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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ndash UFMG ESCOLA DE ENFERMAGEM
CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM HOSPITALAR AacuteREA TERAPIA INTENSIVA
Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva
Gilvacircnia Lima Nogueira
Belo Horizonte
2010
Gilvacircnia Lima Nogueira
Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva
Trabalho apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar da Escola de Enfermagem da UFMG na aacuterea de Enfermagem em Terapia Intensiva como requisito para a obtenccedilatildeo de tiacutetulo de Especialista em Enfermagem em Terapia Intensiva Orientadora Profa Dra Selme Silqueira de Matos
Banca Examinadora
Profa Dra Selme Silqueira de Matos (Orientadora) Escola de Enfermagem UFMG
Profa Dra Aidecirc Ferreira Ferraz Escola de Enfermagem UFMG
Profa Dra Fabiacuteola Carvalho de Almeida Lima Baroni Escola de Enfermagem UFMG
Belo Horizonte 21 de Dezembro de 2010
Aos meus pais
pelo incentivo e apoio Ao meu avocirc Joatildeo (in Memoriam) e meu primo Marcelo (in Memoriam)
pelos poucos e felizes momentos que passamos juntos Agrave minha irmatildezinha Cassiane (in Memoriam)
pela forccedila divina que me transmite no lugar que se encontra
AGRADECIMENTOS
Agrave Deus primeiramente pela forccedila divina
Aos meus pais Vanusa Lima da Silva e Joatildeo Batista Nogueira
Filho por estarem sempre ao meu lado
Agrave minha orientadora Profa Dra Selme Silqueira de Matos pela
dedicaccedilatildeo e paciecircncia o que tornou possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho
Agrave professora Mestre Anadias Trajano Camargos pelo
aprendizado incentivo apoio e forccedilas nos meus momentos difiacuteceis
Agrave bibliotecaacuteria Marisa pela forccedila de vontade em me ajudar
Agraves minha amigas Aline Gonccedilalves dos Santos e Fernanda de
Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria
Aos colegas da Poacutes em CTI especialmente aacute Geane Simone
Fabiana e Janice Oliveira pelo incentivo e pelas horas prazerosas de conviacutevio
A todos que de alguma forma contribuiacuteram para esta
construccedilatildeo
ldquoA vida eacute uma peccedila de teatro que natildeo permite ensaios
Por isso cante chore dance ria e viva intensamente
antes que a cortina se feche e a peccedila termine sem aplausosrdquo
Charles Chaplin
RESUMO
A Unidade de Terapia Intensiva ndash UTI eacute um setor fechado complexo
estressante e de risco Impotildeem essas caracteriacutesticas ritmo de trabalho intenso
exigindo da equipe atenccedilatildeo e preparo nos cuidados dos pacientes que geralmente
satildeo criacuteticos aleacutem das competecircncias e habilidades teacutecnico cientiacuteficas tecnoloacutegicas e
infraestrutura insuficiente e induzem o profissional de enfermagem ao sofrimento
psiacutequico e esgotamento fiacutesico afetando sua qualidade de vida Objetiva-se neste
estudo avaliar a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua em UTIs
cujos pacientes satildeo adultos Para tanto realizou-se uma Revisatildeo Integrativa
pautada em estudos disponiacuteveis nas bases de dados Literatura Latino-Americana e
do Caribe em Ciecircncias Sociais (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval
System Online (MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e da base
de dados da enfermagem (BDENF) Os resultados obtidos por meio de publicaccedilotildees
consultadas evidenciaram que os profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos
com sua qualidade de vida Haacute reduzido nuacutemero de publicaccedilotildees sobre o tema
disponiacuteveis nas bases de dados pesquisados que abordam a qualidade de vida da
equipe de enfermagem em CTIs Pretende-se com as evidencias reveladas nesse
trabalho despertar nos enfermeiros interesse em realizar pesquisas que enfoquem
este tema e que os profissionais de enfermagem possam refletir sobre sua qualidade
de vida no trabalho em CTIs e que possam identificar os fatores que nela interferem
e intervir no sentido de buscar uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho
quanto na vida pessoal
Palavras-chave Qualidade de Vida Enfermagem Terapia Intensiva
ABSTRACT
The Intensive Care Unit - ICU is a closed sector complex stressful and risky
Require these features intense pace of work requiring staff attention and
preparation in the care of patients who are generally critical in addition to technical
skills and abilities science technology and insufficient infrastructure and lead the
nursing professional psychological pain and physical exhaustion affecting their
quality of life Objective in this study was to evaluate the quality of life of the nursing
staff that works in ICU where patients are adults For both there was an Integrative
Review based on studies available in the databases Latin American and Caribbean
Social Sciences (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
(MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SciELO) and the database of
nursing (BDENF) The results obtained by means of publications consulted showed
that the nurses are dissatisfied with their quality of life There are few publications on
the subject available in searchable databases that address the quality of life of
nursing staff in CTIs It is intended with the evidence revealed in this work
awakening interest in the nurses in doing research that addressed the topic and that
nurses can reflect on their quality of work life in CTIs and can identify factors that
interfere and intervene in it in seeking a satisfactory quality of life both at work and
personal life
Keywords Quality of Life Nursing Intensive Care
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 OBJETIVO 14
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15
32 Medidas de Qualidade de Vida 16
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19
41 Meacutetodos e etapas 19
42 Populaccedilatildeo e amostra 19
43 Anaacutelise dos dados 22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva 26
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35
REFEREcircNCIAS 36
APEcircNDICE 39
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25
GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19
QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21
QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24
QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade
de Terapia Intensiva Adulto 27
LISTA DE SIGLAS
BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e
preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes
precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e
profissional
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida
como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute
subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos
como negativos (FLECK et al 1999)
A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de
sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de
sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al
2000)
A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui
especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida
unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da
equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees
cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de
vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e
repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores
podem expor riscos os referidos profissionais a riscos
Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos
processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave
identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da
enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e
psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade
de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes
em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja
sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas
13
Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto
Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que
aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI
14
2 OBJETIVO
Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos
profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva
15
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida
O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos
Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o
efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas
Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem
valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo
(SALLES 2005)
O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do
momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como
o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia
de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)
Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que
natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida
(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo
de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou
sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV
Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que
refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade
para funccedilotildees da vida habitual
Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para
ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma
evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes
culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo
Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de
se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior
das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a
OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa
percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema
16
de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)
Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo
que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque
amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados
meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades
voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo
entre inuacutemeras outrasrdquo
32 Medidas de Qualidade de Vida
Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os
geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi
(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem
ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma
condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de
competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de
comparaccedilatildeo
Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida
denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que
tem representantes especialistas em varias partes do mundo
Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado
como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios
centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala
de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para
selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de
industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e
religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)
No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o
portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
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APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Gilvacircnia Lima Nogueira
Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva
Trabalho apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar da Escola de Enfermagem da UFMG na aacuterea de Enfermagem em Terapia Intensiva como requisito para a obtenccedilatildeo de tiacutetulo de Especialista em Enfermagem em Terapia Intensiva Orientadora Profa Dra Selme Silqueira de Matos
Banca Examinadora
Profa Dra Selme Silqueira de Matos (Orientadora) Escola de Enfermagem UFMG
Profa Dra Aidecirc Ferreira Ferraz Escola de Enfermagem UFMG
Profa Dra Fabiacuteola Carvalho de Almeida Lima Baroni Escola de Enfermagem UFMG
Belo Horizonte 21 de Dezembro de 2010
Aos meus pais
pelo incentivo e apoio Ao meu avocirc Joatildeo (in Memoriam) e meu primo Marcelo (in Memoriam)
pelos poucos e felizes momentos que passamos juntos Agrave minha irmatildezinha Cassiane (in Memoriam)
pela forccedila divina que me transmite no lugar que se encontra
AGRADECIMENTOS
Agrave Deus primeiramente pela forccedila divina
Aos meus pais Vanusa Lima da Silva e Joatildeo Batista Nogueira
Filho por estarem sempre ao meu lado
Agrave minha orientadora Profa Dra Selme Silqueira de Matos pela
dedicaccedilatildeo e paciecircncia o que tornou possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho
Agrave professora Mestre Anadias Trajano Camargos pelo
aprendizado incentivo apoio e forccedilas nos meus momentos difiacuteceis
Agrave bibliotecaacuteria Marisa pela forccedila de vontade em me ajudar
Agraves minha amigas Aline Gonccedilalves dos Santos e Fernanda de
Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria
Aos colegas da Poacutes em CTI especialmente aacute Geane Simone
Fabiana e Janice Oliveira pelo incentivo e pelas horas prazerosas de conviacutevio
A todos que de alguma forma contribuiacuteram para esta
construccedilatildeo
ldquoA vida eacute uma peccedila de teatro que natildeo permite ensaios
Por isso cante chore dance ria e viva intensamente
antes que a cortina se feche e a peccedila termine sem aplausosrdquo
Charles Chaplin
RESUMO
A Unidade de Terapia Intensiva ndash UTI eacute um setor fechado complexo
estressante e de risco Impotildeem essas caracteriacutesticas ritmo de trabalho intenso
exigindo da equipe atenccedilatildeo e preparo nos cuidados dos pacientes que geralmente
satildeo criacuteticos aleacutem das competecircncias e habilidades teacutecnico cientiacuteficas tecnoloacutegicas e
infraestrutura insuficiente e induzem o profissional de enfermagem ao sofrimento
psiacutequico e esgotamento fiacutesico afetando sua qualidade de vida Objetiva-se neste
estudo avaliar a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua em UTIs
cujos pacientes satildeo adultos Para tanto realizou-se uma Revisatildeo Integrativa
pautada em estudos disponiacuteveis nas bases de dados Literatura Latino-Americana e
do Caribe em Ciecircncias Sociais (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval
System Online (MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e da base
de dados da enfermagem (BDENF) Os resultados obtidos por meio de publicaccedilotildees
consultadas evidenciaram que os profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos
com sua qualidade de vida Haacute reduzido nuacutemero de publicaccedilotildees sobre o tema
disponiacuteveis nas bases de dados pesquisados que abordam a qualidade de vida da
equipe de enfermagem em CTIs Pretende-se com as evidencias reveladas nesse
trabalho despertar nos enfermeiros interesse em realizar pesquisas que enfoquem
este tema e que os profissionais de enfermagem possam refletir sobre sua qualidade
de vida no trabalho em CTIs e que possam identificar os fatores que nela interferem
e intervir no sentido de buscar uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho
quanto na vida pessoal
Palavras-chave Qualidade de Vida Enfermagem Terapia Intensiva
ABSTRACT
The Intensive Care Unit - ICU is a closed sector complex stressful and risky
Require these features intense pace of work requiring staff attention and
preparation in the care of patients who are generally critical in addition to technical
skills and abilities science technology and insufficient infrastructure and lead the
nursing professional psychological pain and physical exhaustion affecting their
quality of life Objective in this study was to evaluate the quality of life of the nursing
staff that works in ICU where patients are adults For both there was an Integrative
Review based on studies available in the databases Latin American and Caribbean
Social Sciences (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
(MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SciELO) and the database of
nursing (BDENF) The results obtained by means of publications consulted showed
that the nurses are dissatisfied with their quality of life There are few publications on
the subject available in searchable databases that address the quality of life of
nursing staff in CTIs It is intended with the evidence revealed in this work
awakening interest in the nurses in doing research that addressed the topic and that
nurses can reflect on their quality of work life in CTIs and can identify factors that
interfere and intervene in it in seeking a satisfactory quality of life both at work and
personal life
Keywords Quality of Life Nursing Intensive Care
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 OBJETIVO 14
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15
32 Medidas de Qualidade de Vida 16
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19
41 Meacutetodos e etapas 19
42 Populaccedilatildeo e amostra 19
43 Anaacutelise dos dados 22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva 26
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35
REFEREcircNCIAS 36
APEcircNDICE 39
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25
GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19
QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21
QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24
QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade
de Terapia Intensiva Adulto 27
LISTA DE SIGLAS
BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e
preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes
precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e
profissional
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida
como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute
subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos
como negativos (FLECK et al 1999)
A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de
sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de
sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al
2000)
A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui
especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida
unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da
equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees
cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de
vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e
repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores
podem expor riscos os referidos profissionais a riscos
Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos
processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave
identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da
enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e
psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade
de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes
em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja
sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas
13
Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto
Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que
aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI
14
2 OBJETIVO
Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos
profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva
15
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida
O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos
Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o
efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas
Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem
valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo
(SALLES 2005)
O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do
momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como
o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia
de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)
Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que
natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida
(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo
de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou
sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV
Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que
refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade
para funccedilotildees da vida habitual
Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para
ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma
evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes
culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo
Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de
se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior
das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a
OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa
percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema
16
de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)
Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo
que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque
amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados
meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades
voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo
entre inuacutemeras outrasrdquo
32 Medidas de Qualidade de Vida
Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os
geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi
(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem
ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma
condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de
competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de
comparaccedilatildeo
Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida
denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que
tem representantes especialistas em varias partes do mundo
Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado
como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios
centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala
de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para
selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de
industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e
religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)
No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o
portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
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Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
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Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
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De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
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grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
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A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
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pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
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da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
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38
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APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Banca Examinadora
Profa Dra Selme Silqueira de Matos (Orientadora) Escola de Enfermagem UFMG
Profa Dra Aidecirc Ferreira Ferraz Escola de Enfermagem UFMG
Profa Dra Fabiacuteola Carvalho de Almeida Lima Baroni Escola de Enfermagem UFMG
Belo Horizonte 21 de Dezembro de 2010
Aos meus pais
pelo incentivo e apoio Ao meu avocirc Joatildeo (in Memoriam) e meu primo Marcelo (in Memoriam)
pelos poucos e felizes momentos que passamos juntos Agrave minha irmatildezinha Cassiane (in Memoriam)
pela forccedila divina que me transmite no lugar que se encontra
AGRADECIMENTOS
Agrave Deus primeiramente pela forccedila divina
Aos meus pais Vanusa Lima da Silva e Joatildeo Batista Nogueira
Filho por estarem sempre ao meu lado
Agrave minha orientadora Profa Dra Selme Silqueira de Matos pela
dedicaccedilatildeo e paciecircncia o que tornou possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho
Agrave professora Mestre Anadias Trajano Camargos pelo
aprendizado incentivo apoio e forccedilas nos meus momentos difiacuteceis
Agrave bibliotecaacuteria Marisa pela forccedila de vontade em me ajudar
Agraves minha amigas Aline Gonccedilalves dos Santos e Fernanda de
Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria
Aos colegas da Poacutes em CTI especialmente aacute Geane Simone
Fabiana e Janice Oliveira pelo incentivo e pelas horas prazerosas de conviacutevio
A todos que de alguma forma contribuiacuteram para esta
construccedilatildeo
ldquoA vida eacute uma peccedila de teatro que natildeo permite ensaios
Por isso cante chore dance ria e viva intensamente
antes que a cortina se feche e a peccedila termine sem aplausosrdquo
Charles Chaplin
RESUMO
A Unidade de Terapia Intensiva ndash UTI eacute um setor fechado complexo
estressante e de risco Impotildeem essas caracteriacutesticas ritmo de trabalho intenso
exigindo da equipe atenccedilatildeo e preparo nos cuidados dos pacientes que geralmente
satildeo criacuteticos aleacutem das competecircncias e habilidades teacutecnico cientiacuteficas tecnoloacutegicas e
infraestrutura insuficiente e induzem o profissional de enfermagem ao sofrimento
psiacutequico e esgotamento fiacutesico afetando sua qualidade de vida Objetiva-se neste
estudo avaliar a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua em UTIs
cujos pacientes satildeo adultos Para tanto realizou-se uma Revisatildeo Integrativa
pautada em estudos disponiacuteveis nas bases de dados Literatura Latino-Americana e
do Caribe em Ciecircncias Sociais (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval
System Online (MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e da base
de dados da enfermagem (BDENF) Os resultados obtidos por meio de publicaccedilotildees
consultadas evidenciaram que os profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos
com sua qualidade de vida Haacute reduzido nuacutemero de publicaccedilotildees sobre o tema
disponiacuteveis nas bases de dados pesquisados que abordam a qualidade de vida da
equipe de enfermagem em CTIs Pretende-se com as evidencias reveladas nesse
trabalho despertar nos enfermeiros interesse em realizar pesquisas que enfoquem
este tema e que os profissionais de enfermagem possam refletir sobre sua qualidade
de vida no trabalho em CTIs e que possam identificar os fatores que nela interferem
e intervir no sentido de buscar uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho
quanto na vida pessoal
Palavras-chave Qualidade de Vida Enfermagem Terapia Intensiva
ABSTRACT
The Intensive Care Unit - ICU is a closed sector complex stressful and risky
Require these features intense pace of work requiring staff attention and
preparation in the care of patients who are generally critical in addition to technical
skills and abilities science technology and insufficient infrastructure and lead the
nursing professional psychological pain and physical exhaustion affecting their
quality of life Objective in this study was to evaluate the quality of life of the nursing
staff that works in ICU where patients are adults For both there was an Integrative
Review based on studies available in the databases Latin American and Caribbean
Social Sciences (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
(MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SciELO) and the database of
nursing (BDENF) The results obtained by means of publications consulted showed
that the nurses are dissatisfied with their quality of life There are few publications on
the subject available in searchable databases that address the quality of life of
nursing staff in CTIs It is intended with the evidence revealed in this work
awakening interest in the nurses in doing research that addressed the topic and that
nurses can reflect on their quality of work life in CTIs and can identify factors that
interfere and intervene in it in seeking a satisfactory quality of life both at work and
personal life
Keywords Quality of Life Nursing Intensive Care
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 OBJETIVO 14
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15
32 Medidas de Qualidade de Vida 16
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19
41 Meacutetodos e etapas 19
42 Populaccedilatildeo e amostra 19
43 Anaacutelise dos dados 22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva 26
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35
REFEREcircNCIAS 36
APEcircNDICE 39
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25
GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19
QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21
QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24
QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade
de Terapia Intensiva Adulto 27
LISTA DE SIGLAS
BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e
preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes
precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e
profissional
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida
como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute
subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos
como negativos (FLECK et al 1999)
A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de
sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de
sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al
2000)
A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui
especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida
unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da
equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees
cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de
vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e
repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores
podem expor riscos os referidos profissionais a riscos
Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos
processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave
identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da
enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e
psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade
de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes
em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja
sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas
13
Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto
Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que
aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI
14
2 OBJETIVO
Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos
profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva
15
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida
O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos
Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o
efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas
Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem
valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo
(SALLES 2005)
O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do
momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como
o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia
de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)
Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que
natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida
(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo
de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou
sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV
Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que
refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade
para funccedilotildees da vida habitual
Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para
ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma
evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes
culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo
Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de
se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior
das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a
OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa
percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema
16
de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)
Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo
que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque
amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados
meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades
voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo
entre inuacutemeras outrasrdquo
32 Medidas de Qualidade de Vida
Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os
geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi
(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem
ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma
condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de
competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de
comparaccedilatildeo
Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida
denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que
tem representantes especialistas em varias partes do mundo
Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado
como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios
centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala
de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para
selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de
industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e
religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)
No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o
portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Aos meus pais
pelo incentivo e apoio Ao meu avocirc Joatildeo (in Memoriam) e meu primo Marcelo (in Memoriam)
pelos poucos e felizes momentos que passamos juntos Agrave minha irmatildezinha Cassiane (in Memoriam)
pela forccedila divina que me transmite no lugar que se encontra
AGRADECIMENTOS
Agrave Deus primeiramente pela forccedila divina
Aos meus pais Vanusa Lima da Silva e Joatildeo Batista Nogueira
Filho por estarem sempre ao meu lado
Agrave minha orientadora Profa Dra Selme Silqueira de Matos pela
dedicaccedilatildeo e paciecircncia o que tornou possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho
Agrave professora Mestre Anadias Trajano Camargos pelo
aprendizado incentivo apoio e forccedilas nos meus momentos difiacuteceis
Agrave bibliotecaacuteria Marisa pela forccedila de vontade em me ajudar
Agraves minha amigas Aline Gonccedilalves dos Santos e Fernanda de
Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria
Aos colegas da Poacutes em CTI especialmente aacute Geane Simone
Fabiana e Janice Oliveira pelo incentivo e pelas horas prazerosas de conviacutevio
A todos que de alguma forma contribuiacuteram para esta
construccedilatildeo
ldquoA vida eacute uma peccedila de teatro que natildeo permite ensaios
Por isso cante chore dance ria e viva intensamente
antes que a cortina se feche e a peccedila termine sem aplausosrdquo
Charles Chaplin
RESUMO
A Unidade de Terapia Intensiva ndash UTI eacute um setor fechado complexo
estressante e de risco Impotildeem essas caracteriacutesticas ritmo de trabalho intenso
exigindo da equipe atenccedilatildeo e preparo nos cuidados dos pacientes que geralmente
satildeo criacuteticos aleacutem das competecircncias e habilidades teacutecnico cientiacuteficas tecnoloacutegicas e
infraestrutura insuficiente e induzem o profissional de enfermagem ao sofrimento
psiacutequico e esgotamento fiacutesico afetando sua qualidade de vida Objetiva-se neste
estudo avaliar a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua em UTIs
cujos pacientes satildeo adultos Para tanto realizou-se uma Revisatildeo Integrativa
pautada em estudos disponiacuteveis nas bases de dados Literatura Latino-Americana e
do Caribe em Ciecircncias Sociais (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval
System Online (MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e da base
de dados da enfermagem (BDENF) Os resultados obtidos por meio de publicaccedilotildees
consultadas evidenciaram que os profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos
com sua qualidade de vida Haacute reduzido nuacutemero de publicaccedilotildees sobre o tema
disponiacuteveis nas bases de dados pesquisados que abordam a qualidade de vida da
equipe de enfermagem em CTIs Pretende-se com as evidencias reveladas nesse
trabalho despertar nos enfermeiros interesse em realizar pesquisas que enfoquem
este tema e que os profissionais de enfermagem possam refletir sobre sua qualidade
de vida no trabalho em CTIs e que possam identificar os fatores que nela interferem
e intervir no sentido de buscar uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho
quanto na vida pessoal
Palavras-chave Qualidade de Vida Enfermagem Terapia Intensiva
ABSTRACT
The Intensive Care Unit - ICU is a closed sector complex stressful and risky
Require these features intense pace of work requiring staff attention and
preparation in the care of patients who are generally critical in addition to technical
skills and abilities science technology and insufficient infrastructure and lead the
nursing professional psychological pain and physical exhaustion affecting their
quality of life Objective in this study was to evaluate the quality of life of the nursing
staff that works in ICU where patients are adults For both there was an Integrative
Review based on studies available in the databases Latin American and Caribbean
Social Sciences (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
(MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SciELO) and the database of
nursing (BDENF) The results obtained by means of publications consulted showed
that the nurses are dissatisfied with their quality of life There are few publications on
the subject available in searchable databases that address the quality of life of
nursing staff in CTIs It is intended with the evidence revealed in this work
awakening interest in the nurses in doing research that addressed the topic and that
nurses can reflect on their quality of work life in CTIs and can identify factors that
interfere and intervene in it in seeking a satisfactory quality of life both at work and
personal life
Keywords Quality of Life Nursing Intensive Care
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 OBJETIVO 14
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15
32 Medidas de Qualidade de Vida 16
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19
41 Meacutetodos e etapas 19
42 Populaccedilatildeo e amostra 19
43 Anaacutelise dos dados 22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva 26
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35
REFEREcircNCIAS 36
APEcircNDICE 39
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25
GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19
QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21
QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24
QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade
de Terapia Intensiva Adulto 27
LISTA DE SIGLAS
BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e
preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes
precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e
profissional
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida
como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute
subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos
como negativos (FLECK et al 1999)
A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de
sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de
sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al
2000)
A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui
especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida
unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da
equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees
cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de
vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e
repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores
podem expor riscos os referidos profissionais a riscos
Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos
processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave
identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da
enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e
psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade
de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes
em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja
sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas
13
Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto
Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que
aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI
14
2 OBJETIVO
Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos
profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva
15
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida
O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos
Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o
efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas
Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem
valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo
(SALLES 2005)
O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do
momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como
o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia
de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)
Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que
natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida
(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo
de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou
sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV
Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que
refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade
para funccedilotildees da vida habitual
Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para
ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma
evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes
culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo
Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de
se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior
das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a
OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa
percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema
16
de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)
Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo
que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque
amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados
meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades
voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo
entre inuacutemeras outrasrdquo
32 Medidas de Qualidade de Vida
Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os
geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi
(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem
ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma
condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de
competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de
comparaccedilatildeo
Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida
denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que
tem representantes especialistas em varias partes do mundo
Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado
como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios
centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala
de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para
selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de
industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e
religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)
No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o
portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
AGRADECIMENTOS
Agrave Deus primeiramente pela forccedila divina
Aos meus pais Vanusa Lima da Silva e Joatildeo Batista Nogueira
Filho por estarem sempre ao meu lado
Agrave minha orientadora Profa Dra Selme Silqueira de Matos pela
dedicaccedilatildeo e paciecircncia o que tornou possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho
Agrave professora Mestre Anadias Trajano Camargos pelo
aprendizado incentivo apoio e forccedilas nos meus momentos difiacuteceis
Agrave bibliotecaacuteria Marisa pela forccedila de vontade em me ajudar
Agraves minha amigas Aline Gonccedilalves dos Santos e Fernanda de
Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria
Aos colegas da Poacutes em CTI especialmente aacute Geane Simone
Fabiana e Janice Oliveira pelo incentivo e pelas horas prazerosas de conviacutevio
A todos que de alguma forma contribuiacuteram para esta
construccedilatildeo
ldquoA vida eacute uma peccedila de teatro que natildeo permite ensaios
Por isso cante chore dance ria e viva intensamente
antes que a cortina se feche e a peccedila termine sem aplausosrdquo
Charles Chaplin
RESUMO
A Unidade de Terapia Intensiva ndash UTI eacute um setor fechado complexo
estressante e de risco Impotildeem essas caracteriacutesticas ritmo de trabalho intenso
exigindo da equipe atenccedilatildeo e preparo nos cuidados dos pacientes que geralmente
satildeo criacuteticos aleacutem das competecircncias e habilidades teacutecnico cientiacuteficas tecnoloacutegicas e
infraestrutura insuficiente e induzem o profissional de enfermagem ao sofrimento
psiacutequico e esgotamento fiacutesico afetando sua qualidade de vida Objetiva-se neste
estudo avaliar a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua em UTIs
cujos pacientes satildeo adultos Para tanto realizou-se uma Revisatildeo Integrativa
pautada em estudos disponiacuteveis nas bases de dados Literatura Latino-Americana e
do Caribe em Ciecircncias Sociais (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval
System Online (MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e da base
de dados da enfermagem (BDENF) Os resultados obtidos por meio de publicaccedilotildees
consultadas evidenciaram que os profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos
com sua qualidade de vida Haacute reduzido nuacutemero de publicaccedilotildees sobre o tema
disponiacuteveis nas bases de dados pesquisados que abordam a qualidade de vida da
equipe de enfermagem em CTIs Pretende-se com as evidencias reveladas nesse
trabalho despertar nos enfermeiros interesse em realizar pesquisas que enfoquem
este tema e que os profissionais de enfermagem possam refletir sobre sua qualidade
de vida no trabalho em CTIs e que possam identificar os fatores que nela interferem
e intervir no sentido de buscar uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho
quanto na vida pessoal
Palavras-chave Qualidade de Vida Enfermagem Terapia Intensiva
ABSTRACT
The Intensive Care Unit - ICU is a closed sector complex stressful and risky
Require these features intense pace of work requiring staff attention and
preparation in the care of patients who are generally critical in addition to technical
skills and abilities science technology and insufficient infrastructure and lead the
nursing professional psychological pain and physical exhaustion affecting their
quality of life Objective in this study was to evaluate the quality of life of the nursing
staff that works in ICU where patients are adults For both there was an Integrative
Review based on studies available in the databases Latin American and Caribbean
Social Sciences (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
(MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SciELO) and the database of
nursing (BDENF) The results obtained by means of publications consulted showed
that the nurses are dissatisfied with their quality of life There are few publications on
the subject available in searchable databases that address the quality of life of
nursing staff in CTIs It is intended with the evidence revealed in this work
awakening interest in the nurses in doing research that addressed the topic and that
nurses can reflect on their quality of work life in CTIs and can identify factors that
interfere and intervene in it in seeking a satisfactory quality of life both at work and
personal life
Keywords Quality of Life Nursing Intensive Care
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 OBJETIVO 14
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15
32 Medidas de Qualidade de Vida 16
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19
41 Meacutetodos e etapas 19
42 Populaccedilatildeo e amostra 19
43 Anaacutelise dos dados 22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva 26
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35
REFEREcircNCIAS 36
APEcircNDICE 39
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25
GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19
QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21
QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24
QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade
de Terapia Intensiva Adulto 27
LISTA DE SIGLAS
BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e
preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes
precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e
profissional
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida
como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute
subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos
como negativos (FLECK et al 1999)
A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de
sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de
sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al
2000)
A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui
especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida
unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da
equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees
cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de
vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e
repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores
podem expor riscos os referidos profissionais a riscos
Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos
processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave
identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da
enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e
psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade
de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes
em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja
sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas
13
Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto
Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que
aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI
14
2 OBJETIVO
Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos
profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva
15
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida
O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos
Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o
efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas
Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem
valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo
(SALLES 2005)
O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do
momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como
o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia
de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)
Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que
natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida
(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo
de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou
sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV
Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que
refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade
para funccedilotildees da vida habitual
Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para
ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma
evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes
culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo
Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de
se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior
das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a
OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa
percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema
16
de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)
Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo
que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque
amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados
meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades
voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo
entre inuacutemeras outrasrdquo
32 Medidas de Qualidade de Vida
Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os
geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi
(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem
ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma
condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de
competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de
comparaccedilatildeo
Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida
denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que
tem representantes especialistas em varias partes do mundo
Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado
como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios
centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala
de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para
selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de
industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e
religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)
No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o
portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
ldquoA vida eacute uma peccedila de teatro que natildeo permite ensaios
Por isso cante chore dance ria e viva intensamente
antes que a cortina se feche e a peccedila termine sem aplausosrdquo
Charles Chaplin
RESUMO
A Unidade de Terapia Intensiva ndash UTI eacute um setor fechado complexo
estressante e de risco Impotildeem essas caracteriacutesticas ritmo de trabalho intenso
exigindo da equipe atenccedilatildeo e preparo nos cuidados dos pacientes que geralmente
satildeo criacuteticos aleacutem das competecircncias e habilidades teacutecnico cientiacuteficas tecnoloacutegicas e
infraestrutura insuficiente e induzem o profissional de enfermagem ao sofrimento
psiacutequico e esgotamento fiacutesico afetando sua qualidade de vida Objetiva-se neste
estudo avaliar a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua em UTIs
cujos pacientes satildeo adultos Para tanto realizou-se uma Revisatildeo Integrativa
pautada em estudos disponiacuteveis nas bases de dados Literatura Latino-Americana e
do Caribe em Ciecircncias Sociais (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval
System Online (MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e da base
de dados da enfermagem (BDENF) Os resultados obtidos por meio de publicaccedilotildees
consultadas evidenciaram que os profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos
com sua qualidade de vida Haacute reduzido nuacutemero de publicaccedilotildees sobre o tema
disponiacuteveis nas bases de dados pesquisados que abordam a qualidade de vida da
equipe de enfermagem em CTIs Pretende-se com as evidencias reveladas nesse
trabalho despertar nos enfermeiros interesse em realizar pesquisas que enfoquem
este tema e que os profissionais de enfermagem possam refletir sobre sua qualidade
de vida no trabalho em CTIs e que possam identificar os fatores que nela interferem
e intervir no sentido de buscar uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho
quanto na vida pessoal
Palavras-chave Qualidade de Vida Enfermagem Terapia Intensiva
ABSTRACT
The Intensive Care Unit - ICU is a closed sector complex stressful and risky
Require these features intense pace of work requiring staff attention and
preparation in the care of patients who are generally critical in addition to technical
skills and abilities science technology and insufficient infrastructure and lead the
nursing professional psychological pain and physical exhaustion affecting their
quality of life Objective in this study was to evaluate the quality of life of the nursing
staff that works in ICU where patients are adults For both there was an Integrative
Review based on studies available in the databases Latin American and Caribbean
Social Sciences (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
(MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SciELO) and the database of
nursing (BDENF) The results obtained by means of publications consulted showed
that the nurses are dissatisfied with their quality of life There are few publications on
the subject available in searchable databases that address the quality of life of
nursing staff in CTIs It is intended with the evidence revealed in this work
awakening interest in the nurses in doing research that addressed the topic and that
nurses can reflect on their quality of work life in CTIs and can identify factors that
interfere and intervene in it in seeking a satisfactory quality of life both at work and
personal life
Keywords Quality of Life Nursing Intensive Care
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 OBJETIVO 14
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15
32 Medidas de Qualidade de Vida 16
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19
41 Meacutetodos e etapas 19
42 Populaccedilatildeo e amostra 19
43 Anaacutelise dos dados 22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva 26
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35
REFEREcircNCIAS 36
APEcircNDICE 39
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25
GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19
QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21
QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24
QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade
de Terapia Intensiva Adulto 27
LISTA DE SIGLAS
BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e
preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes
precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e
profissional
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida
como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute
subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos
como negativos (FLECK et al 1999)
A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de
sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de
sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al
2000)
A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui
especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida
unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da
equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees
cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de
vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e
repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores
podem expor riscos os referidos profissionais a riscos
Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos
processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave
identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da
enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e
psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade
de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes
em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja
sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas
13
Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto
Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que
aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI
14
2 OBJETIVO
Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos
profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva
15
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida
O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos
Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o
efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas
Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem
valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo
(SALLES 2005)
O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do
momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como
o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia
de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)
Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que
natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida
(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo
de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou
sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV
Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que
refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade
para funccedilotildees da vida habitual
Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para
ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma
evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes
culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo
Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de
se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior
das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a
OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa
percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema
16
de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)
Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo
que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque
amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados
meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades
voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo
entre inuacutemeras outrasrdquo
32 Medidas de Qualidade de Vida
Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os
geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi
(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem
ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma
condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de
competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de
comparaccedilatildeo
Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida
denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que
tem representantes especialistas em varias partes do mundo
Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado
como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios
centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala
de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para
selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de
industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e
religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)
No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o
portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
RESUMO
A Unidade de Terapia Intensiva ndash UTI eacute um setor fechado complexo
estressante e de risco Impotildeem essas caracteriacutesticas ritmo de trabalho intenso
exigindo da equipe atenccedilatildeo e preparo nos cuidados dos pacientes que geralmente
satildeo criacuteticos aleacutem das competecircncias e habilidades teacutecnico cientiacuteficas tecnoloacutegicas e
infraestrutura insuficiente e induzem o profissional de enfermagem ao sofrimento
psiacutequico e esgotamento fiacutesico afetando sua qualidade de vida Objetiva-se neste
estudo avaliar a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua em UTIs
cujos pacientes satildeo adultos Para tanto realizou-se uma Revisatildeo Integrativa
pautada em estudos disponiacuteveis nas bases de dados Literatura Latino-Americana e
do Caribe em Ciecircncias Sociais (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval
System Online (MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e da base
de dados da enfermagem (BDENF) Os resultados obtidos por meio de publicaccedilotildees
consultadas evidenciaram que os profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos
com sua qualidade de vida Haacute reduzido nuacutemero de publicaccedilotildees sobre o tema
disponiacuteveis nas bases de dados pesquisados que abordam a qualidade de vida da
equipe de enfermagem em CTIs Pretende-se com as evidencias reveladas nesse
trabalho despertar nos enfermeiros interesse em realizar pesquisas que enfoquem
este tema e que os profissionais de enfermagem possam refletir sobre sua qualidade
de vida no trabalho em CTIs e que possam identificar os fatores que nela interferem
e intervir no sentido de buscar uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho
quanto na vida pessoal
Palavras-chave Qualidade de Vida Enfermagem Terapia Intensiva
ABSTRACT
The Intensive Care Unit - ICU is a closed sector complex stressful and risky
Require these features intense pace of work requiring staff attention and
preparation in the care of patients who are generally critical in addition to technical
skills and abilities science technology and insufficient infrastructure and lead the
nursing professional psychological pain and physical exhaustion affecting their
quality of life Objective in this study was to evaluate the quality of life of the nursing
staff that works in ICU where patients are adults For both there was an Integrative
Review based on studies available in the databases Latin American and Caribbean
Social Sciences (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
(MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SciELO) and the database of
nursing (BDENF) The results obtained by means of publications consulted showed
that the nurses are dissatisfied with their quality of life There are few publications on
the subject available in searchable databases that address the quality of life of
nursing staff in CTIs It is intended with the evidence revealed in this work
awakening interest in the nurses in doing research that addressed the topic and that
nurses can reflect on their quality of work life in CTIs and can identify factors that
interfere and intervene in it in seeking a satisfactory quality of life both at work and
personal life
Keywords Quality of Life Nursing Intensive Care
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 OBJETIVO 14
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15
32 Medidas de Qualidade de Vida 16
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19
41 Meacutetodos e etapas 19
42 Populaccedilatildeo e amostra 19
43 Anaacutelise dos dados 22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva 26
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35
REFEREcircNCIAS 36
APEcircNDICE 39
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25
GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19
QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21
QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24
QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade
de Terapia Intensiva Adulto 27
LISTA DE SIGLAS
BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e
preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes
precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e
profissional
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida
como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute
subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos
como negativos (FLECK et al 1999)
A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de
sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de
sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al
2000)
A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui
especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida
unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da
equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees
cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de
vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e
repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores
podem expor riscos os referidos profissionais a riscos
Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos
processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave
identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da
enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e
psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade
de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes
em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja
sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas
13
Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto
Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que
aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI
14
2 OBJETIVO
Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos
profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva
15
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida
O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos
Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o
efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas
Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem
valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo
(SALLES 2005)
O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do
momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como
o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia
de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)
Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que
natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida
(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo
de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou
sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV
Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que
refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade
para funccedilotildees da vida habitual
Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para
ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma
evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes
culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo
Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de
se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior
das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a
OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa
percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema
16
de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)
Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo
que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque
amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados
meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades
voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo
entre inuacutemeras outrasrdquo
32 Medidas de Qualidade de Vida
Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os
geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi
(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem
ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma
condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de
competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de
comparaccedilatildeo
Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida
denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que
tem representantes especialistas em varias partes do mundo
Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado
como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios
centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala
de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para
selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de
industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e
religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)
No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o
portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
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INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
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43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
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LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
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Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
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LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
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Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
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Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
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da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
ABSTRACT
The Intensive Care Unit - ICU is a closed sector complex stressful and risky
Require these features intense pace of work requiring staff attention and
preparation in the care of patients who are generally critical in addition to technical
skills and abilities science technology and insufficient infrastructure and lead the
nursing professional psychological pain and physical exhaustion affecting their
quality of life Objective in this study was to evaluate the quality of life of the nursing
staff that works in ICU where patients are adults For both there was an Integrative
Review based on studies available in the databases Latin American and Caribbean
Social Sciences (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
(MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SciELO) and the database of
nursing (BDENF) The results obtained by means of publications consulted showed
that the nurses are dissatisfied with their quality of life There are few publications on
the subject available in searchable databases that address the quality of life of
nursing staff in CTIs It is intended with the evidence revealed in this work
awakening interest in the nurses in doing research that addressed the topic and that
nurses can reflect on their quality of work life in CTIs and can identify factors that
interfere and intervene in it in seeking a satisfactory quality of life both at work and
personal life
Keywords Quality of Life Nursing Intensive Care
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 OBJETIVO 14
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15
32 Medidas de Qualidade de Vida 16
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19
41 Meacutetodos e etapas 19
42 Populaccedilatildeo e amostra 19
43 Anaacutelise dos dados 22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva 26
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35
REFEREcircNCIAS 36
APEcircNDICE 39
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25
GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19
QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21
QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24
QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade
de Terapia Intensiva Adulto 27
LISTA DE SIGLAS
BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e
preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes
precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e
profissional
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida
como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute
subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos
como negativos (FLECK et al 1999)
A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de
sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de
sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al
2000)
A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui
especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida
unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da
equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees
cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de
vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e
repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores
podem expor riscos os referidos profissionais a riscos
Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos
processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave
identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da
enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e
psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade
de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes
em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja
sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas
13
Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto
Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que
aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI
14
2 OBJETIVO
Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos
profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva
15
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida
O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos
Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o
efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas
Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem
valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo
(SALLES 2005)
O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do
momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como
o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia
de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)
Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que
natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida
(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo
de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou
sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV
Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que
refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade
para funccedilotildees da vida habitual
Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para
ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma
evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes
culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo
Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de
se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior
das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a
OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa
percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema
16
de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)
Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo
que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque
amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados
meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades
voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo
entre inuacutemeras outrasrdquo
32 Medidas de Qualidade de Vida
Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os
geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi
(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem
ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma
condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de
competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de
comparaccedilatildeo
Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida
denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que
tem representantes especialistas em varias partes do mundo
Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado
como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios
centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala
de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para
selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de
industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e
religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)
No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o
portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
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38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 OBJETIVO 14
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15
32 Medidas de Qualidade de Vida 16
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19
41 Meacutetodos e etapas 19
42 Populaccedilatildeo e amostra 19
43 Anaacutelise dos dados 22
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva 26
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35
REFEREcircNCIAS 36
APEcircNDICE 39
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25
GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19
QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21
QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24
QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade
de Terapia Intensiva Adulto 27
LISTA DE SIGLAS
BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e
preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes
precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e
profissional
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida
como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute
subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos
como negativos (FLECK et al 1999)
A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de
sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de
sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al
2000)
A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui
especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida
unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da
equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees
cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de
vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e
repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores
podem expor riscos os referidos profissionais a riscos
Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos
processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave
identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da
enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e
psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade
de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes
em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja
sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas
13
Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto
Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que
aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI
14
2 OBJETIVO
Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos
profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva
15
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida
O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos
Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o
efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas
Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem
valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo
(SALLES 2005)
O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do
momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como
o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia
de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)
Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que
natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida
(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo
de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou
sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV
Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que
refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade
para funccedilotildees da vida habitual
Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para
ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma
evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes
culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo
Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de
se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior
das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a
OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa
percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema
16
de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)
Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo
que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque
amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados
meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades
voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo
entre inuacutemeras outrasrdquo
32 Medidas de Qualidade de Vida
Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os
geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi
(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem
ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma
condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de
competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de
comparaccedilatildeo
Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida
denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que
tem representantes especialistas em varias partes do mundo
Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado
como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios
centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala
de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para
selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de
industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e
religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)
No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o
portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
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39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25
GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19
QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21
QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24
QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade
de Terapia Intensiva Adulto 27
LISTA DE SIGLAS
BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e
preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes
precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e
profissional
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida
como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute
subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos
como negativos (FLECK et al 1999)
A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de
sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de
sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al
2000)
A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui
especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida
unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da
equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees
cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de
vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e
repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores
podem expor riscos os referidos profissionais a riscos
Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos
processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave
identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da
enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e
psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade
de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes
em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja
sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas
13
Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto
Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que
aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI
14
2 OBJETIVO
Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos
profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva
15
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida
O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos
Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o
efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas
Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem
valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo
(SALLES 2005)
O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do
momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como
o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia
de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)
Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que
natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida
(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo
de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou
sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV
Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que
refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade
para funccedilotildees da vida habitual
Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para
ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma
evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes
culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo
Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de
se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior
das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a
OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa
percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema
16
de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)
Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo
que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque
amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados
meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades
voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo
entre inuacutemeras outrasrdquo
32 Medidas de Qualidade de Vida
Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os
geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi
(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem
ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma
condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de
competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de
comparaccedilatildeo
Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida
denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que
tem representantes especialistas em varias partes do mundo
Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado
como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios
centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala
de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para
selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de
industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e
religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)
No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o
portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19
QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21
QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24
QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade
de Terapia Intensiva Adulto 27
LISTA DE SIGLAS
BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e
preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes
precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e
profissional
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida
como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute
subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos
como negativos (FLECK et al 1999)
A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de
sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de
sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al
2000)
A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui
especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida
unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da
equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees
cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de
vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e
repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores
podem expor riscos os referidos profissionais a riscos
Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos
processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave
identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da
enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e
psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade
de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes
em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja
sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas
13
Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto
Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que
aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI
14
2 OBJETIVO
Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos
profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva
15
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida
O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos
Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o
efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas
Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem
valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo
(SALLES 2005)
O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do
momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como
o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia
de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)
Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que
natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida
(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo
de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou
sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV
Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que
refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade
para funccedilotildees da vida habitual
Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para
ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma
evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes
culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo
Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de
se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior
das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a
OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa
percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema
16
de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)
Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo
que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque
amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados
meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades
voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo
entre inuacutemeras outrasrdquo
32 Medidas de Qualidade de Vida
Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os
geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi
(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem
ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma
condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de
competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de
comparaccedilatildeo
Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida
denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que
tem representantes especialistas em varias partes do mundo
Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado
como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios
centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala
de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para
selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de
industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e
religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)
No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o
portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
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43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
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LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
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Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
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40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
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LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
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Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
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Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
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De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
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grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
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A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
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pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
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da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
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APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
LISTA DE SIGLAS
BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e
preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes
precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e
profissional
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida
como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute
subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos
como negativos (FLECK et al 1999)
A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de
sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de
sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al
2000)
A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui
especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida
unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da
equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees
cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de
vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e
repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores
podem expor riscos os referidos profissionais a riscos
Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos
processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave
identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da
enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e
psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade
de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes
em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja
sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas
13
Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto
Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que
aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI
14
2 OBJETIVO
Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos
profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva
15
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida
O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos
Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o
efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas
Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem
valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo
(SALLES 2005)
O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do
momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como
o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia
de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)
Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que
natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida
(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo
de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou
sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV
Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que
refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade
para funccedilotildees da vida habitual
Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para
ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma
evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes
culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo
Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de
se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior
das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a
OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa
percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema
16
de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)
Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo
que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque
amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados
meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades
voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo
entre inuacutemeras outrasrdquo
32 Medidas de Qualidade de Vida
Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os
geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi
(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem
ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma
condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de
competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de
comparaccedilatildeo
Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida
denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que
tem representantes especialistas em varias partes do mundo
Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado
como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios
centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala
de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para
selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de
industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e
religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)
No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o
portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
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38
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39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e
preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes
precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e
profissional
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida
como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute
subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos
como negativos (FLECK et al 1999)
A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de
sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de
sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al
2000)
A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui
especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida
unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da
equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees
cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de
vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e
repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores
podem expor riscos os referidos profissionais a riscos
Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos
processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave
identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da
enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e
psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade
de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes
em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja
sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas
13
Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto
Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que
aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI
14
2 OBJETIVO
Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos
profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva
15
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida
O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos
Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o
efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas
Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem
valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo
(SALLES 2005)
O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do
momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como
o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia
de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)
Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que
natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida
(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo
de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou
sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV
Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que
refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade
para funccedilotildees da vida habitual
Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para
ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma
evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes
culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo
Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de
se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior
das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a
OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa
percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema
16
de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)
Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo
que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque
amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados
meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades
voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo
entre inuacutemeras outrasrdquo
32 Medidas de Qualidade de Vida
Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os
geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi
(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem
ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma
condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de
competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de
comparaccedilatildeo
Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida
denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que
tem representantes especialistas em varias partes do mundo
Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado
como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios
centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala
de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para
selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de
industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e
religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)
No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o
portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
13
Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto
Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que
aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI
14
2 OBJETIVO
Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos
profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva
15
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida
O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos
Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o
efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas
Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem
valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo
(SALLES 2005)
O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do
momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como
o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia
de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)
Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que
natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida
(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo
de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou
sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV
Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que
refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade
para funccedilotildees da vida habitual
Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para
ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma
evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes
culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo
Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de
se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior
das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a
OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa
percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema
16
de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)
Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo
que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque
amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados
meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades
voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo
entre inuacutemeras outrasrdquo
32 Medidas de Qualidade de Vida
Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os
geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi
(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem
ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma
condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de
competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de
comparaccedilatildeo
Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida
denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que
tem representantes especialistas em varias partes do mundo
Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado
como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios
centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala
de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para
selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de
industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e
religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)
No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o
portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
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LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
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Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
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LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
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Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
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da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
14
2 OBJETIVO
Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos
profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva
15
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida
O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos
Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o
efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas
Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem
valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo
(SALLES 2005)
O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do
momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como
o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia
de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)
Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que
natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida
(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo
de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou
sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV
Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que
refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade
para funccedilotildees da vida habitual
Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para
ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma
evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes
culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo
Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de
se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior
das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a
OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa
percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema
16
de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)
Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo
que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque
amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados
meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades
voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo
entre inuacutemeras outrasrdquo
32 Medidas de Qualidade de Vida
Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os
geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi
(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem
ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma
condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de
competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de
comparaccedilatildeo
Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida
denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que
tem representantes especialistas em varias partes do mundo
Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado
como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios
centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala
de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para
selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de
industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e
religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)
No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o
portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
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APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
15
3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA
31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida
O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos
Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o
efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas
Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem
valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo
(SALLES 2005)
O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do
momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como
o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia
de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)
Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que
natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida
(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo
de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou
sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV
Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que
refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade
para funccedilotildees da vida habitual
Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para
ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma
evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes
culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo
Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de
se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior
das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a
OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa
percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema
16
de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)
Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo
que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque
amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados
meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades
voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo
entre inuacutemeras outrasrdquo
32 Medidas de Qualidade de Vida
Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os
geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi
(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem
ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma
condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de
competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de
comparaccedilatildeo
Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida
denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que
tem representantes especialistas em varias partes do mundo
Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado
como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios
centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala
de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para
selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de
industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e
religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)
No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o
portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
16
de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas
padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)
Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo
que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque
amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados
meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades
voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo
entre inuacutemeras outrasrdquo
32 Medidas de Qualidade de Vida
Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os
geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi
(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem
ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma
condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de
competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de
comparaccedilatildeo
Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida
denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que
tem representantes especialistas em varias partes do mundo
Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado
como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios
centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de
qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala
de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para
selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de
industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e
religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)
No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o
portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
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38
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APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
17
Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o
SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um
questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo
Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo
em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico
psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)
33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs
O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como
atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos
turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de
atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo
feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)
Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os
quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir
pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro
clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero
de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)
A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem
parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de
niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes
completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o
curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)
A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo
desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das
encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs
pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de
enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)
Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs
vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
18
corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a
sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste
fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)
Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da
aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente
das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente
dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da
gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem
ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA
ZANEI WHITAKER 2007)
A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de
ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa
remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos
ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por
categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e
consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de
enfermagem (CARANDINA 2003)
Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica
de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou
maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de
desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas
respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse
depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor
indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo
Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves
questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma
atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se
desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-
se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta
complexidade como satildeo as UTIs
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
19
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
41 Meacutetodo e etapas
Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele
permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de
maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema
(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo
No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis
etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa
convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir
ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA
Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a
elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa
Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos
amostragem ou busca na literatura
Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados
categorizaccedilatildeo dos estudos
Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Interpretaccedilatildeo dos resultados
Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento
Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008
42 Populaccedilatildeo e amostra
Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as
seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede
(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
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APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
20
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos
Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as
estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2
FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA
LILACS
UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
12
-
03
BDENF
QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
03
04
01
( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]
50 08 01
SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO
- 01 -
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
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LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
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Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
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40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
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LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
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Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
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Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
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A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
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da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
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APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
21
INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]
MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]
01 - -
qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]
135 - -
TOTAL 201 13 05
Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora
Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os
artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)
publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando
somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou
seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo
13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base
de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2
As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas
aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves
publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao
objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na
Unidade de Terapia Intensiva
Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de
facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
22
43 Anaacutelise dos dados
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que
compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram
preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram
construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia
dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos
autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
23
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor
publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que
atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir
51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada
A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as
publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
24
LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE
ATUACcedilAtildeO
NOME DO
PERIODICO
FONTE ANO DE
PUBLICACcedilAtildeO
TIPO DE
PUBLICACcedilAtildeO
DELINEAMENTO
Campos (2008)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio
quantitativo
Campos et al(2008)
4 Enfermeiros
2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor
1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados
Revista Nursing
LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
3 Enfermeiras
1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras
Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo
Acta Paul Enferm
LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo
Ramos (2009)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado UERJ
LILACS
2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo
Salles (2005)
Enfermeira
Mestre
Natildeo relatado Univ
FedGoias
BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo
Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
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APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
25
Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo
enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1
100
Enfermeiros
Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa
Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)
satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees
2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute
atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
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APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
26
40
20
10
30Mestres
Graduada
Especializanda em UTI
Doutores
Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa
No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da
amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos
no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se
que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e
60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da
Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees
satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos
quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo
52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva
No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a
produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de
enfermagem que atuam na terapia intensiva
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
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APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
27
LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Campos (2008)
Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional
Campos et al(2008)
O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada
Paschoa Zanei e Whitaker (2007)
A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades
Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo
Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas
Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa
Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo
feminino
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Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
28
Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da
enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes
de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo
No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria
foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos
et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)
contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional
mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas
Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na
vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado
com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906
anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414
anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse
setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente
satisfaccedilatildeo pessoal
Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser
desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com
o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente
dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al
(2008)
Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um
grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que
somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades
familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade
de vida melhor (CAMPOS et al 2008)
De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma
formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra
estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva
Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos
et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais
empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
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A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
37
MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
38
SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
39
APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
29
Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com
caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de
trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo
houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso
afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho
desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo
a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a
equipe de enfermagem que trabalham no CTI
Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o
mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles
(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-
BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois
instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de
independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas
pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de
Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a
satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses
domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro
domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia
Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute
composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias
sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro
dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute
importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos
quanto ao menor e maior escore
Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios
referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de
enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o
aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com
sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos
interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao
descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar
completo
30
De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
31
grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
32
A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
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da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
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REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
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APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio
relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de
enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e
por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O
domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com
as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade
sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila
condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia
transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de
lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o
escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das
necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)
O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito
agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender
as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore
confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas
como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia
(SALLES 2005)
O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica
e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais
oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer
ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela
autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees
sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas
ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido
que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes
Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua
acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute
frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos
comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico
facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de
normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja
facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute
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grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
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A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
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da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
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REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
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APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
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grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o
ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos
ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O
alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo
entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de
ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)
Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de
trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida
no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho
eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos
materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se
que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das
tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os
profissionais do cuidar quanto para os pacientes
Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar
Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo
salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a
optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em
instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os
desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que
uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades
expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da
tarefa (RAMOS 2009)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor
ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade
para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do
sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse
dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e
alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa
condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a
capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)
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A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
35
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
36
REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
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APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela
sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois
ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na
maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver
distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005
CAMPOS 2008 RAMOS 2009)
As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as
lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento
de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os
pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou
em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-
los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito
auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso
do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes
mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas
exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal
para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)
Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de
permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em
locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre
satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se
pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em
cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera
desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)
Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de
temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais
incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite
Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional
influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute
justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor
altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes
graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter
que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos
33
pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
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da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
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REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
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APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem
influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como
contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros
Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os
trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores
externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas
psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal
situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem
desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos
As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram
fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais
naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados
constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de
humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo
irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)
Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout
Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo
do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)
A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode
influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional
(RAMOS 2009)
No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito
consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No
trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela
da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de
sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que
apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados
estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal
O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade
sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo
satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da
famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia
34
da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
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REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
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APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e
afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados
continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida
cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)
observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a
QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute
comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de
enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho
intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e
complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros
determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de
enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas
lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal
situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator
mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de
satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e
social em situaccedilatildeo de trabalho
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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
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REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
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APEcircNDICE
Referecircncia
___________________________________________________________________
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Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos
profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto
relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho
Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida
da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A
maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees
inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso
possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede
sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse
esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite
cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e
outros) problemas com o sono e dentre outros
As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses
profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser
motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim
diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo
trabalho
O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos
sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos
especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a
profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente
existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo
um direcionamento especifico
Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de
enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a
sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de
enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto
na vida pessoal
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REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
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Referecircncia
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Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
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Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
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REFEREcircNCIAS
CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999
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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
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Referecircncia
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Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
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Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998
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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
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APEcircNDICE
Referecircncia
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Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
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Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995
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APEcircNDICE
Referecircncia
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Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
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Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
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Referecircncia
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Profissatildeo do autor ________________________________________________
Titulaccedilatildeo_______________________________________________________
Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________
Fonte ________________________________
Titulo do perioacutedico
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Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________
Tipo de publicaccedilatildeo _____________________
Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de
Terapia Intensiva
Adulto_____________________________________________________________
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