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QUILOMBOS Luís Fernando Amâncio Santos

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Page 1: QUILOMBOS Luís Fernando Amâncio Santos. A passividade dos escravos africanos aumentava a produtividade de sua mão-de-obra. Você já se deparou com essa

QUILOMBOS

Luís Fernando Amâncio Santos

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“A passividade dos escravos africanos aumentava a produtividade de sua

mão-de-obra.”

Você já se deparou com essa justificativa para a escravidão negra?

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Leia o poema de 1806 de Joaquim José Lisboa, alferes em Vila Rica:

Os escravos pretos lá,Quando dão com maus senhores,Fogem, são salteadores,E nossos contrários são.

Entranham-se pelos matos, E como criam e plantam,Divertem-se, brincam e cantam,De nada têm precisão.

[...]Vêm de noite aos arraiais,E com indústrias e tretas,

Seduzem algumas pretas,Com promessas de casar.

Elegem logo rainha,E rei a quem obedecem,Do cativeiro se esquecem,Toca a rir, toca a roubar.

Eis a notícia se espalhaDo crime e do desacato,Caem-lhe os capitães do mato,E destroem tudo enfim.

Apud: RAMOS, Donald. O Quilombo e o sistema escravista em Minas Gerais no século XVIII, p. 164. In: REIS, J. J.; GOMES, F. dos S. Liberdade por um fio: historia dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996

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Passividade?

Qual é a imagem dos escravos passada pelo poema? Seres passivos diante dos senhores e da escravidão?

Você sabe para onde os negros iam quando fugiam de seus senhores?

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Em boa parte dos casos, eles constituíam quilombos.

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Veja a definição de quilombo na wikipédia:

“Os quilombos consistiam de agrupamentos de ex–escravos fugidos de seus senhores no período colonial do Brasil. Representaram uma das mais importantes formas de resistência à escravidão. Localizavam-se em regiões de grande concentração de escravos, em áreas afastadas dos centros de colonização ou em locais de difícil acesso. Embrenhados nas matas virgens, os núcleos se transformaram em prósperas aldeias, dedicando-se à economia de subsistência e às vezes ao comércio.”

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Quilombos

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Quilombos só existiram no Brasil?

Quilombo foi a denominação para o agrupamento de escravos fugidos no Brasil.

Entretanto, comunidades quilombolas foram uma constante nos lugares onde houve escravidão.

Na América Espanhola escravocrata, eles recebiam o nome de palenques e possuíam características muito próximas ao caso brasileiro.

Já na América inglesa, a denominação para tais ocorrências era marronages.

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Quilombo para a sociedade colonial

Algumas definições e casos concretos.

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Uma definição: Em um despacho de 21 de fevereiro de 1765, o

governador Luis Diogo Lobo da Silva lembra o item 3º do Regimento de 1722 e define que para serem qualificados quilombolas era preciso os negros “não só acharem-se em rancho para cima de quatro, mas haver neles pilões e modos que indiquem conservarem-se no mesmo rancho.”*

*GUIMARÃES, C. M, A negação da ordem escravista: quilombos em Minas Gerais no séc. XVIII. 1983, p. 54.

Outros textos referem-se a três e cinco como o número de quilombolas necessário para que se caracterizasse um quilombo.

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Necessariamente, o quilombo tinha muita gente?

NãoSim

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NãoSim

Correto! Um pequeno agrupamento de escravos fugitivos já caracterizava um

quilombo.

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Observe o mapa ao lado. Nele estão assinaladas, entre outras, as ocorrências de quilombos no Brasil.

Fonte: GOMES, Nilma Lino (org). Tempos de lutas: as ações afirmativas no contexto brasileiro. Brasília, 2006.

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A partir do mapa, reflita:

Os quilombos foram exclusivos de determinadas regiões?

Clique aqui para voltar ao mapa.

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Minas Gerais

Bahia e costa nordestina

Costa do Pará e Maranhão

Centro-Oeste

Quais regiões tiveram maior ocorrência de quilombos?

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A devassa do Quilombo de Oitizeiro em outubro de 1806, constatou os seguintes bens:

REIS, João José. Escravos e coiteiros no Quilombo do Oitizeiro, Bahia, 1806. p. 359. In: REIS, J. J.; GOMES, F. dos S. Liberdade por um fio: historia dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

“Retrato resumido da região, no Oitizeiro imperava a mandioca. A devassa não conseguiu encontrar outra lavoura digna de nota, embora seja possível que houvesse alguma apenas para subsistência, sem valor comercial. Também a caça, pesca e coleta de frutas constam como atividades subsidiárias a que os moradores, inclusive os quilombolas, se dedicavam.”

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Nos quilombos destruídos em 1759 por Bartolomeu Bueno do Prado, no Campo Grande, foram achados “muitos mantimentos e grandes roçarias para o ano futuro. O Quilombo do Parnaíba, na comarca do Paracatu, destruído em 1766 por Manoel Alves de Souza Moreira, tinha em suas proximidades “copiosas lavouras e mantimentos recolhidos em paióis”. Ainda em 1766, o alferes Bento Rebelo atacou o Quilombo de Pitanguí destruindo as “plantas de roça que tinham fabricado, de milho, feijão, algodão, melancias e mais frutas”.

GUIMARÃES, Carlos Magno, A negação da ordem escravista quilombos: em Minas Gerais no séc. XVIII. 1983, p.61/62.

Casa da Cultura de Paracatu

Foto: Neide Freitas

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Fonte: REIS, J. J.; GOMES, F. dos S. Liberdade por um fio: historia dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996

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As atividades econômicas dos quilombos variaram conforme peculiaridades das

regiões em que se desenvolviam. Nas Minas Gerais, por exemplo, muitos aquilombados

se dedicaram à mineração clandestina. Essa se dava sem que as autoridades tivessem conhecimento ou em minas ainda não descobertas oficialmente .

Esse ouro não pagava impostos, sendo comercializado como contrabando ou usado diretamente em compras.

Devido à situação ilegal dos quilombolas, os produtos por eles comercializados eram mais baratos que os demais. Esse era um modo de compensar o perigo de comprar ouro ou outras mercadorias dos quilombos.

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• O ouro extraído pelos quilombolas foi utilizado, através dos comércio também clandestino, para obtenção de produtos necessários mas não produzidos pelo quilombo, como gêneros alimentícios, armas, pólvora, chumbo, etc.

• Foi criada uma rede comercial clandestina que se constituiu em outro problema para as autoridades.

• Estas, por mais que tivessem tentado, não conseguiram destruí-la. Dela participavam desde escravos até elementos livres vinculados à Coroa.

GUIMARÃES, Carlos Magno, A negação da ordem escravista: quilombos em Minas Gerais no séc. XVIII. 1983, p.75.

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A partir dos textos, pense:

Quais atividades econômicas eram desenvolvidas nesses quilombos?

Lembre da seguinte estrofe do poema de Joaquim José Lisboa :

“Entranham-se pelos matos, E como criam e plantam,

Divertem-se, brincam e cantam,

De nada têm precisão.”

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Leia os textos a seguir:

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Descrição do conde de Assumar, governador de Minas Gerais, em carta ao rei de 13 de junho de 1718, acerca da violência dos quilombolas, que

viveriam:

Não só a infestar as estradas e os que andam por elas, mas aos que habitam nos sítios e roças ainda vizinhas às vilas, levando-lhes de casa não só ouro, mantimentos, mas cousas de menos importância e mais volume, porque tudo toma lugar, o seu atrevimento juntando-se em quadrilhas de 25 e quarenta armados e defendidos das armas [com] que fogem aos seus senhores e que apanham aos passageiros.

Apud:RAMOS, Donald. O Quilombo e o sistema escravista em Minas Gerais no século XVIII, p.177. In: REIS, J. J.; GOMES, F. dos S. Liberdade por um fio: historia dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996

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Relato sobre assalto na fazenda de Marcelino da Costa Gonçalves no dia 24 de janeiro de 1795:

“um lote de trinta negros calhambolas (quilombolas)”que “armados de foices, facões e chuços e outras armas, e pegaram a mão suplicante ( de Marcelino) e aos seus flâmulos, passando a amarrá-los a todos de pés e mãos e, lhes meteram na boca uma mordaça a que lhe chamam freio, estando o suplicante e os seus neste estado principiaram a roubá-lo, desde os principais bens que possuíam até o poleiro das galinhas”.

GUIMARÃES, Carlos Magno, A negação da ordem escravista: quilombos em Minas Gerais no séc. XVIII. 1983, p.67

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Ataque de quilombolas no Rio de Janeiro:Correspondência do Conde de Aguiar, em nome do Príncipe Regente, a Paulo Fernandes Viana (Intendente Geral de Polícia do Rio de Janeiro), datada de 9 de junho de 1812: "Manda remeter a VSa. a parte do Tenente Coronel Aureliano de Souza e Oliveira, encarregado da Obra de reparo do Aqueduto da Carioca (imagem ao lado) sobre o attaque feito na noute de Sabbado 6 do corrente, pela meia noute, aos Ranxos daquelle serviço por mais de outenta Negros Quilombollas: E hé servido que VSa. expeça as ordens necessarias, para que sejão logo aprehendidos e castigados estes delinquentes, como for de Justiça“ (Arquivo Nacional)

Imagem: Aqueduto da Carioca. Fonte: MATTOS, Ilmar Rohlof et alii. O Rio de Janeiro, capital do Reino. São Paulo: Atual, 1995.

Transcrição: Luiz Carlos Villalta

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Sobre as ações quilombolas, responda:

Conforme documentos anteriores, discuta a repercussão dos quilombos na sociedade.

Há passagens no poema de Joaquim José Lisboa que se referem a essa repercussão do quilombo. Quais?

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Uma última questão...

Antes de cometer esses assaltos e roubos, qual o primeiro delito que o quilombola cometia?

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Ontem e hoje

Algumas semelhanças

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As palavras clandestino e contrabando são presentes no

nosso cotidiano: Pela “Ponte da Amizade” são

trazidos ao Brasil diariamente milhares de produtos contrabandeados (não declarados à Fazenda) oriundos do Paraguai.

Essas mercadorias alcançam preços baixos em comparação a outras.

Elas estão presentes nos camelôs e shoppings populares e possuem um número grande de consumidores.

Fonte: site www.transportes.gov.br

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Sobre o comércio ilegal ontem e hoje:

As vantagens do comércio com os quilombolas e o atual, de mercadorias vindas do Paraguai, são semelhantes?

Como a sociedade vê hoje o comércio clandestino?

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O que você pensa quando imagina a população de um

quilombo?

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Gaspar Barleus referia-se a “salteadores” que acorriam aos mocambos (quilombos) e a expedição de Rodolfo Baro (1644), entre os prisioneiros que fez nos Palmares Grandes, encontrou sete índios e alguns mulatos de menor idade.

Em 1694, a situação não se modificara muito, pois o governador Melo e Castro falava em muitos “mulatos facinorosos”, que aconselhavam os negros e até mesmo a um mouro (de origem árabe), “que para eles fugiu”, a quem se deveriam as poderosas fortificações do Zumbi.

CARNEIRO, Edison. O Quilombo dos Palmares. 3.ed. Rio de Janeiro: 1966. P.29.

É provável que você tenha pensado em uma população exclusiva de negros, vivendo

como se estivessem em uma pequena África.

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A partir do texto, responda:

Quais são os elementos apresentados como integrantes do quilombo de Palmares?

O texto confirma a sua visão anterior sobre a população de um quilombo?

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Arqueologia de Palmares O pesquisador Pedro Paulo Funari vem

desenvolvendo estudos a partir de achados do Projeto Arqueológico Palmares.

Essas escavações têm o objetivo de, a partir dos fragmentos encontrados, traçar características da civilização quilombola de Palmares.

Cerâmicas encontradas até o momento dão a entender a participação indígena , uma vez que a fabricação desses utensílios contou com técnicas tupinambás.

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O Quilombo de Palmares

Única imagem contemporânea de Palmares, apresentada por Barleus em

1647.

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O quilombo de Palmares Surgiu no princípio do século XVII e só foi exterminado

em 1694. Ocupava um espaço territorial de aproximadamente 27

mil km quadrados, dentro dos atuais estados de Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Bahia.

Os relatos sobre a população quilombola chegam a estimativa de 20 mil habitantes.

Tais números chegam perto de explicar o impacto que Palmares causou. A existência de tamanho foco resistente incomodou as autoridades, que enviaram constantes expedições para vencer o quilombo.

E, mesmo depois de derrotado, ele continuou a existir, como um fantasma: era constante o medo de que algum outro quilombo atingisse proporções semelhantes a Palmares.

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Mapa de Palmares

Fonte: REIS, J. J.; GOMES, F. dos S. Liberdade por um fio: historia dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das

Letras, 1996

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Atividade: marque as características corretas dos quilombos.

O que caracterizava um quilombo?

Cerca de 4 negros fugidos.

Comunidade acima de 100 negros.

Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam?

Produtos vindos da África.

Produtos característicos da região em que estavam.

Como os quilombolas praticavam a mineração

Assalariadamente, para senhores de escravos.

Clandestinamente.

Quem habitava os quilombos?

Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade.

Exclusivamente negros.

Clique aqui para sair

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Atividade: marque as características corretas dos quilombos.

O que caracterizava um quilombo?

Cerca de 4 negros fugidos.

Comunidade acima de 100 negros.

Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam?

Produtos vindos da África.

Produtos característicos da região em que estavam.

Como os quilombolas praticavam a mineração

Assalariadamente, para senhores de escravos.

Clandestinamente.

Quem habitava os quilombos?

Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade.

Exclusivamente negros.

Clique aqui para sair

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Atividade: marque as características corretas dos quilombos.

O que caracterizava um quilombo?

Cerca de 4 negros fugidos.

Comunidade acima de 100 negros.

Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam?

Produtos vindos da África.

Produtos característicos da região em que estavam.

Como os quilombolas praticavam a mineração

Assalariadamente, para senhores de escravos.

Clandestinamente.

Quem habitava os quilombos?

Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade.

Exclusivamente negros.

Clique aqui para sair

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Atividade: marque as características corretas dos quilombos.

O que caracterizava um quilombo?

Cerca de 4 negros fugidos.

Comunidade acima de 100 negros.

Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam?

Produtos vindos da África.

Produtos característicos da região em que estavam.

Como os quilombolas praticavam a mineração

Assalariadamente, para senhores de escravos.

Clandestinamente.

Quem habitava os quilombos?

Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade.

Exclusivamente negros.

Clique aqui para sair

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Atividade: marque as características corretas dos quilombos.

O que caracterizava um quilombo?

Cerca de 4 negros fugidos.

Comunidade acima de 100 negros.

Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam?

Produtos vindos da África.

Produtos característicos da região em que estavam.

Como os quilombolas praticavam a mineração

Assalariadamente, para senhores de escravos.

Clandestinamente.

Quem habitava os quilombos?

Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade.

Exclusivamente negros.

Clique aqui para sair

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Atividade: marque as características corretas dos quilombos.

O que caracterizava um quilombo?

Cerca de 4 negros fugidos.

Comunidade acima de 100 negros.

Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam?

Produtos vindos da África.

Produtos característicos da região em que estavam.

Como os quilombolas praticavam a mineração

Assalariadamente, para senhores de escravos.

Clandestinamente.

Quem habitava os quilombos?

Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade.

Exclusivamente negros.

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Atividade: marque as características corretas dos quilombos.

O que caracterizava um quilombo?

Cerca de 4 negros fugidos.

Comunidade acima de 100 negros.

Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam?

Produtos vindos da África.

Produtos característicos da região em que estavam.

Como os quilombolas praticavam a mineração

Assalariadamente, para senhores de escravos.

Clandestinamente.

Quem habitava os quilombos?

Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade.

Exclusivamente negros.

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Atividade: marque as características corretas dos quilombos.

O que caracterizava um quilombo?

Cerca de 4 negros fugidos.

Comunidade acima de 100 negros.

Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam?

Produtos vindos da África.

Produtos característicos da região em que estavam.

Como os quilombolas praticavam a mineração

Assalariadamente, para senhores de escravos.

Clandestinamente.

Quem habitava os quilombos?

Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade.

Exclusivamente negros.

ERRADO!!!

Clique aqui para sair

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Quem habitava os quilombos?

Atividade: marque as características corretas dos quilombos.

O que caracterizava um quilombo?

Cerca de 4 negros fugidos.

Comunidade acima de 100 negros.

Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam?

Produtos vindos da África.

Produtos característicos da região em que estavam.

Como os quilombolas praticavam a mineração

Assalariadamente, para senhores de escravos.

Clandestinamente.

Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade.

Exclusivamente negros.

CERTO!!!

Clique aqui para sair

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Os Quilombos como símbolo de resistência

Folder do filme Quilombo (Brasil, 1984, diretor Carlos Diegues).

Fonte: site www.historianet.com.br

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Nas décadas de 1970 e 1980, alguns grupos que desejavam mudanças na sociedade e valorizavam a cultura negra utilizaram o quilombo de Palmares como modelo do que acreditavam.

Eles destacavam o combate quilombola contra a opressão dos senhores como um exemplo a ser seguido.

Com as ações desses grupos, criou-se a imagem dos quilombos como uma recriação da África em terras americanas. Além disso, imaginava-se que neles desenvolviam-se relações muito próximas ao que prega o comunismo, com a constituição de uma sociedade sem desigualdades.

Quilombo de Palmares e seu líder Zumbi se tornaram símbolos dessa resistência.

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Veja as seguintes letras de música:

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ExistiuUm eldorado negro no BrasilExistiuComo o clarão que o sol da liberdade produziuRefletiuA luz da divindade, o fogo santo de OlorumReviveuA utopia um por todos e todos por um

Quilombo Que todos fizeram com todos os santos zelandoQuilombo Que todos regaram com todas as águas do prantoQuilombo Que todos tiveram de tombar amando e lutandoQuilombo Que todos nós ainda hoje desejamos tanto

ExistiuUm eldorado negro no BrasilExistiuViveu, lutou, tombou, morreu, de novo ressurgiuRessurgiuPavão de tantas cores, carnaval do sonho meuRenasceu Quilombo, agora, sim, você e eu

QuilomboQuilomboQuilomboQuilombo

Quilombo, o eldorado negro letra: Waly Salomão

Letra e música: Gilberto Gil

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ExistiuUm eldorado negro no BrasilExistiuComo o clarão que o sol da liberdade produziuRefletiuA luz da divindade, o fogo santo de OlorumReviveuA utopia um por todos e todos por um

Quilombo Que todos fizeram com todos os santos zelandoQuilombo Que todos regaram com todas as águas do prantoQuilombo Que todos tiveram de tombar amando e lutandoQuilombo Que todos nós ainda hoje desejamos tanto

ExistiuUm eldorado negro no BrasilExistiuViveu, lutou, tombou, morreu, de novo ressurgiuRessurgiuPavão de tantas cores, carnaval do sonho meuRenasceu Quilombo, agora, sim, você e eu

QuilomboQuilomboQuilomboQuilombo

Quilombo, o eldorado negro letra: Waly Salomão

Letra e música: Gilberto GilEldorado: paraíso,

lugar perfeito.

Utopia: sonho, idealização.

Page 55: QUILOMBOS Luís Fernando Amâncio Santos. A passividade dos escravos africanos aumentava a produtividade de sua mão-de-obra. Você já se deparou com essa

Segundo a letra da música, quais as características do Quilombo de Palmares?

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Música:QuilomboBanda: Soulfly

This is a true story of a slavemanWho fled his people from the white manSo I'll say that he showed me the wayTo be brave, brave, don't be afraid*Zumbi* his name, *Quilombo* his placeOur root you can never erase*Zumbi* his name, *Quilombo* his placeOur root you can never erase

Thirty thousand Zumbi refugeesFight the right, the right to be freeRape the city, the masters of greedFollow the warrior, the warrior ZumbiNo more no more no more slaveryNo more no more no more miseryNo more no more no more suffering

Zumbi ZumbiBlow them away

Here we come, here we come slave drumsHere we come, here we come QuilomboTime for war in the land of the sunI know God will not leave us aloneI know God will never leave us alone

Zumbi ZumbiGot to be free

Quilombo Quilombo

Essa é uma história verdadeira de um escravoQue livrou seu povo dos brancosEntão eu direi que ele me mostrou o caminhoSer bravo, bravo, não ter medo*Zumbi* seu nome, *Quilombo* seu lugarNossa raiz você não pode apagar*Zumbi* seu nome, *Quilombo* seu lugarNossa raiz você nunca poderá apagar

Trinta mil refugiados de ZumbiLute pelo direito, o direito é ser livreViolente a cidade, os senhores da ganânciaSiga o guerreiro, o guerreiro ZumbiNunca mais, nunca mais, nunca mais escravidãoNunca mais, nunca mais, nunca mais misériaNunca mais, nunca mais nunca mais sofrimento

Zumbi ZumbiExploda-os

Aqui vamos nós, aqui vamos nós, tambores da escravidãoAqui vamos nós, aqui vamos nós, quilomboTempo de guerra na terra do solEu sei que Deus nunca nos deixará sozinhosEu sei que Deus nunca nos deixará sozinhos

Zumbi, ZumbiConseguiu a liberdade

Quilombo, Quilombo

Tradução: Luís Fernando Amâncio

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Você acha que o Zumbi da música da banda Soulfly corresponde ao mito idealizado pelo movimento negro?

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Controvérsia historiográfica

Duas visões sobre a assimilação dos quilombos na sociedade

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O historiador Carlos Magno Guimarães entende os quilombos como uma importante manifestação da resistência dos escravos à escravidão.

Os quilombos prejudicariam o funcionamento do sistema escravista, com: A retirada de mão-de-obra dos senhores O surgimento de um mercado paralelo praticado

pelos quilombolas; Prejuízos materiais com atividades praticadas pelos

quilombolas, como incêndios e assaltos promovidos pelos fugitivos, entre outras.

Logo, os quilombos entrariam diretamente em atrito com o sistema escravocrata.

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Em contrapartida... O historiador Donaldo Ramos acredita que os

quilombos não eram uma negação ao escravismo. A fuga de um escravo e sua integração em um quilombo seria uma busca da liberdade individual.

Para o historiador, a presença dos quilombos era assimilada pela sociedade. O comércio clandestino de quilombolas com forros e comerciantes seria um complemento de espaço que o sistema escravista deixava.

Além disso, a possibilidade dada aos escravos de constituir pequenos quilombos os afastava de pretensões maiores, como organizarem-se em uma grande rebelião.

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Diante desse conflito de idéias:

Relacione os pontos em que os dois pesquisadores entram em atrito.

Posicione-se: com qual ponto de vista você concorda?

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Releia a afirmação que abriu esta apresentação:

“A passividade dos escravos africanos aumentava a produtividade de sua

mão-de-obra.”

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Redija uma dissertação sobre esse assunto, a partir dos seus conhecimentos adquiridos.