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No último dia da 16° Convenção ABF do Franchising foi entregue aos congressistas o relatório de gestão do biênio 2015/2016. Ao apresentar os pilares desta administração, Cristina Franco relembrou momentos de profissionalismo e conquistas ilustrados por fatos que mostraram a força e comprometimento de todos que fizeram parte desta gestão. Afinal, esse é o DNA do franchising brasileiro. 29 DE OUTUBRO DE 2016 MISSÃO CUMPRIDA! QUANDO MUITO MENOS É MUITO MAIS magine que você fará um megaevento assistido por bilhões de pessoas e tem um orçamento gigantesco para fazê-lo. Só que no meio do caminho esse orçamento vai sen- do cortado, várias vezes, e cai para menos da metade. O que você faz? Andrucha Waddington, diretor de cinema e dono da Conspira- ção Filmes, contou, na 16ª Convenção ABF que, junto com Fernan- do Meirelles e Daniela Thomas, viveu exatamente isso, para fazer o show de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016. O resultado, literalmente, todo o mundo conhece. Foi um dos es- petáculos mais lindos já produzidos, envolvendo três mil colabora- dores e doze mil voluntários. Esse fato, gera uma resposta e não uma pergunta: é possível, SIM, substituir verbas por criatividade, com resultados maravilhosos. I REALIZAÇÃO FLEXIBILIDADE • SUPERAÇÃO • CONFIANÇA

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Page 1: QUANDO MUITO MENOS É MUITO MAIS I - abf.com.br · aos congressistas o relatório de gestão do biênio 2015/2016. Ao apresentar os pilares desta administração, Cristina Franco

No último dia da 16° Convenção ABF do Franchising foi entregue aos congressistas o relatório de gestão do biênio 2015/2016. Ao apresentar os pilares desta administração, Cristina Franco relembrou momentos de profi ssionalismo e conquistas ilustrados por fatos que mostraram a força e comprometimento de todos que fi zeram parte desta gestão. Afi nal, esse é o DNA do franchising brasileiro.

29 DE OUTUBRO DE 2016

MISSÃO CUMPRIDA!

QUANDO MUITO MENOS É MUITO MAIS

magine que você fará um megaevento assistido por bilhões de pessoas e tem um orçamento gigantesco para fazê-lo.

Só que no meio do caminho esse orçamento vai sen-do cortado, várias vezes, e cai para menos da metade. O que você faz?

Andrucha Waddington, diretor de cinema e dono da Conspira-ção Filmes, contou, na 16ª Convenção ABF que, junto com Fernan-do Meirelles e Daniela Thomas, viveu exatamente isso, para fazer o show de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

O resultado, literalmente, todo o mundo conhece. Foi um dos es-petáculos mais lindos já produzidos, envolvendo três mil colabora-dores e doze mil voluntários.

Esse fato, gera uma resposta e não uma pergunta: é possível, SIM, substituir verbas por criatividade, com resultados maravilhosos.

I

REALIZAÇÃO

FLEXIBILIDADE • SUPERAÇÃO • CONFIANÇA

Page 2: QUANDO MUITO MENOS É MUITO MAIS I - abf.com.br · aos congressistas o relatório de gestão do biênio 2015/2016. Ao apresentar os pilares desta administração, Cristina Franco

REALIZAÇÃO

Andrucha deu um exemplo prático das centenas que aconteceram nos dois anos e meio de prepara-ção. Ele contou que, a princípio, contavam com a montagem de um telão gigante, de 72 X 72 metros que, por conta dos cortes de verbas, não se viabilizou. Como fazer, então, para projetar imagens de tamanho su� ciente para ocupar o campo de visão de quem es-tava no local e ainda que pudessem ser transmitidas de forma grandiosa para o mundo?

Aí veio a ideia de fazer uma tela de � tas, compradas em armarinhos e “esticadas e movimentadas” pelos vo-luntários que faziam parte do espetáculo. Juntas, essas � tas transformaram-se na tela desejada por um custo baixíssimo e ainda puderam ser utilizadas como parte da coreogra� a.

Eles são nativos digitais. Já nasce-ram achando normal se comunicar com o mundo deslizando os dedos em uma tela. Eles são os milleniuns. Uma geração que não pensa de forma linear, quer o bem-estar ime-diato, não gosta de seguir regras que eles não compactuem e que prefere trabalhar por um propósito do que por dinheiro.

A pergunta é: como atrair esse per� l “arredio” a comprar uma franquia?

A resposta de� nitiva ainda pre-cisa ser construída, mas Lucas Fos-

ter, do ProjectHub, deu boas dicas na plenária Quem é o franqueado millenium: como atrair, reter e ter sucesso junto a este novo per� l de empreendedor?

A boa notícia é que 65% dos jo-vens querem ter o próprio negócio e tendem a investir o dinheiro que seria para pagar uma pós-gradua-ção no custeio desse desejo. O pro-blema é que eles não se estimulam por projetos de longo prazo, nem em seguir padrões que não sejam criados por eles. Uma questão sen-sível no mundo das franquias.

Mas ainda há luz no � m do túnel. Para encontrá-la Lucas aconselha:

Primeiro entenda e esteja aber-to à cultura emergente dos mille-niuns. Aceite que fazemos parte de uma das maiores mudanças cultu-rais da história;

Reconheça que o franchising é um precursor do trabalho em rede. Só precisa adaptar-se a essa nova cultura;

Ofereça modelos mais � exíveis e a possibilidade de mobilidade;

Lidere de maneira transparente e tratando-os de igual para igual;

Faça de sua franquia uma comu-nidade de aprendizagem e domine as novas mídias;

Utilize o trabalho em equi-pe oferecendo uma causa, não um negócio;

Estude a possibilidade de no-vas formas de venda de franquias onde muitos investem em uma única unidade, elegendo um líder para operá-la, e não mais um único franqueado administrando diver-sas operações;

E esteja sempre muito antenado, pois o millenium franqueado de hoje poderá ser o seu concorrente de amanhã, franqueador ou não.

Mas não se engane que foi apenas um golpe de sor-te. Antes de concretizar a ideia, foram feitos dois pro-tótipos de teste. Só que um dia antes da abertura dos Jogos Olímpicos, no ensaio geral, ventou muito e as � tas se enroscaram todas. E ... já não dava tempo para inven-tar outra coisa.

“O que � zemos foi muito simples. Ficamos rezando para não ventar no dia”, disse Andrucha. A fé deu re-sultado.

Fica o ensinamento do diretor: “� zemos um pla-nejamento e um roteiro que contava uma história. E isso, não podíamos mudar. A cada corte de orçamen-to, pensávamos em como contar aquela história de forma diferente. Não nos passou pela cabeça mudar o roteiro”.

GUIA DE SOBREVIVÊNCIA NA REVOLUÇÃO DOS MILLENIUNS

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REALIZAÇÃO

AMADURECER COM CLASSE

NADA SERÁ COMO ANTES. NUNCA MAIS...

Antes de terminar o planejamento estratégico da sua franqueadora ou franquia, pense em algumas informa-ções trazidas pelos sócios da empresa de pesquisas Gaga-rin, Roni Ribeiro, Benjamin Rosenthal e Carlos Mancebo.

No Brasil, as pessoas com mais de 50 representarão, em breve, 25% da população. Hoje já movimentamR$ 1,56 trilhões por ano.

Você quer fazer parte da prosperi-dade da nova economia? Então se reinvente e aprenda a lidar com a disruptura. Reconstrua o seu pen-samento. Não veja a concorrência na força econômica, mas na cria-tividade. Não de� na uma grande empresa pelo o que ela fatura, mas pelo o que oferece à sociedade. Nessa nova economia, bilionário não é quem tem um bilhão em di-nheiro, mas quem impacta um bi-lhão de pessoas.

Resumindo: tudo o que fez você chegar até aqui, não garantirá você seguir adiante.

Esse foi o grande aprendizado na plenária Vem aí uma nova eco-nomia – o que você precisa desa-prender para continuar vivo, com Adriano Silva, do Projeto Draft. O que está por vir ainda não é muito claro. O certo é que nunca se fez tão

verdadeira a necessidade de adap-tação para garantir a sobrevivência.

Para viver a nova econômica você precisará...

Aprender a viver ciclos mais cur-tos. Projetos bem-sucedidos terão vida breve, obrigando as empresas a se reinventarem constantemente;

Aceitar uma nova relação das

pessoas com o trabalho. Mais do que executar elas querem criar e ter � exi-bilidade;

Reconhecer que existe um novo consumidor mais preocupado em usufruir do que de ter;

Aprender que ideias só são boas quando executadas. Antes disso são apenas ideias. Crie, teste e execute com rapidez, não com perfeição;

Acreditar que sempre será pos-sível fazer algo mais rápido e mais barato, pois nada está de� nitiva-mente pronto;

Ter a humildade de reconhecer que o executivo ou o empreendedor não têm a obrigação de saber tudo. Eles fazem parte de uma equipe;

Encarar o erro como uma oportuni-dade para consolidar o aprendizado;

Identi� car a verdadeira função do dinheiro. Ele ajuda a chegar ao obje-tivo. O dinheiro não é o objetivo.

Mais do que isso. Se na década de 1980 havia 6,3 crianças para cada pessoa madura (denominação po-liticamente correta utilizada para pessoas acima de 50 anos), em 2016 serão 1,9 crianças para cada maduro. E ao que tudo indica, em aproximadamente duas déca-das haverá mais maduros do que crianças no país.

Segundo os gestores da Gagarin, pesquisadora es-pecializada no público maduro, quem não colocar esse per� l como prioritário perderá espaço no mercado e será malvisto pelos consumidores que têm a inclusão como um de seus principais motivadores de consumo.

“Trata-se de uma grande oportunidade e um desa-� o. A� nal, todos � cam pensando em como atender aos consumidores jovens e conectados e não pensam nos maduros – pessoas que se reinventam todos os dias para darem sentido às suas vidas”, diz Roni Ribei-ro. E completa: nossas pesquisas indicam que, entre os principais desejos dessa população, está a vontade de pertencer ao mundo de hoje, exatamente do jeito que ele é. Isso faz com que os maduros não queiram ser tratados de forma paternalista, como se as pessoas ti-vessem dó. Querem ser um público com características próprias, que devem ser respeitadas.