ractopamina e Ácido linolÉico conjugado em dietas de … · 2016-04-07 · da dieta, os...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL RACTOPAMINA E ÁCIDO LINOLÉICO CONJUGADO EM DIETAS DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO Claudia Paula de Freitas Rodrigues Orientador: Dr. Romão da Cunha Nunes GOIÂNIA 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

RACTOPAMINA E ÁCIDO LINOLÉICO CONJUGADO EM

DIETAS DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO

Claudia Paula de Freitas Rodrigues

Orientador: Dr. Romão da Cunha Nunes

GOIÂNIA

2013

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CLAUDIA PAULA DE FREITAS RODRIGUES

RACTOPAMINA E ÁCIDO LINOLÉICO CONJUGADO EM

DIETAS DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO

Tese apresentada como requisito para a

obtenção do grau de Doutor em Ciência

Animal junto à Escola de Veterinária e

Zootecnia da Universidade Federal de

Goiás.

Área de Concentração:

Produção Animal

Orientador:

Prof. Dr. Romão da Cunha Nunes - UFG

Comitê de Orientação:

Prof. Dr. José Henrique Stringhini – UFG

Prof. Dra. Eliane Sayuri Miyagi - UFG

GOIÂNIA

2013

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Momentos felizes, louve a Deus Momentos difíceis, recorra a Deus

Momentos silenciosos, adore a Deus Momentos dolorosos, confie em Deus

Cada momento, agradeça a Deus.

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DEDICO,

Aos meus pais, Otair Beraldo Rodrigues e

Aparecida de Freitas Rodrigues por acreditar nos

meus sonhos e ajudar a realizá-los, principalmente

pelo carinho, apoio e incentivo no decorrer de toda

minha jornada de estudo ao longo desses anos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus...

Que está ao meu lado em todos os momentos da minha vida,

iluminando meus caminhos, dando-me força, coragem nos momentos mais

difíceis.

À Universidade Federal de Goiás/Escola de Veterinária e Zootecnia

pela oportunidade de realizar este estudo.

Ao orientador e amigo, Prof. Dr. Romão da Cunha Nunes, pelos

ensinamentos, paciência e compreensão.

Ao Prof. Dr. José Henrique Stringhini, pela co-orientação, amizade,

auxílio e ensinamentos que foram de grande importância.

Às Profªs. Drªs. Alessandra Gimenez Mascarenhas e Heloísa Helena

de Carvalho Mello, pela ajuda e força nos momentos de dificuldades.

Ao Dr. Eurípedes Laurindo Lopes, meus agradecimentos pela

disposição e auxilio.

À Profª. Drª. Eliane Sayuri Miyagi, que sempre esteve pronta para

ajudar com um sorriso generoso, e a aconselhar nas melhores decisões a

serem tomadas durante o experimento e no momento do abate dos animais.

Obrigada Professora pela amizade, carinho e respeito demonstrado a equipe

de Suínos.

Não podendo esquecer a Profª. Drª. Elisabeth Gonzales, que idealizou

o meu projeto de Doutorado juntamente com meu orientador e aluna de

Doutorado Laudicéia Oliveira da Rocha.

Às empresas BASF e Ouro fino, que gentilmente cedeu o Ácido

Linoléico Conjugado e a Ractopamina para compor as rações utilizadas.

Meus agradecimentos ao Frigorífico Porcão, que forneceu toda a

estrutura adequada e funcionários capacitados pra a realização do abate dos

animais no final do experimento.

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, a todos os

professores, que por meio de seus conhecimentos, se mostraram dedicados e

compromissados com o ensino e, se empenharam em nossa formação.

Agradeço aos meus pais, irmãos e amigos pelo apoio. A vocês, que

com paciência e incentivo me fizeram vencedora!

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Aos alunos do Curso de Graduação em Zootecnia Izabela Cruvinel Di

Castro e Allyson Febronio, que esteve presente nos momentos mais

importantes para a realização de todo o experimento.

Aos funcionários Francisco Medeiros e pela ajuda dedicada no Setor

de Suinocultura, Antônio Idalino da Fábrica de Ração, me auxiliando sempre.

A minha amiga Christiane Borges Santos, pela ajuda nos finais de

semana do experimento, de toda força e amizade.

Sem esquecer as minhas amigas e irmãs do coração, Juliana Luis e

Silva, Laudicéia Oliveira da Rocha, Roberta Dias Silva e Fernanda Gomes de

Paula, que sabendo das dificuldades, foram a alma do trabalho, os

agradecimentos são eternos.

Aos amigos e companheiros da Bovinocultura em especial ao aluno

Leandro Batista U. Caetano, que nas horas mais difíceis estiveram do meu

lado.

Aos funcionários da Escola de Veterinária e Zootecnia do

Departamento de Produção Animal agradeço pela ajuda, apoio, paciência e

amizade.

Deus, obrigada por colocar na minha vida pessoas especiais...Muito

obrigado!

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO 1

FIGURA 1 - Estrutura química da ractopamina............................................... 04

FIGURA 2 - Mecanismo de ação dos agonistas ß-adrenérgicos..................... 06

FIGURA 3 - Estrutura química do ácido linoléico conjugado........................... 13

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 2

TABELA 1 - Composição centesimal, composição química e energética das dietas experimentais...................................................................

29

TABELA 2 - Coeficiente de digestibilidade aparente da energia bruta, da matéria seca, da matéria mineral, e coeficiente de metabolizabilidade da energia bruta e matéria seca, N, PB e MM retidos das dietas dos suínos na fase de terminação em dietas com ractopamina..............................................................

35 TABELA 3 - Média de peso inicial, ganho de peso diário e total, consumo

diário e total de ração, conversão alimentar e peso final de suínos na fase de terminação em dietas com ractopamina e CLA.............................................................................................

36 TABELA 4 - Custo médio em ração por quilograma de peso vivo ganho

(R$/kg de PV), índice médio de custo (IC) e índice de eficiência econômica (IEE) de suínos na fase de terminação em dietas com ractopamina e CLA.............................................

38 TABELA 5 - Perfil hematológico e bioquímico de suínos na fase de

terminação em dietas com ractopamina e CLA..........................

39

CAPÍTULO 3

TABELA 1 - Composição centesimal, composição química e energética das dietas experimentais...................................................................

49

TABELA 2 - Composição centesimal da carne de suínos na fase de terminação em dietas com ractopamina e CLA..........................

55

TABELA 3 - Resultados da avaliação de carcaça de suínos machos castrados alimentados com CLA e ractopamina, segundo o Método ABCS (1973), Método Brasileiro Oficial de Tipificação de Carcaça..................................................................................

57

TABELA 4 - Peso vivo ao abate, peso da carcaça quente e fria, rendimento de carcaça e perda de carcaça no resfriamento de suínos na fase de terminação em dietas com ractopamina.................................................................................

59

TABELA 5 - Perda de conteúdo líquido, pH inicial e final do músculo Longissimus dorsi e da P2 de suínos na fase de terminação em dietas com ractopamina e CLA ............................................

61

TABELA 6 - Perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus dorsi de suínos na fase de terminação em dietas com ractopamina e CLA.............................................................................................

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LISTA DE ABREVIATURAS ABA Agonista ß-adrenégico ABCS Associação Brasileira de Criador de Suínos AC Adenilato cliclase ALM Alanina amino transferase AMPc Monofastado cíclico de adenosina AST Aspartato amino transferase ATP Adenosina trifostato CA Conversão alimentar CLA Ácido linoléico conjugado CDEB Coeficiente de digestibilidade da energia bruta CDEE Coeficiente de digestibilidade do extrato etéreo CDMM Coeficiente de digestibilidade da matéria mineral CDMS Coeficiente de digestibilidade da matéria seca CHCM Concentração de hemoglobina corpuscular média CDMS Coeficiente de digestibilidade da proteína bruta CMEB Coeficiente de metabolização da energia bruta CMMS Coeficiente de metabolização da matéria seca CMPB Coeficiente de metabolização da proteína bruta COMT Catecol-o-metil transferase CRD Consumo de ração diário CTR Consumo total de ração DFD Carne escura, firme e seca E Enzima EB Energia bruta ED Energia digestível EE Extrato etéreo EM Energia metabolizável EPO Enzima fosforilada FB Fibra bruta HCM Hemoglobina corpuscular média GGT Gamaglutamiltranspeptidase GPD Ganho de peso diário GPT Ganho de peso total Gs Proteína ativa IC Índice de custo médio IEE Índice de eficiência econômica MM Matéria mineral MS Matéria seca N Nitrogênio PB Proteína bruta PF Peso final PI Peso inicial PKA Proteína quinase A PPARs Peroximos PSE Carne pálida, mole e exsudativa PV Peso vivo RAC Ractopamina

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SAS Statistical Analysis System VG Volume globular VCM Volume globular médio

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RACTOPAMINA E ÁCIDO LINOLÉICO CONJUGADO EM DIETAS DE

SUÍNOS EM TERMINAÇÃO

RESUMO Objetivou-se avaliar o efeito da ractopamina (RAC) e ácido linoléico conjugado (CLA) na dieta sobre desempenho zootécnico, a digestibilidade dos nutrientes da dieta, os parâmetros sanguíneos, as características de carcaças e o perfil de ácidos graxos em suínos na fase de terminação. Os experimentos foram desenvolvidos no Setor de Suinocultura do Departamento de Produção Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás. O experimento de digestibilidade utilizou 12 animais, com 78 ± 3,6 kg (fase de terminação). O delineamento foi em blocos ao acaso, com três tratamentos e quatro repetições por bloco, perfazendo 12 unidades experimentais. Os tratamentos foram: ração controle, 8 ppm de ractopamina e 20 ppm de ácido linoléico conjugado. No experimento de desempenho as variáveis consideradas foram o ganho de peso, o consumo de ração e a conversão alimentar. O delineamento foi de blocos ao acaso, com três tratamentos e cinco repetições, perfazendo 15 unidades experimentais, totalizando 60 animais machos castrados com pesos aproximados de 70 ± 2,9 kg. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias dos blocos submetidas ao Teste de t de Student. O período experimental foi de 28 dias até os animais atingirem peso médio de 100 kg. Os tratamentos utilizados foram os mesmos para o ensaio de digestibilidade. Foi realizado estudo da viabilidade econômica das rações levando em consideração os indicadores econômicos como a margem bruta e índice de rentabilidade. A avaliação da qualidade da carne e perfil dos ácidos graxos foi realizada no músculo Longíssimus dorsi. Para isso, foram abatidos, aleatoriamente no final do experimento de desempenho, um animal por tratamento e por bloco, totalizando 15 animais, destes foram realizadas coletas sanguíneas para analises do perfil hematológico e bioquímico. Encontrou diferenças no coeficiente de digestibilidade da energia bruta, com nível maior encontrado na deita controle, a ração com ractopamina teve índices superiores ao encontrados nos tratamentos com ácido linoléico conjugado. Nos índices de metabolizabilidade houve diferença nos coeficiente de metabozabilidade da energia bruta, coeficiente de metabozabilidade da matéria seca e coeficiente de metabozabilidade da proteína bruta. o coeficiente de metabozabilidade da energia bruta não houve diferença entre o tratamento controle e o tratamento com ractopamina, sendo estes superiores ao coeficiente de metabozabilidade da energia bruta do cla. o coeficiente de metabozabilidade da matéria seca foi maior na dieta controle em comparação aos outros tratamentos e o coeficiente de metabozabilidade da proteína bruta teve diferenças entre os três tratamentos, sendo superior no tratamento controle, e a utilização do ácido linoléico conjugado elevou a metabolizabilidade da PB em comparação a ractopamina. Não foram observadas diferenças nas variáveis, peso inicial (PI), peso final (PF), ganho de peso diário (GPD), ganho de peso total (GPT) e conversão alimentar (CA) nos diferentes tratamentos testados. A ração com 8 ppm de ractopamina apresentou uma redução de 4,71% nos custos em comparação com a ração controle e a ração com 20 ppm de CLA obteve um aumento de 42,45% em relação à ração com 8 ppm de ractopamina. Nos

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parâmetros hematológicos observou-se diferença (P>0,05) para as concentrações de leucócitos, com a redução no número de leucócitos com a utilização da ractopamina. Em relação ao perfil bioquímico do plasma sanguíneo, observou-se que as concentrações do AST foram maiores (P<0,05) do que o valor referência para suínos. Não encontrou diferença entre os tratamentos quanto a composição centesimal da carne, nos teores de umidade, proteína bruta e extrato etéreo. Encontrou-se diferença entre os tratamentos quanto o rendimento da paleta, sendo maior no tratamento com 8 ppm de ractopamina (4,31%), seguido pela dieta controle (4,03%), tendo o tratamento com 20 pprm de CLA (3,90%) o menor rendimento em comparação aos demais. Os suínos apresentaram maior espessura de gordura na 1ª costela com 8 ppm de ractopamina, seguido pelo tratamento com 20 ppm de CLA, índices superiores ao tratamento controle. Não houve resultados significativos nos tratamentos em relação à área de olho de lombo, além disso, o cálculo da razão entre área de olho de lombo/ espessura de gordura e área de olho de lombo/ peso de meia carcaça não apresentaram aumento nos diferentes tratamentos.Tanto o pH inicial quanto o pH final ficaram em níveis maiores que 6,0, sugerindo condição de carne DFD (carne escura, firme e seca) em todos os tratamentos. O perfil do Ácido Esteárico (C18:00) teve concentrações menores quando utilizou os aditivos, tendo resultados em nível maior na dieta controle. Já o Ácido Eicosapentaenoico (20:5 n-3) que são precursores dos dos leucotrienos das séries 4, 5 e 6, obteve maior concentração na dieta com ractopamina. Para incremento do desempenho em suínos na fase de terminação a ractopamina e CLA não é indicado, mesmo a ractopamina reduzindo o custo da dieta. As rações com ractopamina e ácido linoléico conjugado não alteraram as características de carcaça, tanto físicas, sensoriais ou centesimais da carne dos suínos machos castrados. O perfil do Ácido Esteárico (C18:00) teve concentrações menores quando utilizou o CLA, e o Ácido Eicosapentaenoico (20:5 n-3,) obteve maior concentração na dieta com ractopamina. A relação dos ácidos graxos saturados:insaturados apresentou menores índices quando as dieta continham os aditivos, sendo a relação menor quando utilizou-se ractopamina.

Palavras-chave: aditivos, carne, gordura, qualidade, repartidor de nutrientes

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RACTOPAMINE AND CONJUGATED LINOLEIC ACID IN DIETS FOR FINISHING PIGS

ABSTRACT

Aimed to evaluate the effect of ractopamine (RAC) and conjugated linoleic acid (CLA) in the diet on growth performance, digestibility of nutrients, blood parameters, carcass traits and fatty acid profile in pigs in the finishing phase . The experiments were carried out on Swine Industry, Department of Animal Production, School of Veterinary and Animal Science, Federal University of Goiás The digestibility experiment used 12 animals, 78 ± 3,6 kg (finishing phase). The design was a randomized block design with three treatments and four replicates per block, totaling 12 units. The treatments were: control diet , 8 ppm and 20 ppm of ractopamine conjugated linoleic acid. In the performance variables considered were weight gain , feed intake and feed conversion. The design was a randomized block design with three treatments and five replicates, totaling 15 experimental units, totaling 60 males castrated animals with approximate weights of 70 ± 2,9 kg. Data were subjected to analysis of variance and means of blocks submitted to the Student t test. The experimental period was 28 days until animals reached an average weight of 100 kg. The treatments were the same for the digestibility trial. A study was conducted of viability was observed taking into account economic indicators such as gross margin and profitability index. The evaluation of meat quality and fatty acid profile was performed from the longissimus muscle. For this, were slaughtered at random at the end of the performance experiment, one animal per treatment and per block, totaling 15 animals, these blood samples for analysis of hematological and biochemical profiles were performed. Found differences in digestibility of gross energy, with the highest level found in the control lies, the ration with ractopamine had higher rates found in the treatment with conjugated linoleic acid. Indices metabolization was no difference in coefficient metabozabilidade gross energy, coefficient metabozabilidade coefficient of dry matter and crude protein of metabozabilidade. The coefficient of gross energy metabozabilidade no difference between the control treatment and treatment with ractopamine, which are higher than the coefficient of gross energy metabozabilidade the clan. Metabozabilidade coefficient of dry matter was higher in the control diet compared to the other treatments and the coefficient of crude protein had metabozabilidade differences among treatments, being higher in the control treatment and the use of conjugated linoleic acid increased the metabolizable CP compared ractopamine. No differences in the variables, initial weight (IW ), final weight (FW), average daily gain (ADG), total weight gain (TWG) and feed conversion (FC) were observed in the different treatments tested. Food with 8 ppm of ractopamine decreased by 4,71 % in costs compared to the control diet and the diet with 20 ppm of CLA obtained an increase of 42,45% for ration with 8 ppm of ractopamine. In hematological parameters was observed (P> 0,05 ) for concentrations of leukocytes, with the reduction in the number of leukocytes with the use of ractopamine. Regarding the biochemical profile of blood plasma, it was found that the concentrations of AST were higher (P <0.05) than the reference value for pigs. Found no difference between treatments for the

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proximate composition of meat in moisture, crude protein and ether extract. There was difference among treatments for yield palette, being higher in the treatment with 8 ppm of ractopamine (4,31%), followed by the control diet (4,03%), and treatment with 20 ppm CLA (3,90%) the lowest income compared to others. Pigs had greater fat thickness at the 1st rib with 8 ppm of ractopamine, followed by treatment with 20 ppm of CLA, higher rates than control treatment. No significant differences were observed in the treatments with respect to the area of loin eye, moreover, the calculation of the ratio between area of loin eye/fat thickness and loin eye area/weight of half carcass showed no increase in the different treatments . both the initial pH and the final pH remained at levels greater than 6,0; suggesting condition meat (DFD meat dar, firm and dry) in all treatments. The profile of stearic acid (C18:00) had lower concentrations when used additives, and results in higher levels in the control diet. Since eicosapentaenoic acid (20:5 n -3) which are precursors of the series of leukotrienes 4 , 5 and 6 was obtained with the highest concentration in the diet ractopamine. To increase performance in pigs in the finishing phase ractopamine and CLA is not indicated, even ractopamine reducing diet cost . Diets with ractopamine and conjugated linoleic acid did not alter the carcass characteristics, both physical, sensory or proximate meat from barrows. The profile of stearic acid (C18:00) had lower concentrations when used CLA, and eicosapentaenoic acid (20:5 n -3) had the highest concentration in the diet with ractopamine. The ratio of saturated fatty acids:unsaturated lower levels when the diet contained the additives, with the lowest ratio when we used ractopamine. . Keywords: additives, meat, fat, quality, nutrient distribution frame

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS.......................................................... 01 1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 01 2 Revisão de Literatura......................................................................................... 03 2.1 Classificação e tipificação de carnes e carcaças

suínas..............................................................................................................

03 2.2 Ractopamina................................................................................................... 04 2.2.1 Estrutura química da ractopamina............................................................... 04 2.2.2 Mecanismo de ação da ractopamina........................................................... 06 2.2.3 Efeitos da ractopamina sobre os metabolismos protéicos e lipídicos.......... 07 2.2.4 Efeitos da ractopamina sobre o desempenho e qualidade da carne

suína............................................................................................................

08

2.2.5 Efeito da ractopamina sobre a qualidade da carne de suínos..................... 10

2.3 Ácido linoléico conjugado (CLA)..................................................................... 12 2.3.1 Estrutura química do CLA............................................................................ 12 2.3.2 Biossíntese do CLA..................................................................................... 13 2.3.3 Fontes de CLA............................................................................................. 14 2.3.4 Efeitos do CLA sobre a composição corporal.............................................. 15 2.3.5 Efeito anticarcinogênico do CLA.................................................................. 16 3 REFERÊNCIAS................................................................................................... 17 CAPÍTULO 2 - Ractopamina e ácido linoléico conjugado: desempenho, digestibilidade aparente e parâmetros sanguíneos de suínos em terminação........

23

RESUMO.................................................................................................................. 23 ABSTRAT................................................................................................................. 25 1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 27 2 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................... 28 2.1 Tratamentos e composição das rações experimentais.................................. 28 2.2 Delineamento experimental e números de animais........................................ 30 2.2.1 Variáveis de desempenho, período experimental e análise estatística....... 30 2.3 Registro de temperatura e umidade................................................................ 30 2.4 Viabilidade econômica..................................................................................... 30 2.5 Ensaio de digestibilidade................................................................................. 31 2.5.1 Delineamento experimental, animais e tratamentos.................................... 31 2.5.2 Coleta de fezes e urina................................................................................ 32 2.5.3 Coleta de sangue......................................................................................... 33 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 33 3.1 Temperatura e umidade................................................................................. 33 3.2 Digestibilidade e metabolizabilidade............................................................... 34 3.3 Desempenho zootécnico................................................................................ 35 3.4 Viabilidade econômica.................................................................................... 38 3.5 Parâmetros sanguíneos.................................................................................. 39 4 CONCLUSÃO..................................................................................................... 41 5 REFERÊNCIAS.................................................................................................. 41 CAPÍTULO 3 - RACTOPAMINA E ÁCIDO LINOLÉICO CONJUGADO: CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇAS E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS..................................................................................................................

45 RESUMO.................................................................................................................. 45 ABSTRAT................................................................................................................. 46

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1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 46 2 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 47 2.1 Delineamento experimental e número de animais.......................................... 48 2.2 Tratamentos e composições das rações......................................................... 48 2.3 Abate............................................................................................................... 49 2.4 Avaliação centesimal da carcaça ................................................................... 50 2.5 Avaliação da carcaça...................................................................................... 50 2.6 Avaliação qualitativa da carcaça..................................................................... 51 2.6.1 Análise do perfil de ácidos graxos da carne suína....................................... 52 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................... 53 3.1 Composição centesimal da carne suína...................................................... 55 3.2 Avaliação da carcaça................................................................................... 56 3.3 Análise do perfil de ácidos graxos ............................................................... 62 4 CONCLUSÃO...................................................................................................... 67 5 REFERÊNCIAS................................................................................................... 67 CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................. 73

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CAPITULO I

CONSIDERAÇÕES GERAIS

1 INTRODUÇÃO

A carne suína é a mais consumida no mundo, visto a sua capacidade

de processamento e por oferecer várias opções de comercialização. O

mercado consumidor impõe várias exigências para melhoria na qualidade da

carcaça e da carne dos animais abatidos, sendo foco a produção de animais

precoces, eficientes e que apresentem carcaças com elevada relação

proteína:gordura.

A indústria percebeu que existe um importante grupo de consumidores

que busca alimentos diferenciados, livres de qualquer resíduo químico, com

melhores características sensoriais e que possam desempenhar papel de

alimento funcional, isto é, trazer benefícios para a saúde do consumidor além

dos benefícios nutricionais.

As opções que a cadeia suinícola vem adotando para alcançar esses

objetivos, são a seleção genética, o manejo alimentar e o uso de aditivos. A

ractopamina, um agonista ß adrenérgicos, vem sendo utilizado como

modificador de carcaça, melhorando o produto final, aumentando a

lucratividade, modificando o metabolismo animal, melhorando os índices de

desempenho e as características de carcaça, direcionando os nutrientes para

as funções zootécnicas que são desejáveis para o produtor e consumidor.

Estudos têm permitido o avanço da discussão sobre as gorduras na

alimentação animal, que evoluiu da relação gordura saturada/insaturada para a

relação ácidos graxos ω-6/ ω-3 e, mais recentemente, tem sido estudado os

efeitos biológicos de cada isômero de ácido graxo.

Aumentar a eficiência da produção animal requer conhecimento dos

processos biológicos envolvidos no metabolismo de nutrientes. Pesquisas, na

área de metabolismo animal, também buscam soluções para doenças muito

prevalentes na população humana e nos animais utilizados para produção de

alimentos.

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- 2 -

O ácido linoléico conjugado (CLA) refere-se à família composta por

alguns isômeros do ácido linoléico, muito estudado nas últimas décadas, seu

uso nas dietas de animais visa o produto final diferenciado e mais saudável. O

CLA diminui a deposição de gordura na carcaça de animais em crescimento.

Nos últimos anos o interesse pela utilização do CLA vem aumentando

principalmente em função de dois tipos de efeitos biológicos demonstrados em

pesquisas por diferentes grupos ao redor do mundo, sua atividade

anticarcinogênica e sua propriedade repartidora de nutrientes. O seu uso visa a

maior ingestão pelo ser humano de produtos ricos nesses ácidos graxos.

Objetivou-se avaliar o efeito da ractopamina e ácido linoléico

conjugado na dieta sobre o desempenho zootécnico, a digestibilidade dos

nutrientes da dieta, a viabilidade econômica, os parâmetros sanguíneos, as

características de carcaças e o perfil de ácidos graxos em suínos na fase de

terminação.

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2 Revisão de Literatura

2.1 Classificação e tipificação de carnes e carcaças suínas

O processo de abate e gerenciamento da qualidade dos produtos

suinícola industrializados foi modificado visto o aumento no volume de carne

suína produzida no Brasil combinado com o compromisso de atingir o mercado

consumidor em um período mais curto de tempo (CASTILHO, 2006).

As características de carcaças são muito importantes, atendendo a

esse mercado consumidor, e sem dúvida ao produtor de suínos, visando

rentabilidade e diminuição de custos de produção, principalmente as

relacionadas ao maior rendimento de carne e a menor deposição de gordura.

A qualidade da carcaça de um animal é determinada pelo seu

rendimento de carne, gordura e osso, sendo realizadas por separação física

dos tecidos, ou seu equivalente do ponto de vista comercial (desossa e cortes

cárneos). As carcaças também diferem quanto à qualidade visual (cor, textura

e firmeza), seus atributos organolépticos (maciez, sabor e suculência) e

tecnológicos (cor, capacidade de retenção de água e pH) (SAINZ & ARAUJO,

2001).

A classificação consiste em agrupar em classes as carnes e carcaças

suínas que tem características semelhantes ou iguais, enquanto que a

tipificação busca a diferenciação de classes em tipos hierarquizados segundo

critérios que incluem as categorias da classificação já mencionadas e outras

como gorduras de cobertura e conformação de carcaça.

No Brasil, a tipificação de carcaças suínas é usada para auxiliar a

comercialização entre produtores e frigoríficos que praticam as bonificações e

também para garantir ao consumidor especificações diferenciadas de cortes e

produtos suínos.

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2.2 RACTOPAMINA

2.2.1 Estrutura química da ractopamina

A ractopamina é classificada como um agonista beta-adrenérgico

(ABA), da classe das fenetanolaminas, age no metabolismo animal, inibe a

lipogênese, estimula a lipólise e a retenção do nitrogênio e aumenta assim a

síntese protéica. Possui estrutura essencialmente constituída por um anel

aromático substituível, uma cadeia lateral com o grupo etanolamina e um

hidrogênio alifático, conforme mostra a Figura 1 (SMITH, 1998).

Tem sido utilizado na produção de suínos como agente repartidores de

nutrientes, modificando o metabolismo animal alterando a partição de

nutrientes, promovendo o crescimento e a deposição de tecido magro e

reduzindo a síntese lipídica dos animais (BRIDI et al. 2002).

Figura 1 – Estrutura química da ractopamina (Adaptado por SMITH, 1998).

Pela definição de RICKE et al. (1999), fenetanolamina ß adrenérgico

agonista são, combinações quirais, isto é, existe assimetria molecular ao

carbono ß hidroxilateral a um nitrogênio alifático e α para um grupo benzil

substituto comum a todas as fenetanolaminas.

A potência dos agonistas ß adrenérgico está ligada ao anel aromático,

e os mecanismos químicos envolvidos principalmente relacionados às ligações

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de hidrogênio e às transferências de carga, enquanto a afinidade para os

receptores ß depende, basicamente, da propriedade estéreo-seletiva da cadeia

lateral aminada (RAMOS & SILVEIRA, 2001). Sendo necessário ainda um

grupo hidroxila no carbono ß do radical amina em configuração R e um

nitrogênio carregado positivamente na cadeia etanolamina, sendo este

inteiramente substituível no nitrogênio alifático para conferir especificidade aos

receptores tipo ß (SMITH, 1998).

Uma forma de minimizar a inativação rápida dos ABA pela ação da

enzima catecol-O-metil transferase (COMT) é pela da síntese de compostos,

em que as hidroxilas do anel aromático são substituídas por átomos de

halogênios. Substituições compatíveis com a ligação aos receptores ß

adrenérgico favorecem a rápida metabolização da fenetanolamina, levando a

uma meia vida maior para os compostos obtidos. Porém, pelo fato da

ractopamina apresentar substituição de posição “para” (carbono 4) do anel

aromático pelo grupo hidroxila, não é considerada substrato para COMT, sendo

rapidamente hidrolisada por enzimas presentes no fígado e no intestino

delgado (SMITH, 1998).

O PNCRC Animal (Plano Nacional de Controle de Resíduos e

Contaminantes – PNCRC, do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento – MAPA) é um plano oficial do MAPA que preconiza prover

garantias de inocuidade química do sistema produtivo de alimentos de origem

animal do Brasil. Por meio deste plano é monitorado o uso de ractopamina e

zilpaterol, com a publicação da Instrução Normativa nº 55/2011 do MAPA e a

revogação da IN nº 10/2001, que também incluí na proibição as substâncias

com atividade anabolizante desprovidas de caráter hormonal, houve a

permissão de registro de Beta-agonistas, destacando-se a ractopamina tendo a

aprovação da comercialização de produtos de uso veterinário contendo essas

substâncias. Sendo liberado para uso na fase final de terminação, 28 dias

antes do abate, período de fornecimento ótimo.

No entanto, a Rússia é um dos países que adota a tolerância zero ao

uso de Ractopamina na carne, por sua vez, a China também suspendeu a

comercialização de carne dos EUA, por conter vestígios de ractopamina da

carne de suínos. A decisão de tolerância zero a esse medicamento abrange

160 países contra 26 que permitem certo limite desse aditivo na carne.

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Os países que não permitem o uso da ractopamina alegam que

vestígios do aditivo na carne podem causar mudanças a quem ingeri-la. Onde,

pessoas com doenças cardíacas que utilizam medicamentos com efeitos

opostos a dos agonista β-adrenérgico, pode-se acarretar em interação

medicamentosa. Sendo estas pessoas as de maiores riscos. A ractopamina

não requer período de carência para ao abate dos animais.

2.2.2 Mecanismo de ação da ractopamina

O principal mecanismo de ação da ractopamina é agir modificando o

metabolismo animal, especialmente na célula adiposa, sendo responsável pela

redução da síntese e deposição de gordura subcutânea (CANTARELLI et al.,

2009).

Com o uso de ractopamina a taxa de síntese muscular pode ser

aumentada em cerca de 30%, pois pode resultar em pequena redução da

síntese de gordura aliada ao pequeno aumento na degradação de gordura, o

que promove a redução da deposição de gordura em cerca de 6%. Além dos

efeitos diretos sobre a síntese e degradação, parte da energia da dieta é

desviada do tecido adiposo para a síntese de proteína muscular (DUNSHEA et

al., 1993).

Figura 2 - Mecanismo de ação dos agonistas ß-adrenérgicos. ABA – agonista

ß-adrenérgicos; ßAR – receptor ß-adrenérgicos; Gs – proteína ativa; AC –

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enzima adelinato ciclase; ATP – trifosfato de adenosina; AMPc – monofostato

cíclico de adenosina; PKA – proteína quinase A; E – enzima; EPO4 – enzima

fosforilada. (MODDY et al., 2000).

Os efeitos da ractopamina iniciam-se após a estimulação do receptor

ß-agonista (Figura 2), o complexo agonista-receptor fixa-se em uma proteína

de ligação que, quanto ativada induz à modificação na fluidez da membrana,

permitindo o seu deslocamento lateral, o que leva à estimulação da ação

catalítica da enzima adenilato ciclase (AC), situada na face interna da

membrana plasmática, e que forma o mensageiro secundário monofastado

cíclico de adenosina (AMPc), formado a partir do trifosfato de adenosina (ATP)

(MOODY et al., 2000).

O AMPc por sua vez, ativa a proteína quinase que conduz à

fosforilação de enzimas, responsáveis pelas respostas finais, estas quando

estão fosforiladas (APO4), promovem respostas celulares como: estimulação

da lipólise, aumento da neoglicogênese, glicofenólise, aumento da insulina,

glucagon e renina, relaxamento da musculatura lisa e aumento da contração

cardíaca (MOODY et al., 2000).

2.2.3 Efeitos da ractopamina sobre os metabolismos protéicos e lipídicos

Os principais efeitos da ractopamina, do ponto de vista metabólico,

estão relacionados ao tecido muscular esquelético e à gordura corporal dos

animais, havendo pouca influência sobre o metabolismo glicídico (RAMOS &

SILVEIRA, 2001). Existem autores que defendem o aumento na síntese

protéica na fase inicial (BARK et al., 1992). A diminuição da proteólise,

apresenta-se como fator importante para o aumento da qualidade de carne

magra nas carcaças de animais alimentados com dietas contendo ractopamina,

e comprovada por meio do decréscimo da excreção de 3-metil-histidina,

produto resultante do catabolismo protéico (MOLONEY & BEERMANN, 1996).

Sobre a hipertrofia do tecido muscular nos animais promovida pela

ação da ractopamina, sabe-se que a diminuição da proteólise é mais

pronunciada e comprovada pela menor capacidade proteolítica do músculo

pós-morte. Assim, a adição de ractopamina em dietas para suínos promove à

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menor ação da calpaína sobre a proteólise do músculo, melhorando a

qualidade de carne na carcaça (SAINZ et al., 1993).

Um dos efeitos do uso da ractopamina em suínos é a diminuição da

quantidade de gordura na carcaça. Seu modo de ação é a inibição da ligação

da insulina ao receptor adrenérgico dos adipócitos, antagonizando assim sua

ação e, diminuindo a síntese de gordura (BELLAVER et al., 1991).

A redução na lipogênese passa a ser importante efeito no metabolismo

lipídico, ocasionado pela ação deste agonista ß adrenérgico em suínos, que

ocorre devido à hipo-insulinemia. A ractopamina pode inibir a ação da insulina

no receptor adrenérgico dos adipócitos, e assim antagonizar a ação deste

hormônio, o que diminui a síntese e a deposição de gordura nos suínos

(HAESE & BUNZEN, 2005).

2.2.4 Efeitos da ractopamina sobre o desempenho

São várias ferramentas utilizadas para melhoria do desempenho de

suínos em terminação, a maximização da síntese de proteína e a diminuição da

deposição de gordura.

A ractopamina há muito vem sendo utilizada na produção animal,

reconhecida como promotor de crescimento animal. Quando oferecida na fase

final de terminação tem se mostrado capaz de promover um aumento no ganho

de peso diário e do percentual de carne, melhorando a conversão alimentar e a

qualidade da carcaça suína.

A eficiência alimentar de suínos alimentados com ractopamina

proporciona o aumento do ganho de peso diário e no ganho de peso final dos

animais (MARINHO et al., 2007a).

AGOSTINI et al. (2011), constataram efeito linear da ractopamina, no

ganho de peso diário e conversão alimentar de acordo com o aumento dos

níveis de inclusão e verificaram que o nível de 10 ppm proporcionou o melhor

rendimento de carcaça.

AMARAL, 2009 trabalhando com níveis de 0, 5 e 10 ppm de

ractopamina para suínos em terminação, observou que os suínos alimentados

com ração contendo 10 ppm, em relação ao grupo controle apresentaram

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aumentos de 1,32%, 21,4% e 5,7% no rendimento de carcaça, na área de olho

de lombo e no rendimento de carne, respectivamente.

O melhor resultado para espessura de toucinho, profundidade de

músculo e porcentagem de carne magra foi o utilizando 20 ppm de

ractopamina, segundo SANCHES (2010).

O uso de 5ppm de ractopamina em dietas para suínos proporcionou

melhora no ganho de peso diário e na conversão alimentar sem, no entanto,

afetar o consumo de ração médio diário (ALMEIDA et al., 2010).

Vários fatores podem influenciar a resposta dos animais à utilização da

ractopamina, entre os quais, idade, nível de inclusão, nutrientes da dieta,

duração do tratamento, peso inicial, genética e ambiente.

A ractopamina em suínos na fase de terminação aumenta a

quantidade de carne na carcaça pelo aumento da síntese de proteína no

músculo. É utilizada na fase de terminação dos animais por ser a fase em que

ocorre a maior deposição de gordura.

O efeito da ractopamina no tecido muscular é mais pronunciado com o

aumento da idade dos suínos, visto que animais mais jovens possuem baixa

densidade de receptores ßadrenérgicos ou pouca diferenciação destes

receptores no tecido esquelético e adiposo (BRIDI et al., 2008).

A utilização de ractopamina em suínos na fase de terminação até o

nível de 20 ppm resulta em efeitos positivos de desempenho, e segura para

aspectos produtivos e de qualidade de carne (AGOSTINI et al.,2011).

CORASSA et al. (2009), observaram que a quantidade de carne na

carcaça, com dietas contendo 10 ppm de ractopamina acrescentaram 1,4% em

relação a dieta com 5 ppm. A ractopamina aumentou a deposição muscular e

reduziu a deposição de gordura.

A ractopamina (5,0 ppm) na dieta de suínos machos castrados em

terminação proporciona melhor desempenho aos animais, pois promove

aumento do peso final e do ganho de peso diário e melhora a conversão

alimentar e a qualidade de carcaça por reduzir a espessura de toucinho e

aumenta a profundidade de lombo e a taxa de deposição de carne magra

(MARINHO, et al., 2007a; MARINHO et al., 2007b).

A lisina é o primeiro aminoácido limitante das rações de suínos,

estando diretamente relacionado com a deposição de tecido muscular na

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carcaça. Assim, o uso de repartidores de energia, é de extrema importância

que a ração esteja com níveis adequados de lisina, a fim que se possa

maximizar o ganho de tecido muscular.

Os fatores que influenciam a eficiência de deposição de proteína nos

suínos e, consequentemente, na exigência de lisina dos animais são o

genótipo, peso corporal e o sexo (LANFERDINI et al., 2012).

A lisina apresenta função exclusiva de deposição de proteína corporal

e manutenção, não estando envolvida em outros processos metabólicos

(CORRÊA et al., 2007).

Direcionada quase que totalmente para a deposição de tecido

muscular, os níveis de lisina devem ser ajustados quando da utilização de

aditivos nas dietas, uma vez que ocorre aumento metabólico na síntese

muscular.

XIÃO et al. (1999) recomendam 30% a mais nos níveis de lisina total

quando da utilização da ractopamina à dieta, atingindo desta forma, melhores

resultados de desempenho e qualidade de carcaça.

De acordo com MARINHO et al. (2007a), dietas formuladas para

atender o nível de lisina digestível por meio da inclusão de L-lisina-HCL com o

ajuste dos demais aminoácidos para relação ideal (proteína ideal) ou pela

inclusão de maior quantidade de farelo de soja (aumento do teor de PB)

proporcionam melhor conversão alimentar em suínos em dietas com

ractopamina durante 28 dias.

Deve-se ressaltar que, quando a necessidade de lisina é estabelecida,

as relações dos demais aminoácidos deverão ser calculadas

proporcionalmente a mesma, evitando assim um desbalanço de aminoácidos.

2.2.5 Efeito da ractopamina sobre a qualidade da carne de suínos

A qualidade de carne pode ser definida por características objetivas e

subjetivas. As características objetivas abrangem as físicas, nutricionais e

higiênicas enquanto que as subjetivas englobam os aspectos sensoriais,

apresentação e forma de exposição do produto.

Dependente da temperatura e da velocidade de resfriamento do tecido

muscular após o abate, a carne pode ser avaliada por parâmetros físico-

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químicos (pH, cor, perdas por exsudação, perdas por cocção, capacidade de

retenção de água, gordura intramuscular e maciez), visual (marmorização) e

pro métodos sensoriais (suculência, aparência da carne e resistência a

mastigação) (NANNI COSTA et al., 2002).

No entanto, é controverso o efeito da ractopamina na qualidade da

carne. Os agonistas ß adrenérgicos promovem a estimulação da glicólise,

estimulação feita no período anterior ao abate dos animais podendo levar a

redução das reservas de glicogênio muscular. Tem como conseqüência, a

produção de ácido lático que leva à acidificação post mortem e pode ocorrer de

forma limitada, gerando assim pH mais elevado (WARRISS et al., 1990;

WILLIAMS, 1987).

Estudos não encontram diferenças nos valores de pH, para suínos

alimentados com ractopamina, em relação aos animais controle (STOLLER et

al., 2003).

A carne de animais alimentados com agonistas ß adrenérgicos, tende

a ter o aspecto DFD (sigla inglesa de dark, firm na dry – escura, firme e seca)

em função da limitação normal da acidificação post mortem (RAMOS &

SILVEIRA, 2002).

A diminuição da gordura da carcaça é acompanhada pelo aumento do

teor de água, que estará associado ao correspondente incremento de proteína

CARDOSO & STOCK, 1996).

CARR et al. (2009) e PATIENCE et al. (2009) observaram que as

carcaças de animais utilizando ractopamina na dieta não diferiram com relação

à perda de água por gotejamento, demonstrando também que a perda de água

durante a cocção foi semelhante nos animais do grupo controle.

O aumento na quantidade de água nas carnes provenientes de

animais utilizando agonistas ß adrenérgicos refletirá numa maior perda de água

por cocção (RAMOS & SILVEIRA, 2002).

A maioria dos estudos atuais que relacionam a utilização da

ractopamina e sua influência na qualidade da carne de suínos demonstra que a

ractopamina exerce influência em alguns parâmetros relacionados à qualidade

da carne (CAMPOS, et al., 2013).

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2.3 ÁCIDO LINOLÉICO CONJUGADO (CLA)

O ácido linoléico conjugado (CLA) vem sendo estudado desde o final

da década de 70, sendo descoberto por cientistas da Universidade Wisconsin

em Madison (EUA). Refere-se à mistura de isômeros do ácido linoléico (ácido

cis-9, cis-12 octadecadienóico) (PARIZA et al., 2001). Os estudos referem-se

principalmente às suas propriedades benéficas à saúde, em especial a redução

de gordura corporal, o que o torna um forte coadjuvante no controle das

doenças crônicas não transmissíveis (SANTOS-ZAGO et al., 2008).

Alguns animais são incapazes de sintetizar certos ácidos graxos a

partir de precursores estruturalmente simples. Os ácidos graxos são nutrientes

fundamentais na alimentação animal, principalmente pelo seu potencial

energético e sua participação na estrutura celular.

O uso de CLA nas dietas de animais busca um produto final

diferenciado e mais saudável.

3.3.1 Estrutura química do CLA

A estrutura das duplas ligações nos ácidos graxos naturais obedece a

um padrão muito característico.

O ácido linoléico conjugado (CLA) compreende um conjunto de

isômeros posicionais e geométricos do ácido linoléico octadecadienóico (18:2)

os quais têm apenas uma ligação simples entre insaturações. Embora possam

existir diversos isômeros possíveis com esta característica, dois deles (cis-9,

trans-11 e trans-10, cis-12) têm despertado grande interesse em funções dos

seus efeitos biológicos já identificados (Figura 3) (PARIZA et al. 2001).

Como conseqüência da manipulação tecnológica ou por efeito de

metabolização a nível celular de certos ácidos graxos, é possível que a dupla

ligação troque de lugar, seguindo o exemplo anterior, da posição 9-10 pra a 10-

11, ou da posição 12-13 para a 11-12. Nesses casos, o carbono intermediário

desapareceria e, o ácido graxo se transformaria em uma estrutura “conjugada”,

ou seja, ácido graxo conjugado. A conjugação das duplas ligações altera a

isomeria espacial do ácido graxo, ou seja, em ácido graxo diinsaturado, as

duplas ligações têm isomeria cis, uma dessas ligações, ou ambas podem

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adotar isomeria trans. Existindo ácidos graxos conjugados diinsaturados com

isomeria cis, cis; cis, trans; trans, cis ou trans, trans (SANHUEZA et al., 2002).

Figura 3 – Estrutura química do ácido linoléico conjugado (CLA). (Adaptado de

PARIZA, 2000).

A isomeria geométrica dos ácidos graxos é importante em termos

nutricionais. A grande maioria dos ácidos graxos que se encontram

naturalmente possui isomeria cis; enquanto que os ácidos graxos com isomeria

trans promovem essencialmente manipulação tecnológica dos óleos

(SANHUEZA et al., 2002).

2.3.2 Biossíntese do CLA

A oxidação do ácido linoléico via radicais livres, aquecimento e

reações enzimáticas microbianas (isomerização) envolvendo o ácido linoléico e

linolênico no rúmen de bovino e de outros animais ruminantes, são fatores para

a formação do CLA (HA et al., 1989).

O primeiro isômero intermediário formado pelas bactérias ruminais é o

cis-9, trans-11, durante o processo de biohidrogenação do ácido linoléico,

sendo a bactéria Butyrivibrio fibrosolvens a mais conhecida (MARTIN &

JENKIN, 2002).

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Várias espécies de bactérias possuem um complexo capaz de

hidrolisar as ligações éster dos ácidos graxos, entre elas a Lactobacillus casei

e a Lactobacillus acidophilus (BAUMAN & GRIINARI, 2001). A isomerização

inicial é seguida pela saturação da dupla cis-9 pela ação de uma redutase,

resultando no ácido vacênico (C18:1, trans-11). Este é o isômero trans

encontrado em maior quantidade na gordura do leite de ruminantes. A próxima

etapa envolve redução subseqüente até a formação do ácido esteárico (C18:0)

(HARFOOT & HASLEWOOD,1988). A biohidrogenação acontece de forma

completa, porém, alguns produtos intermediários podem atravessar o rúmem e

serem utilizados na síntese de lipídios nos tecidos mamários adiposos.

A biohidrogenação ruminal pode ser influenciada pela quantidade de

ácidos graxos insaturados disponíveis para a deposição no tecido adiposo ou

secreção na gordura do leite (CHOUINARD et al., 1999).

Os microorganismos do intestino em animais monogástricos também

produzem CLA, utilizando ácido linoléico como substrato para as bactérias

intestinais (CHIN et al., 1992).

O CLA cis-9, trans-11 é absorvido pelo intestino e move-se para a

corrente sanguínea sendo assim absorvido pela glândula mamária e

incorporado na gordura do leite, enquanto que o ácido vacênico pela ação da

enzima SCD pode ser transformado em cis-9, trans-11 e chegar a glândula

mamária (GRINARI et al., 2000).

Segundo MARTIN & VALEILLE (2002), a absorção intestinal do CLA,

assim como do ácido linoléico não sofre seletividade que possa interferir em

sua biodisponibilidade, principalmente quando ingerido sob a forma de

triacilglicerol. Existe também a síntese química do CLA, que pode variar de

acordo com a fonte de ácido linoléico utilizado e das condições de

isomerização (PARK et al., 2000).

2.3.3 Fontes de CLA

A concentração de CLA ocorre naturalmente em alimentos originados

de animais ruminantes, está presente em uma série de produtos lácteos (HA et

al., 1989). Em frutos do mar, carne suína, a maioria dos produtos derivados de

frangos e óleos vegetais não são fontes notáveis de CLA (CHIN et al., 1995).

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O teor de CLA pode ser aumentado em alimentos que são

processados pelo calor (lácteos pasteurizados, carnes fritas, etc.) (HA et al.,

1989).

A alimentação do animal pode influenciar os níveis de distribuição de

isômeros de CLA, tanto em carne bovina, no leite e seus derivados, podendo

afetar à ação microbiana no rúmem (ROCHE et al., 2001).

Pesquisas mostram que é possível aumentar os níveis naturais de

CLA em alimentos originados de animais ruminantes, esses geralmente têm

níveis na faixa de 3,0-7,0 miligramas por grama de gordura (KELLY et al.,

1998).

Os principais fatores que contribuem para elevar a concentração de

CLA e ácidos graxos trans monoinsaturados na dieta são aumentar a

quantidade de ácido linoléico e um aumento na biohidrogenação (LAWSON et

al., 2001).

Sabe-se também que os isômeros de CLA podem ser produzidos por

tratamento térmicos a pH altos ou por hidrogenação parcial do ácido linoléico

derivado principalmente do óleo de girassol (RAINER & HEISS, 2004).

Podendo ser encontrado em triglicerídeos, lipoproteínas e em

fosfolipídios de membranas celulares em vários tecidos de roedores, coelhos e

humanos (BELURY, 1995).

2.3.4 Efeitos do CLA na composição corporal

O tecido adiposo secreta adipocinas, estes podem ocasionar

problemas de adiposidade, síndrome metabólica e doenças cardiovasculares.

Atuam também como reservatório energético corporal, secretam compostos

protéico e não protéicos que agem sobre os próprios adipócitos e outros

tecidos do organismo, modulam o comportamento funcional do tecido adiposo

e outros, ao mesmo tempo em que cria mecanismo de feedback entre eles

(HERMSDORFF & MONTEIRO, 2004).

O CLA, especificamente o isômero trans-10, cis-12, pode reduzir a

deposição de gordura no tecido adiposo e a quantidade de lipídios no corpo,

mas parece induzir resistência insulínica, bem como fígado e baço gorduroso

em vários animais (WANG & JONES, 2004).

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Em levantamento bibliográfico DUGAN et al. (2004), relataram que de

12 artigos sobre quantidade de gordura na carcaça de suínos e uso de CLA, 11

apresentaram redução de gordura na carcaça e 10 artigos que relataram

quantidade de carne magra na carcaça de suínos e uso do CLA, com nove que

mostraram aumento de carne magra.

O mecanismo de ação do CLA na composição corporal mostra efeitos

de aumentar a lipólise e reduzir a lípase lipoproteica, confirmados em

camundongos, com o aumento no gasto energético e oxidação de lipídios em

animais (MOURÃO et al., 2005).

Estudos mostram que o CLA tem efeito lipolítico por atuar na atividade

da lípase lipoproteica periférica, estearoil-CoA desaturase, acil CoA oxidase,

leptina e ativar os receptores da proliferação de peroxissomos (PPARs)

(KAMPHUIS et al., 2003). Vários isômeros do CLA têm afinidade de ligação

aos PPARs, fatores de transcrição que controlam a ß-oxidação, as vias de

transporte dos AGs, e diferenciação de adipócitos (KAWADA, 1998).

Estudos comprovam que dentre os diferentes isômeros do CLA, o

trans-10, cis-12 tem maior influência relacionado com mudança na composição

corporal de animais e que o decréscimo no tecido adiposo seja pela redução no

tamanho das células (MOURÃO et al., 2005).

2.3.5 Efeitos anticarcinogênico do CLA

Sabe-se que o CLA promove benefícios para a saúde, melhora o

sistema imune e provoca aumento da massa muscular com diminuição da

massa de gordura. No entanto, o CLA de ocorrência natural (9c, 11t-18:2) está

mais relacionado com a prevenção do câncer, sendo o único antioxidante e

anticarcinogênico associados a alimentos de origem animal (HA, et al., 1990).

A inibição da carcinogênese pelo CLA incluem mecanismos

responsáveis pela redução da proliferação celular, alteração nos componentes

do ciclo celular, e mediação na inibição da apoptose, modula marcadores do

sistema imune e a formação de eicosanóides, atuando no metabolismo lipídico

e na expressão genética (BELURY, 2002).

O CLA tem efeito inibitório sobre o crescimento de células

cancerígenas de alguns tipos de câncer (SANTOS-ZAGO et al., 2008).

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Assim sendo, várias pesquisas têm sido realizadas com o intuito de

aumentar a quantidade do CLA na carne suína, para que esse alimento seja

cada vez mais, considerado como item essencial de uma dieta saudável.

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CAPÍTULO 2

RACTOPAMINA E ÁCIDO LINOLÉICO CONJUGADO: DESEMPENHO, DIGESTIBILIDADE APARENTE E PARÂMETROS SANGUÍNEOS DE

SUÍNOS EM TERMINAÇÃO

RESUMO

Objetivo do trabalho foi de avaliar o desempenho, os custos das rações com uso de ractopamina e do Ácido Linoléico Conjugado nos últimos 28 dias da fase de terminação, a digestibilidade e metabolizabilidade dos nutrientes na dieta, bem como os parâmetros sanguíneos dos animais. Os ensaios de desempenho e de digestibilidade foram desenvolvidos no Setor de Suinocultura do Departamento de Produção Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás. Os tratamentos foram: ração controle; 8ppm de ractopamina e 20ppm de Ácido Linoléico Conjugado. No ensaio de desempenho as variáveis consideradas foram o Ganho de peso, o Consumo de ração e a Conversão alimentar. O delineamento foi blocos ao acaso, com três tratamentos e cinco repetições, perfazendo 15 unidades experimentais, totalizando 60 animais machos castrados com pesos aproximados de 70 ± 2,9 kg, com duração de 28 dias com os animais chegando a média de ± 100 kg de P.V. Foi realizado estudo da viabilidade econômica das rações e se considerou como indicadores econômicos, a margem bruta e índice de rentabilidade. No ensaio de digestibilidade utilizou-se 12 animais, com 78 ± 3,6 kg (fase de terminação). O delineamento foi em blocos ao acaso no tempo, com três tratamentos e quatro repetições por bloco, perfazendo 12 unidades experimentais, os dados foram submetidos à análise de variância e as médias dos blocos submetidas ao Teste de t de Student. O experimento de metabolismo foi realizado para determinar os coeficientes de digestibilidade da Matéria Seca, Energia Bruta, Proteína Bruta. Não foram observadas diferenças no Peso Inicial, Peso Final, Ganho de Peso Diário, Ganho de Peso Total, Conversão Alimentar e Consumo de Ração nos diferentes tratamentos testados. A ração com ractopamina apresentou uma redução de custo de 4,71% em comparação com a ração controle e a ração com 20ppm de Ácido Linoléico Conjugado elevou o custo de ração em 42,45% em relação à ração com 8ppm de ractopamina. Encontrou diferenças no Coeficiente de Digestibilidade da Energia Bruta, com nível maior encontrado na deita controle, a ração com ractopamina teve índices superiores ao encontrados nos tratamentos com Ácido Linoléico Conjugado. Nos índices de metabolizabilidade houve diferença nos Coeficiente de Metabozabilidade da Energia Bruta, Coeficiente de Metabozabilidade da Matéria Seca e Coeficiente de Metabozabilidade da Proteína Bruta. O Coeficiente de Metabozabilidade da Energia Bruta não houve diferença entre o tratamento controle e o tratamento com ractopamina, sendo estes superiores ao Coeficiente de Metabozabilidade da Energia Bruta do Ácido Linoléico Conjugado. O Coeficiente de Metabozabilidade da Matéria Seca foi maior na dieta controle em comparação aos outros tratamentos e o Coeficiente de Metabozabilidade da Proteína Bruta teve diferenças entre os três tratamentos, sendo superior no tratamento controle, e a utilização do Ácido Linoléico Conjugado elevou a metabolizabilidade da Proteína Bruta em comparação a ractopamina. Nos

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parâmetros hematológicos observou-se diferença significativa (P>0,05) para as concentrações de leucócitos. Em relação ao perfil bioquímico do plasma sanguíneo, observou-se que as concentrações do AST (Aspartato Amino Transferase) foram significantes (P< 0,05) entre as rações, maiores do que o valor referência para a espécie animal estudada. Para incremento do desempenho em suínos na fase de terminação a ractopamina e CLA não é indicado, mesmo a ractopamina reduzindo o custo da dieta. Palavras-chave: aditivos, carne, conversão alimentar, qualidade, repartidor de nutrientes

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CHAPTER 2

RACTOPAMINE AND CONJUGATED LINOLEIC ACID : PERFORMANCE , DIGESTIBILITY APPARENT AND BLOOD PARAMETERS IN TERMINATION

OF PIGS

ABSTRACT

Objective was to evaluate the performance costs of using diets with

ractopamine and Conjugated Linoleic Acid in the last 28 days of the termination

phase, the digestibility and metabolizable nutrients in the diet and blood

parameters of animals. Testing the performance and digestibility were

developed in the swine industry of the Department of Animal Production, School

of Veterinary and Animal Science, Federal University of Goiás. The treatments

were: control diet; 8 ppm of ractopamine and 20ppm of Conjugated Linoleic

Acid. In the performance test variables considered were weight gain, feed

intake and feed conversion. The design was a randomized block design with

three treatments and five replicates, totaling 15 experimental units, totaling 60

males castrated animals with approximate weights of 70 ± 2.9 kg, for 28 days

with animals reaching average ± 100 kg PV. A study was conducted of viability

was observed and considered as economic indicators, gross margin and

profitability index. In the digestibility trial we used 12 animals, 78 ± 3.6 kg

(finishing phase). The design was randomized blocks in time, with three

treatments and four replicates per block, totaling 12 units, the data were

subjected to analysis of variance and means of blocks submitted to the Student

t test. The metabolism experiment was conducted to determine the digestibility

of dry matter, gross energy, crude protein. There were no differences in initial

weight, final weight, average daily gain, Total Weight Gain, Feed Conversion

and Feed Intake in the different treatments tested. Food with ractopamine

showed a cost reduction of 4.71% compared with the control diet and the diet

with 20ppm of Conjugated Linoleic Acid raised the cost of feed in 42.45% for

ration with 8 ppm of ractopamine. Found differences in digestibility of gross

energy, with the highest level found in the control throws, the ration with

ractopamine had higher rates found in the treatments with Conjugated Linoleic

Acid. Indices metabolization was no difference in coefficient Metabozabilidade

Gross Energy Coefficient Metabozabilidade of Dry Matter and Metabozabilidade

coefficient of crude protein. The coefficient of Gross Energy Metabozabilidade

there was no difference between treatment and control treatment with

ractopamine, which are higher than the coefficient Metabozabilidade Gross

Energy of Conjugated Linoleic Acid. The coefficient Metabozabilidade of dry

matter was higher in the control diet compared to the other treatments and the

coefficient of crude protein had Metabozabilidade differences among

treatments, being higher in the control treatment, and the use of Conjugated

Linoleic Acid raised the metabolization of protein gross compared ractopamine.

Haematological parameters showed a significant difference (P> 0.05) for

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- 26 -

concentrations of leukocytes. Regarding the biochemical profile of blood

plasma, it was observed that the concentrations of AST (aspartate amino

transferase) were significant (P <0.05) among diets, higher than the reference

value for the animal species studied. To increase performance in pigs in the

finishing phase ractopamine and CLA is not indicated, even ractopamine

reducing diet cost.

Keywords: additives, meat, feed conversion, quality, nutrient distribution frame

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INTRODUÇÃO

O uso de ácido linoléico conjugado (CLA) nas dietas de animais visa

um produto final diferenciado e mais saudável, pois afeta a deposição de

gordura na carcaça de animais em crescimento, como camundongos e suínos

(OSTROWSKA et al., 1999; PARK et al., 1999).

A maior parte dos experimentos conduzidos tem utilizado suplementos

comerciais contendo uma mistura de isômeros do CLA. O isômero afeta o

metabolismo lipídico, sendo responsável pela inibição da secreção de gordura

do leite e pela redução da gordura da carcaça é o trans-10, cis-12. O isômero

cis-9, trans-11, não exerce efeito nesse parâmetro, porém está relacionado

com a inibição de diversos tumores e com a modulação da resposta imune

(PARIZA et al., 2001).

A composição em ácidos graxos em monogástricos reflete fortemente

aquela da dieta, uma vez que eles são ingeridos e passam pelo trato

gastrintestinal destes animais praticamente inalterados. Ao contrário dos

ruminantes, os ácidos graxos quando consumidos pele monogástrico são

absorvidos sem alterações estruturais (RULE et al., 1995), ou seja, a

composição corporal em CLA dos suínos será semelhante ao perfil da dieta.

O CLA atua modulando processos bioquímicos e fisiológicos

envolvidos na mobilização e armazenagem dos lipídios. Algumas das hipóteses

metabólicas para explicar os efeitos do CLA envolvem mecanismos

associados, concomitantemente, com a redução na lipogênese e com a

potencialização da oxidação de ácidos graxos, tanto no músculo quanto no

tecido adiposo (SANTOS-ZAGO et al., 2008).

Como a deposição de reservas se dá a partir do balanço positivo entre

síntese e degradação lipídica, os efeitos do CLA na composição da carcaça

estão relacionados ao acréscimo na deposição de tecido magro em detrimento

da gordura (OSTROWSKA et al., 1999).

O CLA em dietas para animais poderia aumentar os teores de CLA em

alimentos destinados ao consumo humano (WIEGAND et al., 2002).

Nos últimos anos o interesse por esse composto vem aumentando

principalmente em função de dois tipos de efeitos biológicos demonstrados em

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pesquisas por diferentes grupos ao redor do mundo: sua atividade anti-

carcinogênica e sua propriedade repartidora de nutrientes.

Existem também os agonistas ß adrenérgicos, como a ractopamina

compostos químicos com estruturas análogas às catecolaminas, grupo no qual

se enquadram a epinefrina e norepinefrina, que, dentre outros efeitos,

estimulam o catabolismo e inibem o anabolismo do tecido adiposo (MILLS,

2002).

Dessa maneira, objetivou-se com o trabalho avaliar o desempenho e

parâmetros sanguíneos de suínos em terminação alimentados com rações

contendo ractopamina e ácido linoléico conjugado, bem como a digestibilidade

e metabolizabilidade da energia e nutrientes da ração e a viabilidade

econômica das mesmas.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O projeto experimental foi submetido à Comissão de ética no uso de

animais (CEUA), da Universidade Federal de Goiás, sendo protocolado sob o

número 002/13.

O experimento de desempenho e de digestibilidade com suínos na

fase de terminação foi desenvolvido no Setor de Suinocultura do Departamento

de Produção Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade

Federal de Goiás.

2.1 Tratamentos e composições das rações

Os tratamentos experimentais consistiram em três rações: ração

controle; 8ppm de ractopamina e 20ppm de ácido linoléico conjugado (Tabela

1).

Todas as dietas experimentais foram formuladas para atender às

exigências de suínos na fase de terminação, animais de alto potencial genético e

desempenho médio, bem como o aumento em 30% no nível de lisina total na

dieta contendo ractopamina, conforme ROSTAGNO et al. (2011).

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TABELA 1 - Composição centesimal, composição química e energética das

dietas experimentais

1Suplemento mineral: 5mg de cobre; 80mg de zinco; 80mg de ferro; 20 mg de manganês; 0,25 mg de selênio e 0,14 mg de I; 2 Suplemento vitamínico: 6.000UI vit. A; 1.320UI vit D3; 12mg vit. E; 1,47 mg vit. K3; 0,9 mg vit. B1; 3mg vit. B2; 1,8mg vit. B6; 12 mcg vit. B12; 0,3 mg ác. fólico; 9,3 mg ác. pantotênico; 18 mg niacina; 0,09 mg biotina; 240mg de colina. Ractosuin – Ractopamina3: Cloridrato de Ractopamina 2,00 g; Valor calórico 380 Kcal; Cálcio 1,3 mg; Ferro 1,3 mg; Sódio 27,0 mg. (100 g). Lutalim - CLA 4: Ácido cis-9, trans-11; Energia Metabolizável 8.8000,00 kcal/Kg.

A composição centesimal, química e energética das dietas

experimentais foram determinadas segundo a metodologia de SILVA &

QUEIROZ (2002).

2.2 Delineamento experimental e números de animais - Desempenho

No ensaio de desempenho dos animais, foram utilizados 60 animais

híbridos comerciais, sendo todos machos castrados, com peso inicial médio de

70,0 ± 2,9 kg, distribuídos em delineamento experimental de blocos ao acaso,

Composição centesimal %

Tratamentos

Ingredientes R$ ingred./kg Controle 8ppm RAC

20ppm CLA

Milho 0,47 81,396 81,584 78,233 Farelo De Soja 45% 1,04 15,706 14,962 16,284 Fosfato Bicálcio 2,04 1,061 1,072 1,066 Calcário 0,21 0,402 0,399 0,398 Inerte 0,31 0,380 0,547 1,975 Vitcre-Sui 1 5,20 0,300 0,300 0,300 Min-Suino 2 7,42 0,050 0,050 0,050 L-Treonina 9,30 0,049 0,061 0,048 L-Lisina HCL 8,99 0,264 0,584 0,253 Dl-Metionina 14,75 0,029 0,033 0,030 L-Triptofano 75,99 0,005 0,010 0,003 Sal Comum 0,48 0,354 0,354 0,355 Ractopamina 3 78,15 - 0,040 - CLÃ 4 28,60 - - 1,000 TOTAL 100 100 100

Composição química e energética

Exigências Tratamentos

PB% 13,83 13,83 13,83 Energia Met. Kcal/kg 3.230 3.230 3.230 Ca% 0,4740 0,4740 0,4740 P disp% 0,2310 0,2310 0,2310

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(baseado no peso) com três tratamentos e cinco blocos, com total de 15

unidades experimentais.

Cada unidade experimental foi constituída por quatro animais, alojados

em baias coletivas, com comedouros de alvenaria e bebedouros tipo chupeta.

O consumo de ração e água foi à vontade, no entanto, toda a ração ofertada foi

pesada e devidamente registrada em fichas de controle.

2.2.1 Variáveis de desempenho, período experimental e análise estatística

As variáveis de desempenho consideradas foram: ganho de peso,

consumo de ração e conversão alimentar, determinadas mediante pesagens dos

animais, no início e final do experimento, bem como pesagem diária das rações

fornecidas, das sobras e desperdícios. O experimento encerrou-se depois que os

animais passaram 28 dias submetidos às dietas experimentais, alcançando

pesos próximos a ± 100 kg.

Os dados coletados no ensaio de desempenho foram submetidos à

análise de variância e as médias dos blocos submetidas ao Teste de t de

Student. Para as devidas análises, utilizou-se o programa computacional SAS

(2000).

2.3 Registro de temperatura e umidade

O controle da temperatura ambiente foi realizado com manejo de

cortinas durante o experimento.

A temperatura e umidade foram monitorados com a leitura diária do

termo-higrômetro digital instalado no galpão, na altura dos animais, para

caracterização do ambiente térmico em que estes foram mantidos.

2.4 Viabilidade econômica

Para a avaliação econômica foi utilizada a metodologia descrita por

BELLAVER et al. (1985). Neste contexto determinou-se a formula para

encontrar custo médio em ração, por kg/PV.

Yi= Qi X Pi/ Gi

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Em que:

Yi= custo médio em ração por kg ganho no i-ésimo tratamento;

Pi= preço médio por kg da ração utilizada no i-ézimo tratamento;

Qi= quantidade média de ração consumida no i-ésimo tratamento; e

Gi= ganho médio de peso do i-ésimo tratamento.

O cálculo do índice de eficiência econômica (IEE) e o índice de custo

médio (IC), de acordo com BELLAVER et al. (1985), foi efetuado conforme as

seguintes formulas:

IEE= (MCe/CTei) x 100 IC= (CTei/MCe)

x 100

Em que:

MCe= menor custo médio em ração por kg de PV ganho, observada

entre os tratamentos;

CTei= custo médio do tratamento i considerado.

Os preços dos insumos utilizados nos cálculos dos custos foram

determinados na região de Goiânia-GO, em agosto de 2012.

2.5 Ensaio de Digestibilidade

2.5.1 Delineamento experimental, animais e tratamentos

No ensaio de digestibilidade dos nutrientes das rações, utilizou-se 12

animais machos castrados, com 78 ± 3,6 kg de peso vivo. O delineamento

experimental foi em blocos ao acaso de acordo com o peso dos animais, com

três tratamentos e quatro repetições, perfazendo 12 unidades experimentais.

Cada unidade foi formada por um animal macho castrado alojado em gaiola

metabólica descrita por PEKAS (1968).

Os tratamentos utilizados foram: ração controle, 8 ppm de ractopamina

e 20 ppm de ácido linoléico conjugado.

Todas as dietas experimentais foram formuladas para atender às

exigências de suínos, animais de alto potencial genético e desempenho médio,

na fase de terminação, bem como o aumento em 30% no nível de lisina total na

dieta contendo ractopamina, conforme ROSTAGNO et al. (2011).

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O período experimental teve duração de 15 dias, no qual, cinco dias

foram para a adaptação dos animais às gaiolas, cinco para a regularização das

dietas no trato gastrintestinal dos animais e cinco dias para a coleta das fezes e

urina.

Durante a fase de adaptação, foi quantificado, diariamente o consumo

voluntário de cada animal, e o menor consumo serviu de base para a

quantificação da dieta a ser fornecida durante o período experimental, esse

manejo é para evitar que houvesse sobra de ração. Dessa forma, cada suíno

recebeu uma quantidade diária de ração por unidade de peso metabólico (P 0,75)

(SAKOMURA & ROSTAGNO, 2007). O arraçoamento foi realizado duas vezes ao

dia (7h e 16 h).

2.5.2 Coleta de fezes e urina

Foram realizadas amostragens de fezes e urina durante os cincos dias

finais do período experimental. Foi usado o método da coleta total de fezes e

de urina com uso de marcador. As fezes coletadas, diariamente, foram

pesadas e homogeneizadas, sendo retirada uma alíquota de 20% do conteúdo

total, que foi acondicionada em saco plástico e armazenada sob refrigeração

para congelamento.

Após o término do período de coleta, as fezes foram descongeladas à

temperatura ambiente e homogeneizadas, sendo que uma amostra desidratada

a 55 ºC por 72 horas em estufa de ventilação forçada foi realizada para a

determinação de parte da umidade. Após esse processo foi realizada a

moagem e acondicionamento em embalagens plásticas para as análises de

matéria seca, proteína bruta, energia bruta.

A urina excretada foi recolhida uma vez por dia em recipientes

contendo 20 mL de HCl (1:1), com a finalidade de evitar perda de nitrogênio e

proliferação bacteriana. Para reter as impurezas principalmente de pêlos e

fezes, foi colocado filtro no funil coletor. Após a homogeneização foi retirada

uma alíquota de 20% ou 150 ml, que foram acondicionadas em embalagens

plásticas e armazenadas sob refrigeração para congelamento.

Ao final do período de coleta, uma nova amostra foi retirada e

mantida sob refrigeração para análise de nitrogênio e proteína. A fração

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restante da urina foi desidratada a 55 ºC por 72 horas em estufa de ventilação

forçada para a determinação de parte da umidade. Após esse processo se

seguiu as análises de matéria seca e energia. Todas as análises, tanto para

fezes quanto para a urina, foram realizadas de acordo com SILVA &

QUEIROZ (2002), analisando MS, PB, EE, MM. O coeficiente de

digestibilidade dos nutrientes das dietas foi determinado através da fórmula à

seguir descrita por ANDRIGUETO et al. (1991) e SAKOMURA & ROSTAGNO

(2007) : Coeficiente de Digestibilidade Aparente = NI – NF / NI x 100, em que:

NI = Quantidade de nutriente ou energia ingerido e NF = Quantidade de

nutriente ou energia fecal.

2.5.3 Coleta de sangue

Foram retiradas amostras de sangue de 15 animais, que foram

colhidas no final do ensaio de desempenho (28 dias), no momento do

embarque dos animais ao frigorífico, com peso médio de ± 100 kg de P.V.

As amostras de sangue foram colhidas por venopunção jugular em

tubos de vácuo com heparina, EDTA (ácido etilediaminotetracético e sal

dissódico) a 10% e sem anticoagulantes (tubos vacutainer®). O sangue foi

processado no mesmo dia, no Laboratório Multiusuário da pós-graduação em

Ciência Animal, para análise do perfil hematológico e bioquímico. Foram

usados reagentes comerciais (LABTEST®).

A realização das análises sanguíneas foi segundo o procedimento

determinado pelo fabricante para cada kit de reagente.

A análise do perfil hematólogico foi realizada com o suporte

tecnológico do BC-2800 vet, analisador de hematologia compacto, automático.

A partir das amostras coletadas foram confeccionadas lâminas para a

avaliação morfológica das plaquetas e leucócitos.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Temperatura e umidade

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Sabe-se, que o desempenho dos suínos é influenciado por diversos

fatores, inclusive a temperatura ambiente. Para suínos em fase de terminação

(dos 60 aos 100 kg), a zona de termoneutralidade situa-se entre 15 e 21ºC

(SAMPAIO et al., 2004).

A média de temperatura mínima encontrada foi de 19,32°C e máxima de

31,30°C, com umidade mínima de 28,77% e máxima de 62,30%. Podemos

afirmar que a amplitude térmica e a alta temperatura podem ter influenciado no

desempenho dos suínos, principalmente no consumo de alimentos e pelo custo

energético, associado aos processos de termorregulação, quando ultrapassa

os limites das condições de conforto animal.

É possível constatar que os suínos apresentam desempenho distinto

quando submetidos a temperaturas ambientais de conforto e de estresse por

calor, contudo a máxima resposta tem sido observada com o nível de 20ppm

de ractopamina em ambas as condições térmicas (SANCHES et al.,2010).

3.2 Digestibilidade e metabolizabilidade

Os coeficientes de digestibilidade e de metabolizabilidade da energia

bruta, proteína bruta, matéria seca e matéria mineral estão apresentados na

Tabela 2.

Houve diferença no coeficiente de digestibilidade da energia bruta

(CDEB), com maior nível encontrado nos animais alimentados com a dieta

controle (78,62%), animais alimentados com a ração com ractopamina

(72,35%) teve índices superiores ao encontrado nos animais do tratamento

com ácido linoléico conjugado (70,66%).

Nos índices de metabolizabilidade houve diferença nos coeficientes da

energia bruta, matéria seca e proteína bruta. Para o coeficiente de

metabolizabilidade da energia bruta não houve diferença entre o tratamento

controle e o tratamento com ractopamina, sendo estes superiores ao nível de

energia bruta apresentado pelos suínos alimentados com a dieta contento

ácido linoléico conjugado.

Os dados relacionados aos coeficientes de digestibilidade e

metabolizabilidade da Energia Bruta foram contrários aos encontrados por

BELLAVER et al., (1991), que não encontraram diferenças nesses coeficientes

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quando trabalharam com níveis de 10 ppm e 20 ppm de ractopamina em

suínos em terminação.

O coeficiente de metabolizabilidade da matéria seca foi maior nos

suínos alimentados com a dieta controle em comparação aos outros animais

dos tratamentos. Os resultados de coeficiente metabolizabilidade da proteína

bruta demonstraram diferenças entre os três tratamentos, sendo superiores

para os animais do tratamento controle e com a utilização do ácido linoléico

conjugado quando elevou a metabolizabilidade da proteína bruta em

comparação a ractopamina.

Estes resultados abrem precedentes para melhorias na digestibilidade

e na metabolizabilidade da energia bruta quando se utiliza ractopamina,

melhorando com isso a eficiência de utilização dessa dieta.

TABELA 2 - Coeficiente de digestibilidade aparente da energia bruta, da

matéria seca, da matéria mineral, da proteína bruta, e

coeficiente de metabolizabilidade da energia bruta, da matéria

seca, da matéria mineral e da proteína bruta das dietas dos

suínos na fase de terminação em dietas com ractopamina e

CLA

*Dados na matéria seca. a,b Letras diferentes na mesma linha apresentou diferença significativa no teste t Student (α <0,010).

3.3 Desempenho zootécnico

As médias obtidas por meio da análise de variância para peso inicial

(PI), ganho de peso diário (GPD), ganho de peso total (GPT), consumo de

Variáveis (%)* Tratamentos**

Controle 8ppm RAC

20ppm CLA

P CV (%)

CD Energia bruta 78,62a 72,35b 70,66b 0,0229 4,665 CD Matéria seca 96,06 95,32 95,64 0,4403 0,811 CD Matéria mineral 96,80 96,27 96,48 0,5775 0,729 CD Proteína bruta 95,67 94,94 95,08 0,6628 1,245 CM Energia bruta 65,39a 67,70a 54,10b 0,0011 5,840 CM Matéria seca 95,09a 93,76b 94,11b 0,0234 0,601 CM Matéria mineral 96,38 95,62 95,84 0,2314 0,623 CM Proteína bruta 65,92a 54,34b 62,25ab 0,0747 10,383

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ração diário (CRD), consumo total de ração (CTR), conversão alimentar (CA) e

peso final (PF) de suínos na fase de terminação estão apresentadas na Tabela

3.

A inclusão de CLA e ractopamina não foi suficiente para apresentar

melhora no desempenho dos suínos em terminação. Esses resultados

evidenciam que não houve efeito da ractopamina no organismo animal, por

meio da alteração do metabolismo, como o aumento da síntese protéica e o

bloqueio da lipogênese.

Quando se faz o uso da ractopamina há necessidade de se elevar os

níveis dietéticos de proteína mantendo sempre a relação ideal de aminoácidos

(MARINHO et al., 2007b). Pode ocorrer limitação no aumento do ganho de

peso diário se os níveis de proteína e/ou aminoácidos não forem suficientes

para atender o potencial de crescimento dos animais que utilizam a

ractopamina (PEREIRA et al., 2008).

Resultados semelhantes com a ractopamina, foram encontrados por

SANCHES et al. (2010) que avaliaram o desempenho de suínos machos

castrados com diferentes níveis de ractopamina na dieta (0, 5, 10 e 20 ppm) e

não observaram diferença entre o peso dos animais com e sem a ractopamina.

No entanto, verificaram melhoras na conversão alimentar sendo os que

receberam 20 ppm, obtiveram melhora em 22%.

TABELA 3 - Média de peso inicial, ganho de peso diário e total, consumo diário

e total de ração, conversão alimentar e peso final de suínos na

fase de terminação, em dietas com ractopamina e CLA

*Teste t Student (α <0,05).

Variáveis Tratamentos

Controle 8ppm RAC

20ppm CLA

P* CV (%)

Peso inicial (kg) 70,95 71,22 71,12 0,9977 1,60 Ganho de peso diário (kg) 0,92 1,05 0,98 0,2559 12,48 Ganho de peso total (kg) 25,77 29,65 27,50 0,2477 12,53 Cons. diário de ração (kg) 3,20 3,20 3,21 0,9976 10,29 Cons. total de ração (kg/UA) 91,08 91,06 91,43 0,9975 10,29 Conversão alimentar (kg) 3,54 3,10 3,35 0,2054 11,02 Peso final (kg) 96,72 100,87 98,62 0,2230 3,60

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ALMEIDA et al. (2010), CROSSARA (2009), FERREIRA et al. (2011),

MARINHO et al. (2007a) e OLIVEIRA et al. (2013), trabalhando com diferentes

níveis de ractopamina, não observaram assim como no presente experimento

efeito significativo no consumo diário de ração de suínos na fase de

terminação.

O mesmo foi verificado por SANCHES et al. (2010), que não notaram

diferença no consumo diário de ração de machos castrados recebendo

ractopamina (0, 5, 10 e 20 ppm).

MARINHO et al. (2007a) comprovaram que animais que receberam 5

ppm de ractopamina em relação ao grupo controle teve 3% no aumento do

peso final.

Ensaios com utilização de 10 ppm de ractopamina melhoraram o

ganho de peso diário dos suínos machos castrados (MORAES et al. 2010).

Em um trabalho mais recente realizado por GARBOSSA et al. (2013),

os autores afirmam que ractopamina melhora o desempenho dos suínos.

O aumento na deposição de proteína, por agregar 35,0% de água, é

um dos principais fatores que justificam o aumento do ganho de peso

associado à melhora na conversão alimentar. Portanto, pode-se inferir que a

adição de ractopamina em dietas para suínos em terminação melhora a

eficiência de utilização dos nutrientes (MARINHO, 2007a).

Quando se trabalha com suínos em dietas com CLA, alguns autores

afirmaram que não ocorre influência sobre o Ganho de Peso (OSTROWSKA et

al., 1999; WEBER et al., 2001). Da mesma maneira que não houve evidência

em alteração na eficiência alimentar dos animais analisados por O’QUINN et al.

(2000).

Também é possível observar que o efeito do CLA relacionado ao

ganho de peso diário, pode variar em função da composição dos isômeros,

quantidade e período de utilização (SUREK et al., 2011).

Esses mesmos autores, trabalharam com suínos alimentados com

dietas sem e com CLA, e observaram que não houve diferença (P>0,08)

quanto ao consumo de ração e a taxa de conversão alimentar. A uso do CLA

resultou em aumento no ganho de peso diário em relação a dieta controle.

Contudo, outros autores associaram o CLA ao aumento na eficiência

alimentar de suínos, com resposta linear no GP em função do nível de CLA

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utilizado (OSTROWSKA et al., 1999; THIEL-COOPER et al., 2001; WEBER et

al., 2006).

3.4 Viabilidade econômica

Na Tabela 4 encontra-se o custo médio em ração por quilograma de

peso vivo ganho (R$/kg de PV), o índice de eficiência econômica (IEE) e o

índice de custo médio (IC), das rações experimentais.

Os custos médios em ração por kg de peso vivo ganho foram R$ 2,22;

R$ 2,12 e R$ 3,02, o que representou os índices de custo médio de 104,71;

100 e 142,45 para os tratamentos controle, 8 ppm de ractopamina e 20 ppm de

ácido linoléico conjugado respectivamente.

TABELA 4 - Custo médio em ração por quilograma de peso vivo ganho (R$/kg

de PV), índice médio de custo (IC) e índice de eficiência

econômica (IEE) de suínos na fase de terminação em dietas com

ractopamina e CLA.

Tratamentos

Controle 8ppm RAC 20ppm CLA Kg/carne R$* 2,22 2,12 3,02 IEE 95,49 100 70,20 IC 104,71 100 142,45

*Kg/carne R$ - Custo do kg da carne

A ração com ractopamina apresentou redução de custo de 4,71% em

comparação com a ração controle e a ração suplementada com CLA elevou o

custo de ração em 42,45% em relação à ração com ractopamina.

No entanto, a dieta contendo ractopamina teve acréscimo de 30% no

nível de lisina, alterando também os outros aminoácidos, com isso a ração teve

quantidades diferentes de ingredientes, como farelo de soja, fazendo com que

seu custo de produção fosse menor.

É válido ressaltar que os custos com as rações experimentais vão

variar de acordo com a região e a disponibilidade dos ingredientes.

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3.5 Parâmetros sanguíneos

As médias dos parâmetros sanguíneos dos suínos na fase de

terminação alimentados com ractopamina e CLA estão apresentadas na Tabela

5.

Tabela 5 - Perfil hematológico e bioquímico de suínos na fase de terminação

em dietas com ractopamina e CLA

Variáveis/Referência Tratamento*

Controle 8ppm RAC

20ppm CLA

P CV

Hematologia

Leucócitos/11-12.103 nº/μL 13,50ab 11,88b 13,84a 0,0681 9,73

Hemácias 7,08 6,75 6,90 0,5983 7,43

Hemoglobina/19-16g/dL 12,34 11,74 12,10 0,3468 5,20

VG2 /32-50% 38,88 38,40 38,68 0,9409 5,63

VCM3 55,08 55,84 56,26 0,2625 5,97

HCM4/ 55,08 55,84 56,26 0,8535 5,99

CHCM5/ 31,54 31,22 30,90 0,5668 3,01

Plaquetas/ 233,00 255,00 279,60 0,2531 16,39

Bioquímica

AST6/8,2-21,6μI/L 42,95a 34,57ab 31,43b 0,0625 19,52

ALT7/31-58μI/L 47,14 48,18 40,85 0,4083 19,87

GGT8/10-60mg/dL 49,47 37,23 42,84 0,5717 41,45

Glicose/85-150mg/dL 80,68 87,62 91,99 0,6359 21,43 a,b Letras diferentes na mesma linha apresentou diferença significativa no teste t de Student (α <0,05). 1Coeficiente de variação, 2volume globular, 3volume globular médo, 4hemoglobina corpuscular média, 5concentração de hemoglobina corpuscular média, 6aspartato amino transferase, 7alanina amino transferase, 8gamaglutamiltranspeptidase.

Nos parâmetros hematológicos observou-se diferença significativa

(P>0,068) para as concentrações de leucócitos, sendo observada redução no

número de leucócitos com a utilização da ractopamina, tendo efeito na defesa

humoral do organismo, indicando menor ativação do sistema imune nos suínos

em terminação.

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Os leucócitos são células responsáveis pela defesa do organismo,

principalmente contra as infecções bacterianas (JAIN, 1993). Observou-se que

em todo período experimental não houve manifestação de qualquer doença,

mesmo havendo diferença estatística na concentração de leucócitos,

possivelmente os animais puderam manifestar o seu potencial genético para o

crescimento.

Sabe-se também, que a lisina está diretamente envolvida em algumas

funções de defesa da integridade física do animal, como na regulação da

síntese do óxido nítrico, na atividade antiviral, na metilação de proteína, entre

outros e, de forma indireta, na estrutura hidroxi-lisina e na função do colágeno

(WU, 2009).

BASSAGANYA-RIERA et al. (2001), trabalhando com leitões com

dietas contendo diferentes níveis de CLA (0; 0,67; 1,33 e 2%) observou que

após 42 dias houve aumento linear na porcentagem de linfócitos, o que faz

pensar no CLA como um imunonutriente estimulador de resposta imune celular.

Em outro estudo feito por BASSAGANYA-RIERA et al. (2003)

observaram aumento dos linfócitos em suínos infectados com circovírus que

receberam 1,33% de CLA na dieta.

LAI et al. (2005) também observaram que a inclusão de 2% de CLA

aumentou a porcentagem de linfócitos em leitões aos 14 e 28 dias pós-

desmame.

Os exames bioquímicos, realizados com amostra de plasma e soro

sanguíneos, são importantes para o diagnóstico de enfermidades que

acometem os animais domésticos (KANEKO et al., 2008). Podendo também

monitorar a condição nutricional e metabólica nos animais (GONZÁLEZ &

SILVA, 2003).

Em relação ao perfil bioquímico do plasma sanguíneo, observou-se

que as concentrações do AST foram diferentes (P>0,062) entre as dietas,

sendo importante relatar que foram maiores do que o valor referência para a

espécie animal estudada. A AST é uma enzima presente no fígado, músculo

esquelético e cardíaco, sendo indicadora de lesão hepática aguda ou crônica

(TENNANT, 1997).

Os níveis de ALT, GGT e Glicose não foram afetadas pela utilização

dos aditivos inclusos nas dietas estudadas.

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4 CONCLUSÃO

A utilização de ractopamina e ácido linoléico conjugado nas

concentrações de 8 ppm e 20 ppm, respectivamente, não melhoraram o

desempenho de suínos na fase de terminação. Porém, a utilização de

ractopamina reduziu o custo da dieta.

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CAPÍTULO 3

RACTOPAMINA E ÁCIDO LINOLÉICO CONJUGADO: CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇAS DE SUÍNOS NA FASE DE TERMINAÇÃO E PERFIL DE

ÁCIDOS GRAXOS

RESUMO

Objetivou-se avaliar o uso da ractopamina e o ácido linoléico conjugado como modificadores de carcaça e o perfil de ácidos graxos em suínos na fase de terminação. O ensaio de desempenho foi desenvolvido no Setor de Suinocultura do Departamento de Produção Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás. Os tratamentos foram: ração controle; 8 ppm de ractopamina e 20 ppm de ácido linoléico conjugado. Foram analisadas as características de carcaça e o perfil de ácidos graxos de suínos na fase de terminação. Foram utilizados 15 machos castrados, recebendo as dietas experimentais durante os 28 dias que antecederam o abate, sendo escolhido um animal com peso médio da repetição para o abate, os dados foram submetidos à análise de variância e as médias dos blocos submetidas ao Teste de t de Student. Não foi encontrada diferença entre os tratamentos quanto a composição centesimal da carne, os teores de Umidade, Proteína Bruta e Extrato Etéreo. Encontrou-se diferença entre os tratamentos quanto ao rendimento da paleta, sendo maior no tratamento com 8 ppm de ractopamina (4,31%), seguido pela dieta controle (4,03%), tendo o tratamento com 20 ppm de ácido linoléico conjugado (3,90%) o menor rendimento em comparação aos demais. Os suínos apresentaram maior espessura de gordura na 1ª costela quando utilizou a ractopamina, seguido pelo tratamento com CLA e índices superiores ao tratamento controle. Não houve diferenças estatísticas entre os tratamentos em relação à área de olho de lombo, além disso, o cálculo da razão entre área de olho de lombo/ espessura de gordura e área de olho de lombo/ peso de meia carcaça não apresentaram aumento nos diferentes tratamentos. Tanto o pH inicial quanto o pH final ficaram em níveis maiores que 6,0; tendo uma tendência para a condição de carne DFD (carne escura, firme e seca) em todos os tratamentos. O perfil do Ácido Esteárico (C18:00) teve concentrações menores quando utilizou os aditivos, tendo resultados em nível maior na dieta controle. Já o Ácido Eicosapentaenoico (20:5 n-3,) que são precursores dos dos leucotrienos das séries 4, 5 e 6, obteve maior concentração na dieta com ractopamina. Para incremento do desempenho em suínos na fase de terminação a ractopamina e CLA não é indicado, mesmo a ractopamina reduzindo o custo da dieta. As rações com ractopamina e ácido linoléico conjugado não alteraram as características de carcaça, tanto físicas, sensoriais ou centesimais da carne dos suínos machos castrados. O perfil do Ácido Esteárico (C18:00) teve concentrações menores quando utilizou o CLA, e o Ácido Eicosapentaenoico (20:5 n-3,) obteve maior concentração na dieta com ractopamina. A relação dos ácidos graxos saturados:insaturados apresentou menores índices quando as dieta continham os aditivos, sendo a relação menor quando utilizou-se ractopamina. Palavras-chave: aditivo, composição corporal, gordura, repartidor de nutrientes

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CHAPTER 3

RACTOPAMINE AND CONJUGATED LINOLEIC ACID : CARCASS CHARACTERISTICS OF FINISHING PHASE SWINE AND FATTY ACID

PROFILE

ABSTRACT

This study aimed to evaluate the use of ractopamine and conjugated linoleic

acid as modifiers carcass and fatty acid profile in pigs in the finishing phase.

The performance test was developed in the Poultry Industry Sector, Department

of Animal Production, School of Veterinary and Animal Science, Federal

University of Goiás The treatments were: control diet; 8 ppm and 20 ppm of

ractopamine conjugated linoleic acid. Carcass characteristics and fatty acid

profile of pigs in the finishing phase were analyzed. 15 castrated males

receiving the experimental diets during the 28 days preceding slaughter, being

chosen an animal with an average weight of repetition to the slaughter, the data

were subjected to analysis of variance and means of blocks submitted to test t

Student. No difference between treatments for the chemical composition of the

meat, the levels of humidity, Crude Protein and Ether extract was found. There

was difference among treatments for yield palette, being higher in the treatment

with 8 ppm of ractopamine (4,31%), followed by the control diet (4,03%), and

treatment with 20 ppm of conjugated linoleic acid (3,90%) the lowest income

compared to others. Pigs had greater fat thickness, rib 1st when used

ractopamine, followed by treatment with CLA and superior to the control

treatment rates. There were no statistical differences between treatments in

relation to the area of loin eye, in addition, the calculation of the ratio between

area of loin eye/fat thickness and loin eye area/half carcass weight showed no

increase in the different treatments. Both the initial pH and the final pH

remained at levels greater than 6,0 ; having a tendency to condition meat (DFD

meat dark , firm and dry) in all treatments. The profile of stearic acid (C18:00)

had lower concentrations when used additives, and results in higher levels in

the control diet. Since eicosapentaenoic acid (20:5 n -3) which are precursors of

the series of leukotrienes 4, 5 and 6 was obtained with the highest

concentration in the diet ractopamine. To increase performance in pigs in the

finishing phase ractopamine and CLA is not indicated, even ractopamine

reducing diet cost. Diets with ractopamine and conjugated linoleic acid did not

alter the carcass characteristics, both physical, sensory or proximate meat from

barrows. The profile of stearic acid (C18:00) had lower concentrations when

used CLA, and eicosapentaenoic acid (20:5 n -3) had the highest concentration

in the diet with ractopamine. The ratio of saturated fatty acids:unsaturated lower

levels when the diet contained the additives, with the lowest ratio when we used

ractopamine.

Keywords: additive, body composition, fat distribution frame of nutrients

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1 INTRODUÇÃO

A carne suína é um alimento considerado rico em lipídios, colesterol e

ácidos graxos saturados, e com isto seu consumo está associada crença de

alimento que pode trazer riscos potenciais a saúde humana. É sabido que a

composição nutricional da dieta pode diferenciar a composição da carcaça de

suínos, da mesma forma a composição em ácidos graxos da dieta pode

melhorar a capacidade cardiovascular de humanos (LUDKE & LOPES, 1999).

A composição geral de carne suína consiste de 72% de água, 20% de

proteína, 7% de gordura, 1% de minerais e menos que 1% de carboidratos.

Comparando- se com outros alimentos, a carne suína é um alimento rico em

proteína, e pobre em carboidratos e contém relativamente baixo nível

energético (em torno de 147 kcal/100g de carne suína) (SEUS, 1990).

O desenvolvimento de produtos cárneos requer animais com menor

relação gordura/carne e tem sido um anseio de técnicos que lidam no setor de

produção animal.

As características de carcaça são muito importantes na indústria

suinícola, principalmente as relacionadas ao maior rendimento de carne e

menor deposição de gordura, para que possa atender ao mercado consumidor.

Com isso, vêm enfatizando o uso de aditivos como a ractopamina e o

ácido linoléico conjugado, que possuem como função a partição de nutrientes,

buscando a diminuição da deposição de gordura e o aumento do crescimento

muscular e a manipulação de nutrientes da dieta.

Esses compostos afetam a repartição de nutrientes, alterando desse

modo a composição corporal em favor da deposição protéica, o que

proporciona uma grande utilidade na produção animal (GONZALES, et al.,

1993).

A qualidade da carne suína é uma preocupação cada vez maior para a

suinocultura mundial e deve-se considerar toda e qualquer mudança referente

a composição e da qualidade da carcaça que resulte em aumento do peso de

abate devido à imagem final do produto frente aos consumidores.

Atualmente, a carne não é vista como um alimento tão saudável como

as frutas e verduras. Os lipídios e o colesterol presente em todas as carnes são

os principais responsáveis por este conceito, com base no exposto, pesquisas

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buscam diminuir estes conteúdos e modificar o perfil de ácidos graxos da carne

(GARCIA et al., 2000).

O colesterol é o componente lipídico das carnes que mais gera

polêmica, pois, altos níveis de colesterol plasmático em humanos é

provavelmente um dos principais fatores de risco para doenças

cardiovasculares.

Os ácidos graxos merecem uma atenção especial. Vários estudos

revelaram que dietas ricas em ácidos graxos poliinsaturados promovem uma

redução nos níveis de colesterol plasmáticos (NELSON & COX, 2002).

NELSON & COX (2002), além da importância na regulação dos níveis

de colesterol, a carne contém quantidades suficientes dos ácidos graxos

essenciais linoléico, araquídico e linolênico para a dieta humana. A carência

destes ácidos graxos causa diversos problemas, como lesões cutâneas,

comprometimento do fígado e rins e problemas de coagulação.

Objetivou-se avaliar o uso da ractopamina e o ácido linoléico

conjugado em rações como modificadores de carcaça e do perfil de ácidos

graxos em suínos na fase de terminação.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O projeto experimental foi submetido à Comissão de ética no uso de animais

(CEUA), da Universidade Federal de Goiás, sendo protocolado sob o número 002/13.

O experimento de desempenho com suínos na fase de terminação,

que finalizou com o abate dos animais, foi desenvolvido no Setor de

Suinocultura do Departamento de Produção Animal da Escola de Veterinária e

Zootecnia da Universidade Federal de Goiás.

2.1 Delineamento experimental e números de animais

No ensaio de desempenho dos animais, foram utilizados 60 animais

híbridos comerciais, sendo todos machos castrados, com peso inicial médio de

70,0 ± 2,9 kg, distribuídos em delineamento experimental de blocos ao acaso,

(baseado no peso) com três tratamentos e cinco blocos, com total de 15

unidades experimentais, atingindo peso médio de ± 100 kg de P.V. Desses 60

animais foram selecionados um animal por repetição para serem abatidos.

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Cada unidade experimental foi constituída por quatro animais, alojados

em baias coletivas, com comedouros de alvenaria e bebedouros tipo chupeta.

O consumo de ração e água foi à vontade, no entanto, toda a ração ofertada foi

pesada e devidamente registrada em fichas de controle.

2.2 Tratamentos e composições das rações

Os tratamentos experimentais consistiram em três rações: ração

controle; 8 ppm de ractopamina e 20 ppm de ácido linoléico conjugado (Tabela 1).

TABELA 1 - Composição centesimal, composição química e energética das

dietas experimentais

1Suplemento mineral: 5mg de cobre; 80mg de zinco; 80mg de ferro; 20 mg de manganês; 0,25 mg de selênio e 0,14 mg de I; 2 Suplemento vitamínico: 6.000UI vit. A; 1.320UI vit D3; 12mg vit. E; 1,47 mg vit. K3; 0,9 mg vit. B1; 3mg vit. B2; 1,8mg vit. B6; 12 mcg vit. B12; 0,3 mg ác. fólico; 9,3 mg ác. pantotênico; 18 mg niacina; 0,09 mg biotina; 240mg de colina. Ractosuin – Ractopamina3: Cloridrato de Ractopamina 2,00 g; Valor calórico 380 Kcal; Cálcio 1,3 mg; Ferro 1,3 mg; Sódio 27,0 mg. (100 g). Lutalim - CLA 4: Ácido cis-9, trans-11; Energia Metabolizável 8.8000,00 kcal/Kg.

Composição centesimal %

Tratamentos

Ingredientes R$ ingred./kg

Controle 8ppm RAC

20ppm CLA

Milho 0,47 81,396 81,584 78,233 Farelo De Soja 45% 1,04 15,706 14,962 16,284 Fosfato Bicálcio 2,04 1,061 1,072 1,066 Calcário 0,21 0,402 0,399 0,398 Inerte 0,31 0,380 0,547 1,975 Vitcre-Sui 1 5,20 0,300 0,300 0,300 Min-Suino 2 7,42 0,050 0,050 0,050 L-Treonina 9,30 0,049 0,061 0,048 L-Lisina HCL 8,99 0,264 0,584 0,253 Dl-Metionina 14,75 0,029 0,033 0,030 L-Triptofano 75,99 0,005 0,010 0,003 Sal Comum 0,48 0,354 0,354 0,355 Ractopamina 3 78,15 - 0,040 - CLA 4 28,60 - - 1,000 TOTAL 100 100 100

Composição química e energética

Exigências Tratamentos

PB% 13,83 13,83 13,83 Energia Met. Kcal/kg 3.230 3.230 3.230 Ca% 0,4740 0,4740 0,4740 P disp% 0,2310 0,2310 0,2310

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Todas as dietas experimentais foram formuladas para atender às

exigências de suínos na fase de terminação, animais de alto potencial genético e

desempenho médio, bem como o aumento em 30% no nível de lisina total na

dieta contendo ractopamina, conforme ROSTAGNO et al. (2011).

A composição centesimal, química e energética das dietas

experimentais foram determinada segundo a metodologia de SILVA & QUEIROZ

(2002).

2.3 Abate

O transporte dos 15 animais da granja para o frigorífico foi feito em

caminhão de carroceria simples, no fim da tarde, percorrendo a distância de

aproximadamente 30 km. Os animais foram abatidos no dia seguinte mantendo

um jejum de 14 a 16 horas.

Foi utilizada a insensibilização elétrica com tensão variando na faixa

de 220 + ou – 20V e 60Hz de frequência. A insensibilização foi realizada com o

animal no limitador e o tempo de contato dos eletrodos na cabeça do animal

(posicionados na base das orelhas) entre 1 e 2 segundos. O abate foi efetuado

quando os animais completaram 28 dias consumindo dieta experimental, com

peso vivo próximo a ± 100 kg.

A sangria foi realizada imediatamente após a insensibilização com o

animal suspenso em trilho, no qual permaneceu para as outras operações do

abate.

2.4 Avaliação centesimal da carcaça

Após o abate dos animais, foi efetuada a divisão em meias carcaças. A

desossa e a realização dos cortes primários ocorreram após 12 horas de

resfriamento das meias carcaças. Retirou-se uma amostra do músculo

longissimus dorsi de cada meia carcaça esquerda, estas foram embaladas e

acondicionadas em caixas térmicas para posterior análise em laboratório.

Amostras de 1 cm de espessura foram usadas para avaliação da composição

centesimal.

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A determinação de umidade foi realizada, em triplicata, colocando-se

as amostras, após trituração, em estufas a 105ºC até que obtivesse em peso

constante, conforme metodologia proposta pelo INSTITUTO ADOLFO (1985).

Os teores de proteína foram determinados, em triplicata, pelo método semi-

micro-Kjeldahl (AOAC, 1984). Determinou-se o nitrogênio total das amostras e

utilizou-se o fator 6,25 para a conversão deste em proteína total.

O teor do Extrato Etéreo foi identificado, em triplicata, pelo método

intermitente de Soxhlet, após secagem das amostras em estufa (AOAC, 1984).

2.5 Avaliação da carcaça

O peso da carcaça foi obtido ao término do abate (peso de carcaça

quente), e após o resfriamento por 24 horas a 2±1ºC (carcaça fria). A medida

do peso da carcaça quente e resfriada permite estimar o rendimento de

carcaça e as perdas ocorridas durante o período de resfriamento (BRIDI &

SILVA, 2009a).

O comprimento da carcaça foi medido a partir do bordo cranial da

sínfise pubiana até o bordo crânio ventral do Atlas (ABCS, 1973).

Segundo ABCS (1973), a espessura de gordura subcutânea (toucinho)

deve ser medida em três pontos da carcaça: na altura da primeira costela, na

altura da última costela e na altura da última vértebra lombar, com auxilio de

um paquímetro perpendicularmente à linha dorso-lombar.

A profundidade do Longissimus dorsi ou área de olho de lombo e

espessura de toucinho foram medidas na altura da última costela, na região de

inserção da última vértebra torácica com a primeira lombar, a seis centímetros

da linha média da carcaça (ponto P2). Com os valores obtidos foi possível

estimar o rendimento de carne e a quantidade de carne na carcaça (BRIDI &

SILVA, 2009a).

A medida da área do músculo Longissimus dorsi foi realizada na altura

da última costela, a área foi limpa com faca e coberta com filme de polietileno

de baixa densidade, colocou-se um papel vegetal e então desenhou-se com

caneta de retroprojetor de ponta fina o contorno do lombo, não incluindo os

outros músculos (ABCS, 1973).

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Para determinação da área do Longissimus dorsi foi colocado papel

milimetrado sobre o desenho do músculo fazendo com que o maior número de

pontos ficassem localizados dentro da área demarcada. Para fazer a contagem

dos pontos dentro da área, cada ponto representou 1 centímetro quadrado

(BRIDI & SILVA, 2009a).

Os pesos dos principais cortes foram realizados de acordo com que se

preceitua a ABCS, (1973) sendo o pernil seccionado a articulação entre a

última e a penúltima vértebra lombar, perpendicularmente à linha dorsal da

carcaça, pesado completo, com cauda, pata sem unha e sem nenhum retoque

na carne e na gordura.

A paleta foi obtida com o corte efetuado entre a segunda e a terceira

costela, limitando-se da cartilagem superior da escápula até a articulação rádio-

carpo-unhar. A sobrepaleta é o corte constituído das massas musculares

inseridas nas vértebras cervicais, borda anterior da 1º costela, dorsal à paleta.

A barriga foi obtida do corte pela separação da região do vazio do pernil e do

dorso e a costela retirada da pele e da porção torácica da barrida e da

separação da paleta. Com todos os pesos dos cortes obtidos pode-se estimar o

rendimento dos cortes (Rendimento do corte % = Peso do corte x 100/ Peso da

meia carcaça resfriada) (BRIDI & SILVA, 2009a).

2.6 Avaliação qualitativa da carcaça

Um método de se avaliar a qualidade da carne é aferir as medidas de

pH, que são realizadas nos músculos Semimembranosus e no Longissimus

dorsi (na altura da última costela) 45 minutos após o abate (pH inicial) e depois

do período de 24 horas de resfriamento da carcaça a 2 ± 1ºC (pH final), sendo

medido com auxilio de um pHmetro portátil. Utilizou-se uma faca para perfurar

o couro, a manta de gordura e a carne antes de inserir o eletrodo no músculo e

fazer a leitura (BRIDI & SILVA, 2009b).

Os resultados foram utilizados para seleção e classificação das

carcaças em três diferentes grupos de qualidade, conforme critérios adotados

por GARRIDO (1994), MURRAY et al. (1995) e NPPC (2000): pH inicial < 6,0:

qualidade tendendo à condição PSE; pH inicial ≥ 6,0 e pH final < 6,0: qualidade

normal; pH inicial > 6,0 e pH final > 6,0: tendência a condição DFD.

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Foi realizada coleta de amostras na carcaça resfriada, entre a última

vértebra torácica com a primeira lombar, onde se retirou no sentido caudal-

cranial amostras de aproximadamente 30 cm do músculo Longissimus dorsi,

devidamente embaladas e identificadas para posteriores análises.

Perda de água por gotejamento foi realizada pela técnica descrita por

BOCCARD et al. (1981), utilizando uma das amostras citadas no parágrafo

anterior, sendo feito bifes de aproximadamente 2,0 cm. As amostras uma a

uma foram pesadas e suspensas em um gancho feito de arame galvanizado

em forma de “S” para que uma extremidade sustentasse a carne e a outra fique

presa nas grades da geladeira. As amostras foram colocadas em sacos de

polietileno, para evitar a desidratação. Os sacos fechados sob pressão

atmosférica e suas extremidades superiores amarradas com fio. As amostras

permaneceram 48 horas sob refrigeração a 4ºC, depois retiradas com papel

toalha o excesso de água e pesadas novamente. Com esses dados calculamos

a perda de água por gotejamento.

Os dados coletados no ensaio de avaliação centesimal da carcaça,

características de carcaça e perfil de ácidos graxos, foram submetidos à análise

de variância e as médias dos blocos submetidas ao Teste de t de Student.

Para as devidas análises, utilizou-se o programa computacional SAS

(2000).

2.6.1 Análise do perfil de ácidos graxos da carne suína

Na análise do perfil de ácidos graxos, os lipídios foram extraídos

utilizando a metodologia de BLIGH & DYER (1959), na qual se pesa 4g de

amostra, previamente homogeneizada, em tubo cônico de plástico de 50mL,

sendo adicionado, em capela, 8mL de Clorofórmio com 0,02% (0,2g/L) de

Butilhidroxitolueno (BHT), 16 mL de metanol e água destilada, onde amostras

com teor de água inferior a 10% utiliza-se 6,4mL de água destilada e amostras

com mais de 10% de água, deve-se corrigir a quantidade de água a ser

adicionada conforme o teor de umidade da amostra. Na seqüência o conteúdo

é homogeneizado por 2 minutos e levado para o agitador rotatório por 30

minutos, sendo que após adiciona-se em capela 8mL de Clorofórmio com

0,02% (0,2g/L) de Butilhidroxitolueno (BHT) e 8mL de Sulfato de Sódio Anidro a

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1,5% (15g de Sulfato de Sódio Anidro diluído em 1000mL de água destilada)

retornando ao agitador rotatório por 2 minutos. Centrifuga-se o conteúdo e

deixa repousar por 5 minutos, sendo que após o repouso retira-se com uma

pipeta de Pasteur a fase inferior do conteúdo do tubo passando-a para outro

tubo cônico de 15mL contendo 1g de Sulfato de Sódio Anidro. Agitar

lentamente por inversão a fase clorofórmica e o Sulfato de Sódio Anidro e

posteriormente filtrar este conteúdo em tubo de ensaio de 10mL usando papel

filtro contendo Sulfato de Sódio Anidro. Retira-se 1,5 mL deste filtrado e passa

para tubos de ensaio com tampas que vedem bem, para que na seqüência seja

seco em evaporador a vácuo até que reste somente uma gotícula de gordura

característica e bem viscosa.

A gordura já seca é então transmetilada de acordo com metodologia

proposta por HARTMAN & LAGO (1973), adicionando 0,5mL de Hidróxido de

Potássio (KOH) 0,4M em Metanol, levando a agitação em vortex ate formar um

turbilhão e colocando em banho maria a 100oC por 10 minutos e deixa resfriar

em temperatura ambiente. A amostra já resfriada adiciona-se 1,5mL de ácido

Sulfúrico (H2SO4) 1M em Metanol e retorna para o banho maria a 100oC por 10

minutos e novamente deixa-se resfriar em temperatura ambiente. Adicionar

2mL de n-Hexano grau cromatográfico, agitar em vortex e repousar para que

ocorra a separação das fases. Quando as fases apresentarem-se separadas

coleta-se a fase superior em eppendorfs identificados com etiqueta, veda-se a

tampa com parafilme e leva para a injeção no cromatográfo.

Os ésteres formados foram então analisados através de cromatógrafo

a gás Agilent Technologies, série 6890N, equipado com coluna capilar

(Supelco, SigmaAldrich) de sílica fundida (100m de comprimento x 0,25mm

diâmetro interno x 0,2 µm de espessura do filme) e detector por ionização de

chama (FID). A coluna foi aquecida a 35 ºC por 2 minutos aumentou-se 10 ºC

por minuto até atingir 150 ºC, permanecendo por 2 minutos, após aumentou-se

2 ºC por minuto até atingir 200 ºC, permanecendo por 2 minutos e novamente

aumentou-se 2 ºC por minuto até atingir 220 ºC, permanecendo por 21 minutos,

totalizando a corrida em 73,5 minutos. Nitrogênio foi usado como gás de

arraste a 0,9 mL min -1. O volume de amostra injetada (modo split) foi de 1µL.

A temperatura usada para o detector (FID) foi de 280 ºC. Os ácidos graxos

foram identificados por comparação com os tempos de retenção de padrões de

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referência (Supelco 37 FAME Mix, Sigma, Bellefonte, EUA). Para a

determinação do ácido linoléico conjugado (CLA) foi utilizado padrão composto

por uma mistura de isômeros (9-cis, 11-trans e 10-trans, 12-cis) de metilésteres

do ácido octadecadienóico (C18:2) (Supelco, Sigma, Bellefonte, EUA). Os

tempos de retenção e as áreas foram computados automaticamente pelo

software GC Solution.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Composição centesimal da carne suína

A Tabela 2 apresenta a composição centesimal da carne de suínos na

fase de terminação em dietas com ractopamina e CLA.

Tabela 2 – Composição centesimal da carne de suínos na fase de terminação

em dietas com ractopamina e CLA

Variáveis

Tratamentos*

Controle 8ppm

RAC

20ppm

CLA

P CV

Umidade % 70,91 71,20 70,91 0,9907 5,375

Proteína Bruta % 21,39 20,37 19,33 0,8404 26,954

Extrato Etéreo % 11,13 10,98 10,98 0,9849 28,234

a,b Letras diferentes na mesma linha apresentou diferença significativa no teste t de Student (α <0,05).

Não houve diferença no teor de umidade, proteína bruta e extrato

etéreo nos diferentes tratamentos, mostrando que os planos nutricionais

utilizados não mostraram efeitos às variáveis analisadas, pois os resultados

encontrados são proxímos aos encontrados na literatura onde classifica a

carne suína como carne vermelha, com composição muito semelhante as

demais carnes e ao contrário do que muitos pensam, é um alimento rico em

nutrientes, apresentando diversos benefícios indiscutíveis à saúde humana. A

carne suína é rica em proteína de alto valor biológico, ácidos graxos

monoinsaturados, vitaminas do complexo B e diversos minerais. O teor de

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gordura e valor calórico depende da localização da carne no animal, mas a

quantidade dos demais nutrientes é pouca afetada. Atualmente a composição

geral da carne suína consiste de 72% de água, 20% de proteínas, 7% de

gordura, 1% de minerais e menos de 1% de carboidratos (SEUS, 1990).

ESTÉVEZ et al. (2003) verificaram 73% de umidade no músculo

Longissimus dorsi em suínos submetidos a dietas contendo ractopamina

(10ppm). A deposição de água no músculo está relacionada à deposição de

proteína, o que não ocorre com a deposição de gordura, que apresenta baixa

quantidade de água (PENA et al., 2008).

Assim podemos afirmar que a inclusão de ractopamina na dieta, traz

maior deposição protéica e maiores teores de umidade no músculo (DUNSHEA

et al.,1993).

BOLER et al. (2010), encontraram efeito positivo da ractopamina

aumentando a deposição de proteína e efeito da mesma, reduzindo a

quantidade de gordura intramuscular na composição de presunto quando

comparadas ao grupo controle. Em pesquisa realizada por ROSSI et al., (2010)

verificou-se a influência da adição de ractopamina (10ppm) na composição

físico-química da carne de suínos. Os autores notaram um aumento

significativo na umidade e menor teor de lipídios na carne dos animais

alimentados com ração com ractopamina em relação ao grupo controle. No

mesmo estudo não foi verificada diferença significativa no teor de proteína.

Os teores de proteína, gordura e água, influenciam diretamente na

suculência, textura e brilho do produto final, e enfatiza a utilização de insumos

de boa qualidade na dieta alimentar dos animais para obtenção dessas

características desejáveis (ANDRAE et al., 2001).

O teor de umidade pode estar relacionado ao peso vivo ao abate,

quanto maior o peso vivo, menor o teor de umidade e também há uma

tendência em reduzir o teor de proteína (BONAGURIO et al., 2004).

3.2 Avaliação de carcaça

Os resultados de avaliação de carcaça (Tabela 3) apresentam o

comprimento de carcaça, o rendimento de carcaça, o rendimento de pernil,

rendimento de sobrepaleta, o rendimento de barriga e o rendimento de costela.

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Encontrou-se diferença (P= 0,089) entre os tratamentos quanto ao

rendimento da paleta, sendo maior o valor para os animais no tratamento com

8 ppm de ractopamina (4,31%), que diferiu dos resultados apresentados pelo

tratamento com 20 ppm de CLA (3,90%).

Isso pode ter ocorrido devido à ractopamina proporcionar redução da

síntese de ácidos graxos no tecido adiposo, ao mesmo tempo em que há

aumento na síntese de proteína no músculo (SCHINCKEL et al., 2003).

Outro fator relacionado com os cortes suínos recebendo ractopamina

na ração mostra que a porcentagem de carne dos principais cortes da carcaça

suína aumentam, no entanto, sem afetar o peso total dos principais cortes

(CANTARELLI et al., 2008).

Tabela 3 – Resultados da avaliação de carcaça de suínos machos castrados,

alimentados com ractopamina e CLA, segundo o Método ABCS

(1973), método brasileiro oficial de tipificação de carcaça

Variáveis

Tratamentos*

Controle 8ppm

RAC

20ppm

CLA

P CV

Comprimento de carcaça (cm) 94,10 93,90 92,50 0,4437 2,23

Rendimento de carcaça (kg) 81,44 83,76 80,67 0,4284 4,59

Rendimento de pernil % 10,24 10,47 10,59 0,6179 5,31

Rendimento de paleta % 4,03ab 4,31a 3,90b 0,0890 6,66

Rendimento de sobrepaleta % 4,94 5,79 5,54 0,3636 17,12

Rendimento de barriga % 3,67 3,57 3,42 0,4111 8,39

Rendimento de costela % 6,72 6,47 6,69 0,7720 8,86

E.G. 1ª costela (mm) 28,33b 37,59a 32,41ab 0,0639 16,95

E.G. última costela (mm) 20,99 23,93 20,91 0,5412 21,80

E.G. última vértebra lombar (mm) 21,50 22,20 22,02 0,9531 16,97

Área de olho de lombo (cm2) 44,20 44,80 39,60 0,4929 17,12

Área de olho de lombo/ E. média de gordura (cm2 mm-1)

2,08 2,07 1,82 0.6115 20,59

Área de olho de lombo/ Peso de meia carcaça (cm2 kg-1)

1,12 1,09 0,99 0,5405 20,59

a,b Letras diferentes na mesma linha apresentou diferença significativa no teste t de Student (α <0,05).

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As espessuras de gordura nas últimas costelas e últimas vértebras

lombares não foram diferentes entre os tratamentos, no entanto, os suínos

apresentaram maior espessura de gordura na 1ª costela com ração contendo 8

ppm de ractopamina, índice superior ao tratamento controle. Esses dados

contradizem os encontrados na literatura, pois estudos feitos por OLIVEIRA et

al. (2013) apresentaram menores valores de espessura de toucinho nos grupos

com ractopamina durante 28 e 35 dias, nos quais houve redução de 12,90 e

12,17%, respectivamente, a diferença não foi significativa (P>0,05). Esse

mesmo resultado foi encontrado por ARMSTRONG et al. (2004) e MARINHO et

al. (2007). CANTARELLI et al. (2009) evidenciaram efeito de 5 ppm de

ractopamina na dieta, durante 28 dias, na redução da espessura de toucinho.

Na literatura, é comum encontrar efeitos positivos da ractopamina na

dieta sobre a redução da espessura de toucinho, aumento na profundidade de

músculo e porcentagem de carne na carcaça (SANCHES et al., 2010).

Essas diferenças entre os trabalhos analisados podem estar

associadas às diferentes linhagens genéticas utilizadas nos diferentes

experimentos.

Sabe-se também que o uso de CLA na dieta reduz efetivamente a

espessura de gordura em suínos (D’SOUZA et al., 2002). Esses dados são

consistentes com estudos feitos por COOK et al., (1998); DUNSHEA et al.,

(1998) e THIEL et al., (1998). Entretanto, CARROLL et al., (1999); DUGAN et

al., (1999) e WEIGAND et al., (2000), reportaram que a utilização de CLA na

dieta de suínos aumentou os níveis de gordura intramuscular.

O CLA incrementa o percentual de carne magra, podendo ser

esperado pelo aumento no período de fornecimento do CLA (ANDRETTA et al.,

2009). O CLA modula processos bioquímicos e fisiológicos envolvendo a

mobilização e armazenagem dos lipídios. Algumas hipóteses metabólicas, para

explicar os efeitos do CLA sobre a composição corporal dos animais, incluem

um controle da expressão de genes envolvidos na diferenciação dos pré-

adipócitos em células maduras. Assim, esses mecanismos estariam

associados, concomitantemente, à redução na lipogênese e à potencialização

da oxidação de ácidos graxos, tanto nos músculos quanto no tecido adiposo

(SANTOS-ZAGO et al., 2008).

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Como a deposição de reservas se dá a partir do balanço positivo entre

síntese e degradação lipídica, os efeitos do CLA na composição da carcaça

estão relacionados ao acréscimo na deposição de tecido magro em detrimento

da gordura (OSTROWSKA et al., 1999).

Não houve resultados significativos nos tratamentos em relação à área

de olho de lombo, além disso, o cálculo da razão entre área de olho de lombo/

espessura de gordura e área de olho de lombo/ peso de meia carcaça não

apresentaram aumento nos diferentes tratamentos, essas medidas mostram

que os animais não obtiveram diferenças significativas entre o desenvolvimento

de tecido magro comparativamente ao tecido adiposo.

Resultados encontrados por ANDRETTA et al. (2009), também

comprovam que dietas com CLA não alterou a área de olho de lombo, não

interferiu no peso, comprimento e rendimento de carcaça nos suínos.

A utilização da ractopamina em dietas proporciona ação sobre as

características que determinam a qualidade da carcaça que depende da

linhagem de suínos usada, da quantidade desse aditivo e do tempo de

fornecimento (BRIDI et al., 2006).

Na Tabela 4, estão apresentadas as características quantitativas de

carcaça dos suínos e não foi constatada diferenças (P>0,05) entre os

tratamentos para suínos na fase de terminação.

Tabela 4 – Peso vivo ao abate, peso da carcaça quente e fria, rendimento de

carcaça e perda de carcaça no resfriamento de suínos na fase de

terminação em dietas com ractopamina e CLA

Variáveis

Tratamentos

Controle 8ppm RAC

20ppm CLA

P CV

Peso vivo ao abate (kg) 97,30b 98,60ab 100,30a 0,1176 2,12 Peso carcaça quente (kg) 79,20 82,56 80,92 0,3566 4,37 Peso carcaça fria (kg) 77,62 80,58 79,24 0,4125 4,28 Peso meia carcaça (kg) 39,60 41,28 40,46 0,3566 4,37 Rendimento de carcaça % 81,43 83,76 80,67 0,4284 4,59 Perda no resfriamento % 1,99 2,39 2,06 0,3807 21,60 a,b Letras diferentes na mesma linha apresentou diferença significativa no teste t de Student (α <0,05).

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O aumento do peso dos animais ao abate seria uma justificativa para a

melhora no rendimento de carcaça, pois diminui a importância relativa das

vísceras e aumenta o valor relativo da massa muscular (PÉREZ et al., 2005).

Em trabalhos anteriores, LANFERDINI et al. (2012) afirmam que a

ractopamina aumenta o peso de abate e de carcaça quente em suínos machos

castrados e imunocastrados. Porém não foi encontrado esse melhora no atual

trabalho.

Resultados semelhantes foram encontrados por SANCHES et al.

(2010), que trabalhando com diferentes níveis de inclusão de ractopamina,

obtiveram maiores valores de peso carcaça quente quando utilizaram 20 ppm

de ractopamina.

No trabalho desenvolvido por CORASSA et al. (2009), foi constatado

melhoria nos valores de peso de carcaça quente e rendimento de carcaça, nos

animais alimentados com dietas contendo ractopamina. Pode-se concluir no

trabalho desses autores que suínos alimentados três semanas antes ao abate

apresentam melhor desempenho e característica de carcaça se receberem 5

ppm de ractopamina na dieta.

A aferição do pH tem sido universalmente aceita para avaliar a

qualidade da carne suína, podendo ser utilizada como critério para predizer a

qualidade final da carne, podendo afirmar se uma amostra ou parte da carcaça

apresenta condições PSE (carne pálida, flácida e exsudativa) ou DFD (carne

escura, firme e seca). A capacidade de retenção de água e o pH, são algumas

das características da carne que determinam sua utilidade para a

comercialização e adaptação aos processos industriais.

A Tabela 5 apresenta a perda de conteúdo líquido, o pH inicial e final

do músculo Longissimus dorsi e da P2 de suínos na fase de terminação

alimentados com ractopamina e CLA.

O controle de pH é importante, pois está relacionado à cor, à maciez, à

textura e à capacidade de retenção de água da carcaça. Além disso, o tempo

necessário para a carne atingir o pH final no rigor mortis varia de acordo com a

espécie animal, a temperatura e velocidade de resfriamento e o nível de

atividades que antecedem o abate.

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Tabela 5 - Perda de conteúdo líquido, pH inicial e final do músculo Longissimus

dorsi e da P2 de suínos na fase de terminação em dietas com

ractopamina e CLA

Variáveis

Tratamentos

Controle 8ppm

RAC

20ppm

CLA

P CV

Longissimus dorsi pH inicial 6,30 6,50 6,34 0,4991 4,32

pH final 6,46 6,58 6,38 0,3358 3,17

P2

pH inicial 6,24 6,42 6,32 0,4708 3,55

pH final 6,34 6,58 6,30 0,2562 4,27

Perda de líquido por gotejamento %

3,90 4,03 4,98 0,6181 43,05

a,b Letras diferentes na mesma linha apresentou diferença significativa no teste

t de Student (α <0,05).

De acordo com a metodologia aplicada nesse trabalho, podemos

afirmar que tanto o pH inicial quanto o pH final dos tratamentos estudados

ficaram em níveis maiores que 6,0, tendo uma tendência para a condição de

carne DFD (carne escura, firme e seca), tendo uma reserva inicial de glicogênio

baixa devido a fatores ante mortem, como por exemplo, uma situação de

estresse antes do abate, não havendo tempo suficiente para a sua reposição

no músculo.

O pH final da carne de suínos tratados com ractopamina tende a ser

mais elevado, devido o consumo do glicogênio muscular, resultando em menor

produção e acúmulo de ácido lático na carcaça pós abate (WARRISS et al.,

1990). O que foi encontrado no atual trabalho porém sem diferenças estatística.

Suínos machos castrados na fase de terminação, recebendo dietas

com diferentes níveis de ractopamina (0,10, 20 ppm), não obteve diferenças

nos pH analisados (AGOSTINI et al., 2011), como no experimento atual.

O uso de ractopamina em dietas para suínos não afeta de forma

consistente as medidas de qualidade da carne, como perda de água por

gotejamento e pH (CARR et al., 2005; BRIDI et al., 2006).

Em relação às suplementações, observa-se que as carnes obtidas a

partir do lombo (Longissimus dorsi), quando submetidas ao processo de perda

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de líquido por gotejamento apresentam perdas do conteúdo líquido

semelhantes nos tratamentos com CLA, ractopamina e o tratamento controle.

A qualidade da carne suína é avaliada através de atributos

tecnológicos como capacidade de retenção de água. Dessa forma, algumas

pesquisas relatam que as carcaças de animais com ractopamina não diferiram

com relação à perda de água por gotejamento comparado a animais sem a sua

utilização (CARR et al. 2009; PATIENCE et al., 2009).

Esses resultados concordam com os dados apresentados por

ANDRETTA et al. (2009) e SUREK et al. (2011) que não observaram alteração

na perda de água após 24 horas com o CLA.

3.3 Análise do perfil de ácidos graxos

Os ácidos graxos presentes na carne podem ser classificados em

saturados (ácidos graxos sem dupla ligação em suas cadeias) e insaturados

(ácidos graxos com uma ou mais ligações duplas em suas cadeias), sendo

estes últimos divididos em: monoinsaturados (com uma insaturação ou dupla

ligação), diinsaturados e poliinsaturados (com duas ou mais insaturações,

respectivamente). Os ácidos graxos com mais de uma dupla ligação (ômega6 e

ômega3) são considerados essenciais devido a incapacidade do organismo de

sintetizá-los, motivo pelo qual devem ser incorporados na dieta (MARTIN et al.,

2006).

No que diz respeito a composição dos ácidos graxos MOSS et al.

(1983) concluíram que a carne de suínos possui 33 a 40% de ácidos graxos

saturados, 45 a 50% de ácidos graxos monoinsaturados e 7 a 9% de ácidos

graxos poliinsaturados. Por outro lado, LIMA et al., (2000) afirmam que a carne

suína possui a vantagem de ser rica em ácido oléico (C18:1ω9) e linoléico

(C18:2ω6), que reduz os níveis de colesterol – LDL2 (lipoproteínas de baixa

densidade). Possui ainda o ácido esteárico (C18:0) que contribui para não

aumentar o colesterol no sangue.

Os teores de ácidos graxos são alterados a medida que o conteúdo de

gordura e de músculo aumenta com a idade dos animais (WOOD et al., 2004).

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Na Tabela 6 encontra-se a composição em ácidos graxos do músculo

Longissimus dorsi de suínos machos castrados, alimentados com 8ppm de

ractopamina e 20ppm de ácido linoléico conjugado.

Tabela 6 - Perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus dorsi de suínos na

fase de terminação em dietas com ractopamina e CLA

Tratamentos

Ácidos Graxos % Controle 8ppm

RAC

20ppm

CLA

p CV

Caprílico (8:00) 0,0006 0,0007 0,0010 0,78 49,42

Cáprico (10:00) 0,0056 0, 0055 0,0058 0,88 17,48

Láurico (12:00) 0,0046 0,0045 0,0042 0,80 22,28

Mirístico (14:00) 0,0785 0,0739 0,0701 0,82 28,15

Tetradecenóico (14:1) 0,0053 0,0063 0,0035 0,30 55,22

Pentadecílico (15:00) 0,0032 0,0033 0,0025 0,18 22,83

Palmítico (16:00) 0,7171 0,2525 0,7912 0,39 41,09

Margárico (17:00) 0,0147 0,0099 0,0088 0,17 45,89

Heptadecenóico (17:01) 0,0160 0,0152 0,0134 0,37 19,57

Esteárico (18:00) 0,0197a 0,0158ab 0,0141b 0,07 21,21

Linoléico (18:2n6C) 0,2738 0,3491 0,4572 0,51 58,17

Y-linolênico (18:3n6) 0,0032 0,0038 0,0048 0,54 55,60

α -linolênico (18:3n3) 0,0124 0,0121 0,0096 0,52 36,74

Araquídico (20:00) 0,2938 0,3654 0,3444 0,77 48,78

Gadoléico (20:01) 0,0137 0,0146 0,0126 0,38 16,50

Heneicosanóico (21:00) 0,0471 0,0430 0,0471 0,84 28,28

Eicosadienóico (20:2) 0,0148 0,0159 0,0132 0,44 22,04

Aracdônico (20:4n6) 0,0005 0,0002 0,0012 0,35 29,08

Docosanóico (22:00) 0,0092 0,0104 0,0086 0,54 27,46

Eicosapentanóico (20:5n3) 0,0138ab 0,0188a 0,0119b 0,10 32,97

Erúcico (22:1n9) 0,0589 0,0767 0,0502 0,24 38,54

Tetracosanóico (24:00) 0,0042 0,0012 0,0024 0,15 54,40

Nervônico (24:1) 0,0054 0,0057 0,0049 0,25 13,46

Saturados 1,7006 0,7861 1,3027 0,19 59,36

Insaturados 0,4380 0,5459 0,6009 0,60 63,66

Sat/Ins 4,865a 1,382b 2,064ab 0,04 48,47

Omega 3 0,0273 0,0314 0,0222 0,18 27,27

Omega 6 0,2777 0,3551 0,4633 0,50 67,27

Omega 3/Omega 6 0,3222 0,1275 0,665 0,35 63,28 a,b Letras diferentes na mesma linha apresentou diferença significativa no teste

t de Student (α <0,05).

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O perfil do Ácido Esteárico (C18:00) teve concentrações menores

quando utilizou o CLA, tendo resultados em concentração maior na dieta

controle. Já o Ácido Eicosapentaenoico (20:5 n-3,) que são precursores dos

dos leucotrienos das séries 4, 5 e 6, obteve maior concentração na dieta com

ractopamina. Os leucotrienos agem de forma autócrina e parácrina,

influenciando inúmeras funções celulares que controlam mecanismos

fisiológicos e patológicos no organismo (MARTIN, et al., 2006).

Os ácidos graxos saturados mais indesejáveis são o Palmítico (C16:0)

e mirístico (C14:0), pois aumentam a síntese de colesterol e favorecem o

acúmulo de lipoproteínas de baixa densidade, o que representa um fator de

risco para o aparecimento de doenças cardiovasculares, sendo então

considerados hipercolesterolêmicos. Contudo, o ácido esteárico (C18:0) é

uma exceção porque ele é transformado rapidamente em ácido oléico

(ácidos graxos monoinsaturado), não exercendo efeito de elevação do

colesterol (MOLONEY et al., 2001). A inclusão de ractopamina às dietas de

suínos em terminação não influencia os teores dos ácidos graxos saturados no

músculo Longissimus dorsi (WEBER et al., 2006; APPLE et al., 2007a).

A relação dos ácidos graxos saturados:insaturados na carne de suínos

dos machos castrados, apresentou menores índices quando as dieta

continham os aditivos, sendo a relação menor quando utilizou-se ractopamina.

SINCLAIR et al., (1981) encontraram resultados que comprovam que as

espécies não-ruminantes possuem uma melhor relação saturado:insaturado do

que os ruminantes. Isto pode ser devido ao processo de hidrogenação causado

pelos microrganismos do rúmen.

Segundo BRAGANOLO & RODRIGUEZ-AMAYA (2002), a carne suína

apresenta um excelente equilíbrio em ácidos graxos insaturados e saturados.

Através da alimentação é possível modificar a composição de ácidos graxos da

carne, uma vez que os ácidos graxos da alimentação não sofrem modificação

química, sendo depositados diretamente nos tecidos.

Segundo WEBER et al. (2006) a inclusão de 10 ppm de ractopamina

às dietas de suínos em terminação não influencia a composição dos ácidos

graxos. Por outro lado, CARR et al. (2005) afirma que a suplementação de

ractopamina influenciam os teores de ácidos graxos na gordura subcutânea,

causando diminuição na quantidade de ácidos graxos saturados e aumento da

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poliinsaturação de lipídios da carne suína, podendo alterar o perfil de ácidos

graxos da carne, tornando mais insaturado o que poderia aumentar a chance

da ocorrência de oxidação e como consequência perda de qualidade

organoléptica e possível rejeição por parte do consumidor, sendo que essas

alterações podem ocorrer com níveis mais altos de inclusão (APPLE et al.,

2007a).

Alterações nos teores dos ácidos graxos do músculo Longissimus

dorsi, podem ocorrer com níveis mais altos de inclusão da ractopamina (APPLE

et al., 2007b)

É sabido que em suínos a ractopamina reduz o conteúdo de ácidos

graxos saturados e aumenta o de ácidos graxos insaturados (MOODY et al.,

2000).

Os teores de ácidos graxos são fortemente influenciados pela

alimentação e genética, já que em animais monogástricos o padrão de ácidos

graxos da dieta é refletido na composição de ácidos graxos dos tecidos

(SANTOS et al., 2005).

Ao contrário dos ruminantes, os ácidos graxos quando consumidos

pelo monogástrico são absorvidos sem alterações estruturais (RULE et al.,

1995), ou seja, a composição corporal em CLA do suínos será semelhante ao

perfil da dieta.

Dessa forma, é possível influenciar a composição de ácidos graxos da

carne pelo controle da alimentação dos animais. Considerando que, atualmente

os consumidores têm se mostrado mais preocupados com a saúde, a manejo

nutricional dos suínos, não deve gerar alterações negativas na qualidade da

carne, principalmente no seu teor de ácidos graxos.

À medida que aumenta o tempo de fornecimento de CLA, também

aumenta linearmente a quantidade de ácidos graxos saturados e a presença de

isômeros de CLA no tecido adiposo subcutâneo (WIEGAND et al., 2002).

O CLA afeta a relação entre ácido graxo saturado e insaturado pela

inativação da atividade da enzima esteroil CoA dessaturase, enzima a qual

está envolvida na síntese de ácido graxo monoinsaturado e sua regulação

(LEE et al., 1998).

Em relação aos ácidos omêga3 e omêga6 não obtivemos diferença

nos tratamentos e a sua relação entre os tratamentos, mesmo incluindo um

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ácido linoléico na dieta não obtivemos diferença nessa relação. Sabe-se que

uma concentração maior de ácido linoléico na dieta ocasiona aumento dos

ácidos graxos insaturados da família omêga3 (LUDKE & LOPES, 1999).

Estes resultados podem ter acontecido porque a composição dos

ácidos graxos do músculo suíno foi influenciada pela dieta. Assim,

provavelmente, os teores dos ácidos graxos fornecidos pela dieta não foram

suficientes para aumentar a composição média dos principais ácidos graxos

encontrados na carne suína.

4 CONCLUSÃO

Conclui-se que as rações com ractopamina e ácido linoléico conjugado

não alteraram as características de carcaça, tanto as físicas, sensoriais e

centesimais da carne dos suínos machos castrados. O perfil do Ácido Esteárico

(C18:00) teve concentrações menores quando utilizou o CLA, e o Ácido

Eicosapentaenoico (20:5 n-3,) obteve maior concentração na dieta com

ractopamina. A relação dos ácidos graxos saturados:insaturados apresentou

menores índices quando as dieta continham os aditivos, sendo a relação menor

quando utilizou-se ractopamina.

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CAPÍTULO 4

CONSIDERAÇÕE FINAIS

A qualidade da carne suína é uma preocupação cada vez maior para a

suinocultura mundial e deve-se considerar toda e qualquer mudança referente

aos componentes da qualidade relacionados com o aumento do peso de abate

devido à imagem final do produto frente aos consumidores.

A diminuição na deposição de gordura e o aumento na deposição

protéica nos músculos das carcaças de suínos melhorados geneticamente

busca atender o mercado consumidor. Portanto, a cadeia suinícola trabalha

com uma genética apropriada, utilizando um manejo alimentar especifico e o

uso de aditivos.

A ractopamina e o CLA vêm sendo utilizados como modificador de

carcaça, melhorando o produto final e aumentando a lucratividade. Estes

promotores agem modificando o metabolismo animal, melhorando os índices

de desempenho e as características de carcaça, direcionando os nutrientes

para as funções zootécnicas que são desejáveis para o produtor e consumidor.

A estratégia de adicionar ractopamina e CLA à alimentação dos

animais é uma alternativa que visa melhorar o desempenho dos animais e

produzir um alimento para o consumo humano que apresente uma qualidade

superior e com todos os benefícios atribuídos ao CLA.

Diferentemente de beta-adrenérgicos, a restrição da sociedade ao CLA

deve ser bem menor. Trata-se de um composto já presente na gordura e para o

qual foram demonstradas importantes propriedades benéficas à saúde do

consumidor.

A viabilidade econômica com a utilização de aditivos na alimentação

de suínos será determinada pela relação de preços entre os ingredientes

presentes nas dietas.

Considerando a escassez de pesquisa que mensuram os efeitos do

CLA e as muitas incertezas a cerca das implicações de tal composto na

absorção de nutrientes e no metabolismo dos suínos, a elucidação dos

mecanismos de ação do CLA pode ser tema de trabalhos futuros.