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Internet: http//www.partido-socialista.pt/partido/imprensa/as/ E-mail: [email protected] Director António JosØ Seguro Director-adjunto JosØ Manuel Viegas N”1110 24 MAIO 2001 SEMANAL 100$ - 0,5 Quem disse ? Política Parlamento Internacional Socialista Guterres prepara Conselho sobre ambiente global O camarada António Guterres presidiu, ontem, em Bruxelas, à reuniªo do Executivo da Internacional Socialista (IS), que visou preparar o Conselho de Lisboa desta organizaçªo, a 29 e 30 de Junho, sobre ambiente global. Nos œltimos meses a IS tem colocado na primeira linha de acçªo política a questªo ambiental, tendo jÆ lançado duros ataques à nova administraçªo norte-americana de George W. Bush pela decisªo de abandonar, unilateralmente, o protocolo de Quioto sobre alteraçıes climatØricas. Em comunicado subscrito por Guterres, no passado mŒs de Abril, a IS considerou «inaceitÆvel» e «egoísta» a posiçªo de Bush e lembrou que as Naçıes Unidas jÆ concluíram que as alteraçıes climÆticas estªo a correr mais rapidamente do que ainda hÆ poucos anos se pensava, sendo, por isso, maiores os riscos de aquecimento global do planeta. Na reuniªo do Executivo da IS, em Bruxelas, esteve ainda em anÆlise a continuaçªo de um quadro de violŒncia entre palestinianos e israelitas no MØdio Oriente. Na encontro da Internacional Socialista, o órgªo dirigente mais restrito (com 10 elementos), apenas nªo estiveram presentes o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e a líder dos socialistas japoneses, Takako Doi, ambos em campanha eleitoral nos seus países. AlØm do primeiro-ministro portuguŒs, estiveram na capital belga o chefe do Governo sueco, Goran Persson, o líder da Democracia Socialista italiana (DS), Valter Veltroni, o primeiro- secretÆrio do Partido Socialista FrancŒs, François Hollande, o ex- presidente argentino Raœl Alfonsin, o líder do PS belga, Elio Di Rupo, Ousman Tanor Dieng (Senegal) e o secretÆrio-geral da IS, Luís Ayala. A Comissªo Nacional do PS elegeu no sÆbado, dia 19, o Secretariado do partido com 193 votos favorÆveis, 31 contra e 17 brancos e nulos. Foi tambØm eleita a nova Comissªo Política, bem como os directores do jornal «Acçªo Socialista» e da revista «Portugal Socialista». PS pergunta a propósito da entrevista de Cavaco Quem manda no PSD? A recente entrevista de Cavaco Silva à revista «Visªo» foi reveladora da «nostalgia» de poder do professor e contribuiu para fragilizar ainda mais a dØbil liderança do PSD. Afinal quem manda no partido laranja? Pergunta o PS, a opiniªo pœblica, os «media» e, acima de tudo, os militantes do partido laranja (barıes incluídos) à beira de um ataque de nervos. GP/PS e eurodeputados em Jornadas Parlamentares Europa na agenda nacional Os deputados socialistas falaram, no dia 21, em Lisboa, sobre a reforma da Política Agrícola Comum (PAC), sobre o futuro institucional da Uniªo e sobre fundos estruturais. Inserir estes assuntos no quotidiano dos cidadªos e na agenda pœblica nacional foi uma das ideias sublinhadas durante as Jornadas Parlamentares do PS, marcadas pela convergŒncia de opiniıes. «A ameaça populista veio primeiro da `ustria e vem agora de ItÆlia, mas pode vir de qualquer lado. Com Haider, Tapie ou Berlusconi entra em cena o populismo, associado ao totalitarismo do instantâneo que a televisªo pratica» Edite Estrela Expresso, 19 de Maio

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Page 1: Quem disse - PS · Para que assim seja possível solicitei ao nosso camarada JosØ Manuel Viegas Œ a quem Ø devido um enorme agradecimento pela sua dedicaçªo Œ que continue a

Internet: http//www.partido-socialista.pt/partido/imprensa/as/ E-mail: [email protected] António José Seguro � Director-adjunto José Manuel Viegas

Nº1110 � 24 MAIO 2001 � SEMANAL � 100$ - 0,5

Quem disse ?

Política Parlamento

InternacionalSocialista

Guterres preparaConselho sobreambiente global

O camarada António Guterrespresidiu, ontem, em Bruxelas, àreunião do Executivo daInternacional Socialista (IS), quevisou preparar o Conselho deLisboa desta organização, a 29 e30 de Junho, sobre ambienteglobal.Nos últimos meses a IS temcolocado na primeira linha deacção política a questãoambiental, tendo já lançado durosataques à nova administraçãonorte-americana de George W.Bush pela decisão de abandonar,unilateralmente, o protocolo deQuioto sobre alteraçõesclimatéricas.Em comunicado subscrito porGuterres, no passado mês deAbril, a IS considerou«inaceitável» e «egoísta» aposição de Bush e lembrou queas Nações Unidas já concluíramque as alterações climáticasestão a correr mais rapidamentedo que ainda há poucos anos sepensava, sendo, por isso,maiores os riscos deaquecimento global do planeta.Na reunião do Executivo da IS, emBruxelas, esteve ainda em análisea continuação de um quadro deviolência entre palestinianos eisraelitas no Médio Oriente.Na encontro da InternacionalSocialista, o órgão dirigente maisrestrito (com 10 elementos),apenas não estiveram presenteso primeiro-ministro britânico, TonyBlair, e a líder dos socialistasjaponeses, Takako Doi, ambosem campanha eleitoral nos seuspaíses.Além do primeiro-ministroportuguês, estiveram na capitalbelga o chefe do Governo sueco,Goran Persson, o líder daDemocracia Socialista italiana(DS), Valter Veltroni, o primeiro-secretário do Partido SocialistaFrancês, François Hollande, o ex-presidente argentino RaúlAlfonsin, o líder do PS belga, ElioDi Rupo, Ousman Tanor Dieng(Senegal) e o secretário-geral daIS, Luís Ayala.

A Comissão Nacional do PSelegeu no sábado, dia 19,o Secretariado do partidocom 193 votos favoráveis,31 contra e 17 brancose nulos.Foi também eleita a novaComissão Política, bemcomo os directores do jornal«Acção Socialista» e darevista «Portugal Socialista».

PS pergunta a propósito da entrevista de Cavaco

Quem manda no PSD?

A recente entrevista de Cavaco Silvaà revista «Visão» foi reveladora da«nostalgia» de poder do professor econtribuiu para fragilizar ainda maisa débil liderança do PSD. Afinalquem manda no partido laranja?Pergunta o PS, a opinião pública, os«media» e, acima de tudo, osmilitantes do partido laranja (barõesincluídos) à beira de um ataque denervos.

GP/PS e eurodeputados em Jornadas Parlamentares

Europa na agenda nacional

Os deputados socialistas falaram, nodia 21, em Lisboa, sobre a reformada Política Agrícola Comum (PAC),sobre o futuro institucional da União esobre fundos estruturais.Inserir estes assuntos no quotidianodos cidadãos e na agenda públicanacional foi uma das ideiassublinhadas durante as JornadasParlamentares do PS, marcadas pelaconvergência de opiniões.

«A ameaça populista veioprimeiro da Áustria e vemagora de Itália, mas pode vir dequalquer lado. Com Haider,Tapie ou Berlusconi entra emcena o populismo, associadoao �totalitarismo doinstantâneo� que a televisãopratica»

Edite EstrelaExpresso, 19 de Maio

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ACÇÃO SOCIALISTA 2 24 MAIO 2001

A SEMANA

SEMANA

MEMÓRIAS ACÇÃO SOCIALISTA EM 1983

EDITORIAL A Direcção

Têxtil Governo vai apoiar empresascom 40 milhões de contos

O Estado deverá apoiar a indústria têxtil commais 35 a 40 milhões de contos, a partir de2005, revelou o secretário de Estado dasPequenas e Médias Empresas, Comércio eServiços.«Vai ser, no fundo, um apoio a prazo», frisouNelson de Sousa, à margem do IV Fórum daIndústria Têxtil, organizado pela APIM.Esta verba vai resultar dos reembolsos dosempréstimos feitos pelo Estado no âmbito doprograma IMIT (segundo Quadro Comunitáriode Apoio), a efectuar pelas empresas até 2005.Para já, Nelson Sousa adiantou que o Estadojá tem cerca de 10 milhões de contos que vãoser «direccionados para o �overbooking� doIMIT».O secretário de Estado lembrou, ainda, que aaplicação das verbas vai ser feita de acordocom os regulamentos da União Europeia.Na sua intervenção no IV Fórum da IndústriaTêxtil, o governante defendeu que a indústriatêxtil tem de apostar mais na modernização eno aumento de produtividade, sendo, paraisso, necessária uma nova dinâmica deadaptação ao novos desafios.«O desafio da produtividade ganha-se com a

capacidade de modernizar e de se adaptar anovas situações», frisouNelson de Sousa, na Expornor, apelando aosempresários para imporem estes valores nassuas empresas.Além da iniciativa privada, aquele responsávelfrisou, também, que o Estado deve asseguraruma gestão e um clima macroeconómicoestável, libertando meios para o investimentoda iniciativa privada, através do controlo dadespesa pública e da inflação.«É um trabalho de casa que compete aoEstado fazer», afirmou.Nelson de Sousa defendeu, igualmente, queo Estado deve alterar as suas políticaspúblicas, que se devem adoptar à nova realidade da inovação e modernizaçãodo país e das empresas.«A inovação mais sustentada - de naturezaincremental - é a que se faz todos os dias eque mais se ajusta às pessoas e àsorganizações», precisou.Nelson de Sousa afirmou, ainda, que pareceque há ainda muito para fazer ou que quasenada foi feito no sector têxtil em Portugal, mas«não é bem assim».

Portugal e China Novo ciclo de aproximação

Um ano e meio depois da transferência deMacau para a China, diplomatas portugue-ses e chineses concordaram, no dia 21, emPequim, « intensif icar os contactos»bilaterais e iniciar um «novo ciclo deaproximação», nomeadamente na áreaeconómica.«As relações luso-chinesas continuam a serboas, mas não há dúvida que depois deMacau, os contactos abrandaram», disseo director da política externa do Ministériodos Negócios Estrangeiros português, oembaixador Santana Carlos.«Devemos agora entrar num novo ciclo deaproximação e gostaríamos de ver,também, um maior dinamismo nas relaçõeseconómicas entre Portugal e a China»,acrescentou.Santana Carlos reuniu-se em Pequim comum ministro adjunto e outros responsáveisdo Ministério dos Negócios Estrangeiros

chinês, na primeira ronda das consultaspolíticas regulares entre os dois paísesdesde a transferência de poderes emMacau, em Dezembro de 1999.«A nossa apreciação sobre a situação emMacau é genericamente boa e é essa,também, a avaliação da parte chinesa»,realçou aquele diplomata.Santana Carlos referiu também que «há umarazoável convergência de pontos de vistaentre Portugal e a China» sobre o processode Timor-Leste e a situação em Angola.As consultas políticas regulares entrePortugal e China, que em princípio devemrealizar-se uma vez por ano, em Pequim eem Lisboa, alternadamente, foraminstituídas em Outubro de 1996.Trata-se de um mecanismo idêntico ao quePortugal tem com outros países importantesda cena política internacional, entre osquais o Japão, Rússia e Brasil.

Guterres garante Penalização para infracçõesfiscais do futebol

O primeiro-ministro, António Guterres, afirmouna passada segunda-feira, dia 21, que oMinistério das Finanças está a actuarnormalmente com penalizações contra todasas infracções fiscais, incluindo as dos clubesde futebol.As declarações do governante foramproferidas depois de ter presidido à sessãode abertura das jornadas parlamentares dedeputados e eurodeputados socialistas sobreo futuro da União Europeia.Comentando uma notícia do jornal «Público»,segundo a qual as direcções-gerais definanças não terão cumprido nos últimos anos

o despacho que determina que os clubes defutebol com dívidas contraídas após a adesãoao Plano Mateus sejam obrigatoriamentenotificados para regularizar a respectivasituação, Guterres apresentou outra versãodos acontecimentos.«Tenho a informação de que o Ministério dasFinanças está a proceder normalmente emrelação às penalizações na sequência deinfracções fiscais», contrapôs o chefe doExecutivo socialista.O primeiro-ministro adiantou ainda que essaspenalizações «não são anunciadas por seencontrarem em segredo fiscal».

No momento em que assumo o cargo de director do «Acção Socialista» queroque as minhas primeiras palavras sejam de reconhecimento a todos quantosdesde a sua fundação tornaram e tornam possível a publicação do jornal oficialdo PS.O percurso do «Acção Socialista» não tem sido nada fácil e tenho consciênciade que só com a militância de alguns tem sido possível assegurar a sua ediçãocom regularidade.A este esforço abnegado os militantes do nosso partido têm correspondidomaioritariamente com bastante indiferença, olhando por vezes para o «AcçãoSocialista» como um jornal dispensável.Será este o destino inevitável do jornal oficial do nosso partido?Recuso-me a aceitá-lo e essa foi a primeira das razões que me levaram aaceitar este cargo.Tenho consciência que a tarefa não é fácil e que actualmente é difícil encontraruma linha de identidade para um jornal partidário no seio de uma floresta deimprensa generalista e especializada.Mas é precisamente em busca dessa identidade que iniciámos já os trabalhosde preparação de um plano de reestruturação do «Acção Socialista» queengloba todas as suas vertentes, desde os conteúdos até à sua distribuição.Esse plano, depois de aprovado, começará a ser executado em Setembro eestará concluído até final do ano.Para que assim seja possível solicitei ao nosso camarada José Manuel Viegas� a quem é devido um enorme agradecimento pela sua dedicação � quecontinue a assegurar a edição do jornal mantendo o cargo de director-adjuntoaté ao final de Agosto.Finalmente, desejo agradecer a confiança que a Comissão Nacional me deue saudar os socialistas no início de um novo desafio que aceito com prazer,sabendo que a margem de manobra é reduzida mas que vale a pena.

Conto convosco.

António José Seguro

GOVERNO DE CENTRO--ESQUERDA EM PERSPECTIVA

A declaração do secretário-geral do PS,Mário Soares, após a audiência com oPresidente da República, Ramalho Eanes,ocupava lugar de destaque nesta ediçãodo «Acção Socialista».No Palácio de Belém, conforme noticiavao «AS», o líder do PS e futuro primeiro-ministro dava conta ao inquilino de Belémdas «démarches» com vista à formaçãode uma coligação governamental com oPSD (partido que na altura ainda tinhauma componente de social-democracia�ultra-light»).Na declaração aos jornalistas após aaudiência, o camarada Mário Soaresafirmava que os portugueses tinham queser informados por «forma incontroversasobre o estado da nação».Quanto às negociações PS-PSD,sublinhava que elas visavam a formaçãode «um Governo reformista de tipoeuropeu animado pelo ideário dosocialismo democrático e da social-democracia». J. C. CASTELO BRANCO

26 de Maio

Quem disse?

«O próximo Governo não dará tréguas àcorrupção»Mário Soares

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24 MAIO 2001 ACÇÃO SOCIALISTA3

POLÍTICA

COMISSÃOPOLÍTICANACIONAL

Afonso CandalAlberto AntunesAloísio da FonsecaAna Catarina MendesAna Paula MarquesAntero GasparAntónio CamposAntónio MagalhãesAntónio SaleiroAntónio VitorinoArtur PenedosBarbosa de OliveiraCapoulas SantosCarlos CandalCarlos CunhaCarlos LuísCarlos TutaCarolina Tito de MoraisCatarina ResendeCustódia FernandesDelmiro CarreiraEduarda CastroEduardo Vitor RodriguesElisa DamiãoEmanuel Jardim FernandesFernando CabralFernando SerrasqueiroGuilherme PintoIdália MonizIsabel ZacariasJoão Galinha BarretoJoão ProençaJoão Rui AlmeidaJoaquim BarretoJoaquim CoutoJoaquim MourãoJoaquim RaposoJorge GonçalvesJorge Seguro SanchesJosé Augusto CarvalhoJosé ContenteJosé LelloJosé LemosJosé Miguel

MedeirosJosé PenedosJosé ReisJúlio Miranda Calha

Leonel FadigasLeonor CoutinhoLuis AmeixaLuis CoelhoLuis ParreirãoLuis VazManuel dos SantosManuel Mata

CáceresMargarida FreitasMaria Antónia A. SantosMaria SantosMário AlmeidaMedeiros FerreiraMiguel CoelhoMiguel GinestalMota AndradeOrlando GasparOsvaldo de CastroPaula AlvesPaula Cristina

GuimarãesPaulo PedrosoRicardo CastanheiraRosa Maria AlbernazRosalina MartinsSandra LameirasSantinho PachecoSérgio Sousa PintoTelma LeitãoTorres CoutoVasco FrancoVitor FreitasVitor Hugo SequeiraVitor Ramalho

SECRETARIADONACIONAL

Acácio BarreirosAlberto Arons de CarvalhoAlberto CostaAlberto MartinsAna BenaventeAntónio CostaAntónio GalambaAntónio José SeguroAntónio ReisArmando VaraCarlos César (Pres. PS Açores)Carlos LageCarlos ZorrinhoCeleste CorreiaEdite EstrelaEduardo Ferro

RodriguesFausto CorreiaFernando Gomes

Francisco AssisHelena Torres

MarquesJaime GamaJamila Madeira

(Secretária-Geralda JS)

João CravinhoJoão SoaresJoaquim Pina MouraJorge CoelhoJorge LacãoJosé António Cardoso (Pres. PS

Madeira)José ApolinárioJosé JunqueiroJosé LamegoJosé MotaJosé SócratesJosé Vera JardimLaurentino DiasLuís MarinhoManuel SeabraMaria Amélia AntunesMaria Belém RoseiraMaria CarrilhoMaria da Luz RosinhaMaria do Carmo

BorgesMaria do Carmo

Romão(Dep.Nac.MulheresSocialistas)

Mesquita MachadoNarciso MirandaRui CunhaRui SolheiroVitalino Canas

SECRETÁRIONACIONALADJUNTO

Alexandre RosaJosé Nicolau

MESA DACOMISSÃONACIONALMário de AlmeidaCarolina Tito MoraisElisa DamiãoFialho AnastácioJosé NevesRodrigues Soares

SUPLENTES

José MiguelBoquinhas

Carlos TrindadeManuel MachadoManuela AugustoVitor BaptistaRui Oliveira e CostaEduardo CabritaAna Paula CostaTomás VasquesJoel Hasse FerreiraJosé SaraivaHenrique CoelhoPedro CoelhoMaria de Lurdes

RuivoArnaldo SilvaJorge MartinsLuis CaritoAdriano VenceslauMaria do Carmo

SequeiraMarcos PerestrelloGraça SabugueiroFernanda CostaAntónio MaximinoDias BaptistaMafalda TronchoNuno Baltazar

MendesHelena AndréRosa do EgiptoCarla GasparOliveira e SilvaMaria Aline CaetanoSérgio ÁvilaRogério GasparRui PereiraFilipe CostaTelma LeitãoTeresa AlegreNelson CarvalhoSónia FertuzinhosJorge MagalhãesRita MendesIrene LopesNorberto PatinhoOlga RaposoMaria do Céu

FernandesAfonso Lobão

DIRECTOR DO�ACÇÃOSOCIALISTA�

António José Seguro

DIRECTOR DO�PORTUGALSOCIALISTA�

José Leitão

Órgãos eleitos

REUNIÃO Comissão Nacional

ELEITOS SECRETARIADOE COMISSÃO POLÍTICA

A Comissão Nacional do PS elegeuno sábado, dia 19, o Secretariado dopartido com 193 votos favoráveis, 31contra e 17 brancos e nulos.Foi também eleita a nova ComissãoPolítica, bem como os directores dojornal «Acção Socialista» e da revista«Portugal Socialista».

m conferência de Imprensa, ocoordenador da Comissão Per-manente do PS, Jorge Coelho,justificou a continuação do ex-

ministro da Administração Interna FernandoGomes no Secretariado como uma opçãoda exclusiva responsabilidade do secretário-geral, António Guterres.«Independentemente das divergências épreciso haver maturidade para saberultrapassar questões de natureza política. Foiisso que aconteceu», disse Jorge Coelho.Na Comissão Nacional do PS, a novaComissão Política foi eleita com 198 votosfavoráveis, 32 contra, 11 brancos e nulos.António José Seguro foi eleito para o cargode director do jornal «Acção Socialista», com221 votos favoráveis, 13 contra e 7 brancose nulos.Para dirigir a revista «Portugal Socialista» foieleito o alto-comissário para as MinoriasÉtnicas, José Leitão, com 219 votosfavoráveis, 10 contra e 11 brancos e nulos.

Quatro novos membrosno Secretariado

A nova equipa do Secretariado do PS, quefoi eleita sábado em Comissão Nacional,apresenta mais quatro novos membros: RuiSolheiro, Manuel Seabra, José Apolinário eLaurentino Dias.Em relação aos novos membros, o secretáriode Estado das Pescas, José Apolinário, é líderdo PS/Algarve, enquanto Rui Solheiro é opresidente do PS/Viana do Castelo.Manuel Seabra assume as funções de«número dois» na Câmara Municipal de

Matosinhos, e o regresso do deputadosocialista Laurentino Dias é justificado pelofacto de ter sido ilibado no processo de terexercido advocacia sem ter completado oestágio da Ordem dos Advogados.Quando em 1994 foi investigado, LaurentinoDias decidiu pedir a suspensão de todos oscargos no PS, até que se esclarecessemtodas as dúvidas, o que só no final do anopassado aconteceu.Do anterior Secretariado Nacional do PSapenas saem a presidente da Câmara deFelgueiras, Fátima Felgueiras, o vice-presidente da Assembleia da RepúblicaManuel Alegre (que já se havia demitido desteórgão no ano passado) e o comissárioeuropeu António Vitorino porindisponibilidade para participar nas reuniõesdo órgão executivo do partido. No entanto,António Vitorino irá permanecer na ComissãoPolítica Nacional do PS.Com estas opções, o secretário-geral do PS,António Guterres, provoca um novo alarga-mento do Secretariado Nacional, que passade 44 para 45 membros, havendo ainda aacrescentar dois novos secretários nacionaisadjuntos: o secretário de Estado da Adminis-tração Pública, Alexandre Rosas, e José Nico-lau (adjunto político do secretário de EstadoAdjunto do primeiro-ministro, Fausto Correia).O rejuvenscimento prometido por AntónioGuterres no último Congresso é visível nosnovos membros da Comissão PolíticaNacional, entre os quais se destacam 10jovens.Entram para a Comissão Política Nacional doPS, órgão com 71 elementos efectivos,Afonso Candal (deputado por Aveiro), PaulaMarques (Açores), Catarina Resende(Aveiro), Eduardo Vítor Rodrigues (professoruniversitário no Porto), Sandra Lameiras(jurista do Porto), Ricardo Castanheira(deputado por Coimbra), Margarida Freitas(dirigente da Associação Nacional deFarmácias), Vítor Freitas (secretário-geral doPS/Madeira), Maria Antónia Almeida Santos(jurista e ex-deputada por Coimbra) e MiguelGinestal (deputado por Viseu).

E

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ACÇÃO SOCIALISTA 4 24 MAIO 2001

QUEM MANDA NO PSD?

POLÍTICA

ENTREVISTA DE CAVACO PS pergunta

A recente entrevista de CavacoSilva à revista «Visão» foireveladora da «nostalgia» de poderdo professor e contribuiu parafragilizar ainda mais a débilliderança do PSD. Afinal quemmanda no partido laranja? Perguntao PS, bem como a opinião pública,os «media» e, acima de tudo, osmilitantes do partido laranja(barões incluídos) à beira de umataque de nervos.

primeiro-ministro, António Gu-terres, defendeu no dia 19 queas intervenções políticas deCavaco Silva lhe são favoráveis

porque fragilizam a liderança do PSD.Entretanto, o secretário-coordenador daComissão Permanente do PS, JorgeCoelho, desafiou Durão Barroso aesclarecer quem manda no PSD.As palavras do secretário-geral do PSforam proferidas na abertura da primeirareunião da Comissão Nacional após o XIICongresso.«Andam a dizer que ficamos irritadosquando Cavaco Silva fala, mas nada nosalegra mais do que isso», comentou o líderdos socialistas, justificando depois que asintervenções do seu antecessor na chefiado Governo «apenas contribuem parafragilizar a actual liderança do PSD».No mesmo sentido pronunciou-se emconferência o secretário-coordenador doPS que desafiou Durão Barroso aesclarecer «quem é o líder do partido» e«quem é o candidato a primeiro-ministro».«A menos que o PSD tenha uma liderançabicéfala», desabafou o dirigente socialista.Ainda em referência à recente entrevistaconcedida por Cavaco Silva à revista«Visão», Jorge Coelho sustentou que oscomentários «mais interessantes» àsposições assumidas pelo ex-primeiro-ministro «vieram do próprio PSD».«O presidente da Câmara Municipal deViseu, Fernando Ruas, disse que o PSDestava entusiasmadíssimo com o regressode Cavaco Silva. Pensávamos que o líderdo PSD era Durão Barroso, mas agoraficámos sem saber nada», declarou aindaJorge Coelho.Na conferência de imprensa, Jorge Coelhodisse que o PS definiu como temas centraisda sua actividade política a luta pelacontinuação das reformas em cursos nossectores da Segurança Social e dafiscalidade, assim como o apoio a reformasao nível da saúde, da despesa pública eda descentralização.«O PS acha estranho que um conjunto desectores clamem por reformas, mas nomomento em que elas se fazem secoloquem contra elas», lamentou JorgeCoelho, que não especificou os sectoresalvos do seu ataque político.O secretário-coordenador do PS referiutambém que o seu partido, através do seu

novo gabinete de estudos, irá promoveruma série de debates temáticos.Ainda durante o presente mês, o gabinetede estudos socialistas avançará com umdebate transportes de alta velocidade (dia28) e sobre o papel da Área Metropolitanado Porto no Noroeste peninsular.

PSD campeãodo despesismo

Entretanto, no dia 18, António Guterresacusou o primeiro governo de maioriaabsoluta liderado por Cavaco Silva de tercontribuído para o maior aumento dadespesa corrente em Portugal ao longo dasúltimas décadas.A posição do primeiro-ministro foiassumida no final do V Congresso daConfederação de Agricultores de Portugal(CAP).Desmontando as críticas feitas por CavacoSilva de que os governos socialistas estãoa ser despesistas, Guterres declarou que«quem fez o maior aumento de despesapública foi o PSD, em 1991».Mais grave, de acordo com o primeiro-ministro, esse aumento de despesacorrente em 1991 «nada teve a ver comconsciência social, mas com o cicloeleitoral» do País.António Guterres fez ainda questão deesclarecer que não disse sentir-se

orgulhoso de ser despesista.«O que disse é sentir orgulho da despesafeita pelos meus governos com orendimento mínimo garantido, com odesenvolvimento do pré-escolar, com amelhoria e alargamento da rede deuniversidades e com a subida das pensõesmais baixas», observou.«Essas são despesas com consciênciasocial», concluiu o primeiro-ministro.Por outro lado, falando após ter presididoà sessão de abertura do seminário do«Semanário Económico», o primeiro-ministro procurou sublinhar diferençasradicais de concepção política em relaçãoao ex-presidente do PSD e ex-chefe doGoverno entre 1985 e 1995.Confrontado com a acusação de CavacoSilva de que os governos do PS jádesperdiçaram mais de mil milhões decontos, António Guterres relativizou adenúncia, argumentando que «tudodepende da concepção de desperdício».«Na realidade, os meus governos jágastaram cerca de 200 milhões de contoscom centenas de milhares de pessoas que(no tempo em que Cavaco Silva eraprimeiro-ministro) viviam abaixo dadignidade mínima de cidadania», começoupor observar Guterres.«Para ele, esse dinheiro é um desperdício»,comentou, depois de lembrar que «ele(Cavaco Silva) foi sempre contra o

rendimento mínimo garantido».O primeiro-ministro frisou ainda que, nosúltimos anos, a despesa social aumentoupara 56 por cento da despesa pública,enquanto nos governos laranja se situavaem pouco mais de 40 por cento.«Ele (Cavaco Silva) presidiu a uma sistemaeducativo que era um caos, que esqueceuo pré-escolar,onde as suas escolas eramautênticas fábricas de dar aulas e ondegrande parte dos estudantes nãoconseguia aceder ao Ensino Superior porfalta de vagas», denunciou o primeiro-ministro, sublinhando a seguir aspectosqualitativos que decorreram dos aumentosdos investimentos estatais na educação aolongo dos últimos anos.«O dinheiro do Estado foi aplicado comconsciência social, mas, para ele (CavacoSilva), isso foi um erro, um desperdício»,criticou o primeiro-ministro, antes de retirara seguinte conclusão: «Em relação a esseserros e a esses desperdícios (apontadospelo seu antecessor), tenho muito orgulho»,afirmou, contrapondo ainda «a tecnocracia,as situações de abuso de poder eautoritarismo» característicos dosexecutivos do PSD com a «consciênciasocial e a nova cultura democrática»introduzida pelos governos socialistas.Interrogado sobre as pressões exercidaspelo presidente do PSD, Durão Barroso,para que o ministro das Finanças, PinaMoura, seja afastado do cargo, AntónioGuterres disse apenas rejeitá-las e recusou-se a fazer qualquer outro comentário.

Nostalgia e demagogiade Cavaco

Também o ministro das Finanças JoaquimPina Moura reagiu à entrevista de CavacoSilva publicada na revista «Visão»,afirmando ser reveladora de um políticonostálgico» que faz demagogia.«Não estava à espera de demagogiapolitiqueira de Cavaco Silva», confessou nodia 17 a jornalistas à margem daconferência da Associação das Empresasde Construção e Obras Públicas(AECOPS).Referindo-se aos mil milhões de contosque, segundo o antigo líder do PSD, terãocustado erros dos governos socialistas,Pina Moura diz tentou encontrar algumaracionalidade técnica para as estimativase só encontrou duas explicações.A primeira é que entre 1988 e 1995 osgovernos de Cavaco Silva tiveram 1.060milhões de contos de regularização depassivos não previstos no orçamento, aoutra refere-se aos mil milhões de déficepúblico em 1993.Sobre os erros nas previsões económicas,Pina Moura disse que o Orçamento deEstado em 1992 previa um crescimento detrês por cento e o concretizado foi 1,5 porcento, enquanto em 1993 o orçamentovoltou a prever três por cento e houverecessão. J.C.C.B.

O

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24 MAIO 2001 ACÇÃO SOCIALISTA5

GOVERNO

ALIVIAR OS TRIBUNAIS

PREVENÇÃO PRIMÁRIA AVANÇA

DESTAQUE � CM Justiça

Conselho de Ministros aprovou,no dia 17, uma proposta de leique autoriza o Governo a atribuire transferir competências

relativamente a um conjunto de processosespeciais dos tribunais judiciais para oMinistério Público, as conservatórias deregisto civil, predial, comercial e automóvele os cartórios notariais.Tendo em vista a concretização daestratégia de desoneração dos tribunais deprocessos não correspondentes àrespectiva reserva natural de intervenção,esta proposta de lei de autorizaçãolegislativa procede à transferência decompetências dos tribunais judiciais parao Ministério Público e as Conservatórias deRegisto Civil em determinados processosque não correspondem a verdadeiroslitígios, de entre os quais se destacam osde separação e divórcio por mútuoconsentimento de casais com filhosmenores.O diploma visa possibilitar a transferênciada competência decisória em processoscuja principal ratio é a tutela dos interessesdos incapazes ou ausentes, do tribunalpara o Ministério Público, estatutariamentevocacionado para a tutela deste tipo deinteresses, sendo este o caso das acçõesde suprimento do consentimento dosrespectivos representantes, de autorizaçãopara a prática de actos pelos mesmos,

bem como a confirmação de actos emcaso de inexistência de autorização.Propõe-se ainda a autorização datransferência de competências para asConservatórias de Registo Civil emmatérias respeitantes a um conjunto deprocessos de jurisdição voluntária relativosa relações familiares � a atribuição dealimentos a filhos menores e da casamorada de família, a privação e autorizaçãode apelidos de actual ou anterior cônjuge,a conversão da separação em divórcio, a

reconciliação de cônjuges separados, adispensa de prazo internupcial e aseparação e divórcio por mútuoconsentimento de casais com filhosmenores �, na estrita medida em que severifique ser a vontade das partesconciliável e sendo efectuada a remessapara efeitos de decisão judicial sempre quese constate existir oposição de qualquerinteressado.A autorização relativa à atribuição decompetência decisória respeitante à

separação e divórcio por mútuoconsentimento de casais com filhosmenores cujo poder paternal não seencontre regulado é acompanhada dagarantia da tutela dos interesses dosmenores através da participação activa doMinistério Público.Na concretização da estratégia dedesburocratização e racionalização dasactividades em causa, a proposta de leiprevê também a transferência decompetências em processos de caráctereminentemente registal e notarial,nomeadamente os processos dejustificação e rectificação de registos e desanação de actos notariais inválidos, dostribunais judiciais para os própriosconservadores de registo e notários, esimplifica determinados procedimentos, deentre os quais se destaca a eliminação daobrigatoriedade de decisão judicial emprocesso de afastamento da presunção dapaternidade para o registo da paternidade,quando a mulher casada declare que ofilho não é do marido, casos em quepassará a ser admitida a imediataperfilhação por terceiro.Estas situações correspondem, em geral,a um conjunto de processos cuja instruçãoera já efectuada pelas entidades que oraadquirem competência para os decidir,garantindo-se em todos os casos apossibilidade de recurso judicial.

DESTAQUE � CM Droga

Executivo socialista deu luzverde à proposta de lei sobreprevenção primária.A decisão foi tomada, na

passada quinta-feira, dia 17, na reunião deConselho de Ministros, realizada emLisboa.O Plano de Acção Nacional de Luta contraa Droga e a Toxicodependência � Horizonte2004 � aprovado pela resolução doConselho de Ministros n.º 39/2001, de 9de Abril, traduz o desenvolvimento de umapolítica coerente e coordenada face a estaproblemática e institui como seu objectivoprioritário a prevenção do uso e do abusoindevido de drogas.A prevenção primária deve serconsiderada, segundo o Governosocialista, uma tarefa do conjunto dasociedade, dos poderes públicos, dasassociações privadas, da comunidadeescolar, da família e dos meios decomunicação e tem como principaisobjectivos:- Educar os indivíduos para que sejamcapazes de manter relações responsáveiscom as drogas, incluindo o álcool e otabaco;

- Promover os factores de protecção ereduzir a influência dos factores de risco;- Retardar a idade de início dos consumos;- Modificar as condições do meiosociocultural;- Intervir sobre as causas do mau estarindividual, modificando o que o produz, bemcomo ajudar o indivíduo a ultrapassá-lo;- Oferecer alternativas de vida saudáveis.Este diploma, a submeter a debate públicoem Junho, define e caracteriza osdiferentes tipos de programas deprevenção, define o respectivo processode financiamento, cria instrumentosmunicipais para a implementação dasacções de prevenção e prevê cursos deformação para os agentes de prevenção aactuar no terreno.Em termos de instrumentos de intervençãoé criado em cada município um ConselhoMunicipal de Prevenção daToxicodependência, presidido pelopresidente da Câmara Municipal eintegrando representantes dos serviçospúblicos com actuação no combate àdroga e à toxicodependência ao nívelconcelhio, bem como representantes deentidades particulares e privadas que se

tenham distinguido nessa área.No que respeita aos meios humanos, odiploma estipula que o Instituto Português daDroga e da Toxicodependência (IPDT)assume a criação e disponibilização decursos de formadores e de técnicos deprevenção primária das drogas e dastoxicodependências, passando a certificar ascapacidades para participar em (e promover)programas, de prevenção primária.No tocante ao financiamento, competirá aoExecutivo definir, mediante diplomaregulamentar, as fórmulas de financiamentodos Planos Municipais de Prevenção, dosProgramas-Quadro de Prevenção Primária,dos protocolos com os órgãos deComunicação Social e das acções eprogramas que, embora desinseridos deprogramas quadro ou de planosmunicipais, se entendam convenientespara o cumprimento dos objectivos doplano de acção nacional contra a droga ea toxicodependência em vigor.Em termos de intervenção no terreno, odiploma enumera e caracteriza umconjunto diferenciado de programas deprevenção consoante a área e/ou apopulação-alvo a atingir:

- Prevenção em meio comunitário;- Prevenção através da intervençãoprecoce;- Prevenção em meio escolar;- Prevenção em espaços recreativos delazer e desportivos;- Prevenção junto de jovens nãoescolarizados;- Prevenção no âmbito das políticas decombate à condução sob influência desubstâncias psicotrópicas;- Prevenção na família;- Prevenção na área da saúde;- Prevenção em meio laboral;- Prevenção em meio prisional;- Prevenção nas forças armadas e desegurança.O diploma estipula ainda que todos osprogramas e acções financiados porrecursos públicos serão regular eobrigatoriamente avaliados pelas entidadesfinanciadoras e, eventualmente, porentidades externas, nos termos das regrasfixadas nos respectivos protocolos deapoio, não podendo o financiamentoprosseguir quando a avaliação se mostreinsatisfatória à luz dos parâmetrospreviamente fixados.

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ACÇÃO SOCIALISTA 6 24 MAIO 2001

GOVERNO

PELO PAÍS Governação Aberta

AMBIENTE E ADMINISTRAÇÃO INTERNA

Portugal terá 400 guardasda natureza e ambiente

O ministro da Administração Interna, Nuno Severiano Teixeira,afirmou no dia 21, que dentro de três anos Portugal terá cercade 400 militares da GNR a guardar a natureza e o ambiente.Severiano Teixeira e o ministro do Ambiente, José Sócrates,assinaram, segunda-feira, o protocolo de constituição do Serviçode Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) e Portugaldeixa assim de ser o único país da Europa sem uma guardadeste género.O SEPNA vai custar ao Estado, ao longo dos próximos três anos, 510 mil contos, disseSeveriano Teixeira.O ministro da Administração Interna garantiu que os guardas destacados para o SEPNA«não vão prejudicar o normal funcionamento da manutenção da ordem pública», massim alargar.Para Sócrates, a constituição do SEPNA vai permitir «o eficaz cumprimento da legislaçãoambiental», que segundo o governante é uma das suas principais prioridades políticas.O ministro do Ambiente disse já ter dado indicações ao Instituto de Conservação daNatureza para realizar «o mais rapidamente possível» os cursos de formação a soldadosda GNR.Os cerca 50 agentes da GNR que já receberam formação têm 90 dias para começar afiscalizar nas áreas do ambiente, incêndios florestais e património histórico.

DEFESA

Sem lei militar poderá haver «zero naval»

O ministro da Defesa, Castro Caldas, reconheceu, no dia 20,que a Marinha de Guerra portuguesa está próxima do zero naval,devido à não renovação da sua frota.«A marinha está próxima do grau zero naval, sobretudo se nãofor aprovada a Lei de Programação Militar», admitiu CastroCaldas, que falava aos jornalistas no final das cerimónias decomemoração do Dia da Marinha.O ministro da Defesa disse ainda que pretende satisfazer asnecessidades de renovação da frota da marinha e salientou que essa intenção estáincluída no Programa de Investimentos e Desenvolvimentos da Administração Central(PIDAC).Castro Caldas ouviu o discurso do Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), almiranteVieira Matias, que lançou vários recados ao poder político e que elegeu o envelhecimentoda esquadra e a carência de navios como «o problema mais importante» da Marinha deGuerra Portuguesa.O ministro da Defesa disse aos jornalistas estar «inteiramente de acordo» com asreclamações da Marinha Portuguesa e garantiu que o reforço da frota está contempladona Lei de Programação Militar, que o governante quer ver aprovada.Nas celebrações do Dia da Marinha, na baía de Cascais, o comandante da Marinha doBrasil e o embaixador do Brasil foram condecorados com a medalha de cruz naval deprimeira classe e com a medalha naval de Vasco da Gama, respectivamente.

DESPORTO

Cavaco Silva atira contra tudo o que mexe

O ministro do Desporto, José Lello, acusou, no dia 19, o ex-primeiro-ministro Cavaco Silva de se insurgir contra o Euro-2004de futebol, porque quer atirar «contra tudo o mexe em Portugal»para fazer «prova de vida política».Reagindo às declarações proferidas em Viseu pelo ex-primeiro-ministro laranja, Lello questionou «por que motivo Cavaco Silva,quando foi chefe do Governo, não optou por parar as obras noCentro Cultural de Belém e na Expo-98».«Antes de falar, Cavaco Silva deveria ter primeiro perguntado aos promotores doCampeonato da Europa de Futebol em Portugal qual o volume do autofinanciamento doprojecto», lamentou o titular da pasta do Desporto.Ainda segundo José Lello, «antes de falar, Cavaco Silva deveria ter perguntado àspopulações de Braga, Aveiro, Coimbra e da sua terra no Algarve se querem ou nãoreceber importantes investimentos, que serão essenciais para o desenvolvimento regionaldo País».«Cavaco Silva está a fazer prova de vida política e, por isso, atira contra tudo aquilo quemexe. Como o Euro-2004 está a mexer, ele critica», declarou o ministro do Desporto.

EQUIPAMENTO SOCIAL

Novos operadores de telecomunicaçõespouco pró-activos

«O Governo tem criado as condições necessárias para a existênciade concorrência efectiva no mercado das telecomunicações, mascabe aos novos operadores aproveitá-las e serem pró-activos»,afirmou, no dia 17, o ministro do Equipamento Social.«Às possibilidades oferecidas não têm as entidades licenciadas,ou algumas delas, respondido de forma plena», sublinha FerroRodrigues.Um «exemplo claro», diz o governante, é o FWA (acesso fixo via rádio), «em que as licençasforam atribuídas no ano passado e representam uma forma de acesso directo ao cliente»,mas os dados disponíveis indicam que parte das empresas licenciadas não investiram noseu desenvolvimento.Num mercado liberalizado, cabe aos operadores privados aproveitar as condiçõesregulamentares e materializar os investimentos, nomeadamente ao nível das redesalternativas, insiste o ministro do Equipamento Social.Ainda assim, no Dia Mundial das Telecomunicações, Ferro Rodrigues faz um balanço positivoda evolução do sector, salientando que existe hoje um leque de opções, fixo e móvel, comrecurso às tecnologias mais avançadas e que Portugal tem acompanhado a evolução dosector a nível mundial.Relativamente aos preços das chamadas, ainda dos mais elevados do mundo ocidental,de acordo com dados da OCDE, o ministro diz que a liberalização e a actuação do reguladordo mercado (o Instituto das Comunicações de Portugal) têm contribuído para uma descidaprogressiva dos preços das comunicações, mas que «a aproximação às melhores práticaseuropeias está integrada num processo de natureza gradual».

FINANÇAS

Ministro desmente fuga de dinheirona sequência da reforma fiscal

O ministro das Finanças, Pina Moura, negou, no dia 19, em Lisboa,que se tenha verificado uma fuga de capitais do País na sequênciada aprovação da reforma fiscal em Portugal.O tutelar da pasta das Finanças falava no Fórum Lisboa, noencerramento do seminário «A reforma fiscal e as implicações nosector da restauração e bebidas», promovida pela Associaçãoda Restauração e Similares de Portugal (ARESP).Falando perante dezenas empresários do sector, o ministro observou que o que se verificaé uma maior circulação de capitais, «tal como estava previsto e em harmonia com asdirectivas da União Europeia».Antes da intervenção do governante, o presidente da Confederação do Turismo Português(CTP), Atílio Forte, tinha referido o fenómeno da «amplitude de deslocação das sociedadesgestoras de participações sociais para fora do País em consequência da reforma fiscal».«A reforma fiscal visa moralizar a relação entre os contribuintes e o Estado e vice-versa»,explicou o Pina Moura.Perante os apelos dos representantes do sector presentes relativamente a uma reduçãodo IVA do nível intermédio de 12 por cento para o nível reduzido de 5 por cento, comoacontece na Espanha, o ministro mostrou-se inamovível sobre a questão, justificando tratar-se de uma área em que a União Europeia não quer negociar.No entanto, Pina Moura mostrou-se disposto a acolher uma outra proposta do sector,relativa à dedutibilidade das despesas profissionais.

SAÚDE

Lei de Bases não imporá exclusividade

A ministra da Saúde assegurou, no dia 18, que a nova Lei deBases da Saúde não vai impor a exclusividade aos médicos, massim «tornar clara a distinção entre os sectores público e privado».Manuela Arcanjo falava durante a apresentação do anteprojectoda Lei de Bases da Saúde, documento que seguiu sexta-feirapara audição dos parceiros sociais, que têm 20 dias para sepronunciar sobre o mesmo, findo os quais seguirá para Conselhode Ministros e, depois para a Assembleia da República.A nova lei tem como principal novidade a obrigação de os médicos do serviço públicoterem de pedir autorização para exercer no privado.A medida conduziu à oposição dos sindicatos que, como o Sindicato dos Médicos daZona Sul (SMZS) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), garantem que a mesmavai resultar em fortes protestos.

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24 MAIO 2001 ACÇÃO SOCIALISTA7

GOVERNO

CONSELHO DE MINISTROS Reunião de 17 de Maio

Define esta proposta de lei que, desde que apresentem uma relação jurídica de empregopúblico, os profissionais de saúde vão ter de obter a autorização do ministro da Saúdepara exercer funções privadas.O mesmo acontece para o exercício de «funções remuneradas em mais de umestabelecimento ou serviço público, em regime de acumulação de funções».Mas Manuela Arcanjo já esclareceu que não será o próprio ministro a tomar esta decisão,mas sim alguém a quem serão delegadas competências para tal.

TRABALHO E FORMAÇÃO

Desemprego jovem é sintomade dificuldades de integração das empresas

O secretário de Estado do Trabalho e Formação, António Dornelas, disse, no dia 18, queparte das «culpas» do desemprego de jovens qualificados pertence às empresas, por nãose modernizarem.Segundo o governante, «o tecido empresarial tem dado mostras de dificuldade em integrarjovens com melhores qualificações que a geração anterior» e não é só por deficiências dolado escolar.«Há também problemas do outro lado, na capacidade de recrutamento», disse,acrescentando que «muita dessa dificuldade resulta de métodos de trabalho e de modelosorganizativos que não têm níveis de qualidade suficiente, para necessitar dessa mão-de-obra qualificada».António Dornelas, que presidiu em Aveiro à avaliação do projecto «Caminhos para aInovação», dinamizado pelo Instituto para a Inovação na Formação(INOFOR), defendeu amudança organizacional das empresas como um passo essencial na modernização daeconomia portuguesa.«Não podemos continuar com uma lógica de desenvolvimento assente em dinâmicas dopassado e nem tudo o que parece ser economicamente viável é social e politicamentesustentável», observou, chamando a atenção de que a produtividade vai convergir a umritmo mais lento do que o rendimento do trabalho, face aos níveis europeus.«É um problema para o qual as respostas tradicionais não são suficientes e em que amudança organizacional joga um papel decisivo», comentou.

TRANSPORTES

Estudos sobre TGV são «maximalistas»

O secretário de Estado dos Transportes reafirmou, no dia 18, queos encargos financeiros do segundo projecto do TGV sãosuperiores porque os estudos realizados não contemplam aeventual transferência de fundos comunitários a partir de 2006.Rui Cunha falava no Parlamento em resposta a uma pergunta deLuís Fazenda, do Bloco de Esquerda (BE), que quis saber a razãodo aumento dos encargos financeiros com o TGV em relação aoprojecto anteriormente definido.O secretário de Estado explicou que, apesar de a comissária europeia dos Transportes,Loyola de Palacio, ter garantido que o projecto continuará a beneficiar de fundos comunitáriosdepois de 2006, o Governo optou por excluir estes fundos dos estudos, que classificou de«maximalistas».«O estudo nem contempla a hipótese de ele (projecto) continuar a ser apoiado por fundoscomunitários a partir de 2006, para que fique credível que se não houver fundos são estesos custos (1,5 mil milhões de contos) a suportar pelo orçamento do Estado», disse.Rui Cunha apelou ainda à sociedade e aos partidos políticos para não assumirem o debateem torno do TGV «com regionalismos exacerbados» e sustentou que muitas das dúvidasexpostas pelos deputados só poderão ser esclarecidas «pelo (e depois do) debate público».

O Conselho de Ministros aprovou:

� Uma resolução que aprova a revisão anual, para 2001, do Plano Nacional de Emprego(PNE);� Uma proposta de lei sobre prevenção primária;� Uma proposta de lei que autoriza o Governo a atribuir e transferir competênciasrelativamente a um conjunto de processos especiais dos tribunais judiciais para oMinistério Público, as conservatórias de registo civil, predial, comercial e automóvel e oscartórios notariais;� Um decreto-lei que aprova a quarta fase do processo de privatização do capital socialda Brisa � Auto-Estradas de Portugal, SA.� Um decreto-lei que altera o Decreto-lei n.º 138-A/97, de 3 de Junho, que cria o Institutode Navegabilidade do Douro;� Um decreto-lei que procede à integração do pessoal médico e de enfermagem dosex-Centros de Medicina Pedagógica do Ministério de Saúde nos quadros do pessoaldas Administrações Regionais de Saúde do Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo;� Um decreto-lei que altera o artigo 5º do decreto-lei que aprova o estatuto dosadministradores dos tribunais;� Um decreto-lei que regulamenta os critérios gerais e o regime processual dadesamortização, por alienação, dos imóveis pertencentes ao domínio privado do Estado,afectos ao Ministério da Defesa Nacional;� Um decreto-lei que aprova a Lei Orgânica do Instituto da Cooperação Portuguesa;� Uma proposta de resolução que aprova, para ratificação, o Tratado de Nice que alterao Tratado de União Europeia, os tratados que instituem as Comunidades Europeias ealguns actos relativos a esses tratados, assinado em Nice, em 26 de Fevereiro de 2001;� Um decreto-lei que altera o Regulamento para a Notificação de Substâncias Químicase para a Classificação, Embalagem e Rotulagem de Substâncias Perigosas;� Um decreto regulamentar que reestrutura a carreira inspectiva da Inspecção-Geral deObras Públicas, Transportes e Comunicações, por força do disposto no n.º 3 do artigo17º do decreto-lei n.º 404-A/98, de 18 de Dezembro;� Um decreto que exclui do Regime Florestal Total uma área de 7700 metros quadradosde terreno da Mata Nacional das Dunas da Gafanha para alargamento da estradamunicipal 587, denominada como Estrada da Mata;� Uma resolução que mandata o ministro da Ciência e Tecnologia para proceder àidentificação das capacidades científicas e técnicas necessárias ao funcionamento eavaliação de sistemas de minimização de riscos públicos em determinadas áreas;� Uma resolução que ratifica parcialmente o Plano de Pormenor do Parque das Cidades,nos municípios de Faro e de Loulé;� Uma resolução que determina a elaboração do plano sectorial relativo à implementaçãoda Rede Natura 2000 e constitui a respectiva comissão mista de coordenação;� Uma resolução que cria, na dependência do ministro de Estado e dos NegóciosEstrangeiros, uma comissão cujo objecto é a negociação da revisão da Concordataentre Portugal e a Santa Sé, de 1940.

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ACÇÃO SOCIALISTA 8 24 MAIO 2001

PARLAMENTO

DIPLOMA DO PS VISAAPERFEIÇOAMENTO

E ALARGAMENTODO REGIME JURÍDICO

NOVA REGULAÇÃOCONTRA LIXO TELEVISIVO

DEPUTADO ARTUR PENEDOS Cobrança de quotas sindicais

O camarada ArturPenedos afirmou no dia10, na Assembleia daRepública, que oprojecto-de-lei do GP/PSrelativo aos sistemas decobrança de quotas

sindicais visa «o aperfeiçoamento, oalargamento e a actualização do regimejurídico vigente nesta matéria, que semostra hoje desajustado e desconforme àstransformações ocorridas no sistema derelações laborais e no plano dos direitossociais, nas últimas décadas».Tendo constituído, à data da suaaprovação, «um marco importante»no queconcerne à implementação de sistemas decobrança de quotas sindicais, o deputadodo PS referiu que se constata, volvidosmais de 20 anos sobre a sua aprovação,que o actual regime jurídico «carece deuma reformulação e actualização nosentido de melhor proteger os interessesque visa tutelar».Com efeito, explicou, «nos termos do actualregime a instituição de sistemas decobrança de quotas sindicais estádependente da celebração de acordospara esse efeito entre as associaçõespatronais ou entidades equiparadas e asassociações sindicais, sendo que aadopção do sistema de desconto nosalário só produzirá efeitos se o trabalhadorassim o entender e autorizar, mediantedeclaração individual a enviar ao sindicatoe à entidade empregadora.»Significa, pois, explicou o deputado doo PS«que ao fazer depender a cobrança dequotas sindicais por dedução naretribuição, exclusivamente de acordos acelebrar entre as associações patronais esindicais, a referida solução normativaacabou, por limitar, na prática, a suaaplicação e eficácia».Por outro lado, referiu, «a revogação pelotrabalhador da declaração de autorizaçãode desconto nos salários, nos termos dacitada lei, só pode ocorrer três meses apósa sua entrega e mediante entrega de umanova declaração escrita com essafinalidade, o que manifestamente constituium mecanismo penalisador dos interessesdos trabalhadores, na justa medida em queficam obrigados naquele período aodesconto na retribuição, ainda que tal sejacontra a sua vontade».Segundo Artur Penedos, foi neste contextoque o GP/PS entendeu ser chegado omomento de se proceder à revisão dosistema de cobrança de quotizaçõessindicais vigente, sobretudo, no sentido doseu «alargamento, melhoria eaperfeiçoamento»Com o presente projecto de lei visa-se,

segundo referiu o deputado do PS, «alargaro sistema em vigor, permitindo que odesconto da quota sindical na retribuiçãopossa ocorrer mesmo nas situações emque não tenha sido possível a celebraçãode acordos entre as associações sindicaise patronais, ou seja, desde que otrabalhador o solicite expressamente àentidade empregadora, ficando estaobrigada a proceder à sua entrega juntodo sindicato em que aquele se encontrainscrito», bem como «estabelecer aobrigação da entidade empregadora, noscasos de instituição do sistema decobrança de quotas, de proceder àdedução do valor da quota e sua entregaao respectivo sindicato, durante o mêsseguinte respeitante ao da cobrança».O diploma apresentado pelo PS visa ainda«eliminar a exigência de, nos casos derevogação da declaração de autorizaçãodo desconto na retribuição, o trabalhadorficar obrigado ao pagamento da quotadurante três meses permitindo-se que areferida revogação possa ocorrer a todo otempo» e «consagrar, expressamente, e nasede própria, das contra-ordenaçõesaplicáveis aos infractores em resultado doincumprimento das disposições legais emmatéria de sistemas de cobrança dequotas sindicais».Trata-se, sublinhou, «de um conjunto desoluções normativas, cuja aprovaçãoconstituirá certamente uma clarificação euma melhoria relativamente ao regimejurídico vigente e, em simultâneo,contribuirá para a desejável generalizaçãoda implementação dos sistemas decobrança de quotas sindicais no nossopaís». J. C. CASTELO BRANCO

DEPUTADO BARROS MOURA Media

O deputado do PSBarros Moura condenouno dia 17, na Assembleiada República, aactuação da SIC por terdivulgado imagens doconcurso «O Bar da TV»

«violadoras dos direitos fundamentais» eapelou à mobilização civil contra o «lixotelevisivo» e a uma nova política deregulação.«Os últimos episódios da luta pelasaudiências na televisão mostram quepodem estar, ou já foram, ultrapassadostodos os limites», sublinhou.O deputado socialista Barros Moura fez, noParlamento, um discurso bastante crítico àactuação da SIC e à «lógica infernal» dasaudiências. Para o camarada BarrosMoura, «chegou o momento» de aspessoas dizerem «já basta» e de exigiremdo Estado «medidas reguladoras esancionatórias» contra a «lógica infernal eimplacável» das audiências, que levadirigentes de estações televisivas a «exibirhoje, em pior, o que ontem condenavam».

Situação intolerável

Sem nunca mencionar directamente onome do concurso e a situação concretaque levou a Alta Autoridade daComunicação Social (AACS) a fazer um

aviso à SIC, Barros Moura desafiou oEstado a usar «a responsabilidade e meios»que tem para inverter a «situaçãointolerável» para que caminham astelevisões.Exigiu, «antes de mais», a auto-regulaçãoem conformidade com a lei e a Constituiçãoportuguesa, apelou para o cumprimento dalegislação em vigor, de forma a prevenirque só reste o recurso de encerrar umaestação, e desafiou a sociedade para amobilização civil, porque «esta é umacausa política».

REFORÇARO DIÁLOGO SOCIAL

DEPUTADO ROSA DO EGIPTO Poder local

O deputado socialistaRosa do Egipto saudou,no dia 16, no Parlamento,a iniciativa legislativa doExecutivo visando avalorização do papeldesempenhado pela

Associação Nacional de Municípios e pelaAssociação Nacional de Freguesias.A integração no Conselho Económico eSocial de um representante de cadaentidade corresponde, segundo oparlamentar do PS, a uma «justa e legítimaexpectativa destas associações» eresponde à dupla exigência de darcumprimento à lei que lhes reconheceestatuto de parceiro social, permitindoigualmente a sua participação no plano deconsulta e concertação.Referindo-se às conhecidas posições doPartido Socialista sobre esta matéria, oparlamentar do PS garantiu: «Sempreprocuramos assegurar ao conjunto dos

municípios e das freguesias portuguesasas necessárias condições para afirmarema sua identidade e a sua capacidade dediálogo e intervenção, compatíveis com oestatuto e a importância que têm enquantopilar da nossa organização democrática.»Assim, Rosa do Egipto reiterou aconvicção socialista segundo a qual éfundamental garantir a participação dasassociações no Conselho Económico eSocial, «de modo a poderem ser ouvidase participares na definição e elaboraçãodas polít icas e planos dedesenvolvimento».Para terminar a sua intervenção, odeputado socialista afirmou que o GP/PSvotaria favoravelmente a proposta de leigovernamental, «com a forte convicção deassim ter contribuído para a dignificação evalorização das Assembleias Nacionais deMunicípios e de Freguesias e, aos mesmotempo, para um aprofundamento dodiálogo social». MARY RODRIGUES

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24 MAIO 2001 ACÇÃO SOCIALISTA9

PARLAMENTO

SOCIALISTAS DENUNCIAMDEMAGOGIA LARANJA

DEPUTADO MANUEL DOS SANTOS Declaração

O deputado socialistaManuel dos Santosclassificou as declara-ções de Durão Barroso,a propósito da evoluçãoda economia portu-guesa, como «politica-

mente irresponsáveis e tecnicamenteindefensáveis».«São politicamente irresponsáveis, poisdestinam-se a criar um ambiente dealarmismo e instabilidade, procurandopassar uma imagem de crise na economiaportuguesa e de recessão da actividadeeconómica, em contra ciclo com a UniãoEuropeia, que não tem o mínimo desustentação e de verdade», disse,acrescentando que «a irresponsabilidadepolítica do PSD é total (...), pressionando,no sentido negativo, as expectativas dosagentes económicos, com a esperança de,assim obter confirmação, a posteriori, paraos seus cenários de catástrofe».Para Manuel dos Santos, que falava, nopassado dia 16, na Assembleia daRepública, as declarações do líder laranjasão, ainda, «tecnicamente insustentáveis»,pois «para lá duma manifesta confusão deconceitos (Durão Barroso confunde deficit

orçamental com dívida pública e não sabeo que é a dotação provisional) ignoracompletamente as circunstânciasespeciais da economia portuguesa (comalterações significativas e já visíveis ao nívelda mudança de estrutura económica � oque se é verdade que não se esperavafosse aplaudido pelo PSD, pelo menosdevia merecer o seu silêncio) e tambémda economia europeia».O deputado do GP/PS não hesitou emsalientar que falar em «recessão» é «revelarcompleta ignorância técnica e totalirresponsabilidade política».Manuel dos Santos exortou, finalmente, olíder da oposição a contribuir activamentee com sentido de responsabilidade,visando «a superação de algumasdificuldades que tem a economiaportuguesa, e que resultam de umaevolução semelhante das economias daZona Euro».«Reclamar a demissão do ministro dasFinanças é pura demagogia e meroinstrumento de propaganda partidária, semsentido, nem dimensão... à semelhança,aliás, das mais recentes prestaçõespolíticas do dr. Durão Barroso», concluiu.

MARY RODRIGUES

EUROPA NA AGENDA NACIONAL

GP/PS E EURODEPUTADOS Jornadas Parlamentares

Os deputados socialistas falaram,no dia 21, em Lisboa, sobre areforma da Política AgrícolaComum (PAC), sobre o futuroinstitucional da União e sobrefundos estruturais.Inserir estes assuntos no quotidianodos cidadãos e na agenda públicanacional foi uma das ideiassublinhadas durante as JornadasParlamentares do PS, marcadaspela convergência de opiniões.

líder dos eurodeputados socia-listas, António José Seguro,referiu no fim da reunião, que odebate dos assuntos europeus

tem de ser trazido para os parlamentosnacionais, não deve ficar ao nível de um«condomínio fechado», em que osproblemas europeus são discutidos «paralá das fronteiras» dos Estados-membros.O líder do GP/PS, Francisco Assis, por suavez, afirmou que as jornadas serviram paradebater «assuntos decisivos», em vez de seconcentrar no «passional e superficial».Para Assis, é tempo de deixar de falar no que«momentaneamente divide» os socialistas,evitando «fulanizar» as divergências internas.António José Seguro concordou com Assis,sublinhando que o debate da passadasegunda-feira serviu para falar de «temassubstanciais».Explicando a razão que esteve na base deumas jornadas parlamentares sem apresença dos jornalistas, Francisco Assisafirmou que há vantagens em debater à portafechada e apontou o «problema do excessode exposição pública do debate», que podecondicionar as intervenções e empobrecero confronto de ideias.Das jornadas não saíram quaisquerconclusões, disse António José Seguro, masfez-se um «debate fundamentado» para queos deputados socialistas possam pôr osassuntos europeus na agenda políticanacional.Assuntos como a Política Agrícola Comum,que o Executivo português já propôsreformar, são já uma realidade na políticanacional, disse Assis, lembrando que o líderdo PSD, Durão Barroso, já veio criticar aproposta do Governo «com o excesso que otem caracterizado», embora não tenhaapresentado alternativas.Governar melhor uma União Europeiaalargada a 27 países é a preocupaçãoessencial das discussões actuais sobre aEuropa, que, embora seja a «primeirapotência comercial do mundo», não atingeainda os Estados Unidos em termos dedimensão política, salientou Francisco Assis.

Guerra ao federalismo sem coesão

O secretário-geral socialista e primeiro-ministro defendeu, no âmbito das JornadasParlamentares, que Portugal deverá evitar atodo o custo, que «sob a capa de um falsofederalismo», alguns Estados-membros

pretendam «renacionalizar» as políticas maisimportantes na União Europeia.As declarações do primeiro-ministro foramproferidas após ter presidido à sessão deabertura das jornadas conjuntas dedeputados e eurodeputados socialistasdedicadas ao tema do futuro da UniãoEuropeia (UE).Numa referência às propostas que têm sidolançadas por alguns dos países com maiorpeso na UE, caso especial da Alemanha, osecretário-geral do PS disse que a Portugal«importa evitar a todo preço que, sob a capade um falso federalismo, se renacionalizemalgumas das políticas mais importantes daEuropa».«Temos de evitar que a União Europeia percaa sua força e a sua solidariedade a troco deum arremedo de Europa federal», frisouGuterres.«Uma Europa federal pressupõe umorçamento a sério e uma política desolidariedade também a sério», sustentou ochefe do Executivo português, contrapondo,depois, que o melhor modelo dedesenvolvimento de uma União Europeiaalargada passa por «uma evolução gradual,com a participação forte de todos osEstados-membros».Como segunda batalha importante a travarpor Portugal na frente Europeia, AntónioGuterres apontou a reforma da PolíticaAgrícola Comum.«Importa romper com o pecado original deuma PAC que foi concebida para asagriculturas da Europa do Norte»,introduzindo na reforma da política agrícolaeuropeia conceitos como «a qualidadealimentar, o emprego e a defesa do

património rural», declarou o primeiro-ministro.Sobre o alargamento da União Europeia,Guterres deixou o recado que, para Portugal,a coesão económica «já não pode serapenas aferida pela estatística».«A coesão económica e social europeia temde entrar em linha de conta com aqualificação das pessoas e, nesse aspecto,países como Portugal têm efectivanecessidade de continuar a receber fundosestruturais após 2006», disse.Nas Jornadas Parlamentares dos socialistasestiveram presentes ainda os ministros daAgricultura e dos Negócios Estrangeiros,respectivamente, Capoulas Santos e JaimeGama, o secretário de Estado doPlaneamento, João Nuno Mendes, e osdeputados regionais socialistas dos Açorese da Madeira.Após a sessão de abertura presidida pelolíder do PS, o ministro Capoulas Santos falousobre o projecto recentemente apresentadopelo Governo português em Bruxelas dereforma da Polícia Agrícola Comum.O secretário de Estado João Nuno Mendesabordou o tema das perspectivas dos fundosestruturais, enquanto o titular da pasta dosNegócios Estrangeiros, Jaime Gama, sepronunciou sobre o futuro da UE após oalargamento.

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ACÇÃO SOCIALISTA 10 24 MAIO 2001

UNIÃO EUROPEIA

EDUCAÇÃO É UM BEM COLECTIVOE NÃO UMA MERCADORIA

PORTUGAL QUER REFORÇO DOS FUNDOSAPÓS ALARGAMENTO

BRUXELAS Regiões

O Governo português, através daministra do Planeamento, ElisaFerreira, defendeu em Bruxelas acontinuação dos fundos estruturaisde coesão depois de 2006, aopretender obter desde já a garantiade que os meios financeiros destapolítica terão um reforço depois doalargamento da UE aos países aLeste.

futuro da política europeia deajuda às regiões mais pobres daUnião Europeia, como são amaior parte das portuguesas,

esteve em discussão na segunda e terça-feira em Bruxelas.O Fórum sobre a Coesão reuniu 1500participantes, em representação de 27 países(os 15 da UE e os 12 que estão a negociar asua adesão), que correspondem a 250regiões europeias.Os actuais Estados-membros menosdesenvolvidos, como Portugal, enfrentarampela primeira vez os «futuros pobres» daUnião Europeia, países que passarão areceber, a partir de 2007, a fatia maisimportante dos fundos Estruturais e deCoesão.Portugal, Espanha e Grécia vão ter de

concorrer com 10 países da Europa Centrale Oriental e as ilhas de Chipre e Malta,desejosos de começarem a receber osfundos Estruturais e de Coesão.A Comissão Europeia organizou o evento,que pretendeu associar todos os actoresenvolvidos na reflexão sobre o futuro dapolítica de coesão, após o alargamento daUE, que se iniciará em 2004.As discussões tiveram como base detrabalho um relatório sobre a coesãoeconómica e social, apresentado em 31 deJaneiro deste ano pelo executivo comunitário,onde é feito um balanço das actuaisdisparidades regionais e um levantamentodos desafios futuros da política de coesãoface ao desafio colocado pelo alargamento.Portugal, Espanha e Grécia fizeram saber que

as suas regiões menos desenvolvidas,segundo os padrões da UE a 15, têm decontinuar a beneficiar do mesmo nível deintensidade de ajudas estruturais após 2006,ano em que termina o actual quadrofinanceiro da UE, apesar da adesão depaíses muito menos desenvolvidos.Na última reunião dos ministros dos NegóciosEstrangeiros da UE, realizada segunda-feiraem Bruxelas, Portugal e Espanha mostraram-se, mesmo, dispostos a adiar decisõesimportantes no quadro das negociações deadesão com os países candidatos, se nãoforem dadas garantias no sentido dacontinuação de um nível adequado deajudas.O segundo relatório sobre a coesãoeconómica e social analisa a evolução dasdisparidades entre Estados-membros daUnião Europeia e os factores que levaram aessa situação.A paisagem económica irá mudar muitonuma Europa alargada dos actuais 15 para27 países.Numa UE com 27 países, Portugal passaráa pertencer a um grupo intermédio quecompreende os actualmente menosdesenvolvidos (Portugal, Espanha e Grécia)e ainda os mais ricos dos que vão aderir(Chipre, Malta, Eslovénia e República Checa),cujo rendimento médio será cerca de 80 por

cento da média comunitária e a população13 por cento da total da União. O grupo maispróspero inclui os restantes actuais 12Estados- membros.A grande alteração em relação à situaçãoactual é que passará a haver um terceirogrupo com os oito países candidatosrestantes, cujo rendimento médio é inferior ametade do rendimento médio na UE (cercade 40 por cento), representando umapopulação de 16 por cento da total.A Comissão Europeia já apresentou umesboço de resolução do problema propondoquatro possibilidades: manutenção do actualcritério dos 75 por cento do PIB abaixo doqual os Estados-membros recebem osfundos de coesão; manutenção do critériocom uma compensação para as regiões quesaem do objectivo 1 devido ao efeitoestatístico; aumento do critério deelegibilidade dos actuais 75 por cento paraincluir regiões como as portuguesas edefinição de dois limiares de elegibilidade,um para os Estados-membros actuais e outropara os novos membros.Concebida em 1988 para acompanhar aevolução do Mercado Interno e, mais tarde,da União Económica e Monetária (criação doeuro), a política de Coesão apoia as regiõesmenos desenvolvidas e os grupos sociais emdificuldade na UE.

UE concede 3,2 milhões contospara revitalizar bairro londrino

com portuguesesA União Europeia aprovou no dia 20 um pacote de 10 milhões de libras esterlinas,cerca de 3,2 milhões de contos, para o bairro Stockwell, zona de Londres onde estáconcentrada a maior taxa populacional de portugueses do Reino Unido.Stockwell foi a única área da capital contemplada na «Urban II Community Initiative»,proposta pela Câmara de Lamberth.Este fundo destina-se a revitalizar e promover iniciativas ambientais, motivar oassociativismo e iniciativas de organizações de cidadãos que tenham em vista a criaçãode infra-estruturas sociais e de apoio da comunidade residente neste que é um dos«Councils» (Câmaras), mais degradado e pobre do Reino UnidoO dinheiro deverá ser gasto durante os próximo sete anos e vai favorecer algumasassociações de portugueses existentes naquela zona da cidade.António Santos, presidente da associação Os Lusitanos, aponta a «necessidade deum maior envolvimento dos portugueses e das associações nos projectos que estãoa acontecer neste momento em Stockwell».Adiantando ainda que «há clubes e não clubes» que vão certamente tentar concorrera estes fundos para se modernizar e dinamizarem, só espero que os clubes estejamprimeiro que os «não clubes», na atribuição de verbas».António Santos referia-se aos clubes que, apesar de gozarem do estatuto de clube,não passam de empresas particulares.George Wright, presidente do fórum comunitário Stockwell Partnership, disse que«esta é mais uma vitória dos residentes de Stockwell, muitos dos quais trabalharamlado a lado com o Council (Câmara Municipal), no desenvolvimento do projecto quedeu acesso a este fundo».Referiu que «as expectativas da comunidade são grandes, e já existem muitas ideiasde como se pode gastar o dinheiro».George Wright garante que se vai «poder observar mudanças e melhorias substanciaiscomo resultado deste fundo fabuloso vindo de Bruxelas».

CONFERÊNCIA DE PRAGA Jack Lang reitera

O ministro da Educação francês, osocialista Jack Lang, saudou no dia 19 o«duplo sucesso» da conferência europeiade Praga «para o processo de construçãoda Europa do ensino superior».Segundo Lang, este duplo sucesso derivada decisão tomada pelos ministros daEducação europeus, reunidos em Praga,de aceitar «pela primeira vez aparticipação dos estudantes europeus eda associação europeia dos presidentesde universidades no processo destaconstrução».O envolvimento dos estudantes eresponsáveis universitários, fortementedesejado pela França, constitui para JackLang «a garantia de uma dinâmicareforçada no futuro, pois eles são osactores mais determinados e mais activosno caminho que conduz à Europa doensino superior».Defensor de «uma verdadeira comunidadeeuropeia dos espíritos sem esperar a luzverde de Bruxelas», Lang afirmou que «aeducação deve continuar a ser um bem

colectivo e não uma mercadoria, donde,disse, a nossa ligação ao serviço público».

Construção da Europado conhecimento

O responsável francês da pasta daEducação defendeu em nome da França«a mobilidade dos jovens, estudantes,professores e investigadores, uma dascondições essenciais da construção deuma Europa do conhecimento».Jack Lang pronunciou-se, por outro lado,a favor de «um novo impulso em defesada diversidade linguística» e do «ensino,para todos, de pelo menos duas línguasvivas para além da língua materna».«O sistema francês empenhou-seresolutamente neste sentido», concluiu.A conferência de Praga, que reúne 30ministros da Educação europeus, inscreve-se no processo iniciado em 1998 em Paris,pela França, Alemanha, Itália e Grã-Bretanha,a que se seguiu, em 1999, uma cimeiraalargada a 25 países em Bolonha, Itália.

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24 MAIO 2001 ACÇÃO SOCIALISTA11

UNIÃO EUROPEIA

PORTUGAL FARÁ GUERRAAO FEDERALISMO EUROPEU SEM COESÃO

PE REJEITA FINANCIAMENTO PRIVADOPARA PARTIDOS POLÍTICOS EUROPEUS

ESTRASBURGO França

Parlamento Europeu (PE)rejeitou no dia 17 a possibili-dade de os futuros partidospolíticos europeus poderem

receber financiamento por parte deprivados para custear a sua actividade.Com a rejeição do financiamento privado,encerra-se assim uma polémica que dividiaos grupos políticos representados noParlamento.Pelo caminho ficou a regra proposta pelaComissão Europeia que previa apossibilidade de entidades privadaspoderem subsidiar até 25 por cento dasnecessidades financeiras dos partidospolíticos europeus, sendo os restantes 75por cento provenientes dos cofrescomunitários.Ao todo, a Comissão propõe, com«carácter indicativo», sete milhões de euros(1.4 milhões de contos) a distribuir portodos os partidos, verba que se deverámanter apesar de, conforme a propostaaprovada pelo PE, o financiamento serexclusivamente público.Mas o financiamento comunitário estáainda dependente de o partido preencheros requisitos eleitorais mínimos fixados no

relatório aprovado pelos eurodeputados.Ou seja, obter mandatos no PE ou nosparlamentos nacionais ou regionais depelo menos cinco Estados-membros (umterço dos Estados-membros) ou queobtenha pelo menos cinco por cento dosvotos em cinco Estados-membrosdiferentes (um terço dos Estados-membros).Reagindo a uma intervenção do deputadodo PP Ribeiro e Castro, cheia de tiquesantieuropeístas, o eurodeputado socialistaLuís Marinho afirmou no plenário deEstrasburgo ser «compreensível» que o PP,uma «força política que tem à partida emrelação à Europa uma posição dedesconfiança», não veja «com bons olhosa existência de grandes organizaçõespolíticas europeias, a que se chamampartidos».Além disso, assinala, os eurodeputadospopulares «estão em contradição» porquevêm «rejeitar que se formalize umarealidade da qual eles também sãobeneficiários», já que «também eles estãoem confederações e recebem subsídios edinheiro do Orçamento comunitário, paraalém dos privilégios».

De acordo com o regulamento aprovado,os partidos políticos europeus serãoobrigados a «permitir que as suas contassejam objecto de uma auditoria externa»cujos resultados deverão serposteriormente certificados pelo PE e peloTribunal de Contas da União.«As finanças de um partido político queobtém um financiamento do Orçamentocomunitário devem ser transparentes.Consequentemente, os partidos políticoseuropeus devem publicar as suas contas,incluindo as dotações de qualquer origem,e declarar as suas fontes de financia-mento», pode ler-se no documento.Admissível e até desejável, segundo oregulamento, é a subvenção por via dospartidos políticos nacionais, «contribuiçõesligadas à filiação» que farão parte dos«recursos próprios» dos partidos políticoseuropeus.O documento, mais vasto, não se limita adefinir regras para o financiamento mas criasimultaneamente um quadro jurídico e umestatuto para os futuros partidos políticoseuropeus, emanações das já existentes«organizações de cúpula» que agrupampor afinidade política os partidos políticos

nacionais representados no PE.Embora já existam, na prática, formaçõespolíticas como o Partido Popular Europeu(PPE) - a que pertence o PSD - e o PartidoSocialista Europeu (PSE) - onde está filiadoo PS - careciam de base jurídica defuncionamento.Com o projecto agora aprovado emEstrasburgo, depois de depositado orespectivo estatuto junto do PE, o partidopolítico europeu passará a dispor, além dofinanciamento comunitário, depersonalidade jurídica.Os partidos políticos europeus não deverãoextinguir, no entanto, os grupos políticosactualmente existentes no PE, devendo ter«os seus próprios gabinetes, o seu própriopessoal e demais recursos e ficarinstalados num edifício distinto doParlamento a partir da próxima legislatura»,pode ler-se no relatório.O regulamento aprovado pelo PE seráagora apreciado para aprovação pelosministros dos Quinze, tendo sidoconhecida esta semana a vontade dapresidência sueca da União que talaconteça antes de passar o testemunho àBélgica, no final de Junho.

LISBOA Guterres garante

ntónio Guterres defendeu no dia21 que Portugal deverá evitar atodo o custo, que «sob a capade um falso federalismo»,

alguns Estados-membros pretendam«renacionalizar» as políticas maisimportantes na União Europeia.As declarações do primeiro-ministro foramproferidas após ter presidido à sessão deabertura das jornadas parlamentaresconjuntas de deputados e eurodeputadossocialistas dedicadas ao tema do futuro daUnião Europeia.Numa referência às propostas que têmsido lançadas por alguns dos países commaior peso na União Europeia, casoespecial da Alemanha, o secretário-geraldo PS disse que a Portugal «importa evitara todo preço que, sob a capa de um falsofederalismo, se renacionalizem algumasdas políticas mais importantes da Europa».«Temos de evitar que a União Europeiaperca a sua força e a sua solidariedade atroco de um arremedo de Europa federal»,frisou Guterres.«Uma Europa federal pressupõe umorçamento a sério e uma política desolidariedade também a sério», sustentou

o chefe do Governo português,contrapondo, depois, que o melhor modelode desenvolvimento de uma UniãoEuropeia alargada passa por «umaevolução gradual, com a participação fortede todos os Estados-membros».Como segunda batalha importante a travarpor Portugal na frente Europeia, AntónioGuterres apontou a reforma da PolíticaAgrícola Comum (PAC).«Importa romper com o pecado original deuma PAC que foi concebida para asagriculturas da Europa do Norte»,introduzindo na reforma da política agrícolaeuropeia conceitos como «a qualidadealimentar, o emprego e a defesa dopatrimónio rural», declarou o primeiro-ministro.Sobre o alargamento da União Europeia,António Guterres deixou o recado que, paraPortugal, a coesão económica «já não podeser apenas aferida pela estatística».«A coesão económica e social europeiatem de entrar em linha de conta com aqualificação das pessoas e, nesse aspecto,países como Portugal têm efectivanecessidade de continuar a receber fundosestruturais após 2006».

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ACÇÃO SOCIALISTA 12 24 MAIO 2001

SOCIEDADE & PAÍS

MANUTENÇÃO DO INVESTIMENTO PÚBLICOE CORTE NA DESPESA CORRENTE

GOVERNO APOSTA NO REFORÇODA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

FINANÇAS Pina Moura assegura

ministro das Finanças garantiuque não haverá redução doinvestimento público, e assegu-rou, pelo contrário, que a efici-

ente utilização dos fundos comunitáriosimplicará uma taxa de crescimentoascendente da despesa de capital.Falando no dia 16 aos participantes nasconferências AECOPS 2001, o ministrosublinhou que o programa da reforma dadespesa pública tem como característicaidentificadora não reduzir a taxa decrescimento do investimento público, masapenas cortar nas despesas correntes.O compromisso é de forte investimentopúblico e de estímulo ao investimentoprivado locados para zonas quetradicionalmente eram de investimentopúblico, adiantou.Quanto às acusações de que a promoçãode investimento público financiado porprivados representa uma desorça-mentação das despesas, Pina Mourasublinhou que estes instrumentos sãoutilizados por países da zona euro maisdesenvolvidos e garantiu que haverá novasnormas orçamentais para contabilizar asconsequências de custo médio e longoprazo que estas iniciativas têm.Sobre a situação da economia portuguesa,o ministro sublinhou que tem havido uma

situação de crescimento contínuo epersistente nos últimos sete anos, emboraem 2001 se deva verificar um ritmo decrescimento inferior ao dos anos anteriores.Afirmou ainda que o abrandamento daeconomia portuguesa este ano tem a vercom o arrefecimento da economiainternacional, a que nem a União Europeia

nem Portugal podem ficar impunes, mastambém com a necessidade de algumabrandamento em Portugal para alterar opadrão de crescimento.Pina Moura disse que a antecipação doefeito riqueza, que decorre da entrada nazona euro, com o crescimento do consumoprivado acima do sustentável e uma políticaorçamental expansionista originou umpadrão de crescimento forte, masexcessivamente baseado no consumo.As consequências foram um aumento doendividamento externo da economia,inflacionado pelos preços do petróleo, euma aceleração da inflação com aspectosconjunturais e estruturais.Para o ministro, Portugal precisa de umcrescimento mais assente nas exportaçõese no investimento e menos dependente doconsumo privado e dos gastos públicos.Relativamente à despesa corrente pública,Pina Moura afirmou que terá de crescermenos do que o conjunto da economia, oque significa maior rigor por parte doGoverno, dos fundos e serviços autónomose das autarquias, para além de maior rigordas finanças regionais, observando quealguns caminhos e instrumentos não serãofáceis.Acerca da política salarial, o ministro dasFinanças defendeu que a sociedade

portuguesa tem de assumir que, com aentrada na zona euro, o enquadramentoda economia nacional é diferente de há trêsou quatro anos e uma maior inflaçãosignifica perda de competitividade.Apoiou, assim, as três propostas dogovernador do Banco de Portugal para asnegociações salariais baseadas naevolução de preços da zona euro anegociar com um horizonte de dois anos etendo em conta a produtividade,considerando que o desagravamento fiscaltem de ser incorporado nas negociaçõessalariais.Quanto à tributação do património, PinaMoura, anunciou que o imposto municipalimobiliário, que substituirá a contribuiçãoautárquica, deverá ser um imposto maisjusto, desagravando-se os contribuintesque adquiriram casa há pouco tempo epagam muito, compensando com umacontribuição maior os que têm valoresdesactualizados.No respeitante ao IVA, salientou que não éum novo imposto mas apenas tornatransparente o IVA escondido, sublinhandoque às primeiras transacções de habitaçãoprópria que se insiram na política social dehabitação, que não deve ser confundidocom habitação social, será aplicado o IVAà taxa reduzida.

AMBIENTE Conservação da Natureza

primeiro-ministro considerou,no dia 22, que a nova EstratégiaNacional de Conservação daNatureza e da Biodiversidade

se concilia com a proposta de renovaçãoda Política Agrícola Comum (PAC) jáapresentada à Comissão Europeia peloGoverno português.«A proposta de reorientação da PAC éinteiramente compatível com a novaestratégia hoje apresentada», disse AntónioGuterres, acrescentando que as duascaminham para a «valorização do ambientee da conservação da natureza».«A proposta apresentada por Portugal derenovação da PAC passa de uma lógicatradicional para uma que valoriza muitomais o ambiente sem se desligar dosinteresses de produção», afirmou oprimeiro-ministro aos jornalistas no final dacerimónia de apresentação pública danova estratégia da conservação danatureza.O documento aposta num reforço da

investigação científica na área dopatrimónio natural e na valorização dasáreas protegidas e espécies maisameaçadas.Durante a cerimónia de divulgação daproposta, terça-feira, em Alcochete, oInstituto para a Conservação da Natureza(ICN) apresentou também uma base dedados sobre natureza e biodiversidade, jádisponível na Internet, e que pretendesistematizar os trabalhos de investigaçãoe análise na área do património natural.Para o presidente do INC, Carlos Guerra,esta sistematização pretende seguir oprincípio «conhecer para gerir» e mostraque o trabalho para elaborar a estratégia«não começou a ser feito ontem».O primeiro-ministro descreveu a estratégiacomo «um plano concreto, que permitepassar à aplicação prática» e salientou aimportância que a proposta dá àinvestigação científica.«O documento está em perfeitas condiçõesde subir a Conselho de Ministros no final

do mês de Junho e de ser depois enviadoà Assembleia da República», frisou o chefedo Executivo.O ministro do Ambiente, José Sócrates,justificou os 123 milhões de investimentona proposta, alegando que a conservaçãoda natureza é uma «prioridade política».«Envolve um volume significativo derecursos financeiros, mas não é um sectorde luxo», acrescentou.«A estratégia tem planos de acçãoconcretos e temos hoje uma política deconservação da natureza à altura dostempos e dos interesses do País»,sustentou o ministro.Sócrates garantiu ainda que o ICN tem«todas as condições para pôr estaestratégia a andar rapidamente».O Governo escolheu o Dia Internacional daBiodiversidade para apresentar paradiscussão pública a Estratégia Nacional deConservação da Natureza e daBiodiversidade, um documento que defineprincípios fundamentais, objectivos,

opções estratégicas e directivas de acçãoem matéria de conservação da natureza eda biodiversidade até 2010.O programa das comemorações incluiuainda uma visita de barco a algumas zonasda Reserva Natural do Estuário do Tejo.Além do reforço na investigação e noconhecimento do património natural, odocumento apresentado tem ainda comoaspectos principais a promoção «cada vezmais efectiva» da conservação evalorização das áreas protegidas, bemcomo das áreas classificadas ao abrigo doprocesso da Rede Natura 2000.A Estratégia Nacional de Conservação daNatureza e da Biodiversidade é colocadaà discussão pública até 15 de Junho,devendo ser sujeita a parecer do ConselhoNacional do Ambiente e doDesenvolvimento Sustentável.Em 1995 a percentagem do territóriocontinental coberta por áreas protegidas eclassificadas era de 6,6 por cento,ascendendo agora a 21,4 por cento.

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24 MAIO 2001 ACÇÃO SOCIALISTA13

SAMPAIO CONTRA «BANALIZAÇÃO»DAS REVISÕES CONSTITUCIONAIS

SOCIEDADE & PAÍS

JURISPRUDÊNCIA Colóquio

ORDENAMENTO É UMA QUESTÃO INADIÁVEL

s revisões da Constituição,possíveis de cinco em cincoanos, só devem fazer-se com «aclara percepção do que pode

e deve ser realizado».Esta foi a ideia central defendida, nopassado dia 21, pelo Presidente daRepública, que falava na sessão deabertura do colóquio «25 Anos daConstituição», organizado pela Associaçãode Estudantes da Faculdade de Direito daUniversidade Nova de Lisboa.«Uma Constituição só adquire a forçanormativa correspondente à sua ambiçãode perdurar no tempo se não for banalizadapor sucessivas alterações, porventurasupérfluas ou meramente rituais, nãoditadas por imperativo nacional», declarou.O chefe de Estado Jorge Sampaio disse quecontinuará a alertar «contra a tentação deremeter sistematicamente para novasrevisões constitucionais reformas eaperfeiçoamentos que podem ser realizadospelo legislador ordinário, como se afaculdade de rever a Constituição cinco anosapós a última revisão se convertesse numaobrigação a que não se pode escapar».O Presidente da República sublinhou aindaque aquela tentação «pode funcionar comofuga, diria que quase inconsciente, danecessidade de enfrentar e resolver asdificuldades imediatas de consensua-lizaçãoe decisão política».«Não adianta fazer revisões constitucionaissem a clara percepção do que pode e deveser realizado», frisou Sampaio.A título de exemplo, o Presidente daRepública lembrou o ocorrido durante a

última revisão constitucional (1997): «Emabstracto, quase toda a gente concordavacom a necessidade de proceder a reformaspolíticas (...), mas quando se tratou de chegara soluções concretas viu-se que osconsensos escasseavam».A solução adoptada foi a de «remeter tudo»para o legislador ordinário «mas, como agorase vê, não se deram nenhuns passos nosentido da concretização» daquelas reformas(sistema eleitoral, sistema de governo das

autarquias locais).«Importa perceber o que, em rigor, naresposta ao apelo repetido à reforma eaperfeiçoamento do sistema político, deveser imputado à Constituição ou àresponsabilidade dos poderes constituídose dos agentes políticos», referiu o Presidenteda República.O tema da regionalização, em que sepropunham diferentes soluções, mas onde«toda a gente estava de acordo» quanto à

necessidade de descentralizar edesconcentrar o País e a administraçãopública, foi outro exemplo a que JorgeSampaio recorreu.«O que é que impede a concretizaçãolegislativa e prática daquele consenso?»,interrogou-se Jorge Sampaio.

PR desafia emigrantesa recensearem-se

Também na passada segunda-feira, oPresidente da República desafiou osemigrantes e os luso-descendentes ainscreverem-se nos cadernos eleitorais parapoderem votar nos seus países de origem eem Portugal.Para Jorge Sampaio, votar em dois paísesdiferentes dá uma «maior capacidade deinfluência» às comunidades portuguesas.O chefe de Estado falava durante a recepçãoa algumas dezenas de jovens luso-descendentes no Palácio de Belém.Jorge Sampaio, que conversou e deixou-sefotografar junto dos participantes no IIIEncontro de Jovens Luso-Descendentes,salientou também que a possibilidade de osemigrantes poderem votar nas eleiçõespresidenciais portuguesas confere «umanova dimensão» ao cargo que ocupa.O chefe de Estado, que recebeu os jovensluso-descendentes (oriundos de 20 paísesdiferentes) na varanda do Palácio de Belém,reafirmou ainda a necessidade de ascomunidades portuguesas aprofundarem asua integração nos países de acolhimento,o que passa por um maior envolvimento navida política local.

PODER LOCAL Sampaio frisa

O Presidente da República defendeu no dia20 um maior empenhamento dos autarcasna promoção de «territórios atractivos» paraos cidadãos e as empresas, frisando que«a questão do ordenamento é inadiável».«Portugal precisa de espaços urbanosequilibrados, com as suas áreas ruraiscircundantes revitalizadas, em suma,territórios atractivos, quer em termos dequalidade de vida, quer em termosestritamente económicos», disse JorgeSampaio.O Presidente da República intervinha emCoimbra, na sessão comemorativa dos 25anos de poder local democrático,organizada pela Associação Nacional deMunicípios Portugueses (ANMP).«Preocupámo-nos com a habitação. Eraevidentemente necessário. Mas temos quenos preocupar com a logística, com a

implantação dos equipamentos utilizadospelas indústrias e serviços», recomendou.Na perspectiva do Chefe de Estado,«parece que uma perspectiva de puracompetição entre regiões não foi aindaabandonada, com o que só perdem osterritórios a sua capacidade competitiva».«Mais do que nunca - acentuou - é visãoestratégica que se pede aos autarcas,como aliás se pede ao governo central eàs instâncias europeias, porque avalorização dos territórios impõem umaarticulação consistente entre estes váriosníveis».Esta «questão integradora», segundo JorgeSampaio, «constitui hoje, sem dúvida, umdos mais sérios desafios ao poder local»«É preciso olhar de frente para o problemado ordenamento, que, se não for resolvidorápida e satisfatoriamente, compromete o

presente e o futuro da nossa sociedade»,alertou.O Presidente da República, por outro lado,preconizou «a dignificação do papel dasassembleias municipais».«Por incómodo que possa parecer aosexecutivos», essa opção «só pode constituirum factor de reforço da credibilidade etransparência dos municípios e comrepercussões positivas na valorizaçãopelos cidadãos do governo local».Na sua opinião, independentemente domodelo a seguir (eleições separadas dacâmara e da assembleia ou eleição directasó da assembleia, a exemplo do que já sepassa com os órgãos da freguesia), sãonecessários uma «clarificação e reforço dospoderes da assembleia», sobretudo naárea da fiscalização do executivo.Sampaio considerou que um maior

envolvimento dos cidadãos na vidamunicipal pode ser garantido através do«reforço do papel dos órgãos deintermediação».E realçou o exemplo de alguns paíseseuropeus com «as associações voluntárias,que nos domínios cultural, social,económico e desportivo intervêm nosplanos local e regional».O Presidente recordou que aregionalização foi rejeitada em referendo,mas que, do debate em trono desteassunto, resultou «uma generalizadaconvicção de que a descentralização deviaconstituir uma prioridade nacional».«A Administração Central tem de dar oexemplo de forma decidida. É necessárioadoptar um plano coerente dedesconcentração e de racionalização dosserviços periféricos», preconizou.

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ACÇÃO SOCIALISTA 14 24 MAIO 2001

AUTARQUIAS

AUTARQUIAS INICIATIVAS & EVENTOS

Albufeira

Autarquia e IPLB assinamprotocolo

A Câmara Municipal de Albufeira deliberouaprovar a celebração de um protocolo deintenções com o Instituto Português do Livroe das Bibliotecas (IPLB).

O protocolo visa integrar a futura BibliotecaMunicipal de Albufeira na Rede deBibliotecas Públicas.Este protocolo estipula as condições e osprocedimentos a adoptar paraposteriormente ser assinado o contrato-programa entre ambos os organismos.Recorde-se que o anteprojecto da novaBiblioteca Municipal de albufeira foi jáaprovado.A área destinada será de 5475 metrosquadrados, dos quais 1639 serão paraedificação.O custo da obra está orçado em cerca de205 mil contos. O IPLB irá comparticipar naempreitada através do pagamento de 120contos por cada metro quadrado da obra.

Amarante

Dois mil alunosforam ao teatro

Na semana de 7 a 11 de Maio, 1960 alunosdos 3º e 4º anos do 1º ciclo do ensinobásico do concelho de Amarante assistiramà representação do conto «O Conto e a Lua»,de Thomas Bakk, levado à cena pelaFilandorra � Teatro do Nordeste.

As representações tiveram lugar no cinemaTeixeira de Pascoaes, na cidade, e no cine-

teatro Raimundo Magalhães, em Vila Meã.Esta iniciativa surgiu na sequência doprotocolo existente entre a autarquia deAmarante e aquela companhia profissionalde teatro.O município de Amarante mantém assim aaposta que, desde há vários anos, vemfazendo na formação de públicos.

Loulé

Autarquia repara estrada

A Câmara Municipal de Loulé vai levar acabo obras de reparação no troço da EM-524 entre a Ribeira das Mercês (Ponte deTor) e a Ribeira do Agibre.

A melhoria desta via, segundo a autarquia,torna-se necessária em virtude do estadode degradação do pavimento resultante,sobretudo, da chuva ocorrida no últimoInverno, do intenso tráfego pesado quecircula diariamente e da avançada idadedesta.O custo total dos trabalhos de beneficiaçãodo troço entre a Ponte de Tor e a Ribeira deAgibre será de mais de oito mil contos,estando a sua prevista a sua conclusão numprazo de 15 dias.

Montijo

Grande Prémio de Atletismo

A Academia Juvenil do Montijo, com o apoioda Câmara Municipal, entre outrasentidades, vai levar a efeito no dia 26 de Maioo II Grande Prémio da Academia Juvenil emAtletismo.Esta é uma prova inserida no TroféuMunicipal de Atletismo, aberta a atletasfederados e populares de ambos os sexos.

Fafe

Revisão do PDM

A Câmara Municipal de Fafe deliberoudesencadear os mecanismos legais e osprocedimentos necessários à revisão doPlano Director Municipal (PDM), fixando oprazo de um ano para o efeito.Deliberou ainda fixar o período para que osmunícipes possam apresentar sugestões epropostas de alteração e que decorre até17 de Agosto, de forma a possibilitar que

também os emigrantes possam participarno processo de revisão do PDM da sua terranatal.

O PDM de Fafe foi concluído há oito anos epassaram já sete sobre a sua rectificação.Neste contexto, o Executivo considera quefoi inegável a sua importância para oordenamento de todo o território concelhio,ao definir e delimitar áreas urbanas eurbanizáveis, incentivando a construçãonesses espaços, paisagístico e florestal,preservando deste modo os solospertencentes a ecossistemas da ReservaEcológica Nacional e Reserva AgrícolaNacional.Contudo, há aspectos que carecem de serajustados e erros corrigidos, essencialmentederivados da desactualização dacartografia.

Ovar

Gigantesco parquede diversões

O Executivo da Câmara Municipal de Ovaraprovou o inédito programa dascomemorações do Dia Mundial da Criançaque, este ano, e na base aérea de Maceda,vai reunir 4000 crianças frequentadoras doensino pré-escolar, do 1º ciclo e da Cercivarque irão usufruir de um gigantesco parquede diversões dedicado ao tema dos meiosde transporte e sob o lema «A brincartambém se aprende».

Dia Sem Carros

O Executivo municipal aprovou a propostada Secretaria de Estado do Ambiente deadesão à iniciativa «Dia Europeu Sem

Carros», que se realizará em Ovar nospróximos dias 22 e 23 de Setembro.

Pontinha

Boletim informativo

Saiu mais um número do boletim informativoda Junta de Freguesia da Pontinha, quecontém uma completa informação sobre asdiversas iniciativas, nos mais variadosdomínios, promovidas pela autarquia.De excelente aspecto gráfico, o boletim, de12 páginas, inclui um editorial assinado pelopresidente da Junta, o socialista FranciscoGuerreiro.«Queremos fazer da Pontinha uma freguesiadinâmica, forte, independente, com umapalavra a dizer tanto no novo concelho,como no país», lê-se no editorial.

Sintra

Câmara presta homenagema bombeiros do concelho

A Câmara Municipal de Sintra, numaorganização conjunta com a Junta deFreguesia de Agualva-Cacém, o ComandoOperacional de Bombeiros da Zona 71 e osBombeiros Voluntários de Agualva-Cacém,vai comemorar no próximo dia 27 de Maioo Dia Municipal do Bombeiro.

O programa inclui, entre outras actividades,um desfile de todas as corporações debombeiros do concelho de Sintra, que irádecorrer na Av. dos Bons Amigos, Cacém,com início às 10.30 horas, seguido de umasessão solene durante a qual a presidenteda autarquia, Edite Estrela, irá homenagearilustres personalidades que se destacaram,pelo seu mérito e dedicação, ao serviço dascorporações de bombeiros do concelho.

Vila Real de S. António

Plano de desenvolvimento

O presidente da Associação de MunicípiosAlgarve-Huelva, António Murta, que tambémé presidente da Câmara Municipal de VilaReal de S. António, defendeu em Huelva anecessidade de se elaborar um«Plano deDesenvolvimento Sustentável» para oterritório que integra o Algarve, Huelva eBaixo Alentejo (Sudoeste peninsular).

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24 MAIO 2001 ACÇÃO SOCIALISTA15

PS EM MOVIMENTO

Jorge Coelho garantiu que a «redução da despesa pública não será feita à custa de umapolítica neoliberal que penaliza os mais desfavorecidos e não se identifica com os ideaisdo PS».«É preciso cortar na despesa pública, mas não queiram que esses cortes sejam feitoscomo se fossemos neoliberais e não estivéssemos a trabalhar para os maisdesfavorecidos», afirmou o Coordenador da Comissão Permanente do PS, que falavapara duas centenas de militantes no plenário distrital realizado no salão dos BombeirosVoluntários de Palmela.«Vamos cortar onde pode ser cortado, vamos cortar onde há desperdício e onde há mágestão, mas não nos queiram empurrar para fazer uma política que não é a nossa, que écontrária à nossa, para mais uma vez, como já aconteceu no passado, a direita quererque o PS e a esquerda façam as reformas que ela (direita) não faz quando está no poder,para depois sermos penalizados em eleições», acrescentou.Jorge Coelho lembrou a diminuição do desemprego ao longo de 60 meses consecutivos,a reforma fiscal e a Lei de Bases da Saúde, que deverá ser enviada à Assembleia daRepública ainda esta semana, como exemplos da preocupação dos socialistas com ossectores mais desfavorecidos da população portuguesa.Sobre as eleições autárquicas, Jorge Coelho mostrou-se convicto de que o PS poderáconquistar alguns municípios à CDU no distrito de Setúbal e regozijou-se com o trabalhodesenvolvido pelos autarcas socialistas na melhoria da qualidade de vida e dodesenvolvimento dos concelhos do Montijo, Sesimbra e Setúbal.Para o coordenador da Comissão Permanente do PS, nas próximas eleições autárquicasos eleitores do distrito terão de pensar bem se querem uma «opção pelo desenvolvimento»ou «continuar a servir como tropa de choque para as lutas político-partidárias do PCP».No inicio da sua intervenção, que marcou o arranque do PS para as eleições autárquicasno distrito de Setúbal, Jorge Coelho começou por dizer que é necessário muito trabalhoe uma grande coesão dos militantes socialistas, para que o PS seja o partido mais votadonas autárquicas, a exemplo do que já acontece em eleições legislativas.Jorge Coelho não se coibiu de recomendar aos militantes socialistas de Setúbal quesigam o exemplo da equipa de futebol do Boavista, a um passo de se sagrar campeãnacional, «porque teve um ano com uma liderança jovem e determinada e uma equipasem vedetas e muito unida».«Se o PS tiver estas características - determinação, capacidade de luta e coesão -, odistrito de Setúbal também será maioritariamente socialista a nível autárquico», concluiuJorge Coelho.

Por lamentável lapso, o nosso jornal noticiou na edição de 10 de Maio um jantar com oPresidente da República, Jorge Sampaio, promovido por esta estrutura, que, obviamente,não se irá realizar.

BENFICA Jantar com Sampaio

O PS já escolheu alguns dos seus candidatos às 16 câmaras do distrito para as próximaseleições autárquicas de Dezembro.Assim, Fernando Manata (Figueiró dos Vinhos), José Manuel Silva (Leiria), Pedro BarjonaHenriques (Castanheira de Pêra), Jorge Costa Pereira (Bombarral), José Miguel Medeiros(Ansião), José Manuel Silva (Leiria), Hermínio Maçãs (Caldas da Rainha) António JoséRodrigues (Pombal) e Jorge Gonçalves (Peniche) são os nomes já anunciados pelasestruturas locais do PS como candidatos às câmaras.Quase certo, mas ainda à espera de um anúncio oficial por parte da Concelhia, estáÁlvaro Órfão (Marinha Grande).Nos restantes concelhos, Pedrógão Grande, Nazaré, Alvaiázere, Alcobaça, Óbidos ePorto de Mós, as estruturas locais socialistas ainda estão a discutir os nomes a candidatar.José Miguel Medeiros, presidente da Federação de Leiria, afirmou que o PS pretendeaumentar o número de votos em todas as autarquias, embora tivesse reconhecido que o«distrito é um local muito difícil porque o PSD está muito bem implantado».

LEIRIA Candidaturas em marcha

O presidente da Concelhia do Porto do PS, OrlandoGaspar, afirmou no dia 16 que o líder distrital, NarcisoMiranda, sabe que a candidatura de FernandoGomes à Câmara do Porto «é ganhadora».Questionado sobre o afastamento da Federação doprocesso de escolha de Fernando Gomes paracandidato, Orlando Gaspar salientou que NarcisoMiranda «é uma pessoa de grande consciênciapolítica e sabe de facto que esta é uma candidaturaganhadora e natural».Orlando Gaspar sublinhou que a proposta que vailevar a plenário do PS/Porto de recandidatura deFernando Gomes foi aprovada «por unanimidade»pelos 20 membros do Secretariado concelhio dopartido.Enquanto decorria a tomada de posse de HugoEusébio (apoiante da candidatura de FernandoGomes) como presidente da JS/Porto, chegouNarciso Miranda à sede distrital do PS, para uma reunião preparatória das eleiçõesautárquicas no novo concelho da Trofa.O presidente da Federação distrital do Porto do PS escusou-se a comentar a decisão doSecretariado da Concelhia, sublinhando que «as decisões são da exclusivaresponsabilidade das concelhias e as consequências também são da responsabilidadede cada uma das concelhias».«Não posso ser responsável por resultados quando não sou responsável por processos»,frisou Narciso Miranda, recordando que a questão da candidatura de Fernando Gomes«foi tratada à margem da Federação (distrital), sem qualquer intervenção da federação esem sequer o conhecimento do presidente da Federação».«O que desejo é que todas as concelhias vençam o combate eleitoral. Para mim oimportante é o PS. O PS está acima de tudo», salientou, manifestando-se disponível paracolaborar com todas as concelhias que desejem a sua colaboração.

PORTO Concelhia escolhe Gomes

António Dâmaso será o candidato do PS à Câmara Municipal de Sousel (CMS), distritode Portalegre, nas autárquicas de Dezembro, revelou o presidente da distrital socialista,Ceia da Silva.António Dâmaso, de 45 anos, natural de Casa Branca (Sousel), é engenheiro técnico efoi eleito vereador nas eleições de 1997.O actual presidente da CMS, Emílio Sabido, integrará a lista socialista em segundo lugar,segundo Ceia da Silva.Em 1997, o PS obteve 42,4 por cento dos votos, o PSD 29,6 e a CDU 22,6.

SOUSEL PS aposta em António Dâmaso

SETÚBAL Plenário com Jorge Coelho

IV Convenção daFederação

do PS/Vila Real

Hotel Forte S. Francisco � Chaves

26 de Maio

Manhã9.00h Recepção dos delegados e entrega da

documentação10.00h Eleição da mesa da Convenção e da Comissão de

Verificação de Poderes10.30h Sessão de abertura10.45h Relatório do presidente da Federação11.00h Apresentação e discussão da moção global de

estratégia e apresentação e discussão de moçõese propostas sectoriais

12.30h Intervalo para almoço

Tarde14.30h Continuação da discussão das moções e propostas16.30h Intervalo17.00h Eleição dos órgãos da Federação18.00h Sessão de encerramento

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ACÇÃO SOCIALISTA 16 24 MAIO 2001

A GRANDE EUROPA

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

POLÍTICA Mário Soares

Cimeira de Nice frustrou as ex-pectativas daqueles que espe-ravam que a reforma inst i-tucional se fizesse em Dezem-

bro de 2000. Não aconteceu assim. Parailudir a incapacidade dos Governos dosQuinze em se porem de acordo, fixou-seum prazo para o começo do alargamento(2003) e atirou-se para 2004 o problema dareestruturação institucional, com o anúnciode uma nova Conferência Inter-Governamental (CIG).A criação da Grande Europa (27 a 30Estados) ficou, assim, claramente projectadano horizonte próximo de todos os europeus.Contudo, continua incerta a essência doprojecto europeu: como vai funcionar? Qualo rumo que irá seguir? Como se fará adistribuição das competências entre osEstados nacionais e a União? Qual o papelque a Grande Europa está destinada adesempenhar no quadro internacional? Ouseja: procura-se que o carro europeu andeà frente dos bois...Não admira assim que a República FederalAlemã, o maior e mais rico país da União,tenha vindo a multiplicar as propostas parao futuro da Grande Europa. Foi primeiro odiscurso do ministro verde dos NegóciosEstrangeiros, Joscka Fischer, naUniversidade de Humboldt, em Berlim,nesta coluna oportunamente referido; foi,depois, o discurso do Presidente daRepública Federal da Alemanha, JohannesRau, em defesa de uma ConstituiçãoEuropeia, aplaudido de pé pelos deputadosdo Parlamento Europeu, que também aquiassinalei; e foi, f inalmente, a recenteintervenção do chanceler Gerard Schroëder,nas vésperas da reunião do Part ido

Socialista Europeu, que ocorreu em Berlim,na semana passada, e deixou praticamentesem resposta os restantes chefes deGoverno dos Quinze. Diga-se que ospolíticos alemães - incluindo a oposição PP/CDU e Liberal - se manifestaram todos nomesmo sentido, dando a entender que aspropostas dos dirigentes alemães sãolargamente partilhadas, pelas diferentesorganizações pol í t icas, revest indo,portanto, um sentido nacional.Em que consistem, esquematicamente,essas propostas?A Grande Europa será um espaço de 500milhões de cidadãos-consumidores quepart i lham um projecto de paz, deprosperidade, de liberdade e de segurança,com uma moeda única e um Banco CentralEuropeu. Trata-se, igualmente, de umespaço de solidariedade - em termos nãoclaramente definidos, diga-se - e decooperação política e cultural, no respeitodas identidades nacionais e culturais.Ora - pretendem os alemães - para o seufuncionamento eficaz é preciso rever eclari f icar os tratados, de preferênciaelaborando uma constituição, que englobea Carta dos Direitos Fundamentais, dotadade força vinculat iva. Além disso, énecessário aumentar os poderes daComissão, tornando-a o verdadeiroexecutivo da União. Daí a necessidade dereduzir o papel (até agora preponderante eexcessivo) do Conselho de Ministros,aumentando os poderes do ParlamentoEuropeu, dotando este de uma segundacâmara (senado), onde cada Estado sejarepresentado em igualdade, por membrosdesignados pelos Governos ou (melhor)pelos Parlamentos nacionais.

Há aqui um acentuar da lógica federal daUnião, que é óbvio, atr ibuindo aoParlamento Europeu uma plena e inteiracompetência em matéria orçamental, o querepõe o delicado problema dos «recursospróprios da União» (de que eu ousei falar,durante a últ ima campanha eleitoraleuropeia, como alguns leitores destascrónicas por certo se lembrarão). Bemcomo a criação de um corpo rápido deintervenção militar, dissuasor de conflitosna área do continente europeu e demediação dos eventuais conflitos (de quetambém falei). A Interpol seria igualmentetransformada numa pol ícia europeiaoperacional, capaz de dar combate àcriminalidade internacional.Quanto à gestão dos fundos estruturais, aposição do chanceler alemão parece sermais ambígua, limitando-se a remetê-lapara o plano nacional, o que originou aimediata reacção ( just i f icada!) dosprimeiros-ministros Aznar e Guterres. Areforma da Política Agrícola Comum, queaté agora absorve mais de 50 por cento doOrçamento da União, foi referida comonecessidade absoluta, bem como oalargamento do mercado único ao gás, àelectricidade e aos correios.A insistência dos responsáveis políticosalemães - Governo e oposição - neste tipode propostas tem contrastado com o silêncioincómodo do Governo francês. Daí teremvindo a aumentar os comentários e ascríticas da imprensa internacional quanto àsdificuldades que parece existirem na«entente» franco-alemã, que até agora temsido o verdadeiro motor da União. São essasdificuldades circunstanciais - isto é:derivadas das exigências eleitorais, segundo

suponho - ou são de fundo? Na últimahipótese, caminharíamos para um impasse,no jogo das alianças e das divisõeseuropeias do século passado, o que seriatrágico em termos europeus e mundiais.Quero acreditar que o primeiro-ministrofrancês, Leonel Jospin, vai ser obrigado aavançar na definição do projecto europeu,que não será muito diferente do propostopela Alemanha. Apesar das dificuldadeseleitorais (campanha para a Presidência daRepública) que irão tornar-se mais clarassó dentro de um ano... Mas as coisas sãoo que são e às vezes não é possível ajustaros calendários eleitorais! Sendo assim,dada a resistência dos países queconcebem a Europa como mero mercadoúnico (o Reino Unido, com a segundaprevisível vitória de Blair, pode talvez vir aadoçar essa sua posição), a Uniãoencaminhar-se-á, necessariamente, para acriação de um «núcleo duro» (ou de uma«avant-garde», como lhe chama Delors)constituída pelos países dispostos aavançar mais rapidamente em sucessivas«cooperações reforçadas», de sentidofederalista. Que vanguarda será essa? Ados países do euro? A dos aderentes aoespaço Schengen? A dos fundadores (coma incógnita ital iana após a vitória deBerlusconi)?Há, no entanto, uma coisa que nós,portugueses, não podemos perder de vista.A Espanha não irá perder a oportunidade.Por mim, considero ser um desígnioimperativo para Portugal fazer parte dessenúcleo europeu avançado. Trata-se de umaoportunidade histórica que não podemosperder. Custe o que custar!In «Expresso», 19-05-2001

filosofia da política agrícolacomum, concebida no pós-guerra para fazer face à grandecarência alimentar, tornou-se uma

peça de museu. Nos anos 50, 45 por centoda população europeia vivia da agricultura.Hoje, são menos que 5por cento os que nelatrabalham. Para financiar estes 5 por cento,a PAC consome quase metade do orçamentocomunitário. Mas é uma percentagem ínfimade agricultores, ligados às produçõessubsidiadas, que fica com a maioria dosrecursos. Quem o afirma é o deputadoeuropeu António Campos, em carta abertadirigida aos seus colegas. Esta injustiça tem-no levado a votar contra o orçamento da UE.Portugal também não tem sido muitobeneficiado. Em 1974, o país produziametade do que comia. Hoje, o nosso déficealimentar é maior. Cobrimos apenas cerca de30 por cento das nossas necessidades.Reduziu-se substancialmente o número deexplorações e de pessoas ligadas àagricultura. É certo que os agricultores

portugueses têm recebido apoioscomunitários. Mais de um terço do seurendimento global, segundo Sevinate Pinto,depende da PAC. Mas esses rendimentos sãoainda inferiores a metade (40 por cento) damédia dos rendimentos dos agricultores daUE.Muitas das agressões ao meio ambiente sãofruto da política produtivista imposta pelaPAC. A crise das vacas loucas, a febre aftosa,a poluição ambiental e a desertificação ruralresultam de práticas agrícolas e pecuáriascondenáveis. A saúde pública, a protecçãodos recursos naturais e a própria tradiçãocultural europeia, baseada na empresaagrícola familiar e na diversidade paisagísticae gastronómica, têm de ser prioridades.Capoulas Santos propôs uma reforma daPAC. É o primeiro país da UE a apresentarum modelo alternativo ao actual. O ministrodefende que as ajudas, em vez de sebasearem no número de hectares ou decabeças de gado por exploração, passem adepender de três novos critérios: qualidade,

ambiente e emprego. Trata-se de umamudança de rumo radical. Se fosse aprovada,os agricultores europeus poderiam passar aproduzir aquilo que melhor se adapta àscondições dos respectivos solos, em vez dedependerem dos tipos de produçãosubsidiados. E os agricultores portuguesespassariam a receber dos fundos da PAC 3ou 4 vezes mais do que actualmente. É naturalque as propostas de Capoulas Santosdesencadeiem reacções dos «lobbies» quehoje beneficiam com a PAC, mesmo no nossopaís. Mas a manutenção das irracionalidadese injustiças geradas pelo «statu quo» éintolerável. Numa altura em que muitas vozesexigem segurança alimentar, defesa doambiente e maior justiça na repartição dosrecursos comunitários, Portugal deveorgulhar-se de ser pioneiro na defesa de umanova PAC. Esta, sim, é uma boa reforma.Se a quebra de rendimentos dos agricultoresportugueses nos preocupa, também nãopodemos ficar indiferentes ao facto,recentemente noticiado, de sermos na UE o

país em que a distância entre ricos e pobres émaior. Os números indicam que o fosso quesepara os 20 por cento da população commaiores salários dos 20 por cento com saláriosmais baixos é, em Portugal, o mais fundo daUE. Entretanto, com a globalização, asgrandes empresas ganham mais, enquantodiminui o peso das remunerações do trabalhona nossa economia. O socialismo surgiuhistoricamente para combater a desigualdadee promover a emancipação social e políticados trabalhadores. Que socialismo é este emque 58 milionários anunciam o seu apoio aTony Blair? Na contra-reforma da Terceira Via,até a palavra «trabalhadores» foi banida dovocabulário político.Estes são os factos, os números e asmutações sociais que deviam ocupar os quese reclamam do socialismo. Para mudar estarealidade é que é preciso decisão e vontadepolítica. Era isto � e não o combate ainimigos internos inventados � que devia tersido discutido no último Congresso do PS.In «Expresso», 19-05-2001

REFORMA E CONTRA-REFORMA

PERSPECTIVA Manuel Alegre

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24 MAIO 2001 ACÇÃO SOCIALISTA17

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

BOAVISTA CAMPEÃO

REFLEXÃO Jorge Coelho

Boavista sagrou-se na passadasemana campeão da I Liga deFutebol.É um tributo à competência e à

determinação.A imagem dos dirigentes desportivos � àsemelhança dos políticos � não é nadapositiva. Se em alguns casos, poderá haverrazões para essa imagem negativa, noutroscasos, é manifestamente injusta.É o que se passa com os dirigentes doBoavista. O jovem presidente do clube, éverdade que tem um nome conhecido eque herdou uma organização eficaz, masmuito do que está a ser conseguido,também se deve à sua capacidade deliderança.O Boavista fez uma passagem tranquilapara os novos moldes de organização,adaptou-se bem às novas exigências dofutebol e está em fase avançada aadaptação do estádio para o Euro 2004.Ou seja, o líder definiu os objectivosessenciais e, em várias etapas, foiconseguindo atingir essas metas.Retrato semelhante poderá ser feito aotreinador. Independentemente dosatributos intrínsecos ao futebol, que não meé possível avaliar, a verdade é que JaimePacheco conseguiu liderar uma equipa quemostrou sempre empenho e uma fortevontade de vencer. Chegou a ser aliciadopara ir para um clube de maior dimensão,mas resistiu às tentações e concentrou-seno projecto de levar o Boavista ao primeiro

lugar. Acreditou, lutou, arriscou, venceu.A equipa não é constituída por estrelas. Opróprio treinador já disse que, a haver umaestrela, será Sanchez. O que existe égrande coesão, um conjunto determinadode homens, que sabem o que querem eisso resume-se a uma palavra: vencer.Cada jogo é uma etapa a vencer e semprecom enorme energia, com garra, comânimo.Sem querer tirar o mérito aos outros clubes,

inclusive ao «meu» Sporting, a verdade éque o Boavista mostra como um clube de«média dimensão» consegue ultrapassar«os gigantes».A liderança, a capacidade de organizaçãoe uma equipa que sabe o que quer emostra energia em cada passo, são maisimportantes que o peso de muitasinstituições.Os problemas de balneário, o eventualvedetismo de um ou outro jogador, asdúvidas sobre a melhor estratégia paraenfrentar um adversário, foram abordadasinternamente e não foram estasdificuldades que foram colocadas na praçapública como os principais adversários aconfrontar.A capacidade de perceber os erros, deacreditar que é possível atingir osobjectivos e de manter sempre uma forteidentidade em campo, tornou possívelrecuperar o primeiro lugar e consolidar aliderança.Esta metodologia vencedora do Boavista,nas suas linhas gerais, deve merecerreflexão e atenção por parte de muitospolíticos, principalmente aqueles que seconsideram definitivamente instalados noalto das suas «consolidadas» organizações.Um dia...Em tempo:No penúltimo domingo, os italianos aovotarem na Força Itália, principal partido daCasa das Liberdades (a coligação) docentro-direita, com maioria absoluta na

Câmara e no Senado), e em Berlusconipara chefe do Governo podem ter dado umforte contributo para que novos ventosvarram a Europa.Eleger para chefe do Governo italiano, umdos homens mais ricos do mundo,proprietário de três canais de televisão, deum diário, um semanário e a mais importanteeditora do país, pode, em minha opinião,fazer implodir o «velho» sistema de separaçãode poderes � político e económico � que temsido regra normalmente seguida em todasas democracias europeias, desde há muitosanos.É óbvio que temos de nos interrogar sobreas razões porque isto acontece.Não será porque hoje, na Europa, aausência de um projecto ambicioso, comvalores e com uma liderança forte está apropiciar este tipo de fenómenos?Se a este facto, juntarmos também opopulismo fácil que tem caracterizado aforma de fazer política do senhorBerlusconi, podemos estar em presençade uma situação que deve merecer areflexão, a atenção e o combate de todosaqueles que têm uma noção da sociedade,fundamentada em valores e em princípios.Estes eventos � populismo, demogogia epoder económico e mediático � podemanunciar uma tempestade comconsequências imprevisíveis. Nunca étarde para os dirigentes políticos epartidários tirarem as devidas ilações apartir deste caso.

O

A AMEAÇA POPULISTA

ACTUALIDADES Edite estrela

ste é o título de um capítulo dolivro «A Embriaguez Democrá-tica», de Alain Minc.Publicado em 1995, todo o livro

mantém indiscutível actualidade. As causase consequências da «embriaguez» nãodenotam alterações assinaláveis, a provarque as sociedades mudam muito nunsaspectos e muito pouco noutros. Basta lero que Eça escreveu sobre o Portugal dasegunda metade do século XIX, para seperceber que podem mudar os cenários eos actores, mas o enredo permanece.Acontece com aqueles que, diz-se, têmrazão antes do tempo. E com os quepossuem uma imanente sageza sobre aHumanidade e a capacidade de antever osacontecimentos e influenciar o rumo davida.O populismo, quaisquer que sejam os seusingredientes e modalizações, cresce emultiplica-se. Mesmo no velho continente,vai ganhando adeptos e conquistandoespaço.A opinião pública, considerando todos osindícios das últimas décadas, será no

século XXI o que a classe operáriarepresentou no início do século XX: «umarealidade, um mito, um símbolo».A força dos órgãos de comunicação socialaumenta de dia para dia. O «triunfo dosjuízes» sobre os políticos, apoiado, regrageral, na cumplicidade da opiniãopublicada, consolida-se com a ressonânciana opinião pública.Em França, como em Portugal e na União,continuamos a sonhar com o «homem deEstado» semelhante a Janus, isto é, comqualidades contraditórias: «firmeza dealma», inteligência esclarecida, capacidadede adaptação a novas situações, mas quetambém saiba exercer a autoridade,premiar o mérito e penalizar airresponsabilidade. Que seja, a um tempo,protector e audacioso, isto é, que desperteconfiança e goste de arriscar. Que saibaouvir e seja inflexível nos princípios. Quese comporte sem altivez nem desdém.É este o perfil do estadista que podetranquilizar um país «enlanguescido» poranos a fio de tranquilidade e bem-estar eque, de repente, «descobre o regresso do

perigo e das eventualidades». O país é aFrança dos anos 90, mas o que se aplicaao país de Mitterrand e da «frente popular»é extensível a outros países europeus. Podevariar o contexto, mas, regra geral, osmovimentos populistas emergem edesenvolvem-se preferencialmente quandoo futuro parece incerto e quando há sinaisde instabilidade ou insegurança. Ospopulistas carregam nas cores, exagerama dimensão do perigo, convocam aemoção, invocam nacionalismosretrógrados, fomentam o medo doimigrante e estimulam as piores inclinaçõesdo ser humano.A ameaça populista veio primeiro da Áustriae vem agora de Itália, mas pode vir dequalquer lado. Com Haider, Le Pen, Tapieou Berlusconi entra em cena o populismo,associado ao «totalitarismo do instantâneo»que a televisão pratica: «é necessário, emcada instante, em cada situação, captar osdesejos da opinião e inclinar-se diantedeles». O populismo medra mais noscampos onde a «democraciarepresentativa» e a «democracia social» são

facilmente abafadas pelas ervas daninhasdo analfabetismo e da facilidade.A Itália é sem dúvida um caso. Foi lá queprimeiro se notou a «nova santíssimatrindade», de que fala Alain Minc,representada pelo juiz, os «media» e aopinião pública. E Berlusconi é oparadigma mais completo da ameaçapopulista dos nossos tempos. Empresáriode sucesso, aliando o poder do dinheiroao poder dos «media», bom comunicadore de grande eficácia mediática, o novoprimeiro-ministro italiano tinha todas asvantagens que um candidato pode ter. E,a provar que conhece bem a cartilha dobom populista, prometeu aos eleitores oque eles queriam: mudança. Seria, porisso, muito improvável a derrota.E entre nós? A pergunta é pertinente. Nãocorreremos também nós o risco desucumbirmos ao canto populista? Vale apena prestar atenção ao que dizem e fazemos aprendizes da arte, para não sermostambém nós confrontados com uma «frentepopulista», ainda que com outro nome.In «Expresso», 19-05-2001

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ACÇÃO SOCIALISTA 18 24 MAIO 2001

UMA LEI PARA UM PRESENTECOM FUTURO

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

DEPOIS DO CONGRESSO, QUE PS?

PARTIDO João Lourival*

público (e foi notório) que o XIICongresso do Partido Socialistanão «mexeu» como devia, quero PS quer a sociedade civil.

Houve mesmo quem o tivesse apelidadode uma missa negra destinada a incensarum líder... branco. Nem tanto ao mar nemtanto à terra!...No Parque das Nações ficou clara aliderança de António Guterres, assimcomo se assumiu a oposição internaactual e mais visível. Um trio demosqueteiros � Carrilho, Neto e Roseta -assumiu as despesas «a contraiu sensu»do secretário-geral dos socialistas comoque tutelado pela sombra de D�Artagnan,o camarada Manuel Alegre. Uma espéciede rábula revivalista dos mosqueteiros dorei contra os espadachins do cardeal...Richelieu. Mas, contrariamente a muitosopinadores de pacotilha, entendo quenada ficará como dantes. Desde logo

porque o camarada António Guterresentendeu o apoio maciço como factoconjuntural e, sobretudo, comomanifestação de confiança na equipadirigente, leia-se, no papeldesempenhado e a desempenhar porJorge Coelho e seus mais próximosseguidores. Ninguém de bom sensoescamoteará que, tanto o PS como oGoverno, atravessam um rio encapelado.E o curso de água só não se transformouainda em mar bravo, por demérito daoposição. Houvesse no PPP\PSD um«chefe» à altura e a traineira socialista jáestaria no estaleiro, à mão de afanososcalafantes. Todos sabemos que, empolítica, tudo se esquece, tudo se perdoa.Mas não a todos, como histórias recenteso provam. Mas o que nunca se perdoará,nem esquecerá, são as oportunidadesperdidas, a indecisão, a inabilidade ou aflutuação de princípios. Em 95, o PS

alcançou o poder, porque apontou deforma clara as oportunidades perdidas porCavaco Silva. Em 99, o eleitoradoconcedeu ao Governo socialista umasegunda oportunidade, convicto de queo tempo para cumprir as promessasinventariadas nos Estados Gerais, não forasuficiente. Hoje, todavia, o que perpassatransversalmente pelo tecido social e, comacento tónico, nos «media», é que existeuma certa incapacidade de implementarreformas profundas na sociedade lusa.Apesar de considerar o anátemasubstancialmente injusto, entendo quecompete ao PS e ao seu governo, invertereste estado de espirito, acabar com estemal-estar e reiterar a confiança dosportugueses Como? Enfrentando mais emelhor os problemas da segurança, dasaúde, da educação, da sinistralidade naruas, nas estradas, no trabalho...Promovendo o crescimento económico

desde que associado à coesão nacional,isto é, a todas e não apenas a algumaszonas do País. Mas também retomandosem complexos a ideologia. E, nestecampo, «recuperando» Manuel Alegre,talvez o último ideólogo prestigiado emexercício. E como entendo que a ideologiae a acção são indissociáveis, nãodispensar uma só gota do suor desse«buldozer» polít ico chamado JorgeCoelho. E também colocar nos jobs, boyscompetentes, sérios e disponíveis. Quesaibam inovar, sem adulterar e sem atentação de gerir apenas o tempo. Afinal,nada que António Guterres não saiba fazercom mestria. E, já agora, não seriadispiciendo � bem pelo contrário -, daruma vergastada nalguns artigos dosEstatutos do Partido. Para maior eficáciademocrática-operacional e menos«politiquices».*Administrador da Matosinhos Habit

É

SAÚDE José Barradas

senhora ministra da Saúdeapresentou ao País no passadodia 18 uma proposta de Lei deBases para a Saúde. Sem ter a

pretensão de esgotar o tema com estasbreves notas, quero contudo deixar sobrea matéria uma opinião.A lei, que tem por objecto definir a estruturaorgânica e funcional posta ao serviço dosportugueses para que se cumpra opreceito constitucional no que concerne aodireito à protecção da saúde, era esperadahá muito. Razões várias, entre elas aoperacionalidade no funcionamento eresposta do Serviço Nacional de Saúdeexigiam um novo enquadramento legal e oprograma do Partido Socialista a issoobrigava. Não foi pois surpresa paraninguém, e a sê-lo, espantaria apenas quenão aparecesse como um factor dereforma! Vamos pois à Lei.Em primeiro lugar a actual Lei mantémtodos os princípios da anterior no querespeita aos direitos dos cidadãos:Universalidade de cobertura;Disponibilização da generalidade doscuidados; Equidade no tratamento;Solidariedade dos serviçosMantém assim um forte pendor social e desolidariedade, ao mesmo tempo que seadapta às grandes mudanças que o novoséculo nos impõe: modernidade eorganização.Para além disso, define, sem margem paradúvida, que sendo o Serviço Nacional deSaúde matricial, os restantes prestadores

do sistema são complementares, e nãoseus concorrentes, permitindo que só serecorra ao privado, quando esgotadas aspossibilidades do público.Estabelece o princípio da separação entreo financiador/prestador criando um Institutode Financiamento que é um órgão degestão do Serviço Nacional de Saúde,permitindo, por um lado a flexibilização eagilização da gestão, por outro, aclarificação do exercício e a rentabilização

dos meios; e isto não tem nada a ver coma intenção de impor aos médicos umregime de exclusividade (infelizmente, direieu).É também estabelecido o princípio daremuneração ligada desempenho (mérito,produtividade e qualidade) possibilitandouma gestão mais profissional, necessáriaà nova estrutura orgânica do ServiçoNacional de Saúde que comporta novasformulas de organização como os Centros

de Saúde de Terceira Geração as UnidadesLocais de Saúde e o novo Estatuto Jurídicopara os Hospitais.Tudo isto é substantivo e essencial.Contudo, pasme-se, o que mais tinta fezcorrer foi o facto de a nova Lei repor umaobrigação exigida a todos os funcionáriospúblicos e que consiste na necessidadede os médicos pedirem autorização paraexercer clínica privada.Então, pergunto eu, não é da maiselementar justiça tratar todos de modoigual? É este o ponto essencial da Lei deBases que pretendem discutir?Para mim, a valia desta Lei de Bases reside,em alguns princípios nela consagrados asaber: na reafirmação e reforço do papeldo Serviço Nacional de Saúde ao serviçodos cidadãos, na clarificação da prestaçãoe financiamento dos sectores público eprivado; na possibilidade de aremuneração estar ligada ao desempenho,premiando quem produz em detrimento dequem não o faz. E por fim, e para que tudoisto seja possível, na flexibilização dofuncionamento e responsabilização dosdirigentes.Em resumo, diria que esta Lei de Basespotencializa, ou melhor dizendo, recentraa atenção e a existência de todo o sistema,no cidadão.Este é o compromisso do Governo, mas étambém a obrigação de todos osprofissionais da Saúde. Isto é que érelevante e discutível, o resto, encaro-ocomo o canto do cisne dum «privilégio»!

A

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24 MAIO 2001 ACÇÃO SOCIALISTA19

CULTURA & DESPORTO

SUGESTÃO

POEMA DA SEMANASelecção de Carlos Carranca

QUE SE PASSA Mary Rodrigues

Criar

Criar criarcriar no espírito criar no músculo criar

no nervocriar no homem criar na massacriarcriar com os olhos secos

Criar criarsobre a profanação da florestasobre a fortaleza impúdica do chicotecriar sobre o perfume dos troncos serradoscriarcriar com os olhos secos

Criar criargargalhadas sobre o escárnio da palmatóriacoragem nas pontas das botas do roceiroforça no esfrangalho das portas violentadasfirmeza no vermelho sangue da insegurança

criarcriar com os olhos secos

Criar criarestrelas sobre o camartelo guerreiropaz sobre o choro das criançaspaz sobre o suor sobre a lágrima do contratopaz sobre o ódiocriarcriar paz com os olhos secos.

Criar criarcriar liberdade nas estradas escravasalgemas de amor nos caminhos

paganizados do amorsons festivos sobre o balanceio dos corpos

em forcas simuladas

criarcriar amor com os olhos secos.

AngolaAgostinho NetoIn «Sagrada esperança»

Feira do Livro de LisboaA 71ª edição da Feira do Livro de Lisboa, que decorrerá no Parque Eduardo VII, de 25de Maio a 17 de Junho próximo, contará com 201 pavilhões, 127 participações e umanovidade, os «dias temáticos».Assim, o dia 28 deste mês será dedicado ao Livro Técnico, o dia 30 ao Livro de Arte,1 de Junho ao Livro Infanto-Juvenil, 4 do mesmo mês à Poesia, dia 5 ao Ambiente, dia7 aos autores estrangeiros de Língua Portuguesa, dia 8 às Crónicas, dia 10 a Portugal,dia 13 a Lisboa e dia 14 ao Livro Religioso.A exposição de maquetas e protótipos promete ser o primeiro passo para um debatepúblico sobre a imagem da Feira do Livro que a cidade terá no século XXI.À semelhança de anos anteriores o evento contará com um programa cultural paraleloda responsabilidade dos editores e da Câmara Municipal de Lisboa, que inclui umasessão do Encontro Internacional de Poesia promovido pela Casa Fernando Pessoa,com homenagens a Vitorino Nemésio e José Régio, e uma mostra dedicada ao escritorJosé Gomes Ferreira.A vertente destinada ao público infantil e às escolas será retomada, incluindo ateliers,peças de teatro e palhaços, enquanto no plano da restauração são prometidos maisespaços, nomeadamente um restaurante e uma esplanada.

Cerâmica em Albufeira

Jesus da Silva expõe as suas cerâmicasna Galeria de Arte do Pintor Sandra Barros,até ao dia 29, diariamente, das 9 às 12horas e das 14 às 17 e 30.

Espectáculo em Coimbra

Sílvia Mateus (voz) e Jaime Mota (piano)actuam hoje, às 21 e 45, na CasaMunicipal da Cultura, num espectáculoque contará com os comentários domaestro José Atalaya.

Teatro em Fafe

As comemorações do 75º aniversário daSociedade de Recreio Cepanense arrancacom a exibição da peça «Cama, mesa eroupa lavada», a cargo do Grupo de Teatroda Associação da Juventude Povoense,no Estúdio Fénix, pelas 21 e 30.No fim-de-semana, no mesmo local,poderá assistir, às 15 e 30 ou às 21 e 30,à projecção da película «O Gladiador».

Homenagem na Guarda

A Câmara Municipal realiza, até sábado,o Festival de Música «João José Baldi»,em homenagem a um dos maisproeminentes músicos, organistas emestres de capela da Sé da Guarda, noséculo XVIII, mas contudo poucoconhecido do grande público.A certame prossegue hoje com aapresentação de «O Universo da Infância»(Catarina Molder - canto e Nuno Barroso -piano) inserido no projecto «MúsicaDivertida» patrocinado pelo município,amanhã com a apresentação dos«Solistas de Lisboa» (Vladimir Stoyanov -clarinete, Pavel Arefiev - violino, KatchaturAmirkanian - viola, Levon Mouradian -violoncelo e Maria José Morais - piano),encerrando o festival no Sábado com o«Duo de Acordeões» de Paulo Ferreira ePedro Miguel Santos.

Comédias em Guimarães

Assista hoje, às 16 e 30 ou pelas 21 e 45,no Cinema São Mamede, à exibição dapelícula «O Regresso da Múmia».A partir de amanhã e até ao final do mês amesma sala de espectáculos tem emcartaz «Terror no Dia de S. Valentim», deJamie Blanks.Integrado na iniciativa «Memória doCinema», a autarquia local promove, atédomingo, dia 27, um ciclo de comédia,com entrada livre.As projecções decorrem no auditório daUniversidade do Minho, sempre às 21 e 45,e incluem as fitas «O Monstro», de RobertoBenigni (hoje); «O Maquinista do General»,de Buster Keaton (amanhã); «FrankesteinJr.», de Mel Brooks (sábado); e «O Sentidoda Vida», de Monty Python (domingo).

Fado em Lisboa

No Pequeno Auditório da Culturgest vai fazer-se silêncio, hoje e amanhã, a partir das 21 e30, porque Lula Pena vai dar voz ao fadoTambém amanhã estreiam, nas salas decinema lisboetas, os filmes «Pollok», de EdHarris; e «Terror no Dia de S. Valentim», deJaime Blanks.A VIII Exposição Internacional de Pinturasobre Porcelana estará patente ao público, apartir de sábado, dia 26, e até ao dia 28, naEstufa Fria.

Festividades em Loulé

Hoje comemora-se o Dia do Município deLoulé com festividades que começam porvolta das 9 da manhã, incluindo um conjuntode iniciativas desportivas.À mesma hora, na Cerca do Convento doEspírito Santo, estará patente uma mostradas actividades dos clubes desportivos doconcelho e suas modalidades.A Festa da Espiga, um dos momentos altosdo Dia do Município, inicia-se às 16 horas,com o tradicional desfile etnográfico dasactividades agrícolas e artesanais dafreguesia de Salir.À noite, no Salão de Festas Municipal, pelas21 e 30, realiza-se um espectáculo com osgrupos de música tradicional portuguesa AsMoçoilas e Vá de Viró.

Jazz em Matosinhos

Para os amantes do jazz, destaca-se aactuação da RivBea Orchestra, no dia 27, naExponor.

Desporto no Montijo

A partir de hoje e até ao dia 27, o Cais dosVapores será palco de alguns desportos eacrobacias aéreas, terrestres e marítimas, noâmbito de mais uma edição do «MontijoAventura».

Música no Porto

A Orquestra Nacional do Porto actua,amanhã e sábado, no Rivoli.No cinema, as sugestões vão para asretrospectivas de Lucchino Visconti,Kihachiro Kawamoto e Animamostra,programadas para domingo, dia 27, nomesmo espaço cultural.No final do mês (dia 30), inicia-se, noâmbito da Capital Europeia da Cultura, umcertame teatral, o XXIV FITEI � FestivalInternacional de Teatro de ExpressãoIbérica, que se prolongará até 10 de Junho,com extensões em Setembro e Outubro.«Due Lai», «As filhas do marajá», «Shylock»,«A tituria» e «A maçã no escuro» são outraspeças de teatro programadas para estemês.Os «saberes-fazeres» dos avós vão servalorizados numa exposição deespantalhos feitos pelos mais novos coma colaboração dos mais velhos, nos quatroúltimos dias de Maio, no Jardim de Arcad�Água.

Exposições em Sintra

O Grupo Coral da Sociedade Filarmónicade Mira Sintra dará um concerto, na Igrejade Santa Maria, Agualva-Cacém, estesábado, dia 26, às 15 horas.A Galeria Municipal de Fitares acolhe, atéao dia 17 de Junho, duas novasexposições.No primeiro piso, estará patente ao públicoa mostra de cerâmica, da autoria de Joséda Cunha, subordinada ao tema «Históriasda minha terra».No segundo andar, poderá apreciar aspinturas de H Mourato.

Filme emVila Real de Santo António

O Glória Futebol Clube exibe, sexta-feira,sábado e domingo, pelas 21 e 30, o filme«O Tigre e o Dragão».

TEATRO ABERTONovo Grupoapresenta

A VisitaDe Eric-Emmanuel Schmitt

João Lourenço e Vera San Payo deLemos � versão

Vera San Payo de Lemos �dramaturgia

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ACÇÃO SOCIALISTA 20 24 MAIO 2001

OPINIÃO DIXIT

Ficha Técnica

Acção SocialistaÓrgão Oficial do Partido SocialistaPropriedade do Partido SocialistaDirectorAntónio José SeguroDirector-adjuntoJosé Manuel ViegasRedacçãoJ.C. Castelo BrancoMary RodriguesColaboraçãoRui PerdigãoSecretariadoSandra AnjosPaginação electrónicaFrancisco SandovalEdição electrónicaJoaquim SoaresJosé RaimundoFrancisco Sandoval

RedacçãoAvenida das Descobertas 17Restelo - 1400 LisboaTelefone 3021243 Fax 3021240Administração e ExpediçãoAvenida das Descobertas 17Restelo - 1400 LisboaTelefone 3021243 Fax 3021240Toda a colaboração deve ser enviada para oendereço referidoDepósito legal Nº 21339/88; ISSN: 0871-102XImpressão Mirandela, Artes Gráficas SARua Rodrigues Faria 103, 1300-501 LisboaDistribuição Vasp, Sociedade de Transportes eDistribuições, Lda., Complexo CREL, Bela Vista,Rua Táscoa 4º, Massamá, 2745 Queluz

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O «TRABALHO» E A PAC- A recuperação da Com-panhia de Seguros «O Tra-balho» foi levada a cabo poriniciativa do então secretário

de Estado Teixeira dos Santos, soborientação do ex-ministro das FinançasSousa Franco. E não há critica jurídicaou processual (feita ou não pelo Tribunalde Contas) que possa fazer esquecer osaspectos extremamente positivos dessaintervenção nos planos social e político.Efectivamente, não pode um Governoresponsável, no quadro legal e políticoexistente e no contexto social e culturaleuropeu, deixar afundar uma empresado sector financeiro, com todas as suasconsequências.E não se pode esquecer que foiessencialmente durante o Governo doPSD, que a empresa caminhou em mádirecção, pondo em causa para aprópria sobrevivência da empresa.Essas sim, são responsabilidades aapurar.

2.- A proposta da nova PAC

apresentada pelo ministro CapoulasSantos mereceu uma absurda edespudorada reacção de DurãoBarroso e as críticas de vários sectoresretrógrados do associativismo agrícola.Um e outros deveriam explicar seconcordam com a actual Pol í t icaAgrícola Comum (tão perniciosa paraos interesses nacionais) ou, então, sepropõem alguma linha de orientaçãoalternativa.Prefer irão Durão e os sectoresretrógrados do mundo agrícola manteruma PAC que beneficie essencialmentesectores rurais prósperos da França,Alemanha e Holanda, sem equilibradascontrapartidas para a generalidade dasregiões portuguesas?

3.- A urgência da reformulação da PACé hoje sentida em toda a Europa.A perspectiva de se ter de financiar acandidata Polónia, após a sua entrada,com base nos actuais critérios da PAC,é um pesadelo para todos os que nãoquerem aumentar o Orçamento da

União Europeia, de forma significativa.Por outro lado, a manutenção dascaracter íst icas da actual Pol í t icaAgricola Comum dificulta os acordoscom a América Latina (nomeadamenteo Mercosul) e outros espaços agrícolasdo Globo.

4.- A proposta do Governo português,por razões de interesse nacional (quenão se confunde com os interesses deum pequeno grupo de proprietáriosrurais do Sul), deveria ser apoiada porum diversificado conjunto de forçassociais e políticas. Mas há quem prefiraas migalhas dos restos da PAC ou meiahora de notoriedade à clara defesa dosinteresses nacionais.

5.- A proposta apresentada peloministro Capoulas será certamente umaimportante base de discussão acaminho de uma Polít ica AgrícolaEuropeia que tenha em conta osverdadeiros interesses dos agricultorese cidadãos da Europa.

1.

«As escolas públicas estãoexclusivamente ao serviço dointeresse público, enquanto asescolas privadas podem estarsubordinadas aos interessesparticulares, sejam económicos,sejam ideológicos, dasrespectivas empresas ouinstituições titulares»Vital MoreiraPúblico, 22 de Maio

«Teremos de começar a pensarem pôr termo a esta divergênciapersistente entre o real e o virtual:há uma hora virtual das consultase uma hora real dosatendimentos»Eduardo Prado CoelhoIbidem

«Que socialismo é este em que 58milionários anunciam o seu apoioa Tony Blair?Na contra-reforma da Terceira Via,até a palavra �trabalhadores� foibanida do vocabulário político»Manuel AlegreExpresso, 19 de Maio

«O socialismo surgiuhistoricamente para combater adesigualdade e promover aemancipação social e política dostrabalhadores»Manuel AlegreIbidem

«Muitas das agressões aoambiente são fruto da políticaprodutivista imposta pela PAC»Idem, ibidem