r€ ouso mebet:ido·

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.. f ANNO .XIII - . . N. 10 1 - Numero avulso 1$500- Dezemb~o de 1929 = ~ ~-----~-,--,--------:--:--~-~-=----,,e,-~~~-~~-,--,---- Director: ALFREDO C. DE F. ALVIM ASSIGNATURA Para o Brasil - Um anno ......... . 15$000 8$000 Redacção : RUA 7 DE SETEMBRO, 174 6 mezes ....... •.. SUMMARIO -- Repouso n1 eree ido Francisco Prisco ............ Tabagis rn o Th. Langgard Menezes ...... Republica do Pana111á O. ~- ...................... Con h ecer a cidade Mestre -Es cola . . . . . . . . . . . . . Tre s palavrinhas Nair Pires ferreira . . . . . . . Pratica da Escola Activa Leontina Ma chado .......... Historia Patria R€ ouso meBet:IDO · --------c:c :::,,...-.- ............... O ence 1·1·a»z e 1zto do pe riodo de azilas 1 pões de Jrtto1zta1l}ta, ou de bei,-·ct-rtiar, 111a s nas esc olas p, .. imaria« s e pr·ofissio,,_ae~ ert- co»to se ~o, .. ,ta dzfficil faze i-o co11t ~e11,ci- t1·artdo as férias an,iziaes, qzte cozrtcide11t }J1e1ztos ,rtlll[JZtados e .(J1·andes comp1·0111 zssos. co11t a época ,nais e s !afante,~pela e _l ev a~a A iniciativa privada poderia certa- t e11ipe:atiira, para os qu e te »i re s idencta mente arnparada q1ianto possivel pe la 1to Rio dá-,zos e1tsanclta de volver a as- . , . .., . _ t ) · · s t, .. atado nesta co· ad111z1zist1·açao , obte,· co11tb1,1zaçoes .~1taves szi 7 1Jzp O JCt va, .ias vez e . nas esta,zcias de aqzias otz nas si1t1JJles ci- lti1!t1ta, que vunos_ COJII prazer que conS!i- dades das montanÍzas para qu e se effe- tz~ui _obJecto ~e _cuid~;~s de alg,en,as asso- ctuasse a r~tirada rl; .Rio dos prof esso res ciaçoes de P~ of esso , e que o de seJasse11z, e al_qtuts foss e ,n 1nes11to Os p1·ofesso1' es chegani e:t'te,zz~ados a i,iduzidos a /a.gel-o. Des ejo rião llt es /at- es te fim de. a,ino . E ca:da vez 1nais e.xt~- ta) po,· certo. Hou1 esse conz1tlotlirlade de f!Uados, pois as conqzizstas da pedago,qza p, eços e á ,,zaioria rlos ex~te,z,earlos cloce1t- »zocle1·1ia se f aze 11t custa d~ esfo, .. ço _do tes poderia se,· dado o ,·epotlso 111 e ecir lo 11i es t1· e. . Pa,·a qzte edzicaçao e,º e,tsi~o e iridispe1isave/. clo disctpzilo llz e se1a,1i srtaves, e p1 1 eczso que o t1·abalho do p,~o fessor se .,1ir1,ltipliq.zie. Desdobra-se este, dando de sz o r1iaxi11io qzie se pode i11iagina1·. Não é, po.ré»z, i111pun e nt e 1lte qit e se abz,sa da ca_pacidad~ de t,·aballto do 01·.qa1iis1110: este fica a exi- ,qi,· re pa1 1 0, restazz,~ação, co11t0 qnalqiie,· 111 achirta qzte p1 1 odu z ztt e11t excesso. Tal es taztr·a cíJ o 11od e se,· efficie1l- te11te1ite ,·ealiz aclá j'ó,·a rio Rio, e11t esta- A ad»iinist,·açtio elo e,isirlo 1tão ltav e- , .. ia certa,,tente de 1·ec1tsa1· szia collabo,·,i- çcio a obra tão i1rtpo1·ta,zte e q1te Jt{io é, pa, .. a ella, caridade 1te111, de pl1ila1ttl11·opia, 11ias de ptll 1 0 i1lte, .. esse: ci co1tseruaçt7o rias 11tachinas, e de qzie ad11ti1·aveis 11iaclti1tr1s, fle que depende e11t ztlti,1,a palav,·a tofla a victo,·ia ele szlas icléa,), todo o [J1·il}to tle .~tla 1·ep1ttação . .. Toda a co1~respondencitt deve se1' dirigida á Redacção: Rua Sete de Setembro) 174

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Page 1: R€ ouso meBet:IDO·

.. • f

ANNO .XIII • • -

. . N. 10

1 • •

- Numero avulso 1$500- Dezemb~o de 1929 = ~ ~-----~-,--,--------:--:--~-~-=----,,e,-~~~-~~-,--,----

• •

Director: ALFREDO C. DE F. ALVIM ASSIGNATURA Para o Brasil - Um anno ......... . 15$000

8$000 Redacção : RUA 7 DE SETEMBRO, 174 6 mezes .......•..

SUMMARIO

-- Repouso n1ereeido

Francisco Prisco............ Tabagisrno

Th. Langgard Menezes...... Republica do Pana111á O. ~-...................... Con hecer a cidade

Mestre -Escola . . . . . . . . . . . . . Tres palavrinhas

Nair Pires ferreira . . . . . . . Pratica da Escola Activa

Leontina Machado.......... Historia Patria

R€ ouso meBet:IDO· --------c:c :::,,...-.-...............

O ence1·1·a»ze1zto do periodo de azilas 1 pões de Jrtto1zta1l}ta, ou de bei,-·ct-rtiar, 111as nas escolas p, .. imaria«s e pr·ofissio,,_ae~ ert- co»to se ~o, .. ,ta dzfficil fazei-o co11t ~e11,ci­t1·artdo as férias an,iziaes, qzte cozrtcide11t }J1e1ztos ,rtlll[JZtados e .(J1·andes comp1·0111 zssos. co11t a época ,nais es!afante,~pela e_leva~a A iniciativa privada poderia certa­t e11ipe:atiira, para os que te»i residencta mente arnparada q1ianto possivel pela 1to Rio dá-,zos e1tsanclta de volver a as- . , . .., . _

t ) · ~ ~ · s t, .. atado nesta co· ad111z1zist1·açao, obte,· co11tb1,1zaçoes .~1taves szi71Jzp O JCt va, .ias vez e . nas esta,zcias de aqzias otz nas si1t1JJles ci-lti1!t1ta, ~ que vunos_ COJII prazer que conS!i- dades das montanÍzas para que se effe-tz~ui _obJecto ~e _cuid~;~s de alg,en,as asso- ctuasse a r~tirada rl; .Rio dos professores ciaçoes de P~ ofesso, e que o deseJasse11z, e al_qtuts fosse,n 1nes11to

Os p1·ofesso1'es chegani e:t'te,zz~ados a i,iduzidos a /a.gel-o. Desejo rião lltes /at­este fim de. a,ino . E ca:da vez 1nais e.xt~- ta) po,· certo. Hou1 esse conz1tlotlirlade de f!Uados, pois as conqzizstas da pedago,qza p, eços e á ,,zaioria rlos ex~te,z,earlos cloce1t­»zocle1·1ia se f aze11t tí custa d~ esfo, .. ço _do tes poderia se,· dado o ,·epotlso 111e1·ecirlo 11iest1·e. . Pa,·a qzte ~ edzicaçao e,º e,tsi~o e iridispe1isave/. clo disctpzilo llze se1a,1i srtaves, e p11eczso que o t1·abalho do p,~o fessor se .,1ir1,ltipliq.zie. Desdobra-se este, dando de sz o r1iaxi11io qzie se pode i11iagina1·. Não é, po.ré»z, i111punente1lte qite se abz,sa da ca_pacidad~ de t,·aballto do 01·.qa1iis1110: este fica a exi­,qi,· repa110, restazz,~ação, co11t0 qnalqiie,· 111 achirta qzte p11oduz ztt e11t excesso.

Tal ,·estaztr·acíJo só 11ode se,· efficie1l­te11te1ite ,·ealizaclá j'ó,·a rio Rio, e11t esta-

A ad»iinist,·açtio elo e,isirlo 1tão ltave­, .. ia certa,,tente de 1·ec1tsa1· szia collabo,·,i­çcio a obra tão i1rtpo1·ta,zte e q1te Jt{io é, pa, .. a ella, caridade 1te111, de pl1ila1ttl11·opia, 11ias de ptll10 i1lte, .. esse: ci co1tseruaçt7o rias 11tachinas, e de qzie ad11ti1·aveis 11iaclti1tr1s, fle que depende e11t ztlti,1,a palav,·a tofla a victo,·ia ele szlas icléa,), todo o [J1·il}to tle .~tla

1·ep1ttação . ..

Toda a co1~respondencitt deve se1' dirigida á Redacção: Rua Sete de Setembro) 174

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214 · A ESCOLA PR.iMAR!A

' , ' TABAGIS

I

O,·ige»i do tabaco - Desc,·ipção da planta - Nicotina -Nicotiana - Nicotianina - Ofu,no no Brasil- O tabaco elJ'i tl1e1·aqeutica - . Vias de eli»iinação do. veneno - _ Antidotos-1'abagis11to agudo, _supe1·-agn_d? e chronico - . A.cçcto do tabaco sob,·e a intelligencia e a activzdade.

Ainda não é ponto liquido o saber-se a origem do tabaco. Dizem uns que a planta é originaria de S. Domingos (Ulys­ses Paranhos); outros que é originaria do Brasil (Miguel Calmon, Bu1·ton ... ); outros mais que é originaria das Indias Occiden­taes (01·tolan) e ainda entendem outros que o tabaco já existia na Europa antes de 1492, isto é, em epoca anterior á viagem de Christovam Colombo ás plagas ameri­canas.

' Como quer que é, sô depois do desco-brimento da America, foi que se vulgarizou na Europa o uso do tabaco.

E' ponto tambem em duvida quem o transportou para a Europa. Assseguram estes foi André .'l'hevet, que do Rio de Ja-

, neiro levou as sementes; affirmam aquelles que foi o embaixador francês eni Portugal Jean N icot, que disseminou . de Lisbôa para o resto do continente o uso do tabaco, e outros ainda afiançam que tal empresa quem a desempenhou, em 1560, foi Fran­cisco de Toledo.

Litigioso é ainda o conhecimento da origem da palavra tabaco. Ha quem asse­gure ser o nome da plânta devido a ter sido ella encont1·adiça na ilha de Tabago, no archipelago das Antilhas e ha quom opine ser o nome originario do masso de folhas, que os indigenas saboreavam, a tirar ft1maças, masso a que davam a designação de tabaco ...

A menos que por palpite, não é pos­sível dizer com · quem está a verdade.

'

E entre dar um palpite, mera hypo· these sem f11ndamento, e relatar apenas o que ha de positivo sobre o assumpto (e de positivo aqui sà ha as opiniões, todas sem supporte), não nos cabe a minima vacil­lação: só diremos as opiniões existentes, sem arriscar nenhuma po1· nossa conta, que seria, tal as demais, tambem sem base e ainda agrava1·ia o problema., fazendo delle um verdadeiro quebra-cabeças ...

O tabaco é uma planta da familia das sola11aceas, tribu das nicotianeas, genero das nicotinas . .. E' a Nicotiana tabacum de Linneu.

O genero das plantas a que pertence o tabaco conta mais de 30 especies, tendo sido a Nicotiana Langsdo,·ff a que primei1·0 foi entre nós cultivada.

A Nicotiana tabacum é um arbusto de 50 a ~50 centimetros de altura, de fo­lhas lanceoladas, grandes, largas, verde­escuras. Dá fiôres, que se dispõem em pa­niculo: têm 5 estames, insertos no tubo da co1·olla e 1 pistillo.

As analyses feitas nas folhas do ~umo revelá1·am nellas a presença de ammontaco, potassio, calcio, oxydo de n1anganez, oxydo de ferro, magnesia, acidos sulfu1·ico, ?hlo­rhydrico, azotico, tannico, prussico, gall1co ... além de outras substancias, taes como for­mol, collidina, resina verde, resina amarela, nicotiana, nicotianina, etc.

De tudo, porém, quanto se encont~a · nas folhas do fumo, é a nicotina o que mais importa.

A ,zicotina, cuja formula chimica é

-

A ESCótA PRIMARIA 1

215 -----------------------~-----------

• .

010 HI4 Az2, é um ~lcaloide liquido, sem nação dos petgnegua,·as, petym, fumo; cõr, de sabo1· caustico, soluvel na agua,. guara, comedo1·; petymguara, comedor de no alcool e no ether. Exposta ao ar, torna- fumo. ·· se amarelada e depois escura. . O tubo de fumar, o cachimbo, era o

A nicotina, que é encont1·ada no fum~ petymbau, combinada ao acido malicu ( 04 H6 0 5 ), foi Era tambem o fun10 emp1·egado pelos preparada pela primeira vez por Vauquelin, selv·agens em cerimonias 1·eligiosas, a modo em 1809. · · de incenso e e1·a signal de amizade e de

E' substancia extremamente venenosa, tregua a passagem de mão em mão do pe­sendo 20 millig1·aman1as a dose mortife1·a tyrrt~au, de que cada q11al por sua vez se para cada kilo de anin1ai. See considera-f\ se1·v1a. na classe dos venenos vasc11lo-cardiacos. Os ir1digenas da Amer·ica ainda ti-

A quantidade de nicotina varia segundo nham ·o -tabaco como a1·ma de guerra. Scien­o terreno em que é cultivado o fumo e tes de que encerra um veneno, elles embe­varia tamben1 de accordo con1 a mat111·i- biam em s11cco concentrado de tabaco a dade · das folhas: quanto mais madura a ponta de suas . flechas. folha, tanto maior a quantidade de nico- Em quas1 todos os nossos estados se tina que encerra. cultiva o fumo, occupando os primeiros 111-

},.s foll1as do fumo são revestidas de gares na escala da producção Pará, Bahia, p,ellos gland11lares, dos quaes, ao parecer S. Paulo, Goyaz e Minas.

· de Semler, transuda un1 liquido . viscoso, Ttn1 ·o Bràsil o 3° lugar no mundo pe1·ceptivel ao tacto, e que terr1 grande im- como produ.ctor de fumo. portancia, porque serve para distinguir o O fumo brasilei1·0 que_ goza de ma~o_r

. fumo verdadei1·0 do que o não é, pois, ate fama é o ori11ndo de S. Fel1x e de Mur·1t1-

. hoje, os falsificadores nao conseguiram ba, na Bahia. De Minas, é ap1·eciado o obter esse liquido · nas folhas . do f11mo fa · fumo de Barbacenà.

bricado. · A 1zicotia,za é tamben1 um alcaloide' O TABACO EM THERAPEUTICA

existente nas . folhas do tabaco. E' um cor-po liquido, tem a côr an1arelada e é i11soluvel . " · Assim.que descoberto, grande enthu­na agua; no alc0ol e no ether. Fo1·ma com' s1asmo '~usc1to? () tabaco, com? capaz de os acidos saes incrystalizaveis, iusoluveis ve1·dade1ros milagres en1 n1ater1a de the1·a-e insípidos, decompondo-se, porém, pela, pe11ti~a. . . . . . . ammonia, e pelo calo1·. . · IIav1do a pr1nc1p10 como remed10 para

A nil:otianirta é outro alcaloide do fumo. todos os male's, não ta,rd!o11 que em pe­Pouco soluvel na agua, dissolve-se, no en- 1·igos immensos se tra,nsfo1·?1.ªsem os até tanto, 110 alcool e no , etber. então surpreendentes benef1,:1os do fumo.

, J ayme I escreveu contra elle; Isabel, de O FU1'10 NO BRASIL · Inglaterra; Richelieu; o Sultão ; o Shah ...

prohibiram o uso do fu~o; até os papas, Logo depois do descobrimento, foi a Urbano VIII .e lnnocenc1~ XII ª?~aram que

cultura do f11mo iniciada ent1·e nós · :(>elos era cas? de excommunhao o v1c10 de f11-europeus. · mar. · . .

Da Bahia foi q11e para os out1·os pon- , . Tudo, pore~, foi em l)u1·a pe:·da. Os tos do te1·rito1·io pat1·io se ir1·adiou essa ; jesu1tas da Polon1a 1·ef~taram o l1vr~ . de cultu1·a. . Jayme I; o papa Bened1cto XIII, o p1·1s10-

. J{t os nossos indige11as ' faziam 11so '. nei1•0 de Avi11hão, anul.1011 as b11llas de do tabaco, pet1,11n ou petym. Ensinà·nos Urbano VIII_ ·e I11nocen.c1? XII .. Theodoro Sa,mpaio q11e houve um·a nação Oatha1·1na de. Med1ce_s foi. a grande guer1·eira na Pa1·ahyba., cujos índios tinham protecto1·a do f11mo, que veio ate a se cha­o habito de t1·azer u111a folha de fumo na ma1· a a,·vo,·e da ' rainlza. bocca, entre os labios e os ·dentes. Era a · Oo'nta Dubois q11e, sob o reinado .de

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Page 3: R€ ouso meBet:IDO·

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1

2i6 A ESCOLA PRiMARiA

Luiz XIV, era de bom tom. apparecer.em .mais prej11dicial ao pr_oprio in~ividuo . do todos na alta sociedade de narjz lambusado q,u.e á sua descend_enc1a .. Assim, P.oi·em, com tabaco. E foi a.ssim se generalizando .º não-e~tende Gal~p1n, pa1·a qu~m deixa o uso do fumo, e o seu emprego, aomo medi- tabagismo chronico traços mais ou menos camento se tornou quasi universal... . profundos . ~m todas as gerações duma

Foi o fumo preconizado para debelai· mesma familia, gerações e~ervadas e m?r­as mais variadas entidades mo1·bidas : co- tas em estado . e~bryona_r10 ou em baixa queluche, erysipela, doenças de pe~le, epi... idade .Pela. me~1n~ite. e _mil _011tras doenças lepsia, hysteria, paralysia,. 11neumon1a, rheu- propr1as a pr1me1ra infanc1a. matismo, etc. Na mulher ainda mais grave é o sulco

Entre nós, foi muito corriq~eii·o ~ em- deixado pelo tabagis~o. Drysdale enco~­p1·ego do tabaco em lavagens 1ntestinaes trou, a nicotina no leite de m11lhe1·es mani­contra os asca,·ides lombricoides. . puladoras de fumo, mulheres em cujo meio

Ainda sob a forma de clysteres, foi é commum o aborto. o tabaco muito prec?nizado no tratamento Stolz achou forte cheiro de tabaco no do tetan~ e, ao ,que dizem, c~m alg;um ne~ul- liquido ammiotico, a.ffi1·mando que as cri­tado. HoJe, porem, ~om o soro ant1-tetanico, anças nascidas em taes condições poucos não vale a pen~ a1·:1sca1·-se_ a gente com ª dias tinham de vida. Infelizmente não fez exdruxula medic_açao tabagica. Stolz a analyse do amnio, de modo que não

Tan:ibem foi, larga mamu, usado so:ti ª 'verificou se nelle havia, de facto, nicotina. forma de loções, pomadas, etc., com o 1n- . . tuito de combater affecções cutaneas. Hoje, 'llabagzsmo - O tabag_ismo pode ser porém, mercê dos envenenament~ que ha- :agudo, super~agudo e chronico. bitualmente provocam, taes praticas for,am O tabagismo agudo raramente apr~-relegados. senta gravidade. Denuncia-se _por vert_1-

Citam os auctores casos de morte gens, cephaléa, sensações de frio, depo1s produzidas por fumigações de tabaco, com suores frios nas faces e nas mãos, nauseas o intuito de acalmar dores hem01·rhoidarias; e vomitos. Em seguida apparece o somno: casos de morte provocadas por lavagens com -o doente dorme longamente. Quando acor­infusões de tabaco e innumer ~ outros, · da . está fatigado, ainda com dores d-e Cla­por onde se demonstra a absorpÇão por "\sia• ibeça e sente que ha pertu~açõe~ para os cutanea. Ia:dos do apparelho gast1·0-1ntest1nal, per-

Isto serve de provar que deve o taba- turbações que persistirão por muito tempo. co ser proscripto do nosso receituario, sob o tabagismo supe,·-a_qudo apresenta a fo:ma de loções, cataplasmas, pomadas, ·phenomenos mais serios, de que i·es11lta a fum1gações, etc. morte do enfermo. Segundo Rénon, ha

VIAS DE ELIMINAÇÁ0 DO VEJNENO

A pelle, os pulmões e os rins são as, vias,na;. turaes de eliminação da nicotina, eliminação que se faz mui~o lentamente. V.erific_ou Straub que depois de ter fumado um urr1co cha,1·uto, o organismo elimina, em media, d11rante oito longas horas, grandíes quanti­dades de nicotina.

Antidotos da 1zicoti1za. - Os antido­tos da nicotina são as substancias alcooli­cas e tambem o café que, a precipita, graças ao tannino que contem.

Heredita,·iedade E' opinião d·e Ape1·t que o uso immoderado do tabaco é

duas phases de intoxicação_. Na primeira, em que prevalecem as

perturbações di_gestiva~, ha vom_itos, dia1·· rhéa, cephalalg1a, vertigens, pall1dez, . con­tracção pupilla1·; na segund~, pred?minam os accidentes ne1·vosos, agitação intensa, tremores, convulsões, e~torpeciment?. Ha depois dilatação das pup1llas, a 1·esp1ração torna-se mais fraca, o pulso fica tenso, so­brevêm prof11sos suo1·es e, como remate, a mo:ct.e. · . , . . '

O tabagis11io elironzco e o mais im-portante pelos males que produz na prole. Entende Rénon que elle ra1·amente ~e apresenta como intoxicação unica: as mais

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A ESCOLA PRIMARIA 217

das vezes conconita com o alcoolismo, o Ca1·rion põe-nos ao par dun1a expe-absinthismo, o saturnismo, etc. riencia feita por Baumberger e Ma1·tin em

Quando fuma o individuo respira acido varios telegraphistas, experiencia pela q11al cai·bonico oxydo' de carborno hydrogenio chegaram á conclusão de que nos fumantes sulfurado; oxydo cyanhydrico, nic0tina, o resultado do trabalho é de começo excel­bases py1·idicas. . . len~e, mas, para a ta1·de, a fadi~a os colhe

As bases a pyridicas são, ao pa1·ece1· de . mais cedo, de modo qne,, nas ~lt1n1as ~oras, Roger, as mais perigosas. São corpos to· , o resultado do trabalho e muito med1oc1·e. xicos e paralysantes. São tambem corpos toxicos, cuj,1, respi1·aç,ão é ~1·andement~ p1·e- ! F,·ancisco P,· isco. j11dicial ao org1·nismo o acido . carbonico, o 1

oxydo de ca1·bono o hyd1·ogenio sulfur.ado, Do liv1·0 Taba,qisrno, em p1·epa1·ação. ' 1 . t 1 etc. de onde se pode cone u11· com acer o

que' o vicio de fumar é, em ulti~a analy~e, ,1 • • • • • • • • •• •11> ~ ~ '"' unia intoxicação lenta d,o o1·gan1smo, cuJas REPUBLICA DO PANAMA' 1·eservas de energia tahto deprime, que

acaba por extinguir. A Republica do Panamá fez a sua Ho11ve tempo ~m que o alcool ~ 0 ta-· independencia a 3 de novembro de

baco eram preconizados como excitaíntes, 1903, tendo antes sido um Departa­capazes de facilitar o trabalho cerebral. mento da Columbia, está fadada a um

Riant é de opinião q11e em dose mode- futuro maravilhoso, pois o seu clima, o rada em verdade o tabaco é propicio ao seu territorio, çis suas possibilidades trab~lho intellect11al; 11zais l' abu_s dzz _tabac em fim são extraordinarios. p1·oduit ~'an~a,ztissemer~t ~e l'~1~telligenc~ o' territorio da Repuqlica compre­et a_bqu_tzf fznale1ne,zt a l abolzt101z de l ' hende a faixa continental que forma o actzvtte z,ztellectitelle. Isthmo. a sua estructura é a de um

O. D1·. Ulyss~s Paranhos, de accoi·do arco estendido entre as duas Americas, com R1chet, _cons1de1·a O alc?ol e_ 0 fu!Ilo cujo seio ,constitue o Grande Golfo de como ve1·da~eii·os venenos da 1ntelligenc1a. Panamá, dentro do qual se encontra o Ne~ outro e tambem o pensamento d~ Eu._ famoso archipelago das Perolas, assim ~en10 9eorge, quando assevera que a intel- denon1inado pela abundancia dessás l1genc1a soffi·e p1·ofundas p~1·t~rbações _sobª preciosas excrescencias marinhas, que acção do tabaco. A~ estatzsticas 1netzczzlo· a Ili se produzem. sas dos D,·s. Bertillol'z e Goube,·t p,·ova-, Está situado entre 6º,50' e 9°,41' ,·am qzzé e111, Pa,·_is, e1zt1·e ostzzda,ztes d~ de latitude norte e 77º,14'45'' e 83º,32, Escola Polgteclzntca e 4a Escola ele Mi- de longitude oéste do meridiano de ritas, as notas de ap1·_ovetta11zerito e de exa- Gree·nwich. ,nes daz1a1ft a col'zszde,·avel va1ttage11z de Em ·toda a sua longitude, que é, 40 °!0 aos não fu11za1ztes. em linha recta, de approximadamente

O que é fóra de duvida é qL1e: tal qual 250 kilometros qesde o ponto extremo o alcool, o fumo, em dose 1noderada, cons_ti- da fronteira Colombiana até os confins tue um excitante cerebi·al, n1as de effeito com Costa Rica, é atravessado por uma transitorio. Em pouco, com a continuaçã,? Serra cujo cume mais alto é de11omina­do vicioi o resultado é, ao envês, depr1- do Vulcão de C}líriqui, com a altitude mente acabando po1· embotar de todo as-fa- de 3.433 metros sobre o nivel do mar. culda,des intellectuaes. Essa Serra derrama as suas vertentes

Sabe-se que em ge1·al ac~b~m . o~ fu- sobre ambos os Oceanos, com declive mantes po1· soff1·er grande d1m1nu~çao no suave, formando planicies, como a~ de seu vocab11lario, esquecem o no1ne as cou- Anton, Boquette e Potrerillos de clima sas, têm a me1noria sobrecar,regada de ameno, que são regiões ideaes para o grande deficit. cultivo do café.

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218 .A. ESCOLA PRIMARIA .

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Esse territorio tem uma extensão ri genes, O, 9 º1 0 d e cl1i nezes e i 11 d ús e o •

superftcial de 87 .480 kilomettos qua- re>=tante, ou seja 71 º10 de mesclas das drados. Uma faixa de 5 milhas de cada diversas · raças, nas mesmas propor­lado do Canal, isto é, de 16 kilometros ções. de largura approxin1adamente, está _ar- O actual Presidente da Rept1blica , rendado por 99 annos ao governo dos . E t d U ·d d A · b sr. Don f. H. Arosemena. muito se s a os n1 os a mer1ca, para a er- t . t d d tura e exploração da grande via inter- em ,n e~essa 0 , 0 que e resto ta,n-

. s b ''Zo · d. 1 C betn o fizeram os seus antecessores, ocean1ca. o re essa na e a- · _ . , n l' ' a R;:i ublica de Panamá não exer- 1 pela construcçao _continua d~ estradas ª ·' · d. p ã 'm co se a be Ide rodage11s, quas1 todas de cimento ou

ce iuris icç 0 , pore , n rva so · macadame betuminoso, o que tem con-ranta. · ·d · t- d , corri o 1mmensamen e para o gran e

O clima da Republica e, natural- JJrogresso automobilistico, que actual­mente tropical, .porém, a temperatura menre se verific:1. varia segundo a altura do terreno, des-de 36° em alguns pontos das costas a Os Correios e os Telegraphos es-15" e menos, nas partes mais eleva:- tão admiravelmente bem installados em das. : Edificios arejados, grandes e modernos.

Politicamenteª Republica do Pàna- , A instrucção publica merece e tem má está dividida em nove · Provi11cias e sempre merecido, por parte do gover­um Territorio de lndigenas, _chamado· no o mais acce11tuado carinho. Para San-Blas. As Provincias,segundo su:1 im- se fazer uma idéa desse interesse é portancia são: - Panamá 1 Colon, Chi- bastante dizer-se que 2Sºr das rendas riqui, Veraguas, Coclé, Los Santos, nacionaes são çonsumidls com a edu­Herrera, Bo,cas d~I Toro e Dar!en. cação publica, pagando o Estado 11m

Panam a. capital da Republica, com corpo docente prirnario composto de uma. população apenas de 60.000 habi- l ·. 400 professores de ambos os sexos e tantes, já possue 4. 000 automoveis, <J um corpo de professores de educação que dá perfeitamente uma idéa do movi- secur1daria e profissional de 300 unida­mento commercial da cidade: . des, egualmente de · ambos os sexos.

O primeiro Presidente da Repubii- O mais alto estabelecimento educativo ca foi o dr. M. Amador Guerrero, que da Nação é o Instituto Nacional, que com Espinosa Baptista, Frederico . Boyd, consta da Escola Normal, Lyceu, Es­José Agostin Arango, Thomas Arias, colas de Direito, de Pharmacia, de Domingo Diaz, Carlos A .. Mendoza, Oeodesia, de Commercio e uma Escola Pedro A. Diniz e outros grandes pa- Primaria a11nexa, onde se aperfeiçoam_ triotas, levélram avar1te, não po.upando os estudantes da Escola Normal duran­sacrificios a Independencia de Panamá, te os dois ultimos annos de estt1dos. O que, apen'as com 26 annos já possue .l Instituto está alojado em um magnifico lindas cidades, com ruas .e avenidasJ_edificio constante de oito Pavilhões s~­modernissimas, lojas e .Hoteis · q_e pr!- J parados, que occupam uma. á_rea de · meira classe. A população da Repµbl1- 1 8. 000 metros qttadrados, ex1st1ndo ao ca é de 600.000 almas, 'tendo um .ter-j lado. um terreno das mesmas ditnensões ritorio de 87 .400 kilometros ·quadrados, para fins desportivos. Existe ainda o que dá 1 kilometro para cada 7 habi- · un1a outra Escola Normal, para senho­tantes. Ethnicamente, a gr.ande . maio- rinhas, que aloja actual1nente 500 alu- · ria da população do Isthmo é mestíç~,. mnas, e ainda uma E~cola Profissi~nal, como succede em quasi , todos os pai: egua'lmente para meninas, .que all1 re­zes sul-americanos. . . . cebem cursos de commerc10, de tele-

Existe uma media de 15 º1 0,de bràn- graphia, de modas e de economia do· cos, 9 °1

0 de negros, 5 º10 ~e in<;ljos,.abor . . mestica,

A ESCOLA PRIMARI~ 219 ----------------------------------

Além desses collegios, ~uja instru- As principaes exportações da Re-cção, quer primaria . ou .secun?aria, . é publica são: gratuita, sendo a primari.a obrigatoria, ''Bananas, cõcos , borracha, batata , existem boas Es;colas particulares, como salsaparrilha, pelles de caiman, plumas o Collegio S. José para meninas .e · 0 de garça, conchas, pero las e madeiras, La Salle para meninos· ExiS tem em para cujas transacções possue o paiz Panamá orphanatos da primeira ºrdem, bancos fortes e apparelhados para esse onde as creanças . se aperfeiçoam em t· 1m. diversos officios.

A Cruz Vermelha do Panamá é Em conclusão: - Panamá é uma uma organização perfei!a, onde as crean- pequena Republica, jovem, governada ças pobres, são protegidas s?b todos com patriotismó e acerto, em um terri­os pontos de vista e onde existe uma torio fertil e rico em mineraes, gozan­Mater11idade Modelo. do um bom credito nos mercados fi-

Panamá abunda em bosques que nanceiros e com ums situação geogra­possuem arvores seculares, de mãdeiras phica unica no mundo. preciosissimas e a sua exploração e in- \ dustrias derivadas, constituem uma de suas industrias mais prosperas.

Rio de Janeiro, novembro de 1929. - Theodor Langgaard de Menezes, con· As perolas e madre-1Jerolas são va-

liosíssimas. sul, •

·"-"º"·"4t"-"8"·"«·"~-~~~~-"9 "·"9"-~ PREPARE-SE PARA TER UM FIM DE ANNO SOB OS ME­

LHORES AUSPICIOS :

• '

AS MELHORES COMPRAS DO FIM DO ANNO SÃO AS QUE

FIZER NO

Aproveitem as suas vantagens • • 1ncomparave1s

•• •

'

\

Page 5: R€ ouso meBet:IDO·

220 A tSCOL_I\ PRIMARIA -------- =·-·------

Conhecer a cidade as palavr,ls 1·aras, po1·tanto entre as qt1e t1ma pessoa culta está exposta a encontrai· pela p1·imei1·a vez, depois . q~e

Coisa que tem ·sido injustan1ente ' dei- ~ossue farto vocabularío, a g1·and~ ma1o_r1a xada de lado nos ultimos ten1pos, nas a,u-

1 e na v~1·dade das proparoxytona_s, dah1 a

las prin1arias, é o co1!hecimento da ~idade gene1·al1zação, que nem. sempre da ce1·to. e do Districto, por meio de longas v!agens Com o vocabulo Nzobe, nome da my: simuladas ou figuradas, por meio da ~hologia, raro, mas que se encontrou aqui planta. e ali algumas vezes,_ dá-se ? facto.

E' pi·eciso realmente, fazer it geogra- E na Anthologia Nacio11al de T. Ba1·-pl1ia districtal, do pepuenino toi·i·ão en1 que 1·eto e Laet que se_ enc?ntra o ~xcerpto de se vive, poi·em não apenas como pretexto Octaviano qt1e assim diz: «A Niobe ~a f~­para enti·ar -pela geologia a de1!tro ot1 iner- bula foi punida ~o orgul~o que lhe insp1-crulha1· na historia e 11a c,hronica. E . 11e- 1·ava a sua fecundidade, viu mor1·er todos os ~essario tamb.em, e muito, que á criança das seus filhos, e a dõ1· a conve1·tet1 em ro­escolas diurnas e ao adolescente ou ao chedo. » adulto dos cursos nocturnos se offe1·eça Pois é q11asi infallivel: o alumno, ao meio de co11hecerem a cidade, os arrabal- te1· esse t1·echo, pronuncia Niobe, accento des os povo,tdos da zona rural, os mo1·ros, o i. as pi·aias, as ilhas, os meios de viação·. Tanto pela accent11ação grega como

Os passeios e as excu!sões, s~~u1~do pela latina a ve1·dadeira p1·on11ncia é a _qu~ a planta, da1·âo um esplendrdo e ut~l1ss1mo faz paroxytona a palavra. O q1;1e vai·!~ e conhecimento aos alum11os, que p1·ec1sam de o timbre do o, .pois uns pronunciam Niobe, saber lscomove1·-se. En1 meu tempo de es- Nióbe. A primei1·a é mais cor·i·ente enti·e cola e não se falava em tanta moder- pessoas cultas. nice'. eu aprendi a andar na ~idad_e pela Alarde. - A verdadei1·a palav1·a planta. Se1·vii·-se das plantas e cois,1, es- em portuguez é ala,·do, que significa re­sencial para o hon1en1 e sen1 embargo como Aista de forças militares, tambem ostenta­é raro encontrai· quem o faça sen1 emba- ção, apparato. raço ! . . . E11cont1·amos hoje a toda l101·a as ex-

Pelos passeios figu1·ados com rtt1x1l10 pressões « por alarde», «fazer alarde», mas dri ca1·ta, pois impossivel é fazel-os todos c1·eio que se poderá ir tentando a corre, effectivamente, palmilhando t·uas, praças e cção, por se t1·ata1· apenas de ~ma vogal­estradas, muito . conhecin1ento accessorio se não accentuada, pouco pe1·ceb1d:1 n,t pro­adquire: o dos monumentos e do que elles 1·ep1·esentam, a historia; o funccionamento das a.ssembléas e das 1·epa1·tições que estão installadas nos edificios, isto é, a instrucção

• • ClVlCà.

De tal so1·te, o ma11ejo da planta é co­nhecimento por si p1·oprio e meio de acqui; sição impo1·t,intissimo, que nunca se pod~ra desdenhai·.

• O. R.

TRES PALAVRINHAS

• nu11c1a. L1.--.str·e e lust1.~o. - O caso é

simples e bem sabido: lzzst,·e significa o brilho ou polin1ento, a gloria, a fama, e tambem o candelab1·0 que se suspende ao tecto; lust,·o é o pe1·iodo de cinco a11nos . Emprega o povo freque~temente lzi~t,·o tambem no sentido de JJoli11ze1zto, mas isso não é abonado pelas pessoas c11ltas. O q~e é raro, mas encontrei ha dia~ . em ,um dia­rio lJem informado e mal red1g1do e lrtstre no sentido de pe,·iorlo de ci1zco art,zos. Era unia noticia ci1·cumstanciada, com photo-

Niobe. - A p1·es11mpçíto de p1·0- graphia, da f~sta que haviam _1·ealizad? paroxytono é facto observado em ~ossa alg~ns bachare1s, em co_mmemo1·açao do prz­lingua. Quando ás pessoas de aprecrav~l 11-iez,·o lzzst,:e de sutt vida foren~e. O l~s­cultu1·a. se apresenta palavra que ~unca an- · t~e. não foi qualque1· g1·ande tr1u~pho JU· tes encontrára, tendem ellas muito natu r1d1co, mas apenas o tempo decorrido. , . ralmente a pronúncial-·a proparoxytona, si tiver tres ou mais syllabas, E' que entre

Mestre-Escola,

1

A ESOOJ...A· PRIMARIA 221 ----------·-----·-· -- ·-- - ·-------·---

Pratica da Escola Activa . , • -

Centro de interesse; Alimentação e vestuario

1. 0 ANNO 1 associar a ma teria que rnais f)ossa atra­hir a attenção da criança e ao mesmo

de tempo que lhe en_riq~eça o ~erebro, dando-lhe noções 1nd1spensave1s a sua vida presente e futura.

De acôrdo com o p,ogramma idéas associadas, encaradas sob o pon­to .de vista dos interesses capitaes _da criança, foi organizado o centro_ de in­teresse. « Alimentação e vestuar10 >,

No desenvolvimento do assumpto, visou-se a vida diaria de um pequeno escolar.

Sentindo-se o principal agente, es­tando sempre em fóco a sua individua­lidade, ora só, ora em contacto com o meio em que vive, observando_ o seu

Pequeninos exercícios de lingua­gem, arithmetica e desenho, feitos pe­los alumnos do 1.0 anno do Grupo Escolar Basílio da Gama, mostrarão como foi desenvolvido, de acôrdo co1n o centro de interesse, a parte de expres­são, quer abstract-a quer concreta.

1. 0 t\NNO proprio eu, comparando a sua vida com

1 • • •

a dos collegas, a criança, naturalmente, . Centro de interest._e . é levada a interessar-se pelas aulas. mais comrnuns e vestuar10.

Nosso intuito, neste trabalho, foi Schema geral:

A crea.nça. La.va-se, veste-se, alimenta-se segue desperta para a escola

Voltit a criança da esco l,i

Troca de vestuario Lava as mãos Almoça Brinca

Após o brinquedo a creanç.a sente fome 1 )Ierenda

A criança vê chegar o pa11ae de volta do tra.bal ho

A criança sente somno

Preparo para o jantar

Janta

/ mil.os lava.-se

cientes

troca ele roupa deita-se

., adormece

arranjo de ca • bellos, mãos a

roupas

Alimentos

Nota: As professoras que trabalharem e~ 2. tur110 ou em turno 1uixta farão_ ligeira moclificação na or<lem df) qf)senvolytment9 <lo <19 centr9 de 1nteresse; adaptarão este ao re~1me de v1d a de se1.1s a,lum11os,

'

Page 6: R€ ouso meBet:IDO·

222 ESCOLA PRIMARIA ·----~--------------- -----·----------

Desenvolvimento Uniforme - ( exame das peças de vestuario que o compõem.)

Despertar da criança- ( gestos de espreguiçar, bocejo.) Limpeza de roupas e sapatos.

Modo de vestir-se : Cuidados no Asseio corporal- banho ( quente t· d · · - ·

f · ) Lt' mp d d t h ves tr e esptr para nao rasgar a roupa. ou rto eza e e11 es, un as, ore-lhas e cabeça. 1 • Trato da r_oup~: O que a estraga:

(fazer a criança lavar os dentes e I J?gal -a ao chao~ ttral-.a bruscamente,

mãos; emprego da escova, do sabão e , limpar nella as maos su1as, etc. da toalha.) j O que a conserva: escovai-a, pas-

Vestt1ario para ir á escola: í sal-a a ferro, pendurai-a no armario: 1

Grossos de

TECIDOS DAS ROUPAS CONFORME AS ESTAÇÕES

lã (carne iro)

algodão (planta)

Capotes

Agasalhos

no inverno frio

meiado do anno ; marihãs, neblina. Dias e noites comparados aos 'de verão Chuvas, trovoadas, innundações.

Leves de linho (planta)

\ no verão - calor seda leve (a11imal) ·,

Fim e principio do anno Perigos de insolação Banhos de · sol, de mar.

' .

Antes da partida para a escola,:

A refeição matinal : o café

De que se compõe

leite café 1 café

pão manteiga

com leite

Objectos que se collocam á mesa: toalha, guardanapos, 'chícaras, pires, talheres, cesta de pão, manteigueira, assucareiro, leiteira, cafe teira.

Serventia desses objectos: forma. Preparo caso seja possível de uma mesa de café. Confecção em classe, de café. Gosto : amargo, doce côr do leite, café, manteiga.

Proveniencia dos principaes ali- pão-trigo (planta.) manteiga-leite ( vacca.)

mentos da 1. ª refeição: leite-vacca (animal.) café-cafeeiro (planta.) assucar-canna ( _planta.)

Acabada a 1 °. refeição, 1 Reco1nendações 1 a partida para a escola 111aternas

'

A·· ESCOLA. PRIMAR1.Ã. 223 •

De valta da escola ao 11teio dia, cltega,iclo a casa :

Troca de. vestuario · roupa de casa limpa, e1nbora mais usada

Ilygiene das mãos : perigo das mãos suj as limpeza ao ,,ol ta r da rua e antes ele qual­quer refeição.

'

toalhas guarda11apos

• talheres Pre1iaro da mesa copos

pratos • Jarras

• mor1ngues

Limpeza e

arrumação

2ª refeição: o al1noço Como se deve comer Bastante, mas não em excesso Mastigar bem os alimentos Comer a horas certas

Alimentos mais communs ao almoço

Carne feijão arroz farinha ovos legumes frutas

Animaes de onde provêm os ali­mentos.

mercado de peixes, etc. Comparação e11tre bipedes e qua­

drupedes. ( Visita, se possivel, a um açougue,

Vacca Boi Gallinha l'eixe Carneiro Perú Pata

·-> 5 "' "' "O

"' "O ·­-.... -" :::,

leite animal que serve para puxar o arado ovos comer mosquitos lã

ovos-pen nas

Vegetaes de onde provê1n os ali-

carne-mi udo1-chi f re-cou ro > ,, • >

carne carne carne carne carne

mentos. Legumes couve, bertalha, abobora, ch11chú

Cereae$ ) trigo - pão

Frutas

( Visita a uma horta ou á feira.)

lara11ja,s bananas tangerinas abacates mangas

'fan1.anl10, forma, irosto, cl1eiro cõr, maciez ou aspereza da casca.' Logar onde se encontram : poma-

res-hortas- quintaes; qui­ta11das, feiras, mercados.

Nomes de algumas arvores frutí­feras . •

) arroz Como são vendidas :

). peso (Kgr.) Uma a uma Preç,os differentes A duzia

Durante o dia, das 2 ás 3 horas, a mamãe prepara a 3.ª refeição :

A' noite, ao voltar o papae do tr a­balho, reunião da familia para a 4.' re-

, Café com leite Pão Doces A Jllerenda

Frqtas

feição: o jantar. ·

Preparo da mesa : novos objectos collocados - sopeira, pratos fundos.)

Page 7: R€ ouso meBet:IDO·

• J

224 A ESCOLA PRIMARIA _________________ _:_ ______ ----- ---------

sopa Alimentos mais co1umuns ao jan tar carne assada

gallinha legumes

fru tas (perigo das frutas vP.rdes e quente . . b d s , go1a a a

Sobremesa doces jpecegadij, !marmelada

queijo (leite-nata)

agua ( agua 111ineral ) Bebidas cerveja 1 . .

vinho I 1nconven1entes

A 's 8 horas -- preparo da criança para dormir.

Hygiene da bocca e das mãos.

Hygiene do q11a,rto

Troca de vestuario

Hygiene da respiração

camas indi viduaes

asseio da roupa de cama

Vestuario da 11oite

camisola

Quarto betn arejado - ar puro

J anellas abertas. Dormir com a bocca fechada 1

Expressão abstracta

Palestras: Lev qr a cria11ça a falar, co11tand0 na sua ling t1age n1 singela o seu acordar, o banl10 n1atinal, seu ves . tuario, suas primeiras refeições.

Lavo minhas unhas com a escova de unhas.

Gosto de lavar minhas mãos.

Depois do banho visto meu uni­form e.

Vi sto meu uniforme IJara ir á es­cola.

Mett uniforme é bonito. A's qt1i11tas- feiras e domingos

não visto meu uniforme. A saia do 1neu unif arme é de lã

azul.

A blusa de meu uniforme é de li­nho branco.

etc. .

Expressão abstracta-escripta.

Copia de phrases que se prendam ao centro trata do.

( illttstral-as com desenhos. ) 'Dictado de phrases. Recomposição de phrases desor­

denadas.

F~rmação de phrases com ele­mentos dados.

Completar phrases.

F azel-a descrever co·mo se prepara. Iniciação mathen1atica. uma mesa para café, almoço ou jantar.

Pedir-lhe para dizer a serventia Arithmetica. do~ principa~s objectos e dos animae_s Contagem de objectos encontra-mais c<:nhec1dos, ~mpregados na al1- Idos á mesa, de animae-s que figurem mentaça~. . . ' em gravuras ; de numero de patas de

Recitação de quadrtnhas, relacto- animaes. nadas com o assumpto. No a- d d b t d L ·t o · - d b ç o e o ro e me a e.

qu et urad- rgaiitz~çaod : Pt rases Pequenas vendas simuladas de fru-

e se pren am ao cen ro e tn eresse. tas1

lea umes etc. ( phrases curtas. ) "' ' Exs. Acordo e vou tomar banho. Conhecimento de moedas de 100 rs,

Tomo banho tados os dias. 200 rs, 400 rs, 500 rs e 1$000 rs. No verão tomo banho frio. Pequenos problemas oraes - ( 4 Tomo b;;nho quente no inverno. operações dentro da 2.ª dezena.)

Loto de numeras até 100. Lavo meus dentes todos os dias· Geometria. Lavo bem meus dentes com a es- ' Pela comparação da forma das

cova. frutas tornar conhecida .a esphera. 1 • • '

'

1 •

'

'

'

'

'

'

'

A ESéül A PRIMARíA • .

225 -- -- - --···--· -------------~·~---~ -- --- - --- ·- ·---- ----·- - . -- -----

'

F]xpressão concreta

Recorte e collagem '

1 1

\

Desenho

1 Copia do natural - peças elo vest11ario objectos de 1uesa

(

Frutas Vegetaes Animaes

Trabalhos de imaginação :

cl1icara pratos bules copos

O alumno escovando os dentes Uma menina toma11do café Um escolar indo 11ara a escola.

· A sala de jantar . etc.

, o bej ectos de mesa frutas

'

· 1fodelag·e111 vegetaes mais comrnuns

• an1maes

'

um escolar indo para a escola , um pequeno sentado á 111 esa do a\1uoço

Expressão concreta :

obj ectos de mesa · fructas vegetaes

• an1maes· peças do vestltario infantil

organização . de quad ros e alb11ns trabalho collectivo

ou individual

Alinhavos Em cartões perfurados, representando objectos e anin1aes de.

accôrdo co111 o centro de inte resse

Jogos motores

Põr 11111a 111esa

Imitar como se

' toma banl10 \ veste

come; c01no se descasca 11ma fru ta senta anda

ÍJoto de palav ras Separação ele palavras e111 pl1rases dadas e re­

composiçãs de phrases .

Jogos de Jeitur,t e rle calculo Co llocação de tampas de caixas co 111 etiquetas

-- ( ca-ixas ele phosphoros, contenrlo assnca r, · fe ijão, arroz, etc.

Loto de n11meros até 100. Lo to elas quatro operações dentro <l a 2. 1í e 3.ª

dezenas .

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.Segr1en1-se do11s t rabalhos de aluu1nos: Nai,· Pi,·es Fe,,,·ei,·a

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Page 8: R€ ouso meBet:IDO·

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226 ESCOLA PRIMÁRIA ---------·--- ---- --·=~----------- ------

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A ESCOLA PRIMAR!A 227 - - --·---~---------------~-------- - --------

Historia Patria

A MORTE DE ESTAGIO DESA'

D1·a11<1atizaçt7o (3° a/'t110)

Willegaignon, co11ten1plando tt G L1anaba1·a

Em meio á bahia, no ameno verdor, U 01 templo ergueremos, na paz do Senl1or, Que tenha da França na torre o pendão, De mestra e rainha dos mares d'além, Emqu\l,nto mil povos ?º~vados r~têm Despojos sagrados de 1m1ga naçao !

Do orgulho dos lusos o jugo execrando Nas forças tamoyas sustento buscando Os campos e as selvas iremos varrer. E quando da França, na pr~ia a ba~deira Subir sobre as azas da gloria altaneira , Trophéo de victoria iremos erguer.

Cidade orgulhosa I Dormido a teus pés Terás o selvagem, rincão dos pagés; E quando Henriville seu povo acclamar, Teu canto de guerra fazendo terror, Aos poucos vencidos levando o pavor, Os francos soberbos te irão adorar!

•••

FRANCEZES coií ENTHUSIA.S~IO

''Pela França e seu pendão, Todo o nosso coração.

Wittega~q ,1.011, rto rltef e 'l'r1111oyo

Trazei- me, Tamoyo, da força o poder· Iremos unidos vencer ou morrer .

'

CH!~FE T.~i\fOYO

Sou filho das selvas, Na matta cresci. Do luso cruento O jugo senti!

'IVIL,LEGAIGNON

Queres co1n os francos lactar, E os ltisos exterminar?

CHEFE 'l'A!l'IO'YO

1

, i\íeu odio é de morte De morte cruel ! Aos lusos desejo Venenos e fel!

2

Meu dardo certeiro Não vacillará.

4

Jacy apparece Nos 1non tes, além ; Na volta da lua Não viva ninguem l

G

O grito da guerra/ Tamoyos, soltai !

A setta partindo A morte dará !

Ao campo d.os lusos, . 'l'amoyos, voltai !

3

Valentes Tamoyos, Vencer ou morrer! Chegou a vinganç.a, Q,11em pode temer ?

. GRITO DOS TAllfOYOS

Guerra! Guerra! Tnpan ! (,issobios). l~ormam uma roda e danç,a.m uma dança cabalística.

. .. .. . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • ••••••••• •• •••• •• ••

~[l<~M DE SÁ 1'011te111pla11do o 111ovi1ne11to dos tr, 111oyos

Eis que ha dois lustros hei deixado a terra E aqui soffrendo a mingua, á tua espera. Dos franc~s e tamoyos alliados Nada consigo. Fortes sii.o temidos

/ Valentes quaes panth~ras elo dese;to 1 J ámais em !neta alguma sã.o vencido~ !

Page 9: R€ ouso meBet:IDO·

'

,

. . , ESTAGIO DE SA

Da luzitana gente, és varão forte, Descendente de quem não teme a morte, Ao campo de batalha, portuguezes ! Mais uma vez da patria eleve o non1e Aquelle que por ella se consome Nas luctas destemidas com os francezes !

~1EM DE SA'

1 J

'

A ESCOLA PRIMAÍ<ÍÁ

As armas portuguezas Dos mares têm a gloria, Dos feitos portentos os Cheg·aram á. victoria,

Cidade, és tu fundada Com sangue e sacrificio. 1\lil vidas se perde11do ·Para o teu beneficio .

O CAPITÃO-Af OR a,1,11111icia ct 111,011/e de Estctcio de Sá

Povo, a quem Deus concedeu Domar ó povo viril Das selvas incomparaveis Do bello e grande Brasil.

CAPITÃO

A fina flor da lusitana raça

A' sombra da cruz de Christo. Seus filhos cl1ristanisar · E da terra brasileira

· Esvahida em seu sangue, sen1 conforto, Eis que do céo á porta está batendo! - Brasil ! Por teu amor. . . Estacio é morto ! Estacio, o fundador deste portento, , Desta linda cidade o pioneiro,

O protestante expulsar· Eis que por ti, Brasil, calmo e sere110 ' A vida deu no Rio de Janeiro!

ESTAGIO DE SA'

Ao largo, irmão, eis as frotas Do francez e do tamoyo. Ao Santo desta cidade, Peça1nos clemencia, apoio.

(ajoelham-se)

Começa o combate entre portuguezes, francezes · e ta1noyos (settas, tiros, etc .) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . •· . . . . . . . . . . . . . . . ... .

Uma setta atravessanclo o ar, fere Estacio <le Sá no rosto. Gritos, lamentos, carregam-no. •••• •1 • • • • • • • • • • • • • • • • • ••• • •••••••••••••••••••

Termina o com bate.

l\JE1'I DE SA', rli1·1.11i11flo-se á cidade tio Rio clP .Trt11eiro : •

Portuguezes e brasileiros chora1n.

A CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Adeus, (ias luctas companheiro ingente ! Nós, braRileiros, que por tl choramos 'l'eu nome eleva.reinos na legenda, Como un1 altar na alma, levantamos ! ,

CAE O PANNO

Leontina Machado

Do Grupo Fiscolar Joaquim Nabuco

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