punções venosas

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Antonino Costa & Nuno Ribeiro 1

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Page 1: Punções venosas

Antonino Costa & Nuno Ribeiro 1

Page 2: Punções venosas

CATETERES

Pode-se classificar os cateteres em:1) Cateteres curtos ou periféricos2) Cateteres longos ou centrais

CATETERES PERIFÉRICOS OU CURTOS

CONSTITUIÇÃO

Agulha metálica ou “mandril” - Por ser biselada, a inserção é mais fácil, provocando um menor traumatismo.

Cânula - Cobre a agulha, é fabricada de diferentes materiais sendo os mais utilizados o teflón e o poliuretano. Deverá ser radiopaco para que em caso de acidente seja mais facilmente detectado.

Canhão do cateter - Deve cumprir a normativa das cores segundo o calibre.

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Page 3: Punções venosas

CATETERES PERIFÉRICOS OU CURTOS

Cateter Comprimento Diâmetro Cor14G16G18G20G22G24G

51 mm51 mm51 mm32 mm32 mm19 mm

2.10mm1.70mm1.30mm1.10mm0.80mm0.70mm

Laranja Cinzento Verde Rosa AzulAmarelo

Tampão - Previne o refluxo de sangue.

Para a punção o enfermeiro(a) deverá ir preparado com todos os tipos de cateteres, ou então deverá levar o cateter cujo calibre se adapte ao calibre da veia a puncionar. Deverá puncionar com o cateter de menor longitude e de menor diâmetro da cânula.

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CATETERISMO ENDOVENOSO PERIFÉRICO

A cateterização periférica é uma técnica vulgar realizada nas mais variadas situações.

1) Para administrar medicação prescrita por via endovenosa;

2) Para perfusões/compostos e transfusões/hemoderivados;

3) Para a manutenção do equilíbrio hídrico e electrolítico, em doentes incapazes de ingerir os princípios nutritivos essenciais;

4) A punção venosa é também necessária para a obtenção de amostras de sangue para teste laboratoriais.

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CATETERISMO ENDOVENOSO PERIFÉRICO

VEIA A ELEGER

Depende de vários factores:Líquidos a infundir; Estado das veias.

Veias mais distais; Veias do dorso da mão e antebraço; Não puncionar as fístulas arterio-venosas; Doentes mastectomizadas; Evitar veias dos membros inferiores; As veias do dorso do pé, femorais e

pescoço só estão indicadas quando o acesso às veias dos membros superiores é impossível;

Cateterização no membro não dominante do doente.

Não se deverá colocar perfusões de solutos hipertónicos ou fármacos irritantes nas veias de pequeno calibre.

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Page 6: Punções venosas

CATETERISMO ENDOVENOSO PERIFÉRICO

MÉTODOS DE AUMENTO DE CALIBRE DA VEIA

1) Colocar garrote acima do local de punção;

2) Pedir ao doente que feche, ciclicamente, a mão (se for esta a zona a puncionar);

3) Realizar percussão no trajecto do vaso;

4) Fazer com que a extremidade fique pendente durante alguns minutos;

5) Aplicar calor húmido na zona a puncionar.

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CATETERISMO ENDOVENOSO PERIFÉRICO

PREPARAÇÃO DE MATERIAL NECESSÁRIO

Cateteres periféricos de vários calibres;

Garrote;

Penso transparente semipermeável com adesivo (Tegaderm I.V.) e pedaços de adesivos;

Compressas esterilizadas;

Luvas esterilizadas;

Solução alcoólica de um anti-séptico com acção residual (Cutasept);

Sistema de soros, doseador, prolongamentos, torneira de três vias, soro e suporte;

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Page 8: Punções venosas

Resguardos protectores.CATETERISMO ENDOVENOSO PERIFÉRICO

INFORMAÇÃO AO DOENTE

Informar o doente da técnica a realizar e pedir a sua colaboração, especialmente no período de punção para evitar complicações.

Colocar o doente na posição mais adequada segundo o lugar a puncionar.

No caso de haver infusões pedir ao doente para não alterar o seu débito.

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Page 9: Punções venosas

CATETERISMO ENDOVENOSO PERIFÉRICO

PROCEDIMENTO DE PUNÇÃO

Posicione o doente;

Colocar o resguardo debaixo do membro a puncionar;

Seleccione a veia mais adequada;

Localize a veia para puncionar e inspeccione a área em redor da veia seleccionada;

Aplique o garrote a 5 a 10 cm acima do local de punção seleccionado;

No caso de utilizar o braço, peça ao doente para abrir e fechar a mão;

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Efectuar lavagem higiénica ou desinfecção alcoólica das mãos;

CATETERISMO ENDOVENOSO PERIFÉRICO

PROCEDIMENTO DE PUNÇÃO

Palpe a veia;

Na fixação do cateter numa zona pilosa deve-se evitar a tricotomia e quando necessário, deve-se utilizar tesoura ou máquina eléctrica;

Se a localização da veia for demorada, alivie o garrote e torne a aplica-lo;

Desinfecte o local de punção com uma aplicação em spray de Cutasept ou com uma compressa embebida, utilizando movimentos circulares e fricção do centro para a periferia e espere 30 segundos;

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Utilizar a mesma técnica para secar a área a puncionar, com compressa esterilizada ou deixe secar ao ar;

CATETERISMO ENDOVENOSO PERIFÉRICO

PROCEDIMENTO DE PUNÇÃO

Calce luvas;

Retire a cápsula protectora do cateter segurando-o com a sua mão dominante. Repuxe a pele com a mão não dominante 2,5 cm abaixo do local de punção;

Coloque a agulha de forma a fazer um ângulo de 450 ;

Introduza a agulha com o bisel voltado para cima. Atravesse a pele tão rapidamente quanto possível e logo que a agulha penetre a veia reduza o seu ângulo relativamente à pele e introduza-a cerca de 2 cm;

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Se o seu objectivo for a recolha de sangue faça-o antes de retirar o garrote. Este deverá ser retirado antes da saída da agulha;

CATETERISMO ENDOVENOSO PERIFÉRICO

PROCEDIMENTO DE PUNÇÃO

Alivie o garrote, e coloque o sistema de soros previamente preparado ou coloque mandril para manter veia;

Fixe com um penso transparente semipermeável com adesivo (tipo Tegaderm I.V.).

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CATETERISMO ENDOVENOSO PERIFÉRICO

VANTAGENS/DESVANTAGENS

Os cateteres periféricos permitem administrar soroterapia, sangue e hemoderivados com um menor risco de infecção ou de tromboflebite quando comparado com os longos.

As veias periféricas são facilmente compressíveis, algo de importância relevante quando se pensa em terapia trombolítica.

Possibilitam menor mobilidade ao doente e costumam dar complicações às 72 horas após a sua inserção, especialmente se se administrarem fármacos irritantes.

O intervalo prolongado entre a administração de drogas na circulação periférica e a sua chegada ao coração, o que pode ser minimizado com a

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infusão de “Bolos” de soro fisiológico e o levantamento do membro onde foi administrada a droga.

CATETERISMO ENDOVENOSO PERIFÉRICO

COMPLICAÇÕES

H EMATOMA

1) Técnica incorrecta de execução no momento de inserção do cateter (insucesso da punção);

2) Fragilidade capilar do doente;

3) Coagulação sanguínea do doente comprometida.

FLEBITE

1) Lugar anatómico da veia canalizada (maior nos membros inferiores);

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2) Longitude do cateter e duração da punção (maior a partir das 72 horas);

CATETERISMO ENDOVENOSO PERIFÉRICO

COMPLICAÇÕES

FLEBITE

3) Tipo de cateter;

4) Diâmetro da cânula (menor com cânulas de menor calibre);

5) Acção de certos fármacos irritantes;

6) Idade (mais de 50 anos e do sexo masculino);

7) Diagnóstico (maior em neoplasias);

8) Deficientes cuidados de desinfecção;Antonino Costa & Nuno Ribeiro 15

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9) Acção mecânica do cateter.

CATETERISMO ENDOVENOSO PERIFÉRICO

COMPLICAÇÕES

INFILTRAÇÃO

1) Poderá surgir por saída do cateter do interior da veia;

2) Punção posterior sem sucesso realizada proximal à mesma.

OBSTRUÇÃO

1) Presença de coágulo;

2) Comprovar se o sistema se encontra dobrado ou fechado;

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3) Má posição do membro do doente;

4) Altura insuficiente da garrafa do soro.

CATETERISMO ENDOVENOSO PERIFÉRICO

COMPLICAÇÕES

SEPTICEMIA

1) Muito raramente surge (especialmente provocada por germes da pele);

2) Desvalorização dos cuidados a prestar antes, durante e depois da punção.

MIGRAÇÃO DO CATETER

1) Raramente acontece;

2) Deficiente fixação da porção exposta do cateter;

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3) Deficiente imobilização do membro do doente.

Nota: O fragmento frequentemente aloja-se na veia cava inferior, aurícula direita ou artéria pulmonar, podendo levar cerca de 30 minutos para se alojar num destes locais.CATETERISMO ENDOVENOSO PERIFÉRICO

COMPLICAÇÕES

EMBOLIA GASOSA

1) Uso de sistemas abertos

MANUTENÇÃO DA CATETERIZAÇÃO PERIFÉRICA

Todo o adesivo (Tegaderm IV) permanece no local até à remoção do cateter;

Os cateteres inseridos sem as medidas de assepsia necessárias, devem ser substituídos logo que possível;

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Devem substituir o cateter e local de punção de 72/72 horas;

CATETERISMO ENDOVENOSO PERIFÉRICO

MANUTENÇÃO DA CATETERIZAÇÃO PERIFÉRICA

Os sistemas de soros e as torneiras de três vias deverão ser substituídas com intervalos não inferiores a 72 horas;

Poderá o doente ficar com duas veias cateterizadas até 24 horas devendo retirar-se um cateter de uma delas, atendendo a que deverá ficar o de maior calibre.

REGISTOS DE ENFERMAGEM

Deveremos registar no momento de inserção do cateter:

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Data de inserção;Hora e local de inserção;Tamanho do cateter inserido;Educações para a saúde efectuadas e

reacções do doente.CATETERISMO ENDOVENOSO PERIFÉRICO

REGISTOS DE ENFERMAGEM

Nos cuidados de manutenção deveremos registar:

Valorização do estado de inserção do cateter;

Datas de mudança do penso e de sistemas de soros,

Exemplo de um registo a efectuar:- Foi repuncionado no dorso da mão esquerda em 29/02/2000 às 14:00 horas com um abocath 20G, por apresentar flebite no antebraço direito.

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BIBLIOGRAFIA

FABRA GENSANA – Terapia intravenosa: catéteres periféricos; In: “Revista ROL Enfermeria”, Barcelona, Año 21, nº. 234 (Fevereiro 1998, p. 75-78

LIMA, J. J. Figueiredo – Venipunção e cateterismo venosos; In: “Medicina e Cirurgia”, Lisboa, vol. 16, nº. 7/8 (Julho/Agosto 1996), p. 123-133

MARIN VIVO, Gemma – Catéteres venosos de acesso periférico; In: “Revista ROL Enfermeria”, Barcelona, Año 20, nº. 229 (Setembro 1997), p. 67-72

LA ROCCA, Joanne C. – Guía clínica de enfermeria: terapia intravenosa, 2ª ed., Madrid: Mosby/Doyma, 1994

TECNICAS EN ENFERMERIA CLINICA – Técnicas en enfermeria clínica, 4ª ed., Madrid: McGraw-Hill/Interamericana, 1998, vol.I

HOSPITAL DISTRITAL DE FARO – Politica de utilização de anti-sépticos e desinfectantes, Normas recomendadas pela comissão de Controlo da Infecção Hospitalar, 1999

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