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1 www.redevita.com.br A nova face das Quem tem medo de infecção hospitalar? Publicação Interna da Rede VITA - Ano VI - 3° Trimestre de 2006 Publicação Interna da Rede VITA - Ano VI - 3° Trimestre de 2006 Bioética, chave para o futuro UTIs

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A nova face das

Quem tem medo deinfecção hospitalar?

Publicação Interna da Rede VITA - Ano VI - 3° Trimestre de 2006Publicação Interna da Rede VITA - Ano VI - 3° Trimestre de 2006

Bioética, chavepara o futuro

UTIs

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ÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICE

EXPEDIENTE

Hospital VITA Batel(41) 3883-8482;[email protected]

Hospital VITA Curitiba(41) 3315-1900;[email protected] Hospital VITA Volta Redonda(24) 2102-0001;[email protected] Maternidade VITA Volta Redonda(24) 3344-3333;[email protected] VITA Medicina Diagnóstica(48) 3216-1300;[email protected] Grupo VITA(11) 3817-5544;[email protected]

VITAwww.redevita.com.brCapa:

A nova facedas UTIs

Stock.xchng

Opinião• Editorial: Ponto de Convergência• Negócios em Saúde Acertar o Alvo sem perder o Foco

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Saúde• Cura via vídeo para problemas ginecológicos • Primavera, a estação dos espirros5

Ciência• Hemodinâmica, um Raio-X que mostra as artérias pulsando• Infecção hospitalar, entenda o que é e durma tranqüilo

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Artigo Médico• O gastroenterologista Rônel Mascarenhas inaugura a seção de artigosmédicos da revista VITAL escrevendo sobre exames clínicos

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Em Rede• O Personagem VITA desta edição é o Pelé, craque na alegria e veterano no otimismo• Programa para as mães incentiva a amamentação no Hospital VITA Volta Redonda

Capa• A UTI mudou, e pra melhor: incentiva visitas e está muito mais humanizada15

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Gente• Festa da Acreditação em Volta Redonda e nova equipe de cardiologia em Curitiba

VITAL é uma publicação interna da Rede

VITA. Conselho Editorial: Francisco Balestrin,

Luiz Sérgio Santana, Marcelo Pina, Ligia Piola,

Cynara de Lima e Márcia Almeida.

Produção: Headline Publicações e Assessoria -

fone 11.3951-4478. Jornalista responsável: João

Carlos de Brito Mtb 21.952. Direção de arte: Alex

Franco.

Tiragem: 10.000 exemplares.

Email: [email protected].

Correspondência: Av Pedroso de Moraes 1788

São Paulo SP Cep 05420-002

Diretor de Relações Institucionais:Marcelo Pina

Enore CrippaGerente Geral VITA Medicina Diagnóstica:

Superintendente Hospital e Maternidade VITAVolta Redonda:

Deumy Rabelo

Superintendente Hospital VITA Curitiba:Maurício Uhle

Neidamar Fugaça (interina)Superintendente Hospital VITA Batel:

Diretor de Controladoria e Finanças:Ernesto Fonseca

Diretor Técnico:José Mauro Rezende

Diretor de Operações:Luíz Sérgio Santana

Vice-Presidente Executivo:Francisco Balestrin

Presidente:Edson Santos

Ping Pong• O professor Leo Pessini fala sobre Bioética, a resposta para os conflitos nos domíniosda saúde, da vida e da ecologia

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Tunel do Tempo• Descobertos por acaso, os antibióticos revolucionaram a Medicina18

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Saiba Mais• Tudo que você queria saber sobre postura, e como corrigi-la

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Negócios• O Brasil começa a entrar em um negócio bilionário: turistas que vêm para tratar-se

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Cida Bandeira• A colunista social que sabe de tudo e conta todas

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As empresas, assim como os homens e mulheres, es-tão sempre em busca de algo para convergirem seusinteresses. No fundo buscam uma “preferência”, sejapara uma realização, para torcida ou, até, para um in-vestimento. No âmbito empresarial o termo é CoreBusiness, ou seja, a área principal onde um negócio édefinido ou operado ou, ainda, a atividade principal deum negócio. Sabemos que o Grupo VITA é uma empre-sa especificamente focada no negócio saúde, onde to-dos nós gestores, empreendedores e investidores te-mos como vocação esta área. Aprendemos a gostar desaúde, como atividade social e como negócio, e ape-nas nos dedicamos a ela. Temos, é claro, a pretensãode sermos dos melhores no setor saúde, seja pela qua-lidade de nosso serviço prestado, seja pela vitalidadedos negócios. Já tivemos a oportunidade de abordar otema da convivência entre o operacional e o resultadoempresarial, e pontificamos que um não pode viver sem

o outro. Sempre que um predomina em detrimento dooutro, a empresa, como um todo, sofre.Através dos tempos vimos, também, refinando nosso“Core” e nos apercebendo que para cumprir integral-mente nossa Missão – Estabelecer e manter uma redede empreendimentos privados de saúde, sendo líderesem qualidade, serviços e rentabilidade – precisávamosinsistir no incremento de operações hospitalares em nos-so país, na área geográfica de nosso interesse. Hoje,todos sabem que um de nossos mais importantes no-vos projetos é o HOSPITAL VITA FLORIANÓPOLIS.Para tal, e também de acordo com uma característicade nossa empresa de estar sempre incrementando par-cerias estratégicas, estamos firmemente convictos deque com a bem-vinda parceria com o DASA, que adqui-riu e passa a operar a VITA Medicina Diagnóstica,estamos mais perto deste sonho de implantar um novohospital. Em 2008, que Deus nos ilumine, estaremos

Ponto de Convergência

todos juntos novamente noHospital VITA Florianópolis.Neste belíssimo número darevista VITAL, com a estréiado Marcelo Pina como seuresponsável e a Ligia Piola como coordenadora, vamosabordar com o Padre Leo um assunto de crucial inte-resse para os gestores da área da saúde: a Bioética,tratando de temas tais como Eutanásia, Distanásia eOrtotanásia. Em nossa reportagem de capa, a propósi-to, abordaremos o tema UTI. Não há dúvida de que como advento das mesmas, tornaram-se o grande palco dasações heróicas e intervencionistas na medicina. Pas-sam, hoje, por profundo processo de humanização edesvinculação deste imaginário popular, onde uma idapara UTI, muitas vezes, significava uma condenaçãoao sofrimento e à solidão.Iniciamos, também, com um ilustrativo artigo do Dr.Ronel, nosso Diretor Clínico em Volta Redonda, um “pas-seio” pelo desenvolvimento da medicina brasileira emundial. Bom proveito!

Francisco Balestrin

Há oito anos, escrevemos o “Strategic Business Plan”de nossa Empresa e definimos, como ponto número um,que nosso objetivo principal seria “... uma Rede de Hos-pitais Privados de alta qualidade e excelente resolu-tibilidade, implantada prioritariamente nas Capitais eprincipais cidades dos Estados do Sudeste e Sul doBrasil, que deverá ser criada e ter seu processo de ex-pansão prioritariamente através de aquisições e conso-lidação dessas operações”.Esse documento, essencial para expor aos Investido-res qual nosso Plano de Negócio, num só parágrafodefinia o empreendimento, seu diferencial de mercado,sua atuação geográfica e como seria criado e as regrasde seu crescimento, além de, o mais importante de tudo,definir qual seria o “Core Business” de nosso Grupo.Respaldado pela análise de mais de 200 estudos decasos, por entrevistas com 100 executivos e pela análi-se de uma base de dados com informações sobre 1.854empresas, o consultor Chris Zook assegura que 83%das empresas que alcançam um crescimento rentávelse concentram em um ou dois “core business” (traduzi-do do inglês como “negócio central”). Na opinião desse especialista, pode-se definir um ne-gócio a partir de dois pontos de vista relacionados: defora para dentro e de dentro para fora. No primeiro caso,a definição é dada pelo ponto de vista do mundo exteri-or, e seus limites são dados pela lógica do mercado; nosegundo, o ponto de vista é dos que fazem parte da

empresa, e as fronteiras estão demarcadas pelo corebusiness.É fundamental haver uma definição precisa de negóciopara orientar todas as demais estratégias da Empresa.Temos exemplos, em nossa área de negócios, de em-presas que resolveram desenvolver quatro ou cinco ati-vidades e tiveram um relativo sucesso apenas na ativi-dade que, claramente, seria seu core business; tiveramque se conformar com total insucesso nos demais ne-gócios, pois faltava o “punch” para levá-los à frente.Em 1999, decidimos adquirir o CBI – Centro de Bio Ima-gem, em Florianópolis, já com a intenção de utilizá-locomo raiz do futuro Hospital VITA Florianópolis, que pre-tendíamos ter em operação no início de 2003. A idéiabásica era tornar nossa marca conhecida naquela cida-de, aliando-a a serviços médicos de alta qualidade. Deacordo com nosso planejamento em 2003, essa unida-de já estaria integrada ao novo Hospital. Dificuldadeslocais e excessiva burocracia nas aprovações neces-sárias para a construção, que só foram resolvidas háum mês, não nos permitiram realizar o planejado, fa-zendo com que a extensão de vida daquele negóciofosse muito maior que o desejável. Criou-se a necessi-dade de investimento em tecnologia, dada a naturalobsolescência tecnológica dos equipamentos lá insta-lados.Dessa forma, passamos a ver aquela operação nãomais como provisória e, sim, como um negócio à par-

te. Diferente do nosso “corebusiness”, para o qual tí-nhamos a obrigação de daruma solução que garantis-se sua operação dentro domais alto patamar de qualidade e, ao mesmo tempo,que não drenasse recursos destinados à implantaçãodo Hospital.A solução adotada foi vendê-lo à maior rede de diag-nóstico do Brasil, tradicional parceiro, com uma histórialigada à nossa que antecede a criação de nossa Em-presa. Já está conosco nas duas operações de Curitibae estará, certamente, no Hospital VITA Florianópolis, quemanterá a marca VITA como sinônimo de qualidade emserviços médicos.É uma solução ganha-ganha. Ganha a população deFlorianópolis, que continuará tendo e vendo expan-didos os serviços prestados pela Clínica, ganha oDASA, que entra no mercado de Florianópolis já comuma operação consolidada e consagrada, e ganha-mos nós, que poderemos direcionar nossos esfor-ços e recursos para implantação do Hospital no me-nor prazo possível.Exatamente como previsto no nosso Plano de Negó-cios. Todo foco, atenção, entusiasmo e recursos diri-gidos ao nosso core business, ou seja, possuir e ope-rar Hospitais Privados de alta qualidade e excelenteresolutibilidade. Está escrito há oito anos.

Acertar o Alvo sem perder o Foco

“Quem não tem time de futebol, não tem preferência religiosa e não tempreferência política, é filho de chocadeira.” - Dito popular.

Edson Santos

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A primaverachegou, trazendo

as flores, mas tam-bém baixa umidade

do ar, poeira, fuligem,pólen... Os

consul-

Atchim! A Primavera ChegouBaixa umidade do ar, poeira e fuligem lotamos consultórios de vítimas da estação das flores

dia Ciuffi, otorrinolaringologista e cirurgiã daface, que opera no VITA Curitiba. Outra medi-da preventiva é colocar as roupas de cama nosol e arejar os ambientes, para evitar ácaros.Ela tem visto muitas pessoas com infecçõesagudas das vias aéreas superiores, como la-ringite, faringite e sinusite, uma situação atípica,causada por um período extremamente secoem Curitiba.

Ricardo Alves, médico pneumologista queatende no VITA Curitiba, chama atenção parao sofrimento dos asmáticos neste período: “Te-nho uma paciente internada com asma gra-ve, nos últimos 60 dias ela ficou 45 internada,fica alguns dias em casa e volta para o hospi-tal”, explica. Alves lembra que com a irritaçãodas vias aéreas, as pessoas respiram mais pelaboca e ficam mais expostas a rinites e sinusi-tes. “Para diminuir os riscos, cuide da sua saú-de alimentando-se bem, dormindo o suficien-te e consumindo bastante água para manteras mucosas úmidas”, diz Alves.

tórios médicos ficam cheios de gente que so-fre com as chamadas “doenças primaveris”,como resfriados, faringites e rinite alérgica.

A médica otorrinolaringologista Cyntia Nicolau,que atende nos Hospitais VITA Batel e VITACuritiba, alerta que as pessoas devem procu-rar beber bastante água nesta época, para

compensar a perda que o orga-nismo sofre devido à baixaumidade do ar. “As doençasrespiratórias aumentammuito, principalmente as

rinites e resfriados, e os alérgi-cos a pólen sofrem muito nesteperíodo”, comenta. “Também se

deve evitar ambientes fechados eusar soro fisiológico para irrigar o nariz e

evitar sangramentos”.

“Quem tem rinite alérgica deve procurar seafastar das causas de irritação, como poeira,animais e ar condicionado”, recomenda Clau-

Tratar da paciente preservando o órgão em queo feto se desenvolve tem sido a preocupaçãomaior da médica Lara Daniele Nowak, gineco-logista e obstetra da Maternidade VITA Volta Re-donda. Ela é especialista em vídeo-histeroscopia,ou seja, exames de útero com auxílio de vídeo.Tem diagnosticado e tratado, com essatecnologia, miomas, pólipos e malformações.

“Meu enfoque, quando trato um útero, épreservá-lo para a mulher, a menos que retirá-lo seja a única alternativa”, explica Lara. Avídeo-histeroscopia utiliza uma cânula de ape-nas 2,9 mm de diâmetro, por onde passa umacâmera, luz e uma pequena pinça, de 1 mmde diâmetro, que permite fazer esses tratamen-tos. Também é possível colher material parabiópsias, com muito mais precisão e confortopara a mulher do que as antigas raspagensde parede de útero. “Com isso, hoje é possívelfazer um diagnóstico precoce que salva mui-tas vidas”, diz Lara.

A maior parte dos procedimentos por histeros-copia é de miomas, tumores benignos que po-dem trazer graves problemas para a saúde damulher. Segundo Lara, o sangramento mens-trual pode aumentar muito com os miomas, aponto de causar anemia. Além disso, o miomapode agir como um DIU (dispositivo intra-uterino)e impedir que a paciente engravide.

Lara também realiza vídeo-laparoscopias gi-necológicas na Maternidade VITA Volta Redon-da. É um procedimento para visualizar e tratarproblemas na cavidade abdominal. Enquantoa histeroscopia é um exame da parte internado útero, a laparoscopia consiste em um exa-me do abdômen. Com esse procedimento, épossível diagnosticar e tratar a endometriose,uma doença caracterizada pela presença decélulas do endométrio na musculatura do úte-ro. Endométrio é a camada interna do útero,que se renova mensalmente com a menstru-ação. “Com aberturas mínimas, consigo fazer

diversos tipos de cirurgia e a internação é muitomais curta”, diz Lara. Segundo ela, as pacien-tes costumam ter alta em 24 horas após oprocedimento, e em uma semana estão recu-peradas.

“A maioria das mulheres quer preservar seusúteros e hoje, graças à video-histeroscopia, po-demos fazer isso de uma forma muito maissegura”, diz Lara após ter participado, em se-tembro, do Congresso Internacional de Cirur-gia Minimamente Invasiva, no Rio de Janeiro,onde constatou essa tendência de forma bas-tante clara.

A Cura Vem Pelo VídeoA video-histeroscopia é a última palavra em tecnologiapara diagnosticar e tratar problemas ginecológicos

Lara: tecnologia minimamenteinvasiva na ginecologia

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O que seria algo inimaginável para Röentgen,o criador do exame Raio-X (matéria publicadana última edição da VITAL), hoje é rotina noshospitais do Grupo VITA. A tecnologia dehemodinâmica permite que os médicos ve-jam em tempo real, ou seja, exatamente nomomento em que está acontecendo, imagensdo sistema circulatório do paciente examina-do, o que permite fazer microcateterismos paraalcançar tumores e hemorragias.

Embora mais precisos, os equipamentos dehemodinâmica emitem menos raios-x que osequipamentos convencionais de radiografia -a radiação cai sobre uma placa amplificadorae é convertida em dados digitais que tornam-se imagens detalhadas para o médico. Alémdisso, o procedimento não provoca dor, por-que não há terminais nervosos de dor dentrodos vasos.

Aneurismas Cerebrais

“Um aneurisma cerebral é, simplificadamente,uma malformação de vasos, que pode ser con-gênita ou adquirida por diversos fatores, comohipertensão, diabetes e cigarro”, explica Luis Cláu-dio dos Santos, neurocirurgião do Hos-pital VITA Volta Redonda. “Ima-gine que a artéria é uma câ-mara de pneu, onde, em al-gum ponto ela fica en-fraquecida e se forma umabola, um caroço, que é oaneurisma. Quando essabola se rompe, acontece ahemorragia cerebral”.

Segundo Santos, a vítima de umahemorragia cerebral sente umador de cabeça muito forte esúbita, podendo até desmai-ar. Outros sinais são con-vulsões ou paralisia deum lado do corpo, de umbraço ou uma perna,tudo depende da áreado cérebro que foi afe-tada. Pessoas com essessintomas devem ser leva-

Vendo o Sangue PulsarHemorragias e tumores são tratados comminúsculas sondas graças à hemodinâmica,tecnologia que mostra o sistema circulatório

das imediatamentepara a emergênciade um hospital.

Anteriormente, aúnica possibilidadede tratamento erafazer uma cirurgiade campo aberto,abrindo-se o crâniodo paciente paratratar a hemorragia.Hoje, com equipa-mentos de hemodi-nâmica, é possívelver as artérias dopaciente em funci-onamento. Com essa imagem um neu-rocirurgião “guia” um microcatéter até a arté-ria lesionada, navegando pela circulação dopaciente até a hemorragia. Ali são deposita-das pequenas molas de metal, que vão se en-trelaçando, formando um pequeno novelo demetal, até que o aneurisma fica obstruído ebloqueia a hemorragia. “Um procedimento des-ses pode levar de 40 minutos a uma hora, emmédia, que seria o tempo equivalente apenas

à preparação de uma cirurgia no local”, dizSantos. Uma parceria entre o Hospital VITAVolta Redonda e a empresa Cardiocineoferece serviços de hemodinâmica nohospital.

Outros Procedimentos

O grupo de Alexander Corvello, VivianaLemke e Luiz Lavalle, entre outros, inau-

gurou a radiologia intervencionista noHospital VITA Curitiba, e hoje mais

de 50 tipos de procedimen-tos, abrangendotodo o corpo, sãorealizados por e-les utilizando es-sa tecnologia. Oequipamento dehemodinâmicaatualmente emfuncionamen-

to no hos-pital temalta defi-nição deimagem(1024 x

1024 pontos) e outro está sendo escolhidopara entrar em atividade ainda este ano, emparceria com o Inrad - Instituto de RadiologiaIntervencionista.

No caso do tratamento de tumor no fígado,por exemplo, é possível fechar o vaso queestá doente ou que está alimentando algumtumor. O procedimento também permite o usode uma menor quantidade de quimioterápicosno fígado, pois com o fechamento dos vasoso medicamento fica mais tempo em contatocom o tumor. “É um procedimento menosagressivo para o paciente e a recuperação émais rápida”, diz Corvello. Outro tipo deembolização possibilitada pela hemodinâmicaé o tratamento de mioma uterino, um proce-dimento com 90% de chance de controle dossintomas das pacientes. Pelos procedimentosconvencionais, a mulher freqüentemente pre-cisa remover o útero (histerectomia) ou reti-rar os miomas por cirurgia (miomectomia).

Corvello cita o caso de uma paciente de 34anos com vários miomas, sofrendo de ane-mia, devido a um sangramento menstrualmuito intenso, urgência urinária, pois osmiomas comprimiam a bexiga, e dor pélvica,o que lhe impedia de ter uma vida sexualnormal. O tratamento por microcateterismo foirealizado através de um orifício de 2 milíme-tros na virilha e ela voltou a trabalhar quatrodias após o procedimento. Em 45 dias, elavoltou a dormir uma noite inteira sem neces-sitar levantar para urinar, a dor pélvica desa-pareceu e a menstruação começava a retornaraos níveis normais.

Corvello: mais de50 procedimentosutilizandohemodinâmica

Santos: visão do sistema circulatório em funcionamento

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“Infecção Hospitalar” é um termo que dá medosó ao ler, não dá? Parece que em um hospitalexistem micróbios superpoderosos, prontospara saltar sobre qualquer um que entre na-quele ambiente que deveria salvar vidas...Como roteiro de filme de terror, essa imagemestá ótima, mas a realidade é bastante dife-rente. O termo refere-se, simplesmente, às in-fecções relacionadas à permanência em umhospital.

“Infecção hospitalar é o termo mais conheci-do e usado. Mas para sermos exatos devería-mos dizer infecção relacionada à assistência,ou seja, uma infecção ligada, de alguma for-ma, a um procedimento no hospital”, explicaCarla Regina Martins, coordenadora do Nú-cleo de Controle de Infecção Hospitalar (NCIH)do Hospital VITA Curitiba. Ela exemplifica: seum paciente tem alta, vai para casa, mas apósalguns dias desenvolve uma infecção que dealguma maneira se originou do tratamento queou de sua permanência no hospital, ela é con-siderada infecção hospitalar. Por exemplo, noHospital VITA Volta Redonda, uma infecçãoocorrida até um ano após a colocação de umaprótese é classificada como infecção hospita-lar, explica Paula Molinari, infectologista doNCIH do Hospital VITA Volta Redonda.

Sem Medo da InfecçãoHospitalarO termo, que serve apenas para classificar tipos deocorrências, deu origem a um pânico infundado

O NICH funciona comouma assessoria da direçãodo hospital. É o núcleo queestabelece as normas deprocedimentos para dimi-nuir os riscos de que ospacientes sofram uma in-fecção. “Hoje esse contro-le foi ampliado”, diz Carla,de Curitiba, “e também sepreocupa com a seguran-ça dos profissionais desaúde, atuando juntamen-te com a medicina do trabalho e a saúdeambiental, que trata dos resíduos hospitala-res”. Segundo Paula, de Volta Redonda, outrafunção do NCIH é prevenir infecções cruza-das, ou seja, que microorganismos passem deum paciente para outro ou de profissionais desaúde para pacientes e vice-versa.

Procurando InfecçõesO NCIH do VITA Curitiba é formado por Carla epela enfermeira Katia Trevisan do Rosário. Elassão investigadoras incansáveis, que todos osdias percorrem o hospital visitando pacientes,procurando casos de infecção hospitalar ouaqueles que têm maior chance de serem víti-mas. Felizmente, acabam encontrando poucos

casos. “Todos os pacientes têm seusprontuários avaliados, recebemos dia-riamente seus exames de cultura degermes e usamos técnicas para preverse algum corre risco”, diz Carla.

Com as informações coletadas, o NCIHmonta estatísticas que ajudam a pre-venir a infecção hospitalar. “Nossameta é ficar abaixo de 2%”, afirma Carla,e acrescenta orgulhosa: “Nossa taxa deinfecção em cirurgia limpa está abai-xo de 1%; durante três meses não tive-mos um caso sequer”. A busca pelasinfecções não pára no hospital: a par-tir de março, iniciou-se no VITA Curitibao acompanhamento aos pacientesapós a alta. Entre os 100 pacientesacompanhados de março e junho nãohouve registro de infecção após a alta.

“O próprio paciente também podecontribuir para evitar infecções hos-pitalares”, diz Paula, do NCIH do VITA

Uso Racional deAntibióticosJaime Rocha, médico infectologista clínico do Hos-pital VITA Curitiba e professor de Infectologia daUniversidade Federal do Paraná, alerta que osmédicos devem fazer um uso correto de antibió-ticos, para evitar a proliferação de bactérias queresistem a todos. “O antibiótico tem de ser usadoprecocemente e em dose correta; não adiantausar por tempo além do necessário”, diz Rocha.Ele também recomenda usar antibióticos espe-cíficos assim que possível e diminuir o uso dosmedicamentos de amplo espectro: “É preciso usara arma certa para o inimigo certo”.O uso indiscriminado de antibióticos favoreceuo surgimento de bactérias muito resistentes. Elecita o caso do Staphylococcus aureus, que nopassado era sensível à Penicilina, medicamentoque salvou muitas vidas durante a II Guerra Mun-dial. Com o passar do tempo, essa bactéria tor-nou-se resistente à Penicilina e foi tratada comMeticilina. Em alguns anos tornou-se resistentetambém a ela e hoje é tratada com Vancomicina.Já existem casos de resistência parcial e até ple-na a esse medicamento.

A enfermeira Katia Trevisan (esq.) e amédica Carla Martins, do NCIH do HospitalVITA Curitiba

Paula Molinari, infectologista do NCIH doHospital VITA Volta Redonda

Volta Redonda. Ela recomenda a um pacienteque se submeterá a uma cirurgia que acom-panhe as recomendações do médico no perí-odo pré-operatório. Parar de fumar pelo me-nos 30 dias antes, controlar o peso, a alimen-tação, a diabetes, para chegar saudável à mesade operação, o que faz com que o risco de secontrair uma infecção no ambiente do hospi-tal seja mínimo. Segundo Paula, o NCIH tam-bém acompanha o uso de antibióticos, já queseu uso excessivo favorece o surgimento debactérias multirresistentes (veja box).

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Nos últimos 30 anos a Medicina foi contem-plada com uma quantidade enorme de ferra-mentas de diagnóstico, efeito direto das des-cobertas genéticas, da química ultrafina, dodetalhamento das fisiopatologias, da micro-eletrônica e da evolução dos sistemas de in-formação.

Milhares de novas técnicas de diagnóstico sur-giram no bojo de uma impressionante esca-lada de tecnologia, jamais experimentada. Afabricação de máquinas e de insumos cres-ceu na mesma proporção, criando um mer-cado milionário, que vai desde a pesquisa atéo abastecimento de insumos.

Antes desta explosão tecnológica, o médicoconvivia com limitações impressionantes e,para concluir diagnósticos, se valia sempre emuito da sua capacidade de compreender ahistória pessoal do paciente e de um minuci-oso e cuidadoso exame físico. Certamente, inú-meras doenças, se conhecidas, não eramidentificadas ou o seu reconhecimento se fa-zia através de processos de avaliação longose lentos. Como em todos osperíodos precários da Histó-ria Humana, muitas vidas seforam, inclusive nas tentati-vas de solução, que acaba-ram servindo para a base deinformações que permitiusurgirem os princípios detodo este nosso progressoatual.

Entretanto, mesmo com todaa tecnologia hoje disponível,conseguiremos efetivamentefazer os diagnósticos corre-tos, em curto tempo e comcustos aceitáveis (ou supor-táveis)?

Todos os atores do processode atendimento à saúde (cli-entes, médicos, operadorasde planos e seguros e hos-pitais) evidenciam sua admi-ração pela tecnologia. Asoperadoras sempre colocama oferta de tecnologia deponta em sua propagandade sedução de clientes. Ra-ramente o marketing destesetor destaca a existência de

veis hoje no Brasil - (apenas como exem-plos) são técnicas com competências diferen-tes para analisar cada órgão ou cada proces-so fisiológico do nosso organismo.

A ultrasonografia é ótima para o exame davesícula, mas não serve para o estômago. AEndoscopia é o melhor meio de visualizar oestômago, mas não visualiza, em hipótese al-guma, o fígado. Não existe melhor forma deanalisar o joelho do que a Ressonância Mag-nética, que tem limites quando examina osintestinos. A Tomografia Computadorizada égenial no rastreamento de tumores, mas aTomografia por Emissão de Positrons (PET) émuito melhor.

Estamos, ainda, muito longe do dia em que omédico utilizará um só equipamento capaz defazer qualquer diagnóstico (quem tem mais de40 anos se lembra bem de como o Dr. McCoyexaminava seus pacientes na nave interestelarEnterprise da série Jornada nas Estrelas).

Se não temos o exame perfeito, o tal “para vero que é que eu tenho”, como é que vamosutilizar todos estes recursos hoje existentes de

Exames Mais HumanosO exame clínico bem feito pelo bom médico aindaé o melhor meio de se acertar o diagnóstico

um corpo clínico constituído por médicos deexcelente padrão profissional. Os hospitaisdivulgam um pouco mais os seus excelentesmédicos, mas ainda no segundo plano emrelação à ênfase dada ao seu parquetecnológico.

Os clientes, encantados com a publicidadedas operadoras e dos hospitais, passaram aacreditar que a tecnologia não só consegui-ria resolver todos os problemas de diagnós-tico, como também que o médico, excluídodo discurso promocional, se tornara apenaso redator das solicitações e dos laudos. Cadavez mais focados no consumo tecnológico,os clientes acreditam que já estão disponí-veis exames que são capazes de esclarecerqualquer diagnóstico. Daí a expressão do cli-ente, hoje tão comum, desejando fazer umexame “para ver tudo o que tem aqui den-tro”, geralmente solicitando uma Ultrasso-nografia, Tomografia ou Ressonância.

Preteridos pela valorização da tecnologia pelocliente, pelas operadoras e pelos hospitais,

muitos médicos assumiramo abandono ou a minimi-zação da relação médico-paciente e da boa práticado exame físico bem feitoem troca de uma elevadautilização da tecnologia dia-gnóstica. Enfim, aceitaramser também consumidorestecnológicos.

E assim, um custo assisten-cial nos cuidados de saúdetornou-se cada vez maior.Estamos diagnosticandomais e com rapidez. Masisto está cada vez mais caroe a tecnologia ainda nãoconseguiu oferecer o talexame tão aguardado, a-quele “para ver tudo o quetem aqui dentro”.

A Ultrassonografia, a Tomo-grafia Computadorizada, aRessonância Magnética e aTomografia por Emissão dePósitrons (PET), a Endos-copia e as centenas de va-riedades de exames la-boratoriais – todos disponí-

TomografiaComputadorizada (A)e Ressonância Magné-tica (B) de tumorcerebral

Ultrassonografia (A) e TomografiaComputadorizada (B) da vesículacom cálculo

Rônel Mascarenhas e Silva

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modo a diagnosticar com precisão? Éa atuação do médico que resolve estaquestão. Do bom médico.

O bom médico é o profissional dota-do de habilidades e competências di-ferenciadas, capaz de abordar cadacliente de modo individualizado e de-talhado. Aplicando suas capacidades, o bommédico consegue definir melhor os conjun-tos de alterações que estão ocorrendo no pa-ciente, definindo e utilizando as tecnologiasmais adequadas à rápida definição do diag-nóstico em cada caso.

Nos países em que os sistemas de saúde jápassaram pelos problemas que hoje enfren-tamos no Brasil, já é clara a necessidade deresgatar o trabalho de qualidade do médicocomo controlador racional do uso datecnologia de ponta. O uso da tecnologiadiagnóstica, orientada pela análise clínica bem

feita, reduz os custos assistenciais, o que au-xilia a sobrevivência das operadoras e, porextensão, dos hospitais e demais prestadoresde serviço. E, é claro, propicia melhores pre-ços para os clientes, sem falar na enorme re-dução dos erros de diagnóstico.

Vejam que novamente voltamos a todos osatores do sistema de saúde. Nenhum deles éo único responsável pelas distorções que co-mentamos neste texto. Todos o são. As opera-doras e os hospitais precisam voltar a colocaro médico competente na porta de entrada dossistemas de atendimento e valorizar a con-

PET (A,B e C) e Tomografia Computadorizadade tumor do esôfago

RônelMascarenhas eSilva é médicogastroentero-logista ediretor clínicodo HospitalVITA VoltaRedonda

Estômago normalna endoscopia

sulta médica realizada com qualidade. O pa-ciente precisa compreender melhor os siste-mas de saúde que compra e passar a orien-tar o seu consumo de serviços através do seumédico de confiança, no qual deposite crédi-to e respeito e receba em troca uma assistên-cia mais completa e eficiente.

O sucesso dos sistemas de atendimento à saú-de certamente depende muito mais da existên-cia e atuação do maior número possível demédicos como os do corpo clínico dos Hospi-tais VITA do que de Doutores McCoy, que aindasão, e devem continuar a ser, pura ficção.

Estes são médicos de verdade, do corpoclínico da Rede VITA

O Dr. McCoy, deJornada nas Estre-

las, é pura ficção

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VITAL - Do que trata a Bioética?

Pessini - A palavra surge pela primeira vez noinício da década de 1970 e é consagrada emum livro chamado “Bioética, a Ponte para oFuturo”, do oncologista Van Rensselder Potter.“Bio” refere-se a tudo que se relaciona à vida,o mundo da ciência da vida e da saúde, e

“ética” são os valores humanos. No atual está-gio da humanidade, estamos passando porgrandes progressos na área da ciência etecnologia que estão alterando completamentea vida do ser humano e do contexto globalem que a vida se situa. Quando Potter fala em“ponte para o futuro”, a intenção dele é dizerque, se nós não tivermos parâmetros éticos

para orientar esse desenvolvimento, o futurocorre risco de não existir. A Bioética é a ciên-cia da sobrevivência. O futuro, que sempre foivisto como certo, começa a ser uma interroga-ção, porque temos nas mãos poder etecnologia, que podem destruir a face do pla-neta terra. Bioética é um grito pela vida, nãosó a humana, mas a vida num sentido maisamplo, cósmico e ecológico. Para garantirmoso futuro, precisamos dessa ponte, ligando ohoje ao futuro.

VITAL - Como a Bioética nos ajudará a alcan-çar o futuro?

Pessini - Ligando os saberes das ciências davida aos valores humanos. Existe, hoje, umgrande divórcio entre as chamadas ciênciasda vida e as humanas, entre os cientistas e oshumanistas, que se ignoram mutuamente.Quando falo humanistas, refiro-me à tradiçãocultural da humanidade, seus valores éticos,religiosos, sócio-políticos e por aí afora. O pri-meiro ministro francês Georges Clemenceaudizia que a guerra é importante demais paraser deixada apenas nas mãos dos generais;

O Futuro nas Mãos da Bioética

A ciência deve ser absolutamente livre para pesquisar sobrequalquer assunto? Cientistas podem usar fetos? Pode-seinterromper o tratamento de um doente incurável? Questõescomo essas e muitas outras que nem sequer imaginamos são oassunto da Bioética, que busca orientar a humanidade em umaonda de desenvolvimento científico sem precedentes. OProfessor Leo Pessini, padre, camiliano e vice-reitor do Centrouniversitário São Camilo, é autor de vários livros sobre o assuntoe professor do primeiro mestrado brasileiro de Bioética, naprópria Universidade São Camilo. Entrevistamos Pessini poucosdias após o seu retorno de Pequim, onde participou do 8ºCongresso Internacional de Bioética.

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eu digo que a ciência é algo sério demais paraser deixado apenas nas mãos dos cientistas.

Ciência e ética, hoje, se necessitam. Não exis-te ciência neutra. A ciência em si não é boanem má; o que vai direcionar o uso do conhe-cimento para a vida ou para a morte é justa-mente a instância ética. É aqui que entra aBioética, como uma forma de gerir esse pro-gresso, sem colocar em risco o futuro da hu-manidade, e muito menos tornando o ser hu-mano uma simples cobaia de experiências ci-entíficas.

VITAL - Quem detém o conhecimento deBioética?

Pessini - A Bioética é uma questão essencial-mente interdisciplinar, porque a minha vida, asua, a de cada um, pode ser vista sob diversosângulos. O psicólogo, o médico, a assistentesocial, cada um analisa a vida de uma manei-ra. Você é uma pessoa que crê, que se ali-menta, que convive, que trabalha. São as vári-as facetas do universo humano, debatendouma questão que não é de posse de ninguém.Então é uma discussão plural, ninguém é odono da verdade, não se trata de aposentaras convicções de fé e verdade que carrega-mos; mas há situações de conflito de valores,em que precisamos chegar a uma soluçãomenos conflitiva e mais consensual atravésdo diálogo.

Para garantir a vida, precisamos ter esse diá-logo nada fácil, sempre conflitivo, entre a pru-dência ética de um lado, com a ousadia cien-tífica de inovação do outro. De um lado euposso, através da ciência, transformar, inovar,mudar tudo. A instância ética vem e perguntapara que mudar isso, qual é o projeto, benefi-cia a quem, quais as conseqüências.

VITAL - Como a Bioética pode ser exercida, naprática?

Pessini - Os governos de países mais industri-alizados, como Itália, Alemanha, EUA e Portu-gal, se apóiam em comissões nacionais deBioética, que os assessoram na elaboração depolíticas públicas. Por exemplo, no Brasil, a Leida Biossegurança, aprovada no ano passado,foi muito aplaudida, mas tem um problemade base: coloca, no mesmo patamar, sojatransgênica e embriões humanos. Eu me re-cuso, como ser humano, a considerar a sojatransgênica e um embrião no mesmo pata-mar. Se o Brasil tivesse uma comissão nacio-nal de Bioética, se evitaria um absurdo des-ses. No Brasil temos a Comissão Nacional deÉtica em Pesquisa, em funcionamento desde

1996, e quase 500 comitês de ética em pes-quisa em seres humanos, em hospitais, labo-ratórios, universidades.

VITAL - Uma das questões mais discutidasatualmente é a eutanásia, abreviação da vidade pacientes que já não têm possibilidade derecuperação. Como a Bioética vê essa ques-tão?

Pessini - Hoje, na área hospitalar, começamosconviver com um grande número de pacien-tes com os quais não há mais nada a fazerem termos de investimento terapêutico,tecnológico, mas muitas vezes se insiste, comose estivéssemos procurando a cura da morte.Existem limites, é preciso saber que a partir dedeterminado momento ir além significa agre-dir, desrespeitar a pessoa e tratar a morte comose fosse uma doença. Nosso espírito é imortale toda religião defende isso, mas na nossadimensão humana somos seres mortais. Nãofaz sentido manter pacientes terminais na UTI;ali não é um lugar para morrer. Ela é lugar derecuperação, portanto tem de receber os paci-entes críticos que têm perspectivas reais derecuperação. Temos, hoje, pacientes terminaisde Aids, pacientes crônicos, com Parkinson oudemenciados, para quem não há cura nestemomento da medicina. Então a solução é cui-dar deles, dar-lhes tratamentos paliativos quediminuam seu sofrimento.

Esse é o conceito de Ortotanásia, o direito demorrer com dignidade e conforto sob trata-mentos paliativos. Sem abreviação da vida deum lado, que seria a Eutanásia, nem um pro-longamento indevido da agonia e do sofrimen-to. Faço parte da comissão técnica do Conse-lho Federal de Medicina sobre terminalidadeda vida, que está elaborando uma resoluçãopara orientar os médicos no Brasil no sentidode evitar a Distanásia, que é esse prolonga-mento sofrido e inútil no final da vida.

VITAL - Deixar de tratar é diferente de euta-násia?

Pessini - Não estou falando em abreviar a exis-tência física de ninguém. O que estou dizendoé que há um limite e respeitá-lo é sabedoriahumana. Por exemplo, o Papa João Paulo IImorreu há um ano e meio, em 2 de abril de2005. Foi a agonia mais sentida da história hu-mana, devido à grande cobertura da mídia.Quando ele percebeu a gravidade da sua situa-ção, lhe propuseram retornar ao hospital, ondeele, um paciente ilustre, receberia o melhor quea tecnologia poderia lhe proporcionar. Nessemomento, ele se negou e recusou retornar à

UTI. Suicídio? Não. Ele teve a sabedoria de reco-nhecer os limites e permanecer em seus apo-sentos, junto às pessoas que lhe eram mais sig-nificativas e o acompanharam ao longo da vida.Teve a sabedoria de encarar a morte com sere-nidade. Com essa atitude, ele prestou um gran-de serviço à humanidade ao reconhecer quehá limites e suas últimas palavras foram “Dei-xem-me partir para o Senhor”.

VITAL – Hoje, enfrentamos questões inéditascomo engenharia genética, células tronco,embriões. Para onde olhar para decidir sobreassuntos que nem a lei nem as religiões pre-viam?

Pessini - Gosto muito de uma expressão deHerenger (Hugo Tristan Herenger Rad Jr, mé-dico e filósofo norte-americano, teórico daBioética). Vivíamos em uma sociedade em queéramos ‘amigos morais’, onde tínhamos umavisão comum sobe as coisas. Passamos, ago-ra, para uma sociedade em que nos encon-tramos com ‘estranhos morais’, com quem exis-te um estranhamento de valores. E é aí quesurgem os conflitos. Qual é a saída? Dois va-lores devem nos nortear ao discutir questõesfundamentais com outras culturas e crenças.O primeiro é o valor central da pessoa huma-na, com suas crenças, sua história, sua digni-dade. O filósofo Kant dizia que as coisas têmum preço, enquanto que as pessoas têm dig-nidade, e isso serve para qualquer um inde-pendente da crença. Pensando assim, evito a‘coisificação’ das pessoas e a ‘sacralização’ daspessoas. O outro valor é a própria vida, nãosomente humana, mas preservação e cuida-do também no sentido cósmico e ecológico.

VITAL - A Bioética é importante hoje para quemtrabalha com saúde?

Pessini - Sem dúvida. Em saúde, é preciso unira competência profissional e o cuidado hu-mano. Citando o ideal Camiliano, precisamosde “mais coração nas mãos”. Nas mãos, po-demos ter a ação transformadora de tirar so-frimento, gerar saúde. O coração é a ternura,o amor, o cuidado, o carinho. Se tenho so-mente as mãos, sem o coração, eu me tornoum técnico frio, despersonalizado e desper-sonalizante. A mão sem o coração é muitoperigosa; então, a competência técnico-cien-tífica sem a competência humana é a mãosem o coração. Por outro lado, se eu só tenhocoração sem as mãos, posso ter muito boavontade, muita caridade, muita sensibilidade,mas eu não resolvo o problema. Por isso, amão precisa do coração e o coração da mão,competência ética e competência científicaandando juntas.

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Cardiologia EstreladaLuiz Fernando Kubrusly, diretor clínico doHospital VITA Batel, promoveu jantar deapresentação da nova equipe de cardiologiado hospital, com diversos profissionais dedestaque. O evento aconteceu dia 22 deagosto no Graciosa Country Club, em Curitibae saiu até na revista CARAS.

Luiz Fernando Kubrusly, TufiDippe Jr e Francisco Balestrin

Augusto Viana Franco de Oliveira,Francisco Balestrin, Paulo CésarEvaristo de Souza e Ronei Sandrini

José Mauro Rezende, LuizTavares Lessa Neto, João Vitolae Francisco Balestrin

Carlos Cunha, Francisco Balestrine Miguel ChammaAugusto Viana Franco de

Oliveira e Moura Jorge

Marta Fragoso eNeidamar Fugaça

Marta Fragoso, Luiz FernandoKubrusly e Neidamar Fugaça

Dislipidemia em FocoO Hospital VITA Curitiba reali-zou no dia 11 de agosto seuprimeiro Simpósio sobreDislipidemia, doença caracteri-zada pela alteração do nível dasprincipais gorduras no sangue.Entre os palestrantes estiveramo doutor em cardiologia pelaUSP e professor da PUC-PR,José Rocha Faria Neto, e anutricionista clínica do Hospitaldo Coração de São Paulo,Cynthia Carla da Silva

JoséRochaFaria

Neto eCynthia

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Rafael Munhoz eWalmor Lemke

José LuizVerde eRaphael

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Festa da Acreditaçãoem Volta RedondaDepois de tanto trabalho, só mesmo relaxan-do um pouco. No dia 4 de agosto, a conquistada Acreditação Nível 3 pelo Hospital VITA Vol-ta Redonda foi comemorada em grande estilono Clube Laranjal. Confira nas fotos:

Itamar Alves Viana e TarcísioCavaliere

Posse da Diretoriado CEVITANo dia 6 de junhoaconteceu no HospitalVITA Volta Redonda aposse da diretoria doCentro de Estudos VITA.A entidade promovepalestras, apresentaçõesde casos e outros eventos para estimular apesquisa em saúde.

Tudo pronto para a festano Clube Laranjal

Cristina, Adriano Londres,Marina, Célia, Mauricio, MarceloPina, Farley, Thalita e Vanuza

Animação pouca é bobagem!

Rosimary, Fernanda, Wânia,Franciele, Michely e Vânia

Deumy, Rônel Mascarenhas,Paulo Pontes, Maurício, Marina,Paula, Luís e Luciano

Jaqueline Guimarães, JoséMauro Rezende, Célia Amorim,Márcia Menezes, Márcia Regina,Deumy Rabello, Rosimary deAssis e Marina da Costa

Comemorando uma vitóriamerecida

Berta Brandão, enfer-meira Fernanda, enfer-meiro Robson, enfermei-ra Viviane e JorgeBrandão, coordenadordo CEVITA

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Paredes coloridas, visitas longas, leitos indivi-dualizados... Será que estamos falando real-mente de uma UTI? Sem dúvida, as unidadesde terapia intensiva mudaram muito nos últi-mos anos, mal podem ser reconhecidas porquem as conheceu no passado. As mudan-ças tecnológicas foram importantes, mas asmais profundas se deram no relacionamentocom o paciente, na abordagem multidisciplinare, também, no conforto oferecido. O isolamen-to completo desapareceu e hoje as visitas sãoincentivadas. Tocar no paciente não é maisproibido, pelo contrário, hoje se reconhece quequanto mais ele puder se sentir vivo e amado,mais rápida será sua recuperação.

Evolução

Mirella Cristine de Oliveira, médica intensivista,é uma profissional que acompanhou o de-senvolvimento das UTIs e vê não apenas avan-ços técnicos, mas, principalmente, humanosno tratamento que a unidade oferece (vejabox). “Hoje, a UTI é multidisciplinar, ou seja,trabalham diversos tipos de profissionais, comdiversos pontos de vista diferentes, e não sómédicos”, diz Mirella, que é coordenadora clí-nica da UTI geral dos Hospitais VITA Curitiba eVITA Batel. “Hoje, as unidades contam não sócom médicos e equipe de enfermagem, mastambém com fisioterapeuta respiratório, psi-cólogo, fonoaudiólogo, farmacêutico e até en-genheiro hospitalar”.

“Quando comecei traba-lhar em UTIs, em 1989,as visitas aconteciamapenas duas vezes porsemana”, conta Mirella.Na época, o pensamen-to corrente era que pa-cientes graves não pre-cisavam ter contatocom familiares, e que vi-sitas iriam favorecer acirculação de germes.Segundo Mirella, a hu-manização começou aser implementada emmeados dos anos 90,quando suas vanta-gens foram percebidas.Mas ela faz ressalvas:“Esse conceito não éuma unanimidade, nemestá implementado na

grande maioria das UTIs brasileiras, que con-tinuam funcionando em um modelo que pra-ticamente exclui a participação da família”.

O médico Eduardo Sampaio Diniz, intensivistae responsável técnico pela UTI do Hospital VITAVolta Redonda, é um defensor da humanização

das UTIs. “É muito im-portante que os famili-ares estejam próximos”,comenta. “Quando o pa-ciente percebe que nãoestá sozinho, ele nãotem uma sensação deabandono, de estar en-tregue a desconhecidos.As visitas o ajudam a tercontato com sua reali-dade e isso favorecemuito em sua recupera-ção, seu retorno às ati-vidades normais”. Sam-paio destaca, também,os avanços na questãode informar totalmenteo paciente e permitirsua participação e dosfamiliares nas decisõessobre o tratamento.

Álvaro Réa Neto, diretor clínico das UTIs doVITA Curitiba e do VITA Batel, ressalta que nomundo todo as UTIs estão procurando usarmétodos de monitoração cada vez menosinvasivos. Nesse sentido, as UTIs do Grupo VITAcontam, agora, com esse tipo de procedimen-to no débito cardíaco, para medir as funçõesdo coração. Anteriormente, para fazer esseacompanhamento era necessário colocar umcateter até o ventrículo do coração e, agora,basta colocar em uma artéria do braço paraobter as mesmas informações, trazendo me-nores riscos de complicação e recuperaçãomais rápida. Por essa mesma razão, os novos

A Grande Virada das UTIsAntes, estigmatizadas como espaços para pacientes terminais; hoje asUTIs unem o que há de melhor em tecnologia a um tratamentoconfortável e humanizado

Mirella, intensivista, acompanhoua humanização das unidades

Rezende: Cuidados para o pacientee também para a família

Boxes individualizados da UTI do Hospital VITA Volta Redonda

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métodos também permitem monitorar o paci-ente com mais freqüência.

Segundo Mirella, o próprio conceito dehumanização das UTIs também continua evo-luindo. “Estamos aumentando o tempo de per-manência da família e existe até uma poltro-na junto ao paciente, o que era algo fora decogitação no antigo conceito de UTI”, comentaMirella.

UTIs do VITA

Desde março, a UTI do Hospital VITA Curitibatem o dobro do número de leitos, individuali-zados em boxes como apartamentos, o quetraz diversas vantagens para o paciente e fa-miliares. As mudanças tornam o controlemicrobiológico do ambiente mais fácil, o pa-ciente ganha privacidade e os boxes de iso-lamento têm banheiro exclusivo, de modo queao sair o profissional de saúde já tenha lava-do as mãos. São 24 boxes, dos quais cinco deisolamento, além de 13 leitos na UTI cardía-ca. O Hospital VITA Batel tem hoje uma UTIde 11 leitos.

O VITA Volta Redonda conta com seis leitos naUnidade Coronariana e 15 leitos na UTI geral.São leitos individualizados, com monitores erespiradores próprios. Em assistência car-diológica, a UTI conta com balão intra-aórtica,que garante a manutenção da circulação naeventualidade de deficiência cardíaca, comoum bombeamento arterial auxiliar.

“O grupo VITA busca, em suas Unidades deTerapia Intensiva, aliar investimentos emtecnologia e um consistente projeto de

A fisioterapia da UTIdo Hospital VITACuritiba exerce umpapel importante nahumanização, quevai bem além da re-cuperação física dequem está interna-do. É uma equipecomposta por 12 fi-sioterapeutas, tra-balhando com res-piração e movimen-to. Segundo Espiri-dião Elias Aquim, fi-sioterapeuta respi-ratório da UTI do VITA Curitiba, após 48 horas em venti-lação mecânica (ou seja, respiração com auxílio de equi-pamentos), a musculação responsável pela respiraçãocomeça perder força. “Essa perda é maior com o uso desedativos e analgésicos”, explica Aquim. “Quanto maioro uso de sedativos, maior a perda; por isso procuramosutilizar uma ventilação menos invasiva, que cause me-nos dor e desconforto e, portanto, exija menos sedação”.

Além da questão da respiração, a fisioterapia procura daroportunidades de movimento, para que o paciente pos-sa se sentir animado, atuante, independente, mesmo emuma UTI. “Humanizar não é simplesmente pintar as pa-redes e colocar televisão para o paciente”, diz Aquim.“Nós nos sentimos humanos quando temos independên-cia funcional, quando podemos cuidar de nós mesmos,escovar os dentes, andar, fazer higiene”. Dentro desseprincípio, foi criada uma rotina de sentar o paciente, diaria-mente, retirá-lo da cama, mesmo que esteja na ventilaçãomecânica e inconsciente, a menos que haja alguma restri-ção clínica, para que ele se sinta estimulado e ativo.

Mesmo com todas as dificuldades, os fisioterapeutas,auxiliados pelos demais funcionários, têm procurado re-tirar os pacientes da UTI, em cadeiras de rodas, e levá-los para os jardins do hospital, onde podem desfrutar deespaços abertos: “Há quanto tempo eu não via um avião”,disse um deles, feliz por estar a céu aberto. É um estímu-lo que os faz sentir vivos e favorece a recuperação.

Outra novidade é a adaptação de uma bicicletaergométrica para pacientes da UTI. “Alguns pacientesapresentam condições para usar a bicicleta e a grandevantagem é a preservação muscular e o retorno venoso(fazer com que o sangue retorne ao coração). Isso evitaa formação de coágulos, que surgem quando a circula-ção está muito lenta e há demora no retorno. SegundoAquim, a próxima iniciativa será adaptar um aparelho dePilates a um leito de UTI, para criar mais possibilidadesde alongar e fortalecer os pacientes.

Pacientes que não podem usar a bicicleta, ainda assimtêm a sua atividade física: a fisioterapia tira esses paci-entes do ventilador mecânico, para lhes mostrar que têmautonomia para respirarem sozinhos. Se o paciente estálúcido e consciente, alternam-se períodos em ventilaçãomecânica e sem ventilação, sempre que possível.

Recuperando osMovimentos

humanização hospitalar, permitindo ao paci-ente e sua família superarem esse momentodifícil da vida. Não podemos nos esquecer deque não só o paciente está doente quandointernado em uma UTI, mas, sim, toda sua fa-mília e amigos próximos,” diz José MauroRezende, diretor técnico do Grupo VITA. Segun-do ele, uma das principais preocupações doGrupo é o treinamento das equipes, não sóno aspecto técnico, mas também na busca doaprimoramento dos quesitos relacionados aoscuidados físico e psicológico, de forma inte-gral, dos pacientes e seus familiares.

Hoje, os hospitais VITA Curitiba e VITA VoltaRedonda possuem as maiores UTIs de suascidades. Em Volta Redonda é a única da cida-de, atendendo a 100% das necessidades daregião e evitando o deslocamento de pacien-tes graves para o Rio de Janeiro. “Consideran-do o aumento progressivo da expectativa devida e a complexidade crescente de procedi-mentos cirúrgicos, acreditamos que hoje a UTIse tornou o ‘coração’ das instituições de saú-de”, afirma Rezende.

Leito da UTI do Hospital VITA Curitiba, com janela e poltrona paravisitantes; os pacientes ficam em boxes individualizados

Álvaro Réa Neto: Procedimentosmenos invasivos nas UTIs.

Paciente da UTItoma sol

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Uma das maiores mudanças na aparência das UTIs foio desaparecimento das pilhas de equipamentos, commontes de fios e monitores, que criavam o ambientetípico de hospitais em filmes de ação. Hoje as unidadesmodernas usam os chamados monitoresmultiparamétricos, que apresentam dados de diversosinstrumentos.

“No passado, havia um monitor para cada finalidade;um para eletrocardiograma, outro para saturação deoxigênio, outro para pressão invasiva e assim pordiante”, explica Claudia Barbeta, gerente de produtos daDräger Medical, fornecedora de equipamentos do GrupoVITA. “Chegava-se a ter meia dúzia de monitores emtorno do paciente, uma confusão”.

Enfermeira por formação, tendo trabalhado na unidadede recuperação anestésica do Incor, em São Paulo,Claudia é hoje uma especialista em monitoração. “Alémde concentrar as informações em uma só tela, osmonitores multiparamétricos permitem a padronizaçãode fornecedores, acessórios e conexões, aumentando aconfiabilidade dos equipamentos”, diz. Segundo ela, os

Equipamentos: Mais Inteligência e Integração

monitores mais modernos permitem até acesso àInternet e exibição de imagens de exames, como ultra-som e Raio-X.

Os equipamentos de ventilação mecânica tambémpassaram por uma grande evolução, diz RobertaGherardi, fisioterapeuta e especialista de produto deventilação mecânica da Dräger. “Os ventiladores hojepermitem que o paciente evolua mais rapidamente emdesmame, ou seja, no processo de passar a respirarsem auxílio”, afirma Roberta.

Segundo ela, atualmente a ventilação funciona de formaque o paciente não se torne crônico, acontecendo umagrande interação entre equipamento e o paciente, paraevitar assincronia com o dispositivo. Com uma evoluçãomais rápida, o paciente recebe menos sedação, menosantibióticos e tem menor chance de infecção. Outracaracterística dos ventiladores modernos é a presençade bateria, que facilita o transporte de pacientes entresetores do hospital.

Toda essa tecnologia se reverte em vantagens para

pacientes e médicos. Segundo Claudia, a evolução dasUTIs tem permitido reduzir o tempo de estadia dospacientes nessas dispendiosas instalações: “Antes,eram freqüentes os pacientes crônicos que ficavamlongos períodos em UTIs, o que não é bom para ohospital, pois ocupa recursos humanos e equipamen-tos”. Equipamentos intermediários têm permitido manterpacientes crônicos em unidades semi-intensivas e atéem suas residências.

Monitor multiparamétrico Vista,utilizado nos hospitais do GrupoVITA

Atualmente, a humanização é tratada nas UTIs com amesma importância dispensada aos cuidados médi-cos e à tecnologia. Desde a escolha da cor das pare-des, passando pela assistência psicológica ao paci-ente e aos familiares, tudo é pensado para que o paci-ente possa se sentir confortável e se manter em con-tato com as coisas importantes para ele.

Uma das principais medidas para humanizar o atendi-mento é o suporte emocional às famílias. Existem reu-niões com a família, em que se explica o funciona-mento da UTI, o que se pode e o que não se podefazer: “Algumas pessoas ainda acham que não se devetocar no paciente, e hoje recomenda-se justamente ocontrário; é bom tocar nele, falar, estimular”, diz o psi-cólogo José Tarcísio Cavaliere Júnior, do Hospital VITA VoltaRedonda. Como no filme do espanhol Almodóvar, “Fale comEla”, mesmo que ela ou ele esteja inconsciente, ainda as-sim sentirá a presença e o estímulo.

Em cada visita os familiares fazem, inicialmente, uma reu-nião com os psicólogos, depois vão ao leito do doente e emseguida ao médico. “Isso é necessário porque muitos fami-liares se assustam ao ver um parente monitorado,‘entubado’. Procuramos explicar que a UTI não é a ante-sala da morte, mas simplesmente um lugar de cuidado in-tensivo”, diz Cavaliere. Ele explica que as visitas são muitoimportantes e pede que os familiares façam sua parte nahumanização e no apoio ao paciente: “As visitas são fun-damentais para o restabelecimento da pessoa. O pacienteisolado sofre muito. Cansamo-nos de ver as reclamaçõesdos que estão sozinhos e não recebem visitas. Quando opaciente fica ansioso ou angustiado, esse estado emocio-nal influencia em seu estado físico”, diz.Raquel Pusch, coordenadora de serviços de psicologia dos

Um Toque Humano

Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel, conta que ahumanização é uma conquista onde esses hospitais têmsido pioneiros. Ela coordena o Curso de Humanização naAssociação de Medicina Intensiva Brasileira, e tem tido apoiodo Grupo VITA para experimentar protocolos de atendimen-to, o que torna o Paraná um multiplicador de idéias paratodo o Brasil. Em setembro, Raquel esteve em Terezina(PI) dando palestras sobre o assunto.

“Antigamente, falava-se ‘como está o leito número tal?’, ouseja, o paciente era visto como um número, um tecido, umórgão a ser tratado, não como uma pessoa. Isso, felizmen-te mudou há muito tempo no VITA e todos os pacientes sãotratados pelos nomes”, diz Raquel. Segundo ela, ainda exis-tem muitas UTIs “à moda antiga”, com grandes restrições àpresença da família e onde o paciente se sujeita passiva-mente às ordens da equipe. “Mudamos completamente essemodelo”, garante Raquel. “Hoje o paciente decide, casoesteja consciente, se quer participar do round de informa-ções, que é a reunião diária para discutir seu quadro clínico

com fisioterapeuta, psicólogo, médico plantonista e enfer-magem. Eventualmente, farmacêuticos e fonoaudiólogostambém participam. Segundo ela, essa transparência nasinformações traz uma grande segurança e credibilidade aopaciente.

Quem tem alta também não é esquecido. “Ligamos em 15,60 e 120 dias após a alta, para saber o nível de recupera-ção, as dificuldades que o paciente enfrentou, o que essapassagem pela UTI lhe causou, se voltou às atividadesnormais, tudo isso”, diz Raquel. Segundo ela, os pacientesadoram receber essas ligações, acham maravilhoso quepessoas do hospital se lembrem deles tanto tempo após aalta. “Isso cria uma grande fidelidade ao hospital”, diz Ra-quel. “Quando perguntamos se indicariam a UTI, a respos-ta é ‘sim’ em 100% das vezes”. Atualmente, são acompa-nhados 450 pacientes, dos quais 190 já no 4º mês de alta.

Cavaliere Jr.: visitas são extremamenteimportantes para o paciente

Raquel: informações para o pacien-te trazem tranqüilidade e confiança

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Desde sempre, a humanidade busca na natu-reza a cura para suas doenças, usando umasubstância para combater outra. Essa é a ori-gem da palavra “antibiótico”, ou seja, uma subs-tância que funcione contra (“anti”) o funciona-mento do microorganismo (“bio”) que causa umadoença.

Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), mi-lhares de combatentes morreram vítimas deinfecções causadas por ferimentos e pelas pró-prias cirurgias que de-veriam salvá-los. O so-frimento desses doentescausou uma forte im-pressão no médico Alexander Fleming, queserviu na guerra em um hospital francês.

Fleming (1881 - 1955) nasceu na Escócia. Filhode fazendeiros, ele se mudou para Londres aos13 anos, onde estudou medicina, tendo se des-tacado e conquistado diversos prêmios por seustrabalhos. Depois de se formar, em 1906, tor-nou-se professor de bacteriologia na Universi-dade de Londres. Desde então, Fleming reali-zou pesquisas para buscar descobrir substânci-as bactericidas que pudessem combater as in-fecções. Em 1921, descobriu uma enzima quebatizou de Lisozima, presente na lágrima e nasaliva, capaz de impedir o crescimento de bac-térias, mas seu achado não recebeu grande aten-ção da comunidade científica.

O Acaso Bate à Porta

Em 1928, Fleming desenvolvia pesquisas sobreas bactérias estafilococos, quando o acaso fa-voreceu sua capacidade de observação. Em

agosto daquele ano, verão na Inglaterra, Flemingtirou férias. Esqueceu em seu laboratório algu-mas placas com cultura de estafilococos sobrea mesa, e só retornou no mês seguinte.

Naturalmente, as placas de estafilococos havi-am mofado após um mês. Quando se prepara-va para esterilizá-las, Fleming percebeu em umadelas um círculo em torno do mofo que haviacontaminado as placas. No limite do círculohavia uma lise, ou seja, uma destruição de cé-

lulas, o que parecia indi-car que o mofo haviaagido contra a cultura deestafilococos. Então o

pesquisador decidiu fazer culturas desse mofopara analisá-lo.

O mofo já era conhecido na biologia pelo nomede Penicilium e a substância que ele produz foibatizada de penicilina. Fleming observou que apenicilina era capaz de inibir bactérias comoestafilococos e estreptococos: estava descober-to o princípio dos antibióticos.

Uma série de coincidências ajudou Fleming: des-cobriu-se, mais tarde, que o fungo que haviacontaminado a placa é um dos três melhoresprodutores de penicilina dentre as diversas es-pécies do gênero Penicillium e que ele teriavazado do laboratório no andar inferior, ondehavia pesquisas sobre fungos. Houve, ainda,uma inesperada onda de frio naquele verão emLondres, que trouxe a temperatura ideal para ocrescimento do Penicillium. E um colega deFleming entrou no laboratório quando ele sepreparava para limpar as placas, o que deu ao

cientista a oportunidade de reexaminá-las.

Estranhamente, até o início da Segunda Guer-ra Mundial, em 1939, não houve grande em-penho em utilizar a penicilina para finsterapêuticos. Só em 1940 os pesquisadoresHoward Florey e Ernst Chain conseguiram pro-duzir o medicamento para uso humano e emescala industrial. Em 1945, o prêmio Nobel deFisiologia e Medicina foi dado a Fleming, Floreye Chain.

A Era dos Antibióticos

No final da década de 40, a penicilina já eraum sucesso. Nunca um medicamento puderatratar de forma tão rápida e eficaz doençasinfecto-contagiosas. O desenvolvimento dosantibióticos prosseguiu e em 1952 SelmanWaksman recebeu o Nobel pelo descobrimen-to da estreptomicina.

O entusiasmo com os antibióticos era tão gran-de que os médicos passaram a receitá-los paratudo e a qualquer pretexto. Essa “overdose” deantibióticos começou provocar efeitos inespera-dos: reações alérgicas, problemas dentários e osurgimento de microorganismos resistentes.

Além de terem suas próprias defesas naturais,as bactérias reproduzem-se em grande veloci-dade, e as que sobrevivem a um tratamentocom antibiótico logo se multiplicam. Criam umanova população de bactérias que não podemser combatidas com o medicamento utilizadoanteriormente, em um ciclo muito rápido. Hoje,a medicina recomenda cautela na prescriçãode antibióticos.

Antibióticos, a VidaQue Combate a Vida

“No campo da observação, o acaso sófavorece as mentes preparadas”

(Louis Pasteur 1822-1895)

A descoberta casual de que fungos produzemsubstâncias capazes de combater bactériasrevolucionou o tratamento das infecções

Acima a estruturamolecular da penicilina,ao lado uma das colôniasdo fungo Penicilium feitas

por Fleming

No final da década de 40 houve umgrande entusiasmo com a penicilina

Produção de penicilina em massana II Guerra Mundial

Alexander Fleming em seulaboratório

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“Olha, eu vou contar uma coisa pra vocês...” Comessa frase, Pelé começa desfiar uma das muitashistórias que presenciou em 45 anos de traba-lho como bombeiro hidráulico do Hospital VITAVolta Redonda. A escolha de Pelé, também co-nhecido como Olejandar Justino, foi uma una-nimidade. Todos, quando souberam que ele se-ria o novo personagem da seção “Perfil”, aplau-diram a escolha. Também não é para menos,porque Pelé, além de ser uma pessoa muitoquerida, praticamente faz parte da história dohospital.

Aos 63 anos, esbanjando saúde, Pelé conti-nua arranjando uma solução para tudo quelhe pedem, com um sorriso no rosto e brin-cando. Mas todo cuidado é pouco: ele nãoperde a oportunidade de colocar um apelido,que geralmente pega.

Pelé, o Craque doBom HumorSempre sorrindo, colocando apelidos e consertandoencanamentos, Pelé tornou-se uma das figuras maisqueridas em Volta Redonda

Pelé, o nosso, nas-ceu em Itumerim,Minas Gerais, em1943 e aos dozeanos veio morarem Volta Redondacom a irmã, VeraLúcia, e o cunhado, Sebastião de Oliveira, comquem aprendeu o ofício de bombeiro hidráuli-co. Ele começou trabalhar no hospital em 1961,quando ainda se chamava Hospital Siderúrgi-ca Nacional. Hoje é uma das pessoas que me-lhor conhece as instalações, sendo chamadosempre que surge um problema nos encana-mentos, que ele logo resolve, sempre de bomhumor: “Comigo não tem tempo ruim”, garante.

E esse apelido, de onde surgiu? “Eu tinha unsdoze, treze anos, e jogava futebol no time do

padre, aqui em Volta Redonda, oGrêmio Esportivo Santa Cecília. Aí um dia o padreme chamou de Pelé e o apelido ficou”, conta.Pelé admite que, até em casa, o apelido é maisusado do que o nome: “Se chamarem Olejandaré provável que eu não atenda”, brinca.

Por essas e outras, Pelé é muito estimado nohospital. Na hora do almoço, se a sobremesa éarroz-doce, logo sua mesa fica cheia de potinhos,que os colegas, sabendo da sua loucura pelodoce, lhe deixam. “Um é pouco, arroz-doce temde ser de dois pra mais”, garante Pelé.

Saúde, segurança, praticidade, conforto... Hojetodo mundo sabe que o leite que vem da mãetem uma série de vantagens para ela e para obebê, mas ainda assim a quantidade de mãesque não consegue dar de mamar a seus fi-lhos continua elevada, principalmente devidoàs dúvidas que surgem para as mulheres queestão tendo sua primeira gestação. Para fazercom que mais mulheres consigam dar demamar, a Maternidade VITA Volta Redondacriou uma série de atividades de apoio à ges-tante e à parturiente.

A médica Alanê Fialho de Carvalho Pereira,pediatra e neonatologista da Maternidade VITAVolta Redonda, está totalmente engajada nes-sa campanha: “Não existe nada melhor nomundo do que o leito produzido pela própriamãe para seu filho. Está na temperatura cor-reta, tem a composição certa, é rico emanticorpos, enfim, é o alimento perfeito para o

O Melhor Leite do MundoDar de mamar pode ser um desafio para o qual as mãesrecebem apoio da Maternidade VITA Volta Redonda

recém-nascido”, explica Alanê. Asgestantes quer vão dar à luz naMaternidade VITA participam de con-sultas de orientação sobre ama-mentação, para aprender sobre aprodução do leite e cuidados comas mamas, de modo a poderem per-sistir caso haja qualquer problemano início do aleitamento.

“Se a mãe acha que não tem leitelogo após o parto, fica insegura e jáquer alimentar seu filho com leiteartificial, então nosso trabalho éorientá-la e apoiá-la para que consiga dar demamar. O enchimento dos seios, ou bojadurasó acontece três a quatro dias após o parto”,diz Alanê. Diversos enfermeiros e técnicos deenfermagem já fizeram cursos sobre aleita-mento materno, e incentivam a mãe a ama-mentar, orientando gestantes e mães a qual-

quer momento que elas procurem a Materni-dade para esclarecer dúvidas. Segundo Alanê,com essas e outras medidas a Maternidadeestá se preparando para concorrer ao títulode Hospital Amigo da Criança, concedido pelaUnicef para os hospitais que apóiam o aleita-mento materno.

Na temperatura certa, rico em nutrientes eanticorpos: o leite da mãe só tem qualidades

PeléEsporte: Judô e FutebolComida: Arroz DoceMúsica: PagodeSigno: LeãoMania: Colocar apelidos

Perfil

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Sentar corre-tamente pode pa-recer complica-do, mas vale apena, particular-mente para aspessoas que fi-cam longas ho-ras em frente aocomputador. Vejaneste quadro asorientações para uma postura ideal.

1. Encosto para as costas ajustável2. Bom suporte lombar3. Altura do assento ajustável4. Evitar pressão excessiva na parte de baixo dos joelhos5. Suporte para os pés6. Espaço para mudar de postura, sem obstáculos em-baixo da mesa7. Antebraços aproximadamente na horizontal8. Pulsos minimamente estendidos, flexionados ou desviados9. Altura e ângulo da tela devem proporcionar posiçãoconfortável da cabeça10. Espaço na frente do teclado para permitir apoio naspausas de digitação

Pesquisas indicam que 8o% das pessoas sen-tem dor na região lombar em algum momen-to de suas vidas. Essa verdadeira epidemia temcomo principal causa má postura, conseqü-ência de maus hábitos e perda de força noorganismo.

Luciana Moreira de Oliveira, fisioterapeuta ecoordenadora do projeto de ginástica laboraldo Hospital VITA Volta Redonda, explica quepostura é “um estado de equilíbrio entre osmúsculos e os ossos”, que se perde por proble-mas de saúde ou, simplesmente, pelo aumentoda idade. “A postura inadequada, no dia-a-dia,provoca dores nas costas e até afastam muitaspessoas do trabalho”, diz Luciana. Dores, hérni-as de disco, lordoses, escolioses, hipercifoses sãoas conseqüências, ao longo do tempo, de ficarlongas horas em posições inadequadas ou rea-lizar movimentos de forma errada.

Para manter e elevar o bem-estar e evitar afas-tamentos, o Hospital VITA Volta Redondaimplementou um programa de ginásticalaboral com participação de cerca de 250 pes-soas, orientadas por Luciana, Renata Rosa e

Uma Questão de Postura

A fisioterapeuta Luciana de Oliveira dá algumas dicaspara evitar dores nas costas e melhorar a postura:

Ao levantar da cama Em vez de se levantar para fren-te, de uma vez, procure primeiro virar de lado, colocar aspernas para fora e então se erguer. O movimento parafrente sobrecarrega muito a coluna.

Ao carregar pesos Distribua os pesos antes de erguê-los, para não forçar mais um lado que outro e, se possí-vel, use a força das coxas e não das costas para erguer

A coluna vertebral normal não é reta, mas quando suascurvas se acentuam, aparecem os problemas. Os três ti-pos de desvio mais comuns são os seguintes:

Cifose - Muito comum entre os adolescentes, cifose é acurvatura acentuada da curva superior da coluna. Algunsadotam essa postura por timidez, por não estarem à vonta-de com a própria altura, e as meninas, para disfarçarem osseios. Caracteriza-se por uma corcundinha, a cabeça mui-to à frente do corpo e os ombros jogados para frente.

Lordose - A lordose é a curvatura exagerada da curvalordótica da coluna, logo acima da bacia. Essa deforma-

“Saiba Mais”, a nova seção da revista VITAL traz informaçõespráticas para tornar seu dia mais gostoso; nesta edição, dicas depostura para evitar dores e outras complicações

Adriana Abdalo. “Já temos ótimos resultados,com as pessoas sentindo menos dores e mu-dando seus hábitos”, diz Luciana.

É preciso ter forçaQuase todo mundo acha que são os ossosque sustentam o corpo, que não é preciso fa-zer nada para ter uma postura correta, masnão é bem assim. Os ossos são a estruturainterna do corpo, mas o que o mantém naposição correta é o equilíbrio entre o esquele-to e os músculos, e se estes ficam fracos... ocorpo todo desmonta.

Então, para manter a postura correta é precisofortificar a musculatura, que dará a sustentaçãoao conjunto. O “personal trainer” Valério CorteRamalho, da Academia do Clube Náutico, emVolta Redonda, vê o tempo todo pessoas che-gando à academia reclamando de dores nascostas. “Uns 20 a 30% de quem está na faixados 40 anos tem dor lombar e esse númerocresce bastante com a idade”, diz Ramalho. Eleorienta as pessoas a procurarem orientaçãomédica antes de começarem os exercícios, masgarante que exercícios feitos da forma correta

Mantenha a Postura

Dolorosos Desvios

são um santo remédio: “Quem tem atividadefísica regular previne as dores nas costas, me-lhora a postura e vive muito melhor”, afirma.

Luciana explica que o corpo dá sinais dos pro-blemas. Então, se você ou um conhecido temum ombro mais elevado que o outro, tendên-cia a ficar corcunda, bursites e tendinites, oudores nas costas, então está mais do que nahora de procurar corrigir essas deficiênciasenquanto é tempo.

Sente-se Bempesos, abaixando-se junto aos mesmos.

Caminhadas e corridas Escolha um tênis com amor-tecimento.

Em pé É muito importante ter um apoio para os pésquando se passam longas horas nessa posição. Uma daspernas fica estendida e a outra flexionada, com o pé apoi-ado em um suporte.

Mobiliário A mobília deve ter a altura correta para apessoa: pia da cozinha, do banheiro, a mesa das refei-ções, tudo deve favorecer uma postura correta.

Ramalho: fortalecer os músculospara manter a postura

ção joga a barriga para frente e as nádegas para trás.Uma forma de verificar isso é quando a pessoa, deitadano chão, tem uma grande distância entre a superfície e ascostas. Quem tem abdômen acentuado e com pouca for-ça está mais sujeito à lordose.

Escoliose - A escoliose é o desvio lateral da coluna, oque faz com que a pessoa fique com um ombro mais altoque o outro. O desvio normalmente ocorre nos dois lados,em diferentes regiões da coluna. É fácil perceber aescoliose quando a pessoa está em pé, com as pernasestendidas e abaixa o tronco. Nessa posição, o desviolateral costuma ficar mais evidente.

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Cada vez mais o destino de quem precisa fa-zer um tratamento médico é o aeroporto: pa-cientes estão fazendo viagens intercontinen-tais para procurar tratamento médico em paí-ses estrangeiros, a uma fração do valor quepagariam em seus países de origem. Eles vãoa hospitais em países como Índia, Tailândia e,cada vez mais, Brasil (veja box).

“A medicina brasileira é a melhor do mundo,e além de termos essa excelência técnica, con-tamos com preços que são, no mínimo, meta-de do que um americano pagaria nos EUA.Outro grande diferencial que é o nosso jeitolatino de atender as pessoas, com mais aten-ção, carinho e cuidado”, diz Morris Lifschitz,diretor da Sphera Internacional e ex-vice-pre-sidente do Hospital Israelita Albert Einstein, deSão Paulo. Morris criou a Sphera para dar apoioe assessoria ao estrangeiro que busca trata-mento médico. Nas pesquisas que realizouantes de iniciar as atividades, Lifschitz desco-briu que só no ano passado cerca de um mi-lhão de americanos viajou para se tratar empaíses como Índia, México e Costa Rica.

Dados da Embratur apontam que cerca de 40mil turistas vieram ao Brasil por motivos mé-dicos ou odontológicos. Segundo Lifschitz, osprocedimentos mais procurados são: implan-te dentário, implante capilar, cirurgia de corre-ção de visão, cirurgia plástica estética, cirurgiabariátrica (obesidade), check-up completo emedicina esportiva. “Acredito que se oferecer-mos o apoio de que esses pacientes necessi-tam, o Brasil captará uma parcela importantedo turismo de saúde”, diz Lifschitz.

Um grupo de prestadores de serviços de saú-de brasileiros, que inclui hospitais, entidadesde ensino e de engenharia consultiva, formouo Consórcio Saúde Brasil, para atender a de-manda estrangeira. Segundo Lauro Miquelin,diretor da L+M Gets, o objetivo da entidade édar apoio comercial para a exportação de ser-viços, principalmente para países da AméricaLatina, Caribe, África e Oriente Médio. Entre oshospitais associados encontramos o Sama-ritano, de São Paulo, o Moinhos de Vento, dePorto Alegre, e o Hospital Brasília.

“Temos uma imensa competência médica ins-talada, e contamos com serviços de excelên-cia no país todo. O trabalho do Consórcio Saú-de Brasil será promover essa oferta no exteri-

Turismo SaudávelVisitantes estrangeirosbuscam não só o Sol e aspraias brasileiras, mas tambéma competência médica e preçosde tratamento atraentes

Os viajantes que buscam tratamento médicoou dentário no exterior estão se tornando umafonte de receitas importante para as economi-as de países emergentes. Entre os destinos maisprocurados por quem vai ao estrangeiro embusca de atendimento estão Índia, Tailândia,Cuba, Costa Rica e Brasil. Essas viagens costu-mam ser, também, uma oportunidade para queo próprio paciente e seus familiares conheçamas atrações do país e gastem um bom dinhei-

or”, diz Miquelin. A entidade fará contatos comoperadoras de planos de saúde internacionais,médicos com presença no exterior, e os pró-prios governos estrangeiros.

Estrangeiros no VITAO Grupo VITA já recebe pacientes estrangeiros,principalmente dos EUA, Canadá e Portugal, ese prepara para aumentar esse fluxo de visitan-tes internacionais, que vêm em busca de proce-dimentos de média e alta complexidade. “Nossaprimeira preocupação é quanto à hospitalida-de, ao acolhimento, por isso temos profissionaisbilíngües e criamos um manual de orientaçãoquanto ao relacionamento e comunicação comestrangeiros”, diz Pina.

“Temos hoje no Brasil o que há de melhor emmedicina, quanto a práticas, equipamentos einstalações”, diz Marcelo Pina, diretor de rela-ções institucionais do Grupo VITA. “Nossosmédicos atualizam-se constantemente, sejainformando-se sobre as técnicas, seja partici-pando do desenvolvimento delas”. Pina res-salta que os profissionais do VITA mantêm forteintercâmbio com a medicina internacional,estudando, indo a congressos e participandode grupos de estudo, o que cria uma boa ima-gem da medicina brasileira no exterior e traz,cada vez mais, estrangeiros para tratamentonos hospitais do Grupo.

ro no turismo local. Uma pesquisa da Confe-deração das Indústrias da Índia com aconsultoria McKinsey & Co. calcula que até2012 os pacientes estrangeiros devem deixarentre US$ 1 e 2 bilhões no país. Em 2004, aÍndia recebeu 240 mil turistas para tratamentomédico. Na Suíça, o turismo de saúde movi-menta US$ 710 milhões ao ano: são 30 milvisitantes que vão se tratar e 150 mil em spasde saúde nos Alpes.

Um Negócio Bilionário

Qualidade da Medicina brasileira tem atraído pacientes estrangeiros

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Adeus, não!Me diga até breve!

E com a venda da VITAMedicina Diagnóstica deFlorianópolis para o DASA(Diagnósticos da AméricaS.A.), o Grupo VITA segue

seu foco de expandir suarede de hospitais. Amigos

Crippa, Áurea e Angélica: aívem o Hospital VITA

Florianópolis!

O Frio Não CompareceuCíntia Damilewski achou queia curtir um friozinho, mas...Cíntia, gerente de enferma-gem do Hospital VITA Curitiba,esteve em Campos doJordão (SP) em agosto,apresentando seu trabalhoem um congresso de enfer-magem. Segundo ela, aocontrário do previsto, fezbastante calor na tradicionalcidade de inverno.

Tietagem TeatralMaurício Uhle, superintendente doVITA Curitiba, não resistiu e foi fazer

um pouco de tietagem na pré-estréia da comédia “Fica Comigo

Esta Noite”, encenada no TeatroFernanda Montenegro em Curitiba.

Na foto, Alexandre Cobra, MarisaOrth, Mauricio Uhle e Cícero Lira,

produtor. Será que o Uhle vai tentara vida artística?

Parceira RessonanteJorge Moll, diretor-presidente doGrupo Labs D’Or, esteve em Curitibaa negócios. A parceria com oGrupo VITA, que existe há oito anos,agora será ampliada, o que signifi-ca novos equipamentos de resso-nância magnética e tomografiahelicoidal para o VITA Curitiba. Nafoto, Jorge com o vice-presidentedo Grupo VITA, Francisco Balestrin.

Prova dosNoveO médicoGuilherme Martins está feliz, felizcom o seu novo casamento! Anoiva é a Sônia Saade,psicopedagoga. Dizem que Martinscasou mais que Henrique VIII, masele nega e diz que só desta vez éque é para valer, de papel passa-do. “Encontrei minha cara metade,Sônia é uma pessoa maravilhosa”,comemora.

Bebê 1.000!!!O Bernardoda Graça

Pontes, essa fofura, foi a milésima criança a nascerna Maternidade VITA Volta Redonda. Segundo ospais, Ivan Pereira Pontes e Paula Moreira da Graça,o Bernardo está com ótima saúde e é uma criançamuito tranqüila. E que venham os próximos 1.000!

In VinoVeritasJorgeBrandão é

um homem que acredita no vinho.O cardiologista deu palestra noHospital VITA Volta Redonda de-monstrando o quanto beber vinhoé, além de prazeroso, saúdável. Ovinho degustado foi da CasaValduga, segundo Brandão omesmo servido pelo Palácio daAlvorada a visitantes franceses.

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