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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Psicologia
Cleonice Neves Moura
Isadora Markies
Marli Ramos da Silva Loureiro
QUALIDADE DE VIDA DOS PROFESSORES DO
ENSINO FUNDAMENTAL
LINS – SP
2016
CLEONICE NEVES MOURA
ISADORA MARKIES
MARLI RAMOS DA SILVA LOUREIRO
QUALIDADE DE VIDA DOS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Psicologia, sob a orientação da Prof.ª Ma. Gislaine Lima da Silva e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni.
LINS – SP
2016
CLEONICE NEVES MOURA
ISADORA MARKIES
MARLI RAMOS DA SILVA LOUREIRO
QUALIDADE DE VIDA DOS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Psicologia.
Aprovada em:_____/_____/_____
Banca Examinadora:
Prof.ª Orientadora: Gislaine Lima da Silva
Titulação: Mestre em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem –
UNESP – Bauru – SP
Assinatura: ____________________________________
1º Prof(a): _______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ____________________________________
2º Prof(a): _______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: _____________________________________
AGRADECIMENTOS
Agradeço,
A Deus pela vida, pela fé que me foi fundamental nos momentos mais
difíceis que passei. Agradeço as pessoas que me ajudaram nessa trajetória de
apoio e carinho. Em especial ao meu esposo Osvaldo Moura (in memória), que
desprendia seu tempo para de alguma maneira ou outra me apoiar nos
momentos que mais precisei, e todo carinho, amizade e força que me passou,
sendo interrompido em razão do seu falecimento, não alcançando a etapa final
de conclusão de curso. Agradeço também meus familiares e os meus filhos
Osvaldo Junior, Patrícia Ellen e Evandro Paulo, que me incentivaram em todos
os momentos com amor e dedicação rumo a esta nova etapa de minha vida.
Agradeço as Prof.ª Ma. Gislaine Lima da Silva, nossa orientadora e a
Prof.ª Ma. Jovira Maria Sarraceni, orientadora técnica, sempre acessível e
atenciosa, com clareza e didática, sempre presentes em seus valiosos
ensinamentos.
Agradeço a esta Universidade “Unisalesiano de Lins”, os coordenadores
e funcionários, que ofereceram condições acadêmicas e materiais para a
conclusão do curso e a todos os professores por me proporcionar o
conhecimento, mas também a manifestação do caráter e afetividade da
formação profissional e aos quais terão os meus eternos agradecimentos.
Agradeço aos meus colegas de classes, aos que passaram aos que
ficaram, e especialmente as minhas colegas de estudo Isadora Markies e Marly
Ramos da Silva Loureiro, que comigo caminharam com carinho, apoio e
dedicação de forma incisiva para o desenvolvimento e a realização deste
trabalho.
Enfim agradeço a todos aqueles que fazem parte da minha história.
Com Carinho,
Cleonice Neves Moura.
Agradeço,
Em primeiro lugar a Deus, por ter me dado o dom da vida, pela proteção
que me concedeu durante todos esses anos, pela saúde, fé, persistência, e
amor que me acompanham sempre, e principalmente nessa caminhada
acadêmica que sem a ajuda divina não teria sido possível concluir.
Aos meus pais Sidnéia e Norberto e minha irmã Natalia, pela criação,
educação, amor incondicional, carinho, apoio, paciência e todo ensinamento
que me deram durante essa minha caminhada, porque além de tudo vocês são
minha base, meu chão e minha fonte de energia para todas as situações. Sou
eternamente grata por tudo que fizeram e fazem por mim. Amo imensamente
vocês!
Aos meus tios (a) e padrinhos: Silvana Markies Zani e Paulo Cezar Zani,
toda minha família e amigos que me acompanharam de perto durante essa
minha jornada agradeço por serem quem são na minha vida, meus mais lindos
exemplos, que me deram forças e incentivo nos momentos difíceis, pessoas
sensacionais das quais a vida me presenteou em poder conviver, aprender e
confiar, por saber que tenho vocês ao meu lado e que também são os grandes
responsáveis por realizarem esse meu sonho. Obrigada por me darem tanto
amor, carinho, apoio e paciência. Amo demais vocês.
A orientadora desse trabalho Gislaine da Silva Lima, agradeço pelo
comprometimento, confiança e atenção que foi dada durante toda a realização
dessa pesquisa.
Agradeço a professora Jovira Maria Sarraceni, pelos ensinamentos,
dedicação, e auxilio que foram fundamentais para a elaboração desse trabalho.
Aos mestres que participaram de forma competente para nossa
formação durante esses 5 anos de faculdade, onde cada um sabiamente
transmitiu um pouco dos seus conhecimentos para que fosse possível formar
profissionais comprometidos, qualificados e acima de tudo éticos.
As minhas amigas e companheiras de faculdade Cleonice e Marli,
agradeço pelo comprometimento, confiança, amizade, e paciência que tiveram
durante toda a elaboração desse trabalho, que foi árduo, cansativo e acima de
tudo gratificante.
Com Carinho,
Isadora Markies.
Agradeço,
Primeiramente a Deus, pela força e coragem durante esta longa
jornada, por me conceder paciência diante cada dificuldade encontrada, por me
guiar e proporcionar sabedoria para concluir esse trabalho.
Aos meus pais, Fortunato Ramos da Silva e Maria Pacheco da Silva,
pelo apoio, amor e paciência no qual tiveram comigo e com a minha filha, por
me acolher e conceder ao longo desse percurso, não mediram esforços para
que chegasse até essa etapa da minha vida. A presença de vocês significou
segurança e certeza que não estou sozinha nessa caminhada.
E o que dizer a você Sara Tiemilly da Silva Loureiro? Minha filha
amada, obrigada pela paciência, pelo incentivo, pelo apoio e principalmente
pelo carinho. Valeu a pena a distância que passamos nesse período de cinco
anos, todo sofrimento, todas as renúncias. Hoje estamos colhendo,juntas os
frutos do nosso empenho, esta vitória é conjunta minha filhota.
Aos meus irmãos e amigos, pessoas com quem amo partilhar a vida,
que de forma especial me deu força e coragem, me incentivaram nos
momentos de dificuldades, permaneceram sempre presentes ao meu lado.
Agradeço a minha professora orientadora Gislaine da Silva Lima,
pela competência, dedicação e atenção, ajudando e contribuindo para a
concretização deste trabalho.
A professora Jovira Maria Sarraceni, pela paciência na orientação,
pelos ensinamentos que tornaram possível a conclusão desta monografia.
Agradeço ao grande professor mestre Oscar Xavier de Aguiar, uma
pessoa admirável, gostaria de demonstrar o meu carinho e gratidão pelos
ensinamentos adquiridos ao longo deste tempo. Aos mestres que neste
período de cinco anos compartilharam conhecimentos e direcionamentos para
minha formação acadêmica. Agradeço a cada um pelo incentivo, dedicação,
atenção e apoio, pois vocês foram fundamentais durante essa trajetória.
Agradeço também as minhas grandes amigas e companheiras
Cleonice e Isadora, não poderia esquecer-se de vocês, pois foram cinco anos
de convivência, compartilhamos grandes momentos juntas, além de amigas
tornaram-se pessoas especiais que levarei para o resto da vida.
Com carinho,
Marli Ramos da Silva Loureiro.
RESUMO
A presente pesquisa discute sobre a qualidade de vida dos professores do ensino fundamental ciclo-I de uma escola da rede estadual de ensino do município de Lins-SP, onde foi realizada uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa e qualitativa com 13 professores. Tendo como objetivo:avaliar as condições da qualidade de vida dos professores do ensino fundamental. Deste modo, ressalta-se a relevância de discutir sobre a qualidade de vida do professor em razão da sua jornada de trabalho que acaba sobrecarregando o profissional em seu cotidiano. Como instrumentos, utilizou-se: entrevista semiestruturada e o questionário abreviado da qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-bref). Os resultados apontaram que dos treze professores entrevistados todos eram do sexo feminino, com idades variadas entre 31 e 62 anos, possuem grau de escolaridade superior completo com formação acadêmica em Pedagogia. Dessa forma, os dados obtidos da pesquisa verificou-se que não houve interferência na qualidade de vida nas atividades profissionais dos professores, uma vez que atingiram o nível intermediário nos domínios físico, psicológico, social e ambiental, estando entre o nível intermediário e satisfatório, correspondente ao escore entre 25 e 75. Bem como na auto avaliação da qualidade de vida que atingiu um total de 72,12 mesmo que os professores apresentaram nível baixo na faceta de recreação e lazer. Palavras – chaves: Professor. Ensino Fundamental. Qualidade de Vida.
ABSTRACT
This research discusses the quality of life of elementary school teacherscyclo-I of a state school education in the city of Lins-SP, where descriptive research was conducted with quantitative and qualitative approach with 13 teachers. With the objective: to evaluate the conditions of the quality of life of elementary school teachers. Thus, it emphasizes the importance of discussing the quality of life of teachers because of their workday that ends up overloading the professional in their daily lives. The instruments were used: semi-structured interviews and the short questionnaire quality of life of the World Health Organization (WHOQOL-BREF). The results showed that the thirteen teachers interviewed all were female, with varying ages between 31 and 62, have degree of complete higher education with academic training in pedagogy. Thus, the data obtained from the research it was found that there was no interference in the quality of life in the professional activities of teachers, once they reached the intermediate level in the physical, psychological, social and environmental fields, with between intermediate and satisfactory level, corresponding to score between 25 and 75. as well as the self-assessment of quality of life that reached a total of 72.12 even though the teachers had low level in the aspect of recreation and leisure.
Keywords: Teacher. Elementary Education. Quality of Life.
LISTA DE QUADRO
Quadro 1 - Domínios e facetas do instrumento de avaliação de qualidade de
vida da OMS – WHOQOL - bref........................................................................38
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Dado de tempo de serviço dos professores na educação................40
Figura 2 – Classificação da Qualidade de Vida.................................................42
Figura 3 – Classificação da Qualidade de Vida dos domínios do WHOQOL –
bref.....................................................................................................................43
Figura 4 – Classificação da Qualidade de Vida das facetas dos domínios do
WHOQOL – bref ...............................................................................................46
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
OMS: Organização Mundial da Saúde
QV: Qualidade de Vida
WHOQOL: World Health Organization Quality of Life
APEOESP: Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São
Paulo
TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
U.E: Unidade Escolar
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12
CAPITULO I – QUALIDADE DE VIDA ............................................................. 14
1 ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS ........................................ 14
2 FATORES QUE INCLUENCIAM NA QUALIDADE DE VIDA NO
TRABALHO ...................................................................................................... 17
3 QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE NO TRABALHO ............................... 20
CAPITULO II – QUALIDADE DE VIDA E A SAÚDE DO PROFESSOR .......... 24
1 JORNADA DE TRABALHO DOS PROFESSORES .............................. 24
2 CAUSAS DO AFASTAMENTO DOS PROFESSORES ......................... 25
3 CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA PARA A QUALIDADE DE VIDA DO
PROFESSOR ................................................................................................... 27
4 A SÍNDROME DE BURNOUT NO EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA ........... 27
5 DESAFIOS ENFRENTADOS PELO PROFESSOR ............................... 29
6 O PAPEL DO PROFESSOR NA PRÁTICA PEDAGÓGICA .................. 31
CAPITULO III - METODOLOGIA ..................................................................... 33
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 33
2 PESQUISA ............................................................................................. 33
3 LOCAL DO ESTUDO ............................................................................. 35
4 POPULAÇÃO DO ESTUDO ................................................................... 35
5 PROCEDIMENTO DA COLETA DE DADOS ......................................... 35
6 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .................. 36
CAPITULO IV – ANALISE DOS DADOS ...................................................... 37
1 QUESTIONÁRIO SEMIESTRUTURADO ............................................... 38
2 QUESTIONÁRIO ABREVIADO DE QUALIDADE DE VIDA DA
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE – WHOQOL-BREF .......................... 38
3 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISES DOS DADOS ........................... 39
4 ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO SEMIESTRUTURADO ........................ 40
5 ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA .................................................... 41
6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................... 42
7 PARECER FINAL ................................................................................... 46
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO .................................................................. 47
CONCLUSÃO ................................................................................................ 48
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 49
APÊNDICES .................................................................................................. 54
ANEXOS........................................................................................................ 60
12
INTRODUÇÃO
O presente trabalho terá como base a importância da Qualidade de
Vida dos Professores no âmbito escolar vistas à análise, bem como adequá-
lo as necessidades individuais e coletivas, por estar ligado aos fatores como
a motivação, a satisfação, o bem estar social, psicológico, físico e com
produtividade no trabalho.
O trabalho está dividido em 03 capítulos: no primeiro capítulo
abordaremos a qualidade de vida, os aspectos históricos e conceituais, os
fatores que influenciam na qualidade de vida e saúde dos professores do
ensino fundamental trazendo a história e a necessidade de adequação de
vida no mundo moderno.
Procurou-se discorrer sobre o tema, de modo a procurar a adequação
da qualidade de vida dos professores, assegurando os princípios, garantindo
a efetiva proteção da saúde. A necessidade de mudança na medida de
contribuir para que tenham uma qualidade de vida moderna e com base nos
princípios e garantias fundamentais.
A análise do tema terá como suporte, um paralelo das concepções
entre os autores, na busca de estabelecer pontos harmoniosos. Assim,
procurou-se apresentar o embasamento teórico, contribuindo para a
discussão da temática.
No segundo capítulo trata-se da qualidade de vida e a saúde dos
professores, sua efetiva proteção na jornada de trabalho detectando as
causas do afastamento dos mesmos e como a psicologia pode contribuir
com a qualidade de vida dos professores no sentido da intervenção
psicológica para a promoção da qualidade de vida que está direcionada a
mudança de estilo de vida em geral. (RIBEIRO, 1994a, apud RIBEIRO,
1994). Abordaremos também sobre a síndrome de burnout no exercício da
docência, os desafios enfrentados pelo professor e o papel do professor na
prática pedagógica.
A metodologia adotada é apresentada no terceiro capítulo onde foi
realizada a pesquisa descritiva, com ênfase quantitativa e qualitativa sobre a
qualidade de vida dos professores do ensino fundamental- ciclo I, a fim de
13
averiguar a pergunta problema: até que ponto a qualidade de vida interferi
nas atividades profissionais dos professores?
O objetivo geral do trabalho é avaliar as condições da qualidade de
vida dos professores do ensino fundamental, e os objetivos específicos são:
conhecer o perfil sócio demográfico dos professores do ensino fundamental;
identificar como está a qualidade de vida dos professores do ensino
fundamental através do questionário WHOQOL-bref; investigar por meio da
coleta de dados do questionário sobre as condições de saúde dos
professores e analisar a interferência da qualidade de vida nas atividades
profissionais dos professores.
Para a investigação decidiu-se trabalhar com treze professores do
ensino fundamental ciclo-I da rede estadual de ensino do município de Lins-
SP, que estavam ativos na docência em sala de aula. Utilizaram-se os
instrumentos de questionário semiestruturado e o questionário abreviado de
qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-bref) como
elementos fundamentais para a realização do estudo. Com o objetivo de
avaliar a qualidade de vida dos professores.
Perante todo material pesquisado, as informações foram analisadas
conforme o manual de instruções do questionário WHOQOL-bref. Dessa
forma, procurou-se constatar a hipótese de que a qualidade de vida dos
professores não interferiu em suas atividades profissionais, pois os mesmos
apresentam uma qualidade de vida satisfatória no exercício da sua docência.
14
CAPÍTULO I
QUALIDADE DE VIDA
1 ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS
Historicamente, a produção do fogo no período neolítico foi um grande
avanço na qualidade de vida para a raça humana. (MOREIRA, [s.d.]).
Bodstein (1997 apud MOREIRA [s.d.]), na Grécia antiga a participação
do indivíduo na vida pública era uma condição de bem-estar essencial para a
qualidade de vida.
No decorrer da história é notável o vínculo do homem com o trabalho,
sendo no crescimento da economia, nos conflitos ou mesmo na vida privada. O
homem adequa seu profissionalismo e pessoal com a sobrevivência e bem
estar de si próprio e do outro. (MARTINS, 2011).
A sociedade do ponto de vista histórico pode apresentar diferentes formas
de valores e padrões de qualidade de vida de acordo com a sua evolução
social, econômica, e tecnológica. O aspecto cultural é o que determina no
indivíduo a sua busca pela qualidade de vida. E os padrões relacionados às
diferenças de uma classe social é que direcionam as condições de bem estar.
(MINAYO et al. apud GONÇALVES; VILARTA, 2004).
A qualidade de vida está ligada ao bem estar pessoal, como vive no seu
cotidiano, tais como: “saúde; educação; transporte, moradia, trabalho, e
determinam como vive o mundo”. (GONÇALVES; VILARTA, 2004, p.03).
BALLESTEROS (1996) considera que, embora Qualidade de Vida seja considerada por diversos autores como um concerto abstrato, difícil de operacionalizar, ela equivale a “bem-estar” no domínio social; a “status de saúde”, no domínio da Medicina; a nível de satisfação, no domínio psicológico. (SAMPAIO; GOULART, 1999, p.23).
Com a publicação de alguns trabalhos cresce o interesse pelo tema de
Qualidade de Vida, que muito tem contribuído para o avanço das pesquisas
históricas no Brasil e no exterior. (SEIDL; ZANNON, 2004).
15
Sen&Nussbaum (apud QUEIROZ, 2004), quanto maior as condições de
vida relacionadas aos direitos e oportunidades de não passar por privações
como: subnutrição, analfabetismo e falta de moradia, a perspectiva para o
desenvolvimento do ser humano serão melhores. Nesse contexto a Qualidade
de Vida de um povo é envolvida pela história, cultura, bem como, pelas
condições sociais e econômicas para garantir as suas necessidades básicas.
Conforme França (1997)
Qualidade de vida no trabalho é o conjunto das ações de uma empresa que envolvem a implantação de melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho. A construção da qualidade de vida no trabalho ocorre a partir do momento em que se olha a empresa e as pessoas como um todo, o que chamamos de enfoque biopsicossocial. O posicionamento biopsicossocial representa o fator diferencial para a realização de diagnósticos, campanhas, criação de serviços e implantação de projetos voltados para a preservação e desenvolvimento das pessoas, durante o trabalho na empresa. (apud VASCONCELOS, p.25, 2001).
Pereira (apud Queiroz, 2004), afirma que cabe ao Estado, a promoção do
bem comum, da moral e da ética, e através das políticas públicas, que ligadas
à cidadania, liberdade, igualdade, esta o controle do Estado, juntamente o
direito das necessidades básicas que são: emprego, saúde, educação,
habitação, entre outros.
No início da década de 90 houve um consenso entre os estudiosos sobre
o conceito de Qualidade de Vida como: a subjetividade e a
multidimensionalidade, sendo a subjetividade, a percepção e avaliação da
Qualidade de Vida pela própria pessoa e não por um profissional da saúde.
Quanto ao conceito de multidimensionalidade é composto por diferentes
dimensões, sendo objeto de pesquisa, com métodos quantitativos e
qualitativos. (SEIDL; ZANNON, 2004).
A compreensão de Qualidade de vida está inserida em diversos
ambientes e setores do nosso cotidiano. Ao se falar em Qualidade de vida
pensa-se em algo agradável que requer esforços do indivíduo, sem muita
clareza conceitual. Atualmente é idealizada e expressada em tudo que envolve
16
a vida do ser humano. (BARBOSA, 1998 apud ALMEIDA; GUTIERREZ;
MARQUES, 2012).
A Qualidade de vida em diversas situações é considerada um jargão útil,
mas muitas vezes é visto como anúncios falsos. Eventualmente isto acontece
por não ter uma boa compreensão sobre a definição, e a sua utilização com os
meios de comunicação, faz com que os produtos sejam úteis através da
manipulação pública. (ALMEIDA; GUTIERREZ; MARQUES, 2012).
Adotar uma vida saudável nos dias atuais compreende uma condição
apoiada na saúde e vida dos indivíduos. Contudo a não ocorrência pode surgir
mesmo por opção da pessoa, mas por falta de condições financeiras.
(ALMEIDA; GUTIERREZ; MARQUES, 2012).
A sociedade contemporânea define e cria padrões de vida a serem seguidos, seja de forma consciente ou inconsciente. Isso se dá através de processos de renovação e transmissão cultural que se incorporam na percepção e expectativa dos sujeitos perante a própria vida. Além disso, a preocupação com a qualidade de vida é uma questão que não diz respeito somente ao ser individual, mas sim a sociedade como um todo, pois remete a condições de sobrevivência e de conforto de todos os sujeitos. Por isso, é uma questão social que engloba ações de diferentes esferas, desde o Estado até a adoção de práticas saudáveis pelo indivíduo. Porém, o direcionamento dado à utilização desse conceito ocorre de acordo com interesses específicos, carregados de significados e intenções. (ALMEIDA; GUTIERREZ; MARQUES, p.36, 2012).
Para a obtenção de uma qualidade de vida satisfatória é necessário que
as pessoas adéqua-as suas necessidades básicas. Partindo da capacidade de
cada um e das oportunidades de ação na sociedade. Uma boa ou má
impressão referente à vida está relacionada à qualidade do local onde o
indivíduo está inserido, a proposta de realização e de prazer das necessidades
estipulada pela sociedade, onde a pessoa requer ou não para sua vida.
(ALMEIDA; GUTIERREZ; MARQUES, 2012).
2 FATORES QUE INFLUENCIAM NA QUALIDADE DE VIDA NO
TRABALHO
17
O trabalho na antiguidade era visto como castigo e escravidão. As
mudanças nas relações de trabalho iniciaram a partir das revoluções e do
capitalismo. A maioria das famílias no campo através do trabalho tirava seu
sustento para as suas necessidades. Com a migração do homem para a cidade
e o surgimento das indústrias houve um novo direcionamento para o trabalho,
gerando conflitos com vantagens e desvantagens para o trabalhador. (XAVIER,
2008).
O status socioeconômico dos adultos é ter um emprego
consequentemente uma renda para o sustento econômico e uma ocupação
como reconhecimento da socialização para seu crescimento pessoal. O
trabalho organizacional garante as pessoas à participação nas redes sociais a
desenvolver aptidões e receber apoio de colegas para a auto-experiência
positiva no trabalho, através de auto-eficácia e autoestima. (ROSSI;
PERREWÉ; MEURS, 2011).
No trabalho o profissional depara-se com inúmeras situações. Os
problemas aparecem a todo instante solicitando atendimento imediato, diante
disso o indivíduo deverá estar capacitado para assegurar-se no trabalho uma
postura estável e adequada. (MARTINS, 2011).
É essencial que a jornada de trabalho haja conciliação com o trabalho
executado; e a carga horária exercida no trabalho não ocasione doenças
físicas ou mentais; que o local de trabalho tenha segurança e outros fatores
proporcionando o bem estar do empregado. (MARTINS, 2011).
As doenças e os riscos ocorrem em todo setor empresarial não havendo
um limite entre as categorias profissionais, muitas vezes onde os trabalhadores
são submetidos a longas jornadas de trabalho sendo prejudiciais à saúde.
(SATO apud GONÇALVES; VILARTA, 2004).
O termo estressor é um desafio a uma pessoa em sua limitação na
capacidade de enfrentamento no trabalho e no emprego, sua manifestação não
pode ser evitada, mas implica na situação organizacional do trabalho e também
na capacidade e recursos das pessoas trabalhadoras. (ROSSI; PERREWÉ;
MEURS, 2011).
O estresse psíquico sendo um elemento subjetivo e vago torna-se uma
discussão pouca clara em relação à lesão por movimentos repetitivos e outros
sintomas de dores que são de fácil resolução, devido ao avanço tecnológico.
18
No estresse psíquico não há um fator desencadeador e nem resolução do
problema e de como evitá-lo. (ALMEIDA; GUTIERREZ; MARQUES, 2012).
O estresse ocorre em duas maneiras: uma refere-se à adaptação do
indivíduo a um estímulo de ordem emocional e contínua, havendo um
esgotamento por não adaptar-se a situação que se encontra, a outra é quando
o indivíduo não tem condições emocionais para suportar a situação em que é
colocado. (ALMEIDA; GUTIERREZ; MARQUES, 2012).
Nos países industrializados os problemas de saúde está relacionado ao
envelhecimento, que antes a faixa etária dos trabalhadores era de 20 a 40 anos
de idade e hoje está acima de 45 anos. (SMOLANDER apud GONÇALVES;
VILARTA, 2004).
Considerando outras influências de caráter antropológico e sociológico
não só do envelhecimento, a qualidade de vida no ambiente de trabalho é
influenciada pelo gênero, sendo mais os homens do que as mulheres.
(MERRIT, CASPERSEN apud GONÇALVES; VILARTA, 2004). Em países
subdesenvolvidos as mulheres são as mais desfavorecidas do que os homens.
O trabalhador quando casado em razão da família, do convívio social, religioso,
destina pouco tempo ao lazer ativo. (O’DONNELL apud GONÇALVES;
VILARTA, 2004).
Alguns aspectos socioculturais que pode interferir na qualidade de vida
dos empregados e reduzir o tempo para o lazer, tais como: “localização e
condições de conforto residencial, acesso a transporte eficiente, autonomia
para controlar os horários da jornada de trabalho, entre outros”. (SCHMITC et
al, apud GONÇALVES; VILARTA, 2004).
A qualidade de vida no trabalho está relacionada com aspectos físicos,
ambientais e psicológicos do local onde o trabalhador está inserido. Sua
medição para atingir boa qualidade se faz através da satisfação, motivação,
saúde e bem-estar das pessoas. (XAVIER, 2008).
França & Rodrigues (2002), a qualidade de vida no trabalho inclui garantia de saúde e segurança física, mental e social, capacitação para realizar tarefas com bom uso da energia pessoal, é uma compreensão abrangente e comprometida nas condições no trabalho. (XAVIER, 2008, p.25).
19
A organização não deve restringir-se somente do fator satisfação das
necessidades dos seus empregados, em razão da insatisfação dos que não
conseguem atuar no mesmo nível de igualdade aos demais. (XAVIER, 2008).
No sentido da melhoria da qualidade de vida no trabalho muitas empresas
estão investindo na implantação de programas de bem-estar social para os
funcionários, com observância nos modelos já existentes. Embora o programa
ainda se depare com muitos desafios, necessário se faz a colaboração de
todos os envolvidos, sendo a cultura e a mentalidade papel importante na
formação do programa. (CAVASSANI; CAVASSANI; BIAZIN, 2006).
Para Silva e De Marchi (1997 apud CAVASSANI; CAVASSANI; BIAZIN,
2006), dos muitos desafios, dois são essenciais: o primeiro está relacionado
com a força de trabalho saudável, e o segundo na capacidade da empresa
atender a demanda dos seus funcionários uma melhor qualidade de vida. Os
objetivos e eficácia devem estar compatíveis com a política da qualidade de
vida de seus funcionários. (CAVASSANI; CAVASSANI; BIAZIN, 2006).
Segundo Levering (1986 apud CAVASSANI; CAVASSANI; BIAZIN, 2006),
um bom local de trabalho proporciona às pessoas, além do trabalho a
participação em outros compromissos pessoais. A qualidade de vida no
trabalho é mais que a redução de custo, é a possibilidade de um bom
relacionamento do individuo com a organização, na contribuição dos benefícios
e anseios entre ambos.
De acordo com Miranda (2009) (apud Carvalho, 2013), nas organizações
os sistemas motivacionais são compreendidos como incentivos ou
recompensas dada ao trabalhador para atingir um objetivo no trabalho,
incentivos esses através de: “programas de estimulo, remuneração de acordo
com os resultados, autogestão nos grupos de trabalho, enriquecimento do
trabalho, dentre outros”. (CARVALHO et al., 2013, p.27).
A motivação em conjunto à educação formal e à capacitação faz com que
o colaborador use o seu potencial a favor de alcançar seus objetivos e ideais
para seu sucesso profissional. (CARVALHO et al., 2013).
Diversos fatores podem levar os trabalhadores, em uma organização, a
exposição de riscos e insalubridade, esses fatores interferem diretamente na
saúde e no desempenho do indivíduo, para que tais fatos não aconteçam à
organização deve oferecer aos funcionários suporte necessário para o bem-
20
estar e produtividade da empresa. (FERNANDES, 1996 apud ANDRADE 2012,
apud CARVALHO et al., 2013).
A literatura cientifica elenca outros fatores na intervenção da motivação
dos trabalhadores de forma positiva ou negativa, como: “a remuneração e os
benefícios sociais, as condições físicas e psicológicas no trabalho e a questão
da segurança no ambiente de trabalho”. (CARVALHO et al., 2013, p.28).
O indivíduo ao acoplar sentimentos e desejos surge uma perspectiva de
crescimento e realização em tudo que executa. A negação dos fatores de
desempenho por parte dos gestores em relação aos trabalhadores, que exigem
o trabalho e escondem a realidade da empresa. A importância do indivíduo ao
integrar a empresa deve ser dotada de direitos e deveres para sua auto
realização. (MORETTI. [s.d.]).
A criação de um ambiente onde possibilite ao indivíduo o bem estar pleno
e uma boa integração com o grupo. A motivação é um fator que proporciona
melhoria as pessoas estimulando-as alcançar os objetivos propostos pelo
trabalho. Sentir a satisfação no trabalho só é adquirido após algum tempo, na
proporção que o empregado se relaciona com o ambiente. (MORETTI. [s.d.]).
3 QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE NO TRABALHO
A saúde e a Qualidade de vida em nosso país muitas vezes ficam em
segundo plano comparado as demandas por sobrevivência e dos interesses
relativos á produção e os lucros e pouco se questiona a respeito da saúde dos
trabalhadores, sendo que as responsabilidades recaem sob o governo, aos
órgãos assistenciais de saúde e os convênios médicos. (GONÇALVES;
VILARTA, 2004).
A saúde é um bem intransferível para as pessoas. Não é certo o homem
quando na realização do trabalho perca suas condições de saúde mesmo que
moderadamente. A grande preocupação dos órgãos competentes na
solicitação das empresas brasileiras que se atente em relação ao produto e
tudo que envolve qualidade. (GONÇALVES; GUTIERREZ; VILARTA, 2005).
A saúde moral das organizações é o ato dos membros em agir
moralmente em seus compromissos com funcionários e parcerias no
21
envolvimento organizacional. (FREITAS 2005 apud GONÇALVEZ;
GUTIERREZ; VILARTA, 2005).
A proposta entre a comunidade empresarial brasileira sobre a Qualidade
de vida do trabalhador, da família e da comunidade considera o local de
trabalho como articulados de ideias e práticas de responsabilidade social,
relativas aos processos industriais de produção, como elementos de
sustentação, sendo valorizada a conduta ética, o bem estar dos funcionários e
as ações corporativas na comunidade e na sociedade. (GONÇALVES;
VILARTA, 2004).
O controle e a recompensa social favorecem as pessoas o bem estar, a
saúde e no impedimento dessas experiências poderá haver reações de
estresse, redução de saúde e bem estar dos trabalhadores. (ROSSI;
PERREWÉ; MEURS, 2011).
A falta de políticas empresariais e governamentais para a promoção da
saúde do trabalhador causa muitos problemas que afetam o trabalhador, a
família, a empresa e toda a sociedade. (O’DONNELL apud GONÇALVES;
VILARTA, 2004).
O tema qualidade de vida pode ser visto de várias maneiras seja pelas
ciências ou pelo senso comum, mas sempre apoiadas pelas abordagens
individuais e/ou coletivas. De modo geral, na área da saúde asseguram-se nas
necessidades humanas, materiais e espirituais para promover a saúde. A
qualidade de vida quando relacionada à saúde direciona no viver sem doenças
ou na superação das dificuldades relativas à morte. Com a atuação dos
profissionais do alívio da dor e nas intervenções do tratamento. (MINAYO;
HARTZ; BUSS, 2000).
As influências sobre o estado de saúde dos indivíduos e da coletividade
nem sempre é questão médica ou do sistema de saúde. As participações da
ação do governo e da comunidade estão distribuídas em setores econômicos e
sociais em grupos distintos. (MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000).
O padrão de qualidade de vida da sociedade traduz nas conquistas e no
conjunto das políticas públicas e sociais que direcionam ao desenvolvimento
humano nas condições de vida no que diz respeito às responsabilidades no
setor da saúde. (MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000).
22
A carta de Ottawa define o conceito de promoção de saúde como:
Promoção da saúde é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle desse processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades de modificar favoravelmente o meio ambiente. A saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de viver. (BRASIL, 2002, p.19).
Segundo Buss (apud LEITE, 2013), dados científicos indicam a
contribuição da saúde para a qualidade de vida da população em geral. Muitos
fatores da vida social colaboram para uma boa qualidade de vida, sendo
essenciais para uma alta melhoria da saúde dos indivíduos e populações. Além
dos serviços médicos – assistenciais de qualidade, para que haja o
enfrentamento da saúde em geral, é necessário: “políticas públicas saudáveis,
uma afetiva articulação intersetorial do poder público e a mobilização da
população”. (BUSS apud LEITE, 2013, p.43).
O gestor federal do SUS com suas propostas nas diversas áreas do setor
sanitário consiste na efetuação de compromisso e co-responsabilidade em
relação à qualidade de vida da saúde da população. (BRASIL apud LEITE,
2013).
A relação entre a saúde e a qualidade de vida compõe-se dos seguintes
elementos (GONÇALVES; VILARTA, 2004, p.42).
Domínios funcionais: Função Física; Função Cognitiva; Envolvimento com as Atividades da Vida; Avaliação de Saúde Objetiva. Domínios do bem-estar: Bem-estar Corporal; Bem-estar Emocional; Autoconceito; Percepção Global de Bem-estar.
Os problemas e as complicações existentes na vida dos indivíduos
atingem várias camadas sociais no decorrer da existência humana. A avaliação
da qualidade de vida é de suma importância para analisar como está a saúde
das pessoas no contexto social. (LEITE, 2013).
A saúde e a qualidade de vida estão na dependência cultural da
sociedade e a inserção do indivíduo ao meio em que vive como também nas
23
ações pessoais e projetos públicos visando à melhoria populacional. O estado
de saúde é um informativo do individuo sobre suas condições de saúde boas
ou más. (ALMEIDA; GUTIERREZ; MARQUES, 2012).
A expressão de alegria, liberdade e afeto mesmo incompreendidos
tornam-se sentimentos significativos na nossa vida. Ao conceituar e definir
torna-se difícil sua elaboração. Qualidade de vida é uma imagem difundida na
sociedade podendo ocorrer uma vulgarização se usado de modo ambíguo,
quando se tratar de textos irreais e comprometedores. (ALMEIDA;
GUTIERREZ; MARQUES, 2012).
A melhoria de uma política de intervenção em qualidade de vida é
necessário entender o trabalho como um todo, da qual a competência
independe especificidade da atividade como também da capacidade da equipe,
de meios de apoio, “e pessoas em condições apropriadas nas esferas física,
mental/psicológica”. (GONÇALVES; GUTIERREZ; VILARTA, p.12, 2005).
A política da qualidade de vida no trabalho deverá ter clareza nos
objetivos desejados e o compromisso organizacional. Na política de qualidade
de vida o resultado não é obtido rapidamente, muitas vezes deve ser
englobado em outras categorias. Os resultados positivos só serão obtidos com
planejamento de forma correta e clara. (GONÇALVES; GUTIERREZ; VILARTA,
2005).
24
CAPÍTULO II
QUALIDADE DE VIDA E A SAÚDE DO PROFESSOR
1 JORNADA DE TRABALHO DOS PROFESSORES
Nos anos 70 o aumento da população resultou no: “crescimento do
funcionalismo e dos serviços públicos gratuitos, entre eles a educação”.
(GASPARINI; BARRETO; ASSUNÇÃO, 2005, p.191).
O papel atribuído ao professor de transmitir conhecimentos, preparar
para o mercado de trabalho, formar cidadãos conscientes, em compensação à
garantia dos direitos trabalhistas aos profissionais não está de acordo com o
esperado pelo professor ao que se exige de sua função. (PRADO; PRADO,
[s.d]).
O profissional da educação em qualquer série de estudo, tanto do setor
público ou privado, sua missão além de lecionar está envolvido em outras
atividades extraclasse, o que exige maior esforço intelectual e adaptação a sua
jornada de trabalho fazendo a diferença aos demais trabalhadores. (PRADO;
PRADO, [s.d]).
Os limites legais das leis de trabalho (artigos 318 e 322), não incluiu
dentro da carga horária de trabalho dos professores o tempo para as atividades
extraclasse, em contraponto a lei nº 9.39496, lei de Diretrizes e bases da
Educação Nacional garantiu aos profissionais da educação a inclusão na carga
horária o período reservado para estudos sem estipular o tempo para:
“planejamento, avaliação, pesquisa e extensão”. (PRADO; PRADO, [s.d.]).
A jornada de trabalho influência no convívio social em razão da
permanência no trabalho, nos compromissos familiares tornando mais curto o
tempo dedicado para o descanso semanal, sendo uns dos fatores que interfere
na qualidade de vida. (RESIN; KARPIUCK, [s.d.]).
As condições de trabalho que os docentes empregam suas capacidades
físicas, psíquicas na obtenção dos objetivos das tarefas escolares podem
causar diversas complicações de suas funções psicofisiológicas, acumuladas a
inúmeras tarefas propiciando sintomas que leva os profissionais ao
25
afastamento por transtornos mentais. (GASPARINI; BARRETO; ASSUNÇÃO,
2005, apud RESIN; KARPIUCK, [s.d.]).
As jornadas de trabalho dos docentes giram em torno de 40 horas
semanais, sendo algumas atividades exercidas extraclasses o que favorece a
sobrecarga de horas e a baixa remuneração tornando o trabalho um fator
estressante, mesmo em período de férias e finais de semana, dificultando ao
docente o tempo ao lazer, contato com familiares, amigos e outras atividades
refletindo na sua qualidade de vida. (GOMES; AMÉDIS, [s.d]).
Atualmente os professores não só se destacam em levar o conhecimento
ao aluno como também na participação do planejamento escolar estendido aos
familiares e a comunidade. (GASPARINI; BARRETO; ASSUNÇÃO, 2005).
Com a implantação das tecnologias o esperado era a diminuição do
trabalho e a obtenção de maior disponibilidade de tempo, em relação aos
professores essa diminuição aconteceria em suas horas de trabalho, assim
tendo seu tempo livre para o desempenho de outras atividades. (BRAND, 2009,
apud ROHDE, 2012).
2 CAUSAS DO AFASTAMENTO DOS PROFESSORES
O trabalho na vida do ser humano pode fazer sentir-se feliz, como
também pode ser prejudicial à saúde. Estudos apontam que os educadores são
os que mais sofrem com desgaste físico e mental em razão de problemas que
envolvem o exercício da docência, bem como o ambiente escolar e a maneira
como o profissional está inserido neste trabalho. (DELCOR et al. 2004, apud
GOMES; AMÉDIS [s.d]).
De acordo com Amorim et al (2006) (apud GOMES; AMÉDIS [s.d]):
Os professores representam cerca de dois milhões de trabalhadores no Brasil, sendo uma categoria predominantemente feminina na educação básica, devido a fatores históricos e que atualmente tem sido acometida por patologias que tem afetado a qualidade de seu trabalho e consequentemente sua qualidade de vida (GOMES; AMÉDIS [s.d] p.2).
Dados da Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de
São Paulo (APEOESP) (2006) indicam o grande número de professores
26
readaptados, em razão de uma ou mais doenças psiquiátricas,
otorrinolaringologia ou outros afastamentos por licença de saúde. (GOMES;
AMÉDIS, [s.d]).
Os afastamentos dos docentes se dão em razão de: “muito tempo em pé,
ou em assentos nada ergonômicos, número de alunos excessivos em sala,
jornada de trabalho excessiva, baixos salários dentre outros”. (GOMES;
AMÉDIS, [s.d] p.2).
Uma das causas do afastamento do trabalho docente é a disfonia, sendo
prejudicial na vida profissional e social. (PENTEADO & PEREIRA; YIU, 2002;
MELNYK et al., 2003 apud MEDEIROS; BARRETO; ASSUNÇÃO, 2006).
Os docentes readaptados por disfonia tornam-se incapacitados para o
desempenho de suas funções, quando a doença estiver no estágio crônico,
uma vez que a voz é um elemento essencial para o exercício da docência.
(VILKMAN, 2004, apud CARDOSO, 2008).
A voz é um elemento essencial no qual o professor em exercício
necessita de uma boa qualidade vocal. Quando o professor é acometido de
disfonia ao atingir o estágio crônico pode acarretar danos no desempenho de
suas funções. (VILKMAN, 2000; apud MEDEIROS; BARRETO; ASSUNÇÃO,
2006).
A síndrome de Burnout nos professores não se manifesta apenas no
âmbito pessoal e profissional, mas também no relacionamento escolar e com
os alunos. Essas atitudes negativas leva o educador ter uma má qualidade no
desempenho de sua função. (FARBER, 1991; RUDOW, 1999, apud
CARLOTTO, 2002).
A depressão é uma das causas responsáveis pelo afastamento do
trabalho e seu diagnóstico pode ser uma patologia própria ou estar relacionada
a outras patologias mais graves e de tratamentos mais acentuados.
(CARLOTTO, 2002; CARLOTTO, 2010, apud BATISTA; PEREIRA; MOREIRA,
2013).
3 CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA PARA A QUALIDADE DE VIDA DO
PROFESSOR
27
Vem crescendo nos últimos anos o trabalho do psicólogo na saúde. Com
o aumento das doenças crônicas ou funcionais tornou-se mais evidente o
desempenho dos aspectos psicológicos e sociais, com relação a personalidade
e estilos de vida no que diz respeito as práticas de saúde. (TRAVERSO-
YÉPEZ, 2001 apud CALVETTI, et al. 2006).
Para que a psicologia da saúde continue a obter sucesso em suas intervenções, Suls&Rothman (2004) acreditam que é preciso um forte comprometimento com o modelo biopsicossocial e suas implicações. Isto significa enfatizar a interdisciplinaridade, o desenvolvimento de teorias e pesquisas que cultivem a natureza multivariada dos processos de saúde e desenvolver políticas para que as próximas gerações de pesquisadores e praticantes reconheçam a complexidade que envolve a psicologia da saúde. (CALVETTI et al., 2006, p.20).
A avaliação e a interferência na melhoria da qualidade de vida e na
promoção da saúde são recursos utilizados na psicologia e na medicina, onde
a psicologia da saúde está mais centralizada na qualidade de vida. (RIBEIRO,
1994).
A intervenção psicológica para a promoção da qualidade de vida está
direcionada à mudança do estilo de vida em geral, mais precisamente em seus
componentes físico-comportamentais, psicológicas e sociais. Sendo o
comportamento o elemento principal para essa mudança (RIBEIRO, 1994a,
apud RIBEIRO, 1994).
A abordagem de aspectos cognitivos e emocionais apontam como
consequência o comportamento e outros aspectos da personalidade como
contribuição para a mudança da qualidade de vida. (RIBEIRO, 1994).
4 A SÍNDROME DE BURNOUT NO EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA
A emersão de procedimentos e técnicas para o controle dos indivíduos
tornou-se um processo de aprendizagem através da escolarização. No século
XVI as escolas já existiam sob a responsabilidade da igreja havendo
necessidade de uma pessoa que professasse fé, assim originando o termo
professor. (KRENTZ, 1986 apud CARLOTTO, 2002).
28
Dentre várias questões impostas pela nova organização do trabalho, algumas foram especificamente formuladas aos professores: 1) desenvolver métodos eficazes a serem seguidos pelos professores; 2) determinar, em função disso, qualificações necessárias para o exercício da atividade; 3) capacitá-los em consonância com as qualificações, ou colocar requisitos de acesso; 4) fornecer formação permanente que mantivesse o professor a altura de suas tarefas durante sua permanência na instituição; 5) dar-lhe instruções detalhadas sobre como realizar seu trabalho; do “produto parcialmente desenvolvido”, isto é, o aluno. (ENGUITA,1989 apud CARLOTTO, 2002, p.22).
Segundo Esteve (1999, apud CARLOTTO, 2002), ressaltam
consequências desastrosas com danos nos indivíduos quando ocorrem
mudanças em curto período. O professor ao ser afastado do seu meio cultural
que está habituado e inserido em outro ambiente torna-se desesperançoso de
suas lembranças.
Nóvoa (1995,1999) e Esteve (1995,1999, apud LIMA; LIMA-FILHO, 2009),
cita o “mal-estar” docente como decorrência de mudança educacional
relacionado ao ambiente do professor, as condições de trabalho, ausência de
recursos, violência dentro da sala de aula e cansaço físico favorecendo o
desgaste biopsíquico do docente.
O professor no exercício da docência é acometido por vários estressores
psicossociais, relacionados às suas funções e ao contexto institucional e social.
Se houver persistência dos estressores pode dar origem à síndrome de
Burnout, de caráter estressor persistente relacionado ao trabalho através da
pressão emocional, constante no contato com pessoas no dia a dia por muito
tempo. (CARLOTTO, 2002, apud LIMA; LIMA-FILHO, 2009).
Farber 1991, apud Carlotto, 2002, as reações do burnout em docentes
apresentam sintomas individuais e profissionais. Nos aspectos individuais os
professores apresentam-se emocionalmente e fisicamente cansados, irritados
e tristes. Todo esse referencial emocional desencadeia sintomas
psicossomáticos como: “insônia, úlceras, dores de cabeça e hipertensão, além
de abuso no uso de álcool e medicamentos, incrementando problemas
familiares e conflitos sociais”. (CARLOTTO, 2002, p.24).
Em relação aos aspectos profissionais o docente manifesta em seu
planejamento de aula. Diminuição do entusiasmo e frustração em sala de aula
29
e distanciamento dos alunos. Com sentimentos depreciativos a sua profissão
com projeto de abandono. (CARLOTTO, 2002).
Segundo Farber (1991, apud CARLOTTO, 2002), estudos apontam que
os professores do sexo feminino estão mais dispostos para lidar com diversos
problemas da área, do que os professores do sexo masculino que não tem a
mesma flexibilidade.
5 DESAFIOS ENFRENTADOS PELO PROFESSOR
Com as mudanças da globalização tem atingido todos os setores como:
familiares, pessoais até mesmo as relações educacionais e neste contexto o
exercício dos professores foram afetados em razão da pluridimensionalidade
vindas da sociedade, da economia e da tecnologia. (PAVÃO; GOMES, [s.d.]).
A ação pedagógica é a troca entre educador, aluno e os métodos de
ensino. Cabe ao sistema escolar uma boa propositura aos alunos na educação.
(PAVÃO; GOMES, [s.d.]).
Os desafios dos professores juntamente com os alunos podem aumentar
como uma ação negativa do educador como: “não ter uma aula, trocar ou não
fazer provas – o aluno poderá entender como rigidez do professor. E, o
professor por seu lado está a cumprir com a sua função docente”. (PAVÃO;
GOMES, p. 4, [s.d.]).
As dificuldades dos docentes são constantes, e como conhecedores do
saber compreendem o ensinamento no reconhecimento das mudanças e no
surgimento das demandas. (PAVÃO; GOMES, [s.d.]).
Em razão dos alunos terem acesso as novas tecnologias e os aparelhos
eletrônicos dentro da sala de aula faz com que o professor sente-se
desvalorizado em seu conhecimento e na forma de transmitir. (PAVÃO;
GOMES, [s.d.]).
Cabe ao professor aprimorar seus conhecimentos utilizando métodos
compatíveis com o ensino, de acordo com a sua realidade no desempenho de
suas funções e no alcance dos seus objetivos. (QUEIROZ et al., 2014).
O professor em sala de aula mantem resistência na utilização da
tecnologia junto aos seus alunos podendo observar na pratica um ensino
conservador. Para melhora do ensino é necessário o aperfeiçoamento do
30
educador e uma reflexão ao novo como forma de renovação. (QUEIROZ et al.,
2014).
A própria tecnologia que facilitaria a vida pode destruir a existência humana. Esse é um grande parodoxo e o conflito da ciência contemporânea; avançar com as técnicas pela racionalidade instrumental e viver melhor, mas ter a preocupação que esses avanços também podem servir para extermínio do homem. Não existe, portanto, uma racionalidade da tecnologia; ela é algo sem identidade e depende da vontade dos homens. Isso nunca foi tão verdadeiro como hoje. Vivemos em mundo em que há o mapeamento genético, o barateamento da comunicação em rede, como também as novas técnicas de destruição em massa. (ALMEIDA; GUTIERREZ; MARQUES, p.121, 2012).
O resultado das novas tecnologias não surge efeito imediato, levando um
tempo para que as pessoas se enquadrem nessas mudanças em nível
mundial. Em primeiro lugar pelo fato dos produtos tecnológicos se
concentrarem em países desenvolvidos. No segundo momento levasse um
tempo para que a sociedade se adapte as novas realidades tecnológicas.
(ALMEIDA; GUTIERREZ; MARQUES, 2012).
Os novos métodos de ensino forçam os professores a busca por
mudanças, mais falta um referencial de um caminho a ser seguido. Na prática
moderna alguns professores reconhecem o conhecimento e o ensino como um
referencial finalizado, já outros compreendem o conhecimento e o ensino como
a elaboração em contínuo aprendizado. E entre esses dois padrões de
destruição e emersão situam-se aos professores o fato de que algo está
errado. (QUEIROZ et al., 2014).
Os professores na tentativa de realizar mudanças nas práticas
pedagógicas se veem diante do impedimento dos alunos acostumados ao
ensino tradicional onde as informações são transmitidas sem a necessidade de
reflexão do assunto proposto pelo professor. (QUEIROZ et al., 2014).
6 O PAPEL DO PROFESSOR NA PRÁTICA PEDAGÓGICA
A pedagogia tradicional valoriza os conhecimentos adquiridos pela
humanidade e o papel do professor como intermediário entre a cultura
existente e o educando. Já a nova pedagogia transforma o conhecimento
31
adquirido para a conquista do saber através das pesquisas investigatórias, e o
professor como intermediário passa a ser colaborador da aprendizagem aos
alunos. (DOMINGUES, 2005).
Conforme Luckes (1996) apud Domingues (2005)
Por conhecimento não devemos entender um puro arquivamento de informações, formando um acervo aparentemente caótico e desordenado. Ao contrário, por conhecimento estamos entendendo a compreensão ordenada do mundo, que dá poder de ação adequada e eficaz. O conhecimento ilumina a realidade, dando-lhe inteligibilidade e, por isso, torna-se o fundamento de uma ação adequada. Na medida que se sabe o que são e como são as coisas, sabe-se como agir adequadamente com elas. (apud DOMINGUES, p. 35, 2005).
No processo de mudanças na educação o professor vem acompanhando
a transformação e sua identificação vai além do profissionalismo voltado para a
prática social. (ARAUJO; YOSHIDA, 2009).
As tecnologias facilitam ao educando o acesso as notícias do momento
fazendo com que a escola esteja a par desses acontecimentos, aproximando a
educação ao cotidiano escolar. Cabendo a escola reavaliar e aperfeiçoar as
práticas educativas em relação aos conteúdos metodológicos, tornando a
função da escola transformadora e as ações modificadoras do conhecimento.
(ARAUJO, YOSHIDA, 2009).
Os educadores na sua formação baseiam-se na competência e no poder
de decisão formando novos conhecimentos na maneira de ensinar,
contribuindo no potencial do indivíduo capacitando-o para o trabalho.
(ARAUJO, YOSHIDA, 2009).
Na atualidade o educador deve utilizar com criatividade o seu saber, de
acordo com a realidade para obter uma prática pedagógica bem sucedida, em
razão das mudanças na sociedade bem como a postura do professor no modo
de educar. Necessário se faz a procura de novos direcionamentos que surgem
nas necessidades da educação, na transformação e aprimoramento no
conhecimento escolar. (ARAUJO, YOSHIDA, 2009).
As novas tecnologias e os educadores devem ser vistos como
transformadores da escola, sendo ambos responsáveis nas competências do
pensar e no questionamento do aluno. (ARAUJO, YOSHIDA, 2009).
32
Neste momento de transição os professores estão à procura da
qualificação e não se preocupando com a certificação. Na busca da
qualificação são utilizados vários recursos que nem sempre são conseguidos,
assim ficando impossibilitados de colocar em prática seus conhecimentos.
(ARAUJO, YOSHIDA, 2009).
É essencial o acompanhamento do educador no desenvolvimento dos
alunos respeitando as singularidades de cada um, principalmente na reflexão
ao colocar em prática as soluções dos problemas para melhoria do
aprendizado. (ARAUJO, YOSHIDA, 2009).
Segundo Araujo, Yoshida (2009)
O educador está num processo de redefinição da profissão e da compreensão da prática. Este deve procurar desenvolver em seus alunos o raciocínio, a imaginação, a argumentação e o senso de observação, trabalhando a interatividade, tendo criatividade para alcançar seus objetivos, assumindo coletivamente a responsabilidade em relação ao aluno, não devendo ficar parado no tempo, devem adquirir novas competências em relação a sua formação. Cabe ressaltar que nem sempre o professor consegue buscar esse conhecimento em condições dignas de trabalho, pois, o momento atual exige do educador conhecimentos que vão além daqueles de sua área especifica, levando-o a avaliar e rever constantemente sua prática pedagógica, visando mudanças. (ARAUJO, YOSHIDA, 2009, p.18).
Cabe ao professor na formação educacional do aluno no que compete na
vivência da cidadania, para tanto é necessário que o educador precise estar
apto às mudanças, buscando aperfeiçoamento profissional no papel de
facilitador. (ARAUJO, YOSHIDA, 2009).
33
CAPÍTULO III
METODOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho teve como objetivo principal avaliar a qualidade de
vida dos professores do ensino fundamental ciclo-I. E os objetivos
específicos são: conhecer o perfil sócio demográfico dos professores do
ensino fundamental; identificar como está a qualidade de vida dos
professores do ensino fundamental através do questionário WHOQOL-bref;
investigar por meio da coleta de dados do questionário sobre as condições
de saúde dos professores e analisar a interferência da qualidade de vida nas
atividades profissionais dos professores.
O projeto de pesquisa foi submetido na plataforma Brasil em 12 de Abril
de 2016, sobre o parecer número 1.520.809 e aprovado em 28 de Abril de
2016 pelo comitê de ética (ANEXO A). Após a aprovação do projeto realizou-
se a pesquisa numa escola estadual da rede pública de ensino na cidade de
Lins-SP.
Na realização da pesquisa foram utilizados o questionário abreviado de
qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde – WHOQOL-bref e um
roteiro de questionário semiestruturado elaborado pelas autoras, além do
Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE A).
A pesquisa é definida como descritiva, com ênfase quantitativa e
qualitativa da população estudada. Segundo Gil (2008) “as pesquisas
descritivas, salientam-se aquelas que têm por objetivo estudar as
características de um grupo” (GIL, 2008, p.42).
2 PESQUISA
A pesquisa é definida como descritiva, com ênfase quantitativa e
qualitativa sobre a qualidade de vida dos professores do ensino
fundamental- ciclo I.
34
A pesquisa descritiva sua principal finalidade é descrever aspectos
inerentes à população, fenômeno ou relações entre variáveis, sendo uma
das características o uso de técnicas de coletas de dados que são os
questionários e a observação. (GIL, 2008).
Entre as pesquisas descritivas, salientam-se aquelas que têm por objetivo estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental etc. (GIL, 2008, p. 42).
Os recursos utilizados na investigação da qualidade de vida dos
professores tiveram como as suas características na promoção da saúde,
nas relações pessoais, aspectos físicos e psicológicos, relações sociais, no
meio ambiente e outras áreas.
Na abordagem quantitativa os resultados são apresentados
quantitativamente, na sua maioria por serem amostras grandes, os
resultados são apresentados como um retrato real da população alvo.
(FONSECA, 2002 apud GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
Na abordagem qualitativa não tem como representatividade números,
sendo sua preocupação é com o entendimento de um grupo social, de uma
organização, etc. (GOLDENBERG, 1997 apud GERHARDT; SILVEIRA,
2009).
A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na analise de dados brutos, recolhidos com o auxilio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre á linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conseguir isoladamente.(FONSECA, 2002, p. 20, apud GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
Com as técnicas utilizadas na pesquisa foi possível atingir a máxima
abrangência na descrição, na investigação e entendimento da qualidade de
vida dos professores do ensino fundamental - ciclo I. A hipótese proposta no
projeto de pesquisa: a presença de diversos estressores psicossociais,
vivenciados pelos professores podem interferir em suas atividades,
35
relacionados à suas funções, aplicados à realidade escolar, ao contexto
institucional e aspectos sociais.
A pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética e pesquisa do
Unisalesiano, instruído no processo nº 1.520.809 aprovado em 28 de Abril de
2016 (ANEXO A), com objetivo especifico de avaliar as questões éticas de
pesquisas com envolvimento de seres humanos.
3 LOCAL DO ESTUDO
O projeto de pesquisa realizou-se com professores do Ensino
Fundamental da rede pública Estadual da cidade de Lins- SP. O contato teve
inicio no primeiro semestre de 2016, onde foi agendada uma reunião com a
Diretora da Unidade escolar (U.E) para apresentar o projeto de pesquisa e
solicitar a possibilidade da realização do questionário junto aos professores.
Desta forma, a pesquisa foi realizada com os professores do Ensino
Fundamental. A escola possui 547 alunos matriculados, 19 professores que
trabalham em dois turnos, sendo períodos da manhã e tarde, a unidade
escolar possui 10 salas de aulas que funcionam no período da manhã e 9 no
período da tarde.
4 POPULAÇÃO DO ESTUDO
A pesquisa foi realizada com os professores do Ensino Fundamental –
Ciclo I. O questionário foi aplicado somente aos professores que estavam
ativos em sala de aula e que aceitaram participar da pesquisa e assinaram o
termo de consentimento livre e esclarecido, sendo facultativo aos demais em
licença saúde, férias ou outros afastamentos da escola. O tamanho da
amostra foi de 13 (treze) professores, pois dos 19 professores ativos apenas
13 aceitaram participar da pesquisa que foi feita em uma escola estadual do
município de Lins-SP.
5 PROCEDIMENTO DA COLETA DE DADOS
36
A coleta se deu em um encontro na U.E na seguinte sequência: Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A), roteiro de
questionário semiestruturado (APÊNDICE B) e o questionário de Qualidade
de Vida (QV) desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
WHOQOL- bref (ANEXO C).
Foi aplicado nos participantes da pesquisa treze (13) questionários
juntamente com o termo de consentimento livre e esclarecido, e dos treze
professores que aceitaram participar da pesquisa, apenas 4 não aceitaram
responder o questionário semiestruturado.
6 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi apresentado
ao participante da pesquisa com a finalidade de esclarecimento e proteção
ao participante, bem como o pesquisador. De acordo com o respeito e ética
para um bom desenvolvimento do trabalho.
O TCLE foi realizado em duas vias, com uma cópia para o participante e
outra para o pesquisador. A redação do termo foi feita de forma simples,
em linguagem clara para o entendimento do participante.
A garantia do direito a privacidade, ao anonimato foi esclarecido ao
participante para a concordância em assinar o TCLE.
37
CAPITULO IV
ANALISE DOS DADOS
1 QUESTIONÁRIO SEMIESTRUTURADO
A entrevista semiestruturada possibilita ao informante discorrer sobre
suas vivências em atendimento ao roteiro do pesquisador permitindo
respostas livres e sem padronização, auxiliando no desempenho do
entrevistador. Desta forma as questões estruturadas para a entrevista teve
fundamento teórico da pesquisa e as informações obtidas pelo pesquisador
sobre o acontecimento social. (TRIVIÑOS, 1877 apud LIMA; ALMEIDA;
LIMA, 1999).
A entrevista privilegia a obtenção de informações através da fala individual, a qual revela condições estruturais, sistemas de valores, normas e símbolos e transmite, através de um porta voz, representações de determinados grupos. (MINAYO, 1994 apud LIMA; ALMEIDA; LIMA, 1999, p. 133).
O questionário semiestruturado foi formulado com cinco perguntas
objetivas, com intuito de compreender se havia algum fator predominante que
interferisse na qualidade de vida dos professores.
Assim o questionário semiestruturado foi composto por sete tópicos,
sendo eles a identificação do professor (idade, escolaridade, estado civil,
números de filhos, formação acadêmica, tempo de serviço na educação,
quantos turnos ou horas trabalhadas por dia e em quantas escolas); questões
específicas inerentes à qualidade de vida do professor.
2 QUESTIONÁRIO ABREVIADO DE QUALIDADE DE VIDA DA
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE – WHOQOL-BREF
O Questionário abreviado de qualidade de vida da Organização Mundial
da Saúde – WHOQOL- bref foi utilizado na investigação da qualidade de vida
38
dos professores do Ensino Fundamental relacionado à saúde e os aspectos
para a melhoria da qualidade de vida. O questionário é constituído por vinte e
seis questões/ facetas subdivididas em quatro domínios que são: físicos,
psicológicos, relações sociais e meio ambientes, conforme o quadro.
Quadro 1: Domínios e facetas do instrumento de avaliação de Qualidade de
Vida da OMS-WHOQOL-bref
DOMÍNIOS FACETAS
Domínio I - Domínio Físico
Dor e desconforto
Energia e fadiga
Sono e repouso
Mobilidade
Atividades da vida cotidiana
Dependência de medicação ou de tratamentos
Capacidade de trabalho
Domínio II - Domínio psicológico
Sentimentos positivos
Pensar, aprender, memória e concentração
Auto-estima
Imagem corporal e aparência
Sentimentos negativos
Espiritualidade/Religião/Crenças pessoais
Domínio III - Relações sociais
Relações pessoais
Suporte(Apoio) Social
Atividade sexual
Domínio IV - Meio-Ambiente
Segurança física e proteção
Ambiente no lar
Recursos financeiros
Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade
Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades
Participação em, e oportunidades de recreação/lazer
Ambiente Físico: (poluição/ruído/trânsito/clima)
Transporte
Fonte: Adaptado de Pedroso, et al., 2010.
O WHOQOL – bref é um questionário autoexplicativo, o qual instruiu o
professor analisar sua qualidade de vida, saúde e outras áreas da sua vida,
tendo como referencial as duas últimas semanas.
Os números apresentados juntos às facetas correspondentes às questões
do questionário WHOQOL – bref. Por ser um questionário abreviado, cada
faceta conta com apenas uma questão, as questões um e dois referente à
39
qualidade de vida geral e são calculadas juntas produzindo um único escore
independente dos outros escores dos domínios.
O domínio físico é formado por questões relacionadas à dor e
desconforto; energia e fadiga; sono e repouso; mobilidade; atividades da vida
cotidiana; dependência de medicações e tratamentos e capacidade de
trabalho.
O domínio psicológico sua composição é constituído por facetas que
tratam de sentimentos positivos; pensamento; aprendizagem; memória e
concentração; autoestima; aparência e imagem corporal; sentimentos
negativos; espiritualidade, religião e crenças pessoais.
O domínio relações sociais caracteriza facetas de relações pessoais,
suporte/ apoio social e atividade sexual.
O domínio meio ambiente engloba facetas de segurança física e proteção;
ambiente do lar; recursos financeiros; cuidados de saúde sociais;
oportunidades de adquirir novas informações e habilidades; atividades de lazer
recriação; ambiente físico e transporte.
O questionário é composto de vinte e seis perguntas, em uma escala de
likert, isto é, com cinco pontos (1 a 5), invertido nas questões 3, 4 e 26, onde
1=5, 2=4, 3=3, 4=2, 5=1. Desse modo o professor pontuava um número o qual
correspondia a sua percepção. Com referência aos resultados destaca-se que
quanto maior o valor pontuado, maior sua qualidade de vida. Cada questionário
teve duração aproximadamente 20 minutos na Unidade Escolar.
3 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISES DOS DADOS
A análise qualitativa e quantitativa utilizou-se a ferramenta construída por
Pedroso, Pilatti e Reis (2009) que realiza os cálculos dos escores e estatística
descritiva WHOQOL - bref de forma automatizada, cabendo ao pesquisador
apenas tabular os dados na aplicação do WHOQOL-bref, e análise dos dados
do questionário semiestruturado.
4 ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO SEMIESTRUTURADO
40
O procedimento do questionário semiestruturado foi analisado os dados
de identificação dos participantes e questões específicas, com a finalidade
de reconhecer as semelhanças e diferenças entre eles.
Entre os treze professores participantes apenas nove aceitaram
responderam o questionário semiestruturado, todos eram do sexo feminino,
com idades variadas entre 31 e 62 anos, (sendo as idades: 31, 39, 41, 41,
48, 50, 51, 56, e 62 anos), possuem grau de escolaridade superior completo
com formação acadêmica em Pedagogia. Quanto aos turnos/horas
trabalhadas por dia, quatro trabalham em dois turnos e em duas escolas e
cinco trabalham em um turno e uma escola. O tempo de serviço na
educação varia de 10 a 29 anos, conforme ilustrada na figura 1, gráfico da
representação estudada.
Figura 1- Dado de tempo de serviço dos Professores na educação
Fonte: elaborado pelos autores, 2016.
Na questão específica 1 onde foi perguntado ao participante se
apresentava alguma doença, se faz/fez tratamento e qual o tipo de
tratamento, 3 responderam que não tem nenhum tipo de doença,
diferentemente de 6 professores responderam que fazem ou fizeram
tratamentos com medicamentos e as doenças apresentadas foram: diabetes,
hipotireoidismo, transtorno de ansiedade, depressão, hipertensão e controle
de pressão.
0 10 20 30 40
1
2
3
4
5
6
7
Tempo de serviço (Anos)
Tempo de serviço (Anos)
41
Na pergunta específica 2 referente a licença médicas, os 9 participantes
responderam que não tiram nenhum tipo de licença.
Na pergunta de número 3 referente à avaliação da qualidade de vida
encontramos diversas respostas variando de regular à ótimo.
Na questão 4 referente a realização de atividade física, encontramos
respostas de 3 professores que não praticam nenhum tipo de atividade
física, e as outras 6 praticam atividade física, sendo: caminhada, treinamento
funcional, tênis, hidroginástica e vôlei, com variação de 2 a 5 vezes na
semana.
Na questão 5 referente quais as atividades de lazer que realizam e qual a
frequência, todos responderam que fazem atividade de lazer no período de
férias, finais de semana e feriados, tendo a participação da família e amigos.
5 ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA
Os dados do WHOQOL-bref foram submetidos às etapas de cálculos dos
escores frente às facetas utilizando a análise estatística descritiva através do
Microsoft Excel, versão 2007, conforme proposto no artigo: Cálculo dos
escores e estatísticas descritiva do WHOQOL-bref através do Microsoft
Excel, conforme Pedroso et al. (2010), publicado na revista brasileira de
qualidade de vida.
Desta maneira foi feita a verificação de todas as 26 questões se foram
respondidas de acordo com os valores entre 1 e 5. A seguir, as respostas de
cada professor foram inseridas na ferramenta do software Microsoft Excel e
sendo feitas a conversão das facetas 3, 4 e 26 da escala de respostas
invertida.
Os escores dos domínios foram calculados diante da soma dos escores
da média “n” questões de cada domínio. O resultado foi multiplicado por 4 a
20.
O cálculo do domínio físico deve-se ter no mínimo 6 questões
respondidas. No domínio psicológico o mínimo é de 5 questões respondidas.
O domínio social é necessário ter 2 questões respondidas. Para o cálculo do
domínio ambiental precisa-se ter 6 questões respondidas e no domínio geral
precisa ter 2 questões respondidas.
42
Os escores dos domínios foi feito uma conversão para uma escala de 0
a 100. A média dos escores das questões (facetas) e domínios teve
apresentação através dos gráficos. Não houve ausência de respostas na
escala do WHOQOL-bref dos treze professores entrevistados na pesquisa.
6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O WHOQOL-group não dispõe classificação para os resultados dos
instrumentos WHOQOL-100 e WHOQOL-bref, mas Siviero utiliza uma
frequência em três níveis de respostas: insatisfação, intermediário e
satisfação. Os valores 25 e 75 de uma escala centesimal iniciada em 0 até
100, estabelece a satisfação ou insatisfação do entrevistado. Desta maneira,
respostas com escores de até 25 foram considerados insatisfação, entre 25
a 75 posição intermediária, e acima de 75 posição de satisfação aos
domínios. A classificação da qualidade de vida é representada na figura 2.
(SIVIERO, 2003).
Foi elaborada a estatística descritiva do índice geral de qualidade de vida
e dos domínios: físico, psicológico, social e ambiental do WHOQOL-bref,
conforme a tabela (apêndice C).
Na figura 3 apresentou-se a classificação da qualidade de vida nos
domínios. Os quatro domínios encontra-se na posição intermediária, uma
vez que a pontuação obtida esteve entre 25 e 75. Dessa forma, os
professores permaneceram entre a insatisfação e satisfação, apresentando
73,90 no domínio físico, 73,40 no domínio psicológico, 72,44 no domínio
relações sociais e 66,83 no domínio ambiente.
Realizou-se a estatística descritiva das 26 facetas dos quatro domínios do
WHOQOL-bref, sendo apresentados os seguintes dados: média, desvio
43
padrão, coeficiente de variação, valor mínimo e valor máximo e amplitude,
conforme tabela (apêndice D).
Figura 3- Classificação da Qualidade de Vida dos domínios do WHOQOL-
bref
Fonte: elaborado pelos autores, 2016.
A figura 4 apresenta a classificação da qualidade de vida de cada faceta.
Na faceta dor e desconforto encontramos uma escala de 75 considerada
posição intermediária, onde os professores estão entre a insatisfação e a
satisfação. Na faceta energia e fadiga com escala de 69,23 caracterizando-
os na posição intermediária. Na faceta sono e repouso com escala de 67,31
considerada uma posição intermediária. Na faceta mobilidade encontramos
satisfação dos professores com índice de 84,62. Nas atividades de vida
cotidiana na escala de 73,08 caracterizando-os na posição intermediária. Na
faceta dependência de medicação ou de tratamentos na escala 71,15
encontramos a posição intermediária. Na faceta capacidade de trabalho a
escala de 76,92 demonstrou que os professores estão na posição
satisfatória.
A faceta sentimentos positivos apresentou escala de 63,46 ficando os
professores na posição intermediária. Na faceta do pensar, aprender,
73,90
73,40
72,44
66,83
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Físico
Psicológico
Relações Sociais
Ambiente
44
memória e concentração com índice de 71,15 em escala intermediária. Na
autoestima houve satisfação dos professores atingindo 82,69 na escala. Na
imagem corporal apresenta nível intermediário 71,15 na escala. Nos
sentimentos negativos os professores demonstraram posição intermediária
de 75 na escala. Na faceta espiritualidade/crenças pessoais o índice de
76,92 os professores apresentaram nível satisfatório.
A faceta de relações pessoais demonstrou que os professores possuem
nível intermediário de 73,08 na escala. Quanto às facetas de suporte e apoio
pessoal 65,38 em nível posição intermediária e atividade sexual 78,85 em
nível satisfatório.
Nas facetas de segurança física e proteção 76,92 em nível satisfatório,
recursos financeiros 53,85 em nível intermediário, cuidados de saúde 61,54
em nível intermediário, novas informações e habilidades 65,38 em nível
intermediário, recreação e lazer 51,92 obteve-se posição intermediária. Na
faceta ambiente físico 51,92 em nível intermediário e transporte 82,69 em
nível satisfatório.
Os professores se enquadram na posição intermediária nas facetas
referente autoavaliação da qualidade de vida, pois apresentou 72,12 na
escala.
Um dos participantes num dos questionários fez uma ressalva “sou
depressiva, faço uso de vários medicamentos caros que saem do meu bolso.
Já que o governo obriga um depressivo, trabalhar, ele deveria arcar com os
medicamentos”, mostrando desta maneira a indignação e insatisfação do
professor para a promoção da qualidade de vida.
O fator que contribuiu para a qualidade de vida dos professores foi à
mobilidade atingindo uma escala de 84,62, onde se percebe que os
professores conseguiram uma maior facilidade no desempenho de suas
atividades, contribuindo para a sua melhor qualidade de vida.
Existem duas questões fundamentais quando se analisa a qualidade de vida. A primeira delas é a questão da satisfação das necessidades dos indivíduos que estão intimamente relacionadas com o contexto social, politico e cultural em que vivem que variam tanto ao longo do tempo como no espaço. A segunda relaciona-se com a caracterização de um espaço em termos de bens e serviços existentes: a qualidade de vida é
45
medida não só em função da existência desses recursos, mas também, da sua acessibilidade e facilidade de utilização. Diretamente relacionado com esse último aspecto está o grau de satisfação da população usuária destes mesmos bens e serviços. (SANTOS, 2002, apud MACHADO, 2010, p. 39).
Da população estudada foram identificados 51,92 no aspecto de
recreação e lazer, detectou que os professores realizam atividades de lazer,
mas percebe-se que está no nível intermediário não atendendo as
necessidades de descanso podendo interferir na realização das suas
atividades pessoais e profissionais, sendo assim sugere-se que ao
desenvolver suas atividades de lazer o professor pode redefinir seu tempo
dedicado à recreação e lazer que lhe proporcione prazer, bem-estar e
saúde.
Conceituar lazer é uma tarefa complexa, pois as pessoas não são acabadas e a sociedade está sempre em transformação, sujeita a constantes ressignificações de valores. As características que envolvem a dinâmica cultural estão em constantes mudanças, e os indivíduos no seu cotidiano retratam maneiras diferenciadas de conduzir esferas, como trabalho e lazer. (PINTO, 2008 p.14).
Dessa forma, os dados obtidos na pesquisa verificou-se que não houve
interferência da qualidade de vida nas atividades profissionais dos
professores, uma vez que atingiram o nível intermediário nos domínios
físico, psicológico, social e ambiental, bem como na auto-avaliação da
qualidade de vida que atingiu um total de 72,12 mesmo que os professores
apresentaram nível baixo na faceta de recreação e lazer.
Figura 4- Classificação da Qualidade de Vida das facetas dos domínios
do WHOQOL-bref
46
Fonte: elaborado pelos autores, 2016.
7 PARECER FINAL
Conforme o estudo realizado no entendimento da melhoria da qualidade
de vida no trabalho, a pesquisa identificou que os professores estão no nível
entre intermediário e satisfatório, com déficit no aspecto recreação e lazer.
Ao realizar a pesquisa observamos que não há nenhum aspecto com
agravante significativo que interfira na qualidade de vida dos professores,
pois se percebeu o quanto foi positivo na visão psicológica e social.
Concluiu-se que os professores estão satisfeitos com a qualidade de vida
que possuem.
75,00
69,23
67,31
84,62
73,08
71,15
76,92
63,46
71,15
82,69
71,15
75,00
76,92
73,08
65,38
78,85
76,92
82,69
53,85
61,54
65,38
51,92
59,62
82,69
72,12
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Dor e desconforto Energia e fadiga Sono e repouso
Mobilidade Atividades da vida cotidiana
Dependência de medicação ou de … Capacidade de trabalho
Sentimentos positivos Pensar, aprender, memória e concentração
Auto-estima Imagem corporal e aparência
Sentimentos negativos Espiritualidade/religião/crenças pessoais
Relações pessoais Suporte e apoio pessoal
Atividade sexual Segurança física e proteção
Ambiente do lar Recursos financeiros
Cuidados de saúde Novas informações e habilidades
Recreação e lazer Ambiente físico
Transporte Auto-avaliação da Qualidade de Vida
47
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
De acordo com os resultados da pesquisa constatou-se que os
professores possuem uma boa qualidade de vida, nos domínios: físico,
psicológico e relações sociais.
Embora tendo demonstrado um nível satisfatório em relação à qualidade
de vida, sugere-se que os professores busquem informações e orientações
sobre a qualidade de vida, uma vez que os dados da pesquisa demonstrou
déficit no aspecto de recreação e lazer, no domínio ambiente.
Diante dessas questões percebeu-se a necessidade de investir em um
profissional de psicologia para conservar a boa qualidade de vida por
considerar estressante o trabalho do professor através de relaxamento em
terapia cognitiva comportamental inicialmente individual e posteriormente
grupal para interação e trocas de experiências entre os professores como
lidar com os alunos sem tornar a rotina exaustiva do processo educativo.
Ressalta-se a importância da orientação aos professores para que possam
ter momentos de lazer e recreação para seu bem estar biopsicossocial.
48
CONCLUSÃO
A presente pesquisa surgiu com o propósito de avaliar a qualidade de
vida dos professores do ensino fundamental ciclo-I de uma escola da rede
estadual de ensino do município de Lins-SP. O estudo de campo foi de
grande valia para a pesquisa, pois através desse método possibilitou uma
observação e um acompanhamento dos participantes.
A qualidade de vida no trabalho refere-se aos aspectos físicos, ambientais
e psicológicos do local onde o profissional se encontra para executar suas
tarefas. Para que haja uma boa qualidade é necessário que o profissional
tenha satisfação, motivação e saúde.
No entendimento da melhoria da qualidade de vida no trabalho, a
pesquisa identificou que os professores estão no nível entre intermediário e
satisfatório nos domínios: físico, psicológico e relações sociais, com déficit
no aspecto recreação e lazer no domínio ambiente.
Ao realizar a pesquisa observamos que não há nenhum aspecto com
agravante significativo que interfira na qualidade de vida dos professores,
pois percebeu o quanto foi positivo na visão psicológica e social.
O estudo contribuiu de forma eficaz para a nossa formação acadêmica,
como também aprimorar as pesquisas sobre o assunto na psicologia, uma
vez que a falta da qualidade de vida pode interferir no bem estar dos
professores.
No entanto, não houve comprovação da interferência na qualidade de
vida nas atividades profissionais dos professores. Assim, a pesquisa
mostrou um nível baixo nos aspectos recreação e lazer, o que pode
comprometer na qualidade de vida e no bem estar social dos professores.
49
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53
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54
APÊNDICES
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APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
56
57
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO SEMIESTRUTURADO PARA OS
PROFESSORES
I - IDENTIFICAÇÃO
Idade:_________
Escolaridade: ___________________
Estado civil: ____________________
Nº filhos:_______
Formação acadêmica: _____________________________
Outras formações: especialização ou outros:___________________________
Tempo de serviço na educação: _____________
Trabalha quantos turnos ou horas por dia? Em uma ou duas escolas? (duplo
vínculo): ______________________________________
II – QUESTÕES ESPECÍFICAS
1. Apresenta alguma doença, faz tratamento? Qual tratamento?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
2. Tira licenças médicas com frequência? Quantas vezes no ano?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
3. Como você avalia sua qualidade de vida?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
4. Realiza atividade física? Qual? Quantas vezes na semana?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
5. Quais atividades de lazer procurar realizar e qual a frequência?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
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APÊNDICE C – TABELA 1 - Estatística descritiva da Qualidade de Vida
Geral e dos domínios do WHOQOL-bref
DOMÍNIO MÉDIA DESVIO PADRÃO
COEFICIENTE DE
VARIAÇÃO
VALOR MÍNIMO
VALOR MÁXIMO
AMPLITUDE
Físico 15,82 1,91 12,10 10,86 17,71 6,86
Psicológico 15,74 2,14 13,56 11,33 19,33 8,00
Relações Sociais 15,59 1,92 12,29 12,00 18,67 6,67
Meio Ambiente 14,69 1,49 10,17 12,00 17,50 5,50
Auto-avaliação da QV 15,54 2,96 19,06 8,00 20,00 12,00
TOTAL 15,41 1,69 10,99 11,38 17,69 6,31
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APÊNDICE D – Tabela 2 – Estatística descritiva das facetas dos domínios
do WHOQOL-bref
QUESTÃO MÉDIA DESVIO PADRÃO
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO
VALOR MÍNIMO
VALOR MÁXIMO
AMPLITUDE
Q1 3,85 0,80 20,82 2 5 3
Q2 3,92 0,76 19,36 2 5 3
Q3 2,00 1,22 61,24 1 5 4
Q4 2,15 1,14 53,09 1 4 3
Q5 3,54 0,88 24,79 2 5 3
Q6 4,31 0,85 19,84 2 5 3
Q7 3,85 0,69 17,91 2 5 3
Q8 4,08 0,28 6,80 4 5 1
Q9 3,38 0,65 19,22 3 5 2
Q10 3,77 0,60 15,90 3 5 2
Q11 3,85 0,80 20,82 3 5 2
Q12 3,15 0,69 21,84 2 5 3
Q13 3,62 0,65 17,99 2 4 2
Q14 3,08 0,76 24,69 2 4 2
Q15 4,38 0,87 19,84 2 5 3
Q16 3,69 0,95 25,66 2 5 3
Q17 3,92 0,64 16,33 3 5 2
Q18 4,08 0,49 12,11 3 5 2
Q19 4,08 0,76 18,63 3 5 2
Q20 3,92 0,64 16,33 3 5 2
Q21 4,15 0,55 13,35 3 5 2
Q22 3,62 0,65 17,99 3 5 2
Q23 4,31 0,48 11,15 4 5 1
Q24 3,46 0,78 22,43 2 5 3
Q25 4,31 0,48 11,15 4 5 1
Q26 2,00 0,41 20,41 1 3 2
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ANEXOS
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ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO
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ANEXO B – Comprovante de Envio do Projeto
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ANEXO C – Questionário Abreviado de Qualidade de Vida – WHOQOL-bref
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