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Qualidade de Serviço (QoS) Qualidade de Experiência (QoE) Dr. Daniel G. Costa [email protected]

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Qualidade de Serviço (QoS) Qualidade de Experiência (QoE)

Dr. Daniel G. Costa [email protected]

O que é “qualidade”?• Segundo o dicionário:

• propriedade que determina a essência ou a natureza de um ser ou coisa

• grau negativo ou positivo de excelência

• O que é negativo ou positivo para a qualidade?

• Embora qualidade determine um “grau”, ao que devemos atribuir qualidade?

• (1) À coisa / ao produto

• (2) Ao processo

• (3) Ao todo

• Onde está a qualidade? No item 1, 2 ou 3?

Dr. Daniel G. Costa

Qualidade nas redes

Dr. Daniel G. Costa

• Como medir qualidade?

• Indicadores numéricos:

• Quantidade de dados transmitidos com sucesso

• Atraso na transmissão

• Tempo de indisponibilidade na rede

• Tempo médio entre falhas

• Indicadores subjetivos:

• A rede está boa para o usuário/aplicação?

• A rede é segura?

• Qual é a melhor métrica?

Por que é importante medir qualidade?• Precisamos responder as perguntas:

• O projeto da rede é adequado para o serviço esperado?

• A rede atualmente oferece o serviço esperado?

• Em que partes da rede (ativos, enlaces, dispositivos, programas) a rede não está operando como esperado?

• Algumas aplicações serão mais sensíveis à uma “baixa” qualidade

• Aplicações em tempo real

• VoIP, video conferência, jogos

• Aplicações críticas

• Controle, automação

• Aplicações de alta demanda

• StreamingDr. Daniel G. Costa

Quality of Service (QoS)

Qualidade de Serviço (QoS)Objetivos

• Mensurar a qualidade da rede e dos serviços prestados

• Essa mensuração é feita através daquilo que pode ser numericamente medido

• É uma das medidas de desempenho que podem ser empregadas

• Melhorar os serviços atualmente disponíveis

• Oferecer formas de melhorar o desempenho atual da rede

• Garantir melhor desempenho para aplicações críticas

Dr. Daniel G. Costa

Qualidade de Serviço (QoS)Métricas

• As métricas são numéricas:

• Vazão (bits/s)

• Latência (segundos)

• Jitter (segundos)

• Confiabilidade (sucesso / total)

Dr. Daniel G. Costa

Qualidade de Serviço (QoS)Demandas por QoS

• Ex: Aplicações Web precisam, idealmente, de pelo menos vazão média, atraso médio, jitter médio e confiabilidade alta

Dr. Daniel G. Costa

Aplicação Vazão Atraso Jitter Confiabilidade

Web Média Média Médio Alta

E-mail / Arquivos Média Indiferente Indiferente Alta

Audio streaming Média Indiferente Baixo Média

Video streaming Alta Indiferente Baixo Média

Real-time audio Média Baixo Baixo Baixa

Real-time video Alta Baixo Baixo Baixa

Vazão: Alta

Atraso: Baixo

Jitter: Baixo

Confiabilidade: Alta

Melhores valores

Indiferente: não impacta

Qualidade de Serviço (QoS)Como garantir?

• Ideia: priorizar aquilo que é mais crítico!

• Pode ser aplicado em diferentes elementos da comunicação

(inclusive no Sistema Operacional)

• Na perspectiva das redes de comunicação, QoS vem sendo

garantido de acordo com requisitos das redes consideradas:

Internet, IoT, Redes Mesh, Redes Veiculares, etc.

• Na Internet, há duas abordagens principais:

• Intserv

• Diffserv

Dr. Daniel G. Costa

Arquitetura IntServServiços Integrados

• A ideia é realizar a reserva explícita de recursos

• Onde reservar? Qual a melhor camada?

• O procedimento de reserva é direcionado à um fluxo de dados

• Quais são os desafios da reserva de recursos?

• Como reservar recursos na Internet, que é best effort e não orientada à conexão?

Dr. Daniel G. CostaPacotes

Arquitetura IntservServiços Integrados

• Dois serviços diferentes

• 1) Carga garantida

• Existem limites de atraso máximo definido para cada roteador

• 2) Carga controlada

• Prioriza um fluxo em detrimento do outro

Dr. Daniel G. Costa

Arquitetura IntservServiços Integrados

• A reserva é baseada no protocolo RSVP (Resource reSerVation Protocol)

• Protocolo de “sinalização” definido na RFC 2205

• Reserva recursos para determinado fluxo solicitado

• A reserva só é feita se houver recursos disponíveis

• Roteadores no caminho DEVEM suportar o RSVP

• O objetivo principal é reduzir a latência e o jitter do fluxo de transmissão reservado

• A reserva é fim-a-fim

• Na prática, o objetivo é reduzir a latência dos pacotes pertencentes ao fluxo

Dr. Daniel G. Costa

Arquitetura IntservProtocolo RSVP

• Antes de iniciar a transmissão, o RSVP deve ser utilizado

• Mensagens são processadas salto a salto

• O protocolo opera diretamente sobre o IP (assim como o ICMP)

• Dois tipos de mensagens principais

• PATH

• Enviada da ORIGEM para o DESTINO

• Armazena informações do caminho “virtual” sendo criado

• RESV:

• Enviada do DESTINO para a ORIGEM

• Efectivamente faz a reserva dos recursos, no mesmo caminho estabelecido

Dr. Daniel G. Costa

Arquitetura IntservServiços Integrados

Dr. Daniel G. Costa

PATH

RESV

Origem Destino

De fato, quem está reservando QoS é o receptor (destino) do fluxo

Arquitetura IntservProtocolo RSVP

• Mensagem PATH

• Informa o “previous host”

• Mensagem RESV

• Define o flow descriptor (RFC 2210)

• Rspec: o que eu quero

• Tspec: define o fluxo

Dr. Daniel G. Costa

Arquitetura IntservProtocolo RSVP

• Como reservas são feitas previamente, a tendência é que se obtenha um “bom” nível de QoS

• As reservas são soft-state: devem ser “refrescadas” continuamente

• Cada nó do caminho realiza um controle de admissão, para verificar se tem recursos disponíveis

Dr. Daniel G. Costa

Arquitetura IntServDesafios

• Qual é o impacto de reservar fluxos indiscriminadamente?

• Como implementar IntServ em larga escala?

• No geral, IntServ não é escalável na Internet

Dr. Daniel G. Costa

Quando todo mundo for especial, ninguém mais será

Arquitetura DiffServServiços Diferenciados

• A garantia de QoS é oferecida sem reserva de recursos

• Baseia-se na ideia de agregação de fluxos em classes de serviço

• Potencialmente “pior” que o modelo IntServ

• Porém, muito mais escalável

• Roteadores não precisam armazenar estados sobre fluxos de

transmissão, como ocorre quando o protocolo RSVP é utilizado

• DiffServ não utiliza um protocolo de controle

• Pacotes são marcados na entrada da rede (tira complexidade do

núcleo)

• Princípio de operação do DiffServ: Priorização de pacotesDr. Daniel G. Costa

Priorização em Redes• Priorização em redes é um serviço amplo e que pode ser utilizado

em diversos elementos das comunicações (em redes Internet ou não)

• Algumas perguntas importantes:

• O que priorizar?

• Dispositivos: computadores, roteadores, sensores, controladores, etc

• Informações: pacotes de dados

• Usuários: funcionários, gerentes, pais, filhos, etc

• Como priorizar?

• O que é prioridade?

• O grande desafio é determinar níveis diferentes de prioridade

Dr. Daniel G. Costa

Priorização em Redes

Dr. Daniel G. Costa

Exemplos

TwitterSensing: An Event-Based Approach for Wireless Sensor Networks Optimization Exploiting Social Media in Smart City Applications. Costa, Daniel G., Duran-Fundez, C., Rocha-Junior, Joao B., Andrade,

Daniel C., Peixoto, J. P. J. Sensors, 18, 180, 2018.

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Priorização em Redes

Dr. Daniel G. Costa

Exemplos

Availability Issues for Relevant Area Coverage in Wireless Visual Sensor Networks. Costa, Daniel G., Duran-Faundez, C., Bittencourt, O. C. N. IEEE Chilecon, Puccon/Chile, 2017

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Priorização em Redes

Dr. Daniel G. Costa

Exemplos

Assessing Availability in Wireless Visual Sensor Networks Based on Targets's Perimeters Coverage. Costa, Daniel G., Duran-Faundez, C. Journal of Electrical and Computer Engineering, Article ID

9312439, 14 pages, 2016.

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Arquitetura DiffServPriorização

• Ocorre em relação aos pacotes de dados

• O objetivo é dar maior importância a determinados pacotes enquanto

estão sendo trafegados por roteadores

• Priorização na Camada de Redes da arquitetura TCP/IP

• Pacotes de origens diferentes podem pertencer ao mesmo “fluxo”

• Como é feita a priorização?

• Ajuste de filas de processamento nos roteadores

• Como os pacotes são classificados?

• Pacotes são marcados de acordo com sua importância

• Marcação é feita sem adicionar elementos/protocolos novos

Dr. Daniel G. Costa

Arquitetura DiffServMarcação de Pacotes

• Pacotes podem ser diferenciados por:

• Endereços

• Conteúdo

• Marcação

• A marcação pode ser

• Na origem

• Na rede

• Quais pacotes serão marcados?

• Depende. Aplicações podem determinar isso

• Uma boa prática é priorizar pacotes mais sensíveis (tempo real)

Arquitetura DiffServMarcação de Pacotes

Dr. Daniel G. CostaDr. Daniel G. Costa

Dr. Daniel G. Costa

IP de Origem

TTL

Identificação Flags

Versão Tamanho

Protocolo IP

Tamanho totalType of Service (ToS)

Offset de fragmento

Protocolo Checksum

IP de Origem

Arquitetura DiffServMarcação de Pacotes

Dr. Daniel G. CostaDr. Daniel G. Costa

Dr. Daniel G. Costa

IP de Origem

TTL

Identificação Flags

Versão Tamanho

Campo ToS (8 bits) é reaproveitado - RFC 2474 e RFC 3168

Tamanho totalType of Service (ToS)

Offset de fragmento

Protocolo Checksum

IP de Origem

Arquitetura DiffServMarcação de Pacotes

Versão Tamanho

IpV6 é diferente

Tamanho totalType of Service (ToS)

ECNDS

6 bits

2 bits

DS (Differentiated Services): define diferentes códigos de marcação (64 opções)

ECN (Explicit Congestion Notification): não utilizado

Arquitetura DiffServClasses de prioração

• Existem diferentes classes de priorização definidas para o DiffServ

• Assured Forwarding (melhor que best effort, porém flexível)

• Expedited Forwarding (premium service)

• Objetivo é mudar o comportamento das filas de processamento (nos

ativos de rede)

Dr. Daniel G. Costa

Chegada de pacotes Saída de pacotes

Fila padrão (FIFO)

Diferentes tipos de fila podem priorizar pacotes

Arquitetura DiffServAssured Forwarding

• Três diferentes classes

• Ouro: 50% da banda

• Prata: 30% da banda

• Bronze: 20% da banda

• Níveis de precedência de descarte em filas são definidos dessa

forma

Dr. Daniel G. Costa

Arquitetura DiffServExpedited Forwarding

• Simula uma linha de comunicação virtual

• Largura de banda fixa

• Pacotes dessa classe são sempre os mais importantes

• Indicado para comunicações multimídia em tempo real

• O desafio continua sendo a definição apropriada (classificação) de

quais pacotes serão marcados

Dr. Daniel G. Costa

IntServ e DiffServDesafios

• Classificação

• Como realizar de forma eficiente a classificação daquilo que é importante?

• Garantias de QoS vs Perfil de usuário

• Admissão

• Como garantir que os fluxos/pacotes são “corretos”?

• QoS será um serviço gratuito? Senão, como cobrar?

• Isolamento

• Evitar que fluxos diferentes sejam processados como sendo iguais

• Uso de recursos

• O uso de QoS não pode exaurir os ativos nem “bloquear” tráfego não priorizado

Dr. Daniel G. Costa

IntServ e DiffServ• IntServ

• Reserva de recursos

• Fluxos individuais

• Mais complexo, porém maiores garantias

• Baixa escalabilidade

• Protocolo específico

Dr. Daniel G. Costa

• DiffServ

• Classificação de pacotes

• Agregação de fluxos

• Menos complexo, porém com menores garantias

• Maior escalabilidade

• Não necessita de protocolo específico

Resumo

Quality of Experience (QoE)

Quality of ExperienceO que é?

• Qualidade nem sempre deve ser medida com parâmetros numéricos

• Deve-se avaliar se o que é esperado está sendo atendido

• Qualidade da “experiência” do usuário com o serviço

• Como medir QoE?

• É um parâmetro subjetivo

• Opniões dos usuários dependem de fatores sociais e culturais

• Pode ser medido de forma qualitativa ou quantitativa

• Com conceitos como Muito Ruim, Ruim, Regular, Bom e Muito Bom

• Com notas numéricas em uma escala

Dr. Daniel G. Costa

Quality of Experience• Para multimídia em tempo, QoE tem um efeito importante

• Serve para avaliar, por exemplo, a qualidade de um codec

• Por exemplo, uma comunicação com baixa latência e jitter pode ser avaliada como ruim por um usuário, caso a compressão de vídeo tenha prejudicado sobremaneira o resultado final

• Uma métrica comum é MOS (Mean Opinion Score)

• Usado para transmissões de áudio

• Notas dentro de uma escala de 1 a 5.

Dr. Daniel G. Costa

MOS Qualidade5 Excelente4 Boa3 Razoável2 Ruim

1 Péssima

MOS

Dr. Daniel G. Costa

Alguns valores

Codec MOS Taxa de transmissão

G.711 4.1 64 Kbps

G.726 3.85 16/24/32 Kbps

G.728 3.61 16 Kbps

G.729 3.92 8 Kbps

iLBC 4.1ß 13.33/15.2 Kbps

Quality of ExperienceDados visuais

• Para imagens, valores de PSNR podem ser utilizados para auxiliar o cálculo do QoE

Dr. Daniel G. Costa

• O PSNR é uma medida da diferença entre o dado produzido e o dado original

Quality of ExperienceDados visuais

• Outras medidas podem ser também aplicadas

• QoV (Quality of Viewing): qualidade é função da relevância da câmera/sensor que está capturando os dados

• QoV: Assessing the Monitoring Quality in Visual Sensor Networks. Costa, Daniel G., Guedes, L. A., Vasques, F., Portugal, P. IEEE International Conference on Wireless and Mobile Computing, Networking and Communications (IEEE WiMob), Barcelona/Spain, 2012.

• Métricas numéricas não ligadas ao QoS também podem impactar o QoE

• Número de interrupções

• Duração das interrupções

Dr. Daniel G. Costa