quebra de maldições

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QUEBRA DE MALDIÇÕES Faço parte dos sacerdotes católicos que questionam as celebrações e os ritos hoje conhecidos como quebra de maldição. Somos milhões os católicos que não vemos tal catequese como proposta positiva de vida e de fé. Canoniza o medo, dá a entender que Deus se vinga até à quarta geração, e acentua demasiadamente o papel de alguns sacerdotes ou dos intercessores em detrimento dos sinais e dos sacramentos que já temos na Igreja. Além do mais, empobrece a doutrina da graça, da redenção, da presença de Deus na família, da misericórdia e do poder salvífico do sangue de Cristo. Colocam o ritual de quebra e de purificação acima da certeza do perdão. E dão a entender que só aquele grupo ou aqueles sacerdotes podem derrotar o que eles chamam de estratégia do inimigo! No fundo eles também têm uma estratégia de combate ao inimigo e chama-na de quebra de maldição. A Igreja com seus sacramentos e sua proposta de confiança no perdão está acima desses esquemas. Vai-se aos templos para interceder, pedir perdão, louvar, agradecer, ouvir a palavra e partilhar da riqueza espiritual que temos. Oficialmente a Igreja não tem nenhum ritual de quebra de maldição. Apenas alguns grupos a praticam. E se alguém o fizesse teria que ser autorizado pelo bispo porque exorcistas não podem se improvisar. Entre nós não é qualquer pregador que lida com o mal e com o demônio. Em casos mais graves as autoridades precisam intervir. Mas o acento dos católicos é na coragem e na confiança no Deus que perdoa e que não se vinga de nossos erros passados, nem dos erros de nossos antepassados. *** Ao ouvir um pregador católico numa emissora convidando os fiéis para uma missa de quebra de maldições, e ao vê rna televisão o convite de uma igreja pentecostal para mais uma sessão de descarrego, tentei lembrar algum papa, bispo ou documento que nos últimos cem anos tivesse abordado tal prática de exorcismo contra o mal ou contra o demônio. Não me lembrei de nenhum. Também não sei de nenhum teólogo católico que acentue esta luta contra as maldições na família. O que sei é das encíclicas Miserentissimus Redemptor, Redemptor Hominis, Dives in Misericórdia, Redemptoris Mater. Apontam para o Deus que perdoa e que liberta. Se releio o os documentos do Vaticano II, o CIC (Catecismo da Igreja Católica), se procuro, no Novo Testamento, os temas redenção, resgate, salvação, mediação, compaixão, perdão e misericórdia, o que encontro é Jesus e seus apóstolos a me dizerem para não ter medo e a confiar nele porque ele venceu o mundo.

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Espiritualidade

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Page 1: Quebra de Maldições

QUEBRA DE MALDIÇÕES Faço parte dos sacerdotes católicos que questionam as celebrações e os ritos hoje conhecidos como quebra de maldição. Somos milhões os católicos que não vemos tal catequese como proposta positiva de vida e de fé. Canoniza o medo, dá a entender que Deus se vinga até à quarta geração, e acentua demasiadamente o papel de alguns sacerdotes ou dos intercessores em detrimento dos sinais e dos sacramentos que já temos na Igreja. Além do mais, empobrece a doutrina da graça, da redenção, da presença de Deus na família, da misericórdia e do poder salvífico do sangue de Cristo. Colocam o ritual de quebra e de purificação acima da certeza do perdão. E dão a entender que só aquele grupo ou aqueles sacerdotes podem derrotar o que eles chamam de estratégia do inimigo! No fundo eles também têm uma estratégia de combate ao inimigo e chama-na de quebra de maldição. A Igreja com seus sacramentos e sua proposta de confiança no perdão está acima desses esquemas. Vai-se aos templos para interceder, pedir perdão, louvar, agradecer, ouvir a palavra e partilhar da riqueza espiritual que temos.Oficialmente a Igreja não tem nenhum ritual de quebra de maldição. Apenas alguns grupos a praticam. E se alguém o fizesse teria que ser autorizado pelo bispo porque exorcistas não podem se improvisar. Entre nós não é qualquer pregador que lida com o mal e com o demônio. Em casos mais graves as autoridades precisam intervir. Mas o acento dos católicos é na coragem e na confiança no Deus que perdoa e que não se vinga de nossos erros passados, nem dos erros de nossos antepassados.***Ao ouvir um pregador católico numa emissora convidando os fiéis para uma missa de quebra de maldições, e ao vê rna televisão o convite de uma igreja pentecostal para mais uma sessão de descarrego, tentei lembrar algum papa, bispo ou documento que nos últimos cem anos tivesse abordado tal prática de exorcismo contra o mal ou contra o demônio. Não me lembrei de nenhum. Também não sei de nenhum teólogo católico que acentue esta luta contra as maldições na família. O que sei é das encíclicas Miserentissimus Redemptor, Redemptor Hominis, Dives in Misericórdia, Redemptoris Mater. Apontam para o Deus que perdoa e que liberta. Se releio o os documentos do Vaticano II, o CIC (Catecismo da Igreja Católica), se procuro, no Novo Testamento, os temas redenção, resgate, salvação, mediação, compaixão, perdão e misericórdia, o que encontro é Jesus e seus apóstolos a me dizerem para não ter medo e a confiar nele porque ele venceu o mundo. Fica mais claro a cada passagem que Deus não vai punir ninguém pelos desvios ou erros dos antepassados e que um cristão, sobretudo se for católico e crer nos sacramentos, não carrega maldição alguma. O que somos é portadores da misericórdia do mesmo Jesus (Rm 9,23, 2 Cor 4,7). Se há vasos para a desonra, estes não somos nós.  O que sei é Jesus que curou um paralítico, sem que o enfermo o pedisse, (Jo 5,1-12) e depois propôs que ele mudasse de vida para não lhe acontecer algo pior. Não era maldição. Era advertência.  Sei que ele ressuscitou o filho de uma viúva,(Lc 7-12-15) sem que ela tivesse solicitado. O que sei é que em Jesus fomos libertados do antigo jugo e que seu jugo não fere e seu fardo é leve. ( Mt 11,30; Gl 5,1) e ninguém de nós tem que passar pelo ritual de quebra de encanto ou de maldição, qualquer que seja o padre que o faz. Já temos os sacramentos. Marreta alguma de padre nenhum quebrará as maldições que levamos, porque não somos malditos e, sim,agraciados e benditos, predestinados e justificados, gratuitamente. (Rm 8,29-30) (Rm 3,22-24) Fomos batizados, crismados, consagrados ou em ministérios ou em matrimônio e o rio de bênçãos que passa por nossa igreja e por nossas famílias é maior do que eventuais problemas e descompassos que possa haver lá, onde atuamos. Leio em Efésios: “Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, a este “glória” na igreja, por

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Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém.(Efésios 3, 20-21) Mas isto só se aprende quando aprendemos a catequese de todas as dimensões do Cristo: “do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior; para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. (Ef 3,15-19) O demônio não tem poder sobre nós. Já fomos resgatados pelo Cristo (1 Pd 1,18) Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; (Gálatas 3, 13) Deus que é rico de misericórdia, ( Ef 2,4) muito nos ama e amou. Seu filho Jesus disse para não termos medo,(Mt 10,31) porque valemos mais do que muitos passarinhos. Se eles são resgatados nós também somos. Foi Jesus quem nos garantiu que somos ramos da videira que é ele, (Jo 15, 1-56) Ele mesmo nos classificou como luz do mundo e sal da terra (Mt 15,14, Mt 5,13) e garantiu que se o buscarmos e se tivermos fé o mal não prevalecerá contra nós ( Mt 9,22). A insistência no mal que nos cerca e na necessidade de quebrá-lo, insistência que se pratica nas igrejas pentecostais é problema a ser resolvido por aquelas igrejas. Para nós, católicos, que somos igrejas cristãs e não pentecostais, o Cristo crucificado e ressuscitado e presente entre nós e na eucaristia é força suficiente para sabermos que, para aquele que confia em Deus tudo concorre juntamente para o bem. (Rm 8,28) Se somos espirituais sabermos discernir o mal do bem (1 Cor 2,15) Paulo lembra que Jesus já nos libertou e propõe firmeza contra quem tenta nos colocar debaixo do jugo da servidão( Gl 5,1) . Para quem é de Cristo os tais ritos de quebra de maldição não têm o que quebrar, porque Deus não põe na nossa conta o débito dos nossos a antepassados. A Igreja ora e pede perdão em suas missas: Por minha culpa, minha culpa tão somente minha culpa! Se débito há ele é exclusivamente nosso.Então ela pede a intercessão de Maria e dos santos para que orem, lá no céu, por nós. Não estamos pagando por nenhum DNA ou por nenhuma árvore genealógica. Não somos seus frutos enfermos.  O pecado eles era deles e foi resolvido entre eles e Deus que é rico em misericórdia. O nosso também o será, porque Cristo fez o que foi preciso para nos regenerar.( At 2,28) O resgate já foi pago com antecedência. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; (Gl 3, 13) Não temos porque temer. Ele pagou por nós um alto preço. Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça, (Ef 1, 7) Prendeu o que nos mantinha presos (Ef 4,8). Havendo por Cristo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliou consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus. (Cl 1, 20) Quebra de quê se a maldição já foi quebrada? Se o que prevalece é a bênção? Medo de que se até a morte já foi vencida? Onde está a tal vitória do inimigo? (1Cor 15,54-57) O pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. (Romanos 6,14) 

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Quem quiser ficar apenas com o Antigo Testamento vaia achar trechos que sustentam a tal quebra de maldição como forma de expiação. Mas naquele tempo não havia acontecido a redenção. Agora temos um Redentor e um Sumo Sacerdote que se compadeceu da dor do povo ( Hb 4,15; 8,1; 9,11). A doutrina é de Paulo.( Hb 5,1) Todo o sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados (Hebreus 5,1) Mas Jesus foi mais longe. Pagou por nós. Seu sangue foi derramado por nós. Assumiu nossas cruzes e dores e expiou nossas culpas e as de nossos antepassados. Já pagou por todos. (1 Pd 1,18-22) E Pedro orienta: Se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação, (1 Pd 1,17) Se Deus nos julga segundo a obra de cada um, então não há maldição de antepassados a pagar, porque a obra deles é deles e a nossa é nossa. Seremos julgados pelo que fizemos ou não fizemos e não por nossa árvore genealógica. Quem prega isso na mídia tem todo o direito de pregar, mas quem discorda tem o mesmo direito de discordar. Afinal lemos a mesma Bíblia e somos chamados a seguir os mesmos documentos oficiais da Igreja! Ora, os bispos e os papas destes últimos cem anos nunca entraram oficialmente nesse assunto; Não sei de nenhuma cerimônia de quebra de maldição conduzida pelos bispos ou pelos papas. Se cremos em Jesus, não há porque repetir estes rituais de quebra do que quer que seja. Já temos rituais de reforço das bênçãos. Se eu fosse pároco e soubesse que um sacerdote está quebrando maldições em algum lugar convidaria os fiéis que forma a ele para que viessem a mim numa cerimônia de confirmação da bênção batismal. Não falaria em maldição. Gastaria o tempo mostrando os textos de compaixão e de misericórdia e deixando claro aos fiéis assustados com alguma culpa, que Deus não se vinga nos netos do que os avós fizeram. Ensinaria mais. Diria que aqueles mesmos avós ou bisavós já acharam misericórdia no Deus que tem compaixão de quem Ele quer ter compaixão ( Ex 33,19) e Ele quer ter misericórdia de todos os seus filhos sem exceção. O acento na presença ou no poder do anticristo no mundo cheio de maldades, às vezes prejudica a fé no poder do Cristo na sua igreja e nos homens e mulheres de boa vontade. Fica-se com a impressão de que Jesus não está dando conta da sua missão e que o demônio está vencendo porque não foi suficientemente exorcizado. Alguns grupos pentecostais chegaram até mesmo a por o microfone na boca de algum suposto possesso para que o demônio falasse e fosse derrotado diante das câmeras. A este ponto chegou o cristianismo de resultado, de poder e de milagres! Precisam de provas e produzem provas! Jesus começou sua pregação pedindo penitência e conversão (Mt 4,17), sugeriu oração e esmolas em segredo e jejuns sem alardes. (Mt 6,4-6) De fato expulsou muitos demônios, mas nunca instituiu um ritual de quebra de maldição, porque elas se tornaram desnecessárias com o seu sacrifício redentor. Ele já pagou antecipadamente. Se vivemos e morremos em Cristo e se somos dele e somos o seu bom perfume ( 2 Cor 2,15 não precisamos deste ritual.***À senhora que me pediu uma benção de quebra de maldição na sua família perguntei se ela comungava e se pedia perdão a Deus. Disse que sim. Perguntei se ela acreditava que Jesus morreu por todos, inclusive pela família dela. Disse que sim. Então não havia maldição a quebrar. O que ela chamava de maldição ela ouviu de algum pregador de rádio. Quem tinha tanto amor pelos filhos e pelo esposo e enfrentava sérios problemas em família tinha em si mesma e na Igreja as forças para fazer face a eles. Eu reforçaria a sua confiança no poder de suas orações de mãe, nas suas mãos de mãe e no seu coração de mãe. Fiz a prece de confiança na misericórdia, rezei com ela a Salve Rainha, rezei o Salmo 46, do

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salmista que sabe do colo de Deus, o 51 do salmista arrependido dos seus pecados pessoais, o 55 do salmista que se sente encurralado e perseguido mas não amaldiçoado, o 69 do salmista que sente a água até o pescoço, e o trecho de João 14,15-30 de Jesus que promete enviar seu Espírito Santo a quem o ama e encher de paz quem o procura. Acentuei os versículo 27 e 30: nada de aflição, nada de depressão, nada de medo. Deixo a paz com vocês, O que dou é a minha paz e não a dou do jeito que o mundo a dá.  O que manda neste mundo está mostrando as garras, mas ele não tem poder sobre Jesus e quem ama Jesus, porque Jesus é a videira e nós somos os seus ramos. ( Jo 15, 1-26) Propus que ela lesse em voz alta todo o capítulo 15 de João.  Após a leitura disse ela: – Nunca tinha pensado nestas verdades! Perguntei se ainda queria uma cerimônia de quebra de maldição. Sorriu e disse que era discípula de Jesus e que não havia maldição a ser quebrada. Lembrei-lhe que não sei de nenhum papa ou bispo que nos últimos 100 anos se preocupasse com isso. Eles acentuam a compaixão e a misericórdia.  Seus familiares estão no colo de Deus e ela também já está. Eu gostaria que ela tivesse lido alguma das três encíclicas de João Paulo II sobre a misericórdia e a de Bento XVI sobre o Deus que é amor. Nunca mais teria medo! Bastar-lhe-iam a confissão e a eucaristia! 

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BENÇÃOS E MALDIÇÕESUm percorrer de emissoras de rádio e uma leitura do Deuteronômio, capítulo 28,1-68 nos jogará no obscuro passado e no nebuloso presente da religião. Pelo menos nos de certas religiões, certas igrejas e certos pregadores. Usam da maldição de maneira terrorista e da bênção de maneira pragmática. Criam maldições e bênçãos a seu talante e interpretam como bênção ou maldição o que lhes convém. Amaldiçoam ou declaram malditos com enorme leviandade e criam bênção também com a mesma leviandade. As coisas não são assim tão simples. Detecção e livramento de maldições é algo bem mais complicado do que parece. Dar a entender que Deus amaldiçoa até a quarta geração, isso depois de Jesus Cristo, ao menos para um cristão não deixa de ser estranho. Ou Paulo errou, ou andam lendo outros autores. Porque o apóstolo disse e as Igrejas cristãs em geral assinam em baixo de seu ensinamento:Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; (Gl 3,13)Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça. (2 Cor 3, 9)A justificação e o resgate veio com Cristo, depois de quem já não há condenação que não seja perdoada. Se a ofensa do velho Adão trouxe a punição o sacrifício do Novo Adão trouxe a graça para todos os homens. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. (Rm 5, 18)O sacerdócio de Jesus Cristo e seu martírio nos libertaram de qualquer maldição que pudesse haver em nós. Não precisa fazer isso de novo e de novo. Bastou uma vez para nos merecer a libertação. Não há pois necessidade de insistir na condenação e maldição antiga e sim na benção nova e no novo sacrifício. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. (I Cor 15, 22)Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. (Heb 2, 17)

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Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. (Heb 4, 15)Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo. (Heb 7, 27)De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. (Heb 9, 26)Já fomos resgatados. Agora, já não se paga mais o resgate. Apenas se colhe os frutos dessa bênção. Quando pecamos e nos arrependemos já sabemos que não há mais maldição. Jesus morreu pelos pecados passados e pelos pecados futuros.Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. (At 20, 28)Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos. (Mateus 20 : 28)Isto posto, valem as admoestações de Tiago e de Paulo que seremos todos salvos e ressuscitados em Cristo. Já fomos lavados no seu sangue. Agora é dever de cada qual lavar-se nele sem medo porque a ameaça de vingança e de retaliação não existe mais. Depois de Jesus falar em punição vingança, maldição pelos pecados de nossos antepassados e de nossos avós perdeu o sentido. Quebra de maldição lançada contra os antepassados não é mais necessário. Houve pecado, mas não maldição. Nem Jesus amaldiçoa nem nós devemos amaldiçoar. Agora é tempo de bênção e de redenção. Pedir a quem já foi lavado que se lave de novo porque seus pais nãos e lavaram é meio estranho. Ou cremos no sangue salvador de Cristo e no batismo ou teremos que transformar nossos templos em piscinas nas quais todo o fiel que tiver alguma culpa deve mergulhar todos os dias antes de ir ao trabalho e outra vez se lavar quando voltar para casa. E se, pecar durante a noite deve correr ao templo e ao seu pastor para que o livre da maldição de mais aquele pecado. A conta da água nos templos irá á estratosfera. Ou cremos no perdão ou viveremos tentando lavar as culpas de nossos pais e as nossas toda vez que errarmos. Ou cremos na misericórdia ou acentuaremos a punição inexorável. Nossa fé acabará medrosa e timorata. De uma mesma boca procede a bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. (Tg 3,: 10)Porque o amor de Cristo nos toca para a frente porque, se um morreu por todos, logo todos morreram com ele. (2 Cor 5,14)É questão de aceitar a expiação de Cristo de uma vez por todas e agora aceitar sua misericórdia de todo dia. O acento deve ser na bênção e não na maldição.

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QUEBRA DE MALDIÇÃO DOS ANTEPASSADOS?Permita-me provocá-lo com o texto de Paulo em Colossenses, 2,8: “ Cuidado para que ninguém vos enrede com sua filosofia e com doutrina falsa, baseando-se em tradição humana e remontando às forças elementares do mundo, sem se fundamentar em Cristo”Paulo alerta contra doutrinas sobre rito de circuncisão e lembra que em Cristo há uma outra circuncisão que é a que conta: a espiritual que não tem apenas a ver com o corpo que perecerá. A circuncisão dos que seguem Jesus terá que ser muito mais profunda. É pacto maior do que o corte do prepúcio, como já o era maior entre os judeus. Mas ágora este pacto é de batismo, morte e ressurreição. É outro sangue e outro tipo de entrega.Então Paulo diz com clareza: “ Vós estáveis mortos por conta do pecado. Vossos corpos não tinham sido circuncidados em Cristo mas Deus lhes devolveu a vida em Cristo e perdoou os pecados a todos

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nós. Por que existia contra nós uma conta a ser paga, que ele cancelou , e apesar das obrigações legais a eliminou, pregando-as na cruz…”É Paulo dizendo que Jesus já pagou a conta de todos nós e isto inclui os pecados de nossos antepassados.E Paulo outra vez afirma em que Deus é rico em misericórdia…Ele não fica remoendo os pecados de nossos parentes nem os nossos. Deus não é ressentido nem vingativo.Orar pela cura da maldição que pesa sobre a nossa família, por conta dos pecados de nossos antepassados soa estranho. Cristãos aprenderam que Jesus expiou os pecados da humanidade. Agora, cada qual deve fazer a sua parte. E não temos que orar pela quebra de maldição dos que morreram porque não estão amaldiçoados. Jesus foi benção suficiente para todos.A Igreja até ora na missa por todos os que morreram na esperança da ressurreição… Inclui não só os bonzinhos… Se maldição havia, Jesus já a reverteu e já pagou a conta. Quem acha que seus antepassados ainda não foram perdoados esqueceu imenso poder perdoador e redentor do Cristo. Jesus tem mais poder e perdão do que eles imaginam. Orou pelos seus algozes dizendo que não sabiam o que estavam fazendo…Se perdoou quem o matava perdoou e perdoa quem morreu com alguma conta a pagar. Seu sangue tem este poder…Os que oram pela quebra de maldição dos seus antepassados tratem de se arrepender dos próprios pecados porque dos seus mortos Jesus já cuidou. Não há mais maldição depois da morte redentora do Cristo. Até pelos pecadores mais empedernidos ele morreu. Cristãos gastem mais tempo falando de bênção do que de maldição…

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DOUTRINA: MALDIÇÃO HEREDITÁRIA domingo, 1 de agosto de 2010RENOVAÇÃO CARISMÁTICA

A cura entre gerações é algo imaginoso, fantasioso. A doutrina católica nunca professou essa hipótese.CURA DAS GERAÇÕES

Palestra dada por Dom Estévão No Programa Pergunta e Responderemos, da Rádio Catedral

Passou às minhas mãos um livro que tem despertado muito interesse e uma certa inquietação do público. É o livro de Robert Degrandis, “Cura de Gerações”. Diz coisas tão habituais entre católicos, baseando-se em grande parte nos escritos de um cirurgião e psiquiatra inglês, chamado Dr. Kenneth McAll. Os amigos pedem um comentário desse livro. É o que vamos fazer nos programas de hoje e amanhã. Perguntamos: que se entende por Cura entre Gerações? Eis a resposta: diz Robert Degrandis que há certos problemas de saúde física e mental em pessoas nossas contemporâneas, problemas cuja raiz esta em antepassados, ou seja, os avós ou bisavós das pessoas afetadas. Assim, diz o autor: nós temos uma mulher chamada Henriqueta, que vive conosco, e que tem um profundo medo de homens. Por que tem ela medo de homens? A resposta seria: porque a bisavó de Henriqueta sofreu, outrora, um trauma, horrível, por parte de um homem que a violentou. Este trauma se transmitiu por hereditariedade à Henriqueta, que hoje vive entre nós, embora Henriqueta nunca tenha sofrido violência por parte de um homem, de modo que Henriqueta, enfim, tem um medo inexplicável, que emite-se a hipótese. Poderá fazer duas coisas, segundo Robert Degrandis: primeira, rezar pela falecida bisavó para que seja ela libertada do seu trauma no além; e, segunda, rezar pela mesma bisavó, para que Henriqueta, herdeira desse trauma, seja, também ela, libertada do trauma. É o que lemos na página 17 do livro citado. Haveria, portanto, meus ouvintes, heranças negativas, psicológicas, espirituais e físicas? A cura seria interior e se daria mediante oração?

Veja outro exemplo, de herança negativa, descrita à página 21, do livro de Robert Degrandis. Em 1979, diz o autor, eu estava fazendo cura interior, numa senhora negra. Ela e suas irmãs tinham problemas sempre que saiam a lugares públicos. Homens gravitavam em torno delas, mais do que se

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poderia, normalmente, esperar. Elas eram todas boas católicas, bastante simpáticas, mas exerciam uma atração sobre os homens, maior que o normal. Fiz oração com ela, diz Robert Degrandis. Tive uma visão do que pensei ser um navio negreiro. Porque ela era, na lida, madura e compreendia o processo da cura interior, continuei em profundidade, dizendo-lhe: - você está vendo alguma coisa? Respondeu essa senhora: - estou vendo um navio negreiro. Quando começou a descrever o que estava acontecendo, diz Robert Degrandis, eu também o estava vendo em minha mente. Podia dizer, pelo estilo do navio e dos trajes, que estávamos vendo os dias da escravidão. A senhora descrevia uma mulher que sentia ser uma antepassada sua. Eu a vi simultaneamente, também eu, em visão. Usava um lenço vermelho em volta da cabeça e era, claramente, muito promíscua, muito libertina. Imaginamos agora que a promiscuidade teria passado de geração em geração, até a essa senhora negra, que eu conheci em l979. Consideramos a possibilidade de que a inexplicável atenção masculina era um efeito residual da atividade de sua ancestral promíscua e libertina. Até aqui, o autor do livro, Robert Degrandis.

Caros ouvintes. O que diríamos a respeito dos dois casos citados? Diremos duas coisas: primeira, os problemas que nós sofremos nessa vida deixam de existir quando nós passamos para o além. São problemas derivados das circunstâncias de nossa vida temporal, e limitados a essa vida temporal. Assim, o fato de alguém ter sido vítima de um estuprador não continua a causar angústia no além. Quem está no céu goza da visão de Deus, dissocia, plenamente, os anseios da pessoa e não deixa lugar para a angustia, o sofrimento. Por conseguinte, os traumas não são hereditários. Os filhos, netos ou bisnetos não carregam os problemas dos seus antepassados. O fato de alguém se dar à promiscuidade sexual é um pecado pessoal, não hereditário. Ninguém carrega as culpas das gerações anteriores, como herança ou castigo. Cada um responde estritamente por si, diante do Senhor Deus. Essa era a primeira observação que tínhamos a fazer.

Vamos à segundo. Rezemos pelos nossos defuntos, sim. É uma obra louvável, é prática cristã de caridade, mas o objetivo da nossa oração, pelos defuntos, não é curar os traumas sofridos pelos falecidos outrora, a fim de curar também as heranças negativas de nossa geração contemporânea. Não, a finalidade de nossas orações, pelos defuntos, é pedir a Deus que o livre, o quanto antes, da sombra do pecado, os que morreram, para poderem entrar na visão de Deus, face a face. Os traumas e sofrimentos que não foram pecados, não vêm ao caso. Já estão ultrapassados, quando alguém chega ao além. Na outra vida veremos que os sofrimentos e traumas sofridos na terra têm um peso muito relativo. Veremos, claramente, que o verdadeiro valor são as virtudes. O verdadeiro mal são os pecados. As virtudes e os pecados é que repercutirão em nossa vida futura. O resto se empalidecerá aos nossos olhos. O que nos importa, na vida presente, é chegar a Deus. Em conseqüência, tudo o que nos encaminha para Deus é valioso e positivo. O que nos afasta de Deus é prejuízo, é negativo.

Caros ouvintes, percorridas as páginas do livro, Cura de Gerações, de Robert Degrandis, encontramos outros traços estranhos. Assim, o que se refere a maldições. Alguém poderia estar hoje sofrendo males físicos, doenças, desgraças, por que os antepassados teriam lançado maldições sobre seus descendentes? Li, à página 44, do livro, o seguinte: as maldições são outra área de servidão que o Espírito Santo revela com freqüência. A maioria das pessoas que fazem cura interior identificam maldições, muitas vezes, de gerações passadas. Por exemplo: na parte sul dos Estados Unidos, maldições de Vodu, são especialmente freqüentes. A efeitos físicos dessas maldições, assim como o Espírito do Senhor, pode tocar as pessoas e libertá-las física, psicologicamente, etc. O espírito maligno pode também ligar pessoas, na época da maldição, em futuras gerações. A queda das cadeias dessas maldições e a aplicação da luz e do amor do Senhor a libertará na maioria dos casos, desde que não haja outras formas de feitiço. Até aqui, o autor Robert Degrandis.

Caros ouvintes, maldição de Vodu nada é. Afinal, o que é Vodu, Vudo ou Vudum? É uma religião existente no Haiti, coisas de sincretismo ou de mistura de limítrofes africanos, levados para o Haiti, na América Central, por escravos africanos. E, excelentes africanos, são associados à linha dos cristãos, tirados da religião dos colonizadores do Haiti. O Vodu invoca suas divindades, que seriam “sobô”, “guna”, “obsessão”, “obecim”. Assim, o Vudum é paralelo ao nosso Candomblé e à Umbanda,

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religiões sincretistas. Ora, não existem divindades, só existe um Deus, criador do céu e da terra, que nos reuniu pelo sangue de Cristo e nos convida à comunhão de vida com Ele. Por conseguinte, nada temos de temer de maldição de Vudu ou Vodu. Não pegam, não fazem efeito. Não é preciso destruir essas maldições com o ritual de cura ou de libertação, ou com algum despacho ou trabalho de Umbanda. Também, feitiço não pega. E que é feitiço? Feitiço é qualquer despacho ou trabalho, feito com objetivo de prejudicar alguém. Podemos estar certos, meus caros ouvintes, de que não existem espíritos maus, nos ares, que podem ser atraídos por qualquer galinha preta e farofa, charutos e cachaça, a fim de fazerem o mal às pessoas deste mundo. Não é preciso ritual nenhum, para desfazer feitiços.

Ainda no livro de Robert Degrandis, à página 41, lemos algo que se assemelha à doutrina espírita. Eis o que nos diz o autor: todos sabemos que no reino espiritual há espíritos bons e espíritos malignos. Há também espíritos aparentemente inquietos, dos mortos que não estão em perfeita união com o Senhor. Estes espíritos inquietos constituem uma área cinzenta, incerta, especialmente para os cristãos. Reparemos, caros ouvintes: haveria espíritos bons e maus no além, e espíritos inquietos, que constituem uma área cinzenta e incerta, para os cristãos? É o que diz ele. Os defuntos que tenham falecido em pecado não são espíritos inquietos que venham perturbar a nossa vida na terra. As almas dos defuntos não intervêm neste mundo. O contato que há entre nós e os defuntos se faz pela oração. Podemos e devemos rezar pelas almas do purgatório. Rezamos também para os santos, que estão no céu, para que obtenham as graças necessárias à nossa caminhada terrestre. Deus revela aos santos, nossos pedidos, porque Ele nos fez solidários uns com os outros e quer que nos ajudemos, mutuamente, pela oração.

Ainda à página 44, mais dois casos são narrados, que parecem mais inspirados por concepções espíritas, que propriamente por princípios cristãos. O Dr. McAll contou o caso de uma alcoólatra, de 45 anos de idade, que destruiu totalmente a vida da família, com seu vício. Sua mãe estava profundamente envolvida com o espiritismo e tentando contatar seu falecido marido. O Dr. McAll soube que a excessiva bebida, da mulher, estava ligada à maldição da mãe sobre ela, por recusar-se a assinar alguns documentos legais, sem os ler primeiro. Ele quebrou a maldição sobre ela e ela parou de beber e sua vida familiar foi restituída.

Limito-me a este caso e quero dizer que não nos devemos apavorar, meus caros ouvintes, com mistérios que a fantasia concebe sem base nem na razão, nem na fé. Não há absolutamente este contágio dos bons por parte dos maus, falecidos. Seja a nossa fé tranqüila e confiante. Evitemos, radicalmente, peremptoriamente o pecado, que é o único mal verdadeiro. E assim vivendo, estaremos caminhando para Deus, sem recear maldições, heranças negativas, feitiços ou coisas semelhantes.

Assim lemos, na pág. 45, um parágrafo que tem por título: Amuletos. Eis o que se refere Robert Degrandis: às vezes, quando estamos fazendo libertação, há bloqueio devido à amuleto. Tive um caso, em certa cidade, em que um homem tinha uma ardência na boca. Ele tinha estado na Clínica Mayo, na Universidade de Alabama, e na Clínica, lá em Boston, e nenhuma delas pôde retirar a ardência de sua boca. Pus a mão sobre ele e a primeira palavra que o Espírito Santo me deu, em diagnóstico, foi oculto. Perguntei-lhe se tinha ido a um curandeiro ou adivinho e ele disse que sim, de modo que rezei e lhe pedi que renunciasse a ter buscado auxílio em uma fonte oculta. Não houve alívio depois que ele fez a renúncia, de modo que rezei um pouco mais. A próxima ampliação de diagnóstico do Espírito Santo foi amuleto. Perguntei-lhe se a pessoa a quem tinha ido, lhe dera alguma coisa. Disse que recebera um amuleto. Interrogado se estava disposto a jogá-lo fora, disse que sim. Sua esposa o fez. Rezei de novo, e a ardência desapareceu. Isso se deu há algum tempo, e a última vez que o vi, a ardência não havia voltado.

Caros ouvintes, esta história nos sugere duas observações;

Primeira. Haveria doenças provenientes da freqüentarão de advinhos ou curandeiros, chamados, o oculto, em geral? Que dizer? É certo que a consulta a um curandeiro, ou advinho, é superstição. É

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atribuir a um meio inepto ou incapaz um efeito que ultrapassa muito. Isso é pecado. Nós não podemos dizer que esse pecado provoca doença no consulente. O fato de ser pecado já é grave. Com que fundamento se diz que a consulta a um adivinho, a uma cartomante, a uma cigana, ao tarô, à cabala, provoca doenças físicas? Deus não castiga sempre, mandando uma doença a quem peca. A experiência comprova que há muita gente supersticiosa, que goza de saúde boa.

Segunda observação. A história narrada nos sugere o seguinte: Haveria objetos, amuletos, portadores de malefícios? O homem em foco sofria de ardência na boca porque recebera do adivinho um amuleto. Convém, aliás, fazer aqui um parênteses, e perguntar o que se entende por amuleto? É um objeto, uma figa, um bentinho, ao qual se atribui o poder de trazer benefícios ou malefícios a quem usa. Pois bem, pelo que nos foi dito, na história narrada, haveria objetos portadores de desgraças e deveriam ser jogados fora. E quanta gente, de fato, nos últimos tempos, não tem jogado fora até artigos de valor, por julgá-los contaminados, por causa de infelicidade. Caros ouvintes, não é o fato de um objeto neutro, em si, por vir de um lugar suspeito, se torna esse objeto suspeito. O objeto pode ser contaminado por micróbios, por vírus, por bactérias, sim, mas não é contaminado por espíritos maus e nem atrai espíritos maus. A melhor refutação desse falso medo, de contágio, encontra-se nos escritos de São Paulo. Sim, na sua primeira Carta aos Coríntios, capítulo 8, 9 e10, o apóstolo fala de um problema semelhante ao que estamos abordando. Sim, em Corinto, certas carnes eram imoladas aos ídolos, em templos pagãos, depois levadas para os açougues, compradas e servidas em casas de família, na refeição cotidiana. Ora, muitos cristãos julgavam que essas carnes, chamadas idolotitas, davam comunhão com os demônios, porque haviam passado pelo templo pagão, e não queriam dessas comer, dessas carnes. Outros cristãos, porém, não tinham medo e comiam tranqüilamente dessas carnes. São Paulo interveio dizendo literalmente o seguinte: “a respeito do consumo das carnes imoladas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo. Não há outro Deus, a não ser o Deus único.”(ICor 8, 4). Por isto, São Paulo reconhecia o direito de se comer a tal carne, proveniente do templo pagão. Não haveria contágio nenhum, mas acrescentava o apóstolo, que se esta atitude escandalizasse os irmãos de consciência fraca, seria preciso renunciar a tal direito de comer, não porque a carne estivesse contagiada, mas porque o irmão de consciência fraca escandalizaria por tal comportamento.

Ora, caros ouvintes, algo de semelhante se dá entre nós. Assim como não há carne contaminada, que dê comunhão com os demônios, embora venham de um templo pagão, assim também não existe objeto contaminado que atraia maus espíritos. As desgraças não vêm por meio de energias ou objetos carregados de maus fluidos. Não. É a umbanda que assim pensa. Não o catolicismo. Devemos ter uma fé esclarecida. Sabemos que Jesus Cristo é o Senhor dos vivos e dos mortos e que o demônio é como diz Santo Agostinho, um cão acorrentado. Pode latir muito, fazer muito barulho, mas não faz mal a não ser a quem brinque com ele. Sejamos tranqüilos, portanto, e confiantes. Vivamos com Deus, fujamos do pecado, que é o único mal, verdadeiramente mau, e teremos paz de alma.

Vejamos, ainda, outra passagem curiosa do livro do Robert Degrandis. À pág. 116, pergunta: se uma pessoa teve aborto natural e quiser dar nome à criança, como pode saber o sexo dessa criança? Responde: ela pode pedir ao Senhor Deus que revele o sexo da criança. Se ela tem o dom de palavra de conhecimento, ouvirá a resposta em seu espírito. Às vezes, as mulheres sabem, intuitivamente, a resposta. Ela poderia também dar o nome condicional, João ou Joana, por exemplo. Caros ouvintes, o que dizer a propósito? Não é errôneo crer que Deus revele à mãe o sexo da criança falecida, mas, teremos de estar atentos para não confundir uma autêntica revelação de Deus, com o produto da imaginação da pessoa interessada. Muitas vezes, acontece que se confundem os dons de Deus, com fenômenos psicológicos, que nada têm de sobrenatural e transcendental.

Ainda, um ponto estranho, acontece no livro de Robert Degrandis. É o seguinte: à pág. 117, lê-se uma das mais convincentes documentações do Dr. McAll. Diz respeito a um amigo inglês que contou dezessete acidentes em seis meses, numa determinada parte de uma estrada. Na Inglaterra, quando acontece um acidente fatal, uma cruz branca é pintada na estrada, indicando que uma morte ali ocorreu. Esse senhor foi naquela passagem, naquela parte da estrada, e rezou pelas almas das vítimas dos acidentes. E, a essa situação, documentada, não aconteceram mais acidentes naquele local, depois

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que se fez oração pelas vítimas dos acidentes.

Caros ouvintes, segundo esses dizeres, os acidentes de trânsito, de determinadas estradas, seriam provocados pelas almas do além, ou almas do outro mundo, e haveria uma cura para esses casos, consistiria em rezar pelas vítimas desses acidentes. Ora, podemos estar certos de que as almas de nossos irmãos falecidos não causam desastres de automóvel na terra. Nem o podem. As almas de nossos irmãos falecidos gozam de sua sorte, definitiva, no além: o céu, com sua antecâmara, que é o purgatório, ou inferno. Não estão pairando nos ares e nem intervêm fisicamente nesse mundo, perturbando ou favorecendo a nossa vida. A hipótese proposta por Robert Degrandis tem colorido espírita. Os espíritos é que precisam, pensam que há uma constante intervenção, um intercâmbio entre nós e os espíritos desencarnados. Todavia, a parapsicologia, como ciência, já provou que esse intercâmbio não existe. Os fenômenos mediúnicos são expressões do próprio psiquismo humano, movido pela sugestão, e nada mais.

Em suma, meus caros ouvintes, a cura entre gerações é algo imaginoso, fantasioso. A doutrina católica nunca professou essa hipótese. Ela tem sabor Kardecista e só contribui para apavorar as pessoas. Esse apavoramento pode gerar doenças nervosas. Como sabemos, o espiritismo é poderoso fator de doenças nervosas.

Agora, uma observação final. Os ouvintes costumam perguntar onde e como poderiam informar-se, anteriormente, a respeito dos temas que vimos abordando? Pois bem, respondo que temos dois livros a propósito da temática das duas últimas semana;s; o curso sobre ocultismo, que trata de fenômenos mediúnicos: tarô, cabala, “Yxin”, reencarnação e outros mistérios; e, também, temos o curso de escatologia ou novíssimos, que trata de morte, de céu, purgatório, inferno, ressurreição e etc. Quem se interessar por essa matéria, por esse material, poderá dirigir seus pedidos pelo telefone da Escola Mater Ecclesiae, cujo número é: 242.45.52. com sede à Rua Beijamim Constant, 23, 3º andar.

FONTE: http://reinodemaria.blogspot.com/2010/07/doutrina-maldicao-hereditaria.html