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PUBLICADO EM RESUMO NO DOE DE ____/____/________ PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTAS Processo TCM nº 07825-12 Exercício Financeiro de 2011 Prefeitura Municipal de MURITIBA Gestor: Epifanio Marques Sampaio Relator Cons. José Alfredo Rocha Dias PARECER PRÉVIO DO PEDIDO DE REVISÃO Opina pela rejeição, porque irregulares , das contas da Prefeitura Municipal de MURITIBA, relativas ao exercício financeiro de 2011. O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes: 1 – DA PRESTAÇÃO DE CONTAS As contas da Prefeitura Municipal de Muritiba, referentes ao exercício financeiro de 2011, são da responsabilidade do Sr. Epifanio Marques Sampaio. Protocoladas sob TCM nº 07825/12, foram tempestivamente encaminhadas à Câmara de Vereadores local e a esta Corte. A comprovação de que estiveram em disponibilidade pública consta do Edital nº 001/12, contido às fls. 02 das contas do Legislativo, do mesmo exercício. Considerando o disposto nos artigos 31, § 3º da Lei Maior, 63 da Constituição Estadual e 53 e 54 da Lei Complementar Estadual nº 06/91, na forma do disciplinado na Resolução TCM nº 1.060/05, e os indícios da parca divulgação, na medida em que não há comprovação da respectiva publicidade do Edital, recomenda-se enfaticamente que a mesma seja efetivada de forma mais ampla, inclusive na internet, de sorte a cumprir- se adequadamente o princípio da transparência e o contido na legislação antes citada. O Relatório Anual de fls. 406 a 437 traduz a consolidação dos trabalhos de acompanhamento realizados em 2011 pela 3ª Inspetoria Regional de Controle Externo, sediada no município de Santo Antônio de Jesus. A análise técnica efetivada em seguida à anexação das peças anuais encontra-se no Pronunciamento Técnico - fls. 439 a 462. Foram rigorosamente respeitadas as garantias consagradas no inciso LV do art. 5º da Carta Federal, inclusive mediante publicação do Edital nº 153 no Diário Oficial do Estado, edição de 19/09/12. Às fls.466 há declaração probatória de que ao Gestor, ou a preposto pelo mesmo indicado, foi possibilitado acesso a todas as peças processuais, em decorrência do que houve a apresentação dos esclarecimentos, documentação e justificativas que considerou pertinentes, através dos seguintes processos: a) 13.610/12, anexado as fls. 468/471 e mais 02 (duas) pastas tipo “AZ”; b) 13.611/12, às fls. 473/498 e mais 02 (duas) pastas tipo “AZ”; e, c) 501/502 e mais 02 (duas) pastas tipo “AZ”. 1

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PUBLICADO EM RESUMO NO DOE DE ____/____/________PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTASProcesso TCM nº 07825-12Exercício Financeiro de 2011Prefeitura Municipal de MURITIBA Gestor: Epifanio Marques SampaioRelator Cons. José Alfredo Rocha Dias

PARECER PRÉVIO DO PEDIDO DE REVISÃO Opina pela rejeição, porque irregulares, das contas da Prefeitura Municipal de MURITIBA, relativas ao exercício financeiro de 2011.

O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes:

1 – DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

As contas da Prefeitura Municipal de Muritiba, referentes ao exercício financeiro de 2011, são da responsabilidade do Sr. Epifanio Marques Sampaio. Protocoladas sob TCM nº 07825/12, foram tempestivamente encaminhadas à Câmara de Vereadores local e a esta Corte. A comprovação de que estiveram em disponibilidade pública consta do Edital nº 001/12, contido às fls. 02 das contas do Legislativo, do mesmo exercício. Considerando o disposto nos artigos 31, § 3º da Lei Maior, 63 da Constituição Estadual e 53 e 54 da Lei Complementar Estadual nº 06/91, na forma do disciplinado na Resolução TCM nº 1.060/05, e os indícios da parca divulgação, na medida em que não há comprovação da respectiva publicidade do Edital, recomenda-se enfaticamente que a mesma seja efetivada de forma mais ampla, inclusive na internet, de sorte a cumprir-se adequadamente o princípio da transparência e o contido na legislação antes citada.

O Relatório Anual de fls. 406 a 437 traduz a consolidação dos trabalhos de acompanhamento realizados em 2011 pela 3ª Inspetoria Regional de Controle Externo, sediada no município de Santo Antônio de Jesus. A análise técnica efetivada em seguida à anexação das peças anuais encontra-se no Pronunciamento Técnico - fls. 439 a 462. Foram rigorosamente respeitadas as garantias consagradas no inciso LV do art. 5º da Carta Federal, inclusive mediante publicação do Edital nº 153 no Diário Oficial do Estado, edição de 19/09/12. Às fls.466 há declaração probatória de que ao Gestor, ou a preposto pelo mesmo indicado, foi possibilitado acesso a todas as peças processuais, em decorrência do que houve a apresentação dos esclarecimentos, documentação e justificativas que considerou pertinentes, através dos seguintes processos: a) 13.610/12, anexado as fls. 468/471 e mais 02 (duas) pastas tipo “AZ”; b) 13.611/12, às fls. 473/498 e mais 02 (duas) pastas tipo “AZ”; e, c) 501/502 e mais 02 (duas) pastas tipo “AZ”.

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Publicado, em resumo, o Parecer Prévio nº 1.051/11, ingressou o Sr. Epifânio Marques Sampaio, com tempestivo Pedido de Reconsideração, autuado sob o nº 15.231/12 e devidamente anexado às contas. Atendidos os pressupostos legais, houve exame de todos os argumentos e documentos produzidos, decidindo o egrégio Plenário pelo seu provimento parcial. Em decorrência, promovidas alterações, foram emitidos novos Parecer Prévio e Deliberação de Imputação de Débito contemplando ditas modificações, revogados os atos anteriores.

Em sessão Plenária de 14 de maio de 2013 foi acolhido Pedido de Revisão formulado pelo Conselheiro Relator. Em decorrência emite-se este Parecer Prévio e a Deliberação de Imputação de Débito dele decorrente, com as modificações correspondentes. 2 – DOS EXERCÍCIOS PRECEDENTES As contas do exercício anterior – 2010, da responsabilidade do mesmo Gestor das sub examen, contidas no processo TCM nº 7.997/11, foram objeto do Parecer Prévio nº 460/11, de 03/11/2011, pela aprovação, ainda que com ressalvas, com aplicação de penas pecuniárias nos valores de R$ 1.300,00 (mil e trezentos reais) e R$43.200,00 (quarenta e três mil e duzentos reais), esta última em face da publicação do Relatório de Gestão Fiscal referente ao 1º quadrimestre ter sido efetivada ao arrepio do disposto no § 2º do art. 55 da Lei Complementar nº 101/00. A defesa final informa, tão somente, que estaria providenciando a documentação para sanar as pendências. Não cumpridas determinações da Corte, o fato repercute nas conclusões deste pronunciamento. Havendo, ademais, largo elenco de cominações não recolhidas nem cobradas pelo Gestor, a matéria será objeto de manifestação no item 11.

3 – DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO

Na forma do disposto nos artigos 165 a 169 da Constituição da República, a elaboração e a execução dos orçamentos públicos devem compreender três principais instrumentos de planejamento, quais sejam o Plano Plurianual de Aplicação – PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e o Orçamento Anual – LOA, revigorados e aprimorados pela Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF – a Complementar Federal nº 101/00.

O Plano Plurianual - PPA, vigente para o quadriênio 2010/2013, caderno/pasta anexo, foi instituído pela Lei Municipal nº 829, de 03/11/2009, com publicação ocorrida em meio eletrônico no dia 09/11/09.

A LDO, por imposição dos §§ 1º e 3º do art. 4º da LRF, deve conter anexos relativos a Metas e Riscos Fiscais, guardando conformidade com o PPA. Norteia a elaboração do orçamento e regula o ritmo da realização das metas. Foi aprovada em 14/06/10, sob o nº 851/10, respeitadas as referidas normas e comprovada a sua publicação em 18 de junho de 2010.

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A LOA traduz as expectativas técnicas de realização da receita fixada e da despesa autorizada, compreendendo o Orçamento Fiscal e o de Seguridade Social. O orçamento do exercício financeiro de 2011, aprovado sob nº 863, em 13/12/10, apresenta o valor total de R$28.764.562,00 (vinte e oito milhões, setecentos e sessenta e quatro mil quinhentos e sessenta e dois reais), com os seguintes dados fundamentais:

Descrição Valor (R$)Orçamento Fiscal 18.943.577,35Orçamento da Seguridade Social 9.820.984,65Total 28.764.562,00

O diploma em apreço, publicado em meio eletrônico no dia 15/12/2010, contempla autorização para abertura de créditos adicionais suplementares, em conformidade com as prescrições constitucionais e regras da Lei Federal nº 4.320/64, com a utilização dos recursos de superávit financeiro, excesso de arrecadação e anulação parcial ou total de dotações, todos no limite percentual de 100% (cem por cento) do existente e comprovado ou dos fixados, respectivamente.

O artigo 5º da LOA exclui indevidamente do limite autorizado para suplementações valores que o tornariam sem limitação, o que não mais deve ocorrer, à vista das disposições legais de regência.

Aprovou-se o Quadro de Detalhamento de Despesas – QDD – em anexo, pelo Decreto nº 333.

A Programação Financeira, instrumento ratificado e aprimorado pela LRF, foi aprovada mediante Decreto nº 334, de 20 de dezembro de 2010. Tem como objetivo assegurar às unidades orçamentárias a soma de recursos suficientes à execução dos respectivos programas anuais de trabalho, mantendo-se o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada e evitando insuficiência de Caixa. 4 – DAS ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

Informa o Pronunciamento Técnico que as alterações procedidas no orçamento, conforme decretos de suplementação apensados aos autos, importaram no total de R$15.633.428,01 (quinze milhões, seiscentos e trinta e três mil quatrocentos e vinte e oito reais e um centavo), dos quais R$12.516.417,41 (doze milhões, quinhentos e dezesseis mil quatrocentos e dezessete reais e quarenta e um centavos) com suporte em anulação de dotações e R$3.117.010,60 (três milhões, cento e dezessete mil e dez reais e sessenta centavos) com lastro em excesso de arrecadação. Havendo sido apontado desencontro entre o valor total dos decretos originalmente apresentados e o montante consignado nas peças contábeis, na quantia de R$3.000,00 (três mil reais), a pendência restou esclarecida quando da defesa final, restando confirmado o valor das alterações procedidas, no importe de R$15.630.428,01 (quinze milhões, seiscentos e trinta mil quatrocentos e vinte e oito reais e um centavo), conforme registros constantes no balancete do 3

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mês de dezembro/11 e do sistema informatizado de controle externo deste TCM, SIGA. Dá-se a matéria como regular, na medida em que o montante dos decretos apresentados coincide com o quantum contabilizado e os créditos abertos mantiveram-se no limite das autorizações concedidas.

Com lastro em autorizações constantes das Lei Municipais nºs 886, de 04/08 e 503-A, de 09/09, houve regular abertura de Crédito Especial, no valor total de R$1.700.112,55 (um milhão, setecentos mil cento e doze reais e cinquenta e cinco centavos).

Ainda sobre a matéria, registra-se a ocorrência de alterações no Quadro de Detalhamento das Despesas, no montante de R$1.514.331,47 (um milhão, quinhentos e quatorze mil trezentos e trinta e um reais e quarenta e sete centavos), devidamente contabilizadas no Demonstrativo de despesas do mês de dezembro/11.

5 – DO ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA REALIZADO PELA 3ª INSPETORIA REGIONAL DE CONTROLE EXTERNO

Os trabalhos empreendidos pelo TCM objetivando orientar e alertar a Administração Municipal, ao longo dos meses do exercício cujas contas são apreciadas, não produziu os resultados almejados. É o que reflete o largo elenco de faltas, irregularidades e senões resumidos na Cientificação / Relatório Anual, com respectivo enquadramento legal, ainda que considerada a defesa final. Não adotadas oportunas providências objetivando o cumprimento da legislação de regência, cumpre destacar os seguintes:

- Repetidas faltas de cumprimento, ao longo dos meses do exercício, das regras contidas na Resolução TCM nº 1.282/09 - sistema informatizado de controle externo SIGA, dificultado o exercício das competências e atribuições constitucionalmente deferidas ao TCM;

- Inobservância das disposições referentes a execução da despesa, contidas na Lei Federal nº 4.320/64, Resoluções e Instruções editadas por este órgão;

- Desrespeito aos princípios constitucionais e a normas atinentes a licitação pública - Lei Federal nº 8.666/93;

- Injustificável pagamento de tarifas bancárias, no montante de R$ 27.902,50 (vinte e sete mil novecentos e dois reais e cinquenta centavos) - multas e juros por atraso no cumprimento de obrigações. É conferido prazo de até 60 (sessenta) dias a contar do transito em julgado deste pronunciamento para a efetivação do devido ressarcimento ao erário, com recursos pessoais do Gestor, comprovando-se o fato junto à Regional da Corte;

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- Ausência de individualização do credor, mediante registro dos respectivos números de inscrição no CPF/MF e de identificação civil, torna os recibos inválidos. A falta não mais deve ocorrer, sob pena de determinação de ressarcimento;

- O concurso público constitui-se em princípio constitucional, de sorte que é regra para a admissão de pessoal. Exceções só podem ocorrer nos limites legais. Deve a Comuna implementar as providências que informa estar adotando para a concretização do certame seletivo, que poderá resultar em admissão de servidores sob a regência das normas da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT;

- Reincidência no cometimento de irregularidades anteriormente apontadas pelo TCM, a repercutir negativamente no mérito das presentes contas, ex-vi do disposto no parágrafo único do artigo 40 da Lei Complementar Estadual nº 006/91.

Atente o Gestor que o descumprimento de determinações aqui postas pode, por si, ensejar o comprometimento do mérito de contas seguintes.

6 – DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A análise aqui empreendida considera a execução orçamentário-financeira e a gestão patrimonial. O primeiro aspecto reflete a realização de receitas e despesas e a respectiva movimentação. A gestão patrimonial traduz a posição dos ativos e passivos, bem assim o comportamento da dívida pública municipal.

Observa-se o atendimento à Resolução CFC nº 871/00, na medida em que foi aposto o selo correspondente à Declaração de Habilitação do profissional que firma as peças contábeis.

6.1 - CONFRONTO COM AS CONTAS DA CÂMARA E DAS DESCENTRALIZADAS

Acusando o Pronunciamento Técnico a existência de divergências entre os saldos das contas bens móveis e edificações quando comparados os Demonstrativos do Executivo e o Demonstrativo das Contas do Razão do Legislativo, destaca a Relatoria que a Câmara Municipal integra o orçamento do município como uma de suas unidades orçamentárias. Dessa maneira, a independência e harmonia entre os Poderes não deve servir como suporte para a ocorrência, ao invés, exige que ambos atuem no sentido de evitá-las, cumprindo-se os preceitos e obrigações legalmente impostos. Adverte-se quanto as consequências de eventual reincidência.

6.2 – BALANÇO ORÇAMENTÁRIO - Anexo XII

A peça contábil em referência demonstra as Receitas e Despesas previstas em confronto com as realizadas, indicando o Resultado Orçamentário, nos termos do artigo 102 da Lei Federal nº 4.320/64. A comparação da Despesa Realizada 5

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com a Receita Arrecadada revela a ocorrência de DÉFICIT ou SUPERÁVIT ORÇAMENTÁRIO, enquanto o cotejo entre a despesa autorizada com a realizada indica a existência, ou não, de ECONOMIA ORÇAMENTÁRIA. Os resultados refletidos nas contas são:

Descrição R$Receita Prevista 28.764.562,00(-) Receita Arrecadada (A) 33.081.040,90(=) Superávit de Arrecadação 4.316.478,90Despesa Inicial Fixada 28.764.562,00(+) Créditos Adicionais 3.117.010,60(=) Despesa Final Fixada 32.863.462,84(-) Despesa Executada (B) 32.863.462,84(=) Economia Orçamentária -Superávit Orçamentário (A-B) 217.578,06

A Receita Arrecadada em 2010 alcançou o valor total de R$33.081.040,90 (trinta e três milhões, oitenta e um mil e quarenta reais e noventa centavos) , superando a prevista no percentual de 15% (quinze por cento), com a seguinte composição: Descrição R$Receitas Correntes 34.268.076,52Receitas de Capital 2.059.191,13Dedução de Receita para formação do FUNDEB 3.246.226,75Total 33.081.040,90

A despesa alcançou montante de R$32.863.462,84 (trinta e dois milhões, oitocentos e sessenta e três mil quatrocentos e sessenta e dois reais e oitenta e quatro centavos), consoante o Balanço Orçamentário, conforme quadro seguinte:

Descrição R$Despesas Correntes 29.717.810,90Despesas de Capital 3.145.651,94Total 32.863.462,84

Havendo sido apontado que a despesa autorizada no Balanço Orçamentário registra valor divergente do contido no balancete de dezembro, a defesa final informa que o primeiro registra o montante acumulado (Prefeitura, Câmara e FMS), ao passo que o segundo contempla tão somente a da Prefeitura. Os esclarecimentos não elidem a falta, pelo que devem as peças contábeis ser revisadas após a elaboração, evitando-se divergências que tais, questionamentos e aplicação de penalidades.

6.3 – BALANÇO FINANCEIRO - Anexo XIII

Traduz a movimentação financeira, apresentando os valores das receitas e despesas orçamentárias, os recebimentos e pagamentos extra orçamentários, 6

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os saldos em espécie oriundos do exercício anterior e os a transferir para o seguinte, nos termos do artigo 103 da Lei Federal nº 4.320/64. Os dados refletidos nas contas são assim condensados:

Descrição R$Receita Orçamentária 33.081.040,90Receita Extra orçamentária 5.242.604,22Saldo do exercício anterior 1.296.596,34Total 39.620.241,46Despesa Orçamentária 32.863.462,84Despesa Extra orçamentária 3.667.090,45Saldo para exercício seguinte 3.089.688,17Total 39.620.241,46

Acusando o Pronunciamento Técnico a existência de divergências entre os saldos das Receitas e das Despesas extra orçamentárias demonstrados no Balanço Financeiro e nos respectivos Demonstrativos de dezembro/11, trouxe a defesa final justificativas de igual teor das apresentadas no item (6.2), pelo que são efetivados os mesmos registros alí postos.

6.4 – BALANÇO PATRIMONIAL - Anexo XIV Evidencia os componentes patrimoniais, que estão classificados nos grupos Contas de Compensação, Ativos (Financeiro e Permanente), Passivos (Financeiro e Permanente) e Saldo Patrimonial, na forma estabelecida na Lei Federal nº 4.320/64. Seus principais dados são a seguir sumariados:

ATIVO PASSIVODescrição R$ Descrição R$

Ativo Financeiro

Disponível 3.089.688,17Realizável 233.767,70 Passivo Financeiro 3.048.521,52

Ativo Permanente 8.231.121,89 Passivo Permanente 5.872.452,17Soma Ativo Real 11.554.577,76 Soma Passivo Real 8.920.973,69Ativo Compensado - Passivo

Compensado -

Passivo Real Descoberto - Ativo Real Líquido 2.633.604,07

TOTAL 11.554.577,76 TOTAL 11.554.577,76

O Saldo Patrimonial – Ativo Real Líquido – corresponde a R$2.633.604,07 (dois milhões, seiscentos e trinta e três mil seiscentos e quatro reais e sete centavos) decorrente da soma do superávit patrimonial ou resultado econômico positivo, do exercício em análise – (R$2.361.975,70), com o valor de (R$271.628,37) da situação líquida do exercício anterior.

6.4.1. Ativo

Inclui as contas representativas dos bens e direitos, demonstrando a aplicação dos recursos.

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6.4.1.1 – Dívida Ativa

As importâncias referentes a tributos, multas e créditos em favor do Município, lançados e não cobrados ou recolhidos no exercício de origem, constituem, ex vi do disposto no artigo 39 da Lei Federal nº 4.320/64, a partir da data da respectiva inscrição, a Dívida Ativa Municipal.

A Dívida Ativa Tributária, ao final de 2010, alcançara o montante de R$211.828,34 (duzentos e onze mil oitocentos e vinte e oito reais e trinta e quatro centavos), havendo inscrição e arrecadação, em 2011, dos valores de R$95.310,07 (noventa e cinco mil trezentos e dez reais e sete centavos) e R$30.976,05 (trinta mil novecentos e setenta e seis reais e cinco centavos), respectivamente, gerando saldo a cobrar de R$276.162,36 (duzentos e setenta e seis mil cento e sessenta e dois reais e trinta e seis centavos), ao final de 2011. A Dívida Ativa não Tributária que, em 2010, correspondia a R$242.108,32 (duzentos e quarenta e dois mil cento e oito reais e trinta e dois centavos), em face da ausência de inscrição, no exercício, e da arrecadação de apenas R$38.650,09 (trinta e oito mil seiscentos e cinquenta reais e nove centavos), remanesceu no valor de R$203.458,23 (duzentos e três mil quatrocentos e cinquenta e oito reais e vinte e três centavos).

Alegando a defesa final que a tímida arrecadação seria comum a todos os municípios baianos, “face ao notório estado de pobreza da população local e a indiscutível resistência que tem o cidadão como um todo em pagar tributos” (sic), assevera que as demandas judiciais de cobrança de impostos seriam inviáveis, em face dos princípios da economicidade e da razoabilidade, uma vez que os valores seriam de pequena monta, ressaltando, ademais, a ausência de estrutura do Poder Judiciário para demanda tão volumosa. Não se pode acolher tais justificativas, ainda que fossem comprovadas, o que não efetivou-se. Deve o Prefeito, sim, cumprir o seu dever legal de cobrança, na medida em que é inconteste o fato de que a dívida vem crescendo, bem assim que a negligência, no particular, pode ser considerada ato de improbidade administrativa, com pena prevista no inciso II, do artigo 12 da Lei nº 8.429/92. A LRF impõe o efetivo exercício da competência tributária municipal, não bastando para o cumprimento do disposto em seu artigo 11 a simples instituição dos tributos de sua competência, nem tampouco a mera previsão de arrecadação. Imprescindível é a sua efetiva arrecadação. Ações de variados tipos, incentivando a quitação, podem e devem ser adotadas legalmente, objetivando evitar penalidades ao Gestor. A matéria voltará a ser objeto de exame nas contas seguintes e a manutenção do status o quo pode levar a Corte de Contas à rejeitá-las.

6.4.2 – Passivo

Compreende as contas relativas às obrigações, evidenciando as origens dos recursos aplicações no ativo.

Conquanto pertençam ao município, por força do disposto nos artigos 156, inciso III (ISS) e 158, inciso I (IRRF), ambos da Carta Federal, valores retidos a 8

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esses títulos em pagamentos efetivados, estão inscritos no Passivo Financeiro da Comuna como obrigações a cumprir, de forma irregular. O procedimento não mais se justifica em face de advertências anteriormente postas, pelo que o fato repercute nas conclusões deste pronunciamento. As justificativas trazidas no sentido de que estariam sendo regularizadas não elide a questão. Os valores são citados a seguir:

Descrição Valor (R$)ISS – Legislativo 3.742,85IRRF – Legislativo 16.511,26IRRF - FMS 24.623,20

6.4.2.1 - Dívida Flutuante - Anexo XVII

A dívida em epígrafe é integrada pelos Restos e Serviços da Dívida a Pagar, Depósitos e Débitos de Tesouraria, incluídos os decorrentes de empréstimos por antecipação de receita orçamentária. Ao final de 2011 alcançou o montante de R$3.048.521,52 (três milhões, quarenta e oito mil quinhentos e vinte e um reais e cinquenta e dois centavos) correspondendo aos valores de R$2.839.813,33 (dois milhões, oitocentos e trinta e nove mil oitocentos e treze reais e trinta e três centavos) (“Restos a Pagar) e R$208.708,19 (duzentos e oito mil setecentos e oito reais e dezenove centavos) - (“Depósitos e Retenções”). Considerado o valor correspondente de 2010 – R$1.417.112,96 (um milhão, quatrocentos e dezessete mil cento e doze reais e noventa e seis centavos) – constata-se a ocorrência de expressivo acréscimo percentual de 115,12% (cento e quinze vírgula doze por cento), a exigir a atenção e eficaz atuação do Gestor. O débito referente ao Órgão Municipal de Previdência, correspondente à quantia de R$74.717,00 (setenta e quatro mil setecentos e dezessete reais), deve, necessariamente, ser equacionado pela Comuna.

Atente o Gestor para as prescrições e penas introduzidas no Código Penal Brasileiro pela Lei Federal nº 9.983, de 14 de julho de 2000, a denominada Lei dos Crimes Contra a Previdência Social.

Houve adequado esclarecimento para a diferença apontada no Pronunciamento Técnico quando comparados o Passivo Financeiro do Balanço Patrimonial/10 com o Demonstrativo da Dívida Flutuante/11 - coluna “Saldo do exercício anterior”.

6.4.2.2 – Dívida Fundada Interna – Anexo XVI

Composta dos compromissos de exigibilidade superior a doze meses, nos termos do art. 98 da Lei Federal nº 4.320/64, está representada pelas contas “INSS”, “COELBA” e “EMBASA” assumidas pelo Executivo, no montante de R$5.872.452,17 (cinco milhões, oitocentos e setenta e dois mil quatrocentos e cinquenta e dois reais e dezessete centavos), constatando-se redução percentual de 6,62% (seis vírgula sessenta e dois por cento) em relação à existente em 31/12/2010 – R$6.288.511,93 (seis milhões, duzentos e oitenta e oito mil quinhentos e onze reais e noventa e três centavos).

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Ausente dos autos a Certidão probatória do débito com o INSS, registrada no Balanço Patrimonial/11 no elevado montante de R$5.824.592,84 (cinco milhões, oitocentos e vinte e quatro mil quinhentos e noventa e dois reais e oitenta e quatro centavos), o que repercute nas conclusões deste pronunciamento.

6.4.2.3 – Dívida Consolidada Líquida

Os limites de endividamento dos entes da Federação são fixados por Resoluções do Senado Federal, na forma do disposto na Constituição Federal e na LRF. Para o exercício em apreciação vigoram as de números 40/01, relativa ao montante da dívida pública consolidada e 43/01, concernente a operações de crédito e concessão de garantias.

Os valores demonstrados no Balanço Patrimonial do exercício revelam que a Dívida Consolidada Líquida do Município de Muritiba respeita o limite correspondente, cumprido o art. 3º, inciso II da Resolução nº 40, de 20.12.2001, do Senado Federal.

6.4.2.4. - Restos a Pagar

Representa despesas empenhadas e não pagas até o dia 31 de dezembro do exercício financeiro de origem, na forma do disposto no caput do artigo 36 da Lei Federal nº 4.320/64. Constituindo-se em dívidas de curto prazo, impõe a legislação a existência de disponibilidade financeira suficiente à cobertura, ao final do exercício. A verificação é efetivada nos registros das contas Caixa e Bancos – Ativo Financeiro Disponível.

A movimentação ocorrida é evidenciada no sumário seguinte:

Descrição R$Restos a Pagar exercícios anteriores 1.184.161,45Restos a Pagar quitados no exercício 426.957,68Restos a Pagar inscritos no exercício 2.082.609,56Saldo para o Exercício Seguinte 2.839.813,33

Verificado que o saldo financeiro existente é insuficiente ao suporte das inscrições existentes a esse título, reitera-se as advertências apostas acerca das disposições do artigo 42 da LRF e graves penalidades para a ocorrência do fato no último ano da gestão, quando as contas anuais são objeto de pronunciamento pela rejeição. Deve ser consultada e observada a Instrução Cameral nº 005/2011.

6.5 – DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS – Anexo XV

Nos termos do art. 104 da Lei Federal nº 4.320/64, reflete as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e registra o resultado patrimonial do exercício (Superávit / Déficit). A peça trazida apresenta os seguintes dados: 10

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Variações Ativas Variações PassivasDescrição R$ Descrição R$

Resultante da Execução Orçamentária

33.081.040,90 Resultante da Execução Orçamentária

32.863.462,84

Mutações Patrimoniais

2.277.875,77 Mutações Patrimoniais

69.626,14

Independente da Execução orçamentária

95.310,07 Independente da Execução Orçamentária

159.162,06

Total das Variações Ativas

35.454.226,74 Total das Variações Passivas

33.092.251,04

Déficit Patrimonial do Exercício

- Superávit Patrimonial do Exercício

2.361.975,70

Total 35.454.226,74 Total 35.454.226,74

As Variações Ativas somaram R$35.454.226,74 (trinta e cinco milhões, quatrocentos e cinquenta e quatro mil duzentos e vinte e seis reais e setenta e quatro centavos) enquanto as Passivas foram correspondentes a R$33.092.251,04 (trinta e três milhões, noventa e dois mil duzentos e cinquenta e um reais e quatro centavos), demonstrando resultado superavitário de R$2.361.975,70 (dois milhões, trezentos e sessenta e um mil novecentos e setenta e cinco reais e setenta centavos).

Não constando, como devido, na Demonstração das Variações Patrimoniais - Variação Ativa – Independente da Execução Orçamentária informação de ter sido efetivada a atualização monetária, no exercício, do saldo existente na Dívida Ativa, limita-se a defesa a informar que “o valor de juros, multas e correção monetária acompanha o principal, lançado na mesma conta de Receita da Dívida Ativa”. Deve a Comuna registrá-la separadamente, providência essa a ser verificada nas contas do exercício subsequente, recomendando-se o cumprimento das disposições pertinentes da Portaria STN nº 564, de 27/10/04.

7 – DO INVENTÁRIO

Constituindo-se em levantamento ordenado do patrimônio municipal, deve respeitar as regras do Decreto nº 8.365, de 06/11/02. Objetiva o eficaz controle dos bens municipais, quantitativa e qualitativamente, inclusive os consignados sob responsabilidade de órgãos e entidades administrativas (Câmara de Vereadores, descentralizadas, etc.) confirmando a sua existência física, em confronto com a escrituração e respectivos valores.

Informa o Pronunciamento Técnico que a peça acostada aos autos não indica a alocação dos bens patrimoniais . Na fase recursal foi apresentada nova Certidão atestando que os mesmos encontram-se registrados no Livro Tombo,

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arrolados sob controle apropriado e identificados por plaquetas, na medida em que a anteriormente existente encontrava-se desprovida das assinaturas do Prefeito e encarregado pelo patrimônio. Deve o Gestor adotar providências para que o Inventário dos Bens respeite as disposições legais e as constantes da Resolução TCM nº 1.060/05. A irregularidade constatada repercute nas conclusões deste pronunciamento.

8 – DAS OBRIGAÇÕES CONSTITUCIONAIS

8.1 – EDUCAÇÃO

8.1.1 – Artigo 212 da Constituição Federal Foi cumprida a exigência contida no mandamento constitucional destacado, em 2011, uma vez aplicado na manutenção e desenvolvimento do ensino o montante de R$11.997.019,66 (onze milhões, novecentos e noventa e sete mil e dezenove reais e sessenta e seis centavos), correspondente ao percentual de 27,45% (vinte e sete vírgula quarenta e cinco por cento), superior ao mínimo de 25%, incluídas as despesas pagas e as liquidadas até 31 de dezembro do exercício, inscritas em Restos a Pagar, com os correspondentes saldos financeiros.

8.1.2 – FUNDEB – Lei Federal nº 11.494/07

A Emenda Constitucional nº 53, de 19/12/06, instituiu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, a ser aplicado na forma do disposto na Lei Federal nº 11.494/07.

Dos recursos totais, deve ser aplicado o percentual mínimo de 60% (sessenta por cento) na remuneração dos profissionais do magistério da educação básica, em efetivo exercício na rede pública – parágrafo único do artigo 22 de lei mencionada. A Prefeitura de Muritiba, havendo recebido recursos no montante de R$9.701.344,79 (nove milhões, setecentos e um mil trezentos e quarenta e quatro reais e setenta e nove centavos), despendeu na remuneração mencionada o percentual de 62,59% (sessenta e dois vírgula cinquenta e nove por cento), cumprida a exigência legal.

8.1.2.1 – Despesas do FUNDEB - §2º, do artigo 21 da Lei Federal nº 11.494/07

O art. 13, parágrafo único da Resolução TCM nº 1.276/08, emitido em consonância ao artigo 21, § 2º da Lei Federal nº 11.494/07, estabelece que até 5,00% (cinco por cento) dos recursos do FUNDEB poderão ser aplicados no primeiro trimestre do exercício subsequente àquele em que se deu o crédito, mediante abertura de crédito adicional. Desta forma, verifica-se que na municipalidade de Muritiba foi obedecido o limite determinado no dispositivo legal.

8.1.2.2 – Despesas glosadas no exercício em face da aplicação de 12

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recursos do FUNDEB com desvio de finalidade

A análise técnica informa que no exercício em tela não houve aplicação de recursos do FUNDEB em desvio de finalidade.

Ausente dos autos o Parecer do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB, a falta foi regularizada quando da defesa final, com a apresentação do mesmo em cópia autenticada. Deve o mesmo compor os autos quando postos em disponibilidade pública, em atendimento ao disposto no artigo 31 da Resolução TCM nº 1.276/08, evitando-se a reincidência.

8.1.2.3 - Despesas glosadas em exercício anteriores, face da aplicação de recursos do FUNDEF – Lei Federal nº 9.424/95 e do FUNDEB – Lei Federal nº 11.494/07 – com desvio de finalidade

A análise técnica informa que há pendências de restituições relativas a exercícios anteriores em face de desvio de finalidade na aplicação de recursos do FUNDEB, cujo montante, de R$193.116,19 (cento e noventa e três mil cento e dezesseis reais e dezenove centavos), foi reduzido em face dos comprovantes de transferências efetivadas pelo Gestor, apresentados na respectiva defesa final, nos valores de R$127.000,00 (cento e vinte e sete mil reais) e de R$40.000,00 (quarenta mil reais), cujas cópias foram encaminhadas à CCE para verificações e registros.

Processo Responsável (eis) Natureza Valor R$06657-08 Roque Luis Dias dos Santos FUNDEB 53.326,8107961-09 Roque Luis Dias dos Santos FUNDEB 139.789,38

Somente na fase da Reconsideração é apresentado documento probatório da transferência, em 30/10/2012, do valor de R$28.805,00 (vinte e oito mil oitocentos e cinco reais) para a conta específica do FUNDEB – 5.702-9, substituído por cópia nos autos, remetendo-se o “original” à análise e verificações da unidade competente da Corte.

8.2 - APLICAÇÃO EM AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE

Promulgada em 13/09/2000, a Emenda Constitucional 29 acrescentou o art. 77 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, instituindo o respectivo inciso III a obrigatoriedade da aplicação, pelos municípios, do percentual mínimo de 15% (quinze por cento) dos recursos enumerados nos artigos 156, 158 e 159, I, “b” e § 3º da CRFB em ações e serviços públicos de saúde, com a exclusão de 1% do FPM, na forma da Emenda Constitucional nº 55/07.

A Prefeitura cumpriu a norma constitucional, na medida em que aplicou, em 2011, o valor de R$3.919.610,68 (três milhões, novecentos e dezenove mil seiscentos e dez reais e sessenta e oito centavos), correspondente ao percentual de 22,68% (vinte e dois vírgula sessenta e oito por cento) dos recursos pertinentes, nas ações e serviços referenciados.

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Remanesce ausente o Parecer do Conselho Municipal de Saúde, em inobservância ao disposto no artigo 13 da Resolução TCM nº 1.277/08. A falha não mais deve ocorrer.

8.3 – TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS PARA O PODER LEGISLATIVO

O artigo 29-A da Constituição da República estabelece limites e prazo para o repasse de recursos ao Poder Legislativo Municipal, observada a execução orçamentária, de sorte a manter a proporção originalmente fixada. A redução ou superação do montante caracteriza crime de responsabilidade.

Em 2011, a dotação orçamentária destinada à Câmara e o limite máximo fixado corresponderam a R$1.871.183,00 (um milhão, oitocentos e setenta e um mil cento e oitenta e três reais) e R$1.048.747,84 (um milhão, quarenta e oito mil setecentos e quarenta e sete reais e oitenta e quatro centavos), respectivamente. Verificada a ocorrência de repasses no montante legalmente estabelecido, cumpriu-se a norma constitucional.

8.4 – REMUNERAÇÃO DOS AGENTES POLÍTICOS

A Lei Municipal nº 808/08 - fls. 35/36 - fixou os subsídios do Sr. Prefeito em R$12.000,00 (doze mil reais), do Vice-Prefeito em R$6.000,00 (seis mil reais) e o dos Secretários em R$3.500,00 (três mil e quinhentos reais). Regulares foram os pagamentos efetivados no período janeiro a dezembro ao Alcaide, o mesmo ocorrendo quanto ao Vice-Prefeito, bem assim aos Secretários, examinadas as folhas constantes dos autos, na medida em que observados os princípios constitucionais e o quanto fixado na Lei Ordinária.

8.5 – DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO

Nos termos do artigo 74 da Lei Maior, o sistema em epígrafe compreende procedimentos e políticas estabelecidos com o fim de auxiliar o alcance dos objetivos e das metas propostos, além de assegurar a execução correta do planejamento orçamentário-financeiro e da gestão patrimonial, sob os aspectos de legalidade, economicidade, eficiência e eficácia. Constitui, portanto, conjunto de atividades, planos, rotinas, métodos e procedimentos interligados, que permitem evitar o cometimento de equívocos, a sua oportuna correção e apontar eventuais irregularidades ao controle externo. Conquanto existente no Município de Muritiba, as ocorrências consignadas nos Cientificação Anual e Pronunciamento Técnico indicam que o seu funcionamento deve, necessariamente, ser objeto de aperfeiçoamento. Cuide a Comuna de adotar providências nesse sentido, sob pena da aplicação de penalidades, inclusive ao seu Titular, advertindo que a permanência da situação existente pode afetar o mérito de contas seguintes.

9 – DAS EXIGÊNCIAS DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

9.1 – DESPESA TOTAL COM PESSOAL

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Os artigos 18 a 20, 21 a 23 e 66 da LRF definem e estabelecem limites específicos para as despesas com pessoal e disciplinam a forma de efetivação dos controles pertinentes. O § 1º do artigo 5º da Lei Federal nº 10.028/00, além de penalidades institucionais, prevê a aplicação de multa equivalente a 30% (trinta por cento) dos subsídios anuais do Gestor, na hipótese de omissão na execução de medidas para a redução de eventuais excessos. A reincidência omissiva pode repercutir negativamente no mérito das contas.

A verificação da matéria impõe, consoante a legislação, a análise dos gastos dos dois exercícios anteriores, 2009 e 2010, além do atual, 2011.

9.1.1 - EXERCÍCIO DE 2009 - Percentual Excedente (art. 23 e 66 da LRF)

A crise financeira global, no exercício de 2009, afetou o resultado do PIB referente ao 3º trimestre. Dados divulgados pelo IBGE 10/12/2009 revelam taxa de variação real acumulada dos últimos quatro trimestres, em relação aos imediatamente anteriores, no valor negativo de 1% (hum por cento), o que ensejou a duplicação dos prazos de recondução de tais despesas aos limites legais – pelo menos 1/3 (um terço) do percentual em agosto/2010 e o restante em abril/2011 – consoante o art. 66 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

A Prefeitura de Muritiba, ultrapassou o limite definido no art. 20, inciso III, alínea 'b', da Lei Complementar nº 101/00 – LRF aplicando 59,23% (cinquenta e nove vírgula vinte e três por cento) em despesa com pessoal. De acordo com o Relatório de Prestação de Contas Mensal de abril de 2011, entretanto, a citada despesa alcançou o montante de R$14.950.751,27 (quatorze milhões, novecentos e cinquenta mil setecentos e cinquenta e um reais e vinte e sete centavos), correspondendo a 54,43% ( por cento) da Receita Corrente Líquida de R$27.469.510,00 (vinte e sete milhões, quatrocentos e sessenta e nove mil quinhentos e dez reais). Em sede no Pedido de Revisão formulado pelo Conselheiro Relator e acolhido pelo egrágio Plenário, restou demonstrado que pode legalmente ser abatido o valor de R$ 133.744,86 (cento e trinta e três mil setecentos e quarenta e quatro reais e oitenta e seis centavos), passando a despesa de pessoal, em abril/2011, a ser de R$14.817.006,41, correspondente a 53,93% (cinquenta três virgula noventa e três por cento) da Receita Corrente Líquida, respeitado o percentual estabelecido legalmente.

9.1.2 - EXERCÍCIO DE 2010 – Percentual Excedente (art. 23 da LRF)

A Prefeitura, no exercício de 2010, ultrapassou originalmente o limite definido no art. 20, inciso III, alínea 'b', da Lei Complementar nº 101/00 – LRF aplicando 57,88% ( cinquenta e sete vírgula oitenta e oito por cento) em despesa com pessoal. Como dito, o Município deveria eliminar, no exercício subsequente, pelo menos 1/3 (um terço) do percentual excedente no primeiro quadrimestre (abril/11) e o restante no segundo quadrimestre (agosto/11).

De acordo com o Relatório de Prestação de Contas Mensal verificou-se que a despesa em tela, no mês de abril de 2011, alcançou o montante de R$14.950.751,27 (quatorze milhões, novecentos e cinquenta mil setecentos e cinquenta e um reais e vinte e sete centavos), correspondendo ao percentual

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de 54,43% (cinquenta e quatro vírgula quarenta e três por cento) da Receita Corrente Líquida de R$27.469.510,00 (vinte e sete milhões, quatrocentos e sessenta e nove mil quinhentos e dez reais), constatando-se, assim, o cumprimento da legislação supracitada.

No segundo quadrimestre de 2011, a despesa sob comento atingiu o montante de R$15.964.195,80 (quinze milhões, novecentos e sessenta e quatro mil cento e noventa e cinco reais e oitenta centavos), conforme o Relatório de Prestação de Contas Mensal de agosto/2011, correspondendo ao percentual de 53,86% cinquenta e três vírgula oitenta e seis por cento) da Receita Corrente Líquida de R$29.638.561,64 (vinte e nove milhões, seiscentos e trinta e oito mil quinhentos e sessenta e um reais e sessenta e quatro centavos), constatando-se o cumprimento da legislação supracitada.

9.1.3 - EXERCÍCIO DE 2011 – LIMITE LEGAL (art. 20, 22 e 23 da LRF)

No exercício em exame o Pronunciamento Técnico revela que os gastos com pessoal alcançaram o percentual de 65,40% (sessenta e cinco vírgula quarenta por cento), considerando-se a Receita Corrente Líquida - RCL de R$27.198.327,33 (vinte e sete milhões, cento e noventa e oito mil trezentos e vinte e sete reais e trinta e três centavos). A defesa final questiona o valor da RCL citada. Examinada a questão, acode razão à defesa, na medida em que resta confirmado que dita receita alcançou o quantum de R$31.021.849,77 (trinta e um milhões, vinte e um mil oitocentos e quarenta e nove reais e setenta e sete centavos), como informado pelo Gestor. Quanto a solicitação no sentido de “reavaliação dos valores considerados com terceirização uma vez que não estão substituindo mão de obra” (sic) não pode a mesma ser acolhida, à míngua de comprovações.

Ainda que considerado o valor da Receita Corrente Líquida de R$31.021.849,77 (trinta e um milhões, vinte e um mil oitocentos e quarenta e nove reais e setenta e sete centavos), a situação de superação do limite máximo permanece, conforme demonstrado no quadro seguinte:

DESPESA COM PESSOAL R$ Limite legal – 54% (art. 20 LRF) 16.751.798,87 Limite Prudencial – (art. 22) 15.914.208,92 Limite para alerta – (art. 59) 15.076.618,98 Participação em 2011 17.786.663,35 Percentual da despesa na RCL 57,33%

Destarte, em conclusão, o Poder Executivo não observou, em 2011, o limite estabelecido no inciso III, alínea “b” do art. 20 da LRF, bem assim não observou as determinações referentes ao exercício de 2009. O Parecer Prévio anterior advertiu a Comuna em relação às providências que deveriam ter sido adotadas para evitar a ocorrência, sem êxito. Considerada a constatação de reincidência, resta comprometido o mérito das presentes contas.

9.2 – RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E DE GESTÃO FISCAL 16

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9.2.1 - Publicidade

Foram encaminhados os demonstrativos e comprovada divulgação oportuna dos Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária e de Gestão Fiscal, respeitado o disposto nos artigos 6º e 7º da Resolução TCM nº 1.065/05 e § 2º do art. 55 da LRF

9.2.2 – Remessa de Dados – Sistema LRF/net

O sistema de controle informatizado “LRF/Net” indica cumprimento do artigo 1º da Resolução TCM nº 1.065/05 – remessa oportuna, por meio eletrônico, dos demonstrativos contendo os dados dos Relatórios de Gestão Fiscal e Resumido da Execução Orçamentária, atendida a exigência contida na Lei Complementar nº 101/00 – LRF.

9.3 - AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

Foi cumprida a exigência da LRF, conforme atas apresentadas, ainda que em cópias não autenticadas.

10 – DAS RESOLUÇÕES DO TRIBUNAL

10.1 – ROYALTIES / FUNDO ESPECIAL / COMPENSAÇÕES FINANCEIRAS DE RECURSOS MINERAIS E HÍDRICOS – Resolução TCM nº 931/04

A Prefeitura de Muritiba, no exercício de 2011, recebeu e contabilizou recursos provenientes dessa origem no montante de R$191.947,50 (cento e noventa e um mil novecentos e quarenta e sete reais e cinquenta centavos). Segundo a Inspetoria Regional as despesas foram efetivadas em consonância com a legislação de regência. É regular a matéria.

10.2 – CIDE – Resolução TCM nº 1.122/05

Revelam os autos que o município recebeu a importância de R$74.043,06 (setenta e quatro mil e quarenta e três reais e seis centavos) relativa a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, cujas despesas foram realizadas em observância à legislação. Regular a matéria.

10.3 – DO REPASSE DE RECURSOS PARA ENTIDADES CIVIS – Resolução TCM nº 1.121/05

O repasse de recursos públicos municipais pela administração direta ou indireta, mediante convênio, a entidades civis sem fins lucrativos, reconhecidas por lei municipal como de utilidade pública, a título de subvenção ou auxílio, deve observar o disposto nos artigos 16 e 17 da Lei Federal nº 4.320/64 e 26, da LRF. Conforme Pronunciamento Técnico, a Prefeitura de Muritiba repassou recursos para a as Entidades Civis abaixo relacionadas, sem que os autos contivessem, originalmente, as respectivas prestações de contas, somente apresentadas quando da defesa final, desatendidas as normas

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disciplinadoras contidas na Resolução TCM nº 1.121/05, que prevê a remessa mensal das prestações, e prejudicado o exercício do controle externo. Deve a Secretaria Geral desentranhar 02 (duas) pastas tipo “AZ”, conforme identificação, remetendo-as para exame da Unidade técnica competente, em autos apartados, ficando ressalvadas as conclusões que venham a ser alcançadas em relação a aplicação dos referidos recursos públicos.

Entidades Valor (R$)Assistência Social da Paróquia de Muritiba 12.600,00Associação Cultural Capoeira Raça 12.600,00Ass. de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE 55.459,20Associação Educacional e Musical 5 de Março 15.400,00Associação Muritibana da 3ª Idade Viver melhor 14.400,00Centro Espírita Fraternidade e Trabalho de Muritiba 12.600,00Sociedade Filarmônica Lira Popular Muritiba 16.800,00

10.4 – DEMONSTRATIVO DOS RESULTADOS ALCANÇADOS – item 30, artigo 9º da Resolução TCM nº 1.060/05

Acostado às fls. 190 a 191, o Relatório sobre as Ações do Executivo no âmbito da Fiscalização da Receita e Combate à Sonegação atende, ainda de forma sintética, ao disposto no artigo 13, da LRF e item 30, do art. 9º, da Resolução TCM nº 1060/05. Deve, portanto, ser aperfeiçoado.

10.5 – RELATÓRIO DE PROJETOS E ATIVIDADES – item 32, art.º 9º da Resolução TCM nº 1.060/05

O Relatório de Projetos e Atividades – fls. 216/221 – não contempla as datas de início e conclusão, apresentando apenas o percentual da realização financeira, o que justifica advertência quanto às consequências da reincidência.

10.6 – DOCUMENTOS AUSENTES – Resolução nº 1.060/05

Ausentes dos autos os seguintes documentos, exigidos pela Resolução regulamentar citada, decorrente de preceitos da Lei Complementar Estadual nº 006/91:

– relação de valores e títulos da dívida ativa tributária e não tributária, discriminados por contribuinte, corrigidos e contendo, ainda, a última inscrição efetivada em controle próprio.

Silente a defesa final, as faltas repercutem nas conclusões deste pronunciamento. A reincidência, repete-se, pode ensejar o comprometimento do mérito de contas seguintes.

11 - DAS MULTAS E RESSARCIMENTOS PENDENTES

Os autos registram pendências concernentes ao não recolhimento de

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cominações impostas a Agentes Políticos do município em decisões transitadas em julgado nesta Corte - multas ou ressarcimentos. A defesa final informa que estaria providenciando documentação para sanar a matéria, o que, por óbvio, não a equaciona.

Assim, permanecem pendentes as relativas aos processos contidos nas tabelas seguintes, inclusive cominações anteriormente aplicadas ao Gestor destas contas, o que, caracterizando a prática de ato de improbidade administrativa, enseja a formulação de representação ao douto Ministério Público, ao final determinada:

MULTAS

Processo Multado Cargo Venc. Valor R$03923-04 EPIFÁNIO MARQUES

SAMPAIO Prefeito, Gestor das presentes contas

05/12/2007 500,00

08362-06 EPIFANIO MARQUES SAMPAIO

Prefeito, Gestor das presentes contas

05/01/2008 300,00

11370-06 HUMBERTO OLIVEIRA SILVA

Ex-Prefeito 16/11/2007 22.653,13

08054-07 ROQUE LUIS DIAS DOS SANTOS

Prefeito 18/01/2008 1.500,00

08836-10 SUED MARIA MOREIRA TOSTA

Presidente da Camara

01/04/2011 600,00

06658-08 MARIA JOSÉ PASSOS MASCARENHAS PEREIRA

Presidente da Camara

10/01/2009 500,00

08835-10 EPIFANIO MARQUES SAMPAIO

Prefeito, Gestor das presentes contas

09/04/2011 2.000,00

05769-06 CLEMENTINO PEREIRA FRAGA FILHO

Presidente da Camara

10/08/2007 400,00

06657-08 ROQUE LUIS DIAS DOS SANTOS

Prefeito 12/01/2009 2.500,00

07961-09 ROQUE LUIS DIAS DOS SANTOS

Prefeito 24/09/2010 4.000,00

05551-09 SR. ROQUE LUIZ DIAS DOS SANTOS

Ex Prefeito 24/05/2011 300,00

05527-09 ROQUE LUIZ DIAS DOS REIS

Ex Prefeito 24/05/2011 300,00

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05267-09 ROQUE LUÍS DIAS DOS SANTOS

Ex - Prefeito 17/06/2011 300,00

05602-09 ROQUE LUÍS DIAS DOS SANTOS

Ex - Prefeito 20/06/2011 300,00

68180-08 ROQUE LUIZ DIAS DOS SANTOS

Ex - Prefeito 24/08/2011 5.000,00

05247-09 ROQUE LUIZS DIAS DOS SANTOS

Ex - Prefeito 18/08/2011 700,00

07997-11 EPIFÂNIO MARQUES SAMPAIO

Prefeito, Gestor das presentes contas

24/12/2011 1.300,00

07997-11 EPIFÂNIO MARQUES SAMPAIO

Prefeito, Gestor das presentes contas

24/12/2011 43.200,00

07998-11 SUED MARIA MOREIRA TOSTA

Presidente da Câmara

01/01/2012 300,00

13902-10 SUED MARIA MOREIRA TOSTA

Presidente 22/09/2011 1.500,00

12328-05 EPIFANIO MARQUES SAMPAIO

Ex - Prefeito 13/03/2008 1.000,00

08055-07 CLEMENTINO PEREIRA FRAGA FILHO

Presidente da Câmara

14/04/2008 1.000,00

03415-08 ROQUE LUIS DIAS DOS SANTOS

Prefeito 29/07/2012 2.500,00

11487-11 SUED MARIA MOREIRA TOSTA

Presidente da Câmara

11/08/2012 800,00

RESSARCIMENTOS

Processo Responsável(eis) Cargo Venc Valor R$03113-00 HUMBERTO

OLIVEIIRA SILVAPREFEITO 31/07/2000 3.847,10

07847-00 ROQUE LUÍS DIAS DOS SANTOS

PRESIDENTE DA CÂMARA

15/12/2000 10.118,62

06443-01 HUMBERTO OLIVEIRA SILVA

EX-PREFEITO 06/09/2001 250.250,99

06105-04 JOSÉ CARLOS BRANDÃO FILHO

PRESIDENTE 04/06/2005 4.093,66

10134-05 JOSÉ CARLOS BRANDÃO FILHO

PRESIDENTE 02/01/2006 5.213,16

10980-00 HUMBERTO PREFEITO 15/05/2001 2.111,28 20

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OLIVEIRA SILVA07136-06 JOSÉ CARLOS

BRANDÃO FILHOEX-PRESIDENTE 13/05/2007 195,41

11370-06 HUMBERTO OLIVEIRA SILVA

EX-PREFEITO 28/07/2007 151.364,21

08362-06 EPIFÂNIO MARQUES SAMPAIO

EX-PREFEITO, Gestor destas contas

18/07/2007 461,39

08362-06 JOSÉ MASCARENHAS NETO

VICE PREFEITO 18/07/2007 230,69

03923-04 PAULO JOSÉ DE JESUS DE ALMEIDA ALVES

DIRIGENTE DA ENTIDADE

12/11/2007 3.895,00

05247-09 ROQUE LUIZ DIAS DOS SANTOS

PREFEITO 23/07/2011 3.600,00

05601-09 ROQUE LUIS DIAS DOS SANTOS

PREFEITO 06/08/2011 314,44

13902-10 SUED MARIA MOREIRA TOSTA

PRESIDENTE DA CÂMARA

16/08/2011 10.590,00

Como sabido e reiteradamente advertido ao Gestor, tem o município obrigação de promover a cobrança, inclusive judicial, dos débitos impostos pelo TCM aos Agentes Políticos, caso não recolhidos voluntariamente, circunstância em que geram créditos públicos executáveis judicialmente, denominados Dívida Ativa Não Tributária. As decisões das Cortes de Contas impositivas de apenação de multas, ou de ressarcimentos, a agentes públicos, têm eficácia de título executivo extrajudicial, na forma do disposto nos artigos 71, § 3º e 91, § 1º das Cartas Federal e Estadual, respectivamente. É, portanto, dever do Prefeito a cobrança dos débitos, sob pena de responsabilidade. A omissão importa em ato de improbidade administrativa, como sabido.

12 – CONCLUSÃO

Vistos, detidamente analisados e relatados, respeitados que foram os direitos consagrados no inciso LV do artigo 5º da Constituição da República em todas as fases processuais, consideradas as irregularidades e ilegalidades aqui apontadas e detalhadas na Cientificação Anual e no Pronunciamento Técnico, reveladoras de agressão a normas constitucionais e às contidas nas Leis de Responsabilidade Fiscal, Federais nºs 8.666/93 e 4.320/64, Resoluções e Instruções desta Corte, com fulcro no art. 40, inciso III, alíneas “a” e “b” e respectivo parágrafo único, todos da Lei Complementar Estadual nº 06/91, combinados com as disposições da Resolução TCM nº 222/92*, votamos, após analisados Pedido de Reconsideração interposto pelo Gestor e de Revisão, de iniciativa do Relator, pela rejeição, porque irregulares, das contas do

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exercício financeiro de 2011 da Prefeitura de Muritiba, constantes do processo TCM nº 07825/12, da responsabilidade do Sr. Epifânio Marques Sampaio, a quem é aplicada multa no valor de R$8.000,00 (oito mil reais). Determina-se que seja efetivado ressarcimento ao erário, igualmente com recursos pessoais do Gestor, da quantia de R$ 27.902,50 (vinte e sete mil novecentos e dois reais e cinquenta centavos), relativa a multas e juros por atraso no cumprimento de obrigações.

Todas as cominações deverão ser recolhidas aos cofres públicos municipais, com recursos pessoais do multado, na forma e prazo estabelecidos na Resolução TCM nº 1.124/05, que disciplina os arts. 72 e 75 da mesma Lei Complementar, emitindo-se a competente Deliberação de Imputação de Débito.

Tomando em consideração o não recolhimento e cobrança de cominações impostas por esta Corte, as inúmeras irregularidades aqui apontadas e o descumprimento de decisões do TCM, formule-se representação ao douto Ministério Público Estadual, através da competente Assessoria Jurídica da Casa.

A liberação da responsabilidade do Gestor fica condicionada ao cumprimento do quanto aqui determinado.

Recomenda-se a adoção, pela SGE da Corte, das seguintes providências:

− Autuação, em apartado, para autônoma tramitação, da documentação constante de 02 (duas) pastas tipo “AZ”, devidamente identificadas concernentes a prestações de contas de Entidades Civis, com remessa à competente Coordenadoria de Controle Externo, na forma explicitada no item 10.3 deste pronunciamento.

Ciência aos interessados e à CCE.

SALA DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, em 21 de maio de 2013.

Cons. Paulo Maracajá PereiraPresidente

Cons. José Alfredo Rocha Dias Relator

Este documento foi assinado digitalmente conforme orienta a resolução TCM nº01300-11. Para verificar a autenticidade deste parecer, consulte o Sistema de Acompanhamento de Contas ou o site do TCM na Internet em www.tcm.ba.gov.br e acesse o formato digital assinado eletronicamente.

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