysis of Variance --- Diferença entre grupos ponto C

Group N Mean Std Dev SEM

1 10 0.1 5.425 1.716

2 10 17.1 3.178 1.005

3 10 21.7 3.129 0.9894

Source of Variation SS DF Variance Est (MS)

Between Groups 2589 2 1295

Within Groups 443.9 27 16.44

Total 3033 29

s2_bet MSbet 1295

F = ------ = ----- = ---- = 78.74 P = 0.000

s2_wit MSwit 16.44

--- Multiple Comparisons - Tukey ---

Comparison Difference of means SE p q P<.05

3 vs 1: 21.7 - 0.1 = 21.6 1.282 3 16.846 Yes

3 vs 2: 21.7 - 17.1 = 4.6 1.282 3 3.588 Yes

2 vs 1: 17.1 - 0.1 = 17 1.282 3 13.258 Yes

Degrees of freedom: 27

Diferença estatística significante onde o grupo Protaper obteve melhores

resultados no ponto C, tendo maior concentricidade no preparo, seguido pelo

grupo Profile e K3 sendo observada diferença através do teste Tukey.

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