Questões de Gênero no Ensino de História

❖ PIBID HISTÓRIA 1❖ MINISTRANTES DA OFICINA: PROFª KARINA K.

BELLOTTI, ALINE WASZAK, BRUNA DAUM, GIOVANA CASTRO, E SARA MONTEIRO

❖ Material para Oficina do V Seminário Institucional do PIBID UFPR, ocorrido em 20 de junho de 2015, no campus Reitoria.

❖Conceito surge com o movimento feminista❖Oposição ao determinismo biológico que

sugere papéis sociais diferenciados para homens e mulheres

❖ Faz parte da identidade de cada pessoa

O conceito de Gênero

❖ Projeto Gênero e Diversidade na Escola- 2006 (MEC)

-Incorporar o debate de Gênero e Diversidade na formação docente-Combate às discriminações de gênero, sexualidade e relações étnico-raciais

Iniciativas governamentais

❖Dir. Curriculares de Gênero e Div. Sexual da SEED-PR (2010)

- Joan Scott e Judith Butler- Documento sugere que o docente pense

seu planejamento didático a partir de questões de gênero e diversidade

- Problemetizar!

❖ Predomínio de História política nas escolas- foco em personagens masculinos

❖ Falta de inclusão da História das Mulheres

Gênero no Ensino de História

❖ Antiguidade clássica: ideia diferenciada sobre ser homem. Atração sexual entre homens eram comuns e bem aceitas na cultura greco-romana.

Situações históricas que envolvem questões de Gênero

❖ Segunda Guerra Mundial:

Mulheres são incentivadas a entrar para o mercado de

trabalho em substituição aos homens que foram à

guerra.

Total: 96 fichas

Classificação sócioeconômica – Colégio Dom Pedro II

Classe Número de alunos

A1 2

A2 13

B1 31

B2 36

C1 11

C2 1

D 2

Classificação sócioeconômica – Colégio Dom Pedro II● Sobre quantas pessoas compõem a renda da família:● Total: 88 fichas

● A composição familiar parece bem diversificada, uma vez que em alguns casos aparecem como contribuintes para a renda avós, tios, padrastos, madrastas…

● Profissões exercidas também são bastante variadas, com uma certa predominância na área de vendas. Os alunos raramente trabalham.

● Talvez o número elevado de pessoas que contribuem para a renda familiar seja o responsável pela posição na classificação.

Classificação sócioeconômica – Colégio Manoel Ribas

Total: 73 fichas

Classificação sócioeconômica – Colégio Manoel Ribas● Sobre quantas pessoas compõem a renda da família:

● A composição familiar dificilmente é nuclear;● A maioria dos contribuintes para a renda trabalha com serviços como limpeza ou com

reciclagem de papel - seja autônomo, seja em cooperativa. Alguns alunos já trabalham no Ensino Fundamental; isso é maioria no Ensino Médio;

● Não foram levados em conta auxílios governamentais.

O Dia da Mulher e o Machismo na Sociedade: a percepção de

estereótipos femininos presentes nas propagandas

❖ Refletir e repensar a representação da imagem feminina na mídia;

❖ Fazer os alunos compreenderem a origem do Dia da Mulher, bem como o conceito de machismo;

❖ Permitir aos alunos o trabalho com fontes históricas, neste caso, a fonte propagandística.

Planejamento - Objetivos:

❖ Levando em conta os objetivos propostos, foram escolhidas propagandas, tanto em formato de vídeo, quanto imagens, para serem trabalhadas com os alunos;

❖ Dividimos as propagandas em duas categorias: machistas e “não-machistas” (não se pode dizer que são feministas); o objetivo era levar os alunos, por meio do debate e do auxílio dos bolsistas, a as analisarem desta forma;

❖ A atividade foi desenvolvida para três horas-aula;

❖ Foi desenvolvida para sétimos anos.

Planejamento - Construção da Atividade:

❖ A atividade foi aplicada em dois colégios, Manoel Ribas e Dom Pedro II, e se daria da seguinte forma:

❖ Aula 01: discussão sobre o que sabiam sobre o Dia da Mulher e machismo; debate dos temas;

❖ Aula 02: discussão sobre o machismo através de fontes midiáticas;

❖ Aula 03: avaliação.

Aplicação - Aulas:

❖ Consistia na análise de uma propaganda, com conteúdo machista;

❖ Não foi dada a mesma propaganda para todos os alunos, mas propagandas diversas;

❖ Os alunos deveriam responder às seguintes perguntas: Este anúncio é machista? Justifique sua resposta. O que está sendo anunciado? Como a mulher é retratada?

Aplicação - Avaliação:

Imagem extraída de: http://economia.uol.com.br/album/2013/07/08/propagandas-politicamente-incorretas.htm. Acesso em: 2 mai. 2014.

Exemplos de propagandas utilizadas:

Imagem extraída de: http://www.aloprando.com/textos/propaganda-do-volkswagen-fusca-a-mais-machista-de-todas-um-classico Acesso em: 2 mai. 2014.

Resultados da Atividade:❖ Tanto meninos quanto meninas foram receptivos à atividade,

porém ocorreu dificuldade na interpretação de fontes: notou-se que ambos são pouco ou nada trabalhados nas escolas;

❖ O debate acerca do machismo foi levado para caminhos diferentes nas duas escolas: no colégio Manoel Ribas, o tema foi muito associado ao racismo e à violência; já no Dom Pedro II, o tema foi levado para o mercado de trabalho.

❖ Embora não fosse o foco da atividade, houve a necessidade de apontar as diferenças entre machismo e feminismo,e como não são opostos.

Resultados da Atividade:❖ Repensar a formulação das questões avaliativas, tanto com

relação às fontes quanto aos enunciados.

❖ Dificuldade de expressar as ideias por escrito: muitos alunos expunham suas interpretações porém não conseguiam escrever.

❖ Concluímos que esta atividade em específico poderia ser melhor explorado se trabalhado com crianças mais velhas e em mais aulas, para aprofundar o debate. Uma ação interdisciplinar (aliada à Português ou Artes, por exemplo) também se faz interessante.

Exemplo de resposta dos alunos:

Exemplo de resposta dos alunos:

Exemplo de resposta dos alunos:

Exemplo de resposta dos alunos:

Referências Bibliográficas:BLAY, Eva A. 8 de março: conquistas e controvérsias. In: Revista de Estudos Feministas, vol.9, n.2, 2001. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-026X2001000200016&script=sci_arttext

BELELI, Iara. Marcas da diferença na propaganda brasileira. 2005. Dissertação (Doutorado em Ciências Sociais) Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. Disponível em: http://www.pagu.unicamp.br/sites/www.ifch.unicamp.br.pagu/files/Tese.Iara_.pdf

CERRI, Luis Fernando. A política, a propaganda e o ensino de História. In: Cad. Cedes, Campinas, vol.25, n. 67, pp-319-331. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v25n67/a05v2567

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. Trad.: Christine Rufino Dabat , Maria Betânia Ávila. Disponível em: http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/6393/mod_resource/content/1/G%C3%AAnero-Joan%20Scott.pdf

A mulher e o mercado de trabalho

● Apontar o problema histórico da desigualdade de oportunidades no mercado de trabalho como fator constante na sociedade contemporânea; apresenta algumas rupturas, mas principalmente, muitas permanências com relação ao passado;

● Não mostrar a mulher como objeto passivo ao longo do tempo: enfatizar as lutas e formas de resistência que se verificam com relação ao trabalho e a papeis sociais vinculados a ele;

● Não abordar a questão através do caráter machista desta configuração, mas sim questionando a atribuição de funções “de homem” e “de mulher”.

Planejamento: objetivos.

Planejamento: construção da atividade● Desenvolvida com respaldo das Diretrizes Básicas Curriculares da

Educação Básica de História do governo do Paraná;

● Se deu de forma a levar em conta não apenas a fala do professor, mas também a carga de conhecimento dos estudantes com debates e utilização de fontes variadas para interpretação.

● Aproximação com os alunos: o espaço de Curitiba a partir das pesquisas de Roseli Boschilia.

● Planejada para três horas-aula, para o 8º ano.

Aplicação: aulas● Aula 1: Chuva de ideias, discussão e apresentação das várias

formas de trabalho no XIX a partir de Michelle Perrot;

● Aula 2: Rupturas e continuidades com este modelo na Curitiba de meados do século XX, projeções sociais, fotos do período e paralelos com a atualidade;

● Leitura dos enunciados com os alunos e aplicação da avaliação.

Avaliação● Responder ao questionário baseado na

interpretação de 4 fontes apresentadas

● Participação na chuva de ideias, debate e questões levantadas;

● Resposta a todas as perguntas;

Avaliação

Avaliação

(...)

Resultados da atividade● Embora alguns alunos tenham conseguido situar os tempos históricos, o trabalho com várias

temporalidades foi visto com estranheza; devido às permanências, alguns alunos associavam características de um período a outro sem necessariamente corresponder com a realidade;

● Certos documentos se mostraram de difícil compreensão devido à sua linguagem abstrata e acadêmica;

● A atividade seria melhor aproveitada caso inserida no contexto de aprendizagem sobre a Revolução Industrial ou contexto interno do Brasil no pós 2ª Guerra;

● De uma forma geral se mostraram muito interessados e bastante participativos, associando o conteúdo com discursos com os quais entravam em contato diariamente.

● A atividade pode ser aplicada em outras séries, preferencialmente no Ensino Médio; seria interessante uma ação em conjunto com a Sociologia.

Referências· BOSCHILIA, Roseli. Entre fitas, bolachas e caixas de fósforos: a mulher no espaço fabril curitibano (1940-1960). Curitiba, Artes & Textos, 2010.· PERROT, Michelle. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro, Paz e Guerra, 1988. Pp. 186.· Relação de candidatos aprovados no curso de engenharia mecânica da UFPR- processo 2014/2015. Disponível em: <http://www.nc.ufpr.br/concursos_institucionais/ufpr/ps2015/resultado2fase/curso_036.htm>.· Estatísticas do IBGE sobre o trabalho e a inserção da mulher no mercado de trabalho, tabela I. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/Mulher_Mercado_Trabalho_Perg_Resp_2012.pdf >· Patricia Arquette defende salários iguais para as mulheres, em premiação do Oscar.Notícia disponível em: < http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2015/02/23/interna_diversao_arte,472254/no-oscar-patricia-arquette-defende-salarios-iguais-para-as-mulheres.shtml>> de 23 de fevereiro de 2015>.· Diretrizes Curriculares da Educação Básica: História. Governo do Paraná; Secretaria do Estado da Educação do Paraná; Departamento de Educação Básica. Paraná, 2008. Disponível em: < http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_hist.pdf>

Representação Feminina no Cinema Infantojuvenil

Planejamento - Objetivos:

❖ Inserir a discussão sobre gênero nas séries iniciais;

❖ Fomentar uma consciência crítica acerca dos estereótipos que circundam as mulheres;

❖ Aproximar a discussão do quotidiano dos alunos;

Planejamento - Construção da Atividade:

❖ Levando em conta os objetivos propostos, foram escolhidos filmes da produtora Walt Disney por se mostrar presente no quotidiano de gerações;

❖ A escolha também se deu pelo fato de que a produtora é conhecida por seus ideais de princesa;

❖ A atividade foi desenvolvida para quatro horas-aula;

❖ Foi desenvolvida para sextos e sétimos anos.

Aplicação - Aulas:❖ A atividade foi aplicada nos sétimos anos do colégio Dom Pedro II;

❖ Aula 01: Discussão sobre indústria cinematográfica e estereótipos. Exibição do trecho de “A Branca de Neve e os Sete anões”;

❖ Aula 02: Exibição de “A Bela Adormecida”, “Mulan” e “Pocahontas”;

❖ Aula 03: Exibição de “Valente” e “Frozen”;

❖ Aula 04: Debate com os alunos e entrega da atividade;

❖ Os filmes e os debates foram articulados com base em um roteiro de análise dos filmes;

Aplicação - Avaliação:❖ Consistia na escrita de um conto de fadas que levasse

em conta as discussões em sala de aula sobre os padrões e estereótipos sobre a representação das princesas;

❖ O critério de avaliação é justamente a relação com as discussões feitas;

❖ O formato da avaliação permite a interdisciplinaridade com a disciplina de português, ficando a critério do aplicador;

Resultados da Atividade:❖Questões técnico-metodológicas: estrutura

escolar e adaptação das atividades;❖ Bons resultados: interesse por parte dos

alunos, debates proveitosos;❖ Identificação por parte dos alunos;

Anexo : Roteiro para

a análise dos filmes

Referências Bibliográficas:ADELMAN M., CORRÊA, A. S., RUGGI, L. O., TROVÃO, A. C. R. Mulheres, Homens, Olhares e Cenas. Curitiba:Editora UFPR, 2011. BREDER, F. C. Feminismo e Príncipes Encantados: a representação feminina nos filmes de princesa da Disney. Trabalho de Graduação em Comunicação Social/Jornalismo – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013. GALERY, M. C. V. Considerações em Torno do Espectador, do Olhar e da Representação do Feminino. In: Revista Fragmentos nº 26, Florianópolis: UFSC, 2004. p.53-60 KAPLAN, A. A Mulher e o Cinema: Os Dois Lados da Câmera. Rio de Janeiro: Rocco, 1995. KELLNER, D. A cultura da mídia – estudos culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno. Bauru, SP, EDUSC, 2001.

Conclusões parciais● Gênero: um assunto necessário;

● Limites de atuação do PIBID dentro do colégio: intervenção nas atividades e disputas de poder;