quistos d[1]

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Page 1: Quistos d[1]

QUISTOS DA REGIÃO DA CABEÇA E PESCOÇO

QUISTO – cavidade patológica revestida por

epitélio, apresentando um conteúdo líquido ou

semi-sólido.

O revestimento epitelial varia nos vários

quistos e pode ser:

- estratificado pavimentoso

(queratinizado ou não queratinizado)

- prismático

- cubóide

- pseudo-estratificado

● A parede quística apresenta tecido conjuntivo que contém fibroblastos

e vasos sanguíneos.

● Os quistos apresentam por vezes diferentes graus de inflamação que

podem alterar a sua morfologia básica, “mascarando” as suas características

identificativas.

● A maioria dos quistos da região oral são verdadeiros (apresentam

revestimento epitelial), contudo existem alguns pseudo-quistos (sem

revestimento epitelial).

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Page 2: Quistos d[1]

CLASSIFICAÇÃO DOS QUISTOS DOS MAXILARES:

- Quistos Odontogénicos Não Inflamatórios

- Primordial (queratoquisto)

- Folicular (dentígero)

- Variedade de queratoquisto (síndrome de Gorlin)

- Calcificante

- Quistos Odontogénicos Inflamatórios

- Radicular

- Residual

- Lateral

- Quistos de Desenvolvimento

- Naso- palatino

- Globo-maxilar

- Erupção

- Falsos quistos

- Ósseo traumático

- Ósseo aneurismático

- Ósseo estático (cavidade idiopática de Stafne)

- Quistos iatrogénicos

- Implantação cirúrgica ou naso- maxilar

CLASSIFICAÇÃO DOS QUISTOS DOS TECIDOS MOLES DO PESCOÇO

- Quisto branquial / linfoepitelial cervical

- Quisto dermóide

- Quisto do canal tireoglosso

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Page 3: Quistos d[1]

QUISTOS ODONTOGÉNICOS

Apresentam um revestimento epitelial derivado do epitélio produzido

durante o desenvolvimento do dente:

– Restos de Malassez (restos da bainha epitelial de Hertwig, que

persistem no ligamento periodontal depois de completa a formação radicular,

sendo mais abundantes na região apical).

– Epitélio reduzido do esmalte (epitélio residual que rodeia a coroa do

dente, depois de completa a formação do esmalte).

– Restos de Serres (restos da lâmina dentária que têm origem no

epitélio oral e permanecem nos tecidos depois de induzirem o desenvolvimento

do dente).

OKC – Queratoquisto odontogénico

D – Quisto dentígero

P – Quisto radicular

R – Quisto residual

L – Quisto Lateral

E – Quisto de erupção

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Page 4: Quistos d[1]

QUISTO DESCRIÇÃO LOCALIZAÇÃO

ASPECTO

RADIOGRÁFICO HISTOPATOLOGIA TRATAMENTO

Queratoquisto

Odontogénico

Derivado de restos da lâmina dentária, podendo também ter origem no revestimento de um quisto dentígero.

Tem um grande potencial de desenvolvimento, atingindo grandes dimensões que resultam em destruição óssea.

Recorrência de 25 a 60%

2/3 na mandíbula (região posterior do corpo e ramo)

No Max. Sup.- região do canino ou incisivo lateral ou no segmento posterior

2ª, 3ª e 5ª década

Lesão radiotransparente isolada, bem definida, unilocular ou multilocular/ poliquistica com bordo fino enrugado

Pode existir perfuração da cortical óssea

- Revestimento fino uniforme, de epitélio pavimentoso paraqueratinizado, geralmente com uma espessura de 6 a 10 células e deficiente em papilas epiteliais.- Células basais prismática ou cubóides em paliçada. A orientação do núcleo afastado da membrana basal é importante no diagnóstico diferencial do queratoquisto- Separação focal do revestimento epitelial relativamente ao tecido conjuntivo adjacente, que frequentemente é laxo e fibrilhar e na maior parte das vezes isento de inflamação.- Quantidades variáveis de paraqueratina descamada no lúmen quístico- Ocasionalmente revestimento formado por epitélio ortoqueratinizado em vez de paraqueratinizado.- Ocasionalmente estão presentes microquistos na parede capsular.

- Enucleação cirúrgica

- Marsupialização

- Acompanhamento clínico rigoroso

- Recorrência de 25 a 60%, excepto o queratoquisto odontogénico ortoqueratinizado (pouco freq.) que tem taxa de recorrência < 5%

Quisto

Dentígero

Origem no epitélio reduzido de

esmalte, que rodeia a coroa de

um dente impactado. A coroa

situa-se no interior do lúmen

quístico cheio de liquido e as

raízes ficam de fora.

Assisntomático, mas pode

produzir edema e dor se for

grande ou estiver inflamado

Dentes impactados:

- 3ºMS

- 3ºMI

- C S

3ª e 4ª década

Radiotransparência

bem delimitada

rodeando a coroa

de um dente;

Cortical óssea bem

definida-

crescimento lento e

uniforme

O recobrimento epitelial pode ter

apenas 2 ou 3 camadas de células

de espessura, relembrando o

epitélio reduzido do esmalte

( células prismáticas)

A inflamação pode condicionar uma

aparência histológica semelhante á

do quisto radicular.

- Enucleação cirúrgica

com extracção do dente

quando necessário

- Marsupialização (se for

de grande dimensão)

- Recorrências são raras

- Casos raros de

regrassão espontânea

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Page 5: Quistos d[1]

QUISTO DESCRIÇÃO

LOCALIZAÇÃO /

CARAC.

CLÍNICAS

ASPECTO

RADIOGRÁFICO HISTOPATOLOGIA TRATAMENTO

Quisto de

Erupção

Variante de quisto dentígero

que se desenvolve nos tecidos

moles alveolares, rodeando a

coroa de um dente que

erupcionou através do osso

mas não dos tecidos moles.

Clinicamente visível como uma

massa flutuante mole nos

rebordos alveolares.

O trauma mastigatório

pode causar

hemorragia num

quisto de erupção,

passando este a

designar-se

“hematoma de

erupção”

Sem tradução

radiográfica.

A maioria destes quistos

não necessita de

tratamento, porque

sofrem rotura como

resultado da mastigação.

Nos que não se resolvem

espontaneamente é

necessário expor a coroa

do dente.

Quisto

Odontogénico

Calcificante

Raro, com origem em

remanescentes epiteliais

odontogénicos.

Lesão de crescimento lento,

assintomática

Pode ser central ou periférico.

25% das lesões surgem numa

posição extra-óssea como

massas envolvendo a gengiva

(variante periférica)

Esta lesão tem uma variante

quística e outra sólida

(neoplásica)

A variante sólida só está

presente na forma central.

86% das lesões são

quísticas

14% são neoplãsicas

90% das lesões

centrais são quisticas

Mais frequente na 2ª

época de vida,

quando surge na

mandíbula

65% das lesões na

região anterior de

ambos os maxilares

Em 50% dos casos há

inclusão dos dentes

adjacentes e

Na fase inicial de

desenvolvimento

observa-se uma

radiotransparência

unilocular ou

multilocular, com

margens discretas

e bem definidas

Posteriormente

observam-se na

radiotransparência

calcificações

dispersas com

tamanhos diversos

(padrão sal

Proliferação quística bem definida

com uma cápsula de tecido

conjuntivo fibroso.

Proliferações epiteliais intraluminais

ocasionalmente preenchem o

lúmen quístico, dando a impressão

de se tratar de um tumor sólido.

Epitélio de espessura variável.

A basal pode ser focalmente muito

proeminente com núcleos

hipercromáticos e padrão cubóide

ou prismático

Tratamento agressivo

devido a comportamento

biológico imprevisível

(monitorização indefinida

devido às recidivas

frequentes).

Tratamento conservador

da variante periférica ou

extra-óssea devido às

recidivas raras.

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Page 6: Quistos d[1]

reabsorção radicular pimenta)

QUISTO DESCRIÇÃO

LOCALIZAÇÃO /

CARAC.

CLÍNICAS

ASPECTO

RADIOGRÁFICO HISTOPATOLOGIA TRATAMENTO

Quisto

Periodontal

Lateral

Origem em restos da lâmina

dentária

Raro, partilha muitas

características clínicas e

morfológicas com o quisto

gengival do adulto. (levou á

conclusão que estes quistos

são manifestações intra e

extra-ósseas da mesma lesão)

Surge por volta dos 50

anos de idade

Normalmente são

uniquisticos, havendo

uma variante

poliquistica (quisto

odontogénico

botrioide)

Surge com mais

frequência na região

pré-molar mandibular

e na maxila entre o

canino e incisivo

lateral.

Radiotransparência

solitária pequena,

bem definida, com

cortical fina (anel

radiopaco), situada

entre as raízes de

dentes vitais.

Apresenta

geralmente <1cm

de diâmetro.

Revestimento epitelial não

queratinizado com 1 a 3 células de

espessura, com quantidades

variáveisde células transparentes

ricas em glicogénio.

Alguns deste quistos apresentam

espessamentos epiteliais com

características celulares

observáveisnos restos de Serres.

Enucleação cirúrgica.

Raramente recidiva .

A variante poliquística (odontogénico borióide) tem maior tendência para recidivar.

Quisto

Gengival do

Adulto

Pequeno quisto com origem

nos restos da lâmina dentária,

de localização nos tecidos

moles

Tumefacção firme mas

compressível, cheia de líquido,

na gengiva vestibular de

Surge por volta dos 50

anos

Localiza-se

preferencialmente na

região pré-molar,

canina e incisiva

Não são visíveis

radiograficamente.

Podem provocar

uma compressão

no osso alveolar

subjacente, que por

vezes é visível

Semelhante ao quisto periodontal

lateral.

Revestimento epitelial de células

cubóides e espessamentos focais.

Tal como no quisto periodontal

lateral podem existir células

transparentes.

Enucleação cirúrgica

Não tem tendência para

recidivar.

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Page 7: Quistos d[1]

ambos os maxilares. radiograficamente.

QUISTO DESCRIÇÃO

LOCALIZAÇÃO /

CARAC.

CLÍNICAS

ASPECTO

RADIOGRÁFICO HISTOPATOLOGIA TRATAMENTO

Quisto

Gengival do

Recém-

Nascido

Deriva dos restos da lâmina

dentária que permanecem nos

tecidos moles

Observa-se em geral

nos rebordos

alveolares dos recém-

nascidos, como

pequenas

tumefacções, muitas

vezes múltiplas

Lesão superficial com paredes

finas, revestida com epitélio

estratificado pavimentoso que

contém queratina descamada

compacta

Resolução espontânea

sem tratamento

Quisto

Odontogénico

Glandular

(Sialo-

odontogénico)

Quisto raro de dimensões

extraordinariamente grandes,

solitário ou multilocular,

provavelmente derivado de

restos da lâmina dentária.

Alguns autores consideram ser

uma variante do quisto

periodontal lateral.

Ocorre geralmente na

mandíbula.

Radiotransparência

unilocular ou

multilocular bem

definida

Epitélio estratificado pavimentoso

fino, que pode ter espessura

relativamente uniforme ou pode

apresentar espessamentos

epiteliais focais.

Estão presentes inúmeras células

mucosas.

Quantidades variáveis de pequenas

estruturas glandulares no interior do

epitélio de evestimento.

Enucleação cirúrgica e

curetagem

Grande tendência para

recidivar

Quisto

Quisto raro, de natureza

inflamatória

Encontra-se na face

distal ou vestibular de

um terceiro molar

mandibular vital

Radiotransparência delimitada quando surge na face distal do 3º molar mandibular.Quando ocorre na face vestibular de

Semelhante á do quisto radicular Enucleação cirúrgica

Baixa tendência para

recidivar

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Page 8: Quistos d[1]

Paradentário um molar mandibular pode não ser visível nas radiografias.

QUISTO DESCRIÇÃO

LOCALIZAÇÃO /

CARAC.

CLÍNICAS

ASPECTO

RADIOGRÁFICO HISTOPATOLOGIA TRATAMENTO

Quisto

Radicular

Quisto de origem inflamatória que estimula os Restos de Malassez presentes no periodonto (proliferam em resposta á inflamação na sequência da necrose pulpar.) As células epiteliais obtêm os seus nutrientes por difusão a partir dos tecidos adjacentes.O crescimento progressivo de uma ilha epitelial afasta as células mais interiores dos seus nutrientes.Em última análise as células mais interiores necrosam, estabelecendo uma cavidade central (lúmen) rodeada de epitélio.Nesta fase estabelece-se um gradiente osmótico através do epitélio, separando o lúmen central de conteúdo necrosado, do líquido intersticial do tecido conjuntivoO efeito final desse gradiente osmótico é o aumento progressivo do volume de líquidos dentro

Quisto mais frequente;

representa mais de

metade dos quistos

orais

Desenvolve-se na

região periapical de

um dente erupcionado

cuja polpa tenha

perdido a vitalidade

por cárie ou

traumatismo.

Este quisto também

se pode desenvolver

junto a canais

acessórios laterais.

Geralmente é

assintomático,

excepto se se

encontrar infectado.

Normalmente mede

mais de 0,5cm de

Radiotransparência

arredondada, bem

delimitada,

geralmente

rodeada por um

anel radiopaco,

relacionada com o

apex de um dente

não vital.

Raramente

induzem

reabsorção

radicular

Epitélio estratificado pavimentoso

não queratinizado de espessura

variável.

Intenso infiltrado inflamatório do

tecido conjuntivo parietal, onde

existem linfócitos, plasmócitos,

histiócitos com depósitos lipídicos e

neutrófilos.

O lúmen quístico contém

geralmente líquido proteináceo e

restos celulares necrosados

análise bioquímica do aspirado.

Enucleação cirúrgica

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Page 9: Quistos d[1]

do lúmen, tendendo a aumentar oquisto pela pressão hidráulica interna gerada

diâmetro.

Quisto

Residual

Resulta da extracção de um

dente com um quisto radicular,

sem remoção do quisto

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