qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas aline gonçalves dos...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS UFMG ESCOLA DE ENFERMAGEM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM HOSPITALAR: ÁREA TERAPIA INTENSIVA Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Gilvânia Lima Nogueira Belo Horizonte 2010

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Page 1: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ndash UFMG ESCOLA DE ENFERMAGEM

CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM HOSPITALAR AacuteREA TERAPIA INTENSIVA

Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva

Gilvacircnia Lima Nogueira

Belo Horizonte

2010

Gilvacircnia Lima Nogueira

Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva

Trabalho apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar da Escola de Enfermagem da UFMG na aacuterea de Enfermagem em Terapia Intensiva como requisito para a obtenccedilatildeo de tiacutetulo de Especialista em Enfermagem em Terapia Intensiva Orientadora Profa Dra Selme Silqueira de Matos

Banca Examinadora

Profa Dra Selme Silqueira de Matos (Orientadora) Escola de Enfermagem UFMG

Profa Dra Aidecirc Ferreira Ferraz Escola de Enfermagem UFMG

Profa Dra Fabiacuteola Carvalho de Almeida Lima Baroni Escola de Enfermagem UFMG

Belo Horizonte 21 de Dezembro de 2010

Aos meus pais

pelo incentivo e apoio Ao meu avocirc Joatildeo (in Memoriam) e meu primo Marcelo (in Memoriam)

pelos poucos e felizes momentos que passamos juntos Agrave minha irmatildezinha Cassiane (in Memoriam)

pela forccedila divina que me transmite no lugar que se encontra

AGRADECIMENTOS

Agrave Deus primeiramente pela forccedila divina

Aos meus pais Vanusa Lima da Silva e Joatildeo Batista Nogueira

Filho por estarem sempre ao meu lado

Agrave minha orientadora Profa Dra Selme Silqueira de Matos pela

dedicaccedilatildeo e paciecircncia o que tornou possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho

Agrave professora Mestre Anadias Trajano Camargos pelo

aprendizado incentivo apoio e forccedilas nos meus momentos difiacuteceis

Agrave bibliotecaacuteria Marisa pela forccedila de vontade em me ajudar

Agraves minha amigas Aline Gonccedilalves dos Santos e Fernanda de

Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria

Aos colegas da Poacutes em CTI especialmente aacute Geane Simone

Fabiana e Janice Oliveira pelo incentivo e pelas horas prazerosas de conviacutevio

A todos que de alguma forma contribuiacuteram para esta

construccedilatildeo

ldquoA vida eacute uma peccedila de teatro que natildeo permite ensaios

Por isso cante chore dance ria e viva intensamente

antes que a cortina se feche e a peccedila termine sem aplausosrdquo

Charles Chaplin

RESUMO

A Unidade de Terapia Intensiva ndash UTI eacute um setor fechado complexo

estressante e de risco Impotildeem essas caracteriacutesticas ritmo de trabalho intenso

exigindo da equipe atenccedilatildeo e preparo nos cuidados dos pacientes que geralmente

satildeo criacuteticos aleacutem das competecircncias e habilidades teacutecnico cientiacuteficas tecnoloacutegicas e

infraestrutura insuficiente e induzem o profissional de enfermagem ao sofrimento

psiacutequico e esgotamento fiacutesico afetando sua qualidade de vida Objetiva-se neste

estudo avaliar a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua em UTIs

cujos pacientes satildeo adultos Para tanto realizou-se uma Revisatildeo Integrativa

pautada em estudos disponiacuteveis nas bases de dados Literatura Latino-Americana e

do Caribe em Ciecircncias Sociais (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval

System Online (MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e da base

de dados da enfermagem (BDENF) Os resultados obtidos por meio de publicaccedilotildees

consultadas evidenciaram que os profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos

com sua qualidade de vida Haacute reduzido nuacutemero de publicaccedilotildees sobre o tema

disponiacuteveis nas bases de dados pesquisados que abordam a qualidade de vida da

equipe de enfermagem em CTIs Pretende-se com as evidencias reveladas nesse

trabalho despertar nos enfermeiros interesse em realizar pesquisas que enfoquem

este tema e que os profissionais de enfermagem possam refletir sobre sua qualidade

de vida no trabalho em CTIs e que possam identificar os fatores que nela interferem

e intervir no sentido de buscar uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho

quanto na vida pessoal

Palavras-chave Qualidade de Vida Enfermagem Terapia Intensiva

ABSTRACT

The Intensive Care Unit - ICU is a closed sector complex stressful and risky

Require these features intense pace of work requiring staff attention and

preparation in the care of patients who are generally critical in addition to technical

skills and abilities science technology and insufficient infrastructure and lead the

nursing professional psychological pain and physical exhaustion affecting their

quality of life Objective in this study was to evaluate the quality of life of the nursing

staff that works in ICU where patients are adults For both there was an Integrative

Review based on studies available in the databases Latin American and Caribbean

Social Sciences (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

(MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SciELO) and the database of

nursing (BDENF) The results obtained by means of publications consulted showed

that the nurses are dissatisfied with their quality of life There are few publications on

the subject available in searchable databases that address the quality of life of

nursing staff in CTIs It is intended with the evidence revealed in this work

awakening interest in the nurses in doing research that addressed the topic and that

nurses can reflect on their quality of work life in CTIs and can identify factors that

interfere and intervene in it in seeking a satisfactory quality of life both at work and

personal life

Keywords Quality of Life Nursing Intensive Care

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 OBJETIVO 14

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15

32 Medidas de Qualidade de Vida 16

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19

41 Meacutetodos e etapas 19

42 Populaccedilatildeo e amostra 19

43 Anaacutelise dos dados 22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva 26

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35

REFEREcircNCIAS 36

APEcircNDICE 39

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25

GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19

QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21

QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24

QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade

de Terapia Intensiva Adulto 27

LISTA DE SIGLAS

BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e

preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes

precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e

profissional

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida

como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e

sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute

subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos

como negativos (FLECK et al 1999)

A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de

sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de

sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al

2000)

A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui

especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida

unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da

equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees

cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de

vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e

repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores

podem expor riscos os referidos profissionais a riscos

Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos

processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave

identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da

enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e

psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade

de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes

em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja

sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas

13

Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto

Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que

aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI

14

2 OBJETIVO

Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos

profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva

15

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida

O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos

Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o

efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas

Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem

valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo

(SALLES 2005)

O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do

momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como

o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia

de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)

Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que

natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida

(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo

de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou

sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV

Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que

refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade

para funccedilotildees da vida habitual

Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para

ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma

evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes

culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo

Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de

se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior

das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a

OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa

percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema

16

de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)

Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo

que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque

amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados

meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades

voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo

entre inuacutemeras outrasrdquo

32 Medidas de Qualidade de Vida

Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os

geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi

(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem

ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma

condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de

competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de

comparaccedilatildeo

Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida

denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que

tem representantes especialistas em varias partes do mundo

Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado

como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios

centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala

de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para

selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de

industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e

religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)

No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o

portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 2: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

Gilvacircnia Lima Nogueira

Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva

Trabalho apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar da Escola de Enfermagem da UFMG na aacuterea de Enfermagem em Terapia Intensiva como requisito para a obtenccedilatildeo de tiacutetulo de Especialista em Enfermagem em Terapia Intensiva Orientadora Profa Dra Selme Silqueira de Matos

Banca Examinadora

Profa Dra Selme Silqueira de Matos (Orientadora) Escola de Enfermagem UFMG

Profa Dra Aidecirc Ferreira Ferraz Escola de Enfermagem UFMG

Profa Dra Fabiacuteola Carvalho de Almeida Lima Baroni Escola de Enfermagem UFMG

Belo Horizonte 21 de Dezembro de 2010

Aos meus pais

pelo incentivo e apoio Ao meu avocirc Joatildeo (in Memoriam) e meu primo Marcelo (in Memoriam)

pelos poucos e felizes momentos que passamos juntos Agrave minha irmatildezinha Cassiane (in Memoriam)

pela forccedila divina que me transmite no lugar que se encontra

AGRADECIMENTOS

Agrave Deus primeiramente pela forccedila divina

Aos meus pais Vanusa Lima da Silva e Joatildeo Batista Nogueira

Filho por estarem sempre ao meu lado

Agrave minha orientadora Profa Dra Selme Silqueira de Matos pela

dedicaccedilatildeo e paciecircncia o que tornou possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho

Agrave professora Mestre Anadias Trajano Camargos pelo

aprendizado incentivo apoio e forccedilas nos meus momentos difiacuteceis

Agrave bibliotecaacuteria Marisa pela forccedila de vontade em me ajudar

Agraves minha amigas Aline Gonccedilalves dos Santos e Fernanda de

Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria

Aos colegas da Poacutes em CTI especialmente aacute Geane Simone

Fabiana e Janice Oliveira pelo incentivo e pelas horas prazerosas de conviacutevio

A todos que de alguma forma contribuiacuteram para esta

construccedilatildeo

ldquoA vida eacute uma peccedila de teatro que natildeo permite ensaios

Por isso cante chore dance ria e viva intensamente

antes que a cortina se feche e a peccedila termine sem aplausosrdquo

Charles Chaplin

RESUMO

A Unidade de Terapia Intensiva ndash UTI eacute um setor fechado complexo

estressante e de risco Impotildeem essas caracteriacutesticas ritmo de trabalho intenso

exigindo da equipe atenccedilatildeo e preparo nos cuidados dos pacientes que geralmente

satildeo criacuteticos aleacutem das competecircncias e habilidades teacutecnico cientiacuteficas tecnoloacutegicas e

infraestrutura insuficiente e induzem o profissional de enfermagem ao sofrimento

psiacutequico e esgotamento fiacutesico afetando sua qualidade de vida Objetiva-se neste

estudo avaliar a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua em UTIs

cujos pacientes satildeo adultos Para tanto realizou-se uma Revisatildeo Integrativa

pautada em estudos disponiacuteveis nas bases de dados Literatura Latino-Americana e

do Caribe em Ciecircncias Sociais (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval

System Online (MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e da base

de dados da enfermagem (BDENF) Os resultados obtidos por meio de publicaccedilotildees

consultadas evidenciaram que os profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos

com sua qualidade de vida Haacute reduzido nuacutemero de publicaccedilotildees sobre o tema

disponiacuteveis nas bases de dados pesquisados que abordam a qualidade de vida da

equipe de enfermagem em CTIs Pretende-se com as evidencias reveladas nesse

trabalho despertar nos enfermeiros interesse em realizar pesquisas que enfoquem

este tema e que os profissionais de enfermagem possam refletir sobre sua qualidade

de vida no trabalho em CTIs e que possam identificar os fatores que nela interferem

e intervir no sentido de buscar uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho

quanto na vida pessoal

Palavras-chave Qualidade de Vida Enfermagem Terapia Intensiva

ABSTRACT

The Intensive Care Unit - ICU is a closed sector complex stressful and risky

Require these features intense pace of work requiring staff attention and

preparation in the care of patients who are generally critical in addition to technical

skills and abilities science technology and insufficient infrastructure and lead the

nursing professional psychological pain and physical exhaustion affecting their

quality of life Objective in this study was to evaluate the quality of life of the nursing

staff that works in ICU where patients are adults For both there was an Integrative

Review based on studies available in the databases Latin American and Caribbean

Social Sciences (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

(MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SciELO) and the database of

nursing (BDENF) The results obtained by means of publications consulted showed

that the nurses are dissatisfied with their quality of life There are few publications on

the subject available in searchable databases that address the quality of life of

nursing staff in CTIs It is intended with the evidence revealed in this work

awakening interest in the nurses in doing research that addressed the topic and that

nurses can reflect on their quality of work life in CTIs and can identify factors that

interfere and intervene in it in seeking a satisfactory quality of life both at work and

personal life

Keywords Quality of Life Nursing Intensive Care

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 OBJETIVO 14

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15

32 Medidas de Qualidade de Vida 16

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19

41 Meacutetodos e etapas 19

42 Populaccedilatildeo e amostra 19

43 Anaacutelise dos dados 22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva 26

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35

REFEREcircNCIAS 36

APEcircNDICE 39

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25

GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19

QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21

QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24

QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade

de Terapia Intensiva Adulto 27

LISTA DE SIGLAS

BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e

preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes

precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e

profissional

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida

como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e

sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute

subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos

como negativos (FLECK et al 1999)

A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de

sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de

sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al

2000)

A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui

especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida

unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da

equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees

cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de

vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e

repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores

podem expor riscos os referidos profissionais a riscos

Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos

processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave

identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da

enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e

psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade

de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes

em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja

sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas

13

Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto

Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que

aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI

14

2 OBJETIVO

Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos

profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva

15

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida

O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos

Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o

efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas

Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem

valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo

(SALLES 2005)

O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do

momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como

o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia

de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)

Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que

natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida

(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo

de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou

sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV

Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que

refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade

para funccedilotildees da vida habitual

Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para

ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma

evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes

culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo

Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de

se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior

das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a

OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa

percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema

16

de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)

Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo

que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque

amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados

meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades

voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo

entre inuacutemeras outrasrdquo

32 Medidas de Qualidade de Vida

Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os

geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi

(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem

ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma

condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de

competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de

comparaccedilatildeo

Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida

denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que

tem representantes especialistas em varias partes do mundo

Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado

como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios

centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala

de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para

selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de

industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e

religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)

No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o

portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 3: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

Banca Examinadora

Profa Dra Selme Silqueira de Matos (Orientadora) Escola de Enfermagem UFMG

Profa Dra Aidecirc Ferreira Ferraz Escola de Enfermagem UFMG

Profa Dra Fabiacuteola Carvalho de Almeida Lima Baroni Escola de Enfermagem UFMG

Belo Horizonte 21 de Dezembro de 2010

Aos meus pais

pelo incentivo e apoio Ao meu avocirc Joatildeo (in Memoriam) e meu primo Marcelo (in Memoriam)

pelos poucos e felizes momentos que passamos juntos Agrave minha irmatildezinha Cassiane (in Memoriam)

pela forccedila divina que me transmite no lugar que se encontra

AGRADECIMENTOS

Agrave Deus primeiramente pela forccedila divina

Aos meus pais Vanusa Lima da Silva e Joatildeo Batista Nogueira

Filho por estarem sempre ao meu lado

Agrave minha orientadora Profa Dra Selme Silqueira de Matos pela

dedicaccedilatildeo e paciecircncia o que tornou possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho

Agrave professora Mestre Anadias Trajano Camargos pelo

aprendizado incentivo apoio e forccedilas nos meus momentos difiacuteceis

Agrave bibliotecaacuteria Marisa pela forccedila de vontade em me ajudar

Agraves minha amigas Aline Gonccedilalves dos Santos e Fernanda de

Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria

Aos colegas da Poacutes em CTI especialmente aacute Geane Simone

Fabiana e Janice Oliveira pelo incentivo e pelas horas prazerosas de conviacutevio

A todos que de alguma forma contribuiacuteram para esta

construccedilatildeo

ldquoA vida eacute uma peccedila de teatro que natildeo permite ensaios

Por isso cante chore dance ria e viva intensamente

antes que a cortina se feche e a peccedila termine sem aplausosrdquo

Charles Chaplin

RESUMO

A Unidade de Terapia Intensiva ndash UTI eacute um setor fechado complexo

estressante e de risco Impotildeem essas caracteriacutesticas ritmo de trabalho intenso

exigindo da equipe atenccedilatildeo e preparo nos cuidados dos pacientes que geralmente

satildeo criacuteticos aleacutem das competecircncias e habilidades teacutecnico cientiacuteficas tecnoloacutegicas e

infraestrutura insuficiente e induzem o profissional de enfermagem ao sofrimento

psiacutequico e esgotamento fiacutesico afetando sua qualidade de vida Objetiva-se neste

estudo avaliar a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua em UTIs

cujos pacientes satildeo adultos Para tanto realizou-se uma Revisatildeo Integrativa

pautada em estudos disponiacuteveis nas bases de dados Literatura Latino-Americana e

do Caribe em Ciecircncias Sociais (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval

System Online (MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e da base

de dados da enfermagem (BDENF) Os resultados obtidos por meio de publicaccedilotildees

consultadas evidenciaram que os profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos

com sua qualidade de vida Haacute reduzido nuacutemero de publicaccedilotildees sobre o tema

disponiacuteveis nas bases de dados pesquisados que abordam a qualidade de vida da

equipe de enfermagem em CTIs Pretende-se com as evidencias reveladas nesse

trabalho despertar nos enfermeiros interesse em realizar pesquisas que enfoquem

este tema e que os profissionais de enfermagem possam refletir sobre sua qualidade

de vida no trabalho em CTIs e que possam identificar os fatores que nela interferem

e intervir no sentido de buscar uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho

quanto na vida pessoal

Palavras-chave Qualidade de Vida Enfermagem Terapia Intensiva

ABSTRACT

The Intensive Care Unit - ICU is a closed sector complex stressful and risky

Require these features intense pace of work requiring staff attention and

preparation in the care of patients who are generally critical in addition to technical

skills and abilities science technology and insufficient infrastructure and lead the

nursing professional psychological pain and physical exhaustion affecting their

quality of life Objective in this study was to evaluate the quality of life of the nursing

staff that works in ICU where patients are adults For both there was an Integrative

Review based on studies available in the databases Latin American and Caribbean

Social Sciences (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

(MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SciELO) and the database of

nursing (BDENF) The results obtained by means of publications consulted showed

that the nurses are dissatisfied with their quality of life There are few publications on

the subject available in searchable databases that address the quality of life of

nursing staff in CTIs It is intended with the evidence revealed in this work

awakening interest in the nurses in doing research that addressed the topic and that

nurses can reflect on their quality of work life in CTIs and can identify factors that

interfere and intervene in it in seeking a satisfactory quality of life both at work and

personal life

Keywords Quality of Life Nursing Intensive Care

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 OBJETIVO 14

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15

32 Medidas de Qualidade de Vida 16

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19

41 Meacutetodos e etapas 19

42 Populaccedilatildeo e amostra 19

43 Anaacutelise dos dados 22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva 26

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35

REFEREcircNCIAS 36

APEcircNDICE 39

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25

GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19

QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21

QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24

QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade

de Terapia Intensiva Adulto 27

LISTA DE SIGLAS

BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e

preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes

precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e

profissional

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida

como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e

sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute

subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos

como negativos (FLECK et al 1999)

A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de

sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de

sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al

2000)

A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui

especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida

unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da

equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees

cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de

vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e

repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores

podem expor riscos os referidos profissionais a riscos

Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos

processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave

identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da

enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e

psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade

de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes

em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja

sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas

13

Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto

Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que

aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI

14

2 OBJETIVO

Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos

profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva

15

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida

O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos

Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o

efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas

Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem

valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo

(SALLES 2005)

O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do

momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como

o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia

de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)

Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que

natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida

(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo

de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou

sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV

Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que

refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade

para funccedilotildees da vida habitual

Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para

ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma

evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes

culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo

Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de

se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior

das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a

OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa

percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema

16

de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)

Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo

que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque

amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados

meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades

voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo

entre inuacutemeras outrasrdquo

32 Medidas de Qualidade de Vida

Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os

geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi

(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem

ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma

condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de

competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de

comparaccedilatildeo

Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida

denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que

tem representantes especialistas em varias partes do mundo

Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado

como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios

centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala

de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para

selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de

industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e

religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)

No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o

portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 4: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

Aos meus pais

pelo incentivo e apoio Ao meu avocirc Joatildeo (in Memoriam) e meu primo Marcelo (in Memoriam)

pelos poucos e felizes momentos que passamos juntos Agrave minha irmatildezinha Cassiane (in Memoriam)

pela forccedila divina que me transmite no lugar que se encontra

AGRADECIMENTOS

Agrave Deus primeiramente pela forccedila divina

Aos meus pais Vanusa Lima da Silva e Joatildeo Batista Nogueira

Filho por estarem sempre ao meu lado

Agrave minha orientadora Profa Dra Selme Silqueira de Matos pela

dedicaccedilatildeo e paciecircncia o que tornou possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho

Agrave professora Mestre Anadias Trajano Camargos pelo

aprendizado incentivo apoio e forccedilas nos meus momentos difiacuteceis

Agrave bibliotecaacuteria Marisa pela forccedila de vontade em me ajudar

Agraves minha amigas Aline Gonccedilalves dos Santos e Fernanda de

Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria

Aos colegas da Poacutes em CTI especialmente aacute Geane Simone

Fabiana e Janice Oliveira pelo incentivo e pelas horas prazerosas de conviacutevio

A todos que de alguma forma contribuiacuteram para esta

construccedilatildeo

ldquoA vida eacute uma peccedila de teatro que natildeo permite ensaios

Por isso cante chore dance ria e viva intensamente

antes que a cortina se feche e a peccedila termine sem aplausosrdquo

Charles Chaplin

RESUMO

A Unidade de Terapia Intensiva ndash UTI eacute um setor fechado complexo

estressante e de risco Impotildeem essas caracteriacutesticas ritmo de trabalho intenso

exigindo da equipe atenccedilatildeo e preparo nos cuidados dos pacientes que geralmente

satildeo criacuteticos aleacutem das competecircncias e habilidades teacutecnico cientiacuteficas tecnoloacutegicas e

infraestrutura insuficiente e induzem o profissional de enfermagem ao sofrimento

psiacutequico e esgotamento fiacutesico afetando sua qualidade de vida Objetiva-se neste

estudo avaliar a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua em UTIs

cujos pacientes satildeo adultos Para tanto realizou-se uma Revisatildeo Integrativa

pautada em estudos disponiacuteveis nas bases de dados Literatura Latino-Americana e

do Caribe em Ciecircncias Sociais (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval

System Online (MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e da base

de dados da enfermagem (BDENF) Os resultados obtidos por meio de publicaccedilotildees

consultadas evidenciaram que os profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos

com sua qualidade de vida Haacute reduzido nuacutemero de publicaccedilotildees sobre o tema

disponiacuteveis nas bases de dados pesquisados que abordam a qualidade de vida da

equipe de enfermagem em CTIs Pretende-se com as evidencias reveladas nesse

trabalho despertar nos enfermeiros interesse em realizar pesquisas que enfoquem

este tema e que os profissionais de enfermagem possam refletir sobre sua qualidade

de vida no trabalho em CTIs e que possam identificar os fatores que nela interferem

e intervir no sentido de buscar uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho

quanto na vida pessoal

Palavras-chave Qualidade de Vida Enfermagem Terapia Intensiva

ABSTRACT

The Intensive Care Unit - ICU is a closed sector complex stressful and risky

Require these features intense pace of work requiring staff attention and

preparation in the care of patients who are generally critical in addition to technical

skills and abilities science technology and insufficient infrastructure and lead the

nursing professional psychological pain and physical exhaustion affecting their

quality of life Objective in this study was to evaluate the quality of life of the nursing

staff that works in ICU where patients are adults For both there was an Integrative

Review based on studies available in the databases Latin American and Caribbean

Social Sciences (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

(MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SciELO) and the database of

nursing (BDENF) The results obtained by means of publications consulted showed

that the nurses are dissatisfied with their quality of life There are few publications on

the subject available in searchable databases that address the quality of life of

nursing staff in CTIs It is intended with the evidence revealed in this work

awakening interest in the nurses in doing research that addressed the topic and that

nurses can reflect on their quality of work life in CTIs and can identify factors that

interfere and intervene in it in seeking a satisfactory quality of life both at work and

personal life

Keywords Quality of Life Nursing Intensive Care

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 OBJETIVO 14

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15

32 Medidas de Qualidade de Vida 16

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19

41 Meacutetodos e etapas 19

42 Populaccedilatildeo e amostra 19

43 Anaacutelise dos dados 22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva 26

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35

REFEREcircNCIAS 36

APEcircNDICE 39

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25

GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19

QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21

QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24

QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade

de Terapia Intensiva Adulto 27

LISTA DE SIGLAS

BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e

preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes

precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e

profissional

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida

como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e

sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute

subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos

como negativos (FLECK et al 1999)

A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de

sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de

sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al

2000)

A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui

especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida

unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da

equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees

cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de

vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e

repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores

podem expor riscos os referidos profissionais a riscos

Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos

processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave

identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da

enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e

psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade

de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes

em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja

sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas

13

Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto

Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que

aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI

14

2 OBJETIVO

Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos

profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva

15

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida

O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos

Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o

efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas

Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem

valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo

(SALLES 2005)

O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do

momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como

o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia

de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)

Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que

natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida

(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo

de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou

sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV

Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que

refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade

para funccedilotildees da vida habitual

Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para

ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma

evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes

culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo

Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de

se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior

das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a

OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa

percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema

16

de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)

Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo

que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque

amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados

meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades

voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo

entre inuacutemeras outrasrdquo

32 Medidas de Qualidade de Vida

Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os

geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi

(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem

ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma

condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de

competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de

comparaccedilatildeo

Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida

denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que

tem representantes especialistas em varias partes do mundo

Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado

como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios

centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala

de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para

selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de

industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e

religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)

No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o

portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 5: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

AGRADECIMENTOS

Agrave Deus primeiramente pela forccedila divina

Aos meus pais Vanusa Lima da Silva e Joatildeo Batista Nogueira

Filho por estarem sempre ao meu lado

Agrave minha orientadora Profa Dra Selme Silqueira de Matos pela

dedicaccedilatildeo e paciecircncia o que tornou possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho

Agrave professora Mestre Anadias Trajano Camargos pelo

aprendizado incentivo apoio e forccedilas nos meus momentos difiacuteceis

Agrave bibliotecaacuteria Marisa pela forccedila de vontade em me ajudar

Agraves minha amigas Aline Gonccedilalves dos Santos e Fernanda de

Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria

Aos colegas da Poacutes em CTI especialmente aacute Geane Simone

Fabiana e Janice Oliveira pelo incentivo e pelas horas prazerosas de conviacutevio

A todos que de alguma forma contribuiacuteram para esta

construccedilatildeo

ldquoA vida eacute uma peccedila de teatro que natildeo permite ensaios

Por isso cante chore dance ria e viva intensamente

antes que a cortina se feche e a peccedila termine sem aplausosrdquo

Charles Chaplin

RESUMO

A Unidade de Terapia Intensiva ndash UTI eacute um setor fechado complexo

estressante e de risco Impotildeem essas caracteriacutesticas ritmo de trabalho intenso

exigindo da equipe atenccedilatildeo e preparo nos cuidados dos pacientes que geralmente

satildeo criacuteticos aleacutem das competecircncias e habilidades teacutecnico cientiacuteficas tecnoloacutegicas e

infraestrutura insuficiente e induzem o profissional de enfermagem ao sofrimento

psiacutequico e esgotamento fiacutesico afetando sua qualidade de vida Objetiva-se neste

estudo avaliar a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua em UTIs

cujos pacientes satildeo adultos Para tanto realizou-se uma Revisatildeo Integrativa

pautada em estudos disponiacuteveis nas bases de dados Literatura Latino-Americana e

do Caribe em Ciecircncias Sociais (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval

System Online (MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e da base

de dados da enfermagem (BDENF) Os resultados obtidos por meio de publicaccedilotildees

consultadas evidenciaram que os profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos

com sua qualidade de vida Haacute reduzido nuacutemero de publicaccedilotildees sobre o tema

disponiacuteveis nas bases de dados pesquisados que abordam a qualidade de vida da

equipe de enfermagem em CTIs Pretende-se com as evidencias reveladas nesse

trabalho despertar nos enfermeiros interesse em realizar pesquisas que enfoquem

este tema e que os profissionais de enfermagem possam refletir sobre sua qualidade

de vida no trabalho em CTIs e que possam identificar os fatores que nela interferem

e intervir no sentido de buscar uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho

quanto na vida pessoal

Palavras-chave Qualidade de Vida Enfermagem Terapia Intensiva

ABSTRACT

The Intensive Care Unit - ICU is a closed sector complex stressful and risky

Require these features intense pace of work requiring staff attention and

preparation in the care of patients who are generally critical in addition to technical

skills and abilities science technology and insufficient infrastructure and lead the

nursing professional psychological pain and physical exhaustion affecting their

quality of life Objective in this study was to evaluate the quality of life of the nursing

staff that works in ICU where patients are adults For both there was an Integrative

Review based on studies available in the databases Latin American and Caribbean

Social Sciences (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

(MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SciELO) and the database of

nursing (BDENF) The results obtained by means of publications consulted showed

that the nurses are dissatisfied with their quality of life There are few publications on

the subject available in searchable databases that address the quality of life of

nursing staff in CTIs It is intended with the evidence revealed in this work

awakening interest in the nurses in doing research that addressed the topic and that

nurses can reflect on their quality of work life in CTIs and can identify factors that

interfere and intervene in it in seeking a satisfactory quality of life both at work and

personal life

Keywords Quality of Life Nursing Intensive Care

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 OBJETIVO 14

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15

32 Medidas de Qualidade de Vida 16

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19

41 Meacutetodos e etapas 19

42 Populaccedilatildeo e amostra 19

43 Anaacutelise dos dados 22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva 26

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35

REFEREcircNCIAS 36

APEcircNDICE 39

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25

GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19

QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21

QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24

QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade

de Terapia Intensiva Adulto 27

LISTA DE SIGLAS

BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e

preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes

precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e

profissional

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida

como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e

sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute

subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos

como negativos (FLECK et al 1999)

A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de

sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de

sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al

2000)

A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui

especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida

unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da

equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees

cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de

vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e

repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores

podem expor riscos os referidos profissionais a riscos

Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos

processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave

identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da

enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e

psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade

de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes

em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja

sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas

13

Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto

Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que

aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI

14

2 OBJETIVO

Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos

profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva

15

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida

O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos

Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o

efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas

Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem

valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo

(SALLES 2005)

O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do

momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como

o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia

de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)

Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que

natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida

(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo

de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou

sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV

Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que

refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade

para funccedilotildees da vida habitual

Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para

ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma

evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes

culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo

Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de

se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior

das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a

OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa

percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema

16

de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)

Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo

que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque

amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados

meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades

voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo

entre inuacutemeras outrasrdquo

32 Medidas de Qualidade de Vida

Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os

geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi

(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem

ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma

condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de

competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de

comparaccedilatildeo

Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida

denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que

tem representantes especialistas em varias partes do mundo

Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado

como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios

centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala

de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para

selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de

industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e

religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)

No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o

portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 6: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

ldquoA vida eacute uma peccedila de teatro que natildeo permite ensaios

Por isso cante chore dance ria e viva intensamente

antes que a cortina se feche e a peccedila termine sem aplausosrdquo

Charles Chaplin

RESUMO

A Unidade de Terapia Intensiva ndash UTI eacute um setor fechado complexo

estressante e de risco Impotildeem essas caracteriacutesticas ritmo de trabalho intenso

exigindo da equipe atenccedilatildeo e preparo nos cuidados dos pacientes que geralmente

satildeo criacuteticos aleacutem das competecircncias e habilidades teacutecnico cientiacuteficas tecnoloacutegicas e

infraestrutura insuficiente e induzem o profissional de enfermagem ao sofrimento

psiacutequico e esgotamento fiacutesico afetando sua qualidade de vida Objetiva-se neste

estudo avaliar a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua em UTIs

cujos pacientes satildeo adultos Para tanto realizou-se uma Revisatildeo Integrativa

pautada em estudos disponiacuteveis nas bases de dados Literatura Latino-Americana e

do Caribe em Ciecircncias Sociais (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval

System Online (MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e da base

de dados da enfermagem (BDENF) Os resultados obtidos por meio de publicaccedilotildees

consultadas evidenciaram que os profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos

com sua qualidade de vida Haacute reduzido nuacutemero de publicaccedilotildees sobre o tema

disponiacuteveis nas bases de dados pesquisados que abordam a qualidade de vida da

equipe de enfermagem em CTIs Pretende-se com as evidencias reveladas nesse

trabalho despertar nos enfermeiros interesse em realizar pesquisas que enfoquem

este tema e que os profissionais de enfermagem possam refletir sobre sua qualidade

de vida no trabalho em CTIs e que possam identificar os fatores que nela interferem

e intervir no sentido de buscar uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho

quanto na vida pessoal

Palavras-chave Qualidade de Vida Enfermagem Terapia Intensiva

ABSTRACT

The Intensive Care Unit - ICU is a closed sector complex stressful and risky

Require these features intense pace of work requiring staff attention and

preparation in the care of patients who are generally critical in addition to technical

skills and abilities science technology and insufficient infrastructure and lead the

nursing professional psychological pain and physical exhaustion affecting their

quality of life Objective in this study was to evaluate the quality of life of the nursing

staff that works in ICU where patients are adults For both there was an Integrative

Review based on studies available in the databases Latin American and Caribbean

Social Sciences (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

(MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SciELO) and the database of

nursing (BDENF) The results obtained by means of publications consulted showed

that the nurses are dissatisfied with their quality of life There are few publications on

the subject available in searchable databases that address the quality of life of

nursing staff in CTIs It is intended with the evidence revealed in this work

awakening interest in the nurses in doing research that addressed the topic and that

nurses can reflect on their quality of work life in CTIs and can identify factors that

interfere and intervene in it in seeking a satisfactory quality of life both at work and

personal life

Keywords Quality of Life Nursing Intensive Care

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 OBJETIVO 14

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15

32 Medidas de Qualidade de Vida 16

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19

41 Meacutetodos e etapas 19

42 Populaccedilatildeo e amostra 19

43 Anaacutelise dos dados 22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva 26

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35

REFEREcircNCIAS 36

APEcircNDICE 39

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25

GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19

QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21

QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24

QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade

de Terapia Intensiva Adulto 27

LISTA DE SIGLAS

BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e

preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes

precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e

profissional

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida

como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e

sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute

subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos

como negativos (FLECK et al 1999)

A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de

sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de

sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al

2000)

A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui

especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida

unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da

equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees

cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de

vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e

repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores

podem expor riscos os referidos profissionais a riscos

Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos

processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave

identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da

enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e

psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade

de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes

em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja

sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas

13

Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto

Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que

aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI

14

2 OBJETIVO

Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos

profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva

15

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida

O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos

Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o

efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas

Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem

valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo

(SALLES 2005)

O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do

momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como

o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia

de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)

Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que

natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida

(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo

de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou

sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV

Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que

refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade

para funccedilotildees da vida habitual

Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para

ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma

evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes

culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo

Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de

se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior

das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a

OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa

percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema

16

de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)

Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo

que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque

amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados

meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades

voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo

entre inuacutemeras outrasrdquo

32 Medidas de Qualidade de Vida

Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os

geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi

(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem

ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma

condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de

competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de

comparaccedilatildeo

Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida

denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que

tem representantes especialistas em varias partes do mundo

Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado

como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios

centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala

de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para

selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de

industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e

religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)

No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o

portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 7: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

RESUMO

A Unidade de Terapia Intensiva ndash UTI eacute um setor fechado complexo

estressante e de risco Impotildeem essas caracteriacutesticas ritmo de trabalho intenso

exigindo da equipe atenccedilatildeo e preparo nos cuidados dos pacientes que geralmente

satildeo criacuteticos aleacutem das competecircncias e habilidades teacutecnico cientiacuteficas tecnoloacutegicas e

infraestrutura insuficiente e induzem o profissional de enfermagem ao sofrimento

psiacutequico e esgotamento fiacutesico afetando sua qualidade de vida Objetiva-se neste

estudo avaliar a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua em UTIs

cujos pacientes satildeo adultos Para tanto realizou-se uma Revisatildeo Integrativa

pautada em estudos disponiacuteveis nas bases de dados Literatura Latino-Americana e

do Caribe em Ciecircncias Sociais (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval

System Online (MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e da base

de dados da enfermagem (BDENF) Os resultados obtidos por meio de publicaccedilotildees

consultadas evidenciaram que os profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos

com sua qualidade de vida Haacute reduzido nuacutemero de publicaccedilotildees sobre o tema

disponiacuteveis nas bases de dados pesquisados que abordam a qualidade de vida da

equipe de enfermagem em CTIs Pretende-se com as evidencias reveladas nesse

trabalho despertar nos enfermeiros interesse em realizar pesquisas que enfoquem

este tema e que os profissionais de enfermagem possam refletir sobre sua qualidade

de vida no trabalho em CTIs e que possam identificar os fatores que nela interferem

e intervir no sentido de buscar uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho

quanto na vida pessoal

Palavras-chave Qualidade de Vida Enfermagem Terapia Intensiva

ABSTRACT

The Intensive Care Unit - ICU is a closed sector complex stressful and risky

Require these features intense pace of work requiring staff attention and

preparation in the care of patients who are generally critical in addition to technical

skills and abilities science technology and insufficient infrastructure and lead the

nursing professional psychological pain and physical exhaustion affecting their

quality of life Objective in this study was to evaluate the quality of life of the nursing

staff that works in ICU where patients are adults For both there was an Integrative

Review based on studies available in the databases Latin American and Caribbean

Social Sciences (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

(MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SciELO) and the database of

nursing (BDENF) The results obtained by means of publications consulted showed

that the nurses are dissatisfied with their quality of life There are few publications on

the subject available in searchable databases that address the quality of life of

nursing staff in CTIs It is intended with the evidence revealed in this work

awakening interest in the nurses in doing research that addressed the topic and that

nurses can reflect on their quality of work life in CTIs and can identify factors that

interfere and intervene in it in seeking a satisfactory quality of life both at work and

personal life

Keywords Quality of Life Nursing Intensive Care

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 OBJETIVO 14

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15

32 Medidas de Qualidade de Vida 16

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19

41 Meacutetodos e etapas 19

42 Populaccedilatildeo e amostra 19

43 Anaacutelise dos dados 22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva 26

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35

REFEREcircNCIAS 36

APEcircNDICE 39

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25

GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19

QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21

QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24

QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade

de Terapia Intensiva Adulto 27

LISTA DE SIGLAS

BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e

preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes

precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e

profissional

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida

como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e

sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute

subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos

como negativos (FLECK et al 1999)

A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de

sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de

sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al

2000)

A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui

especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida

unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da

equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees

cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de

vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e

repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores

podem expor riscos os referidos profissionais a riscos

Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos

processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave

identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da

enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e

psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade

de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes

em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja

sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas

13

Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto

Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que

aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI

14

2 OBJETIVO

Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos

profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva

15

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida

O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos

Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o

efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas

Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem

valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo

(SALLES 2005)

O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do

momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como

o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia

de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)

Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que

natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida

(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo

de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou

sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV

Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que

refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade

para funccedilotildees da vida habitual

Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para

ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma

evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes

culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo

Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de

se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior

das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a

OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa

percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema

16

de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)

Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo

que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque

amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados

meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades

voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo

entre inuacutemeras outrasrdquo

32 Medidas de Qualidade de Vida

Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os

geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi

(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem

ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma

condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de

competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de

comparaccedilatildeo

Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida

denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que

tem representantes especialistas em varias partes do mundo

Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado

como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios

centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala

de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para

selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de

industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e

religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)

No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o

portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 8: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

ABSTRACT

The Intensive Care Unit - ICU is a closed sector complex stressful and risky

Require these features intense pace of work requiring staff attention and

preparation in the care of patients who are generally critical in addition to technical

skills and abilities science technology and insufficient infrastructure and lead the

nursing professional psychological pain and physical exhaustion affecting their

quality of life Objective in this study was to evaluate the quality of life of the nursing

staff that works in ICU where patients are adults For both there was an Integrative

Review based on studies available in the databases Latin American and Caribbean

Social Sciences (LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

(MEDLINE) Scientific Electronic Library Online (SciELO) and the database of

nursing (BDENF) The results obtained by means of publications consulted showed

that the nurses are dissatisfied with their quality of life There are few publications on

the subject available in searchable databases that address the quality of life of

nursing staff in CTIs It is intended with the evidence revealed in this work

awakening interest in the nurses in doing research that addressed the topic and that

nurses can reflect on their quality of work life in CTIs and can identify factors that

interfere and intervene in it in seeking a satisfactory quality of life both at work and

personal life

Keywords Quality of Life Nursing Intensive Care

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 OBJETIVO 14

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15

32 Medidas de Qualidade de Vida 16

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19

41 Meacutetodos e etapas 19

42 Populaccedilatildeo e amostra 19

43 Anaacutelise dos dados 22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva 26

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35

REFEREcircNCIAS 36

APEcircNDICE 39

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25

GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19

QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21

QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24

QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade

de Terapia Intensiva Adulto 27

LISTA DE SIGLAS

BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e

preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes

precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e

profissional

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida

como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e

sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute

subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos

como negativos (FLECK et al 1999)

A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de

sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de

sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al

2000)

A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui

especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida

unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da

equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees

cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de

vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e

repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores

podem expor riscos os referidos profissionais a riscos

Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos

processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave

identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da

enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e

psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade

de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes

em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja

sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas

13

Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto

Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que

aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI

14

2 OBJETIVO

Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos

profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva

15

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida

O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos

Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o

efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas

Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem

valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo

(SALLES 2005)

O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do

momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como

o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia

de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)

Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que

natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida

(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo

de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou

sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV

Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que

refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade

para funccedilotildees da vida habitual

Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para

ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma

evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes

culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo

Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de

se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior

das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a

OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa

percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema

16

de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)

Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo

que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque

amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados

meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades

voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo

entre inuacutemeras outrasrdquo

32 Medidas de Qualidade de Vida

Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os

geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi

(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem

ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma

condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de

competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de

comparaccedilatildeo

Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida

denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que

tem representantes especialistas em varias partes do mundo

Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado

como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios

centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala

de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para

selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de

industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e

religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)

No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o

portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 9: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 OBJETIVO 14

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA 15

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida 15

32 Medidas de Qualidade de Vida 16

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs 17

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 19

41 Meacutetodos e etapas 19

42 Populaccedilatildeo e amostra 19

43 Anaacutelise dos dados 22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada 23

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva 26

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35

REFEREcircNCIAS 36

APEcircNDICE 39

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25

GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19

QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21

QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24

QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade

de Terapia Intensiva Adulto 27

LISTA DE SIGLAS

BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e

preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes

precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e

profissional

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida

como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e

sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute

subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos

como negativos (FLECK et al 1999)

A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de

sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de

sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al

2000)

A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui

especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida

unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da

equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees

cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de

vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e

repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores

podem expor riscos os referidos profissionais a riscos

Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos

processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave

identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da

enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e

psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade

de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes

em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja

sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas

13

Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto

Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que

aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI

14

2 OBJETIVO

Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos

profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva

15

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida

O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos

Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o

efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas

Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem

valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo

(SALLES 2005)

O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do

momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como

o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia

de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)

Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que

natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida

(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo

de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou

sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV

Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que

refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade

para funccedilotildees da vida habitual

Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para

ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma

evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes

culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo

Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de

se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior

das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a

OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa

percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema

16

de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)

Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo

que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque

amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados

meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades

voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo

entre inuacutemeras outrasrdquo

32 Medidas de Qualidade de Vida

Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os

geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi

(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem

ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma

condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de

competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de

comparaccedilatildeo

Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida

denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que

tem representantes especialistas em varias partes do mundo

Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado

como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios

centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala

de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para

selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de

industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e

religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)

No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o

portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 10: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo do primeiro autor 25

GRAacuteFICO 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais 26

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19

QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21

QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24

QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade

de Terapia Intensiva Adulto 27

LISTA DE SIGLAS

BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e

preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes

precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e

profissional

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida

como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e

sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute

subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos

como negativos (FLECK et al 1999)

A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de

sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de

sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al

2000)

A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui

especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida

unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da

equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees

cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de

vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e

repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores

podem expor riscos os referidos profissionais a riscos

Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos

processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave

identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da

enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e

psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade

de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes

em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja

sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas

13

Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto

Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que

aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI

14

2 OBJETIVO

Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos

profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva

15

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida

O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos

Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o

efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas

Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem

valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo

(SALLES 2005)

O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do

momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como

o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia

de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)

Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que

natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida

(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo

de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou

sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV

Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que

refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade

para funccedilotildees da vida habitual

Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para

ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma

evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes

culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo

Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de

se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior

das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a

OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa

percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema

16

de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)

Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo

que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque

amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados

meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades

voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo

entre inuacutemeras outrasrdquo

32 Medidas de Qualidade de Vida

Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os

geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi

(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem

ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma

condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de

competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de

comparaccedilatildeo

Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida

denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que

tem representantes especialistas em varias partes do mundo

Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado

como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios

centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala

de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para

selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de

industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e

religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)

No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o

portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 11: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Etapas para construccedilatildeo da Revisatildeo Integrativa 19

QUADRO 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo 21

QUADRO 3 Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientiacutefica 24

QUADRO 4 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade

de Terapia Intensiva Adulto 27

LISTA DE SIGLAS

BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e

preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes

precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e

profissional

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida

como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e

sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute

subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos

como negativos (FLECK et al 1999)

A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de

sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de

sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al

2000)

A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui

especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida

unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da

equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees

cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de

vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e

repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores

podem expor riscos os referidos profissionais a riscos

Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos

processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave

identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da

enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e

psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade

de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes

em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja

sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas

13

Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto

Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que

aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI

14

2 OBJETIVO

Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos

profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva

15

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida

O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos

Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o

efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas

Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem

valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo

(SALLES 2005)

O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do

momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como

o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia

de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)

Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que

natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida

(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo

de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou

sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV

Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que

refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade

para funccedilotildees da vida habitual

Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para

ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma

evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes

culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo

Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de

se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior

das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a

OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa

percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema

16

de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)

Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo

que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque

amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados

meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades

voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo

entre inuacutemeras outrasrdquo

32 Medidas de Qualidade de Vida

Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os

geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi

(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem

ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma

condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de

competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de

comparaccedilatildeo

Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida

denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que

tem representantes especialistas em varias partes do mundo

Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado

como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios

centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala

de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para

selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de

industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e

religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)

No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o

portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 12: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

LISTA DE SIGLAS

BDENF - Base de Dados da Enfermagem CTI - Centro de Terapia Intensiva DORT - Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados do Trabalho IQV - Iacutendice de Qualidade de Vida IQVFP - Iacutendice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers LILACS - Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias Sociais MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede QV - Qualidade de Vida QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SF-36 - Short Form-36 SCIELO - Scientific Electronic Library Online UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro UTI - Unidade de Terapia Intensiva WHOQOL - World Health Organizationrsquos Quality of Life WHOQOL-BREF - World Health Organizationrsquos Quality of Life-BREF

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e

preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes

precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e

profissional

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida

como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e

sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute

subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos

como negativos (FLECK et al 1999)

A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de

sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de

sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al

2000)

A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui

especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida

unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da

equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees

cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de

vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e

repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores

podem expor riscos os referidos profissionais a riscos

Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos

processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave

identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da

enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e

psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade

de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes

em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja

sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas

13

Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto

Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que

aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI

14

2 OBJETIVO

Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos

profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva

15

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida

O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos

Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o

efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas

Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem

valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo

(SALLES 2005)

O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do

momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como

o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia

de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)

Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que

natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida

(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo

de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou

sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV

Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que

refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade

para funccedilotildees da vida habitual

Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para

ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma

evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes

culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo

Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de

se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior

das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a

OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa

percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema

16

de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)

Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo

que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque

amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados

meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades

voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo

entre inuacutemeras outrasrdquo

32 Medidas de Qualidade de Vida

Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os

geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi

(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem

ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma

condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de

competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de

comparaccedilatildeo

Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida

denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que

tem representantes especialistas em varias partes do mundo

Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado

como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios

centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala

de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para

selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de

industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e

religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)

No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o

portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 13: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A qualidade de vida tem sido um tema enfocado com grande ecircnfase e

preocupaccedilatildeo da sociedade atual com sua sobrevivecircncia na maioria das vezes

precaacuteria em todas as aacutereas da vida ou seja nas esferas pessoal familiar social e

profissional

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 1994) definiu qualidade de vida

como ldquoa percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e

sistema de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo Fica impliacutecito nessa definiccedilatildeo que esse conceito eacute

subjetivo multidimensional e que apresenta elementos de avaliaccedilatildeo tanto positivos

como negativos (FLECK et al 1999)

A qualidade de vida eacute mais que simplesmente ausecircncia ou presenccedila de

sauacutede abrange tambeacutem educaccedilatildeo saneamento baacutesico acesso a serviccedilos de

sauacutede satisfaccedilatildeo e condiccedilotildees de trabalho aleacutem de outros aspectos (LENTZ et al

2000)

A atuaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no acircmbito hospitalar possui

especificidades e em especial em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) A referida

unidade eacute complexa fechada de risco impotildee ritmo de trabalho intenso exigindo da

equipe atenccedilatildeo e preparo no cuidado de pacientes com as mais diversas alteraccedilotildees

cliacutenicas Daiacute a importacircncia de se direcionar um olhar especiacutefico sobre a qualidade de

vida dos profissionais de enfermagem incluindo estressores vivenciados e

repercussotildees na assistecircncia ao paciente (STUMM et al 2009) Tais estressores

podem expor riscos os referidos profissionais a riscos

Os profissionais da equipe de enfermagem satildeo expostos a diversos

processos patoloacutegicos Segundo Marinho (2006) o conceito de risco diz respeito agrave

identificaccedilatildeo dos possiacuteveis agentes capazes de interferir na sauacutede e no cotidiano da

enfermagem Dentre esses agentes enumeram-se fatores ergonocircmicos e

psicossociais quiacutemicos bioloacutegicos fiacutesicos de acidentes ou mecacircnicos Na unidade

de terapia intensiva a equipe de enfermagem trabalha diretamente com os pacientes

em sua maioria em estado criacutetico fazendo com que a equipe de enfermagem esteja

sempre confrontando situaccedilotildees de dor sofrimento e perdas

13

Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto

Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que

aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI

14

2 OBJETIVO

Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos

profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva

15

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida

O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos

Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o

efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas

Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem

valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo

(SALLES 2005)

O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do

momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como

o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia

de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)

Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que

natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida

(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo

de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou

sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV

Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que

refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade

para funccedilotildees da vida habitual

Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para

ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma

evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes

culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo

Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de

se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior

das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a

OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa

percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema

16

de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)

Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo

que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque

amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados

meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades

voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo

entre inuacutemeras outrasrdquo

32 Medidas de Qualidade de Vida

Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os

geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi

(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem

ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma

condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de

competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de

comparaccedilatildeo

Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida

denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que

tem representantes especialistas em varias partes do mundo

Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado

como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios

centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala

de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para

selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de

industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e

religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)

No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o

portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 14: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

13

Pelo exposto questiona-se qual eacute a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva Adulto

Este estudo poderaacute contribuir para incentivar a realizaccedilatildeo de trabalhos que

aprofundem as abordagens sobre a qualidade de vida do profissional da UTI

14

2 OBJETIVO

Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos

profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva

15

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida

O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos

Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o

efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas

Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem

valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo

(SALLES 2005)

O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do

momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como

o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia

de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)

Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que

natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida

(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo

de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou

sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV

Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que

refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade

para funccedilotildees da vida habitual

Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para

ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma

evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes

culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo

Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de

se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior

das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a

OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa

percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema

16

de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)

Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo

que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque

amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados

meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades

voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo

entre inuacutemeras outrasrdquo

32 Medidas de Qualidade de Vida

Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os

geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi

(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem

ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma

condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de

competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de

comparaccedilatildeo

Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida

denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que

tem representantes especialistas em varias partes do mundo

Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado

como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios

centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala

de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para

selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de

industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e

religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)

No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o

portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 15: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

14

2 OBJETIVO

Identificar a produccedilatildeo cientifica disponiacutevel acerca da qualidade de vida dos

profissionais de enfermagem que atuam em setores de terapia intensiva

15

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida

O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos

Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o

efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas

Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem

valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo

(SALLES 2005)

O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do

momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como

o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia

de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)

Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que

natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida

(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo

de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou

sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV

Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que

refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade

para funccedilotildees da vida habitual

Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para

ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma

evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes

culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo

Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de

se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior

das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a

OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa

percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema

16

de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)

Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo

que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque

amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados

meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades

voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo

entre inuacutemeras outrasrdquo

32 Medidas de Qualidade de Vida

Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os

geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi

(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem

ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma

condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de

competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de

comparaccedilatildeo

Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida

denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que

tem representantes especialistas em varias partes do mundo

Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado

como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios

centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala

de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para

selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de

industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e

religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)

No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o

portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 16: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

15

3 CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO TEMA

31 Consideraccedilotildees sobre qualidade de vida

O termo e conceito qualidade de vida comeccedilaram ser utilizados nos

Estados Unidos apoacutes a Segunda Guerra Mundial com o intuito de descrever o

efeito gerado pela aquisiccedilatildeo de bens materiais (tecnologia) na vida das pessoas

Somente alguns anos mais tarde foram considerados como paracircmetros a serem

valorizados com o objetivo de capturar avanccedilos nas aacutereas da sauacutede e educaccedilatildeo

(SALLES 2005)

O conceito de qualidade de vida passou a ser utilizado a partir do

momento em que a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) definiu a sauacutede como

o completo estado de bem-estar fiacutesico psiacutequico e social e natildeo somente ausecircncia

de doenccedila ou enfermidade (SPITZER 1987)

Os autores Uchoa Rozemberg e Porto (2000 p 117) consideraram que

natildeo existe um consenso sobre a definiccedilatildeo do conceito de Qualidade de Vida

(QV) sobre seus elementos constitutivos sobre os paracircmetros para a construccedilatildeo

de um modelo de avaliaccedilatildeo sobre a amplitude de aplicaccedilatildeo desses modelos ou

sobre criteacuterios de avaliaccedilatildeo da QV

Na opiniatildeo de Patrick e Bergner (1990) QV eacute um termo descritivo que

refere ao emocional das pessoas ao social ao bem-estar fiacutesico e sua habilidade

para funccedilotildees da vida habitual

Para Lentz et al (2000 p8) ldquoqualidade de vida eacute dimensatildeo complexa para

ser definida e sua conceituaccedilatildeo ponderaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo vecircm sofrendo uma

evoluccedilatildeo que por certo acompanhar a dinacircmica da humanidade suas diferentes

culturas suas prioridades e crenccedilasrdquo

Mediante a variabilidade de definiccedilotildees para QV houve a necessidade de

se chegar a um consenso sobre o conceito que abrangesse uma dimensatildeo maior

das caracteriacutesticas de indiviacuteduos em locais e realidades diferentes Para tanto a

OMS reuniu representantes de vaacuterios paiacuteses que conceituaram QV como ldquoa

percepccedilatildeo do indiviacuteduo de sua posiccedilatildeo na vida no contexto da cultura e sistema

16

de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)

Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo

que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque

amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados

meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades

voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo

entre inuacutemeras outrasrdquo

32 Medidas de Qualidade de Vida

Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os

geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi

(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem

ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma

condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de

competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de

comparaccedilatildeo

Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida

denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que

tem representantes especialistas em varias partes do mundo

Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado

como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios

centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala

de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para

selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de

industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e

religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)

No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o

portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 17: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

16

de valores nos quais ele vive e em relaccedilatildeo aos seus objetivos expectativas

padrotildees e preocupaccedilotildeesrdquo (WHOQOL GROUP 1995 p51)

Outro termo muito usado na literatura eacute a ldquoQualidade de Vida no Trabalhordquo

que na opiniatildeo de Limongi-Franccedila (2003 p22) tem sido tratada como um leque

amplo e geralmente confuso As definiccedilotildees de QVT vatildeo ldquodesde cuidados

meacutedicos estabelecidos pela legislaccedilatildeo de sauacutede e seguranccedila ateacute atividades

voluntaacuterias dos empregados e empregadores nas aacutereas de lazer motivaccedilatildeo

entre inuacutemeras outrasrdquo

32 Medidas de Qualidade de Vida

Os instrumentos para medida da QV satildeo classificados em dois tipos os

geneacutericos e os especiacuteficos Os especiacuteficos satildeo caracterizados por Prebianchi

(2003) como medidas relacionadas agrave sauacutede (ou agrave doenccedila) e os geneacutericos podem

ser aplicados tanto a indiviacuteduos saudaacuteveis como aqueles afetados por uma

condiccedilatildeo especifica e focalizam os desejos objetivos e um sentimento de

competecircncia tanto em relaccedilatildeo a padrotildees internos quanto a um externo de

comparaccedilatildeo

Em 1994 OMS criou o grupo de estudos sobre a qualidade de vida

denominado World Health Organizationrsquos Quality of Life (Grupo WHOQOL) que

tem representantes especialistas em varias partes do mundo

Foi criado entatildeo o instrumento denominado WHOQOL-100 caracterizado

como um instrumento geneacuterico do qual participaram da elaboraccedilatildeo vaacuterios

centros de culturas diversas na construccedilatildeo dos domiacutenios de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida da redaccedilatildeo e seleccedilatildeo das questotildees da derivaccedilatildeo da escala

de respostas e do teste de campo nos paiacuteses envolvidos nesta etapa Para

selecionar os paiacuteses foram consideradas as diferenccedilas no niacutevel de

industrializaccedilatildeo disponibilidade de serviccedilos de sauacutede importacircncia da famiacutelia e

religiatildeo dominante entre outros (FLECK et al 2000)

No Brasil o instrumento WHOQOL-100 foi traduzido e validado para o

portuguecircs por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul integrantes do Grupo WHOQOL (FLECK et al 1999)

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 18: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

17

Outro exemplo de instrumento geneacuterico utilizado para medida da QV eacute o

SF-36(Short Form-36) que de acordo com Osaki e Belfort Jr (2004 p44) ldquoeacute um

questionaacuterio geneacuterico que mede dimensotildees relativas agrave sauacutede fiacutesica e mentalrdquo

Haacute tambeacutem o Iacutendice de Qualidade de Vida (IQV) que mede a satisfaccedilatildeo

em relaccedilatildeo aos domiacutenios sauacutede e funcionamento social e econocircmico

psicoloacutegico e espiritual e a famiacutelia como a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o respondente (MARTINS 2002)

33 Caracteriacutesticas da equipe de enfermagem em UTIs

O contexto hospitalar apresenta caracteriacutesticas muito proacuteprias tais como

atividades ininterruptas apesar de haver diferenciaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

turnos e dias da semana tem-se uma concentraccedilatildeo do maior contingente de

atividades no periacuteodo da manha e haacute uma predominacircncia de trabalhadores do sexo

feminino principalmente na enfermagem (NEUMANN 2007)

Os hospitais tecircm atendimentos considerados de alta complexidade dentre os

quais estatildeo aqueles prestados nas UTIs Esses setores satildeo destinados a assistir

pacientes graves eou em observaccedilatildeo que quase sempre estatildeo em um quadro

clinico instaacutevel dependem constantemente da enfermagem tecircm um menor nuacutemero

de leitos e necessitam da atuaccedilatildeo de uma equipe multiprofissional (SALLES 2005)

A enfermagem representa a maior forccedila de trabalho dos hospitais e fazem

parte dessa equipe agraves enfermeiras que satildeo as profissionais cuja formaccedilatildeo eacute de

niacutevel superior os teacutecnicos de enfermagem que possuem formaccedilatildeo teacutecnica apoacutes

completar o ensino meacutedio e os auxiliares de enfermagem satildeo aqueles que fazem o

curso especiacutefico ao concluiacuterem o ensino fundamental (NEUMANN 2007)

A praacutetica assistencial de enfermagem de uma forma geral eacute algo

desgastante em funccedilatildeo de situaccedilotildees desfavoraacuteveis do mercado de trabalho e das

encontradas nos locais de serviccedilo A assistecircncia de enfermagem prestada em UTIs

pode ainda ser mais comprometedora em termos da QV dos profissionais de

enfermagem que ali atuam (SALLES 2005)

Com a marcante utilizaccedilatildeo dos meios tecnoloacutegicos dentro das UTIs

vinculados ao modelo cliacutenico da atenccedilatildeo agrave sauacutede onde se busca a ldquocura dos

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 19: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

18

corposrdquo eacute exigido da equipe de enfermagem maior habilidade para utilizar a

sofisticada tecnologia Isto pode ser outro componente que colabora para o desgaste

fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores das UTIs (SALLES 2005)

Um dos fatores de desgaste fiacutesico e psicoloacutegico para os trabalhadores da

aacuterea da sauacutede eacute o acumulo de dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios No ambiente

das UTIs a proximidade com os pacientes eacute intensa visto que todos satildeo altamente

dependentes e em alguma fase da doenccedila torna-se ldquopesadosrdquo em razatildeo da

gravidade ou da condiccedilatildeo fiacutesica o que levam muitos trabalhadores de enfermagem

ao processo de desgaste fiacutesico advindo da sobrecarga de trabalho (PASCHOA

ZANEI WHITAKER 2007)

A falta de equiliacutebrio entre trabalho e vida pessoal a baixa perspectiva de

ascensatildeo na carreira a falta de autonomia o excesso de trabalho a baixa

remuneraccedilatildeo o dimensionamento inadequado o ambiente fiacutesico os riscos

ocupacionais somados agrave fragmentaccedilatildeo do trabalho e a divisatildeo da enfermagem por

categorias satildeo aspectos que repercutem nas condiccedilotildees de sauacutede fiacutesica e mental e

consequentemente na qualidade de vida percebida pelos profissionais de

enfermagem (CARANDINA 2003)

Cruz (2006) desenvolveu um estudo que se propocircs conhecer a problemaacutetica

de sauacutede de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitaacuterio identificou

maior exposiccedilatildeo da equipe agraves cargas fisioloacutegicas e psiacutequicas Os processos de

desgaste apreendidos foram relacionados agraves infecccedilotildees diversas problemas

respiratoacuterios osteomusculo-articulares de pele auditivos e circulatoacuterios estresse

depressatildeo e sintomas de dor cansaccedilo fadiga desacircnimo desestiacutemulo mal humor

indisposiccedilatildeo medo irritabilidade e tensatildeo

Na opiniatildeo de Martins (1999) haacute necessidade de estudos relacionados agraves

questotildees que interferem na QV do trabalhador em enfermagem que exerce uma

atividade tatildeo nobre e no entanto encontra-se tatildeo descontente sentindo-se

desvalorizado e esquecido Esta necessidade torna-se ainda mais evidente ao tratar-

se das equipes de enfermagem atuantes em setores fechados e de alta

complexidade como satildeo as UTIs

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 20: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

19

4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS

41 Meacutetodo e etapas

Neste estudo optou-se pelo meacutetodo de ldquorevisatildeo integrativa visto que ele

permite sintetizar os resultados de pesquisas realizadas sobre determinado tema de

maneira sistemaacutetica e ordenada para contribuir conhecimentos desse tema

(ROMAN FRIENDLANDER 1998)rdquo

No geral para a construccedilatildeo da revisatildeo integrativa eacute preciso percorrer seis

etapas distintas similares aos estaacutegios de desenvolvimento de pesquisa

convencional As etapas satildeo apresentadas no quadro a seguir

ETAPAS PARA CONSTRUCcedilAtildeO DA REVISAtildeO INTEGRATIVA

Identificaccedilatildeo do tema e seleccedilatildeo da hipoacutetese ou questatildeo de pesquisa para a

elaboraccedilatildeo da revisatildeo integrativa

Estabelecimento de criteacuterios para inclusatildeo e exclusatildeo de estudos

amostragem ou busca na literatura

Definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos estudos selecionados

categorizaccedilatildeo dos estudos

Avaliaccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa

Interpretaccedilatildeo dos resultados

Apresentaccedilatildeo da revisatildeosiacutentese do conhecimento

Quadro 1 Etapas para construccedilatildeo da revisatildeo integrativa Fonte MENDES SILVEIRA GALVAtildeO 2008

42 Populaccedilatildeo e amostra

Para a definiccedilatildeo da populaccedilatildeo foram utilizados como bases de dados as

seguintes fontes Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias de Sauacutede

(LILACS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 21: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

20

Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Base de Dados Bibliograacuteficos

Especializada na Aacuterea de Enfermagem do Brasil (BDENF) utilizando-se as

estrateacutegias de busca apresentados no Quadro 2

FONTE ESTRATEGIA DE BUSCA POPULACcedilAcircO REPETICcedilOES AMOSTRA

LILACS

UNIDADE de terapia intensiva [Descritor de assunto] and qualidade de VIDA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

12

-

03

BDENF

QUALIDADE DE VIDA [Descritor de assunto] and centro de TERAPIA INTENSIVA or centros de TERAPIA INTENSIVA or unidade de TERAPIA INTENSIVA or unidades de TERAPIA INTENSIVA [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

03

04

01

( ( ( QUALIDADE de vida ) or ESGOTAMENTO profissional ) or ESTRESSE da vida or ESTRESSE emocional or ESTRESSE fisico or ESTRESSE ocupacional or ESTRESSE profissional or ESTRESSE psicologico ) or ambiente de TRABALHO or carga de TRABALHO or condicoes de TRABALHO or doencas do TRABALHO or jornada de TRABALHO or satisfacao no TRABALHO [Descritor de assunto] and unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto]

50 08 01

SCIELO QUALIDADE DE VIDA or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO or QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT or QUALIDADE DE VIDA QV [Palavras Chave] and UNIDADES DE CUIDADO INTENSIVO or UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS or UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA or UNIDADES DE TRATAMENTO

- 01 -

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 22: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

21

INTENSIVO [Palavras Chave] and enferm$ [Todos os iumliquestfrac12ndices]

MEDLINE qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and equipe de enfermagem [Descritor de assunto]

01 - -

qualidade de vida [Descritor de assunto] and centro de terapia intensiva or centros de terapia intensiva or unidade de terapia intensiva or unidades de terapia intensiva [Descritor de assunto] and enferm$ [Palavras]

135 - -

TOTAL 201 13 05

Quadro 2 Estrateacutegia de busca populaccedilatildeo e amostra do estudo Fonte Elaborada pela autora

Para seleccedilatildeo da amostra foram utilizados como criteacuterios de inclusatildeo os

artigos teses e dissertaccedilotildees nos uacuteltimos 5 anos (periacuteodo de 2005 a 2010)

publicados nos idiomas portuguecircs inglecircs e espanhol e que estejam abordando

somente unidades de terapias intensivas e respondem agrave questatildeo desta revisatildeo ou

seja 3 teses e 2 artigos apresentados na Quadro 3 Foram excluiacutedos da populaccedilatildeo

13 publicaccedilotildees devido a repeticcedilotildees e natildeo foram encontrados publicaccedilotildees na base

de dados MEDLINE e SCIELO demostrado no Quadro 2

As variaacuteveis de estudo foram delimitadas em trecircs aspectos as relacionadas

aos autores profissatildeo aacuterea de atuaccedilatildeo qualificaccedilatildeo as relacionadas agraves

publicaccedilotildees fonte tipo e ano de publicaccedilatildeo e delineamento e relacionado ao

objetivo avaliaccedilatildeo da qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na

Unidade de Terapia Intensiva

Para coleta de dados foi elaborado um instrumento com o objetivo de

facilitar o processo de coleta e anaacutelise dos dados deste estudo (APEcircNDICE)

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 23: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

22

43 Anaacutelise dos dados

Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa e criacutetica dos artigos que

compocircs a amostra Em seguida os instrumentos de coleta de dados foram

preenchidos para cada artigo da amostra A partir dos dados registrados foram

construiacutedos quadros sinoacutepticos de forma a ordenar e avaliar o grau de concordacircncia

dos pesquisadores com relaccedilatildeo ao problema e variaacuteveis de caracterizaccedilatildeo dos

autores e das publicaccedilotildees que fizeram parte da amostra deste estudo

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 24: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

23

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foi realizada uma anaacutelise descritiva das variaacuteveis relacionadas ao autor

publicaccedilatildeo e variaacutevel de interesse (qualidade de vida da equipe de enfermagem que

atuam em UTIs) Os resultados obtidos desta pesquisa satildeo apresentados a seguir

51 Caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientifica identificada

A caracterizaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica em relaccedilatildeo aos autores as

publicaccedilotildees da amostra estatildeo apresentadas no Quadro 3

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 25: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

24

LITERATURA PROFISSAtildeO TITULACcedilAtildeO AacuteREA DE

ATUACcedilAtildeO

NOME DO

PERIODICO

FONTE ANO DE

PUBLICACcedilAtildeO

TIPO DE

PUBLICACcedilAtildeO

DELINEAMENTO

Campos (2008)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ BDENF 2008 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio

quantitativo

Campos et al(2008)

4 Enfermeiros

2 Graduadas 1 Mestre 1 Doutor

1 Docente do curso de Enfermagem na Universidade Federal de Alfenas ndash MG 1 Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ndash Itajubaacute ndash MG 2 Natildeo relatados

Revista Nursing

LILACS 2008 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

3 Enfermeiras

1 Especializanda em UTI-Adulto 2 Doutoras

Residecircncia na Universidade Federal de Satildeo Paulo na UTI Doutoras do Departamento de Enfermagem da Univerdade Federal de Satildeo Paulo

Acta Paul Enferm

LILACS 2007 Artigo Estudo primaacuterio quantitativo

Ramos (2009)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado UERJ

LILACS

2009 Dissertaccedilatildeo Estudo primaacuterio qualitativo

Salles (2005)

Enfermeira

Mestre

Natildeo relatado Univ

FedGoias

BDENF 2005 Dissertaccedilao Estudo primaacuterio quantitativo

Quadro 3 ndash Caracteriacutesticas da produccedilatildeo cientifica Fonte Elaborada pela autora

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 26: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

25

Verificou-se com relaccedilatildeo agrave profissatildeo dos autores que os 10 (100) satildeo

enfermeiros como demonstrado no Graacutefico 1

100

Enfermeiros

Graacutefico 1 Caracteriacutesticas relacionadas agrave profissatildeo dos autores Fonte Dados da pesquisa

Quanto agrave qualificaccedilatildeo 4 (40) satildeo mestres 2 (20) satildeo graduadas 3 (30)

satildeo doutores e 1 (10) eacute especializanda em UTI como demonstrado no Graacutefico 2

Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de atuaccedilatildeo 5 (50) profissionais natildeo relataram nas publicaccedilotildees

2(20) estatildeo atuando como docentes 3(30) como doutores e 1(20) estaacute

atuando em uma unidade de terapia intensiva como residente

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

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APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 27: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

26

40

20

10

30Mestres

Graduada

Especializanda em UTI

Doutores

Graacutefico 2 Qualificaccedilatildeo dos profissionais Fonte Dados da pesquisa

No quadro 3 estatildeo apresentadas as caracteriacutesticas das publicaccedilotildees da

amostra Quanto ao tipo de publicaccedilatildeo foram 3 dissertaccedilotildees e 2 artigos cientiacuteficos

no idioma portuguecircs Com agrave relaccedilatildeo a fonte dos artigos pesquisados observa-se

que 40(2) foram encontrados na base de dados da enfermagem - BDENF e

60(3) foi encontrado na Literatura latino-americana e do Caribe em Ciecircncias da

Sauacutede ndash LILACS Em relaccedilatildeo ao delineamento da pesquisa todas as publicaccedilotildees

satildeo estudos primaacuterios no qual 2 dissertaccedilotildees e 2 artigos (80) foram estudos

quantitativos e 1 dissertaccedilatildeo(20) foi estudo qualitativo

52 Qualidade de vida da equipe de enfermagem que atua na Unidade de

Terapia Intensiva

No quadro 4 apresenta variaacutevel de interesse do estudo busca analisar a

produccedilatildeo cientiacutefica disponiacutevel sobre a qualidade de vida dos profissionais de

enfermagem que atuam na terapia intensiva

27

LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

28

Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

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APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 28: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

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LITERATURA DO ESTUDO QUALIDADE DE VIDA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Campos (2008)

Neste estudo atenta-se que o fator custo afetivo reflete a avaliaccedilatildeo moderada critica Jaacute as dimensotildees custo cognitivo e fiacutesico mostram uma apreciaccedilatildeo grave interferindo de maneira negativa no risco de adoecimento profissional Os itens que mais influenciaram negativamente para o adoecimento foram o estresse e esgotamento profissional

Campos et al(2008)

O iacutendice de qualidade de vida dos enfermeiros de UTI foi satisfatoacuterio Este fato demonstra que apesar de estarem inseridos em um ambiente onde estressores fiacutesicos e emocionais satildeo vivenciados de forma mais intensa os enfermeiros encontram equiliacutebrio nos demais domiacutenios que interferem em sua vida de modo que a interferecircncia do trabalho na sua qualidade de vida geral seja amenizada

Paschoa Zanei e Whitaker (2007)

A qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem das UTIS avaliada pelo WHOQOL ndash BREF eacute em todas as dimensotildees (fiacutesica psicoloacutegica relaccedilotildees sociais e meio-ambiente) relativamente baixa Os trabalhadores informaram estar muito insatisfeito ou insatisfeito com a sauacutede indiviacuteduos assinalaram que dordesconforto os impediu mais ou menos ateacute extremamente de realizar alguma coisa e informaram necessitar de medicaccedilatildeo ou tratamento meacutedico O domiacutenio com menor escore foi o meio ambiente devido agraves poucas oportunidades de lazer e a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das necessidades

Ramos (2009) Percebeu-se que as cargas de trabalho estatildeo presentes de forma ativa e intensa no ambiente de trabalho dos sujeitos contribuindo para uma baixa qualidade de vida no trabalho O trabalhador sofre influecircncias de cargas fiacutesicas quiacutemicas bioloacutegicas mecacircnicas fisioloacutegicas e psiacutequicas durante a jornada de trabalho Essa baixa qualidade de vida provoca danos agrave sauacutede do trabalhador levando ao desgastes fiacutesicos e mentais os quais foram identificados pelo estresse e dores no corpo

Salles (2005) Os entrevistados deste estudo responderam estar nem insatisfeitos e insatisfeitos com a QV com a sauacutede e com a vida Um resultado animador foi ao valor atribuiacutedo pelos entrevistados ao relacionamento interpessoal tanto familiar quanto no trabalho reforccedilado pela auto-estima Os participantes apresentaram insatisfeitos com sua situaccedilatildeo financeira com a preocupaccedilatildeo com sua seguranccedila fiacutesica e com as dificuldades com os meios de transporte Haacute manifestaccedilotildees de dor e desconforto fiacutesico mas parecem natildeo ter prejudicado as atividades diaacuterias nem a qualidade do sono A atividade sexual foi avaliada como boa e muito boa pela maioria deles principalmente os casados Alto escore atribuiacutedo pelos entrevistados ao espiritualidadereligiatildeocrenccedilas pessoais revelando a intensidade com que as crenccedilas pessoais e a espiritualidade datildeo sentido agrave vida e forccedilas para enfrentar as dificuldades cotidianas

Quadro 4 Qualidade de Vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Fonte Dados da pesquisa

Nos trabalhos de Salles (2005) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) relataram que a maioria dos profissionais de enfermagem eacute do sexo

feminino

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Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

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Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

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A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

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REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

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APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 29: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

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Segundo Salles (2009) essa predominacircncia vem ao longo da histoacuteria da

enfermagem no qual a assistecircncia agrave sauacutede era caritativa representada pelas ldquoirmatildes

de caridaderdquo o que foi feminizando o cuidado antes de sua profissionalizaccedilatildeo

No estudo da Paschoa Zanei e Whitaker (2007) destacou que a faixa etaacuteria

foi de 309 anos sendo que 50 eram solteiras e 357 eram casadas Jaacute Campos

et al (2008) a idade meacutedia eacute de 34 40 anos e 469 satildeo casadas Salles (2005)

contradiz os autores relatando que a idade meacutedia eacute entre 20 e 39 anos profissional

mais jovem mas concorda quanto ao estado civil que a maioria satildeo casadas

Campos et al (2008) revela uma populaccedilatildeo mais experiente e estabilizada na

vida profissional devido a idade dos entrevistados Isso tambeacutem pode ser verificado

com relaccedilatildeo ao tempo de conclusatildeo de curso de graduaccedilatildeo com meacutedia de 906

anos e de tempo de trabalho no setor de terapia intensiva cuja meacutedia foi de 414

anos demonstrando que a amostra possui certa familiaridade e domiacutenio desse

setor o que facilita o fornecimento de uma assistecircncia de qualidade e consequente

satisfaccedilatildeo pessoal

Afirmou Salles (2005) que as atividades na terapia intensiva podem ser

desgastantes inclusive fisicamente o que demanda um grupo jovem para lidar com

o paciente criacutetico que eacute em sua maioria acamado e por muitas vezes totalmente

dependente dos cuidados da equipe de enfermagem contrapondo Campos et al

(2008)

Os profissionais que satildeo casados a maioria deles possuem filhos geram um

grau de responsabilidade e compromisso muito expressivo Percebeu-se entatildeo que

somente o fato de ter um trabalho e poder cumprir com essas responsabilidades

familiares pode gerar por si soacute uma satisfaccedilatildeo e consequentemente uma qualidade

de vida melhor (CAMPOS et al 2008)

De acordo com Campos (2008) as instituiccedilotildees cobram dos profissionais uma

formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo como foi observado no perfil de formaccedilatildeo da amostra

estudada com 818 dos enfermeiros fizeram poacutes-graduaccedilatildeo em Terapia Intensiva

Salles (2005) Campos (2008) Paschoa Zanei e Whitaker (2007) e Campos

et al (2008) afirmaram que a maioria dos profissionais trabalham em dois ou mais

empregos Segundo Ramos (2009) a baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

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da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

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REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

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APEcircNDICE

Referecircncia

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Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 30: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

29

Comparando os escores de Qualidade de Vida Total e por domiacutenios com

caracteriacutesticas pessoais (relaccedilatildeo a sexo idade estado civil filhos tempo de

trabalho na UTI e na instituiccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo e rendimento) observou-se que natildeo

houve correlaccedilatildeo estatisticamente significante entre eles (CAMPOS et al 2008) Isso

afirma que as condiccedilotildees de trabalho inadequadas a jornada de trabalho

desgastante os conflitos interpessoais a desvalorizaccedilatildeo profissional desmotivaccedilatildeo

a carga de trabalho o esgotamento profissional e o estresse eacute o que mais afeta a

equipe de enfermagem que trabalham no CTI

Os pesquisadores utilizaram vaacuterios instrumentos diferentes mas com o

mesmo objetivo de avaliar a QV dos profissionais de enfermagem como Salles

(2005) utilizou o WHOQOL-100 e Paschoa Zanei e Whitaker (2007) o WHOQOL-

BREF este instrumento eacute derivado do WHOQOL As questotildees desses dois

instrumentos foram agrupados atraveacutes de domiacutenios fiacutesico psicoloacutegico niacutevel de

independecircncia relaccedilotildees sociais ambiente e espiritualidadereligiosidadecrenccedilas

pessoais Jaacute Campos et al (2008) utilizaram o Iacutendice de Qualidade de Vida de

Ferrans e Powers(IQVFP) que eacute formado de duas partes A primeira mede a

satisfaccedilatildeo com vaacuterios domiacutenios e a segunda a importacircncia de cada um desses

domiacutenios para o entrevistado Cada parte possui 33 itens que refletem em quatro

domiacutenios sauacutedefuncionamento socioeconocircmico psicoloacutegicoespiritual e famiacutelia

Campos (2008) aplicou o Inventaacuterio sobre o trabalho e riscos de adoecimento e eacute

composto por quatro interdependentes escalas (contexto de trabalho exigecircncias

sentido do trabalho e os efeitos do trabalho para sauacutede) para avaliar quatro

dimensotildees da inter-relaccedilatildeo trabalho e riscos de adoecimento (MENDES 2007) Eacute

importante abordar nesta revisatildeo os domiacutenios que se destacaram nos estudos

quanto ao menor e maior escore

Segundo Salles (2005) e Campos et al (2008) ao analisar os domiacutenios

referidos acima que contribuem para a qualidade de vida dos trabalhadores de

enfermagem o domiacutenio psicoloacutegicoespiritual foi o que mais interferiu para o

aumento do iacutendice A maioria dos respondentes disseram estarem satisfeitos com

sua feacute a Deus e a classificaram como muito importante O domiacutenio que menos

interferiu para o aumento da qualidade de vida foi o socialeconocircmico relacionado ao

descontentamento com questotildees financeiras que dificulta o alcance do bem estar

completo

30

De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

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APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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Page 31: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

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De acordo com Paschoa Zanei e Whitaker (2007) constataram que o domiacutenio

relaccedilotildees sociais como sendo o melhor aspecto da QV dos teacutecnicos e auxiliares de

enfermagem Em segundo lugar teve o domiacutenio psicoloacutegico o fiacutesico em terceiro e

por ultimo o domiacutenio meio ambiente apresentando o menor escore do estudo O

domiacutenio relaccedilotildees sociais para este estudo questionou-se o niacutevel de satisfaccedilatildeo com

as pessoas do ciacuterculo social o apoio que recebe e a satisfaccedilatildeo com a atividade

sexual O domiacutenio meio ambiente estaacute incluiacutedo perguntas relacionadas agrave seguranccedila

condiccedilotildees do ambiente fiacutesico dinheiro para as necessidades lazer moradia

transporte e acesso aos serviccedilos de sauacutede Entre essas as poucas oportunidades de

lazer afetam a maioria dos indiviacuteduos da amostra Outro item que contribuiu para o

escore baixo relaciona-se com a quantidade de dinheiro para a satisfaccedilatildeo das

necessidades o que estaacute de acordo com Campos et al (2008) e Salles(2005)

O domiacutenio espiritualidade eacute composto por apenas uma faceta e diz respeito

agraves crenccedilas pessoaisespiritualidadereligiatildeo dos indiviacuteduos para enfrentar e entender

as dificuldades bem como o sentido da vida Esse domiacutenio apresentou maior escore

confirmando a religiosidade do povo brasileiro e o significado de feacute em suas vidas

como suporte para o enfretamento das dificuldades encontradas no dia-a-dia

(SALLES 2005)

O domiacutenio ambiente eacute composto por facetas que abordam a seguranccedila fiacutesica

e proteccedilatildeo ambiente do lar recursos financeiros cuidados de sauacutede e sociais

oportunidades de adquirir novas informaccedilotildees e habilidades recreaccedilatildeolazer

ambiente fiacutesico e transporte (SALLES 2005) Esse ambiente fiacutesico referido pela

autora eacute o ambiente de trabalho no caso a UTI Ressalta-se que o domiacutenio relaccedilotildees

sociais segundo Paschoa Zanei e Whitaker (2007) tecircm as mesmas caracteriacutesticas

ao domiacutenio ambiente do estudo de Salles (2005) Isso pode ser explicado devido

que eles utilizaram instrumentos de avaliaccedilatildeo diferentes

Sabe-se que em uma UTI por se tratar de um setor fechado tem sua

acuacutestica local desfavoraacutevel tornando-o mais sensiacutevel ao ruiacutedo Aleacutem disso eacute

frequente a emissatildeo de sinais sonoros (alarmes) pelos diversos equipamentos

comuns a unidade Esses alarmes satildeo essenciais na vigilacircncia do paciente criacutetico

facilitando a identificaccedilatildeo de situaccedilotildees que se encontrem fora dos paracircmetros de

normalidade O volume desses alarmes deve ser programado em um niacutevel que seja

facilmente percebido pelos profissionais Contudo a quantidade desses aparelhos eacute

31

grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

38

SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

39

APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 32: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

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grande e natildeo eacute incomum vaacuterios desses alarmando ao mesmo tempo tornando o

ambiente caoacutetico Somando-se a esse quadro conta com uma equipe numerosa nos

ambientes de tratamento intensivo visto a complexidade e gravidade dos doentes O

alto niacutevel de atividade do setor as discussotildees dos casos e mesmo a comunicaccedilatildeo

entre os profissionais dentro do setor contribui ainda mais para o niacutevel elevado de

ruiacutedos na unidade (CAMPOS 2008)

Ramos (2009) afirma em seu estudo que as condiccedilotildees adequadas de

trabalho principalmente a existecircncia de material possibilita obter Qualidade de Vida

no Trabalho A partir das falas dos sujeitos se verifica que as condiccedilotildees de trabalho

eacute uma das preocupaccedilotildees dos trabalhadores principalmente a provisatildeo dos recursos

materiais da instituiccedilatildeo para que possam cumprir as suas tarefas depreende-se

que um trabalho com QV deve oferecer condiccedilotildees para o desenvolvimento das

tarefas pois assim se teraacute um ambiente seguro saudaacutevel tanto para os

profissionais do cuidar quanto para os pacientes

Aleacutem das condiccedilotildees de trabalho como um dos fatores para alcanccedilar

Qualidade de Vida no Trabalho os trabalhadores tambeacutem apontaram a questatildeo

salarial pelo trabalho realizado A baixa remuneraccedilatildeo obriga os trabalhadores a

optar por muacuteltiplos viacutenculos empregatiacutecios muitas vezes em turnos contiacutenuos e em

instituiccedilotildees diferentes devido agrave acentuada lacuna entre os baixos salaacuterios e os

desejos a um determinado padratildeo de vida Os sujeitos do estudo consideram que

uma remuneraccedilatildeo justa deva ser aquela que preencha as suas necessidades

expectativas qualificaccedilotildees e equivale aos esforccedilos gastos para a realizaccedilatildeo da

tarefa (RAMOS 2009)

Em relaccedilatildeo ao domiacutenio fiacutesico os itens principais enfocam a presenccedila de dor

ou desconforto dependecircncia de medicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo com o sono capacidade

para o trabalho e atividades diaacuterias entre outros O item referente agrave qualidade do

sono alguns sujeitos do estudo relataram natildeo estarem satisfeitos com o sono Esse

dado foi apontado pois um terccedilo da amostra trabalhava no periacuteodo noturno e

alguns em ateacute dois periacuteodos consecutivos sendo um deles o noturno Essa

condiccedilatildeo pode deixar o indiviacuteduo sonolento de forma persistente podendo afetar a

capacidade para o trabalho o niacutevel de energia e a capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades cotidianas (PASCHOA ZANEI WHITAKER 2007)

32

A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

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da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

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REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

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APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

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Page 33: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

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A manifestaccedilatildeo de dor e desconforto fiacutesico pode ter sido causada pela

sobrecarga e condiccedilotildees de trabalho pois os sujeitos da pesquisa trabalham em dois

ou mais empregos e de peacute na maior parte do tempo em unidades com pacientes na

maioria das vezes com dependecircncia total como na UTI podendo desenvolver

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (SALLES 2005

CAMPOS 2008 RAMOS 2009)

As dorsalgias satildeo bastante comuns aos enfermeiros principalmente as

lombalgias Essa tem associaccedilatildeo ao trabalho sentado ou pesado ao levantamento

de pesos a falta de atividade fiacutesica e a distuacuterbios psicoloacutegicos Nas UTI os

pacientes por estarem gravemente doentes geralmente encontram-se sedados ou

em estado que geram dependecircncia total Nesses casos a enfermagem deve ajuda-

los ou ateacute mesmo realizar atividades por eles como no caso de mobilizaccedilatildeo no leito

auxiacutelio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo entre outros Independente do peso

do paciente essas atividades satildeo realizadas por profissionais na maioria das vezes

mulheres cuja forccedila e estatura natildeo favorece o levantamento de altas cargas

exigindo dessa maneira a utilizaccedilatildeo errocircnea da musculatura e posiccedilatildeo corporal

para cumprir as atividades que lhe cabem (CAMPOS 2008)

Outras situaccedilotildees frequentemente observadas satildeo a necessidade de

permanecer em postura agachada ou curvada para realizaccedilatildeo de curativos em

locais peculiares e o uso de aparatos tecnoloacutegicos diversificados que nem sempre

satildeo projetados pensando no profissional que iraacute manipulaacute-lo apresentando-se

pesados de difiacutecil mobilizaccedilatildeo e devem ser colocados em posiccedilotildees elevadas em

cima de bancadas ou suportes altos O uso de posturas inadequadas gera

desconforto imediato e em longo prazo para o profissional (CAMPOS 2008)

Os trabalhadores do CTI estatildeo o tempo todos expostos agraves variaccedilotildees de

temperatura No estudo de Ramos (2009) as baixas temperaturas foram as que mais

incomodavam os sujeitos pois desencadeavam doenccedilas como sinusite e rinite

Campos (2008) observou que o estresse e o esgotamento emocional

influenciaram negativamente para o adoecimento profissional Esta observaccedilatildeo eacute

justificada no estudo de Ramos (2009) onde ela relatou que o CTI eacute um setor

altamente estressante pelo fato da equipe de enfermagem lidar com pacientes

graves que precisam de cuidados complexos invasivos e dolorosos aleacutem de ter

que lidar com a imprevisibilidade da evoluccedilatildeo de alguns quadros de sauacutede dos

33

pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

35

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

36

REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

37

MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

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APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 34: Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que ......Às minha amigas Aline Gonçalves dos Santos e Fernanda de Azevedo pelo apoio nos momentos de tristeza e alegria. Aos colegas

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pacientes internados Verifica-se tambeacutem que os profissionais do CTI sofrem

influecircncias de vaacuterios riscos ocupacionais presentes no ambiente hospitalar como

contaminaccedilatildeo com perfuro cortante material bioloacutegico quiacutemico e dentre outros

Aleacutem disso as condiccedilotildees inadequadas de trabalho com quais os

trabalhadores de enfermagem convivem no CTI e juntamente com os fatores

externos podem ter contribuiacutedo para o aparecimento de algumas doenccedilas

psicofiacutesicas que se desenvolveram nos sujeitos do estudo de Ramos (2009) Tal

situaccedilatildeo eacute decorrente do sofrimento psiacutequico que se tornou patoloacutegico por terem

desgastado todos os mecanismos de enfrentamento dos mesmos

As alteraccedilotildees psicofiacutesicas mais comuns do estudo de Ramos (2009) foram

fadiga dores de cabeccedila insocircnia dores no corpo palpitaccedilotildees alteraccedilotildees intestinais

naacuteusea tremores extremidades frias doenccedilas cardiovasculares e resfriados

constantes Entre as alteraccedilotildees psiacutequicas mentais e emocionais encontram-se a

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo e memoacuteria indecisatildeo confusatildeo perda do senso de

humor ansiedade nervosismo depressatildeo raiva frustraccedilatildeo preocupaccedilatildeo Medo

irritabilidade e impaciecircncia (RAMOS 2009)

Aleacutem do estresse outra siacutendrome tem sido bastante discutida o Burnout

Essa se refere a uma siacutendrome onde existem sentimentos de fracasso e exaustatildeo

do trabalhador em relaccedilatildeo ao seu trabalho (CAMPOS 2008)

A situaccedilatildeo de desgaste e sofrimento psiacutequico dos trabalhadores pode

influenciar tanto o ambiente laboral quanto ao domeacutestico e privado do profissional

(RAMOS 2009)

No domiacutenio psicoloacutegico avalia por exemplo se o entrevistado estaacute satisfeito

consigo mesmo e com sua aparecircncia ou a frequecircncia de sentimentos negativos No

trabalho de Paschoa Zanei e Whitaker (2007) observou que uma importante parcela

da amostra considera natildeo estar aproveitando a vida e que a presenccedila de

sentimentos negativos natildeo eacute rara Jaacute no estudo de Salles (2005) demonstrou que

apesar da existecircncia de pensamentos negativos e positivos os entrevistados

estavam satisfeitos consigo mesmo e com sua imagem corporal

O domiacutenio relaccedilotildees sociais engloba as facetas relaccedilotildees pessoais atividade

sexual e o suporte (apoio) social No estudo de Salles (2005) os sujeitos estatildeo

satisfeitos com a vida sexual principalmente os casados e tambeacutem com o apoio da

famiacutelia e dos amigos Notou-se que apesar das mudanccedilas ocorridas na tecnologia

34

da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

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REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

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APEcircNDICE

Referecircncia

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

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da comunicaccedilatildeo que influenciaram as relaccedilotildees humanas criando distanciamento e

afastamento das pessoas haacute de se considerar que os sujeitos pesquisados

continuam tendo e valorizando as relaccedilotildees pessoais em diferentes planos da vida

cotidiana seja no trabalho ou na famiacutelia Poreacutem no estudo de Ramos (2009)

observou que o relacionamento interpessoal eacute um fator necessaacuterio para alcanccedilar a

QVT Entretanto muitas vezes esse relacionamento interpessoal estaacute

comprometido pelas relaccedilotildees de poder e de submissatildeo que envolve o trabalho de

enfermagem O enfermeiro planeja e avalia desenvolve as atividades de cunho

intelectual e manual quando o procedimento de enfermagem eacute mais especifico e

complexo e os teacutecnicos as executam ou seja fazem o que os enfermeiros

determinam numa atividade de cunho manual Esta divisatildeo teacutecnica do trabalho de

enfermagem cria situaccedilotildees complexas conflituosas delicadas nas quais muitas

lutas pelo poder satildeo travadas de forma velada eou de forma clara e agressiva Tal

situaccedilatildeo prejudica a percepccedilatildeo da QVT O relacionamento interpessoal eacute um fator

mediador na QV dos trabalhadores de enfermagem pois nota-se um grau de

satisfaccedilatildeo dos colaboradores em relaccedilatildeo ao seu bem-estar psicoloacutegico emocional e

social em situaccedilatildeo de trabalho

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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

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REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

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APEcircNDICE

Referecircncia

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Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Diante do levantamento bibliograacutefico percebe-se que a grande maioria dos

profissionais de enfermagem estatildeo insatisfeitos com sua qualidade de vida tanto

relacionado agrave sauacutede quanto ao trabalho

Foi observado que haacute poucas publicaccedilotildees que abordam a qualidade de vida

da equipe de enfermagem principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva A

maioria dos profissionais de enfermagem estatildeo trabalhando em condiccedilotildees

inadequadas com excessivas cargas de trabalho baixos salaacuterios aleacutem disso

possuem dois ou mais viacutenculos empregatiacutecios e estatildeo insatisfeitos com sua sauacutede

sua vida social familiar e profissional Esses fatores leva o profissional ao estresse

esgotamento fiacutesico e emocional doenccedilas gastrointestinais como gastrite

cardiovasculares (hipertensatildeo arterial e outros) respiratoacuterios (sinusite rinite e

outros) problemas com o sono e dentre outros

As instituiccedilotildees natildeo parecem se preocupar com a qualidade de vida desses

profissionais e esquecem que o cuidador tambeacutem tem que ser cuidado tem ser

motivado e valorizado para que ele trabalhe com prazer e satisfaccedilatildeo assim

diminuindo o absenteiacutesmo e atestados meacutedicos por doenccedilas causadas pelo

trabalho

O objetivo proposto foi alcanccedilado pois evidenciou a escassez de estudos

sobre o tema na aacuterea proposta Um dos motivos talvez fosse agrave falta de instrumentos

especiacuteficos para avaliar a qualidade de vida dos profissionais principalmente a

profissatildeo da enfermagem que trabalham na unidade de terapia intensiva somente

existem questionaacuterios que abordam a qualidade de vida total do individuo natildeo tendo

um direcionamento especifico

Espera-se que esse trabalho possa despertar interesse nos profissionais de

enfermagem em realizar mais pesquisas voltadas ao assunto e que possam refletir a

sua qualidade de vida identificando os fatores que interferem para que a equipe de

enfermagem possa ter uma qualidade de vida satisfatoacuteria tanto no trabalho quanto

na vida pessoal

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REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

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APEcircNDICE

Referecircncia

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Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

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Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

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REFEREcircNCIAS

CAMPOS JF Trabalho em terapia intensiva avaliaccedilatildeo dos riscos para sauacutede do enfermeiro2008122f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 CAMPOS JF et alQualidade de Vida de Enfermeiros de Unidades de Terapia Intensivas das Cidades do Sul de Minas Gerais Revista Nursing v11 n121 p 274-280 2008 CARANDINA DM Qualidade de vida no trabalho construccedilatildeo de um instrumento de medida para enfermeiras 2003 Tese Escola de EnfermagemUSP Satildeo Paulo 2003 CRUZ E B S Estudo sobre a problemaacutetica de sauacutede dos trabalhadores de enfermagem perspectivas para Vigilacircncia agrave Sauacutede 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2006 FLECK M P A et al Aplicaccedilatildeo da versatildeo em portuguecircs do instrumento de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHOQOL-100) Rev Sauacutede Puacuteblica v 33 n 2 p 198-205 1999 LENTZ RA et al O profissional de enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem v 8 n 4 p 7-14 2000 LIMONGI-FRANCcedilA AC Qualidade de vida no trabalho Conceito e praacuteticas nas empresas da sociedade poacutes-industrial Satildeo Paulo Atlas 2003p19-26 MARINHO J Enfermagem em xeque quais os problemas de sauacutede que afligem o profissional de enfermagem e como eles os enfrentam Revista do COREN-SP Satildeo Paulo sv n61 p9-13 JanFev 2006 MARTINS JJ O cenaacuterio atual do trabalho da Enfermagem numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Texto amp Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v8 n3 p128-1461999

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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

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APEcircNDICE

Referecircncia

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Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

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Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

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MARTINS MM Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos profissionais em enfermagem no trabalho em turnos 2002 85f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ergonomia) Engenharia da Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MENDES AM Psicodinacircmica do Trabalho teoria meacutetodo e pesquisas Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2007 MENDES KD S SILVEIRA RCC P GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Revista Texto amp Contexto ndash Enfermagem v17 n4 p758-64 octdec 2008 NEUMANN V N Qualidade de vida no trabalho percepccedilotildees da equipe de enfermagem na organizaccedilatildeo hospitalar 2007 164f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Escola de EnfermagemUFMG Belo Horizonte 2007 OSAKI MH BELFORT JUNIOR R Qualidade de vida custos diretos em pacientes com blefaroespasmo essencial e espasmo hemifacial tratados com toxina botuliacutenica-A Arq Bras Oftalmol v67 p 43-49 2004 PASCHOA S ZANEI SSV WHITAKER IY Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva Acta Paul Enferm Satildeo Paulo v20 n3 p305-3102007 PATRICK DI BERGNER M Measurements of heath status in the 1990Public Healthv11 p165-183 1990 PREBIANCH HB Medidas de qualidade de vida para crianccedilas aspectos conceituais e metodoloacutegicos Psicologia Teoria e Praacutetica Campinas V5 n1 p57-69 2003 RAMOS EL A Qualidade de Vida no Trabalho dimensotildees e repercussotildees na sauacutede do trabalhador de enfermagem de Terapia Intensiva 2009 118f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 ROMAN AR FRIEDLANDERMR Revisatildeo Integrativa de pesquisa aplicada agrave Enfermagem Cogitare Enferm Curitiba v3 n2 p109-112 juldez1998

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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

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Referecircncia

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Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

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Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

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SALLES EP Qualidade de vida do auxiliar e teacutecnico de enfermagem em UTIs 2005 124f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Goiaacutes Goiaacutes2005 SPITZER WO State of Science 1986 Quality of life and functional status as target variables for research J Chron Dis v40 n6 p465-471 1987 STUMM E M F et al Qualidade de vida estresse e repercussotildees na assistecircncia equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva Revista Textos amp Contextos Porto Alegre v 8 n1 p 140-155 Janjun 2009 UCHOA E ROZEMBERG B PORTO MFS Entre a fragmentaccedilatildeo e a integraccedilatildeo sauacutede e qualidade de vida de grupos populacionais especiacuteficos Informe Epidemioloacutegico do SUS Rio de Janeiro V11 n3 p115-1282000 WHOQOL GROUP Development of the WHOQOL rationale and current status Int J Wend Health v23 p24-36 1995

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Referecircncia

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Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

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Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

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Referecircncia

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Profissatildeo do autor ________________________________________________

Titulaccedilatildeo_______________________________________________________

Aacuterea de atuaccedilatildeo _________________________________________________

Fonte ________________________________

Titulo do perioacutedico

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Ano de publicaccedilatildeo __________ Delineamento do estudo _______________

Tipo de publicaccedilatildeo _____________________

Como eacute a qualidade de vida da equipe de enfermagem que atuam na Unidade de

Terapia Intensiva

Adulto_____________________________________________________________

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