quando o sol brilha

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Maya Banks KGI 09 ** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 1 Maya Banks Quando o Sol Brilha KGI 9 O Grupo Internacional de Kelly (KGI): Um negócio super-elite e super secreto, de administração familiar. Qualificações: alta inteligência, corpo duro e resistente, experiência militar. Missão: Recuperação de vítimas de sequestro. Coleta de informações. Lidar com trabalhos que o governo dos EUA não consegue... Eden é considerada uma das mulheres mais bonitas do mundo. Seu rosto já estampou inúmeras revistas e seu corpo já vendeu milhões de dólares em roupas. Mas sua fama e beleza ganharam mais do que jamais imaginou. O mal está perseguindo-a, determinado a extinguir a beleza etérea para sempre. Swanson ou "Swanny", como seus companheiros de equipe o chamam, está sempre pronto para a próxima missão. Ele voltou do Afeganistão ferido e com cicatrizes. Dificilmente o tipo de homem que combinaria com o mesmo ambiente que Eden. E mesmo assim há algo sobre a beleza calma que mexe com o seu sangue e o faz sonhar com o impossível. Porque a Bela amar a Fera só acontecia em contos de fadas e a KGI não lidava com contos de fadas. Nunca.

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Maya Banks

KGI 09

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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Maya Banks

Quando o Sol Brilha KGI 9

O Grupo Internacional de Kelly (KGI): Um negócio super-elite e super secreto, de administração familiar.

Qualificações: alta inteligência, corpo duro e resistente, experiência militar. Missão: Recuperação de vítimas de sequestro. Coleta de informações. Lidar com trabalhos que o

governo dos EUA não consegue...

Eden é considerada uma das mulheres mais bonitas do mundo. Seu rosto já estampou inúmeras revistas e seu corpo já vendeu milhões de dólares em roupas. Mas sua fama e beleza ganharam mais do que jamais imaginou. O mal está perseguindo-a, determinado a extinguir a

beleza etérea para sempre.

Swanson ou "Swanny", como seus companheiros de equipe o chamam, está sempre pronto para a próxima missão. Ele voltou do Afeganistão ferido e com cicatrizes. Dificilmente o tipo de

homem que combinaria com o mesmo ambiente que Eden. E mesmo assim há algo sobre a beleza calma que mexe com o seu sangue e o faz sonhar com o impossível. Porque a Bela amar a Fera só

acontecia em contos de fadas e a KGI não lidava com contos de fadas. Nunca.

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Traduzido e Revisado do Inglês

Envio do arquivo e Formatação: Δίκη Revisão Inicial:

Kimie – Capítulo 01 ao Capítulo 19 Val – Do capítulo 20 ao Epílogo

Revisão Final:

Val – Capítulo 01 ao Capítulo 19 Kimie – Do capítulo 20 ao Epílogo

Capa: Élica Talionis

Em memória de Pat Pattarozzi. Ela era a verdadeira — Mama Kelly — e sua ausência será sentida

por muitas pessoas. Espero que você aproveite suas asas de anjo, enquanto carinhosamente cuida

de sua família do céu.

Comentário das Revisoras:

Comentário Kimie: A estória do Swanny - Swanson - cheio de cicatrizes depois do cativeiro no Afeganistão, - se apaixona por Eden, a nova Missão da KGI. Ela quase foi atingida por um tiro disparado e após uma ameaça anônima, o pai de Eden decide contratar a KGI para protegê-la. Ela logo se apaixona por Swanny mas ele se mostra relutante em aceitar que a "Bela" esteja interessada nele. Estória mais "leve" comparada com as outras da série KGI, com a rápida passagem dos irmãos Kelly e seus bebês. Tem também a presença de Hancock no desenrolar da estória e algumas surpresas, mas nada que Swanny não possa resolver...

Comentário Val: Após a tragédia que ocasionou tantas cicatrizes em seu rosto, corpo e alma,

Swanny não se sente digno de nenhuma mulher. Ele acredita que nunca será amado por que suas cicatrizes amedrontam e despertam pena nas mulheres que se aproximam dele. E apesar de considerá-las feias e amedrontadoras, ele tem a intenção de nunca retirá-las por que são a lembrança do quanto ele foi vulnerável um dia, de como foi uma vítima, e essas cicatrizes cimentam sua determinação de nunca ser vítima novamente. Então, ele se conforma em não tem um amor, não formar uma família. Até conhecer Eden. Ela gira o seu mundo de cabeça para baixo, por que é uma modelo internacionalmente conhecida, considerada uma das mulheres mais lindas do mundo. E Swanny a deseja profundamente, não consegue parar de pensar nela e se sente um idiota por isso, por que tem certeza que ela desprezará seus sentimentos. Mas Eden é uma mulher que valoriza muito mais que as aparências e desde o primeiro momento se encanta com Swanny,

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com seu jeito cuidadoso, com seu corpo forte que tanto a atrai e depois com sua determinação em mantê-la a salvo a qualquer preço.

Eu adorei a maneira como ela se aproxima dele, como derruba suas defesas e principalmente, como o convence que ele é um homem que vale a pena! Que ele é desejável, atraente e lindo para ela. Que é uma pessoa que desperta o desejo, atração e amor, independente de sua aparência. Ela é corajosa, vai atrás daquilo que deseja e deixa Swanny desnorteado. Ele se sente tão surpreso e por fim tão grato por ela querê-lo e demonstrar descaradamente esse sentimento que cai completamente apaixonado.

O livro foi bem leve em comparação aos anteriores devido ao fato de se passar no mundo da moda e beleza. Ele focou em sentimentos, em desejos e anseios que os protagonistas possuíam e que pensavam não se realizariam, Swanny, por sua suposta feiura que o incapacitava a encontrar um amor que o aceitasse do jeito que se tornou, e Eden por sua beleza que a impossibilitava atrair pessoas que a amariam por si mesma. A ação foi breve, deixando muito espaço para a sedução que começa nas primeiras páginas.

Achei o trecho abaixo muito bonito e o coloco aqui, para exemplificar o quanto os sentimentos de Eden são fortes.

“Para ela, ele era único. Ele podia ter dúvidas quanto às razões pelas quais ela o queria, mas ela não tinha absolutamente nenhuma e se fosse a última coisa que fizesse, iria fazê-lo ver a si mesmo do jeito que ela o via. Forte. Afetuoso. Leal. Terno. Tão amoroso e humilde. O homem por trás das cicatrizes. Um sobrevivente."

Capítulo 1

Big Eddie Sinclair estava sentado atrás da mesa de madeira envelhecida em sua casa

grande e vazia, — uma casa que já foi cheia de amor e riso — as retorcidas mãos calejadas

trêmulas.

O suor escorria na testa e corria em regatos finos para baixo das têmporas, traçando uma

linha sobre a pele sulcada, envelhecida e castigada pelo tempo. Suas mãos tremiam tanto que os

papéis que estava segurando caíram, espalhando sobre a mesa, alguns deslizando no chão.

Olhou para cima, seu olhar inconscientemente buscando o revestimento sobre a lareira

que sua esposa insistia em ter instalada no espaço de trabalho. Ela queria que ele nunca sentisse

frio. A ideia de que a mulher gentil de Big Eddie Sinclair estava preocupada que ele fosse ficar com

frio o faria rir fora do quartel. Seus amigos fodões nunca parariam de incomodá-lo por causa disso.

Eddie era um homem superior. Um assassino. Treinado pelo melhor. E, por sua vez, ele

havia treinado os melhores. Mas agora se sentia tão indefeso como um bebê recém-nascido.

Medo, uma emoção que até o dia em que seu primeiro filho nasceu tinha sido completamente

estranha para ele, agarrou-o pelas bolas, congelando suas entranhas. Esfregou o peito, em um

esforço para aliviar o desconforto e fechou os olhos, tentando livrar-se das imagens que a ameaça

invocara.

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Ele viveu a vida sabendo que era invencível. Ele não foi egoísta. Homens que serviam com

os homens a quem ele servia não achavam que eles eram bons. Eles sabiam que eram bons.

E nenhuma dessas capacidades foi capaz de salvar sua preciosa esposa.

Fechou os olhos com mais força contra a picada de lágrimas o traindo. Mesmo anos mais

tarde, o pensamento do amor de sua vida tinha o poder de deixá-lo de joelhos. Uma vida inteira

de arrependimento armazenada nos anos desde que ela morreu, deixando-o com três filhos para

amar, proteger e criar por conta própria. E, por Deus, ele fez exatamente isso. Tinha certeza de

que eles estavam protegidos acima de tudo.

E agora sua preciosa Eden, a única filha, era um alvo. Tudo por causa dele e da vida que ele

levou, pelas escolhas que fez. Os erros que ele fez no passado. Tudo voltava para assombrá-lo.

Ainda o assombravam muito, todas as malditas noites.

Ela era a imagem da mãe, não só na aparência, mas em todos os aspectos. Gentil.

Amorosa. Um coração de ouro. Doce e inocente. Sempre disposta a olhar para o lado bom das

pessoas. Nunca vendo o mal.

Não foi dito em tantas palavras, a ameaça. Mas ele sabia. Seu olhar caiu sobre as fotos

brilhantes da filha, ampliadas. Tiradas em um momento de vulnerabilidade, uma raridade para

Eden porque ele a ensinou a nunca baixar a guarda. Ela podia ter a cara de um anjo e posar para as

câmeras para viver, mas ela tinha a mente de um soldado. Eddie se assegurou disso.

Eu vou tirar de você o que você tirou de mim. Não vou parar até que a dor seja tudo o que

você veja, tudo o que você sente, tudo o que você conhece. Vou tomar todas as coisas que você

ama e, em seguida, você vai morrer. Ela é bonita, não é?

O bilhete, tão simples e ao mesmo tempo tão capaz de mudar sua vida, olhava para ele,

feio e negro.

As fotos de Eden brilhavam em sua visão. Tiradas quando ela pensou que estava fora do

olho da câmera. Nenhuma das roupas glamorosas ou maquiagem. Se não estivesse tão

aterrorizado, ele teria suavizado com a verdadeira Eden. Mais confortável em agasalhos, o cabelo

em um rabo de cavalo, o rosto desprovido de cosméticos. Tão linda que doía olhar para ela,

porque ela o lembrava muito da mãe.

Pegou o telefone, discando o número dela, antes que pensasse melhor. Enquanto tocava,

ele quase desligou, mas Eden chamaria de volta. O que ele poderia dizer a ela?

Ele tinha seguranças ao redor dela. O melhor que o dinheiro podia comprar e ainda assim

sabia que havia ainda melhores lá fora. Não era com ela que ele precisava conversar. Ele precisava

falar com os outros. Pessoas que garantiriam a segurança dela e colocariam a vida dela antes das

deles. Esse tipo de lealdade cega era difícil de encontrar. Não havia muitos homens dispostos a

sacrificar suas vidas por alguém, não importa o que acontecesse.

Os civis não poderiam entender esse tipo de altruísmo. Eles viviam em suas pequenas

bolhas nunca pensando nos milhares de jovens americanos, homens e mulheres, que deram suas

vidas para que o resto da América pudesse existir em voluntariosa e ignorante felicidade.

Ele não precisava de segurança privada. O que ele precisava era de militar.

A voz de Eden veio na linha, logo que ele começou a desconectar.

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— Oi, pai!

A voz alegre bateu em uma parte profunda do seu coração, que nunca deixou de apertar

sempre que ela estava por perto.

— Oi, querida, — disse ele com a voz rouca. — Como você está?

— Eu estou bem. O que está acontecendo?

— Nada, — disse ele às pressas. — Eu só... Eu só queria ouvir a sua voz.

— Está tudo bem? Você está bem, papai?

A preocupação em sua voz sacudiu-o de seus pensamentos sombrios. A última coisa que

queria era ela preocupada e distraída. Se ela estivesse focada em outra coisa — ele — então não

estaria prestando atenção como deveria. Ela cometeu um erro. Escorregou. Permitiu a alguém a

chance de chegar até ela.

— Eu estou bem, menina, — disse, tornando sua voz mais forte. — Eu só queria ver como a

minha menina estava indo.

— Eu estou bem. Acabei uma sessão esta tarde. Se eu nunca vir outro cão inquieto

estúpido em breve vai ser muito bom, — ela resmungou.

Apesar da gravidade da situação, Eddie sorriu. Não. Sua garota não era uma que irritava

cães pequenos. Ela preferia estar rodeada de cães maiores e mais fortes. O dela — bebê — era um

mastiff Inglês1 de bem mais de duzentos quilos.

— King vai ficar chateado quando cheirar esses outros cães em mim, — ela disse com

desgosto. — Vou ter que suborná-lo com guloseimas durante uma semana.

— Você está descansando o suficiente? — Ele perguntou. — Não deixe que o seu agente a

faça trabalhar tanto, Eden.

Ela riu.

— Se alguma coisa, eu o faço trabalha muito. Você sabe disso, pai. Ele está sempre atrás de

mim para desacelerar. E bem, talvez um dia eu desacelere. Mas agora tenho que dar duro,

enquanto ainda estou na demanda. Em um ano ou dois, ninguém vai me querer. Há sempre

alguém mais jovem, mais bonita aparecendo. E você sabe que estou ficando velha para modelo.

Ele revirou os olhos e soltou um grunhido. Isso não fazia muito sentido para ele. Eden tinha

apenas 24 anos e ainda assim falava como se fosse um cavalo de meia-idade prestes a ser

mandado para o pasto. Ela constantemente o lembrava que para uma modelo, ela era velha.

— Oh ei, deixe-me ir, pai. É Ryker chamando agora. Nós não conseguimos falar no telefone

durante todo o dia e tenho que desejar feliz aniversário a ele.

O peito de Eddie apertou com a menção de seu filho do meio. Irmão mais velho de Eden.

Os dois eram muito íntimos. Sempre foram. Eddie não tinha esquecido o aniversário de seu filho.

Mas ele desistiu de ligar, porque sabia que o que ele diria não seria a melhor mensagem de

aniversário do mundo.

1 Mastiff é uma raça canina oriunda do Reino Unido. De origem antiga, vê-se desenhos egípcios com estes caninos datados de 3000 a.C.

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— Falo com você mais tarde, então. Te amo, — Eddie disse roucamente.

— Eu também te amo, papai — ela entoou um pouco antes da linha ficar em silêncio.

Ainda segurando o telefone, ele hesitou apenas um breve momento antes de bater em

uma série aparentemente interminável de números e códigos. Ele tinha jurado nunca envolver

Guy novamente. Não depois do que ele fez para Eddie em nome da vingança depois que a esposa

havia morrido. Não, ela simplesmente não, morreu porra. Ela foi assassinada.

Eddie fechou os olhos em frustração quando, mais uma vez não conseguiu conectar-se a

única pessoa em quem confiava a vida de Eden. Um homem que nunca permitiria que alguém a

machucasse.

— Hancock, — Eddie disse asperamente, limpando a garganta, a fim de deixar mais uma

mensagem. — Sou eu. Big Eddie Sinclair. Preciso de sua ajuda. É Eden. Estou com medo... —

Interrompeu-se, recusando-se a permitir que suas fraquezas fossem exibidas mesmo através de

uma linha segura. — Preciso de sua ajuda. Chame-me assim que pegar essa mensagem.

Terminou a chamada e, em seguida, recostou-se na cadeira, temendo o que tinha que fazer

a seguir. O cansaço e temor o assaltaram. Seus filhos não entenderiam. Como poderiam? Eddie

nunca confiara a eles que a morte da mãe não foi um acidente e que o assassino foi cruelmente

caçado e removido. Embora ele não estivesse presente, sabia sem perguntar que a morte do

assassino da esposa foi lenta e dolorosa. A missão foi profundamente pessoal para Hancock,

também, pelo fato de a esposa de Eddie ser em todos os aspectos, uma mãe de aluguel para o

próprio Hancock.

Agora Eddie tinha que chamá-los. Porque ele teria que pedir a ajuda deles, se iriam cerrar

as fileiras em torno de Eden.

Digitou o número de Raid e esperou, sabendo que seu filho atenderia, a menos que

estivesse fora em uma missão. Dois segundos depois, sua ideia foi confirmada quando o filho

atendeu.

— Ei, pai. Você não deveria estar chamando o verme hoje? É o aniversário dele, não o meu.

— Espere um pouco enquanto eu o coloco em conferência, — Eddie disse em uma voz

baixa, sombria.

Raid ficou em silêncio. Era uma prova de seu treinamento e disciplina que ele não exigisse

saber imediatamente o que estava errado. Um momento depois, Ryker respondeu com um baixo

Olá.

— Filho, Raid está no telefone, também, — Eddie disse a modo de saudação.

— Ah ótimo, dois pelo preço de um, — Ryker disse alegremente. — Acabei de falar ao

telefone com Eden. Agora meu dia está completo.

— O que foi papai? — perguntou Raid, cortando o humor de Ryker.

— Eu preciso que vocês venham, — disse Eddie. — Não posso discutir isso por telefone.

Vou explicar tudo quando chegarem aqui. Preciso que vocês se apressem.

Capítulo 2

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— Sorria! Vamos Eden, dê-me sensualidade. É isso aí. Mais um. Perfeito!

Eden arqueou o pescoço, jogou o cabelo sobre o ombro e mandou o mais ardente olhar

diretamente para a lente da câmera. Seu pescoço doía e ela queria uma pausa, mas ainda havia os

cachorros a enfrentar.

— Ok, terminado. Justin, onde estão os malditos vira-latas? — o fotógrafo gritou.

Naquele momento, dois chihuahuas foram carregados no set enquanto outro assistente

mudava o cenário. Enquanto Justin empurrava um dos cães nos braços dela, o pequeno cão

rosnava para Eden e começava a latir furiosamente.

— Sim, sim, inteiramente mútuo, o sentimento — Eden rosnou de volta. — bola de pelos

estúpido.

— Uh, Eden, eles não tem muito pelo, — Justin disse em sua voz metálica.

Ela revirou os olhos. O cara era tão literal.

— Foi uma expressão, — ela disse inutilmente.

— Bem, que seja, mas seja boa para eles. Precisamos tirar essas fotos e você não pode ficar

carrancuda, nem podem rosnar para você. Você deveria estar rindo. Glamour. Bonita mesmo.

Eden teve de reprimir o grunhido que retumbava em sua garganta. King, seu mastiff, não

perdoaria esta transgressão. Assim que farejasse o cheiro de outros cães nela, ele ficaria de mau

humor por toda a eternidade. Isto é, até que ela quebrasse as barreiras com uma oferta de paz.

Colando seu mais brilhante sorriso, ela abraçou, ou tanto quanto podia, quando o cão era

uma massa balançante de infelicidade, e voltou sua atenção para a câmera.

O fotógrafo batia fotos rápido como fogo, capturando todos os ângulos. Ele esbravejou

comandos para Eden, como se ela fosse o cachorro, e então ela ficou de joelhos e os dois cães se

reuniram em torno dela enquanto ela fingia brincar com eles, seu sorriso brilhante, as bochechas

doendo com o esforço.

Ela tinha um enorme, enorme ensaio fotográfico depois de amanhã e, se não conseguisse

terminar isso hoje, haveria um único dia de folga para conseguir algum tempo de inatividade

muito necessário antes da sessão do comercial de cosméticos Aria.

Tinha sido um golpe enorme conseguir o contrato lucrativo. Iria projetar Eden o suficiente

para que ela pudesse se aposentar, se assim escolhesse, embora planejasse trabalhar mais alguns

anos. Ela estaria na demanda por mais alguns anos na melhor das hipóteses. Havia sempre alguém

mais jovem, mais bonita, mais ávida de subir as fileiras. Embora Eden fosse uma grande estrela

hoje, não havia garantias que amanhã ela não seria a estrela de ontem.

Mas ela planejava diminuir o ritmo um pouco, pelo menos. Já planejara um período de

férias após a conta da Aria ter terminado. Já estava imaginando estar em casa com o pai e seus

irmãos. Talvez os levasse a algum lugar agradável. Para as montanhas. Todos eles amavam lá. Isso

realmente não importava, no entanto. Ela só queria estar em torno de sua família novamente.

Fazia meses desde a última vez que os viu por mais de um dia aqui e ali. Apesar de ter apertado

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sua agenda lotada e ter se privado do descanso tão necessário, ela fizera voos regulares para casa

de vez em quando, quando tinha apenas um dia de folga entre os trabalhos.

— Você está comigo, Eden? — o fotógrafo estalou. — Acredite em mim, querida, todos nós

temos coisas que preferiríamos estar fazendo, mas não deixe-me segurar você. Desse jeito

ficaremos aqui a tarde toda.

Eden lhe lançou um olhar antes de voltar para a tarefa em mãos. Estava cansada até os

ossos e estava pronta para terminar isso para que pudesse dormir cerca de 24 horas antes de voar

para Paris para a sessão da Aria. Tinha que parecer o seu melhor absoluto. Fresca. Descansada.

Espumante com vida.

Por mais meia hora, sofreu com sorrisos intermináveis, ignorando os cães que pareciam

odiá-la e os fez cooperar para a câmera. Em um ponto, Eden deslizou a mão por baixo da barriga

de um dos cães, com a intenção fazer parecer que estavam brincando nariz com nariz. Só que o

cão não estava gostando e afundou seus dentes afiados na mão de Eden.

— Ai! Maldição!

Ela largou o cão e segurou a mão na palma da outra mão, olhando para o cão agressor, que

parecia extremamente satisfeito consigo mesmo.

— Ok, está terminado, — o fotógrafo disse em um tom irritado. — Peça a alguém para

olhar sua mão, maldição. Suas vacinas para tétano estão em dia, Eden?

Ela cerrou os dentes, ainda olhando para o cão presunçoso que ela afirmava estava rindo

dela.

— Estou bem. Não rompeu a pele. — Graças a Deus. As mãos dela estariam

predominantemente em exibição nos próximos comerciais, como estaria o resto de seu corpo. Ela

não precisava de quaisquer manchas ou cortes.

Ainda assim, um dos assistentes correu com um kit de primeiros socorros, estalou e ficou

ao redor de Eden, até que ficou convencido de que o local estava apenas vermelho e

provavelmente iria desaparecer dentro de algumas horas.

Ela ouviu quando ele recitou uma tonelada de instruções sobre como tratá-la, hidratá-la e

cuidar para que sua pele estivesse perfeita para a próxima sessão. Ela deixou de prestar atenção e

olhou para onde David e Micah esperavam nos bastidores.

Eles reconheceram como SOS e empurraram para frente, ladeando-a e pastoreando-a em

direção à saída.

— Graças a Deus, está terminado, — murmurou Eden.

— Oh, eu não sei, — Micah falou lentamente. — Você parecia bonitinha com os pequenos

ratos sem pelos.

Ela lançou-lhe um olhar sujo que garantia retorno.

Os dois homens que seu pai insistira para supervisionar sua segurança pessoal e viajar com

ela em todos os lugares que ela estava, situou-a entre eles, enquanto deixavam o estúdio. Estavam

perto do carro à espera, o motorista foi alertado por David que estavam saindo, quando o mundo

pareceu explodir em torno deles.

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Gritos soaram estridentes nos ouvidos de Eden enquanto ela caía com força, um homem

de noventa quilos em cima dela. Houve gritos roucos, mais gritos e o som de pessoas esbarrando

na calçada. Mais vidro quebrado, janelas do edifício sendo quebradas.

Um carro rugiu, uma barreira entre Eden e tudo o que diabos estava acontecendo... Tiros?

Ela mal registrou que soaram como balas colidindo com concreto e vidro, e estava certamente

familiarizada com como as balas soavam.

Em seguida, se viu arrastada e jogada no banco de trás do carro e, logo depois, o grito

rouco de Micah:

— Vai, vai, vai!

O carro guinchou, queimando os pneus no asfalto enquanto se afastavam da cena.

— O que diabos está acontecendo? — Eden arfou.

Sentia o corpo machucado e se perguntou se estaria raspada e ensanguentada para a

sessão da Aria. Eles não ficariam felizes com todos os atrasos. Estavam em um cronograma de

produção extremamente apertado e pressionando as duas semanas de fotos em apenas alguns

dias.

— Tiroteio. — David disse severamente.

— Mas por quê? — Eden perguntou perplexa. — Isso é loucura! Quer dizer que algum

atirador aleatório apenas começou a disparar contra as pessoas na calçada?

— Se é que foi aleatório... — Micah falou baixo.

Ela virou os olhos arregalados para ele.

— Isso não foi pessoal.

Mas soou mais como uma pergunta do que a declaração que ela pretendia que fosse.

— Eu vou fazer algumas chamadas quando chegarmos ao hotel, — disse David. — Os

policiais vão querer falar com você de qualquer maneira. Eles vão fazer barulho sobre você deixar

a cena, mas não podem culpá-la por querer ficar segura. Mas vão querer questioná-la, uma vez

que somos todos, testemunhas de um crime.

— Mas eu não testemunhei nada, — disse Eden. — Oh Deus, tenho que ligar para o meu

pai. Se isso chegar aos noticiários ele vai pirar!

— Não importa o que você viu. A polícia ainda vai querer questioná-la, — Micah disse, seu

tom calmante.

Seguiram até o hotel e Micah quase carregou Eden para fora, colocando-a firmemente

entre ele e David. Ele passou o pesado casaco em volta dela, apesar do calor do dia, protegendo-a

da vista, embora a visão que provavelmente apresentasse seria uma grande dica para qualquer

paparazzo à espreita.

Na recepção, Micah falou em voz baixa com o funcionário e, em seguida, foi presenteado

com vários cartões-chave. Eden olhou para ele em confusão quando a arrebanhou para o elevador

e apertou o botão para um andar que não era o que ela estava.

— Nós não sabemos o que diabos está acontecendo, mas não vou levar você de volta para

seu quarto de hotel até que esteja limpo, — Micah disse. — Pois agora, você vai ficar em quarto

diferente, em um andar diferente, até que isso tudo esteja resolvido.

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Ela se permitiu ser levada para a grande suíte, idêntica ao que tinha ocupado nas últimas

noites, e depois se jogou em uma das poltronas, com as mãos tremendo tanto que não podia

controlar.

Então, lembrando-se que tinha que ligar para o pai, pegou o telefone. Do outro lado da

sala, David já estava ao telefone, explicando a situação à polícia e que Eden estava em segurança

dentro do hotel. Ela propositadamente esperou David terminar a chamada, querendo ser capaz de

dar a seu pai tanta tranquilidade quanto possível.

Quando finalmente desligou, ele se virou, a expressão tensa.

— Estão enviando dois detetives aqui agora. Foram contundentes ao dizer que não deve ir

a qualquer lugar enquanto isso. E Eden, é provável que vão detê-la ainda mais, enquanto resolvem

essa coisa toda. A imprensa vai pressionar por isso.

Ela fez um som de ugh e, em seguida, olhou para o telefone. Com um suspiro, digitou o

número de seu pai, sabendo que ele ia ter um ataque cardíaco quando lhe dissesse que tinha sido

vítima num tiroteio, aleatório ou como o alvo pretendido. Qualquer opção não seria aceitável para

Eddie Sinclair.

Capítulo 3

Eddie olhou para seus dois filhos, mal-estar agarrando-o pelas bolas. Ele estava suando. Até

suas mãos estavam úmidas. Sua lendária calma sob pressão o havia abandonado.

Ryker e Raid estavam olhando para ele em expectativa, as expressões sombrias e

preocupadas. Raid viera do trabalho, com colete, arma no coldre. O cabelo de Ryker ainda estava

úmido do chuveiro e era óbvio que ele tinha se jogado na primeira coisa que encontrou em sua

pressa para responder a convocação de Eddie.

— O que está acontecendo, papai? — Raid perguntou em voz baixa.

Eddie passou a palma da mão sobre o rosto.

— É uma longa história. Uma que eu preciso lhes contar do começo ao fim para que

possam entender com o que estamos lidando.

Ryker franziu a testa e olhou para o irmão. Sem dúvida, não estavam acostumados a ver o

pai em tal estado de agitação. Eddie nunca tinha sido nada, além de seguro e confiante.

— Sentem-se, — Eddie ordenou, apontando para o sofá.

Seus dois filhos fizeram o que ele mandou e, em seguida, olharam com expectativa para

ele, mas ele não se sentou. Estava muito nervoso, muito destruído pelo que tinha a dizer a seus

meninos. Como poderia olhar qualquer um dos seus filhos nos olhos novamente, uma vez que

soubessem a verdade?

— Você está me preocupando, papai — Ryker disse em um tom sombrio.

Eddie fechou os olhos e, em seguida, passou a mão pelo cabelo irregularmente.

— A morte de sua mãe não foi um acidente, — disse ele.

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Choque registrava nas faces de seus filhos.

— Eu não entendo, — Raid disse, o tom tão sombrio como o de Ryker estivera momentos

antes. — Que porra é essa que você está dizendo, pai? Você acabou de descobrir isso? Como

diabos descobriu, afinal? E se a morte dela não foi um acidente...

— Quem a matou? — Ryker perguntou com voz rouca.

O nó no estômago de Eddie cresceu, apertando dolorosamente.

— É uma longa história, que começa antes de vocês nascerem.

— Estamos ouvindo, — Raid disse firmemente, seus traços desenhados em uma máscara

de dor e confusão. E preocupação.

Eddie finalmente caiu em uma das poltronas em frente ao sofá onde Raid e Ryker sentaram

e ficou olhando friamente para seus filhos.

— Vocês sabem que eu servi nas forças armadas.

Eles assentiram, impaciência latente nos olhos de Ryker. Ele queria que o pai chegasse ao

ponto.

— Eu servi em um grupo de operações especiais, um que não existia oficialmente. Nossas

missões não eram habituais e convencionais. Tomamos missões que se fosse descoberto que os

EUA tinham uma mão nelas, as consequências teriam sido confusas. Uma missão especial nos

custou três anos para ser concluída. Três longos anos de espera aguardando a oportunidade certa.

Raul Sanchez era a nossa missão. Derrubá-lo e desmantelar sua operação. Três anos e dois meses

em nossa operação, e tivemos sorte de conseguir informações de que ele estaria em um

determinado local para uma reunião de família. Aniversário de sua filha. Era um homem tão

escorregadio quanto uma enguia. Militares de mais de um país estavam atrás dele. Nós só

conseguimos alcançá-lo primeiro.

— Montamos vigilância no complexo onde ele iria estar. Tudo correu sem problemas. Mas,

então, o impensável aconteceu. Acreditávamos que sua esposa e filha já haviam partido em um

carro. Esperamos até que elas deixaram o complexo e, em seguida, entramos.

Ele parou, arrependimento e culpa surgindo e bombeando em suas veias como se tivesse

acontecido ontem. Durante anos, ele tinha vivido com o erro. Um erro pelo qual sua esposa

pagou, toda a sua família pagou. E agora parecia que Eden também pagaria, se ele e seus filhos

não impedissem.

— Um tiroteio eclodiu. Nossa entrada não foi limpa. Um guarda teve sorte e se desviou da

patrulha, viu um dos meus homens e tudo desabou. Eu estava liderando o grupo de homens

encarregados de eliminar Sanchez. Nós invadimos o estúdio onde ele estava escondido. Ele tinha

dois homens com ele e atiraram em nós. Não tivemos escolha a não ser revidar e...

Esfregou as mãos sobre o rosto, lágrimas queimando suas pálpebras.

— O que aconteceu? — Raid perguntou em voz baixa.

— A esposa e a filha de Sanchez foram pegas no fogo cruzado. Deus, ela era apenas uma

menina. Segurando a boneca que ela ganhou como presente de aniversário. Havia sangue por

toda parte. Deus, eu ainda posso vê-las em meus sonhos, meus pesadelos.

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— Jesus. Sinto muito, pai. Isso é um grande fardo para carregar por todos esses anos, —

disse Ryker.

— Sanchez e seu filho fugiram, em meio ao caos e meu horror sobre a esposa e filha serem

apanhadas no fogo cruzado. A minha prioridade foi tentar ajuda para elas, e Sanchez e seu filho

escaparam.

— Nós limpamos o melhor que podíamos. Coletamos as informações necessárias para

desmantelar sua operação, e ligamos muitos jogadores-chave ao seu negócio. Ele tinha uma mão

em muitos diferentes potes. Drogas. Tráfico de armas. Deus, ele ainda tinha uma operação

lucrativa de tráfico de seres humanos. Venda de jovens para a escravidão sexual pelo maior lance.

Raid fez um som de desgosto.

— Pensei... — Eddie respirou fundo. — Anos se passaram e pensei que eu iria superar. Eu

me aposentei depois daquele desastre. Simplesmente não podia fazê-lo por mais tempo. Você,

crianças, nasceram e sua mãe e eu estávamos felizes. E, em seguida...

Ele sufocou, emoção atando sua garganta enquanto as lágrimas reuniram-se em seus

olhos.

— Sanchez esperou, passando o tempo, planejando sua vingança. Ele foi responsável pela

morte de sua mãe e não perdeu tempo em informar-me que estava tomando olho por um olho.

Uma esposa por uma mulher.

— Que porra é essa? — Ryker exigiu. — E você nunca nos contou? Simplesmente o deixou

fugir com isso? Matar a nossa mãe?

— Não, — Eddie disse em voz baixa. — Não, eu não deixei. Liguei para Guy.

— Hancock? — Raid perguntou em um tom confuso.

Eddie suspirou.

— Há muita coisa que vocês não sabem sobre Guy. Ele se juntou ao exército, seguindo os

meus passos em mais de uma maneira. Ele pertencia a um grupo que foi enterrado tão

profundamente que de acordo com registros militares, todos foram mortos em ação. Eles já não

existiam. Não deveriam ter qualquer ligação com o mundo exterior. Viviam, respiravam e comiam

as suas missões. Mas ele me manteve no circuito. Ele não deveria, é por isso que eu nunca revelei

para vocês ou Eden. Tudo o que vocês sabiam era que ele estava servindo ao exército em locais

secretos. E é por isso que nunca o viam. Eu tinha notícias dele esporadicamente. Ele nunca me

disse muito, apenas que estava bem de vez em quando. Ele fez muitos inimigos ao longo dos anos

e agora o governo cortou os laços e, provavelmente, tem ordens para eliminá-lo se ele vir à tona.

— Então você o contatou após a morte de mamãe. Por quê? — Ryker perguntou.

— Porque eu queria vingança, — disse Eddie em voz baixa. — Eu queria ir atrás do

bastardo e fazê-lo pagar pelo que ele tirou de mim. Pelo que ele tirou de todos nós.

— Jesus, — Raid suspirou. — E? E você fez? Você o encontrou?

Eddie ficou em silêncio um longo momento antes de finalmente assentir.

— Guy foi atrás dele. Ele não queria me envolver. Eu dei-lhe toda a informação que eu

tinha. Convoquei muitos favores para obter as informações de que precisava.

— Então, ele o matou, — Ryker disse sem rodeios.

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Mais uma vez Eddie assentiu.

— Cristo, pai. E não acha que merecíamos saber tudo isso antes? E por que nos dizer

agora? O que está acontecendo? — Raid exigia.

Eddie empalideceu, de repente se sentindo mais velho. O peso de uma vida inteira de

arrependimento se estabelecia como uma tonelada de tijolos em seus ombros e seu coração.

Ele chegou até a lareira e pegou as fotos e a nota que recebeu. Com as mãos trêmulas,

empurrou-as para os filhos, simplesmente esperando que olhassem e tirassem suas próprias

conclusões.

— Puta merda, — Ryker explodiu. — Eden está sendo ameaçada?

— O filho dele, — Eddie disse em uma voz tensa. — Tem que ser o filho. Nós não fomos

capazes de encontrá-lo. Apenas Raul. Mas o filho iria querer vingança, não só porque ele perdeu a

mãe e a irmã, mas, em seguida, Guy pegou o pai e agora ele está à procura de vingança. Atingindo-

me onde ele sabe que iria me machucar mais. Através de Eden.

— Filho da puta, — Raid xingou. — Que diabos vamos fazer? Onde está Eden agora? O que

vamos fazer? Ela não está segura, mesmo por um minuto. E se ele já a encontrou? E se for atrás

dela enquanto falamos?

— É por isso que eu liguei para vocês virem. Falei com Eden hoje cedo. Ela parecia bem.

Não quero assustá-la. Nem quero que ela saiba de tudo isso. Iria aborrecê-la. Mas temos de cerrar

fileiras em torno dela. Apertar a segurança. O que temos agora não vai parar. Essas pessoas são

cruéis. Eles têm recursos além das nossas imaginações. Ela não está segura. Temos que descobrir

uma maneira de ter certeza de que ela está segura em todos os momentos.

Ryker ficou em silêncio um longo momento, sua expressão pensativa.

— Conheço pessoas que poderiam nos ajudar. É o que eles fazem. Eles são todos ex-

militares. Eu servi com dois dos irmãos. Nathan e Joe Kelly. Eles saíram quando eu saí. Na última

missão que foi tudo para o inferno. Alguns de nós não voltamos. Joe foi ferido, Nathan e outro

companheiro de equipe foram mantidos prisioneiros por meses nas montanhas do Afeganistão.

Mas seus irmãos montaram um grupo de operações especiais. Parte dela é do setor privado, mas

também faz muito trabalho em contrato com o governo. Trabalhos que ninguém pode ou vai

fazer. Recuperação de reféns, resgate, proteção. Você nomeia, eles fazem. E eles são muito bons.

Nathan e Joe trabalham com eles agora assim como Swanny, o outro cara com quem eu servi.

Poderíamos convocá-los. Eles me devem um favor.

— Quão bons? — Perguntou Raid sem rodeios. — Porque bom não é bom o suficiente. Não

quando se trata de manter Eden segura. Precisamos do melhor, porra.

— Vou ligar para eles. Marcar uma reunião imediatamente. Podemos precisar voar para lá,

para que possamos fazer a bola rolar mais rápido, — Ryker disse severamente.

— Você faz isso, — disse Eddie. — Eu não vou perder Eden. Ou vocês. Esses bastardos

tiraram o suficiente desta família.

O telefone tocou, interrompendo a discussão tensa. Eddie olhou para baixo para ver que

era Eden chamando.

— Ei, menina, — ele cumprimentou, acenando com a mão para seus filhos.

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— Papai?

No tremor que ouviu na voz dela, o sangue dele gelou.

— Eden? O que foi? Você está bem? O que aconteceu?

Raid e Ryker imediatamente prestaram atenção, correndo para ficar mais perto para que

pudessem ouvir o que estava ocorrendo.

— Houve um tiroteio, — ela disse, com a voz oscilando precariamente. — Mas eu queria

que você soubesse que estou bem. Não quero que você ouça sobre isso no noticiário e se

preocupe.

— O que quer dizer com houve um tiroteio? — Ele rugiu.

— Eu não sei de nada ainda, papai. Os policiais estão vindo para me questionar. David e

Micah me colocaram no carro e me trouxeram para o hotel. Estamos hospedados em uma suíte

diferente. Micah e David estavam preocupados que isso poderia ser pessoal.

Inferno, Eddie sabia que era pessoal. Filho da puta, mas ele não esperava que começasse

tão cedo. Ele só recebeu a ameaça hoje. Seu sangue gelou nas veias. Mas o momento foi

impecável. Teria o assassino planejado dessa forma? Para Eddie receber a ameaça apenas um

curto período de tempo antes de Eden ser morta?

Raiva impotente agarrou sua garganta, apertando até que mal podia respirar. Raid

arrancou o telefone da mão dele, ignorando o protesto imediato do pai.

— Eden, é Raid. Diga-me onde você está e vamos pegar o primeiro voo que pudermos —

disse ele calmamente.

Houve uma pausa e, em seguida, Raid disse:

— Tudo bem, querida. Fique onde David e Micah a colocaram. Nós estaremos lá assim que

pudermos.

Ele terminou a chamada e entregou a seu pai o telefone de volta, com os olhos quase

pretos de raiva.

— Então, começou.

Eddie pôde apenas acenar, medo e fúria guerreando em sua mente.

— Então vamos dar o fora daqui, — Ryker disse firmemente. — Vou ligar para Nathan e Joe

no caminho e fazê-los nos encontrar lá, se eles puderem fazer isso.

Capítulo 4

— Daryl — Swanny — Swanson ergueu a cabeça quando o telefone tocou na cabana que

dividia com Joe Kelly.

— Ei, você pode atender? — Joe falou do banheiro.

Swanny içou-se do sofá onde estava assistindo ao jogo de beisebol e caminhou para pegar

o telefone sem fio da casa. Era, provavelmente, uma maldita operadora de telemarketing porque

ninguém nunca chamava no telefone fixo. Todo mundo usava telefones celulares.

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— Alô?

— Posso falar com Nathan ou Joe Kelly? É urgente.

A voz masculina soou vagamente familiar, mas Swanny não conseguiu identificá-la. Mas

quem quer que fosse, obviamente, não era alguém que conhecia bem os irmãos ou saberia que

Nathan vivia em sua própria casa com a esposa, Shea.

— Posso dizer-lhe quem está chamando? — Swanny perguntou enquanto se dirigia para o

banheiro.

— É Ryker Sinclair. Servimos juntos. É importante eu falar com um deles imediatamente.

— Sin? — Swanny exclamou. — Ei, amigo, é Swanny. Como diabos você está?

Houve uma pausa e depois Ryker respondeu.

— Swanny? Ouvi dizer que você estava trabalhando com os Kellys, mas não esperava pegá-

lo ao telefone. Cara, estou contente de ouvir sua voz. Como vai? Como Nathan está? Não tive

notícias de vocês desde que todos nós saímos.

— Estamos todos bem. Nathan está casado agora. Mas ei, o que está acontecendo? Você

disse que era urgente. Algo que eu possa ajudar?

Ryker respirava pesadamente sobre o telefone.

— Sim, preciso de sua ajuda. Preciso da ajuda da KGI.

— Espere, deixe-me chamar Joe e vou colocar no viva-voz.

Swanny bateu na porta do banheiro, segurando o telefone de lado.

— Ei, Joe, saia aqui. É Sin. Ryker Sinclair. Ele precisa falar conosco o mais rápido possível.

A porta se abriu e Joe apareceu, uma carranca no rosto.

— Sin?

— Sim, vamos na cozinha para que eu possa colocá-lo em viva-voz. Ele disse que era

urgente e que precisava da ajuda da KGI.

— Merda, — Joe murmurou.

Caminharam de volta para a cozinha e Swanny apertou o botão do alto-falante antes de

recolocar o telefone no receptor.

— Ei, cara, nós dois estamos aqui, — disse Joe. — O que está acontecendo? Como diabos

você está?

— Não muito bem, — Ryker disse severamente. — Tenho um problema. Preciso da ajuda

de vocês. Ajuda da KGI.

— Você sabe que vamos fazer tudo o que pudermos. Dê-me o resumo.

— Eu não tenho tempo para passar tudo por telefone e não tenho todos os detalhes. Nós

estamos a caminho para onde Eden está. Ela está com problemas. É uma história longa e maldita.

Sei que não estou dando muito para seguir, mas preciso de vocês para isso. Vocês podem vir?

As sobrancelhas de Swanny subiram. Eden? Ela era irmã de Ryker. Sua muito quente irmã.

Ryker costumava compartilhar as cartas dela — e fotos — com os caras quando eles estavam

congelando suas bundas nas montanhas afegãs. Ela queimava mais do que um sonho molhado.

Era muito linda. E não de uma forma comprada e paga. Ela era uma beleza natural por completo e

brilhava. Tinha um sorriso de milhões de dólares e suas cartas eram sempre cheias de amor e

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humor. Suas cartas animaram muitos dias de merda quando estavam agachados apenas com as

fotos dela — e suas fantasias — para mantê-los aquecidos.

Ele franziu o cenho. Ela era modelo, se ele se lembrava direito. E estava com problemas?

Os instintos protetores de Swanny rugiram para a vida. Em que tipo de problema ela estaria para

que seu irmão precisasse da ajuda da KGI? Fosse o que fosse, não poderia ser bom.

— Diga-me onde, — Joe disse simplesmente.

Sin salvou o traseiro de Joe empurrando-o para baixo quando sua equipe ficou sob fogo.

Sin tomou uma bala que teria atingido Joe. Swanny sabia que se Sin precisasse de ajuda, Joe não

iria recusar. Não importa o que estivesse envolvido.

— Estamos voando para Boston, agora, — Ryker disse severamente. — Um idiota atirou

nela e estão segurando-a para interrogatório, por isso, papai e Raid e eu iremos lá para que

possamos descobrir o que diabos está acontecendo.

Ele parou um segundo, deixando escapar um suspiro.

— E há mais. Muito mais. Mas não posso passar por telefone. É por isso que preciso de

vocês lá tão rapidamente quanto puderem. Vou explicar tudo quando chegarem lá.

Joe e Swanny trocaram olhares rápidos.

— Vou ligar para a minha equipe e vamos sair assim que eu conseguir todos no jato.

Segure-se, ok? Deixe-me dar-lhe o número do meu celular para que você pode me alcançar.

— Obrigado, cara. Isso significa muito para mim. E para o pai. Vou enviar mensagem com o

hotel.

Joe deu-lhe o número do celular dele e de Swanny, em seguida, rapidamente anotaram o

de Ryker.

— Ok, me dê algumas horas e estaremos a caminho. Tenho que passar isto para meus

irmãos mais velhos, mas nós iremos. Você pode contar com isso, — disse Joe.

Ele desligou e Joe virou a carranca para Swanny.

— Eu me pergunto o que diabos foi tudo isso.

Swanny encolheu os ombros.

— Estou mais curioso para saber o que ele quis dizer quando disse que alguém atirou em

Eden. Será que ele quer dizer que alguém a acertou ou realmente tentou matá-la?

Joe fez uma careta para isso.

— Ela não é uma modelo requisitada?

— Certamente você se lembra das fotos que Sin costumava nos mostrar, — Swanny disse

secamente.

A testa de Joe franziu.

— Não, não realmente.

Swanny revirou os olhos.

— Cara, ela é quente. Muito quente.

As sobrancelhas de Joe arquearam.

— Uau. Ela deve ter feito realmente uma boa impressão sobre você. Eu nunca o ouvi falar

sobre garotas, quentes ou não.

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Swanny passou a mão sobre a cicatriz irregular que corria o comprimento do rosto.

— Não há muito que falar, — ele murmurou. — Elas não estão exatamente fazendo fila

para ficar comigo.

Joe fez uma careta.

— Sinto muito, cara. Má escolha de palavras.

Swanny encolheu os ombros.

— Você quer que eu chame Skylar e Edge? Dirigi-los nessa direção? Vou deixar você

enfrentar seus irmãos. Eles vão querer uma reunião no quartel general. Eles não vão

simplesmente nos liberar com base em um telefonema dizendo que precisamos de um jato, e oh,

a propósito, nós estamos levando a equipe, mas não sei por que ainda.

— Espertalhão, — Joe murmurou. — Mas sim, você está certo. Você chama Sky e Edge.

Vou ligar para Nathan e Sam, e vamos nos encontrar no complexo.

Swanny puxou o telefone do bolso e virou-se para começar a fazer suas chamadas. Se

tivesse sorte, ambos estariam em casa, uma vez que viviam juntos em uma casa perto do

complexo de modo que ele só teria que fazer uma chamada.

— Edge, — Swanny cumprimentou. — Ei, cara, Sky está com você?

— Sim, ela está aqui, — Edge respondeu. — O que está acontecendo?

— Fomos chamados. Situação carregar e partir. Não faço ideia de quanto tempo, faça as

malas de acordo. Encontrem-me na sala de guerra, logo que puderem chegar lá.

— Mais tarde, — Edge disse, e desligou.

Swanny sorriu. Detalhado como nunca. Edge não disse muita coisa, mas as pessoas

tendiam a prestar atenção quando ele dizia. Mas, então, ele era um cara grande. A maioria das

pessoas tinha receio em torno dele. Swanny se perguntava muitas vezes como ele e Skylar

decidiram conviver juntos.

Skylar era alegre, extrovertida e falante. Edge era quieto e nunca instigou conversa.

Swanny poderia imaginar Skylar deixando o grande homem insano dentro de uma semana de

convivência. Mas estavam na mesma casa por meses agora e tudo parecia estar indo bem.

Joe ainda estava no telefone com um de seus irmãos, de modo que Swanny se dirigiu para

seu quarto para arrumar o equipamento. Tinha armas a verificar, embora sempre fosse meticuloso

sobre seu equipamento e o mantivesse pronto para sair em todos os momentos. Não era

incomum obter um chamado que necessitava deles carregados e partir.

Só mais um dia de trabalho.

Só que este trabalho envolvia uma mulher muito bonita, e isso o irritava muito, que alguém

atirou nela, figurativo ou não. Pelo que ele observou nas cartas para o irmão dela e as histórias de

Ryker sobre ela, ela tinha um coração enorme e era completamente pé no chão, apesar de sua

vida glamorosa como modelo.

Uma imagem passou em sua mente. A revista que Ryker orgulhosamente exibira na última

missão, aquela que efetivamente encerrara a carreira de Swanny no exército, tinha o rosto de

Eden na capa. Ela foi escolhida como a mulher mais bonita do mundo, e Swanny podia ver o

porquê. Ela era tão linda que fez suas bolas doerem.

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Longos e fluídos cabelos loiros. Não era o tipo engarrafado. Olhos um tom incomum de

água-marinha que brilhava intensamente contra a pele beijada pelo sol. E o sorriso. Cara! Não um

sorriso falso, mas um verdadeiro sorriso vindo do coração. Seus olhos brilhavam com o riso. Ela

não tinha feito uma dessas graves poses sensuais. Havia uma pitada de malícia brilhando nos olhos

de oceano. O tipo que dizia a um homem que ele estava de mãos cheias com ela.

E aqueles lábios. Cheios, sedutores. Apenas a quantidade certa de enchimento e formavam

um arco perfeito. Sem batom, apenas um toque de gloss brilhante. Aliás, enquanto ele ganhava

uma imagem mais firme do que a imagem em sua mente, se lembrou de que ela não usava

maquiagem, ou se usava, era o tipo que fez com que parecesse que não usava nenhuma. Ela tinha

um olhar natural, de garota toda americana. A menina ao lado, só que dez vezes mais quente. Os

homens só podiam sonhar que sua vizinha da casa ao lado fosse tão linda quanto ela.

Sacudiu-se de seus pensamentos retrógrados e escondeu roupas em uma mochila, fez um

inventário rápido de suas facas e as granadas que sempre tinha com ele e, em seguida, se

certificou de que tinha munição suficiente para as duas pistolas que carregava.

Estava agindo como um maldito adolescente com uma queda pela líder de torcida. Sim, ele

teve sua cota de fantasias nas longas noites de frio, com apenas os devaneios para ocupar seus

pensamentos. Eden não daria a um homem como ele uma segunda olhada. Ou talvez desse, mas

seria porque ela estaria dando uma dupla olhada na cicatriz horrível que marcava seu rosto. Esse

pensamento efetivamente colocou um amortecedor sobre sua imaginação e ele voltou para a

tarefa em mãos.

Prendeu o coldre do tornozelo antes de deslizar a Sig2 menor no lugar e, em seguida,

colocar no coldre de ombro3e prender a Glock4 maior. Pegou a mochila carregando suas roupas e

estojo contendo a munição e, então, cuidadosamente prendeu as correias dos dois rifles de alta

potência nos ombros. Um deles era uma semiautomática, o outro a .3085 com mira de alta

potência que usava para tiros mais precisos. Qualquer outra coisa que precisasse estaria no avião

no armário de armas.

Não tinha certeza de que tipo de problemas Eden Sinclair estava, mas Ryker parecia

preocupado, e poucas coisas preocupavam a família Sinclair. O pai era um fodão com todas as

letras. Raid, o mais velho, era um policial experiente e Ryker trabalhou na segurança privada, uma

versão menor e menos militar que a KGI. Todos os seus postos de trabalho eram abertos e

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honestos. Principalmente a segurança pessoal, o que tornava estranho que ele buscasse a ajuda

da KGI para o problema em que a irmã estava. Swanny teria pensado que se ela estava em algum

tipo de problema, a família iria cerrar fileiras em torno dela e lidar com isso por conta própria. Eles

eram privados desse jeito. O que só reafirmava sua crença de que a situação era terrível. A

indefinição de Ryker no telefone incomodava Swanny. Ele tinha um mau pressentimento sobre a

coisa toda. Mas não havia nada a fazer até que chegassem lá e ouvissem em primeira mão o que

estava acontecendo.

Correu de volta para a sala para ver Joe encher as mochilas com roupas e seu próprio

arsenal pessoal, que era semelhante ao de Swanny. Todos tinham suas preferências pessoais

quando se tratava de armas, mas todos aderiram ao lema que muito era suficiente, mas mais era

ainda melhor.

Se o apocalipse zumbi acontecesse, estavam definitivamente preparados. O complexo KGI

poderia suportar uma porra de guerra. O grande número de coisas legais e ilegais que estava

abrigado por trás das paredes do complexo chocaria o cidadão médio. Swanny tinha seu próprio

estoque de C-4 e granadas suficientes para repelir um pequeno exército.

Durante seu cativeiro, jurou nunca mais sentir aquele tipo de desamparo e medo. Ele

aceitou a inevitabilidade de sua própria morte. Ele até a abraçou. Em suas horas mais sombrias,

orou por ela. Isso o envergonhava agora, mas na época, a morte era a liberdade definitiva. Escapar

de sua realidade sombria.

Agradecia a Deus por Shea, atual esposa de Nathan, que inexplicavelmente estendera a

mão para ele através de milhares de quilômetros, falando com ele em sua mente. Ajudou-o e a

Swanny a escapar de seus captores e da morte certa. E Grace. A irmã de Shea. Deus, ela curou-o.

Ela realmente o curou dos ferimentos que teriam retardado a fuga dele e de Nathan. Ele implorou

a Nathan para deixá-lo. Para salvar a si mesmo. E, ao invés disso, Nathan, com Shea e a ajuda de

Grace, o curaram. Tornou possível para ele persistir, e conseguiram sair daquelas montanhas,

vivos. Não ilesos. Mas vivos, no entanto.

Distraidamente tocou a cicatriz em seu rosto. Uma lembrança de seu tempo em cativeiro.

A certeza de que nunca iria esquecer aqueles dias intermináveis de tortura e fome. Elas marcavam

a ele e Nathan. Ambos ainda tinham as cicatrizes do cativeiro, mas as de Swanny eram mais

visíveis. Seu rosto foi cortado e no momento em que foi resgatado e hospitalizado, havia pouco

que um cirurgião poderia fazer, e não era vaidoso o suficiente para fazer cirurgia plástica.

Não, ele usava essa cicatriz como um lembrete de que tinha sobrevivido.

Sua vida sexual certamente tinha sofrido como resultado, mas o sexo não era uma de suas

prioridades. Não desde voltar para casa vivo. Atirou-se no seu trabalho. Sua nova família. Balançou

a cabeça. Ele não tinha família. Não até Nathan. Os Kellys e a KGI o abraçaram. Marlene Kelly, a

matriarca do clã Kelly, o adotou como um dos seus, e o tratava como se ele fosse um de seus

muitos filhos.

Frank e Marlene Kelly tiveram seis filhos, mas Marlene adotara outros em seu rebanho.

Rusty Kelly, a adolescente mal-humorada que havia invadido sua casa, mas agora estava prestes a

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se formar na faculdade, uma jovem bela e vibrante que tinha o mundo a seus pés. Swanny não

tinha dúvidas de que ela um dia governaria o mundo.

E havia Sean Cameron, um vice xerife em Stewart County. Também adotado na família

Kelly e tratado muito parecido como todas as outras crianças de Marlene e Frank. Era

incompreensível a medida de generosidade dos Kellys.

A família tinha crescido e expandido. Joe era o único Kelly solteiro, e ele definitivamente

ouvia Marlene falar sobre isso regularmente. Havia netos em grande quantidade e mais a

caminho.

E aqui, no meio de tudo isso estava Swanny. Ele vinha de uma existência solitária, com

apenas os homens que serviram como com seus irmãos. E agora tinha toda a família Kelly, mais os

membros da equipe KGI. Todos em sua volta. Prontos para ir para a parede por ele. Isso o

confundia, essa lealdade incondicional.

Rastejara de volta para a pequena casa que tinha herdado de seus pais depois que ele e

Nathan receberam alta do hospital. Mas ele estava inquieto e... Solitário. Seu encontro com a

morte, de frente com sua mortalidade e, em seguida, a sua cura milagrosa o trouxeram para o

Tennessee, em busca de respostas de Nathan sobre o que acontecera naquelas montanhas antes

de serem resgatados.

E ele ficou, adotado pela primeira vez instantaneamente por Marlene Kelly e, em seguida,

lhe ofereceram uma posição na KGI. Juntou-se a nova equipe chefiada por Nathan e Joe e logo

depois por Edge e Skylar. Eles eram sua família agora. E ter família, pessoas que o aceitavam,

parecia... Bom.

Quando serviu no exército, ele tinha um propósito. Sua vida tinha sido consumida com a

necessidade de proteger e servir. Depois dos ferimentos e dispensa, não sabia mais o que fazer.

Não havia nada para ele do lado de fora. Nunca ficaria feliz com um trabalho de escritório das

nove as cinco ou ingressar na corrida de ratos como um civil. A KGI tinha lhe dado um propósito

novamente.

A KGI ajudava as pessoas. Eles protegiam os inocentes e os fracos. Ajudavam a derrubar os

idiotas no mundo, aqueles que caçavam os inocentes. Agora, quando acordava pela manhã, ele se

sentia vivo. Como se tivesse um futuro. A KGI lhe deu isso, e ele seria eternamente grato a eles por

isso.

Resignou-se a nunca se estabelecer, ter uma família, as coisas que a maioria das pessoas

tinha como certo, mesmo que elas não estivessem com pressa. Estava cercado por apenas essas

coisas. Cada um dos irmãos Kelly, com a exceção de Joe, encontrara sua alma gêmea. Mesmo os

líderes de equipe, Rio e Steele, estabeleceram-se em domesticidade com uma facilidade que ainda

divertia e confundia os homens e mulheres que trabalharam sob seu comando. Inferno, mesmo

Cole e PJ, dois dos membros da equipe de Steele, se casaram e estavam vivendo em felicidade

conjugal, embora ele imaginasse o deles como um arranjo interessante desde que PJ poderia

arrebentar com o melhor deles. Era ela, certamente que mantinha Cole na ponta dos pés.

Mas isso não era para ele, e ele aceitou, assim como aceitara todo o resto. Com paz e

compreensão. Ele não só tinha cicatrizes no lado de fora. Estava irremediavelmente marcado —

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mudado — por dentro. Não tinha certeza de como Nathan estava lidando com as memórias. Tinha

certeza de que Nathan ainda tinha seu quinhão de noites sem dormir, mas ele tinha Shea para

ajudá-lo, para se apoiar quando o passado elevava sua cabeça feia. Mas Swanny ainda sofria

pesadelos. Flashbacks do cativeiro. Ainda acordava em um suor frio, temendo por um momento

que estava de volta naquele inferno. Acorrentado em uma caverna esperando o momento em que

chegariam até ele. Para esculpi-lo, vencê-lo e interrogá-lo.

Eles não foram capazes de quebrá-lo. Orgulhava-se disso. Ele e Nathan haviam resistido a

tudo o que os seus captores dispensaram e nunca quebraram. Porque no final, isso era tudo que

lhes restara. O orgulho e a determinação de não deixar que esses canalhas ganhassem.

Ele tinha uma boa vida agora. Não, nunca teria uma esposa ou filhos, e estava bem com

isso na maioria dos dias. De vez em quando, quando todos os Kellys ficavam juntos e ele era

cercado por tanto amor, as esposas e os filhos Kelly, era instigado com um forte anseio, mas há

muito tempo descobrira que não adiantava insistir naquilo que nunca seria.

A maioria das mulheres não conseguia sequer olhar para ele sem medo, nojo ou piedade.

Piedade era o pior. Ele preferia medo e ódio a pena. Apesar de que doía que uma mulher o

temesse apenas por causa de sua aparência. Ele cortaria o braço direito antes de ferir uma mulher.

Deixava-o doente só de pensar nisso. Tinha visto violência suficiente em sua vida para saber que

nunca faria parte dela contra uma mulher. Exceto quando se tratava de derrubar imbecis que

mereciam o que ia acontecer com eles.

Ele era um assassino e não tinha nenhum escrúpulo em fazer justiça onde era merecido.

Contanto que pudesse olhar para si mesmo no espelho todas as manhãs com a consciência limpa,

poderia continuar a fazer o trabalho exigido dele como um membro da KGI.

— Você está pronto? — Joe gritou, sacudindo Swanny de seus pensamentos.

— Sim. Tudo embalado. Você chamou Nathan e Sam?

Joe assentiu.

— Nathan está a caminho e Sam está chamando Garrett, Ethan e Van para nos encontrar

lá. Eu disse a ele que não havia necessidade de chamar Steele ou Rio. Esta é a nossa missão. Sin é

nosso amigo e não vou deixar ninguém liderar nesta missão.

— Concordo — disse Swanny. — Não sei em que tipo de problemas Eden está, mas se Sin

está preocupado, então deve ser sério.

Joe assentiu.

— Vamos pegar a estrada. Nathan pode nos levar, por isso não há necessidade e não temos

tempo para chamar um dos outros pilotos.

Swanny sorriu.

— Mais ou menos agradável, agora que temos uma pista de pouso no complexo. Aquela

viagem para o Condado de Henry era um pé no saco. Para não falar que faz um inferno de um

tempo de resposta mais rápido quando somos chamados para uma missão.

Joe pendurou uma das mochilas sobre o ombro e depois se inclinou para prender as

correias dos dois rifles nos ombros. Levaram os equipamentos para a caminhonete de Joe e

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cuidadosamente colocaram na cabine antes de correrem alguns quilômetros ao longo do lago para

o complexo.

Capítulo 5

Quando Joe e Swanny chegaram ao complexo, Nathan, Sam, Garrett e Ethan já estavam lá.

Swanny caminhou dentro da sala de guerra e colocou o equipamento no chão ao lado da porta.

Quando olhou para os outros, teve que reprimir um sorriso de diversão, provavelmente, teria o

seu traseiro chutado se notassem.

Sam e Garrett estavam segurando seus bebês. Bem, não tão novos. Tinham poucos meses

de idade agora, mas de acordo com Joe, ambos estavam no inferno da dentição e estavam dando

aos pais muitas noites sem dormir. Swanny só podia adivinhar que os pais estavam dando as suas

esposas um fôlego e transportaram as crianças para a reunião improvisada.

— Os diabinhos dos dentes mantiveram vocês acordados à noite? — Joe perguntou com

um sorriso que ele não disfarçava.

Sam e Garrett atiraram olhares descontentes e Garrett fez um rápido shhhh e acenou com

a mão livre para acalmar os outros.

— Acabei de fazê-la dormir, — Garrett sussurrou. — Ela não dormiu a maldita noite inteira!

Ethan riu, o que lhe rendeu outro olhar de Garrett.

— Bem-vindo à paternidade, — Ethan disse em um sussurro alto. — Fico feliz em dizer que

já passamos esse estágio com os gêmeos. Eles estão dormindo durante a noite completa agora.

Mason está quase treinado com o pinico! Nada mal para um bebê de quase dois anos.

A nota orgulhosa não passou despercebida pelos outros. Sam revirou os olhos e fez um

gesto rude com a mão livre.

— Se apenas suas esposas pudessem ver e ouvir todos os palavrões e gestos que vocês

estão fazendo, — Nathan falou devagar. — Sarah não ficaria feliz em ouvir o seu xingamento perto

de Kelsey.

— Foda-se, — Garrett disse em voz baixa.

Sam girou seu filho nas mãos e, em seguida, empurrou-o em direção a Ethan.

— Aqui. Já que você é tão apto nisso agora, você pode segurar Grant enquanto conduzo

esta reunião.

Ethan contente tomou a criança e imediatamente começou a arrulhar murmúrios ao bebê.

Joe, Nathan e Swanny trocaram girar de olhos desde que eram os únicos sem filhos.

Nathan e Shea não tinham pressa para adicionar à pilha crescente de crianças Kellys acumulando,

e Joe e Swanny não mostravam nenhum sinal de se estabelecer em breve.

Ainda assim, Swanny não pôde evitar o surto de inveja enquanto inspecionava a sala de

guerreiros corpulentos, todos fazendo idiotices de si mesmos sobre seus descendentes. Era difícil

imaginar esses homens como os últimos fodões quando estavam falando de dentição, bebês e

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treinamento de pinico. E ainda assim executavam uma operação apertada. Eles eram os melhores.

E empregavam o melhor.

Swanny não tinha falsa modéstia quando se tratava de suas habilidades e capacidades. Ele

era bom antes de vir para a KGI, mas a KGI o tornou melhor. Estava em sua melhor forma, ou pelo

menos estava chegando lá. Era uma mera concha de si mesmo quando retornou do Afeganistão

depois de meses de prisão, fome e tortura.

Mas com a ajuda de bons amigos, a família Kelly, a organização KGI como um todo, ele iria

colocar os pedaços juntos novamente. Pelo menos, os aspectos físicos. Não tinha certeza de que

ele seria o mesmo mentalmente. Ainda tinha pesadelos. Ou terrores noturnos, já que os sonhos

que ele tinha não eram provavelmente considerados pesadelos normais.

A maioria das pessoas não tinha pesadelos envolvendo ser retalhado com uma faca,

despojado de suas roupas e sendo mantido e tratado como um animal. Inferno, a maioria dos

animais era oferecida um tratamento melhor do que ele recebeu nas mãos de seus captores.

Um dia iria fazer as pazes com tudo isso. Ele esperava. E no final, isso era tudo que podia

fazer. Manter a esperança de que seu passado não governaria para sempre ou mancharia seu

futuro. Talvez convivesse com seus demônios para sempre. Mas pelo menos estava se tornando

mais hábil em sobreviver a eles.

Mas não queria sobreviver à vida. Queria vivê-la. Ele morreria antes mesmo de se tornar

uma vítima novamente. Nunca mais seria despojado de sua humanidade, sua própria alma.

Quando pensou muitas vezes durante o cativeiro o quanto quisera desistir, tinha desistido, isso o

envergonhava. Nathan foi mais forte do que Swanny, fato que ainda o incomodava depois de

tantos meses. Mas nunca mais. Nada e ninguém jamais iriam derrubá-lo novamente. Foi uma

promessa que fizera no momento em seu socorro tornara-se realidade e não apenas um sonho

aparentemente impossível.

A porta da sala de guerra abriu e Donovan caminhou sem pressa, com um sorriso no rosto.

Como o mais novo irmão a se casar, ele estava de bom humor perpétuo. Apesar de Eve, sua

esposa, não ter engravidado, ela tinha dois irmãos mais jovens que viviam com ela e Van. Travis

tinha dezesseis anos e estava matriculado no ensino médio local, enquanto Cammie, a preciosa

irmã de Eva, estava agora com cinco anos de idade e iria para o jardim de infância, no outono, com

Charlotte, filha mais velha de Sam.

Donovan levantou uma sobrancelha quando viu os bebês que Ethan e Garrett estavam

segurando.

— Dentição ainda?

— Seu dia está chegando, irmãozinho, — Sam avisou. — E não pense que você vai ter um

pingo de simpatia do resto de nós, quando você e Eva tiverem filhos.

Donovan sorriu.

— Estou esperando ansioso por esse dia. O tipo de merda sobre a qual vocês gemem e

reclamam, eu não posso esperar. Mas nós vamos esperar um pouco. Eve ainda é jovem e esteve

cuidando de seu irmão e irmã por um longo tempo. Não quero impor a ela essa responsabilidade

por um tempo. Nós dois queremos filhos. Muitos. Mas temos muito tempo e eu a quero, Cammie

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e Travis para mim por um tempo antes de aumentar família. Não quero que Cammie ou Travis

achem que eles vêm em segundo lugar a qualquer criança que Eve e eu tivermos, juntos.

Joe fez um som de impaciência.

— Não é que eu não ame toda a domesticidade que escorre das paredes, mas temos uma

missão para nos concentrar. Podemos seguir?

— Falou como um homem livre, — Ethan falou devagar.

Swanny também estava ficando impaciente. O telefonema de Sin ainda estava pesando

fortemente em sua mente, e como Joe, ele estava pronto para se mover sobre isso.

A porta se abriu novamente e Edge e Skylar entraram, parecendo focados e prontos.

— Ok, todo mundo está aqui, — disse Joe. — Vamos começar.

— Vão nos dizer o que está acontecendo, ou vocês vão apenas fugir com um jato e

decolar? — Sam perguntou secamente, sutilmente lembrando-os que, embora esta fosse uma

organização familiar, ele ainda estava no comando. Ou melhor, ele compartilhava o duplo

comando com Garrett e Donovan, mas na maior parte, Sam comandava o show, embora ele

incluísse seus irmãos em todo o processo decisório. Ethan estava entrando progressivamente, mas

ele tinha muito terreno para compensar, tendo apenas se juntado à KGI quando sua esposa,

Rachel, foi resgatada alguns anos antes.

Edge e Skylar moveram-se para a mesa de planejamento onde os outros estavam reunidos,

mas não antes de Skylar parar para arrulhar para Grant, que ainda estava nos braços de Ethan.

— Aqui, entregue o rapaz de volta para Sam, para que possamos começar a planejar, —

Ethan disse, entregando o bebê a Skylar. — Eu acho que é hora de uma mudança de fralda e eu

paguei minhas dívidas nesse departamento.

Houve olhares simultâneos de diversão, dos homens que tiveram filhos, e algo parecido

com horror dos homens que não tiveram.

Skylar não parecia nada incomodada com a perspectiva de uma fralda suja. Ela estendeu a

mão para pegá-lo de Ethan e balançou-o suavemente em seus braços antes de finalmente passar

de volta para Sam.

— Ele é adorável, Sam. E se parece muito com você! É estranho olhar para os seus filhos,

porque Charlotte é uma réplica exata de Sophie, e Grant se parece exatamente com você, —

Skylar meditou. — Vocês conseguiram uma completa miniatura!

— Pobre criança, — Nathan murmurou.

— Olá? Hora da missão? — Joe disse, exasperado.

Garrett moveu Kelsey cuidadosamente em seus braços como se ela fosse uma bomba

prestes a explodir. Ele ficou tenso e olhou para ela, a tensão evidente na testa. Swanny viu a

evidência de muitas noites sem dormir recentes no rosto do grande homem, o viu visivelmente

suspirar de alívio quando sua filha se contorceu uma vez e depois se acomodou para dormir,

aninhada nos braços do pai. Mas havia também muito amor e adoração nos olhos do grande

homem que Swanny teria que ser cego ou completamente alheio para não notar.

Aquela menina tinha trazido Garrett de joelhos, e continuaria a fazê-lo pelo resto de sua

vida. Uma coisa era certa, porém, e isso era verdade para todas as crianças Kelly. Não havia uma

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criança no mundo que estaria mais protegida e vigiada do que aqueles bebês. Swanny tinha pena

do pobre tolo que tentasse namorar as filhas Kelly. Ter encontros na varanda da frente vigiado por

um pai super protetor ranzinza? Swanny pagaria para ver isso.

— Então o que temos aqui? — Garrett perguntou em voz baixa. — Vocês não nos deram

muito para seguir.

Joe olhou para Nathan.

— Ryker Sinclair chamou. Disse que a irmã dele estava em apuros. Ele não quis entrar em

detalhes. Disse que alguém deu um tiro nela, mas não tenho ideia do que isso significa

exatamente.

Nathan franziu a testa.

— A irmã dele não é uma supermodelo, ou algo assim? Ele costumava nos mostrar fotos

dela. Ela foi escolhida como a mulher mais bonita do mundo por uma revista alguns anos atrás. Ele

mostrou para nós quando estávamos em nossa última missão.

— Sim, é ela, — Swanny forneceu.

Só a menção daquela capa de revista, cabelos loiros sedosos fluindo como se fossem em

uma brisa suave, os olhos brilhando e um sorriso megawatt, trouxe de volta a primeira vez que ele

viu a foto dela. Sentia-se como um idiota por ter quase uma reação idêntica apenas pela memória.

— Então, você conhece este Ryker Sinclair? — Perguntou Donovan.

Joe assentiu, assim como Nathan e Swanny.

— Nós servimos com ele, — explicou Nathan.

— Ele salvou meu traseiro, — Joe interrompeu. — Me empurrou para baixo e tomou a bala

destinada a mim. Eu devo a ele.

— Todos nós devemos a ele, então, — Sam disse simplesmente.

E assim era Sam. A seus olhos, a dívida de um de seus irmãos era uma dívida que toda a

família assumia. Estendendo-se ao resto da KGI também.

— Ele não entrou em muitos detalhes, — Joe continuou. — Mas parecia preocupado, e se

ele está preocupado, então devemos estar também. Seu pai serviu e o irmão mais velho é um

policial. Provavelmente contrataram uma empresa de segurança para proteger Eden, porque não

posso imaginar Big Eddie deixando a segurança de sua filha ao acaso. Assim, o fato de nos

chamarem me diz que isso é algo grande. Sin me disse que Eden se escondeu em um hotel e eles

estão voando imediatamente para chegar até ela. Ele disse que ia estar em contato assim que

soubesse onde precisávamos encontrá-los, mas pediu que fôssemos nessa direção.

Sam prendeu Joe com seu olhar.

— Você vai me informar o momento em que tiver mais informações, e se for algo que sua

equipe não pode lidar por conta própria, não seja teimoso. Chame-me para apoio, e eu posso ter a

equipe de Steele ou de Rio no ar dentro de algumas horas.

— Vocês estão dentro? — Joe perguntou, virando-se para olhar para Edge e Skylar.

— Claro que sim, — Skylar disse em um tom que sugeria que a pergunta de Joe a irritou. —

Nós somos parte desta equipe. Se você vai, estamos indo.

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Edge sorriu, a ação apagando as linhas duras do seu rosto e acendendo as sombras

taciturnas em seus olhos.

— Não poderia ter dito melhor do que Sky.

— Tudo bem, então, voem e gritem quando aterrissarem e conseguirem um melhor

controle sobre a situação, — disse Donovan.

— Vou avisar Steele e tê-lo em modo de espera, — Garrett disse em voz baixa, embora

ainda estivesse olhando para a filha como se tivesse medo de qualquer barulho fosse acordá-la.

Ele fez uma careta, obviamente vendo algo que não gostou.

Então, um gemido soou e um olhar de pânico entrou nos olhos de Garrett. Ele soltou um

suspiro cansado. Swanny quase podia convocar simpatia, mas como se sentir triste por um cara

que tinha o mundo a seus pés? Uma mulher linda, amorosa. Uma filha recém-nascida. A promessa

de futuros filhos. Um futuro que ele não enfrentaria sozinho. Não, Swanny não sentia pena dele.

Percebeu que o vacilo interno era... Inveja. Era assim que Donovan tinha se sentido antes de Eve

entrar em sua vida, quando seus irmãos foram caindo um a um? Forjando seu próprio caminho

separado. Ainda firmemente arraigados na dobra da família Kelly mas abrindo seu caminho por

conta própria também. Ramificando-se, apesar de todos os caminhos levarem de volta para o

mesmo lugar. Lar. Lago Kentucky.

— Merda. Eu deveria voltar para casa. Ela provavelmente vai precisar de cuidados. Eu

estava esperando dar mais tempo de cochilo a Sarah, — Garrett disse com uma careta.

Sem esperar por uma resposta, Garrett apenas correu para a saída, o riso em seu rastro.

Ele só fez uma pausa para levantar a mão direita e estender o dedo médio antes de desaparecer

da sala de guerra.

— Estou falando sério, — Sam disse em um tom austero, voltando a atenção de todos para

ele. — Se isso for algo que vocês achem que precisam de apoio, me chame imediatamente.

Garrett e eu estamos fora de ação por curto prazo, mas Van e Ethan, bem como as outras duas

equipes podem partir para ajuda-los. Vou colocá-los em alerta para o caso de precisar deles.

— Conseguiremos irmão, — Nathan disse secamente. — Somos meninos grandes agora. É

hora de desapegar e soltar-nos no mundo.

— Babaca, — Sam murmurou. — É o meu trabalho me preocupar com todos vocês. Sou o

mais velho, de modo que cai na descrição do meu trabalho.

— Contanto que você não pretenda ser o cérebro desta operação, — Donovan falou

devagar. — Esse é o meu título. Super gênio, lembra-se?

Os outros reviraram os olhos, mas, em seguida, Joe pegou sua mochila e fez um gesto para

os outros.

— Vamos pegar a estrada. Estamos perdendo tempo. Sam, o jato está abastecido e

pronto? — Perguntou Joe.

Sam assentiu.

Joe deu um tapa no ombro de Nathan.

— Tudo bem, irmãozinho. Você pilotará o jato.

— Com permissão desta vez, — Sam disse secamente.

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— Vocês nunca vão me deixar esquecer aquela vez que roubei o jato da empresa, não é? —

Nathan perguntou, exasperado.

— Foi uma causa justa, — Swanny disse sabiamente.

Nathan tinha pilotado um jato KGI e saiu de casa como um morcego fora do inferno, mas

ele voltou com Shea. Com um novo sopro de vida. Swanny podia ver a diferença de Nathan. Ele

percorreu um longo caminho desde o homem que foi resgatado do mesmo inferno que Swanny

sofreu. Swanny não tinha dúvida de que Nathan ainda lidava com seu passado, mas havia uma paz

sobre ele que era evidente. Ele era... Feliz. Contente. Não era isso que todos queriam no final?

Donovan sorriu.

— Verdade, mas isso não significa que não vamos incomodá-lo sobre isso sempre que

tivermos a chance.

— Canalhas, — Nathan resmungou.

Skylar e Edge pegaram as mochilas e se dirigiam para a porta. Swanny abaixou-se para

recuperar sua mochila enquanto Nathan e Joe invadiam o arsenal KGI em uma sala ao lado da área

de treinamento principal.

Caminharam rapidamente na direção do hangar. Era uma boa distância da sala de guerra,

mas no momento em que empurravam todos os equipamentos em vários SUVs e dirigiam até o

aeroporto, eles já estariam lá apenas arrastando-se.

Apesar de pequena, Skylar mantinha o passo com os homens muito mais altos e sequer

parecia sem fôlego. Ela se mantinha em forma impecável. Uma coisa Swanny notou desde o

primeiro dia da sua adesão à nova equipe era que ela não guardava mágoas, nem parecia que

tinha algo a provar só porque era uma mulher em uma organização predominantemente do sexo

masculino. Ela era afiada como uma tachinha, inteligente e confiante. E as poucas vezes que

Swanny realmente não olhou para ela como um companheiro, como apenas uma parte de um

todo, ela era bonita de uma forma efervescente. Mas confiante. É. Essa era uma qualidade

atraente em uma mulher. Talvez alguns homens não concordassem, ou talvez se sentissem

ameaçados por uma mulher plenamente capaz de cuidar de si mesma, não só dos outros ao seu

redor, mas Swanny achava que não havia mulher mais bonita do que aquela que conhecia sua

mente e desafiava o mundo para lidar com ela.

Talvez não ser a única mulher na KGI tenha ajudado a esse respeito, embora Swanny

reconhecesse que, provavelmente, tinha pouco a ver com isso. Sky era ela própria. Ela não teria

precisado que PJ limpasse o terreno para ela. Ela poderia muito revolucionar e chutar traseiros por

conta própria. Ela e PJ, aliás.

PJ Rutherford... Porra, Coletrane agora. Ele tinha que se corrigir todas às vezes. Ela e Cole

se casaram, mas agora era difícil começar a pensar nela como PJ Coletrane. De qualquer forma, PJ

era uma guerreira impressionante que poderia facilmente derrubar um homem ou homens do

dobro do tamanho dela. Skylar não era menos durona e nenhum dos rapazes a tratava como...

Bem, uma menina.

Como PJ, ela era um dos caras. Como ele já pensou, as duas mulheres eram mais do que

capazes de cuidar de si mesmas, e mais importante, perfeitamente capazes de apoiar seus

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companheiros, homens. Swanny não tinha nenhum receio em ter o apoio de Skylar ou PJ. Confiava

em Sky com a sua vida assim como ela confiava nele com a dela.

Era a maneira que funcionava na KGI. A química tinha que ser perfeita dentro de cada

equipe para que executassem e funcionassem como uma máquina bem oleada. Suas vidas, e as

dos outros dependiam desse fato.

Enquanto embarcavam, Swanny estava contemplando Eden. A imagem dela nadava em sua

mente. Incrivelmente bela e de doce índole, e tinha um coração de ouro. Ele usou o telefone para

estudar as atividades recentes dela, curioso sobre a mulher que o irmão costumava falar muito. E

onde ela estava agora em sua carreira. Se ela era uma das mulheres mais bonitas do mundo alguns

anos atrás, e agora? Ela teria mudado?

Mas enquanto olhava para fotos recentes, cortesia do Google, percebeu que ela estava

incrivelmente mais bela do que nunca. Adorável. A palavra o divertiu. Não conseguia se lembrar

de um tempo em que a palavra alguma vez fez parte de seu vocabulário, e com maldita certeza

nunca a usou em discurso atual. E ainda assim não conseguia pensar em uma palavra mais

apropriada. Bonita. Linda. Aquelas eram comuns. Lançadas ao redor com entusiasmo. Mas

adorável? De alguma forma, parecia mais elegante e atemporal. Como ela. Seu tipo de beleza

nunca saiu de moda. Ela era bonita em qualquer período de tempo.

Folheou outras fotos dela: poses profissionais, publicitárias e algumas que pareciam que

tivesse sido pega em um momento de descuido. Aquelas foram as que ele estudou mais próximo,

à procura de pistas, a introspecção em seu personagem. O que estava por trás da maquiagem,

glamour e brilho. Não que fizesse qualquer diferença se ela fosse uma camaleoa, seu sorriso

forçado e seu bom coração só fosse visível em público. Ele faria o trabalho, porque era isso que

era pago para fazer. Se gostava ou aprovava um cliente em potencial não significava nada, se sua

equipe pegasse a missão.

Ele não conseguia se decidir sobre ela. Mas então como poderia, sem tê-la conhecido e

formado uma impressão? Ele era bom em primeiras impressões e instintos. Eles raramente

falhavam com ele.

Passou por vários artigos, alguns sites de notícias legítimas, outros nada mais do que trapos

de fofocas online. Mas todos tinham uma coisa em comum. Ela parecia ser a perfeição absoluta.

Doava para a caridade, ajudava a levantar fundos para organizações de caridade. Visitava crianças

doentes em hospitais e doava seu tempo para várias boas causas.

Era uma coisa rara na verdade, que não houvesse, pelo menos, especulação ou mesmo

merda inventada e publicada para promover e vender mentiras. Sua leitura superficial não trouxe

uma única coisa negativa sobre ela. Nenhuma gravidez secreta, uso de drogas, ex-namorados

loucos e aliás, nenhum interesse amoroso. Ele franziu o cenho. Uma mulher tão bonita, ou melhor,

linda, não teria escassez de homens tentando entrar em sua calça. Ele estava começando a se

perguntar se a mulher era uma maldita santa. Quase bufou com o pensamento. Não havia

ninguém tão perfeito assim. Todo mundo tinha suas falhas. Ele se perguntou quais eram as dela.

Ele se perguntou se tudo que estava lendo era sobre uma pessoa pública extremamente de

boa aparência e rígida e se ela era realmente assim por trás de tudo. Ryker o fez acreditar que

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Eden era tudo o que a notícia relatava e mais, mas ele não era exatamente um partido imparcial.

Mas ele nunca tinha ouvido Ryker pronunciar uma única palavra ruim sobre ela. Ele resmungou

sobre Raid, seu irmão mais velho, e até mesmo sobre seu pai, chamando-o de um velhote

metódico que ainda gostava de latir ordens como um sargento.

Ele sabia que Ryker havia perdido a mãe quando era jovem e isso afetou profundamente

todos eles, mas seu pai ficou muito mal. Por todas as contas, Eden era uma réplica da mãe. Ryker

disse que seu pai se gabava quando estavam crescendo que ela também poderia ter sido modelo,

mas não queria os holofotes. Seu lugar favorito no mundo era estar em casa cuidando dos filhos e

passando o tempo com a família.

Ela tinha sido esposa de um militar, e as esposas de militares era uma raça muito especial

de mulher. Eram muitas vezes os heróis desconhecidos quando se tratava de servir ao seu país.

Mas elas faziam sacrifícios acima e além do que a maioria das mulheres experimentara em sua

vida.

Quando seus maridos estavam fora em uma missão, elas estavam em casa por si só,

criando os filhos, mantendo a família intacta e apoiando seus maridos. Era necessário ser uma

mulher especial para ceder desinteressadamente o marido para a proteção de outros. Pessoas que

essas mulheres nunca encontraram. Pessoas que nunca seriam capazes de expressar sua gratidão

aos soldados, e muito menos a suas esposas.

Swanny tinha respeito infinito por esposas militares assim como tinha profundo respeito

pelas esposas Kelly e esposas dos líderes das equipes. Para todos os efeitos práticos, os maridos

ainda eram militares, mesmo que não mais alistados.

Mas a KGI poderia ser chamada para uma missão tão rapidamente como tinha sido hoje, e

eles largavam tudo para assumir a missão de proteger ou resgatar outros e as mulheres ficavam

para trás, nunca sabendo se seus maridos voltariam. No entanto, elas entraram no ritmo e ficavam

fortes. Resilientes.

Olhou novamente para o telefone, onde uma foto particularmente impressionante de Eden

estava olhando para ele. Não era uma foto glamorosa. Ela estava rindo para a câmera, de joelhos,

com os braços envolvidos em torno de um enorme mastiff. Seus olhos brilhavam de felicidade; seu

sorriso era grande e natural, mostrando, dentes ultra brancos perfeitamente retos.

Quando Joe se sentou no assento ao lado dele, ele rapidamente fechou a página do

navegador onde estava olhando para a foto de Eden.

Estava praticamente sonhando acordado com uma mulher que nunca sequer encontrou,

que era tão linda e tão fora de seu alcance, que não era sequer engraçado. Ela não iria vê-lo.

Poucas pessoas já o fizeram. Ele era um homem quieto e geralmente introspectivo. Deixava que os

outros em sua equipe falassem. Certificar que a missão corresse sem problemas era o seu

trabalho. Bem como de seus companheiros de equipe. Fazer o seu trabalho não exigia que ele

fosse falador e ele gostava muito bem dessa forma.

E se as pessoas o viam... Bem, as reações eram típicas. Horror. Repulsa. Medo. E piedade.

Ele balançou a cabeça, sabendo que Eden não seria diferente de todo mundo, mesmo que ela

tivesse um coração do tamanho do Texas.

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Ela estava cercada por gente bonita. Pessoas ricas. Pessoas que eram polidas e refinadas.

Estava a par da última moda e fofocas de Hollywood, com toda a probabilidade. E, no entanto...

Sua família, sua família imediata eram ex-militares e um policial. Eles a mantinham fundamentada

na realidade? A imagem de uma beleza delicada entre os três homens que experimentavam o pior

da humanidade, tinham sangue nas mãos e honra em seus corações, era incongruente. Uma rosa

entre espinhos. Jesus. Agora, ele estava ficando poético.

Sua carreira levou-a a lugares que eram milhas acima dos lugares que ele estivera. Tomar

vinho em Paris em um coquetel pomposo era um mundo longe de estar agachado no relógio à

espera de uma janela de cinco segundos de tempo para fazer um tiro mortal depois de passar três

dias seguidos sem dormir, porque se perdesse o foco, mesmo por um décimo de segundo, poderia

perder a sua oportunidade.

Não, Eden não olharia para ele. E se olhasse, certamente não olharia duas vezes. Mas isso

não significava que ele não podia olhar profundamente para ela. De alguma forma, imaginou que

apenas estar em sua presença seria como estar sob os raios quentes do sol. Ele a encontraria em

breve.

Ele poderia sonhar. Não há nenhuma lei contra isso. Mas era pragmático o suficiente para

saber que para caras como ele, os sonhos eram um exercício de futilidade e levavam

inevitavelmente à decepção.

Capítulo 6

Eden arrastou uma mão cansada pelo cabelo, se perguntando se estaria careca antes que

tudo isso acabasse. Explicou pacientemente, pela terceira vez, os eventos que aconteceram

quando ela, David e Micah saíram do edifício após sua sessão de fotos.

Micah e David tinham dado as suas próprias declarações, idênticas as dela.

— Eu simplesmente não sei mais nada, detetive Gibbs, — disse cansada. — Tudo

aconteceu muito rápido. O vidro quebrou atrás de nós e fui empurrada para o chão. Foi tudo um

borrão gigante. Eu estava com medo. E, em seguida, o carro rugiu alto e eles me empurraram para

dentro e nos dirigimos para cá, para o hotel.

O detetive trocou um olhar frustrado com seu parceiro, ambos com blocos de anotações

nas mãos para anotar o que provavelmente pensavam ser informações perfeitamente inúteis.

— Me desculpe, não posso ser de mais ajuda, — Eden acrescentou, desconfortável com o

silêncio repentino. — Você pendeu alguém?

E, em seguida, outro pensamento lhe ocorreu, envergonhando-a porque ela não tinha

considerado até agora.

Ela prendeu a respiração e olhou com urgência para os dois detetives.

— Alguém se machucou? Alguém foi baleado?

Gibbs balançou a cabeça.

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— Houve alguns ferimentos leves do vidro voando. Um tornozelo torcido de tropeçar

enquanto alguém saia correndo da cena. Mas ninguém foi baleado.

— Graças a Deus, — Eden suspirou.

Uma batida urgente soou na porta seguida de um grito característico.

— Eden! É papai.

Alívio percorreu suas veias e ela girou do sofá apenas para ser contida por Micah.

— David vai responder. Você fica parada.

Eden ruminou com a frustração enquanto David ia até a porta. Assim que seu pai e irmãos

entraram, ela empurrou Micah longe e voou pela sala para os braços de seu pai.

— Eden, graças a Deus você está bem, — o pai sussurrou em seu ouvido.

— Obrigada por ter vindo tão depressa — disse ela com fervor. — Estou tão feliz que vocês

estão aqui.

Ela passou então a Raid, que engoliu-a em um abraço de urso, e depois para Ryker, que a

segurou tão firmemente quanto os outros.

— Você nos assustou, querida, — Raid disse quando Ryker finalmente a soltou.

Eddie olhou além de Eden, para os dois detetives e fez uma careta.

— O que está acontecendo aqui?

Eden tomou sua mão e arrastou-o para os detetives a espera.

— Papai, este é o detetive Gibbs e seu parceiro, o detetive Barnes. Eles estão me

questionando sobre o tiroteio.

— Você fez uma prisão? O que aconteceu hoje? — Eddie latiu.

— Ainda estamos na fase preliminar da investigação, senhor — disse Gibbs em uma voz

firme. — Estamos entrevistando testemunhas oculares, tentando juntar as peças.

— Você sabe alguma coisa neste momento? — Perguntou Raid.

— Você é policial? — Perguntou Barnes.

Raid assentiu.

— Tudo o que sabemos é que os tiros foram disparados em uma trajetória de queda, e não

do nível da rua. Retiramos uma das balas do concreto e o ângulo coloca no nível de oito a nove

andares, por isso estamos verificando o hotel em frente e fazendo uma varredura dos andares 5

ao 11. Até agora nada apareceu, mas estamos revendo os registros de hotéis de todas as pessoas

que ficam nesses andares, — Barnes forneceu.

— Atirador? — Perguntou Ryker.

— Parece ser, — Gibbs disse severamente. — Não há evidência de que apenas quatro tiros

foram disparados, mas não podemos ter certeza. Fizemos uma busca completa de todos os

quartos que davam para a rua e não foi encontrado nenhum estojo, por isso é provável que o

atirador se limpou depois. Estamos procurando por digitais, mas a não ser que tenhamos sorte,

isso provavelmente vai demorar algum tempo.

— Você terminou com a minha filha? — Eddie perguntou. — Ela parece exausta. Vocês a

questionaram durante toda a maldita tarde?

Cor preencheu as bochechas de Barnes.

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— É o procedimento, senhor.

— Eu estou bem, papai — disse Eden, em voz baixa.

— Não, você não está, — Raid negou.

— Eles estão aqui há várias horas, — disse Micah. — Eu diria que eles terminaram.

Gibbs suspirou.

— Temos tudo o que podemos conseguir por enquanto.

— Ela está livre para partir? — Perguntou Eddie.

Barnes levantou uma sobrancelha.

— Está com pressa?

Eddie lançou-lhe um olhar que murcharia a maioria dos homens. Era um olhar que Eden

não costuma receber, mas certamente a intimidava. Gibbs e Barnes não foram imunes. Barnes se

deslocou inquieto antes de deixar cair seu olhar.

— Tenho outra sessão de fotos, — Eden disse calmamente. — Depois de amanhã. Terei

que viajar amanhã. É importante. A maior da minha carreira.

O pai e os irmãos trocaram olhares inquietos, mas se mantiveram em silêncio.

— Deixem-me seus números de contato no caso de termos mais perguntas — disse Gibbs.

— Nós vamos notificá-los se fizermos uma prisão, é claro.

Eden forneceu o seu número de celular, assim como Micah e David. Em seguida, os

detetives se despediram com a promessa de mantê-los atualizados sobre o progresso.

Quando a porta se fechou atrás deles, Eden afundou no sofá e fechou os olhos. Raid e seu

pai imediatamente sentaram-se em ambos os lados dela, e seu pai puxou-a em seus braços

novamente. Ele tremia contra ela e ela percebeu o quão aterrorizado ele estava. Os outros dois

também.

Ela realmente não tinha percebido o quanto esteve perto da morte até depois, quando os

detetives chegaram. Ela tremeu por toda a primeira hora do interrogatório.

— Estou tão feliz que vocês vieram, — disse Eden. — Estava com tanto medo, mas vocês

estão aqui agora e eu estou bem.

Seu pai se afastou e enquadrou os ombros dela em suas grandes mãos.

— Eu chamei algumas pessoas, baby.

A testa dela franziu.

— Que pessoas e por quê?

— Eles são os melhores, ou assim Ryker me informou. Estou trazendo-os para cuidar da sua

proteção para o próximo ensaio fotográfico.

A boca dela abriu.

— Mas e quanto a David e Micah? É para isso que eles estão aqui. E eles o fizeram. Eles me

tiraram e salvaram. Por que precisamos de mais?

As feições de seu pai eram implacáveis.

— Você quase morreu hoje, Eden. Não haverá argumentos. Eu os quero em torno de você

em todos os momentos. David e Micah podem fazer uma pausa bem merecida.

— Mas, papai...

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— Ele está certo, Eden, — Raid entrou na conversa.

Eden olhou para Ryker, seus olhos implorando, mas ele parecia tão resolvido como Raid e

seu pai.

— Eles são os melhores no que fazem, — Ryker disse, a mandíbula apertada. — Não há

nenhuma maneira no inferno de você ir a esse ensaio sem eles. Eu sei que é importante para você,

caso contrário, teríamos você em casa e sob constante vigilância e foda-se a sua carreira.

Calor tomou conta de seu rosto e a raiva aumentou. Eles estavam agrupando-se em cima

dela. Tomando decisões por ela. Ela era uma mulher adulta e certamente tinha o direito de fazer

suas próprias escolhas.

— Eles estão certos, Eden, — disse Micah.

Ela gemeu.

— Deus, não você também.

— Você quase morreu hoje, — disse David. — Se essas pessoas que o seu pai está trazendo

são os melhores, então é disso que você precisa. Ninguém quer você morta.

— Vocês estão todos fazendo um belo exagero aqui, — ela apontou. — Aparentemente

esta é uma bala perdida e aconteceu de eu estar no lugar errado na hora errada. Qualquer um

daqueles pedestres poderia ter sido morto. Não só eu.

Ela viu um brilho nos olhos de seu pai, mas ele foi embora com a mesma rapidez,

determinação apertando suas feições.

— Não estou disposto a correr riscos com a sua segurança, — disse ele. — Me tranquilize,

Eden. Porque estou tão perto de transportar você para casa e dizer ao seu agente para cancelar a

coisa toda.

No final, não era as ameaças que a balançavam. Quando ela olhou para o pai e os irmãos,

viu medo gritante em seus olhos. E preocupação. Ela sabia que não iriam ser influenciados e se

recusasse a segurança adicional, não tinha dúvida de que seu pai cumpriria sua ameaça de levá-la

para casa e mantê-la sob sete chaves durante o tempo que demorasse.

Ela suspirou, massageando a testa com os dedos, a fadiga se estabelecendo em seus ossos.

— Você está cansada, querida, — Raid disse. — Vai tentar deitar e descansar um pouco até

os Kellys aparecerem? Eles estão a caminho agora e precisamos fazer planos desde que você vai

embora amanhã à noite para Paris.

David estendeu o frasco do medicamento que o médico do hotel prescrevera quando ele

passou por aqui para examinar Eden horas antes.

— Pegue-o. Você precisa descansar, — disse ele sem rodeios.

A sala estava nadando em testosterona já. Ela estremeceu ao pensar o quão ruim isso seria

quando quem seu pai havia contratado aparecesse.

Micah enfiou uma garrafa de água na mão dela e, em seguida, Raid a levou a ficar de pé e

em direção à área do quarto da suíte.

— Eu odeio quando os homens da minha vida me controlam, — ela murmurou uma vez

que Raid fechou a porta atrás deles.

Raid puxou-a em seus braços e a abraçou ferozmente.

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— Estamos com medo querida. Alegre-nos, por favor? Você não tem ideia do que aquela

chamada fez com o pai. Isso fará com que ele se sinta melhor sabendo que você tem o melhor

apoio.

— Você totalmente fez isso de propósito, — ela acusou.

Raid se afastou, um olhar inocente no rosto.

— Fiz o quê?

— Você sabe muito bem o quê, — ela disse com desgosto. — Você está usando o pai

contra mim.

— Está funcionando?

— Sim. Caramba.

Ele sorriu e beijou sua testa.

— Tome o seu medicamento e durma um pouco, ok?

— Seja como for, irmão mais velho. Mas vai ter troco.

— Isso vai fazer Ryker e eu nos sentirmos muito melhor também, — disse ele, com uma

expressão séria crescendo mais uma vez.

Ela suspirou.

— Concordei, então demita o sentimento de culpa.

— Nós nos preocupamos com você querida. Nós te amamos e não queremos que nada

aconteça com você.

— Eu amo vocês também, — ela devolveu — Agora xô para que eu possa me derrubar

nessa cama. Estou prestes a cair.

— Não até eu ver você tomar a pílula, — disse ele incisivamente.

Para enfatizar seu ponto, ele cruzou os braços e olhou com expectativa para ela.

— Vocês são todos um bando de tiranos, — ela murmurou. Mas ela fez o que ele pediu e

engoliu a pílula amarga, degustando com uma careta. — Pronto. Feliz?

— Sim, — disse ele, inclinando-se para beijá-la na testa.

— Acorde-me quando quem quer que seja chegue aqui, ok?

Ele acenou com a cabeça.

— Prometa-me, — ela apertou. — Eu, pelo menos, gostaria de estar presente quando o

meu futuro for decidido.

Ele revirou os olhos.

— Prometo. Agora coloque o seu traseiro na cama.

Ela não precisou de muito incentivo. Sequer puxou as cobertas. Posicionou o rosto na cama

e enterrou a cabeça no travesseiro suntuoso com um suspiro.

Ao longe, ouviu a porta se fechar atrás dela e fechou os olhos, cansaço tomando conta.

Capítulo 7

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Joe estacionou o SUV na entrada de trás do hotel e chamou Ryker para vir abrir a porta

para que não caminhassem pelo saguão com o arsenal de armas. Segundos depois, Ryker abriu a

porta e fez sinal para saírem do veículo.

Correram para dentro, Ryker rapidamente sacudindo as mãos de Joe, Nathan e Swanny.

— Obrigado por terem vindo tão depressa, — Ryker disse enquanto subiam as escadas.

— Não tem problema, — Joe retornou.

— Eden está descansando, o que é bom, — Ryker disse enquanto caminhavam para fora da

escada e para o corredor. — Papai está determinado que ela não saiba o que está acontecendo,

ou pelo menos não tudo. Não estou dizendo que concordo, mas estamos fazendo do jeito dele. Ele

vai lhes dar a informação que vocês precisam para que possamos agir em conformidade.

Parou em frente à porta do quarto e inseriu o cartão-chave. Empurrou-a e apontou o

interior para os outros.

O olhar de Swanny varreu o interior, observando um homem mais velho que ele assumiu

fosse Eddie Sinclair e um homem mais novo, que devia ser o irmão mais velho de Ryker, Raid.

Eddie se encontrou com eles no meio do caminho, a mão estendida para agitar a deles

enquanto as apresentações eram realizadas.

Uma vez que todos estavam sentados, Eddie inclinou-se em sua cadeira e manteve a voz

baixa. Ele olhou em direção a uma porta fechada onde Swanny assumiu que Eden estava

dormindo.

— Tanto quanto sabe Eden, o tiroteio foi aleatório, — disse Eddie em voz baixa. — Mas eu

sei que foi de forma diferente. Pouco antes de o tiroteio ocorrer, recebi uma ameaça. É uma

história longa e complicada. É... Vingança.

A sobrancelha de Swanny levantou-se e Joe franziu o cenho.

— Importa-se de explicar? Você sabe a origem da ameaça?

Eddie passou a mão pelos cabelos, os olhos escuros com preocupação.

— Anos atrás, quando eu estava em um grupo de operações secretas, tínhamos uma

missão que foi totalmente confusa. Nós deveríamos eliminar Raul Sanchez, um grande jogador no

tráfico de drogas e de armas, tráfico de pessoas como um concorrente secundário forte. Ele tinha

as mãos em quase tudo. Finalmente conseguimos a nossa oportunidade. Aniversário da filha dele.

Ele parou e ficou em silêncio por um momento, a emoção latente em seus olhos.

— A esposa e a filha foram pegas no fogo cruzado. Sanchez e o filho fugiram.

— Maldição, — Nathan murmurou.

— Não terminou aí, — Eddie disse cansado. — Anos depois, Sanchez veio atrás de mim

onde eu era mais vulnerável. Minha esposa.

Ele engasgou e teve que se recompor visivelmente antes de continuar.

— Ele matou minha esposa.

— Jesus, — Swanny murmurou.

— Eu fui atrás dele, — Eddie disse em voz sombria. — Eu não podia deixá-lo fugir com isso.

Não quando eu soube. Então o segui, chamei alguém para ajudar e o eliminamos. E agora...

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Ele esfregou as duas mãos sobre o rosto e quando elas saíram, as lágrimas brilhavam em

seus olhos.

— O ciclo de vingança continua. O filho agora quer tirar de mim o que lhe foi tirado. Sua

mãe, irmã, e depois o pai. Ele me enviou fotos de Eden. Disse-me que iria tirar de mim o que eu

mais amava. E Deus, poucas horas mais tarde, alguém tentou matá-la.

Ele dirigiu um olhar duro para os membros da KGI.

— Ela tem uma importante sessão de fotos que começa depois de amanhã. É num lugar

fechado, que é a única razão que estou permitindo que ela vá. De jeito nenhum eu iria tê-la ao ar

livre, onde protegê-la seria um pesadelo. Mas isso é enorme para ela. Não posso fechá-la, não

quando ela não tem a história completa, e não quero que ela saiba.

Joe levantou uma sobrancelha e Swanny podia ver a desaprovação em seu rosto. Swanny

estava tendo pensamentos semelhantes.

A família de Eden estava tratando-a como uma princesa mimada, protegida, e isso iria

matá-la.

— A história é que eu chamei vocês aqui porque estou preocupado depois do que

aconteceu hoje e a quero protegida. E eu quero. Ela tem que estar segura em todos os momentos.

— Onde é esta próxima sessão? — Perguntou Nathan.

— Paris, — Eddie respondeu. — Não foi anunciado publicamente que Eden está

encabeçando a nova campanha dos Cosméticos Aria. Então, vamos mantê-la fora de uma

companhia aérea oficial e não deixaremos um rastro de papel, então espero que no momento em

que esse cara a alcançar, a sessão terá acabado e ela estará voltando para casa.

— Podemos voar para lá no jato da KGI, — Joe tranquilizou.

— Então, vocês vão fazer isso? — Perguntou Eddie, esperançoso. — Vão aceitar o

trabalho?

O olhar de Joe se estreitou.

— Não estaríamos aqui se não estivéssemos interessados na ideia, senhor.

— Obrigado, — Eddie disse sinceramente. — Mas quero a sua palavra. Eden não sabe o

que eu lhes disse. Não quero que ela se machuque pelo conhecimento de que a morte da mãe não

foi um acidente. Já foi ruim o suficiente que meus meninos tivessem que saber.

Joe suspirou.

— Ela não vai ouvir isso de nós.

— Papai?

Swanny virou na direção da hesitante voz feminina, para ver Eden em pé na porta, agora

aberta para o quarto. Estava vestindo uma camisa de botão grande de homem, e ela era mais alta

do que a média das mulheres, as pontas cortadas nos topos de seus joelhos, mostrando uma boa

parte da extensão das pernas bem torneadas.

Ela enviou um olhar acusador na direção de Raid.

— Você prometeu me acordar quando chegassem aqui.

— Eles acabarem de chegar, querida, — Raid disse em um tom apaziguador. — Eu estava

prestes a ir acordá-la. Nós só terminamos as apresentações.

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Ele sequer piscou pela mentira.

O olhar de Swanny ficou em Eden. Cabelos desgrenhados, olhos sonolentos e pernas de

matar. Como se percebendo que estava vestindo apenas uma camisa, ela puxou a bainha, na

tentativa de cobrir mais de suas pernas, mas a ação apertou a camisa sobre seus seios,

destacando-os com clareza, e apenas um toque de seu mamilo era visível através do material.

— Eu, uh, vou me vestir, — disse, mal-estar evidente em sua voz.

Ela rapidamente fechou a porta.

— Olhe para ela e me dê uma boa razão para quebrar seu coração, — disse Eddie em voz

baixa. — Ela vê o bem em todos. Ela é suave demais para seu próprio bem. Não quero estragar

isso. Não se eu puder evitar.

Swanny sacudiu-se de seu devaneio, olhando para seus companheiros de equipe para se

certificar de que ninguém o tinha visto olhando de forma inadequada para Eden. Se notaram, não

tornaram isso óbvio, graças a Deus.

Silêncio desceu e, em seguida, um momento depois, Eden reapareceu, vestida de jeans e

uma camiseta, e seu cabelo estava puxado em um rabo de cavalo. Ela não se incomodou com a

maquiagem, mas Swanny já tinha visto fotos dela toda arrumada e preferia a Eden mais natural.

Ela era linda, não importa a pompa. Talvez ele estivesse menos intimidado com a pessoa, em vez

da supermodelo.

— Eu sou Eden Sinclair, — ela disse desnecessariamente. Ofereceu um sorriso a cada um

dos membros da KGI enquanto as apresentações eram feitas por Ryker.

Swanny ficou tenso quando Ryker o apresentou, e, como era seu hábito, virou o lado cheio

de cicatrizes de seu rosto para que ela não olhasse para ele.

Mas seu sorriso era quente enquanto ela apertava sua mão, os dedos apertando os dele

com força.

— Swanny, claro que me lembro de Ryker falando de você. E Nathan e Joe também. Estou

tão feliz por finalmente conhecer alguns dos homens que serviram com ele.

Ela sentou-se ao lado do pai, com uma expressão de inquietação.

— Então, o que está acontecendo, papai?

Eddie suspirou e segurou as mãos de Eden na dele.

— Eu me sentiria melhor se você tivesse mais proteção para esta próxima sessão. Sei o

quanto é importante para você, por isso não vou pedir-lhe para não fazê-la. Mas, para minha paz

de espírito, gostaria que a KGI assumisse sua proteção pessoal, pelo menos para esta sessão.

Ela olhou ao redor, os lábios franzidos, como se tivesse acabado de perceber que David e

Micah já não estavam presentes.

— Mandei-os para casa. Eles estão há muito tempo com férias atrasadas, — Eddie disse,

lendo a pergunta corretamente em seus olhos. — A KGI vai assumir a partir daqui.

Ela suspirou.

— Você não acha que está exagerando um pouco? — Ela perguntou suavemente.

— Não.

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Essa negação imediata veio de Raid, que até agora tinha permanecido em silêncio. Eden

enviou a seu irmão um olhar assustado.

— Eu prefiro que exageremos na reação quando se trata de sua segurança, — Raid disse.

— Se um pouco é bom, então quanto mais, melhor.

Os ombros dela caíram e resignação refletiu sobre suas feições.

— Tudo bem. Mas não posso ter o set invadido por cinco guarda-costas desse tamanho. O

fotógrafo vai ficar furioso.

— Ele vai superar, — Joe disse sem rodeios. — Terei uma conversa com todas as pessoas

associadas com a sessão e explicar a necessidade da nossa presença. Nós vamos chegar a um

entendimento. Você não terá que se preocupar que fiquemos no caminho. Mas estaremos lá. Sua

proteção é a nossa prioridade número um e não nos importamos com pés machucados no

processo.

Ela piscou surpresa.

— Bom, tudo bem.

— Agora, eu pedi serviço de quarto para que você possa comer, e então quero que você

tenha uma boa noite de sono, — Eddie disse com uma voz firme. — Seu voo sai amanhã, mas você

não vai tomar um voo comercial. Não quero uma trilha de papel que tornaria mais fácil para

alguém segui-la.

Eden empalideceu.

— Você honestamente acha que este tiro foi dirigido a mim?

— Nós não estamos dispostos a correr riscos com sua segurança, — Ryker disse sem

rodeios. — Até prova em contrário, estamos tratando isso como uma ameaça direta para você.

Ela soltou um suspiro profundo e caiu contra o encosto da cadeira. Então, para seu pai:

— Nada mais do que uma salada. Não posso me dar ao luxo de ganhar nem mesmo meio

quilo para essa sessão.

As sobrancelhas de Swanny subiram de surpresa e Eden deve ter notado.

Ela lançou-lhe um sorriso triste.

— A câmara adiciona cinco a oito quilos. Assim, para todos os efeitos práticos tenho que

estar esses cinco a oito quilos abaixo do peso porque a câmera coloca-os de volta. A câmera é

muito implacável. Se eu tiver qualquer peso extra, ela vai mostrar e eu poderia perder meu

contrato por isso.

— Você é perfeita do jeito que é, — Swanny disse sem rodeios.

O sorriso aqueceu e impregnou de cor suas bochechas.

— Obrigada. Mas meu fotógrafo discordaria.

— Então ele é um tolo, — Swanny murmurou.

— Eu pedi uma variedade de alimentos para que todos possam comer. Há algumas saladas,

assim você pode ter o que quiser, — Eddie a acalmou. — Mas juro por Deus, Eden, quando esta

sessão acabar, você vai fazer uma pausa por um tempo e vai comer como um ser humano normal.

Você está muito magra. Eu me preocupo com você.

Ela revirou os olhos.

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— Não é como se eu tivesse um distúrbio alimentar, pai. Eu me exercito e sou saudável

como um cavalo.

A campainha da porta da suíte tocou e Ryker se levantou para deixar o atendente de

serviço de quarto entrar. Poucos minutos depois, a comida estava posta na mesa e todos comiam

em estilo bufê.

Eden estava estudando cada um dos membros da equipe de Swanny e ele tentou ficar para

trás, fora de sua linha de visão direta. Ainda assim, sentiu seu escrutínio e isso o deixou

desconfortável. Ele sentou-se o mais longe possível dela enquanto comiam. Mas parecia não fazer

diferença. Toda vez que dava uma olhada na direção dela, com o seu lado cicatrizado, ela estava

estudando-o. Ele podia jurar que sentia o olhar dela. Ela estaria de boca aberta, tentando obter

um melhor olhar para suas cicatrizes? Mas não, quando ele por acaso lançou outro olhar para ela,

estava simplesmente olhando para ele, pensativa.

— Swanny? Qual é o seu nome verdadeiro? — Eden perguntou de repente.

O olhar de Swanny ergueu com surpresa, por ela tê-lo escolhido quando não tinha dito

uma palavra a qualquer um dos outros membros da equipe durante a refeição.

Suas bochechas coloriram como se ela lamentasse a pergunta impulsiva. Caramba, mas ele

estava sendo rude, simplesmente olhando para ela como um idiota.

— É só que em todas as cartas de Ryker ele sempre te chamava de Swanny e disse que era

um apelido formado por seu sobrenome, Swanson, mas nunca me disse qual era o seu nome, —

ela disse com pressa, como se tentando tranquiliza-lo a respeito de porque ela fez a pergunta.

— Daryl, — Swanny disse rispidamente. — Mas ninguém me chama assim. Nunca. Apenas

de Swanny.

Ela deu-lhe um sorriso de tirar o fôlego, que era como um soco no estômago. Seus olhos

eram quentes, com uma pequena faísca. Ou talvez ele estivesse imaginando isso.

— Vou me lembrar disso... Swanny, — ela disse, seu sorriso nunca vacilava. — Estou muito

feliz que você voltou para casa, depois do Afeganistão. Ryker agonizou durante meses enquanto

você e seus companheiros de equipe estavam desaparecidos em missão. E eu me senti como se

soubesse de tudo das cartas de Ryker, por isso foi muito perturbador para mim também.

Ela estava, na verdade, reconhecendo-o. Conversando com ele, quando poderia ter dito

exatamente a mesma coisa para Nathan. Mas ela sequer olhou para alguém, exceto ele. Toda vez

que ele olhou em sua direção, ela estava olhando para ele.

Não tinha ideia de como responder. O que dizer. Sua língua estava em nós e as palavras

presas na garganta. Finalmente conseguiu um curto agradecimento, sabendo que estava sendo

rude por não dizer mais. Envergonhava-o que ficou aliviado quando o resto terminou as refeições

e Raid pediu a Eden para ir para a cama.

Eden levantou-se com barulho, dizendo que já tinha tirado uma soneca, mas Raid não se

deixou influenciar. Ele jogou dois comprimidos na mão e ficou ali até que ela os tomou. Já era

nove da noite e ainda tinham muito planejamento para fazer. Seria um inferno de muito mais fácil

se Eden estivesse dormindo, para que por acaso não ouvisse qualquer coisa que seu pai não queria

que soubesse.

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Depois de acenar uma boa noite, indignado, para todo mundo, Eden permitiu a Raid

apressá-la para a cama, mas ainda assim esperaram até meia hora mais tarde, quando Raid foi

calado verificar se Eden já estava dormindo.

Ele voltou com um polegar para cima.

— Ela está apagada. Hoje a esgotou, embora ela nunca vá admitir.

— Ok, então obviamente temos a proteção de Eden coberta, — Joe disse, — mas e sobre a

fonte da ameaça? Quais informações vocês podem nos fornecer? Posso chamar Sam e ter uma

equipe trabalhando nesse ângulo, porque até que a ameaça seja eliminada estamos girando

nossas rodas.

— Eu não pensei em nada, exceto na proteção de Eden, — Eddie admitiu. — Mas é claro

que a ameaça para ela tem de ser eliminada. Eu coloquei em modo de espera, e serei grato se

vocês puderem lidar com isso agora.

— Vou chamar Sam, — Nathan interrompeu. — Vou dar-lhe o resumo, mas precisamos

saber tudo. Não reprima qualquer coisa que possa nos ajudar ou prejudicar. Não podemos voar às

cegas. Sam não enviará uma equipe se a falta de informação levá-la a morte.

Eddie assentiu.

— Vou falar tudo o que sei. Estou muito agradecido. Mais do que você jamais saberá.

— Enquanto estivermos em Paris com Eden, você, Ryker e Raid precisam ficar em guarda.

Se esse cara não conseguir chegar a Eden, ele poderá ir atrás de um de vocês em vez disso, — Joe

avisou.

— Eu não vou me esconder deste filho da puta! — Raid disse, os olhos brilhando

perigosamente. — Tenho um trabalho a fazer. Espero que esse idiota venha atrás de mim.

— Basta proteger suas costas, — disse Nathan. — Nós vamos nos assegurar que ele não

alcance Eden.

— Isso é tudo que eu peço — disse Eddie. — Mantenham o meu bebê seguro.

— Edge, chame um dos nossos pilotos e diga-lhe para trazer o jato maior. Diga a ele o que

está acontecendo e para estar pronto amanhã às três. Aliás, convoque outro piloto para pegar

uma carona para que ele possa levar o jato menor de volta ao complexo. — Joe disse. — Nathan,

chame Sam. Dê-lhe o resumo. O resto de vocês descansa. Precisamos descansar um pouco

enquanto pudermos.

— Nós podemos dormir no quarto de Eden, — Ryker disse, apontando para si mesmo, o pai

e o irmão. — isso vai deixar mais espaço para a equipe dormir aqui.

— Preciso ligar para Nigel, o agente dela, e informá-lo do que está acontecendo — disse

Eddie. — Ele também pode facilitar o caminho com todos no local. Ele está planejando chegar

mais cedo do que Eden, isso vai ajudar, eu espero.

Assim que os Sinclair recuaram no quarto de Eden, Swanny começou a preparar uma cama

improvisada no chão, usando uma das almofadas do sofá como travesseiro. Depois que Edge e

Nathan fizeram suas chamadas, eles se juntaram aos outros nas camas baixas.

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Foi apenas mais um dia de trabalho. Nada que não fizeram centenas de vezes antes. Esse

foi um dia que poderiam descansar. E ainda assim Swanny encontrou-se bem acordado,

repassando aqueles breves momentos quando Eden estava na mesma sala.

Ele estava certo. Só de estar em sua presença era como ser banhado na luz do sol.

Capítulo 8

Eden despertou com uma sonolência que normalmente não sentia no período da manhã.

Enxugou os olhos tentando esfregar um pouco da exaustão para longe e lembrou-se das duas

pílulas que Raid forçou para baixo em sua garganta.

Olhou para o relógio e viu que eram apenas oito horas. Pelo menos não tinha dormido toda

a manhã. Tinha muito a fazer antes de partir para Paris.

Depois de um banho rápido, passou por seu regime de cuidados da pele, mas dispensou a

maquiagem. Sua pele precisava respirar para que parecesse o seu melhor para a próxima sessão.

Vestiu-se casualmente em um par de jeans confortáveis e uma camisa enorme. Depois de

deslizar seus pés em um par de chinelos de dedo, foi a busca dos outros, que estavam, sem

dúvida, fazendo planos sem ela.

Revirou os olhos quando saiu do quarto. Não tinha dúvidas de que seu pai e irmãos

estavam exagerando, mas eles estavam genuinamente preocupados, especialmente seu pai. Após

a morte da mãe, ele tornou-se extremamente super protetor com ela ao ponto do absurdo, mas

ela não desejava aumentar sua preocupação, então só concordava com ele quando ele chegava

em um de seus humores.

Todos estavam bebendo café e a televisão estava em uma estação local. Ela acenou, sem

saber o que dizer para o grupo de pessoas que seu pai havia contratado para protegê-la. Parecia

um bando calmo de qualquer maneira. Exceto Joe. Ele parecia ser o líder e até agora tinha feito

mais do que falar. E ainda assim, não foi Joe que ela notou. Tinha sido Swanny. Havia algo sobre o

homem quieto. Em um grupo com tanta testosterona, era estranho que ela focasse em Swanny,

mas não havia nenhuma explicação para isso.

Depois de aceitar uma xícara de café de Raid, ela voltou em silêncio, observando as

pessoas com quem iria passar a próxima semana.

Skylar era pequena e bonita com olhos brilhantes e longos cabelos loiros, mas no caso dela

as aparências deviam ser enganadoras ou como ela conseguiria um emprego com uma empresa

como a KGI?

Edge era um homem enorme, com traços fortes. Seus ouvidos tinham o início das orelhas

de couve-flor associadas a boxeadores ou lutadores de artes marciais mistas. Seu nariz tinha um

ligeiro desvio que lhe disse que ele provavelmente tinha quebrado pelo menos uma vez. Ele tinha

olhos e cabelos escuros que pendiam nos topos de seus ombros.

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Seu olhar vagou para Swanny. Silencioso e atento. Ele tinha uma cicatriz de um lado do

rosto, que terminava logo no canto da boca. Era como se alguém tivesse tirado uma faca e aberto

o lado de seu rosto. A cicatriz era enrugada, os sulcos irregulares como se ele simplesmente

tivesse sido costurado de volta com pouco cuidado com a aparência.

Ela se perguntou o que acontecera e como ele conseguiu uma lesão tão terrível.

Como se sentisse seu escrutínio, seu olhar encontrou o dela e ele virou o lado cheio de

cicatrizes de seu rosto para longe dela. Ele fez isso muitas vezes. Ela tinha notado quando ele a

pegou olhando, que ele sempre virava o lado das cicatrizes. Como se ele fosse autoconsciente

sobre sua aparência.

Ele a fascinava e ela não conseguia identificar exatamente por que. Ele não era bonito no

sentido clássico. Mas tinha traços fortes e uma qualidade robusta que apelou aos seus instintos

femininos. Era um homem que tinha honra completa. Ela tinha certeza disso. De todos os

membros da equipe KGI, foi em Swanny que ela colocou a maior parte de sua confiança, e

caramba, se ela sabia por quê. Enquanto o estudava melhor, foi atingida com uma tonelada de

tijolos. Estava atraída por ele. Sexual e emocionalmente, o que era muito estúpido, considerando

que (A) ela era um trabalho para ele e (B) acabaram de se conhecer. Ele provavelmente pensava

que ela era louca olhando para ele o tempo todo. Ficaria mortificada se ele tomasse o seu

interesse como meramente fixação em suas cicatrizes, como um acidente de trem que não

conseguia ser impedido.

Em seu trabalho, estava cercada por homens que a maioria das mulheres consideraria

lindos e ainda assim ela os considerava bonitos demais... Perfeitos demais.

O olhar de Swanny girou para ela como se sentisse sua leitura prolongada e por um

momento ele segurou seu olhar, devolvendo-o em igual medida. Calor fraco inundou seu rosto,

mas ela não podia obrigar-se a desviar o olhar. Os olhos dele a hipnotizavam, seu olhar

vasculhando como se ele pudesse ver seu coração. Esperava que ela não fosse óbvia em sua

atração.

Ele desviou o olhar primeiro, afastando-se. Decepção infiltrou em seu peito, porque ela não

tinha visto nenhum sinal de que ele retribuía sua atração. Apenas um olhar firme, retribuindo sua

avaliação com gentileza. Ele provavelmente pensou que era alguma vadia insolente à procura.

Ela virou-se quando ouviu o noticiário local começar com um relatório especial. Todo o

grupo parou o que estava fazendo e ouviram atentamente enquanto o repórter falava em tons

rápidos.

Houve outro tiroteio, e um suspeito foi preso. Ela pegou o olhar de surpresa de seu pai e

fez uma careta. Antes que pudesse observar, seu celular tocou e ela olhou para o número

desconhecido na tela.

Lembrando que tinha dado seu número ao detetive, apertou o botão para aceitar a

chamada e levou o telefone ao ouvido.

— Olá?

— Senhorita Sinclair?

— Sim, é ela.

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— Aqui é o detetive Barnes. Queria que você soubesse que outro tiroteio ocorreu esta

manhã.

— Sim, acabei de ver no noticiário, — disse. — Eles relataram que um suspeito está sob

custódia.

O detetive murmurou uma maldição que parecia suspeitosamente como — malditos

repórteres — e então:

— Sim, temos um suspeito sob custódia, e acreditamos que resolvemos o caso. Eu queria

que você soubesse para não se preocupar mais. Apreendemos o atirador e ele confessou ter

atirado ontem também. Não posso entrar em mais detalhes, mas pensei que você devia saber

para que possa relaxar agora.

— Obrigada por ligar, — disse ela. — Eu realmente fico muito agradecida.

— Sem problemas. Se cuide.

Ela terminou a chamada e percebeu que todos estavam olhando para ela com expectativa.

— Era o Detetive Barnes, — disse ela. — Ele confirmou que têm um suspeito sob custódia e

uma confissão do tiroteio de ontem.

O resultado foi um completo silêncio enquanto todos se entreolharam, como se não

soubessem o que dizer.

— Então, hum, acho que tudo isso é desnecessário, — ela disse, apontando para os

membros da KGI.

— Eu discordo, — Raid disse com firmeza.

Os olhos dela arregalaram.

— Mas eles prenderam o atirador e, obviamente, não foi pessoal.

— Eu me sentiria melhor se KGI a acompanhasse a Paris, — disse seu pai, um olhar teimoso

no rosto.

Os olhos dela estreitaram.

— O que você não está me dizendo?

Ryker deslizou o braço ao redor de seus ombros.

— Nos dê alguma folga, Eden. Você quase foi morta. Vamos nos sentir melhor se tiver

maior segurança para a sessão em Paris. Além disso, eles já estão aqui e os planos estão no lugar.

— Jogue fora a chantagem emocional, — ela murmurou. — Raid já derramou o suficiente.

Seu pai foi até ela e emoldurou seus ombros nas mãos, a expressão séria.

— Faça isso por mim, Eden. Por favor. Eu dormiria melhor se soubesse que você tem o

melhor protegendo-a.

Ela soltou um suspiro pesado.

— Ok, ok, tanto faz. Mas eu registro que isso é totalmente desnecessário.

— Senhorita Sinclair.

Assustada, ela virou seu olhar para Swanny, que tinha falado o nome dela em voz baixa.

— Eu acho que é necessário, — continuou ele. — Você já está em todos os noticiários

como tendo sido envolvida no tiroteio de ontem. Há centenas de pessoas loucas, burras, lá fora, e

a probabilidade de um imitador é possível. Você deve absolutamente apertar sua segurança de

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agora em diante, por enquanto, pelo menos. Espere que as coisas se acalmem. Você não pode

encarar isso tão levemente.

O resto do grupo parecia tão surpreso quanto ela que ele dissesse tanto. Havia uma

firmeza em sua voz que lhe disse que ele estava absolutamente sério.

— Ele está certo, — Raid disse severamente.

Ela levantou as mãos em sinal de rendição.

— Eu já disse que eu concordava com ele.

— Mas você tem que levar a sério, — Swanny disse. — O que significa que fará o que

dissermos a você sem resistir. Nosso trabalho é mantê-la segura, e não podemos fazer isso sem a

sua total cooperação.

Ela piscou, mas sustentou o olhar, o calor invadindo suas veias enquanto ele olhava

fixamente para ela. Desta vez ele não evitou mostrar o lado de seu rosto. Ele olhou para ela quase

desafiadoramente, desafiando-a a desviar o olhar primeiro.

— Você vai descobrir que eu não sou uma pessoa difícil, — ela disse suavemente.

Swanny fez uma careta.

— Eu não quis dizer que você era. Se o fiz, então peço desculpas.

Ela balançou a cabeça.

— Não, não me ofendi. Eu só quero que você saiba que não sou uma diva mimada que terá

um chilique se não fizer do meu jeito. Vou cooperar plenamente. Não quero tornar seus trabalhos

mais difíceis.

— Nós apreciamos isso, senhorita Sinclair, — Joe interrompeu.

— Por favor, me chame de Eden, — ela disse, varrendo todo o grupo com o olhar, incluindo

todos eles em seu pedido.

— Tudo bem, Eden, — Swanny disse.

Fez coisas engraçadas para seu estômago ouvir o seu nome nos lábios dele. Ela quebrou

seu olhar e olhou para o pai, certa de que suas bochechas estavam cheias de cor. A última coisa

que queria era ser óbvia. Ou parecer tão desesperada.

— Quando partimos? — Ela perguntou, para cobrir a falta de jeito.

Joe assumiu então, rapidamente contando dos acordos que foram feitos. A admirou que

eles poderiam conseguir isso rapidamente. Eles estavam, de fato, levando isso muito a sério, e,

pela primeira vez, sentiu-se um pouco de inquietação. E se eles estivessem certos? E se algum

idiota decidiu dar um tiro nela agora que estava espalhada em todos os noticiários?

— Vamos ver você partir e, em seguida, pegar um voo de volta para casa, — disse Raid. —

Tenho que estar de volta ao trabalho, mas esperamos que nos dê notícias muitas vezes e se

alguma coisa acontecer, queremos saber imediatamente.

Eden assentiu, engolindo o nó na garganta. Todo mundo estava agindo como se fosse uma

conclusão precipitada de que algo iria acontecer.

Capítulo 9

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Eden relaxou na parte de trás do jato, enrolando os pés debaixo dela enquanto se inclinava

contra o braço do sofá. Os outros ainda estavam na frente em seus lugares, mas ela retirou-se

para a parte de trás, logo que decolaram.

Não gostou do medo que tomou conta dela. Essa não era a maneira como ela vivia. Sempre

temendo o pior nos outros. Sua fama não a mudou, pelo menos não pensava assim. Debaixo do

glamour ainda era a mesma menina que sempre tinha sido.

O pai e os irmãos a mantinham ligada à terra. Mesmo se ela tivesse tentado se tornar

alguém que ela não era ou se deixasse a fama subir à cabeça, a teriam freado rapidamente.

Um barulho alertou que não estava mais sozinha, e virou seu olhar para cima para ver

Swanny de pé na porta da área de descanso. Ele tinha um olhar indagador em seu rosto quando

olhou para ela.

— Tudo bem? — Ele perguntou em voz baixa.

Ela olhou de volta, bebendo em sua aparência. Em seguida, balançou a cabeça e apontou

para o espaço ao lado dela no sofá.

— Sente-se, por favor. Eu gostaria de companhia.

Ele hesitou e, em seguida, para sua decepção, se afundou em uma das poltronas no canto

diagonal do sofá.

— Achei que você não queria companhia desde que veio aqui atrás logo após a decolagem,

— disse ele.

Ela encolheu os ombros.

— Não é isso. Eu só não conheço nenhum de vocês e isso tudo veio do nada para mim.

Realmente não gosto de ficar sozinha e na verdade raramente estou. Quando não estou

trabalhando, vou para casa e fico com meu pai e passo o tempo com ele e meus irmãos.

— Você se mantém bastante ocupada, ao que parece, — disse Swanny. — Essa coisa da

Aria é um grande negócio para você, não é?

Ela assentiu.

— É. É o topo da carreira para mim. É uma grande conta e tive competição dura. De jeito

nenhum iria perder, porque algum idiota largou seus remédios e começou a atirar nas pessoas.

Um sorriso torceu o canto da boca dele. Ela percebeu que do lado cicatrizado, o lábio

superior realmente não se movia, resultando em uma espécie de meio sorriso. Era um sorriso

torto que ela considerou cativante. Perguntou-se se tinha havido danos nos nervos, resultando na

incapacidade daquele canto da boca de se mover.

E então se perguntou como seria a sensação de beijá-lo. De ter essa boca em sua pele.

Calor traidor rastejou até seu pescoço e ela forçou os pensamentos de volta para o mundano. A

maldição de ter pele clara era que ela corava vivamente.

— Não quero que você se preocupe, Eden, — Swanny disse, a expressão séria crescendo

mais uma vez. — Nós vamos nos certificar que nada te machuque. É o que fazemos. E sem querer

menosprezar a importância desta missão, mas já enfrentamos um inferno de muito pior.

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Ela inclinou a cabeça para o lado.

— É isso que eu sou? Uma missão?

Ele pareceu surpreso com a pergunta e, como se só agora percebendo que estava

completamente de frente para ela, virou o rosto cheio de cicatrizes para longe dela, apresentando

seu perfil.

— Por que você faz isso? — Ela perguntou em voz baixa.

Ele franziu o cenho e virou-se ligeiramente em sua direção mais uma vez.

— Faço o que?

— Afasta-se de mim para eu não ver sua cicatriz.

Ele parecia surpreso com sua franqueza, e ficou em silêncio por um longo momento.

— É hábito, — ele admitiu.

— Isso não me incomoda, — ela disse, ansiosa para facilitar a sua autoconsciência ao seu

redor. — E se incomoda as outras pessoas, é problema delas, não seu. Se te julgam por causa de

suas cicatrizes, então são idiotas que não merecem seu respeito ou sua consideração.

Ele riu, assustando-a com o som estrondoso que brotou em seu peito. As linhas ao redor

dos olhos suavizaram e seu olhar iluminou com divertimento.

Ele tocou a cicatriz distraidamente e depois deixou a mão cair.

— Ainda dói? — Ela perguntou em voz baixa.

Ele balançou a cabeça.

— Apenas as memórias.

Ele pareceu imediatamente decepcionado, como se ele se arrependesse de compartilhar

algo tão pessoal com ela. Mas ela estava muito contente que ele estava falando com ela. Conversa

de verdade que não girava em torno do trabalho para o qual ele foi contratado.

— Como isso aconteceu?

Ele parou por um longo momento, sombras afugentando a leveza em seus olhos. Então

expulsou um longo suspiro e sentou-se em sua cadeira, parecendo pouco à vontade.

— Se estou forçando demais, diga-me para cuidar da minha vida — disse ela rapidamente.

— Não é curiosidade mórbida. Eu gostaria de saber mais sobre você...

Ela parou antes de dizer algo realmente estúpido, como que estava fantasiando sobre a

boca dele na dela e em traçar as linhas da cicatriz com seus próprios dedos. Ela queria ajudar a

aliviar qualquer dor persistente, embora soasse ridículo que poderia oferecer-lhe qualquer coisa.

— Na nossa última missão, Nathan e eu e uns poucos mais da nossa equipe fomos

capturados. Tínhamos nos separado de Joe e sua equipe. Eles saíram. Nós não. Passamos meses

sendo torturados e passamos fome antes de sermos resgatados.

Ele colocou os dedos de volta na cicatriz.

— Eles mutilaram a mim e Nate. No momento em que escapamos e fomos para um

hospital, havia pouco que pudessem fazer além de costurar o melhor que podiam. Disseram que

eu poderia ver um cirurgião plástico, mas optei por não ir. É um lembrete.

Ele ficou em silêncio novamente, um olhar distante em seus olhos, como se estivesse lá no

inferno e não aqui.

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Ela deslizou para o lado do sofá de modo que pouco espaço os separava. Timidamente,

estendeu a mão e colocou sobre o joelho dele, apertando suavemente.

Ele se encolheu, sugando a respiração, com os olhos brilhando de repente com fogo. Sua

pulsação aumentou as várias batidas, porque percebeu que ele não tinha conhecimento da

química entre eles.

— Que tipo de lembrete? — Ela perguntou suavemente.

— Que eu fui uma vítima e nunca serei uma vítima novamente, — ele disse simplesmente.

— As cicatrizes não são feias, — ela disse com uma voz sincera. — É um sinal de coragem.

De sobrevivência. Eu acho que você é bonito.

Ele recuou a cabeça, surpresa queimando em seus olhos. Olhou para ela como se tivesse

perdido a cabeça.

— Bonito? — Disse com voz rouca. — Você é bonita. Não eu.

Ela inclinou-se, sabendo que estava sendo ousada, muito ousada, mas simplesmente não

podia resistir a mostrar-lhe com mais do que palavras, que sua cicatriz não a afastava, nem um

pouco. Envolveu o rosto dele e deslizou seus dedos para baixo dos cumes franzidos.

Ele se encolheu e tentou se afastar, mas ela se inclinou mais, seguindo-o enquanto

continuava a sua exploração suave.

— Eu discordo, — ela murmurou. — Eu acho que você é bonito. Forte. Um guerreiro. Sua

cicatriz é uma medalha de honra. Você se esquece, meu pai e irmãos serviram no exército ou na

polícia. Eles têm cicatrizes. Elas não me incomodam nem um pouco.

Swanny parecia ter perdido completamente as palavras, mas permaneceu congelado no

lugar. Então se inclinou um pouco na palma da mão dela como se gostasse de seu toque.

— Posso te beijar? — Ela sussurrou.

Choque registrou-se em seus olhos. Ela sabia que estava sendo atirada. Praticamente

impondo-se a este homem. Mas sabia que ele sentia isso também. Esta atração inexplicável entre

eles. Ela não estava imaginando.

— Não devemos, — ele começou. Mas ela o silenciou ajustando a boca na dele.

Ele soltou um gemido baixo e ela lambeu os lábios dele, empurrando levemente para que

ele abrisse a boca para seu avanço. E então, como esperava, ele assumiu o controle do beijo.

Ele a puxou para seu colo, aprofundando o beijo, deslizando a língua através da dela em

uma exploração delicada. Seu corpo se moldava ao dele perfeitamente. Ela se inclinou para ele,

aproveitando a parede dura de músculos contra seu corpo muito mais suave.

Ela era alta, cerca de 1,77m de altura, mas ele ainda era uma cabeça mais alto do que ela.

Se estivessem de pé sua cabeça iria se encaixar perfeitamente debaixo do queixo dele e ela só

teria que inclinar a boca um pouco para beijá-lo.

Ela foi a primeira a parar o beijo, mas não tinha terminado. Ainda não. Começou a beijar

uma linha suave no canto da boca dele, onde a cicatriz começava e beijou ao longo de toda a pele

franzida, que terminava perto de seu olho.

— Você é lindo, — ela sussurrou. — Para mim, você é.

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Ele emoldurou os ombros dela em suas mãos e puxou-a para longe, arrependimento

fervendo em seus olhos. Mas havia também o desejo correspondido. Na verdade, ele a pegou e a

colocou de volta no sofá e depois recuou, ficando em pé, à distância.

— Isso não deveria ter acontecido, — disse ele com voz rouca.

Ele arrastou uma mão irregularmente pelo cabelo e olhou para longe.

— Além do fato de que o meu trabalho é protegê-la, você está tão longe do meu alcance,

que não é sequer engraçado. Eu nem sequer existo no mesmo plano que você.

Seus olhos se estreitaram quando ela olhou para ele, sem vontade de ceder nem mesmo

uma polegada.

— Você não acha que sou eu quem decide quem está ao meu alcance?

— Uma mulher como você não precisa sair com um homem inferior, — disse sem rodeios.

— Você poderia ter qualquer homem que quiser.

— Aparentemente não, — ela murmurou, olhando incisivamente para ele.

Ele olhou para ela em clara confusão.

— Por que eu?

Ela sorriu com tristeza.

— Atração não segue um conjunto de regras, sabe. Mas sei que eu não olho para os outros

como olho para você. Não sinto nenhuma química com eles, ou por qualquer outra pessoa, aliás.

Você pode negar que sente isso também?

Seus lábios se apertaram e ele amaldiçoou suavemente.

— Não, eu não nego, mas isso não é o ponto. Tenho um trabalho a fazer e não posso fazê-

lo se estiver distraído, e baby, você é definitivamente uma distração.

Ela sorriu, satisfeita com a irritação na voz dele. Ele não queria estar atraído por ela e

estava lutando, mas ele estava. Ela só tinha que trabalhar um pouco mais duro para quebrar todas

as barreiras que ele estava colocando.

Ser tentadora era definitivamente novo para ela. Nunca pensou que tinha a capacidade de

ser tão ousada. Mas, também, nunca conheceu um homem que a fez se sentir dessa maneira. Não

tinha certeza do que estava experimentando aqui, mas sabia que queria esse homem.

E sim, ela era um trabalho, mas as pessoas se encontravam e se apaixonavam o tempo

todo. Quem iria dizer que não poderia ser assim para ela e Swanny?

Pare! E por falar em passar o carro na frente dos bois... Ela já estava planejando o futuro

deles e ele estava se afastando tão rapidamente quanto ela estava se jogando em cima dele.

— Não me afaste, — ela disse em uma voz calma. — Eu me sinto atraída por você. Não sou

promíscua, mas você pode pensar que sou porque estou sendo muito atirada. É que nunca

conheci alguém com quem eu tenha sentido esse tipo de química. Eu seria uma tola para não ver

onde isso nos levará.

Ele parecia totalmente chocado. Engoliu em seco visivelmente e, em seguida, passou a mão

pelo cabelo novamente.

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— Jesus, — ele murmurou. — a mulher mais linda do mundo acha que eu sou bonito e

estou dizendo a ela que não posso me envolver. Ou preciso de um exame de cabeça ou preciso ter

certeza de que minhas bolas ainda estão presas.

Ela riu, os lábios transformando-se em um sorriso largo.

— Apenas algo para se pensar. Nós vamos passar muito tempo juntos. Só quero que você

me prometa que não vai começar a evitar-me. Eu gosto de você. Eu me sinto confortável com

você. Muito mais do que com os outros.

— Eu particularmente não quero ter o meu coração partido, — disse ele secamente. —

Quando você seguir em frente e o trabalho estiver terminado, eu só tenho que esquecê-la e seguir

em frente como se nada tivesse acontecido?

Sua testa franziu.

— É isso que você acha que vou fazer? Quebrar seu coração? Eu estava pensando que seria

você que quebraria meu coração. Mas estamos muito à frente de nós mesmos aqui. Eu só quero a

sua promessa de que não vai tentar me evitar ao longo dos próximos dias.

Ele suspirou.

— Está bem, eu prometo. Mas ainda acho que você é louca e quando voltar a seus

sentidos, vai pensar que perdeu a cabeça.

Ela revirou os olhos.

— Você não pode jogar a culpa na situação ou pensar que tenho algum tipo de complexo

de salvador por você. Há três outros caras em sua equipe e não sinto nada por nenhum deles.

— Bem, muito obrigado, por isso, — Swanny murmurou.

— Você vai, pelo menos, vir sentar-se comigo? — Perguntou. — Nós ainda temos um longo

voo e eu gostaria de sua companhia.

Ele parecia lutar consigo mesmo sobre o pedido simples, e então cedeu e deslizou para o

sofá ao lado dela.

— Você deve descansar um pouco, — disse ele com a voz rouca. — Olhei para sua

programação e está completamente ocupada para os próximos dias. Não sei como você consegue

trabalhar essa quantidade de horas.

Sem pedir permissão, ela se aconchegou ao lado dele e enrolou o braço em sua cintura. Ele

ficou imóvel, o corpo todo vibrando com a tensão, mas não se afastou.

Por fim, enrolou cuidadosamente o braço em volta da cintura dela, ancorando-a ao seu

lado. Ela deixou escapar um suspiro de felicidade e encostou o rosto no peito dele, enfiando a

cabeça logo abaixo do queixo.

— Vou descansar melhor com você aqui, — disse ela.

Ele brincou com uma mecha de seu cabelo com os dedos antes de deixá-los cair e

descansar a mão em seu quadril.

O calor do corpo dele alagou o dela, fazendo-a sentir-se quente e contente. Ela bocejou

amplamente e fechou os olhos, aconchegando-se um pouco mais em seu abraço.

— Você me faz sentir segura, — ela murmurou.

— Você está segura comigo, Eden.

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Era uma promessa, falada em tom solene.

— Eu sei, — ela sussurrou enquanto suas pálpebras fechavam.

Capítulo 10

Quando desembarcaram em Paris, Eden foi empurrada para fora do avião em direção a um

sedã Mercedes blindado. Mal teve tempo de piscar sobre a imagem antes de estar dentro, no

banco de trás, ladeada por Swanny e Skylar. Edge subiu na frente com o motorista, e Nathan e Joe

montaram em outro carro que conduzia a procissão de dois veículos para o hotel onde Eden

ficaria.

Tinha apenas hoje para se orientar e descansar porque na manhã seguinte a sessão iria

começar e sua agenda estava lotada, culminando em uma festa formal de lançamento, realizada

pela Aria no final das filmagens.

Dirigiram até a entrada de trás do hotel de luxo e Swanny emitiu uma ordem suave para

ela ficar até que ele e os outros estivessem em posição. Quando ela finalmente saiu, os cinco

membros da KGI formaram um limite apertado em torno dela e correram para dentro.

Joe foi até o balcão para lidar com o registro, e ocorreu a Eden que ela não tinha certeza

dos arranjos para dormir. Estava acostumada a ter sua própria suíte e seu próprio espaço. Ela

sequer compartilhava os quartos com Micah ou David.

Ter que dividir o espaço com alguém iria interferir em seus planos para obter Swanny em

sua cama. Revirou os olhos e mentalmente balançou a cabeça. Deveria estar mais preocupada

com sua segurança, mas ao invés disso, seus pensamentos foram consumidos com a forma de

seduzir Swanny e se teriam a privacidade que ela queria.

Quando Joe voltou, começaram a caminhada até as escadas e, quando chegaram ao seu

andar, ela hesitou e virou-se para olhar para Joe, já que ele estava segurando os cartões-chave.

— Quais são os arranjos? — Perguntou ela. — Quero dizer, quem está dormindo onde?

— Skylar irá compartilhar uma suíte de dois quartos com você. O resto de nós vai pegar os

outros dois quartos de cada lado da sua suíte.

Eden hesitou, sem saber como colocar isso sem soar mal-intencionada ou simplesmente

óbvia.

— Prefiro não dividir um quarto com ninguém, — disse calmamente. — É que tenho muitas

coisas e eu não quero incomodar ninguém...

Ela parou de falar, sabendo que não soou convincente.

As sobrancelhas de Joe franziram e ele trocou olhares rápidos com seus companheiros de

equipe. Obviamente, não tinham antecipado sua resistência a alguém compartilhando o quarto

com ela.

— É uma suíte de dois quartos, certo? — Ela perguntou rapidamente, reunindo coragem.

Seu rosto estava em chamas, ela sabia, mas só tinha de ser mais assertiva e contundente.

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Joe assentiu.

— Então quero que Swanny fique no outro quarto, comigo, — ela desabafou.

Skylar reprimiu um sorriso rápido, mas enviou a Eden um olhar compreensivo, e por

incrível que pareça Eden poderia jurar que viu incentivo e camaradagem nos olhos de Skylar.

— Edge e eu podemos dividir um quarto, — Skylar falou. — Não é como se não estamos

acostumados a viver juntos. Dessa forma, você e Nathan podem compartilhar o outro quarto, —

ela disse a Joe.

Swanny parecia extremamente surpreso, e ela supôs que não podia culpá-lo, já que

ninguém tinha exatamente o consultado na tomada de decisões.

— Eu me sentiria mais confortável com ele, — disse Eden, recusando-se a ceder ao

constrangimento aglomerando em seu peito.

— Swanny? — Joe perguntou, olhando na direção de seu companheiro de equipe.

Eden recusou-se a olhar para os outros, não querendo ver suas expressões. Olhou para

Swanny, implorando com os olhos para ele não recusar. Ela não tinha mentido. Realmente se

sentia mais à vontade com ele.

— Tudo bem, — Swanny finalmente disse. — Ela estar sozinha não é uma opção.

Eden afundou em alívio.

Joe entregou-lhe um cartão-chave e, em seguida, outro para Swanny.

— Estaremos nos dois lados daqui, Eden, e precisa ficar claro que você não deve sair deste

quarto sem um de nós. Por qualquer motivo. Onde você for, nós vamos. Ponto.

— Entendi — disse ela, pegando a chave dele.

Ela entrou em sua suíte, Swanny seguindo atrás. A bagagem foi enviada à frente e estava

esperando na sala de estar. As sobrancelhas de Swanny subiram.

— Isso é um inferno de muitas coisas para apenas alguns dias.

Ela fez uma careta.

— Parte integrante do negócio. Uma mala é só para produtos de cabelo e cosméticos para

pele.

Ele olhou com tristeza para sua grande mochila.

— Acho que eu arrumaria mais leve.

Os olhos dela arregalaram quando algo lhe ocorreu.

— Meu Deus. O lançamento da Aria. Se todos vão comigo, e suponho que irão desde que

Joe disse que eu não iria a lugar nenhum sem vocês, então vocês precisam de smokings. Ou, pelo

menos, um terno formal. É realmente um grande evento. Chamativo e glamoroso. Vocês vão

precisar para se misturarem.

O olhar surpreso paralisante que ele lhe deu foi hilário.

— Um smoking? — Ele resmungou.

Ela assentiu com a cabeça solenemente, mantendo uma cara séria.

— Eu vou ter que levá-lo às compras e deixá-los todos equipados. Vai ser divertido.

— Divertido, — ele murmurou, como se fosse a última palavra que usaria para descrever.

— Então, hum, fui muito óbvia sobre você ficar comigo? — Ela perguntou, hesitante.

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O canto da boca dele se elevou naquela metade sorriso e seus olhos brilhavam com

diversão. Pelo menos ele não parecia chateado.

— Vamos apenas dizer que Joe e Edge são provavelmente filhos da puta ciumentos agora.

Nathan é casado, então ele está fora.

— Então, em outras palavras, eu fui óbvia, — ela murmurou.

— Eu não me importo — disse ele suavemente. — Eu gosto de uma pessoa honesta. É

sempre bom saber onde eu estou com alguém.

— E você sabe onde está comigo? — Ela sussurrou, olhando para aqueles olhos

hipnotizantes.

Ele limpou a garganta.

— Acho que sim.

— Então onde é que eu estou com você? — Ela disse calmamente.

— Não posso dizer que já tive uma conversa assim com uma mulher, — disse ele com

tristeza. — Você tem que pegar leve. Você, toda essa coisa, é muito fora do meu alcance.

— Mas você não respondeu a pergunta, — disse ela incisivamente. — Olha, Swanny, se

você não está interessado em mim, apenas me diga. Sou uma menina grande. Eu posso lidar com

isso. Não sou boa em timidez e frescuras nos relacionamentos. Meu pai sempre disse que eu sou o

tipo de menina que pega o touro pelos chifres, e acho que ele está certo. Prefiro saber agora se a

minha atração é recíproca para que eu não continue a me fazer de idiota.

Ele cruzou a curta distância entre eles e puxou-a rudemente para seus braços. Pegou a mão

dela e guiou-a para sua virilha para que pudesse sentir a ereção rígida.

— Parece que não me sinto atraído por você? — Ele perguntou com voz rouca.

Ela lambeu os lábios nervosamente, mas deixou a mão onde estava, levemente acariciando

o brim da braguilha.

— Jesus, Eden, você tem que parar. Isso está começando a ficar doloroso.

— Depois de discutirmos onde eu estou com você, — ela murmurou.

— O que você está procurando exatamente aqui? — Ele perguntou sem rodeios. — Eu sou

uma distração para você? Algo para mantê-la entretida por alguns dias antes de passar para outra

pessoa?

Mágoa inundou seu peito e ela se afastou, as feições cuidadosamente educadas. Estava

acostumada a dar a câmera qualquer emoção ou expressão que o fotógrafo exigia. A última coisa

que queria era que ele visse que a machucou com sua declaração frustrada. O que ele devia

pensar sobre ela para ter dito isso? Mas então ela não lhe tinha dado qualquer motivo para

acreditar que não era exatamente o que ele pensava. Uma mulher mimada entediada procurando

por diversão e nada mais.

— Jesus, Eden. Sinto muito, — Swanny disse, o arrependimento inundando seu rosto. — Eu

não queria te magoar.

E ela se esforçou tanto para que suas feições não demonstrassem sua mágoa.

— Está tudo bem, — disse levemente, orgulhosa da maneira como sua voz não tremeu

traindo seus sentimentos. — Entendo perfeitamente. Você não tem que me bater na cabeça com

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isso. Agora, se me dá licença, tenho que desfazer as malas. Há muito a fazer entre hoje e amanhã

de manhã. Talvez vamos pedir serviço de quarto um pouco mais tarde.

Antes que ele pudesse responder, ela virou-se e pegou uma de suas malas e puxou-a para

um dos quartos.

Ele amaldiçoou vivamente e chamou o nome dela, mas ela o ignorou e fechou a porta.

Pegaria o resto de sua bagagem mais tarde. Agora queria um longo banho de imersão e lamber

suas feridas.

Swanny assistiu-a ir, desamparo agarrando-o. Ele regiamente fodeu tudo completamente.

Mas estava perplexo que Eden estava atraída por ele. Que o achava bonito, pelo amor de Deus!

Correu uma mão agitada pelos cabelos e olhou para as malas ainda alinhadas no meio da

sala de estar. Ele deveria levá-las para o quarto para ela, mas ela provavelmente tinha trancado a

porta.

A dor que ele viu em seus olhos, apenas por um breve momento antes de seu rosto tornar-

se inexpressivo, o fez se sentir como se tivesse chutado um filhote de cachorro. A maioria dos

homens sonha em ter uma mulher como Eden atirando-se em cima dele. Mas as mulheres não se

atiravam em cima dele, e não conseguia entender a ideia de que Eden o queria. Ela tinha que ter

um motivo, mas qual?

Ela parecia genuína e sincera. Não provocou ou flertou com qualquer dos outros caras. Por

alguma razão, ela se concentrou nele e ele solidamente meteu os pés pelas mãos e provavelmente

fodeu qualquer chance que poderia ter com ela.

Suspirou e se abaixou para pegar sua mochila novamente antes de ir para o quarto. Deixou

a porta aberta para que pudesse manter-se informado sobre as idas e vindas de Eden. A última

coisa que queria era que ela saísse do quarto de hotel, porque não queria mais ficar perto dele.

Para sua surpresa ouviu uma batida na porta e saiu correndo, encontrando Eden em sua

porta.

— Você fica aqui, — ele ordenou, dirigindo-a de volta para seu quarto. — Vou ver quem é.

Não saia a menos que eu lhe diga.

Ela recuou, as feições brandas, mas os olhos contavam uma história diferente. Droga, ele

feriu os sentimentos dela e essa era a última coisa que queria. Não era um especialista quando se

tratava de mulheres, porra. Não tinha ideia do que fazer com Eden. Oh, sabia o que gostaria de

fazer, mas não sabia como chegar lá... Graciosamente. Sem parecer um touro no cio.

Uma mulher como Eden merecia fazer amor. Não foder sem sutileza e ter tudo acabado

em dois segundos.

Olhou pelo olho mágico para ver Skylar de pé no corredor gesticulando para ele sair.

Perplexo com o que ela poderia querer, ele a seguiu para fora e fechou a porta atrás de si.

Um pequeno sorriso flertou nos cantos da boca de Skylar.

— Olha, estou aqui para salvá-lo de si mesmo. Porque se eu tiver que adivinhar, você

provavelmente já ferrou isso regiamente. Você pode me agradecer depois.

Swanny suspirou.

— Eu não preciso de você para me dizer o quanto estraguei tudo.

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— Sim, você precisa, — ela disse sem rodeios. — Olha, Eden sente alguma coisa por você.

Eu acho que é maravilhoso. É óbvio que ela não é uma esnobe detestável que pensa que é melhor

do que o resto da população humana. E ela está muito interessada em você. Enquanto você está

fazendo o seu melhor para estragar tudo. Você não poderia ter parecido mais descontente quando

ela lhe pediu para ocupar o quarto com ela. Ela parecia esmagada.

Irritava Swanny ser ministrado por sua própria companheira de equipe, mas pelo menos

não era um dos caras dando-lhe uma merda. Skylar tinha um coração de ouro e ele sabia que

podia contar com ela para manter a boca fechada.

— Olha, — ela disse calmamente. — Eden parece ser uma mulher muito especial. Eu diria

ainda mais especial aos meus olhos, porque ela reconhece o bom homem que você é, debaixo

dessas cicatrizes que afastariam mulheres mais superficiais. E ela é linda. Mas mais do que o fato

de que ela é linda por fora, ela parece ser genuinamente bonita por dentro. E isso é o mais

importante. Portanto, não estrague tudo, Swanny. Eu conheço você. Você vai gastar todo o seu

tempo confuso e se perguntando por que, em vez de apenas seguir em frente. Eu certamente não

vou discursar para você não se envolver com um cliente, porque inferno, os Kellys fizeram disso

uma prática regular. Sem mencionar os nossos líderes de equipe estimados, Rio e Steele.

Swanny respirou profundamente, envergonhado com o que ia pedir a Skylar.

— O que eu devo fazer? — Ele perguntou com uma voz desesperada. — Eu já feri os

sentimentos dela, sugerindo que eu era apenas uma distração, uma rápida ficada para passar o

tempo e que ela iria esquecer quando tudo acabasse.

Skylar estremeceu.

— Ai. Isso não foi legal, Swanny. Nenhuma mulher quer ouvir isso. Isso é o procedimento

de um homem Nós mulheres tendemos a ser criaturas mais emocionais. Ter relações sexuais ou

fazer amor, o que você quiser chamar, significa mais para nós do que para os homens. Eu diria que

você tem que rastejar para ela agora.

— Você realmente acha que ela me quer¿ — Ele disse sem rodeios. — Olhe para mim,

Skylar. Eu não sou um cara normal. Eden está cercada por homens um inferno de muito mais

polidos e sofisticados do que eu. Inferno, ela me contou que todos teremos que usar smokings

para seu evento de lançamento, e eu suei frio.

Skylar sorriu.

— Disso eu vou tirar fotos.

— Seja séria um minuto, — suplicou ele.

— Sim, acho que ela quer você, Swanny, — Skylar disse em um tom mais sério. — Ela

certamente se fez evidente em grande risco de constrangimento para si mesma. Ela não me

parece o tipo vadia que vai fazer isso com qualquer pau disponível. A maioria dos homens estaria

de joelhos, porque ela o escolheu. Alguma razão em particular para você não estar?

Ele levou um longo tempo para responder enquanto lutava com seus pensamentos.

— Não, — ele finalmente admitiu. — Não, nenhuma maldita razão. Apenas não estou

interessado em uma cena de sexo casual de uma noite. — Estava um pouco envergonhado de

admitir a Skylar, mas seu rosto se suavizou em entendimento.

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— Eu sei que você não está, Swanny. Mas se você acha que suas cicatrizes te fazem menos

desejável para uma mulher, você é um idiota. Eu vejo os olhares que as mulheres jogam para você.

Você, por outro lado, fica distraído. Está tão condicionado a ver o pior das pessoas que nunca

percebe quando não se trata disso.

Ele não tinha ideia do que dizer diante disso.

— Você não acha que eu sou... Feio?

O rosto de Skylar suavizou ainda mais e ela tocou brevemente a cicatriz que franzia o rosto

dele.

— Eu não acho você feio de jeito nenhum, Swanny. Na verdade, eu o acho muito bonito.

A porta se abriu e Eden estava ali, um olhar assustado no rosto. Então carmesim inundou

suas bochechas quando olhou para Swanny e Skylar, a mão de Skylar ainda em concha sobre o

rosto de Swanny.

— Uh, desculpe interromper, — ela murmurou.

Rapidamente fechou a porta novamente e Swanny xingou violentamente.

— Eu não consigo fazer nada direito com ela, ao que parece. Agora, ela vai pensar que você

e eu estamos envolvidos. Jesus, mas quando eu ferro, eu ferro total.

— Deixe-me entrar e falar com ela, — Skylar disse. — É uma coisa de mulher. Vou explicar

melhor do que você. Os homens não são tão bons quando se trata de palavras. Dê-me uma hora.

Vá esperar no quarto com Edge. Volto daqui a pouco.

Capítulo 11

Eden estava mentalmente chutando-se na cabeça quando uma batida suave soou em sua

porta.

— Eden? Sou eu, Skylar. Posso entrar?

Eden soltou um gemido silencioso. A última coisa que queria era um confronto com a

mulher que estava aparentemente envolvida com o homem em quem ela tinha acabado de se

jogar.

Com um suspiro resignado, abriu a porta e fez um gesto para Skylar entrar. Antes que

Skylar pudesse dizer qualquer coisa, Eden respirou fundo.

— Olha, eu sinto muito. Não tinha ideia sobre você e Swanny. Sei que ultrapassei meus

limites. Isso não vai acontecer novamente. Eu prometo.

Skylar sorriu, os olhos aquecendo quando viu o desânimo de Eden. Em seguida, eles se

suavizaram em simpatia, o que fez Eden se encolher ainda mais.

— Talvez devêssemos ir para a sala de estar conversar, — Skylar sugeriu. — Eu chutei

Swanny para fora e ele está pendurado com Edge, até que terminemos aqui.

Eden arrastou-se para a sala nos calcanhares de Skylar, seu embaraço crescendo a cada

passo. Claro que Swanny seria atraído por alguém como Skylar. Ela era confiante e capaz de se

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manter em um mar de testosterona. Era forte e bonita. Que homem poderia resistir a essa

combinação?

— Você entendeu completamente errado o que viu entre Swanny e eu, — Skylar disse

gentilmente. — Ele estava chutando-se na bunda por feri-la, e eu estava tentando oferecer

incentivo. Swanny não é o mais confiante quando se trata de sua aparência. Agora, em todos os

outros aspectos, ele é como uau! Ele é muito bom em seu trabalho, e o tipo de homem com quem

não se deve brincar. Mas as cicatrizes o incomodam mais do que ele deixa transparecer. As

memórias de como as conseguiu, são ainda muito difíceis para ele lidar.

— Então vocês não estão envolvidos? — Perguntou esperançosa.

Skylar balançou a cabeça.

— Não. Somos amigos. Bons amigos e companheiros de equipe. Temos uma ligação, mas

não é romântica.

— Faz-me uma vagabunda total que estou aliviada? — Eden murmurou.

Os olhos de Skylar brilharam.

— Acho que seria muito bom para Swanny. Mas ele também está preocupado com você

quebrar o coração dele. Swanny não é como a maioria dos caras. Ele não sai transando por aí. E

você não seria mais um troféu na cabeceira da cama dele. Quero dizer, não iria para seu ranking

que ele tenha transado com a mulher mais bonita do mundo, como provavelmente seria para

alguns caras.

— Ai, — Eden estremeceu. — Falar isso atinge o meu ego.

Skylar sorriu.

— Estou apenas explicando como são as coisas. Tenho certeza de que você tem muitos

caras, que adorariam entrar em suas calças por nenhuma outra razão do que dizer que eles

fizeram isso. Mas Swanny não é assim. Eu não quero que ele se machuque, Eden.

Sua expressão tornou-se mais grave quando estudou Eden.

— Mas de alguma forma não acho que eu precise me preocupar com você quebrar o

coração dele. Você não parece o tipo promíscuo.

— Obrigada por isso, pelo menos, — murmurou Eden.

— Olhe, apenas dê um tempo a ele. Acho que ele ainda está em estado de choque que

você está remotamente atraída por ele. E está provavelmente discutindo consigo mesmo, porque

você é um trabalho e nosso trabalho é protegê-la, e se ele se envolver emocionalmente, isso vai

ferrar com a missão. Mas hei, a maioria dos caras em nossa turma conheceu suas companheiras

durante uma missão, então não é como se isso não acontecesse.

— Eu tenho uma chance com ele? — Eden perguntou em voz baixa. — Ele me contou um

pouco sobre o que aconteceu. Mas não tenho certeza do que estou tratando aqui.

A expressão de Skylar suavizou.

— Se ele lhe disse algo então isso é um bom sinal, porque ele não fala sobre isso com

ninguém. Ele ainda tem pesadelos. Todos nós já os testemunhamos, mas não mencionamos,

porque isso o deixa constrangido. E sim, eu diria que você tem uma chance com ele. Você só vai

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ter que ser paciente enquanto ele guerreia consigo mesmo se ele pode conciliar o trabalho e um

relacionamento com você.

— Posso ser paciente quando se trata de algo que quero, — Eden disse suavemente.

A boca de Skylar arqueou.

— Eu gosto de você, Eden. Você não é nada do que eu estava esperando.

— Eu não vou nem perguntar. — Eden disse secamente. — Mas estou feliz que o que você

pensou que eu era não seja o correto.

— Eu estou indo chutar Swanny para fora do meu quarto. Ele está cozinhando por muito

tempo. Provavelmente está se chutando o suficiente para que esteja dolorido até agora. Vá

devagar com ele. Ele é um homem, afinal de contas, e eles são incrivelmente grossos quando se

trata de mulheres. Acredite em mim, eu já vi tudo isso, — ela acrescentou com um rolar de olhos.

— Eu gosto de você também, Skylar, — Eden disse com um sorriso. — Qualquer pessoa que

pode lidar com toda aquela testosterona e controlá-los certamente merece respeito.

— Swanny gosta de você, — Skylar disse sem rodeios. — Não deixe que ele estrague tudo,

Eden. Ele não está acostumado a lutar contra mulheres que querem estar perto dele, e estou

supondo que isso o assusta.

— Agora que eu sei, você pode ter certeza que não vou desistir tão facilmente, — Eden

disse em um tom determinado.

Skylar sorriu novamente.

— Incrível. Mal posso esperar para vê-lo cair duro. Isso terá de ser documentado para a

posteridade.

Eden se juntou na risada, sentindo-se à vontade, pela primeira vez desde que toda esta

confusão tinha começado. Alguns dias em Paris, com Swanny basicamente seu público cativo? Era

muito tempo para trabalhar sua magia, desde que ela tinha alguma.

Capítulo 12

Swanny passou pela porta o mais silenciosamente possível, porém, era estúpido da parte

dele caminhar na ponta dos pés. Mas depois de ser tão educado quanto um cavalo com Eden, e,

em seguida, Skylar ter que acalmar as coisas, estava se sentindo como um idiota de primeira

classe.

Skylar não disse muito, apenas que ela tinha explicado — as coisas — a Eden, quaisquer

que sejam — as coisas. Sky usou uma expressão maliciosa, porém, e seus olhos brilhavam com

diversão quando disse-lhe para levar sua bunda de volta ao quarto e parar de agir como um idiota.

Então sua expressão ficou mais séria enquanto ela lhe dizia para não estragar sua chance

com Eden. Que chance? E como as coisas evoluíram até este ponto tão maldito rapidamente? Ele

só conhecia a mulher um pouco mais de 24 horas, e confundia sua mente que ele supostamente

teve a chance de estragar. Ou acertar.

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Não tinha certeza se estava aliviado ou desapontado quando encontrou a sala vazia e a

porta do quarto de Eden fechada. Percebeu que era um covarde total, o que não era aceitável. Em

sua profissão ele era muito confiante. Mas em um nível pessoal? Relacionamentos? Confiança não

era uma palavra que estava exatamente em seu vocabulário. E, definitivamente, não com uma

mulher como Eden.

O que diabos ela via nele? Era uma pergunta que o assombrou por horas. Por que ela

sequer se preocupava com ele, e por que parecia tão magoada quando ele a afastou?

Não conseguia tirar de sua mente aquele rápido flash de dor que viu nos olhos dela. Que

ele tinha esse tipo de poder de ferir uma mulher de seu calibre o deixava perplexo. Mulheres

como ela provavelmente deixavam um rastro de corações partidos atrás de si. E ainda assim ela

disse sem rodeios que seria ele quem provavelmente quebraria seu coração.

Sabia que merda como amor à primeira vista não era uma porcaria piegas só na ficção. Ele

testemunhou isso em primeira mão. Bem, talvez não fosse a primeira vista, mas bem perto. Seus

companheiros de equipe certamente tinham caído duramente pelas esposas, e certamente não

demoraram muito tempo para perceberem. Mas não era algo que imaginou acontecendo com ele.

Como ele poderia amar alguém que não conhecia? Como ela poderia amar ou melhor,

gostar ou estar atraída por alguém que ela não conhecia? Eles eram, para todos os efeitos

práticos, estranhos jogados juntos pelas circunstâncias. Nada mais.

E ainda assim ela queria que ele acreditasse que ela sentia algo mais por ele. Ele seria um

tolo por olhar para o outro lado? Por ignorar o que ela estava descaradamente oferecendo-lhe? O

que de pior poderia acontecer? Eles teriam um caso e, em seguida, seguiriam caminhos

separados? Ele conseguia pensar em coisas muito piores.

Ninguém disse que teriam que declarar amor eterno ou devoção para envolver-se

fisicamente.

Só que para ele... Sexo não era casual. Ou pelo menos não o considerava um ato sem

sentido. Algo para se obter prazer rápido e, em seguida, partir em seu caminho feliz. Talvez por

isso sua vida sexual não fosse exatamente acender fogo no mundo. Bem, isso e o fato de que um

lado de seu rosto era uma bagunça mutilada.

As poucas mulheres com quem esteve não pareciam se importar, mas afinal ele se

assegurava de compensar sua aparência, concentrando-se no prazer dos dois. Apagar as luzes não

magoava também.

Mas quem em sã consciência iria desligar as luzes quando fazia amor com uma mulher tão

linda como Eden Sinclair? Inferno, ele iria querer memorizar cada parte de seu corpo. Cada

depressão, cada curva. Memorizaria o caminho com os olhos vidrados de paixão, o jeito que eles

arderiam quando ela chegasse ao orgasmo. Embora ele pudesse estar colocando muita confiança

em suas proezas sexuais. Quem era ele para dizer que seria capaz de satisfazê-la? Uma mulher

como ela certamente poderia dar-se ao luxo de ser exigente. E, no entanto... Ela queria a ele.

Sua virilha reagiu à fantasia que ele estava criando em sua mente, e seu pau inchou no

jeans, tornando-se muito desconfortável. O zíper marcaria sua pele, se continuasse assim.

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Então o que diabos deveria fazer? Marchar para o quarto de Eden, atirá-la na cama e

transar de seis maneiras até domingo?

Balançou a cabeça com desgosto. Primeiro ele lhe devia um pedido de desculpas por agir

como um idiota. Ela merecia mais do que algumas fodas brutas. Ela merecia ser seduzida. E então

fazer amor a noite toda, tudo inteiramente dedicado ao seu prazer. Queria fazê-la se esquecer de

qualquer outro homem com quem já teve relações sexuais. Por ela, ele pegaria cada truque no seu

repertório e aprenderia um pouco mais para incrementar. A ideia de aprender o que a agradava o

encantava não só a nível físico, mas no emocional também.

— Swanny?

Levou um minuto para perceber que Eden estava parada na porta do quarto e que,

aparentemente, chamou o seu nome mais de uma vez. Olhou-a e viu uma expressão preocupada

quando ela olhou para ele, perguntas em seus olhos.

— Desculpe, — ele murmurou. — Só estava pensando.

— Não pareciam bons pensamentos, — ela murmurou.

Ele quase riu. Se ela soubesse...

— Estava me perguntando se você estaria com fome. Eu ia pedir o serviço de quarto. É

tarde e preciso dormir cedo. A sessão começa amanhã cedo e preciso parecer o meu melhor.

Como se ela pudesse parecer qualquer outra coisa. Esta não era uma mulher que tinha que

trabalhar a boa aparência. Se os fabricantes pudessem engarrafar seu tipo de beleza eles seriam

malditos milionários. Não era de admirar que ela fosse tão altamente procurada. Tê-la anunciando

um produto? Mina de ouro completa. Ela parecia totalmente acessível, não era nem um pouco

distante como se poderia esperar de alguém de sua condição de celebridade. As pessoas

provavelmente se reuniam na direção dela, atraídas por sua doçura e bondade genuína.

— Se me disser o que quer, pedirei para nós dois, — ele ofereceu.

Ela ofereceu-lhe um sorriso que levou o fôlego dele. Sol engarrafado. Era o que ela era, em

poucas palavras. Ele parecia fazer muita referência ao sol na presença dela. Mas estar em estreita

proximidade com ela era como tomar um banho de sol em um dia perfeito de primavera.

Jesus. Agora, ele era uma espécie de maldito poeta? Era óbvio que ela o transformou em

um idiota estúpido, ficando poético quando ela estava ao seu redor. Se não fosse cuidadoso, iria

começar a jorrar as porcarias que estava pensando e então ela perceberia o que ele já sabia. Que

tinha ficado louco.

— Apenas uma bandeja de frutas para mim. Preciso me manter leve. Não posso me dar ao

luxo de ganhar quilos extras.

Ele bufou enquanto olhava sua figura impecável.

— Você parece muito perfeita do jeito que é.

Suas bochechas brilharam com cor e ela sorriu de novo e essa sensação de aperto no peito

cresceu, ameaçando fechar a garganta. Jesus, essa mulher era a morte dos homens. Toda a

espécie masculina, sem dúvida. Provavelmente tinha todos eles atirando-se aos seus pés,

humilhando-se por apenas uma migalha dela. Um sorriso. Ou apenas algumas palavras. Ele devia

saber por que estava precariamente perto de ser um desses homens.

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— Mas peça o que quiser, — ela acrescentou rapidamente. — Não vai me incomodar você

comer algo mais saudável. Você é um cara grande. Tenho certeza de que precisa de calorias. Além

disso, comerei indiretamente, através de você e, pelo menos, sentirei o cheiro do que você come.

Ele franziu o cenho.

— Você já comeu como uma pessoa normal?

Ela parecia intrigada.

— Claro. Quero dizer, é normal para mim. Só tenho que observar o que eu como. A câmera

é implacável e acrescenta quilos, então tenho que compensar isso. Eu faço alarde de tempos em

tempos, mas esta sessão é importante demais para arriscar sequer um quilo extra. Quando

acabar, vou comemorar com um bom bife grande.

— Vou levá-la para comer um, — ele deixou escapar antes de perceber que estava, em

essência, convidando-a para um encontro.

Seu sorriso cresceu mais, formando uma covinha na bochecha e o fascinou. Queria passar a

língua sobre ela. E um monte de outros lugares em seu corpo.

— Eu gostaria muito.

— Eu, uh, basta pegar o cardápio do serviço de quarto, — ele murmurou.

— Por que eu o deixo tão nervoso, Swanny? — Ela perguntou em voz baixa.

Seus olhares se conectaram e ele se obrigou a não desviar para evitar o lado cheio de

cicatrizes como estava tão acostumado a fazer.

Um calor traidor rastejou até seu pescoço e rosto. Ela sempre foi honesta com ele, então

não podia ser menos com ela.

— Você me assusta até a morte, — ele admitiu.

Os olhos dela arregalaram.

— Eu o assusto?

Ela parecia chocada, e ele supôs que soava absurdo. Ele protegia as pessoas para viver.

Realizou missões que exigiam coragem e força. Era testado diariamente e ainda assim tinha

acabado de admitir que estava morrendo de medo de uma mulher com a metade de seu peso.

Uma mulher cujos ossos ele poderia quebrar se não fosse cuidadoso. Suas mãos eram grandes,

como o resto de seu corpo. Nada a ver com uma mulher tão delicada como Eden. Eles eram um

verdadeiro caso de A Bela e a Fera. E ele não era um crente em contos de fadas. Ele viu tanta

realidade em sua linha de trabalho. Sabia que havia muitos finais infelizes para acreditar em muita

bondade.

E, no entanto, trabalhava para uma organização onde prevalecia a bondade e justiça. Para

a KGI, e para ele, o fracasso simplesmente não era uma opção. Mas aqui estava jogando a toalha

antes do início. O que a porra de uma gostosa fez com ele.

— Se eu prometer me comportar, você pelo menos janta comigo? — Ela perguntou, com

os olhos brilhando de novo.

Ele sorriu torto.

— Sim, eu gostaria muito.

Ela arqueou uma sobrancelha.

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— Você gostaria que eu me comportasse ou gostaria de jantar comigo?

Ele riu dessa vez.

— Alguém já lhe disse como você é incorrigível?

— E como você evita cuidadosamente a questão. Você é muito bom nisso, sabe?

— Eu gostaria de jantar com você. Se você se comportar ou não, — acrescentou ele.

— Eu não recusaria uma mordida pequenina do seu bife, isto é, se você for comer um, —

disse ela, com um olhar de desejo nos olhos.

— Um filé soa muito bem, — ele admitiu.

Ela fez uma careta.

— Agora você está sendo cruel. Esse é o meu bife favorito.

— Então vou me certificar de encomendar um e deixá-la dar duas mordidas. Não acho que

comer um pedaço extra vá machucar.

Ela exibiu uma expressão pensativa.

— Pensando bem, vou pedir uma salada, sem molho. Então poderei ter essas duas

mordidas.

— É isso aí.

Ele foi até onde o serviço de quarto foi colocado em uma das mesas e, em seguida, fez os

pedidos enquanto Eden desaparecia de volta para seu quarto.

Ele sentiu sua ausência imediatamente. Era como se levasse o sol com ela, por mais brega

que isso parecesse. Mas ela simplesmente iluminava todo o ambiente onde estava. Ele poderia

honestamente apenas ficar no mesmo ambiente com ela e observá-la. Poderia passar horas

fazendo isso. Ela era... Genuína.

Sentia-se culpado pelas suposições e acusações que cobrou dela. Ele agiu como um babaca

de primeira classe e ela não merecia isso. Por alguma razão, ela parecia realmente gostar dele,

estava atraída por ele. E ele era um palerma idiota que não compreendia a magnitude do que esta

bela mulher estava lhe oferecendo. Ela mesma.

Ela não pediu nada em troca. Sem agenda escondida. O que ele poderia oferecer a ela,

afinal? Não conseguia pensar em um único motivo oculto que ela poderia ter para persegui-lo,

nem conseguia imaginar por que ela o queria. Mas, como se dizia, o “cavalo dado não se olha os

dentes”. Nem perderia tempo questionando-a.

Se ela o queria, então ele poderia muito bem lhe dar o que ela queria. Assim que

descobrisse quando e como.

Capítulo 13

Swanny sentia-se horrivelmente culpado por comer o bife suculento bem na frente de

Eden. Ele não perdeu o desejo em seus olhos ou o fato de que sua boca estava praticamente

molhada enquanto ele saboreava a carne perfeitamente cozida.

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Nunca considerou que as modelos tinham que fazer sacrifícios. Sempre supôs que elas

eram apenas naturalmente perfeitas e abençoadas com grandes genes e podiam comer qualquer

coisa e nunca teriam de se preocupar com o ganho de peso.

Mas, enquanto esperavam o jantar, Eden explicara seu regime de treino, sua dieta de

restrições e rotina árdua de cuidados da pele e cabelo. Era muito desgastante. Adicione a isso

aquelas dezesseis horas de sessão e parecia o inferno para ele. E ainda assim ela alegremente

listava sua rotina como se fosse perfeitamente normal trabalhar até cair e medir cuidadosamente

sua ingestão calórica.

Era óbvio que ela fez muitos sacrifícios pela carreira, e seu respeito por ela cresceu mais

enquanto conversavam. Ele estava bem ciente dos estereótipos associados com supermodelos.

Mas até agora Eden não se adaptava a qualquer dos pressupostos negativos muitas vezes

atribuídos a mulheres em sua carreira.

Ele era tão culpado dessas premissas como as outras pessoas. Nunca considerou o trabalho

envolvido e só assumia que era uma moleza e que todas as modelos eram divas mimadas que

eram atendidas e tinham todos os seus caprichos concedidos. Isso além do exterior prático e

polido apresentado à câmara era uma personalidade completamente falsa.

Eden rapidamente o dissuadiu dessas noções, e ele sentiu-se envergonhado que já tinha

dado crédito a esses pensamentos.

Cortou duas grandes fatias do bife e colocou-as no prato de Eden ao lado da tigela que

continha sua salada. Ela arregalou os olhos, mas a boca estava aguada quando olhou para elas.

— Isso é muito, — ela disse com um gemido. — Mas cara, eu os quero.

— Coma, — Swanny incentivou. — Vou te acordar cedo e ir até o centro de fitness com

você para que possa se exercitar e tirar as duas mordidas antes da sessão.

Ela sorriu calorosamente para ele, e seu peito sentiu aquele estranho aperto que parecia

ocorrer com mais frequência quanto mais tempo ele estava ao seu redor.

— Eu gostaria disso, — ela disse, com os olhos brilhando suavemente. — Micah e David

geralmente se exercitam comigo, e acredite em mim, eles eram supervisores esgotantes! Mas

tenho que admitir, eles me moldaram em melhor forma e também me ensinaram movimentos de

autodefesa.

Swanny teve que trabalhar para evitar a carranca se formar em seu rosto com a menção

dos outros dois homens. Inferno, ele assumiria qualquer treinamento de autodefesa. Ele e

somente ele, no que se referia a ela.

— Você pode me mostrar seus movimentos, — disse ele, afastando o ciúme que ameaçava

sufocá-lo. — Eu sempre posso trabalhar com você quando tiver tempo.

Os olhos dela brilharam maliciosamente.

— Por que, Swanny, se você continuar assim pensarei que você realmente quer passar um

tempo comigo.

— Acho que estabelecemos o fato de que gosto de passar o tempo com você, — disse ele

em um tom calmo. — Eu me preocupei em entrar nessa, mas se vou ser honesto, acho que eu já

estou lá.

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Prazer espalhou-se por suas feições bonitas, as bochechas polvilhadas de rosa.

— Estou feliz que não sou a única, então, — disse ela com voz rouca. — Não sou uma

vampira sexual, Swanny. Preciso que você saiba disso. Se você não fosse... Especial... Então eu não

estaria nesta sala com você. Não teria ido tão longe para me expor lá fora, do jeito que fiz,

correndo o risco de ser rejeitada. Não foi fácil. Não quero fazer papel de boba.

O coração de Swanny suavizou quando ele viu a honestidade e sinceridade brilhando em

seus olhos. A ideia de que ele tinha o poder de ferir essa mulher o deixava totalmente perplexo.

Ele teria que parar de se esconder e fazer tudo em seu poder para garantir-lhe que a atração não

era unilateral e que ele não tinha intenção de rejeitá-la ou rejeitar qualquer coisa que ela lhe

oferecesse.

— Eu lidei mal com tudo isso, — Swanny disse, permitindo que seu remorso aparecesse

mais em suas palavras. — E sinto muito por isso, Eden. Você tem que entender, isto é novo para

mim. E assim como você disse que não foi fácil para você, definitivamente não é fácil para mim. A

ideia de que uma mulher como você tem algum interesse em mim... — Ele parou e balançou a

cabeça, ainda perplexo com tudo isso.

Ela deslizou no sofá para que seu joelho esquerdo tocasse no joelho direito dele, onde ele

se sentou na poltrona diagonal para o sofá, o jantar espalhado na mesa de café. Ela deslizou a mão

até sua perna, dando-lhe gentilmente um aperto.

Não foi um movimento sexual e ainda assim todo seu corpo entrou em alerta no momento

em seu calor atravessou o jeans. Sentia cada parte do seu toque. Queimou uma trilha até a perna,

terminando onde a mão descansava e onde ela deixou quando olhou para ele.

— Qualquer mulher que não o veja como eu vejo é uma tola, — ela disse com uma voz

determinada. — Eu não digo coisas que não sinto, Swanny. Nem mesmo para fazer alguém se

sentir melhor. Eu acho que você é lindo e estou muito atraída por você. Não saio por aí deixando

escapar coisas assim para os homens que não conheço. Ou homens que eu conheço, aliás, — ela

emendou. — Então este é definitivamente um território novo para mim, e é um pouco assustador,

porque você poderia facilmente me machucar. E não estou dizendo isso para fazer você sentir

nenhuma obrigação de me dar algo que você não quer. Eu só preciso que você entenda que para

mim você é especial. Talvez eu não saiba tudo sobre você. Ainda. Mas isso não significa que eu não

quero saber. Gostaria de pensar que eu, pelo menos, tenho uma chance com você.

Isto era um sonho. Uma fantasia elaborada da qual ele iria acordar a qualquer momento.

Olhou para Eden, sabendo que era a sua vez de colocar para fora. Que era necessária muita

coragem para ela ser tão direta. Devia retribuir. Mas a língua estava pesada e não conseguia

formar as palavras. Sua garganta parecia que estava se fechando.

Os olhos dela brilharam, a mesma breve dor que ele testemunhara antes, e ela começou a

retirar-se, puxando a mão. Porra, ele não faria isso com ela novamente. Ele tinha que começar a

agir e começar a falar agora.

Pegou a mão dela, segurando-a firmemente na dele bem maior. Era um contraste

fascinante, sua estrutura óssea pequena em comparação com a dele muito maior. Ela tinha uma

delicadeza que disparava seus instintos protetores. Como se ao não tratá-la com infinito cuidado,

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pudesse quebrá-la ou machucá-la, e ele iria morrer antes mesmo de causar-lhe um momento de

dor.

E, no entanto, era exatamente o que estava fazendo por sua estupidez. Ele a estava

machucando. Só não fisicamente. Outra mulher teria se afastado muito antes que ela, e dane-se,

não queria que ela desistisse dele. Ele tinha que ficar esperto e parar de agir como um idiota que

nunca esteve com uma mulher.

— Não tenho a pretensão de entender o que você poderia ver em mim, — disse com voz

rouca. — Não consigo entender isso. Só Deus sabe que eu não tenho nada para lhe oferecer.

— Eu só quero uma coisa, Swanny — disse ela suavemente. — Você. Só você.

— Você faz parecer tão simples.

Ela encolheu os ombros.

— É. Quero dizer, pode ser tão simples ou tão difícil quanto quisermos. Não sei como fazê-

lo entender que meus sentimentos são sinceros. Sei que você não confia em mim ainda. Mas eu

confio em você.

— Eu não fiz nada para merecer isso ou você, — disse ele sem rodeios. — Fui um completo

idiota e sinto muito, Eden. Você não tem ideia do quanto estou triste por tê-la magoado duas

vezes agora. Você merece muito mais do que eu.

Seus lábios tremeram em um leve sorriso.

— Você está se repetindo, Swanny. Continua dizendo as mesmas coisas. Pare de analisar

por que e descubra se você me quer tanto quanto eu quero você. Essa é a única questão real aqui.

Todo o resto pode ser contornado.

— Claro que sim, eu quero você, — ele emitiu. — Não consigo pensar de tanto que te

quero. Você já consumiu meus pensamentos desde a primeira vez que te vi entrar naquele quarto

de hotel onde nos encontramos.

O sorriso dela alargou e prazer se formou em seus olhos.

— Ok, agora, estamos chegando a algum lugar. Finalmente!

Ele suspirou.

— Eu não sou normalmente um idiota. Não sou estúpido. Exceto quando se trata de você,

aparentemente. Mas você tem esse efeito em mim que não consigo explicar. Continuo me

perguntando, por que eu? O que uma mulher como você, possivelmente, vê em mim?

Ela se inclinou para frente e colocou a mão em seu rosto cheio de cicatrizes, levemente

acariciando a pele enrugada.

— Você fica dizendo ‘uma mulher como eu’, mas mude isso por um minuto. Você não acha

que estou me perguntando o que um homem como você poderia ver em mim? Você é um herói. É

um sobrevivente. Você ajuda as pessoas a viver. Coloca sua vida em risco pelos outros, e é

necessário ser uma pessoa muito especial para ser tão altruísta. O que você poderia querer com

uma mulher que ganha a vida vendendo sua aparência e seu corpo? Você é pago para salvar vidas,

e eu sou paga para ficar bonita e vender um produto. Então, quem é a melhor pessoa aqui?

A maneira como ela declarava com naturalidade sua opinião sobre ele tocou sua mente.

Ele concordando com a avaliação dela ou não, era evidente que ela era absolutamente sincera

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com seus pensamentos e sua análise dele e de seu caráter. Sentia-se como uma fraude completa.

Porque achava que o que ela estava vendo ou o que pensava ter visto não era o verdadeiro

Swanny.

Seja qual for a lente através da qual ela o via estava com defeito. Ela estaria simplesmente

apaixonada temporariamente por ele? Talvez intrigada com ele? E o que aconteceria quando

percebesse que ele não era tudo o que ela parecia pensar que era?

Preferia não se envolver com ela, em vez de tornar-se emocional e fisicamente envolvido

só para ver a maneira como ela o via mudar e ver o brilho em seu olhar apagar quando olhasse

para ele e realmente visse o que ele era. Falho. Longe de ser perfeito. Ainda lidando com os

demônios de seu passado e a vergonha de sua fraqueza durante o cativeiro e o quão próximo ele

chegou de desistir. As cicatrizes físicas eram, sem dúvida, terríveis, mas pior eram as cicatrizes que

ninguém podia ver. As que ele podia sentir, aquelas que sempre estariam lá dentro dele, uma

mancha em sua alma.

E ainda assim ela se sentou ali, a poucos centímetros de distância, olhando seriamente

para ele enquanto ela perguntava o que um homem como ele veria nela. Nela. Ele não conseguia

sequer começar a entender esse tipo de questão. Ela merecia muito mais do que ele poderia lhe

dar. Ela merecia um homem que não viesse com a bagagem que ele carregava.

Quando ele ainda não tinha respondido sua pergunta, — como ele poderia? — Ela se

endireitou um pouco e olhou fixamente para ele, os lábios firmes com... Resolução? E, no entanto,

sua voz era suave como seda, tão doce quanto o resto dela e linda pra caralho que doía olhar para

ela, ouvir os tons musicais de sua voz.

— Não estou pedindo qualquer coisa que você não possa ou não queira me dar, Swanny. E

se você não quiser isso, se estou completamente errada, então me diga e eu te juro que nunca vou

tocar nesse assunto novamente. Vou recuar e tudo o que serei é um trabalho para você e dormirei

com Skylar a partir de agora. Tudo que quero é que você me dê, nos dê, uma chance. Para apenas

ir com o fluxo e ver onde isso, — o que quer que seja isso entre nós — nos leva. Mas a bola está

do seu lado agora. Não posso fazer você me querer. Não gostaria de fazer você sentir nada que

não sente por conta própria. Eu nunca iria querer que um homem ficasse comigo porque eu o

pressionei por algo que ele não teria me dado de bom grado.

Ela não disse, mas ele entendeu perfeitamente que esta era sua última e única chance. Se

não fizesse o próximo movimento, então ela daria um basta nas tentativas para ficar com ele. Era

um inferno estar morrendo de medo de fazer um movimento e, ao mesmo tempo sabendo que se

a afastasse, se arrependeria para o resto de sua vida. Que poderia muito bem estar perdendo a

melhor coisa que já aconteceu com ele. Mesmo que seu tempo com ela fosse de curta duração e,

no final, eles se afastassem e nunca vissem um ao outro novamente.

Sua coragem foi testada inúmeras vezes e ele nunca sentiu como se tivesse falhado. Mas a

coragem veio em muitas variações e situações. Ele percebeu que chegar e pegar o que Eden

estava lhe oferecendo seria o teste mais duro de sua coragem que ele já enfrentou. Permitir

alguém dentro dele, onde nunca permitiu ninguém mais. Deixá-la ver dentro de seu coração e

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alma, e confiar que ela não iria correr tão longe e tão rápido quanto possível, uma vez que a

deixasse ver o que ele escondeu de forma eficaz de todos os outros.

O caminho mais fácil seria simplesmente dizer-lhe não. Que ele não queria e não deveria

envolver-se. Seu trabalho era protegê-la, não ficar transando com ela, embora soubesse que o

minuto em que a levasse para a cama, ela se tornaria sua prioridade número um e qualquer um

que tentasse chegar até ela teria que passar por ele.

Mas nada de bom era fácil. Só um covarde tomaria o caminho de menor resistência e

afastaria Eden antes que a deixasse entrar. Ele não era covarde, nunca foi, e, certamente, não iria

começar a ser agora.

Ela estava certa de que ele não confiava nela ainda. Ou talvez não confiasse no que ela

disse que queria. Mas ela confiava nele e parecia o máximo do desrespeito não retribuir sua

confiança.

— Eu não quero que você vá, — Swanny disse com a voz suave. Ele odiava o quanto parecia

vulnerável, até mesmo aos próprios ouvidos.

— Então o que é que você quer? — Ela perguntou também com voz suave.

Ele nivelou seu olhar com o dela, determinado a ser tão sincero quanto ela foi. E, tão

honesto. Respirou fundo e expirou. A mesma coisa que ela fez por ele. Ficou vulnerável, tão

vulnerável quanto ela ficou. Colocando tudo na linha. Seu orgulho. Sua coragem. Seu coração.

Porque diabos, ele tinha jurado que ela estava segura com ele. Que a protegeria a todo custo. E

agora percebeu que sua proteção tinha que se ampliar ainda mais porque ele teria que proteger

seu coração e alma, bem como protegê-la de qualquer ameaça física.

Com suas palavras, ele estaria comprometendo-se inteiramente a mantê-la segura. Até de

si mesmo e qualquer mágoa que ele poderia lhe causar.

— Você, — disse ele sem rodeios. — Eu quero você.

Capítulo 14

Eden prendeu a respiração, quase tonta de alívio. Mas seu lado prático insistiu que se

certificasse de que ele a queria e não estava apenas cedendo sob pressão. Ela atacou com todo o

requinte de um touro no cio, e ele pode ter visto nenhum outro recurso senão acenar uma

bandeira branca de rendição.

E não era isso que ela queria. Sim, ela queria Swanny. Estava atraída por ele de uma forma

que nunca estivera por outro homem. Mas queria que ele a quisesse do mesmo jeito, sem

pressão.

— E por que você me quer? — Ela perguntou em voz baixa, preparando-se para uma

possível decepção. — Porque não quero alguém que se sente pressionado. Sei que o pressionei e

fui... Descarada... Por falta de uma palavra melhor. Eu quero você, sim. Certamente já deixei isso

bem claro. Mas quero que você me queira pelas razões certas. Espero que esteja fazendo sentido.

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A resposta dele foi um grunhido baixo e, de repente, ela se viu transportada do sofá para o

colo dele. Aterrissou com um baque suave e ele inclinou o queixo dela para cima, pouco antes de

sua boca desabar sobre a dela.

Ele vibrava com desejo— necessidade. Era impossível de falsificar. Podia sentir a ereção

lutando no jeans contra sua coxa.

Ele deslizou a língua em sua boca, traçando e acariciando, saboreando-a, permitindo que o

saboreasse. Ela soltou um suspiro ofegante enquanto relaxava em seu abraço, os braços em volta

dela, ancorando-a firmemente ao seu corpo.

Esse corpo musculoso e forte.

O beijo continuou e continuou, as respiração se misturando, até que ambos estavam

ofegantes entre beijos enquanto sugavam o ar em seus pulmões. Ela gemeu das deliciosas

sensações bombardeando-a. Se tivesse de alguma forma imaginado sua atração por Swanny,

agora estava confirmado. Seu corpo saltou à vida, cada terminação nervosa dolorosamente ciente

do enorme desejo cantando em suas veias.

Nunca um homem a fez se sentir da maneira que Swanny fazia. Nunca teve o desejo de ir

até o fim. Algo sempre a deteve. Agora sabia por quê. Porque estava esperando Swanny. Pelo

homem que a faria sentir que estava a salvo, que iria cuidar dela completamente.

Finalmente Swanny afastou sua boca da dela. Seus olhos estavam semicerrados e pesados

de desejo.

— Agora me diga se você sente que não te quero. Ou que você está de alguma forma

forçando minha atração, porque querida, não é assim que funciona. Eu não posso fingir minha

reação a você. Não posso nem olhar para você sem te querer. A única coisa contra a qual estou

lutando é com a minha crença de que uma mulher de sua classe poderia me querer.

Ela sorriu, aquecida pela sinceridade que viu brilhando em seus olhos bonitos. Levantou a

mão para acariciar o rosto cheio de cicatrizes, passando os dedos levemente ao longo dos cumes.

Ele não vacilou ou tentou se afastar, uma grande vitória, porque isso significava que estava se

tornando mais confortável com ela.

Tocou-o, muitas vezes, querendo dizer-lhe sem palavras que não estava incomodada por

sua aparência. Sabia que levaria tempo, mas queria que ele soubesse, sem dúvida, que não era

repelida por suas cicatrizes. Nem um pouco.

— Para devolver suas palavras, não posso fingir uma reação tão forte. Se você quer uma

explicação, eu simplesmente não tenho uma. Algumas coisas simplesmente são, e para mim você

é assim. Eu luto com o fato de que nos conhecemos há tão pouco tempo. Quero dizer, nunca

pareceu possível eu ter uma conexão instantânea com outra pessoa como tenho com você. Mas

ela está lá. Está lá desde o início. Havia algo sobre você que simplesmente... Atraiu-me. Você vai

achar difícil de acreditar com base na maneira que eu vim até você, mas isso não é normal para

mim. Sou realmente muito reservada. Estou tendo a minha própria quota de confusão sobre

minha ousadia, porque não sou assim, ou melhor, eu não era, — ela disse com tristeza.

Ele se aninhou em sua mão, pressionando um beijo na palma.

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— Eu gosto da sua honestidade. É refrescante. Não há nenhuma adivinhação com você.

Gosto muito disso. Você não finge. Não considero sua franqueza ousadia ou descaramento. Gosto

de saber onde estou. E vamos encarar os fatos. Se você esperasse eu fazer uma jogada,

provavelmente teria esperado para sempre, porque eu nunca teria imaginado por um único

momento que você iria querer alguém como eu. Isso pareceria para mim, como alcançar as

estrelas ou desejar a lua. Acho que eu precisava de um chute no traseiro e você providenciou bem.

Ela riu, relaxando em seus braços, descansando a cabeça em seu ombro. Não havia nada

abertamente sexual sobre sua posição, mas ela se sentia confortável e intimidade os cercava,

puxando-os para sua própria pequena nuvem. O resto do mundo parecia estar a quilômetros de

distância. Havia apenas os dois, sem invasões ou interrupções.

Sabendo que estava sendo ousada de novo, virou a cabeça para cima apenas para que

pudesse ver seu rosto.

— Você vai dormir comigo esta noite?

Seus olhos imediatamente flamejaram e ela apressou-se a corrigir a provável suposição

que estava pedindo-lhe para fazer amor com ela.

— Eu não quero ter relações sexuais, — ela rapidamente alterou. — Sei que ainda estamos

sentindo o caminho em torno de nós e não quero apressar as coisas. Estou gostando de onde

estamos agora. Mas gostaria de dormir em seus braços esta noite. Para apenas... Estar com você.

Ele deu um beijo suave na testa dela.

— Eu gostaria muito. E Eden, deixe de ser tão autoconsciente sobre dizer o que você quer.

Eu não acho que você é uma vadia descarada. Espero que nunca hesite em perguntar-me qualquer

coisa que deseja ou precisa. Porque vou fazer todo possível para fornecê-lo para você.

Ela sorriu com tristeza.

— Eu disse que esta não é a “eu” normal. Na verdade, é muito difícil colocá-lo como eu fiz.

Eu gosto muito de você e não quero nunca afastá-lo por ser muito exigente ou pressioná-lo para

algo a que não está pronto.

— Não há pressão, querida. Acho que já estabelecemos que eu te quero muito. Você nunca

será exigente ou enérgica, ao me dizer o que quer de mim.

— Eu quero que você faça o mesmo, — ela disse suavemente. — Não quero que você se

preocupe em me tratar vigorosamente. Eu gostaria que nós nos encontrássemos no meio do

caminho. Então, se você me fará prometer que eu direi o que eu quero, então quero a mesma

promessa de você.

— De acordo, — ele disse rispidamente.

Ele olhou com pesar para o relógio e, em seguida, voltou para ela.

— Você disse que terá que se levantar cedo amanhã e se vamos nos levantar e exercitar

antes de seu ensaio, você provavelmente deve pensar em ir para a cama agora.

Ela assentiu com a cabeça. Antes estava relutante em ir para a cama sozinha, porque

gostava de sua companhia e teria demorado, desistindo do descanso para passar um tempo com

ele. Mas agora que ele iria dormir com ela, ela não sofreu nenhum escrúpulo em ir para a cama

agora.

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Ele empurrou-a com um tapinha gentil em suas costas.

— Vá se preparar para dormir. Vou tomar um banho e depois vou encontrá-la em seu

quarto.

Ela se inclinou e beijou sua bochecha cicatrizada.

— Não demore muito.

Ele sorriu torto para ela.

— Provavelmente vou estabelecer um recorde de velocidade para este banho, agora que

sei que vou dormir com você esta noite. Normalmente só uso cuecas boxers para dormir. Isso te

incomoda?

Ela quase riu. Ele apenas de cueca e ela podendo encher os olhos com seu físico

musculoso? Poder dormir enrolada naquele corpo forte e sentir sua pele contra a dela? Incomodá-

la? Ha!

— Se você está bem comigo vestindo lingerie, então estou certamente bem com você

usando apenas suas boxers.

Sua expressão era impagável. Ele parecia que tinha acabado de engolir a língua. Em

seguida, ele gemeu.

— Você está me torturando. Espero que você saiba disso.

Ela deu-lhe um olhar inocente.

— Eu vou estar mais coberta do que você.

Ele bufou.

— Eu tenho uma ótima imaginação e acredite, vou imaginar o que está por baixo da

lingerie sexy a noite toda.

— Bem, — ela murmurou, um sorriso curvando os cantos de sua boca. — Eu gosto da ideia

de que você estará pensando em mim.

Com esse comentário, ela trotou em direção a seu quarto, deixando Swanny sentado na

cadeira. Sorriu e fez um giro bobo enquanto recolhia suas roupas de dormir e ia para o banheiro.

Se apaixonar era se sentir assim? Estava, certamente, cheia de luxúria por ele. Era tudo tão

confuso. As pessoas não se apaixonam à primeira vista. O amor era algo que tinha que trabalhar.

Algo que era ganho ao longo do tempo. Mas ela poderia facilmente ver-se apaixonando e

apaixonando fortemente por Swanny. Talvez já estivesse nesse caminho.

Soltou um suspiro. Havia pouco sentido em super analisar tudo. Só tinha que esperar e

deixar as cartas caírem onde deveriam. Já estava se antecipando demais. Embora Swanny pudesse

estar atraído por ela, ela ainda era um trabalho para ele. E ambos tinham carreiras que os levavam

aos extremos opostos da Terra.

Talvez tudo o que ela precisasse era de um caso. Tirá-lo de sua cabeça e quando estivesse

feito e acabado seguiriam caminhos separados e ela teria a memória do tempo que passaram

juntos. Mas mesmo enquanto pensava nisso, sabia que estava mentindo para si mesma. Porque

duvidava que ter um caso quente com ele iria tirá-lo de seu sistema. Se alguma coisa, tornar-se

sexual e emocionalmente envolvida com ele, mesmo que por um curto período de tempo, iria

confirmar o que já sabia.

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Swanny não era o tipo de homem que uma mulher esqueceria ou deixaria ir embora

voluntariamente. A grande questão seria se ele queria mais do que um caso temporário ou se iria

embora quando tudo acabasse.

Capítulo 15

Swanny se viu do lado de fora da porta de Eden, que estava aberta alguns centímetros.

Embora tenha dito que usava apenas cueca para dormir, não havia considerado o fato de que

havia mais cicatrizes que cruzavam seu tronco, aquelas que não eram visíveis sob a roupa, e foi

tomado por desconforto e autoconsciência na ideia de Eden ver mais imperfeições de seu corpo.

Então, colocou uma camiseta, notando que isso fazia dele um covarde, mas não podia

encará-la ainda. Talvez ele desligasse as luzes quando entrasse, se ela já estivesse na cama e, em

seguida, poderia retirar a camisa antes de ir para a cama, mas isso não resolvia o problema de

quando acordar, porque ela teria seguramente uma visão total então.

Mas ela pediu-lhe para confiar nela. Era pedir muito embora soubesse que ela era

totalmente sincera. Mas ainda assim, o deixou desconfortável desnudar-se quando nunca deixou

ninguém ver a extensão dos danos ao seu corpo devido aos meses de tortura e degradação.

As cicatrizes psicológicas eram tão brilhantes em sua mente como o lembrete diário das

cicatrizes físicas. Em alguns aspectos, as cicatrizes em sua alma eram mais dolorosas do que as do

seu corpo, aquelas que eram visíveis. Aquelas que levavam mais tempo para curar. E talvez nunca

realmente se curasse no coração e na mente. Mas Eden deu-lhe esperança. Esperança que ele

estava com medo de se permitir sentir. Ela poderia facilmente escorregar em seu coração, e iria

devastá-lo ver a expressão dela mudar para piedade ou desgosto, embora soubesse que estava

desconfiando dela ao pensar que reagiria dessa maneira. Ela tinha-lhe mostrado nada além de

aceitação, fizera o possível para convencê-lo de que suas cicatrizes não importavam para ela. E

ainda assim, ele se viu se reprimindo, não querendo dar-lhe alguma razão para recuar.

Finalmente se empurrou hesitante no quarto para vê-la apoiada na cama, cobertores na

barriga. Ela era uma visão tão linda que o deixou sem fôlego e ele se viu momentaneamente

incapaz de extrair o ar em seus pulmões.

— Importa-se se eu acender as luzes? — Ele perguntou com a voz rouca, tentando não

permitir que a sua autoconsciência fosse demasiada evidente.

Ela olhou pensativamente para ele por um momento.

— Por que você está vestindo uma camisa, Swanny? O que você tem medo que eu veja?

O jeito que ela parecia ser capaz de ler seus pensamentos, instantaneamente atingiu seu

humor, tornando-o incapaz de formular uma resposta. O que ele poderia dizer sobre isso, afinal?

Ela afastou as cobertas e saiu da cama vestindo a roupa de dormir sexy, mas modesta.

Usava shorts de seda, curto, exibindo a longa extensão daquelas pernas lindas. E o top a cobria,

mas tinha pequenas cordinhas sobre os ombros que seria tão fácil de escorregar para baixo,

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expondo os seios. Sua necessidade era uma dor física. Não a querer? Ela ainda questionava se ele

a desejava? Teria que estar morto para não reagir à imagem sexy diretamente na frente dele e

chegando mais perto a cada segundo, enquanto caminhava em sua direção.

Ela colocou as mãos sobre o peito dele e o olhou, com tanta doçura e compreensão em

seus olhos que a garganta dele inchou com emoção. Ela via o coração dele. O que ninguém nunca

viu. Ela viu além da fachada que ele mostrava para os outros e ele não sabia se isso o contentava

ou assustava terrivelmente. Talvez uma combinação fodida de ambos.

Então ela deslizou as mãos por baixo da camisa, pressionando as palmas na pele nua. Sua

respiração acelerou tal qual o pulso. Seu pau subiu dolorosamente e não havia nada para disfarçá-

lo nas boxers finas que usava.

Ela puxou para cima, removendo delicadamente a camisa e ele deixou, ali de pé

permitindo-lhe fazer o que ela queria.

Com a camisa removida, ela estudou seu torso, e, em seguida, para sua surpresa, deu um

beijo em uma cicatriz e, em seguida, moveu-se para outra e outra até que cobriu cada centímetro

de sua carne cicatrizada.

Agora que ele estava apenas com a cueca, ela tomou sua mão, puxando-o para a cama, e

ele a seguiu como um cachorro dedicado, ansioso para agradar seu mestre.

Ela colocou-o na cama e, em seguida, subiu ao seu lado, enrolando instantaneamente o

corpo contra o dele, mas deixou espaço suficiente entre eles apenas para que sua mão se

encaixasse sobre o peito e as cicatrizes que pontilhavam o torso.

— Você não tem que esconder nada de mim, Swanny, — ela disse suavemente. — Não de

mim. Nunca de mim.

Ela acariciou as linhas de cada cicatriz, explorando-as com os dedos e, em seguida, como

tinha feito antes, beijou cada uma, tão doce e suave que fez seu coração doer.

— Você é lindo, — ela sussurrou. — Muito bonito. Eu nunca conheci um homem tão bonito

como você.

Seu maldito coração quase explodiu e ele precisou de cada grama de sua força de vontade

para não derrubá-la e empurrar nela tão duro e profundo quanto poderia ir, fazendo-se uma parte

dela. Selando o crescente vínculo entre eles.

Mas ela merecia mais do que isso. E ela queria tempo. Ela não queria se apressar e nem

ele, mas ele sabia que fazerem amor era inevitável. Também não demoraria. Todos os outros

aspectos de seu relacionamento mudaram na velocidade da luz, e ele sabia que nenhum deles iria

aguentar muito mais tempo.

A antecipação tornaria tudo ainda mais doce quando finalmente gozassem juntos. Iria

saborear cada minuto de sua relação sexual, passaria horas esbanjando atenção sobre ela,

aprendendo tudo o que lhe agradava. Ele a levaria ao orgasmo várias vezes antes que tomasse o

seu próprio prazer. As necessidades dela vinham primeiro.

Ela colocou uma palma da mão contra o peito dele e, em seguida, aninhou a cabeça em seu

ombro e o cabelo dela fez cócegas em seu nariz. Em seguida, deslizou a perna entre as coxas dele

como se procurasse seu calor e toque. Ele estava mais do que feliz em acomodá-la. Passou o braço

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em volta da cintura dela, puxando-a ainda mais perto quando passou a perna em torno dela,

prendendo a dela entre as suas.

Ela deixou escapar um suspiro de satisfação, exalação suave soprando sobre a pele dele.

Nunca algo parecera tão... Certo. Contentamento se firmou em seus ossos, relaxando-o

enquanto prazer infiltrava em todas as partes do seu corpo. Ela estava em seus braços, um ajuste

perfeito, como se fosse feita para ele. Como se pertencesse lá.

Ele poderia ter inicialmente lutado contra sua atração por Eden e poderia ter duvidado de

que ela poderia estar atraída por ele, mas aqui e agora ele sabia que o que havia entre eles era

real. Sua atração era uma coisa viva, respirando. Tangível. Dançava no ar entre eles e quando

estavam perto, ela em seus braços, ele ardia como fogo queimando lento apenas esperando para

inflamar em um inferno.

Pensou que ela tinha caído no sono quando ela se mexeu e se virou para ele, com os olhos

o buscando.

— Você gosta de trabalhar para a KGI?

— Sim, — disse sem hesitação. — Eles me deram um propósito quando pensei que não

tinha mais nenhum. Eu estava sem ocupação após voltar da última missão. Acho que estava

passando por uma fase de auto piedade e lamentando pela injustiça de tudo isso. Não era uma

visão bonita. Mas havia coisas que aconteceram durante nossa fuga e salvamento. Coisas para as

quais eu precisava de respostas, e então fui ver Nate. Ele não estava se saindo muito melhor do

que eu.

— Que tipo de coisas? — Ela perguntou, curiosa.

Ele hesitou, sem saber o quanto devia compartilhar. Um, ela pensaria que ele era louco, e

dois, não queria trair Shea ou Grace. Não quando elas eram a razão pela qual ele estava vivo hoje.

Mas também sabia que se ele e Eden se envolvessem, ela descobriria eventualmente. E ele

preferia que ela ouvisse isso dele. Então, ela saberia que confiava nela e não mantivera segredos

para ela.

— Você pensará que sou louco, — disse ele.

Ela se empurrou para cima, para que pudesse olhar para ele, o cabelo derramando como

uma cortina de seda sobre os ombros e roçando sobre o peito dele. Ele poderia enterrar as mãos e

o rosto em seu cabelo e ficar lá por horas.

— Eu não vou pensar que você é louco — disse ela solenemente. — Pode confiar em mim,

Swanny. Não vou julgá-lo. Eu vou ouvir. E nunca trairia sua confiança.

Ele sabia disso absolutamente. Talvez fosse louco por confiar nesta mulher quando só a

conhecia há tão pouco tempo. Mas confiava nela. Ela não tinha um osso maldoso ou vingativo em

seu corpo.

Ele suspirou.

— Quando estávamos sendo mantidos em cativeiro, Shea, a esposa de Nathan, embora

eles sequer se conhecessem na época, falou-lhe, na cabeça a quilômetros de distância. Telepatia.

Os olhos de Eden se arregalaram.

— Sério? Isso é tão legal. Eu não achava que essas coisas realmente existissem.

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— Sim, ela o ajudou a se manter. Ela até tomou a tortura dele. Parece complicado, mas ela

pôde afastar a dor que ele sentia e torná-la dela. Ela sofreu por ele para que ele pudesse ficar

forte.

— Isso é muito altruísta, — murmurou Eden. — Especialmente por um homem que ela não

conhecia.

Swanny assentiu em concordância.

— Quando Nathan e eu escapamos, eu estava muito ruim. Eu sabia que estava fodido

internamente e sabia que estava morrendo. Eu estava retardando Nathan e pedi-lhe para me

deixar para que pelo menos ele pudesse se salvar. Neste momento isso fica ainda mais

inacreditável. A irmã de Shea, Grace, tem a capacidade de curar e como um canal através de Shea

e Nathan, ela foi capaz de me curar ou pelo menos me remendar o suficiente para que eu pudesse

continuar.

— Parece que eu devo a essas duas mulheres meus agradecimentos quando as conhecer.

Swanny não conseguiu evitar a onda de prazer com a forma como ela assumia que iria

encontrar sua família. Como se ela visse um futuro com ele.

— Nós saímos. Os irmãos de Nathan, a KGI, nos alcançaram a tempo e nos levaram para

casa. Nós dois estávamos muito ruins, e depois eu fui para casa e Nathan voltou para sua família.

Mas eu não tinha ninguém. Apenas uma casa vazia que pertencia aos meus pais. E isso estava me

deixando louco. Não tinha ideia do que eu ia fazer com a minha vida. E ainda tinha todas essas

perguntas ardentes sobre o que tinha acontecido lá. Então procurei Nathan e enquanto eu estava

lá, Shea entrou em contato com ele, o primeiro contato dela desde a nossa fuga. Ele ficou louco e

fez tudo para chegar até ela. Dois de seus irmãos e eu fomos atrás dele para ajudar. Eu

simplesmente fui com eles e depois eles me ofereceram uma posição na nova equipe que estavam

formando.

— Você está feliz agora, então.

Ele acenou com a cabeça.

— Oh sim. Sinto que tenho um propósito novamente. Algo para me levantar no período da

manhã. Eu gosto de fazer a diferença. Ajudamos as pessoas e eliminamos aqueles que se

aproveitam dos outros.

Ela franziu o cenho.

— Parece perigoso.

— E é. — Ele não quis adoçar o seu trabalho. Ela precisava saber o que seu trabalho

implicava. — Há sempre a chance de um de nós não voltar de uma missão. Mas somos bons e

cuidadosos. Tivemos algumas escapadas por um triz, mas não perdemos um homem desde que

um dos homens de Rio foi morto antes de eu vir a bordo. Ele foi eliminado quando a mãe dos

Kellys foi sequestrada do hospital depois que seu marido sofreu um ataque cardíaco.

— Uau. Parece que nunca há um momento de tédio em torno de vocês. Posso ver porque

este trabalho seria uma moleza para você e, honestamente, muito abaixo de suas capacidades.

Sinto-me culpada por amarrar uma equipe inteira. Parece que seus talentos estão sendo

desperdiçados nesse negócio de bancar minha babá.

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Ele a puxou de volta em seus braços, apertando-a contra si.

— Nós levamos a sua proteção muito a sério, Eden. Você é a nossa prioridade. Nenhum

trabalho tem prioridade maior do que o outro. Cada missão que tomamos recebe a nossa atenção.

Além disso, se não tivéssemos sido contratados para protegê-la, então você e eu não estaríamos

aqui, agora, e estou gostando de exatamente onde estamos.

Ele sentiu o sorriso dela contra seu peito.

— Você tem razão sobre isso. Eu não queria não tê-lo conhecido.

— Nem eu, — disse ele. — Agora, que tal você descansar um pouco. Coloquei o

despertador para logo cedo para que possamos entrar naquele treino. Não espere que eu vá

devagar com você, porque a considero bonita. Vou te exercitar forte e, em seguida, você vai me

mostrar seus movimentos de autodefesa, então vou saber o que mais precisa aprender.

Ela riu, mas se acomodou lânguida em seus braços, deixando escapar um longo suspiro que

sinalizou sua fadiga.

— Boa noite, Swanny. Estou feliz que você está aqui comigo.

Ele apertou-a uma última vez.

— Estou feliz também.

Capítulo 16

Embora Swanny tenha acertado o alarme em seu relógio, ele tinha um relógio interno que

nunca falhava. Se soubesse a que horas teria que estar de pé, acordava cinco minutos antes, sem

falhar.

Estendeu a mão para desligar o alarme, não querendo despertar Eden, que estava

dormindo profundamente em seus braços. Tinha cinco minutos antes que precisasse acordá-la, e

pretendia saborear cada um desses cinco minutos.

Ela estava aninhada na curva de seu braço, os cabelos espalhados sobre seu braço e o

travesseiro. Era tão bonita no sono quanto quando estava acordada e alerta. Estudou-a na meia-

luz do banheiro, a porta entreaberta, usando a oportunidade para observá-la à vontade, quando

estava dormindo.

As alças do top escorregaram dos ombros, e seria necessário apenas o menor movimento

para expor um mamilo. Como estava, as ondas cheias de seus seios estavam sedutoramente

visíveis, o tecido preso aos mamilos e isso impedia que ela se desnudasse.

Ela se mexeu e ele congelou, mas ela simplesmente se aconchegou mais fundo em seu

peito, soltou um suspiro e depois se recostou novamente.

Maldição, ele odiava acordá-la. Ele poderia ficar assim por horas, simplesmente

observando e apreciando a visão dela na cama com ele.

Seus membros estavam emaranhados, uma de suas pernas entre as dele, e sua perna

jogada sobre ela possessivamente, ancorando-a firmemente contra ele. Não, eles não tinham feito

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amor, e ele concordou que eles deviam apressar as coisas, mas a intimidade entre eles era tão

tangível como se tivessem feito.

E apesar de terem concordado em não se apressarem, ele era suficientemente honesto

consigo mesmo para saber que ela estaria em sua cama e ele estaria dentro dela em breve. Ambos

queriam a mesma coisa. A consumação do relacionamento crescente era inevitável.

Toda a sua cautela anterior se foi, desapareceu. Agora que ele estava seguro dela e de seus

sentimentos, estava ansioso para dar o próximo passo. Porque o sexo com Eden não seria apenas

sexo. Sabia em seu coração que faria a terra tremer e que provavelmente iria mudar o curso da

sua vida para sempre, não importava o que aconteceria entre eles mais tarde.

Ele se recusou a olhar muito longe na estrada, porque a carreira deles os levava em

direções completamente diferentes. Estava apenas focado no agora e no momento em que teriam

juntos. Pensar no futuro só lhe traria dor de cabeça.

Literalmente tinham que viver um dia de cada vez e ver onde as coisas os levariam. Se eles

se tornassem sérios, então simplesmente teriam que encontrar uma maneira de ficar juntos. Amor

requeria sacrifício. Ele viu isso muitas vezes. Mas onde há uma vontade, há um caminho. Ele tinha

que acreditar nisso. Porque se pensasse muito à frente e se imaginasse lhe dizendo adeus e

seguindo caminhos separados, isso o devastaria.

Não queria que nada interferisse com o que tinham e teriam, agora. Tudo o que ele podia

controlar era como passavam o tempo que tinham juntos. Tudo estava além de seu controle,

então teria que se concentrar no que estava sob seu controle: se certificar de que desse a Eden o

que ela queria — o que ele queria —, e curtir cada momento roubado, juntos. Se, no final, fossem

em direções diferentes, então saborearia cada única memória do tempo deles juntos e nunca se

arrependeria de um único momento. Era tudo que qualquer um deles poderia fazer.

Sabendo que o momento de silêncio que passou simplesmente observando Eden acabou,

relutantemente passou a mão em seu rosto e murmurou baixinho:

— Eden. Querida, é hora de se levantar. Precisamos chegar ao ginásio em vinte minutos se

quisermos manter o cronograma de sua sessão.

As pálpebras se abriram e seu olhar desfocado encontrou o dele, e, em seguida, todo o seu

rosto se transformou em um sorriso de parar o coração que lhe tirou o fôlego. A ideia de que ela

encontrasse tanto prazer em estar em seus braços, acordando em seus braços, fez o peito dele

apertar a ponto do desconforto.

— Bom dia, — ela disse em uma voz sonolenta, rouca.

Ele deu um beijo em sua testa.

— Bom dia. Você dormiu bem?

— Como uma rocha, — ela admitiu. — Nunca dormi melhor. Tenho que lhe agradecer por

isso. Então, obrigada.

— Pelo quê, querida?

— Por dormir comigo. Por me abraçar. Deixar-me dormir em seus braços. Nunca me senti

tão segura como ontem à noite.

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A admissão franca torceu o estômago dele em nós. Deus, a mulher estava insinuando seu

caminho direto para sua alma. Ela já estava firmemente entrincheirada, mas a cada minuto em sua

presença só fortalecia o vínculo entre eles. O amor seria assim? Ele já se apaixonou por ela?

Seu lado prático argumentou que era muito cedo para fazer esse tipo de admissão. Mas

seu coração e alma disseram coisas muito diferentes. Que esta era a sua mulher. Ela pertencia a

ele. Fazer amor com ela seria simplesmente cimentar o que ele já sabia. Que ela era dele.

Ele a beijou novamente, desta vez roçando a boca sobre a dela de uma maneira suave.

— De nada. Mas tenho que te dizer, eu nunca dormi tão bem ou, então, você fez tanto por

mim como diz que fiz para você. Eu tenho...

Ele lutou com a admissão na ponta da sua língua. Isso o fez parecer fraco. E a última coisa

que ele queria que ela pensasse que ele era fraco.

— Você tem o quê? — Ela perguntou suavemente.

— Pesadelos, — disse ele em voz baixa. — Não parece existir razão ou sentido para eles.

Algumas noites eu não sonho. Mas outras eu sonho estar novamente lá, a dor e o desespero que

eu senti, ainda sinto às vezes.

Os olhos dela brilharam com simpatia. Com qualquer outra pessoa ele odiaria essa

simpatia. Era a última coisa que ele queria. Mas com Eden, não sentia a vergonha que o

acompanhava sempre que se pensava que parecia fraco.

— Eu só posso imaginar, — ela murmurou. — Deve ter sido um momento tão horrível para

você, Swanny. Estou feliz que você teve uma noite de paz. Odiaria pensar que você estava me

dando tanto e que eu não estava lhe dando nada em troca. Por isso, me fez sentir melhor que

você tenha dormido tão bem quanto eu. Acho que formamos um bom time, — ela disse, com um

brilho influente em seus olhos. — Talvez eu seja boa para você.

— Eu sei que você é boa para mim, — disse ele com um grunhido. — Não há dúvida disso.

Agora, com o risco de parecer um idiota, você tem que se levantar e se mexer. Vou tomar banho

no outro banheiro e depois vamos descer e fazer o seu treino. Se tivermos tempo suficiente, você

pode me mostrar seus movimentos e então poderei analisar o que você precisa de mais trabalho e

vamos ajustá-lo ao longo de suas sessões. Não quero que você exagere. Sei que a sessão de fotos

será cansativa o suficiente.

— Oh, eu vou ficar bem — disse ela enquanto se levantava da cama, levando seu carinho e

doçura com ela. — Além disso, se isso significa passar mais tempo com você, então eu vou

arrumar tempo.

Deus, mas ela o torcia em tantos nós que ele não sabia se soltar. Como alguém tão

absolutamente perfeita poderia estar interessada em alguém como ele, que não só tinha cicatrizes

físicas, mas manchas na alma e vazio no coração e que, até conhecê-la pensava que nunca ia se

curar?

E ainda dentro do curto espaço de tempo que estiveram juntos, ele podia sentir as partes

faltantes começando a preencher. Como se estivesse recuperando tudo o que perdeu durante o

tempo horrível em que foi mantido em cativeiro e desmontado, pouco a pouco, a sua própria

vontade de viver reduzindo até que estava pronto para desistir e acabar com tudo.

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Arrastou-se para fora da cama sem a atitude toda séria que era a sua rotina matinal.

Depois de tomar um banho rápido, fez uma chamada para Joe para que ele soubesse que ele e

Eden desceriam ao ginásio até a hora de levá-la para a sessão de fotos. Joe já fizera arranjos para

os carros que levariam Eden e o resto da KGI onde quer que precisassem ir, enquanto estivessem

em Paris.

— Vou mandar Skylar e Edge descerem para cobrir a entrada do ginásio, — disse Joe. —

Devemos ser muito cuidadosos e definitivamente não podemos nos dar ao luxo de baixar a

guarda.

Swanny se irritou com a noção de que ele não era a proteção adequada para Eden, mas

sabia que Joe estava certo. O que Swanny não poderia fazer era envolver-se com Eden, ao ponto

em que se tornaria distraído de sua prioridade número um: mantê-la segura em todos os

momentos.

A segurança dela estava em primeiro lugar, acima de tudo. Até mesmo da atração entre

eles. Nada poderia comprometer seu objetivo. Esta era uma missão. Um trabalho. Sua reputação,

para não mencionar a vida de Eden, dependia disso. Ele certamente não seria a razão pela qual

falhariam, e ele definitivamente não seria o motivo de Eden ser ferida ou morta.

Voltando para a realidade da situação, ele foi em busca de Eden, um pouco de sua letargia

mais cedo e da neblina quente que o cercara quando acordou nos braços de Eden substituídas por

um senso de propósito.

Enfiou a cabeça dentro do quarto.

— Você está pronta?

Ela saiu do banheiro terminando o rabo de cavalo que prendia seu cabelo. Estava vestindo

uma blusinha apertada e uma calça de cintura baixa que descobria poucos centímetros do

abdômen. O corpo dele reagiu de imediato e rapidamente controlou-se, lembrando-se do que

estava em jogo aqui.

— Estou pronta. Você está pronto para ter o seu traseiro chutado? — Ela perguntou

maliciosamente.

Era impossível adotar um rigoroso comportamento mais profissional quando ela irradiava

calor e doçura.

— Muito arrogante para alguém que não dimensionou o tamanho de seu oponente, —

respondeu ele.

— Oh, eu o dimensionei, — disse ela, deixando o olhar vaguear sobre seu corpo até que ele

sentiu como se ela o tivesse despojado de cada peça de roupa com nada mais do que os olhos.

— Você é incorrigível, — disse ele, exasperação simulada. — Vamos andando. Estamos em

um cronograma apertado.

Ela estalou a atenção, dando-lhe a saudação de um soldado.

— Sim, senhor. Mostre o caminho.

Pequena insolente. Mas ele adorava cada pedacinho do atrevimento. Não havia uma única

coisa sobre ela que ele não gostasse. Ela parecia incrivelmente perfeita, e não havia ninguém tão

perfeita. Todos tinham falhas. Então, quais eram as dela?

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Pegaram as escadas até o segundo andar, onde a academia estava localizada, e Edge e

Skylar já estavam do lado de fora da porta. Eden pareceu surpresa ao vê-los e talvez até um pouco

envergonhada. Swanny teria que ter uma conversa com ela mais tarde para lembrá-la de tudo o

que ele mesmo havia descartado momentaneamente.

— Está limpo, — Edge disse, a voz retumbando de seu peito. — Você e Eden serão os

únicos no interior a menos que alguém entre depois de você. Sky e eu vamos nos certificar de que

ninguém entre neste andar.

— Obrigado, — Swanny disse. — Vamos ser uma hora cheia. Eden precisa comer antes de

ir para a sessão.

— Apenas um shake de vitamina para mim, — Eden interrompeu. — Preciso tomar banho

novamente após o treino, então beberei o shake no caminho. Mas, se vocês precisarem comer,

peçam serviço de quarto, enquanto eu reúno todas as minhas coisas. Cabelo e maquiagem vão ser

feitos lá, então vou usar moletom e uma camiseta para o estúdio. Não vai demorar muito para

ficar tudo pronto. É só pegar minha bolsa e estarei pronta.

Swanny balançou a cabeça, mas não fez nenhum comentário. Se fosse por ele, Eden estaria

comendo um inferno de muito mais, mas ela sabia o que era melhor para ela e não era seu direito

interferir.

Ele usou a chave do quarto para ganhar a entrada para a pequena sala de fitness e, em

seguida, pegou toalhas para ele e Eden.

Ela foi direto para a bicicleta ergométrica e começou imediatamente um treino rigoroso.

Ele não participou porque simplesmente gostava de vê-la se exercitar. Ela era uma daquelas

mulheres que não suavam. Ela brilhava. Um brilho de transpiração fazia a pele perfeita reluzir sob

a luz e isso o fez querer fazer coisas malucas, como passar a língua sobre sua pele e sugar cada

gota de suor.

Depois de quinze minutos, ela mudou para uma máquina de cardio stepping6 e ficou mais

quinze minutos lá antes de ir para um dos bancos fazer flexões abdominais.

Ele ficou impressionado com sua resistência e o fato de que ela não parecia, no mínimo

sem fôlego. Estava, obviamente, em excelente forma. Seu corpo certamente não contava uma

história diferente. Estava tonificada. Dura nos lugares que precisava ser dura e deliciosamente

suave nos lugares que devia ser.

Em seguida, ela foi para a esteira e lançou um sorriso por cima do ombro.

— Dê-me 15 minutos para esfriar e então eu vou jogá-lo na sua bunda.

Ele sorriu de volta e respondeu lentamente.

— Continue sonhando, princesa.

Ela revirou os olhos e reorientou a atenção na esteira, balançando os braços enquanto

começava com um ritmo vivo apenas para reduzir gradualmente até que finalmente desligou o

aparelho e desceu.

6

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Ela fez um show estalando os dedos e assumiu a postura de um lutador enquanto o

circulava com cautela.

— Proponho uma aposta, — ela disse com uma voz arrogante. — Vou derrubá-lo e

receberei um pedido que você tem que cumprir.

— E se eu a derrubar? Ou você não me derrubar? — Ele perguntou, levantando uma

sobrancelha.

— Então você faz um pedido a mim que eu tenho que cumprir.

A mente dele estava em chamas imediatamente com todas as possibilidades. E, a julgar

pela expressão presunçosa e calculista que Eden estava exibindo, seus pensamentos

provavelmente espelhavam os dele. Inferno, na sua maneira de pensar não importava quem

ganhasse a aposta porque muito provavelmente queriam as mesmas coisas. Mas apenas por

garantia, não estava disposto a deixá-la ganhar, porque de repente se tornou muito importante

que ele conseguisse o que queria.

Ela. Em sua cama. Ele tão profundamente dentro dela que se sentiria engolido por ela,

coração e alma.

— De acordo, — disse ele em tom desafiador.

Ela era boa. Ele teve que admitir. Estar contra um homem com o dobro do tamanho dela

normalmente tornava impossível para ela conseguir vantagem. Mas ela foi rápida e obviamente

foi bem treinada.

Ele gemeu quando viu que tinham um público de fora da porta de vidro de acesso à sala de

fitness. Joe e Nathan haviam se juntado a Skylar e Edge, e todos estavam assistindo em diversão

óbvia.

Sua distração quase lhe custou a aposta. Ela foi para matar e ele tropeçou, mas se

endireitou imediatamente e fez uma varredura rápida da perna enquanto ela estava

desequilibrada e derrubou-a, rolando debaixo dela para assumir o impacto da queda.

Ela olhou para ele, ofegando suavemente, os cabelos em desordem.

— Suponho que desde que eu estou em cima e você está preso eu ganhei?

Ele riu do desgosto em seu rosto.

— Desculpe princesa. Não queria machucá-la, por isso tomei o impacto da queda, mas eu

definitivamente derrubei você. A vitória é minha.

Ela fez beicinho, o que só o fez rir mais. Ela era tão bonitinha com aquele lábio inferior

emburrado e o olhar de cachorrinho em seus olhos.

— Espero que o seu pedido seja pelo menos tão divertido quanto o meu seria, — ela

resmungou.

— Oh, vai ser divertido, — disse ele em voz baixa. — Eu sei que vou adorar cada minuto e

pretendo me certificar que você desfrute tanto quanto eu.

Fogo acendeu nos olhos dela e por um momento ele pensou que ela iria beijá-lo. Mas um

rápido olhar na direção da porta foi o suficiente para fazê-la temperar sua reação. Ela não queria

público mais do que ele.

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Em vez disso, ela se levantou e, em seguida, estendeu a mão para ajudá-lo. Ele saltou para

cima e ficou de costas para a porta para que Eden fosse blindada da vista.

— Você é boa, — disse com sinceridade. — Mas há mais que eu posso te ensinar. Posso

aperfeiçoar suas habilidades, se estiver interessada.

Ela levantou as duas sobrancelhas em uma expressão exagerada de surpresa.

— Vamos ver. Mais tempo sozinha com você e engalfinhar-me com você até o chão, não

importa quem causa a queda? Não, não estou nem um pouco interessada.

— Incorrigível, — ele murmurou, sabendo que estava usando muito essa palavra quando se

tratava de descrevê-la.

Ela lançou-lhe um sorriso de milhões de dólares.

— Então, hum, quando começarei a ouvir este pedido que eu deveria cumprir?

Certificando-se que Eden ainda estava escondida da vista, ele se inclinou para perto de

modo que seus lábios roçaram a têmpora e estavam perto de uma orelha.

— Mais tarde, — ele murmurou. — Estou pensando nesta noite, isto é, se você não

trabalhar até muito tarde e não se esgotar depois.

Seus olhos brilhavam e rosa espanou suas bochechas brilhantes, criadas pela leve

transpiração de seu treino.

— Posso garantir-lhe que não estarei tão exausta que não possa sustentar minha parte do

acordo, — ela murmurou.

Capítulo 17

O respeito de Swanny pela profissão de Eden aumentou ainda mais quando ele ficou nos

bastidores, vendo as filmagens para os comerciais. Tinha que ser desgastante para ela, mas ela

trabalhou de forma constante, aceitou as instruções do diretor e respondeu perfeitamente todas

as vezes.

Ele não viu quais eram os problemas, quando o diretor gritou.

— Corta! — E, em seguida, exigiu uma refilmagem. Ela parecia muito perfeita para ele. Mas

o diretor parecia um verdadeiro idiota.

Ele teve um ataque quando Eden chegara acompanhada por Swanny e sua equipe.

Queixou-se em voz alta sobre ter tantas pessoas no seu pé, e mesmo que o agente de Eden o

tivesse puxado para o lado para explicar a situação, era óbvio que o diretor ainda não estava feliz.

Ele berrava ordens em uma voz tão alta e desagradável que fez Swanny cerrar os dentes. A

forma como o diretor conversava com Eden o fez querer plantar o punho direito no rosto do filho

da puta.

Após várias horas de filmagem, o diretor pediu a suspensão e, em seguida, gritou para o

cabelereiro e maquiador entrarem e fazer retoques.

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— Ela se parece com uma merda, — o diretor reclamou em voz alta. — Preciso de

perfeição, porra. Dê-me perfeição.

— Que otário, — murmurou Skylar ao lado de Swanny, perfeitamente ecoando a sua

própria avaliação do imbecil. — Ela parece incrível. A mulher não poderia ser semelhante a merda

mesmo em seu pior dia. O que diabos ele quer?

Swanny rosnou em concordância, a postura rígida, enquanto observava as pessoas

correrem para retocar cabelo e maquiagem de Eden. Como diabos ela trabalhava sob esse tipo de

condições? E mais, como na terra poderia manter aquele sorriso de mil megawatts no lugar

quando algum idiota estava constantemente criticando-a?

Ele sabia que esse contrato era importante para Eden. Ela disse que era a maior

oportunidade de sua carreira. Mas inferno, nada parecia valer a pena se inscrever para este tipo

de abuso.

O agente de Eden veio ficar ao lado de Swanny e Skylar, observando os acontecimentos

com uma expressão entediada. Como se nada estivesse fora do comum e este fosse apenas mais

um dia de trabalho.

— É sempre assim? — Swanny emitiu.

O agente pareceu surpreso que Swanny estava falando com ele e então piscou, confusão

clara em seu rosto.

— O que você quer dizer?

— Ela sempre tem idiotas completos latindo para ela, dizendo que ela se parece com

merda e reclamando sobre cada maldita coisa que ela faz?

O agente, na verdade, deu um passo para trás, com uma expressão cautelosa, mas depois

Swanny teve certeza que ele se irritou com raiva e sua expressão era provavelmente não

exatamente agradável.

— Esse diretor é um dos melhores no negócio, — o agente defendeu. — Ele pode parecer

excessivamente crítico para você, mas certamente não se pode argumentar contra o resultado

final. Ele vai tirar fotos até que esteja convencido de que esteja não apenas bom, mas perfeito.

Esta é uma conta muito grande para se aceitar nada menos do que o melhor.

— Ele ainda é um otário. — Skylar murmurou.

O agente de Eden riu nervosamente.

— Acho que parece dessa maneira a alguém fora do negócio, mas Eden leva-o com graça,

assim como sempre faz. Ela percebe a importância de ter um produto impecável e vai trabalhar

até que consiga isso. É o que ela faz, e ela é muito boa no que faz. É por isso que conseguiu este

contrato.

Ele olhou para Skylar e depois Swanny antes de hesitantemente estender a mão, primeiro a

Skylar.

— Eu sou Nigel Blackstone, agente de Eden.

— Eu sou Skylar, parte da equipe de segurança de Eden.

Ele foi mais reservado quando estendeu a mão para Swanny.

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— Eu sou Swanny, também parte da equipe de segurança de Eden, — Swanny disse

brevemente.

— Ela está realmente em muito perigo? — Perguntou Nigel, a preocupação queimava em

seus olhos. — Quero dizer, sei que o tiroteio se transformou em uma coisa aleatória e prenderam

o homem responsável. Mas há algo mais que eu deveria saber?

— Estamos apenas tomando precauções extras, — Swanny disse em um tom neutro. —

Como o nome dela espirrou em todos os noticiários, não há garantia de que algum idiota não vá

ter ideias e dar um tiro nela. Esta sessão era importante para ela, e ela não poderia faltar, por isso

estamos apenas reforçando a segurança ao redor dela por enquanto.

Ele deu crédito a contragosto a Nigel. Ele parecia estar preocupado com Eden, e não tinha

pronunciado uma única reclamação sobre a presença da KGI e até mesmo interviu, explicando a

situação para o diretor. Nigel foi firme e seu tom não admitia discussão.

Ele podia parecer ser muito esperto e muito polido, muito bonito para um homem, mas ele

defendia Eden e deixou claro que o diretor poderia se ferrar se ele não gostasse da situação.

Isso, e sua aparente preocupação com o bem-estar de Eden, fez com que ele subisse vários

pontos no conceito de Swanny. Não iria dizer que gostava do homem. Ele era muito preguiçoso

para o seu gosto e era um homem que Swanny poderia facilmente ver que era completamente

diferente sob a fachada. Ao contrário de Eden, com quem o que você via era o que você tem. Sem

falsidade. Apenas absolutamente genuíno até os ossos.

— É claro que a segurança de Eden tem que ter prioridade, — Nigel se apressou a dizer. —

Espero não ter dado qualquer motivo para duvidar do meu compromisso com ela, tanto

profissional como pessoalmente. Ela é minha maior cliente, então quaisquer precauções que

devam ser colocadas em prática, estou a bordo completamente.

— Tenho certeza que Eden agradece seu apoio, — Swanny murmurou.

— Ela é minha prioridade, — Nigel disse, insistindo ainda mais. — Vou lidar com quaisquer

problemas com o diretor. Um monte de modelos daria seus dentes caninos para posar para esta

conta, mas Aria não é estúpida. Eles querem Eden, porque querem o melhor e se Lonnie, o diretor,

causar quaisquer problemas, vou passar por cima de sua cabeça e, ou ele vai ser enlatado ou ele

vai mudar de opinião em pouco tempo.

— Ele está fazendo as fotos, porque como Eden, ele está no topo em seu campo. Mas ele

pode ser substituído. Eden não pode. Isso não é negociável. Tenho um contrato rígido e se eles

fizeram algo estúpido como tentar se livrarem de Eden, eles perdem o pagamento já feito para

ela. Mas entre mim e você, se alguém tiver que sair, não vai ser a Eden. Aria a quer muito mesmo.

— Se ele continuar a agir como um idiota com Eden, você terá que encontrar um substituto

para ele, mais cedo ou mais tarde, — Swanny rosnou. — Porque se ele não partir, eu vou

reorganizar o rosto dele.

Nigel empalideceu, seu olhar nervoso voando entre Swanny e Skylar.

— Eu vou ter uma conversa com Lonnie assim que encerrar o dia. Também preciso falar

com Eden e, bem, suponho que você também, já que você é sua equipe de segurança.

Swanny levantou uma sobrancelha em questionamento silencioso.

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— Como você provavelmente sabe, haverá um lançamento formal social no final das fotos.

Todos estarão lá, — disse ele, enfatizando todos embora Swanny não tivesse nenhuma ideia do

que todos queria dizer.

— Sim, ela me disse — Swanny respondeu. — Ela me disse que eu precisaria de um

smoking para eu me socializar — Ele estremeceu interiormente ao compartilhar esse determinado

pedaço de informação.

Ao lado dele Skylar bufou, e ele atirou-lhe um olhar para vê-la olhando para ele com um

brilho malicioso nos olhos.

— Isso eu tenho que ver, — disse ela, o riso em sua voz.

— Você tem que se vestir para a ocasião também, — Swanny disse secamente.

Skylar encolheu os ombros.

— Sou perfeitamente capaz de escolher um vestido chique com sapatos de matar. Só

porque passo a maior parte do meu tempo com uniformes e camuflagem facial não significa que

não sei a arte de socialização e "socializar”.

Nigel pigarreou, voltando sua atenção de volta para ele.

— Daqui a três noites, estaremos oferecendo um pequeno sarau. Principalmente apenas os

representantes da Aria e a equipe que trabalha nas fotos. Então, sugiro comprar aquele smoking

em breve, porque você vai precisar dele para ambas as ocasiões.

Foda-me.

E maldita Skylar estava gostando claramente de seu desconforto. Ele lançou-lhe outro

olhar que murcharia uma pessoa normal. Mas ela apenas sorriu de forma mais ampla e apertou os

lábios no que parecia ser um esforço para não rir alto. Ele tinha certeza que ela estava rindo muito

interiormente.

— Acho que eu sei o que você vai fazer amanhã, — Skylar falou devagar.

— Sim, bem, espertinha. Você tem que vir também. De jeito nenhum vamos expor Eden

mais do que for absolutamente necessário.

— Estou ansiosa por isso, — Skylar disse, a expressão sincera. — Faz tempo desde que me

vesti socialmente e realmente usei maquiagem que não seja pintura camuflagem. Você terá duas

gostosas em seus braços quando caminharmos para o lugar.

Ele riu, mas não em desacordo com sua declaração. Skylar era realmente uma mulher

muito bonita, com uniformes e equipamentos de combate ou simples roupas regulares de rua. E

para completar ainda era fodona.

Algo sobre mulheres excitantes como Skylar e Eden usando saltos altíssimos e vestidos de

coquetel que delineava cada curva simplesmente o deixava assim. Não que ele olhasse para Skylar

assim. Nunca olhou. Ela era sua companheira de equipe, mas mais do que isso, era como uma irmã

para ele. Eles compartilharam um vínculo forte, que ele nunca comprometeria, fazendo um passo

impulsivo para ela.

Falando nisso, agora precisava informar do coquetel para Nathan, Joe e Edge para que

pudessem se preparar e garantir que Eden chegasse lá com segurança e que alguém da KGI estaria

a pouca distância de Eden em todos os momentos.

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Falaria com eles após a sessão, mas planejava que fosse breve, porque tudo o que queria

fazer era levar Eden de volta ao quarto do hotel, pedir algo para ela comer e, em seguida, dar-lhe

uma massagem de corpo inteiro, porque ela tinha que estar desconfortável como o inferno depois

de tantas horas da mesma coisa repetidamente.

A parte egoísta dele sabia que ele só a queria para si mesmo. A noite anterior tinha sido

uma das melhores noites de sua vida e eles nem tiraram as roupas. Mas isso não o impediu de

imaginar aquele corpo perfeito escassamente coberto pela lingerie sexy de seda.

Não tinha nenhuma dúvida de que, apesar de sua promessa de levar as coisas devagar, ela

estaria em sua cama esta noite. Mesmo que não fizessem amor, ela dormiria com ele. Mas

também sabia que a química em combustão entre eles os faria ter relações sexuais — logo — era

inevitável.

A ação foi retomada e, nesta sessão, Eden tinha sido transformada em uma sereia sedutora

vestindo um vestido vermelho ousado que teria homens babando em uma centena de metros de

distância.

Usaram adereços que lembram equipamentos emblemáticos de Paris. Ela riu, flertou e

quase o deixou insano com a forma como trabalhou com a câmera. Como poderia um homem de

sangue quente, eventualmente, estar muito próximo a ela e não ficar louco com a luxúria? Ele

sabia que com certeza não era imune.

Um rápido olhar sobre os machos solteiros de sua equipe disse-lhe que eles estavam

fazendo sua parte de fantasiar também.

Ele teve que reprimir o grunhido que brotou em seu peito. Não queria nenhum homem

olhando para ela, vendo-a como ele a via, apesar de ele mesmo reconhecer a estupidez de tal

pensamento. Eden era paga para parecer o sonho molhado de todo homem, e era uma atitude

que ela certamente tinha aperfeiçoado.

Isso trouxe de volta toda a insegurança contra a qual ele lutava, e questionou novamente

por que alguém do calibre de Eden lhe daria sequer uma segunda olhada.

Havia várias cenas editadas de Eden com a Torre Eiffel atrás dela, parecendo sensual, seu

cabelo soprando com o ventilador que fora colocado para que parecesse que ela estava do lado de

fora em um dia perfeito, a massa de seda levantada pelo vento e espalhando ao seu redor.

Até mesmo sua conversa deixava Swanny à beira da insanidade. Ela estava brincalhona e

cheia de malícia e, em seguida, sensual e sedutora, convidando o público a experimentar o

produto que estava endossando em uma voz rouca e com som gutural. Como se estivesse falando

com um amante.

Como ele queria que ela falasse com ele.

Olhou para o relógio, impaciente para o dia de hoje acabar. Devia ser um cavalheiro e, pelo

menos, oferecer para levá-la para jantar, mas não podia imaginar uma noite mais perfeita para os

dois do que comer no conforto da suíte deles. Passar um tempo sozinhos e permitir que a noite os

levasse para onde iriam. Ou, pelo menos, onde ele esperava ir.

Mas, por mais ansioso que estivesse, Eden estava no comando da relação. Ele se recusava a

colocar qualquer pressão sobre ela. Ele não era um hipócrita flamejante também. Ele a queria

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muito e pelos sinais de que ela tinha lhe dado, certamente parecia, por mais incompreensível que

fosse, que ela o queria tanto quanto.

Seu pau cresceu mais dois centímetros apenas pelo conhecimento de que essa mulher

linda e fantástica o queria. Esse tipo de atenção feminina faria o pau de qualquer homem crescer

por princípio. Ele não tinha pensado que tinha um ego, mas realmente se encontrou estufando o

peito, se endireitando, e bem, o pau dele estava em perfeito acordo com todas as outras partes de

si mesmo, por isso certamente ele ficou duro para acrescentar alguns centímetros extras na sua

excitação e expectativa de tê-la deitada como um verdadeiro banquete na sua cama.

— Terra para Swanny, — Skylar disse secamente. — Eles estão encerrando. Precisamos ter

certeza de que o carro está pronto para que possamos apressar Eden para fora do prédio com o

mínimo de atenção externa possível.

Swanny sacudiu-se de seus pensamentos e, em seguida, assentiu com a cabeça.

—Joe e Nathan na saída. Eu, você e Edge forneceremos cobertura para Eden para que não

corra nenhum risco com a segurança dela.

Informaria sobre a festa para sua equipe quando voltassem para o hotel, mas planejava

fazer isso rápido. Isso daria a Eden tempo suficiente para tomar banho e entrar em uma roupa

mais confortável e, em seguida, a noite seria deles.

Capítulo 18

Swanny empurrou Eden em sua suíte e bruscamente disse-lhe para se vestir para dormir,

que ele tinha de falar brevemente com a sua equipe, mas quando voltasse pediria serviço de

quarto para os dois. Ela deu-lhe um olhar que lhe disse, com mais do que palavras, que ela

entendeu seus planos para a noite e ainda mais, ela estava a bordo e não tinha objeções. Era tudo

o que podia fazer para não recorrer a erguer o punho de forma juvenil e fazer de si mesmo um

bundão de primeira classe.

Ele pediu licença para ir ao quarto ao lado depois de ter certeza que ela fechou e trancou a

porta atrás de si, de modo que mesmo alguém com um cartão-chave não poderiam ter acesso ao

quarto.

Bateu fortemente na porta de Edge e Skylar, sabendo que Nathan e Joe estariam dentro

esperando, como Swanny havia instruído. Não tinha certeza de como ele acabou sendo a liderança

nesta missão. Nathan e Joe eram os verdadeiros líderes da equipe, mas Swanny praticamente

assumira tudo a ver com a segurança de Eden e ao crédito do seu time, ninguém argumentou com

ele nem havia um jogo irritante sobre quem estava no comando.

Edge abriu a porta e fez um gesto indicando onde os outros estavam reunidos na sala de

estar da suíte.

— Então, o que está acontecendo, Swanny? — Joe consultou. — Sky disse que havia alguns

novos desenvolvimentos, mas que explicaria tudo quando voltássemos aqui.

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Swanny atirou a Skylar um olhar de gratidão por lhe permitir explicar a situação, mesmo

que ela tivesse sido parte da conversa entre Swanny e o agente de Eden.

— Todos sabíamos que ia ter uma festa de lançamento quando as filmagens acabassem e

que precisamos de roupas adequadas para nos ajustar, mas o agente de Eden disse que, daqui a

três noites, haverá um sarau incluindo todos os envolvidos com a sessão. Espera-se que Eden

esteja lá, nós também, o que significa que teremos que obter roupa de noite apropriada de modo

a não embaraçar Eden ou ser muito óbvios.

Os caras fizeram uma careta. Só Skylar sorriu, aparentemente satisfeita com a

oportunidade de vestir-se para uma noite.

— Pensei que poderíamos nos dividir em equipes para conseguir este feito o mais rápido

possível. Eden fará uma parada para o almoço de amanhã por uma hora e meia. Skylar e eu

podemos acompanhar Eden para nos equipar, enquanto os três restantes podem comprar um

smoking em outra loja. Acho que podemos usar a mesma roupa em ambas as noites. Não é sobre

nós de qualquer maneira. Vai ser a noite de Eden brilhar e ninguém vai dar a mínima para o que

estaremos vestindo ou quem somos.

Nathan acenou em concordância, mas Joe franziu o cenho.

— Tem certeza que devemos deixar Eden com apenas dois de nós para proteção?

— Bem, estou pensando que se formos todos nós, atrairemos um inferno de muito mais

atenção do que se forem apenas dois. Sky ser mulher é útil, porque para todos os efeitos,

pensarão que Eden está fazendo compras com uma amiga. Uma amiga que é capaz de arrebentar

qualquer um que seja uma ameaça.

Skylar sorriu calorosamente para Swanny, agradecendo-lhe com sua expressão sua

confiança nela.

— Ok, soa como um plano, mas devemos pelo menos ir para o mesmo lugar, — Nathan

interrompeu. — Edge, Joe e eu podemos ir ao departamento masculino, enquanto você vai com

Skylar e Eden comprar o que elas precisam, mas, em seguida, você vai precisar se apressar para

conseguir comprar o que precisa.

A diversão na voz de Nathan e os sorrisos nos rostos de Edge e Joe apenas irritaram mais

Swanny. No que lhe dizia respeito, a conversa acabou e tinha uma bela mulher esperando por ele

em seu quarto, e ele prometeu-lhe o serviço de quarto.

— Eu vou voltar. Tenho que pedir o serviço de quarto para Eden. Não acho que é uma boa

ideia ela sair para jantar. Prefiro manter sua presença aqui, tanto quanto possível.

Havia vários sorrisos entendidos que trouxeram um grunhido na garganta de Swanny, mas

ele ignorou e se dirigiu para a porta, ansioso para voltar para Eden.

Bateu na porta e esperou, fervendo com impaciência. Então ouviu o som do ferrolho sendo

liberado e a porta se abriu. Foi saudado pela visão de Eden vestindo um pijama semelhante a

lingerie que usara na noite anterior. Tudo o que podia pensar era em correr as tiras finas para

baixo dos ombros, apenas o suficiente para descobrir os seios.

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Ela abriu a porta e ele se recuperou o suficiente para entrar e travar as fechaduras. Ela

lançou-lhe um olhar tentador e sensual por cima do ombro e se dirigiu para o sofá na sala de estar

da suíte sem esperar que ele a seguisse. Ele rapidamente se recompôs e correu atrás dela.

Ele ficou desgostoso consigo mesmo. Nunca se considerou o tipo de homem das cavernas,

mas Eden trouxe o macho alfa primitivo que existia nele rugindo para a vida. Queria carregá-la por

cima do ombro para fora de sua caverna e mantê-la amarrada a sua cama até que estivesse

totalmente saciado, embora soubesse que seria impossível.

Porque assim que ele a tivesse uma vez, a provasse, tocasse, beijasse, estivesse dentro de

seu corpo voluptuoso, ele nunca estaria totalmente satisfeito. Iria querer mais e mais até que

acabasse sufocando-a, e isso era a última coisa que queria.

Não tinha muito a oferecer a uma mulher como ela a não ser tornar todos os momentos

fazendo amor com ela uma experiência que poderia vir a compensar suas outras faltas. Isso era

importante. Muito importante para que ele estragasse. Ele tinha que se certificar de tornar isso

agradável e lento na primeira vez, enchê-la com prazer e mostrar que ela era a única mulher que

ele sequer olhou.

Ela merecia estar em um pedestal, com ele adorando a seus pés.

— Está com fome? — Ele perguntou, finalmente encontrando sua voz. Estava parado ali de

boca aberta para ela como um idiota. Não havia como dizer o que ela estava pensando.

Provavelmente tinha dúvidas sobre se ela realmente o queria tanto como afirmou. Não que ele

pudesse culpá-la. Mas se ela desistisse agora, ele provavelmente ficaria louco.

— Sim, eu poderia comer — disse ela docemente. — Quer dividir alguma coisa? Trabalhei

muitas horas hoje e não parei para o almoço, então tenho algumas calorias de sobra.

— Diga-me o seu desejo e vou fazê-lo acontecer.

Suas bochechas coloriram e ele encontrou calor perseguindo de seu pescoço até o pau.

— Eles têm um frango assado com legumes e acompanhamentos que parece divino. Se

você não se importa de partilhar, só vou comer parte do peito e os legumes e deixá-lo com a

batata cozida e pão e o restante do frango, é claro.

Desde que ele estava morrendo de fome por ela e comida era a coisa mais distante de sua

mente, simplesmente assentiu e, em seguida, fez o pedido.

— Enquanto esperamos, por que você não toma banho e se prepara para a cama também?

— Ela disse suavemente. — Dessa forma, quando terminarmos de jantar, podemos ir para a cama.

Sua voz foi sumindo, mas não havia nenhuma dúvida em sua mente do que ela estava

dizendo nas entrelinhas. Ela queria fazer amor esta noite. Graças a Deus, o quarto de hotel veio

abastecido com um pacote de cuidados íntimos, porque ele certamente não tinha embalado

preservativos para uma missão, pelo amor de Deus. Sequer sonhou que ele e Eden fariam amor.

Isso ainda tinha o poder de colocá-lo de joelhos.

Correu para o chuveiro, certificando-se que ficasse limpo e não cheirando como uma cabra.

Fez uma careta quando se secou, vendo as cicatrizes que marcavam seu corpo. A única em seu

rosto era ruim o suficiente, mas o resto do corpo, a maioria escondida por roupas, não era bonita,

no mínimo. Esperava pelo inferno não afugentar Eden quando estivessem na intimidade real.

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Ele já estava ostentando uma ereção, então vestiu jeans e uma camisa de botão que deixou

aberta apenas para dar-lhe a chance de ter novamente a visão de seu peito e tronco cheio de

cicatrizes. Ela as aceitou docemente na noite anterior, oferecendo-lhe tranquilidade, mas ele

estava nervoso o suficiente para pensar que ela poderia mudar de ideia uma vez que ficasse muito

próxima e íntima dele. Afinal, como seria a sensação contra sua pele quando estivesse em cima

dela, os sulcos franzidos das cicatrizes prementes em sua carne?

Estava tão nervoso como um adolescente tendo a menina de seus sonhos no primeiro

encontro. É verdade que a maior parte da pressão que sentia era auto imposta, porque Eden não

fez nada além de aceitar tudo sobre ele. Mas dane-se, queria que fosse perfeito para ela. E para

ele, embora soubesse que apenas estar com ela seria perfeição absoluta. Era no prazer e na

felicidade dela que ele tinha que se concentrar.

Quando terminou, voltou para a suíte enquanto uma batida soava na porta. Caramba, mas

foi rápido. Se é que era o pedido de serviço de quarto. Ele certamente não queria que fosse um

dos seus companheiros de equipe aparecendo e infringindo o seu tempo com Eden.

Swanny fez sinal para Eden ficar exatamente onde estava, em seguida, foi até a porta,

verificando o olho mágico. Era o serviço de quarto e ele estava paranoico o suficiente para abrir a

porta sem estar preparado para o pior. Alguém poderia facilmente se passar por um funcionário

do hotel para ter acesso ao quarto de Eden.

Estendeu a mão para a Glock que estava sobre a mesa ao lado da porta para ocasiões como

esta. Para facilitar o acesso, se alguém que não reconhecia ou estava desconfiado batesse.

Rapidamente enfiou a arma no cós da calça e puxou a camisa de botão para que a bainha

escondesse a Glock de vista. Não era a coisa mais inteligente do mundo enfiar uma arma sem

segurança na calça, apontando direto direita para seu pau, mas a improvisação às vezes era

necessária.

Abriu a porta e gesticulou para o atendente sinalizando claramente que ele devia se

apressar. Swanny posicionou-se entre o rapaz e Eden enquanto a comida era posta sobre a mesa.

Eden ainda estava recostada no sofá, enrolada no cobertor como se não quisesse que ninguém,

exceto Swanny, a visse. Isso adequava bem a Swanny.

Somente quando o atendente partiu ela deixou cair o cobertor para o lado, e Swanny

quase engoliu a língua. Se a lingerie da noite passada o deixou ostentando uma ereção que

venceria todas as ereções, esta o fez sentir como se tivesse um tijolo preso entre as pernas. Graças

a Deus estava usando jeans gastos, embora fosse muito doloroso, porque se estivesse vestindo

boxers apertadas, seu pau estaria saindo da maldita cueca ficando claramente à vista.

Ela se levantou, uma das alças correndo para baixo do ombro, dando-lhe uma pequena

amostra de um dos seios. Bastava um pouco mais longe e seu mamilo seria exposto. Como o

tecido estava apenas mal pendurado sobre o bico dos seios, aumentou ainda mais sua imaginação

já hiperativa.

Ele puxou uma das cadeiras para ela e, em seguida, tomou o lugar ao lado para ficar mais

perto dela e não do outro lado da mesa. Queria estar o mais próximo possível. Quanto mais tempo

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passavam na companhia um do outro, mais a intimidade entre eles aumentava, crescendo até que

assumira vida própria.

Eden gemeu quando os pratos foram descobertos.

— Isso cheira e parece divino. Tenho que admitir, estou morrendo de fome.

Swanny franziu o cenho.

— Você costuma pular refeições quando está fazendo uma sessão?

Ela balançou a cabeça.

— Nem sempre. Amanhã, por exemplo, terei uma pausa para o almoço, mas às vezes,

especialmente se tivermos que fazer um monte de retomadas, trabalhamos durante o almoço e às

vezes até o jantar. Quanto mais perto fica de concluir o trabalho geralmente trabalhamos longas

horas para cumprir o prazo.

— Falando de sua pausa para o almoço de amanhã, Skylar e eu pretendemos levá-la para

comprar o vestido que você quer para o sarau planejado em três noites, e o resto da equipe vai

conseguir roupas também para se misturar o máximo possível. Mas levarei você e Sky para

conseguir o que precisam e então passarei pelo departamento masculino para conseguir um

smoking. Achei que não teria importância se usasse as mesmas roupas para os dois eventos.

Eden sorriu, seus olhos brilhando.

— Isso parece divertido. Vou gostar de ver você usando um smoking. Aposto que você

parece absolutamente irresistível todo vestido formalmente.

Ele resmungou sua resposta. Ele ainda não estava confortável com tudo isso, mas não quis

arruinar a noite para Eden. Por ela, ele faria quase qualquer coisa.

Ela cortou delicadamente o frango assado e colocou um pequeno pedaço em seu prato,

deixando o resto para ele. Em seguida, selecionou alguns dos legumes no vapor, mas como tinha

prometido, deixou a batata cozida e outros acompanhamentos para ele.

Sentia-se egoísta, mesmo sabendo que ela era extremamente cuidadosa com sua dieta,

mas ele odiava comer tanto na frente dela, e ela vê-lo sabendo que não poderia comer.

Ele devorou sua parte, em parte porque não queria ficar sentado lá saboreando uma

refeição na frente dela, mas também estava impaciente para chegar ao resto da noite. Só

esperava, pelo inferno, que tivesse lido os sinais que ela estava enviando corretamente e que não

estivesse longe da base, assumindo que seria nesta noite que a relação deles daria um passo

adiante. Um grande passo. Porque, para ele, sexo não era casual, a menos que ele determinasse

que só queria ou precisava de um caso de uma noite para relaxar um pouco.

Com Eden, era um jogo totalmente diferente. Ela era um divisor de tudo o que tinha

experimentado com as mulheres até agora. Ele a queria desesperadamente, mas não estava

disposto a deixar seu desejo e impaciência arruinar algo tão bonito como o que estava crescendo

entre eles.

Por tudo o que sabia ela talvez só quisesse uma aventura de uma noite e, em seguida,

recuaria ou seguiria em frente. Ele estava fazendo muitas suposições que não tinha o direito de

fazer. Estava se preparando para um inferno de uma queda, se permitisse que suas emoções

ultrapassassem a razão e lesse mais sobre a situação do que era na realidade.

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— Swanny?

O suave chamado de Eden empurrou-o de seus pensamentos, algo que ocorria com

frequência quando estava em sua presença. Em seu trabalho, a concentração absoluta era uma

necessidade. Distrações poderiam levá-lo, ou um de seus companheiros, à morte, e por isso estava

acostumado a ter foco absoluto. Mas com Eden? Encontrou-se à deriva em conversas internas

consigo mesmo. Ponderando, perguntando-se, autoconsciente de uma série de outras coisas que

enchiam sua mente quando estava com ela.

Olhou para cima para ver que ela tinha colocado o garfo de lado e terminou a pequena

porção de comida que permitiu a si mesma.

— Você está pronto para a cama ou quer ficar um pouco mais? — Perguntou ela.

Embora as palavras fossem ditas constantemente, ele agora estava bastante familiarizado

com Eden, para ver por trás do rosto que ela apresentou e o fato de que suas palavras eram

casuais, até mesmo comedidas.

Ela estava nervosa e hesitante, quase como se estivesse preocupada que ele não estivesse

a bordo para dar esse grande passo em sua relação.

— Eu voto na cama, — disse ele, sua voz rouca.

Ela sorriu, mas seus lábios tremeram ligeiramente. E então ela se levantou da mesa, mais

uma vez, dando-lhe uma visão cheia da roupa sexy que usava. Ele quase amaldiçoou porque seu

pau endureceu ainda mais e já ostentava uma ereção desconfortável como o inferno por todo o

jantar. Vê-la ali na frente dele, sua roupa de dormir deixando pouco para a imaginação,

transformou seu pau em pedra, pressionado desconfortavelmente contra os limites de seu jeans.

Ele se levantou e estendeu a mão para ela, avaliando seu humor. Ela enfiou a mão muito

menor na dele e deu-lhe um aperto leve enquanto se dirigiam para o quarto. Isso trouxe um

sorriso imediato ao seu rosto e diminuiu um pouco a tensão que podia sentir irradiando dela.

— Eu vou me deitar, se você quiser tirar a roupa — disse ela, dirigindo-se para a cama king-

size, no centro do quarto.

Ela não estava dizendo que queria que ele trocasse de roupa para dormir, mas que tirasse

a roupa. Os dois tinham significados muito diferentes. E de repente ele estava nervoso, porque se

despiria em frente a ela, seus defeitos e cicatrizes à vista de uma vez.

Hesitou, incerteza agarrando-o. Eden deu-lhe um olhar tão carinhoso e terno que ele

imediatamente sentiu vergonha por ter duvidado de sua reação, mesmo por um momento.

— Quero ver você — disse ela. — Todo. Não há nada sobre você que vai remotamente me

afastar, Swanny. Sei que palavras significam pouco, mas quero te mostrar. Eu preciso te mostrar

que estou sendo sincera.

Suas palavras deram-lhe a coragem de despir-se, puxando o jeans sobre sua ereção,

estremecendo com o desconforto. Deu um suspiro audível de alívio quando o pau saltou livre das

restrições. Mas, então, pegou o olhar no rosto de Eden enquanto olhava descaradamente para seu

pênis.

Suas bochechas empalideceram e ela parecia decididamente incerta e... Com medo.

Ela puxou as cobertas sobre o seu lado da cama, convidando-o para juntar-se a ela.

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— Há algo que preciso te dizer, — ela disse em voz baixa. — Eu argumentei comigo mesma

sobre lhe dizer, e além do fato que não queria que você mudasse a forma como se sente sobre

mim ou sobre seu desejo de fazer amor comigo. Mas você precisa saber. Você merece saber para

que possa voltar atrás, se não me quiser mais. E eu vou entender. Prometo. Não vou fazer birra ou

deixa-lo embaraçado. Eu morreria antes de culpá-lo por não fazer algo que você não quer.

Desconforto agarrou-o em torno das bolas, apertando até o ponto da dor. Ela fez parecer

como se fosse uma criminosa ou tivesse feito algo imperdoável, e Swanny não podia imaginá-la

nesse cenário.

Deslizou na cama ao lado dela e tocou-a automaticamente para tentar acalmar o mal-estar

que podia ver em seus olhos. Ela não se aninhou ao seu lado como ele pretendia, ao invés disso, se

aproximou e levantou a cabeça para que pudesse olhá-lo nos olhos.

— Eden, você pode me dizer qualquer coisa, — disse ele gentilmente. — Posso garantir que

o que quer que esteja estressando-a não vai mudar absolutamente nada sobre o que sinto, e

certamente não vai me impedir de querer você. Estou tão duro agora que se você apenas me tocar

acho que eu gozaria.

Ela sorriu, um pouco da tensão escapando de suas feições.

— A outra preocupação era saber se você acreditará em mim, — ela disse em um tom

calmo. — Porque com a maneira que me comportei com você, atirada e ousada, não consigo

imaginar que você iria acreditar no que estou prestes a te dizer.

Agora ele estava realmente curioso. Não preocupado, porque não conseguia imaginar nada

que pudesse dizer-lhe que iria acabar com seu desejo. Suas amantes do passado não importavam.

O que importava era aqui e agora e que ela seria sua.

— Diga-me, querida — ele incentivou. — Você está ficando louca por nada, tenho certeza.

Ela respirou profundamente, aparentemente reunindo coragem, e depois exalou em um

longo suspiro.

— Eu nunca estive com um homem, — admitiu em tom vacilante. — Você será o primeiro.

Eu quero que você seja o primeiro.

Ele olhou para ela, atordoado, em completa descrença. De qualquer coisa que pensou que

ela diria, esta era a última coisa que teria considerado. Havia tantos pensamentos de merda

girando em sua mente que estava completamente sem palavras.

Eden era virgem? Isso confundia sua mente. A mulher mais bonita do mundo nunca esteve

com um homem, e, além disso, queria que ele fosse o primeiro? Isso o humilhou e o assustou,

tudo ao mesmo tempo.

O que deveria dizer sobre isso? Ele não se sentia digno. Sua primeira vez devia ser especial,

com um homem que não se parecia com ele. Alguém do nível dela. De repente, se sentiu

desajeitado e inepto. De forma alguma subestimara a magnitude do presente que ela estava

oferecendo. Mas dane-se, a primeira vez devia ser perfeita e de repente ele foi tomado por medo

de que regiamente estragaria a coisa toda.

— Swanny?

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Sua voz soava com medo e ela puxou as cobertas mais para cima, até que estavam debaixo

do queixo. Parecia tão incerta quanto ele se sentia, e ele amaldiçoou o fato de que estava

realmente estragando tudo.

— Eu não sei o que dizer, — ele finalmente conseguiu falar. — Eu não tinha ideia, Eden. E o

pensamento que você quer que eu seja o primeiro... Não posso sequer imaginar a magnitude de

um presente tão precioso. Por que eu? Você deve ter tido melhores oportunidades de opções. O

que eu poderia ter para lhe oferecer? Sinto que estamos presos em uma situação moderna de a

Bela e a Fera. Eu não sou bonito. A maioria me consideraria feio. Sou cheio de cicatrizes e não

apenas no rosto, mas em todo o corpo. Como você poderia querer alguém como eu?

A expressão dela se abrandou, seus olhos se suavizaram, e o olhar que ela lhe deu era tão

dolorosamente doce que fez todo o seu peito apertar de emoção.

Ela se inclinou para baixo, roçando os lábios nos dele, em seguida, como tinha feito antes,

deslizou a boca sobre o comprimento de sua cicatriz, pressionando pequenos beijos ternos ao

longo de cada ruga e cume.

— Você é lindo para mim, — ela sussurrou. — Eu não ligo para o que os outros pensam.

Eles são idiotas por não verem além de suas cicatrizes, por não verem seu coração. A pessoa que

sei que você é. Quanto à forma como eu poderia querer alguém como você, não posso dar-lhe

uma explicação curta e seca. É só isso. Algo sobre você me excita de uma maneira que nenhum

outro homem jamais foi capaz de fazer. Esperei porque nunca pareceu certo antes, e minha

virgindade é algo que considero precioso, que não deve ser dado a qualquer pessoa. Mas parece

certo com você. Perfeito. Eu sei sem qualquer dúvida que quero que você seja meu primeiro

amante. Mas se não parece bom para você, então não quero que aconteça. Não quero pressioná-

lo a algo que você não quer.

— Quero você mais do que jamais imaginei querer outra mulher, — ele admitiu. — Estou

encantado com a maneira como você me vê, que você ainda me queira mesmo vendo como eu

sou. Não vou mentir. Estou petrificado porque quero que a sua primeira vez seja algo belo e

precioso, e me preocupo que eu não seja capaz de lhe dar o que você merece.

Ela sorriu de novo, com os cabelos caindo como uma cortina sobre o ombro e roçando

sobre o peito dele.

— E aqui estou eu preocupada que com a minha inexperiência, eu não seja capaz de

satisfazê-lo, ou que vou falhar miseravelmente. Eu voto por fazemos isso juntos e para o inferno

com as expectativas e receios. Vamos deixar acontecer e descobrir enquanto fazemos.

Ele se inclinou para cima, envolvendo seu rosto, em seguida, pressionou os lábios nos dela,

deslizando a língua dentro de sua boca, provando e saboreando a sensação, a intimidade entre

eles, antes de darem esse passo final na sua relação.

— Eu acho que é uma ideia perfeita, — disse ele com a voz rouca.

Capítulo 19

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Eden relaxou, libertando-se de seu anterior estado nervoso. Ela discutira

interminavelmente consigo mesma se devia dizer a Swanny que era virgem, mas no final ele

merecia saber. E, bem, ela queria que a experiência fosse maravilhosa, do jeito que tinha sonhado,

e agora que ele sabia, estava segura que teria um cuidado ainda maior com ela e tornaria tão

especial como ela queria que fosse.

Quando contou a ele e ele pareceu surpreso, perplexo e sem palavras, por um momento,

ela achou que cometera um erro e que ele iria desistir. Mas então percebeu que ele estava

simplesmente sobrecarregado e humilhado pelo fato de que ela queria que ele fosse o primeiro.

Seu coração tinha simplesmente derretido com a reação dele. Ele não se sentia bom o

suficiente para ela, e estava genuinamente perplexo com a ideia de que o queria quando, em suas

palavras, ela poderia ter qualquer homem que quisesse.

Mas é aí que estava o problema. Ela não queria outro homem ou se sentiu bem com fazer

amor com outro homem. Não até Swanny. E, como tentou explicar, não sabia dizer por que era

ele. Só que, para ela, ele era único. Agora, olhando para trás, estava tão feliz por ter esperado. Por

ter sido exigente e simplesmente aguardado o homem certo, porque sabia nos seus ossos que

Swanny era o homem certo com quem dar este enorme salto. Ele podia ter dúvidas quanto às

razões pelas quais ela o queria, mas ela não tinha absolutamente nenhuma, e mesmo se fosse a

última coisa que fizesse, iria fazê-lo ver a si mesmo do jeito que ela o via. Forte. Afetuoso. Leal.

Terno. Tão, amoroso e humilde. Seu coração revirou apenas pensando em ele ser seu primeiro

amante.

— Devo me despir ou você quer fazer isso? — Ela perguntou timidamente.

Ele colocou a mão em seu braço.

— Eu vou despi-la. Quero fazer isto perfeito para você, então vou amá-la agradável e

lentamente e se houver um momento onde você quiser que eu pare, é só me falar e pararei em

seguida. Quero que você relaxe e deixe-me te amar. Temos toda a noite e pretendo fazer tão bom

quanto possível.

Ela relaxou e depois se deitou sobre o travesseiro enquanto ele puxava suavemente as

cobertas para fora do caminho. Ela olhou para seu corpo, fascinada pelos contornos musculosos.

Cicatrizes atravessavam o peito e abdômen até as coxas e braços. Quebrava seu coração que esse

homem foi submetido a tortura indizível, mas também sabia que ele era um sobrevivente e que

todo o inferno que ele passou não o quebrou. Não são muitos os homens que poderiam

sobreviver ao que ele passou e manter a sanidade mental, e mesmo assim ele continuava a

colocar-se na linha, em um trabalho onde o que tinha acontecido antes poderia acontecer

novamente. Sua admiração por ele crescia a cada segundo que passava.

Ele ergueu o corpo sobre o dela, a ereção roçando sua barriga onde o top havia subido para

desnudar seu abdômen. Foi um choque elétrico e ela olhou para baixo, querendo vê-lo

intimamente. Seus olhos se arregalaram quando tiveram a primeira visão da ereção, porque

parecia enorme. Ela se perguntou se encaixaria, especialmente desde que ela era virgem.

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Mas forçou os medos para fora de sua mente quando ele abaixou o corpo cuidadosamente

ao dela até que estavam encostados um no outro. Ele a beijou demoradamente, tão doce e gentil

que o coração dela inchou e por algum motivo insano, lágrimas queimavam suas pálpebras. O

momento foi simplesmente perfeito. Parecia que ela estava esperando por isso, por Swanny por

toda a sua vida. E agora ele estava aqui. Ela o queria tanto que a emoção a sobrecarregava,

consumia até que ela estava quase estourando.

Respirando com dificuldade, ele levantou a cabeça e apoiou seu peso sobre um antebraço

e acariciou o rosto dela com a mão livre.

— Eu vou ser muito gentil com você, Eden. Não quero que tenha medo. A última coisa que

quero fazer é te machucar. Serei tão lento quanto você quiser. Quero saber o que você quer, o

que é bom para você e o que não funciona, para que eu possa me certificar de que não farei

novamente. Seu prazer é minha primeira e única prioridade.

— Com cada palavra você me faz te querer ainda mais, e eu quero você, Swanny. Tanto. Eu

anseio por você, — ela sussurrou.

Ele gemeu.

— Deus, eu quero você também, Eden. Tanto que machuca.

— Então faça-nos sentir bem. Eu confio em você.

Ele parou, mantendo a cabeça logo acima dela, seus olhos ardendo em chamas intensas.

Ela podia ver a emoção brilhando nas chamas, quase como se ele não conseguisse dizer as

palavras que queria dizer.

Quando ele finalmente falou, seu tom de voz era rouco e envolvido com admiração.

— Que você confie em mim nisso, honey, eu não tenho palavras. Você não pode entender

o que isso significa. Que você esperou. Por mim. E que sou eu com quem você quer fazer amor.

Você me desmancha, Eden. Nunca houve ninguém para mim como você. Ninguém nunca olhou

para além das cicatrizes e viu o meu coração.

Ela acariciou a palma da mão sobre a face forrada de cicatrizes, acariciando e afagando

levemente.

— Elas são parte de você. De quem você é e onde esteve. Você é um herói. Disposto a

colocar sua vida em risco quando tantos outros não estão. Eu sinto muito que você pagou o preço

final e pela dor que as memórias ainda devem causar. Mas não me arrependo de te conhecer. Não

lamento que você esteja aqui agora, e que estamos fazendo amor.

Ele clamou sua boca outra vez, movendo o grande corpo sobre o dela. O vestuário de noite

de seda não era uma barreira para a dureza de seu corpo. Ela podia sentir seus músculos, a força

neste grande homem. Sabia que ele poderia facilmente machucá-la, mas também que ele nunca

faria isso e que ela nunca estaria mais segura do que estaria com ele. Ele nunca permitiria que

alguém a machucasse física ou emocionalmente.

O beijo se aprofundou. Ela o provou. Saboreou a intimidade do beijo, seu corpo voltando à

vida debaixo dele. Os seios incharam, os mamilos endurecendo em pontos apertados, e entre suas

pernas uma pulsação latejava, deixando-a inquieta e nervosa.

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Devagar e com reverência, ele deslizou as alças de seu top para baixo dos braços, parando

pouco antes de seus seios estarem à mostra, quase como se estivesse saboreando e antecipando o

primeiro vislumbre dela sem roupa.

Ela se mexeu inquieta e ansiosa para estar pele com pele com ele, sentir seu calor e força,

sem barreiras entre eles. Ele beijou a cavidade de seu pescoço e, em seguida, arrastou a língua

para baixo onde se deparou com a barreira do top e depois, lentamente, deslizou-o para baixo,

expondo os seios ao seu toque e olhar.

Quando a boca dele fechou com ternura em torno do mamilo, ela soltou um gemido baixo

enquanto prazer cascateava através de seu corpo. Os músculos apertaram e seu clitóris vibrava

com antecipação. A pressão entre suas pernas estava deixando-a nervosa e necessitada.

Queria tocá-lo e por isso passou as mãos sobre os ombros dele e, em seguida, enfiou os

dedos em seus cabelos, dizendo-lhe sem palavras o prazer que ele estava lhe dando.

Ele empurrou o top mais para baixo e, em seguida, levantou os quadris dela para que

pudesse puxá-lo o resto do caminho. Moveu-se para baixo de seu corpo, jogando de lado o top, e

então enfiou os dedos na calcinha rendada e lentamente a deslizou para baixo de suas pernas até

que ela estava completamente nua.

Por um longo momento, ele simplesmente se ajoelhou ali e olhou, seu olhar aquecido

varrendo-a da cabeça aos pés, o óbvio desejo e apreço pelo seu corpo brilhando nos olhos.

— Você é tão linda, — ele sussurrou. — Nunca sonhei em ter uma mulher como você, que

você iria me querer. Estou dominado, Eden. Nem sei o que dizer. Não consigo dizer em palavras o

que sinto agora.

— Então, mostre-me, — ela sussurrou de volta. — Ame-me, Swanny. Mostre-me o quanto

será belo entre nós.

Ele começou pelos pés, beijando e lambendo cada centímetro de pele no caminho até o

topo de seu corpo. Esbanjou atenção sobre cada parte, até que ela estava irracional com o desejo.

Gentilmente separou suas coxas, expondo a vagina a visão e ao tato dele.

Passou os dedos levemente através do tufo fino de pelos sobre o monte e depois desceu,

separando cuidadosamente os lábios vaginais. Tocou o clitóris, apenas uma carícia suave, mas era

como se uma onda de raios eletrizasse todo seu corpo. Ela suspirou e se arqueou para cima,

buscando mais, querendo mais.

Ele pressionou o polegar sobre o clitóris e acariciou levemente até que ela estava ofegante

e no limite. Os dedos rodearam a abertura, ternamente explorando o pequeno pedaço de pele

que sinalizava sua virgindade.

Em seguida, abaixou a cabeça e roçou em suas dobras, substituindo os dedos pela boca e

língua. Lambeu e chupou o clitóris levemente, parecendo saber exatamente a quantidade certa de

pressão a exercer, habilmente navegando a linha entre o prazer e a dor.

Colocou a boca aberta sobre a abertura e suavemente deslizou a língua dentro dela,

saboreando-a de dentro para fora.

— Tão doce, — ele murmurou. — Muito, muito doce. Como mel derretendo sob a luz do

sol.

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Suas palavras e língua estavam fazendo iguais estragos com as emoções dela. Estava tão

nervosa que sabia que não iria durar muito tempo e não queria gozar sem ele dentro dela. Queria

que esse primeiro momento fosse com ele, dentro dela, juntos. Eles se unindo e vivendo isso

junto.

Ela o viu alcançar a caixa na mesa de cabeceira e por um momento não sabia o que era até

que ele abriu-a e um preservativo caiu. Ela colocou a mão em seu braço para detê-lo e ele olhou

para cima, seu olhar respondendo a sua pergunta não formulada.

— Temos que usar um? — Perguntou ela. — Quero dizer, é seguro não? Obviamente,

nunca estive com ninguém, mas não queria que minha primeira vez fosse com um preservativo.

Quero sentir você. Não látex. Você está seguro, e você se importa de não usar?

Swanny gemeu.

— Deus não, eu não quero usar. Eu estava te protegendo, Eden. Sempre vou te proteger.

Mas, para responder à sua pergunta, sim, estou seguro. Faz tempo para mim e nunca transei sem

camisinha. E fazemos exames médicos regulares, por isso sei que estou limpo. Mas e sobre

gravidez, querida? Eu nunca faria nada para comprometer sua carreira.

As bochechas dela aqueceram.

— Eu tomo anticoncepcionais. Tomo uma injeção a cada três meses. Parece tolice já que eu

nunca fiz sexo, mas eles regulam meus períodos e torna-os mais suportáveis. Depois de uma

sessão quando estava no meu período e foi simplesmente miserável o tempo todo, meu agente

me pediu para ir ao médico para ver se havia alguma coisa que poderia fazer para que minha

menstruação não interferisse no meu trabalho. Eles sugeriram anticoncepcionais e me deram

remédios contra a dor para quando ficar muito ruim. Mas os anticoncepcionais realmente

ajudaram.

— Se você tem certeza, então, — disse Swanny com voz rouca. — Não há nada mais que eu

quero do que ter você pele com pele, senti-la me rodeando toda macia e sedosa.

Ela sorriu.

— Isso está resolvido, então. Coloque-os longe e vamos voltar para a parte boa.

Ele riu e jogou a caixa para o lado e, em seguida, abaixou a cabeça mais uma vez para a

pele mais íntima e começou a trabalhar de novo, sugando, lambendo, beijando, até que ela se

contorcia embaixo dele.

Deslizou por seu corpo, encaixando o dele no dela, mas não fez nenhum esforço para

penetrá-la. Acariciou e chupou seus mamilos, alternando entre eles, até que eram picos rígidos,

forçando para cima. Então beijou um caminho para o pescoço e mordiscou logo abaixo da orelha

na coluna suave do pescoço.

Quando chegou a boca, a beijou longa e ofegantemente, e então ela sentiu que ele

posicionava-se na entrada de sua vagina. Arregalou os olhos ao sentir a cabeça dele esticando a

abertura.

— Relaxe, querida, — Swanny disse gentilmente. — Vou tornar agradável e fácil. Se você

precisar que eu pare a qualquer momento, é só me dizer. Não posso prometer que não vou te

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machucar. Sou um cara grande e esta é a sua primeira vez, mas vou me certificar de tentar torná-

lo tão fácil para você quanto possível.

O coração dela amoleceu e seu corpo relaxou, ficando flexível sob o dele.

— Eu sei que sim, Swanny. Confio em você. Quero que seja perfeito para nós dois. Não só

para mim.

— Não há nenhuma maneira de eu estar com você e ser tudo, menos que perfeito, —

Swanny disse em um tom fervoroso.

Ele deslizou os dedos sobre o clitóris, acariciando e tocando até que ela estava mais úmida,

e então gentilmente começou a empurrar para frente, esticando a abertura para sua entrada.

Tirou a mão e apoiou-se nos braços de cada lado dos ombros dela, olhando para ela enquanto

continuava a lenta penetração.

Ela estremeceu quando sentiu uma leve sensação de lacrimejamento e, apesar de seu

melhor esforço para contê-las, lágrimas queimavam suas pálpebras. Os olhos de Swanny

brilhavam com ternura e ele estendeu a mão para afastar a lágrima que havia escapado e

deslizado por sua bochecha.

— Sinto muito, querida — disse, pesar refletido em suas feições. — Você precisa que eu

pare?

— Não, está tudo bem — disse ela apressadamente, preocupada que ele interrompesse. —

Vou ficar bem. É apenas um pouco desconfortável. Por favor, não pare.

— Eu não vou parar. Só vou devagar e dar-lhe tempo para se adaptar a me ter dentro de

você. A dor não vai durar muito tempo e então vou fazer você sentir nada além de prazer. Eu juro.

Moveu-se para frente um pouco e ela se encolheu, mas segurou firmemente os ombros

dele. Ele parou imediatamente e se inclinou para beijá-la.

— Eu vou ficar bem onde estou um pouco. Deixando você se ajustar. Diga-me quando

estiver pronta para eu ir mais longe, ok?

Ela assentiu com a cabeça e, em seguida, focou em relaxar em torno dele, saboreando a

sensação de tê-lo dentro dela, embora não profundamente. Ainda não. E ela queria isso. Queria

ele tão profundo quanto poderia estar para que fossem uma só pessoa. Conectados na forma mais

íntima que duas pessoas poderiam estar.

Ela girou experimentalmente, testando a sensação dele dentro dela. Parte da dor pungente

diminuiu, deixando-a com uma sensação inquieta, insatisfeita.

Swanny gemeu.

— Você está me matando, Eden. Não consigo resistir tanto assim.

Ela sorriu e deslizou as mãos sobre seus ombros largos.

— Está tudo bem agora. Não dói tanto.

Ele se afastou um pouco para que pudesse ver o rosto dela, avaliando sua reação, e então

ele seguiu em frente, devagar e com muito cuidado. Ela ficou tensa, esperando mais dor, mas

além do desconforto de esticar para acomodá-lo, a dor havia diminuído para uma dor surda.

— Ok? — Swanny sussurrou.

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Deus, ela amava como ele estava sendo terno e carinhoso. Ela tinha imaginado sua

primeira vez muitas vezes ao longo dos anos, mas isto ultrapassava em muito as suas fantasias

mais selvagens. Era lindo. Havia uma comoção que a fazia ansiar. A emoção inchou e se prendeu

em seu peito e garganta. Tudo o que ela conseguiu mostrar foi um sorriso tranquilizador e um

aceno de cabeça para informá-lo que estava bem.

Ele se retirou um pouco e depois empurrou para frente, um pouco mais forte do que antes.

Ela ofegou, não de dor, mas de admiração enquanto dor e desconforto viraram prazer intenso.

— Só mais um pouco, querida. Mais uma vez e estarei lá. Diga-me se te machucar.

Chocou-a que ele já não estivesse todo dentro. Certamente parecia que ele estava todo

dentro dela. Mas, então, ela tinha visto o seu tamanho, ficou nervosa se caberia, especialmente

desde que era sua primeira vez, mas sua vagina estava escorregadia com desejo e segurou-o com

força, convidando-o a ir mais fundo.

Mais uma vez ele se retirou, e não todo o caminho. Ele ainda estava dentro dela e então

empurrou com mais força e ela sentiu a virilha encontrar a dela. Seus olhos se arregalaram com

espanto para as sensações bombardeando-a. Sentia-se completamente preenchida, esticada em

torno dele como um punho fechado.

O rosto dele estava tenso, as feições tensas. Ele brevemente fechou os olhos e sua

respiração era curta e rouca. Ela percebeu exatamente o que sua contenção estava custando a ele,

e ele se tornou ainda mais querido para ela por ter tomado esses cuidados para que sua primeira

vez fosse menos dolorosa possível.

Quando ele reabriu os olhos, eles brilhavam com a mesma necessidade desesperada que

ela sentia. Seus quadris se moveram, inconscientemente inclinando para cima, para tomá-lo mais

profundamente, se tal coisa fosse possível.

— Estou bem, Swanny, — ela disse suavemente. — Você é tão gostoso dentro de mim.

Quero que seja bom para você.

Ele acariciou sua bochecha com uma mão e, em seguida, fundiu suas bocas enquanto seus

quadris se levantavam e, em seguida, empurrou de volta para ela. Seu corpo a cobriu

protetoramente e ela enrolou as pernas em torno de suas coxas, ancorando-o para ela,

informando-o que estava com ele o tempo todo.

Ela colocou os braços com mais firmeza ao redor dos ombros dele, puxando-o para baixo

ainda mais para encontrar sua boca. Suas línguas emaranharam e ele imitou os movimentos do

pênis, enfiando a língua da mesma maneira.

A respiração dele vinha rápida e quente, misturando-se com a dela. Ela respirou

profundamente pelo nariz, tentando recuperar-se enquanto seu corpo se apertava e começava a

se erguer, para o lançamento final.

— O quão perto você está? — Swanny falou rouco. — Quero você comigo, querida. Não

vou deixar você para trás. Você vem em primeiro lugar. Sempre. Diga-me o que precisa para

chegar lá e vou fazer isso acontecer.

Ela estava tão envolvida no bombardeio esmagador de sensação e sentimento que levou

um momento para a pergunta se registrar.

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— Perto, — ela disse ofegante. — Estou perto. Não sei o que está acontecendo, mas

parece que estou prestes a explodir em milhões de pedaços.

Ele sorriu com ternura para ela, empurrando para dentro com seus quadris novamente, e

então deslizou para fora e para dentro em um longo e lento golpe, que fez as paredes vaginais se

apertarem ao redor dele, resistindo a sua retirada.

— Isso é o que um bom orgasmo faz, — disse ele. — Apenas se solte, querida. Deixe

acontecer. Estarei com você a cada passo do caminho.

Ele inclinou o pescoço para que pudesse chegar a seus seios e sugou um mamilo enquanto

avançava de novo, enterrando-se ao máximo.

— Você gosta disso, — ele murmurou.

Desde que ela estava ainda mais úmida em torno de sua ereção, ele era óbvio.

Ela estava quase a ponto de desespero. Estava no limite, a tensão crescendo até que era

insuportável. Ele começou a empurrar mais duramente, renunciando a ternura anterior. Teve o

cuidado de manter o controle e não empurrou com tanta força que a machucasse, mas colocou

um ritmo mais rápido, mergulhando, retirando-se, em seguida, empurrando para frente de novo,

até que ela estava ofegante e contorcendo-se debaixo dele como uma coisa selvagem.

Os olhos dela se abriram enquanto o mundo parecia quebrar a sua volta. A tensão estalou,

liberando o prazer mais intenso que já tinha experimentado em sua vida. Fechou os dedos em

seus ombros, segurando-se a ele. A âncora na tempestade violenta de seu orgasmo.

O quarto turvou em torno dela. Seus traços borrados, mas ela se concentrou em seus

olhos, atraindo o prazer espelhado em seu olhar. Ela se opôs debaixo dele, arqueando,

encontrando seus golpes e usando as pernas para puxá-lo para ela mais e mais.

E então ele soltou um gemido enorme e todo o seu corpo ficou tenso. Ele inchou dentro

dela, ficando ainda mais túrgido, maior, e suas estocadas se tornaram mais rápidas e profundas.

Para sua surpresa, assim que ela desceu do orgasmo alucinante, os golpes frenéticos a

empurraram em outro orgasmo novamente. Desta vez foi um crescimento rápido, não uma lenta

subida até o topo. Foi explosivo, não tão duradouro quanto o primeiro, e seu corpo tremia

enquanto um segundo orgasmo atravessava-a e ele jorrou dentro dela.

O calor de seu sêmen inundou-a, fazendo o rescaldo do orgasmo durar ainda mais. Ele

empurrou com mais facilidade enquanto seu sêmen facilitava a passagem para que pudesse

deslizar facilmente até o punho.

Ele soltou um gemido longo e finalmente desmoronou em cima dela, o calor invadindo

todo seu corpo. Ela colocou os braços ao redor de suas costas e ombros, e acariciou suavemente,

gostando de ter o seu peso cobrindo-a. Sentia-se segura, como se nada no mundo pudesse

machucá-la neste momento.

Arrastou as mãos abaixo pela coluna dele tanto quanto ela conseguia alcançar e, em

seguida, viajou para cima novamente, acariciando e informando-o sem palavras como se sentia.

Finalmente, ele levantou-se de cima dela, e ela imediatamente lamentou a perda de seu

peso e calor. Ele se apoiou nos braços, ainda enterrado dentro dela, e a olhou com tanta ternura

que ela engoliu o nó se formando em sua garganta.

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— Você está bem? Eu fui muito bruto? — Ele perguntou, preocupado.

Ela sorriu e estendeu a mão para acariciar seu rosto, dando especial atenção à cicatriz.

— Foi maravilhoso, Swanny. Nunca imaginei que minha primeira vez seria tão perfeita. E

talvez seja por isso que esperei. Algo dentro de mim me disse que nenhum dos outros homens me

daria o que você me deu.

— Foi você quem me deu algo mais precioso do que qualquer coisa que eu já recebi, —

disse ele, a sinceridade brilhando em seus olhos. — Você não pode saber o quanto significa para

mim que você confiou em mim para ser o seu primeiro. Eu queria que fosse especial para você.

Para nós dois. Em muitos aspectos, esta parece ser a minha primeira vez também. Nunca fiz amor

com uma mulher sem camisinha, e tenho a maldita certeza de que nunca me senti assim com

qualquer mulher com quem estive.

— Estou feliz — disse ela, rouquidão apertando sua voz. — E foi perfeito, Swanny. Você

tornou tão especial. Certamente nunca vou esquecer a minha primeira vez. Você foi tão gentil e

paciente. Você foi perfeito.

Fogo brilhou em seus olhos e ele estendeu a mão para reclamar a boca dela. Beijou-a

demorada e docemente e muito reverente.

— Eu vou sair agora, querida, — disse gentilmente. — Pode doer um pouco, mas vou ser

tão lento e confortável quanto possível. Preciso nos limpar. Acho que gozei um galão.

Ela riu e, em seguida, apoiou as mãos em seus ombros quando ele começou a retirar

centímetro por centímetro precioso. Como tinha previsto, ela estremeceu quando ele finalmente

se soltou, mas ao mesmo tempo sentia-se como se tivesse perdido a conexão com ele que ela

tanto saboreou.

Ele rolou para o lado e saiu da cama. Inclinou-se para beijá-la novamente.

— Eu volto já. Não se mexa. Vou tentar não bagunçar os lençóis ainda mais, se possível,

para não dormirmos sobre uma mancha molhada.

Então ele desapareceu no banheiro e quando voltou trouxe um pano quente e

cuidadosamente limpou as áreas sensíveis dela antes de limpar a própria virilha e pênis ainda

semiereto.

Verificou os lençóis, levantando seus quadris para sentir por baixo dela, e então franziu o

cenho.

— Está um pouco úmido e não quero que você durma nessa bagunça pegajosa, nem quero

chamar o serviço de limpeza a essa hora da noite e colocar um amortecedor sobre o estado de

espírito, então vou colocar uma toalha sobre o local e dormiremos assim.

— A toalha é uma boa ideia, — disse sorrindo para ele. — Sinceramente, só quero ir para a

cama e ter você me abraçando.

— Parece maravilhoso para mim também, mas primeiro vou te preparar um bom banho

quente e deixá-la de molho por um tempo. Você vai estar dolorida e não quero que interfira com a

sua sessão amanhã. Então me espere preparar a água e, em seguida, vou deixa-la mergulhar na

banheira por um tempo e depois vamos para a cama.

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— Isso soa celestial, — respondeu Eden, tocada pela profundidade do seu carinho e o fato

de que ele cuidava de cada necessidade sua.

Um pouco mais tarde, ele voltou para o quarto e levantou-a em seus braços, embalando-a

contra o peito. Era uma experiência nova ter um homem buscando-a e levando-a em qualquer

lugar. Ela era alta e embora não pesasse muito, ainda era alta o suficiente para que um homem

normal não fosse capaz de carregá-la.

Mas Swanny dificilmente era — normal. — Nunca poderia ser considerado mediano. Ele

era musculoso, absolutamente em forma e muito forte. Ele a fez se sentir querida de uma forma

que nunca sonhou. Ela suspirou quando ele abaixou-a para a banheira e, em seguida, sentou-se no

vaso sanitário fechado, observando enquanto ela relaxava na água.

— Havia um pouco de sangue nos lençóis também, — Swanny disse calmamente. — E eu

limpei algum de você e de mim. Odeio a ideia de ter te machucado. Eu teria feito qualquer coisa

para poupá-la daquela dor.

— Você não me machucou, — ela negou. — Foi um pouco desconfortável no início, mas

grande como você é acho que eu teria sentido um leve desconforto mesmo que eu não fosse

virgem. Você fez tudo certo. Perfeito. Foi tão lento e paciente e tão gentil. Eu não poderia ter

pedido uma primeira vez melhor. Estou realmente falando sério.

— Fico feliz em ouvir isso, — ele disse com a voz rouca. — Ainda estou afetado por tudo

isso. E vou levar muito tempo para chegar a um acordo com o presente que você me deu, sua

confiança e seu desejo. É difícil absorver tudo.

Ela deslizou mais fundo na água, deixando-a bater no pescoço dela, e suspirou de prazer

com a água quente na qual estava embebida. Ele estava certo, estava sensível em sua área vaginal,

mas a água quente estava fazendo maravilhas para aliviar o desconforto.

— Um dia você vai ver a si mesmo do jeito que eu vejo, Swanny. Se for a última coisa que

eu faça, você verá um guerreiro leal e feroz, um sobrevivente, para não falar de um homem gentil

com um coração de ouro e sem um pingo de maldade em seu corpo. Pelo menos para mim. Sei o

suficiente sobre seu trabalho para saber que você lida com algumas situações difíceis, duras, mas

comigo? Você não é como se apresenta para o mundo. Eu vejo o verdadeiro você, o homem por

trás das cicatrizes e gosto muito do que vejo.

— Você tem que parar — disse ele rispidamente. — Porque estou a uma polegada de te

transportar de volta para o quarto e fazer amor com você mais uma vez, e isso não é o que você

precisa agora. Você precisa de tempo para curar e para se sentir melhor.

— Mas você ainda pode me levar para a cama e me abraçar, — ela disse

melancolicamente. — Já chega de ficar encharcada. O que realmente quero são os seus braços em

volta de mim e dormir contra seu corpo.

— Isso eu posso fazer, — disse ele enquanto se movia para frente para ajudá-la a sair da

banheira.

Ele pegou uma das grandes toalhas felpudas do hotel e envolveu-a em torno de seu corpo,

secando cada centímetro de umidade de sua pele até que estava rosada e brilhante. Então secou a

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pequena quantidade de água que ficou no cabelo molhado e depois a guiou de volta para o

quarto, onde fez um gesto para ela subir na cama.

Assim que ela estava deitada, deslizou ao lado dela e ela imediatamente se enterrou em

seu peito, procurando seu calor. Ela entrelaçou as pernas com as dele e envolveu um braço ao

redor da cintura, ancorando-o para ela.

Ele beijou sua testa e acariciou os fios de cabelo em seu rosto.

— Boa noite, querida. Durma bem e sonhe comigo.

Capítulo 20

Swanny acordou lentamente, saindo gradualmente do sono profundo em que caiu depois

que Eden aconchegou-se em seu corpo. Ele era geralmente uma pessoa matutina e nunca

desperdiçava tempo deitado na cama depois que acordava. Em casa ou até mesmo em uma

missão havia sempre muita coisa para fazer para ficar simplesmente deitado curtindo preguiça,

mas esta manhã?

Estava contente e totalmente satisfeito, com Eden dormindo aninhada na curva de seu

braço, a cabeça apoiada em seu ombro. Poderia passar o dia todo apenas deitado com ela,

segurando-a. Sabia que ela precisava de tempo para se curar antes que fizessem amor de novo,

mas estava muito contente em desfrutar da intimidade que os envolvia.

Ele ouviu sua respiração suave e passou os dedos levemente pelo cabelo loiro, apenas

querendo tocá-la de alguma forma. Verificou o relógio de cabeceira e quase gemeu. Teria que

acordá-la em apenas alguns minutos para que tivesse tempo suficiente para se preparar para a

sessão de fotos. E tudo o que queria era continuar segurando-a em seus braços, permitindo que as

lembranças dos dois fazendo amor voltassem a sua memória muitas e muitas vezes.

Nunca experimentara uma conexão tão forte com outra mulher. Ou até mesmo com outra

pessoa. Sua equipe e a KGI eram sua família agora, mas nada comparado com a maneira como

Eden o fazia se sentir. Como se ele fosse importante. Como se não fosse apenas um homem em

uma missão normal, entrando e saindo, sem qualquer tipo de ligação emocional. Ele não era

apenas um peão, ele fazia parte de uma equipe, mas ao mesmo tempo tinha um forte vínculo com

seus companheiros de equipe; o que havia entre ele e Eden ultrapassava, muito, o que ele sentia

pela KGI — sua família.

A KGI e sua equipe sempre teriam a sua lealdade, e até agora ele teria dito que nada

poderia ser mais forte do que seu compromisso com a equipe. Mas Eden mudou tudo isso para

ele. Supunha que deveria ter sido isso que acontecera com Rio e Steele, os líderes das outras duas

equipes. Eles deram sua lealdade absoluta à KGI e a equipe vinha primeiro, mas depois de

conhecer suas mulheres, agora esposas, ele conseguia entender por que a KGI agora vinha em

segundo lugar, depois da família que construíram e das mulheres que amavam.

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Isso havia acontecido com os irmãos Kelly também. Donovan acabara de conhecer e se

casar com sua esposa e estava exercendo um papel mais administrativo, assim como Sam e

Garrett, depois que tiveram seus bebês. Mais e mais os três irmãos que fundaram a KGI estavam

delegando mais responsabilidade às equipes lideradas por Rio, Steele, em seguida, Nathan e Joe,

os dois homens com os quais Swanny trabalhava, além de Skylar e Edge.

E ele realmente os considerava sua família. Eles o aceitaram e lhe ofereceram sua amizade.

Ele nunca se esqueceria disso. Eles deram-lhe um objetivo novamente quando ele estava sem

propósito, sem ocupação e sem direção depois de sair da última missão que o levou para fora do

serviço ativo.

Mas agora ele tinha Eden, e não tinha certeza de onde isso iria levá-los, mas sabia, sem

dúvida, que ela era uma virada de jogo completo para ele. Suas prioridades já estavam mudando.

Ele a tomou basicamente sob sua proteção, embora Nathan e Joe estivessem tecnicamente no

comando. Mas eles pareciam perceber que havia algo entre ele e Eden, e o deixaram assumir a

liderança sem argumentar — e graças a Deus por isso — porque, pela primeira vez, teria desafiado

abertamente o comando, por que se tratava de Eden. Queria que isto fosse feito do jeito dele.

Queria ser o único responsável pela segurança de Eden, e não era por que não confiava em sua

equipe, mas eles não tinham o interesse pessoal neste trabalho que Swanny tinha. Queria ser o

único que a protegeria, que a manteria segura. Queira mantê-la com ele em todos os momentos.

Essa possessividade era completamente estranha para ele.

Não é que nunca tenha sido um idiota com as mulheres com as quais estivera, mas

também não sentira essa enorme sensação de possessividade. O desejo de mantê-la com ele em

todos os momentos. De não deixá-la ir.

O fato de que ela era dele bateu-lhe com clareza surpreendente em sua mente. Ela

pertencia a ele. Não que uma mulher fosse alguma coisa ou algum bem — para se possuir — mas

sua reação a ela era impressionante. Também percebeu que estas fotos durariam apenas alguns

dias, e esse poderia ser todo o tempo que teria com ela.

Pânico surgiu porque não tinha pensado na longevidade do relacionamento deles, e

ocorreu-lhe agora que queria mais. Não queria ser uma aventura, seu primeiro amante, e depois

vê-la ficar com outra pessoa.

Suas carreiras iriam levá-los para cantos opostos do mundo e não tinha ideia de como

poderiam resolver isso. Mas dane-se, tinha que haver um jeito. Não queria perdê-la.

Se isso significava estar apaixonado, então sabia que já estava loucamente perdido de

amores por ela. Mas o grande ponto de interrogação era como ela se sentia sobre ele? Ele sabia

que ela se importava com ele. Inferno, ela se esforçou ao máximo para assegurá-lo que suas

cicatrizes e aparência não a incomodavam. E ela quisera que ele fosse seu primeiro amante, de

modo que isso tinha que significar alguma coisa. Mas o quê?

Tudo o que sabia era que ele já estava temendo o final das filmagens, quando ela não

precisaria mais dos serviços da KGI. Embora a ameaça a ela, de acordo com o pai dela, ainda

estivesse lá fora, por isso, se a ameaça não fosse eliminada até as filmagens acabarem, ele poderia

muito bem querer mantê-los.

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Ele queria que qualquer ameaça a ela fosse eliminada, não importava como. Não queria

que nada sequer a tocasse ou machucasse, mas, ao mesmo tempo, assim que a ameaça fosse

eliminada ela não precisaria mais dele ou da KGI, e não estava ansioso para o fim do que estavam

compartilhando.

Eden agitou-se suavemente ao lado dele, e ele descartou seus pensamentos e se virou para

encará-la. Ela sorriu sonolenta para ele.

— Bom dia — ela disse docemente.

— Bom dia, querida. Como você se sente hoje?

Suas bochechas ficaram rosadas enquanto a cor surgia em seu pescoço e rosto.

— Estou bem, acho. Realmente não me movimentei muito, mas você cuidou muito bem de

mim ontem à noite. Não posso imaginar que vou sofrer qualquer desconforto hoje.

— Por mais que eu adorasse ficar na cama com você durante toda a manhã, infelizmente,

temos que levantar e nos mexer, se quisermos chegar a tempo para sua filmagem.

Ela fez uma careta, mostrando a mesma tristeza que ele sentia.

— Pelo menos almoçaremos juntos para ir às compras — disse ela alegremente.

Embora não fosse algo pelo qual ele estava esperando ansiosamente, ser empurrado para

algum smoking elegante e sufocante que não estava acostumado a usar, o pensamento de passar

algum tempo com ela — fazendo qualquer coisa — rapidamente dissolveu suas dúvidas sobre ter

que enfeitar-se com um smoking.

— É um encontro, — disse ele, beijando seus lábios. — Agora, por que você não vai para o

banheiro e fica ainda mais linda? Vou usar o outro banheiro e tomar um banho rápido e, em

seguida, podemos pegar a estrada. Vou chamar os outros e certificar-me que estão prontos e

preparados para sair e com os carros esperando na parte de trás.

Ela suspirou, mas afastou as cobertas, expondo o corpo nu para ele. Seu pau endureceu ao

ponto de doer, mas manteve um lençol sobre ele até que ela desapareceu no banheiro. Teria que

cuidar da questão de sua ereção no chuveiro porque não havia nenhuma maneira no inferno que

pudesse suportar este tipo de dor durante toda a maldita manhã. E na maioria das vezes, além das

poucas mulheres com as quais tivera relações sexuais, sua mão foi a única fonte de liberação de

prazer regular para seu pau. Só de imaginar Eden e lembrar-se dos dois fazendo amor na noite

anterior iria fazê-lo gozar em um minuto assim que ele entrasse no chuveiro.

Vinte minutos mais tarde e sentindo apenas um leve alívio em suas bolas doloridas, foi em

busca dela para encontrá-la recolhendo roupas e uma série de outras coisas femininas de cujo uso

ele não tinha ideia.

— Pronto? — Eden perguntou, um largo sorriso curvando os traços bonitos.

— Sim. Sem treino hoje, hein?

Ela fez uma careta.

— Tentarei fazê-los outro dia. Provavelmente deveria fazer um regime diário, e por um

tempo eu fiz quando David e Micah assumiram meus treinamentos. Nós treinamos, corremos e

treinamos autodefesa. Mas depois que eu fiquei em melhor forma e mais tonificada e magra,

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reduzimos novamente para três dias por semana. Às vezes mais, eu só preciso liberar minhas

frustrações, mas quem quer colocar-se nesse tipo de tortura todos os dias?

Swanny riu.

— Odeio dizer isso, querida, mas você está falando com um homem que tem um

treinamento e rotina de exercícios muito rigorosos. Pelo menos, quando não estou em uma

missão.

— Claro, — Eden resmungou. — As pessoas simplesmente não são naturalmente

abençoadas com o tipo de corpo que você tem.

Deus, ele amava o jeito que ela sequer parecia notar o excesso de cicatrizes e parecia

realmente gostar de seu corpo. O pacote inteiro. Ninguém jamais o fez sentir-se tão confortável.

Mesmo com os Kellys e sua família ele ainda era reservado, e na maioria das vezes desviava o lado

do rosto cheio de cicatrizes, embora soubesse que suas cicatrizes não importavam para eles.

— Eu poderia dizer o mesmo para você, mulher mais bonita do mundo, — ele disse

secamente. — E você é toda natural. Não há melhorias. O seu tipo de beleza simplesmente não

acontece para a maioria das mulheres.

— Não, eu não tenho melhorias, embora já tive algumas reclamações de que meus seios

são grandes demais, — ela disse com voz tímida.

— Que porra é essa?

Swanny olhou para ela em total perplexidade. Grandes demais? Eles eram malditamente

perfeitos. Cheios, perfeitamente arredondados com mamilos que eram uma sombra deliciosa de

rosa. E encheram as palmas das suas mãos perfeitamente, como se fossem feitos especialmente

para ele.

Ela corou novamente.

— A maioria das top models é alta, muito magra, e com pouco busto. Eu tenho a parte alta

e esbelta, mas não é como se eu pudesse fazer muito sobre o tamanho dos meus seios e eu me

recusei a reduzi-los.

Swanny olhou para ela com horror.

— Redução de seios? — Ele resmungou. — Quem sugeriu isso para você? É a coisa mais

estúpida que já ouvi falar. Você é malditamente perfeita do jeito que é.

Os olhos dela brilharam em resposta à sua explosão sincera.

— A maioria das pessoas que me contrata está bem com isso. Ocasionalmente, quando

estou fazendo um desfile fizeram um vestido sob medida para ajustar o modelo "médio" e então

reclamaram sobre ter que alterar todas as roupas com as quais eu desfilaria. Um cara foi um idiota

furioso e disse-me que meus seios eram obscenamente grandes, mas a minha bunda também era

muito grande.

— Jesus, — Swanny falou entre os dentes cerrados. — Eu adoraria ficar cinco minutos com

o bastardo. Você pode ter a maldita certeza que se eu ficasse, ele nunca cometeria o erro de

criticá-la novamente. Eu iria perguntar como ele se sentiria sobre a redução do próprio pau.

Eden caiu na gargalhada, e abraçou Swanny impulsivamente.

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— Sou tão feliz ao seu lado. Você simplesmente me faz feliz. Sinto que posso ser eu mesma

com você e não me esconder atrás de uma fachada ou alguma postura falsa para uma das minhas

sessões de fotos. Não consigo te dizer o quanto isso é libertador. Até agora, só fui capaz de dizer

isso sobre meu pai e irmãos. Eles certamente me mantêm ligada a terra, e se eu ficasse um pouco

deslumbrada não hesitariam em ter uma sessão de críticas comigo, para que eu voltasse à

realidade.

— Você também me faz feliz Eden, — disse ele em tom sério. — Eu sei que soa como um

disco quebrado, mas não tenho ideia de por que você me escolheu, mas sou muito feliz por que o

fez. O que tivemos não foi sexo. Fizemos amor e até ontem à noite eu realmente não sabia a

diferença entre os dois.

Com qualquer outra pessoa ele não se sentiria confortável desnudando sua alma. Ele era o

silencioso e reservado da equipe. Edge também, mas talvez não no grau que Swanny era. Exceto

agora. Quando se tratava de Eden. Ele não tinha medo de falar e se expressar sobre como as

coisas precisavam ser. Seus companheiros de equipe provavelmente estavam pensando que ele

tinha ido ao fundo do poço e, bem, não estavam realmente errados.

Mas com Eden, sentiu-se completamente à vontade em compartilhar seus pensamentos,

suas emoções, e não estava envergonhado de confessar como se sentia sobre ela. Queria que ela

soubesse que a noite passada foi tão especial para ele como foi para ela. Nunca imaginava que

fazer amor pudesse ser tão consumidor. Uma fusão de almas, corações e mentes.

Sentia-se como um novato no ato de fazer amor como Eden tinha sido. Duas pessoas

encontrando um ao outro. Descobrindo o que agradava o outro. Ele achou muito gratificante que,

apesar de Eden ser virgem, ela não tivesse mostrado qualquer inibição, antes mesmo que tivessem

consumado seu relacionamento.

Ela foi honesta com ele desde o início. Não deixou nenhuma dúvida sobre o que queria e

que ele era quem ela queria. Era como o Natal, Dia dos Namorados e seu aniversário, tudo

embrulhado em um mesmo pacote. Inferno, sentia-se como uma criança no Natal, cheio de

admiração e entusiasmo sobre algo novo, fresco e muito íntimo.

Sabia que precisava ser tão franco e simples como ela era com ele, e também percebeu

que precisava fazer algumas perguntas muito diretas sobre o que havia entre eles, o que ela via no

futuro e se ele faria parte desse futuro.

Mas agora não era o momento. Não queria nenhuma distração para a sessão de hoje, e

não queria que ela ponderasse sobre suas perguntas quando precisava de foco absoluto para o dia

que enfrentaria.

Essa noite. Hoje à noite, quando fossem para a cama, iria conversar com ela sobre isso,

desde que ele não morresse de medo até a hora de falar com ela. Mas, como ele já se lembrara,

ela foi extremamente direta com ele e ele lhe devia o mesmo.

Então, quando estivessem sozinhos novamente, iria lhe dizer o que estava em sua mente e

em seu coração e só esperava e rezava para que ela estivesse na mesma onda.

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Capítulo 21

A sessão foi muito mais tranquila nesta manhã. Ou o diretor havia tomado seus remédios

ou talvez tivesse transado na noite anterior, mas de qualquer forma ele não estava sendo o

imbecil que ficou esbravejando no dia anterior. Ele foi até mesmo cortês com Eden, elogiando

suas poses, os olhares sensuais que ela fazia como se fosse um interruptor sendo ligado, mas

conforme o tempo foi passando Swanny percebeu que ela estava se concentrando nele.

Que ele era o destinatário desses olhares sensuais e sedutores, e o diretor estava

comendo-os com uma colher.

— Seja adorável, Eden! — O diretor falou. — E a Aria vai adorar também. Você é o rosto

perfeito para esse novo produto. Eles vão fazer milhões.

— Ela vai fazer milhões, também, — o agente dela murmurou. — Uma modelo do nível de

Eden pode se dar ao luxo de escolher seus trabalhos. Ela está tão em alta que sua agenda é uma

loucura. Eu continuo dizendo que ela precisa desacelerar, mas está determinada a trabalhar,

enquanto estiver em ascensão e de certa forma ela está certa. Ataque enquanto o ferro está

quente. Há sempre uma nova concorrência chegando, por isso é inteligente da parte dela

acumular como está fazendo agora, para quando se aposentar não precisar se preocupar com

dinheiro o resto de sua vida.

— Você acha que ela é muito velha para ser modelo? — Swanny perguntou, confuso. Em

sua opinião, ela era a mulher mais bonita que ele já tinha posto os olhos, e não parecia um dia

mais velha do que uma mulher na casa dos vinte anos. E isso era considerado velho?

O agente encolheu os ombros.

— Modelos têm expectativa de carreira curtas. Nem todas, mas a maioria. Algumas das

supermodelos mais populares continuam a ser famosas e com a agenda lotada até o final de seus

vinte e tantos anos e até trinta e poucos anos, mas para a maior parte é um campo para mulheres

mais jovens e os seios de Eden são maiores do que a maioria, o que é um ponto contra ela. Eles

gostam de altas e magras. E, bem, há um ano ela ganhou alguns quilos, por isso tornou-se

necessário que contratasse um personal trainer para mantê-la em forma. Em sua carreira, mesmo

um quilo pode fazer a diferença na assinatura de um contrato.

Swanny rosnou baixinho e o agente deu um passo apressado para trás.

— Não há nenhuma maldita coisa errada com qualquer parte dela, — ele retrucou. — Ela

foi forçada a contratar personal trainer, porque, Deus me livre, ela ganhou alguns quilos? E os

seios dela não são, definitivamente, muito grandes e não consigo acreditar que algum idiota uma

vez lhe disse que ela deveria considerar fazer uma redução. Se eu estivesse lá teria rasgado as

malditas bolas do cara e empurrado na garganta dele.

— Ela te contou sobre isso? — O agente perguntou surpreso.

Não era necessária muita percepção da parte de Swanny para perceber que Eden era,

aparentemente, uma pessoa muito reservada, especialmente tendo em conta o fato de que ela

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raramente estava no noticiário, então ele provavelmente estava entregando seu relacionamento

com Eden.

— Sim, ela contou. Eu não superei isso ainda, e então você me contou que ela foi obrigada

a fazer um regime de treino exaustivo em cima de um cronograma de modelo já exaustivo. Vocês

são humanos? Porque você certamente não a trata como um ser humano. Mais como um animal

treinado e forçado a obedecer todos os seus caprichos. Estou convivendo com ela tempo

suficiente para saber que ela não é uma diva mimada e não espera que todos obedeçam a todos

os desejos. O que lhe dá o direito de fazer isso com ela? Você esquece que ela é sua chefa e você

trabalha para ela? Que ela paga seu salário?

Skylar, que viera para o lado de Swanny no momento em que se tornou óbvio que palavras

acaloradas estavam sendo trocadas, franziu a testa, apertando os lábios enquanto seus olhos se

estreitaram. Então ela abertamente fechou a cara para Nigel.

— Parece-me que Eden faz um inferno de muito trabalho sem colher muitos dos

benefícios. Ela é direta e indiretamente, a fonte de renda para um inferno de muita gente. Você

mesmo disse que ela é sua cliente mais importante. E se este contrato com a Aria é tão importante

e eles querem Eden, então, pode-se pensar que eles deveriam beijar o chão onde ela pisa

regularmente. Não permitindo que ela seja tratada como um maldito cachorrinho, dando-lhe

tapinhas na cabeça e dizendo "boa menina" e em seguida, jogando um osso.

— Não creio que milhões de dólares seriam considerados um tratamento simples para um

cãozinho, — Nigel estalou.

— Você é agente dela! — Swanny disse em um tom irritado. — Não é o seu maldito

trabalho protegê-la do tipo de merda que aconteceu ontem?

— Eu protejo seus melhores interesses, — Nigel disse friamente. — E este trabalho

definitivamente se qualifica como estando em seus melhores interesses, mesmo que signifique

lidar com um diretor mal-humorado e temperamental, que se você não notou é uma pessoa

completamente diferente hoje.

— E eles acusam as mulheres de ter TPM. Deixe-me dizer-lhe o que realmente significa

TPM, — ela disse com sarcasmo. — Tolerar as Palhaçadas dos Machos. É isso o que TPM significa.

E enquanto nós, mulheres, somos atingidas uma vez por mês, os caras têm sua própria TPM a cada

maldito dia. Eles são mal-humorados e difíceis e agem como se fossem bipolares. Em um minuto

são todos sorrisos e o mundo é bom. No momento seguinte? Estão chateados com o mundo e

começam a atirar em todos ao seu redor.

Swanny teve de sufocar o riso, enquanto Nigel não parecia nada satisfeito com a avaliação

de Skylar. Mas ele realmente não podia discutir com Skylar. Era honesto o suficiente e não tinha

um ego tão grande assim para não reconhecer a verdade em seu depoimento.

— Eu adoraria dar-lhe um ajuste de atitude permanente — Skylar murmurou.

— Quem você está ameaçando, Sky? — Edge retumbou enquanto caminhava até onde

Swanny e Skylar estavam ao lado de Nigel. Joe e Nathan estavam logo atrás dele, expressões

entediadas nos rostos.

— Ele, — Skylar disse, apontando o polegar por cima do ombro na direção do diretor.

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Edge encolheu os ombros.

— Talvez ele tenha voltado a tomar os remédios hoje.

O resto da equipe riu e Nigel, ou enojado ou terrivelmente amedrontado por estar rodeado

por toda a equipe de segurança de Eden, saiu correndo, encontrou rapidamente algo para fazer

que desse a impressão de que estava ocupado. Levou o telefone ao ouvido, mas Swanny poderia

jurar que não havia chamada nenhuma ocorrendo.

— Isso é chato, — Joe murmurou. — Nunca pensei que diria isso sobre o meu trabalho,

mas agora me sinto prestando um serviço de babá, só que glamouroso.

Skylar cutucou fortemente as costelas de Joe com o cotovelo, mas Swanny percebeu o

esforço rápido para tentar fazer Joe calar a boca. Swanny olhou para Joe em clara reprimenda.

— Eu não considero que a segurança de uma mulher completamente vulnerável a algum

idiota em busca de vingança seja algo tão pequeno como um emprego de babá, — ele disse em

um tom gelado.

— Eu não disse que não era importante, — Joe disse suavemente. — Só que é

definitivamente uma mudança de ritmo e bem, chato. Estou mais acostumado a explodir coisas.

Nathan riu.

Edge encolheu os ombros.

— Eu nunca estive em Paris. É muito legal poder conhecer a cidade, mesmo tão pouco

como o que estamos vendo.

— Paris não deveria ser a cidade do amoooor? — Nathan perguntou inocentemente. —

Porque me parece que o vírus definitivamente mordeu um de nós, e não fui eu.

Swanny atirou um olhar fulminante a Nathan.

— Eu acho que seria incrível se apaixonar em Paris, — Skylar disse melancolicamente. —

Tão romântico. Pense nas histórias que você poderia contar a seus filhos e netos sobre como se

conheceram.

— Alguém pode me explicar por que diabos estamos falando de se apaixonar quando

deveríamos nos concentrar no trabalho? — Swanny estalou.

— Calma cara, — disse Nathan. — É óbvio que há alguma química séria entre você e Eden.

Estou feliz por você. Estamos apenas te enchendo o saco. Ela é uma mulher bonita, para não

mencionar que é verdadeiramente agradável e não é nem um pouco falsa.

Swanny fez uma careta. Não queria seu relacionamento cogitado em conversa com seus

companheiros de equipe, especialmente quando ele próprio não tinha chegado ao cerne da

questão com Eden. Por tudo o que sabia, não havia nada para falar. Eles tiveram relações sexuais.

Ele foi seu primeiro homem. Talvez isso fosse tudo que ela queria. Seu pessimismo quando se

tratava de mulheres reapareceu e a insegurança que detestava lotou seu peito.

— Ok, por enquanto, terminamos. — O diretor falou. — Estou concedendo uma pausa para

o almoço de duas horas, uma vez que ficou tão bem feito esta manhã. Bom trabalho pessoal. Verei

vocês aqui em duas horas. Não se atrasem.

— Esse é nosso gancho, — disse Joe. — Hora de ir às compras.

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Os outros riram, e mesmo Swanny não conseguiu controlar seu gemido. Isto não estava em

sua lista de coisas favoritas. Mas dar-lhe-ia duas horas para ficar ao lado de Eden, então não podia

reclamar.

Eden chegou, apressada, o rosto iluminado de alegria dirigido a Swanny. O estômago dele

fez uma reviravolta peculiar, pois como não poderia reagir ao calor que ela espalhava, não importa

onde fosse?

— Prontos para irem às compras comigo? — Ela perguntou com um sorriso.

— Sim, — Skylar disse com verdadeiro entusiasmo. — Você sabe para onde estamos indo?

— Por incrível que pareça, sei. Não é uma caminhada longa, mas não sei como todos vocês

se sentem sobre isso. Pode ser bastante visível se formos de veículos blindados e tentarmos

encontrar um lugar para estacionar na rua fora da boutique, — Eden disse com uma risada.

Os rapazes trocaram olhares, perguntas nos olhos de cada um deles.

— Acho que enquanto flanquearmos Eden e nos certificarmos que ela está coberta e

mantivermos um perímetro muito apertado ao redor dela, caminhar poderia ser uma boa opção,

— Swanny disse. — Qual a distância, Eden?

— Três quarteirões, — ela disse alegremente. — Não é muito. E está um dia tão bonito!

Seria ótimo para obter uma lufada de ar fresco depois de ficar presa no estúdio e hotel por dois

dias.

Swanny levantou uma sobrancelha em direção a Nathan e Joe. Joe apenas balançou a

cabeça.

— Eu não sei por que você está olhando para mim agora. Não é como se você tenha dado

atenção a qualquer maldita palavra minha neste trabalho, de qualquer maneira. Você claramente

assumiu a liderança sobre isso, então tome a decisão e nós vamos nos certificar que ela esteja

coberta em todos os ângulos.

Joe não parecia irritado que sua autoridade, basicamente, foi subvertida, e Swanny estava

grato por isso porque sabia que não iria recuar, mesmo que ele e Joe tivessem que entrar em uma

batalha de vontades.

Swanny virou-se para Edge.

— Eu acho que você e eu deveríamos flanquear Eden. Como ela é alta, precisa de alguém

mais alta do que ela dos dois lados. Um atirador de elite não está fora de questão depois do que

aconteceu antes. Nathan e Joe podem se posicionar em frente e atrás de Eden e Sky podem

colocar-se entre Eden e quem estiver na frente. Assim haverá muitas pessoas pelas quais passar

para chegar até ela.

Eden ficou olhando estupidamente para a equipe, com os olhos arregalados, enquanto

absorvia tudo o que era dito. Talvez não estivesse levando isso a sério, uma vez que em sua mente

o primeiro incidente fora aleatório. Ele teria uma conversa com ela mais tarde sobre levar sua

segurança muito a sério, antes que ele mergulhasse na discussão sobre o relacionamento deles,

ou se sequer tinham um.

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— Você está pronta, então? — Perguntou a Eden. — Você tem que liderar o caminho em

sentido figurado, já que Joe vai tomar a liderança, mas você vai ter que nos indicar para onde

estamos indo.

Eden jogou a bolsa de grife no ombro e disse:

— Quando sair do edifício, vire à direita. Ande três quarteirões e é do mesmo lado da rua

em que estamos no momento. Eu vou te dizer quando chegarmos lá.

— Tudo bem, então, vamos entrar no carro e dar o fora daqui. — Nathan brincou.

Capítulo 22

Eden sorriu quando se sentou em um suntuoso sofá dentro da seção onde ficavam os

camarins e observou os homens resmungarem e puxarem a gola de suas camisas enquanto saíam

para deixá-la vê-los em sua roupa de noite elegante.

Skylar parecia estar se divertindo bastante. Ela sorriu das expressões dos homens e de seus

gemidos quando Eden franzia o cenho, balançava a cabeça e dizia:

— Não, não é bem assim.

Então, ela estava tendo um pouco de diversão à custa deles. Eden raramente ia comprar

vestidos para eventos importantes, porque não faltavam estilistas literalmente implorando-lhe

para usar suas roupas, e três vestidos já haviam sido entregues no hotel para ela escolher para a

festa. Embora a festa fosse principalmente para o pessoal da Aria, a equipe de produção, diretores

e funcionários, haveria pessoas muito importantes e abundância de paparazzi para fotografar a

sua chegada, que era com o que os estilistas contavam.

E para o lançamento, a Aria já escolhera o vestido que queria que ela usasse: o vestido

vermelho chamativo com a longa fenda subindo pela lateral de sua perna que ela usara nos

comerciais. Seria o lançamento para a nova campanha publicitária, então queriam que a mulher

da televisão viesse à vida. Ela interpretaria o papel dessa mulher toda a noite. Paqueradora.

Sensual. Misteriosa. Ela queria revirar os olhos para algumas das coisas que seu trabalho exigia,

mas no geral era um trabalho que amava.

Adorava viajar e conhecer novas pessoas, mesmo que no fundo fosse uma pessoa caseira,

e sentia-se muito mais confortável como a verdadeira Eden quando estava com sua família. Mas

seu trabalho deu-lhe o melhor dos dois mundos. Uma oportunidade de ver o mundo e ainda assim

ser capaz de voltar para casa para seu pai e irmãos. Era uma carreira sobre a qual não mudaria

uma única coisa.

E, bem, sabia que realisticamente ela provavelmente tinha apenas mais alguns anos, por

isso, ainda havia muito tempo para desviar seus pensamentos para coisas como casamento e

filhos.

— Eden?

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Sentindo-se culpada, levantou a cabeça para ver Swanny de pé na porta do camarim.

Esperava que seu rosto não a tivesse entregado porque ele estivera muito à margem da sua mente

quando ela começou a pensar sobre a possibilidade de casamento e filhos. O que era muito

estúpido, considerando que ainda estavam se conhecendo melhor. Mas ela sempre foi impulsiva e

colocava a carroça na frente dos bois, por assim dizer.

Ela bebeu a visão dele. Ele parecia tão malditamente delicioso que queria empurrá-lo de

volta para o vestiário e jogá-lo contra a parede, enquanto devorava sua boca e muito mais.

Estava vestido com uma camisa branca de seda com um casaco e calça pretos.

Normalmente, uma gravata deveria acompanhar esse tipo de roupa, mas havia algo

decididamente sexy no botão de cima desabotoado mostrando um vislumbre daquele peito duro.

Era simples, mas elegante e fez esse homem lindo parecer ainda mais poderoso e perigoso

do que ela já sabia que ele era.

— É perfeito, — ela finalmente anunciou.

— Graças a Deus! — Swanny resmungou. — Já desperdiçamos trinta minutos de seu

horário de almoço e sequer começamos as compras para você e Sky.

— Oh, eu já estou cuidando disso, — Eden disse alegremente. — E conseguir algo para

Skylar será um piscar de olhos. A coloração da pele dela é bonita e com todo aquele maravilhoso

cabelo loiro, eu já tenho uma ideia muito boa do que vai ficar ótimo nela.

Swanny parou, os traços endurecendo em uma carranca.

— O que quer dizer com, você já está cuidando disso? Não era esse o propósito desta

viagem, encontrar um vestido para a festa em duas noites?

Seus lábios se curvaram em um sorriso.

— Dahling,7 — ela disse com ênfase exagerada, — em minha linha de trabalho, os estilistas

oferecem quase toda a minha roupa para aparições públicas. Eles disputam a minha atenção,

porque querem publicidade. Fornecem vestidos grátis em troca de publicidade gratuita. Assim

todo mundo ganha. Tenho três vestidos já entregues no hotel para escolher, e não ficaria surpresa

se aparecessem mais.

— Sua pequena ovelha. — Swanny disse em um tom ameaçador. Ele lançou-lhe um olhar

que só a fez rir. — Você totalmente armou para mim, não é?

— Quem? Eu? — Ela perguntou, batendo os cílios inocentemente. — Eu não posso ajudá-lo

se você parecia tão bonito resmungando em meio a tantas roupas.

Swanny balançou a cabeça e, em seguida, voltou para o provador para tirar a roupa.

Skylar explodiu em gargalhadas.

— Bem feito, Eden. Bem feito mesmo. Eu adorei! Tenho que dizer, você desperta um lado

de Swanny que a maioria de nós nunca viu.

Eden lhe deu um sorriso sereno e pegou um pedaço invisível de fiapos de sua camisa.

— Ele é muito fácil e é muito divertido vê-lo todo irritado. Ele é muito bonito.

Skylar engasgou com o riso.

7 Maneira bem humorada de dizer Darling = querido.

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— Bonito? Eu tenho que dizer que eu ouvi Swanny descrito de muitas maneiras, mas

bonito nunca foi uma delas.

Skylar então inclinou a cabeça para o lado.

— Você realmente gosta dele, não é? Quero dizer, não é fingimento para você. Você

realmente gosta dele.

Eden corou.

— Não estou dizendo isso para fazê-la se sentir desconfortável ou colocá-la em evidência,

— Skylar apressou-se a dizer. — É que muitas pessoas não olham além da aparência para conhecer

o verdadeiro homem por baixo. Ele tem um coração enorme, como tenho certeza que você já

sabe. Acho que é muito legal que você seja tão receptiva com ele. Todo ele. Vocês parecem muito

bem juntos.

— Ele é um homem muito especial, — Eden disse calmamente.

— Nisso estamos de acordo, — Skylar respondeu.

Elas olharam para cima para ver Swanny voltar vestido com calça jeans e camisa, e por

melhor que ele tenha ficado de terno, a boca de Eden encheu de água pela maneira como o jeans

justo se encaixava bem no corpo dele e a camiseta se estendia sobre os ombros largos e peito

musculoso.

Ele pendurou a roupa no cabide por cima do ombro. Em seguida, atirou um olhar às duas

mulheres.

— Vamos ver como os outros caras se saíram, uma vez que não têm vocês duas

atormentando-os e fazendo-os experimentar meia dúzia de ternos. Aposto que escolheram o

primeiro que experimentaram.

Skylar riu e Eden levantou uma sobrancelha.

— Oh, você não sabe de nada. Eu falei com a vendedora sobre os três e defini minhas

especificações. Posso te assegurar que ela se certificou que eles não pegassem qualquer coisa e

saíssem. Você foi o sortudo, tendo a mim e Sky sendo as únicas testemunhas de sua dor.

— Pobres desgraçados, — Swanny murmurou. — Eu acho que isso se qualifica como

periculosidade. Definitivamente vou falar com Sam.

— Deixar de ser um bebê chorão, — Eden zombou. — Vamos dar o seu terno para a

vendedora e depois vamos equipar Skylar. Mal posso esperar para colocar minhas mãos sobre ela.

Ela vai ficar surpreendente quando eu terminar!

Com um suspiro exagerado e indulgente, Swanny humildemente ou, o mais humildemente

que um homem do tamanho dele poderia parecer, levou o terno para a vendedora radiante, que o

pegou para ser embrulhado com muito cuidado.

Eden bateu palmas, esfregando as mãos em antecipação, quando os outros membros da

equipe se juntaram a eles.

— Agora para Skylar.

Os olhos de Skylar brilhavam de emoção.

— Estou sendo vestida por uma supermodelo. Quantas mulheres podem dizer isso? Vou

ficar fabulosa! Cara, nunca imaginei que vivenciaria um momento ostentoso como esse. Mas já

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estou fantasiando sobre um vestido de matar, alguns sapatos arrasadores e ser maquiada por um

maquiador profissional maravilhoso. E vou sair com Eden Sinclair! Não posso acreditar que estou

sendo paga para isso!

— Calma, queridinha, — Edge rosnou. — Lembre-se do trabalho que você está sendo paga

para fazer. Vou ter que colocá-la em uma coleira? Se tivermos que tomar conta de você, nossa

atenção será dividida entre você e Eden, e isso não é o que estamos sendo pagos para fazer.

Skylar arrebitou o nariz e respirou fundo, enviando-lhe um olhar.

— Desmancha prazer. Uma garota não pode se divertir um pouco?

Eden enfiou o braço no de Skylar e as conduziu a para a seção de vestidos de grife, onde a

vendedora já estava selecionando vários para Skylar experimentar.

— Nós, meninas vamos nos divertir, — Eden disse enfaticamente. —Vamos ficar grudadas

uma na outra e nos divertir. Se estivermos no mesmo lugar, então, a atenção de vocês nunca será

dividida, certo?

Skylar enviou-lhe um olhar de admiração.

— Eu gosto da maneira que você pensa. É diabólico e puramente genial. Adoro que você

tenha uma raia malvada.

Eden sorriu.

— Eles precisam ser mantidos em seus lugares, certo? Já que tudo isso para eles é um

trabalho de babá glamouroso.

Eden percebeu a careta no rosto de Joe quando eles se encontraram com ela e Skylar e a

cor que subiu em seu rosto e também a carranca que iluminou o rosto de Swanny, pois ambos

perceberam que ela, obviamente, ouviu a avaliação de Joe sobre sua atual missão.

Ela e Skylar morderam os lábios para não reagir. Os olhos de Skylar brilharam com diversão

e sua expressão era de antecipação, bem como um pouco travessa que por alguma razão seus

companheiros de equipe não estavam muito conscientes. Ou não pareciam estar, de qualquer

maneira. Eden não era suficientemente familiarizada com a dinâmica da equipe para saber

exatamente o que pensavam ou sabiam sobre Skylar.

Imaginava, porém, que eles provavelmente não sabiam. Os homens eram duros.

Provavelmente a viam como um dos caras. Era mais seguro assim. Mas Eden sabia até os ossos

que Skylar não era apenas uma agente durona de uma organização fodona. Ela tinha visto o

suficiente para saber que ela gostava de apertar os botões certos e pegar no pé de todos os seus

companheiros de equipe sem eles, sequer perceberem que provavelmente estavam sendo

provocados.

Esse tipo de inteligência era um traço que Eden gostava em outras pessoas, mas

especialmente em Skylar, porque lhe convinha muito. Ela provavelmente mantinha seus

companheiros em seus devidos lugares, o que divertia Eden ainda mais.

Por um momento, Eden teve um pensamento melancólico de como seria se ela e Skylar

pudessem ser amigas. Amigas de verdade. Sem a questão do trabalho em jogo. Se dependesse

dela, pretendia manter-se em contato com Skylar uma vez que o perigo tivesse passado e a KGI

estivesse fora em sua próxima missão. Seus pensamentos se desviaram para Swanny, seu humor

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abrandando instantaneamente. Ela bateu a porta rapidamente sobre essa linha de pensamento.

Não lhe fazia nenhum bem ficar chateada com o que estava por vir quando tinha belos dias pela

frente. Não importa o quanto este tempo fosse curto. Tinha toda a intenção de saborear cada

momento que tivesse com Swanny e não sofrer arrependimento de qualquer natureza, quando

chegasse a hora de dizer adeus. Bem, exceto sentir tristeza por dizer adeus.

— Quanto tempo isso vai levar? — Joe perguntou, olhando para o relógio. — Falta uma

hora e vinte minutos para o horário de almoço acabar e estou morrendo de fome.

Eden sufocou o riso sobre o tom quase choroso refletido na pergunta de Joe. Como ela

adivinhara a viagem de compras havia sido uma forma de tortura para eles, mas, por outro lado,

ver quatro homens extremamente bonitos vestidos com elegantes roupas de gala? Ela

provavelmente teria que carregar um lenço a noite toda para limpar a baba de sua boca.

Ela causaria inveja em todas as mulheres lá, por receber a atenção da equipe KGI. Ninguém

precisava saber que eles eram a sua equipe de segurança, afinal de contas. E então quase riu.

Imagine os tabloides. Ela podia ver a manchete.

A supermodelo Eden Sinclair em uma noite fora com seu harém masculino.

Ei, uma garota pode sonhar, certo?

Esse seria um tabloide que ela realmente poderia ler e emoldurar com qualquer uma das

boas fotos que viriam da enxurrada que certamente seriam tiradas.

— Há um café entre aqui e o estúdio. Eles servem croissants impressionantes e café

delicioso, — Eden ofereceu. — Devemos ter muito tempo para pegar alguma coisa. Vou esperar

pelo jantar e serviço de quarto divino, mas vocês podem comer o que gostarem.

— Croissants? — Edge perguntou, o nariz enrugando com ceticismo. — Será que eles têm

alguma coisa um pouco mais substancial?

Ela podia ver a mesma pergunta nos olhos dos outros membros masculinos da equipe e

deu uma risadinha.

— Claro. Você pode obter todos os tipos de assados. Sanduíches com pães frescos. Um

croissant com praticamente tudo o que você quer nele. É realmente boa comida. Eles têm um

cardápio bastante substancial, mas você pode querer enviar pelo menos um de vocês em frente

para fazer os pedidos, já que é hora do almoço, e é um dos lugares favoritos dos moradores da

região, provavelmente estará cheio.

Swanny franziu o cenho e Eden podia ver a batalha que ele travava por deixá-la com um

homem a menos na sua esquadra de proteção, como ela começou a pensar neles. Ou melhor,

exército de proteção.

Sentia-se como uma espécie de mimada, privilegiada, e importante membro da realeza.

Muito mais importante do que o que ela era na realidade. Mas não iria mentir, nem para si

mesma, e dizer que não estava gostando da atenção e do fato de que todos eles estavam tão

atentos e determinados a mantê-la segura a todo custo.

— Eu acho que é seguro dizer que ficaremos bem com apenas quatro seguranças, — Eden

disse secamente. — Joe poderia ir fazer o pedido, já que ele e Skylar estavam na liderança. Isso

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ainda lhe dá um perímetro apertado ao meu redor. Eu duvido que qualquer um de vocês queira

morrer de fome porque Skylar e eu estamos fazendo compras.

— Parece um bom plano para mim, — Edge disse esperançosamente. Seu estômago

roncou, obviamente, expressando concordância.

Joe parecia envergonhado que ele de alguma forma ficou com a desagradável

responsabilidade de ser o burro de carga para os alimentos.

— Inferno, eu sequer sei falar francês! — Joe murmurou.

— Não é assim tão difícil apontar para o que você quer e mostrar o número de dedos para

indicar a quantidade, — disse Eden, com diversão. — Além disso, os cidadãos europeus de países

de língua não inglesa falam inglês melhor do que nós. Eu nunca tive problemas aqui.

— Ok, tudo bem, eu vou, — Joe resmungou. — Mas não reclamem se não gostarem do que

eu escolher.

— Apenas não traga aquelas comidinhas fresquinhas, — disse Nathan. — Tente trazer algo

comestível, pelo menos. Se bem, que a essa altura, acho que eu comeria qualquer coisa.

— Há algum lugar onde podemos simplesmente pegar um hambúrguer e batatas fritas? —

Edge perguntou esperançoso. — Ou um bom bife?

— Espere até o jantar de hoje à noite. Eu não sei se você já comeu o bife do serviço de

quarto, mas é danado de bom, — Eden respondeu. — Não devemos trabalhar até muito tarde

hoje. Estamos adiantados por que trabalhamos o dia inteiro. Essa é a forma como este diretor

trabalha. Ele empurra duro no primeiro dia. Testa as águas, por assim dizer, para que possa

planejar o resto do tempo de filmagem em conformidade. Uma vez que tudo passou sem

problemas ontem, ele vai relaxar a partir de agora. A não ser que aconteça algum problema, e

bem, se isso acontecer, todas as apostas estão fora e ficaremos no estúdio até as primeiras horas

da manhã, se necessário.

Joe assentiu rapidamente e fugiu da boutique, como se os cães do inferno estivessem em

seus calcanhares. Eden e Skylar riram, o que de imediato despertou os olhares desconfiados dos

três homens restantes.

Swanny voltou-se para Eden enquanto ela pegava o primeiro vestido para Skylar

experimentar. Assim que Skylar desapareceu no camarim, Swanny despejou o que, obviamente,

estava causando-lhe irritação.

— Então, você já trabalhou com esse idiota no passado e voluntariamente concordou em

trabalhar com o cretino de novo? Eu não entendi. Você é algum tipo de masoquista? Ele tem sorte

de eu não chutar o rabo dele por falar com você do jeito que falou ontem.

As feições de Eden suavizaram e ela acenou para que Swanny se sentasse no pequeno sofá

de dois lugares na sala de espera do camarim.

— Não é sempre um clichê dizer que os diretores são uma raça de pessoas mal-humorada,

exigente e ranzinza. A maioria de todos os que eu já trabalhei são perfeccionistas. Exigente sequer

começar a cobri-lo. Mas é o que os torna tão bons no que fazem. Eles têm um talento para trazer

o melhor em seus artistas. De conseguirem o melhor olhar, o melhor ângulo, capturando a

essência do que o anunciante quer. Lonnie pode ser difícil, sim. Sem dúvida, ele é. Mas você pode

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ter certeza que quando ele falar que terminamos, será nada menos que perfeito, que é o que Aria

quer, o que Lonnie quer e o que eu quero também. Muita coisa depende do sucesso desta

campanha. Não só para Aria e Lonnie e sua reputação como um dos melhores diretores, mas para

mim também, porque eu sou a porta-voz, o rosto escolhido para a nova linha de produtos da Aria.

Então, é uma relação muito simbiótica entre todos nós e todos, queremos a mesma coisa.

— Então você está dizendo que estou exagerando e não compreendo o negócio no qual

você está? — Swanny disse, parecendo um pouco repreendido.

Eden sorriu para ele.

— O que eu acho é que é muito gentil da sua parte querer me proteger das dores físicas ou

emocionais. E, no início da minha carreira, admito que eu era jovem e não tão casca-grossa como

sou agora, e não aceitava críticas muito bem. Elas feriam meus sentimentos e eu ficava, muitas

vezes em lágrimas, porque sentia que eu era um fracasso. Na verdade, foi Lonnie, ironicamente,

que se sentou comigo e me disse muito claramente que eu não podia deixar que o que acontecia

nos estúdio me afetasse tão profundamente. Que eu não era um floco de neve especial e que

todas as suas modelos receberam o mesmo tratamento, a mesma exigência de perfeição que ele

estava pedindo a mim, e se ele não achasse que eu conseguiria realizar, nunca teria assinado um

contrato comigo.

— Ele reconheceu todas as coisas que você e eu acabamos de dizer sobre ele. Foi muito

direto sobre isso. Ele me disse que era um idiota para se trabalhar e, por vezes, poderia parecer

irracional, mas só porque sabia que seus modelos, os poucos com os quais lidava exclusivamente,

tinham o talento e a coragem para persistir neste negócio. Mas se eu fosse deixá-lo me faz chorar

cada vez que ele ficasse impaciente ou exigisse mais do que aquilo que eu estava dando a ele, eu

precisaria considerar optar por outra carreira.

— Mas, ao mesmo tempo, ele disse que esperava que eu me agarrasse a essa profissão,

porque ele jurou que nunca errou sobre uma avaliação e alegou que soube na primeira vez que

olhou para meu portfolio e nós trabalhamos na primeira campanha juntos que eu seria uma

estrela e ele odiaria se eu permitisse que meus sentimentos me privassem dessa oportunidade.

— Ele não parece um completo idiota, — Swanny disse de má vontade.

Eden engoliu a risada. Swanny parecia estar engolindo pregos ao fazer essa admissão.

— Então, acho que a conversa dele com você funcionou? — Swanny disse após um

momento. — Porque é óbvio que você definitivamente chegou ao topo em sua profissão e está

trabalhando com ele nesta filmagem.

— Sim, realmente funcionou, — Eden disse baixinho, lembrando aqueles duros primeiros

meses, quando a confiança vacilava e ela não entendia o que estava acontecendo. — Isso foi mais

do que sua declaração de fé em mim, e meu conhecimento que ele não era um cara do tipo

meloso e eu estava grato por isso. Porque eu estava muito próxima a desistir de tudo. Estava

infeliz e lutando com todas as exigências que eram colocadas sobre mim. Mas uma vez que Lonnie

conversou francamente comigo, eu me senti como se um peso tivesse sido tirado e, de repente,

não parecia tão impossível que eu pudesse realmente fazer isso.

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— Estou contente por isso, — Swanny disse com uma voz rouca. — Se você não tivesse

continuado eu nunca a teria conhecido. Nunca teria a chance de ter você em meus braços.

Eden corou quando Skylar apareceu na porta do provador. As portas eram grossas e

pesadas, mas ainda assim, esperava que Skylar não tivesse ouvido a conversa, pelo menos, o fim

da conversa.

Skylar deu um pequeno giro enquanto Edge e Nathan colocavam a cabeça na pequena área

de espera fora dos vestiários.

— Doce Sky! — Nathan exclamou. — Definitivamente, sua cor.

Swanny olhou para o líder da equipe como se tivesse crescido duas cabeças nele.

— Desde quando você ficou tão íntimo com as cores que complementam a aparência de

uma mulher? — Não é que ele discordasse. Skylar parecia uma dinamite, mas, em seguida, em sua

opinião, ela era tão bonita usando uniformes e camuflagens.

— Desde que me casei e recebi uma infinidade de perguntas de Shea sobre com qual cor

de camisa ela fica melhor, — Nathan disse secamente.

— Você está muito bonita! — Edge disse rispidamente. — Acho que está perfeita.

— Eu me sinto como a Cinderela, — Skylar disse, executando outro giro. — Toda cintilante

e brilhante. Esta é para morrer. Tudo o que falta é um par de saltos altos matadores!

Magicamente, ou talvez por que a vendedora tinha feito tudo, inclusive se colar na bunda

deles no momento em que passaram pela porta, ela se apressou em levar um par de sandálias de

tiras delicadas com um brilho iridescente que tinham contas nos dedos dos pés e ao redor do

calcanhar.

Ele deu ao vestido um toque mais que especial. Eden sorriu enquanto Skylar ansiosamente

calçava os sapatos e, em seguida, levantou-se, ficando cinco centímetros mais alta.

— O que você acha Eden? Juro que não quero nem experimentar os outros agora. Acho

que este é o vestido.

— Eu concordo, — Eden respondeu, emocionada com a resposta de Skylar sobre um dos

vestidos que Eden tinha escolhido.

A vendedora parecia um pouco sombria por que este não era um dos vestidos que ela

escolheu, e por que não eram tão caro como os outros. Mas ela se recuperou rapidamente,

provavelmente calculando o montante de dinheiro que os quatro ternos custavam e entrou na

conversa com a sua própria aprovação do vestido.

— Isso é tudo, então? — A vendedora perguntou.

— Sim, terminamos, obrigada, — disse Eden calorosamente.

— Graças a Deus! — Edge murmurou baixinho.

Skylar revirou os olhos e balançou a cabeça na direção de Eden.

— Talvez eu devesse experimentar os outros vestidos, — Skylar disse, pensativa.

Eden quase riu alto. Era tão óbvio que ela estava atormentando seus companheiros de

equipe e aproveitando cada momento sádico.

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Sua declaração foi imediatamente recebida com um coro de negações, elogios e até

mesmo apelos. Isso fez Eden rir mais. Três homens crescidos jogados de joelhos por uma hora de

compras sendo provocados e alfinetados.

— O vestido é perfeito, — Edge disse, cruzando os braços sobre os ombros largos,

enquanto olhava para Skylar. — Pare de foder com a gente. Você esquece que eu a conheço muito

melhor do que os outros e está se divertindo pra caramba nos torturando.

— Isso é, — Skylar disse, nem um pouco envergonhada por Edge tê-la desmascarado.

A vendedora exibia um olhar confuso que sugeria que não importava o quanto seu inglês

fosse impecável, ela não tinha conhecimento do que estava ocorrendo.

— Devo embrulhá-los e entregar no hotel?

— Sim, será perfeito, — Eden disse graciosamente. — Nos dará tempo para comer antes de

voltar para o set.

— Não, eu passarei aqui e os pegarei mais tarde, — Swanny interveio antes que Eden

pudesse dar o nome do hotel.

Eden corou. Ela nunca pegaria o jeito de toda essa bobagem secreta. Sabia que eles tinham

apenas seus melhores interesses no coração, mas não estava acostumada a ter que ser tão

paranoica. Micah e David sempre foram cautelosos também. Ela tinha que reconhecer. Mas era

evidente que a KGI era mais altamente treinada e, certamente, mais acostumada a questões de

perigo, ameaça e segurança pessoal.

— Posso saber quando você virá para que eu possa deixá-los prontos? — A vendedora

perguntou, o sotaque francês em seu inglês impecável agradável para os ouvidos de Eden.

Swanny consultou o relógio.

— O que exatamente tem que ser feito com eles? Eles não estão bem do jeito que são?

A vendedora fungou e empinou o nariz no ar enquanto olhava para Swanny com os olhos

apertados, obviamente insultada por sua insinuação de que sua roupa não era da melhor

qualidade e que teriam que “consertar” o tecido.

— Certamente elas são, monsieur. Apenas pensei que talvez você tivesse mais compras a

fazer e seria inconveniente ter que carregá-los. Era uma cortesia, nada mais, algo que oferecemos

a todos os nossos clientes. Serviço de entrega no local de sua escolha.

Swanny franziu a testa por um momento, como se reconsiderando sua decisão anterior.

Então, olhou em direção a Eden.

— Dê-lhe o endereço do estúdio. Peça para deixá-los com a recepcionista. Dessa forma,

poderemos pegá-los no final do dia. Ou seja, se você puder entregá-los rapidamente — ele

perguntou, dirigindo sua última declaração para a vendedora.

— Claro, — a mulher respondeu.

— Então vamos fazer isso — disse Swanny, revertendo sua decisão anterior.

Obediente Eden forneceu o endereço e, em seguida, deu a mulher o seu cartão de crédito,

o que imediatamente fez Swanny fechar a cara.

— De jeito nenhum você pagará por toda essa merda. Inferno, você sequer comprou algo

para si mesma. Eu vou pagar por isso e cobrar dos outros mais tarde.

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Eden apenas riu.

— Meu pai contratou vocês, mas tecnicamente vocês trabalham para mim, o que significa

que qualquer despesa que incorrer para fazer o trabalho para o qual foram contratados cai nas

despesas comerciais.

— Isso não faz nenhum sentido! — Swanny resmungou quando a vendedora saiu correndo

para registrar as compras.

Um momento depois, a senhora voltou com um suporte elegante gravado com o nome da

boutique que continha a nota fiscal, juntamente com o cartão de visita da vendedora.

— Se precisar de mais alguma coisa, por favor, não hesite em voltar ou ligar. Se eu tiver

uma ideia do que você quer ou precisa posso até tirar fotos no seu tamanho e enviar, de modo

que você possa olhar, e se quiser posso receber por telefone e entregar onde você solicitar.

— Merci, — Eden disse, tomando o envelope e colocando-o na bolsa.

Assim que atingiu a calçada do lado de fora, todos os homens deram um enorme suspiro

coletivo de alívio. Eden e Skylar estavam disfarçando as risadas e acabaram com acessos de tosse

em vez disso, que lhes valeu olhares desconfiados de alguns e diretos de outros.

— Esses bebês, — Skylar zombou. — Vocês podem enfrentar um grupo de terroristas,

dispostos até mesmo a ir para o túmulo, desde que consigam derrubá-los, mas uma viagem de

compras os transforma em maricas gigantes.

— Foda-se, Sky, — Edge disse rudemente.

Mas Skylar apenas continuou a sorrir, deliciando-se em provocá-los.

Capítulo 23

Apesar das dúvidas sobre a comida do café que Eden tinha recomendado, nem uma única

queixa foi registrada quando encontraram Joe, que estava esperando com os pedidos. Swanny viu

o olhar de decepção no rosto de Eden, quando ela perguntou se poderiam sentar-se em uma das

mesas na calçada e observar as pessoas — um de seus vícios confessos quando ela estava na

cidade fazendo uma sessão.

Ele odiava ver esse olhar. O fazia sentir como se tivesse chutado um filhote de cachorro.

Mas dane-se. Por mais que moveria céus e terra para fazê-la feliz, com maldita certeza não iria

fazê-lo à custa da sua segurança. Então, levaram a comida pela curta caminhada de volta para o

estúdio e comeram no camarim de Eden, que era espaçoso, digno da estrela que ela era, mas ao

colocar seis pessoas dentro dele, repentinamente tornou-o realmente malditamente pequeno.

Mas, novamente, uma vez que ele e Eden reivindicaram o pequeno sofá que fez com que

se sentassem coxa a coxa, enquanto os outros se sentaram no chão ou se apoiaram contra

paredes, ele não estava reclamando sobre acomodações.

Assim que estavam começando a descartar as caixas de comida para viagem, uma batida

soou na porta do camarim de Eden.

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— No ar, em quinze anos, senhorita Sinclair, — um dos assistentes falou.

Eden ficou de pé.

— Oh merda. Ok, todo mundo, xô. Exceto você, Skylar. Você pode me ajudar a vestir esta

porcaria, para que eu não atrase. Lonnie tem estado de bom humor até o momento. Se eu

estragar tudo agora poderemos ficar aqui durante toda a maldita noite.

Com isso, todos os homens apressaram-se para ficarem de pé, mas Swanny prendeu Eden

com um olhar fixo.

— Estarei de pé diretamente fora da porta. Ninguém entra aqui sem minha autorização.

Ela acenou com a mão, indicando que entendia, mas já estava indo pegar apressadamente

a roupa para a sessão da tarde.

Um momento depois, a porta se fechou e Eden sorriu para a imagem de um grande

guarda-costas fodão e ranzinza postado na porta do seu camarim. Os assistentes provavelmente

deveriam estar escolhendo no palitinho quem teria que vir buscá-la quando fosse a hora.

Embora Lonnie fosse um defensor do horário, uma de suas peculiaridades era que ele não

queria os modelos no estúdio, até que tudo estivesse no lugar e pronto para começar. Era uma

superstição dele, inexplicável, mas Eden sempre deu de ombros. Diretores era uma raça peculiar,

não havia dúvida sobre isso. E ela não tinha nenhum problema em não precisar ficar em pé no

estúdio desarrumado usando saltos altíssimos que faziam seus pés e coxas lamentarem ficar de pé

tanto tempo.

— Deve ser impressionante vestir algo novo e fresco todos os dias da semana, — Skylar

disse enquanto ajudava Eden a subir o zíper no vestido dourado vibrante, com o top de paetês que

delineava suas formas e saia de seda fluída e iridescente que alargava a partir dos quadris e caía

elegantemente pelas pernas. Conferia um brilho cintilante que combinava com as lantejoulas mais

ousadas do corpete.

Eden lembrou-se divertida da reação de Skylar para o vestido que ela experimentou e

depois comprou. Um vestido de Cinderela. Este certamente chegava perto dessa mesma

descrição.

Eden lhe deu um sorriso triste.

— Suponho que a grama é sempre mais verde do outro lado. Estou sinceramente muito

mais confortável em um par de jeans desgastados, um moletom de capuz e um par de Havaianas.

Mas não vou mentir e dizer que não adoro meu trabalho. Eu o adoro. Não sou uma dessas pessoas

que acreditam que ser modelo degrada as mulheres ou as torna objeto. Ser modelo é um trabalho

árduo. Não é apenas sobre vender nossa aparência. É complicado explicar. Um diretor me disse

uma vez que algumas mulheres simplesmente nasceram para a câmera e outras não, e as que não

foram destinadas para a câmera não eram menos bonitas do que as mulheres que são modelos.

Elas só tinham o talento para se transformar na frente de uma lente. Quase como um camaleão.

Transformar-se em tudo o que o fotógrafo quiser. Mas acredite em mim quando digo, é de longe o

trabalho mais exigente que já tive. Não que tive muitos antes de chegar a ser modelo, mas não fui

"descoberta" até quatro anos atrás, e trabalhei durante o ensino médio e estava em processo de

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estudar e trabalhar. Trabalhei em caixas de supermercado. Cortando gramas. Fale o trabalho e eu

certamente o fiz, — ela acrescentou com uma risada.

— Uau! — Skylar disse. — Estou impressionada. Você, obviamente, tinha ambição desde o

início. Isso é raro em alguém tão jovem.

— Enfie a cabeça para fora da porta e grite por Bertrice, — Eden pediu a Skylar. — Ela deve

estar pairando por perto, esperando por mim. Ela terá que se apressar na maquiagem, e espero

que o intervalo de almoço de Lonnie tenha sido ótimo e ele não esteja de TPM. De novo.

Skylar riu, mas logo abriu a porta e reapareceu um momento depois, com a artista da

maquiagem de Eden.

— Swanny deixou a pobre mulher com muito medo de bater na porta para ver se você

estava pronta, — Skylar disse secamente. — Ele está fora da porta como um anjo vingador que

causará estragos no mundo, se alguém cruzar o limiar do seu domínio.

Eden caiu na gargalhada.

— Você tem um grande talento para teatro. Você seria uma atriz incrível.

Skylar pareceu confusa e então riu, e riu um pouco mais, segurando a barriga em um

esforço para recuperar o fôlego.

— Oh Deus. Você pode me ver em um set de filmagem ou televisão? A menos que fosse

algo como Rambo. Seria um filme sobre assassinos. Uma versão feminina de Rambo. Eu e PJ

poderemos estrelar. Seria um motim.

Bertrice parecia perplexa, mas não disse nada enquanto corria através dos movimentos de

refazer a maquiagem de Eden. Pela contagem de Eden tinham cerca de doze minutos antes de

Lonnie enviar alguém para convocá-la como em uma audiência com o rei ou aparecer ele mesmo e

perguntar se ela pretendia atrasar toda a produção enquanto ficava sentada em seu traseiro

gordo e preguiçoso.

Ela rezou pela primeira, porque se ele aparecesse esbravejando hoje, Swanny

provavelmente o mataria por causa da parte da bunda gorda e preguiçosa. Certamente era algo

que ela ouviu antes de Lonnie, mas sabia como lidar com ele e depois daquela primeira cena

chorosa anos atrás, rapidamente descobriu que a melhor maneira de explodir sua arrogância em

pedacinhos era alegremente ignorá-lo e matá-lo com bondade.

Não havia nada que Lonnie queria mais do que comprar uma briga e causar um tumulto

emocional quando estava de mal humor. Mas ele só conseguiu isso de Eden uma vez e nunca

mais. Ela não ganhou a reputação de ser fria sob o fogo por nada!

— Então, quem é exatamente PJ? — Eden perguntou, olhando para Skylar no espelho. —

Eu a ouvi ser mencionada, mas nunca tive certeza exatamente de quem ela era ou qual conexão

ela tem com a KGI.

Skylar sorriu.

— Você iria gostar dela, embora ela diria que não quer que gostem dela e não se importa

se as pessoas gostam ou não. Ela é a primeira mulher membro original da KGI. Eu sou a segunda.

Fiquei sabendo que Sam estava procurando uma recruta do sexo feminino para a equipe de Rio,

mas não tinha nenhuma ideia de como está o processo. Rio... Bem, ele e Steele são muito

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independentes, assim como as suas equipes. Para eles, quero dizer. Tecnicamente, você poderia

dizer que eles trabalham para a KGI, para os fundadores — Sam, Garrett e Donovan. Mas Rio está

com dois homens a menos. Ele perdeu um durante uma situação catastrófica em que Frank Kelly

teve um ataque cardíaco e Marlene, sua esposa, foi sequestrada do banheiro do hospital,

matando um dos homens de Rio no processo. Ele perdeu o outro quando alguma merda

aconteceu em uma missão na qual Rio tinha um interesse muito pessoal. Em outras palavras, algo

deu errado para a mulher que ele estava protegendo e um de seus companheiros de equipe

arriscou a vida dela por seus próprios interesses. Ele tem sorte de estar vivo. Fiquei chocada

quando soube que Rio o deixou viver.

A boca de Eden se abriu, provocando uma carranca instantânea de Bertrice, que estava

terminando de maquiar seus lábios.

— Estou terminando. Apenas mais alguns segundos. Então irei embora e você poderá falar.

Skylar fez uma careta e fechou a mão sobre a boca com um gemido, mas esperou até

Bertrice terminar o gloss de Eden e, em seguida, encher sua bolsa com as coisas que ela retirou e

saiu da sala.

— Merda, — Skylar murmurou. — Merda, merda, merda!

Preocupação enrolou em torno da garganta de Eden, apertando-a com força.

— Skylar, o que foi? Certamente não pode ser tão ruim.

— Você não deve saber nada sobre toda a porcaria que acabei de dizer. É confidencial.

Tudo isso. Não ganharei nenhum ponto com meus superiores falando sobre isso. Mas juro, você é

tão pé no chão e fácil de conversar que me encontro apenas jorrando todas as coisas. Como se

fôssemos as melhores amigas ou algo assim, pelo amor de Deus.

Eden sorriu e estendeu a mão para abraçar Skylar, apertando-a o mais levemente possível,

para não desfazer seu cabelo ou maquiagem.

— Um, eu nunca contarei a ninguém o que você acabou de me dizer. E dois, eu gostaria

muito de nos considerar amigas. Apesar de a minha profissão ser dominada por tantas mulheres,

não sou realmente amiga de nenhuma delas. Este é um campo competitivo, um negócio cruel e, se

a oportunidade se apresentar, elas pisariam em cima de mim para subir mais alto nas fileiras.

Então, não tenho ilusões de verdadeira amizade ou lealdade. Estou bem ciente de que minha

carreira está em jogo. Se me foder colocá-las à frente do jogo, elas fariam isso sem pensar duas

vezes.

Skylar se afastou franzindo a testa.

— Mas, Eden, isso é terrível. É uma maneira terrível de viver e trabalhar. Como você lida

com elas sabendo de tudo isso? Como você pode ser legal com mulheres que você sabe que se

voltarão contra você em um instante? No meu trabalho lealdade não é apenas uma palavra. É

tudo. Nós dependemos uns dos outros para manter nossa própria vida e eu sei, sem sombra de

dúvida que qualquer um de minha equipe se colocaria em perigo por mim num piscar de olhos.

— Eu acho isso incrível, — Eden disse melancolicamente. Em seguida, riu. — Escute-me.

Pareço uma pobre menina rica. Eu tenho essa lealdade. Meu pai e meus irmãos devastariam

qualquer ameaça para mim. Inferno, eles contrataram vocês! Mas, fora da minha família, não

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tenho confidentes. Pessoas em que eu sei que posso confiar absolutamente, ou que eu não sinta

que tenham um motivo para querer aproximar-se de mim. Não é horrível?

Skylar balançou a cabeça quando Eden inclinou-se para puxar o par de saltos de cristal com

um leve brilho que combinava com o vestido.

— Eu não acho que é horrível. Chama-se realidade, Eden. Tenho certeza que você já teve a

sua quota de interesseiros e um número de pessoas que se aproveitam de você num piscar de

olhos. Tenho certeza que é algo que todas as celebridades têm de enfrentar. Não há nada de

errado em ser exigente a respeito de quem você coloca sua confiança e fé, e por ser reservada em

seus julgamentos e não querer ser BFF8 da primeira mulher que cruzar seu caminho.

Eden riu.

— Você é muito astuta. Como é que os homens se comportam com você? Eu não posso

imaginá-los ganhando uma discussão com você. Você tem uma resposta sólida e inteligente para

tudo.

Skylar sorriu.

— Bem, misture inteligência com uma raia do mal de uma maneira que eles nunca saberão

o que irão obter. Funciona melhor quando você os mantem fora de equilíbrio. É o jeito mais fácil

de controlá-los.

— Eu realmente gosto muito de você, — disse Eden, enquanto caminhavam para a porta

onde Swanny esperava. — Então, manteremos contato depois que tudo isso acabar. De jeito

nenhum deixarei minha primeira amiga verdadeira escapar.

— Isso significa que terei que acompanhá-la no tapete vermelho em algum evento

elegante de Hollywood em algum momento? — Skylar perguntou maliciosamente.

— Sim. Você e eu usando vestidos e sapatos matadores? Teríamos todos os homens do

salão de joelhos. Agora carregue essa imagem com você enquanto eu trabalho o resto da tarde.

Skylar riu, mas Eden podia ver que ela estava fazendo exatamente isso. Imaginando ela e

Eden, parceiras de crime em algum evento elegante onde não dariam a mínima para o que

pensavam delas.

— Eu gostaria de saber o que vocês duas estão tramando? — Swanny perguntou com

cautela.

— Não, — disseram em uníssono. — Apenas coisas de menina.

A maioria dos homens não conseguia fugir de uma conversa rápida o suficiente quando as

temidas palavras coisas de menina eram mencionadas, e Swanny não era exceção. Ele segurou o

cotovelo de Eden e Skylar acompanhou o passo de Eden do outro lado enquanto se apressavam

pelo corredor para o estúdio.

Havia dois minutos inteiros de sobra e Eden sabia, sem falsa modéstia, que não parecia que

tivesse se apressado para se preparar. Ela exalava calma e ficou esperando pacientemente que

Lonnie latisse sua primeira instrução.

8 Best Friends Forever- Melhores amigas para sempre.

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Ele olhou para Eden, levantando uma sobrancelha quando olhou para o relógio. Eden

reprimiu um sorriso maroto. Ele estava tão ansioso para começar a gritar insultos e agora ela

estragara tudo.

E assim foi o resto da tarde. Lonnie era uma pessoa completamente diferente do que tinha

sido durante a manhã, ele berrou, intimidou e foi muito difícil, e Eden apenas sorria mais

amplamente, atendendo às expectativas dele e estava completamente imperturbável por suas

besteiras.

Swanny, por outro lado, parecia que estava a um fôlego de distância de tirar a vida do

diretor. Eden chamou sua atenção uma vez e deu um rápido aceno negativo com a cabeça e, em

seguida, declamou:

— Mais tarde, — esperando que ele entendesse que significava que ela explicaria tudo

depois.

Era preciso saber como arrancar as correntes de Lonnie. No minuto em que Swanny o

enfrentasse e o informasse o quanto ele irritou Swanny, a única ambição de Lonnie na vida seria

atormentar Swanny atormentando Eden. Era muito mais satisfatório negar a Lonnie o que ele

queria, o que só iria enfurecê-lo ainda mais e fazê-lo se sentir um idiota quando tudo acabasse.

Ainda assim, Swanny passou o resto da tarde, carrancudo no canto, parecendo que

engolira um limão. A triste verdade sobre ele ficar pensativo e infeliz? Era sexy como o inferno.

Isso a fez querer mordê-lo. Onde, ela não tinha certeza. Talvez na espessa coluna de seu pescoço.

Ou no queixo. Ou naquele abdômen duro como pedra. De qualquer forma ela estava salivando

sobre a perspectiva.

Na bunda. Oh, essa era definitivamente uma perspectiva tentadora.

— O que quer que você esteja pensando, continue pensando, — Lonnie latiu. — Dê-me

mais disso. Adorei. Sensual como o inferno, Eden. Você terá o mundo comendo na palma da sua

mão.

Ela ergueu o olhar para encontrar propositadamente o de Swanny de modo que ele

soubesse exatamente o que ela estava pensando. Ou melhor, em quem.

Seus olhos ficaram semicerrados e ele devolveu o olhar com outro enevoado e carregado

de desejo, que quase a deixou se contorcendo em sua pose embaraçosa. Inferno, estavam

praticamente fazendo amor no set de um comercial e estavam a meio ambiente longe um do

outro.

Lonnie estava alheio às correntes, delirantemente feliz com os resultados que estava

recebendo de Eden. Mas Skylar olhou entre eles com um olhar quase melancólico. Mas ela

também parecia feliz. Ela olhou para Swanny com orgulho e para Eden com um aviso nos olhos.

Podemos estar nos tornando amigas, mas se você machucá-lo, vai se ver comigo.

Eden reconheceu a mensagem silenciosa com um aceno sutil de cabeça.

Eden ouviu as instruções no piloto automático, demasiado absorvida no momento com

Swanny, imaginando-o despi-la. Ela despindo-o. Eles fazendo amor. Seus lábios se separaram e,

inconscientemente, ela os lambeu, ignorando o grito de estímulo do diretor e fotógrafo.

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Seu foco estava apenas em Swanny, observando sua reação ao ato de amor mental. Seu

olhar prometia tudo o que ela estava imaginando e muito mais. Os olhos dele perfuraram os dela

até que podia sentir o calor entre eles, consumindo tudo. E apesar de tudo isso ela nunca vacilou.

Ela não se moveu. Era muito profissional para permitir-se distração total. Mas ainda assim, caiu

mais e mais sob o feitiço de Swanny, contando os minutos até que pudessem estar sozinhos

novamente. Pele a pele. Boca a boca. Conectados tão intimamente quanto um homem e uma

mulher poderiam estar.

Uma dor começou entre suas pernas, espalhando-se por seu corpo até que seus seios

estavam pesados e ela estava hiper consciente. Tão sensível que qualquer toque beirava a

fronteira com a dor.

— Quem quer que seja, ele é um sortudo, — o fotógrafo murmurou enquanto disparava

mais uma série de fotos.

Isso afastou a atenção de Eden para longe de Swanny e ela olhou para o fotógrafo, incerta

se entendeu o que ele disse.

— O que diabos você está falando? — Ela exigiu saber.

O fotógrafo sorriu.

— Seu amante, linda. Você deve estar pensando nele. Nunca vi você parecer tão sexy como

hoje e você sempre foi boa demais. Mas há definitivamente algo diferente em você agora.

— Bem, já que ele não é você, então eu diria que não é da sua conta, — Eden disse

friamente, olhando-o até que ele teve a graça de afastar o olhar, cor manchando suas bochechas.

— Caia fora do meu set! — Lonnie disse com desgosto. — E deixe o cartão de memória

para trás. Você está demitido.

O jovem fotógrafo empalideceu.

— O quê?

— Você arruinou o que era, até agora, uma das melhores sessões que já tive o prazer de

dirigir com sua boca grande. Você acha que vai conseguir isso de volta agora?

Ele virou-se, tomando conhecimento da KGI pela primeira vez, desde que passou todo o

tempo tentando ignorar a presença deles completamente.

— Providencie para que o cavalheiro seja escoltado do prédio.

Swanny deu um passo à frente, antes de seus companheiros de equipe, uma carranca

escurecendo seus traços.

— Com prazer.

— Eu vou com ele, — Edge disse rapidamente. Eden podia ver a ligeira preocupação nas

feições de Edge que o fotógrafo pudesse ter uma queda acidental na saída, cortesia de Swanny.

— O cartão de memória vai comigo, — o fotógrafo disse com firmeza, as feições mudando

de surpresa chocada para raiva feia.

— É aí que você está errado, — disse Lonnie suavemente. — Leia o seu contrato, rapaz.

Essas fotos pertencem a Aria. Então, tire o cartão e se você estragar tudo, eu me certificarei que

nunca trabalhe neste negócio novamente. Sem mencionar que será processado pelos milhões de

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dólares que a Aria irá alegar que perdeu, porque essas fotos não seriam capazes de serem usadas

na campanha.

Com um olhar mal-humorado, o fotógrafo cuidadosamente retirou o cartão de memória e

empurrou-o em direção a Lonnie. Mas Lonnie ainda ficou lá com expectativa, a mão estendida

para a câmera.

Swanny tinha agarrado o homem na parte superior do braço e agora estava espremendo

até que o fotógrafo fez uma careta.

— Dê-lhe a câmera, — Swanny disse com uma voz ameaçadora.

Parecendo uma criança petulante, o fotógrafo entregou a câmera e Lonnie passou a

conferir se cada foto foi salva no cartão, em seguida, passou a excluir cada foto armazenada na

câmera.

Lonnie acenou para Swanny.

— Ele pode ir agora.

Swanny o virou e Edge acompanhou o fotógrafo pelo outro lado e agarrou o braço da

mesma forma que Swanny enquanto o levavam para fora do estúdio.

Quando chegaram à entrada, atiraram-no para fora e ele tropeçou na calçada.

— Vou processá-los por isso! — O fotógrafo gritou. — Vou ter hematomas. Vou prestar

queixa por tentativa de agressão.

Swanny lhe deu um olhar entediado. Edge apenas estudou as unhas, tirando fiapos

invisíveis debaixo de uma delas.

— Tudo o que te fizer feliz, — Swanny falou lentamente. — Mas entenda uma coisa, rapaz.

Se você prejudicar Eden de alguma forma, e quero dizer de qualquer forma, irei atrás de você. Não

há uma pedra na qual você possa se esconder debaixo onde eu não possa encontrá-lo. Isso é o que

eu faço para viver. Livrar-me de baratas como você e esmagá-las debaixo da minha bota.

O rapaz ficou branco como um lençol e, em seguida, virou-se e fugiu pela rua

movimentada.

Edge riu e deu um tapinha no ombro de Swanny.

— Vamos pegar sua garota. Eu acho que Lonnie praticamente resignou-se a terminar o dia

depois dessa façanha.

Capítulo 24

Eden continuou olhando na direção de Swanny no caminho de volta para o hotel, e ele

poderia dizer que ela estava morrendo de vontade de dizer o que estava em sua mente, ou tinha

alguma pergunta ardente na ponta da língua. Várias vezes ela até separou os lábios como se fosse

falar, e então, como se mudasse de ideia, prontamente fechou-os novamente.

Desta vez Skylar estava no outro lado de Eden, então, Eden estava sentada no meio do

banco traseiro entre ela e Swanny. Edge estava sentado ao lado do motorista, o que deixou

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Nathan e Joe na parte de trás do veículo, junto com as compras feitas no início do dia, enquanto

viajavam de volta para o hotel.

— Diga o que está em sua mente, querida — Swanny murmurou.

Em seguida, ele se perguntou se deveria tê-la incentivado a falar, já que não tinha ideia do

que ela queria perguntar e Skylar estava bem ali, embora Swanny soubesse muito bem que Skylar

não era nem um pouco tola. Ela sabia que havia algumas faíscas sérias entre Swanny e Eden, e

inferno, as mulheres se comportaram como parceiras no crime hoje, sussurrando e,

provavelmente, aprontando alguma. Estava preocupado que fosse algo contra ele e se perguntou

se deveria se abaixar e correr para se esconder.

Eden hesitou e, em seguida, virou-se ligeiramente em seu assento para que ele pudesse ver

o apelo silencioso em seus olhos.

— Podemos sair para jantar fora hoje à noite? Adoraria fazer um daqueles cruzeiros com

jantar no rio Sena. Vim a Paris várias vezes, mas nunca tive ninguém com quem eu quisesse

compartilhar algo parecido.

Swanny franziu a testa, seu coração afundando. Deus, odiava dizer não a essa mulher.

Como se sabendo que ele planejava fazer exatamente isso, ela se apressou em dizer.

— Sei que não podemos ir sozinhos. Quero dizer, apenas nós dois. Entendo o potencial de

perigo. Não sou idiota e realmente pensei muito sobre isso.

Ele quase disse Uh-oh em voz alta, mas sabiamente manteve-se em silêncio. Com

dificuldade... Porque um protesto já estava queimando seus lábios.

— Não é necessário que todos venham. Apenas alguns de vocês, — ela insistiu. — Edge e

Skylar poderiam ir com a gente. Para qualquer observador seríamos apenas dois casais em um

jantar romântico. Certamente vocês três podem lidar com qualquer ameaça possível, e você tem

que admitir, não houve sequer uma pitada de perigo, depois daquela bala perdida, em Boston.

Porra, como ele desejava que o maldito pai dela tivesse sido direto com ela. Contado a

verdade desde o início. Entendia que ele não queria sua filha governada pelo medo, mas o medo

mantinha as pessoas vivas. Ele os tornava cautelosos e menos confiantes. Duas coisas que

poderiam salvar a vida de Eden se algo acontecesse.

Mas, ao mesmo tempo, Swanny não tinha certeza se conseguiria assistir aquele brilho

desaparecer de seus olhos e seu sorriso constante e brilhante disposição se desvanecerem sob o

peso da tristeza e preocupação se ela soubesse a verdade.

Que porra de situação para se estar!

Swanny viu Edge endurecer imediatamente e ficar em alerta. O maldito homem tinha as

orelhas de um elefante, e Skylar estava tentando descaradamente abafar seu divertimento, mas

estava falhando miseravelmente.

Swanny suspirou. Sabia que ele era um homem morto, e deveria, provavelmente, apenas

salvar a si mesmo de futuras tristezas arrancando suas bolas, porque não havia nenhuma maneira

no inferno que ele poderia negar-lhe alguma coisa. Mas a noite realmente representava uma

situação difícil.

— Uh, quão pretensioso é esse tipo de coisa? — Swanny falou.

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— Ah, é totalmente casual, ou pelo menos em teoria. Algumas pessoas optam por roupas

totalmente turísticas e outras se vestem um pouco mais formal, mas nada parecido ao sarau e a

festa de lançamento.

— Há um problema com isso, — Swanny disse severamente. — Eu não vou, a menos que

esteja equipado.

— Idem, — Edge disse, interrompendo da parte da frente.

Eden deu-lhe um olhar perplexo.

A expressão de Swanny suavizou.

— Armas, querida. Seremos bastante inúteis em protegê-la se não estivermos armados.

Ela realmente parecia aliviada, como se esperasse algo muito pior. Ele não conseguia

entendê-la. Armas e perigo em potencial não pareciam incomodá-la, nem um pouco. Mas o

pensamento de que seu desejo fosse negado, obviamente, o fazia.

— Oh, isso não é problema! — Ela disse alegremente. — Vamos vesti-los apenas com calça

e uma jaqueta de jantar. Sem gravata. Apenas semi casual.

— Outra saída para compras? — Swanny perguntou horrorizado. — Não temos tempo para

isso, se você está querendo sair para jantar, para não mencionar o planejamento envolvido em

outra saída a uma loja de roupas. Eu teria que limpar os arredores com Nathan e Joe e posso

garantir que eles não vão olhar para esses seus olhos de corça e serem influenciados.

Eden riu, fazendo com que aqueles olhos de corça ficassem ainda mais redondos. Por fim,

ele estava certo. A pequena novilha sabia que o tinha na palma da mão, para seu infinito

desgosto. E ela certamente não estava acima de usar isso em sua vantagem. O inferno sobre isso

era que ele sequer se importava, apesar de seus pensamentos descontentes iniciais sobre o

assunto.

— Não, seu bobo. Eu tenho o cartão da vendedora muito agradável, lembra? E ela tem

todas as nossas medidas. Vou simplesmente chamá-la quando chegarmos ao hotel, dizer o que

precisamos, e Nathan ou Joe poderá buscar, uma vez que não estarão com a gente. Além disso,

vocês levam a metade do tempo que nós meninas demoramos para nos preparar. No momento

em que suas roupas chegarem e vocês se trocarem, Sky e eu estaremos vestidas e prontas.

Presumo que uma jaqueta esconderá todas as armas que vocês carregam?

Edge grunhiu, o que fez Swanny sorrir. A ideia de Edge de estar equipado era um pouco

mais detalhada do que a maioria.

— E eu vou colocar meu coldre de coxa, — Skylar disse, entrando no espírito. — Nunca se

sabe quando uma senhora precisará de uma arma quando está usando um vestido.

Swanny quase riu. Apesar do fato de que Skylar era tão capaz e durona como PJ na equipe

de Steele, Skylar era descaradamente feminina em seus gostos, e nenhuma quantidade de

provocação de sua equipe parecia perturbá-la, nem mesmo um pouco. Gostava disso sobre ela.

Que ela conseguia permanecer ela mesma e ainda operar dentro dos limites da KGI e ser um ativo

tão valioso para sua equipe.

— Vou pedir à vendedora para enviar algo lindo para você também, — Eden ofereceu. —

Não tem como você vestir o vestido lindo que compramos para as festas. Vou pedir uma roupa

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casual chique. Ela vai saber exatamente o que ficará perfeito em você. Especialmente quando eu

explicar a ocasião. Vendedoras de grife tem que ter um olhar de especialista. É o que as diferencia

de todas as outras centenas de boutiques independentes. E elas têm memórias impecáveis, então

você estará em boas mãos deixando-a escolher o que vai usar esta noite.

E assim Swanny encontrou-se, duas horas depois, de pé no meio da suíte vestido com calça

cáqui e uma camisa de botão que ele suspeitava que fosse seda, com seu coldre de ombro e dois

revólveres, um de cada lado, escondidos pela jaqueta marrom mais escura que Eden recebeu da

boutique. Tinha uma faca e um explosivo estrategicamente escondido, mas não havia nenhuma

razão para Eden saber o quanto estava bem equipado. Ela iria simplesmente provocá-lo

impiedosamente, de qualquer maneira.

Um momento depois, Eden saiu do banheiro e sua mente ficou completamente em branco.

Se ele estivesse ponderando sobre algo antes, certamente não conseguia mais lembrar o que era

agora.

Eden estava vestida com um longo vestido negro que se agarrava a cada curva dela, com

um decote nas costas que tornou óbvio que não estava usando sutiã. O corpete era modesto,

cobrindo todo o peito até a garganta, onde um laço envolvia e se prendia na nuca. A única coisa

que mantinha o maldito vestido sobre ela. Ele esperava pelo inferno que fosse resistente e não

houvesse problemas nas costuras, porque ele seria condenado se outro homem visse o que ele já

considerava dele.

Para torturá-lo ainda mais, havia fendas nas duas pernas, juntando-se em seu osso do

quadril de modo que cada vez que se movia, a extensão longa e macia das pernas estava à mostra.

E os sapatos? Ela era uma mulher alta, mas os sapatos deram-lhe, pelo menos, mais 7 centímetros

de altura, o que colocou o topo da cabeça na altura de seu nariz.

— Você está tentando me matar? — Ele murmurou. — Isso é um castigo por alguma

infração que desconheço?

Ela riu.

— De modo nenhum. Quero ficar bonita para você. E ainda mais, quero que você tenha

uma boa olhada do que você estará tirando mais tarde, quando voltar para o hotel.

Seu corpo inteiro ficou rígido, a respiração acelerou. Seu pulso estava prestes a saltar

diretamente para fora do peito ao imaginar o que ela inocentemente acabara de lhe dar. A

pequena raposa poderia não ter sido sexualmente experiente no sentido físico, mas ele tinha que

lembrar que esta era uma mulher bem versada em olhares sedutores e palavras.

E, em seguida, a outra coisa que ela disse registrou em sua mente e ele se viu franzindo a

testa. Ela queria ficar bonita para ele? Como se ela pudesse parecer qualquer outra coisa. Mas

acariciou seu ego masculino que por qualquer razão ela o escolheu em um verdadeiro mar de

homens que estaria de joelhos por uma chance de sair com ela.

— Eden, querida. A menos que você queira estabelecer um recorde para o jantar mais

rápido do mundo, precisa parar de me atormentar com esse tipo de conversa. Se continuar,

garanto que você não vai nem mesmo deixar o hotel. Porque vou fazer amor com você até que

estejamos exaustos e então vou pedir serviço de quarto.

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Uma batida na porta o impediu de realizar sua ameaça. Eden sorriu e pegou a bolsa.

Swanny verificou pelo olho mágico e viu Edge e Skylar do lado de fora. Edge estava carrancudo e

puxando desconfortavelmente o colarinho da camisa, e Skylar estava sorrindo e linda como se

valesse um milhão de dólares.

— Tudo pronto? — Skylar perguntou brilhantemente quando Swanny abriu a porta.

Edge suspirou e murmurou algo em voz baixa.

Skylar parecia tão ansiosa e tão animada como Eden estivera à tarde. Mas então, quantas

vezes uma missão dava-lhes a oportunidade de vestir-se bem e realmente relaxar um pouco? Não

que ele baixasse a guarda nem por um momento, quando se tratava de Eden.

Ele lançou um olhar na direção de Skylar, sabendo que, para não ser um idiota completo

precisava fazer comentários sobre sua aparência. Estava muito mais acostumado a vê-la com

uniformes e camuflagens com manchas de sangue, mas ela era realmente uma mulher muito

bonita.

— Você está linda, Sky, — Swanny disse sinceramente.

Skylar realmente deu-lhe um olhar tímido por baixo dos cílios e abriu um sorriso com os

dentes perfeitamente brancos e retos. Divertia-lhe que a mulher de aparência de líder de torcida

americana era um agente fodona em uma equipe de operações especiais, altamente treinada.

Observações pessoais não tinham lugar no trabalho, bem no meio de balas e bombas explodindo,

mas aqui, no entanto, não era apenas adequado, mas a coisa certa a fazer.

Skylar foi muito legal com Eden. As mulheres estavam agindo como se estivessem

começando uma amizade. E Swanny apreciava isso, porque queria que Eden fosse aceita por sua

equipe. Sua família. Ele não cavaria as razões muito profundamente, mas elas estavam lá,

pairando nas extremidades, para ele refletir mais profundamente ou, talvez, admitir para si

mesmo que Eden estava começando a significar muito mais para ele do que deveria, já que ela era

um trabalho. Uma cliente.

Não que tal coisa nunca tivesse acontecido com os caras da KGI, já que a maioria dos

homens conheceram suas esposas em missões. Tornou-se uma piada nas fileiras da KGI que se

algum deles tinha esperança de encontrar uma mulher, teria que estar em missão, uma vez que

sempre estavam fora e um relacionamento com uma menina da cidade natal no Tennessee

parecia impossível.

— Você está linda, — Edge disse rispidamente, quase como se tivesse se envergonhado

pelo elogio de Swanny porque ele ainda não oferecera o dele.

Skylar realizou uma reverência alegre e, em seguida, para o choque de Swanny puxou um

lado do vestido. Então ele percebeu por que.

Preso no coldre no interior de sua coxa estava sua minúscula Sig P250 sub-compacta9.

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Então ela abriu o zíper da pequena bolsa que segurava e mostrou-lhes uma pistola idêntica

com dois clipes extras.

— Nunca digam que a vaidade substituiu a prontidão, — ela disse com um sorriso.

Swanny riu.

— Eu acho que ninguém nunca vai acusá-la de não estar preparada, Sky. Você ganhou a sua

posição nesta equipe e certamente já ganhou o respeito e a confiança de seus parceiros. Não há

necessidade de provar nada para nós. Nós somos uma unidade. Família, — disse ele mais uma vez.

Deus, ele estava se sentindo realmente piegas. Talvez fosse o efeito que Eden estava tendo

sobre ele. Ela estava definitivamente trazendo-o para fora de sua existência solitária, o muro de

silêncio que, normalmente, ele usava. Ele havia se tornado praticamente verborrágico desde que

esta missão tinha começado, agindo mais como o líder da equipe do que seguindo a liderança dos

irmãos Kelly.

Graças a Deus eles não tinham disputa de egos e não agiam como se ele estivesse tentando

subverter sua autoridade. Nunca foi assim com suas equipes. Rio e Steele? Tinham absoluto

controle de suas equipes. A autoridade deles era inquestionável. As equipes faziam exatamente

como eram ordenados. Os líderes da equipe comandavam — e esperavam-imediata e

inquestionável obediência. Admirava os dois líderes de equipe fodões, mas a equipe de Swanny

era diferente.

Sua situação era diferente. Eles eram liderados por não apenas uma figura de autoridade,

mas duas. Os gêmeos, Nathan e Joe. E os dois não lidavam com a equipe como Steele e Rio faziam.

Ele não estava criticando Rio ou Steele. Eles eram fodões e faziam o trabalho, não importava o que

acontecesse. Mas Joe e Nathan incluíam a equipe em todo o processo decisório. Eles trabalhavam

como uma verdadeira unidade. Do lado de fora olhando para dentro, Swanny não tinha certeza se

alguém sequer reconheceria quem era considerado o líder. Trabalhavam em perfeita harmonia,

cada um entrando em momentos diferentes, quando surgia a necessidade. Assim como Swanny

estava fazendo quando se tratava de Eden. E bem, estaria mentindo se dissesse que não tinha

uma participação muito pessoal nesta missão.

Estava grato que ninguém havia tentado acalmá-lo. Falando merda como ele estava

deixando suas emoções o envolver ou avisá-lo de que estava perdendo a objetividade. Eles

aceitaram calmamente, como faziam com tudo o que aparecia em seus caminhos. Era outra coisa

que admirava em sua equipe. Eles nunca se estressavam com pequenas coisas. Eram tranquilos,

exceto quando se tratava de trabalho. Nesse caso, eram muito profissionais e trabalhavam

perfeitamente, apoiando um ao outro. Esse tipo de lealdade e camaradagem nunca estava lá

desde o início. Era algo que tinha de ser trabalhado. Agregado. E, desde o momento que a equipe

foi formada, passaram a maior parte do tempo juntos, aprendendo e criando vínculos. Isso os

tornou mais fortes individualmente e como equipe.

Era uma equipe pequena em comparação com as outras. Tinham um membro a menos que

a equipe de Steele. Dois menos que a equipe original de Rio. Rio perdera um homem vários anos

antes, quando a matriarca Kelly foi raptada do hospital, e em seguida, perdeu outro, mais

recentemente, no entanto, o homem não estava morto. Sorte, mas não morto. Swanny entendia

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agora o controle que deve ter sido necessário para Rio não matar o cara depois que ele traiu a

mulher de Rio, Grace. Porque ele, com maldita certeza destruiria quem prejudicasse Eden.

Especialmente se fosse alguém em quem ele confiava.

Mas Sam fez ruídos sobre a adição de mais um membro para a equipe de Rio, que iria

colocá-los em seis, e deixaria a equipe de Swanny com cinco. Eles provavelmente poderiam

precisar de outro homem — ou mulher — mas Swanny estava relutante em comprometer o que já

tinha. Um grupo coeso e leal que trabalhava junto como uma máquina bem oleada.

— Swanny? — A voz suave de Eden veio de trás dele, sacudindo-o de seus pensamentos.

Caramba, ele ainda estava de pé na porta aberta, Skylar e Edge no corredor enquanto

conversavam bobagens e Swanny entrava em contato com seu eu interior. Revirou os olhos

mentalmente. Cara, precisava parar com isso. Sua mente estava se transformando em

marshmalow e ele precisava estar alerta. Especialmente tendo em conta que haveria apenas três

pessoas para a proteção de Eden esta noite.

Eden abriu caminho ao lado de Swanny e depois sorriu de alegria quando viu Edge e Skylar.

— Skylar, você está maravilhosa! — Eden exclamou. — Eu não disse que a vendedora não

iria vesti-la errada? Esse vestido parece absolutamente deslumbrante em você.

Os olhos de Skylar brilhavam de prazer com o elogio de Eden. E foi dito com tanta

sinceridade que não havia dúvida de que ela não estava sendo sincera. Sem artifício ou polidez.

Não, ela foi expressiva, refrescantemente honesta e direta. No entanto, eram mais coisas para

adicionar à lista que crescia rapidamente do que ele amava em Eden.

— E Edge. Uau! — Eden disse, lançando um olhar de admiração de cima abaixo ao seu

enorme corpo. — Você ficou muito bem. Você parece polido e ainda assim ainda tem aquele ar de

perigo que o rodeia, insinuando que alguém teria de ser o maior idiota do mundo para te irritar.

Tenho que dizer, as mulheres gostam muito disso. Skylar terá que ser cuidadosa ou você vai ter

mulheres rastejando em cima de você hoje à noite!

Edge corou. O grande homem realmente corou. Swanny piscou pela surpresa, porque ele

nunca tinha visto Edge remotamente perturbado e mesmo assim ele ficou lá como um

adolescente que está ouvindo a mulher de seus sonhos dizer que ele era tudo de bom.

Skylar percebeu isso também e rapidamente levantou a bolsa para cobrir a boca, mas seus

olhos brilhavam com o riso, enquanto observava Edge olhar para Eden sem fala.

Mas, afinal, Eden simplesmente tinha esse efeito sobre homens e mulheres. Ela era

estupidamente simpática. E sincera. Não havia um osso falso em seu corpo. Seu sorriso era como

ser tocado pela luz do sol, e Edge não era diferente a esse respeito. Ele estava tão preso em seu

feitiço, como todos os outros que entraram em contato com ela.

— Ainda bem que fui aprovado, — Edge disse, finalmente encontrando sua língua. — Se

vocês estiverem prontos, arranjei uma carona. Vamos sair por trás. Eu vasculhei os arredores.

Eden disse que deixariam os ingressos na recepção, então tomei a liberdade de pegá-los. Não

queremos gastar mais tempo do que o necessário na fila para embarcar.

— São bilhetes “Vips”, — Eden disse alegremente. — Vamos ter uma área de acesso

separada e área de jantar separada também. Não haverá muitas pessoas. Admito que comprei a

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metade dos bilhetes Vips para que não tivéssemos pessoas em cima de nós. Percebi que isso os

deixaria mais à vontade e talvez vocês pudessem desfrutar mais do jantar e da vista se não

estivessem constantemente verificando os nossos vizinhos, preocupados que eles saltassem sobre

a mesa ou algo assim.

Swanny suspirou. A mulher era inteligente. Ele e Edge trocaram olhares descontentes

porque sequer lhes ocorreu fazer uma coisa dessas. Deu-lhe um pouco de segurança que Eden

estava levando a possibilidade de uma ameaça muito a sério e estava agindo em conformidade.

Mas ele deveria ter pensado melhor, porque nada do que ela fez sugeria que ela não fosse uma

mulher esperta, inteligente, com uma carreira bem sucedida, excelente visão de negócios, para

não mencionar os instintos fantásticos.

— Estou começando a pensar que você não precisa nem um pouco de nós, — Swanny

murmurou. — Sinceramente, acho que você pode chutar o traseiro de alguém sozinha, se tentar

mexer com você.

— O dinheiro pode comprar muitas coisas — Eden disse divertida. — Mas não, eu não sou

apenas um rostinho bonito, não que eu nunca tenha pensado que vocês achavam que sim. Meus

irmãos e pai sempre me ensinaram a me defender, sou realmente excelente com pistolas e rifles.

E como eu disse anteriormente, embora você tenha me embaraçado, David e Micah trabalharam

comigo em movimentos de autodefesa e uma variedade de técnicas de artes marciais.

— Estou mais do que feliz em assumir esse aspecto de sua formação, — Swanny disse, com

um sorriso puxando o canto da boca.

— Chega de paquera, vocês dois. Estou morrendo de fome — disse Skylar. — E estou

animada para ver a cidade à noite a partir do rio. Acho que vai ser muito legal.

Swanny olhou para Edge.

— Tudo pronto?

Edge assentiu.

— O carro está nos fundos à espera.

Swanny pegou o braço de Eden, puxando-a para seu lado, passando o braço em volta da

cintura dela enquanto andavam da entrada para o quarto de hotel. A porta se fechou e Swanny

garantiu que estivesse bem fechada e, em seguida, apertou seus braços em Eden.

— Então, vamos começar sua noite, querida. Quero que você se divirta.

— Oh, eu vou, — ela disse em voz baixa, enquanto os outros seguiam à frente deles. —

Como eu não poderia, quando estou com você?

A onda de satisfação que encheu o peito de Swanny durou todo o passeio de carro até o

cais ribeirinho.

Capítulo 25

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Swanny confiava em seus instintos para quase tudo. Ele salvou seu traseiro — e o dos

outros — mais vezes do que podia contar. Seus companheiros de equipe brincavam e diziam que

ele tinha um sexto sentido para farejar o perigo, mas não discutiam, quando ele falava, eles

escutavam. Aceitavam sem reservas quando ele hesitava e agiam em conformidade.

Seis meses atrás, em um resgate aparentemente simples, tudo tinha ido para o inferno e

todos eles poderiam ter morrido se não fosse por Swanny e seus lendários — instintos. — Eles

foram enviados para entrar e sair, cobrir e proteger a esposa e a filha de um embaixador e tirá-las

de uma situação precária em um país instável.

Swanny soubera que algo estava errado no momento em que pegaram a esposa e a filha.

Joe começou a liderar o caminho para a parte de trás da casa, onde um helicóptero estava

pousando para completar o resgate e Swanny congelou, chamando Joe quando ele saiu da casa.

Trinta segundos depois, teriam estado no helicóptero quando ele explodiu em pedaços de

fogo, cortesia de um lançador de granadas.

Então, agora que ele estava com Eden, Skylar e Edge, preparando-se para embarcar no

barco para o jantar, admirou que seu intestino estivesse quieto. Não gritando com ele que não

havia perigo iminente ou que ele era um idiota por ceder ao pedido de Eden para jantar em uma

porra de um barco.

Eden parecia tão animada quanto uma criança no Natal, e até mesmo Skylar tinha um largo

sorriso no rosto. O entusiasmo de Eden era contagiante porque ele jurou que realmente viu Edge

dar-lhe um sorriso indulgente.

Swanny balançou a cabeça. Ele se perguntou se alguém estava a salvo de charme de Eden.

Estavam sentados, perto da parte dianteira do barco, e fiel à palavra de Eden as mesas ao

redor estavam vazias, com apenas alguns ocupantes em direção ao centro, perto da cabine. A

parte de trás do barco estava lotada, mas havia uma verdadeira sensação de que eram os únicos

quatro a bordo.

Silêncio desceu quando o barco desatracou e um garçom apareceu para servir-lhes o vinho

escolhido. Swanny, Edge e Skylar recusaram, optando por água enquanto Eden escolheu um tinto,

experimentando-o, aparentemente saboreando todos os gostos.

— Eu não posso agradecer o suficiente por isso, — ela disse, com um sorriso largo

iluminando o rosto, os olhos brilhando sob as luzes da cidade. — A cidade é tão bonita à noite. Há

uma magia em tudo isso.

E, no entanto ela nunca optou por fazer esse passeio antes. O que foi que ela disse? Que

nunca houve alguém que ela considerou acompanhá-la em tal passeio.

O coração de Swanny inchou, assim como outras partes de seu corpo, para seu desgosto

eterno. O mínimo que ele podia fazer era passar a noite sem uma permanente ereção. Já estava

ansioso para levá-la de volta para o hotel e fazer amor durante toda a noite.

Sabia que tinha de ser gentil e paciente. Ela estaria sensível pela noite anterior, mas ele

estava imaginando uma dúzia de maneiras que poderia realizar isso sem causar sequer um

momento de dor a ela.

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Ele sentou-se, observando Skylar e Edge realmente relaxados e sorridentes, Eden juntando-

se a eles, desfrutando da cidade, das luzes e pontos turísticos, e ficou maravilhado com o quanto

tudo isso parecia normal.

Era isso que os casais normais em relações normais faziam? Normal não era algo ao qual

ele estava muito acostumado. Claro, viu os membros da KGI se apaixonarem e caírem duramente

pelas mulheres que amavam, mas de nenhuma maneira alguém poderia chamar de namoro ou o

que resultasse do relacionamento deles de normal.

Ele nunca tinha percebido que ansiava pelo normal. Ou desejava um relacionamento.

Nunca assumiu nada mais do que uma transa de uma noite ou na melhor das hipóteses um breve

arranjo. Em sua linha de trabalho, que mulher estaria fazendo fila para se inscrever em algo como

isso, mesmo que ele não fosse danificado?

As mulheres Kelly pareciam não ter problemas com o que seus maridos faziam, mas afinal

isso era — normal — para elas. Era como conheceram seus maridos, não alguma surpresa que

surgira sobre eles depois de meses de namoro e, em seguida, o cara diz casualmente, Oh, a

propósito, eu mato pessoas para viver.

Não que matar fosse sua meta oficial. Na verdade, sempre faziam um esforço para realizar

suas missões da maneira mais limpa e fácil possível, mas havia sempre a possibilidade de que tudo

fosse para o inferno e, nesse momento, era matar ou ser morto. Ninguém tinha de perguntar sua

preferência sobre essa questão.

Flutuavam suavemente para baixo do Sena, suave música tocando como acompanhamento

para a água cintilante e as luzes brilhantes da cidade.

Seu prazer, no entanto, não era o cenário ou o quanto a cidade poderia ser bonita à noite.

Ele estava voltado para Eden, a atenção focada exclusivamente sobre ela, absorvendo cada

sorriso, cada expressão de prazer. E encontrou-se mais perdido sob seu feitiço do que nunca.

Ela era tão bonita de se olhar que doía às vezes. Como olhar diretamente para o sol. E ela

era dele. Mais tarde, iria levá-la de volta ao quarto de hotel e faria amor com ela com a ternura

com a qual nunca fizera com outra mulher. Eden merecia o melhor. Tratamento especial. Porque

ela era uma mulher especial, de fato. Uma espécie diferente de qualquer outra mulher que

Swanny já conhecera.

As entradas do jantar foram servidas e Swanny estava feliz em ver que Eden realmente

pediu comida de verdade. Ele duvidou que ela comeria tudo isso, mas pelo menos ela desfrutaria

do banquete suculento diante dela.

Seu próprio bife parecia cozido à perfeição. Grelhado por fora, proporcionando uma

deliciosa crosta e, quando o cortou, a carne estava simplesmente do tom certo de rosa. Não

estava crua, mas também não estava muito bem passada.

Edge pediu um bife também, enquanto Skylar escolheu o prato de frutos do mar com uma

variedade de opções suculentas.

Comeram em silêncio sociável, ocasionalmente, comentando sobre uma visão que passava.

Mas a atenção de Swanny estava solidamente fixa em Eden e saboreando o prazer dela pela saída

noturna. Seu peito inflou um pouco, primeiro, por saber que ele tinha sido o único homem que ela

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escolheu para fazer este passeio, apesar de suas muitas visitas à cidade, e segundo, que foi ele

quem lhe proporcionou essa experiência que ela queria tanto.

Ela pediu a ele. Ninguém mais. Ela esperou por ele.

Em certo momento, Eden estremeceu delicadamente, pela brisa soprando da água. Sem

sequer pensar, Swanny aproximou-se dela, empurrou suas cadeiras até que estivessem próximas.

Em seguida, se inclinou e puxou Eden em seus braços para fornecer calor para dela.

Ela deixou escapar um suspiro de satisfação e se aconchegou nos braços de Swanny,

derretendo molemente em seu abraço.

— Esta está sendo a noite mais perfeita do mundo, Swanny. Obrigada por fazer isso por

mim, — Eden disse docemente.

A mulher não sabia que ele lhe daria a lua se fosse isso que ela queria?

Pelo resto do cruzeiro e jantar, sentaram-se, Eden engolida pelos braços de Swanny,

conversando como se de fato fossem simplesmente dois casais desfrutando de uma noite

romântica.

Swanny devia a Edge e Skylar um agradecimento enorme mais tarde. Isso certamente

estava fora da linha do dever para eles, e a última coisa que ele queria era causar desconforto

entre os dois, uma vez que eles dividiam o mesmo quarto.

Quando chegaram ao fim e desembarcaram, Swanny esperou, querendo que os outros

passageiros desembarcassem antes, Skylar e Edge ladearam Eden, para levá-la para o carro que os

esperava.

Como antes, Skylar ficou do outro lado de Eden, com Eden no meio, enquanto Edge andava

na frente. Eden enrolou-se ao lado de Swanny, aparentemente sem se importar com o que os

outros pensavam de seu relacionamento.

Sabia que seus companheiros de equipe provavelmente pensavam que ele perdera a

cabeça. Ele sempre foi o mais reservado, o silencioso e observador. Não era como se ele tivesse

um interesse pessoal em qualquer missão, ou pelo menos era isso que ele aparentava. Na

verdade, cada missão que participava, Swanny sentia profundamente. Como Donovan, ele tinha

um lugar especial em seu coração para as crianças. A nova família de Donovan rapidamente

percorreu o caminho para o coração de Swanny, especialmente a mais jovem, Cammie.

Ele teria feito qualquer coisa no mundo para proteger aquela menina.

Eden acomodou a cabeça no ombro do Swanny, aparentemente contente em apenas

sentar-se em silêncio enquanto se dirigiam de volta para o hotel e para o que Swanny sabia — e

esperava — o aguardava. Ele só esperava que Eden ainda estivesse na mesma sintonia que ele,

como ela tinha sugerido antes.

Quando chegaram ao hotel, Swanny rapidamente fez uma varredura na suíte de Eden

enquanto Edge e Sky esperavam com ela no corredor. Uma vez que ele verificou o interior, enviou

Edge e Sky para o quarto deles e disse a Eden para ir em frente e preparar-se para dormir. Fez uma

chamada rápida com Nathan e Joe para que soubessem que tudo correra bem esta noite, assim

como definiu os planos para o dia seguinte e discutir o próximo sarau, e a melhor maneira de lidar

com a segurança de Eden.

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Uma vez que a conversa foi concluída, ele foi para o quarto de Eden, a antecipação

batendo uma forte pulsação em sua garganta. Encontrou-a nua, deitada na cama, como se

estivesse esperando por ele.

— Você tem que recuperar o atraso, — ela brincou. — Eu já estou três passos à sua frente.

Tomei banho e me despi e estou na cama esperando que meu homem venha me satisfazer.

Swanny soltou um rosnado baixo, controlando o desejo de tirar a roupa onde estava e

entrar imediatamente na cama com ela e espalhar aquelas coxas sedosas. Mas obrigou-se a ir até

o banheiro e tomar o banho mais rápido do mundo. Saiu momentos depois, ainda enxugando a

umidade do cabelo, mas, como Eden, estava vestindo absolutamente nada e seu pau estava

esticando para cima, duro, a cabeça quase roxa com o sangue correndo para a virilha.

— Mmm, suponho que você não vai precisar de artifícios sedutores hoje à noite, — disse

ela, uma suave risada em sua voz.

— Só de olhar para você já é sedução pura, — ele murmurou com a voz rouca. — Mas

querida, preciso ter certeza de que você está pronta para isso. Fizemos amor a noite passada e

não quero que esteja tão sensível que eu acabe te machucando hoje.

Ela sorriu e empurrou as cobertas para baixo para que mais de seu corpo ficasse à mostra.

— A única dor que tenho só será amenizada se você fizer amor comigo, — ela sussurrou. —

Você não vai me machucar, Swanny. Eu confio em você. Você foi maravilhoso ontem à noite.

Tomou-me lentamente e foi tão terno! Nunca vou esquecer a minha primeira vez, graças a você.

Não poderia ter sido mais perfeito.

Lembrando que planejara ter uma conversa sobre relacionamento com Eden hoje à noite,

ponderou brevemente quando seria o momento mais adequado. Agora queria tanto fazer amor

com ela que até doía. E o que ele tinha a dizer poderia amortecer todo o clima, especialmente se

Eden não estivesse na mesma sintonia que ele.

Depois que fizessem amor. Durante o brilho e aconchego do momento pós-coito, falaria

com ela sobre o que queria discutir. Nesse momento? A mulher mais sexy do universo estava

deitada nua em sua cama, convidando-o a fazer amor com ela. Como diabos deveria resistir a isso?

Ela olhou timidamente para ele enquanto se aproximava da cama, e ele podia ver que ela

tinha algo em sua mente, mas estava hesitante em revelar o que estava causando sua timidez.

Ele parou na beirada da cama, se perguntando se talvez ela estava abrigando segundas

intenções.

— Eu tenho algo a te perguntar, — ela finalmente disse, com a voz entrecortada, como se

estivesse segurando a respiração até que falou.

— Acho que nós já decidimos que você pode me perguntar ou pedir qualquer coisa, Eden,

— ele disse sério. — Você nunca precisa se preocupar se estará me irritando ou perturbando.

Suas bochechas ficaram rosa e então, como se reunindo coragem, ela despejou em uma

voz calma.

— Posso fazer amor com você esta noite? Quero dizer, quero te tocar e explorar como

você fez comigo ontem à noite. A noite passada foi o que eu queria, eu quero dizer, queria que

fosse perfeito e você fez exatamente isso. Mas hoje gostaria de ter mais... Controle, acho que

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posso definir assim, e fazer amor com você. Pelo menos até o final, — ela acrescentou corando. —

Não quero ficar por cima, nem nada. Eu nem tenho certeza se farei isso direito.

Ele a interrompeu antes que ela pudesse divagar mais, porque ele poderia dizer com cada

palavra que ela falava, que ela estava ficando cada vez mais autoconsciente.

Ele se inclinou, puxando um dos joelhos sobre a cama, e deu um beijo em sua boca

deliciosa.

— Querida, não há um homem vivo que não iria responder com um sonoro "Claro que

sim!" a uma proposta como essa. Eu vou ficar aqui e deixá-la fazer o que quer que seu coração

deseje e se em algum momento você se sentir fora de seu elemento é só me dizer. Nós lidaremos

com isso, juntos, e quando você estiver pronta para que eu a possua, basta me dizer.

Ela sorriu, o alívio iluminando seus olhos, e então seu olhar cintilou sobre o corpo nu

quando ele esticou-se na cama, não escondendo nada de sua visão.

Ajoelhou-se sobre ele, o cabelo em cascata, uma cortina de seda, provocando sua pele com

os leves roçares.

Ela deu um beijo em seu peito, diretamente sobre uma das cicatrizes, e em seguida, beijou

uma linha até o pescoço e a garganta. Mordiscou a mandíbula delicadamente antes de se mudar

para a orelha, onde chupou o lóbulo entre os dentes.

Swanny era uma bagunça de um macho alfa quente efervescente, extremamente excitado.

Cada toque dela o levava à beira da insanidade. E então, seu coração se encheu de emoção —

amor — quando ela, muito ternamente acariciou a língua sobre a cicatriz em sua bochecha e

seguiu com minúsculos pequenos beijos, cobrindo cada centímetro da carne mutilada.

— Você sabe o quanto você é lindo para mim? — Ela sussurrou.

Ele não podia falar devido ao nó em sua garganta. Só conseguia assentir, embora fosse

uma mentira, porque não, ele não podia imaginar que ela o considerava lindo. Ou até mesmo

bonito. Havia tantos outros homens lá fora, sem a bagagem que ele tinha. Sem a cicatriz horrorosa

e as imperfeições por dentro e por fora.

Mas ela estava prontamente escorregando pelas cicatrizes exteriores e visíveis, e

rapidamente se acomodando em seu coração e alma, onde as cicatrizes mais dolorosas residiam.

Ela o acalmava de uma forma que o fazia encontrar a paz como nunca encontrara antes.

Como poderia deixá-la? Nunca encontraria outra mulher assim. Que conseguiria facilmente

ver além de suas mais profundas imperfeições e reconhecer que ele era um bom homem com um

bom coração. Ninguém sequer tentou. Nunca tentaram. Não até Eden.

Ela deslizou a boca para baixo novamente, reposicionando o corpo até que se ajoelhou em

seu quadril direito e pairou sobre o ápice de suas pernas.

Timidamente, colocou os longos dedos suaves em torno de sua ereção. Ele ofegou, já

sentindo a umidade alagando a cabeça e vazando para a mão dela. Com golpes comedidos, moveu

a mão para cima e para baixo, levando-o a um novo frenesi com cada subida e descida.

Com a mão livre, ela envolveu as bolas, gentilmente apertando e rolando-as na palma da

mão, explorando cada centímetro de sua região mais sensível.

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Ela olhou para ele, com as mãos ainda trabalhando a sua magia em seu pau e bolas. Havia

um brilho nos olhos, quase um sorriso.

— Hum, a maioria dos homens são deste tamanho? — Ela perguntou. — Você,

obviamente, sabe que tenho pouca experiência e não é como se eu procurasse fotos de homens

nus no Google, então não tenho muito com o que comparar, mas você parece um pouco...

Grande.

Swanny riu.

— Não posso dizer que já saquei o meu pau e o medi, comparando com os de outros

homens, mas o tamanho médio do pênis é entre treze a dezesseis centímetros totalmente ereto.

Eu, hum, tenho mais do que isso. Então, certamente não sou o maior, mas estou acima da média.

— Por que não me surpreende que você estaria acima da média? — Ela brincou. — Você

certamente está em todos os aspectos do seu corpo. Tenho que admitir que fiquei preocupada na

noite passada. Eu não sabia como diabos você conseguiria colocar essa coisa dentro de mim.

Ele acariciou sua bochecha, empurrando o cabelo dela atrás da orelha.

— Você foi feita para mim, Eden. Assim como eu fui feito para você. Nós nos

encaixaríamos. Nós simplesmente nos encaixamos.

Ela sorriu e, em seguida, retomou a exploração cuidadosa de seu pau. Então, inclinou a

cabeça para baixo, o cabelo se derramando para obscurecer a visão dele. Ah inferno não! Ele não

iria perder um segundo disso.

Estendeu a mão para prender o cabelo e segurou-o para cima e para fora do caminho, bem

na hora em que a língua dela saiu e delicadamente lambeu a ponta do seu pênis.

Seu corpo inteiro pulou como se tivesse recebido um choque elétrico. Ele arqueou os

quadris para cima, automaticamente. Querendo — precisando — de mais.

— Você gosta disso? — Ela murmurou.

— Inferno, sim, eu gosto disso! — Ele disse em um tom gutural que ele sequer reconhecia.

Ela ficou mais ousada, em seguida, girou a língua ao redor da cabeça e, finalmente,

finalmente, o chupou entre os lábios, para o calor quente e acetinado de sua boca. E os olhos dele

giraram com a explosão de prazer que explodiu através de seu corpo.

Se ele morresse agora, morreria um homem feliz e não teria um único arrependimento.

Estar com Eden era como ser banhado em um calor indescritível. Luz do sol e mel, tudo misturado.

Mas ele também sabia que não podia deixá-la continuar por muito mais tempo ou ele

gozaria e então ela seria deixada para trás e, diabos, ele não seria tão egoísta!

— Eden, querida, — ele suspirou. — Você tem que parar ou vou gozar em sua boca e eu

quero você comigo. Quero que você sinta tanto prazer quanto está me dando.

Ela lentamente diminuiu a sucção e levantou a cabeça, os olhos semicerrados e pesados de

desejo.

— Acho que eu poderia gozar apenas te dando prazer e fazendo-o gozar, — ela admitiu. —

Estou tão ansiosa agora que não vai demorar muito.

— Então somos dois, — Swanny rosnou. — Venha aqui e deite-se de costas. Vai ser mais

rápido do que eu pretendia, mas você me conduziu além do meu ponto de ruptura.

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Ela sorriu, mas rapidamente cumpriu seu comando gutural. Ela deitou o corpo como um

gato que se espreguiça em um contentamento preguiçoso. Fogo queimava em seus olhos da cor

do oceano, tornando-os mais vivos, as centelhas verdes faiscando ainda mais brilhantemente

contra o azul mais escuro que às vezes dominava.

Ele rolou sobre ela, espalhando as coxas para se posicionar em sua abertura. Mas antes

que empurrasse para dentro, deslizou um dedo, verificando se estava pronta. Não queria

machucá-la e mesmo que o matasse esperar, iria se certificar que estava molhada e pronta para

ele.

Ela gemeu baixinho, em parte, decepcionada que fosse o dedo e não o pau penetrando-a.

Sua vagina agarrou os dedos como se exigisse mais. As paredes eram de veludo líquido, acetinadas

e macias. Ele acariciou o interior, empurrando mais longe até que atingiu o ponto G, e ela quase

saiu da cama e sua mão foi subitamente banhada de umidade.

Satisfeito que ela estava mais do que pronta para ele, retirou os dedos e, em seguida,

agarrou a base de seu pau e começou a empurrar para dentro, sentindo-a esticar-se em volta dele

para acomodar seu tamanho.

Desta vez, seu gemido era de profunda satisfação. Ela agarrou seus ombros, as unhas

cavando na carne, e inclinou os quadris para cima, encontrando seus impulsos, puxando-o mais

profundamente dentro dela.

— Enrole suas pernas em volta de mim e segure. Serei rápido e duro. Se eu te machucar,

mesmo que seja um pouco, diga-me para parar e pararei, não importa o quanto eu esteja louco.

— Pare de se preocupar em machucar-me, — ela disse suavemente. — Eu quero você.

Quero isso. Quero tudo o que você tem para me dar. Mostre-me o quanto você me quer, Swanny.

Leve-nos além do limite.

Suas palavras tiveram o efeito de um chicote, galvanizando-o à ação. Ele deslizou as mãos

para seus seios, tocando-os suavemente antes de acariciar uma linha para baixo pelas laterais de

seus quadris. Em seguida, deslizou as mãos debaixo da bunda e a ergueu para encontrar seus

impulsos cada vez mais fortes.

No primeiro mergulho, ele estava perdido. Uma neblina caiu sobre ele, sugando-o em um

vórtice violento de prazer e desejo, como nunca tinha experimentado. Ele moveu-se contra ela,

recuando pouquíssimos centímetros antes de plantar-se tão profundamente quanto poderia. Até

que fossem uma só pessoa, conectados intimamente, ele tomando o que ela permitia.

Não havia Swanny. Não havia Eden. Havia apenas Swanny e Eden. Juntos. Uma pessoa.

Dois pedaços de um todo. Finalmente completos.

Ela se agarrou a ele com força, mas não deu nenhuma indicação de que estava sentido

alguma dor. Seus gemidos suaves e gritos de êxtase asseguraram-no que ela estava com ele.

Ele tirou uma das mãos de seu traseiro e trabalhou com o polegar no local onde estavam

conectados para acariciar seu clitóris. O corpo inteiro dela tremeu e então apertou e ele sabia que

ela estava tão perto quanto ele.

— Espere querida. Estamos quase lá. Fique comigo. Eu vou nos levar até lá. Eu juro.

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— Depressa, — ela sussurrou. — Estou queimando, Swanny. Não posso suportar muito

mais. Sinto que vou quebrar.

Ele começou a empurrar duro e rápido, tanto quanto sua força permitia. Sua visão ficou

turva quando o orgasmo se levantou e brilhou e ele começou a derramar em suas profundezas de

seda. Ela arqueou para cima, com um grito violento. Um ruído frenético de satisfação total e

realização.

Ele continuou a estocar para dentro e para fora, diminuindo os movimentos, mesmo

depois que terminou de liberar a última gota de si mesmo dentro dela. Não conseguia obrigar-se a

deixá-la ainda. Sentia-se frio sem ela. Só com ela as partes dentro dele que permaneceram

intocadas pelo calor por muito tempo começaram a derreter.

Ele precisava dela. De uma maneira que nunca precisara de outra pessoa em toda sua vida.

E isso o assustou pra caramba.

Acomodou-se no sono, seu último fugaz pensamento que ele não conversou sobre o tema

de seu — relacionamento — como tinha planejado fazer.

Capítulo 26

Na noite do sarau, Swanny se vestiu enquanto Eden arrumava-se e adornava-se para a

noite, e em vez de deixar seu cabelo lindo solto, ela o arrumou em um elegante coque, com

cachos flutuando delicadamente pela coluna esbelta de seu pescoço.

Ela maquiou os olhos em um escuro olhar esfumaçado com um toque de brilho nas

pálpebras e usava pingentes de diamante nas orelhas e uma gargantilha correspondente em torno

do pescoço.

Ela aparentava cada centímetro da supermodelo que era. Os saltos que usava a deixaram

quase tão alta quanto ele, e ele era um homem alto, mas gostou da ideia de que ela se encaixasse

tão bem com ele. Poderia aconchegá-la debaixo do ombro e não teria que se inclinar para beijá-la.

Ela olhou para o relógio.

— Você pode ver se os outros estão prontos? Elegantemente atrasada é uma coisa, mas

chegar no final da noite é completamente diferente. Não quero chatear os representantes da Aria,

aparecendo quando a festa estiver quase no fim.

Swanny deu-lhe uma pequena saudação e, em seguida, foi ao quarto ao lado para verificar

seus companheiros de equipe. Nathan e Joe estavam dentro do quarto de Edge e Skylar e ela

estava sorridentemente ajudando seus companheiros masculinos com os ternos e endireitando os

trajes.

— Vocês estão prontos? — Swanny perguntou da porta. — Eden está pronta para ir. Tudo

no lugar?

Joe assentiu.

— Sim, vamos assumir a liderança. Você segue atrás com Skylar e Edge.

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Swanny sacudiu a cabeça, mal-estar subindo por seu pescoço.

— Não, Skylar vai com você. Edge irá comigo. Coloque Skylar entre vocês. Demasiada

exposição na frente.

Joe e Nathan deram-lhe um olhar preocupado, mas não discutiram.

— Ok, cara, vamos fazer do seu jeito, — Nathan disse finalmente.

Swanny assentiu e, em seguida, caminhou de volta para a suíte de Eden com os outros a

reboque. Deslizou o cartão-chave e, em seguida, abriu a porta.

— Todos estão prontos, se você estiver.

— Perfeito! Deixe-me pegar minha bolsa.

Eden recolheu a pequena bolsa de lantejoulas, em seguida, foi ao encontro deles.

Eles imediatamente ficaram a cada lado dela e a acompanharam na descida das escadas

até a entrada dos fundos, onde os carros esperavam.

Os motoristas contratados eram grandes homens corpulentos, bem versados em proteção

pessoal. Swanny não tinha dúvida de que também estavam armados, e o deixava um pouco

aliviado que tinham dois homens extras para a proteção de Eden.

Embora seus instintos não estivessem gritando, não estavam exatamente tranquilos esta

noite e ele não conseguia identificar o motivo. Era precisamente por isso que não valia a pena se

envolver pessoalmente com um cliente. Pode ser que ele não a queria em exposição por que

dezenas de homens ricos salivariam por ela. Pode ser que havia um perigo real para ela.

As coisas estavam muito tranquilas desde que Eden esbarrou com a morte, quando um

atirador atirou nela, e se ele pudesse acreditar no Grande Eddie Sinclair — e o homem não era

propenso a exageros ou crises de histeria — uma ameaça muito real se escondia nas sombras,

esperando e observando uma oportunidade para decretar sua vingança contra Eddie.

Navegavam através do tráfego intenso de Paris a curta distância até o bar e restaurante de

luxo que oferecia uma sala privada. Swanny já estivera lá com sua equipe para ver exatamente

com o que estavam lidando.

Eles marcaram áreas na sala onde Eden nunca deveria estar. Onde representaria um alvo

fácil para um franco-atirador disparar através da janela. Também providenciaram para que um

deles ficasse colado a Eden toda a noite, e ela não era iria ao banheiro feminino sem que Skylar e

Swanny a acompanhassem, Skylar entraria com ela e Swanny vigiaria a porta, fechando

temporariamente o acesso até que Eden tivesse saído.

Estavam bem preparados para o evento. Então, por que seu intestino estava comendo um

buraco em suas entranhas?

Eden se aproximou e deslizou os longos dedos finos através dos dele muito maiores, com a

mão engolindo a dela. Como se sentisse sua súbita turbulência, ela sorriu docemente e se inclinou

para beijá-lo, sem se importar que Edge estivesse sentado do outro lado.

— Relaxe, — ela murmurou. — O que poderia dar errado quando tenho o Super-Homem

me protegendo? Eu confio em você, Swanny. Você não vai deixar ninguém me machucar.

As palavras dela caíram sobre ele, quentes e reconfortantes, mas não fizeram nada para

dissipar sua súbita agitação.

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Quanto mais se aproximavam do restaurante onde o sarau estava sendo oferecido, mais

nervoso ele ficava. Sabia que poderia muito bem colocar em risco a carreira de Eden ou o contrato

dela com a Aria se ele estragasse essa noite, mas não podia ignorar por mais tempo. A vida dela

valia muito mais do que alguma campanha de cosméticos de milhões de dólares. Pelo menos para

ele. Foda-se para todos os outros.

— Virem o carro! — Ele gritou para o pequeno bocal afixado de forma estratégica em seu

colarinho. — Abortar operação! Abortar, porra!

Para crédito do motorista, ele não hesitou. Executou um perfeito J no meio do tráfego e

Swanny avistou o carro que transportava Nathan, Skylar e Joe fazendo o mesmo, seguindo atrás

deles.

— O que foi, Swanny? — Joe perguntou secamente. — O que está acontecendo?

— Meus instintos estão gritando como filhos da puta, é isso o que está acontecendo, —

Swanny disse rispidamente.

O rádio ficou em silêncio. Estavam todos se preparando para o pior. Ninguém na equipe

duvidava de seus instintos, por mais ridículo que possa parecer. Era apenas mais um motivo pelo

qual ele se encaixava tão bem com seus companheiros.

— O que você está sentindo, cara? — Edge murmurou do seu lugar do outro lado de Eden.

Fiel à sua natureza, Edge, nunca hesitava. Estava sempre preparado para qualquer coisa. Já estava

com uma arma em punho e estava pegando a outra no coldre oposto.

— Tem algo errado, — Swanny murmurou. — Tem algo malditamente errado.

— Swanny — Eden sussurrou.

Ele se virou para Eden, esperando raiva ou até mesmo indignação por ele ter colocado um

fim em uma noite muito importante para ela, mas tudo o que viu foram os olhos arregalados de

medo. Se ela estava consciente disso ou não, ela estava segurando a mão dele e a de Edge, os nós

dos dedos tão brancos quanto a cor em seu rosto.

— O que está errado? O que devo fazer? Diga-me para que eu não fique no caminho.

Ele admirava sua calma quando ela deveria estar amedrontada até a morte. Swanny sabia

que ele não era exatamente um pilar de segurança no momento, as feições esculpidas em pedra

examinando cada carro e pessoa, que passava.

Cuidadosamente apertou a mão dela e, em seguida, soltou-a relutantemente. Ele precisava

de ambas as mãos, não apenas uma.

— Fique atrás de mim o tempo todo, — Swanny disse tão calmamente quanto era capaz

quando suas entranhas estavam gritando que Eden estava em perigo. — Se por qualquer motivo

você não puder chegar a mim, fique com Edge. Ele vai te proteger. Não, e repito, não represente

um alvo aberto. Se você não puder se esconder atrás de mim ou Edge, então se deite no chão

atrás do veículo.

— Este carro tem vidro à prova de balas e uma estrutura de aço reforçado. Ele irá suportar

um impacto que demoliria a maioria dos outros carros. Você está com seu cinto de segurança?

Ela assentiu com a cabeça, os olhos ainda arregalados.

— Boa garota. Agora, tente manter a calma para que eu possa levá-la de volta à segurança.

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Assim que as palavras escaparam de sua boca o mundo simplesmente explodiu ao redor

deles. A extremidade dianteira do carro levantou, quase virando para trás antes de bater de volta

no asfalto, fogo e fumaça saindo da frente.

A cabeça do motorista pendeu para o lado e Swanny checou sua pulsação, ao mesmo

tempo trazendo Eden para seu lado, preparando para fugir.

— Que porra é essa? — Edge gritou com voz rouca. — Isso foi uma merda de RPG10!

— O motorista está morto, — Swanny disse severamente. — Saíam todos e fiquem do meu

lado! O tiro veio da direita. Eden, assim que eu tirá-la do carro, deite-se no chão e não se mova até

que eu diga. Nathan e Joe vão cobri-la.

— Swanny, você está sangrando — disse Eden, um nó em sua voz. — E onde você vai?

— Vou atrás do filho da puta que nos atacou.

— Eu protejo suas costas, — Edge disse.

— Um, dois, três e vai! Vai! Vai! — Swanny pediu, chutando a porta danificada e puxando

Eden para a rua, empurrando-a para baixo asperamente, para que ela não representasse um alvo.

Nathan, Joe e Skylar correram, de armas em punho, praguejando em um fluxo interminável

de palavrões.

— Deem cobertura a Eden — Swanny esbravejou. — Edge e eu iremos atrás deste filho da

puta. Não deixem que nada aconteça com ela.

— Não deixaremos cara, — Nathan disse suavemente. — Eu estive no seu lugar. Eu sei

como é. Vamos cuidar de sua garota.

Swanny lhe lançou um olhar de gratidão e, em seguida, correu para a rua, o smoking

desgrenhado e manchado de sangue. Pela maneira que as pessoas saíam correndo, ele deveria

estar parecendo um anjo da ira, empenhado na destruição de tudo em sua linha de visão.

Mentalmente foi até os primeiros momentos em que o mundo todo foi para o inferno. O

motorista sofreu um golpe direto, mas o tiro viera do lado direito, e não do esquerdo. E por que o

motorista? O assassino poderia ter facilmente mirado no banco de trás e eles poderiam ter

sobrevivido ou não. O carro era reforçado, e com o único propósito de proteção, mas não muitos

veículos, exceto os militares, poderiam resistir a um impacto direto de uma granada-foguete.

Edge bateu na calçada atrás dele, armas em punho. Já conseguia ouvir as sirenes à

distância e Swanny sabia que tinham uma situação catastrófica gigante em suas mãos.

— Filho da puta! — Swanny praguejou enquanto parava abruptamente.

Edge chegou a um fim abrupto ao lado dele e os dois olharam para o descartado AT-411.

Um modelo mais antigo, não a versão encontrada nas edições mais recentes. Swanny olhou

10 O lança-granadas-foguete, também chamado de lançador-propelente de granadas (rocket-propelled grenade, RPG) é uma arma de apoio de fogo da infantaria destinada ao lançamento de granadas especiais com a capacidade de autopropulsão. Têm origem nas armas semelhantes às bazucas utilizadas na Segunda Guerra Mundial para destruição de carros de combate.

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rapidamente ao redor, absorvendo a perturbação no solo, em seguida, voltou a atenção para

Edge.

— Foda-se. A polícia francesa vai cair sobre tudo isso. Você tem alguma coisa para fazer

uma verificação de impressões? — Perguntou Swanny.

Edge severamente assentiu.

— Eles não me chamam de senhor Preparado Para o Pior à toa.

Estendeu a mão em um dos bolsos do terno e tirou uma caixa contendo luvas, fita e

espanador de pó.

— Você tem cerca de um minuto antes que eles cheguem, então seja rápido, — Swanny

murmurou, ouvindo os sons das sirenes ficando mais altos.

Edge rapidamente passou a trabalhar em seu exame, ensacando cuidadosamente as provas

e espalhando o pó para impressões. Seu olhar se desviou para a mesma área de perturbação que

Swanny já tinha observado, e ele levantou uma sobrancelha.

— Parece que o nosso idiota não pode pagar por equipamentos mais modernos.

O olhar de Swanny varreu a área novamente, desta vez observando pequenas manchas de

sangue provavelmente causadas pela explosão. Desejou que o filho da puta tivesse explodido a si

mesmo, mas era óbvio que ele escapara. Desta vez. Se Swanny tivesse oportunidade, ele não teria

outra chance de chegar até Eden. Era hora de reprimir e reprimir duramente, o que significava

chamar Sam e colocar cada centímetro do poder da KGI para rastrear esse filho da puta.

— Vamos sair daqui — disse Swanny. — Quero voltar para Eden. Ela deve estar muito

amedrontada.

Swanny e Edge correram de volta para a cena. Swanny praguejou vividamente quando viu

um enxame de repórteres e equipes de reportagem todos praticamente em cima do rosto pálido

de Eden. Nathan, Joe e Skylar estavam fazendo um trabalho admirável em manter os abutres

afastados, mas a polícia estava questionando todos os quatro, o que tornou o controle da

multidão quase impossível. Afinal, não era todo dia que um veículo era explodido por uma RPG

bem no meio de Paris.

Ouviram-se murmúrios e gritos entre todos jogando pergunta após pergunta em direção

aos policiais.

— Eles querem saber se este foi um ataque terrorista, — Edge traduziu.

Swanny levantou uma sobrancelha para o seu amigo.

— Desde quando você é fluente em francês?

Edge sorriu.

— Minha mãe é francesa. Na verdade, tenho dupla cidadania e nasci na América. Meu pai

era militar, então segui os seus passos por um tempo, mas a luta foi mais um desafio. Eu prospero

na adrenalina.

11 O AT-4 é uma arma de 84-mm não guiada, portátil, de único tiro sem recuo e de furo liso produzida na Suécia pela Saab Bofors Dynamics desde o final da década de 1960.

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À medida que caminhavam rapidamente para o local, Swanny olhou para o amigo.

— Então por que você desistiu do MMA?

Edge encolheu os ombros.

— Eu estava ficando mais velho. A competição foi ficando mais jovem. Eu queria sair por

cima, então quando ganhei o cinturão na divisão peso pesado anunciei minha aposentadoria,

alguns meses depois. Mas eu ainda estava inquieto e queria adrenalina. Eu queria fazer a

diferença. Acho que foi o que mais me incomodou quando saí do exército para perseguir uma

carreira no MMA, porque pelo menos no exército eu estava fazendo a diferença. Não era tudo

sobre mim e sobre a minha capacidade de derrubar um cara no ringue. Quando fiquei sabendo

sobre a KGI, parecia o compromisso perfeito. Eu sabia que era qualificado. Eu fui um ranger.

Minhas habilidades não estavam enferrujadas, porque mesmo depois de ter deixado o exército eu

ainda mantinha meu regime militar. Mantive minhas habilidades de tiro. Acho que mesmo

naquela época eu sentia falta disso e percebi que tinha feito uma má decisão.

Assim que Eden olhou para cima no meio da multidão e viu Swanny vindo em sua direção,

ela se afastou dos policiais e repórteres e empurrou o caminho através da multidão resistente. Ela

se jogou em seus braços e segurou-o com força. Ela sacudia violentamente contra ele. Não havia

uma única parte dela que não estava tremendo. Seus dentes batiam e a pele estava gelada.

Swanny praguejou enquanto a envolvia em seus braços, cobrindo tanto dela quanto podia.

Ela estava em estado de choque e era óbvio que ninguém havia feito qualquer esforço para que

recebesse cuidados médicos.

Ele enterrou o rosto em seu cabelo cheiroso, um contraste com o cheiro de fogo, fumaça e

borracha derretida. Até mesmo o cheiro de sangue pendurava obscenamente no ar.

— Eu estava com tanto medo por você, — ela sussurrou entrecortadamente. — Oh, Deus,

Swanny, nunca faça isso comigo de novo. Eu morri mil vezes esperando que você voltasse, com

muito medo que não.

Lágrimas caíam abertamente pelo seu rosto enquanto ela engolia um soluço cru. Ele

carinhosamente beijou cada gota de umidade e, em seguida, agarrou-se a ela, ancorando-a no

meio da tempestade.

Com Edge traduzindo, Swanny mostrou seu ponto de vista de uma maneira contundente

que dizia aceite ou caia fora. Swanny não deixaria Eden exposta nem mais um minuto. Ele a levaria

de volta ao hotel e se a polícia quisesse interrogá-la, se certificaria que não seria em uma

delegacia.

Os oficiais em cena colocaram um protesto simbólico até Skylar muito docemente informar

exatamente quem era Eden Sinclair e que ela era considerada uma das mulheres mais bonitas do

mundo e que não ficaria bem para a polícia prender uma mulher abalada, em choque, e

terrivelmente assustada contra a vontade dela.

O comandante em cena não poderia recuar com rapidez suficiente. Imediatamente

organizou uma caravana policial para transportar Eden e sua comitiva de volta para o hotel,

embora Swanny fizesse uma nota mental para encontrar outro hotel. Assim que a notícia saísse —

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e sairia — os jornalistas, os legítimos e os paparazzi, estariam circulando como abutres, o que

colocaria Eden em uma posição ainda mais vulnerável.

Swanny rapidamente levou Eden para a suíte, apoiando-a, porque ela estava longe de estar

estável. Assim que estavam lá dentro, ela desmoronou no sofá, se inclinou para frente para que os

cotovelos repousassem sobre os joelhos e escondeu o rosto entre as mãos.

Soluços silenciosos balançaram seus ombros, inferno, todo o seu corpo. Ela levantou os

olhos encharcados de lágrimas para os dele, e cortou seu coração vê-la sofrendo tanto.

— Por que, Swanny? Por quê? Eu não entendo, — ela disse, com a voz embargada, sob o

peso da emoção. — Por que alguém iria querer explodir o meu carro? Quem poderia me odiar

tanto que iria tão terrivelmente longe para me matar? Eu não e-e-entendo.

Sua voz se partiu e ela deixou cair o rosto entre as mãos mais uma vez, levantando os

ombros com a força de seus soluços.

Ele foi até ela. Ele não podia fazer mais nada. Um homem que não confortava sua mulher

quando ela mais precisava dele não podia ser chamado de homem. Ela virou-se cegamente para

ele, agarrando-se a ele como um carrapicho, enterrando o rosto em seu pescoço, molhando o

colarinho da camisa dele com suas lágrimas.

— Eu não entendo, — ela sussurrou entrecortada. — Simplesmente não entendo.

Swanny suspirou porque, porra, o pai dela deveria ter sido direto com ela desde o início, e

agora cabia a Swanny juntar todo o quebra-cabeça para que Eden pudesse pelo menos ganhar

alguma compreensão do que estava acontecendo ao seu redor. Algo que ela deveria ter tido

conhecimento desde o início. E agora ele não dava a mínima se ele estaria irritando o pai dela e

ele demitisse a KGI.

Porque a KGI estando ou não designada como segurança dela, não havia nenhuma maneira

no inferno que ele deixaria o lado de Eden até que o assassino fosse derrubado.

Permanentemente.

Capítulo 27

Swanny abraçou Eden apertado, com o rosto enterrado em seu pescoço. Esfregou as mãos

para cima e para baixo em suas costas, oferecendo-lhe conforto e preparando-se para o que

estava prestes a lhe contar.

Faria qualquer coisa para poupá-la dessa dor, mas se isso salvasse a vida dela, se a tornasse

mais cautelosa e alerta, então, contaria para ela tão delicadamente quanto possível.

Acariciou-lhe o cabelo e, em seguida, delicadamente afastou-a para que pudesse olhá-la

nos olhos.

— Ouça-me, querida. Há algo que preciso explicar para você. Algo que deveria ter sido

contado desde o início, e estou arriscando muito, indo contra a vontade de seu pai, mas você

precisa saber... A verdade.

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Os olhos dela se arregalaram em choque, um olhar vidrado caindo sobre as feições

delicadas.

— Meu pai? A verdade? Swanny, não estou entendendo. O que quer dizer que meu pai

deveria ter me dito a verdade? Você está dizendo que ele mentiu para mim?

A angústia era um farol em seus olhos irradiando para o resto do corpo. Ela parecia

totalmente desnorteada, traída e devastada. Seus lábios tremiam e as lágrimas lotavam os cantos

das pálpebras, brilhando nos cílios. Deus, ele odiava o que precisava fazer. Normalmente, não era

algo que ele faria. A KGI arcava com as consequências, mesmo quando discordava.

Mas esta era uma situação completamente diferente e ele não podia — não permitiria —

que Eden continuasse na ignorância por mais um momento. O pai dela que se danasse. A KGI que

se danasse. Se perdesse o emprego, não daria a mínima. Tudo o que importava naquele momento

era a mulher olhando para ele, tristeza e confusão brilhando nos olhos feridos.

E então ele começou bem no início, dizendo-lhe tudo o que o pai dela relatou a ele e sua

equipe. Ela se encolheu visivelmente e sua mão voou para a boca, enquanto as lágrimas se

reuniram e correram pelo seu rosto quando ele lhe disse que a morte de sua mãe foi um ato de

vingança e não um acidente.

No momento em que terminou toda a sórdida estória, ela estava chorando abertamente,

levantando os ombros enquanto tentava reprimir os sons de angústia.

Ele se sentia como o pior tipo de bastardo por destruir suas ilusões. Por virar seu mundo de

cabeça para baixo e expor os segredos de longa data e o ciclo interminável de vingança.

Olhou para ela com tristeza, sem saber se a abraçava, se tentava consolá-la, mas não sabia

se ela estava zangada com ele. Não sabia se deveria tocá-la ou manter sua distância atual, porque

no momento em que a história feia foi derramada, ela havia se afastado, colocando espaço entre

eles, e agora estava sentada, com as mãos em punhos no colo, olhando para frente cegamente,

enquanto lágrimas escorriam pelo rosto bonito.

— Eden, — disse ele em voz baixa, incapaz de suportar sua agonia. Ele a sentia tão

profundamente como se alguém tivesse enfiado uma faca diretamente através de seu coração.

E então, seu dilema foi resolvido, porque ela virou, o rosto devastado pela dor, e se jogou

em seus braços, agarrando sua camisa rasgada com as duas mãos. Ela pressionou o corpo o mais

próximo que pôde sem colocá-la em seu colo, então ele prontamente resolveu o assunto,

arrastando-a em seus braços e envolvendo-os firmemente em torno dela.

Apesar dos soluços terem se acalmado, o corpo ainda tremia e ele podia sentir a umidade

onde as lágrimas deixaram trilhas prateadas pelo rosto.

— Sinto muito, querida — disse Swanny, o arrependimento era como uma dor física em

seu peito. — Eu não iria machucá-la por nada nesse mundo. Por favor, me perdoe, mas pensei que

você merecia saber. Eu pensei isso desde o início, antes mesmo de conhecê-la, mas seu pai foi

inflexível. Ele estava tentando protegê-la.

— Como é que ele pôde esconder algo assim de mim? — Ela perguntou, entre lágrimas. —

Deus, tudo tem sido uma mentira. Todos esses anos. Uma mentira completa. E mais mentiras. O

que mais ele escondeu de mim? Há quanto tempo ele está controlando minha vida, — e, meu

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Deus, eu permiti. Permiti que ele contratasse Micah e David, porque eu não queria que ele se

preocupasse. Ele contratou vocês e depois mentiu sobre o motivo. Eu não conseguia entender na

época por que ninguém além de mim parecia aliviado que o atirador tinha sido preso, e agora sei

que é porque todo mundo sabia que eu não estava segura, exceto a pessoa mais importante nesta

equação. Eu.

Ele não podia discutir um único ponto porque ela estava certíssima e sua culpa se

intensificou, porque deveriam ter contado a verdade para ela desde o início, mesmo que não fosse

direito dele tomar esse tipo de decisão.

Mas tudo isso mudou para ele no momento em que ele e Eden se conectaram, quando ela

passou a significar muito mais do que apenas um trabalho para ele. O pai dela poderia argumentar

que Swanny não tinha direito quando se tratava de sua filha, mas não era verdade. Seu

compromisso com Eden ia muito além da relação de cliente normal em uma missão regular. Era

profundamente pessoal com ele e estava disposto a arriscar tudo por ela. Ser censurado, perder

seu emprego, sua própria identidade.

Ele reconheceu que Eden foi um divisor total para ele. Suas prioridades mudaram, e ele era

um homem que sempre colocou sua lealdade e compromisso com seu trabalho acima de tudo.

Mas Eden reordenou suas prioridades. A proteção, a felicidade, a vida dela ficou em primeiro

lugar. Nada mais importava tanto para ele. Ele iria para a parede por ela e danem-se as

consequências.

— Sei que foi difícil ouvir isso, Eden, — Swanny murmurou contra seu cabelo. — E estou

muito arrependido. Você tem que saber que eu faria qualquer coisa para não te machucar. Mas

com este ataque, você precisa saber o que está enfrentando para que possa tomar as devidas

precauções. Não me entenda mal. Vou protegê-la com a minha vida. Minha equipe irá protegê-la.

Mas você precisava estar ciente do que exatamente está em jogo aqui.

— Obrigada, — ela sussurrou, atordoando-o. Por que ela estava agradecendo por ele ter

tirado seu mundo do eixo? Ele não deveria ser o cara mau aqui?

Ela levantou a cabeça, um brilho de lágrimas ainda evidente em seus olhos cor de oceano,

mas as lágrimas haviam parado de escorrer pelo seu rosto. O que ele viu nos olhos dela o

surpreendeu. Não havia raiva. Nem condenação. Havia sincera gratidão, e ele podia perceber que

ela estava tentando valentemente se controlar e recuperar a compostura.

— Baby, por que você está me agradecendo? — Ele perguntou com a voz rouca.

— Por ter confiando em mim e contado a verdade, — ela disse em voz baixa. — Por querer

que eu soubesse desde o início. Por me contar agora o que meu pai deveria ter contado há muito

tempo. Não quero que você peça desculpas, Swanny. Não por ter-me contado a verdade. Significa

muito para mim que você se arriscaria tanto por mim. Sua vida. Seu trabalho. Estou humilhada por

saber até onde você iria para me proteger física e emocionalmente.

Ela se inclinou para frente, pressionando os lábios nos dele tão docemente que fez seu

estômago doer. Havia uma riqueza de emoção nesse leve roçar, como uma asa de borboleta

contra sua boca. Suave e delicada, assim como ela.

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Ela afastou-se, sem fôlego, as bochechas cor de rosa e não mais pálidas com o choque. E

então seus olhos se tornaram tempestuosos, novamente, sombras os escurecendo.

— Eu sei que eu deveria ligar para meu pai, não para confrontá-lo, mas para assegurá-lo

que estou bem, mas simplesmente não posso enfrentá-lo agora. Preciso de um pouco de tempo

para digerir isto — o que ele escondeu de mim, — ela disse em um tom vacilante. — Isso faz de

mim uma terrível egoísta?

Sua reação foi instantânea, quase explosiva.

— Claro que não! Você merece o máximo de tempo que precisa para processar o choque.

Só Deus sabe o quanto deve ter sido difícil para você. Eu certamente nunca conseguirei entender o

que ele fez com você, porque nunca estive em sua situação. Você vai ter nenhum julgamento de

minha parte. Você nunca conseguirá nada de mim, exceto apoio completo e compreensão.

Emoção inundou sua expressão, aquecendo seus olhos, as sombras de apenas momentos

antes, se dissipando.

— Eu...

Tudo o que ela estava prestes a dizer foi cortado quando uma batida forte soou na porta.

Swanny amaldiçoou, mesmo sabendo que seu tempo juntos seria muito curto, porque não só a

polícia estaria envolvida, mas sua equipe também estaria se reunindo para juntar as peças e

planejar sua próxima jogada.

— Fique aqui, querida — disse Swanny, roçando a boca na testa dela. — Sente-se aqui e

tente relaxar. Receio que as próximas horas serão longas e estressantes para você.

— Mas você estará aqui, certo? — Ela perguntou, com a sobrancelha franzida

ansiosamente.

— Não vou deixar você, — ele prometeu. — Estamos juntos nessa. Você é minha e eu a

protegerei, Eden. Você não irá a lugar nenhum sem mim.

Alívio brilhava em seus olhos quando ela caiu contra o encosto do sofá. Outra batida soou

impaciente e Swanny virou, verificando o olho mágico para ver dois policiais e toda a equipe de

Swanny.

Ele abriu a porta e fez um gesto para que entrassem. Mas deu um passo na frente dos

policiais e, em seguida, virou-se para Edge.

— Traduza isso para mim. Diga-lhes que não devem sobrecarregar Eden. Não devem

pressioná-la demais. Ela está chateada e em estado de choque e não vou deixá-los perturbá-la

ainda mais.

— Eu sou perfeitamente capaz de entender inglês, — um dos policiais disse com voz seca.

— Entendo sua preocupação e certamente estaremos atentos a senhorita Sinclair quando a

questionarmos.

Swanny assentiu e, em seguida, estendeu a mão.

— Daryl Swanson, mas todos me chamam de Swanny. — Ele balançou as mãos dos dois

inspetores quando se apresentaram como sendo parte da unidade antiterrorismo da Polícia

Nacional para esta jurisdição.

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Eles rapidamente explicaram que estavam investigando o atentado como um ato de

terrorismo, e se não houvesse nenhuma evidência para apoiar o terrorismo, o caso seria entregue

à seção de investigação criminal da Polícia Nacional.

Droga, Swanny precisava de tempo para discutir com sua equipe exatamente como iriam

tratar disso. Fingir ignorância e jogar até o ângulo que Eden foi vítima de mais um evento aleatório

com a morte? Não era plausível, mas a última coisa que queria era que sua equipe fosse chutada

para fora do caso, por assim dizer, e colocassem pessoas que não fossem tão diligentes quanto ele

e sua equipe para proteger Eden.

Sobre o seu cadáver que isso aconteceria. Seu limite foi desenhado na areia e ele não iria

sair dele.

Trocou olhares rápidos com Nathan e Joe, e Joe levantou um dedo sobre os lábios pelas

costas dos investigadores, sinalizando que, por agora, demonstrariam calma e não explicariam

sobre a KGI.

Como cortesia, ou talvez porque a expressão de Swanny imediatamente tornou-se feroz

quando ele lançou seu decreto sobre a forma como Eden deveria ser tratada, os investigadores

deixaram Swanny assumir a liderança, enquanto caminhavam para dentro da suíte, onde Eden

estava encolhida no sofá.

Ela arrastou uma das mantas do braço do sofá e puxou-a ao seu redor, quase como se

quando ele a deixou tivesse levado o calor para longe dela. A cor que tinha retornado brevemente

quando ela o beijou se desvaneceu, deixando-a pálida e com aparência de assombrada

novamente. Ela examinou os investigadores que se aproximavam com clara apreensão.

Swanny inclinou-se, levantando o cobertor e prendendo-o mais firmemente em torno dela

e sussurrou perto de seu ouvido:

— Fique calma, querida. Siga a nossa liderança. Não queremos falar sobre a KGI e envolvê-

los.

Ela deu um aceno imperceptível, como se estivesse se movendo para que Swanny pudesse

arrumar a manta, e depois Swanny se sentou ao lado dela no sofá, perto o suficiente para que

seus corpos se tocassem. Ele fez um gesto para os dois detetives tomarem assentos nas duas

poltronas em frente ao sofá separados por uma mesa de café.

Skylar sentou-se no outro lado de Eden, e Nathan, Joe e Edge ficaram de pé, formando um

perímetro em torno dos membros sentados. Edge encostou-se no braço do sofá onde Skylar

estava sentada e Nathan e Joe ficaram do lado dos investigadores, os braços cruzados, expressões

indecifráveis.

Os investigadores estavam claramente desconfortáveis com a óbvia desvantagem que seus

assentos lhes davam, cercados pela equipe da KGI.

O Inspetor Mercier limpou a garganta e depois estabilizou o olhar em Eden. O Inspetor

Dubois permaneceu em silêncio, permitindo que seu parceiro assumisse a liderança.

— Em primeiro lugar, deixe-me expressar meu pesar por sua experiência traumática,

senhorita Sinclair. Quero lhe garantir que o nosso departamento tem feito deste caso uma

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prioridade absoluta e temos toda a intenção de apreender e levar à justiça a pessoa ou pessoas

responsáveis.

— Obrigada, — murmurou Eden.

Debaixo do cobertor, a mão de Eden deslizou sobre a perna de Swanny como se procurasse

a segurança de seu toque. Sem se importar de como isso pareceria para os outros, Swanny

deslizou a mão sobre a dela, colocando-a em cima da dela para que ficasse presa entre a sua perna

e a palma de sua mão.

Ela imediatamente relaxou, e um pouco da ansiedade diminuiu de sua testa e as linhas

apertadas em torno dos lábios desapareceram.

Eles questionaram não só Eden, mas toda a equipe por quase quatro horas. Swanny

percebeu que isto estava cobrando um preço de Eden, mas queria acabar com isso. Os

investigadores questionaram por que ela tinha equipe de segurança tão grande e se não

houveram sérias ameaças feitas contra ela.

Eles franziram o cenho depois que descobriram que Eden sofrera um atentado de perto tão

recentemente, mas Joe explicou que o atirador tinha sido preso e acusado e que a equipe de

segurança era simplesmente uma proteção contra possíveis ocorrências dada a cobertura da mídia

sobre o tiroteio em Boston.

Os investigadores pareciam tornar-se cada vez mais frustrados porque apesar de que cada

pergunta foi respondida, as respostas foram propositadamente vagas, não informando

voluntariamente nada mais do que aquilo que perguntaram. Na superfície eles pareciam

completamente cooperativos e acessíveis, mas era claro que não estavam chegando a lugar

nenhum em suas mentes.

Quando o fim da quarta hora se aproximava, exatamente quando Swanny estava prestes a

colocar um fim a coisa toda, os investigadores finalmente se levantaram e deram seus

agradecimentos pela cooperação e prometeram informar se alguma pista aparecesse.

Os ombros de Eden caíram em evidente alívio. Swanny não tinha certeza de como ela

chegou até aqui sem entrar em colapso. Ela deveria estar esgotada e ainda estava se recuperando

de tudo que Swanny lhe dissera. Ele queria levá-la para a cama e, em seguida, reunir-se com sua

equipe para determinar o próximo curso de ação.

Sam teria que ser informado sobre os últimos desenvolvimentos para que ele pudesse

retransmitir as informações para a equipe que estava rastreando a origem da ameaça. E, embora

ele certamente tenha deixado claro a Eden que ela não era, de modo algum, obrigada a ligar para

seu pai, Eddie Sinclair teria de ser notificado. Uma vez que soubesse do evento, — e ele

certamente ficaria sabendo — iria esbravejar e isso só iria chamar mais a atenção para Eden e

comprometeria sua segurança. Poderia até ser o objetivo do assassino. Atrair Eddie e criar um

cenário onde ele teria que testemunhar a morte da filha.

Eden iria dormir esta noite, mas Swanny e os outros não. Havia muito para classificar e

decisões a serem tomadas em relação à proteção de Eden.

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** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **

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Capítulo 28

Na manhã seguinte, a equipe de Swanny se reuniu na suíte de Eden para discutir os

eventos e a agenda do dia. Passaram a noite inteira incansavelmente colocando em movimento os

planos para a proteção de Eden. Joe entrou em contato com o diretor e os executivos da Aria e

organizou para se reunirem em um local desconhecido para resumirem o ocorrido. Por sua vez, a

equipe de filmagem passou a noite mudando e se reacomodando. A segurança foi reforçada e

adicionaram mais pessoas, mas apenas a KGI teria acesso direto a Eden e estaria no comando de

seu transporte.

Swanny estava relutante em expor Eden de qualquer maneira, mas ela foi firme quando

disse que o show tem que continuar e que não permitiria que um idiota rancoroso ditasse sua vida

ou arruinasse sua carreira. Ele teve que admirar sua determinação, apesar de assustá-lo pra

caramba.

Haveria mais dois dias de filmagem antes da festa de lançamento, e a última coisa que

Swanny queria era uma repetição da última vez que Eden aventurou-se em um evento. Mas Eden

foi inflexível que as filmagens não seriam adiadas e a festa de lançamento seria realizada

conforme o programado. Foram dispendidos muito tempo e planejamento nessa campanha e

Eden se recusou a ser a responsável pelo adiamento.

Joe tinha relatado para Sam, que havia repassado a informação à equipe de Rio, que tomou

a liderança no rastreamento da origem da ameaça. Não que a KGI tivesse considerado a ameaça a

Eden levemente, mas Sam estava ainda mais determinado a rastrear o bastardo e derrubá-lo. Ele

chamou Steele e sua equipe e colocou-os no trabalho, juntamente com a equipe de Rio para que

pudessem cobrir mais terreno e cavar mais fundo, atraindo o idiota para fora do buraco onde

estava escondido.

E estranhamente, quando o próprio Swanny telefonou para o pai de Eden, a resposta de

Eddie não foi a que Swanny esperava. Ele não perdeu o controle. Não surtou, nem explodiu que

ele e seus filhos estariam no próximo voo para Paris. Ele até concordou com Swanny que, por

enquanto ele e os filhos deviam ficar parados e não arriscar dando ao atacante o que ele

provavelmente parecia querer. Os Sinclairs juntos. Eddie concordara que isso colocaria Eden mais

em perigo e entregara o manuseio da situação à KGI. Aquele telefonema ainda torcia o intestino

de Swanny, e seus instintos estavam gritando que algo estava decididamente errado. Mas colocou

isso de lado, porque seu foco não estava em Eddie ou o que diabos ele estava pensando. A única

prioridade de Swanny era Eden.

Eden acabara de sair do banheiro depois de vestir-se para o dia de filmagem, quando uma

batida na porta colocou todos em alerta.

Swanny imediatamente sacou a arma e se dirigiu para a porta, a equipe em suas costas.

Verificou o olho mágico, chocado ao ver Hancock do lado de fora, com uma expressão assassina

no rosto.

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Que porra é essa? O que Hancock está fazendo aqui? E por quê? Toda vez que Hancock

aparecia os problemas normalmente estavam em seu rastro, e os instintos de Swanny

imediatamente se levantaram.

— Hancock, — ele murmurou para os outros.

Os olhares de que porra é essa? abundaram, combinando com sua própria reação. Hancock

bateu na porta novamente e ficou claro que ele não iria a lugar nenhum.

Swanny levantou a mão e fez um gesto para Edge e Skylar ficarem do outro lado da porta,

enquanto Nathan e Joe ficaram logo atrás de Swanny enquanto ele abria a porta.

No minuto que Swanny abriu a porta, Hancock estava em seu rosto, as mãos segurando a

camisa do Swanny em punhos apertados, tão rápido e silenciosamente que Swanny não teve

tempo de reagir. Sua equipe levantou imediatamente as armas e as mirou em Hancock e Joe

gritou uma ordem para Hancock soltar Swanny ou ele iria atirar.

— Onde ela está? — Hancock exigiu saber, ignorando a ameaça de Joe.

Hancock era um macho irritado pra cacete, raiva escorrendo dele em ondas. Antes que o

resto da equipe pudesse cumprir a ameaça de Joe ou Swanny pudesse levantar a própria arma

entre eles, a voz de Eden ecoou pela sala.

— Guy? Que diabos você está fazendo aqui?

E, em seguida, para choque total de Swanny, ela enfiou-se entre os dois homens, e jogou

os braços em torno de Hancock, abraçando-o com força. Mais desconcertante foi o fato de que ele

devolveu o abraço tão ferozmente, a fúria aparentemente diminuída agora que Eden estava na

frente dele.

Os olhares nos rostos dos membros da equipe de Swanny eram uma mistura de, que porra

é essa, com total perplexidade. Teria todo o mundo enlouquecido? Como diabos Eden e Hancock

se conheciam, muito menos em condições tão íntimas?

Hancock estava visivelmente aliviado enquanto segurava Eden firmemente contra seu

corpo, e Swanny percebeu que a raiva de Hancock na verdade era preocupação. Qual, diabos, era

a ligação de Hancock com Eden? Hancock era um rebelde, seguindo o próprio conjunto de regras e

costumes. Swanny não teria acreditado que ele fosse capaz de sentir emoção por outra pessoa.

— Você me assustou pra caramba, docinho, — Hancock disse rispidamente.

A boca de todo mundo se abriu, até mesmo a de Swanny. Docinho? Que porra de apelido

carinhoso era esse? E ela o chamou de Guy. Inferno, Swanny nem sabia o primeiro nome de

Hancock e muito menos se Hancock era nome ou sobrenome. O pouco que sabia sobre Hancock,

foi adquirido nos seus desentendimentos com a KGI em duas missões.

Mas havia uma suavidade em sua expressão que nunca esteve presente. Swanny nunca

vira o homem parecer qualquer coisa, exceto frio e reservado, mas ele era muito suave com Eden.

Havia um alívio e ternura sinceros em seus olhos, quando abraçou Eden novamente.

Os lábios de Skylar se separaram, e ela olhou para Hancock como se um alienígena, de

repente tivesse aterrissado. Docinho? Ela declamou vagarosamente.

— Sério?

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Swanny estava tão perplexo quanto o resto da equipe. Esta não era uma contingência que

tivessem planejado. Como poderiam ter? Claro, Hancock já aparecera anteriormente, tinha

cruzado com a KGI no passado, mas ele nunca teve um interesse pessoal em qualquer um deles. E

parecia que certamente tinha uma estreita relação com Eden.

Um punho apertado envolveu-se em volta do pescoço de Swanny enquanto o ciúme e um

senso de território violado o assaltavam. Ele considerava Eden dele, e não gostou do fato de que

outro homem, especialmente Hancock, estivesse, evidentemente, em termos íntimos com ela.

Quando Eden se afastou, Hancock a olhou de cima abaixo, estreitando os olhos enquanto a

estudava à procura de lesões.

— Você está bem? — Hancock perguntou em voz baixa.

A equipe KGI estava totalmente desnorteada, e isso se refletiu em todas as suas

expressões. Os companheiros de Swanny baixaram as armas, mas não as guardaram, e Swanny as

manteve, em guarda constante, porque não confiava nem um pouco em Hancock.

— Estou bem, Guy, — disse Eden. — Eles tomaram conta de mim muito bem. Por que você

está aqui? Como soube? Eu não entendi. Você falou com o Papai, Ryker ou Raid?

— Porque eu vi o seu nome estampado no noticiário informando que seu carro foi

bombardeado por um maldito RPG, — Hancock rosnou. — Já que estão cuidando tão bem de

você, então por que diabos você estava nessa posição, para começar?

— Sem querer interromper a aparente reunião aqui, — Joe disse secamente, — mas

alguém pode me dizer o que diabos está acontecendo? Como diabos você conhece Hancock,

Eden?

Ela virou os olhos assustados para Joe.

— A questão é como vocês conhecem Guy? E por que estão todos o tratando como o

inimigo?

Hancock deslizou um braço ao redor de seus ombros, puxando-a para seu lado, e roçou um

beijo sobre sua testa. Swanny teve que engolir o rosnado se formando em seu peito. Não gostava

do que estava acontecendo aqui e definitivamente não queria Hancock tocando Eden.

E, no entanto, de repente tanta coisa fazia sentido. Com um momento surpreendente de

compreensão, Swanny lembrou dela perguntando se Hancock falou com seu pai ou irmãos, como

se fosse um evento absolutamente normal. Certamente faria sentido a reação de Eddie e

explicaria por que ele não havia saído dos trilhos e pegou o primeiro voo para Paris.

Porque Eddie sabia que Hancock estava vindo para cá.

— Está tudo bem, docinho. Vamos apenas dizer que eu e a KGI nos conhecemos há

bastante tempo e temos um relacionamento um tanto tumultuado.

— Isso é um eufemismo, — Nathan murmurou baixinho.

— Sentem-se. Todos vocês, — Eden disse com uma voz firme. — Eu tive informações

suficientes escondidas de mim e isso não vai continuar. Quero saber o que está acontecendo aqui.

— Você não é a única, — Swanny disse intencionalmente.

Hancock seguiu Eden até a sala de estar, Swanny e sua equipe de perto.

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Assim que Hancock estava sentado ao lado de Eden, com a mão engolindo a dela de uma

forma tranquilizadora, encarou Swanny e sua equipe, com o olhar de aço.

— Que diabos está acontecendo, e eu quero saber tudo. Não dou a mínima para quais são

suas ordens ou se isso é alguma porcaria confidencial. Quero saber exatamente qual é a situação

aqui.

— Eu acabei de descobrir, — murmurou Eden. — Swanny me disse, graças a Deus. Meu pai

e meus irmãos me mantiveram no escuro. Eles não queriam que eu soubesse.

Lágrimas brotaram nos olhos dela, e Swanny queria afastar Hancock à força do lado de

Eden e puxá-la para seus braços para lhe dar conforto. Mas, no momento, havia a questão muito

real de que existia uma conexão entre Hancock e Eden que Swanny não entendia. Era óbvio que

Hancock nutria sentimentos por ela. A pergunta era em que nível?

Eles, obviamente, nunca tiveram relações sexuais, porque ela era virgem quando Swanny

fez amor com ela. Mas ela mencionou uma óbvia conexão com o pai e os irmãos também. Havia

uma dúzia de perguntas zumbindo em sua cabeça, porque nada fazia sentido agora.

— Você descobriu sobre sua mãe, — Hancock disse em voz baixa.

Os olhos de Eden se arregalaram, ficando ainda mais brilhantes com o brilho das lágrimas.

— Você sabia? Eu sou a única pessoa que não sabia?

Hancock apertou a mão dela.

— Eu teria chegado muito mais cedo, mas estava profundamente disfarçado e não vi as

ligações de seu pai até que vi a notícia e depois verifiquei minhas mensagens e falei com Eddie.

Sinto muito, docinho. Eu deveria ter estado aqui para te proteger. Você tem que saber que eu

nunca permitiria que alguém te machucasse.

Ela reprimiu as lágrimas que ameaçavam cair e lhe deu um sorriso lacrimoso.

— Eu sei, Guy. E, por favor, não se sinta mal. Como eu disse, Swanny e sua equipe

cuidaram muito bem de mim. Tenho mais dois dias de filmagem e eles fizeram provisões para

minha segurança. Tudo terminará com uma festa de lançamento após o encerramento da

produção, e então terminarei o trabalho e poderei voltar para casa e ficar em segurança.

Swanny se encolheu com o quanto Eden falou casualmente sobre ir para casa e ficar em

segurança. Ele tinha a maldita certeza que não estava pronto para deixá-la ir, mas também não

queria que ela estivesse em perigo por um segundo a mais do que o necessário. Era um inferno

que a única maneira que ele tinha de estar com ela seria se ela estivesse em perigo. Ele queria

significar algo para ela. Algo mais do que um protetor, um guarda-costas temporário, a quem ela

iria esquecer quando tudo acabasse.

Hancock olhou para Swanny, obviamente percebendo que, apesar de Nathan e Joe serem

os líderes da equipe, Swanny estava conduzido a missão.

— Dê-me o resumo, — Hancock disse, a expressão agora dura e focada.

Swanny olhou para seus companheiros de equipe, imaginando o quanto deveria se

relacionar com um homem que era nebuloso na melhor das hipóteses, embora tivesse aparecido

duas vezes e protegido Maren, a esposa de Steele, levado um tiro por ela, para não falar de tirá-la

de uma situação confusa e devolvê-la para as mãos e proteção da KGI.

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— Diga a ele, — Eden disse suavemente. — Eu confio nele com a minha vida. Ele merece

saber.

— Qual é o relacionamento de vocês? — Swanny perguntou cuidadosamente, parando

antes que entrasse em detalhes com Hancock.

— A família dela praticamente me adotou, — disse Hancock, estranhamente quebrando o

hábito de não revelar qualquer coisa remotamente pessoal. — Devo muito aos pais dela. Eden

sempre foi como uma irmã para mim. Foi por causa deles que eu sobrevivi.

Desta vez Eden apertou a mão de Hancock e sorriu para ele. Então ela virou-se para

Swanny.

— Ele é da família.

Swanny suspirou e, em seguida, contou a história do início ao fim, incluindo tudo o que o

pai de Eden lhe dissera. Eden ficou tensa, as feições esculpidas em pedra enquanto ouvia pela

segunda vez sobre os eventos que se desdobraram ao longo de todos estes anos e como isso

estava afetando o presente.

A expressão de Hancock ficou cada vez mais fria, a fúria apertando suas feições.

— Então você colocou as outras equipes rastreando este filho da puta? — Hancock exigiu.

Swanny assentiu.

— Rio e Steele estão nesse trabalho. Temos esperança de encontrar e eliminar a fonte da

ameaça tão rapidamente quanto possível.

— Não em breve, aparentemente, — Hancock disse em uma voz gelada.

— Eden é a nossa prioridade, — Swanny disse tão friamente quanto ele.

Hancock, de repente levantou-se, puxando Eden, para ficar ao lado dele e engolindo-a em

outro grande abraço.

— Tenho que correr docinho. Aparentemente, há muitas coisas que preciso fazer. Ligarei

para você novamente em poucos dias.

Merda. Este não era um bom sinal. Hancock poderia explodir a missão da KGI para o

inferno. Swanny teria que avisar Sam o mais rápido possível do novo desenvolvimento e do

envolvimento de Hancock em mais uma das missões da KGI. Sam iria ficar puto.

Ela abraçou Hancock também e ele beijou a bochecha dela e, em seguida, saiu da suíte,

sem dizer uma palavra para Swanny ou sua equipe.

— Bem, — Skylar disse, quebrando o silêncio constrangedor que se instalou. — Isso foi,

hum, interessante.

Eden sentou-se novamente, mas olhou para o relógio.

— Precisamos sair em breve. Não quero me atrasar e causar mais perturbações na

filmagem. Mas gostaria de saber exatamente como todos conheceram Guy. Estou completamente

confusa.

— Já cruzamos com ele em algumas missões, — disse Joe. — Vamos apenas dizer que

nossa relação é tênue. Não descobrimos exatamente quais são os motivos dele, mas ele nos

ajudou no passado, bem como nos impediu. Não sabemos muita coisa sobre ele. Nosso contato

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com ele foi breve, na melhor das hipóteses. Meio que temos um acordo tácito para ficar fora do

caminho um do outro.

Eden franziu o cenho.

— Então, ele faz o que vocês fazem?

Swanny olhou rapidamente para Joe para silenciá-lo. Se Eden o considerava da família, mas

não sabia quem e o que Hancock era, ele não queria desiludi-la ainda mais do que ela já foi.

— Hancock é uma incógnita, — Swanny disse. — Não temos certeza exatamente do que ele

faz, mas acho que é seguro dizer que ele é em sua maioria confidencial e militar.

— Oh, — disse Eden. — Faz sentido. Ele se juntou ao exército. Seguiu os passos do meu pai.

Só que eu o vejo raramente, então percebi que o que ele faz é supersecreto. Ele fica fora por

meses, às vezes, e eu não o via há dois anos.

Swanny não estava a ponto de contar a ela os motivos ou dar detalhes a respeito das

atividades de Hancock ou entrar em ainda mais detalhes sobre seu papel nas duas missões da KGI.

Simplesmente não havia necessidade, e ela já lidara com choque suficiente. Ele a queria livre de

estresse tanto quanto era possível, dadas as circunstâncias, e mais do que isso, queria que ela

tivesse fé nele e em sua promessa de protegê-la e mantê-la segura.

— Devemos ir, — Joe anunciou. — O carro está aqui. O novo hotel foi assegurado e as

medidas de segurança implementadas. Você vai se registrar no novo hotel com um nome falso e

fechará a conta nesse hotel oficialmente. Com o novo local de filmagem, temos esperança de que

aparente que você deixou o país.

Eden ficou perplexa com a explicação de Joe.

— Teremos uma dublê visivelmente deixando o hotel e indo para o aeroporto, com

cobertura dos paparazzi. Ela pegará um avião para os Estados Unidos em seu nome. O carro que

irá levá-la para o estúdio tem os vidros escurecidos para que ninguém seja capaz de ver o interior,

e todos nós estaremos enfiados dentro dele para que ninguém fique desconfiado de uma caravana

saindo repentinamente do local.

Os olhos de Eden se arregalaram.

— Vocês pensaram em tudo.

— Esperamos que sim, — Swanny disse. — Não vamos correr nenhum risco com sua vida,

Eden. Não vou mentir. Queria que você estivesse em um avião de volta para casa, mas também

entendo como isso é importante para você e sua carreira.

Ela tocou em seu braço, os olhos quentes, quando encontrou seu olhar.

— Obrigada, Swanny.

— Ok, vamos vazar! — disse Joe, um toque de impaciência na voz. — Tomem seus lugares

e vamos dar o fora daqui.

Capítulo 29

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A tensão no estúdio nos arredores de Paris era densa, um ar tangível que permeava todas

as pessoas trabalhando. Exceto Eden. Swanny não sabia como ela fazia isso, mas ela interpretava

com perfeição. Sorrindo como se não tivesse nenhuma preocupação no mundo. Brincando com a

câmera. Dizendo suas falas em uma voz rouca e sexy como o inferno que o manteve duro a maior

parte do dia.

Havia seguranças postados em torno de todo o perímetro e Skylar e Nathan tomaram

posição sobre o telhado com seus rifles de precisão, fazendo reconhecimento constante e

relatórios para Joe a cada meia hora.

Cada um dos membros da equipe de filmagem, incluindo o diretor, para seu desgosto, foi

minuciosamente revistado antes de serem autorizados, e a equipe de Swanny fez uma varredura

de todo o estúdio muito mais cedo naquela manhã, antes de voltar para o hotel para buscar Eden.

Swanny, Joe e Edge estavam no interior com Eden, de pé fora do estúdio e fora do alcance

da câmera, mas perto o suficiente para cobri-la rapidamente se as coisas dessem errado. Swanny

era o mais próximo a ela, propositadamente posicionando-se na frente de Edge e Joe para que

pudesse manter estreita vigilância sobre Eden.

Até o diretor estava estranhamente silencioso. Ele estava no limite, nervoso e agitado e seu

estado de espírito rapidamente se espalhou para a equipe, que estava tão agitada quanto ele.

Ficou claro que estavam morrendo de medo, mas havia também a admiração nos olhos do

diretor cada vez que Eden exibia um desempenho impecável e ele falava que mais uma sessão foi

concluída com sucesso.

Eventualmente a calma de Eden propagou-se para o resto da equipe e a tarde, a tensão

havia se dissipado e o clima era muito mais relaxado. Ninguém saltava ao menor ruído como

antes. Era como se ela mantivesse a todos em seu poder, e, bem, ele supôs que ela fazia

exatamente isso. Sabia que, ele certamente, não era imune a ela. Ela simplesmente tinha uma

forma de colocar aqueles ao seu redor à vontade, e Swanny sabia o quanto estava assustada e

chateada por trás da fachada calma.

Isso só o fazia admirá-la ainda mais por ser capaz de manter a compostura e agir como uma

presença reconfortante quando era ele e sua equipe, que deveriam ter esse trabalho.

De vez em quando, entre as fotos, Swanny podia ver essa calma deslizar só um pouco, e via

o cansaço e medo em seus olhos. A tristeza por ainda estar processando tudo o que ela descobriu

nas últimas vinte e quatro horas. E inferno, a mulher poderia ter morrido. Mais uma vez.

Dois encontros com a morte em um curto período de tempo e ela ainda era uma

profissional forte e consumada. Ele nunca conheceu uma mulher como ela. Nunca conheceu

ninguém semelhante e sabia que nunca conheceria. Nunca haveria outra mulher para ele. Não

depois dela. Como qualquer outra mulher poderia comparar-se a ela? Quem mais poderia aceitá-

lo e aos seus defeitos? Suas cicatrizes, tanto externas quanto internas.

Ela olhou para cima como se sentisse seu olhar, e seus olhos imediatamente se aqueceram

e ela sorriu, o cansaço e o medo se afastando como se ela convocasse conforto e força de sua

presença. Irônico, já que todo mundo estava tirando conforto e paz dela.

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— Se conseguirmos gravar por mais uma hora, estaremos à frente do cronograma e

poderemos encerrar ao meio-dia de amanhã, — o diretor anunciou. — Bom trabalho, pessoal. E

Eden, você está fabulosa como sempre.

Um grito subiu da equipe e Eden sorriu com sua graça habitual.

— Tenho certeza que com um diretor diferente estaríamos atrasados. Você fez um

trabalho maravilhoso, Lonnie. Como sempre. Não consigo imaginar-me trabalhando neste projeto

com qualquer outro diretor.

O diretor corou com o elogio de Eden e arrastou o dedo em volta da gola como se estivesse

desconfortável. O rabugento e brusco diretor estava tão encantado com Eden como todos os

outros, embora tentasse esconder com sua casca grossa. Agora, porém, Swanny estava

imaginando um gato satisfeito abraçado contra Eden ao ter sua cabeça acariciada enquanto o

diretor se envaidecia e realmente sorria — um sorriso genuíno, — para Eden.

E o inferno era que Eden foi totalmente sincera. Ela realmente era simplesmente muito

boa. Swanny teria mandado o diretor se foder em várias ocasiões, mas Eden levou tudo na

esportiva e atendeu as expectativas dele. Além das expectativas, na opinião de Swanny.

Considerando-se tudo o que ela passou, era um maldito milagre que ela conseguisse até mesmo

filmar.

A equipe de Swanny imediatamente entrou em atividade em alta velocidade, preparando a

partida de Eden para o novo hotel, onde se registraria sob um nome falso. Joe usou um dos muitos

nomes alternativos que a KGI possuía apenas para ocasiões como esta.

Antes de partir, Eden colocou uma peruca preta e grandes óculos escuros que cobriam

quase toda a parte superior do rosto e um lenço enrolado em volta do pescoço e puxado sobre a

boca. Também usava um casaco com forro extra para que parecesse estar vários quilos mais gorda

e usava sapatilhas para fazê-la parecer mais baixa. Foi instruída a curvar-se um pouco para

solidificar a ilusão de que estava mais baixa e mais gorda.

A equipe de Swanny estava vestida casualmente, parecendo pessoas normais, em vez dos

agentes que eram. Embora isso os deixasse extremamente desconfortáveis, não cercavam Eden

completamente, porque não queriam chamar a atenção para o fato de que a estavam protegendo.

A equipe foi instruída a permanecer até 30 minutos após a partida de Eden.

Joe e Nathan saíram primeiro para entrar no SUV que os aguardava e, em seguida, Swanny

saiu com Eden ao seu lado, Skylar e Edge seguindo casualmente atrás.

Swanny estava em alerta, examinando os arredores, enquanto tentava parecer casual e

seguia em direção ao carro. Uma mão estava dentro do blazer, descansando contra a coronha da

pistola, caso precisasse agir rápido. Sabia que Skylar e Edge estavam igualmente preparados e que

Nathan e Joe, já no veículo, estavam com as armas em punho, prontos para saltar ao primeiro

sinal de perigo.

Quando Swanny colocou Eden no assento do meio, Skylar foi até a porta oposta enquanto

Edge sentou-se no banco da frente ao lado do especialista em segurança contratado para dirigir o

SUV.

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Swanny não gostava que Edge estivesse em uma posição tão vulnerável. Depois do que

aconteceu quando o veículo deles foi atingido por um RPG e o motorista fora morto, se um ataque

semelhante acontecesse, Edge seria um alvo desprotegido. A última coisa que Swanny queria era

perder um companheiro de equipe. Um irmão.

Eden estava mais à vontade enquanto se dirigiam para o hotel. Estava relaxada, inclinando-

se para o lado de Swanny, aconchegando-se nele como se procurasse sua força e calor.

Despreocupado de como pareceria para seus companheiros de equipe, ele passou o braço em

volta dela, puxando-a para mais perto de seu corpo. Ela deitou a cabeça no ombro dele e soltou

um suspiro.

— Mais um dia de filmagem, em seguida, a festa de lançamento e acabaremos com isso —

disse ela, o alívio evidente em sua voz. — Não vou mentir. Estou pronta para acabar logo com isso.

Assusta-me que você e sua equipe estejam na linha de fogo. Eu nunca me perdoaria se um deles,

ou você, fossem feridos ou mortos por minha causa.

Swanny franziu a testa porque ela parecia que estava pronta para acabar com tudo.

Incluindo ele.

De repente foi atingido com um caso de fúria de nervos. Podia sentir as mãos ficando cada

vez mais úmidas. E se ela não sentisse por ele o mesmo que ele sentia por ela? E se quando isso

acabasse, ela seguisse em frente, deixando-o para trás, apenas a memória de ele ter sido seu

primeiro amante ficasse em sua mente?

Ele tentou bloquear suas dúvidas, focar no positivo e esperar o melhor. Assustava-o até a

morte colocar seu coração em risco. Abrir-se a ela completamente e ser tão direto na conversa

que planejava ter.

Sua cabeça lhe disse que era um idiota por sequer considerar que uma mulher como ela

teria qualquer interesse em vê-lo além do tempo que passaram protegendo-a, mas seu coração se

agarrou à esperança tênue que significava mais para ela do que seu guarda-costas.

E se ele fosse humilhado?

Desejou ser mais confiante. Mas seus demônios não iam embora. Seus sonhos eram ainda

atormentados pelo tempo em cativeiro, embora tivesse notado que quando Eden dormiu com ele,

ela expulsou os demônios, acalmou sua besta interior e diminuiu a dor do passado.

Mas tinha lembranças visíveis de seu cativeiro. Poderia uma mulher como Eden olhar além

disso? Em sua carreira, onde a beleza e elegância era uma parte diária de sua vida? Não conseguia

imaginá-la sequer querendo comparecer a um evento de braços dados com ele.

A bela e a Fera. Literalmente. Só que a vida real não era um conto de fadas e não havia

garantia de felizes para sempre. Ele viu o que o amor fazia com os irmãos Kelly. E com outros

membros da equipe KGI. Mas nunca considerou que um dia receberia amor. Nunca pensou que

iria sequer pensar sobre isso.

E ainda assim sabia na parte mais profunda de seu coração, que ele amava Eden além da

medida. Sentia-se o pior tipo de idiota por ter se colocado em uma situação em que sofreria uma

enorme queda letal. Não tinha certeza de quando se apaixonou por ela. Ela certamente chamou

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sua atenção desde o momento que a conheceu, mas olhando para trás, não conseguia identificar o

momento exato em que o amor aconteceu.

Parecia que sempre sentiu amor por ela, crescendo ainda mais na primeira vez que fizeram

amor e ele descobriu que era o seu primeiro. Isso o humilhou de uma forma que nunca ocorreu

em sua vida. Ainda tinha o poder de colocá-lo de joelhos. Foi um presente que ele guardaria para

sempre, não importa o que acontecesse entre ele e Eden.

Mas sabia de uma coisa. Não importa onde a vida o levasse, nunca amaria outra mulher

como amava Eden. Nem nunca conheceria outra mulher de seu calibre.

Capítulo 30

Eden emitiu um suspiro audível de alívio quando Swanny e parte da equipe entraram em

sua suíte e vasculharam o interior, enquanto Edge e Skylar permaneciam no corredor com ela,

flanqueando-a protetoramente e observando qualquer sinal de alguém.

Reservaram o andar inteiro de modo que seriam os únicos ocupantes, e o hotel colocara

um bloqueio de maneira que ninguém no elevador pararia em seu andar. Mas a escada

apresentava um problema porque não poderiam bloqueá-la, caso precisassem sair rápido, e

certamente necessitavam de mais de uma opção de fuga.

Agora, todos foram embora, exceto Swanny, e ela afundou no sofá, só querendo Swanny

ao lado dela, com os braços ao seu redor.

— Quer trocar sua roupa por algo mais confortável? — Swanny perguntou, antes de se

sentar ao lado dela. Ficou bem na frente dela, como se estivesse esperando ver o que ela queria

antes de decidir sobre a sua posição.

— Só se você for para a cama comigo e me abraçar, — ela disse, observando sua reação.

A incomodava que ainda estava tão insegura de si mesma, ou melhor, dele. Não estava

acostumada a ser qualquer coisa, além de confiante em sua vida e carreira. Mas isso era algo que

ela nunca tinha visto antes.

Perdera completamente seu coração para Swanny e não tinha ideia se ele retribuía seus

sentimentos. Sabia que ele se importava com ela. Nenhuma dúvida sobre isso. Mas quando tudo

isso tivesse terminado, ele iria simplesmente passar para a próxima missão e ela voltaria para sua

vida e carreira como se não tivessem realizado uma ligação tão estreita?

Sua expressão se suavizou e imediatamente um brilho aquecido entrou em seus olhos

quando ele olhou calorosamente para ela. Estendeu a mão para ajudá-la a levantar-se e, em

seguida, puxou-a em seus braços.

— Eu vou te abraçar toda a noite, querida. Mas, primeiro, há algo que eu quero te dar e

depois... — Ele hesitou brevemente, incerteza piscando em seus olhos dando-lhe um olhar quase

vulnerável. Ele soltou a respiração quando a afastou um pouco de seu abraço. — Então, eu

gostaria que fôssemos para a cama, porque há algo que quero discutir com você.

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Ele falou a última frase como se precisasse de um momento para reunir coragem e falar

antes que mudasse de ideia.

Ela olhou com curiosidade para ele, um súbito ataque de nervos fazendo seu estômago

embrulhar. Ele iria dizer-lhe que iria terminar com ela? Que cometera um erro ao fazer amor com

ela? Como o ditado? Algo como as mulheres eram muito mais emocionais quando se tratava de

sexo e interpretavam muito mais dos atos de um cara do que ele realmente fez? Teria ela se

colocado para uma queda monumental?

Um pouco do pânico deve ter se mostrado em seu rosto, porque Swanny imediatamente

pareceu contrito e puxou-a de volta em seus braços.

— Sinto muito, Eden. Isso provavelmente saiu mal. Não sou tão bom com as palavras, e sou

homem para admitir que estou nervoso como o inferno. Mas não é nada ruim. Deus, espero que

não.

Algo em sua voz imediatamente acalmou a tensão que havia amarrado as entranhas dela.

Ela podia ouvir o nervosismo na voz dele, ver a mesma tensão que sentira em seus traços. Isso fez

com que quisesse confortá-lo, em vez de buscar conforto para o próprio ataque de nervos.

— O que você quer falar? — Ela perguntou, decidindo enfrentar a situação. Como um

curativo. Arrancar de forma rápida e limpa.

Em vez de responder, ele pegou sua mão e puxou-a para o quarto. Quando estavam de pé

ao lado da cama, enfiou a mão no bolso e tirou um fio prateado. No início, ela não estava

totalmente certa do que era até que ele o ergueu.

Era um delicado colar com um encantador coração que brilhava e atraía a luz das

lâmpadas. Sua pulsação disparou. Ela ficou encantada com o presente, mas viu a incerteza na

expressão de Swanny e seu coração imediatamente suavizou.

— Eu gostaria que você usasse isso, — ele disse rispidamente. — Sei que não pode usá-lo o

tempo todo, nas filmagens ou na festa de lançamento. Mas nos intervalos, e especialmente se

você não estiver comigo, eu gostaria que você o usasse.

Havia uma nota estranha em sua voz. Ela inclinou a cabeça para o lado, estudando-o por

um momento. Em seguida, afastou a estranheza e decidiu que era simplesmente nervoso se ela

gostaria de algo tão simples. Ele provavelmente pensava que somente as joias mais caras

adornavam seu corpo.

Mesmo que ela não gostasse do presente — e, certamente não era o caso — ela nunca em

um milhão de anos, rejeitaria algo tão precioso.

Reverentemente o pegou em suas mãos, deslizando-o cuidadosamente dos dedos de

Swanny.

— Eu adorei, — disse, formando um nó na garganta.

— É mesmo?

Ela jurou que podia ver suor na testa dele.

Estendeu-o para ele e, em seguida, virou-se quando ele o pegou.

— Coloque-o para mim — ela pediu.

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Ele tateou atrás de seu pescoço, e ela sorriu quando ele murmurou uma maldição. Por fim,

ele o prendeu e ela se virou, jogando-se em seus braços, abraçando-o com força.

— Obrigada, — disse. — Eu realmente adorei.

Ele devolveu o abraço e depois inclinou a cabeça para trás com um toque em seu queixo e

sua boca cobriu a dela. Calor queimou um caminho até sua espinha e ainda assim ela tremia como

se estivesse gelada em reação ao prazer que irradiava em ondas sobre sua pele como o mais suave

dos sussurros.

Ela separou-se, um pouco ofegante, o desejo uma presença forte e constante. Ele pesava

sobre ela, enchendo-a com uma necessidade desesperada.

— Se vamos discutir alguma coisa, então sugiro que comecemos a discutir antes que nos

desviemos inteiramente para outros assuntos, — ela disse, sem fôlego.

Mais uma vez ela viu vulnerabilidade nos olhos dele, dando-lhe uma visão irrestrita das

emoções cruas cintilando de volta para ela. Isso a fez querer abraçá-lo e dizer-lhe que tudo ficaria

bem. Mas como poderia, quando não tinha ideia do que ele tinha em mente?

Após a última bomba que caíra em cima dela, seria uma tola de pensar que o quer que

fosse seria insignificante.

— Coloque sua roupa para dormir e fique confortável. Dê-me um minuto para me lavar e

trocar de roupa. Então iremos para a cama e conversaremos.

Ela jurou que ele estava adiando, quase como se ainda estivesse reunindo coragem para

abordar qualquer tema que tinha em mente. Isso só a deixava mais nervosa, e queria deixar

escapar que ele deveria lhe dizer agora, porque a espera a estava matando.

Mas também reconheceu que o que quer que fosse, ele precisava de um momento para

recolher seus pensamentos. Por ele, ela poderia esperar, porque não queria que se sentisse

desconfortável com ela. Não quando se sentia tão à vontade com ele. Não havia nada que sentia

que não podia dizer a ele, e queria que ele sentisse o mesmo por ela.

— Tudo bem, — ela disse suavemente. — Não vou demorar para trocar de roupa, mas

demore o tempo que você precisar. Estarei esperando na cama.

Alívio registrou-se em seus olhos e ele virou-se abruptamente, indo para o banheiro. Um

momento depois, ela ouviu o chuveiro sendo ligado. Ela tirou sua roupa e escolheu um confortável

par de pijamas de seda. Certamente tinha opções mais sexies para vestir, mas não queria distrair

Swanny de tudo o que ele queria discutir. O desejo entre eles era uma força tangível no quarto,

mas ela também registrava a importância de tudo o que ele queria falar com ela, por isso,

empurrou os pensamentos de fazer amor da mente e mentalmente se preparou para o que estava

por vir.

Desejando o melhor, respirou fundo e subiu na cama, puxando as cobertas até cobrir-se

modestamente, e esperou que Swanny retornasse.

Não esperou muito tempo. Não passaram nem mesmo cinco minutos antes que Swanny

voltasse, vestindo uma cueca boxer e uma camiseta que se encaixava perfeitamente em seu corpo

e a deixou babando em seu físico musculoso. Ele parou na beirada da cama, a incerteza, mais uma

vez enchendo os olhos.

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Tomando a iniciativa, ela afastou as cobertas e deu um tapinha no espaço ao seu lado.

— Você pode falar comigo sobre qualquer coisa, Swanny, — ela disse suavemente. — Não

quero que você se sinta como se tivesse que se reprimir. Não por mim. Nunca por mim. Eu me

sinto mais perto de você do que já me senti com qualquer pessoa em minha vida, exceto meu pai

e irmãos.

As feições relaxaram e ele subiu na cama ao lado dela e virou de frente para ela, apoiando

a cabeça com a palma da mão, o cotovelo no travesseiro. Brincou com os lençóis por um

momento, o olhar abaixado, mas, finalmente, pareceu reunir coragem e levantou o olhar para

encontrar os dela.

Ela esperou pacientemente em silêncio, não querendo pressionar. Sentiu que isso era algo

enorme. Pelo menos para ele. Mas, ainda assim, não conseguia estancar as pequenas mechas de

pavor que se acondicionaram em torno de seu coração.

— Eu sei que não sou bom o suficiente para você, — disse ele com a voz rouca.

Ela abriu a boca para exprimir uma negação imediata, mas ele colocou um dedo

suavemente em seus lábios.

— Deixe-me terminar, — disse ele em voz baixa. — Há muita coisa que quero dizer, e

preciso me livrar de tudo antes de eu fraqueje completamente.

Ela prontamente fechou a boca, com o coração doendo pela vulnerabilidade em sua voz.

— E-eu acho que quero saber onde isso está indo, — disse ele com uma voz vacilante. —

Você e eu, quero dizer. Você tem que saber que eu tenho sentimentos por você, Eden.

Ele parou e balançou a cabeça.

— Isso não é exato. Estou apaixonado por você. Completa e totalmente apaixonado por

você. Não há dúvida em minha mente sobre o que sinto. E preciso saber se você tem algum

sentimento por mim. Quando isso acabar, preciso saber onde nos deixará. Você não é apenas um

emprego para mim. Você nunca vai ser. E não quero, quando tudo acabar, que sigamos caminhos

separados e fingir que não compartilhamos uma conexão tão profunda, e acho que o que estou

perguntando é se você sente a mesma conexão ou se é unilateral da minha parte.

Ele ficou em silêncio, a ansiedade em seu olhar se intensificando. O coração de Eden estava

acelerado, perto de explodir. Ele deitou-se nu diante dela. A coragem que ele deve ter precisado

para lidar com suas inseguranças sobre não ser bom o suficiente para ela, não caber em seu

mundo, por suas cicatrizes tanto internas quanto externas. Deus, ela não conseguia entender essa

coragem quando ela ainda não conseguira falar nem para si mesma o que sentia por ele. Ficou

subitamente envergonhada que tenha sido ele quem tocou no assunto. Que ela era covarde e o

forçou a ficar em uma posição tão vulnerável. Queria ter a coragem que ele tinha. Se estivesse

disposta a enfrentar seus próprios medos, ele nunca estaria nessa posição, colocando o coração e

a alma em suas mãos, quando não tinha ideia se iria enfrentar a rejeição.

Lágrimas queimaram seus olhos e ela não fez nenhum esforço para enxugá-las. Elas

deslizaram silenciosamente por seu rosto e por um momento simplesmente não conseguia

respirar. Não conseguiu dizer uma palavra. Sua garganta estava entupida com emoção, o peito

pesado. E atrás de toda essa intensa emoção veio o alívio esmagador. Ele não estava dispensando-

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a. Deus, ele acabou de dizer que a amava. A coisa que ela mais queria. A coisa que não teve

coragem de oferecer a ele primeiro.

Ainda não conseguia encontrar as palavras que estavam enchendo seu coração, sua mente,

sua alma, então fez a única coisa que conseguia ser capaz de fazer. Jogou os braços ao redor dele,

derrubando-o de costas. E então o beijou. Crua, quente, despejando cada grama do que ela não

conseguia dizer em seu beijo.

Suas lágrimas derramaram sobre a pele dele. Ela poderia prová-las, salgadas e quentes em

suas línguas enquanto ele correspondia o beijo em igual medida. Ela emoldurou seu rosto entre as

mãos, acariciando o lado cheio de cicatrizes, e então beijou o canto da boca, aquele em que a

cicatriz começava e afetou a capacidade da lateral se inclinar para cima, e, em seguida, seguiu o

caminho da cicatriz até a bochecha onde terminava perto do canto do olho.

— Eu também te amo — disse entrecortada, finalmente capaz de falar ao redor do enorme

nó na garganta. — Eu te amo tanto, Swanny. Sinto muito não ter dito antes. Acho que nós dois

estávamos com medo. Sinto muito tê-lo forçado a esta posição quando deveria ter sido honesta

com você no momento que eu soube que estava apaixonada.

— Oh, Deus, — ele sussurrou. — Graças a Deus. Eu estava tão assustado, Eden. Você não

tem ideia. Nunca me coloquei na linha desse jeito. Nunca pensei que eu iria. Isso me assustou pra

caramba. Levei dias para juntar coragem para te dizer tudo que está em meu coração. Sei que não

sou bom o suficiente para você, mas Deus, eu quero você. Eu te amo tanto. Não quero ficar sem

você. Nunca.

Ela rosnou em resposta, seus olhos se estreitando enquanto as lágrimas paravam e olhou

para ele tão ferozmente quanto conseguiu, dada a magnitude emocional do momento.

— Juro por Deus, Swanny, se eu ouvir as palavras "eu não sou bom o suficiente para você"

mais uma vez, vou te estrangular. Isso é a coisa mais ridícula e absurda que já ouvi em toda a

minha vida. Não é bom o suficiente para mim? Que diabos isso quer dizer?

Ela estava bufando de indignação, e ele sorriu. Então riu, o som leve e despreocupado,

como se tivesse esperando anos por isso. Ele relaxou embaixo dela, a alegria se espalhando sobre

seus traços, aquecendo seus olhos. Ele nunca foi mais bonito para ela do que neste momento.

Deitado debaixo dela tão feliz e à vontade. Como se ela sozinha tivesse matado cada um de seus

demônios. Ela percebeu então o poder que tinha sobre ele, e isso não a fez se sentir bem. Ela

queria que eles fossem iguais. Não queria o poder de feri-lo, nunca. Mas também percebeu agora

que ambos tinham o poder de machucar um ao outro, porque estavam muito interligados, muito

conectados. Profundamente até a alma.

Almas gêmeas.

Poderia parecer piegas como o inferno. Algo de um livro ou um filme. Mas se adequava.

Porque sabia até os ossos que Swanny era o único homem para ela. Nunca haveria outro depois

dele. Como poderia haver?

— Prometa-me que nunca vai dizer isso de novo, — ela disse, em um tom mais sério, mais

calmo. — Somente eu posso decidir quem é bom o suficiente para mim, e eu digo que você é

perfeito para mim. Desculpe minha boca suja, mas estou me lixando para o que os outros pensam.

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E se você acha que vou esconder minha ligação com você ou recusar-me a ser vista em público

com você, então vou chutar seu traseiro de um lado do quarto até o outro.

Ele começou a rir de novo e, em seguida, pegou-a com força entre seus braços, abraçando-

a com seu corpo duro. Deu um beijo em seu cabelo e, em seguida, inalou, apertando-a ainda mais

forte, até que ela mal podia respirar. E ainda assim ela não se importava. Estava presa a ele, onde

ela pertencia. Nunca se sentiu mais segura e mais protegida do que aqui neste momento com ele

embrulhado firmemente em torno dela, uma barreira para o mundo exterior, onde o perigo

espreitava e alguém a perseguia, observando e esperando por uma oportunidade de prejudicá-la.

— Eu acho que isso significa que temos um relacionamento romântico, então, — disse ele,

um sorriso óbvio em sua voz.

— Positivamente temos. Sei que temos algumas coisas para resolver. Sobre nossas

carreiras. Mas, por agora eu voto em colocar a conversa em segundo plano e nos concentrarmos

no aqui e agora, e o fato de que o que eu mais quero é que você faça amor comigo.

— Que nunca digam que eu neguei alguma coisa a minha senhora, — ele disse

descaradamente, puxando seu cabelo alegremente.

— Eu gosto da sua atitude, — ela disse com uma voz atrevida, combinando com a sua

própria diversão.

Deus, ela adorava isso! Que pudesse ser ela mesma. A verdadeira Eden Sinclair. Sem

câmeras. Sem atuações. Sem glamour ou maquiagem. Sem roupas extravagantes. Não a

supermodelo que o resto do mundo via. Com Swanny ela era apenas Eden. Uma mulher com

necessidades assim como todas as outras mulheres do mundo. Normal. E ela encontrou a

perfeição. Perfeição absoluta. O que mais ela poderia pedir?

Ele rolou de repente, revertendo suas posições de modo que ela ficasse embaixo dele.

Olhou para ela, seus olhos brilhando com desejo fundido.

— Então você vai gostar ainda mais dessa, — disse ele, assim que abaixou a boca para a

dela.

Oh sim. Ela realmente gostava, ainda mais agora que ele a estava beijando. Selando o seu

amor com mais do que apenas palavras. Ele estava cumprindo a promessa com tudo que a palavra

amor implicava com seu corpo. Sua língua. Suas mãos suaves enquanto acariciava o comprimento

de seu corpo.

Ele parecia impaciente com seu pijama. Deslizando as mãos debaixo da camiseta como se

desesperado pela sensação de sua pele. Ela arqueou como um gato em cada toque, ronronando

seu prazer enquanto ele avançou a camiseta mais alto até que, finalmente, ordenou que

levantasse os braços para que pudesse arrancar rapidamente o tecido de seu corpo.

De boa vontade, obedeceu, e então ele começou a tirar a calça do pijama, puxando-a para

baixo em poucos segundos, passando-as pelos tornozelos antes de enviá-los navegando na direção

oposta a que a blusa tinha aterrissado.

Então ele riu suavemente quando olhou para seu corpo completamente nu de sua posição

de joelhos aos pés dela.

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— Você trapaceou — ele a acusou. — Você armou para mim, planejando isso. Sem

calcinha? Como você está ousada, doce e inocente Eden. Você pode ter a cara e o coração de um

anjo, mas tem a alma de uma sedutora perversa. Juro por Deus, você vai ser a minha morte.

Ela apenas sorriu, em seguida, arqueou o corpo, convidativa.

— Você vai ficar aí e listar todos os meus defeitos ou realmente vai fazer alguma coisa

comigo agora que me deixou nua e na cama? — Ela olhou fixamente para seu corpo ainda vestido.

— Parece-me que você tem que me alcançar.

— Certamente posso consertar isso, — ele murmurou, já começando a tirar a camiseta, os

músculos ondulando com o esforço.

Ela prendeu a respiração quando as mãos dele imediatamente caíram para a boxer. Seu

pênis estava estufando o tecido e se ele se movesse uma polegada em qualquer direção, a ereção

se liberaria através da abertura na virilha.

Ele empurrou a cueca para baixo e ela suspirou com a beleza do seu físico masculino

quando ele se inclinou na cama para que pudesse livrar-se da cueca e lançá-la de lado. Ela não

mentira oferecendo elogios insinceros. Ele era absolutamente maravilhoso para ela.

Sim, cicatrizes cruzavam seu corpo. Nenhuma área havia sido poupada dos danos por seus

captores quando ele estivera no inferno. Mas, para ela, era um testemunho de sua honra, da sua

vontade de viver, apesar de probabilidades impossíveis. Que não foram capazes de quebrá-lo.

Quantos homens poderiam dizer o mesmo? Quantos homens iriam sobreviver, e sobreviver com a

sanidade intacta? E ainda assim ele continuou, mantendo um trabalho que colocava sua vida em

risco em cada missão que sua equipe aceitava.

Um título de filme flutuou em sua mente — era bobagem, mas estava tão absorta em seu

estudo sobre ele e seus pensamentos, sua admiração, que não podia deixar de pensar nas palavras

Uncommon Valor.12 Combinava com ele, e todos os seus companheiros de equipe, perfeitamente.

Mas especialmente Swanny. Seu homem. O homem que ela amava e Deus, também a amava!

Era como se estivesse finalmente acreditando que ele retribuísse seus sentimentos. Seu

amor. Uma agitação vertiginosa invadiu suas veias, fazendo-a ousada e arrancando-a da

observação de seu belo corpo. Ela inclinou-se, alcançando-o, empurrando-se até os joelhos, de

modo que ele ficasse virado para o lado, com os pés no chão, onde apenas momentos antes, saiu

de sua cueca. Ela emoldurou seu rosto, puxando-o para encontrar seu beijo.

Quente e exuberante, ela o beijou com um abandono selvagem que nunca teria acreditado

ser capaz. Derramou cada gota de emoção, a profundidade do seu amor, em seu beijo.

Ele passou os braços em torno dela e caiu, com ela de costas aterrissando com um baque

no colchão macio, a boca ainda fundida a dela. Ela deixou escapar um gemido quando ele deslizou

a boca da linha do queixo até a orelha, onde lambeu e brincou com o lóbulo antes de suga-lo

firmemente entre os dentes.

12 É um filme de guerra e ação, de 1983 escrito por Joe Gayton e dirigido por Ted Kotcheff, sobre um oficial da Marinha que reúne uma equipe para tentar resgatar seu filho, que ele acredita que está entre aqueles que ainda estão detidos no Laos, após a Guerra do Vietnã. O filme é estrelado por Gene Hackman, Fred Ward, Reb Brown, Robert Stack, Michael Dudikoff e Patrick Swayze.

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O movimento de sucção rítmica só aumentou sua ansiedade quando ele fazia o mesmo

com os seios. E com o clitóris. Um arrepio correu por todo seu corpo pela memória de sua boca

em sua carne mais sensível, como ele habilmente a levou a um êxtase alucinante.

Uau, ela estava ficando muito atiradinha. Aprecie o momento, Eden. Saboreie cada

segundo. Não o deixe ser rápido demais. Esta era uma noite que ela nunca esqueceria enquanto

vivesse. A noite em que Swanny disse que a amava e, em seguida, mostrou-lhe o seu amor da

forma mais tangível que um homem poderia demonstrar seus sentimentos a sua mulher.

— Você está comigo? — Swanny perguntou rispidamente, com a cabeça um pouco acima

dela enquanto olhava em seus olhos.

Ela amaldiçoou-se por ficar tão empolgada com sua reflexão interna, porque agora Swanny

exibia uma aparência de hesitação, como se estivesse preocupado que não estava agradando-a.

Que ela se afastou do aqui e agora.

Estendeu a mão para tocar o rosto cheio de cicatrizes e gentilmente acariciou-o.

— Eu só estava saboreando o momento e pensando em como nunca esquecerei esta noite,

enquanto eu viver porque é a noite em que você me disse que me amava e agora estamos fazendo

amor dessa forma tão linda. Então, sim, eu estou com você. Estou profundamente com você.

Nunca sem você. Mesmo quando você não está bem ali ao meu lado... Nas filmagens quando

temos que nos separar, mesmo sabendo que está apenas a uma curta distância, ainda estou

pensando em você. Desejando que estivesse me tocando. Apenas segurando a minha mão ou

envolvendo seu braço em volta de mim. Todos aqueles olhares sensuais que eu tive que dar a

câmera? Eram todos para você. Eu o imaginei fazendo amor comigo, me convidando para fazer

amor e derramei toda emoção que eu sentia por você e a câmera capturou.

— Jesus, Eden, — ele murmurou, pouco antes de sua boca cair sobre a dela novamente.

Quando ele interrompeu o beijo para respirar e ambos estavam sugando o ar em enormes

respirações em seus pulmões famintos, ele olhou para ela, seus olhos penetrando os dela

intensamente.

— Você não pode saber o que isso significa para mim. Você não pode saber, porque não há

nenhuma maneira no inferno que eu consiga colocar em palavras o que significa. Não há palavras

suficientes em nenhuma linguagem para descrever o que você significa para mim.

— Só me mostre, — ela disse simplesmente. — Nossos corpos se comunicam muito melhor

sem palavras.

Sem responder, ele abaixou a cabeça para os seios dela e passou a língua, provocando um

mamilo até a rigidez. Circulou a crista enrugada, deixando um rastro quente e úmido antes de

mordiscar sempre muito gentilmente.

Ela inclinou-se para cima, seu suspiro de prazer passando por seus lábios. Seu corpo

ondulou, ganancioso, querendo mais, mas ele não respondeu às suas exigências silenciosas.

Pacientemente, brincou e deu prazer a um seio antes de finalmente se mudar para o outro para

dar igualdade de tratamento. Eden era uma bagunça se contorcendo, quase louca de desejo que

ele a tomasse. Que a possuísse. Que a tomasse. Cimentando a declaração de seu amor com a

união de seus corpos.

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Ele pressionou um beijo entre os seios e, em seguida, beijou uma linha até o umbigo, onde

circulou provocativamente com a língua antes de ir ainda mais baixo.

Eden tinha sempre o cuidado de manter suas partes íntimas depiladas. Muitas vezes

trabalhava como modelo de roupas de banho ou lingerie. Sempre considerou parte integrante do

trabalho e nunca se preocupou com a manutenção quando se tratava de um homem. Mas agora

estava feliz por estar bem depilada quando Swanny acariciou o tufo macio de cachos que formava

um pequeno triângulo em sua virilha.

Com dedos gentis, ele separou suas dobras e depois bateu a língua ingressando por todo o

caminho até o clitóris. Ela quase gozou imediatamente.

— Swanny — ela arquejou. — Você tem que parar. Estou quase gozando e quero você

comigo. Especialmente esta noite. Temos que estar juntos esta noite.

Ele levantou a cabeça, os olhos se encheram tanto de carinho quanto de compreensão.

— Vamos juntos, querida. Eu garanto. Só quero ter certeza que você está comigo e

totalmente pronta para mim.

— Eu estou muito pronta.

As palavras eram quase gemidos. Seu corpo estava apertado, aparentemente puxado em

direções opostas enquanto a tensão aumentava, seu orgasmo se construindo e inchando até que

ela se sentia completamente fora de controle.

Como se sentisse que estava pendurada no limite, Swanny se levantou sobre ela, o grande

corpo cobrindo o dela, seu calor escaldante contra sua pele. Cutucou suas coxas para separá-las

ainda mais e, em seguida, deslizou as mãos para baixo, cavando entre seu corpo e o colchão para

que pudesse envolver sua bunda, levantando-a enquanto empurrava dentro dela.

O ângulo que ele segurou-a tornou possível que deslizasse todo o caminho para ela. Ambos

soltaram sons estrangulados e ela percebeu que ele estava tão precariamente perto de gozar

quanto ela.

Deslizou as mãos pelos braços musculosos até os ombros largos e, em seguida, acariciou

suas costas enquanto ele ficava lá em cima dela, com o rosto cheio de rugas de tensão enquanto

se mantinha imóvel dentro dela.

— Está tudo bem, Swanny, — ela sussurrou. — Estou quase lá também. Não se reprima.

Não se preocupe que não seja perfeito. A perfeição não é marcada pelo tempo ou duração de um

momento especial. É marcada pelo esforço feito. Leve-nos ao prazer. Estou pronta.

Ele soltou um gemido alto e depois abaixou a cabeça para que suas testas se tocassem, as

bocas a uma mera polegada de distância, as respirações se misturando. Havia algo decididamente

intimista sobre eles simplesmente estarem juntos. O gesto era quente e carinhoso e falou muito

mais palavras do que jamais poderia ser dito.

— Está pronta? — Ele sussurrou, adotando o mesmo tom que ela.

— Sim, — ela sussurrou de volta, os cílios vibrando quando seus olhares se prendiam.

Ele mudou de posição, retirou-se e, em seguida, empurrou para frente. Profundamente.

Duramente. Assim como ferro revestido em veludo. A respiração dela falhou e os dedos cravaram

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em seus ombros, ancorando-se para a tempestade iminente. Ela fechou os olhos e se rendeu à

atração magnética do lançamento final.

Cada vez que ele empurrava para frente, ele simplesmente batia no ponto certo por dentro

e por fora. Seu clitóris estava se esticando e cada roçar da virilha sobre a carne hipersensível era

como experimentar um impulso elétrico.

— Por favor, — ela implorou.

— Você nunca terá que implorar, — Swanny prometeu. — Eu colocarei o mundo a seus

pés, se você quiser. Tudo o que estiver em meu poder para lhe dar será sempre seu.

Ele a beijou, selando sua promessa, o seu corpo em movimento acaloradamente sobre o

dela. Membros emaranhados, corações entrelaçados, os dois subiram e caíram ao mesmo tempo,

em espiral para o turbilhão do vertiginoso êxtase. Eden estava consciente apenas de Swanny.

Swanny que a amava. Swanny que iria protegê-la com sua vida.

Ele caiu sobre ela como o mais quente de cobertores, com o peito arfando, combinando

exatamente com o dela. Ela colocou os braços e as pernas em torno dele, efetivamente colocando

seu selo, sua reivindicação, a este lindo — por dentro e por fora — espécime delicioso de macho

alfa.

Ninguém poderia estar mais satisfeito ou mais feliz do que ela estava agora. Não havia

nenhum sentimento no mundo que correspondesse a esse sentimento de conclusão. O futuro

parecia tão incrivelmente brilhante. Nada era impossível. Ela e Swanny encontrariam uma maneira

de ficar juntos. Era uma promessa que fazia para si mesma, e tinha toda a intenção de cumprir.

Capítulo 31

Sam Kelly imediatamente atendeu ao telefone seguro, ansioso para obter um relatório de

Steele ou Rio. Depois do que aconteceu em Paris, Sam estava mais determinado do que nunca a

usar todos e quaisquer recursos que tinha à disposição para livrar Eden da ameaça feita a ela.

— Sam, — ele disse brevemente.

— É Steele, — disse Steele secamente. — Alguém pegou Sanchez antes de nós e Jesus, foi

um massacre sangrento. Todo mundo está morto. Sanchez, seus homens. O lugar está um lixo.

Uma completa confusão.

— Maldito Hancock! — Sam praguejou. — Eu deveria ter visto isso chegando depois que

ele elevou a cabeça em Paris e imediatamente desapareceu e caiu fora do radar. Tenho cem por

cento de certeza de que ele está por trás disso. Ele tem laços estreitos com Eden e a família dela, e

é a cara dele tomar o assunto nas próprias mãos e tirar qualquer ameaça para quem ele considera

sua família.

— Bem, ele fodeu-nos em conseguir informações preciosas! — Steele disse, obviamente

tão chateado quanto Sam. — Estou com a equipe verificando as peças para ver se conseguimos

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descobrir alguma coisa, mas tenho um pressentimento que Hancock pegou tudo pertinente a

nossa investigação. O que você quer que a gente faça agora, chefe?

— Complete a sua varredura, — Sam respondeu laconicamente. —Vou chamar Rio e dizer

a ele para se retirar. Vou pegar os relatórios de Nathan e Joe. Contar a eles sobre os

desenvolvimentos. Se Sanchez contratou um assassino, ele vai descobrir rapidamente que não vai

ser pago, então acho que eles podem respirar um pouco mais facilmente. Vou dizer para que

continue com a segurança até que a sessão acabe, mas que eles podem relaxar um pouco.

Deveremos tirar muita pressão de cima de Eden.

— Vai tirar, — disse Steele. — Vamos avisá-lo se descobrirmos alguma coisa, e depois

iremos para casa, a menos que você precise de nós para outra coisa.

— As coisas estão tranquilas agora, — Sam respondeu. — Tudo o que está acontecendo

agora é a proteção de Eden, mas eu o avisarei se as coisas mudarem. Sei que você está ansioso

para voltar para Maren e Olivia.

Houve uma pausa antes que Steele respondesse rispidamente:

— Sim, estou. Mas vamos fazer o trabalho e informar qualquer coisa que encontrarmos.

Sam desligou e depois respirou profundamente. Maldito Hancock. Às vezes, parecia que

não podiam se mover sem tropeçar nele. Ele sempre brotava do nada e nunca sabiam de que lado

ele estava, apesar do fato de que salvara Maren, a esposa de Steele, colocando-se em alto risco.

Ele balançou a cabeça. Quem diria que Hancock tinha laços humanos reais com alguém?

Ele era mais máquina do que homem. A notícia de que considerava Eden, o pai dela e os irmãos

como família foi um choque porque Hancock certamente era um lobo solitário. Sempre seguia seu

próprio caminho e não dava satisfações a ninguém. Ele era definitivamente um Coringa. Alguém

com quem Sam sempre era cauteloso, não importava as circunstâncias.

Não confiava em Hancock, não importa que ele realmente tivesse sido útil à causa da KGI

no passado. E Sam não estava iludido o suficiente para pensar que Hancock ajudou pela bondade

de seu coração. O homem sempre tinha suas razões para cada movimento que fazia.

Com um aceno de cabeça, chamou Joe e transmitiu as notícias. Depois de ouvir Joe

murmurar as mesmas maldições que Sam pronunciou ao recebê-las, eles desligaram, com Sam

emitindo o aviso de que embora pudessem relaxar, não eram para se retirarem completamente e

para tratar a situação como se ainda houvesse uma ameaça existente para Eden.

Faltava pouco tempo para que Eden terminasse as filmagens e retornasse para casa. Nesse

ponto, a KGI poderia concluir a missão, recolher seu salário e colocar outra missão bem sucedida

nos livros.

Capítulo 32

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Eden cantarolava enquanto se vestia para a festa de lançamento. Com a aliviante notícia de

que a ameaça para ela tinha sido eliminada, se sentia mais leve e despreocupada. Estava

apaixonada. E melhor ainda, Swanny a amava. Nada parecia intransponível à luz desses eventos.

Ela não havia pedido mais detalhes. Não os queria. E, para crédito de Swanny ele não lhe

deu nada mais do que:

— A ameaça para você foi cuidada.

Ela confiava em Swanny, e confiava em sua equipe e organização, nesse assunto. Sabia

que, enquanto a equipe de Swanny estivera na frente e no centro, a KGI vinha trabalhando nos

bastidores para chegar ao fundo de toda a bagunça. Então, se disseram que estava tudo bem, ela

acreditava neles.

Swanny, para sua consternação, foi enxotado do quarto para que ela pudesse se vestir para

a festa de lançamento. Ele e a equipe esperavam por ela no saguão. Ela queria fazer uma surpresa

para Swanny usando o colar que ele lhe dera. Mal podia esperar para ver o olhar em seu rosto e

amor aquecendo seus olhos quando percebesse que ela estava usando o presente que ele lhe deu.

Não, ele não atendia exatamente aos padrões do vestido de grife que ela estava usando,

mas não dava a mínima. Adorou o colar e iria usá-lo, escolhendo-o entre as muitas joias de

designers que matariam para ornamentá-la no evento.

Tinha acabado de prender o fecho, quando ouviu a porta do hotel ser aberta. Franzindo a

testa, enfiou a cabeça para fora da porta do quarto, com a mão cobrindo o peito, onde o pendente

do colar descansava, preparada para repreender Swanny e dizer-lhe para levar seu traseiro de

volta para o saguão, mas era o serviço de limpeza empurrando o carrinho para dentro.

Sorrindo, Eden caminhou mais para dentro da sala de estar.

— Não há nada que eu precise. Na verdade, estou prestes a sair, se você quiser me dar

cinco minutos e voltar depois.

Mesmo enquanto dizia isso, uma pontada deslizou por sua espinha, porque se lembrou de

que Joe arranjou para que não tivessem serviço de limpeza durante sua estadia. Swanny sempre

pegava lençóis, toalhas e outras necessidades diretamente na recepção. Ninguém era permitido

em seu andar.

Mas talvez agora que a ameaça já não existia tivessem relaxado as restrições. Teria que

perguntar a Swanny sobre isso quando o encontrasse lá embaixo.

— Isso não é problema, senhorita, — a empregada disse em uma voz com forte sotaque. —

Eu apenas trouxe toalhas novas e arrumarei a cama para que quando você voltar tudo esteja

perfeito, ok?

Enquanto a camareira falava, ela diminuiu a distância entre ela e Eden, um sorriso no rosto.

Ela tinha a pele mais escura, mas Eden não conseguiu identificar o sotaque. Parecia mais América

Central do que mexicana. Definitivamente, não era francês, mas, afinal, muitos imigrantes da

França vieram de todo o mundo e tinham empregos em hotéis e restaurantes.

— Isso é bom, — Eden disse fracamente.

Começou a andar em torno da camareira para pegar sua bolsa e seguir para o elevador

quando de repente a mulher mexeu-se com uma velocidade que surpreendeu Eden. Então Eden

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sentiu uma picada no braço e olhou horrorizada para a mulher pouco antes de o quarto ficar fora

de foco e a cada instante mais difuso.

Abriu a boca para gritar por socorro, mas viu-se incapaz de dizer qualquer coisa, muito

menos gritar.

A camareira a pegou pelo braço e colocou o cano de uma pistola em sua lateral, com uma

expressão ameaçadora, enquanto ficava turva e fora da visão de Eden. Deus, ela tinha que se

recompor. Tentar superar os efeitos da droga. Desta vez, só tinha que confiar em si mesma para

sair do problema. E não havia nenhuma maneira no inferno que ela decepcionaria Swanny.

— Agora me escute, — disse a camareira, todos os traços de seu sotaque desaparecidos. —

Você vem comigo e vamos sair pela entrada de manutenção lateral e se fizer um movimento

errado, um único som, vou matá-la onde você está. Balance a cabeça se entendeu.

Demorou um esforço considerável para Eden assentir. As drogas a prejudicaram o

suficiente, mas o terror paralisou o resto dela.

Tropeçou quando a empregada começou a avançar, seu aperto dolorosamente firme no

braço do Eden e a arma cutucando sua lateral, com toda a certeza deixando hematomas na pele.

A camareira arrastou-a em direção ao elevador e apertou o botão para o subsolo, um nível

abaixo do saguão, que era restrito apenas aos empregados. A empregada inseriu um cartão que a

identificou como funcionária do hotel e o elevador desceu ao nível do subsolo.

Para horror absoluto de Eden, quando a empregada a puxou do elevador, ela quase

tropeçou no corpo de outra empregada. Havia uma ferida de bala na testa dela, bem entre os

olhos e a cabeça da mulher pendia para o lado, os olhos abertos e vidrados com a morte.

O estômago de Eden deu uma guinada e o mundo ficou ainda mais tonto ao seu redor, as

drogas tornando-a incapaz de fazer qualquer coisa, exceto ser mansamente levada à saída. A

empregada abriu a porta, fez uma rápida verificação no beco e, em seguida, empurrou Eden no

banco de trás de um pequeno Peugeot. Ela se inclinou sobre Eden e rapidamente colocou uma fita

adesiva em sua boca e, em seguida, virou-a rudemente, empurrando os braços para trás e

algemando-os.

Tudo levou poucos segundos, mas o tempo havia praticamente parado para Eden e tudo

estava se movendo em câmera lenta, terror e impotência enchendo-a quando percebeu que

estava sendo sequestrada. A mulher, quem quer que fosse, já matou pelo menos uma pessoa para

ganhar acesso ao hotel. Era óbvio que assassinato não significava nada para ela e agora segurava a

vida de Eden em suas mãos.

Lágrimas reuniram-se nos cantos de seus olhos quando o carro manobrou para fora do

beco e entrou no tráfego de Paris. Tinha certeza que essa mulher significava sua morte. Mas onde

ela a estava levando? E por quê?

Swanny, seu pai e seus irmãos passaram pela sua consciência nebulosa. Nunca os veria

novamente. Pior ainda, eles provavelmente nunca saberiam o que aconteceu com ela. Lágrimas

caíram de seus olhos, quentes contra sua pele gelada. Chorou por tudo o que ela perderia e pela

dor que seu desaparecimento causaria a Swanny e sua família.

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E então orou para que Swanny e sua equipe, de alguma forma, de algum jeito,

milagrosamente encontrassem uma maneira de salvá-la antes que fosse tarde demais. Swanny

não tinha desistido, quando confrontado com o impensável. Ele sobreviveu a meses de tortura e

degradação e saíra vitorioso, nunca dando aos animais que tentaram quebrá-lo a satisfação de

fazê-lo.

Ela baseou-se em sua força agora, a memória de tudo o que ele sofreu. Ele merecia alguém

do mesmo calibre, que tivesse a mesma atitude de nunca desistir e determinação para sair

vitoriosa.

Reuniu essas coisas para ela, segurando-as com força, deixando-as — e Swanny —

brilharem em sua mente. Porque algo no mais profundo de sua alma percebeu que precisaria

explorar reservas que ela não tinha certeza que possuía. Mas maldição se iria cair sem lutar!

Capítulo 33

Swanny estava esperando impacientemente no saguão com seus companheiros de equipe,

verificando o relógio e murmurando baixinho. Não gostava de deixar Eden sozinha, não importa

que a ameaça a ela tivesse sido eliminada. Seus instintos não estavam tranquilos. Estavam

disparados como filhos da puta.

Decidindo que tudo se danasse e arriscando decepcioná-la já que ela queria fazer uma

surpresa, virou-se e seguiu a passos largos em direção ao elevador apenas para aliviar seus

instintos desvairados quando Hancock invadiu a entrada do hotel, os traços vincados de raiva e...

Preocupação.

Foi a preocupação que parou Swanny, pois nada preocupava Hancock. O cara era um

autômato e só tinha uma expressão. Bem, isso não era exatamente verdade. Quando ele viera ao

quarto de Eden, era como se um estranho houvesse tomado temporariamente seu corpo, porque

o homem realmente mostrara emoção e ternura com Eden. Havia afeição óbvia entre os dois, e

Swanny ainda não conseguia superar o fato de que Hancock considerava Eden e a família dela

como sua própria família. E ele a chamou de docinho. Pelo amor de Deus...

— Onde diabos está Eden? — Hancock exigiu saber.

Típico dele, nenhuma saudação, nenhuma cordialidade. Era o jeito de Hancock e, bem,

também era o de Swanny. Ambos iam direto ao assunto, sem conversa fiada no caminho.

— Ela está em no quarto terminando de se vestir para festa de lançamento de hoje à noite,

— Swanny informou. — Deve estar descendo a qualquer momento.

— Filho da puta! — Hancock praguejou. — Você a deixou desprotegida, mesmo por alguns

minutos? Que tipo de operação está sendo executada aqui? Tenho informações que você precisa

saber imediatamente.

Com isso, toda a equipe de Swanny ficou atenta e se aglomerou ao redor, todos alertas,

enquanto esperavam Hancock continuar.

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— Bem, já que, obviamente, você eliminou a ameaça para ela, não faz um inferno de

sentido que esteja surtando, — Joe falou lentamente, olhando incisivamente para Hancock para

que ele soubesse que a KGI estava bem consciente de quem pegou Sanchez.

Hancock praguejou novamente.

— Ele não era a ameaça. Nunca foi.

— Que porra é essa que você está dizendo? — Swanny exigiu. O medo em seu estômago se

intensificou. Porra, ele sabia que algo não estava certo, e deveria ter batido o pé e nunca ter

concordado em dar a Eden dez minutos sozinha para terminar de se vestir.

— Versão curta e rápida, — Hancock os interrompeu. — Eddie entendeu errado. Ele

pensou que a mãe e a filha foram mortas quando a missão deu errado. Ele assumiu que era o filho

quem estava em busca de vingança depois que eu matei o pai após ele matar a mãe de Eden. Mas

isso nunca fez sentido para mim. Se ele estava em busca de vingança, uma esposa para uma

esposa, então por que não ele matou Eden? Esposa por esposa, filha por filha.

O nível de pânico de Swanny estava atingindo proporções épicas. Ele não gostava nem um

pouco de onde isso estava indo.

— Vamos para o quarto dela! — Hancock esbravejou. — Contarei o resto no caminho.

Quero garantir que ela esteja segura, porque a ameaça não foi eliminada.

Com isso, Swanny e toda a equipe começaram a correr, Swanny batendo no botão de

chamada do elevador.

Quando entraram no elevador, Hancock continuou.

— A filha sobreviveu. As pessoas simplesmente pensaram que ela foi morta no fogo

cruzado. Não é o maldito filho que está atrás de Eden. É a filha. Isso explica porque os atentados

contra a vida de Eden foram tão ineptos. Não é um assassino de aluguel que está atrás de Eden. A

filha está atacando por conta própria.

— Filha da puta! — Swanny praguejou. — Porra, Hancock. Você nunca ouviu falar da porra

do telefone? Por que diabos não nos avisou imediatamente em vez de esperar até que chegasse

aqui para desembuchar? Você fala sobre não fazermos o nosso trabalho, mas se Eden significa

tanto assim para você, então, por que diabos não pegou o telefone e nos avisou?

— Porque pensei que você iria continuar a fazer o seu maldito trabalho! — Hancock

estalou. — Eu vim direto para cá depois eliminar o filho e o segurança. Foi lá que encontrei a

correspondência da irmã dele implorando-lhe para não ir atrás de Eden. Para interromper o ciclo

de vingança e retribuição. Em tudo isso, parece que o filho é o único pelo menos metade

inteligente. Mas só descobri isso depois que eu o matei. Eu estraguei tudo. Admito. Deveria tê-lo

feito falar, porque ele não merecia morrer. Ele tentou conversar com a irmã para fazê-la mudar de

ideia, mas ela é louca e obcecada por fazer Eden e Eddie sofrerem e matar Eden. Ela quer que

Eddie saiba, que veja sua filha sofrendo e isso pode ser a única maldita coisa que nos dará tempo

para encontrá-la antes que ela mate Eden.

O sangue nas veias de Swanny congelou. O pavor agarrou-o pelo pescoço e não soltou. Oh,

Deus, por favor, permita que Eden esteja no quarto do hotel onde ela deveria estar. Não importa o

que acontecesse, ele não deixaria o lado dela até que o lunático enlouquecido que estava

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tentando matá-la fosse morto. Amaldiçoou a si mesmo por relaxar a guarda mesmo que por um

momento. Não importa como lindamente Eden pediu alguns minutos para se vestir e encontrá-los

no saguão, ele deveria ter insistido em permanecer com ela o tempo todo. Esperava pelo inferno

que seu erro não custasse a vida de Eden. Ele nunca poderia viver consigo mesmo. Nunca poderia

viver sem ela.

Correram para fora do elevador, armas em punho, e quando chegaram à suíte, Swanny

ficou gelado de medo.

A porta não estava completamente fechada, o carrinho da arrumadeira obstruindo

parcialmente a entrada. Empurrou-o para dentro, arma levantada, sua equipe flanqueando-o

enquanto entrava no quarto.

— Eden! — Swanny berrou. — Eden, você está aqui?

Eles correram, espalhando-se rapidamente. Swanny correu para o quarto só para encontrá-

lo vazio. Uma verificação rápida no banheiro deu em nada, e ele começou a suar enquanto o

pânico o agarrava pelas bolas.

— Ela não está aqui! — Hancock gritou. — Movam-se! Temos que procurar no hotel de alto

a baixo. Vai, vai, vai!

De alguma forma, Hancock foi emparelhado com Swanny e desceram as escadas, correndo

para baixo, passando por todos os andares. Nathan, Joe e os outros fariam uma varredura andar

por andar, mas Swanny sabia que se Eden tivesse sido raptada, seu sequestrador não estaria por

perto.

Correram para o piso do subsolo e usaram a chave de acesso fornecida pela segurança do

hotel para abrir a porta que dava para a escada. Enquanto viravam a esquina onde o elevador

parou, Hancock soltou uma maldição.

Swanny viu a arrumadeira deitada no chão, com os olhos vidrados com a morte, um buraco

de bala na testa, diretamente entre os olhos. O sangue já coagulado, e ela estava fria, e o rigor

estava começando a se estabelecer.

Filha da puta. A filha maluca entrara no quarto de Eden, passando-se por arrumadeira e

usou o cartão chave da arrumadeira que ela baleou e matou.

Swanny correu rapidamente para a saída, abrindo a porta, abaixando-se, na esperança de

que não fosse tarde demais e conseguissem colocar uma arma sobre a cadela louca que levara

Eden de seu quarto de hotel.

O que o incomodava mais e encheu-o com pânico esmagador era como ela saiu com Eden

sem problemas. Eden foi treinada em autodefesa. Ela podia cuidar de si mesma em uma situação

ruim. Então a única maneira que alguém iria levá-la para fora de um hotel, sem ninguém saber, e

sem um inferno de uma luta seria se Eden tivesse sido drogada.

Pensando no quarto do hotel, não havia nenhum sinal de luta. Nada estava fora do lugar.

Apenas o carrinho da arrumadeira, e a porta fora deixada aberta. Ela tinha que ter sido drogada.

Era a única explicação.

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Com uma empregada chegando, Eden sendo Eden, teria sido simpática e acolhedora, sem

suspeitar que a arrumadeira pudesse ser um perigo para ela. Especialmente já que Swanny

assegurara que a ameaça foi cuidada.

Idiota estúpido.

Isso era sua maldita culpa. Nunca iria superar sua completa idiotice. Nunca seria capaz de

fazer as pazes com ela, mesmo que tivesse a chance, e orou para que tivesse essa chance. Que a

encontrassem antes que fosse tarde demais. Não podia imaginar qualquer outra opção, ou iria

perder a cabeça.

— Pare de recriminar-se, — Hancock disse rispidamente. — Isto é tanto minha culpa,

quanto sua. Não vamos conseguir nada pensando em se, deveria ou poderia neste momento.

Temos que ficar juntos e encontrá-la.

— Precisamos do status do vídeo da vigilância, — Swanny disse severamente quando ele e

Hancock concluíram a varredura do beco e estacionamento.

— Deixe isso para mim, — disse Hancock. — Posso não ser o nerd que Donovan é, mas sei

algumas coisas de computadores e eletrônicos. Você pode fazer o serviço pesado e eu vou

desencavar o que precisamos.

Os dois correram para dentro e foram direto para a mesa de segurança. Confrontado por

dois grandes homens muito irritados, o chefe de segurança sequer protestou. Levou-os para a sala

de vigilância e deixou Hancock assumir.

— Houve um apagão mais cedo, — o cara de segurança disse em um inglês impecável, a

expressão sombria enquanto relatava a informação. — As imagens piscaram e sumiram por alguns

minutos, provavelmente quando a senhorita Sinclair foi tirada. Mas temos uma câmera no

corredor, então se elas saíram por lá, e provavelmente saíram, dada a localização da empregada

assassinada, vocês podem pegar as imagens do veículo e obter uma placa, pelo menos.

Hancock digitou furiosamente, percorrendo as filmagens antes do apagão e depois focando

no beco quando as câmeras ficaram online novamente.

— Filha da puta! — Hancock respirou rapidamente.

Swanny se inclinou para frente para ver uma mulher empurrando Eden na parte traseira de

um Peugeot marrom e, em seguida, inclinando-se sobre ela por alguns segundos. Quando ela se

afastou puderam ver Eden deitada na parte de trás, algemas brilhando em seus pulsos.

O sequestrador evitou mostrar o rosto para a câmera. Cabelo mais escuro pendurado nas

costas e a pele bronzeada. Ela era menor que Eden, mas era atarracada. Seus braços eram

musculosos como se tivesse um rigoroso regime de exercícios. Os ombros eram largos e

quadrados e não havia nenhum indício da curva dos seios através do uniforme que ela se

apropriou da empregada que matou.

Em seguida, o Peugeot foi embora e Hancock deu um zoom na placa. Hancock latiu o

número para o segurança e instruiu-o a entrar em contato com a polícia para colocar um alerta

para o veículo com o número da placa.

Swanny falou pelo rádio com sua equipe, e disse-lhes para interromperem a busca dos

quartos do hotel e relatou o que ele e Hancock descobriram.

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— Precisamos ampliar nosso perímetro e nos certificarmos de cobrir as fronteiras,

aeroportos, estações de trem, qualquer transporte público à procura do carro. Precisamos de

tantos olhos e ouvidos quanto possível, — Swanny disse com a voz sombria.

— Vou chamar Sam. Pedir para enviar mais equipes para que tenhamos toda nossa mão de

obra voltada para encontrá-la, — Joe respondeu.

— É muito tarde para isso! — Hancock estalou. —Ela não vai sobreviver o tempo suficiente

para os malditos Rio e Steele chegarem à cidade. Nós temos que encontrá-la e encontrá-la agora.

— Não fale merda, idiota! — Swanny rosnou. —Se você acha que vou esperar alguém

chegar para procurá-la, você pode ir se foder.

Hancock ficou em silêncio e olhou longa e duramente para Swanny.

— Você está apaixonado por ela, — ele disse em voz baixa.

— Minha relação com Eden não é da sua maldita conta! — Swanny disse friamente.

Hancock empurrou o rosto no de Swanny, nariz com nariz com ele.

— É aí que você está errado, — Hancock rosnou. — Eden é minha irmã em todos os

sentidos que contam, exceto o sangue. Sua família é a coisa mais próxima que tenho de família, e

farei o que for preciso para protegê-la.

— Então pare de enrolar e vamos indo, — Swanny falou entre os dentes. — Porque não

estamos fazendo nenhum bem discutindo como malditas crianças. Ela é a minha vida e eu me

recuso a descansar até tê-la de volta.

— É justo, — Hancock disse calmamente. — Vamos indo.

Capítulo 34

Duas horas de extensa procura por Eden, e Swanny estava em desespero absoluto. A cada

segundo que passava, sentia Eden escorregar mais e mais longe. Ele orou como orava desde que

ele, Nathan e seus companheiros foram presos em um buraco afegão.

Shea e sua irmã Grace foram anjos enviados por Deus. Swanny sabia disso em seu coração.

Mas agora ele precisava de outro milagre. Como o que ele e Nathan receberam quando fugiram.

Era também em momentos como estes que Swanny desejava que o dom de telepatia de

Shea não fosse aleatório. Que ela pudesse de alguma forma chegar a Eden e ajudá-los a encontrá-

la. Grace seria de mais ajuda, mas pelo tempo que Rio demoraria para trazê-la aqui, seria muito

tarde para Eden.

Seu estômago estava em um nó permanente e mesmo que se recusasse até mesmo a

considerar o pior cenário, que Eden já estava morta, não podia evitar a onda de tristeza que

ameaçava colocá-lo de joelhos.

Ele não podia perdê-la. Sua vida foi boa antes. Não se considerava feliz, mas também não

poderia dizer que era infeliz. Sua vida era bem ordenada. Seu foco absoluto era a KGI e sua equipe,

as missões e o vínculo que tinha com a família Kelly.

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Marlene Kelly, a matriarca do clã Kelly, o puxara para o rebanho, adotando-o

instantaneamente como dela e o tratava como seus filhos reais. Esse amor e lealdade estendiam-

se para suas noras e todos os outros que foram adotados na família Kelly.

Mas agora? Ele não podia suportar a ideia de voltar para sua existência estéril. Não podia

imaginar sua vida sem Eden. Ela era o seu próprio raio pessoal de sol, seu calor envolvendo-o

apenas por estar no mesmo ambiente.

Mentalmente, repreendeu a si mesmo. Tais pensamentos terríveis não faziam nenhum

bem, e não estava dando a Eden o crédito que ela merecia. Ela era uma lutadora. Iria encontrar

uma maneira de sobreviver até que Swanny a encontrasse.

E ele iria encontrá-la. Mesmo se tivesse que virar todo o maldito mundo em sua busca, iria

encontrá-la ou morreria tentando.

Seu celular seguro tocou e ele arrancou-o, sabendo que era um de seus companheiros de

equipe. Hancock fez uma pausa, diminuindo a velocidade do veículo que ele e Swanny ocupavam e

em sintonia com a conversa.

— Swanny, é Joe. Onde você está agora?

Swanny inclinou-se para verificar o nome da rua a poucos metros de distância de onde

Hancock estacionara. Relatou o cruzamento para Joe e ouviu o suspiro de alívio dele.

— Estamos a cinco minutos daí. Fique aí. Eddie falou com o sequestrador de Eden e você

precisa ver isso, cara. Mas você vai ter que manter a calma e a cabeça fria. Eden precisa de você —

de todos nós — e você não pode deixar a emoção anuviar seu julgamento, porque vamos ter que

entrar e espero pelo inferno que não seja tarde demais.

— Que porra é essa? — Swanny rugiu. — O que você sabe? Que diabos Eddie disse que o

sequestrador falou?

— Não foi o que ele disse. Foi o que ele enviou. Apenas fique aí. Estaremos aí em três

minutos agora.

Swanny soltou um palavrão cabeludo quando Joe desconectou sem maiores explicações.

Em seguida, ele fechou o telefone frustrado, seu sangue bombeando loucamente pelas veias.

— Que porra ele disse? — Hancock exigiu saber. — Joe teve notícias de Eddie? Por que

diabos ele não entrou em contato comigo? Fui eu que disse para ele, Raid e Ryker para ficarem

calmos quando eles perderam o controle depois do ataque da RPG. Eu lhes disse que iria cuidar do

assunto e eles acabaram de entrar no meu caminho. Eles deveriam ter enviado a informação que

receberam para mim.

— Não tenho a menor ideia, — Swanny falou entre os dentes cerrados. — Estou me

lixando para os porquês ou quem chamou quem. Joe disse que Eddie mandou alguma coisa e

depois disse para eu não perder a cabeça e manter o foco. Agora você me diz. Isso soa bem para

você?

O pesado sarcasmo — e uma boa dose de terror — foram registrados por Hancock. Ele

perdeu um pouco de sua beligerância e empalideceu.

— Jesus, — ele sussurrou. — Que porra poderia ser? Deus, não deixe que seja uma imagem

de seu corpo morto.

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— Cala a boca! — Swanny falou colérico, sem se importar que estava perigosamente perto

de perder todo o controle e simplesmente implodir. — Joe disse que tínhamos de ir e tirá-la de

onde ela está antes que seja tarde demais. Isso significa que ela não está morta. Ainda.

Hancock ficou em silêncio e não parava de olhar para o relógio. Alguns momentos depois, a

equipe de Swanny rugiu em dois veículos, divididos para cobrir mais terreno. Swanny estava fora

do carro correndo em direção de Joe antes que ele pudesse até mesmo sair.

Hancock estava bem nos calcanhares de Swanny, ignorando as incessantes buzinas de

motoristas irritados que Hancock bloqueara ao parar na esquina do cruzamento.

— Mostre-me — Swanny disse sem rodeios.

Joe hesitou, o que fez as entranhas de Swanny torcerem em uma enorme bola. Mal podia

respirar devido ao pavor que o estava agarrando.

— Mostra logo, raios! — Hancock exigiu. — Estamos perdendo o maldito tempo plantados

aqui. Ela está viva? Seja o que for, vamos logo.

Joe passou a mão pelo cabelo e, em seguida, tirou o telefone por satélite.

— Eddie ligou um tempo atrás em pânico. A sequestradora de Eden enviou um vídeo para

ele, porque queria que Eddie visse o que ela estava fazendo com Eden. Ela zombava dele, dizendo

que estava matando Eden lentamente. Disse-lhe que sua vingança estaria completa porque iria

matar Eden e queria que ele a visse morrer. O que nos leva a crer que ela vai enviar outro vídeo.

— Mostre-o, — Swanny disse, as narinas dilatadas.

Joe suspirou.

— Isso não é fácil de ver, cara. Mas você precisa manter a calma. Donovan está

trabalhando para ver se consegue rastrear a localização dela. Esperemos que ele encontre a mina

de ouro e seja capaz de dar-nos um local específico, ou inferno, se ele conseguir ao menos nos

indicar a vizinhança em geral, a encontraremos.

Antes que Swanny ou Hancock pudessem dizer para ele parar de adiar e mostrar o maldito

vídeo, Joe virou o telefone e apertou o botão iniciar.

A súbita ingestão de ar de Hancock foi ouvida acima do barulho do trânsito e as buzinas

incessantes.

Swanny se sentiu esmurrado, enquanto olhava para o desenrolar dos acontecimentos na

frente dele. Ficou paralisado, totalmente paralisado. Nunca sentiu horror a este grau. Nem mesmo

quando ele e Nathan foram torturados e passaram fome por dois meses no inferno.

Eden estava amarrada a uma cadeira e sangue cobria seu rosto enquanto a sequestradora

fazia mais um corte em seu rosto, esculpindo uma linha meticulosa da bochecha até debaixo do

queixo.

Os gritos de dor de Eden trouxeram lágrimas quentes aos olhos de Swanny. Ele os fechou,

incapaz de suportar por mais tempo. Não se preocupou em enxugar as lágrimas. Estava arrasado

com o que viu Eden ter de suportar. A mulher estava sistematicamente torturando-a e

provocando-a com sua morte iminente.

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— Foco, porra! — Hancock gritou. — Precisamos estudar o vídeo, ver se podemos

encontrar alguma coisa que nos ajude a identificar sua localização. Segure a onda, Swanny. Eden

precisa de nós. Você não poderá ajudá-la se perder o controle agora.

Swanny visivelmente sacudiu sua tristeza e raiva e reorientou sua atenção na tela borrada

de lágrimas na frente dele.

— Comece novamente, — Swanny falou com voz sufocada. —Hancock está certo.

Precisamos olhar para além de Eden para ver se conseguimos localizar qualquer coisa que nos

ajude. Ela não tem muito tempo. Quando essa cadela louca se cansar de torturá-la e provocar

tanto a ela quanto Eddie, ela vai matar Eden e o próximo vídeo que recebermos será de seu corpo

morto.

Foi necessário todo o controle de Swanny para deixar de lado suas emoções e olhar para

isso com o distanciamento que sempre teve em outras missões. Não conseguiria enfrentar a

situação enquanto sua mente estivesse nublada e consumida com medo por Eden. Precisava

ignorar e fazer seu trabalho. A qualquer custo.

Apoiando-se e obrigando-se a estudar o vídeo com objetividade, se concentrou nos

arredores. Desta vez, Joe silenciou o vídeo porque o único som eram os gritos de Eden e Swanny

não podia suportar ouvi-los novamente. Saber que ela estava em agonia era duro o suficiente.

Ouvir novamente mandaria Swanny direto sobre seus limites. E ele estava perigosamente perto de

perder a cabeça. Um empurrão e explodiria.

Algo chamou sua atenção e sua pulsação aumentou, tanto que podia senti-la batendo nas

têmporas e no pescoço.

— Volte um pouco, — Swanny ordenou.

Ele inclinou-se, tomando o telefone de Joe, e em seguida, iniciou o vídeo novamente,

trazendo o telefone mais perto de sua visão.

Lá. Lá estava!

Oh Deus. Ela estava usando seu colar!

Ele entregou o telefone a Joe, seus movimentos frenéticos enquanto procurava o

localizador GPS no bolso. Maldição. Por que não tinha pensado nisso antes? Ficou tão abalado no

quarto do hotel, que ainda não tinha pensado em procurar o colar. Pensou que ela usaria algo

muito mais glamoroso na festa de lançamento.

— Que diabos! — Hancock exigiu saber. — O que está acontecendo? O que você viu?

— O colar, — Swanny respondeu asperamente enquanto arrancava o localizador. — Eu dei

a Eden um colar com um dispositivo de rastreamento. Disse a ela para usá-lo quando não

estivesse filmando ou em um evento. Nunca esperei que ela o usaria esta noite. Essa deve ter sido

a surpresa que ela planejou para mim e por que não queria que eu a visse se vestir. Sim, eu dei a

ela como um presente, algo especial, mas meu foco principal era o de ter uma maneira de

certificar-me de que estivesse a salvo, se eu não estivesse com ela por algum motivo. Mas ela não

sabia que tinha um chip. Eu não queria que interpretasse mal o gesto.

Todos se empurraram para frente enquanto Swanny se atrapalhava com o localizador, as

mãos tremendo tanto que mal conseguia digitar os comandos para obter a localização de Eden.

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— Vamos, vamos, — Swanny entoou frustrado. — Ela não pode ter ido longe demais neste

período de tempo.

Bingo! Alívio o esmagou com o seu peso. Havia um ponto piscando no mapa de Paris. Eden

ainda estava na cidade!

— Eu a encontrei! — Swanny gritou. — Vamos vazar!

Capítulo 35

Eles saíram rapidamente em dois veículos, empurrando clips de balas nos rifles de assalto e

posicionando facas e granadas flashbangs.

Swanny dera o localizador de GPS para Joe, que estava dirigindo, levando ele e Hancock

enquanto Nathan, Edge e Skylar estavam no outro veículo.

Usando imagens de satélite, foram capazes de encontrar a imagem do local exato que dava

a posição de Eden. Era uma casa na periferia de Paris, bem para o sul, em um subúrbio com casas

com curtas distâncias entre elas.

Tiveram que certificar-se que sua entrada fosse limpa e nenhum inocente fosse pego no

fogo cruzado. Swanny rezou durante todo o caminho. Orou para que Eden estivesse viva. Orou

para que a sequestradora não tivesse descoberto que o colar era um dispositivo de rastreamento

e o tivesse deixado na sua posição atual como um chamariz. Porque, se fosse esse o caso, estariam

bem e verdadeiramente fodidos. Teriam que começar do zero novamente, e cada minuto precioso

contava.

— Dirija mais rápido, porra! — Swanny falou agitado.

— Estou mantendo o carro no chão, cara, — Joe respondeu, com uma expressão sombria.

— Fica frio. Não podemos permitir que a emoção obscureça seu julgamento. Não sabemos com

certeza se ela está no mesmo lugar que o dispositivo de rastreamento está e não queremos

invadir a casa de um civil e explodir todos para o inferno.

Swanny rangeu os dentes. Besteira. Deixar que seu julgamento fosse obscurecido pela

emoção? Como diabos conseguiria não estar até com os globos oculares mergulhados em emoção

e adrenalina? Sem mencionar o maldito terror. A mulher que ele amava estava sofrendo

horrivelmente. Sabia muito bem o que ela estava enfrentando e ele foi treinado para resistir a

tortura nas forças armadas. A violência não tinha tocado Eden até recentemente. Ela não foi feita

para a dor e desfiguração.

Lágrimas encheram e queimaram seus olhos, mas piscou para afastá-las, sabendo que

precisava da visão perfeita e sentidos aguçados. Poderiam ter apenas uma chance. Se ameaçada, a

mulher maluca provavelmente mataria Eden, mesmo sabendo que ela estava prestes a morrer

sozinha.

Hancock, que estava estudando o mapa do bairro, levantou a cabeça.

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— Parece que há duas entradas. A julgar pelo fundo no vídeo, a minha aposta é que é no

nível do subsolo. Estava escuro com paredes de concreto e piso aparentando empoeirado e

úmido.

— Então vamos em silêncio, sem sermos detectados, e então os pegaremos de surpresa

com uma flashbang. Eden ficará desorientada, mas provavelmente já esteja devido às drogas, —

Swanny disse em um tom sombrio.

— Nathan e eu iremos à frente, — disse Joe do assento do motorista. — Você e Hancock

irão na parte de trás. Sky e Edge cobrirão a frente e as costas apenas no caso de ela passar por

vocês.

— Como se no inferno ela passaria por mim, — Swanny protestou.

Hancock assentiu com a cabeça, quase parecendo ofendido pela ideia de que alguém iria

passar por ele.

Dez dos minutos mais longos de sua vida depois pararam três casas abaixo da casa onde

sinalizava a presença de Eden.

Desceram, espalhando-se rapidamente para fora, armas levantadas. Joe fez sinal para

Nathan e então deu um sinal com a mão para Edge e Skylar protegerem uma saída, enquanto

Swanny e Hancock começaram a correr, rapidamente limpando uma das cercas de ferro entre

uma casa vizinha e a parte de trás da casa onde Eden estava sendo mantida cativa.

A porta estava trancada, mas Swanny rapidamente arrombou a fechadura e empurrou a

porta silenciosamente, pisando leve e silenciosamente pelo chão. Hancock seguiu de perto atrás

dele, uma pistola em uma mão e um rifle de assalto embalado no braço, a fita em volta do seu

braço ancorando-a em posição de tiro.

Eles congelaram bem na escada para o porão quando ouviram um grito gelado quebrar o

silêncio.

Alívio e raiva disputaram sua reação pelo grito de dor de Eden. Alívio por que ela estava

viva, e raiva que a cadela louca estava cortando-a pedaço por pedaço.

Swanny e Hancock se arrastaram escada abaixo, só parando quando ouviram um leve ruído

acima deles. Swanny girou, arma apontada, mas relaxou quando viu Nathan e Joe seguindo-os.

Ciente de que tinha cobertura, Swanny retomou sua descida silenciosa. Parou quando

chegou à parede que permitia que visse o interior do porão. Não queria que a mulher desconfiasse

que havia alguém aqui. Precisava chegar de surpresa sobre Eden e seu captor para que pudessem

atacar de forma estratégica.

Movendo-se centímetro a centímetro, parecendo que demorava horas, Swanny espiou ao

redor da beirada da parede e na área do porão mal iluminado.

Prendeu a respiração quando viu Eden amarrada à cadeira que aparecera no vídeo. Sua

cabeça estava inclinada, o sangue de vários cortes correndo por seu rosto. O algoz dela estava de

costas para Swanny e a equipe, e seu riso encheu a sala.

— Mais um vídeo, eu acho — disse ela em um tom presunçoso. —Algo para dar ao seu pai

para que se lembre de você. Então vou cortá-la e deixá-la sangrar e filmar a coisa toda. Seu pai vai

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pagar por tudo que ele fez. Por tirar a vida de minha mãe. A vida do meu pai. Por tirar a minha

vida por tantos anos.

Eden levantou a cabeça lentamente, seu olhar desfocado na mulher. Seus lábios se

curvaram e ela deu à mulher um olhar de puro ódio e desgosto. Era óbvio para Swanny que ela

estava em choque e provavelmente ainda lenta por causa das drogas. Mas foi o que ela fez depois

que surpreendeu Swanny e o encheu de orgulho, mesmo em meio a sua raiva e medo por ela.

— Vá se foder, — Eden resmungou.

Swanny fez o sinal de ir antes que a mulher pudesse retaliar. Em sua raiva, ela poderia

muito bem matar Eden naquele momento.

Swanny lançou uma flashbang na direção da cadeira de Eden e se abaixou rapidamente

atrás da parede para que ele e seus companheiros de equipe não sofressem os efeitos.

A sala explodiu com som e dois conjuntos diferentes de gritos subiram quando Swanny

entrou correndo, Hancock e os outros no seu encalço. A mulher estava de joelhos, segurando a

cabeça, mas ainda assim alcançou a arma às cegas, levantando-a na direção de Eden.

Swanny não hesitou. Colocou uma bala na parte de trás da cabeça da mulher, que fez com

que ela desabasse no chão. Então correu para onde Eden estava amarrada à cadeira, lágrimas que

não tinham nada a ver com a explosão queimando uma trilha pelo seu rosto.

Ele arrancou a camisa e colocou-a no rosto dela para parar o fluxo de sangue que cobria

suas bochechas e testa. Hancock foi para trás e rapidamente cortou a corda libertando Eden da

cadeira.

Ela imediatamente caiu para frente e Swanny a pegou em seus braços, balançando-a para

cima, embalando-a com firmeza.

— Eden! Eden, meu bem, fale comigo, por favor. Você consegue dizer alguma coisa? Está

machucada em outro lugar?

Ela piscou, confusão franzindo sua testa. Por um momento, o olhar dela prendeu-se ao

dele e alívio inundou seus olhos antes de ficarem brilhantes de lágrimas. Rasgou seu coração

diretamente para fora do peito vê-la tão frágil e vulnerável. Ele apertou os lábios em sua testa,

sem se importar com o sangue que sujou seu rosto.

— Swanny, — Ela sussurrou, com a voz rouca de tanto gritar.

— Sim, querida. Sou eu. Estou com você agora. Você está segura. Ninguém poderá

machucá-la agora.

— A-amo v-você.

Ele perdeu a batalha e soluços quebrados brotaram em sua garganta.

— Eu também te amo muito, querida. Deus, pensei que tinha perdido você. Pensei que

tinha perdido você. Eu não poderia suportar isso.

Ela fechou os olhos, dor contorcendo suas feições.

— Fique comigo, Eden, — Swanny disse enquanto virava-se para levá-la até as escadas. —

Fique comigo, baby. Eu vou te levar para o hospital. Tudo vai ficar bem. Juro pela minha vida.

— F-fique c-comigo.

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Sua voz era tão fraca que ele teve que se esforçar para ouvi-la. Beijou o cabelo dela,

querendo apenas tocá-la, assegurar-se de que estava viva e em seus braços enquanto subia as

escadas rapidamente.

— Nunca deixarei você, — ele prometeu.

Capítulo 36

Swanny seguiu para o hospital, no centro de Paris, embalando Eden em seus braços. Ela

não recuperou a consciência desde que disse que o amava, e isso o preocupava pra caramba.

Quem saberia ao que mais ela tinha sido submetida? E ele não foi capaz de deixá-la sair de seus

braços tempo suficiente para avaliar o resto de seu corpo para ver se havia lesões adicionais.

Seu coração estava sangrando por Eden. Estava tão tomado pela dor e culpa que mal

conseguia manter a compostura. Mas tinha que ser forte por ela. Tinha que ter certeza que ela

receberia o cuidado que tanto precisava. Não importa o quanto custasse. Utilizaria seus

investimentos e previdência privada para pagar os custos, se fosse necessário.

Ele foi recebido por uma enfermeira assustada e, graças a Deus, Edge estava com ele, já

que a enfermeira não falava uma palavra de inglês.

— Quero o melhor atendimento possível para ela, — disse Swanny, uma ponta de aço

envolvendo sua voz. — E quero o melhor cirurgião plástico para reparar os danos em seu rosto.

Não vou aceitar nada menos.

Houve uma enxurrada instantânea de conversa entre Edge e a enfermeira e, em seguida,

os olhos da enfermeira se arregalaram, e ela imediatamente pegou o telefone e falou rapidamente

para o receptor.

— Que diabos você disse a ela? — Swanny exigiu.

E por que diabos não a levaram ainda? Ela precisava de atenção médica imediata. Precisava

de raios-X e um exame completo da cabeça aos pés, para garantir que todas as lesões fossem

encontradas. Ele orou com todo fervor para que seus únicos ferimentos graves fossem os do rosto,

mas não tinha nenhuma maneira de saber exatamente tudo ao que ela foi submetida e isso o

eviscerava. Ele queria um relatório. Queria aliviar sua mente, apesar de sua preocupação com os

cortes estivesse substituindo tudo. Mas, enquanto ela vivesse, — contanto que não houvesse

graves lesões que colocassem sua vida em risco — ele poderia lidar. Porque não importava a

aparência dela, ele a amava. A ela. Não sua beleza deslumbrante ou o rosto profissional conhecido

por tantas pessoas. Amava quem e o que ela era. O coração dela. Não dava a mínima para as

cicatrizes, mas recusava-se a deixá-la suportar esse tipo de dor, um lembrete constante de seu

pesadelo pelo resto da vida. Sabia muito bem como era, e se estivesse ao seu alcance garantiria

que Eden nunca tivesse que sofrer isso.

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— Simplesmente expliquei quem era Eden e que deveria localizar absolutamente o melhor

cirurgião plástico na região. Ela está no telefone ligando para o melhor médico no campo da

cirurgia plástica para pedir que ele venha imediatamente.

Depois de mais alguns momentos, a enfermeira desligou o telefone e correu ao redor de

onde Swanny estava com Eden. Então, falou rapidamente com Edge, olhando para Swanny

enquanto falava.

— Oque? — Swanny exigiu. Odiava essa barreira da língua. Queria saber exatamente o que

estava acontecendo com Eden.

— Ela quer saber a sua relação com Eden e se você tem autorização para conceder

permissão para procedimentos cirúrgicos.

— Diga a ela que sou o maldito marido dela e serei a única pessoa autorizada a conceder

permissão para procedimentos médicos e quero saber exatamente o que está acontecendo em

cada passo do caminho.

Edge retransmitiu a resposta de Swanny, e a enfermeira parecia apaziguada pela

explicação. Em seguida, fez um gesto para Swanny segui-la. Sabendo que ele precisaria de Edge,

apesar de seu desejo de ter Eden para si, fez sinal para Edge vir também.

A enfermeira às pressas a levou para um cubículo privado e, em seguida, explicou que

enquanto esperavam o cirurgião plástico iriam fazer um exame médico completo, incluindo raios-

X e iriam preparar e limpar os ferimentos no rosto de modo que quando o cirurgião chegasse,

poderiam levá-la direto para a cirurgia.

— Apenas certifique-se que ela saiba que eu não vou sair daqui, — Swanny disse

teimosamente. — Fale para ela não se incomodar sequer em tentar me expulsar porque vou

acabar com esse maldito hospital até chegar onde ela está.

Um sorriso pairou nos lábios de Edge enquanto ele traduzia a ameaça de Swanny. Os olhos

da enfermeira se arregalaram e ela deu um passo apressado para trás como se o tom e a

expressão de Swanny a intimidasse completamente. Mas assentiu em concordância e instruiu-o a

colocar Eden na maca.

Swanny estava relutante em deixá-la até mesmo por um momento, mas a contragosto

colocou-a na cama e deu um passo para trás para que a equipe médica pudesse fazer seu

trabalho. Mas se manteve próximo e manteve Edge na sala para traduzir, porque não queria

perder uma única palavra.

Ficou de pé, braços cruzados, seu olhar nunca deixando Eden enquanto a equipe médica

corria para lá e para cá, realizando os exames. A raiva de Swanny só aumentou à medida que

tiraram a roupa dela e viu o extenso hematoma em sua caixa torácica e região dos rins.

Fechou os dedos em punhos apertados, tensão eriçando em ondas palpáveis. Seu

nervosismo sangrou até a equipe médica e eles se certificaram em manter Edge atualizado sobre

cada descoberta e o fato de que trariam um raio-X portátil para que não tivessem que movê-la de

sua posição atual.

Swanny assentiu em aprovação, mas sua expressão ficou sombria. Continuou olhando o

relógio, esperando o maldito cirurgião. Não queria que Eden acordasse e visse o rosto dessa

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forma, mesmo que fosse ver o curativo. Ela saberia que eles — os cortes — estavam lá. Mas ele

estaria condenado se a deixaria sofrer como ele, nem queria que ela guardasse lembranças

permanentes de uma experiência horrível. Não dava a mínima que legalmente não tinha o direito

de tomar decisões médicas em nome dela, mas lutaria com qualquer um que se opusesse as suas

decisões.

Em um momento ela pareceu se agitar e Swanny imediatamente prestou mais atenção.

Gritou uma ordem para Edge transmitir para a equipe de enfermagem. Ele a queria sedada até

que ela fosse para a cirurgia. De jeito nenhum queria que acordasse para o horror do que tinha

acontecido com ela. Não até que Swanny pudesse ter certeza de que recebera o melhor

atendimento absoluto e que os cortes no seu rosto foram medicados e curariam com perfeição.

Uma hora mais tarde, um médico entrou apressado vestindo roupas comuns. Foi

imediatamente para a cabeceira de Eden e retirou os curativos no rosto dela. Estudou

extensivamente, murmurando para si mesmo enquanto completava o exame.

Swanny estava se mexendo com impaciência, à espera que o cirurgião lhe dissesse alguma

coisa. Mais importante ainda, se o dano poderia ser desfeito.

Finalmente, ele se virou para Edge e Swanny. Para alívio de Swanny ele falou um inglês

impecável.

— Tivemos sorte que os cortes no rosto da Srta. Sinclair não são profundos. Acredito que

não haverá nenhum dano à pele. Os cortes são muito precisos e regulares. Em minha opinião um

bisturi foi usado para impor os cortes, o que certamente torna o meu trabalho mais fácil.

— Graças a Deus, — Swanny sussurrou.

— Eles a prepararão para a cirurgia e eu vou limpar-me e trocar de roupa e estarei

esperando no bloco cirúrgico por ela. Espero que a levem dentro de uma hora, e, claro, vamos

mantê-la confortável durante todo o processo.

Swanny estendeu uma mão trêmula ao médico.

— Agradeço muito. Obrigado por ter vindo tão rápido. Isso significa o mundo para mim.

— Sem problemas. Estou bem ciente de quem é a senhorita Sinclair e ela estampou capas

de muitas revistas. Será minha prioridade máxima — e prazer — garantir que nenhuma cicatriz

permanente permaneça. Sou muito bom no que faço, — o médico disse em um tom sério. — Não

tenho nenhuma razão para acreditar que a cirurgia não será cem por cento bem sucedida. Ela vai

precisar de tempo para se recuperar, é claro. Não vai voltar a trabalhar imediatamente, e

provavelmente vai precisar de procedimentos adicionais. Isso não vai acontecer do dia para a

noite, mas em minha opinião profissional o dano pode ser corrigido.

— Ela não levantará um dedo, — Swanny disse rispidamente. — E não enfrentará esses

procedimentos adicionais sozinha. Vou garantir que ela tenha tudo o que poderia precisar ou

quiser à sua disposição.

O cirurgião saiu e em questão de instantes, a equipe de enfermagem voltou e começou a

tarefa de preparar Eden para a cirurgia. Depois de alguns minutos, uma das enfermeiras virou-se

tristemente para Edge, embora ela incluísse Swanny em seu olhar.

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— Vamos levá-la para a sala de cirurgia para terminar os preparativos. Temos que ter

certeza que estamos em um ambiente estéril. Eu sei que é difícil não ser capaz de vê-la ou estar

com ela, mas prometo que ela está em boas mãos. Se você aguardar na sala de espera da cirurgia

no segundo andar, o atualizaremos periodicamente, e depois, quando ela for levada para a

recuperação, você poderá vê-la.

Swanny soltou um suspiro estrangulado, medo e alívio inundando-o. E se a cirurgia não

fosse um sucesso? Eden não era nem um pouco vaidosa. Mas não havia nenhuma maneira no

inferno que ele queria que ela sofresse, como ele sofreu com sua cicatriz facial. Seu rosto e corpo

eram sua carreira, e ele não tinha desejo que ela fosse forçada a se aposentar mais cedo. Queria

que ela tivesse escolhas, mesmo que essas escolhas a forçassem a seguir em uma direção

diferente da dele.

— Vamos, cara, — Edge disse calmamente, colocando a mão em seu ombro. — Vamos

encontrar os outros e seguir para a sala de espera. Se eu tivesse que adivinhar, Eddie e os irmãos

dela já estão sobrevoando o hospital. Eles vão querer saber tudo.

Swanny assentiu e relutantemente se permitiu ser levado do quarto de Eden. Foram para a

sala de espera do pronto-socorro, onde os outros estavam sentados. Hancock ficou de pé, a

preocupação gravada em cada sulco no rosto.

Antes que alguém pudesse perguntar, Swanny rapidamente repassou a situação para

todos. Hancock xingou e bateu com o punho em uma das cadeiras em frente a ele.

— Isso é culpa minha! — disse ele furiosamente. — Eu peguei a pessoa errada.

— Nenhum de nós estava procurando a irmã, — Joe disse calmamente. — Nos falaram que

a mãe e a filha tinham perecido na missão que Eddie liderava e que foi tudo para o inferno. Só fez

sentido focar o irmão após a ameaça que Eddie recebeu. Todos nós carregamos parte da culpa por

não descobrir isso até que fosse tarde demais. Nós aceitamos a palavra de Eddie, uma vez que

aconteceu anos atrás, e deveríamos ter pesquisado completamente toda a situação e ampliarmos

nossa procura além do filho.

Mas não importa quem estava levando a culpa, Swanny sabia em seu coração que ele e só

ele foi responsável pelo sequestro de Eden e sua subsequente tortura. Nunca deveria tê-la

deixado sozinha. Deveria ter insistido em estar com ela o tempo todo. O sequestrador passando-

se pela empregada nunca teria passado pela porta da suíte de Eden se Swanny estivesse lá.

Era um arrependimento com o qual ele teria que conviver pelo resto de sua vida.

Capítulo 37

As horas se estendiam, como se fossem dias. Cada minuto passava com uma lentidão

agonizante. Swanny era incapaz de se sentar. Andava pelos limites da pequena sala de espera da

ala cirúrgica enquanto Hancock e o resto de sua equipe se sentaram nos sofás e cadeiras, as

expressões sombrias.

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Eles sequer tentaram forçar Swanny a manter a calma ou sentar-se e tentar relaxar. Todos

sabiam como ele se sentia por ela. Também sabiam que, apesar do fato de que ele não tivesse

verbalizado, sentia-se responsável pelo sequestro e tortura de Eden.

Em determinado momento, como se já não fosse capaz de se conter, Skylar levantou-se e

foi até Swanny. Para sua surpresa, ela abraçou-o com força, e ele teve de abaixar a cabeça em

direção a sua constituição muito menor para ouvir o que ela sussurrou.

— Tente não se preocupar tanto, Swanny. Sei que você a ama, mas Eden é forte. Ela vai se

recuperar. Você já viu o pior em muitas situações, mas também viu as decisões difíceis com as

outras esposas. A KGI não falhou em uma missão ainda, e nós, maldição, certamente não

pretendemos falhar agora. Eliminamos a ameaça de verdade desta vez. Tudo em que Eden tem

que se concentrar é em se recuperar e ficar bem, e eu sei que você vai garantir que isso aconteça.

Swanny conseguiu dar um meio sorriso e abraçou-a de volta.

— Obrigado, Sky. Não vou mentir. Estou a um passo de perder completamente o controle,

como fiz mais cedo, mas isso não ajudará Eden em nada. Eu poderia não ter visto o colar e ter

fodido tudo se não tivesse me acalmado e assistido o vídeo objetivamente. E então ela ainda

estaria nas garras daquela cadela, provavelmente morta. Não consigo tirar aquela imagem da

minha cabeça, não importa o que eu faça. Invadir o cativeiro e ver Eden tão ensanguentada e

derrotada. Tenho certeza que nunca vou superar isso. Especialmente sabendo que foi minha

culpa.

Um brilho irritado entrou nos olhos de Skylar.

— Não foi sua culpa porra nenhuma. Swanny, não foi culpa de ninguém. Recebemos

péssimas informações e agimos baseado nelas. E por sua causa, fomos capazes de localizar Eden,

antes que fosse tarde demais. Lembre-se disso e esqueça o resto.

— Muito obrigado, — ele disse com a voz embargada.

Ele não podia dizer mais nada porque não mentira para Skylar. Estava perigosamente perto

de perder o controle. Quanto mais tempo ficavam sentados, ou melhor, ficavam de pé esperando,

mais o medo e a preocupação corroíam suas entranhas.

Seus pensamentos foram interrompidos quando Eddie, Raid e Ryker invadiram a sala de

espera, os olhos de Eddie selvagens. Ele parecia uns dez anos mais velho. Exaustão rodeava seus

olhos e as mãos tremiam.

— Como está ela? Onde ela está? — Eddie perguntou. — Quero vê-la imediatamente.

Hancock se levantou, colocando-se entre Eddie e seus filhos e Swanny e o resto da equipe.

— Foi minha culpa, — Hancock disse em voz baixa. — Eu peguei o homem errado. A filha

que você pensou que morrera no fogo cruzado sobreviveu. Era ela que estava perseguindo Eden e

tentando matá-la.

— Era ela que estava no vídeo? — Eddie perguntou com voz rouca. — Ela não disse nada,

somente enviou uma mensagem me provocando. Dizendo-me que a justiça finalmente seria feita,

mas eu não tinha ideia. Quer dizer, pensei que talvez fosse algum perseguidor louco que se tornou

obcecado com Eden. Maldição. Nunca sequer pensei em me concentrar em ninguém, exceto o

filho. Nada mais fazia sentido!

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— Não se torture sobre isso, — disse Hancock. — Todos nós somos responsáveis por não

proteger Eden da maneira que deveríamos.

— Onde ela está? — Raid perguntou sem rodeios.

Diante disso, Swanny avançou, não mais disposto a permitir que Hancock assumisse a

liderança com a família de Eden.

— Ela está em cirurgia, — Swanny explicou. — O melhor cirurgião plástico foi chamado

para reparar os cortes no rosto para que não haja cicatrizes permanentes. Ela tinha outros

ferimentos, mas nada sério. Foi tirado um raio X e fizeram exames minuciosos. Ela levou uma

surra, mas nada foi quebrado. O único problema são os cortes no rosto, e o cirurgião me garantiu

que poderia iniciar o processo para retornar seu rosto à aparência normal.

— E quem diabos autorizou tudo isso? — Ryker exigiu.

— Eu, — Swanny disse calmamente, preparando-se para as consequências que

provavelmente seguiriam.

Eddie e Raid deram-lhe olhares intrigados antes que Eddie finalmente encontrasse sua voz

novamente.

— Por que eu não fui consultado? Sou a família dela. Eu deveria ter sido, pelo menos,

mantido no circuito, e certamente deveria ter sido a pessoa que concederia permissão para

qualquer tratamento ou cirurgia. Que diabos você sabe sobre esse cirurgião? Você fez uma

pesquisa sobre ele?

Swanny levantou uma mão, a expressão dura parando o discurso em suas trilhas.

— Eu amo sua filha, Sr. Sinclair.

Ele incluiu os irmãos de Eden em seu olhar, enquanto passava o olhar pela família de Eden.

— E ela me ama.

Com isso, o choque registrou-se nos olhos da família dela. Os lábios de Eddie se separaram

como se estivesse prestes a dizer algo, mas Swanny impiedosamente continuou. Queria desenhar

a linha na areia aqui e agora apenas no caso de Eddie ter alguma ideia de assumir e deixar Swanny

de fora. Como o inferno que isso iria acontecer.

— Eu tomei as decisões. Disse à equipe médica que era marido dela. Eu posso não ser

agora, mas certamente pretendo ser, se Eden ficar comigo.

Ele tocou sua cicatriz, propositadamente chamando a atenção para ela, algo que nunca

teria feito no passado.

— Vocês estão vendo isso? É isso que você realmente quer para sua filha? Sua irmã? Não

há nenhuma maneira no inferno que eu a deixaria ficar com o rosto esculpido permanentemente

e com cicatrizes. A carreira é importante para ela, e eu nunca faria qualquer coisa para tirar suas

escolhas. Estarei preparado para o que ela quiser fazer depois, mas por Deus, ela vai ter escolhas.

Houve aceitação relutante nos olhos de Eddie e de seus filhos.

— Há quanto tempo ela está lá dentro e você sabe quando vai sair? — Ryker interrompeu.

Swanny suspirou, frustrado, pois já se passaram várias horas. E havia ainda outra questão

que tinham que resolver.

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— Eles saíram há meia hora e disseram que ela ainda estava em cirurgia, mas estava tudo

indo bem. O cirurgião está tomando seu tempo e sendo extremamente cuidadoso para garantir

que não haverá cicatrizes permanentes. Depois que ela for levada para a recuperação, alguém

poderá vê-la. E só para que você saiba, essa pessoa serei eu.

Ele olhou para a família de Eden com firmeza, como se os desafiasse a discutir.

— Quando ela se mudar para o quarto vocês poderão vê-la, — disse.

Eddie parecia que queria discutir. Havia um conflito evidente em seus olhos enquanto ele

pesava o assunto e decidia se queria protestar.

Então ele olhou para Swanny.

— Você ama minha filha? E ela te ama?

— Sim, senhor, — Swanny disse sem hesitar.

Os ombros de Eddie cederam um pouco, como se todo o ar escapasse de uma só vez.

— Certo. Eu não vou me opor a você entrar na sala de recuperação. Mas quero vê-la o mais

rápido possível.

— Há outra coisa que você deve saber, — disse Swanny enquanto Eddie sentava-se em

uma das cadeiras. — Eden sabe de tudo. Eu contei a ela na noite em que o veículo foi atacado. Eu

precisava que ela entendesse a magnitude do perigo que corria, e ela merecia saber o que diabos

estava acontecendo, quando o carro foi explodido, matando o motorista.

Eddie cobriu o rosto com as mãos, a emoção vencendo-o. Sua voz estava grossa com

lágrimas.

— Deus, isso é minha culpa. Tudo isso. Jurei que nunca nada iria tocar meus filhos. E agora

Eden está pagando por meus pecados passados. Eu não sei como ela vai ser capaz de olhar para

mim agora.

Swanny suavizou a dor óbvia do homem mais velho.

— Senhor, há uma coisa que aprendi sobre a sua filha em um tempo muito curto. Ela tem o

maior, mais terno e piedoso coração do mundo. Sim, ela estava chateada e chocada quando

contei. Mas não tenho nenhuma dúvida de que ela não vai ficar com raiva de você, nem que irá se

recusar a vê-lo. Ela ama muito você e toda sua família. E isso não é o que Eden é. Ela não é uma

pessoa que odeia. Que guarda ressentimento.

— Você, de fato conhece bem minha filha, — Eddie disse calmamente.

Swanny girou rapidamente, esquecendo tudo sobre a família de Eden e os outros

ocupantes da sala quando seu nome foi chamado por uma enfermeira que acabara de entrar na

sala de espera. Ele correu em direção a ela, esperando por notícias sobre Eden.

Ele foi recebido por um largo sorriso.

— A senhorita Sinclair está fora de cirurgia e na recuperação. Está acordada, mas ainda um

pouco grogue e confusa. Você pode vê-la agora. Ela vai permanecer em recuperação por mais

quarenta e cinco minutos antes de a transferirmos para o quarto. Queremos ter certeza que as

dores estão sob controle e que ela não sofre náuseas pela anestesia.

— Mas ela está bem? — Swanny perguntou, prendendo a respiração até que estivesse

tonto.

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A enfermeira sorriu novamente.

— Sim, ela está bem. Venha agora. Vou levá-lo para vê-la.

Sem olhar para os outros, Swanny correu atrás da enfermeira, ansioso para ver Eden com

seus próprios olhos. Assegurar-se de que estava bem e acordada. Porque então teria que lidar

com a questão de saber se ela poderia perdoá-lo por permitir que isso acontecesse com ela.

A enfermeira lhe mostrou a sala de recuperação e apontou para Eden, que estava sendo

monitorada por uma enfermeira ao seu lado.

Swanny aproximou-se lentamente da cama, o estômago se apertando quando viu todas as

ataduras cobrindo o rosto dela.

— Ela está acordada? — Swanny sussurrou para a enfermeira em sua cabeceira.

A enfermeira sorriu e assentiu com a cabeça e, em seguida, fez um gesto para ele tomar o

assento do outro lado da cama.

— Eden? Eden, querida, você pode me ouvir? — Swanny perguntou em voz baixa.

Lentamente, Eden se virou em sua direção, os olhos ficando instantaneamente quentes

quando registrou sua presença.

— Eu sabia que você viria, — ela sussurrou com voz rouca. — Foi a única coisa que me

manteve sã. Sabia que você viria. Estava tão assustada ao pensar que nunca o veria novamente.

Lágrimas entupiram os olhos de Swanny, e a enfermeira que cuidava dos sinais vitais de

Eden discretamente se afastou.

— Como você pode sequer olhar para mim, sabendo que falhei com você? — Ele ofegou.

— Foi minha culpa você ter sido levada. Eu nunca deveria ter te deixado sozinha. Não sei como

conseguirei conviver comigo mesmo.

Fracamente, ela levantou a mão para sua bochecha e acariciou seu rosto delicadamente

com os dedos frios.

— Não foi sua culpa. Eu estava muito confiante. Eu deveria saber, mas já era tarde demais

quando me dei conta de que ela não deveria estar lá. Você me alertou e eu não ouvi.

Swanny estendeu-lhe a mão, pressionando a palma sobre os lábios dela enquanto as

lágrimas deslizavam silenciosamente pelo rosto dele.

— Eu a trouxe a esse hospital e insisti no melhor cirurgião plástico que Paris tinha a

oferecer. Não podia permitir que você vivesse com constantes lembretes de que aconteceu. Eu sei

como sua carreira é importante para você. Então tomei a decisão de autorizar que os cortes em

seu rosto fossem reparados. O cirurgião disse que em poucos meses, e com procedimentos

adicionais, você estará como nova.

Ela sorriu para ele, tanto amor em seus olhos que lhe tirou o fôlego. Deus, ela ainda o

amava. Ela dissera-lhe isso em seu último pensamento consciente quando ele a levou para longe

do horror que ela sofrera.

— Eu não me preocupo com meu rosto ou carreira, Swanny. Só me importo com você, —

ela disse, a sinceridade como um toque claro em sua voz. — Desde que eu tenha você, enquanto

você me amar, nada mais importa.

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Ele precisava de um longo tempo para se recompor. Para tentar se livrar das lágrimas e da

emoção que atava sua garganta com tanta força que ele não conseguia falar, ou respirar.

— Eu te amo, — disse com a voz entrecortada. — Eu te amo tanto, Eden. Você é um

milagre. Meu milagre. Um presente que eu nunca sonhei em receber. Estou tão grato por isso.

Você nunca saberá o quanto você significa para mim, mas posso dizer todos os dias para o resto

de nossas vidas o quanto eu te amo.

Os olhos dela se arregalaram e sua mão escorregou de entre as dele quando ela o encarou.

Limpando a garganta e entendendo por que ela estava olhando para ele em choque, fez

uma tentativa de reparar seu esforço completamente fracassado de pedi-la em casamento.

— Case-se comigo Eden, — ele disse em uma voz rouca e envolvida pelas lágrimas. — Fique

Comigo. Fique comigo para sempre. Sei que temos muito a trabalhar com nossas respectivas

carreiras e quero que você saiba que sempre apoiarei suas decisões. Nunca vou ficar no caminho

de sua carreira. Eu só quero você.

Desta vez foi Eden que se emocionou, os olhos brilhantes e cheios de lágrimas. Mas havia

um sorriso tão alegre em seu rosto que parecia incongruente com os seus arredores. Ela estava

em recuperação saindo da cirurgia. Deveria estar com dor e grogue e ainda assim ela iluminou o

quarto como o sol em julho sobre o Lago Kentucky.

— Vou casar com você, Swanny. Eu te amo tanto. E você está certo. Lidaremos com isso

quando chegar a hora. Mas, por agora, tudo que eu quero é ir para casa com você. Passar alguns

meses me recuperando. Então, poderemos resolver nossas carreiras e fazer compromissos. Isso é

o que o amor significa.

Ele se inclinou e beijou suavemente seus lábios, um dos poucos lugares do rosto que ela

não tinha um curativo.

— Não tenho um anel — ainda. — Mas você pode ter certeza absoluta que quando você

sair desse hospital estará usando meu anel. E então vou te levar para o Tennessee. Vou comprar a

casa perfeita no lago e você poderá sentar-se no deque e apreciar a água e não fazer nada mais do

que descansar e se recuperar, enquanto farei tudo para você.

Seu sorriso se alargou e ela enfiou a mão na dele, apertando.

— Meu pai vai querer levar-me ao altar e meus irmãos vão querer estar lá. Mas por outro

lado não quero muita bagunça. Sem paparazzi, nenhum anúncio público do nosso noivado ou

casamento e, certamente, sem malditas imagens do evento estampadas em todas as revistas. Esse

será o nosso dia e quero mantê-lo assim. Íntimo e privado.

— Falando de sua família, eles estão todos aqui. Chegaram há pouco tempo e estão muito

preocupados com você. Quando você for para o quarto vou avisá-los que podem vê-la. Mas, por

enquanto? Eu não me importo de ser egoísta e mantê-la só para mim.

Seus olhos brilhavam, apesar da sonolência da anestesia e da dor que ele sabia que deveria

estar sentindo.

— Concordo plenamente com seu egoísmo, porque confie em mim quando digo que vou

ser muito possessiva e passar muito tempo com você, só nós dois. Não consigo pensar em uma

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maneira melhor de me recuperar do que ficando com você, em nossa casa, com alguém que eu

amo mais do que imaginei amar outra pessoa.

O coração de Swanny inchou ao ponto de quase arrebentar. Ele sequer se importou com as

lágrimas que mais uma vez lotaram seus olhos. Esta mulher deitada em uma sala de recuperação

do hospital era tão forte e ainda assim infinitamente gentil e tão amorosa e generosa.

Sussurrou um agradecimento a Deus por devolvê-la com segurança para ele. Onde ela

pertencia.

E já estava imaginando a casa perfeita no lago. Com um deque perfeito e uma doca com

vista para a água, não muito longe do complexo da KGI, mas ele não tinha vontade de sequestrar a

si mesmo e Eden para morarem atrás dos muros do complexo. Queria um lugar especial que fosse

só deles. Um santuário onde poderiam concentrar-se um no outro e no futuro que era mais

brilhante que o sol.

Epílogo

Eden espreguiçou-se na poltrona situada no extenso deque de madeira que estava a

poucos metros da beira da água. Luz do sol a esquentou, espalhando letargia confortável através

de seu corpo.

Sentia-se como uma gata satisfeita exposta ao sol.

Foi um dia de descanso. O melhor. Contentamento caiu sobre ela e ela olhou para o laptop

acomodado na mesinha ao lado de sua cadeira.

Eh. Ele podia esperar.

Focou o olhar sobre a água, uma folha reluzente pegando os raios de sol, brilhando como

diamantes espalhados liberalmente em toda a superfície. Ficou sentada mais alguns minutos e

depois relutantemente olhou para o relógio.

Com um suspiro, estendeu a mão para recuperar seu laptop. Swanny estaria em casa logo e

ela precisava estar informada sobre os detalhes para que pudessem discutir a situação quando ele

chegasse.

Ele estava em uma reunião no complexo para dar o resumo da última missão de sua equipe

para os irmãos Kelly mais velhos.

Uma onda de orgulho tomou conta dela quando pensou em Swanny e seu trabalho.

Embora ele tenha expressado relutância em deixá-la pela primeira vez desde aquela época terrível

em Paris, ela o encorajou a ir. Era uma missão justa, uma palavra que ela rapidamente assimilou

por estar em torno dos membros da KGI. A família de Swanny. Agora sua própria família também.

Estava mais perto de seu pai e irmãos do que nunca. Eles vieram para cada cirurgia que ela

sofreu desde a primeira em Paris. Estiveram lá ao lado de Swanny, apoiando-a — e a ele — através

de cada procedimento necessário para que seu rosto retomasse lentamente a aparência normal.

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Agora? Não havia nenhum sinal das pequenas cicatrizes que estavam presentes após a

primeira cirurgia. O primeiro cirurgião fizera um trabalho impecável e meticuloso para manter o

mínimo de cicatrização. E as cirurgias que se seguiram foram realizadas pelo cirurgião plástico

mais conceituado dos Estados Unidos.

Todas as vezes, Eden foi levada em um jato da KGI para a Califórnia, onde discretamente

internou-se para ser submetida ao processo de fazer sua aparência impecável mais uma vez.

Ela não se importava com as cicatrizes, mas Swanny foi inflexível de que ela nunca ficaria

permanentemente desfigurada, como ele ficou. Sorrindo tristemente, como sempre fazia quando

ela considerava sua inflexibilidade sobre o assunto, permitiu que ele fizesse do jeito dele, porque

ele estava muito determinado.

Ele a amava. E ela sabia que porque a amava, ele queria o melhor absoluto para ela. Queria

que ela tivesse escolhas. Ele a apoiou em voltar a sua carreira, assim como ela o apoiou em

manter a dele.

Sim, era perigoso. Sim, ela vivia com medo de que ele não conseguisse retornar de uma

missão, mas era um medo que toda esposa dos membros da KGI compartilhava. Era uma ligação

entre elas, uma ligação que trouxera Eden para perto das fileiras das esposas Kelly, e as esposas de

outros líderes de equipe também.

Maren, a esposa de um dos outros líderes de equipe, era uma excelente médica que

atendia no local, e ela examinou Eden, muitas vezes, sempre garantindo que ela estava se

recuperando bem de cada uma de suas cirurgias.

Todas as mulheres a aceitaram sem hesitação. Abraçaram-na, e era óbvio que Swanny era

tido em alta estima e que Eden era amada por elas por nenhuma outra razão além do fato de que

ela aceitou Swanny como ele era, enxergando o homem maravilhoso que estava sob a superfície.

Eden abriu o laptop e, em seguida, foi para seu e-mail para procurar a mensagem do

agente sobre seu retorno para a vida de modelo. Ironicamente, para Aria.

Queriam fazer uma segunda campanha. Desta vez, para mais um novo produto. A última

campanha tinha sido um grande sucesso, embora Eden tivesse certeza que toda cobertura da

imprensa sobre os atentados contra a sua vida, certamente, não atrapalharam. Mas eles a

queriam para seu próximo lançamento. E, bem, ela estava pronta.

Antes? Não, ela não estivera. Ela desfrutou completamente sua solidão com Swanny. Os

dois se casaram no Lago Kentucky, por trás dos muros do complexo KGI onde poderiam ter a

certeza absoluta de privacidade.

O pai e os irmãos compareceram, e como Eden queria, a cerimônia foi pequena e íntima.

Sem fotógrafos, paparazzi, lista longa de convidados, etc. Apenas os outros membros da KGI, suas

esposas e filhos, sua família e, claro, Swanny.

Ela ainda sorria quando se lembrava do dia do seu casamento. Ela insistiu em alguém tirar

uma foto dela e Swanny, apesar do fato de que seu rosto não estava completamente curado

naquela época e as linhas tênues eram evidentes na foto.

Mas ela e Swanny sorriram tanto que brilhavam. Ela não trocaria essa imagem, naquele

momento, por nada no mundo.

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— Ei, linda.

Uma sombra caiu sobre ela, mesmo antes de lábios quentes cobrirem os dela e mãos ainda

mais quentes deslizaram até suas pernas nuas até a bainha do short que usava. Ela sorriu. O

marido estava em casa.

— Oi lindo.

Eden ficava deliciada quando Swanny tentava tranquilizá-la, dizendo que ela era linda. Tão

bonita para ele como ele era para ela. Que casal eles formavam!

— Como você está se sentindo? — Ele perguntou enquanto se sentava na cadeira ao lado

dela.

Ela bebeu na visão dele. Estava vestido com uniforme e uma camiseta cavada branca. Isso a

fez querer subir em cima dele e ter seu mau caminho com ele aqui fora no convés, e dane-se o

mundo exterior.

— Estou bem, — ela assegurou. — Apenas olhando para o e-mail que Nigel me enviou

sobre a conta de Aria.

— Ah, — Swanny disse. — E? Você vai trabalhar com eles?

Sem desagrado. Nenhum julgamento. Apenas encorajamento em sua voz. Nada que

demonstrasse o que ele achava que ela devia fazer. Era uma das coisas que mais amava nele. Ele

não estava remotamente ameaçado por sua carreira e se esforçara demais para garantir que ela

ainda tivesse uma carreira.

Ele estava deixando a escolha apenas para ela, mas ela não se enganaria sequer por um

momento, pensando que sua escolha não o afetaria. Ele deixou bem claro que a apoiaria

incondicionalmente e que ela era livre para escolher suas atribuições. No entanto, insistiu em ir

com ela em cada uma delas. Agiria como seu segurança pessoal, juntamente com Micah e David.

Ela não tinha certeza se ele um dia se recuperaria realmente do que acontecera naquele

dia terrível em Paris, quando ela fora sequestrada e submetida à tortura. Embora ele não

pretendesse impedi-la de qualquer maneira de continuar a sua carreira, ele arranjaria um jeito de

tirar uma licença de ausência por todo o período de suas sessões de fotos e filmagens, não

importa o quanto esse período fosse longo. Ele ainda vivia no terror de que ela seria tirada dele, e

se certificaria de que estaria com ela a cada passo do caminho, quando ela optasse por voltar para

sua carreira.

Ela estudou-o com amor um momento e então, porque podia e porque nunca poderia dizer

o suficiente, desabafou:

— Eu te amo.

Os olhos dele se aqueceram, pegando o sol e o reflexo da água nos olhos verdes.

— Eu também te amo querida.

— E sim. Vou trabalhar com eles, — ela disse decisivamente.

— Ótimo. Estou orgulhoso de você. Sei que foi necessária muita coragem para tomar essa

decisão.

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Seu coração inchou. Ele a compreendia tão bem. No pouco tempo que estavam casados,

passaram praticamente cada minuto juntos, aprendendo, crescendo. Já tão à frente da maioria

dos casais com apenas alguns meses atrás deles.

Ele também compreendeu a sua hesitação. Sua autoconsciência quando se tratava de

saber se as cicatrizes eram evidentes. Ele entendia isso muito bem, depois de ter vivido o mesmo

nos últimos anos. Ele era sua rocha. Seu suporte. E seu maior líder de torcida. Sempre dizendo

como ela era bonita.

— Quando partimos? — Perguntou Swanny.

Simples assim. Lidando com tudo simplesmente. Sem perguntas. Sem reservas. Apenas um

lembrete contínuo de que ele estava com ela a cada passo do caminho. Deus, como amava esse

homem!

— Na próxima semana — ela murmurou. — É tempo suficiente para avisar a equipe que

você vai ficar fora de ação por um tempo?

Ele assentiu com a cabeça.

— Sim. Já tenho tudo organizado. Enquanto estiver com você, eles não sairão em missão

ou, se for absolutamente necessário, um dos irmãos de Kelly ocupará meu lugar. Nathan e Joe

estão pensando em assumir outro companheiro de equipe, de qualquer maneira. Estamos em

menor número do que as outras equipes e poderíamos usar uma sexta pessoa para momentos

como este. E, bem, quando estou em ação, um companheiro de equipe adicional ao seu lado

nunca é demais.

Eden ponderou as palavras de Swanny e depois olhou para ele.

— O que está em sua mente, querida? Conheço esse olhar. Você está pensando em algo.

— Você já pensou em falar com Ryker sobre ingressar em sua equipe? Vocês serviram

juntos e ele ainda está meio que em ação com o que faz.

Swanny sorriu.

— Minha garota é psíquica? Ou talvez tenha ouvido nossas conversas.

Ela levantou uma sobrancelha.

— Não. Mas agora você me deixou curiosa.

— Nós estamos considerando isso, na verdade. Depende de como ele está enferrujado e

quanto manteve as suas habilidades, mas sim, já conversamos sobre isso. Tudo se resume a

quanto tempo de treinamento teríamos que dedicar a ele.

Eden suspirou.

— Sinto-me como uma idiota por sugerir isso, independentemente de tudo que vocês já

conversaram sobre esse assunto. Devo ser masoquista para sequer pensar sobre a adição de outra

pessoa com quem me preocupar quando sua equipe estiver em missão.

Swanny deu um sorriso terno e, em seguida, estendeu-lhe a mão, apertando-a antes de

entrelaçar seus dedos.

— Sempre voltarei para casa para você, linda. Você me dá uma razão para voltar para casa.

A cada maldita vez.

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— Assim como eu sempre voltarei para você, — Eden respondeu, seu sorriso tão suave

quanto o dele. — Não importa que você vá comigo. Nós dois sempre voltaremos para casa no Lago

Kentucky.

Ele se inclinou sobre ela, assim como ela estava se inclinando, mas isso não a surpreendeu.

Ambos estavam tão em sintonia um com o outro. Suas bocas se encontraram no mais doce dos

beijos. Banhados pela luz do sol dançando fora do lago, ficaram sentados lá, mãos entrelaçadas.

Sabendo que não importa onde a vida ou a carreira os levasse, eles sempre teriam um lar para

onde voltar.

Fim

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