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Quinta-feira, 20 de março de 2014 Gazeta do Povo Assassinato / Criança é morta em abrigo Menina de 10 anos foi esfaqueada por colega de 16 anos que também vivia na Casa de Passagem de Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba Antonio senkovski e luan galani, especial para a gazeta do povo Uma menina de 10 anos foi encontrada morta em um terreno baldio do bairro Vargem Grande, em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, na madrugada de ontem. Ela e o suspeito de ter cometido o crime, um adolescente de 16 anos, moravam em uma Casa de Passagem, instituição voltada a crianças e jovens órfãos ou que passam por questionamentos judiciais da guarda de pais ou responsáveis. O rapaz está detido na Delegacia de Pinhais e já confessou o crime. Até o fechamento desta reportagem, o chefe do plantão do Instituto Médico Legal do Paraná (IML) não foi localizado, mas, segundo o delegado Geraldo João Celezinski, que está à frente da investigação, a garota recebeu 10 facadas. No depoimento prestado à polícia, o jovem afirmou ter sido orientado por um espírito do mal e disse que a menina havia falado mal do irmão dele, falecido há 4 meses, segundo Celezinski. O crime De acordo com o delegado, a menina arrumou a cama com travesseiros, para parecer que estava dormindo, e fugiu da instituição na noite de terça-feira. O rapaz, ainda segundo o delegado, foi atrás dela com uma faca de açougueiro. Ele voltou de madrugada e confessou para um outro colega que tinha cometido o crime. Os responsáveis pela Casa de Passagem foram avisados e chamaram a polícia por volta das 3h50. A prefeitura de Pinhais e a Associação Cristã de Assistência Social (Acridas), uma organização não governamental (ONG), que administram a Casa de Passagem, abriram processo administrativo para verificar se houve algum tipo de negligência para que o crime ocorresse. O Conselho Tutelar da cidade informou que recebeu a notícia com perplexidade. Uma das conselheiras de plantão disse que está em busca de informações para poder saber como o órgão vai atuar no caso. Procurada pela reportagem, a Acridas de Pinhais não quis se pronunciar. Segundo a assessoria da prefeitura de Pinhais, a vítima de 10 anos estava há oito meses na instituição por, anteriormente, sofrer maus-tratos na casa da tia. Durante grande parte da quarta-feira, a Casa de Passagem, que tem espaço para atender 15 crianças e jovens, ficou de cortinas fechadas e portões trancados, embora fosse possível observar crianças brincando com bambolês e bolas nos fundos da propriedade. Um dos responsáveis pela casa, encontrado pela reportagem, estava bastante chocado com a notícia e já cuidava dos trâmites para realizar o velório da menina. A promotora que cuida do caso, Mônica Helena Derbli Baggio, da 1.ª Promotoria de Justiça de Pinhais, entrou com pedido de sigilo de Justiça e a investigação prossegue.

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Quinta-feira, 20 de março de 2014

Gazeta do Povo Assassinato / Criança é morta em abrigo Menina de 10 anos foi esfaqueada por colega de 16 anos que também vivia na Casa de Passagem de Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba Antonio senkovski e luan galani, especial para a gazeta do povo

Uma menina de 10 anos foi encontrada morta em um terreno baldio do bairro

Vargem Grande, em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, na madrugada de ontem. Ela e o suspeito de ter cometido o crime, um adolescente de 16 anos, moravam em uma Casa de Passagem, instituição voltada a crianças e jovens órfãos ou que passam por questionamentos judiciais da guarda de pais ou responsáveis.

O rapaz está detido na Delegacia de Pinhais e já confessou o crime. Até o fechamento desta reportagem, o chefe do plantão do Instituto Médico Legal do Paraná (IML) não foi localizado, mas, segundo o delegado Geraldo João Celezinski, que está à frente da investigação, a garota recebeu 10 facadas.

No depoimento prestado à polícia, o jovem afirmou ter sido orientado por um espírito do mal e disse que a menina havia falado mal do irmão dele, falecido há 4 meses, segundo Celezinski.

O crime De acordo com o delegado, a menina arrumou a cama com travesseiros, para parecer que estava dormindo, e fugiu da instituição na noite de terça-feira. O rapaz, ainda segundo o delegado, foi atrás dela com uma faca de açougueiro. Ele voltou de madrugada e confessou para um outro colega que tinha cometido o crime. Os responsáveis pela Casa de Passagem foram avisados e chamaram a polícia por volta das 3h50.

A prefeitura de Pinhais e a Associação Cristã de Assistência Social (Acridas), uma organização não governamental (ONG), que administram a Casa de Passagem, abriram processo administrativo para verificar se houve algum tipo de negligência para que o crime ocorresse. O Conselho Tutelar da cidade informou que recebeu a notícia com perplexidade. Uma das conselheiras de plantão disse que está em busca de informações para poder saber como o órgão vai atuar no caso. Procurada pela reportagem, a Acridas de Pinhais não quis se pronunciar.

Segundo a assessoria da prefeitura de Pinhais, a vítima de 10 anos estava há oito meses na instituição por, anteriormente, sofrer maus-tratos na casa da tia.

Durante grande parte da quarta-feira, a Casa de Passagem, que tem espaço para atender 15 crianças e jovens, ficou de cortinas fechadas e portões trancados, embora fosse possível observar crianças brincando com bambolês e bolas nos fundos da propriedade. Um dos responsáveis pela casa, encontrado pela reportagem, estava bastante chocado com a notícia e já cuidava dos trâmites para realizar o velório da menina.

A promotora que cuida do caso, Mônica Helena Derbli Baggio, da 1.ª Promotoria de Justiça de Pinhais, entrou com pedido de sigilo de Justiça e a investigação prossegue.

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ONG / Caso é visto como exceção na boa reputação da instituição Para a promotora que está cuidando do caso em Pinhais, Mônica Helena Derbli

Baggio, o esfaqueamento da menina de 10 anos na Casa Passagem pertencente à Acridas é uma exceção na história da instituição, criada em 2011.

Ela conta que o próprio adolescente que cometeu o crime era considerado modelo de recuperação pela equipe técnica de acompanhamento da ONG. A ida dele para a Casa de Passagem se deu por decisão do Ministério Público, depois que o garoto ameaçou o padrasto. A situação gerou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) na delegacia de Pinhais, sendo considerada uma infração de menor potencial ofensivo. A decisão do MP, segundo a promotora, se baseou na avaliação de três psicólogos.

Tutela A reportagem da Gazeta do Povo tentou conversar com especialistas e juristas da área da Infância para esclarecer melhor o papel do Estado (Justiça e município) na guarda da vítima e do adolescente, mas nenhuma das fontes se propôs a comentar do caso.

Shows / Pedreira volta a sediar festivais Criolo, O Rappa, Lenine e Raimundos estão confirmados no festival Estação Pedreira, dia 26 de abril. Evento de música eletrônica acontece em maio Cristiano castilho

Após o anúncio da reabertura da Pedreira Paulo Leminski, com show de Roberto Carlos, no próximo dia 29, a expectativa era sobre o possível retorno de grandes shows a Curitiba – como fizeram, por exemplo, Paul McCartney (1993) e Pixies (2004) naquele espaço único e polêmico do bairro Abranches. A reportagem da Gazeta do Povo teve acesso à parte da agenda da Pedreira. Dois festivais de música irão preencher a programação até maio. E outro, em negociação, deve ocupar o espaço no segundo semestre.

O Estação Pedreira é o principal deles. O evento acontece no dia 26 de abril, um sábado, e pretende levar mais de 20 atrações locais e nacionais para três palcos no espaço conhecido como Parque das Pedreiras, que contempla também a Ópera de Arame. Raimundos, O Rappa, Criolo, Projeto Noites Cariocas e Lenine, além de atrações locais, foram confirmados pela Prime, produtora do festival.

“O evento irá marcar a reabertura do parque e pretende contemplar tanto frequentadores antigos quanto a nova geração”, disse Hélio Pimentel, sócio-gerente da DC Set Promoções, idealizadora do festival. Haverá também um espaço para exposições de artistas curitibanos e um palco a céu aberto chamado de Rock Street, para divulgação de bandas que tocam em bares da cidade. A venda de ingressos começa na próxima segunda-feira, 24, pelo site Disk Ingressos. De acordo com o que apurou a reportagem, os tíquetes custarão a partir de R$ 50. Os portões irão se abrir ao meio-dia. O festival irá começar às 15 horas e seguirá até às 0h30 do domingo, dia 27. O público esperado é de 20 mil pessoas.

Warung Bay e Monsters Um festival de música eletrônica, nos moldes do que acontece na casa Warung, em Itajaí (SC), está planejado para ter sua versão curitibana na Pedreira Paulo Leminski no dia 17 de maio. “Há tempos procurávamos um espaço assim para o festival, e a reabertura da Pedreira veio em bom momento”, disse Jejê, um dos diretores da T2 Eventos, responsável pelo Warung Bay Festival. O evento será realizado das 14 horas à meia-noite. Cinco DJs internacionais estão confirmados. Os ingressos também começam a ser vendidos na próxima segunda-feira – valores não foram informados – pelo site Alô Ingressos.

Um festival em negociação é o Monsters of Rock (MOF). Criado na Inglaterra na década de 1980, o evento, voltado para o heavy metal e o hard rock, deve desembarcar na Pedreira no segundo semestre. O MOF teve edições na Alemanha, Itália, Argentina e

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Brasil. A última vez em território nacional foi em São Paulo, ano passado. Slipknot, Korn e Limp Bizkit foram os headliners. Pedreira BUS / Serviço de transporte terá ônibus “premium” a R$ 20

Para atender a parte do acordo com o Ministério Público e evitar transtornos nos arredores da Pedreira Paulo Leminski em dias de shows no local, uma linha especial de ônibus estará disponível aos frequentadores.

Batizado de Pedreira Bus, os ônibus, locados pela administradora do espaço, terão duas versões e sairão de pontos estratégicos de Curitiba em direção à Pedreira Paulo Leminski.

A versão Express sairá das Praças Rui Barbosa e Eufrásio Corrêa. Para estes ônibus, cujo limite de ocupação é de 60 pessoas, a passagem – ida e volta – custará R$ 10. A linha Premium sairá da Praça 29 de Março e do Museu do Olho. O limite de passageiros para estes veículos será de 40 pessoas – todas sentadas. A passagem irá custar R$ 20. “A ideia é incentivar as pessoas a irem de ônibus e não se preocuparem com carro e lugar para estacionar”, afirmou Hélio Pimentel, da DC Set Promoções.

O número de veículos disponíveis e os horários de saída irão depender de cada show. O retorno será realizado após o término dos espetáculos. As passagens serão vendidas antecipadamente pelos sites Disk Ingressos e Ingresso Rápido e também em diversos pontos de venda físicos, que serão divulgados nos dois sites.

Folha de Londrina Informe Folha / Bens bloqueados

A Justiça de Iretama (Centro) decretou a indisponibilidade de bens do ex-prefeito da cidade Antonio José Quesada Piazzalunga e de dois ex-secretários municipais da Saúde do município, até o limite de R$ 110 mil. A liminar foi concedida a partir de ação de improbidade administrativa protocolada pela Promotoria de Justiça de Iretama sobre uma situação que teria ocorrido de 2007 a 2012. Piazzalunga foi eleito em 2004 pelo PSL e reeleito em 2008, pelo PMDB.

Para completar a renda... O Ministério Público (MP) sustenta que a Prefeitura de Iretama fez um acordo irregular com os motoristas de ambulância que atuavam na cidade para que eles recebessem complementação salarial via notas fiscais obtidas em lanchonetes e restaurantes. A prática teria sido adotada como solução para elevar o contracheque dos motoristas, que pleitearam aumento na remuneração, mas tiveram o reajuste negado pela prefeitura. "Mediante um acordo informal, ficou estabelecido que os motoristas iriam obter notas fiscais para complementar a renda", aponta o promotor de Justiça Bruno Rodrigues da Silva. Declarações colhidas junto aos motoristas revelam que os valores variavam de R$ 160 a R$ 300 mensais.

Assassino de menina é condenado a 25 anos Lucio Flávio Cruz, Reportagem Local

Cambé – O Tribunal do Júri condenou, na noite de terça-feira, em Cambé (Região

Metropolitana de Londrina), o catador de material reciclável Adão Barbosa Xavier, de 50 anos, a 25 anos e seis meses de prisão pelo estupro e morte da menina Joseane Pereira de Moraes, de 9 anos. O crime aconteceu no dia 5 de dezembro de 2011.

Xavier foi condenado por homicídio duplamente qualificado, meio cruel e ocultação de cadáver para esconder o crime sexual, e estupro de vulnerável. Ele está preso desde janeiro de 2012, quando foi identificado e preso pela Polícia.

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O Ministério Público (MP) ficou satisfeito com a pena, já que houve provimento integral de todas as acusações apontadas. "Como ele cometeu dois crimes hediondos, a progressão da pena acontece somente a partir de dois quintos do tempo da condenação, o que deve significar dez anos em regime fechado", relatou o promotor Juscelino José da Silva.

De acordo com as investigações, no dia do crime, a menina saiu de casa para ir a uma festa em uma igreja. No caminho, foi abordada por Xavier, que a levou até o fundo de vale do Jardim Ana Elisa 3, próximo das residências da vítima e do acusado. No local, ele estuprou e depois agrediu a criança até a morte.

O corpo de Joseane só foi encontrado vários dias após o crime, já em estado de decomposição. No dia da prisão, a casa de Adão Xavier foi incendiada por moradores revoltados com o crime.

O assassino conhecia a família da menina e a mãe da vítima já havia trabalhado com Xavier como recicladora. A filha dele era a melhor amiga de Joseane. "Ele aproveitou da confiança para cometer o crime", frisou o promotor. "No julgamento o réu negou os crimes de estupro e homicídio, contrariando a sua confissão, que segundo ele foi feita após ser torturado, no dia em que foi preso", contou Juscelino da Silva.

O advogado de defesa, Francisco Lopes, informou que irá recorrer da decisão ao Tribunal de Justiça (TJ). "Existem muitos aspectos que não foram observados pelos jurados e elementos que podem levar a uma absolvição. A prova que foi construída no inquérito é precária e não é eficaz e plena para indicar a condenação", explicou.

Bem Paraná

Karlos Kolhbach/“Nunca nesta Curitiba...” Depois dos educadores, professores e garis, é a vez dos guardas municipais paralisarem as atividades. Entre as reivindicações está o reenquadramento de pessoal e melhorias nos salários. Pedem também a cabeça do inspetor Cláudio Frederico de Carvalho – diretor da guarda. Os guardas municipais se concentram hoje na Praça Tiradentes e rumam em direção à prefeitura de Curitiba, no Centro Cívico. Na boca maldita, reduto político e histórico da cidade, já estão até parafraseando o ex-presidente Lula para falar destas greves em sequencia: “nunca nesta cidade de Curitiba” se viu tantas categorias insatisfeitas e deflagrando greve simultaneamente. O que se vê, por enquanto, é uma inabilidade da administração municipal em negociar com os grevistas. O ônus político recai sobre o prefeito Gustavo Fruet (PDT), mas dentro da prefeitura quem vem sendo crucificado é o secretário de Governo, Ricardo Mac Donald. Tanto é que ontem a vice-prefeita Miriam Gonçalves (PT) foi para a rua conversar e tentar acalmar – em vão — os grevistas. Na Câmara de Curitiba, os vereadores esperam que Fruet tome rédea da situação.

Falando em Mac Donald… O Ministério Público do Paraná entrou ontem com uma ação de improbidade administrativa e outra criminal contra Ricardo Mac Donald — ex-prefeito de Foz do Iguaçu e atual secretário de Governo da gestão Gustavo Fruet (PDT). Além dele, outros cinco secretrários são alvos das ações. Mac Donald é acusado de nomear servidores comissionados para ocupar cargos públicos e depois cedê-los para exercer funções na administração indireta e até mesmo na iniciativa privada. O MP pede na Justiça a perda da função pública de Mac Donald e a suspensão dos direitos políticos por até 8 anos. Na parte criminal, os promotores pedem a condenação do ex-prefeito. Na Câmara Municipal, os poucos oposicionistas cochicham sobre a falta de ação do prefeito Gustavo Fruet (PDT) – que quando era deputado federal era tão firme e combativo.

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Gazeta do Povo

Editorial / Farra adiada O Congresso decidiu jogar para abril a tentativa de derrubar um veto presidencial à lei que abriria a possibilidade de criação de até mil municípios

O Brasil ganhou mais 30 dias para se livrar de um mal que o Congresso se

preparava para perpetrar: a derrubada, na noite da última terça-feira, do veto presidencial ao projeto de lei que permitiria a criação de mais centenas ou até de 1 milhar de municípios no país. Um acordo de lideranças e a falta de quórum acabaram por adiar para abril o reexame da maléfica matéria original e de um substitutivo proposto pelo Executivo que mitigaria os maus efeitos da primeira.

Não há quem não saiba que a imensa maioria dos 5.571 brasileiros vive em estado de penúria. As causas são muitas. Ora porque são mal administrados por prefeitos despreparados para a função; ora porque suas fontes de arrecadação são insuficientes para suprir o custeio da máquina pública, e muito menos para atender às necessidades da população. A mendicância é a regra: suplica-se pelo aumento dos repasses constitucionais; suplica-se pela aprovação de emendas orçamentárias que lhes permitam fazer pequenas obras ou manter serviços básicos.

O estado de miséria e a mendicância explícita separam a etapa seguinte pela distância de um só passo. A partir dele, os municípios e seus prefeitos firmam pactos de dependência política que, supostamente, darão sustento às suas precárias estruturas administrativas e, quem sabe, permitirão a realização de pequenas obras ou a melhora de alguns serviços públicos. Tudo passa a depender da benevolência de deputados e de outros chefetes que, em troca de votos e favores, se dispõem a lhes prestar tais caridades que, de modo geral, têm mais a ver com os votos que o curral pode lhes garantir do que com o verdadeiro e legítimo interesse de promover o desenvolvimento econômico e social do município.

Boa parte dessa realidade provém da Constituição Federal de 1988, que transferiu responsabilidades para os municípios, fixando-lhes até porcentuais de seus orçamentos para aplicações específicas (como saúde e educação), mas não lhes garantiu os meios necessários para que as cumprissem. Outra parte surgiu com facilidades que a legislação proporcionava às Assembleias estaduais para que criassem municípios sem obediência a critérios mínimos que assegurassem a sobrevivência quer dos novos, quer dos antigos municípios dos quais se tinham originado.

Claro que essa situação construída sob tais moldes é absolutamente insuportável e precisa mudar. É claro, também, que o país precisa firmar um novo pacto federativo, de maneira a dar sustentabilidade tão autônoma quanto possível e equilíbrio entre os três entes que compõem a administração pública – União, estados e municípios.

Entretanto, antes de pensar em pacto federativo, os políticos pensam nos currais. E não por outra razão o Congresso Nacional aprovou no ano passado o projeto que abre as porteiras para a criação desenfreada de municípios. Aos atuais 5.571 municípios (miseráveis em sua maioria) poderiam ser acrescentados outros mais de mil.

Justiça se faça: a presidente Dilma Rousseff, diante do baque econômico-financeiro que recairia sobre as contas públicas, vetou o projeto por inteiro. Na noite de terça, o Congresso se reuniu, disposto a derrubar o veto presidencial – e, por consequência, promulgar a lei original de cunho abertamente permissivo e bem na medida dos interesses político-eleitorais dos deputados e senadores. Para convencer os parlamentares a adiar a apreciação do veto, a Presidência ofereceu um projeto alternativo que, embora também não ideal, pelo menos estabelece alguns limites à sanha irresponsável do texto original.

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Sem consenso e sem segurança quanto aos resultados, o Executivo manobrou para que se esvaziasse o quórum do Congresso, inviabilizando temporariamente a votação do veto e do novo projeto, que só voltarão à pauta em meados de abril. Até lá, esperamos, se estabeleça o bom senso, de modo a não se inscrever na história do Congresso Nacional mais uma teratológica e prejudicial iniciativa pela qual todos pagaremos. Artigo / O verdadeiro julgamento do século Erivelto Rodrigues é presidente da agência classificadora de risco Austin Rating.

O julgamento das supostas perdas geradas por planos econômicos a alguns grupos de poupadores, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é como um feitiço do tempo: um fenômeno imaginário que é acionado todas as vezes em que discutimos esqueletos também imaginários, colocando-nos de volta ao passado.

Não importa o valor pendente, são bilhões. E isso é o que importa. Bilhões são valores importantes, em qualquer medida. E são valores que não existem em nenhuma contabilidade real. É um dinheiro que terá de ser fabricado. E não há dúvida de que os efeitos sobre a economia em situação semelhante – fabricação de bilhões de reais sem lastro real – serão sempre a geração do mesmo problema de 30 anos atrás: inflação inercial gerada pelo descontrole das contas públicas.

Se os bancos forem condenados, terão de desembolsar uma quantia que, por todos os critérios, será a maior já paga por uma decisão judicial em toda a história do país. Por seus efeitos deletérios e impactos negativos na vida do cidadão comum, este é o verdadeiro julgamento do século. Poderá mudar o destino de gerações à frente.

No curto prazo, imagine que os bancos teriam sua capacidade de empréstimo muito reduzida, uma diminuição na oferta de crédito da ordem de R$ 1,3 trilhão. A escassez traria também um indesejado, mas inevitável, aumento do custo do crédito. A consequência óbvia seria a redução da atividade econômica, do consumo, do emprego e da renda das famílias. E isso por vários anos.

Há outras questões igualmente importantes para as quais é preciso dar atenção. Nos quatro planos econômicos em foco no STF – o Plano Bresser, de 1987; o

Plano Verão, de 1989; os Planos Collor I e II, de 1990 e 1991 –, o governo determinou às instituições bancárias que mudassem os índices de reajuste aplicados às cadernetas de poupança. Essas determinações foram aprovadas pelo Congresso e ganharam força de lei, num ambiente de plena democracia. Os bancos não tinham como não cumpri-las, sob pena de desrespeitar disposições legais. Castigá-los por isso mais de duas décadas depois (quase 30 anos, no caso do Plano Bresser) é uma injustiça clara.

Mais do que isso: seria um sério fator de insegurança, justamente numa época em que a sociedade reivindica segurança jurídica, respeito estrito à lei, e cumprimento de obrigações e de contratos como bases para o seu desenvolvimento. Os quatro planos de estabilização questionados agora no STF foram adotados em situações de quase catástrofe, nas quais a inflação desorganizava a vida econômica do país e impunha, dia a dia, perdas substanciais à maioria da população.

Os bancos não lucraram com nenhum dos planos econômicos; pelo contrário, tiveram custos imensos para adaptar sistemas e controles para abrir no primeiro dia útil após a edição das medidas para atender o público de forma adequada. Na outra ponta, os mesmos índices usados para a correção da poupança foram aplicados para o reajuste dos empréstimos imobiliários, financiados com os recursos da própria poupança.

Mais uma vez: punir os bancos seria ignorar os mais elementares princípios da economia e do direito.

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Coluna Do Leitor / Sanepar

O governo incha a máquina pública e depois corre desesperado atrás de empréstimos, e tenta também, na Assembleia, “aumentar o capital” da Sanepar. Se hoje o governo não tem dinheiro para pagar o que já deve, como fará para pagar os empréstimos recebidos? Que coincidência a Sanepar precisar de uma captação justo quando o governo precisa de dinheiro! E o reflexo disso na nossa conta de água? Dario Evangelista

Marcha das Famílias 1 Achei o artigo publicado defendendo a Marcha das Famílias (Gazeta, 18/3) tão vazio que de início pensei em mandar uma mensagem para as autoras. Depois achei que não valia a pena. É com enorme satisfação que li o pedido de desculpas na edição de ontem da Gazeta. Não se pode alimentar tamanha aberração que é essa marcha. Antonio Carlos Pacheco

Marcha das Famílias 2 O pedido de desculpas da Gazeta do Povo à publicação do artigo sobre a Marcha das Famílias mostra que o jornal não defende aquilo que prega: liberdade democrática. Devia respeitar as opiniões de todos os movimentos, não condenando um artigo com um pedido de desculpas a leitores que se manifestaram contra, mas apresentando uma crítica em um editorial, como faz quando não concorda com programas de governo, ações de movimentos antidemocráticos, decisões que ferem os direitos humanos ou favorecem e protegem corruptos etc. Sou contra o que prega o artigo, mas a favor de se manifestarem. Ricardo Fantini, engenheiro civil

Auxílio-moradia É necessário ter coragem, serenidade e lucidez para julgar. Mas é imprescindível ter autonomia e honestidade. A democracia se sustenta no Poder Judiciário, cujos magistrados recebem, por um mês de árduo trabalho e intensa pressão, a irrisória quantia de R$ 12 mil a R$ 16 mil. Nada mais que isso! Onde está a justiça nessa remuneração para alguém que decide vidas, que decide causas envolvendo um universo de situações? O auxílio-moradia é uma forma de mascarar um aumento remuneratório justo e ponto final. Eloy Oto Schneider

Leite adulterado Como ficam a Anvisa e órgãos similares que tratam da qualidade dos produtos in natura no Brasil diante desses casos de adulteração de leite (Gazeta, 19/3)? As empresas são reincidentes e ficam sem qualquer punição. Deveriam lacrar a empresa por seis meses. Dionisio Francisco Grabowski

Estrada da Graciosa 1 Estamos a 84 dias de receber os turistas da Copa do Mundo, e fico estarrecido ao saber que levará seis meses para reconstruírem a Estrada da Graciosa. Não seria o caso de o Instituto de Engenharia, o DER, a Agência de Fomento do governo estadual, a Secretaria do Meio Ambiente e outros órgãos desenvolverem estudos e projetos em caráter emergencial? Lisberto Cavalcanti

Estrada da Graciosa 2 O governo estadual e o governo federal não podem abandonar toda a população e dizer que só daqui a seis meses é que vão poder liberar a Estrada da Graciosa. Somente com mobilização e a ajuda da imprensa é que se pode esperar que algo seja feito, haja vista a situação de abandono em que se encontra toda essa região do Litoral. Ronaldo Tavares Transporte / Após 20 dias de negociação, Comec volta a adiar o novo subsídio da RIT Colaboração do estado é peça-chave na manutenção dos R$ 2,70. Reajuste da tarifa deveria ter ocorrido em 26 de fevereiro Raphael Marchiori

Após 20 dias de negociações, a Coordenação da Região Metropolitana (Comec) adiou por mais uma vez o anúncio do subsídio que o governo do estado repassará à Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) para a manutenção da tarifa da Rede Integrada de Transportes (RIT) em R$ 2,70.

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Ontem, o coordenador da Comec se limitou a afirmar que o subsídio estadual cobrirá integralmente o déficit das linhas metropolitanas. Ele disse ainda que o valor só será divulgado quando o órgão estadual receber oficialmente os cálculos da nova tarifa técnica da RIT.

Atraso As negociações pela repactuação da tarifa técnica do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana e da renovação do subsídio estadual para o sistema começaram em meio à greve de motoristas e cobradores de ônibus, no fim do mês passado. O atraso no anúncio não é vantajoso para nenhuma das partes.

Contratualmente, o reajuste dessa tarifa deveria ter ocorrido no dia 26 de fevereiro. Seja qual data for celebrado o acordo, os empresários receberão a diferença tarifária de forma retroativa.

Antes mesmo de essa negociação ser concluída, o governador Beto Richa chegou a anunciar a renovação do subsídio nos mesmos termos do ano passado (R$ 5 milhões mensais mais a desoneração do óleo diesel), o que desagradou o prefeito Gustavo Fruet.

O acordo, então, acabou sendo renovado por mais quinze dias, que também não foram suficientes para que as partes chegassem ao novo convênio de 2014.

Anúncio isolado Sem uma definição da RIT, o prefeito fez um anúncio isolado de que lutará para manter a tarifa do usuário em R$ 2,70. Para isso, cortou administrativamente sete itens da planilha que compõe a tarifa técnica e encaminhou à Justiça um pedido de tutela antecipada para cortar outros três. Se a ação judicial tiver êxito, o prefeito garante que a tarifa não subirá.

Empresários Essa estratégia desagradou aos empresários do setor. “O poder público deveria se preocupar com medidas de mais impacto. Em São Paulo, o prefeito está colocando um plano de vias exclusivas. O aumento da velocidade do sistema proporciona economias significativas”, disse Antônio José Vellozo, engenheiro mecânico e assessor da presidência do Setransp.

Vellozo afirmou ainda que as empresas de ônibus da RMC estão descapitalizadas. “Há empresas que estão inadimplentes até com alguns impostos e perdendo

veículos em leilões devido a dívidas com os credores”, afirmou. Governo estadual inicia pesquisa origem--destino da RMC

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe/USP-SP), contratada pela Comec, iniciou, ontem, a pesquisa origem-destino que vai analisar os deslocamentos dos habitantes de 14 municípios da RMC.

De acordo com a Comec, o objetivo é conhecer a proporcionalidade de passageiros metropolitanos, definir o melhor modelo para concessão do sistema do transporte coletivo e ajustar as prioridades. O estudo terá duração de quatro meses, com uma amostra de 128 mil passageiros de terminais de ônibus e, também, em 225 pontos de ônibus (ou estações tubos), em seis períodos divididos entre as 5h e às 23h59.

A licitação do chamado lote 4, aquele que engloba as linhas metropolitanas, é aguardada há mais de três anos e ajudará a definir os custos do sistema apontado pela prefeitura de Curitiba como responsável pelo déficit de R$ 84 milhões registrado no ano passado. Urbs testa articulado com mais capacidade

A Urbs iniciou ontem os testes de desempenho operacional de um novo modelo de ônibus articulado, que se caracteriza pela existência de uma sanfona fazendo a articulação das carrocerias. As informações são da Agência de Notícias da Prefeitura de Curitiba. O novo ônibus tem 23 metros de comprimento e capacidade para até 210 passageiros. Os articulados atualmente em operação na frota do transporte coletivo de Curitiba têm entre 18,7 e 20 metros de comprimento e capacidade para 160 e 180

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passageiros respectivamente. O teste é parte da busca por alternativas que permitam melhor o custo-benefício do sistema de transporte coletivo da cidade.

Os testes, que terão continuidade hoje, são parte do esforço da prefeitura de reduzir a tarifa técnica, explica o presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Junior.

“Acreditamos que a concorrência é um instrumento poderoso para baixar custos, o que é uma determinação do prefeito Gustavo Fruet”, diz. Se aprovado, o novo ônibus poderá ser mais uma opção nas renovações de frota. Os ônibus articulados foram desenvolvidos exclusivamente para Curitiba, na década de 1970. O modelo evoluiu na sequência para os biarticulados, produzidos pela Volvo do Brasil Seguro / Ameaçado, Segbus pagou mais de R$ 2 mi em indenizações em 2013

A prefeitura de Curitiba decidiu retirar do cálculo da tarifa técnica o Segbus, um seguro que cobre passageiros da RIT de acidentes no transporte público de Curitiba e região. O serviço cobre despesas hospitalares, odontológicas e com medicação, no valor de até R$ 3 mil, e indenização por invalidez ou morte de até R$ 20 mil. Daqui para frente, a manutenção do seguro depende exclusivamente dos empresários do setor.

De acordo com a Urbs, a decisão foi tomada porque os acidentes de trânsito já são cobertos obrigatoriamente pelo DPVAT.

O Segbus foi criado em novembro de 2013 e, em apenas dois meses de funcionamento, fechou o ano com pouco mais de R$ 2 milhões pagos em indenizações.

Segundo Antônio José Vellozo, do Setransp, a criação do Segbus se deu por exigência do edital, mas pode ser realmente cortado caso seja confirmado que ele não será mais uma obrigação legal. (RM) Saúde / Saúde Justiça determina que HC demita 916 funcionários Diego antonelli

A Justiça do Trabalho determinou que o Hospital de Clínicas (HC) exonere todos os 916 funcionários contratados pela Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar). O juiz Sandro Augusto de Souza concedeu um prazo de 90 dias para a demissão desses trabalhadores e que sejam “substituídos por servidores devidamente concursados”. Em caso de descumprimento da decisão, o HC e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), mantenedora da instituição, estarão sujeitos a uma multa diária que varia de R$ 5 mil a R$ 150 mil.

A Reitoria da UFPR e a direção da instituição foram notificadas sobre a decisão judicial no início desta semana. O HC é o maior hospital público do Paraná e atende pacientes de diversas regiões do estado. Há anos a instituição enfrenta um problema crônico de falta de pessoal. Atualmente, o hospital já possui um déficit que chega a aproximadamente 600 profissionais para colocar os 550 leitos ativos. Hoje, a instituição tem 2,9 mil funcionários.

“Se eu demitir todos os funcionários da Funpar, o hospital paralisa suas funções. Se tirar todos esses 916 servidores, o hospital não tem condições de funcionar”,

desabafa o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho. Para tentar reverter essa situação, ele tenta manter diálogo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e com a Justiça do Trabalho a fim de encontrar outro caminho que não seja a exoneração dos servidores.

“Temos que pensar na população que usa o HC e no papel social que o hospital desempenha no Paraná. Junto com a Maternidade Victor Ferreira do Amaral (também de responsabilidade da UFPR), o hospital é responsável por atender 50% dos pacientes do SUS no estado”, ressalta Akel.

Até 1996, foram contratados servidores em regime celetista pela Funpar, mas a modalidade foi suspensa pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por irregularidades. Em

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2006, a UFPR assinou um Termo de Ajustamento de Conduta com o MPT comprometendo-se a regularizar a situação de seu quadro de servidores até 31 de dezembro de 2010. Até essa data, o HC teria de demitir todos os funcionários contratados via Fundação e aguardar a abertura de concursos públicos. “A data-limite era 2010. Conseguimos prorrogar até agora e vamos continuar tentando manter esses funcionários por mais tempo”, assinala o reitor.

Concurso O último concurso público para criação de vagas na instituição foi em 2008. Em 2011 foi realizado concurso para 18 vagas, e em 2013 outro, para 13 vagas.

Porém, ambos foram para reposição de cargos livres por aposentadorias e exoneração.

O reitor diz estar estudando alternativas para que o Ministério da Educação (MEC) realize concurso público para o HC. Como o Conselho Universitário rejeitou a implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) no HC em agosto de 2012, a realização de um concurso é uma incógnita. A tendência é de que MEC só faça novas seleções para hospitais universitários via Ebserh.

Greve O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest) irá realizar uma greve hoje que afetará os servidores do Hospital de Clínicas. Segundo o diretor do sindicato, Márcio Palmares, os serviços de urgência e emergência e as cirurgias já agendadas serão realizados normalmente. Sobre a demissão de funcionários da Funpar, ele diz que haverá nova paralisação das atividades em 13 de abril. “Vamos tentar barrar as demissões. Em 2013 / Fechamento de vagas ocorreu por falta de servidores

O Hospital de Clínicas de Curitiba anunciou em outubro de 2013 o fechamento de 94 leitos de internação devido à falta de funcionários para mantê-los em operação. O número correspondeu a aproximadamente 20% das 457 vagas que estavam ativas na instituição. Os cortes foram realizados em todos os setores, exceto nas áreas de urgência e emergência.

Após um remanejamento da escala de trabalho, o HC conseguiu reabrir perto de 40 leitos. Há a expectativa de que outros 22 sejam reabertos no decorrer deste ano.

O fechamento dos leitos foi uma consequência da decisão da Justiça do Trabalho que determinou o redimensionamento das escalas de trabalho dos funcionários e proibiu a realização de horas extras tanto para os concursados quanto aos contratados via Funpar. Para manter os leitos ativos, os trabalhadores do HC se desdobravam em jornadas diárias superiores à carga normal de seis horas. A lei permite que sejam feitas no máximo duas horas extras, mas havia profissionais que trabalhavam até 12 horas por dia para tornar viável o fechamento das escalas de trabalho.

A opinião do reitor Zaki Akel Sobrinho de que o funcionamento do HC fica prejudicado com a exoneração dos funcionários é compartilhada pelo diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Márcio Palmares.

“Sem esses servidores, fechamos o hospital. Isso pode ser uma pressão para aderirmos à Ebserh.”

Ebserh Segundo o Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi a solução apontada pelo governo federal para a necessidade de recomposição de servidores nos hospitais universitários federais. Por meio de contrato, a Ebserh realiza concursos públicos para a contratação dos profissionais. Trânsito / Caos entre Curitiba e São José vai até maio Obras nos principais caminhos que fazem a ligação entre as duas cidades tiram a paciência dos motoristas. E a má notícia é que elas vão demorar

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Felippe aníbal

Ao cair da noite, as luzes dos carros se estendem a perder de vista na Avenida Comendador Franco (das Torres), principal ligação entre Curitiba e São José dos Pinhais.

Quem precisa pegar a via em horários de pico fatalmente fica preso em engarrafamentos intermináveis. O trânsito – que já era complicado – tem se arrastado com ainda mais lentidão em função de algumas etapas de obras de mobilidade para a Copa do Mundo, executadas desde a metade de 2012. Os outros dois pontos de acesso mais usados também não são boas alternativas. Ao que tudo indica, o cidadão só terá algum refresco após o fim das intervenções, previsto para o fim de maio. Até lá, haja paciência.

Ao longo da Avenida das Torres, os veículos trafegam em meio a cones, placas, desvios e máquinas. Para quem transita no sentido Curitiba, o principal ponto de transtorno tem sido as quadras que antecedem o portal de São José dos Pinhais, onde as obras interditam uma das três faixas. Os motoristas chegam a gastar 40 minutos para vencer poucos quarteirões. “Essas obras estão quebrando as pernas da gente”, resume o motorista de caminhão Natalício Bueno.

Ao longo do trajeto – e em ambos os sentidos – outros estreitamentos de pista, como os implantados na altura do Viaduto Estaiado, também têm provocado lentidão no fluxo de veículos da Avenida das Torres.

“Quando o trânsito está bom, demoro 45 minutos. Quando está ruim, gasto mais de duas horas. Antes, a demora era só no horário de pico. Agora, é o dia todo. Não tem o que fazer”, reclama a Priscyla Komochena, analista de negócios de uma empresa sediada em São José dos Pinhais.

Sem alternativas O problema é que o corredor Marechal Floriano – principal alternativa à Avenida das Torres – também está em obras. Atualmente, as equipes trabalham em intervenções principalmente em trincheiras e em viadutos, o que provoca um impacto profundo no trânsito. Por isso, o engarrafamento atravanca a maior parte dos cerca de 20 quilômetros, entre São José dos Pinhais e Curitiba.

A outra opção é o caminho pela BR-277, em um trecho de cerca de 20 quilômetros. O entrave é que o fluxo ali também está saturado, principalmente pelo grande movimento de caminhões. Mesmo o mínimo acidente – como as corriqueiras colisões traseiras – pode gerar congestionamentos gigantescos. “Escolher o caminho é uma loteria. Mas por onde a gente for, tem trânsito trancado. Está cada dia pior”, avalia Júlio José Francisco, agente de cargas, que trabalha no Aeroporto Afonso Pena. Comec e prefeitura dizem que intervenções acabarão no prazo

Responsáveis por lotes de obras nos corredores Aeroporto/Rodoferroviária (que compreende a Avenida das Torres) e Marechal Floriano, a prefeitura de Curitiba e a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) preveem que as intervenções sejam concluídas até o dia 31 de maio. Neste meio tempo, o cidadão terá de conviver com os congestionamentos.

O diretor-técnico da Comec, Sandro Setim, disse que as empresas responsáveis pelas obras elaboraram um “plano de ataque”, com vistas a minimizar o impacto ao tráfego durante a execução dos trabalhos. Apesar disso, ele reconhece que tem sido difícil evitar os engarrafamentos. “Nos horários de pico, não há plano de ataque que consiga ser eficiente e dar vazão a todo fluxo de veículos”, disse.

Segundo o Portal da Transparência, apenas 40% das obras sob responsabilidade da Comec foram executadas. Apesar disso, Setim acredita que os trabalhos serão concluídos dentro da previsão. “Estamos acompanhando e cobrando as empresas”,

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afirmou. Nos lotes sob responsabilidade da prefeitura de Curitiba, os porcentuais de conclusão oscilam entre 66% e 73%.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria de Trânsito de Curitiba (Setran) ressaltou que as intervenções, assim que concluídas, trarão maior fluidez ao tráfego entre Curitiba e São José dos Pinhais. Mas, no período de execução, o usuário terá que entender os contratempos gerados pelas obras. A Setran acrescentou que o tráfego BR-277 tem fluído melhor, mas a pasta não tem como garantir que esta seria a melhor opção.

Enquanto isso, os usuários consideram que estão “pagando o pato” pelo atraso no cronograma. A analista de negócios Priscyla Komochena diz que nem mesmo aplicativos que monitoram o tráfego em tempo real, como o Waze, tem sido capazes de evitar dissabores no trânsito. “Na empresa em que eu trabalho, cinco pessoas já disseram pensar em trocar de emprego, porque não aguentam mais perder tempo ao volante”, diz.

O agente de cargas Júlio José Francisco duvida que as empresas vão dar conta de concluir as obras em tempo. Resignado, ele aumenta o som instalado no Fiat Uno vermelho, para aguentar os minutos parados no tráfego. “É um problema sem solução. O jeito é relaxar”, lamenta. Saneamento / Entre 200 países, Brasil é o 112.º que mais avançou na área Folhapress

O Relatório do Instituto Trata Brasil e do Conselho Empresarial Brasileiro para o

Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) põe o Brasil na 112.ª posição de um ranking de 200 países conforme seu avanço na questão do saneamento (água e esgotos).

A situação brasileira em matéria de saneamento é ruim, mas não tanto por essa colocação. Afinal, o mesmo estudo posiciona a Suécia em 66.º lugar e os Estados Unidos, em 71.º. O campeão é Palau, país insular da Micronésia que tem por capital Ngerulmud.

A chave para entender o ranking é seu Índice de Desenvolvimento do Sanea-mento, um número de 0 (pior) a 1 (melhor). Ele leva em consideração tanto a cobertura do saneamento alcançado quanto sua evolução recente. Ou seja, fica bem nele o país que tem boas redes de água e esgotos ou as ampliou muito.

O Brasil obteve uma nota baixa, 0,581, porque vai mal nos dois quesitos. Mas esse índice oculta disparidades regionais acentuadas: o pior desenvolvimento sanitário está na região Norte (0,373), e o melhor, no Centro-Oeste (0,660).

Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades, 81% dos brasileiros têm acesso a água tratada, mas só 46% têm seus esgotos coletados. Pior, mesmo para essa minoria com ligação à rede coletora, apenas 38% dos dejetos são tratados em estações.

Como ressalta o relatório Trata Brasil/CEBDS, o mais grave é que o ritmo de expansão do saneamento na realidade caiu. Na década de 2000, as redes cresciam 4,6% por ano, mas de 2010 para cá essa taxa encolheu para 4,1%.

A meta do governo federal é universalizar a cobertura na década de 2030. Para isso, calcula-se um investimento de R$ 313 bilhões, algo em torno de R$ 16 bilhões por ano.

O Ministério das Cidades afirma que entre 2011 e 2013 a média do gasto anual ficou em R$ 8,5 bilhões. Segundo o estudo, nessa toada os 100% de cobertura só viriam na década de 2050. “Lava-Jato” / PF liga Youssef a desvios no Ministério da Saúde Agência Estado

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A operação “Lava-Jato” da Polícia Federal rastreou suposto esquema de desvio de

recursos públicos envolvendo contrato da Labogen S/A Química Fina com o Ministério da Saúde.

Interceptações telefônicas da PF apontam para um negócio firmado entre governo e a empresa para fornecimento de remédio usado no tratamento de hipertensão pulmonar, no valor de R$ 6,2 milhões por ano. O contrato, de dezembro de 2013 – gestão Alexandre Padilha, pré-candidato ao governo paulista pelo PT –, tem o formato de Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP), modelo que começou a ser usado em 2009 e ganhou força nos últimos dois anos.

A “Lava-jato” foi deflagrada segunda-feira e prendeu 24 investigados em seis estados e no Distrito Federal por lavagem de R$ 10 bilhões, através da ocultação de bens adquiridos de forma ilícita. O doleiro Alberto Youssef é o alvo maior da missão. Ontem, a Gazeta do Povo já tinha mostrado que desdobramentos das investigações poderiam dar uma reviravolta no envolvimento de Youssef com o caso do mensalão.

Desvios Vigiando os movimentos de Youssef, a PF descobriu que um aliado dele, provavelmente por sua influência, conseguiu firmar contrato de R$ 150 milhões para fabricação no Brasil e o fornecimento à Saúde do medicamento citrato de sildenafila. O negócio teve amparo em Parceria para Desenvolvimento Produtivo (PDP), criada pela Portaria 837, de 18 de abril de 2012. As PDPs são parcerias entre instituições públicas e privadas para o acesso do SUS a novas tecnologias.

A fabricação do medicamento seria feita pela Labogen, do empresário Pedro Argese, que tem relação estreita com Youssef. Na avaliação da PF, porém, a Labogen estaria figurando como mera intermediária do contrato com o governo, com subcontratação integral, pois não teria condições e estrutura para produzir os medicamentos, “não havendo também razão para que detivesse o contrato junto ao Ministério da Saúde”.

“A Labogen, sabe-se lá por quais meios, obtém o contrato milionário junto ao Ministério da Saúde, mesmo absolutamente sem condições de executá-lo e, por sua vez, repassa para uma empresa idônea a fim de sua execução, pois, conforme se observa claramente, a segunda empresa é que dispõe das instalações e estrutura de produção”, ressalta a PF. Negociação / TRT propõe 10% de reajuste aos garis Acordo entre trabalhadores e Cavo avança e greve pode estar perto do fim. Assembleia da categoria hoje pode encerrar paralisação Brunno brugnolo, especial para a gazeta do povo, Colaboraram Bruna Komarchesqui e Antonio Senkovski

A audiência de conciliação entre a Cavo, concessionária da limpeza pública de Curitiba, e o sindicato da categoria terminou na noite de ontem com uma proposta feita pela desembargadora Ana Carolina Zaina, do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-9) e aceita pela empresa e pela prefeitura. A proposta ainda precisa ser aceita pelos trabalhadores, que farão uma assembleia às 8 horas de hoje. A decisão deve sair até o meio-dia.

O parecer propõe reajuste de 10% para os salários e de 15% para o vale-alimentação de março a agosto, porcentual que sobe para 20% pelos próximos seis meses a partir de setembro até fevereiro de 2015. A proposta inclui abono salarial de R$ 300 para todos os trabalhadores em parcela única na folha de pagamento do mês que vem. A recusa da oferta fará com que negociação retorne à fase anterior, com 7% de reajuste.

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Ontem, pelo segundo dia consecutivo, os garis pararam parcialmente o serviço. Apesar da determinação da Justiça para que 40% do efetivo voltasse ao trabalho -

o que foi cumprido pelos funcionários - e a disponibilização por parte da prefeitura de caminhões para reforçar a coleta, lixeiras amanheceram entupidas e sacos de entulho permaneceram nas calçadas, inclusive em áreas centrais da cidade.

Inicialmente, os garis pediram reajuste de 20% no salário e 30% no vale alimentação. A Cavo propôs aumento de 10% no salário e de 15% no tíquete. Independentemente da questão salarial, ficou acordado que, até 31 de julho, a empresa deve apresentar um estudo de mobilidade com proposta de transporte da empresa para alguns trabalhadores. O benefício-farmácia, utilizado para compra de medicamentos em drogarias conveniadas, será ampliado de 30 para 90 dias. O pagamento será parcelado e não pode ultrapassar 25% da folha.

Ainda na audiência de ontem, Cavo e Siemaco concordaram em formar uma comissão de estudo para novos uniformes. O novo uniforme seria complementar, mais confortável e adequado às condições climáticas e normas de segurança. O estudo deve ser finalizado até 31 de julho deste ano. Assim, a Cavo diz que os novos uniformes poderiam estar prontos no início do próximo verão, com entrega até 10 de dezembro.

Dicas Algumas dicas podem ajudar a lidar com os resíduos enquanto o serviço de limpeza pública não é normalizado. Uma delas é continuar separando o lixo reciclável.

Eles precisam ser armazenados em casa, já que a coleta seletiva está suspensa temporariamente. Já o lixo orgânico deve ser bem embalado, em dois sacos ou em um saco mais grosso, e mantidos em recipiente protegido do sol e da água.

Quem mora em condomínio deve se informar com o síndico sobre a capacidade de armazenamento de lixo do local. Caso não haja muito espaço, o ideal é manter o resíduo no apartamento, dentro de recipientes fechados. Quem não tiver como armazenar mais o lixo, deve procurar os pontos de coleta alternativa da prefeitura, junto aos terminais de ônibus. Protesto / Guarda Municipal paralisa atividades

O Sindicato da Guarda Municipal de Curitiba (Sigmuc) convocou para hoje um dia de paralisação da categoria. “Essa paralisação é um alerta à administração municipal pelo não cumprimento do envio do nosso Plano de Carreira, Cargos e Vencimentos à Câmara Municipal para apreciação e votação, além de outras promessas que não foram cumpridas pelo atual prefeito”, disse o presidente do Sigmuc, Luiz Vecchi, em nota enviada à imprensa. Entre outras coisas, os guardas reivindicam a criação de Academia e a Corregedoria da Guarda Municipal e aumento do efetivo. Funcionários da Saúde param de novo Fábio Cherubini e Brunno Brugnolo, especial para a Gazeta do Povo

Ontem, durante o segundo dia de greve dos trabalhadores da saúde do Paraná, o

sindicato da categoria estimou em 3.250 o número de profissionais que cruzaram os braços. Isso representa 65% dos 5 mil funcionários de hospitais estaduais, bancos de sangue e regionais da Saúde, de acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores Estaduais da Saúde (Sindisaúde), Elaine Rodella.

A pauta de reivindicações do sindicato possui 14 pontos. Entre eles, está a exigência de que o sindicato participe do debate com o governo estadual em torno do projeto de lei que regulamenta o trabalho dos servidores da saúde. Não há previsão para o término da greve, mas o mínimo de 30% dos servidores foi mantido, como prevê a lei.

“Somos rigorosos com isso. O comando de greve fez a escala e o controle de entrada e saída dos hospitais”, diz Elaine Rodella.

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Para garantir o atendimento a todos os pacientes, a representante do Sindisaúde admite que os servidores trabalham com uma carga horária dobrada, mas que o problema do excesso de trabalho não é uma exclusividade da paralisação. Segundo ela, a falta de efetivo causa sobrecarga à categoria, já que nem todos os 1.800 servidores chamados nos últimos três anos assumiram os postos de trabalho.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que nenhum serviço foi interrompido nos hospitais públicos e nas regionais da saúde devido à greve. Por outro lado, a pasta rebate a afirmação de que houve aumento na adesão à greve e que apenas cerca de 300 não compareceram ao trabalho ontem Curitiba / Creches entram no terceiro dia de greve Educadores decidiram manter a paralisação apesar de a Justiça determinar a volta ao trabalho. Negociação com a prefeitura não avançou Rosana Félix

Os educadores das creches de Curitiba decidiram ontem manter a greve iniciada na terça, apesar de uma decisão judicial do Tribunal de Justiça do Paraná ter declarado o movimento ilegal. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) estuda que tipo de recurso apresentar, mas está disposto a arcar com a multa diária de R$ 80 mil por descumprir a sentença do juiz em segundo grau Jefferson Alberto Johnsson.

Segundo a diretora da Coordenação de Comunicação do Sismmuc, Adriana Kalckmann, a reunião de ontem com a prefeitura não avançou. Por isso, os educadores decidiram manter a greve. A principal reivindicação é a redução de jornada de 40 horas para 30 horas. “Nós já havíamos feito uma paralisação em novembro do ano passado e dado prazo para a prefeitura estudar o assunto. Esse prazo venceu semana passada, e por isso os trabalhadores não aceitam mais essa desculpa.”

Segundo a prefeitura, o juiz Johnsson entendeu que a greve foi “abusiva” por ter sido iniciada em meio às negociações com o poder público. Na terça-feira, o Sismuc abandonou a reunião com representantes da prefeitura. “A assembleia deliberou pela greve, então vamos analisar o que será feito. A princípio, pagaremos a multa em juízo para depois recorrer”, disse Adriana.

dependem das creches. Segundo a prefeitura, das 199 unidades, 35 ficaram fechadas ontem; outras 124 abriram parcialmente e 40 funcionaram normalmente. Ao todo, 2.272 educadores não foram trabalhar e 17.653 crianças ficaram sem atendimento.

A prefeitura diz que a redução de jornada exigiria a contratação de um número grande de profissionais e, por isso, é necessário estudar o impacto econômico da medida. Tendência / Eleição, emprego em alta e Lei do Piso motivam

Apesar de haver uma tendência de aumento do número de greves em anos de eleições gerais, como em 2014, há outros fatores que explicam a grande quantidade de paralisações de serviços públicos nesta época. Segundo o sociólogo Marcos Ferraz, a consolidação do pleno emprego no Brasil e a regulamentação da Lei Nacional do Piso do Magistério deram fôlego para a ação dos servidores.

Ontem, professores da rede estadual do Paraná fizeram um dia de paralisação, e se reuniram com o governo. “Mas não houve avanços na questão da hora-atividade e do reajuste do piso”, diz a presidente do sindicato da categoria, Marlei Fernandes. Os rumos do movimento serão definidos dia 29.

Por causa das eleições para governadores e para a Presidência, muitas categorias aproveitam para fazer pressão política. “Mesmo em nível municipal, em que não há eleição neste ano, também há pressão, pois a imagem do prefeito é importante no jogo eleitoral”, argumenta Ferraz

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Saneamento / Assembleia autoriza Sanepar a lançar R$ 1,4 bi em ações Projeto foi aprovado no regime do “tratoraço”. Mas dois secretários-deputados voltaram ao Legislativo para garantir a votação, indicando racha na base aliada Chico Marés

Sob o regime do “tratoraço”, a Assembleia Legislativa do Paraná aprovou ontem em definitivo o projeto do governo estadual para aumentar o capital social da Sanepar de R$ 2,6 bilhões para R$ 4 bilhões – o que permitirá à estatal lançar R$ 1,4 bilhão em novas ações em bolsa para se capitalizar. Apesar de o resultado final ter dado margem relativamente folgada ao governo (32 votos favoráveis e 15 contrários), o Palácio Iguaçu chegou a temer por um revés na votação. Para garantir maioria, os secretários estaduais Luiz Cláudio Romanelli (Trabalho) e Luiz Eduardo Cheida (Meio Ambiente), que são deputados e estavam licenciados, reocuparam suas vagas na Assembleia para garantir a aprovação. A manobra indicou que o governo não tem plena segurança sobre sua base.

O clima no plenário estava tenso. Antes da votação do projeto, dois vetos do governo estadual foram derrubados – o que foi interpretado como um recado da base ao governador Beto Richa (PSDB). A votação do requerimento que instaurava a comissão geral, manobra regimental para apressar a votação do projeto da Sanepar, foi aprovado por uma margem relativamente apertada: 25 a 17. Entretanto, três deputados que votaram contra o requerimento da comissão geral “mudaram de bancada” na votação do projeto e referendaram a proposta governista: Adelino Ribeiro (PSL), Artagão Júnior (PMDB) e Rasca Rodrigues (PV).

Na base do “tratoraço”, o projeto foi aprovado em dois turnos de votação – normalmente, um projeto só passa por um turno a cada dia. É a segunda vez em menos de um mês que a bancada de Richa usa desse expediente para aprovar um projeto de interesse do governo. Em fevereiro, os projetos de criação da Fundação Estatal de Saúde (Funeas) e do auxílio-moradia para magistrados do Tribunal de Justiça (TJ) foram aprovados por “tratoraço”.

Convite irrecusável Para garantir a maioria, Romanelli e Cheida foram “convocados” pelo governo para voltar à Assembleia. Os seus suplentes – Gilberto Martin (PMDB) e Luiz Carlos Martins (PSD) – eram tidos como votos certos contra o aumento de capital da Sanepar. Segundo Cheida, o convite foi feito na manhã de ontem. O líder do governo, Ademar Traiano, assumiu a paternidade do convite e disse que é de sua responsabilidade garantir a aprovação de projetos do governo.

Os dois deputados terão que deixar suas secretarias para disputar a reeleição ao mandato de deputado estadual já no dia 4 de abril. Romanelli disse que “volta para ficar”. Já Cheida deve retornar à secretaria e ficar no cargo até o prazo final. Em seu lugar, Martin, primeiro suplente, volta para a Assembleia.

Lançamento de ações Apresentado na segunda-feira retrasada, o projeto da Sanepar autoriza um aumento de R$ 1,4 bilhão no capital social da Sanepar, mediante lançamento de ações preferenciais – sem direito a voto. O projeto prevê também mudanças no estatuto da empresa para que ela possa lançar ações no exterior.

Traiano afirma que a operação é necessária para capitalizar a Sanepar e que esse dinheiro será revertido em investimentos em saneamento. Já o líder do PT na Assembleia, Tadeu Veneri, disse que oposição e governo têm visões conflitantes sobre o que deve ser a Sanepar. Para o petista, o governo se preocupa com o lucro dos acionistas da empresa, enquanto a oposição defende que a companhia seja voltada para o atendimento do cidadão. Estatal nega que projeto implicará reajuste da tarifa

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Katna Baran O presidente da Sanepar, Fernando Ghignone, compareceu à Assembleia ontem

de manhã, antes da votação, para prestar esclarecimentos sobre o projeto de lei. A reunião, a portas fechadas, foi solicitada pelos deputados da oposição e também contou com a participação de técnicos da Sanepar e do líder do governo, Ademar Traiano (PSDB). Ghignone explicou que o aumento do capital social da empresa não significará reajuste da tarifa nem reduzirá o poder do governo dentro da companhia. “Não existe a menor possibilidade de isso acontecer”, disse Ghignone. “O controle da companhia é feito através das ações ordinárias e o governo tem que manter no mínimo 60% dessas ações.

Ou seja, ele é o senhor absoluto das decisões”, disse. As ações que serão negociadas em bolsa (preferenciais) não dão direito a voto nas decisões da estatal. Segundo Ghignone, o aumento de capital também não trará impactos na tarifa da água.

“A tarifa é calculada de forma científica, não visa ao desempenho da companhia.” Na semana passada, a oposição havia apresentado um estudo indicando que seria

preciso reajustar a tarifa de água acima da inflação até 2017 para que as ações que serão lançadas em bolsa sejam atraentes aos investidores privados. Esse estudo considerava um valor de lançamento das ações supostamente cogitado pelo governo. Ghignone afirmou, porém, que não é possível adiantar qual será o valor médio pelo qual as ações da companhia serão colocadas no mercado. “Isso não existe”, disse.

O presidente da Sanepar justificou ainda que o lançamento de ações tem como objetivo capitalizar a empresa para investir em saneamento básico, principalmente nas pequenas cidades do estado. Segundo ele, isso vai suprir “a falta de recursos que o governo federal não destina ao Paraná”. “Recebemos R$ 38 milhões em recursos federais quando a Sanepar contribui com mais de R$ 800 milhões em tributos”, afirmou.

Manobra irrita suplente O deputado Luiz Carlos Martins (PSD) passou por uma situação desagradável durante a sessão de ontem. Suplente dos deputados Luiz Eduardo Cheida (PMDB) e Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), ele não foi avisado do retorno dos titulares. Apenas ao chegar à sessão, descobriu que não era mais deputado. Ele ficou irritado e criticou o governador Beto Richa (PSDB) e o presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB), por não comunicá-lo da decisão, tomada horas antes. Já Gilberto Martin (PMDB), que também perdeu sua cadeira, foi avisado antecipadamente e não compareceu à votação Placar de votação / Veja como votou cada deputado (no primeiro turno):

A favor Adelino Ribeiro (PSL), Ademar Traiano (PSDB), Ademir Bier (PMDB), Alceu Maron (PSDB), Alexandre Curi (PMDB), André Bueno (PDT), Artagão Jr. (PMDB), Bernardo Ribas Carli (PSDB), Cantora Mara Lima (PSDB), Douglas Fabrício (PPS), Elio Rusch (DEM), Evandro Jr. (PSDB), Fernando Scanavaca (PDT), Francisco Bührer (PSDB), Hermas Jr. (PSB), Jonas Guimarães (PMDB), Luiz Accorsi (PSDB), Luiz Claudio Romanelli (PMDB), Luiz Eduardo Cheida (PMDB), Mauro Moraes (PSDB), Nelson Garcia (PSDB), Nelson Justus (DEM), Ney Leprevost (PSD), Osmar Bertoldi (DEM), Paranhos (PSC), Pedro Lupion (DEM), Plauto Miró (DEM), Rasca Rodrigues (PV), Rose Litro (PSDB), Stephanes Jr. (PMDB), Teruo Kato (PMDB), e Wilson Quinteiro (PSB).

Contra Anibelli Neto (PMDB), Elton Welter (PT), Enio Verri (PT), Gilberto Ribeiro (PSB), Luciana Rafagnin (PT), Marla Tureck (PSD), Nelson Luersen (PDT), Pastor Edson Praczyk (PRB), Péricles de Mello (PT), Professor Lemos (PT), Roberto Aciolli (PV), Tadeu Veneri (PT), Tercílio Turini (PPS), Toninho Wandscheer (PT) e Waldyr Pugliesi (PMDB).

Não votaram Caíto Quintana (PMDB), Cleiton Kielse (PMDB), Dr. Batista (PMN), Duílio Genari (PP), Gilson de Souza (PSC) e Nereu Moura (PMDB).

Obs.: Valdir Rossoni (PSDB), como presidente, só vota em caso de empate

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Curitiba / Vereadores aprovam a criação de 2 secretarias e extinção de outras 3 A Câmara de Curitiba aprovou ontem a criação de duas novas secretarias e a

extinção de outras três. Os vereadores concordaram com a mensagem encaminhada pelo prefeito Gustavo Fruet (PDT) logo na primeira votação, que cria as secretarias municipais de Informação e Tecnologia (SIT) e de Planejamento e Administração (Seplad) e que acaba com as pastas Antidrogas, da Administração e do Planejamento e Gestão. A SIT será comandada pelo engenheiro Paulo Miranda e deverá restabelecer a governança sobre a política de Tecnologia da Informação por meio de órgão próprio da administração, reduzindo a dependência em relação ao Instituto Curitiba Informática (ICI). Já a Seplad terá a função de “estabelecer e executar as políticas de gestão estratégica e administrativa e coordenar a estratégia do plano de governo”, segundo a mensagem enviada à Câmara. Cascavel / Protocolado pedido de cassação de vereador suspeito de corrupção

Um pedido formal de abertura de Comissão Processante na Câmara de Cascavel foi apresentado ontem contra o vereador Paulo Bebber (PR), suspeito de pedir propina para acelerar a votação de um projeto de lei que muda a área urbana da cidade. O documento foi protocolado pelo apresentador de TV Edson Morais. No documento, Morais cita noticiários e pede que o vereador seja processado e cassado. O protocolo traz ainda a transcrição de um áudio em que o vereador pede “500 paus para acertar com todo mundo”, numa referência a R$ 500 mil. O Regimento Interno da Câmara permite que um cidadão comum peça a instalação da Comissão Processante. O documento será votado em plenário e, se os vereadores aceitarem, a comissão deverá ser instalada. O vereador suspeito também protocolou um pedido de investigação contra ele mesmo e colocou à disposição da Câmara seus sigilos bancários e telefônicos.

R$ 500 mil teria sido o valor negociado para aprovar um projeto na Câmara de Cascavel. Sul do Paraná / TRE absolve prefeito de Palmas da acusação de compra de votos

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) absolveu ontem o prefeito de Palmas (Sul do estado), Hilário Andraschko, e o vice, Luiz Fernando Reis de Camargo, da acusação de compra de votos e abuso do poder econômico na eleição de 2012. O prefeito e vice haviam sido cassados em decisão da primeira instância. Mas permaneciam no cargo. O desembargador Jucimar Novochadlo, que relatou o caso, considerou que a cassação só pode ocorre em “situações graves” e que as suspeitas não foram comprovadas. Celso Nascimento / O futuro de Osmar

Hoje é o dia marcado por Osmar Dias para anunciar o papel que terá nas eleições deste ano. Não é mais: ficou para amanhã, sexta-feira, após o almoço reservado que terá com a presidente Dilma Rousseff – certamente disposta a convencê-lo a participar da chapa de Gleisi Hoffmann.

Presidente estadual licenciado do PDT e vice-presidente do Banco do Brasil, Osmar é insistentemente lembrado para entrar na disputa. O PT o quer como candidato ao Senado – como ainda sugeriu na semana passada, em São José dos Pinhais, o ex-presidente Lula. Mas o próprio Lula foi o primeiro a compreender a dificuldade de consciência que Osmar enfrentaria se tivesse de se defrontar, em disputa direta, com o irmão tucano Alvaro Dias, que concorrerá à mesma (e única) vaga na chapa de Beto

Richa. Logo, a hipótese de candidatar-se a senador já estaria descartada.

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Então, o que sobra? Osmar vê um campo aberto à sua frente, embora não queira antecipar qualquer decisão antes de conversar com Dilma. Disse à coluna, porém, que não se sente obrigado a aceitar automaticamente o que ela lhe pedir.

Candidato a governador em 2006 e 2010, fez na primeira eleição 49,9% dos votos, perdendo para Requião por uma diferença de 10 mil votos num universo de quase sete milhões de eleitores. Na segunda, foi suplantado no segundo turno por Beto Richa, mas somou mais de 45% dos votos.

Poderia ser candidato a vice-governador? Para quem já foi “quase” governador, ser vice não parece ser uma posição honrosa, apesar de insistentemente aclamado pela militância petista como candidato forte e natural para selar a aliança. Apesar dos pesares, a hipótese não é dada ainda como descartada. Há mais alternativas: candidatar-se a deputado federal e puxar votos para eleger uma boa bancada de deputados do PDT.

E, por último, apenas cumprir o papel de apoiar a reeleição de Dilma e a eleição de Gleisi, mas distante das urnas.

Qualquer das hipóteses só será sacramentada amanhã. Olho vivo Em paz O novo procurador-geral do Estado, Ubirajara Gasparin, age

para restabelecer “a paz e a harmonia” dentro da PGE e busca aplacar interpretações sobre uma nota publicada nesta coluna, segundo as quais ele estaria disposto a promover uma caça às bruxas. A coluna esclarece que as interpretações alheias estão equivocadas: não são de autoria de Gasparin quaisquer declarações, sequer semelhantes, de crítica aos antecessores. Foi de responsabilidade da coluna a manifestação de que, com Gasparin à frente da PGE, a instituição poderá resgatar a respeitabilidade perdida nos últimos anos.

Substituição 1 Um dos últimos atos da ex-secretária Jozélia Nogueira à frente da Fazenda estadual foi a tentativa de estender o sistema de “substituição tributária” para inúmeros produtos, incluindo alimentos. Setores empresariais entraram em posição de combate, entendendo que a medida (1) viria para aumentar a carga tributária e (2) invibializaria as micro e pequenas empresas. Pelo sistema, os impostos (cheios) são recolhidos diretamente pelos fabricantes dos produtos, retirando das empresas enquadradas no Simples a possibilidade de usufruir do incentivo de pagar impostos reduzidos.

Substituição 2 O assunto chegou à presidente da República na última terça-feira, levado pela senadora Gleisi Hoffmann, no avião, a caminho de Foz do Iguaçu. Chegando a Foz, foi a vez de o presidente da Federação do Comércio do Paraná, Darci Piana, abordar Dilma com o mesmo tema – e dela ouviu a promessa de que pretende acelerar a votação do projeto de lei complementar que, entre outras providências, exclui do regime de substituição tributária as micro e pequenas empresas beneficiadas com o Simples.

Tratoraço 1 Como se o mundo fosse acabar amanhã, o governo colocou em funcionamento, ontem, seu rolo compressor para aprovar a toque de caixa, na Assembleia, o projeto que autoriza a Sanepar a aumentar seu capital. O projeto passou com 31 votos contra 15. O governador Beto Richa não queria correr o risco de conseguir menos que os 28 votos necessários.

Tratoraço 2 Tanto que, sem ao menos um respeitoso e antecipado aviso, tirou da Assembleia suplentes Luiz Carlos Martins (PSD), que dias antes anunciara que votaria contra, e Gilberto Martin (PMDB), que, provavelmente, também seria contra. Para o lugar deles, chamou os titulares Luiz Cláudio Romanelli e Luiz Eduardo Cheida, que ocupavam secretarias de estado. Romanelli, candidato à reeleição e obrigado a deixar o cargo em abril, já avisou que não volta para a Secretaria do Trabalho. Notas Políticas / Misterioso Osmar Colaboraram: Bruna Covacci, André Gonçalves e Bruna Maestri Walter.

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Comissão da Verdade em Cascavel A audiência pública da Comissão Estadual

da Verdade, que tem como objetivo ouvir depoimentos de personagens que viveram e lutaram na época da ditadura militar brasileira, acontece hoje e amanhã, em Cascavel, no Anfiteatro da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná).

Puxão de orelha 1 O Tribunal de Contas do Paraná julgou regulares com ressalva as contas de 2012 da Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), sob responsabilidade da secretária Maria Tereza Uille Gomes. A causa da ressalva foi a contratação direta, emergencial, de fornecedores de alimentação para os detentos do sistema prisional paranaense.

Puxão de orelha 2 Segundo a secretária Maria Tereza, a licitação começou nove meses antes do seu fechamento. “O que aconteceu foi uma divergência entre a Seju e a Procuradoria Geral do Estado do Paraná (PGE) no agrupamento de lotes para alimentação. Foi um vai e vem de processos que atrasou a licitação. Vamos entrar com recurso.” Foz do Iguaçu / Vídeo em que prefeito xinga jornalista tem 50 mil visualizações

Um vídeo em que o prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira (PSB), xinga um jornalista da cidade foi visto mais de 50 mil vezes na internet até ontem. O vídeo também foi compartilhado 4 mil vezes via Facebook. Na imagem, o repórter do site A Fronteira pergunta sobre um suposto descontentamento da população com a atual gestão. Reni primeiro tenta se afastar do jornalista e, quando ele insistiu, xingou-o. O repórter afirma que entrará na Justiça pedindo reparação. A assessoria do prefeito afirma que ele pediu desculpas ainda naquele mesmo evento. O repórter Yassine Ahmad Hijazi discorda: “Ele [prefeito] pediu desculpas por não ter respondido à minha pergunta, não por ter me xingado”. Hotelaria / Sem risco de “overbooking” na Copa Curitiba tem a 2ª menor média de reservas de hotel confirmadas entre as cidades-sede do Mundial. Procura só não é pior do que em São Paulo Pedro Brodbeck

Curitiba tem a segunda proporção mais baixa de quartos de hotéis negociados

para o período da Copa do Mundo. Menos da metade dos leitos (41%) estão com reservas confirmadas para o período. Somente São Paulo tem uma ocupação garantida menor, com 21% dos quartos reservados até o momento. Os dados são do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb).

O número de confirmações na capital paranaense ainda pode subir, já que outros 22% dos leitos estão bloqueados pela Match, a agência oficial da Fifa para o torneio. A próxima fase de desbloqueios está marcada para 20 de abril, alguns dias após o prazo final para compra de ingressos. A confirmação dos leitos reservados dependerá do interesse dos turistas pelos jogos agendados para a cidade.

“Dependemos de um bom volume de venda na última rodada de ingressos para estes jogos. A Match já sinalizou que vai cancelar todos os bloqueios que não estiverem garantidos nesta data”, admite o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Paraná (ABIH-PR), Henrique Lenz César Filho.

No caso de Curitiba, os confrontos Irã x Nigéria e Honduras x Equador, os dois primeiros jogos dos quatro que a cidade vai receber, são os mais preocupantes. Ainda que a venda de ingressos para as duas partidas até o momento tenha sido boa, os jogos devem atrair, principalmente, torcedores locais.

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Balanço positivo Mesmo com o segundo pior índice, o número de reservas em Curitiba é considerado satisfatório. “A três meses do torneio, nosso índice de reservas é bom”, avalia o presidente da ABIH no Paraná.

Para a sócia-diretora da consultoria do setor hoteleiro Mapie, Carolina Sass de Haro, a expectativa para o período ainda é boa. “As redes vão trabalhar com uma ocupação próxima do total, como acontece várias vezes ao longo do ano em Curitiba”, afirma.

Segundo a diretora da consultoria, o sorteio pegou desprevenidos os estabelecimentos que não se prepararam ou que não estavam associados à Match.

“Independentemente do apelo turístico de cada jogo, as partidas mobilizam imprensa, familiares das delegações, patrocinadores e staff. Isso já está certo ou muito próximo de se confirmar”, explica.

Legado O setor também acredita que o evento vai servir como uma propaganda involuntária da cidade. “Curitiba será conhecida sem que precisemos investir em marketing especificamente para isso”, afirma César Filho. Segundo o presidente da associação dos hotéis, o volume de reservas para julho, quando a copa já terá acabado, está acima do normal.

“Curitiba dificilmente vai poder competir como um grande destino de turismo de lazer, mas deve se tornar uma opção para viagens de final de semana ou férias”, explica Carolina. Atendimento / Hotéis investem para se adaptar aos estrangeiros

Depois da definição dos jogos em Curitiba e da confirmação da cidade como sede da Copa do Mundo, mesmo após os atrasos na Arena da Baixada, os estabelecimentos locais passaram a investir em serviços especiais para receber os turistas estrangeiros.

As adaptações mais radicais estão nos cardápios dos hotéis, que tiveram de detalhar melhor os ingredientes das refeições e aumentar o leque de bebidas não-alcoolicas. “Por causa de alguns costumes dos muçulmanos, religião predominante de argelinos e iranianos, os estabelecimentos precisaram se adaptar um pouco, como na questão da alimentação”, afirma a sócia-diretora da consultoria do setor hoteleiro Mapie, Carolina Sass de Haro.

Segundo o diretor de vendas e marketing da Rede de TripNova, que comercializa diárias em hotéis para excursões, Carlo Giovannini, os hotéis também passaram a trabalhar de forma diferente depois da definição dos jogos de cada sede. “As redes intensificaram a busca de temporários que falassem espanhol e russo, que são os dois perfis de turistas mais esperados na cidade”, afirma.

Segundo ele, os horários dos restaurantes dos hotéis também vão ficar mais flexíveis. “Além do fuso horário, os estabelecimentos estão levando em conta alguns costumes destas duas nacionalidades, que se alimentam em horários um pouco diferentes dos nossos”, completa.

A Copa vai movimentar a economia de Curitiba? Que setores podem se beneficiar e como? Deixe seu comentário abaixo e participe do debate. Artigo / Setor investiu forte de olho no futuro Roberto Rotter, presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil

O ano de 2014 revela um cenário claro de consolidação da hotelaria nacional em

todo o país, setor que vem investindo maciçamente ao longo dos últimos anos e se preparando para os períodos em que receberemos as duas competições esportivas mais importantes do planeta: a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

São investimentos que serão refletidos também visando o longo prazo, já que nenhum empreendimento é planejado e construído apenas para um evento de 30 dias.

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Para se ter ideia, somente entre 2013 e 2016, serão investidos R$12 bilhões em infraestrutura, construção de novos empreendimentos e capacitação e profissionalização de colaboradores, gerando ainda mais emprego e renda para o Brasil.

E neste ano de Copa do Mundo, onde o setor está ainda mais em evidência, vislumbramos um cenário ideal para que o Brasil se torne majoritariamente especialista na arte de bem receber turistas internos e visitantes dos quatro cantos do mundo. O intuito é trazer ainda mais desenvolvimento para uma vasta fatia da economia representada por grandes redes hoteleiras que operam no Brasil e que, juntas, geram bilhões de reais em impostos e taxas à União.

Grandes eventos mundiais como os que estão por vir trazem oportunidades para toda a cadeia produtiva do turismo, mas o grande benefício é a visibilidade do Brasil como destino turístico. Este é o maior presente que um país-sede pode receber: ser mundialmente reconhecido por, entre outras coisas, sua gastronomia de qualidade e hospitalidade nota 10. Capital terá diária de R$ 499 em média

Curitiba tem a terceira menor diária média para os dias de jogos da Copa do Mundo entre as 12 cidades-sede da competição. Segundo levantamento feito pelo site TripAdvisor, com sondagens feitas ao longo das duas primeiras semanas de março com reservas marcadas para os dias em que as partidas são realizadas, a hospedagem na cidade nos dias dos jogos custará, em média, R$ 499 – maior apenas do que Natal e Manaus, cujas diárias custarão R$ 400 e R$ 395, respectivamente.

O preço local é bem menor do que a média nacional registrada pela pesquisa, que ficou em R$ 712. Um dos motivos é o aumento dos preços para o evento, que ficaram abaixo da média nacional. Em comparação com o preço tradicional para os meses de junho e julho das diárias em Curitiba, a hospedagem para a Copa teve um aumento de 77% – valorização bem menor que cidades como Salvador, que registrou aumento de 212%. No país inteiro, o reajuste médio ficou em 178%. Comunicações / Telefônicas não garantem internet 100% na Arena Atraso nas obras do estádio encurta prazo para instalação de estrutura necessária que evitará falhas no sinal de telefonia móvel Pedro Brodbeck

As instalações de reforço da estrutura para internet móvel na Arena da Baixada e

no Itaquerão podem não ficar prontas a tempo dos jogos da Copa do Mundo. Apesar de as empresas terem assinado nesta semana um acordo para acelerar a instalação de antenas dentro dos estádios do Atlético e do Corinthians, o atraso nas obras pode provocar algumas falhas nas coberturas – em média, este tipo de operação demora cerca de 150 dias para ficar pronta e, no caso dos dois estádios, o prazo restante é de apenas 90 dias.

De acordo com o Sindicato das Empresas de Telefonia (Sinditelebrasil), o prazo mais curto não vai permitir que todos os testes da estrutura sejam realizados antes do torneio. “O Brasil teve sete anos para fazer estádios, vamos ter 60 dias para colocar infraestrutura”, afirma o presidente do sindicato, Eduardo Levy.

Segundo ele, o processo será semelhante ao que aconteceu na Copa das Confederações, quando a infraestrutura do Maracanã foi instalada em 47 dias. Com isso, as empresas tiveram de concluir a instalação dos projetos depois da competição. Mesmo assim, segundo o sindicato, não foram registrados problemas durante as partidas.

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Na semana passada, quando a nova lei de regulamentação de antenas foi assinada em Curitiba, o prefeito Gustavo Fruet enfatizou que as adaptações necessárias para o serviço de telefonia funcionar durante a Copa do Mundo seriam priorizadas.

Nos demais estádios, as instalações estão mais avançadas. A cobertura indoor está em fase de ajustes finais em Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador. Em Cuiabá, Manaus, Natal e Porto Alegre os acordos comerciais foram fechados e já se iniciou o processo de instalação. Em Natal e Porto Alegre, as administrações dos estádios já solucionaram os problemas nas salas onde os equipamentos serão instalados, permitindo às prestadoras acelerarem a implantação da infraestrutura. Incompatibilidade / Tecnologia 4G ficará restrita a turistas de poucos países

Alguns visitantes estrangeiros que vierem ao Brasil para assistir aos jogos da Copa do Mundo poderão ficar sem o serviço de internet móvel com tecnologia 4G. Isso porque a frequência na qual o 4G está disponível no Brasil não é a mesma usada em muitos países, como Estados Unidos e Japão. Nesse caso, os estrangeiros terão de se contentar com o sinal 3G.

O 4G está disponível no Brasil na frequência de 2,5 gigahertz, a mesma usada em países como Alemanha, Colômbia, Chile, Costa Rica e Canadá. No resto do mundo, a frequência mais comum é a de 700 megahertz.

A frequência de 700 Mhz ainda será usada pela rede 4G brasileira, mas atualmente o sinal está ocupado pela transmissão da televisão analógica. “Ela [700 Mhz] é muito melhor, mas só poderá ser usada daqui alguns anos, quando o sinal de televisão desobstruir esta faixa de frequência”, afirma o especialista em telefonia móvel, Oswaldo Olivetti. As informações são da Agência Brasil.

Rede Sem fio As operadoras também estão em negociação com os estádios para a liberação de wi-fi nas arenas. Até o momento, somente os estádios de Brasília, Cuiabá, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Salvador já fecharam contrato com as teles para oferecer a rede sem fio aos torcedores. Em Curitiba, a instalação ainda não foi autorizada. Segundo especialistas do setor, a liberação do serviço de wi-fi já seria suficiente para garantir que as redes 3G e 4G funcionassem sem problemas

Folha de Londrina CML define novo texto para promoções por conhecimento Projeto de resolução exclui cursos não correlatos e limita direito a benefício para até 5% do salário em 4 anos Edsnon Ferreira, Reportagem Local

Quase um ano depois de reportagem publicada pela FOLHA, a Câmara de

Vereadores de Londrina (CML) concluiu o projeto de resolução que disciplina as progressões de carreira por conhecimento para os servidores efetivos da Casa. O texto, de autoria da Mesa Executiva, acaba com os acréscimos salariais com a apresentação de certificados ou diplomas sem relação com a atividade legislativa, benefício que permaneceu em vigor por quase dez anos, conforme o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), aprovado em 2004. O projeto, que altera dois artigos do PCCS, ainda precisa passar pela aprovação do plenário.

Se passar pelo crivo dos demais parlamentares, a resolução vai permitir ao servidor apenas avanços na carreira de no máximo 5% do salário (dois graus) num intervalo de quatro anos. Vão valer diplomas de cursos de graduação do ensino superior,

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desde que o curso não seja requisito para o cargo, pós-graduação (mestrado e especialização) e certificados de participação em palestras e cursos de aperfeiçoamento "que tenham aplicação direta na função que o servidor desempenha".

Apesar do projeto concentrar as mudanças apenas num ponto do PCCS, o presidente da Câmara, Rony Alves (PTB), justificou a demora para o assunto chegar ao plenário. "A Mesa e a procuradoria foram acionadas para discussões como o banco de horas e o regimento interno." Alves ressaltou que o objetivo da proposta é acabar com promoções por meio de cursos "não correlatos" com a atividade parlamentar para acabar com o "oba oba" do passado.

No ano passado, depois da análise feita pela Procuradoria-Geral da Casa de todas as progressões, Alves chegou a dizer que "alguns servidores fraudaram o erário", apresentando certificado de "curso de 5 horas e recebeu por 500 horas". Essa semana, já de posse do relatório da procuradoria e da defesa dos servidores, ele preferiu não comentar quais medidas vai tomar nem quais irregularidades foram identificadas. "É tão séria a situação que precisamos agir com profissionalismo e critério", limitou-se.

Com base no PCCS de 2004, teriam ocorrido progressões por conhecimento para servidores que apresentaram certificados de cursos como obstetrícia, preparação de cadáver, preparação de coquetéis e de mesário da Justiça Eleitoral. Embora tenha anunciado a intenção de contratar auditores externos para conduzir a avaliação de todos as progressões, a Câmara desistiu da ideia e informou que montou a comissão com servidores que não tiveram acréscimos salariais com certificados não correlatos.

Saiba Mais Desde 2004, servidores efetivos da Câmara de Londrina têm direito a receber adicionais no salário quando concluem cursos.

Os temas dos cursos não necessariamente precisavam ter ligação com as tarefas que exerciam no Legislativo.

O direito a tal benefício só foi derrubado no ano passado. Uma nova regra deve liberar os acréscimos salariais obtidos só a partir de cursos relacionados à atividade dos servidores. Servidores cobram rapidez na aprovação

Com novas progressões por conhecimento suspensas desde maio do ano passado, a Associação dos Servidores da Câmara de Vereadores de Londrina cobra rapidez na aprovação do novo texto que disciplina o avanço na carreira. Mesmo não havendo consenso sobre todos os itens abordados pelo projeto de resolução da Mesa Executiva, a entidade que representa os funcionários concursados da Casa concordou com as mudanças.

Segundo o presidente da entidade, Bartolomeu Lopes, uma opção mais justa seria reduzir o intervalo de quatro para três anos para avanço de dois graus na carreira. "Mas isso foi superado e podemos dizer que ficou bom. A nossa principal preocupação agora é com a aprovação o mais rápido possível do projeto para que os servidores voltem a ter direito de progressão. É um direito que está suspenso há muito tempo." Ele evitou comentar a investigação interna sobre supostas fraudes na apresentação dos certificados para as promoções. "Já falei bastante sobre isso. Pelo que eu sei, todos os servidores apresentaram a defesa e agora cabe à presidência." (E.F.) Kireeff e Rony viajam ao Japão

O prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff (PSD), e o presidente da Câmara de Vereadores, Rony Alves (PTB), partem com uma comitiva de 27 pessoas para o Japão na 41ª Missão Econômica e de Amizade Brasil-Japão. A visita a três cidades tem o objetivo de fortalecer os laços econômicos e culturais entre o município e a cidade-irmã de Nishinomiya. Eles ficam afastados de hoje até o dia 29.

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O grupo ainda é composto pelos deputados federal Luiz Nishimori (PR) e estadual Teruo Kato (PMDB), empresários, estudantes e representantes da associação de intercâmbio Londrina-Nishinomiya.

A estimativa é que a viagem custe à Câmara aproximadamente R$ 18,8 mil. A prefeitura não revelou os gastos previstos. Os demais viajantes terão seus gastos pagos com recursos próprios.

O itinerário passará, além de Nishinomiya, por Tóquio e Kobe. Há duas palestras previstas para promoção de Londrina, além de visitas a governantes locais e empresários – como Mitsubishi e Panasonic.

Outra comitiva, mais técnica, está marcada para abril com o vice-prefeito Guto Bellusci (PSD) e o vereador Roberto Kanashiro (PSDB) para assinatura de protocolos de intenção e, em outubro, a divulgação de investimentos em Londrina. Cláudio Humberto / "Não posso dizer quanto à situação em Cuba, mas aqui são livres" Ministro Arthur Chioro (Saúde) fingindo ignorar a falta de liberdade na ditadura cubana Redução da maioridade penal pode ser aprovada

Redução da maioridade penal pode ser aprovada Nunca foram tão

expressivas as chances de aprovação da redução da maioridade penal, cuja votação deve ser realizada em abril, segundo prometeu o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), à família da menina de 14 anos assassinada dias atrás pelo namorado, em Brasília, horas antes de ele completar 18 anos. Para a senadora Ana Amélia (PP-RS), a maioria dos senadores já apoia o projeto.

Impunidade A polícia acha que o assassino de Yorraly Ferreira Dias, 14, precipitou o crime na certeza de que, ainda considerado "dimenor", sairia impune.

Biombo para o crime A maioridade penal só aos 18 anos virou instrumento do crime, com a proliferação de gangues juvenis e assassinos profissionais "dimenor".

Idade da inocência? Ana Amélia argumenta: se menores, de 16 anos, podem votar, por que não podem discernir o bem e o mal, pagando pelos seus erros?

Dando um tempo Após a saída do PDT, PSD e PP, o "blocão" – agora basicamente formado de partidos da oposição – decidiu dar uma trégua ao governo.

Pente fino nos gastos secretos da arapongagem O Palácio do Planalto ganhou mais um motivo para perder o sono. A poderosa Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência está nas mãos do rebelado PMDB. O senador Ricardo Ferraço (ES), de atuação sempre independente, assumiu ontem a presidência da comissão, que pode inclusive acessar os gastos ultrassecretos com as "ações de inteligência" da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Reforçando os direitos de inclusão Dia Internacional da Síndrome de Down é celebrado em 21 de março, mas comemorações começam hoje, com apresentações de dança Celso Felizardo, Reportagem Local

Londrina – O Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado amanhã, é um

marco para reforçar os direitos de inclusão e derrubar o preconceito ainda existente. Em Londrina, a data já será lembrada hoje, às 16 horas, quando os grupos Arte em Movimento e Dançarte, da Associação Arte e Gente, vão fazer apresentações na Praça de Eventos do Shopping Com-Tour, zona oeste. Segundo os organizadores, os alunos com

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deficiência intelectual ensaiaram duro durante as últimas semanas e estão afiados para demonstrar o talento para o público.

O evento batizado de Uma Tarde Especial é uma parceria da Arte e Gente com a Associação de Pais de Amigos da Síndrome de Down (APS Down) e o shopping. Especialistas e familiares de pessoas com Down ressaltaram a importância da data, celebrada desde 2006, que foi estabelecida no dia 21 de março em referência aos três cromossomos número 21, que caracterizam a síndrome. Segundo as mães ouvidas pelas reportagem na manhã de ontem na APS Down, o grande desafio é conscientizar a população que não há nada de anormal com seus filhos.

O desafio de quebrar o preconceito, muitas vezes, começa pelos próprios pais. Andrea Nascimento Antonholi, mãe de Gabriel, de 6 anos, contou que "enlouqueceu" quando recebeu a notícia do pediatra. "No começo foi difícil. Eu surtei, meu marido chorava como criança. A falta de conhecimento faz essas coisas", revelou. "Eu via aquelas crianças com olhinhos puxados na rua e não sabia nada sobre o mundo delas.

Depois estudamos sobre o assunto e descobrimos que estávamos totalmente enganados", completou.

Segundo Andrea, os desafios são grandes, e renovados a cada etapa vencida pelo filho. "Quando ele era pequeno perguntava se conseguiria andar, comer sozinho. Hoje perguntei se ele vai conseguir ler. A professora pediu paciência, pois acabou de entrar na escolinha. Ele se supera a cada dia", comemorou. No bairro onde mora, no Império do Sol (zona norte), Gabriel é muito querido e popular. "Todo mundo gosta dele. Esse apoio da comunidade foi essencial. E pensar que antes eu andava encolhida com ele escondido entre os braços, não sei se por vergonha ou medo. Que bobagem", lembrou.

Quanto ao futuro, ela se diz otimista. "A sociedade vai dando pequenos passos para quebrar preconceito, mas ainda falta bastante. Acredito que estamos abrindo caminho. Tomara que daqui a 20 anos não exista mais essa diferenciação."

Resultados Candidata a integrar os grupos de dança da Associação Arte e Gente, Giovanna, de 11 anos, é fã de música, mas tem um estilo preferido: o funk. A mãe, Delma Cristina Maranho, conta que se diverte aos ver a garota dançar os passos do ritmo do momento. "É uma menina normal, inclusive uma ‘aborrecente’, tem opinião e bate de frente para defendê-la", disse. Segundo ela, mesmo com todos os avanços a sociedade ainda tem muito que evoluir para que a inclusão seja uma realidade.

João Ricardo, de 2 anos, frequenta a APS Down desde os primeiros meses de vida. A mãe, Simone Aparecida Brandão, credita todo o bom desenvolvimento do filho ao trabalho da instituição. "Graças à APS Down ele é uma criança maravilhosa, esperta, normal. Não tenho problemas, além de uma atenção especial dedicada, o que só reforça o amor."

Instituição filantrópica fundada em 1993, a APS Down atende 134 alunos com acompanhamento pedagógico e terapêutico com psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e outras especialidades. "Quanto antes a criança for acompanhada, melhor os resultados que ela vai apresentar", explicou a diretora da entidade, Idalina Alzira Marques.

Serviço A APS Down está localizada na Rua Plutão, 245, Jardim do Sol; fone (43) 3338-9038 Cuidado ao deixar o carro em um estabelecimento Consumidor atento pode evitar surpresas desagradáveis após a contratação de serviços Viviane Costa, Reportagem Local

Londrina – Como ter a certeza que o veículo deixado em uma oficina para

conserto não está sendo utilizado por um dos funcionários da empresa de forma

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irregular? Ou qual a garantia de que o carro deixado com as chaves em um estacionamento permanecerá no mesmo local até a chegada do dono? As dúvidas cada vez mais frequentes exigem o dobro da atenção dos consumidores que podem ser lesados das mais diversas formas.

Aparício Tiago Moreira está internado em um hospital de Londrina. Ele completou 80 anos na última semana, sem previsão de alta. Há oito meses, o senhor que possuía vida ativa, frequentava grupos de atividades físicas e fazia caminhadas diárias, foi surpreendido por um carro que o atropelou no Jardim Bandeirantes, zona oeste de Londrina. O acidente ocorreu em 17 de julho e só agora a neta da vítima, Maria Lina Moreira, conseguiu reunir as peças de um longo quebra-cabeça para tentar responsabilizar os culpados.

Maria Lina conta que o motorista seria funcionário de uma funilaria que dirigia o carro de um cliente. Ele aguardou a chegada do Siate, mas não registrou o boletim de ocorrência de trânsito. "A sorte foi que o Siate conseguiu apurar o nome do condutor e a placa, senão eu não teria nenhum registro do que aconteceu", lembrou a servidora pública.

Sem saber que o motorista não era proprietário do veículo, Maria Lina localizou o perfil do rapaz em uma rede social e conseguiu telefones para contato.

Enquanto a neta investigava o acidente, o avô seguia com a série de tratamentos na perna direita atingida pelo pneu. Maria Lina decidiu aguardar os tratamentos para só então se preocupar em contratar um advogado. "Meu avô nunca tinha sido internado. De lá pra cá foram mais de seis cirurgias, 60 sessões com aquela técnica hiperbárica e recursos utilizados em todos os hospitais de Londrina. Ele só não passou pelo HU", afirmou. O plano de saúde cobriu as despesas após vários embates. A família estima que os custos tenham ultrapassado R$ 500 mil.

Aparício foi internado mais uma vez no início do mês. Revoltada, Maria Lina ligou para o dono do veículo, que relatou que o carro estava em uma funilaria para conserto.

"Só aí eu entendi que o motorista era na verdade funcionário da oficina", afirmou. O empresário foi procurado pela reportagem e ainda tenta entender o que

ocorreu. Ele possui os comprovantes com as datas em que o serviço foi executado e garante que o carro estava aos cuidados do estabelecimento.

O advogado contratado pela família da vítima, Jossan Batistute, explicou que pretende mover uma ação cível contra o motorista e contra o dono do carro. "A empresa de funilaria e a seguradora também poderão ser acionadas. Vamos analisar os fatos. Em princípio, houve uma relação de consumo, uma má prestação do serviço que causou dano ao senhor Aparício." O proprietário da funilaria não foi localizado. Aumenta o número de ocorrências

Londrina - Pequenos acidentes durante as manobras são ocorrências cada vez mais comuns em estacionamentos particulares. O vice-presidente da Associação Brasileira de Estacionamentos, Luiz Carlos Adati, de Londrina, ressaltou que a maioria dos locais não oferece treinamento para os manobristas, medida que poderia evitar este tipo de imprevisto. "Os profissionais, em geral, são jovens rapazes que se empolgam ao dirigir carros mais modernos", comentou.

Para ele, a falta de fiscalização efetiva no setor contribui para a existência de irregularidades. "Acidentes infelizmente acontecem, mas a orientação é que os proprietários ou responsáveis permaneçam no estabelecimento durante todo o dia para atestar que o carro do cliente não será utilizado de forma irregular. Caso o acidente aconteça, é primordial avisar o proprietário e assumir o ônus", destacou.

Os clientes também precisam ficar atentos na hora de contratar serviços de vallet para eventos realizados em locais que não possuem estacionamento. "Nestes casos, as

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empresas sérias fazem seguros do local alugado como estacionamento e contra furto e roubo de veículos. Não há seguro contra acidentes", alertou.

Nem a instituição e nem a Polícia Civil possuem estatísticas relacionadas a furtos e roubos nestes estabelecimentos. No entanto, a associação admite que o número de ocorrências aumentou nos últimos anos. Assim como há quem reclame de itens que teriam sido levados pelos funcionários, há quem registre a ocorrência apenas para tentar se beneficiar de uma possível indenização, segundo ele. Por isso, a associação orienta que os proprietários instalem câmeras de segurança e contratem profissionais qualificados para os cargos internos. "50% das ocorrências realmente são de furto ou roubo. A outra metade corresponde a malandragem de alguns clientes." (V.C.) Boletim de ocorrência e queixa no Procon

Londrina - Ao se sentir lesado, o consumidor pode procurar o órgão de Defesa do Consumidor para reclamar da má prestação dos serviços. Segundo o coordenador do Procon, Rodrigo Brum, o proprietário do veículo pode acionar o estabelecimento, caso ele não realize a guarda ou conservação do bem deixado no local. "O cliente tem até cinco anos para solicitar a indenização."

Brum orientou que os consumidores ajam com cautela. "É preciso levar os produtos e veículos em locais de confiança e verificar referências anteriores. O cliente deve observar itens de segurança como câmeras de segurança, se há a cobertura correta para os veículos e como ocorre o controle de entrada e saída de pessoas estranhas", ressaltou. No caso dos estacionamentos, mesmo os que afirmam não se responsabilizar por itens deixados no interior dos veículos podem ter que ressarcir os clientes.

O superintendente da Polícia Civil em Londrina, José Marcio Ilkiu, informou que para todo tipo de furto ou roubo é necessário registrar o boletim de ocorrência, mesmo quando o estabelecimento tenta se isentar das responsabilidades. "Prendemos várias quadrilhas no ano passado que roubaram veículos em lava-rápidos de Londrina. Eles pediam as chaves e saíam com os carros." (V.C.) Patrimônio Histórico / 'Oitentenário' pode ser decisivo para conservação Mesmo com problemas estruturais na Secretaria de Cultura, Londrina deve ganhar ainda este ano conselho com poderes de tombar bens históricos Lúcio Flávio Moura, Reportagem Local

Londrina - Apenas quatro bens arquitetônicos tombados pelo governo estadual, dois processos em andamento pelo governo federal e nenhum – nem consolidado nem iniciado – pelo município. Este é o quadro do principal instrumento legal de garantia de preservação histórica em Londrina. Porém, os 80 anos de emancipação política, celebrados este ano, podem ajudar a abrir uma perspectiva para a causa da preservação do patrimônio histórico no segundo maior aglomerado urbano do Estado.

Não que a celebração deva mudar automaticamente o panorama dos parcos investimentos na Secretaria Municipal de Cultura, pasta com orçamento magro (R$ 15,5 milhões) e com participação incipiente no orçamento global – 1,15%. O órgão abriga a Diretoria de Patrimônio Artístico e Histórico-Cultural (DPAHC), divisão - onde estão lotados apenas três servidores - responsável por coletar dados e por fiscalizar a conservação.

A Cultura sabe que precisa de pelo menos dez técnicos para absorver a demanda gerada pela regulamentação da Lei de Preservação, código que vai reger a política municipal para o setor, mas por enquanto se contenta com bem menos. "Estamos satisfeitos com a chegada de uma profissional indispensável para a diretoria", afirma a secretária Solange Batigliana, ponderando que a arquiteta do Instituto de Pesquisa e

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Planejamento Urbano de Londrina transferida para o DPAHC está sendo importante para a reta final da elaboração de um documento estratégico no setor.

Mas há o que comemorar. A expectativa é que até julho a pequena equipe da DPAHC, chefiada por Vanda de Moraes, finalize um processo que começou no início da década passada e que é considerado decisivo para fazer o sistema de proteção aos bens culturais, enfim, deslanchar.

Foram 12 anos até que a cidade ganhasse de fato um instrumento legal para proteger seus bens históricos. A previsão é que o primeiro passo seja dado neste mês, com a entrada em vigor do decreto regulamentador da Lei Municipal 11188/2011.

A regulamentação se arrastou por quase três anos, a lei foi sancionada em abril de 2011, por envolver consultas a várias secretarias e órgãos municipais, explica Vanda. "Estamos avançando por etapas e sem receio de enfrentar dificuldades que isso possa gerar."

A prova de fogo do órgão oficial deve ser a entrada em funcionamento do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Londrina (Compac), cuja reunião inaugural deve ser em julho. Com o conselho, a demanda do corpo técnico do DPAHC deve dar um salto e há um temor de que os processos de listagem e tombamento de bens avancem a passos de tartaruga. "Precisamos de, no mínimo, três servidores a mais do que hoje para atender essa nova necessidade."

O conselho será formado pelos titulares da Secretaria de Cultura e da DPAHC, além de representantes de outros órgãos públicos e da sociedade civil organizada. Além do conselho, a lei também institui o Fundo Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural. Mobilização da sociedade é fundamental

Londrina - Tombamentos e listagem não são armas únicas na batalha pela preservação. A conservação dos bens culturais passa, necessariamente, pela mobilização da sociedade em torno do tema. A opinião é compartilhada por dois especialistas ouvidos pela FOLHA, Jeferson Dantas Navolar, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) do Paraná e mestre na área de Conservação e Restauro; e o doutor em História, o professor da UniFil, Leandro Magalhães, coordenador do projeto Educação Patrimonial desde 2007.

"Vivemos em uma era e em um país que o privado está acima do público, onde o mercado vive instigando a demolição. O espaço público tem que estar submetido a um controle social", analisa Navolar. "Quando uma cidade faz 80 anos ou qualquer outra data emblemática, é um momento muito oportuno de se discutir a qualidade de vida a partir do espaço público, do que se deve preservar, não são só as construções, mas a própria identidade cultural da comunidade."

"A mobilização é a melhor defesa do patrimônio cultural, até mais importante que a própria legislação. No caso do Cadeião, por exemplo, a sociedade londrinense deu um exemplo de como resistir e defender um bem público com valor histórico", lembra Magalhães, referindo-se ao episódio ocorrido no dia 28 de março de 1994, quando manisfestantes impediram na última hora a demolição da antiga cadeia pública, prédio que está sendo reformado e onde funcionará um centro cultural. "O exemplo negativo foi a forma como ocorreu a reforma do Calçadão, cujas formas faziam parte da nossa identidade e que desapareceram sem antes haver uma discussão mais ampla."

O arquiteto Humberto Yamaki, autor do inventário que baseou a listagem dos bens históricos da cidade, concorda que o envolvimento do cidadão é tão importante quanto a legislação. "Os 80 anos parecem ser um momento chave para discutir a importância do patrimônio histórico no cotidiano do cidadão", afirma.

Vanda de Moraes lembra que a DPAHC aposta no trabalho de educação patrimonial para manter a sociedade atenta à causa. (L.F.M.)

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Monitoramento de bens culturais

Londrina - A secretária de Cultura, Solange Batigliana, e Vanda de Moraes, da Diretoria de Patrimônio Artístico e Histórico-Cultural (DPAHC), acreditam que os primeiros processos de tombamento deverão ocorrer ainda este ano. O mais provável é que os bens já tombados pelo governo do Estado sejam os primeiros a ter o mesmo status em nível municipal. "O tombamento em si não possui um custo financeiro, pois as ações envolvidas com a sua manutenção e conservação continuam sendo obrigação de seus proprietários, quer sejam eles entes públicos ou particulares", explica Vanda.

Há também um outro tipo de controle mais maleável, previsto na nova legislação. Desde 2002, a DPAHC vem inventariando bens culturais para elaborar uma lista

de locais com interesse de preservação, que passarão a ser monitorados pelo Município após a publicação da nova lei. O trabalho inclui bens arquitetônicos, urbanos paisagísticos, monumentos e artísticos. A alienação ou transferência de propriedade destes locais deve ser comunicada à Secretaria de Cultura, que ganha o direito de inspecionar o local quando julgar necessário. "A listagem não é necessariamente um pré-tombamento. Ela apenas permite uma negociação entre o proprietário e o poder público em relação à preservação", explica Vanda. (L.F.M.)

Bem Paraná Política em Debate / PMDB dividido Josianne Ritz

De volta à Assembleia ontem para ajudar o governo na votação do projeto que aumenta o capital social da Sanepar, o deputado Luiz Cláudio Romanelli admitiu ontem que não há como prever para onde o PMDB, seu partido, vai na eleição para o governo. Segundo ele, até dezembro, a ala favorável ao apoio à reeleição do governador Beto Richa (PSDB) – que ele integra – tinha maioria absoluta entre os delegados que vão votar na convenção e decidir o futuro da legenda. Atualmente a situação mudou, reconhece, e cresceu o apoio ao lançamento de um candidato próprio. “Ainda há maioria a favor da aliança, mas resta saber se daqui a três meses essa tendência vai se manter. Ainda está muito em aberto”, confirmou o parlamentar.

Prévias Diante da divisão crescente, tanto Romanelli quanto o ex-governador Orlando Pessuti defenderam ontem a realização de prévias para definir o que o PMDB fará. “As prévias são um instrumento legítimo e democrático para a solução de eventuais divergências internas”, disse Pessuti, ao frisar que esse recurso já foi utilizado em várias ocasiões pelo partido em períodos eleitorais, como em 2004, quando o PMDB de Curitiba, optou pela coligação com o PT, e mais recentemente, no Rio Grande do Sul, onde o PMDB fez uma prévia no dia 15 de março, indicando Ivo Sartori como candidato do partido ao governo. Pessuti acredita que as prévias é o caminho mais correto para manter a unidade partidária. “Não podemos chegar à convenção, em junho, com todas as divergências que temos hoje”, explica o ex-governador. Segundo ele, essa indefinição é ruim para todos. “Sem uma definição de rumos, os ajustes dessas diferenças e as possibilidades de alianças com outros partidos ficam emperrados, podendo prejudicar o desempenho do partido nas eleições”.

Vitaliciedade A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado decidiu adiar, por tempo indeterminado, a definição sobre o fim da vitaliciedade no cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido de adiamento, apresentado pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), teve o apoio do senador Roberto Requião (PMDB),

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autor da proposta de emenda à Constituição que substitui a vitaliciedade por mandato fixo de oito anos. O risco de rejeição na CCJ era considerável, reforçado pelo parecer contrário do relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR).

Independência Na visão do relator, a fixação de mandato para os ministros do STF poderia comprometer sua independência, direcionando seus julgamentos em função dos interesses de um governo que eventualmente poderia negociar a oferta de futuros cargos ou vantagens. Requião considerou legítima a preocupação, mas opinou que a delimitação de mandato no STF não é uma ameaça à independência funcional de seus membros. “A proposta produzirá efeito contrário ao temor do relator. É inovadora e acaba com esse vezo imperial (vitaliciedade) que impede a oxigenação do sistema e fere o princípio da impessoalidade”, sustentou.

Agiotagem A reunião de ontem do Conselho de Desenvolvimento e Integração do Sul (Codesul) foi marcada por cobranças dos governadores da região para que o governo federal agilize a mudança do indexador das dívidas estaduais. Os governadores Beto Richa (PR), Raimundo Colombo (SC) e André Puccinelli (MS) e João Mota, Planejamento (RS), aprovaram uma carta à presidente Dilma Rousseff em que reforçam a urgência da mudança. Richa reafirmou que a União age como agiota dos Estados e que as dívidas se tornaram impagáveis. “O desembolso mensal envolve valores substanciais, dinheiro que falta para melhoria qualidade dos serviços prestados à população”, disse. “É inaceitável o governo federal cobrar juros exorbitantes dos estados”, disse.

Bola de neve Richa citou como exemplo o caso do Paraná, que contraiu dívida de R$ 5 bilhões, em 1998, para sanear o extinto Banestado, pagou desde então R$ 10 bilhões e deve, ainda, R$ 9,5 bilhões. “É uma bola de neve. O governo federal tem de ser justo. Dívidas com países em que o Brasil é credor são perdoadas. Não podemos conviver com essa situação, em que os brasileiros são prejudicados. Não somos contra a ajuda, mas é preciso pensar primeiro nos brasileiros”, afirmou o paranaense. O parâmetro usado pelo governo federal para correção das dívidas de estados e municípios é o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), acrescido de 6% a 9% de juros ao ano. A proposta dos governadores é que a correção da dívida seja feita com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acrescida de 4% de juros ao ano, ou pela taxa Selic - a que for menor. Para o Paraná, a medida significaria uma economia R$ 14 bilhões.

Em baixa Dez policiais militares foram condenados, na noite de hoje, a 968 anos de prisão pelas mortes dos presos do quarto andar do pavilhão 9 durante o massacre do Carandiru, em 2 de outubro de 1992. Cada policial teve pena estipulada em 96 anos, com exceção de um deles, que foi condenado a 104 anos Assembleia Legislativa aprova aumento de capital da Sanepar Dois secretários reassumiram o mandato para garantir aprovação de projeto do governo Ivan Santos

A Assembleia Legislativa aprovou ontem por 32 votos a 15 a proposta do governo

Beto Richa de aumento do capital social da Sanepar, pela qual R$ 1,4 bilhão de ações preferenciais da companhia devem ser lançadas na bolsa de valores. Para garantir a aprovação do projeto, dois secretários de Estado que são deputados licenciados – Luiz Cláudio Romanelli (Trabalho) e Luiz Eduardo Cheida (Meio Ambiente) – ambos do PMDB, foram convocados pelo governo para reassumirem seus mandatos no Legislativo. Eles substituíram os suplentes Gilberto Martin (PMDB) e Luiz Carlos Martins (PSD), que pretendiam votar contra a proposta.

Pela manhã, o presidente da Sanepar, Fernando Ghignone, que já havia se reunido com parlamentares da base governista na véspera, conversou a portas fechadas

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na presidência da Assembleia com deputados da bancada de oposição. Ghignone garantiu que não há risco do governo perder o controle da empresa, já que as ações que serão lançadas no mercado são preferenciais, sem direito a voto. “Este aumento do capital da Sanepar é para investimentos em tratamento e saneamento. Além disso, as ações ordinárias estão sob o controle do Estado”, argumentou.

Segundo Ghignone, a operação visa capitalizar a empresa para garantir investimentos, em especial no interior do Estado. Ele negou ainda que haja risco de aumento da tarifa por conta do negócio, alegando que os reajustes não dependem dos resultados da Sanepar, mas de estudos técnicos de agências reguladoras.

As alegações não convenceram os oposicionistas, para quem o objetivo do governo com a proposta é fazer caixa para cobrir seu déficit de caixa. O líder da bancada do PT, deputado Tadeu Veneri, alegou ainda que segundo o próprio Ghignone, não havia qualquer necessidade de votar o projeto em regime de urgência, como quis o governo.

“O presidente da Sanepar e os técnicos da companhia disseram que não há previsão de que essas ações venham a ser colocadas no mercado no primeiro semestre. Que é preciso no mínimo seis meses para lançar as ações no mercado”, alegou Veneri.

Na pressão — Na avaliação do petista, a pressa do governo está relacionada com o calendário eleitoral. “Parece que o governo teme perder parte de sua base por conta das eleições, por isso resolveu votar isso agora”, considerou. A oposição afirma ainda que a venda das ações acontece em um momento em que o mercado está em baixa, e que o momento não é oportuno para a operação.

O líder da bancada do governo, deputado Ademar Traiano (PSDB) rebateu, reafirmando que o objetivo do Executivo é colocar lançar as ações no mercado até maio.

E que não há risco de privatização ou aumento de tarifas. “Temos que buscar alternativas no mercado para capitalizar a empresa e investir”, argumentou o tucano.

Para garantir que a votação do projeto – que chegou à Assembleia no último dia 10 – fosse liquidada ontem mesmo, os deputados aprovaram a transformação do plenário em comissão geral e a realização de sessões extraordinárias. Regra de três / Suplente reclama de substituição

O deputado estadual Luiz Carlos Martins (PSD) protestou contra a decisão do governo de substituí-lo ao determinar que os secretários do Trabalho, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) e do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida (PMDB) – deputados licenciados – reassumissem seus mandatos na Assembleia Legislativa ontem para votar o projeto de aumento do capital social da Sanepar. Suplente de Cheida – ele estava no plenário no início da sessão, e disse só ter ficado sabendo na hora que havia perdido a vaga com o retorno do secretário à Casa, quando viu que seu nome não constava do painel eletrônico.

Luiz Carlos Martins reclamou de não ter sido avisado e disse que só foi substituído porque anunciou a intenção de votar contra o projeto. “Cheguei no plenário, como sempre faço e meu nome não estava no painel. Fui informado pelos meus colegas, estarrecidos, da decisão do governo. Não me avisaram nada. Isso é um desrespeito com minha história”, afirmou ele à rádio Banda B.

O líder do governo na Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), admitiu o constrangimento com a situação, mas alegou que o retorno de Romanelli e Cheida foi uma decisão do Executivo para dar mais tranquilidade na votação. “Como líder, tenho de ter a segurança absoluta. É um assunto de interesse do Estado, que com certeza trará muitos resultado à população paranaense. Portanto, reconheço a indignação do deputado, mas é o processo natural do jogo do parlamento”, alegou.

Tanto Romanelli quanto Cheida são candidatos à reeleição, e como tal teriam que deixar em definitivo seus cargos até o próximo dia 5, já que a lei eleitoral exige a

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desincompatibilização de candidatos que ocupam cargos no Executivo até seis meses antes da eleição. Romanelli afirmou que não pretende voltar à secretaria, e pretende permanecer no Legislativo de vez. “Antecipei meu retorno. Está na hora de retomar o mandato”, afirmou, apesar de admitir que ainda tem questões pendentes a resolver no Executivo. O peemedebista garantiu se sentir “absolutamente confortável” para votar a favor do projeto, porque a lei que prevê que o Estado tem que manter 60% do controle acionário da Sanepar é de sua autoria, e a exigência está mantida. “O lançamento de ações preferenciais são uma forma de captar recurso absolutamente normal”, disse Romanelli, confirmando que a decisão de retornar ao Legislativo foi tomada ontem.

Cheida também confirmou que a decisão foi do governo, mas disse que só assumiu o mandato na Assembleia provisoriamente e vai voltar à Secretaria do Meio Ambiente. “Voltei provisoriamente apenas para ajudar o governo nessa matéria. O governo me pediu e achei conveniente porque concordo com o projeto”, alegou. Karlos Kolhbach / Secretária da Justiça e os problemas com refeições

A secretária de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), Maria Tereza Uille Gomes, vem sofrendo com o fornecimento de refeições para os presos do estado. Ontem, o Tribunal de Contas do Estado (TC) julgou as contas do ano de 2012 da secretaria como regulares, porém, com ressalvas. O TC apontou que a secretaria contratou fornecedores de alimentação sem licitação. Foram seis os contratos, todos firmados em 2011 de forma emergencial, que somam R$ 5,5 milhões. No relatório, o tribunal aponta problema de gestão — descreve a falta de planejamento que resultou na falta do processo licitatório. Os problemas com os fornecedores de alimentos não pararam por aí. No Diário Oficial de 14 de março deste ano, a secretaria Maria Tereza baixou três resoluções em que determina a instauração de processos administrativos para apurar a inexecução dos contratos firmados, estes via licitação pública, com fornecedores de refeições para os presos.

Romanelli deixa secretaria do Trabalho Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) retornou ontem para a Assembleia Legislativa. Ele, assim como o secretário do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, foram convocados pelo governo do estado para ajudar na aprovação do projeto que aumenta o capital social da Sanepar. Longe do plenário desde que ingressou no governo Beto Richa (PSDB), o peemedebista escorregou ontem na hora de votar um dos vetos do governador. Ao invés de votar contra o veto, ele votou a favor. Rapidamente ele pediu a palavra e justificou o erro. Como vai concorrer a mais um mandato na Assembleia, na eleição de outubro, Romanelli não volta mais para a secretaria do Trabalho e antecipa assim a descompatibilização. Quem assume o Trabalho é Amim Hammouche, que era diretor-geral da secretaria. Já Cheida, volta para a secretaria e só deixa o governo perto do prazo final – 5 de abril. Nas penitenciárias / Equipamento detecta e vê tudo

A secretária estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria Tereza Uille Gomes, inaugurou ontem, na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, um novo equipamento que dá maior segurança ao sistema penitenciário do Paraná. É o Scanner Corporal ou “Body Scanner”, que permite uma visão minuciosa de quem entra na prisão, detectando qualquer tipo de metal, armas, drogas, explosivos, celulares, próteses e demais objetos estranhos que possam estar escondidos em roupas, sacolas ou no interior do corpo.

Somente em 2013 foram apreendidos 5.871 aparelhos celulares e 52 quilos de maconha, além de outras drogas e objetos proibidos, nos 33 estabelecimentos penitenciários do Paraná. “O uso desse recurso tecnológico vai coibir a entrada desses

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objetos e drogas e levar mais segurança aos agentes penitenciários, demais servidores e visitantes”, garante a secretária. Além disso, segundo ela, vai gerar menor custo em recursos humanos e proporcionará maior respeito aos visitantes, pondo fim a revistas consideradas invasivas. A partir de abril, outras quatro unidades também receberão o aparelho. Insegurança assombra compras via mobile Elas estão cada vez mais em alta, mas estudo global indica que 30% dos consumidores consideram a confiança como o maior obstáculo nas compras e serviços via smartphones

Os pagamentos e compras via mobile são cada vez mais populares, mas a

insegurança ainda é um empecilho para a “a novidade”. Segundo a Adyen (http://www.adyen.com/), provedor global de soluções de pagamentos internacional e multicanal, as conclusões do terceiro estudo sobre pagamentos móveis. O “Adyen Mobile Payments Index”, que analisou o período de setembro a dezembro de 2013, as transações móveis responderam por 19.5% de todas as transações globais em dezembro, um crescimento de 55% sobre dezembro de 2012, quando representaram 12,6%. Mas um estudo com mais de 10 mil usuários de mídias móveis de 13 países revela que a confiança, ou a falta dela, é a principal barreira para a ampliação do comércio mobile. 30% dos usuários de dispositivos móveis ouvidos pela AVG Technologies, fabricante de softwares de segurança para computadores e dispositivos móveis afirmaram que a falta de confiança é o maior obstáculo para que eles realizem compras e utilizem serviços a partir de seus smartphones ou outros aparelhos. Apesar do dado alarmante, apenas 9% disseram já ter vivido tais experiências negativas.

Além disso, o problema da desconfiança do consumidor está crescendo. Se nesse ano 40% disseram que a confiança é uma das possíveis barreiras contra as compras mobile, em 2013 esse número era de 35% e em 2011 era de 27%. Se pensarmos adiante, no ano de 2015 essa falta de confiança poderá impedir um em cada dois usuários de comprar usando o smartphone.

O segundo anuário 'Global Trust Report' é realizado em associação com a MEF, comunidade global para conteúdo e comércio mobile, analisa informações de mais de 10 mil usuários de mídias móveis e busca examinar os maiores problemas da indústria como privacidade, transparência e segurança para identificar seu impacto no que diz respeito a conteúdos, comércio e comportamento do consumidor ao redor do planeta.

O relatório ainda identificou que os usuários com mais de 35 anos (43%) são os mais desconfiados. Esse dado pode refletir uma maior compreensão dos potenciais riscos entre os consumidores mais velhos. A desconfiança não é apenas uma barreira para a compra. 37% dos entrevistados afirmaram que foi ela quem os impediu de utilizar aplicativos instalados em seus smartphones. Esse problema é menor em mercados mais maduros como Reino Unido e Estados Unidos, e mais expressivo em mercados em desenvolvimento. México e China (49%) lideram a lista, seguidos por Arábia Saudita (48%) e Brasil (46%).

Outra constatação é que 65% sentem-se descontentes ao compartilhar informações pessoais com um aplicativo, os mercados mais maduros são os mais reticentes: Reino Unido (79%) e EUA (76%). No Brasil o descontentamento chega a 71%. Outras 16% das pessoas pesquisadas consideram a necessidade de compartilhar informações uma barreira para compras mobile. No Brasil, esse índice chega a 24%, o mais alto entre todos os países pesquisados.

A maior parte dos usuários não toma qualquer tipo de atitude para se proteger. Para a maior parte deles (48%) o meio mais fácil para obter informações sobre aplicativos é via resenhas nos app stores.

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Quem comprou e como / Volume de transações:

• Viagens: smartphones 17,5%; tablets 11,9% • Varejo: tablets 15,9%; smartphones 7,1% • Vendas de ingressos: smartphones 13%, tablets 7,5% • Jogos: smartphones 9%; tablets 3% • Bens digitais: smartphones 13%; tablets 5% • Varejo: tablets 15,9%; smartphones 7,1%

Valor médio de transação:

Games Apesar de 82% das transações terem sido feitas em um PC, em comparação com 3% em tablets, o valor médio da transação foi notavelmente maior em tablets - 45 Euros (US$ 62), em comparação com 37 Euros (US$ 51) em PCs e 33 Euros (US$ 45) em smartphones

Varejo Tablet 89 Euros (US$ 122); PC 67 Euros (US$ 92); smartphones 66 Euros (US$ 90)

Venda de Ingressos Tablet 46 Euros (US$ 63); smartphones 43 Euros (US$ 59); PC 44 euros (US$ 60)

Bens Digitais tablet 26 Euros (US$ 36), PC 25 Euros (US$ 34); smartphones 22 Euros (US$ 30)

Viagens PC 131 Euros (US$ 179); tablet 89 Euros (US$ 122); smartphones 44 euros (US$ 60

*Adyen (http://www.adyen.com/ Romário quer CPI para investigar denúncias na CBV Agência Estado

O deputado federal Romário (PSB-RJ) sugeriu nesta quarta-feira, em discurso na Câmara dos Deputados, em Brasília, a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o esporte olímpico brasileiro. A motivação, segundo ele, são as denúncias de desvio de verbas na CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), em crise que já causou a renúncia do presidente da entidade, Ary Graça.

"Apesar da proximidade da Copa do Mundo, consulto os nobres colegas parlamentares sobre a oportunidade de uma CPI do Esporte Olímpico, a fim de passarmos a limpo a realidade das entidades gestoras que são todas financiadas por verbas públicas", discursou Romário.

De acordo com ele, a CPI se justifica "pois a CBV é patrocinada pelo Banco do Brasil, recebe recursos do governo federal, da Lei Agnelo Piva e da Lei de Incentivo ao Esporte". Denúncia da ESPN Brasil mostrou que empresas de dois ex-dirigentes da CBV receberiam, cada uma, R$ 10 milhões para intermediar o contrato de patrocínio negociado diretamente entre CBV e Banco do Brasil.

O ex-jogador sugeriu graves irregularidades nas Confederações Brasileiras de Tênis e Basquete e reclamou que o Ministério do Esporte nada faz para evitar que a situação se agrave. "Não seria oportuno esta Casa também entrar nas investigações sobre as finanças do nosso esporte, em apoio à auditoria que a Controladoria Geral da União (CGU) realiza na Confederação de Vôlei?", questionou Romário.

O Diário do Norte do Paraná

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Município / Servidores aprovam greve a partir do dia 31 Murilo Gatti

Descontentes com a proposta da Prefeitura de Maringá de reajustar os salários

com base no índice de inflação, os mais de 500 funcionários que participaram ontem da assembleia do Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar), na Câmara Municipal, aprovaram indicativo de greve para 31 de março.

“A partir de agora estamos em estado de greve e poderemos realizar assembleias a qualquer momento. Vamos passar em todos os setores e nos mobilizar”, disse a presidente do Sismmar, Iraídes Baptistoni. A última negociação dos diretores do sindicato com a administração municipal ocorreu na tarde de anteontem, no gabinete do prefeito, quando o município manteve a proposta inicial de conceder aos servidores a correção da inflação.

Reapresentada na assembleia de ontem, a proposta da administração foi rejeitada por unanimidade entre os participantes. No encontro, os servidores também iniciaram as discussões sobre as estratégias de eventual paralisação, entre as quais a possibilidade de deflagrar uma “operação tartaruga” para alguns serviços.

Além do reajuste no salário, os servidores pleiteiam R$ 250 de vale-alimentação, aprovação de lei contra o assédio moral, fim das disfunções, garantia do direito de estágio obrigatório aos servidores celetistas, plano de saúde corporativo, regime contratual único (estatutário),condições dignas de trabalho e investimento na saúde do servidor.

Por meio de nota da assessoria de imprensa, a administração municipal informou que após a reunião de anteontem o prefeito Carlos Roberto Pupin (PP) solicitou estudos de impacto nas finanças para analisar se é possível melhorar a proposta de reajuste, com ganho real para os servidores.

Na nota, a administração recorda que desde janeiro os servidores passaram a ser contemplados com ganho real concedido por meio da aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), que provocou um impacto de pouco mais de R$ 2 milhões ao mês na folha de pagamento do município. Sobre a concessão do vale-alimentação, a prefeitura calcula que o benefício traria um impacto anual de R$ 30 milhões.

Debate 10% porcentual de reajuste pleiteado pelos servidores municipais; até o momento a prefeitura aceita conceder 4,02% para zerar a inflação. Mandaguari tem reunião

Está marcada para hoje, às 18 horas, assembleia dos servidores de carreira da Prefeitura de Mandaguari para avaliar a possibilidade de greve. Desde o início de 2013, funcionários e administração discutem a implantação do Plano de Carreira, Cargos e Salários, mas até o momento as propostas do executivo não agradaram a categoria.

Para o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Mandaguari, Allysson Nathan da Silva, a prefeitura já deveria ter apresentado o projeto de lei para implantação do plano. “Pelo menos 50% dos servidores já demonstraram concordar com a greve”, afirmou.

O prefeito de Mandaguari, Romualdo Batista (PT), disse que não acredita que os servidores vão paralisar as atividades, por conta da disposição da administração em negociar. A expectativa da prefeitura é aprovar o plano ainda em março, para implantação em abril. Estudo / Proposta de coleta e tratamento do lixo será detalhada em 30 dias Murilo Gatti

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A Prefeitura de Maringá está finalizando estudos para apresentar uma proposta de Parceria Público-Privada (PPP) para destinação de resíduos sólidos. O objetivo é terceirizar os serviços de coleta urbana e o tratamento dos resíduos orgânicos por meio da compostagem fechada. A tecnologia sugerida é apresentada como “tratamento mecânico biológico”.

As primeiras informações sobre a proposta foram apresentadas ontem à Arquidiocese de Maringá e à Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim). A administração municipal vai realizar nos próximos dias reuniões com os vereadores e outras entidades para explicar as escolhas da tecnologia e da modalidade de contratação por meio de PPP.

A preparação do edital de licitação e da audiência pública, que deve ser realizada em até 60 dias, tem o apoio da Ziguia, consultoria contratada ano passado para preparar o processo. A gestora ambiental da Ziguia, Karina Mello, explicou ontem que a tecnologia escolhida é alemã e, por isso, a concorrência será internacional.

Segundo a gestora, há mais de uma empresa na Europa que oferece o serviço de tratamento desejado, que inclui uma etapa semiautomática, para a separação entre dejetos e resíduos orgânicos. Os desejos serão destinados a um aterro sanitário. Os orgânicos serão levados a uma central de compostagem fechada. “É um processo de decomposição da massa com ausência de oxigênio, com o uso de bactérias. Entre as vantagens não há a emissão de odor, de gases tóxicos e de chorume”, explicou.

A expectativa é de que, do volume coletado, se consiga fazer o tratamento de 55% dos resíduos orgânicos. Cerca de 20% do que é gerado pela população terão de ser encaminhados diretamente a um aterro sanitário.

Com a terceirização da coleta urbana, os caminhões e os funcionários da prefeitura que trabalham no setor vão ser transferidos para a coleta seletiva, o que deve garantir um aumento na quantidade de materiais reciclados que vão ser destinados a uma central de triagem, a ser criada pela empresa vencedora do processo licitatório.

A gestora ambiental disse que nas próximas semanas a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) vai concluir um estudo de viabilidade técnica e econômica sobre a PPP, o que vai permitir a definição de valores a serem investidos pela empresa ou consórcio vencedor da licitação, além do montante que a prefeitura vai pagar mensalmente pela coleta do lixo.

“Depois, o estudo de viabilidade vai ser analisado pelo Conselho Gestor de PPP da prefeitura e, posteriormente, vai ser convocada uma audiência pública”, disse. O edital para a audiência e as informações sobre o estudo de viabilidade devem ser abertos para consulta pública no prazo de 30 dias. Para consolidar a PPP, também é necessária a aprovação dos vereadores.

Atualmente, a Prefeitura de Maringá gasta cerca de R$ 30 milhões ao ano com os serviços de coleta e destinação final dos resíduos em aterro sanitário particular. Por ano, a prefeitura leva cerca de 115 mil toneladas para o aterro. “São estes valores que foram passados à Fipe para balizar o valor máximo de referência para a contratação”, afirmou a gestora ambiental.

Para a escolha da empresa, os critérios técnicos terão peso 7, enquanto o preço vai ter peso 3. “O edital também vai exigir o cumprimento de metas”.

Contrato Além do serviço de coleta e tratamento dos resíduos orgânicos, a empresa ou consórcio vencedor da licitação terá de implantar quatro ecopontos para recebimento de recicláveis, resíduos volumosos (como sofás) e pequenas quantidades de resíduos da construção civil.

Outra exigência é a coleta e transporte dos resíduos das feiras livres e a higienização dos locais onde as feiras são realizadas. O edital ainda vai prever investimentos em educação ambiental, com campanhas de incentivo à separação do lixo,

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e a aplicação de R$ 2,5 milhões para estruturar a Central de Triagem e valorizar as cooperativas.

A destinação final dos dejetos será uma obrigação da empresa. A pedido do prefeito, o edital vai exigir que os caminhões usados na coleta tenham câmbio automático, para humanizar o serviço. Trânsito / Problemas com documentos geraram 370 multas em blitze Leonardo Filho

O funileiro Carlos Roberto Domingues, 23 anos, levou um susto ao ser parado

recentemente em uma blitz da Polícia Militar (PM) e dos agentes de trânsito do município. Ele foi avisado da pior forma possível - por um policial - que tinha pendências na

documentação da motocicleta de 125 cilindradas. Resultado: levou uma multa e teve o veículo guinchado. “Sabia que tinha pendências, mas nem lembrei de acertar. Agora não adianta chorar”, disse.

Casos como o de Domingues são comuns em Maringá. Levantamento feito pelo Pelotão de Trânsito do 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM) mostra que, do total de 1.029 multas aplicadas em blitze realizadas no primeiro bimestre do ano, 370 foram para motoristas que não apresentaram registro ou tinham pendências tributárias referentes ao veículo. O número responde por 36% do total de autuações emitidas nas operações de bloqueio no período.

De acordo com a PM, ações deste tipo são realizadas diariamente. “São feitas em pontos alternados na cidade. As pessoas precisam estar atentas aos prazos. A consulta sobre débitos e a situação do veículo é simples e pode ser feita pela internet (www.detran.pr.gov.br), mas muitos deixam de fazer. Como resultado, acabam multadas”, disse o comandante do pelotão, tenente Fábio Ribeiro.

A segunda infração mais comum, com 19,4% dos casos, é o flagrante do motorista sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). “Tem sido bem comum, tanto em carro quanto em moto”, confirmou o PM.

As ações são desenvolvidas em conjunto com a Secretaria Municipal de Trânsito e Segurança. “Muitas vezes o motorista reclama que a gente tem feito as ações em alguns horários de muito movimento, mas isso se faz necessário. Sempre atuamos em conjunto com a PM”, explicou o secretário, Ideval de Oliveira.

Embriaguez Casos de embriaguez ao volante respondem pela quinta posição no ranking de infrações mais comuns flagradas nas blitze. Nesta situação foram pegos 24 motoristas. “O trabalho com o uso do etilômetro é feito constantemente”, alertou o tenente. Em 2013, de acordo com dados do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran/PR), 330 pessoas foram flagradas nessa situação na cidade. Consumidor / Saúde do PR suspende venda de lotes de leite Líder sob suspeita Luiz de Carvalho

Todas as caixas de leite da marca Líder dos lotes “Lob 04 D 06:00”, e “Lob 18 C

04:01”, envasados nos dias 13 e 14 de fevereiro no laticínio de Lobato (a 59 km de Maringá), devem ser imediatamente retiradas do mercado e pessoas que adquiriram o produto são orientadas a evitar o consumo.

A determinação é da Secretaria de Saúde do Paraná, após o Ministério da Agricultura informar irregularidades em unidades dos dois lotes, ambos produzidos no Rio Grande do Sul pela empresa LBR Lácteos do Brasil e distribuídos no Paraná por meio

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da unidade de Lobato. De acordo com a secretaria, consumidores que eventualmente tenham comprado leite desses lotes devem suspender o consumo e buscar seus direitos nos pontos de venda ou com o fabricante.

A investigação feita pelas promotorias especializadas Criminal e de Defesa do Consumidor do Rio Grande do Sul descobriu que no trajeto das propriedades rurais à unidade da LBR Lácteos, em Tapejara, carregamentos de leite sofriam adição de água, para aumentar o volume, e de ureia - produto que contém formol, substância cancerígena -, para compensar a perda nutricional e driblar análises. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão de materiais e documentos em duas residências, duas cooperativas e quatro empresas. O dono de um posto de resfriamento foi preso

O Ministério Público também revelou que o Ministério da Agricultura (Mapa) já havia rastreado 299 mil litros enviados para processamento na unidade da LBR em Lobato (PR) e Guaratinguetá (SP). Na etapa seguinte, a empresa distribuiu 199 mil litros de leite UHT com a marca Líder, no Paraná, e 100 mil litros com a marca Parmalat, em São Paulo.

O Mapa revelou ter determinado o recall dos produtos. Em nota distribuída ainda na Sexta-feira passada, a LBR assegurou que submeteu o leite a análises internas e externas, que atestaram a qualidade do produto. Mesmo assim, revelou que recolheu o leite que ainda estava no mercado e, com isso, afirmou que “cumpriu com todos os procedimentos exigidos pela legislação e observou as cautelas aplicáveis ao caso”

Como recall envolveria a notificação aos consumidores para que devolvessem pacotes que tivessem em casa, o Mapa ressalva que não pode afirmar que todo o leite (dos lotes em questão) tenha sido recolhido.

Acusação Se a acusação de adulteração de produtos alimentícios for confirmada e os réus condenados, as penas previstas pelo artigo 272 do Código Penal vão de quatro a oito anos de reclusão e pagamento de multa. Desde maio do ano passado, em quatro operações semelhantes, o MPRS encontrou núcleos de fraudadores de leite em Condor, Ibirubá,Ronda Alta, Boa Vista do Buricá, Horizontina, Guaporé e Três de Maio e acusou 25 pessoas de participação nos diferentes esquemas.

Maringá Ontem, uma das grandes redes de supermercados de Maringá e outros estabelecimentos da Vila Esperança e Jardim Alvorada informaram que não receberam leite dos dois lotes. Segundo os comerciantes, se o leite suspeito chegou a Maringá foi consumido muito antes de o escândalo vir a público.

O Walmart Brasil confirmou ontem que retirou da área de venda de suas lojas nos Estados do Paraná e São Paulo os leites das marcas Parmalat e Líder. A empresa afirmou que a medida é preventiva e segue sua política de segurança alimentar para o consumidor.

A reportagem de O Diário tentou ouvir o fabricante, mas a empresa que presta assessoria de imprensa para a LBR não atendeu as ligações telefônicas.

Procon O aposentado Egberto Preyer, morador de Maringá, registrou em dezembro queixas contra o leite Líder no Procon, Vigilância Sanitária e na Ouvidoria da prefeitura, depois de suspeitar que pode ter consumido produto adulterado.

“Desde meados do ano passado que vejo no noticiário que leite vindo do Rio Grande do Sul pode ter sofrido a adição de soda, água oxigenada e ureia. Em dezembro , comprei leite em um supermercado, mas quando abri a caixa percebido que o produto estava transparente, parecendo soro.”

Preyer disse que mesmo assim consumiu uma pequena quantidade e alguns minutos depois começou a passar mal. “Tive dor de cabeça, sudorese e diarreia.” Ele registrou o caso no Procon, Vigilância Sanitária de Procuradoria, chegou a levar o produto para comprovar que estava com problema, mas até ontem não tinha recebido resposta.

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O Procon de Maringá informou ontem que fez uma comunicação ao laticínio, mas que ainda não teve retorno.

Apreensão 600 no rio grande do sul quilos de soda cáustica foram encontrados em uma propriedade de um dos suspeitos de fraudar o leite. Justiça Eleitoral / Multa para aumentar número de mulheres Ricardo Britto, Agência Estado

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, defendeu nesta quarta-feira a punição para os partidos políticos que não cumprirem a exigência prevista em lei desde 2009 de obrigar as legendas a destinar um mínimo de 30% das candidaturas às mulheres. "A partir do momento em que os partidos não observam o previsto na legislação, cabe ao Ministério Público representar", afirmou ele, em entrevista após a sessão solene do Congresso destinada a lançar a campanha do TSE "Mulher na Política".

No discurso que fez durante a solenidade, Marco Aurélio citou números que apontam para a baixa participação das mulheres em cargos eletivos. Nos governos estaduais, são duas governadoras, com participação de cerca de 7%. Na Câmara, são 46 deputadas federais, um total de quase 9% dos 513 parlamentares. No Senado, são 10 senadoras, ou seja, 12% das 81 cadeiras.

Ele sugeriu mudanças na lei para garantir o aumento da participação das mulheres na política, no que teve a concordância do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). "O que puder ser feito do ponto de vista pedagógico para que a lei seja cumprida, inclusive com punição, deve ser feito", afirmou o ministro.

O presidente do TSE disse, em pronunciamento, que é preciso buscar "um Brasil mais equilibrado". Lembrou que há um "contraste estimulante": o fato de o maior cargo da República ser ocupado por uma mulher, a presidente Dilma Rousseff. Mas, destacou, o País ocupa a 156ª posição no ranking da participação das mulheres na política. "É algo que gera perplexidade e nos envergonha a todos os brasileiros."

O ministro cobrou dos partidos que aumentem a participação das mulheres na estrutura partidária. Segundo ele, desde 2009, há uma lei que obriga as legendas a destinaram um mínimo de 30% das candidaturas às mulheres. "Em arroubo de retórica, digo-lhes: todo poder à mulher e a esperança de um Brasil mais equilibrado", finalizou.

Em discurso, a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, elogiou a iniciativa do TSE de, pela primeira vez, fazer uma campanha para estimular a entrada da mulher na política. "O século que nós vivemos é o século das mulheres. Estamos no mercado de trabalho, estamos enfrentando a violência contra as mulheres em todos os níveis, diminuindo os índices da mortalidade materna, ocupando cadeiras nos tribunais, mas nossa representação não reflete o protagonismo da mulher na sociedade, na luta pela democracia, justiça social e equidade de gênero", declarou.