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Qualidade de Vida nos Pacientes com Orbitopatia de Graves Laura Orlandi, Danilo Villagelin, Caroline Zampieri, Nicolas Perini, Wanessa Pinto, Viviane Carvalho, Ana Beatriz Miklos, Patrícia Teixeira, Roberto Santos, João Hamilton Romaldini Hospital da PUC-Campinas Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual, São Paulo Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro

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Page 1: Qualidade de Vida nos Pacientes com Orbitopatia de Graves · Qualidade de Vida nos Pacientes com Orbitopatia de Graves Laura Orlandi, Danilo Villagelin, Caroline Zampieri, Nicolas

Qualidade de Vida nos Pacientescom Orbitopatia de Graves

Laura Orlandi, Danilo Villagelin, Caroline Zampieri, Nicolas Perini, Wanessa Pinto, Viviane Carvalho, Ana Beatriz Miklos, Patrícia Teixeira, Roberto

Santos, João Hamilton Romaldini

Hospital da PUC-Campinas

Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual, São Paulo

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro

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Orbitopatia de Graves

Ausente/Leve: 70-80%

Moderada: 15-20 %

Severa: 3-5%

Bartalena L, Clinical practice. Graves' ophthalmopathy. N Engl J Med. 2009 ,Dolman PJ. Evaluating Graves' orbitopathy. Best PractRes Clin Endocrinol Metab. 2012

Manifestação extratireoideana mais comum na Doença de Graves;

Fatores ambientais, genéticos e imunes.

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Qualidade de Vida- QoL

• Características individuais, sintomas e percepções

gerais de saúde;

• Pode ser avaliada somente pelo próprio paciente;

• Diferentes pontos de vista: para o médico e para o

paciente;

• Pode ser usado para guiar tratamento.

Wiersinga WM. Quality of life in Graves' ophthalmopathy. Best Pract Res Clin Endocrinol Metab. 2012

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Orbitopatia de Graves e Qualidade de Vida

1. Questionários de qualidade geral de saúde (SF36);

2. Questionários específicos para a visão (NEI VFQ 25);

3. Questionários específicos para a doença (GO – QoL);

4. Metodologia qualitativa com entrevistas.

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Orbitopatia de Graves e Qualidade de Vida

1. Questionários de qualidade geral de saúde (SF36) ;

2. Questionários específicos para a visão (NEI VFQ 25);

3. Questionários específicos para a doença (GO – QoL);

4. Metodologia qualitativa com entrevistas.

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Questionários de OGAutor n Grupo OG Questionário

Terwee 1998, 1999

7089

Leve, moderada, severa

GO - QoLFuncionamento

visual e aparência

Terwee 2001 164 Severa GO - QoLAntes e depois do

tratamento

Park 2004 128Leve, moderada,

severaGO - QoL

OG afetaprofundamente a

QV

Kahaly 2011 310Leve, moderada e

severaGO - QoL

Correlacionadocom severidade

Lin 2013 271Leve, moderada e

severaGO -QoL

Correlacionouseveridade com atividade clínica

Tehrani 2004 105 Severa 26 GO questions

Estcourt 2011 256Leve, moderada e

severaGO – QoLS

Low scores social function

Fayers 2011 100Leve, moderada e

severaTED - QoL TED-QOL é validado

Son 2014 90Leve, moderada e

severaTED - QoL

Correlacionouclínica com escores

severos

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OG é associada com diminuição da

qualidade de vida.

OG severa: sintomas visuais

impactam o estado de saúde e bem-

estar muitos anos após o diagnóstico.

Questionários QoL-GO e SF-36: Resumo

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QoL-GO:

• Ferramenta altamente

confiável para avaliar a

QV em pacientes com

OG.

• Melhor aplicabilidade

que outros questionários.

16 Questões focadas em

duas consequências

específicas da OG:

• Acometimento visual;

• Efeitos psicossociais da desconfiguração facial.

http://www.eugogo.eu/files/download/QoL-GO-Portuguese.pdf

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Objetivos do Estudo

1. Validar o questionário GO-QoL para o Potuguês;

2. Comparar o questionário GO-QoL com as

classificações CAS, EUGOGO e NOSPECS;

3. Avaliar o impacto na qualidade de vida de formas

leves a moderadas de Orbitopatia de Graves;

4. Identificar quais variáveis influenciam o GO-QoL.

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Métodos de Estudo

378 Pacientes com Doença de Graves

339 Pacientes com Doença de Graves

Estudo Transversal Multicêntrico com pacientes portadores de Doença de Graves

Critérios de Inclusão• Idade > 16 anos;• Tratamento: DAT, cirurgia e radioiodoterapia;• Eutireodismo• Orbitopatia ausente, leve e moderada.

Critérios de Exclusão• Disfunção Tireoidiana duranteentrevista;• Uso de glicocorticóides;• Cirurgia orbitária.

34 Disfunção Tireoidiana (+)3 Uso de GC (+)

2 Cirurgia Orbitária (+)

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Características dos 339 Pacientes

Sexo, n, %Fem = 283 (83,5%)Masc = 56 (16,5%)

Idade, média, DP 49,9 ± 14,7 anos

Duração da OG 7,12 ± 6,66

Proptose (mm)Direita

Esquerda18,4 ± 4,1018,2 ± 3,95

Fenda Ocular (mm)Direita

Esquerda9,65 ± 2,209,64 ± 2,15

Diplopia, n, %Positivo = 11 (3,22%)

Negativo = 328 (96,78%)

Assimetria, n, %Positivo = 64 (18,75%)

Negativo = 275 (81,25%)

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Características dos 339 Pacientes

TSH sérico, média e DP2,46 ± 1,28mU/L

T4L sérico, média e DP1,20 ± 0,30ng/dL

TRAb sérico positive, % 92,5%

Droga Antitireoidiana, n 260

Radioiodoterapia, n 71

Tireoidectomia, n 8

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Características dos Pacientes

CAS (n) EUGOGO NOSPECS

0-1 246 Leve 229 0-1 204

2-5 77Moderado

Severo94 2-4 119

6-7 16

“Sight-

Threatening” 16 5-6 16

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Características dos Pacientes

CAS (n) EUGOGO NOSPECS

0-1 246 Leve 229 0-1 204

2-5 77Moderado

Severo94 2-4 119

6-7 16

“Sight-

Threatening” 16 5-6 16Análise Final = 323 Pacientes

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Análises Estatísticas

• Teste Chi-quadrado e Teste exato de Fisher: variáveis

categóricas;

• Mann-Whitney e Kruskal-Wallis: variáveis numéricas;

• Correlação de Spearman: correlaciona as classificações de

CAS, EUGOGO e NOSPECS com o questionário GO-QoL;

• Análise de regressão linear: avalia a relação entre as

variáveis e os campos do questionário de GO-QoL.

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CAS

0 - 1 (n=246)

2 - 5(n=77)

p-value

Gender85% Female15% Male

77% Female23% Male

0.121

Age 48.99 ± 15.31 48.92 ± 12.99 0.995

Disease duration 7.37 ± 6.88 6.32 ± 5.87 0.228

0

20

40

CAS 0 -1 CAS 2 - 5

0

50

100

CAS 0 -1 CAS 2 - 5

0

5

10

15

CAS 0 -1 CAS 2 - 5

Ass

imet

ry+

(%)

Pro

pto

sis

+ (%

)

Dip

lop

ia +

(%

)

p < 0.02p < 0.0001

p < 0.002

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0

20

40

Absent/Mild Moderate/Severe

0

50

100

Absent/Mild Moderate/Severe

0

5

10

15

Absent/Mild Moderate/Severe

Ass

imet

ry+

(%)

Pro

pto

sis

+ (%

)

Dip

lop

ia +

(%

)

p < 0.0003p < 0.0001

p < 0.001

EUGOGO

Absent/Mild(n=229)

Moderate/Severe(n=94)

p-value

Gender84% Female16% Male

79% Female21% Male

0.258

Age 49.09 ± 15.25 48.68 ± 13.59 0.972

Disease Duration 7.32 ± 6.94 6.63 ± 5.91 0.398

Assimetria: diferença ≥ 3mm entre a proptose.

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0

10

20

30

Class 0 - 1 Class 2-30

50

100

Class 0 - 1 Class 2-3

0

10

20

Class 0 - 1 Class 2-3

Ass

imet

ry+

(%)

Pro

pto

sis

+ (%

)

Dip

lop

ia +

(%

)

p < 0.02p < 0.0001

p < 0.001

NO SPECS

0 - 1(n=204)

2 - 4(n=119)

p-value

Gender84% Female16% Male

80% Female20% Male

0.360

Age 49.53 ± 15.41 48.02 ± 13.62 0.385

Disease duration 7.58 ± 7.10 6.34 ± 5.77 0.106

Assimetria: diferença ≥ 3mm entre a proptose.

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GO–QoL – Escore Total BrutoVisual Aparência

Análise de Regressão Estatística Multivariada (stepwise backward).

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Análise Multivariada

• Variável associada com Função Visual:

–Classificação do EUGOGO (p<0,0001)

• Variáveis associadas com Aparência:

– Idade, mais jovem (p=0,007)

–Proptose (p<0,0001)

–Assimetria (p<0,0001)

–Classificação do EUGOGO (p<0,0001)

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ConclusãoGO-QoL foi validado para o Português e correlacionado

com as classificações CAS, EUGOGO e NOSPECS.

OG Leve/Moderada

7 anos após diagnóstico

Impacto na Qualidade de Vida

Os objetivos do tratamento da DG devem incorporarpreocupações com a Qualidade de Vida.

Idade Jovem Proptose

AssimetriaImpacto na Aparência