quadro comparativo da lei 7783-89 e do projeto de lei substituto

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SUBSEO DIEESE- CUT NACIONALRua Caetano Pinto, 575 Brs So Paulo E-mail [email protected] telefone (0xx11) 2108-9118 Fax (0xx11) 2108-9310

DIREITO DE GREVE PARA O SETOR PBLICO: UM QUADRO COMPARATIVO DA LEI 7.783 / 89 E DO PROJETO SUBSTITUTIVO DA CMARA FEDERAL

Subseo DIEESE CUT Nacional Novembro - 2007

DIREITO DE GREVE PARA O SETOR PBLICO: UM QUADRO COMPARATIVO DA LEI 7783/89 E DO PROJETO SUBSTITUTIVO DA CMARA FEDERAL No ltimo dia 25/10/2007, o Supremo Tribunal Federal (STF) estendeu aos trabalhadores do setor pblico a aplicao da lei 7.783 de 1989, que regulamenta a greve para o setor privado. Eis os termos da deciso: O Tribunal, por maioria, nos termos do voto do Relator, conheceu do mandado de injuno e props a soluo para a omisso legislativa com a aplicao da Lei n 7.783, de 28 de junho de 1989, no que couber, vencidos, parcialmente, os Senhores Ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Marco Aurlio, que limitavam a deciso categoria representada pelo sindicato e estabeleciam condies especficas para o exerccio das paralisaes. Votou a Presidente, Ministra Ellen Gracie. No votou o Senhor Ministro Menezes Direito por suceder ao Senhor Ministro Seplveda Pertence, que proferiu voto anteriormente. Ausente, justificadamente, a Senhora Ministra Crmen Lcia, com voto proferido em assentada anterior. Plenrio, 25.10.2007. Que pese o fato da deciso do STF ao propor uma soluo para a omisso legislativa estender a regulamentao do direito de greve do setor privado para a realidade do setor pblico no que couber e assim deixar para interpretaes futuras o que ser aplicado ou no da lei 7.783/89, pode-se afirmar que a partir desta deciso, passa a existir agora uma legislao mnima de regulamentao do direito de greve dos servidores pblicos que influenciar as prximas paralisaes. Ao mesmo tempo, na Cmara dos Deputados, mais especificamente na Comisso de Trabalho e Administrao Pblica CTASP tramita proposta de regulamentao do direito a greve dos servidores pblicos. Atualmente, esse processo encontra-se com o relator, Deputado Nelson Marquezelli, que props um substitutivo aos diversos projetos de lei que versam sobre a matria em tramitao. Como a recente deciso do STF coloca a Lei 7783/89 como uma realidade imediata para os servidores pblicos e o PL Substituto do deputado Nelson Marquezelli encontra-se em vias de ser votado na CTASP, apresenta-se abaixo uma primeira comparao entre os dois instrumentos. Por ser uma regulamentao mais especfica, que se votada substituir a extenso da lei 7.783/89, tomamos como base comparativa a PL Substituto e comentamos sua diferena ao estabelecido para a iniciativa privada que poder, no que couber regular a greve nos servios pblicos.

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SUBSEO DIEESE- CUT NACIONALRua Caetano Pinto, 575 Brs So Paulo E-mail [email protected] telefone (0xx11) 2108-9118 Fax (0xx11) 2108-9310

DIREITO DE GREVE PARA O SETOR PBLICO QUADRO COMPARATIVO ENTRE A LEI 7783 (LEI DE GREVE SETOR PRIVADO) ESTENDIDA NO QUE COUBER AO SETOR PBLICO PELO STF E O SUSBSTITUTIVO DO DEP. NELSON MARQUEZELLI EM ANDAMENTO NA CTASPSUBSTITUTIVO MARQUEZELLI Art. 1 O direito de greve ser exercido pelos servidores pblicos nos termos e limites estabelecidos por esta lei, competindo-lhes decidir sobre a oportunidade de exerc-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. COMENTRIOS Esse primeiro artigo garante o direito a greve aos trabalhadores. Do ponto de vista de contedo no h diferenas relevantes. Art. 2 Para os fins desta Lei, considera-se legtimo exerccio do O PL Substitutivo direito de greve a suspenso coletiva, temporria e pacfica, total caracteriza ou parcial, de prestao pessoal de servios a empregador. administrao pblica e servidor, seu item III idntico ao artigo 2 da lei 7783 e d legitimidade greve a caracterizando como suspenso coletiva temporria. Art. 4 Caber entidade sindical correspondente convocar, na Nesses artigos forma do seu estatuto, assemblia geral que definir as estabelecesse os reivindicaes da categoria e deliberar sobre a paralisao procedimentos para coletiva da prestao de servios. deflagrao da greve. 1 O estatuto da entidade sindical dever prever as formalidades Em caso de existncia de convocao e o quorum para a deliberao, tanto da de uma entidade deflagrao quanto da cessao da greve. sindical de 2 Na falta de entidade sindical, a assemblia geral dos trabalhadores, no h LEI DE GREVE SETOR PRIVADO Art. 1 assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exerc-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. Pargrafo nico. O direito de greve ser exercido na forma estabelecida nesta Lei.

Art. 2 Para os fins desta lei considera-se: I Administrao: rgo da administrao direta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, bem como respectivas autarquias e fundaes pblicas; II - servidor: pessoa legalmente investida em cargo pblico; III legtimo exerccio do direito de greve: suspenso coletiva, temporria e pacfica, total ou parcial, da prestao de servios pblicos. Art. 3 Caber entidade sindical dos servidores convocar, na forma de seu estatuto, assemblia geral para deliberar sobre as reivindicaes da categoria e sobre a deflagrao e a cessao da greve. 1 O estatuto da entidade sindical dever prever as formalidades para convocao da assemblia geral e o quorum especfico exigido para deliberao quanto greve.

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SUBSTITUTIVO MARQUEZELLI 2 Se inexistir entidade sindical representativa dos servidores pblicos, assemblia geral convocada com pelo menos 48 (quarenta e oito) horas de antecedncia, desde que conte com a presena de pelo menos 50% (cinqenta por cento) dos integrantes da categoria, poder deliberar sobre a greve por maioria absoluta dos presentes, devendo, obrigatoriamente, caso a greve seja aprovada, constituir comisso de negociao. 3 A entidade sindical ou a comisso de negociao a que se refere o 2 representar os interesses dos servidores em greve nas negociaes com a Administrao e, caso seja necessrio, junto ao Poder Judicirio. 4 A entidade sindical ou a comisso de negociao dever informar a sociedade, por meio de anncios em jornais, rdios ou canais de televiso, sobre a proposta de deflagrao de greve.

LEI DE GREVE SETOR PRIVADO trabalhadores interessados deliberar para os fins previstos no "caput", constituindo comisso de negociao. Art. 5 A entidade sindical ou comisso especialmente eleita representar os interesses dos trabalhadores nas negociaes ou na Justia do Trabalho.

Art. 4 Apresentada a pauta de reivindicaes nos termos Art. 3 Frustrada a negociao ou verificada a impossibilidade de do art. 3, a Administrao adotar os seguintes recursos via arbitral, facultada a cessao coletiva do trabalho. procedimentos:

COMENTRIOS diferena de contedo entre o PL e a lei. A diferena est no caso da inexistncia de entidade sindical no processo. Enquanto a lei 7783 determina apenas a necessidade de assemblia geral e constituio de uma comisso de negociao, o PL Substitutivo define que os servidores devm convocar a assemblia com pelo menos 48 horas e com presena de pelo menos 50% dos integrantes. O 3 do PL Substitutivo assemelhase ao artigo 5 da lei e trata da representao formal dos interesses dos trabalhadores. O 4 do PL Substitutivo acresce aos servidores pblicos a obrigao de informar a populao antecipadamente a inteno de deflagrao da greve. O PL Substitutivo define que aps pauta entregue, a

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SUBSTITUTIVO MARQUEZELLI I instalar processo de negociao; II manifestar-se-, no prazo de 30 (trinta) dias contados do recebimento das reivindicaes, acolhendo-as, apresentando proposta conciliatria ou fundamentando a impossibilidade de seu atendimento.

Art. 5 Transcorrido o prazo previsto no inciso II do art. 4 e tendo a assemblia geral deliberado pela deflagrao da greve, caber entidade sindical ou comisso de negociao comunicar tal fato Administrao, com antecedncia mnima de 72 (setenta e duas) horas do incio da greve.

Art. 6 So assegurados aos servidores em greve os seguintes direitos: I - a livre divulgao do movimento grevista entre os servidores; II - a persuaso e o aliciamento dos servidores visando sua adeso greve, mediante o emprego de meios pacficos; lII - a arrecadao de fundos para o movimento grevista; IV - a prestao de esclarecimentos populao sobre os motivos e objetivos da greve. 1 Em nenhuma hiptese, o legtimo exerccio do direito de greve poder servir de justificativa ou atenuante para quaisquer aes de servidores ou da Administrao que

COMENTRIOS Administrao dever instalar negociao e ter 30 dias para responder as reivindicaes. Esses procedimentos no constam da Lei 7783 uma vez que os mesmos j so regulados no setor privado. Art. 3 O PL Substitutivo define Pargrafo nico. A entidade patronal correspondente ou os que a greve poder empregadores diretamente interessados sero notificados, com ocorrer aps os 30 dias antecedncia mnima de 48 (quarenta e oito) horas, da previstos anteriormente paralisao. e tem-se a obrigao dos servidores informarem a Administrao com 72h de antecedncia. No caso da lei 7783, esse limite de 48 horas. Art. 6 So assegurados aos grevistas, dentre outros direitos: O artigo 6 do PL I - o emprego de meios pacficos tendentes a persuadir ou Substitutivo se aliciar os trabalhadores a aderirem greve; assemelha ao caput do II - a arrecadao de fundos e a livre divulgao do artigo 6 da lei 7783. movimento. Para alm, inclui-se a 1 Em nenhuma hiptese, os meios adotados por autorizao a livre empregados e empregadores podero violar ou constranger os divulgao da greve direitos e garantias fundamentais de outrem. entre os servios 2 vedado s empresas adotar meios para constranger o pblicos e empregado ao comparecimento ao trabalho, bem como capazes esclarecimento de frustrar a divulgao do movimento. populao sobre os 3 As manifestaes e atos de persuaso utilizados pelos motivos da greve. grevistas no podero impedir o acesso ao trabalho nem causar

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SUBSTITUTIVO MARQUEZELLI constituam violao, ameaa ou constrangimento ao exerccio dos direitos e garantias fundamentais. 2 vedado Administrao, sob pena de responsabilizao das autoridades, por qualquer forma constranger servidor a comparecer ao trabalho, bem como procurar frustrar o exerccio dos direitos previstos neste artigo. Art. 7 Durante o perodo de greve so vedados, nos rgos ou entidades pblicas cujas atividades estejam interrompidas ou prejudicadas, os atos de: I - demisso de servidor, exceto nos casos previstos no art. 12 ou quando se tratar de demisso fundada em fatos no relacionados paralisao; II - exonerao de servidor, exceto em se tratando de cargos em comisso de livre provimento e exonerao ou, sendo cargo efetivo, se a pedido do servidor; III - contratao por tempo determinado prevista no art. 37, IX, da Constituio Federal; IV - contratao de terceiros para a execuo de servios prestados usualmente por servidor. 1 As vedaes constantes nos incisos III e IV no se aplicam aos casos previstos no 2 do art. 9 . 2 A inobservncia do disposto neste artigo implicar a nulidade do ato respectivo e a responsabilizao da autoridade que o praticou ou determinou.

LEI DE GREVE SETOR PRIVADO ameaa ou dano propriedade ou pessoa.

COMENTRIOS

Esses artigos referemse ao que proibido ao patro em caso de greve: basicamente demisso e contratao para substituio dos trabalhadores em greve. H uma diferena jurdica significativa entre o setor pblico e privado neste aspecto, pois no setor pblico no h como existir suspenso do contato de trabalho. Este artigo, para o setor privado coloca para a negociao a reposio e o pagamento dos dias parados. No PL Substitutivo isso tratado no art.10. Art. 8 A Justia do Trabalho, por iniciativa de qualquer das partes Este artigo no consta ou do Ministrio Pblico do Trabalho, decidir sobre a no PL Substitutivo. procedncia, total ou parcial, ou improcedncia das reivindicaes, Atualmente no h cumprindo ao Tribunal publicar, de imediato, o competente acesso Justia do acrdo. Trabalho para o Servio Pblico.

Art. 7 Observadas as condies previstas nesta Lei, a participao em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relaes obrigacionais, durante o perodo, ser regidas pelo acordo, conveno, laudo arbitral ou deciso da Justia do Trabalho. Pargrafo nico. vedada a resciso de contrato de trabalho durante a greve, bem como a contratao de trabalhadores substitutos, exceto na ocorrncia das hipteses previstas nos arts. 9 e 14.

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Art. 8 So considerados servios ou atividades essenciais, alm daqueles especificados na lei de que trata o 1 do art. 9 da Constituio Federal: I - a representao diplomtica do pas no exterior e a recepo a representantes de governos estrangeiros ou de organismos internacionais, em visita oficial ao pas; II os servios em aeroportos, rodovias, portos, ferrovias e transportes pblicos em geral; III a segurana pblica, o policiamento e o controle de fronteiras; IV - os servios de carceragem e vigilncia de presos e de segurana dos estabelecimentos do sistema penitencirio; V - os servios de assistncia sade, inclusive atendimento ambulatorial de emergncia, e previdncia, especialmente concesso e pagamento de benefcios previdencirios e assistenciais; VI - os servios do Poder Judicirio diretamente vinculados ao exerccio de suas funes; VII os servios que visam possibilitar o atendimento direto das atribuies legais das Foras Armadas; VIII a arrecadao e a fiscalizao tributria em alfndegas, postos de fronteira, rodovias, portos, aeroportos e postos de pedgio; IX o tratamento e o abastecimento de gua potvel; X a produo, distribuio e comercializao de energia

LEI DE GREVE SETOR PRIVADO Art. 9 Durante a greve, o sindicato ou a comisso de negociao, mediante acordo com a entidade patronal ou diretamente com o empregador, manter em atividade equipes de empregados com o propsito de assegurar os servios cuja paralisao resultem em prejuzo irreparvel, pela deteriorao irreversvel de bens, mquinas e equipamentos, bem como a manuteno daqueles essenciais retomada das atividades da empresa quando da cessao do movimento. Pargrafo nico. No havendo acordo, assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de contratar diretamente os servios necessrios a que se refere este artigo. Art. 10 So considerados servios ou atividades essenciais: I - tratamento e abastecimento de gua; produo e distribuio de energia eltrica, gs e combustveis; II - assistncia mdica e hospitalar; III - distribuio e comercializao de medicamentos e alimentos; IV - funerrios; V - transporte coletivo; VI - captao e tratamento de esgoto e lixo; VII - telecomunicaes; VIII - guarda, uso e controle de substncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; IX - processamento de dados ligados a servios essenciais; X - controle de trfego areo; XI compensao bancria.

COMENTRIOS Este artigo da lei do setor privado garante o funcionamento de atividades cuja sua paralizao comprometa bens e mquinas. No h previso para esses casos no PL do setor pblico. No que se refere s atividades essenciais o PL Substitutivo acrescenta muitos outros setores como essenciais. Inclusive educao e arrecadao.

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SUBSTITUTIVO MARQUEZELLI eltrica; XI a inspeo agropecuria e sanitria de produtos de origem animal e vegetal; XII a manuteno de servios de telecomunicaes; XIII a defesa e o controle do trfego areo; XIV os servios de necropsia e funerrios; e XV os servios de educao. Art. 9 Durante a greve em rgos e entidades pblicas que executem servios ou atividades essenciais, os servidores, sob a coordenao da entidade sindical ou da comisso de negociao a que se refere o 2 do art. 3, ficam obrigados a garantir a prestao dos servios indispensveis ao atendimento das necessidades inadiveis de interesse pblico, com a presena de, no mnimo, 45% (quarenta e cinco por cento) dos servidores em atividade. 1 So necessidades inadiveis de interesse pblico aquelas que, se no atendidas, coloquem em risco iminente a segurana do Estado, a sobrevivncia, a sade ou a segurana da populao, o exerccio dos direitos e garantias fundamentais e a preservao do patrimnio pblico. 2 No caso de inobservncia do disposto neste artigo pelos servidores, fica a Administrao autorizada a proceder : I - contratao de pessoal por tempo determinado, prevista no art. 37, IX, da Constituio Federal; II - contratao de servios de terceiros para a execuo de servios prestados usualmente por servidor, admitida a dispensa de licitao. 3 Os contratos previstos no 2 restringir-se-o efetiva prestao dos servios a que se refere o caput e sero rescindidos em prazo no superior a 15 (quinze) dias aps o encerramento da greve.

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COMENTRIOS

Art. 11. Nos servios ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestao dos servios indispensveis ao atendimento das necessidades inadiveis da comunidade. Pargrafo nico. So necessidades inadiveis, da comunidade aquelas que, no atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivncia, a sade ou a segurana da populao. Art. 12. No caso de inobservncia do disposto no artigo anterior, o Poder Pblico assegurar a prestao dos servios indispensveis.

Esses artigos definem o que atividade indispensvel e inadivel s necessidades da populao. A Lei 7783, mantm como inadivel o que coloque em risco a vida, a sade e a segurana (pressupostos da OIT). J o PL Substitutivo amplia para tambm o exerccio dos direitos e garantias fundamentais e a preservao do patrimnio pblico. Esse acrscimo coloca como inadivel quase todo servio pblico (descritos na CF em todo o ttulo II e III). No setor privado, est garantido que esse atendimento se dar de comum acordo entre as partes via negociao, enquanto o PL do setor pblico detemnina um

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Art. 10. Os dias de greve sero contados como ausncia injustificada para todos os efeitos.

COMENTRIOS percentual mnimo de 45%. No caso de no cumprimento dos 45%, o PL abre a possibilidade de substituio de trabalhadores vis contrato por tempo determinado e contratao de servios de terceiros com dispensa de licitao. Cabe a ressalva de que a substituio de trabalhadores nem sempre possvel pela falta de disponibilidade no mercado de trabalhadores com a especializao necessria, alm disso, como o contrato pode ser feito por um prazo maior do que o perodo necessrio (durao da greve), um rompimento de contrato significa pagar 50% do valor total do contrato ao llocador. Esse artigo do PL Substitutivo pune o servidor grevista para alm do corte do ponto, pois a falta injustificada

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Art. 13 Na greve, em servios ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou os trabalhadores, conforme o caso, obrigados a comunicar a deciso aos empregadores e aos usurios com antecedncia mnima de 72 (setenta e duas) horas da paralisao. Art. 11. Constitui abuso do direito de greve: I - a paralisao que no atenda s formalidades para convocao da assemblia geral dos servidores e o quorum especfico para deliberao; II - a paralisao de servios sem a devida comunicao Administrao, com a antecedncia mnima prevista no art. 5; III - a recusa prestao dos servios indispensveis ao atendimento das necessidades de interesse pblico previstas no art. 9; IV a utilizao de mtodos que visem constranger ou obstar o acesso dos servidores que no aderiram greve ao seu ambiente de trabalho ou a circulao pblica; e V - a manuteno da greve aps a celebrao de acordo ou deciso judicial sobre a legalidade das reivindicaes que a tenham motivado. Art. 12. O abuso do direito de greve, devidamente apurado em processo administrativo, assegurada ao acusado ampla defesa, acarretar as penalidades de: I - suspenso de at 90 (noventa) dias, que poder, a Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservncia das normas contidas na presente Lei, bem como a manuteno da paralisao aps a celebrao de acordo, conveno ou deciso da Justia do Trabalho. Pargrafo nico. Na vigncia de acordo, conveno ou sentena normativa no constitui abuso do exerccio do direito de greve a paralisao que: I - tenha por objetivo exigir o cumprimento de clusula ou condio; II - seja motivada pela supervenincia de fatos novo ou acontecimento imprevisto que modifique substancialmente a relao de trabalho.

COMENTRIOS tem conseqncias vrias na vida funcional, inclusive exonerao. Como afirmado anteriormente, no setor privado essa caracterizao no se d a priori, ela objeto de negociao. Esse artigo em relao ao privado, aumenta o prazo de aviso da greve para atividades essenciais. No caso do PL do setor pblico o prazo de 72 horas.. No PL Substitutivo a caracterizao de abuso de greve mais rigorosa e ampla que no setor privado, no garantindo, inclusive, a exceo da greve por descumprimento do acordo, ressalvado na Lei 7783.

No PL substitutivo est previsto penalidades individuais e penalidade a entidade sindical por

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SUBSTITUTIVO MARQUEZELLI critrio da Administrao, ser convertida em multa, na base de 30% (trinta por cento), por dia, da remunerao, ficando o servidor, neste caso, obrigado a permanecer no trabalho; II - demisso, em caso de reincidncia. 1 A penalidade de suspenso ter seu registro cancelado, sem qualquer efeito retroativo, decorridos 3 (trs) anos de efetivo exerccio, se o servidor, durante esse perodo, no incorrer em nova infrao disciplinar. 2 O sindicato da categoria cuja greve for considerada abusiva, pelo Judicirio, ficar sujeito a multa de at R$ 30.000,00 (trinta mil reais) por dia de paralisao. Art. 13. A responsabilidade pelos atos praticados durante a greve ser apurada, no que couber, nas esferas administrativa, civil e penal. Pargrafo nico. As sanes administrativas, civis e penais podero cumular-se, sendo independentes entre si.

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COMENTRIOS abuso do direito de greve. Estas punies no esto previstas na Lei 7783.

Art. 15 A responsabilidade pelos atos praticados, ilcitos ou crimes cometidos, no curso da greve, ser apurada, conforme o caso, segundo a legislao trabalhista, civil ou penal. Pargrafo nico. Dever o Ministrio Pblico, de ofcio, requisitar a abertura do competente inqurito e oferecer denncia quando houver indcio da prtica de delito. Art. 16. Para os fins previstos no art. 37, inciso VII, da Constituio, lei complementar definir os termos e os limites em que o direito de greve poder ser exercido.

Os artigos do PL e da Lei se equiparam nos processos de responsabilizao por atos ilcitos e crimes.

Este artigo que veda a lei 7883 ser aplicada ao servio pblico, at a deciso do STF. Art. 17. Fica vedada a paralisao das atividades, por iniciativa do Refere-se na Lei 7783 empregador, com o objetivo de frustrar negociao ou dificultar o ao Lockout , ou seja, a atendimento de reivindicaes dos respectivos empregados paralisao patronal. (lockout). Pargrafo nico. A prtica referida no caput assegura aos trabalhadores o direito percepo dos salrios durante o perodo de paralisao. Art. 18. Ficam revogados a Lei n 4.330, de 1 de junho de 1964, o Artigo de validao da Decreto-Lei n 1.632, de 4 de agosto de 1978, e demais lei. disposies em contrrio. Art. 19 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

Art. 14. Esta lei entra em vigor na data de sua publicao.

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