ministÉrio da educaÇÃo universidade federal de … · amigas aline, luana e todos meus colegas...

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS Regiane ferreira de oliveira Petrografia, Geoquímica e Geocronologia Sm/Nd das rochas do Complexo Máfico Ultramáficos Trincheira - Divisa Mato Grosso- Rondônia, Sw do Cráton Amazônico Orientador Prof. Dr João Batista de Matos Co-Orientador Prof. Dr.Amarildo Salina Ruiz CUIABÁ 2014

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

Regiane ferreira de oliveira

Petrografia, Geoquímica e Geocronologia Sm/Nd das rochas do

Complexo Máfico – Ultramáficos Trincheira - Divisa Mato Grosso-

Rondônia, Sw do Cráton Amazônico

Orientador

Prof. Dr João Batista de Matos

Co-Orientador

Prof. Dr.Amarildo Salina Ruiz

CUIABÁ

2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

REITORIA

Reitora

Profª. Drª. Maria Lucia Cavalli Neder

Vice-Reitor

Prof. Dr. Francisco José Dutra Souto

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

Pró-Reitora

Profª. Drª. Leny Caselli Anzai

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

Diretor

Prof. Dr. Matinho da Costa Araújo

DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS

Chefe

Prof. Dr. Paulo César Corrêa da Costa

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

Coordenador

Prof. Dr. Amarildo Salina Ruiz

Vice-Coordenadora

Prof. Dr. Ronaldo Pierosan

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

N° 49

Petrografia, Geoquímica e Geocronologia Sm/Nd das rochas do

Complexo Máfico – Ultramáficos Trincheira - Divisa Mato Grosso-

Rondônia, Sw do Cráton Amazônico

Regiane Ferreira de Oliveira

Orientador

Prof. Dr. João Batista de Matos Co- Orientador

Prof. Dr. Amarildo Salina Ruiz

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Geociências do Instituto

de Ciências Exatas e da Terra da

Universidade Federal de Mato Grosso como

requisito parcial para a obtenção do Título

de Mestre em Geociências.

CUIABÁ

2014

FICHA CATALOGRÁFICA

Petrografia, Geoquímica e Geocronologia Sm/Nd das rochas do

Complexo Máfico – Ultramáficos Trincheira - Divisa Mato Grosso-

Rondônia, Sw do Cráton Amazônico

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________

Prof. Dr. João Batista de Matos

Orientadora (UFMT)

_______________________________________

Prof. Dr. Paulo César Corrêa da Costa

Examinador Interno (UFMT)

_______________________________________

Profa. Dra. Gislane Amorés Battilani

Examinadora Externa (UFMT)

Dedicatória

Á Deus, A minha família, A todos os amigos, colegas, professores que de uma

forma ou outra me guiaram até aqui!

i

AGRADECIMENTOS

A Universidade Federal de Mato Grosso UFMT, ao programa de pós-graduação

Geociências-UFMT, ao PROCAD/UFMT, ao GEOCIAM, ao grupo de pesquisa Guaporé,

a CAPES, pelo suporte e apoio tanto financeiro para realização deste trabalho.

Agradeço em especial meu orientador professor Dr. João Batista de Matos, pela

força, por ter me ajudado, e me aceito com orientanda.

Agradeço o Coordenador e professor da pôs graduação Geociências e meu Co-

orientador Dr.Amarildo Salinas Ruiz, muito obrigada pela oportunidade.

Agradeço aos funcionários da UFMT em especial; Daniele, da secretaria de pós-

graduação, a Dirce ex-secretária de graduação Geologia, ao Reginaldo, do DRM, ao Luiz,

Nunes, aos motoristas, Zé Carlos e João.

Agradeço os professores da pós-graduação.

Agradeço em especial os professores que compôs minha banca de Qualificação;

Professora Dr.Ana Cláudia e Professor Dr Paulo César, obrigada pelas dicas e correção.

Agradeço a minha família, pela ajuda e apoio, aos meus pais, em especial minha

mãe (Luzia) que sempre me apoia.

Agradeço aos colegas e amigos, em especial, as minhas amigas; Flávia Regina

(obrigada pela parceria ), a Ohana (pela paciência), a Luzia (que depois que entrou na

sala do cráton, nos ajuda e ajudou muito, obrigada pelos cafezinhos).Ao Renan e Danilo

(pela amizade, e companhia de RU!), a minha grande amiga Kamilinha, as minhas

amigas Aline, Luana e todos meus colegas Geólogos da turma DIOZE..

Não tem como Agradecer a todos, e todos os momentos que foram vividos e

aprendidos. Sinto orgulho e uma gratidão imensa, por ter sido e ter feito parte dos alunos

da UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO.

ii

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ........................................................................................................ i

SUMÁRIO .......................................................................................................................... ii

RESUMO .......................................................................................................................... vii

ABSTRACT ..................................................................................................................... viii

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO ..................................................................................... 1

I. 1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA ................................................................................ 1

I. 1.2. LOCALIZAÇÃO /VIAS DE ACESSO .................................................................... 2

I. 1.3. OBJETIVOS ............................................................................................................. 2

I. 1.3.1. Objetivos Específicos ......................................................................................... 2

I. 1.4. JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 4

I. 1.5. MÉTODOS DA PESQUISA .................................................................................... 4

I. 1.5.1. Etapa Preliminar ................................................................................................. 4

I. 1.5.2. Etapa de Aquisição de Dados em Campo .......................................................... 4

I. 1.5.3. Etapa de Aquisição de Dados em Laboratório ................................................... 5

I. 1.5.3.1. Análises Petrográficas .................................................................................... 5

I. 1.5.3.2. Análises Litogeoquímicas .............................................................................. 5

I. 1.5.3.3. Geocronologia ................................................................................................. 5

I. 1.6. ETAPA DE INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ..................................................... 6

I. 1.7. ETAPA DE ELABORAÇÃO E DEFESA DA DISSERTAÇÃO ............................ 6

I. 2. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL ............................................................. 7

I. 2. 1. CRÂTON AMAZÔNICO ....................................................................................... 7

I. 2.2. PROVÍNCIA RONDONIANA SAN-IGNACIO ..................................................... 7

I. 2.3. FAIXA/TERRENO ALTO GUAPORÉ ................................................................... 9

I. 2.3. 1. Complexo Colorado .......................................................................................... 9

I. 2.3. 2. Suíte Metamórfica Nova Mamoré .................................................................. 11

I. 2.3.3. Suíte Intrusiva Serra do Colorado .................................................................... 12

I. 2.3.4. Suíte Intrusiva Igarapé Enganado .................................................................... 12

I. 2.3.5. Suíte Intrusiva Alto Escondido ........................................................................ 12

I. 2.3.6. Máficas-Ultramáficas Igarapé Hermes ............................................................ 12

I. 3. UNIDADES PRESENTE NA ÁREA DE ESTUDO ............................................. 14

I. 3.1. COMPLEXO RIO GALERA ................................................................................. 14

I.3.2. GRANITO RIO PIOLHO/SUITE INTRUSIVA NOROAGRO ............................. 16

I. 3.3. COMPLEXO MÁFICO-ULTRAMÁFICO TRINCHEIRA ............................ 16

iii

I. 5. GEOLOGIA LOCAL .............................................................................................. 18

I. 5.1. COMPLEXO RIO GALERA .................................................................................. 18

I. 5.2. GRANITO RIO PIOLHO ....................................................................................... 20

I. 5.3. COMPLEXO MÁFICO-ULTRAMÁFICO TRINCHEIRA ................................... 21

I. 5.4. FORMAÇÃO CÓRREGO PRETO ........................................................................ 21

I. 6. MINERALIZAÇÕES ASSOCIADAS ....................................................................... 23

CAPITULO II ARTIGO SUBMETIDO ....................................................................... 25

RESUMO .......................................................................................................................... 25

ABSTRAT ......................................................................................................................... 25

INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 26

MATERIAIS E METODOS .............................................................................................. 28

GEOLOGIA E PETROGRAFIA ...................................................................................... 29

GEOQUÍMICA ................................................................................................................. 35

GEOCRONOLOGIA.........................................................................................................43

DISCUSSÕES E CONCLUSÕES .................................................................................... 44

AGRADECIMENTOS ...................................................................................................... 45

REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 45

CAPÍTULO III- CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES ........................... 48

REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 49

Anexo I .............................................................................................................................. 52

Anexo II ............................................................................................................................ 53

Anexo III ........................................................................................................................... 54

iv

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura I01: Mapa de Localização da área de estudo e vias de acesso extraído e modificado de Google

Earth..............................................................................................................................................................3

Figura I. 02: Compartimentação geocronológica e tectônica do Craton Amazonico, Considerando o

Maciço Rio Apa como parte integrante do mesmo (Extraído de...............................................................8

Figura I. 03: (A) Mapa simplificado destacando o SW do Cráton Amazônico e seus limites aproximados

das principais: províncias, orógenos, terrenos e elementos tectônicos das unidades litológicas (B) As

principais províncias geocronológicas do Cráton Amazônico, extraído de Bettencourt et al

(2010)...........................................................................................................................................................10

Figura I. 04: (A) vista geral da área estudada. (B) Fazenda Coração de Imaculada............................18

Figura I. 05: (A e B): formas de ocorrências das rochas do Complexo Rio Galera, (C): paragnaisses,

mostrando o bandamento composicional de máficos e félsicos, (D): Anfibolito de coloração cinza escura,

granulação fina, isenta de alteração, (E): Xistos, composto por muscovita-biotita-quartzo sillimanita xisto,

de coloração marrom avermelhado..............................................................................................................19

Figura I. 06: (A); xenólito do Complexo Rio Galera no granodiorito (Rio Piolho?), (B); Contato brusco

entre as rochas pertencente ao embasamento metamórfico Rio Galera e Granito Rio Piolho.....................20

Figura I. 07: (A); Granodiorito em afloramento, (B); Tonalito amostra de Mão.......................................20

Figura I. 08: forma de ocorrências do CMUT e aspectos Macroscópicos dos litotipos metagabros e

anfibolitos. (A): enclaves de rochas máficas em granodiorito; (B): dique Máfico intrudido nas rochas do

Granito Rio piolho; (C): gabro de granulação media; (D): gabro com fenocristais de K-Feldspatos; (D) e

(E): piroxenitos com granulação grossa.......................................................................................................22

Figura I. 09: (A); vista do afloramento (B e C); afloramentos de um conglomerado da Formação Córrego

Preto...................................................................................................................................................... .......23

Figura I. 10: Em detalhe, sulfetação em gabro pertencente ao Complexo Máfico-Ultramáfico Trincheira.

Extraído de Azevedo & Costa (2011)..........................................................................................................24

CAPITULO II ARTIGO SUBMETIDO

Figura 01 :(A) Mapa simplificado destacando o SW do Cráton Amazônico e seus limites aproximados das

principais: províncias, orógenos, terrenos e elementos tectônicos das unidades litológicas (B) As principais

províncias geocronológicas do Cráton Amazônico, extraído de Bettencourt et al

(2010)...........................................................................................................................................................27

Figura 02: Mapa geológico de detalhe da área de estudo......................................................................29

Figura 03: Forma de ocorrências do CMUT e aspectos macroscópicos dos litotipos metagabros e

metapiroxenitos. (A): Xenólitos de rochas máficas em granodiorito;(B): dique Máfico intrudido nas rochas

do Granito Rio piolho;(C):gabro de granulação media;(D): gabro com fenocristais de K-Feldspatos;(D) e

(E): piroxenitos com granulação grossa...........................................................................30

v

Figura 1: Fotomicrográfias das rochas dos litotipos do CMUT (A e B) Metagabro com textura cumulática

substituído por hornblenda (C e D) Metagabro com textura cumulática com hornblenda e clinopiroxenio (E

e F) Metapiroxênito com textura cumulática onde o piroxenio representa a fase cumulus e o plagioclásio, a

fase inter-cumulus. (G e H) Metapiroxenito com textura cumulática, anfibólios biotita e plagioclásio

saussutitizados.............................................................................................................. ...........32

Figura 05 :Diagramas classificatórios para os litotipos do CMUT: (A) Na2O+K2O versus SiO2e (B).

AFM de Irvine & Baragar (1971), C)Diagrama R1 E R2 De La Roche et a .(1980)..................................34

Figura 06: Diagramas para verificação de alterações pós-ígnea para as rochas básicas do CMUT. (A)

Na2O/k2O versus Na2O+K2O de Miyashiro (1975), (B) Al2O3 versus TiO2 de Hughes (1973), (C)

K2O+Na2O versus (K2O/(K2O+Na2O))*100 de Pearce (1982)...................................................................35

Figura 07: Diagramas de variação (mg# versus óxidos) apresentados em % de peso dos elementos maiores

do CMUT .............................................................................................................................. .......36

Figura 08: Diagramas binários mg# versus elementos traço apresentados em ppm das rochas do

CMUT......................................................................................................................... .................................37

Figura 09: Diagramas Zr versus Elementos menores e traços para rochas CMUT.................................38

Figura 10: Diagramas de Ambientes geotectônicos para as rochas básicas do CMUT, (A) Shervais (1982) e

(B) Zr vs Zr/Y de Pearce & Norry (1979).....................................................................................39

Figura 11: Diagramas (A) Nb/Yb versus Th/Yb distribuição das rochas do CMUT em relação aos

ambientes de IOB, E-MORB e N- MORB (B) Th/Yb versus Ta/Yb de Pearce e Peat

(1995)...........................................................................................................................................................40

Figura 12: (A) Diagrama multielementar para as sete amostras de rochas do CMUT, normalizado pelo

manto primitivo Sun & McDonough (1989) e (B) Diagrama de distribuição dos elementos terras raras

(ETR) para as rochas da CMUT normalizados pelo condrito segundo Boynton (1984). Para efeito de

comparação foram utilizados os padrões OIB, N-MORB e E-MORB de Sun & McDonough (1989) e

Boynton (1984), respectivamente................................................................................................................40

vi

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela I.01: As unidades geológicas da Faixa Alto Guaporé aflorantes no oeste da área

de estudo..12

Tabela I. 02: Granitoides intrusivos no Complexo Rio Galera. 14

Tabela I. 03: idade U-Pb das rochas do Complexo Trincheira (SHIRIMP), Rizzotto

(2012)...16

CAPITULO II ARTIGO SUBMETIDO

Tabela 01: Apresenta uma sinopse da evolução dos estudos geocronológicos de

diferentes autores das unidades litoestratigráficas presentes na área de trabalho..27

Tabela 02: Composição química de elementos maiores (% em peso) e elementos traços

(ppm). CMUT......32

Tabela 03: Dados Analíticos das determinações Sm-Nd Gabros, do CMUT...40

Tabela 04: Dados Analíticos de razão 87

Sr/86

Sr, do litotipo gabro, do CMUT...40

Tabela 05: razões de 87Sr/86Sr,para o manto, tabela extraída e modificada do livro

introdução a geocronologia extraída de Geraldes(2010)....41

vii

RESUMO

Este trabalho apresenta os resultados de estudos geológicos e petrográficos

realizados na região do Distrito de Noroagro – município de Comodoro no Estado de

Mato Grosso com enfoque na geoquímica e geocronologia Sm e Nd de diques e “plugs

máficos”, intrudidos nas rochas do Granito Rio Piolho e do Complexo Rio Galera. Os

diques estudados situam-se no sudoeste do Cráton Amazônico na província Rondoniana

San – Ignacio, especificamente nos domínios da Faixa Alto Guaporé. Petrograficamente,

as rochas apresentam como aspectos macroscópicos feições estruturais características de

rochas maciças de granulação fina a media variando de máficas a ultramáficas e cor

cinza- esverdeada a preta. Apresentam texturas inequigranulares e composição gabroica

ou peridotítica, constituídas, essencialmente, por minerais máficas (piroxênios e

anfibólios) e plagioclásio por vezes alterados por processos de saussuritização.

Opticamente, são rochas holocristalinas, textura ofítica a cumulática (peridotitos) onde os

piroxênios representam à fase cumulus e os plagioclásios a fase inter-cumulus. Dados

geoquímicos enfatizam que o magmatismo é do tipo toleítico, de natureza subalcalina,

estando a totalidade das rochas no campo dos Basaltos de Fundo Oceânico – OFB (Ocean

Floor Basalts), sendo que duas amostras apresentam assinatura de arco de ilhas. Datações

de Sm- Nd indicaram idades de 1,24 , 1,27 e 1,57 (Ga) e apresentam ɛ Nd (t)a entre

+6,27e + 6,50 para os gabros +5,80 para metapiroxênito. Os valores positivos de ɛ Nd (t)a

juntamente com a razão 87

Sr/86

Sr de 0,704 para litotipo metagabro confirma que as

rochas máficas –ultramáficas da região da Fazendas Maringá e Imaculada são derivadas

de manto empobrecido

Palavras-chave: rochas máficas - Ultramáficas; Geoquímica; Geocronologia; Craton

Amazônico.

viii

ABSTRACT

This works presents the results of Geological studies and petrographics realized in the

Noroagro District, Comodoro municipality of Mato Grosso State focused on

Geochemistry and Sm/Nd geochronology of dykes and maphic plugs emplaced in Rio

Piolho Granite and Rio Galera Complex. The studied dykes is located in southwest of

Amazonian Craton, Rondonian-San Ignácio Province, specifically in the Alto Guaporé

Belt. Petrographically the rocks exhibit macroscopic strutural feature characteristics of

massiveslightelly oriented rocks, fine to médium grain ranging of mafic to utramafic

composition and greenhish – gray to black color. They presets inequigranular textures

and gabbroic or peridotite composition, consisting essentially of mafic minerals

(pyroxene and amphibole) and sometimes altered plagioclase and its partial

saussuritization process. Optically Show holocrystalline granular rocks, with cumulate

and ophitic texture ( peridotites) where pyroxene representes the cumulus crystal phase

and the plagioclase inter-cumulus phase. Geochemical data emphasize that the

magmatism is tholeiitic with sub-alkaline nature, being all of the rocks in the field of

Ocean Floor Basalts (OFB) and two samples representes signatures island arc.

Geochoronological Sm-Nd data indicated ages of 1,24 ,1,27 and 1,57 (Ga) and Show ɛ

Nd (t)a

between + 6,27 and +6,50 for gabbro and +5,80 for pyroxenite. The positive ɛ Nd

(t)a

values together with razão 87

Sr/86

Sr ratio of 0,704 for metagabbro suggests for the

mafic- ultramafic rocks of region of Maringa and Imaculada Farm are derived of depleted

mantle.

Key Words: Mafic – Ultramafic rocks; Geochemistry; Geochornology; Amazonian

Craton

1

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

I. 1. INTRODUÇÃO

I. 1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA

Durante o trabalho realizado nos limites das fazendas imaculada e maringá, região próxima ao

Distrito de Noroagro Município de Comodoro – MT, divisa Mato Grosso/ Rondônia, foram

mapeados litotipos gnáissicos, anfibolitos, xistos, pertencentes ao Complexo Rio Galera Ruiz

(2003). Também foram encontrados afloramentos de monzogranitos, sienogranitos e tonalitos,

pertencentes ao Granito Rio Piolho Rizzotto et al (2002).

Rizzotto (2012) obteve idade U-Pb de 1436 ± 7 Ma em zircôes de sienogranito, do Granito Rio

Piolho, neste mesmo trabalho o autor apresenta idade de U-Pb de 1433 ± 2 Ma em zircôes de um

tonalito gnáissico presumivelmente pertencente ao Complexo Rio Galera.

Santos (2012) estudando as rochas graníticas em torno do Distrito de Noroagro denominaram os

monzogranitos e tonalitos como Suite Intrusiva Noroagro, com idade Pb-Pb 1421 ± 4 Ma em

zircões de monzogranito, segundo esse autor as rochas ocorrem de forma intrusiva nos xistos e

paragnaisses do Complexo Rio. Portanto não é possível colocar o litotipo tonalito como

pertencente ao Complexo Rio Galera devido às rochas desse Complexo serem mais antigas do

que 1.4 (Ga), sendo evidenciados xenólitos deste Complexo nas rochas graníticas. Nesse trabalho

está descrita uma unidade de rochas máficas-ultramáficas, que ocorre de forma intrusiva nas

rochas graníticas. Rizzotto et al (2010) descrevem duas unidades máficas-ultramáficas na Faixa

Alto Guaporé sendo o Complexo Máfico-Ultramáfico Trincheira com idade de 1347 ± Ma em um

hornblenda metagabro (Rizzotto 2012) e o Complexo Máficas-Ultramáficas Igarapé Hermes.

As rochas máficas e ultramáficas, encontradas no mapeamento sistemático na escala de 1:50 000

são descritas neste trabalho como parte do Complexo Máfico-Ultramáfico Trincheira. Foram

abordados aspectos, petrográficos geoquímicos e geocronológicos de gabros e piroxenitos bem

como, descrições de rochas encaixantes.

2

I. 1.2. LOCALIZAÇÃO /VIAS DE ACESSO

A área de estudo localiza-se a cerca de 740 km de Cuiabá, capital do estado de Mato

Grosso, na província geomorfológica do Planalto dos Parecis, próximo ao assentamento

Noroagro, Distrito de Comodoro (Figura I.01). O acesso à área ocorre, a partir do trevo de Várzea

Grande, pela rodovia federal pavimentada BR-070, seguindo por 220 km até o município de

Cáceres. Então, toma-se a BR-174, deslocando-se por 410 km, aproximadamente, até o município

de Comodoro – extremo oeste de Mato Grosso. Por fim, percorre-se por volta de 35 km pela BR-

364 chegando à estrada não pavimentada para o assentamento Noroagro, de onde se percorre 70

km até a área estudada.

I. 1.3. OBJETIVOS

Na divisa do Estado de Mato Grosso e Rondônia, ocorrem litotipos caracterizados como

pertencentes a “faixa Alto Guaporé”, por vezes definida como terreno Alto Guaporé, seus limite e

caracterização ainda não são muito bem definidos gerando varias controvérsias diferentes

autores.Com objetivo de conhecer mais bem detalhada as rochas encontradas entre os limites

desses dois estados e compreender um pouco mais sobre a geologia da Faixa Alto Guaporé no

sudoeste do Craton Amazonico especificamente no estado de Mato Grosso, foi proposta a

elaboração desde trabalho com intuito de estudar os litotipos máficos-Ultramáficos encontrados

entre os limites da Fazenda Maringá e Imaculada, Distrito de Noroagro. Outro motivo que levou

interesse por estudo de rochas máficas é que “O estudo das rochas máficas-ultramáficas fornece

informações relevantes sobre processos mantélicos e geodinâmicos (e.g. Halls, 1982; Windley,

1984; Collerson &Sheraton, 1986; Condie et al,1987;Tarney & Weaver,1987) in: Correa da

Costa (2008)”.

I. 1.3.1. Objetivos Específicos

Cartografar geologicamente do Complexo Máfico- Ultramáfico

Trincheira, tendo como resultado um mapa geológico na escala de 1:50.000, englobando

áreas no entorno da Fazenda Maringá e Imaculada próximas ao Assentamento Noroagro,

nas proximidades da cidade de Comodoro-MT;

Caracterização petrográfica e faciologica das rochas do Complexo

Máfico-Ultramáfico Trincheira especificamente litotipos metagabros e metapiroxenitos;

Detalhamento com a obtenção de dados litogeoquímicos (elementos maiores, menores,

traços e terra raras), buscando assim estabelecer a fonte e os eventos magmáticos

associados;

(Sm/Nd) a idade Modelo desses litotipos.

3

Figura I. 2: Mapa de Localização da área de estudo e vias de acesso extraído e modificado de Google Earth

4

I. 1.4. JUSTIFICATIVA

Através um interesse em compreender os aspectos geológicos e geocronológicos no sudoeste

do Craton Amazonico principalmente em torno da Faixa Alto Guaporé, representou a motivação

inicial do presente trabalho. Para tanto, foi escolhida a região em torno do Distrito de Noroagro

especificamente entre as fazendas Maringa e Imaculada, com foco nos litotipos máficos e ultramáficos

os quais possibilitaram a caracterização petrográfica, geoquímica e geocronologia.

I. 1.5. MÉTODOS DA PESQUISA

Neste trabalho, a metodologia é dividida em quatro etapas, sendo elas: etapa preliminar, etapa

de aquisição de dados (campo e laboratório), etapa de tratamento e sistematização dos dados e etapa

de elaboração e apresentação da dissertação.

I. 1.5.1. Etapa Preliminar

Levantamento e estudo do acervo bibliográfico; regional e temático sobre a evolução

petrogenética de terrenos polideformados; trabalhos laboratoriais envolvendo a interpretação de

imagens de sensores remotos Geocover e TM-Landasat nas bandas 3, 4 e 5 em escalas ampliadas de

até 1:100.000, mosaicos semi-controlados SLAR-Radambrasil, Folhas Ilha do Porto e Rio Novo na

escala 1:250.000 e digitalização dos mapas-base na escala conveniente (1:50.000); Interpretação

fotogeológica utilizando-se das fotografias escala 1:60.000 (FAB/USAF), imagens de radar e satélite.

I. 1.5.2. Etapa de Aquisição de Dados em Campo

Mapeamento geológico-faciológico sistemático na escala de 1:50.000.Cartografia

geológica sistemática da região de Noroagro MT. Nos trabalhos de campo foram descritos

aspectos geológicos tais como a identificação e classificação de diferentes litotipos e de estruturas

primárias e secundárias, levantamento do padrão estrutural (foliações, padrão de fraturamento,

dobras, falhas e relações de superposição), grau metamórfico. Juntamente com as descrições feitas

em campo, foram realizadas coletas de amostras de rochas para os estudos em laboratório (anexo

I) (análises macroscópicas, microscópicas, geoquímicas e geocronológicas). O posicionamento dos

afloramentos descritos foi feito utilizando GPS (Garmin - Legend), com sistema de coordenadas

UTM (Datum WGS84).

5

I. 1.5.3. Etapa de Aquisição de Dados em Laboratório

Nesta etapa foram desenvolvidos os aspectos petrográficos, litogeoquímicos e

geocronológicos. As amostras utilizadas para as análises litogeoquímicas e geocronológicas (Sm-Nd e

Rb-Sr) foram tratadas inicialmente no Laboratório de Preparação de Amostras do Departamento de

Recursos Minerais (DRM/UFMT), e encaminhadas para os laboratórios (Paraiso-UFPA) e (CPGeo)

do IGc/USP).

I. 1.5.3.1. Análises Petrográficas

Foram selecionadas trinta e duas (32) amostras para a confecção de lâminas delgadas e

posterior caracterização petrográfica dos principais aspectos, tais como, texturas, estruturas, processos

de alteração, composição mineralógica, dentre outros.

As seções delgadas foram confeccionadas no Laboratório de Laminação da Universidade

Estadual de São Paulo –Rio Claro (UNESP),e descritas no Laboratório de Microscopia, DRM/UFMT

utilizando Microscópio Óptico. As fotomicrografias das seções delgadas foram feitas com

polarizadores paralelos e cruzados, com objetivas de aumento 2,5; 4 e 10x modelo Olympus.

I. 1.5.3.2. Análises Litogeoquímicas

Foram selecionadas nove amostras para análises litogeoquímicas de elementos maiores (%),

traço e terras raras (ppm). As amostras foram encaminhadas para os Laboratórios Acme Analytical

Laboratories (Vancouver - Canadá), e Activation Labs. (Ontário - Canadá) onde foi empregada a

técnica de Fluorescência de Raios-X para análises dos elementos maiores (SiO2, Al2O3, MgO, CaO,

TiO2, MnO, Na2O, K2O, P2O5, Fe2O3(t)) e espectrometria de emissão atômica com plasma acoplado

induzido (ICP-MS) para os elementos traços (Ba, Sc, Be, V, Co, Zn, Ga, As, Rb, Sr, Cr, Ni, Zr, Y, Ce,

, Nb, Mo, Ag, Sn, Sb, Cu e Cs) e terras raras (La, Ce, Pr, Nd, Sm, Eu, Gd, Tb, Dy, Ho, Er, Tm, Yb,

Lu).

I. 1.5.3.3. Geocronologia

A preparação de amostra foi realizada no laboratório de Preparação de amostras do DRM-

UFMT. A analise isotópica (Sm/Nd) foram realizadas no Laboratório de Geologia Isotópica (Pará-

Iso), da Universidade Federal do Pará. As analises foram feitas em um espectrômetro massa

multicoletor Finnegan, modelo Neptune. Uma analise de (Sr-Sr) em rocha total foi realizada no Centro

de Pesquisa Geocronologia no (CPGeo) do IGc/USP.

6

I. 1.6. ETAPA DE INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Esta fase consistiu na integração e interpretação dos dados obtidos pelos softwares adequados a

tratamento estatísticos, desenhos de mapas e perfis, sistemas de informação geológicos e

gerenciamento de dados geoquímicos.

I. 1.7. ETAPA DE ELABORAÇÃO E DEFESA DA DISSERTAÇÃO

Com os dados obtidos, tratados e interpretados, foi possível a elaboração desta dissertação e

elaboração de um artigo científico intitulado: “Petrografia, Geoquímica e Geocronologia Sm/Nd do

Complexo Máfico – Ultramáficos Trincheira - Divisa Mato Grosso-Rondonia, SW do Cráton

Amazônico”,submetido à Revista Geologia Serie Cientifica- USP. Para digitação, da redação final,

formatação e elaboração da apresentação, foram utilizados softwares específicos para essa finalidade.

7

I. 2. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

I. 2. 1. CRÂTON AMAZÔNICO

Observando a evolução dos conhecimentos geológicos do Cráton Amazônico, diversas

propostas geotectônicas foram elaboradas por diferentes autores que estudaram mais detidamente o

sudoeste do Estado de Mato Grosso e parte central do Estado do Pará. O aumento de estudos

isotópicos e as definições de províncias geocronológicas propiciaram uma melhor compreensão dos

processos de evolução crustal. Com o avanço do conhecimento geológico de diversas áreas- chave da

geocronologia, a linha de modelo tectônico baseada nos conceitos atualisticos das orogenias modernas

foi fortemente suportada. Segundo este modelo durante o Arqueano, Paleo e Mesoproterozóico, teria

ocorrido uma sucessão de arcos magmáticos envolvendo a formação de material juvenil e derivado do

manto, como também processos subordinados de retrabalhamento crustal. Dessa maneira, Tassinari &

Macambira (1999 e 2004) definiram o conceito de província geocronológica como sendo grandes

zonas dentro das áreas cratônicas onde um determinado padrão geocronológico é predominante. Os

limites entre as províncias são traçados com base nas idades do embasamento metamorfico e nas

características geológicas. De acordo com os autores o Cráton Amazônico pode ser dividido em seis

províncias geocronológicas, que compreendem a Província Amazônia Central (2,5 Ga), Maroni-

Itacaiunas (2,2-1,95 Ga), Ventuari –Tapajós (1,95 – 1,8 Ga), Rio Negro – Juruena (1,8 – 1,55 Ga)

Rondoniana San – Ignacio (1,55 – 1,3 Ga) e Sunsás (1,3 – 1,0 Ga). Ruiz (2005) apresenta a

compartimentação tectônica- geocronológica, considerando o Maciço/Bloco Rio Apa, que aflora no

Brasil (Mato Grosso do Sul) e Paraguai, como parte integrante do Craton Amazônico (Figura I.02).

I. 2.2. PROVÍNCIA RONDONIANA SAN-IGNACIO

Os primeiros trabalhos a se referir a Província Rondoniana San-Ignacio se deve à Cordani et al

(1979). Estes autores denominam um evento deformacional e metamorfico no sudoeste do Cráton

Amazônico por meio de datações de Rb-Sr e K-Ar com idades de intervalos de 1.45 a 1.25

Ga.Teixeira &Tassinari (1984) e Teixeira et al. (1989) interpretou a província como um cinturão

móvel que se estende do norte de Rondônia a região San Ignacio (Bolívia), incluindo as rochas

atribuídas a orogenia San Ignacio.

Segundo Bettencourt et al. (2010) a Província Rondoniana-San Ignacio (1,56-1,30 Ga) é

constituída por diversos terrenos alóctones que foram continuamente amalgamados desde 1.56 Ga até

1.3 Ga, durante a Orogenia San Ignácio.

Os autores indicam que as maiores unidades tectônicas da referida província, sendo elas:

Terreno Paraguá, Terreno Jauru, Terreno Rio Alegre e Faixa Alto Guaporé (Figura I.03).

8

Figura I. 03:Compartimentação geocronológica e tectônica do Craton Amazonico , Considerando o Maciço Rio

Apa como parte integrante do mesmo (Extraído de Ruiz 2005).

9

I. 2.3. FAIXA/TERRENO ALTO GUAPORÉ

Rizzotto et al.(2002) utilizaram dados geológicos e geocronológicos para caracterizar um

evento tectono-magmático de abrangências regional com idade de 1350 -1320 Ma, posterior Rizzotto

& Dehler (2007) denominaram para área de ocorrência desse evento de Faixa Alto Guaporé, a qual foi

derivada de uma orogenia colisional em condições metamórficas de alto grau. De acordo com

Bettencourt et al (2010), a Faixa Alto Guaporé possui trend de direção NW-SE, ocorrendo na região

sul e sudeste de Rondônia. O limite norte é a bacia Pacaás Novos, Suite Intrusiva Alto Candeias,

Terreno Nova Brasilândia e Província Rio Negro-Juruena. A parte sul do complexo é coberto por

sedimentos cenozoicos da bacia do Guaporé. Os autores caracterizam que a faixa alto Guaporé é

como um orógeno acrescionário, que compreende pelo menos seios unidades sendo elas; Complexo

Colorado, Complexo Máfico-Ultramáfico Trincheira, Suíte Metamórfica Nova Mamoré, Suíte

Intrusiva Serra do Colorado,Suíte Intrusiva Igarapé Enganado e Suíte Intrusiva Alto Escondido (estas

unidades serão descritas adiante).

Rizzotto (2012) caracteriza que os limites da Faixa Alto Guaporé se estende desde a porção

sudeste de Rondônia para a porção Sudoeste de Mato Grosso, integrando uma área de 1.900 km2 e 95

km de comprimento por 20 km de largura. Segure ainda que a Faixa Alto Guaporé pode estender por

até 1000 Km, atingindo a Cordilheira dos Andes , sendo representada principalmente pelas rochas do

Complexo Rio Galera e Complexo Máfico-Ultramáfico Trincheira compostos por rochas dioritícas-

tonalíticas, além de vários corpos intrusivos félsicos e máficos (granitoides e gabros), respectivamente.

Alto Guaporé pode se estender a 1000 km, atingindo a Cordilheira dos Andes.

De acordo com autor a Faixa Alto Guaporé é representada principalmente pelas rochas da

unidade Complexo Máfico-Ultramáfico Trincheira e Complexo Rio Galera compostos por rochas

dioritícas-tonalíticas, e além de varias corpos intrusivos félsicos e máficos (granitoides e gabros).

I. 2.3. 1. Complexo Colorado

As rochas polideformadas do embasamento da região sudeste de Rondonia eram enquadradas

no Complexo Xingu Santos et al., (1979) ou no complexo basal Pinto Filho et al., (1977).Durante a

execução do Mapa Geológico de Rondonia, Scandolara et al.,(1997), em função da semelhança dos

litotipos e da estruturação regional, inseriram aquelas rochas do embasamento na Sequencia

Metavulcanosedimentar Nova Brasilândia.

Rizzotto et al.,(2002), reposicionam a unidade acima citada, passando a denomina-la de Suíte

Metamórfica Colorado. Durante a execução do Projeto Guaporé, Rizzotto et al .,(2007 a .2007 b)

denominaram de Complexo Colorado e subdividiram-no em três unidades sendo, Metapelitica,

metapsamítica e ferro-mangnesifera. Rizzotto (2010) adiciona mais duas unidades ao Complexo

Colorado; Unidade Calcissilicática e Unidade Paranfibolito. O Complexo Colorado tem ampla

distribuição na região de Colorado d’Oeste e Corumbiara, onde ocorre como faixa descontinua e

10

alongada segundo NNW-SSE, com cerca de 130 km de comprimento e 30 km de largura no sudeste da

folha de 15 km no centro –noroeste.

Figura I. 04: (A) Mapa simplificado destacando o SW do Cráton Amazônico e seus limites aproximados das

principais: províncias, orógenos, terrenos e elementos tectônicos das unidades litológicas (B) As principais

províncias geocronológicas do Cráton Amazônico, extraído de Bettencourt et al (2010).

11

A unidade Metapelitica os litotipos afloram, geralmente em morrotes alongados, são

constituídos por xistos pelíticos marrom-avermelhados denominados por muscovita-biotita-quartzo

xisto, granada-sillimanita-biotita xisto, sillimanita-estaurolita-biotita-quartzo xisto e subordinadamente

grafita xisto. Associado aos xistos é marcante a presença de veios métricos (mais raramente

quilométricos) de quartzo leitoso com esporádicas placas centimétricas de muscovita, os quais chegam

a constituir pequenas cristas alinhadas segundo a foliação regional Quadros & Rizzotto (2007).

A unidade metapsamítica ocorre, geralmente, em lentes alongadas de forma sigmoidal

intercaladas com os xistos e, mais raramente, com os anfibolitos e gnaisses calcissilicáticos. Os

litotipos predominantes são representados por gnaisses bandados com estruturas migmatíticas bem

desenvolvidas indicativas de metamorfismo hidratado de alto grau acompanhado por fusão parcial

Quadros & Rizzotto (2007).

Segundo Rizzotto et al (2010) Unidade Ferro-Mangnesifera seus litotipos ocorrem de forma

irregulares e descontinua, constituindo cristas alinhadas segundo a foliação metamórfica regional. Em

termos de composição, predominam os magnetita-chert, hematita-quartzito, quartzito ferruginoso e

secundariamente, metachert manganífero. Unidade Calcissilicática são lentes descontinuas que

ocorrem intercaladas, geralmente com os para-anfibolitos do complexo colorado e, mais raramente

com anfibolitos do Complexa Trincheira, são representados por gnaisses calcissilicáticos a base de

diopsídio, plagioclásio, quartzo e rara granada, de coloração esverdeada e com fina capa de cor

alaranjada quando intemperizados. Unidade Paranfibolitos, ocorre como camadas estreitas e alongadas

que acompanham, quase sempre, os gnaisses calcissilicáticos. Apresentam coloração escura,

granulação fina, bandados, ricos em vênulas de quartzo paralelas aos níveis centimétricas de anfibólio.

Uma amostra de paragnaisse da Unidade Metapsamítica foi datada pelo método U-Pb, resultando

idade de 1544± 21 Ma ,1340± 30 Ma. A primeira idade é derivada de zircões ígneos detríticos, a qual

se refere à fonte principal dos sedimentos e fornece a idade máxima de sedimentação. A segunda idade

é derivada de zircões metamórficos Rizzoto (2010).

I. 2.3. 2. Suíte Metamórfica Nova Mamoré

A Suíte Metamórfica Nova Mamoré metamórfica foi descrita pela primeira vez no lado

ocidental de Rondônia como Complexa Nova Mamoré (Quadros e Rizzotto, 2007). Bettencourt et al.

(2010) delimita como Suíte Nova Mamoré, devido sua ocorrência restrita e poucos afloramentos

espalhados ao longo da Suíte Intrusiva Rio Crespo.

A suíte é uma sequencia meta-sedimentar que mostra semelhanças com o Complexo Colorado.

É composta de litotipos pelíticos e gnaisses, paragnaisses migmatítico, gnaisse cálcio-silicato e

hornfels quartzo-feldspáticos e xistos pelíticos. O protólito de paragnaisse e xisto pelitico é

interpretado como uma sequencia turbidítica depositada em uma bacia de margem passiva (Quadros e

Rizzotto, 2007).Datações U-Pb em zircão detrítico variam entre 2030 e 1532 Ma, e zircões

12

metamórficos deu uma idade de 1345 Ma. O momento da a deposição do protolito sedimentar-se deu

entre 1532 e 1345 Ma (Quadros e Rizzotto, 2007).

I. 2.3.3. Suíte Intrusiva Serra do Colorado

A Suíte Intrusiva Serra do Colorado compreende complexos máfico-ultramáficos em

camadas, que são intrusivos nos complexa Trincheira e Colorado. A suíte é constituída metagabro,

metagabronorito, anortosito, hornblendito e serpentinitos (Quadros e Rizzotto, 2007; Rizzotto &

Quadros, 2007). Uma amostra de metagabro produz uma idade de cristalização de zircôes em 1352 Ma

(Rizzotto et al, 2002;. Teixeira et al, (2006);Girardi et al, (2008).

I. 2.3.4. Suíte Intrusiva Igarapé Enganado

A suíte Intrusiva Igarapé Enganado inclui principalmente sienogranito, monzogranito, e

granodiorito, juntamente com tonalitos raros, gabros e rochas híbridas. A suíte intrude as rochas

supracrustais do complexo Colorado e, normalmente, mostra foliação magmática e / ou metamórficas

Quadros &Rizzotto (2007). Monzogranito foleados e sienogranitos tem semelhante idades de U-Pb

(Shrimp zircão) em zircôes de 1340 ± 5 Ma Rizzotto &Quadros (2007) sugerindo um carácter

dominante juvenil de magmas. As rochas têm caráter metaluminosa com alta K e afinidades cálcio-

alcalinas e os granitos mostram oligoelementos semelhanças para granitos colisionais Rizzotto &

Quadros (2007).

I. 2.3.5. Suíte Intrusiva Alto Escondido

A Suíte Intrusiva Alto Escondido é composto por monzogranito e sienogranito intrusivos no

Complexo Trincheira e Complexos Colorado, assim como na Suíte Intrusiva Igarapé Enganado

Quadros & Rizzotto (2007). O sienogranito dá uma idade U-Pb zircão cristalização de 1336 ± 4 Ma

(método TIMS), e no final positiva (t) o valor de 2,0 Rizzotto & Quadros (2007), sugerindo um caráter

juvenil dominante de magmas. As rochas são marginalmente peraluminosos a metaluminosos e

apresentam alto K afinidades cálcio-alcalinas, com oligoelementos semelhanças com granitos pós-

colisionais Rizzotto &Quadros, (2007).

I. 2.3.6. Máficas-Ultramáficas Igarapé Hermes

As rochas dessa unidade distribuem-se como corpos de pequenas dimensões restritos à porção

centro-leste da folha pimenteiras Rizzotto et al (2010) e que ocorrem, preferencialmente, na forma de

matacões subarrendados a ovalados e raramente formam elevações contiguas. A área-tipo é o

interflúvio do Igarapé Hermes, porem ocorrem outros corpos menores entre o leste de Rondonia e

também próximo a Cerejeiras. No geral, predominam os hornblenditos seguidos dos metamelagabros e

actinolita metagabro. Ao longo das zonas de cisalhamento os mesmos são transformados em

actinolita-talco xisto, tremolita hornfels e tremolititos adquirindo coloração verde Claro e granulação

fina Rizzotto et al (2010). Ainda não se dispõe de quaisquer estudo geocronológicos desta unidade.

13

Litotipos Métodos Descrições Idade Unidade Geológica Referências

Paragnaisse U-Pb Zircões Detríticos

ígneos

1544± 21 Ma Complexo Colorado Rizzotto (2010)

Paragnaisse U-Pb Zircões

Metamórficos

1340± 30 Complexo Colorado Rizzotto (2010)

Leucograbro U-Pb Cristais de zircão 1352 + 4/ -3 Ma Suíte Metamórfica

Colorado

Rizzotto et al

(2002)

Granulito Máfico U-Pb Zircões 1447±12 Ma Complexa Trincheira Rizzotto (2012)

Granulito Máfico U-Pb Zircões 1468± 24Ma Complexa Trincheira Rizzotto (2012)

Anfibolito

bandado

U-Pb Zircões 1435±6.3 Ma Complexa Trincheira Rizzotto (2012)

Metagabro U-Pb Zircões/Badaleita

s

13541± 11 Ma Complexa Trincheira Rizzotto (2012)

Hornblendagabro U-Pb Zircões 1347± 8 Ma Complexa Trincheira Rizzotto (2012)

Paragnaisses,

gnaisse

Cálciosilicatados,

chert pelíticos e

hornfels.

U-Pb Zircões

Metamórficos

1345 Ma

Suíte Metamórfica Nova

Mamoré,

Quadros & Rizzotto

(2007)

Metagabro U-Pb Zircões 1352 Ma Suíte Intrusiva Serra do

Colorado,

Quadros & Rizzotto

(2007)

Monzogranito

foleados e

sienogranitos

U-Pb Zircões 1340 ± 5 Ma Suíte Intrusiva Igarapé

Enganado

Quadros & Rizzotto

(2007)

Sienogranito U-Pb Zircões 1336 ± 4 Ma Suíte Intrusivo Alto

Escondido

Quadros & Rizzotto

(2007)

Tabela I. 01: As unidades geológicas da Faixa Alto Guaporé aflorantes no oeste da área de estudo.

14

I. 3. UNIDADES PRESENTE NA ÁREA DE ESTUDO

I. 3.1. COMPLEXO RIO GALERA

Menezes et al (1993)através do mapeamento da Folha SD 21 –Y-C-II-pontos de Lacerda-MT

programa de Levantamentos geológicos básicos do Brasil, descreve três unidades aflorantes ao sul da

Zona de Cisalhamento Anhambiqüara Denominadas de Complexo Metavulcano-sedimentar Pontes e

Lacerda sendo este complexo composto pelas unidades São José, formada por metabasitos e

anfibolitos de natureza toleítica associados a rochas metassedimentares químico-exalativas (BIFs e

cálcio-silicatadas); Unidade Triângulo,composta por muscovita xistos, biotita muscovita xistos, sendo

comum a granada e cianita como acessórios e raras intercalações de anfibolitos; a Unidade Paumar, de

topo, é composta essencialmente por xistos e quartzitos.O metamorfismo orogênico caracteriza-se pela

paragênese de fácies xisto verde superior a anfibolito inferior. Em contato com as rochas do Complexo

Metavulcano-Sedimentar Pontes e Lacerda estão as rochas do Complexo Metamorfico Rio Galera,

sendo nomeado por Ruiz et al (2003 e 2004) e renomeado por Ruiz (2005) como Complexo

Metavulcanossedimentar Rio Galera. Essa unidade configura uma associação supracrustal exposta na

região de Conquista D’ Oeste, no vale do Rio Novo, formado por um conjunto litológico heterogêneo,

exibindo intercalações, provavelmente tectônicas entre diversos tipos litológicos. As litológicas

comuns são biotita muscovita xistos, biotita gnaisses, hornblenda biotita gnaisses, diopsídio

hornblenda gnaisses, sillimanita quartzo xistos e hornblenda anfibolitos. A paragênese mineral

encontrada indica condições metamórficas de fácies anfibolito superior, com reações

retrometamórficas para a fácies xisto verde. Correia Costa et al (2009) cita o Complexo Metamórfico

Rio Galera apenas como Suíte Rio Galera composta por anfibolitos, moscovita-xistos, granada-cianita-

moscovita xistos, sillimanita-quartzo xistos, diopsiditos, gnaisses metacherts e metabifs.

Lima et al (2010) descrevem na Folha Rio Novo, apenas o Complexo Rio Galera,

desconsiderando o Complexo Metavulcano-Sedimentar Pontes e Lacerda de Menezes et al (1993). O

Complexo Rio Galera tem uma grande abrangência nas Folhas Rio Novo (Lima et al 2010) e na Folha

Serra da Borda (Souza et al 2011). Nas Folhas Pimenteiras e Rio Novo os litotipos dessa unidade são

caracterizados por anfibolitos, quartzo – mica xisto, gnaisse, granodiorito e gnaisse. Na Serra da Borda

além dos litotipos já descritos são encontrados muscovita xistos, hornblenda-anfibolitos e hematita

quartzitos com intercalações subordinadas de hornblenda tonalitos e gnaisses. Ruiz (2005) obteve a

idade modelo de Sm/Nd de 1.8 Ga e idade K-Ar/Ar-Ar de 1208 ± 2 Ma do metamorfismo. Rizzotto

(2012) datam os tonalitos gnaisses através do método U-Pb (Shrimp) obtendo idade de 1433 ± 2 Ma

denominando como idade do Complexo Rio Galera.

Ruiz (2005) denomina as Suítes Intrusivas Rio Novo e Retiro compostas por gnaisses cinza tonalíticos,

enfatizando que os ortognaisses dessas unidades são rochas leucocráticas a mesocráticas, bandadas, de cor cinza

claro a escuro, exibem complexo padrão de deformação e a composição varia entre tonalitos a granodioritos, e

raros, monzogranitos. Apresentaram idades, U-Pb em zircão, de 1552± Ma e 1567 ± 07 Ma. Esses gnaisses

atualmente são descritos como pertencentes ao Complexo Rio Galera, sendo que essa idade possivelmente possa

15

ser a idade de cristalização do protolito dos gnaisses que intrudem o Complexo Rio Galera, haja vista a

ocorrência de xenólitos da associação Vulcano-Sedimentar nos gnaisses dessa unidade. Se observamos a

continuidade física dos afloramentos dessas unidades do Terreno Alto Guaporé como Terreno Jauru poder-se-ia

correlacionar os ganisses do Complexo Rio Galera no Terreno Alto Guaporé com os do Complexo Alto Guaporé

do Terreno Jauru, enquanto que para os xistos e associações Vulcano-Sedimentares, caberia a seguinte

propositura: Grupo Alto Jauru (Terreno Jauru) e Complexo Rio Galera ( Terreno Alto Guaporé). Vários corpos

graníticos são alojados ao longo da extensão dessas duas unidades nos dois terrenos pertencentes à Suíte

Pindaituba (tabela I. 02), onde são observados as idades de cristalização obtidas por diferentes autores.

LITOTIPOS MÉTODOS IDADE (Ma) UNIDADE GEOLÓGICA REFERENCIA

S

Granitoides U-Pb 1465 a 1425 Suíte Intrusiva Pindaituba

(Granito Santa Elina,

Granitos Maraboa

Ruiz (2005)

Monzogranito U-Pb 1464±12 Monzogranito

Nova Lacerda

Ruiz (2005)

Granitos

U-Pb

1455±12

Granitos Mineiros

Ruiz (2005)

Granito U-Pb 1437±28 Granito Anhangüera Ruiz (2005)

Granito U-Pb 1462±09 Granito Sapé

(S.I.Pindaituba)

Ruiz (2005)

Granito U-Pb 1437±45 Granito Pindaituba

(S.I.Pindaituba)

Ruiz (2005)

Granito U-Pb 1437±28 Granito

Anhanguera

(S.I.Pindaituba)

Ruiz (2005)

Sienogranito U-Pb 1426± 5.5Ma Praia Alta Rizzotto (2012)

Sienogranito U-Pb 1439±23 Ma Granito Rio Piolho Rizzotto et al

(2010)

Tonalito

Monzogranito

206Pb/

204Pb

1421.2 ±4,7 (Ma) Suite Intrusiva Noroagro Santos (2012)

Tabela I. 02: Granitoides relacionados com a sequencia Metavulcânica Sedimentar Rio Galera.

16

I.3.2. GRANITO RIO PIOLHO/SUITE INTRUSIVA NOROAGRO

Rizzotto et al (2010) define como Granito Rio Piolho uma associação de corpos graníticos formado

por litotipos sienograniticos, leucocráticos, granulação variando de media a porfiríticas, com

fenocristais de feldspato potássico. Ocorrem na forma de boulders e matacões subarredondados a

alongados segundo a direção NNW, encaixados nos xistos e paragnaisses do Complexo Rio Galera. A

idade U-Pb do Granito Rio Piolho é de 1439±23 Ma.,(Rizzotto et al , 2010), interpretada como a

época da cristalização do maciço. Os autores o correlacionam ao Granito Praia Alta, ambos

pertencentes à suíte Intrusiva Pindaituba (Granito Sapé, Pedra Branca e Santa Clara) definidos no

Terreno Jauru.

Santos (2012) engloba os sienogranitos do Granito Rio Piolho, junto com os tonalitos e

monzogranitos, denominando-os como Suíte Intrusiva Noroagro. O autor obteve a idade de

cristalização de 1421.2 ± 4,7 (Ma) em zircões de um monzogranito através do método de datação Pb-

Pb. Entretanto Rizzotto (2012) data zircôes de um tonalitos gnaisse com método U-Pb (Shrimp)

obteve a idade de 1433±2 (Ma) e interpreta como idade do Complexo Rio Galera. Neste trabalho, dá-se

preferencia à interpretação de Santos (2012) em detrimento das anteriores.

I. 3.3. COMPLEXO MÁFICO-ULTRAMÁFICO TRINCHEIRA

Romanini (2000) definiu uma associação de rochas máficas e ultramáficas metamorfisadas ou

não, constituídas por gabros, tremolititos, hornblenditos, bronzititos, gabronoritos definindo-as como

Complexo Máfico-Ultramáfico Trincheira.

Rizzoto (2010) conserva essa definição, incluindo anfibolitos bandados e milonitizados,

raramente isotrópicas, onde se destacam os paranfibolitos verde-claros a negros, de granulação fina,

estando quase sempre intercalado com rochas do Complexo Colorado (gnaisses paraderivados,

metamargas, formações ferríferas, metabasaltos e xistos).Essa unidade ocupa, aproximadamente, a

porção centro-norte da folha pimenteiras, ocorrendo quase sempre intercalada com os litotipos do

Complexo Colorado Rizzotto (2010). De acordo com o autor os contatos são, via de regra, tectônicos

com os litotipos do Complexo Colorado e discordantes em relação aos granitos intrusivos. A tabela 03

mostra a idade de cristalização das rochas do Complexo Trincheira extraído de Rizzotto (2012).

17

LITOTIPOS

MÉTODOS

DESCRIÇÕES

IDADE

UNIDADE GEOLÓGICA

REFERENCIAS

GRANULITO MÁFICO

U-Pb

(SHIRIMP)

ZIRCÃO

1447±12

Ma

COMPLEXA TRINCHEIRA

RIZZOTTO

(2012)

GRANULITO MÁFICO

U-Pb

(SHIRIMP)

ZIRCÃO

1468±

24Ma

COMPLEXA TRINCHEIRA

RIZZOTTO

(2012)

ANFIBOLITO

BANDADO

U-Pb

(SHIRIMP)

ZIRCÃO

1435±6.3

Ma

COMPLEXA TRINCHEIRA

RIZZOTTO

(2012)

METAGABRO

U-Pb

(SHIRIMP)

ZIRCÃO/BADA

LEITAS

13541± 11

Ma

COMPLEXA TRINCHEIRA

RIZZOTTO

(2012)

HORNBLENDAGABRO

U-Pb

(SHIRIMP)

ZIRCÃO

1347± 8 Ma

COMPLEXA TRINCHEIRA

RIZZOTTO

(2012)

Tabela I. 03: Tabela idade de cristalização das rochas do Complexa Trincheira U-Pb (SHIRIMP), de Rizzotto

(2012).

18

I. 5. GEOLOGIA LOCAL

A área mapeada neste trabalho situa-se entre às Fazendas Maringá e Coração de Imaculada

(Figura 04). No mapeamento foram visitadas cinco unidades litoestratigráficas sendo elas: Complexo

Rio Galera, Granito Rio Piolho, Complexo Máfico-Ultramáfico Trincheira, Formação Córrego Preto e

Aluviões Quaternários. Tais unidades serão descritas a seguir, e a localização de afloramentos e

distribuição espacial na área mapeada estão contidas no mapa de localização de afloramentos e mapa

geológico da área estudada (anexos I e II), respectivamente.

Figura I. 05: (A) vista geral da área estudada. (B) Fazenda Coração de Imaculada.

I. 5.1. COMPLEXO RIO GALERA

Os litotipos desta unidade afloram na forma de blocos rolados, e de lajedos, sem grande

expressão em área estando quase sempre em contato com os monzogranitos e sienogranitos e tonalitos

do Granito Rio Piolho. Os principais afloramentos encontram-se no centro da área mapeada. Os

litotipos que afloram na área compreendem-se por anfibolitos, paragnaisses e xistos.

Os paragnaisses (Figura I. 05 C) variam de cinza a cinza escuro, inequigranular de granulação

(quartzo, feldspato e plagioclásio) e máficas (biotita, muscovita, granada, sillimanita e anfibólio).

Os anfibolitos (Figura I. 05 D) apresentam granulação fina a muito fina de cor verde a cinza

escura, sendo holocristalina mesocrática com textura afanítica, equigranular maciça tendo como

paragênese característica a hornblenda e plagioclásio. Os xistos (figura I. 05 E) são de granulação

média a fina afloram geralmente em estagio avançado de intemperismo, compostos por muscovita,

biotita, quartzo e por vezes, sillimanita. Na maioria dos afloramentos descritos, estas rochas se

apresentam na forma de morrotes suaves localizados em cortes de estrada. Localmente são expostos na

forma de xenólitos em meio as rochas graníticas (figura I.06 A e B).

19

Figura I. 06: (A e B): formas de ocorrências das rochas do Complexo Rio Galera, (C): paragnaisses, mostrando

o bandamento composicional de máficos e félsicos, (D): Anfibolito de coloração cinza escura, granulação fina,

isenta de alteração, (E): Xistos, composto por muscovita-biotita-quartzo sillimanita xisto, de coloração marrom

avermelhado.

20

Figura I. 07: (A); xenólito do Complexo Rio Galera no granodiorito (Rio Piolho?), (B); Contato brusco entre as

rochas pertencente ao embasamento metamórfico Rio Galera e Granito Rio Piolho.

I. 5.2. GRANITO RIO PIOLHO

As rochas do Granito Rio Piolho (GRP) se distribuem por grandes partes da área mapeada, tendo seus

afloramentos mais expressivos a leste da região de estudo, compreendem litotipos de natureza

granítica variando de tonalito a granodiorito e sienogranito, (figura I. 07. A e B) são holocristalino,

com textura fanerítica, com indice de coloração mesocrático, granulação média a grossa variando entre

equigranular a inequigranular. Sua mineralogia principal é composta por quartzo, plagioclásio, além

de anfibólios e biotita. O quartzo e o plagioclásio compõem os minerais félsicos dominantes ocorrendo

na forma de cristais pequenos, sendo que o plagioclásio se apresenta com habito tabular e o quartzo

quase sempre é anédrico.

Figura I. 08: (A); Granodiorito em afloramento, (B); Tonalito amostra de Mão.

21

I. 5.3. COMPLEXO MÁFICO-ULTRAMÁFICO TRINCHEIRA

As rochas do Complexo Máfico-Ultramáfico Trincheira (CMUT), objeto principal deste

trabalho são constituído por litologias de metagabros e metapiroxenitos. As ocorrências desses

litotipos se de forma intrusiva nas rochas graníticas, como blocos rolados e em pequenos diques

(Figura I. 08 A e B). Os metagabros (Figura I. 08 C) são cinza, melanocrático, holocristalina de

granulação média. A textura é granular variando de equigranular a inequigranular. Podem apresentar,

por vezes, uma foliação, que é marcada pela orientação mineral. Em alguns afloramentos, exibem uma

fina capa de intemperismo com ocorrências frequentes de sulfetos disseminados.

O piroxênio é anédrico a subédrico ocorrendo como pequenos cristais ou fenocristais

englobando o plagioclásio (textura ofítica) e por vezes apresenta textura cumulática. O plagioclásio

tem hábito ripiforme com cristais euédricos a subédricos, e juntamente com o piroxênio compõe a

maior parte da rocha. Foi ainda possível identificar, próximo uma drenagem, um metagabro com

xenocristais de feldspato potássico (Figura I.08 D), evidenciando processos de assimilação. O

metapiroxênito (Figura I. 08 E, F) foi encontrado em apenas dois afloramentos. Caracterizam-se por

serem rochas holocristalinas, faneríticas, granulação grossa e equigranulares, cor cinza escuro

ultramelanocráticas, Composta, essencialmente, de piroxênio e diminuta proporção de plagioclásio Os

cristais de piroxênios são subédricos se dispondo em estruturas cumulática. Tem alta densidade e

baixo nível de alteração.

I. 5.4. FORMAÇÃO CÓRREGO PRETO

Descrita por Azevedo & Costa (2011), esta unidade ocorre nas porções sudoeste e noroeste do

da área mapeada, situada numa superfície aplainada, distinguida como uma unidade terciária.

Compõem um pacote de sedimentos pouco consolidado com predominância de conglomerados e

arenitos imaturos, intercamadados e interdigitados, que ocorrem geralmente numa faixa estreita que

bordeja a Chapada dos Parecis, na sua porção sul.

Os conglomerados são polimíticos imaturos, mal selecionados, interdigitados e/ou sobrepostos

por arenitos feldspáticos também imaturos. Os seixos dos conglomerados apresentam formas e

tamanhos variados e são constituídos por rochas do embasamento: quartzitos, gnaisses, granitos,

xistos, quartzo leitoso e raros anfibolitos. Tal unidade recobre boa parte da área mapeada estando em

contato com o embasamento por discordância (não conformidade), com espessuras que variam entre 2

a 10 metros (Figura I. 09).

22

Figura I. 09: forma de ocorrências do CMUT e aspectos Macroscópicos dos litotipos gabros e piroxenitos. (A):

enclaves de rochas máficas em granodiorito; (B): dique Máfico intrudido nas rochas do Granito Rio piolho; (C):

gabro de granulação media; (D): gabro com fenocristais de K-Feldspatos; (D) e (E): piroxenitos com granulação

grossa.

23

Figura I. 010: (A); vista do afloramento (B e C); afloramentos de um conglomerado da Formação Córrego

Preto.

I. 6. MINERALIZAÇÕES ASSOCIADAS

Azevedo &Costa (2011) descreveram sulfetos disseminados (Figura I. 10) nas rochas máficas

da área de estudo correlacionados ao jazimentos de níquel lateritico do Morro Sem Boné e Morro do

Leme. Os depósitos de níquel conhecidos no Estado de Mato Grosso estão localizados nos morros

Sem Boné e do Leme, distantes cerca de 35 km entre si. Situam-se na porção oeste do Estado,

próximos ao limite com Estado de Rondonia e da fronteira Brasil-Bolivia, no Vale do rio Guaporé,

município de Comodoro, a 700 km de Cuiabá-MT. Os Morros do Leme e Sem Boné, foram

pesquisados a partir de 1996 pela Mineradora Tanagra (Grupo Anglo Américan Brasil Ltda.), que

bloqueou reservas de minério de níquel do tipo supergênico. Nunes (2000) descreve os peridotitos,

dunitos e serpentinitos que ocorrem nos morros do Leme e Sem Boné. De acordo com o autor os

peridotitos e dunitos mostram uma intensa serpentinização, todavia, a mineralogia primaria preservada

é representada por olivina, ortopiroxênio e clinopiroxenio.

A paragênese neoformada é constituída por agregados fibrosos e lamelares de serpentina,

carbonato, talco e clorita, caracterizando a textura mesh. Uma intensa rede de fraturas preenchidas por

silica amorfa, garnierita e malaquita corta os dunitos. Os serpentinitos dos morros Sem Boné são

maciços, de granulação fina, textura granoblástica, constituídos essencialmente por serpentina (95%) e

24

óxidos de Fe, Ni e Cr. A serpentina ocorre em agregados lamelares, microlamelares e fibrosos,

associados a hidróxidos de ferro.

No Projeto Platina em Rondonia Romanini (2000) descreve diversas anomalias geoquímicas

de Cromo Níquel em Rondonia ocorrendo em solos de rochas máficas-ultramáficas da Suite Intrusiva

Serra Céu Azul e no curso do Rio São Miguel e da Serra Azul entre os municípios Espigão D’ Oeste e

Boa Vista do Pacarana. Os sedimentos de correntes também são anômalos no domínio das rochas

Máficas-Ultramáficas do Grupo Nova Brasilândia, da Suite Intrusiva Novo Mundo em Alta Floresta

D’ Oeste e Santa Luzia D’ Oeste, do Complexo Trincheira na região de Corumbiara e da Formação

Anari. De acordo com o autor o potencial de cromo e níquel é extensivo aos peridotitos e serpentinitos

da Suite Intrusiva Cacoal da região de Colorado D’Oeste e Cabixi cujas rochas são correlacionadas

com contexto dos depósitos de níquel do Morro Sem Boné e do Leme, fronteira dos estados de Mato

Grosso e Rondonia.

Em Romanini (2000) infere que as rochas do Complexo Máfico-Ultramáfico Trincheira e as

rochas Ultramáficas da Sequencia Nova Brasilândia e Formação Anari possam ser unidades

promissoras em níquel lateritico.

Figura I. 11; Em detalhe, sulfetação em gabro pertencente ao Complexo Máfico-Ultramáfico Trincheira.

Extraído de Azevedo & Costa (2011).

25

Petrografia, Geoquímica e Geocronologia Sm/Nd do Complexo Máfico –

Ultramáfico Trincheira - Divisa Mato Grosso-Rondonia, SW do

Cráton Amazônico

Petrography, geochemistry and Sm-Nd geochronology Trincheira Mafic-

Utramafic Complex- Mato Grosso- Rondônia Border, SW od Amazonian Craton

Geoquímica, Petrografia e Geocronológica do Complexo Máfico-

Ultramáfico Trincheira Regiane Ferreira de Oliveira

1, 4, 5, João Batista de Matos

1, 2, 5, Amarildo Salina Ruiz

1,3,4,5

(1) - Programa de Pós- Graduação em Geociências, Instituto de Ciências Exatas e da Terra

(ICET), Universidade Federal de Mato Grosso-(UFMT)-Avenida Fernando Corrêa, s/n Bairro

Coxipó. CEP 78060-900. Telefone para contato (065-3054-4466) Cuiabá, MT, Brasil.

([email protected])

(2) - Departamento de Recursos Minerais, ICET, UFMT. ([email protected])

(3) - Departamento de Geologia Geral, ICET, UFMT. ([email protected])

(4) - Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e Tectônica-Guaporé.

(5) - Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Geociências da Amazônia GEOCIAM.

Numero Total de Palavras; 6.245. Numero de paginas; 24. Total de Figuras: 13. Tabelas: 03.

RESUMO

O Complexo Máfico-Ultramáfico Trincheira compreende um conjunto de corpos

rochosos (Anfibolitos e metagabros), com estrutura maciça a levemente orientada, cumulática,

formada por diferenciação magmática, colocado como “Diques”, “plugs encaixados no

Complexo Rio Galera e Granito Rio Piolho nas proximidades do Distrito de Noroagro,

município de Comodoro MT, Terreno Alto Guaporé, SW do Cráton Amazônico. Tratam-se de

litotipos que ocorrem em forma de pequenas elevações sub-arredondadas, possuindo

composição predominantemente basáltica a subordinadamente basaltico-andesítica,

metamorfizada na fácies anfibolito média a alta, sub-alcalina com afinidade toleiítica, geradas

em ambiente de fundo oceânico (MORB).Dados Sm-Nd indicam idades de 1,24 e 1,27 Ga e

ɛNd(t)a entre +6,27 e +6,50 para os metagabros e 1,41 e 1,57 Ga ɛNd(t)

a +8,25 e +5,80 para

os anfibolitos. Os valores positivos de ɛNd(t)a

adicionado com a razão 87

Sr/86

Sr de 0,704

obtida em uma amostra de metagabro, sugerem a derivação de manto empobrecido para os

litotipos metagabros e anfibolitos do Complexo Máfico- Ultramáfico Trincheira.

Palavras-Chave: Máficas-Ultramáficas; Metagabros; Anfibolitos; Petrografia; Geoquímica;

Sm – Nd.

ABSTRACT

The Trincheira Mafic-Ultramafic Complex comprises a rock group (metapyroxenites

and metagabbros) with massive to slightely oriented structure, formed by magmatic

differentiation placed as dykes, stocks and plugs intrusive in the Rio Galera Complex and Rio

Piolho Granite, neighborhood of the Noroagro District, Comodoro city, Mato Grosso State,

Alto Guaporé Terrain, SW of Amazonian Craton. These are rocks outcrops out on small sub-

rounded elevations. They have predominantely basaltic to subordinately basaltic-andesitic

composition, metamorphosed in Amphibolite fácies. sub-alkaline, tholeiític, generated in

Meso Oceanic Ridge Basalt environment. Sm/Nd data indicate 1,24Ga to 1,27 Ga and ɛ Nd

(t)a between +6,27 and + 6,50 for metagabbros and 1,57Ga and 1,45Ga with ɛ Nd (t)

a +5,80

and 8,25 for amphibolites. The positive values of ɛ Nd (t)a together with the ratio

87Sr/

86Sr of

26

0,704 for one sample of metagabbro suggests for this rocks are originated of a depleted

mantle.

KeyWords: Mafic-Ultramafic; Metagabbros; Amphibolites; Geochemistry; Sm-Nd.

INTRODUÇÃO Este trabalho apresenta e discute as características petrográficas, geoquímicas e

geocronológica Sm-Nd, obtidas nos litotipos máficos e ultramáficos, intrusivos no Complexo

Rio Galera e no Granito Rio Piolho sob a forma de diques e pequenos “plugs” ocorrentes nos

limites das fazendas Maringá e Imaculada, representativas do Complexo Máfico Ultramáfico

Trincheira (CMUT). Este, localiza-se a cerca de 40km do Distrito de Noroagro Município de

Comodoro divisa dos estados de Mato Grosso e Rondônia .O primeiro trabalho a se referir às

rochas do CMUT foi efetuado por Romanini (2000) no estado de Rondônia e área adjacentes

como parte integrante do projeto Platina e Associados, visando a avaliação preliminar do

potencial em sulfetos de níquel, cobre, e ouro. Esta unidade é intrusiva na sequência

Metavulcano-Sedimentar Nova Brasilândia.

CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

A área de trabalho localiza-se no sudoeste do Cráton Amazônico nos domínios da

Província Rondoniana- San Ignácio, Terreno Alto Guaporé distando cerca de 650km de

Cuiabá. Rizzotto et al.(2002) caracterizam um evento tectono-magmático de abrangência

regional balizado no intervalo de 1350 a 1320 Ma. Posteriormente, Rizzotto e Dehler (2007)

denominaram esse evento de Faixa Alto Guaporé, correspondendo a uma zona estreita e

alongada delineada por fortes anomalias magnéticas que se estende desde o setor central-

setentrional de Rondônia, prolongando-se para o sudeste até a porção sul-ocidental de Mato

Grosso. Para essa Faixa esses autores propõem uma orogenia colisional mesoproterozoica e

em condições de alto grau metamórfico.

Na concepção de Bettencourt et al. (2010) a Província Rondoniana-San Ignacio (1,56-

1,30 Ga) (Figura 01) representa as principais entidades e ou terrenos alóctones que foram

sendo continuamente amalgamados desde 1,56 Ga até 1,30 Ga, durante a Orogenia San-

Ignácio. Esses autores sugerem que o sudoeste do Cráton Amazônico, a sul do Cinturão

Móvel Nova Brasilândia pode ser compartimentado em quatro Terrenos: Jauru, Paraguá, Rio

Alegre e Alto Guaporé (Figura 01).

As rochas máficas-ultramáficas abordadas neste trabalho são interpretadas por Rizzoto

et al. (2010) como parte constituinte do Complexo Máfico-Ultramáfico Trincheira. Entretanto,

esses autores incluem nessa unidade anfibolitos bandados e milonitizados, raramente

isotrópicos, onde se destacam os paranfibolitos verde-claros a negros, de granulação fina,

estando quase sempre intercalados com rochas do Complexo Colorado (gnaisses

paraderivados, metamargas, formações ferríferas, metabasaltos e xistos). A variedade

litológica do Complexo Máfico-Ultramáfico Trincheira descrita por esses autores é

expressiva, contendo metagabros, metagabronoritos e metaleucogabros, de textura/estrutura

ígnea parcialmente preservada também são comuns. Ainda ocorrem piroxenitos, tremolititos e

actinolita xistos subordinados.

27

Figura 01: (A) Mapa Tectônico da Província Rondoniana-San Ignácio, sudoeste do Cráton Amazonico; (B)

Principais Províncias do Cráton Amazônico (após Cordani e Teixeira 2007). Extraído de Bettencourt et

al.(2010) modificado por França(2014).

As unidades presentes na área investigada estão em contanto e intrudidas pelas rochas

do Complexo Máfico-Ultramáfico Trincheira e são constituídas pelo Complexo Rio Galera

Ruiz et al.(2003) e o Granito Rio Piolho Rizzotto et al. (2010) e ao longo da área de estudo

ocorrem sedimentos da Formação Córrego Preto Azevedo e Costa (2011). As unidades

presentes na área investigadas estão demostradas na Figura 02.

O Complexo Rio Galera é constituído por uma associação de anfibolitos e xistos, com

raras intercalações de gnaisses leucocráticos, gnaisses calcissilicáticos e biotita paragnaisses

Rizzotto et al. (2010). Os gnaisses leucocráticos apresentam coloração cinza, granulação

28

média, de composição monzo a granodiorítica. Os xistos são de granulação média a grossa,

compostos por muscovita, biotita e quartzo. Os biotita-paragnaisses tem a textura

granolepidoblástica e granulação fina. Os mesmos são compostos à base de quartzo,

plagioclásio, biotita e rara muscovita. Os anfibolitos são mais abundantes, apresentam

granulação fina a média, foliação bem desenvolvida. Exibem uma alternância de níveis de

anfibólio e níveis de plagioclásio. Segundo Ruiz (2005), a intercalação de anfibolitos e xistos

pode representar uma associação vulcanossedimentar como protólitos da referida unidade.

O Granito Rio Piolho é descrito por Rizzoto et al. (2010) , trata-se de um batólito

encaixado no Complexo Metamórfico Rio Galera que afloram entre a estrada que liga a

fazenda Noroagro à fazenda Maringá. Os maciços, por vezes, apresentam xenólitos alongados

e angulosos da encaixante. Encontram-se parcialmente encobertos pelos arenitos da Formação

Utiariti.

A Formação Córrego Preto Azevedo e Costa (2011) compõe-se de um pacote de

sedimentos parcialmente consolidados com predominância de conglomerados e arenitos

imaturos, intercamadados e interdigitados, que ocorrem geralmente numa faixa estreita que

bordeja a Chapada dos Parecis, na sua porção sul. Os conglomerados são polimíticos

imaturos, mal selecionados, interdigitados e/ou sobrepostos por arenitos feldspáticos também

imaturos. Os seixos dos conglomerados apresentam formas e tamanhos variados e são

constituídos por rochas do embasamento: quartzitos, gnaisses, granitos, xistos, quartzo leitoso

e raros anfibolitos. Tal unidade recobre boa parte da área mapeada estando em contato com o

embasamento por discordância (não conformidade), com espessuras que variam entre 2 a 10

metros.

MATÉRIAS E MÉTODOS

As preparações iniciais para o estudo petrográficos, geoquímicos e geocronológicos

que inclui a laminação, britagem e pulverização do material, foram realizadas no laboratório

de Preparação de Amostras do Departamento de Recursos Minerais da Universidade Federal

de Mato Grosso (DRM- UFMT).

As investigações micropetrograficas foram feitas com o auxilio de um microscópio

petrográfico Olympus BX 41. As fotomicrografias das seções delgadas foram feitas com

polarizadores paralelos e cruzados, com objetivas de aumento 2,5, 4 e 10 vezes, utilizando o

equipamento Infinity 1 e o software de mesma denominação.

Considerando a distribuição espacial dos afloramentos, bem como sua diversidade

textural e mineralógica, foram selecionadas nove amostras para análises geoquímicas, sendo

as mais representativas da área investigada.

As análises químicas em rocha total para determinação das concentrações de

elementos maiores e menores por ICP-MS e elementos traço, incluindo terras raras, por ICP-

ES, foram realizadas em dois laboratórios distintos (Acme Analytical Laboratories,

Vancouver, Canadá, e Activation Labs. Ontário, Canadá). O tratamento dos dados

geoquímicos obtidos foi feito utilizando o software Minpet for Windows (versão 2.0, Minpet

Geological Software, Richard (1995). Os dados químicos podem ser observados na Tabela 02.

Com finalidade de identificar a idade modelo e a fonte do magma gerador, através do método

isotópico Sm-Nd para os litotipos investigados foram selecionadas quatro amostras. As

analises de Sm-Nd em rocha total foram realizadas no Laboratório de Geologia Isotópica

(Pará – Iso), da Universidade Federal do Pará (UFPA).

O procedimento analítico usados no laboratório Pará – Iso para o método Sm – Nd em

rocha total está descrito em Gioia e Pimentel (2000). As amostras foram dissolvidas com

ácidos com HNO3, HCL e HF em forno de micro-ondas, após introdução de um traçador

misto 149

Sm/150

Nd para a determinação dos teores de Sm e Nd por diluição isotópica. Em

seguida, foi realizada a separação química por cromatografia em resina de troca iônica em

duas etapas, a primeira, para separação do grupo dos ETRs dos outros elementos, utilizando

29

uma coluna teflon com resina catiônica e a segunda, para a separação dos elementos Sm e Nd

entre si e dos outros ETRs, em uma coluna de teflon com resina Eichron® Ln-Spec. Após a

coleta e secagem, as frações concentradas de Sm e de Nd foram solubilizadas com HNO3.

Essa solução é analisada por um espectrômetro de massa com fonte de plasma (ICP-

MS) modelo Thermo-Finnigan Neptune. As razões 143

Nd/144

Nd foram normalizadas pelos

valores de 146

Nd/144

Nd=0,7219. A reprodutibilidade dos resultados isotópicos foi avaliada por

análises repetidas do padrão La Jolla. A constante de decaimento usada foi o valor de 6,54 x

10-12

/ano Lugmair e Marti (1978). Os cálculos das idades-modelo foram feitos com base no

modelo de evolução do manto empobrecido proposto por DePaolo (1981), os resultados estão

apresentados na Tabela 03. Uma amostra de gabro (RO-65) foi analisada no Centro de

Pesquisas Geocronológicas (CPGeo) do IGc/USP para 87

Sr/86

Sr.

GEOLOGIA E PETROGRAFIA

Entre o limites das fazendas Imaculada e Maringá região do Distrito de Noroagro

Comodoro – MT, ocorrem as unidades do Complexo Rio Galera, Granito Rio piolho,

Complexo Máfico - Ultramáfico Trincheira Formação Córrego Preto, sedimentos

Inconsolidados da Bacia do Parecis e Guaporé (Figura 02).

Os litotipos do Complexo Máfico –Ultramáfico Trincheira, que ocorrem na região de

Noroagro são descritos neste trabalho como diques e plugs. As dimensões destes diques e

plugs não são bem definidas, devido estes estarem cobertos pelos sedimentos da Bacia dos

Parecis e Guaporé. Apesar dos escassos afloramentos é possível encontrar alguns blocos

arredondados do material inalterado de diques, podendo ser encontrados in situ e intrudidos

nas rochas do Complexo Rio Galera e Granito Rio Piolho (Figuras 03 A e B).

Os diques caracterizam-se por metagabros macroscopicamente, maciços a fracamente

orientados de granulação fina a média, variando de melanocráticas a ultramáficas e cor cinza-

esverdeado a preta (Figura 03C). Apresentam texturas inequigranulares e composição

gabroica, enquanto que o “plug” que aflora nas imediações da Fazenda Imaculada constitui

um corpo de aproximadamente 3km de diâmetro e as litologias encontradas são representadas

por anfibolitos na base (Figuras 03 E e F) e metagabros no topo da elevação, sugerindo um

corpo formado por mecanismos de diferenciação magmática. Xenocristais de k-feldspato do

Granito Rio Piolho estão presentes nos diques das proximidades de Serraria, evidenciando

processos de contaminação crustal (Figura 03 D).

Ao longo da área investigada é possível observar estes diques cortando os gnaisses

tonalíticos do Complexo Rio Galera e granodioritos e sienogranitos do Granito Rio Piolho.

30

A Tabela 01 demonstra as principais unidades litoestratigráficas encontradas na área

de trabalho bem como dados geocronológicos obtidos por diferentes autores.

UNIDADES

LITOESTRATIGRÁFICAS

LITOLOGIAS

MÉTODOS

IDADE

REFERÊNCIA

COMPLEXO RIO GALERA

Anfibolitos, muscovita

xistos, similanitas xistos.

Sm-Nd (TDm)

±1.8 (Ga)

Ruiz (2005)

Gnaisses, metacherts gnaisses.

207Pb/

235U

Zircões Titanitas

1430 ± 4 a 1504 ± 229

(Ma).

Rizzoto et al.(2012)

SUITE NOROAGRO ( GRANITO RIO PIOLHO

RIZZOTO 2007)

Sienogranito

235

U/207

Pb zircões

1439±23 (Ma)

Rizzotto et al. (2010)

Monzogranito

206Pb/

204Pb

Zircões

1421.2 ±4,7

(Ma)

Santos (2012)

COMPLEXO MÁFICO-ULTRAMÁFICO

TRINCHEIRA

Hornblenda Gabro

207Pb/

235U

zircões

1347 ± 8

(Ma)

Rizzotto et al.

(2012)

Metagabro

Sm/Nd (TDm) Rocha Total

1,56-1,57

(Ga)

Rizzotto et al.(2010)

Metagabro

Sm/Nd (TDm) Rocha Total

1,24-1,27

(Ga)

Este Trabalho

Anfibolito

Sm/Nd (TDm) Rocha Total

1,57 (Ga) 1,45 (Ga)

Este Trabalho

Tabela 01: Sinopse da evolução dos estudos geocronológicos de diferentes autores das unidades litoestratigráficas

presentes na área de trabalho.

31

Figura 02: (A) Mapa de Localização da área de estudo e vias de acesso; (B) Mapa geológico da região em torna

fazendas Imaculada e Maringá, elaborado a partir da compilação de dados do mapa geológico da Folha

Pimenteiras Rizzotto et al. (2010) e deste trabalho.

32

Os metagabros apresentam texturas e mineralogia ígneas bem preservadas, são de

granulação de média a grossa, apresentam texturas cumuláticas, sub-ofíticas, poiquilítica e

granoblástica (Figuras 04 A, B e C e D), às vezes cortadas por veios de quartzo. Os principais

minerais constituintes são hornblenda, diopsídio e plagioclásio e Quartzo, como acessórios

tem-se clorita mais biotita, epidoto e opacos. A sericita ocorre como mineral de alteração. A

hornblenda se apresenta como cristais anédricos, produtos da uralitização do diopsídio. Têm

cor verde, e são levemente pleocróicos em tons verde claro e escuro. Os diopsídios e

encontram-se bastante fraturados e por vezes completamente substituídos pelos anfibólios. O

plagioclásio encontra-se totalmente saussuritizados, por vezes apresenta incluso em anfibólio

em algumas lâminas ele exibe forma prismática tabular e frequentemente zonada. O quartzo

ocorre em grãos anédricos incluso na hornblenda e exibe comumente extinção ondulante. A

biotita ocorre como acessório e se dispõe em palhetas com contatos planar apresentando forte

pleocroísmo em tons de marrom avermelhado. Na maior parte das lâminas, porém, a biotita

encontra-se quase sempre substituída pela clorita. A clorita ocorre em pequenas quantidades

na cor verde clara com baixa birrefringência. O epidoto ocorre em bandas continuas associado

com o diopsídio, plagioclásio e hornblenda. Os opacos ocorrem de forma de agregados e em

grãos isolados, os quais podem ser sulfetos. A sericita ocorre como produto de alteração de

plagioclásio.

Os anfibolitos apresentam textura nematoblásticas, porfiroblástica e granoblásticas

(Figura 04 E e F), é possível observar em lâmina que a mineralogia ígnea original foi

substituída pela metamórfica. Os minerais constituintes são, hornblenda, diopsídio,

plagioclásio e quartzo. Cumulados de hornblenda ocorrem em algumas seções sugerindo

derivação a partir de cumulados de piroxenio. A hornblenda é prismática equidimensional,

subidioblástica a idioblástica, com inclusões raras de titanita e minerais opacos. Os cristais de

diopsídio são prismáticos equidimensionais e alongados, subidioblásticos, com inclusões de

hornblenda e titanita. O plagioclásio na maioria das lâminas encontram-se completamente

alterados, saussuritizados e sericitizados em algumas lâminas ocorrem na forma de um

aglomerado de cristais poligonais, normalmente exibindo extinção ondulante. Em alguns

cristais, as maclas polissintéticas aparecem algo deformadas e descontinuas. O quartzo ocorre

em grãos anédricos incluso na hornblenda na maior parte das vezes. A sericita ocorre em

algumas lâminas em substituição ao plagioclásio. A paragênese metamórfica (Hd+Di+Pl+Ti)

é representativa do metamorfismo regional orogênico, compatível com a fácies anfibolito.

33

Figura 03: Formas de ocorrências do CMUT e aspectos macroscópicos dos litotipos metagabros e

metapiroxenitos;(A) Xenólitos de rochas máficas em ganodiorito;(B) Dique máfico intrudido em

monzogranito;(C) Metagabro de granulação media;(D) Metagabro com fenocristais de K-feldspatos;(E) e (F)

Anfibolitos com granulação grossa.

34

Figura 04: Fotomicrográfia dos litotipos do CMUT;(A e B) Metagabro com texturas cumulática e granoblástica (A)

nicóis cruzados (B) nicóis paralelos; (C e D) Metagabro com textura cumulática constituidos basicamente por

anfibolios (Hornblenda ) devido a uralitização do diopsídio(C) nicóis cruzados (D) nicóis paralelos;(E e F) Anfibolito

com textura porfiroblástica com inclusão de quartzo e plagioclásio em hornblenda (E) nicóis cruzados (F) nicóis

paralelos.Abreviações (Hbl= hornblenda, Pl = plagioclasio, Di = diopsídio, Qz = quartzo, Cpx = clipiroxenio, Bt =

biotita, Cl= clorita, Ep= Epidoto Op= Opacos).

35

GEOQUÍMICA DE ROCHA TOTAL

As amostras de rochas básicas e ultrabásicas do Complexo Máfico-Ultramáfico

Trincheira analisadas foram: MP-04, MP-06, MP-07, MP-08, MP-09, MP-11b, MP-34 que

são reconhecidos petrograficamente como metagabros e MP-20, MP-24b anfibolitos. O teor

de SiO2 dos metagabros variam entre 52,12 % a 44,91% sendo os anfibolitos com valores de

45,57% e 53,57% mostrando composição básica.

As amostras de metagabros e anfibolitos do Complexo Máfico Ultramáfico Trincheira

foram plotadas no diagrama de proporções moleculares (Figura 05), utilizando o método

gráfico de Beswick e Soucie (1978). De acordo com Juliani e McReath (1992), um método

que tem sido proposto para o estudo da mobilidade de elementos químicos, o mais difundido,

e originalmente desenvolvido foi por Pearce (1968), com intuito de interpretar as tendências

de fracionamento em suítes ígneas inalteradas. Beswick (1968) e Beswick e Soucie, 1978,

adaptaram o método para avaliar os efeitos de alterações ou metamorfismo em amostras de

komatiitos e basaltos.

O método utiliza diagramas envolvendo razões de proporções moleculares

logarítmicas dos elementos maiores e consiste em comparar o padrão das amostras analisadas

frente às tendências definidas a partir de dados químicos de rochas ígneas fanerozoicas livres

de metamorfismo e alteração.

Segundo os autores as tendências definidas não dependem da afinidade geoquímica

das suites (toleítica, calcioalcalina ou alcalina). As amostras de metagabros e anfibolitos do

Complexo Máfico – Ultramáfico Trincheira na Figura 05 estão distribuídas no campo

definidos pelas rochas não alteradas, sugerindo que as composições, de maneira geral

aproximam-se das composições ígneas originais.

Nas Figuras 05 A e 05 B, as amostras apresentam-se no campo definidos pelas rochas

não modificadas, porém, algumas amostras estão ligeiramente fora campo e paralelas. Na

Figura 05 C, as amostras apresentam-se com desvios significativos em relação conteúdo de

Na2O. Nas Figuras 05 D, E e F, as amostras se enquadram dentro dos padrões propostos.

Com base no diagrama R1:R2 para rochas vulcânicas de De La Roche et al. (1980) no

qual R1=4Si-11(Na+K)-2(Fe+Ti) eR2=Al+2Mg+6Ca (expressos em milicátions), os litotipos

descritos são Basalto Andesitico a Olivina Basalto(Figura 06 C).Relativamente à das filiações

dessas rochas, os diagramas (Irvine e Baragar,1971),apontam para uma natureza sub-alcalina

com tendências toleiíticas (Figuras 06 A e 06 B).

O número de Mg# [Mg# = Mg+2 / (Mg+2 + Fe+2), razão molar] para as rochas

analisadas mostrou valores entre 0,19 a 0,34 para metagabros e 0,39 e 0,41 para dois

anfibolitos indicativos de magmas basálticos evoluídos se comparados aos magmas basálticos

primários derivados de peridotitos mantélicos que teriam valores de mg# entre 0,74 e 0,80

(Jaques e Green, 1980; Takahashi e Kushiro, 1983; Bossi et al. 1993; In: Corrêa da Costa

(2003). Nos diagramas binários de variação de óxidos de elementos maiores ou dos traços em

função do Mg # (Figuras 07 e 08 ), destaca-se a evolução magmática.

De modo geral as rochas apresentam nítidas variações composicionais dos elementos

maiores com a evolução magmática mostrando que com o decréscimo de mg# há diminuição

do teores de Al2O3, CaO, Na2O e K2O enquanto que os conteúdos de Fe2O3, MnO, P2O5 e

TiO2 aumentam (Figura 07). A amostra (MP-07) apresenta alto teor de Fe2O3 (18,51%)

tornando seu teor de Mg# mais baixo em relação ao grupo analisado.

36

Tabela 02: Composição química de elementos maiores (% em peso) e elementos traço (ppm).CMUT(Complexo Máfico

- Ultramáfico Trincheira).

Amostras

MP- 04 MP – 06 MP – 07 MP – 08 MP – 09 MP– 11b MP – 34 MP- 20 MP– 24B

Litotipos

Metagabro

Metagabro

Metagabr

o

Metagabr

o

Metagabr

o

Metagabr

o

Metagabr

o

Anfibolitos

Anfibolitos

SiO2 52,12 52,12 48,34 51,58 44,91 47,60 51,69 45,57 53,19

Al2O3 14,56 18,11 12,13 14,33 13,04 14,10 14,06 14,26 5,93

Fe2O3t 11,22 9,62 18,51 12,25 14,71 13,69 13.15 15,68 11,62

MnO 0,15 0,13 0,25 0,21 0,20 0,23 0,21 0,21 0,16

MgO 6,30 4,89 5,16 6,17 8,78 7,98 5,84 11,42 9,30

CaO 7,91 7,40 9,89 10,30 13,02 11,17 9,66 8,98 8,74

Na2O 2,95 2,20 2,03 2,58 1,53 2,36 2,43 1,71 0,37

K2O 1,28 1,44 0,44 0,42 0,86 0,44 0,57 0,24 0,15

TiO2 1,26 1,39 2,11 1,06 1,39 1,13 1,11 1,47 0,45

P2O5 0,14 0,22 0,18 0,15 0,22 0,11 0,15 0,12 0,12

Cr2O3 0,034 0,011 0.002 0,003 0,025 0,029 0.002 0,017 0,392

mg# 0,33 0,30 0,19 0,30 0,34 0,33 0,28 0,39 0,41

LOI 1,8 2,2 0,7 0,7 1,0 0,9 0,9 2,0 3,0

Total 99,72 99,78 99,74 99,77 99,69 99,74 99,78 99,71 99,52

Ba 466 342 133 226 233 110 466 157 498

Sr 493,0 330,6 245,5 266,4 436,0 165,0 255,2 224,5 53,7

Y 24,6 25,9 35,5 27,0 28,7 32,0 28,1 20,5 22,9

Zr 86,3 72,4 85,8 64,9 59,5 65,1 77,9 80,2 55,4

Rb 34,3 58,6 5,0 10,4 21,9 5,1 9,7 4,2 1,8

Nb 2,2 8,4 3,2 2,0 2,7 1,9 2,7 5,1 1,4

La 14,8 16,7 7,5 5,2 6,8 4,5 6,1 5,2 43,6

Lu 0,33 0,41 0,52 0,43 0,36 0,52 0,44 0,27 1,08

Ce 32,7 38,2 17,3 13,5 16,5 12,1 14,8 14,0 17,4

Nd 19,0 21,1 13,4 10,5 15,5 10,4 12,1 13,2 45,8

Cs 1,6 2,7 0.1 0,5 1,6 0.1 1,0 0,3 0,1

Yb 2,25 2,61 3,45 2,87 2,66 3,53 3,19 2,01 7,10

Co 53,7 34,0 50,8 43,0 48,9 48,7 47,4 80,1 73,9

Ni 114 31 20 41 41 63 31 195 198

Ga 19,2 20,2 20,0 17,1 17,8 14,4 18,1 18,5 9,5

Eu 1,37 1,72 1,26 1,06 1,44 1,06 1,13 1,17 2,60

Er 2,43 2,59 3,87 2,77 2,96 3,48 3,00 2,16 8,55

Hf 2,7 2,1 2,8 2,2 2,0 2,1 2,0 2,3 1,0

Ho 0,85 0,84 1,17 0,91 1,04 1,12 1,00 0,75 2,93

Pr 4,37 5,08 2,67 2,01 2,95 1,91 2,22 2,18 10,43

Sc 23 26 51 46 47 57 44 24 24

Sm 4,39 4,81 4,02 3,02 4,53 3,27 3,23 3,18 10,19

Sr 493,0 330,6 245,5 266,4 436,0 165,0 255,2 224,5 53,7

Ta 0,2 0,8 0,3 0,1 0,2 0,1 0,2 1,1 0,1

Th 1,4 2,1 1,0 0,8 1,1 0,5 0,8 0,5 0,6

U 0,6 1,2 0,4 0,3 0,5 0,2 0,3 0,1 0,3

V 195 198 685 281 420 328 299 255 150

W 0.5 0,5 0.5 0,6 0,7 0.5 0.5 0.5 0.5

37

Figura 05: Diagramas de proporção molecular logarítmica (Beswick e Soucie, 1978) com os teores dos

anfibolitos e metagabros do Complexo Máfico Ultramáfico Trincheira. (Fm = Fe2O3t + MgO+ MnO).

38

Figura 06: Diagramas classificatórios para os litotipos do CMUT: (A) Na2O+K2O versus SiO2 e (B) AFM de

Irvine & Baragar (1971), C)Diagrama R1 E R2 De La Roche et al.(1980).

Os teores de Al2O3 aumentam nas fases menos evoluídas e, posteriormente, diminuem

com a continuidade da diferenciação magmática devido a seu consumo. Tal comportamento é

equivalente com o fracionamento das rochas gábricas. O aumento dos valores de TiO2, com o

decréscimo de mg#, demonstra que o fracionamento de óxidos Fe-Ti não foram importantes

na evolução magmática.

Já nos diagramas mg# versus elementos traço (Figura 08), os teores de Y e Zr

aumentam com o decréscimo de mg#, sugerindo que tem seus teores acrescidos, enquanto que

os elementos Ba, La, Nd, Ni, Rb e Ce que tem seus teores diminuídos com o decréscimo de

mg#.

39

Figura 07: Diagramas de variação (mg# versus óxidos) apresentados em % de peso do Complexo Máfico-

Ultramáfico Trincheira – (CMUT).

40

Figura 08: Diagramas binários mg# versus elementos traço apresentados em ppm das rochas do CMUT.

41

Shervais (1982) postula que as razões Ti/V são diagnósticas para ambientes tectônicos,

sendo a base do diagrama relacionando Ti e V que representa a variação do coeficiente de

partição cristal/líquido para o vanádio, que varia com aumento da fugacidade de oxigênio de

> 1 a << 1. O empobrecimento de V em relação ao Ti é função da fugacidade de oxigênio do

magma e de sua fonte, do grau de fusão parcial e subsequente cristalização fracionada.

Modelagens de fusão parcial e cristalização fracionada realizadas por esse autor indicam que a

razão Ti/V de magmas primários derivados do manto aumenta com o decréscimo da fração de

fundido produzida e com o aumento do coeficiente de partição do vanádio. Magmas primários

produzidos por 20 - 30% de fusão parcial sob condições relativamente redutoras (tais como

nas dorsais meso-oceânicas) terão razões Ti/V entre 20 e 50. Fundidos similares produzidos

sob condições mais oxidantes (tais como no caso de arcos de ilhas) terão razões iniciais Ti/V

entre 10 e 20. As razões Ti/V para litotipos gabricos e piroxeniticos do CMUT possuem

valores entre 20 e 50 sugerindo para essas rochas ambientes de geração em cordilheiras meso-

oceânicas (MORB) (Figura 09 A) confirmados no diagrama Zr vs Zr/Y de Pearce e Norry

(1979) (Figura 09 B ).

Figura 09: Diagramas de Ambientes geotectônicos para as rochas básicas do CMUT, (A) Shervais (1982) e (B)

Zr vs Zr/Y de Pearce & Norry (1979).

Os metagabros e anfibolitos foram plotados nos diagramas de Nb/Yb versus Th/Yb e

Th/Yb de Pearce e Peat (1995), respectivamente (Figuras 10 A e B). No primeiro diagrama,

observa-se que os metagabros e uma amostra de metapiroxenito concentram-se em E-MORB,

e apenas amostra 24B um anfibolito sendo N-MORB (Figura 10 A). Na Figura 10B as

amostras ocorrem em um padrão compatível com os Basaltos de fundo oceânicos (MORB).

No Diagrama ETR normalizado ao condrito de Sun e McDonough, 1989(Figura 11),

os litotipos de anfibolitos e metagabros do CMUT (Complexo Máfico – Ultramáfico

Trincheira),apresentam anomalias negativas de Nb e Zr e enriquecimento em elementos

incompatíveis de baixo potencial iônico (Rb, Ba, e Sr) e baixo abundancia de Y e Yb,

elementos de alto potencial iônico. Para fins de comparação, foram apresentados

graficamente neste trabalho, padrões médios para Basaltos de Ilha Oceânica (OIB), Basaltos

de Cordilheira Meso-Oceânica Normal (N-MORB) e Enriquecido (E-MORB) segundo Sun e

McDonough (1989). Os padrões das amostras do CMUT são similares aos padrões

mundialmente aceitos para associações com características de E-MORB.

42

Figura 10: Diagramas (A) Nb/Yb versus Th/Yb distribuição das rochas do CMUT em relação aos ambientes de

IOB, E-MORB e N- MORB (B) Th/Yb versus Ta/Yb de Pearce e Peat (1995).

As amostras plotadas no diagrama elementos terras raras (Figura 12) normalizadas

pelo condrito segundo Boynton (1984) apresentam um leve enriquecimento de ETR leves em

relação aos ETR pesados, porem apresentam características de manto do tipo E-MORB onde

é possível observar que as amostras do Complexo Máfico – Ultramáfico Trincheira começam

a se depletarem a partir de 11 e 12. A anomalia negativa de Eu em apenas uma amostra sugere

que o fracionamento do plagioclásio não foi importante na evolução dos litotipos do

Complexo Máfico – Ultramáfico Trincheira.

Figura11: Diagrama multielementar para elementos traço normalizado pelo manto primitivo Sun e McDonough

(1989) para as rochas metagabros e anfibolitos do CMUT. Para efeito de comparação foram utilizados os

padrões OIB, N-MORB e E-MORB de McDonough e Sun (1995).

43

Figura 12: (B) Diagrama de distribuição dos elementos terras raras (ETR) para as rochas da CMUT

normalizados pelo condrito segundo Boynton (1984). Para efeito de comparação foram utilizados os padrões

OIB, N-MORB e E-MORB de Boynton (1984).

GEOCRONOLOGIA

Rizzotto et al.(2002) utilizando o método 40Ar/39Ar, efetuaram uma datação de duas

amostras de anfibolitos milonitizados pertencentes ao Complexo Máfico-Ultramáfico

Trincheira, tendo determinado idade de 1319+10, interpretada como época do resfriamento

metamorfico regional. Posteriormente, Rizzoto et al.(2012) obtiveram a idade média de

cristalização de zircões (U-Pb, SHRIMP) para essa mesma unidade, valores de 1347 ± 8 (Ma).

Relativamente à Unidade litoestratigráfica denominada Máficas-Ultramáficas Igarapé

Hermes ocorrentes em Rondônia que possuem características petrográficas similares às rochas

estudadas (parcialmente maciças), sendo que Rizzotto et al.( 2010) considerou-as (devido à

ausência de dados geocronológicos) como cronocorrelatas às rochas da Suite Colorado

(anteriores a 1333 Ma).

Corrêa da Costa et al. (2009) determinaram para os diques máficos da região de Nova

Lacerda-MT idades Rb/Sr de 1380+32Ma para diabásios e 1330+ 120Ma para rochas meta-

diabásicas. Em termos gerais, são os dados geocronológicos disponíveis para rochas de

regiões circunvizinhas que foram reportadas aqui, somente para termos de comparação, já que

consideramos os valores determinados neste trabalho como inconclusivos. Às razões 143

Nd/144

Nd foram normalizadas pelos valores de 146

Nd/144

Nd=0,7219. A reprodutibilidade

dos resultados isotópicos foi avaliada por análises repetidas do padrão La Jolla. A constante

de decaimento usada foi o valor de 6,54 x 10-12

/ano Lugmair e Marti (1978). Os cálculos das

idades-modelo foram feitos com base no modelo de evolução do manto empobrecido de

DePaolo (1981).

Os dados isotópicos Sm-Nd obtidos para as amostras do Complexo Máfico Ultramáfico

Trincheira (Tabela 03) permitem determinar a idade modelo de TDm de 1,24 e 1,27 Ga para

litotipos de metagabros e 1,41 e 1,57 Ga para os anfibolitos e os valores de εNd(1,34) de, 6,27

e 6,50 para metagabros e 8,25 e 5,80 para anfibolitos considerando a idade 1344 ± 8 Ma (U-

Pb SHRIMP) de Rizzotto (2012) para cristalização de um metagabro.

Amostra Sm Nd 147

Sm/144

Nd 143

Nd/144

Nd f (Sm/Nd) Nd(0) T(DM) Nd(t) T(CHUR) (TDM)

1370 3,14 10,60 0,179104 0,512753 -0,0895 2,24 1,27 6,27 -1,00 5,09

1371 4,18 14,22 0,177839 0,512750 -0,0959 2,18 1,24 6,50 -0,91 5,17

1372 4,59 22,34 0,124300 0,512216 -0,3681 -8,23 1,41 8,25 0,89 4,77

1373 8,08 33,85 0,144301 0,512324 -0,2664 -6,13 1,57 5,80 0,91 4,40

Tabela 03: Dados Analíticos das determinações Sm-Nd , do Complexo Máfico Ultramáfico Trincheira;

Amostras 1370 e 1371 metagabros e 1372 e 1373 anfibolitos.

44

A Tabela 05 extraída de Geraldes (2010) demonstra valores 87

Sr/86

Sr que caracterizam os

ambientes geológicos e determinam as razões iniciais de 87

Sr/86

Sr das rochas geradas em cada um

destes reservatórios, sendo possível observar as razões de 87

Sr/86

Sr entre 0,702 a 0,706 para o

manto.

Quando uma amostra apresenta valores de 143

Nd/144

Nd iguais ao reservatório condrítico

seu valor de εNd equivale a 0 e rochas com valores de 143

Nd/144

Nd maiores que o reservatório

condrítico resultam em valores de εNd positivos. Valores positivos de εNd são interpretados

como derivados de manto empobrecido.

Nossos dados mostram que as amostras de metagabros deram resultado de εNd(t)a

positivo (+6,27 e +6,50 e (+5,80 e + 8,25) para anfibolitos e juntamente com resultado de 87

Sr/86

Sr de um metagabro (RO-65) analisada no Centro de Pesquisas Geocronológicas (CPGeo)

do IGc/USP tendo como resultado uma razão inicial de 0,704, sugere que essas rochas originaram-

se de uma fonte de manto empobrecido, hipótese corroborada pelo diagrama Ta/Yb (Pearce e Peat

,1995) Figura 11 B.

AMBIENTE GEOLÓGICO

87SR/

86SR

METEORITOS

0.6999

MANTO

0.702-0.706

ÁGUA DO MAR

0.709

MÉDIA DA CROSTA CONTINENTAL

0.730

CMUT

0,704

Tabela 05: razões de 87

Sr/86

Sr para diferentes ambientes geológicos, conforme Geraldes (2010). (CMUT;

Complexo Máfico – Ultramáfico Trincheira).

DISCUSSÕES E CONCLUSÕES

Geologicamente, a área de estudo possui características de terrenos paleo a

mesoproterozoicos, com retrabalhamentos meso a neoproterozoicos superimpostos, similares

a outras áreas da borda do Cráton Amazônico, ou seja, em geral, de terrenos acrescionários

subordinados aos modelos de tectônica global vigente desde épocas arqueanas até períodos

neo-proterozóicos.

Os diques e plugs de metagabros e anfibolitos que afloram nos limites das fazendas

Maringá e Imaculada, apresentam evidências petrográficas, geoquímicas e geocronológicas

que confirmam ser parte integrante do Complexo Máfico – Ultramáfico Trincheira.

As concentrações de ETR mostram-se relativamente mais enriquecidas em ETR leves

do que os ETR pesados porém, sem o padrão em V, definido pelo empobrecimento de ETR

intermediárias, característico dos peridotitos ofiolíticos que apresentam teores muito baixo de

elementos terras raras, relativamente menores do que o padrão condrítico Henderson (1984),

como normalmente apresentado pelas sequências ofiolíticas

A idade modelo obtida por datações Sm/Nd por Rizzotto et al. (2010) para metagabros

do Complexo Máfico-Ultramáfico Trincheira foi 1,57 (Ga) e através da datação de U-Pb em

zircões de metagabro dessa mesma unidade, Rizzotto (2012), obtiveram a idade U/PB

(SHRIMP) de 1344 ± 8 (Ma) interpretado como a idade de cristalização desse magma.

45

Para as rochas encontradas nos limites das Fazendas Maringa e Imaculada as idades

modelo Sm/Nd obtida neste trabalho foram de 1,24 e 1,27 Ga para metagabros, sendo estas,

um pouco mais jovens do que as obtidas por Rizzotto et. al. (2010). Acredita-se que a idade

de cristalização para os metagabros que afloram próximas às fazendas Maringá e Imaculada

sejam um pouco mais jovens do que as rochas mapeadas por Rizzotto et al. (2010), em razão

de diferença existente entre os valores encontrados por esses autores e os dados apresentados

neste trabalho. o magma tinha a mesma composição isotopica em relação a sua fonte. Já os

anfibolitos apresentam valores similares aos obtidos anteriormente pela mesma idade modelo

obtida por Rizzotto et al. (2010), corroborando com os dados obtidos por esses autores.

AGRADECIMENTOS

Os autores gostariam de prestar seus agradecimentos à PROCAD/UFMT, Programa de

Pós- Graduação Geociências PPGEC–UFMT, à CAPES pela bolsa de mestrado da primeiro

autor e ao GEOCIAM, pelo suporte e apoio financeiro para realização desde trabalho.

REFERÊNCIAS

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48

CAPÍTULO III

CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES

Os diques e plugs de rochas gabricas e piroxeníticas que afloram nos limites das

fazendas Maringá e Imaculada, apresentam evidencias petrográficas, geoquímicas e

geocronológicas que confirmam serem parte integrante do Complexo Máfico Ultramáfico

Trincheira. Petrograficamente são representados por rochas gabricas faneríticas de granulação

de média a grossa, apresentando texturas inequigranulares, cumuláticas e sub-ofíticas,

metamorfizadas na Fácies Xistos Verdes, sendo os principais minerais constituintes dos

metagabros: hornblenda, diopsídio e subordinadamente o plagioclásio. Quartzo, apatita,

titanita e epidoto apresentam-se como minerais acessórios.

O teor de SiO2 de gabros e serpentinitos variam entre 52,12 % a 44,91% e 45,57% e

53,57% , reaspectivamente e o número de magnésio, tomado como indice de diferenciação

varia entre 0,19 e 0,41 sugerindo valores indicativos de magmas basálticos evoluídos. Tratam-

se litotipos com afinidade toleiítica, natureza sub-alcalina, gerados possivelmente em

ambiente de cordilheira meso-oceânica (MORB).

As concentrações de ETR mostram-se relativamente mais enriquecidas em ETR leves

do que os ETR pesados, porém, sem o padrão em V, definido pelo empobrecimento de ETR

intermediárias, característico dos peridotitos ofiolíticos que apresentam teores muito baixo de

elementos terras raras, relativamente menores do que o padrão condrítico Henderson (1984),

como normalmente apresentado pelas sequências ofiolíticas

A idade modelo obtida por datações Sm/Nd por Rizzotto et al. (2010) para metagabros

do Complexo Máfico-Ultramáfico Trincheira foi 1,57 (Ga) e através da datação de 207

Pb/235

U

em zircões de Hornblenda Gabro dessa mesma unidade, Rizzoto et al. (2012), obtiveram a

idade U/PB (Shrimp) de 1347 ± 8 (Ma) interpretado como a idade de cristalização desse

magma.

Para as rochas encontradas nos limites das Fazendas Maringa e Imaculada as idades

modelo Sm/Nd obtida neste trabalho foram de 1,27 e 1,28 Ga para gabros, sendo estas, um

pouco mais jovens do que as obtidas por Rizzotto et. al. (2010). Acredita-se que a idade de

cristalização para os gabros que afloram próximas às fazendas Maringá e Imaculada sejam um

pouco mais jovens do que as rochas mapeadas por Rizzotto et al. (2010), em razão de

diferença existente entre os valores encontrados por esses autores e os dados apresentados

neste trabalho. o magma tinha a mesma composição isotópica em relação a sua fonte. Já o

piroxenito apresenta valores similares aos obtidos anteriormente pela mesma idade modelo

obtida por Rizzotto et al. (2010), corroborando com os dados obtidos por esses autores.

49

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52

Anexo I

Mapa de localização de afloramentos. Os pontos foram corroborados com pontos de Azevedo & Costa (2011).

53

Anexo II

Mapa geológico proposto para área de estudo

54

Anexo III

TABELA DE PONTOS DE AFLORAMENTOS DESCRITOS

Pontos

Latitude

UTM

Longitude

UTM

Litologia

Unidade Geológica

R0- 01 8512247.00 m S 809664.00 m E Gnaisse CRG

Ro-02 8514205.00 m S 804858.00 m E Xisto alterado CRG

Ro-03 8513656.00 m S 804195.00 m E Gabro CMUT

Ro-04 8513425.00 m S 803362.00 m E Granodiorito GRP

Ro-05 8513657.00 m S 803356.00 m E Gabro CMUT

Ro-06

8513983.00 m S 803079.00 m E

Anfibolito CRG

Ro-07 8514098.00 m S 802621.00 m E Granodiorito/ Tonalito GRP

Ro-08 8514235.00 m S 801866.00 m E Granodiorito/ Tonalito GRP

Ro-09 8514158.00 m S 800006.00 m E Piroxenito CMUT

Ro-10 8513867.00 m S 797097.00 m E Monzogranito GRP

Ro-11 8514058.00 m S 796953.00 m E Xistos CRG

Ro-12 8514380.00 m S 796616.00 m E Gabro CMUT

Ro-13 8514439.00 m S 796450.00 m E Gabro CMUT

Ro-14 8514239.00 m S 796811.00 m E Plug Piroxenito CMUT

Ro-15 8514218.00 m S 792939.00 m E Aluviões Aluviões Terciárias

Ro-16 8514070.00 m S 794884.00 m E Aluviões Aluviões Terciárias

Ro-17 8514235.00 m S 795039.00 m E Aluviões Pantanosos Aluviões Terciárias

Ro-18 8513482.00 m S

795366.00 m E

Conglomerados e

fragmentos

Formação Córrego

Preto

Ro-19 8513353.00 m S

796309.00 m E

Conglomerados e

fragmentos

Formação Córrego

Preto

Ro-20

8513381.00 m S

796536.00 m E

Conglomerados e

fragmentos

Formação Córrego

Preto

55

TABELA DE PONTOS DE AFLORAMENTOS DESCRITOS

Pontos

Latitude

UTM

Longitude

UTM

Litologia

Unidade

Geológica

Ro-21

8515956.00 m S

796041.00 m E

Granodiorito em Zona

Cisalhamento, totalmente

alterado

GRP

Ro-22

8516117.00 m S

796048.00 m E

Granodiorito em Zona

Cisalhamento, totalmente

alterado

GRP

Ro-23 8516653.00 m S 795593.00 m E Granodiorito/Tonalito GRP

Ro-24 8516534.00 m S 795679.00 m E Xisto CRG

Ro-25 8516508.00 m S 795731.00 m E Anfibolitos/ Xisto CRG

Ro-26 8513338.00 m S 798165.00 m E Gabro CMUT

Ro-28 8512697.00 m S 799044.00 m E Gnaisses CRG

Ro-29 8512500.00 m S 799462.00 m E Gabro CMUT

Ro-30 8512544.00 m S 800365.00 m E Gnaisse CRG

Ro-31 8512602.00 m S 801315.00 m E Gnaisse CRG

Ro-32 8509932.00 m S 800111.00 m E Metachert CRG

Ro-33 8509651.00 m S 799936.00 m E Sienogranito GRP

Ro-34 8508084.00 m S 800503.00 m E Sienogranito GRP

Ro-35 8507387.00 m S 800612.00 m E Granodiorito GRP

Ro-36

8513436.00 m S 798088.00 m E

Gabro com Xenólito de

anfibolito

CMUT

Ro-37 8513695.00 m S 797745.00 m E Gabro CMUT

56

TABELA DE PONTOS DE AFLORAMENTOS DESCRITOS

Pontos

Latitude

UTM

Longitude

UTM

Litologia

Unidade Geológica

Ro-38 8517249.00 m S 795498.00 m E Anfibolito CRG

Ro-39 8517808.00 m S 795604.00 m E Granodiorito GRP

Ro-40 8518223.00 m S 795665.00 m E Tonalito GRP

Ro-41 8519024.00 m S 795329.00 m E Anfibolito CRG

Ro-42 8514448.00 m S 798002.00 m E Anfibolito CRG

Ro-43 8514566.00 m S 797828.00 m E Gnaisse CRG

Ro-44 8514692.00 m S 797965.00 m E Gnaisse CRG

Ro-45 8510542.00 m S 797784.00 m E Aluviões Aluviões

Ro-46 8511098.00 m S 797390.00 m E Aluviões Aluviões

Ro-47 8511486.00 m S 797100.00 m E Aluviões Aluviões

Ro-48 8511955.00 m S 796778.00 m E Gnaisse Cálciosilicatados

CRG

Ro-49 8512551.00 m S 796310.00 m E Gnaisse Cálciosilicatados

CRG

Ro-50 8510318.00 m S 799914.00 m E Granodiorito/Tonalito GRP

Ro-51 8510528.31 m S 799580.17 m E Granodiorito/Tonalito GRP

Ro-52 8510592.00 m S 799657.00 m E Tonalito GRP

Ro-53 8511043.00 m S 799594.00 m E Tonalito GRP

57

TABELA DE PONTOS DE AFLORAMENTOS DESCRITOS

Pontos

Latitude

UTM

Longitude

UTM

Litologia

Unidade Geológica

Ro-54 8511510.00 m S 799561.00 m E Granodiorito/Tonalito GRP

Ro-55 8511727.00 m S 799406.00 m E Granodiorito/Tonalito GRP

Ro-56 8512630.00 m S 799249.00 m E Granodiorito/Tonalito GRP

Ro-57 8513090.00 m S 799253.00 m E Granodiorito/Tonalito GRP

Ro-58 8513188.00 m S 798889.00 m E Gnaisse CRG

Ro-59 8513627.00 m S 798837.00 m E Ganisse CRG

Ro-60 8513526.00 m S 798394.00 m E Anfibolito CRG

Ro-61 8513589.00 m S 798145.00 m E Gnaisse Calcilicatado CRG

Ro-62 8513683.00 m S 798470.00 m E Gabro/anfibolito CRG

Ro-63 8513750.00 m S 798371.00 m E Anfibolito CRG

Ro-64 8513852.00 m S 798296.00 m E Gabro CMUT

Ro-65 8513759.00 m S 797848.00 m E Gabro CMUT

Ro-66 8513715.00 m S 797301.00 m E Aluviões Aluviões

Ro-67 8513936.00 m S 797075.00 m E Granodiorito GRP

Ro-68 8514075.00 m S 796954.00 m E Sienogranito GRP

Ro-69 8514231.00 m S 796809.00 m E Granodiorito alterado

cisalhado

GPR

58

TABELA DE PONTOS DE AFLORAMENTOS DESCRITOS

Pontos

Latitude

UTM

Longitude

UTM

Litologia

Unidade Geológica

Ro-70 8514471.00 m S 796527.00 m E Gabro CMUT

Ro-71 8514560.00 m S 796412.00 m E Gabro CMUT

Ro-72 8516603.00 m S 794995.00 m E Granodiorito GRP

Ro-73 8517593.00 m S 795290.00 m E Granodiorito GRP

Ro-74 8518650.00 m S 795625.00 m E Granodiorito GRP

Ro-75 8519994.00 m S 793913.00 m E Xisto CRG

Ro-76 8509503.00 m S 798315.79 m E Conglomerado FCP

Ro-77 8510346.89 m S 798812.83 m E Aluvião Aluviões

Ro-78 8510587.51 m S 798899.59 m E Granodiorito GRP

Ro-79 8511137.77 m S 800007.36 m E Granodiorito GRP

Ro-80 8511156.22 m S 799943.33 m E Granodiorito GPR