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Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI N o 7.357, DE 2 DE SETEMBRO DE 1985. Mensagem de veto Dispõe sobre o cheque e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I Da Emissão e da Forma do Cheque Art . 1º O cheque contêm: I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é redigido; II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada; III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado); IV - a indicação do lugar de pagamento; V - a indicação da data e do lugar de emissão; VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais. Parágrafo único - A assinatura do emitente ou a de seu mandatário com poderes especiais pode ser constituída, na forma de legislação específica, por chancela mecânica ou processo equivalente. Art . 2º O título, a que falte qualquer dos requisitos enumerados no artigo precedente não vale como cheque, salvo nos casos determinados a seguir: I - na falta de indicação especial, é considerado lugar de pagamento o lugar designado junto ao nome do sacado; se designados vários lugares, o cheque é pagável no primeiro deles; não existindo qualquer indicação, o cheque é pagável no lugar de sua emissão; II - não indicado o lugar de emissão, considera-se emitido o cheque no lugar indicado junto ao nome do emitente. Art . 3º O cheque é emitido contra banco, ou instituição financeira que lhe seja equiparada, sob pena de não valer como cheque. Art . 4º O emitente deve ter fundos disponíveis em poder do sacado e estar autorizado a sobre eles emitir cheque, em virtude de contrato expresso ou tácito. A infração desses preceitos não prejudica a validade do título como cheque. § 1º - A existência de fundos disponíveis é verificada no momento da apresentação do cheque para pagamento. § 2º - Consideram-se fundos disponíveis: a) os créditos constantes de conta-corrente bancária não subordinados a termo; b) o saldo exigível de conta-corrente contratual; c) a soma proveniente de abertura de crédito. Art . 5º (VETADO ). Art . 6º O cheque não admite aceite considerando-se não escrita qualquer declaração com esse sentido. Art . 7º Pode o sacado, a pedido do emitente ou do portador legitimado, lançar e assinar, no verso do cheque não ao portador e ainda não endossado, visto, certificação ou outra declaração equivalente, datada e por quantia igual à indicada no título. § 1º A aposição de visto, certificação ou outra declaração equivalente obriga o sacado a debitar à conta do emitente a quantia indicada no cheque e a reservá-la em benefício do portador legitimado, durante o prazo de apresentação, sem que fiquem exonerados o emitente, endossantes e demais coobrigados. § 2º - O sacado creditará à conta do emitente a quantia reservada, uma vez vencido o prazo de apresentação; e, antes disso, se o cheque lhe for entregue para inutilização. 1 Art . 8º Pode-se estipular no cheque que seu pagamento seja feito: I - a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa ‘’à ordem’’; II - a pessoa nomeada, com a cláusula ‘’não à ordem’’, ou outra equivalente; III - ao portador. Parágrafo único - Vale como cheque ao portador o que não contém indicação do beneficiário e o emitido em favor de pessoa nomeada com a cláusula ‘’ou ao portador’’, ou expressão equivalente. Art . 9º O cheque pode ser emitido: I - à ordem do próprio sacador; II - por conta de terceiro; Ill - contra o próprio banco sacador, desde que não ao portador. Art . 10 Considera-se não escrita a estipulação de juros inserida no cheque. Art . 11 O cheque pode ser pagável no domicílio de terceiro, quer na localidade em que o sacado tenha domicílio, quer em outra, desde que o terceiro seja banco. Art . 12 Feita a indicação da quantia em algarismos e por extenso, prevalece esta no caso de divergência. lndicada a quantia mais de uma vez, quer por extenso, quer por algarismos, prevalece, no caso de divergência, a indicação da menor quantia. Art . 13 As obrigações contraídas no cheque são autônomas e independentes. Parágrafo único - A assinatura de pessoa capaz cria obrigações para o signatário, mesmo que o cheque contenha assinatura de pessoas incapazes de se obrigar por cheque, ou assinaturas falsas, ou assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que, por qualquer outra razão, não poderiam obrigar as pessoas que assinaram o cheque, ou em nome das quais ele foi assinado. Art . 14 Obriga-se pessoalmente quem assina cheque como mandatário ou representante, sem ter poderes para tal, ou excedendo os que lhe foram conferidos. Pagando o cheque, tem os mesmos direitos daquele em cujo nome assinou. Art . 15 O emitente garante o pagamento, considerando-se não escrita a declaração pela qual se exima dessa garantia. Art . 16 Se o cheque, incompleto no ato da emissão, for completado com inobservância do convencionado com a emitente, tal fato não pode ser oposto ao portador, a não ser que este tenha adquirido a cheque de má-fé. CAPÍTULO II De Transmissão Art . 17 O cheque pagável a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa ‘’ à ordem’’, é transmissível por via de endosso. § 1º O cheque pagável a pessoa nomeada, com a cláusula ‘’não à ordem’’, ou outra equivalente, só é transmissível pela forma e com os efeitos de cessão. § 2º O endosso pode ser feito ao emitente, ou a outro obrigado, que podem novamente endossar o cheque. Art . 18 O endosso deve ser puro e simples, reputando-se não-escrita qualquer condição a que seja subordinado. § 1º São nulos o endosso parcial e o do sacado. § 2º Vale como em branco o endosso ao portador. O endosso ao sacado vale apenas como quitação, salvo no caso de o sacado ter vários estabelecimentos e o endosso ser feito em favor de estabelecimento diverso daquele contra o qual o cheque foi emitido. Art . 19 - O endosso deve ser lançado no, cheque ou na folha de alongamento e assinado pelo endossante, ou seu mandatário com poderes especiais. § 1º O endosso pode não designar o endossatário. Consistindo apenas na assinatura do endossante (endosso em branco), só é válido quando lançado no verso do cheque ou na folha de alongamento. § 2º A assinatura do endossante, ou a de seu mandatário com poderes especiais, pode ser constituída, na forma de legislação específica, por chancela mecânica, ou processo equivalente. 2

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Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 7.357, DE 2 DE SETEMBRO DE 1985.

Mensagem de veto Dispõe sobre o cheque e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO IDa Emissão e da Forma do Cheque

Art . 1º O cheque contêm:

I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é redigido;

II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada;

III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado);

IV - a indicação do lugar de pagamento;

V - a indicação da data e do lugar de emissão;

VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais.

Parágrafo único - A assinatura do emitente ou a de seu mandatário com poderes especiais pode ser constituída,na forma de legislação específica, por chancela mecânica ou processo equivalente.

Art . 2º O título, a que falte qualquer dos requisitos enumerados no artigo precedente não vale como cheque,salvo nos casos determinados a seguir:

I - na falta de indicação especial, é considerado lugar de pagamento o lugar designado junto ao nome do sacado;se designados vários lugares, o cheque é pagável no primeiro deles; não existindo qualquer indicação, o cheque épagável no lugar de sua emissão;

II - não indicado o lugar de emissão, considera-se emitido o cheque no lugar indicado junto ao nome do emitente.

Art . 3º O cheque é emitido contra banco, ou instituição financeira que lhe seja equiparada, sob pena de não valercomo cheque.

Art . 4º O emitente deve ter fundos disponíveis em poder do sacado e estar autorizado a sobre eles emitir cheque,em virtude de contrato expresso ou tácito. A infração desses preceitos não prejudica a validade do título como cheque.

§ 1º - A existência de fundos disponíveis é verificada no momento da apresentação do cheque para pagamento.

§ 2º - Consideram-se fundos disponíveis:

a) os créditos constantes de conta-corrente bancária não subordinados a termo;

b) o saldo exigível de conta-corrente contratual;

c) a soma proveniente de abertura de crédito.

Art . 5º (VETADO).

Art . 6º O cheque não admite aceite considerando-se não escrita qualquer declaração com esse sentido.

Art . 7º Pode o sacado, a pedido do emitente ou do portador legitimado, lançar e assinar, no verso do cheque nãoao portador e ainda não endossado, visto, certificação ou outra declaração equivalente, datada e por quantia igual àindicada no título.

§ 1º A aposição de visto, certificação ou outra declaração equivalente obriga o sacado a debitar à conta doemitente a quantia indicada no cheque e a reservá-la em benefício do portador legitimado, durante o prazo deapresentação, sem que fiquem exonerados o emitente, endossantes e demais coobrigados.

§ 2º - O sacado creditará à conta do emitente a quantia reservada, uma vez vencido o prazo de apresentação; e,antes disso, se o cheque lhe for entregue para inutilização.

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Art . 8º Pode-se estipular no cheque que seu pagamento seja feito:

I - a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa ‘’à ordem’’;

II - a pessoa nomeada, com a cláusula ‘’não à ordem’’, ou outra equivalente;

III - ao portador.

Parágrafo único - Vale como cheque ao portador o que não contém indicação do beneficiário e o emitido em favorde pessoa nomeada com a cláusula ‘’ou ao portador’’, ou expressão equivalente.

Art . 9º O cheque pode ser emitido:

I - à ordem do próprio sacador;

II - por conta de terceiro;

Ill - contra o próprio banco sacador, desde que não ao portador.

Art . 10 Considera-se não escrita a estipulação de juros inserida no cheque.

Art . 11 O cheque pode ser pagável no domicílio de terceiro, quer na localidade em que o sacado tenha domicílio,quer em outra, desde que o terceiro seja banco.

Art . 12 Feita a indicação da quantia em algarismos e por extenso, prevalece esta no caso de divergência.lndicada a quantia mais de uma vez, quer por extenso, quer por algarismos, prevalece, no caso de divergência, aindicação da menor quantia.

Art . 13 As obrigações contraídas no cheque são autônomas e independentes.

Parágrafo único - A assinatura de pessoa capaz cria obrigações para o signatário, mesmo que o cheque contenhaassinatura de pessoas incapazes de se obrigar por cheque, ou assinaturas falsas, ou assinaturas de pessoas fictícias,ou assinaturas que, por qualquer outra razão, não poderiam obrigar as pessoas que assinaram o cheque, ou em nomedas quais ele foi assinado.

Art . 14 Obriga-se pessoalmente quem assina cheque como mandatário ou representante, sem ter poderes paratal, ou excedendo os que lhe foram conferidos. Pagando o cheque, tem os mesmos direitos daquele em cujo nomeassinou.

Art . 15 O emitente garante o pagamento, considerando-se não escrita a declaração pela qual se exima dessagarantia.

Art . 16 Se o cheque, incompleto no ato da emissão, for completado com inobservância do convencionado com aemitente, tal fato não pode ser oposto ao portador, a não ser que este tenha adquirido a cheque de má-fé.

CAPÍTULO IIDe Transmissão

Art . 17 O cheque pagável a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa ‘’ à ordem’’, é transmissível por viade endosso.

§ 1º O cheque pagável a pessoa nomeada, com a cláusula ‘’não à ordem’’, ou outra equivalente, só étransmissível pela forma e com os efeitos de cessão.

§ 2º O endosso pode ser feito ao emitente, ou a outro obrigado, que podem novamente endossar o cheque.

Art . 18 O endosso deve ser puro e simples, reputando-se não-escrita qualquer condição a que seja subordinado.

§ 1º São nulos o endosso parcial e o do sacado.

§ 2º Vale como em branco o endosso ao portador. O endosso ao sacado vale apenas como quitação, salvo nocaso de o sacado ter vários estabelecimentos e o endosso ser feito em favor de estabelecimento diverso daquele contrao qual o cheque foi emitido.

Art . 19 - O endosso deve ser lançado no, cheque ou na folha de alongamento e assinado pelo endossante, ouseu mandatário com poderes especiais.

§ 1º O endosso pode não designar o endossatário. Consistindo apenas na assinatura do endossante (endosso embranco), só é válido quando lançado no verso do cheque ou na folha de alongamento.

§ 2º A assinatura do endossante, ou a de seu mandatário com poderes especiais, pode ser constituída, na formade legislação específica, por chancela mecânica, ou processo equivalente.

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Art . 20 O endosso transmite todos os direitos resultantes do cheque. Se o endosso é em branco, pode oportador:

I - completá-lo com o seu nome ou com o de outra pessoa;

II - endossar novamente o cheque, em branco ou a outra pessoa;

III - transferir o cheque a um terceiro, sem completar o endosso e sem endossar.

Art . 21 Salvo estipulação em contrário, o endossante garante o pagamento.

Parágrafo único - Pode o endossante proibir novo endosso; neste caso, não garante o pagamento a quem seja ocheque posteriormente endossado.

Art . 22 O detentor de cheque "à ordem’’ é considerado portador legitimado, se provar seu direito por uma sérieininterrupta de endossos, mesmo que o último seja em branco. Para esse efeito, os endossos cancelados sãoconsiderados não-escritos.

Parágrafo único. Quando um endosso em branco for seguido de outro, entende-se que o signatário deste adquiriuo cheque pelo endosso em branco.

Art . 23 O endosso num cheque passado ao portador torna o endossante responsável, nos termos dasdisposições que regulam o direito de ação, mas nem por isso converte o título num cheque ‘’à ordem’’.

Art . 24 Desapossado alguém de um cheque, em virtude de qualquer evento, novo portador legitimado não estáobrigado a restituí-lo, se não o adquiriu de má-fé.

Parágrafo único - Sem prejuízo do disposto neste artigo, serão observadas, nos casos de perda, extravio, furto,roubo ou apropriação indébita do cheque, as disposições legais relativas à anulação e substituição de títulos aoportador, no que for aplicável.

Art . 25 Quem for demandado por obrigação resultante de cheque não pode opor ao portador exceções fundadasem relações pessoais com o emitente, ou com os portadores anteriores, salvo se o portador o adquiriu conscientementeem detrimento do devedor.

Art . 26 Quando o endosso contiver a cláusula ‘’valor em cobrança’’, ‘’para cobrança’’, ‘’por procuração’’, ouqualquer outra que implique apenas mandato, o portador pode exercer todos os direitos resultantes do cheque, mas sópode lançar no cheque endosso-mandato. Neste caso, os obrigados somente podem invocar contra o portador asexceções oponíveis ao endossante.

Parágrafo único. O mandato contido no endosso não se extingue por morte do endossante ou por superveniênciade sua incapacidade.

Art . 27 O endosso posterior ao protesto, ou declaração equivalente, ou à expiração do prazo de apresentaçãoproduz apenas os efeitos de cessão. Salvo prova em contrário, o endosso sem data presume-se anterior ao protesto, oudeclaração equivalente, ou à expiração do prazo de apresentação.

Art . 28 O endosso no cheque nominativo, pago pelo banco contra o qual foi sacado, prova o recebimento darespectiva importância pela pessoa a favor da qual foi emitido, e pelos endossantes subseqüentes.

Parágrafo único Se o cheque indica a nota, fatura, conta cambial, imposto lançado ou declarado a cujo pagamentose destina, ou outra causa da sua emissão, o endosso pela pessoa a favor da qual foi emitido, e a sua liquidação pelobanco sacado provam a extinção da obrigação indicada.

CAPÍTULO IIIDo Aval

Art . 29 O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte, por aval prestado por terceiro, exceto osacado, ou mesmo por signatário do título.

Art . 30 O aval é lançado no cheque ou na folha de alongamento. Exprime-se pelas palavras ‘’por aval’’, oufórmula equivalente, com a assinatura do avalista. Considera-se como resultante da simples assinatura do avalista,aposta no anverso do cheque, salvo quando se tratar da assinatura do emitente.

Parágrafo único - O aval deve indicar o avalizado. Na falta de indicação, considera-se avalizado o emitente.

Art . 31 O avalista se obriga da mesma maneira que o avaliado. Subsiste sua obrigação, ainda que nula a por elegarantida, salvo se a nulidade resultar de vício de forma.

Parágrafo único - O avalista que paga o cheque adquire todos os direitos dele resultantes contra o avalizado econtra os obrigados para com este em virtude do cheque.

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CAPÍTULO IVDa Apresentação e do Pagamento

Art . 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer menção em contrário.

Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagávelno dia da apresentação.

Art . 33 O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30 (trinta) dias,quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou noexterior.

Parágrafo único - Quando o cheque é emitido entre lugares com calendários diferentes, considera-se como deemissão o dia correspondente do calendário do lugar de pagamento.

Art . 34 A apresentação do cheque à câmara de compensação equivale à apresentação a pagamento.

Art . 35 O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê de contra-ordem dada por aviso epistolar,ou por via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato.

Parágrafo único - A revogação ou contra-ordem só produz efeito depois de expirado o prazo de apresentação e,não sendo promovida, pode o sacado pagar o cheque até que decorra o prazo de prescrição, nos termos do art. 59 destaLei.

Art . 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador legitimado podem fazer sustar opagamento, manifestando ao sacado, por escrito, oposição fundada em relevante razão de direito.

§ 1º A oposição do emitente e a revogação ou contra-ordem se excluem reciprocamente.

§ 2º Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo oponente.

Art . 37 A morte do emitente ou sua incapacidade superveniente à emissão não invalidam os efeitos do cheque.

Art . 38 O sacado pode exigir, ao pagar o cheque, que este lhe seja entregue quitado pelo portador.

Parágrafo único. O portador não pode recusar pagamento parcial, e, nesse caso, o sacado pode exigir que essepagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva quitação.

Art . 39 O sacado que paga cheque ‘’à ordem’’ é obrigado a verificar a regularidade da série de endossos, masnão a autenticidade das assinaturas dos endossantes. A mesma obrigação incumbe ao banco apresentante do cheque acâmara de compensação.

Parágrafo único. Ressalvada a responsabilidade do apresentante, no caso da parte final deste artigo, o bancosacado responde pelo pagamento do cheque falso, falsificado ou alterado, salvo dolo ou culpa do correntista, doendossante ou do beneficiário, dos quais poderá o sacado, no todo ou em parte, reaver a que pagou.

Art . 40 O pagamento se fará à medida em que forem apresentados os cheques e se 2 (dois) ou mais foremapresentados simultaneamente, sem que os fundos disponíveis bastem para o pagamento de todos, terão preferência osde emissão mais antiga e, se da mesma data, os de número inferior.

Art . 41 O sacado pode pedir explicações ou garantia para pagar cheque mutilado, rasgado ou partido, ou quecontenha borrões, emendas e dizeres que não pareçam formalmente normais.

Art . 42 O cheque em moeda estrangeira é pago, no prazo de apresentação, em moeda nacional ao câmbio do diado pagamento, obedecida a legislação especial.

Parágrafo único. Se o cheque não for pago no ato da apresentação, pode o portador optar entre o câmbio do diada apresentação e o do dia do pagamento para efeito de conversão em moeda nacional.

Art . 43 (VETADO).

§ 1º (VETADO).

§ 2º - (VETADO).

CAPÍTULO VDo Cheque Cruzado

Art . 44 O emitente ou o portador podem cruzar o cheque, mediante a aposição de dois traços paralelos noanverso do título.

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§ 1º O cruzamento é geral se entre os dois traços não houver nenhuma indicação ou existir apenas a indicação‘’banco’’, ou outra equivalente. O cruzamento é especial se entre os dois traços existir a indicação do nome do banco.

§ 2º O cruzamento geral pode ser convertida em especial, mas este não pode converter-se naquele.

§ 3º A inutilização do cruzamento ou a do nome do banco é reputada como não existente.

Art . 45 O cheque com cruzamento geral só pode ser pago pelo sacado a banco ou a cliente do sacado, mediantecrédito em conta. O cheque com cruzamento especial só pode ser pago pelo sacado ao banco indicado, ou, se este foro sacado, a cliente seu, mediante crédito em conta. Pode, entretanto, o banco designado incumbir outro da cobrança.

§ 1º O banco só pode adquirir cheque cruzado de cliente seu ou de outro banco. Só pode cobrá-lo por conta detais pessoas.

§ 2º O cheque com vários cruzamentos especiais só pode ser pago pelo sacado no caso de dois cruzamentos,um dos quais para cobrança por câmara de compensação.

§ 3º Responde pelo dano, até a concorrência do montante do cheque, o sacado ou o banco portador que nãoobservar as disposições precedentes.

CAPÍTULO VIDo Cheque para Ser Creditado em Conta

Art . 46 O emitente ou o portador podem proibir que o cheque seja pago em dinheiro mediante a inscriçãotransversal, no anverso do título, da cláusula ‘’para ser creditado em conta’’, ou outra equivalente. Nesse caso, o sacadosó pode proceder a Iançamento contábil (crédito em conta, transferência ou compensação), que vale como pagamento.O depósito do cheque em conta de seu beneficiário dispensa o respectivo endosso.

§ 1º A inutilização da cláusula é considerada como não existente.

§ 2º Responde pelo dano, até a concorrência do montante do cheque, o sacado que não observar as disposiçõesprecedentes.

CAPÍTULO VIIDa Ação por Falta de Pagamento

Art . 47 Pode o portador promover a execução do cheque:

I - contra o emitente e seu avalista;

II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo hábil e a recusa de pagamento écomprovada pelo protesto ou por declaração do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia deapresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de compensação.

§ 1º Qualquer das declarações previstas neste artigo dispensa o protesto e produz os efeitos deste.

§ 2º Os signatários respondem pelos danos causados por declarações inexatas.

§ 3º O portador que não apresentar o cheque em tempo hábil, ou não comprovar a recusa de pagamento pelaforma indicada neste artigo, perde o direito de execução contra o emitente, se este tinha fundos disponíveis durante oprazo de apresentação e os deixou de ter, em razão de fato que não lhe seja imputável.

§ 4º A execução independe do protesto e das declarações previstas neste artigo, se a apresentação ou opagamento do cheque são obstados pelo fato de o sacado ter sido submetido a intervenção, liquidação extrajudicial oufalência.

Art . 48 O protesto ou as declarações do artigo anterior devem fazer-se no lugar de pagamento ou do domicílio doemitente, antes da expiração do prazo de apresentação. Se esta ocorrer no último dia do prazo, o protesto ou asdeclarações podem fazer-se no primeiro dia útil seguinte.

§ 1º A entrega do cheque para protesto deve ser prenotada em livro especial e o protesto tirado no prazo de 3(três) dias úteis a contar do recebimento do título.

§ 2º O instrumento do protesto, datado e assinado pelo oficial público competente, contém:

a) a transcrição literal do cheque, com todas as declarações nele inseridas, na ordem em que se acham lançadas;

b) a certidão da intimação do emitente, de seu mandatário especial ou representante legal, e as demais pessoasobrigadas no cheque;

c) a resposta dada pelos intimados ou a declaração da falta de resposta;

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d) a certidão de não haverem sido encontrados ou de serem desconhecidos o emitente ou os demais obrigados,realizada a intimação, nesse caso, pela imprensa.

§ 3º O instrumento de protesto, depois de registrado em livro próprio, será entregue ao portador legitimado ouàquele que houver efetuado o pagamento.

§ 4º Pago o cheque depois do protesto, pode este ser cancelado, a pedido de qualquer interessado, mediantearquivamento de cópia autenticada da quitação que contenha perfeita identificação do título.

Art . 49 O portador deve dar aviso da falta de pagamento a seu endossante e ao emitente, nos 4 (quatro) diasúteis seguintes ao do protesto ou das declarações previstas no art. 47 desta Lei ou, havendo cláusula ‘’sem despesa’’,ao da apresentação.

§ 1º Cada endossante deve, nos 2 (dois) dias úteis seguintes ao do recebimento do aviso, comunicar seu teor aoendossante precedente, indicando os nomes e endereços dos que deram os avisos anteriores, e assim por diante, até oemitente, contando-se os prazos do recebimento do aviso precedente.

§ 2º O aviso dado a um obrigado deve estender-se, no mesmo prazo, a seu avalista.

§ 3º Se o endossante não houver indicado seu endereço ou o tiver feito de forma ilegível, basta o aviso aoendossante que o preceder.

§ 4º O aviso pode ser dado por qualquer forma, até pela simples devolução do cheque.

§ 5º Aquele que estiver obrigado a aviso deverá provar que o deu no prazo estipulado. Considera-se observado oprazo se, dentro dele, houver sido posta no correio a carta de aviso.

§ 6º Não decai do direito de regresso o que deixa de dar o aviso no prazo estabelecido. Responde, porém, pelodano causado por sua negligência, sem que a indenização exceda o valor do cheque.

Art . 50 O emitente, o endossante e o avalista podem, pela cláusula ‘’sem despesa’’, ‘’sem protesto’’, ou outraequivalente, lançada no título e assinada, dispensar o portador, para promover a execução do título, do protesto ou dadeclaração equivalente.

§ 1º A cláusula não dispensa o portador da apresentação do cheque no prazo estabelecido, nem dos avisos.Incumbe a quem alega a inobservância de prazo a prova respectiva.

§ 2º A cláusula lançada pelo emitente produz efeito em relação a todos os obrigados; a lançada por endossanteou por avalista produz efeito somente em relação ao que lançar.

§ 3º Se, apesar de cláusula lançada pelo emitente, o portador promove o protesto, as despesas correm por suaconta. Por elas respondem todos os obrigados, se a cláusula é lançada por endossante ou avalista.

Art . 51 Todos os obrigados respondem solidariamente para com o portador do cheque.

§ 1º - O portador tem o direito de demandar todos os obrigados, individual ou coletivamente, sem estar sujeito aobservar a ordem em que se obrigaram. O mesmo direito cabe ao obrigado que pagar o cheque.

§ 2º A ação contra um dos obrigados não impede sejam os outros demandados, mesmo que se tenham obrigadoposteriormente àquele.

§ 3º Regem-se pelas normas das obrigações solidárias as relações entre obrigados do mesmo grau.

Art . 52 portador pode exigir do demandado:

I - a importância do cheque não pago;

II - os juros legais desde o dia da apresentação;

III - as despesas que fez;

IV - a compensação pela perde do valor aquisitivo da moeda, até o embolso das importâncias mencionadas nositens antecedentes.

Art . 53 Quem paga o cheque pode exigir de seus garantes:

I - a importância integral que pagou;

II - os juros legais, a contar do dia do pagamento;

III - as despesas que fez;

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IV - a compensação pela perda do valor aquisitivo da moeda, até o embolso das importâncias mencionadas nositens antecedentes.

Art . 54 O obrigado contra o qual se promova execução, ou que a esta esteja sujeito, pode exigir, contrapagamento, a entrega do cheque, com o instrumento de protesto ou da declaração equivalente e a conta de juros edespesas quitada.

Parágrafo único. O endossante que pagou o cheque pode cancelar seu endosso e os dos endossantesposteriores.

Art . 55 Quando disposição legal ou caso de força maior impedir a apresentação do cheque, o protesto ou adeclaração equivalente nos prazos estabelecidos, consideram-se estes prorrogados.

§ 1º O portador é obrigado a dar aviso imediato da ocorrência de força maior a seu endossante e a fazer mençãodo aviso dado mediante declaração datada e assinada por ele no cheque ou folha de alongamento. São aplicáveis,quanto ao mais, as disposições do art. 49 e seus parágrafos desta Lei.

§ 2º Cessado o impedimento, deve o portador, imediatamente, apresentar o cheque para pagamento e, se couber,promover o protesto ou a declaração equivalente.

§ 3º Se o impedimento durar por mais de 15 (quinze) dias, contados do dia em que o portador, mesmo antes defindo o prazo de apresentação, comunicou a ocorrência de força maior a seu endossante, poderá ser promovida aexecução, sem necessidade da apresentação do protesto ou declaração equivalente.

§ 4º Não constituem casos de força maior os fatos puramente pessoais relativos ao portador ou à pessoa por eleincumbida da apresentação do cheque, do protesto ou da obtenção da declaração equivalente.

CAPÍTULO VIIIDa Pluralidade de Exemplares

Art . 56 Excetuado o cheque ao portador, qualquer cheque emitido em um país e pagável em outro pode ser feitoem vários exemplares idênticos, que devem ser numerados no próprio texto do título, sob pena de cada exemplar serconsiderado cheque distinto.

Art . 57 O pagamento feito contra a apresentação de um exemplar é liberatório, ainda que não estipulado que opagamento torna sem efeito os outros exemplares.

Parágrafo único. O endossante que transferir os exemplares a diferentes pessoas e os endossantes posterioresrespondem por todos os exemplares que assinarem e que não forem restituídos.

CAPÍTULO IXDas Alterações

Art . 58 No caso de alteração do texto do cheque, os signatários posteriores à alteração respondem nos termosdo texto alterado e os signatários anteriores, nos do texto original.

Parágrafo único. Não sendo possível determinar se a firma foi aposta no título antes ou depois de sua alteração,presume-se que a tenha sido antes.

CAPÍTULO XDa Prescrição

Art . 59 Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação que o art. 47desta Lei assegura ao portador.

Parágrafo único - A ação de regresso de um obrigado ao pagamento do cheque contra outro prescreve em 6 (seis)meses, contados do dia em que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado.

Art . 60 A interrupção da prescrição produz efeito somente contra o obrigado em relação ao qual foi promovido oato interruptivo.

Art . 61 A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros obrigados, que se locupletaram injustamente com onão-pagamento do cheque, prescreve em 2 (dois) anos, contados do dia em que se consumar a prescrição prevista noart. 59 e seu parágrafo desta Lei.

Art . 62 Salvo prova de novação, a emissão ou a transferência do cheque não exclui a ação fundada na relaçãocausal, feita a prova do não-pagamento.

CAPÍTULO XIDos Conflitos de Leis em Matéria de Cheques

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Art . 63 Os conflitos de leis em matéria de cheques serão resolvidos de acordo com as normas constantes dasConvenções aprovadas, promulgadas e mandadas aplicar no Brasil, na forma prevista pela Constituição Federal.

CAPÍTULO XIIDas Disposições Gerais

Art . 64 A apresentação do cheque, o protesto ou a declaração equivalente só podem ser feitos ou exigidos emdia útil, durante o expediente dos estabelecimentos de crédito, câmaras de compensação e cartórios de protestos.

Parágrafo único. O cômputo dos prazos estabelecidos nesta Lei obedece às disposições do direito comum.

Art . 65 Os efeitos penais da emissão do cheque sem suficiente provisão de fundos, da frustração do pagamentodo cheque, da falsidade, da falsificação e da alteração do cheque continuam regidos pela legislação criminal.

Art . 66 Os vales ou cheques postais, os cheques de poupança ou assemelhados, e os cheques de viagemregem-se pelas disposições especiais a eles referentes.

Art . 67 A palavra ‘’banco’’, para os fins desta Lei, designa também a instituição financeira contra a qual a leiadmita a emissão de cheque.

Art . 68 Os bancos e casas bancárias poderão fazer prova aos seus depositantes dos cheques por estes sacadosmediante apresentação de cópia fotográfica ou microfotográfica.

Art . 69 Fica ressalvada a competência do Conselho Monetário Nacional, nos termos e nos limites da legislaçãoespecifica, para expedir normas relativas à matéria bancária relacionada com o cheque.

Parágrafo único. É da competência do Conselho Monetário Nacional:

a) a determinação das normas a que devem obedecer as contas de depósito para que possam ser fornecidos ostalões de cheques aos depositantes;

b) a determinação das conseqüências do uso indevido do cheque, relativamente à conta do depositante;

c) a disciplina das relações entre o sacado e o opoente, na hipótese do art. 36 desta Lei.

Art . 70 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art . 71 Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 02 de setembro de 1985; 164º da Independência e 97º da República.

JOSÉ SARNEY Dilson Domingos Funaro

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.9.1986

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DECRETO Nº 57.595DE 07 DE JANEIRO DE 1966

Promulga as Convenções para adoção de uma Lei uniforme em matéria de cheques.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,Havendo o Governo brasileiro, por nota da Legação em Berna, datada de 26 de

agosto de 1942, ao Secretario-Geral da Liga das Nações, aderido as seguintes Convenções assinadas em Genebra, a 19 de marco de 1931:

1 - Convenção para adoção de uma lei uniforme sobre cheques, Anexos e Protocolo, com reservas aos artigos 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 23, 25, 26, 29 e 30 do anexo II;

2 - Convenção destinada a regular certos conflitos de leis em matéria de cheques e protocolo;

3 - Convenção relativa ao imposto de selo em matéria de cheques e Protocolo;

Havendo as referidas Convenções entrado em vigor para o Brasil noventa dias após a data do registro pela Secretaria-Geral da Liga das Nações isto é, a 26 de novembro de 1942;

E havendo o Congresso Nacional aprovado pelo Decreto Legislativo 54, de 1964, as referidas Convenções;

Decreta que as mesmas, apensas por cópia ao presente decreto, sejam executadas e cumpridas tão inteiramente como nelas se contém, observadas as reservas feitas a Convenção relativa a lei uniforme sobre cheques.

Brasília, 7 de janeiro de 1966;145 da Independência e 78 da República.

H. CASTELLO BRANCO A. B. L. Castello Branco

ESTA VERSÃO NÃO SE REVESTE DA LEGALIDADE JURÍDICA CONFERIDA AO TEXTOORIGINAL PUBLICADO NO DOU 17/01/1996 PÁG. 532.

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CONVENÇÃO PARA A ADOÇÃO DE UMA LEI UNIFORME EM MATÉRIA DE CHEQUES

O Presidente do Reich Alemão: O Presidente Federal da República Austríaca; suaMajestade o Rei dos Belgas; Sua Majestade o Rei da Dinamarca e da Islândia. O Presidente daRepública da Polônia pela Cidade Livre de Dantzig ; O Presidente da República do Equador; SuaMajestade o Rei da Espanha; O Presidente da República da Finlândia; O Presidente da RepúblicaFrancesa; O Presidente da República Helenica; Sua Alteza Serenissima o Regente do Reino da Hungria; Sua Majestade o Rei da Itália; Sua Majestade o Imperador do Japão; Sua Alteza Real a Grã-Duquesa do Luxemburgo; O Presidente dos Estados Unidos do México; Sua Alteza Sereníssima o Príncipe deMônaco; Sua Majestade o Rei da Noruega; Sua Majestade a Rainha da Holanda; O Presidente daRepública da Polônia; O Presidente da República Portuguesa; Sua Majestade o Rei da Rumânia; Sua Majestade o Rei da Suécia; O Conselho Federal Suíço; O Presidente da República Tchecoslovaca, OPresidente da República Turca; Sua Majestade o Rei da Iuguslávia,

Desejando evitar as dificuldades originadas pela diversidade de legislação nos vários países em que os cheques circulam e aumentar assim a segurança e rapidez das relações do comércio internacional,

Designaram como seus plenipotenciários: O Presidente do Reich Alemão:O Sr. Leo Quassowski , Conselheiro Ministerial no Ministério da Justiça do Reich ;O Dr. Erich Albrecht, Conselheiro de legação no Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reich ;O Dr. Erwin Patzold , Conselheiro no Tribunal de Scheweidnitz .O Presidente Federal da República da Áustria: O Dr. Guido Strobele , Conselheiro ministerial no Ministério Federal da Justiça. Sua Majestade o Rei dos Belgas: O Sr. J. de La Vallée Poussin , Secretário-Geral honorário do Ministério das Ciências e das Artes. Sua Majestade o Rei da Dinamarca e da Islândia: O Sr. Axei Helper , Conselheiro Ministerial no Ministério do Comércio e da Indústria; O Sr. Valdemar Eigtved , Diretor da " Privatbanken ", em Copenhague .O Presidente da República da Polônia, pela Cidade Livre de Dantzig :O Sr. Jósef Sulkowski , Professor da Universidade de Poznan , Membro da Comissão de Codificação da Polônia.O Presidente da República do Equador: O Dr. Alejandro Gastelú , Cônsul em Genebra. Sua Majestade o Rei da Espanha: O Professor Francisco Bernis , Secretário-Geral do Conselho Supremo Bancário. O Presidente da República da Finlândia: O Sr. Filip Grönvall , Conselheiro de Estado, Membro do Supremo Tribunal Administrativo. O Presidente da República Francesa: O Sr. Louis - Jean Percerou , Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Paris.O Presidente da República Helênica; O Sr. R. Raphaël , Delegado Permanente junto da Sociedade das Nações; O Sr. A. Contoumas , Primeiro Secretário da Delegação Permanente junto da Sociedade das Nações. Sua Alteza Sereníssima o Regente do Reino do Hungria:O Sr. Jean Pelényi , Ministro residente, Chefe da Delegação real junto da Sociedade das Nações. Sua Majestade o Rei da Itália: O Sr. Amedeo Giannini , Conselheiro de Estado, Ministro Plenipotenciário de 1ª classe; O Sr. Giovanni , Zappalà , Advogado, Chefe de Divisão no Ministério das Finanças. Sua Majestade o Imperador do Japão: O Sr. Nobutaro Kawashima , Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário junto do Presidente da República Helênica; O Sr. Ukitsu Tanaka , Juíz do Supremo Tribunal do Japão. Sua Alteza Real a Grã-Duquesa do Luxemburgo: O Sr. Charles G. Vermaire , Cônsul em Genebra. O Presidente dos Estados Unidos do México: O Sr. Antônio Castro-Leal, Observador junto da Sociedade das Nações. Sua Alteza Sereníssima o Príncipe de Mônaco:

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O Sr. Conrad E. Hentsch , Cônsul Geral do Principado em Genebra. Sua Majestade o Rei da Noruega: O Sr. C. Stub Holmbce , Advogado do Supremo Tribunal. Sua Majestade a Rainha da Holanda: O Dr. J. Kosters , Conselheiro no Supremo Tribunal de Justiça, antigo professor da Universidade deGroningue .O Presidente da República da Polônia: O Sr. Josef Sulkowski , Professor da Universidade de Poznan , Membro da Comissão de Codificação da Polônia.O Presidente da República Portuguesa: O Dr. José Caeiro da Mata, Reitor da Universidade de Lisboa, Professor da Faculdade de Direito, Diretor do Banco de Portugal e Juíz Presidente do Tribunal Permanente de Justiça Internacional. Sua Majestade o Rei da Rumânia: O Sr. Constantin Antoniade , Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário junto da Sociedade das Nações.Sua Majestade o Rei da Suécia: O Barão Erik Teodor Marks von Würtemberg , Presidente do Tribunal da Relação de Estocolmo, antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros; O Sr. L Birger Ekeberg , antigo Ministro da Justiça, Presidente da Comissão de Legislação Civil, antigo Conselheiro do Supremo Tribunal; O Sr. Knut Dahlberg , antigo Ministro da Agricultura, Diretor da Associação dos Bancos Suecos. O Conselho Federal Suíço: O Dr. Max Vischer , advogado e notário Primeiro Secretário da Associação Suíça dos Banqueiros, em Basiléia.O Dr. O. Hulftegger , Primeiro Secretário do Diretório da União Suíça do Comércio e da indústria, em Zurich .O Presidente da República Tchecoslovaca: O Dr. Karel Hermann - Otavsky , Professor da Universidade de Praga, Presidente da Comissão deCodificação do Direito Comercial no Ministério da Justiça. O Presidente da República Turca: Cemal Hüsnu Bey , Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário junto do Conselho Federal Suíço, antigo Ministro da Instrução Pública. Sua Majestade o Rei da Iugoslâvia: O Sr. I. Chcumenkovitch , Ministro Plenipotenciário, Delegado Permanente junto da Sociedade dasNações.

Os quais, depois de terem apresentados os seus plenos poderes, achados em boa e devida forma, acordaram nas disposições seguintes:

Artigo Primeiro

As Altas Partes Contratantes obrigam-se a adotar nos territórios respectivos, quernum dos textos originais, quer nas suas línguas nacionais, a lei uniforme que constitui o Anexo I dapresente Convenção. Esta obrigação poderá ficar subordinada a certas reservas, que deverãoeventualmente ser formuladas por cada uma das Altas Partes Contratantes no momento da suaratificação ou adesão. Estas reservas deverão ser escolhidas entre as mencionadas no Anexo II dapresente Convenção.

Todavia, as reservas a que se referem os artigos 9º, 22, 27 e 30 do citado Anexo II poderão ser feitas posteriormente à ratificação ou adesão, desde que sejam notificados ao SecretárioGeral da Sociedade das Nações, o qual imediatamente comunicará o seu texto aos Membros daSociedade das Nações e aos Estados não membros em cujo nome tenha sido ratificada a presenteConvenção ou que a ela tenham aderido. Essas reservas só produzirão efeitos noventa dias depois de o Secretário Geral ter recebido a referida notificação.

Qualquer das Altas Partes Contratantes poderá, em caso de urgência, fazer uso,depois da ratificação ou da adesão, das reservas indicadas nos artigos 17 e 28 do referido Anexo II.Neste caso deverá comunicar essas reservas direta e imediatamente a todas as outras Altas PartesContratantes e ao Secretário Geral da Sociedade das Nações. Esta notificação produzirá os seus efeitos dois dias depois de recebida a dita comunicação pelas Altas Partes Contratantes.

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Artigo Segundo

A Lei uniforme não será aplicável no Território de cada uma das Altas PartesContratantes aos cheques já passados à data da entrada em vigor da presente Convenção.

Artigo Terceiro

A presente Convenção, cujos textos francês e inglês farão ambos, igualmente fé, terá a data de hoje.

Poderá ser ulteriormente assinada, até 15 de julho de 1931, em nome de qualquerMembro da Sociedade das Nações e qualquer Estado não membro.

Artigo Quarto

A presente Convenção será ratificada. Os instrumentos de ratificação serão transmitidos, antes de 1 de setembro de 1933,

ao Secretário-Geral da Sociedade das Nações, que notificará imediatamente do seu depósito todos os Membros da Sociedade das Nações e os Estados não membros em nome dos quais a presenteConvenção tenha sido assinada ou que a ela tenham aderido.

Artigo Quinto

A partir de 15 de julho de 1931, qualquer Membro da Sociedade das Nações equalquer Estado não membro poderá aderir à presente Convenção.

Esta adesão efetuar-se-á por meio de notificação ao Secretário Geral da Sociedade das Nações, que será depositada nos Arquivos do Secretariado.

O Secretário Geral notificará imediatamente desse depósito todos os Membros daSociedade das Nações e os Estado não Membros em nome dos quais a presente Convenção tenha sido assinada ou que a ela tenham aderido.

Artigo Sexto

A presente Convenção somente entrará em vigor depois de ter sido ratificada ou de a ela terem aderido sete Membros da Sociedade das Nações ou Estados não Membros, entre os quaisdeverão figurar três dos Membros da Sociedade das Nações com representação permanente noConselho.

Começará a vigorar noventa dias depois de recebida pelo Secretário-Geral daSociedade das Nações a sétima ratificação ou adesão, em conformidade com o disposto na alíneaprimeira do presente artigo.

O Secretário Geral da Sociedade das Nações, nas notificações previstas nos artigos 4º e 5º, fará menção especial de terem sido recebidas as ratificações ou adesões a que se refere aalínea primeira do presente artigo.

Artigo Sétimo

As ratificações ou adesões, após a entrada em vigor da presente Convenção, emconformidade com o disposto no artigo 6º produzirão os seus efeitos noventa dias depois da data da sua recepção pelo Secretário Geral da Sociedade das Nações.

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Artigo Oitavo

Exceto nos casos de urgência, a presente Convenção não poderá ser denunciadaantes de decorrido um prazo de dois anos a contar da data em que tiver começado a vigorar para oMembro da Sociedade das Nações ou para o Estado não membro que a denúncia; esta denúnciaproduzirá os seus efeitos noventa dias depois de recebida pelo Secretário Geral a respectiva notificação.

Qualquer denúncia será imediatamente comunicada pelo Secretário Geral daSociedade das Nações a todas as Altas Partes Contratantes.

Nos casos de urgência a Alta Parte Contratante que efetuar a denúncia comunicará esse fato direta e imediatamente a todas as outras Altas Partes Contratantes, e a denúncia produzirá os seus efeitos dois dias depois de recebida a dita comunicação pelas respectivas Altas PartesContratantes. A Alta Parte Contratante que fizer a denúncia nestas condições dará igualmenteconhecimento da sua decisão ao Secretário Geral da Sociedade das Nações.

Qualquer denúncia só produzirá efeitos em relação à Alta Parte Contratante em nome da qual ela tenha sido feita.

Artigo Nono

Decorrido um prazo de quatro anos de entrada em vigor da presente Convenção,qualquer Membro da Sociedade das Nações ou Estado não Membro a ela ligado poderá formular aoSecretário Geral da Sociedade das Nações um pedido de revisão de algumas ou de todas asdisposições da Convenção.

Se este pedido, comunicado aos outros Membros ou Estados não Membros para os quais a Convenção estiver então em vigor, for apoiado dentro do prazo de um ano por seis, pelo menos, de entre eles, o Conselho da Sociedade das Nações decidirá se deve ser convocada uma Conferência para aquele fim.

Artigo Dez

Qualquer das Altas Partes Contratantes poderá declarar no momento da assinatura, da ratificação ou da adesão que aceitando a presente Convenção, não assume nenhuma obrigação pelo que respeita a todas ou parte das suas colônias, protetorados ou territórios sob a sua soberania oumandato, caso em que a presente Convenção se não aplicará aos territórios mencionados nessadeclaração. Qualquer das Altas Partes Contratantes poderá, posteriormente, comunicar ao SecretárioGeral da Sociedade das Nações o seu desejo de que a presente Convenção se aplique a todos ou parte dos seus territórios que tenham sido objeto da declaração prevista na alínea precedente, e nesse caso a presente Convenção aplicar-se-á aos territórios mencionados nessa comunicação noventa dias depoisdesta ter sido recebida pelo Secretário Geral da Sociedade das Nações.

As Altas Partes Contratantes reservam-se igualmente o direito, nos termos do artigo 8º, de denunciar a presente Convenção pelo que se refere a todas ou parte das suas colônias,protetorados ou territórios sob a sua soberania ou mandato.

Artigo Onze

A presente Convenção será registrada pelo Secretário Geral da Sociedade dasNações desde que entre em vigor.

Em fé do que, os Plenipotenciários acima designados assinaram a presenteConvenção.

Feito em Genebra, aos dezenove de março de mil novecentos e trinta e um, num só exemplar, só exemplar, que será depositado nos Arquivos do Secretário da Sociedade das Nações. Será transmitida cópia autêntica a todos os membros da Sociedade das Nações e a todos os Estados nãoMembros representados na Conferência.

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Alemanha - L. Quassowski - Doutor Albrecht - Erwin Patzold.

Áustria - Dr. Guido Strobele.

Bélgica - De La Vallée Poussin.

Dinamarca - Helper - V. Ergtved.

Cidade Livre de Dantzig - Jósef Sulkowski.

Equador - Alej. Gastelú.

Espanha - Francisco Bernis.

Finlândia - F. Grüvall.

França - J. Percerou.

Grécia - R. Raphaël - A. Contoumas.

Hungria - Pelényi.

Itália - Amedeo - Giannini - Giovanni Zappala.

Japão - N. Kawashima - Ukitsu Tanaka.

Luxemburgo - Ch. G. Vermaire.

México - Antonio Castro-Leal.

Mônaco - C. Hentsch - Ad Referendum.

Noruega - Stub Holmboe.

Holanda - J. Kosters.

Polônia - Jósef Sulkowski.

Portugal - José Caeiro da Mata.

Rumânia - C. Antoniade.

Suécia - E. Marks von Würtemberg - Birger Ekeberg - K. Dahlberg.

Sob reserva de ratificação por S.M. o Rei da Suécia, com a aprovação do Riksdag.

Suíça - Vischer Hulftegger.

Tchecoslováquia - Dr. Karel Hermann-Otavsky.

Turquia - Cemal Hüsnü.

Iugoslávia - I. Choumenkovitch.

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DECRETO Nº 57.595DE 07 DE JANEIRO DE 1966

(ANEXO)

CAPÍTULO IDA EMISSÃO E FORMA DO CHEQUE

Art. 1º - O cheque contém:

1 - A palavra "cheque" inserta no próprio texto do título e expressa na línguaempregada para a redação deste titulo;

2 - O mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;

3 - O nome de quem deve pagar (sacado);

4 - A indicação do lugar em que o pagamento se deve efetuar;

5 - A indicação da data em que e do lugar onde o cheque é passado;

6 - A assinatura de quem passa o cheque (sacador).

Art. 2º - O título a que faltar qualquer dos requisitos enumerados no artigo precedente não produz efeito como cheque, salvo nos casos determinados nas alíneas seguintes:

Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacadoconsidera-se como sendo o lugar de pagamento. Se forem indicados vários lugares ao lado do nome do sacado, o cheque é pagável no primeiro lugar indicado.

Na ausência destas indicações ou de qualquer outra indicação, o cheque é pagável no lugar em que o sacado tem o seu estabelecimento principal.

O cheque sem indicação do lugar da sua emissão considera-se passado no lugardesignado ao lado do nome do sacador.

Art. 3º - O cheque é sacado sobre um banqueiro que tenha fundos à disposição do sacador e em harmonia com uma convenção expressa ou tácita, segundo a qual o sacador tem o direito de dispor desses fundos por meio de cheque. A validade do título como cheque não fica, todavia,prejudicada no caso de inobservância destas prescrições.

Art. 4º - O cheque não pode ser aceito. A menção de aceite lançada no chequeconsidera-se como não escrita.

Art. 5º - O cheque pode ser feito pagável:A uma determinada pessoa, com ou sem cláusula expressa "à ordem";A uma determinada pessoa, com a cláusula "não à ordem" ou outra equivalente;Ao portador.O cheque passado a favor duma determinada pessoa, mas que contenha a menção

"ou ao portador", ou outra equivalente, é considerado como cheque ao portador.O cheque sem indicação do beneficiário é considerado como cheque ao portador.

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Art. 6º - O cheque ser passado à ordem do próprio sacador.O cheque pode ser sacado por conta de terceiro.O cheque não pode ser passado sobre o próprio sacador, salvo no caso em que se

trate dum cheque sacado por um estabelecimento sobre outro estabelecimento, ambos pertencentes ao mesmo sacador.

Art. 7º - Considera-se como não escrita qualquer estipulação de juros inserta nocheque.

Art. 8º - O cheque pode ser pagável no domicilio de terceiro, quer na localidade onde o sacado tem o seu domicilio, quer numa outra localidade, sob a condição no entanto de que o terceiro seja banqueiro.

Art. 9º - O cheque cuja importância for expressa por extenso e em algarismos vale, em caso de divergência, pela quantia designada por extenso.

O cheque cuja importância for expressa várias vezes, quer por extenso, quer emalgarismos, vale, em caso de divergência, pela menor quantia indicada.

Art. 10 - Se o cheque contém assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem por cheque, assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que por qualquer razão não poderiam obrigar as pessoas que assinaram o cheque, ou em nome das quais ele foi assinado, asobrigações dos outros signatários não deixam por esse fato de ser válidas.

Art. 11 - Todo aquele que apuser a sua assinatura num cheque, como representanteduma pessoa, para representar a qual não tinha de fato poderes, fica obrigado em virtude do cheque e, se o pagar, tem os mesmos direitos que o pretendido representado. A mesma regra se aplica aorepresentante que tenha excedido os seus poderes.

Art. 12 - O sacador garante o pagamento. Considera-se como não escrita qualquer declaração pela qual o sacador se exima a esta garantia.

Art. 13 - Se um cheque incompleto no momento de ser passado tiver sidocompletado contrariamente aos acordos realizados, não pode a inobservância desses acordos sermotivo de oposição ao portador, salvo se este tiver adquirido o cheque de má fé, ou adquirindo-o,tenha cometido uma falta grave.

CAPÍTULO IIDA TRANSMISSÃO

Art. 14 - O cheque estipulado pagável a favor duma determinada pessoa, com ou sem cláusula expressa "à ordem", é transmissível por via de endosso.

O cheque estipulado pagável a favor duma determinada pessoa, com a cláusula"Não à ordem" ou outra, equivalente, só é transmissível pela forma e com os efeitos duma cessãoordinária.

O endosso deve ser puro e simples, a favor do sacador ou de qualquer outro co-obrigado. Essas pessoas podem endossar novamente o cheque.

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Art. 15 - O endosso deve ser puro e simples. Considera-se como não escritaqualquer condição a que ele esteja subordinado.

É nulo o endosso parcial.É nulo igualmente o endosso feito pelo sacado.O endosso ao portador vale como endosso em branco.O endosso ao sacado só vale como quitação, salvo no caso de o sacado ter vários

estabelecimentos e de o endosso ser feito em benefício de um estabelecimento diferente daquelesobre o qual o cheque foi sacado.

Art. 16 - O endosso deve ser escrito no cheque ou numa folha ligada a este(Anexo). Deve ser assinado pelo endossante.

O endosso pode não designar o beneficiário ou consistir simplesmente na assinaturado endossante (endosso em branco).

Neste último caso o endosso, para ser valido, deve ser escrito no verso do cheque ou na folha anexa.

Art. 17 - O endosso transmite todos os direitos resultantes do cheque.Se o endosso é em branco, o portador pode:

1 - Preencher o espaço em branco, quer com o seu nome, quer com o nome deoutra pessoa;

2 - Endossar o cheque de novo em branco ou a outra pessoa;

3 - Transferir o cheque a um terceiro sem preencher o espaço em branco nem oendossar.

Art. 18 - Salvo estipulação em contrário, o endossante garante o pagamento.O endossante pode proibir um novo endosso, e neste caso não garante o

pagamento às pessoas a quem o cheque for posteriormente endossado.

Art. 19 - O detentor de um cheque endossável é considerado portador legítimo se justifica o seu direito por uma série ininterrupta de endossos, mesmo se o último for em branco. Os endossos riscados são, para este efeito, considerados como não escritos. Quando o endosso embranco é seguido de um outro endosso, presume-se que o signatário deste adquiriu o cheque pelo endosso em branco.

Art. 20 - Um endosso num cheque passado ao portador torna o endossanteresponsável nos termos das disposições que regulam o direito de ação, mas nem por isso converte o título num cheque à ordem.

Art. 21 - Quando uma pessoa foi por qualquer maneira desapossada de umcheque, o detentor a cujas mãos ele foi parar - quer se trate de um cheque ao portador, quer se tratede um cheque endossável em relação ao qual o detentor justifique o seu direito pela formaindicada no art. 19 - não é obrigada a restituí-lo, a não ser que o tenha adquirido de ma fé, ou que, adquirindo-o, tenha cometido uma falta grave.

Art. 22 - As pessoas acionadas em virtude de um cheque não podem opor aoportador as exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador, ou com os portadores

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anteriores, salvo se o portador ao adquirir o cheque tiver procedido conscientemente em detrimento do devedor.

Art. 23 - Quando um endosso contém a menção "valor a cobrar" (valeur enrecouvrement), "para cobrança" (pour encaissment), "por procuração" (par procuration), ou qualqueroutra menção que implique um simples mandato, o portador pode exercer todos os direitosresultantes do cheque, mas só pode endossá-lo na qualidade de procurador.

Os co-obrigados neste caso só podem invocar o portador as exceções que eram oponíveis ao endossante.

O mandato que resulta de um endosso por procuração não se extingue pormorte ou pela superveniência de incapacidade legal do mandatário.

Art. 24 - O endosso feito depois de protesto ou uma declaração equivalente, ou depois de terminado o prazo para apresentação, produz apenas os efeitos de uma cessão ordinária.

Salvo prova em contrário, presume-se que um endosso sem data haja sido feito antes do protesto ou das declarações equivalentes ou antes de findo o prazo indicado na alínea precedente.

CAPÍTULO IIIDO AVAL

Art. 25 - O pagamento de um cheque pode ser garantido no todo ou em parte do seu valor por um aval.

Esta garantia pode ser dada por um terceiro, excetuado o sacado, ou mesmo por um signatário do cheque.

Art. 26 - O aval é dado sobre o cheque ou sobre a folha anexa. Exprime-se pelas palavras "bom para aval", ou por qualquer outra fórmula

equivalente; é assinado pelo avalista.Considera-se como resultante da simples aposição da assinatura do avalista na face

do cheque, exceto quando se trate da assinatura do sacador.O aval deve indicar a quem é prestado. Na falta desta indicação considera-se

prestado ao sacador.

Art. 27 - O avalista é obrigado da mesma forma que a pessoa que ele garante.A sua responsabilidade subsiste ainda mesmo que a obrigação que ele garantiu

fosse nula por qualquer razão que não seja um vício de forma.Pagando o cheque, o avalista adquire os direitos resultantes dele contra o garantido e

contra os obrigados para com este em virtude do cheque.

CAPÍTULO IVDA APRESENTAÇÃO E DO PAGAMENTO

Art. 28 - O cheque é pagável à vista. Considera-se como não escrita qualquermenção em contrário.

O cheque apresentado a pagamento antes do dia indicado como data da emissão épagável no dia da apresentação.

Art. 29 - O cheque pagável no país onde foi passado deve ser apresentado apagamento no prazo de oito dias.

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O cheque passado num país diferente daquele em que é pagável deve serapresentado respectivamente num prazo de vinte dias ou de setenta dias, conforme o lugar deemissão e o lugar de pagamento se encontrem situados na mesma ou em diferentes partes do mundo.

Para este efeito os cheques passados num país europeu e pagáveis num país abeira do Mediterrâneo, ou vice-versa, são considerados como passados e pagáveis na mesma parte do mundo.

Os prazos acima indicados começam a contar-se do dia indicado no cheque como data da emissão.

Art. 30 - Quando o cheque for passado num lugar e pagável noutro em que se adote um calendário diferente, a data da emissão será o dia correspondente no calendário do lugar dopagamento.

Art. 31 - A apresentação do cheque a uma câmara de compensação equivale à apresentação a pagamento.

Art. 32 - A revogação do cheque só produz efeito depois de findo o prazo deapresentação.

Se o cheque não tiver sido revogado, o sacado pode pagá-lo mesmo depois de findo o prazo.

Art. 33 - A morte do sacador ou a sua incapacidade posterior à emissão do cheque não invalidam os efeitos deste.

Art. 34 - O sacador pode exigir, ao pagar o cheque, que este lhe seja entreguemunido de recibo passado pelo portador.

O portador não pode recusar um pagamento parcial.No caso de pagamento parcial, o sacado pode exigir que desse pagamento se

faca menção no cheque e que lhe seja entregue o respectivo recibo.

Art. 35 - O sacado que paga um cheque endossável é obrigado a verificar aregularidade da sucessão dos endossos, mas não a assinatura dos endossantes.

Art. 36 - Quando um cheque é pagável numa moeda que não tem curso no lugar do pagamento a sua importância pode ser paga, dentro do prazo da apresentação do cheque, namoeda do país em que é apresentado, segundo o seu valor no dia do pagamento. Se o pagamento não foi efetuado a apresentação, o portador pode, a sua escolha, pedir que o pagamento da importância do cheque na moeda do país em que é apresentado seja efetuado ao câmbio, quer do dia daapresentação, quer do dia do pagamento.

A determinação do valor da moeda estrangeira será feita segundo usos do lugar de pagamento. O sacador pode, todavia, estipular que a soma a pagar seja calculada segundo uma taxa indicada no cheque.

As regras acima indicadas não se aplicam ao caso em que o sacador tenhaestipulado que o pagamento deverá ser efetuado numa certa moeda especificada (cláusula depagamento efetivo em moeda estrangeira).

Se a importância do cheque for indicada numa moeda que tenha a mesmadenominação mas valor diferente no país de emissão e no de pagamento, presume-se que se fezreferência à moeda do lugar de pagamento.

Art. 37 - O sacador ou o portador dum cheque podem cruzá-lo, produzindo assim os efeitos indicados no artigo seguinte.

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O cruzamento efetua-se por meio de duas linhas paralelas traçadas na face docheque e pode ser geral ou especial.

O cruzamento é geral quando consiste apenas nos dois traçados paralelos, ou se entre eles esta escrita a palavra "banqueiro" ou outra equivalente; é especial quando tem escrito entre os dois traços o nome dum banqueiro.

O cruzamento geral pode ser convertido em cruzamento especial, mas este nãopode ser convertido em cruzamento geral.

A inutilização do cruzamento ou do nome do banqueiro indicado considera-secomo não feita.

CAPÍTULO VDOS CHEQUES CRUZADOS E CHEQUES A LEVAR EM CONTA

Art. 38 - Um cheque com cruzamento geral só pode ser pago pelo sacado a um banqueiro ou a um cliente do sacado.

Um cheque com cruzamento especial só pode ser pago pelo sacado ao banqueiro designado, ou, se este é o sacado, ao seu cliente.

O banqueiro designado, pode, contudo, recorrer a outro banqueiro para liquidar ocheque.

Um banqueiro só pode adquirir um cheque cruzado a um dos seus clientes ou a outro banqueiro. Não pode cobrá-lo por conta doutras pessoas que não sejam as acima indicadas.

Um cheque que contenha vários cruzamentos especiais só poderá ser pago pelosacado no caso de se tratar de dois cruzamentos, dos quais um para liqüidação por uma câmara de compensação.

O sacado ou o banqueiro que deixar de observar as disposições acima referidas éresponsável pelo prejuízo que daí possa resultar ate uma importância igual ao valor do cheque.

Art. 39 - O sacador ou o portador de um cheque podem proibir o seu pagamentoem numerário, inserindo na face do cheque transversalmente a menção "para levar em conta",ou outra equivalente.

Neste caso o sacado só pode fazer a liqüidação do cheque por lançamento deescrita (crédito em conta, transferência duma conta para outra ou compensação). A liqüidação porlançamento de escrita vale como pagamento.

A inutilização da menção "para levar em conta" considera-se como não feita.O sacado que deixar de observar as disposições acima referidas é responsável

pelo prejuízo que dai possa resultar até uma importância igual ao valor do cheque.

CAPÍTULO VIDA AÇÃO POR FALTA DE PAGAMENTO

Art. 40 - O portador pode exercer os seus direitos de ação contra os endossantes,sacador e outros co-obrigados, se, o cheque, apresentado em tempo útil não for pago e se a recusa de pagamento for verificada:

1 - Quer por um ato formal (protesto);

2 - Quer por uma declaração do sacado, datada e escrita sobre o cheque, com a indicação do dia em que este foi apresentado;

3 - Quer por uma declaração datada duma câmara de compensação,constatando que o cheque foi apresentado em tempo útil e não foi pago.

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Art. 41 - O protesto ou declaração equivalente devem ser feito antes de expirar o prazo para a apresentação.

Se o cheque for apresentado no último dia do prazo, o protesto ou a declaraçãoequivalente podem ser feitos no primeiro dia útil seguinte.

Art. 42 - O portador deve avisar da falta de pagamento o seu endossante e osacador, dentro dos quatro dias úteis que se seguirem ao dia do protesto, ou da declaração equivalente, ou que contiver a cláusula "sem despesas". Cada um dos endossantes, devem por sua vez, dentro dos dois dias úteis que se seguirem ao da recepção do aviso informar o seu endossantedo aviso que recebeu, indicando os nomes e endereços dos que enviaram os avisos precedentes,e assim contam-se a partir da recepção do aviso precedente.

Quando, em conformidade com o disposto na alínea anterior se avisou umsignatário do cheque, deve avisar-se igualmente o seu avalista dentro dum mesmo prazo de tempo.

No caso de um endossante não ter indicado o seu endereço, ou de o ter feito demaneira ilegível, basta que o aviso seja enviado ao endossante que o precede.

A pessoa que tenha de enviar um aviso pode fazê-lo de qualquer forma, mesmo pela simples devolução do cheque.

Essa pessoa deverá provar que o aviso foi enviado dentro do prazo prescrito.O prazo considerar-se-á como tendo sido observado desde que a carta que contém o aviso tenhasido posta no correio dentro dele.

A pessoa que não der o aviso dentro do prazo acima indicado não perde os seusdireitos. Será responsável pelo prejuízo, se o houver motivado pela sua negligência, sem que aresponsabilidade possa exceder o valor do cheque.

Art. 43 - O sacador, um endossante ou um avalista, pode, pela cláusula "semdespesas", "sem protesto", ou outra cláusula equivalente, dispensar o portador de estabelecer umprotesto ou outra declaração equivalente para exercer os seus direitos de ação.

Essa cláusula não dispensa o portador da apresentação do cheque dentro do prazo prescrito nem tampouco dos avisos a dar. A prova da inobservância do prazo incumbe aquele que dela se prevaleça contra o portador.

Se a cláusula foi escrita pelo sacador, produz os seus efeitos em relação a todos os signatários do cheque; se for inserida por um endossante ou por um avalista, só produz efeito emrelação a esse endossante ou avalista. Se, apesar da cláusula escrita pelo sacador, o portador faz o protesto ou a declaração equivalente, as respectivas despesas serão por conta dele. Quando acláusula emanar de um endossante ou de um avalista, as despesas do protesto, ou da declaração equivalente, se for feito, podem ser cobradas de todos os signatários do cheque.

Art. 44 - Todas as pessoas obrigadas em virtude de um cheque são solidariamente responsáveis para com o portador.

O portador tem o direito de proceder contra essas pessoas, individual oucoletivamente, sem necessidade de observar à ordem segundo a qual elas se obrigaram.

O mesmo direito tem todo o signatário dum cheque que o tenha pago.A ação intentada contra um dos co-obrigados não obsta ao procedimento contra

os outros, embora esses se tivessem obrigado posteriormente aquele que foi acionado em primeirolugar.

Art. 45 - O portador pode reclamar daquele contra o qual exerceu o seu direito de ação.

1 - A importância do cheque não pago;

2 - Os juros à taxa de seis por cento desde o dia da apresentação;

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3 - As despesas do protesto ou da declaração equivalente, as dos avisos feitos e as outras despesas.

Art. 46 - A pessoa que tenha pago o cheque pode reclamar daqueles que sãoresponsáveis para com ele:

1 - A importância integral que pagou;

2 - Os juros da mesma importância, a taxa de seis por cento, desde o dia em que a pagou;

3 - As despesas por ele feitas.

Art. 47 - Qualquer dos co-obrigados, contra o qual se intentou ou pode ser intentada uma ação, pode exigir, desde que reembolse o cheque, a sua entrega com o protesto ou declaraçãoequivalente e um recibo.

Qualquer endossante que tenha pago o cheque pode inutilizar o seu endosso e osendossos dos endossantes subseqüentes.

Art. 48 - Quando a apresentação do cheque, o seu protesto ou a declaraçãoequivalente não puder efetuar-se dentro dos prazos indicados por motivo de obstáculo insuperável(prescrição legal declarada por um Estado qualquer ou caso de força maior), esses prazos serãoprorrogados.

O portador deverá avisar imediatamente do caso de força maior o seu endossante e fazer menção datada e assinada desse aviso no cheque ou na folha anexa; para o demais aplicar-se-ão as disposições do artigo 42.

Desde que tenha cessado o caso de força maior, o portador deve apresentarimediatamente o cheque a pagamento e, caso haja motivo para tal, fazer o protesto ou uma declaração equivalente.

Se o caso de força maior se prolongar além de quinze dias a contar da data em que o portador, mesmo antes de expirado o prazo para a apresentação, avisou o endossante do ditocaso de força maior, podem promover-se ações sem que haja necessidade de apresentação, de protesto ou de declaração equivalente.

Não são considerados casos de força maior os fatos que sejam de interessepuramente pessoal do portador ou da pessoa por ele encarregada da apresentação do cheque ou de efetivar o protesto ou a declaração equivalente.

CAPÍTULO VIIDA PLURALIDADE DE EXEMPLARES

Art. 49 - Excetuado o cheque ao portador, qualquer outro cheque emitido numpaís é pagável noutro país ou numa possessão ultramarina desse país, e vice-versa ou aindaemitido é pagável na mesma possessão ou em diversas possessões ultramarinas do mesmo país, pode ser passado em vários exemplares idênticos.

Quando um cheque é passado em vários exemplares, esses exemplaresdevem ser numerados no texto do próprio título, pois do contrário cada um será considerado como sendo um cheque distinto.

Art. 50 - O pagamento efetuado contra um dos exemplares é liberatório, mesmoquando não esteja estipulado que este pagamento anula o efeito dos outros.

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O endossante que transmitiu os exemplares do cheque a várias pessoas, bemcomo os endossantes subseqüentes, são responsáveis por todos os exemplares por ele assinadosque não forem restituídos.

CAPÍTULO VIIIDAS ALTERAÇÕES

Art. 51 - No caso de alteração do texto dum cheque, os signatários posteriores a essa alteração ficam obrigados nos termos do texto alterado; os signatários anteriores são obrigados nos termos do original.

CAPÍTULO IXDA PRESCRIÇÃO

Art. 52 - Toda a ação do portador contra os endossantes, contra o sacador ou contra os demais co-obrigados prescreve decorridos que sejam seis meses, contados do termo do prazo deapresentação.

Toda a ação de um dos co-obrigados no pagamento de um cheque contra osdemais prescreve no prazo de seis meses, contados do dia em que ele tenha pago o cheque ou do dia em que ele próprio foi acionado.

Art. 53 - A interrupção da prescrição só produz efeito em relação à pessoa para a qual a interrupção foi feita.

CAPÍTULO XDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 54 - Na presente lei a palavra "banqueiro" compreende também as pessoas ou instituições assimiladas por lei aos banqueiros.

Art. 55 - A apresentação e o protesto dum cheque só podem efetuar-se em dia útil.Quando o último dia do prazo prescrito na lei para a realização dos atos relativos

ao cheque, e principalmente para a sua apresentação ou estabelecimento do protesto ou dumato equivalente, for feriado legal, esse prazo é prorrogado até ao primeiro dia útil que se seguir aotermo do mesmo. Os dias feriados intermédios são compreendidos na contagem do prazo.

Art. 56 - Os prazos previstos na presente lei não compreendem o dia que marca o seu início.

Art. 57 - Não são admitidos dias de perdão, quer legal quer judicial.

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DECRETO Nº 57.663DE 24 DE JANEIRO DE 1966

Promulga as Convenções para adoção de uma lei uniforme em matéria de letras de câmbio e notas promissórias.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA ,Havendo o Governo brasileiro, por nota da Legação em Berna, datada de 26 de

agosto de 1942, ao Secretário Geral da Liga das Nações, aderido às seguintes Convenções assinadas em Genebra, a 7 de junho de 1930:

1º Convenção para adoção de uma lei uniforme sobre letras de câmbio e notaspromissórias, anexos e protocolo, com reservas aos artigos 2 - 3 - 5 - 6 - 7 - 9 - 10 - 13 - 15 - 16 - 17 - 19 e 20 do anexo II;

2º Convenção destinada a regular conflitos de leis em matéria de letras de câmbio e notas promissórias, com protocolo;

3º Convenção relativa ao imposto de selo em matéria de letras de câmbio e de notas promissórias, com o Protocolo;

Havendo as referidas Convenções entrado em vigor para o Brasil noventa dias após a data do registro pela Secretária Geral da Liga das Nações, isto é, a 26 de novembro de 1942; e Havendo o Congresso Nacional aprovado pelo Decreto Legislativo número 54, de 1964, as referidas Convenções;

Decreta que as mesmas, apenas por cópia ao presente decreto, sejam executadas as cumpridas tão inteiramente como nelas se contém, observadas as reservas feitas à Convenção relativa à lei uniforme sobre letras de câmbio e notas promissórias.

Brasília, 24 de janeiro de 1966145º da Independência e 78º da República.

H. CASTELLO BRANCO Juracy Magalhães

ESTA VERSÃO NÃO SE REVESTE DA LEGALIDADE JURÍDICA CONFERIDA AO TEXTOORIGINAL PUBLICADO NO DOU DE 31/01/1966 PÁG. 1115 - RET: DOU DE 02/03/1966PÁG. 2292.

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CONVENÇÃO PARA A ADOÇÃO DE UMA LEI UNIFORMESOBRE LETRAS DE CÂMBIO E NOTAS PROMISSÓRIAS:

O Presidente do Reich Alemão; o Presidente Federal da República Austríaca; SuaMajestade o Rei dos Belgas; O Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil; o Presidente da República da Colômbia; Sua Majestade o Rei da Dinamarca; o Presidente da República da Polônia pela cidade Livre de Dantzig; o Presidente da República do Equador; Sua Majestade o Rei de Espanha; oPresidente da República da Finlândia; o Presidente da República Francesa; o Presidente da República Helênica; Sua alteza Sereníssima o Regente do Reino da Hungria; Sua Majestade o Rei da Itália; Sua Majestade o Imperador do Japão; Sua alteza Real a Grã-Duquesa do Luxemburgo; Sua Majestade o Rei da Noruega; Sua Majestade a Rainha da Holanda; o Presidente da República da Polônia; o Presidente da República Portuguesa; Sua Majestade o Rei da Suécia; o Conselho Federal Suíço; o Presidente da República da Checoslováquia; o Presidente da República da Turquia; Sua Majestade o Rei daIugoslávia.

Desejando evitar as dificuldades originadas pela diversidade de legislação nos vários países em que as letras circulam e aumentam assim a segurança e rapidez das relações do comércio internacional;

Designaram como seus Plenipotenciários:

O Presidente do Reich Alemão: O Sr. Leo Quassowski, Conselheiro Ministerial no Ministério da Justiça do Reich;Dr. Erich Albrecht, Conselheiro de Legação no Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reich; O Dr. Fritz Ullmann, Juiz no Tribunal de Berlim; O Presidente Federal da República da Austria: O Dr. Guido Strobele, Conselheiro Ministerial do Ministério Federal da Justiça. Sua Majestade o Rei dos Belgas; O Visconde Poullet, Ministro de Estado, Membro da Câmara dos Representantes; O Sr. J. de La Vallée-Poussin, Secretario Geral do Ministério das Ciências e das Artes. O Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil: O Sr. Deoclécio de Campos, Adido Comercial em Roma, antigo Professor na faculdade de Direito doPará.O Presidente da República da Colômbia: O Sr. A. José Restrepo, enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário, Delegado Permanente junto da Sociedade das Nações. Sua Majestade o Rei da Dinamarca: O Sr. Axel Helper, Conselheiro Ministerial no Ministério do Comércio e da Indústria; O Sr. Valdemar Eigtved, Diretor da "Privatbanken", em Copenhague. O Presidente da Republica da Polônia pela cidade Livre de Dantzig: O Sr. Jozef Sulkiwski, Professor da Universidade de Poznam, Membro da Comissão de Codificação da Polônia.O Presidente da República do Equador: O Dr. Alejandro Gastelú, Vice-Cônsul em Genebra. Sua Majestade o Rei da Espanha:O Dr. Juan Gómez Montejo, Chefe de Seção do Corpo de Juristas do Ministério da Justiça. O Presidente da República da Finlândia: O Sr. Filip Crönvall, Conselheiro de Estado, Membro do Supremo Tribunal Administrativo de Helsinki. O Presidente da República Francesa: O Sr. L. J. Percerou, Professor da Faculdade de Direito de Paris. O Presidente da República Helênica: O Sr. R. Raphaël, Delegado Permanente junto da Sociedade das Nações, Encarregado de Negócio em Berna.

Sua Alteza Sereníssima o Regente do Reino da Hungria:

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O Sr. Zoltan Baranyai, Encarregado de Negócios A. I. da Delegação Húngara junto da Sociedade dasNações.Sua Majestade o Rei da Itália; O Sr. Amedeo Giannini, Conselheiro de Estado, Ministro Plenipotenciário. Sua Majestade o Imperador do Japão: O Sr. Morie Ohno, Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário junto do Presidente Federal daRepública da Áustria; O Sr. Tetsukichi shimada, Juiz do Supremo Tribunal de Tóquio; Sua Alteza Real a Grã-Duquesa do Luxemburgo: O Sr. Ch. G. Vermeire, Cônsul em Genebra. Sua Majestade o Rei da Noruega: O Sr. C. Stub Holmboe, Advogado. Sua Majestade a Rainha da Holanda: O Dr. W. L. P. A. Molengraaff, Professor emérito da Universidade de Utrecht. O Presidente da República do Peru: O Sr. José Maria Barreto, chefe do Bureau Permanente do Peru junto da Sociedade das Nações. O Presidente da República da Polônia: O Sr. Józef Sulkowski, Professor da Universidade de Poznan, Membro da Comissão de Codificação da Polônia.O Presidente da República Portuguesa: O Dr. José Caeiro da Mata, Reitor da Universidade de Lisboa, Professor da Faculdade de Direito, Diretor do Banco de Portugal. Sua Majestade o Rei da Suécia: O Barão E. Marks von Würtemberg, Presidente do Tribunal da Relação de Estocolmo, antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros; O Sr. Birger Ekeberg, Presidente da Comissão de Legislação Civil, antigo Ministro da Justiça, antigoMembro do Supremo Tribunal. O Conselho Federal Suíço: O Dr. Max Vischer, Advogado e notário, primeiro Secretário da Associação Suíça dos Banqueiros. O Presidente da República Tchecoslováquia: O Dr. Karel Hermann-otavsky, Professor da Universidade de Praga, Presidente da Comissão deCodificação do Direito Comercial no Ministério da Justiça. O Presidente da República Turca: Mehmed Munir Bey, Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário junto do Conselho Federal Suíço. Sua Majestade o Rei da Iugoslávia: O Sr. Ilia Choumenkovitch, Delegado Permanente junto da Sociedade das Nações, EnviadoExtraordinário e Ministro Plenipotenciário junto do Conselho Federal Suíço;

Os quais, depois de terem apresentado os seus plenos poderes, achados em boa e devida forma, acordaram nas disposições seguintes:

Artigo Primeiro

As Altas Partes Contratantes obrigam-se a adotar nos territórios respectivos, quernum dos textos originais, quer nas suas línguas nacionais, a lei uniforme que constitui o anexo I dapresente Convenção. Esta obrigação poderá ficar subordinada a certas reservas que deverãoeventualmente ser formuladas por cada uma da Altas Partes Contratantes no momento da suaretificação ser escolhidas entre as mencionadas no Anexo II da presente Convenção.

Todavia, as reservas a que se referem os artigos 8º, 12º e 18º do citado Anexo IIpoderão ser feitas posteriormente à ratificação ou adesão, desde que sejam notificadas ao SecretárioGeral da Sociedade das Nações, o qual imediatamente comunicará o seu texto aos Membros daSociedade das Nações e aos Estados não membros em cujo nome, tenha sido ratificada a presenteConvenção ou que a ela tenham aderido. Essas reservas só produzirão efeitos noventa dias depois de o Secretário Geral ter recebido a referida notificação.

Qualquer das Altas Partes Contratantes poderá, em caso de urgência, fazer usodepois da ratificação ou da adesão, das reservas indicadas nos artigos 7º e 22º do referido Anexo II.Neste caso deverá comunicar essas reservas direta e imediatamente a todas as outras Altas Partes

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Contratantes e ao Secretário Geral da Sociedade das Nações. Esta notificação produzirá os seus efeitos dois dias depois de recebida a dita comunicação pelas Altas Partes Contratantes.

Artigo Segundo

A lei uniforme não será aplicável no território de cada uma das Altas PartesContratantes às letras e notas promissórias já passadas à data da entrada em vigor da presenteconvenção.

Artigo Terceiro

A presente Convenção, cujos textos francês e inglês farão, ambos igualmente fé, terá a data de hoje. Poderá ser ulteriormente assinada, até 6 de setembro de 1930, em nome de qualquer Membro daSociedade das Nações e de qualquer Estado não Membro.

Artigo Quarto

A presente Convenção será ratificada. Os instrumentos de ratificação serão transmitidos, antes de 1 de setembro de 1932,

ao Secretário Geral da Sociedade das Nações, que notificará imediatamente do seu depósito todos os Membros da Sociedade das Nações e os Estados não membros que sejam Partes na presenteconvenção.

Artigo Quinto

A partir de 6 de setembro de 1930, qualquer Membro da Sociedade das Nações equalquer Estado não membro poderá aderir à presente convenção.

Esta adesão efetuar-se-á por meio de notificação ao Secretário Geral da Sociedade das Nações, que será depositada nos arquivos do Secretariado.

O Secretariado Geral notificará imediatamente desse depósito todos os Estados que tenham assinado ou aderido à presente Convenção.

Artigo Sexto

A presente Convenção somente entrará em vigor depois de ter sido ratificada ou de a ela terem aderido sete Membros da Sociedade das Nações ou Estados não membros, entre os quaisdeverão figurar três dos Membros da Sociedade das Nações com representação permanente noConselho.

Começará a vigorar noventa dias depois de recebida pelo secretário Geral daSociedade das Nações a sétima ratificação ou adesão, em conformidade com o disposto na alíneaprimeira do presente artigo.

O Secretario Geral da Sociedade das Nações, nas notificações previstas nos artigos 4º e 5º fará menção especial de terem sido recebidas as ratificações ou adesões a que se refere a alínea primeira do presente artigo.

Artigo Sétimo

As ratificações ou adesões após a entrada em vigor da presente Convenção emconformidade com o disposto no artigo 6º produzirão os seus efeitos noventa dias depois da data da sua recepção pelo Secretário Geral da Sociedade das Nações.

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Artigo Oitavo

Exceto nos casos de urgência, a presente Convenção não poderá ser denunciadaantes de decorrido com prazo de dois anos a contar da data em que tiver começado a vigorar para oMembro da Sociedade das Nações o para o Estado não membro que a denuncia; esta denúnciaproduzirá os seus efeitos noventa dias depois de recebida pelo Secretário Geral a respectivasnotificação.

Qualquer denúncia será imediatamente comunicada pelo Secretário Geral daSociedade das Nações a todas as outras Altas Partes Contratantes.

Nos casos de urgência, a Alta Parte Contratante que efetuar a denúncia comunicará esse fato direta e imediatamente a todas as outras Altas Partes Contratantes, e a denúncia produzirá os seus efeitos dois dias depois de recebida a dita comunicação pelas respectivas Altas PartesContratantes, A Alta Parte Contratante que fizer a denúncia nestas condições dará igualmenteconhecimento da sua decisão ao Secretário Geral da Sociedade das Nações.

Qualquer denúncia só produzirá efeitos em relação à Alta Parte Contratante em nome da qual ela tenha sido feita.

Artigo Nono

Decorrido um prazo de quatro anos da entrada em vigor da presente Convenção,qualquer Membro da Sociedade das Nações ou Estados não membro ligado à Convenção poderáformular ao Secretário Geral da Sociedade das Nações um pedido de revisão de algumas ou de todas as suas disposições.

Se este pedido, comunicado aos outros Membros ou Estados não membros para os quais a Convenção estiver em vigor, for apoiado dentro do prazo de um ano por seis meses, pelo menos, dentre eles, o Conselho da Sociedade das Nações decidirá se deve ser convocada uma Conferênciapara aquele fim.

Artigo Dez

As Altas Partes Contratantes poderão declarar no momento da assinatura daRatificação ou da adesão que, aceitando a presente Convenção, não assumem nenhuma obrigação pelo que respeita a todas as partes das suas colônias, protetorados ou territórios sob a sua soberania oumandato, caso em que a presente Convenção se não aplicará aos territórios mencionados nessadeclaração.

As Altas Partes Contratantes poderão a todo tempo mais tarde notificar o Secretário Geral da Sociedade das Nações e que desejam que a presente Convenção se aplique a todos ou parte dos territórios que tenham sido objeto de declaração prevista na alínea precedente, e nesse caso aConvenção aplicar-se-á aos territórios mencionados na comunicação noventa dias depois de esta tersido recebida pelo Secretário Geral da Sociedade das Nações.

Da mesma forma, as Altas Partes Contratantes podem, nos termos do art. 8º,denunciar a presente Convenção para todas ou parte das suas colônias, protetorados ou territórios sob a sua soberania ou mandato.

Artigo Onze

A presente Convenção será registrada pelo contrário Geral da Sociedade das Nações deste que entre em vigor. Será publicado, logo que for possível, na "Coleção de Tratados" da Sociedade das Nações.

Em fé do que os Plenipotenciários acima designados assinaram a presenteConvenção.

Feito em Genebra, aos sete de junho de mil novecentos e trinta, num só exemplar, que será depositado no arquivo do Secretariado da Sociedade das Nações. Será transmitida cópia

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autêntica a todos os Membros da Sociedade das Nações e a todos os Estados não Membrosrepresentados na Conferência.

Alemanha:Leo Quassowski Dr. Albrecht Dr. Ullmann

Áustria:Dr. Strobele

Bélgica:Vte. P. Poullet de La Vallée-Poussin

Brasil:Deoclécio de Campos

Colômbia:A. J. Restrepo

Dinamarca:A. Helper V. Eigtved

Cidade Livre de Dantzig: Sulkowski

Equador:Alej.Gastelú

Espanha:Juan Gomez Montejo

Finlândia:F. Gronvall

França:J. Percerou

Grécia:R. Raphäel

Hungria:Dr. Baranyai, Zoltán

Itália:Amedeo Giannini

Japão:M. Ohno T. Shimada

Luxembrugo:Ch. G. Vermaire

Noruega:

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Stub Holmboe

Holanda:Molengraaff

Peru:J. M. Barreto

Polônia:Sulkowski

Portugal:José Caeiro da Matta

Suécia:E. Marks von Würtemberg

Suíça:Vischer

Tchecoslováquia:Prof. Dr. Karel Hermann-Otavsky

Turquia:Ao referendum Mehmed Munir

Iugoslávia:I. Choumenkovitch

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CAPITULO IDAS LETRAS

Seção IDa Emissão e Forma da Letra

Art. 1º - A letra contém:

1 - A palavra "letra" inserta no próprio texto do título é expressa na língua empregada para a redação desse título;

2 - O mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;

3 - O nome daquele que deve pagar (sacado);

4 - A época do pagamento;

5 - A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento;

6 - O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga;

7 - A indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada;

8 - A assinatura de quem passa a letra (sacador).

Art. 2º - O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito como letra, salvo nos casos determinados nas alíneas seguintes:

A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à vista.Na falta de indicação especial, a lugar designado ao lado do nome do sacado

considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do sacado.A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no

lugar designado, ao lado do nome do sacador.

Art. 3º - A letra pode ser a ordem do próprio sacador. Pode ser sacada sobre o próprio sacador.Pode ser sacada por ordem e conta de terceiro.

Art. 4º - A letra pode ser pagável no domicílio de terceiro, quer na localidade onde o sacado tem o seu domicílio, quer noutra localidade.

Art. 5º - Numa letra pagável à vista ou a um certo termo de vista, pode o sacadorestipular que a sua importância vencerá juros. Em qualquer outra espécie de letra a estipulação de juros será considerada como não escrita.

A taxa de juros deve ser indicada na letra; na falta de indicação, a cláusula de juros é considerada como não escrita.

Os juros contam-se da data da letra, se outra data não for indicada.

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Art. 6º - Se na letra a indicação da quantia a satisfazer se achar feita por extenso e em algarismos, e houver divergência entre uma e outra, prevalece a que estiver feita por extenso.

Se na letra a indicação da quantia a satisfazer se achar feita por mais de uma vez, quer por extenso, quer em algarismos, e houver divergências entre as diversas indicações, prevalecera a que se achar feita pela quantia inferior.

Art. 7º - Se a letra contém assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem porletras, assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que por qualquer outra razão não poderiam obrigar as pessoas que assinaram a letra, ou em nome das quais ela foi assinada, asobrigações dos outros signatários nem por isso deixam de ser validas.

Art. 8º - Todo aquele que apuser a sua assinatura numa letra, como representanteduma pessoa, para representar a qual não tinha de fato poderes, fica obrigado em virtude da letra e, se a pagar, tem os mesmos direitos que o pretendido representado. A mesma regra se aplica aorepresentante que tenha excedido os seus poderes.

Art. 9º - O sacador e garante tanto da aceitação como do pagamento de letra.O sacador pode exonerar-se da garantia da aceitação; toda e qualquer cláusula pela

qual ele se exonera da garantia do pagamento considera-se como não escrita.

Art. 10 - Se uma letra incompleta no momento de ser passada tiver sido completada contrariamente aos acordos realizados não pode a inobservância desses acordos ser motivo deoposição ao portador, salvo se este tiver adquirido a letra de má-fé ou, adquirindo-a, tenha cometido uma falta grave.

Seção IIDo Endosso

Art. 11 - Toda a letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula a ordem, é transmissível por via de endosso.

Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não a ordem", ou umaexpressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de uma cessão ordinária de créditos.

O endosso pode ser feito mesmo a favor do sacado, aceitando ou não, do sacador, ou de qualquer outro co-obrigado. Estas pessoas podem endossar novamente a letra.

Art. 12 - O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele sejasubordinado considera-se como não escrita.

O endosso parcial é nulo.O endosso ao portador vale como endosso em branco.

Art. 13 - O endosso deve ser escrito na letra ou numa folha ligada a esta (anexo).Deve ser assinado pelo endossante.

O endosso pode não designar o beneficiário, ou consistir simplesmente na assinatura do endossante (endosso em branco).

Neste último caso, o endosso para ser valido deve ser escrito no verso da letra ou na folha anexa.

Art. 14 - O endosso transmite todos os direitos emergentes da letra.

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Se o endosso for em branco, o portador pode:

1 - Preencher o espaço em branco, quer com o seu nome, quer com o nome de outra pessoa;

2 - Endossar de novo a letra em branco ou a favor de outra pessoa;

3 - Remeter a letra a um terceiro, sem preencher o espaço em branco e sem aendossar.

Art. 15 - O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da aceitaçãocomo do pagamento da letra.

O endossante pode proibir um novo endosso, e, neste caso, não garante opagamento as pessoas a quem a letra for posteriormente endossada.

Art. 16 - O detentor de uma letra é considerado portador legítimo se justifica o seu direito por uma série ininterrupta de endossos, mesmo se o último for em branco. Os endossos riscados consideram-se, para este efeito, como não escritos. Quando um endosso em branco é seguido de um outro endosso, presume-se que o signatário deste adquiriu a letra pelo endosso em branco.

Se uma pessoa foi por qualquer maneira desapossada de uma letra, o portador dela, desde que justifique o seu direito pela maneira indicada na alínea precedente, não é obrigado a restitui-la, salvo se a adquiriu de má-fé ou se, adquirindo-a, cometeu uma falta grave.

Art. 17 - As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador as exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadoresanteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor.

Art. 18 - Quando o endosso contém a menção "valor a cobrar" (valeur enrecouvremente), "para cobrança" (pour encaissement), "Por procuração" (par procuration), ou qualquer outra menção que implique um simples mandato, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas só pode endossá-la na qualidade de procurador.

Os co-obrigados, neste caso, só podem invocar contra o portador as exceções queeram oponíveis ao endossante.

O mandato que resulta de um endosso por procuração não se extingue por morte ou sobrevinda incapacidade legal do mandatário.

Art. 19 - Quando o endosso contém a menção "valor em garantia", "valor em penhor" ou qualquer outra menção que implique uma caução, o portador pode exercer todos os direitosemergentes da letra, mas um endosso feito por ele só vale como endosso a título de procuração.

Os co-obrigados não podem invocar contra o portador as exceções fundadas sobreas relações pessoais deles com o endossante, a menos que o portador, ao receber a letra, tenhaprocedido conscientemente em detrimento do devedor.

Art. 20 - O endosso posterior ao vencimento tem os mesmos efeitos que o endosso anterior. Todavia, o endosso posterior ao protesto por falta de pagamento, ou feito depois de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto, produz apenas os efeitos de uma cessão ordinária de créditos.

Salvo prova em contrário, presume-se que um endosso sem data foi feito antes de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto.

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Seção IIIDo Aceite

Art. 21 - A letra pode ser apresentada, até o vencimento, ao aceite do sacado, no seu domicílio , pelo portador ou até por um simples detentor.

Art. 22 - O sacador pode em qualquer letra, estipular que ela será apresentada aoaceite, com ou sem fixação de prazo.

Pode proibir na própria letra a sua apresentação ao aceite, salvo se se tratar de uma letra pagável em domicílio de terceiro, ou de uma letra pagável em localidade diferente da do domicílio do sacado, ou de uma letra sacada a certo termo de vista.

O sacador pode também estipular que a apresentação ao aceite não poderá efetuar-se antes de determinada data.

Todo endossante pode estipular que a letra deve ser apresentada ao aceite, com ou sem fixação de prazo, salvo se ela tiver sido declarada não aceitável pelo sacador.

Art. 23 - As letras a certo termo de vista devem ser apresentadas ao aceite dentro do prazo de um ano das suas datas.

O sacador pode reduzir este prazo ou estipular um prazo maior.Esses prazos podem ser reduzidos pelos endossantes.

Art. 24 - O sacado pode pedir que a letra lhe seja apresentada uma segunda vez no dia seguinte ao da primeira apresentação. Os interessados somente podem ser admitidos a pretenderque não foi dada satisfação a este pedido no caso de ele figurar no protesto.

O portador não é obrigado a deixar nas mãos do aceitante a letra apresentada aoaceite.

Art. 25 - O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra "aceite" ouqualquer outra palavra equivalente; o aceite é assinado pelo sacado. Vale como aceite a simplesassinatura do sacado aposta na parte anterior da letra.

Quando se trate de uma letra pagável a certo termo de vista, ou quem deva serapresentada ao aceite dentro de um prazo determinado por estipulação especial, o aceite deve serdatado do dia em que foi dado, salvo se o portador exigir que a data seja a da apresentação. A falta de data, o portador, para conservar os seus direitos de recurso contra os endossantes e contra o sacador, deve fazer constatar essa omissão por um protesto feito em tempo útil.

Art. 26 - O aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitá-lo a uma parte daimportância sacada.

Qualquer outra modificação introduzida pelo aceite no enunciado da letra equivale a uma recusa de aceite. O aceitante fica, todavia, obrigado nos termos do seu aceite.

Art. 27 - Quando o sacador tiver indicado na letra um lugar de pagamento diverso do domicílio do sacado, sem designar um terceiro em cujo domicílio o pagamento se deva efetuar, osacado pode designar no ato do aceite a pessoa que deve pagar a letra.

Na falta desta indicação, considera-se que o aceitante se obriga, ele próprio, a efetuar o pagamento no lugar indicado na letra.

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Se a letra é pagável no domicílio do sacado, este pode, no ato do aceite, indicar, para ser efetuado o pagamento um outro domicílio no mesmo lugar.

Art. 28 - O sacado obriga-se pelo aceite pagar a letra a data do vencimento.Na falta de pagamento, o portador, mesmo no caso de ser ele o sacador, tem contra

o aceitante um direito de ação resultante da letra, em relação a tudo que pode ser exigido nos termos dos arts 48 e 49.

Art. 29 - Se o sacado, antes da restituição da letra, riscar o aceite que tiver dado, tal aceite é considerado como recusado.

Salvo prova em contrário, a anulação do aceite considera-se feita antes da restituição da letra.

Se porém, o sacado tiver informado por escrito o portador ou qualquer outrosignatário da letra de que a aceita, fica obrigado para com estes, nos termos do seu aceite.

Seção IVDo Aval

Art. 30 - O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval.Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra.

Art. 31 - O aval é escrito na própria letra ou numa folha anexa.Exprime-se pelas palavras "bom para aval" ou por qualquer fórmula equivalente; e

assinado pelo dador do aval.O aval considera-se como resultante da simples assinatura do dador aposta na face

anterior da letra, salvo se se trata das assinaturas do sacado ou do sacador.O aval deve indicar a pessoa por quem se dá. Na falta de indicação entender-se-á ser

pelo sacador.

Art. 32 - O dador de aval é responsável da mesma maneira que a pessoa por eleafiançada.

A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu sernula por qualquer razão que não seja um vicio de forma.

Se o dador de aval paga a letra, fica sub-rogado nos direitos emergentes da letracontra a pessoa a favor de quem foi dado o aval e contra os obrigados para com esta em virtude da letra.

Seção VDo Vencimento

Art. 33 - Uma letra pode ser sacada:

- à vista;

- a um certo termo de vista;

- a um certo termo de data;

- pagável num dia fixado.

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As letras, quer com vencimentos diferentes, quer com vencimentos sucessivos, são nulas.

Art. 34 - A letra à vista é pagável a apresentação. Deve ser apresentada apagamento dentro do prazo de um ano, a contar da sua data. O sacador pode reduzir este prazo ouestipular um outro mais longo. Estes prazos podem ser encurtados pelos endossantes.

O sacador pode estipular que uma letra pagável à vista não deverá ser apresentada a pagamento antes de uma certa data. Nesse caso, o prazo para a apresentação conta-se dessa data.

Art. 35 - O vencimento de uma letra a certo termo de vista determina-se, quer pela data do aceite, quer pela do protesto.

Na falta de protesto, o aceite não datado entende-se, no que respeita ao aceitante, como tendo sido dado no último dia do prazo para a apresentação ao aceite.

Art. 36 - O vencimento de uma letra sacada a um ou mais meses de data ou de vista será na data correspondente do mês em que o pagamento se deve efetuar. Na falta de datacorrespondente o vencimento será no último dia desse mês.

Quando a letra é sacada a um ou mais meses e meio de data ou de vista, contam-seprimeiro os meses inteiros.

Se o vencimento for fixado para o princípio, meado ou fim do mês, entende-se que a letra será vencível no primeiro, no dia quinze, ou no último dia desse mês.

As expressões "oito dias" ou "quinze dias" entendem-se não como uma ou duassemanas, mas como um prazo de oito ou quinze dias efetivos.

A expressão "meio mês" indica um prazo de quinze dias.

Art. 37 - Quando uma letra é pagável num dia fixo num lugar em que o calendário é diferente do lugar de emissão, a data do vencimento é considerada como fixada segundo o calendário do lugar de pagamento.

Quando uma letra sacada entre duas praças que em calendários diferentes e pagável a certo termo de vista, o dia da emissão é referido ao dia correspondentemente do calendário do lugar de pagamento, para o efeito da determinação da data do vencimento.

Os prazos de apresentação das letras são calculados segundo as regras da alíneaprecedente.

Estas regras não se aplicam se uma cláusula da letra, ou até o simples enunciado do título, indicar que houve intenção de adotar regras diferentes.

Seção VIDo Pagamento

Art. 38 - O portador de uma letra pagável em dia fixo ou a certo termo de data ou de vista deve apresentá-la a pagamento no dia em que ela é pagável ou num dos dois dias úteis seguintes.

A apresentação da letra a uma câmara de compensação equivale a apresentação a pagamento.

Art. 39 - O sacado que paga uma letra pode exigir que ela lhe seja entregue com a respectiva quitação.

O portador não pode recusar qualquer pagamento parcial.No caso de pagamento parcial, o sacado pode exigir que desse pagamento se faça

menção na letra e que dele lhe seja dada quitação.

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Art. 40 - O portador de uma letra não pode ser obrigado a receber o pagamento dela antes do vencimento.

O sacado que paga uma letra antes do vencimento fá-lo sob sua responsabilidade.Aquele que paga uma letra no vencimento fica validamente desobrigado, salvo se da

sua parte tiver havido fraude ou falta grave, é obrigado a verificar a regularidade da sucessão dosendossos mas não a assinatura dos endossantes.

Art. 41 - Se numa letra se estipular o pagamento em moeda que não tenha curso legal no lugar do pagamento, pode a sua importância ser paga na moeda do país, segundo o seu valor no dia do vencimento. Se o devedor está em atraso, o portador pode, a sua escolha, pedir que opagamento da importância da letra seja feito na moeda do país ao câmbio do dia do vencimento ou ao câmbio do dia do pagamento.

A determinação do valor da moeda estrangeira será feita segundo os usos do lugar de pagamento. O sacador pode, todavia, estipular que a soma a pagar, seja calculada segundo umcâmbio fixado na letra.

As regras acima indicadas não se aplicam ao caso em que o sacador tenhaestipulado que o pagamento deverá ser efetuado numa certa moeda especificada (cláusula depagamento efetivo numa moeda estrangeira).

Se a importância da letra for indicada numa moeda que tenha a mesma denominação mas valor diferente no País de emissão e no pagamento, presume-se que se fez referência à moeda do lugar de pagamento.

Seção VIDo Pagamento

Art. 42 - Se a letra não for apresentada a pagamento dentro do prazo fixado no artigo 38, qualquer devedor tem a faculdade de depositar a sua importância junto da autoridade competente, a custa do portador e sob a responsabilidade deste.

Seção VIIDa Ação por falta de aceite e falta de pagamento

Art. 43 - O portador de uma letra pode exercer os seus direitos de ação contra osendossantes, sacador e outros co-obrigados:

No vencimento:Se o pagamento não foi efetuado.Mesmo antes do vencimento:

1 - Se houve recusa total ou parcial de aceite;

2 - Nos casos de falência do sacado, quer ele tenha aceite, quer não, de suspensão de pagamentos do mesmo, ainda que não constatada por sentença, ou de ter sido promovida, semresultado, execução dos seus bens.

3 - Nos casos de falência do sacador de uma letra não aceitável.

Art. 44 - A recusa de aceite ou de pagamento deve ser comprovada por um atoformal (protesto por falta de aceite ou falta de pagamento).

O protesto por falta de aceite deve ser feito nos prazos fixados para a apresentação ao aceite. Se, no caso previsto na alínea 1 do artigo 24, a primeira apresentação da letra tiver sido feita no último dia do prazo, pode fazer-se ainda o protesto no dia seguinte.

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O protesto por falta de pagamento de uma letra pagável em dia fixo ou a certo termo de data ou de vista deve ser feito num dos dois dias úteis seguintes àquele em que a letra é pagável. Se se trata de uma letra pagável à vista, o protesto deve ser feito nas condições indicadas na alíneaprecedente para o protesto por falta de aceite.

O protesto por falta de aceite dispensa a apresentação a pagamento e o protesto por falta de pagamento.

No caso de suspensão de pagamentos do sacado, quer seja aceitante, quer não, ou no caso de lhe ter sido promovida, sem resultado, execução dos bens, o portador da letra só podeexercer o seu direito de ação após apresentação da mesma ao sacado para pagamento e depois de feito o protesto.

No caso de falência declarada do sacado, quer seja aceitante, quer não, bem como no caso de falência declarada do sacador de uma letra não aceitável, a apresentação da sentençade declaração de falência é suficiente para que o portador da letra possa exercer o seu direito de ação.

Art. 45 - O portador deve avisar da falta de aceite ou de pagamento o seuendossante e o sacador dentro dos quatro dias úteis que se seguirem ao dia do protesto ou daapresentação, no caso de a letra conter a cláusula "sem despesas". Cada um dos endossantes deve, por sua vez, dentro dos dois dias úteis que se seguirem ao da recepção do aviso, informar o seu endossantedo aviso que recebeu, indicando os nomes e endereços dos que enviaram os avisos precedentes, eassim sucessivamente até se chegar ao sacador. os prazos acima indicados contam-se a partir darecepção do aviso precedente.

Quando, em conformidade com o disposto na alínea anterior se avisou um signatárioda letra, deve avisar-se também o seu avalista dentro do mesmo prazo de tempo.

No caso de um endossante não ter indicado o seu endereço, ou de o ter feito demaneira ilegível, basta que o aviso seja enviado ao endossante que o precede.

A pessoa que tenha de enviar um aviso pode fazê-lo por qualquer forma, mesmo pela simples devolução da letra.

Essa pessoa deverá provar que o aviso foi enviado dentro do prazo prescrito. O prazo considerar-se-á como tendo sido observado desde que a carta contendo o aviso tenha sido posta noCorreio dentro dele.

A pessoa que não der o aviso dentro do prazo acima indicado não perde os seusdireitos; será responsável pelo prejuízo, se o houver motivado pela sua negligência, sem que aresponsabilidade possa exceder a importância da letra.

Art. 46 - O sacador, um endossante ou um avalista pode, pela cláusula "semdespesas", "sem protesto", ou outra cláusula equivalente, dispensar o portador de fazer um protesto por falta de aceite ou falta de pagamento, para poder exercer os seus direitos de ação.

Essa cláusula não dispensa o portador da apresentação da letra dentro do prazoprescrito nem tampouco dos avisos a dar. A prova da inobservância do prazo incumbe aquele que dela se prevaleça contra o portador.

Se a cláusula foi escrita pelo sacador produz os seus efeitos em relação a todos os signatários da letra; se for inserida por um endossante ou por avalista, só produz efeito em relação aesse endossante ou avalista. Se, apesar da cláusula escrita pelo sacador, o portador faz o protesto, as respectivas despesas serão de conta dele. Quando a cláusula emanar de um endossante ou de umavalista, as despesas do protesto, se for feito, podem ser cobradas de todos os signatários da letra.

Art. 47 - Os sacadores, aceitantes, endossantes ou avalistas de uma letra são todos solidariamente responsáveis para com o portador.

O portador tem o direito de acionar todas estas pessoas individualmente, sem estar adstrito a observar a ordem por que elas se obrigaram.

O mesmo direito possui qualquer dos signatários de uma letra quando a tenha pago.A ação intentada contra um dos co-obrigados não impede acionar os outros,

mesmo os posteriores aquele que foi acionado em primeiro lugar.

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Art. 48 - O portador pode reclamar daquele contra quem exerce o seu direito deação:

1 - O pagamento da letra não aceite não paga, com juros se assim foi estipulado;

2 - Os juros a taxa de 6 por cento desde a data do vencimento;

3 - As despesas do protesto, as dos avisos dados e as outras despesas;

Se a ação for interposta antes do vencimento da letra, a sua importância seráreduzida de um desconto. Esse desconto será calculado de acordo com a taxa oficial de desconto (taxa de Banco) em vigor no lugar do domicílio do portador a data da ação.

Art. 49 - A pessoa que pagou uma letra pode reclamar dos seus garantes:

1 - A soma integral que pagou;

2 - Os juros da dita soma, calculados a taxa de 6 por cento, desde a data em que a pagou;

3 - As despesas que tiver feito.

Art. 50 - Qualquer dos co-obrigados, contra o qual se intentou ou pode ser intentada uma ação, pode exigir, desde que pague a letra que ela lhe seja entregue com o protesto e um recibo.

Qualquer dos endossantes que tenha pago uma letra pode riscar o seu endosso e os dos endossantes subseqüentes.

Art. 51 - No caso de ação intentada depois de um aceite parcial, a pessoa que pagar a importância pela qual a letra não foi aceita pode exigir que esse pagamento seja mencionado na letrae que dele lhe seja dada quitação. O portador deve, além disso, entregar a essa pessoa uma cópiaautêntica da letra e o protesto de maneira a permitir o exercício de ulteriores direitos de ação.

Art. 52 - Qualquer pessoa que goze do direito de ação pode, salvo estipulação em contrário, embolsar-se por meio de uma nova letra (ressaque) à vista, sacada sobre um dos co-obrigados e pagável no domicílio deste.

O ressaque inclui, além das importâncias indicadas nos artigos 48 e 49, um direito decorretagem e a importância do selo do ressaque.

Se o ressaque é sacado pelo portador, a sua importância é fixada segundo a taxapara uma letra à vista, sacada do lugar onde a primitiva letra era pagável sobre o lugar dodomicílio do co-obrigado. Se o ressaque é sacado por um endossante a sua importância é fixadasegundo a taxa para uma letra a vista, sacada do lugar onde o sacador do ressaque tem o seudomicílio sobre o lugar do domicílio do co-obrigado.

Art. 53 - Depois de expirados os prazos fixados:

- para a apresentação de uma letra à vista ou a certo termo de vista;

- para se fazer o protesto por falta de aceite ou por falta de pagamento;

- para a apresentação a pagamento no caso da cláusula "sem despesas";

O portador perdeu os seus direitos de ação contra os endossantes contra o sacador e contra os outros co-obrigados, a exceção do aceitante.

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Na falta de apresentação ao aceite no prazo estipulado pelo sacador, o portadorperdeu os seus direitos de ação, tanto por falta de pagamento como por falta de aceite, a não ser que dos termos da estipulação se conclua que o sacador apenas teve em vista exonerar-se da garantia do aceite.

Se a estipulação de um prazo para a apresentação constar de um endosso,somente aproveita ao respectivo endossante.

Art. 54 - Quando a apresentação da letra ou o seu protesto não puder fazer-sedentro dos prazos indicados por motivo insuperável (prescrição legal declarada por um Estado qualquer ou outro caso de força maior), esses prazos serão prorrogados.

O portador deverá avisar imediatamente o seu endossante do caso de força maior e fazer menção desse aviso, datada e assinada, na letra ou numa folha anexa; para os demais sãoaplicáveis as disposições do artigo 45.

Desde que tenha cessado o caso de força maior, o portador deve apresentar sem demora a letra ao aceite ou a pagamento e, caso haja motivo para tal, fazer o protesto.

Se o caso de força maior se prolongar além de trinta dias a contar da data do vencimento, podem promover-se ações sem que haja necessidade de apresentação ou protesto.

Para as letras à vista ou a certo termo de vista, o prazo de trinta dias conta-se da data em que o portador, mesmo antes de expirado o prazo para a apresentação, deu o aviso do caso de força maior ao seu endossante; para as letras a certo termo de vista, o prazo de trinta dias ficaacrescido do prazo de vista indicado na letra.

Não são considerados casos de força maior os fatos que sejam de interessepuramente pessoal do portador ou da pessoa por ele encarregada da apresentação da letra ou de fazer o protesto.

Seção VIIIDa Intervenção

1 - Disposições Gerais

Art. 55 - O sacador, um endossante ou um avalista, podem indicar umapessoa para em caso de necessidade aceitar ou pagar.

A letra pode, nas condições a seguir indicadas, ser aceita ou paga por um pessoa que intervenha por um devedor qualquer contra quem existe direito de ação.

O interveniente pode ser um terceiro, ou mesmo o sacado, ou uma pessoa jáobrigada em virtude da letra, exceto o aceitante.

O interveniente é obrigado a participar, no prazo de dois dias úteis, a sua intervenção a pessoa por quem interveio. Em caso de inobservância deste prazo, o interveniente é responsável pelo prejuízo, se o houver, resultante da sua negligencia, sem que as perdas e danos possam exceder a importância da letra.

2 - Aceite por Intervenção

Art. 56 - O aceite por intervenção pode realizar-se em todos os casos em queportador de uma letra aceitável, tem direito de ação antes do vencimento.

Quando na letra se indica uma pessoa para em caso de necessidade a aceitar ou a pagar no lugar do pagamento, o portador não pode exercer o seu direito de ação antes do vencimento contra aquele que indicou essa pessoa e contra os signatários subseqüentes a não ser que tenhaapresentado a letra a pessoa designada e que, tendo esta recusado o aceite, se tenha feito o protesto.

Nos outros casos de intervenção, o portador pode recusar o aceite por intervenção. Se, porém , o admitir, perde o direito de ação antes do vencimento contra aquele por quem aaceitação foi dada e contra os signatários subseqüentes.

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Art. 57 - O aceite por intervenção será mencionado na letra e assinado pelointerveniente. Deverá indicar por honra de quem se fez a intervenção; na falta desta indicação, presume-se que interveio pelo sacador.

Art. 58 - O aceitante por intervenção fica obrigado para com o portador e para com os endossantes posteriores aquele por honra de quem interveio da mesma forma que este.

Não obstante o aceite por intervenção, aquele por honra de quem ele foi feito e os seus garantes podem exigir do portador, contra o pagamento da importância indicada no artigo 48; aentrega da letra, do instrumento do protesto e, havendo lugar de uma conta com a respectiva quitação.

3 - Pagamento por intervenção

Art. 59 - O pagamento por intervenção pode realizar-se em todos os casos em que o portador de uma letra tem direito de ação a data do vencimento ou antes dessa data.

O pagamento deve abranger a totalidade da importância que teria a pagar aquele por honra de quem a intervenção se realizou.

O pagamento deve ser feito o mais tardar no dia seguinte ao último em que épermitido fazer o protesto por falta de pagamento.

Art. 60 - Se a letra foi aceita por intervenientes tendo o seu domicílio no lugar do pagamento, ou se foram indicadas pessoas tendo o seu domicílio no mesmo lugar para, em caso denecessidade, pagarem a letra, o portador deve apresentá-la a todas essas pessoas e, se houver lugar, fazer o protesto por falta de pagamento o mais tardar no dia seguinte e ao último em que era permitido fazer o protesto.

Na falta de protesto dentro deste prazo, aquele que tiver indicado pessoas parapagarem em caso de necessidade, ou por conta de quem a letra tiver sido aceita, bem como osendossantes posteriores, ficam desonerados.

Art. 61 - O portador que recusar o pagamento por intervenção perde o seu direito de ação contra aqueles que teriam ficado desonerados.

Art. 62 - O pagamento por intervenção deve ficar constatado por um recibo passado na letra, contendo a indicação da pessoa por honra de que foi feito. Na falta desta indicação presume-seque o pagamento foi feito por honra do sacador.

A letra é o instrumento do protesto, se o houve, devem ser entregues a pessoa que pagou por intervenção.

Art. 63 - O que paga por intervenção fica sub-rogado nos direitos emergentes daletra contra aquele por honra de quem pagou e contra os que são obrigados para com este emvirtude da letra.

Não pode, todavia, endossar de novo a letra.Os endossantes posteriores ao signatário por honra de quem foi feito o pagamento

ficam desonerados.Quando se apresentarem várias pessoas para pagar uma letra por intervenção,

será preferida aquela que desonerar maior numero de obrigados. Aquele que, com conhecimento decausa, intervir contrariamente a esta regra, perde os seus direitos de ação contra os que teriam sido desonerados.

Seção IXDa pluralidade de exemplares e das cópias

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1 - Pluralidade de exemplares

Art. 64 - A letra pode ser sacada por várias vias.Essas vias devem ser numeradas no próprio texto, na falta do que, cada via será

considerada como uma letra distinta.O portador de uma letra que não contenha a indicação de ter sido sacada numa

única via pode exigir à sua custa a entrega de várias vias. Para este efeito o portador deve dirigir-se aoseu endossante imediato, para que este o auxilie a proceder contra o seu próprio endossante e assim sucessivamente até se chegar ao sacador. Os endossantes são obrigados a reproduzir os endossos nas novas vias.

Art. 65 - O pagamento de uma das vias é liberatório, mesmo que não estejaestipulado que esse pagamento anula o efeito das outras. O sacado fica, porém, responsável por cada uma das vias que tenham o seu aceite e lhe não hajam sido restituídas.

O endossante que transferiu vias da mesma letra e várias pessoas e os endossantes subseqüentes são responsáveis por todas as vias que contenham as suas assinaturas e que nãohajam sido restituídas.

Art. 66 - Aquele que enviar ao aceite uma das vias da letra deve indicar nas outras o nome da pessoa em cujas mãos aquela se encontra. Esta pessoa é obrigada a entregar essa via ao portador legítimo doutro exemplar.

Se se recusar a fazê-lo, o portador só pode exercer seu direito de ação depois de ter feito constatar por um protesto:

1 - Que a via enviada ao aceite lhe não foi restituída a seu pedido;

2 - Que não foi possível conseguir o aceite ou o pagamento de uma outra via.

2 - Cópias

Art. 67 - O portador de uma letra tem um direito de tirar cópias dela.A cópia deve reproduzir exatamente o original, com os endossos e todas as outras

menções que nela figurem. Deve mencionar onde acaba a cópia.A cópia pode ser endossada e avalisada da mesma maneira e produzindo os

mesmos efeitos que o original.

Art. 68 - A cópia deve indicar a pessoa em cuja posse se encontra o título original.Essa é obrigada a remeter o dito título ao portador legítimo da cópia.

Se se recusar a fazê-lo , o portador só pode exercer o seu direito de ação contra as pessoas que tenham endossado ou avalisado a cópia, depois de ter feito constatar por um protesto que o original lhe não foi entregue a seu pedido.

Se o título original, em seguida ao último endosso feito antes de tirada a cópia,contiver a cláusula: "daqui em diante só é valido o endosso na cópia" ou qualquer outra fórmulaequivalente, é nulo qualquer endosso assinado ulteriormente no original.

Seção XDas alterações

Art. 69 - No caso de alteração do texto de uma letra, os signatários posteriores aesta alteração ficam obrigados nos termos do texto alterado; os signatários anteriores são obrigados nos termos do termos do texto original.

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Seção XIDa prescrição

Art. 70 - Todas as ações contra ao aceitante relativas a letras prescrevem em três anos a contar do seu vencimento.

As ações ao portador contra os endossantes e contra o sacador prescrevem num ano, a contar da data do protesto feito em tempo útil ou da data do vencimento, se se trata de letra que contenha cláusula "sem despesas".

As ações dos endossantes uns contra os outros e contra o sacador prescrevem em seis meses a contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em que ele próprio foi acionado.

Art. 71 - A interrupção da prescrição só produz efeito em relação a pessoa paraquem a interrupção foi feita.

Seção XIIDisposições Gerais

Art. 72 - O pagamento de uma letra cujo vencimento recai em dia feriado legal só pode ser exigido no primeiro dia útil seguinte.

Da mesma maneira, todos os atos relativos a letra, especialmente a apresentação ao aceite e o protesto, somente podem ser feitos em dia útil.

Quando um destes atos tem de ser realizado em um determinado prazo e o último dia deste prazo é feriado legal, fica o dito prazo prorrogado até ao primeiro dia útil que se seguir ao seu termo.

Art. 73 - Os prazos legais ou convencionais não compreendem o dia que marca o seu início.

Art. 74 - Não são admitidos dias de perdão quer legal, quer judicial.

CAPITULO IIDA NOTA PROMISSORIA

Art. 75 - A nota promissória contém:

1 - Denominação "Nota Promissória" inserta no próprio texto do título e expressana língua empregada para a redação desse título;

2 - A promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada;

3 - A época do pagamento;

4 - A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento;

5 - O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga;

6 - A indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada;

7 - A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).

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Art. 76 - O título em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito como nota promissória, salvo nos casos determinados das alíneas seguintes.

A nota promissória em que não se indique a época do pagamento será considerada pagável à vista.

Na falta de indicação especial, lugar onde o título foi passado considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do subscritor da notapromissória.

A nota promissória que não contenha indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado ao lado do nome do subscritor.

Art. 77 - São aplicáveis às notas promissórias, na parte em que não sejamcontrárias a natureza deste título, as disposições relativas as letras e concernentes:

Endosso (artigos 11 a 20);

Vencimento (artigos 33 a 37);

Pagamento (artigos 38 a 42);

Direito de ação por falta de pagamento (artigo 43 a 50 e 52 a 54);

Pagamento por intervenção (artigos 55 e 59 a 63);

Cópias (artigos 67 e 68);

Alterações (artigo 69);

Prescrição (artigos 70 e 71);

Dias feriados, contagem de prazos e interdição de dias de perdão (artigos 72 a 74);

São igualmente aplicáveis às notas promissórias as disposições relativas as letras pagáveis no domicílio de terceiros ou numa localidade diversa da do domicílio do sacado (artigos 4 e 27), a estipulação de juros (artigo 5), as divergências das indicações da quantia a pagar (artigo 6), asconseqüências da aposição de uma assinatura nas condições indicadas no artigo 7, as da assinatura de uma pessoa que age sem poderes ou excedendo os seus poderes (artigo 8) e a letra em branco (artigo 10).

São também aplicáveis às notas promissórias as disposições relativas ao aval(artigos 30 a 32); no caso previsto na ultima alínea do artigo 31, se o aval não indicar a pessoa porquem é dado entender-se-á ser pelo subscritor da nota promissória.

Art. 78 - O subscritor de uma nota promissória é responsável da mesma forma que o aceitante de uma letra.

As notas promissórias pagáveis a certo termo de vista devem ser presentes ao visto dos subscritores nos prazos fixados no artigo 23.

O termo de vista conta-se da data do visto dado pelo subscritor. A recusa do subscritor a dar o seu visto é comprovada por um protesto (artigo 25),

cuja data serve de início ao termo de vista.

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Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 2.044, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1908.

Define a letra de câmbio e a nota promissória e regula asOperações Cambiais.

O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil: Faço saber que o Congresso Nacional decretou e eusanciono a seguinte resolução:

TITULO I

DA LETRA DE CÂMBIO (2)

CAPITULO I

DO SAQUE

Art. 1º A letra de câmbio é uma ordem de pagamento e deve conter requisitos, lançados, por extenso, no contexto:

I. A denominação “letra de câmbio” ou a denominação equivalente na língua em que for emitida.

II. A soma de dinheiro a pagar e a espécie de moeda.

III. O nome da pessoa que deve pagá-la. Esta indicação pode ser inserida abaixo do contexto.

IV. O nome da pessoa a quem deve ser paga. A letra pode ser ao portador e também pode ser emitida por ordem econta de terceiro. O sacador pode designar-se como tomador.

V. A assinatura do próprio punho do sacador ou do mandatário especial. A assinatura deve ser firmada abaixo docontexto.

Art. 2º Não será letra de câmbio o escrito a que faltar qualquer dos requisitos acima enumerados.

Art. 3º Esses requisitos são considerados lançados ao tempo da emissão da letra. A prova em contrário seráadmitida no caso de má-fé do portador.

__________________

(1) Consulte-se o Decreto nº 57.663, de 24-1-1966, que promulgou as Convenções para adoção de uma lei uniforme em matéria de letras decâmbio e notas promissórias. (2) Registro: arts. 2º, 3º e 5º do Decreto-lei nº 427, de 22-1-1969, regulamentado pelo Decreto nº 64.156, de 4-3-1969. – Modelos para registro: Portaria nº GB-70 de 28-2-1969 do Min. da Fazenda. – Registro pelas Caixas Econômicas Federais e estabelecimentos bancários: Portaria nº GB-90, de 21-3-1969, do Min. Da Fazenda. – Apresentação para registro e respectivas anotações: Portaria nº 344, de 30-3- -1969, da SRF-MF.

Art. 4º Presume-se mandato ao portador para inserir a data e o lugar do saque, na letra que não os contiver.

Art. 5º Havendo diferença entre o valor lançado por algarismo e o que se achar por extenso no corpo da letra, esteúltimo será sempre considerado verdadeiro e a diferença não prejudicará a letra. Diversificando as indicações da somade dinheiro no contexto, o título não será letra de câmbio.

Art. 6º A letra pode ser passada:

I. À vista.

II. A dia certo.

III. A tempo certo da data.

IV. A tempo certo da vista.

Art. 7º A época do pagamento deve ser precisa, uma e única para a totalidade da soma cambial.

CAPITULO II

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DO ENDOSSO

Art. 8º O endosso transmite a propriedade da letra de câmbio. Para a validade do endosso, é suficiente a simplesassinatura do próprio punho do endossador ou do mandatário especial, no verso da letra. O endossatário pode completareste endosso.

§ 1º A cláusula “por procuração”, lançada no endosso, indica o mandato com todos os poderes, salvo o caso derestrição, que deve ser expressa no mesmo endosso.

§ 2º O endosso posterior ao vencimento da letra tem o efeito de cessão civil.

§ 3º É vedado o endosso parcial.

CAPÍTULO III

DO ACEITE (3)

Art. 9º A apresentação da letra ao aceite é facultativa quando certa a data do vencimento. A letra a tempo certo davista deve ser apresentada ao aceite do sacado, dentro do prazo nela marcado; na falta de designação, dentro de seismeses contados da data da emissão do título, sob pena de perder o portador o direito regressivo contra o sacador,endossadores e avalistas.

Parágrafo único. O aceite da letra, a tempo certo da vista, deve ser datado, presumindo-se, na falta de data, omandato ao portador para inseri-la.

Art. 10. Sendo dois ou mais os sacados, o portador deve apresentar a letra ao

__________________

(3) As letras de câmbio aceitas por instituições financeiras foram autorizadas a ser incluídas entre os títulos de renda fixa que poderão compor acarteira dos Fundos Mútuos de Investimento. Resolução nº 164, de 24-11-1970, do Banco Central do Brasil. primeiro nomeado; na falta ou recusa do aceite, ao segundo, se estiver domiciliado na mesma praça; assim, sucessivamente, sem embargo daforma da indicação na letra dos nomes dos sacados.

Art. 11. Para a validade do aceite é suficiente a simples assinatura do próprio punho do sacado ou do mandatárioespecial, no anverso da letra.

Vale, com aceite pura, a declaração que não traduzir inequivocamente a recusa, limitação ou modificação.

Parágrafo único. Para os efeitos cambiais, a limitação ou modificação do aceite equivale à recusa, ficando, porém,o aceitante cambialmente vinculado, nos termos da limitação ou modificação.

Art. 12. O aceite, uma vez firmado, não pode ser cancelado nem retirado.

Art. 13. A falta ou recusa do aceite prova-se pelo protesto.

CAPÍTULO IV

DO AVAL

Art. 14. O pagamento de uma letra de câmbio, independente do aceite e do endosso, pode ser garantido por aval.Para a validade do aval, é suficiente a simples assinatura do próprio punho do avalista ou do mandatário especial, noverso ou no anverso da letra.

Art. 15. O avalista é equiparado àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, àquele abaixo de cuja assinaturalançar a sua; fora destes casos, ao aceitaste e, não estando aceita a letra, ao sacador.

CAPÍTULO V

DA MULTIPLICAÇÃO DA LETRA DE CÂMBIO

SEÇÃO ÚNICA

DAS DUPLICATAS

Art. 16. O sacador, sob pena de responder por perdas e interesses, é obrigado a dar, ao portador, as vias de letraque este reclamar antes do vencimento, diferençadas, no contexto, por números de ordem ou pela ressalva, das que seextraviaram. Na falta da diferenciação ou da ressalva, que torne inequívoca a unicidade da obrigação, cada exemplarvalerá como letra distinta.

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§ 1º O endossador e o avalista, sob pena de respondem por perdas e interesses, são obrigados a repetir, naduplicata, o endosso e o aval firmados no original.

§ 2º O sacado fica cambialmente obrigado por cada um dos exemplares em que firmar o aceite.

§ 3º O endossador de dois ou mais exemplares da mesma letra a pessoas diferentes e os sucessivosendossadores e avalistas ficam cambialmente obrigados.

§ 4º O detentor da letra expedida para o aceite é obrigado a entregá-la ao legítimo portador da duplicata, sob penade responder por perdas e interesses.

CAPÍTULO VI

DO VENCIMENTO

Art. 17. A letra à vista vence-se no ato ato da apresentação ao sacada.

A letra, a dia certo, vence-se nesse dia. A letra, a dias da data ou da vista, vence-se no último dia do prazo; nãose conta, para a primeira, o dia do saque, e, para a segunda, o dia do aceite.

A letra a semanas, meses ou anos da data ou da vista vence no dia da semana, mês ou ano do pagamento,correspondente ao dia do saque ou ao dia do aceite. Na falta do dia correspondente, vence-se no último dia do mês dopagamento.

Art. 18. Sacada a letra em País onde vigorar outro calendário, sem a declaração do adotado, verifica-se o termo dovencimento contando-se do dia do calendário gregoriano, correspondente ao da emissão da letra pelo outro calendário.

Art. 19. A letra é considerada vencida, quando protestada:

I. pela falta ou recusa do aceite;

II. pela falência do aceitante.

O pagamento, nestes casos, continua diferido até ao dia do vencimento ordinário da letra, ocorrendo o aceite deoutro sacado nomeado ou, na falta, a aquiescência do portador, expressa no ato do protesto, ao aceite na letra, pelointerveniente voluntário.

CAPÍTULO VII

DO PAGAMENTO

Art. 20. A letra deve ser apresentada ao sacado ou ao aceitante para o pagamento, no lugar designado e no dia dovencimento ou, sendo este dia feriado por lei, no primeiro dia útil imediato, sob pena de perder o portador o direito deregresso contra o sacador, endossadores e avalistas.

§ 1º Será pagável à vista a letra que não indicar a época do vencimento. Será pagável, no lugar mencionado ao pédo nome do sacado, a letra que não indicar o lugar do pagamento.

É facultada a indicação alternativa de lugares de pagamento, tendo o portador direito de opção. A letra pode sersacada sobre uma pessoa, para ser paga no domicílio de outra, indicada pelo sacador ou pelo aceitante,

§ 2º No caso de recusa ou falta de pagamento pelo aceitante, sendo dois ou mais os sacados, o portador deveapresentar a letra ao primeiro nomeado, se estiver domiciliado na mesma praça; assim sucessivamente, sem embargoda forma da indicação na letra dos nomes dos sacados.

§ 3º Sobrevindo caso fortuito ou força maior, a apresentação deve ser feita, logo que cessar o impedimento.

Art. 21. A letra à vista deve ser apresentada ao pagamento dentro do prazo nela marcado; na falta destadesignação, dentro de 12 meses, contados da data da emissão do título, sob pena de perder o portador o direito deregresso contra o sacador, endossadores e avalistas.

Art. 22. O portador não é obrigado a receber o pagamento antes do vencimento da letra. Aquele que paga umaletra, antes do respectivo vencimento, fica responsável pela validade desse pagamento.

§ 1º O portador é obrigado a receber o pagamento parcial, ao tempo do vencimento.

§ 2º O portador é obrigado a entregar a letra com a quitação àquele que efetua o pagamento; no caso dopagamento parcial, em que se não opera tradição do título, além da quitação em separado, outra deve ser firmada na

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própria letra.

Art. 23. Presume-se validamente desonerado aquele que paga a letra no vencimento, sem oposição.

Parágrafo único. A oposição ao pagamento é somente admissível no caso de extravio da letra, de falência ouincapacidade do portador para recebê-la.

Art. 24. O pagamento feito pelo aceitante ou pelos respectivos avalistas desonera da responsabilidade cambialtodos os coobrigados.

O pagamento feito pelo sacador, pelos endossadores ou respectivos avalistas desonera da responsabilidadecambial os coobrigados posteriores.

Parágrafo único. O endossador ou o avalista, que paga ao endossatário ou ao avalista posterior, pede riscar opróprio endosso ou aval e os dos endossadores ou avalistas posteriores.

Art. 25. A letra de câmbio deve ser paga na moeda indicada. Designada moeda estrangeira, o pagamento, salvodeterminação em contrário, expressa na letra, deve ser efetuado em moeda nacional, ao câmbio à vista do dia dovencimento e do lugar do pagamento; não havendo no lugar curso de câmbio, pelo da praça mais próxima.

Art. 26. Se o pagamento de uma letra de câmbio não for exigido no vencimento, o aceitaste pode, depois deexpirado o prazo para o protesto por falta de pagamento, depositar o valor da mesma, por conta e risco do portador,independente de qualquer citação.

Art. 27. A falta ou recusa, total ou parcial, de pagamento, prova-se pelo protesto.

CAPÍTULO VIII

DO PROTESTO (4)

Art. 28. A letra que houver de ser protestada por falta de aceite ou de pagamento deve ser entregue ao oficialcompetente, no primeiro dia útil que se seguir ao da recusa do aceite ou ao do vencimento, e o respectivo protesto,tirado dentro de três dias úteis.

Parágrafo único. O protesto deve ser tirado do lugar indicado na letra para o aceite ou para o pagamento. Sacadaou aceita a letra para ser paga em outro domicílio que não o do sacado, naquele domicílio deve ser tirado o protesto.

Art. 29. O instrumento de protesto deve conter:

I. a data;

II. a transcrição literal da letra e das declarações nela inseridas pela ordem respectiva;

III. a certidão da intimação ao sacado ou ao aceitante ou aos outros sacados, nomeados na letra para aceitar oupagar, a resposta dada ou a declaração da falta da resposta.

A intimação é dispensada no caso de o sacado ou aceitante firmar na letra a declaração da recusa do aceite ou dopagamento e, na hipótese de protesto, por causa de falência do aceitante.

IV. a certidão de não haver sido encontrada ou de ser desconhecida a pessoa indicada para aceitar ou para pagar.Nesta hipótese, o oficial afixará a intimação nos lugares de estilo e, se possível, a publicará pela imprensa;

V. a indicação dos intervenientes voluntários e das firmas por eles honradas;

VI. a aquiescência do portador ao aceite por honra;

VII. a assinatura, como sinal público, do oficial do protesto.

Parágrafo único. Este instrumento, depois de registrado no livro de protestos, deverá ser entregue ao detentor ouportador da letra ou àquele que houver efetuado o pagamento.

Art. 30. O portador é obrigado a dar aviso do protesto ao último endossador, dentro de dois dias, contados da datado instrumento do protesto e cada endossatário, dentro de dois dias, contados do recebimento do aviso, deve transmiti-lo ao seu endossador, sob pena de responder por perdas e interesses.

__________________

(4) As letras de câmbio ou notas promissórias sem registro não poderão ser levadas a protesto. V. art. 2º, § 2º, do Decreto-lei n.º 427, de 22-1-1969. – Do protesto e da apreensão de títulos: V. arts. 882 a 887 do C. P. Civil.

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Não constando do endosso o domicílio ou a residência do endossador, o aviso deve ser transmitido ao endossador anterior, que houver satisfeitoaquelas formalidades.

Parágrafo único. O aviso pode ser dado em carta registrada. Para esse fim, a carta será levada aberta ao Correio,onde, verificada a existência do aviso se declarará o conteúdo da carta registrada no conhecimento e talão respectivo.

Art. 31. Recusada a entrega da letra por aquele que a recebeu para firmar o aceite ou para efetuar o pagamento, oprotesto pode ser tirado por outro exemplar ou, na falta, pelas indicações do protestante.

Parágrafo único. Pela prova do fato, pode ser decretada a prisão do detentor da letra, salvo depositando este asoma cambial e a importância das despesas feitas.

Art. 32. O portador que não tira, em tempo útil e forma regular, o instrumento do protesto da letra, perde o direito deregresso contra o sacador, endossadores e avalistas.

Art. 33. O oficial que não lavra, em tempo útil e forma regular, o instrumento do protesto, além da pena em queincorrer, segundo o Código Penal, responde por perdas e interesses.

CAPÍTULO IX

DA INTERVENHO

Art. 34. No ato do protesto pela falta ou recusa do aceite, a letra pode ser aceita por terceiro, mediante aaquiescência do detentor ou portador.

A responsabilidade cambial deste interveniente é equiparada à do sacado que aceita.

Art. 35. No ato do protesto, excetuada apenas a hipótese do artigo anterior, qualquer pessoa tem o direito deintervir para efetuar o pagamento da letra, por honra de qualquer das firmas.

§ 1º O pagamento, por honra da firma do aceitante ou dos respectivos avalistas, desonera da responsabilidadecambial todos os coobrigados.

O pagamento, por honra da firma do sacador, do endossador ou dos respectivos avalistas, desonera daresponsabilidade cambial todos os coobrigados posteriores.

§ 2º Não indicada a firma, entende-se ter sido honrada a do sacador; quando aceita a letra, a do aceitante.

§ 3º Sendo múltiplas as intervenções, concorram ou não coobrigados, deve ser preferido o interveniente quedesonera maior número de firmas.

Múltiplas as intervenções pela mesma firma, deve ser preferido o interveniente coobrigado; na falta deste, osacado; na falta de ambos, o detentor ou portador tem a opção. É vedada a intervenção, ao aceitante ou ao respectivoavalista.

CAPÍTULO X

DA ANULAÇÃO DA LETRA

Art. 36. Justificando a propriedade e o extravio ou a destruição total ou parcial da letra, descrita com clareza eprecisão, o proprietário pode requerer ao juiz competente do lugar do pagamento na hipótese de extravio, a intimação dosacado ou do aceitante e dos coobrigados, para não pagarem a aludida letra, e a citação do detentor para apresentá-laem juízo, dentro do prazo de três meses, e, nos casos de extravio e de destruição, a citação dos coobrigados para,dentro do referido prazo, oporem contestação, firmada em defeito de forma do título ou, na falta de requisito essencial,ao exercício da ação cambial. (5)

Estas citações e intimações devem ser feitas pela imprensa, publicadas no jornal oficial do Estado e no “DiárioOficial” para o Distrito Federal e nos periódicos indicados pelo juiz, além de afixadas nos Lugares do estilo e na bolsa dapraça do pagamento.

§ 1º O prazo de três meses corre da data do vencimento; estando vencida a letra, da data da publicação no jornaloficial.

§ 2º Durante o curso desse prazo, munido da certidão do requerimento e do despacho favorável do juiz, fica oproprietário autorizado a praticar todos os atas necessário à garantia do direito creditório, podendo, vencida a letra,reclamar do aceitante o depósito judicial da soma devida.

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§ 3º Decorrido o prazo, sem se apresentar o portador legitimado (art. 39) da letra, ou sem a contestação docoobrigado (art. 36), o juiz decretará a nulidade do título extraviado ou destruído e ordenará, em benefício do proprietário,o levantamento do depósito da soma, caso tenha sido feito.

§ 4º Por esta sentença fica o proprietário habilitado, para o exercício da ação executiva, contra o aceitante e osoutros coobrigados.

§ 5º Apresentada a letra pelo portador legitimado (art. 39), ou oferecida a contestação (art. 36) pelo coobrigado, ojuiz julgará prejudicado o pedido de anulação da letra, deixando, salvo à parte, o recurso aos meios ordinários.

§ 6º Da sentença proferida no processo cabe o recurso de agravo com efeito suspensivo.

__________________

(5) Ação de Anulação e Substituição de Títulos ao portador: V. arts. 907 a 913 do C. P. Civil.

§ 7º Este processo não impede o recurso à duplicata e nem para os efeitos da responsabilidade civil docoobrigado, dispensa o aviso imediato do extravio, por cartas registradas endereçadas ao sacado, ao aceitante e aosoutros coobrigados, pela forma indicada no parágrafo único do artigo 30.

CAPÍTULO XI

DO RESSAQUE

Art. 37. O portador da letra protestada pode haver o embolso da soma devida, pelo ressaque de nova letra decâmbio, à vista, sobre qualquer dos obrigados.

O ressacado que paga pode, por seu turno, ressacar sobre qualquer dos coobrigados a ele anteriores.

Parágrafo único. O ressaque deve ser acompanhado da letra protestada, do instrumento do protesto e da conta deretorno.

Art. 38. A conta de retorno deve indicar:

I. a soma cambial e a dos juros legais, desde o dia do vencimento;

II. a soma das despesas legais, protesto, comissão, porte de cartas, selos e dos juros legais, desde o dia em queforam feitas;

III. o nome do ressacado;

IV. o preço do câmbio, certificado por corretor ou, na falta, por dois comerciantes.

§ 1º O recâmbio é regulado pelo curso do câmbio da praça do pagamento, sobre a praça do domicílio ou daresidência do ressacado; o recâmbio, devido ao endossador ou ao avalista que ressaca, é regulado pelo curso docâmbio da praça do ressaque, sobre a praça da residência ou do domicílio do ressacado.

Não havendo curso de câmbio na praça do ressaque, o recâmbio é regulado pelo curso do câmbio da praça maispróxima.

§ 2º É facultado o acúmulo dos recâmbios nos sucessivos ressaques.

CAPITULO XII

DOS DIREITOS E DAS OBRIGAÇÕES CAMBIAIS

SEÇÃO I

DOS DIREITOS

Art. 39. O possuidor é considerado legítimo proprietario da letra ao portador e da letra endossada em branco.

O último endossatário é considerado legítimo proprietário da letra endossada em preto, se o primeiro endossoestiver assinado pelo tomador e cada um dos outros, pelo endossatário do endosso, imediatamente anterior.

Seguindo-se ao endosso em branco outro endosso, presume-se haver o endossador deste adquirido por aquele apropriedade da letra.

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§ 1º No caso de pluralidade de tomadores ou de endossatários, conjuntos ou disjuntos, o tomador ou oendossatário possuidor da letra é considerado, para os efeitos cambiais, o credor único da obrigação.

§ 2º O possuidor, legitimado de acordo com este artigo, somente no caso de má-fé na aquisição, pode ser obrigadoa abrir mão da letra de câmbio.

Art. 40. Quem paga não está obrigado a verificar a autenticidade dos endossos.

Parágrafo único. O interveniente voluntário que paga fica sub-rogado em todos os direitos daquele, cuja firma foipor ele honrada.

Art. 41. O detentor, embora sem título algum, está autorizado a praticar as diligências necessárias à garantia docrédito, a reclamar o aceite, a tirar os protestos, a exigir, ao tempo do vencimento, o depósito da soma cambial.

SEÇÃO II

DAS OBRIGAÇÕES

Art. 42. Pode obrigar-se, por letra de câmbio, quem tem a capacidade civil ou comercial.

Parágrafo único. Tendo a capacidade pela lei brasileira, o estrangeiro fica obrigado pela declaração, que firmar, semembargo da sua incapacidade, pela lei do Estado a que pertencer.

Art. 43 As obrigações cambiais, são autônomas e independentes umas das outras. O significado da declaraçãocambial fica, por ela, vinculado e solidariamente responsável pelo aceite e pelo. Pagamento da letra, sem embargo dafalsidade, da falsificação ou da nulidade de qualquer outra assinatura.

Art. 44. Para os efeitos cambiais, são consideradas não escritas:

l. a cláusula de juros; (6)

II. a cláusula proibitiva do endosso ou do protesto, a excludente da responsabilidade pelas despesas e qualqueroutra, dispensando a observância dos termos ou das formalidades prescritas por esta Lei;

III. a cláusula proibitiva da apresentação da letra ao aceite do sacado;

IV. a cláusula excludente ou restritiva da responsabilidade e qualquer outra beneficiando o devedor ou o credor,além dos limites fixados por esta Lei.

__________________ (6) Juros legais: V. arts. 1.062 a 1.064 do C. Civil. – Lei da usura: Decreto n.º 22.626, de 7-4-1933.

§ 1º Para os efeitos cambiais, o endosso ou aval cancelado é considerado não escrito.

§ 2º Não é letra de câmbio o título em que o emitente exclui ou restringe a sua responsabilidade cambial.

Art. 45. Pelo aceite, o sacado fica cambialmente obrigado para com o sacador e respectivos avalistas.

§ 1º A letra endossada ao aceitante pode ser por este reendossada, antes do vencimento.

§ 2º Pelo reendosso da letra, endossada ao sacador, ao endossado ou ao avalista, continuam cambialmenteobrigados os co-devedores intermédios.

Art. 46. Aquele que assina a declaração cambial, como mandatário, ou representante legal de outrem, sem estardevidamente autorizado, fica, por ela, pessoalmente obrigado.

Art. 47. A substância, os efeitos, a forma extrínseca e os meios de prova da obrigação cambial são regulados pelaLei do lugar onde a obrigação foi firmada.

Art. 48. Sem embargo da desoneração da responsabilidade cambial, o sacador ou o aceitante fica obrigado arestituir ao portador, com os juros legais, a soma com a qual se locupletou à custa deste.

A ação do portador, para este fim, é a ordinária.

CAPÍTULO XIII

DA ANÃO CAMBIAL

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Art. 49. A ação cambial é a executiva. (7)

Por ela tem também o credor o direito de reclamar a importância que receberia pelo ressaque (art. 38).

Art. 50. A ação cambial pode ser proposta contra um, alguns ou todos os coobrigados, sem estar o credor adstritoà observância da ordem dos endossos.

Art. 51. Na ação cambial, somente é admissível defesa fundada no direito pessoal do réu contra o autor, emdefeito de forma do título e na falta de requisito necessário ao exercício da ação.

CAPÍTULO XIV

DA PRESCRIÇÃO DA AÇÃO CAMBIAL

Art. 52. A ação cambial, contra o sacador, aceitante e respectivos avalistas, prescreve em cinco anos.

__________________

(7) Execução por quantia certa contra devedor solvente: V. arts. 646 a 731 do C. P. Civil. – Não poderão ser executadas as letras de câmbio ou notas promissórias não registradas. V. art. 2.º, § 2.º, do Decreto-lei n.º 427, de 22-1-1969.

A ação cambial contra o endossador o respectivo avalista prescreve em 12 meses.

Art. 53. O prazo da prescrição é contado do dia em que a ação pode ser proposta; para o endossador ou respectivoavalista que paga, do dia desse pagamento.

TÍTULO II

DA NOTA PROMISSÓRlA (8)

CAPÍTULO I

DA EMISSÃO

Art. 54. A nota promissória é uma promessa de pagamento e deve conter estes requisitos essenciais, lançados,por extenso no contexto:

I. a denominação de “Nota Promissória” ou termo correspondente, na língua em que for emitida;

II. a soma de dinheiro a pagar;

III. o nome da pessoa a quem deve ser paga;

IV. a assinatura do próprio punho da emitente ou do mandatário especial.

§ 1º Presume-se ter o portador o mandato para inserir a data e lugar da emissão da nota promissória, que nãocontiver estes requisitos.

§ 2º Será pagável à vista a nota promissória que não indicar a época do vencimento. Será pagável no domicílio doemitente a nota promissória que não indicar o lugar do pagamento.

É facultada a indicação alternativa de lugar de pagamento, tendo o portador direito de opção.

§ 3º Diversificando as indicações da soma do dinheiro, será considerada verdadeira a que se achar lançada porextenso no contexto.

Diversificando no contexto as indicações da soma de dinheiro, o título não será nota promissória.

§ 4º Não será nota promissória o escrito ao qual faltar qualquer dos requisitos acima enumerados. Os requisitosessenciais são considerados lançados ao tempo da emissão da nota promissória. No caso de má-fé do portador, seráadmitida prova em contrário.

Art. 55. A nota promissória pode ser passada:

I. à vista;

II. a dia certo;

III. a tempo certo da data.

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Parágrafo único. A época do pagamento deve ser precisa e única para toda a soma devida.

__________________

(8) Registro: V. nota n.º 2. – Nota Promissória Rural: V. arts. 42 a 45 do Decreto-lei n.º 167, de 14-2-1967.

CAPÍTULO II

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 56. São aplicáveis à nota promissória, com as modificações necessárias, todos os dispositivos do Título Idesta Lei, exceto os que se referem ao aceite e às duplicatas.

Para o efeito da aplicação de tais dispositivos, o emitente da nota promissória é equiparado ao aceitante da letrade câmbio.

Art. 57. Ficam revogados todos os artigos do Título XVI do Código Comercial e mais disposições em contrário. (9)

__________________ (9) O Título XVI, citado, abrange os arts. de ns. 354 a 427.

AFFONSO AUGUSTO MOREIRA PENNADavid Campista

Este texto não substitui o publicado na CLBR, de 1908

*

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Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 9.492, DE 10 DE SETEMBRO DE 1997.

Define competência, regulamenta os serviçosconcernentes ao protesto de títulos e outrosdocumentos de dívida e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

Da Competência e das Atribuições

Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigaçãooriginada em títulos e outros documentos de dívida.

Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as certidões de dívida ativa da União, dosEstados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas autarquias e fundações públicas. (Incluído pela Lei nº12.767, de 2012)

Art. 2º Os serviços concernentes ao protesto, garantidores da autenticidade, publicidade, segurança e eficácia dosatos jurídicos, ficam sujeitos ao regime estabelecido nesta Lei.

Art. 3º Compete privativamente ao Tabelião de Protesto de Títulos, na tutela dos interesses públicos e privados, aprotocolização, a intimação, o acolhimento da devolução ou do aceite, o recebimento do pagamento, do título e deoutros documentos de dívida, bem como lavrar e registrar o protesto ou acatar a desistência do credor em relação aomesmo, proceder às averbações, prestar informações e fornecer certidões relativas a todos os atos praticados, na formadesta Lei.

CAPÍTULO II

Da Ordem dos Serviços

Art. 4º O atendimento ao público será, no mínimo, de seis horas diárias.

Art. 5º Todos os documentos apresentados ou distribuídos no horário regulamentar serão protocolizados dentro devinte e quatro horas, obedecendo à ordem cronológica de entrega.

Parágrafo único. Ao apresentante será entregue recibo com as características essenciais do título ou documentode dívida, sendo de sua responsabilidade os dados fornecidos.

Art. 6º Tratando-se de cheque, poderá o protesto ser lavrado no lugar do pagamento ou do domicílio do emitente,devendo do referido cheque constar a prova de apresentação ao Banco sacado, salvo se o protesto tenha por fim instruirmedidas pleiteadas contra o estabelecimento de crédito.

CAPÍTULO III

Da Distribuição

Art. 7º Os títulos e documentos de dívida destinados a protesto somente estarão sujeitos a prévia distribuiçãoobrigatória nas localidades onde houver mais de um Tabelionato de Protesto de Títulos.

Parágrafo único. Onde houver mais de um Tabelionato de Protesto de Títulos, a distribuição será feita por umServiço instalado e mantido pelos próprios Tabelionatos, salvo se já existir Ofício Distribuidor organizado antes dapromulgação desta Lei.

Art. 8º Os títulos e documentos de dívida serão recepcionados, distribuídos e entregues na mesma data aosTabelionatos de Protesto, obedecidos os critérios de quantidade e qualidade.

Parágrafo único. Poderão ser recepcionadas as indicações a protestos das Duplicatas Mercantis e de Prestaçãode Serviços, por meio magnético ou de gravação eletrônica de dados, sendo de inteira responsabilidade do apresentanteos dados fornecidos, ficando a cargo dos Tabelionatos a mera instrumentalização das mesmas.

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CAPÍTULO IV

Da Apresentação e Protocolização

Art. 9º Todos os títulos e documentos de dívida protocolizados serão examinados em seus caracteres formais eterão curso se não apresentarem vícios, não cabendo ao Tabelião de Protesto investigar a ocorrência de prescrição oucaducidade.

Parágrafo único. Qualquer irregularidade formal observada pelo Tabelião obstará o registro do protesto.

Art. 10. Poderão ser protestados títulos e outros documentos de dívida em moeda estrangeira, emitidos fora doBrasil, desde que acompanhados de tradução efetuada por tradutor público juramentado.

§ 1º Constarão obrigatoriamente do registro do protesto a descrição do documento e sua tradução.

§ 2º Em caso de pagamento, este será efetuado em moeda corrente nacional, cumprindo ao apresentante aconversão na data de apresentação do documento para protesto.

§ 3º Tratando-se de títulos ou documentos de dívidas emitidos no Brasil, em moeda estrangeira, cuidará oTabelião de observar as disposições do Decreto-lei nº 857, de 11 de setembro de 1969, e legislação complementar ousuperveniente.

Art. 11. Tratando-se de títulos ou documentos de dívida sujeitos a qualquer tipo de correção, o pagamento seráfeito pela conversão vigorante no dia da apresentação, no valor indicado pelo apresentante.

CAPÍTULO V

Do Prazo

Art. 12. O protesto será registrado dentro de três dias úteis contados da protocolização do título ou documento dedívida.

§ 1º Na contagem do prazo a que se refere o caput exclui-se o dia da protocolização e inclui-se o do vencimento.

§ 2º Considera-se não útil o dia em que não houver expediente bancário para o público ou aquele em que este nãoobedecer ao horário normal.

Art. 13. Quando a intimação for efetivada excepcionalmente no último dia do prazo ou além dele, por motivo deforça maior, o protesto será tirado no primeiro dia útil subseqüente.

CAPÍTULO VI

Da Intimação

Art. 14. Protocolizado o título ou documento de dívida, o Tabelião de Protesto expedirá a intimação ao devedor, noendereço fornecido pelo apresentante do título ou documento, considerando-se cumprida quando comprovada a suaentrega no mesmo endereço.

§ 1º A remessa da intimação poderá ser feita por portador do próprio tabelião, ou por qualquer outro meio, desdeque o recebimento fique assegurado e comprovado através de protocolo, aviso de recepção (AR) ou documentoequivalente.

§ 2º A intimação deverá conter nome e endereço do devedor, elementos de identificação do título ou documentode dívida, e prazo limite para cumprimento da obrigação no Tabelionato, bem como número do protocolo e valor a serpago.

Art. 15. A intimação será feita por edital se a pessoa indicada para aceitar ou pagar for desconhecida, sualocalização incerta ou ignorada, for residente ou domiciliada fora da competência territorial do Tabelionato, ou, ainda,ninguém se dispuser a receber a intimação no endereço fornecido pelo apresentante.

§ 1º O edital será afixado no Tabelionato de Protesto e publicado pela imprensa local onde houver jornal decirculação diária.

§ 2º Aquele que fornecer endereço incorreto, agindo de má-fé, responderá por perdas e danos, sem prejuízo deoutras sanções civis, administrativas ou penais.

CAPÍTULO VII

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Da Desistência e Sustação do Protesto

Art. 16. Antes da lavratura do protesto, poderá o apresentante retirar o título ou documento de dívida, pagos osemolumentos e demais despesas.

Art. 17. Permanecerão no Tabelionato, à disposição do Juízo respectivo, os títulos ou documentos de dívida cujoprotesto for judicialmente sustado.

§ 1º O título do documento de dívida cujo protesto tiver sido sustado judicialmente só poderá ser pago, protestadoou retirado com autorização judicial.

§ 2º Revogada a ordem de sustação, não há necessidade de se proceder a nova intimação do devedor, sendo alavratura e o registro do protesto efetivados até o primeiro dia útil subseqüente ao do recebimento da revogação, salvose a materialização do ato depender de consulta a ser formulada ao apresentante, caso em que o mesmo prazo serácontado da data da resposta dada.

§ 3º Tornada definitiva a ordem de sustação, o título ou o documento de dívida será encaminhado ao Juízorespectivo, quando não constar determinação expressa a qual das partes o mesmo deverá ser entregue, ou sedecorridos trinta dias sem que a parte autorizada tenha comparecido no Tabelionato para retirá-lo.

Art. 18. As dúvidas do Tabelião de Protesto serão resolvidas pelo Juízo competente.

CAPÍTULO VIII

Do Pagamento

Art. 19. O pagamento do título ou do documento de dívida apresentado para protesto será feito diretamente noTabelionato competente, no valor igual ao declarado pelo apresentante, acrescido dos emolumentos e demais despesas.

§ 1º Não poderá ser recusado pagamento oferecido dentro do prazo legal, desde que feito no Tabelionato deProtesto competente e no horário de funcionamento dos serviços.

§ 2º No ato do pagamento, o Tabelionato de Protesto dará a respectiva quitação, e o valor devido será colocado àdisposição do apresentante no primeiro dia útil subseqüente ao do recebimento.

§ 3º Quando for adotado sistema de recebimento do pagamento por meio de cheque, ainda que de emissão deestabelecimento bancário, a quitação dada pelo Tabelionato fica condicionada à efetiva liquidação.

§ 4º Quando do pagamento no Tabelionato ainda subsistirem parcelas vincendas, será dada quitação da parcelapaga em apartado, devolvendo-se o original ao apresentante.

CAPÍTULO IX

Do Registro do Protesto

Art. 20. Esgotado o prazo previsto no art. 12, sem que tenham ocorrido as hipóteses dos Capítulos VII e VIII, oTabelião lavrará e registrará o protesto, sendo o respectivo instrumento entregue ao apresentante.

Art. 21. O protesto será tirado por falta de pagamento, de aceite ou de devolução.

§ 1º O protesto por falta de aceite somente poderá ser efetuado antes do vencimento da obrigação e após odecurso do prazo legal para o aceite ou a devolução.

§ 2º Após o vencimento, o protesto sempre será efetuado por falta de pagamento, vedada a recusa da lavratura eregistro do protesto por motivo não previsto na lei cambial.

§ 3º Quando o sacado retiver a letra de câmbio ou a duplicata enviada para aceite e não proceder à devoluçãodentro do prazo legal, o protesto poderá ser baseado na segunda via da letra de câmbio ou nas indicações da duplicata,que se limitarão a conter os mesmos requisitos lançados pelo sacador ao tempo da emissão da duplicata, vedada aexigência de qualquer formalidade não prevista na Lei que regula a emissão e circulação das duplicatas.

§ 4º Os devedores, assim compreendidos os emitentes de notas promissórias e cheques, os sacados nas letrasde câmbio e duplicatas, bem como os indicados pelo apresentante ou credor como responsáveis pelo cumprimento daobrigação, não poderão deixar de figurar no termo de lavratura e registro de protesto.

§ 5o Não se poderá tirar protesto por falta de pagamento de letra de câmbio contra o sacado não aceitante.(Incluído pela Lei nº 12.767, de 2012)

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Art. 22. O registro do protesto e seu instrumento deverão conter:

I - data e número de protocolização;

II - nome do apresentante e endereço;

III - reprodução ou transcrição do documento ou das indicações feitas pelo apresentante e declarações neleinseridas;

IV - certidão das intimações feitas e das respostas eventualmente oferecidas;

V - indicação dos intervenientes voluntários e das firmas por eles honradas;

VI - a aquiescência do portador ao aceite por honra;

VII - nome, número do documento de identificação do devedor e endereço;

VIII - data e assinatura do Tabelião de Protesto, de seus substitutos ou de Escrevente autorizado.

Parágrafo único. Quando o Tabelião de Protesto conservar em seus arquivos gravação eletrônica da imagem,cópia reprográfica ou micrográfica do título ou documento de dívida, dispensa-se, no registro e no instrumento, a suatranscrição literal, bem como das demais declarações nele inseridas.

Art. 23. Os termos dos protestos lavrados, inclusive para fins especiais, por falta de pagamento, de aceite ou dedevolução serão registrados em um único livro e conterão as anotações do tipo e do motivo do protesto, além dosrequisitos previstos no artigo anterior.

Parágrafo único. Somente poderão ser protestados, para fins falimentares, os títulos ou documentos de dívida deresponsabilidade das pessoas sujeitas às conseqüências da legislação falimentar.

Art. 24. O deferimento do processamento de concordata não impede o protesto.

CAPÍTULO X

Das Averbações e do Cancelamento

Art. 25. A averbação de retificação de erros materiais pelo serviço poderá ser efetuada de ofício ou a requerimentodo interessado, sob responsabilidade do Tabelião de Protesto de Títulos.

§ 1º Para a averbação da retificação será indispensável a apresentação do instrumento eventualmente expedido ede documentos que comprovem o erro.

§ 2º Não são devidos emolumentos pela averbação prevista neste artigo.

Art. 26. O cancelamento do registro do protesto será solicitado diretamente no Tabelionato de Protesto de Títulos,por qualquer interessado, mediante apresentação do documento protestado, cuja cópia ficará arquivada.

§ 1º Na impossibilidade de apresentação do original do título ou documento de dívida protestado, será exigida adeclaração de anuência, com identificação e firma reconhecida, daquele que figurou no registro de protesto como credor,originário ou por endosso translativo.

§ 2º Na hipótese de protesto em que tenha figurado apresentante por endosso-mandato, será suficiente adeclaração de anuência passada pelo credor endossante.

§ 3º O cancelamento do registro do protesto, se fundado em outro motivo que não no pagamento do título oudocumento de dívida, será efetivado por determinação judicial, pagos os emolumentos devidos ao Tabelião.

§ 4º Quando a extinção da obrigação decorrer de processo judicial, o cancelamento do registro do protesto poderáser solicitado com a apresentação da certidão expedida pelo Juízo processante, com menção do trânsito em julgado,que substituirá o título ou o documento de dívida protestado.

§ 5º O cancelamento do registro do protesto será feito pelo Tabelião titular, por seus Substitutos ou por Escreventeautorizado.

§ 6º Quando o protesto lavrado for registrado sob forma de microfilme ou gravação eletrônica, o termo docancelamento será lançado em documento apartado, que será arquivado juntamente com os documentos que instruíramo pedido, e anotado no índice respectivo.

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CAPÍTULO XI

Das Certidões e Informações do Protesto

Art. 27. O Tabelião de Protesto expedirá as certidões solicitadas dentro de cinco dias úteis, no máximo, queabrangerão o período mínimo dos cinco anos anteriores, contados da data do pedido, salvo quando se referir a protestoespecífico.

§ 1º As certidões expedidas pelos serviços de protesto de títulos, inclusive as relativas à prévia distribuição,deverão obrigatoriamente indicar, além do nome do devedor, seu número no Registro Geral (R.G.), constante da Cédulade Identidade, ou seu número no Cadastro de Pessoas Físicas (C.P.F.), se pessoa física, e o número de inscrição noCadastro Geral de Contribuintes (C.G.C.), se pessoa jurídica, cabendo ao apresentante do título para protesto forneceresses dados, sob pena de recusa.

§ 2º Das certidões não constarão os registros cujos cancelamentos tiverem sido averbados, salvo porrequerimento escrito do próprio devedor ou por ordem judicial.

Art. 28. Sempre que a homonímia puder ser verificada simplesmente pelo confronto do número de documento deidentificação, o Tabelião de Protesto dará certidão negativa.

Art. 29. Os Tabeliães de Protesto de Títulos somente poderão fornecer certidão, em forma de relação, para asentidades representativas do comércio, da indústria e das instituições financeiras, das pessoas cujos nomes edocumentos forem indicados no pedido, com a nota de se tratar de informação reservada, para uso institucionalexclusivo do solicitante, da qual não se poderá dar divulgação.

§ 1º O fornecimento da certidão a que se refere o caput será suspenso caso se desatenda o seu caráter sigilosoou se forneçam informações de protestos cancelados.

§ 2º Dos cadastros ou bancos de dados, das entidades referidas no caput, somente serão prestadas informações,mesmo sigilosas, restritivas de crédito oriundas de títulos ou documentos de dívidas regularmente protestados, cujosregistros não foram cancelados.

Art. 29. Os cartórios fornecerão às entidades representativas da indústria e do comércio ou àquelas vinculadas àproteção do crédito, quando solicitada, certidão diária, em forma de relação, dos protestos tirados e dos cancelamentosefetuados, com a nota de se cuidar de informação reservada da qual não se poderá dar publicidade pela imprensa, nemmesmo parcialmente. (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.894-22, de 1999)

§ 1o O fornecimento da certidão será suspenso caso se desatenda ao disposto no caput ou se forneçaminformações de protestos cancelados. (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.894-22, de 1999)

§ 2o Dos cadastros ou bancos de dados, das entidades referidas no caput, somente serão prestadas informaçõesrestritivas de crédito oriundas de títulos ou documentos de dívidas regularmente protestados, cujos registros não foramcancelados. (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.894-22, de 1999)

§ 3º Na localidade onde houver mais de um Tabelionato de Protesto de Títulos, poderá haver um Serviço deInformações de Protestos, organizado, instalado e mantido pelos próprios Tabelionatos.

Art. 29. Os cartórios fornecerão às entidades representativas da indústria e do comércio ou àquelas vinculadas àproteção do crédito, quando solicitada, certidão diária, em forma de relação, dos protestos tirados e dos cancelamentosefetuados, com a nota de se cuidar de informação reservada, da qual não se poderá dar publicidade pela imprensa, nemmesmo parcialmente. (Redação dada pela Lei nº 9.841, de 5.10.1999)

§ 1o O fornecimento da certidão será suspenso caso se desatenda ao disposto no caput ou se forneçaminformações de protestos cancelados. (Redação dada pela Lei nº 9.841, de 5.10.1999)

§ 2º Dos cadastros ou bancos de dados das entidades referidas no caput somente serão prestadas informaçõesrestritivas de crédito oriundas de títulos ou documentos de dívidas regularmente protestados cujos registros não foramcancelados. (Redação dada pela Lei nº 9.841, de 5.10.1999)

§ 3º Revogado. (Redação dada pela Lei nº 9.841, de 5.10.1999)

Art. 30. As certidões, informações e relações serão elaboradas pelo nome dos devedores, conforme previstos no §4º do art. 21 desta Lei, devidamente identificados, e abrangerão os protestos lavrados e registrados por falta depagamento, de aceite ou de devolução, vedada a exclusão ou omissão de nomes e de protestos, ainda que provisória ouparcial.

Art. 31. Do protocolo somente serão fornecidas informações ou certidões mediante solicitação escrita do devedorou por determinação judicial.

Art. 31. Poderão ser fornecidas certidões de protestos, não cancelados, a quaisquer interessados, desde querequeridas por escrito.(Redação dada pela Medida Provisória nº 1.894-22, de 1999)

Art. 31. Poderão ser fornecidas certidões de protestos, não cancelados, a quaisquer interessados, desde querequeridas por escrito. (Redação dada pela Lei nº 9.841, de 5.10.1999)

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CAPÍTULO XII

Dos Livros e Arquivos

Art. 32. O livro de Protocolo poderá ser escriturado mediante processo manual, mecânico, eletrônico ouinformatizado, em folhas soltas e com colunas destinadas às seguintes anotações: número de ordem, natureza do títuloou documento de dívida, valor, apresentante, devedor e ocorrências.

Parágrafo único. A escrituração será diária, constando do termo de encerramento o número de documentosapresentados no dia, sendo a data da protocolização a mesma do termo diário do encerramento.

Art. 33. Os livros de Registros de Protesto serão abertos e encerrados pelo Tabelião de Protestos ou seusSubstitutos, ou ainda por Escrevente autorizado, com suas folhas numeradas e rubricadas.

Art. 34. Os índices serão de localização dos protestos registrados e conterão os nomes dos devedores, na formado § 4º do art. 21, vedada a exclusão ou omissão de nomes e de protestos, ainda que em caráter provisório ou parcial,não decorrente do cancelamento definitivo do protesto.

§ 1º Os índices conterão referência ao livro e à folha, ao microfilme ou ao arquivo eletrônico onde estiverregistrado o protesto, ou ao número do registro, e aos cancelamentos de protestos efetuados.

§ 2º Os índices poderão ser elaborados pelo sistema de fichas, microfichas ou banco eletrônico de dados.

Art. 35. O Tabelião de Protestos arquivará ainda:

I - intimações;

II - editais;

III - documentos apresentados para a averbação no registro de protestos e ordens de cancelamentos;

IV - mandados e ofícios judiciais;

V - solicitações de retirada de documentos pelo apresentante;

VI - comprovantes de entrega de pagamentos aos credores;

VII - comprovantes de devolução de documentos de dívida irregulares.

§ 1º Os arquivos deverão ser conservados, pelo menos, durante os seguintes prazos:

I - um ano, para as intimações e editais correspondentes a documentos protestados e ordens de cancelamento;

II - seis meses, para as intimações e editais correspondentes a documentos pagos ou retirados além do tríduolegal;

III - trinta dias, para os comprovantes de entrega de pagamento aos credores, para as solicitações de retirada dosapresentantes e para os comprovantes de devolução, por irregularidade, aos mesmos, dos títulos e documentos dedívidas.

§ 2º Para os livros e documentos microfilmados ou gravados por processo eletrônico de imagens não subsiste aobrigatoriedade de sua conservação.

§ 3º Os mandados judiciais de sustação de protesto deverão ser conservados, juntamente com os respectivosdocumentos, até solução definitiva por parte do Juízo.

Art. 36. O prazo de arquivamento é de três anos para livros de protocolo e de dez anos para os livros de registrosde protesto e respectivos títulos.

CAPÍTULO XIII

Dos Emolumentos

Art. 37. Pelos atos que praticarem em decorrência desta Lei, os Tabeliães de Protesto perceberão, diretamentedas partes, a título de remuneração, os emolumentos fixados na forma da lei estadual e de seus decretosregulamentadores, salvo quando o serviço for estatizado.

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§ 1º Poderá ser exigido depósito prévio dos emolumentos e demais despesas devidas, caso em que, igualimportância deverá ser reembolsada ao apresentante por ocasião da prestação de contas, quando ressarcidas pelodevedor no Tabelionato.

§ 2º Todo e qualquer ato praticado pelo Tabelião de Protesto será cotado, identificando-se as parcelascomponentes do seu total.

§ 3º Pelo ato de digitalização e gravação eletrônica dos títulos e outros documentos, serão cobrados os mesmosvalores previstos na tabela de emolumentos para o ato de microfilmagem.

CAPÍTULO XIV

Disposições Finais

Art. 38. Os Tabeliães de Protesto de Títulos são civilmente responsáveis por todos os prejuízos que causarem,por culpa ou dolo, pessoalmente, pelos substitutos que designarem ou Escreventes que autorizarem, assegurado odireito de regresso.

Art. 39. A reprodução de microfilme ou do processamento eletrônico da imagem, do título ou de qualquerdocumento arquivado no Tabelionato, quando autenticado pelo Tabelião de Protesto, por seu Substituto ou Escreventeautorizado, guarda o mesmo valor do original, independentemente de restauração judicial.

Art. 40. Não havendo prazo assinado, a data do registro do protesto é o termo inicial da incidência de juros, taxase atualizações monetárias sobre o valor da obrigação contida no título ou documento de dívida.

Art. 41. Para os serviços previstos nesta Lei os Tabeliães poderão adotar, independentemente de autorização,sistemas de computação, microfilmagem, gravação eletrônica de imagem e quaisquer outros meios de reprodução.

Art. 42. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 43. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 10 de setembro de 1997; 176º da Independência e 109º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Iris Rezende

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 11.09.1997

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Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 5.474, DE 18 DE JULHO DE 1968.

Vigência Dispõe sôbre as Duplicatas, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinteLei:

CAPÍTULO I

Da Fatura e da Duplicata

Art . 1º Em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes domiciliadas no território brasileiro, comprazo não inferior a 30 (trinta) dias, contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá arespectiva fatura para apresentação ao comprador.

§ 1º A fatura discriminará as mercadorias vendidas ou, quando convier ao vendedor, indicará sòmente os númerose valores das notas parciais expedidas por ocasião das vendas, despachos ou entregas das mercadorias.

§ 2º (Revogado pelo Decreto-Lei nº 436, de 27.1.1969)

Art . 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito comercial,não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importânciafaturada ao comprador.

§ 1º A duplicata conterá:

I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem;

II - o número da fatura;

III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;

IV - o nome e domicílio do ven dedor e do comprador;

V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso;

VI - a praça de pagamento;

VII - a cláusula à ordem;

VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador,como aceite, cambial;

IX - a assinatura do emitente.

§ 2º Uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura.

§ 3º Nos casos de venda para pagamento em parcelas, poderá ser emitida duplicata única, em que sediscriminarão tôdas as prestações e seus vencimentos, ou série de duplicatas, uma para cada prestação distinguindo-sea numeração a que se refere o item I do § 1º dêste artigo, pelo acréscimo de letra do alfabeto, em seqüência.

Art . 3º A duplicata indicará sempre o valor total da fatura, ainda que o comprador tenha direito a qualquer rebate,mencionando o vendedor o valor líquido que o comprador deverá reconhecer como obrigação de pagar.

§ 1º Não se incluirão no valor total da duplicata os abatimentos de preços das mercadorias feitas pelo vendedor atéo ato do faturamento, desde que constem da fatura.

§ 2º A venda mercantil para pagamento contra a entrega da mercadoria ou do conhecimento de transporte, sejamou não da mesma praça vendedor e comprador, ou para pagamento em prazo inferior a 30 (trinta) dias, contado da

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entrega ou despacho das mercadorias, poderá representar-se, também, por duplicata, em que se declarará que opagamento será feito nessas condições.

Art . 4º Nas vendas realizadas por consignatários ou comissários e faturas em nome e por conta do consignanteou comitente, caberá àqueles cumprir os dispositivos desta Lei.

Art . 5º Quando a mercadoria fôr vendida por conta do consignatário, êste é obrigado, na ocasião de expedir afatura e a duplicata, a comunicar a venda ao consignante.

§ 1º Por sua vez, o consignante expedirá fatura e duplicata correspondente à mesma venda, a fim de ser estaassinada pelo consignatário, mencionando-se o prazo estipulado para a liquidação do saldo da conta.

§ 2º Fica o consignatário dispensado de emitir duplicata quando na comunicação a que se refere o § 1º declarar,que o produto líquido apurado está à disposição do consignante.

CAPÍTULO II

Da Remessa e da Devolução da Duplicata

Art . 6º A remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou por seus representantes, porintermédio de instituições financeiras, procuradores ou, correspondentes que se incumbam de apresentá-la aocomprador na praça ou no lugar de seu estabelecimento, podendo os intermediários devolvê-la, depois de assinada, ouconservá-la em seu poder até o momento do resgate, segundo as instruções de quem lhes cometeu o encargo.

§ 1º O prazo para remessa da duplicata será de 30 (trinta) dias, contado da data de sua emissão.

§ 2º Se a remessa fôr feita por intermédio de representantes instituições financeiras, procuradores oucorrespondentes êstes deverão apresentar o título, ao comprador dentro de 10 (dez) dias, contados da data de seurecebimento na praça de pagamento.

Art . 7º A duplicata, quando não fôr à vista, deverá ser devolvida pelo comprador ao apresentante dentro do prazode 10 (dez) dias, contado da data de sua apresentação, devidamente assinada ou acompanhada de declaração, porescrito, contendo as razões da falta do aceite.

§ 1º Havendo expressa concordância da instituição financeira cobradora, o sacado poderá reter a duplicata em seupoder até a data do vencimento, desde que comunique, por escrito, à apresentante o aceite e a retenção.

§ 2º - A comunicação de que trata o parágrafo anterior substituirá, quando necessário, no ato do protesto ou naexecução judicial, a duplicata a que se refere. (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

Art . 8º O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:

I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco;

II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados;

III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

CAPÍTULO III

Do Pagamento das Duplicatas

Art . 9º É lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la ou antes da data do vencimento.

§ 1º A prova do pagamento é o recibo, passado pelo legítimo portador ou por seu representante com podêresespeciais, no verso do próprio título ou em documento, em separado, com referência expressa à duplicata.

§ 2º Constituirá, igualmente, prova de pagamento, total ou parcial, da duplicata, a liquidação de cheque, a favor doestabelecimento endossatário, no qual conste, no verso, que seu valor se destina a amortização ou liquidação daduplicata nêle caracterizada.

Art . 10. No pagamento da duplicata poderão ser deduzidos quaisquer créditos a favor do devedor resultantes dedevolução de mercadorias, diferenças de preço, enganos, verificados, pagamentos por conta e outros motivosassemelhados, desde que devidamente autorizados.

Art . 11. A duplicata admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento, mediante declaração em separado ounela escrita, assinada pelo vendedor ou endossatário, ou por representante com podêres especiais.

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Parágrafo único. A reforma ou prorrogação de que trata êste artigo, para manter a coobrigação dos demaisintervenientes por endôsso ou aval, requer a anuência expressa dêstes.

Art . 12. O pagamento da duplicata poderá ser assegurado por aval, sendo o avalista equiparado àquele cujo nomeindicar; na falta da indicação, àquele abaixo de cuja firma lançar a sua; fora dêsses casos, ao comprador.

Parágrafo único. O aval dado posteriormente ao vencimento do título produzirá os mesmos efeitos que o prestadoanteriormente àquela ocorrência.

CAPÍTULO IV

Do Protesto

Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento. (Redação dada pelo Decreto-Leinº 436, de 27.1.1969)

§ 1º Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso, medianteapresentação da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por simples indicações do portador, na falta de devolução do título.(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 436, de 27.1.1969)

§ 2º O fato de não ter sido exercida a faculdade de protestar o título, por falta de aceite ou de devolução, não elidea possibilidade de protesto por falta de pagamento. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 436, de 27.1.1969)

§ 3º O protesto será tirado na praça de pagamento constante do título. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 436, de27.1.1969)

§ 4º O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo da 30 (trinta) dias, contadoda data de seu vencimento, perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas.(Redação dadapelo Decreto-Lei nº 436, de 27.1.1969)

Art. 14. Nos casos de protesto, por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, ou feitos por indicações doportador do instrumento de protesto deverá conter os requisitos enumerados no artigo 29 do Decreto nº 2.044, de 31 dedezembro de 1908, exceto a transcrição mencionada no inciso II, que será substituída pela reprodução das indicaçõesfeitas pelo portador do título.(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 436, de 27.1.1969)

CAPíTULO V (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

DO PROCESSO PARA COBRANÇA DA DUPLICATA

Art 15 - A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de conformidade com o processo aplicável aostítulos executivos extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Código de Processo Civil ,quando se tratar: (Redação dadapela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

l - de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não; (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

II - de duplicata ou triplicata não aceita, contanto que, cumulativamente: (Redação dada pela Lei nº 6.458, de1º.11.1977)

a) haja sido protestada; (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

b) esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria; e (Redaçãodada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas condições e pelos motivos previstosnos arts. 7º e 8º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

§ 1º - Contra o sacador, os endossantes e respectivos avalistas caberá o processo de execução referido nesteartigo, quaisquer que sejam a forma e as condições do protesto. (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

§ 2º - Processar-se-á também da mesma maneira a execução de duplicata ou triplicata não aceita e não devolvida,desde que haja sido protestada mediante indicações do credor ou do apresentante do título, nos termos do art. 14,preenchidas as condições do inciso II deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

Art 16 - Aplica-se o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil à ação do credor contra odevedor, por duplicata ou triplicata que não preencha os requisitos do art. 15, incisos l e II, e §§ 1º e 2º, bem como à

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ação para ilidir as razões invocadas pelo devedor para o não aceite do título, nos casos previstos no art. 8º. (Redaçãodada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

Art 17 - O foro competente para a cobrança judicial da duplicata ou da triplicata é o da praça de pagamentoconstante do título, ou outra de domicílio do comprador e, no caso de ação regressiva, a dos sacadores, dosendossantes e respectivos avalistas. (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

Art 18 - A pretensão à execução da duplicata prescreve: (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

l - contra o sacado e respectivos avalistas, em 3(três) anos, contados da data do vencimento do título; (Redaçãodada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

ll - contra endossante e seus avalistas, em 1 (um) ano, contado da data do protesto; (Redação dada pela Lei nº6.458, de 1º.11.1977)

Ill - de qualquer dos coobrigados contra os demais, em 1 (um) ano, contado da data em que haja sido efetuado opagamento do título. (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

§ 1º - A cobrança judicial poderá ser proposta contra um ou contra todos os coobrigados, sem observância daordem em que figurem no título. (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

§ 2º - Os coobrigados da duplicata respondem solidariamente pelo aceite e pelo pagamento. (Redação dada pelaLei nº 6.458, de 1º.11.1977)

CAPÍTULO VI

Da Escrita Especial

Art . 19. A adoção do regime de vendas de que trata o art. 2º desta Lei obriga o vendedor a ter e a escriturar oLivro de Registro de Duplicatas.

§ 1º No Registro de Duplicatas serão escrituradas, cronològicamente, tôdas as duplicatas emitidas, com o númerode ordem, data e valor das faturas originárias e data de sua expedição; nome e domicílio do comprador; anotações dasreformas; prorrogações e outras circunstâncias necessárias.

§ 2º Os Registros de Duplicatas, que não poderão conter emendas, borrões, rasuras ou entrelinhas, deverão serconservados nos próprios estabelecimentos.

§ 3º O Registro de Duplicatas poderá ser substituído por qualquer sistema mecanizado, desde que os requesitosdêste artigo sejam observados.

CAPíTULO VII

Das Duplicatas de Prestação de Serviços

Art . 20. As emprêsas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis, que se dediquem à prestação deserviços, poderão, também, na forma desta lei, emitir fatura e duplicata.

§ 1º A fatura deverá discriminar a natureza dos serviços prestados.

§ 2º A soma a pagar em dinheiro corresponderá ao preço dos serviços prestados.

§ 3º Aplicam-se à fatura e à duplicata ou triplicata de prestação de serviços, com as adaptações cabíveis, asdisposições referentes à fatura e à duplicata ou triplicata de venda mercantil, constituindo documento hábil, paratranscrição do instrumento de protesto, qualquer documento que comprove a efetiva prestação, dos serviços e o vínculocontratual que a autorizou.(Incluído pelo Decreto-Lei nº 436, de 27.1.1969)

Art . 21. O sacado poderá deixar de aceitar a duplicata de prestação de serviços por motivo de:

I - não correspondência com os serviços efetivamente contratados;

II - vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados, devidamente comprovados;

III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

Art . 22. Equiparam-se às entidades constantes do art. 20, para os efeitos da presente Lei, ressalvado o dispostono Capítulo VI, os profissionais liberais e os que prestam serviço de natureza eventual desde que o valor do serviço

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ultrapasse a NCr$100,00 (cem cruzeiros novos).

§ 1º Nos casos dêste artigo, o credor enviará ao devedor fatura ou conta que mencione a natureza e valor dosserviços prestados, data e local do pagamento e o vínculo contratual que deu origem aos serviços executados.

§ 2º Registrada a fatura ou conta no Cartório de Títulos e Documentos, será ela remetida ao devedor, com ascautelas constantes do artigo 6º.

§ 3º O não pagamento da fatura ou conta no prazo nela fixado autorizará o credor a levá-la a protesto, valendo, naausência do original, certidão do cartório competente.

§ 4º - O instrumento do protesto, elaborado com as cautelas do art. 14, discriminando a fatura ou conta original oua certidão do Cartório de Títulos e Documentos, autorizará o ajuizamento do competente processo de execução naforma prescrita nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

CAPÍTULO VIII

Das Disposições Gerais

Art . 23. A perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair triplicata, que terá os mesmos efeitos erequisitos e obedecerá às mesmas formalidades daquela.

Art . 24. Da duplicata poderão constar outras indicações, desde que não alterem sua feição característica.

Art . 25. Aplicam-se à duplicata e à triplicata, no que couber, os dispositivos da legislação sôbre emissão,circulação e pagamento das Letras de Câmbio.

Art . 26. O art. 172 do Código Penal (Decreto-lei número 2.848, de 7 de dezembro de 1940) passa a vigorar com aseguinte redação:

"Art. 172. Expedir ou aceitar duplicata que não corresponda, juntamente com a faturarespectiva, a uma venda efetiva de bens ou a uma real prestação de serviço.

Pena - Detenção de um a cinco anos, e multa equivalente a 20% sôbre o valor da duplicata.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsificar ou adulterar aescrituração do Livro de Registro de Duplicatas".

Art . 27. O Conselho Monetário Nacional, por proposta do Ministério da Indústria e do Comércio, baixará, dentro de120 (cento e vinte) dias da data da publicação desta lei, normas para padronização formal dos títulos e documentos nelareferidos fixando prazo para sua adoção obrigatória.

Art . 28. Esta Lei entrará em vigor 30 (trinta) dias após a data de sua publicação, revogando-se a Lei número 187,de 15 de janeiro de 1936, a Lei número 4.068, de 9 de junho de 1962, os Decretos-Leis números 265, de 28 de fevereirode 1967, 320, de 29 de março de 1967, 331, de 21 de setembro de 1967, e 345, de 28 de dezembro de 1967, na partereferente às duplicatas e tôdas as demais disposições em contrário.

Brasília, 18 de julho de 1968; 147º da Independência e 80º da República.

A. COSTA E SILVA Luís Antônio da Gama e Silva

Antônio Delfim Netto

Edmundo de Macedo Soares

Este texto não substitui o publicado no DOU de 19.7.1968

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Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976.

Produção de efeito

(Vide Decreto-lei nº 1.978, de 1982)(Vide Medida Provisória nº 608, de 2013)(Vide Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência)Mensagem de veto

Dispõe sobre as Sociedades por Ações.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

Características e Natureza da Companhia ou Sociedade Anônima

Características

Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ouacionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.

Objeto Social

Art. 2º Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, não contrário à lei, à ordem pública e aosbons costumes.

§ 1º Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis e usos do comércio.

§ 2º O estatuto social definirá o objeto de modo preciso e completo.

§ 3º A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades; ainda que não prevista no estatuto, aparticipação é facultada como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.

Denominação

Art. 3º A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões "companhia" ou "sociedadeanônima", expressas por extenso ou abreviadamente mas vedada a utilização da primeira ao final.

§ 1º O nome do fundador, acionista, ou pessoa que por qualquer outro modo tenha concorrido para o êxito daempresa, poderá figurar na denominação.

§ 2º Se a denominação for idêntica ou semelhante a de companhia já existente, assistirá à prejudicada o direito derequerer a modificação, por via administrativa (artigo 97) ou em juízo, e demandar as perdas e danos resultantes.

Companhia Aberta e Fechada

Art. 4o Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de suaemissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários. (Redação dada pela Lei nº 10.303,de 2001)

§ 1o Somente os valores mobiliários de emissão de companhia registrada na Comissão de Valores Mobiliáriospodem ser negociados no mercado de valores mobiliários. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2o Nenhuma distribuição pública de valores mobiliários será efetivada no mercado sem prévio registro naComissão de Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 3o A Comissão de Valores Mobiliários poderá classificar as companhias abertas em categorias, segundo asespécies e classes dos valores mobiliários por ela emitidos negociados no mercado, e especificará as normas sobrecompanhias abertas aplicáveis a cada categoria. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

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§ 4o O registro de companhia aberta para negociação de ações no mercado somente poderá ser cancelado se acompanhia emissora de ações, o acionista controlador ou a sociedade que a controle, direta ou indiretamente, formularoferta pública para adquirir a totalidade das ações em circulação no mercado, por preço justo, ao menos igual ao valorde avaliação da companhia, apurado com base nos critérios, adotados de forma isolada ou combinada, de patrimôniolíquido contábil, de patrimônio líquido avaliado a preço de mercado, de fluxo de caixa descontado, de comparação pormúltiplos, de cotação das ações no mercado de valores mobiliários, ou com base em outro critério aceito pela Comissão

de Valores Mobiliários, assegurada a revisão do valor da oferta, em conformidade com o disposto no art. 4o-A. (Incluídopela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 5o Terminado o prazo da oferta pública fixado na regulamentação expedida pela Comissão de Valores Mobiliários,se remanescerem em circulação menos de 5% (cinco por cento) do total das ações emitidas pela companhia, a

assembléia-geral poderá deliberar o resgate dessas ações pelo valor da oferta de que trata o § 4o, desde que depositeem estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, à disposição dos seus titulares, o valor

de resgate, não se aplicando, nesse caso, o disposto no § 6o do art. 44. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 6o O acionista controlador ou a sociedade controladora que adquirir ações da companhia aberta sob seu controleque elevem sua participação, direta ou indireta, em determinada espécie e classe de ações à porcentagem que,segundo normas gerais expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, impeça a liquidez de mercado das ações

remanescentes, será obrigado a fazer oferta pública, por preço determinado nos termos do § 4o, para aquisição datotalidade das ações remanescentes no mercado. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Art. 4o-A. Na companhia aberta, os titulares de, no mínimo, 10% (dez por cento) das ações em circulação nomercado poderão requerer aos administradores da companhia que convoquem assembléia especial dos acionistastitulares de ações em circulação no mercado, para deliberar sobre a realização de nova avaliação pelo mesmo ou por

outro critério, para efeito de determinação do valor de avaliação da companhia, referido no § 4o do art. 4o. (Incluído pelaLei nº 10.303, de 2001)

§ 1o O requerimento deverá ser apresentado no prazo de 15 (quinze) dias da divulgação do valor da oferta pública,devidamente fundamentado e acompanhado de elementos de convicção que demonstrem a falha ou imprecisão noemprego da metodologia de cálculo ou no critério de avaliação adotado, podendo os acionistas referidos no caputconvocar a assembléia quando os administradores não atenderem, no prazo de 8 (oito) dias, ao pedido de convocação.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2o Consideram-se ações em circulação no mercado todas as ações do capital da companhia aberta menos as depropriedade do acionista controlador, de diretores, de conselheiros de administração e as em tesouraria. (Incluído pelaLei nº 10.303, de 2001)

§ 3o Os acionistas que requererem a realização de nova avaliação e aqueles que votarem a seu favor deverãoressarcir a companhia pelos custos incorridos, caso o novo valor seja inferior ou igual ao valor inicial da oferta pública.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 4o Caberá à Comissão de Valores Mobiliários disciplinar o disposto no art. 4o e neste artigo, e fixar prazos para aeficácia desta revisão. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

CAPÍTULO II

Capital Social

SEÇÃO I

Valor

Fixação no Estatuto e Moeda

Art. 5º O estatuto da companhia fixará o valor do capital social, expresso em moeda nacional.

Parágrafo único. A expressão monetária do valor do capital social realizado será corrigida anualmente (artigo 167).

Alteração

Art. 6º O capital social somente poderá ser modificado com observância dos preceitos desta Lei e do estatutosocial (artigos 166 a 174).

SEÇÃO II

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Formação

Dinheiro e Bens

Art. 7º O capital social poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de benssuscetíveis de avaliação em dinheiro.

Avaliação

Art. 8º A avaliação dos bens será feita por 3 (três) peritos ou por empresa especializada, nomeados emassembléia-geral dos subscritores, convocada pela imprensa e presidida por um dos fundadores, instalando-se emprimeira convocação com a presença desubscritores que representem metade, pelo menos, do capital social, e emsegunda convocação com qualquer número.

§ 1º Os peritos ou a empresa avaliadora deverão apresentar laudo fundamentado, com a indicação dos critérios deavaliação e dos elementos de comparação adotados e instruído com os documentos relativos aos bens avaliados, eestarão presentes à assembléia que conhecer do laudo, a fim de prestarem as informações que lhes forem solicitadas.

§ 2º Se o subscritor aceitar o valor aprovado pela assembléia, os bens incorporar-se-ão ao patrimônio dacompanhia, competindo aos primeiros diretores cumprir as formalidades necessárias à respectiva transmissão.

§ 3º Se a assembléia não aprovar a avaliação, ou o subscritor não aceitar a avaliação aprovada, ficará sem efeitoo projeto de constituição da companhia.

§ 4º Os bens não poderão ser incorporados ao patrimônio da companhia por valor acima do que lhes tiver dado osubscritor.

§ 5º Aplica-se à assembléia referida neste artigo o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 115.

§ 6º Os avaliadores e o subscritor responderão perante a companhia, os acionistas e terceiros, pelos danos quelhes causarem por culpa ou dolo na avaliação dos bens, sem prejuízo da responsabilidade penal em que tenhamincorrido; no caso de bens em condomínio, a responsabilidade dos subscritores é solidária.

Transferência dos Bens

Art. 9º Na falta de declaração expressa em contrário, os bens transferem-se à companhia a título de propriedade.

Responsabilidade do Subscritor

Art. 10. A responsabilidade civil dos subscritores ou acionistas que contribuírem com bens para a formação docapital social será idêntica à do vendedor.

Parágrafo único. Quando a entrada consistir em crédito, o subscritor ou acionista responderá pela solvência dodevedor.

CAPÍTULO III

Ações

SEÇÃO I

Número e Valor Nominal

Fixação no Estatuto

Art. 11. O estatuto fixará o número das ações em que se divide o capital social e estabelecerá se as ações terão,ou não, valor nominal.

§ 1º Na companhia com ações sem valor nominal, o estatuto poderá criar uma ou mais classes de açõespreferenciais com valor nominal.

§ 2º O valor nominal será o mesmo para todas as ações da companhia.

§ 3º O valor nominal das ações de companhia aberta não poderá ser inferior ao mínimo fixado pela Comissão deValores Mobiliários.

Alteração

CAPÍTULO III

Ações

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Art. 12. O número e o valor nominal das ações somente poderão ser alterados nos casos de modificação do valordo capital social ou da sua expressão monetária, de desdobramento ou grupamento de ações, ou de cancelamento deações autorizado nesta Lei.

SEÇÃO II

Preço de Emissão

Ações com Valor Nominal

Art. 13. É vedada a emissão de ações por preço inferior ao seu valor nominal.

§ 1º A infração do disposto neste artigo importará nulidade do ato ou operação e responsabilidade dos infratores,sem prejuízo da ação penal que no caso couber.

§ 2º A contribuição do subscritor que ultrapassar o valor nominal constituirá reserva de capital (artigo 182, § 1º).

Ações sem Valor Nominal

Art. 14. O preço de emissão das ações sem valor nominal será fixado, na constituição da companhia, pelosfundadores, e no aumento de capital, pela assembléia-geral ou pelo conselho de administração (artigos 166 e 170, § 2º).

Parágrafo único. O preço de emissão pode ser fixado com parte destinada à formação de reserva de capital; naemissão de ações preferenciais com prioridade no reembolso do capital, somente a parcela que ultrapassar o valor dereembolso poderá ter essa destinação.

SEÇÃO III

Espécies e Classes

Espécies

Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias,preferenciais, ou de fruição.

§ 1º As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da companhia aberta e fechada poderãoser de uma ou mais classes.

§ 2o O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, nãopode ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) do total das ações emitidas. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

Ações Ordinárias

Art. 16. As ações ordinárias de companhia fechada poderão ser de classes diversas, em função de:

I - conversibilidade em ações preferenciais; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

II - exigência de nacionalidade brasileira do acionista; ou (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

III - direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos de órgãos administrativos.(Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

Parágrafo único. A alteração do estatuto na parte em que regula a diversidade de classes, se não forexpressamente prevista, e regulada, requererá a concordância de todos os titulares das ações atingidas.

Ações Preferenciais

Art. 17. As preferências ou vantagens das ações preferenciais podem consistir: (Redação dada pela Lei nº 10.303,de 2001)

I - em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo;(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

III - na acumulação das preferências e vantagens de que tratam os incisos I e II.(Incluído pela Lei nº 10.303, de2001)

SEÇÃO III

Espécies e Classes

Ações Ordrr inárias

Ações Prerr fererr nciais

são ordrr inárias,ç ,prerr fererr nciais, ou de fruição.

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§ 1o Independentemente do direito de receber ou não o valor de reembolso do capital com prêmio ou sem ele, asações preferenciais sem direito de voto ou com restrição ao exercício deste direito, somente serão admitidas ànegociação no mercado de valores mobiliários se a elas for atribuída pelo menos uma das seguintes preferências ouvantagens:(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento)do lucro líquido do exercício, calculado na forma do art. 202, de acordo com o seguinte critério:(Incluído dada pela Lei nº10.303, de 2001)

a) prioridade no recebimento dos dividendos mencionados neste inciso correspondente a, no mínimo, 3% (três porcento) do valor do patrimônio líquido da ação; e (Incluída dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

b) direito de participar dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depois de a estasassegurado dividendo igual ao mínimo prioritário estabelecido em conformidade com a alínea a; ou (Incluída dada pelaLei nº 10.303, de 2001)

II - direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos 10% (dez por cento) maior do que oatribuído a cada ação ordinária; ou (Incluído dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

III - direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, nas condições previstas no art. 254-A,assegurado o dividendo pelo menos igual ao das ações ordinárias. (Incluído dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2o Deverão constar do estatuto, com precisão e minúcia, outras preferências ou vantagens que sejam atribuídasaos acionistas sem direito a voto, ou com voto restrito, além das previstas neste artigo.(Redação dada pela Lei nº10.303, de 2001)

§ 3o Os dividendos, ainda que fixos ou cumulativos, não poderão ser distribuídos em prejuízo do capital social,salvo quando, em caso de liquidação da companhia, essa vantagem tiver sido expressamente assegurada.(Redaçãodada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 4o Salvo disposição em contrário no estatuto, o dividendo prioritário não é cumulativo, a ação com dividendo fixonão participa dos lucros remanescentes e a ação com dividendo mínimo participa dos lucros distribuídos em igualdadede condições com as ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo.(Redação dada pela Lei nº10.303, de 2001)

§ 5o Salvo no caso de ações com dividendo fixo, o estatuto não pode excluir ou restringir o direito das açõespreferenciais de participar dos aumentos de capital decorrentes da capitalização de reservas ou lucros (art. 169).(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 6o O estatuto pode conferir às ações preferenciais com prioridade na distribuição de dividendo cumulativo, o

direito de recebê-lo, no exercício em que o lucro for insuficiente, à conta das reservas de capital de que trata o § 1o doart. 182.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 7o Nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação preferencial de classe especial, depropriedade exclusiva do ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá conferir os poderes que especificar,inclusive o poder de veto às deliberações da assembléia-geral nas matérias que especificar.(Incluído pela Lei nº 10.303,de 2001)

Vantagens Políticas

Art. 18. O estatuto pode assegurar a uma ou mais classes de ações preferenciais o direito de eleger, em votaçãoem separado, um ou mais membros dos órgãos de administração.

Parágrafo único. O estatuto pode subordinar as alterações estatutárias que especificar à aprovação, emassembléia especial, dos titulares de uma ou mais classes de ações preferenciais.

Regulação no Estatuto

Art. 19. O estatuto da companhia com ações preferenciais declarará as vantagens ou preferências atribuídas acada classe dessas ações e as restrições a que ficarão sujeitas, e poderá prever o resgate ou a amortização, aconversão de ações de uma classe em ações de outra e em ações ordinárias, e destas em preferenciais, fixando asrespectivas condições.

SEÇÃO IV

Forma

desestatização ação prerr fererr ncial de classe especial,

poder de veto à

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Art. 20. As ações devem ser nominativas. (Redação dada pela Lei nº 8.021, de 1990)

Ações Não-Integralizadas

Art. 21. Além dos casos regulados em lei especial, as ações terão obrigatoriamente forma nominativa ouendossável até o integral pagamento do preço de emissão.

Determinação no Estatuto

Art. 22. O estatuto determinará a forma das ações e a conversibilidade de uma em outra forma.

Parágrafo único. As ações ordinárias da companhia aberta e ao menos uma das classes de ações ordinárias dacompanhia fechada, quando tiverem a forma ao portador, serão obrigatoriamente conversíveis, à vontade do acionista,em nominativas endossáveis.

SEÇÃO V

Certificados

Emissão

Art. 23. A emissão de certificado de ação somente será permitida depois de cumpridas as formalidadesnecessárias ao funcionamento legal da companhia.

§ 1º A infração do disposto neste artigo importa nulidade do certificado e responsabilidade dos infratores.

§ 2º Os certificados das ações, cujas entradas não consistirem em dinheiro, só poderão ser emitidos depois decumpridas as formalidades necessárias à transmissão de bens, ou de realizados os créditos.

§ 3º A companhia poderá cobrar o custo da substituição dos certificados, quando pedida pelo acionista.

Requisitos

Art. 24. Os certificados das ações serão escritos em vernáculo e conterão as seguintes declarações:

I - denominação da companhia, sua sede e prazo de duração;

II - o valor do capital social, a data do ato que o tiver fixado, o número de ações em que se divide e o valornominal das ações, ou a declaração de que não têm valor nominal;

III - nas companhias com capital autorizado, o limite da autorização, em número de ações ou valor do capitalsocial;

IV - o número de ações ordinárias e preferenciais das diversas classes, se houver, as vantagens ou preferênciasconferidas a cada classe e as limitações ou restrições a que as ações estiverem sujeitas;

V - o número de ordem do certificado e da ação, e a espécie e classe a que pertence;

VI - os direitos conferidos às partes beneficiárias, se houver;

VII - a época e o lugar da reunião da assembléia-geral ordinária;

VIII - a data da constituição da companhia e do arquivamento e publicação de seus atos constitutivos;

IX - o nome do acionista; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

X - o débito do acionista e a época e o lugar de seu pagamento, se a ação não estiver integralizada; (Redaçãodada pela Lei nº 9.457, de 1997)

XI - a data da emissão do certificado e as assinaturas de dois diretores, ou do agente emissor de certificados (art.27). (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 1º A omissão de qualquer dessas declarações dá ao acionista direito à indenização por perdas e danos contra acompanhia e os diretores na gestão dos quais os certificados tenham sido emitidos.

§ 2o Os certificados de ações emitidas por companhias abertas podem ser assinados por dois mandatários compoderes especiais, ou autenticados por chancela mecânica, observadas as normas expedidas pela Comissão de

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Valores Mobiliários.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

Títulos Múltiplos e Cautelas

Art. 25. A companhia poderá, satisfeitos os requisitos do artigo 24, emitir certificados de múltiplos de ações e,provisoriamente, cautelas que as representam.

Parágrafo único. Os títulos múltiplos das companhias abertas obedecerão à padronização de número de açõesfixada pela Comissão de Valores Mobiliários.

Cupões

Art. 26. Aos certificados das ações ao portador podem ser anexados cupões relativos a dividendos ou outrosdireitos.

Parágrafo único. Os cupões conterão a denominação da companhia, a indicação do lugar da sede, o número deordem do certificado, a classe da ação e o número de ordem do cupão.

Agente Emissor de Certificados

Art. 27. A companhia pode contratar a escrituração e a guarda dos livros de registro e transferência de ações e aemissão dos certificados com instituição financeira autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários a manter esseserviço.

§ 1º Contratado o serviço, somente o agente emissor poderá praticar os atos relativos aos registros e emitircertificados.

§ 2º O nome do agente emissor constará das publicações e ofertas públicas de valores mobiliários feitas pelacompanhia.

§ 3º Os certificados de ações emitidos pelo agente emissor da companhia deverão ser numerados seguidamente,mas a numeração das ações será facultativa.

SEÇÃO VI

Propriedade e Circulação

Indivisibilidade

Art. 28. A ação é indivisível em relação à companhia.

Parágrafo único. Quando a ação pertencer a mais de uma pessoa, os direitos por ela conferidos serão exercidospelo representante do condomínio.

Negociabilidade

Art. 29. As ações da companhia aberta somente poderão ser negociadas depois de realizados 30% (trinta porcento) do preço de emissão.

Parágrafo único. A infração do disposto neste artigo importa na nulidade do ato.

Negociação com as Próprias Ações

Art. 30. A companhia não poderá negociar com as próprias ações.

§ 1º Nessa proibição não se compreendem:

a) as operações de resgate, reembolso ou amortização previstas em lei;

b) a aquisição, para permanência em tesouraria ou cancelamento, desde que até o valor do saldo de lucros oureservas, exceto a legal, e sem diminuição do capital social, ou por doação;

c) a alienação das ações adquiridas nos termos da alínea b e mantidas em tesouraria;

d) a compra quando, resolvida a redução do capital mediante restituição, em dinheiro, de parte do valor das ações,o preço destas em bolsa for inferior ou igual à importância que deve ser restituída.

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§ 2º A aquisição das próprias ações pela companhia aberta obedecerá, sob pena de nulidade, às normasexpedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, que poderá subordiná-la à prévia autorização em cada caso.

§ 3º A companhia não poderá receber em garantia as próprias ações, salvo para assegurar a gestão dos seusadministradores.

§ 4º As ações adquiridas nos termos da alínea b do § 1º, enquanto mantidas em tesouraria, não terão direito adividendo nem a voto.

§ 5º No caso da alínea d do § 1º, as ações adquiridas serão retiradas definitivamente de circulação.

Ações Nominativas

Art. 31. A propriedade das ações nominativas presume-se pela inscrição do nome do acionista no livro de"Registro de Ações Nominativas" ou pelo extrato que seja fornecido pela instituição custodiante, na qualidade deproprietária fiduciária das ações.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1º A transferência das ações nominativas opera-se por termo lavrado no livro de "Transferência de AçõesNominativas", datado e assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou seus legítimos representantes.

§ 2º A transferência das ações nominativas em virtude de transmissão por sucessão universal ou legado, dearrematação, adjudicação ou outro ato judicial, ou por qualquer outro título, somente se fará mediante averbação no livrode "Registro de Ações Nominativas", à vista de documento hábil, que ficará em poder da companhia.

§ 3º Na transferência das ações nominativas adquiridas em bolsa de valores, o cessionário será representado,independentemente de instrumento de procuração, pela sociedade corretora, ou pela caixa de liquidação da bolsa devalores.

Ações Endossáveis

Art. 32. (Revogado pela Lei nº 8.021, de 1990)

Ações ao Portador

Art. 33. (Revogado pela Lei nº 8.021, de 1990)

Ações Escriturais

Art. 34. O estatuto da companhia pode autorizar ou estabelecer que todas as ações da companhia, ou uma oumais classes delas, sejam mantidas em contas de depósito, em nome de seus titulares, na instituição que designar,sem emissão de certificados.

§ 1º No caso de alteração estatutária, a conversão em ação escritural depende da apresentação e docancelamento do respectivo certificado em circulação.

§ 2o Somente as instituições financeiras autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários podem manter serviços

de escrituração de ações e de outros valores mobiliários. (Redação dada pela Lei nº 12.810, de 2013)

§ 3º A companhia responde pelas perdas e danos causados aos interessados por erros ou irregularidades noserviço de ações escriturais, sem prejuízo do eventual direito de regresso contra a instituição depositária.

Art. 35. A propriedade da ação escritural presume-se pelo registro na conta de depósito das ações, aberta emnome do acionista nos livros da instituição depositária.

§ 1º A transferência da ação escritural opera-se pelo lançamento efetuado pela instituição depositária em seuslivros, a débito da conta de ações do alienante e a crédito da conta de ações do adquirente, à vista de ordem escrita doalienante, ou de autorização ou ordem judicial, em documento hábil que ficará em poder da instituição.

§ 2º A instituição depositária fornecerá ao acionista extrato da conta de depósito das ações escriturais, sempreque solicitado, ao término de todo mês em que for movimentada e, ainda que não haja movimentação, ao menos umavez por ano.

§ 3º O estatuto pode autorizar a instituição depositária a cobrar do acionista o custo do serviço de transferência dapropriedade das ações escriturais, observados os limites máximos fixados pela Comissão de Valores Mobiliários.

Limitações à Circulação

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Art. 36. O estatuto da companhia fechada pode impor limitações à circulação das ações nominativas, contanto queregule minuciosamente tais limitações e não impeça a negociação, nem sujeite o acionista ao arbítrio dos órgãos deadministração da companhia ou da maioria dos acionistas.

Parágrafo único. A limitação à circulação criada por alteração estatutária somente se aplicará às ações cujostitulares com ela expressamente concordarem, mediante pedido de averbação no livro de "Registro de AçõesNominativas".

Suspensão dos Serviços de Certificados

Art. 37. A companhia aberta pode, mediante comunicação às bolsas de valores em que suas ações foremnegociadas e publicação de anúncio, suspender, por períodos que não ultrapassem, cada um, 15 (quinze) dias, nem ototal de 90 (noventa) dias durante o ano, os serviços de transferência, conversão e desdobramento de certificados.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não prejudicará o registro da transferência das ações negociadas embolsa anteriormente ao início do período de suspensão.

Perda ou Extravio

Art. 38. O titular de certificado perdido ou extraviado de ação ao portador ou endossável poderá, justificando apropriedade e a perda ou extravio, promover, na forma da lei processual, o procedimento de anulação e substituição paraobter a expedição de novo certificado.

§ 1º Somente será admitida a anulação e substituição de certificado ao portador ou endossado em branco à vistada prova, produzida pelo titular, da destruição ou inutilização do certificado a ser substituído.

§ 2º Até que o certificado seja recuperado ou substituído, as transferências poderão ser averbadas sob condição,cabendo à companhia exigir do titular, para satisfazer dividendo e demais direitos, garantia idônea de sua eventualrestituição.

SEÇÃO VII

Constituição de Direitos Reais e Outros Ônus

Penhor

Art. 39. O penhor ou caução de ações se constitui pela averbação do respectivo instrumento no livro de Registrode Ações Nominativas. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 1º O penhor da ação escritural se constitui pela averbação do respectivo instrumento nos livros da instituiçãofinanceira, a qual será anotada no extrato da conta de depósito fornecido ao acionista.

§ 2º Em qualquer caso, a companhia, ou a instituição financeira, tem o direito de exigir, para seu arquivo, umexemplar do instrumento de penhor.

Outros Direitos e Ônus

Art. 40. O usufruto, o fideicomisso, a alienação fiduciária em garantia e quaisquer cláusulas ou ônus que gravarema ação deverão ser averbados:

I - se nominativa, no livro de "Registro de Ações Nominativas";

II - se escritural, nos livros da instituição financeira, que os anotará no extrato da conta de depósito fornecida aoacionista. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

Parágrafo único. Mediante averbação nos termos deste artigo, a promessa de venda da ação e o direito depreferência à sua aquisição são oponíveis a terceiros.

SEÇÃO VIII

Custódia de Ações Fungíveis

Art. 41. A instituição autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários a prestar serviços de custódia de açõesfungíveis pode contratar custódia em que as ações de cada espécie e classe da companhia sejam recebidas emdepósito como valores fungíveis, adquirindo a instituição depositária a propriedade fiduciária das ações.(Redação dadapela Lei nº 10.303, de 2001)

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§ 1o A instituição depositária não pode dispor das ações e fica obrigada a devolver ao depositante a quantidade deações recebidas, com as modificações resultantes de alterações no capital social ou no número de ações da companhiaemissora, independentemente do número de ordem das ações ou dos certificados recebidos em depósito. (Redaçãodada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2o Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber, aos demais valores mobiliários.(Incluído pela Lei nº 10.303,de 2001)

§ 3o A instituição depositária ficará obrigada a comunicar à companhia emissora:(Incluído pela Lei nº 10.303, de2001)

I - imediatamente, o nome do proprietário efetivo quando houver qualquer evento societário que exija a suaidentificação; e (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - no prazo de até 10 (dez) dias, a contratação da custódia e a criação de ônus ou gravames sobre as ações.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 4o A propriedade das ações em custódia fungível será provada pelo contrato firmado entre o proprietário dasações e a instituição depositária.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 5o A instituição tem as obrigações de depositária e responde perante o acionista e terceiros pelodescumprimento de suas obrigações.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Representação e Responsabilidade

Art. 42. A instituição financeira representa, perante a companhia, os titulares das ações recebidas em custódia nostermos do artigo 41, para receber dividendos e ações bonificadas e exercer direito de preferência para subscrição deações.

§ 1º Sempre que houver distribuição de dividendos ou bonificação de ações e, em qualquer caso, ao menos umavez por ano, a instituição financeira fornecerá à companhia a lista dos depositantes de ações recebidas nos termosdeste artigo, assim como a quantidade de ações de cada um. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 2º O depositante pode, a qualquer tempo, extinguir a custódia e pedir a devolução dos certificados de suasações.

§ 3º A companhia não responde perante o acionista nem terceiros pelos atos da instituição depositária das ações.

SEÇÃO IX

Certificado de Depósito de Ações

Art. 43. A instituição financeira autorizada a funcionar como agente emissor de certificados (art. 27) pode emitirtítulo representativo das ações que receber em depósito, do qual constarão: (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

I - o local e a data da emissão;

II - o nome da instituição emitente e as assinaturas de seus representantes;

III - a denominação "Certificado de Depósito de Ações";

IV - a especificação das ações depositadas;

V - a declaração de que as ações depositadas, seus rendimentos e o valor recebido nos casos de resgate ouamortização somente serão entregues ao titular do certificado de depósito, contra apresentação deste;

VI - o nome e a qualificação do depositante;

VII - o preço do depósito cobrado pelo banco, se devido na entrega das ações depositadas;

VIII - o lugar da entrega do objeto do depósito.

§ 1º A instituição financeira responde pela origem e autenticidade dos certificados das ações depositadas.

§ 2º Emitido o certificado de depósito, as ações depositadas, seus rendimentos, o valor de resgate ou deamortização não poderão ser objeto de penhora, arresto, seqüestro, busca ou apreensão, ou qualquer outro embaraço

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que impeça sua entrega ao titular do certificado, mas este poderá ser objeto de penhora ou de qualquer medida cautelarpor obrigação do seu titular.

§ 3º Os certificados de depósito de ações serão nominativos, podendo ser mantidos sob o sistema escritural.(Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 4º Os certificados de depósito de ações poderão, a pedido do seu titular, e por sua conta, ser desdobrados ougrupados.

§ 5º Aplicam-se ao endosso do certificado, no que couber, as normas que regulam o endosso de títuloscambiários.

SEÇÃO X

Resgate, Amortização e Reembolso

Resgate e Amortização

Art. 44. O estatuto ou a assembléia-geral extraordinária pode autorizar a aplicação de lucros ou reservas noresgate ou na amortização de ações, determinando as condições e o modo de proceder-se à operação.

§ 1º O resgate consiste no pagamento do valor das ações para retirá-las definitivamente de circulação, comredução ou não do capital social, mantido o mesmo capital, será atribuído, quando for o caso, novo valor nominal àsações remanescentes.

§ 2º A amortização consiste na distribuição aos acionistas, a título de antecipação e sem redução do capitalsocial, de quantias que lhes poderiam tocar em caso de liquidação da companhia.

§ 3º A amortização pode ser integral ou parcial e abranger todas as classes de ações ou só uma delas.

§ 4º O resgate e a amortização que não abrangerem a totalidade das ações de uma mesma classe serão feitosmediante sorteio; sorteadas ações custodiadas nos termos do artigo 41, a instituição financeira especificará, medianterateio, as resgatadas ou amortizadas, se outra forma não estiver prevista no contrato de custódia.

§ 5º As ações integralmente amortizadas poderão ser substituídas por ações de fruição, com as restrições fixadaspelo estatuto ou pela assembléia-geral que deliberar a amortização; em qualquer caso, ocorrendo liquidação dacompanhia, as ações amortizadas só concorrerão ao acervo líquido depois de assegurado às ações não a amortizadasvalor igual ao da amortização, corrigido monetariamente.

§ 6o Salvo disposição em contrário do estatuto social, o resgate de ações de uma ou mais classes só seráefetuado se, em assembléia especial convocada para deliberar essa matéria específica, for aprovado por acionistas querepresentem, no mínimo, a metade das ações da(s) classe(s) atingida(s).(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Reembolso

Art. 45. O reembolso é a operação pela qual, nos casos previstos em lei, a companhia paga aos acionistasdissidentes de deliberação da assembléia-geral o valor de suas ações.

§ 1º O estatuto pode estabelecer normas para a determinação do valor de reembolso, que, entretanto, somentepoderá ser inferior ao valor de patrimônio líquido constante do último balanço aprovado pela assembléia-geral, observadoo disposto no § 2º, se estipulado com base no valor econômico da companhia, a ser apurado em avaliação (§§ 3º e 4º). (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 2º Se a deliberação da assembléia-geral ocorrer mais de 60 (sessenta) dias depois da data do último balançoaprovado, será facultado ao acionista dissidente pedir, juntamente com o reembolso, levantamento de balanço especialem data que atenda àquele prazo.

Nesse caso, a companhia pagará imediatamente 80% (oitenta por cento) do valor de reembolso calculado combase no último balanço e, levantado o balanço especial, pagará o saldo no prazo de 120 (cento e vinte), dias a contar dadata da deliberação da assembléia-geral.

§ 3º Se o estatuto determinar a avaliação da ação para efeito de reembolso, o valor será o determinado por trêsperitos ou empresa especializada, mediante laudo que satisfaça os requisitos do § 1º do art. 8º e com aresponsabilidade prevista no § 6º do mesmo artigo. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 4º Os peritos ou empresa especializada serão indicados em lista sêxtupla ou tríplice, respectivamente, peloConselho de Administração ou, se não houver, pela diretoria, e escolhidos pela Assembléia-geral em deliberação tomada

ações de fruição,

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por maioria absoluta de votos, não se computando os votos em branco, cabendo a cada ação, independentemente desua espécie ou classe, o direito a um voto. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 5º O valor de reembolso poderá ser pago à conta de lucros ou reservas, exceto a legal, e nesse caso as açõesreembolsadas ficarão em tesouraria. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 6º Se, no prazo de cento e vinte dias, a contar da publicação da ata da assembléia, não forem substituídos osacionistas cujas ações tenham sido reembolsadas à conta do capital social, este considerar-se-á reduzido no montantecorrespondente, cumprindo aos órgãos da administração convocar a assembléia-geral, dentro de cinco dias, para tomarconhecimento daquela redução. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 7º Se sobrevier a falência da sociedade, os acionistas dissidentes, credores pelo reembolso de suas ações,serão classificados como quirografários em quadro separado, e os rateios que lhes couberem serão imputados nopagamento dos créditos constituídos anteriormente à data da publicação da ata da assembléia. As quantias assimatribuídas aos créditos mais antigos não se deduzirão dos créditos dos ex-acionistas, que subsistirão integralmente paraserem satisfeitos pelos bens da massa, depois de pagos os primeiros. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 8º Se, quando ocorrer a falência, já se houver efetuado, à conta do capital social, o reembolso dos ex-acionistas,estes não tiverem sido substituídos, e a massa não bastar para o pagamento dos créditos mais antigos, caberá açãorevocatória para restituição do reembolso pago com redução do capital social, até a concorrência do que remanescerdessa parte do passivo. A restituição será havida, na mesma proporção, de todos os acionistas cujas ações tenhamsido reembolsadas. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)

CAPÍTULO IV

Partes Beneficiárias

Características

Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capitalsocial, denominados "partes beneficiárias".

§ 1º As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de crédito eventual contra a companhia,consistente na participação nos lucros anuais (artigo 190).

§ 2º A participação atribuída às partes beneficiárias, inclusive para formação de reserva para resgate, se houver,não ultrapassará 0,1 (um décimo) dos lucros.

§ 3º É vedado conferir às partes beneficiárias qualquer direito privativo de acionista, salvo o de fiscalizar, nostermos desta Lei, os atos dos administradores.

§ 4º É proibida a criação de mais de uma classe ou série de partes beneficiárias.

Emissão

Art. 47. As partes beneficiárias poderão ser alienadas pela companhia, nas condições determinadas pelo estatutoou pela assembléia-geral, ou atribuídas a fundadores, acionistas ou terceiros, como remuneração de serviços prestadosà companhia.

Parágrafo único. É vedado às companhias abertas emitir partes beneficiárias.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de2001)

Resgate e Conversão

Art. 48. O estatuto fixará o prazo de duração das partes beneficiárias e, sempre que estipular resgate, deverá criarreserva especial para esse fim.

§ 1º O prazo de duração das partes beneficiárias atribuídas gratuitamente, salvo as destinadas a sociedades oufundações beneficentes dos empregados da companhia, não poderá ultrapassar 10 (dez) anos.

§ 2º O estatuto poderá prever a conversão das partes beneficiárias em ações, mediante capitalização de reservacriada para esse fim.

§ 3º No caso de liquidação da companhia, solvido o passivo exigível, os titulares das partes beneficiárias terãodireito de preferência sobre o que restar do ativo até a importância da reserva para resgate ou conversão.

Certificados

Partrr es Beneficiárias

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Art. 49. Os certificados das partes beneficiárias conterão:

I - a denominação "parte beneficiária";

II - a denominação da companhia, sua sede e prazo de duração;

III - o valor do capital social, a data do ato que o fixou e o número de ações em que se divide;

IV - o número de partes beneficiárias criadas pela companhia e o respectivo número de ordem;

V - os direitos que lhes serão atribuídos pelo estatuto, o prazo de duração e as condições de resgate, se houver;

VI - a data da constituição da companhia e do arquivamento e publicação dos seus atos constitutivos;

VII - o nome do beneficiário; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

VIII - a data da emissão do certificado e as assinaturas de dois diretores. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de1997)

Forma, Propriedade, Circulação e Ônus

Art. 50. As partes beneficiárias serão nominativas e a elas se aplica, no que couber, o disposto nas seções V aVII do Capítulo III. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 1º As partes beneficiárias serão registradas em livros próprios, mantidos pela companhia. (Redação dada pelaLei nº 9.457, de 1997)

§ 2º As partes beneficiárias podem ser objeto de depósito com emissão de certificado, nos termos do artigo 43.

Modificação dos Direitos

Art. 51. A reforma do estatuto que modificar ou reduzir as vantagens conferidas às partes beneficiárias só teráeficácia quando aprovada pela metade, no mínimo, dos seus titulares, reunidos em assembléia-geral especial.

§ 1º A assembléia será convocada, através da imprensa, de acordo com as exigências para convocação dasassembléias de acionistas, com 1 (um) mês de antecedência, no mínimo. Se, após 2 (duas) convocações, deixar deinstalar-se por falta de número, somente 6 (seis) meses depois outra poderá ser convocada.

§ 2º Cada parte beneficiária dá direito a 1 (um) voto, não podendo a companhia votar com os títulos que possuirem tesouraria.

§ 3º A emissão de partes beneficiárias poderá ser feita com a nomeação de agente fiduciário dos seus titulares,observado, no que couber, o disposto nos artigos 66 a 71.

CAPÍTULO V

Debêntures

Características

Art. 52. A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus titulares direito de crédito contra ela, nascondições constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

SEÇÃO I

Direito dos Debenturistas

Emissões e Séries

Art. 53. A companhia poderá efetuar mais de uma emissão de debêntures, e cada emissão pode ser dividida emséries.

Parágrafo único. As debêntures da mesma série terão igual valor nominal e conferirão a seus titulares os mesmosdireitos.

Valor Nominal

Debênturerr s

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Art. 54. A debênture terá valor nominal expresso em moeda nacional, salvo nos casos de obrigação que, nostermos da legislação em vigor, possa ter o pagamento estipulado em moeda estrangeira.

§ 1o A debênture poderá conter cláusula de correção monetária, com base nos coeficientes fixados para correçãode títulos da dívida pública, na variação da taxa cambial ou em outros referenciais não expressamente vedados em lei.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2o A escritura de debênture poderá assegurar ao debenturista a opção de escolher receber o pagamento doprincipal e acessórios, quando do vencimento, amortização ou resgate, em moeda ou em bens avaliados nos termos do

art. 8o. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Vencimento, Amortização e Resgate

Art. 55. A época do vencimento da debênture deverá constar da escritura de emissão e do certificado, podendo acompanhia estipular amortizações parciais de cada série, criar fundos de amortização e reservar-se o direito de resgateantecipado, parcial ou total, dos títulos da mesma série.

§ 1o A amortização de debêntures da mesma série deve ser feita mediante rateio. (Redação dada pela Lei nº12.431, de 2011).

§ 2o O resgate parcial de debêntures da mesma série deve ser feito: (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).

I - mediante sorteio; ou (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).

II - se as debêntures estiverem cotadas por preço inferior ao valor nominal, por compra no mercado organizado devalores mobiliários, observadas as regras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 12.431,de 2011).

§ 3o É facultado à companhia adquirir debêntures de sua emissão: (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).

I - por valor igual ou inferior ao nominal, devendo o fato constar do relatório da administração e das demonstraçõesfinanceiras; ou (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).

II - por valor superior ao nominal, desde que observe as regras expedidas pela Comissão de ValoresMobiliários. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).

§ 4o A companhia poderá emitir debêntures cujo vencimento somente ocorra nos casos de inadimplência daobrigação de pagar juros e dissolução da companhia, ou de outras condições previstas no título. (Incluído pela Lei nº12.431, de 2011).

Juros e Outros Direitos

Art. 56. A debênture poderá assegurar ao seu titular juros, fixos ou variáveis, participação no lucro da companhia eprêmio de reembolso.

Conversibilidade em Ações

Art. 57. A debênture poderá ser conversível em ações nas condições constantes da escritura de emissão, queespecificará:

I - as bases da conversão, seja em número de ações em que poderá ser convertida cada debênture, seja comorelação entre o valor nominal da debênture e o preço de emissão das ações;

II - a espécie e a classe das ações em que poderá ser convertida;

III - o prazo ou época para o exercício do direito à conversão;

IV - as demais condições a que a conversão acaso fique sujeita.

§ 1º Os acionistas terão direito de preferência para subscrever a emissão de debêntures com cláusula deconversibilidade em ações, observado o disposto nos artigos 171 e 172.

§ 2º Enquanto puder ser exercido o direito à conversão, dependerá de prévia aprovação dos debenturistas, emassembléia especial, ou de seu agente fiduciário, a alteração do estatuto para:

a) mudar o objeto da companhia;

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b) criar ações preferenciais ou modificar as vantagens das existentes, em prejuízo das ações em que sãoconversíveis as debêntures.

SEÇÃO II

Espécies

Art. 58. A debênture poderá, conforme dispuser a escritura de emissão, ter garantia real ou garantia flutuante, nãogozar de preferência ou ser subordinada aos demais credores da companhia.

§ 1º A garantia flutuante assegura à debênture privilégio geral sobre o ativo da companhia, mas não impede anegociação dos bens que compõem esse ativo.

§ 2º As garantias poderão ser constituídas cumulativamente.

§ 3º As debêntures com garantia flutuante de nova emissão são preferidas pelas de emissão ou emissõesanteriores, e a prioridade se estabelece pela data da inscrição da escritura de emissão; mas dentro da mesma emissão,as séries concorrem em igualdade.

§ 4º A debênture que não gozar de garantia poderá conter cláusula de subordinação aos credores quirografários,preferindo apenas aos acionistas no ativo remanescente, se houver, em caso de liquidação da companhia.

§ 5º A obrigação de não alienar ou onerar bem imóvel ou outro bem sujeito a registro de propriedade, assumidapela companhia na escritura de emissão, é oponível a terceiros, desde que averbada no competente registro.

§ 6º As debêntures emitidas por companhia integrante de grupo de sociedades (artigo 265) poderão ter garantiaflutuante do ativo de 2 (duas) ou mais sociedades do grupo.

SEÇÃO III

Criação e Emissão

Competência

Art. 59. A deliberação sobre emissão de debêntures é da competência privativa da assembléia-geral, que deveráfixar, observado o que a respeito dispuser o estatuto:

I - o valor da emissão ou os critérios de determinação do seu limite, e a sua divisão em séries, se for o caso;

II - o número e o valor nominal das debêntures;

III - as garantias reais ou a garantia flutuante, se houver;

IV - as condições da correção monetária, se houver;

V - a conversibilidade ou não em ações e as condições a serem observadas na conversão;

VI - a época e as condições de vencimento, amortização ou resgate;

VII - a época e as condições do pagamento dos juros, da participação nos lucros e do prêmio de reembolso, sehouver;

VIII - o modo de subscrição ou colocação, e o tipo das debêntures.

§ 1o Na companhia aberta, o conselho de administração pode deliberar sobre a emissão de debêntures nãoconversíveis em ações, salvo disposição estatutária em contrário. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).

§ 2o O estatuto da companhia aberta poderá autorizar o conselho de administração a, dentro dos limites docapital autorizado, deliberar sobre a emissão de debêntures conversíveis em ações, especificando o limite do aumentode capital decorrente da conversão das debêntures, em valor do capital social ou em número de ações, e as espécies eclasses das ações que poderão ser emitidas. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).

§ 3o A assembleia geral pode deliberar que a emissão terá valor e número de série indeterminados, dentro doslimites por ela fixados. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).

§ 4o Nos casos não previstos nos §§ 1o e 2o, a assembleia geral pode delegar ao conselho de administração adeliberação sobre as condições de que tratam os incisos VI a VIII do caput e sobre a oportunidade da emissão.

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(Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).

Limite de Emissão

Art. 60. (Revogado pela Lei nº 12.431, de 2011).

Escritura de Emissão

Art. 61. A companhia fará constar da escritura de emissão os direitos conferidos pelas debêntures, suas garantiase demais cláusulas ou condições.

§ 1º A escritura de emissão, por instrumento público ou particular, de debêntures distribuídas ou admitidas ànegociação no mercado, terá obrigatoriamente a intervenção de agente fiduciário dos debenturistas (artigos 66 a 70).

§ 2º Cada nova série da mesma emissão será objeto de aditamento à respectiva escritura.

§ 3º A Comissão de Valores Mobiliários poderá aprovar padrões de cláusulas e condições que devam ser adotadosnas escrituras de emissão de debêntures destinadas à negociação em bolsa ou no mercado de balcão, e recusar aadmissão ao mercado da emissão que não satisfaça a esses padrões.

Registro

Art. 62. Nenhuma emissão de debêntures será feita sem que tenham sido satisfeitos os seguintes requisitos:(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - arquivamento, no registro do comércio, e publicação da ata da assembléia-geral, ou do conselho deadministração, que deliberou sobre a emissão; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - inscrição da escritura de emissão no registro do comércio; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

III - constituição das garantias reais, se for o caso.

§ 1º Os administradores da companhia respondem pelas perdas e danos causados à companhia ou a terceiros porinfração deste artigo.

§ 2º O agente fiduciário e qualquer debenturista poderão promover os registros requeridos neste artigo e sanar aslacunas e irregularidades porventura existentes nos registros promovidos pelos administradores da companhia; nestecaso, o oficial do registro notificará a administração da companhia para que lhe forneça as indicações e documentosnecessários.

§ 3º Os aditamentos à escritura de emissão serão averbados nos mesmos registros.

§ 4o Os registros do comércio manterão livro especial para inscrição das emissões de debêntures, no qual serãoanotadas as condições essenciais de cada emissão.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

SEÇÃO IV

Forma, Propriedade, Circulação e Ônus

Art. 63. As debêntures serão nominativas, aplicando-se, no que couber, o disposto nas seções V a VII do CapítuloIII. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 1o As debêntures podem ser objeto de depósito com emissão de certificado, nos termos do art. 43. (Redaçãodada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2o A escritura de emissão pode estabelecer que as debêntures sejam mantidas em contas de custódia, emnome de seus titulares, na instituição que designar, sem emissão de certificados, aplicando-se, no que couber, odisposto no art. 41.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

SEÇÃO V

Certificados

Requisitos

Art. 64. Os certificados das debêntures conterão:

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I - a denominação, sede, prazo de duração e objeto da companhia;

II - a data da constituição da companhia e do arquivamento e publicação dos seus atos constitutivos;

III - a data da publicação da ata da assembléia-geral que deliberou sobre a emissão;

IV - a data e ofício do registro de imóveis em que foi inscrita a emissão;

V - a denominação "Debênture" e a indicação da sua espécie, pelas palavras "com garantia real", "com garantiaflutuante", "sem preferência" ou "subordinada";

VI - a designação da emissão e da série;

VII - o número de ordem;

VIII - o valor nominal e a cláusula de correção monetária, se houver, as condições de vencimento, amortização,resgate, juros, participação no lucro ou prêmio de reembolso, e a época em que serão devidos;

IX - as condições de conversibilidade em ações, se for o caso;

X - o nome do debenturista; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

XI - o nome do agente fiduciário dos debenturistas, se houver; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

XII - a data da emissão do certificado e a assinatura de dois diretores da companhia; (Redação dada pela Lei nº9.457, de 1997)

XIII - a autenticação do agente fiduciário, se for o caso. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

Títulos Múltiplos e Cautelas

Art. 65. A companhia poderá emitir certificados de múltiplos de debêntures e, provisoriamente, cautelas que asrepresentem, satisfeitos os requisitos do artigo 64.

§ 1º Os títulos múltiplos de debêntures das companhias abertas obedecerão à padronização de quantidade fixadapela Comissão de Valores Mobiliários.

§ 2º Nas condições previstas na escritura de emissão com nomeação de agente fiduciário, os certificados poderãoser substituídos, desdobrados ou grupados.

SEÇÃO VI

Agente Fiduciário dos Debenturistas

Requisitos e Incompatibilidades

Art. 66. O agente fiduciário será nomeado e deverá aceitar a função na escritura de emissão das debêntures.

§ 1º Somente podem ser nomeados agentes fiduciários as pessoas naturais que satisfaçam aos requisitos para oexercício de cargo em órgão de administração da companhia e as instituições financeiras que, especialmenteautorizadas pelo Banco Central do Brasil, tenham por objeto a administração ou a custódia de bens de terceiros.

§ 2º A Comissão de Valores Mobiliários poderá estabelecer que nas emissões de debêntures negociadas nomercado o agente fiduciário, ou um dos agentes fiduciários, seja instituição financeira.

§ 3º Não pode ser agente fiduciário:

a) pessoa que já exerça a função em outra emissão da mesma companhia, a menos que autorizado, nos termosdas normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários; (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).

b) instituição financeira coligada à companhia emissora ou à entidade que subscreva a emissão para distribuí-lano mercado, e qualquer sociedade por elas controlada;

c) credor, por qualquer título, da sociedade emissora, ou sociedade por ele controlada;

d) instituição financeira cujos administradores tenham interesse na companhia emissora;

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e) pessoa que, de qualquer outro modo, se coloque em situação de conflito de interesses pelo exercício dafunção.

§ 4º O agente fiduciário que, por circunstâncias posteriores à emissão, ficar impedido de continuar a exercer afunção deverá comunicar imediatamente o fato aos debenturistas e pedir sua substituição.

Substituição, Remuneração e Fiscalização

Art. 67. A escritura de emissão estabelecerá as condições de substituição e remuneração do agente fiduciário,observadas as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.

Parágrafo único. A Comissão de Valores Mobiliários fiscalizará o exercício da função de agente fiduciário dasemissões distribuídas no mercado, ou de debêntures negociadas em bolsa ou no mercado de balcão, podendo:

a) nomear substituto provisório, nos casos de vacância;

b) suspender o agente fiduciário de suas funções e dar-lhe substituto, se deixar de cumprir os seus deveres.

Deveres e Atribuições

Art. 68. O agente fiduciário representa, nos termos desta Lei e da escritura de emissão, a comunhão dosdebenturistas perante a companhia emissora.

§ 1º São deveres do agente fiduciário:

a) proteger os direitos e interesses dos debenturistas, empregando no exercício da função o cuidado e a diligênciaque todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios bens;

b) elaborar relatório e colocá-lo anualmente a disposição dos debenturistas, dentro de 4 (quatro) meses doencerramento do exercício social da companhia, informando os fatos relevantes ocorridos durante o exercício, relativosà execução das obrigações assumidas pela companhia, aos bens garantidores das debêntures e à constituição eaplicação do fundo de amortização, se houver, do relatório constará, ainda, declaração do agente sobre sua aptidão paracontinuar no exercício da função;

c) notificar os debenturistas, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, de qualquer inadimplemento, pelacompanhia, de obrigações assumidas na escritura da emissão.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2º A escritura de emissão disporá sobre o modo de cumprimento dos deveres de que tratam as alíneas b e c doparágrafo anterior.

§ 3º O agente fiduciário pode usar de qualquer ação para proteger direitos ou defender interesses dosdebenturistas, sendo-lhe especialmente facultado, no caso de inadimplemento da companhia:

a) declarar, observadas as condições da escritura de emissão, antecipadamente vencidas as debêntures e cobraro seu principal e acessórios;

b) executar garantias reais, receber o produto da cobrança e aplicá-lo no pagamento, integral ou proporcional, dosdebenturistas;

c) requerer a falência da companhia emissora, se não existirem garantias reais;

d) representar os debenturistas em processos de falência, concordata, intervenção ou liquidação extrajudicial dacompanhia emissora, salvo deliberação em contrário da assembléia dos debenturistas;

e) tomar qualquer providência necessária para que os debenturistas realizem os seus créditos.

§ 4º O agente fiduciário responde perante os debenturistas pelos prejuízos que lhes causar por culpa ou dolo noexercício das suas funções.

§ 5º O crédito do agente fiduciário por despesas que tenha feito para proteger direitos e interesses ou realizarcréditos dos debenturistas será acrescido à dívida da companhia emissora, gozará das mesmas garantias dasdebêntures e preferirá a estas na ordem de pagamento.

§ 6º Serão reputadas não-escritas as cláusulas da escritura de emissão que restringirem os deveres, atribuições eresponsabilidade do agente fiduciário previstos neste artigo.

Outras Funções

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Art. 69. A escritura de emissão poderá ainda atribuir ao agente fiduciário as funções de autenticar os certificadosde debêntures, administrar o fundo de amortização, manter em custódia bens dados em garantia e efetuar ospagamentos de juros, amortização e resgate.

Substituição de Garantias e Modificação da Escritura

Art. 70. A substituição de bens dados em garantia, quando autorizada na escritura de emissão, dependerá daconcordância do agente fiduciário.

Parágrafo único. O agente fiduciário não tem poderes para acordar na modificação das cláusulas e condições daemissão.

SEÇÃO VII

Assembléia de Debenturistas

Art. 71. Os titulares de debêntures da mesma emissão ou série podem, a qualquer tempo, reunir-se em assembléiaa fim de deliberar sobre matéria de interesse da comunhão dos debenturistas.

§ 1º A assembléia de debenturistas pode ser convocada pelo agente fiduciário, pela companhia emissora, pordebenturistas que representem 10% (dez por cento), no mínimo, dos títulos em circulação, e pela Comissão de ValoresMobiliários.

§ 2º Aplica-se à assembléia de debenturistas, no que couber, o disposto nesta Lei sobre a assembléia-geral deacionistas.

§ 3º A assembléia se instalará, em primeira convocação, com a presença de debenturistas que representemmetade, no mínimo, das debêntures em circulação, e, em segunda convocação, com qualquer número.

§ 4º O agente fiduciário deverá comparecer à assembléia e prestar aos debenturistas as informações que lheforem solicitadas.

§ 5º A escritura de emissão estabelecerá a maioria necessária, que não será inferior à metade das debêntures emcirculação, para aprovar modificação nas condições das debêntures.

§ 6º Nas deliberações da assembléia, a cada debênture caberá um voto.

Seção VIII

Cédula de debêntures(Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

Art. 72. As instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central do Brasil a efetuar esse tipo de operaçãopoderão emitir cédulas lastreadas em debêntures, com garantia própria, que conferirão a seus titulares direito de créditocontra o emitente, pelo valor nominal e os juros nela estipulados. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 1º A cédula será nominativa, escritural ou não. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 2º O certificado da cédula conterá as seguintes declarações:

a) o nome da instituição financeira emitente e as assinaturas dos seus representantes;

b) o número de ordem, o local e a data da emissão;

c) a denominação Cédula de Debêntures; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

d) o valor nominal e a data do vencimento;

e) os juros, que poderão ser fixos ou variáveis, e as épocas do seu pagamento;

f) o lugar do pagamento do principal e dos juros;

g) a identificação das debêntures-lastro, do seu valor e da garantia constituída; (Redação dada pela Lei nº 9.457,de 1997)

h) o nome do agente fiduciário dos debenturistas;

i) a cláusula de correção monetária, se houver;

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j) o nome do titular. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

SEÇÃO IX

Emissão de Debêntures no Estrangeiro

Art. 73. Somente com a prévia aprovação do Banco Central do Brasil as companhias brasileiras poderão emitirdebêntures no exterior com garantia real ou flutuante de bens situados no País.

§ 1º Os credores por obrigações contraídas no Brasil terão preferência sobre os créditos por debêntures emitidasno exterior por companhias estrangeiras autorizadas a funcionar no País, salvo se a emissão tiver sido previamenteautorizada pelo Banco Central do Brasil e o seu produto aplicado em estabelecimento situado no território nacional.

§ 2º Em qualquer caso, somente poderão ser remetidos para o exterior o principal e os encargos de debênturesregistradas no Banco Central do Brasil.

§ 3º A emissão de debêntures no estrangeiro, além de observar os requisitos do artigo 62, requer a inscrição, noregistro de imóveis, do local da sede ou do estabelecimento, dos demais documentos exigidos pelas leis do lugar daemissão, autenticadas de acordo com a lei aplicável, legalizadas pelo consulado brasileiro no exterior e acompanhadosde tradução em vernáculo, feita por tradutor público juramentado; e, no caso de companhia estrangeira, o arquivamentono registro do comércio e publicação do ato que, de acordo com o estatuto social e a lei do local da sede, tenhaautorizado a emissão.

§ 4º A negociação, no mercado de capitais do Brasil, de debêntures emitidas no estrangeiro, depende de préviaautorização da Comissão de Valores Mobiliários.

SEÇÃO X

Extinção

Art. 74. A companhia emissora fará, nos livros próprios, as anotações referentes à extinção das debêntures, emanterá arquivados, pelo prazo de 5 (cinco) anos, juntamente com os documentos relativos à extinção, os certificadoscancelados ou os recibos dos titulares das contas das debêntures escriturais.

§ 1º Se a emissão tiver agente fiduciário, caberá a este fiscalizar o cancelamento dos certificados.

§ 2º Os administradores da companhia responderão solidariamente pelas perdas e danos decorrentes da infraçãodo disposto neste artigo.

CAPÍTULO VI

Bônus de Subscrição

Características

Art. 75. A companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital autorizado no estatuto (artigo 168),títulos negociáveis denominados "Bônus de Subscrição".

Parágrafo único. Os bônus de subscrição conferirão aos seus titulares, nas condições constantes do certificado,direito de subscrever ações do capital social, que será exercido mediante apresentação do título à companhia epagamento do preço de emissão das ações.

Competência

Art. 76. A deliberação sobre emissão de bônus de subscrição compete à assembléia-geral, se o estatuto não aatribuir ao conselho de administração.

Emissão

Art. 77. Os bônus de subscrição serão alienados pela companhia ou por ela atribuídos, como vantagem adicional,aos subscritos de emissões de suas ações ou debêntures.

Parágrafo único. Os acionistas da companhia gozarão, nos termos dos artigos 171 e 172, de preferência parasubscrever a emissão de bônus.

Forma, Propriedade e Circulação

Bônus de Subscrição

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Art. 78. Os bônus de subscrição terão a forma nominativa. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

Parágrafo único. Aplica-se aos bônus de subscrição, no que couber, o disposto nas Seções V a VII do Capítulo III.

Certificados

Art. 79. O certificado de bônus de subscrição conterá as seguintes declarações:

I - as previstas nos números I a IV do artigo 24;

II - a denominação "Bônus de Subscrição";

III - o número de ordem;

IV - o número, a espécie e a classe das ações que poderão ser subscritas, o preço de emissão ou os critérios parasua determinação;

V - a época em que o direito de subscrição poderá ser exercido e a data do término do prazo para esse exercício;

VI - o nome do titular; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

VII - a data da emissão do certificado e as assinaturas de dois diretores. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de1997)

CAPÍTULO VII

Constituição da Companhia

SEÇÃO I

Requisitos Preliminares

Art. 80. A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos preliminares:

I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado noestatuto;

II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas emdinheiro;

III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão deValores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro.

Parágrafo único. O disposto no número II não se aplica às companhias para as quais a lei exige realização inicialde parte maior do capital social.

Depósito da Entrada

Art. 81. O depósito referido no número III do artigo 80 deverá ser feito pelo fundador, no prazo de 5 (cinco) diascontados do recebimento das quantias, em nome do subscritor e a favor da sociedade em organização, que só poderálevantá-lo após haver adquirido personalidade jurídica.

Parágrafo único. Caso a companhia não se constitua dentro de 6 (seis) meses da data do depósito, o bancorestituirá as quantias depositadas diretamente aos subscritores.

SEÇÃO II

Constituição por Subscrição Pública

Registro da Emissão

Art. 82. A constituição de companhia por subscrição pública depende do prévio registro da emissão na Comissãode Valores Mobiliários, e a subscrição somente poderá ser efetuada com a intermediação de instituição financeira.

§ 1º O pedido de registro de emissão obedecerá às normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e seráinstruído com:

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a) o estudo de viabilidade econômica e financeira do empreendimento;

b) o projeto do estatuto social;

c) o prospecto, organizado e assinado pelos fundadores e pela instituição financeira intermediária.

§ 2º A Comissão de Valores Mobiliários poderá condicionar o registro a modificações no estatuto ou no prospectoe denegá-lo por inviabilidade ou temeridade do empreendimento, ou inidoneidade dos fundadores.

Projeto de Estatuto

Art. 83. O projeto de estatuto deverá satisfazer a todos os requisitos exigidos para os contratos das sociedadesmercantis em geral e aos peculiares às companhias, e conterá as normas pelas quais se regerá a companhia.

Prospecto

Art. 84. O prospecto deverá mencionar, com precisão e clareza, as bases da companhia e os motivos quejustifiquem a expectativa de bom êxito do empreendimento, e em especial:

I - o valor do capital social a ser subscrito, o modo de sua realização e a existência ou não de autorização paraaumento futuro;

II - a parte do capital a ser formada com bens, a discriminação desses bens e o valor a eles atribuídos pelosfundadores;

III - o número, as espécies e classes de ações em que se dividirá o capital; o valor nominal das ações, e o preçoda emissão das ações;

IV - a importância da entrada a ser realizada no ato da subscrição;

V - as obrigações assumidas pelos fundadores, os contratos assinados no interesse da futura companhia e asquantias já despendidas e por despender;

VI - as vantagens particulares, a que terão direito os fundadores ou terceiros, e o dispositivo do projeto do estatutoque as regula;

VII - a autorização governamental para constituir-se a companhia, se necessária;

VIII - as datas de início e término da subscrição e as instituições autorizadas a receber as entradas;

IX - a solução prevista para o caso de excesso de subscrição;

X - o prazo dentro do qual deverá realizar-se a assembléia de constituição da companhia, ou a preliminar paraavaliação dos bens, se for o caso;

XI - o nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos fundadores, ou, se pessoa jurídica, a firma oudenominação, nacionalidade e sede, bem como o número e espécie de ações que cada um houver subscrito,

XII - a instituição financeira intermediária do lançamento, em cujo poder ficarão depositados os originais doprospecto e do projeto de estatuto, com os documentos a que fizerem menção, para exame de qualquer interessado.

Lista, Boletim e Entrada

Art. 85. No ato da subscrição das ações a serem realizadas em dinheiro, o subscritor pagará a entrada e assinaráa lista ou o boletim individual autenticados pela instituição autorizada a receber as entradas, qualificando-se pelo nome,nacionalidade, residência, estado civil, profissão e documento de identidade, ou, se pessoa jurídica, pela firma oudenominação, nacionalidade e sede, devendo especificar o número das ações subscritas, a sua espécie e classe, sehouver mais de uma, e o total da entrada.

Parágrafo único. A subscrição poderá ser feita, nas condições previstas no prospecto, por carta à instituição, comas declarações prescritas neste artigo e o pagamento da entrada.

Convocação de Assembléia

Art. 86. Encerrada a subscrição e havendo sido subscrito todo o capital social, os fundadores convocarão aassembléia-geral que deverá:

I - promover a avaliação dos bens, se for o caso (artigo 8º);

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II - deliberar sobre a constituição da companhia.

Parágrafo único. Os anúncios de convocação mencionarão hora, dia e local da reunião e serão inseridos nosjornais em que houver sido feita a publicidade da oferta de subscrição.

Assembléia de Constituição

Art. 87. A assembléia de constituição instalar-se-á, em primeira convocação, com a presença de subscritores querepresentem, no mínimo, metade do capital social, e, em segunda convocação, com qualquer número.

§ 1º Na assembléia, presidida por um dos fundadores e secretariada por subscritor, será lido o recibo de depósitode que trata o número III do artigo 80, bem como discutido e votado o projeto de estatuto.

§ 2º Cada ação, independentemente de sua espécie ou classe, dá direito a um voto; a maioria não tem poder paraalterar o projeto de estatuto.

§ 3º Verificando-se que foram observadas as formalidades legais e não havendo oposição de subscritores querepresentem mais da metade do capital social, o presidente declarará constituída a companhia, procedendo-se, a seguir,à eleição dos administradores e fiscais.

§ 4º A ata da reunião, lavrada em duplicata, depois de lida e aprovada pela assembléia, será assinada por todos ossubscritores presentes, ou por quantos bastem à validade das deliberações; um exemplar ficará em poder da companhiae o outro será destinado ao registro do comércio.

SEÇÃO III

Constituição por Subscrição Particular

Art. 88. A constituição da companhia por subscrição particular do capital pode fazer-se por deliberação dossubscritores em assembléia-geral ou por escritura pública, considerando-se fundadores todos os subscritores.

§ 1º Se a forma escolhida for a de assembléia-geral, observar-se-á o disposto nos artigos 86 e 87, devendo serentregues à assembléia o projeto do estatuto, assinado em duplicata por todos os subscritores do capital, e as listas ouboletins de subscrição de todas as ações.

§ 2º Preferida a escritura pública, será ela assinada por todos os subscritores, e conterá:

a) a qualificação dos subscritores, nos termos do artigo 85;

b) o estatuto da companhia;

c) a relação das ações tomadas pelos subscritores e a importância das entradas pagas;

d) a transcrição do recibo do depósito referido no número III do artigo 80;

e) a transcrição do laudo de avaliação dos peritos, caso tenha havido subscrição do capital social em bens (artigo8°);

f) a nomeação dos primeiros administradores e, quando for o caso, dos fiscais.

SEÇÃO IV

Disposições Gerais

Art. 89. A incorporação de imóveis para formação do capital social não exige escritura pública.

Art. 90. O subscritor pode fazer-se representar na assembléia-geral ou na escritura pública por procurador compoderes especiais.

Art. 91. Nos atos e publicações referentes a companhia em constituição, sua denominação deverá ser aditada dacláusula "em organização".

Art. 92. Os fundadores e as instituições financeiras que participarem da constituição por subscrição públicaresponderão, no âmbito das respectivas atribuições, pelos prejuízos resultantes da inobservância de preceitos legais.

Parágrafo único. Os fundadores responderão, solidariamente, pelo prejuízo decorrente de culpa ou dolo em atos ouoperações anteriores à constituição.

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Art. 93. Os fundadores entregarão aos primeiros administradores eleitos todos os documentos, livros ou papéisrelativos à constituição da companhia ou a esta pertencentes.

CAPÍTULO VIII

Formalidades Complementares da Constituição,

Arquivamento e Publicação

Art. 94. Nenhuma companhia poderá funcionar sem que sejam arquivados e publicados seus atos constitutivos.

Companhia Constituída por Assembléia

Art. 95. Se a companhia houver sido constituída por deliberação em assembléia-geral, deverão ser arquivados noregistro do comércio do lugar da sede:

I - um exemplar do estatuto social, assinado por todos os subscritores (artigo 88, § 1º) ou, se a subscrição houversido pública, os originais do estatuto e do prospecto, assinados pelos fundadores, bem como do jornal em que tiveremsido publicados;

II - a relação completa, autenticada pelos fundadores ou pelo presidente da assembléia, dos subscritores docapital social, com a qualificação, número das ações e o total da entrada de cada subscritor (artigo 85);

III - o recibo do depósito a que se refere o número III do artigo 80;

IV - duplicata das atas das assembléias realizadas para a avaliação de bens quando for o caso (artigo 8º);

V - duplicata da ata da assembléia-geral dos subscritores que houver deliberado a constituição da companhia(artigo 87).

Companhia Constituída por Escritura Pública

Art. 96. Se a companhia tiver sido constituída por escritura pública, bastará o arquivamento de certidão doinstrumento.

Registro do Comércio

Art. 97. Cumpre ao registro do comércio examinar se as prescrições legais foram observadas na constituição dacompanhia, bem como se no estatuto existem cláusulas contrárias à lei, à ordem pública e aos bons costumes.

§ 1º Se o arquivamento for negado, por inobservância de prescrição ou exigência legal ou por irregularidadeverificada na constituição da companhia, os primeiros administradores deverão convocar imediatamente a assembléia-geral para sanar a falta ou irregularidade, ou autorizar as providências que se fizerem necessárias. A instalação efuncionamento da assembléia obedecerão ao disposto no artigo 87, devendo a deliberação ser tomada por acionistasque representem, no mínimo, metade do capital social. Se a falta for do estatuto, poderá ser sanada na mesmaassembléia, a qual deliberará, ainda, sobre se a companhia deve promover a responsabilidade civil dos fundadores(artigo 92).

§ 2º Com a 2ª via da ata da assembléia e a prova de ter sido sanada a falta ou irregularidade, o registro docomércio procederá ao arquivamento dos atos constitutivos da companhia.

§ 3º A criação de sucursais, filiais ou agências, observado o disposto no estatuto, será arquivada no registro docomércio.

Publicação e Transferência de Bens

Art. 98. Arquivados os documentos relativos à constituição da companhia, os seus administradoresprovidenciarão, nos 30 (trinta) dias subseqüentes, a publicação deles, bem como a de certidão do arquivamento, emórgão oficial do local de sua sede.

§ 1° Um exemplar do órgão oficial deverá ser arquivado no registro do comércio.

§ 2º A certidão dos atos constitutivos da companhia, passada pelo registro do comércio em que foram arquivados,será o documento hábil para a transferência, por transcrição no registro público competente, dos bens com que osubscritor tiver contribuído para a formação do capital social (artigo 8º, § 2º).

§ 3º A ata da assembléia-geral que aprovar a incorporação deverá identificar o bem com precisão, mas poderádescrevê-lo sumariamente, desde que seja suplementada por declaração, assinada pelo subscritor, contendo todos os

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elementos necessários para a transcrição no registro público.

Responsabilidade dos Primeiros Administradores

Art. 99. Os primeiros administradores são solidariamente responsáveis perante acompanhia pelos prejuízoscausados pela demora no cumprimento das formalidades complementares à sua constituição.

Parágrafo único. A companhia não responde pelos atos ou operações praticados pelos primeiros administradoresantes de cumpridas as formalidades de constituição, mas a assembléia-geral poderá deliberar em contrário.

CAPÍTULO IX

Livros Sociais

Art. 100. A companhia deve ter, além dos livros obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes, revestidosdas mesmas formalidades legais:

I - o livro de Registro de Ações Nominativas, para inscrição, anotação ou averbação: (Redação dada pela Lei nº9.457, de 1997)

a) do nome do acionista e do número das suas ações;

b) das entradas ou prestações de capital realizado;

c) das conversões de ações, de uma em outra espécie ou classe; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

d) do resgate, reembolso e amortização das ações, ou de sua aquisição pela companhia;

e) das mutações operadas pela alienação ou transferência de ações;

f) do penhor, usufruto, fideicomisso, da alienação fiduciária em garantia ou de qualquer ônus que grave as açõesou obste sua negociação.

II - o livro de "Transferência de Ações Nominativas", para lançamento dos termos de transferência, que deverãoser assinados pelo cedente e pelo cessionário ou seus legítimos representantes;

III - o livro de "Registro de Partes Beneficiárias Nominativas" e o de "Transferência de Partes BeneficiáriasNominativas", se tiverem sido emitidas, observando-se, em ambos, no que couber, o disposto nos números I e II desteartigo;

IV - o livro de Atas das Assembléias Gerais; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

V - o livro de Presença dos Acionistas; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de Administração, se houver, e de Atas das Reuniões deDiretoria; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 1º A qualquer pessoa, desde que se destinem a defesa de direitos e esclarecimento de situações de interessepessoal ou dos acionistas ou do mercado de valores mobiliários, serão dadas certidões dos assentamentos constantesdos livros mencionados nos incisos I a III, e por elas a companhia poderá cobrar o custo do serviço, cabendo, doindeferimento do pedido por parte da companhia, recurso à Comissão de Valores Mobiliários. (Redação dada pela Lei nº9.457, de 1997)

§ 2o Nas companhias abertas, os livros referidos nos incisos I a V do caput deste artigo poderão sersubstituídos, observadas as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, por registros mecanizados oueletrônicos. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).

Escrituração do Agente Emissor

Art. 101. O agente emissor de certificados (art. 27) poderá substituir os livros referidos nos incisos I a III do art.100 pela sua escrituração e manter, mediante sistemas adequados, aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários, osregistros de propriedade das ações, partes beneficiárias, debêntures e bônus de subscrição, devendo uma vez por anopreparar lista dos seus titulares, com o número dos títulos de cada um, a qual será encadernada, autenticada no registrodo comércio e arquivada na companhia. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

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§ 1° Os termos de transferência de ações nominativas perante o agente emissor poderão ser lavrados em folhassoltas, à vista do certificado da ação, no qual serão averbados a transferência e o nome e qualificação do adquirente.

§ 2º Os termos de transferência em folhas soltas serão encadernados em ordem cronológica, em livrosautenticados no registro do comércio e arquivados no agente emissor.

Ações Escriturais

Art. 102. A instituição financeira depositária de ações escriturais deverá fornecer à companhia, ao menos uma vezpor ano, cópia dos extratos das contas de depósito das ações e a lista dos acionistas com a quantidade dasrespectivas ações, que serão encadernadas em livros autenticados no registro do comércio e arquivados na instituiçãofinanceira.

Fiscalização e Dúvidas no Registro

Art. 103. Cabe à companhia verificar a regularidade das transferências e da constituição de direitos ou ônus sobreos valores mobiliários de sua emissão; nos casos dos artigos 27 e 34, essa atribuição compete, respectivamente, aoagente emissor de certificados e à instituição financeira depositária das ações escriturais.

Parágrafo único. As dúvidas suscitadas entre o acionista, ou qualquer interessado, e a companhia, o agenteemissor de certificados ou a instituição financeira depositária das ações escriturais, a respeito das averbaçõesordenadas por esta Lei, ou sobre anotações, lançamentos ou transferências de ações, partes beneficiárias, debêntures,ou bônus de subscrição, nos livros de registro ou transferência, serão dirimidas pelo juiz competente para solucionar asdúvidas levantadas pelos oficiais dos registros públicos, excetuadas as questões atinentes à substância do direito.

Responsabilidade da Companhia

Art. 104.A companhia é responsável pelos prejuízos que causar aos interessados por vícios ou irregularidadesverificadas nos livros de que tratam os incisos I a III do art. 100. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

Parágrafo único. A companhia deverá diligenciar para que os atos de emissão e substituição de certificados, e detransferências e averbações nos livros sociais, sejam praticados no menor prazo possível, não excedente do fixado pelaComissão de Valores Mobiliários, respondendo perante acionistas e terceiros pelos prejuízos decorrentes de atrasosculposos.

Exibição dos Livros

Art. 105. A exibição por inteiro dos livros da companhia pode ser ordenada judicialmente sempre que, arequerimento de acionistas que representem, pelo menos, 5% (cinco por cento) do capital social, sejam apontados atosvioladores da lei ou do estatuto, ou haja fundada suspeita de graves irregularidades praticadas por qualquer dos órgãosda companhia.

CAPÍTULO X

Acionistas

SEÇÃO I

Obrigação de Realizar o Capital

Condições e Mora

Art. 106. O acionista é obrigado a realizar, nas condições previstas no estatuto ou no boletim de subscrição, aprestação correspondente às ações subscritas ou adquiridas.

§ 1° Se o estatuto e o boletim forem omissos quanto ao montante da prestação e ao prazo ou data do pagamento,caberá aos órgãos da administração efetuar chamada, mediante avisos publicados na imprensa, por 3 (três) vezes, nomínimo, fixando prazo, não inferior a 30 (trinta) dias, para o pagamento.

§ 2° O acionista que não fizer o pagamento nas condições previstas no estatuto ou boletim, ou na chamada, ficaráde pleno direito constituído em mora, sujeitando-se ao pagamento dos juros, da correção monetária e da multa que oestatuto determinar, esta não superior a 10% (dez por cento) do valor da prestação.

Acionista Remisso

Art. 107. Verificada a mora do acionista, a companhia pode, à sua escolha:

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I - promover contra o acionista, e os que com ele forem solidariamente responsáveis (artigo 108), processo deexecução para cobrar as importâncias devidas, servindo o boletim de subscrição e o aviso de chamada como títuloextrajudicial nos termos do Código de Processo Civil; ou

II - mandar vender as ações em bolsa de valores, por conta e risco do acionista.

§ 1º Será havida como não escrita, relativamente à companhia, qualquer estipulação do estatuto ou do boletim desubscrição que exclua ou limite o exercício da opção prevista neste artigo, mas o subscritor de boa-fé terá ação, contraos responsáveis pela estipulação, para haver perdas e danos sofridos, sem prejuízo da responsabilidade penal que nocaso couber.

§ 2º A venda será feita em leilão especial na bolsa de valores do lugar da sede social, ou, se não houver, na maispróxima, depois de publicado aviso, por 3 (três) vezes, com antecedência mínima de 3 (três) dias. Do produto da vendaserão deduzidos as despesas com a operação e, se previstos no estatuto, os juros, correção monetária e multa, ficandoo saldo à disposição do ex-acionista, na sede da sociedade.

§ 3º É facultado à companhia, mesmo após iniciada a cobrança judicial, mandar vender a ação em bolsa devalores; a companhia poderá também promover a cobrança judicial se as ações oferecidas em bolsa não encontraremtomador, ou se o preço apurado não bastar para pagar os débitos do acionista.

§ 4º Se a companhia não conseguir, por qualquer dos meios previstos neste artigo, a integralização das ações,poderá declará-las caducas e fazer suas as entradas realizadas, integralizando-as com lucros ou reservas, exceto alegal; se não tiver lucros e reservas suficientes, terá o prazo de 1 (um) ano para colocar as ações caídas em comisso,findo o qual, não tendo sido encontrado comprador, a assembléia-geral deliberará sobre a redução do capital emimportância correspondente.

Responsabilidade dos Alienantes

Art. 108. Ainda quando negociadas as ações, os alienantes continuarão responsáveis, solidariamente com osadquirentes, pelo pagamento das prestações que faltarem para integralizar as ações transferidas.

Parágrafo único. Tal responsabilidade cessará, em relação a cada alienante, no fim de 2 (dois) anos a contar dadata da transferência das ações.

SEÇÃO II

Direitos Essenciais

Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembléia-geral poderão privar o acionista dos direitos de:

I - participar dos lucros sociais;

II - participar do acervo da companhia, em caso de liquidação;

III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais;

IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveisem ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos artigos 171 e 172; (Vide Lei nº 12.838, de 2013)

V - retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei.

§ 1º As ações de cada classe conferirão iguais direitos aos seus titulares.

§ 2º Os meios, processos ou ações que a lei confere ao acionista para assegurar os seus direitos não podem serelididos pelo estatuto ou pela assembléia-geral.

§ 3o O estatuto da sociedade pode estabelecer que as divergências entre os acionistas e a companhia, ou entre osacionistas controladores e os acionistas minoritários, poderão ser solucionadas mediante arbitragem, nos termos emque especificar.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

SEÇÃO III

Direito de Voto

Disposições Gerais

Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1 (um) voto nas deliberações da assembléia-geral.

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§ 1º O estatuto pode estabelecer limitação ao número de votos de cada acionista.

§ 2º É vedado atribuir voto plural a qualquer classe de ações.

Ações Preferenciais

Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir às ações preferenciais algum ou alguns dos direitos reconhecidos àsações ordinárias, inclusive o de voto, ou conferi-lo com restrições, observado o disposto no artigo 109.

§ 1º As ações preferenciais sem direito de voto adquirirão o exercício desse direito se a companhia, pelo prazoprevisto no estatuto, não superior a 3 (três) exercícios consecutivos, deixar de pagar os dividendos fixos ou mínimos aque fizerem jus, direito que conservarão até o pagamento, se tais dividendos não forem cumulativos, ou até que sejampagos os cumulativos em atraso.

§ 2º Na mesma hipótese e sob a mesma condição do § 1º, as ações preferenciais com direito de voto restrito terãosuspensas as limitações ao exercício desse direito.

§ 3º O estatuto poderá estipular que o disposto nos §§ 1º e 2º vigorará a partir do término da implantação doempreendimento inicial da companhia.

Não Exercício de Voto pelas Ações ao Portador

Art. 112. Somente os titulares de ações nominativas endossáveis e escriturais poderão exercer o direito de voto.

Parágrafo único. Os titulares de ações preferenciais ao portador que adquirirem direito de voto de acordo com odisposto nos §§ 1º e 2º do artigo 111, e enquanto dele gozarem, poderão converter as ações em nominativas ouendossáveis, independentemente de autorização estatutária.

Voto das Ações Empenhadas e Alienadas Fiduciariamente

Art. 113. O penhor da ação não impede o acionista de exercer o direito de voto; será lícito, todavia, estabelecer, nocontrato, que o acionista não poderá, sem consentimento do credor pignoratício, votar em certas deliberações.

Parágrafo único. O credor garantido por alienação fiduciária da ação não poderá exercer o direito de voto; odevedor somente poderá exercê-lo nos termos do contrato.

Voto das Ações Gravadas com Usufruto

Art. 114. O direito de voto da ação gravada com usufruto, se não for regulado no ato de constituição do gravame,somente poderá ser exercido mediante prévio acordo entre o proprietário e o usufrutuário.

Abuso do Direito de Voto e Conflito de Interesses

Art. 115. O acionista deve exercer o direito a voto no interesse da companhia; considerar-se-á abusivo o votoexercido com o fim de causar dano à companhia ou a outros acionistas, ou de obter, para si ou para outrem, vantagem aque não faz jus e de que resulte, ou possa resultar, prejuízo para a companhia ou para outros acionistas.(Redação dadapela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1º o acionista não poderá votar nas deliberações da assembléia-geral relativas ao laudo de avaliação de benscom que concorrer para a formação do capital social e à aprovação de suas contas como administrador, nem emquaisquer outras que puderem beneficiá-lo de modo particular, ou em que tiver interesse conflitante com o dacompanhia.

§ 2º Se todos os subscritores forem condôminos de bem com que concorreram para a formação do capital social,poderão aprovar o laudo, sem prejuízo da responsabilidade de que trata o § 6º do artigo 8º.

§ 3º o acionista responde pelos danos causados pelo exercício abusivo do direito de voto, ainda que seu voto nãohaja prevalecido.

§ 4º A deliberação tomada em decorrência do voto de acionista que tem interesse conflitante com o da companhiaé anulável; o acionista responderá pelos danos causados e será obrigado a transferir para a companhia as vantagensque tiver auferido.

§ 5o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 6o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 7o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

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§ 8o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 9o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 10. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

SEÇÃO IV

Acionista Controlador

Deveres

Art. 116. Entende-se por acionista controlador a pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de pessoas vinculadas poracordo de voto, ou sob controle comum, que:

a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria dos votos nas deliberações daassembléia-geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia; e

b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos dacompanhia.

Parágrafo único. O acionista controlador deve usar o poder com o fim de fazer a companhia realizar o seu objeto ecumprir sua função social, e tem deveres e responsabilidades para com os demais acionistas da empresa, os que nelatrabalham e para com a comunidade em que atua, cujos direitos e interesses deve lealmente respeitar e atender.

Art. 116-A. O acionista controlador da companhia aberta e os acionistas, ou grupo de acionistas, que elegeremmembro do conselho de administração ou membro do conselho fiscal, deverão informar imediatamente as modificaçõesem sua posição acionária na companhia à Comissão de Valores Mobiliários e às Bolsas de Valores ou entidades domercado de balcão organizado nas quais os valores mobiliários de emissão da companhia estejam admitidos ànegociação, nas condições e na forma determinadas pela Comissão de Valores Mobiliários.(Incluído pela Lei nº 10.303,de 2001)

Responsabilidade

Art. 117. O acionista controlador responde pelos danos causados por atos praticados com abuso de poder.

§ 1º São modalidades de exercício abusivo de poder:

a) orientar a companhia para fim estranho ao objeto social ou lesivo ao interesse nacional, ou levá-la a favoreceroutra sociedade, brasileira ou estrangeira, em prejuízo da participação dos acionistas minoritários nos lucros ou noacervo da companhia, ou da economia nacional;

b) promover a liquidação de companhia próspera, ou a transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia,com o fim de obter, para si ou para outrem, vantagem indevida, em prejuízo dos demais acionistas, dos que trabalhamna empresa ou dos investidores em valores mobiliários emitidos pela companhia;

c) promover alteração estatutária, emissão de valores mobiliários ou adoção de políticas ou decisões que nãotenham por fim o interesse da companhia e visem a causar prejuízo a acionistas minoritários, aos que trabalham naempresa ou aos investidores em valores mobiliários emitidos pela companhia;

d) eleger administrador ou fiscal que sabe inapto, moral ou tecnicamente;

e) induzir, ou tentar induzir, administrador ou fiscal a praticar ato ilegal, ou, descumprindo seus deveres definidosnesta Lei e no estatuto, promover, contra o interesse da companhia, sua ratificação pela assembléia-geral;

f) contratar com a companhia, diretamente ou através de outrem, ou de sociedade na qual tenha interesse, emcondições de favorecimento ou não equitativas;

g) aprovar ou fazer aprovar contas irregulares de administradores, por favorecimento pessoal, ou deixar de apurardenúncia que saiba ou devesse saber procedente, ou que justifique fundada suspeita de irregularidade.

h) subscrever ações, para os fins do disposto no art. 170, com a realização em bens estranhos ao objeto social dacompanhia. (Incluída dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 2º No caso da alínea e do § 1º, o administrador ou fiscal que praticar o ato ilegal responde solidariamente com oacionista controlador.

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§ 3º O acionista controlador que exerce cargo de administrador ou fiscal tem também os deveres eresponsabilidades próprios do cargo.

SEÇÃO V

Acordo de Acionistas

Art. 118. Os acordos de acionistas, sobre a compra e venda de suas ações, preferência para adquiri-las, exercíciodo direito a voto, ou do poder de controle deverão ser observados pela companhia quando arquivados na sua sede.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1º As obrigações ou ônus decorrentes desses acordos somente serão oponíveis a terceiros, depois deaverbados nos livros de registro e nos certificados das ações, se emitidos.

§ 2° Esses acordos não poderão ser invocados para eximir o acionista de responsabilidade no exercício do direitode voto (artigo 115) ou do poder de controle (artigos 116 e 117).

§ 3º Nas condições previstas no acordo, os acionistas podem promover a execução específica das obrigaçõesassumidas.

§ 4º As ações averbadas nos termos deste artigo não poderão ser negociadas em bolsa ou no mercado de balcão.

§ 5º No relatório anual, os órgãos da administração da companhia aberta informarão à assembléia-geral as disposições sobre política de reinvestimento de lucros e distribuição de dividendos, constantes de acordos de acionistasarquivados na companhia.

§ 6o O acordo de acionistas cujo prazo for fixado em função de termo ou condição resolutiva somente pode serdenunciado segundo suas estipulações. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 7o O mandato outorgado nos termos de acordo de acionistas para proferir, em assembléia-geral ou especial, voto

contra ou a favor de determinada deliberação, poderá prever prazo superior ao constante do § 1o do art. 126 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 8o O presidente da assembléia ou do órgão colegiado de deliberação da companhia não computará o votoproferido com infração de acordo de acionistas devidamente arquivado.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 9o O não comparecimento à assembléia ou às reuniões dos órgãos de administração da companhia, bem comoas abstenções de voto de qualquer parte de acordo de acionistas ou de membros do conselho de administração eleitosnos termos de acordo de acionistas, assegura à parte prejudicada o direito de votar com as ações pertencentes aoacionista ausente ou omisso e, no caso de membro do conselho de administração, pelo conselheiro eleito com os votosda parte prejudicada.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 10. Os acionistas vinculados a acordo de acionistas deverão indicar, no ato de arquivamento, representante paracomunicar-se com a companhia, para prestar ou receber informações, quando solicitadas.(Incluído pela Lei nº 10.303,de 2001)

§ 11. A companhia poderá solicitar aos membros do acordo esclarecimento sobre suas cláusulas.(Incluído pela Leinº 10.303, de 2001)

SEÇÃO VI

Representação de Acionista Residente ou Domiciliado no Exterior

Art. 119. O acionista residente ou domiciliado no exterior deverá manter, no País, representante com poderes parareceber citação em ações contra ele, propostas com fundamento nos preceitos desta Lei.

Parágrafo único. O exercício, no Brasil, de qualquer dos direitos de acionista, confere ao mandatário ourepresentante legal qualidade para receber citação judicial.

SEÇÃO VII

Suspensão do Exercício de Direitos

Art. 120. A assembléia-geral poderá suspender o exercício dos direitos do acionista que deixar de cumprirobrigação imposta pela lei ou pelo estatuto, cessando a suspensão logo que cumprida a obrigação.

CAPÍTULO XI

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Assembléia-Geral

SEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 121. A assembléia-geral, convocada e instalada de acordo com a lei e o estatuto, tem poderes para decidirtodos os negócios relativos ao objeto da companhia e tomar as resoluções que julgar convenientes à sua defesa edesenvolvimento.

Parágrafo único. Nas companhias abertas, o acionista poderá participar e votar a distância em assembleia geral,nos termos da regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).

Competência Privativa

Art. 122. Compete privativamente à assembleia geral: (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).

I - reformar o estatuto social;(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - eleger ou destituir, a qualquer tempo, os administradores e fiscais da companhia, ressalvado o disposto noinciso II do art. 142;(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

III - tomar, anualmente, as contas dos administradores e deliberar sobre as demonstrações financeiras por elesapresentadas;(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

IV - autorizar a emissão de debêntures, ressalvado o disposto nos §§ 1o, 2o e 4o do art. 59; (Redação dada pelaLei nº 12.431, de 2011). (Vide Lei nº 12.838, de 2013)

V - suspender o exercício dos direitos do acionista (art. 120);(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

VI - deliberar sobre a avaliação de bens com que o acionista concorrer para a formação do capital social;(Redaçãodada pela Lei nº 10.303, de 2001)

VII - autorizar a emissão de partes beneficiárias;(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

VIII - deliberar sobre transformação, fusão, incorporação e cisão da companhia, sua dissolução e liquidação,eleger e destituir liquidantes e julgar-lhes as contas; e (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

IX - autorizar os administradores a confessar falência e pedir concordata.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de2001)

Parágrafo único. Em caso de urgência, a confissão de falência ou o pedido de concordata poderá ser formuladopelos administradores, com a concordância do acionista controlador, se houver, convocando-se imediatamente aassembléia-geral, para manifestar-se sobre a matéria.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

Competência para Convocação

Art. 123. Compete ao conselho de administração, se houver, ou aos diretores, observado o disposto no estatuto,convocar a assembléia-geral.

Parágrafo único. A assembléia-geral pode também ser convocada:

a) pelo conselho fiscal, nos casos previstos no número V, do artigo 163;

b) por qualquer acionista, quando os administradores retardarem, por mais de 60 (sessenta) dias, a convocaçãonos casos previstos em lei ou no estatuto;

c) por acionistas que representem cinco por cento, no mínimo, do capital social, quando os administradores nãoatenderem, no prazo de oito dias, a pedido de convocação que apresentarem, devidamente fundamentado, comindicação das matérias a serem tratadas; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

d) por acionistas que representem cinco por cento, no mínimo, do capital votante, ou cinco por cento, no mínimo,dos acionistas sem direito a voto, quando os administradores não atenderem, no prazo de oito dias, a pedido deconvocação de assembléia para instalação do conselho fiscal. (Incluída pela Lei nº 9.457, de 1997)

Modo de Convocação e Local

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Art. 124. A convocação far-se-á mediante anúncio publicado por 3 (três) vezes, no mínimo, contendo, além dolocal, data e hora da assembléia, a ordem do dia, e, no caso de reforma do estatuto, a indicação da matéria.

§ 1o A primeira convocação da assembléia-geral deverá ser feita: (Redação da pela Lei nº10.303, de 2001)

I - na companhia fechada, com 8 (oito) dias de antecedência, no mínimo, contado o prazo da publicação doprimeiro anúncio; não se realizando a assembléia, será publicado novo anúncio, de segunda convocação, comantecedência mínima de 5 (cinco) dias; (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - na companhia aberta, o prazo de antecedência da primeira convocação será de 15 (quinze) dias e o da segundaconvocação de 8 (oito) dias. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2° Salvo motivo de força maior, a assembléia-geral realizar-se-á no edifício onde a companhia tiver a sede;quando houver de efetuar-se em outro, os anúncios indicarão, com clareza, o lugar da reunião, que em nenhum casopoderá realizar-se fora da localidade da sede.

§ 3º Nas companhias fechadas, o acionista que representar 5% (cinco por cento), ou mais, do capital social, seráconvocado por telegrama ou carta registrada, expedidos com a antecedência prevista no § 1º, desde que o tenhasolicitado, por escrito, à companhia, com a indicação do endereço completo e do prazo de vigência do pedido, nãosuperior a 2 (dois) exercícios sociais, e renovável; essa convocação não dispensa a publicação do aviso previsto no §1º, e sua inobservância dará ao acionista direito de haver, dos administradores da companhia, indenização pelosprejuízos sofridos.

§ 4º Independentemente das formalidades previstas neste artigo, será considerada regular a assembléia-geral aque comparecerem todos os acionistas.

§ 5o A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu exclusivo critério, mediante decisão fundamentada de seuColegiado, a pedido de qualquer acionista, e ouvida a companhia: (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - aumentar, para até 30 (trinta) dias, a contar da data em que os documentos relativos às matérias a seremdeliberadas forem colocados à disposição dos acionistas, o prazo de antecedência de publicação do primeiro anúncio deconvocação da assembléia-geral de companhia aberta, quando esta tiver por objeto operações que, por suacomplexidade, exijam maior prazo para que possam ser conhecidas e analisadas pelos acionistas;(Incluído pela Lei nº10.303, de 2001)

II - interromper, por até 15 (quinze) dias, o curso do prazo de antecedência da convocação de assembléia-geralextraordinária de companhia aberta, a fim de conhecer e analisar as propostas a serem submetidas à assembléia e, sefor o caso, informar à companhia, até o término da interrupção, as razões pelas quais entende que a deliberaçãoproposta à assembléia viola dispositivos legais ou regulamentares.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 6o As companhias abertas com ações admitidas à negociação em bolsa de valores deverão remeter, na data dapublicação do anúncio de convocação da assembléia, à bolsa de valores em que suas ações forem mais negociadas,os documentos postos à disposição dos acionistas para deliberação na assembléia-geral.(Incluído pela Lei nº 10.303, de2001)

"Quorum" de Instalação

Art. 125. Ressalvadas as exceções previstas em lei, a assembléia-geral instalar-se-á, em primeira convocação,com a presença de acionistas que representem, no mínimo, 1/4 (um quarto) do capital social com direito de voto; emsegunda convocação instalar-se-á com qualquer número.

Parágrafo único. Os acionistas sem direito de voto podem comparecer à assembléia-geral e discutir a matériasubmetida à deliberação.

Legitimação e Representação

Art. 126. As pessoas presentes à assembléia deverão provar a sua qualidade de acionista, observadas asseguintes normas:

I - os titulares de ações nominativas exibirão, se exigido, documento hábil de sua identidade;

II - os titulares de ações escriturais ou em custódia nos termos do art. 41, além do documento de identidade,exibirão, ou depositarão na companhia, se o estatuto o exigir, comprovante expedido pela instituição financeiradepositária.(Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

III - os titulares de ações ao portador exibirão os respectivos certificados, ou documento de depósito nos termosdo número II;

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IV - os titulares de ações escriturais ou em custódia nos termos do artigo 41, além do documento de identidade,exibirão, ou depositarão na companhia, se o estatuto o exigir, comprovante expedido pela instituição financeiradepositária.

§ 1º O acionista pode ser representado na assembléia-geral por procurador constituído há menos de 1 (um) ano,que seja acionista, administrador da companhia ou advogado; na companhia aberta, o procurador pode, ainda, serinstituição financeira, cabendo ao administrador de fundos de investimento representar os condôminos.

§ 2º O pedido de procuração, mediante correspondência, ou anúncio publicado, sem prejuízo da regulamentaçãoque, sobre o assunto vier a baixar a Comissão de Valores Mobiliários, deverá satisfazer aos seguintes requisitos:

a) conter todos os elementos informativos necessários ao exercício do voto pedido;

b) facultar ao acionista o exercício de voto contrário à decisão com indicação de outro procurador para o exercíciodesse voto;

c) ser dirigido a todos os titulares de ações cujos endereços constem da companhia. (Redação dada pela Lei nº9.457, de 1997)

§ 3º É facultado a qualquer acionista, detentor de ações, com ou sem voto, que represente meio por cento, nomínimo, do capital social, solicitar relação de endereços dos acionistas, para os fins previstos no § 1º, obedecidossempre os requisitos do parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 4º Têm a qualidade para comparecer à assembléia os representantes legais dos acionistas.

Livro de Presença

Art. 127. Antes de abrir-se a assembléia, os acionistas assinarão o "Livro de Presença", indicando o seu nome,nacionalidade e residência, bem como a quantidade, espécie e classe das ações de que forem titulares.

Parágrafo único. Considera-se presente em assembleia geral, para todos os efeitos desta Lei, o acionista queregistrar a distância sua presença, na forma prevista em regulamento da Comissão de Valores Mobiliários. (Incluído pelaLei nº 12.431, de 2011).

Mesa

Art. 128. Os trabalhos da assembléia serão dirigidos por mesa composta, salvo disposição diversa do estatuto, depresidente e secretário, escolhidos pelos acionistas presentes.

"Quorum" das Deliberações

Art. 129. As deliberações da assembléia-geral, ressalvadas as exceções previstas em lei, serão tomadas pormaioria absoluta de votos, não se computando os votos em branco.

§ 1º O estatuto da companhia fechada pode aumentar o quorum exigido para certas deliberações, desde queespecifique as matérias.

§ 2º No caso de empate, se o estatuto não estabelecer procedimento de arbitragem e não contiver norma diversa,a assembléia será convocada, com intervalo mínimo de 2 (dois) meses, para votar a deliberação; se permanecer oempate e os acionistas não concordarem em cometer a decisão a um terceiro, caberá ao Poder Judiciário decidir, nointeresse da companhia.

Ata da Assembléia

Art. 130. Dos trabalhos e deliberações da assembléia será lavrada, em livro próprio, ata assinada pelos membrosda mesa e pelos acionistas presentes. Para validade da ata é suficiente a assinatura de quantos bastem para constituira maioria necessária para as deliberações tomadas na assembléia. Da ata tirar-se-ão certidões ou cópias autênticaspara os fins legais.

§ 1º A ata poderá ser lavrada na forma de sumário dos fatos ocorridos, inclusive dissidências e protestos, e contera transcrição apenas das deliberações tomadas, desde que:

a) os documentos ou propostas submetidos à assembléia, assim como as declarações de voto ou dissidência,referidos na ata, sejam numerados seguidamente, autenticados pela mesa e por qualquer acionista que o solicitar, earquivados na companhia;

b) a mesa, a pedido de acionista interessado, autentique exemplar ou cópia de proposta, declaração de voto oudissidência, ou protesto apresentado.

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§ 2º A assembléia-geral da companhia aberta pode autorizar a publicação de ata com omissão das assinaturas dosacionistas.

§ 3º Se a ata não for lavrada na forma permitida pelo § 1º, poderá ser publicado apenas o seu extrato, com osumário dos fatos ocorridos e a transcrição das deliberações tomadas.

Espécies de Assembléia

Art. 131. A assembléia-geral é ordinária quando tem por objeto as matérias previstas no artigo 132, e extraordinárianos demais casos.

Parágrafo único. A assembléia-geral ordinária e a assembléia-geral extraordinária poderão ser, cumulativamente,convocadas e realizadas no mesmo local, data e hora, instrumentadas em ata única.

SEÇÃO II

Assembléia-Geral Ordinária

Objeto

Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término do exercício social, deverá haver 1(uma) assembléia-geral para:

I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras;

II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos;

III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o caso;

IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital social (artigo 167).

Documentos da Administração

Art. 133. Os administradores devem comunicar, até 1 (um) mês antes da data marcada para a realização daassembléia-geral ordinária, por anúncios publicados na forma prevista no artigo 124, que se acham à disposição dosacionistas:

I - o relatório da administração sobre os negócios sociais e os principais fatos administrativos do exercício findo;

II - a cópia das demonstrações financeiras;

III - o parecer dos auditores independentes, se houver.

IV - o parecer do conselho fiscal, inclusive votos dissidentes, se houver; e (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

V - demais documentos pertinentes a assuntos incluídos na ordem do dia. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1º Os anúncios indicarão o local ou locais onde os acionistas poderão obter cópias desses documentos.

§ 2º A companhia remeterá cópia desses documentos aos acionistas que o pedirem por escrito, nas condiçõesprevistas no § 3º do artigo 124.

§ 3o Os documentos referidos neste artigo, à exceção dos constantes dos incisos IV e V, serão publicados até 5(cinco) dias, pelo menos, antes da data marcada para a realização da assembléia-geral. (Redação dada pela Lei nº10.303, de 2001)

§ 4º A assembléia-geral que reunir a totalidade dos acionistas poderá considerar sanada a falta de publicação dosanúncios ou a inobservância dos prazos referidos neste artigo; mas é obrigatória a publicação dos documentos antes darealização da assembléia.

§ 5º A publicação dos anúncios é dispensada quando os documentos a que se refere este artigo são publicadosaté 1 (um) mês antes da data marcada para a realização da assembléia-geral ordinária.

Procedimento

Art. 134. Instalada a assembléia-geral, proceder-se-á, se requerida por qualquer acionista, à leitura dosdocumentos referidos no artigo 133 e do parecer do conselho fiscal, se houver, os quais serão submetidos pela mesa à

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discussão e votação.

§ 1° Os administradores da companhia, ou ao menos um deles, e o auditor independente, se houver, deverão estarpresentes à assembléia para atender a pedidos de esclarecimentos de acionistas, mas os administradores não poderãovotar, como acionistas ou procuradores, os documentos referidos neste artigo.

§ 2º Se a assembléia tiver necessidade de outros esclarecimentos, poderá adiar a deliberação e ordenardiligências; também será adiada a deliberação, salvo dispensa dos acionistas presentes, na hipótese de nãocomparecimento de administrador, membro do conselho fiscal ou auditor independente.

§ 3º A aprovação, sem reserva, das demonstrações financeiras e das contas, exonera de responsabilidade osadministradores e fiscais, salvo erro, dolo, fraude ou simulação (artigo 286).

§ 4º Se a assembléia aprovar as demonstrações financeiras com modificação no montante do lucro do exercícioou no valor das obrigações da companhia, os administradores promoverão, dentro de 30 (trinta) dias, a republicação dasdemonstrações, com as retificações deliberadas pela assembléia; se a destinação dos lucros proposta pelos órgãos deadministração não lograr aprovação (artigo 176, § 3º), as modificações introduzidas constarão da ata da assembléia.

§ 5º A ata da assembléia-geral ordinária será arquivada no registro do comércio e publicada.

§ 6º As disposições do § 1º, segunda parte, não se aplicam quando, nas sociedades fechadas, os diretores foremos únicos acionistas.

SEÇÃO III

Assembléia-Geral Extraordinária

Reforma do Estatuto

Art. 135. A assembléia-geral extraordinária que tiver por objeto a reforma do estatuto somente se instalará emprimeira convocação com a presença de acionistas que representem 2/3 (dois terços), no mínimo, do capital com direitoa voto, mas poderá instalar-se em segunda com qualquer número.

§ 1º Os atos relativos a reformas do estatuto, para valerem contra terceiros, ficam sujeitos às formalidades dearquivamento e publicação, não podendo, todavia, a falta de cumprimento dessas formalidades ser oposta, pelacompanhia ou por seus acionistas, a terceiros de boa-fé.

§ 2º Aplica-se aos atos de reforma do estatuto o disposto no artigo 97 e seus §§ 1º e 2° e no artigo 98 e seu § 1º.

§ 3o Os documentos pertinentes à matéria a ser debatida na assembléia-geral extraordinária deverão ser postos àdisposição dos acionistas, na sede da companhia, por ocasião da publicação do primeiro anúncio de convocação daassembléia-geral. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

"Quorum" Qualificado

Art. 136. É necessária a aprovação de acionistas que representem metade, no mínimo, das ações com direito avoto, se maior quorum não for exigido pelo estatuto da companhia cujas ações não estejam admitidas à negociação embolsa ou no mercado de balcão, para deliberação sobre: (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

I - criação de ações preferenciais ou aumento de classe de ações preferenciais existentes, sem guardar proporçãocom as demais classes de ações preferenciais, salvo se já previstos ou autorizados pelo estatuto; (Redação dadapela Lei nº 10.303, de 2001)

II - alteração nas preferências, vantagens e condições de resgate ou amortização de uma ou mais classes deações preferenciais, ou criação de nova classe mais favorecida; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

III - redução do dividendo obrigatório; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

IV - fusão da companhia, ou sua incorporação em outra; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

V - participação em grupo de sociedades (art. 265); (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

VI - mudança do objeto da companhia; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

VII - cessação do estado de liquidação da companhia; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

VIII - criação de partes beneficiárias; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

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IX - cisão da companhia; (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)

X - dissolução da companhia. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 1º Nos casos dos incisos I e II, a eficácia da deliberação depende de prévia aprovação ou da ratificação, emprazo improrrogável de um ano, por titulares de mais da metade de cada classe de ações preferenciais prejudicadas,reunidos em assembléia especial convocada pelos administradores e instalada com as formalidades desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 2º A Comissão de Valores Mobiliários pode autorizar a redução do quorum previsto neste artigo no caso decompanhia aberta com a propriedade das ações dispersa no mercado, e cujas 3 (três) últimas assembléias tenham sidorealizadas com a presença de acionistas representando menos da metade das ações com direito a voto. Neste caso, aautorização da Comissão de Valores Mobiliários será mencionada nos avisos de convocação e a deliberação comquorum reduzido somente poderá ser adotada em terceira convocação.

§ 3o O disposto no § 2o deste artigo aplica-se também às assembléias especiais de acionistas preferenciais de

que trata o § 1o. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 4º Deverá constar da ata da assembléia-geral que deliberar sobre as matérias dos incisos I e II, se não houverprévia aprovação, que a deliberação só terá eficácia após a sua ratificação pela assembléia especial prevista no §1º. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)

Art. 136-A. A aprovação da inserção de convenção de arbitragem no estatuto social, observado o quorum do art.136, obriga a todos os acionistas, assegurado ao acionista dissidente o direito de retirar-se da companhia mediante oreembolso do valor de suas ações, nos termos do art. 45. (Incluído pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência)

§ 1o A convenção somente terá eficácia após o decurso do prazo de 30 (trinta) dias, contado da publicação da atada assembleia geral que a aprovou. (Incluído pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência)

§ 2o O direito de retirada previsto no caput não será aplicável: (Incluído pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência)

I - caso a inclusão da convenção de arbitragem no estatuto social represente condição para que os valoresmobiliários de emissão da companhia sejam admitidos à negociação em segmento de listagem de bolsa de valores oude mercado de balcão organizado que exija dispersão acionária mínima de 25% (vinte e cinco por cento) das ações decada espécie ou classe; (Incluído pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência)

II - caso a inclusão da convenção de arbitragem seja efetuada no estatuto social de companhia aberta cujas açõessejam dotadas de liquidez e dispersão no mercado, nos termos das alíneas “a” e “b” do inciso II do art. 137 destaLei. (Incluído pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência)

Direito de Retirada

Art. 137. A aprovação das matérias previstas nos incisos I a VI e IX do art. 136 dá ao acionista dissidente o direitode retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor das suas ações (art. 45), observadas as seguintesnormas: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - nos casos dos incisos I e II do art. 136, somente terá direito de retirada o titular de ações de espécie ou classeprejudicadas; (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)

II - nos casos dos incisos IV e V do art. 136, não terá direito de retirada o titular de ação de espécie ou classe quetenha liquidez e dispersão no mercado, considerando-se haver: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

a) liquidez, quando a espécie ou classe de ação, ou certificado que a represente, integre índice geralrepresentativo de carteira de valores mobiliários admitido à negociação no mercado de valores mobiliários, no Brasil ouno exterior, definido pela Comissão de Valores Mobiliários; e (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

b) dispersão, quando o acionista controlador, a sociedade controladora ou outras sociedades sob seu controledetiverem menos da metade da espécie ou classe de ação; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

III - no caso do inciso IX do art. 136, somente haverá direito de retirada se a cisão implicar: (Redação dadapela Lei nº 10.303, de 2001)

a) mudança do objeto social, salvo quando o patrimônio cindido for vertido para sociedade cuja atividadepreponderante coincida com a decorrente do objeto social da sociedade cindida; (Incluída pela Lei nº 10.303, de2001)

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b) redução do dividendo obrigatório; ou (Incluída pela Lei nº 10.303, de 2001)

c) participação em grupo de sociedades; (Incluída pela Lei nº 10.303, de 2001)

IV - o reembolso da ação deve ser reclamado à companhia no prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação daata da assembléia-geral; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

V - o prazo para o dissidente de deliberação de assembléia especial (art. 136, § 1o) será contado da publicação darespectiva ata; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

VI - o pagamento do reembolso somente poderá ser exigido após a observância do disposto no § 3o e, se for ocaso, da ratificação da deliberação pela assembléia-geral. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1º O acionista dissidente de deliberação da assembléia, inclusive o titular de ações preferenciais sem direito devoto, poderá exercer o direito de reembolso das ações de que, comprovadamente, era titular na data da primeirapublicação do edital de convocação da assembléia, ou na data da comunicação do fato relevante objeto da deliberação,se anterior. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 2o O direito de reembolso poderá ser exercido no prazo previsto nos incisos IV ou V do caput deste artigo,conforme o caso, ainda que o titular das ações tenha se abstido de votar contra a deliberação ou não tenha comparecidoà assembléia. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 3o Nos 10 (dez) dias subseqüentes ao término do prazo de que tratam os incisos IV e V do caput deste artigo,conforme o caso, contado da publicação da ata da assembléia-geral ou da assembléia especial que ratificar adeliberação, é facultado aos órgãos da administração convocar a assembléia-geral para ratificar ou reconsiderar adeliberação, se entenderem que o pagamento do preço do reembolso das ações aos acionistas dissidentes queexerceram o direito de retirada porá em risco a estabilidade financeira da empresa. (Redação dada pela Lei nº10.303, de 2001)

§ 4º Decairá do direito de retirada o acionista que não o exercer no prazo fixado. (Incluído pela Lei nº 9.457,de 1997)

CAPÍTULO XII

Conselho de Administração e Diretoria

Administração da Companhia

Art. 138. A administração da companhia competirá, conforme dispuser o estatuto, ao conselho de administração eà diretoria, ou somente à diretoria.

§ 1º O conselho de administração é órgão de deliberação colegiada, sendo a representação da companhia privativados diretores.

§ 2º As companhias abertas e as de capital autorizado terão, obrigatoriamente, conselho de administração.

Art. 139. As atribuições e poderes conferidos por lei aos órgãos de administração não podem ser outorgados aoutro órgão, criado por lei ou pelo estatuto.

SEÇÃO I

Conselho de Administração

Composição

Art. 140. O conselho de administração será composto por, no mínimo, 3 (três) membros, eleitos pela assembléia-geral e por ela destituíveis a qualquer tempo, devendo o estatuto estabelecer:

I - o número de conselheiros, ou o máximo e mínimo permitidos, e o processo de escolha e substituição dopresidente do conselho pela assembléia ou pelo próprio conselho; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - o modo de substituição dos conselheiros;

III - o prazo de gestão, que não poderá ser superior a 3 (três) anos, permitida a reeleição;

IV - as normas sobre convocação, instalação e funcionamento do conselho, que deliberará por maioria de votos,podendo o estatuto estabelecer quorum qualificado para certas deliberações, desde que especifique as matérias.

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(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

Parágrafo único. O estatuto poderá prever a participação no conselho de representantes dos empregados,escolhidos pelo voto destes, em eleição direta, organizada pela empresa, em conjunto com as entidades sindicais queos representem. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Voto Múltiplo

Art. 141. Na eleição dos conselheiros, é facultado aos acionistas que representem, no mínimo, 0,1 (um décimo) docapital social com direito a voto, esteja ou não previsto no estatuto, requerer a adoção do processo de voto múltiplo,atribuindo-se a cada ação tantos votos quantos sejam os membros do conselho, e reconhecido ao acionista o direito decumular os votos num só candidato ou distribuí-los entre vários.

§ 1º A faculdade prevista neste artigo deverá ser exercida pelos acionistas até 48 (quarenta e oito) horas antes daassembléia-geral, cabendo à mesa que dirigir os trabalhos da assembléia informar previamente aos acionistas, à vistado "Livro de Presença", o número de votos necessários para a eleição de cada membro do conselho.

§ 2º Os cargos que, em virtude de empate, não forem preenchidos, serão objeto de nova votação, pelo mesmoprocesso, observado o disposto no § 1º, in fine.

§ 3º Sempre que a eleição tiver sido realizada por esse processo, a destituição de qualquer membro do conselhode administração pela assembléia-geral importará destituição dos demais membros, procedendo-se a nova eleição; nosdemais casos de vaga, não havendo suplente, a primeira assembléia-geral procederá à nova eleição de todo o conselho.

§ 4o Terão direito de eleger e destituir um membro e seu suplente do conselho de administração, em votação emseparado na assembléia-geral, excluído o acionista controlador, a maioria dos titulares, respectivamente: (Redação dadapela Lei nº 10.303, de 2001)

I - de ações de emissão de companhia aberta com direito a voto, que representem, pelo menos, 15% (quinze porcento) do total das ações com direito a voto; e (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - de ações preferenciais sem direito a voto ou com voto restrito de emissão de companhia aberta, querepresentem, no mínimo, 10% (dez por cento) do capital social, que não houverem exercido o direito previsto noestatuto, em conformidade com o art. 18. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 5o Verificando-se que nem os titulares de ações com direito a voto e nem os titulares de ações preferenciais

sem direito a voto ou com voto restrito perfizeram, respectivamente, o quorum exigido nos incisos I e II do § 4o, ser-lhes-á facultado agregar suas ações para elegerem em conjunto um membro e seu suplente para o conselho de

administração, observando-se, nessa hipótese, o quorum exigido pelo inciso II do § 4o. (Incluído pela Lei nº 10.303, de2001)

§ 6o Somente poderão exercer o direito previsto no § 4o os acionistas que comprovarem a titularidade ininterruptada participação acionária ali exigida durante o período de 3 (três) meses, no mínimo, imediatamente anterior à realizaçãoda assembléia-geral. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 7o Sempre que, cumulativamente, a eleição do conselho de administração se der pelo sistema do voto múltiplo eos titulares de ações ordinárias ou preferenciais exercerem a prerrogativa de eleger conselheiro, será assegurado aacionista ou grupo de acionistas vinculados por acordo de votos que detenham mais do que 50% (cinqüenta por cento)das ações com direito de voto o direito de eleger conselheiros em número igual ao dos eleitos pelos demais acionistas,mais um, independentemente do número de conselheiros que, segundo o estatuto, componha o órgão. (Incluído pela Leinº 10.303, de 2001)

§ 8o A companhia deverá manter registro com a identificação dos acionistas que exercerem a prerrogativa a que

se refere o § 4o. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 9o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Competência

Art. 142. Compete ao conselho de administração:

I - fixar a orientação geral dos negócios da companhia;

II - eleger e destituir os diretores da companhia e fixar-lhes as atribuições, observado o que a respeito dispuser oestatuto;

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III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e papéis da companhia, solicitarinformações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer outros atos;

IV - convocar a assembléia-geral quando julgar conveniente, ou no caso do artigo 132;

V - manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas da diretoria;

VI - manifestar-se previamente sobre atos ou contratos, quando o estatuto assim o exigir;

VII - deliberar, quando autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações ou de bônus de subscrição; (Vide Leinº 12.838, de 2013)

VIII – autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a alienação de bens do ativo não circulante, aconstituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de2009)

IX - escolher e destituir os auditores independentes, se houver.

§ 1o Serão arquivadas no registro do comércio e publicadas as atas das reuniões do conselho de administraçãoque contiverem deliberação destinada a produzir efeitos perante terceiros. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2o A escolha e a destituição do auditor independente ficará sujeita a veto, devidamente fundamentado, dos

conselheiros eleitos na forma do art. 141, § 4o, se houver. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

SEÇÃO II

Diretoria

Composição

Art. 143. A Diretoria será composta por 2 (dois) ou mais diretores, eleitos e destituíveis a qualquer tempo peloconselho de administração, ou, se inexistente, pela assembléia-geral, devendo o estatuto estabelecer:

I - o número de diretores, ou o máximo e o mínimo permitidos;

II - o modo de sua substituição;

III - o prazo de gestão, que não será superior a 3 (três) anos, permitida a reeleição;

IV - as atribuições e poderes de cada diretor.

§ 1º Os membros do conselho de administração, até o máximo de 1/3 (um terço), poderão ser eleitos para cargosde diretores.

§ 2º O estatuto pode estabelecer que determinadas decisões, de competência dos diretores, sejam tomadas emreunião da diretoria.

Representação

Art. 144. No silêncio do estatuto e inexistindo deliberação do conselho de administração (artigo 142, n. II eparágrafo único), competirão a qualquer diretor a representação da companhia e a prática dos atos necessários ao seufuncionamento regular.

Parágrafo único. Nos limites de suas atribuições e poderes, é lícito aos diretores constituir mandatários dacompanhia, devendo ser especificados no instrumento os atos ou operações que poderão praticar e a duração domandato, que, no caso de mandatojudicial, poderá ser por prazo indeterminado.

SEÇÃO III

Administradores

Normas Comuns

Art. 145. As normas relativas a requisitos, impedimentos, investidura, remuneração, deveres e responsabilidadedos administradores aplicam-se a conselheiros e diretores.

Requisitos e Impedimentos

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Art. 146. Poderão ser eleitas para membros dos órgãos de administração pessoas naturais, devendo os diretoresser residentes no País. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).

§ 1o A ata da assembléia-geral ou da reunião do conselho de administração que eleger administradores deveráconter a qualificação e o prazo de gestão de cada um dos eleitos, devendo ser arquivada no registro do comércio epublicada. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2o A posse do conselheiro residente ou domiciliado no exterior fica condicionada à constituição de representanteresidente no País, com poderes para receber citação em ações contra ele propostas com base na legislação societária,mediante procuração com prazo de validade que deverá estender-se por, no mínimo, 3 (três) anos após o término doprazo de gestão do conselheiro. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

Art. 147. Quando a lei exigir certos requisitos para a investidura em cargo de administração da companhia, aassembléia-geral somente poderá eleger quem tenha exibido os necessários comprovantes, dos quais se arquivarácópia autêntica na sede social.

§ 1º São inelegíveis para os cargos de administração da companhia as pessoas impedidas por lei especial, oucondenadas por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, contra a economia popular, afé pública ou a propriedade, ou a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos.

§ 2º São ainda inelegíveis para os cargos de administração de companhia aberta as pessoas declaradasinabilitadas por ato da Comissão de Valores Mobiliários.

§ 3o O conselheiro deve ter reputação ilibada, não podendo ser eleito, salvo dispensa da assembléia-geral, aqueleque: (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - ocupar cargos em sociedades que possam ser consideradas concorrentes no mercado, em especial, emconselhos consultivos, de administração ou fiscal; e (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - tiver interesse conflitante com a sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 4o A comprovação do cumprimento das condições previstas no § 3o será efetuada por meio de declaraçãofirmada pelo conselheiro eleito nos termos definidos pela Comissão de Valores Mobiliários, com vistas ao disposto nosarts. 145 e 159, sob as penas da lei. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Garantia da Gestão

Art. 148. O estatuto pode estabelecer que o exercício do cargo de administrador deva ser assegurado, pelo titularou por terceiro, mediante penhor de ações da companhia ou outra garantia.

Parágrafo único. A garantia só será levantada após aprovação das últimas contas apresentadas pelo administradorque houver deixado o cargo.

Investidura

Art. 149. Os conselheiros e diretores serão investidos nos seus cargos mediante assinatura de termo de posse nolivro de atas do conselho de administração ou da diretoria, conforme o caso.

§ 1o Se o termo não for assinado nos 30 (trinta) dias seguintes à nomeação, esta tornar-se-á sem efeito, salvojustificação aceita pelo órgão da administração para o qual tiver sido eleito. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2o O termo de posse deverá conter, sob pena de nulidade, a indicação de pelo menos um domicílio no qual oadministrador receberá as citações e intimações em processos administrativos e judiciais relativos a atos de suagestão, as quais reputar-se-ão cumpridas mediante entrega no domicílio indicado, o qual somente poderá ser alteradomediante comunicação por escrito à companhia. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Substituição e Término da Gestão

Art. 150. No caso de vacância do cargo de conselheiro, salvo disposição em contrário do estatuto, o substitutoserá nomeado pelos conselheiros remanescentes e servirá até a primeira assembléia-geral. Se ocorrer vacância damaioria dos cargos, a assembléia-geral será convocada para proceder a nova eleição.

§ 1º No caso de vacância de todos os cargos do conselho de administração, compete à diretoria convocar aassembléia-geral.

§ 2º No caso de vacância de todos os cargos da diretoria, se a companhia não tiver conselho de administração,compete ao conselho fiscal, se em funcionamento, ou a qualquer acionista, convocar a assembléia-geral, devendo o

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representante de maior número de ações praticar, até a realização da assembléia, os atos urgentes de administração dacompanhia.

§ 3º O substituto eleito para preencher cargo vago completará o prazo de gestão do substituído.

§ 4º O prazo de gestão do conselho de administração ou da diretoria se estende até a investidura dos novosadministradores eleitos.

Renúncia

Art. 151. A renúncia do administrador torna-se eficaz, em relação à companhia, desde o momento em que lhe forentregue a comunicação escrita do renunciante, e em relação a terceiros de boa-fé, após arquivamento no registro decomércio e publicação, que poderão ser promovidos pelo renunciante.

Remuneração

Art. 152. A assembléia-geral fixará o montante global ou individual da remuneração dos administradores, inclusivebenefícios de qualquer natureza e verbas de representação, tendo em conta suas responsabilidades, o tempo dedicadoàs suas funções, sua competência e reputação profissional e o valor dos seus serviços no mercado. (Redação dadapela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 1º O estatuto da companhia que fixar o dividendo obrigatório em 25% (vinte e cinco por cento) ou mais do lucrolíquido, pode atribuir aos administradores participação no lucro da companhia, desde que o seu total não ultrapasse aremuneração anual dos administradores nem 0,1 (um décimo) dos lucros (artigo 190), prevalecendo o limite que formenor.

§ 2º Os administradores somente farão jus à participação nos lucros do exercício social em relação ao qual foratribuído aos acionistas o dividendo obrigatório, de que trata o artigo 202.

SEÇÃO IV

Deveres e Responsabilidades

Dever de Diligência

Art. 153. O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e diligência quetodo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios.

Finalidade das Atribuições e Desvio de Poder

Art. 154. O administrador deve exercer as atribuições que a lei e o estatuto lhe conferem para lograr os fins e nointeresse da companhia, satisfeitas as exigências do bem público e da função social da empresa.

§ 1º O administrador eleito por grupo ou classe de acionistas tem, para com a companhia, os mesmos deveresque os demais, não podendo, ainda que para defesa do interesse dos que o elegeram, faltar a esses deveres.

§ 2° É vedado ao administrador:

a) praticar ato de liberalidade à custa da companhia;

b) sem prévia autorização da assembléia-geral ou do conselho de administração, tomar por empréstimo recursosou bens da companhia, ou usar, em proveito próprio, de sociedade em que tenha interesse, ou de terceiros, os seusbens, serviços ou crédito;

c) receber de terceiros, sem autorização estatutária ou da assembléia-geral, qualquer modalidade de vantagempessoal, direta ou indireta, em razão do exercício de seu cargo.

§ 3º As importâncias recebidas com infração ao disposto na alínea c do § 2º pertencerão à companhia.

§ 4º O conselho de administração ou a diretoria podem autorizar a prática de atos gratuitos razoáveis em benefíciodos empregados ou da comunidade de que participe a empresa, tendo em vista suas responsabilidades sociais.

Dever de Lealdade

Art. 155. O administrador deve servir com lealdade à companhia e manter reserva sobre os seus negócios, sendo-lhe vedado:

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I - usar, em benefício próprio ou de outrem, com ou sem prejuízo para a companhia, as oportunidades comerciaisde que tenha conhecimento em razão do exercício de seu cargo;

II - omitir-se no exercício ou proteção de direitos da companhia ou, visando à obtenção de vantagens, para si oupara outrem, deixar de aproveitar oportunidades de negócio de interesse da companhia;

III - adquirir, para revender com lucro, bem ou direito que sabe necessário à companhia, ou que esta tencioneadquirir.

§ 1º Cumpre, ademais, ao administrador de companhia aberta, guardar sigilo sobre qualquer informação que aindanão tenha sido divulgada para conhecimento do mercado, obtida em razão do cargo e capaz de influir de modoponderável na cotação de valores mobiliários, sendo-lhe vedado valer-se da informação para obter, para si ou paraoutrem, vantagem mediante compra ou venda de valores mobiliários.

§ 2º O administrador deve zelar para que a violação do disposto no § 1º não possa ocorrer através desubordinados ou terceiros de sua confiança.

§ 3º A pessoa prejudicada em compra e venda de valores mobiliários, contratada com infração do disposto nos §§1° e 2°, tem direito de haver do infrator indenização por perdas e danos, a menos que ao contratar já conhecesse ainformação.

§ 4o É vedada a utilização de informação relevante ainda não divulgada, por qualquer pessoa que a ela tenha tidoacesso, com a finalidade de auferir vantagem, para si ou para outrem, no mercado de valores mobiliários. (Incluído pelaLei nº 10.303, de 2001)

Conflito de Interesses

Art. 156. É vedado ao administrador intervir em qualquer operação social em que tiver interesse conflitante com oda companhia, bem como na deliberação que a respeito tomarem os demais administradores, cumprindo-lhe cientificá-los do seu impedimento e fazer consignar, em ata de reunião do conselho de administração ou da diretoria, a natureza eextensão do seu interesse.

§ 1º Ainda que observado o disposto neste artigo, o administrador somente pode contratar com a companhia emcondições razoáveis ou eqüitativas, idênticas às que prevalecem no mercado ou em que a companhia contrataria comterceiros.

§ 2º O negócio contratado com infração do disposto no § 1º é anulável, e o administrador interessado seráobrigado a transferir para a companhia as vantagens que dele tiver auferido.

Dever de Informar

Art. 157. O administrador de companhia aberta deve declarar, ao firmar o termo de posse, o número de ações,bônus de subscrição, opções de compra de ações e debêntures conversíveis em ações, de emissão da companhia e desociedades controladas ou do mesmo grupo, de que seja titular. (Vide Lei nº 12.838, de 2013)

§ 1º O administrador de companhia aberta é obrigado a revelar à assembléia-geral ordinária, a pedido de acionistasque representem 5% (cinco por cento) ou mais do capital social:

a) o número dos valores mobiliários de emissão da companhia ou de sociedades controladas, ou do mesmo grupo,que tiver adquirido ou alienado, diretamente ou através de outras pessoas, no exercício anterior;

b) as opções de compra de ações que tiver contratado ou exercido no exercício anterior;

c) os benefícios ou vantagens, indiretas ou complementares, que tenha recebido ou esteja recebendo dacompanhia e de sociedades coligadas, controladas ou do mesmo grupo;

d) as condições dos contratos de trabalho que tenham sido firmados pela companhia com os diretores eempregados de alto nível;

e) quaisquer atos ou fatos relevantes nas atividades da companhia.

§ 2º Os esclarecimentos prestados pelo administrador poderão, a pedido de qualquer acionista, ser reduzidos aescrito, autenticados pela mesa da assembléia, e fornecidos por cópia aos solicitantes.

§ 3º A revelação dos atos ou fatos de que trata este artigo só poderá ser utilizada no legítimo interesse dacompanhia ou do acionista, respondendo os solicitantes pelos abusos que praticarem.

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§ 4º Os administradores da companhia aberta são obrigados a comunicar imediatamente à bolsa de valores e adivulgar pela imprensa qualquer deliberação da assembléia-geral ou dos órgãos de administração da companhia, ou fatorelevante ocorrido nos seus negócios, que possa influir, de modo ponderável, na decisão dos investidores do mercadode vender ou comprar valores mobiliários emitidos pela companhia.

§ 5º Os administradores poderão recusar-se a prestar a informação (§ 1º, alínea e), ou deixar de divulgá-la (§ 4º),se entenderem que sua revelação porá em risco interesse legítimo da companhia, cabendo à Comissão de ValoresMobiliários, a pedido dos administradores, de qualquer acionista, ou por iniciativa própria, decidir sobre a prestação deinformação e responsabilizar os administradores, se for o caso.

§ 6o Os administradores da companhia aberta deverão informar imediatamente, nos termos e na formadeterminados pela Comissão de Valores Mobiliários, a esta e às bolsas de valores ou entidades do mercado de balcãoorganizado nas quais os valores mobiliários de emissão da companhia estejam admitidos à negociação, asmodificações em suas posições acionárias na companhia. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Responsabilidade dos Administradores

Art. 158. O administrador não é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade eem virtude de ato regular de gestão; responde, porém, civilmente, pelos prejuízos que causar, quando proceder:

I - dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo;

II - com violação da lei ou do estatuto.

§ 1º O administrador não é responsável por atos ilícitos de outros administradores, salvo se com eles forconivente, se negligenciar em descobri-los ou se, deles tendo conhecimento, deixar de agir para impedir a sua prática.Exime-se de responsabilidade o administrador dissidente que faça consignar sua divergência em ata de reunião do órgãode administração ou, não sendo possível, dela dê ciência imediata e por escrito ao órgão da administração, no conselhofiscal, se em funcionamento, ou à assembléia-geral.

§ 2º Os administradores são solidariamente responsáveis pelos prejuízos causados em virtude do nãocumprimento dos deveres impostos por lei para assegurar o funcionamento normal da companhia, ainda que, peloestatuto, tais deveres não caibam a todos eles.

§ 3º Nas companhias abertas, a responsabilidade de que trata o § 2º ficará restrita, ressalvado o disposto no § 4º,aos administradores que, por disposição do estatuto, tenham atribuição específica de dar cumprimento àqueles deveres.

§ 4º O administrador que, tendo conhecimento do não cumprimento desses deveres por seu predecessor, ou peloadministrador competente nos termos do § 3º, deixar de comunicar o fato a assembléia-geral, tornar-se-á por elesolidariamente responsável.

§ 5º Responderá solidariamente com o administrador quem, com o fim de obter vantagem para si ou para outrem,concorrer para a prática de ato com violação da lei ou do estatuto.

Ação de Responsabilidade

Art. 159. Compete à companhia, mediante prévia deliberação da assembléia-geral, a ação de responsabilidade civilcontra o administrador, pelos prejuízos causados ao seu patrimônio.

§ 1º A deliberação poderá ser tomada em assembléia-geral ordinária e, se prevista na ordem do dia, ou forconseqüência direta de assunto nela incluído, em assembléia-geral extraordinária.

§ 2º O administrador ou administradores contra os quais deva ser proposta ação ficarão impedidos e deverão sersubstituídos na mesma assembléia.

§ 3º Qualquer acionista poderá promover a ação, se não for proposta no prazo de 3 (três) meses da deliberação daassembléia-geral.

§ 4º Se a assembléia deliberar não promover a ação, poderá ela ser proposta por acionistas que representem 5%(cinco por cento), pelo menos, do capital social.

§ 5° Os resultados da ação promovida por acionista deferem-se à companhia, mas esta deverá indenizá-lo, até olimite daqueles resultados, de todas as despesas em que tiver incorrido, inclusive correção monetária e juros dosdispêndios realizados.

§ 6° O juiz poderá reconhecer a exclusão da responsabilidade do administrador, se convencido de que este agiu deboa-fé e visando ao interesse da companhia.

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§ 7º A ação prevista neste artigo não exclui a que couber ao acionista ou terceiro diretamente prejudicado por atode administrador.

Órgãos Técnicos e Consultivos

Art. 160. As normas desta Seção aplicam-se aos membros de quaisquer órgãos, criados pelo estatuto, comfunções técnicas ou destinados a aconselhar os administradores.

CAPÍTULO XIII

Conselho Fiscal

Composição e Funcionamento

Art. 161. A companhia terá um conselho fiscal e o estatuto disporá sobre seu funcionamento, de modo permanenteou nos exercícios sociais em que for instalado a pedido de acionistas.

§ 1º O conselho fiscal será composto de, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, e suplentes emigual número, acionistas ou não, eleitos pela assembléia-geral.

§ 2º O conselho fiscal, quando o funcionamento não for permanente, será instalado pela assembléia-geral a pedidode acionistas que representem, no mínimo, 0,1 (um décimo) das ações com direito a voto, ou 5% (cinco por cento) dasações sem direito a voto, e cada período de seu funcionamento terminará na primeira assembléia-geral ordinária após asua instalação.

§ 3º O pedido de funcionamento do conselho fiscal, ainda que a matéria não conste do anúncio de convocação,poderá ser formulado em qualquer assembléia-geral, que elegerá os seus membros.

§ 4º Na constituição do conselho fiscal serão observadas as seguintes normas:

a) os titulares de ações preferenciais sem direito a voto, ou com voto restrito, terão direito de eleger, em votaçãoem separado, 1 (um) membro e respectivo suplente; igual direito terão os acionistas minoritários, desde querepresentem, em conjunto, 10% (dez por cento) ou mais das ações com direito a voto;

b) ressalvado o disposto na alínea anterior, os demais acionistas com direito a voto poderão eleger os membrosefetivos e suplentes que, em qualquer caso, serão em número igual ao dos eleitos nos termos da alínea a, mais um.

§ 5º Os membros do conselho fiscal e seus suplentes exercerão seus cargos até a primeira assembléia-geralordinária que se realizar após a sua eleição, e poderão ser reeleitos.

§ 6o Os membros do conselho fiscal e seus suplentes exercerão seus cargos até a primeira assembléia-geralordinária que se realizar após a sua eleição, e poderão ser reeleitos. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 7o A função de membro do conselho fiscal é indelegável. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Requisitos, Impedimentos e Remuneração

Art. 162. Somente podem ser eleitos para o conselho fiscal pessoas naturais, residentes no País, diplomadas emcurso de nível universitário, ou que tenham exercido por prazo mínimo de 3 (três) anos, cargo de administrador deempresa ou de conselheiro fiscal.

§ 1º Nas localidades em que não houver pessoas habilitadas, em número suficiente, para o exercício da função,caberá ao juiz dispensar a companhia da satisfação dos requisitos estabelecidos neste artigo.

§ 2º Não podem ser eleitos para o conselho fiscal, além das pessoas enumeradas nos parágrafos do artigo 147,membros de órgãos de administração e empregados da companhia ou de sociedade controlada ou do mesmo grupo, e ocônjuge ou parente, até terceiro grau, de administrador da companhia.

§ 3º A remuneração dos membros do conselho fiscal, além do reembolso, obrigatório, das despesas de locomoçãoe estada necessárias ao desempenho da função, será fixada pela assembléia-geral que os eleger, e não poderá serinferior, para cada membro em exercício, a dez por cento da que, em média, for atribuída a cada diretor, nãocomputados benefícios, verbas de representação e participação nos lucros. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

Competência

Art. 163. Compete ao conselho fiscal:

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I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e verificar o cumprimento dos seusdeveres legais e estatutários; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar do seu parecer as informaçõescomplementares que julgar necessárias ou úteis à deliberação da assembléia-geral;

III - opinar sobre as propostas dos órgãos da administração, a serem submetidas à assembléia-geral, relativas amodificação do capital social, emissão de debêntures ou bônus de subscrição, planos de investimento ou orçamentosde capital, distribuição de dividendos, transformação, incorporação, fusão ou cisão; (Vide Lei nº 12.838, de 2013)

IV - denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de administração e, se estes não tomarem asprovidências necessárias para a proteção dos interesses da companhia, à assembléia-geral, os erros, fraudes ou crimesque descobrirem, e sugerir providências úteis à companhia; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

V - convocar a assembléia-geral ordinária, se os órgãos da administração retardarem por mais de 1 (um) mês essaconvocação, e a extraordinária, sempre que ocorrerem motivos graves ou urgentes, incluindo na agenda dasassembléias as matérias que considerarem necessárias;

VI - analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações financeiras elaboradasperiodicamente pela companhia;

VII - examinar as demonstrações financeiras do exercício social e sobre elas opinar;

VIII - exercer essas atribuições, durante a liquidação, tendo em vista as disposições especiais que a regulam.

§ 1º Os órgãos de administração são obrigados, através de comunicação por escrito, a colocar à disposição dosmembros em exercício do conselho fiscal, dentro de 10 (dez) dias, cópias das atas de suas reuniões e, dentro de 15(quinze) dias do seu recebimento, cópias dos balancetes e demais demonstrações financeiras elaboradasperiodicamente e, quando houver, dos relatórios de execução de orçamentos.

§ 2o O conselho fiscal, a pedido de qualquer dos seus membros, solicitará aos órgãos de administraçãoesclarecimentos ou informações, desde que relativas à sua função fiscalizadora, assim como a elaboração dedemonstrações financeiras ou contábeis especiais. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 3° Os membros do conselho fiscal assistirão às reuniões do conselho de administração, se houver, ou dadiretoria, em que se deliberar sobre os assuntos em que devam opinar (ns. II, III e VII).

§ 4º Se a companhia tiver auditores independentes, o conselho fiscal, a pedido de qualquer de seus membros,poderá solicitar-lhes esclarecimentos ou informações, e a apuração de fatos específicos. (Redação dada pela Lei nº9.457, de 1997)

§ 5º Se a companhia não tiver auditores independentes, o conselho fiscal poderá, para melhor desempenho dassuas funções, escolher contador ou firma de auditoria e fixar-lhes os honorários, dentro de níveis razoáveis, vigentes napraça e compatíveis com a dimensão econômica da companhia, os quais serão pagos por esta.

§ 6º O conselho fiscal deverá fornecer ao acionista, ou grupo de acionistas que representem, no mínimo 5% (cincopor cento) do capital social, sempre que solicitadas, informações sobre matérias de sua competência.

§ 7º As atribuições e poderes conferidos pela lei ao conselho fiscal não podem ser outorgados a outro órgão dacompanhia.

§ 8º O conselho fiscal poderá, para apurar fato cujo esclarecimento seja necessário ao desempenho de suasfunções, formular, com justificativa, questões a serem respondidas por perito e solicitar à diretoria que indique, paraesse fim, no prazo máximo de trinta dias, três peritos, que podem ser pessoas físicas ou jurídicas, de notórioconhecimento na área em questão, entre os quais o conselho fiscal escolherá um, cujos honorários serão pagos pelacompanhia. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)

Pareceres e Representações

Art. 164. Os membros do conselho fiscal, ou ao menos um deles, deverão comparecer às reuniões da assembléia-geral e responder aos pedidos de informações formulados pelos acionistas.

Parágrafo único. Os pareceres e representações do conselho fiscal, ou de qualquer um de seus membros, poderãoser apresentados e lidos na assembléia-geral, independentemente de publicação e ainda que a matéria não conste daordem do dia. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

Deveres e Responsabilidades

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Art. 165. Os membros do conselho fiscal têm os mesmos deveres dos administradores de que tratam os arts. 153a 156 e respondem pelos danos resultantes de omissão no cumprimento de seus deveres e de atos praticados comculpa ou dolo, ou com violação da lei ou do estatuto.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1o Os membros do conselho fiscal deverão exercer suas funções no exclusivo interesse da companhia;considerar-se-á abusivo o exercício da função com o fim de causar dano à companhia, ou aos seus acionistas ouadministradores, ou de obter, para si ou para outrem, vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou possa resultar,prejuízo para a companhia, seus acionistas ou administradores. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2o O membro do conselho fiscal não é responsável pelos atos ilícitos de outros membros, salvo se com eles foiconivente, ou se concorrer para a prática do ato. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

§ 3o A responsabilidade dos membros do conselho fiscal por omissão no cumprimento de seus deveres é solidária,mas dela se exime o membro dissidente que fizer consignar sua divergência em ata da reunião do órgão e a comunicaraos órgãos da administração e à assembléia-geral. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Art. 165-A. Os membros do conselho fiscal da companhia aberta deverão informar imediatamente as modificaçõesem suas posições acionárias na companhia à Comissão de Valores Mobiliários e às Bolsas de Valores ou entidades domercado de balcão organizado nas quais os valores mobiliários de emissão da companhia estejam admitidos ànegociação, nas condições e na forma determinadas pela Comissão de Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 10.303,de 2001)

CAPÍTULO XIV

Modificação do Capital Social

SEÇÃO I

Aumento

Competência

Art. 166. O capital social pode ser aumentado:

I - por deliberação da assembléia-geral ordinária, para correção da expressão monetária do seu valor (artigo 167);

II - por deliberação da assembléia-geral ou do conselho de administração, observado o que a respeito dispuser oestatuto, nos casos de emissão de ações dentro do limite autorizado no estatuto (artigo 168);

III - por conversão, em ações, de debêntures ou parte beneficiárias e pelo exercício de direitos conferidos porbônus de subscrição, ou de opção de compra de ações; (Vide Lei nº 12.838, de 2013)

IV - por deliberação da assembléia-geral extraordinária convocada para decidir sobre reforma do estatuto social, nocaso de inexistir autorização de aumento, ou de estar a mesma esgotada.

§ 1º Dentro dos 30 (trinta) dias subseqüentes à efetivação do aumento, a companhia requererá ao registro docomércio a sua averbação, nos casos dos números I a III, ou o arquivamento da ata da assembléia de reforma doestatuto, no caso do número IV. (Vide Lei nº 12.838, de 2013)

§ 2º O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá, salvo nos casos do número III, ser obrigatoriamente ouvidoantes da deliberação sobre o aumento de capital. (Vide Lei nº 12.838, de 2013)

Correção Monetária Anual

Art. 167. A reserva de capital constituída por ocasião do balanço de encerramento do exercício social e resultanteda correção monetária do capital realizado (artigo 182, § 2º) será capitalizada por deliberação da assembléia-geralordinária que aprovar o balanço.

§ 1º Na companhia aberta, a capitalização prevista neste artigo será feita sem modificação do número de açõesemitidas e com aumento do valor nominal das ações, se for o caso.

§ 2º A companhia poderá deixar de capitalizar o saldo da reserva correspondente às frações de centavo do valornominal das ações, ou, se não tiverem valor nominal, à fração inferior a 1% (um por cento) do capital social.

§ 3º Se a companhia tiver ações com e sem valor nominal, a correção do capital correspondente às ações comvalor nominal será feita separadamente, sendo a reserva resultante capitalizada em benefício dessas ações.

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Capital Autorizado

Art. 168. O estatuto pode conter autorização para aumento do capital social independentemente de reformaestatutária.

§ 1º A autorização deverá especificar:

a) o limite de aumento, em valor do capital ou em número de ações, e as espécies e classes das ações quepoderão ser emitidas;

b) o órgão competente para deliberar sobre as emissões, que poderá ser a assembléia-geral ou o conselho deadministração;

c) as condições a que estiverem sujeitas as emissões;

d) os casos ou as condições em que os acionistas terão direito de preferência para subscrição, ou de inexistênciadesse direito (artigo 172).

§ 2º O limite de autorização, quando fixado em valor do capital social, será anualmente corrigido pela assembléia-geral ordinária, com base nos mesmos índices adotados na correção do capital social.

§ 3º O estatuto pode prever que a companhia, dentro do limite de capital autorizado, e de acordo com planoaprovado pela assembléia-geral, outorgue opção de compra de ações a seus administradores ou empregados, ou apessoas naturais que prestem serviços à companhia ou a sociedade sob seu controle.

Capitalização de Lucros e Reservas

Art. 169. O aumento mediante capitalização de lucros ou de reservas importará alteração do valor nominal dasações ou distribuições das ações novas, correspondentes ao aumento, entre acionistas, na proporção do número deações que possuírem.

§ 1º Na companhia com ações sem valor nominal, a capitalização de lucros ou de reservas poderá ser efetivadasem modificação do número de ações.

§ 2º Às ações distribuídas de acordo com este artigo se estenderão, salvo cláusula em contrário dos instrumentosque os tenham constituído, o usufruto, o fideicomisso, a inalienabilidade e a incomunicabilidade que porventuragravarem as ações de que elas forem derivadas.

§ 3º As ações que não puderem ser atribuídas por inteiro a cada acionista serão vendidas em bolsa, dividindo-se oproduto da venda, proporcionalmente, pelos titulares das frações; antes da venda, a companhia fixará prazo não inferiora 30 (trinta) dias, durante o qual os acionistas poderão transferir as frações de ação.

Aumento Mediante Subscrição de Ações

Art. 170. Depois de realizados 3/4 (três quartos), no mínimo, do capital social, a companhia pode aumentá-lomediante subscrição pública ou particular de ações.

§ 1º O preço de emissão deverá ser fixado, sem diluição injustificada da participação dos antigos acionistas, aindaque tenham direito de preferência para subscrevê-las, tendo em vista, alternativa ou conjuntamente: (Redação dada pelaLei nº 9.457, de 1997)

I - a perspectiva de rentabilidade da companhia; (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)

II - o valor do patrimônio líquido da ação; (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)

III - a cotação de suas ações em Bolsa de Valores ou no mercado de balcão organizado, admitido ágio ou deságioem função das condições do mercado. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 2º A assembléia-geral, quando for de sua competência deliberar sobre o aumento, poderá delegar ao conselho deadministração a fixação do preço de emissão de ações a serem distribuídas no mercado.

§ 3º A subscrição de ações para realização em bens será sempre procedida com observância do disposto noartigo 8º, e a ela se aplicará o disposto nos §§ 2º e 3º do artigo 98.

§ 4º As entradas e as prestações da realização das ações poderão ser recebidas pela companhiaindependentemente de depósito bancário.

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§ 5º No aumento de capital observar-se-á, se mediante subscrição pública, o disposto no artigo 82, e se mediantesubscrição particular, o que a respeito for deliberado pela assembléia-geral ou pelo conselho de administração, conformedispuser o estatuto.

§ 6º Ao aumento de capital aplica-se, no que couber, o disposto sobre a constituição da companhia, exceto naparte final do § 2º do artigo 82.

§ 7º A proposta de aumento do capital deverá esclarecer qual o critério adotado, nos termos do § 1º deste artigo,justificando pormenorizadamente os aspectos econômicos que determinaram a sua escolha. (Incluído pela Lei nº 9.457,de 1997)

Direito de Preferência

Art. 171. Na proporção do número de ações que possuírem, os acionistas terão preferência para a subscrição doaumento de capital. (Vide Lei nº 12.838, de 2013)

§ 1º Se o capital for dividido em ações de diversas espécies ou classes e o aumento for feito por emissão de maisde uma espécie ou classe, observar-se-ão as seguintes normas:

a) no caso de aumento, na mesma proporção, do número de ações de todas as espécies e classes existentes,cada acionista exercerá o direito de preferência sobre ações idênticas às de que for possuidor;

b) se as ações emitidas forem de espécies e classes existentes, mas importarem alteração das respectivasproporções no capital social, a preferência será exercida sobre ações de espécies e classes idênticas às de que forempossuidores os acionistas, somente se estendendo às demais se aquelas forem insuficientes para lhes assegurar, nocapital aumentado, a mesma proporção que tinham no capital antes do aumento;

c) se houver emissão de ações de espécie ou classe diversa das existentes, cada acionista exercerá apreferência, na proporção do número de ações que possuir, sobre ações de todas as espécies e classes do aumento.

§ 2º No aumento mediante capitalização de créditos ou subscrição em bens, será sempre assegurado aosacionistas o direito de preferência e, se for o caso, as importâncias por eles pagas serão entregues ao titular do créditoa ser capitalizado ou do bem a ser incorporado.

§ 3º Os acionistas terão direito de preferência para subscrição das emissões de debêntures conversíveis emações, bônus de subscrição e partes beneficiárias conversíveis em ações emitidas para alienação onerosa; mas naconversão desses títulos em ações, ou na outorga e no exercício de opção de compra de ações, não haverá direito depreferência.

§ 4º O estatuto ou a assembléia-geral fixará prazo de decadência, não inferior a 30 (trinta) dias, para o exercício dodireito de preferência.

§ 5º No usufruto e no fideicomisso, o direito de preferência, quando não exercido pelo acionista até 10 (dez) diasantes do vencimento do prazo, poderá sê-lo pelo usufrutuário ou fideicomissário.

§ 6º O acionista poderá ceder seu direito de preferência.

§ 7º Na companhia aberta, o órgão que deliberar sobre a emissão mediante subscrição particular deverá disporsobre as sobras de valores mobiliários não subscritos, podendo:

a) mandar vendê-las em bolsa, em benefício da companhia; ou

b) rateá-las, na proporção dos valores subscritos, entre os acionistas que tiverem pedido, no boletim ou lista desubscrição, reserva de sobras; nesse caso, a condição constará dos boletins e listas de subscrição e o saldo nãorateado será vendido em bolsa, nos termos da alínea anterior.

§ 8° Na companhia fechada, será obrigatório o rateio previsto na alínea b do § 7º, podendo o saldo, se houver, sersubscrito por terceiros, de acordo com os critérios estabelecidos pela assembléia-geral ou pelos órgãos daadministração.

Exclusão do Direito de Preferência

Art. 172. O estatuto da companhia aberta que contiver autorização para o aumento do capital pode prever a

emissão, sem direito de preferência para os antigos acionistas, ou com redução do prazo de que trata o § 4o do art. 171,de ações e debêntures conversíveis em ações, ou bônus de subscrição, cuja colocação seja feita mediante: (Redaçãodada pela Lei nº 10.303, de 2001) (Vide Lei nº 12.838, de 2013)

I - venda em bolsa de valores ou subscrição pública; ou

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II - permuta por ações, em oferta pública de aquisição de controle, nos termos dos arts. 257 e 263. (Redação dadapela Lei nº 10.303, de 2001)

Parágrafo único. O estatuto da companhia, ainda que fechada, pode excluir o direito de preferência para subscriçãode ações nos termos de lei especial sobre incentivos fiscais.

SEÇÃO II

Redução

Art. 173. A assembléia-geral poderá deliberar a redução do capital social se houver perda, até o montante dosprejuízos acumulados, ou se julgá-lo excessivo.

§ 1º A proposta de redução do capital social, quando de iniciativa dos administradores, não poderá ser submetida àdeliberação da assembléia-geral sem o parecer do conselho fiscal, se em funcionamento.

§ 2º A partir da deliberação de redução ficarão suspensos os direitos correspondentes às ações cujos certificadostenham sido emitidos, até que sejam apresentados à companhia para substituição.

Oposição dos Credores

Art. 174. Ressalvado o disposto nos artigos 45 e 107, a redução do capital social com restituição aos acionistasde parte do valor das ações, ou pela diminuição do valor destas, quando não integralizadas, à importância das entradas,só se tornará efetiva 60 (sessenta) dias após a publicação da ata da assembléia-geral que a tiver deliberado.

§ 1º Durante o prazo previsto neste artigo, os credores quirografários por títulos anteriores à data da publicação daata poderão, mediante notificação, de que se dará ciência ao registro do comércio da sede da companhia, opor-se àredução do capital; decairão desse direito os credores que o não exercerem dentro do prazo.

§ 2º Findo o prazo, a ata da assembléia-geral que houver deliberado à redução poderá ser arquivada se não tiverhavido oposição ou, se tiver havido oposição de algum credor, desde que feita a prova do pagamento do seu crédito oudo depósito judicial da importância respectiva.

§ 3º Se houver em circulação debêntures emitidas pela companhia, a redução do capital, nos casos previstosneste artigo, não poderá ser efetivada sem prévia aprovação pela maioria dos debenturistas, reunidos em assembléiaespecial.

CAPÍTULO XV

Exercício Social e Demonstrações Financeiras

SEÇÃO I

Exercício Social

Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no estatuto.

Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício social poderá terduração diversa.

SEÇÃO II

Demonstrações Financeiras

Disposições Gerais

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil dacompanhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio dacompanhia e as mutações ocorridas no exercício:

I - balanço patrimonial;

II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

III - demonstração do resultado do exercício; e

IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

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V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes dasdemonstrações do exercício anterior.

§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão seragregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo decontas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes".

§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos daadministração, no pressuposto de sua aprovação pela assembléia-geral.

§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos oudemonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.

§ 5o As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeisespecíficas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadasem nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradasnecessárias para uma apresentação adequada; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

IV – indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos dedepreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atendera perdas prováveis na realização de elementos do ativo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo único); (Incluído pela Lei nº11.941, de 2009)

c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 182, § 3o ); (Incluído pela Lei nº11.941, de 2009)

d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outrasresponsabilidades eventuais ou contingentes; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; (Incluído pela Lei nº11.941, de 2009)

f) o número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeitorelevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões dereais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Redação dada pela Lei nº11.638,de 2007)

§ 7o A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu critério, disciplinar de forma diversa o registro de que trata

o § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Escrituração

Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos dalegislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos oucritérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência.

§ 1º As demonstrações financeiras do exercício em que houver modificação de métodos ou critérios contábeis, deefeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e ressaltar esses efeitos.

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§ 2o A companhia observará exclusivamente em livros ou registros auxiliares, sem qualquer modificação daescrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legislaçãoespecial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de métodosou critérios contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a elaboração de outrasdemonstrações financeiras. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

II – (revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 3o As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, as normas expedidas pelaComissão de Valores Mobiliários e serão obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nelaregistrados. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 4º As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmentehabilitados.

§ 5o As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários a que se refere o § 3o deste artigodeverão ser elaboradas em consonância com os padrões internacionais de contabilidade adotados nos principaismercados de valores mobiliários. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 6o As companhias fechadas poderão optar por observar as normas sobre demonstrações financeirasexpedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para as companhias abertas. (Incluído pela Lei nº 11.638,de2007)

§ 7o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

SEÇÃO III

Balanço Patrimonial

Grupo de Contas

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, eagrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelasregistrados, nos seguintes grupos:

I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado eintangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:

I – passivo circulante; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

II – passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservasde lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificadosseparadamente.

Ativo

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e asaplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;

II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como osderivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores,acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto dacompanhia;

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III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza,não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;

IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção dasatividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações quetransfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

V – (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)

VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção dacompanhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº11.638,de 2007)

Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social,a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.

Passivo Exigível

Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo nãocirculante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo nãocirculante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179 desta Lei.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

Resultados de Exercícios Futuros

Art. 181. (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)

Patrimônio Líquido

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das açõessem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos deconversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;

b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)

d) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado,enquanto não-capitalizado.

§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado doexercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos aelementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em

normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia.

§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido queregistrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

Critérios de Avaliação do Ativo

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:

I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos,classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda;e (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

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b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais oucontratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações eos direitos e títulos de crédito; (Incluída pela Lei nº 11.638,de 2007)

II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisãopara ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior;

III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quandoessa perda estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo paraa companhia, de ações ou quotas bonificadas;

IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para atender às perdas prováveis narealização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior;

V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta dedepreciação, amortização ou exaustão;

VI – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo darespectiva conta de amortização; (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente,sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra nomercado;

b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no mercado, deduzidosos impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro;

c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros.

d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo, decorrente de transaçãonão compulsória realizada entre partes independentes; e, na ausência de um mercado ativo para um determinadoinstrumento financeiro: (Incluída pela Lei nº 11.638,de 2007)

1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento financeiro denatureza, prazo e risco similares; (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo erisco similares; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de instrumentos financeiros.(Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 2o A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada periodicamente nascontas de: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos adesgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência;

b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedadeindustrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bensde utilização por prazo legal ou contratualmente limitado;

c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejamrecursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.

§ 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados noimobilizado e no intangível, a fim de que sejam: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper osempreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir resultados

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suficientes para recuperação desse valor; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e paracálculo da depreciação, exaustão e amortização. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado,quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil.

Critérios de Avaliação do Passivo

Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios:

I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar combase no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço;

II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em moeda nacionalà taxa de câmbio em vigor na data do balanço;

III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados ao seu valorpresente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

Critérios de Avaliação em Operações Societárias (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Art. 184-A. A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá, com base na competência conferida pelo § 3o do art.177 desta Lei, normas especiais de avaliação e contabilização aplicáveis à aquisição de controle, participaçõessocietárias ou negócios. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Correção Monetária

Art. 185. (Revogado pela Lei nº 7.730, de 1989)

SEÇÃO IV

Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:

I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial;

II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;

III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim doperíodo.

§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança decritério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos afatos subseqüentes.

§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação docapital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pelacompanhia.

SEÇÃO V

Demonstração do Resultado do Exercício

Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:

I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;

II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;

III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais eadministrativas, e outras despesas operacionais;

IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela Lei nº 11.941,de 2009)

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V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;

VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma deinstrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não secaracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:

a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e

b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.

§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)

SEÇÃO VI

Demonstrações dos Fluxos de Caixa e do Valor Adicionado(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo:(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa eequivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: (Redação dada pela Lei nº11.638,de 2007)

a) das operações; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

b) dos financiamentos; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

c) dos investimentos; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entreos elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas,governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

III - (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)

IV - (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)

CAPÍTULO XVI

Lucro, Reservas e Dividendos

SEÇÃO I

Lucro

Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda

Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e aprovisão para o Imposto sobre a Renda.

Parágrafo único. o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservasde lucros e pela reserva legal, nessa ordem.

Participações

Art. 190. As participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias serão determinadas,sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois de deduzida a participaçãoanteriormente calculada.

Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das participações dos administradores e das partes beneficiárias odisposto nos parágrafos do artigo 201.

Lucro Líquido

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Art. 191. Lucro líquido do exercício é o resultado do exercício que remanescer depois de deduzidas asparticipações de que trata o artigo 190.

Proposta de Destinação do Lucro

Art. 192. Juntamente com as demonstrações financeiras do exercício, os órgãos da administração da companhiaapresentarão à assembléia-geral ordinária, observado o disposto nos artigos 193 a 203 e no estatuto, proposta sobre adestinação a ser dada ao lucro líquido do exercício.

SEÇÃO II

Reservas e Retenção de Lucros

Reserva Legal

Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de qualquer outra destinação,na constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social.

§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescidodo montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do capitalsocial.

§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada paracompensar prejuízos ou aumentar o capital.

Reservas Estatutárias

Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:

I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade;

II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados à sua constituição; e

III - estabeleça o limite máximo da reserva.

Reservas para Contingências

Art. 195. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do lucro líquido àformação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perdajulgada provável, cujo valor possa ser estimado.

§ 1º A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, com as razõesde prudência que a recomendem, a constituição da reserva.

§ 2º A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituiçãoou em que ocorrer a perda.

Reserva de Incentivos Fiscais(Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

Art. 195-A. A assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva deincentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos,que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei). (Incluídopela Lei nº 11.638,de 2007)

Retenção de Lucros

Art. 196. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, deliberar reter parcela do lucrolíquido do exercício prevista em orçamento de capital por ela previamente aprovado.

§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a justificação da retenção de lucros proposta,deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a duração deaté 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de execução, por prazo maior, de projeto de investimento.

§ 2o O orçamento poderá ser aprovado pela assembléia-geral ordinária que deliberar sobre o balanço do exercício erevisado anualmente, quando tiver duração superior a um exercício social. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

Reserva de Lucros a Realizar

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Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art.202, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos deadministração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a realizar. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de2001)

§ 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a parcela do lucro líquido do exercício que exceder dasoma dos seguintes valores: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial (art. 248); e (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização de ativo e passivo pelo valor demercado, cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte. (Redação dada pela Leinº 11.638,de 2007)

§ 2o A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada para pagamento do dividendo obrigatório e, paraefeito do inciso III do art. 202, serão considerados como integrantes da reserva os lucros a realizar de cada exercícioque forem os primeiros a serem realizados em dinheiro. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Limite da Constituição de Reservas e Retenção de Lucros

Art. 198. A destinação dos lucros para constituição das reservas de que trata o artigo 194 e a retenção nos termosdo artigo 196 não poderão ser aprovadas, em cada exercício, em prejuízo da distribuição do dividendo obrigatório (artigo202).

Limite do Saldo das Reservas de Lucro(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de lucros arealizar, não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembléia deliberará sobre aplicação doexcesso na integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos. (Redação dada pela Lei nº11.638,de 2007)

Reserva de Capital

Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:

I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafoúnico);

II - resgate, reembolso ou compra de ações;

III - resgate de partes beneficiárias;

IV - incorporação ao capital social;

V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada (artigo 17, § 5º).

Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser destinada aoresgate desses títulos.

SEÇÃO III

Dividendos

Origem

Art. 201. A companhia somente pode pagar dividendos à conta de lucro líquido do exercício, de lucros acumuladose de reserva de lucros; e à conta de reserva de capital, no caso das ações preferenciais de que trata o § 5º do artigo 17.

§ 1º A distribuição de dividendos com inobservância do disposto neste artigo implica responsabilidade solidária dosadministradores e fiscais, que deverão repor à caixa social a importância distribuída, sem prejuízo da ação penal que nocaso couber.

§ 2º Os acionistas não são obrigados a restituir os dividendos que em boa-fé tenham recebido. Presume-se a má-fé quando os dividendos forem distribuídos sem o levantamento do balanço ou em desacordo com os resultados deste.

Dividendo Obrigatório

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Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucrosestabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada de acordo com as seguintes normas:(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) (Vide Lei nº 12.838, de 2013)

I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido dos seguintes valores: (Redação dada pela Lei nº10.303, de 2001)

a) importância destinada à constituição da reserva legal (art. 193); e (Incluída pela Lei nº 10.303, de 2001)

b) importância destinada à formação da reserva para contingências (art. 195) e reversão da mesma reservaformada em exercícios anteriores; (Incluída pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - o pagamento do dividendo determinado nos termos do inciso I poderá ser limitado ao montante do lucro líquidodo exercício que tiver sido realizado, desde que a diferença seja registrada como reserva de lucros a realizar (art. 197);(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

III - os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não tiverem sido absorvidos porprejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1º O estatuto poderá estabelecer o dividendo como porcentagem do lucro ou do capital social, ou fixar outroscritérios para determiná-lo, desde que sejam regulados com precisão e minúcia e não sujeitem os acionistas minoritáriosao arbítrio dos órgãos de administração ou da maioria.

§ 2o Quando o estatuto for omisso e a assembléia-geral deliberar alterá-lo para introduzir norma sobre a matéria, odividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido ajustado nos termos doinciso I deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 3o A assembléia-geral pode, desde que não haja oposição de qualquer acionista presente, deliberar a distribuiçãode dividendo inferior ao obrigatório, nos termos deste artigo, ou a retenção de todo o lucro líquido, nas seguintessociedades: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - companhias abertas exclusivamente para a captação de recursos por debêntures não conversíveis em ações;(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - companhias fechadas, exceto nas controladas por companhias abertas que não se enquadrem na condiçãoprevista no inciso I. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício social em que os órgãos da administraçãoinformarem à assembléia-geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da companhia. O conselhofiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer sobre essa informação e, na companhia aberta, seus administradoresencaminharão à Comissão de Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da realização da assembléia-geral, exposiçãojustificativa da informação transmitida à assembléia.

§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão registrados como reserva especial e, senão absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser pagos como dividendo assim que o permitir asituação financeira da companhia.

§ 6o Os lucros não destinados nos termos dos arts. 193 a 197 deverão ser distribuídos como dividendos. (Incluídopela Lei nº 10.303, de 2001)

Dividendos de Ações Preferenciais

Art. 203. O disposto nos artigos 194 a 197, e 202, não prejudicará o direito dos acionistas preferenciais de receberos dividendos fixos ou mínimos a que tenham prioridade, inclusive os atrasados, se cumulativos. (Vide Lei nº 12.838,de 2013)

Dividendos Intermediários

Art. 204. A companhia que, por força de lei ou de disposição estatutária, levantar balanço semestral, poderádeclarar, por deliberação dos órgãos de administração, se autorizados pelo estatuto, dividendo à conta do lucro apuradonesse balanço.

§ 1º A companhia poderá, nos termos de disposição estatutária, levantar balanço e distribuir dividendos emperíodos menores, desde que o total dos dividendos pagos em cada semestre do exercício social não exceda omontante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182.

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§ 2º O estatuto poderá autorizar os órgãos de administração a declarar dividendos intermediários, à conta de lucrosacumulados ou de reservas de lucros existentes no último balanço anual ou semestral.

Pagamento de Dividendos

Art. 205. A companhia pagará o dividendo de ações nominativas à pessoa que, na data do ato de declaração dodividendo, estiver inscrita como proprietária ou usufrutuária da ação.

§ 1º Os dividendos poderão ser pagos por cheque nominativo remetido por via postal para o endereço comunicadopelo acionista à companhia, ou mediante crédito em conta-corrente bancária aberta em nome do acionista.

§ 2º Os dividendos das ações em custódia bancária ou em depósito nos termos dos artigos 41 e 43 serão pagospela companhia à instituição financeira depositária, que será responsável pela sua entrega aos titulares das açõesdepositadas.

§ 3º O dividendo deverá ser pago, salvo deliberação em contrário da assembléia-geral, no prazo de 60 (sessenta)dias da data em que for declarado e, em qualquer caso, dentro do exercício social.

CAPÍTULO XVII

Dissolução, Liquidação e Extinção

SEÇÃO I

Dissolução

Art. 206. Dissolve-se a companhia:

I - de pleno direito:

a) pelo término do prazo de duração;

b) nos casos previstos no estatuto;

c) por deliberação da assembléia-geral (art. 136, X); (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

d) pela existência de 1 (um) único acionista, verificada em assembléia-geral ordinária, se o mínimo de 2 (dois) nãofor reconstituído até à do ano seguinte, ressalvado o disposto no artigo 251;

e) pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar.

II - por decisão judicial:

a) quando anulada a sua constituição, em ação proposta por qualquer acionista;

b) quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por acionistas que representem 5% (cincopor cento) ou mais do capital social;

c) em caso de falência, na forma prevista na respectiva lei;

III - por decisão de autoridade administrativa competente, nos casos e na forma previstos em lei especial.

Efeitos

Art. 207. A companhia dissolvida conserva a personalidade jurídica, até a extinção, com o fim de proceder àliquidação.

SEÇÃO II

Liquidação

Liquidação pelos Órgãos da Companhia

Art. 208. Silenciando o estatuto, compete à assembléia-geral, nos casos do número I do artigo 206, determinar omodo de liquidação e nomear o liquidante e o conselho fiscal que devam funcionar durante o período de liquidação.

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§ 1º A companhia que tiver conselho de administração poderá mantê-lo, competindo-lhe nomear o liquidante; ofuncionamento do conselho fiscal será permanente ou a pedido de acionistas, conforme dispuser o estatuto.

§ 2º O liquidante poderá ser destituído, a qualquer tempo, pelo órgão que o tiver nomeado.

Liquidação Judicial

Art. 209. Além dos casos previstos no número II do artigo 206, a liquidação será processada judicialmente:

I - a pedido de qualquer acionista, se os administradores ou a maioria de acionistas deixarem de promover aliquidação, ou a ela se opuserem, nos casos do número I do artigo 206;

II - a requerimento do Ministério Público, à vista de comunicação da autoridade competente, se a companhia, nos30 (trinta) dias subseqüentes à dissolução, não iniciar a liquidação ou, se após iniciá-la, a interromper por mais de 15(quinze) dias, no caso da alínea e do número I do artigo 301.

Parágrafo único. Na liquidação judicial será observado o disposto na lei processual, devendo o liquidante sernomeado pelo Juiz.

Deveres do Liquidante

Art. 210. São deveres do liquidante:

I - arquivar e publicar a ata da assembléia-geral, ou certidão de sentença, que tiver deliberado ou decidido aliquidação;

II - arrecadar os bens, livros e documentos da companhia, onde quer que estejam;

III - fazer levantar de imediato, em prazo não superior ao fixado pela assembléia-geral ou pelo juiz, o balanço patrimonial da companhia;

IV - ultimar os negócios da companhia, realizar o ativo, pagar o passivo, e partilhar o remanescente entre osacionistas;

V - exigir dos acionistas, quando o ativo não bastar para a solução do passivo, a integralização de suas ações;

VI - convocar a assembléia-geral, nos casos previstos em lei ou quando julgar necessário;

VII - confessar a falência da companhia e pedir concordata, nos casos previstos em lei;

VIII - finda a liquidação, submeter à assembléia-geral relatório dos atos e operações da liquidação e suas contasfinais;

IX - arquivar e publicar a ata da assembléia-geral que houver encerrado a liquidação.

Poderes do Liquidante

Art. 211. Compete ao liquidante representar a companhia e praticar todos os atos necessários à liquidação,inclusive alienar bens móveis ou imóveis, transigir, receber e dar quitação.

Parágrafo único. Sem expressa autorização da assembléia-geral o liquidante não poderá gravar bens e contrairempréstimos, salvo quando indispensáveis ao pagamento de obrigações inadiáveis, nem prosseguir, ainda que parafacilitar a liquidação, na atividade social.

Denominação da Companhia

Art. 212. Em todos os atos ou operações, o liquidante deverá usar a denominação social seguida das palavras "emliquidação".

Assembléia-Geral

Art. 213. O liquidante convocará a assembléia-geral cada 6 (seis) meses, para prestar-lhe contas dos atos eoperações praticados no semestre e apresentar-lhe o relatório e o balanço do estado da liquidação; a assembléia-geralpode fixar, para essas prestações de contas, períodos menores ou maiores que, em qualquer caso, não serão inferioresa 3 (três) nem superiores a 12 (doze) meses.

§ 1º Nas assembléias-gerais da companhia em liquidação todas as ações gozam de igual direito de voto, tornando-se ineficazes as restrições ou limitações porventura existentes em relação às ações ordinárias ou preferenciais;

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cessando o estado de liquidação, restaura-se a eficácia das restrições ou limitações relativas ao direito de voto.

§ 2º No curso da liquidação judicial, as assembléias-gerais necessárias para deliberar sobre os interesses daliquidação serão convocadas por ordem do juiz, a quem compete presidi-las e resolver, sumariamente, as dúvidas elitígios que forem suscitados. As atas das assembléias-gerais serão, por cópias autênticas, apensadas ao processojudicial.

Pagamento do Passivo

Art. 214. Respeitados os direitos dos credores preferenciais, o liquidante pagará as dívidas sociaisproporcionalmente e sem distinção entre vencidas e vincendas, mas, em relação a estas, com desconto às taxasbancárias.

Parágrafo único. Se o ativo for superior ao passivo, o liquidante poderá, sob sua responsabilidade pessoal, pagarintegralmente as dívidas vencidas.

Partilha do Ativo

Art. 215. A assembléia-geral pode deliberar que antes de ultimada a liquidação, e depois de pagos todos oscredores, se façam rateios entre os acionistas, à proporção que se forem apurando os haveres sociais.

§ 1º É facultado à assembléia-geral aprovar, pelo voto de acionistas que representem 90% (noventa por cento), nomínimo, das ações, depois de pagos ou garantidos os credores, condições especiais para a partilha do ativoremanescente, com a atribuição de bens aos sócios, pelo valor contábil ou outro por ela fixado.

§ 2º Provado pelo acionista dissidente (artigo 216, § 2º) que as condições especiais de partilha visaram afavorecer a maioria, em detrimento da parcela que lhe tocaria, se inexistissem tais condições, será a partilha suspensa,se não consumada, ou, se já consumada, os acionistas majoritários indenizarão os minoritários pelos prejuízosapurados.

Prestação de Contas

Art. 216. Pago o passivo e rateado o ativo remanescente, o liquidante convocará a assembléia-geral para aprestação final das contas.

§ 1º Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação e a companhia se extingue.

§ 2º O acionista dissidente terá o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da publicação da ata, para promover a açãoque lhe couber.

Responsabilidade na Liquidação

Art. 217. O liquidante terá as mesmas responsabilidades do administrador, e os deveres e responsabilidades dosadministradores, fiscais e acionistas subsistirão até a extinção da companhia.

Direito de Credor Não-Satisfeito

Art. 218. Encerrada a liquidação, o credor não-satisfeito só terá direito de exigir dos acionistas, individualmente, opagamento de seu crédito, até o limite da soma, por eles recebida, e de propor contra o liquidante, se for o caso, açãode perdas e danos. O acionista executado terá direito de haver dos demais a parcela que lhes couber no crédito pago.

SEÇÃO III

Extinção

Art. 219. Extingue-se a companhia:

I - pelo encerramento da liquidação;

II - pela incorporação ou fusão, e pela cisão com versão de todo o patrimônio em outras sociedades.

CAPÍTULO XVIII

Transformação, Incorporação, Fusão e Cisão

SEÇÃO I

Transformação

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Conceito e Forma

Art. 220. A transformação é a operação pela qual a sociedade passa, independentemente de dissolução eliquidação, de um tipo para outro.

Parágrafo único. A transformação obedecerá aos preceitos que regulam a constituição e o registro do tipo a seradotado pela sociedade.

Deliberação

Art. 221. A transformação exige o consentimento unânime dos sócios ou acionistas, salvo se prevista no estatutoou no contrato social, caso em que o sócio dissidente terá o direito de retirar-se da sociedade.

Parágrafo único. Os sócios podem renunciar, no contrato social, ao direito de retirada no caso de transformaçãoem companhia.

Direito dos Credores

Art. 222. A transformação não prejudicará, em caso algum, os direitos dos credores, que continuarão, até opagamento integral dos seus créditos, com as mesmas garantias que o tipo anterior de sociedade lhes oferecia.

Parágrafo único. A falência da sociedade transformada somente produzirá efeitos em relação aos sócios que, notipo anterior, a eles estariam sujeitos, se o pedirem os titulares de créditos anteriores à transformação, e somente aestes beneficiará.

SEÇÃO II

Incorporação, Fusão e Cisão

Competência e Processo

Art. 223. A incorporação, fusão ou cisão podem ser operadas entre sociedades de tipos iguais ou diferentes edeverão ser deliberadas na forma prevista para a alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais.

§ 1º Nas operações em que houver criação de sociedade serão observadas as normas reguladoras da constituiçãodas sociedades do seu tipo.

§ 2º Os sócios ou acionistas das sociedades incorporadas, fundidas ou cindidas receberão, diretamente dacompanhia emissora, as ações que lhes couberem.

§ 3º Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem companhia aberta, as sociedades que a sucederem serãotambém abertas, devendo obter o respectivo registro e, se for o caso, promover a admissão de negociação das novasações no mercado secundário, no prazo máximo de cento e vinte dias, contados da data da assembléia-geral queaprovou a operação, observando as normas pertinentes baixadas pela Comissão de Valores Mobiliários. (Incluído pelaLei nº 9.457, de 1997)

§ 4º O descumprimento do previsto no parágrafo anterior dará ao acionista direito de retirar-se da companhia,mediante reembolso do valor das suas ações (art. 45), nos trinta dias seguintes ao término do prazo nele referido,observado o disposto nos §§ 1º e 4º do art. 137. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)

Protocolo

Art. 224. As condições da incorporação, fusão ou cisão com incorporação em sociedade existente constarão deprotocolo firmado pelos órgãos de administração ou sócios das sociedades interessadas, que incluirá:

I - o número, espécie e classe das ações que serão atribuídas em substituição dos direitos de sócios que seextinguirão e os critérios utilizados para determinar as relações de substituição;

II - os elementos ativos e passivos que formarão cada parcela do patrimônio, no caso de cisão;

III - os critérios de avaliação do patrimônio líquido, a data a que será referida a avaliação, e o tratamento dasvariações patrimoniais posteriores;

IV - a solução a ser adotada quanto às ações ou quotas do capital de uma das sociedades possuídas por outra;

V - o valor do capital das sociedades a serem criadas ou do aumento ou redução do capital das sociedades queforem parte na operação;

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VI - o projeto ou projetos de estatuto, ou de alterações estatutárias, que deverão ser aprovados para efetivar aoperação;

VII - todas as demais condições a que estiver sujeita a operação.

Parágrafo único. Os valores sujeitos a determinação serão indicados por estimativa.

Justificação

Art. 225. As operações de incorporação, fusão e cisão serão submetidas à deliberação da assembléia-geral dascompanhias interessadas mediante justificação, na qual serão expostos:

I - os motivos ou fins da operação, e o interesse da companhia na sua realização;

II - as ações que os acionistas preferenciais receberão e as razões para a modificação dos seus direitos, seprevista;

III - a composição, após a operação, segundo espécies e classes das ações, do capital das companhias quedeverão emitir ações em substituição às que se deverão extinguir;

IV - o valor de reembolso das ações a que terão direito os acionistas dissidentes.

Transformação, Incorporação, Fusão e Cisão(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Art. 226. As operações de incorporação, fusão e cisão somente poderão ser efetivadas nas condições aprovadasse os peritos nomeados determinarem que o valor do patrimônio ou patrimônios líquidos a serem vertidos para aformação de capital social é, ao menos, igual ao montante do capital a realizar.

§ 1º As ações ou quotas do capital da sociedade a ser incorporada que forem de propriedade da companhiaincorporadora poderão, conforme dispuser o protocolo de incorporação, ser extintas, ou substituídas por ações emtesouraria da incorporadora, até o limite dos lucros acumulados e reservas, exceto a legal.

§ 2º O disposto no § 1º aplicar-se-á aos casos de fusão, quando uma das sociedades fundidas for proprietária deações ou quotas de outra, e de cisão com incorporação, quando a companhia que incorporar parcela do patrimônio dacindida for proprietária de ações ou quotas do capital desta.

§ 3o A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá normas especiais de avaliação e contabilização aplicáveisàs operações de fusão, incorporação e cisão que envolvam companhia aberta. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de2009)

Incorporação

Art. 227. A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhessucede em todos os direitos e obrigações.

§ 1º A assembléia-geral da companhia incorporadora, se aprovar o protocolo da operação, deverá autorizar oaumento de capital a ser subscrito e realizado pela incorporada mediante versão do seu patrimônio líquido, e nomear osperitos que o avaliarão.

§ 2º A sociedade que houver de ser incorporada, se aprovar o protocolo da operação, autorizará seusadministradores a praticarem os atos necessários à incorporação, inclusive a subscrição do aumento de capital daincorporadora.

§ 3º Aprovados pela assembléia-geral da incorporadora o laudo de avaliação e a incorporação, extingue-se aincorporada, competindo à primeira promover o arquivamento e a publicação dos atos da incorporação.

Fusão

Art. 228. A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhessucederá em todos os direitos e obrigações.

§ 1º A assembléia-geral de cada companhia, se aprovar o protocolo de fusão, deverá nomear os peritos queavaliarão os patrimônios líquidos das demais sociedades.

§ 2º Apresentados os laudos, os administradores convocarão os sócios ou acionistas das sociedades para umaassembléia-geral, que deles tomará conhecimento e resolverá sobre a constituição definitiva da nova sociedade, vedadoaos sócios ou acionistas votar o laudo de avaliação do patrimônio líquido da sociedade de que fazem parte.

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§ 3º Constituída a nova companhia, incumbirá aos primeiros administradores promover o arquivamento e apublicação dos atos da fusão.

Cisão

Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou maissociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todoo seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.

§ 1º Sem prejuízo do disposto no artigo 233, a sociedade que absorver parcela do patrimônio da companhia cindidasucede a esta nos direitos e obrigações relacionados no ato da cisão; no caso de cisão com extinção, as sociedadesque absorverem parcelas do patrimônio da companhia cindida sucederão a esta, na proporção dos patrimônios líquidostransferidos, nos direitos e obrigações não relacionados.

§ 2º Na cisão com versão de parcela do patrimônio em sociedade nova, a operação será deliberada pelaassembléia-geral da companhia à vista de justificação que incluirá as informações de que tratam os números do artigo224; a assembléia, se a aprovar, nomeará os peritos que avaliarão a parcela do patrimônio a ser transferida, efuncionará como assembléia de constituição da nova companhia.

§ 3º A cisão com versão de parcela de patrimônio em sociedade já existente obedecerá às disposições sobreincorporação (artigo 227).

§ 4º Efetivada a cisão com extinção da companhia cindida, caberá aos administradores das sociedades quetiverem absorvido parcelas do seu patrimônio promover o arquivamento e publicação dos atos da operação; na cisãocom versão parcial do patrimônio, esse dever caberá aos administradores da companhia cindida e da que absorverparcela do seu patrimônio.

§ 5º As ações integralizadas com parcelas de patrimônio da companhia cindida serão atribuídas a seus titulares,em substituição às extintas, na proporção das que possuíam; a atribuição em proporção diferente requer aprovação detodos os titulares, inclusive das ações sem direito a voto. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

Direito de Retirada

Art. 230. Nos casos de incorporação ou fusão, o prazo para exercício do direito de retirada, previsto no art. 137,inciso II, será contado a partir da publicação da ata que aprovar o protocolo ou justificação, mas o pagamento do preçode reembolso somente será devido se a operação vier a efetivar-se. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

Direitos dos Debenturistas

Art. 231. A incorporação, fusão ou cisão da companhia emissora de debêntures em circulação dependerá da préviaaprovação dos debenturistas, reunidos em assembléia especialmente convocada com esse fim.

§ 1º Será dispensada a aprovação pela assembléia se for assegurado aos debenturistas que o desejarem, duranteo prazo mínimo de 6 (seis) meses a contar da data da publicação das atas das assembléias relativas à operação, oresgate das debêntures de que forem titulares.

§ 2º No caso do § 1º, a sociedade cindida e as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônioresponderão solidariamente pelo resgate das debêntures.

Direitos dos Credores na Incorporação ou Fusão

Art. 232. Até 60 (sessenta) dias depois de publicados os atos relativos à incorporação ou à fusão, o credor anteriorpor ela prejudicado poderá pleitear judicialmente a anulação da operação; findo o prazo, decairá do direito o credor quenão o tiver exercido.

§ 1º A consignação da importância em pagamento prejudicará a anulação pleiteada.

§ 2º Sendo ilíquida a dívida, a sociedade poderá garantir-lhe a execução, suspendendo-se o processo de anulação.

§ 3º Ocorrendo, no prazo deste artigo, a falência da sociedade incorporadora ou da sociedade nova, qualquercredor anterior terá o direito de pedir a separação dos patrimônios, para o fim de serem os créditos pagos pelos bensdas respectivas massas.

Direitos dos Credores na Cisão

Art. 233. Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônioresponderão solidariamente pelas obrigações da companhia extinta. A companhia cindida que subsistir e as queabsorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da primeira anteriores à cisão.

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Parágrafo único. O ato de cisão parcial poderá estipular que as sociedades que absorverem parcelas do patrimônioda companhia cindida serão responsáveis apenas pelas obrigações que lhes forem transferidas, sem solidariedade entresi ou com a companhia cindida, mas, nesse caso, qualquer credor anterior poderá se opor à estipulação, em relação aoseu crédito, desde que notifique a sociedade no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data da publicação dos atos dacisão.

Averbação da Sucessão

Art. 234. A certidão, passada pelo registro do comércio, da incorporação, fusão ou cisão, é documento hábil para aaverbação, nos registros públicos competentes, da sucessão, decorrente da operação, em bens, direitos e obrigações.

CAPÍTULO XIX

Sociedades de Economia Mista

Legislação Aplicável

Art. 235. As sociedades anônimas de economia mista estão sujeitas a esta Lei, sem prejuízo das disposiçõesespeciais de lei federal.

§ 1º As companhias abertas de economia mista estão também sujeitas às normas expedidas pela Comissão deValores Mobiliários.

§ 2º As companhias de que participarem, majoritária ou minoritariamente, as sociedades de economia mista, estãosujeitas ao disposto nesta Lei, sem as exceções previstas neste Capítulo.

Constituição e Aquisição de Controle

Art. 236. A constituição de companhia de economia mista depende de prévia autorização legislativa.

Parágrafo único. Sempre que pessoa jurídica de direito público adquirir, por desapropriação, o controle decompanhia em funcionamento, os acionistas terão direito de pedir, dentro de 60 (sessenta) dias da publicação daprimeira ata da assembléia-geral realizada após a aquisição do controle, o reembolso das suas ações; salvo se acompanhia já se achava sob o controle, direto ou indireto, de outra pessoa jurídica de direito público, ou no caso deconcessionária de serviço público.

Objeto

Art. 237. A companhia de economia mista somente poderá explorar os empreendimentos ou exercer as atividadesprevistas na lei que autorizou a sua constituição.

§ 1º A companhia de economia mista somente poderá participar de outras sociedades quando autorizada por lei noexercício de opção legal para aplicar Imposto sobre a Renda ou investimentos para o desenvolvimento regional ousetorial.

§ 2º As instituições financeiras de economia mista poderão participar de outras sociedades, observadas as normasestabelecidas pelo Banco Central do Brasil.

Acionista Controlador

Art. 238. A pessoa jurídica que controla a companhia de economia mista tem os deveres e responsabilidades doacionista controlador (artigos 116 e 117), mas poderá orientar as atividades da companhia de modo a atender aointeresse público que justificou a sua criação.

Administração

Art. 239. As companhias de economia mista terão obrigatoriamente Conselho de Administração, assegurado àminoria o direito de eleger um dos conselheiros, se maior número não lhes couber pelo processo de voto múltiplo.

Parágrafo único. Os deveres e responsabilidades dos administradores das companhias de economia mista são osmesmos dos administradores das companhias abertas.

Conselho Fiscal

Art. 240. O funcionamento do conselho fiscal será permanente nas companhias de economia mista; um dos seusmembros, e respectivo suplente, será eleito pelas ações ordinárias minoritárias e outro pelas ações preferenciais, sehouver.

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Correção Monetária

Art. 241. (Revogado pelo Decreto-lei nº 2.287, de 1986)

Falência e Responsabilidade Subsidiária

Art. 242. (Revogado pela Lei nº 10.303, de 2001)

CAPÍTULO XX

Sociedades Coligadas, Controladoras e Controladas

SEÇÃO I

Informações no Relatório da Administração

Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da companhia em sociedadescoligadas e controladas e mencionar as modificações ocorridas durante o exercício.

§ 1o São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência significativa. (Redação dada pela Lei nº11.941, de 2009)

§ 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, étitular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poderde eleger a maioria dos administradores.

§ 3º A companhia aberta divulgará as informações adicionais, sobre coligadas e controladas, que forem exigidaspela Comissão de Valores Mobiliários.

§ 4º Considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou exerce o poder de participar nasdecisões das políticas financeira ou operacional da investida, sem controlá-la. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 5o É presumida influência significativa quando a investidora for titular de 20% (vinte por cento) ou mais docapital votante da investida, sem controlá-la. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

SEÇÃO II

Participação Recíproca

Art. 244. É vedada a participação recíproca entre a companhia e suas coligadas ou controladas.

§ 1º O disposto neste artigo não se aplica ao caso em que ao menos uma das sociedades participa de outra comobservância das condições em que a lei autoriza a aquisição das próprias ações (artigo 30, § 1º, alínea b).

§ 2º As ações do capital da controladora, de propriedade da controlada, terão suspenso o direito de voto.

§ 3º O disposto no § 2º do artigo 30, aplica-se à aquisição de ações da companhia aberta por suas coligadas econtroladas.

§ 4º No caso do § 1º, a sociedade deverá alienar, dentro de 6 (seis) meses, as ações ou quotas que excederem dovalor dos lucros ou reservas, sempre que esses sofrerem redução.

§ 5º A participação recíproca, quando ocorrer em virtude de incorporação, fusão ou cisão, ou da aquisição, pelacompanhia, do controle de sociedade, deverá ser mencionada nos relatórios e demonstrações financeiras de ambas associedades, e será eliminada no prazo máximo de 1 (um) ano; no caso de coligadas, salvo acordo em contrário, deverãoser alienadas as ações ou quotas de aquisição mais recente ou, se da mesma data, que representem menorporcentagem do capital social.

§ 6º A aquisição de ações ou quotas de que resulte participação recíproca com violação ao disposto neste artigoimporta responsabilidade civil solidária dos administradores da sociedade, equiparando-se, para efeitos penais, à comprailegal das próprias ações.

SEÇÃO III

Responsabilidade dos Administradores e das Sociedades Controladoras

Administradores

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Art. 245. Os administradores não podem, em prejuízo da companhia, favorecer sociedade coligada, controladoraou controlada, cumprindo-lhes zelar para que as operações entre as sociedades, se houver, observem condiçõesestritamente comutativas, ou com pagamento compensatório adequado; e respondem perante a companhia pelas perdase danos resultantes de atos praticados com infração ao disposto neste artigo.

Sociedade Controladora

Art. 246. A sociedade controladora será obrigada a reparar os danos que causar à companhia por atos praticadoscom infração ao disposto nos artigos 116 e 117.

§ 1º A ação para haver reparação cabe:

a) a acionistas que representem 5% (cinco por cento) ou mais do capital social;

b) a qualquer acionista, desde que preste caução pelas custas e honorários de advogado devidos no caso de vir aação ser julgada improcedente.

§ 2º A sociedade controladora, se condenada, além de reparar o dano e arcar com as custas, pagará honorários deadvogado de 20% (vinte por cento) e prêmio de 5% (cinco por cento) ao autor da ação, calculados sobre o valor daindenização.

SEÇÃO IV

Demonstrações Financeiras

Notas Explicativas

Art. 247. As notas explicativas dos investimentos a que se refere o art. 248 desta Lei devem conter informaçõesprecisas sobre as sociedades coligadas e controladas e suas relações com a companhia, indicando: (Redação dadapela Lei nº 11.941, de 2009)

I - a denominação da sociedade, seu capital social e patrimônio líquido;

II - o número, espécies e classes das ações ou quotas de propriedade da companhia, e o preço de mercado das ações, se houver;

III - o lucro líquido do exercício;

IV - os créditos e obrigações entre a companhia e as sociedades coligadas e controladas;

V - o montante das receitas e despesas em operações entre a companhia e as sociedades coligadas econtroladas.

Parágrafo único. Considera-se relevante o investimento:

a) em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual ou superior a 10% (dez por cento) do valordo patrimônio líquido da companhia;

b) no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor contábil é igual ou superior a 15% (quinze porcento) do valor do patrimônio líquido da companhia.

Avaliação do Investimento em Coligadas e Controladas

Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas ou em controladas e em outrassociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método daequivalência patrimonial, de acordo com as seguintes normas: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

I - o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será determinado com base em balanço patrimonialou balancete de verificação levantado, com observância das normas desta Lei, na mesma data, ou até 60 (sessenta)dias, no máximo, antes da data do balanço da companhia; no valor de patrimônio líquido não serão computados osresultados não realizados decorrentes de negócios com a companhia, ou com outras sociedades coligadas àcompanhia, ou por ela controladas;

II - o valor do investimento será determinado mediante a aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido referido nonúmero anterior, da porcentagem de participação no capital da coligada ou controlada;

III - a diferença entre o valor do investimento, de acordo com o número II, e o custo de aquisição corrigidomonetariamente; somente será registrada como resultado do exercício:

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a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou controlada;

b) se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou perdas efetivos;

c) no caso de companhia aberta, com observância das normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.

§ 1º Para efeito de determinar a relevância do investimento, nos casos deste artigo, serão computados como partedo custo de aquisição os saldos de créditos da companhia contra as coligadas e controladas.

§ 2º A sociedade coligada, sempre que solicitada pela companhia, deverá elaborar e fornecer o balanço oubalancete de verificação previsto no número I.

Demonstrações Consolidadas

Art. 249. A companhia aberta que tiver mais de 30% (trinta por cento) do valor do seu patrimônio líquidorepresentado por investimentos em sociedades controladas deverá elaborar e divulgar, juntamente com suasdemonstrações financeiras, demonstrações consolidadas nos termos do artigo 250.

Parágrafo único. A Comissão de Valores Mobiliários poderá expedir normas sobre as sociedades cujasdemonstrações devam ser abrangidas na consolidação, e:

a) determinar a inclusão de sociedades que, embora não controladas, sejam financeira ou administrativamentedependentes da companhia;

b) autorizar, em casos especiais, a exclusão de uma ou mais sociedades controladas.

Normas sobre Consolidação

Art. 250. Das demonstrações financeiras consolidadas serão excluídas:

I - as participações de uma sociedade em outra;

II - os saldos de quaisquer contas entre as sociedades;

III – as parcelas dos resultados do exercício, dos lucros ou prejuízos acumulados e do custo de estoques ou doativo não circulante que corresponderem a resultados, ainda não realizados, de negócios entre as sociedades. (Redaçãodada pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 1º A participação dos acionistas não controladores no patrimônio líquido e no lucro do exercício será destacada,respectivamente, no balanço patrimonial e na demonstração do resultado do exercício. (Redação dada pela Lei nº 9.457,de 1997)

§ 2o A parcela do custo de aquisição do investimento em controlada, que não for absorvida na consolidação,deverá ser mantida no ativo não circulante, com dedução da provisão adequada para perdas já comprovadas, e seráobjeto de nota explicativa. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 3º O valor da participação que exceder do custo de aquisição constituirá parcela destacada dos resultados deexercícios futuros até que fique comprovada a existência de ganho efetivo.

§ 4º Para fins deste artigo, as sociedades controladas, cujo exercício social termine mais de 60 (sessenta) diasantes da data do encerramento do exercício da companhia, elaborarão, com observância das normas desta Lei,demonstrações financeiras extraordinárias em data compreendida nesse prazo.

SEÇÃO V

Subsidiária Integral

Art. 251. A companhia pode ser constituída, mediante escritura pública, tendo como único acionista sociedadebrasileira.

§ lº A sociedade que subscrever em bens o capital de subsidiária integral deverá aprovar o laudo de avaliação deque trata o artigo 8º, respondendo nos termos do § 6º do artigo 8º e do artigo 10 e seu parágrafo único.

§ 2º A companhia pode ser convertida em subsidiária integral mediante aquisição, por sociedade brasileira, detodas as suas ações, ou nos termos do artigo 252.

Incorporação de Ações

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Art. 252. A incorporação de todas as ações do capital social ao patrimônio de outra companhia brasileira, paraconvertê-la em subsidiária integral, será submetida à deliberação da assembléia-geral das duas companhias medianteprotocolo e justificação, nos termos dos artigos 224 e 225.

§ 1º A assembléia-geral da companhia incorporadora, se aprovar a operação, deverá autorizar o aumento do capital,a ser realizado com as ações a serem incorporadas e nomear os peritos que as avaliarão; os acionistas não terão direitode preferência para subscrever o aumento de capital, mas os dissidentes poderão retirar-se da companhia, observado odisposto no art. 137, II, mediante o reembolso do valor de suas ações, nos termos do art. 230. (Redação dada pela Leinº 9.457, de 1997)

§ 2º A assembléia-geral da companhia cujas ações houverem de ser incorporadas somente poderá aprovar aoperação pelo voto de metade, no mínimo, das ações com direito a voto, e se a aprovar, autorizará a diretoria asubscrever o aumento do capital da incorporadora, por conta dos seus acionistas; os dissidentes da deliberação terãodireito de retirar-se da companhia, observado o disposto no art. 137, II, mediante o reembolso do valor de suas ações,nos termos do art. 230. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 3º Aprovado o laudo de avaliação pela assembléia-geral da incorporadora, efetivar-se-á a incorporação e ostitulares das ações incorporadas receberão diretamente da incorporadora as ações que lhes couberem.

§ 4o A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá normas especiais de avaliação e contabilização aplicáveisàs operações de incorporação de ações que envolvam companhia aberta. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

Admissão de Acionistas em Subsidiária Integral

Art. 253. Na proporção das ações que possuírem no capital da companhia, os acionistas terão direito depreferência para:

I - adquirir ações do capital da subsidiária integral, se a companhia decidir aliená-las no todo ou em parte; e

II - subscrever aumento de capital da subsidiária integral, se a companhia decidir admitir outros acionistas.

Parágrafo único. As ações ou o aumento de capital de subsidiária integral serão oferecidos aos acionistas dacompanhia em assembléia-geral convocada para esse fim, aplicando-se à hipótese, no que couber, o disposto no artigo171.

SEÇÃO VI

Alienação de Controle

Divulgação

Art. 254. (Revogado pela Lei nº 9.457, de 1997)

Art. 254-A. A alienação, direta ou indireta, do controle de companhia aberta somente poderá ser contratada sob acondição, suspensiva ou resolutiva, de que o adquirente se obrigue a fazer oferta pública de aquisição das ações comdireito a voto de propriedade dos demais acionistas da companhia, de modo a lhes assegurar o preço no mínimo igual a80% (oitenta por cento) do valor pago por ação com direito a voto, integrante do bloco de controle. (Incluído pela Lei nº10.303, de 2001)

§ 1o Entende-se como alienação de controle a transferência, de forma direta ou indireta, de ações integrantes dobloco de controle, de ações vinculadas a acordos de acionistas e de valores mobiliários conversíveis em ações comdireito a voto, cessão de direitos de subscrição de ações e de outros títulos ou direitos relativos a valores mobiliáriosconversíveis em ações que venham a resultar na alienação de controle acionário da sociedade. (Incluído pela Lei nº10.303, de 2001)

§ 2o A Comissão de Valores Mobiliários autorizará a alienação de controle de que trata o caput, desde queverificado que as condições da oferta pública atendem aos requisitos legais. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 3o Compete à Comissão de Valores Mobiliários estabelecer normas a serem observadas na oferta pública de quetrata o caput. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 4o O adquirente do controle acionário de companhia aberta poderá oferecer aos acionistas minoritários a opçãode permanecer na companhia, mediante o pagamento de um prêmio equivalente à diferença entre o valor de mercadodas ações e o valor pago por ação integrante do bloco de controle. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 5o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

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Companhia Aberta Sujeita a Autorização

Art. 255. A alienação do controle de companhia aberta que dependa de autorização do governo para funcionar estásujeita à prévia autorização do órgão competente para aprovar a alteração do seu estatuto.(Redação dada pela Lei nº9.457, de 1997)

§§ 1º e 2º (Revogados pela Lei nº 9.457, de 1997)

Aprovação pela Assembléia-Geral da Compradora

Art. 256. A compra, por companhia aberta, do controle de qualquer sociedade mercantil, dependerá de deliberaçãoda assembléia-geral da compradora, especialmente convocada para conhecer da operação, sempre que:

I - O preço de compra constituir, para a compradora, investimento relevante (artigo 247, parágrafo único); ou

II - o preço médio de cada ação ou quota ultrapassar uma vez e meia o maior dos 3 (três) valores a seguirindicados:

a) cotação média das ações em bolsa ou no mercado de balcão organizado, durante os noventa dias anteriores àdata da contratação; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

b) valor de patrimônio líquido (artigo 248) da ação ou quota, avaliado o patrimônio a preços de mercado (artigo 183,§ 1º);

c) valor do lucro líquido da ação ou quota, que não poderá ser superior a 15 (quinze) vezes o lucro líquido anual poração (artigo 187 n. VII) nos 2 (dois) últimos exercícios sociais, atualizado monetariamente.

§ 1º A proposta ou o contrato de compra, acompanhado de laudo de avaliação, observado o disposto no art. 8º, §§1º e 6º, será submetido à prévia autorização da assembléia-geral, ou à sua ratificação, sob pena de responsabilidadedos administradores, instruído com todos os elementos necessários à deliberação. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de1997)

§ 2º Se o preço da aquisição ultrapassar uma vez e meia o maior dos três valores de que trata o inciso II do caput,o acionista dissidente da deliberação da assembléia que a aprovar terá o direito de retirar-se da companhia mediantereembolso do valor de suas ações, nos termos do art. 137, observado o disposto em seu inciso II. (Redação dada pelaLei nº 9.457, de 1997)

SEÇÃO VII

Aquisição de Controle Mediante Oferta Pública

Requisitos

Art. 257. A oferta pública para aquisição de controle de companhia aberta somente poderá ser feita com aparticipação de instituição financeira que garanta o cumprimento das obrigações assumidas pelo ofertante.

§ 1º Se a oferta contiver permuta, total ou parcial, dos valores mobiliários, somente poderá ser efetuada apósprévio registro na Comissão de Valores Mobiliários.

§ 2º A oferta deverá ter por objeto ações com direito a voto em número suficiente para assegurar o controle dacompanhia e será irrevogável.

§ 3º Se o ofertante já for titular de ações votantes do capital da companhia, a oferta poderá ter por objeto o númerode ações necessário para completar o controle, mas o ofertante deverá fazer prova, perante a Comissão de ValoresMobiliários, das ações de sua propriedade.

§ 4º A Comissão de Valores Mobiliários poderá expedir normas sobre oferta pública de aquisição de controle.

Instrumento da Oferta de Compra

Art. 258. O instrumento de oferta de compra, firmado pelo ofertante e pela instituição financeira que garante opagamento, será publicado na imprensa e deverá indicar:

I - o número mínimo de ações que o ofertante se propõe a adquirir e, se for o caso, o número máximo;

II - o preço e as condições de pagamento;

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III - a subordinação da oferta ao número mínimo de aceitantes e a forma de rateio entre os aceitantes, se o númerodeles ultrapassar o máximo fixado;

IV - o procedimento que deverá ser adotado pelos acionistas aceitantes para manifestar a sua aceitação e efetivara transferência das ações;

V - o prazo de validade da oferta, que não poderá ser inferior a 20 (vinte) dias;

VI - informações sobre o ofertante.

Parágrafo único. A oferta será comunicada à Comissão de Valores Mobiliários dentro de 24 (vinte e quatro) horasda primeira publicação.

Instrumento de Oferta de Permuta

Art. 259. O projeto de instrumento de oferta de permuta será submetido à Comissão de Valores Mobiliários com opedido de registro prévio da oferta e deverá conter, além das referidas no artigo 258, informações sobre os valoresmobiliários oferecidos em permuta e as companhias emissoras desses valores.

Parágrafo único. A Comissão de Valores Mobiliários poderá fixar normas sobre o instrumento de oferta de permutae o seu registro prévio.

Sigilo

Art. 260. Até a publicação da oferta, o ofertante, a instituição financeira intermediária e a Comissão de ValoresMobiliários devem manter sigilo sobre a oferta projetada, respondendo o infrator pelos danos que causar.

Processamento da Oferta

Art. 261. A aceitação da oferta deverá ser feita nas instituições financeiras ou do mercado de valores mobiliáriosindicadas no instrumento de oferta e os aceitantes deverão firmar ordens irrevogáveis de venda ou permuta, nascondições ofertadas, ressalvado o disposto no § 1º do artigo 262.

§ 1º É facultado ao ofertante melhorar, uma vez, as condições de preço ou forma de pagamento, desde que emporcentagem igual ou superior a 5% (cinco por cento) e até 10 (dez) dias antes do término do prazo da oferta; as novascondições se estenderão aos acionistas que já tiverem aceito a oferta.

§ 2º Findo o prazo da oferta, a instituição financeira intermediária comunicará o resultado à Comissão de ValoresMobiliários e, mediante publicação pela imprensa, aos aceitantes.

§ 3º Se o número de aceitantes ultrapassar o máximo, será obrigatório o rateio, na forma prevista no instrumentoda oferta.

Oferta Concorrente

Art. 262. A existência de oferta pública em curso não impede oferta concorrente, desde que observadas as normasdesta Seção.

§ 1º A publicação de oferta concorrente torna nulas as ordens de venda que já tenham sido firmadas em aceitaçãode oferta anterior.

§ 2º É facultado ao primeiro ofertante prorrogar o prazo de sua oferta até fazê-lo coincidir com o da ofertaconcorrente.

Negociação Durante a Oferta

Art. 263. A Comissão de Valores Mobiliários poderá expedir normas que disciplinem a negociação das açõesobjeto da oferta durante o seu prazo.

SEÇÃO VIII

Incorporação de Companhia Controlada

Art. 264. Na incorporação, pela controladora, de companhia controlada, a justificação, apresentada à assembléia-geral da controlada, deverá conter, além das informações previstas nos arts. 224 e 225, o cálculo das relações desubstituição das ações dos acionistas não controladores da controlada com base no valor do patrimônio líquido dasações da controladora e da controlada, avaliados os dois patrimônios segundo os mesmos critérios e na mesma data, a

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preços de mercado, ou com base em outro critério aceito pela Comissão de Valores Mobiliários, no caso de companhiasabertas. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1o A avaliação dos dois patrimônios será feita por 3 (três) peritos ou empresa especializada e, no caso decompanhias abertas, por empresa especializada. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2o Para efeito da comparação referida neste artigo, as ações do capital da controlada de propriedade dacontroladora serão avaliadas, no patrimônio desta, em conformidade com o disposto no caput. (Redação dada pela Leinº 10.303, de 2001)

§ 3º Se as relações de substituição das ações dos acionistas não controladores, previstas no protocolo daincorporação, forem menos vantajosas que as resultantes da comparação prevista neste artigo, os acionistasdissidentes da deliberação da assembléia-geral da controlada que aprovar a operação, observado o disposto nos arts.137, II, e 230, poderão optar entre o valor de reembolso fixado nos termos do art. 45 e o valor do patrimônio líquido apreços de mercado. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 4o Aplicam-se as normas previstas neste artigo à incorporação de controladora por sua controlada, à fusão decompanhia controladora com a controlada, à incorporação de ações de companhia controlada ou controladora, àincorporação, fusão e incorporação de ações de sociedades sob controle comum. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de2001)

§ 5º O disposto neste artigo não se aplica no caso de as ações do capital da controlada terem sido adquiridas nopregão da bolsa de valores ou mediante oferta pública nos termos dos artigos 257 a 263.

CAPÍTULO XXI

Grupo de Sociedades

SEÇÃO I

Características e Natureza

Características

Art. 265. A sociedade controladora e suas controladas podem constituir, nos termos deste Capítulo, grupo desociedades, mediante convenção pela qual se obriguem a combinar recursos ou esforços para a realização dosrespectivos objetos, ou a participar de atividades ou empreendimentos comuns.

§ 1º A sociedade controladora, ou de comando do grupo, deve ser brasileira, e exercer, direta ou indiretamente, ede modo permanente, o controle das sociedades filiadas, como titular de direitos de sócio ou acionista, ou medianteacordo com outros sócios ou acionistas.

§ 2º A participação recíproca das sociedades do grupo obedecerá ao disposto no artigo 244.

Natureza

Art. 266. As relações entre as sociedades, a estrutura administrativa do grupo e a coordenação ou subordinaçãodos administradores das sociedades filiadas serão estabelecidas na convenção do grupo, mas cada sociedadeconservará personalidade e patrimônios distintos.

Designação

Art. 267. O grupo de sociedades terá designação de que constarão as palavras "grupo de sociedades" ou "grupo".

Parágrafo único. Somente os grupos organizados de acordo com este Capítulo poderão usar designação com aspalavras "grupo" ou "grupo de sociedade".

Companhias Sujeitas a Autorização para Funcionar

Art. 268. A companhia que, por seu objeto, depende de autorização para funcionar, somente poderá participar degrupo de sociedades após a aprovação da convenção do grupo pela autoridade competente para aprovar suasalterações estatutárias.

SEÇÃO II

Constituição, Registro e Publicidade

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Art. 269. O grupo de sociedades será constituído por convenção aprovada pelas sociedades que o componham, aqual deverá conter:

I - a designação do grupo;

II - a indicação da sociedade de comando e das filiadas;

III - as condições de participação das diversas sociedades;

IV - o prazo de duração, se houver, e as condições de extinção;

V - as condições para admissão de outras sociedades e para a retirada das que o componham;

VI - os órgãos e cargos da administração do grupo, suas atribuições e as relações entre a estrutura administrativado grupo e as das sociedades que o componham;

VII - a declaração da nacionalidade do controle do grupo;

VIII - as condições para alteração da convenção.

Parágrafo único. Para os efeitos do número VII, o grupo de sociedades considera-se sob controle brasileiro se asua sociedade de comando está sob o controle de:

a) pessoas naturais residentes ou domiciliadas no Brasil;

b) pessoas jurídicas de direito público interno; ou

c) sociedade ou sociedades brasileiras que, direta ou indiretamente, estejam sob o controle das pessoas referidasnas alíneas a e b.

Aprovação pelos Sócios das Sociedades

Art. 270. A convenção de grupo deve ser aprovada com observância das normas para alteração do contrato socialou do estatuto (art. 136, V). (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

Parágrafo único. Os sócios ou acionistas dissidentes da deliberação de se associar a grupo têm direito, nostermos do artigo 137, ao reembolso de suas ações ou quotas.

Registro e Publicidade

Art. 271. Considera-se constituído o grupo a partir da data do arquivamento, no registro do comércio da sede dasociedade de comando, dos seguintes documentos:

I - convenção de constituição do grupo;

II - atas das assembléias-gerais, ou instrumentos de alteração contratual, de todas as sociedades que tiveremaprovado a constituição do grupo;

III - declaração autenticada do número das ações ou quotas de que a sociedade de comando e as demaissociedades integrantes do grupo são titulares em cada sociedade filiada, ou exemplar de acordo de acionistas queassegura o controle de sociedade filiada.

§ 1º Quando as sociedades filiadas tiverem sede em locais diferentes, deverão ser arquivadas no registro docomércio das respectivas sedes as atas de assembléia ou alterações contratuais que tiverem aprovado a convenção,sem prejuízo do registro na sede da sociedade de comando.

§ 2º As certidões de arquivamento no registro do comércio serão publicadas.

§ 3º A partir da data do arquivamento, a sociedade de comando e as filiadas passarão a usar as respectivasdenominações acrescidas da designação do grupo.

§ 4º As alterações da convenção do grupo serão arquivadas e publicadas nos termos deste artigo, observando-seo disposto no § 1º do artigo 135.

SEÇÃO III

Administração

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Administradores do Grupo

Art. 272. A convenção deve definir a estrutura administrativa do grupo de sociedades, podendo criar órgãos dedeliberação colegiada e cargos de direção-geral.

Parágrafo único. A representação das sociedades perante terceiros, salvo disposição expressa na convenção dogrupo, arquivada no registro do comércio e publicada, caberá exclusivamente aos administradores de cada sociedade,de acordo com os respectivos estatutos ou contratos sociais.

Administradores das Sociedades Filiadas

Art. 273. Aos administradores das sociedades filiadas, sem prejuízo de suas atribuições, poderes eresponsabilidades, de acordo com os respectivos estatutos ou contratos sociais, compete observar a orientação geralestabelecida e as instruções expedidas pelos administradores do grupo que não importem violação da lei ou daconvenção do grupo.

Remuneração

Art. 274. Os administradores do grupo e os investidos em cargos de mais de uma sociedade poderão ter a suaremuneração rateada entre as diversas sociedades, e a gratificação dos administradores, se houver, poderá ser fixada,dentro dos limites do § 1º do artigo 152 com base nos resultados apurados nas demonstrações financeiras consolidadasdo grupo.

SEÇÃO IV

Demonstrações Financeiras

Art. 275. O grupo de sociedades publicará, além das demonstrações financeiras referentes a cada uma dascompanhias que o compõem, demonstrações consolidadas, compreendendo todas as sociedades do grupo, elaboradascom observância do disposto no artigo 250.

§ 1º As demonstrações consolidadas do grupo serão publicadas juntamente com as da sociedade de comando.

§ 2º A sociedade de comando deverá publicar demonstrações financeiras nos termos desta Lei, ainda que nãotenha a forma de companhia.

§ 3º As companhias filiadas indicarão, em nota às suas demonstrações financeiras publicadas, o órgão quepublicou a última demonstração consolidada do grupo a que pertencer.

§ 4º As demonstrações consolidadas de grupo de sociedades que inclua companhia aberta serão obrigatoriamenteauditadas por auditores independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários, e observarão as normasexpedidas por essa comissão.

SEÇÃO V

Prejuízos Resultantes de Atos Contrários à Convenção

Art. 276. A combinação de recursos e esforços, a subordinação dos interesses de uma sociedade aos de outra, oudo grupo, e a participação em custos, receitas ou resultados de atividades ou empreendimentos somente poderão seropostos aos sócios minoritários das sociedades filiadas nos termos da convenção do grupo.

§ 1º Consideram-se minoritários, para os efeitos deste artigo, todos os sócios da filiada, com exceção dasociedade de comando e das demais filiadas do grupo.

§ 2º A distribuição de custos, receitas e resultados e as compensações entre sociedades, previstas na convençãodo grupo, deverão ser determinadas e registradas no balanço de cada exercício social das sociedades interessadas.

§ 3º Os sócios minoritários da filiada terão ação contra os seus administradores e contra a sociedade de comandodo grupo para haver reparação de prejuízos resultantes de atos praticados com infração das normas deste artigo,observado o disposto nos parágrafos do artigo 246.

Conselho Fiscal das Filiadas

Art. 277. O funcionamento do Conselho Fiscal da companhia filiada a grupo, quando não for permanente, poderáser pedido por acionistas não controladores que representem, no mínimo, 5% (cinco por cento) das ações ordinárias, oudas ações preferenciais sem direito de voto.

§ 1º Na constituição do Conselho Fiscal da filiada serão observadas as seguintes normas:

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a) os acionistas não controladores votarão em separado, cabendo às ações com direito a voto o direito de eleger 1(um) membro e respectivo suplente e às ações sem direito a voto, ou com voto restrito, o de eleger outro;

b) a sociedade de comando e as filiadas poderão eleger número de membros, e respectivos suplentes, igual aodos eleitos nos termos da alínea a, mais um.

§ 2º O Conselho Fiscal da sociedade filiada poderá solicitar aos órgãos de administração da sociedade decomando, ou de outras filiadas, os esclarecimentos ou informações que julgar necessários para fiscalizar a observânciada convenção do grupo.

CAPÍTULO XXII

Consórcio

Art. 278. As companhias e quaisquer outras sociedades, sob o mesmo controle ou não, podem constituir consórciopara executar determinado empreendimento, observado o disposto neste Capítulo.

§ 1º O consórcio não tem personalidade jurídica e as consorciadas somente se obrigam nas condições previstasno respectivo contrato, respondendo cada uma por suas obrigações, sem presunção de solidariedade.

§ 2º A falência de uma consorciada não se estende às demais, subsistindo o consórcio com as outrascontratantes; os créditos que porventura tiver a falida serão apurados e pagos na forma prevista no contrato deconsórcio.

Art. 279. O consórcio será constituído mediante contrato aprovado pelo órgão da sociedade competente paraautorizar a alienação de bens do ativo não-circulante, do qual constarão: (Redação dada pela Medida Provisória nº 449,de 2008)

Art. 279. O consórcio será constituído mediante contrato aprovado pelo órgão da sociedade competente paraautorizar a alienação de bens do ativo não circulante, do qual constarão: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

I - a designação do consórcio se houver;

II - o empreendimento que constitua o objeto do consórcio;

III - a duração, endereço e foro;

IV - a definição das obrigações e responsabilidade de cada sociedade consorciada, e das prestações específicas;

V - normas sobre recebimento de receitas e partilha de resultados;

VI - normas sobre administração do consórcio, contabilização, representação das sociedades consorciadas e taxade administração, se houver;

VII - forma de deliberação sobre assuntos de interesse comum, com o número de votos que cabe a cadaconsorciado;

VIII - contribuição de cada consorciado para as despesas comuns, se houver.

Parágrafo único. O contrato de consórcio e suas alterações serão arquivados no registro do comércio do lugar dasua sede, devendo a certidão do arquivamento ser publicada.

CAPÍTULO XXIII

Sociedades em Comandita por Ações

Art. 280. A sociedade em comandita por ações terá o capital dividido em ações e reger-se-á pelas normas relativasàs companhias ou sociedades anônimas, sem prejuízo das modificações constantes deste Capítulo.

Art. 281. A sociedade poderá comerciar sob firma ou razão social, da qual só farão parte os nomes dos sócios-diretores ou gerentes. Ficam ilimitada e solidariamente responsáveis, nos termos desta Lei, pelas obrigações sociais, osque, por seus nomes, figurarem na firma ou razão social.

Parágrafo único. A denominação ou a firma deve ser seguida das palavras "Comandita por Ações", por extenso ouabreviadamente.

Art. 282. Apenas o sócio ou acionista tem qualidade para administrar ou gerir a sociedade, e, como diretor ougerente, responde, subsidiária mas ilimitada e solidariamente, pelas obrigações da sociedade.

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§ 1º Os diretores ou gerentes serão nomeados, sem limitação de tempo, no estatuto da sociedade, e somentepoderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem 2/3 (dois terços), no mínimo, do capital social.

§ 2º O diretor ou gerente que for destituído ou se exonerar continuará responsável pelas obrigações sociaiscontraídas sob sua administração.

Art. 283. A assembléia-geral não pode, sem o consentimento dos diretores ou gerentes, mudar o objeto essencialda sociedade, prorrogar-lhe o prazo de duração, aumentar ou diminuir o capital social, emitir debêntures ou criar partesbeneficiárias nem aprovar a participação em grupo de sociedade. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

Art. 284. Não se aplica à sociedade em comandita por ações o disposto nesta Lei sobre conselho deadministração, autorização estatutária de aumento de capital e emissão de bônus de subscrição.

CAPÍTULO XXIV

Prazos de Prescrição

Art. 285. A ação para anular a constituição da companhia, por vício ou defeito, prescreve em 1 (um) ano, contadoda publicação dos atos constitutivos.

Parágrafo único. Ainda depois de proposta a ação, é lícito à companhia, por deliberação da assembléia-geral,providenciar para que seja sanado o vício ou defeito.

Art. 286. A ação para anular as deliberações tomadas em assembléia-geral ou especial, irregularmente convocadaou instalada, violadoras da lei ou do estatuto, ou eivadas de erro, dolo, fraude ou simulação, prescreve em 2 (dois) anos,contados da deliberação.

Art. 287. Prescreve:

I - em, 1 (um) ano:

a) a ação contra peritos e subscritores do capital, para deles haver reparação civil pela avaliação de bens, contadoo prazo da publicação da ata da assembléia-geral que aprovar o laudo;

b) a ação dos credores não pagos contra os acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata deencerramento da liquidação da companhia.

II - em 3 (três) anos:

a) a ação para haver dividendos, contado o prazo da data em que tenham sido postos à disposição do acionista;

b) a ação contra os fundadores, acionistas, administradores, liquidantes, fiscais ou sociedade de comando, paradeles haver reparação civil por atos culposos ou dolosos, no caso de violação da lei, do estatuto ou da convenção degrupo, contado o prazo:

1 - para os fundadores, da data da publicação dos atos constitutivos da companhia;

2 - para os acionistas, administradores, fiscais e sociedades de comando, da data da publicação da ata que aprovar o balanço referente ao exercício em que a violação tenha ocorrido;

3 - para os liquidantes, da data da publicação da ata da primeira assembléia-geral posterior à violação.

c) a ação contra acionistas para restituição de dividendos recebidos de má-fé, contado o prazo da data dapublicação da ata da assembléia-geral ordinária do exercício em que os dividendos tenham sido declarados;

d) a ação contra os administradores ou titulares de partes beneficiárias para restituição das participações no lucrorecebidas de má-fé, contado o prazo da data da publicação da ata da assembléia-geral ordinária do exercício em que asparticipações tenham sido pagas;

e) a ação contra o agente fiduciário de debenturistas ou titulares de partes beneficiárias para dele haver reparaçãocivil por atos culposos ou dolosos, no caso de violação da lei ou da escritura de emissão, a contar da publicação da atada assembléia-geral que tiver tomado conhecimento da violação;

f) a ação contra o violador do dever de sigilo de que trata o artigo 260 para dele haver reparação civil, a contar dadata da publicação da oferta.

g) a ação movida pelo acionista contra a companhia, qualquer que seja o seu fundamento. (Incluída pela Lei nº10.303, de 2001)

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Art. 288. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não ocorrerá a prescrição antesda respectiva sentença definitiva, ou da prescrição da ação penal.

CAPÍTULO XXV

Disposições Gerais

Art. 289. As publicações ordenadas pela presente Lei serão feitas no órgão oficial da União ou do Estado ou doDistrito Federal, conforme o lugar em que esteja situada a sede da companhia, e em outro jornal de grande circulaçãoeditado na localidade em que está situada a sede da companhia. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 1º A Comissão de Valores Mobiliários poderá determinar que as publicações ordenadas por esta Lei sejam feitas,também, em jornal de grande circulação nas localidades em que os valores mobiliários da companhia sejam negociadosem bolsa ou em mercado de balcão, ou disseminadas por algum outro meio que assegure sua ampla divulgação eimediato acesso às informações. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 2º Se no lugar em que estiver situada a sede da companhia não for editado jornal, a publicação se fará em órgãode grande circulação local.

§ 3º A companhia deve fazer as publicações previstas nesta Lei sempre no mesmo jornal, e qualquer mudançadeverá ser precedida de aviso aos acionistas no extrato da ata da assembléia-geral ordinária.

§ 4º O disposto no final do § 3º não se aplica à eventual publicação de atas ou balanços em outros jornais.

§ 5º Todas as publicações ordenadas nesta Lei deverão ser arquivadas no registro do comércio.

§ 6º As publicações do balanço e da demonstração de lucros e perdas poderão ser feitas adotando-se comoexpressão monetária o milhar de reais.(Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 7o Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, as companhias abertas poderão, ainda, disponibilizar asreferidas publicações pela rede mundial de computadores. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Art. 290. A indenização por perdas e danos em ações com fundamento nesta Lei será corrigida monetariamenteaté o trimestre civil em que for efetivamente liquidada.

Art. 291. A Comissão de Valores Mobiliários poderá reduzir, mediante fixação de escala em função do valor docapital social, a porcentagem mínima aplicável às companhias abertas, estabelecida no art. 105; na alínea c do

parágrafo único do art. 123; no caput do art. 141; no § 1o do art. 157; no § 4o do art. 159; no § 2o do art. 161; no § 6o do

art. 163; na alínea a do § 1o do art. 246; e no art. 277. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

Parágrafo único. A Comissão de Valores Mobiliários poderá reduzir a porcentagem de que trata o artigo 249.

Art. 292. As sociedades de que trata o artigo 62 da Lei n. 4.728, de 14 de julho de 1965, podem ter suas ações aoportador.

Art. 293. A Comissão de Valores Mobiliários autorizará as bolsas de valores a prestar os serviços previstos nosartigos 27; 34, § 2º; 39, § 1°; 40; 41; 42; 43; 44; 72; 102 e 103.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.810, de 2013)

Art. 294. A companhia fechada que tiver menos de vinte acionistas, com patrimônio líquido inferior a R$1.000.000,00 (um milhão de reais), poderá: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - convocar assembléia-geral por anúncio entregue a todos os acionistas, contra-recibo, com a antecedênciaprevista no artigo 124; e

II - deixar de publicar os documentos de que trata o artigo 133, desde que sejam, por cópias autenticadas,arquivados no registro de comércio juntamente com a ata da assembléia que sobre eles deliberar.

§ 1º A companhia deverá guardar os recibos de entrega dos anúncios de convocação e arquivar no registro decomércio, juntamente com a ata da assembléia, cópia autenticada dos mesmos.

§ 2º Nas companhias de que trata este artigo, o pagamento da participação dos administradores poderá ser feitosem observância do disposto no § 2º do artigo 152, desde que aprovada pela unanimidade dos acionistas.

§ 3º O disposto neste artigo não se aplica à companhia controladora de grupo de sociedade, ou a ela filiadas.

CAPÍTULO XXVI 142

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CAPÍTULO XXVI

Disposições Transitórias

Art. 295. A presente Lei entrará em vigor 60 (sessenta) dias após a sua publicação, aplicando-se, todavia, a partirda data da publicação, às companhias que se constituírem.

§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às disposições sobre:

a) elaboração das demonstrações financeiras, que serão observadas pelas companhias existentes a partir doexercício social que se iniciar após 1º de janeiro de 1978;

b) a apresentação, nas demonstrações financeiras, de valores do exercício anterior (artigo 176, § 1º), que seráobrigatória a partir do balanço do exercício social subseqüente ao referido na alíne a anterior;

c) elaboração e publicação de demonstrações financeiras consolidadas, que somente serão obrigatórias para osexercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de 1978.

§ 2º A participação dos administradores nos lucros sociais continuará a regular-se pelas disposições legais eestatutárias em vigor, aplicando-se o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 152 a partir do exercício social que se iniciar nocurso do ano de 1977.

§ 3º A restrição ao direito de voto das ações ao portador (artigo 112) só vigorará a partir de 1 (um) ano a contar dadata em que esta Lei entrar em vigor.

Art. 296. As companhias existentes deverão proceder à adaptação do seu estatuto aos preceitos desta Lei noprazo de 1 (um) ano a contar da data em que ela entrar em vigor, devendo para esse fim ser convocada assembléia-geral dos acionistas.

§ 1º Os administradores e membros do Conselho Fiscal respondem pelos prejuízos que causarem pelainobservância do disposto neste artigo.

§ 2º O disposto neste artigo não prejudicará os direitos pecuniários conferidos por partes beneficiárias edebêntures em circulação na data da publicação desta Lei, que somente poderão ser modificados ou reduzidos comobservância do disposto no artigo 51 e no § 5º do artigo 71.

§ 3º As companhias existentes deverão eliminar, no prazo de 5 (cinco) anos a contar da data de entrada em vigordesta Lei, as participações recíprocas vedadas pelo artigo 244 e seus parágrafos.

§ 4º As companhias existentes, cujo estatuto for omisso quanto à fixação do dividendo, ou que o estabelecer emcondições que não satisfaçam aos requisitos do § 1º do artigo 202 poderão, dentro do prazo previsto neste artigo, fixá-loem porcentagem inferior à prevista no § 2º do artigo 202, mas os acionistas dissidentes dessa deliberação terão direitode retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor de suas ações, com observância do disposto nos artigos 45 e137.

§ 5º O disposto no artigo 199 não se aplica às reservas constituídas e aos lucros acumulados em balançoslevantados antes de 1º de janeiro de 1977.

§ 6º O disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 237 não se aplica às participações existentes na data da publicação destaLei.

Art. 297. As companhias existentes que tiverem ações preferenciais com prioridade na distribuição de dividendofixo ou mínimo ficarão dispensadas do disposto no artigo 167 e seu § 1º, desde que no prazo de que trata o artigo 296regulem no estatuto a participação das ações preferenciais na correção anual do capital social, com observância dasseguintes normas:

I - o aumento de capital poderá ficar na dependência de deliberação da assembléia-geral, mas será obrigatórioquando o saldo da conta de que trata o § 3º do artigo 182 ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) do capital social;

II - a capitalização da reserva poderá ser procedida mediante aumento do valor nominal das ações ou emissões denovas ações bonificadas, cabendo à assembléia-geral escolher, em cada aumento de capital, o modo a ser adotado;

III - em qualquer caso, será observado o disposto no § 4º do artigo 17;

IV - as condições estatutárias de participação serão transcritas nos certificados das ações da companhia.

Art. 298. As companhias existentes, com capital inferior a Cr$ 5.000.000,00 (cinco milhões de cruzeiros), poderão,no prazo de que trata o artigo 296 deliberar, pelo voto de acionistas que representem 2/3 (dois terços) do capital social,

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a sua transformação em sociedade por quotas, de responsabilidade limitada, observadas as seguintes normas:

I - na deliberação da assembléia a cada ação caberá 1 (um) voto, independentemente de espécie ou classe;

II - a sociedade por quotas resultante da transformação deverá ter o seu capital integralizado e o seu contratosocial assegurará aos sócios a livre transferência das quotas, entre si ou para terceiros;

III - o acionista dissidente da deliberação da assembléia poderá pedir o reembolso das ações pelo valor depatrimônio líquido a preços de mercado, observado o disposto nos artigos 45 e 137;

IV - o prazo para o pedido de reembolso será de 90 (noventa) dias a partir da data da publicação da ata daassembléia, salvo para os titulares de ações nominativas, que será contado da data do recebimento de aviso por escritoda companhia.

Art. 299. Ficam mantidas as disposições sobre sociedades por ações, constantes de legislação especial sobre aaplicação de incentivos fiscais nas áreas da SUDENE, SUDAM, SUDEPE, EMBRATUR e Reflorestamento, bem comotodos os dispositivos das Leis nºs. 4.131, de 3 de dezembro de 1962, e 4.390, de 29 de agosto de 1964.

Art. 299-A. O saldo existente em 31 de dezembro de 2008 no ativo diferido que, pela sua natureza, não puder seralocado a outro grupo de contas, poderá permanecer no ativo sob essa classificação até sua completa amortização,

sujeito à análise sobre a recuperação de que trata o § 3o do art. 183 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Art. 299-B. O saldo existente no resultado de exercício futuro em 31 de dezembro de 2008 deverá serreclassificado para o passivo não circulante em conta representativa de receita diferida. (Incluído pela Lei nº 11.941, de2009)

Parágrafo único. O registro do saldo de que trata o caput deste artigo deverá evidenciar a receita diferida e orespectivo custo diferido. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Art. 300. Ficam revogados o Decreto-Lei n. 2.627, de 26 de setembro de 1940, com exceção dos artigos 59 a 73, edemais disposições em contrário.

Brasília, 15 de dezembro de 1976; 155º da Independência e 88º da República.

ERNESTO GEISELMário Henrique Simonsen

Este texto não substitui o publicado no DOU de 17.12.1976 (suplemento)

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20/10/2016 D1102

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D1102.htm 1/10

Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 1.102, DE 21 DE NOVEMBRO DE 1903.

Institui regras para o estabelecimento de empresas dearmazens gerais, determinando os direitos e obrigaçõesdessas empresas.

O Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil:

Faço saber que o Congresso Nacional decretou e eu sanciono a seguinte resolução:

Dos armazéns geraes

CAPÍTULO I

Estabelecimento, obrigações e direitos das empresas de armazéns gerais

Art. 1º - As pessoas naturais ou jurídicas, aptas para o exercício do comércio, que pretenderem estabelecerempresas de armazéns gerais, tendo por fim a guarda e conservação de mercadorias e a emissão de títulos especiais,que as representem, deverão declarar à Junta Comercial do respectivo distrito:

1º, a sua firma, ou, se se tratar de sociedade anônima, a designação que lhe for própria, o capital da empresa e odomicílio;

2º, a denominação, a situação, o número, a capacidade, a comunidade e a segurança dos armazéns;

3º, a natureza das mercadorias que recebem em depósito;

4º, as operações e serviços a que se propõem.

A essas declarações juntarão:

a) o regulamento interno dos armazéns e da sala de vendas públicas;

b) a tarifa remuneratória do depósito e dos outros serviços;

c) a certidão do contrato social ou estatutos, devidamente registrados, se se tratar de pessoa jurídica.

§ 1º - A Junta Comercial, verificando que o regulamento interno não infringe os preceitos da presente lei, ordenaráa matrícula do pretendente no registro do comércio e, dentro do prazo de um mês contado do dia desta matrícula farápublicar, por edital, as declarações, o regulamento interno e a tarifa.

§ 2º - Arquivado na secretaria da JUNTA COMERCIAL um exemplar das folhas em que se fizer a publicação, oempresário assinará termo de responsabilidade, como fiel depositário dos gêneros e mercadorias que receber, e sódepois de preenchida esta formalidade, que se fará conhecida de terceiros por novo edital da Junta, poderão seriniciados os serviços e operações que constituem objeto da empresa.

§ 3º - As alterações ao regimento interno e à tarifa entrarão em vigor trinta dias depois da publicação, por edital, daJunta Comercial, e não se aplicarão aos depósitos realizados até a véspera do dia em que elas entrarem em vigor, salvose trouxerem vantagens ou benefícios aos depositantes.

§ 4º - Os administradores dos armazéns gerais, quando não forem os próprios empresários, os fiéis e outrosprepostos, antes de entrarem em exercício, receberão do proponente uma nomeação escrita que farão inscrever noregistro do comércio. (Código Comercial, arts. 74 e 10 nº 2).

§ 5º - Não poderão ser empresários, administradores ou fiéis de armazéns gerais os que tiverem sofridocondenação pelos crimes de falência culposa ou fraudulenta, estelionato, abuso de confiança, falsidade, roubo ou furto.

§ 6º - As publicações a que se referem este artigo devem ser feitas no Diário Oficial da União ou do Estado e nojornal de maior circulação da sede dos armazéns gerais e à custa do interessado.

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Art. 2º - O Governo Federal designará as alfândegas que estiverem em condições de emitir os títulos de que tratao capítulo II, sobre mercadorias recolhidas em seus armazéns, e, por decreto expedido pelo Ministro da Fazenda, daráas instruções sobre o respectivo serviço e a tarifa.

Parágrafo único - Os títulos emanados destas repartições serão em tudo equiparados aos que as empresasparticulares emitirem, e as mercadorias por eles representadas ficarão sob o regime da presente lei.

Art. 3º - Nas estações de estrada de ferro da União poderá o Governo, por intermédio do Ministro da Indústria,Viação e Obras Públicas, estabelecer armazéns gerais , expedindo as necessárias instruções e a tarifa, sendo aplicada,às mercadorias em depósito e aos títulos emitidos, a disposição do § único do art. 2º.

Parágrafo único - As companhias ou empresas particulares de Estradas de Ferro ficarão sujeitas às disposições doart. 1º se quiserem emitir os títulos de suas estações, devendo apresentar, com as declarações a que se refere aqueleartigo, autorização especial do Governo que lhes fez a concessão.

Art. 4º - As empresas ou companhias de docas que recebem em seus armazéns mercadorias de importação eexportação (Decreto Legislativo nº 1.746, de 13 de outubro de 1869, art. 1º) e os concessionários de entrepostos etrapiches alfandegados poderão solicitar do Governo Federal autorização para emitirem sobre mercadorias em depósitoos títulos de que trata o capítulo II, declarando as garantias que oferecem à Fazenda Nacional e apresentando oregulamento interno dos armazéns e a tarifa remuneratória do depósito e de outro serviço a que se proponham.

Nestes regulamentos serão estabelecidas as relações das companhias das docas e concessionários deentrepostos e trapiches alfandegários com os empregados aduaneiros .

Autorização para emissão dos títulos e a aprovação do regulamento e tarifa serão dadas por decreto expedido peloMinistério da Fazenda.

Nenhuma alteração será feita ao regulamento ou à tarifa, sem as mesmas formalidades, prevalecendo a disposiçãoda segunda parte do § 3º do art. 1º.

Parágrafo único - Obtida a autorização , as docas, os entrepostos particulares e os trapiches alfandegados ficarãosujeitos às disposições da presente lei , adquirindo a qualidade de armazéns gerais.

Art. 5º - Na porta principal dos entrepostos públicos ou armazéns das alfândegas e das estações de estrada deferro da União (arts. 2º e 3º), na dos estabelecimentos mantidos e custeados por empresas particulares (arts. 1º e 4º) enas salas de vendas públicas (art. 28) serão afixados , em lugar visível, as instruções oficiais ou o regulamento internoe a tarifa e exemplares impressos destas peças serão entregues, gratuitamente, aos interessados que os solicitarem .

Art. 6º - Das mercadorias confiadas à sua guarda, os armazéns gerais passarão recibo declarando nele a natureza,quantidade, número e marcas, fazendo pesar, medir ou contar, no ato do recebimento as que forem suscetíveis de serpesadas, medidas ou contadas.

No verso deste recibo serão anotadas pelo armazém geral as retiradas parciais das mercadorias, durante odepósito.

Esta disposição não se aplica às mercadorias estrangeiras sujeitas a direitos de importação, a respeito das quaisse observarão os regulamentos fiscais.

Parágrafo único - O recibo será restituído ao armazém geral contra a entrega das mercadorias ou dos títulos do art.15, a pedido do dono, forem emitidos. A quem tiver o direito de livre disposição das mercadorias é facultado, durante oprazo do depósito (art. 10), substituir esses títulos por aquele recibo.

Art. 7º - Além dos livros mencionados no art. 11 do Código Comercial, as empresas de armazéns gerais sãoobrigadas a ter, revestidos das formalidades do art. 13 do mesmo Código, e escriturado rigorosamente dia a dia, um livrode entrada e saída de mercadorias, devendo os lançamentos ser feitos na forma do art. 88, nº 11, do citado Código,sendo anotadas as consignações em pagamento (art. 12), as vendas e todas as circunstâncias que ocorremrelativamente às mercadorias depositadas.

As docas, entrepostos particulares e trapiches alfandegados lançarão naquele livro as mercadorias estrangeirassujeitas a direitos de importação sobre os quais, o pedido do dono, tenham de emitir os títulos do art. 15.

O Governo, nas instruções que expedir para as alfândegas e armazéns de estrada de ferro da União, determinaráos livros destinados ao serviço do registro das mercadorias sobre as quais forem emitidos os títulos do art. 15 e seusrequisitos de autenticidade.

Art. 8º - Não podem os armazéns gerais:

§ 1º - Estabelecer preferência entre os depositantes a respeito de qualquer serviço.

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§ 2º - Recusar o depósito, exceto:

- se a mercadoria que se deseja armazenar não for tolerada pelo regulamento interno;

- se não houver espaço para a sua acomodação;

- se, em virtude das condições em que ela se achar, puder danificar as já depositadas.

§ 3º - Abater o preço marcado na tarifa em benefício de qualquer depositante.

§ 4º - Exercer o comércio de mercadorias idênticas às que se propõem receber em depósito, e adquirir, para si oupara outrem, mercadorias expostas à venda em seus estabelecimentos, ainda que seja a pretexto de consumoparticular.

§ 5º - Emprestar ou fazer, por conta própria ou alheia, qualquer negociação sobre os títulos que emitirem.

Art. 9º - Serão permitidos aos interessados o exame e a verificação das mercadorias depositadas e a conferênciadas amostras, podendo, no regulamento interno do armazém, ser indicadas as horas para esse fim e tomadas ascautelas convenientes.

§ único - As mercadorias de que trata o art. 12 serão examinadas pelas amostras que deverão ser expostas noarmazém.

Art. 10 - O prazo de depósito, para os efeitos deste artigo, começará a correr da data da entrada da mercadoria nosarmazéns gerais e será de seis meses, podendo ser prorrogado livremente por acordo das partes.

Para as mercadorias estrangeiras sujeitas a direitos de importação e sobre as quais tenham sido emitidos ostítulos do art. 15, o prazo de seis meses poderá ser prorrogado até mais um ano pelo inspetor da Alfândega, se o estadodas mercadorias garantir o pagamento integral daqueles direitos, armazenagens e as despesas e adiantamentosreferidos no art. 14.

Se estas mercadorias estiverem depositadas nas docas, nos entrepostos particulares e nos trapichesalfandegados, a prorrogação do prazo dependerá também do consentimento da respectiva companhia ou concessionário.

§ 1º - Vencido o prazo do depósito, a mercadoria reputar-se-á abandonada e o armazém geral dará aviso aodepositante, marcando-lhe o prazo de oito dias improrrogáveis, para a retirada da mercadoria contra a entrega do recibo(art. 6º) ou dos títulos emitidos (art. 15).

Findo este prazo, que correrá do dia em que o aviso for registrado no correio, o armazém geral mandará vender amercadoria por corretor ou leiloeiro, em leilão público, anunciado com antecedência de três dias pelo menos,observando-se as disposições do art. 28, §§ 3º, 4º, 6º e 7º.

§ 2º - Para prova do aviso prévio bastarão a sua transcrição no copiador do armazém geral e o certificado doregistro da expedição pelo correio.

§ 3º - O produto da venda, deduzidos os créditos indicados no art. 26 § 1º, se não for procurado, por quem dedireito , dentro do prazo de oito dias, será depositado judicialmente por conta de quem pertencer.

As alfândegas reterão em seus cofres esse saldo e a administração da estrada de ferro da União o recolherá àrepartição fiscal designada pelo Governo nas instruções expedidas na conformidade do art. 3º.

§ 4º - Não obstante o processo do art. 27, §§ 2º e 3º, verificado o caso do § 1º do presente artigo, o armazém geralou a competente repartição federal fará vender a mercadoria, certificando com antecedência de cinco dias ao juizdaquele processo.

Deduzidos do produto da venda os créditos indicados no art. 26, § 1º, o líquido será posto à disposição do juiz.

É permitido ao que perder o título obstar a venda, ficando prorrogado o depósito por mais três meses, se pagar osimpostos fiscais e as despesas declaradas no art. 23, § 6º.

Art. 11º - As empresas de armazéns gerais, além das responsabilidades especialmente estabelecidas nesta lei,respondem:

1º - pela guarda, conservação e pronta e fiel entrega das mercadorias que tiverem recebido em depósito, sob penade serem presos os empresários, gerentes, superintendentes ou administradores sempre que não efetuarem aquelaentrega dentro de 24 horas depois que judicialmente forem requeridos;

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20/10/2016 D1102

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D1102.htm 4/10

Cessa a responsabilidade nos casos de avarias ou vícios provenientes da natureza ou acondicionamento dasmercadorias, e força maior, salvo a disposição do art. 37, § único;

2º - pela culpa, fraude ou dolo de seus empregados e prepostos e pelos furtos acontecidos aos gêneros emercadorias dentro dos armazéns.

§ 1º - A indenização devida pelos armazéns gerais nos casos referidos neste artigo, será correspondente ao preçoda mercadoria e em bom estado no lugar e no tempo em que devia ser entregue.

O direito à indenização prescreve em três meses, contados do dia em que a mercadoria foi ou devia ser entregue.

§ 2º - Pelas alfândegas e estradas de ferro da União responde, diretamente, a Fazenda Nacional, com açãoregressiva contra seus funcionários culpados.

Art. 12 - Nos armazéns gerais podem ser recebidas mercadorias da mesma natureza e qualidade, pertencentes adiversos donos, guardando-se misturadas.

Para este gênero de depósito deverão os armazéns gerais dispor de lugares próprios e se aparelhar para o bomdesempenho do serviço.

As declarações de que trata o art. 1º juntará o empresário a descrição minuciosa de todos os aprestos doarmazém, e a matrícula no registro do comércio somente será feita depois de exame mandado proceder pela JuntaComercial, por profissionais e à custa do interessado.

§ 1º - Neste depósito, além das disposições especiais na presente lei, observar-se-ão as seguintes:

1º - o armazém geral não é obrigado a restituir a própria mercadoria recebida, mas pode entregar mercadorias damesma qualidade;

2º - o armazém geral responde pelas perdas e avarias da mercadoria, ainda mesmo no caso de força maior.

§ 2º - Relativamente às docas, entrepostos particulares e trapiches alfandegados, a atribuição acima conferida àJunta Comercial cabe ao Governo Federal.

Art. 13 - Os armazéns gerais ficam sob a imediata fiscalização das Juntas Comerciais, às quais os empresáriosremeterão até o dia 15 dos meses de abril, julho, outubro e janeiro de cada ano um balanço, em resumo, dasmercadorias que, no trimestre anterior, tiverem entrado e saído e das que existirem, bem como a demonstração domovimento dos títulos que emitirem, a importância dos valores com que os mesmos títulos forem negociados, asquantias consignadas na conformidade do art. 22, e o movimento das vendas públicas, onde existir a sala de que trata ocapítulo III.

Até o dia 15 de março, as empresas apresentarão o balanço detalhado de todas as operações e serviçosrealizados, durante o ano anterior, nos armazéns gerais e salas de vendas públicas fazendo acompanhar de um relatóriocircunstanciado contendo as considerações que julgarem úteis.

§ 1º - As alfândegas, docas, entrepostos particulares e trapiches alfandegados ficarão, porém, sob a exclusivafiscalização do Ministério da Fazenda e os armazéns da estação de estradas de ferro da União sob o do Ministério daIndústria, Viação e Obras Públicas.

Os inspetores das alfândegas, empresas ou companhias de docas, concessionários de entrepostos e trapichesalfandegados e diretores de estrada de ferro federais enviarão nas épocas acima designadas os balanços trimestrais e obalanço e o relatório anuais ao respectivo ministério.

§ 2º - O Ministério da Fazenda, o da Indústria, Viação e Obras Públicas e as Juntas Comerciais poderão, sempreque acharem conveniente, mandar inspecionar os armazéns sob fiscalização, a fim de verificarem se os balançosapresentados estão anexos ou se têm fielmente cumpridas as instruções, o regulamento interno e a tarifa.

Art. 14 - As empresas de armazéns gerais têm o direito de retenção para garantia do pagamento dasarmazenagens e despesas com a conservação e com as operações, benefícios e serviços prestados às mercadorias, apedido do dono; dos adiantamentos feitos com fretes e seguro, e das comissões e juros, quando as mercadorias lhestenham sido remetidas em consignação. (Código Comercial, art. 189)

Esse direito de retenção pode ser oposto à massa falida do devedor.

Também têm as empresas de armazéns gerais direitos de indenização pelos prejuízos que lhes venham por culpaou dolo do depositante.

CAPÍTULO II

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Emissão, circulação dos títulos emitidos pelas empresas de armazéns gerais

Art. 15 - Os armazéns gerais emitirão, quando lhes for pedido pelo depositante, dois títulos unidos, mas separáveisà vontade, denominados - "conhecimento de depósito" e "warrant".

§ 1º - Cada um destes títulos deve ser à ordem e conter, além de sua designação particular;

1º - a denominação da empresa do armazém geral e sua sede;

2º - o nome, profissão e domicílio do depositante ou de terceiro por este indicado;

3º - o lugar e prazo de depósito;

3º O lugar e o prazo do depósito, facultado aos interessados acordarem, entre si, na transferência posterior dasmesmas mercadorias de um para outro armazém da emitente ainda que se encontrem em localidade diversa da em quefoi feito o depósito inicial. Em tais casos, far-se-ão, nos conhecimentos warrants respectivos, as seguintes anotações:(Redação dada pela Lei Delegada nº 3, de 26.9.1962)

a) local para onde se transferirá a mercadoria em depósito; (Incluída pela Lei Delegada nº 3, de 26.9.1962)

b) para os fins do art. 26, parágrafo 2º, às despesas decorrentes da transferência, inclusive as de seguro por todosos riscos.(Incluída pela Lei Delegada nº 3, de 26.9.1962)

4º - a natureza e quantidade das mercadorias em depósito, designados pelos nomes mais usados no comércio,seu peso, o estado dos envoltórios e todas as marcas e indicações próprias para estabelecerem a sua identidade;

4º A natureza e quantidade das mercadorias em depósito, designadas pelos nomes mais usados no comércio, seupêso, o estado dos envoltórios e tôdas as marcas e indicações próprias para estabelecerem a sua identidade,ressalvadas as peculiaridades das mercadorias depositada a granel.(Redação dada pela Lei Delegada nº 3, de26.9.1962)

5º - a qualidade da mercadoria tratando-se daquelas a que se refere o art. 12;

6º - a indicação do segurador da mercadoria e o valor do seguro (art. 16).

7º - a declaração dos impostos e direitos fiscais, dos encargos e despesas a que a mercadoria está sujeita, e dodia em que começaram a correr as armazenagens (art. 26, § 2º);

8º - a data da emissão dos títulos e assinatura do empresário ou pessoa devidamente habilitada por este.

§ 2º - Os referidos serão extraídos de um livro de talão, o qual conterá todas as declarações acima mencionadas,e número de ordem correspondente.

No verso do respectivo talão, o depositante, ou terceiro, por este autorizado, passará recibo dos títulos. Se aempresa, a pedido do depositante, os expedir pelo correio, mencionará esta circunstância e o número e data docertificado do registro postal.

Anotar-se-ão também no verso do talão as ocorrências que se derem com os títulos dele extraídos, comosubstituição, restituição, perda, roubo, etc.

§ 3º - Os armazéns gerais são responsáveis para com terceiros pelas irregularidades e inexatidões encontradasnos títulos que emitirem relativamente à quantidade, natureza e peso da mercadoria.

Art. 16 - As mercadorias, para servirem de base à emissão dos títulos, devem ser seguradas contra riscos deincêndio do valor designado pelo depositante.

Os armazéns gerais poderão ter apólices especiais ou abertas para este fim.

No caso de sinistro, o armazém geral é o competente para receber a indenização devida pelo segurador, e sobreesta exercerão a Fazenda Nacional, a empresa de armazéns gerais e os portadores de conhecimentos de depósito e"warrant" os mesmos direitos e privilégios que tenham sobre a mercadoria segurado.

§ único - As mercadorias de que trata o art. 12 serão seguradas em nome da empresa do armazém geral, a qualfica responsável pela indenização no caso de sinistro.

Art. 17 - Emitidos os títulos de que trata o art. 15, os gêneros e mercadorias não poderão sofrer embaraço queprejudique a sua livre e plena disposição, salvo nos casos do art. 27.

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O conhecimento de depósito e o "warrant", ao contrário, podem ser penhorados, arrestados por dívidas do portador.

Art. 18 - O conhecimento do depósito e o "warrant" podem ser transferidos, unidos ou separados, por endosso.

§ 1º - O endosso podem ser em branco; neste caso confere ao portador do título os direitos de cessionário.

§ 2º - O endosso dos títulos unidos confere ao cessionário o direito de livre disposição da mercadoria depositada; odo "warrant" separado do conhecimento de depósito o direito de penhor sobre a mesma mercadoria e do conhecimentode depósito a faculdade de dispor da mercadoria, salvo os direitos do credor, portador do "warrant".

Art. 19 - O primeiro endosso do "warrant" declarará a importância do crédito garantido pelo penhor da mercadoria,taxa do juros e a data do vencimento.

Essas declarações serão transcritas no conhecimento de depósito e assinados pelos endossatários do "warrant".

Art. 20 - O portador dos dois títulos tem o direito de pedir a divisão da mercadoria em tantos lotes quantos lheconvenham, e entrega de conhecimentos de depósito de "warrants" correspondentes a cada um dos lotes, sendorestituídos, e ficando anulados os títulos anteriormente emitidos.

Esta divisão somente será facultada se a mercadoria continuar a garantir os créditos preferenciais do art. 26, § 1º.

§ único - Outrossim, é permitido ao portador dos dois títulos pedir novos títulos à sua ordem ou de terceiro queindicar, em substituição dos primitivos, que serão restituídos ao armazém geral e anulados.

Art. 21 - A mercadoria depositada será retirada do armazém geral contra a entrega do conhecimento de depósito oudo "warrant" correspondente, liberta pelo pagamento principal e juros da dívida, se foi negociado.

Art. 22 - Ao portador do conhecimento de depósito é permitido retirar a mercadoria antes do vencimento da dívidaconstante do "warrant", consignando o armazém geral o principal e juros até o vencimento e pagando os impostosfiscais, armazenagens vencidas e mais despesas.

Da quantia consignada o armazém geral passará recibo, extraído de um livro de talão.

§ 1º - O armazém geral dará por carta registrada imediato aviso desta consignação ao primeiro endossador do"warrant".

Este aviso quando contestado será provado nos termos do art. 10, § 2º.

§ 2º - A consignação equivale a real e efetivo pagamento e a quantia consignada será prontamente entregue aocredor mediante a restituição do "warrant" com a devida quitação.

§ 3º - Se o "warrant" não for apresentado ao armazém geral até oito dias depois do vencimento da dívida, a quantiaconsignada será levada a depósito judicial por conta de quem pertencer.

Nas alfândegas estradas federais, essa quantia terá o destino declarado no art. 10, § 3º, "in fine".

§ 4º - A perda, o roubo, o extravio do "warrant" não prejudicarão o exercício do direito que este artigo confere aoportador do conhecimento de depósito.

Art. 23 - O portador do "warrant" que no dia do vencimento não for pago, e que não achar consignada no armazémgeral a importância do seu crédito e juros (art. 22), deverá interpor o respectivo protesto nos prazos e pela formaaplicáveis ao protesto das letras de câmbio no caso de não pagamento.

O oficial dos protestos entregará ao protestante o respectivo instrumento, dentro do prazo de três dias, sob penade responsabilidade e de satisfazer perdas e danos.

§ 1º - O portador do "warrant" fará vender em leilão, por intermédio do corretor ou leiloeiro, que escolher, asmercadorias especificadas no título, independentes de formalidades judiciais.

§ 2º - Igual direito de venda cabe ao primeiro endossador que pagar a dívida do "warrant", sem que seja necessárioconstituir em mora os endossadores do conhecimento do depósito.

§ 3º - O corretor ou leiloeiro, encarregado da venda depois de avisar o administrador do armazém geral, ou o chefeda competente repartição federal, anunciará pela imprensa o leilão, com antecedência de quatro dias, especificando asmercadorias conforme as declarações do "warrant" e declarando o dia e hora da venda, as condições dessa e o lugaronde podem ser examinadas aquelas mercadorias.

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O agente da venda conformar-se-á em tudo com as disposições do regulamento interno dos armazéns e das salasde vendas públicas ou com as instruções oficiais, tratando-se de repartição federal.

§ 4º - Se o arrematante não pagar o preço da venda, aplicar-se-á a disposição do art. 28, § 6º

§ 5º - A perda ou extravio do conhecimento de depósito (art. 27, § 1º), a falência, os meios preventivos de suadeclaração e a morte do devedor não suspendem nem interrompem a venda anunciada.

§ 6º - O devedor poderá evitar a venda até o momento de ser a mercadoria adjudicada ao que maior lance oferecer,pagando imediatamente a dívida de "warrant", os impostos fiscais, despesas devidas ao armazém e todos os mais aque a execução deu lugar, inclusive custas do protesto, comissões do corretor ou agentes de leilões e juros de mora.

§ 7º - O portador do "warrant" que, em tempo útil, não interpuser o protesto por falta de pagamento, ou que, dentrode dez dias, contados da data do instrumento de protesto, não promover a venda da mercadoria, conservará tão-somente ação contra o primeiro endossador do "warrant" e contra os endossadores do conhecimento de depósito.

Art. 24 - Efetuada a venda, o corretor ou leiloeiro dará a nota do contrato ou conta de venda ao armazém geral, oqual receberá o preço e entregará ao comprador a mercadoria.

§ 1º - O armazém geral, imediatamente após o recebimento do produto da venda, fará deduções de créditospreferenciais, art. 26, § 1º, e com o líquido pagará o portador do "warrant" nos termos do art. 26, princípio.

§ 2º - O portador do "warrant" que ficar integralmente pago entregará, ao armazém geral, o título com a quitação;no caso contrário, o armazém geral mencionará no "warrant" o pagamento parcial feito e o restituirá ao portador.

§ 3º - Pago o credor, o excedente do preço da venda será entregue ao portador do conhecimento de depósitocontra a restituição deste título.

§ 4º - As quantias reservadas ao portador do "warrant" ou ao do conhecimento de depósito, quando nãoreclamados no prazo de trinta dias depois da venda da mercadoria, terão o destino declarado no art. 10, § 3º .

Art. 25 - Se o portador do "warrant" não ficar integralmente pago, em virtude da insuficiência do produto líquido davenda da mercadoria ou da indenização do seguro no caso de sinistro tem ação para haver o saldo contra osendossadores anteriores solidariamente, observando-se a esse respeito as mesmas disposições substanciais eprocessuais (de fundo e de forma) relativo a letras de câmbio.

O prazo para prescrição de ação regressiva corre do dia da venda.

Art. 26 - O portador do "warrant" será pago do seu crédito, juros convencionais e demora à razão de 6% ao ano edespesas do protesto, precipuamente pelo produto da venda da mercadoria.

§ 1º - Preferem, porém, a este credor:

1º - a Fazenda Nacional, pelos direitos ou impostos que lhe forem devidos;

2º - o corretor ou leiloeiro, pelas comissões taxadas em seus regimentos ou reguladas por convenção entre eles eos comitentes, e pelas despesas com anúncio da venda;

3º - o armazém geral, por todas as despesas declaradas no art. 14, a respeito das quais lhe é garantido o direito deretenção.

§ 2º - Os créditos do § 1º, números 1 e 3, devem ser expressamente referidos nos títulos (art. 15, § 1º, n. 7),declarando-se a quantia exata dos impostos devidos à Fazenda Nacional e de todas as despesas líquidas até omomento da emissão daqueles títulos, pena de perda da preferência.

Todas as vezes que lhe for exigido pelo portador de conhecimento de depósito ou do "warrant", o armazém geral éobrigado a liquidar os créditos que preferem no "warrant" e fornecer a nota da liquidação, datada e assinada, referindo-seao emitido. Art. 27 - Aquele que perder o título avisará ao armazém geral e anunciará o fato durante três dias, pelo jornal demaior circulação da sede daquele armazém.

§ 1º - Se se tratar do conhecimento de depósito e correspondente "warrant", ou só do primeiro, o interessadopoderá obter duplicata ou a entrega das mercadorias, garantindo o direito do portador do "warrant", se este foi negociado,ou do saldo à sua disposição se a mercadoria foi vendida, observando-se o processo do § 2º, que correrá perante o juizdo comércio em cuja jurisdição se achar o armazém geral.

§ 2º - O interessado requererá a notificação do armazém geral para não entregar sem ordem judicial a mercadoriaou saldo disponível no caso de ser ou de ter sido ela vendida, na conformidade dos artigos 10, § 4º, e 23, § 1º,

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justificará sumariamente a sua propriedade.

O requerimento deve ser instruído com um exemplar do jornal em que for anunciada a perda e com a cópia fiel dotalão do título perdido, fornecida pelo armazém geral e por este autenticada.

O armazém geral terá ciência do dia e da hora da justificação e para esta, se o "warrant" foi negociado, e ainda nãovoltou ao armazém geral, será citado o endossatário desse título, cujo nome devia constar do correspondenteconhecimento do depósito perdido (art.19, 2ª parte).

O juiz, na sentença que julgar procedente a justificação, mandará publicar editais com 30 dias para reclamações.

Estes editais produzirão todas as declarações constantes do talão do título perdido e serão publicados no "DiárioOficial" e no jornal onde o interessado anunciou a referida perda e afixados na porta do armazém e na sala de vendaspúblicas.

Não havendo reclamação, o juiz expedirá mandado conforme o requerido ao armazém geral ou depositário, sendoordenada a duplicata, dela constará esta circunstância.

Se, porém, aparecer reclamação, o juiz marcará o prazo de dez dias para prova, e, findo estes, arrazoando oembargante e o embargado em cinco dias cada um, julgará afinal com apelação sem efeito suspensivo.

Estes prazos serão improrrogáveis e fatais e correrão em cartório, independente de lançamento em audiência.

§ 3º - No caso de perda do "warrant", o interessado que provar a sua propriedade tem o direito de receber aimportância do crédito garantido.

Observar-se-á o mesmo processo do § 2º, com as seguintes modificações:

a) - Para a justificação sumária, serão citados o primeiro endossador e outros que forem conhecidos. O armazémserá avisado do dia e hora da justificação e notificado judicialmente da perda do título.

b) - O mandado judicial de pagamento será expedido contra o primeiro endossador ou contra quem tiver emconsignação ou depósito a importância correspondente à dívida do "warrant".

O referido mandado, se a dívida não está vencida, será apresentado àquele primeiro endossador no dia dovencimento, sendo aplicável a disposição do art.23 no caso de não pagamento.

§ 4º - Cessa a responsabilidade do armazém geral e do devedor quando, em virtude de ordem judicial, emitirduplicata ou entregar a mercadoria ou saldo em seu poder ou pagar a dívida. O prejudicado terá ação somente contraquem indevidamente dispôs da mercadoria ou embolsou a quantia.

§ 5º - O que fica disposto sobre a perda do título aplica-se aos casos de roubo, furto, extravio ou destruição.

CAPÍTULO III

Sala de vendas públicas

Art. 28 - Anexas aos seus estabelecimentos as empresas de armazéns gerais poderão ter salas apropriadas paraas vendas públicas, voluntárias, dos gêneros e mercadorias em depósito, observando-se as seguintes condições:

§ 1º - Estas salas serão franqueadas ao público, e os depositantes poderão ter aí exposição de amostras.

§ 2º - É livre aos interessados escolher o agente da venda dentre os corretores ou leiloeiros da respectiva praça.

§ 3º - A venda será anunciada pelo corretor ou leiloeiro, nos jornais locais, declarando-se o dia, hora e condiçõesdo leilão e da entrega da mercadoria, número, natureza e quantidade de cada lote, armazém onde se acha, e as horasdurante as quais pode ser examinada.

Além disso, afixará aviso na praça do comércio e na sala onde tenha de efetuar a venda.

§ 4º - O público será admitido a examinar a mercadoria anunciada à venda, sendo proporcionadas todas asfacilidades pelo administrador do armazém onde ela se achar.

§ 5º - A venda será feita por atacado, não podendo cada lote ser de valor inferior a dois contos de réis, calculadopela cotação média da mercadoria.

§ 6º - Se o arrematante não pagar o preço marcado nos anúncios, e, na falta destes, dentro de vinte e quatro horasdepois da venda, será a mercadoria levada a novo leilão por sua conta e risco, ficando obrigado a completar o preço por

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que o comprou e perdendo em benefício do vendedor o sinal que houver dado.

Para cobrança da diferença terá a parte interessada a ação executiva dos arts. 309 e seguintes do Decreto nº 737,de 25 de novembro de 1850, devendo a petição inicial ser instruída com certidão extraída do livro do corretor ou agentede leilões.

§ 7º - Tratando-se das mercadorias a que se refere o art. 12, observar-se-á o disposto no §1º nº 1, do mesmoartigo.

Art. 29 - Onde existirem salas de vendas públicas serão nelas efetuadas as vendas de que tratam os arts. 10, §1º,e 23, §1º, não sendo então aplicável a disposição restritiva do art. 28, §5º.

CAPÍTULO IV

Disposições fiscais e penais

Art. 30 - São sujeitos ao selo fixo de trezentos réis:

1º - O recibo das mercadorias depositadas nos armazéns gerais (art. 6º).

2º - O conhecimento de depósito.

O mesmo selo das letras de câmbio e de terra pagará o "warrant" quando separado do depósito for pela primeiravez endossada.

Art. 31 - Não podem ser taxados pelos Estados nem pelas Municipalidades os depósitos dos armazéns gerais,bem como as compras e vendas realizadas nas salas anexas a estes armazéns.

Art. 32 - Incorreção na multa de 200$ a 5:000$ os empresários de armazéns gerais que não observarem asprescrições dos artigos 5º, 7º e 8º §§1º a 4º, 13, 22, §3º, 24, §§1º e 4º, 26, §2º última parte.

§ único - A multa será imposta por quem tiver a seu cargo a fiscalização do armazém, e cobrada executivamentepor intermédio do ministério público, se não for paga dentro de oito dias depois de notificada, revertendo em benefíciodas misericórdias e orfanatos existentes nas sedes dos armazéns.

Art. 33 - Será cassada a matrícula (art. 1º, §1º) ou revogada a autorização (art. 4º), por quem o ordenou ouconcedeu nos casos seguintes:

1º - falências e meios preventivos ou liquidação da respectiva empresa;

2º - cessão ou transferência da empresa a terceiro sem prévio aviso à Junta Comercial, ou sem autorização doGoverno, nos casos em que esta for necessária;

3º - infração do regulamento interno em prejuízo do comércio ou da Fazenda Nacional.

§ único - A disposição deste artigo não prejudica a imposição das multas cominadas no art. 32, nem a aplicaçãodas outras penas em que, porventura, tenham incorrido os empresários de armazéns e seus prepostos.

Art. 34 - As penas estabelecidas, para os casos dos artigos 32 e 33, nºs 2º e 3º, só poderão ser impostas depoisde ouvidos o empresário do armazém geral, o gerente ou superintendente das companhias de docas e osconcessionários de entrepostos e trapiches alfandegados, em prazo razoável, facultando-se-lhe a leitura do inquérito,relatório, denúncia e provas colhidas.

Art. 35 - Incorrerão nas penas de prisão celular por um ou quatro anos e multa de 100$ a 1:000$000:

1º - Os que emitirem os títulos referidos no capítulo II, sem que tenham cumprido as disposições dos arts. 1º e 4º,desta lei.

2º - Os empresários ou administradores de armazéns gerais que emitirem os ditos títulos sem que existam emdepósito as mercadorias ou gêneros neles especificados; ou que emitam mais de um conhecimento de depósito e de"warrant" sobre as mesmas mercadorias ou gêneros, salvo os casos do art. 20.

3º - Os empresários ou administradores de armazéns gerais que fizerem empréstimos ou quaisquer negociaçõespor conta própria ou de terceiro, sobre os títulos que emitirem.

4º - Os empresários ou administradores de armazéns gerais que desviarem, no todo ou em parte, fraudarem ousubstituírem por outras, mercadorias confiadas a sua guarda, sem prejuízo da pena de prisão de que trata o art. 11, nº 1.

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5º - Os empresários ou administradores de armazéns gerais que não entregarem em devido tempo, a quem dedireito, a importância das consignações de que trata o art. 22 e as quantias que lhes sejam confiadas nos termos destalei.

§ 1º - Se a empresa for sociedade anônima ou comanditária por ações incorrerão nas penas acima cominadas osseus administradores, superintendentes, gerentes ou fiéis de armazéns que para o fato criminoso tenham concorridodireta ou indiretamente.

§ 2º - Se os títulos forem emitidos pelas repartições federais de que tratam os artigos 2º e 3º, incorrerão nas penasacima os fiéis ou quaisquer funcionários que concorreram para o fato.

§ 3º - Nesses crimes cabe a ação pública.

CAPÍTULO V

Disposições gerais

Art. 36 - Ficam compreendidas na disposição do art. 19, §3º, do Decreto nº 737, de 25 de novembro de 1850, osdepósitos nos armazéns gerais e as operações sobre os títulos que as respectivas empresas emitirem e os contratos decompra e venda a que se refere o art. nº 28.

Art. 37 - São nulas as convenções, ou cláusulas que diminuam ou restrinjam as obrigações e responsabilidadesque, por esta lei, são impostas às empresas de armazéns gerais e aos que figurarem nos títulos que elas emitirem.

§ único - Ao contrário, podem os armazéns gerais se obrigar, por convenção com os depositantes e mediante ataxa combinada, a indenizar os prejuízos acontecidos a mercadorias, por avarias, vícios intrínsecos, falta deacondicionamento e mesmo pelos casos de força maior.

Esta convenção, para que tenha efeitos para com terceiros, deverá constar dos títulos de que trata o art. 15.

Art. 38 - A presente lei não modifica as disposições do capítulo V, do título III, da parte I, do Código Comercial,que continuam em inteiro vigor.

Art. 39 - Revogam-se as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 21 de novembro de 1903, 15º da República.

Francisco de Paula Rodrigues AlvesLeopoldo de Bulhões

Este texto não substitui o publicado no DOU de 28.11.1903

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0167.htm 1/14

Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO-LEI Nº 167, DE 14 DE FEVEREIRO DE 1967.

Dispõe sôbre títulos de crédito rural e dá outrasprovidências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando da atribuição que lhe confere o § 2º do art. 9º do Ato Institucional nº 4,de 7 de dezembro de 1966,

DECRETA:

CAPÍTULO I Do Financiamento Rural

Art 1º O financiamento rural concedido pelos órgãos integrantes do sistema nacional de crédito rural e pessoafísica ou jurídica poderá efetivar-se por meio das células de crédito rural previstas neste Decreto-lei.

Parágrafo único. Faculta-se a utilização das cédulas para os financiamentos da mesma natureza concedidos pelascooperativas rurais a seus associados ou às suas filiadas.

Art 2º O emitente da cédula fica obrigado a aplicar o financiamento nos fins ajustados, devendo comprovar essaaplicação no prazo e na forma exigidos pela instituição financiadora.

Parágrafo único. Nos casos de pluralidade de emitentes e não constando da cédula qualquer designação emcontrário, a utilização do crédito poderá ser feita por qualquer um dos financiados, sob a responsabilidade solidária dosdemais.

Art 3º A aplicação do financiamento poderá ajustar-se em orçamento assinado pelo financiado e autenticado pelofinanciador dêle devendo constar expressamente qualquer alteração que convencionarem.

Parágrafo único. Na hipótese, far-se-á, na cédula, menção no orçamento, que a ela ficará vinculado.

Art 4º Quando fôr concedido financiamento para utilização parcelada, o financiador abrirá com o valor dofinanciamento contra vinculada à operação, que o financiado movimentará por meio de cheques, saques, recibos,ordens, cartas ou quaisquer outros documentos, na forma e tempo previstos na cédula ou no orçamento.

Art 5º As importâncias fornecidas pelo financiador vencerão juros as taxas que o Conselho Monetário Nacionalfixar e serão exigíveis em 30 de junho e 31 de dezembro ou no vencimento das prestações, se assim acordado entre aspartes; no vencimento do título e na liquidação, por outra forma que vier a ser determinada por aquêle Conselho,podendo o financiador, nas datas previstas, capitalizar tais encargos na conta vinculada a operação.

Parágrafo único. Em caso de mora, a taxa de juros constante da cédula será elevável de 1% (um por cento) aoano.

Art 6º O financiado facultará ao financiador a mais ampla fiscalização da aplicação da quantia financiada, exibindo,inclusive, os elementos que lhe forem exigidos.

Art 7º O credor poderá, sempre que julgar conveniente e por pessoas de sua indicação, não só percorrer tôdas equaisquer dependências dos imóveis referidos no título, como verificar o andamento dos serviços nêles existentes.

Art 8º Para ocorrer às despesas com os serviços de fiscalização poderá ser ajustada na cédula taxa de comissãode fiscalização exigível na forma do disposto no artigo 5º, a qual será calculada sôbre os saldos devedores da contavinculada a operação respondendo ainda o financiado pelo pagamento de quaisquer que se verificarem com vistoriasfrustradas ou que forem efetuadas em conseqüência de procedimento seu que possa prejudicar as condições legais ecelulares.

CAPÍTULO II SEÇÃO I

Das Cédulas de Crédito Rural

Art 9º A cédula de crédito rural é promessa de pagamento em dinheiro, sem ou com garantia real cedularmenteconstituída, sob as seguintes denominações e modalidades:

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0167.htm 2/14

I - Cédula Rural Pignoratícia.

II - Cédula Rural Hipotecária.

III - Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária.

IV - Nota de Crédito Rural.

Art 10. A cédula de crédito rural é título civil, líquido e certo, exigível pela soma dêla constante ou do endôsso,além dos juros, da comissão de fiscalização, se houver, e demais despesas que o credor fizer para segurança,regularidade e realização de seu direito creditório.

§ 1º Se o emitente houver deixado de levantar qualquer parcela do crédito deferido ou tiver feito pagamentosparciais, o credor descenta-los-á da soma declarada na cédula, tornando-se exigível apenas o saldo.

§ 2º Não constando do endôsso o valor pelo qual se transfere a cédula, prevalecerá o da soma declarada no títuloacrescido dos acessórios, na forma deste artigo, deduzido o valor das quitações parciais passadas no próprio título.

Art 11. Importa vencimento de cédula de crédito rural independentemente de aviso ou interpelação judicial ouextrajudicial, a inadimplência de qualquer obrigação convencional ou legal do emitente do título ou, sendo o caso, doterceiro prestante da garantia real.

Parágrafo único. Verificado o inadimplemento, poderá ainda o credor considerar vencidos antecipadamente todosos financiamentos rurais concedidos ao emitente e dos quais seja credor.

Art 12. A cédula de crédito rural poderá ser aditada, ratificada e retificada por meio de menções adicionais e deaditivos, datados e assinados pelo emitente e pelo credor.

Parágrafo único. Se não bastar o espaço existente, continuar-se-á em fôlha do mesmo formato, que fará parteintegrante do documento cedular.

Art 13. A cédula de crédito rural admite amortizações periódicas e prorrogações de vencimento que serãoajustadas mediante a inclusão de cláusula, na forma prevista neste Decreto-lei.

SEÇÃO II Da Cédula Rural Pignoratícia

Art 14. A cédula rural pignoratícia conterá os seguintes requisitos, lançados no contexto:

I - Denominação "Cédula Rural Pignoratícia".

II - Data e condições de pagamento; havendo prestações periódicas ou prorrogações de vencimento, acrescentar:"nos têrmos da cláusula Forma de Pagamento abaixo" ou "nos têrmos da cláusula Ajuste de Prorrogação abaixo".

III - Nome do credor e a cláusula à ordem.

IV - Valor do crédito deferido, lançado em algarismos e por extenso, com indicação da finalidade ruralista a que sedestina o financiamento concedido e a forma de sua utilização.

V - Descrição dos bens vinculados em penhor, que se indicarão pela espécie, qualidade, quantidade, marca ouperíodo de produção, se fôr o caso, além do local ou depósito em que os mesmos bens se encontrarem.

VI - Taxa dos juros a pagar, e da comissão de fiscalização, se houver, e o tempo de seu pagamento.

VII - Praça do pagamento.

VIII - Data e lugar da emissão.

IX - Assinatura do próprio punho do emitente ou de representante com podêres especiais.

§ 1º - As cláusulas "Forma de Pagamento" ou "Ajuste de Prorrogação", quando cabíveis, serão incluídas logo apósa descrição da garantia, estabelecendo-se, na primeira, os valôres e datas das prestações e na segunda, asprorrogações previstas e as condições a que está sujeita sua efetivação.

§ 2º - A descrição dos bens vinculados à garantia poderá ser feita em documento à parte, em duas vias, assinadaspelo emitente e autenticadas pelo credor, fazendo-se, na cédula, menção a essa circunstância, logo após a indicação dograu do penhor e de seu valor global.

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Art 15. Podem ser objeto, do penhor cedular, nas condições dêste Decreto-lei, os bens suscetíveis de penhor rurale de penhôr mercantil.

Art 16. Incluam-se na garantia os bens adquiridos ou pagos com o financiamento, feita a respectiva averbação nostêrmos deste Decreto-lei. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 784, de 25.8.1969)

Art 17. Os bens apenhados continuam na posse imediata do emitente ou do terceiro prestante da garantia real, queresponde por sua guarda e conservação como fiel depositário, seja pessoa física ou jurídica. Cuidando-se do penhorconstituído por terceiro, o emitente da cédula responderá solidàriamente com o empenhador pela guarda e conservaçãodos bens apenhados.

Art 18. Antes da liquidação da cédula, não poderão os bens apenhados ser removidos das propriedades nelamencionadas, sob qualquer pretexto e para onde quer que seja, sem prévio consentimento escrito do credor.

Art 19. Aplicam-se ao penhor constituído pela cédula rural pignoratícia as disposições dos Decretos-leis ns. 1.271,de 16 de maio de 1939, 1.625, de 23 de setembro de 1939, e 4.312, de 20 de maio de 1942 e das leis ns. 492, de 30 deagôsto de 1937, 2.666, de 6 de dezembro de 1955 e 2.931, de 27 de outubro de 1956, bem como os preceitos legaisvigentes relativos a penhor rural e mercantil no que não colidirem com o presente Decreto-lei.

SEÇÃO III Da Cédula Rural Hipotecária

Art 20. A cédula rural hipotecária conterá os seguintes requisitos, lançados no contexto:

I - Denominação "Cédula Rural Hipotecária".

II - Data e condições de pagamento; havendo prestações periódicas ou prorrogações de vencimento, acrescentar:"nos têrmos da cláusula Forma de Pagamento abaixa" ou "nos têrmos da cláusula Ajuste de Prorrogação abaixo".

III - Nome do credor e a cláusula à ordem.

IV - Valor do crédito deferido, lançado em algarismos e por extenso, com indicação da finalidade ruralista a que sedestina o financiamento concedido e a forma de sua utilização.

V - Descrição do imóvel hipotecado com indicação do nome, se houver, dimensões, confrontações, benfeitorias,título e data de aquisição e anotações (número, livro e fôlha) do registro imobiliário.

VI - Taxa dos juros a pagar e a da comissão de fiscalização, se houver, e tempo de seu pagamento.

VII - Praça do pagamento.

VIII - Data e lugar da emissão.

IX - Assinatura do próprio punho do emitente ou de representante com podêres especiais.

§ 1º - Aplicam-se a êste artigo as disposições dos §§ 1º e 2º do artigo 14 dêste Decreto-lei.

§ 2º - Se a descrição do imóvel hipotecado se processar em documento à parte, deverão constar também dacédula tôdas as indicações mencionadas no item V dêste artigo, exceto confrontações e benfeitorias.

§ 3º - A especificação dos imóveis hipotecados, pela descrição pormenorizada, poderá ser substituída pelaanexação à cédula de seus respectivos títulos de propriedade.

§ 4º - Nos casos do parágrafo anterior, deverão constar da cédula, além das indicações referidas no § 2º dêsteartigo, menção expressa à anexação dos títulos de propriedade e a declaração de que êles farão parte integrante dacédula até sua final liquidação.

Art 21. São abrangidos pela hipoteca constituída as construções, respectivos terrenos, maquinismos, instalaçõese benfeitorias.

Parágrafo único. Pratica crime de estelionato e fica sujeito às penas do art. 171 do Código Penal aquêle que fizerdeclarações falsas ou inexatas acêrca da área dos imóveis hipotecados, de suas características, instalações eacessórios, da pacificidade de sua posse, ou omitir, na cédula, a declaração de já estarem êles sujeitos a outros ônusou responsabilidade de qualquer espécie, inclusive fiscais.

Art 22. Incorporam-se na hipoteca constituída as máquinas, aparelhos, instalações e construções, adquiridos ouexecutados com o crédito, assim como quaisquer outras benfeitorias acrescidas aos imóveis na vigência da cédula, as

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quais, uma vez realizadas, não poderão ser retiradas, alteradas ou destruídas, sem o consentimento do credor, porescrito.

Parágrafo único - Faculta-se ao credor exigir que o emitente faça averbar, à margem da inscrição principal, aconstituição de direito real sôbre os bens e benfeitorias referidos neste artigo.

Art 23. Podem ser objeto de hipoteca cedular imóveis rurais e urbanos.

Art 24. Aplicam-se à hipoteca cedular os princípios da legislação ordinária sôbre hipoteca no que não colidiremcom o presente Decreto-lei.

SEÇÃO IV Da Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária

Art 25. A cédula rural pignoratícia e hipotecária conterá os seguintes requisitos, lançados no contexto:

I - Denominação "Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária".

II - Data e condições de pagamento havendo prestações periódicas ou prorrogações de vencimento, acrescentar:"nos têrmos da cláusula Forma de Pagamento abaixo" ou "nos têrmos da cláusula Ajuste de Prorrogação abaixo".

Ill - Nome do credor e a cláusula à ordem.

IV - Valor do crédito deferido, lançado em algarismos e por extenso, com indicação da finalidade ruralista a que sedestina o financiamento concedido e a forma de sua utilização.

V - Descrição dos bens vinculados em penhor, os quais se indicarão pela espécie, qualidade, quantidade, marcaou período de produção se fôr o caso, além do local ou depósito dos mesmos bens.

VI - Descrição do imóvel hipotecado com indicação do nome, se houver, dimensões, confrontações, benfeitorias,título e data de aquisição e anotações (número, livro e fôlha) do registro imobiliário.

VII - Taxa dos juros a pagar e da comissão de fiscalização, se houver, e tempo de seu pagamento.

VIII - Praça do pagamento.

IX - Data e lugar da emissão.

X - Assinatura do próprio punho do emitente ou de representante com poderes especiais.

Art 26. Aplica-se à hipoteca e ao penhor constituídos pela cédula rural pignoratícia e hipotecária o disposto nasSeções II e III do Capítulo II dêste Decreto-lei.

SEÇÃO V Da Nota de Crédito Rural

Art 27. A nota de crédito rural conterá os seguintes requisitos, lançandos no contexto:

I - Denominação Nota de Crédito Rural".

II - Data e condições de pagamento; havendo prestações periódicas ou prorrogações de vencimento, acrescentar:"nos têrmos da cláusula Forma de Pagamento abaixo" ou "nos têrmos da cláusula Ajuste de Prorrogação abaixo".

III - Nome do credor e a cláusula à ordem.

IV - Valor do crédito deferido, lançado em algarismos e por extenso, com indicação da finalidade ruralista a que sedestina o financiamento concedido e a forma de sua utilização.

V - Taxa dos juros a pagar e da comissão de fiscalização se houver, e tempo de seu pagamento.

VI - Praça do pagamento.

VII - Data e lugar da emissão.

VIII - Assinatura do próprio punho do emitente ou de representante com podêres especiais.

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Art 28. O crédito pela nota de crédito rural tem privilégio especial sôbre os bens discriminados no artigo 1.563 doCódigo Civil.

Art 29. A nota de crédito rural terá o prazo mínimo de três meses e o máximo de três anos. (Revogado peloDecreto-Lei nº 784, de 25.8.1969)

CAPÍTULO III SEÇÃO I

Da Inscrição e Averbação da Cédula de Crédito Rural

Art 30. As cédulas de crédito rural, para terem eficácia contra terceiros, inscrevem-se no Cartório do Registro deImóveis:

a) a cédula rural pignoratícia, no da circunscrição em que esteja situado o imóvel de localização dos bensapenhados;

b) a cédula rural hipotecária, no da circunscrição em que esteja situado o imóvel hipotecado;

c) a cédula rural pignoratícia e hipotecária, no da circunscrição em que esteja situado o imóvel de localização dosbens apenhados e no da circunscrição em que esteja situado o imóvel hipotecado;

d) a nota de crédito rural, no da circunscrição em que esteja situado o imóvel a cuja exploração se destina ofinanciamento cedular.

Parágrafo único. Sendo nota de crédito rural emitida por cooperativa, a inscrição far-se-á no Cartório do Registro deImóveis de domicílio da emitente.

Art 31. A Inscrição far-se-á na ordem de apresentação da cédula a registro em livro próprio denominado "Registrode Cédulas de Crédito Rural", observado o disposto nos artigos 183, 188, 190 e 202 do Decreto nº 4.857, de 9 denovembro de 1939.

§ 1º Os livros destinados ao registro das cédulas de crédito rural serão numerados em série crescente a começarde 1, e cada livro conterá têrmo de abertura e têrmo de enceramento assinados pelo Juiz de Direito da Comarca, querubricará tôdas as fôlhas.

§ 2º As formalidades a que se refere o parágrafo anterior precederão à utilização do livro.

§ 3º Em cada Cartório, haverá, em uso, apenas um livro "Registro de Cédulas de Crédito Rural" utilizando-se o denúmero subsequente depois de findo o anterior.

Art 32. A inscrição consistirá na anotação dos seguintes requisitos celulares:

a) Data do pagamento havendo prestações periódicas ou ajuste de prorrogação, consignar, conforme o caso, adata de cada uma delas ou as condições a que está sujeita sua efetivação.

b) O nome do emitente, do financiador e do endossatário, se houver.

c) Valor do crédito deferido e o de cada um dos pagamentos parcelados, se fôr o caso.

d) Praça do pagamento.

e) Data e lugar da emissão.

§ 1º Para a inscrição, o apresentante de título oferecerá, com o original da cédula, cópia tirada em impressoidêntico ao da cédula com a declaração impressa "Via não negociável", em linhas paralelas transversais.

§ 2º O Cartório conferirá a exatidão da cópia, autenticando-a.

§ 3º Cada grupo de duzentas (200) cópias será encadernado na ordem cronológica de seu arquivamento, em livroque o Cartório apresentará, no prazo de quinze dias da completação do grupo, ao Juiz de Direito da Comarca, para abri-lo e encerrá-lo, rubricando as respectivas fôlhas numeradas em série crescente a começar de 1 (um).

§ 4º Nos casos do § 3º do artigo 20 dêste Decreto-lei, à via da cédula destinada ao Cartório será anexada cópiados títulos de domínio, salvo se os imóveis hipotecados se acharem registrados no mesmo Cartório.

Art 33. Ao efetuar a inscrição ou qualquer averbação, o Oficial do Registro Imobiliário mencionará, no respectivoato, a existência de qualquer documento anexo à cédula e nêle aporá sua rubrica, independentemente de outra qualquerformalidade.

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Art 34. O Cartório anotará a inscrição, com indicação do número de ordem, livro e fôlhas, bem como o valor dosemolúmentos cobrados, no verso da cédula, além de mencionar, se fôr o caso, os anexos apresentados.

Parágrafo único. Pela inscrição da cédula, o oficial cobrará do interessado os seguintes emolumentos, dos quais80% (oitenta por cento) caberão ao Oficial do Registro Imobiliário e 20% (vinte por cento) ao Juiz de Direito da Comarca,parcela que será recolhida ao Banco do Brasil S.A. e levantada quando das correições a que se refere o artigo 40:

a) até Cr$ 200.000 - 0,1%

b) de Cr$ 200.001 a Cr$500.000 - 0,2%

c) de Cr$ 500.001 a Cr$1.000.000 - 0,3%

d) de Cr$ 1.000.001 a Cr$1.500.000 - 0,4%

e) acima de Cr$ 1.500.000 - 0,5% máximo de 1/4 (um quarto) do salário-mínimo da região.

Art 35. O oficial recusará efetuar a inscrição se já houver registro anterior no grau de prioridade declarado no textoda cédula, considerando-se nulo o ato que infringir êste dispositivo.

Art 36. Para os fins previstos no artigo 30 dêste Decreto-lei, averbar-se-ão, à margem da inscrição da cédula, osendossos posteriores, à inscrição, as menções adicionais, aditivos, avisos de prorrogação e qualquer ato, que promovaalteração na garantia ou nas condições pactuadas.

§ 1º Dispensa-se a averbação dos pagamentos parciais e do endôsso das instituições financiadoras em operaçõesde redesconto ou caução.

§ 2º Os emolumentos devidos pelos atos referidos neste artigo serão calculados na base de 10% (dez por cento)sôbre os valores da tabela constante do parágrafo único do artigo 34 deste Decreto-lei, cabendo ao oficial e ao Juiz deDireito da Comarca as mesmas percentagens estabelecidas naquele dispositivo.

Art 37. Os emolumentos devidos pela inscrição da cédula ou pela averbação de atos posteriores poderão serpagos pelo credor, a débito da conta a que se refere o artigo 4º dêste Decreto-lei.

Art 38. As inscrições das cédulas e as averbações posteriores serão efetuadas no prazo de 3 (três) dias úteis acontar da apresentação do título, sob pena de responsabilidade funcional do oficial encarregado de promover os atosnecessários.

§ 1º A transgressão do disposto neste artigo poderá ser comunicada ao Juiz de Direito da Comarca pelosinteressados ou por qualquer pessoa que tenha conhecimento do fato.

§ 2º Recebida a comunicação, o Juiz instaurará imediatamente inquérito administrativo.

§ 3º Apurada a irregularidade, o oficial pagará multa de valor correspondente aos emolumentos que seriamcobrados, por dia de atraso, aplicada pelo Juiz de Direito da Comarca, devendo a respectiva importância ser recolhida,dentro de 15 (quinze) dias, a estabelecimento bancário que a transferirá ao Banco Central da República do Brasil, paracrédito do Fundo Geral para Agricultura e Indústria - "FUNAGRI", criado pelo Decreto nº 56.835, de 3 de setembro de1965.

SEÇÃO II Do Cancelamento da Inscrição da Cédula de Crédito Rural

Art 39. Cancela-se a inscrição mediante a averbação, no livro próprio, da ordem judicial competente ou prova daquitação da cédula, lançada no próprio título ou passada em documento em separado com fôrça probante.

§ 1º Da averbação do cancelamento da inscrição constarão as características do instrumento de quitação, ou adeclaração, sendo o caso, de que a quitação foi passada na própria cédula, indicando-se, em qualquer hipótese, o nomedo quitante e a data da quitação; a ordem judicial de cancelamento será também referida na averbação, pela indicaçãoda data do mandado, Juízo de que procede, nome do Juiz que o subscreve e demais características ocorrentes.

§ 2º Arquivar-se-á no Cartório a ordem judicial de cancelamento da inscrição ou uma das vias do documentoparticular da quitação da cédula, procedendo-se como se dispõe no § 3º do artigo 32 dêste Decreto-lei.

§ 3º Aplicam-se ao cancelamento da inscrição as disposições do § 2º, artigo 36, e as do artigo 38 e seusparágrafos.

SEÇÃO III Da Correição dos Livros de Inscrição da Cédula de Crédito Rural

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Art 40. O Juiz de Direito da Comarca procederá à correição no livro "Registro de Cédulas de Crédito Rural", umavez por semestre, no mínimo.

CAPÍTULO IV Da Ação para Cobranças de Cédula de Crédito Rural

Art 41. Cabe ação executiva para a cobrança da cédula de crédito rural.

§ 1º Penhorados os bens constitutivos da garantia real, assistirá ao credor o direito de promover, a qualquer tempo,contestada ou não a ação, a venda daqueles bens, observado o disposto nos artigos 704 e 705 do Código de ProcessoCivil, podendo ainda levantar desde logo, mediante caução idônea, o produto líquido da venda, à conta e no limite de seucrédito, prosseguindo-se na ação.

§ 2º Decidida a ação por sentença passada em julgado, o credor restituirá a quantia ou o excesso levantado,conforme seja a ação julgada improcedente total ou parcialmente, sem prejuízo doutras cominações da lei processual.

§ 3º Da caução a que se refere o parágrafo primeiro dispensam-se as cooperativas rurais e as instituiçõesfinanceiras públicas (artigo 22 da Lei número 4.595, de 31 de dezembro de 1964), inclusive o Banco do Brasil S.A.

CAPÍTULO V Da Nota Promissória Rural

Art 42. Nas vendas a prazo de bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril, quando efetuadas diretamente porprodutores rurais ou por suas cooperativas; nos recebimentos, pelas cooperativas, de produtos da mesma naturezaentregues pelos seus cooperados, e nas entregas de bens de produção ou de consumo, feitas pelas cooperativas aosseus associados poderá ser utilizada, como título de crédito, a nota promissória rural, nos têrmos deste Decreto-lei.

Parágrafo único. A nota promissória rural emitida pelas cooperativas a favor de seus cooperados, ao receberemprodutos entregues por êstes, constitui promessa de pagamento representativa de adiantamento por conta do preço dosprodutos recebidos para venda.

Art 43. A nota promissória rural conterá os seguintes requisitos, lançados no contexto:

I - Denominação "Nota Promissória Rural".

II - Data do pagamento.

III - Nome da pessoa ou entidade que vende ou entrega os bens e a qual deve ser paga, seguido da cláusula àordem.

IV - Praça do pagamento.

V - Soma a pagar em dinheiro, lançada em algarismos e por extenso, que corresponderá ao preço dos produtosadquiridos ou recebidos ou no adiantamento por conta do preço dos produtos recebidos para venda.

VI - Indicação dos produtos objeto da compra e venda ou da entrega.

VII - Data e lugar da emissão.

VIII - Assinatura do próprio punho do emitente ou de representante com podêres especiais.

Art 44. Cabe ação executiva para a cobrança da nota promissória rural.

Parágrafo único. Penhorados os bens indicados na nota promissória rural, ou, em sua vez, outros da mesmaespécie, qualidade e quantidade pertencentes ao emitente, assistirá ao credor o direito de proceder nos têrmos do § 1ºdo artigo 41, observada o disposto nos demais parágrafos do mesmo artigo.

Art 45. A nota promissória rural goza de privilégio especial sôbre os bens enumerados no artigo 1.563 do CódigoCivil.

CAPÍTULO VI Da Duplicata Rural

Art 46. Nas vendas a prazo de quaisquer bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril, quando efetuadasdiretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas, poderá ser utilizada também, como título do crédito, aduplicata rural, nos têrmos dêste Decreto-lei.

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Art 47. Emitida a duplicata rural pelo vendedor, êste ficará obrigado a entregá-la ou a remetê-la ao comprador, que adevolverá depois de assiná-la.

Art 48. A duplicata rural conterá os seguintes requisitos, lançados no contexto:

I - Denominação "Duplicata Rural".

II - Data do pagamento, ou a declaração de dar-se a tantos dias da data da apresentação ou de ser à vista.

III - Nome e domicílio do vendedor.

IV - Nome e domicílio do comprador.

V - Soma a pagar em dinheiro, lançada em algarismos e por extenso, que corresponderá ao preço dos produtosadquiridos.

VI - Praça do pagamento.

VII - Indicação dos produtos objeto da compra e venda.

VIII - Data e lugar da emissão.

IX - Cláusula à ordem.

X - Reconhecimento de sua exatidão e a obrigação de pagá-la, para ser firmada do próprio punho do comprador oude representante com podêres especiais.

XI - Assinatura do próprio punho do vendedor ou de representante com podêres especiais.

Art 49. A perda ou extravio da duplicata rural obriga o vendedor a extrair nôvo documento que contenha aexpressão "segunda via" em linha paralelas que cruzem o título.

Art 50. A remessa da duplicata rural poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou por seus representantes, porintermédio de instituições financiadoras, procuradores ou correspondentes, que se incumbem de apresentá-la aocomprador na praça ou no lugar de seu domicílio, podendo os intermediários devolvê-la depois de assinada ou conserva-la em seu poder até o momento do resgate, segundo as instruções de quem lhe cometeu o encargo.

Art 51. Quando não fôr à vista, o comprador deverá devolver a duplicata rural ao apresentante dentro do prazo de10 (dez) dias contados da data da apresentação, devidamente assinada ou acompanhada de declaração por escrito,contendo as razões da falta de aceite.

Parágrafo único. Na hipótese de não devolução do título dentro do prazo a que se refere êste artigo, assiste aovendedor o direito de protestá-lo por falta de aceite.

Art 52. Cabe ação executiva para cobrança da duplicata rural.

Art 53. A duplicata rural goza de privilégio especial sôbre os bens enumerados no artigo 1.563 do Código Civil.

Art 54. Incorrerá na pena de reclusão por um a quatro anos, além da multa de 10% (dez por cento) sôbre orespectivo montante, o que expedir duplicata rural que não corresponda a uma venda efetiva de quaisquer dos bens aque se refere o artigo 46, entregues real ou simbólicamente.

CAPÍTULO VII Disposições Especiais

SEÇãO I Das Garantias da Cédula de Crédito Rural

Art 55. Podem ser objeto de penhor cedular os gêneros oriundos da produção agrícola, extrativa ou pastoril, aindaque destinados a beneficiamento ou transformação.

Art 56. Podem ainda ser objeto de penhor cedular os seguintes bens e respectivos acessórios, quando destinadosaos serviços das atividades rurais:

I - caminhões, camionetas de carga, furgões, jipes e quaisquer veículos automotores ou de tração mecânica.

II - carretas, carroças, carros, carroções e quaisquer veículos não automotores;

III - canoas, barcas, balsas e embarcações fluviais, com ou sem motores;

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IV - máquinas e utensílios destinados ao preparo de rações ou ao beneficiamento, armazenagem, industrialização,frigorificação, conservação, acondicionamento e transporte de produtos e subprodutos agropecuários ou extrativos, ouutilizados nas atividades rurais, bem como bombas, motores, canos e demais pertences de irrigação;

V - incubadoras, chocadeiras, criadeiras, pinteiros e galinheiros desmontáveis ou móveis, gaiolas, bebedouros,campânulas e quaisquer máquinas e utensílios usados nas explorações avícolas e agropastoris.

Parágrafo único. O penhor será anotado nos assentamentos próprios da repartição competente para expedição delicença dos veículos, quando fôr o caso.

Art 57. Os bens apenhados poderão ser objeto de nôvo penhor cedular e o simples registro da respectiva cédulaequivalerá à averbação, na anterior, do penhor constituído em grau subseqüente.

Art 58. Em caso de mais de um financiamento, sendo os mesmos o emitente da cédula, o credor e os bensapenhados, poderá estender-se aos financiamentos subseqüentes o penhor originàriamente constituído, mediantemenção da extensão nas cédulas posteriores, reputando-se um só penhor com cédulas rurais distintas.

§ 1º A extensão será apenas averbada à margem da inscrição anterior e não impede que sejam vinculados outrosbens à garantia.

§ 2º Havendo vinculação de novos bens, além da averbação, estará a cédula também sujeita a inscrição noCartório do Registro de Imóveis.

§ 3º Não será possível a extensão da garantia se tiver havido endôsso ou se os bens vinculados já houverem sidoobjeto de nova gravação para com terceiros.

Art 59. A venda dos bens apenhados ou hipotecados pela cédula de crédito rural depende de prévia anuência docredor, por escrito.

Art 60. Aplicam-se à cédula de crédito rural, à nota promissória rural e à duplicata rural, no que forem cabíveis, asnormas de direito cambial, inclusive quanto a aval, dispensado porém o protesto para assegurar o direito de regressocontra endossantes e seus avalistas.

§ 1º O endossatário ou o portador de Nota Promissória Rural ou Duplicata Rural não tem direito de regresso contrao primeiro endossante e seus avalistas. (Incluído pela Lei nº 6.754, de 17.12.1979)

§ 2º É nulo o aval dado em Nota Promissória Rural ou Duplicata Rural, salvo quando dado pelas pessoas físicasparticipantes da empresa emitente ou por outras pessoas jurídicas. (Incluído pela Lei nº 6.754, de 17.12.1979)

§ 3º Também são nulas quaisquer outras garantias, reais ou pessoais, salvo quando prestadas pelas pessoasfísicas participantes da empresa emitente, por esta ou por outras pessoas jurídicas. (Incluído pela Lei nº 6.754, de17.12.1979)

§ 4º Às transações realizadas entre produtores rurais e entre estes e suas cooperativas não se aplicam asdisposições dos parágrafos anteriores. (Incluído pela Lei nº 6.754, de 17.12.1979)

SEÇÃO II Dos Prazos e Prorrogações da Cédula de Crédito Rural

Art 61. O prazo do penhor agrícola não excederá de três anos, prorrogável por até mais três, e o do penhorpecuário não admite prazo superior a cinco anos, prorrogável por até mais três e embora vencidos permanece a garantia,enquanto subsistirem os bens que a constituem. Parágrafo único. Vencidos os prazos de seis anos para o penhor agrícola e de oito anos para o penhor pecuário,devem êsses penhôres ser reconstituídos, mediante lavratura de aditivo, se não executados.

Art. 61. O prazo do penhor rural, agrícola ou pecuário, não excederá o prazo da obrigação garantida e, emboravencido o prazo, permanece a garantia, enquanto subsistirem os bens que a constituem. (Redação dada pela MedidaProvisória nº 619, de 2013)

Parágrafo único. A prorrogação do penhor rural, inclusive decorrente de prorrogação da obrigação garantidaprevista no caput, ocorre mediante a averbação à margem do registro respectivo, mediante requerimento do credor e dodevedor. (Redação dada pela Medida Provisória nº 619, de 2013)

Art. 61. O prazo do penhor rural, agrícola ou pecuário não excederá o prazo da obrigação garantida e, emboravencido o prazo, permanece a garantia, enquanto subsistirem os bens que a constituem. (Redação dada pela Lei nº12.873, de 2013)

Parágrafo único. A prorrogação do penhor rural, inclusive decorrente de prorrogação da obrigação garantidaprevista no caput, ocorre mediante a averbação à margem do registro respectivo, mediante requerimento do credor e do

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devedor. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013)

Art 62. As prorrogações de vencimento de que trata o artigo 13 dêste Decreto-lei serão anotadas na cédula pelopróprio credor, devendo ser averbadas à margem das respectivas inscrições, e seu processamento, quando cumpridasregularmente tôdas as obrigações, celulares e legais, far-se-á por simples requerimento do credor ao oficial do Registrode Imóveis competente.

Parágrafo único. Sòmente exigirão lavratura de aditivo as prorrogações que tiverem de ser concedidas sem ocumprimento das condições a que se subordinarem ou após o término do período estabelecido na cédula.

CAPÍTULO VIII Disposições Gerais

Art 63. Dentro do prazo da cédula, o credor, se assim o entender poderá autorizar o emitente a dispor de parte oude todos os bens da garantia, na forma e condições que convencionarem.

Art 64. Os bens dados em garantia assegurarão o pagamento do principal, juros, comissões, pena convencional,despesas legais e convencionais com as preferências estabelecidas na legislação em vigor.

Art 65. Se baixar no mercado o valor dos bens da garantia ou se verificar qualquer ocorrência que determinediminuição ou depreciação da garantia constituída, o emitente reforçará essa garantia dentro do prazo de quinze dias danotificação que o credor lhe fizer, por carta enviada pelo Correio, sob registro, ou pelo oficial do Registro de Títulos eDocumentos da Comarca.

Parágrafo único. Nos casos de substituição de animais por morte ou inutilização, assiste ao credor o direito deexigir que os substitutos sejam da mesma espécie e categoria dos substituídos.

Art 66. Quando o penhor fôr constituído por animais, o emitente da cédula fica, obrigado a manter todo o rebanho,inclusive os animais adquiridos com o financiamento, se fôr o caso, protegidos pelas medidas sanitárias e profiláticasrecomendadas em cada caso, contra a incidência de zoonoses, moléstias infecciosas ou parasitárias de ocorrênciafreqüente na região.

Art 67. Nos financiamentos pecuários, poderá ser convencionado que o emitente se obriga a não vender, semautorização por escrito do credor, durante a vigência do título, crias fêmeas ou vacas aptas à procriação, assistindo aocredor, na hipótese de não observância dessas condições, o direito de dar por vencida a cédula e exigir o total da dívidadela resultante, independentemente de aviso extrajudicial ou interpelação judicial.

Art 68. Se os bens vinculados em penhor ou em hipoteca à cédula de crédito rural pertencerem a terceiros, êstessubscreverão também o título, para que se constitua a garantia.

Art 69. Os bens objeto de penhor ou de hipoteca constituídos pela cédula de crédito rural não serão penhorados,arrestados ou seqüestrados por outras dívidas do emitente ou do terceiro empenhador ou hipotecante, cumprindo aoemitente ou ao terceiro empenhador ou hipotecante denunciar a existência da cédula às autoridades incumbidas dadiligência ou a quem a determinou, sob pena de responderem pelos prejuízos resultantes de sua omissão.

Art 70. O emitente da cédula de crédito rural, com ou sem garantia real, manterá em dia o pagamento dos tributose encargos fiscais, previdenciários e trabalhistas de sua responsabilidade, inclusive a remuneração dos trabalhadoresrurais, exibindo ao credor os respectivos comprovantes sempre que lhe forem exigidos.

Art 71. Em caso de cobrança em processo contencioso ou não, judicial ou administrativo, o emitente da cédula decrédito rural, da nota promissória rural, ou o aceitante da duplicata rural responderá ainda pela multa de 10% (dez porcento) sôbre o principal e acessórios em débito, devida a partir do primeiro despacho da autoridade competente napetição de cobrança ou de habilitação de crédito.

Art 72. As cédulas de crédito rural, a nota promissória rural e a duplicata rural poderão ser redescontadas no BancoCentral da República do Brasil, nas condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.

Art 73. É também da competência do Conselho Monetário Nacional a fixação das taxas de desconto da notapromissória rural e da duplicata rural, que poderão ser elevadas de 1% ao ano em caso de mora.

Art 74. Dentro do prazo da nota promissória rural e da duplicata rural, poderão ser feitos pagamentos parciais.

Parágrafo único. Ocorrida a hipótese, o credor declarará, no verso do título, sôbre sua assinatura, a importânciarecebida e a data do recebimento, tornando-se exigível apenas, o saldo.

Art 75. Na hipótese de nomeação, por qualquer circunstância, de depositário para os bens apenhados, instituídojudicial ou convencionalmente, entrará êle também na posse imediata das máquinas e de tôdas as instalações e

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pertences acaso necessários à transformação dos referidos bens nos produtos a que se tiver obrigado o emitente narespectiva cédula.

Art 76. Serão segurados, até final resgate da cédula, os bens nela descritos e caracterizados, observada a vigentelegislação de seguros obrigatórios.

Art 77. As cédulas de crédito rural, a nota promissória rural e a duplicata rural obedecerão aos modelos anexos denúmeros 1 a 6.

Parágrafo único. Sem caráter de requisito essencial, as cédulas de crédito rural poderão conter disposições queresultem das peculiaridades do financiamento rural.

Art 78. A exigência constante do artigo 22 da Lei nº 4.947, de 6 de abril de 1966, não se aplica às operações decrédito rural proposta por produtores rurais e suas cooperativas, de conformidade com o disposto no artigo 37 da Lei nº4.829, de 5 de novembro de 1965.

Parágrafo único. A comunicação do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, de ajuizamento da cobrança de dívidafiscal ou de multa impedirá a concessão de crédito rural ao devedor, a partir da data do recebimento da comunicação,pela instituição financiadora, salvo se, fôr depositado em juízo o valor do débito em litígio.

CAPÍTULO IX Disposições Transitórias

Art 79. Este Decreto-lei entrará em vigor noventa (90) dias depois de publicado, revogando-se a Lei número 3.253,de 27 de agôsto de 1957, e as disposições em contrário.

Art 80. As fôlhas em branco dos livros de registro das "Cédulas de Crédito Rural" sob o império da Lei nº 3.253, de27 de agôsto de 1957, serão inutilizadas, na data da vigência do presente Decreto-lei, pelo Chefe da Repartiçãoarrecadadora federal a que pertencem, e devidamente guardados os livros.

Brasília, 14 de fevereiro de 1967; 146º da Independência e 79º da República.

H. CASTELLO BRANCO Severo Fagundes Gomes Octávio Bulhões

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 15.2.1967

CÉDULA RURAL PIGNORATÍCIA

Nº ............................ Vencimento em ................ de ................................. de 19..............

Cr$ ............................................................

A .........................................................de .............................................................. de 19........... pagar ..................por esta cédula rural pignoratícia ....................................... ....................................................... a............................................................................ .......................................................................... ou à ordem, aquantia de ........................ em moeda corrente, valor do crédito diferido para financiamento de........................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................ ........ eque será utilizado do seguinte modo: ............................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................. Os juros são devidos à taxa de................................................................................ ao ano ...................................................................................................................................... sendo de ................................................................................ . a comissão defiscalização ................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................ O pagamento seráefetuado na praça de ............................................................................................................................................................. ........................................................ Os bens vinculados sãoos seguintes: ............................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................

CÉDULA RURAL HIPOTECÁRIA

Nº ............................ Vencimento em ................ de ................................. de 19..............

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Nº ............................ Vencimento em ................ de ................................. de 19..............

Cr$ ............................................................

A .........................................................de .............................................................. de 19 .......... pagar ..................por esta cédula rural pignoratícia ....................................... ....................................................... a............................................................................ .......................................................................... ou à ordem, aquantia de ........................ em moeda corrente, valor do crédito diferido para financiamento de........................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................ ........ eque será utilizado do seguinte modo: ............................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................................ ................................ Os juros são devidos à taxa de................................................................................ ao ano ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................ sendo de ................................................................................ . a comissão de fiscalização................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................ O pagamento será efetuado na praça de............................................................................. ........................................................................................................................................ Os bens vinculados são os seguintes:............................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................ ........

CÉDULA RURAL PIGNORATÍCIA E HIPOTECÁRIA

Nº ............................ Vencimento em ................ de ................................. de 19..............

Cr$ ............................................................

A .........................................................de .............................................................. de 19 .......... pagar ..................por esta cédula rural pignoratícia ....................................... ....................................................... a............................................................................ .......................................................................... ou à ordem, aquantia de ........................ em moeda corrente, valor do crédito diferido para financiamento de........................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................ ........ eque será utilizado do seguinte modo: ............................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................. Os juros são devidos à taxa de................................................................................ ao ano ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................ ........................................................................................ ........................................................ sendo de................................................................................ . a comissão de fiscalização................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................ O pagamento será efetuado na praça de............................................................................. ........................................................................................................................................ Os bens vinculados são os seguintes:............................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................

NOTA DE CRÉDITO RURAL

Nº ............................ Vencimento em ................ de ................................. de 19..............

Cr$ ............................................................

A .........................................................de .............................................................. de 19 .......... pagar ..................por esta Nota de Crédito Rural ........................................... ....................................................... a............................................................................ ..................................................................... ou à sua ordem, aquantia de ........................ ................................................................................

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........................................................ em moeda corrente, valor do crédito diferido para financiamento de

....................................... ................................................................................

................................................................................ ................................................................................

................................................................................ ................................................................................ ........

................................................................................ ................................................................................

................................................................................ ................................................................................

................................................................................ ........ e que será utilizado do seguinte modo:

............................................................................... ................................................................................

................................................................................ ................................................................................

................................................................................ ................................................................................ ........ Osjuros são devidos à taxa de ................................................................................ ao ano................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................ sendo de................................................................................ . a comissão de fiscalização................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................ O pagamento será efetuado na praça de............................................................................. ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................ ........

NOTA PROMISSÓRIA RURAL

Nº ............................ Vencimento em ................ de ................................. de 19..............

Cr$ ............................................................

A .........................................................de .............................................................. de 19 ........... por esta NotaPromissória Rural, pagar ........................................................a ........................................................................................................................................ ................................................................................ ................ ou à suaordem, na praça de .......................................................................... a quantia de ....................................... valor dacompra que lhe fiz ................................................................................ ......................................................................................entrega que me(nos) foi feita....................... dos seguintes bens desua propriedade: .............................................................................................................................................................. ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ .................................................................................................

..................................................................

..................................................................

DUPLICATA RURAL

Vencimento em............ de ................ de......

Cr$ ............................................................

Sr. .............................................................. estabelecido em ........................................... deve a........................................................, estabelecido em ........................................... a importância de................................................................................ ............................... valor da compra dos seguintes bens................................................................................ ... ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................ ................................................................................

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................................................................................ ................................................................................

................................................................................ .....

..................................................................

(Local e data)

..................................................................

(Assinatura do vendedor)

Reconheço (emos) a exatidão desta duplicata rural, na importância acima, que pagarei(emos) a.............................................. ou à sua ordem, na praça .....................................................

..................................................................

(Local e data)

..................................................................

(Assinatura do comprador)

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Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO-LEI Nº 413, DE 09 DE JANEIRO DE 1969.

Vigência Dispõe sôbre títulos de crédito industrial e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso das atribuições que lhe confere o § 1º do Art. 2º do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968,

DECRETA:

CAPÍTULO I

Do Financiamento Industrial

Art 1º O financiamento concedido por instituições financeiras a pessoa física ou jurídica que se dedique à atividade industrial poderá efetuar-se por meio da cédula de créditoindustrial prevista neste Decreto-lei.

Art 2º O emitente da cédula fica obrigado a aplicar o financiamento nos fins ajustados, devendo comprovar essa aplicação no prazo e na forma exigidos pela instituiçãofinanciadora.

Art 3º A aplicação do financiamento ajustar-se-á em orçamento, assinado, em duas vias, pelo emitente e pelo credor, dêle devendo constar expressamente qualquer alteraçãoque convencionarem.

Parágrafo único. Far-se-á, na cédula, menção do orçamento que a ela ficará vinculado.

Art 4º O financiador abrirá, com o valor do financiamento conta vinculada à operação, que o financiado movimentará por meio de cheques, saques, recibos, ordens, cartas ouquaisquer outros documentos, na forma e no tempo previstos na cédula ou no orçamento.

Art 5º As importâncias fornecidas pelo financiador vencerão juros e poderão sofrer correção monetária às taxas e aos índices que o Conselho Monetário Nacional fixar,calculados sôbre os saldos devedores da conta vinculada à operação, e serão exigíveis em 30 de junho, 31 de dezembro, no vencimento, na liquidação da cédula ou, também, emoutras datas convencionadas no título, ou admitidas pelo referido Conselho.

Parágrafo único. Em caso de mora, a taxa de juros constante da cédula será elevável de 1% (um por cento) ao ano.

Art 6º O devedor facultará ao credor a mais ampla fiscalização do emprego da quantia financiada, exibindo, inclusive os elementos que lhe forem exigidos.

Art 7º O financiador poderá, sempre que julgar conveniente e por pessoas de sua indicação, não só percorrer tôdas e quaisquer dependências dos estabelecimentos industriaisreferidos no título, como verificar o andamento dos serviços neles existentes.

Art 8º Para ocorrer às despesas cem a fiscalização, poderá ser ajustada, na cédula, comissão fixada e exigível na forma do art. 5º dêste Decreto-lei, calculada sôbre os saldosdevedores da conta vinculada à operação, respondendo ainda o financiado pelo pagamento de quaisquer despesas que se verificarem com vistorias frustradas, ou que foremefetuadas em conseqüência de procedimento seu que possa prejudicar as condições legais e celulares.

CAPÍTULO II

Da Cédula de Crédito Industrial

Art 9º A cédula de crédito industrial e promessa de pagamento em dinheiro, com garantia real, cedularmente constituída.

Art 10. A cédula de crédito industrial é título líquido e certo, exigível pela soma dela constante ou do endôsso, além dos juros, da comissão de fiscalização, se houver, e demaisdespesas que o credor fizer para segurança, regularidade e realização de seu direito creditório.

§ 1º Se o emitente houver deixado de levantar qualquer parcela do credito deferido, ou tiver feito pagamentos parciais, o credor desconta-los-á da soma declarada na cédula,tornando-se exigível apenas o saldo.

§ 2º Não constando do endôsso o valor pelo qual se transfere a cédula, prevalecerá o da soma declarada no título, acrescido dos acessórios, na forma dêste artigo, deduzido ovalor das quitações parciais passadas no próprio título.

Art 11. Importa em vencimento antecipado da dívida resultante da cédula, independentemente de aviso ou de interpelação judicial, a inadimplência de qualquer obrigação doeminente do título ou, sendo o caso, do terceiro prestante da garantia real.

§ 1º Verificado o inadimplemento, poderá, ainda, o financiador considerar vencidos antecipadamente todos os financiamentos concedidos ao emitente e dos quais seja credor.

§ 2º A inadimplência, além de acarretar o vencimento antecipado da dívida resultante da cédula e permitir igual procedimento em relação a todos os financiamentos concedidospelo financiador ao emitente e dos quais seja credor, facultará ao financiador a capitalização dos juros e da comissão de fiscalização, ainda que se trate de crédito fixo.

Art 12. A cédula de crédito industrial poderá ser aditada, ratificada e retificada, por meio de menções adicionais e de aditivos, datados e assinados pelo emitente e pelo credor,lavrados em fôlha à parte do mesmo formato e que passarão a fazer parte integrante do documento cedular.

Art 13. A cédula de crédito industrial admite amortizações periódicas que serão ajustadas mediante a inclusão de cláusula, na forma prevista neste Decreto-lei.

Art 14. A cédula de crédito industrial conterá os seguintes requisitos, lançados no contexto:

I - Denominação "Cédula de Crédito Industrial".

II - Data do pagamento, se a cédula fôr emitida para pagamento parcelado, acrescentar-se-á cláusula discriminando valor e data de pagamento das prestações.

III - Nome do credor e cláusula à ordem.

IV - Valor do crédito deferido, lançado em algarismos por extenso, e a forma de sua utilização.

V - Descrição dos bens objeto do penhor, ou da alienação fiduciária, que se indicarão pela espécie, qualidade, quantidade e marca, se houver, além do local ou do depósito desua situação, indicando-se, no caso de hipoteca, situação, dimensões, confrontações, benfeitorias, título e data de aquisição do imóvel e anotações (número, livro e fôlha) do registroimobiliário.

VI - Taxa de juros a pagar e comissão de fiscalização, se houver, e épocas em que serão exigíveis, podendo ser capitalizadas.

VII - Obrigatoriedade de seguro dos bens objeto da garantia.

VIII - Praça do pagamento.

IX - Data e lugar da emissão.

X - Assinatura do próprio punho do emitente ou de representante com pôderes especiais.

§ 1º A cláusula discriminando os pagamentos parcelados, quando cabível, será incluída logo após a descrição das garantias.

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0413.htm 2/7

§ 2º A descrição dos bens vinculados poderá ser feita em documento à parte, em duas vias, assinado pelo emitente e pelo credor, fazendo-se, na cédula, menção a essacircunstância, logo após a indicação do grau do penhor ou da hipoteca, da alienação fiduciária e de seu valor global.

§ 3º Da descrição a que se refere o inciso V dêste artigo, dispensa-se qualquer alusão à data, forma e condições de aquisição dos bens empenhados. Dispensar-se-ão, também,para a caracterização do local ou do depósito dos bens empenhados ou alienados fiduciàriamente, quaisquer referências a dimensões, confrontações, benfeitorias e a títulos de posseou de domínio.

§ 4º Se a descrição do imóvel hipotecado se processar em documento à parte, deverão constar também da cédula tôdas as indicações mencionadas no item V dêste artigo,exceto confrontações e benfeitorias.

§ 5º A especificação dos imóveis hipotecados, pela descrição pormenorizada, poderá ser substituída pela anexação à cédula de seus respectivos títulos de propriedade.

§ 6º Nos casos do parágrafo anterior, deverão constar da cédula, além das indicações referidas no § 4º dêste artigo, menção expressa à anexação dos títulos de propriedade e adeclaração de ou êles farão parte integrante da cédula até sua final liquidação.

CAPÍTULO III

Da Nota de Crédito Industrial

Art 15. A nota de crédito industrial é promessa de pagamento em dinheiro, sem garantia real.

Art 16. A nota de crédito industrial conterá os seguintes requisitos, lançados no contexto:

I - Denominação "Nota de Crédito Industrial".

II - Data do pagamento; se a nota fôr emitida para pagamento parcelado, acrescentar-se-á cláusula discriminando valor e data de pagamento das prestações.

III - Nome do credor e cláusula à ordem.

IV - Valor do crédito deferido, lançado em algarismos e por extenso, e a forma de sua utilização.

V - Taxa de juros a pagar e comissão de fiscalização, se houver, e épocas em que serão exigíveis, podendo ser capitalizadas.

VI - Praça de pagamento.

VII - Data e lugar da emissão.

VIII - Assinatura do próprio punho do emitente ou de representante com pôderes especiais.

Art 17. O crédito pela nota de crédito industrial tem privilégio especial sôbre os bens discriminados no artigo 1.563 do Código Civil.

Art 18. Exceto no que se refere à garantias e a inscrição, aplicam-se à nota do crédito industrial as disposições dêste Decreto-lei sôbre cédula de crédito industrial.

CAPÍTULO IV

Das Garantias da Cédula de Crédito Industrial

Art 19. A cédula de crédito industrial pode ser garantida por:

I - Penhor cedular.

II - Alienação fiduciária.

III - Hipoteca cedular.

Art 20. Podem ser objeto de penhor cedular nas condições dêste Decreto-lei:

I - Máquinas e aparelhos utilizados na indústria, com ou sem os respectivos pertences;

II - Matérias-primas, produtos industrializados e materiais empregados no processo produtivo, inclusive embalagens;

Ill - Animais destinados à industrialização de carnes, pescados, seus produtos e subprodutos, assim como os materiais empregados no processo produtivo, inclusiveembalagens;

IV - Sal que ainda esteja na salina, bem assim as instalações, máquinas, instrumentos utensílios, animais de trabalho, veículos terrestres e embarcações, quando servirem àexploração salineira;

V - Veículos automotores e equipamentos para execução de terraplanagem, pavimentação, extração de minério e construção civil bem como quaisquer viaturas de traçãomecânica, usadas nos transportes de passageiros e cargas e, anda, nos serviços dos estabelecimentos industriais;

VI - Dragas e implementos destinados à Iimpeza e à desobstrução de rios, portos e canais, ou à construção dos dois últimos, ou utilizados nos serviços dos estabelecimentosindustriais;

VII - Tôda construção utilizada como meio de transporte por água, e destinada à indústria da revelação ou da pesca, quaisquer que sejam as suas características e lugar detráfego;

VIII - Todo aparelho manobrável em vôo apto a se sustentar a circular no espaço aéreo mediante reações aerodinâmicas, e capaz de transportar pessoas ou coisas;

IX - Letra de câmbio, promissórias, duplicatas, conhecimentos de embarques, ou conhecimentos de depósitos, unidos aos respectivos " warrants ";

X - Outros bens que o Conselho Monetário Nacional venha a admitir como lastro dos financiamentos industriais.

Art 21. Podem-se incluir na garantia os bens adquiridos ou pagos com o financiamento, feita a respectiva averbação nos têrmos deste Decreto-lei.

Art 22. Antes da liquidação da cédula, não poderão os bens empenhados ser removidos das propriedades nela mencionadas, sob qualquer pretexto e para onde quer que seja,sem prévio consentimento escrito do credor.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos veículos referidos nos itens IV, V, VI, VII e VIII do artigo 20 dêste Decreto-lei, que poderão ser retiradostemporàriamente de seu local e situação, se assim o exigir a atividade financiada.

Art 23. Aplicam-se ao penhor cedular os preceitos legais vigentes sôbre penhor, no que não colidirem com o presente Decreto-lei.

Art 24. São abrangidos pela hipoteca constituída as construções, respectivos terrenos, instalações e benfeitorias.

Art 25. Incorporam-se na hipoteca constituída as instalações e construções, adquiridas ou executadas com o crédito, assim como quaisquer outras benfeitorias acrescidas aosimóveis na vigência da cédula, as quais, uma vez realizadas, não poderão ser retiradas ou destruídas sem o consentimento do credor, por escrito.

Parágrafo único. Faculta-se ao credor exigir que o emitente faça averbar, à margem da inscrição principal, a constituição de direto real sôbre os bens e benfeitorias referidosneste artigo.

Art 26. Aplicam-se à hipoteca cedular os princípios da legislação ordinária sôbre hipoteca, no que não colidirem com o presente Decreto-lei.

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Art 27. Quando da garantia da cédula de crédito industrial fizer parte a alienação fiduciária, observar-se-ão as disposições constantes da Seção XIV da Lei nº 4.728, de 14 dejulho de 1965, no que não colidirem com êste Decreto-lei.

Art 28. Os bens vinculados à cédula de crédito industrial continuam na posse imediata do emitente, ou do terceiro prestante da garantia real, que responderá por sua guarda econservação como fiel depositário, seja pessoa física ou jurídica. Cuidando-se de garantia constituída por terceiro, êste e o emitente da cédula responderão solidàriamente pelaguarda e conservação dos bens gravados.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos papéis mencionados no item IX, art. 20, dêste Decreto-lei, inclusive em conseqüência do endôsso.

CAPÍTULO V

SEÇÃO I

Da Inscrição e Averbação da Cédula do Crédito Industrial

Art 29. A cédula de crédito industrial somente vale contra terceiros desde a data da inscrição. Antes da inscrição, a cédula obriga apenas seus signatários.

Art 30. De acôrdo com a natureza da garantia constituída, a cédula de crédito industrial inscreve-se no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição do local de situação dosbens objeto do penhor cedular, da alienação fiduciária, ou em que esteja localizado o imóvel hipotecado.

Art 31. A inscrição fa-se-á na ordem de apresentação da cédula, em livro próprio denominada "Registro de Cédula de Crédito Industrial", observado o disposto nos artigos183, 188, 190 e 202, do Decreto 4.857, de 9 de novembro de 1939.

§ 1º Os livros destinados à inscrição da cédula de crédito industrial serão numerados em série crescente a começar de 1 (um) e cada livro conterá têrmos de abertura e deencerramento, assinados pelo Juiz de Direito da Comarca, que rubricará tôdas as fôlhas.

§ 2º As formalidades a que se refere o parágrafo anterior precederão a utilização do livro.

§ 3º Em cada Cartório haverá, em uso, apenas um livro "Registro de Cédula de Crédito Industrial", utilizando-se o de número subseqüente depois de findo o anterior.

Art 32. A inscrição consistirá na anotação dos seguintes requisitos cedulares:

a) Data e forma do pagamento.

b) Nome do emitente, do financiador e, quando houver, do terceiro prestante da garantia real e do endossatário.

c) Valor do crédito deferido e forma de sua utilização.

d) Praça do pagamento.

e) Data e lugar da emissão.

§ 1º Para a inscrição, o apresentante do título oferecerá, com o original da cédula, cópia em impresso idêntico, com a declaração "Via não negociável", em linhas paralelastransversais.

§ 2º O Cartório conferirá a exatidão da cópia, autenticando-a.

§ 3º Cada grupo de 200 (duzentas) cópias será encadernado na ordem cronológica de seu arquivamento, em livro que o Cartório apresentará no prazo de quinze dias depois decompletado o grupo, ao Juiz de Direito da Comarca, para abri-lo e encerra-lo, rubricando as respectivas fôlhas numeradas em série crescente a começar de 1 (um).

§ 4º Nos casos do § 5º do art. 14 dêste Decreto-lei, à via da cédula destinada ao Cartório será anexada cópia dos títulos de domínio, salvo se os imóveis hipotecados seacharem registrados no mesmo Cartório.

Art 33. Ao efetuar a inscrição ou qualquer averbação, o Oficial do Registro de Imóveis mencionará, no respectivo ato, a existência de qualquer documento anexo à cédula e nêleaporá sua rubrica, independentemente de qualquer formalidade.

Art 34. O Cartório anotará a inscrição, com indicação do número de ordem, livro e fôlhas, bem como valor dos emolumentos cobrados no verso da cédula, além de mencionar,se fôr o caso, os anexos apresentados.

§ 1º Pela inscrição da cédula, serão cobrados do interessado, em todo o território nacional, o seguintes emolumentos, calculados sôbre o valer do crédito deferido: (Extintopela Lei nº 8.522, de 1992)

a) até NCr$ 200,00 - 0,1%

b) de NCr$ 200,01 a NCr$ 500,00 - 0,2%

c) de NCr$ 500,01 a NCr$ 1.000,00 - 0,3%

d) de NCr$ 1.000,01 a NCr$ 1.500,00 - 4%

e) acima de NCr$ 1.500,00 - 0,5% - até o máximo de ¼ (um quarto) do salário-mínino da região.

§ 2º Cinqüenta por cento (50%) dos emolumentos referidos no parágrafo anterior caberão ao oficial do Registro de Imóveis e os restantes cinqüenta por cento (50%) serãorecolhidos ao Banco do Brasil S.A., a crédito do Tesouro Nacional. (Extinto pela Lei nº 8.522, de 1992)

Art 35. O oficial recusará efetuar a inscrição, se já houver registro anterior no grau de prioridade declarado no texto da cédula, ou se os houverem sido objeto de alienaçãofiduciária considerando-se nulo o ato que infringir êste dispositivo.

Art 36. Para os fins previstos no art. 29 dêste Decreto-lei averbar-se-ão, à margem da inscrição da cédula, os endossos posteriores à inscrição, as menções adicionais, aditivose qualquer outro ato que promova alteração na garantia ou noções pactuadas.

§ 1º Dispensa-se a averbação dos pagamentos parcial e do endôsso das instituições financiadoras em operações de redesconto ou caução.

§ 2º Os emolumentos devidos pelos atos referidos neste artigo serão calculados na base de 10% (dez por cento) sôbre os valores constante do parágrafo único do artigo 34dêste Decreto-lei, cabendo ao oficial do Registro de Imóveis e ao Juiz de Direito da Comarca as mesmas percentagens naquele dispositivo. (Extinto pela Lei nº 8.522, de 1992)

Art 37. Os emolumentos devidos pela inscrição da cédula ou pela averbação de atos posteriores poderão ser pagos pelo credor, a débito da conta a que se refere o artigo 4ºdêste Decreto-lei.

Art 38. As inscrições das cédulas e as averbações posteriores serão efetuadas no prazo de 3 (três) dias úteis a contar da apresentação do título sob pena de responsabilidadefuncional do oficial encarregado de promover os atos necessários.

§ 1º A transgressão do disposto neste artigo poderá ser comunicada ao Juiz de Direito da Comarca pelos interessados ou por qualquer pessoa que tenha conhecimento do fato.

§ 2º Recebida a comunicação, o Juiz instaurará imediatamente inquérito administrativo.

§ 3º Apurada a irregularidade, o oficial pagará multa de valor correspondente aos emolumentos que seriam cobrados, por dia de atraso, aplicada pelo Juiz de Direito da Comarca,devendo a respectiva importância ser recolhida, dentro de 15 (quinze) dias, a estabelecimento bancário que a transferirá ao Banco Central do Brasil, para crédito do Fundo Geral paraAgricultura e Indústria - FUNAGRI, criado pelo Decreto nº 56.835, de 3 de setembro de 1965.

SEçãO II

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Do Cancelamento da Inscrição da Cédula de Crédito Industrial

Art 39. Cancela-se a inscrição mediante a averbação, no livro próprio:

I - da prova da quitação da cédula, lançada no próprio título ou passada em documento em separado com fôrça probante;

II - da ordem judicial competente.

§ 1º No ato da averbação do cancelamento, o serventuário mencionará o nome daquele que recebeu, a data do pagamento e, em se tratando de quitação em separado, ascaracterísticas dêsse instrumento; no caso de cancelamento por ordem judicial, esta também será mencionada na averbação, pela indicação da data do mandato, Juízo de queprecede, nome do Juiz que o subscreveu e demais características correntes.

§ 2º Arquivar-se-ão no Cartório a ordem judicial de cancelamento da inscrição ou uma das vias do documento da quitação da cédula, procedendo-se como se dispõem no § 3ºdo artigo 32 dêste Decreto-lei.

SEÇÃO III

Da Correição dos Livros de Inscrição da Cédula de Crédito Industrial

Art 40. O Juiz de Direito da Comarca precederá à correção do livro "Registro de Cédula de Crédito Industrial" uma vez por semestre, no mínimo.

CAPÍTULO VI

Da Ação para Cobrança da Cédula de Crédito Industrial

Art 41. Independentemente da inscrição de que trata o art. 30 dêste Decreto-lei, o processo judicial para cobrança da cédula de crédito industrial seguirá o procedimentoseguinte:

1º) Despachada a petição, serão os réus, sem que haja preparo ou expedição de mandado, citados pela simples entrega de outra via do requerimento, para, dentro de 24 (vinte equatro) horas, pagar a dívida;

2º) não depositado, naquele prazo, o montante do débito, proceder-se-á a penhora ou ao seqüestro dos bens constitutivos da garantia ou, em se tratando de nota de créditoindustrial, à daqueles enumerados no Art. 1.563 do Código Civil (artigo 17 dêste Decreto-lei);

3º) no que não colidirem com êste Decreto-lei, observar-se-ão, quanto à penhora, as disposições do Capítulo III, Título III, do Livro VIII, do Código de Processo Civil;

4º) feita a penhora, terão réus, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, prazo para impugnar o pedido;

5º) findo o têrmo referido no item anterior, o Juiz, impugnado ou não o pedido, procederá a uma instrução sumária, facultando às partes a produção de provas, decidindo emseguida;

6º) a decisão será proferida dentro de 30 (trinta) dias, a contar da efetivação da penhora;

7º) não terão efeito suspensivo os recursos interpostos das decisões proferidas na ação de cobrança a que se refere êste artigo;

8º) o fôro competente será o da praça do pagamento da cédula de crédito industrial.

CAPÍTULO VI

Disposições Especiais

Art 42. A concessão dos financiamentos previstos neste Decreto-lei bem como a constituição de suas garantias, pelas instituições de crédito, públicas e privadas, independe daexibição de comprovante de cumprimento de obrigações fiscais, da previdência social, ou de declaração de bens e certidão negativa de multas.

Parágrafo único. O ajuizamento da dívida fiscal ou previdenciária impedirá a concessão do financiamento industrial, desde que sua comunicação pela repartição competente àsinstituições de crédito seja por estas recebida antes da emissão da cédula, exceto se as garantias oferecidas assegurarem a solvabilidade do crédito em litígio e da operaçãoproposta pelo interessado.

Art 43. Pratica crime de estelionato e fica sujeito às penas do art. 171 do Código Penal aquêle que fizer declarações falsas ou inexatas acêrca de bens oferecidos em garantiade cédula de crédito industrial, inclusive omitir declaração de já estarem êles sujeitos a outros ônus ou responsabilidade de qualquer espécie, até mesmo de natureza fiscal.

Art 44. Quando, do penhor cedular fizer parte matéria-prima, o emitente se obriga a manter em estoque, na vigência da cédula, uma quantidade dêsses mesmos bens ou dosprodutos resultantes de sua transformação suficiente para a cobertura do saldo devedor pôr ela garantido.

Art 45. A transformação da matéria-prima oferecida em penhor cedular não extingue o vínculo real, que se transfere para os produtos e subprodutos.

Parágrafo único. O penhor dos bens resultantes da transformação, industrial poderá ser substituído pelos títulos de crédito representativos da comercialização daquelesprodutos, a crédito do credor, mediante endôsso pleno.

Art 46. O penhor cedular de máquinas e aparelhos utilizado na indústria tem preferência sôbre o penhor legal do locador do imóvel de sua situação.

Parágrafo único. Para a constituição da garantia cedular a que, se refere êste artigo, dispensa-se o consentimento do locador.

Art 47. Dentro do prazo estabelecido para utilização do crédito, poderá ser admitida a reutilização pelo devedor, para novas aplicações, das parcelas entregues para amortizaçãoao débito.

Art 48. Quando, do penhor ou da alienação fiduciária, fizerem parte veículos automotores, embarcações ou aeronaves, o gravame será anotado nos assentamentos próprios darepartição competente para expedição de licença ou registro dos veículos.

Art 49. Os bens onerados poderão ser objeto de nova garantia cedular a simples inscrição da respectiva cédula equivalerá à averbação à margem da anterior, do vínculoconstituído em grau subsequente.

Art 50. Em caso de mais de um financiamento, sendo os mesmos o credor e emitente da cédula, o credor e os bens onerados, poderá estender-se aos financiamentossubsequentes o vínculo originàriamente constituído mediante referência à extensão nas cédulas posteriores, reputando-se uma só garantia com cédulas industriais distintas.

§ 1º A extensão será averbada à margem da inscrição anterior e não impede que sejam vinculados outros bens à garantia.

§ 2º Havendo vinculação de novos bens, além da averbação, estará a cédula sujeita à inscrição no Cartório do Registro de Imóveis.

§ 3º Não será possível a extensão se tiver havido endôsso ou se o bens já houverem sido objeto de nôvo ônus em favor de terceiros.

Art 51. A venda dos bens vinculados à cédula de crédito industrial depende de prévia anuência do credor, por escrito.

Art 52. Aplicam-se à cédula de crédito industrial e à nota de crédito industrial, no que forem cabíveis, as normas do direito cambial, dispensado, porém, o protesto para garantirdireito de regresso contra endossantes e avalistas.

CAPÍTULO VIII

Disposições Gerais

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Art 53. Dentro do prazo da cédula, o credor, se assim o entender, poderá autorizar o emitente a dispor de parte ou de todos os bens da garantia, na forma e condições queconvencionarem.

Art 54. Os bens dados em garantia assegurarão o pagamento do principal, juros, comissões, pena convencional, despesas legais e convencionais, com as preferênciasestabelecidas na legislação em vigor.

Art 55. Se baixar no mercado o valor dos bens onerados ou se se verificar qualquer ocorrência que determine sua diminuição ou depreciação, o emitente reforçará a garantiadentro do prazo de quinze dias da notificação que o credor lhe fizer, por carta enviada pelo Correio, ou pelo Oficial do Cartório de Títulos e Documentos da Comarca.

Art 56. Se os bens oferecidos em garantia de cédula de crédito industrial, pertencerem a terceiras, êstes subscreverão também o título para que se constitua o vínculo.

Art 57. Os bens vinculados à cédula de crédito industrial não serão penhorados ou sequestrados por outras dívidas do emitente ou de terceiro prestante da garantia real,cumprindo a qualquer dêles denunciar a existência da cédula as autoridades incumbidas da diligência, ou a quem a determinou, sob pena de responderem pelos prejuízos resultantesde sua omissão.

Art 58. Em caso de cobrança em processo contencioso ou não, judicial ou administrativo, o emitente da cédula de crédito industrial responderá ainda pela multa de 10% (dez porcento) sôbre o principal e acessórios em débito, devida a partir do primeiro despacho da autoridade competente na petição de cobrança ou de habilitação do crédito.

Art 59. No caso de execução judicial, os bens adquiridos ou pagos com o crédito concedido pela célula de crédito industrial responderão primeiramente pela satisfação do título,não podendo ser vinculados ao pagamento de dívidas privilegiadas, enquanto não fôr liquidada a cédula.

Art 60. O emitente da cédula manterá em dia o pagamento dos tributos e encargos fiscais, previdênciários e trabalhistas de sua responsabilidade, inclusive a remuneração dosempregados, exibindo ao credor os respectivos comprovantes sempre que lhe forem exigidos.

Art 61. A cédula de crédito industrial e a nota de crédito industrial poderão ser redescontadas em condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.

Art 62. Da cédula de crédito industrial poderão constar outras condições da dívida ou obrigações do emitente, desde que não contrariem o disposto neste Decreto-lei e anatureza do título.

Parágrafo único. O Conselho Monetário Nacional, observadas as condições do mercado de crédito, poderá fixar prazos de vencimento dos títulos do crédito industrial, bemcomo determinar inclusão de denominações que caracterizem a destinação dos bens e as condições da operação.

Art 63. Os bens apenhados poderão, se convier ao credor, ser entregues à guarda de terceiro fiel-depositário, que se sujeitará às obrigações e às responsabilidades legais ecedulares.

§ 1º Os direitos e as obrigações do terceiro fiel-depositário, inclusive a imissão, na posse, do imóvel da situação dos bens apenhados, independerão da lavratura de contrato decomodato e de prévio consentimento do locador, perdurando enquanto subsistir a dívida.

§ 2º Tôdas as despesas de guarda e conservação dos bens contratados ao terceiro fiel-depositário correrão, exclusivamente, por conta do devedor.

§ 3º Nenhuma responsabilidade terão credor e terceiro fiel-depositário pelos dispêndios que se tornarem precisos ou aconselháveis para a boa conservação do imóvel e dosbens apenhados.

§ 4º O devedor é obrigado a providenciar tudo o que fôr reclamado pelo credor para a pronta execução dos reparos ou obras de que, porventura, necessitar o imóvel, ou queforem exigidos para a perfeita armazenagem dos bens empenhados.

Art 64. Serão segurados, até final resgate da cédula, os bens nela descritos e caracterizados, observada à vigente legislação de seguros obrigatórios.

Art 65. A cédula de crédito industrial e a nota de crédito industrial obedecerão aos modelos anexos, quais poderão ser padronizados e alterados pelo Conselho MonetárioNacional, observado o disposto no artigo 62 dêste Decreto-lei.

Art 66. Êste Decreto-lei entrará em vigor 90 (noventa) dias depois de publicado, revogando-se os Decretos-leis nºs 265, de 28 de fevereiro de 1967, 320, de 29 de março de 1967e 331, de 21 de setembro de 1967 na parte referente à cédula Industrial Pignoratícia, 1.271, de 16 de maio de 1939, 1.697, de 23 de outubro de 1939, 2.064, de 7 de março de 1940,3.169, de 2 de abril de 1941, 4.191, de 18 de março de 1942, 4.312, de 20 de maio de 1942 e Leis nºs 2.931, de 27 de outubro 1956, e 3.408, de 16 de junho de 1958, as demaisdisposições em contrário.

Brasília, 9 de janeiro de 1969; 148º da Independência e 81º da República.

A. COSTA E SILVA Luís Antonio da Gama e Silva

Antonio Delfim Netto

Edmundo de Macedo Soares

Este texto não substitui o publicado no DOU de 10.1.1969 e retificado em 10.2.1969

NOTA DE CRÉDITO INDUSTRIAL

Nº......... Vencimento em..........de...............de 19...........

NCr$________________________________

A ................................de...........................de 19.................pagar......................................por esta nota de crédito industriala............................................................

............................................................................. ou à sua ordem, a quantia de ________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________________________________

em moeda corrente, valor do crédito deferido para aplicação na forma do orçamento anexo a que será utilizado do seguinte modo:............................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

Os juros são devido à taxa de .........................................ao ano exigíveis em trinta (30) de junho, trinta e um (31) de dezembro no vencimento e naliquidação da cédula.....

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...................................................................................................................................................................................................................................

sendo de............................................................................................................................................................................................................................................

a comissão de fiscalização, exigível juntamente com osjuros..................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

O pagamento será efetuado na praça de................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

CÉDULA DE CRÉDITO INDUSTRIAL

A ......................de....................................de 19..........................pagar..............................

Nº......... Vencimento em..........de...............de 19...........

NCr$________________________________

A ................................de...........................de 19.................pagar......................................por esta cédula de crédito industriala........................................................

............................................................................. ou à sua ordem, a quantia de ________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________________________________________

em moeda corrente, valor do crédito deferido para aplicação na forma do orçamento anexo a que será utilizado do seguinte modo:............................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

Os juros são devido à taxa de .........................................ao ano exigíveis em trinta (30) de junho, trinta e um (31) de dezembro, no vencimento e naliquidação da cédula....

...................................................................................................................................................................................................................................

sendo de............................................................................................................................................................................................................................................

a comissão de fiscalização, exigível juntamente com osjuros..................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

O pagamento será efetuado na praça de................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

Os bens vinculados, obrigatòriamente segurados, são os seguintes:......................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................................................

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Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 4.380, DE 21 DE AGOSTO DE 1964.

Vide Decreto nº 91.152, de 1985

Vide Lei 8.692, de 1993

Institui a correção monetária nos contratos imobiliários deinterêsse social, o sistema financeiro para aquisição dacasa própria, cria o Banco Nacional da Habitação (BNH), eSociedades de Crédito Imobiliário, as Letras Imobiliárias, oServiço Federal de Habitação e Urbanismo e dá outrasprovidências.

CAPÍTULO I

Da Coordenação dos Órgãos Públicos e da Iniciativa Privada

Art. 1° O Govêrno Federal, através do Ministro de Planejamento, formulará a política nacional de habitação e deplanejamento territorial, coordenando a ação dos órgãos públicos e orientando a iniciativa privada no sentido de estimulara construção de habitações de interêsse social e o financiamento da aquisição da casa própria, especialmente pelasclasses da população de menor renda.

Art. 2º O Govêrno Federal intervirá no setor habitacional por intermédio:

I - do Banco Nacional da Habitação;

II - do Serviço Federal de Habitação e Urbanismo;

III - das Caixas Econômicas Federais, IPASE, das Caixas Militares, dos órgãos federais de desenvolvimentoregional e das sociedades de economia mista.

Art. 3º Os órgãos federais enumerados no artigo anterior exercerão de preferência atividades de coordenação,orientação e assistência técnica e financeira, ficando reservados:

I - aos Estados e Municípios, com a assistência dos órgãos federais, a elaboração e execução de planos diretores,projetos e orçamentos para a solução dos seus problemas habitacionais;

II - à iniciativa privada, a promoção e execução de projetos de construção de habitações segundo as diretrizesurbanísticas locais.

§ 1° Será estimulada a coordenação dos esforços, na mesma área ou local, dos órgãos públicos federais,estaduais e municipais, bem como das iniciativas privadas, de modo que se obtenha a concentração e melhor utilizaçãodos recursos disponíveis.

§ 2º A execução dos projetos sòmente caberá aos órgãos federais para suprir a falta de iniciativa local, pública ouprivada.

Art. 4º Terão prioridade na aplicação dos recursos:

I - a construção de conjuntos habitacionais destinados à eliminação de favelas, mocambos e outras aglomeraçõesem condições sub-humanas de habitação;

II - os projetos municipais ou estaduais que com as ofertas de terrenos já urbanizados e dotados dos necessáriosmelhoramentos, permitirem o início imediato da construção de habitações;

III - os projetos de cooperativas e outras formas associativas de construção de casa própria;

IV - os projetos da iniciativa privada que contribuam para a solução de problemas habitacionais ...(Vetado);

V - (Vetado).

V - a construção de moradia a população rural. (Parte mantida pelo Congresso Nacional)

CAPÍTULO II

Da Correção Monetária dos Contratos Imobiliários

Art. 5º Observado o disposto na presente lei, os contratos de vendas ou construção de habitações para pagamentoa prazo ou de empréstimos para aquisição ou construção de habitações poderão prever o reajustamento das prestações

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4380.htm 2/21

mensais de amortização e juros, com a conseqüente correção do valor monetário da dívida tôda a vez que o saláriomínimo legal fôr alterado.

§ 1° O reajustamento será baseado em índice geral de preços mensalmente apurado ou adotado pelo ConselhoNacional de Economia que reflita adequadamente as variações no poder aquisitivo da moeda nacional.

§ 2º O reajustamento contratual será efetuado ...(Vetado)... na mesma proporção da variação do índice referido noparágrafo anterior:

a) desde o mês da data do contrato até o mês da entrada em vigor do nôvo nível de salário-mínimo, no primeiroreajustamento após a data do contrato;

b) entre os meses de duas alterações sucessivas do nível de salário-mínimo nos reajustamentos subseqüentes aoprimeiro.

§ 3º Cada reajustamento entrará em vigor após 60 (sessenta) dias da data de vigência da alteração do salário-mínimo que o autorizar e a prestação mensal reajustada vigorará até nôvo reajustamento.

§ 4º Do contrato constará, obrigatòriamente, na hipótese de adotada a cláusula de reajustamento, a relação originalentre a prestação mensal de amortização e juros e o salário-mínimo em vigor na data do contrato.

§ 5º Durante a vigência do contrato, a prestação mensal reajustada não poderá exceder em relação ao salário-mínimo em vigor, a percentagem nêle estabelecida.

§ 6º Para o efeito de determinar a data do reajustamento e a percentagem referida no parágrafo anterior, tomar-se-ápor base o salário-mínimo da região onde se acha situado o imóvel.

§ 7º (Vetado).

§ 8º (Vetado).

§ 9º O disposto neste artigo, quando o adquirente fôr servidor público ou autárquico poderá ser aplicado tomandocomo base a vigência da lei que lhes altere os vencimentos.

Art. 6° O disposto no artigo anterior sòmente se aplicará aos contratos de venda, promessa de venda, cessão oupromessa de cessão, ou empréstimo que satisfaçam às seguintes condições:

a) tenham por objeto imóveis construídos, em construção, ou cuja construção, seja simultâneamente contratada,cuja área total de construção, entendida como a que inclua paredes e quotas-partes comuns, quando se tratar deapartamento, de habitação coletiva ou vila, não ultrapasse 100 (cem) metros quadrados;

b) o valor da transação não ultrapasse 200 (duzentas) vêzes o maior salário-mínimo vigente no país;

c) ao menos parte do financiamento, ou do preço a ser pago, seja amortizado em prestações mensais sucessivas,de igual valor, antes do reajustamento, que incluam amortizações e juros;

d) além das prestações mensais referidas na alínea anterior, quando convencionadas prestações intermediárias,fica vedado o reajustamento das mesmas, e do saldo devedor a elas correspondente;

e) os juros convencionais não excedem de 10% ao ano;

f) se assegure ao devedor, comprador, promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário o direito aliquidar antecipadamente a dívida em forma obrigatòriamente prevista no contrato, a qual poderá prever a correçãomonetária do saldo devedor, de acôrdo com os índices previstos no § 1° do artigo anterior.

Parágrafo único. As restrições dos incisos a e b não obrigam as entidades integrantes do sistema financeiro dahabitação, cujas aplicações, a êste respeito, são regidas pelos artigos 11 e 12.

Art. 7º Após 180 dias da concessão do "habite-se", caracterizando a conclusão da construção, nenhuma unidaderesidencial pode ser vendida, ou prometida vender ou ceder, com o benefício de pagamentos regidos pelos artigos 5º e6º desta Lei.

§ 1° Para os efeitos dêsse artigo equipara-se ao "habite-se" das autoridades municipais a ocupação efetiva daunidade residencial.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica os imóveis já construídos, cuja alienação seja contratada, nos têrmosdos artigos 5º e 6º, pelos respectivos titulares, desde que êstes incorporem ao capital de Sociedade de CréditoImobiliário o preço da transação.

§ 3º Aos imóveis de propriedade das pessoas jurídicas de direito público ou de sociedade de economia mista, deque o Poder Público seja majoritário, não se aplica o disposto neste artigo.

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§ 4º A restrição dêste artigo não se aplicará àquele que, não sendo proprietário, promitente comprador oupromitente cessionário de mais de uma habitação, desejar aliená-la de modo a adquirir outra, na forma dos artigos 5º e6º desta lei, desde que a aquisição seja de qualquer forma contratada simultâneamente com a alienação.

§ 5º Não se aplicam as restrições dêste artigo aos imóveis ocupados há mais de 2 (dois) anos pelo locatário quepretender adquiri-lo mediante financiamento de qualquer dos agentes financeiros do Sistema Financeiro de Habitação,desde que os recursos obtidos pelo locador sejam utilizados na construção de novas habitações, conforme normasregulamentares a serem baixadas pelo Banco Nacional de Habitação ou que permaneçam depositados no SistemaFinanceiro de Habitação, pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 5.455, de 1968)

CAPÍTULO III

Do Sistema Financeiro, da Habitação de Interêsse Social

SEÇÃO I

Órgãos Componentes do Sistema

Art. 8º O sistema financeiro da habitação, destinado a facilitar e promover a construção e a aquisição da casaprópria, especialmente pelas classes de menor renda da população, será integrado:

Art. 8° O sistema financeiro da habitação, destinado a facilitar e promover a construção e a aquisição da casaprópria ou moradia, especialmente pelas classes de menor renda da população, será integrado. (Redação dadapela Lei nº 8.245, de 1991)

I - pelo Banco Nacional da Habitação;II - pelos órgãos federais, estaduais e municipais, inclusive sociedades de economia mista em que haja

participação majoritária do Poder Público, que operem, de acôrdo com o disposto nesta lei, no financiamento ... (Vetado)... de habitações e obras conexas;

III - pelas sociedades de crédito imobiliário;IV - pelas fundações, cooperativas, mútuas e outras formas associativas para construção ou aquisição da casa

própria, sem finalidade de lucro, que se constituirão de acôrdo com as diretrizes desta lei, as normas que forembaixadas pelo Conselho de Administração do Banco Nacional da Habitação e serão registradas, autorizadas a funcionare fiscalizadas pelo Banco Nacional da Habitação. I - pelos bancos múltiplos; (Redação dada pela Medida Provisória nº 459, de 2009) II - pelos bancos comerciais; (Redação dada pela Medida Provisória nº 459, de 2009) III - pelas caixas econômicas; (Redação dada pela Medida Provisória nº 459, de 2009) IV - pelas sociedades de crédito imobiliário; (Redação dada pela Medida Provisória nº 459, de 2009) V - pelas associações de poupança e empréstimo; (Incluído pela Medida Provisória nº 459, de 2009) VI - pelas companhias hipotecárias; (Incluído pela Medida Provisória nº 459, de 2009) VII - pelos órgãos federais, estaduais e municipais, inclusive sociedades de economia mista em que hajaparticipação majoritária do Poder Público, que operem, de acordo com o disposto nesta Lei, no financiamento dehabitações e obras conexas; (Incluído pela Medida Provisória nº 459, de 2009) VIII - pelas fundações, cooperativas e outras formas associativas para construção ou aquisição da casa própria,sem finalidade de lucro, que se constituirão de acordo com as diretrizes desta Lei; (Incluído pela MedidaProvisória nº 459, de 2009)

IX - pelas caixas militares; (Incluído pela Medida Provisória nº 459, de 2009) X - pelas entidades abertas de previdência complementar; (Incluído pela Medida Provisória nº 459, de 2009) XI - pelas companhias securitizadoras de crédito imobiliário; e (Incluído pela Medida Provisória nº 459, de2009) XII - por outras instituições que venham a ser consideradas pelo Conselho Monetário Nacional como integrantesdo Sistema Financeiro da Habitação. (Incluído pela Medida Provisória nº 459, de 2009)

I – pelos bancos múltiplos; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

II – pelos bancos comerciais; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

III – pelas caixas econômicas; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

IV – pelas sociedades de crédito imobiliário; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

V – pelas associações de poupança e empréstimo; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

VI – pelas companhias hipotecárias; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

VII – pelos órgãos federais, estaduais e municipais, inclusive sociedades de economia mista em que hajaparticipação majoritária do poder público, que operem, de acordo com o disposto nesta Lei, no financiamento dehabitações e obras conexas; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

VIII – pelas fundações, cooperativas e outras formas associativas para construção ou aquisição da casa própriasem finalidade de lucro, que se constituirão de acordo com as diretrizes desta Lei; (Incluído pela Lei nº 11.977, de

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IX – pelas caixas militares; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

X – pelas entidades abertas de previdência complementar; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

XI – pelas companhias securitizadoras de crédito imobiliário; e (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

XII – por outras instituições que venham a ser consideradas pelo Conselho Monetário Nacional como integrantesdo Sistema Financeiro da Habitação. (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

Parágrafo único. O Conselho da Superintendência da Moeda e do Crédito fixará as normas que regulam asrelações entre o sistema financeiro da habitação e o restante do sistema financeiro nacional, especialmente quanto àpossibilidade, às condições e aos limites de aplicação de recursos da rêde bancária em letras imobiliárias, emitidas, nostêrmos desta lei, pelo Banco Nacional da Habitação.

SEÇÃO II

Das Aplicações do Sistema Financeiro da Habitação

Art. 9º Tôdas as aplicações do sistema, terão por objeto, fundamentalmente a aquisição de casa para residência doadquirente, sua família e seus dependentes, vedadas quaisquer aplicações em terrenos não construídos, salvo comoparte de operação financeira destinada à construção da mesma.

§ 1º As pessoas que já forem proprietários, promitentes compradoras ou cessionárias de imóvel residencial namesma localidade ... (Vetado) ... não poderão adquirir imóveis objeto de aplicação pelo sistema financeiro dahabitação. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001)

§ 2º Após 180 dias da concessão do "habite-se", caracterizando a conclusão da construção, nenhuma unidaderesidencial pode ser objeto de aplicação pelo sistema financeiro da habitação, equiparando-se ao "habite-se" dasautoridades municipais a ocupação efetiva da unidade residencial.

§ 3º O disposto no parágrafo anterior não se aplicará aos imóveis já construídos, que sejam alienados a partir destalei por seus proprietários ou promitentes compradores por motivo de aquisição de outro imóvel que satisfaça àscondições desta lei para ser objeto de aplicação pelo sistema financeiro de habitação.

Art. 10. Tôdas as aplicações do sistema financeiro da habitação revestirão a forma de créditos reajustáveis deacôrdo com os artigos 5º e 6º desta Lei.

§ 1° Os financiamentos para aquisição ou construção de habitações e as vendas a prazo de habitações, efetuadaspelas Caixas Econômicas ...(Vetado)... e outras autarquias ...(Vetado)... ou por sociedades de economia mista ...(Vetado)... estabelecerão, obrigatòriamente, o reajustamento do saldo devedor e das prestações de amortização e juros,obedecidas as disposições dos artigos 5º e 6º.

§ 2º As entidades estatais, inclusive as sociedades de economia mista, em que o Poder Público seja majoritário,adotarão, nos seus financiamentos, critérios e classificação dos candidatos aprovados pelo Banco Nacional deHabitação, ouvido o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo, e darão, obrigatòriamente, ampla publicidade dasinscrições e dos financiamentos concedidos.

§ 3º Os órgãos federais deverão aplicar os recursos por êles arrecadados para o sistema financeiro da habitação,até 50% no Estado de origem dos recursos, redistribuindo o restante pelas unidades federativas compreendidas emregiões de menor desenvolvimento econômico.

Art. 11. Os recursos destinados ao setor habitacional pelas entidades estatais, inclusive sociedades de economiamista de que o Poder Público seja majoritário, distribuir-se-ão, permanentemente, da seguinte forma:

I - no mínimo 70% deverão estar aplicados em habitações de valor unitário inferior a 60 vêzes o maior salário-mínimo mensal vigente no país;

II - no máximo 15% poderão estar aplicados em habitações de valor unitário compreendido entre 200 e 300 vêzes omaior salário-mínimo mensal vigente no país, vedadas as aplicações em habitações de valor unitário superior a 300vêzes o maior salário-mínimo mensal citado.

§ 1° Dentro do limite de recursos obrigatòriamente aplicados em habitações de valor unitário inferior a 60 vêzes omaior salário-mínimo do país, o Banco Nacional da Habitação fixará, para cada região ou localidade, a percentagemmínima de recursos que devem ser aplicados no financiamento de projetos destinados à eliminação de favelas,mocambos e outras aglomerações em condições sub-humanas de habitações.

§ 2º Nas aplicações a que se refere o inciso II, a parcela financiada do valor do imóvel não poderá ultrapassar 80%do mesmo.

§ 3º Os recursos aplicados, ou com aplicação contratada, no setor habitacional, na data da publicação desta lei,pela entidades estatais, inclusive sociedades de economia mista, não serão computados nas percentagens de aplicaçãoa que se refere êste artigo.

§ 4º O disposto neste artigo não se aplica aos processos das Caixas Econômicas Federais, Caixas Militares eIPASE, já deferidos pelos órgãos e autoridades competentes, na data da publicação desta Lei.

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Art. 11. Os recursos destinados ao setor habitacional pelas entidades estatais, inclusive sociedades de economiamista de que o Poder Público seja majoritário, distribuir-se-ão, permanentemente, da seguinte forma: (Redaçãodada pela Lei nº 4.864, de 1965).

I - em habitações de valor unitário inferior a 100 (cem) vêzes o maior salário-mínimo mensal, vigente no País, umapercentagem mínima dos recursos a ser fixada, bienalmente, pelo Banco Nacional de Habitação, em função dascondições do mercado e das regiões, e por instituição ou tipo de instituição. (Redação dada pela Lei nº 4.864, de1965).

II - em habitações de valor unitário compreendido entre 300 (trezentas) e 400 (quatrocentas) vêzes o maior salário-mínimo, vigente no País, no máximo, 20% (vinte por cento) dos recursos, vedadas as aplicações em habitações devalor unitário superior a 400 (quatrocentas) vêzes o maior salário-mínimo citado. (Redação dada pela Lei nº4.864, de 1965).

§ 1º Dentro do limite de recursos obrigatòriamente aplicados em habitações de valor unitário inferior a 100 (cem)vêzes o maior salário-mínimo do País, o Banco Nacional de Habitação fixará, para cada região ou localidade, apercentagem mínima de recursos que devem ser aplicados no financiamento de projetos destinados à eliminação defavelas, mocambos e outras aglomerações em condições sub-humanas de habitação. (Redação dada pela Lei nº4.864, de 1965).

§ 2º Nas aplicações a que se refere o inciso II, a parcela financiada do valor do imóvel não poderá ultrapassar 80%(oitenta por cento) do mesmo. (Redação dada pela Lei nº 4.864, de 1965).

§ 3º Os recursos aplicados ou com aplicação contratada, no setor habitacional, na data da publicação desta Lei,pelas entidades estatais, inclusive sociedades de economia mista, não serão computadas nas percentagens deaplicação a que se refere êste artigo. (Redação dada pela Lei nº 4.864, de 1965).

§ 4º O disposto neste artigo não se aplica aos processos das Caixas Econômicas Federais, Caixas Militares eIPASE, já deferidos pelos órgãos e autoridades competentes, na data da publicação desta Lei. (Redação dadapela Lei nº 4.864, de 1965).

§ 5º Em função das condições de mercado e das regiões, o Banco Nacional de Habitação poderá alterar oscritérios de distribuição das aplicações previstas no inciso II dêste artigo. (Incluído pela Lei nº 4.864, de 1965).

Art. 12. Os recursos aplicados pelas entidades privadas integrantes do sistema financeiro da habitação sedistribuirão permanentemente da seguinte forma:

I - no mínimo 60% dos recursos deverão estar aplicados em habitações de valor unitário inferior a 100 vêzes omaior salário-mínimo mensal vigente no país;

II - no máximo 20% dos recursos poderão estar aplicados em habitações de valor unitário superior a 250 vêzes omaior salário-mínimo mensal vigente no país;

III - serão vedadas as aplicações em habitações de valor unitário superior a 400 vêzes o maior salário-mínimomensal vigente no país.

I - no mínimo 60% (sessenta por cento) dos recursos deverão estar aplicados em habitações de valor unitárioinferior a 300 (trezentas) vêzes o maior salário-mínimo mensal vigente no País; (Redação dada pela Lei nº 4.864,de 1965).

II - no máximo 20% (vinte por cento) dos recursos poderão estar aplicados em habitações de valor unitário superiora 400 (quatrocentas) vêzes o maior salário-mínimo mensal vigente no País; (Redação dada pela Lei nº 4.864, de1965).

III - serão vedadas as aplicações em habitações de valor unitário superior a 500 (quinhentas) vêzes o maior salário-mínimo mensal vigente no País. (Redação dada pela Lei nº 4.864, de 1965).

Parágrafo único. Nas aplicações a que se refere o inciso II, a parcela financiada do valor do imóvel não poderáultrapassar de 80% do mesmo.

Art. 13 A partir do 3º ano da aplicação da presente lei, o Banco Nacional da Habitação poderá alterar os critérios dedistribuição das aplicações previstas nos artigos anteriores.

Art. 14. Os adquirentes de habitações financiadas pelo Sistema Financeiro da Habitação contratarão seguro de vidade renda temporária, que integrará, obrigatòriamente, o contrato de financiamento, nas condições fixadas pelo BancoNacional da Habitação. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001)

SEÇÃO III

Dos Recursos do Sistema Financeiro da Habitação

Art. 15. As entidades integrantes do sistema financeiro da Habitação poderão assegurar reajustamento monetárionas condições previstas no artigo 5º:

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I - aos depósitos no sistema que obedeça às normas gerais fixadas pelo Banco Nacional da Habitação cujo prazonão poderá ser inferior a um ano, e que não poderão ser movimentados com cheques;

II - aos financiamentos contraídos no país ou no exterior para a execução de projetos de habitações, desde queobservem os limites e as normas gerais estabelecidas pelo Banco Nacional da Habitação;

III - as letras imobiliárias emitidas nos têrmos desta Lei pelo Banco Nacional da Habitação ou pelas sociedades decrédito imobiliário.

§ 1° Em relação às Caixas Econômicas Federais e a outras entidades do sistema, que não operem exclusivamenteno setor habitacional, o reajustamento previsto neste artigo sòmente poderá ser assegurado aos depósitos eempréstimos das suas carteiras especializadas no setor habitacional.

§ 2º O sistema manterá depósitos especiais de acumulação de poupanças para os pretendentes a financiamentode casa própria, cujos titulares terão preferência na obtenção dêsses financiamentos, obedecidas as condições geraisestabelecidas pelo Banco Nacional da Habitação.

§ 3º Todos os financiamentos externos e acôrdos de assistência técnica relacionados com a habitação,dependerão da aprovação prévia do Banco Nacional da Habitação e não poderão estar condicionados à utilização depatentes, licenças e materiais de procedência estrangeira.

Art. 15-A. É permitida a pactuação de capitalização de juros com periodicidade mensal nas operações realizadaspelas entidades integrantes do Sistema Financeiro da Habitação - SFH. (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

§ 1o No ato da contratação e sempre que solicitado pelo devedor será apresentado pelo credor, por meio deplanilha de cálculo que evidencie de modo claro e preciso, e de fácil entendimento e compreensão, o seguinte conjuntode informações: (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

I – saldo devedor e prazo remanescente do contrato; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

II – taxa de juros contratual, nominal e efetiva, nas periodicidades mensal e anual; (Incluído pela Lei nº11.977, de 2009)

III – valores repassados pela instituição credora às seguradoras, a título de pagamento de prêmio de seguro pelomutuário, por tipo de seguro ; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

IV – taxas, custas e demais despesas cobradas juntamente com a prestação, discriminadas uma a uma; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

V – somatório dos valores já pagos ou repassados relativos a: (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

a) juros; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

b) amortização; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

c) prêmio de seguro por tipo de seguro; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

d) taxas, custas e demais despesas, discriminando por tipo; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

VI – valor mensal projetado das prestações ainda não pagas, pelo prazo remanescente do contrato, e orespectivo somatório, decompostos em juros e amortizações; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

VII – valor devido em multas e demais penalidades contratuais quando houver atraso no pagamento daprestação. (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

§ 2o No cômputo dos valores de que trata o inciso VI do § 1o, a instituição credora deve desconsiderar os efeitosde eventual previsão contratual de atualização monetária do saldo devedor ou das prestações. (Incluído pela Leinº 11.977, de 2009)

Art. 15-B. Nas operações de empréstimo ou financiamento realizadas por instituições integrantes do SistemaFinanceiro da Habitação que prevejam pagamentos por meio de prestações periódicas, os sistemas de amortização dosaldo devedor poderão ser livremente pactuados entre as partes. (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

§ 1o O valor presente do fluxo futuro das prestações, compostas de amortização do principal e juros, geradaspelas operações de que trata o caput, deve ser calculado com a utilização da taxa de juros pactuada no contrato, nãopodendo resultar em valor diferente ao do empréstimo ou do financiamento concedido. (Incluído pela Lei nº 11.977,de 2009)

§ 2o No caso de empréstimos e financiamentos com previsão de atualização monetária do saldo devedor ou das

prestações, para fins de apuração do valor presente de que trata o § 1o, não serão considerados os efeitos da referidaatualização monetária . (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

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§ 3o Nas operações de empréstimo ou financiamento de que dispõe o caput é obrigatório o oferecimento aomutuário do Sistema de Amortização Constante - SAC e de, no mínimo, outro sistema de amortização que atenda o

disposto nos §§ 1o e 2o, entre eles o Sistema de Amortização Crescente - SACRE e o Sistema Francês de Amortização(Tabela Price). (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

CAPÍTULO IV

Do Banco Nacional da Habitação

Art. 16. Fica criado, vinculado ao Ministério da Fazenda, o Banco Nacional da Habitação (BNH), que terápersonalidade jurídica de Direito Público, patrimônio próprio e autonomia administrativa, gozando de imunidade tributária.

§ 1° O Banco Nacional da Habitação poderá instalar agências em todo o território nacional, mas operará depreferência, usando como agentes e representantes as Caixas Econômicas Federais e Estaduais, os bancos oficiais ede economia mista e as demais entidades integrantes do sistema financeiro da habitação.

§ 2º O Banco Nacional da Habitação poderá utilizar-se da rêde bancária comercial nas localidades em que não hajaagentes ou representantes das entidades referidas no parágrafo anterior.

Art. 17. O Banco Nacional da Habitação terá por finalidade:

I - orientar, disciplinar e controlar o sistema financeiro da habitação;

II - incentivar a formação de poupanças e sua canalização para o sistema financeiro da habitação;

III - disciplinar o acesso das sociedades de crédito imobiliário ao mercado nacional de capitais;

IV - manter serviços de redesconto e de seguro para garantia das aplicações do sistema financeiro da habitação edos recursos a êle entregues;

V - manter serviços de seguro de vida de renda temporária para os compradores de imóveis objeto de aplicaçõesdo sistema;

VI - financiar ou refinanciar a elaboração e execução de projetos promovidos por entidades locais ...(Vetado)... deconjuntos habitacionais, obras e serviços correlatos;

VII - refinanciar as operações das sociedades de crédito imobiliário;

VIII - financiar ou refinanciar projetos relativos a ...(Vetado)... instalação e desenvolvimento da indústria ...(Vetado)... de materiais de construção e pesquisas tecnológicas, necessárias à melhoria das condições habitacionais dopaís ...(Vetado)..

Parágrafo único. O Banco Nacional da Habitação operará exclusivamente como órgão orientador, disciplinador e deassistência financeira, sendo-lhe vedado operar diretamente em financiamento, compra e venda ou construção dehabitações, salvo para a venda dos terrenos referidos no artigo 26 ou para realização de bens recebidos em liquidaçãode garantias.

Art. 18. Compete ao Banco Nacional da Habitação:

I - autorizar e fiscalizar o funcionamento das sociedades de crédito imobiliário;

II - fixar as condições gerais quanto a limites, prazos, retiradas, juros e seguro obrigatório das contas de depósitono sistema financeiro da habitação;

III - estabelecer as condições gerais a que deverão satisfazer as aplicações do sistema financeiro da habitaçãoquanto a limites de risco, prazo, condições de pagamento, seguro, juros e garantias;

III - estabelecer as condições gerais a que deverão satisfazer as aplicações do Sistema Financeiro da Habitaçãoquanto a garantias, juros, prazos, limites de risco e valores máximos de financiamento e de aquisição dos imóveisfinanciados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.197-43,de 2001)

IV - fixar os limites, em relação ao capital e reservas, dos depósitos recebidos e dos empréstimos tomados pelasSociedades de Crédito Imobiliário;

V - fixar os limites mínimos de diversificações de aplicações a serem observados pelas entidades integrantes dosistema financeiro da habitação;

VI - fixar os limites de emissão e as condições de colocação, vencimento e juros das Letras Imobiliárias, bemcomo as condições dos seguros de suas emissões;

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VII - fixar as condições e os prêmios dos seguros de depósitos e de aplicações a que serão obrigadas as entidadesintegrantes do sistema financeiro da habitação;

VIII - fixar as condições gerais de operação da sua carteira de redesconto das aplicações do sistema financeiro dahabitação;

IX - determinar as condições em que a rêde seguradora privada nacional operará nas várias modalidades de seguroprevistas na presente lei;

X - (Vetado);

XI - exercer as demais atribuições previstas nesta lei.

Parágrafo único No exercício de suas atribuições, o Banco Nacional da Habitação obedecerá aos limites globais eas condições gerais fixadas pelo Conselho da Superintendência da Moeda e do Crédito, com o objetivo de subordinar osistema financeiro de habitação à política financeira, monetária e econômica em execução pelo Govêrno Federal.

Art. 19. O Banco Nacional da Habitação ...(Vetado)... poderá receber depósitos:

a) de entidades governamentais, autárquicas, para estatais e de economia mista;

b) das entidades integrantes do sistema financeiro da habitação;

c) que resultarem de operações realizadas pelo Banco ou que a elas estejam diretamente vinculadas.

Art. 20. Mediante autorização do Ministro da Fazenda, o Banco Nacional da Habitação poderá tomar empréstimos,no país ou no exterior, a fim de obter recursos para a realização das suas finalidades.

§ 1° Os empréstimos internos referidos neste artigo poderão ser corrigidos de acôrdo com o artigo 5° ou revestir aforma de Letras Imobiliárias.

§ 2° O Ministro da Fazenda poderá dar a garantia do Tesouro Nacional aos empréstimos referidos neste artigo, atéum saldo devedor total, em cada momento, de um trilhão de cruzeiros para os empréstimos internos e US$300 milhões,o equivalente em outras moedas, para os empréstimos em moeda estrangeira.

§ 3° O limite em cruzeiros constante do parágrafo anterior será anualmente reajustado pelos índices referidos noartigo 5°.

Art. 21. O Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Social do Comércio (SESC) inclusive os DepartamentosRegionais, aplicarão anualmente na aquisição de Letras Imobiliárias de emissão do Banco Nacional da Habitação, apartir do exercício de 1965, 20% (vinte por cento) das receitas compulsórias a êles vinculadas. (Vide Lei nº5.107, de 1966)

§ 1° (Vetado).

§ 2° O Ministro do Trabalho e da Previdência Social fixará, anualmente a percentagem dos recursos dos Institutosde Aposentadoria e Pensões, que será obrigatòriamente aplicada em depósitos no Banco Nacional da Habitação, e quenão poderá ser inferior a 20% do orçamento anual de aplicações de cada Instituto, excetuadas as aplicações emserviços próprios e em material permanente. (Suprimido pela Lei nº 5.455, de 1968)

§ 2° O Ministro da Fazenda fixará periòdicamente a percentagem dos depósitos das Caixas Econômicas Federais,que deverá ser obrigatòriamente aplicada em depósitos no BNH. (Renumerado pela Lei nº 5.455, de 1968)

Art. 22. Tôdas as emprêsas do país que mantenham empregados sujeitos a desconto para Institutos deAposentadorias e Pensões são obrigadas a contribuir com a percentagem de 1% mensal sôbre o montante das suasfôlhas de pagamento para a constituição do capital do Banco Nacional da Habitação. (Vide Lei nº 4.380, de1965)

§ 1° A cobrança dessa percentagem obedecerá aos dispositivos da legislação vigente sôbre as contribuiçõesprevidenciárias.

§ 2° Os Institutos de Aposentadoria e Pensões recolherão, mensalmente, ao Banco Nacional da Habitação oproduto da arrecadação prevista neste artigo, descontada a taxa correspondente às despesas de administração fixadade comum acôrdo entre o DNPS e o Banco Nacional da Habitação.

§ 3° O recolhimento a que se refere o presente artigo será devido a partir do segundo mês após a promulgaçãodesta Lei.

§ 4° Na forma a ser estabelecida em regulamento a ser baixado pelo BNH, as emprêsas abrangidas por êste artigopoderão deduzir a importância correspondente a 50% do valor das aplicações que façam em planos de habitaçãodestinados à casa própria de seus empregados, da contribuição prevista neste artigo.

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§ 5° Os planos a que se refere o parágrafo anterior dependem de prévia aprovação e execução, controlada peloBNH, diretamente ou por delegação.

§ 6º Não estão obrigados ao recolhimento da contribuição prevista neste artigo as instituições de educação e deassistência social, amparadas pela Lei nº 3.193, de 4 de julho de 1957, e Lei nº 3.577, de 4 de julho de 1959, bem comopelo Decreto número 1.117, de 1º de junho de 1962. (Incluído pela Lei nº 5.127, de 1966)

Art. 23. A emissão de licença para construção de prédios residenciais de custo de construção superior a 500 vêzeso maior salário-mínimo do país, considerado êsse custo para cada unidade residencial, seja em prédio individual, sejaem edifícios de apartamentos ou vilas, será precedida da subscrição, pelo proprietário, promitente comprador oupromitente cessionário do respectivo terreno, de Letras Imobiliárias emitidas pelo BNH.

§ 1° O montante dessa subscrição será de 5% sôbre o valor da construção, quando êste estiver entre os limites dequinhentos e mil e quinhentas vêzes aquêle salário-mínimo, e de mais 10% sôbre o que exceder a mil e quinhentasvêzes.

§ 2° As letras imobiliárias referidas neste artigo terão as características referidas no artigo 45 desta Lei.§ 3° As autoridades municipais, ao examinarem projetos de construção de habitações nas condições referidas

neste artigo, verificarão se a subscrição nêle criada corresponde ao custo da construção fixado pelo profissionalresponsável pela obra à base de preços unitários então vigente e, com fundamento nesse custo exigirão prova dasubscrição prevista neste artigo. Antes da concessão do "habite-se" deverá o construtor prestar nova declaração docusto efetivo do prédio sujeita a verificação do Poder Público, e se fôr apurado excesso sôbre a previsão inicial, antesda concessão do "habite-se", o titular do imóvel fará prova de ter sido feita a subscrição relativa ao excesso de custo.

§ 4° Só poderão gozar dos benefícios e vantagens previstos na presente lei os municípios que obedecerem aodisposto neste artigo.

Art. 23. A construção de prédios residenciais, cujo custo seja superior a 850 vêzes o maior salário-mínimo vigenteno País, considerado êsse custo para cada unidade residencial, seja em prédio individual, seja em edifícios deapartamentos ou vilas, fica sujeita ao pagamento de uma subscrição pelo proprietário, promitente comprador oupromitente cessionário do respectivo terreno, de letras imobiliárias emitidas pelo Banco Nacional de Habitação, com ascaracterísticas do art. 45 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 4.864, de 1965).

§ 1º O montante dessa subscrição será de 5% (cinco por cento) sôbre o valor da construção, quando esta estiverentre os limites de 850 e 1.150 vêzes o maior salário-mínimo vigente no País à época da concessão do respectivo"habite-se" e de 10% (dez por cento) sôbre a que exceder de tal limite. (Redação dada pela Lei nº 4.864, de1965).

§ 2º As autoridades municipais, antes de concederem o "habite-se" para os prédios residenciais, exigirão doconstrutor uma declaração do seu custo efetivo e, quando fôr o caso, do proprietário comprovação de cumprimento dodisposto no presente artigo. (Redação dada pela Lei nº 4.864, de 1965).

§ 3º Só poderão gozar dos benefícios e vantagens previstos na presente Lei os municípios que obedecerem aodisposto neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 4.864, de 1965).

Art. 24. O Banco Nacional da Habitação poderá operar em:

I - prestação de garantia em financiamento obtido, no país ou no exterior, pelas entidades integrantes do sistemafinanceiro da habitação destinados a execução de projetos de habitação de interêsse social;

II - carteira de seguro dos créditos resultantes da venda ou construção de habitação a prazo ou de empréstimospara aquisição ou construção de habitações;

III - carteira de seguro dos depósitos nas entidades integrantes do sistema financeiro da habitação;

IV - carteira de redesconto para assegurar a liquidez do sistema financeiro da habitação;

V - carteira de seguro de vida de renda temporária dos adquirentes, financiados pelo sistema financeiro dahabitação;

VI - carteira de seguro de resgate e pagamento de juros das Letras Imobiliárias emitidas pelas sociedades decrédito imobiliário;

VII - financiamento ou refinanciamento da elaboração ou execução de projetos de construção de conjuntoshabitacionais ...(Vetado) ... instalação e desenvolvimento da indústria ...(Vetado)... de materiais de construção epesquisas tecnológicas;

VIII - refinanciamento parcial dos créditos concedidos pelas sociedades de crédito imobiliário.

§ 1° O Banco Nacional da Habitação sòmente operará ...(Vetado)... para aplicação dos recursos disponíveis,depois de asseguradas as reservas técnicas necessárias às operações referidas nos incisos I a VI, inclusive.

§ 2° Os recursos disponíveis do Banco Nacional da Habitação serão mantidos em depósito no Banco do BrasilS.A. ...(Vetado).

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§ 3° Dos recursos recolhidos ao Banco Nacional da Habitação, serão destinadas anualmente as verbasnecessárias ao custeio das atividades do Serviço Federal da Habitação e Urbanismo ...(Vetado).

Art. 25. O capital do Banco Nacional de Habitação pertencerá integralmente à União Federal.

Parágrafo único. O capital inicial do Banco Nacional da Habitação será de Cr$1 bilhão de cruzeiros.

Art. 26. O Poder Executivo transferirá, dentro de um ano, para o patrimônio do Banco Nacional da Habitação,terrenos de propriedade da União Federal que não sejam necessários aos serviços públicos federais ou que possam servendidos, para realizar recursos líquidos destinados ao aumento do Capital do Banco, desde que se prestem àconstrução de conjuntos residenciais de interêsse social.

§ 1° O Banco poderá igualmente receber dos Governos Estaduais, Municipais e particulares ou de entidades dedireito privado, êstes sob a forma de doações, terras ou terrenos rurais ou urbanos, apropriados para a construção deimóveis.

§ 2° No caso de doações previstas no parágrafo anterior nenhum ônus recairá sôbre o doador de terras ou terrenosrecebidos pelo Banco.

Art. 27. O Banco Nacional da Habitação será administrado por um Conselho de Administração e uma Diretoria,cujos membros serão nomeados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal.

§ 1° O Conselho de Administração será composto de:

a) o Presidente do Banco Nacional da Habitação, como seu Presidente, e com voto de qualidade;

b) de seis a nove Conselheiros, com mandato de 3 anos cada um;

c) os Diretores do Banco.

§ 2° A Diretoria será composta de:

a) o Presidente do Banco Nacional da Habitação, demissível ad nutum;

b) o Diretor-Superintendente com mandato de 4 anos;

c) dois a cinco Diretores com mandato de 4 anos.

Art. 28. Os membros da Diretoria e três dos membros do Conselho de Administração serão escolhidos dentrecidadãos de reconhecida idoneidade moral e comprovada capacidade em assuntos econômico-financeiros, sendo doisoutros membros do Conselho de Administração escolhidos dentre os especialistas, respectivamente, em assuntos desaúde pública, de previdência social, e o sexto, o Superintendente do Serviço Federal de Habitação e Urbanismo.

§ 1° (Vetado).

§ 2° Os Conselheiros serão anualmente renovados pelo têrço e na composição inicial, 1/3 terá mandato de um ano,1/3 mandato de dois anos e 1/3 mandato de três anos.

§ 3° Na composição inicial da Diretoria, metade dos diretores terá mandato de dois anos.

Art. 29. Compete ao Conselho de Administração:

I - organizar e modificar o regimento interno do Banco, que será aprovado por ato do Ministro da Fazenda;

II - decidir sôbre a orientação geral das operações do Banco;

III - exercer as atribuições normativas do Banco, como órgão da orientação, disciplina e contrôle do sistemafinanceiro da habitação;

IV - aprovar os orçamentos de custeio, recursos e aplicações do Banco e as normas gerais a serem observadasnos seus serviços;

V - distribuir os serviços do Banco entre os Diretores, observado o disposto nesta Lei;

VI - criar ou extingüir cargo e funções, fixando os respectivos vencimentos e vantagens, mediante proposta doDiretor-Superintendente, bem como dirimir dúvidas quanto aos direitos, vantagens e deveres dos servidores, podendoainda baixar o Regulamento do Pessoal do Banco;

VII - examinar e aprovar os balancetes e balanços do Banco, financeiros e patrimoniais;

VIII - escolher substitutos no caso de vaga ou impedimento dos Diretores, até que o Presidente da República ofaça em caráter efetivo;

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IX - examinar e dar parecer sôbre a prestação anual das contas do Banco;

X - deliberar sôbre os assuntos que lhe forem submetidos pela Diretoria.

Art. 30. Compete à Diretoria:

I - decidir sôbre todos os assuntos da direção executiva do Banco, de acôrdo com o seu Regimento Interno;

II - aprovar as operações do Banco, que excedam os limites fixados pelo Regimento Interno para cada Diretor.

Art. 31. Compete ao Presidente do Banco:

I - representar o Banco em suas relações com terceiros em juízo ou fora dêle, sem prejuízo do disposto no artigo29;

II - convocar extraordinàriamente o Conselho e a Diretoria, sempre que necessário;

III - enviar ao Tribunal de Contas, até 31 de janeiro de cada ano, as contas dos administradores do Banco relativasao exercício anterior, para os fins do artigo 77, II, da Constituição;

IV - enviar ao Tribunal de Contas, até 31 de janeiro de cada ano as contas gerais do Banco relativas ao exercícioanterior.

Art. 32. Compete ao Diretor-Superintendente:

I - substituir o Presidente nos seus impedimentos ocasionais, sem prejuízo do exercício normal de suas funções;

II - administrar e dirigir os negócios ordinários do Banco decidindo das operações que se contiverem no limite dasua competência, de acôrdo com o Regimento Interno;

III - outorgar e aceitar escrituras, ou assinar contratos, conjuntamente com o Presidente ou outro Diretor;

IV - designar, conjuntamente com o Presidente, procuradores com poderes especiais, agentes ou representantesdo Banco;

V - praticar os atos referentes à administração do pessoal, podendo delegar poderes, salvo quando se tratar denomeação, promoção ou demissão;

VI - superintender e coordenar os serviços dos diferentes setôres do Banco e zelar pelo fiel cumprimento dasdeliberações do Conselho de Administração e da Diretoria;

VII - prover, interinamente, até que o Presidente da República o faça em caráter efetivo, as vagas dos membros doConselho de Administração, cuja substituição não esteja prevista no Regulamento do Banco.

Art. 33. Os Diretores referidos no artigo 27, § 2°, alínea c terão as atribuições que forem determinadas noRegimento Interno.

Art. 34. O pessoal contratado pelo Banco será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho e legislaçãocomplementar e admitido mediante concurso de provas ou de provas e títulos.

§ 1° Poderão ser requisitados pelo Banco servidores dos quadros do serviço público federal, das autarquiasfederais, ou de sociedades de economia mista, controladas pelo Govêrno Federal.

§ 2° (Vetado).

CAPÍTULO V

Das Sociedades de Crédito Imobiliário

Art. 35. As Sociedades de crédito imobiliário são instituições de crédito especializado, dependem de autorização doBanco Nacional da Habitação para funcionar, e estão sujeitas a permanente fiscalização do Govêrno Federal, através doreferido Banco e da Superintendência da Moeda e do Crédito.

§ 1° As sociedades de crédito imobiliário se organizarão sob a forma anônima de ações nominativas, observandonos atos de sua constituição todos os dispositivos legais aplicáveis, mas só poderão dar início às suas atividades apóspublicação, no Diário Oficial da União, da autorização do Banco Nacional da Habitação.

§ 2° As sociedades de crédito imobiliário serão constituídas com o capital mínimo de 100 milhões de cruzeiros emmoeda corrente, na forma da legislação que rege as sociedades anônimas, mas a emissão de autorização parafuncionar dependerá da integralização mínima de 50%, mediante débito do BNH.

§ 3° O limite mínimo referido no parágrafo anterior será anualmente atualizado, com base nos índices de que trata oartigo 5°, § 1°.

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Art. 36. A autorização para funcionar será concedida por tempo indeterminado, enquanto a sociedade observar asdisposições legais e regulamentares em vigor.

§ 1° Sòmente poderão ser membros dos órgãos da administração e do Conselho Fiscal das sociedades de créditoimobiliário, pessoas de reconhecida idoneidade moral e comercial, sendo que dois diretores deverão comprovarcapacidade financeira e técnica.

§ 2° Os diretores sòmente poderão ser investidos nos seus cargos depois da aprovação pelo Banco Nacional daHabitação, à vista das provas exigidas pela SUMOC para investimento de diretores de estabelecimento bancário emgeral.

§ 3° A responsabilidade dos administradores de sociedade de crédito imobiliário é a mesma prevista na lei para osdiretores de bancos.

§ 4° A expressão "crédito imobiliário", constará obrigatòriamente da denominação das sociedades referidas nesteartigo.

§ 5° As sociedades de crédito imobiliário enviarão para publicação até o 10° dia de cada mês, no Diário Oficial doestado onde funcionarem, os balancetes mensais.

Art. 37. Ficarão sujeitos à prévia aprovação do Banco Nacional da Habitação:

I - as alterações dos estatutos sociais das sociedades de crédito imobiliário;

II - a abertura de agências ou escritórios das referidas sociedades;

III - a cessação de operações da matriz ou das dependências das referidas sociedades.

Art. 38. Os pedidos de autorização para funcionamento, alteração estatutária, abertura ou fechamento de agênciasou dependências e aprovação de administradores deverão ser decididos pelo Banco Nacional da Habitação, dentro de120 dias da sua apresentação e das decisões do Banco caberá recurso voluntário para o Ministro da Fazenda.

Parágrafo único. O regulamento discriminará a documentação a ser apresentada, com os requerimentos referidosneste artigo, podendo o Banco Nacional da Habitação fazer as exigências que considerar de interêsse para a apreciaçãodo pedido e fixar prazo razoável para o seu atendimento.

Art. 39. As sociedades de crédito imobiliário sómente poderão operar em financiamentos para construção, venda ouaquisição de habitações, mediante:

I - abertura de crédito a favor de empresários que promovam projetos de construção de habitações para venda aprazo;

II - abertura de crédito para a compra ou construção de casa própria com liquidação a prazo de crédito utilizado;

III - desconto, mediante cessão de direitos de receber a prazo o preço da construção ou venda de habitações;

IV - outras modalidades de operações autorizadas pelo Banco Nacional da Habitação.

§ 1° Cada sociedade de crédito imobiliário sòmente poderá operar com imóveis situados na área geográfica para aqual fôr autorizada a funcionar.

§ 2° As sociedades de crédito imobiliário não poderão operar em compra e venda ou construção de imóveis, salvopara liquidação de bens que tenham recebido em pagamento dos seus créditos ou no caso dos imóveis necessários ainstalação de seus serviços.

§ 3° Nas suas operações as sociedades de crédito imobiliário observarão as normas desta lei e as expedidas peloBanco Nacional da Habitação, com relação aos limites do valor unitário, prazo, condições de pagamento, juros,garantias, seguro, ágio e deságios na colocação de Letras Imobiliárias e diversificação de aplicações.

§ 4° As disponibilidades das sociedades de crédito imobiliário serão mantidas em depósito no Banco Nacional daHabitação, no Banco do Brasil S.A., nos demais bancos oficiais da União e dos Estados e nas Caixas Econômicas ...(Vetado).

Art. 40. As sociedades de crédito imobiliário não poderão:

a) receber depósitos de terceiros que não sejam proprietários de ações nominativas, a não ser nas condições e noslimites autorizados pelo Banco Nacional da Habitação;

b) tomar empréstimos em moeda nacional ou estrangeira, a não ser nas condições mínimas de prazo e nos limitesmáximos, em relação ao capital e reservas, estabelecidos pelo Banco Nacional da Habitação;

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c) emitir Letras Imobiliárias em valor superior aos limites máximos aprovados pelo Banco Nacional da Habitaçãoem relação ao capital e reservas e ao montante dos créditos em carteira;

d) admitir a movimentação de suas contas por meio de cheques contra ela girados ou emitir cheques na forma doDecreto n. 24.777, de 14 de junho de 1934;

e) possuir participação em outras emprêsas.

§ 1° O Banco Nacional da Habitação fixará o limite de recursos de terceiros que as sociedades poderão receber,até o máximo de 15 vêzes os recursos próprios.

§ 2° O Banco Nacional da Habitação fixará também os limites mínimos de prazo dos vencimentos dos recursos deterceiros recebidos pela sociedade em relação aos prazos de suas aplicações.

Art. 41. O Banco Nacional de Habitação e a SUMOC manterão fiscalização permanente e ampla das Sociedadesde Crédito Imobiliário podendo para isso, a qualquer tempo, examinar livros de registros, papéis e documentação dequalquer natureza, atos e contratos.

§ 1° As sociedades são obrigadas a prestar tôda e qualquer informação que lhes fôr solicitada pelo Banco Nacionalda Habitação ou pela SUMOC.

§ 2° A recusa, a criação de embaraços, a divulgação ou fornecimento de informações falsas sôbre as operações eas condições financeiras da sociedade serão punidas na forma da lei.

§ 3° O Banco Nacional da Habitação e a SUMOC manterão sigilo com relação a documentos e informações que associedades de crédito imobiliário lhe fornecerem.

Art. 42. As sociedades de crédito imobiliário são obrigadas a observar o plano de contas e as normas decontabilização aprovadas pelo Banco Nacional da Habitação, bem como a divulgar, em seus relatórios semestrais, asinformações mínimas exigidas pelo Banco Nacional da Habitação, quanto às suas condições financeiras.

§ 1° As sociedades de crédito imobiliário são obrigadas a enviar ao Banco Nacional de Habilitação, até o último diado mês seguinte, cópia do balancete do mês anterior, do balanço semestral e da demonstração de lucros e perdas, bemcomo prova de envio para publicação das atas de assembléias gerais, dentro de 30 dias da realização destas.

§ 2° O BNH poderá exigir quando a seu critério, considerar necessário, que Sociedades de Crédito Imobiliário sesujeitem à auditoria externa por emprêsas especializadas por êle aprovadas.

§ 3° As sociedades de crédito imobiliário mencionarão em sua publicidade os respectivos capitais realizados, suasreservas e o total de recursos mutuados aplicados, constantes de seu último balancete mensal.

Art. 43. A infração dos preceitos legais ou regulamentares sujeitará a sociedade às seguintes penalidades:

a) multas, até 5% do capital social e das reservas especificadas, para cada infração de dispositivos da presentelei;

b) suspensão da autorização para funcionar pelo prazo de 6 meses;

c) cassação da autorização para funcionar.

§ 1° As multas serão impostas pelo Banco Nacional da Habitação após a apuração em processo cujas normasserão expedidas pelo Ministério da Fazenda, assegurada às sociedades ampla defesa.

§ 2° Da suspensão ou cassação de funcionamento caberá recurso, com efeito suspensivo, para o Ministro daFazenda.

CAPÍTULO VI

Letras Imobiliárias

Art. 44. O Banco Nacional da Habitação e as sociedades de crédito imobiliário poderão colocar no mercado decapitais "letras imobiliárias" de sua emissão. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de2015) (Vigência)

§ 1° A letra imobiliária é promessa de pagamento e quando emitida pelo Banco Nacional da Habitação serágarantida pela União Federal. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

§ 2° As letras imobiliárias emitidas por sociedades de crédito imobiliário terão preferência sôbre os bens do ativo dasociedade emitente em relação a quaisquer outros créditos contra a sociedade, inclusive os de natureza fiscal ouparafiscal. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

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§ 3° Às Sociedades de Crédito Imobiliário é vedado emitir debêntures ou obrigações ao portador, salvo LetrasImobiliárias. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

§ 4° As letras imobiliárias emitidas por sociedades de crédito imobiliário poderão ser garantidas com a coobrigaçãode outras emprêsas privadas. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

Art. 45. O certificado ou título de letra imobiliária deve conter as seguintes declarações lançadas no seu contexto: (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pelaMedida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

a) a denominação "letra imobiliária" e a referência à presente lei; (Revogado pela Medida Provisória nº 656,de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogadopela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

b) a denominação do emitente, sua sede, capital e reserva, total dos recursos de terceiros e de aplicações; (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela MedidaProvisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

c) o valor nominal por referência à Unidade Padrão de Capital do Banco Nacional da Habitação (artigo 52); (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela MedidaProvisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

d) a data do vencimento, a taxa de juros e a época do seu pagamento; (Revogado pela Medida Provisórianº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

e) o número de ordem bem como o livro, fôlha e número da inscrição no Livro de Registro do emitente; (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela MedidaProvisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

f) a assinatura do próprio punho do representante ou representantes legais do emitente; (Revogado pela MedidaProvisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

g) o nome da pessoa a quem deverá ser paga no caso de letra nominativa. (Revogado pela MedidaProvisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

Parágrafo único. O titular da letra imobiliária terá ação executiva para a cobrança do respectivo principal e juros. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pelaMedida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

Art. 46. O Banco Nacional da Habitação e as sociedades de crédito imobiliário manterão obrigatòriamente um "Livrode Registro de Letras Imobiliárias Nominativas", no qual serão inscritas as Letras nominativas e averbadas astransferências e constituição de direitos sôbre as mesmas (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pelaLei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

Parágrafo único. O Livro de Registro de Letras Imobiliárias nominativas das sociedades de crédito imobiliário seráautenticado no Banco Nacional da Habitação e o seu modêlo e escrituração obedecerão às normas fixadas pelo mesmoBanco. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogadopela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

Art. 47. As Letras Imobiliárias poderão ser ao portador ou nominativas, transferindo-se as primeiras por simplestradição e as nominativas: (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

a) pela averbação do nome do adquirente no Livro de Registro e no próprio certificado efetuada pelo emitente oupela emissão de nôvo certificado em nome do adquirente, inscrito no Livro de Registro; (Revogado pela MedidaProvisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

b) mediante endôsso em prêto no próprio título, datado e assinado pelo endossante. (Revogado pela MedidaProvisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

§ 1° Aquêle que pedir a averbação da letra em favor de terceiro ou a emissão de nôvo certificado em nome dêssedeverá provar perante o emitente sua identidade e o poder de dispor da letra. (Revogado pela Medida Provisórianº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

§ 2° O adquirente que pediu a averbação da transferência ou a emissão de nôvo certificado deve apresentar aoemitente da letra o instrumento da aquisição, que será por êste arquivado. (Revogado pela Medida Provisória nº656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

§ 3° A transferência mediante endôsso não terá eficácia perante o emitente enquanto não fôr feita a averbação noLivro de Registro e no próprio título, mas o endossatário que demonstrar ser possuidor do título com base em série-contínua de endossos, tem direito a obter a averbação da transferência, ou a emissão de nôvo título em seu nome ou nonome que indicar. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

Art. 48. Os direitos constituídos sôbre as letras imobiliárias nominativas só produzem efeitos perante o emitentedepois de anotadas no Livro de Registro. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº

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Parágrafo único. As letras poderão, entretanto, ser dadas em penhor ou mandato mediante endôsso, com aexpressa indicação da finalidade e, a requerimento do credor pignoratício ou do titular da letra, o seu emitente averbará openhor no Livro de Registro. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

Art. 49. O emitente da letra fiscalizará, por ocasião da averbação ou substituição, a regularidade das transferênciasou onerações da letra. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

§ 1° As dúvidas suscitadas entre o emitente e o titular da letra ou qualquer interessado, a respeito das inscriçõesou averbações previstas nos artigos anteriores, serão dirimidas pelo juiz competente para solucionar as dúvidaslevantadas pelos oficiais dos Registros Públicos, excetuadas as questões atinentes à substância do direito. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela MedidaProvisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

§ 2° A autenticidade do endôsso não poderá ser posta em dúvida pelo emitente da letra, quando atestada porcorretor de fundos públicos, Cartório de Ofício de Notas ou abonada por Banco. (Revogado pela MedidaProvisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

§ 3° Nas vendas judiciais, o emitente averbará a carta de arrematação como instrumento de transferência. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela MedidaProvisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

§ 4° Nas transferências feitas por procurador, ou representante legal do cedente, o emitente fiscalizará aregularidade da representação e arquivará o respectivo instrumento. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogadopela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

Art. 50. No caso de perda ou extravio do certificado da Letra Imobiliária nominativa, cabe ao respectivo titular, ouaos seus sucessores requerer a expedição de outra via ...(Vetado) (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014). (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Leinº 13.137, de 2015) (Vigência)

Art. 51. As letras imobiliárias serão cotadas nas bôlsas de valôres. (Revogado pela Medida Provisória nº 656,de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

Art. 52. A fim de manter a uniformidade do valor unitário em moeda corrente e das condições de reajustamento dasletras em circulação, tôdas as letras imobiliárias emitidas pelo Banco Nacional da Habitação e pelas sociedades decrédito imobiliário terão valor nominal correspondente à Unidade Padrão de Capital do referido Banco, permitida aemissão de títulos múltiplos dessa Unidade. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Leinº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de2015) (Vigência)

§ 1° Unidade-Padrão de Capital do Banco Nacional da Habitação corresponderá a dez mil cruzeiros, com o poderaquisitivo do cruzeiro em fevereiro de 1964. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de2015) (Vigência)

§ 2° O valor em cruzeiros corrente da Unidade-Padrão de Capital será reajustado tôda vez que o salário-mínimolegal fôr alterado, com base no índice geral de preços referidos no artigo 5°, parágrafo 1° desta lei.

§ 2º O valor em cruzeiros correntes da Unidade-Padrão do capital será reajustado semestralmente, com base nosíndices do Conselho Nacional de Economia, referidos no art. 5º, § 1º, desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 4.864,de 1965). (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogadopela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

§ 3° Os reajustamentos serão feitos 60 dias depois da entrada em vigor de cada alteração do salário-mínimo apósa vigência desta lei, na proporção da variação do índice referido no parágrafo anterior:

a) desde fevereiro de 1964 até o mês de entrada em vigor da primeira alteração do salário-mínimo, após a datadesta lei;

b) entre os meses de duas alterações sucessivas do nível de salário-mínimo, nos reajustamentos subseqüentes aoprimeiro, após a vigência desta lei.

§ 3º Os reajustamentos entrarão em vigor 60 (sessenta) dias após a publicação dos índices referidos no parágrafoanterior. (Redação dada pela Lei nº 4.864, de 1965) (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº13.137, de 2015) (Vigência)

§ 4° O valor nominal da letra imobiliária, para efeitos de liquidação do seu principal e cálculo dos juros devidos,será o do valor reajustado da Unidade-Padrão de Capital no momento do vencimento ou pagamento do principal ou juros,no caso do título simples, ou êsse valor multiplicado pelo número de Unidades-Padrão de Capital a que correspondem aletra, no caso de título múltiplo. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

§ 5° Das letras imobiliárias devem constar, obrigatòriamente, as condições de resgate quando seu vencimentoocorrer entre duas alterações sucessivas do valor de Unidade-Padrão de Capital, as quais poderão incluir correçãomonetária do saldo devedor, a partir da última alteração da Unidade-Padrão até a data do resgate. (Revogado pela

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Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668,de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

Art. 53. As letras imobiliárias vencerão o juro de, no máximo 8% (oito por cento) ao ano, e não poderão ter prazo deresgate inferior a 2 (dois) anos. (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência)

CAPÍTULO VII

Do Serviço Federal de Habitação e Urbanismo

Art. 54. A Fundação da Casa Popular, criada pelo Decreto-lei n. 9.218, de 1° de maio de 1946, passa a constituircom o seu patrimônio, revogada a legislação que lhe concerne, o "Serviço Federal de Habitação e Urbanismo", entidadeautárquica ...(Vetado).

§ 1° O Serviço Federal de Habitação e Urbanismo será dirigido por um Superintendente ..... (Vetado).

§ 2° O Superintendente, de notória competência em matéria de habitação e urbanismo, será nomeado ...(Vetado)...pelo Conselho de Administração do Banco Nacional de Habitação.

§ 3° (Vetado).

§ 4° Ficam extintos o Conselho Central, o Conselho Técnico e a Junta de Contrôle da Fundação da Casa Popular.

§ 5° Os servidores do Serviço Nacional de Habitação e Urbanismo serão admitidos no regime da legislaçãotrabalhista ...(Vetado).

§ 6° (Vetado).

§ 6º - Os servidores da atual Fundação da Casa Popular serão aproveitados no Serviço Nacional de Habitação eUrbanismo ou em outros serviços de igual regime. (Parte mantida pelo Congresso Nacional)

Art. 55. O Serviço Federal de Habitação e Urbanismo terá as seguintes atribuições:

a) promover pesquisas e estudos relativos ao deficit habitacional, aspectos do planejamento físico, técnico e sócio-econômico da habitação;

b) promover, coordenar e prestar assistência técnica a programas regionais e municipais de habitação de interêssesocial, os quais deverão necessàriamente ser acompanhados de programas educativos e de desenvolvimento eorganização de comunidade;

c) fomentar o desenvolvimento da indústria de construção, através de pesquisas e assistência técnica,estimulando a iniciativa regional e local;

d) incentivar o aproveitamento de mão-de-obra e dos materiais característicos de cada região;

e) estimular a organização de fundações, cooperativas, mútuas e outras formas associativas em programashabitacionais, propiciando-lhes assistência técnica;

f) incentivar a investigação tecnológica, a formação de técnicos, em qualquer nível, relacionadas com habitação eurbanismo;

g) prestar assistência técnica aos Estados e Municípios na elaboração dos planos diretores, bem como noplanejamento da desapropriação por interêsse social, de áreas urbanas adequadas a construção de conjuntoshabitacionais;

h) promover, em colaboração com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a realização de estatísticassôbre a habitação no país;

i) (Vetado);

j) prestar assistência técnica aos Estados, aos Municípios e às emprêsas do país para constituição, organização eimplantação de entidades de caráter público, de economia mista ou privadas, que terão por objetivo promover aexecução de planos habitacionais ou financiá-los, inclusive assistí-los para se candidatarem aos empréstimos do BancoNacional da Habitação ou das sociedades de crédito imobiliário;

l) prestar assistência técnica na elaboração de planos de emergência, intervindo na normalização de situaçõesprovocadas por calamidades públicas;

m) estabelecer normas técnicas para a elaboração de Planos Diretores, de acôrdo com as peculiaridades dasdiversas regiões do país;

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n) assistir aos municípios na elaboração ou adaptação de seus Planos Diretores às normas técnicas a que serefere o item anterior.

§ 1° Os municípios que não tiverem códigos de obras adaptados às normas técnicas do Serviço Federal deHabitação e Urbanismo ou que aprovarem projetos e planos habitacionais em desacôrdo com as mesmas normas, nãopoderão receber recursos provenientes de entidades governamentais, destinados a programas de habitação eurbanismo.

§ 2° (Vetado).

Art. 56. A organização administrativa do Serviço Federal de Habitação e Urbanismo será estabelecida em decreto,devendo ser prevista a sua descentralização regional.

Parágrafo único. (Vetado).

CAPÍTULO VIII

Disposições Gerais e Transitórias

Art. 57. Não constitui rendimento tributável, para efeitos do impôsto de renda, o reajustamento monetário: (Revogado pelo Decreto-Lei nº 1.338, de 1974).

a) do saldo devedor de contratos imobiliários corrigidos nos têrmos dos artigos 5° e 6° desta lei;b) do saldo devedor de empréstimos contraídos ou dos depósitos recebidos nos têrmos desta lei, pelas entidades

integrantes do sistema financeiro da habitação;c) do valor nominal das letras imobiliária.

Art. 58. Ficam isentos do Impôsto de Renda, até 31 de dezembro de 1970, os lucros e rendimentos auferidos pelaspessoas físicas ou jurídicas, resultantes de operações de construção e primeira transação, inclusive alienação elocação, relativos aos prédios residenciais que vierem a ser construídos no Distrito Federal, cujo valor não ultrapasse 60(sessenta) vêzes o salário-mínimo da região.

Parágrafo único. Ficam igualmente isentos os mesmos imóveis, pelo mesmo prazo, dos impostos de transmissão,"causa mortis" e "inter vivos" relativos à primeira transferência de propriedade.

Art. 59. São isentos de impôsto de sêlo:

a) a emissão, colocação, transferência, cessão, endôsso, inscrição ou averbação de letras imobiliárias;

b) os atos e contratos, de qualquer natureza, entre as entidades que integram o sistema financeiro da habitação;

c) os contratos de que participem entidades integrantes do sistema financeiro da habitação, e que tenham porobjeto habitações de menos de 50 metros quadrados, não incluídas as partes comuns, se fôr o caso, e de valor inferiora 60 vêzes o maior salário-mínimo legal vigente no país;

d) os contratos de construção, venda, ou promessa de venda a prazo, promessa de cessão e hipoteca, dehabitações que satisfaçam aos requisitos da alínea anterior.

Art. 60. A aplicação da presente lei, pelo seu sentido social, far-se-á de modo a que sejam simplificados todos osprocesso e métodos pertinentes às respectivas transações, objetivando principalmente:

I - o maior rendimento dos serviços e a segurança e rapidez na tramitação dos processos e papéis;

II - economia de tempo e de emolumentos devidos aos Cartórios;

III - simplificação das escrituras e dos critérios para efeito do Registro de Imóveis.

Art. 61. Para plena consecução do disposto no artigo anterior, as escrituras deverão consignar exclusivamente ascláusulas, têrmos ou condições variáveis ou específicas.

§ 1° As cláusulas legais, regulamentares, regimentais ou, ainda, quaisquer normas administrativas ou técnicas e,portanto, comuns a todos os mutuários não figurarão expressamente nas respectivas escrituras.

§ 2° As escrituras, no entanto, consignarão obrigatòriamente que as partes contratantes adotam e secomprometem a cumprir as cláusulas, têrmos e condições a que se refere o parágrafo anterior, sempre transcritas,verbum ad verbum, no respectivo Cartório ou Ofício, mencionado inclusive o número do Livro e das fôlhas docompetente registro.

§ 3° Aos mutuários, ao receberem os respectivos traslados de escritura, será obrigatòriamente entregue cópia,impressa ou mimeografada, autenticada, do contrato padrão constante das cláusulas, têrmos e condições referidas noparágrafo 1° dêste artigo.

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§ 4° Os Cartórios de Registro de Imóveis, obrigatòriamente, para os devidos efeitos legais e jurídicos, receberão,autenticadamente, das pessoas jurídicas mencionadas na presente Lei, o instrumento a que se refere o parágrafoanterior, tudo de modo a facilitar os competentes registros.

§ 5º Os contratos de que forem parte o Banco Nacional de Habitação ou entidades que integrem o SistemaFinanceiro da Habitação, bem como as operações efetuadas por determinação da presente Lei, poderão ser celebradospor instrumento particular, os quais poderão ser impressos, não se aplicando aos mesmos as disposições do art. 134, II,do Código Civil, atribuindo-se o caráter de escritura pública, para todos os fins de direito, aos contratos particularesfirmados pelas entidades acima citados até a data da publicação desta Lei. (Incluído pela Lei nº 5.049, de 1966).

§ 6º Os contratos de que trata o parágrafo anterior serão obrigatòriamente rubricados por tôdas as partes em tôdasas suas fôlhas. (Incluído pela Lei nº 5.049, de 1966).

§ 7º Todos os contratos, públicos ou particulares, serão obrigatòriamente transcritos no Cartório de Registro deImóveis competente, dentro do prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data de sua assinatura, devendo tal obrigaçãofigurar como cláusula contratual. (Incluído pela Lei nº 5.049, de 1966).

Art. 62. Os oficiais do Registro de Imóveis inscreverão obrigatòriamente, os contratos de promessa de venda,promessa de cessão ou de hipoteca celebrados de acôrdo com a presente Lei, declarando expressamente que osvalôres dêles constantes são meramente estimativos, estando sujeitos os saldos devedores, assim como as prestaçõesmensais, às correções do valor, determinadas nesta Lei.

§ 1° Mediante simples requerimento, firmado por ambas as partes contratantes, os Oficiais do Registro de Imóveisaverbarão, à margem das respectivas inscrições, as correções de valôres determinados por esta Lei, com indicação donôvo valor do preço ou da dívida e do saldo respectivo, bem como da nova prestação contratual.

§ 2° Se o promitente comprador, promitente cessionário ou mutuário se recusar a assinar o requerimento deaverbação das correções verificadas, ficará, não obstante, obrigado ao pagamento da nova prestação, podendo aentidade financiadora, se lhe convier, rescindir o contrato, com notificação prévia no prazo de 90 dias.

Art. 63. Os órgãos da administração federal, centralizada ou descentralizada ficam autorizados a firmar acôrdos ouconvênios com as entidades estaduais e municipais, buscando sempre a plena execução da presente Lei e o máximode cooperação inter-administrativa.

Art. 64. O Banco Nacional da Habitação poderá promover desapropriações por utilidade pública ou por interêssesocial.

Art. 65. A partir da data da vigência desta Lei as Carteiras Imobiliárias dos Institutos de Aposentadoria e Pensõesnão poderão iniciar novas operações imobiliárias e seus segurados passarão a ser atendidos de conformidade com êstediploma legal.

§ 1° Os Institutos de Aposentadoria e Pensões efetuarão, no prazo máximo de doze meses, a venda dos seusconjuntos e unidades residenciais em consonância com sistema financeiro da habitação de que trata esta Lei, de acôrdocom as instruções expedidas, no prazo de noventa dias, conjuntamente pelo Serviço Federal de Habitação e oDepartamento Nacional da Previdência Social.

§ 1º - Institutos de Aposentadoria e Pensões, as Autarquias em geral, as Fundações e as Sociedades deEconomia Mista, inclusive a Petrobrás S.A e o Banco do Brasil S.A., efetuarão, no prazo máximo de 12 (doze) meses, avenda de seus conjuntos e unidades residenciais, em consonância com o Sistema Financeiro da Habitação de que trataesta Lei, de acôrdo com as instruções expedidas, no prazo de 90 (noventa) dias, conjuntamente, pelo Banco Nacionalde Habitação e Departamento Nacional da Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº 5.049, de 1996).

§ 2° Os recursos provenientes da alienação a que se refere o parágrafo anterior serão obrigatòriamente aplicadosem Letras Imobiliárias emitidas pelo BNH, de prazo de vencimento não inferior a 10 (dez) anos.

§ 2º Os recursos provenientes da alienação de que trata o parágrafo anterior serão aplicados na aquisição ouconstrução de imóveis destinados à instalação de órgãos do Instituto. (Redação dada pela Lei nº 5.455, de1968)

§ 3° Os órgãos referidos no parágrafo 1°, bem como o IPASE, as autarquias em geral ...(Vetado)... e asSociedades de Economia Mista, excluído o Banco do Brasil, que possuam unidades residenciais ...(Vetado)...conjuntamente com a Caixa Econômica Federal ...(Vetado)... submeterão à aprovação do Presidente da República, porintermédio do Ministro do Planejamento, no prazo de 90 dias, sugestões e normas em consonância com o sistemafinanceiro da habitação referentes à alienação das unidades residenciais de sua propriedade ...(Vetado).

§ 3º Não sendo oportuna a aplicação prevista no parágrafo anterior, os recursos serão aplicados em LetrasImobiliárias, cuja liquidação se fará em 24 (vinte e quatro) parcelas mensais consecutivas, para a aquisição ouconstrução de edifícios-sede. (Incluído pela Lei nº 5.455, de 1968)

§ 4º - Os órgãos referidos no § 1º dêste artigo que possuam unidades residenciais em Brasília, conjuntamente coma Caixa Econômica Federal de Brasília, submeterão à aprovação do Presidente da República, por intermédio do Ministro

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do Planejamento e Coordenação Econômica, no prazo de 90 (noventa) dias, sugestões e normas, em consonância como sistema Financeiro da Habitação, referentes à sua alienação. (Redação dada pela Lei nº 5.049, de1996). (Renumerado pela Lei nº 5.455, de 1968)

§ 5° Os órgãos de que trata o parágrafo anterior, celebrarão convênio com a Caixa Econômica Federal de Brasília,incumbindo-a da alienação, aos respectivos ocupantes, dos imóveis residenciais que possuírem no Distrito Federal,devendo o produto da operação constituir fundo rotativo destinado a novos investimentos em construções residenciaisem Brasília, assegurado às entidades convenientes rateio financeiro anual, que lhes permita a retirada de valôrescorrespondentes no mínimo, a cinqüenta por cento (50%) da renda líquida atual, efetivamente realizada, com a locaçãode tais imóveis. (Renumerado pela Lei nº 5.455, de 1968)

§ 6° Os imóveis residenciais que deixarem de ser alienados aos ocupantes, por desinterêsse ou impossibilidadelegal dos mesmos, serão objeto de aquisição pela União que poderá para resgatá-los, solicitar a abertura de créditoespecial, dar em pagamento imóveis não necessários aos seus serviços ou ações de sua propriedade em emprêsas deeconomia mista, mantida, nesta hipótese, a situação majoritária da União. (Renumerado pela Lei nº 5.455, de1968)

§ 7° A administração dos imóveis adquiridos pela União, na forma do parágrafo anterior, será feita pelo Serviço doPatrimônio da União. (Renumerado pela Lei nº 5.455, de 1968)

§ 8° Realizadas as operações previstas no parágrafo primeiro, extingüir-se-ão as Carteiras Imobiliárias dosIAPs. (Renumerado pela Lei nº 5.455, de 1968)

§ 9° Os atuais inquilinos ou ocupantes de imóveis residenciais dos IAPs e, sucessivamente, os seus contribuintes,êstes inscritos e classificados de acôrdo com a legislação vigente, terão preferência no atendimento pelos órgãosestatais integrantes do sistema financeiro da habitação (Renumerado pela Lei nº 5.455, de 1968)

Art. 66. O Ministro do Planejamento adotará as medidas necessárias para a criação de um Fundo de AssistênciaHabitacional objetivando o financiamento às populações de renda insuficiente, destinando-lhes recursos próprios.

Art. 67. O Banco Nacional da Habitação e o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo deverão publicarmensalmente a relação dos servidores admitidos ao seu serviço, a qualquer título, no mês anterior à publicação.

Art. 68. O Poder Executivo baixará os regulamentos necessários à execução desta Lei, inclusive os relativos àextinção dos órgãos federais que vêm exercendo funções e atividades que possam ser por elas reguladas, podendoincorporar serviços, órgãos e departamentos, dispondo sôbre a situação dos respectivos servidores e objetivando oenquadramento dos órgãos federais que integram o sistema financeiro da habitação.

Parágrafo único. Dentro do prazo de noventa (90) dias, o Poder Executivo baixará os atos necessários à adaptaçãodo funcionamento das Caixas Econômicas Federais, Caixas Militares e IPASE aos dispositivos desta Lei.

Art. 69. O contrato de promessa de cessão de direitos relativos a imóveis não loteados, sem cláusula dearrependimento e com emissão de posse, uma vez inscrita no Registro Geral de Imóveis, atribui ao promitentecessionário direito real oponível a terceiro e confere direito a obtenção compulsória da escritura definitiva de cessão,aplicando-se, neste caso, no que couber, o disposto no artigo 16 do Decreto-lei n. 58, de 10 de dezembro de 1937, e noartigo 346 do Código do Processo Civil.

Parágrafo único. O disposto neste artigo se aplica aos contratos em via de execução compulsória, em qualquerinstância.

Art. 70. Fica assegurada às Caixas Econômicas Federais, na forma em que o Poder Executivo regulamentar,dentro do prazo previsto no parágrafo único do artigo 68, a exploração da Loteria Federal.

Parágrafo único. Setenta por cento da renda líquida da exploração da Loteria Federal destinar-se-ão à construçãode habitações de valor unitário inferior a 60 vêzes o maior salário-mínimo vigente no País. (Revogado peloDecreto-lei nº 204, de 1967)

Art. 71. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir, pelo Ministério da Fazenda, crédito especial no montante deCr$1 bilhão, com vigência durante três anos, destinado à integralização gradativa do capital do Banco Nacional daHabitação.

Art. 72. Esta lei entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 21 de agosto de 1964; 143º da Independência e 76º da República.

H. CASTELLO BRANCOMilton CamposErneto de Mello BaptistaArthur da Costa e SilvaVasvo da CunhaOctavio Gouveia de Bulhões

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20/10/2016 L4380

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4380.htm 20/21

Juarez TávoraHugo de Almeida LemeFlávio Suplicy de LacerdaArnaldo SusselcindNelson Lavenére WanderleyRaynundo de BritoMauro ThibauDaniel FaracoRoberto CamposOsvaldo Cordeiro de Farias

Este texto não substitui o publicado no DOU de 11.9.1964

*

LEI Nº 4.380, DE 21 DE AGOSTO DE 1964.

Partes mantidas pelo Congresso Nacional, após vetopresidencial, do Projeto que se transformou na Lei nº 4.380, de21 de agosto de 1964, que institui a correção monetária noscontratos imobiliários de interesse social, o sistema financeiropara aquisição da casa própria, cria o Banco Nacional daHabitação (BNH), as sociedades de crédito imobiliário, asletras imobiliárias, o Serviço Federal de Habitação eUrbanismo e dá outras providências

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional manteve e eu promulgo, nos termos doparágrafo 3º, do Artigo 70, da Constituição Federal, a seguinte Lei:

Art. 4º. .....................................................................................................

.................................................................................................................

V - a construção da moradia para a população rural.

Art. 54. ...................................................................................................

..............................................................................................................

§ 6º. Os servidores da atual Fundação da Casa Popular serão aproveitados no Serviço Nacional de Habitação eurbanisbo ou em outros servições de igual regime.

Brasília, 29 de setembro de 1964; 143º da Indenpendência e 76º da República.

H CASTELLO BRANCO

Este texto não substitui o publicado no DOU de 30.9.1964 e retificado em 12.10.1964

*

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20/10/2016 L6313

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6313.htm 1/2

Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 6.313, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1975.

Dispõe sobre títulos de crédito à exportação e dá outrasprovidências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinteLei:

Art 1º As operações de financiamento à exportação ou à produção de bens para exportação, bem como àsatividades de apoio e complementação integrantes e fundamentais da exportação, realizadas por instituiçõesfinanceiras, poderão ser representadas por Cédula Crédito à Exportação e por Nota de Crédito à Exportação comcaracterísticas idênticas, respectivamente, à Cédula de Crédito Industrial e à Nota de Crédito Industrial, instituídas peloDecreto-lei nº 413, de 9 de janeiro de 1969.

Parágrafo único. A Cédula de Crédito à Exportação e a Nota de Crédito à Exportação poderão ser emitidas porpessoas físicas e jurídicas, que se dediquem a qualquer das atividades referidas neste artigo.

Art 2º Os financiamentos efetuados por meio de Cédula de Crédito à Exportação e da Nota de Crédito àExportação ficarão isentos do imposto sobre operações financeiras de que trata a Lei nº 5.143, de 20 de outubro de1966. (Restabelece incentivos pela Lei nº 8.402, de 1992)

Art 3º Serão aplicáveis à Cédula de Crédito à Exportação, respectivamente, os dispositivos do Decreto-lei número413, de 9 de janeiro de 1969, referente à Cédula de Crédito Industrial e à Nota de Crédito Industrial. (Extinto pela Lei nº8.522, de 1992)

Art 4º O registro da Cédula de Crédito à Exportação será feito no mesmo livro e observados os requisitosaplicáveis à Cédula Industrial.

Art 5º A Cédula de Crédito à Exportação e a Nota de Crédito à Exportação obedecerão aos modelos anexos aoDecreto-Lei nº 413, de 9 de janeiro de 1969, respeitada, porém, em cada caso, a respectiva denominação.

Art 6º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 16 de dezembro de 1975; 154º da Independência e 87º da República.

ERNESTO GEISEL Mário Henrique Simonsen

Este texto não substitui o publicado no DOU de 17.12.1975

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20/10/2016 LEI 6.840

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1980-1988/L6840.htm 1/1

Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 6.840, DE 03 NOVEMBRO DE 1980.

Dispõe sobre títulos de crédito comercial e dá outrasprovidências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono aseguinte Lei:

Art. 1º As operações de empréstimo concedidas por instituições financeiras a pessoa física ou jurídica que sededique a atividade comercial ou de prestação de serviços poderão ser representadas por Cédula de Crédito Comerciale por nota de Crédito Comercial.

Art. 2º A aplicação de crédito decorrente da operação de que trata o artigo anterior poderá ser ajustada emorçamento assinado pelo financiado e autenticado pela instituição financeira, dele devendo constar expressamentequalquer alteração que convencionarem.

Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, far-se-á, na cédula, menção do orçamento, que a ela ficará vinculado.

Art. 3º Para os efeitos desta Lei, será dispensada a descrição a que se refere o inciso V do artigo 14 do Decreto-leinº 413, de 9 de janeiro de 1969, quando a garantia se constituir através de penhor de títulos de crédito, hipótese em quese estabelecerá apenas o valor global.

Art. 4º A não identificação dos bens objeto da alienação fiduciária cedular não retira a eficácia da garantia, queincidirá sobre outros de mesmo gênero, quantidade e qualidade.

Art. 5º Aplicam-se à Cédula de Crédito Comercial e à Nota de Crédito Comercial as normas do Decreto-lei nº 413,de 9 de janeiro 1969, inclusive quanto aos modelos anexos àquele diploma, respeitadas, em cada caso, a respectivadenominação e as disposições desta Lei.

Art. 6º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, em 3 de novembro de 1980; 159º da Independência e 92º da República.

JOÃO FIGUEIREDOErnane Galvêas

João Camilo Penna

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 4.11.1980

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20/10/2016 L7684

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7684.htm 1/2

Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 7.684, DE 2 DE DEZEMBRO DE 1988.

Conversão da Medida Provisória nº 16, de 1988 Estabelece as condições para emissão de Letras Hipotecárias.

Faço saber que o PRESIDENTE DA REPÚBLICA adotou a Medida Provisória nº 16, de 1988, que o CongressoNacional aprovou, e eu, Humberto Lucena, Presidente do Senado Federal, para os efeitos do disposto no parágrafo únicodo art. 62 da Constituição Federal, promulgo a seguinte Lei:

Art. 1º As Instituições Financeiras, autorizadas a conceder créditos hipotecários, poderão sacar,independentemente de tradição efetiva, letras da mesma espécie, garantidas por créditos hipotecários, conferindo aosseus tomadores direito de crédito pelo valor nominal, atualização monetária e juros nelas estipulados.

§ 1º A letra hipotecária poderá ser emitida sob a forma nominativa, endossável ou ao portador.

§ 2º O certificado da letra conterá as seguintes declarações:

a) o nome da instituição financeira emitente e as assinaturas de seus representantes;

b) o número de ordem, o local e a data de emissão;

c) a denominação "Letra Hipotecária";

d) o valor nominal e a data de vencimentos;

e) a forma, a periodicidade e o local de pagamento do principal, da atualização monetária e dos juros;

f) os juros, que poderão ser fixos ou flutuantes;

g) a identificação dos créditos hipotecários caucionados e seu valor;

h) a denominação ao portador ou o nome do titular, se nominativa, e a declaração de que a letra é transferível porendosso, se endossável.

§ 3º A critério do credor poderá ser dispensada a emissão de certificado, ficando registrada sob a forma escrituralda instituição emissora.

Art. 2º As letras hipotecárias poderão contar com garantia fidejussória adicional de instituição financeira.

Art. 3º A letra hipotecária poderá ser garantida por um ou mais créditos hipotecários, mas a soma do principal dasletras hipotecárias emitidas pela instituição financeira não excederá, em hipótese algumas, o valor total dos créditoshipotecários em poder dessa instituição.

§ 1º A letra hipotecária não poderá ter prazo de vencimento superior ao prazo dos créditos hipotecários que lheservem de garantia.

§ 2º O crédito hipotecário caucionado poderá ser substituído por outro crédito da mesma natureza, por iniciativado emissor, no caso de liquidação ou vencimento antecipados, ou por solicitação do credor da letra.

Art. 4º O endossante da letra hipotecária responderá pela veracidade do título, mas contra ele não será admitidodireito de cobrança regressiva.

Art. 5º O Banco Central do Brasil estabelecerá o prazo mínimo a ser observado pelas instituições financeiras pararesgate de letras hipotecárias e poderá determinar que sua emissão seja exclusiva dos integrantes do SistemaFinanceiro da Habitação, bem como estará autorizado a baixar normas necessárias ao cumprimento do disposto nestaLei.

Art. 6º Consideram-se válidos, para os fins desta Lei, os atos praticados durante a vigência do Decreto-Lei nº2.478, de 27 de setembro de 1988, mantidos os efeitos deles decorrentes.

Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 8º Ficam revogados os artigos 25 a 30 do Decreto-Lei nº 2.287, de 23 de julho de 1986, e as disposições emcontrário.

Senado Federal, 2 de dezembro de 1988; 167º da Independência e 100º da República.

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20/10/2016 L8929

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8929.htm 1/4

Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 8.929, DE 22 DE AGOSTO DE 1994.

RegulamentoInstitui a Cédula de Produto Rural, e dá outrasprovidências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º Fica instituída a Cédula de Produto Rural (CPR), representativa de promessa de entrega de produtos rurais,com ou sem garantia cedularmente constituída.

Art. 2º Têm legitimação para emitir CPR o produtor rural e suas associações, inclusive cooperativas.

Art. 3º A CPR conterá os seguintes requisitos, lançados em seu contexto:

I - denominação "Cédula de Produto Rural";

II - data da entrega;

III - nome do credor e cláusula à ordem;

IV - promessa pura e simples de entregar o produto, sua indicação e as especificações de qualidade e quantidade;

V - local e condições da entrega;

VI - descrição dos bens cedularmente vinculados em garantia;

VII - data e lugar da emissão;

VIII - assinatura do emitente.

§ 1º Sem caráter de requisito essencial, a CPR poderá conter outras cláusulas lançadas em seu contexto, asquais poderão constar de documento à parte, com a assinatura do emitente, fazendo-se, na cédula, menção a essacircunstância.

§ 2º A descrição dos bens vinculados em garantia pode ser feita em documento à parte, assinado pelo emitente,fazendo-se, na cédula, menção a essa circunstância.

§ 3º A descrição do bem será feita de modo simplificado e, quando for o caso, este será identificado pela suanumeração própria, e pelos números de registro ou matrícula no registro oficial competente, dispensada, no caso deimóveis, a indicação das respectivas confrontações.

Art. 4º A CPR é título líquido e certo, exigível pela quantidade e qualidade de produto nela previsto.Parágrafoúnico. O cumprimento parcial da obrigação de entrega será anotado, sucessivamente, no verso da cédula, tornando-seexigível apenas o saldo.

Art. 4o-A. Fica permitida a liquidação financeira da CPR de que trata esta Lei, desde que observadas as seguintes

condições: (Incluído pela Lei nº 10.200, de 2001)

I - que seja explicitado, em seu corpo, os referenciais necessários à clara identificação do preço ou do índice depreços a ser utilizado no resgate do título, a instituição responsável por sua apuração ou divulgação, a praça ou omercado de formação do preço e o nome do índice; (Incluído pela Lei nº 10.200, de 2001)

II - que os indicadores de preço de que trata o inciso anterior sejam apurados por instituições idôneas e decredibilidade junto às partes contratantes, tenham divulgação periódica, preferencialmente diária, e ampla divulgação oufacilidade de acesso, de forma a estarem facilmente disponíveis para as partes contratantes; (Incluído pela Lei nº10.200, de 2001)

III - que seja caracterizada por seu nome, seguido da expressão "financeira". (Incluído pela Lei nº 10.200, de2001)

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20/10/2016 L8929

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8929.htm 2/4

§ 1o A CPR com liquidação financeira é um título líquido e certo, exigível, na data de seu vencimento, peloresultado da multiplicação do preço, apurado segundo os critérios previstos neste artigo, pela quantidade do produtoespecificado. (Incluído pela Lei nº 10.200, de 2001)

§ 2o Para cobrança da CPR com liquidação financeira, cabe ação de execução por quantia certa. (Incluído pelaLei nº 10.200, de 2001)

Art. 5º A garantia cedular da obrigação poderá consistir em:

I - hipoteca;

II - penhor;

III - alienação fiduciária.

Art. 6º Podem ser objeto de hipoteca cedular imóveis rurais e urbanos.

Parágrafo único. Aplicam-se à hipoteca cedular os preceitos da legislação sobre hipoteca, no que não colidiremcom esta lei.

Art. 7º Podem ser objeto de penhor cedular, nas condições desta lei, os bens suscetíveis de penhor rural e depenhor mercantil, bem como os bens suscetíveis de penhor cedular.

§ 1º Salvo se tratar de títulos de crédito, os bens apenhados continuam na posse imediata do emitente ou doterceiro prestador da garantia, que responde por sua guarda e conservação como fiel depositário.

§ 2º Cuidando-se de penhor constituído por terceiro, o emitente da cédula responderá solidariamente com oempenhador pela guarda e conservação dos bens.

§ 3º Aplicam-se ao penhor constituído por CPR, conforme o caso, os preceitos da legislação sobre penhor,inclusive o mercantil, o rural e o constituído por meio de cédulas, no que não colidirem com os desta lei.

Art. 8º A não identificação dos bens objeto de alienação fiduciária não retira a eficácia da garantia, que poderáincidir sobre outros do mesmo gênero, qualidade e quantidade, de propriedade do garante.

Art. 9º A CPR poderá ser aditada, ratificada e retificada por aditivos, que a integram, datados e assinados peloemitente e pelo credor, fazendo-se, na cédula, menção a essa circunstância.

Art. 10. Aplicam-se à CPR, no que forem cabíveis, as normas de direito cambial, com as seguintes modificações:

I - os endossos devem ser completos;

II - os endossantes não respondem pela entrega do produto, mas, tão-somente, pela existência da obrigação;

III - é dispensado o protesto cambial para assegurar o direito de regresso contra avalistas.

Art. 11. Além de responder pela evicção, não pode o emitente da CPR invocar em seu benefício o caso fortuito oude força maior.

Art. 12. A CPR, para ter eficácia contra terceiros, inscreve-se no Cartório de Registro de Imóveis do domicílio do

emitente.

§ 1º Em caso de hipoteca e penhor, a CPR deverá também ser averbada na matrícula do imóvel hipotecado e noCartório de localização dos bens apenhados.

§ 2º A inscrição ou averbação da CPR ou dos respectivos aditivos serão efetuadas no prazo de três dias úteis, acontar da apresentação do título, sob pena de responsabilidade funcional do oficial encarregado de promover os atosnecessários.

§ 3o Para efeito de registro em cartório, a cobrança de emolumentos e custas das CPR será regida de acordocom as normas aplicáveis à Cédula de Crédito Rural. (Incluído pela Lei nº 10.200, de 2001)

Art. 13. A entrega do produto antes da data prevista na cédula depende da anuência do credor.

Art. 14. A CPR poderá ser considerada vencida na hipótese de inadimplemento de qualquer das obrigações doemitente.

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20/10/2016 L8929

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8929.htm 3/4

Art. 15. Para cobrança da CPR, cabe a ação de execução para entrega de coisa incerta.

Art. 16. A busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, promovida pelo credor, não elide posteriorexecução, inclusive da hipoteca e do penhor constituído na mesma cédula, para satisfação do crédito remanescente.

Parágrafo único. No caso a que se refere o presente artigo, o credor tem direito ao desentranhamento do título,após efetuada a busca e apreensão, para instruir a cobrança do saldo devedor em ação própria.

Art. 17. Pratica crime de estelionato aquele que fizer declarações falsas ou inexatas acerca de bens oferecidos emgarantia da CPR, inclusive omitir declaração de já estarem eles sujeitos a outros ônus ou responsabilidade de qualquerespécie, até mesmo de natureza fiscal.

Art. 18. Os bens vinculados à CPR não serão penhorados ou seqüestrados por outras dívidas do emitente ou doterceiro prestador da garantia real, cumprindo a qualquer deles denunciar a existência da cédula às autoridadesincumbidas da diligência, ou a quem a determinou, sob pena de responderem pelos prejuízos resultantes de suaomissão.

Art. 19. A CPR poderá ser negociada nos mercados de bolsas e de balcão.

§ 1º O registro da CPR em sistema de registro e de liquidação financeira, administrado por entidade autorizadapelo Banco Central do Brasil, é condição indispensável para a negociação referida neste artigo.

§ 2º Nas ocorrências da negociação referida neste artigo, a CPR será considerada ativo financeiro e não haveráincidência do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários.

§ 3o A CPR registrada em sistema de registro e de liquidação financeira de ativos autorizado pelo Banco Central doBrasil terá as seguintes características: (Incluído pela Lei nº 11.076, de 2004)

I - será cartular antes do seu registro e após a sua baixa e escritural ou eletrônica enquanto permanecer registradaem sistema de registro e de liquidação financeira; (Incluído pela Lei nº 11.076, de 2004)

II - os negócios ocorridos durante o período em que a CPR estiver registrada em sistema de registro e deliquidação financeira não serão transcritos no verso dos títulos; (Incluído pela Lei nº 11.076, de 2004)

III - a entidade registradora é responsável pela manutenção do registro da cadeia de negócios ocorridos no períodoem que os títulos estiverem registrados. (Incluído pela Lei nº 11.076, de 2004)

§ 4o Na hipótese de contar com garantia de instituição financeira ou seguradora, a CPR poderá ser emitida emfavor do garantidor, devendo o emitente entregá-la a este, por meio de endosso-mandato com poderes para negociá-la,custodiá-la, registrá-la em sistema de registro e liquidação financeira de ativos autorizado pelo Banco Central do Brasil eendossá-la ao credor informado pelo sistema de registro. (Incluído pela Lei nº 11.076, de 2004)

Art. 20. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de agosto de 1994; 173º da Independência e 106º da República.

ITAMAR FRANCORubens Ricupero

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 23.8.1994.

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20/10/2016 L10931

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.931.htm 1/24

Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 10.931, DE 02 DE AGOSTO DE 2004.

Dispõe sobre o patrimônio de afetação de incorporaçõesimobiliárias, Letra de Crédito Imobiliário, Cédula de CréditoImobiliário, Cédula de Crédito Bancário, altera o Decreto-Lei

no 911, de 1o de outubro de 1969, as Leis no 4.591, de 16

de dezembro de 1964, no 4.728, de 14 de julho de 1965, e

no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, e dá outrasprovidências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO IDO REGIME ESPECIAL TRIBUTÁRIO DO PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO

Art. 1o Fica instituído o regime especial de tributação aplicável às incorporações imobiliárias, em caráter opcional eirretratável enquanto perdurarem direitos de crédito ou obrigações do incorporador junto aos adquirentes dos imóveis quecompõem a incorporação.

Art. 2o A opção pelo regime especial de tributação de que trata o art. 1o será efetivada quando atendidos osseguintes requisitos:

I - entrega do termo de opção ao regime especial de tributação na unidade competente da Secretaria da ReceitaFederal, conforme regulamentação a ser estabelecida; e

II - afetação do terreno e das acessões objeto da incorporação imobiliária, conforme disposto nos arts. 31-A a 31-E

da Lei no 4.591, de 16 de dezembro de 1964.

Art. 3o O terreno e as acessões objeto da incorporação imobiliária sujeitas ao regime especial de tributação, bemcomo os demais bens e direitos a ela vinculados, não responderão por dívidas tributárias da incorporadora relativas aoImposto de Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ, à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, à Contribuiçãopara o Financiamento da Seguridade Social - COFINS e à Contribuição para os Programas de Integração Social e de

Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP, exceto aquelas calculadas na forma do art. 4o sobre asreceitas auferidas no âmbito da respectiva incorporação.

Parágrafo único. O patrimônio da incorporadora responderá pelas dívidas tributárias da incorporação afetada.

Art. 4o Para cada incorporação submetida ao regime especial de tributação, a incorporadora ficará sujeita aopagamento equivalente a sete por cento da receita mensal recebida, o qual corresponderá ao pagamento mensalunificado dos seguintes impostos e contribuições:

Art. 4o Para cada incorporação submetida ao regime especial de tributação, a incorporadora ficará sujeita aopagamento equivalente a seis por cento da receita mensal recebida, o qual corresponderá ao pagamento mensalunificado dos seguintes impostos e contribuições: (Redação dada pela Medida Provisória nº 460, de 2009) Art. 4o Para cada incorporação submetida ao regime especial de tributação, a incorporadora ficará sujeita aopagamento equivalente a 6% (seis por cento) da receita mensal recebida, o qual corresponderá ao pagamento mensalunificado dos seguintes impostos e contribuições: (Redação dada pela Lei nº 12.024, de 2009) Art. 4º Para cada incorporação submetida ao regime especial de tributação, a incorporadora ficará sujeita aopagamento equivalente a quatro por cento da receita mensal recebida, o qual corresponderá ao pagamento mensalunificado do seguinte imposto e contribuições: (Redação dada pela Medida Provisória nº 601, de 2012) (Produçãode efeito) (Vigência encerrada)

Art. 4o Para cada incorporação submetida ao regime especial de tributação, a incorporadora ficará sujeita aopagamento equivalente a 6% (seis por cento) da receita mensal recebida, o qual corresponderá ao pagamento mensalunificado dos seguintes impostos e contribuições: (Redação dada pela Lei nº 12.024, de 2009) (Vide MP 601, de 2012,vigência encerrada)

Art. 4o Para cada incorporação submetida ao regime especial de tributação, a incorporadora ficará sujeita aopagamento equivalente a 4% (quatro por cento) da receita mensal recebida, o qual corresponderá ao pagamento mensalunificado do seguinte imposto e contribuições: (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) (Produção de efeito)

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20/10/2016 L10931

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.931.htm 2/24

I - Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ;

II - Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público -PIS/PASEP;

III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL; e

IV - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - COFINS.

§ 1o Para fins do disposto no caput, considera-se receita mensal a totalidade das receitas auferidas pelaincorporadora na venda das unidades imobiliárias que compõem a incorporação, bem como as receitas financeiras evariações monetárias decorrentes desta operação.

§ 2o O pagamento dos tributos e contribuições na forma do disposto no caput somente poderá ser compensado,por espécie, com o montante devido pela incorporadora no mesmo período de apuração, até o limite desse montante.

§ 3o A parcela dos tributos, pagos na forma do caput, que não puderem ser compensados nos termos do § 2o seráconsiderada definitiva, não gerando, em qualquer hipótese, direito a restituição ou ressarcimento, bem assim acompensação com o devido em relação a outros tributos da própria ou de outras incorporações ou pela incorporadora emoutros períodos de apuração.

§ 4o A opção pelo regime especial de tributação obriga o contribuinte a fazer o recolhimento dos tributos, na formado caput, a partir do mês da opção.

§ 2o O pagamento dos tributos e contribuições na forma do disposto no caput deste artigo será consideradodefinitivo, não gerando, em qualquer hipótese, direito à restituição ou à compensação com o que for apurado pelaincorporadora. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)

§ 3o As receitas, custos e despesas próprios da incorporação sujeita a tributação na forma deste artigo nãodeverão ser computados na apuração das bases de cálculo dos tributos e contribuições de que trata o caput deste artigodevidos pela incorporadora em virtude de suas outras atividades empresariais, inclusive incorporações não afetadas.(Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)

§ 4o Para fins do disposto no § 3o deste artigo, os custos e despesas indiretos pagos pela incorporadora no mêsserão apropriados a cada incorporação na mesma proporção representada pelos custos diretos próprios da incorporação,em relação ao custo direto total da incorporadora, assim entendido como a soma de todos os custos diretos de todas asincorporações e o de outras atividades exercidas pela incorporadora. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)

§ 5o A opção pelo regime especial de tributação obriga o contribuinte a fazer o recolhimento dos tributos, na formado caput deste artigo, a partir do mês da opção. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

§ 6º Até 31 de dezembro de 2013, para os projetos de incorporação de imóveis residenciais de interesse social,cuja construção tenha sido iniciada a partir de 31 de março de 2009, o percentual correspondente ao pagamentounificado dos tributos de que trata o caput será equivalente a um por cento da receita mensal recebida. (Incluído pelaMedida Provisória nº 460, de 2009)

§ 7o Para efeito do disposto no § 6o consideram-se projetos de incorporação de imóveis de interesse social osdestinados à construção de unidades residenciais de valor comercial de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) no âmbitodo Programa Minha Casa, Minha Vida - PMCMV, de que trata a Medida Provisória nº 459, de 25 de março de 2009.(Incluído pela Medida Provisória nº 460, de 2009)

§ 8o As condições para utilização do benefício de que trata o § 6o serão definidas em regulamento. (Incluído pelaMedida Provisória nº 460, de 2009)

§ 6o Até 31 de dezembro de 2013, para os projetos de incorporação de imóveis residenciais de interesse social,cuja construção tenha sido iniciada ou contratada a partir de 31 de março de 2009, o percentual correspondente aopagamento unificado dos tributos de que trata o caput será equivalente a 1% (um por cento) da receita mensalrecebida. (Incluído pela Lei nº 12.024, de 2009)

§ 7o Para efeito do disposto no § 6o, consideram-se projetos de incorporação de imóveis de interesse social osdestinados à construção de unidades residenciais de valor comercial de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) no âmbito

do Programa Minha Casa, Minha Vida - PMCMV, de que trata a Medida Provisória no 459, de 25 de março de2009. (Incluído pela Lei nº 12.024, de 2009)

§ 6o Até 31 de dezembro de 2014, para os projetos de incorporação de imóveis residenciais de interesse social,cuja construção tenha sido iniciada ou contratada a partir de 31 de março de 2009, o percentual correspondente aopagamento unificado dos tributos de que trata o caput será equivalente a um por cento da receita mensal recebida. (Redação dada pela de Medida Provisória nº 497, de 2010)

§ 7o Para efeito do disposto no § 6o, consideram-se projetos de incorporação de imóveis de interesse social osdestinados à construção de unidades residenciais de valor comercial de até R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais) no

âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida - PMCMV, de que trata a Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009. (Redaçãodada pela de Medida Provisória nº 497, de 2010)

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§ 6o Até 31 de dezembro de 2014, para os projetos de incorporação de imóveis residenciais de interesse social,cuja construção tenha sido iniciada ou contratada a partir de 31 de março de 2009, o percentual correspondente aopagamento unificado dos tributos de que trata o caput será equivalente a 1% (um por cento) da receita mensal recebida.(Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010)

§ 6º Até 31 de dezembro de 2018, para os projetos de incorporação de imóveis residenciais de interesse social,cuja construção tenha sido iniciada ou contratada a partir de 31 de março de 2009, o percentual correspondente aopagamento unificado dos tributos de que trata o caput será equivalente a um por cento da receita mensal recebida.(Redação da pela Medida Provisória nº 656, de 2014)

§ 6o Até 31 de dezembro de 2018, para os projetos de incorporação de imóveis residenciais de interesse social,cuja construção tenha sido iniciada ou contratada a partir de 31 de março de 2009, o percentual correspondente aopagamento unificado dos tributos de que trata o caput será equivalente a 1% (um por cento) da receita mensal recebida. (Redação dada pela Lei nº 13.097, de 2015)

§ 7o Para efeito do disposto no § 6o, consideram-se projetos de incorporação de imóveis de interesse social osdestinados à construção de unidades residenciais de valor comercial de até R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais) noâmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV), de que trata a Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009. (Redaçãodada pela Lei nº 12.350, de 2010)

§ 7o Para efeito do disposto no § 6o, consideram-se projetos de incorporação de imóveis de interesse social osdestinados à construção de unidades residenciais de valor comercial de até R$ 85.000,00 (oitenta e cinco mil reais) noâmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida, de que trata a Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009. (Redação dada pelaMedida Provisória nº 552, de 2011)

§ 7o Para efeito do disposto no § 6o, consideram-se projetos de incorporação de imóveis de interesse social osdestinados à construção de unidades residenciais de valor comercial de até R$ 85.000,00 (oitenta e cinco mil reais) no

âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida, de que trata a Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009. (Redação dada pelaLei nº 12.655, de 2012)

§ 7o Para efeito do disposto no § 6o, consideram-se projetos de incorporação de imóveis de interesse social osdestinados à construção de unidades residenciais de valor de até R$ 100.000,00 (cem mil reais) no âmbito do Programa

Minha Casa, Minha Vida, de que trata a Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009. (Redação dada pela Lei nº 12.767, de2012)

§ 8o As condições para utilização do benefício de que trata o § 6o serão definidas em regulamento. (Incluído pelaLei nº 12.024, de 2009)

Art. 5o O pagamento unificado de impostos e contribuições efetuado na forma do art. 4º deverá ser feito até odécimo dia do mês subseqüente àquele em que houver sido auferida a receita.

Art. 5o O pagamento unificado de impostos e contribuições efetuado na forma do art. 4o deverá ser feito até o 20o

(vigésimo) dia do mês subsequente àquele em que houver sido auferida a receita. (Redação dada pela Lei nº 12.024, de2009)

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, a incorporadora deverá utilizar, no Documento de Arrecadação deReceitas Federais - DARF, o número específico de inscrição da incorporação no Cadastro Nacional das PessoasJurídicas - CNPJ e código de arrecadação próprio.

Art. 6o Os créditos tributários devidos pela incorporadora na forma do disposto no art. 4o não poderão ser objeto deparcelamento.

Art. 7o O incorporador fica obrigado a manter escrituração contábil segregada para cada incorporação submetida aoregime especial de tributação.

Art. 8o Para fins de repartição de receita tributária e do disposto no § 2o do art. 4o, o percentual de sete por cento

de que trata o caput do art. 4o será considerado: I - três por cento como COFINS; II - zero vírgula sessenta e cinco por cento como Contribuição para o PIS/PASEP; III - 2,2% (dois vírgula dois por cento) como IRPJ; e IV - 1,15% (um vírgula quinze por cento) como CSLL.

Art. 8o Para fins de repartição de receita tributária e do disposto no § 2o do art. 4o, o percentual de seis por centode que trata o caput do art. 4o será considerado: (Redação dada pela Medida Provisória nº 460, de 2009)

I - 2,57% (dois inteiros e cinqüenta e sete centésimos por cento) como COFINS; (Redação dada pela MedidaProvisória nº 460, de 2009)

II - 0,56% (cinqüenta e seis centésimos por cento) como Contribuição para o PIS/PASEP; (Redação dada pelaMedida Provisória nº 460, de 2009)

III - 1,89% (um inteiro e oitenta e nove centésimos por cento) como IRPJ; e (Redação dada pela MedidaProvisória nº 460, de 2009)

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IV - 0,98% (noventa e oito centésimos por cento) como CSLL. (Redação dada pela Medida Provisória nº 460, de2009)

Parágrafo único. O percentual de um por cento de que trata o § 6o do art. 4o será considerado para os fins docaput: (Incluído pela Medida Provisória nº 460, de 2009)

I - 0,44% (quarenta e quatro centésimos por cento) como COFINS; (Incluído pela Medida Provisória nº 460, de2009)

II - 0,09% (nove centésimos por cento) como Contribuição para o PIS/PASEP; (Incluído pela Medida Provisória nº460, de 2009)

III - 0,31% (trinta e um centésimos por cento) como IRPJ; e (Incluído pela Medida Provisória nº 460, de 2009)IV - 0,16% (dezesseis centésimos por cento) como CSLL. (Incluído pela Medida Provisória nº 460, de 2009)Art. 8o Para fins de repartição de receita tributária e do disposto no § 2o do art. 4o, o percentual de 6% (seis por

cento) de que trata o caput do art. 4o será considerado: (Redação dada pela Lei nº 12.024, de 2009)I - 2,57% (dois inteiros e cinquenta e sete centésimos por cento) como Cofins; (Redação dada pela Lei nº 12.024,

de 2009)II - 0,56% (cinquenta e seis centésimos por cento) como Contribuição para o PIS/Pasep; (Redação dada pela Lei

nº 12.024, de 2009)III - 1,89% (um inteiro e oitenta e nove centésimos por cento) como IRPJ; e (Redação dada pela Lei nº 12.024, de

2009)IV - 0,98% (noventa e oito centésimos por cento) como CSLL. (Redação dada pela Lei nº 12.024, de 2009)Art. 8º Para fins de repartição de receita tributária e do disposto no § 2º do art. 4º, o percentual de quatro por

cento de que trata o caput do art. 4º será considerado: (Redação dada pela Medida Provisória nº 601, de 2012) (Produção de efeito) (Vigência encerrada)

I - 1,71% (um inteiro e setenta e um centésimos por cento) como Cofins (Redação dada pela MedidaProvisória nº 601, de 2012) (Produção de efeito) (Vigência encerrada)

II - 0,37% (trinta e sete centésimos por cento) como Contribuição para o PIS/Pasep; (Redação dada pelaMedida Provisória nº 601, de 2012) (Produção de efeito) (Vigência encerrada)

III - 1,26% (um inteiro e vinte e seis centésimos por cento) como IRPJ; e (Redação dada pela MedidaProvisória nº 601, de 2012) (Produção de efeito) (Vigência encerrada)

IV - 0,66% (sessenta e seis centésimos por cento) como CSLL. (Redação dada pela Medida Provisória nº 601,de 2012) (Produção de efeito) (Vigência encerrada)

Art. 8o Para fins de repartição de receita tributária e do disposto no § 2o do art. 4o, o percentual de 6% (seis por

cento) de que trata o caput do art. 4o será considerado: (Redação dada pela Lei nº 12.024, de 2009) (Vide MP 601, de2012, vigência encerrada)

I - 2,57% (dois inteiros e cinquenta e sete centésimos por cento) como Cofins; (Redação dada pela Lei nº 12.024,de 2009) (Vide MP 601, de 2012, vigência encerrada)

II - 0,56% (cinquenta e seis centésimos por cento) como Contribuição para o PIS/Pasep; (Redação dada pela Leinº 12.024, de 2009) (Vide MP 601, de 2012, vigência encerrada)

III - 1,89% (um inteiro e oitenta e nove centésimos por cento) como IRPJ; e (Redação dada pela Lei nº 12.024, de2009) (Vide MP 601, de 2012, vigência encerrada)

IV - 0,98% (noventa e oito centésimos por cento) como CSLL. (Redação dada pela Lei nº 12.024, de 2009) (VideMP 601, de 2012, vigência encerrada)

Art. 8o Para fins de repartição de receita tributária e do disposto no § 2o do art. 4o, o percentual de 4% (quatro por

cento) de que trata o caput do art. 4o será considerado: (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) (Produção deefeito)

I - 1,71% (um inteiro e setenta e um centésimos por cento) como Cofins; (Redação dada pela Lei nº 12.844, de2013) (Produção de efeito)

II - 0,37% (trinta e sete centésimos por cento) como Contribuição para o PIS/Pasep; (Redação dada pela Lei nº12.844, de 2013) (Produção de efeito)

III - 1,26% (um inteiro e vinte e seis centésimos por cento) como IRPJ; e (Redação dada pela Lei nº 12.844, de2013) (Produção de efeito)

IV - 0,66% (sessenta e seis centésimos por cento) como CSLL.(Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) (Produção de efeito)

Parágrafo único. O percentual de 1% (um por cento) de que trata o § 6o do art. 4o será considerado para os finsdo caput: (Incluído pela Lei nº 12.024, de 2009)

I - 0,44% (quarenta e quatro centésimos por cento) como Cofins; (Incluído pela Lei nº 12.024, de 2009)

II - 0,09% (nove centésimos por cento) como Contribuição para o PIS/Pasep; (Incluído pela Lei nº 12.024, de2009)

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III - 0,31% (trinta e um centésimos por cento) como IRPJ; e (Incluído pela Lei nº 12.024, de 2009)

IV - 0,16% (dezesseis centésimos por cento) como CSLL. (Incluído pela Lei nº 12.024, de 2009)

Art. 9o Perde eficácia a deliberação pela continuação da obra a que se refere o § 1o do art. 31-F da Lei no 4.591, de1964, bem como os efeitos do regime de afetação instituídos por esta Lei, caso não se verifique o pagamento dasobrigações tributárias, previdenciárias e trabalhistas, vinculadas ao respectivo patrimônio de afetação, cujos fatosgeradores tenham ocorrido até a data da decretação da falência, ou insolvência do incorporador, as quais deverão serpagas pelos adquirentes em até um ano daquela deliberação, ou até a data da concessão do habite-se, se esta ocorrerem prazo inferior.

Art. 10. O disposto no art. 76 da Medida Provisória no 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, não se aplica ao

patrimônio de afetação de incorporações imobiliárias definido pela Lei no 4.591, de 1964.

Art. 11. As contribuições para o PIS/PASEP e para a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas, inclusive por

equiparação, de que trata o art. 31 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995, seguirão o mesmo regime dereconhecimento de receitas previsto na legislação do imposto de renda. (Revogado pela Lei nº 11.196, de 2005)

CAPÍTULO IIDA LETRA DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO

Art. 12. Os bancos comerciais, os bancos múltiplos com carteira de crédito imobiliário, a Caixa EconômicaFederal, as sociedades de crédito imobiliário, as associações de poupança e empréstimo, as companhias hipotecárias edemais espécies de instituições que, para as operações a que se refere este artigo, venham a ser expressamenteautorizadas pelo Banco Central do Brasil, poderão emitir, independentemente de tradição efetiva, Letra de CréditoImobiliário - LCI, lastreada por créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou por alienação fiduciária de coisa imóvel,conferindo aos seus tomadores direito de crédito pelo valor nominal, juros e, se for o caso, atualização monetária nelasestipulados.

§ 1o A LCI será emitida sob a forma nominativa, podendo ser transferível mediante endosso em preto, e conterá:

I - o nome da instituição emitente e as assinaturas de seus representantes;

II - o número de ordem, o local e a data de emissão;

III - a denominação "Letra de Crédito Imobiliário";

IV - o valor nominal e a data de vencimento;

V - a forma, a periodicidade e o local de pagamento do principal, dos juros e, se for o caso, da atualizaçãomonetária;

VI - os juros, fixos ou flutuantes, que poderão ser renegociáveis, a critério das partes;

VII - a identificação dos créditos caucionados e seu valor;

VIII - o nome do titular; e

IX - cláusula à ordem, se endossável.

§ 2o A critério do credor, poderá ser dispensada a emissão de certificado, devendo a LCI sob a forma escritural serregistrada em sistemas de registro e liquidação financeira de títulos privados autorizados pelo Banco Central do Brasil.

Art. 13. A LCI poderá ser atualizada mensalmente por índice de preços, desde que emitida com prazo mínimo detrinta e seis meses.

Parágrafo único. É vedado o pagamento dos valores relativos à atualização monetária apropriados desde aemissão, quando ocorrer o resgate antecipado, total ou parcial, em prazo inferior ao estabelecido neste artigo, da LCIemitida com previsão de atualização mensal por índice de preços.

Art. 14. A LCI poderá contar com garantia fidejussória adicional de instituição financeira.

Art. 15. A LCI poderá ser garantida por um ou mais créditos imobiliários, mas a soma do principal das LCI emitidasnão poderá exceder o valor total dos créditos imobiliários em poder da instituição emitente.

§ 1o A LCI não poderá ter prazo de vencimento superior ao prazo de quaisquer dos créditos imobiliários que lheservem de lastro.

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§ 2o O crédito imobiliário caucionado poderá ser substituído por outro crédito da mesma natureza por iniciativa doemitente da LCI, nos casos de liquidação ou vencimento antecipados do crédito, ou por solicitação justificada do credorda letra.

Art. 16. O endossante da LCI responderá pela veracidade do título, mas contra ele não será admitido direito decobrança regressiva.

Art. 17. O Banco Central do Brasil poderá estabelecer o prazo mínimo e outras condições para emissão e resgatede LCI, observado o disposto no art. 13 desta Lei. Art. 17. O Conselho Monetário Nacional poderá estabelecer o prazo mínimo e outras condições para emissão eresgate de LCI, observado o disposto no art. 13 desta Lei, podendo inclusive diferenciar tais condições de acordo com otipo de indexador adotado contratualmente. (Redação da pela Medida Provisória nº 656, de 2014)

Art. 17. O Conselho Monetário Nacional poderá estabelecer o prazo mínimo e outras condições para emissão eresgate de LCI, observado o disposto no art. 13 desta Lei, podendo inclusive diferenciar tais condições de acordo com otipo de indexador adotado contratualmente. (Redação dada pela Lei nº 13.097, de 2015)

CAPÍTULO IIIDA CÉDULA DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO

Art. 18. É instituída a Cédula de Crédito Imobiliário - CCI para representar créditos imobiliários.

§ 1o A CCI será emitida pelo credor do crédito imobiliário e poderá ser integral, quando representar a totalidade docrédito, ou fracionária, quando representar parte dele, não podendo a soma das CCI fracionárias emitidas em relação acada crédito exceder o valor total do crédito que elas representam.

§ 2o As CCI fracionárias poderão ser emitidas simultaneamente ou não, a qualquer momento antes do vencimentodo crédito que elas representam.

§ 3o A CCI poderá ser emitida com ou sem garantia, real ou fidejussória, sob a forma escritural ou cartular.

§ 4o A emissão da CCI sob a forma escritural far-se-á mediante escritura pública ou instrumento particular,devendo esse instrumento permanecer custodiado em instituição financeira e registrado em sistemas de registro eliquidação financeira de títulos privados autorizados pelo Banco Central do Brasil.

§ 5o Sendo o crédito imobiliário garantido por direito real, a emissão da CCI será averbada no Registro de Imóveisda situação do imóvel, na respectiva matrícula, devendo dela constar, exclusivamente, o número, a série e a instituiçãocustodiante.

§ 6o A averbação da emissão da CCI e o registro da garantia do crédito respectivo, quando solicitadossimultaneamente, serão considerados como ato único para efeito de cobrança de emolumentos.

§ 7o A constrição judicial que recaia sobre crédito representado por CCI será efetuada nos registros da instituiçãocustodiante ou mediante apreensão da respectiva cártula.

§ 8o O credor da CCI deverá ser imediatamente intimado de constrição judicial que recaia sobre a garantia real docrédito imobiliário representado por aquele título.

§ 9o No caso de CCI emitida sob a forma escritural, caberá à instituição custodiante identificar o credor, para o fim

da intimação prevista no § 8o.

Art. 19. A CCI deverá conter:

I - a denominação "Cédula de Crédito Imobiliário", quando emitida cartularmente;

II - o nome, a qualificação e o endereço do credor e do devedor e, no caso de emissão escritural, também o docustodiante;

III - a identificação do imóvel objeto do crédito imobiliário, com a indicação da respectiva matrícula no Registro deImóveis competente e do registro da constituição da garantia, se for o caso;

IV - a modalidade da garantia, se for o caso;

V - o número e a série da cédula;

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VI - o valor do crédito que representa;

VII - a condição de integral ou fracionária e, nessa última hipótese, também a indicação da fração que representa;

VIII - o prazo, a data de vencimento, o valor da prestação total, nela incluídas as parcelas de amortização e juros,as taxas, seguros e demais encargos contratuais de responsabilidade do devedor, a forma de reajuste e o valor dasmultas previstas contratualmente, com a indicação do local de pagamento;

IX - o local e a data da emissão;

X - a assinatura do credor, quando emitida cartularmente;

XI - a autenticação pelo Oficial do Registro de Imóveis competente, no caso de contar com garantia real; e

XII - cláusula à ordem, se endossável.

Art. 20. A CCI é título executivo extrajudicial, exigível pelo valor apurado de acordo com as cláusulas e condiçõespactuadas no contrato que lhe deu origem.

Parágrafo único. O crédito representado pela CCI será exigível mediante ação de execução, ressalvadas ashipóteses em que a lei determine procedimento especial, judicial ou extrajudicial para satisfação do crédito e realizaçãoda garantia.

Art. 21. A emissão e a negociação de CCI independe de autorização do devedor do crédito imobiliário que elarepresenta.

Art. 22. A cessão do crédito representado por CCI poderá ser feita por meio de sistemas de registro e de liquidaçãofinanceira de títulos privados autorizados pelo Banco Central do Brasil.

§ 1o A cessão do crédito representado por CCI implica automática transmissão das respectivas garantias aocessionário, sub-rogando-o em todos os direitos representados pela cédula, ficando o cessionário, no caso de contratode alienação fiduciária, investido na propriedade fiduciária.

§ 2o A cessão de crédito garantido por direito real, quando representado por CCI emitida sob a forma escritural,está dispensada de averbação no Registro de Imóveis, aplicando-se, no que esta Lei não contrarie, o disposto nos arts.

286 e seguintes da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil Brasileiro.

Art. 23. A CCI, objeto de securitização nos termos da Lei no 9.514, de 20 de novembro de 1997, será identificadano respectivo Termo de Securitização de Créditos, mediante indicação do seu valor, número, série e instituiçãocustodiante, dispensada a enunciação das informações já constantes da Cédula ou do seu registro na instituiçãocustodiante.

Parágrafo único. O regime fiduciário de que trata a Seção VI do Capítulo I da Lei no 9.514, de 1997, no caso deemissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários lastreados em créditos representados por CCI, será registrado nainstituição custodiante, mencionando o patrimônio separado a que estão afetados, não se aplicando o disposto noparágrafo único do art. 10 da mencionada Lei.

Art. 24. O resgate da dívida representada pela CCI prova-se com a declaração de quitação, emitida pelo credor, ou,na falta desta, por outros meios admitidos em direito.

Art. 25. É vedada a averbação da emissão de CCI com garantia real quando houver prenotação ou registro dequalquer outro ônus real sobre os direitos imobiliários respectivos, inclusive penhora ou averbação de qualquer mandadoou ação judicial.

CAPÍTULO IVDA CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO

Art. 26. A Cédula de Crédito Bancário é título de crédito emitido, por pessoa física ou jurídica, em favor deinstituição financeira ou de entidade a esta equiparada, representando promessa de pagamento em dinheiro, decorrentede operação de crédito, de qualquer modalidade.

§ 1o A instituição credora deve integrar o Sistema Financeiro Nacional, sendo admitida a emissão da Cédula deCrédito Bancário em favor de instituição domiciliada no exterior, desde que a obrigação esteja sujeita exclusivamente àlei e ao foro brasileiros.

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§ 2o A Cédula de Crédito Bancário em favor de instituição domiciliada no exterior poderá ser emitida em moedaestrangeira.

Art. 27. A Cédula de Crédito Bancário poderá ser emitida, com ou sem garantia, real ou fidejussória, cedularmenteconstituída.

Parágrafo único. A garantia constituída será especificada na Cédula de Crédito Bancário, observadas asdisposições deste Capítulo e, no que não forem com elas conflitantes, as da legislação comum ou especial aplicável.

Art. 28. A Cédula de Crédito Bancário é título executivo extrajudicial e representa dívida em dinheiro, certa, líquidae exigível, seja pela soma nela indicada, seja pelo saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo, ou nos extratos

da conta corrente, elaborados conforme previsto no § 2o.

§ 1o Na Cédula de Crédito Bancário poderão ser pactuados:

I - os juros sobre a dívida, capitalizados ou não, os critérios de sua incidência e, se for o caso, a periodicidade desua capitalização, bem como as despesas e os demais encargos decorrentes da obrigação;

II - os critérios de atualização monetária ou de variação cambial como permitido em lei;

III - os casos de ocorrência de mora e de incidência das multas e penalidades contratuais, bem como as hipótesesde vencimento antecipado da dívida;

IV - os critérios de apuração e de ressarcimento, pelo emitente ou por terceiro garantidor, das despesas decobrança da dívida e dos honorários advocatícios, judiciais ou extrajudiciais, sendo que os honorários advocatíciosextrajudiciais não poderão superar o limite de dez por cento do valor total devido;

V - quando for o caso, a modalidade de garantia da dívida, sua extensão e as hipóteses de substituição de talgarantia;

VI - as obrigações a serem cumpridas pelo credor;

VII - a obrigação do credor de emitir extratos da conta corrente ou planilhas de cálculo da dívida, ou de seu saldo

devedor, de acordo com os critérios estabelecidos na própria Cédula de Crédito Bancário, observado o disposto no § 2o;e

VIII - outras condições de concessão do crédito, suas garantias ou liquidação, obrigações adicionais do emitenteou do terceiro garantidor da obrigação, desde que não contrariem as disposições desta Lei.

§ 2o Sempre que necessário, a apuração do valor exato da obrigação, ou de seu saldo devedor, representado pelaCédula de Crédito Bancário, será feita pelo credor, por meio de planilha de cálculo e, quando for o caso, de extratoemitido pela instituição financeira, em favor da qual a Cédula de Crédito Bancário foi originalmente emitida, documentosesses que integrarão a Cédula, observado que:

I - os cálculos realizados deverão evidenciar de modo claro, preciso e de fácil entendimento e compreensão, ovalor principal da dívida, seus encargos e despesas contratuais devidos, a parcela de juros e os critérios de suaincidência, a parcela de atualização monetária ou cambial, a parcela correspondente a multas e demais penalidadescontratuais, as despesas de cobrança e de honorários advocatícios devidos até a data do cálculo e, por fim, o valor totalda dívida; e

II - a Cédula de Crédito Bancário representativa de dívida oriunda de contrato de abertura de crédito bancário emconta corrente será emitida pelo valor total do crédito posto à disposição do emitente, competindo ao credor, nos termosdeste parágrafo, discriminar nos extratos da conta corrente ou nas planilhas de cálculo, que serão anexados à Cédula,as parcelas utilizadas do crédito aberto, os aumentos do limite do crédito inicialmente concedido, as eventuaisamortizações da dívida e a incidência dos encargos nos vários períodos de utilização do crédito aberto.

§ 3o O credor que, em ação judicial, cobrar o valor do crédito exeqüendo em desacordo com o expresso na Cédulade Crédito Bancário, fica obrigado a pagar ao devedor o dobro do cobrado a maior, que poderá ser compensado naprópria ação, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.

Art. 29. A Cédula de Crédito Bancário deve conter os seguintes requisitos essenciais:

I - a denominação "Cédula de Crédito Bancário";

II - a promessa do emitente de pagar a dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível no seu vencimento ou, no casode dívida oriunda de contrato de abertura de crédito bancário, a promessa do emitente de pagar a dívida em dinheiro,certa, líquida e exigível, correspondente ao crédito utilizado;

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III - a data e o lugar do pagamento da dívida e, no caso de pagamento parcelado, as datas e os valores de cadaprestação, ou os critérios para essa determinação;

IV - o nome da instituição credora, podendo conter cláusula à ordem;

V - a data e o lugar de sua emissão; e

VI - a assinatura do emitente e, se for o caso, do terceiro garantidor da obrigação, ou de seus respectivosmandatários.

§ 1o A Cédula de Crédito Bancário será transferível mediante endosso em preto, ao qual se aplicarão, no quecouberem, as normas do direito cambiário, caso em que o endossatário, mesmo não sendo instituição financeira ouentidade a ela equiparada, poderá exercer todos os direitos por ela conferidos, inclusive cobrar os juros e demaisencargos na forma pactuada na Cédula.

§ 2o A Cédula de Crédito Bancário será emitida por escrito, em tantas vias quantas forem as partes que nelaintervierem, assinadas pelo emitente e pelo terceiro garantidor, se houver, ou por seus respectivos mandatários,devendo cada parte receber uma via.

§ 3o Somente a via do credor será negociável, devendo constar nas demais vias a expressão "não negociável".

§ 4o A Cédula de Crédito Bancário pode ser aditada, retificada e ratificada mediante documento escrito, datado,com os requisitos previstos no caput, passando esse documento a integrar a Cédula para todos os fins.

Art. 30. A constituição de garantia da obrigação representada pela Cédula de Crédito Bancário é disciplinada poresta Lei, sendo aplicáveis as disposições da legislação comum ou especial que não forem com ela conflitantes.

Art. 31. A garantia da Cédula de Crédito Bancário poderá ser fidejussória ou real, neste último caso constituída porbem patrimonial de qualquer espécie, disponível e alienável, móvel ou imóvel, material ou imaterial, presente ou futuro,fungível ou infungível, consumível ou não, cuja titularidade pertença ao próprio emitente ou a terceiro garantidor daobrigação principal.

Art. 32. A constituição da garantia poderá ser feita na própria Cédula de Crédito Bancário ou em documentoseparado, neste caso fazendo-se, na Cédula, menção a tal circunstância.

Art. 33. O bem constitutivo da garantia deverá ser descrito e individualizado de modo que permita sua fácilidentificação.

Parágrafo único. A descrição e individualização do bem constitutivo da garantia poderá ser substituída pelaremissão a documento ou certidão expedida por entidade competente, que integrará a Cédula de Crédito Bancário paratodos os fins.

Art. 34. A garantia da obrigação abrangerá, além do bem principal constitutivo da garantia, todos os seusacessórios, benfeitorias de qualquer espécie, valorizações a qualquer título, frutos e qualquer bem vinculado ao bemprincipal por acessão física, intelectual, industrial ou natural.

§ 1o O credor poderá averbar, no órgão competente para o registro do bem constitutivo da garantia, a existência dequalquer outro bem por ela abrangido.

§ 2o Até a efetiva liquidação da obrigação garantida, os bens abrangidos pela garantia não poderão, sem préviaautorização escrita do credor, ser alterados, retirados, deslocados ou destruídos, nem poderão ter sua destinaçãomodificada, exceto quando a garantia for constituída por semoventes ou por veículos, automotores ou não, e a remoçãoou o deslocamento desses bens for inerente à atividade do emitente da Cédula de Crédito Bancário, ou do terceiroprestador da garantia.

Art. 35. Os bens constitutivos de garantia pignoratícia ou objeto de alienação fiduciária poderão, a critério docredor, permanecer sob a posse direta do emitente ou do terceiro prestador da garantia, nos termos da cláusula deconstituto possessório, caso em que as partes deverão especificar o local em que o bem será guardado e conservadoaté a efetiva liquidação da obrigação garantida.

§ 1o O emitente e, se for o caso, o terceiro prestador da garantia responderão solidariamente pela guarda econservação do bem constitutivo da garantia.

§ 2o Quando a garantia for prestada por pessoa jurídica, esta indicará representantes para responder nos termos do

§ 1o.

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Art. 36. O credor poderá exigir que o bem constitutivo da garantia seja coberto por seguro até a efetiva liquidaçãoda obrigação garantida, em que o credor será indicado como exclusivo beneficiário da apólice securitária e estaráautorizado a receber a indenização para liquidar ou amortizar a obrigação garantida.

Art. 37. Se o bem constitutivo da garantia for desapropriado, ou se for danificado ou perecer por fato imputável aterceiro, o credor sub-rogar-se-á no direito à indenização devida pelo expropriante ou pelo terceiro causador do dano, atéo montante necessário para liquidar ou amortizar a obrigação garantida.

Art. 38. Nos casos previstos nos arts. 36 e 37 desta Lei, facultar-se-á ao credor exigir a substituição da garantia,ou o seu reforço, renunciando ao direito à percepção do valor relativo à indenização.

Art. 39. O credor poderá exigir a substituição ou o reforço da garantia, em caso de perda, deterioração oudiminuição de seu valor.

Parágrafo único. O credor notificará por escrito o emitente e, se for o caso, o terceiro garantidor, para quesubstituam ou reforcem a garantia no prazo de quinze dias, sob pena de vencimento antecipado da dívida garantida.

Art. 40. Nas operações de crédito rotativo, o limite de crédito concedido será recomposto, automaticamente edurante o prazo de vigência da Cédula de Crédito Bancário, sempre que o devedor, não estando em mora ouinadimplente, amortizar ou liquidar a dívida.

Art. 41. A Cédula de Crédito Bancário poderá ser protestada por indicação, desde que o credor apresentedeclaração de posse da sua única via negociável, inclusive no caso de protesto parcial.

Art. 42. A validade e eficácia da Cédula de Crédito Bancário não dependem de registro, mas as garantias reais, porela constituídas, ficam sujeitas, para valer contra terceiros, aos registros ou averbações previstos na legislaçãoaplicável, com as alterações introduzidas por esta Lei.

Art. 43. As instituições financeiras, nas condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, podem emitirtítulo representativo das Cédulas de Crédito Bancário por elas mantidas em depósito, do qual constarão:

I - o local e a data da emissão;

II - o nome e a qualificação do depositante das Cédulas de Crédito Bancário;

III - a denominação "Certificado de Cédulas de Crédito Bancário";

IV - a especificação das cédulas depositadas, o nome dos seus emitentes e o valor, o lugar e a data dopagamento do crédito por elas incorporado;

V - o nome da instituição emitente;

VI - a declaração de que a instituição financeira, na qualidade e com as responsabilidades de depositária emandatária do titular do certificado, promoverá a cobrança das Cédulas de Crédito Bancário, e de que as cédulasdepositadas, assim como o produto da cobrança do seu principal e encargos, somente serão entregues ao titular docertificado, contra apresentação deste;

VII - o lugar da entrega do objeto do depósito; e

VIII - a remuneração devida à instituição financeira pelo depósito das cédulas objeto da emissão do certificado, seconvencionada.

§ 1o A instituição financeira responde pela origem e autenticidade das Cédulas de Crédito Bancário depositadas.

§ 2o Emitido o certificado, as Cédulas de Crédito Bancário e as importâncias recebidas pela instituição financeira atítulo de pagamento do principal e de encargos não poderão ser objeto de penhora, arresto, seqüestro, busca eapreensão, ou qualquer outro embaraço que impeça a sua entrega ao titular do certificado, mas este poderá ser objetode penhora, ou de qualquer medida cautelar por obrigação do seu titular.

§ 3o O certificado poderá ser emitido sob a forma escritural, sendo regido, no que for aplicável, pelo contido nos

arts. 34 e 35 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

§ 4o O certificado poderá ser transferido mediante endosso ou termo de transferência, se escritural, devendo, emqualquer caso, a transferência ser datada e assinada pelo seu titular ou mandatário com poderes especiais e averbadajunto à instituição financeira emitente, no prazo máximo de dois dias.

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§ 5o As despesas e os encargos decorrentes da transferência e averbação do certificado serão suportados peloendossatário ou cessionário, salvo convenção em contrário.

Art. 44. Aplica-se às Cédulas de Crédito Bancário, no que não contrariar o disposto nesta Lei, a legislação cambial,dispensado o protesto para garantir o direito de cobrança contra endossantes, seus avalistas e terceiros garantidores.

Art. 45. Os títulos de crédito e direitos creditórios, representados sob a forma escritural ou física, que tenham sidoobjeto de desconto, poderão ser admitidos a redesconto junto ao Banco Central do Brasil, observando-se as normas einstruções baixadas pelo Conselho Monetário Nacional.

§ 1o Os títulos de crédito e os direitos creditórios de que trata o caput considerar-se-ão transferidos, para fins deredesconto, à propriedade do Banco Central do Brasil, desde que inscritos em termo de tradição eletrônico constante do

Sistema de Informações do Banco Central - SISBACEN, ou, ainda, no termo de tradição previsto no § 1o do art. 5o do

Decreto no 21.499, de 9 de junho de 1932, com a redação dada pelo art. 1o do Decreto no 21.928, de 10 de outubro de1932.

§ 2o Entendem-se inscritos nos termos de tradição referidos no § 1o os títulos de crédito e direitos creditórios nelesrelacionados e descritos, observando-se os requisitos, os critérios e as formas estabelecidas pelo Conselho MonetárioNacional.

§ 3o A inscrição produzirá os mesmos efeitos jurídicos do endosso, somente se aperfeiçoando com o recebimento,pela instituição financeira proponente do redesconto, de mensagem de aceitação do Banco Central do Brasil, ou, nãosendo eletrônico o termo de tradição, após a assinatura das partes.

§ 4o Os títulos de crédito e documentos representativos de direitos creditórios, inscritos nos termos de tradição,poderão, a critério do Banco Central do Brasil, permanecer na posse direta da instituição financeira beneficiária doredesconto, que os guardará e conservará em depósito, devendo proceder, como comissária del credere, à suacobrança judicial ou extrajudicial.

CAPÍTULO VDOS CONTRATOS DE FINANCIAMENTO DE IMÓVEIS

Art. 46. Nos contratos de comercialização de imóveis, de financiamento imobiliário em geral e nos dearrendamento mercantil de imóveis, bem como nos títulos e valores mobiliários por eles originados, com prazo mínimode trinta e seis meses, é admitida estipulação de cláusula de reajuste, com periodicidade mensal, por índices de preçossetoriais ou gerais ou pelo índice de remuneração básica dos depósitos de poupança.

§ 1o É vedado o pagamento dos valores relativos à atualização monetária apropriados nos títulos e valoresmobiliários, quando ocorrer o resgate antecipado, total ou parcial, em prazo inferior ao estabelecido no caput.

§ 2o Os títulos e valores mobiliários a que se refere o caput serão cancelados pelo emitente na hipótese deresgate antecipado em que o prazo a decorrer for inferior a trinta e seis meses.

§ 3o Não se aplica o disposto no § 1o, no caso de quitação ou vencimento antecipados dos créditos imobiliáriosque lastreiem ou tenham originado a emissão dos títulos e valores mobiliários a que se refere o caput.

Art. 47. São nulos de pleno direito quaisquer expedientes que, de forma direta ou indireta, resultem em efeitosequivalentes à redução do prazo mínimo de que trata o caput do art. 46.

Parágrafo único. O Conselho Monetário Nacional poderá disciplinar o disposto neste artigo.

Art. 48. Fica vedada a celebração de contratos com cláusula de equivalência salarial ou de comprometimento derenda, bem como a inclusão de cláusulas desta espécie em contratos já firmados, mantidas, para os contratos firmados

até a data de entrada em vigor da Medida Provisória no 2.223, de 4 de setembro de 2001, as disposições anteriormentevigentes.

Art. 49. No caso do não-pagamento tempestivo, pelo devedor, dos tributos e das taxas condominiais incidentessobre o imóvel objeto do crédito imobiliário respectivo, bem como das parcelas mensais incontroversas de encargosestabelecidos no respectivo contrato e de quaisquer outros encargos que a lei imponha ao proprietário ou ao ocupante deimóvel, poderá o juiz, a requerimento do credor, determinar a cassação de medida liminar, de medida cautelar ou deantecipação dos efeitos da tutela que tenha interferido na eficácia de cláusulas do contrato de crédito imobiliáriocorrespondente ou suspendido encargos dele decorrentes.

Art. 50. Nas ações judiciais que tenham por objeto obrigação decorrente de empréstimo, financiamento oualienação imobiliários, o autor deverá discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas quepretende controverter, quantificando o valor incontroverso, sob pena de inépcia.

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§ 1o O valor incontroverso deverá continuar sendo pago no tempo e modo contratados.

§ 2o A exigibilidade do valor controvertido poderá ser suspensa mediante depósito do montante correspondente, notempo e modo contratados.

§ 3o Em havendo concordância do réu, o autor poderá efetuar o depósito de que trata o § 2o deste artigo, comremuneração e atualização nas mesmas condições aplicadas ao contrato:

I - na própria instituição financeira credora, oficial ou não; ou

II - em instituição financeira indicada pelo credor, oficial ou não, desde que estes tenham pactuado nesse sentido.

§ 4o O juiz poderá dispensar o depósito de que trata o § 2o em caso de relevante razão de direito e risco de danoirreparável ao autor, por decisão fundamentada na qual serão detalhadas as razões jurídicas e fáticas da ilegitimidade dacobrança no caso concreto.

§ 5o É vedada a suspensão liminar da exigibilidade da obrigação principal sob a alegação de compensação comvalores pagos a maior, sem o depósito do valor integral desta.

Art. 51. Sem prejuízo das disposições do Código Civil, as obrigações em geral também poderão ser garantidas,inclusive por terceiros, por cessão fiduciária de direitos creditórios decorrentes de contratos de alienação de imóveis, porcaução de direitos creditórios ou aquisitivos decorrentes de contratos de venda ou promessa de venda de imóveis e poralienação fiduciária de coisa imóvel.

Art. 52. Uma vez protocolizados todos os documentos necessários à averbação ou ao registro dos atos e dos

títulos a que se referem esta Lei e a Lei no 9.514, de 1997, o oficial de Registro de Imóveis procederá ao registro ou àaverbação, dentro do prazo de quinze dias.

CAPÍTULO VIDISPOSIÇÕES FINAIS

Alterações da Lei de Incorporações

Art. 53. O Título II da Lei no 4.591, de 16 de dezembro de 1964, passa a vigorar acrescido dos seguintes Capítulo eartigos:

"CAPÍTULO I-A.DO PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO

Art. 31-A. A critério do incorporador, a incorporação poderá ser submetida ao regime daafetação, pelo qual o terreno e as acessões objeto de incorporação imobiliária, bem como osdemais bens e direitos a ela vinculados, manter-se-ão apartados do patrimônio doincorporador e constituirão patrimônio de afetação, destinado à consecução da incorporaçãocorrespondente e à entrega das unidades imobiliárias aos respectivos adquirentes.

§ 1º O patrimônio de afetação não se comunica com os demais bens, direitos e obrigaçõesdo patrimônio geral do incorporador ou de outros patrimônios de afetação por ele constituídose só responde por dívidas e obrigações vinculadas à incorporação respectiva.

§ 2º O incorporador responde pelos prejuízos que causar ao patrimônio de afetação.

§ 3º Os bens e direitos integrantes do patrimônio de afetação somente poderão ser objeto degarantia real em operação de crédito cujo produto seja integralmente destinado à consecuçãoda edificação correspondente e à entrega das unidades imobiliárias aos respectivosadquirentes.

§ 4º No caso de cessão, plena ou fiduciária, de direitos creditórios oriundos dacomercialização das unidades imobiliárias componentes da incorporação, o produto da

cessão também passará a integrar o patrimônio de afetação, observado o disposto no § 6o.

§ 5º As quotas de construção correspondentes a acessões vinculadas a frações ideais serãopagas pelo incorporador até que a responsabilidade pela sua construção tenha sido assumida

por terceiros, nos termos da parte final do § 6o do art. 35.

§ 6º Os recursos financeiros integrantes do patrimônio de afetação serão utilizados parapagamento ou reembolso das despesas inerentes à incorporação.

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§ 7º O reembolso do preço de aquisição do terreno somente poderá ser feito quando daalienação das unidades autônomas, na proporção das respectivas frações ideais,considerando-se tão-somente os valores efetivamente recebidos pela alienação.

§ 8º Excluem-se do patrimônio de afetação:

I - os recursos financeiros que excederem a importância necessária à conclusão da obra (art.44), considerando-se os valores a receber até sua conclusão e, bem assim, os recursosnecessários à quitação de financiamento para a construção, se houver; e

II - o valor referente ao preço de alienação da fração ideal de terreno de cada unidadevendida, no caso de incorporação em que a construção seja contratada sob o regime porempreitada (art. 55) ou por administração (art. 58).

§ 9º No caso de conjuntos de edificações de que trata o art. 8o, poderão ser constituídospatrimônios de afetação separados, tantos quantos forem os:

I - subconjuntos de casas para as quais esteja prevista a mesma data de conclusão (art. 8o,alínea "a"); e

II - edifícios de dois ou mais pavimentos (art. 8o , alínea "b").

§ 10. A constituição de patrimônios de afetação separados de que trata o § 9o deverá estardeclarada no memorial de incorporação.

§ 11. Nas incorporações objeto de financiamento, a comercialização das unidades deverácontar com a anuência da instituição financiadora ou deverá ser a ela cientificada, conformevier a ser estabelecido no contrato de financiamento.

§ 12. A contratação de financiamento e constituição de garantias, inclusive mediantetransmissão, para o credor, da propriedade fiduciária sobre as unidades imobiliáriasintegrantes da incorporação, bem como a cessão, plena ou fiduciária, de direitos creditóriosdecorrentes da comercialização dessas unidades, não implicam a transferência para o credorde nenhuma das obrigações ou responsabilidades do cedente, do incorporador ou doconstrutor, permanecendo estes como únicos responsáveis pelas obrigações e pelosdeveres que lhes são imputáveis.

Art. 31-B. Considera-se constituído o patrimônio de afetação mediante averbação, a qualquertempo, no Registro de Imóveis, de termo firmado pelo incorporador e, quando for o caso,também pelos titulares de direitos reais de aquisição sobre o terreno.

Parágrafo único. A averbação não será obstada pela existência de ônus reais que tenhamsido constituídos sobre o imóvel objeto da incorporação para garantia do pagamento do preçode sua aquisição ou do cumprimento de obrigação de construir o empreendimento.

Art. 31-C. A Comissão de Representantes e a instituição financiadora da construção poderãonomear, às suas expensas, pessoa física ou jurídica para fiscalizar e acompanhar opatrimônio de afetação.

§ 1º A nomeação a que se refere o caput não transfere para o nomeante qualquerresponsabilidade pela qualidade da obra, pelo prazo de entrega do imóvel ou por qualqueroutra obrigação decorrente da responsabilidade do incorporador ou do construtor, seja legalou a oriunda dos contratos de alienação das unidades imobiliárias, de construção e de outroscontratos eventualmente vinculados à incorporação.

§ 2º A pessoa que, em decorrência do exercício da fiscalização de que trata o caput desteartigo, obtiver acesso às informações comerciais, tributárias e de qualquer outra naturezareferentes ao patrimônio afetado responderá pela falta de zelo, dedicação e sigilo destasinformações.

§ 3º A pessoa nomeada pela instituição financiadora deverá fornecer cópia de seu relatórioou parecer à Comissão de Representantes, a requerimento desta, não constituindo esse

fornecimento quebra de sigilo de que trata o § 2o deste artigo.

Art. 31-D. Incumbe ao incorporador:

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I - promover todos os atos necessários à boa administração e à preservação do patrimôniode afetação, inclusive mediante adoção de medidas judiciais;

II - manter apartados os bens e direitos objeto de cada incorporação;

III - diligenciar a captação dos recursos necessários à incorporação e aplicá-los na formaprevista nesta Lei, cuidando de preservar os recursos necessários à conclusão da obra;

IV - entregar à Comissão de Representantes, no mínimo a cada três meses, demonstrativodo estado da obra e de sua correspondência com o prazo pactuado ou com os recursosfinanceiros que integrem o patrimônio de afetação recebidos no período, firmados porprofissionais habilitados, ressalvadas eventuais modificações sugeridas pelo incorporador eaprovadas pela Comissão de Representantes;

V - manter e movimentar os recursos financeiros do patrimônio de afetação em conta dedepósito aberta especificamente para tal fim;

VI - entregar à Comissão de Representantes balancetes coincidentes com o trimestre civil,relativos a cada patrimônio de afetação;

VII - assegurar à pessoa nomeada nos termos do art. 31-C o livre acesso à obra, bem comoaos livros, contratos, movimentação da conta de depósito exclusiva referida no inciso Vdeste artigo e quaisquer outros documentos relativos ao patrimônio de afetação; e

VIII - manter escrituração contábil completa, ainda que esteja desobrigado pela legislaçãotributária.

Art. 31-E. O patrimônio de afetação extinguir-se-á pela:

I - averbação da construção, registro dos títulos de domínio ou de direito de aquisição emnome dos respectivos adquirentes e, quando for o caso, extinção das obrigações doincorporador perante a instituição financiadora do empreendimento;

II - revogação em razão de denúncia da incorporação, depois de restituídas aos adquirentesas quantias por eles pagas (art. 36), ou de outras hipóteses previstas em lei; e

III - liquidação deliberada pela assembléia geral nos termos do art. 31-F, § 1o.

Art. 31-F. Os efeitos da decretação da falência ou da insolvência civil do incorporador nãoatingem os patrimônios de afetação constituídos, não integrando a massa concursal oterreno, as acessões e demais bens, direitos creditórios, obrigações e encargos objeto daincorporação.

§ 1º Nos sessenta dias que se seguirem à decretação da falência ou da insolvência civil doincorporador, o condomínio dos adquirentes, por convocação da sua Comissão deRepresentantes ou, na sua falta, de um sexto dos titulares de frações ideais, ou, ainda, pordeterminação do juiz prolator da decisão, realizará assembléia geral, na qual, por maioriasimples, ratificará o mandato da Comissão de Representantes ou elegerá novos membros, e,em primeira convocação, por dois terços dos votos dos adquirentes ou, em segundaconvocação, pela maioria absoluta desses votos, instituirá o condomínio da construção, porinstrumento público ou particular, e deliberará sobre os termos da continuação da obra ou daliquidação do patrimônio de afetação (art. 43, inciso III); havendo financiamento paraconstrução, a convocação poderá ser feita pela instituição financiadora.

§ 2º O disposto no § 1o aplica-se também à hipótese de paralisação das obras prevista noart. 43, inciso VI.

§ 3º Na hipótese de que tratam os §§ 1o e 2o, a Comissão de Representantes ficaráinvestida de mandato irrevogável para firmar com os adquirentes das unidades autônomas ocontrato definitivo a que estiverem obrigados o incorporador, o titular do domínio e o titulardos direitos aquisitivos do imóvel objeto da incorporação em decorrência de contratospreliminares.

§ 4º O mandato a que se refere o § 3o será válido mesmo depois de concluída a obra.

§ 5º O mandato outorgado à Comissão de Representantes confere poderes para transmitirdomínio, direito, posse e ação, manifestar a responsabilidade do alienante pela evicção e

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imitir os adquirentes na posse das unidades respectivas.

§ 6º Os contratos definitivos serão celebrados mesmo com os adquirentes que tenhamobrigações a cumprir perante o incorporador ou a instituição financiadora, desde quecomprovadamente adimplentes, situação em que a outorga do contrato fica condicionada àconstituição de garantia real sobre o imóvel, para assegurar o pagamento do débitoremanescente.

§ 7º Ainda na hipótese dos §§ 1o e 2o, a Comissão de Representantes ficará investida demandato irrevogável para, em nome dos adquirentes, e em cumprimento da decisão daassembléia geral que deliberar pela liquidação do patrimônio de afetação, efetivar a alienaçãodo terreno e das acessões, transmitindo posse, direito, domínio e ação, manifestar aresponsabilidade pela evicção, imitir os futuros adquirentes na posse do terreno e dasacessões.

§ 8º Na hipótese do § 7o, será firmado o respectivo contrato de venda, promessa de vendaou outra modalidade de contrato compatível com os direitos objeto da transmissão.

§ 9º A Comissão de Representantes cumprirá o mandato nos termos e nos limitesestabelecidos pela deliberação da assembléia geral e prestará contas aos adquirentes,entregando-lhes o produto líquido da alienação, no prazo de cinco dias da data em que tiverrecebido o preço ou cada parcela do preço.

§ 10. Os valores pertencentes aos adquirentes não localizados deverão ser depositados emJuízo pela Comissão de Representantes.

§ 11. Caso decidam pela continuação da obra, os adquirentes ficarão automaticamente sub-rogados nos direitos, nas obrigações e nos encargos relativos à incorporação, inclusiveaqueles relativos ao contrato de financiamento da obra, se houver.

§ 12. Para os efeitos do § 11 deste artigo, cada adquirente responderá individualmente pelosaldo porventura existente entre as receitas do empreendimento e o custo da conclusão daincorporação na proporção dos coeficientes de construção atribuíveis às respectivasunidades, se outro critério de rateio não for deliberado em assembléia geral por dois terçosdos votos dos adquirentes, observado o seguinte:

I - os saldos dos preços das frações ideais e acessões integrantes da incorporação que nãotenham sido pagos ao incorporador até a data da decretação da falência ou da insolvênciacivil passarão a ser pagos à Comissão de Representantes, permanecendo o somatóriodesses recursos submetido à afetação, nos termos do art. 31-A, até o limite necessário àconclusão da incorporação;

II - para cumprimento do seu encargo de administradora da incorporação, a Comissão deRepresentantes fica investida de mandato legal, em caráter irrevogável, para, em nome doincorporador ou do condomínio de construção, conforme o caso, receber as parcelas dosaldo do preço e dar quitação, bem como promover as medidas extrajudiciais ou judiciaisnecessárias a esse recebimento, praticando todos os atos relativos ao leilão de que trata oart. 63 ou os atos relativos à consolidação da propriedade e ao leilão de que tratam os arts.

26 e 27 da Lei no 9.514, de 20 de novembro de 1997, devendo realizar a garantia e aplicar naincorporação todo o produto do recebimento do saldo do preço e do leilão;

III - consideram-se receitas do empreendimento os valores das parcelas a receber,vincendas e vencidas e ainda não pagas, de cada adquirente, correspondentes ao preço deaquisição das respectivas unidades ou do preço de custeio de construção, bem como osrecursos disponíveis afetados; e

IV - compreendem-se no custo de conclusão da incorporação todo o custeio da construçãodo edifício e a averbação da construção das edificações para efeito de individualização ediscriminação das unidades, nos termos do art. 44.

§ 13. Havendo saldo positivo entre as receitas da incorporação e o custo da conclusão daincorporação, o valor correspondente a esse saldo deverá ser entregue à massa falida pelaComissão de Representantes.

§ 14. Para assegurar as medidas necessárias ao prosseguimento das obras ou à liquidaçãodo patrimônio de afetação, a Comissão de Representantes, no prazo de sessenta dias, a

contar da data de realização da assembléia geral de que trata o § 1o, promoverá, em leilãopúblico, com observância dos critérios estabelecidos pelo art. 63, a venda das frações ideais

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e respectivas acessões que, até a data da decretação da falência ou insolvência não tiveremsido alienadas pelo incorporador.

§ 15. Na hipótese de que trata o § 14, o arrematante ficará sub-rogado, na proporçãoatribuível à fração e acessões adquiridas, nos direitos e nas obrigações relativas aoempreendimento, inclusive nas obrigações de eventual financiamento, e, em se tratando dahipótese do art. 39 desta Lei, nas obrigações perante o proprietário do terreno.

§ 16. Dos documentos para anúncio da venda de que trata o § 14 e, bem assim, o inciso III

do art. 43, constarão o valor das acessões não pagas pelo incorporador (art. 35, § 6o) e opreço da fração ideal do terreno e das acessões (arts. 40 e 41).

§ 17. No processo de venda de que trata o § 14, serão asseguradas, sucessivamente, emigualdade de condições com terceiros:

I - ao proprietário do terreno, nas hipóteses em que este seja pessoa distinta da pessoa doincorporador, a preferência para aquisição das acessões vinculadas à fração objeto davenda, a ser exercida nas vinte e quatro horas seguintes à data designada para a venda; e

II - ao condomínio, caso não exercida a preferência de que trata o inciso I, ou caso não hajalicitantes, a preferência para aquisição da fração ideal e acessões, desde que deliberada emassembléia geral, pelo voto da maioria simples dos adquirentes presentes, e exercida noprazo de quarenta e oito horas a contar da data designada para a venda.

§ 18. Realizada a venda prevista no § 14, incumbirá à Comissão de Representantes,sucessivamente, nos cinco dias que se seguirem ao recebimento do preço:

I - pagar as obrigações trabalhistas, previdenciárias e tributárias, vinculadas ao respectivopatrimônio de afetação, observada a ordem de preferência prevista na legislação, emespecial o disposto no art. 186 do Código Tributário Nacional;

II - reembolsar aos adquirentes as quantias que tenham adiantado, com recursos próprios,para pagamento das obrigações referidas no inciso I;

III - reembolsar à instituição financiadora a quantia que esta tiver entregue para a construção,salvo se outra forma for convencionada entre as partes interessadas;

IV - entregar ao condomínio o valor que este tiver desembolsado para construção das

acessões de responsabilidade do incorporador (§ 6o do art. 35 e § 5o do art. 31-A), naproporção do valor obtido na venda;

V - entregar ao proprietário do terreno, nas hipóteses em que este seja pessoa distinta dapessoa do incorporador, o valor apurado na venda, em proporção ao valor atribuído à fraçãoideal; e

VI - entregar à massa falida o saldo que porventura remanescer.

§ 19. O incorporador deve assegurar à pessoa nomeada nos termos do art. 31-C, o acesso atodas as informações necessárias à verificação do montante das obrigações referidas no §12, inciso I, do art. 31-F vinculadas ao respectivo patrimônio de afetação.

§ 20. Ficam excluídas da responsabilidade dos adquirentes as obrigações relativas, demaneira direta ou indireta, ao imposto de renda e à contribuição social sobre o lucro, devidaspela pessoa jurídica do incorporador, inclusive por equiparação, bem como as obrigaçõesoriundas de outras atividades do incorporador não relacionadas diretamente com asincorporações objeto de afetação." (NR)

Art. 54. A Lei no 4.591, de 1964, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 32. ...............................................................

.............................................................................

§ 2o Os contratos de compra e venda, promessa de venda, cessão ou promessa de cessãode unidades autônomas são irretratáveis e, uma vez registrados, conferem direito realoponível a terceiros, atribuindo direito a adjudicação compulsória perante o incorporador ou aquem o suceder, inclusive na hipótese de insolvência posterior ao término da obra.

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............................................................................." (NR)

"Art. 43. ...............................................................

.............................................................................

VII - em caso de insolvência do incorporador que tiver optado pelo regime da afetação e nãosendo possível à maioria prosseguir na construção, a assembléia geral poderá, pelo voto de2/3 (dois terços) dos adquirentes, deliberar pela venda do terreno, das acessões e demaisbens e direitos integrantes do patrimônio de afetação, mediante leilão ou outra forma queestabelecer, distribuindo entre si, na proporção dos recursos que comprovadamente tiveremaportado, o resultado líquido da venda, depois de pagas as dívidas do patrimônio de afetaçãoe deduzido e entregue ao proprietário do terreno a quantia que lhe couber, nos termos do art.40; não se obtendo, na venda, a reposição dos aportes efetivados pelos adquirentes,reajustada na forma da lei e de acordo com os critérios do contrato celebrado com oincorporador, os adquirentes serão credores privilegiados pelos valores da diferença nãoreembolsada, respondendo subsidiariamente os bens pessoais do incorporador." (NR)

"Art. 50. Será designada no contrato de construção ou eleita em assembléia geral umaComissão de Representantes composta de três membros, pelo menos, escolhidos entre osadquirentes, para representá-los perante o construtor ou, no caso do art. 43, ao incorporador,em tudo o que interessar ao bom andamento da incorporação, e, em especial, peranteterceiros, para praticar os atos resultantes da aplicação dos arts. 31-A a 31-F.

.............................................................................

§ 2o A assembléia geral poderá, pela maioria absoluta dos votos dos adquirentes, alterar acomposição da Comissão de Representantes e revogar qualquer de suas decisões,ressalvados os direitos de terceiros quanto aos efeitos já produzidos.

.............................................................................." (NR)

Alterações de Leis sobre Alienação Fiduciária

Art. 55. A Seção XIV da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Seção XIVAlienação Fiduciária em Garantia no

Âmbito do Mercado Financeiro e de Capitais

Art. 66-B. O contrato de alienação fiduciária celebrado no âmbito do mercado financeiro e decapitais, bem como em garantia de créditos fiscais e previdenciários, deverá conter, além

dos requisitos definidos na Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, a taxa dejuros, a cláusula penal, o índice de atualização monetária, se houver, e as demaiscomissões e encargos.

§ 1o Se a coisa objeto de propriedade fiduciária não se identifica por números, marcas esinais no contrato de alienação fiduciária, cabe ao proprietário fiduciário o ônus da prova,contra terceiros, da identificação dos bens do seu domínio que se encontram em poder dodevedor.

§ 2o O devedor que alienar, ou der em garantia a terceiros, coisa que já alienara

fiduciariamente em garantia, ficará sujeito à pena prevista no art. 171, § 2o, I, do CódigoPenal.

§ 3o É admitida a alienação fiduciária de coisa fungível e a cessão fiduciária de direitossobre coisas móveis, bem como de títulos de crédito, hipóteses em que, salvo disposiçãoem contrário, a posse direta e indireta do bem objeto da propriedade fiduciária ou do títulorepresentativo do direito ou do crédito é atribuída ao credor, que, em caso de inadimplementoou mora da obrigação garantida, poderá vender a terceiros o bem objeto da propriedadefiduciária independente de leilão, hasta pública ou qualquer outra medida judicial ouextrajudicial, devendo aplicar o preço da venda no pagamento do seu crédito e das despesasdecorrentes da realização da garantia, entregando ao devedor o saldo, se houver,acompanhado do demonstrativo da operação realizada.

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§ 4o No tocante à cessão fiduciária de direitos sobre coisas móveis ou sobre títulos de

crédito aplica-se, também, o disposto nos arts. 18 a 20 da Lei no 9.514, de 20 de novembrode 1997.

§ 5o Aplicam-se à alienação fiduciária e à cessão fiduciária de que trata esta Lei os arts.

1.421, 1.425, 1.426, 1.435 e 1.436 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002.

§ 6o Não se aplica à alienação fiduciária e à cessão fiduciária de que trata esta Lei o

disposto no art. 644 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002." (NR)

Art. 56. O Decreto-Lei no 911, de 1o de outubro de 1969, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 3o .............................................................................

§ 1o Cinco dias após executada a liminar mencionada no caput, consolidar-se-ão apropriedade e a posse plena e exclusiva do bem no patrimônio do credor fiduciário, cabendoàs repartições competentes, quando for o caso, expedir novo certificado de registro depropriedade em nome do credor, ou de terceiro por ele indicado, livre do ônus da propriedadefiduciária.

§ 2o No prazo do § 1o, o devedor fiduciante poderá pagar a integralidade da dívida pendente,segundo os valores apresentados pelo credor fiduciário na inicial, hipótese na qual o bem lheserá restituído livre do ônus.

§ 3o O devedor fiduciante apresentará resposta no prazo de quinze dias da execução daliminar.

§ 4o A resposta poderá ser apresentada ainda que o devedor tenha se utilizado da faculdade

do § 2o, caso entenda ter havido pagamento a maior e desejar restituição.

§ 5o Da sentença cabe apelação apenas no efeito devolutivo.

§ 6o Na sentença que decretar a improcedência da ação de busca e apreensão, o juizcondenará o credor fiduciário ao pagamento de multa, em favor do devedor fiduciante,equivalente a cinqüenta por cento do valor originalmente financiado, devidamente atualizado,caso o bem já tenha sido alienado.

§ 7o A multa mencionada no § 6o não exclui a responsabilidade do credor fiduciário porperdas e danos.

§ 8o A busca e apreensão prevista no presente artigo constitui processo autônomo eindependente de qualquer procedimento posterior." (NR)

"Art. 8o-A. O procedimento judicial disposto neste Decreto-Lei aplica-se exclusivamente às

hipóteses da Seção XIV da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, ou quando o ônus dapropriedade fiduciária tiver sido constituído para fins de garantia de débito fiscal ouprevidenciário." (NR)

Art. 57. A Lei no 9.514, de 1997, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 5o .............................................................................

..........................................................................................

§ 2o As operações de comercialização de imóveis, com pagamento parcelado, dearrendamento mercantil de imóveis e de financiamento imobiliário em geral poderão serpactuadas nas mesmas condições permitidas para as entidades autorizadas a operar noSFI." (NR)

"Art. 8o .............................................................................

I - a identificação do devedor e o valor nominal de cada crédito que lastreie a emissão, coma individuação do imóvel a que esteja vinculado e a indicação do Cartório de Registro de

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Imóveis em que esteja registrado e respectiva matrícula, bem como a indicação do ato peloqual o crédito foi cedido;

.........................................................................................." (NR)

"Art. 16 .............................................................................

.........................................................................................

§ 3o Os emolumentos devidos aos Cartórios de Registros de Imóveis para cancelamento doregime fiduciário e das garantias reais existentes serão cobrados como ato único." (NR)

"Art. 22..............................................................................

Parágrafo único. A alienação fiduciária poderá ter como objeto bens enfitêuticos, sendotambém exigível o pagamento do laudêmio se houver a consolidação do domínio útil nofiduciário." (NR)

"Art. 26. ............................................................................

..........................................................................................

§ 7o Decorrido o prazo de que trata o § 1o sem a purgação da mora, o oficial do competenteRegistro de Imóveis, certificando esse fato, promoverá a averbação, na matrícula do imóvel,da consolidação da propriedade em nome do fiduciário, à vista da prova do pagamento poreste, do imposto de transmissão inter vivos e, se for o caso, do laudêmio.

§ 8o O fiduciante pode, com a anuência do fiduciário, dar seu direito eventual ao imóvel empagamento da dívida, dispensados os procedimentos previstos no art. 27." (NR)

"Art. 27. ...........................................................................

.........................................................................................

§ 7o Se o imóvel estiver locado, a locação poderá ser denunciada com o prazo de trinta diaspara desocupação, salvo se tiver havido aquiescência por escrito do fiduciário, devendo adenúncia ser realizada no prazo de noventa dias a contar da data da consolidação dapropriedade no fiduciário, devendo essa condição constar expressamente em cláusulacontratual específica, destacando-se das demais por sua apresentação gráfica.

§ 8o Responde o fiduciante pelo pagamento dos impostos, taxas, contribuições condominiaise quaisquer outros encargos que recaiam ou venham a recair sobre o imóvel, cuja possetenha sido transferida para o fiduciário, nos termos deste artigo, até a data em que ofiduciário vier a ser imitido na posse." (NR)

"Art. 37-A. O fiduciante pagará ao fiduciário, ou a quem vier a sucedê-lo, a título de taxa deocupação do imóvel, por mês ou fração, valor correspondente a um por cento do valor a quese refere o inciso VI do art. 24, computado e exigível desde a data da alienação em leilão atéa data em que o fiduciário, ou seus sucessores, vier a ser imitido na posse do imóvel." (NR)

"Art. 37-B. Será considerada ineficaz, e sem qualquer efeito perante o fiduciário ou seussucessores, a contratação ou a prorrogação de locação de imóvel alienado fiduciariamentepor prazo superior a um ano sem concordância por escrito do fiduciário." (NR)

"Art. 38. Os contratos de compra e venda com financiamento e alienação fiduciária, demútuo com alienação fiduciária, de arrendamento mercantil, de cessão de crédito comgarantia real poderão ser celebrados por instrumento particular, a eles se atribuindo o caráterde escritura pública, para todos os fins de direito." (NR)

Alterações no Código Civil

Art. 58. A Lei no 10.406, de 2002 - Código Civil passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 819-A. (VETADO)"

"Art. 1.331. ......................................................................

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.........................................................................................

§ 3o A cada unidade imobiliária caberá, como parte inseparável, uma fração ideal no solo enas outras partes comuns, que será identificada em forma decimal ou ordinária noinstrumento de instituição do condomínio.

.........................................................................................." (NR)

"Art. 1.336. .......................................................................

..........................................................................................

I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvodisposição em contrário na convenção;

§ 1o (VETADO)

..........................................................................................." (NR)

"Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos condôminos aalteração da convenção; a mudança da destinação do edifício, ou da unidade imobiliária,depende da aprovação pela unanimidade dos condôminos." (NR)

"Art. 1.368-A. As demais espécies de propriedade fiduciária ou de titularidade fiduciáriasubmetem-se à disciplina específica das respectivas leis especiais, somente se aplicandoas disposições deste Código naquilo que não for incompatível com a legislação especial."(NR)

"Art. 1.485. Mediante simples averbação, requerida por ambas as partes, poderá prorrogar-sea hipoteca, até 30 (trinta) anos da data do contrato. Desde que perfaça esse prazo, sópoderá subsistir o contrato de hipoteca reconstituindo-se por novo título e novo registro; e,nesse caso, lhe será mantida a precedência, que então lhe competir." (NR)

Alterações na Lei de Registros Públicos

Art. 59. A Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 167. ..............................................................................

..............................................................................................

II - ........................................................................................

..............................................................................................

21) da cessão de crédito imobiliário." (NR)

"Art. 212. Se o registro ou a averbação for omissa, imprecisa ou não exprimir a verdade, aretificação será feita pelo Oficial do Registro de Imóveis competente, a requerimento dointeressado, por meio do procedimento administrativo previsto no art. 213, facultado aointeressado requerer a retificação por meio de procedimento judicial.

Parágrafo único. A opção pelo procedimento administrativo previsto no art. 213 não exclui aprestação jurisdicional, a requerimento da parte prejudicada.

Art. 213. O oficial retificará o registro ou a averbação:

I - de ofício ou a requerimento do interessado nos casos de:

a) omissão ou erro cometido na transposição de qualquer elemento do título;

b) indicação ou atualização de confrontação;

c) alteração de denominação de logradouro público, comprovada por documento oficial;

d) retificação que vise a indicação de rumos, ângulos de deflexão ou inserção decoordenadas georeferenciadas, em que não haja alteração das medidas perimetrais;

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e) alteração ou inserção que resulte de mero cálculo matemático feito a partir das medidasperimetrais constantes do registro;

f) reprodução de descrição de linha divisória de imóvel confrontante que já tenha sido objetode retificação;

g) inserção ou modificação dos dados de qualificação pessoal das partes, comprovada pordocumentos oficiais, ou mediante despacho judicial quando houver necessidade de produçãode outras provas;

II - a requerimento do interessado, no caso de inserção ou alteração de medida perimetral deque resulte, ou não, alteração de área, instruído com planta e memorial descritivo assinadopor profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica nocompetente Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - CREA, bem assim pelosconfrontantes.

§ 1o Uma vez atendidos os requisitos de que trata o caput do art. 225, o oficial averbará aretificação.

§ 2o Se a planta não contiver a assinatura de algum confrontante, este será notificado peloOficial de Registro de Imóveis competente, a requerimento do interessado, para semanifestar em quinze dias, promovendo-se a notificação pessoalmente ou pelo correio, comaviso de recebimento, ou, ainda, por solicitação do Oficial de Registro de Imóveis, peloOficial de Registro de Títulos e Documentos da comarca da situação do imóvel ou dodomicílio de quem deva recebê-la.

§ 3o A notificação será dirigida ao endereço do confrontante constante do Registro deImóveis, podendo ser dirigida ao próprio imóvel contíguo ou àquele fornecido pelo requerente;não sendo encontrado o confrontante ou estando em lugar incerto e não sabido, tal fato serácertificado pelo oficial encarregado da diligência, promovendo-se a notificação do

confrontante mediante edital, com o mesmo prazo fixado no § 2o, publicado por duas vezesem jornal local de grande circulação.

§ 4o Presumir-se-á a anuência do confrontante que deixar de apresentar impugnação noprazo da notificação.

§ 5o Findo o prazo sem impugnação, o oficial averbará a retificação requerida; se houverimpugnação fundamentada por parte de algum confrontante, o oficial intimará o requerente eo profissional que houver assinado a planta e o memorial a fim de que, no prazo de cincodias, se manifestem sobre a impugnação.

§ 6o Havendo impugnação e se as partes não tiverem formalizado transação amigável parasolucioná-la, o oficial remeterá o processo ao juiz competente, que decidirá de plano ou apósinstrução sumária, salvo se a controvérsia versar sobre o direito de propriedade de algumadas partes, hipótese em que remeterá o interessado para as vias ordinárias.

§ 7o Pelo mesmo procedimento previsto neste artigo poderão ser apurados osremanescentes de áreas parcialmente alienadas, caso em que serão considerados comoconfrontantes tão-somente os confinantes das áreas remanescentes.

§ 8o As áreas públicas poderão ser demarcadas ou ter seus registros retificados pelo mesmoprocedimento previsto neste artigo, desde que constem do registro ou sejam logradourosdevidamente averbados.

§ 9o Independentemente de retificação, dois ou mais confrontantes poderão, por meio deescritura pública, alterar ou estabelecer as divisas entre si e, se houver transferência deárea, com o recolhimento do devido imposto de transmissão e desde que preservadas, serural o imóvel, a fração mínima de parcelamento e, quando urbano, a legislação urbanística.

§ 10. Entendem-se como confrontantes não só os proprietários dos imóveis contíguos, mas,também, seus eventuais ocupantes; o condomínio geral, de que tratam os arts. 1.314 eseguintes do Código Civil, será representado por qualquer dos condôminos e o condomínioedilício, de que tratam os arts. 1.331 e seguintes do Código Civil, será representado,conforme o caso, pelo síndico ou pela Comissão de Representantes.

§ 11. Independe de retificação:

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I - a regularização fundiária de interesse social realizada em Zonas Especiais de Interesse

Social, nos termos da Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, promovida por Município oupelo Distrito Federal, quando os lotes já estiverem cadastrados individualmente ou comlançamento fiscal há mais de vinte anos;

II - a adequação da descrição de imóvel rural às exigências dos arts. 176, §§ 3o e 4o, e 225,

§ 3o, desta Lei.

§ 12. Poderá o oficial realizar diligências no imóvel para a constatação de sua situação emface dos confrontantes e localização na quadra.

§ 13. Não havendo dúvida quanto à identificação do imóvel, o título anterior à retificaçãopoderá ser levado a registro desde que requerido pelo adquirente, promovendo-se o registroem conformidade com a nova descrição.

§ 14. Verificado a qualquer tempo não serem verdadeiros os fatos constantes do memorialdescritivo, responderão os requerentes e o profissional que o elaborou pelos prejuízoscausados, independentemente das sanções disciplinares e penais.

§ 15. Não são devidos custas ou emolumentos notariais ou de registro decorrentes deregularização fundiária de interesse social a cargo da administração pública.

Art. 214. .........................................................................

§ 1o A nulidade será decretada depois de ouvidos os atingidos.

§ 2o Da decisão tomada no caso do § 1o caberá apelação ou agravo conforme o caso.

§ 3o Se o juiz entender que a superveniência de novos registros poderá causar danos dedifícil reparação poderá determinar de ofício, a qualquer momento, ainda que sem oitiva daspartes, o bloqueio da matrícula do imóvel.

§ 4o Bloqueada a matrícula, o oficial não poderá mais nela praticar qualquer ato, salvo comautorização judicial, permitindo-se, todavia, aos interessados a prenotação de seus títulos,que ficarão com o prazo prorrogado até a solução do bloqueio.

§ 5o A nulidade não será decretada se atingir terceiro de boa-fé que já tiver preenchido ascondições de usucapião do imóvel." (NR)

Alteração na Lei do FGTS

Art. 60. O caput do art. 9o da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 9o As aplicações com recursos do FGTS poderão ser realizadas diretamente pela CaixaEconômica Federal e pelos demais órgãos integrantes do Sistema Financeiro da Habitação -SFH, exclusivamente segundo critérios fixados pelo Conselho Curador do FGTS, emoperações que preencham os seguintes requisitos:" (NR)

Alterações na Lei de Locações

Art. 61. A Lei no 8.245, de 18 de outubro de 1991, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 32. .......................................................................

Parágrafo único. Nos contratos firmados a partir de 1o de outubro de 2001, o direito depreferência de que trata este artigo não alcançará também os casos de constituição dapropriedade fiduciária e de perda da propriedade ou venda por quaisquer formas de realizaçãode garantia, inclusive mediante leilão extrajudicial, devendo essa condição constarexpressamente em cláusula contratual específica, destacando-se das demais por suaapresentação gráfica." (NR)

"Art. 39. (VETADO)"

Alterações na Lei de Protesto de Títulos e Documentos de Dívida

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Art. 62. (VETADO)

Normas Complementares a esta Lei

Art. 63. Nas operações envolvendo recursos do Sistema Financeiro da Habitação e do Sistema FinanceiroImobiliário, relacionadas com a moradia, é vedado cobrar do mutuário a elaboração de instrumento contratual particular,ainda que com força de escritura pública.

Art. 63-A. A constituição de gravames e ônus sobre ativos financeiros e valores mobiliários em operaçõesrealizadas no âmbito do mercado de valores mobiliários ou do sistema de pagamentos brasileiro, de formaindividualizada ou em caráter de universalidade, será realizada, inclusive para fins de publicidade e eficácia peranteterceiros, exclusivamente mediante o registro do respectivo instrumento nas entidades expressamente autorizadas paraesse fim pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários, nos seus respectivos campos decompetência. (Incluído pela Lei nº 12.543, de 2011) (Vide Decreto nº 7.897, de 2013)

Parágrafo único. O regulamento estabelecerá as formas e condições do registro de que trata o caput, inclusive noque concerne ao acesso às informações. (Incluído pela Lei nº 12.543, de 2011) (Regulamento)

Art. 64. (VETADO)

Art. 65. O Conselho Monetário Nacional e a Secretaria da Receita Federal, no âmbito das suas respectivasatribuições, expedirão as instruções que se fizerem necessárias à execução das disposições desta Lei.

Vigência

Art. 66. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Revogações

Art. 67. Ficam revogadas as Medidas Provisórias nos 2.160-25, de 23 de agosto de 2001, 2.221, de 4 de setembro

de 2001, e 2.223, de 4 de setembro de 2001, e os arts. 66 e 66-A da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965.

Brasília, 2 de agosto de 2004; 183o da Independência e 116o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVAMárcio Thomaz BastosAntonio Palocci FilhoMarina SilvaOlívio de Oliveira DutraJosé Dirceu de Oliveira e SilvaÁlvaro Augusto Ribeiro Costa

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.8.2004

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Revisão Direito Processual Civil 5 – N1

Prof. Francisco Provázio Lara de Almeida

As questões a seguir objetivam guiar a revisão para a avaliação de N1. Devem ser respondidas em manuscrito e entregues no dia da prova, valendo 1,0 ponto extra na avaliação. Não é preciso copiar as questões e as respostas devem ser sucintas, mas contendo o que há de essencial em cada uma delas.

1. Conceitue títulos de crédito e explique sua natureza jurídica.

2. Dentre os princípios do direito cambiário, explique e indique as consequências do:

a) Princípio da cartularidade (ou incorporação);

b) Princípio da literalidade;

c) Princípio da autonomia das relações cambiárias;

d) Princípio da abstração;

3. Explique a proteção relativa a terceiros de boa-fé e a inoponibilidade de exceções pessoais.

4. Explique as características da negociabilidade e da executividade dos títulos executivos.

5. Dentre as classificações dos títulos de crédito, explique:

a) Títulos típicos (ou nominados) e títulos atípicos (ou inominados);

b) Títulos vinculados e não vinculados (ou de forma livre);

c) Título na forma de ordem de pagamento e de promessa de pagamento;

d) Títulos causais e não causais (ou abstratos);

e) Título ao portador, nominais à ordem, nominais não à ordem e nominativos;

f) Títulos com vencimento à vista, a certo termo da vista, a certo termo da data e em data certa.

6. Conceitue endosso. Como se faz para endossar o título?

7. É possível endosso parcial? E endosso condicionado?

8. Quais os efeitos do endosso? Explique.

9. O que é o endosso póstumo (ou tardio)?

10. O que é endosso em preto e endosso em branco?

11. O que é endosso impróprio? Quais suas modalidades?

12. Diferencie endosso de cessão civil de crédito.

13. Explique o que significa as cláusulas “não à ordem” e “sem garantia”.

14. O que e o endosso de retorno? E o reendosso?

15. Conceitue aval. Como se faz para avalizar um título?

16. Diferencie aval de fiança.

17. O que é o aval antecipado?

18. O que é o aval em preto e o aval em branco?

19. Pode haver aval parcial?

20. O que é o aval tardio? Pode haver aval após a lavratura do protesto?

21. É preciso outorga uxória ou marital para conceder o aval? E para o endosso?

22. Explique a Súmula 189 do STF: "Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos".

23. Conceitue o protesto.

24. Quais os tipos de protesto?

25. Quando o protesto é necessário e quando ele é facultativo?

26. Qual o prazo para lavratura do protesto?

27. O que é a cláusula “sem despesas”?

28. Diferencie desistência do protesto, sustação do protesto e cancelamento do protesto.

29. Conceitue cheque.

30. No cheque, é possível que o sacador e o tomador sejam a mesma pessoa?

31. Como se faz o aceite no cheque?

32. Existe cheque ao portador? Explique.

33. Quantas vezes o cheque pode ser endossado?

34. No cheque, o banco sacado pode ser avalista?

35. Qual o prazo para apresentação do cheque?

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36. Quais os efeitos decorrentes da não apresentação do cheque no prazo? (Cheque sem fundo, cobrança dos coobrigados e endosso póstumo)

37. Qual o prazo de prescrição do cheque?

38. Conceitue cheque visado, cheque administrativo, cheque para ser creditado em conta e cheque cruzado.

39. O que é o cheque pré-datado? Ele é válido? O que ocorre se houver a apresentação do cheque antes da data estipulada?

40. Explique as seguintes súmulas:

STJ

a) Súmula 26 - "O avalista do titulo de credito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário."

b) Súmula 475 - "Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas."

c) Súmula 476 - "O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário."

d) Súmula 388 - "A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral."

e) Súmula 370 - "Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado."

f) Súmula 299 - "É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito."

g) Súmula 503 - "O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula."

h) Súmula 244 - "Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos."

i) Súmula 48 - "Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque."

j) Súmula 233 - "O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, não é título executivo."

k) Súmula 247 - "O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória."

l) Súmula 258 - "A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou."

m) Súmula 300 - "O instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato de abertura de crédito, constitui título executivo extrajudicial."

n) Súmula 322 - "Para a repetição de indébito, nos contratos de abertura de crédito em conta-corrente, não se exige a prova do erro."

STF

a) Súmula 189 - "Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos."

b) Súmula 387 - "A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto."

c) Súmula 28 - "O estabelecimento bancário é responsável pelo pagamento de cheque falso, ressalvadas as hipóteses de culpa exclusiva ou concorrente do correntista."

d) Súmula 246 - "Comprovado não ter havido fraude, não se configura o crime de emissão de cheque sem fundos."

e) Súmula 521 - "O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado."

f) Súmula 554 - "O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal."

g) Súmula 600 - "Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária."

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Pontifícia Universidade Católica de GoiásRevisão Direito Empresarial III – N2

Prof. Francisco Provázio Lara de Almeida

Observação: Esse é um trabalho de revisão para prova de N2. Ele deve ser feito manuscrito e entregue nodia da prova. Valerá 1 ponto extra na prova e metade das presenças de AED.

1. Conceitue letra de câmbio.

2. Quais são os sujeitos da letra de câmbio?3. Quais são os requisitos formais específicos para a validade da letra de câmbio?

4. Se não houver indicação na cártula do local do pagamento e do local da emissão da letra de câmbio, ondedeve ela ser paga e onde se presume ter sido ela emitida?5. Pode-se dizer que na letra de câmbio o sacador é coobrigado pelo pagamento do título? Por quê? Épreciso fazer o protesto para cobrar do sacador?

6. Há benefício de ordem na letra de câmbio?7. Como é dado o aceite na letra de câmbio?

8. Na letra de câmbio, o sacado pode se recusar a dar o aceite? Caso isso aconteça, qual o efeito no tocanteao título? 9. Na letra de câmbio, está correta a expressão “o aceite é irretratável, mas não obrigatório”?

10. O que é o aceite parcial? E o aceite limitativo? E o aceite modificativo? E o aceite domiciliado?11. O que significa a cláusula não aceitável na letra de câmbio?

12. O que ocorre se o sacado, ao invés de devolver a cártula aceita, a retiver em seu poder?13. Qual o prazo para o aceite da letra de câmbio? Qual o efeito se o prazo for desrespeitado?

14. O que é o prazo de respiro?15. Conceitue nota promissória.

16. Quais são os sujeitos envolvidos na nota promissória?17. Como é dado o aceite na nota promissória?

18. Quais são os requisitos formais específicos para a validade da nota promissória?19. Se não houver indicação na cártula do local do pagamento e do local e data da emissão da notapromissória, onde deve ela ser paga, onde se presume ter sido ela emitida? E qual é o efeito da ausência dadata de emissão?

20. Pode-se emitir nota promissória com vencimento a certo termo de vista?21. Conceitue duplicata.

22. Quais são os sujeitos envolvidos na duplicata? O sacador e o tomador são a mesma pessoa?23. O que significa dizer que a duplicata é um título causal e de forma vinculada?

24. Quais são os requisitos formais específicos para a validade da duplicata?25. Qual livro empresarial é obrigatório se o empresário pretender emitir duplicatas?

26. Como é o aceite na duplicata?27. Quais os tipos de aceite possíveis da duplicata?

28. O que deve ser feito se o sacado não devolver a cártula com o aceite? E se ele devolver a cártula sem oaceite?29. Quando é válida a recusa do aceite na duplicata?

30. A quem se presume dado o aval em branco na duplicata?31. Quais tipos de protesto são possíveis na duplicata?

32. O que é a triplicata? Em que casos ela é legalmente autorizada?33. Qual o prazo prescricional de cada um dos títulos de crédito em espécie?

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34. O que é a ação cambial?35. Quando pode ser utilizada a ação monitória?

36. Quando pode ser utilizada a ação de locupletamento?37. Qual a diferença entre as cédulas de crédito e as notas de crédito?

38. O que é o conhecimento de depósito eu o warrant?39. Conceitue ação ordinária, preferencial e de gozo ou fruição da S/A.

40. Quando as ações podem ser negociadas na bolsa de valores e no mercado de balcão organizado?41. Qual a diferença entre os termos: a) título nominativo; b) título nominal; c) valor nominal do título; d)valor estatutário da ação; e) valor de mercado da ação.

42. O que são as debêntures? Podem elas ter garantias?43. O que são os bônus de subscrição?

44. O que são as partes beneficiárias?