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Qualificação Assistencial Dr. Marcos Bosi Ferraz Professor and Director Centro Paulista de Economia da Saúde / Unifesp Diretor de Relações Instituicionais Grupo Fleury Diretor de Economia Médica da AMB UNIFESP

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Page 1: Qualificação Assistencial Dr. Marcos Bosi Ferraz Professor and Director Centro Paulista de Economia da Saúde / Unifesp Diretor de Relações Instituicionais

Qualificação Assistencial

Dr. Marcos Bosi Ferraz

Professor and DirectorCentro Paulista de Economia da Saúde / Unifesp

Diretor de Relações InstituicionaisGrupo Fleury

Diretor de Economia Médica da AMB

UNIFESPUNIFESP

Page 2: Qualificação Assistencial Dr. Marcos Bosi Ferraz Professor and Director Centro Paulista de Economia da Saúde / Unifesp Diretor de Relações Instituicionais

Apresentação

UNIFESPUNIFESP

1. Em que eu acredito, O que eu constato

2. Qualificação: uma série de perguntas (9)

3. Aonde queremos chegar? Qual o objetivo?

4. Desafios do SS e Tendências inexoráveis

5. As pessoas e o ambiente

6. Conclusão – Não há tempo a perder!

7. (Fotos ilustrativas / provocantes)

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UNIFESPUNIFESP

Em que eu acredito?

Quanto melhor a qualificação (profissional / empresas),mais crítico é o processo de decisão (escolhas),

maior é o ganho de saúde,maior a eficiência do SS.

Porém, talvez com maiores custos.A sociedade só precisa estar disposta a investir

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UNIFESPUNIFESP

O que eu constato?

Com a piora da qualificação (profissional / empresa),menos crítico é o processo de decisão (escolhas),

menor é o ganho de saúde,maior a ineficiência do SS,

maior o desperdício e maiores são os custos.A sociedade questiona se vale a pena investir

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1. Qual é a definição de Qualificação Assistencial?

UNIFESPUNIFESP

-Qualificação:- Ato ou efeito de qualificar-se; Habilitações

- Qualificar: - Indicar a(s) qualidade(s) de; classificar- Emitir opiniões a respeito de; avaliar; apreciar- Considerar qualificado, apto, idôneo- Atribuir qualidade(s) a; reputar; considerar- Tornar ilustre; enobrecer- Classificar

- Assistencial:-Relativo à assistência; Em que há assistência

- Assistência:- Ato ou efeito de assistir- Proteção, amparo, arrimo- Socorro médico- (A. Pública) Serviço gov. que dá assitência médica à população ocupando-se

de casos agudos e crônicos

(Novo Aurélio)

Perguntas…….

Emitir opiniões a respeito de;Avaliar; Apreciar

Atribuir qualidade(s) a; Reputar; Considerar

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2. É necessária? Qual a razão?

UNIFESPUNIFESP

Sim (como parte do processo de regulação / regulamentação) Principalmente pelo fato de o Sistema de Saúde ser um ambiente complexo

- mercado imperfeito e - com assimetria de informação / conhecimento- com assimetria de poder- com assimetria de interesses

Orientar as decisões da forma mais “equilibrada” e imparcial possível

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3. Quem deveria ser qualificado?

UNIFESPUNIFESP

Onde começa e termina a assistência?

- Médico e demais profissionais da saúde (PF)

- Entidades prestadores de serviço (PJ)

- Indústria de Insumos (materiais, equipamentos, medicamentos, TI)

- Gestor do recurso público

- Regulamentadores, Reguladores e Fiscalizadores

- Formuladores de políticas públicas

- ......

- Paciente

- CidadãoEducação e Responsabilização Individual

??

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4. Como deveria ser o processo de qualificação?

UNIFESPUNIFESP

Um processo .....

- claro, transparente, simples e compreensível

- fundamentado em dados, informação e conhecimento

- exequível

- passível de avaliação

- de fácil comunicação

- universal

- adaptável às diferentes modalidades de assistência

- adaptável às diferentes realidades do SS

- com incentivos e que incentive a melhoria do SS

Avaliar processos parciais ?Avaliar desfechos?

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5. Será um processo contínuo?

UNIFESPUNIFESP

Sim, um processo contínuo, com revisão e atualização periódica

- dinâmico e coerente com a evolução do sistema de saúde

- passível de incorporação de novos conhecimentos

- com complexidade crescente

- responsivo às necessidades do sistema de saúde

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6. Quem deveria ser o responsável pela qualificação (Ideação e Avaliação)?

UNIFESPUNIFESP

- Médico e demais profissionais da saúde (PF)

- Entidades de prestadores de serviço (PJ)

- Indústria de Insumos (materiais, equipamentos, medicamentos, TI)

- Outras “indústrias” (consultorias,...)

- Gestor do recurso público

- Regulamentadores, reguladores e fiscalizadores

- Formuladores de políticas públicas

- Universidades e centros de pesquisa

- Paciente

- Cidadão

- ......

Ideação e Responsabilidade:Entidade isenta de

interesses específicos, com interesse da sociedade

Avaliação:Entidades idôneas, controladas

e fiscalizadas

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7. Como torná-lo “automático” e sustentável?

UNIFESPUNIFESP

- Reconhecer os limites do processo

- Reconhecer os limites do sistema saúde e das partes

- Utilizá-lo como uma ferramenta de educação

- Integrá-lo às diversas ações e políticas públicas

- Utilizá-lo como força motriz de mudança para melhor

- Atrelá-lo a incentivos positivos, de modo a torná-lo atrativo

para todos os participantes do sistema de saúde

- Evitar que o mesmo seja transformado essencialmente numa fonte

de renda para consultores, qualificadores ou uma forma de poder

Processo tem custos

Aumenta custos do SS ?

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8. Será que podemos viver sem ele?

UNIFESPUNIFESP

Não. Atualmente o mesmo é imprescindível

em sistemas complexos

Sistemas Complexos

Os sistemas complexos são sistemas com múltiplos componentes em interação, cujo comportamento não pode ser inferido

a partir do comportamento das partes

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- Será a melhoria da qualidade assistencial?- O que é qualidade assistencial?

- perspectiva individual?- perspectiva coletiva?

- Será a melhoria da eficiência operacional?- Será o controle de custos?- Será um “instrumento político”?- Depende dos objetivos do sistema de saúde?- Temos os objetivos do sistema de saúde

claramente definidos?

UNIFESPUNIFESP

9. Mas, qual será mesmo o principal objetivo da qualificação assistencial ?

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UNIFESPUNIFESP

A resposta a estas perguntas / considerações depende de aonde e quando queremos chegar?

Alice: Would you tell me, please, which way I ought to go from here?The Cat: That depends a good deal on where you want to get to

Alice: I don't much care where.The Cat: Then it doesn't much matter which way you go.

Alice in WonderlandLewis Carroll, 1865

Alice and The

Cheshire Cat

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UNIFESPUNIFESP

1. Que sistema de saúde nós queremos ter daqui a 10 ou 20 anos? Um sistema único? Um sistema único, público e para todos, com um sistema privado suplementar? Com um sistema privado complementar? Ou manteremos o atual sistema único e suplementar, caracterizado hoje mais como um sistema “de conveniência” devido às indefinições estruturais e assistenciais, além da insegurança jurídica que o cerca?

2. Caso seja aceita a presença de dois sistemas, qual é o número de beneficiários desejável para cada um deles daqui a 10 anos? A definição certamente influenciará decisões em ambos.

Saúde em Xeque O Globo, 05/09/2009

Que sistema de saúde queremos ter em 10 / 20 anos?

Único? Duplicado? Suplementar? ....?

No caso de 2 sistemas, qual o número desejável de beneficiários

em cada um?

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UNIFESPUNIFESP

3. Qual percentual do PIB devemos investir em saúde considerando-se o atual de desenvolvimento do país? O investimento (e custeio) em saúde é de cerca de 8% do nosso PIB. Somente teremos condições de avaliar a propriedade dessa alocação se identificarmos como estão sendo utilizados os outros 92% do PIB. Investimentos em educação, habitação, alimentação, saneamento básico, transporte e segurança pública também produzem saúde e bem-estar. É possível que o investimento feito, numa visão de longo prazo, produza mais saúde do que simplesmente investir em mais saúde!

4. Podemos ou temos condições de dar tudo para todos, em assistência à saúde, reconhecendo a estrutura de nosso sistema de saúde, a carga de doenças existentes e a disponibilidade de recursos (no sentido amplo)?

Saúde em Xeque O Globo, 05/09/2009

Qual é o % ideal do PIB a ser investido em saúde no BR?

Em sã consciência, é possível dar tudo para todos?

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UNIFESPUNIFESP

5. Caso não seja possível dar tudo para todos, quais as restrições e de que forma as faremos ou as justificaremos? Ao restringir, quais são as prioridades para os próximos 10 anos em saúde?

6. Qual o percentual do investimento (e do custeio) que será destinado à prevenção de doenças em relação ao orçamento total destinado ao(s) sistema(s) de saúde? Ao se investir mais em prevenção, sacrifícios adicionais precisarão ser assumidos hoje para a obtenção de uma sociedade mais saudável no futuro! Como justificar essa generosidade intergeracional?

7. Qual a quantidade e com que qualificação nossos profissionais precisarão ser formados para atender às demandas do sistema daqui a 10 anos? Quais os incentivos que precisamos para estimular e direcionar a formação e qualificação profissional?

Saúde em Xeque O Globo, 05/09/2009

O que restringir e quais são as prioridades em saúde?

Qual percentual alocar entre prevenção e tratamento?

Qual a quantidade e qualificação de profissionais

necessária? Quais incentivos?

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UNIFESPUNIFESP

8. O que devemos fazer hoje para que no futuro próximo as decisões possam ser orientadas e justificadas por dados e informações acreditadas e confiáveis? A obtenção desses dados e informações requer um planejamento e uma estrutura que é dependente de pessoas e tecnologia.

9. Que políticas públicas e ações devemos promover no processo que envolve a educação do cidadão para torná-lo consciente de suas responsabilidades enquanto cidadão? A manutenção ou preservação da saúde acima de tudo é uma responsabilidade individual.

10. Quais as políticas públicas e projetos de médio e longo prazo a serem propostos que serão capazes de viabilizar o complexo industrial da saúde como um complexo que faça parte da matriz de desenvolvimento socioeconômico do país, num mundo já globalizado?

Saúde em Xeque O Globo, 05/09/2009

Devemos planejar e investir na coleta de

dados e informações?

Quais as políticas públicas para educar e

responsabilizar o cidadão?

Quais as políticas públicas de longo-prazo para viabilizar

o complexo ind. da saúde (PIB)

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UNIFESPUNIFESP

“To every complex question, there is a simple answer ...and it is

wrong.”

H.L. Menken

"Reality is horrendously complicated...the more complex the

reality is, the more dangerous it is to rely on intuitive short-cuts rather

than careful analysis“

Williams A (2004)

Page 20: Qualificação Assistencial Dr. Marcos Bosi Ferraz Professor and Director Centro Paulista de Economia da Saúde / Unifesp Diretor de Relações Instituicionais

Ideal:Ideal:““Saúde para todos” = “Tudo para todos?”Saúde para todos” = “Tudo para todos?”

Realidade:Realidade:““O que queremos e o que podemos?”O que queremos e o que podemos?”

CUSTOCUSTOmáximo máximo

suportávelsuportável

DESAFIOS DO SISTEMA DE SAÚDE - Resumindo....DESAFIOS DO SISTEMA DE SAÚDE - Resumindo....

Q mínima desejável

ACESSO com

o mínimo de restrições

ÉTICA

Page 21: Qualificação Assistencial Dr. Marcos Bosi Ferraz Professor and Director Centro Paulista de Economia da Saúde / Unifesp Diretor de Relações Instituicionais

Country Total Per Capita Total Expenditure Expenditure (US$) as a proportion of GDP (%) 1960 1990 1998 1960 1990 1998

2004 _______________________________________________________

Australia 517 1647 2040 4.9 8.2 8.3 9.6Canada 600 2115 2250 5.4 9.2 9.3 9.8France 396 1920 2120 4.2 8.9 9.6 10.5Germany 495 1999 2400 4.8 8.7 10.6 10.6Italy 270 1648 1660 3.8 8.1 7.6 8.7Sweden 490 1861 1820 4.7 8.8 8.6 9.1Switzerland 479 2196 2740 3.1 8.3 10.2 11.5United K 407 1191 1450 3.9 6.0 6.9 8.1Japan 143 1350 1780 3.0 6.1 7.4 7.8U. States 820 3491 4270 5.2 12.6 14.0 15.4

_______________________________________________________ Iglehart J, NEJM, 2000

Investimentos em Saúde como % do PIBInvestimentos em Saúde como % do PIBWHO

2006 = 7.16 %

““Bolso” da Nação = PIBBolso” da Nação = PIB

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Tendências inexoráveis

Mais TI e TC = Mais CONHECIMENTOMais Educação = Maior DEMANDA

Maior reconhecimento dos INTERESSESNecessidade de ALINHAR INCENTIVOS

Escolhas cada vez mais difíceis e críticas

Escolhas Responsáveis

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UNIFESPUNIFESP

O sistema de saúde tem

e depende de:

PessoasExpectativasLimitações

Quefelizmente reagem !

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O desafio de escolhas em um ambiente com interesses diversos

Operadora

Paciente

Agências / GovernoCidadão

Indústria de insumos Prestador

Princípios Doutrinários: Universalidade, Integralidade, Equidade

Consultores

Legi

slad

ores

Juris

tas

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Conclusão: não há tempo a perder !Precisamos:

- Fazer ESCOLHAS

- Reconhecer INTERESSES

- Alinhar INCENTIVOS

- Agir no CURTO PRAZO

- Pensar no LONGO PRAZO

Nova lógica , Novo modelo de Assistência à Saúde

com Qualificação Assistencial

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[email protected]

Obrigado pela atenção!

UNIFESPUNIFESP