quando a obra acolhe

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Quando a obra acolhe Casa Paralela inicia o calendário de exposições com mostra coletiva dos três artistas que gerenciam o espaço Adriane Hernandez propõe um resgate à infância com Segredos da mesa Fotos Jô Folha - DP DIÁRIO POPULAR QUINTA-FEIRA, 7 DE MARÇO DE 2013 Uma relação entre a arte e o design que traz o resgate de objetos associa- dos à ideia de uma casa onde existe conforto, aconchego e acolhida, é a proposta da exposição Você fez tudo e muito mais do que eu poderia ter imaginado para me fazer feliz que será aberta à visitação hoje, a partir das 15h, na Casa Paralela. As produções apresentadas estão voltadas para um conceito de casa como lugar de acolhimento e de ins- piração. Os artistas buscam modifi- car a percepção do espaço e dos ob- jetos pela repetição de elementos, ge- rando volume. Cada trabalho insta- la uma nova visão da casa e apre- senta um tipo de jogo de acolhimen- to com o visitante. Uma das primeiras obras que irão chamar a atenção do público é Se- gredos da mesa em que a artista com Pesquisa em Artes e doutorado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (URGS), Adriane Hernandez, propõe um resgate às memórias da infância. A obra nos tons azul e branco está associada à lembrança de uma toa- lha xadrez, utilizada para reunir amigos e a família durante as refei- ções, ao redor de uma mesa coloca- da na cozinha. Momentos especiais que trazem boas lembranças. Os ban- cos serrados na diagonal e coloca- dos junto à mesa trazem a ideia de bidimencionalidade e de prolonga- mento. “Ao observar o trabalho, cada pes- soa irá lembrar de uma história pes- soal, uma situação que viveu com a família”, destaca a artista. O público também poderá interagir com a obra e sentir-se ainda mais próximo de um passado que talvez não esteja tão distante. Esta interação também é uma for- ma de cada um se camuflar e obter desta forma, as características do ob- jeto. São os fragmentos que formam um todo e unem lembranças. O re- sultado não poderia ser outro: uma conversa entre a obra e a pessoa. Apelo ao tato O trabalho do artista Thiago Reis, formado em Artes e Escultura pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), remete a todo e qualquer tipo de mobiliário que traga conforto em uma casa. Inúmeros triângulos em corino de diversas cores como o vermelho, mar- rom, azul marinho e o branco po- dem trazer à memória lembranças de um sofá que estava no canto da sala ou até mesmo da poltrona que fica- va no quarto próximo à cama. Ao observar a obra é possível perceber um apelo ao tato e aos sentidos de- vido à disposição dos triângulos. A identidade visual de uma casa está inserida no trabalho do artista que remete a sensações de saudade de momentos vividos não distantes e sim próximos. Monos A obra Monos da artista Bianca Dornelles, também formada em Ar- tes - Habilitação Escultura pela UFPel, joga com a ideia de infestação e ao mesmo tempo remete ao sofisti- cado. O tecido sintético utilizado na confecção das bolas que foram pro- positalmente jogadas ao chão e ou- tras emolduras despertam os senti- dos. O som que complementa o traba- lho da artista leva ao cotidiano e ao mesmo tempo presta uma homena- gem ao mico-leão dourado. “A esco- lha pela moldura na cor preta reme- te ao sofisticado e ao mesmo tempo deixa o olhar confuso. Já as bolas convidam o público a interagir com o todo”, conta Bianca. Os jogos de luzes trazem a sensa- ção de uma pintura clássica que co- locada na parede questiona se pode ser um objeto especial. A infestação de bolas no chão informa também que algo saiu do controle, porém, despertam a vontade de tocar e sen- tir a textura dos objetos. Ao entrar na Casa Paralela é pos- sível constatar a continuidade de to- das as obras. A curiosidade também é aguçada e faz com que os olhos corram pelos trabalhos que resumem o que Você fez tudo e muito mais do que eu poderia ter imaginado para me fazer feliz. Esta é a primeira exposição reali- zada pelos três artistas, Adriane Hernandez, Thiago Reis e Bianca Serviço O quê: exposição Você fez tudo e muito mais do que eu poderia ter imaginado para me fazer feliz Quando: a partir de hoje até dia 3 de abril, de terça a sexta-feira, das 15h às 19h Onde: Casa Paralela, rua Uruguai, 1.577, entre 15 de Novembro e Anchieta Quanto: entrada franca Dornelles, cogestores da Casa Para- lela, um espaço independente de arte contemporânea na cidade de Pelotas. Música Página 6 Entrecot realiza show de despedida, hoje, no Centro Português Cinema Página 7 Produtora Experimental do Audiovisual aceita pedidos da comunidade Trabalho de Thiago Reis remete aos tipos de mobiliário

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Matéria veiculada no dia 7 de março de 2013 sobre a exposição "Você fez tudo e muito mais do que eu poderia ter imaginado para me fazer feliz" de Bianca Dornelles, Adriane Hernandez e Thiago Reis

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Page 1: Quando a obra acolhe

Quando a obra acolhe

CasaParalelainicia o

calendáriode

exposiçõescom mostracoletiva dostrês artistas

quegerenciam o

espaço

Adriane Hernandez propõe um resgate à infância com Segredos da mesa

Fotos Jô Folha - DP

DIÁRIO POPULAR QUINTA-FEIRA, 7 DE MARÇO DE 2013

Uma relação entre a arte e o designque traz o resgate de objetos associa-dos à ideia de uma casa onde existeconforto, aconchego e acolhida, é aproposta da exposição Você fez tudoe muito mais do que eu poderia terimaginado para me fazer feliz queserá aberta à visitação hoje, a partirdas 15h, na Casa Paralela.

As produções apresentadas estãovoltadas para um conceito de casacomo lugar de acolhimento e de ins-piração. Os artistas buscam modifi-car a percepção do espaço e dos ob-jetos pela repetição de elementos, ge-rando volume. Cada trabalho insta-la uma nova visão da casa e apre-senta um tipo de jogo de acolhimen-to com o visitante.

Uma das primeiras obras que irãochamar a atenção do público é Se-gredos da mesa em que a artista comPesquisa em Artes e doutorado pelaUniversidade Federal do Rio Grandedo Sul (URGS), Adriane Hernandez,propõe um resgate às memórias dainfância.

A obra nos tons azul e branco estáassociada à lembrança de uma toa-lha xadrez, utilizada para reuniramigos e a família durante as refei-ções, ao redor de uma mesa coloca-da na cozinha. Momentos especiaisque trazem boas lembranças. Os ban-cos serrados na diagonal e coloca-dos junto à mesa trazem a ideia debidimencionalidade e de prolonga-mento.

“Ao observar o trabalho, cada pes-soa irá lembrar de uma história pes-soal, uma situação que viveu com afamília”, destaca a artista. O públicotambém poderá interagir com a obrae sentir-se ainda mais próximo de umpassado que talvez não esteja tãodistante.

Esta interação também é uma for-ma de cada um se camuflar e obterdesta forma, as características do ob-jeto. São os fragmentos que formamum todo e unem lembranças. O re-sultado não poderia ser outro: umaconversa entre a obra e a pessoa.

Apelo ao tatoO trabalho do artista Thiago Reis,

formado em Artes e Escultura pelaUniversidade Federal de Pelotas

(UFPel), remete a todo e qualquer tipode mobiliário que traga conforto emuma casa.

Inúmeros triângulos em corino dediversas cores como o vermelho, mar-rom, azul marinho e o branco po-dem trazer à memória lembranças deum sofá que estava no canto da salaou até mesmo da poltrona que fica-va no quarto próximo à cama. Aoobservar a obra é possível perceberum apelo ao tato e aos sentidos de-vido à disposição dos triângulos.

A identidade visual de uma casaestá inserida no trabalho do artistaque remete a sensações de saudadede momentos vividos não distantese sim próximos.

MonosA obra Monos da artista Bianca

Dornelles, também formada em Ar-tes - Habilitação Escultura pelaUFPel, joga com a ideia de infestaçãoe ao mesmo tempo remete ao sofisti-cado. O tecido sintético utilizado naconfecção das bolas que foram pro-positalmente jogadas ao chão e ou-tras emolduras despertam os senti-

dos.O som que complementa o traba-

lho da artista leva ao cotidiano e aomesmo tempo presta uma homena-gem ao mico-leão dourado. “A esco-lha pela moldura na cor preta reme-te ao sofisticado e ao mesmo tempodeixa o olhar confuso. Já as bolasconvidam o público a interagir como todo”, conta Bianca.

Os jogos de luzes trazem a sensa-ção de uma pintura clássica que co-locada na parede questiona se podeser um objeto especial. A infestaçãode bolas no chão informa tambémque algo saiu do controle, porém,despertam a vontade de tocar e sen-tir a textura dos objetos.

Ao entrar na Casa Paralela é pos-sível constatar a continuidade de to-das as obras. A curiosidade tambémé aguçada e faz com que os olhoscorram pelos trabalhos que resumemo que Você fez tudo e muito mais doque eu poderia ter imaginado parame fazer feliz.

Esta é a primeira exposição reali-zada pelos três artistas, AdrianeHernandez, Thiago Reis e Bianca

ServiçoO quê: exposição Você fez tudo emuito mais do que eu poderia terimaginado para me fazer feliz

Quando: a partir de hoje até dia 3de abril, de terça a sexta-feira, das15h às 19h

Onde: Casa Paralela, rua Uruguai,1.577, entre 15 de Novembro eAnchieta

Quanto: entrada franca

Dornelles, cogestores da Casa Para-lela, um espaço independente de artecontemporânea na cidade dePelotas.

Música

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Entrecot realiza showde despedida, hoje,no Centro Português

Cinema

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Produtora Experimentaldo Audiovisual aceita

pedidos da comunidade

Trabalho deThiago Reisremete aos

tipos demobiliário