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QUE MUNDO QUEREMOS NOS 70 ANOS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS? DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS #ApoieOsDireitosHumanos

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QUE MUNDO QUEREMOS NOS 70 ANOS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS?

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS

#ApoieOsDireitosHumanos

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Publicado em 2018 pelas Nações Unidas no Brasil.

© ONUBR 2018

Coordenação técnica:

Angela Pires Terto, Escritório do Coordenador Residente da ONU no Brasil/Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos e Fábio Soares Eon, Representação da UNESCO no Brasil

Apoio técnico: Aisha Sayuri Agata da Rocha, Anna Clara Monjardim, Maria Eduarda Borba Dantas e Veronica Veloso Pereira, Escritório do Coordenador Residente da ONU no Brasil

Projeto gráfico e revisão: Unidade de Comunicação, Informação Pública e Publicações da Representação da UNESCO no Brasil

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PREFÁCIO

Em 1948, há exatamente 70 anos, a Organização das Nações Unidas (ONU), que hoje reúne 193 países, adotou a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH). O documento foi criado em resposta às atrocidades ocorridas durante a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de contribuir para a construção de um novo mundo sobre os alicerces da paz. Disponível em mais de 500 idiomas, a Declaração é um marco na história mundial, sendo o primeiro documento a estabelecer a proteção universal dos direitos humanos.

Nas últimas sete décadas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi parte fundamental de transformações nas vidas de milhões de pessoas, ajudando a prevenir sofrimentos e a lançar as bases para um mundo mais justo. Os seus 30 artigos formam um conjunto de direitos interdependentes, indivisíveis e universais, tanto individuais, quanto coletivos. Entre outros direitos, esse conjunto de artigos declara o direito à vida, à liberdade, à segurança pessoal, à saúde, à educação, à moradia e à participação na vida cultural. Além de estabelecer direitos, a Declaração também lista deveres correspondentes. Como lembra seu artigo vigésimo nono, todo ser humano tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.

Dado seu significado, a Declaração Universal é fonte de inspiração não apenas para o comportamento dos indivíduos, como também para as constituições de muitas democracias, que atualmente têm enfrentado desafios crescentes para proteger e promover os direitos humanos. Nesse sentido, a ONU tem atuado, em parceria com seus Estados-membros, para reforçar o compromisso com esses direitos e com a dignidade que une todos os seres humanos.

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, documento que guia as ações da comunidade internacional para os próximos anos, engloba de maneira integrada a promoção dos direitos humanos e estabelece um conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que buscam reduzir as desigualdades em todas as suas formas. Destacamos a importância do ODS 4, Educação de Qualidade, para o progresso no campo dos direitos humanos, já que suas Metas incentivam uma educação voltada para a cidadania global e para o respeito à diversidade e aos direitos universais.

Nesse sentido, para celebrar os 70 anos da Declaração Universal e assegurar que todas as meninas e todos os meninos saibam seus direitos e os direitos dos outros, a ONU no

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Brasil organizou um concurso voltado a estudantes do ensino fundamental e médio. A proposta foi que os estudantes desenvolvessem uma interpretação própria pensando os 70 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, expressa por meio de uma redação ou por meio das artes visuais, de maneira a responder à pergunta: “Que mundo queremos nos 70 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos?”.

As respostas nos impressionam pela sensibilidade e renovam nossa esperança em um mundo melhor. Elas celebram a vida, a igualdade, a liberdade, a justiça, a paz e a diversidade, e nos lembram que todas as pessoas devem ter seus direitos humanos respeitados, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação.

Por isso, ao parabenizar todos e todas estudantes que participaram da iniciativa, tomamos emprestadas as palavras do estudante Victor Hugo Benitis, vencedor da melhor redação do ensino fundamental, para dizer que “a Declaração traz conceitos e ideias que valorizam toda a humanidade, por isso precisamos que todos os seus artigos sejam efetivados”. Convidamos todos e todas a conhecerem os trabalhos, bem como à leitura atenta dos 30 artigos da Declaração, para que possamos juntos construir o mundo que queremos: um mundo no qual todas as pessoas possam viver uma vida digna em sua plenitude!

Niky Fabiancic Coordenador Residente da ONU no Brasil

Marlova Jovchelovitch NoletoDiretora e Representante da UNESCO no Brasil

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Categoria: Arte Visual do Ensino Fundamental

Vencedora: Aline Mainã da Silva Soares [12 anos]Escola: Centro de Educação Científica de Caxias do Instituto de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão-IEMA/ Oficina de Ciência e História (ensino público).

Local: Caxias – MA

“Me inspirei no respeito. Respeito que as pessoas devem ter com quem é diferente”.

VENCEDORAS(ES) E MENÇÃO HONROSA

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Categoria: Arte Visual do Ensino Fundamental

Menção Honrosa: Mágila Paola Sousa de AraújoEscola: Centro de Educação Científica de Caxias do Instituto de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão-IEMA/ Oficina de Ciência e História (ensino público).

Local: Caxias – MA

“Me inspirei na natureza pois é a maior expressão de liberdade e direito que conheço”.

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Categoria: Arte Visual do Ensino Fundamental

Menção Honrosa: Frankilson dos Santos Ribeiro

Escola: Centro de Educação Científica de Caxias do Instituto de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão-IEMA/ Oficina de Ciência e História (ensino público).

Local: Caxias – MA

“Somos iguais, só precisamos de oportunidades e de compaixão um dos outros, os nosso direitos nos ajudam a ter tudo isso”.

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Categoria: Arte Visual do Ensino Médio

Vencedora: Marina Monzillo de Almeida Costa [18 anos]Escola: Centro Educacional Sigma (particular).Local: Brasília – DF

“Nos 70 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos, o que queremos é a PAZ. Mas a paz não é um presente, ao contrário, só é alcançada a partir do esforço humano. Por isso, represento a Terra formada por pombas brancas de origami: a paz existirá se trabalhada com cuidado e delicadeza por nossas próprias mãos. Avancemos com delicadeza porque a paz só existe se houver sustentabilidade. Evoluir, mas preservando o meio ambiente, representado pelas cores verde, azul e amarelo: nossa vegetação; nossas águas e o sol, que entra aqui para fazer um paralelo com as cores do Brasil. Isso porque, em artes visuais, ao pensar sobre ONU e PAZ, vem à mente o painel de Portinari, intitulado “PAZ”, em exposição na sede da ONU em Nova Iorque. Foi ele minha inspiração, pela temática semelhante, por eu ser brasileira, almejar a paz e admirar o pintor. Utilizo figuras que lembram seu estilo e emprego cores da bandeira do Brasil. Ao redor, crianças brincando ao ar livre e lendo livro, usufruindo da infância despreocupadamente, como ocorre apenas onde há paz e é possível sair na rua, ver o sol, ver o verde. Os adultos no desenho convivem alegremente na diversidade de etnias e religiões, representando a tolerância que é um dos pilares para a paz, responsabilidade de cada um de nós”.

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Categoria: Arte Visual do Ensino Médio

Menção Honrosa: Pedro Antonio Chiarioni [17 anos]Escola: Colégio Santo Antonio de Lisboa (particular).Local: São Paulo – SP

Autor: Pedro Antonio ChiarioniProf.: Mônica CorradiColégio Santo Antonio de Lisboa, 3ª Série do Ensino MédioSão Paulo

Autor: Pedro Antonio ChiarioniProf.: Mônica CorradiColégio Santo Antonio de Lisboa, 3ª Série do Ensino MédioSão Paulo

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Categoria: Arte Visual do Ensino Médio

Menção Honrosa: Elisa Caldeo [17 anos]Escola: Colégio Santo Antonio de Lisboa (particular).

Local: São Paulo – SP

“A obra retrata a diversidade e o respeito entre as pessoas de origens diferentes”.

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Categoria: Arte Visual do Ensino Médio

Menção Honrosa: Thais Jardim Silva [17 anos]Escola: Colégio Santo Antonio de Lisboa (particular).

Local: São Paulo – SP

“Os Direitos Humanos e as lutas sociais são extremamente necessários a todos para estarmos sempre na busca da paz universal”.

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O Mundo que queremos

A Declaração Universal dos Direitos humanos está de aniversário

Já são 70 anos de evolução desse documento que merece respeito

Por isso queremos um mundo mais digno e solidário

Com a exclusão de todas as formas de violência e preconceito

...

A Declaração traz conceitos e ideias que valorizam toda a humanidade

Por isso precisamos que todos os seus artigos sejam efetivados

Pois queremos um mundo em que as pessoas se amem de verdade

Onde os direitos à vida e à liberdade sejam preservados

...

Com a Declaração obtivemos conquistas muito importantes

Pois queremos um mundo que acolha a todos, inclusive aos imigrantes

Onde todos os seres humanos sejam tratados como iguais

Negros, brancos, indígenas, mulheres, homens ou homossexuais

...

Queremos um mundo plural e que considere a miscigenação

Independentemente de etnia, classe social, gênero ou religião

Porque todos nós temos dignidade como está escrito na Declaração

E também somos todos iguais perante a lei, sem qualquer distinção

...

Precisamos evitar qualquer briga ou confusão

Guerras são atos que ocorrem catastroficamente

Queremos um mundo feliz, com paz e união

Onde todos os seres humanos ajam solidariamente

...

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Categoria: Redação do Ensino Fundamental

Vencedora: Victor Hugo Nogueira Custódio Benitis [13 anos]Escola: Escola Estadual de Ensino Fundamental Anisio Serrão de Carvalho (ensino público). Local: Pimenta Bueno – RO

Queremos um mundo com mais amor

Sem torturas ou qualquer tratamento desumano

Um lugar com menos sofrimento e dor

De qualquer tipo seja física ou interior

...

Nos 70 anos da Declaração queremos um mundo mais humano

Onde o direito ao trabalho não seja um engano

Onde ninguém seja preso ou detido arbitrariamente

Onde o direito à liberdade de opinião seja algo presente

...

Queremos um mundo em que prevaleça o direito à liberdade

Um mundo onde impere o espírito de fraternidade

Onde não existem pessoas em regime de escravidão ou servidão

E onde todos usufruam do direito à proteção contra qualquer discriminação

...

Enfim... nessas sete décadas da Declaração Universal dos Direitos Humanos

Queremos um mundo que não viole nenhum artigo da Declaração

Um mundo repleto de paz, respeito, amor, harmonia e comunhão!

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O mundo dos sonhos

Nascemos, crescemos

Desenvolvemos e morremos

Pelo mesmo ciclo todos tende a passar

E da melhor maneira da vida desfrutar.

Diferentes raças pelo mundo encontramos

As quais muitas vezes discriminamos

São coisas que vem de décadas atrás

Mas que depois da Segunda Guerra se resolveu propagar a paz.

Inúmeros são os conflitos que marcaram a história

E que hoje ficam ativos na memória

Privação de condição básica e oportunidade

Que de tempos indignou a sociedade.

A humanidade resolveu então promover a dignidade

Queriam algo que os defendesse da adversidade

Nesse momento a conscientização da ONU se efetivou

E a declaração dos direito humanos ela implantou.

O tempo agiu sob a humanidade

Hoje cultivamos o respeito em meio à diversidade

Compreendesse melhor que diferentes pessoas sempre iremos encontrar

E que acima de tudo devemos venerar.

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Mentira seria dizer que o mundo é perfeito

O importante é revermos um conceito

Direito à liberdade, à saúde e à vida

São direitos que existem mas o povo ainda revida.

Nada permanece constante

Muitas coisas mudaram a partir de um instante

Porém, tudo precisa ser aprimorado

Para assim efetuarmos um grande legado.

O mundo que queremos é um mundo sem discriminação

Onde a cor de pele não diferencie o cidadão

Apesar de que com os direitos grande mudança se fez

Sempre é bom lapidá-los mais uma vez.

Justiça, respeito, mais amor no coração

Pessoas dignas que garantam o futuro da nação

Setenta anos da declaração dos direitos humanos se completarão

E para a construção de um mundo justo a cidadania e o respeito bastarão.

Categoria: Redação do Ensino Fundamental

Menção Honrosa: Edineia Dorigon [14 anos]Escola: Escola Municipal de Ensino Fundamental André Rebouças (ensino público).Profa.: Tatiane Piccoli de Oliveira Local: Campos Novos – SC

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Um mundo diferente

Todos nós temos direitos,

pois nós somos cidadãos,

mas a gente precisa fazer os deveres,

se não é uma enorme falta de educação.

Precisamos ser respeitados e respeitar,

como uma bela cidadania.

Não se deve lixo na rua jogar,

pois depois vai voar na ventania.

Ter menos racismo e preconceito,

é o mínimo que podemos fazer,

para a sociedade onde vivemos

ter vontade de vencer.

Nós gostamos de ser respeitados,

mas na hora de respeitar os outros,

nós não fazemos.

Parecendo extremamente mal-educados.

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Além de respeitar as pessoas,

nós ocupamos um espaço,

que também precisa ser bem cuidado.

Com o lugar apenas limpar,

e com as pessoas apenas um abraço.

Fazendo só isso você já se sente mais amado.

Se você quiser um mundo diferente,

ajude e mude suas atitudes.

Com isso deixará a população mais contente,

respeitando suas virtudes.

Categoria: Redação do Ensino Fundamental

Menção Honrosa: Beatriz Coelho Ruiz [13 anos]Escola: Colégio Universitas – Educação Infantil e Ensino Fundamental (particular).Profa.: Sandra DuarteLocal: Santos – SP

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Um mundo quase perfeito

Nasci em um Mundo quase perfeito...

Só vi guerra e discussão!

Neste mundo, quem tem razão?

Em um mundo de guerra,

fome, escuridão...

Percebi que ninguém tem compaixão!

Uns vão pelo grito,

outros, pela inteligência.

Mas, será que isso mostra,

sua verdadeira essência?

A única cura possível

está muito longe daqui...

Com muito esforço, respeito e vontade,

vamos conseguir!

O sino tocou, a guerra cessou.

O mundo agradeceu, e se prometeu:

– Guerra nunca, nunca mais!

Agora, vivemos em paz!

Cada dia que passa,

acontecem menos desgraças!

Mesmo em uma união perfeita,

o mal ainda espreita...

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Com a ONU e os Direitos Humanos,

podemos ser livres para exigir:

vida boa e agradável,

casa, comida, família e trabalho...

Nestes 70 anos de Declaração Universal,

a igualdade nos trouxe direitos,

a fraternidade nos uniu como humanos,

a liberdade nos mostrou deveres.

Com a ONU e suas normas,

nunca mais iremos servir,

aos Governantes interesseiros

que nos fariam sucumbir!

O mundo que eu quero...

Tem que ter

igualdade para os desiguais,

direitos e deveres,

e, acima de tudo, respeito pelas ideias e pelos ideais!

Categoria: Redação do Ensino Fundamental

Menção Honrosa: Artur de Oliveira Rocha [11 anos]Escola: Colégio Universitas – Educação Infantil e Ensino Fundamental (particular).Profa.: Sandra DuarteLocal: Santos – SP

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LXX

Não passava das sete horas da manhã quando entrei no ônibus, a caminho do trabalho. Cumprimentei o motorista, passei pela catraca e procurei com o olhar um banco vago. Sentei-me ao lado de uma senhora de óculos escuros, cabisbaixa, que segurava, com suas mãos enrugadas, o topo de sua bengala de madeira. Coloquei minha bolsa no colo e de lá tirei minha leitura do momento. E, como sempre, mergulhei nas palavras rapidamente.

- Com licença - ouvi de longe, ainda absorta nas palavras que lia. - Moça? Como se tivesse um sexto sentido, virei-me na direção da voz, encontrando os cegos olhos castanhos da senhora ao meu lado, que agora segurava seus óculos nas mãos.

- O que está lendo? - ela questionou para minha surpresa. - Ouvi o virar das páginas, caso esteja se perguntando.

- A Declaração dos Direitos Humanos- respondi, observando-a abrir um sorriso simples.

- E quantos anos você tem?

Titubeei antes de responder, levemente desconfiada pela pergunta. Porém a mulher emanava uma forte onda de confiança, que superava qualquer outro sentimento.

- Vinte e dois - respondi simplória, fechando o meu livro.

- Tão jovem! Eu tinha somente três anos a mais que você quando a li pela primeira vez. Não mudou quase nada desde a minha primeira leitura, e olha que eu já tenho 70 anos!

Com essa frase, ela chamou minha atenção.

Foi conversa para cá, para lá, até parecia que já nos conhecíamos há muito tempo. Com sua voz doce e sensível, a veterana me transmitia seus conhecimentos sobre direitos.

Durante nossa conversa, a mulher me fez várias perguntas, que se disfarçavam em suas palavras como em uma consulta com uma psicóloga.

Porém, foi na última delas que travei.

- Agora me diga, minha filha - ela fixou seus olhos cegos nos meus, como se conseguisse vê-los. - Como seria o mundo ideal para você?

Minutos. Acredito que vários deles se passaram até que eu finalmente consegui formular uma resposta à altura de tão complexa pergunta.

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- Este. Este mesmo!

A mulher estreitou os olhos por alguns segundos, meneando a cabeça para o lado. - Este é o seu mundo ideal? Este planeta que está mais cinza do que azul e verde, cheio de ódio e violência, com tantos problemas?... Não consigo ver como seu mundo ideal pode ser o mesmo que diversas pessoas condenam.

- Mas a senhora percebeu que todos os aspectos negativos do mundo que citou são obras das mesmas pessoas que reivindicam mudanças? Poluição, preconceito, desrespeito... Tudo culpa do ser humano. Não é o mundo que tem de mudar e sim as pessoas que o fazem ruim. Um mundo com respeito, igualdade, tolerância e amor, só vai existir quando o Homem realmente tiver esses valores. Portanto, o meu mundo ideal não é um lugar melhor e sim pessoas melhores.

E então o ônibus parou. A esta altura, eu não mais sabia exatamente onde estava, se havia perdido o ponto ou se apenas alguns minutos haviam se passado desde que entrei no veículo.

Pelo canto do olho, vi a senhora erguer-se, endireitar a postura e firmar-se na bengala. Sem dizer uma palavra, ela fez um sinal com a cabeça, como se estivesse me agradecendo por algo.

Sem pensar muito, disparei:

- Senhora! - chamei-a afoita, levantando-me do banco com tamanha pressa que acabei derrubando minha bolsa e o livro. - Não me disse o seu nome!

Lentamente, a mulher virou-se em minha direção e demorou alguns segundos, com seus olhos cegos, antes de esboçar um sorriso.

- Justiça, minha filha... Meu nome é Justiça!

Categoria: Redação do Ensino Médio

Vencedora: Isabella Parente Cardelino [17 anos]Escola: Colégio Santo Antonio Lisboa.Local: São Paulo – SP

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AHIMSA

“Olho por olho, e o mundo acabará cego”. Assim afirmou Mahatma Gandhi, advogado internacionalmente reconhecido pela liderança na Revolução Indiana. Marcado pela desobediência civil e pelo princípio da não-violência, o movimento visava a descolonização britânica nas Índias, fato que se deu em agosto de 1947. Um ano depois, é promulgada pela ONU a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Entretanto, passados 70 anos desses eventos, o recrudescimento de forças totalitárias e da banalização do mal mundo afora tem se tornado um entrave para a garantia e efetivação das liberdades e dos Direitos Humanos na atualidade.

Arquitetados em um mundo incendiado pelo pós-Guerra, os dizeres da Declaração transpassam questões ideológicas político-partidárias, assumindo, sobretudo, a imprescindibilidade de se concretizar a Paz Mundial. Neste sentido, os 30 artigos se dedicam a permitir à sociedade e aos Estados reconhecer a humanidade em cada ente humano, fomentando a dignificação do ser – em suas mais diversas facetas – e atribuindo significado a todas as vidas e culturas.

À luz do Direito Moderno, é incumbência dos Estados e da sociedade prover meios e recursos que permitam a todas e todos emanciparem-se enquanto cidadã(o)s e sujeitos sociais, garantindo-lhes participação política e dignidade. Assim, os Direitos Humanos constituem um tema transversal, transdisciplinar e multilateral, tendo de ser objeto de diálogo por todo o espectro político. Defender os Direitos Humanos é defender a união e valorização das identidades individuais, culturais e nacionais, cultivando espírito de fraternidade. Enquanto houver doença, pobreza e conflito, a defesa dos Direitos Humanos tem de ser um lema global, inflamado incondicionalmente, para o combate à opressão, desigualdade, discriminação e violência.

Diante disso, as últimas décadas foram marcadas por ações humanitárias que, envolvendo esforço coletivo mediado pelas agências internacionais, promoveram melhoria da condição de vida nos quatro cantos do planeta e, em especial, nos países tropicais e subdesenvolvidos, historicamente violentados por nações hegemônicas. Contudo, a perpetuação de uma cultura de violência, resquício da lei do talião do código de Hamurabi, ainda tem sido o principal obstáculo para a instauração da saúde, paz, prosperidade e garantia dos Direitos Humanos, cegando a sociedade para com a figura do Outro.

No contexto da Independência da Índia, Gandhi desenvolveu a filosofia Satyagraha, cujo alicerce é a prática de ahimsa. Em sânscrito, ahimsa é o preceito ético da não-violência. Apesar de ter origem milenar, é um conceito que se faz cada vez mais atual diante de um contexto de privação das liberdades individuais e discriminação de gênero, orientação sexual, classe, credo, etnia e raça. Junto aos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o mundo vem presenciando a intensificação de discursos de ódio que promovem a xenofobia, misoginia, machismo, racismo, capacitismo e LGBTQIA+fobia, atingindo camadas da população historicamente vulnerabilizadas que, diante desta

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realidade, sofrem invisibilização e silenciamento. Cerceia-se, assim, a livre expressão do Outro e sua existência no mundo, animalizando-o, corroborando a intolerância social.

Neste cenário, a institucionalização da violência é uma ameaça à democracia, ao Estado de Direito e, não obstante, aos Direitos Humanos. Violência física, moral, verbal, sexual ou simbólica consubstancializam o regime de exclusão que promove mais desigualdade e violência, afastando a sociedade da convivência fraternal e da promoção da cultura de Paz. Para além, conforme afirma Desmond Tutu, “se ficarmos neutros perante uma injustiça, escolhemos o lado do opressor”. Logo, diante do atual cenário de repressão à diversidade, faz-se necessário fortalecer os ideais expressos na Declaração, possibilitando que os indivíduos libertem-se de amarras sociais discriminatórias e expressem-se livremente, emancipando-se como sujeitos sociais e pessoas dotadas de personalidade e dignidade.

Desta forma, a promoção de uma cultura de Paz se estrutura, fundamentalmente, no respeito às diferenças e na valorização das diversidades. A desconstrução do discurso de ódio e da intolerância se dá mediada pelo diálogo e pela construção de uma educação libertadora, em que a diversidade se torne catalisadora da transformação e do exercício de empatia, respeito e humanidade. Uma educação que tenha como manifesto a frase do jurista Boaventura de Souza Santos: “lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem; lutar pelas diferenças sempre que a igualdade nos descaracterize”.

Assim sendo, a comemoração dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos torna-se um momento oportuno para a reflexão sobre quais pensamentos e discursos norteiam as práticas sociais, buscando universalizar o princípio da dignidade da pessoa humana e promover justiça social, praticar ahimsa. É chegado o momento em que os valores expressos na Declaração não sejam alvo de retaliação ou de ativismo partidário. Que todos aqueles que lutam pelo progresso valorizem e expressem os Direitos Humanos em suas práticas diárias. Que os Direitos Humanos defendam todos os cidadãos e cidadãs. O favelado. A bicha preta. A prostituta. A dona de casa. O ribeirinho. O estrangeiro. A mulçumana. O bandido. A cachaceira. O crente. A indígena.

A professora. O assaltante. A cadeirante. Os humanos. Direitos ou não, todos têm direitos.

Humanos.

Categoria: Redação do Ensino Médio

Menção Honrosa: Vinicius de Souza Silva Carvalho [18 anos]Escola: Instituto Federal do Rio de Janeiro – Campus Maracanã.Local: Niterói – RJ

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Em 70 anos

“Os Direitos humanos não são de esquerda ou de direita, são alicerces da nossa Constituição e do nosso Pacto Social, padrão mínimo de uma convivência civilizada: sem os Direitos Humanos, voltamos à barbárie do estado de natureza” – trecho de carta subscrita pelo Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos e pela comissão de Direitos Humanos da Universidade Federal da Paraíba.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, criada em setembro de 1948, nos traz direitos comuns a todos em qualquer parte do mundo. Seja essa pessoa branca, negra, hétero, gay, rico ou pobre. Todos têm o direito a liberdade e justiça. Mas, após 70 anos, nem todos têm acesso ao que a declaração nos afirma.

Apesar de 70 anos de criação, alguns sequer sabem da existência de um documento que os ampara. Para a criação de um mundo em que todos devem ter direitos iguais e dignos desde seu nascimento, primeiro, deve-se pensar se todos terão noção do que já é seu, e que ninguém nunca lhe poderá tirar.

A declaração nos traz a ideia de como somos livres e bons. Por meio de seus 30 artigos, sabemos como esses direitos são poderosos para nós mesmos. Ela, por si, já é poderosa o suficiente para proporcionar mudança em escala global. Teremos um mundo em que a discriminação será mais repudiada do que já é hoje, em que as diferenças por nossos fenótipos serão tão menosprezadas que, em qualquer lugar do mundo, um negro não terá medo de ser espancado na rua. Tão pouco, um membro da comunidade LGBTI terá receio de demonstrar sua forma de carinho com seu cônjuge.

Para tanto, o conhecimento precisa ser a base de tudo. Após 70 anos, queremos um mundo em que todos, sem exceção, conheçam seus direitos e tenham acesso a eles. Que alguns não monopolizem algo que deveria ser para todos; o seu direito a ser quem são, pensarem por si mesmos e não serem considerados inferiores por nada. Aos olhos do mundo, somos iguais e queremos ser iguais. Quebrando barreiras, queremos nos unir em torno do que é garantido a todos. Queremos dignidade. Queremos justiça. Queremos os direitos que, no passado, já foram tirados de nós.

Categoria: Redação do Ensino Médio

Menção Honrosa: Samuel Noely Salvino de Oliveira [16 anos]Escola: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba.Local: João Pessoa – PB

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O mundo que eu quero

Após terrível e inconcebível guerra

Em meio às dores e à solidão

Nasce da alma, das cinzas, da terra...

A mais bela e justa declaração!

Brancos, negros, índios ou amarelos

Rico, pobre, crente ou ateu

Todos são iguais! Todos têm direitos!

Assim sonhou, assim escreveu!

Setenta anos passaram rapidamente...

E nas letras da declaração universal

Eu creio de coração e mente

Eu creio na vida e na paz mundial!

Por isso, No mundo que eu quero

Não há desamor nem desigualdade,

Preconceito, ódio ou fome...

Pois nele brilha esperança e liberdade!

Categoria: Redação do Ensino Médio

Menção Honrosa: Isabele Martines Soler [17 anos]Escola: Colégio Santo Antônio Lisboa.Local: São Paulo – SP

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DECLARAÇÃOUNIVERSAL DOS

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DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

Em 10 de dezembro de 1948 a Assembléia Geral das Nações Unidas, por meio da Resolução 217 A (III), adotou e proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em seguida a esse ato histórico, a Assembléia conclamou todos os países-membros a divulgar o texto da declaração, e fazer com que seja disseminado, exposto, lido e explicado principalmente nas escolas e outras instituições educacionais, sem distinção baseada na natureza política dos países ou territórios.

Preâmbulo

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo;

Considerando que a desconsideração e o desprezo pelos direitos humanos conduziram a atos de barbárie que revoltaram a consciência da humanidade, e que o advento de um mundo em que os seres humanos gozem de liberdade de expressão e de crença, a salvo do medo e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração dos povos;

Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito para que as pessoas não sejam compelidas, como último recurso, à revolta contra a tirania e a opressão;

Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações;

Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram na Carta sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla;

Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com a Organização das Nações Unidas, o respeito universal e efetivo aos direitos humanos e às liberdades fundamentais;

Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso:

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A Assembléia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, a fim de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo-a sempre em mente, se esforcem, pelo ensino e pela educação, no sentido de promover o respeito a esses direitos e liberdades e, por meio de medidas progressivas de ordem nacional e internacional, de assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre as populações dos próprios Estados-Membros como entre as dos territórios sob sua jurisdição.

Artigo 1°

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir entre si num espírito de fraternidade.

Artigo 2°

Todos os seres humanos fazem jus aos direitos e liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção de espécie alguma, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de qualquer outra natureza, de origem nacional ou social, propriedade, nascimento ou qualquer outra condição. Além disso, não será feita distinção alguma fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, seja esse independente, ou sob tutela, não autônomo, ou sujeito a qualquer outra limitação de soberania.

Artigo 3°

Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4°

Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.

Artigo 5°

Ninguém será submetido à tortura, nem a punição ou tratamento cruel, desumano ou degradante.

Artigo 6°

Todos os seres humanos, em todos os lugares, têm direito ao reconhecimento como pessoa perante a lei.

Artigo 7°

Todos os seres humanos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos os seres humanos têm direito à igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração, e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

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Artigo 8°

Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes reparação efetiva para atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam garantidos pela constituição ou pela lei.

Artigo 9°

Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10°

Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial na determinação de seus direitos e deveres, e de qualquer acusação criminal que lhe seja feita.

Artigo 11°

(1) Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser considerado inocente até que se prove que é culpado de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.

(2) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento de sua realização, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta pena mais severa do que aquela que, no momento da realização, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12°

Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo 13°

(1) Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.

(2) Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.

Artigo 14°

(1) Todo ser humano vítima de perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.

(2) Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas.

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Artigo 15°

(1) Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.

(2) Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.

Artigo 16°

(1) Os homens e mulheres maiores de idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.

(2) O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.

(3) A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado.

Artigo 17°

(1) Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.

(2) Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo 18°

Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

Artigo 19°

Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

Artigo 20°

(1) Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas.

(2) Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo 21°

(1) Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.

(2) Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.

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(3) A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, de mesmo valor para cada um, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.

Artigo 22°

Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos,sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.

Artigo 23°

(1) Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.

(2) Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.

(3) Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.

(4) Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para a proteção de seus interesses.

Artigo 24°

Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias periódicas remuneradas.

Artigo 25°

(1) Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.

(2) A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora de matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

Artigo 26°

(1) Todo ser humano tem direito à educação. A educação será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A educação elementar será obrigatória. A educação técnico- profissional será acessível a todos, bem como a educação superior, esta baseada no mérito.

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(2) A educação será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A educação promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.

(3) Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de educação que será ministrada a seus filhos.

Artigo 27°

(1) Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar dos avanços científicos e de seus benefícios.

(2) Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.

Artigo 28°

Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo 29°

(1) Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é unicamente possível.

(2) No exercício de seus direitos e liberdades todo ser humano estará sujeito apenas às limitações determinadas por lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades dos outros e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.

(3) Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 30°

Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

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