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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO CAMPUS SÃO PAULO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM PROMOÇÃO DA SAÚDE MÁRCIA CRISTINA BARBOSA QUALIDADE DE VIDA E SUA RELAÇÃO COM A ALIMENTAÇÃO E O CORTISOL SÃO PAULO 2017

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS SÃO PAULO

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM PROMOÇÃO DA SAÚDE

MÁRCIA CRISTINA BARBOSA

QUALIDADE DE VIDA E SUA RELAÇÃO COM A ALIMENTAÇÃO E O

CORTISOL

SÃO PAULO

2017

MÁRCIA CRISTINA BARBOSA

QUALIDADE DE VIDA E SUA RELAÇÃO COM A ALIMENTAÇÃO E O

CORTISOL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde do Centro Universitário Adventista de São Paulo, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre Profissional em Promoção da Saúde.

Orientadora: Profa. Dra. Marcia Maria Hernandes de Abreu de Oliveira Salgueiro.

SÃO PAULO

2017

Dissertação intitulada “QUALIDADE DE VIDA DE ENFERMEIROSDE UM SERVIÇO PÚBLICO DE SAÚDE”, de autoria de Márcia Cristina Barbosa, apresentada ao Centro Universitário Adventista de São Paulo, como requisito para obtenção do grau de Mestre Profissional em Promoção da Saúde apresentado e aprovado em ______ de ____________ de 2017.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________ Profa. Dra. Marcia Maria H. de A. de O. Salgueiro. (Orientador)

Centro Universitário Adventista – UNASP

_________________________________________________ Prof. Dr. Carlos Antônio Teixeira (Titular)

Universidade

_________________________________________________ Prof. Dr. Elias Ferreira Porto (Titular)

Centro Universitário Adventista - UNASP

_________________________________________________ Prof. Dr. Poliani de Oliveira (Suplente)

Centro Universitário Adventista - UNASP

_________________________________________________ Prof. Dr.Fábio Marcon Alfieri (Suplente)

Universidade

Dedico este trabalho a minha família, meu

marido Alessandro Klein, meu irmão Jaime

Antônio Barbosa, minha orientadora Marcia

Salgueiro que sempre me incentivaram para

finalizar, mesmo com as dificuldades que

apareceram no decorrer do período, não

tenho dúvida que foram os incentivos\apoios

que tornou este sonho possível, terei uma

gratidão eterna, a minha família amor

incondicional a minha orientadora uma

admiração, carinho, respeito que levarei pra

sempre em minha carreira profissional,

obrigada.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me proporcionado saúde e forças para superar os

obstáculos e as dificuldades.

Ao meu marido Alessandro Klein que foi a pessoa que encontrou na internet esse

mestrado na UNASP, apesar da distância tão imensa de onde moramos sempre

acreditou que conseguiria finalizar, aos meus filhos Gabriel, Giovanni e Amanda, foi

o motivo de minha perseverança, amo-os.

Meu irmão Jaime Antônio Barbosa que quando solicitei “abrigo” para as vezes que

necessitaria vir a SP prestativamente já disponibilizou sua casa e veiculo, gratidão

eterna, acredito que não seria possível se não houvesse essa contribuição, minha

sobrinha Thieme Barbosa, minha cunhada Cleusa Barbosa, obrigada pelo apoio e

contribuição.

Agradeço aos familiares, irmãos, cunhado (as), Mãe, Pai, sogro, sogra, amigos e

colegas de trabalho que mesmo distantes sempre apoiaram e acreditaram na

finalização deste trabalho, Roseli Floriano pela contribuição.

Ao UNASP e a todos corpo docente do mestrado pela contribuição com o

conhecimento em especial Professor Fábio Alfieri, além da capacidade,

conhecimento, sempre compreensivo com nós alunos de longa distância, Leslie

Portes, minha eterna admiração, demonstra uma paixão por educar imensurável, um

respeito, uma preocupação com nós discentes, uma solidariedade, contribuição

fantástica em minha pesquisa nos dados estatísticos, muita gratidão, Márcia

Salgueiro, um exemplo de orientadora, aprendi muito, sempre incentivando,

apoiando, acreditando, corrigindo, dividindo, quanto conhecimento, muito obrigada,

as suas orientandas que também contribuíram na pesquisa, grata, Professor Elias

Porto, pela sugestão e contribuição na pesquisa.

A Marlon Pavanello bioquímico proprietário do laboratório Bioclínico de Sinop-MT,

que prontamente manifestou interesse em financiar os exames de cortisol, muito

obrigada.

Aos Enfermeiros concursados do município que aceitaram participar da pesquisa e

assim contribuíram para que acontecesse, grata.

Ao Secretário Municipal de Saúde Manoelito da Silva de Sinop e faculdade UNIC

Aeroporto no nome da Coordenadora do curso de enfermagem Tania Fonseca, pelo

apoio, flexibilização no trabalho, gratidão.

Colegas de curso do mestrado, todos, sem exceção sendo que muitos me deram

grande apoio e ajuda, Maria Luiza pelos almoços compartilhados, Anselmo pela

generosidade, grata, abraços, saudades.

E a todos que fizeram parte direta ou indiretamente, o meu muito obrigada!

“Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem

metas, os sonhos não têm alicerces. Sem

prioridades, os sonhos não se tornariam

reais. Sonhe, trace metas, estabeleça

prioridades e corra riscos para executar seus

sonhos. Melhor é errar por tentar do que

errar por se omitir!”

Augusto Cury

“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe

a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar,

desistir ou lutar; porque descobri, no

caminho incerto da vida, que o mais

importante é o decidir.”

Cora Coralina

BARBOSA, M. C. Qualidade de vida e sua relação com a alimentação e o cortisol. São Paulo, 2017. 66f. Dissertação (Mestrado Profissional em Promoção da Saúde) – Centro Universitário Adventista de São Paulo, São Paulo, 2017.

RESUMO

Introdução: A qualidade de vida é uma noção eminentemente humana que se aproxima ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social, ambiental e à estética individual existencial. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida de enfermeiros de um serviço público em Sinop-MT. Método: Tratou-se de um estudo transversal de caráter descritivo com 33 enfermeiros. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Adventista de São Paulo sob CAAE 55262216.5.0000.5377, pela Comissão de Integração Ensino-Serviço de Sinop e pela Secretaria Municipal de Saúde do município. Para a coleta de dados foram utilizados quatro questionários autoaplicáveis: o primeiro abordando os aspectos sociodemográficos e as variáveis de trabalho, o segundo contemplando a qualidade de vida, o terceiro sobre o consumo alimentar e o quarto sobre dados antropométricos. O cortisol plasmático foi coletado e avaliado por laboratório privado da região seguindo o protocolo estabelecido pelo local. Todas as análises foram realizadas por meio dos pacotes estatísticos Statistical Package for the Social Sciences versão 22 e GraphPad Prism, versão 6.0, ambos para Windows. As prevalências foram analisadas por meio do teste do qui-quadrado e os resultados expressos em percentuais. As associações dicotômicas foram determinadas por meio dos coeficientes de correlação de Pearson ou de Spearman. A percepção de qualidade de vida em cada um dos quatro domínios: físico, psicológico, social, ambiente e do escore geral foram agrupados em cinco categorias: até 19,9 pontos: muito baixo, de 20,0 a 39,9 pontos: baixo, de 40,0 a 59,9 pontos: regular, de 60,0 a 79,9 pontos: bom e de 80,0 a 100,0 pontos: muito bom. Os escores de alimentação foram agrupados em três categorias, segundo o Guia de bolso: até 28 pontos: Precisa melhorar, de 29 pontos a 42 pontos: Atenção, e de 43 pontos ou mais: Parabéns. Resultados: Percebe-se a prevalência do sexo feminino (93,94%), casados (81,82%) e ter apenas um vínculo empregatício (81,82%). Embora a maioria dos enfermeiros exibisse peso adequado à estatura (58%), 39% deles

exibiam excesso de peso (sobrepeso mais obesidade). O cortisol médio foi de 11,6

5,9 g/dl, considerado adequado segundo os valores de referência. Os 33 enfermeiros estavam nas classes A ou B e todos haviam realizado uma pós-graduação lato sensu. A experiência profissional de 72% dos enfermeiros era de 5 a 15 anos, 79% deles tinha carga semanal de 40h de trabalho e 79% nos turnos matutino e vespertino. Apenas um enfermeiro precisaria melhorar sua alimentação, segundo o escore de alimentação e 79% deles estavam na categoria Atenção. Em relação à qualidade de vida, o domínio que exibiu o melhor escore foi o domínio

físico (71,2 16,8), enquanto que o domínio ambiente foi o de menor escore (64,0

12,6). O escore de alimentação correlacionou-se positiva e significantemente ao domínio psicológico (r = 0,35, p < 0,05) e ao cortisol (r = 0,57, p < 0,05). O cortisol correlacionou-se positiva e significantemente aos domínios físico (r = 0,52, p < 0,05), ambiente (r = 0,53, p< 0,05) e ao escore geral de qualidade de vida (r = 0,53, p < 0,05). O peso corporal correlacionou-se inversa e significantemente aos domínios físico (r = –0,40, p < 0,05), psicológico (r = –0,39, p < 0,05), ambiente (r = –0,41, p <

0,05), ao escore geral de qualidade de vida (r = –0,40, p < 0,05) e à classe socioeconômica (–0,61, p < 0,01). Adicionalmente, o Índice de Massa Corporal correlacionou-se inversa e significantemente aos domínios físico (r = –0,42, p < 0,05), psicológico (r = –0,36, p < 0,05), ambiente (r = –0,40, p < 0,05), ao escore geral de qualidade de vida (r = –0,43, p < 0,05) e à classe socioeconômica (–0,57, p < 0,01). Conclusão: A percepção da qualidade de vida geral e nos seus quatro domínios pelos enfermeiros estudados foi regular e boa. Esses profissionais eram na maioria mulheres, casadas, de alto nível socioeconômico e com baixa prevalência de excesso de peso quando comparados à população brasileira. O consumo alimentar e outros hábitos de vida apresentaram-se razoáveis, requerendo atenção por parte destes indivíduos, uma vez que não consomem adequadamente alimentos como verduras, legumes, frutas e leguminosas. Este estudo contribuiu para o levantamento de questões relacionadas à qualidade de vida dos enfermeiros de Sinop, seus hábitos alimentares, condições socioeconômicas, bem como de seu estado nutricional, disponibilizando informações para outras pesquisas relacionadas ao tema e medidas de promoção da saúde. Palavras-chave: Qualidade de Vida; Enfermeiros e Enfermeiras; Consumo de alimentos.

BARBOSA, M. C. Quality of life its relationship with food and cortisol. São Paulo, 2017. 66f. Dissertation (Professional Master in Health Promotion) – Centro Universitário Adventista de São Paulo, São Paulo, 2017.

ABSTRACT Introduction: Quality of life is an eminently human notion that approaches the degree of satisfaction found in family, love, social, environmental life and individual existential aesthetics. It delimits areas of physical, occupational, psychological and social aspects. Objective: To evaluate the quality of life of nurses in a public service in Sinop-MT. Method: This was a descriptive cross-sectional study with 33 nurses. This research was approved by the Research Ethics Committee of the Adventist University Center of São Paulo under CAAE 55262216.5.0000.5377, by the Sinop Teaching-Service Integration Commission and by the Municipal Health Department of the municipality. Four self-administered questionnaires were used to collect data: the first was sociodemographic and labor variables, the second was quality of life, the third was food consumption and the fourth was based on anthropometric data.Plasma cortisol was collected and evaluated by a private laboratory in the region following the protocol established by the site. All analyzes were performed using the statistical packages Statistical Package for the Social Sciences version 22 and GraphPad Prism, version 6.0, both for Windows. Prevalences were analyzed using the chi-square test and the results expressed in percentages. Dichotomic associations were determined using the Pearson or Spearman correlation coefficients. The perception of quality of life in each of the four domains and the general one were grouped into five categories: up to 19.9 points: very low, from 20.0 to 39.9 points: low, from 40.0 to 59.9 Points: regular, from 60.0 to 79.9 points: good and from 80.0 to 100.0 points: very good. The food scores were grouped into three categories according to the Food Guide: up to 28 points: Need to improve, from 29 points to 42 points: Attention, and 43 points or more: Congratulations. Results: The prevalence of female sex (93.94%), married (81.82%) and only one employment relationship (81.82%) was observed. Although most nurses exhibited adequate height (58%), 39% of them were overweight (overweight plus obesity). The mean

cortisol was 11.6 5.9 g/dl, considered adequate according to the reference values. The 33 nurses were in classes A or B and all had undergone a lato sensu postgraduate. The professional experience of 72% of the nurses was 5 to 15 years, 79% of them had a weekly work load of 40 hours and 79% in the morning and afternoon shifts. Only one nurse would need to improve her feeding according to the feeding score and 79% of them were in the Attention category. Regarding quality of

life, the domain that showed the best score was the physical domain (71.2 16.8),

while the domain domain was the lowest score (64.0 12.6). The feeding score correlated positively and significantly to the psychological domain (r = 0.35, p <0.05) and to cortisol (r = 0.57, p <0.05). Cortisol was positively and significantly correlated with physical (r = 0.52, p <0.05), environment (r = 0.53, p <0.05) and overall quality of life score (r = 0.53, p <0.05).Body weight was inversely and significantly correlated with physical (r = -0.40, p <0.05), psychological (r = -0.39, p <0.05), environment (r = -0.41, p <0.05), to the general quality of life score (r = -0.40, p <0.05) and to the socioeconomic class (-0.61, p <0.01). In addition, the body mass index correlated inversely and significantly to the physical (r = -0.42, p <0.05), psychological (r = -0.36, p <0.05), environment (r = -0.40, p <0.05), to the general quality of life score (r

= -0.43, p <0.05) and to the socioeconomic class (-0.57, p <0.01). Conclusion: The perception of general quality of life and its four domains was evaluated as regular and good by the nurses studied. These professionals were mostly married women of high socioeconomic status and with a low prevalence of overweight when compared to the Brazilian population. Food consumption and other living habits have been reasonable, requiring attention from these individuals as they do not consume foods such as vegetables, fruits, and legumes. This study contributed to the survey of questions related to the quality of life of nurses in Sinop, their eating habits, socioeconomic conditions, as well as their nutritional status, providing information for other research related to the theme and health promotion measures. Key words: Quality of Life; Nurse and Nurse; Food consumption

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13

1.1 Trabalho dos enfermeiros .................................................................................... 14

1.2 Qualidade de vida dos enfermeiros ..................................................................... 17

1.3 Fatores que influenciam na QV dos enfermeiros ................................................ 18

1.4 Marcador químico cortisol relacionado ao estresse ............................................ 22

2 OBJETIVO ............................................................................................................. 24

2.1 Objetivo geral ...................................................................................................... 24

2.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 24

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 25

3.1 Desenho .............................................................................................................. 25

3.2 Amostra ............................................................................................................... 25

3.3 Local de estudo ................................................................................................... 25

3.4 Instrumentos para coleta de dados aspectos ético .............................................. 28

3.5 Análise estatística ................................................................................................ 31

4 RESULTADOS ....................................................................................................... 33

5 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 38

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 44

7 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 45

ANEXOS ................................................................................................................... 52

Parecer Comitê de Ética em Pesquisa (ANEXO A) ................................................... 53

Solicitação de autorização para realização da pesquisa (ANEXO B) ........................ 56

Anuência da secretaria municipal de saúde de sinop/ MT (ANEXO C) ..................... 57

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO D) ........................................ 58

Questionário sociodemográfico ( ANEXO E) ............................................................. 59

Questionário sobre a saúde (ANEXO F) ................................................................... 51

Questionário sobre alimentação (ANEXO G) ............................................................ 63

Dados antropométricos (ANEXO H) .......................................................................... 65

Folheto explicativo (ANEXO I) ................................................................................... 66

13

1 INTRODUÇÃO

A Organização Mundial de Saúde (OMS) 1946 definiu que a saúde vai muito

além que a mera ausência de doença ou enfermidade, sendo considerado indivíduo

saudável aquele que apresenta bem-estar físico, mental e social (OMS\WHO, 1946).

Observa-se a necessidade de reforçar o uso da qualidade de vida como um conceito

necessário na prática dos cuidados e pesquisa em saúde (MINAYO, 2000).

A busca por uma vida melhor e a luta pela felicidade são inerentes aos seres

humanos, sendo tão antiga quanto sua existência. Entretanto para um indivíduo se

sentir plenamente feliz é primordial que sejam satisfeitas suas necessidades,

considerando os aspectos pessoais de cada um (BORGES, BIANCHIN, 2015).

A OMS define qualidade de vida (QV) como a percepção do indivíduo sobre

sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais ele

vive e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Esta

definição da OMS destaca a visão de que a QV é um termo subjetivo e

multidimensional, que inclui tanto facetas positivas como negativas (WHO, 1995).

O interesse na QV foi inicialmente partilhado por cientistas sociais, filósofos e

políticos. Assim, a preocupação com este tema refere-se a um movimento originado

na interação das ciências humanas e biológicas no sentido de valorizar parâmetros

mais amplos que o controle de sintomas, a diminuição da mortalidade ou o aumento

da expectativa de vida (FLECK et al., 2000).

O tema QV foi expresso pela primeira vez em 1964, pelo presidente dos

Estados Unidos da América, Lyndon Johnson, que no seu discurso declarou que os

objetivos não devem ser avaliados apenas através dos balanços dos bancos e sim

pela QV que são capazes de proporcionar as pessoas. A partir destas

considerações o assunto despertou o interesse dos cientistas, filósofos e políticos

que consideram o crescente avanço tecnológico da medicina e da ciência como uma

crescente desumanização do cuidado (RODRIGUES, 2002).

A partir da última década do século XX houve um crescimento na criação de

instrumentos que avaliam QV principalmente nos Estados Unidos, havendo grande

interesse em traduzi-los e aplicá-los em outras culturas (FLECK et al., 2000).

A QV é uma noção eminentemente humana que se aproxima ao grau de

satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à estética

14

individual existencial. Delimita áreas de aspectos físicos, ocupacionais, psicológicos

e sociais (BAMPI et al., 2008).

Quando se fala em QV, imediatamente surgem várias indagações que são

particulares de cada ser humano de acordo com sua história de vida, pois cada um

tem suas prioridades e sonhos. Quem passou por privações financeiras, a QV pode

ser ganhar muito dinheiro, quem enfrenta doença certamente sua QV significa ter

saúde, etc. Para a maioria das pessoas a QV está na maneira que se escolhe viver,

independente se é certa ou não (ARAÚJO, 2009).

Apesar da dificuldade em se definir o termo QV, o que se sabe sobre a

mesma é que as pessoas podem alcançá-la de várias formas, seja através da

realização pessoal, profissional ou social, sendo que, no entanto, o trabalho é o

elemento central quando se pensa em QV, uma vez que é por intermédio dele que

as pessoas têm atingido seus objetivos e alcançado sua QV (KIMURA, SILVA,

2009).

Assim, o conceito de QV está associado a um movimento que envolve

ciências humanas e biológicas no contexto de valorizar e ampliar parâmetros que

melhor controlam o desenvolvimento de doenças, redução da mortalidade e

aumento da expectativa de vida (MIRANDA, 2006).

1.1 Trabalho do enfermeiro

O trabalho do enfermeiro envolve o cuidar do outro com um atendimento

específico, abrangendo diferentes procedimentos realizados no corpo do paciente

(HANRANHAN et al., 2006).

De todos os profissionais que fazem parte da equipe de saúde, é o enfermeiro

quem mantém contato direto com o paciente e muitas vezes com seus familiares,

assumindo um papel de gestor das unidades intra-hospitalares, ambulatórios, setor

de urgência e emergência ou centro de saúde, sendo que qualquer que seja o

ambiente, estes profissionais convivem continuamente com o sofrimento humano,

muitas vezes sem poder apaziguá-lo (BRAGA, 2010).

A enfermagem se preocupa com o diagnóstico, o tratamento e principalmente

com as respostas dos seres humanos diante do processo saúde-doença, tendo a

responsabilidade de seguir os preceitos legais, técnicos e científicos, inerentes à

profissão (BUENO, GOUVÊA, 2011).

15

O enfermeiro deve ter como foco o cuidado integral ao paciente, cabendo-lhe,

portanto, avaliar, diagnosticar problemas, planejar e implementar metas para

solucioná-los (SADIR, LIPP, 2009). Neste processo, o profissional deve ter como

preocupação a capacitação dos demais membros da equipe para a realização das

funções delegadas em cada tipo de atendimento (BATISTA, 2006).

Considerando tais aspectos, as pessoas podem até serem consideradas

iguais no que se refere a espécie, no entanto são completamente singulares no que

diz respeito a forma de viver e enfrentar a vida, tendo em vista seus objetivos,

expectativas, realizações pessoais, profissionais, valores e crenças, dentre outros

(OLIVEIRA, CUNHA, 2014).

O enfermeiro é um profissional que tem como objetivo oferecer melhores

condições aos pacientes, família e comunidade (SADIR, LIPP, 2009), porém o fato

de prestar assistência integral ao paciente acaba por colocar o profissional em uma

atitude de total doação, que muitas vezes faz com que ele abdique de sua própria

vida em prol de seu cliente (FORTUNA, 2003).

A demanda de trabalho desenvolvida pelo enfermeiro possui características

especiais, como plantão noturno, horas extra ou até mesmo dobra de plantão

(SÊCCO, 2005).

As funções laborais da enfermagem para atender as demandas da população

são realizadas de forma ininterrupta, por escala fixa, em regime de turno, que inclui

o período noturno, finais de semana e feriados (BARBOZA et al., 2008).

Enquanto profissão, a enfermagem se divide em três grupos, com formações

distintas como: auxiliares de enfermagem, técnicos de enfermagem e enfermeiros,

tendo estes últimos, formação superior com conhecimento técnico e científico para

tomada de decisões críticas e gerenciamento de equipes (GUIDO, 2003).

As várias competências de trabalho atribuídas ao enfermeiro, até a estrutura

organizacional e funcional, evidenciam que as funções exercidas por ele são amplas

e complexas (CABANELAS, 2009).

A carga horária de trabalho do enfermeiro é longa e complexa, pois, ao

mesmo tempo, coexiste a sobrecarga enfrentada pela rotina, as responsabilidades

laborais e setoriais e as relações humanas, envolvendo os demais profissionais de

saúde, os pacientes e seus familiares (CAMPOS, NETO, 2008).

16

O trabalho em turno e a dupla jornada constituem um grande problema para

os profissionais e um grande desafio para as instituições de saúde, se tornando nos

dias atuais um problema de saúde pública de difícil resolução (MARQUES, 2004).

Podendo afetar negativamente a vida social e familiar dos enfermeiros, sendo os

mais afetados os que realizam os plantões rotativos, uma vez que nem sempre seus

dias de folga coincidem com o de seus familiares e amigos (BUENO, 2011). Essas

questões ocasionam transtornos na saúde dos profissionais tanto no aspecto físico,

como psíquico, emocional e social causando uma variedade de alterações

fisiológicas e psicossociais decorrente das mudanças no aspecto biológico e falta de

sincronia no âmbito familiar e social (ROCHA, FELLI, 2004).

Além de enfrentar vários problemas no trabalho como pouca infraestrutura,

falta de material básico e enfrentar a grande demanda que os órgãos competentes

lhes impõe, necessitam ainda estar continuamente atentos ao seu papel e também

as responsabilidades da instituição pública perante ao usuário na tentativa de

alcançar todos os objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS) (BORGES et al.,

2002).

A implantação e consolidação do SUS acarretaram à prática profissional uma

variedade de mudanças, tais como assistência nas residências dos usuários que

estão vinculados a Estratégia Saúde da Família (ESF), tendo como principal foco a

promoção da saúde e prevenção de agravos, sendo que foi também redefinido o

conceito básico de saúde, doença e forma de cuidado. Estas e outras modificações

colocaram o enfermeiro como o profissional que exerce um papel fundamental para

operacionalizar o sistema, obrigando-o a se adequar frente ao novo paradigma

(CARVALHO, MALAGRIS, 2007).

No Brasil, a maior parte dos enfermeiros atua nas áreas hospitalares, ou seja,

enfermeiro assistencialista, porém com acúmulo de tarefas administrativas e com a

gerência de equipe (SADIR, LIPP, 2009).

Por outro lado, estão os enfermeiros que atuam na ESF com foco na

prevenção e promoção da saúde. Mesmo nesse campo, o enfermeiro exerce

funções assistencialistas e de gerenciamento da equipe de enfermagem, podendo

acumular outras funções no campo do ensino, tanto de nível técnico, quanto

universitário (BORGES, BIANCHIN, 2015).

17

Todo trabalho é gerador de estresse, entretanto, na área da saúde este

estresse é potencializado, por isso deve-se consolidar um instrumento de avaliação

de vida do enfermeiro, uma vez que são eles que auxiliam os indivíduos a buscar

uma melhor QV, mas não devem se colocar em segundo plano, deixando de lado

suas prioridades (ROCHA, FELLI, 2004).

Os efeitos do trabalho podem ser positivos ou negativos sobre a saúde dos

trabalhadores. Em condições favoráveis, facilitam a aquisição de proventos que

suprem as necessidades básicas dos seres humanos, proporcionando um impacto

positivo nos aspectos físico, psicológico e social dos indivíduos. Por outro lado, as

condições desfavoráveis representam risco grave para saúde dos profissionais

(CAMPOS, NETO, 2008).

Para Lacaz (2000) o enfermeiro é um profissional que vivencia profundas

transformações em virtude dos constantes avanços que ocorrem na área da saúde,

que os sensibiliza a estar sempre atualizados através de especializações que o

torne preparado para melhor assistir seus pacientes. Além destes aspectos, este

profissional está constantemente exposto a dor, doença e morte.

Se por um lado os desafios e as dificuldades enfrentados por este profissional

contribuem para reduzir sua QV, por outro encontra prazer de cuidar do ser humano

e se identifica como gente que cuida de gente (ROCHA, FELLI, 2004).

A melhora na QV e nas condições de trabalho destes profissionais acaba por

produzir um impacto positivo, tanto na saúde do enfermeiro quanto nos demais

membros da equipe multiprofissional, bem como na população por eles assistida

(ARAÚJO, 2009).

Devendo assim ficar evidenciado que um trabalhador satisfeito e bem

motivado, com condições dignas de trabalho produz muito mais, alcançando metas

positivas tanto para ele quanto para empresa (LENTZ et al., 2000).

1.2 Qualidade de vida do enfermeiro

Considerando que a QV dos enfermeiros influencia na qualidade da

assistência prestada ao paciente, se faz necessária a avaliação do modo de viver

destes profissionais em sua rotina de trabalho, sendo fundamental que estes

18

compreendam que sua QV interfere diretamente em suas ações (FERNANDES et

al., 2012).

A QV no ambiente de trabalho é uma preocupação recente, porém tem se

tornado alvo de vários estudos por parte das organizações trabalhistas, que

associam o bem-estar biopsicossocial do trabalhador como fator determinante para

boa qualidade dos serviços prestados (BRAGA, 2010).

Conforme citação de Batista (2006), a QV dos enfermeiros, quando se trata

do ambiente de trabalho, é complexa em decorrência das condições de trabalho,

carga horária, complexidade dos procedimentos e sofrimento dos pacientes.

A avaliação da QV do enfermeiro é importante, uma vez que oferece

subsídios para aperfeiçoar a qualidade da assistência em saúde, a prática clínica, o

relacionamento ente o profissional e o usuário (BORGES, BIANCHIN, 2015).

Para melhorar a QV dos enfermeiros é de fundamental importância que este

profissional seja bem remunerado, que as condições de trabalho sejam dignas e

seguras e que sejam sempre ofertados subsídios para aperfeiçoamento de suas

capacidades técnicas e científicas (HADDAD, 2000).

Pesquisadores têm desenvolvido estudos para mensurar a QV dos

profissionais de enfermagem e também investigar os fatores interferentes, propondo

medidas estratégicas para a melhoria da QV (KIMURA, CARANDINA, 2009), uma

vez que esses fatores envolvem tanto a vida pessoal quanto a profissional desses

indivíduos (FOGAÇA, CARVALHO, MARTINS, 2010; FERNANDES et al., 2012).

É importante ressaltar que a QV dos profissionais está diretamente ligada ao

status profissional, ao salário, aos requisitos do trabalho e às normas

organizacionais (LENTZ et al., 2000).

A QV é um tema que vem despertando interesse nos últimos anos, em vista

da importância de fatores pessoais, ambientais e organizacionais envolvidos no

contexto do trabalho e sua relação com a qualidade de assistência prestada

(BORGES, BIANCHIN, 2015).

1.3 Fatores que influenciam a qualidade de vida de enfermeiros

Para Rocha e Felli (2004) os enfermeiros convivem com a falta de estímulo e

reconhecimento de seus superiores, ocasionando um sentimento de desvalorização,

19

tornando estes profissionais desmotivados com sentimentos conflituosos que

repercutem de forma negativa na sua vida e na assistência para com o paciente.

Dentre os fatores que interferem na QV dos profissionais de enfermagem

podem-se citar: os baixos salários, riscos ocupacionais, multiplicidade de empregos,

condições laborais precárias, falta de segurança, desvalorização profissional,

comunicações e atualizações insuficientes, abandono do autocuidado, acúmulo de

atividades, interferência laboral na vida familiar, sofrimento psíquico, insatisfação

pelo trabalho, regime de trabalho, normas organizacionais, falta de privacidade

(CORDEIRO, 2012), baixa remuneração, dupla ou tripla jornada de trabalho,

exaustão, má alimentação, sono reduzido e dificuldade nos relacionamentos

pessoais (LOURENÇO, RAMOS, CRUZ, 2008).

A dupla ou até mesmo a tripla jornada de trabalho está diretamente

relacionada a horários irregulares de atividades de vida diária, sendo causadores de

alterações na saúde física, psicológica e desequilíbrio nas relações sociais e

familiares (BECK, 2000).

A má remuneração, que associada com os turnos exaustivos de trabalho e a

relutância em admitir que nem sempre é possível evitar o sofrimento e a morte do

paciente, torna os enfermeiros vulneráveis ao estresse (MIRANDA, 2006).

A demanda excessiva de trabalho, junto com o déficit de profissionais

constitui os elementos que mais atingem o enfermeiro, a ponto de interferir

diretamente na qualidade da assistência, além de provocar desequilíbrio na QV

(BARROS, 2003).

Os plantões noturnos e a jornada dupla são inerentes ao trabalho do

enfermeiro, com jornadas que iniciam muito cedo e encerram muito tarde,

dificultando o sono, o lazer e o convívio familiar (LOPES, 2001).

Apesar da necessidade destas escalas de trabalho nas instituições de saúde

para que os pacientes sejam assistidos, este regime de plantão muitas vezes se

transforma em uma tarefa árdua para estes profissionais, acabando por gerar

situações de estresse que interferem em vários aspectos da vida destes

profissionais (POLES, 2005).

Os plantões fixos, de 12 horas são causadores de estresse nos profissionais,

pois neste formato de plantão ocorre um aumento na demanda de trabalho, sendo

20

comum o estado de fadiga, com queda de desempenho, mesmo quando ocorre o

melhor ajuste das folgas (MORENO, FISHER, ROTENBERG, 2006)

Esta incompatibilidade de horário impossibilita que os profissionais

acompanhem a rotina de seus familiares, facilitando o surgimento de conflitos

familiares e dificuldade nas atividades sociais, que podem resultar no isolamento

social que afeta completamente a QV (LOURENÇO, RAMOS, CRUZ, 2008).

O enfermeiro que atua na saúde pública é um exemplo de profissional que

sofre influência dos agentes geradores de estresse (SADIR, LIPP, 2009).

Dentre os vários fatores que interferem na QV dos enfermeiros, o estresse

ocupa um papel central por produzir sintomas que interferem em todos os aspectos

da vida destes profissionais, tais com sudorese excessiva, tensão, dores

musculares, irritabilidade, náuseas, extremidades frias, taquicardia, hipertensão,

cefaleia, ranger de dentes, problemas gastrointestinais, dentre outros (SADIR,

BIGNOTTO, LIPP, 2010).

Como sintomas psicológicos observa-se um quadro de ansiedade, angústia,

insônia, falta de concentração, excessiva preocupação e conflitos nas relações

interpessoais, pensamentos negativos, atitudes desfavoráveis no ambiente de

trabalho, atitudes agressivas para com os colegas e alterações que sugerem

esgotamento emocional (VIEIRA, 2001).

De acordo com a OMS uma instituição de saúde com número elevado de

agentes estressores, tem em proporção, mais profissionais estressados, sendo que

5% a 10% desses apresentam-se com problemas graves de saúde (MENDES,

1995).

É importante salientar que 58% da população mundial gasta um terço de suas

vidas no ambiente de trabalho, esperando que suas atividades laborais venham

contribuir para o bem-estar da própria pessoa, de seus familiares e sociedade em

geral (CARVALHO, MALAGRIS, 2007).

Em virtude dos riscos que o estresse relacionado ao trabalho representa para

a saúde, este tem sido amplamente pesquisado nos últimos anos, sob várias

abordagens com objetivo de identificar seus efeitos etiológicos na saúde dos

profissionais (JUAREZ, GARCIA, 2007).

Outro desafio enfrentado pelo enfermeiro, especialmente no ambiente

hospitalar é o número inadequado de funcionários, que contribui para aumentar o

21

estresse dos funcionários decorrente do aumento da carga física e emocional,

dificultando a prestação de uma assistência de qualidade (LOPES, 2001).

O aumento das responsabilidades e acúmulo das muitas funções leva ao

estresse que por sua vez leva ao adoecimento físico e mental (FERNANDES et al.,

2012) e o absenteísmo e/ou afastamento por doença destes profissionais (SILVA,

MELO, 2003).

Alguns estudos atuais demonstram que o estresse profissional tem

aumentado nos últimos anos, devido aos avanços tecnológicos, competição

profissional, sobrecarga de trabalho e pressão para que as tarefas sejam realizadas

com precisão e tempo (BORGES, BIANCHIN, 2015).

Um dos fatores agravantes do estresse ocupacional é o pouco espaço que as

instituições e a sociedade abrem para os profissionais expressarem suas angustias,

conflitos, frustrações e tristezas devido às normas sociais (BUENO, 2011).

Outro fato que interfere na qualidade de vida dos enfermeiros é a má

remuneração, que associada com os turnos exaustivos de trabalho e a relutância em

admitir que nem sempre e possível evitar o sofrimento e a morte do paciente, torna

os enfermeiros vulneráveis ao stress que é inerente a estes profissionais (MORENO,

FISHER, ROTENBERG, 2006).

Em meio a tantos fatores geradores de estresse, é de grande relevância criar

estratégias para cuidar da saúde física e mental destes profissionais com objetivo de

melhorar sua QV, evitar o absenteísmo, a redução da produtividade e até mesmo o

desenvolvimento de doenças crônicas incapacitantes (ABREU, 2002).

Diante de agentes estressores crônicos e contínuos, pode ocorrer a produção

em excesso do cortisol que é extremamente nocivo para saúde, uma vez que este

hormônio é tão mal tolerado pelo cérebro que pode danificar de forma irreversível as

células cerebrais. Algumas literaturas indicam que os efeitos tóxicos do cortisol

podem ser responsáveis pelo mal de Alzheimer (LUZARDO et al., 2006).

1.4 Marcador bioquímico cortisol relacionado ao estresse

O cortisol é um hormônio definido como glicocorticoide de origem primária e

principal hormônio sintetizado no córtex da supra-renal a partir do colesterol, sendo

sinônimo de hidrocortisona. Sua presença é indispensável à vida, pois regula o

22

metabolismo dos carboidratos, proteínas e lipídios, além de manter os níveis

pressóricos adequados e atuar como agente redutor das reações alérgicas e

inflamatórias (ARAÚJO, 2005).

Secretado com alternância, o pico máximo do cortisol é atingido no despertar.

Pode reduzir à metade no decorrer do dia no mesmo indivíduo ou dobrar a

quantidade no mesmo dia (PAGLIARONE, SFORCIN, 2009).

Dentre as várias funções do cortisol está o estímulo para produção do

glicogênio, mobiliza os ácidos graxos livres deixando-os disponíveis para fonte de

energia, reduz a utilização de glicose para que seja poupada para o consumo do

cérebro, estimula o catabolismo das proteínas para que sejam liberados os

aminoácidos a serem usados na reparação e síntese das enzimas e para produção

de energia, além de atuar como agente anti-inflamatório (WILMORE, COSTILL,

2001).

Outra ação do cortisol é atenuar as ações das células inflamatórias do

sistema imunológico, reduzindo amplamente todas as atividades do sistema

imunológico (HANRANHAN et al., 2006).

Estas funções endógenas são as principais bases das alterações fisiológicas

do estresse crônico. A produção aumentada do cortisol provoca perda muscular,

hiperglicemia e diminuição das respostas inflamatórias e imunes, além de reduzir a

capacidade de aprendizado (KING, HEGADOREN, 2002).

Os glicocorticoides são indispensáveis para manutenção da vida, permitindo a

adaptação às modificações externas e ao estresse. São responsáveis por manter as

concentrações plasmáticas de glicose equilibradas e constantes mesmo por um

longo período sem a ingestão de alimentos (BUENO, 2011).

Sempre que um agente estressor estimula o sistema neuroendócrino os

glicocorticoides são liberados, estimulando uma resposta fisiológica para que ocorra

adaptação à situação estressora. A intensidade da liberação vai depender das

respostas do organismo ao agente estressor e quantidade de tempo que a pessoa

fica exposta (BUENO, 2011).

Ainda há muito que estudar sobre o cortisol como um indicador de estresse,

porém é necessário que as pesquisas em torno deste tema sejam aprofundadas,

uma vez que é necessário reduzir os níveis de estresse nos profissionais, visando à

melhoria na sua QV e melhor assistência aos pacientes (HANRANHAN et al., 2006).

23

É importante cuidar da saúde dos enfermeiros, criando subsídios para que

possam enfrentar os agentes estressores que se encontram nos ambientes de

trabalho e que sejam aprofundadas as pesquisas para a melhoria das jornadas de

trabalho (SILVA, QUEIROZ, 2011).

24

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar qualidade de vida de enfermeiros de um serviço público em Sinop-MT.

2.2 Objetivos Específicos

• Caracterizar os enfermeiros de acordo com as variáveis: idade, estatura, peso,

Índice de Massa Corporal (IMC), nível de cortisol, classe socioeconômica,

formação, tempo de trabalho, carga horária semanal, período de trabalho, escore

de alimentação e QV.

• Relacionar as variáveis: escore de alimentação, idade, domínios da QV, escore

de QV geral, nível de cortisol, classe socioeconômica, peso, estatura e IMC.

25

3 METODOLOGIA

3.1 Delineamento do estudo

Tratou-se de um estudo transversal de caráter descritivo com o propósito de

avaliar a QV dos enfermeiros de um serviço público de Sinop-MT. Esta pesquisa foi

aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Adventista de

São Paulo (UNASP) sob CAAE 55262216.5.0000.5377 (ANEXO A), pela Comissão

de Integração Ensino-Serviço (CIES) de Sinop (ANEXO B) e pela Secretaria

Municipal de Saúde (SMS) do município (ANEXO C).

3.2 Amostra

A SMS de Sinop contava com 60 enfermeiros, sendo 43 concursados.

Adotou-se como critério de inclusão estudar os enfermeiros concursados lotados em

qualquer uma das Unidades de Saúde do município pela SMS, de ambos os sexos.

Estes foram convidados pessoalmente pelo pesquisador no seu local de

trabalho, apresentando os objetivos da pesquisa e entregando o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (ANEXO D), em duas vias. No dia

agendado pelo pesquisador e pelos participantes, foi destinado um local adequado

para o preenchimento dos questionários. O pesquisador aguardava e estava à

disposição do participante para esclarecer qualquer dúvida em outra sala.

Consentiram participar da pesquisa 33 enfermeiros (76,7% da amostra inicial)

e destes, apenas 16 realizaram a coleta do cortisol.

3.3 Local de estudo

Sinop é um município brasileiro do estado do Mato Grosso que foi planejado,

sendo a quarta maior cidade do estado em número de habitantes. Sua população

em 2014 segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) era de

126.817 habitantes e para 2016 foi estimada em 132.934 habitantes, o que a coloca

em 212º lugar no Brasil, 114º lugar entre os municípios interioranos e 4º lugar no

estado em número de habitantes. Possui uma área de 3.194,339 km²sendo 27,00 m²

26

de área verde por habitante (a ONU recomenda um mínimo de 12,00 m²/habitante)

(IBGE, 2015).

É conhecida como a capital do “Nortão” e polo de referência em todo o norte

mato-grossense conta com mais de 27.000 estudantes matriculados nas escolas

públicas e privadas segundo o IBGE. É reconhecida como uma cidade universitária,

com diversas instituições de ensino superior, como: Instituto Federal do Mato Grosso

(IFMT), Universidade Federal de Mato Grosso(UFMT), Universidade do Estado de

Mato Grosso (UNEMAT), Universidade de Cuiabá (UNIC) e Faculdades de Sinop

(FASIPE) (IBGE, 2015).

O município possui cobertura para atenção básica estimada em 49%, ainda

com uma deficiência em relação ao preconizado pelo Ministério da Saúde (MS) que

é de 100%. As Unidades de Saúde do município que possuem enfermeiros são:

Unidades Básicas de Saúde (UBS), Serviço de Atendimento Especializado\Centro

de Testagem e Aconselhamento (SAE\CTA), Centro de Apoio Psicossocial (CAPS),

SMS, Unidade Coleta Transfusão (UCT) e Centro de Reabilitação (CER). Abaixo

está a relação da quantidade de profissionais por local de trabalho (SINOP,2016)

QUADRO 1: Distribuição dos enfermeiros por unidade de trabalho, Sinop-MT

Número de enfermeiros por

Unidade

Unidade Função

02 Afastado Enfermeiro em afastamento de 3 anos pelo Município

02 SMS – Cuiabá Encontram-se em Cuiabá capital do MT, cedidos para Estado do MT.

11 SMS 3 Enfermeiros no ESF, 1 Enfermeiro no Programa Saúde da Mulher, 1 Enfermeiro na sala de vacinas, 2 Enfermeiro no CEREST (Centro de Referência Especializado em Saúde do Trabalhador), 1 Enfermeiro de planejamento dos serviços de saúde, 2 Enfermeiro na Vigilância 1 Enfermeiro secretário adjunto, 1 Enfermeiro no MAC (Média e Alta Complexidade)

23 UBS Enfermeiros das Unidades

01 SAE / CTA Enfermeiros das Unidades

01 CAPS Enfermeiro da Unidade

02 CER Enfermeiro da Unidade

01 UCT Enfermeiro da Unidade

Total: 43 Fonte: SMS/Sinop-MT, 2016

27

As UBS são a porta de entrada preferencial do SUS pelos usuários.

No Brasil, a Atenção Básica (AB) é desenvolvida com alto grau de

descentralização, capilaridade e próxima da vida das pessoas. Deve ser o

contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e o centro de

comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde. Por isso, é

fundamental que ela se oriente pelos princípios da universalidade, da

acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da

atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da

participação social (BRASIL, 2012).

O SAE e o CTA possuem como objetivo atender aos usuários portadores de

HIV e hepatites sendo que esses CTA no Brasil marcavam o compromisso do

Programa Nacional de DST e Aids com a promoção do acesso da população

brasileira ao diagnóstico e à prevenção do HIV e das demais DST na rede pública de

saúde. Constituem uma experiência ímpar na implantação de ações de prevenção

entre a população geral e segmentos populacionais específicos (BRASIL, 2008 p.07)

O CAPS caracterizado como um serviço de atenção diária destinado aos

usuários em sofrimento mental, não é uma unidade hospitalar, seu atendimento é

realizado durante o dia e assim o usuário retorna ao seu domicílio, isso ajuda a

reduzir as internações hospitalares, no município. No município, o CAPS é do TIPO I

sua caracterização prioritariamente em municípios com população entre 20 a 70 mil

habitantes e deve funcionar de 8h às 18h, nos cinco dias da semana e atende

somente adultos (SILVA et al, 2009).

A SMS tem como atribuições planejar, desenvolver, coordenar, orientar,

executar e avaliar a política de saúde do município, compreendendo tanto o local de

apoio para atenção primária, secundária e terciária no atendimento à saúde (SINOP,

2016).

O CER do município é destinado ao atendimento de usuários em reabilitações

ortopédicas (SINOP, 2016).

A UCT do município faz parte da rede pública municipal de saúde, sendo um

local segundo RDC Nº 151 da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (2001),

entidades de âmbito local, de natureza pública ou privada, que realizam coleta de

sangue total e transfusão, localizadas em hospitais ou pequenos municípios, onde a

demanda por esses serviços não justifique a instalação de uma estrutura mais

complexa de hemoterapia (SINOP, 2016).

28

Os profissionais dos serviços acima mencionados trabalham 8 ou 6 horas

diárias totalizando 30 a 40 horas semanais, sendo isentos de finais de semana e

feriados, e também possuem recessos municipais. Em ambos os setores os

enfermeiros desempenham atividades ligadas ao atendimento dos usuários na rede

do SUS.

A pesquisa ocorreu nas seguintes Unidades: CAPS, CER, CEREST, UBS,

SAE/CTA, SMS e UCT.

3.4 Instrumentos para coleta de dados e aspectos éticos

O instrumento usado para a coleta de dados foi composto por quatro

questionários autoaplicáveis sendo: o primeiro abordando os aspectos

sociodemográficos e as variáveis de trabalho (ANEXO E), o segundo contemplando

aspectos de saúde como a QV e outras informações complementares (ANEXO F), o

terceiro sobre o consumo alimentar (ANEXO G) e o quarto sobre dados

antropométricos (ANEXO H).

A pesquisa seguiu os princípios éticos da Resolução n. 466/12 do Conselho

Nacional de Saúde (BRASIL, 2013).

No primeiro questionário, as variáveis sociodemográficas foram idade (anos),

sexo (feminino ou masculino), estado civil (casado, solteiro, viúvo, separado ou

divorciado) e classe socioeconômica. As informações coletadas para a classificação

socioeconômica foram referentes a presença de bens de consumo no domicilio,

serviços públicos e escolaridade. Os dados foram analisados de acordo com o

Critério de Classificação Econômica Brasil, o qual atribui pontos para cada item de

acordo com sua característica domiciliar, classificando as classes econômicas em

A1, B1, B2, C1, C2 e D-E (ABEP, 2015).

As variáveis relacionadas ao trabalho foram: grau de escolaridade, tempo de

trabalho, carga horária de trabalho semanal, período do trabalho e vínculos

empregatícios.

No segundo questionário foram coletados dados sobre a QV por meio do

instrumento WHOQOL-bref, validado no Brasil. A percepção da QV foi avaliada pelo

questionário WHOQOL-bref. (World Health Organization Quality on Life) (ANEXO C).

Instrumento utilizado para aferir quantitativamente a QV. Tratando-se de uma

29

variável dependente de natureza subjetiva, visto que se baseia na percepção das

pessoas quanto a diversos aspectos de sua vida. O WHOQOL foi desenvolvido por

uma pesquisa multicêntrica organizada pelo Grupo de QV da WHO, resultou na

versão longa do instrumento, adaptada e validada no Brasil por pesquisadores da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A tradução para a língua

portuguesa foi feita por retro tradução e se estimaram média e desvios-padrão das

palavras para se obter a versão mais correta ao original em inglês (FLECK et al.,

2000).

A partir do WHOQOL-100 composto por 100 questões, foi elaborado um

instrumento mais sintético, proporcionando maior facilidade de aplicação frente à

grandes amostras. Para a construção do WHOQOL-bref, a versão breve do

WHOQOL-100, os itens da versão longa foram selecionados de acordo com

abrangência e desempenho psicométrico que, posteriormente, foram examinados

por um painel de peritos quanto à sua capacidade de representação e relevância

conceitual e psicométrica. Os dados que originaram o instrumento foram extraídos

do teste de campo de 20 centros e 18 países. O bref guarda fortes correlações com

o teste originário WHOQOL-100 brasileiro e com a versão breve do estudo

multicêntrico (FLECK et al., 2000).

“No processo de validação no Brasil, a versão em português foi aplicada em

teste de campo, com iguais critérios e composição da amostra, tendo sido avaliadas

suas propriedades psicométricas” (FLECK et al, 2000). Os autores demonstraram no

referido estudo, que o WHOQOL-bref, em sua aplicação no Brasil, apresentou boa

consistência interna, o mesmo possui validades discriminante (menos no domínio

Relações Sociais), concorrente [coeficientes de correlação significativos entre si e

em relação ao Inventário de Beck para depressão (BHS) e a Escala de

desesperança de Beck (BDI)] e de critério satisfatórios onde, com exceção de

Relações Sociais, os demais domínios fizeram parte do modelo utilizando regressão

linear múltipla e explicaram 44% da variância (FLECK et al., 2000).

A versão breve possui 26 perguntas no total, com 5 opções de resposta: 24

facetas (uma pergunta para cada faceta) a respeito de 4 domínios da vida: físico,

psicológico, relações sociais e meio-ambiente; e 2 questões separadas de caráter

mais geral, que questionam diretamente a avaliação de QV e a satisfação pessoal

com o estado de saúde. Outro componente de aferição de QV é a medida de QV

30

geral, obtida pela média dos escores nos quatro primeiros domínios. Utilizam

escores de 0 a 100, positivos e reversos, e escala Likert de quatro tipos: intensidade,

capacidade, frequência e avaliação. É autoexplicativo e refere-se às duas últimas

semanas (FLECK et al., 2000).

O domínio físico aborda temas quanto à presença de dores físicas

impeditivas, necessidade de tratamento médico, ser capaz para o trabalho e para

realizar as tarefas cotidianas, energia suficiente para tal, funcionalidade, autonomia

e sono. O domínio psicológico leva em consideração os aspectos relacionados ao

sentido da vida, à dimensão emocional, capacidade mnêmica e de concentração,

satisfação consigo próprio, presença de sentimentos positivos e negativos, e

espiritualidade. O domínio das relações sociais considera satisfação com as

relações pessoais, com a vida sexual e relações de amizade. O domínio meio

ambiente aborda segurança, saúde do ambiente físico, informações disponíveis

neste meio, recursos financeiros, oportunidade de atividade de lazer, satisfação com

as condições de vida e de moradia, acesso a serviços de saúde e meio de

transporte que utiliza (FLECK et al., 2000).

O terceiro questionário permitiu avaliar o consumo alimentar por meio do teste

“Como está sua alimentação?” do Guia de bolso do Ministério da Saúde. Este é

composto por 18 questões de múltipla escolha que contempla aspectos do consumo

alimentar e outros aspectos do estilo de vida como consumo de bebida alcoólica e

prática de atividade física. O questionário foi aplicado e avaliado segundo as

orientações dos autores que classifica o indivíduo em um escore de alimentação

(EA) e também permite classificar o consumo dos grupos alimentares e hábitos de

vida em adequado e inadequado (BRASIL, [s.d.]).

No quarto questionário os dados antropométricos de peso e estatura foram

autorreferidos pelos enfermeiros. Para a classificação do estado nutricional segundo

o IMC, foram usados os pontos de corte propostos pela OMS para adultos (WHO,

1998). O IMC consiste na relação do peso em quilogramas pela estatura em metros

elevada ao quadrado (WHO, 1998).

A coleta de sangue para a mensuração do hormônio cortisol foi realizada em

laboratório particular custeado pelo pesquisador. O participante foi informado por

meio de folheto explicativo (ANEXO I) sobre o local, data, horário e demais

orientações necessárias para a coleta do sangue, de acordo com as recomendações

31

da Divisão de Laboratório Central – Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo (HC-FMUSP, 2017). Os enfermeiros que estavam

realizando plantão de 12 ou 24h não realizaram a coleta do cortisol após o plantão

pela possibilidade de alterações no resultado.

O procedimento poderia causar um certo desconforto como algia, edema,

hematoma no local da coleta e o participante foi orientado pelo laboratório

responsável pela coleta, sobre os procedimentos que deveriam ser usados para o

alívio do problema. Foi orientada compressa fria nas primeiras 24 horas e após

compressas mornas até a melhora do desconforto (HC-FMUSP, 2017). Essas

informações constavam no folheto explicativo entregue ao participante pelo

pesquisador.

Os valores de referência para o cortisol no soro indicados pelo laboratório

Bioclínico onde foi realizado o exame para a pesquisa são: 6,2 a 19,4 g/dl em jejum

e coletado entre 7 e 10 h da manhã.

3.5 Análises dos dados

Todas as análises foram realizadas por meio dos pacotes estatísticos

Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 22 e Graph Pad Prism,

versão 6.0, ambos para Windows. Os resultados foram expressos como médias

desvios-padrão e respectivos IC95%.

A normalidade das variáveis foi testada por meio do método de D’Agostino e

Pearson. As prevalências foram analisadas por meio do teste do qui-quadrado (2) e

os resultados expressos em percentuais.

As associações dicotômicas foram determinadas por meio dos coeficientes de

correlação de Pearson ou de Spearman, conforme a necessidade. Valores de r

0,20 foram considerados muito fracos, os r 0,40 fracos, 0,60 moderados,

0,80 fortes e > 0,80 muito fortes.

A percepção de qualidade de vida em cada um dos quatro domínios e do

geral foram agrupados em 5 categorias: até 19,9 pontos: muito baixo, de 20,0 a

39,9 pontos: baixo, de 40,0 a 59,9 pontos: regular, de 60,0 a 79,9 pontos: bom e de

80,0 a 100,0 pontos: muito bom.

32

Os EA foram agrupados em três categorias, segundo o Guia de bolso do

Ministério da Saúde (BRASIL, [s.d.]): até 28 pontos: Precisa melhorar, de 29 pontos

a 42 pontos: Atenção, e de 43 pontos ou mais: Parabéns. As três categorias de

alimentação formadas permitiram comparar-se os resultados das demais variáveis

por meio da análise de variância de uma via ou do teste de Kruskal-Wallis, conforme

a necessidade, seguidos, respectivamente, dos testes para múltiplas comparações

de Tukey ou de Dunn. Em todos os casos, foram consideradas estatisticamente

diferentes os resultados cujo p< 0,05.

33

4 RESULTADOS

As características gerais da amostra estudada estão descritas na Tabela 1.

Tabela 1: Características gerais de enfermeiros do Município de Sinop-MT, 2016.

Variáveis Resultados IC95%

N 33 -

Sexo Feminino

Masculino

31 (93,94%) 2 (6,06%)

Idade 38,4 7,4 35,9;40,9

Estado Civil Casado Solteiro

27 (81,82%) 6 (18,18%)

Vínculos empregatícios Somente 1 Mais de 1

27 (81,82%) 6 (18,18%)

Estatura 1,65 0,07 1,63;1,68

Peso 68,5 12,3 64,3;72,7

IMC 24,9 3,9 23,6;26,3

Classificação Baixo peso

Eutrófico Sobrepeso Obesidade

1 (3%)

19 (58%) 9 (27%) 4 (12%)

-

Cortisol (g/dl) 11,6 5,9 8,6;14,5

Classe socioeconômica A B C

D + E

6 (18%)

27 (82%) 0 (0%) 0 (0%)

-

Formação (Pós) 33 (100%) -

Tempo de Trabalho 1 a 5 anos

5 a 10 anos 10 a 15 anos 15 a 20 anos

5 (15%)

12 (36%) 12 36%) 4 (12%)

-

Carga horária (semanal) 30h 40h

7 (21%)

26 (79%)

-

Período de trabalho Matutino

Vespertino Matutino e Vespertino

6 (18%) 1 (3%)

26 (79%)

-

34

Tabela 1: Características gerais de enfermeiros do Município de Sinop-MT, 2016. (Continuação).

Variáveis Resultados IC95%

Escore de Alimentação 37,8 5,3 36,0;39,6

Classificação Precisa melhorar

Atenção Parabéns

1 (3%)

26 (79%) 6 (18%)

-

Qualidade de Vida Domínio físico

Domínio psicológico Domínio social

Domínio ambiente Geral

71,2 16,8

67,6 13,8

64,9 21,5

64,0 12,6

66,9 14,0

65,5;76,9 62,9;72,2 57,6;72,2 59,7;68,3 62,1;71,7

IMC: índice de massa corporal (kg/m2). Pós: pós-graduação.

Fonte: Elaboração própria, Sinop, 2017.

Percebe-se a frequência do sexo feminino (93,94%), casados (81,82%) e ter

apenas um vínculo empregatício (81,82%). Embora a maioria dos enfermeiros

exibisse peso adequado à estatura (58%), 39% deles exibiam excesso de peso

(sobrepeso e obesidade). O cortisol médio foi de 11,6 5,9 g/dl, considerado

adequado segundo os valores de referência. Os 33 enfermeiros estavam nas

classes A ou B e todos haviam realizado uma pós-graduação lato sensu. A

experiência profissional de 72% dos enfermeiros era de 5 a 15 anos, 79% deles

tinha carga semanal de 40h de trabalho e 79% nos turnos matutino e vespertino.

Apenas um enfermeiro precisaria melhorar sua alimentação, segundo o EA e 79%

deles estavam na categoria Atenção. Em relação à QV (Tabela 1), o domínio que

exibiu o melhor escore foi o domínio físico (71,2 16,8), enquanto que o domínio

ambiente foi o de menor escore (64,0 12,6).

Tabela 2: Qualidade de vida de enfermeiros do Município de Sinop-MT, 2016.

Variáveis Resultados IC95%

Domínio físico (categorias) Muito baixo

Baixo Regular

Boa Muito boa

0 (0%) 1 (3%)

9 (27%) 12 (37%) 11 (33%)

-

35

Tabela 2: Qualidade de vida de enfermeiros do Município de Sinop-MT, 2016. (Continuação).

Variáveis Resultados IC95%

Domínio psicológico (categorias)

Muito baixo Baixo

Regular Boa

Muito boa

0 (0%) 0 (0%)

9 (27%) 20 (61%) 4 (12%)

-

Domínio social (categorias) Muito baixo

Baixo Regular

Boa Muito boa

1 (3%) 1 (3%)

13 (40%) 10 (30%) 8 (24%)

-

Domínio ambiente (categorias) Muito baixo

Baixo Regular

Boa Muito boa

0 (0%) 1 (3%)

13 (39%) 15 (46%) 4 (12%)

-

Geral Muito baixo

Baixo Regular

Boa Muito boa

0 (0%) 1 (3%)

10 (30%) 16 (49%) 6 (18%)

-

Fonte: Elaboração própria, Sinop, 2017.

Ainda com relação à QV (Tabela 2), os domínios físico, psicológico, social e

ambiente foram avaliados como bons ou muito bons por 70%, 73%, 54% e 58% dos

enfermeiros, respectivamente, e o Escore Geral foi avaliado como bom ou muito

bom por 67% dos enfermeiros.

Tabela 3: Classificação das respostas do questionário “Como está sua alimentação?” de enfermeiros do Município de Sinop-MT, 2017.

Variáveis Adequado Inadequado Branco

Questão 1 10 (30%) 23 (70%) 0 (0%)

Questão 2 10 (30%) 22 (67%) 1 (3%)

Questão 3 15 (45%) 18 (55%) 0 (0%)

Questão 4 6 (18%) 27 (82%) 0 (0%)

Questão 5 13 (39%) 20 (61%) 0 (0%)

Questão 6 27 (82%) 6 (18%) 0 (0%)

Questão 7 4 (12%) 29 (88%) 0 (0%)

36

Tabela 3: Classificação das respostas do questionário “Como está sua alimentação?” de enfermeiros do Município de Sinop-MT, 2017. (Continuação).

Variáveis Adequado Inadequado Branco

Questão 8 3 (9%) 30 (91%) 0 (0%)

Questão 9 17 (52%) 16 (48%) 0 (0%)

Questão 10 27 (82%) 6 (18%) 0 (0%)

Questão 11 23 (70%) 10 (30%) 0 (0%)

Questão 12 23 (70%) 10 (30%) 0 (0%)

Questão 13 33 (100%) 0 (0%) 0 (0%)

Questão 14 14 (42%) 19 (58%) 0 (0%)

Questão 15 15 (45%) 18 (55%) 0 (0%)

Questão 16 11 (33%) 22 (67%) 0 (0%)

Questão 17 5 (15%) 28 (85%) 0 (0%)

Questão 18 9 (27%) 24 (73%) 0 (0%) Fonte: Elaboração própria, Sinop, 2017.

Em relação ao consumo alimentar e outros aspectos do estilo de vida (Tabela

3), mais de 50% dos enfermeiros exibiram comportamento inadequado com relação

às questões 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 14, 15, 16, 17 e 18. Apenas os itens 6, 9, 10,11, 12 e

13 foram considerados comportamentos adequados.

Adicionalmente, buscou-se estabelecer associações entre EA, QV, cortisol,

classe socioeconômica e algumas medidas antropométricas. O EA correlacionou-se

positiva e significantemente ao domínio psicológico (r = 0,35, p<0,05) e ao cortisol (r

= 0,57, p< 0,05). O cortisol correlacionou-se positiva e significantemente aos

domínios físico (r = 0,52, p< 0,05), ambiente (r = 0,53, p< 0,05) e ao escore geral de

QV (r = 0,53, p< 0,05). A classe econômica correlacionou-se positiva e

significantemente ao domínio ambiente (r = 0,39, p< 0,05) e ao escore geral de QV (r

= 0,35, p< 0,05). O peso corporal correlacionou-se inversa e significantemente aos

domínios físico (r = –0,40, p< 0,05), psicológico (r = –0,39, p< 0,05), ambiente (r = –

0,41, p< 0,05), ao escore geral de QV (r = –0,40, p< 0,05) e à classe

socioeconômica (–0,61, p< 0,01). Adicionalmente, o IMC correlacionou-se inversa e

significantemente aos domínios físico (r = –0,42 p< 0,05), psicológico (r = –0,36, p<

0,05), ambiente (r = –0,40 p< 0,05), ao escore geral de QV (r = –0,43, p< 0,05) e à

classe socioeconômica (–0,57 p< 0,01) como se explicita abaixo (Tabela 4).

37

Tabela 4: Matriz de correlações das variáveis estudadas de enfermeiros do

Município de Sinop-MT, 2017.

E

A

Idad

e

D.f

ís

D. p

sic

D. so

c

D. am

b

QO

L

Co

rtis

ol

Cla

ss

e

Peso

Esta

tura

Idade 0,09

D. fís 0,33 -0,13

D. psic 0,35* 0,18 0,65**

D. soc 0,15 -0,09 0,67** 0,59**

D. amb 0,33 0,04 0,66** 0,72** 0,69**

QOL 0,32 -0,02 0,87** 0,83** 0,89** 0,87**

Cortisol 0,57* -0,31 0,52* 0,22 0,49 0,53* 0,53*

Classe 0,23 0,07 0,31 0,30 0,25 0,39* 0,35* 0,37

Peso -0,18 -0,20 -0,40* -0,39* -0,25 -0,41* -0,40* -0,13 -0,61**

Estatura -0,12 -0,42* -0,09 -0,19 0,05 -0,15 -0,09 -0,36 -0,27 0,52**

IMC -0,16 -0,02 -0,42* -0,36* -0,32 -0,40* -0,43* 0,00 -0,57** 0,89** 0,07

EA: escore de alimentação. D.fís: domínio físico. D.psic: domínio psicológico.D.soc:

domínio social.D.amb: domínio ambiente. QOL: escore geral de qualidade de vida no

WHOQOL. Cortisol: níveis séricos de cortisol. Classe: classe socioeconômica. Peso em

quilogramas. Estatura em metros. IMC em kg/m2. Negrito: valores de r estatisticamente

significantes: *p< 0,05 e **p<0,01.

Fonte: Elaboração própria, Sinop, 2017.

38

5 DISCUSSÃO

O estudo foi realizado com 33 enfermeiros e os resultados apontam para uma

amostra majoritariamente feminina (94%), que condiz com os dados estatísticos

apresentados pelo Conselho Federal de Enfermagem - COFEN, de que 87,2% dos

enfermeiros no Brasil são do sexo feminino (COREN, 2011). Apresentaram média de

idade de 38,4 anos, com pós-graduação (100%), classe socioeconômica B (82%),

com 5 a 15 anos de trabalho, carga horária semanal de 40h (79%), com dupla

jornada de trabalho (79%), consumo alimentar e outros hábitos de vida necessitam

de atenção (79%) e percepção da qualidade de vida geral como boa (66,9 pontos).

Estudo realizado com 90 enfermeiros das ESF em 27 cidades do sul do

Triângulo Mineiro verificou-se predomínio do sexo feminino (92,2%), carga horária

semanal de 40 horas (92,1%) e que a maioria (64,8%) possuía apenas um vínculo

empregatício (FERNANDES et al., 2012). No contexto brasileiro, os profissionais de

enfermagem possuem múltiplos vínculos de trabalho, (PORTELA, 2005) o que pode

afetar negativamente os aspectos psicológicos e físicos desses profissionais com

possíveis repercussões no ganho de peso (ADMI, et al., 2008).

Os dados encontrados nesta pesquisa demonstraram alta prevalência de

profissionais que possuem somente um vínculo empregatício (81,82%). Esses

achados podem ter contribuído para a percepção da QV como regular e pelos

enfermeiros de Sinop.

Em estudo realizado com 95 enfermeiros atuantes na Unidade de Emergência

do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da

Universidade de São Paulo, buscou-se analisar a existência de correlações entre a

carga horária de trabalho com níveis de estresse ocupacional. Verificou-se que

enfermeiros com idade entre 21 a 30 anos, do sexo feminino, sem companheiros,

têm maiores chances de apresentar estresse ocupacional (DALRI, 2013). Neste

estudo a QV dos enfermeiros foi considerada como regular e boa e a maioria

(81,82%) era casada, o que pode ser considerado como um fator de proteção aos

níveis de estresse ocupacional.

O Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças

Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) tem como objetivo monitorar a frequência

e a distribuição de fatores de risco e proteção para doenças crônicas não

39

transmissíveis (DCNT) em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito

Federal. A partir dos dados obtidos pelo Vigitel desde 2006, o Ministério da Saúde

acompanha os principais indicadores de DCNT no Brasil e permite formular e

aprimorar políticas públicas que visem a promoção da saúde da população (BRASIL,

2017).

Esse inquérito telefônico nacional utiliza informações autorreferidas que

permitem comparações anuais sobre o estado nutricional a partir de dados de peso

e altura e outros aspectos relacionados ao comportamento e estilo de vida (BRASIL,

2017).

Observa-se eutrofia na maioria dos enfermeiros (58%), mas destaca-se uma

porcentagem de excesso de peso (39%) abaixo da encontrada pelo Vigitel 2015, de

indivíduos com 35-44 anos (60,2%) e para a população com 12 anos ou mais de

escolaridade (46,8%) (BRASIL, 2016).

Verificou-se prevalência elevada da classe socioeconômica B (82%) e A

(18%) quando comparada à região Centro-Oeste, com 24%, e 4,2%,

respectivamente, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de

Pesquisa (ABEP, 2015).

Sinop-MT oferece um dos melhores salários para enfermeiros concursados de

acordo com o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) do município

(SINOP, 2017). Enfermeiros com mais de 5 anos de carreira e com pós-graduação

possuem média salarial de R$6.000,00 por 40 horas semanais. A média salarial para

enfermeiros em outros municípios do Brasil para a mesma jornada de trabalho varia

entre R$2.500,00 a R$3.000,00 (FIPE, 2017). No estudo realizado por Fernandes et

al. (2012) entre maio e julho de 2007, a média salarial para os enfermeiros com 40

horas semanais foi de R$1.400,00 a R$2.799,00, coincidindo com a média nacional.

O Produto Interno Bruto (PIB) per capita, considera apenas a dimensão

econômica do desenvolvimento enquanto o Índice de Desenvolvimento Humano

(IDH) é uma medida que representa o progresso do país a longo prazo, uma vez que

considera três dimensões básicas para o desenvolvimento humano: renda,

educação e saúde (BRASIL, 2017).

Observa-se em Sinop um IDH de 0,754 que está acima do índice médio

observado no estado do Mato Grosso (0,725) e no Brasil (0,727) (IBGE, 2013). Em

relação ao PIB per capita, Sinop apresenta valores médios de R$29.200,00 reais por

40

ano, enquanto a média do estado é de R$28.000,00 e do Brasil é de R$26.000,00,

aproximadamente, demonstrando melhor poder aquisitivo desta população (IBGE,

2013).

Os enfermeiros estudados (72%) apresentaram entre 5 e 15 anos de trabalho

indicando estabilidade e boa remuneração que pode justificar melhores opções de

alimentação, lazer, moradia e outros aspectos do estilo de vida interferindo

positivamente na qualidade de vida.

Em estudo realizado por Conceição et al. (2012), com 38 enfermeiros no

trabalho docente em três universidades (federal, estadual e particular) de Fortaleza

verificaram, por meio do instrumento WHOQOL-bref, que a percepção da QV geral

era boa.

Em estudo realizado com 90 enfermeiros de um hospital universitário, de

grande porte, de Vitória-ES, observaram-se valores médios de percepção da QV,

por meio do instrumento WHOQOL-bref, nos domínios físico (73,05), psicológico

(71,62), relações sociais (71,37) e ambiente (63,12) (LIMA et al., 2013). Neste

estudo os domínios apresentam-se, respectivamente, pelos escores: 71,2; 67,6; 64,9

e 64,0, demonstrando semelhança nos domínios físico e ambiente.

Outro estudo que avaliou a percepção da QV de 18 enfermeiros de Unidades

de Saúde da Família de Vitória da Conquista-BA, verificou nos domínios físico

(68,65), psicológico (68,23), social (67,71) e ambiente (60,94) (LOPES; MACEDO,

2013), semelhantes aos dados do presente estudo, onde o domínio ambiente

apresentou o menor escore médio (64,0).

Nos enfermeiros estudados verificou-se relação inversa e significante do peso

e do IMC com a qualidade de vida geral e nos domínios físico, psicológico e

ambiente. Demonstrando que um estado nutricional mais adequado pode interferir

positivamente na qualidade de vida dos indivíduos. Estudos demonstram a relação

entre a obesidade e o declínio na qualidade de vida, uma vez que essa situação

pode levar ao aumento de comorbidades, dificuldades no trabalho e nas relações

pessoais comprometendo a saúde (KOLOTKIN, et al., 2001; VASCONCELOS,

COSTA NETO, 2008).

Os dados do Vigitel 2014 demostraram redução gradual do excesso de peso

e da obesidade com o aumento da escolaridade nas mulheres (MALTA et al., 2015),

reforçando os achados do presente estudo sobre a relação inversa do peso e do

41

IMC coma classe socioeconômica, ressaltando-se que a amostra estudada é

predominantemente feminina e de alto nível socioeconômico.

Os enfermeiros estudados apresentaram consumo adequado em relação à

retirada da gordura aparente da carne, utilização de leite e derivados com baixo teor

de gordura, consomem frituras, salgadinhos, embutidos, doces, bolos recheados,

biscoitos, refrigerantes e sucos industrializados com baixa frequência, não utilizam

banha animal ou manteiga no preparo de alimentos e não adicionam sal aos

alimentos servidos no prato, esses comportamentos estão relacionados com fatores

de proteção para DCNT (MALTA et al., 2015).O enfermeiro está acostumado na

prática profissional a orientar indivíduos e grupos da população para esses cuidados

de saúde.

O Guia de bolso do Ministério da Saúde caracteriza o consumo alimentar em

número de porções por grupo de alimentos e tem como referência uma dieta de

2.000 kcal/dia (BRASIL, [s.d.]). Os enfermeiros estudados não atingiram a porção

recomendada do consumo de verduras, legumes, frutas, leguminosas e carnes,

peixes, ovos e leite e derivados e ainda assim, destaca-se a baixa prevalência de

excesso de peso, quando comparado aos dados das capitais brasileiras (BRASIL,

2017).

Considerando-se que as necessidades energéticas são diferentes para cada

indivíduo, consequentemente o número de porções também é variável, assim, esse

consumo inadequado das porções pode ser resultado dessa limitação do

instrumento utilizado.

Dados do Vigitel 2014 apontam para um consumo regular e adequado de

frutas, verduras e legumes na população mais escolarizada. O consumo de carne

sem gordura, leite reduzido em lipídios e baixa ingestão de refrigerantes foi

observado entre as mulheres com maior escolaridade (MALTA et al., 2015),

corroborando os dados do presente estudo.

Os enfermeiros atuam na conscientização de hábitos alimentares saudáveis,

junto às crianças, adolescentes, gestantes, lactantes, adultos, idosos e suas famílias

e a comunidade na busca da reabilitação e promoção da saúde (MARQUES et al.,

2011). Esses profissionais estão mais sensibilizados e familiarizados com assuntos

relacionados à alimentação saudável e adequada, o que pode ter auxiliado na

adoção de comportamentos saudáveis.

42

A dosagem do cortisol foi realizada por 16 enfermeiros e obteve-se 3

resultados alterados, destes, um realizava atividade física e dois não realizavam, os

outros 13 apresentaram valores adequados em relação às referências.

Os níveis médios de cortisol dos enfermeiros estudados encontravam-se

normais, não apresentando associação do nível de cortisol com as variáveis

estudadas. No estudo de Dalri (2013), com enfermeiros de uma Unidade de

Emergência, também não foi observada correlação significante entre a carga horária

de trabalho e os níveis de cortisol salivar.

Os profissionais de saúde estão expostos a agentes estressores crônicos

constantes, o que pode elevar os níveis de cortisol e ser prejudicial à saúde,

principalmente ao cérebro, danificando suas células. Acredita-se que altos níveis

deste hormônio sejam um dos responsáveis pela doença de Alzheimer (KHALSA,

STAUTH,1997), que é uma demência progressiva que mobiliza cuidados específicos

e onera a saúde pública e a sociedade (LUZARDO, GORINI, SILVA, 2006).

O enfermeiro é um profissional sujeito ao estresse diário, ao cumprir longas

jornadas de trabalho com sobrecarrega e acúmulo de funções. Além de prestar

cuidados diretos ao paciente, é responsável pela gerência da unidade e supervisão

da equipe de enfermagem (FIGUEIRO, 2001). Mais trabalhos são necessários na

investigação da relação do cortisol como biomarcador de estresse, dado a escassez

de pesquisas nacionais (CAMPOS, DAVID, 2014).

As questões relacionadas a QV, a saúde dos enfermeiros bem como os seus

rendimentos vêm despertando o interesse de vários pesquisadores na utilização do

marcador biológico cortisol como indicador de estresse nas investigações (DALRI,

2013).

Como fatores limitantes desta pesquisa, cita-se a baixa adesão à realização

do exame de cortisol apesar das orientações do pesquisador junto aos participantes,

que referiram esquecimento, falta de tempo e dificuldade para ir ao laboratório.

Outra questão a ser explorada foi a não inclusão de enfermeiros não concursados,

pela alta rotatividade no serviço e a diferença salarial, o que poderia influenciar os

resultados.

A Secretaria Municipal de Saúde realiza encontros mensais para a discussão

de assuntos técnicos e administrativos. Os achados deste estudo e suas

associações serão divulgados junto a SMS e aos enfermeiros, através desses

43

encontros, para propor orientação de ações e implementação de medidas para

promoção da saúde direcionadas a estes profissionais.

44

6 CONCLUSÃO

A percepção da qualidade de vida geral e nos quatro domínios pelos

enfermeiros estudados foi regular e boa. Esses profissionais eram na maioria

mulheres, casadas, de alto nível socioeconômico e com baixa prevalência de

excesso de peso quando comparados à população brasileira. O consumo alimentar

e outros hábitos de vida apresentaram-se razoáveis, requerendo atenção por parte

destes indivíduos, uma vez que não consomem adequadamente alimentos como

verduras, legumes, frutas e leguminosas.

Este estudo contribuiu para o levantamento de questões relacionadas à

qualidade de vida dos enfermeiros de Sinop, seus hábitos alimentares, condições

socioeconômicas, bem como de seu estado nutricional, caracterizando assim o perfil

destes profissionais para futuras ações de estilo de vida saudáveis e promoção da

saúde.

45

7 REFERÊNCIAS

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52

ANEXOS

53

ANEXO A

54

55

56

ANEXO B

Termo de Anuência da Secretaria Municipal de Saúde de Sinop/ MT

57

ANEXO C

58

ANEXO D

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido O Sr.(a) está sendo convidado(a) a participar da pesquisa sobre “ Avaliação da Qualidade de vida de enfermeiros um serviço público de saúde” de responsabilidade de Márcia Cristina Barbosa (rg 5.234.869-2) aluna do curso de Mestrado em Promoção da Saúde do UNASP - turma III, ano2015/2016, que têm como objetivos: avaliar a qualidade de vida de Enfermeiros em um serviço público do município de Sinop-MT; Caracterizar os Enfermeiros de acordo com as variáveis sociodemográficas: sexo, idade, estado civil e classe econômica; de trabalho como: nível educacional, tempo de trabalho, carga horária de trabalho semanal, período do trabalho, local de trabalho, vínculos empregatícios; de saúde: QV, consumo alimentar e estado nutricional.Relacionar as variáveis sociodemográficas, de trabalho e de saúde com a QV.Relacionar o valor do marcador bioquímico cortisol com as variáveis sociodemográficas, de trabalho e de saúde. Para a realização desta pesquisa serão utilizados quatro questionários autoaplicáveis. A coleta de sangue para a mensuração do hormônio cortisol será realizada em laboratório particular custeado pelo pesquisador e a sua participação na pesquisa poderá trazer um certo desconforto como algia, edema, hematoma no local da coleta de sangue, mas não haverá nenhum risco para sua saúde. O participante será informado por meio de folheto explicativo (ANEXO E) sobre o local, data, horário e demais orientações necessárias para a coleta do sangue, de acordo com as recomendações

Acredita-se que contribuirá para despertar no enfermeiro como está sua QV e se há alguma relação do hormônio cortisol com sua QV, com aspectos sociodemográficos, do trabalho, da alimentação e do estado nutricional. Além de proporcionar uma reflexão sobre o autocuidado e contribuição para a literatura científica. Caso você tenha qualquer dúvida a respeito desta pesquisa, você poderá a qualquer momento solicitar esclarecimentos ao pesquisador sobre qualquer um dos itens descritos acima. A participação do Sr.(a) nessa pesquisa não é obrigatória e o Sr. (a) pode desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento sem ser prejudicado por isso. O Sr.(a) também não receberá pagamento pela sua participação no estudo e nem haverá custos. Os resultados da pesquisa serão divulgados, mas você terá a garantia do sigilo e da confidencialidade dos dados que o (a) identificam. Caso você tenha dúvidas sobre o comportamento do pesquisador ou sobre as mudanças ocorridas na pesquisa que não constam neste termo e caso considerar que Sr.(a) está sendo prejudicado (a) na sua dignidade e autonomia, você pode entrar em contato com a orientadora da pesquisa, professora Marcia Salgueiro no telefone (11) 99857-3773 ou com a aluna Márcia Cristina Barbosa no telefone (66) 99999-7712ou também pode consultar o Comitê de Ética em Pesquisa do UNASP, pelo telefone (11) 2128-6230. Diante do exposto, eu concordo em participar da pesquisa, e sei que terei uma cópia deste termo. Local_________________________________, ____/____/_____.

__________________________________ Marcia Cristina Barbosa - Pesquisadora

__________________________________ Marcia M. H. A. O. Salgueiro - Orientadora

59

ANEXO E

QUESTIONÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO 1.1 Caracterização

Sexo: M ( ) F ( ) Idade: _____ (anos)

Estado civil ( ) solteiro ( ) casado ( ) viúvo ( ) separado ( ) divorciado

1.2 Classificação econômica

ITENS DE CONFORTO QUANTIDADES QUE POSSUI

0 1 2 3 4 ou +

Quantidade de automóveis de passeio exclusivamente para uso particular

Quantidade de empregados mensalistas, considerando apenas os que trabalham pelo menos cinco dias por semana

Quantidade de máquinas de lavar roupa, excluindo tanquinho

Quantidade de banheiros

DVD, incluindo qualquer dispositivo que leia DVD e desconsiderando DVD de automóvel

Quantidade de geladeiras

Quantidade de freezers independentes ou parte da geladeira duplex

Quantidade de microcomputadores, considerando computadores de mesa, laptops, notebooks e netbooks e desconsiderando tablets, palms ou smartphones

Quantidade de lavadora de louças

Quantidade de fornos de micro-ondas

Quantidade de motocicletas, desconsiderando as usadas exclusivamente para uso profissional

Quantidade de máquinas secadoras de roupas, considerando lava e seca

Serviços Públicos

NÃO SIM

Água encanada

Rua pavimentada

1.3 Grau de Instrução do chefe de família

Nomenclatura Anterior Nomenclatura Atual Resposta

Analfabeto/Primário incompleto Analfabeto/ Fundamental I Incompleto

Primário completo/ Ginasial incompleto Fundamental I completo/ Fundamental II Incompleto

Ginasial completo/ Colegial incompleto Fundamental II completo/ Médio Incompleto

Colegial completo/ Superior incompleto Médio completo/ Superior Incompleto

Superior completo Superior Completo

(ABEP, 2015)

60

1.4 Grau de Instrução Pessoal (Marque apenas o maior grau completo)

Nível / Grau Acadêmico Resposta

Pós-Graduação ou Especialização

Mestrado

Doutorado

Pós doutorado

1.5 Atividade no Trabalho

Descrição das perguntas Respostas (Assinale apenas uma das alternativas para cada pergunta)

Tempo de trabalho na Prefeitura

( ) menos de 1 ano ( ) 1 a 5 anos ( ) 5 a 10 anos ( ) 10 a 15 anos ( )15 a 20 anos ( ) mais de 20 anos

Carga horaria semanal

( ) 40 horas semanais/ 8 horas diárias ( ) 30 horas semanais/ 6 horas diárias ( ) Escala de plantão – 12 x 60 horas

Período de trabalho

( ) Manhã e tarde 8 horas ( ) Manha 6 horas ( ) Tarde 6 horas ( ) Diurno 12 horas ( ) Noturno 12 horas

Possui outros vínculos empregatícios

( ) NÃO ( ) SIM Caso responda SIM, favor assinalar uma das opções abaixo: ( ) mais 1 vínculo, ( ) mais 2 vínculos, ( ) 3 ou mais vínculos

61

ANEXO F

QUESTIONÁRIO SOBRE A SAÚDE

2.1 QV - WHOQOL- bref (FLECK et al, 2000)

INSTRUÇÕES

Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua QV, saúde e outras áreas de sua vida. Por favor responda a todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha.

Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como como referência as duas últimas semanas. Por exemplo, pensando nas últimas duas semanas, uma questão poderia ser:

Nada Muito pouco

Médio Muito Completamente

Você recebe dos outros o apoio de que necessita? 1 2 3 4 5

Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos outros o apoio de que necessita nestas últimas duas semanas. Portanto, você deve circular o número 4 se você recebeu "muito" apoio.

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

Você recebe dos outros o apoio de que necessita?

1 2 3 4 5

Você deve circular o número 1 se você não recebeu "nada" de apoio.

Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe parece a melhor resposta.

Muito ruim

Ruim Nem ruim nem boa

Boa Muito boa

1 Como você avaliaria sua QV?

1 2 3 4 5

2 Quão satisfeito (a) você está com a sua saúde?

1 2 3 4 5

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas semanas.

Nada Muito pouco

Mais ou menos Bastante Extremamente

3 Em que medida você acha que sua dor (física)

impede você de fazer o que você precisa?

1 2 3 4 5

4 O quanto você precisa de algum tratamento médico para levar sua vida diária?

1 2 3 4 5

5 O quanto você aproveita a vida?

1 2 3 4 5

6 Em que medida você acha que a sua vida tem

sentido?

1 2 3 4 5

7 O quanto você consegue se concentrar?

1 2 3 4 5

8 Quão seguro (a) você se sente em sua vida diária?

1 2 3 4 5

9 Quão saudável é o seu ambiente físico (clima,

barulho, poluição, atrativos)?

1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas.

Nada Muito pouco

Médio Muito Completamente

10 Você tem energia suficiente para seu dia-a-

dia?

1 2 3 4 5

11 Você é capaz de aceitar sua aparência física?

1 2 3 4 5

12 Você tem dinheiro suficiente para satisfazer

suas necessidades?

1 2 3 4 5

13 Quão disponíveis para você estão as informações que precisa no seu dia-a-

dia?

1 2 3 4 5

62

14 Em que medida você tem oportunidades de atividade

de lazer?

1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.

Muito ruim

Ruim Nem ruim nem bom

Bom Muito bom

15 Quão bem você é capaz de se locomover?

1 2 3 4 5

16 Quão satisfeito (a) você está com o seu sono?

1 2 3 4 5

17 Quão satisfeito (a) você está com sua capacidade

de desempenhar as atividades do seu dia-a-

dia?

1 2 3 4 5

18 Quão satisfeito (a) você está com sua capacidade

para o trabalho?

1 2 3 4 5

19 Quão satisfeito (a) você está consigo mesmo?

1 2 3 4 5

20 Quão satisfeito (a) você está com suas relações

pessoais (amigos, parentes, conhecidos,

colegas)?

1 2 3 4 5

21 Quão satisfeito (a) você está com sua vida sexual?

1 2 3 4 5

22 Quão satisfeito (a) você está com

o apoio que você recebe de seus amigos?

1 2 3 4 5

23 Quão satisfeito (a) você está com

as condições do local onde mora?

1 2 3 4 5

24 Quão satisfeito (a) você está com o seu acesso aos serviços de saúde?

1 2 3 4 5

25 Quão satisfeito (a) você está com

o seu meio de transporte?

1 2 3 4 5

As questões seguintes referem-se a com que frequência você sentiu ou experimentou certas coisas nas últimas duas semanas.

Nunca Algumas vezes

Frequentemente Muito frequentemente

Sempre

26 Com que frequência você tem sentimentos negativos

tais como mau humor, desespero, ansiedade,

depressão?

1 2 3 4 5

2.2. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

Tem algum problema de saúde abaixo? Marque com (X) as opções

Hipertensão arterial ( ) Diabetes ( ) Colesterol alto ( )

Reumatismo ( ) Artrite ( ) Artrose ( ) Problemas de coluna ( )

Doença autoimune ( ) Depressão ( ) Insônia ( )

Gastrite ( ) Prisão de ventre ( ) Enxaqueca ( )

Doenças do Aparelho respiratório ( ) Outras:

63

ANEXO G

QUESTIONARIO SOBRE ALIMENTAÇÃO

3.1 COMO ESTÁ SUA ALIMENTAÇÃO? (BRASIL, [s.d.])

1 – Qual é, em média, a quantidade de frutas (unidade/fatia/pedaço/copo de suco natural) que você come por dia?

a. ( ) Não como frutas, nem tomo suco de frutas natural todos os dias b. ( ) 3 ou mais unidades/fatias/pedaços/copos de suco natural c. ( ) 2 unidades/fatias/pedaços/copos de suco natural d. ( ) 1 unidade/fatia/pedaço/copo de suco natural

2 – Qual é, em média, a quantidade de legumes e verduras que você come por dia? Atenção! Não considere nesse grupo os tubérculos e as raízes (veja pergunta 4).

a. ( ) Não como legumes, nem verduras todos os dias b. ( ) 3 ou menos colheres de sopa c. ( ) 4 a 5 colheres de sopa d. ( ) 6 a 7 colheres de sopa e. ( ) 8 ou mais colheres de sopa

3 – Qual é, em média, a quantidade que você come dos seguintes alimentos: feijão de qualquer tipo ou cor, lentilha, ervilha, grão-de-bico, soja, fava, sementes ou castanhas?

a. ( ) Não consumo b. ( ) 2 ou mais colheres de sopa por dia c. ( ) Consumo menos de 5 vezes por semana d. ( ) 1 colher de sopa ou menos por dia

4 – Qual a quantidade, em média, que você consome por dia dos alimentos listados abaixo?

a. Arroz, milho e outros cereais (inclusive os matinais); mandioca/macaxeira/aipim, cará ou inhame; macarrão e outras massas; batata-inglesa, batata-doce, batata-baroa ou mandioquinha: _____________colheres de sopa b. Pães:_____________ unidades/fatias c. Bolos sem cobertura e/ou recheio: ____________fatias d. Biscoito ou bolacha sem recheio: ____________unidades

5 – Qual é, em média, a quantidade de carnes (gado, porco, aves, peixes e outras) ou ovos que você come por dia?

a. ( ) Não consumo nenhum tipo de carne b. ( ) 1 pedaço/fatia/colher de sopa ou 1 ovo c. ( ) 2 pedaços/fatias/colheres de sopa ou 2 ovos d. ( ) Mais de 2 pedaços/fatias/colheres de sopa ou mais de 2 ovos

6 – Você costuma tirar a gordura aparente das carnes, a pele do frango ou outro tipo de ave?

a. ( ) Sim b. ( ) Não c. ( ) Não como carne vermelha ou frango

7 – Você costuma comer peixes com qual frequência?

a. ( ) Não consumo b. ( ) Somente algumas vezes no ano c. ( ) 2 ou mais vezes por semana d. ( ) De 1 a 4 vezes por mês

8 – Qual é, em média, a quantidade de leite e seus derivados (iogurtes, bebidas lácteas, coalhada, requeijão, queijos e outros) que você come por dia?

Pense na quantidade usual que você consome: pedaço, fatia ou porções em colheres de sopa ou copo grande (tamanho do copo de requeijão) ou xícara grande, quando for o caso. a. ( ) Não consumo leite, nem derivados (vá para a questão 10) b. ( ) 3 ou mais copos de leite ou pedaços/fatias/porções c. ( ) 2 copos de leite ou pedaços/fatias/porções d. ( ) 1 ou menos copos de leite ou pedaços/fatias/porções

9 – Que tipo de leite e seus derivados você habitualmente consome?

a. ( ) Integral b. ( ) Com baixo teor de gorduras (semidesnatado, desnatado ou light)

10 – Pense nos seguintes alimentos: frituras, salgadinhos fritos ou em pacotes, carnes salgadas, hambúrgueres, presuntos e embutidos (salsicha, mortadela, salame, linguiça e outros). Você costuma comer qualquer um deles com que frequência?

a. ( ) Raramente ou nunca b. ( ) Todos os dias c. ( ) De 2 a 3 vezes por semana d. ( ) De 4 a 5 vezes por semana e. ( ) Menos que 2 vezes por semana

11 – Pense nos seguintes alimentos: doces de qualquer tipo, bolos recheados com cobertura, biscoitos doces, refrigerantes e sucos industrializados. Você costuma comer qualquer um deles com que frequência?

64

a. ( ) Raramente ou nunca b. ( ) Menos que 2 vezes por semana c. ( ) De 2 a 3 vezes por semana d. ( ) De 4 a 5 vezes por semana e. ( ) Todos os dias

12 – Qual tipo de gordura é mais usado na sua casa para cozinhar os alimentos?

a. ( ) Banha animal ou manteiga b. ( ) Óleo vegetal como: soja, girassol, milho, algodão ou canola c. ( ) Margarina ou gordura vegetal

13 – Você costuma colocar mais sal nos alimentos quando já servidos em seu prato?

a. ( ) Sim b. ( ) Não

14 – Pense na sua rotina semanal: quais as refeições você costuma fazer habitualmente no dia? Assinale no quadro abaixo as suas opções. Cada item vale um ponto, a pontuação final será a soma deles.

Café da manhã Lanche da manhã Almoço Lanche ou café da tarde Jantar ou café da noite Lanche antes de dormir

Pontuação

(0 ponto) ( ) não ( ) não ( ) não ( ) não ( ) não ( ) não

(1 ponto) ( ) sim ( ) sim ( ) sim ( ) sim ( ) sim ( ) sim

15 – Quantos copos de água você bebe por dia? Inclua no seu cálculo sucos de frutas naturais ou chás (exceto café, chá preto e chá mate).

a. ( ) Menos de 4 copos b. ( ) 8 copos ou mais c. ( ) 4 a 5 copos d. ( ) 6 a 8 copos

16 – Você costuma consumir bebidas alcoólicas (uísque, cachaça, vinho, cerveja, conhaque etc.) com qual frequência?

a. ( ) Diariamente b. ( ) 1 a 6 vezes na semana c. ( ) Eventualmente ou raramente (menos de 4 vezes ao mês) d. ( ) Não consumo

17 – Você faz atividade física REGULAR, isto é, pelo menos 30 minutos por dia, todos os dias da semana, durante o seu tempo livre? Considere aqui as atividades da sua rotina diária como o deslocamento a pé ou de bicicleta para o trabalho, subir escadas, atividades domésticas, atividades de lazer ativo e atividades praticadas em academias e clubes. Os 30 minutos podem ser divididos em 3 etapas de 10 minutos.

a. ( ) Não b. ( ) Sim c. ( ) 2 a 4 vezes por semana

18 – Você costuma ler a informação nutricional que está presente no rótulo de alimentos industrializados antes de comprá-los?

a. ( ) Nunca b. ( ) Quase nunca c. ( ) Algumas vezes, para alguns produtos d. ( ) Sempre ou quase sempre, para todos os produtos

65

ANEXO H

DADOS ANTROPOMÉTRICOS

Peso: _______ (Kg)

Estatura: ______ (cm)

IMC: _______ (valor) Classificação: _______________________________________________

CALCULO:

RESULTADO:

66

ANEXO I

FOLHETO EXPLICATIVO

Segue orientações gerais para preparo e coleta de sangue na realização do exame

cortisol:

❖ Identificar-se no laboratório com documento original como participante da

pesquisa “Avaliação da qualidade de vida de enfermeiros de um serviço público

de saúde”;

❖ Realizar coleta de sangue entre 6 e 8 horas no laboratório Bioclínico (Av.

Jacarandás, 2985, Centro);

❖ Estar em jejum de 8 horas;

❖ Não realizar a coleta de sangue após plantão noturno (por haver a possibilidade

de alteração no resultado do exame);

❖ Não realizar esforço 30 minutos antes da coleta do sangue;

❖ Informar ao laboratório se está tomando algum medicamento;

❖ Caso tenha sintomas como algia, edema ou hematoma após a coleta do exame

de sangue, realize compressa fria no local da punção durante as primeiras 24

horas e após compressa morna até a melhora do desconforto;

❖ Será encaminhado uma cópia do resultado do exame de cortisol para o

participante.

(Divisão de Laboratório Central – HC FMUSP. Manual de exames – Cortisol.

http://dlc.edm.org.br/app/exame.aspx?id=151&pa=MD)

Realizar o exame até: __/__/_____

Marcia Cristina Barbosa

COREN 47764/MT

Enfermeira pesquisadora