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Rio de Janeiro, fevereiro de 2007 Ano XIII – Nº 104 ISSN 1676-3220 R$ 7,90 www.comunitaitaliana.com A MAIOR MÍDIA DA COMUNIDADE ÍTALO-BRASILEIRA Fenavinho: safra nacional atrai mais de 150 mil Paraíso das compras San Marino é conhecida pela paisagem medieval e por não cobrar taxas alfandegárias. Turistas brasileiros estão entre os que mais consomem

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Rio de Janeiro, fevereiro de 2007 Ano XIII – Nº 104

ISS

N 1

676-

3220

R$

7,90

www.comunitaitaliana.com

A m A i o r m í d i A d A c o m u n i d A d e í t A l o - b r A s i l e i r A

Fenavinho: safra nacional atrai mais de 150 mil

A vez do Rio

Paraíso das compras

San Marino é conhecida pela paisagem medieval e por não cobrar taxas alfandegárias. Turistas brasileiros estão entre os que mais consomem

Page 2: R$ 7,90 · Rio de Janeiro, fevereiro de 2007 Ano XIII – Nº 104 ISSN 1676-3220 R$ 7,90  A m A i o r m í d i A d A c o m u n i d A d e í t A l o - b r A s i l e i r A

O espaço de uma ‘razão social’ evolui com a comunicação.

fazendo seu papel.Para falar com nossos representantes, ligue (21) 2722-0181 ou escreva para

[email protected]

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EditorialMudando o foco ............................................................................06

Cose NostreMinistro da Infra-Estrutura Antonio Di Pietro usa o site You Tube para prestar contas à população italiana ..................07

OpinioneYunus: la scommessa sui poveri ......................................................10

IntervistaIl sottosegretario del Ministero degli Affari Esteri, Donato di Santo, parla di progetti, risultati e traccia um ritratto del Brasile ..............14

PoliticaNuovo pacchetto dovrà favorire crescita economica e l´occupazione ..............................................18

AttualitàSan Paolo celebra anniversario di 453 anni e ComunitàItaliana offre uma retrospettiva sugli italiani che si sono innamorati della città ...32

ComportamentoPesquisa revela que motoristas com mais de 65 anos tomam conta das ruas da Itália ....................................39

Coluna MilãoItalianos organizam manifestação contra a pressa e defendem a idéia do “slow-life” .....................................43

40 45Economia Comércio da modaFashion Business: Itália é um dos países que importa peças através de lojas multimarcas

Turismo Patrimonio dell’UmanitàAssisi, la città di San Francesco e Santa Chiara: meta indispensabile per ogni turista

Teatro Gianni RattoIn Brasile, l´italiano ha dedicato più di 50 anni di lavoro alla dramaturgia brasiliana

Máscaras venezianas Encanto e mistérioExposição fotográfica, no Rio de Janeiro, mostra personagens simples e luxuosos observados durante 17 dias na Itália

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CAPA Livre de impostosSan Marino, de beleza histórica, atrai milhões de turistas às compras

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entretenimento com cultura e informaçãoeditorial

FUNDADA EM MARÇO DE 1994

Julio Vanni

COSE NOSTRE

O tempo não pára para Rocky Balboa, personagem do ator e diretor Sylvester Stallone, que esteve recentemente em Roma

para a pré-estréia de seu último trabalho no cinema, “Rocky VI”. Na ocasião, o ítalo-americano, aos 60 anos, deu uma entrevista coletiva de 25 minutos em para promover o filme “Rocky VI” no qual, segundo ele, interpreta um “Rambo animalesco”.

”Fiquei decepcionado com ‘Rocky V’ e queria muito que este personagem tivesse outro fim. Agora já se passaram 14 anos e queria mostrar como poderia ter sido dura a vida”, disse ele.

Quando iniciamos um texto jornalístico, seja uma reportagem, uma crônica ou um editorial, devemos nos colocar no papel de leitor e tentar entender como será a “digestão” do conteúdo a que nos propomos dissecar.

A função de um veículo de comunicação, além obviamente de informar, é tam-bém educativa. Faz parte deste cenário sensibilizar o cidadão com o calor dos fatos. Não fosse assim, a capacidade de mobilização da sociedade estaria prejudicada. A dosagem aplicada para determinados assuntos fica a cargo das diversas editorias. A exploração de notícias de cunho violento, porém, parece não ter fim. A maneira com que cada revista ou jornal trata um tema influencia diretamente o leitor à medida que este dedica parte do seu tempo àquela leitura. Quem não se comoveu com a morte do menino João no Rio de Janeiro? A morte de um torcedor italiano, agredido por neofascistas num estádio de futebol da Catânia, na Sicília, percorreu o mundo. Ambas as tragédias causaram firme reação da sociedade civil.

A capacidade de gerar emoção é um atributo das publicações. Por isso a preocu-pação com o exagero se faz necessária. Temos que ter a responsabilidade com o paladar do próximo. O nível de estresse que se gera atualmente é algo absurdo. As imagens, rica de sórdidos detalhes, chegam em papel, televisores, celulares... Dessa forma, está se aca-bando até com o dom de sonhar. Nem a utopia do carnaval consegue apagar a barbárie do nosso dia-a-dia.

Comunità busca, desde a origem do texto, nas reuniões de pauta, um conteúdo diversificado. Que contribua à so-

ciedade, que agregue valor, ou simplesmente proporcione o prazer da leitura. Colocamos mais uma vez o bloco na rua e a edição 104 chega com uma reportagem especial sobre o su-cesso dos vinhos nacionais. Em Roma, o vice-ministro Donato di Santo, responsável pelas relações italianas com os países da América Latina, dá entrevista exclusiva à nossa corresponden-te. Nela, ele reafirma a intenção de contribuir para programas sociais no Brasil e unir a União Européia ao Mercosul: “assim teríamos o maior mercado econômico do mundo, com 650 milhões de habitantes”.

E se existe unanimidade quando o assunto é moda italiana, a seleção de estilistas ca-narinhos entra em campo e surpreende pela criatividade e pelo custo da roupa que está sendo exportada para o mundo. A sessão de saúde vem repleta de dicas. Você já ouviu falar sobre os benefícios que a amora traz ao nosso organismo? Entre nos caminhos encantado-res de Assisi, cidade da Úmbria notável pelas suas riquezas histórica, religiosa, artística e natural. Para que os italianos tenham idéia do que significa carnaval no Brasil, nossa equi-pe caiu no samba e mostra algumas dicas para se divertir nas regiões sudeste e nordeste do país. A mais italiana de todas as cidades no exterior completou 453 anos. Veja como São Paulo prosperou desde os Matarazzo até os dias de hoje na matéria de marcos Petti.

O presidente da Câmara dos Deputados Italiana, Fausto Bertinotti, visitou o Brasil e se reuniu com o presidente Lula. Sempre acompanhado do embaixador Michele Valensise, em entrevista exclusiva, ele comparou a situação de pobreza de cidades brasileiras às periferias de Nápoles. Em Florença, os amantes de essências agora podem visitar o museu do perfu-me, criado num simpático ambiente Fiorentino, como revela nosso correspondente Giorda-no Iapalucci, em sua coluna. A elegância da histórica arte da esgrima você poderá conferir na reportagem que dá continuidade à série especial sobre os jogos Pan-Americanos.

A reportagem de capa mostra quais são as características de uma pequena repúbli-ca italiana que atrai o interesse do mundo todo. San Marino, enclave de fadas, parece tirar-nos da rotina transportando-nos pelo tempo.

Essas e outras matérias, colunas e artigos nesta edição.Boa Leitura!

DIREtOR-PRESIDENtE / EDItOR:Pietro Domenico Petraglia

(RJ23820JP)

DIREtOR:Julio Cezar Vanni

VICE-DIREtOR EXECUtIVO:Adroaldo Garani

PUBlICAÇãO MENSAl E PRODUÇãO:Editora Comunità ltda.

tIRAGEM:30.000 exemplares

EStA EDIÇãO FOI CONClUíDA EM:14/02/2007 às 12:30h

DIStRIBUIÇãO:Brasil e Itália

REDAÇãO E ADMINIStRAÇãO:Rua Marquês de Caxias, 31

CEP: 24030-050tel/Fax: (21) 2722-0181 /

(21) 2719-1468

E-MAIl:[email protected]

SUBEDIÇãORosangela Comunale

[email protected]

REDAÇãO:Nayra Garofle

e Sílvia Souza (estagiária)

REVISãO / tRADUÇãOAna Paula torresCristiana Cocco

PROJEtO GRáFICO E DIAGRAMAÇãO:Alberto Carvalho

CAPA:Divulgação

COlABORADORES:Braz Maiolino – Pietro Polizzo – Venceslao Soligo – Marco lucchesi – Domenico De

Masi – Franco Urani – Fernanda Maranesi – Giuseppe Fusco – Beatriz Rassele

CORRESPONDENtES:Guilherme Aquino (Milão)Ana Paula torres (Roma)

Giordano Iapalucci (Florença)Marcos Petti (São Paulo)

ComunitàItaliana está aberta às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos

e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo

assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da Revista.

la rivista ComunitàItaliana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori e sprimono, nella massima libertà, personali

opinioni che non riflettono necessariamente il pensiero della direzione.

ISSN 1676-3220

Filiato all’Associazione

Stampa Italiana in Brasile

Pietro Petraglia Editor

Mudando o foco

Ministro high techO ex-magistrado Antonio

Di Pietro, símbolo da Operação Mãos limpas e, ho-je, ministro de Infra-Estrutura da Itália, usou o site YouTube para explicar diretamente aos cidadãos italianos como o governo toma suas decisões. No vídeo, Di Pietro, líder do partido Itália dos Valores, da coalizão de centro-esquerda que governa o país, aparece sentado numa poltrona e se dirige aos italianos como se estivesse na sala de sua ca-sa. Em tom coloquial, ele es-clarece porque acha impor-tante contar o que acontece nas reuniões do conselho de ministros. “É para mostrar que nestas reuniões não há só brigas, mas trabalho, co-mo decidir nomeações im-portantes e as leis que serão levadas para a aprovação do parlamento”, diz o ministro. Di Pietro prometeu um vídeo a cada semana, logo depois das reuniões, que ocorrem nas sextas-feiras. O primeiro foi gravado no dia 19 e dura cerca de seis minutos.

Cidade das rodasRoma tem 732 veículos para cada mil habitantes e, em

2005, três novos carros foram registrados por hora, se-gundo um relatório publicado pela Agência para a Proteção do Meio Ambiente. De acordo com o terceiro documento so-bre a qualidade do ambiente urbano em 24 cidades italianas, a Itália, permanece como um dos países europeus com mais automóveis per capita de todo o mundo. O documento revela que, em junho do ano passado, 77% dos municípios analisa-dos superavam o valor limite diário de concentração de PM10 [partículas poluentes perigosas para a saúde] estabelecido pe-la legislação européia.

Senna ou Schumi?Uma enquete sobre quem seria o piloto de todos os tempos na Fórmula

1 deu o que falar no Brasil. A pesquisa foi veiculada no site do perió-dico Corriere della Sera e trazia entre as opções o brasileiro Ayrton Senna, morto em 1994, e o heptacampeão mundial Michael Schumacher. O curioso é que Schumi, como é conhecido o alemão, ganhava na preferência dos in-ternautas, até que a enquete foi descoberta e passou a ser alvo de e-mails em toda a rede, caindo no apelo dos brasileiros. Resultado: até o dia 6 de fevereiro, Senna liderava a pesquisa com 43,9% dos votos, enquanto o ex-piloto da Ferrari obtinha 40,5%. No duro páreo, os outros pilotos citados eram o argentino Juan Manuel Fangio e o francês Alain Prost.

Gôndola na SapucaíPara que os foliões realmente se sintam em Veneza, a Brahma

colocará uma gôndola com quase quatro metros na Piazza Brah-ma, em plena Marquês de Sapucaí, no Sambódromo, no Rio de Ja-neiro. Única área externa e representante da Itália no camarote da cervejaria durante o carnaval, o espaço terá uma piscina de 14,30 metros de comprimento. Com o tema “Brahma. todo Mundo Ama”, o 17º Camarote da Brahma no Rio de Janeiro vai mostrar, pelos olhos de Brahma, a cultura cervejeira brasileira pelo mundo afora.

Amor à árvoreUm frondoso cedro do líbano, plantado em 1814 no parque central de

Barga [província de Lucca], teve de ser derrubado por causa de fungo que atacou suas raízes, condenando-o à morte. Consternada, a população acompanhou a derrubada precedida de uma cerimônia promovida pelo pre-feito Umberto Sereni, que pretende plantar no local outro cedro importado do líbano. Milhares de pessoas recolheram pedaços da árvore. O tronco principal foi dividido em partes e entregue a escultores para transformá-lo em peças de arte, que continuarão a enfeitar o parque.

Adeus a Leopoldo PirelliLeopoldo Pirelli, presidente de honra da fabricante italiana de

pneus Pirelli, morreu no último dia 23, aos 81 anos. Ele era neto de Giovanni Battista Pirelli, que fundou a empresa em 1872. leopol-do tornou-se vice-presidente do grupo em 1956 e assumiu a presi-dência em 1965 , conduzindo-a até 1996. Além de ser considerada gigante no setor de pneus, a Pirelli também está presente nos setores imobiliário e de componentes de telecomunicações. leopoldo morreu em sua casa em Portofino, no norte da Itália, e deixa dois filhos.

Ans

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Italiano no comandoO general italiano Clau-

dio Graziano assumi-rá o cargo de comandante-chefe das Forças das Nações Unidas no líbano (Unifil) no próximo dia 17 de fevereiro. A Unifil conta atualmente com 11.500 soldados, tendo ampliado a tropa em agos-to passado devido ao confli-to entre o exército de Israel e as milícias do Hezbollah. A Itália participa da mis-são com um contingente de 2.450 soldados.

Prodi no BrasilO primeiro-ministro da

Itália, Romano Pro-di, deve passar três dias no Brasil, em março. A estada seria entre os dias 27 e 29, com passagens por Brasí-lia, onde se encontraria com o presidente luiz Inácio lu-la da Silva, e por São Paulo, onde teria reunião com re-presentantes da comunidade italiana.

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IX Festa NacIoNal da VINdIma A celebração da colheita da uva promete envol-ver todos que passarem por Flores da Cunha. A Rua Borges de Medeiros abrirá passagem para o “Corso Alegórico” que, nesta edição, contará com dez carros oficiais destacando os princi-pais símbolos da cidade. Elaborados pelo ar-tista plástico luís Henrique Costa, os veículos lembrarão o tema da festa “Retratos da Nossa História”, enfocando também o marco das edi-ções anteriores da Festa Nacional da Vindima (Fenavindima). As apresentações ocorrem en-

na estante

agenda culturalPaRliamONEcon l’Avvocato Giuseppe Fusco

[email protected]

mater semper certa est, pater Numquam

opinião serviço

frases“Ele é um homem muito bonito e sua carreira no futebol pode estar se aproximando do fim”

Giorgio Armani, estilista italiano, que acredita que

David Beckham vai se tornar ator e fez a escolha certa ao deixar o time do Real Madri para jogar no Los

Angeles Galaxy.

“Os gays estão todos do outro lado”

Ex-premier e líder da oposição Silvio Berlusconi, em conversa com o

candidato de centro-direita à prefeitura de Monza, Marco Maria Mariani,

afirmando que os homossexuais são simpatizantes da esquerda.

tre 23 de fevereiro e 18 de março. Informações pelo site www.fenavindima2007.com.br ou pe-lo telefone (54) 3292-1722 ramal 216.

curso de degustação O Ristorante Don Ziero e a vinícola Cordelier, no Vale dos Vinhedos (RS), promovem um curso exclusivo de degustação de vinhos e espumantes. O programa é iniciado com visi-ta aos parreirais até chegar aos sentidos mais aguçados pela arte de degustar vinhos, per-mitindo aos participantes entender o que há

de melhor na produção desta bebida milenar. Além do certificado de participação, será en-tregue um CD com todo conteúdo do curso e um vinho Cordelier Reserva. O curso somen-te será realizado com um mínimo de 15 e o máximo de 30 pessoas, a partir do dia 4 de março. local: Ristorante Don Ziero, junto à Vinícola Cordelier, em Bento Gonçalves. Valor por pessoa: R$ 85,00. Outras informações no site www.cordelier.com.br e inscrições pelo telefone (54) 3453-7593 ou pelo e-mail [email protected]

Em outubro de 2005 visitei a Itália e achei Veneza um espe-táculo. Seus passeios de gôndola pelos canais ou de barco

por suas ilhas e suas máscaras, além de seu cristal murano me encantaram muito. Foi uma viagem inesquecível.

Telma Cristina Guerrante da Silva - Niterói - RJ

click do leitor

Mande sua foto comentada para esta coluna pelo e-mail: [email protected]

Arq

uivo

pes

soal

Così dicevano i nostri saggi antenati latini: la madre è sempre certa, il padre non lo è

mai (o quasi mai).Insomma, difficilmente si hanno dubbi

sulla madre. Chi è la mamma? la legge di-ce che è quella che risulta nell’atto di na-scita trascritto nei registri di stato civile. È senz’altro cosí, perché, si sa, la verità non è quella a cui noi crediamo, ma è quella che viene certificata dall’atto. Cosí vanno le cose nello stato di diritto, e non potrebbe essere altrimenti.

Cosí, la legge ha stabilito che non sem-pre la mamma è giuridicamente certa, anche se nelle sue vene scorre il sangue, che fino al 31/12/1947 non è italiano, ma d’incanto lo diventa dal 1/1/1948.

la signora Giuseppina ogni mattina salu-ta i suoi adorati figli e tutte le volte pensa la stessa cosa: se avesse saputo che il suo san-gue non trasmetteva, avrebbe programmato la nascita di Alberto e lo avrebbe fatto nasce-re alle ore otto del 1 gennaio 1948, invece che alle ore 20 del 31 dicembre 1947.

Cosí Alberto è solo brasiliano, mentre Air-ton Caramella Rocha da Silva Junior, nato nel 1949 è anche italiano. Beato lui, sospira il fratello. Comunque, il fortunato Airton si è beccato un bel decreto emesso dall´Ufficiale dello Stato Civile di Vattelapesca....vista la legge tale, il regolamento talaltro, la circolare bis, ter e quater, si è proceduto alla rettifica-zione dei suoi dati: a partire da oggi la S.V. si chiama Rocha da Silva Junior Airton. Se non è d’accordo, può fare ricorso, entro 30 giorni dall’avvenuta comunicazione, alla Procura del-la Repubblica presso il tribunale di Roma.

Ma come, grida la Signora Giuseppina, e il Caramella che fine ha fatto?

Signora, abbia pazienza, le risponde il funzionario interpellato da dietro lo sportello: la legge è la legge, in Italia il cognome della mamma non conta, vale quello del padre.

Insomma, sbotta l’infelice, prima non tra-smettevo il sangue, adesso non trasmetto nemmeno il cognome.

Ecco, appunto, mater sempre certa est....tuttavia dipende.

Conclave. O livro de Roberto Pazzi faz de um evento histó-rico do Ocidente a ocasião pa-ra uma indiscreta radiografia da nossa sociedade: um retrato da Itália de hoje erguido numa at-mosfera vagamente grotesca, profanadora e santa. Depois de meses em que os cardeais reu-nidos em Roma não chegam a um acordo sobre a eleição do novo Papa, boatos começam a surgir num enredo de misterio-sos acontecimentos. Editora Al-faguara, 258 págs., R$ 39,90.

Zarattini – A paixão revolucioná-ria. O novo livro de José luiz Del Roio trata de uma época de dores e apreensão no Brasil: a ditadu-ra militar. No seqüestro do então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, entre os tantos prisioneiros torturados em quartéis e prisões, Ricardo Za-rattini acabou trocado, junto a 14 companheiros, pela libertação do diplomata norte-americano. A vida do cidadão que lutava pelo Brasil é acompanhada por uma rica docu-mentação, às vezes inédita. Edito-ra ícone, 336 págs., R$ 27.

cartasExcelente a matéria “E o hospital ficou

doente”. É o maior da Itália e é um descaso para a população a falta de higie-ne e segurança. Quero parabenizar o jorna-lista Fabrizio Gatti que fez a denúncia, tra-balhando por um mês no hospital como se fosse funcionário e sequer foi abordado por alguém para saber quem era ele.

BeATRiz RASSele, Vitória, ES, por e-mail

É revoltante saber das condições em que são apresentados os hospitais italianos.

Desse jeito não está devendo nada para os brasileiros. E o pior é saber que parentes, ainda que distantes podem acabar passando por esse descaso das autoridades. Não pode-mos deixar que fatos como estes apresenta-dos na reportagem fiquem impunes.

FRANCo MARTiNelli, Curitiba, PR,

por e-mail

Muito graciosa a reportagem que nos es-clareceu sobre cães de raças italianas

que têm criadores no Brasil. tenho um Ca-ne Corso e tudo o que vocês falaram sobre a espécie é verdadeiro. Jack está comigo há 3 anos e é muito dócil. Gostaria de sugerir que pesquisassem para as próximas edições outras espécies de animais da nossa Itália querida.

ANNA RoSA CANuTo, São Paulo, SP,

por e-mail

Que beleza poder ler matéria tão des-critiva quanto a que desvendou as

maravilhas da Costa Amalfitana. E as fo-tografias também nos fazem querer pegar o primeiro avião e aproveitar aquele ce-nário. Eu que já estive lá, fiquei encanta-do com a riqueza de detalhes comentados nesta edição.

GiANluCA ASColi, Gramado, RS,

por e-mail

enqueteRevolta de torcedores da Inter pode gerar represálias a Ronaldo Fenômeno?

71,4% - Sim.

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 30 de janeiro e 1 de fevereiro.

28,6% - Não.

Italianos gostariam de ter a lira de volta como moeda. Você acha que:

66.7% - O Euro prejudicou a economia do país e seria mais viável a volta da Lira.

33.3% - Apesar do saudosismo, a volta não faria diferença.

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 2 e 5 de fevereiro.

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articolo

Come molti ricorderanno, il premio Nobel per la pace è stato assegna-to nell’ottobre 2006 a

Muhammad Yunus, che aveva fondato una ventina di anni fa nel Bangladesh, suo paese nata-le, la Grameen Bank, iniziativa di concezione rivoluzionaria, che si è poi diffusa in molti altri paesi poveri del mondo con esiti sorprendenti.

Yunus, economista di forma-zione USA, maomettano e pro-fessore universitario in Bangla-desh, ricevette “l’illuminazione” nel 1980 incontrando Sufia, donna poverissima che soprav-viveva costruendo seggiolini di bambù per conto di una locale organizzazione, senza avere al-cuna possibilità di aspirare ad un minimo di capitale per acqui-stare la materia prima e quindi mettersi in proprio.

Questa e molte successive esperienze convinsero Yunus che una delle principali cause di povertà del mondo è l’impos-sibilità di accedere al credito che avrebbe potuto trasformare il lavoratore sfruttato in picco-lo imprenditore, dandogli così l’opportunità di realizzare il suo potenziale ed aumentare sostan-zialmente il suo reddito.

Il problema consisteva nel reperire un sistema finanziario affidabile, in quanto nessuna banca era disposta a dare ai più poveri qualsiasi prestito in quanto essi non sono in grado di offrire alcuna garanzia. Da qui e dopo molteplici esperienze personali, nasce la decisione di Yunus di costituire la Grameen Bank, un tipo particolare di banca specializzata nella con-cessione di prestiti minimi di un 50/100 dollari. A differenza del-le banche tradizionali, essa non guarda al patrimonio dei suoi debitori, bensì ai loro rapporti

sociali. E cioè, prima di con-cedere un prestito, la Grameen Bank organizza i debitori in vari gruppi, ciascuno di questi re-

Yunus: la scommessa sui poveri

sponsabile in solido dei prestiti contratti da tutti gli altri mem-bri. Ed ancora, la quasi totalità dei beneficiati sono donne, per natura e ruolo sociale assai più affidabili degli uomini.

I risultati del Grameen Bank, i cui azionisti sono gli stes-si beneficiati e che opera con equi tassi d’interesse, sono stati

ovunque straordinari, limitando-si l’insolvenza ad appena un 3% e trasformandosi questa azione prettamente umanitaria anche in un business vantaggioso, tanto è vero che vari poderosi gruppi bancari cominciano a di-mostrare ora interesse per ana-loghe operazioni.

In tal modo, è stata reperita una razionale, umanitaria e con-veniente procedura per contribui-re al progressivo sradicamento della profonda povertà che afflig-ge almeno 2 miliardi di persone del nostro pianeta, che si affianca alle ormai moltissime altre azioni internazionali di volontariato.

In Brasile sarebbe senz’al-tro auspicabile pensare di offri-

re alla popolazione più povera, indicabile in un 8/10 milioni di persone o in un 2 milioni di famiglie, analoghe condizioni che non peserebbero pratica-mente sul bilancio dello Stato, incentivando nel contempo la potenzialità dei beneficiati. Credo che il grande problema attuale sia l’entità assurda de-gli interessi, tra i più alti del mondo.

la formula reperita dal Go-verno F.H. Cardoso ed ampliata

dal Governo lula consiste inve-ce nelle note sovvenzioni a fon-do perduto rivolte alle famiglie povere di studenti che abbiano esiti scolastici favorevoli. l’ope-razione, anche se onerosa (ma poche sono le spese generali), sarebbe efficace se la sovven-zione fosse un’integrazione ai magri guadagni famigliari; ma in molti casi si sta dimostran-do purtroppo controproducente in quanto gli adulti, ottenendo mensilmente in regalo un im-porto equivalente o superiore al loro sudato guadagno, tendono ad abbandonare il lavoro non più considerato indispensabile per la sopravvivenza. lo stimo-lo viene quindi limitato all’im-pegno scolastico dei figli, fatto certo importante, ma occorre reperire con urgenza soluzioni anche per la manutenzione o trasformazione del lavoro degli adulti.

“La quasi totalità dei beneficiati della Grameen Bank sono donne, per natura e ruolo sociale assai più affidabili degli uomini”

opinione

Ezio MaranEsi

La strada intrapresa da Prodi sembra una corsa nei sacchi, in cui si corre a saltelli, inciampando spesso

Qualche giorno fa il pre-mier spagnolo Zapate-ro ha detto che entro tre anni il reddito pro-capite

spagnolo supererà quello italiano e raggiungerà presto quello in-glese. È passata solo una decina di anni da quando l’Italia riuscì a superare il prodotto lordo ingle-se e passare al quinto posto tra i paesi più ricchi del mondo. la Spagna era tra i parenti poveri d’Europa, insieme a Portogallo e Grecia. In pochi anni le cose so-no cambiate. Gran Bretagna e Ci-na ci sono ora davanti, in valore assoluto di PIl, la Spagna è in agguato e ci supererà in PIl pro-capite. Perché gli spagnoli sono più bravi di noi?

Siamo condannati a correre. Sognamo, a volte, di vivere in una specie di comunità Amish, dove si vive coltivando la terra, il caval-lo è l’unico mezzo di trasporto e

il bue tira l’aratro. Poi ci sveglia-mo e ci accorgiamo che dobbiamo correre per non essere gli ultimi. È il sistema; chi corre più forte ar-ricchisce di più degli altri. Allora dobbiamo produrre e consumare di più inventandoci nuovi biso-gni. E accelerando l’effetto stufa. Potrà non piacerci, ma neppure Sisifo, pure lui condannato, si di-vertiva a spingere il macigno su per la montagna senza mai arri-vare in cima.

l’Italia ha ostacoli immensi da affrontare, ed è responsabi-le per averli creati. Ne cito alcu-ni. Il debito pubblico italiano ha raggiunto la cifra record di 1.605 miliardi di euro nell’ottobre scor-so: 106% del PIl. Siamo primi in classifica in Europa, e tra i più indebitati al mondo. Se ne par-la poco; si ha pudore di parlare dei propri peccati. Questo debi-to è frutto della irresponsabilità

dei governi passati, di qualsia-si colore, in particolare di quelli che hanno retto l’Italia negli an-ni ’80 e primi anni ’90. l’Italia ha convissuto in quel periodo con un disavanzo annuale rispetto al PIl dell’ordine del 10% con pun-te del 13%. Ciò significa che, in termini estremamente semplifica-ti, spendevamo molto al di sopra delle nostre possibilità. Vivevamo nell’abbondanza, con l’euforia di sentirci ricchi, lasciando il conto da pagare ai figli, che oggi giu-stamente si lamentano perché si sono scoperti poveri. Non ho tro-vato, in internet, quanto spende l’Italia in interessi passivi. Poiché si afferma che il costo percentua-le è dell’ordine del 4 o 5 % il pe-so degli interessi si dovrebbe ag-girare sui 70/80 miliardi di euro. Cosa potrebbe fare in più l’Italia se disponesse di questa somma? E senza essere costretta a fruga-re nelle tasche degli italiani per cercare quei 3 o 4 miliardi che le servono per chiudere in pareggio i suoi conti?

Un altro ostacolo alla possibi-lità di andare più veloci va sotto il nome di “questione meridiona-le”. Se ne parla da 150 anni, cioé da quando è nata politicamente l’Italia, e non siamo stati capace di risorverla. la no stra gente del sud non se ne risenta: la colpa è di tutti. Il fatto è che oggi il Me-ridione è, per molte ragioni, una zona economicamente e social-mente depressa. Anche l’Andalusia lo era; oggi non lo è più. Merito di chi ha trovato i cammini per il suo riscatto.

Altre palle al piede ci afflig-gono. Mi limito a fare una rifles-sione su una di esse, che assume vari nomi: burocrazia, inefficien-za, spirito cartoriale, malinteso spirito liberale che diventa anar-chia, buonismo, tolleranza ecces-siva, corporativismo, culto della polemica, collusione tra politica e economia, e tanti altri ancora. In nome di questa nostra cultura i processi giudiziari durano anni, l’Italia non ha l’energia nuclea-re, l’autostrada Salerno-Reggio Calabria non finirà mai, gli inve-stimenti in infrastrutture non si fanno, il turismo ha perso le posi-zioni di leadership che ha sempre avuto, le coste sono deturpate, i prezzi sono tra i più alti d’Euro-pa, l’italiano non eccelle in cono-scenze informatiche, ecc. la lista sarebbe lunghissima. la Cina cre-

La corsa nei sacchi

Franco Urani

Muhammad Yunus, vincitore del premio Nobel per la pace del 2006 e fondatore della Grameen Bank

sce anche perché il governo dirige con il pugno di ferro, decide di fare e fa, ma non è ciò che au-spichiamo. Gran Bretagna, Irlanda e Spagna dimostrano che si può crescere celermente nel pieno ri-spetto della democrazia e dei di-ritti umani. Ma c’è anche chi pen-sa che la Spagna ha le condizioni culturali per accettare i cambia-menti perché il franchismo, morto da soli trent’anni, ha condiziona-to gli spagnoli a discutere poco e realizzare molto. trieste vole-va ospitare la Expo 2008; avreb-be dovuto riconvertire il porto vecchio, e l’avrebbe fatto. Napo-li voleva ospitare l’American Cup; avrebbe dovuto riconvertire l’area di Pozzuoli, e forse l’avrebbe fat-to. Sono state entrambe “frega-te” da Valencia, che quando ha presentato la sua candidatura era già pronta: aveva già fatto tutto ciò che c’era da fare. le macchi-ne italiane sono migliori di quelle spagnole, ma chi vende macchine italiane in Brasile sa quanto sia difficile vincere l’agilità finanzia-ria che la Spagna offre.

Il governo Prodi dà segna-li di volere meno burocrazia e una economia più libera. Ce ne compiacciamo, ma l’impressione che si ha è che ci vorrebbe più di quanto Prodi o qualsiasi altro governo potrebbero dare in pochi anni: cambiare la nostra sottocul-tura e indurci a recuperare la vo-glia di faticare. l’unica cosa che il governo può fare oggi è procede-re a piccoli passi, e se è vero che con un piccolo passo dietro l’al-tro si percorrono lunghe distanze, è anche vero che gli altri corro-no e noi no. Il nostro cammino è simile alla corsa nei sacchi della festa di São João, a saltelli, co-me i canguri; non si va lontano e spesso si incespica. tanto più che ogni tanto torniamo indietro per disfare quanto l’avversario politi-co ha appena realizzato. Non mi si accusi di essere fascista o cat-tivo italiano: amo profondamente l’Italia e conosco il valore dei no-stri lavoratori e dei nostri impren-ditori. Ne conosco però anche le debolezze e penso che avremmo bisogno di uno statista che aves-se il potere e il carisma di poter dire agli italiani, ed in particolare ai politici: smettiamola di litigare e rimbocchiamoci le maniche, per noi e per i nostri figli. Ma non lo dica, per carità, dal balcone di Pa-lazzo Venezia.

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intervista

Comunità Italiana – Tra le deleghe che ricopre attualmente presso la Farnesina, una delle più

importanti riguarda le relazio-ni con l’America Centrale e Me-ridionale. La sua esperienza in questo ambito è però decenna-le. Potrebbe parlare delle attivi-tà da lei svolte in questo prece-dente periodo? Donato Di Santo – Da molti an-ni, più della metà della mia vita, mi occupo dell’America latina. All’inizio lo facevo da giovane appassionato della letteratura, delle problematiche varie, poi dal 1989 sono stato nominato responsabile per le relazioni con l’America latina nel mio parti-to. Allora era il PCI (Partito Co-munista Italiano ndr) poi è di-ventato Democratici di Sinistra. Quindi, dal 1989 fino a due an-ni fa, sono stato il responsabile delle relazioni con l’America la-tina dei Democratici di Sinistra e ho potuto conoscere, attraver-so decine di viaggi e di incontri, tutti i paesi dell’America latina e quelli dei Caraibi. tutto questo lavoro, che ho svolto per circa sedici anni, è stato poi ricono-

sciuto dal presidente del Consi-glio, Romano Prodi, e dal mdegli Affari Esteri, Massimo D’Alema, che hanno voluto che tutta que-sta grande esperienza e, direi, competenza, fosse messa a ser-vizio di questo lavoro più isti-tuzionale. C.I. – Potrebbe spiegare in cosa consiste il suo attuale lavoro?Donato Di Santo – Siamo vari sot-tosegretari e poi ci sono alcuni vice-ministri, tra cui Franco Da-nieli, che si occupa degli italiani all’estero. tutti lavorano insieme al ministro degli Esteri D’Alema. Dopo un lungo periodo di disat-tenzione e disinteresse dell’Italia verso l’America latina, l’impe-gno che hanno preso il presiden-te Prodi e il ministro D’Alema è stato quello di rimettere la po-litica estera verso l’America la-tina tra le priorità. Non dico tra le emergenze, perché purtroppo non le decidiamo noi, ma i fatti. E stando l’Italia collocata proprio nel centro del Mediterraneo, sap-piamo tutti quali sono. Ma oltre alle emergenze, ci sono poi del-le priorità, che sono delle deci-sioni politiche, e tre quelle del governo Prodi c’è anche l’Ameri-

ca latina. Io sono lo strumento di attuazione di questa decisio-ne. Il mio compito è fare tutto il possibile per rilanciare la presen-za italiana in America latina e i rapporti dell’America latina con l’Italia. C.I. – Un esempio concreto?Donato Di Santo – Innanzitutto riprendere la presenza diretta in molti di questi paesi. In questi primi mesi di governo, sono già stato in missioni istituzionali in quindici paesi dell’America lati-na. In particolare, per quanto ri-guarda il Brasile, nella mia prima missione da sottosegretario (in Brasile sono andato tantissime volte nel corso di vent’anni), a luglio ho accompagnato una de-legazione di regioni e città ita-liane che andavano in Brasile per fare dei progetti di cooperazione decentrata. E in quella occasio-ne, ho potuto avere un incontro in Itamaraty con il mio omologo, oltre che ad incontrare dei vec-chi amici che adesso sono nel governo. In quella riunione, fat-ta a fine luglio dell’anno scorso, ci siamo resi conto che l’Italia e il Brasile avevano già firmato nove anni prima un accordo che

prevedeva che periodicamente si dovesse tenere la commissione economica mista Italia e Brasi-le. Nonostante l’accordo avesse già nove anni, la commissione non era mai stata fatta. Allora, abbiamo deciso di avviare subito il lavoro. Il 28 settembre scorso si è tenuta la commissione mista con addirittura agosto in mezzo, che in Italia è come se non esi-stesse questo mese. Quindi, que-sto esempio indica che quando c’è la volontà politica si sposta-no le montagne. C.I. – Proprio in questa riunione del Consiglio italo-brasiliano per la Cooperazione Economi-ca, Industriale, Finanziaria e al-lo Sviluppo che Lei ha citato, è stata annunciata l’apertura, al-l’inizio del 2007, di un gruppo di lavoro intitolato “Tavolo Brasile”. Che cosa sarebbe?Donato Di Santo – E’ il momento in cui sotto il coordinamento del Ministero degli Esteri e del mini-stro D’Alema le istituzioni, altri ministeri che interagiscono con noi, come: Agricoltura, Ambien-te, Commercio Internazionale, discutono di tutte le cose che hanno a che vedere con il pae-se, nel caso il Brasile. Il prossimo incontro si terrà verso la metà di marzo. E a fine marzo il presiden-te del Consiglio, Romano Prodi, andrà in Brasile.C.I. – Allora è confermato il viag-gio? E il presidente Prodi andrà anche in altri paesi?Donato Di Santo – Sì. Andrà in Brasile e Cile. Quindi, il tavolo Brasile è anche in previsione di questo importante viaggio del nostro presidente del Consiglio e, entro la fine dell’anno o poco do-po, si terrà il secondo Consiglio italo-brasiliano per la Coopera-zione Economica, Industriale, Fi-nanziaria e allo Sviluppo, questa volta in Brasile, perché il primo si è fatto qui.C.I. – All’Italia interessano tutti i paesi latinoamericani?Donato Di Santo – l’interesse del-l’Italia è verso tutta l’America la-tina e Caraibi. Naturalmente, ci sono delle cose più o meno ma-ture, paesi più importanti, com’è il caso del Brasile, ma diciamo che l’interesse è verso tutte le realtà latinoamericane. C.I. – Lei potrebbe fare qualche anticipazione riguardo il viaggio del presidente Prodi in Brasile?

ana PaUla TorrEsCorrispondente • roma

Abruzzese di Bomba, in provincia di Chieti, Donato Di Santo è il sottosegretario del Ministero degli Affari Esteri incaricato delle relazioni con l’America Centrale e Meridionale, al fine di favorire l’intensificazione dei rapporti con i paesi presenti in questa area geografica e l’azione italiana nelle diverse Organizzazioni intergovernative regionali e sub regionali.

Ha iniziato presto a lavorare come operaio metalmeccanico in aziende della Lombardia, regione in cui si era trasferito con la famiglia quando ancora bambino. Da molti anni è impegnato politicamente, motivo per il quale ha potuto svolgere diversi incarichi come quello di Responsabile per le relazioni politiche con l’America Latina dal 1989 al 2004, presso il partito Comunista Italiano e successivamente nel partito Democratico della Sinistra e nei Democratici di Sinistra.

Durante intervista a Comunità, Donato Di Santo ha parlato del suo ruolo di sottosegretario, dei primi risultati ottenuti e dei progetti in corso. Inoltre, ha tracciato un ritratto dell’America Latina e del Brasile, basato sulle sue lunghe conoscenze.

“L’interesse dell’Italia è verso tutta

l’America Latina e Caraibi”

L’Italia punta all’America Latina

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intervista

Donato Di Santo – Sicuramente ci sarà un incontro con i membri del governo, con il presidente lu-la. Anche la parte economica sa-rà molto rilevante e poi vorrem-mo con questa visita sviluppare la presenza delle regioni italiane che sono tante e diversissime tra di loro, dei distretti industriali, della società civile, della coopera-zione, dell’università e della cul-tura. Parlando in particolare della cooperazione, un’idea che è stata lanciata nell’incontro che abbia-mo fatto il 31 dicembre nella resi-denza di lula, insieme al ministro degli Esteri D’Alema, è stata quel-la della possibilità di avere della cooperazione tra l’Italia e il Bra-sile per operare in iniziative ver-so paesi in maggiori difficoltà. Il Brasile è in condizioni non solo di ricevere cooperazione, ma di dare. Sappiamo che in alcuni casi è an-cora necessario l’aiuto, che ci so-no i problemi sociali, ma il Brasile è un grande paese. Possiamo dire, una potenza mondiale. Quindi, è in grado di collaborare insieme al-l’Italia per fare una triangolazione: cooperazione Italia-Brasile verso un paese che ha bisogno di aiuto. Per esempio, un’idea che abbiamo sottoposto al presidente lula è di fare una cooperazione verso l’isola di Haiti, perché il Brasile dirige le forze delle Nazioni Unite in Hai-ti, avendo così una presenza di-retta e tra l’altro, molto difficile. l’Italia è presente in cooperazio-ne sia ad Haiti che in Repubblica Dominicana. Uno dei problemi che

c’è su quell’isola è la frontiera, la deforestazione dell’Haiti, le cen-tinaia di migliaia di haitiani che entrano in Repubblica Dominicana e vengono usati come manodope-ra con una serie di problemi so-ciali molto forti. Allora, se questi nostri due paesi collaborassero in un progetto di cooperazione verso una realtà molto meno sviluppata, sarebbe una grandissima opportu-nità di pensare al futuro, superan-do vecchi schemi e facendo cose molto utili.

C.I. – Sappiamo che i rapporti universitari tra Brasile e Italia non sono ancora ben sviluppati come invece succede con il Bra-sile e altri paesi. E’ in programma un avvicinamento anche in que-sto settore?Donato Di Santo – Sì, questo è vero. Sul versante universita-rio ci sono molti contatti. Mol-te università italiane collaborano con delle università brasiliane. Qualche passo in avanti è stato fatto, però, i veri passi in avanti arriveranno non solo dalla buona volontà di tanti professori, letto-ri, operatori che pure già c’è, ma quando ci saranno le risorse per pagare alcune decine o centinaia

di borse di studio per studenti, laureati brasiliani che possano essere interessati ad un master o altro tipo di approfondimento delle proprie specialità in Italia e viceversa. Il 28 settembre, nel Consiglio italo-brasiliano, c’era-no dei rappresentanti del mon-do accademico e uno dei temi era proprio questo. Ovviamente, nessuno ha la bacchetta magica per risolvere dei ritardi di decen-ni, però abbiamo individuato il problema.

C.I. – Attraverso i suoi viaggi, che idea si è fatto di questa Ameri-ca Latina che cambia e in modo piuttosto veloce?Donato Di Santo – l’idea di una realtà molto viva, dinamica, so-prattutto che ha voltato pagina rispetto alla corsa delle due “g”. C’è stato un periodo in cui sem-brava che ovunque dovesse cade-re o nel versante “golpe” o nel versante “guerriglia”. Finalmen-te, grazie ad una grande evolu-zione culturale, ha superato o sta superando questa dualità e sta scoprendo sempre di più se stes-sa. Negli ultimi dieci anni, ben quattordici presidenti sono stati cambiati prima dello scadere del proprio mandato, però mai attra-verso il golpe, ma sempre con un percorso istituzionale. Questa è una novità importantissima che vuole dire che anche in situa-zioni di tensione prevale la vo-lontà democratica. l’Italia vuole contribuire alla coesione sociale e alla stabilità democratica dei paesi dell’America latina. Que-sto significa collaborare alla cre-scita economica, all’integrazione commerciale. Siamo a livello eu-ropeo uno dei paesi che più spin-ge perché si facciano gli accordi tra Unione Europea e le singole regioni latinoamericane. Quindi, la nostra volontà è di lavorare perché l’integrazione latinoame-ricana non guardi solo al proprio interno ma al proprio esterno e che l’Europa sia uno dei punti di riferimento centrali, superando anche certe chiusure protezioni-

Parte essencial da história da literatura repousa na poética do encontro. tra-mada pelos anjos que mo-

vem as letras do livro do mundo, os anjos da cabala, tão abissais em seus mistérios.

Não tenho como provar o que digo. Mas sei que existe uma ver-dade imponderável.

Abismo de palavras em bran-ca superfície: espaço apontado por lucian Blaga como sendo a imagem de um saber que cria ca-madas mais profundas de não sa-ber (minuscunoastere).

tive um desses encontros que me levou ao impacto da língua ro-mena. George Popescu foi o meu Virgílio. Poeta de águas claras. Metade anjo. Metade abismo.

A Romênia era e continua sen-do para mim uma transcendência no campo da latinidade. E ela sal-tava dos olhos de George. Olhos difíceis de alcançar, os seus, co-mo que habitados por uma rara e espessa neblina, mensageiros de verdades esquecidas, tal como os espelhos de Jean Cocteau.

George é um poeta habitado pelo futuro. Futuro mais longo que o passado. tal como o desti-no da literatura romena.

Craiova. Strada Brestei 59. Conversas infinitas, no calor da biblioteca. Uma floresta de poetas e palavras. Densas madrugadas. Cigarros. E charutos. Para espantar os vapores frios da noite. George me deu uma língua e uma conste-lação no céu de minhas buscas.

Essa língua, tão cheia de claro-escuros, cujo léxico impressiona.

Ouço a polifonia de dácios, ge-tas, gregos e romanos. A fronteira da latinidade, tão viva e porosa, com seu amplo acervo de palavras turcas e francesas. O mundo esla-vo – formando um continuum ad-mirável com o latino– apressa as núpcias de Cadmo e Harmonia.

Uma língua ao mesmo tempo rural e urbana, popular e erudita, dentro de cujas fronteiras as lín-guas ciganas perfazem uma cir-culação capilar.

Anoto três formas de dizer pôr-do-sol e meus possíveis deva-neios:

Asfintit. Como que o Sol to-casse em pleno ocaso o Mar Ne-gro e liberasse um vapor imenso, através do f e do t, tornado agu-do pelos dois i.

Amurg. Sinto como que uma grande desolação: a consoante fi-nal tão abrupta e esse u tão escu-ro. Um resto de luz se perde à me-dida que avanço palavra adentro.

Apus. A sensação de um anoi-tecer precipitado, que começa no u e se prolonga nas horas mortas do s, que pronuncio como duas semibreves.

Nosso diálogo girava em torno do labirinto da palavra e do fio de ouro da etimologia: lauras, Verô-nicas, Ariadnes. Mas era a Helena de Pierre Jean Jouve aquela que me parecia melhor atender à sín-tese do feminino e seus arcanos.

Por que nossas latinidades iam tão esquecidas, diante de tantas convergências?

O romeno e o português são as flores últimas do lácio. Extre-mos que coincidem (como ver-

tentes marginais) em relação a um possível centro de latinidade. E todavia estas flores parecem de todo solitárias.

talvez a solução estivesse nas mãos dos poetas, em seu imagi-nário inquieto e gentil. Um pas-saporte para toda a latinidade.

Assim, passavam pela biblio-teca – como os reis diante de um Macbeth siderado – os maiores poetas da Romênia. Macedonski e sua melodia, tão alta como as tor-res-agulha de Istambul e aquelas coloridas e aceboladas de Moscou. O verbo iridescente de Ion Barbu, criador inatingível, e a liberdade, brilhando a cada estrofe. As re-missões de Arhgezi, com seu mo-do firme, delicado, irregular. Ba-covia e sua tremenda melancolia, preso aos brancos e aos cinzas. A impertinência de Geo Bogza com o seu belo circo semântico. Ghe-rassim luca e o golpe de estado no seio da linguagem. Além da lu-minosa poesia de Blaga, a partir do cemitério romano, das aldeias e do espaço miorítico.

Mas George, e quanto a Emi-nescu, seria possível interpretar-lhe a força de tanta e afortuna-da solidão, como sendo afluente e tributário, síntese e manancial de uma líquida poética, capaz de conjugar passado e futuro num só gesto?

George abre um livro e vocife-ra a plenos pulmões o grande poe-ma de Marin Sorescu. Que começa assim: Eminescu nunca existiu...

Esse poema antológico me toma de assalto. tudo cabe den-tro dele. Eminescu surge mais co-

mo um universal poético do que como biografia, tal como Home-ro na obra máxima de Vico. Emi-nescu aqui é um destino. Sínte-se de coisas plurais. Cicatriz para tantas feridas. Mas com um liris-mo surpreendente.

Foi assim que descobri a gran-de poesia de Marin Sorescu (1936 - 1996 ) e dela me ficou a idéia de um mistério que se radica na própria ausência de mistério, co-mo disse Elie Faure sobre a pintu-ra de leonardo.

Uma poesia que parece tão simples de se fazer. Assim como a Mona lisa e a Senhorita Po-gany nos parecem tão simples, tão singulares no brilho da soli-dão que as atravessa.

Os poemas de Sorescu sofrem dessa mesma irrepetível solidão.

Sublinho essa grande solida-riedade entre as partes convida-das para a ceia de Sorescu. Não existem distâncias que não se co-muniquem. Diferenças que não se entrelacem. E nem tampouco opostos que não se desfaçam pa-ra uma solução de continuidade.

tudo a partir de planos e en-foques oblíquos, imagens des-locadas, fantasmas de palavras, palpitantes de vida, livres, muito embora, do significado de que se-riam historicamente portadoras.

Sorescu atravessa uma zona de dissonância. Mas não procura ruídos ou excessos. Ao fim e ao cabo, Mozart prevalece. tudo ca-minha para uma relativa (ou sus-pirada) pax soresciana. O atona-lismo emerge, mas algo tímido e sutil.

stiche. Se si facesse l’accordo tra l’Unione Europea e il Mercosud si creerebbe, forse, il principa-le mercato economico del mon-do con 650 milioni di abitanti. Quindi, con molta pazienza e tranquillità, ma anche tanta de-terminazione, stiamo lavorando perché questo dialogo Europa e blocchi regionali dell’America la-tina avvenga velocemente. C.I. – In base a quello che ha po-tuto conoscere, che impressioni si è fatto del Brasile e del suo po-polo?Donato Di Santo – Ci sono dei grandi cambiamenti rispetto ai primi tempi, quando mi trova-vo in Brasile per i primi contatti politici, per esempio con il Par-tito dei lavoratori che iniziava a fare i primi passi, con altre for-ze politiche e sindacali. Adesso vedo una situazione molto più matura, anche con tutti i proble-mi e difetti che possono sorge-re. Noto che la popolazione ha un atteggiamento vigile, criti-co. Non ci sono tabù. Se c’è una critica da fare, anche allo stesso presidente lula, la gente non ha problemi a farlo. Direi che attra-verso il ritorno alla democrazia, i governi post periodo militare, dopo il periodo di Collor, dopo l’esperienza del presidente Car-doso, che ha avuto tante ombre come tutti, ma sicuramente ha dato un grande contributo al-la stabilizzazione democratica, adesso c’è la fase della maturi-tà, dove finalmente si comincia a pensare al futuro.

marco lucchesi / articolo

“Se si facesse l’accordo tra l’Unione Europea e il Mercosud si

creerebbe il principale mercato economico del mondo”

Um café paraMarin Sorescu

Donato di Santo, sottosegretario del

Ministero degli Affari Esteri, mentre legge

Comunità Italiana

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politica

Approvato il nuovo pac-chetto liberalizzazioni voluto dal ministro dello Sviluppo Economico, Pier

luigi Bersani. Secondo dati dif-fusi dal ministero, le nuove rego-le serviranno a rendere migliore la vita di tutti i giorni, sempli-ficare l’accesso dei giovani alle attività economiche, favorire la crescita economica e l’occupa-zione, rendere l’Italia più compe-titiva nel mondo.

Allora che cosa cambia? tra le nuove misure, una molto volu-ta dai cittadini che non dovran-no più pagare i costi di ricarica dei cellulari. Inoltre, il credito telefonico delle carte prepagate non avrà più una scadenza.

Per quanto riguarda il capi-tolo ‘strade e autostrade’, il go-verno richiede trasparenza sui prezzi dei carburanti e su avvisi tempestivi in caso di incidenti. Queste informazioni dovranno essere disponibili su dei tabel-loni posti all’inizio e lungo il percorso. Apposite convenzioni consentiranno all’automobilista di ricevere le stesse informazio-ni via radio e sms.

Novità anche per il traspor-to aereo. D’ora in poi le compa-gnie dovranno indicare nelle ta-riffe il reale prezzo del biglietto, contenente anche le tasse e al-tri oneri aggiuntivi in modo che il consumatore sappia subito quanto dovrà effettivamente pa-gare per quel servizio. Per gli ali-menti confezionati, invece, sarà obbligatoria l’esibizione in mo-do facile e leggibile della data di scadenza del prodotto al pa-ri delle cifre che ne indicano la quantità.

Cambiamenti anche nel set-tore delle assicurazioni per auto. le compagnie non potranno più offrire polizze pluriennali con il vincolo decennale di durata, co-m’era previsto fino ad oggi dal Codice Civile. In pratica, il con-sumatore potrà disdire il contrat-to, di anno in anno, senza costi aggiuntivi, cosa che prima non

era possibile. Un altro problema che non ci sarà più è quello ri-guardante la classe bonus-malus Rc auto. Una persona che firma un nuovo contratto di assicura-zione auto mantiene la classe di merito risultante dall’ultimo at-testato di rischio. E in caso di incidente, la società assicurativa non potrà variare in senso sfavo-revole all’automobilista la classe di merito fino a quando non sa-rà accertata l’effettiva responsa-bilità. Inoltre, il Ministero dello Sviluppo Economico organizzerà un servizio on line per consenti-re la scelta della polizza Rc auto più conveniente, a seguito della comparazione tra i prezzi di mer-cato offerti per il singolo profilo individuale.

Un altro decreto legge riguar-da invece i mutui immobiliari. Dopo aver pagato interamente il

mutuo bancario gli italiani non dovranno più affrontare nuove spese per avere la piena dispo-nibilità del proprio immobile. Per cancellare l’ipoteca sulla ca-sa, non sarà più necessaria l’au-tentica del notaio. Da ora in poi l’istituto di credito farà la comu-nicazione di estinzione del mu-tuo alla Conservatoria, la qua-le provvederà alla cancellazione dell’ipoteca.

Il pacchetto Bersani riporta un nuovo disegno di legge che favorisce l’estensione dei paga-menti con sistemi elettronici. Attualmente in Italia le tran-sazioni in contante arrivano al 90% del totale, contro una media del 69,3% dei paesi del-l’Unione Europea. Per adeguar-si agli altri paesi europei e fa-vorire la modernizzazione degli strumenti di pagamento, nonché

la riduzione dei costi finanziari ed amministrativi, l’Italia dovrà adottare una o più misure per ridimensionare il suo sistema di pagamento.

Arriva anche l’accesso libe-ro all’attività di parrucchiere, estetista, pulizia, disinfezione, facchinaggio e autoscuola. Il decreto legge prevede che per accedere al mestiere basta fa-re la dichiarazione di inizio at-tività. Restano però i requisiti di qualificazione professionale, nonché la conformità degli sta-bilimenti commerciali a quanto stabilito in termini urbanistici ed igienici.

Facilitazioni anche per chi lavora come guida e accompa-gnatore turistico. Per esercitare questa attività basterà attesta-re i requisiti professionali previ-sti dalle leggi regionali, mentre non serviranno più le autorizza-zioni preventive e l’obbligo di residenza.

Modifiche anche nel settore della distribuzione di carburanti. Non ci sono più i vincoli di di-stanza tra un impianto e l’altro. lo scopo del governo è assicu-rare un corretto funzionamento del mercato, favorendo la con-correnza e una maggiore acces-sibilità al servizio da parte del consumatore.

Un decreto legge anche per facilitare l’apertura di nuove im-prese. Da adesso in poi sarà ne-cessaria un’unica comunicazione al registro delle imprese. Una ri-cevuta verrà rilasciata in tempo reale, il che permette di dare su-bito via libera alla nuova attivi-tà. Semplificazioni delle proce-dure anche per aprire un’attività produttiva intesa come produ-zione di beni e servizi, incluse le attività agricole, commerciali e artigiane, attività turistiche ed alberghiere. Da quanto emerge, l’imprenditore potrà rivolgersi ad un unico ufficio in cui svol-gere tutte le pratiche relative alla realizzazione o modifica di impianti.

Via alle liberalizzazioniNuove regole dovranno favorire la crescita economica e l’occupazione

ana PaUla TorrEsCorrispondente • roma

O sábado do dia vinte de ja-neiro de 2007 foi de festa e homenagens. Uma gran-de movimentação de pes-

soas começava a chegar ao casa-rão de três andares que hospeda o Centro de Formação Profissio-nal Padre leo Commissari (CFP), na periferia de São Bernardo do Campo (SP), cidade do Grande ABC. A região abriga as mais im-portantes indústrias automobi-lísticas do país e foi palco das lu-tas sindicais nos anos 80 de lula e da Central Única de trabalha-dores (CUt). logo na entrada, a foto e o histórico de um homem simples. Bandeiras do Brasil e da Itália no salão dos fundos ocupa-vam lado a lado a mesma parede. Enquanto uma parte dos convi-dados assistia a um vídeo insti-tucional, a outra acompanhava um homem de terno alinhado fa-lando um italiano fluente. A his-tória desta associação está liga-da à vida do já falecido padre leo

Commissari, nascido em Bubano, província de Ravenna.

— Desde jovem, ele se pre-parou para ser missionário com o objetivo de chegar à América la-tina — ressalta a presidente da associação, irmã Daniela Bonello.

Chegando ao Brasil nos anos 70, o padre leo conheceu Itape-tininga, na Bahia, e lá ficou por sete anos. Voltando à Itália pre-tendeu, junto ao Bispo, envolvê-lo num projeto de missão dio-cesana. Sendo assim, nos anos 80, seu sonho se realizou e, com seu trabalho, estabeleceu-se um intercâmbio entre os bispos de Imola e da diocese de Santo André, no ABC. Em seguida, es-colheu viver na periferia de São Bernardo, na favela do Oleoduto, junto ao povo carente, sempre em prol dos excluídos.

Mas sua determinação de dar continuidade a um projeto de ci-dadania, de resgate do homem, se interrompeu em junho de

1998, quando foi assassinado de volta ao seu barraco, na própria favela onde morava.

— Não tem como dizer se foi premeditado. Eu acredito na tese de que foi um engano — declara Bonello.

Mas as opiniões se dividem. Os comentários de pessoas da

região divergem dessa tese. Em abril próximo, o padre leo com-pletaria 65 anos.

— Era uma pessoa que tinha uma marcha a mais. Gostava de criar, estava sempre insatisfeito com o que fazia e buscava coisas novas. Ele era hiperativo — con-tinua Bonello, dizendo que, um ano após sua morte, a rua onde está o CFP, passou a ser chamada de rua Padre leo Commissari em homenagem a ele.

O fato é que seu legado está firme e forte em mãos que apos-tam na promoção social e huma-na. Na primeira fila, a presen-ça de entidades e uma comissão de cidades italianas imperavam. Além do prefeito de Imola, Massi-mo Marchignoli, compareceram ao evento representantes das cidades de Imola (BO), Dozza (BO), Cas-tel San Pietro (BO) e lugo (RA), o padre Gigino Savorani, em no-me do bispo de Imola, o deputado da região da Emília-Romanha, Da-niele Manca, o prefeito de Castel Bolognese (RA), Silvano Morini, o vice-prefeito de São Bernardo, Jo-sé Roberto de Melo, os líderes das empresas Sacmi, com filial em São Paulo, Cefla (de Imola) e do Co-mitê de Solidariedade Imola-São Bernardo, representado pela pre-sidente Nadia Bassi.

— São todos co-autores des-te grande projeto. temos acom-panhado esta associação man-tendo-os economicamente. tudo começou quando os missionários voltavam a Imola e nos conta-vam sobre as experiências deles no Brasil — revela Bassi.

Em seu discurso, o prefeito de Imola, Massimo Marchignoli também mostrou sua admiração pelo padre leo:

— Ele pregava a paz, a jus-tiça e o trabalho, por isso esta associação promove justiça e paz — justifica.

Hoje o CFP oferece cerca de 24 cursos profissionalizantes, en-tre os quais estão os de vidraceiro, cabeleireiro, eletricista residen-cial, mecânica de auto, padeiro e confeiteiro, de construção civil, culturais e de idiomas. A institui-ção ainda oferece atendimento à população de fonoaudiologia, psi-coterapia e massoterapia. As par-cerias são de peso: com o Senai, que certifica os cursos, e com o Sebrae-SP, desenvolvendo a forma-ção empreendedora. Com o Banco do Povo é possível conceder crédi-tos aos alunos que desejam iniciar e investir no seu próprio negócio. Na esfera federal, é parceira do Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego (PNPE). O CFP conta também com um programa de inclusão digital, do qual a co-munidade tem acesso livre a vários novos computadores adquiridos.

todas as ações se voltam pa-ra a criação de grupos de traba-lho e para a geração de renda. tanto que foi criada a Rede de Economia Solidária e Alternativa do ABC, em 2004, focada no em-preendedorismo, transformando os alunos em futuros empreen-dedores, gerando trabalho e ren-da por meio de micro e pequenas empresas. A instituição mantém também a Creche Margarida. Com essas atividades, a associação acredita na educação e na pro-fissionalização das pessoas e no seu desenvolvimento humano.

todo ano, no mês em que é lembrado o assassinato, uma marcha de paz percorre o bairro.

— O importante é não per-der tempo e viver amando. Estou vivendo uma experiência nova: o fato de morar em favela e de viver numa cidade onde está a maior concentração do movimen-to operário do Brasil — disse o padre em vida.

Um padre em missão

Centro de formação comemora 10 anos de atividades realizadas em prol de uma comunidade do ABC paulista e homenageia o “padre dos pobres” Leo Commissari

Marcos PETTi

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economia

Moda tambémé negócio!

(Apex) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em-presas (Sebrae-RJ).

— Desde 2002, quando o Sistema Firjan decidiu realizar o Fashion Rio e o Fashion Bu-siness, as exportações da mo-da fluminense cresceram 58% e passamos da quinta para a ter-ceira posição entre os estados exportadores. Isso é fruto de um trabalho árduo e planejado, que promove aquilo que o Rio tem

como diferencial: a criatividade e a originalidade de seus produ-tos. O sucesso é total. tivemos um volume de vendas no Fashion Business nunca antes atingido. O Rio mais uma vez está de para-béns — ressalta.

Em 2001, os produtos flumi-nenses eram exportados para 40 países e os principais destinos eram Estados Unidos, Argenti-na, Chile, Bolívia e Uruguai. Em 2006, o Rio de Janeiro exportou

para 57 países e ampliou seus domínios para a Europa. Hoje, Portugal e Itália fazem parte do grupo dos países que mais im-portam a moda fluminense.

Segundo o diretor-superin-tendente do Sebrae-RJ, Sergio Malta, o resultado do Fashion Business demonstra a força do setor de confecções no Estado do Rio de Janeiro, formado, em sua maioria, por micros e peque-nas empresas.

— A habilidade de nossas empresas de imprimir aos pro-dutos características fluminen-ses é muito bem recebida pe-los compradores estrangeiros — garante.

E esta aceitação é notável nos corredores do evento que atrai compradores e personalida-des do mundo da moda dos qua-tro cantos do planeta. Não é por acaso que inúmeras marcas con-solidaram-se e cresceram com a bolsa de negócios fluminense. O mercado europeu está de olho no que o Rio tem para oferecer.

Estilistas e expositores fecham contratos com compradores na-cionais e internacionais. A Itália é um dos países cuja relação co-mercial é bastante estreita, im-portando peças através de lojas multimarcas, por exemplo.

Durante a abertura do even-to, Eloysa Simão destacou o crescimento do setor de moda do Brasil.

— A primeira semana de mo-da que organizei custou US$15 mil, todo mundo sabe quanto custou essa e é inegável o cres-cimento do Rio como palco pa-ra agrupamento da moda brasi-

Edição do Fashion Business 2007

movimenta mercado interno e exportações

Muito mais que um ce-nário com passarelas e modelos desfilando as tendências das próxi-

mas estações, o Rio tornou-se, de vez, um palco de relações comer-ciais. A 9ª edição do Fashion

Business, a bolsa de negócios que abre a temporada da moda brasileira outono-in-verno 2007, registrou um crescimento de 9,2% com relação à última edição, em 2006. Foram cerca de R$ 332 milhões em ven-

das para o mercado inter-no e US$ 14 milhões em ex-

portações. De acordo com a idealizado-

ra e organizadora do Fashion Bu-siness, Eloysa Simão, a presença de 78 compradores estrangeiros foi a grande surpresa desta edi-ção, que teve um forte compa-recimento da mídia internacional também.

— Isso só demonstra a força do Fashion Business como ferra-menta de inserção da moda bra-sileira no mercado estrangeiro — afirma.

Para o presidente do Siste-ma Firjan, Eduardo Eugênio Gou-vêa Vieira, o sucesso nas vendas nacionais e internacionais mos-tra que o Fashion Rio [enfocado na moda propriamente dita atra-vés de desfiles de diversas grifes] e o Fashion Business se consoli-daram como a grande expressão da indústria da moda brasileira. Além da Firjan, os dois eventos foram realizados também com o apoio da Associação Brasileira da Indústria têxtil e de Confecção (ABIt), da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos

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leira, assim como é inegável o crescimento do Fashion Business — destaca.

ComemoraçãoDos 80 expositores presentes ao Fashion Business, muitos estre-antes, estão ainda comemorando as vendas. Entre eles, as marcas: “Jonny Size”, “Espaço Fashion”, “Empório Anna” e “Patogê”, de Minas Gerais.

Patrícia Castro, da estreante mineira Patogê, afirma estar sa-tisfeita com o Fashion Business.

— Fomos convidados pela Fir-jan. Nessa primeira vez já fizemos muitos contatos — diz a gerente da marca que fechou 18 pedidos, mas realizou 61 novos contatos com compradores nacionais e cin-co do exterior, entre eles, a Itália.

Pela primeira vez “sozinha” na bolsa de negócios [e não mais participando do Pólo Niterói], Gisele Barbosa era só alegria. A estilista, que já exportava pa-ra o Japão, fez novos contatos com ingleses e americanos, além de vendas para a Austrália e pa-ra novas multimarcas em Natal, João Pessoa e Piracicaba.

— Para a Itália, já exporta-mos há um ano através do Brasil Artes. temos representantes que participam de showroom em Mi-lão — comenta.

A brasileira Gisele Bündchen encerrou

com glamour o Fashion Rio desfilando

pela Colcci

O presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira em discurso de abertura do evento

Eloysa Simão é organizadora do evento que, para esta edição, trouxe

78 compradores estrangeiros

Nos corredores do Fashion Business duas figurinhas fi-

zeram a festa. Entre farras e ma-labares, eles chamaram a aten-ção de pessoas que passavam por ali pensando em negócios. Convidados pela estilista Kanan-da Soares, da Favela Hype, Bruno e Breno Braz, de 13 e 11 anos, eram a felicidade em pessoa.

— A gente faz malabares na Princesa Isabel [uma avenida em Copacabana] e um dia pas-sou a Kananda num fusca rosa e viu a gente. Ela queria dois ga-rotos para “vender” bala aqui na frente do estande e achou que a gente poderia fazer o serviço — fala o mais velho.

Com uma desenvoltura de dar inveja, Bruno contou que, no início Kananda, ofereceu R$50 para cada um por dia, mas depois viu que não poderia pa-gar isso aos dois.

— Foi quando falei: Kanan-da, paga R$25 pra cada e “tá” tudo certo — revela.

Bruno é mais desinibido que o seu irmão. É carregando Breno nos ombros, enquanto o irmão faz malabares, que os dois faturam R$ 60 nas ruas do Rio num dia bom, como ele mesmo afirma.

— teve uma vez que um car-ro, cara, me deu R$ 150. Aqui, estamos tendo uma oportunida-de muito boa também. Você vê como Deus é bom, não é? Vamos ganhar dinheiro e a galera “tá” fazendo uma “vaquinha” pra dar um playstation pra gente — con-ta Bruno com entusiasmo.

No stand do Favela Hype, decorado com um mini-cinema, os dois irmãos ofereciam balas, chicletes e pirulitos aos visitan-tes. Ao tirar uma foto para a re-vista, Bruno exigiu uma “prince-sa” ao seu lado.

— Eles são uma figura — brinca Kananda.

Presença marcante nos qua-tro dias do evento, os irmãos fizeram sucesso entre os visi-tantes.

— Caramba! Vou sair na re-vista? Vou mostrar pra todo mun-do da escola! — exclama Bruno.

Sucesso de estréia

Kananda Soares apresenta os encantadores Bruno e Breno Braz:

charme e risadas na Feira

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economia

Segundo Kananda Soares, da “Favela Hype”, a “love therapy”, de Elio Fiorucci, a contatou para iniciarem uma parceria. A marca, iniciante também no Fashion Bu-siness, fechou vendas para Brasí-lia e fez contatos com os estados de São Paulo, Minas Gerais, Cea-rá, Pernambuco e Santa Catarina.

Andréa Rodrigues, dona da marca Empório Anna, de Goiás, es-tá satisfeita. Ela vendeu para o Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Ma-ranhão e Alagoas. Além dos conta-tos para exportação com compra-dores dos Unidos, França e Itália.

O evento, que recebeu cerca de nove mil visitantes, dos quais 108 eram estrangeiros, teve a presença de mais de 150 compra-dores “vips”, convidados de 24 estados brasileiros, além de mais 30 internacionais.

Pólos NacionaisA indústria têxtil fluminense tem em seus pólos de moda importan-tes aliados na busca do posto de referência nacional e internacio-nal do segmento. Vários estados brasileiros participam do Fashion Business desde sua primeira edi-ção. Um levantamento realizado pelos sindicatos do interior do Rio de Janeiro revela que, em to-da a cadeia produtiva da moda, são gerados 92 mil empregos di-retos e indiretos. O estado pos-sui 10 pólos de moda que reúnem

cerca de quatro mil empresas. O setor é o terceiro empregador fluminense de mão-de-obra.

Márcio Duque, da grife Ho-mem de Barro, do Pólo Niterói, é presença certa no Fashion Busi-ness há dois anos. Segundo o do-no da marca, o evento abriu lhe abriu portas.

— A Homem de Barro cres-ceu aqui dentro! Aqui fizemos vários contatos e já exportamos nossas peças até mesmo para a Itália — ressalta.

Erika Facuri, estilista também da marca que leva o seu nome,

presente também no Pólo Niterói era só sorrisos.

— O Fashion Business te dá um crescimento profissional mui-to grande e as vendas crescem muito — conta a expositora que, junto da figurinista Emilia Dun-can, desenvolveu e bordou as roupas utilizadas por Vera Fischer e Cristiane torloni na minissérie Amazônia, no ar na Rede Globo de televisão.

O pólo de londrina, no Para-ná, teve a sua primeira participa-ção na bolsa de negócios muito bem sucedida e deve atrair con-fecções de todo o estado do Pa-raná para a próxima edição pri-mavera-verão, em junho. “Mulher Elástica”, “Silvia Doré”, “luca” e “Zue” fizeram vendas para Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Belo Horizonte, em Minas Gerais, as capitais fluminense e paulista, Gramado, no Rio Grande do Sul e Brasília, no Distrito Federal, além de muitos contatos para outras praças do Brasil e do exterior.

ParceriasA bolsa de negócios de moda teve como novo patrocinador o Ban-co Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O serviço disponibilizado pela ins-tituição foi o mais procurado no estande, no lounge do Fashion Business. O cartão BNDES é uma linha de crédito portátil que dá direito ao financiamento de má-quinas e equipamentos necessá-rios ao processo de produção das confecções nacionais, com valor pré-aprovado até R$ 250 mil.

Além do cartão, o banco dis-ponibilizou um serviço conheci-do como BNDES Automático, que financia os investimentos fixos até o valor de R$ 10 milhões. Ou-tra modalidade operacional com mais pedidos de informações foi a de crédito de importação. Ela funciona através de instituições financeiras com cinco linhas de crédito em todas as etapas da produção destinada ao mercado internacional, desde o pré-em-barque até o pós-embarque.

A operadora Oi também lan-çou no Fashion Business o Oi Pa-ggo. Nos quatro dias de evento, foram cadastrados 230 lojistas interessados em obter o serviço de crédito via celular. O produto permite ao cliente fazer compras via telefone móvel da operadora.

Para a subgerente de Comér-cio Exterior dos Correios, Marile-ne Ferreira, a exposição da marca como parceira dos empreendedo-res que estiveram no Fashion Bu-siness foi fundamental.

— É importante a visibili-dade da marca da empresa e os empreendedores saberem que os Correios estão presentes para ajudá-los — avalia.

Vitrine do artesanatoPela segunda vez no Fashion Bu-siness, a Ong “Artesãs da Maré”, o núcleo Costurando Ideais, a co-operativa Nós da trama e o grupo Mulher em Ação mostram talen-to, criatividade e estilo.

As quatro instituições, que estrearam em junho no Fashion Business, fazem parte da se-

gunda fase do projeto “Arte-In-dústria”. Na primeira, que durou dois anos, foram atendidas ou-tras quatro instituições, que par-ticiparam de quatro edições do evento. Nos três anos de proje-to, o Arte-Indústria atingiu seu principal objetivo: a geração de trabalho e renda. Além disso, as coleções foram comercializadas para grifes nacionais.

— Hoje nós temos uma grande ampliação do trabalho. É um cres-cimento fantástico — conta lei-dimar Alves, do grupo “Mulher em Ação” que reúne mulheres de al-gumas comunidades do Rio, entre as quais: Acari, Vila Aliança, Ro-cha Miranda, Minha Deusa, Bangu, Prazeres, Saúde e Oswaldo Cruz.

Além da capacitação, as ins-tituições contam com uma par-ceria fundamental de estilistas que criam com elas as coleções que são apresentadas no evento. As estilistas parceiras da segun-da fase do Projeto Arte-Indústria são Sol Azulay [Artesãs da Maré], layana thomaz [Costurando Ide-ais], Maria Fernanda lucena [Nós da Trama] e Alessandra Migani, a Alessa [Mulher em Ação].

— Com a ajuda das estilistas a qualidade do produto melhora bastante — afirma Sonia Maria, do Núcleo Costurando Ideais.

A moda pulsaNo maior evento de moda do Rio de Janeiro, foi lançada uma cam-panha que visa chamar a atenção para o aumento de mortes provo-cadas por doenças cardiovascula-res entre pessoas do sexo femini-no. O Sistema Firjan, em parceria com o Senai Moda e Sesi-RJ es-colheu A Moda Pulsa como tema para a campanha.

Gisele Barbosa e sua

produção. A estilista

importa há um ano para

Itália

A estilista layana thomaz nasceu com uma doença cardía-ca congênita e já passou por três cirurgias corretivas. Por esse mo-tivo, ela é a madrinha da cam-panha, pois decidiu encerrar a carreira de modelo devido a uma cicatriz no peito.

A gerente de produção do Senai Moda, Cristiane Alves, afirma que o objetivo da campa-nha é utilizar a moda para cons-cientizar. Isso porque o público mais expressivo do Fashion Rio é a mulher.

— O presidente da Firjan sempre teve o interesse de mos-trar no Fashion Rio, para o públi-co de moda, que o sistema Firjan é muito maior do que sua atua-ção setorial — salienta.

A cada edição, o Fashion Rio aborda um tema usando a moda voltada para o lado social. Mais comum entre os homens, as do-enças do coração, hoje, são as principais causas de morte em mulheres no mundo.

— Pouca gente sabe, mas es-te tipo de doença mata mais do que câncer de mama e de útero — informa Cristiane.

Além de divulgar informações sobre os cuidados com o coração, a Sala Vip da Firjan teve uma pro-gramação especial voltada para a prevenção. lá, os visitantes pu-deram receber cartilhas conten-do dicas para garantir a saúde do coração, buffet light, sessões de shiatsu com 15 minutos de du-ração e contaram com a presen-ça de profissionais de saúde que mediram a pressão arterial dos freqüentadores.

Mas não foi só o coração que recebeu a atenção no evento. O fim do ano passado foi marcado por tristes notícias de meninas e modelos que morreram vítimas de anorexia. A doença, comum no mundo da moda, “saiu” das passarelas e atinge milhares de moças nos dias de hoje. Apesar de beleza não ser mais sinôni-mo de magreza, inúmeras mu-lheres ainda investem num cor-po com medidas mínimas. Dessa forma, o Fashion Business rea-lizou palestras sobre o assunto para alertar as pessoas sobre os riscos da doença.

— Fui modelo durante anos e nunca fui anoréxica, mas é preci-so alertar — declara a atriz Beth lago na abertura do evento, em coletiva de imprensa.

Modelo mostra peças da coleção inverno da grife

mineira “Patogê”

Sônia Maria de Oliveira e Leidimar Alves mostram o artesanato criativo do núcleo “Costurando Ideais” e da “Mulher em Ação”

Márcio Duque, da “Homem de Barro”: contatos são primordiais

no Fashion Business

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Ana Paula Torres

ROmaeconomia

O tema da 10ª edição do Fashion Rio – Evento Oficial da Moda Brasilei-ra no Rio de Janeiro, re-

alizado pelo Sistema Firjan foi a miscigenação cultural brasileira. Os desfiles, realizados entre os dias 14 e 19 de janeiro, na Ma-rina da Glória, apresentaram pe-ças de puro arte-sanato.

— O objeti-vo era retratar a fusão cultural do Brasil, que se re-flete também na moda nacional: essa mistura de um país mestiço, com tantas dife-renças de Norte a Sul — diz a idea-lizadora e coorde-nadora do evento, Eloysa Simão.

Orçada em R$ 6,5 milhões, o Fashion Rio trou-xe algumas no-vidades como a estréia das grifes Eliza Conde, Chia-ro, que fez uma instalação no mí-dia center, e a Reserva, que se inspirou na Cali-fórnia para o seu desfile. Já no ti-me dos novos ta-lentos, estrearam as estilistas Caroline Rossato, destaque por seu trabalho com couro e luciana Galeão, conhecida pelos detalhes artesanais em suas peças.

Cerca de 80 mil pessoas com-pareceram no evento para confe-rir, de perto, as tendências da no-va temporada. Num clima ameno, nada que lembrasse o verão cario-ca, 44 grifes apresentaram suas coleções. O sol resolveu aparecer somente no último dia, talvez pa-ra prestigiar a data em que a top Gisele Bündchen desfilaria nas passarelas representando a Colcci.

Artesanato das raçasA semana teve início com

desfile de Walter Rodrigues no Real Gabinete de leitura Portu-guês. Em seguida, foi a vez da grife Sommer mostrar sua cole-ção sob as estrelas do Planetário. Alessa, sempre apresentando su-

as peças da forma mais inusitada possível, elegeu uma concessio-nária de luxo, em Botafogo, como palco para seu desfile. Mas não foi só a estilista ítalo-brasileira que decidiu usar carros luxuosos como decoração. Mara Mac “esta-cionou”, numa das tendas mon-tadas na Marina da Glória, carros de luxo que ser-viram para com-por a cenografia de seu desfile.

A miscige-nação brasileira, através do arte-sanato têxtil, pô-de ser vista na passarela, que reuniu marcas de diversos estados do Brasil; na ce-nografia criada por Muti Randol-ph, que fez uma releitura digital

de rendas e tramas; e nos es-tandes do Fashion Business, que reuniu marcas de 13 estados.

Talento que veio da ItáliaBastante conhecida por arriscar desfiles fora do ambiente cogi-tado do Fashion Rio, Alessandra Migani (ou Alessa), mais uma vez, surpreendeu a todos com a escolha do local para apresen-tar sua coleção outono-inverno: uma concessionária de luxo do Rio de Janeiro.

Esta brasileira de sangue ve-ramente italiano é designer, pu-

blicitária e artista plástica. Seu estilo inusitado foi novamente comprovado na 10ª edição do Fashion Rio. Seja nos vestidos de alta costura, nas malhas do dia-a-dia ou nos veludos com efeitos tie-Dye, os tons apos-tados por Alessa trafegam entre preto, branco, cinza, metálicos e dourados. Mas, a única cor em destaque na nova coleção é o roxo.

Outra característica marcan-te desta ítalo-brasileira é a irre-verência. As modelos exibiram, nas peças, inscrições como “lo-vemaniacs”, “God laughs”, “lo-ve & Diamonds last Forever” e “7 Pecados”.

todo este talento tem origem em seus antepassados. Filha de um italiano originário de Roma, Alessa é tataraneta de um alfaia-te do Papa Pio XII.

— Eu trabalho com criação. tenho uma agência e sou publi-citária. Então, pra mim, a moda tem que ter uma criatividade, ela tem que trazer uma emoção di-ferente para o dia a dia das pes-soas. Não é só vestir, tem que vestir com emoção também — argumenta a estilista.

Dentre as matérias-primas utilizadas, a seda, a malha e até quebra-cabeça de espelho são peças que fazem parte da cole-ção. Apesar de viajar sempre pa-ra a Itália, Alessa garante que não costuma trazer idéias de lá

para cá, acontece justamente o contrário. A artista exporta pa-ra 13 países e a Itália, claro, é um deles.

O tema do desfile “O luxo nosso de cada dia” teve tudo a ver com o local escolhido para a apresentação. A relação moda/carros, para Alessa, remete a as-pectos como renovação constan-te e novos modelos. Essa relação envolve dinamismo, velocidade e desejo, seja na concepção de quem cria ou na percepção de quem consome.

(colaborou Sílvia Souza)

Alessa sempre encontrou maneiras diferentes de

apresentar suas coleções. Con-fira as inovações realizadas nas mais recentes:2004 — na Casa Julieta de Serpa, os modelos trajavam roupas feitas de materiais co-mo perfex;2005 — no Copacabana Pala-ce, as meninas invadiram a co-zinha integrando-se à equipe do chef em tarefas como cortar

cebolas, mas devidamente ves-tidas com figurinos de inspira-ção mexicana;2006 — para expressar sua paixão pelo Rio de Janeiro, o desfile foi no Pão de Açúcar, onde Alessa investiu em cores fortes e formas inusitadas;Janeiro 2007 — entre carros de luxo, as modelos exibiram trajes elaborados com seda, malha e quebra-cabeça de es-pelho.

Nada de convenções

Alessa Migani brinca com um carro. Concessionária foi

cenário para desfile

A outra face de RosselliniDe 10 de fevereiro a primeiro de abril,

o Museu de Roma no bairro de traste-vere vai hospedar “Roberto Rossellini. Arte e Ciência do Humanismo”, projeto que con-clui o primeiro ano de celebrações do cen-tenário de nascimento do famoso diretor cinematográfico. A mostra tem como objeti-vo apresentar ao público um Rossellini des-conhecido, como aquele que projetou uma enciclopédia. trata-se de uma mostra mul-timídia que engloba fotos, manuscritos, fil-magens, uma retrospectiva temática e aulas. A exposição acontece na Piazza S. Egidio, 1 b. De terça-feira a domingo. Ingresso: E 4 e 5,50.

Engana-se quem pensa que tudo já foi descoberto a respeito da antiga vida da Cidade Eterna. Há algumas

semanas, durante escavações para a cons-trução da linha C do metrô, vieram à tona antigas galerias subterrâneas de época ro-mana, localizadas no coração do bairro de Centocelle, região sudeste da capital, nas proximidades da futura estação de Piazza dei Mirti.

As galerias passam por baixo dos edifí-cios residenciais e foi descoberto o acesso às cavidades através de um portão de uma casa que ficou fechado desde antes da Pri-meira Guerra Mundial e nunca foi aberto pelos atuais proprietários. É provável que

os túneis tenham sido utilizados como re-fúgio durante a Segunda Guerra Mundial. Os arqueológos não excluem a possibili-dade de uma ligação com antigas necró-poles. Nas proximidades, estão situadas as catacumbas de San Marcellino e Pietro, que estão entre as maiores da zona sul de Roma.

O nome do bairro tem origem na An-tiga Roma. De fato, nos tempos de maior expansão do Império Romano, nesta região foi construída uma verdadeira cidade mili-tar, a Centum cellae, formada por inúmeros cômodos que serviam de alojamento para os cem melhores cavaleiros da guarda im-perial do Imperador Constantino I.

Segredos de Roma

Renato Zero: contagem regressivaJá estão à venda os ingressos para

os shows da turnê 2007 de Rena-to Zero. O artista romano se apresen-tará na capital dia 2 de junho, no es-tádio Olímpico. Os preços variam de E

30 a 45, além do custo adicional de pré-venda. Renato Zero conquistou o prêmio “telegatto” na categoria “mú-sica” como melhor turnê do ano com “Zeromovimento Tour 2006”. Em 2007, ele fará seis exibições de 26 de maio a 20 de junho, em Pádua, Roma, Milão, Florença, Bari e Palermo. Mais infor-mações, inclusive sobre como efetuar a compra de bilhetes, pelo site http://www.ticketone.it/

“La Traviata” em cartazO teatro da Ópera de Roma apresenta “la

traviata”, melodrama em três atos com música de Giuseppe Verdi e libreto de Fran-cesco Maria Piave. Foi baseado no romance “A Dama das Camélias”, de Alexandre Dumas, que estreou em 1852 no teatro Fênix, em Ve-neza. As dez exibições se realizarão de 20 de abril a 03 de maio de 2007. O custo do in-gresso varia de E 17 a 130. O teatro fica na Piazza Beniarnino Gigli, 1 – Roma. O telefone é 06/4816-0255. Para mais detalhes sobre a apresentação, basta acessar o site http://www.opera.roma.it/

Brasil em destaqueO lançamento do livro “O sisal do Brasil”,

na sede da Food and Agriculture Orga-nization (Fao) da Organização das Nações Unidas (ONU), em Roma, proporcionou visi-bilidade ao trabalho do Sindicato das Indús-trias de Fibras Vegetais do Estado da Bahia (Sindifibras), que vem desempenhando im-portante papel no desenvolvimento da fabri-cação e comercialização do sisal, gênero de fibra do qual o Brasil desponta como o maior produtor e exportador do mundo. O lança-mento do livro contou com a presença do presidente do Sindifibras, Wilson Andrade.

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Beleza com saúdeAliado das mulheres no mundo dos cos-

méticos, o pêssego vira também cola-borador quando o assunto é saúde. Além do baixo teor calórico, o fruto é rico em fi-bras, essenciais para o bom funcionamen-to do intestino. Apesar de apre-sentar menor quantidade de niacina, uma das vitaminas do Com-plexo B, ele ain-da ajuda a evi-tar problemas de pele, do aparelho digestivo e do sistema nervoso. O pêssego comba-te o reumatismo e é indicado para qual-quer tipo de dieta.

Homens na miraQuando a célula começa a produzir có-

pias de si mesma, sem parar e sem ne-nhuma ordem, nasce o câncer. Entre os tumores malignos, o de próstata é

o que mais atinge os homens italianos, lide-rando as ocorrências. Segundo o Istituto dei Tumori de Milão, a incidência tem aumentado nos últimos 30 anos.

Só em 2005 foram constatados cerca de 40 mil novos casos. Com a divulgação da campanha de prevenção à doença, após a introdução de novos procedimentos para o diagnóstico, cresceram os números de ocor-rência, a partir de 1990.

— O que se deve fazer é isso: reportagens que falem sobre o câncer para incentivar os homens a fazerem exames periódicos — afir-ma o médico Aristóteles Wisnescky, chefe da seção de urologia do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Não há uma receita para evitar o câncer de próstata. Qualquer homem pode ter a do-ença. Então, um estilo de vida saudável é pri-mordial. Nada de bebidas alcoólicas em ex-

cesso e cigarros. Uma boa alimentação rica em frutas, verduras e grãos pode reduzir o risco.

Quando o assunto é o tão falado exame, através do toque retal, muitos homens acre-ditam que isso possa afetar a masculinidade e deixam de fazê-lo.

— Mesmo assim, já tenho muitos pacien-tes que vão ao consultório pelo menos uma vez por ano. Esse preconceito diminuiu bas-tante. Alguns chegam “arrastados” pelas es-posas e depois do exame me questionam “Era só isso?” — conta o urologista.

Segundo o Inca, a idade e o histórico fa-miliar são fatores associados a um aumento do risco do desenvolvimento do câncer de prósta-ta. Fazer o exame periodicamente é fundamen-tal para diagnosticar a doença no princípio, pois, quando o paciente chega ao consultório com os sintomas, na maioria das vezes, é si-nal de que o câncer está num estágio avançado.

Para detectar precoce-mente a doença, além do to-

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que retal, há também o exame medidor da dosagem do antígeno específico da próstata (PSA), uma substância produzida apenas pela glândula prostática e que vai para o sangue. Em casos de câncer, a quantidade torna-se ainda maior e, daí, a utilidade do procedi-mento para a constatação da doença.

No Brasil, o mal é a segunda causa de óbitos por câncer em homens, sendo supe-rado apenas pelo o de pulmão. Os números ainda não foram divulgados, mas em 2005 estimava-se a ocorrência de cerca de 47 mil novos casos.

Enquanto na região Norte e Centro da Itália os diagnósticos, em 2005, chegaram a 100 para cada 100 mil homens, na região Sul o índice ficou em 60 por cada 100 mil. Em termos de mortalidade, no entanto, há quase uma homogeneidade entre as regiões, embo-ra aconteçam em menor número no Norte e no Centro, especialmente devido a uma maior utilização do exame PSA, que antecipa o

diagnóstico em muitos pacientes, aumen-tando a taxa de sobrevivência.

Prática de exercícios e cuidado com a alimentação previnem o câncer de próstata

Câncer de próstata:Sintomas- levantar várias vezes, à noite, para urinar;

- Dor ou queimação ao urinar;

- Jato urinário fraco;

- Presença de sangue na urina

Prevenção- Fazer, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física;

- Alimentação saudável;

- Manter o peso na medida certa;

- Não fumar;

- Diminuir o consumo de álcool

TratamentoPara doença localizada – cirurgia, radio-terapia e observação vigilante;

Para doença localmente avançada – ra-dioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal;

Para doença metastática [formação de uma nova lesão tumoral a partir da pri-meira] - hormonioterapia

Para o verãoEm dias mais quentes,

nada melhor do que se refrescar com as frutas. Entre elas, a pedida é o suco de uva que hidrata e possui nutrientes importantes. Além disso, é estimulante digestivo porque acelera o metabolismo e evita a fadiga através da eliminação do excesso de ácido úrico. É também uma boa fonte de ener-gia já que restabelece o equilíbrio de ácido alcalino. Mas cuidado! Só pode ser ingerido sob orientação mé-dica por diabéticos ou pessoas com ten-dência à alta taxa glicêmica no sangue.

Cheiro de doençaOs pólens encontrados em plantas como

aveleiras e ciprestes já estão em circu-lação na Itália. São eles os responsáveis pe-las alergias do inverno. Os dados foram di-vulgados pelo Istituto Agrario di San Michele, em trentino. Eles também se referem a ex-plicações sobre como os pólens surgem em meados de janeiro e atingem altos números entre fevereiro e março até então diminuírem gradativamente. Mas invernos “quentes”, co-mo o atual na Itália, fazem com que o flores-cimento e a conseqüente liberação de pólens no ar se antecipem.

Não é só a pressãoUm estudo italiano revelou novas

descobertas sobre os mecanismos que causam a doença degenerativa das artérias, a arteriosclerose. Pesquisadores da Universidade de Palermo divulgaram que o risco de desenvolver o mal, para os hipertensos, não fica somente por conta da pressão alta mas também de algumas alterações químicas do endotélio [re-vestimento interno das artérias]. Essas diferenças causam o “stress oxidativo”, causador da formação de placas que obs-truem a artéria.

Alimentação biológicaPor que não agradar ao paladar e ge-

rar prazer através de uma alimenta-ção saudável? Pois é justamente essa a filosofia da alimentação biológica. A reco-mendação é usar temperos como canela, cravo, salsa, coentro, cominho, páprica, manejricão, curry, pimenta, cebola, alho e manjerona. Mas, ao mesmo tempo, deve-se evitar o álcool, qualquer tipo de carne e também o fumo, além de diminuir a inges-tão de café, refrigerantes, frituras, marga-rinas, manteigas e produtos industrializa-dos. A idéia deste tipo de alimentação é ter bom senso, evitando exageros e optan-do por produtos mais leves e saudáveis, aproveitando o sabor dos temperos.

Do bemAo observarmos o tamanho da amo-

ra preta, torna-se difícil imaginar os múltiplos benefícios que ela propor-ciona. Uma das grandes descobertas é que a amoreira serve como planta anti-cancerígena pela ação do ácido elágico e também para o combate à osteoporo-se, devido à alta concentração de cálcio [46 miligramas por 100 gramas de fruto]. Nas práticas desportivas, a amora é usa-da como tônico muscular por conta do alto teor de potássio nela encontrado. O fruto da amoreira é depurativo do san-gue, antisséptico, vermífugo, digestivo, calmante, laxativo, além de ainda ter ou-tros atributos.

A voz do povoUma pesquisa realizada pelo Centro Studi

Investimenti Sociali (Censis) dá conta de que, segundo 75% dos italianos, os tumores podem ser curados. Já para 68% dos entrevis-tados, trata-se de uma doença que, uma vez detectada, pressupõe um longo controle mé-dico. De acordo com 67% deles, é a patologia que mais compromete a saúde e a qualidade de vida. E ainda, 57% dos italianos acreditam que o paciente tem o direito de escolher o interrompimento da cura, caso sofra de uma doença grave.

Doce curaRica em ferro, a manga é indicada para

tratamentos de anemia e é benéfica para quem está grávida ou em período de menstruação. A alta concentração de po-tássio e magnésio existente na fruta aju-da as pessoas que sofrem de câimbras, es-tresse, acidose problemas cardíacos. Uma manga fresca contém cerca de 15 por cen-to de açúcar, até um por cento de pro-teína, além de vitaminas, minerais e an-ti-oxidantes. Na índia, acredita-se que as mangas estancam hemorragias, fortalecem o coração e trazem benefícios ao cérebro.

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turismo

cesco ad indicare il luogo in cui voleva essere sepolto. Si tratta della collina inferiore della cit-tà dove, abitualmente, venivano sepolti i condannati dalla gius-tizia. Alle splendide decorazioni della Basilica hanno collaborato i più illustri artisti del tempo, da Giotto a Cimabue a Simone Martini.

Nel 1230 la salma di San Francesco viene trasferita dalla chiesa di San Giorgio (la futura

chiesa di Santa Chiara) per es-sere tumulata nella basilica cos-truita in suo onore. Sepolto sot-to l’altare maggiore in un luogo inaccessibile nei secoli, si per-de nella memoria il punto preci-so dove si trova il suo corpo. In seguito al ritrovamento nel XIX secolo, viene scavata la cripta. Assisi diviene così, per tutti i pellegrini, una tappa fondamen-tale lungo il viaggio per Roma.

Sempre nella Basilica inferio-

re è situato uno spazio che ospi-ta le reliquie di San Francesco, un insieme di oggetti appartenu-ti al Santo. Sopra la forma roma-nica della Basilica Inferiore ven-ne realizzata un nuova Basilica in stile gotico, entrambe realizzate con la pietra rosa del Monte Su-basio. Con la costruzione della Basilica Superiore si completa la realizzazione della Basilica nel suo complesso. la Basilica Infe-riore è destinata ai pellegrini ed alla venerazione alle reliquie del Santo, mentre la Basilica Supe-riore è adatta alle riunioni uffi-ciali, essendo anche in grado di ospitare il Papa, il quale può ac-comodarsi sul trono a lui riserva-to. le due basiliche sono colle-gate tra di loro tramite una scala e formano così un grande com-plesso architettonico.

la Basilica superiore presen-ta una facciata semplice a forma di capanna e ospita la più com-pleta raccolta di vetrate medie-vali presenti in territorio italia-no. Poco dopo la fine dei lavori di costruzione della chiesa supe-riore sarebbero iniziate anche le decorazioni ad affresco delle due basiliche con l’obiettivo di esal-tare la figura di San Francesco. Fra i grandi artisti che vi lavo-rarono c’erano Cimabue e Giotto. la fascia inferiore della navata della Basilica superiore è occu-pata dal ciclo di affreschi più fa-moso, quello sulla Vita di San Francesco, raffigurata in ben 28 scene tratte dalla legenda maior di San Bonaventura.

Il terremoto Il 26 settembre del 1997, una forte scossa di terremoto ha colpito le regioni dell’Umbria e delle Marche, causando il crollo di parte degli affreschi e del-le volte della Basilica superio-re di San Francesco. Il crollo ha provocato quattro vittime, due tecnici della Soprintenden-za e due frati. E’ stata distrutta parte degli affreschi sulla volta della prima campata: il San Gi-rolamo, dove erano raffigurati i Quattro dottori della Chiesa. Anche la figura di San Matteo, di Cimabue e la volta stellata ridipinta nell’Ottocento sono state danneggiate. Sull’arco di contro-facciata e sul costolone, anch’essi crollati, sono rovinate a terra otto figure di santi e al-tre decorazioni.

Subito dopo il terremoto, due sono state le preoccupazioni im-mediate: mettere in sicurezza il complesso architettonico e re-cuperare centinaia di migliaia di frammenti degli affreschi fra le macerie.

la basilica è rimasta chiusa fino al 29 novembre 1999 per in-terventi di conservazione e res-tauro. Sono stati raccolti oltre 300 mila frammenti in corrispon-denza dell’arcone dei santi e della vicina vela di San Girolamo, co-me della vela stellata e di quella di San Matteo. A questa prima fase ne è seguita una successi-va per un lavoro di selezione e di classificazione dei frammenti, in base alle sfumature, al colore, alla tecnica esecutiva. Successi-vamente si è passati al riconos-cimento fotografico, seguito da tentativi di individuazione, in base ai punti di frattura, dei pos-sibili punti di attacco. Indispen-sabile è stato l’ausilio delle foto-grafie a colori scattate prima del sisma e la loro stampa a grande-zza naturale, sulle quali è stato possibile effettuare le prove di corrispondenza dei frammenti.

Grazie all’impagabile lavoro di tecnici, restauratori e tanti volontari giunti da tutta l’Italia, nel 2006 è stato possibile con-cludere il lavoro di restauro. Pur-troppo non si è riusciti a recupe-rare tutto il materiale, visto che già prima del crollo le condizio-ni dell’affresco non erano buone. l’abitudine di Cimabue di usare biacca, mescolata ad altre ver-nici, ha fatto sì che il colore, a distanza di tempo, diventasse via via evanescente, quasi mono-cromatico.

Basilica di Santa ChiaraRealizzata in stile gotico, richia-ma la linea della Basilica Supe-riore di Assisi, con ampie colon-ne esterne e con il motivo della facciata in pietra rosa e bianca, sempre proveniente dal Mon-te Subasio. Il corpo della san-ta, deceduta l’11 agosto 1253, fu trasferito dalla chiesa di San Damiano in questa basilica nel 1260. Inoltre, in una cappella della navata destra, è conserva-to il crocefisso che parlò a San Francesco. Purtroppo, la chiesa è stata molto danneggiata dal ter-remoto del 1997 e attualmente può essere visitata solo in modo parziale.

Patrimonio mondiale dell’umanità

Alla scoperta della città di San Francesco e Santa Chiara

ana PaUla TorrEsCorrispondente • roma

ne proclamato santo da papa Gregorio IX. Il giorno dopo, 17 luglio, lo stesso Papa e il gene-rale dell’Ordine minoritico, frate Elia, posero le prime pietre per la costruzione dell’attuale Basilica inferiore che avrebbe custodito i resti mortali del santo. Secondo la tradizione, fu lo stesso Fran-

su una precedente struttura del 1174, appartenente ad un anti-co castello feudale. Sempre vici-no ad Assisi, è possibile visitare i luoghi legati alla vita di San Fran-cesco, come l’Eremo delle Carce-ri, immerso in un fitto bosco sul-le pendici del Monte Subasio, e il Convento di San Damiano. C’è poi l’imponente Basilica di Santa Maria degli Angeli, costruita fra il 1569 e il 1679 per proteggere la Porziuncola, una piccola chie-sa che accolse la prima comuni-tà dei francescani, e la Cappella del transito, dove San Francesco morì il 4 ottobre 1226. Per quan-to riguarda invece la natura, va-le la pena fare una visita al Par-co Regionale del Monte Subasio, istituito per proteggere un am-biente di grande valore ambien-tale e mistico.

Se poi si ha la possibilità di visitare la città durante lo svol-gimento di qualche manifesta-zione, allora sì che si riesce a pe-netrare ancora di più nell’anima di questa particolare cittadina. Durante la settimana santa viene realizzata la Processione del Cris-to Morto. Ad aprile e maggio si svolge l’Assisi Antiquariato, men-tre il primo giovedì, venerdì e sabato non festivo dopo il primo maggio occorre il Calendimaggio. Ad agosto la città rende omag-gio a Santa Chiara e a San Rufino Patrono, mentre la festa di San Francesco, che è patrono d’Italia, è il 3 e 4 ottobre.

Basilica di San FrancescoIl 16 luglio del 1228, a soli due anni dalla morte, Francesco ven-

Nel 2000, dichiara-ta Patrimonio Mondiale dell’Umanità, Assisi, nel cuore della regione Um-

bria dovrebbe essere meta indis-pensabile per ogni turista che visita l’Italia, sia per la sua im-portanza storico-religiosa, sia per le bellezze artistiche, architetto-niche e naturalistiche che è in grado di offrire ai suoi visitatori. Un vero gioiello da non perdere!

Con circa 26mila abitanti, Assisi, che si trova nella provin-cia di Perugia, è conosciuta mon-dialmente per essere la città do-ve nacquero, vissero e morirono San Francesco e Santa Chiara. Ma le sue origini sono molto più an-tiche, come si attesta dai nume-rosi reperti archeologici che in-dicano la presenza di un piccolo villaggio abitato dagli Umbri già nel periodo compreso fra i secoli IX e VIII a.C.

Fra i numerosi monumenti che fanno di Assisi una delle località turistiche italiane più ricche ar-tisticamente, vi sono soprattut-to la Basilica di San Francesco, quella di Santa Chiara e la Catte-drale di San Rufino. Inoltre, me-ritano un’attenzione speciale an-che il Palazzo dei Priori, situato sulla piazza del Comune, il due-centesco Palazzo del Capitano del Popolo con la torre Civica, e il tempio di Minerva, tempio ro-mano che risale al I secolo a.C. e si trova in perfetto stato di con-servazione.

Appena fuori le mura della città, il turista può ammirare la Rocca Maggiore, ricostruita nel 1367 dal Cardinale Albornoz

Una delle viuzze di Assisi, che conserva lo stile medioevale

Vetrate dell’abside della Basilica di San FrancescoBasilica Superiore di

San Francesco, dove hanno luogo le riunioni ufficiali del clero

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atualidade

Oltre ai turisti, le scuole di samba carioca si rifanno sempre un po’ alla storia dello Stivale. la propria ‘Unidos do Viradou-ro’ conterà la storia dei giochi sull’Avenida. Delle carte, dadi, roulette, scacchi, dama e mol-ti altri. Il domino prende il suo nome dai frati italiani che, nel XVII secolo, avevano l’abitudine di giocarci e quando perdevano la partita ringraziavano usan-do l’espressione dominus gratias (Grazie a Dio, in latino).

la Viradouro si presenta con 3800 componenti divisi in 32 gruppi e otto carri allegorici. Della comunità sono 1800 per-sone e i mascherati da domino appaiono nel gruppo 18, con 100 componenti. Seguendo una deci-sione del presidente della scuola, il poliziotto Marco lira, i turisti stranieri non potranno partecipa-

re alla sfilata, che quest’anno ha per titolo “la Viradouro ribalta il gioco”. la norma è dovuta ad un criterio tecnico, perc hé cantare e muoversi bene durante la sfila-ta nel sambodromo fanno parte della valutazione dei giurati.

Un’altra scuola che si riferisce alla forza dell’Italia è la ‘Manguei-ra’. Già all’inizio della sfilata, la ver-de-e-rosa porterà sul primo carro di 55 metri una rappresentazione dell’Impero Romano, con una repli-ca del Colosseo. Il carro presenta nove metri di altezza e mostra le origini della lingua portoghese nel latino, con il tema “la mia patria è la mia lingua, Mangueira gran-de amore mio. Il mio samba va al lazio e coglie l’ultimo fiore” [ri-ferendosi ai primi versi del poema ‘Língua Portuguesa’ de Olavo Bilac, n.d.t]. I personaggi dell’allegoria saranno rappresentati da 68 com-

ponenti: imperatore, imperatrice, il popolo, i senatori e un giovane, ol-tre a due gladiatori e alla ballerina, la passista Queila Mara.

— Porteremo sull’Avenida il Colosseo di Roma, con tutte le manifestazioni dell’epoca, ossia, drammatizzando. Il carro avrà un ascensore idraulico e il Colos-seo s’innalzerà fino ai 10 metri d’altezza. È una replica, illumi-natissima – rivela il carnevalesco Max lopes in intervista recente.

Invece, le vicine ‘Unidos da ti-juca’ e ‘Vila Isabel’ parlerenno del Rinascimento. la tijuca verrà con il tema “Ad ogni ‘lambida’ la tiju-ca fa un click nell’Avenida’ [rife-rendosi ai lambe-lambe, primi fo-tografi di piazza agli inizi del ‘900, ndt]”, cioè il passaggio dalla pit-tura alla fotografia partendo dal ritratto più famoso della storia. Monna lisa, di leonardo da Vinci

(che compie 500 anni nel 2007) apre la sfilata. Con l’aiuto di effet-ti speciali e d’illuminazione, la scuola rappresenterà la rottura tra la pittura e la fotografia e la Gio-conda “uscirà dalla tela per diver-tirsi a carnevale”.

la ‘Vila Isabel’, scuola che ha vinto l’anno scorso, presenta “Me-tamorfosi: dal Regno Naturale alla Corte Popolare del Carnevale – le trasformazioni della Vita” e uno dei carri di maggior impatto sa-rà “Medioevale/Rinascimentale”. l’allegoria simbolizza il passaggio dal Medioevo, quando l’uomo ve-deva in Dio la ragione di tutte le cose, al Rinascimento, periodo in cui l’uomo si vede capace di giu-dicare e creare. Ispirata in una cattedrale, l’allegoria mostrerà, nella prima parte della sfilata, lu-ci rosse e vetri colorati. Dopo, la luce cambia in azzurro e appaiono pannelli con pitture d’importanza storica, come la Monna lisa e il David di Michelangelo.

Per chi si troverà a San Pao-lo, Roma – culla politica del gran-de Impero dei Cesari, fondata dai mitici Romolo e Remo – farà parte della sfilata della scuola ‘Império de Casa Verde’. Con il tema “Glorie e Conquiste – la forza dell’Impero si trova nel Salto della tigre”, la scuola dai colori azzurro e bian-co racconta parte della storia da cui abbiamo ereditato la lingua latina e il Diritto Romano. E spie-ga come l’apogeo espansionistico portò l’impero di Ottavio Augus-to ad organizzarsi militarmente e politicamente, fino al declino con l’espansione del Cristianesimo.

“Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu” Per i più di tre milioni di persone che accompagneranno i giorni di festa a Salvador e Recife la frase della canzone di Moraes Moreira è una verità indiscutibile. A Salva-dor, più di 220 entità (16 afoxés, 41 afro, 15 alternativi, 45 blocos de trio, tre speciali, due di indios, sette infantili, 17 piccoli gruppi, 33 di percussione, sei orchestre, 12 di travestiti e 30 trios indi-pendenti) sono registrati presso l’Empresa de turismo S/A, (Emtur-sa), che organizza la festa.

Contrariamente agli amanti di maschere e carri allegorici, lo spettacolo è svolto nelle vie dal-le migliaia di turisti e cittadini con o senza ‘abadá’ [tipico in-dumento del carnevale di Salva-

dor, n.d.t]. I percorsi Osmar, nel quartiere Avenida, Dodô, a Bar-ra-Ondina e Batatinha, nel cen-tro storico, promettono concerti di Ivete Sangalo, Babado Novo, Margareth Menezes, del ministro della Cultura Gilberto Gil, tra le tante icone della musica baiana e afro. Secondo il comune di Sal-vador, la Città del Carnevale oc-cupa un’area pari a 25 km², e os-pita palchetti, gradinate, pronto soccorso, cabine di polizia, oltre a tutta un’infrastruttura speciale montata dai vari organismi mu-nicipali, statali e federali.

la festa ha come simbolo il te-ma “Il cuore del mondo batte qui” e farà, nel 2007, un omaggio al samba. Ufficialmente il carneva-le baiano comincia il 15 febbraio, nel quartiere liberdade, dove il sindaco João Henrique consegna le chiavi della città al Rei Momo, alla regina e alle principesse. In seguito, il corteggio reale va a Ca-jazeiras (maggior quartiere della capitale), dove si organizza un carnevale in separato, così come a Itapuã, Periperi e Pau da lima.

Invece il comune di Recife ha organizzato il carnevale di stra-da dal 12 con il suo programma del ‘Carnaval Multicultural 2007’ e commemora i 100 anni del Fre-vo. l’idea fa sì che il ritmo che caratterizza il popolo di Pernam-buco sia omaggiato da artisti e associazioni in 40 punti ben dis-tribuiti per la città.

Il programma è composto per il 90% da attrattive di Pernambuco, come associazioni carnevalesche, orchestre di frevo e nomi come lenine, Alceu Valença e il gruppo ‘Cordel do Fogo Encantado’. la cit-tà ha anche invitato artisti da fu-ori, come Maria Bethânia, Gal Cos-ta, Chico César, Paulinho Moska e Elba Ramalho.

sílvia soUza

È carnevale!Comunità mostra cosa succede nei principali luoghi brasiliani dove il carnevale impazza

20 minuti di ‘riscaldamento’ de-gli strumenti – Se me lo permet-tessero, mi metterei pure a suo-nare il tamburello o lo chocalho [altro strumento a percussione tipo tamburello, solo che lungo e stretto, n.d.t] – continua.

ll bassista, che conosceva già Maceió e Salvador, si trovava per la prima volta nel ginnasio di prove di una scuola di samba e rimarrà a Rio de Janeiro fino ad aprile. Paolo e il chitarrista Ste-fano Scutari si sono presentati al ristorante Da Carmine, a Niterói, con musiche tipicamente italia-ne, ma ben poco capivano del carnevale carioca.

— Mi piace lo chorinho. E devo tornare a Venezia proprio perché ho impegni con il carne-vale di là —, spiegava Scutari, ammiratore della musica popola-re brasiliana.

Quem me vê sempre para-do, distante garante que eu não sei sambar. tô me guardando pra quando o

carnaval chegar. Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando e não posso falar. tô me guardando pra quando o carnaval chegar. [Chi mi vede sempre fermo, distante, garantisce che non so sambare. Mi sto risparmiando per quando arri-verà il carnevale. Sto solo guar-dando, sapendo, sentendo, ascol-tando e non posso parlare. Mi sto risparmiando per quando arriverà il carnevale.] la canzone di Chico Buarque, cantata da Maria Bethâ-nia, riscalda coloro che amano il carnevale e aspettano l’inizio della maggior festa popolare del piane-ta. Scuole di samba, ‘blocos’ che sfilano per le vie, diversi show: il periodo, che in molti posti inizia il 17 febbraio, attira già centinaia di visitatori e turisti. A Rio de Janei-ro, la stima dell’Empresa de turis-mo do Município, la Riotur, è che la città ospiterà 694mila turisti, di cui circa il 20% di stranieri, inclu-si gli italiani.

Nel 2005, secondo sondaggi dell’ Empresa Brasileira de turis-mo (Embratur), circa 1,8 milione di turisti stranieri ha visitato Rio, di cui il 5,9% erano italiani.

Nel 2006, da sondaggi della Riotur nella Passarela do Sam-ba durante le sfilate, gli italiani erano il 4,3% dei turisti stranieri intervistati. I numeri danno una dimensione di ciò che significa un’iniezione di redditi di 500 mi-lioni di dollari agli introiti della città. E non è solo questo: la di-versità di opzioni di programmi questa fase dell’anno fa sì che le persone si dedichino a provare nuove e vecchie attrattive.

Di passaggio nello stato di Rio de Janeiro, il bassista Paolo Andreolo, 42, è uno di loro. Do-po essersi recato a Bùzios (dove un’influenza gli ha impedito di sfruttare meglio gli incanti della Regione dei laghi), il musicista è venuto a riposarsi a Niterói, pro-vincia di Rio, e ha fatto una visita alle prove della scuola di samba ‘Unidos do Viradouro’. Diffidente, Paolo, che era in compagnia di al-tri tre amici, notava tutto il movi-mento della comunità presente ed è anche riuscito a fotografare la batteria della scuola, che ne viene considerata il cuore.

— È molto rumoroso, non è vero? — domanda dopo i primi

“La verde-e-rosa porterà sul primo carro di 55 metri una rappresentazione dell’Impero Romano, con una replica del Colosseo”

Una delle coppie di mestre-sala e porta-bandeira della Unidos do Viradouro (sopra). Il bassista Paolo Andreolo “accompagna” la cuíca. A Recife, i blocos per le vie (sotto)

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Tutti gli anni il 25 gen-naio è così: San Paolo fa una pausa, diminuisce il suo ritmo, ma non si ferma

mai. la città arriva ai suoi 453 anni sostenuta da un passato co-struito dalla sua gente e anche dalle mani di stranieri. Molti so-no già passati e hanno fatto sto-ria in questa città divenuta gi-gantesca. Gli italiani lungo gli anni hanno conquistato spazi e fornito un profilo a questo luogo. Il primo gruppo è arrivato qui nel 1870, durante la grande immi-grazione, e si è sparsa ai quattro angoli di questo stato che oggi-giorno raggiunge i 40 milioni di abitanti.

Secondo il console generale d’Italia a San Paolo, Marco Marsi-li, la città non sarebbe riuscita a rivelarsi nella sua industrializza-zione e nel suo sviluppo econô-mico se non fosse stato grazie alla collaborazione degli immi-granti e, in particolare, alla col-lettività italiana.

- Oltre al lavoro e alla capa-cita artística ed innovatrice, loro hanno anche contribuito alla città portando tecnologia – dichiara.

Uno degli immigranti italiani che hanno domato le terre pau-listas è stato il Conte Francisco Matarazzo, nato a Castellabate in provincia di Salerno. lascia la sua terra natale e, col coraggio di raggiungere un territorio fino ad allora sconosciuto, fa fortuna ne-gli affari ed costruisce un impero fatto di 365 industrie. Non è ne-cessario dire che è stato uno dei

fautori della modernizzazione del Brasile. Dai registri storici, verso il 1881 l’italiano si stabilisce a Sorocaba e comincia timidamen-te la sua produzione. Nel 1890, si trasferisce a San Paolo e fon-da, con i fratelli Giuseppe e lui-gi, l’impresa Matarazzo & Irmãos. Così il gruppo via via si rafforza, costruendo fabbriche e generan-do impieghi ovunque si stabili-sce, come a São Caetano do Sul (SP), dove fonda le Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo S.A. (IRFM). Qui, a partire dal 1912, prosperano con l’installa-zione di fabbriche di vario tipo, come quelle per il processamen-to della carta, cartone e cellulo-si, ceramica, tessuti, piatti, soda caustica, tra le tante altre.

Anche per il professor Vir-ginio Mantesso Neto, che tiene corsi sull’immigrazione italiana

a San Paolo, la storia mostra che non è di oggi la marcante presen-za degli italiani nella città.

Una delle caratteristiche più significative per ciò che riguarda l’influenza italiana a San Paolo, secondo lui, è l’inclusione della lingua di Dante nella vita di tutti i giorni delle persone.

- Il ritmo accellerato e la sonorità dell’accento paulistano sembrano avere origine nella me-scolanza del portoghese con l’ita-liano, facilitata dalla comune ori-gine latina. Il plurale senza la ‘s’ [come il famoso ‘me dá dois pastel (sic), le espressioni come ‘mamma mia’, ‘espaventado’, oltre a, natu-

ralmente, i termini già adottati in Brasile come ‘tchau’ e nomi di piatti come ‘pizza’, ‘nhoque’ e ‘ca-peletti’ hanno i loro registri ini-ziali a San Paolo – ricorda.

Per ciò che riguarda l’espres-sione italiana nelle arti, essa è

stata sentita nell’architettura dei principali monumenti di San Pao-lo. Firmato dall’ingegnere e archi-tetto italiano tommazo Gaudenzio Bezzi, il Museu Paulista da Uni-versidade de São Paulo (USP), co-nosciuto come Museu do Ipiran-ga, viene inaugurato nel 1895 e attira turisti da tutto il mondo. È stata una delle prime costruzioni in muratura fatte a San Paolo. la storia rivela inoltre la partecipa-zione alla costruzione del teatro Municipal degli architetti Claudio e Domiziano Rossi, insieme all’in-gegnere Ramos de Azevedo nel 1895, data della sua ideazione.

Victor Brecheret, nato a Far-nese, in provincia di Viterbo nel 1894, è stato considerato uno dei più importanti scultori del Paese e considerato responsabile dell’introduzione del modernismo nella scultura brasiliana. la sua opera più grande e conosciuta è il Monumento às Bandeiras, che gli ha avvalso, nel 1920, la vit-toria in un concorso internazio-nale di plastici per la costruzio-ne di questa scultura. Nel 1923 il governo dello stato sollecita l’esecuzione di quest’opera, che viene inaugurata molto più tar-di, il 25 gennaio 1953. Sparsi nei vari quartieri della capitale pau-lista, i suoi lavori si trovano in luoghi pubblici come quello per Duque de Caxias, in Piazza Prin-cesa Isabel e Depois do Banho, nel largo do Arouche, tra tanti altri. I suoi lavori si trovano an-che sparsi nei musei più frequen-tati come il Museu de Arte di San Paolo (Masp), il Museu de Arte Contemporânea (MAC) e il Mu-seu de Arte Moderna (MAM). Nel 1922 ha partecipato, insieme ad

altri ‘rivoluzionari’ delle arti al-la Semana de Arte Moderna con opere esposte nell’atrio del tea-tro Municipal di San Paolo.

Parlando di questo, è impossi-bile non ricordare la storia del ta-lento delle mani dei due italiani, che hanno dato vita ad uno dei principali musei dell’Avenida Pau-lista, il Masp, l’unico che presenti un vano libero. lui, Pietro Bardi, nato a la Spezia, ha esercito la sua principale attività professio-nale, il giornalismo, scrivendo per vari giornali italiani, ed era anche critico d’arte. lei, nata nella città eterna, architetta dell’Università di Roma, si è naturalizzata bra-siliana appena arrivata qui. Am-bedue hanno lasciato a San Pao-lo questa importante eredità, che da allora movimenta l’isolato con esposizioni significative e corsi d’arte. Nel 1946 si sono sposati e hanno visto nel Brasile nuove prospettive nello scenario dell’ar-chitettura, visto che in Europa la lenta ricostruzione del dopoguer-ra li aveva obbligati ad emigrare.

Arrivando a Rio, hanno co-nosciuto personalità come lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Rocha Mi-randa, Burle Marx e Assis Cha-teaubriand, fondatore dei Diários Associados, da cui Pietro riceve l’invito per fondare e dirigere un museo d’arte nel Paese. lina Bo Bardi ha progettato la parte ar-chitettonica del palazzo del Masp. Per conservare la vista pretesa per il centro della città, l’architetta ha pensato ad un edificio sostenuto da quattro pilastri laterali. Con il corpo principale posato su di essi, ha reso possibile la presenza del vano libero di 74 metri. Costruita dal 1956 al 1968, la nuova sede

del Masp è stata inaugurata il 7 novembre 1968 alla presenza del-la Regina d’Inghilterra, Elisabetta II. Di sua ideazione è anche la Casa de Vidros, sua prima resi-denza nel quartiere del Morumbi, una costruzione di settemila me-tri quadrati conclusa nel 1951.

Il terraço Itália, uno dei punti turistici più conosciuti del centro, situato all’ultimo piano dell’Edi-fício Itália, è servito da ispirazio-ne all’italiano Evaristo Comolatti per la costruzione di un ristorante specializzato in culinaria italiana e, grazie ad esso, ora è possibi-le garantire ai visitatori una vista panoramica della città dal suo 42° piano. Nello stesso edificio si tro-va il teatro Italia e il Circolo Ita-liano; in quest’ultimo c’è la scuo-la di lingua italiana e, allo stesso tempo, è punto di ritrovo per fe-ste della comunità italiana.

Ancora passeggiando per il centro, l’Edificio Martinelli è co-nosciuto come il grattacielo di 30 piani dell’America latina, che spaventava i passanti che vi pas-savano davanti. In stile art de-cò, oggigiorno si trova in mezzo a tanti altri uguali ad esso. la sua costruzione fu terminata al-l’epoca del crash della Borsa di New York, nel 1929, comandata dal Commendator Giuseppe Mar-tinelli, nato a lucca, in tosca-na. Martinelli arrivò nel 1888 per lavorare nella città, al contrario della maggioranza, che venivano a lavorare nei campi. Nel 1906, lui e i suoi soci avevano già una banca a Santos e a San Paolo, e cominciavano ad essere cerca-ti da rappresentanti di impre-se esportatrici italiane. la parte

“San Paolo, terra boa”

Marcos PETTi

Capitale paulista celebra anniversario e riceve una retrospettiva sugli italiani che si sono innamorati di questa città ed hanno aiutato a costruirla

Il conte Francesco Matarazzo, fondatore di un impero

imprenditoriale

esterna dell’edificio è ornata da pietre rosate portate dall’Italia. l’ultimo piano è servito da attico del Commendatore ed è stato fre-quentato dall’élite di San Paolo negli anni ’30. Ma, dovuto all’in-curia del potere pubblico, l’Edifi-cio ora si trova in decadenza.

Cosa dire di certi quartieri della città che sono direttamen-te legati alla cultura italiana? Il tradizionale quartiere Bixiga è uno di essi. Ha avuto un ruolo storico e culturale nel XIX seco-lo per aver accolto gli immigran-ti italiani e, con loro, cultura e tradizioni. Di conseguenza è vi-sibile la presenza di artisti e tea-tri, le varie ‘cantine’ italiane e la festa della santa Achiropita. È anche il luogo dove ha vissuto João Rubinato, più conosciuto come Adoniran Barbosa, il can-tante, compositore e sambista nato a Valinhos e figlio di immi-granti di Cavarzere, in provincia di Venezia.

Questo senza parlare di un altro quartiere che ha queste ca-ratteristiche. Si tratta della Moo-ca, all’est della città. là non si possono negare le origini della parlata dei discendenti di italia-ni, un segno inconfondibile del quartiere. È proprio da lì che, in-sieme agli immigranti, è venuta la devozione al patrono [di Napo-li, n.d.t], San Gennaro o São Ja-nuário, com’e anche conosciuto.

E non è finita: ci sono ancora molte storie da essere raccontate del passato di questo gigante, di molti personaggi che sono arri-vati, si sono rimboccati le mani-che e hanno fatto di San Paolo un simbolo del Paese.

Il Museo de Arte di San Paolo (Masp) nell’Avenida Paulista

Il grattacielo di 30 piani dell’America Latina: l’edificio Martinelli

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attualità

Bisogna stare attenti

sílvia soUza

Il ginocchio è la parte del corpo più colpita durante la pratica sportiva e tema porta il medico Gianluca Camillieri della Federazione Italiana di Nuoto a Rio

“La maggior responsabilità in caso di interventi

è ancora del chirurgo. Soltanto il 40% del risultato

dipende dal giocatore e dalla

riabilitazione” Gianluca camillieri

attualità

Se un giorno qualcuno ti domandasse qual è la parte più bella del corpo, forse le ginocchia occuperebbero

l’ultimo posto della tua lista. Fat-to di legamenti, menischi e carti-lagine, quest’articolazione è ricor-data poco dai semplici mortali. A meno che non si stia parlando di donne che hanno l’abitudine di te-nersi in equilibrio su altissimi tac-chi in notti di glamour o di atleti non abituati a sforzi, che ‘danno il sangue’ in partite con amici. Ma, maltrattate dai non sportivi, le ginocchia meritano le attenzioni degli atleti, ed è stato pensando a questo trattamento che il Co-mitato Nazionale Italiano (CONI) ha portato a Rio de Janeiro un Se-minario di Medicina Sportiva, che aveva per tema “Qualità di vita e tecniche di recupero del ginocchio in traumi sportivi”.

Per parlare di questo argo-mento, il professore Gianluca Ca-millieri, medico ufficiale della Federazione Italiana di Nuoto, è stato convocato. Secondo lui, i problemi alle ginocchia si presen-tano con maggior frequenza nei calciatori, giocatori di pallacane-

stro e pallamano, che usano mol-to gli impulsi. l’invito e l’interes-se di parlare di questa parte del corpo è venuto durante i Mondiali di Nuoto, che sono stati tenuti a Rio de Janeiro l’anno scorso.

— Ciò che accade è la man-canza di tempo per la preparazio-ne fisica e l’aumento del numero di partite, che contribuiscono ad un maggior logorio dell’area com-promessa – chiarisce il professore ad una platea formata maggior-mente da fisioterapisti, studenti di Educazione Fisica ed atleti.

Interagendo con il pubblico, Gianluca Camillieri ha spiegato che i traumi del ginocchio posso-no inglobare danni come contu-sioni, lesioni [del menisco, delle cartilagini, dei legamenti, del le-gamento anteriore, comune in cal-ciatori] e fratture. Per spiegare la sua presentazione, ha usato dia-positive con immagini di chirur-gie e processi di recupero di pa-zienti. Secondo il professore, che tra il 2000 e il 2002 ha fatto parte dell’équipe medica della A.S. Ro-ma Calcio, soltanto a Roma ven-gono realizzate tremila chirurgie al ginocchio all’anno.

— Insegno all’Università [a Roma, La Sapienza], sono ricerca-tore e faccio esperimenti su nuove tecniche chirurgiche e di recuper del ginocchio e nuovi materiali per trapianti. Nel 2000, negli Stati Uniti sono stati registrati 95mila casi di rottura dei legamenti delle ginocchia. Di questo totale, 45mi-la sono stati operati. Gli americani dicono che tra l’80 e il 90% delle operazioni hanno successo e che in 2 anni l’atleta torna alla sua

normalità. Io non ci credo, perché loro non calcolano gli interventi di controllo che si fanno in questo periodo – analizza.

Ancora secondo lo specia-lista, l’obesità, il diabete e la pratica di sport estremi possono rappresentare delle complicazioni per le ginocchia. E, nel caso dei calciatori, che subiscono la pres-sione dei club affinché si recupe-rino rapidamente, la situazione è preoccupante.

— Stiamo accompagnando il numero crescente di ricostruzio-ni primarie e a seconda dei casi, la recuperazione può durare dal-le 3 fino alle 12 settimane. Ma la maggior responsabilità in caso di intervento è ancora del chirurgo. Soltanto il 40% dei risultati di-pende dal giocatore e dalla riabi-litazione – segnala Camilllieri.

Presidente del Coni, Alfredo Apicella ha ricordato che il 2007 sarà un anno dedicato allo sport e che le entità legate alla promo-zione di pratiche sportive devono approfittare per rendere noti i lo-ro progetti e attività.

— A Rio de Janeiro ci saran-no i Giochi Panamericani a metà dell’anno. Ma non è solo questo. Noi realizzeremo i Giochi della Gioventù, la cui finale sarà a mar-zo, a Curitiva. E questi giochi so-no speciali visto che, per la prima volta, parteciperanno i disabilli – sottolinea.

Anche lui presente alla confe-renza, il direttore dell’Istituto Ita-liano di Cultura di Rio de Janeiro (IIC-RJ), Rubens Piovano, ha sot-tolineato l’associazione dello sport ad iniziative positive, come il suo significato di miglioramento della salute associato alla sua pratica.

— lo sport è, al di sopra di tutto, salute. E niente di meglio che occuparsi di un’area così colpi-ta e poco ricordata come quella del ginocchio, che sorregge il corpo. Ma lo sport, oltre a trasformare la vita, è capace di fermare le guerre. È fondamentale che si dia il dovuto valore alle pratiche sportive, inse-rendole nel quotidiano della cultu-ra della società – riflette.

Per concludere, Gianluca Camil-lieri ha parlato della responsabilità di difendere l’Italia, un tema che è divenuto sinonimo di gloria.

— Non è un peso e sì un ono-re accompagnare una squadra na-zionale. Da quasi 14 anni seguo la squadra nazionale di calcio e di nuoto.

Un nuovo nome, un nuo-vo logo, delle modifiche sostanziali nel palinse-sto. Nasce la nuova Rai

International. Il nuovo proget-to editoriale è stato presentato recentemente dal direttore Piero Badaloni ai giornalisti, in presen-za di esponenti del governo e del mondo dello spettacolo, presso la sede Rai di viale Mazzini.

Da Rai International passa a chiamarsi “Rai Italia”, aggiungen-do al nuovo nome anche lo stori-co logo Rai, la farfalla. Per quan-to riguarda invece la sostanza, il nuovo progetto editoriale darà più spazio alle notizie, in sinergia con tutte le strutture Rai, ma an-che più spazio all’arte e al cinema italiano, alla cultura e ai giovani.

− Abbiamo proposto di cam-biare il nome in “Rai Italia” – ha spiegato il direttore Piero Bada-

loni durante la conferenza stam-pa – magari con il sottotitolo “Al servizio di tutti”. E ci piacerebbe inserire nel logo la farfalla Rai, per favorire un maggior senso di iden-tificazione. – E aggiunge –Vor-remmo riscoprire le Americhe, ma anche l’Australia, l’India, il resto d’Europa oltre a quella orientale, l’Asia intera e rafforzare la nostra presenza in Africa, migliorando la distribuzione del segnale.

Il piano di rilancio di Rai In-ternational arriva per soddisfare le innumerevoli richieste degli italiani all’estero, che come ha il-lustrato Badaloni, scrivono spes-so alla Rai chiedendo programmi di livello culturale più elevato. le modifiche sono inoltre il risultato del lavoro che la Rai ha svolto in-sieme al vice ministro per gli Ita-liani nel Mondo, Franco Danieli, e ai parlamentari eletti all’estero.

− Puntiamo di chiudere que-sto percorso ideale di restyling il 21 giugno, data del solstizio d’estate. − afferma Badaloni − Il mio obiettivo è aumentare la platea degli abbonati al canale, attualmente due milioni, sapen-do che possiamo raggiungerne potenzialmente dieci milioni.

Badaloni, inoltre, desidera ar-rivare allo stesso livello delle più grandi tv internazionali, che han-no diversificato il loro palinsesto nazionale da quello globale e, successivamente, hanno anche re-so differenti i palinsesti a secon-da delle aree geografiche. Per re-cuperare il tempo perduto, la Rai può farcela lavorando in sinergia con tutte le testate nel mercato globale. Diventa perciò essenzia-le collaborare con tutte le testate Rai a partire da Rainews 24 nel comune interesse e in quello del-l’azienda in generale.

I nuovi programmiSaranno mantenute le trasmis-sioni di successo come “Che tempo che fa”, “Parla con me”, “Porta a Porta”, “Ballarò”, “Anno Zero”, “tg2 dossier”, “Speciale tg1” e “Domenica sportiva”. Arri-vano invece, nuove trasmissioni di carattere informativo. Dai pri-mi di marzo prendono il via quat-

Nasce la Rai Italia

Presentato a Roma il progetto editoriale per la nuova Rai International

ana PaUla TorrEsCorrispondente • roma

Rubriche informazione TvItalia on Demand quotidiano 30 minuti

la Giostra dei gol settimanale 270 minuti

Cristianità settimanale 30 minuti

Sestante settimanale 30 minuti

Next settimanale 60 minuti

Italia world mensile 90 minuti

tro nuovi contenitori da novanta minuti, che andranno in onda in onda alle 6, alle 12, alle 18 e alle 24, ora di Greenwich. Inoltre, vi saranno le varie edizioni dei te-legiornali alle 13.00, alle 20.00 e alle 24.00, insieme a cinque flash da integrare eventualmen-te con notizie mirate e due nuo-vi Giornali radio alle 2.00 e alle 22.00, accompagnati da tre novi-tà in diretta sotto forma di con-tenitori di sessanta minuti.

Ma non è finita. Da aprile par-tiranno alcuni nuovi programmi. Gloria De Antoni e Oreste De For-nari condurranno “Idioma genti-le”, spazio dedicato alla lingua italiana in collaborazione con la tradizionale Accademia della Crusca. Poi ci sarà “Next”, co-prodotto con RaiNews 24, “Ita-lia Award”, mensile sulla politica internazionale. “Italian Factory”, invece, toccherà i temi del made in Italy. Oliviero Beha presente-rà “Italia on demand”, program-ma che aiuterà i connazionali al-l’estero a risolvere delle questioni di carattere burocratico e istitu-zionale. Da aggiungere ancora al palinsesto le manifestazioni tra-dizionali come il Festival della Canzone Italiana di Sanremo. Con il ministero degli Esteri si lavora a un nuovo format sulle attività degli Istituti Italiani di Cultura presenti in tutto il mondo.

Un’altra novità interessante è lo spazio che si vuole dare all’in-formazione di ritorno, ossia, no-tizie dall’estero che riguardano in

qualche modo l’Italia. Il ministro Danieli, che era presente alla conferenza stampa, ha espresso il desiderio di diffondere in Ita-lia informazioni anche sulle co-munità italiane all’estero, in mo-do da far conoscere agli italiani residenti nello Stivale quell’altra Italia che si trova sparsa per tut-to il mondo.

Rubriche RadioItalia chiama Italia dal lunedì al venerdì 40 minuti

Rotosette settimanale 30 minuti

tutto cinema settimanale 30 minuti

Italia delle regioni settimanale 30 minuti

Rassegna stampa dal lunedì al venerdì 30 minuti

Sport Italia settimanale 45 minuti

Nonsolocalcio settimanale 45 minuti

I commenti del lunedì settimanale 15 minuti

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comportamento

Os motoristas com mais de 65 anos de idade to-mam contas das ruas ita-lianas. Uma pesquisa do

Automóvel Clube da Itália reve-la que esses idosos são e serão sempre mais presentes nas vias, com claras conseqüências para a indústria automobilística, para as seguradoras e para o trânsito urbano em si.

Os números não mentem: em 2006, os italianos com idades entre 18 e 29 anos chegavam a 7,9 milhões. E, segundo as pro-jeções mais otimistas, em 2051, esta faixa etária terá apenas cer-ca de 5,5 milhões motoristas, ou seja, 29,5 por cento a menos. Do outro lado da esquina, no mesmo período, os idosos com mais de 65 anos passarão dos atuais 10,8 milhões para 17,1 milhões, o que significa um crescimento de 58 por cento.

A verdade é que o aumento na expectativa de vida e o baixo índice na taxa de natalidade, re-tratos da sociedade italiana atu-al, formam um coquetel explosi-vo na curva demográfica do país. A população está envelhecendo a olhos vistos, em casa e no trânsi-to. O estilo de vida de uma pes-soa hoje com 65 anos de idade será o mesmo de uma outra com 75 no futuro próximo.

A falta de uma política de transporte urbano também focada no envelhecimento da população contribui para que a pessoa idosa tire o carro da garagem para se lo-comover em vez de pegar um ôni-bus, bonde, trem ou metro. Não por acaso, os idosos usam sem-pre, cada vez mais, o carro para ir de um lugar a outro.

A pesquisa mostra que 80,4 por cento dos “velhinhos” prefe-rem sair com o veículo próprio, um dado muito perto dos mo-toristas com menos de 30 anos, dos quais 86,4 por cento usam o carro para se locomover. Po-rém, quando o tema da pesqui-sa é a motocicleta e os seus ris-cos, os velhinhos mostram que são muito mais prudentes e tem mais amor à vida do que os jo-vens. Circulam sobre duas rodas

37,8 por cento na faixa dos 18 aos 29 anos de idade, contra 1 por cento dos que têm mais de 65 anos. A boa forma física tam-bém influencia nas caminhadas. Os mais jovens trocam o volante pelas caminhadas e ganham dos idosos por 20,3 por cento a 16,5 por cento respectivamente.

Mas entre aqueles que usam os meios de transportes públicos, os velhinhos continuam a dar o bom exemplo, apesar dos percal-ços com 35,9 por cento dos pas-sageiros acima de 65 anos contra 33,4 por cento dos mais jovens. São heróis que enfrentam alguns problemas mais do que crônicos e inimagináveis para um país do primeiro mundo, em plena Euro-pa, ou seja: sobre a falta de con-forto reclamam 39,7 por cento dos passageiros “velhinhos”; das poucas conexões sofrem 34,6 por

cento; 27,3 por cento indignam-se com as tabelas de horários in-compatíveis com as necessidades dos usuários anciãos. todos es-ses fatores afastam o idoso do transporte público e os aproxi-mam do carro.

O envelhecimento dos moto-ristas tem conseqüências imedia-tas na industria automobilística e no fluxo do trânsito nas cida-des. A pesquisa revela que os es-tilos de vida e as suas mudanças acompanham e se refletem no jeito de guiar um carro. Usa-se, hoje, menos o automóvel e pou-cos quilômetros são percorridos. Em compensação, as pesquisas de mercado das montadoras in-dicam que existe uma exigência maior por parte do cliente de carros. A maioria prefere veícu-los mais cômodos, de fácil mano-bra e com a marcha automática,

além de sinais com dimensões maiores e mais luminosos.

No campo da segurança o en-velhecimento do população de motorista representa uma faca de dois gumes. Com o aumen-to da idade são diminuídos os reflexos e a capacidade de con-centração. Mesmo com o código das estradas sendo muito severo e, como conseqüência direta, o declínio no número de acidentes e de vítimas, a questão continua bastante preocupante. As infra-ções são ainda muitas e as mais graves acabam sendo as menos multadas.

Ainda assim, os mais velhos dão uma aula de direção aos mais novos. Entre os motoristas com mais de 65 anos e os mais jovens, entre 18 e 34 anos, o se-gundo grupo é o recordista de multas por velocidade excessiva, com 40,6 por cento dos “pilotos” infratores. Já na turma idosa, es-te percentual cai para 13,2 por cento. O placar do avanço de si-nal mostra 19,3 por cento contra 3,5 por cento a favor dos anci-ãos. E mais: 12,4 por cento dos velhinhos ao volante não usam o cinto de segurança contra 36,7 por cento dos mais jovens.

O italiano Giorgio Costa tem 67 anos de idade e vive na ponte aérea Milão, Buenos Aires.

— tenho carteira desde os 18 anos e nunca me envolvi em acidentes sérios. Quando estou em Milão, recebo algumas mul-tas porque, sem querer, uso uma faixa exclusiva fora de horário ou estaciono mal. Afinal, em Milão, não tem lugar para parar o carro. Com a idade, estou ainda mais atento, não com a minha direção mas com a dos outros — diz ele, sorrindo.

Segundo ele, nas últimas fé-rias, ele dirigiu até não poder mais nas estradas sem fim da Pa-tagônia argentina. De volta para Milão, ele continua a guiar sem problemas. Mas, ultimamente, prefere mesmo é dirigir o carri-nho de bebê do neto Michele, fa-zendo um pit-stop no parquinho, no caminho entre a creche e a casa da filha.

O seguro morreu

de velho

Pesquisa revela que idosos ao volante são maioria na Itália

GUilhErME aqUinoCorrespondente • milão

atualidade

O ano de 2007 será marca-do pelo estreitamento de laços político-econômi-cos entre o Brasil e Itália.

Pouco mais de um mês depois da vinda do ministro das Relações Exteriores, Massimo D´Alema e de uma provável visita do premier Romano Prodi no próximo mês, a vez agora foi a do presidente da Câmara dos Deputados italiana, Fausto Bertinotti.

O acompanhamento políti-co das relações econômicas en-tre Brasil e Itália foi o principal resultado de sua visita. Em um almoço com o colega brasileiro Arlindo Chinaglia ficou acertada a ida de uma delegação de parla-mentares brasileiros à Itália para promover essa cooperação.

— Encontramos o presiden-te da Câmara [Arlindo Chinaglia] e ressaltamos a importância da cooperação entre os dois países — informa Bertinotti.

A agenda de Bertinotti foi in-tensa. Durante dois dias, ele vi-sitou duas capitais [Salvador, na

Bahia e Brasília, no Distrito Fede-ral]. Em Brasília, no dia último dia 7, o parlamentar italiano esteve com o presidente luis Inácio lula da Silva e foi recebido no plená-rio da Câmara dos Deputados com honras de chefe de estado. No Pa-lácio do Planalto, após o encon-tro com lula que durou cerca de uma hora, Bertinotti afirmou que o chefe do Executivo brasileiro está aumentando sua influência no cenário mundial por meio do “protagonismo(sic)” que exerce na integração dos países sul-ame-ricanos e na América latina.

— A representatividade do Brasil no mundo vem da força do presidente lula no processo de integração da América do Sul — comenta o deputado italiano no Palácio do Planalto.

De acordo com Bertinotti, o Brasil de lula deve continuar usando sua força e facilidade de diálogo com todas as lideranças regionais. A assessoria do presi-dente lula não divulgou nota so-bre o que foi tratado.

— Vejo que o presidente lula trabalha por uma integração de to-dos os países e economias da Amé-rica do Sul. As diferenças não im-pedem a unidade. Parece-me uma política certa — avalia Bertinotti.

— O Brasil lidera um pro-cesso de integração na América latina e com isso pode aspirar a ser uma locomotiva do mundo — acrescenta Bertinotti.

Antes de ir a Brasília, no dia 6, o italiano visitou a capi-tal baiana, se reuniu com orga-nizações sociais e falou sobre a possibilidade de se combater a pobreza e injustiça através das alianças de instituições, políti-cas e da sociedade civil.

— A pobreza, a marginali-zação e a injustiça podem ser combatidas quando se cria uma aliança entre as instituições, a política, a sociedade civil e a co-operação internacional, com as-sociações que dão voz ao povo local e a instituições internacio-nais, como o Banco Mundial, que ajuda financeiramente — diz.

Ao visitar o projeto Ribeira Azul, financiado por organiza-ções italianas sem fins lucrati-vos, Bertinotti disse, de maneira comovida, que essa experiência serve de exemplo para a Itália.

— Não entendo por que ex-periências como essa podem ser feitas aqui, mas não nas dramáti-cas periferias de Nápoles e Paler-mo. Esta é uma experiência que pode dar certo não só na Bahia, mas também em países de eleva-do desenvolvimento capitalista — opina.

As ações do projeto permiti-ram sanear uma das áreas mais pobres de Salvador onde, até há alguns anos, cerca de quatro mil núcleos familiares viviam em 3.500 palafitas. Graças às inter-venções coordenadas pelos coope-radores italianos hoje a iniciativa se transformou em um modelo.

As palafitas são poucas e qua-se desapareceram. No lugar exis-tem casas simples com luz e água, onde as pessoas têm uma vida digna. Mas não é só isso: ao lado das casas surgiram centros sociais, estruturas educacionais e, princi-palmente, adotou-se um modelo de programação urbanística, per-mitindo que a região se desenvol-va ordenada e construtivamente.

O presidente da Câmara, acompanhado pelo embaixador da Itália no Brasil, Michele Va-lensise, destacou que “é a políti-ca que deve se tornar um serviço para as experiências de coopera-ção, o que levará à redescober-ta da política verdadeira”. E citou uma frase de “um grande sacer-dote”, o teólogo francês Chenu:

— Aquele sacerdote dizia que a solidariedade é muito im-portante, porquanto junta a idéia de caridade cristã com a de justi-ça das forças de liberação. O pre-núncio então é que a solidarieda-de sirva de guia da nova política — reflete.

Da Ribeira Azul Bertinotti foi até o coração de Salvador, onde é operado o projeto Axé, fundado em 1990 pelo italiano Cesare de Florio la Rocca. Na sede da as-sociação, o presidente da Câma-ra visitou os laboratórios de con-fecção, assistiu às danças e aos cantos das crianças que recebem educação e formação.

— É importante renovar o apreço por aqueles que, todos os dias, trabalham para combater a pobreza — afirma.

Política a serviço da cooperação

Depois de D´Alema, o presidente da Câmara de Deputados italiana, Fausto Bertinotti, visita o Brasil e promete acompanhamento político das relações econômicas entre Brasil e Itália

Fábio linoespeCial para Comunità

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notizie notizie

L’età pensionabile aumentataL’età per andare in pensione deve

aumentare: ne è convinto il pre-sidente della Corte dei Conti Francesco Staderini che spiega che “essendo au-mentata l’età media della vita deve au-mentare anche l’età lavorativa perché l’onere per il sistema cresce con l’au-mentare degli anni”.

Staderini sottolinea inoltre che “nonostante gli effetti benefici portati dalle recenti riforme il sistema rischia di non essere più sostenibile: nel 2038 la spesa pensionistica aumenterebbe di circa il 2%. Se non si modifica la legge Dini la revisione dei coefficienti di trasformazione va fatta. E’ un obbli-go di legge” ha anche sottolineato il presidente rispondendo alle domande dei giornalisti sulla necessità di rifor-mare il sistema previdenziale italiano.

la revisione dei coefficienti sareb-be per Staderini un “passaggio essen-ziale per la sostenibilità del sistema”.

Studi abbandonatiUna matricola su 5 lascia gli studi, i

laureati sono pochi e la loro condi-zione occupazionale è in flessione. Se-condo il ‘Consorzio interuniversitario Al-malaurea’ nella fascia d’età 25-34 anni in Italia ci sono 15 laureati contro 38 in Francia e 31 nel Regno Unito. Il 21,5% delle matricole lascia gli studi. In com-penso l’età in cui ci si laurea scende da 28 a 25 anni e aumentano sia la fre-quenza alle lezioni che le esperienze di stage e tirocini durante gli studi.

Corso di risottoFacile e rapido. Agli interessati ed

amanti di cucina italiana, lo chef Flávio Braul, dell’Alquimia dos Chefs, di San Paolo, realizzerà un corso che si pro-pone di preparare un tipico risotto del Nord d’Italia. Il corso sarà nel pomerig-gio del prossimo 23 febbraio, dalle 14.00 alle 17.00. In Brasile, il piatto si è adat-tato agli ingre-dienti usati qua, con il no-stro riso. Quel-lo italiano in-vece si fa con tre tipi di riso più adeguati, tra cui il carnaroli, che sarà usato per la preparazione del piatto. I tre tipi si pos-sono trovare nei migliori negozi d’impor-tati. Gli alunni potranno preparare il loro piatto in maneira molto pratica e mette-re in pratica le idee suggerite in occasio-ni speciali. Il corso sarà svolto all’Atelier Gourmand. le iscrizioni saranno ricevute al numero (11) 3060-9547. (M.P.)

La telenovela finisceL’attaccante Ronaldo è il più nuo-

vo rinforzo del Milan per la sta-gione 2006/2007. In gennaio, il Real Madrid ha accettato la proposta di 7,5 milioni di euro e ha permesso al Feno-meno di firmare contratto con la squa-dra italiana.

Oltre al valore ricevuto per liberare il giocatore, il Real Madrid potrà guadagna-re ancora 500mila euro con l’affare. Que-sto perché l’accordo prevede anche il pa-gamento di questa somma nel caso che il Milan garantisca un posto nella Champion league in questa o nella prossima stagio-ne. Il trasferimento di Ronaldo segna il ritorno del brasiliano al calcio italiano dopo cinque anni. Stavolta, il Fenome-no difenderà la maglia della grande rivale dell’Inter, club in cui ha giocato dal 1997 al 2002. Anche se non più legato al club, gli interisti si sono dimostrati indignati con l’arrivo del calciatore e lo hanno ac-cusato di essere un ‘traditore’, il che ha provocato un’onda di questionamenti nel mondo del calcio italiano.

GastronomiaAgli inizi di febbraio, il presiden-

te della ‘Accademia Italiana della Cucina’, professor Giuseppe Dell’Osso, è stato in Brasile, quando ha parte-cipato ad una cena al ristorante “Po-modorino”. l’Accademia è l’unica isti-tuzione che valorizza la gastronomia italiana nel mondo.

Motivare gli studentiUn’opportunità per l’aggiornamento e

la motivazione propria e degli altri per gli insegnanti di lingua italiana. Così è stato nel corso della mattinata del 18 scorso al 7º Incontro di Ferie di Gennaio SBS, nella sede della libreria SBS. Uno de-gli autori del libro Progetto Italiano, telis Marin, dell’Edilingua, ha parlato del tema “la motivazione nell’apprendimento di una lingua Straniera: come motivare i no-stri studenti?”. Secondo lui diverse sono le maniere per motivare gli alunni in clas-se quando si applica una buona didattica, però si rischia di demotivarli quando si perde lo scopo. Nel ruolo dunque di “stu-denti” gli insegnanti hanno svolto del-le attività pratiche con il libro nel quale hanno rivisto delle procedure di glottodi-dattica. Una delle professoresse presenti, Maria Eugenia Savietto, 29, di Jundiaí, ha detto che “Ormai si sa che gli alunni de-motivati non imparano e abbandonano il corso. Cerco sempre di aggiornarmi sulle attività e fare le lezioni basate sul piacere dell’apprendere e dell’insegnare”. Secondo un’altra professoressa, Naide Brunelli, 46, “Dobbiamo sempre proporre una varietà di esercizi per non essere ripetitivi”. (M.P.)

L’emigrazione di SchioL’ultimo 9 febbraio dalle 9.00 alle

17.00 si terrà presso la sede del Rettorato dell’Unesp (Universidade Esta-dual Paulista Júlio de Mesquita Filho) a San Paolo il 1º Incontro dei Discendenti degli Immigrati di Schio (VI) in Brasile. la tavola rotonda avrà come moderato-re il prof. dr. Antonio Folquito Verona e intende riannodare i fili della memoria e gli intrecci tra famiglie con questi co-gnomi. Secondo il professore, in Brasile sono circa 16 mila tra immigrati e di-scendenti sparsi. Nella sua tesi di dot-torato il prof. Verona ha studiato come loro ci si sono inseriti.

tra il 1891 e il 1895, quasi cento fa-miglie della Val leogra arrivarono nello stato di San Paolo in cerca di fortuna. Gli scledensi [abitanti di Schio] arrivarono a Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Nel pomeriggio, dopo la visita al Museu da Imigração e al-l’Hospedaria dos Imigrantes, nel quartiere Brás, si discuteranno le fonti documenta-li ed orali disponibili e in seguito ci sarà un dibattito sulla costruzione di un gran-de progetto di ricerca comune”. l’incontro sarà in via Quirino de Andrade, 215, vici-no alla stazione Anhangabaú. (M.P.)

Un’altra di BerlusconiL’ex premier del governo italiano

Silvio Berlusconi ha chiesto pub-bliche scuse a sua moglie Veronica lario all’inizio del mese. Il fatto è successo do-vuto ad una serie di commenti seduttori diretti alla giovane e bella deputata ita-liana Mara Carfagna durante una cerimo-nia trasmessa in tv alla fine di gennaio. “Cara Veronica, eccoti le mie scuse”, ha scritto Berlusconi, 70, in una lettera resa nota dall’agenzia Ansa.

Il testo è stato pubblicato in rispo-sta alla lettera di protesta di sua moglie resa nota, il giorno prima, dal quotidia-no la Repubblica e nella quale lei chie-deva pubbliche scuse. Nella lettera, lei spiegava i motivi personali, etici e mora-li che l’avevano portata a decidersi per la richiesta. Alla signora Berlusconi non è piaciuto lo stile effusivo del marito, che quando la deputata gli ha detto “Con lei andrei su un’isola deserta” le ha risposto “Io con te andrei dappertutto” e poi “Se non fossi già sposato, la sposerei subi-to”. Nella richiesta di scuse, l’ex premier ha detto che la dignità della moglie non è in gioco: “È un bene prezioso nel mio cuore anche quando dalla mia bocca esce la battuta spensierata”, ha ammesso.

Violenza calcioLa morte di un poliziotto e la prigione

di oltre 30 persone durante la partita tra il Catania e il Palermo hanno provocato una serie di reazioni in Italia nella prima settimana di febbraio. Il governo italiano ha subito approvato un decreto legge che include urgenti misure contro la violenza nei campi di calcio, tra cui la realizzazione di partite senza la presenza del pubblico.

“Negli stadi che non presenteranno condizioni di sicurezza, le partite saran-no realizzate a porte chiuse”, ha avvi-sato il viceministro degli Interni, Marco Minitti. Secondo il documento, anche le autorità potranno impedire l’entrata ne-gli stadi ai sospetti, anche non avendo antecedenti criminali.

Il Papa Benedetto XVI, a sua volta, ha lanciato un appello ai giovani perché evi-tino la violenza. “Siate ovunque testimoni di non violenza e di pace”. Gli scontri sono avvenuti nello stadio Massimino, a Cata-nia. le partite della Nazionale e quelle del primo fine settimana di febbraio erano sta-te momentaneamente sospese in Italia.

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teatro teatro

As cortinas ainda não se abriram, mas um telefone já começa a tocar. O que terá acontecido para alguém li-

gar às 04 horas da manhã? É a mãe de Mendel que telefona contando-lhe ter quebrado a perna enquanto se dedicava ao preparo do guelfil-te fish [comida típica judaica] que tradicionalmente faz ao ‘filhinho’ de 35 anos, casado. Este, preso à culpa que atribuiu a si mesmo, sai às pressas para a casa dela. Como forma de chamar a atenção dele, a mãe judia usa seu artifício da chantagem emocional.

— O filho se sente em débito com a mãe pelo fato de ele não reconhecer tudo o que ela fez por ele — explica o psiquiatra e su-pervisor do Instituto de Psquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, Eduardo Ferreira-Santos.

Assim a comédia “Iídiche Mamma Mia”, escrita por Márcio Pitliuk e dirigida por Alexandre Reinecke, em cartaz desde o mês passado em São Paulo, fala de maneira bem humorada sobre as figuras arquétipas de mães judias e italianas e seus filhos homens, enfocando o lado possessivo e o excesso de cuidado, que são ca-racterísticas comuns de ambas. Márcio Pitliuk fez da peça uma

adaptação do seu livro homôni-mo, que já está na terceira edi-ção. “Iídiche” quer dizer “mam-me” [mães] na língua judaica.

No elenco, Angela Dip, figu-ra consagrada para comédia em teatro, já atuou em séries televi-sivas, como “A Ilha Rá-tim-Bum” e “O Castelo Rá-tim-Bum” da tV Cultura. Enquanto se maquia, pouco antes de começar o espetá-culo, Angela, que incorpora as du-as mães, fala à ComunitàItaliana sobre a distinção entre elas.

— A diferença é que a mãe judia quer se matar e a mãe italia-na quer matar o filho — brinca.

De fato, essa é uma das cenas mais engraçadas, quando a mãe judia se joga ao chão enquanto a italiana apresenta seu rolo de macarrão. Entre as caracterís-ticas que se popularizaram das mamme, a atriz dá o exemplo:

— A mãe italiana é espalha-fatosa, exagerada, bate no filho e tem a voz mais grave. Ela fi-cou muito marcada pela drama-tização das coisas em si, pela hiperbolização, que é um exa-gero no cuidado com os filhos — diz o psiquiatra Edu-ardo Ferreira Santos.

Da ficção para a vida real, a tradutora Maria lúcia Cavina-to, de 63 anos, não se considera uma ‘mamma’ possessiva.

— Eu nunca os obriguei a comer nada. Comiam o que que-riam. Embora meus filhos pensem que eu seja controlado-ra, acho que eu não sou — fala a mãe de Brenno, 33, e Flávio, 36.

Para o ator An-dré Abujamra, no papel de Mendel, essa situação na vi-da real de um ho-mem é aceitável.

— Acho que de-pois que tive meus filhos, entendo o amor sufocante das mães. Filho é úte-ro. É difícil não sufocar um fi-lho, pois o amor que sentimos é maior que tudo — avalia.

No entanto, seu personagem se vê numa situação opressiva num determinado momento de sua vida e busca ajuda por meio de um gênio a transformar sua mãe judia em italiana.

A equipe da comédia espe-ra receber um público que se identifique com o enredo e, conseqüentemente, se divirta, como foi o caso da empresária

Rosely Nicodemus:— Eu gostei porque

reconheci a situação. te-nho um irmão que vive isso até hoje. Acho que eles mostraram pouco as conseqüências. Se estivesse a mulher do Mendel presente

ia dar muita confusão — pressupõe.

De acordo com a nutricio-nista Roseli Nanami, 28, esse ti-po de relacionamento pode gerar dependência psicológica e atra-palhar o senso de responsabilida-de dos filhos.

— A insegurança gerada pe-lo excesso de proteção faz com que o indivíduo se torne depen-dente psicologicamente do apoio da mãe, gerando conflitos inter-nos. Esse “poder” que a mãe usa para controlar sua vida impede que ele desenvolva suas próprias responsabilidades — comenta.

— Um ponto negativo muito importante é de impedir a matu-ridade do filho por mantê-lo sem-pre atado a ela — acrescenta o psiquiatra.

São muitas as similari-dades entre a peça e as situações vivenciadas pela maioria dos des-

cendentes ou filhos de italianos no cotidiano. Roberto Cavinato, 65 anos, diz que a relação che-ga a ser sufocante. Ele nos conta, por meio do Skype [programa de conferência pelo computador], de Padova, na Itália, as recomenda-ções de alimentação que a mãe lhe dá aos 93 anos.

— Ela sempre fala para eu co-mer três vezes ao dia, senão fico doente. Se eu não comer o que ela fez, fica de mal e fecha a cara — lembra, complementando que sua mãe, apesar de lhe dar liberdade, o induz a agir à maneira dela ou pelo modo que ela julga ser correto.

Serviço: Em cartaz até o dia 25 de março no teatro Cultura Ar-tística. Rua Nestor Pestana, 196, Consolação. Acontece às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domin-gos, às 18h. O teatro possui 333 lugares, entrada e assento para deficientes. Informações pelo te-lefone: (11) 3258-3344.

Em cena, as superprotetoras

Marcos PETTi

Comédia em São Paulo trata do excesso de cuidados das mães judias e italianas com seus filhos até a fase adulta da vida.

“Il teatro non ha bisog-no di scenografia; il teatro contiene già la scenografia in se stes-

so, la crea dal momento in cui lo spettacolo è messo in scena dagli attori, dalla magia delle parole, dalla ricchezza dei pen-sieri espressi, dall’atmosfera poetica, dal clima drammatico, dall’integrazione palco-platea...” Ispirato dalle sue stesse parole, Gianni Ratto ha dedicato inten-samente la vita al teatro. È nato e ha fatto carriera a Milano, ma ha vissuto parte della sua vita accanto alla madre, a Genova. È morto nel dicembre 2005, a San Paolo, di tumore alla vescica, ad 89 anni.

In Italia ha lavorato in più di 100 pièce come scenografo ed ha partecipato alla fondazione del Piccolo teatro di Milano insieme a Paolo Grassi e Giorgio Streh-ler, l’allora direttore. Per il teatro alla Scala di Milano ha fatto sce-nari d’opera. Ma alcune pagine della sua vita avrebbero cambia-to la rotta della storia. Nel 1954 ricevette un invito dall’attrice

di allora Maria Della Costa per l’apertura del suo proprio teatro.

— Il Brasile gli era piaciuto, pensava che la tendenza in Italia sarebbe stata quella di sedimentar-si e qui avrebbe avuto l’opportunità di cominciare un lavoro nuovo e la possibilità di fare regia – dice, in intervista a ComunitaItaliana, la moglie di Gianni Ratto, Vaner Ma-ria Birolli Ratto, nel suo apparta-mento a San Paolo.

Ratto ha calcato le scene di San Paolo con la regia e gli scena-ri di “O canto da Cotovia”, di Jean Anouilh. Un anno dopo ha diret-to “A Moratória”, di Jorge Andrade che, secondo Vaner, “ha lasciato le persone in Brasile a bocca aperta dovuto alla capacità che ha avuto, parlando ancora poco il portoghe-se, di percepire l’ambiente della pièce, che era tipico del mondo rurale brasiliano. In questo senso è stato un pioniere.”

Partendo da questa nuova re-altà percepita, ha fissato radici ed è ritornato nel suo Paese na-tale soltanto per riscattare i suoi ricordi. Qui a Rio è stato uno dei fondatori del teatro dos Sete, in-

sieme a Fernanda Montenegro, ítalo Rossi, Sérgio Britto e al te-atro Novo. Durante la sua carrie-ra Ratto ha firmato allestimenti importanti per il periodo politi-co come “Gota D’água”, di Chico Buarque e Paulo Pontes, preso di mira dalla dittatura e “Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho

Come”, di Oduvaldo Vianna Filho. In poco più di cinquant’anni di lavoro nella drammaturgia brasi-liana ha sommato più di 150 la-vori. Ha vinto vari ed importanti premi, tra cui quello dell’APCA, un Premio Shell ed altri.

Ricordi della sua infanzia ed adolescenza, come la relazione con il padre che gli ha portanto tanti interrogativi, la sua convi-venza con gli animali, passano tra le righe della sua biografia. tra le sue passioni, i lavori sul teatro e l’opera gli hanno reso un libro narrativo “A Mochila do Mascate”, del 1996, (Casa Editrice Hucitec). Secondo il critico di teatro Sába-to Magaldi, tra tutti i registi stra-nieri che, dopo la Seconda Guerra Mondiale, hanno deciso di lavora-re in Brasile, Gianni Ratto è stato senza dubbio quello che ci si è identificato meglio.

— lasciando l’Italia nel 1954, dove era già considerato uno dei maggiori scenografi internaziona-li, il suo obiettivo ha comincia-to ad essere quello di integrarsi profondamente al nostro teatro, diventando una delle forze vive

della sua affermazione – dichiara Magaldi nella prefazione del libro.

Negli ultimi anni di vita, ob-bligato su una sedia a rotelle, Ratto si è dedicato alla scrittura di libri. “Crônicas Improváveis” e “Noturno” sono stati due racconti che ha scritto. E inoltre “Antitra-tado de Cenografia” e “Hipocri-tando”, rivolti alle arti sceniche.

Dieci anni più tardi, la biografia ha ispirato un documentario dallo stesso nome, prodotto e scritto da sua figlia Antonia, che l’ha dedica-to al padre senza aver fatto prima niente di simile. È partita con il padre per l’Italia, rivedendo città importanti per loro come Genova e Milano, e poi per San Paolo e Rio de Janeiro. la regia è stata asseg-nata a Gabriela Greeb, al suo primo lungo. testimonianze di colleghi con cui ha lavorato, come Fernan-da Montenegro, Millôr Fernandes e Dario Fo, tra gli altri, danno rilievo al film. Fino alla chiusura di ques-ta edizione, Fernanda e Millôr non avevano risposto al contatto fatto da Comunitaitaliana per essere in-tervistati.

Al di fuori del lavoro, Gianni Ratto è stato molto irrequieto nel-le sue passioni. Sposato sette vol-te, ha avuto figli nei vari matrimo-ni: Andrea, Antonia e Bernardo.

E ci sarebbe molto ancora da dire di questo regista e sceno-grafo. Carlos Eduardo Carneiro, 38, laureatosi in Arti Sceniche alla USP (SP) sta per conclude-re la sua tesi di post laurea che ha per titolo “Gianni Ratto – Ar-tigiano del teatro”. Carneiro dice che già conosceva il suo lavoro e gli piaceva molto, e per questo l’ha scelto come tema della sua tesi. Secondo lui, Ratto si preoc-cupava dell’armonizzazione dello spettacolo in generale.

— Era una persona estrema-mente generosa, aperto al dialo-go. Ma non aveva molta pazienza con i cretini – conclude.

Sponsorizzato dalla Caixa Cul-tural da Sé, il progetto ‘Caixa Cêni-ca – Memória do teatro’ presenta tutti i martedì letture di pièce che Ratto ha diretto e scritto per vari autori. l’organizzazione è di Vaner Ratto. Il ciclo di letture avviene due volte al mese e si conclu-derà in aprile. Altre informazioni sul programma al tel.: (11) 3321-4400. In luglio, nello spazio della Caixa, nell’Av. Paulista, una mos-tra fornirà un panorama della vita del regista in Brasile.

Il teatro di Gianni Ratto

Si è dedicato alla scenografia e alla direzione di pièce teatrali. In Brasile, ha dedicato più di mezzo secolo di lavoro alla drammaturgia brasiliana

Marcos PETTi

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Guilherme Aquino

milãO

Tudo de foraO tema do corpo nunca sai de moda. Por

isso o risco de uma repetição está sem-pre na espreita. O que não acontece com o trabalho da italiana Maria Puglia. Ela é uma fotógrafa de olhar atento e os seus “clicks’ estão ganhando as galerias italianas. Quem estiver de passagem por Milão e gostar de belas e sugestivas imagens pode visitar a mostra Nuovi Nudi, em cartaz na galeria Open Mind, na via Dante 12, até o dia 2 de mar-ço. A idéia foi de concentrar a exposição em apenas sete imagens. Desta forma, o visitan-te pode se concentrar melhor e criar na sua própria imaginação o restante da fotografia exposta. As cenas retratadas são fragmentos corpóreos, como os cílios dos olhos e outras partes mais ou menos reveladas, focadas ou desfocadas e que criam um diálogo silencioso com o observador.

ImpressionismoBrescia, a segunda principal cidade

da lombardia, a cem quilômetros de Milão, oferece, no complexo de Santa Giulia, a mostra “turner e os Impressio-nistas”. Foram quatro anos de prepara-ção, 285 obras de arte, das quais 261 inéditas na Itália. Elas chegaram de 98 museus e 15 colecionadores privados de 20 países. tudo com um seguro de 1,8 bilhões de euros. A exposição percorre o nascimento, a evolução e a afirmação da paisagem impressionista a partir das obras de turner e Constable e através da escola de Barbizon, até chegar aos mestres Manet, Monet, Van Gogh, Sisley, Gauguin, dentre outros.

Acontece, em Milão, uma mostra que, através de mais de cem tra-balhos, revela a relação do mestre

suíço Paulo Klee [1879-1940] com a atmos-fera fantástica. O fio condutor da exposi-ção é a ligação entre o artista e outros do calibre de Goya, Piranesi, Klinger, Kubin e Kreidof. trata-se de uma das maiores mos-tras jamais realizadas na Itália em homena-

gem ao grande mestre. A primeira em vinte anos. São quatro seções temáticas com as características de seu mundo e influências da musica, da literatura, da arte infantil e primitiva. Para quem estiver de passagem pela capital lombarda, eis um programinha cultural de bom tom. A exposição fica em cartaz até o dia 29 de abril, na Fondazione Mazzota, no Foro Buonaparte, 50.

Teatro mágico

Folia momescaA festa sonora brasileira honra o mês de fe-

vereiro e o carnaval. “Carnavale in Corso” ganha as ruas de Milão com a apresentação de percussões, capoeira e danças populares no Cor-so Garibaldi, um dos endereços mais nobres de Milão. No dia 24, a moderninha rua milanesa vai dar lugar ao samba de roda, no pé e tantas outras modalidades ligadas às suas tradicionais raízes. Percussionistas, capoeiristas e membros da comunidade brasileira e quem mais chegar vão fazer aquela batucada para gringo nenhum colocar defeito. Vale a pena esquentar o corpo na folia de Momo em pleno inverno europeu. Integrantes da Associazione Mitoka Samba, G. R. E. S Feliz da Vida, Capoeira di Angola e Ibrit Milano já confirmaram presença...E você?

Sem pressaNo dia de São Valentino, o dos namora-

dos na Itália, 14 de fevereiro, a cida-de da pressa vai diminuir o passo. Depois do slow-food, chega o slow-life. Muitas or-ganizações não governamentais, entre elas, a “Arte de Viver lentamente”, irão partici-par deste protesto em câmera lenta contra o excesso de velocidade dos pedestres mila-neses. A idéia é mostrar que o mundo está girando rápido demais e isso é prejudicial à saude. Um “passovelox’ vai ser instalado e multar simbolicamente quem estiver ca-minhando contra as regras da natureza. A manifestação será às 11 horas da manhã, em Corso Vittorio Emanuele, em pleno centro histórico da cidade.

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Dolce & Gabbana mostrano tendenze maschili ispirate agli astronauti e Versace dà un tono

“clero-fashion” alla prossima stagione

La moda siderale

curiosità

Creazione dell’Emporio Armani per la stagione

autunno/inverno 2008

cultura

O mistério que encanta

Um músico dá um tom e os convidados que passeiam em meio a painéis colo-ridos são embalados por

um clima de sedução e aparente mistério. No acordeão, canções tipicamente italianas, a exemplo de “O Sole mio”, mesclam duas Venezas: a italiana e a brasileira. E foi assim, misturando sentidos e elementos diversos, que o fotó-grafo Henrique Pontual aportou no Rio de Janeiro. Veio trazer a exposição “Máscaras Venezia-nas”, que os cariocas e visitan-tes podem conferir até março no Centro Cultural Justiça Federal [Avenida Rio Branco, 241, Cen-tro] ou na Villa Riso [Estrada da Gávea, 728, São Conrado].

Na mostra, que foi apresenta-da pela primeira vez em agosto, em Recife, Pontual traz mais de 60 fotografias que retratam per-sonagens simples e luxuosos ob-servados durante uma estada de 17 dias na Itália, em 2006. A via-

gem era desejo antigo do fotó-grafo, que também é arquiteto e, há mais de 15 anos, estudava as máscaras e sua dualidade.

— Fiz um curso de design e moda em Milão e acabei passan-do por Florença e Veneza. Os ita-lianos sabem “se vender”, mos-trar seu trabalho o ano inteiro, gerando emprego. No caso do carnaval, isso é fascinante, pois a iniciativa mexe com a sociedade e não há a necessidade de víncu-los governamentais. Os artesãos são sofisticados e muito criativos — analisa.

Para o projeto, Henrique convidou outras três fotógra-fas de Recife, considerada a Ve-neza brasileira. A intenção era contrastar e comparar o carna-val mais charmoso e clássico do mundo com a simplicidade e a alegria do brasileiro. Segundo o fotógrafo [que estuda a Comme-dia dell’Arte e pretende transfor-mar em livro sua pesquisa, clicks

e exposição], entre as principais diferenças entre o carnaval da Itália e o do Brasil, está a en-cenação presente nas ruas ita-lianas.

— O Rio de Janeiro e o Re-cife são as únicas cidades por onde passou a família imperial portuguesa e nesses lugares o

baile de máscaras saiu da cor-te. O “clóvis” no Rio é o “papa-angu” de Recife. Mas em Veneza você nota os mascarados clássi-cos, a exemplo dos franceses e alemães; os ricos, com fantasias do século 17 inspiradas em reis, guardiões e etc; e o povão, que são os que decidem na hora a ca-pa e a máscara que vão usar — explica Pontual, que montou em Recife a “Casa das Máscaras” e

já ofereceu oficinas sobre como produzir o objeto até mesmo no Amazonas.

O fascínio produzido pela máscara faz com que, durante to-do o tempo de visitação, o ar-tista indague sobre se, afinal de contas, ela revela ou esconde de-talhes. Mas isso é uma questão que cada espectador, segundo Henrique, deve opinar.

— O baile na Itália antiga-mente era sinônimo de convivên-cia familiar. Há toda uma ques-tão de tradição. No século 18, somente pelo uso de máscaras que os casos de adultério eram liberados e só com Napoleão es-sa permissão foi encerrada. Hoje, cabe ao mascarado escolher se quer revelar ou esconder — diz Henrique, sem apontar sua defi-nição para o objeto. Veneza pronta para a foliaDe nove a 20 de fevereiro, quem passar por Veneza não conseguirá ficar parado. O carnaval da cidade tem como fio condutor as memó-rias do escritor e dramaturgo Carlo Goldoni e é ambientado na pers-pectiva de que a festa está inti-mamente ligada à liberdade, tole-rância e também à transgressão.

Goldoni nasceu em Veneza em 1707, numa família burguesa, que acabou passando por dificul-dades financeiras. Mas foi em Pe-rugia que o escritor iniciou seus estudos e leu a primeira ópera cômica. Carlo Goldoni é conside-rado um dos maiores autores eu-ropeus de teatro e um dos escri-tores italianos mais conhecidos fora da Itália. Alguns estudiosos dizem que suas obras, junto às de Pirandello, constituem o prin-cipal veículo de difusão da arte dramatúrgica italiana no mundo.

Espetáculos como o Corteo delle Marie, a Commedia dell’arte e Bandi di Venezia vão saudar sons e ritmos de outros países, nas ruas da cidade de Veneza. Pa-ra as crianças, a edição 2007 do carnaval trará uma atração espe-cial: os alunos de todas as esco-las participarão do concurso “O bosque encantado”. A competi-ção vai acontecer em 10 de feve-reiro e inclui um desfile na Pra-ça São Marcos. Já no dia 17, os adultos é que serão recompensa-dos. O mais célebre baile de más-caras do carnaval veneziano [o baile da Cavalchina] está sendo reavivado.

Exposição de máscaras recorda sedução e alegria dos carnavais de Veneza

sílvia soUza

“O carnaval de Veneza mexe

com a sociedade e não há a

necessidade de vínculos

governamentais. Os artesãos são

sofisticados e muito criativos”,

Henrique Pontual

2008, odissea nello spazio. Questo potrebbe essere il titolo di una delle sfilate più audaci della settima-

na di moda maschile Autunno/Inverno a Milano. la coppia di stilisti Dolce & Gabbana ha oma-ggiato il film del regista Stanley Kubric ai suoi astronauti urbani e li ha portati sulla passerella. le tute brillanti sembrava fossero uscite da un’invisibile astronave posata sul tetto del teatro dove è stata realizzata la sfilata.

— Ci siamo ispirati a Kubrick, sì, ma non c’è niente di fantas-cienza. Il nostro futuro è oggi – affermano gli stilisti ai giornalis-ti presenti alla fine della sfilata.

la coppia ha aperto lo ‘show’ della nuova collezione che ha pro-posto completi e smoking aderenti. Il pezzo viene modellato e incolla-to sull’utente e si trasforma lette-ralmente in una seconda pelle. Pan-taloni lunghi e stretti alla caviglia e scarpe per trovarsi al passo della tendenza del momento. E in questo gli italiani sono maestri. la Camos-cio, di Sergio Rossi, lancia uno sti-valetto con fila di laccetti laterali, per uomini con la ‘u’ maiuscola o minuscola, è lo stesso.

le linee rigorose della sfila-ta di apertura hanno tracciato la tendenza mostrata dalle altre collezioni. la stilista Donatella Versace esalta un uomo bello e sicuro di sé vestito da indumenti dalla forte influenza del mondo religioso, con il colletto alto, co-me nello stile orientale e, perché non dirlo, sacerdotale. Un toc-co “clero-fashion” per scherzare con il sacro ed il profano. Giac-che di cadetti appena usciti dalla scuola militare, senza parlare dei completi colorati ispirati all’arte costruttivista del russo Malevic. Anche la moda è cultura.

Invece la griffe Costume Na-tional gioca con la dura realtà di Milano, che d’inverno si trasforma in una vera e propria camera a gas dovuto all’eccesso di particelle in sospensione nell’aria, il famoso smog. Ciò che si vede per la stra-da diventa moda. Ossia, al posto di maschere antinquinamento, gli stilisti hanno portato sulla passe-rella una specie di cuffia di Diabo-lik, con il naso e la bocca coperti, fatta di pelle. Chissà, magari così non si potrebbe filtrare meglio l’aria che si respira oltre a, è chia-ro, proteggere il viso dal freddo che taglia e secca la pelle.

moda

GUilhErME aqUinoCorrespondente • milão

Missoni cerca di sfuggi-re all’inquinamento e sale sulle montagne. In una collezione che si ispira agli sciatori (di neve na-turale e non artificiale, comune ai giorni nostri), la tradizionale casa delle righe e linee presen-ta camicie con disegni di cristalli di ghiaccio. Ci sono anche giac-coni e maglioni a collo alto con bellissimi disegni grafici.

Una sfilata di moda maschile a Milano può anche sorprendere con delle innovazioni qui e lì, ma chi ha sempre quel ‘di più’ da far vede-re e provocare è la stilista inglese Vivienne Westwood, ex figurinista di gruppi punk, da uno scenario di londra anni ’80. E ha sorpreso vera-mente. Ha portato sulla passerella modelli in gonna che seguivano l’onda di questo stile musicale con un po’ di biancheria evidente, tem-pestata di cristalli, non di ghiac-cio, ma di preziosi Swarovsky.

la settimana di moda serve da piattaforma per l’esibizione della comunione tra la creatività e la produzione in scala in-dustriale. Una ricerca mano nella mano con il mondo impren-ditoriale. Una vetrina per nuovi tessuti che arrivano insieme al-le collezio-ni, alcuni creati su misura per gli altri e

viceversa. Nuove combinazioni e possibilità in un gioco delimi-tato soltanto dalla tecnologia e dall’immaginazione. la griffe Isaia ha presentato un cashemere resis-tente all’acqua, invece la Giramon-do ha portato un giacchetto di velluto lavato, Calvin Klein scom-mette sull’uso del PVC per vestire i suoi modelli e proteggerli dal fre-ddo. la Moncler rivela un cappot-to impermeabile con piume d’oca nutrita con vitamine speciali. la Bestaff fa un omaggio all’attore Steve McQueen con il giacchet-to trialmaster, versione fredda d’estate e calda d’inverno. Infine, la Iceberg porta sugli scaffali ves-titi con un tessuto di nylon im-bottito mai visto prima.

Ma esagerare non è facile per tutti. Qualcuno ha già esagera-to pure troppo. Il re del mondo della moda, Giorgio Armani, ha decretato:

— Cavoli, una giacca è una giacca e basta!

No, Armani non perde tempo a reinventare la ruota e scommet-te sull’eleganza semplice, natura-le, senza eccessi, quasi discre-ta, per non richiamare tanto l’attenzione. l’effetto, è chiaro, è inverso. Come non notare uomi-ni vestiti alla luchino Visconti, Gabriele D’Annunzio? Indumenti aristocratici, un po’ eccentrici, ma facili da usare e, specialmen-te, molto belli. Una camicia polo sotto una bella giacca è permes-sa. Velluto e cuoio scivolano sulla passerella dello stilista che ha avuto come attrazione-modello il torero Cayetano Rivera. Olé,

Olé... alla concorrenza.

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Em busca do “tesouro”

Comunidade italiana se une para divulgar a importância histórica e cultural dos antiquários

cultura

rosanGEla coMUnalE

Quem já não flagrou a mamma contando a his-tória de objetos trazi-dos da Itália? Sejam eles

baús, pinturas, artigos em porce-lana, esculturas e artesanatos em geral. Pois é justamente a tradi-ção à la italiana de colecionar objetos, muitos, inclusive, de va-lor afetivo, que impulsionou al-guns italianos e descendentes, no Brasil, a promover a idéia de resgatar relíquias e incentivar a curiosidade histórica.

De origem italiana, mais pre-cisamente da província de Cosen-za, na Calábria, o diretor-presi-dente da Associação Brasileira de Antiquários (ABA) do Rio de Ja-neiro, Marcos Russo Cidade, nar-ra, com orgulho, como começou sua paixão em juntar peças anti-gas. De acordo com ele, tudo co-meçou quando houve a partilha de pertences de seus antepassa-dos imigrantes.

— Com a morte de meu avô, houve a divisão dos objetos, den-tre eles, várias pinturas de escolas italianas. Uma vez, um antiquário esteve na minha casa e identifi-cou obras muito importantes e decidiu comprar algumas. A par-tir daí, despertou-me o interesse em fazer o mesmo — fala.

A associação existe há 36 anos e tem mais de dois mil mem-bros. A entidade promove uma feira todos os domingos, das 8 às 20h, na Praça Santos Dumont, na Gávea, no Rio de Janeiro. Cerca de mil pessoas, muitas delas tu-ristas, circulam pelas 80 barracas distribuídas no local. E detalhe: 20 por cento dos expositores são descendentes de italianos.

O jornalista Stenio Sarubbi Filho, de 55 anos, herdou o ta-lento para as artes do avô italia-no Pietro Sarubbi, vindo de Po-tenza, na Basilicata. Atualmente, ele tem uma barraca na feira e trabalha como restaurador de pe-ças há 17 anos.

— Meu avô chegou ao Bra-sil logo depois da Primeira Guer-ra Mundial e trouxe novas técni-cas de cromagem de metais para Pernambuco. Ele também impor-tava murano da Itália para o Bra-sil. Herdei dele esse tipo de vo-cação. Em minha barraca, vendo muito azulejo e bonecas antigas — conta Sarubbi.

De acordo com o diretor-pre-sidente da ABA, donos de lojas costumam freqüentar essas fei-

ras porque encontram preços ne-gociáveis.

— É um mundo mágico por-que você nunca encontra a mes-ma coisa a cada edição semanal. É uma caça ao tesouro — define.

Para ilustrar a verdadeira “ga-rimpagem” que acontece, Cidade lembra de uma história inusitada

mas sempre presente na vida de quem gosta de colecionar obje-tos antigos.

— Certa vez, uma senhora, em Minas Gerais quis se desfa-zer de seu acervo de arte sa-cra e presenteou sua emprega-da com uma antiga imagem de Santo Antonio, meio carcomida.

A moça resolveu vender a está-tua por R$300 a dois comercian-tes que tentaram revendê-la em várias feiras no Rio. A peça fi-cou passando por várias mãos até chegar a um antiquário que a restaurou e negociou por um preço bem alto. Finalmente ela foi parar na casa de uma perso-nalidade política do Maranhão. Era simplesmente uma obra de Aleijadinho e por muito tempo ninguém sabia — diz.

No entanto, Cidade alerta aos interessados por antiquários quanto à falsificação de peças. Para ele, deve-se buscar ajuda por meio de pessoas especiali-zadas na área, antes de comprar qualquer peça.

— A cópia é um dos gran-des problemas. Recomendamos sempre que o comprador bus-que a assessoria de conhecedo-res de obras de arte. Uma outra maneira para se prevenir é fre-qüentar feiras de antiquários e criar contatos com os exposito-res e, assim, trocar informações — aconselha.

Cidade, ainda, faz questão de ressaltar o objetivo da ABA. Se-gundo ele, o elo entre todos os associados é o congraçamento da classe e a proteção de todos os antiquários e também dos que militam na área, dando apoio a escolas com cursos e palestras.

— Partimos em defesa de todo patrimônio cultural e ar-tístico. Apoiamos a preservação da arte e da cultura. tudo aqui-lo de ontem será antigo lá pra frente. Uma das metas da feira é também mostrar a idéia de con-tinuidade de um hábito através da família, que é um elo forte. O que dá alegria é ver famílias visitando a feira com crianças. Pelo menos uma delas vai conti-nuar freqüentando no futuro por conta da tradição — reflete.

O presidente da Câmara íta-lo-Brasileira de Comércio e In-dústria do Rio de Janeiro e sócio honorário da Associação, o napo-litano Raffaele Di luca, é fã de-clarado da arte de colecionar e até de presentear antiguidades.

— Gosto de presentear meus amigos com peças antigas. São coisas diferentes que propor-cionam cultura. Ao dar um pre-sente assim, acabo ensinando a história daquele objeto e esti-mulando a idéia da preservação — afirma. Cidade (esquerda) e Di Luca: presenças constantes em feira do Rio

Il quartiere Bixiga, a San Pao-lo. Nella capitale dello stato del Paranà, c’è Santa Felici-dade. E così via. Non è una

novità accorgersi della presenza della cultura italiana in Brasile nelle colonie delle regioni sud-est e sud. Sono già passati 130 anni da quando è stata fondata, nel 1877, la prima ‘città italia-na’ a Santa Catarina, a comin-ciare da Azambuja. Per comme-morare la presenza veneta, sono programmati vari spettacoli per tutto l’anno, con l’appoggio del-la regione italiana.

tra le molte città fondate da immigranti, Nova Veneza è diveu-ta una pietra miliare nella storia della colonizzazione italiana al sud di Santa Catarina. Siccome è stata pianificata da un’impresa privata, vari immigranti, già resi-denti ad Urussanga e dintorni, si interessarono e si offrirono come manodopera per la costruzione della nuova colonia.

I festeggiamenti per i 130 an-ni di immigrazione sono comin-ciati nel novembre 2006, quando Nova Veneza ha ricevuto in rega-lo una gondola originale donata dall’Associazione dei Gondolieri di Venezia, ed ha ispirato il tema di una cartolina. È l’unica gondola dell’America latina e la quarta del mondo. Un lago artificiale è stato costruito a Praça Humberto Borto-luzzi per ospitare l’imbarcazione.

la cultura venetà è così pre-sente nel sud di Santa Catari-na che il 10 marzo 2001 è stato fondato, nel comune di Caravag-gio, in provincia di Nova Vene-za, il ‘Comitato delle Associa-zioni Venete di Santa Catarina’ (Comvesc).

— Secondo i dati del gover-no catarinense, il 67% della po-polazione è di origine italiana, di cui il 100% è di veneti o tren-tini. Ogni città ha la sua asso-ciazione veneta. Oggi ce ne sono circa 32 e, tra l’altro, tutte han-no già mandato il loro program-ma per le commemorazioni dei 130 anni di immigrazione – rac-conta il presidente del Comvesc, Itamar Benedet.

È attraverso il Comitato che i rappresentanti delle associazioni si riuniscono per prendere deci-sioni su temi legati alla cultura

italiana della regione. Il Comvesc è un organo rappresentativo del-la Regione veneto ed è legato al-la Direzione Sicurezza Pubblica e Flussi Migratori. Il Comitato ha lo scopo di rappresentare tutte le associazioni venete dello sta-to di Santa Catarina.

— Qualsiasi associazione che abbia origine e nome del Vene-to o delle sue province, oltre a dover avere sede a Santa Cata-rina, può far parte del Comvesc — spiega Benedet.

Il calendario del 2007 pro-mette innumerevoli eventi in omaggio ai 130 anni di presen-za veneta nello stato catarinen-se. la ‘Associazione Bellunesi nel Mondo’, per esempio, affer-ma che insieme ad altre entità ha già in mano progetti come le Miniolimpiadi Venete, incentivi e aiuti per la manutenzione dei

dialetti veneti, concorsi di rac-conti sull’immigrazione italiana, tra i tanti.

— I festeggiamenti spa-ziano dall’esposizione della gon-dola di Nova Veneza e le sue case di pietra, alla ‘Festa Ritorno al-le Origini’ ad Urussanga; la ‘Fe-sta do Vinho Ghett’ ad Azambuja e feste nella regione di Jaraguá do Sul con l’inaugurazione della ‘Casa dei Bellunesi’ di Criciúma, restaurata, che chiude le comme-morazioni – rivela il presidente.

Per ottenere informazioni su tutti gli eventi, che non sono po-chi e che sono stati già annuncia-ti dalle associazioni al Comvesc, si deve entrare in contatto al-l’indirizzo elettronico [email protected] e tenere d’occhio la rivista Comunità, perché i fe-steggiamenti saranno pubblicati, a seconda delle date.

È festa tutto l’anno!nayra GaroFlE

Associazioni preparano calendario di eventi per festeggiare i 130 anni di presenza veneta a Santa Catarina

Come gli immigranti veneti sono arrivati a SCL’impiegato dell’epo-

ca imperiale Joaquim Vieira Ferreira, fu nominato per comandare la commissio-ne incaricata della misurazio-ne delle terre restituite [che erano pubbliche, ancora non occupate né distribuite dal governo nel sistema di sesma-rias] nel sud catarinense, nel

1877. Insieme ai suoi aiutan-ti, Augusto Barrancon e Braz Nogueira Pinto, cercarono un luogo dove stabilire la colonia italiana. Dopo vari sopralluo-ghi, Azambuja fu il posto pre-scelto.

Nel 1878, vari immigranti furono sistemati ad Urussanga. Nel 1880, 22 famiglie italiane

fondarono la città di Criciúma e subito dopo Nova Veneza.

Da quel momento, molte città sorsero con la prima e la seconda generazione di italo-brasiliani, tra cui: Içara, tur-vo, Meleiro, Siderópolis, trevi-so, Jacinto Machado, Maracajá, Orleans, lauro Muller, Sangão, Morro Grande e molte altre.

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comunidade

gião podem estampar no rótulo de seus produtos todas as infor-mações relativas a cada tipo de vinho, como o ano de fabricação e a variedade da uva, ou seja, trazer a identidade que diferen-cia um vinho de qualidade de um simples vinho de mesa. Antes do Vale dos Vinhedos, apenas os vi-nhos de Napa Valley [Califórnia] tinham esse direito.

Os critérios de avaliação que permitiram o reconhecimento aos produtores relacionam-se à existência de uma região bem delimitada e com um nome que a distinga de outras regiões, co-mo acontece com Champagne e Bordeaux. Os vinhos brasilei-ros fecharam 2006 com um to-tal de 926 mil euros vendidos e esse pode ser um importante passo para incrementar em pelo

menos 50% o valor final daque-les produzidos na região, segun-do estimativas da Associação dos Produtores de Vinhos do Vale dos Vinhedos (Aprovale).

Que o diga Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. A cidade detém o título de capital brasileira do produto e comprovou durante a Festa Nacional do Vinho (Fenavi-nho 2007) seu potencial de pro-dução. Em meio a outros cinco pólos vitivinicultores no Rio Gran-de do Sul [que concentra 90% da produção no segmento, com cerca de 13 mil famílias e 700 unidades de vinificação], o município se esforça para promover a bebida e toda a cultura que se atrela a seu processo de feitura.

Discursos que evidenciaram o potencial empreendedor da co-munidade local marcaram a aber-

tura da festa que completa 40 anos. O ministro do Desenvolvi-mento Agrário, Guilherme Cassel, representou o presidente luis Inácio lula da Silva e elogiou o trabalho coletivo e solidário dos empresários e do governo na rea-lização da festa. Para o ministro, a união de esforços ajudou a tirar o setor vitivinícola da crise e de-monstrar que ela está superada.

Já o secretário de Desenvol-vimento e Assuntos Internacio-nais, Nelson Proença [que re-presentou a governadora gaúcha Yeda Crusius], afirmou que a rea-lização da Fenavinho é “resulta-do do esforço dos imigrantes ita-lianos em tornar a região a maior produtora de vinhos do Brasil e uma demonstração do empreen-dedorismo do município”.

De acordo com o presidente da Fenavinho 2007, o empresário tarcísio Michelon, o perfil do con-sumidor brasileiro já mudou signi-ficativamente e a fase é de incen-tivo para que a população conheça “o Brasil que faz o vinho”. Ainda em 2004, uma pesquisa do Insti-

tuto Datafolha mostrava que 37% dos brasileiros afirmavam beber vinho e a idade média para o con-sumo caía. Há dois anos, 44% dos jovens entre 16 e 24 anos degus-tavam a bebida.

Mas Michelon destacou difi-culdades que o setor vitivinícola ainda enfrenta, como a esperan-ça que o governo federal reduza o Imposto sobre Produtos Indus-trializados (IPI) do vinho. Outro desejo é que o governo estadual realize a efetiva fiscalização em relação à entrada de vinhos es-trangeiros.

— lutamos para divulgar a nossa imagem. A Fenavinho pas-sou 20 anos sendo feita no in-verno, ou seja, fora da safra. Só em 2005 que essa realidade mudou. Retomamos com muitas dificuldades e acertos. Já nessa 13ª edição podemos observar um crescimento de mais de 100%. tí-nhamos 42 vinícolas expondo em 2005 e agora são 84, isso sem fa-lar da participação da agricultura familiar, com produtos típicos e do Projeto Comprador, que trará sílvia soUza

“O Brasil que faz o vinho”

Qualidade da bebida made in Brazil aquece o mercado e 2007 desponta com a Festa Nacional do Vinho em Bento Gonçalves

foram vendidos mais de seis mi-lhões de litros para o exterior.

Uma das provas dessa con-fiança foi a recente conquista na competição do disputado merca-do europeu. Vinhos do Vale dos Vinhedos [que compreende Ben-to Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, em 81 quilômetros quadrados] são os primeiros do Brasil a ter sua denominação de origem reconhecida pela União Européia (UE). O reconhecimento foi dado no fim de janeiro e sig-nifica que os vinicultores da re-

Tudo indica que 2007 vai ser o ano do vinho brasi-leiro. Depois do segmento de espumantes, que cresce

20% ao ano, o investimento em equipamentos e técnicas tem ga-rantido a produção de vinhos fi-nos de qualidades numa evolução observada desde 1999. Dados da União Brasileira de Vitivinicultu-ra (Uvibra) expressam que, de ja-neiro a novembro de 2006, foram comercializados no país mais de 307 milhões de litros da bebida e seus derivados. Enquanto isso,

A imperatriz da festa Suelen Brandelli (centro),

acompanhada das damas de honra Raquel de Marco (esquerda) e

Caroline Carraro saúdam o público na Fenavinho.

Abaixo, o vinho encanado no centro de Bento

Gonçalves, e ao lado, autoridades federais,

estaduais e municipais abrem o evento

“O Brasil que faz o vinho”

CuriosidadeEntre as substâncias que

compõem o vinho, duas são especiais à saúde. Quanto mais intensa for a cor do vinho ou das uvas, maior o seu conteúdo em polifenóis, que geram o res-veratrol. Ele ajuda a diminuir os níveis de lipoproteínas de baixa densidade [também conhecidas como colesterol “ruim” ou LDL] e aumentar os níveis de lipopro-teínas de alta densidade [cha-

madas de colesterol “bom” ou HDL]. Assim, as plaquetas que provocam coágulos e obstruem as artérias são eliminadas.

Aliados ao bom vinho, os flavonóides cuidam da reno-vação do organismo. Respon-sáveis pela antioxidação que inibe a formação de radicais livres e conseqüentemente re-sultam no envelhecimento das células, eles impedem que o organismo fique vulnerável a doenças.

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30 supermercadistas brasileiros e dez potenciais importadores para rodadas de negócios — salienta. Um brinde à saúdeAlém de prestigiar o produto na-cional, feito com uma mãozinha dos antepassados italianos, quem degusta o vinho brasileiro ainda pode se prevenir contra a hiper-tensão arterial. Uma pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) concluiu que o vi-nho tinto pode ser usado no trata-mento desta doença. A tese foi di-vulgada recentemente no Journal of Cardiovascular Pharmacology, da lippincott Williams & Wilkins, da Filadélfia, nos Estados Unidos.

Segundo o professor Roberto Soares de Moura, um dos coorde-nadores do estudo, já em 1979 foi observado que países consumido-res de vinho tinto, como a Itália, apresentavam uma menor inci-dência de infarto do miocárdio. Nas experiências, descobriu-se algumas propriedades da bebida como a antioxidante, redutora da agregação plaquetária e dilatado-ra das coronárias, entre outras.

— Usando o Cabernet Sau-vignon, produzido no Rio Grande do Sul, vimos que o vinho com-bateria a pressão alta, um dos principais fatores de risco para o

infarto do miocárdio. Não havia nenhum estudo no mundo que fizesse esta relação — afirma Moura, no site da Uerj.

De acordo com o Ministé-rio da Saúde o gasto anual com medicamentos para combater a

comunidade

pressão alta chega a 100 milhões de reais e 40 milhões de brasilei-ros são acometidos pela doença.

Netos de italianos, Waldyr e lídia Batistella, de 72 e 67 anos, respectivamente, se deslocaram de Rosário do Sul [quase frontei-ra com Uruguai] e aproveitaram a Fenavinho para fazer compras e atualizar a adega de sua residên-cia. Para o casal, um bom almoço e jantar deve ser acompanhado de um cálice de vinho. Mas não o suave, procurado pela maioria dos brasileiros que residem no Sudeste e em outras regiões di-ferentes da do Sul.

— Descendente de italiano tem que tomar vinho seco. É a segun-da vez que participamos e acha-mos curioso encontrar uma viníco-la quase com o mesmo sobrenome que o nosso — diz a funcionária pública aposentada, referindo-se à Battistello, que apresentava sua safra de 2005, com vinhos finos de Merlot, tannat, Cabernet Sau-vignon, entre outros, com garrafas a partir de R$ 15.

Quem disse que é só pra beber?A estimativa da Fenavinho Brasil 2007 é de que as 84 vinícolas ex-positoras comercializem nos 14

dias do evento mais de 150 mil garrafas de vinho, espumante e suco de uva, o que corresponde a 25 mil caixas e totaliza R$ 1 mi-lhão. Mas os 150 mil visitantes que devem passar pelo Parque de Exposições de Bento Gonçal-ves até o dia 20 precisam ir com tempo para aproveitar as diver-sas atrações que a Festa propor-ciona. Sendo 95% de sua popula-ção descendente de italianos [e a maioria vinda da região do vê-neto, como mostra o box], os pri-meiros a habitarem Bento Gon-çalves foram homenageados no discurso animado do prefeito de Bento Gonçalves. Ainda na aber-tura do evento, Alcindo Gabrielli só iniciou seu pronunciamento depois de beber um pouco de vi-nho e empolgado convidou a to-dos que acompanhavam a ceri-mônia para erguer um brinde em homenagem aos colonizadores.

É possível voltar às raízes na Festa jogando bocha e cartas [quatrilho e canastra, principal-mente], além de deparar-se com grupos de mulheres dedicadas ao artesanato de costume. A Villa típica congrega réplica das pri-meiras igrejas e casas construí-das pelos colonizadores.

— Se nem no interior tem mais esse tipo de costume, imagine o que significa para nós poder estar junto partilhando esse momento.

Vêneto: onde tudo começouMeu avô era italiano e contava so-bre os campeonatos que existiam de bocha — defende o agricultor e vice-prefeito do Distrito de São Pedro, leocir lerin.

— Nossa atividade começou há dois anos, na Festa da Polenta, mas o artesanato a gente aprende de pequenininha. — acrescenta Juraci de Mozzi, coordenadora do grupo Ricordarevivere, que reúne 12 mulheres, uma vez por sema-na, para reviverem as tradições de seus antepassados.

Xodós do presidente da Fe-navinho, os ambientes recreati-vos também estiveram na Festa de 2005, mas com o reaproveita-mento de materiais foi possível investir em outras áreas da Festa dos Vinhos do Brasil.

— Pude ousar no espetáculo cênico porque o que me custou cerca de R$ 220 mil em 2005, saiu agora por R$ 10 mil. Isso sem fa-lar na visão de corredores, que da-vam um tom cansativo ao visitan-te. A 13ª Fenavinho tem as praças temáticas com bancos e cadeiras para o descanso e cartazes infor-mativos, como os das poesias, os da saúde, os dos cartoons e mui-tos outros — enfatiza Michelon.

Mas além de apreciar atrações como o Vinho Encanado, a Mara-tona do Vinho, a Enoteca [com a exposição de vinho brasileiro desde 1920] entre outras ativi-dades, ficou por conta de “A His-tória Cultural do Vinho”, o char-me desta edição da Fenavinho 2007. Para provar que a presença da bebida é constante no mundo, foram recrutados os índios de Pa-

rintins, famosos pelos espetácu-los dos bois do Amazonas.

A museóloga e diretora geral do espetáculo, Maria Stefani Dal-cin e o diretor de arte e cenografia, Antônio Cansanção, de Parintins, apostaram suas fichas para criar as esculturas e alegorias do espetácu-lo que tem quase duas horas de du-ração. Do carro abre-alas que traz a imagem gigantesca de Deus em movimento, à chegada da cultura egípcia, quando o vinho ganha uma divindade [Osíris, o Deus do Vinho], a força que o vinho traz foi ampla-mente trabalhada e assim, um pú-blico de mais de 4,5 mil pessoas acompanhou processo de vinifica-ção e colheita. Passou Dionísio, o Deus Grego do Vinho que, com fes-tas famosas, ultrapassou fronteiras até chegar ao território romano, e se transformar em Baco.

Beleza que põe mesaDistribuir sorrisos, divulgar o mu-nicípio, sua cultura e passar por situações que renderiam um livro. A rotina da imperatriz e das da-mas de honra da Festa dos Vinhos em Bento Gonçalves foi totalmen-te alterada em novembro de 2005 e, mais ainda, nos três meses que antecederam a abertura do even-to. As descendentes de italianos Suelen Brandelli, Caroline Carra-ro, ambas de 21 anos, e Raquel de Marco, de 24, dizem que não se arrependem de ter mudado a

rotina para dedicarem-se a defen-der o vinho brasileiro em todas as instâncias. Ainda, segundo as so-beranas, sacrifícios como ostentar um vestido, que pesa entre quatro e seis quilos, além de uma coroa com 1,5 quilo, é uma honra.

— É um trabalho onde nos cansamos e nos divertimos muito. E só termina no segundo semes-tre de 2007. Para não sair da boa forma, há quatro anos faço uso de suplementos alimentares e, apesar de não gostar de malhar, às vezes acabo me entregando aos exercí-cios. Isso sem falar nos três litros de água que bebo diariamente — salienta a imperatriz Suelen, con-sultora de vendas.

A dama Raquel de Marco conta das saias-justas que o trio já pas-

sou viajando pelo Brasil para divul-gar a Fenavinho. Segundo ela, des-de a coroa caída ao tomar uma taça de vinho, até apresentar-se sem sa-patos, tudo que se possa imaginar de inusitado já pode ter acontecido com as estrelas da Festa.

— Mas sem dúvida, foi um taxista no Rio de Janeiro, que nos fez dar mais risadas. Onde quer que nos apresentássemos ele agia como nosso “damo” de companhia e acabava de papa-gaio de pirata em todas as fo-tos — lembra a turismóloga, que junto às amigas levava em média uma hora e meia para se arruma-rem, logo que foram eleitas. *A repórter viajou a convite da

organização do evento

Localizado na Serra Gaúcha, Rio Grande do Sul, a 120km de Porto Alegre, Bento Gon-

çalves é um dos municípios do Rio Grande do Sul, e mais precisamente da Serra gaúcha, que rece-beu os milhares de oriundos da região italiana do Vêneto. Estimativas de institutos de pesquisa e historiadores dão conta de que, entre 1871 e 1901, emigraram da Itália, mais de seis milhões de pessoas. No norte da “bota”, a região foi do-minada pela áustria [das invasões napoleônicas, onde foi cedida em troca da Bélgica, até 1866] e era habitada por pessoas muito pobres. Cerca de 60 a 70 mil pessoas oriundas do vêneto teriam se estabelecido no Sul do Brasil até 1900.

O ano de 1878 foi considerado de má colheita, tal qual é representado em “A História Cultural do Vinho” inspirando a emoção dos que visitam a Fe-navinho. A praga da “filoxera” dizimou parreirais. Abalados pelas perdas e vitimados pela guerra, fome e violência, os atores encenam o momento em que milhares de italianos deixam sua pátria e rumam a lugares como a antiga Colônia Dona Isa-bel [hoje Bento Gonçalves]. Outro problema que culminou com a vinda dos imigrantes foi uma epi-

demia de cólera, em 1886. Representante dessa legião de vênetos que chegaram ao Brasil, a dama de honra Caroline Carraro expressa a ligação que a Festa do Vinho tem com a Itália.

— A nossa geração se preocupa muito com a cultura. Estamos divulgando nossas raízes. Co-nhecer a Itália, por exemplo, seria um sonho, ain-da mais por sermos netas de italianos. A minha família é oriunda de Padova — conta a dama Ca-roline, que é professora de línguas estrangeiras.

Os números da Fenavinho 2007- Orçamento geral: R$ 4 milhões- Expectativa de venda: R$ 2 milhões através de venda dire-ta ao consumidor e de negó-cios a médio e longo prazo- Estados representados: Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina- Caminhão do Vinho: Distri-buição gratuita de 5 mil litros de vinho e suco de uva- Espetáculo Cênico: 500 pesso-as entre atores e equipe técni-ca. São 22 alegorias em movi-mentos, que chegam a medir 16 metros de altura. O kartódromo tem capacidade para receber 4,5 mil pessoas (até o final da festa espera-se receber 35 mil)

- Gastronomia: em média 50 mil refeições entre lanches, pi-zzas, prato típico e Filó Gas-tronômico- Número de vinícolas exposi-toras: 84 empresas em 142 es-tandes no Pavilhão A- Número de expositores no Es-paço Variedades: 85 empresas em 92 estandes no Pavilhão C- Mix de produtos: couro, ves-tuário, bijuterias, semi-jóias, artesanato, lingerie, móveis e acessórios para churrasco.- Feira da Agroindústria: 158 espaços no Pavilhão A- Feira de tecnologia para a Vitivinicultura: 11 empresas ocupando os 16 espaços

Visitantes se divertem com roupas e cenário tipicamente italianos (no alto). Waldyr e Lídia Batistella no estande da vinícola Battistello.

O Cabernet Sauvignon da Dal Pizzol era um dos mais procurados.

Abaixo, a primeira cena do espetáculo cênico que narrou a

“História Cultural do Vinho”

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Giordano Iapalucci

FiRENzE

Meio século sem ele

O mundo lembra os 50 anos de morte do maestro italiano Arturo Toscanini Una mostra d’eccezione si è inau-

gurata presso la Casa Buonarroti sul grande personaggio Michelan-

gelo. Verranno messi in luce molti dei suoi disegni di architettura. Oltre all’enorme interesse che questi rivestono, si potran-

no notare e ammirare versi poetici appun-tati dal maestro accanto agli schizzi dei suoi lavori architettonici. Michelangelo, infatti, era solito dilettarsi anche in la-vori poetici. Aperta fino al 17 marzo dalle 9.30 alle 16.00.

Michelangelo e i suoi disegni

Museo del ProfumoÈ nato a Firenze, per gli amanti delle

essenze e dei profumi artigianali, il museo del profumo. Nello storico nego-zio “Officina Profumo Farmaceutica di Santa Maria Novella”, in Via della Scala n. 16, si possono osservare i proces-si per la creazione dei profumi ed altri estratti naturali come pomate, spiriti, balsami e liquori. Si tratta di una delle più antiche farmacie del mondo, crea-ta dai frati domenicani intorno all’an-no 1221 e diventata casa farmaceuti-ca nel 1612. Nei progetti futuri, anche la creazione di un’ Accademia dell’Arte del Profumo che ospiterà inoltre un’ol-fattoteca. tra le personalità di spicco conquistate dalle sue essenze si anno-verano Caterina Zeta Jones, Carolina di Monaco e Elisabetta d’Inghilterra. In-gresso gratuito.

Fotografie fiorentineÈ uscito di recente un nuovo libro su Fi-

renze: Details a Florentine Walk/pas-seggiata fiorentina. Non si tratta delle solite pagine che parlano delle bellezze artistiche e architettoniche della città rinascimentale con commenti tecnici annessi e connessi, ma bensì di un album fotografico immorta-lando angoli cittadini che spesso sfuggono anche agli stessi abitanti. la bravura del fo-tografo Franco Casini è quella di riuscire ad esaltare la bellezza e l’originalità dei det-tagli che una città come Firenze contiene a migliaia. € 9.

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Palazzo StrozziPalazzo Strozzi ospiterà dal 2 marzo fi-

no al 29 luglio un’importante mostra su Paul Cezanne. I dipinti provengono dai più importanti musei del mondo e rappresenta-no un’occasione unica per ammirare le cir-ca 50 opere dell’artista francese di cui l’an-no passato si celebrava il centenario della scomparsa (1839-1906). tra le sue opere più importanti presenti all’esposizione ci saran-no “la signora Cezanne sulla poltrona ros-sa”, “Casa sulla Marna”, “Frutteto” e “le Ba-gnanti”. Aperta tutti i giorni dalle 9 alle 20. Ingresso 10 euro.

música

rosanGEla coMUnalE

O artista vai embora mas a obra sempre fica. E quan-to mais renomado, mais intensas as lembranças.

Assim acontece com o maestro italiano Arturo toscanini, faleci-do, em 16 de janeiro de 1957, em Riverdale, nos Estados Unidos. Por conta disso, vários eventos foram programados para recordar os 50 anos da morte do músico.

Nos Estados Unidos, de 11 a 28 de setembro, serão recriadas as etapas da famosa “Symphony on the Air”, por ele criada em 1920. Na Itália, as homenagens ficam por conta do comitê inter-nacional “Viva toscanini”, presi-dido pelo compositor Roman Vlad e com colaboração de Emanuela Di Castelbarco, que não esconde o orgulho de ser sua neta:

— Era uma pessoa muito modesta, marca típica dos que nascem em Parma. Acho que ele nunca imaginaria ter um tributo assim. Ele era um revolucionário.

Vlad, por sua vez, também não poupa elogios ao falar do trabalho de toscanini. Segundo ele, o músico foi o destaque do século passado.

— toscanini foi o maior ma-estro do século passado e, duran-te muito tempo, foi discutido se ele deveria ser considerado mais um intérprete do que um simples executor. Seu exemplo foi extra-ordinário — define Vlad.

Como não poderia deixar de ser, na cidade natal do músico, Parma, na região de Emilia-Ro-

manha, o público poderá conferir diversos concertos durante todo o ano. Além disso, foi reaberto o museu dedicado à memória do músico, instalado na mesma casa onde ele nasceu em 25 de março de 1867.

Além disso, o tesouro Ita-liano, na ocasião da celebração, lançou uma moeda de prata da série especial referente a cinco euros. O subsecretário do Minis-tério da Economia, Paolo Cento, justifica o motivo:

— Queremos manter viva a memória de um italiano que divul-gou o nome da Itália fora dos con-fins nacionais da música italiana, tendo reconhecimento mundial.

Segundo o jornalista e crítico musical Renzo Allegri, o músico não foi somente um mito, mas também um símbolo político.

— Ele foi um homem que fez oposição determinada ao fascis-mo, ao nazismo e ao racismo — lembra.

A vidaArturo toscanini estudou violon-celo no Conservatório de Parma e tornou-se violoncelista da or-questra do teatro alla Scala de Milão. A partir daí, apresentou-se, tocando o instrumento, na estréia mundial de Otello de Ver-di. Em 1886, quando o músico completou 19 anos, apresentou-

se no Rio de Janeiro e estreou também como diretor na orques-tra da companhia de ópera Rossi. Na Argentina, o maestro realizou quatro temporadas em Buenos Aires, em 1902.

A partir daí, toscanini regeu a estréia mundial de várias ópe-ras de Puccini e estabeleceu-se em Nova Iorque, onde se tornou regente do Metropolitan Opera House e da Orquestra Sinfôni-ca de Nova Iorque. Durante vá-rias décadas, ele deu destaque à cidade americana no mundo da música erudita, tanto como o existente em Viena, Paris, lon-dres, Berlim ou Milão.

Mas as spotlights não ficaram apenas voltadas a toscanini em decorrência de seu talento artís-tico. Ele é até hoje lembrado por ser opositor ferrenho ao fascismo. O maestro era um rival tão deter-minado que, certa vez, chegou a afirmar: “Abram as portas das pri-sões, soltem todos os criminosos. Não encontrarão nenhum bandi-do pior que Mussolini”.

O museuUma das pedidas para quem é fã do músico e estiver em Parma é visitar a casa onde nasceu tos-canini, no antigo Borgo San Gia-como. A residência foi comprada, em 1967, pelos descendentes do maestro. logo após foi doada à Prefeitura de Parma a fim de que fosse instalado um museu aberto ao público, com documentos his-tóricos, imagens e objetos.

Na ocasião de seu aniversário de morte este ano, o local rece-beu reformas estruturais e orga-nizacionais. Dentre elas, agora, os objetos são expostos de mo-do com que sejam garantidas as condições de conservação. O pré-dio ganhou um elevador, novos sistemas de iluminação, refrige-ração e controle de umidade. tu-do sem alterar as características originais da casa.

Durante a visita, o públi-co poderá conhecer detalhada-mente a vida do maestro. Os cômodos da residência ganha-ram temas como “Parma e tos-canini”, “A sua vida”, “A imagem do Mito, “Seus companheiros de viagem”,”toscanini, o disco e outros meios”. Graças a ferramen-tas de tecnologia atual, o percur-so oferece uma visão mais ampla do que aquela oferecida pela me-ra exposição de objetos.

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Mande sua história com material fotográfico para: [email protected]

il lettore racconta

mes, o original italiano Caonetto tornou-se Cauneto, existindo até ou-tras variantes.

O filho mais velho de meu bisavô Giuseppe teve quatro filhos. Seu irmão Marco, que se casou aqui no Brasil com Rosa Graziere, também filha de imigrantes italianos, teve oito filhos. Um deles é meu pai, Sebastião Otávio.

Os tempos difíceis em Minas Gerais motivaram a família a mi-grar novamente, em busca de me-lhores condições de vida, desta vez para São Paulo, no início da década 40. Assim, os descendentes de meu avô Marco, vieram primeiro e es-colheram a região de Presidente Prudente, fixando-se nas cidades próximas. Os descendentes de Giu-seppe ficaram em Minas. A famí-lia , pela segunda vez, se dividia.

No início da década de 1950, após um período no estado de São Pau-lo, alguns dos descendentes de meu avô decidiram migrar novamente. O destino foi o Paraná, na cidade de Paranavaí, onde ocorria uma re-tomada do desbravamento de toda a região que, nas décadas anteriores, estavam sob domínio da colonizado-ra Braviaco. Ou seja, alguns perma-neceram em Presidente Prudente, enquanto outros em Paranavaí. Mais uma vez, a família se separou.

Se o contato com os meus ascen-dentes já era difícil morando no mesmo país, com os familiares de Luiggi Caonetto [o irmão caçula que ficou na Itália] já havia cessado, retomado apenas recentemente, quando alguns netos e bisnetos de Mário Cauneto, meu tio, mudaram-

se para a Itália e fizeram uma bus-ca descobrindo duas filhas de Luig-gi e mais alguns parentes.

Com a internet surgiu a possibili-dade de mudar a história. Em meados de 1998, quando residia em Jacare-zinho, no Norte do Paraná, publiquei uns escritos poéticos, assinando-os com o com o meu sobrenome. Assim, um dos bisnetos de Giuseppe, de Marília, ao fazer pesquisas na internet em busca de informações sobre a família en-controu os poemas, enviando em se-guida um e-mail apresentando-se como um membro da família.

Do primeiro contato à realização do 1º Encontro da Família Caonet-to/Cauneto foi uma questão de tem-po. E, por fim, nos dias 20 e 21 de janeiro de 2007, comemorando o 109º aniversário da chegada do imi-grante italiano Antonio Caonetto ao Brasil, realizamos na cidade de Pa-ranavaí, o primeiro encontro reu-nindo toda a família, a qual contou com a participação de 270 pessoas de 32 cidades dos estados do Para-ná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rondônia.

A nossa festa marcou o início de um novo tempo para a família. E, pa-ra o próximo encontro, em janei-ro de 2008, certamente, contaremos com a presença dos descendentes de Luiggi Caonetto, que vivem na Itália.

Paranavaí (PR)José Aparecido Cauneto,

45 anos

A história de minha família se iniciou em 1898 quando meu bisavô, Antonio Caonetto, de-sembarcou do Città di Mila-

no no porto do Rio de Janeiro com a minha bisavó Giudetta, dois filhos, Giuseppe, de 27 anos, com sua espo-sa Giovanna, 26, e Marco, 12. Meu bisavô veio para o Brasil trazendo em sua bagagem um sonho compar-tilhado com mais de um milhão de italianos que, deixando sua terra, vieram construir um novo lar.

Para trás, meus queridos antepas-sados deixaram as marcas de tem-pos difíceis vividos na Itália, além do caçula Luiggi. Isso porque, se-gundo relatos que ouvi de meu pai [que certamente ouviu de meus avós] ele era criança de colo e uma tia que o amava muito, no embarque, o raptou, não permitindo sua traves-sia do Atlântico. Foi a primeira vez que a família se dividiu.

Apesar da fama que o Brasil ti-nha de ser um país de esperanças, os tempos por aqui também não foram fáceis. Meus bisavós foram para Mi-nas Gerais, onde se formavam colô-nias nas fazendas para o cultivo do café. Havia apenas 10 anos da abolição da escravatura no Brasil e muitos “barões” do café teimavam em dar aos imigrantes italianos o tratamen-to que recebiam os escravos, fazendo com que, com o tempo, desiludidos com a nova vida, eles buscassem novos trabalhos, em outros estados.

Foi assim que o meu patriarca viu seu clã crescer e formar a família Cauneto aqui no Brasil. Isso porque devido ao “aportuguesamento” dos no-

Mais uMa vez, o advento da

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depoiMento à repórter

nayra garofle

L’Italia ha perso uno dei suoi più importanti pro-duttori cinematografi-ci del dopoguerra. Car-

lo Ponti, 94 anni, è deceduto lo scorso 10 gennaio all’ospedale cantonale di Ginevra, in Svizze-ra, per una complicazione polmo-nare. Dal 1941 ha prodotto circa 150 film, tra i quali “la strada” di Federico Fellini, nel 1954, “Il dottor Zivago” di David lean, nel 1965 e “Blow-Up” di Michelange-lo Antonioni, nel 1966.

Ponti era sposato con Sophia loren dalla quale aveva avuto due figli, Carlo Jr. ed Edoardo. I funerali si sono svolti in forma strettamente privata a Magenta, in provincia di Milano, città in cui nacque l’11 dicembre 1912. Presenti alle esequie, oltre ai fa-miliari, due soli volti noti, lo sti-lista Giorgio Armani e l’attrice Sabrina Ferilli.

In tutto il mondo Carlo Ponti era co-nosciuto come l’ artefice del successo arti-stico di Sophia

loren, aiutandola fin dall’inizio della carriera. Pon-ti cominciò a produrre film ne-gli anni ’40, dopo aver consegui-to la laurea in Giurisprudenza. All’inizio si dedicò soprattutto a pellicole di origine letteraria che rivelavano i suoi gusti, come “Piccolo mondo antico”, “Sissi-gnora” e “Giacomo l’idealista”.

Nel 1950, insieme a Dino De laurentiis, realizzò innumerevoli film come “Anna” di Alberto lat-tuada, “Anni facili” di luigi Zampa, “la strada” di Federico Fellini, “Eu-ropa ‘51” di Roberto Rossellini, “l’ oro di Napoli” di Vittorio De Sica.

torna poi a produrre da solo e, verso la fine degli anni ’50, inizia il suo rapporto con Sophia loren, allora giovane attrice che Ponti

aveva conosciu-to in un con-corso di bellez-

za. Per lei cominciò a produrre dei film di grande diffusione in-ternazionale, come “Orchidea ne-ra” di Martin Ritt, “Il diavolo in calzoncini rosa” di George Cukor, “lady l” di Peter Ustinov, e “I se-questrati di Altona” di Vittorio De Sica. Nel frattempo si impegnò anche in produzioni nazionali co-me “l’isola di Arturo” e “la noia” di Damiani, “la donna scimmia” di Ferreri, “la decima vittima” di Petri, legando la propria attivi-tà soprattutto al nome di Miche-langelo Antonioni, di cui produ-ce “Blow Up”, “Zabriskie Point” e “Professione reporter”. Però è “Il dottor Zivago” uno dei veri grandi successi di Ponti. Si tratta di una coproduzione internazionale con la regia di David lean basata sul

romanzo dello scrittore russo Bo-ris Pasternak.

Le reazioni− Scompare con Carlo Ponti uno dei maggiori rappresentanti del-l’imprenditoria cinematografica italiana ed internazionale, un uo-mo sensibile, coraggioso e inno-vativo, come ha mostrato la sua lunga e brillante carriera. − ha affermato il Presidente della Re-pubblica Giorgio Napolitano in un messaggio inviato a Sophia loren − Negli oltre sessanta anni di at-tività, Carlo Ponti ha firmato im-portanti produzioni cinematogra-fiche: un percorso di eccellenza iniziato con pellicole di origine letteraria, fino ai grandi successi internazionali, con cui ha onorato la storia del cinema. la scomparsa di Carlo Ponti − aggiunge Napoli-tano − rappresenta una grave per-

dita per la cinematografia italia-na. In questo momento di grande dolore, sono vicino alla signora loren, ai suoi figli e a tutti i fa-miliari, ai quali esprimo, insieme a mia moglie Clio, sentimenti di tristezza e partecipe cordoglio.

Sulla scomparsa di Carlo Ponti ha invece dichiarato il vice presi-dente del Consiglio e ministro per i Beni e le Attività Culturali, Fran-cesco Rutelli: − Dotato di una for-tissima intuizione artistica e in-dustriale, Carlo Ponti ha segnato, con le sue produzioni nazionali e internazionali, gli anni del grande cinema di Federico Fellini, Vitto-rio De Sica, Michelangelo Anto-nioni per citarne alcuni.

la sua passione − continua Rutelli −, la sua intelligenza unita al coraggio di investire in proget-ti non sempre stereotipati han-no reso possibile la realizzazione di film che sono parte integrante della storia del cinema italiano nel mondo. Sono vicino a Sophia lo-ren, ai suoi figli, Edoardo e Carlo Jr., a cui invio un fraterno abbrac-cio e le mie più sentite condo-glianze − conclude il vice premier.

Peccato però che l’Italia rim-pianga il grande produttore solo adesso, dopo la sua morte. Carlo Ponti in passato fu costretto ad abbandonare il suo paese quando ancora avrebbe avuto molto da fa-re. Se ne andò alla fine degli anni ’70, lasciando un vuoto che nessu-no è più riuscito a colmare. Dopo aver prodotto uno dei capolavori di Ettore Scola, “Una giornata par-ticolare” con Marcello Mastroianni e Sophia loren, Ponti decise infat-ti di chiudere il suo ufficio romano e di trasferire gran parte dei suoi interessi negli Stati Uniti.

Nel 1979 venne condannato a quattro anni di reclusione e 22 miliardi di lire di multa per espor-tazione di valuta. Inoltre, Ponti dovette affrontare una decina di procedimenti giudiziari anche con l’accusa di truffa ai danni dello stato ed evasione fiscale, uscendo assolto da tutte le imputazioni. Ma ciò non riportò al normale rap-porto fra Ponti e l’Italia. Infatti, pur tornando ogni tanto nel Bel-paese, svolse le sue attività fra gli Stati Uniti e la Svizzera.

ana PaUla TorrEsCorrispondente • roma

cinema

Una vita dedicata al cinema

Addio a Carlo Ponti

Locandina del film di

Federico Fellini “La Strada”,

prodotto nel ‘54 da Carlo Ponti

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San MarinoClima — temperado com atenuação das pontas máximas invernais e estivaisGeografia — 61km2. Superfície ocupa-da por colinas com o Monte titano no centro. Está rodeado por toda a exten-são das suas fronteiras por duas regiões italianas: a Emilia Romagna a Noroeste e Marche-Montefeltro a Sudoeste.População — 25.921 habitantes.Idioma oficial — italiano.

Enclave de fadas

curiosidade

Clima temperado, cenário medieval, castelos e montanhas. San Marino é assim: um paraíso histórico que atrai milhões de turistas todos os anos

nayra GaroFlE

A mais antiga república da Europa está localizada perto da cidade costei-ra de Rimini, na costa do

Mar Adriático. Cercada por mu-ralhas e governada por dois ca-pitães-regentes para 61 quilô-metros quadrados, San Marino é um dos dois enclaves italianos [o outro é o Vaticano] que atrai tu-ristas por suas histórias curiosas emolduradas pelos cenários me-dievais e por ser o paraíso de co-lecionadores de selos e moedas.

A origem do país remonta ao século 4, segundo conta a sua tradição. Uma lenda afirma que o pedreiro São Marinho e um gru-po de discípulos deixaram a Cro-ácia para trabalhar nas obras de restauração da cidade romagnola de Rimini. Em meio a persegui-ções lideradas pelo imperador Diocleciano, a única saída foi se refugiar no Monte titano e, as-sim, a “Serenissima Repubblica di San Marino” foi fundada. No fim do século 12, o lugar já tinha

uma configuração política. Hou-ve algumas tentativas de anexa-ção aos Estados Pontifícios, mas quando Napoleão invadiu a Itália respeitou a independência da re-pública e até propôs a extensão de seu território em 1797. Hoje, o lugar é um verdadeiro paraíso para as compras. livre de impos-tos, o país oferece a seus visi-tantes boas mercadorias por um preço muito mais acessível.

— Apesar do comércio ser li-vre de taxas alfandegárias, San Marino não é um paraíso fiscal — afirma o cônsul Samarinense no Brasil, Giuseppe lantermo di torre di Montelupo.

Segundo o cônsul, o fato de San Marino ser livre de impostos é uma questão de marketing. Os cidadãos têm uma boa qualida-de de vida, não necessitando de recursos adquiridos com o di-nheiro das taxas. Então o governo acredita que, assim, os turistas gas-tam muito mais.

— Aliás, os brasileiros são muito bem recebi-dos em San Marino por-que conso-mem muito,

vão aos melhores restaurantes — conta lantermo.

Em 2005, a república recebeu cerca de 13 milhões e meio de turistas de todo o mundo. A alta temporada ocorre nos meses que vão da Páscoa até setembro.

Por que San Marino faz tanto sucesso? Porque o país é um mu-seu que vive e possui uma beleza histórica enorme.

Castelos, igrejas e casas de pedra despontando entre as mon-tanhas fazem parte da exuberante paisagem medieval que mais pa-rece um cenário de contos de fa-das. O enclave possui nove regiões com uma torre cada uma: a capital San Marino, Chiesa Nuova, Fioren-tino, Montegiardino, Faetano, Domagnano, Borgo Maggiore, Acqua Viva e Serravalle.

O local merece uma visi-ta até mesmo devido a seus monumentos que compõem o patrimônio histórico como a Basílica de San Marino [que guarda as relíquias do santo italiano], além dos vários museus. Outro fato curioso é que du-rante o movimento de unificação da Itália, a repú-blica ofereceu asilo a revolu-cionários, en-tre os quais Giuseppe Ga-ribaldi.

Além de ser conhecido como um pa-

raíso de compras disponibilizando produtos luxuosos e sem falsifica-ção, San Marino é também o “lu-

gar dos sonhos” dos co-lecionadores de selos e moedas. Essa indústria é a fonte de renda mais alta do turismo local.

Isso torna a repúbli-ca um importante

centro de filatelia e numismática. Cerca de 10 escritórios vendem os produtos.

— Os selos e as moedas são produzidos com um extremo ca-rinho e muito profissionalismo. Em 2005 fomos o único país do mundo que emitiu três selos em homenagem aos 450 anos de São Paulo — conta Giuseppe.

A taxa de desemprego do país é a mais baixa de toda a Europa e o padrão de vida é parecido com o da Itália. No passado, a agri-cultura, a criação de gado bovino e o trabalho das pedras extraídas das pedreiras do Monte titano fo-ram as principais atividades eco-nômicas. A partir dos anos 60, o campo começou a ser progressi-vamente abandonado e foi rápi-do e difuso o desenvolvimento industrial, artesanal e comercial, também como conseqüência dire-ta do acelerado fluxo de turistas. Além da indústria do turismo, San Marino extrai renda da indústria de operações bancárias e da ma-

nufatura [além de exportação] de cerâmicas, de telhas,

de móveis, de

roupas, de pintura de telas e de vinhos.

No Brasil, há somente um consulado geral de San Mari-no, em São Paulo, inaugurado em 2002. Antes, havia o consulado honorário, exis-tente desde 1986. O côn-sul revelou que, através da representação samarinense, várias famílias do país estão adotando crianças brasileiras.

— Há, junto ao Ministério da Justiça de Brasília, uma or-ganização chamada “Sorriso”. Através dela e do consu-lado, os samarinenses encontram a possibi-lidade de adotar uma criança — afirma.

Aqui há 101 fa-mílias reconhecidas como verdadeiros descendentes de San Marino. A colônia está locali-zada no Espírito Santo, mais preci-samente nas cidades de Muqui, Ca-choeiro de Itapemirim e Mimoso.

— É claro que temos des-cendentes espalhados por todo o Brasil, mas no Espírito Santo se concentra a maior parte — diz o cônsul.

Entre as comemorações em San Marino, a festa dedicada à Santa ágata é uma das mais im-

portantes. Desde então, tal aconteci-

mento é festejado com uma pro-cissão, que sai do Burgo Maior, se deslocando até a Basílica do Santo, situada no centro históri-co de San Marino.

País pequenino e encantador, San Marino tem muitas histórias para contar. Conhecer o local é sinônimo de voltar ao passado e reviver os tempos medievais com

o conforto e modernidade dos dias de hoje.

O Monte Titano é a principal colina de San Marino. Com

uma altitude de 750 metros ele está localizado a 10

quilômetros de distância do mar Adriático

Giuseppe Lantermo, cônsul samarinense no Brasil

Centro de filatelia e numismática San Marino é o sonho de colecionadores

do mundo inteiro. Livre de impostos, o país recebeu mais de 13 milhões de

turistas em 2005

serVIço:consulado geral da república de san Marino

rua Xv de noveMbro, 228, 1º andar

são paulo — sptel.: (11) 3168-9725

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Entre os países favoritos para o Pan do Rio, Athos cita Estados Unidos, Canadá, Cuba e Venezue-la, cuja equipe mora na Europa. É de lá que, de acordo com o espa-da brasileiro, surgem as maiores potências na modalidade.

— treinar na Itália então, é o sonho dos esgrimistas. Basta di-zer que a equipe do país é a atu-al campeã olímpica e que o Mon-tano é o destaque no sabre. Mas ir para temporadas nesses países requer investimentos e infeliz-mente a esgrima ainda não tem a visibilidade necessária — ava-lia Athos, que na bota já dispu-tou campeonatos em Mazara Del Vallo, traconi e legnano.

A experiência do sabrista Ren-zo Agresta, também de 21 anos, ratifica a “teoria” de Athos. Mo-rando na Itália, Renzo participou dos Jogos Sul-Americanos na Ar-gentina, conquistou o bronze no individual e é o único esgrimista que já tem vaga garantida para o Pan. Em Santo Domingo, Renzo terminou em sexto lugar.

HistóriaNa esgrima antiga eram utiliza-das armaduras com um pulôver

tecido em fios de ferro e aço pa-ra proteger o corpo contra fle-chas, machado, bastão e lança. Os “torneios” eram exercício de nobres, onde só os homens, re-presentantes da nobreza, podiam participar. Eram festas solenes onde os cavaleiros mostravam sua agilidade e em combates cor-teses com armas brancas.

Os juízes ou “marechais de campo” eram auxiliados pelos “conselheiros” que tinham lugares marcados no campo de batalha. Depois da descoberta da pólvora e do desenvolvimento das armas de fogo, como canhões e pistolas,

somente os “grandes nobres” usa-vam armaduras, por tradição.

A espada usada no início da prática da esgrima era feita em ligas de bronze e ferro, geral-mente, de dois gumes. Não havia a proteção para as mãos, conhe-cida como “copo”. O florete, arma fina e longa, foi aperfeiçoado pe-los italianos e aproveitado pelos alemães, enquanto o sabre, arma reta ou curva, com corte lateral, é tipicamente oriental.

Em 1410, foi publicado pelo mestre italiano Fiori Dei liberi um tratado de esgrima chamado “Fior di Battaglia”, mostrando o desenvolvimento do esporte na Itália. Em 1531, Antônio Mansio-lino escreveu o primeiro tratado com movimentos similares aos de hoje e três posições de “guarda” [que permitem ao esgrimista des-locar-se para frente e para trás estando igualmente pronto para atacar e defender-se].

Mas o marco da esgrima con-temporânea foi o aparecimento da “máscara”. O utensílio trou-xe segurança e permitiu a difu-são do esporte e aproximando, o máximo possível da realidade, a esgrima ao duelo. Mesmo assim, alguns afirmam que seu uso te-ria feito a esgrima perder o porte acadêmico e a posição clássica.

Rapidinhas- O Comitê Organizador dos Jo-gos Pan-Americanos (CO-RIO) pretende começar a venda dos ingressos para o evento em mar-ço. Segundo estimativas, serão vendidos 2,1 milhões de ingres-sos, em três etapas diferentes. O processo ocorrerá pela Internet; em 12 mil postos de vendas, en-tre eles as agências da Caixa Eco-nômica Federal e casas lotéricas; e em julho, nas bilheterias dos locais de competição. Planeja-se oferecer ingressos personalizados e a possibilidade de fazer o pa-gamento parcelado no cartão de crédito. Os espectadores ainda poderão comprar o ingresso-mul-tieventos para acompanhar vá-rias modalidades no mesmo dia.

- três mil privilegiados vão carregar a tocha Pan-Americana. A trajetória do símbolo-mor das competições começa na Cidade do México e 42 cidades brasilei-

ras que irão representar, respecti-vamente, os países participantes do evento. A maratona nacional começa em Brasília até chegar à Cidade Maravilhosa, após 50 dias de desfile em praça pública.

- A maratonista Márcia Nar-loch, campeã do Jogos de Santo Domingo, anunciou que pretende encerrar sua carreira com ouro no Rio. Depois de 18 anos de seleção brasileira, Márcia, que já está pré-classificada para o evento, precisa correr até abril para garantir sua vaga. Ela treina mais de 200 qui-lômetros por semana e prevê a im-portância do desempenho dos bra-sileiros no Pan. Segundo ela, “cada um que se classificar vai ter uma responsabilidade muito grande de defender o país dentro de casa”.

- Quando faltarem 100 dias para o início dos Jogos [em 4 de abril], duas moedas comemorativas alu-sivas ao Pan se-rão lançadas pelo Banco Central do Brasil. Elas terão valores de face de R$ 2 e de R$ 5, mas custarão R$ 15 e R$ 106, respectivamente. A mais barata será feita de cobre e níquel. Em seu anverso, o lo-gotipo dos XV Jo-gos Pan-America-nos, e no reverso, a representação de um atleta cor-rendo com as raias de uma pista de atletismo ao fundo. Ela terá tiragem de 50 mil moedas. A mais cara, feita de prata, trará, além do logo-tipo dos Jogos, o Pão de Acúcar e uma representação do Calçadão de Copacabana. Este modelo terá tira-gem de apenas 20 mil moedas.

- A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) suspendeu os atletas Sebastião Ferreira da Guia Neto e Matusalém de lima. Eles estavam afastados desde que apresentaram resultados positivos no teste antidoping. Sebastião foi pego em uma competição militar em 2005 e fica suspenso até 17 de agosto deste ano. Já Matusa-lém teve problemas no dia 22 de outubro de 2006, durante a reali-zação de uma prova de rua. Ele já estava afastado, preventivamente, desde o último dia 29 de dezem-bro. Sua suspensão só termina em 28 de dezembro de 2008.

“Treinar na Itália, é o sonho

dos esgrimistas. Basta dizer que a equipe do país é a atual campeã

olímpica”atHos scHwantes

Em dois tempos: um duelo nas Olimpíadas de Atenas (2004) e a disputa no século 19

esporte

No Pan-Americano do Rio, esgrimistas tentam voltar ao topo num esporte dominado pelo prestígio italiano

As mãos se movimentam com uma classe seme-lhante ao ir e vir das ba-tutas de um maestro. Os

pés dão o apoio que, como num balé, remetem à elegância de seus personagens principais. As-sim a esgrima, conhecida como a arte de duelar com armas bran-cas traz aos jogos Pan-America-nos de 2007, no Rio de Janeiro, uma apresentação de um espor-te muito ligado às guerras e ao aperfeiçoamento de armas, mas ainda pouco popular no Brasil. E, além de participar efetivamente na consolidação da atividade, é a Itália que detém os melhores resultados em competições: em 2002, Simone Vanni conquista-va ouro no Florete, no Mundial

de Esgrima. Já nas últimas Olim-píadas, a bota sagrou-se campeã no Florete por equipes [masculi-no], no Florete individual femi-nino [com Valentina Vezzali] e no Sabre individual masculino [com Aldo Montano, atleta apontado como um dos principais divulga-dores do esporte atualmente].

A primeira aparição da esgri-ma nos Jogos Pan-Americanos data de 1951. As competições acontecerão no Pavilhão três do Complexo Esportivo Riocentro. E quem está treinando duro pa-ra conseguir uma vaga na festa do esporte é o esgrimista Athos Schwantes.

São cinco horas por dia, de segunda a sábado, tendo a com-panhia do irmão Ivan numa saga

sílvia soUza

Um duelo elegante

que tenta honrar e homenagear seu pai, Ronaldo Schwantes. tudo isso porque a esgrima brasileira não sobe ao pódio em Pan-Ameri-canos desde 1979. Na época, em San Juan [Porto Rico], Ronaldo fazia parte da equipe de espada que trouxe a medalha de bronze.

— A Confederação Brasilei-ra de Esgrima ainda não liberou o calendário para as eliminató-rias, mas já estamos treinando. Podem ser classificados quatro atletas, que jogaram na equipe, e os dois melhores desse grupo é que têm direito a disputar tam-bém individualmente — explica Athos, que é curitibano e está morando na cidade que sedia os jogos a fim de se preparar melhor para o evento.

Primeiro no ranking brasilei-ro, o atleta foi contemplado com a Bolsa Atleta [um programa do governo federal que financia es-portistas a partir dos resultados por eles apresentados]. Surfista nas horas vagas, Athos conta que a dedicação à esgrima é uma in-fluência familiar, mas que o bas-quete, outro esporte que o moti-va, teve de ser deixado de lado para evitar contusões.

— O meu avô praticou esgri-ma e depois o meu pai. Meu irmão e eu formamos a terceira geração de praticantes. Eu comecei a trei-nar com sete anos e aos nove estava em minha primeira com-petição. Adoro surfar e curtia jo-gar basquete, que quase não faço mais devido ao esforço nas per-nas e pés. Agora todo esforço é poupado pensando na esgrima — conta o esgrimista de 21 anos.

Com três tipos de armas di-ferentes nos combates: espada, florete e sabre, os esgrimistas competem em pistas de 14 me-tros de comprimento por 1,5 me-tro de largura. O objetivo na lu-ta é tocar o adversário sem ser tocado. Em disputas classifica-tórias, ganha quem somar cinco toques ou ficar quatro minutos sem ser atingido. Nas elimina-tórias, o número de toques so-be para 15 e o tempo, para nove minutos. Através de fios e roupas especiais, os competidores estão ligados a um sistema eletrônico que conta cada toque.

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Marcos Petti

Sapori d’Italia

São Paulo – Um dos segredos desta sobremesa italiana, o Se-mifreddo di limoncello, está na sua consistência cremosa. Devido à presença de gordura [ele pode ser feito com nata ou creme de leite], a sensação é de ‘derreter na boca’, até

se esquecendo que é um sorvete. Diferente do sorvete comum que, geralmente, é feito com leite ou mesmo água e acaba tomando uma consistência muito sólida em contato com as baixas temperaturas.

E não fosse a ajuda da gelatina não seria possível dar a firmeza à sobremesa. A presença do leite condensado é percebida logo no primeiro paladar, levando o gosto à tendência adocicada, bem à pre-ferência do brasileiro. Mas o toque das raspas do limão siciliano...Humm!!! Segundo a chef, Roseli Nanami, o limão siciliano é extre-mamente perfumado e tem menor teor de acidez.

— A casca tem um perfume bem pronunciado, diferente dos ou-tros tipos de limões — compara.

— A história conta que esta sobremesa era tradicionalmente ser-vida no inverno, ao contrário das nossas tradições de se consumir sorvete nesse período — acrescenta o mineiro de Belo Horizonte há cerca de três meses em São Paulo, Marco Paulo Peluso, do In Città Magazzino Gastronomico.

O Semifreddo di limoncello está chegando aos poucos à mesa dos restaurantes para se tornar uma especialidade diferente da que já estamos acostumados a saborear. Por conta disso, muito ainda vai se falar sobre sorvetes, gelati e semifreddi.

— Durante anos, restaurantes ficaram reservados a sobremesas de domingo para almoço de família. Os chefs mais importantes do Brasil estão criando sobremesas sofisticadas e variações de sorvetes para serem degustadas com saladas e pratos quentes — fala Peluso.

O limoncello, que serviu de acompanhamento meramente suges-tivo para esta receita, é uma bebida muito consumida na Itália no verão e corresponde no Brasil a um licor caseiro, segundo Peluso. É feito pela infusão da casca do limão amarelo [parecida com a do tipo siciliano encontrado no Brasil] e álcool de cereais. O limoncello deve ser consumido moderadamente por causa de seu alto teor al-coólico, chegando a cerca de 32 por cento. Seu sabor varia de re-

a Bela e a FeraO “amaro” do limoncello somado ao leite condensado formam dupla imbatível em típica sobremesa italiana

serviço: in città Magazzino gastronôMico. rua dr. Melo alves, 651 – Jardins (sp). tel.: (11) 3063-5707

Semifreddo di limoncello

500 ml de creme de leite fresco1 lata de leite condensado100 ml de limoncellosuco de 1 limão sicilianoraspas de limão1 saquinho de gelatina em pó hidratada.

Modo de preparo:Bater o creme de leite em ponto de chantilly, juntar o restante dos ingredientes e levar ao freezer por 5 horas. Servir em taças ou dentro da casca do limão siciliano, se preferir. É uma receita rápida e fácil aos que apreciam o sabor do limon-cello. No lugar deste, pode-se trocar por qualquer outra bebida.

gião para região e cada família tem a sua receita, aliás, guardada a sete chaves.

Revelações à parte, um fato curioso e a ser desvendado sobre a bebida é que ela não deve ter a parte branca da casca do limão em contato com o álcool.

A história do sorvete no mundo nos revela algumas curiosidades. Segundo Nanami, pesquisas mostram que ele surgiu há cerca de três mil anos pelas mãos dos chineses. A receita básica incluía neve, suco de fruta e mel. Já outras pesquisas relatam que Alexandre, o Grande, o introduziu na Europa e a receita se diferenciava da dos chineses. A sobremesa era composta de salada de frutas embebida em mel e res-friada em potes de barro guardados na neve, certamente para mantê-la bem gelada. Daí a origem da palavra em italiano: gelato.

Mas, em 1292, o desbravador italiano Marco Polo, em 1292, vol-tando da China para a Itália, trouxe na bagagem o consagrado ma-carrão e, finalmente, o sorvete feito com leite. A partir daí, ninguém resistiu a esta doce delícia conhecida, hoje, como “gelato”. Atual-mente, a iguaria é consumo nacional entre os italianos e, agora, está associada ao Made in Italy. Irresistível.

O chef Marco Paulo Peluso ensina a

preparar a sobremesa

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