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E452 Volume 5 GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS SECRETARIA DE ESTADO DA INFRAESTRUTUR AGÊNCIA GOIANA DE TRANSPORTES E OBRAS 1 PROGRAMA DEGERENCIAMENTO E MELHORAMENTO DA MALHA RODOVIÁRIA DO ESTADO DE GOIÁS NOVEMBRO/2000 1L1 I ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ P tÍTU~ L;'LTJIC Âê~ITI Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

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E452Volume 5

GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁSSECRETARIA DE ESTADO DA INFRAESTRUTURAGÊNCIA GOIANA DE TRANSPORTES E OBRAS

1 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO E MELHORAMENTO DA MALHARODOVIÁRIA DO ESTADO DE GOIÁS

NOVEMBRO/20001L1

I ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ P tÍTU~ L;'LTJIC Âê~ITI

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GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁSSECRETARIA DE ESTADO DA INFRAESTRUTURAGÊNCIA GOIANA DE TRANSPORTES E OBRAS

ASSESSORIA DE ESTUDOS AMBIENTAIS

símísr ms ETSBA

3

ID ICt

APRESENTAÇÃO 4

PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL PARA REABILITAÇÃO DE 5RODOVIAS

GO-01O (Goiània/Leopoldo de Bulhões) 6

GO-040 (Goiània/Aragoiània) 17

GO-060 (Trindade/Firminópolis) 29

GO-080 (Jaraguá/Goianésia) 42

GO-174 (Rio Verde/Aparecida do Rio Doce) 5

GO-217 (BR-1 53/Piracanjuba/GO-1 39) 69

GO-241 (Santa Tereza/Formoso) 81

GO-320 (Edéia/Goiatuba) 92

GO-330 (Anápolis/Rodrigues Nascimento) 108

ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PARA IMPLANTAÇÃO DE NOVAS 118RODOVIAS

GO-040 (Bom Jesus a Inaciolàndia) 119

GO-050 (Paraúna até Entr. GO-174) 130

GO-156 (Itaberaí a Americano do Brasil) 143

4

MII?ÊELTSÇÃC

Este trabalho é uma condensação dos Estudos Ambientais

apresentados junto ao Banco Mundial e que, estão sendo motivo de

análise por parte das equipes desse organismo.

Nesta síntese, procurou-se destacar os aspectos mais

relevantes e que poderiam fornecer subsídios rápidos às pessoas

que quisessem ter conhecimentos dos trabalhos executados, de

forma mais simplificada possível, preocupando-nos em manter a

fidedignidade aos estudos ambientais originais elaborados.

As complementações dos dados/informações poderão ser

encontrados nos estudos ambientais originais que deram origem a

esta sinopse.

5

SÍNTESE DOS PLANOS DE CONTROLE AMBI ENTAL -PCAs

6

RODOVIA GO-01 O

A rodovia no trecho em estudo, designada pela nomenclatura GO-010, com extensão de49,94km, tem início no perímetro urbano de Goiânia e término na cidade de Leopoldo deBulhões.

1 - CARACTERIZAÇÃO DO EMPREE NDIMENTO

As obras de restauração previstas são, relativamente simples. A solução prevista peloprojeto de restauração compõe-se do recapeamento da pista com lama asfáltica grossa etratamento superficial duplo (TSD). Em alguns segmentos os acostamentos serão restaurados,recebendo lama asfáltica simples.

Para a execução dos serviços de recuperação de pavimento, base, sub-base eacostamento estão previstas:

Quantidade de rnaterial e outras obrasBase 1.623,05 m4Imprimação 5.243,70 mZ

-CM-30 6,17tPintura ligação 524.370,00 m~

- RR-2C 36,71tTrat. Sup. Simples 367.059,00 m1

- RR-2C 1.284,71t- Brita 11.101,18t

Lama Asfáltica Fina 524.370,00 m1

- RL-1C 1.206,05t- Areia 1.206,05 m3

- Filler 99,84t- Pedrisco 4.771.77 m3

DrenagemMeio fio em concreto 176,00mSaída de descida d'água 254,00m

2 - CARACTERIZACÃO REGIONAL DA ÁREA

2.1 - MEIO FISICO

Este trecho rodoviário insere-se na microrregião da Estrada de Ferro, cujascaracterísticas climatológicas estão no contexto da vasta região Centro Oeste do país. Nelapredomina um clima tropical úmido, tipo Aw, com duas estações anuais distintas, sendo umachuvosa indo de outubro a abril e, outra seca, indo de maio a setembro.

A precipitação média anual é da ordem de 1.500mm, concentrada nos meses dedezembro a março. Nos meses de junho e julho as precipitações são mínimas.

A temperatura média anual situa-se em torno de 23°C, com uma média de 180C nosmeses de maio, junho e julho que corresponde ao inverno. No verão, a temperatura se elevaao redor de 30OC.

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A altitude ao longo do trecho situa-se entre 1.000 e 1.200m de altitude, com relevosdissecados e heterogêneos, com formas convexas, agudas e tabulares. Nas proximidades deBonfinópolis e Leopoldo de Bulhões, destacam-se extensas áreas planas com interflúviosamplos, limitados por escarpas com desníveis de até 150 metros, formando o queregionalmente é denominado de chapadas.

Os solos dominantes são os latossolos, resistentes a erosão, distribuidos sobre assuperfícies tabulares e planas, imprimindo um escoamento superficial difuso, aos quaislateralmente se associam solo concrecionários lateriticos. Secundariamente, nas zonas dasencostas de maior declividade ocorrem cambissolos, mais sujeitas à erosão.

A rede de drenagem é densa, com energia de baixa a média, constituindo cursos d'águaperenes e microbacias distintas, onde se destacam o rio Caldas e o rio Vermelho, contribuintesdo rio Meia Ponte e, o rio dos Bois contribuinte do rio Corumbá, ambos pertencentes a baciahidrográfica do rio Paranaíba.

O uso e ocupação principal do solo é dividido entre a pecuária e o plantio de lavourastemporárias de cereais e hortaliças, com destaque para a soja que ocupa as chapadaspróximas a Leopoldo de Bulhões.

Áreas de materiais de construção

As áreas de recuperação asfáltica necessitarão da disponibilização de materiais deconstrução os quais serão adquiridos de terceiros. As necessidades de empréstimo decascalho deverão ser supridas pela jazida J-02, localizada próximo a margem direita darodovia, na altura do km 41, cujo volume disponível atende perfeitamente as necessidades daobra de restauração.

2.2 - MEIO BIÓTICO

A GO-010, no trecho entre Goiãnia e Leopoldo de Bulhões, insere-se em uma zona detensão ecológica no contato do Cerrado com a Mata Seca Semicaducifolia.

A atividade predominante ao longo da rodovia é a agropecuária, que ocasionaramsignificativa alteração dos habitats da flora e da fauna regional.

FLORA

A cobertura vegetal dominante, ao longo desse trecho, é representada pelas pastagenscompostas por gramíneas exóticas como os capins braquiária (Brachiaria spp.) e oandropogom (Andropogon sp.), entre outros.

Testemunhos da flora nativa são observados sob a forma de espécimes esparsos emmeio às pastagens ou de pequenos núcleos remanescentes das formações primárias, em geralconservados sob a forma de reservas legais ou recobrindo áreas de relevo mais ondulado debaixa aptidão agricola.

A mata seca constituía a fisionomia de destaque na região, além do cerrado típico commata de galeria e de encraves de cerradão.

A mata ocorre com maior freqüência nas porções iniciais e intermediárias desse trechoda rodovia, onde constatam-se pequenas concentrações florestais isoladas em meio às áreasrecobertas pelas pastagens ou lavouras, destacando-se as que ocorrem à altura dosquilômetros 3; 4,5; 13,5; 22; 28 e, 31, encontrando-se essas formações alteradas e compostaspor populações de espécies de porte elevado.

Em geral o cerrado típico e o cerradão ocorrem nas adjacências da rodovia de formadescontínua, formando encraves em meio à mata ou às pastagens, encontrando-se essasformações descaracterizadas pela pressão antrópica.

Esporadicamente ao longo da área de influência, em especial na porção intermediáriadesse trecho da rodovia, ocorrem encraves de cerradão bastante alterados pelas atividades

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antrópicas, constatando-se testemunhos dessa fisionomia, em geral sob a forma de espécimesisolados em meio às pastagens.

Associadas ao cerrado no sentido restrito, recobrindo os fundos de vales, ocorrem,geralmente na região de Bonfinópolis as matas de galeria úmidas, onde as espécies dedestaque são:

Nos fundos de vales não inundáveis, ocorre uma mata de galeria diferenciada daanteriormente relacionada, com a ausência do buriti.

FAUNA

Devido à alta variabilidade de habitats, em uma zona ecotonal, a comunidade faunísticada região apresentava elevado índice de diversidade, antes da intensa antropização regional,encontrando-se atualmente altamente simplificada.

Grande parcela das populações faunísticas anteriormente presentes na área deinfluência, especialmente das espécies que ocupam os níveis mais elevados da cadeia tróficaregional, encontram-se atualmente ausentes devido à alteração de seus habitatscaracterísticos.

As populações remanescentes de mamíferos silvestres apresentam baixos índices deabundância e freqüência, devido à transformação de seus habitats em áreas de pastagenspara bovinos, hortaliças ou lavouras, encontrando-se geralmente refugiadas ao longo dasáreas menos alteradas pela pressão antrópica.

A antropização dos habitats faunísticos, transformando os ambientes fechados emabertos, favoreceu a colonização dessas áreas pelas aves características desses ambientes.

O curso d'água mais significativo na área de influência direta da rodovia é o rio Caldas,que apresenta uma ictiofauna simplificada.

Devido à intensidade das atividades agropecuárias na área de influência, os habitats daflora e da fauna foram significativamente alterados, ao longo da faixa de domínio e no interiordessa.

A pavimentação da rodovia ocasionou a formação de caixas de empréstimo de solo aolongo dessa, onde constatam-se cavas irregulares e verticalizadas.

Na faixa de domínio a cobertura vegetal é composta basicamente por gramíneasexóticas, em geral dos gêneros Brachiaria, Panicum e Andropogon, além de espécimesarbóreos ou arbustivos isolados, em variados estágios vegetativos.

Contribuindo para a degradação da qualidade biótica dessa área é comum olançamento de resíduos diversos ao longo da rodovia, inclusive carcaças de animaisdomésticos, fato observado com maior freqüência nas proximidades das zonas urbanas.

Em algumas áreas, como entre os quilômetros 5 e 7, foi constatada a invasão da faixade domínio por parte dos proprietários limítrofes à rodovia para o aproveitamento do solo nasatividades agropecuárias.

Ao longo da faixa de domínio, nas áreas em que a rodovia intercepta ambientesurbanos, ocorre esporadicamente a presença de espécies utilizadas para o paisagismo naregião.

De uma forma geral as comunidades faunísticas remanescentes ao longo da rodoviaencontram-se amplamente simplificadas, devido à alteração de seus habitats característicos.

Em algumas áreas ao longo da rodovia é comum o atropelamento de animais silvestres,em especial nas travessias de cursos d'água e grupamentos florestais remanescentes.

2.3 - MEIO ANTROPICO

O trecho a ser restaurado da GO-01 0, do córrego Pedro Rosa até o entroncamento coma GO-330, a 3 km do trevo de Leopoldo de Bulhões, atravessa uma região relativamente

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adensada, iniciando-se no perímetro urbano de Goiânia e passando por alguns bairrosisolados, povoados e a sede municipal de Bonfinópolis.

Do córrego Pedro Rosa, até Leopoldo de Bulhões, o uso do solo é caracterizado porpastagens, intercalado com algumas aglomerações urbanas como: Jardim das Oliveiras, VilaMatinha, Bom Sucesso, cidade de Bonfinópolis, povoado de Capelinha e Leopoldo de Bulhõesno final do trecho.

PATRIMÔNIO CULTURAL

Este trecho encontra-se inserido em uma região com quatro projetos de pesquisas: oProjeto de Salvamento Arqueológico e Resgate Ambiental na Área de Domínio da FerroviaNorte/Sul , que localizou nove sítios arqueológicos no trecho da rodovia e estão cadastradosno Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), são eles:

- sítio GO-RV-104 encontra-se próximo a rodovia GO-010, a direita, sentidoSenador Canedo/Leopoldo de Bulhões;

- sítio GO-RV-107, este entre as GO-010 e GO-403, nas proximidades docórrego Retiro.

- assentamentos GO-RV-100, GO-RV-101, GO-RV-99, GO-RV-102 e GO-RV-103 encontram-se ao longo dos córregos Perdido e Gramado, a uma distãnciamédia de 2,5 km da rodovia.

Os sítios arqueológicos acima citados, são sítios de ceramistas/ horticultores a céuaberto, localizados em áreas de pastagens, lavouras e hortaliças, sempre próximos depequenos córregos.

As obras de restauração da rodovia GO-010 não deverão interferir nos sítios descritos,uma vez que as ações previstas restringem-se à faixa de domínio e a área da jazida J-02, jáexplorada e que também não interfere com qualquer sítio.

3 - SITUACÃO ATUAL DO MEIO AMBIENTE

A caracterização ambiental da área indica um quadro de degradação ambiental local,devido à intensa ocupação do solo, especialmente através do uso com a agropecuária, fatoque ocasionou uma ampla simplificação dos ambientes em detrimento das comunidadessilvestres da região.

A pressão antrópica sobre os habitats da flora e da fauna ocasionou elevada alteraçãodesses, transformando os ambientes do cerrado e da floresta em áreas de lavouras oupastagens.

Foi constatado nos trabalhos de campo, o atropelamento freqüente de animaissilvestres ao longo da rodovia, inclusive de espécies em extinção, como o guará (Chrysocyonbrachyurus). Verificou-se a ausência de placas de advertência da travessia de animaissilvestres em todo o trecho da rodovia.

Quanto aos aspectos sócio-econõmicos, a restauração desse trecho será bastantepositiva, melhorando as condições de trafegabilidade pelo recapeamento da faixa derolamento, bem como da recuperação do acostamento, dispositivos de drenagens, além darecuperação dos equipamentos de sinalização.

4 - DIAGNOSTICO DO PASSIVO AMBIENTAL

Considerando os diversos componentes naturais ao longo da rodovia GO-010, entre ascidades de Goiânia e Leopoldo de Bulhões, inúmeros impactos remanescentes, na maioria

lo

atribuídos às obras de implantação e construção da atual rodovia, foram catalogados eenquadrados como passivo ambiental.

Entre essas interferências remanescentes destacam-se as caixas de empréstimo desolos, das quais dezessete (17) merecem medidas específicas. Entre os impactos relativos aação do escoamento superficial das águas, constataram-se dez (10) situações que merecemações corretivas.

A recuperação do passivo ambiental, deste trecho da rodovia, virá resgatar, pelo menosem parte, os danos causados ao meio natural em decorrência da implantação deste importanteempreendimento.

4.1 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇO DE TERRAPLENAGEMO passivo ambiental decorrente dos serviços de terraplenagem é representado pela

formação de caixas de empréstimo laterais e de taludes formados pelos cortes pararebaixamento do solo. Quanto aos cortes estes são estáveis e mostram avançada recuperaçãonatural, sendo que apenas um deles foi enquadrado no passivo ambiental

Caixas de empréstimo

As caixas de empréstimo apresentam-se geralmente associadas a degradação dapaisagem e processos erosivos lineares.

Normalmente possuem taludes verticalizados, com os pisos expostos ou parcialmenterecobertos por gramíneas, espécies invasoras ou nativas, jovens ou emergentes.

Em algumas dessas caixas, instaladas em áreas com declividade igual ou superior a10%, foram construídas bacias transversais de contenção e controle do fluxo superficial daságuas, sendo que várias encontram-se rompidas devido à deficiência da cobertura vegetal.

Durante o levantamento do passivo ambiental foram observadas caixas que encontram-se em processo de regeneração da vegetação, apresentando cobertura de gramíneas epopulações rarefeitas, em desenvolvimento, de espécies nativas.

Taludes de cortes em solo

Vários cortes em solo foram observados no levantamento do passivo desse trecho daGO-010, sendo que apenas o corte 01, à direita da rodovia à altura do quilômetro 0,3, foiintegrado ao passivo, conforme quadro 7.1.3. Apresenta taludes verticalizados elevados, semcobertura vegetal e com a presença de processos de erosão diferencial. Os demais cortes sãobaixos, apresentam taludes estáveis, recobertos por ervas e arbustos, além de espécimesarbóreos em variados estágios vegetativos.

4.2 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM E DO ESCOAMENTOSUPERFICIAL

O passivo decorrente do sistema de drenagem e do escoamento superficial das águas,compreende os processos erosivos instalados no interior da faixa de domínio e nasadjacências dessa, apresentando-se com erosões longitudinais em forma de sulcos ou ravinas,em que a causa principal é a concentração do fluxo das águas superficiais sobre áreas queapresentam o solo desprovido de cobertura vegetal, como caixas de empréstimo e caminhosde serviço.

Processos erosivos

Nos locais em que o solo se encontra desprovido de cobertura vegetal adequada eapresenta maior declividade formaram-se os processos erosivos, em geral decorrentes dolançamento das águas pelas canaletas de captação desprovidas de mecanismos dissipadores

11

da energia pluvial. Muito embora sendo os solos pouco susceptíveis à erosão, a concentraçãoe a velocidade excessiva dos fluxos, ocasionam a formação de ravinas.

Em geral esses processos ocasionam o arraste de material sedimentar em direção àsdrenagens, ocasionando interferências na qualidade biótica e o assoreamento de cursosd'água.

À altura do quilômetro 30 constata-se a evolução de processo erosivo, que podeameaçar o corpo da rodovia, devido a possibilidade de aprofundamento e alargamento domesmo.

a) Áreas em processo de ravinamento: onde os processos de ravinamento e as medidasde controle específicas encontram-se relacionados no PCA, com detalhamento específicode solução, para impactos relativos a processos erosivos.b) Processo erosivo ao longo do afluente do rio Caldas à altura do km 30, compreende oprocesso erosivo formado à margem esquerda do curso d'água, afluente do rio Caldas, àaltura do km 30, à direita da rodovia, colocando o corpo desta em risco, devido à suaproximidade.

O processo está associado a transposição da área de inundação e ao lançamento deáguas superficiais pelo sistema de drenagem da rodovia, bem como a degradação da mata degaleria do córrego. Devem ser adotadas medidas de recomposição ambiental nesse local.

4.3 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE PAVIMENTAÇÃOO passivo ambiental decorrente dos serviços de pavimentação compreendem

basicamente a degradação de áreas através da extração de materiais como cascalho, areia erocha.

As áreas degradadas pela extração de cascalho ao longo desse trecho da GO-010localizam-se em ambientes antropizados através da formação de pastagens em áreasanteriormente recobertas pelo cerrado típico, encontrando-se as mesmas em processo deregeneração natural devido ao abandono das atividades.

Jazida J-01Localiza-se a aproximadamente 200 metros da margem esquerda da rodovia, à altura

do quilômetro 06, tendo sido explorada em área anteriormente recoberta pela mata seca.No entorno da área encontram-se pequenos núcleos florestais alterados, testemunho da

vegetação primária, em meio ás áreãs de pastagens.Trata-se de uma ocorrência de cascalho laterítico, localizado numa ampla superfície de

topografia plana.A área explorada apresenta localmente superfície irregular devido às escavações, com

o solo parcialmente recoberto por gramíneas, não constatando-se a instalação de processoserosivos.

Jazida J-02À direita da rodovia, a área onde foi explorada essa jazida encontra-se a

aproximadamente 50 metros da faixa de domínio, nas imediações do quilômetro 42, em áreaprimariamente recoberta pelo cerrado típico.

Trata-se de uma ocorrência de cascalho laterítico, em área plana e elevada.Atualmente a cobertura vegetal no entorno da ocorrência é constituída por pastagens

formadas com capim braquiária , sobre a qual encontram-se espécimes esparsosremanescentes da formação primária, tais como o pau-terra-de-folha-larga (Qualea gandiflora),o jacaranda-do-campo (Machaerium sp.) e o pequizeiro (Caryocar brasiliense).

A cascalheira ocupa uma área de aproximadamente 1 hectare, apresenta taludessuaves e o solo parcialmente recoberto por gramíneas, não apresentando material estocadopara a recomposição local.

Não se observa, no interior, os efeitos de concentração e acumulação de fluxosaquosos.

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4.4 - PASSIVO DECORRENTE DA INTERFERÊNCIA EM MATAS CILIARES E DE GALERIA

As formações ciliares e de galeria interceptadas pela rodovia apresentam elevadosíndices de degradação, em especial no interior da faixa de domínio e em suas imediações.

A cobertura vegetal atual ao longo dos cursos d'água na área de influência direta darodovia, nesse trecho, em geral é constituída por campos graminóides dominados por espéciesintroduzidas dos gêneros Brachiaria, Andropogon e Hyparrehnia, sobre os quais encontram-sedistribuídos de forma esparsa espécimes da flora nativa, em especial do grupo ecológico daspioneiras tais como o pombeiro (Tapirira guianensis), o monjolo , a sangra-d'água , aquaresmeira (Tibouchina candolleana) e o angico (Anadenanthera sp.).

Os taludes dos aterros de encabeçamento das pontes encontram-se estáveis nessetrecho da rodovia, apresentando cobertura gramínea.

Os cursos d'água, que apresentam degradação de sua vegetação lindeira, onde serãonecessárias intervenções para a recomposição dessas são:

Curso d'água InterceptasãoCórrego Pedro Rosa km 00

Córrego Bom Sucesso km 9,3Córrego Dois Irmãos km 14,3

Córrego Mata da Paca km 18,4Ribeirão Sozinha km 19.2

Afluente do rio Caldas km 30,0Rio Caldas km 32,2

Afluente do Caldas km 35,2Córrego Carapina km 38,3

Desde que a composição florística das matas lindeiras a esses cursos d'água ésemelhante, o método de reflorestamento e as espécies indicadas é o mesmo para todos.

4.5 - PASSIVO DECORRENTE DA INSTALAÇÃO DE BUEIROS

Ao longo desse trecho da GO-010 foram constatados 4 bueiros que compõe o passivoambiental da rodovia, que encontram-se localizados à altura dos km 00; 18,4; 31,6; e, 35,3.

Os efeitos mais acentuados verificados nos bueiros decorrem da deficiência do sistemade drenagem superficial, que em geral concentra o fluxo pluvial; na ausência de mecanismosdissipadores da energia das águas; e, da cobertura vegetal insipiente e inadequada. A elesestão associados processos erosivos nas saidas de água, com velocidade excessivas.

4.6 - PASSIVO DECORRENTE DA DEGRADAÇÃO DOS HABITATS DA FAUNA

Como caracteriza o diagnóstico ambiental realizado, a construção e pavimentação daGO-010 ocasionou uma ampla alteração dos habitats da fauna ao longo da rodovia, emespecial de sua faixa de domínio.

O passivo ambiental da rodovia e o amplo processo de antropização regional, atravésdas atividades agropecuárias, nem sempre desenvolvidas de forma racional, ocasionaram ainstalação de um processo progressivo de simplificação da comunidade faunística regional,praticamente irreversível.

Esse processo de simplificação, apesar de irreversível, pode ser atenuado, através demedidas de recomposição do passivo ambiental, e de outras medidas que favoreçam autilização racional dos recursos naturais da região.

A interceptação de inúmeros corredores faunísticos pela rodovia, além de favorecer oatropelamento de animais silvestres, dificulta o livre trãnsito da fauna entre suas diversas áreasde refúgio, que encontram-se nas áreas menos degradadas dos ambientes em que o solo e orelevo não favorecem a mecanização agrícola e entre as reservas legais das propriedades. A

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representação, linear do trecho descreve os principais corredores faunísticos interceptadospela rodovia e os ambientes críticos na área de influência da rodovia.

Alguns locais ao longo da rodovia passaram por processos de degradação maisacentuados, onde ocorreram a formação de erosões. Algumas áreas degradadas contribuempara a queda da qualidade biótica dos ecosssistemas aquáticos da região, através do arrastede solo e assoreamento dos cursos d'água, além de favorecer a instalação de processoserosivos nos taludes marginais desses.

4.7 - TRANSPOSIÇÃO DOS NÚCLEOS URBANOS

Após a implantação desse trecho da rodovia GO-010, os núcleos urbanos beneficiadosse expandiram e alguns povoados surgiram às margens da mesma. Dessa forma originarampontos de conflito na interface entre a rodovia e essas áreas urbanas. Quanto as sedesurbanas, esse impacto é especialmente evidenciado em Bonfinópolis, com a rodovia cruzandoárea periférica adensada onde os riscos de ocorrência de acidentes de trãnsito são elevados.

Igual situação ocorre na transposição dos povoados de Bom Sucesso e Capelinha.No caso específico da rodovia GO-010, no trecho Goiânia - Leopoldo de Bulhões, três

segmentos da via, em Bonfinópolis, Bom Sucesso e Capelinha necessitam das medidas:* Intensificação da sinalização horizontal e vertical relativa a segurança de trãnsito;* Implantação de dispositivos de travessia de pedestres;* Implantação de defensas ou cercas, nos pontos onde há maior contato na interface

rodovia x edificações urbanas.

14

5 - QUANTITATIVOS E ORCAMENTOS

RESUMO DE CUSTOS, RODOVIA GO-010

ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANTIDADE PREÇO UNITÁRIO TOTAL

1 Regularização e gradagem m259,900,00 0,06 3.594,00

2 Suavização de taludes m38.508,00 1,27 10.805,16

3 Regularização do terreno m39.305,70 0,16 1.488,91

4 Escarificação m2 0,45 0,12 0,05

5 Diques transversais m3618,76 1,92 1.188,02

6 Terraços extenores m30,60 1,27 0,76

6 Terraços e bacias intenores m36.992,12 1,27 8.879,99

7 Dissipadores de energia un 12,00 280,00 3.360,00

8 Calagem e adubação M2 0,45 0,02 0,01

9 Plantio de gramíneas M2

100.744,45 0,22 22.163,78

11 Plantio de bambu m2250,00 4,00 1.000,00

12 Revegetação de mata não inundável m23.600,00 2,47 8.892,00

13 Revegetação de mata ciliar m214.400,00 2,47 35.568,00

14 Hidrossemeadura M2 600,00 2,47 1.482,00

15 Canaletas m 135,00 17,21 2.323,35

16 Cercas ml 1.266,00 5,12 6.481,92

TOTAL 107.227,96

RESUMO DE QUANTITATIVOS, RODOVIA GO-010

S vÇORegutariL. e Suavização Regutariz. do Diques Terraços Terraço1s e Oisstp>. de Calagem e Plantio de Plantio de dev moate ão Reveget de Cnlt erPROGRAMA ~~~~gracdagem de taludes terreno Esafc transv. exterires bais ni. energia adubação gram[neas bambu iude mat mã rate clilar (irosm2 Canl>t C<mi)

<m2) (m3> (m3) (m3) lI3$) (ml> (un) (mi) <m2) <m2> (m2)

Drenagem 2.505,7 0,45 29,51 0,60 175,45 4,0 0,45 1.015,45 250,0 66.0

Empréstimos 9.500,0 5.426,0 1.800,0 589,25 150,0 49.315,0

Cortes 3.000.0 2,0 600,0 135,0

Bueiros 82.0 6,0 414,0 3.600,0

Matas ciliares e de Galeria(Pontes) 14.400}0 1.200,0

Jazidas 50.000,0 5.000,0 6.666,67 50.000,0

Total 5056, .568,01 g.305,7 0,451 618.761 0,601 6.992,121 12,0j 6,451 100.744,451 250,01 3.600,01 14.400,01 600,01 135,01 1.266,01

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LEGENDA

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RODOVIA GO-040

O trecho em estudo, da rodovia estadual designada pela nomenclatura GO-040, comextensão de 18,6 km, tem início no perímetro urbano de Goiânia e termina na cidade deAragoiãnia.

1 - CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO

O trecho da rodovia GO-040, situado entre o Goiânia e Aragoiânia, tem um projeto derestauração executado e concluído, sendo possível uma análise detalhada das intervençõesque irão ocorrer ao longo de toda a sua extensão de 18,6km.

As obras de restauração previstas são, relativamente simples. Nos primeiros 8 km, asolução prevista pelo projeto de restauração compõe-se da fresagem mais a aplicação de umacamada de 5cm de concreto betuminoso usinado à quente - CBUQ. No segmento restante estáprevisto a aplicação de lama asfáltica fina mais 4cm de CBUQ. Onde for necessário a capaasfáltica será retirada, o material da camada inferior escarificado, incorporando-se 20cm denova camada de sub-base e 20cm de base, os quais serão compactados. Em algunssegmentos os acostamentos serão restaurados, recebendo tratamento superficial simples -

TSS.

Quantidade de materialSub-base 3.462,4 m3

- base 3.462,4 m3Imprimação 96.403,81 mi

- CM-30 152,45Pintura ligação 73.525,20 m'

- RR-2C 51,47 tTratamento Superficial Simples 31.254,05 m1

- RR-2C 21,88 t- Brita 375,05 tCBUQ 6.153,14 má- CAP 959,89 t- Brita 289,20 t-Areia 2.301,48 m3

- Filler 690,38 tLama Asfáltica Fina 73.525,20 m'

- RL-1C 808,78 t-Areia 808,78 m3

- Filler 6,98 t- Pó de Pedra 330,86 m3

Acessoriamente, aproveitando a oportunidade da intervenção, foram previstos algunsreparos nos dispositivos de drenagem superficial constituído pelas sarjetas, meio-fio e descidasd'água. Muitas dessas intervenções previstas são de recuperação, prevendo-se algumasreconstruções localizadas.

No início do trecho, em seus três primeiros quilômetros onde a rodovia assumecaracterísticas de via urbana, por cruzar área densamente ocupada, a pista está duplicada. Apartir daí segue como pista simples até a entrada da cidade de Aragoiânia

2 - CARACTERIZAÇÃO REGIONAL DA ÁREA

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2.1 - MEIO FíSICO

Na região onde se insere a GO-040 predomina um clima tropical úmido, caracterizadopor duas estações distintas, uma seca de maio a setembro e outra chuvosa de outubro a abril,predominante no centro-oeste brasileiro.

A precipitação anual atinge em média 1.500mm, cuja concentração é maior entre osmeses de dezembro a março. Nos meses de junho e julho as precipitações são mínimas.

A temperatura média anual desta região situa-se em torno de 220C, decaindo para 190Cno inverno, meses de maio, junho e julho, elevando para até 370C nos meses de verão.

De uma maneira geral, entre Goiânia e Aragoiânia as altitudes variam de 650 a 800m,caracterizando um relevo de planalto, rebaixado e dissecado, onde se destacam unidades deterrenos distintas; chapadas, superfícies rebaixadas e fundos de vales. Esses terrenos sãomantidos por um substrato de rochas xistosas com uma cobertura de latossolos, associados aoutros concrecionários lateríticos, sendo drenados por pequenos cursos d'água pertencentes abacia do Paranaíba, onde se destacam o ribeirão Dourados e o córrego Vereda.

As chapadas constituem terrenos planos e elevados, com diversas ocorrências queabrigam o traçado da GO-040, normalmente com escoamento difuso das águas superficiaisdevido a baixa declividade topográfica. Nelas, a rede de drenagem é escassa com baixaenergia, o lençol freático é profundo e os solos são resistentes à erosão.

Os cortes e aterros existentes neste terrenos envolvem o maciço de solo, com alturasinsignificantes, permitindo o greide próximo ao terreno natural. Os solos concrecionários decobertura ali presentes são próprios para obras rodoviárias.

Na altura dos km 2,5 e 9,3, são observados áreas degradadas decorrentes de extraçãode cascalho.

Os terrenos rebaixados, normalmente são ondulados e exibem um escoamentoconcentrado das águas superficiais, sobre solos resistentes à erosão. A rede de drenagem édensa, com energia média e o lençol freático é profundo. No km 17,5, observa-se uma ravinamarginal a rodovia, decorrente de uma extração de solo.

Os cortes e aterros existentes são baixos e envolvem apenas o maciço de solosuperficial e localmente, o maciço rochoso alterado é subjacente. Em algumas áreas deencostas, afastadas da GO-040, são observados afloramentos rochosos, onde predominamxistos,

Os fundos de vales que ocorrem junto aos cursos d'água, são responsáveis peladissecação da região, onde normalmente ocorrem desníveis topográficos acentuados, exigindoaterros mais elevados, pontes e bueiros, sobre solos frágeis com presença de água próximo àsuperfície do terreno. Tanto nas zonas de maior declividade topográfica como nos taludesmarginais dos cursos d'água, são observados cicatrizes erosivas.

ÁREAS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

A recuperação asfáltica exigirá a disponibilização de materiais de construção, sendo aareia e a brita adquiridos de terceiros. As necessidades de cascalho poderão ser supridas pelajazida J-01, localizada próximo a margem direita da rodovia, na altura do km 18,12, cujo volumeutilizável, segundo o projeto é de 90.720m3.

2.2 - MEIO BIÓTICO

Sob o aspecto florístico a GO-040 no trecho compreendido entre Goiânia e Aragoiânia,insere-se no domínio do bioma Cerrado, em uma região caracterizada como área de tensãoecológica, no contato do Cerrado com a Mata Seca.

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O nível de antropização na região é elevado, em virtude da expansão imobiliária eatividades agropecuárias, que contribuíram de forma acentuada para a simplificação dehabitats da flora e da fauna.

Para a caracterização ambiental, em relação ao meio biótico, a área foi compartimentadaem 2 segmentos:- Segmento 1: final da pista dupla até o ribeirão Dourados;- Segmento 2: ribeirão Dourados até a cidade de Aragoiânia.

FLORA

A fitofisionomia que se destaca na área de influência do trecho é o cerrado típico commata de galeria; concentrações alteradas de cerradão, matas ciliares e vereda.

O segmento 1 caracteriza-se pela localização em zona de índices medianos deurbanização alternando-se áreas edificadas com não edificadas.

Nas áreas edificadas destaca-se a presença de vias secundárias com arborizaçãodeficitária ou mesmo ausente.

Nas áreas não edificadas do segmento 1 a cobertura vegetal dominante no entorno érepresentada por pastagens formadas pelo capim braquiária , onde o cerrado encontra-se emprocesso de regeneração natural, destacando-se nesses ambientes a presença de individuosde pequeno porte, testemunhos da flora nativa.

O segmento 2, do ribeirão Dourados até Aragoiânia, diferencia-se do segmento 1 pelobaixo índice de urbanização. As áreas nas adjacências da rodovia são ocupadas porpropriedades com atividades relacionadas à pecuária, o solo é recoberto por pastagens eespécimes arbóreos esparsos da flora nativa, remanescentes da formação primária.

O ribeirão Dourados, foi destituído de sua formação ciliar natural onde a coberturavegetal dominante atualmente são as gramíneas exóticas com destaque para os capinsbraquiária e o elefante.

À altura do km 12,9, constata-se nas imediações da faixa de domínio, à esquerda darodovia uma cabeceira de drenagem onde a mata de galeria apresenta índices razoáveis deconservação. Nas adjacências dessa mata de galeria predominam formações de pastagenscom espécimes esparsos do cerrado típico.

À altura do km 15, à esquerda da rodovia ocorre concentração vegetacional,testemunha do cerrado típico, onde foi feito a remoção do estrato arbustivo, dando à formaçãouma característica aberta.

Na altura do km 15,9, paralelamente à rodovia pela esquerda, verifica-se, cabeceira dedrenagem ao longo da qual ocorre mata de galeria do tipo inundável, com bons indices deconservação. No entorno predominam as formações de pastagens introduzidas .

Na altura do km 17,3 a rodovia transpõe o córrego Vereda, onde a faixa de domínio darodovia encontra-se destituída da vegetação nativa característica, havendo uma dominância degramíneas exóticas. À jusante e a montante da rodovia a cobertura arbórea apresenta bonsíndices de conservação com alta densidade e freqüência da palmeira buriti (Mauritia flexuosa),e no sub-bosque predominam populações do gênero Miconia. Processo erosivo intenso,instalado na faixa de domínio, gera perda de solo na vertente e assoreamento do córregoVereda, ameaçando a captação de água da SANEAGO à jusante da rodovia.

FAUNA

A avifauna constitui o táxon dominante ao longo da área de influência direta dessetrecho da GO-040.

Os mamíferos, devido à alta transformação de seus habitats, são pouco freqüentes naárea de influência direta da rodovia, destacando-se a presença de várias espécies dequirópteros e alguns pequenos roedores.

Entre os lacertilios foram observados durante os trabalhos de campo o papa-vento, ocalango-verde, a cobra-cega e o teiú.

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Os ofídios catalogados ao longo da área de influência foram a cobra-d'água, a cobra-de-capima caninana, a boipeva, a fura-terra, a jaracuçu-do-brejo, a cascavel e a jararaca.

O curso d'água mais significativo na área de influência direta da rodovia é o ribeirãoDourados, que apresenta uma ictiofauna característica das cabeceiras de drenagem da baciado Paranaíba.

BIOTA AO LONGO DA FAIXA DE DOMINIO

Se_gmento 1A faixa de domínio no segmento 1 é caracterizada por apresentar cobertura vegetal

composta por gramíneas exóticas, sendo rara a ocorrência de representantes arbóreosremanescentes da flora nativa. Entre as gramíneas destacam-se os capins braquiária e oandropogon.

A flora nativa é representada por arbustos.Segmento 2

Assim como no segmento 1, a faixa de domínio do segmento 2 apresenta dominãnciade gramíneas exóticas principalmente ao longo da pista, contudo, por ser uma área rural, nota-se sobre o estrato graminóide uma maior ocorrência de indivíduos arbóreas adultos e juvenisda flora nativa.

O ribeirão Dourados e o córrego Vereda, os únicos interceptados pela rodovia, tiveram acobertura vegetal nativa totalmente removida na faixa de domínio, ocorrendo atualmente apresença de gramíneas exóticas com destaque para os gêneros Brachiaria, Andropogon ePanicum.

Na altura do km 8,4 e 10,5 constata-se a presença de chácaras, onde predominam nafaixa de domínio, espécies exóticas como o pinheiro (Pinus sp.), a mangueira e o eucalipto.

2.3 - MEIO ANTRÓPICOS

A Prefeitura de Goiânia, em parceria com o Governo do Estado e o Ministério dosTransportes, implantou a obra de duplicação da via numa extensão cerca de 3km, até o final doSetor Garavelo onde haverá a restauração propriamente dita, com possibilidade de estenderpor mais 6km, correspondendo à faixa urbanizada.

A partir desse ponto a ocupação lindeira à GO-040 pode ser caracterizada em doissegmentos: o primeiro até a ponte sobre o ribeirão Dourados e o segundo, deste rioAragoiãnia.

O primeiro segmento está sofrendo um processo muito rápido de ocupação, estando asglebas lindeiras praticamente todas, já parceladas e em processo de ocupação residencial,com uma tipologia habitacional de classe média em alguns, e baixa renda na maioria.

Nas proximidades dos cursos d'água o parcelamento ocorre em forma de chácaras delazer, existindo também alguns clubes associativos e outros abertos à população.

No segundo segmento a ocupação é rarefeita, predominando chácaras, sítios epequenas fazendas com atividade predominantemente pecuária, onde prevalece o rebanhobovino leiteiro.

PATRIMÔNIO CULTURAL

Não existem sítios arqueológicos históricos ou pré históricos registrados na área deinfluência direta da rodovia.

3 - SITUACÃO ATUAL DO MEIO AMBIENTE

A caracterização ambiental da área indica um quadro de degradação ambiental local,devido à intensa ocupação do solo, especialmente através da implantação de novos

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condomínios, característica do primeiro segmento da rodovia, entre o seu início até o ribeirãoDourados, fato que ocasionou uma ampla simplificação ambiental em detrimento dascomunidades silvestres da região.

A obra de restauração asfáltica proposta para este trecho da rodovia apresenta-secomo um conjunto de ações simples, se considerarmos que a rodovia encontra-se em plenaoperação e que não haverá mudanças em seu traçado. O passivo ambiental remanescente aser recuperado é também pouco significativo.

Os empreendimentos rodoviários em geral tem um importante significado para odesenvolvimento de uma região, principalmente quanto à dinamização das relaçõesintermunicipais. O aumento da velocidade nos deslocamentos com maior conforto e segurança,são fatores positivos advindos da pavimentação e da manutenção do corpo estradal e de suafaixa de domínio.

Os impactos ambientais decorrentes da construção da rodovia, denominados dePassivo Ambiental, foram atenuados pelos sistemas naturais, ao longo do tempo, sendo que arecuperação daqueles ainda existentes são simples, como estão caracterizados no capítuloespecífico deste trabalho, onde também estão indicadas as medidas convenientes.

A escolha de locais inadequados, a má disposição e a conformação mal feita dos bota-foras tem ocasionado impactos significativos ao meio ambiente, como o assoreamento dasredes de drenagens provocado pelo carreamento do material depositado e prejuízo aosproprietários lindeiros. Desta forma, embora o volume previsto neste trecho seja minimo osmesmos terão destinação ambientalmente adequada.

A pressão antrópica sobre os habitats da flora e da fauna ocasionou elevada alteraçãodesses, transformando os ambientes do cerrado e da floresta em áreas de lavouras oupastagens.

Foi constatado ainda, nos trabalhos de campo, o atropelamento esporádico de animaissilvestres e ausência de placas de advertência da travessia de animais ao longo da rodovia.

Quanto aos aspectos sócio-econômicos, a restauração desse trecho, de uma formageral, será bastante positiva, melhorando as condições de trafegabilidade pelo recapeamentoda faixa de rolamento, bem como da recuperação do acostamento, dispositivos de drenagens,além da recuperação dos equipamentos de sinalização.

4 - DIAGNÓSTICO DO PASSIVO AMBIENTAL

Considerando os diversos componentes naturais ao longo da rodovia GO-040, entre ascidades de Goiânia e Aragoiânia, reconhece-se a existência de dois compartimentos distintosquais sejam.

* Segmento 1 (km O a km 08)A partir do final da pista dupla a rodovia GO-040 se desenvolve sobre terrenos planos,

com declividade na maior parte inferior a 10%, sustentada por solos argilosos, homogêneos,resistentes aos processos erosivos. Neste segmento as drenagens são escassas, de baixaenergia e o freático profundo. Na altura do km 2,5 ocorre área degradada decorrente deextração de cascalho. O fluxo superficial é difuso e os solos são recobertospredominantemente por espécies graminóides. Neste segmento destaca-se a densa ocupaçãopor loteamentos já implantados.

* Segmento 2 (km 08,5 a km 18,60)Compreende um segmento com ocupação rarefeita, cobertura vegetal em pastagens e

espécies arbóreos esparsos da flora nativa. Os desníveis topográficos são mais acentuados,possibilitando maior energia às águas e a formação de algumas cicatrizes erosivas. Os vales

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mais encaixados exigem aterros mais elevados. Na altura do km 9,3 observa-se áreadegradada em antiga extração de cascalho.

Na vertente do córrego Vereda, à direita da pista há processo erosivo instaladocausando perda de solo e assoreamento no manancial, provocado pela concentração do fluxodas águas superficiais.

O passivo ambiental da rodovia é de baixa magnitude resumindo-se a praticamentealgumas antigas áreas de exploração de cascalho, as quais seguem indicadas em capítuloposterior, e a erosões instaladas. As caixas de empréstimo abertas na época da construção darodovia foram, quase todas recuperadas pela ação dos agentes naturais ao longo do tempo oupelos proprietários lindeiros.

4.1 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM

As interferências impactantes decorrentes das obras de construção da rodovia, nestetrecho, foram mínimas no que se refere a empréstimos de solo, fato que justifica a ausência decaixas de empréstimo laterais.

4.2 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM E ESCOAMENTOSUPERFICIAL

Ao longo da área de influência direta desse trecho da GO-040 apenas uma áreaencontra-se degradada devido ao escoamento e concentração do fluxo das águas superficiais,que é descrita a seguir.

A erosão instalada à altura do km 17,5, à direita da rodovia, caracteriza-se pela presençade sulcos longitudinais com dimensões variando entre 1 e 2m de largura; 1,5m de profundidadee 200m de comprimento, apresentando taludes irregulares instáveis e parcialmente recobertospor gramíneas do gênero Brachiaria.

O processo erosivo foi formado em virtude da concentração do fluxo das águassuperficiais numa encosta inclinada a partir de área de extração de saibro, e ineficiência dasobras de contenção realizadas, constituindo-se um fator de degradação do córrego Vereda.

O material apresenta pouca resistência física, havendo escavações irregulares, taludesexpostos e verticalizados. A cobertura vegetal nesta área é representada pelo capim braquiáriae por espécies invasoras como a lobeira (Solanum lycocarpum), além de espécimes jovens daflora nativa como o jacarandá-do-cerrado (Machaerium sp.).

Na parte mais baixa há exposição do freático. A perda de solo é comprovada pelo índiceelevado de assoreamento do rio, causando, inclusive, afogamento parcial do bueiro tubularduplo ali existente e comprometendo a área de captação da SANEAGO à jusante deste local.

Restauração de pontes e bueiros

Ponte ribeirão DouradosA ponte que faz a travessia do ribeirão Dourados apresenta-se estreita e com guarda

corpos danificados. Além disso a ponte não possui passarela para pedestres, oferecendoriscos aos usuários.

Bueiro córreco VeredaO bueiro do córrego Vereda apresenta problemas com o seu funcionamento,

provocando represamento das águas à montante da rodovia. O assoreamento do leito docórrego e, consequentemente, da entrada do bueiro, por uma erosão marginal agrava oproblema.

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Degradação de matas ciliares / galeria

Ao longo desse trecho da GO-040 apenas dois cursos d'água são interceptados: oribeirão Dourados e o córrego Vereda, sendo que ambos encontram-se destituídos de suavegetação marginal nativa, sendo que as medidas a serem adotadas para a recomposição dasáreas de preservação permanente desses cursos d'água são as indicadas a seguir.

Ribeirão DouradosPara a revegetação das formações de galeria do ribeirão Dourados na faixa de domínio

da rodovia será utilizado um modelo em forma de cruzeiro, baseado em Macedo; Kageyama;R. Costa -1.993.

Córreqo VeredaPor se tratar de uma formação marginal característica de ambientes higrófilos, onde a

diversidade de espécies é baixa e a freqüência de indivíduos de uma mesma espécie éelevada, o modelo proposto para a revegetação da área de preservação permanente docórrego Vereda, na faixa de domínio da GO-040, é diferenciado do indicado para o ribeirãoDourados.

4.3 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE PAVIMENTAÇÃO E OPERAÇÃOO passivo decorrente dos serviços de pavimentação originam-se da degradação de

áreas de exploração de cascalho.

Cascalheiras

Duas áreas ao longo da rodovia foram exploradas comercialmente em períodospretéritos

JAZIDA J-02Localiza-se a direita da rodovia à altura do km 3,5, nas imediações da faixa de domínio.

Trata-se de uma expansão, uma vez que, a jazida já foi utilizada anteriormente.A cascalheira foi explorada em área recoberta por pastagens, onde constata-se no

entorno a ocorrência de testemunhos da flora nativa remanescentes da formação primária,além de indivíduos jovens vegetando esparsamente sobre o campo graminóide, ondedestacam-se o pau terra-de-folha larga (Qualea grandiflora), o pequizeiro (Caryocar brasiliense)e a fruta de cotia (Diospyros hispida).

Esta jazida encontra-se parcialmente escavada, com ocorrência de solosconcrecionários, taludes semi-verticalizados, piso compactado onde constata-se um processode regeneração natural, havendo a ocorrência de gramíneas exóticas e espécies da flora nativacom destaque para os gêneros Machaerium, Salacia e Erythroxylum.

JAZIDA J-03Localiza-se a direita da rodovia à altura do km 9,2 nas imediações da faixa de domínio. A

jazida foi parcialmente explorada, representando portanto, uma expansão.A cascalheira apresenta pontos decapeados e outros parcialmente recobertos pôr

gramineas, com espécimes emergentes da flora nativa, com destaque para a amescla-do-campo (Ouratea hexasperma), o tropeiro (Dalbergia sp.), e a faveira (Dimorphandra moilis).Entre as gramíneas cita-se os capins braquiária e o andropogon (Andropogon sp.).

Trata-se de uma área suavemente inclinada, com ocorrência de cascalho laterítico, comespessura em torno de 1,0 metro.

A cobertura vegetal do entorno é representada por pastagens onde foi introduzido ocapim braquiária e espécies da flora nativa com destaque para a caraíba (Tabebuia aurea), afaveira (Dimorphandra mollis), a cagaita (Eugenia dysenterica) e o pau-terra-de-folha-larga(Qualea grandiflora).

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Zonas de dispersão faunística

Apesar da elevada antropização de habitats ao longo da área de influência doempreendimento, várias populações remanescentes das comunidades faunísticas da regiãoperambulam pelas imediações da rodovia em suas atividades tróficas e reprodutivas.

A elevada fragmentação ambiental, ocasionou na região o isolamento dos ambientesque apresentam condições bióticas satisfatórias para a permanência de populações da faunasilvestre, sendo que em geral esses são representados pelas reservas legais das propriedadesrurais e pelas matas de galeria.

A mata de galeria, que constitui elemento básico na dispersão faunistica regional,apesar da descaracterização atual, é interceptada pela rodovia no ribeirão Dourados e nocórrego Vereda, sendo que em vários locais é margeada pela rodovia, sendo esses locaisindicados na figura 6.1, que defina as principais zonas de dispersão da fauna ao longo dessetrecho da rodovia.

Paisagismo ao longo da rodovia

Segmento 1Para as áreas urbanizadas ao longo da rodovia sugere-se o plantio das espécies a

seguir relacionadas, com espaçamento de 8 metros entre mudas e 4 metros em relação aoposte de iluminação pública.

Tibouchina sp. QuaresmeiraLicania kunthiana RapaduraCaryocar brasiliense PequizeiroPterodon pubescens Sucupira-brancaErythrina mulungu MulunguDipteryx alata Baru

Nas zonas não urbanizadas deverá ser realizado o controle das gramíneas através decorte manual a uma altura aproximada de 20 centímetros e realizado o plantio, comespaçamento de 8 x 8 metros das espécies relacionadas a seguir, com alternância deespécies.

Dimorphandra mollis FaveiraHymenaea stigonocarpa Jatobá-do-campoPterodon pubescens Sucupira-brancaQualea grandiflora Pau-terra-de-folha-largaCaryocar brasiliense PequizeiroDipteryx alata BaruVochysia haenkeana Escorrega-macacoAcrocomia aculeata Macaúba

Seqmento 2Nesse trecho sugere-se além do controle das gramíneas e invasoras, que nos locais em

que ocorrerem espécimes emergentes da flora nativa que estes permaneçam, realizando-se oestaqueamento dos indivíduos mais jovens para sua proteção nos períodos de manutenção dafaixa de domínio da rodovia.

Conflito com urbanismo

O inicio do trecho, que se caracteriza pela intensa conurbação entre os municipios deGoiãnia e Aparecida de Goiânia, apresenta volume de tráfego intenso com a rodoviaassumindo condição de via urbana. Estas características estão ocorrendo até o ribeirãoDourados em razão do parcelamento verificado e a ocupação acelerada destes novoscondomínios. Deve-se ressaltar que a rodovia foi a indutora da ocupação lindeira

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4.4 - DEPóSITO DE LIXO EM ARAGOIÂNIA

O local onde vem sendo depositado os resíduos sólidos da cidade de Aragoiânia, situa-se na periferia de sua zona urbana, á margem direita da GO-040, ocupando aproximadamente9.000m 2 .

Esta área é imprópria para receber resíduos que se constituem em focos de insetos e,portanto, vetores de doenças. Tanto a proximidade da área urbana, como o fato da mesmasituar-se junto a uma cabeceira de drenagem, justificam plenamente a impropriedade destedepósito e a necessidade da escolha de outra área, ambientalmente adequada para acomodartais resíduos.

Passivo ambiental decorrente do depósito de lixoLocalização (km) Município Área (m2) Volume m

18,4 Aragoiania 9.000 4.500

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5- QUANTITATIVOS E ORÇAMENTO

RESUMO DE CUSTOS

ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANTIDADE PREÇO UNITÁRIO TOTAL

1 Regularização e gradagem m2 40.000,00 0,06 2.400,00

2 Regulanzação de taludes m3 7.500,00 1,27 9.525,00

3 Regularização do terreno m3 1.200,00 0,16 192,00

4 Espalhamento de material estocado M2 250,00 0,60 150,00

5 Diques transversais m3 1.000,00 1,92 1.920,00

6 Drenos profundos ̀ ml 440,00 36,80 16.192,00

7 Terraços e bacias interiores m3 2.800,00 1,27 3.556,00

8 Escavação de cavas m3 5.400,00 1,27 6.858,00

9 Espalhamento de lixo m3 4.500,00 0,60 2.700,00

10 Espalhamento de bota-fora m3 1.890,00 0,60 1.134,00

11 Compactação do lixo m2 9.000,00 0,94 8.460,00

12 Recobrimento m3 3.510,00 0,60 2.106,00

13 Calagem e adubação m2 60.000,00 0,02 1.200,00

14 Plantio de gramineas m2 72.200,00 0,22 15.884,00

15 Plantio de leguminosas m2 50.000,00 0,22 11.000,00

16 Revegetação de mata inundável m2 4.800,00 2,47 11.856,00

17 Revegetação de mata não inundável m2 50,00 2,47 123,50

18 Plantio de espécies m2 9.000,00 0,22 1.980,00

19 Cerca ml 400,00 5,12 2.048,00

TOTAL 99.284,50

RESUMO DE QUANTITATIVOS, RODOVIA GO-040

SERViCO Regutertz*. Epimam Esalehamon Revageta- RvgtRegubtilL * çáo do Reptaia Recbd- aga an Diques Drenos Terraços. 9 acavação Espalham.t êbt- onat a Caiaem a Platio de Plantio de ã d t çIo de mata Plfantio de

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D,enagem 1 200.00 1.000,00 440,00 10 000 00 10 000,00

Jazidas 40 000,00 7.500.00 250,00 2 800,00 S0 000,00 S5 000 00 S0 000,00

Pontes e Bue.ras 3 200,00 4 800,00 50.00 400,00

Dep. de liso 5.400,00i 4 500.00 1 890.00 9 00.000 3 510,00 _ 9 000,00 9.000,00

Total 40.000,00 7.500,00 1.200,00 250,00 1.000.00 440,00 2.800,00 5.400,00 4.500,08 1.890,00 9.000,00 3.510,00 60.000,00 72.200,00 50.000,00 4.800,00 S0,00 9.000,00 400,00

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EDIFICACÃO. POSCO POLTCIAL COMÉRCI.O ETC CóRREGO, AIOS. RIBEIRAO

REPRESENTAÇÃO DO PASSIVO AMBIENTAL GO-040

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RODOVIA GO-060

O trecho em estudo, da rodovia estadual designada pela nomenclatura GO-060, comextensão de 95,44 km, tem inicio no perímetro urbano de Trindade e finaliza na entrada paracidade de Firminópolis. A figura 3.1 apresenta a localização do trecho a ser restaurado.

1 -CARACTERIZACÃO DO EMPREENDIMENTO

O trecho da rodovia GO-060, situado entre Trindade e Firminópolis, tem um projeto derestauração executado e concluído, sendo possível uma análise detalhada das intervençõesque irão ocorrer ao longo de toda a sua extensão de 95,44km.

As obras de restauração previstas são, relativamente simples. A solução prevista peloprojeto de restauração prevê para o segmento entre Trindade e Santa Bárbara, revestimentoem concreto betuminoso usinado à quente - CBUQ na pista de rolamento e tratamentosuperficial duplo (TSD) no acostamento. No segmento restante, entre Santa Bárbara e a GO-156 e entre esta rodovia e Firminópolis, está previsto tratamento superficial duplo (TSD) napista de rolamento, tratamento superficial simples no acostamento. A camada de CBUQ seráaplicada em alguns pontos localizados.

Para a execução dos serviços de recuperação de pavimento, base, sub-base eacostamento estão previstas as seguintes quantidades principais:

Quantidade de materialTrecho - Trindade 1 Santa Bárbara

- Base 7.500,00 mJImprimação 220.999,00 m'

- CM-30 266,00 tPintura ligação 168.000 mr

- RR-2C 134,00 tCBUQ 9.732,00t

- CAP-20 562,32 t- Brita 169,43 t-Areia 1.168,02 m3

- Filler 404,48 tTrecho - Santa Bárbara 1 GO-156

- Base 5.551,00 máImprimação 131.500,00 m1

- CM-30 171,52 tPintura ligação 195.400,00 m1

- RR-2C 137,78 tTSD 108.800,00

- RR-2C 274,34t- Brita 3.264,00 m2CBUQ 9.741,00t

- CAP-20 1.517,60 t- Brita 457,83 t-Areia 3.156,08 m3

- Filler 1.092,94 tTrecho - GO-156 - Firminópolis

- Sub-base 1.175,370 m4

Base 2.350,74 m3

Imprimação 12.055,06 m'- CM-30 508,72 t

Pintura ligação 988.514,65 m1

- RR-2C 691,96 t

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T.S. Simples 171.955,15 m'- RR-2C 292,32t

2- Brita 2.063,46 m

TSD 334.357,23 m'- RR-2C 1.170,25t

Brita 10.030,72 m2CBUQ 6.153,114t

- CAP-20 959,89 t- Brita 289,20 t

- Areia 2.301,48 m3

- Filler 690,38 tAcessoriamente, aproveitando a oportunidade da intervenção, foram previstos alguns

reparos nos dispositivos de drenagem superficial constituído pelas sarjetas, meio-fio e descidasd'água. Muitas dessas intervenções previstas são de recuperação, prevendo-se algumasreconstruções localizadas.

2 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

2.1 - MEIO FíSICO

O clima da região é do tipo Aw, tropical úmido, segundo a classificação de Koppen,apresentando duas estações bem definidas: uma seca que vai de maio a setembro e a outraúmida, com chuvas torrenciais.

A precipitação média anual é de 1.500mm, concentrando cerca de 70% das chuvas noperíodo de dezembro a março. Nos meses de junho e julho as precipitações são praticamentenulas.

O regime térmico é marcado por pequenas variações sazonais, com temperatura médiaanual de 230C, decaindo para uma média ao redor de 18°C nos meses de maio, junho e julho,período correspondente ao inverno. No verão a temperatura se eleva até atingir a casa de 30°Caproximadamente.

No geral o relevo predominante são as formas tabulares, normalmente amplas,definindo as chapadas, seguindo-se formas convexas de dissecação mais intensa, esculpidasem litologias diversas de idade pré-cambriana, produzindo cotas altimétricas girando em tornode 650m, com destaque para a Serra da Jibóia.

O rio dos Bois é o principal curso d'água transposto pela rodovia na região. O mesmoapresenta leito encaixado. A rede de drenagem é bastante densa, com regime perene,destacando-se: rio dos Bois, rio Turvo, ribeirão Sapezal, Anicuns e Moleque dentre outros,geralmente de baixa energia.

Os solos atravessados pela rodovia com maior predominãncia são os latossolosvermelho escuros, homogêneos, profundos, maciços e resistentes a erosão, ocupando assuperfícies de chapadas. Localmente, verificam-se cambissolos, rasos e cascalhentos,seguidos de solos litólicos, rasos, com blocos de rocha, em áreas de maior declividade.

Estes solos em sua maior parte são ocupados com pastagens, com poucas lavouras ecobertura vegetal nativa.

2.2 - MEIO BIÓTICO

Sob o aspecto biótico a GO-060, no trecho entre Trindade e Firminópolis, insere-se emregião de domínio do Cerrado, em zona de domináncia das formações florestais da mata secasemicaducifolia, denominada regionalmente como Mato Grosso Goiano. Ocorrem ainda naregião as fisionomias do cerrado típico, na região da Serra da Jibóia, e encraves de cerradãona porção final do trecho, além das formações ciliares e de galeria.

A biota da área de influência da rodovia apresenta sinais de um processo desimplificação generalizado devido à transformação de respectivos habitats pelas atividades

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agropecuárias. Atualmente as formações remanescentes, especialmente as florestaisapresentam índices razoáveis de conservação nas reservas legais das propriedades rurais.

FLORA

A cobertura vegetal dominante ao longo de todo o trecho é constituída pelas pastagenscompostas por gramíneas exóticas como os capins braquiária (Brachiaria spp.).

Com base na observação dos testemunhos que ocorrem nessa região, sob a forma deconcentrações florestais ou mesmo de indivíduos arbóreos distribuídos esparsamente em meioaos campos graminóides, verificam-se vestígios de vegetação pretérita da mata secacaducifólia, que se caracteriza pela caducidade superior a 60%, durante os períodos deestiagem, tal característica evidencia-se no trecho entre Santa Bárbara e Turvânia.

Nos ambientes onde o solo apresenta elevada fertilidade e a mata foi substituída porgramíneas para a formação de pastagens, constata-se elevada freqüência de palmeiras, emespecial do bacuri nos fundos de vales e da guariroba e da macaúba nos ambientes de cotassuperiores.

Pequenas concentrações florestais isoladas foram constatadas ao longo da área deinfluência da rodovia, destacando-se as que ocorrem à altura dos quilômetros 09; 12,5; 20; 21;28; 29; 37; 40; 48; 53; 62; e, 70 (a partir de Trindade), compondo comunidades florestaisremanescentes da flora regional, além de zonas de refúgio e dispersão das populaçõesfaunísticas.

O cerradão já bastante alterado pela ação antrópica, ocorre esporadicamente naregião, geralmente sob a forma de encraves, às vezes confrontando-se com a florestaestacional, como após a cidade de Nazário; por outras com o cerrado no sentido restrito, comoentre Turvãnia e Fírminópolis. Nessas regiões, em meio às pastagens, permaneceramindivíduos dessa fisionomia, isolados em meio às pastagens, que constituem testemunho davegetação autóctone, onde destacam-se espécies como:

No trecho entre as cidades de Turvânia e Firminópolis, a fisionomia dominante eraconstituída pelo cerrado típico, já amplamente descaracterizado pelas atividades antrópicas,especialmente a agropecuária, que ocasionou a transformação dos habitats naturais da flora eda fauna. Em meio às pastagens, nessa região destacam-se espécimes remanescentes dessafisionomia.

Ao longo das cabeceiras de drenagem e fundos de vales, geralmente o solo da região érecoberto pelas matas de galeria especialmente na porção intermediária do trecho onde orelevo é mais acidentado.

As matas de galeria com a palmeira buriti, denominadas regionalmente de veredas, sãopouco freqüentes ao longo desse trecho da rodovia, destacando-se a localizada após a cidadede Turvânia, onde as espécies mais abundantes além dessa palmeira.

As matas ciliares, como as dos rios Turvo e dos Bois, encontram-se rarefeitas devido àpressão antrópica, onde as populações de espécies arbóreas adultas, apresentam baixosíndices de abundância.

À margem direita do rio Anicuns, está presente uma formação secundária emadiantado estágio vegetativo, já adotando características iniciais de uma vegetação climácica.

Próximo à cidade de Santa Bárbara, destaca-se a presença de ambiente higrófilo,permanentemente saturado.

FAUNA

Devido à intensa antropização regional, que ocasionou ampla fragmentação doshabitats da flora e da fauna, a comunidade faunistica remanescente encontra-se altamentesimplificada.Os mamíferos, altamente sensíveis às alterações ambientais, apresentam populações combaixos índices de abundância e freqüência, sendo que várias espécies anteriormente presentesna região encontram-se ausentes

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A transformação dos ambientes fechados em abertos, em uma região que era dominadapela cobertura florestal, ocasionou ampla simplificação da avifauna, favorecendo a colonizaçãodos ambientes formados, por espécies afins às áreas abertas.

O cursos d'água mais significativos na área de influência direta da rodovia são os riosTurvo, dos Bois e Anicuns, que apresentam uma ictiofauna simplificada, devido àsinterferências em sua vegetação ciliar e no próprio leito, através da extração de areia.

Biota ao longo da faixa de domínio

Os solos de elevada aptidão agrícola na região favoreceram a substituição dosambientes primários por áreas de lavouras e pastagens, concorrendo para a grandefragmentação ambiental ao longo da rodovia em detrimento dos habitats da flora e da fauna.

A escavação de caixas de empréstimo de material para a construção da rodoviaocasionou a degradação de habitats ao longo da faixa de domínio, em especial nas áreas quenão foram recompostas e são utilizadas como locais de lançamento de resíduos urbanos, comoà altura do quilômetro 24, na caixa de empréstimo CE-12.

A instalação de curtumes, laticínios e cerâmicas ao longo da área de influênciacontribuiu para a degradação biótica regional, em especial da aquática, devido ao lançamentode residuos industriais nos cursos d'água.

A vegetação dominante na faixa de domínio é constituída de gramíneas introduzidaspara a formação de pastagens, em detrimento da vegetação arbórea e arbustiva nativa, queocorre com maior freqüência nas interceptações de cursos d'água e ocasionalmente nosinterflúvios.

Algumas zonas de dispersão da fauna são interceptadas pela rodovia, ondeconcentram-se os locais de atropelamento de animais silvestres, em especial de mamíferos degrandes garras como dasipodídeos e mimercofagídeos.

De uma forma geral, devido à elevada fragmentação ambiental e degradação dehabitats ao longo da área de influência as comunidades faunísticas da região encontram-seamplamente simplificadas, constatando-se a maior freqüência das populações de avescaracterísticas de ambientes abertos, como as pastagens, e algumas de lacertílios.

2.3 - MEIO ANTRóPICO

O trecho da GO-060 a ser restaurado, entre Trindade e Firminópolis, ao longo de seutrajeto cruza as cidades de Santa Bárbara (km 25), Nazário (km 50), Turvânia (km 77) e opovoado de Claudinápolis (km 33), Distrito de Nazário.

Dessas localidades, Trindade, Claudinápolis e Firminópolis são as que apresentampartes significativas de suas áreas urbanas segmentadas pela rodovia, isto é, apresentamocupações comerciais e residenciais em ambas as margens da GO-060.

Entre os núcleos urbanos o uso do solo lindeiro à rodovia é eminentemente rural, comalgumas indústrias pontuais no trecho, podendo ser destacados um curtume próximo a Nazárioe algumas cerâmicas.

Nesses trechos intermunicipais, o uso de pastagens para a bovinocultura épreponderante, havendo lavouras em quantidade significativa apenas entre Nazário e Turvàniae entre Turvânia e Firminópolis, principalmente mais próximo a Turvânia.

A diretriz da via cruza importantes cursos d'água no trecho, como o rio Anicuns, rio dosBois e rio Turvo, conhecidos por sua psicosidade, sendo bastante procurados nos finais desemana nas proximidades das pontes da GO-060 sobre esses rios.

PATRIMÔNIO CULTURAL

Não se tem registro de nenhum sítio arqueológico ou histórico catalogado na faixa dedomínio da rodovia GO-060 no trecho entre Trindade e Fiminópolis.

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A região, contudo, apresenta-se de interesse, uma vez que sofreu uma ocupaçãobaseada na exploração do ouro no século XIX, num período tardio e de interesse para ahistória de Goiás, existe a possibilidade de sítios e fazendas do século XIX, importantes para acompreensão do processo de ocupação do território goiano, inclusive a cidade de Trindadepossui igreja do século XVIII..

As obras de restauração da rodovia não causarão impactos a qualquer sítio, uma vezque as mesmas se restringirão à faixa de domínio da pista e as jazidas de materiais deconstrução como brita e areia, que serão adquiridos de terceiros, portanto, de áreas comerciaisnecessariamente licenciadas.

3 - SITUACÃO ATUAL DO MEIO AMBIENTE

A caracterização ambiental da área indica um quadro de antropização intenso devido aocupação do solo, especialmente através da substituição vegetação nativa pela pastagem, fatoque contribui para a ampla simplificação ambiental em detrimento das comunidades silvestresda região.

A obra de restauração asfáltica proposta para este trecho da rodovia apresenta-secomo um conjunto de ações simples, se considerarmos que a rodovia encontra-se em plenaoperação e que não haverá mudanças em seu traçado. O passivo ambiental remanescente aser recuperado é também pouco significativo.

Os empreendimentos rodoviários em geral tem um importante significado para odesenvolvimento de uma região, principalmente quanto à dinamização das relaçõesintermunicipais. O aumento da velocidade nos deslocamentos com maior conforto e segurança,serão fatores positivos advindos da restauração e da manutenção do corpo estradal e de suafaixa de domínio.

Os impactos ambientais decorrentes da construção da rodovia, denominados dePassivo Ambiental, foram atenuados pelos sistemas naturais, ao longo do tempo, sendo que arecuperação daqueles ainda existentes são simples, como estão caracterizados no capítuloespecífico deste trabalho, onde também estão indicadas as medidas convenientes.

A pressão antrópica sobre os habitats da flora e da fauna ocasionou elevada alteraçãodesses, transformando os ambientes do cerrado e da floresta em áreas de lavouras oupastagens.

Foi constatado ainda, nos trabalhos de campo, o atropelamento esporádico de animaise ausência de placas de advertência da travessia de animais ao longo da rodovia.

Quanto aos aspectos sócio-econômicos, a restauração desse trecho, de uma formageral, será bastante positiva, melhorando as condições de trafegabilidade pelo recapeamentoda faixa de rolamento, bem como da restauração do acostamento, dispositivos de drenagens,recuperação dos equipamentos de sinalização. Esse aspecto poderão ser otimizados com aexecução das medidas propostas no capítulo 7, referentes aos segmentos urbanos da rodovia.

4 - DIAGNÓSTICO DO PASSIVO AMBIENTAL

Considerando os diversos componentes naturais ao longo da rodovia GO-060, entre ascidades de Trindade e Firminópolis e o fato da mesma estar implantada há vários anos verifica-se que o passivo ambiental decorrente não é muito significativo do ponto de vista da criticidadedos ambientes impactados, embora alguns dos fatores geradores de impacto apareçam emgrande quantidade, como é o caso das caixas de empréstimo.

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Alguns fatores de impacto verificados não são decorrentes das ações de construção darodovia mas do uso do solo indevido de sua faixa de domínio, como é o caso do depósito delixo a céu aberto na altura do km 23,5 (D).

O passivo se resume basicamente a presença de caixas de empréstimos laterais,muitas delas exibindo taludes verticalizados, as quais se associam processos erosivos naforma de ravinas e sulcos, decorrentes da concentração das águas superficiais, da falta dedissipadores de energia nos dispositivos de drenagem e da falta de cobertura vegetal nointerior das caixas.

Algumas dessas caixas já foram recuperadas pelos proprietários vizinhos à rodovia,mostrando-se bem conservadas, e integradas a paisagem local.

Na maior parte do trecho a rodovia apresenta greide colado ao terreno natural,apresentando, portanto, reduzidos cortes e aterros, justificando a ausência dos mesmos nopassivo ambiental.

Quando presentes, os cortes e aterros, em geral se mostram consolidados e estáveis.Problemas erosivos associados a saída de água dos bueiros foram observadas, não

obstante sejam localizados e pouco expressivos

4.1 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEMCompreende as áreas de empréstimos laterais com seus pisos e os taludes de cortes

em solos.

Caixas de empréstimo

Tratam-se de caixas relativamente pequenas com extensão variável entre 50 e 200m,rasas, abertas em solos argilosos, homogêneos e resistentes à erosão, em áreas onde adeclividade do terreno é variável entre OSd<10%. No geral os taludes das caixas possuemaltura variável entre 1,0 e 4,Om

Situações diversas de áreas degradadas pelo empréstimo de material foramconstatadas ao longo da rodovia:• Áreas parcialmente recompostas, com taludes verticalizados e desprovidos de cobertura

vegetal contínua;• Áreas totalmente desprovidas de cobertura vegetal. Com piso compactado e instalação de

processos de ravinamento;• Áreas com taludes semiverticalizados com a presença de espécimes arbóreos nativos

esparsos, em variados estágios de desenvolvimento vegetativo;• Áreas de empréstimo em processo de exploração; e,• Áreas utilizadas como depósitos de lixo urbano.

As gramíneas exóticas, em especial do gênero Brachíaria, representam a coberturavegetal dominante nas áreas de empréstimo de material, em especial nas situadasexternamente à faixa de domínio onde predomina a cobertura por pastagens.

As caixas de empréstimo onde o piso e os taludes encontram-se recobertos pelavegetação nativa em franco processo de regeneração natural, não foram incluídas no passivoambiental desse trecho da rodovia, por constituírem locais estáveis e representarem áreas derefúgio de algumas populações faunísticas, sendo que interferências nesses áreas colocariamem risco a homeostase local.

4.2 - PASSIVO DECORRENTE DA FORMAÇÃO DE TALUDES DE CORTES EM SOLO

Os cortes em solo para a implantação da rodovia, que integram o passivo desse trechoda GO-060 apresentam taludes semiverticalizados, geralmente inferiores a 4,Om porémestáveis e em bom estado, com cobertura vegetal de hábitos variados, onde se destacamgêneros como Panicum, Memora, Axonopus, Anadenanthera, Platypodium e Piptadenia, entreoutros, não sendo necessárias intervenções de estabilização nessas áreas, que poderiamresultar na ampliação do passivo em áreas em processo de regeneração parcial.

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Apenas o corte à altura do km 13,5, à esquerda da rodovia, deverá ser desmontado e omaterial proveniente dessa ação deverá ser lançado na caixa de empréstimo de número 07,para a recomposição da mesma.

4.3 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM E ESCOAMENTOSUPERFICIAL

O passivo decorrente do sistema de drenagem e escoamento superficial é constituídopelos processos erosivos instalados ao longo da faixa de domínio na forma de sulcos e ravinasdesenvolvidos em áreas de solos desprovidos de cobertura vegetal, sendo a causa principaldos ravinamentos a ação concentrada e veloz das águas superficiais no interior de caixas deempréstimo.

Os sulcos e ravinamentos formados encontram-se em estágio de desenvolvimento, emespecial nos periodos chuvosos e instalados em caixas de empréstimos com declividadelongitudinal entre 10 e 20%.

Nessa situação encontram-se duas áreas com características semelhantes, que secaracterizam por apresentar vários sulcos longitudinais, com dimensões que variam de 1 a 3metros de largura; 1 a 2 metros de profundidade; e, 50 a 100 metros de comprimento. Em geralapresentam taludes verticalizados, irregulares, desprovidos de cobertura vegetal e instáveis,constituindo fator de degradação paisagística e de cursos d'água. A cobertura vegetal doentorno dessas áreas é constituída predominantemente por gramíneas dos gêneros Brachiariae Andropogon, além de espécies arbóreas e arbustivas dos gêneros Machaerium, Memora eDalbergia, entre outras.

4.4 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE PAVIMENTAÇÃOEstão indicadas duas áreas para empréstimo de material de base e sub-base, essas

áreas denominadas de J-01 e J-02 situam-se na altura do km 25,1 (D) e 65,9 (E), por não seconstituírem em passivo as medidas indicadas para sua exploração encontram-se descritas nocapítulo 5.

Pedreira

A área programada para a extração de rocha localiza-se à direita da rodovia, à altura dokm 32,2, a aproximadamente 5,2 quilômetros do eixo, sendo que a via de acesso interceptaáreas recobertas por pastagens, em ambiente anteriormente dominado pela mata secacaducifolia.

Por tratar-se de empreendimento comercial, o mesmo deve ser licenciado junto àAGÊNCIA AMBIENTAL, pela empresa responsável pela extração.

Areais

Conforme o projeto de engenharia há três áreas de extração comercial no trecho.São empreendimentos privados que devem estar legalizados junto à AGÊNCIA

AMBIENTAL, devendo possuir a necessária licença legal. Cabe ao AGETOP solicitar dosfornecedores a comprovação desse documento, na época da execução das obras, uma vezque a licença é temporária.

4.5 - PASSIVO DECORRENTE DA CONSTRUÇÃO DE PONTES E BUEIROSEssa situação é representada pela interferências em solos frágeis, susceptíveis à

erosão em matas ciliares e de galeria, em geral através de remoção da cobertura vegetal nativae pela construção de aterros, interferindo nessas áreas que constituem zonas de dispersão dafauna.

Pontes

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As alterações na biota ribeirinha, decorrentes da construção de pontes foram deelevada magnitude nesse trecho da GO-060; contudo a vegetação degradada no interior dafaixa de domínio encontra-se em processo de regeneração natural. As características dopassivo ambiental estão resumidas no quadro 7.4.1.

Em geral, as áreas mais degradadas nessas áreas, encontram-se em situação deletériaem virtude da ação dos proprietários rurais limítrofes, que invadem a faixa de preservaçãopermanente dos cursos d'água, através das atividades agropecuárias, atividades estas que sesomam as ações dos pescadores e outros que se utilizam dos locais em busca de lazer. Essasituação é evidente junto à faixa de domínio dos rios Turvo e dos Bois, e do córregoFazendinha.

Ponte sobre o córreco FazendinhaEssa ponte apresenta queda parcial da estrutura de concreto de proteção do

encabeçamento, ocasionando a obstrução parcial do vão à orla do curso d'água sob a ponte.Restos de construção tais como blocos de concreto são observados.

A vegetação ribeirinha encontra-se degradada, ocorrendo atualmente uma coberturavegetal graminóide composta pelos gêneros Panicum, Andropogon e Brachiaria.

Ponte sobre o córreao Terra PodreA estrutura dessa ponte não apresenta danos aparentes, apresentando apenas

rachaduras superficiais no seu piso.A mata ciliar ao longo da faixa de domínio encontra-se degradada a jusante da ponte, e

em processo de regeneração natural a montante, sendo que na última área verifica-se adominância de populações do grupo ecológico das pioneiras, em especial da sangra-d'água; daimbaúba; e, do monjolo, e em menor freqüência do angico; do embireiro; e, do pau-formiga,além de arbustos e ervas de vários gêneros.

Sob a ponte ao longo do orla do curso d'água, o vão é satisfatório, para o trânsito deanimais silvestres.

Ponte sobre o ribeirão AnicunsAparentemente essa ponte não apresenta danos em sua estrutura, sendo que a

cobertura vegetal ciliar encontra-se amplamente degradada a jusante, à margem esquerda, eem processo adiantado de regeneração natural 'montante, tambÉm à esquerda.

Quanto a vegetação das áreas lindeiras, a margem direita desse curso d'água,apresenta cobertura vegetal em bom estado de conservação, ocorrendo um contato direto coma mata seca nas áreas de cota mais elevada.

Pontes sobre os rios dos Bois e TurvoAmbas apresentam pontes em bom estado de conservação e vãos satisfatórios à

dispersão de animais silvestres.As formações ciliares desses rios apresentam elevados índices de degradação, que

ultrapassam a faixa de domínio, constatando-se a dominância de gramíneas e raros espécimesarbóreos distribuídos esparsamente, de espécies como o ipê-amarelo, o angico-braco; o tucum;o ingá-de-sapo; a gameleira-branca; e, o pau-formiga.

Ponte sobre o ribeirão MolequeA estrutura dessa ponte apresenta condições satisfatórias de conservação, sendo que a

mata de galeria encontra-se em processo de regeneração natural, principalmente na faixa dedomínio, onde constata-se uma cobertura predominantemente arbórea, com altura média entre8 e 10 metros, com dominância de espécies pioneiras como o monjolo ; a sangra-d'água; e, oinga-de-sapo , entre outras.

Ponte sobre o ribeirão SapezalApesar de estreita essa ponte não apresenta danos em sua estrutura, sendo que a mata

de galeria é estreita, densa, com altura variando entre 8 e 13 metros e restrita à orla do

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ribeirão. Aproximadamente 70% da área de preservação permanente encontra-se recobertapor gramineas.

Acampamento

A área mais apropriada para a instalação do acampamento para a restauração dopavimento da GO-060, localiza-se à direita da rodovia, à altura do km 22,8, junto a um posto deabastecimento de combustível.

A área apresenta topografia plana, com elevado nível de antropização, onde a coberturavegetal é composta por pastagens de capim braquiária , com a ocorrência esporádica deespécimes isolados da formação primária.

BueirosDois bueiros ao longo desse trecho da GO-060 foram incluídos no passivo ambiental.

Bueiro 01O primeiro localiza-se em cabeceira de drenagem no perímetro urbano de Trindade,

onde constata-se a instalação de erosão regressiva, devido à -ausência de mecanismodissipador da energia pluvial no local de lançamento das águas. A mata de galeria foitotalmente removida, ocorrendo a dominância de gramíneas dos gêneros Brachiaria ePennisetum; além de espécimes arbóreos.

Bueiro 02Apesar de não apresentar problemas de degradação ambiental esse bueiro é curto,

ocasionando o estreitamento da rodovia no local.

4.6 - ARBORIZAÇÃO DE ZONAS URBANAS

Os centros urbanos interceptados pela GO-060, nesse trecho apresentam arborizaçãoincipiente ou mesmo ausente na faixa de domínio.

Cada zona urbana ao longo da faixa de domínio deverá ser arborizada de acordo complanejamento da respectiva Prefeitura Municipal, de acordo com projeto a ser elaborado e comacompanhamento técnico especializado, evitando-se conflitos com a infra-estrutura local.

As espécies a serem utilizadas devem ser compatíveis com as condições locais, dando-se preferência às nativas de pequeno e médio porte da região.

4.7 - ZONAS DISPERSÃO DA FAUNA

As principais zonas de dispersão da fauna atingidas pela GO-060, entre Trindade eFirminópolis encontram-se assinaladas na figura 6.11, sendo que em geral ocorrem nasinterceptações de matas ciliares ou de galeria, ou de áreas com comunidades arbóreasremanescentes.

A interceptação de inúmeros corredores faunisticos pela rodovia, além de favorecer oatropelamento de animais silvestres, dificulta o livre trânsito da fauna entre suas diversas áreasvitais, que se encontram nas áreas menos degradadas dos ambientes em que o solo e o relevonão favorecem a mecanização agrícola.

A recomposição dos ambientes ribeirinhos indicadas pelo presente plano deveráincrementar a concentração da fauna nesses locais, devido à maior oferta de recursosecológicos, devendo da mesma forma favorecer o aumento de atropelamentos ao longo darodovia nos locais de dispersão faunística.

4.7 - TRANSPOSIÇÃO DOS NÚCLEOS URBANOS

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Neste trecho, a rodovia GO-060, cruza áreas urbanas em Trindade, Santa Bárbara,Claudinápolis, Nazário, Turvânia e Firminópolis.

Entre esses segmentos, requer maior atenção a travessia do Distrito de Claudinápolis(km 33) pois ali, a interface rodovia x núcleo urbano revela o efeito dinamizador doempreendimento rodoviário, que induziu a ocupação, cujo povoado, hoje, existe em função dese constituir em ponto estratégico de paradas dos usuários da rodovia. Os 600 metros darodovia, neste local, não oferecem segurança nem aos usuários, nem aos próprios moradoresdo local, em razão da ocupação da faixa de domínio e da inexistência de equipamentos desinalização específicos, para esses segmentos.

Na travessia de Santa Bárbara e Nazário, embora haja ocupação lindeira, osdispositivos de segurança implantados (lombadas físicas e sinalização vertical) tem semostrado eficientes, segundo opinião de alguns moradores consultados. Entretanto seriaimportante a ação do AGETOP, em parceria com os governos municipais, no sentido de relocaras barracas e outras unidades de ocupação informal, a fim de desobstruir a faixa de domínio darodovia, restituindo-lhe sua anterior condição de segurança.

A transposição dos demais núcleos urbanos oferece maior segurança em razão destessegmentos já terem sido duplicadas.

4.8 - USO INDEVIDO DA FAIXA DE DOMíNIO

Ao longo do trecho da rodovia GO-060, constatou-se a ocorrência de utilização de umacaixa de empréstimo (CE-12) para depósito de lixo urbano. Esta situação, verificada namargem direita da rodovia, na altura do km 23,5, se constitui em foco proliferador de insetos,vetores de doenças, odores desagradáveis além de causar intrusão visual negativa.

Na altura do km 48,2, ocorre o uso indevido da faixa de domínio, sendo esta ocupadacom o cultivo de hortaliças.

Passivo ambiental decorrente do depósito de lixoLocalização (km) Município Area (m2) Volume (m3)

23,5 Santa Bárbara 1.200 1.200

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9 - QUANTITATIVOS E ORCAMENTO

RESUMO DE CUSTOS

ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANTIDADE PREÇO UNITÁRlC TOTAL

1 Regularização e gradagem m26.525,00 0,06 391,50

2 Suavização de taludes m310.328,18 1,27 13.116,79

3 Regularização do terreno M3

900,00 0,16 144,00

4 Recomposição do aterro m3375,00 1,27 476,25

5 Espalhamento de material estocado m2 60,00 0,60 36,00

6 Diques transversais m3 3,75 1,92 7,20

7 Terraços e bacias interiores m3 985,00 1,27 1.250,95

8 Escavação de cavas m3 1.250,00 1,27 1.587,50

9 Espalhamento de lixo m3 1.200,00 0,60 720,00

10 Espalhamento de bota-fora m3782,00 0,60 469,20

11 Compactação do lixo m2 1.200,00 0,94 1.128,00

12 Recobrimento m3468,00 0,60 280,80

13 Calagem e adubação m2 1.875,50 0,02 37,51

14 Plantio de gramíneas m27.377,60 0,22 1.623,07

1S Conservação de espécies nativas m2 30.400,00 0,22 6.688,00

16 Revegetação de mata de galeria m2 200,00 2,47 494,00

17 Revegetação da mata rpária m212.600,00 2,47 31.122,00

18 Revegetação da mata ciliar m23.600,00 2,47 8.892,00

19 Dissipador de energia un 6,00 280,00 1.680,00

13 Canaletas ml 20,00 17,21 344,20

14 Limpeza e remoção de entulhos m350,00 9,71 485,50

15 Placas educativas un 28,00 216,50 6.062,00

16 Cerca ml 10.230,00 5,12 52.377,60

TOTAL 129.414,07,

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RODOVIA GO-080

O trecho em estudo, da rodovia estadual designada pela nomenclatura GO-080, comextensão de 52,70km, tem início desde a interseção com a BR-153 até a cidade de Goianésia.

1 - CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO

O trecho da rodovia GO-080, situado desde a interseção com a BR-153 e Goianésia,tem um projeto de restauração executado e concluído, sendo possível uma análise detalhadadas intervenções que irão ocorrer ao longo de toda a sua extensão de 52,70km.

As obras de restauração previstas são, relativamente simples. A solução prevista peloprojeto de restauração compõe-se de:

• Reparos localizados (fresagem localizada do revestimento existente, imprimação dacamada de base residual e recomposição superficial com CBUQ (concreto betuminosousinado à quente) com 3cm de espessura.

• Pintura de ligação com emulsão asfáltica RR-2C.• Camada de reforço com 3cm em CBUQ.

Onde for necessário a capa asfáltica será retirada, o material da camada inferiorescarificado, incorporando-se 20cm de nova camada de base, os quais serão compactados.Em alguns segmentos os acostamentos serão restaurados, recebendo:

• Imprimação da camada existente com CM-30• Recomposição com pré-misturado a frio denso.

Quantidade de material- Base 3.276,00 m"

Imprimação 28.702,00 m2

- CM-30 34,00 tPintura ligação 972.000,00 m'

- RR-2C 777,00 tCBUQ 30.137,00 mJ- CAP 3.918,00 t- Brita 1.416,00 t- Areia 11.271,00 m3

- Filler 3.382,00 t

Acessoriamente, aproveitando a oportunidade da intervenção, foram previstos algunsreparos nos dispositivos de drenagem superficial constituído pelas sarjetas, meio-fio e descidasd'água. Muitas dessas intervenções previstas são de recuperação, prevendo-se algumasreconstruções localizadas.

Material de drenagem 1 Obra de arte correnteDreno profundo 3.133m

Boca de concreto 14 unidadesColchão drenante 280m'

Sarieta concreto (tipo 9) 8.323mSarjeta concreto (tipo 1) 963m

Descida d'água 243mBueiro simples 1,00 unidade

Fonte: Projeto de engenharia - DER-GO

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2 - CARACTERIZACÃO REGIONAL DA ÁREA

2.1 - MEIO FíSICO

O clima da região, na qual se insere a GO-080, é do tipo Aw, tropical úmido, segundo aclassificação de Koppen (1.948). Este clima é caracterizado por duas estações bem definidas,sendo uma seca e a outra chuvosa. A estação seca, corresponde ao outono e inverno, indo domês de abril a outubro. A estação chuvosa, corresponde ao período de primavera e verão, indodo mês de outubro a março, com chuvas torrenciais.

A precipitação média anual é da ordem de 1.500mm, concentrando-se principalmentenos meses de dezembro a março. Nos meses de junho, julho e agosto as precipitações sãoextremamente baixas.

A temperatura média anual é de 22°C, sendo que nos meses de maio, junho e julho,que correspondem ao inverno, a média gira em torno de 19°C. No verão, a temperatura seeleva consideravelmente podendo atingir a casa de 33°C.

A bacia hidrográfica que abriga os cursos d'água envolvidos com a rodovia é a subbacia do rio das Almas, afluente do rio Maranhão, sendo este um dos formadores do rioTocantins, deságüe natural das águas desta região.

A partir de Jaraguá, os principais cursos d'água interceptados pela GO-080 são o riodas Almas, rio do Peixe, córrego Saraiva, córrego das Lajes e o Santa Família, entre outrosmenos importantes.

São cursos d'água de regime tropical, perenes, concentrando períodos de enchentes evazantes, com energia média a alta, formando uma rede de drenagem densa, correndo emvales encaixados.

A rodovia GO-080 se desenvolve ao longo de um relevo bastante fragmentado, onde sedestacam áreas serranas elevadas, atribuídas a unidade Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba,constantemente entremeado por Depressões Intermontanas esculpidas por conta do rio dasAlmas e seus afluentes, responsáveis pela dissecação do planalto. Ao longo da GO-080, asáreas da Depressão Intermontana são planas, com formas amplas e tabulares, sendo que asmais expressivas ocorrem margeando o rio das Almas.

Sustentando estas áreas serranas e as áreas planas que constituem as depressões,ocorre um substrato rochoso formado por dois conjuntos de rochas metamórficas.

O primeiro relaciona-se as rochas do embasamento cristalino, compreendendometagranitos, granodioritos, gnaissificados, profundamente alterados.

O segundo de natureza metavulcanossedimentar, da seqüência rio do Peixe, compostasde rochas máficas e ultramáficas, geralmente transformadas em anfibolitos, epidositos, calcosilicatadas, xistos e quartzitos.

Ocorrem ainda corpos granitóides, coberturas cenózoicas detrito-lateriticas nas áreasplanas e, aluviões ao longo dos cursos d'água.

Estas rochas ocorrem distribuídas em longas faixas, com evidentes controles estruturaisna forma de falhas, fraturas e dobramentos, são observadas nos cortes muito emboraprofundamente alteradas e com feições preservadas.

Nas áreas serranas ocorrem cambissolos cascalhentos e, nas zonas de topografia maisacidentadas solos litólicos, pedregosos, ambos utilizados na formação de pastagens, esusceptíveis à erosão.

Nas áreas planas predominam latossolos vermelho escuros, maciços, férteis,resistentes à erosão, agricultáveis, ocupados com lavouras de grãos e cana-de-açúcar.

ÁREAS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

A recuperação asfáltica exigirá a disponibilização de materiais de construção, sendo aareia e a brita adquiridos de terceiros. As necessidades de cascalho poderão ser supridas

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pelas jazidas J-01, J-02 e J-03, localizada próximas as margens direita da rodovia, na alturados km 11,6 e 30,6 cujos volumes ainda disponíveis são perfeitamente suficientes para supriras necessidades (3.276,00 m3) da obra de restauração.

2.2 - MEIO BIÓTICO

A GO-080, no trecho entre Jaraguá e Goianésia insere-se sob áreas de Cerrado, ondedominam as formações savânicas caracterizadas como cerrado ralo e cerrado típico compresença de matas de galeria e veredas, além das formações florestais como a mata secacaducifólia.

A dominância de ambientes serranos, que dificultam a mecanização agrícola, contribuiupara a conservação de áreas com cobertura vegetal primária na região de influência darodovia, em especial do cerrado ralo.

As regiões de solo com maior fertilidade e nas proximidades das áreas urbanassofreram intenso processo de antropização, em especial pelas atividades agropecuárias.

As áreas conservadas na região serrana constituem zona de refúgio da fauna regional,especialmente de espécies características dos ambientes abertos do Cerrado. As matas degaleria ao longo das calhas da serra constituem um ambiente diferenciado, favorecendo apermanência de espécies já pouco freqüentes como a paca, o quati e o mão-pelada.

FLORA

A mata seca caducifólia, dominante no terço intermediário, na região entre osquilômetros 20 e 40, apresenta alta freqüência de algumas espécies como a aroeira e o ipé-roxo. De uma forma geral recobre ambientes nas encostas da serra, intercalando-se comoutros tipos fisionômicos como o cerrado típico e a mata de galeria.

Mesmo recobrindo ambientes de difícil mecanização a mata encontra-se fragmentadana região, constatando-se atualmente os testemunhos dessa fisionomia sob a forma dereservas florestais legais.

Nas áreas de transição entre a mata e o cerradão.O cerrado ralo constitui a fisionomia dominante no terço inicial da rodovia, em geral

recobrindo solos de baixa fertilidade e bem drenados, nos topos de morros e parcela dasencostas serranas. Em relação às demais, essa fisionomia apresenta índices superiores deconservação, constatando-se atualmente uma comunidade florística homogênea, com elevadadiversidade de espécies de diferentes hábitos.

Recobrindo as drenagens e fundos de vales, as matas de galeria e ciliares sãointerceptadas pela rodovia ao longo desse trecho, sendo que as formações ao longo dos riosdas Almas e do Peixe apresentam elevados índices de degradação, tanto na faixa de domínioda rodovia quanto nas adjacências desta, constata-se a ausência de vegetação arbórea àmargem esquerda desses cursos d'água e uma cobertura rarefeita à direita.

As matas de galeria revestem fundos de vales, cabeceiras de drenagem e cursosd'água de pequeno porte ao longo da área de influência da rodovia, sendo que váriasapresentam elevados índices de degradação, como a presente à altura do km 21,9. Nas áreasde relevo ondulado essa fisionomia ocorre associada às matas de encosta, com a ausênciadas formações savânicas nos ecótonos.

Nas proximidades de Goianésia, onde predominam as formações savânicas, as matasde galeria apresentam características inundáveis, ocorrendo nesses ambientes a dominãnciada pindaíba e do buriti.

FAUNA

Apesar dos elevados índices de antropização regional, devido às atividadesagropecuárias, em especial a canavieira, algumas áreas ao longo da rodovia apresentam

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melhores índices de conservação dos habitats das comunidades faunísticas, em especial nasregiões serranas em que o solo apresenta baixas aptidões agrícolas. Nesses ambientesserranos, áreas de relevo ondulado e de difícil acesso constituem zonas de refúgio daspopulações faunísticas remanescentes.

A simplificação da cadeia alimentar, contribuiu para a quase eliminação, na região, dealgumas populações de espécies que ocupam o ápice da cadeia trófica regional,especialmente os carnívoros, além de outros mamíferos de maior porte ou dependentes dosambientes mais fechados com maiores espaços domiciliares, como as matas secas querecobriam elevada parcela da região.

A fragmentação ambiental, dificultando, ou mesmo impedindo a dispersão natural dafauna, ocasionou na área de influência, o isolamento de diversas populações, que atualmenteencontram-se refugiadas em regiões serranas com menores índices de antropização, eimpossibilitadas de promover um intercâmbio genético com outras.Excetuando-se os quirópteros, entre os mamíferos, de modo geral as populações a pressãoantrópica sobre seus habitats, encontram-se com número reduzido de indivíduos e geralmenteconfinados em refúgios nas regiões serranas.

Os cursos d'água mais expressivos, interceptados pela rodovia são os rios das Almas edo Peixe.

BIOTA AO LONGO DA FAIXA DE DOMíNIO

Em virtude de constituir uma rodovia, cujo passivo ambiental apresenta um períodorelativamente antigo de instalação, verifica-se que os habitats da flora e da fauna ao longo daárea de influência apresentam duas situações diferenciadas:

Na primeira situação constata-se áreas com elevados índices de antropização, em geralnas proximidades das zonas urbanas, onde domina a vegetação graminóide introduzida eocorre maior número de áreas de empréstimo no interior e ao longo da faixa de domínio.Algumas dessas caixas de empréstimo são utilizadas para o lançamento de resíduos, emespecial lixo urbano. Em meio ao estrato graminóide ocorrem populações rarefeitas da floranativa, em vários estágios vegetativos, com destaque para os gêneros Memora,Hymatanthus, Qualea, Arrabidaea e Byrsonima, entre outros.

• Na segunda situação, na porção intermediária do trecho, onde o relevo é mais acentuado eos habitats apresentam maiores níveis de conservação a vegetação da faixa de domínio,maiores índices de diversidade e densidade, constatando-se em alguns locais a presençade comunidades da mata em pleno processo de regeneração natural, alguns, inclusive emestágio avançado, onde encontram-se populações dos gêneros Piptadenia, Platypodium,Anadenanthera e Machaerium, entre outras, em variados estágios de desenvolvimentovegetativo.

Em várias áreas, como junto ao córrego das Lages, a vegetação ribeirinha apresentabons índices de regeneração natural, já recobrindo significativa parcela das áreas depreservação permanente dos cursos d'água e mesmo além dessa, favorecendo o processo dedispersão da fauna nessas áreas.

De uma forma geral as pontes ao longo desse trecho da rodovia apresentam vãosatisfatório para a dispersão da fauna, sendo que os cursos d'água mais caudalososinterceptados pela rodovia são os rios das Almas e do Peixe.

No setor intermediário desse trecho ocorrem zonas com índices satisfatórios deconservação biótica, onde os habitats da flora e da fauna sofreram menor pressão antrópica,sendo que a região compreendida entre o ribeirão Saraiva e o rio do Peixe apresenta um fluxomais acentuado de populações faunisticas em suas migrações tróficas e/ou reprodutivas,constituindo essa região uma zona propícia ao atropelamento de animais silvestres.

2.3 - MEIO ANTRÓPICO

USO DO SOLO AO LONGO DA RODOVIA

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O trecho da GO-080 a ser restaurado inicia-se no trevo de acesso a Jaraguá na BR-153, estendendo-se até o núcleo urbano de Goianésia.

A diretriz da via cruza uma região plana com alguns segmentos ondulados,atravessando várias drenagens como o rio das Almas, rio do Peixe, ribeirão Lajeado, córregoSanta Família e outros. Entre as duas cidades citadas existe apenas um aglomerado urbano,Arturlândia, Distrito de Jaraguá, situado no km 29 do trecho, próximo ao rio do Peixe, que é adivisa entre os dois Municípios.

O uso do solo ao longo, no trecho em questão, é de pastagens para a bovinocultura e,ainda, remanescentes da vegetação nativa.

Na faixa de domínio da via foram constatados alguns lançamentos de resíduos, lixourbano de Jaraguá, na altura do km 2,5, e um depósito significativo, em caixa de empréstimo,no km 51, que é o atual depósito de lixo da cidade de Goianésia.

PATRIMÔNIO CULTURAL

Na região do empreendimento existem registrados dois sítios históricos:• São Januário, Fazenda Colonial, margem direita do rio Pari com o córrego Marinho,

distante aproximadamente 6 km de Jaràguá pela BR-070.* Igreja Nossa Senhora do Rosário em Jaraguá, tombada pelo IPHAN (Gonçalves,1991).• E um (01) sítio arqueológico:• GO-JU-54, sítio petroglifo em abrigo, na zona rural de Jaraguá.

Os sítios arqueológicos são em geral, classificados como pré-históricos e históricos. Osprimeiros são aqueles que se referem a ocupação anterior ao colonizador, sendo sua pesquisarealizada na bibliografia existente e no campo. O segundo, compõe o período que envolve afase dos colonizadores e sua pesquisa é feita tanto no campo como na bibliografia histórica.

A restauração desse trecho da rodovia GO-080 não deverá causar nenhum tipo deimpacto ao patrimõnio histórico ou arqueológico da região pois, as obras se restringirão aocorpo estradal, já implantado e o material de construção a ser utilizado, será adquirido deterceiros, originário, portanto, de área de extração necessariamente licenciada.

3 - SITUACÃO ATUAL DO MEIO AMBIENTE

A caracterização ambiental da área indica um quadro de degradação ambiental local,devido ao processo de antropização especialmente pelas lavouras de cana-de-açúcar queabastecem a usina de álcool de Goianésia. Contudo, observa-se que a antropização foi maisintensa nas áreas de topografia plana, estando razoavelmente preservada as superfícies demaior movimentação do relevo.

A obra de restauração asfáltica proposta para este trecho da rodovia apresenta-secomo um conjunto de ações simples, se considerarmos que a rodovia encontra-se em plenaoperação e que não haverá mudanças em seu traçado. O passivo ambiental remanescente aser recuperado, restringe-se as caixas de empréstimo e a alguns segmentos de recomposiçãoda biota, ao longo da faixa de domínio.

Os impactos ambientais anteriores, decorrentes da implantação e pavimentação darodovia, denominados de Passivo Ambiental, foram atenuados pelos sistemas naturais aolongo do tempo e, os remanescentes, caracterizados no capítulo específico deste trabalho, temsua recuperação indicada em detalhes.

Aspecto importante refere-se a recuperação das áreas utilizadas para depósito de lixoao longo da faixa de domínio da rodovia.

A escolha de locais inadequados, a má disposição e a conformação mal feita dos bota-foras tem ocasionado impactos significativos ao méio ambiente, como o assoreamento das

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redes de drenagens provocado pelo carreamento do material depositado e prejuízo aosproprietários lindeiros.

A pressão antrópica sobre os habitats da flora e da fauna ocasionou elevada alteração,transformando os ambientes do cerrado e da floresta em áreas de lavouras ou pastagens.

Foi constatado ainda, nos trabalhos de campo, o atropelamento esporádico de animaissilvestres ao longo da rodovia, verificando-se a ausência completa de placas de advertência datravessia de animais silvestres.

Quanto aos aspectos sócio-econômicos, a restauração desse trecho, de uma formageral, será bastante positiva, melhorando as condições de trafegabilidade pelo recapeamentoda faixa de rolamento, bem como da recuperação do acostamento, dispositivos de drenagens,além da recuperação dos equipamentos de sinalização.

Inúmeras são as vantagens do empreendimento, entretanto há que se admitir quealguns impactos negativos poderão ocorrer principalmente na fase de restauração, porémserão impactos temporários que cessarão ao término das obras.

4 - DIAGNÓSTICO DO PASSIVO AMBIENTAL

Considerando os diversos componentes naturais ao longo da rodovia GO-080, entre aBR-153 e a cidade de Goianésia, reconhece-se que as condições topográficas efitofisionômicas apresentam-se com certa regularidade de ocorrência onde predomina aocupação das superfícies planas ou suavemente onduladas por lavouras e pastagens e avegetação remanescente nas áreas mais acidentadas e de difícil acesso. Destacam-senegativamente ao longo do trecho as duas áreas de depósito de lixo e a degradação davegetação ciliar na transposição dos cursos d'água especialmente dos rios das Almas e doPeixe.

O passivo ambiental da rodovia é de baixa magnitude resumindo-se apraticamente as caixas de empréstimo, dois cortes em solo, degradação da mata ciliar dasdrenagens, área da cascalheira J-01 e a ocorrência de uma erosão linear.

4.1 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM

Caixas de empréstimo

As caixas de empréstimos laterais localizadas no interior ou adjacências da faixa dedomínio, encontram-se relacionadas à degradação da paisagem e susceptíveis a instalação deprocessos erosivos, devido à exposição do solo a ação do fluxo das águas superficiais. Alémdos comentários apresentados sobre estas caixas, uma completa caracterização das caixasdegradadas.

As caixas de empréstimo existentes ao longo desse trecho da GO-080 se concentramna porção inicial e final, onde predomina relevo plano, latossolo vermelho e o greide da pista épróxima a superfície do terreno. No restante do trecho as caixas de empréstimos laterais sãoescassas.

Essas, de dimensões variáveis, com comprimento entre 50 e 200m, profundidade entre1,0 e 2,5m, normalmente com taludes verticalizados. No interior das mesmas além do soloexposto são observados, principalmente, processos erosivos lineares, na forma de sulcos eravinas, envolvidos a partir do escoamento concentrado das águas superficiais, agravado emalguns locais pela descarga do sistema de drenagem da pista.

Diversas caixas de empréstimo, analisadas durante os trabalhos de campo, não foramincluidas no passivo ambiental da rodovia, devido ao adiantado estágio de regeneração naturalda vegetação das mesmas e à inconveniência de novas intervenções nesses locais, que

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poderiam ocasionar a reversão do processo de regeneração. Nessas caixas, em processoevoluido de regeneração natural, constatou-se a freqüência de comunidades florísticascompostas pelos gêneros Memora, Dimorphandra, Machaerium, Arrabidaea e Annona, entreoutros, além de gramíneas dos gêneros Brachiaria e Andropogon.

As áreas de empréstimo em processo de regeneração natural representam atualmentezonas de refúgio de parcela das populações faunísticas remanescentes da região, sendo quevárias dessas encontram-se adaptadas à situação criada.

A maior parcela das caixas de empréstimo incluídas no passivo ambiental, desse trechoda rodovia, encontram-se parcialmente recompostas, apresentando cobertura parcial,predominantemente graminóide, em especial nas áreas em que a vegetação adjacente éconstituída por pastagens.

Nos km 2,5 e 51 constatou-se o uso indevido dessas áreas para o lançamento deresíduos urbanos, constituindo fator de degradação da qualidade biótica da área de influênciada rodovia.

Nas imediações da margem esquerda do rio das Almas ocorre área onde foi realizada aextração de argila para cerãmica, encontrando-se parcela dessa área inundada. Nessa área ostaludes encontram-se com inclinação irregular.

Passivo ambiental decorrente do depósito de lixoLocalização (km) Município Area (m2) Volume (m3)

2,5 Jaraguá 2.000 1.60051 Goianésia 1.800 2.000

Total 3.800 3.600

Taludes de corte em solo

Esse trecho apresenta duas situações de corte em solo que integram o passivoambiental da rodovia:

Corte 01 - localizado em ambas as margens da rodovia, à altura do quilõmetro 19,2.Apresenta altura média de 15 metros e extensão aproximada de 100 metros, com início deerosão diferencial e desmoronamento em uma superfície exposta de solo superficial ealteração de rocha com pouca cobertura vegetal.Corte 02 - trata-se de corte em latossolo amarelo, com altura média de 2 metros. Acobertura vegetal é parcial e composta por gramíneas e espécimes arbóreos e arbustivosem desenvolvimento. Os taludes se mostram com inclinação elevada e instabilidadeslocalizadas.

4.2 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM E ESCOAMENTOSUPERFICIAL

Ao longo desse trecho da rodovia ocorre situação de degradação do solo, em virtude daconcentração do fluxo superficial das águas na faixa de domínio, no interior da caixa deempréstimo, na altura do km 44,5, apresentando cobertura vegetal parcial e evolução lenta.

Na caixa de empréstimo a cobertura vegetal no entorno e interior da erosão é compostapor gramíneas exóticas como o capim braquiária e espécies nativas de diferentes hábitos edesenvolvimento dos gêneros Casearia, Machaerium, Memora, Annona, Arrabidaea eHimatanthus, entre outros. A declividade do terreno gira em torno de 10%, com presença decascalho quartzoso na superfície e em profundidade solo argiloso, homogêneo poucosusceptível ao aprofundamento.

4.3 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE PAVIMENTAÇÃO

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Constituem áreas destinadas à extração de material básico localizados fora da faixa dedomínio, geralmente em regiões elevadas na situação das cascalheiras e ambientes de menorcota na situação de areais e pedreiras.

Cascalheiras

Três áreas foram ou serão utilizadas para a extração de cascalho ao longo da área deinfluência da rodovia, localizando-se externamente à faixa de domínio em áreas elevadas, ondea cobertura vegetal é constituída pelos cerrados ralo e típico, com bons indices deconservação.

Jazida J-01Localizada à altura do km 11, à esquerda da rodovia, em topo de morro, onde a

cobertura vegetal dominante é o cerrado ralo. Numa distância aproximada de 300 metros, emdireção norte, ocorre cabeceira de drenagem com mata de galeria conservada. Os solos sãoconcrecionários, quartzosos e pouco espessos.

A área explorada é de aproximadamente 3 hectares, apresentando escavaçõesirregulares, piso compactado, taludes parcialmente suavizados, não ocorrendo o estoque desolo e material orgânica na área. Em algumas áreas instalam-se processos erosivos propensosà evolução. A área é passível de expansão.

Em alguns locais a cobertura vegetal nativa foi conservada.

Areal

O areal indicado pelo projeto de restauração da GO-080 mantém atividades comerciais,devendo ser licenciado para tanto. Localiza-se à margem esquerda do rio do Peixe, aaproximadamente 700 metros a jusante da ponte, com via de acesso através da localidade deArturlãndia.

O pátio de depósito de material encontra-se na área de preservação permanente do rio,em área desprovida de vegetação ciliar, sendo as áreas adjacentes recobertas por pastagens.A margem direita do rio, nesse local, apresenta mata ciliar com níveis razoáveis deconservação.

Pedreira

A área indicada para a extração de rocha foi explorada quando pavimentaçãoda rodovia, encontrando-se desativada atualmente.

Localiza-se a aproximadamente 100 metros da margem direita da rodovia, à altura dokm 22,9, aproximadamente 25 metros da margem esquerda de pequeno curso d'água cujamata de galeria encontra-se amplamente degradada.

Trata-se de uma exploração em cava a céu aberto com taludes verticalizados estáveis episo final em boas condições.

A cobertura vegetal dominante no entorno da pedreira é composta por pastagens emambiente anteriormente recoberto pela Mata Seca Caducifólia.

4.4 - PASSIVO DECORRENTE DA CONSTRUÇÃO DE PONTES E BUEIROS

Compreende a interferência em ambientes aquáticos e ribeirinhos em virtude daconstrução de pontes ou bueiros, geralmente ocasionando a degradação das matas ciliares oude galeria e dos taludes marginais dos cursos d'água na faixa de domínio e imediações.

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Vários cursos d'água foram interceptados pela rodovia nesse trecho da GO-080,constatando-se áreas com maiores níveis de degradação ao longo do rio do Peixe e córregoSanta Família. O córrego Turvo e o curso d'água junto a pedreira tiveram suas matas de galeriatotalmente degradadas, observando-se atualmente nessas áreas a dominância de pastagens.Nos córregos Saraiva, Lajedo e Moinho as alterações mais significativas ocorreram nasadjacências das pontes. O córrego das Lajes apresenta condições bióticas mais satisfatóriasem suas formações ribeirinhas.

Todos esses cursos d'água, nos trechos onde a vegetação se encontra afetada,apresentam taludes naturais com instabilidades localizadas, favorecendo o aporte de sólidospara o leito.

Pontes

Sete pontes foram construídas ao longo desse trecho, sendo que apresentam asestruturas normais, constatando-se em algumas danos na estrutura de proteção lateral esuaves rebaixamentos dos encabeçamentos. De uma forma geral os vãos sob as pontesconstruídas nesse trecho são satisfatórios para a dispersão da fauna ao longo dos cursosd'água.

Situação mais relevante foi constatada no encabeçamento da ponte sobre o córrego doMoinho, onde ocorrem erosões no aterro de encabeçamento à margem esquerda da rodovia.

A cobertura vegetal nativa lindeira aos cursos d'água encontra-se alterada, ou mesmoausente, na faixa de domínio desses cursos d'água, sendo que índices mais satisfatórios deconservação foram constatados na mata ao longo do córrego das Lajes.

Bueiros

Dois bueiros integram o passivo ambiental desse trecho da GO-080, desencadeandosituações de degradação que ameaçam inclusive o corpo da rodovia.

Situação mais relevante de degradação foi constatada à altura do km 21,9, junto aocórrego Turvo, onde instala-se erosão acentuada do leito desse, com processo deassoreamento em algumas áreas. A cobertura vegetal do entorno dessa área é constituída depastagens compostas por capim braquiária.

Outra situação de degradação ambiental decorrente da instalação de bueiro ocorre naaltura do km 22,8, no curso d'água adjacente a pedreira, que apresenta processo deassoreamento e queda de taludes marginais, como também a ausência de mata de galeria.

Em ambos desenvolvem-se sulcos extensos, contínuos, com dimensões variáveis sobresolos de natureza também variável.

4.5 - PASSIVO DECORRENTE DA DEGRADAÇÃO DOS HABITATS DA FAUNA

Como caracteriza o diagnóstico ambiental realizado, a construção e pavimentação da GO-080ocasionou na época uma ampla alteração dos habitats da fauna ao longo da rodovia, em especial das áreasonde a vegetação nativa foi substituída por pastagens e pela lavoura canavieira.

O passivo ambiental da rodovia e o amplo processo de antropização regional, atravésdas atividades agropecuárias, nem sempre desenvolvidas de forma racional, ocasionaram ainstalação de um processo progressivo de simplificação da comunidade faunística regional,praticamente irreversível.

A interceptação de inúmeros corredores faunisticos pela rodovia, além de.favorecer oatropelamento de animais silvestres, dificulta o livre trânsito da fauna entre suas diversas áreasde refúgio, que encontram-se nas áreas menos degradadas dos ambientes em que o solo e orelevo não favorecem a mecanização agricola.

Na região intermediária desse trecho ocorrem zonas com índices satisfatórios deconservação biótica, onde os habitats da flora e da fauna sofreram menor pressão antrópica,

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sendo que a região serrana compreendida entre o ribeirão Saraiva e o rio do Peixe apresentaum fluxo mais acentuado de populações faunisticas em suas migrações tróficas e/oureprodutivas, constituindo essa região uma zona propícia ao atropelamento de animaissilvestres.

4.6 - TRANSPOSIÇÃO DOS NÚCLEOS URBANOS

No trecho em estudo, a rodovia GO-080, cruzará o povoado de Artulândia, na altura dokm 28,4. Trata-se de um pequeno núcleo urbano com cerca de 800 habitantes, sendo que aocupação ocorreu em ambas as margens da rodovia.

Outra interferência com área urbana ocorre ao final do trecho, no perímetro urbano deGoianésia, onde houve expansão urbana ás margens da rodovia, conferindo, a esse segmento,características de via urbana, sendo que, parte do segmento já está inclusive duplicado.

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5 - QUANTITATIVOS E ORCAMENTO

RESUMO DE CUSTOS

ITEM DISCRIMINAÇAO UNID. QUANTIDADE PREÇO UNITÁRIO TOTAL

1 Suavização de taludes m3 4.725,46 1,27 6.001,33

2 Espalhamento do solo estocado m3 888,75 0,60 533,25

3 Regularização do terreno m36.116,26 0,16 978,60

4 Recomposição de aterro m3100,00 1,27 127,00

6 Regularzação e gradagem M2 55.025,00 0,06 3.301,50

7 Diques transversais m3 22,50 1,92 43,20

8 Terraços e bacias m3 4.471,36 1,27 5.678,63

9 Escavação de cavas m3 2.280,00 1,27 2.895,60

10 Espalhamento de lixo m3 10.600,00 0,60 6.360,00

11 Compactação do lixo m2 3.800,00 0,94 3.572,00

12 Recobrimento m3 8.580,00 0,60 5.148,00

13 Calagem e adubação m2 38.775,00 0,02 775,50

14 Plantio de gramíneas m2 90.475,00 0,22 19.904,50

15 Plantio de bambu m2 200,00 4,00 800,00

16 Plantio de taboca m2 400,00 0,22 88,00

17 Plantio de espécies nativas m2 23.800,00 0,22 5.236,00

18 Revegetação de mata inundável m2 6.000,00 2,47 14.820,00

19 Revegetação de mata não inundável m2 9.600,00 2,47 23.712,00

20 Hidrossemeadura m2 3.200,00 2,47 7.904,00

21 Dissipador de energia un 12,00 280,00 3.360,00

22 Bacia de acumulação m375,00 10,62 796,50

23 Canaleta ml 256,00 17,21 4.405,76

24 Prolongamento do bueiro m 15,00 193,27 2.899,05

25 Cerca ml 3.686,40 5,12 18.874,37

TOTAL 138.214,79

RESUMO DE QUANTITATIVOS, RODOVIA GO-080

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08.n.gonm 2700.00 22.50 3.00 150.00

Pn,pr6st,ntoe 4 275,46 270.00 20.900,00 171.36 7 000,00 7 800.00 1 650,00 51.950,00 20 000,00 2 020.00

Cortes 450.00 3.000,00 200.00 3.2D0,00 106.00

Roenros 300,00 600,00 4 800,00 9.00 75,00 15.00

Pontes 00s00 400.00 600000 4800,00 1.300,00

Jaoid.s 618,75 3.116,26 34 125,00 4 000.00 34.125.00 34.125.00 363,40

0.p de lix. 300.00 2.280.00 3..00 3 800.00 780,00| 3.600.00 3 800,00

Totli 4,725,48 888,75 6.116,26 100.,( 55.025,0t 22,50 4471.361 2.260,88 10.680,08 3.600 0.500,08 38.775,00| 90.475,00 200,00 400,09 22.800,00 6.000,00 9.600,09 3.200,08 12,00 75,00 256,00 15.00 3,652,40

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RODOVIA GO-1 74

A rodovia em estudo, designada pela nomenclatura GO-174 1 GO-422, com extensão de62,39 km, tem início na interseção da BR-060 próximo à Rio Verde, e termina na interseçãocom a rodovia BR-364 no perímetro semi-urbano de Aparecida do Rio Doce.

1 - CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O trecho da rodovia GO-174, situado entre o entroncamento da BR-060, nasproximidades de Rio Verde, e Aparecida do Rio Doce, situada nas margens da rodovia federalBR-364, tem um projeto de restauração executado e concluído, sendo possível uma análisedetalhada das intervenções que irão ocorrer ao longo de toda a sua extensão de 62,39km.

Nos segmentos deverão ter a capa retirada, o material da camada de base escarificado,incorporando-se 10cm de nova camada de base que sofrerá uma compactação única. Estãoprevistos 22 segmentos de reconstrução pelo lado direito e 13 pelo esquerdo, apesar daquantidade, as extensões são curtas e perfazem um total de 4400m sendo 1620m pelaesquerda e 2780m pela direita, compondo uma área total de 18.920m2, uma vez que a semipista é composta de 3,50m de rolamento e 0,80m de acostamento.

Para a execução dos serviços de recuperação de pavimento e aplicação de umacamada de lama asfáltica grossa estão previstas as seguintes quantidades principais:

• Cascalho estabilizado granulometricamente, proveniente da J-02: 2.439m3

• Brita para tratamento superficial duplo: 403m3

• Areia para composição da lama asfáltica: 1.878m3

• Pó de pedra: 2.683m3

Acessoriamente, aproveitando a oportunidade da intervenção, foram previstos algunsreparos nos dispositivos de drenagem superficial constituído pelas sarjetas, meio-fio e descidasd'água. Muitas dessas intervenções previstas são de recuperação, prevendo-se algumasreconstruções localizadas.

2- CARACTERIZACÃO REGIONAL DA ÁREA

2.1 - MEIO FÍSICO

Na região estudada, o clima é do tipo AW, tropical úmido, segundo a classificação deKoppen, apresentando duas estações bem definidas: uma seca que corresponde ao outono einverno, indo do mês de maio ao mês de setembro, sendo a outra úmida, com chuvastorrenciais, correspondendo ao período primavera-verão, indo do mês de outubro a abril.

A precipitação média anual é por volta de 1.500 mm, concentrando-se principalmentenos meses de dezembro a março, sendo que nos meses de junho e julho são praticamentenulas.

A temperatura média anual é da ordem de 23°C, sendo que nos meses de maio, junho ejulho, a média fica em torno de 180C. No verão a temperatura média é de aproximadamente30°C. Ainda nos meses de junho e julho ocorrem penetrações de frentes frias de pequenaduração, abaixando a temperatura

A GO-174, no trecho entre as cidades de Rio Verde e Aparecida do Rio Doce, sedesenvolve em terrenos drenados por afluentes diretos e contribuintes da margem direita do rio

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Paranaíba, destacando três sub bacias: ribeirão São Thomás, rio Preto e rio Doce, todas elasconstituídas por uma rede de drenagem densa formada de pequenos cursos d'água perenes.

O ribeirão São Thomás nasce nas proximidades da cidade de Rio Verde, numa regiãode chapada, desaguando na margem esquerda do rio Verdão. Seus principais formadorescórrego Queixada, ribeirão das Abóboras, ribeirão do Meio e rio do Peixe, de baixa energia,são interceptados pela rodovia.

O rio Preto, afluente direto do rio Paranaiba, possui suas nascentes na área serranaexistente ao longo da rodovia, sustentada por sedimentos arenosos.

O rio Doce margeia toda a extensão da GO-174 até desaguar no rio Claro, recebendopequenos cursos d'água interceptados pela rodovia, dentre os quais, o córrego da Boa Vista,Mombuca, Areia e São João.

A região na qual está inserida a GO-174 compreende os planaltos e chapadas da baciasedimentar do Paraná, da qual faz parte a unidade de relevo denominada Planalto Setentrionalda Bacia do Paraná.

Esta unidade compreende dois compartimentos topográficos distintos, sendo um maiselevado, com altimetrias que variam de 650 a 1.000 metros, e outro mais rebaixado, com cotasentre 350 a 650 metros.

O compartimento elevado que se distribui irregularmente é regionalmente conhecidocomo `Chapadões de Goiás", onde se destacam amplas formas tabulares interceptadas pelarodovia.

Ao longo da GO-174, desenvolvem-se diversos tipos de solos, com predominância deLatossolos Vermelho-Escuros e Latossolos Roxos, associados a outras de distribuição maisrestrita.

Os Latossolos Vermelho-Escuros ocupam extensas áreas planas, sendo profundos,bem drenados, com textura ora argilosa, ora arenosa. Apresentam boas propriedade físicas,sem impedimento ao manejo, permitindo o emprego de implementos agrícolas, favorávelportanto ao uso agrícola, largamente ocupados com pastagens e culturas.

Nas partes baixas dos fundos de vales dos principais cursos d'água da região ocorremos Latossolos Roxos, com textura argilosa, desenvolvidos unicamente sobre rochas basálticas.

Secundariamente, associam-se a estes os solos concrecionários lateríticos, areno-argilosos, bem drenados, pouco espessos e com grande quantidade de grãos laterizados.Estes solos que, normalmente constituem material adequado para as obras de pavimentação,distribuem-se em manchas descontinuas ao longo de áreas planas e altas.

Ocorrem na região rochas pertencentes à bacia sedimentar do Paraná, agrupadas comoformação Serra Geral, formação Marília e Adamantina, todas de idade juro-cretácea.Recobrindo indistintamente todas estas unidades ocorrem depósitos de coberturas dedrito-lateríticas, de idade terciário-quartenárias. Nas margens e leito das principais drenagensocorrem aluviões recentes.

A formação Serra Geral, com ampla distribuição nas imediações da cidade de RioVerde, aflora nos fundos de vales dos principais cursos d'água da região, dentre eles o rioDoce. Esta unidade é representada por rochas basálticas, de aspecto maciço na base e comamígdalas e vesículas no topo dos derrames, contendo extensas descontinuidades horizontaise fraturas verticais, predominando a coloração cinza escuro. Frequentemente são extraídas ebeneficiadas para a produção de brita.

A formação Adamantina, com ocorrência próxima à cidade de Aparecida do Rio Doce, érepresentada por uma seqüência de sedimentos arenosos, siltitos e argilitos, cuja principalcaracterística é a intensa desagregação, formando solos arenosos espessos.

A formação Marnlia ocorre nas cotas mais elevadas da região particularmente nosdivisores de águas, sustentando áreas serranas escarpadas que se destacam no relevoregional. É constituída principalmente por arenitos finos a grosseiros, vermelho a róseos,arenitos argilosos e siltitos, normalmente maciços, com estratificações cruzadas de pequenoporte.

Os depósitos terciários de cobertura dedrito-laterítica ocorrem em áreas isoladas,descontinuas, capeando superfícies planas e altas. São representadas por sedimentos arenoargilosos com concreções ferruginosas ou até mesmo latossolos avermelhados.

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Os aluviões recentes estão praticamente restritos às calhas dos rios, principalmenteonde estes meandram. Constituem-se depósitos de sedimentos inconsolidados, formados porareia média a fina, silte, argila e cascalhos.

Áreas de materiais de construção

As áreas de recuperação asfáltica necessitarão da disponibilização de materiais deconstrução como areia e brita, principalmente, já que as condições atuais da base está boa.Caso haja intervenção nesta, deverá ser pontual. Assim sendo, a restauração deverá utilizarbasicamente areia e brita, material que deverá ser adquirido de terceiros (areal no rio Claro epedreira da prefeitura de Rio Verde). As eventuais necessidades de empréstimo de cascalhopoderão ser supridas pela jazida J-02, localizada próximo a margem direita do córrego ÁguaMansa, com via de acesso á direita da GO-174 na altura do km 28,2 e pela jazida J-05,localizada à margem esquerda da referida rodovia na altura do km 61,6.

2.2 - MEIO BIóTICO

Sob o aspecto fitogeográfico a GO-174, no trecho entre Rio Verde e Aparecida do RioDoce, insere-se no bioma Cerrado, em uma zona de contato do cerrado, no sentido lato, com afloresta estacional semidecidual, em uma região com elevados índices de antropização doshabitats naturais da flora e da fauna.

FLORA

A fitofisionomia que se destaca na área de influência da rodovia é o cerradão,destacando-se ainda a ocorrência do cerrado no sentido restrito, das matas de galerias,veredas e da mata seca.

O cerradão ocorre com maior freqüência nas porções intermediária e final do trecho, jáamplamente alterado pelas atividades antrópicas na região, constatando-se atualmenteresquícios dessa vegetação sob a forma de encraves, em meios às áreas recobertas porpastagens ou lavouras. Essa fisionomia caracteriza-se na região por sua alta densidade,formando um dossel superior contínuo

As matas de galeria com a presença da palmeira buriti são freqüentes ao longo dotrecho, constituindo formações densas recobrindo ambientes higrófilos, quase sempremargeados por campos úmidos graminosos.

Nas matas de galeria que recobrem âreas não inundáveis, verifica-se a ausência dapalmeira buriti e do campo úmido, destacando-se testemunho dessa fisionomia ao longo do rioSão Tomás, já alterada pela pressão antrópica.

Nas zonas de interflúvio observa-se a presença de populações rarefeitas,remanescentes da mata seca, geralmente associadas ao cerradão, encontrando-se essasfisionomias amplamente alteradas pelas atividades agropecuárias na região.As áreas recobertas pelo cerrado "sensu stricto' apresentam elevados índices de antropização,constatando-se, via de regra, a substituição da vegetação característica dessa fisionomia porpastagens ou lavouras. Em meio às pastagens constata-se a presença de espécimes isolados.

Recobrindo fundos de vales, em meio ao cerrado no sentido lato, na área de influênciadesse trecho da rodovia, são freqüentes as veredas, destacando-se a situada à direita darodovia, próximo ao trevo para Quirinópolis.

FAUNA

Devido à elevada fragmentação de seus habitats, a comunidade faunística regionalencontra-se amplamente simplificada, constatando-se a ausência de espécies que ocorriam

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anteriormente na região, especialmente de mamíferos de maior porte que ocupam níveis maiselevados da cadeia trófica regional.

Durante os trabalhos de campo foram observados animais mortos por atropelamento aolongo da rodovia, como o guará e o cachorro-do-mato. Além dessas espécies.

Entre as espécies de mamíferos relacionadas, três encontram-se presentes na ListaOficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, segundo portaria n° 1.522 de19 de dezembro de 1989 do IBAMA: o tamanduá-bandeira, o guará e o veado-campeiro. Apresença de pequenas populações dessas espécies é justificada pela região constituir oambiente característico dessas espécies antes da intensa antropização regional, e pelapermanência de alguns resquícios da vegetação primária em meio às áreas de pastagens elavouras. Durante trabalhos realizados na região pela equipe, foi possível observar a presençado veado-catingueiro em meio às lavouras de soja, já adaptado ao ambiente antrópico.

O grupo faunístico predominante na região é representado pela avifauna, especialmentepelas populações de espécies afins aos ambientes abertos e antropizados como os presentesao longo da rodovia.

Os cursos d'água mais expressivos dessa região são os rios Doce, Preto e São Tomás,todos contribuintes da bacia do Paraná. Devido às interferências nas condições bióticasaquáticas, através da intensa transformação dos habitats da flora e da fauna; da utilizaçãointensa de herbicidas e inseticidas; e, de interferências diretas nos cursos d'água, através daconstrução de barragens com fins energéticos, a ictiofauna regional encontra-se simplificadaem relação à sua situação natural, há algumas décadas.

BIOTA AO LONGO DA FAIXA DE DOMíNIO

Os habitats da flora e da fauna, ao longo da área de influência direta da rodovia, foramdegradados ao longo das últimas décadas, especialmente através das atividadesagropecuárias.

O atropelamento de animais silvestres, ao longo desse trecho da rodovia, foi observadocom assiduidade durante os trabalhos de campo, representando uma situação alarmantequanto à conservação da comunidade faunística regional.

Ao longo da faixa de domínio foram observadas áreas degradadas pelo empréstimo dematerial para a pavimentação da rodovia, onde foram formadas cavas irregulares com taludesmal estabilizados.

Outra situação, que contribui para o decréscimo da qualidade biótica na área deinfluência direta da rodovia, é o lançamento de resíduos urbanos nessa área, observando-se,junto ao rio São Tomás, a presença de lixão adjacente à rodovia.

Destaca-se na área de influência da rodovia a utilização pouco racional dos recursosnaturais, que favorece a degradação ambiental e a redução gradativa da qualidade biótica paraa flora e a fauna, através do uso intensivo do solo sem as técnicas adequadas à conservaçãoambiental, e sem a preocupação de preservar as comunidades silvestres remanescentes.2.3 - MEIO ANTRóPICO

O trecho da GO-174 a ser restaurado inicia-se na BR-060 distante cerca de 07 km doacesso principal a Rio Verde, na direção de Jataí, e termina no entroncamento com a BR-364,próximo ao núcleo urbano de Aparecida do Rio Doce.

O uso do solo ao longo da via é eminentemente rural, sendo predominante as lavourasno início do trecho e, na medida que vai se distanciando de Rio Verde e aproximando deAparecida do Rio Doce, esse uso vai mudando de lavouras para pastagens.

No início do trecho dois fatores de importância estão presentes, o primeiro, na margemdireita, o aeroporto e o segundo, na margem esquerda, o depósito de lixo da Prefeitura de RioVerde.

O aeroporto foi implantado após a rodovia, pressupondo-se que estudos foramrealizados que levassem á conveniência do mesmo no local, não sofrendo restrições quanto aproximidade da GO-174.

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O depósito de lixo vem degradando o ambiente local e sua posição lindeira à via, isto é,dentro de sua faixa de domínio, vem comprometendo a segurança no local, com resíduossobre a faixa de rolamento. A presença de "catadores" em busca de materiais recicláveis,agrava o problema.

Após esse local, o uso do solo é caracterizado pela presença de grandes armazénsgraneleiros, passando em seguida o uso para lavouras e pastagens até o final do trecho.

No final do trecho ocorre uma ponte sobre o córrego São João e o entroncamento coma BR-364, nas proximidades de Aparecida do Rio Doce.

PATRIMÔNIO CULTURAL

O quadro de ocupação pré-histórica da região Centro-Oeste configura-se de grandediversidade cultural e com muitas lacunas a serem preenchidas. Até o momento, as pesquisasarqueológicas no estado de Goiás não foram realizadas com uma intensidade e sistematizaçãosuficiente. Entretanto já se sabe, e as pesquisas e o interesse o tem demonstrado, que asáreas mais ricas neste campo localizam-se no sudoeste do Estado, especialmente na região deSerranópolis, onde vários sítios vem sendo explorados.

Os sítios arqueológicos são, classificados como históricos e pré-históricos. Os sítiospré-históricos são aqueles que se referem à ocupação anterior ao colonizador, e sua pesquisaé realizada no campo e na bibliografia existente. Os históricos compõem o período que envolvea fase dos colonizadores. Portanto, a sua pesquisa é feita não só no campo, mas também emfontes históricas. Não existem sítios arqueológicos históricos registrados no município, uma vezque ai ainda não foram realizadas pesquisas neste campo.

O trecho em questão situa-se em área pioneira de povoamento e que testemunha umperíodo histórico de expansão da fixação humana, principalmente em razão da atividadeagropecuária, por isso apresenta interesse do ponto de vista arqueológico, entretanto na áreade interferência direta e de ocupação do empreendimento não há nenhum sítio cadastrado, nãosendo detectado vestígios efetivos de qualquer sítio na expedição de campo realizada.

3 - SITUACAO ATUAL DO MEIO AMBIENTE

A caracterização ambiental da área indica um quadro de degradação ambiental local,devido à intensa ocupação do sudoeste goiano nas últimas décadas, especialmente atravésdas lavouras de soja, ocasionando uma ampla simplificação ambiental em detrimento dascomunidades silvestres da região.

A obra de restauração asfáltica do corpo estradal proposta para este trecho apresenta-se como um conjunto de ações bem simples, se considerarmos que a rodovia encontra-se emplena operação e que não haverá mudanças em seu traçado, muito embora o trecho apresenteem vários pontos um passivo ambiental significativo e que necessita ser recuperado.

Os empreendimentos rodoviários em geral tem um importante significado para odesenvolvimento de uma região, principalmente quanto à dinamização das relaçõesintermunicipais. O aumento da velocidade nos deslocamentos com maior conforto e segurança,são fatores positivos advindos da pavimentação e da manutenção do corpo estradal e sua faixade domínio.

Nas obras de restauração, objeto de estudo do presente PCA, os impactos ambientaisinerentes aos meios físico, biótico e antrópico, ocorrendo em maior magnitude, devido ao usodo solo nas áreas de empréstimo, bota-foras, canteiro de obras e jazidas.

Os impactos mais importantes observados nas áreas marginais da GO-174/GO-422(Rio Verde - Aparecida do Rio Doce) foram originados quando da execução da construção epavimentação da rodovia.

As áreas marginais da GO-174 encontram-se, em alguns pontos, com formação desulcos longitudinais ao longo do acostamento pelo escoamento de águas pluviais, com o

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conseqüente carreamento de materiais para níveis mais baixos, provocando danos ambientais,como assoreamento e poluição hidrica.

Na construção e pavimentação da GO-174 foi grande a incidência de áreas deempréstimos nas margens da rodovia, para a execução de aterros.

Os impactos ambientais desta atividade podem ser observados hoje ao longo de todo opercurso estudado, considerando que não foram feitas as recuperações das áreas deempréstimo e que muitas das quais servem de bacias de acumulação de águas pluviais eoutras como agentes de erosão e assoreamento de cursos d'água na área.

Esta atividade resulta no desnudamento de solos, retirada da camada orgânica, nacompactação de solos, no favorecimento à instalação de processos erosivos, na retirada davegetação existente agredindo a paisagem local e na abertura de valas ao longo da rodovia.

A escolha de locais inadequados, a má disposição e a conformação mal feita dos bota-foras tem ocasionado impactos significativos ao meio ambiente, como o assoreamento dasredes de drenagens provocado pelo carreamento do material depositado e prejuízo aosproprietários lindeiros.

A pressão antrópica sobre os habitats da flora e da fauna ocasionou elevada alteraçãodesses, transformando os ambientes do cerrado e da floresta em áreas de lavouras oupastagens.

Foi constatado ainda, nos trabalhos de campo, o atropelamento freqüente de animaissilvestres ao longo da rodovia, inclusive de espécies em extinção, como o guará, verificando-sea ausência de placas de advertência da travessia de animais silvestres em todo o trecho darodovia. Tal situação é justificada pela ampla fragmentação de habitats na região, e pelasinterferências nas áreas de dispersão da fauna como as matas ciliares.

Quanto aos aspectos sócio-econômicos, a restauração desse trecho, de uma formageral, será bastante positiva, melhorando as condições de trafegabilidade pelo recapeamentoda faixa de rolamento, bem como da recuperação do acostamento, dispositivos de drenagens erecuperação de taludes que vem sofrendo ação de processos erosivos, comprometendo suaestabilidade e consequentemente a segurança da via, além da recuperação dos equipamentosde sinalização.

4 - DIAGNOSTICO DO PASSIVO AMBIENTAL

Considerando os diversos componentes naturais ao longo da rodovia GO-174,basicamente entre as cidades de Rio Verde e Aparecida do Rio Doce, reconhece-se aexistência de três compartimentos distintos quais sejam.

o Trecho 1 (km 0 a km 24)A partir do trevo da BR-060 a rodovia GO-174 se desenvolve sobre terrenos planos,

com declividade na maior parte inferior a 10%, sustentada por solos argilosos, homogêneos,resistentes aos processos erosivos. Neste trecho as drenagens são escassas, de baixaenergia. O fluxo superficial é difuso e os solos são recobertos predominantemente por espéciesgraminóides especialmente dos gêneros Brachiaria Andropogon e Panicum, constatando-seem algumas áreas regeneração natural da vegetação nativa, através da presença deespécimes emergentes, além da ocupação por lavouras de soja e milho, tecnificadas.

o Trecho 2 (km 24 a km 42,3)Compreende um pequeno trecho de relevo serrano, com declividade de até 30%, onde

se verifica uma cobertura de solos arenosos, friáveis, susceptíveis à erosão, com lençol freáticoraso e fluxo superficial concentrado.

Trata-se de um trecho divisor de águas formador da bacia do rio Preto, com escassezde drenagens.

A cobertura vegetal do solo neste trecho é, na faixa de domínio, semelhante à anterior,ocorrendo na área de influência o cerrado com elevados índices de antropização, constatando-se, via de regra, a substituição dessa fisionomia por pastagens e lavouras. Nos vales e toposde morros são freqüentes as matas do tipo ciliar e galeria, constituindo formações densas.

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e Trecho 3 (km 42,3 a km 62,39)Compreende o trecho mais longo, até o trevo que dá acesso a cidade de Aparecida do

Rio Doce, desenvolvido sobre terrenos com declividade variável entre 10 e 20%, com amplacobertura de solos arenosos, friáveis, susceptiveis aos processos erosivos. A rede dedrenagem possui densidade média, com baixa energia, drenando para o rio Doce, observando-se efeitos do fluxo concentrado das águas superficiais naquelas porções do terreno onde adeclividade é mais acentuada, em direção aos cursos dá água.

Neste trecho predominam as pastagens artificiais, sendo que na área de influência afisionomia vegetacional é semelhante a do trecho anterior.

Embora com a ausência quase que total da vegetação nativa na faixa de domínio,quase sempre coberta por gramíneas, a paisagem fora da faixa é dominada por pastagens,lavouras, algumas áreas de reservas de matas, provavelmente legais e obrigatórias. Avegetação ciliar presente ao longo das drenagens encontra-se em razoável estado deconservação, embora em alguns pontos a mesma foi retirada para dar lugar às pastagens.

No trecho 1, o passivo praticamente se resume às caixas de empréstimo laterais, muitasdelas exibindo taludes inclinados com até 2,00m de altura, solo exposto no seu interior,raramente com processos erosivos associados. Quando localizadas fora da faixa de domínio,muitas dessas caixas já foram ou estão sendo recuperadas pelos proprietários de terraadjacentes, especialmente quando exploradas com agricultura, buscando se sempre asuavização dos taludes das caixas.

No trecho 2 e 3, intensificam-se os danos ambientais decorrentes do passivo,observando a predominância das caixas de empréstimo com solo e taludes expostos, com asquais se associam processos erosivos lineares agravados quando em condições desfavoráveisde solo arenoso e declividade mais elevada do terreno natural em direção às drenagens.

Nestes trechos, algumas drenagens tais como Boa Vista, Talhado, Severino e do Meio,encontram-se afetadas pelo assoreamento proveniente de erosões paralelas à rodovia.

Erosões lineares, em alguns pontos, já se encontram generalizadas e ativas devidoação do fluxo concentrado das águas superficiais agravadas pela descarga do sistema dedrenagem, podendo comprometer a via.

Alguns taludes de cortes em solo arenosos mais elevados apresentam-se semcobertura vegetal adequada, instáveis e com problemas de erosão diferencial. Os taludes dosaterros se mostram bem conservados.

A situação das jazidas de cascalho mostra grandes áreas planas, escavadas, quasesempre com material solto estocado em seu interior, algumas com ravinamentos em evoluçãoprincipalmente devido à ausência de cobertura vegetal e cujo processo de recuperação naturaltem sido incipiente. Em algumas delas, os caminhos de serviços também estão sendodanificados pela ação das enxurradas, afetando drenagens e partes baixas mais próximas,caracterizando um quadro de abandono.

As áreas de extração de areia e rocha utilizadas na construção da GO-174 são fontesde exploração comercial, portanto, licenciadas nos municípios e nos órgãos ambientais doEstado, com plano de controle já elaborado.

Cumpre ressaltar que o passivo ambiental remanescente da obra viária temrepresentado, além dos danos ambientais citados, prejuízo econômico aos proprietárioslimítrofes, onde foram abertas caixas de empréstimo e a outros mais distantes, de cujas terrasextraíram-se materiais para a obra. Estas áreas impactadas são atualmente improdutivas,sendo que, em alguns casos críticos, representam perigo aos rebanhos de criação.

4.1 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM

Enquadram-se neste caso as caixas de empréstimos laterais e os taludes dos cortes emsolo relacionados.

Caixas de empréstimos

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São aquelas caixas localizadas dentro e/ou fora da faixa de domínio, as quais estãoassociadas à degradação da paisagem e à evolução de processos erosivos lineares,ocasionados pela exposição da camada de solos e pela manutenção dos taludes deescavação,

Nos locais planos, ocorre durante o período chuvoso o acúmulo de águas superficiais,alagando-as parcialmente. De modo geral, a cobertura vegetal do entorno é representada porcobertura graminóide introduzida para a formação de pastagens, com a presença ocasional deespécimes arbóreos jovens e/ou adultos da formação primária.

Em algumas caixas alagadas foi observada a presença de aves de hábitos aquáticos,além de algumas espécies de hilídeos que utilizam esses locais para a reprodução e desova.

Algumas dessas caixas estão parcialmente recompostas com cobertura vegetal,predominantemente graminóide parcial e espécimes nativos jovens e/ou emergentes,geralmente com taludes desnudos e semi-verticalizados, susceptíveis à erosão.

As gramíneas em geral são representadas pelos gêneros Brachiaria, Panicum eAndropogon; e as espécies nativas por Dalbergia, Byrsonima, Caesearia, Xylopia eAnnona, entre outras.

Nos locais em que as caixas de empréstimo encontram-se parcialmente no interior dasfazendas, a circulação de bovinos dificulta a recomposição da vegetação e favorece ainstalação de processos erosivos.

Taludes de cortes em solo

Trata-se dos taludes dos cortes localizados em ambos os lados do km 18 e também nolado esquerdo do km 38 e km 47, mais elevados e em solos arenosos, com superfíciesexpostas e sem proteção, apresentando problemas de erosão diferencial.

4.2 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM E ESCOAMENTO.SUPERFICIAL

Compreende basicamente os processos erosivos instalados ao longo da faixa dedomínio da rodovia na forma de sulcos, ravinas e voçorocas, onde a causa principal é a açãodas águas superficiais cuja descarga e fluxo acontecem no interior de caixas de empréstimoslaterais ou em caminhos de serviços.

Normalmente estes processos estão ativos e mais evoluídos, desenvolvendo-se emlocais onde o solo é arenoso e a declividade é mais elevada, produzindo sedimentos quealcançam as drenagens naturais, expondo inclusive o lençol freático.

O aprofundamento e alargamento destas feições erosivas colocam em risco o corpo darodovia.

Podem ser visualizadas duas situações descritas a seguir:a) Áreas onde se formaram ravinas

Áreas de empréstimo; leito antigo da rodovia com ausência de cobertura vegetal bemcomo obras de arte ineficientes favorecem para a instalação de ravinas ao longo da rodovia.

Essas caracterizam-se pela presença de sulcos longitudinais e oblíquos com dimensõesvariando entre 1 e 4 metros de profundidade; 1 e 4 metros de largura, e 100m de comprimento.Em geral apresentam taludes desnudos, irregulares e instáveis, constituindo um fator de altonível de degradação, sobretudo no que se refere à perda de solo e assoreamento dos cursosd'água.

A gravidade desse processo erosivo acentua-se nos ambientes de solos arenosos edeclividade igual ou superior a 10%. A cobertura vegetal do entorno das áreas que apresentamravinas é recoberta, em geral, por áreas de pastagens com domínio do gênero Brachiaria,arbustos dos gêneros Arrabidaea e Memora, além de indivíduos arbóreos juvenis e adultosremanescentes da formação primária.

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4.3 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE PAVIMENTAÇÃO

Compreende basicamente as áreas de exploração de materiais naturais - areia, rocha ecascalho. Somente as cascalheiras fazem parte do projeto, entretanto, as demais fontes demateriais utilizadas mantém atividades comerciais.

Tratam-se de áreas localizadas fora da faixa de domínio, normalmente em regiõeselevadas, com escavação inferior a 1,5m de profundidade. No interior dessas áreas observa-seà existência de material solto, escavado e solo orgãnico estocado.

A superfície final de escavação se mostra desnudada normalmente com processoserosivos em aprofundamento, descobrindo o solo subjacente menos resistente à ação daságuas superficiais, transportando sedimentos por encostas íngremes em direção às partesbaixas e drenagens naturais.

Alguns caminhos de serviços utilizados são preferenciais para condução das águas deenxurradas, condicionando ravinas e sulcos.

Enquadram-se também neste item, bases, tanques e demais estruturas de concreto ealvenaria, por ventura utilizadas durante as obras de pavimentação em canteiros ealojamentos, observadas no lado direito do km 8,3 e km 34. Tratam-se de pisos de concretocom dimensões da ordem de 40m x 12m e tanques de 3,Om x- 1,50m x 1,50m, além depequenas caixas, os quais devem ser simplesmente demolidos, removidos, devolvendo à áreaa superfície natural ocupada.

Áreas de jazidas

Sob o aspecto paisagístico, as áreas utilizadas para a extração de cascalho para aconstrução e pavimentação da GO-174, entre a BR-060 e Aparecida do Rio Doce, foraminstaladas em áreas antropizadas onde predominavam as formações de pastagens emambientes outrora recobertos pelo cerradão.

De modo geral, estas áreas apresentam atualmente um nível elevado de degradação,onde verifica-se a ausência de cobertura vegetal bem como de material orgânico estocado.Jazida J-01

Está IDcalizada a aproximadamente 150 m da margem esquerda do córrego SãoFrancisco da -azenda do mesmo nome, o qual é cortado por mata de galeria inundável em bomestado de conservação.

A cascalheira foi explorada em área ocupada atualmente por pastagem, onde constata-se no entorno testemunhos da flora nativa, emergentes e adultos, distribuídos esparsamentesobre o campo graminóide introduzido.

Esta jazida apresenta taludes verticalizados, piso compactado e exposto com ausênciade processos erosivos, bem como de material estéril e orgânico estocado.Jazida J-02

Está localizada à direita da rodovia, com via de acesso à altura do km 28,2, a qualintercepta área dominada pelas pastagens.

A cascalheira ocupa uma área de aproximadamente 2,5 ha, em terreno elevado comsolo lateríticci; taludes verticalizados; piso compactado; com baixa quantidade de materialestocado; e, ausência de solo orgânico.

A cobertura vegetal dominante no entorno dessa área é composta por pastagens emambiente outrora recoberto pelo cerradão. Constata-se no interior e na borda da jazida aocorrência de talvegues, os quais são orlados por cobertura vegetal do grupo ecológico daspioneiras.

A ausência de cobertura vegetal, associada à fatores físicos, propiciou a instalação deprocessos erosivos em detrimento da eficiência de obras de contenção existentes nos locais demaior decliviclade.

Das cinco jazidas exploradas, esta é a que apresenta o maior índice de degradação.Jazida J-03

Esta jazida foi explorada em área de solo laterítico, próxima à margem direita docórrego Água Mansa, com via de acesso localizada a direita da GO-174 na altura do km 29,6.

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Com aproximadamente 1,5 km de extensão, a via de acesso intercepta ambienterecoberto por pastagens e lavouras, além do córrego Água Mansa.

A área caracteriza-se pela presença de solo decapeado; escavações irregulares;material estocado; acúmulo de águas superficiais; e presença de processos erosivos nas áreasde encostas.

A cobertura vegetal do entorno é composta por pastagem e lavouras de milho emambiente totalmente descaracterizado.Jazida J-04

Área localizada à 70 metros a direita da rodovia, em terreno plano, já exploradaonde domina laterita arenosa, na altura do km 34,4.

Apresentam alguns pontos decapeados com cobertura vegetal rala e outros recobertosparcialmente por gramíneas, com ausência de espécies arbóreas.

A área não apresenta processos erosivos. No entorno, a cobertura vegetal érepresentada por gramíneas do gênero Brachiaria, utilizadas para o pastoreio de bovinos ondepermeiam espécies arbóreas e/ou arbustivas remanescentes.Jazida J-05

Essa jazida foi explorada em área antropizada, outrora recoberta pelo cerradão, erecoberta atualmente por pastagens. A via de acesso a essa tem inicio na altura do km 61,6, àesquerda da GO-174, interceptando ambientes ocupados por pastagens e áreas com coberturavegetal primária, com dominância do sub-tipo cerradão.

A área caracteriza-se por apresentar solo compactado; taludes semi-verticalizados; comocorrência esporádica de material estéril e orgânico estocado.

Nos locais onde foi realizada a suavização dos taludes e a distribuição do solo orgânico,nota-se um processo de regeneração natural da vegetação, onde são constatados aemergência de indivíduos arbóreos e arbustivos).

Em um local onde a exploração foi desativada há mais tempo, nota-se um processo deregeneração natural da vegetação em solo totalmente decapeado,.

Áreas de instalações

Enquadram-se nesse item, bases, tanques e demais estruturas de concreto e alvenaria,utilizadas durante as obras de pavimentação em canteiros e alojamentos, observadas no ladodireito do km 8,3 e km 34. Tratam-se de pisos de concreto com dimensões da ordem de 40m x12m e bases de tanques de 3,Om x 1,50m x 1,50,m, além de pequenas caixas, os quais devemser simplesmente demolidos, removidos, devolvendo à área a superfície natural ocupada.

4.4 - MATAS DE GALERIA DEGRADADAS

As formações de galeria interceptadas pela rodovia, apresentam de modo geral um altograu de degradação, principalmente na faixa de domínio da rodovia e imediações.

Primariamente, as formações de galeria ocorrentes na região apresentavam doissubtipos: mata de galeria inundável, vegetando em ambientes onde o lençol freático encontra-se aflorante a maior parte do ano, mesmo na estação seca; e mata de galeria não inundável,onde o lençol freático não aflora.

Atualmente a cobertura vegetal, existente na faixa de domínio na orla dos cursos d'águaé constituída basicamente por campos herbáceos nativos ou introduzidos, sendo rara aocorrência de representantes arbóreos. Além da ausência da vegetação arbórea ciliar, oassoreamento e a queda de taludes marginais representam as formas mais significativas dedegradação desses ambientes ribeirinhos.

4.5 - USO INDEVIDO DA FAIXA DE DOMÍNIO

Ao longo da GO-174 foi constatada duas situações de uso indevido da faixa de domínio.

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A primeira situação refere-se ao uso da faixa de domínio para a implantação de culturascíclicas como a soja e milho. O uso dessas áreas sem as técnicas adequadas de proteção dosolo contra a ação das águas superficiais podem, num futuro próximo, favorecer a instalaçãode processos erosivos nos locais com maior declividade, após o abandono da área.

Agrava a situação a diminuição da área de escape dos veículos, afetando em algunssegmentos a segurança da rodovia. A eventual movimentação de pessoas e máquinas naépoca da colheita deverá igualmente afetar de forma direta as condições de segurança da via.

A segunda situação refere-se ao uso da faixa de domínio para a deposição de lixo comofoi constatado em duas áreas próximas a Rio Verde e Aparecida do Rio Doce. O lixão próximoa Rio Verde (km 0,6) é a céu aberto, situa-se na altura do km 0,6 e o de Aparecida do Rio Doceno km 58,5, ambos causam degradação na paisagem, além de se constituir em focos detransição de doenças, podendo tornar-se disseminadores de endemias pela circulação deveículos e pessoas.

Passivo ambiental decorrente do uso indevido da faixa de domínio (depósito de lixo)Localização (km) | Município Area (m2) Volume (m3)

0,6 Rio Verde 7.200 12.00058,5 Aparecida do Rio Doce 1.800 6.000

4.6 - DEGRADAÇÃO DOS HABITATS DA FAUNA AO LONGO DA GO-174

Como caracteriza o diagnóstico ambiental realizado, a construção e pavimentação daGO-174 ocasionou uma ampla alteração dos habitats da fauna ao longo da rodovia.

O passivo ambiental da rodovia, adicionado ao amplo processo de antropizaçãoregional, através das atividades agropecuárias nem sempre desenvolvidas de forma racional,ocasionaram a instalação de um processo progressivo de simplificação da comunidadefaunística regional, praticamente irreversível.

Esse processo de simplificação, apesar de irreversível, pode ser atenuado através demedidas de recomposição do passivo ambiental, e de outras medidas que favoreçam autilização racional dos recursos naturais da região.

A interceptação de inúmeros corredores faunísticos pela rodovia, além de favorecer oatropelamento de animais silvestres, dificulta o livre trãnsito da fauna entre suas diversas áreasde refúgio, que encontram-se nas áreas menos degradadas dos ambientes em que o solo e orelevo não favorecem a mecanização agrícola.

Alguns locais ao longo da rodovia passaram por processos de degradação maisacentuados, onde ocorreram a formação de voçorocas. Algumas áreas menos degradadas, emque ocorreram a formação de ravinas, junto com as voçorocas, contribuem para a degradaçãodos ecosssistemas aquáticos da região, através do arraste de solo e assoreamento dos cursosd'água, além de favorecer a instalação de processos erosivos nos taludes marginais desses.

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5 - QUANTITATIVOS E ORCAMENTOS

RESUMO DE CUSTOS

ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANTIDADE PREÇO UNITÁRIO TOTAL

1 Demolição de concreto armado m3 54,75 164,73 9.018,97

2 Suavização de taludes m3 17.182,07 1,27 21.821,23

3 Regularização do terreno m3 211.200,00 0,16 33.792,00

3 Espalhamento de matenal m3 250,00 0,60 150,00

4 Escarificação m2 18.030,00 0,12 2.163,60

5 Diques transversais m3 438,50 1,92 841,92

6 Terraços e bacias interiores m3 18.016,40 1,27 22.880,83

7 Terraços exterores m3 666,00 1,27 845,82

8 Escavação de cavas m3 4.320,00 1,27 5.486,40

9 Retaludamento de caixas existentes m3 600,00 1,27 762,00

10 Espalhamento de lixo m3 18.000,00 0,60 10.800,00

11 Espalhamento de bota-fora m3 1.520,00 0,60 912,00

12 Compactação de lixo m2 9.000,00 0,94 8.460,00

13 Recobrimento m 3.528,00 0,60 2.116,80

14 Calagem e adubação m2 190.280,00 0,02 3.805,60

15 Plantio de gramineas m2 276.288,00 0,22 60.783,36

16 Plantio de espécies m2 9.000,00 0,22 1.980,00

17 Revegetação de mata inundável m2 14.400,00 2,47 35.568,00

18 Revegetação de mata não inundável m2 14.400,00 2,47 35.568,00

19 Hidrossemeadura m2 675,00 2,47 1.667,25

20 Dissipador de energia un 6,00 280,00 1.680,00

21 Canaletas ml 190,50 17,21 3.278,51

22 Cercas ml 5.484,97 5,12 28.083,05

TOTAL 292.465,33

RESUMO DE QUANTITATIVOS, RODOVIA GO-174

SERV C~I*Ia4.

E.Dr*.ti... 12 716,33 | 82.DS0.00 476.40

56 250.00 135 250,00

J .0d.0 753.2 4 114 000.00 250.00

114 000.0 0| 114.000,00 3.0 84,97

Inltalaçõ@ 54,75 4 90,0 01

490.00 490,00

TOtldo 54,51 17.182,07 211.200,00 250.18.030,0( 43.,60 18.01 4 000 600,00 18 000,001 1.512.00 2

000,050600 114 000.00 1 0 3

1. 4.07

_ ,

1 2 &11 5b,s &8& &ss 11& &+& 1& tsS J4& &sS ^1 s &s &&+ gX 1

Z~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ 2

LEGENDA

R E P RES E NTAÇÃO DO PASS IVO AMBE1 E 0 NTA L GO 1 74

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RODOVIA GO-217

A rodovia no trecho em estudo, designada pela nomenclatura GO-217, com extensão de52,60km, tem inicio no entroncamento com a BR-153, completando o 10 segmento na cidadede Piracanjuba, de onde se inicia o 20 segmento que finaliza na interseção com a GO-1 39

1 - CARACTERIZACÃO DO PROJETO

O trecho da rodovia GO-217, situado entre a BR-1 53 e o entroncamento com a GO-1 39,tem um projeto de restauração executado e concluído, sendo possível uma análise detalhadadas intervenções que irão ocorrer ao longo de toda a sua extensão de 52,60km.

Para a execução dos serviços de recuperação de pavimento, inclusive os acostamentosestão previstas as seguintes quantidades principais:

Quantidade de material10o Segmento 20 Segmento

Trat. Sup. Duplo 234.192 m'PR2C 819,67tBrita

Pintura ligação 196.766,00 m~ 2.820 m2

RR-2C 98,38t 1,41 tCBUQ 8.349,50 m~141,00 mCAP-20 1.085,43t 18,33t

Brita 9.292,988 m 3 156.933 m3

Lama Asfáltica Fina 308.112,00 m1 310.464,00 mZRL-lC 231 ,08t 232,85tAreia 2.890.254 m 3 1.117,22 M3

Pó de pedra 1.540,56 m3 1.552,32 m3

Acessoriamente, aproveitçando a oportunidade da intervenção, foram previstos algunsreparos nos dispositivos de drenagem superficial constituído pelas sarjetas, meio-fio e descidasd'água. Muitas dessas intervenções previstas são de recuperação, prevendo-se algumasreconstruções localizadas.

Drenagem- Saída de descida d'água 195,00m

2 - CARACTERIZACÃO REGIONAL DA ÁREA

2.1 - MEIO FíSICO

Este trecho rodoviário insere-se em terrenos pertencentes às sub bacias dos rios Meiaponte e Piracanjuba, pertencentes á bacia hidrográfica do rio Paranaíba ,região sul do estadode Goiás. Nesta região, a rede de drenagem é densa com energia baixa a média, constituindocursos d'água perenes e microbacias distintas. As características climatológicas estão nocontexto.da vasta região Centro Oeste do país predominando um clima tropical úmido, tipo Aw,

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com duas estações anuais distintas, sendo: uma chuvosa, indo de outubro a abril e, outra seca,indo de maio a setembro.

A precipitação média anual é da ordem de 1.500mm, concentrada nos meses dedezembro a março. Nos meses de junho e julho as precipitações são mínimas.

A temperatura média anual situa-se em torno de 23°C, com uma média de_180C nosmeses de maio, junho e julho que corresponde ao inverno. No verão, a média térmica se elevaconsideravelmente, podendo atingir índices próximos aos 30°C.

Ao longo do trecho, ocorre uma superfície topográfica de planalto, contínua, situadaentre as cotas 750 e 850 metros de altitude, constituindo relevos dissecados e heterogêneos,predominando formas tabulares e convexas, agudas, representadas por serras localizadas,destacando-se a Serra Negra nas proximidades de Piracanjuba.

Essas superfícies topográficas são sustentadas por uma variedade de rochas, de idadePré-Cambriana, onde se destacam aquelas pertencentes à cobertura metassedimentardobrada, os corpos intrusivos de natureza granítica, uma ampla cobertura formada por umacamada de depósitos lateríticos nos terrenos altos e planos e, depósitos aluvionares recentes,inconsolidados, restritos aos terrenos baixos. Os metassedimentos correspondem às rochas doGrupo Araxá, sendo nesta região representados por diversos tipos litológicos ,tais como,micaxistos, gnaisses, quartzitos, anfibolitos e calcários. Os xistos são dominantes e comfreqüência apresentam planos de xistosidade bem evidentes, veios de quartzo ,dobras efraturas, enquanto que, os quartzitos, de ocorrência mais restrita ,ocorrem na forma de lentes,mostrando-se fraturados, dobrados e, com freqüência sustentando as serras e superfíciestopográficas mais elevadas. Os xistos com certa freqüência são próprios para exploração debrita e uso na construção civil por toda região. Os corpos intrusivos de granito ocorrem deforma localizada , sendo evidentes nas proximidades da cidade de Piracanjuba. Trata-se degranitos, grosseiros ,de coloração cinza ,estrutura gnáissica , ocorrendo em terrenos arrasadoscom poucos afloramentos.

Os solos que recobrem essas rochas, ao longo da rodovia e da região, na maioria sãolatossolos que se distribuem sobre as superfícies tabulares e planas, imprimindo umescoamento superficial difuso, aos quais lateralmente se associam solos concrecionárioslateriticos, ambos resistentes aos processos erosivos. Secundariamente, nas zonas dasencostas de maior declividades ocorrem cambissolos, mais sujeitos à erosão e instabilidadelocalizadas..

O uso e ocupação principal do solo são dividido entre a pecuária e o plantio de lavourastemporárias de cereais e hortaliças, com destaque para a soja e o milho que ocupam áreasplanas próximas da rodovia.

ÁREAS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

As áreas de recuperação asfáltica necessitarão da disponibilização de materiais deconstrução os quais serão adquiridos de terceiros. Não haverá empréstimo de cascalho.

2.2 - MEIO BIÓTICO

Sob o aspecto fitogeográfico, a área de influência das GO-217, insere-se sob o domíniodos Cerrados. No trecho compreendido entre a BR-1 53 e Piracanjuba, a vegetação caracteriza-se como uma zona de tensão ecológica, no contato do Cerrado com a Floresta Estacional. Notrecho entre Piracanjuba e o trevo com a GO-139, a cobertura vegetal dominante érepresentada pelas formações savânicas.

Na área de influência, as fisionomias que se destacam são o cerrado típico e ocerradão, além das matas de interflúvio e de galeria, e das veredas.

No trecho entre a BR-153 e Piracanjuba, o cerradão representava a fisionomiadominante, sendo que atualmente a pressão antrópica sobre os habitas da flora ocasionouampla alteração desses através do desmatamento para a formação de pastagens e/oulavouras. Essa vegetação é observada atualmente ao longo da rodovia sob a forma de

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encraves em meio às áreas antropizadas ou através de indivíduos remanescentes da formaçãoprimária, dispersos em meio às áreas de pastagens.

As florestas de interflúvio ocorriam geralmente confrontando com o cerradão, na zonade tensão ecológica na região entre a BR-153 e Piracanjuba, sendo que testemunhos dessafisionomia são observados atualmente sob a forma de encraves em meio às pastagens, oumesmo de indivíduos isolados das espécies.

As matas de galeria são freqüentes ao longo da rodovia, sendo que em alguns locaisencontra-se associada ao campo úmido.

A mata à altura do quilômetro 01 apresenta ambiente similar ao descrito, onde seconstatam a presença de um aterro com os taludes recobertos pelo capim braquiária eespécimes jovens de angico e aroeira na faixa de domínio, evidenciando a evolução de umprocesso de regeneração natural da flora autóctone.

Ao longo do córrego Taioba e do rio Piracanjuba está presente uma fisionomia de matade galeria, diferenciada da descrita, não associada ao campo úmido e nem espéciescaracterísticas de ambientes higrófilos.

Nas adjacências da interseção da rodovia com o rio Meia Ponte, ocorre mata ciliar comlargura aproximada de 30 metros, sendo que nessa vegetação e adjacências.

Entre Piracanjuba e a GO-139, a fisionomia dominante é o cerrado típico, sendo queessa vegetação encontra-se amplamente alterada na área de influência da rodovia,constatando-se atualmente resquícios dessa fitofisionomia sob a forma de pequenos encravesem meio às áreas dominadas pelas pastagens introduzidas.

Na porção final do trecho é frequente a presença de veredas, onde a palmeira buriticonstitui o representante de destaque. Essa formação geralmente é margeada por um campoúmido graminóide no contato com a formação savãnica.

A antropização regional é bastante acentuada, por se tratar de uma região de solos comexcelente aptidão agrícola, constatando-se uma ampla alteração dos habitats da flora e dafauna pelas atividades agropecuárias desenvolvidas na região. Os remanescentes davegetação primária ocorrem sob a forma encraves nas reservas legais ou áreas depreservação permanente ao longo de cursos d'água, veredas, encostas e topos de morros,constatando-se que mesmo algumas dessas áreas sofreram alterações pela pressão antrópica.

A fragmentação da cobertura vegetal regional ocasionou ampla alteração dos habitatsdas comunidades faunísticas da área de influência, e consequentemente, simplificação destas.As populações de espécies que ocupam níveis mais elevados da cadeias trófica regional e asde maior porte, são geralmente as mais sensíveis às alterações ambientais ocorridas, bemcomo as dependentes dos ambientes fechados compostos pelas matas.

A fauna mamífera, altamente susceptivel às interferências em seus habitats, encontra-se bastante simplificada na região.

A transformação de ambientes fechados em abertos, através do desmatamento para aformação de pastagens e/ou lavouras favoreceu a colonização dessas áreas por aves afins aesses ambientes, constituindo esse grupo o dominante entre os vertebrados terrestres na áreade influência da rodovia.

O cursos d'água mais significativos na área de influência direta da rodovia são os riosMeia Ponte e Piracanjuba, que apresentam uma ictiofauna simplificada, devido àsinterferências em sua vegetação ciliar e na qualidade biótica, devido ao lançamento deresíduos domésticos e industriais em suas águas.

BIOTA AO LONGO DA FAIXA DE DOMíNIO

Via de regra a cobertura vegetal da faixa de domínio é constituída por gramíneas dosgêneros Brachiaria, Andropogon ou Panicum.Em algumas áreas observa-se sobre a cobertura gramínea a presença de espécimes arbóreosem desenvolvimento, que foram conservados durante o controle da vegetação na faixa dedomínio.

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Na altura do quilômetro 02 a faixa de domínio encontra-se recoberta por espéciescaracterísticas do cerradão.

Durante a pavimentação da rodovia algumas áreas, na faixa de domínio, foramdegradadas através da escavação para o empréstimo de material.

Algumas áreas na faixa de domínio apresentam vestígios da cultura de algumascultivares, como por lavouras de milho, sorgo além do fumo mandioca e, guariroba.Especialmente à altura do povoado de Serra Negra onde a concentração populacional é maior.

2.3 - MEIO ANTRóPICO

O município de Piracanjuba apresenta uma produção agrícola razoável. Entre osprodutos mais plantados no município o destaque é para o milho, que na safra de 1996 foicultivado em mais de 6.660ha, com uma produção de aproximadamente 20,300 toneladas. Osegundo produto em área plantada foi à soja e em terceiro o arroz. Além desses foramplantados, em menor quantidade, o feijão, a mandioca e a cana-de-açúcar.

A atividade pecuária no município é importante, especialmente pela expressividade dorebanho bovino que soma mais de 212.500 cabeças. O rebanho leiteiro atinge a 55.110 vacas,cuja produção chega a mais de 47.850mil/litros. Os suínos tem um efetivo de 35.300 cabeças,e as aves chegam a 122.124.

PATRIMONIO CULTURAL

As obras se restauração da rodovia GO-217 não deverão causar interferências em sítiosarqueológicos pois as ações a serem desenvolvidas restringem-se a faixa de domínio. Osmateriais a serem empregados, como brita e areia, serão provenientes de depósitos comerciaisem exploração.

3- SITUACÃO ATUAL DO MEIO AMBIENTEA pavimentação da rodovia e a antropização ao longo dessa no decorrer dos anos,

ocasionou intensa simplificação dos habitats da flora e da fauna na área de influência direta.As matas ciliares dos cursos d'água ao longo da área de influência da rodovia

encontram-se degradadas em toda a extensão do trecho, inclusive no Rio Meia Ponte, queapresenta altos índices de poluição e baixa qualidade biótica. À altura do quilômetro 09constata-se o avanço de processo erosivo instalados junto aos taludes marginais do córrego eausência de mata de galeria na margem direita.

Durante a pavimentação da rodovia, algumas áreas foram degradadas ao longo dessa,através do empréstimo de material para a construção da sub-base, formando caixas deempréstimo mal estabilizadas e susceptíveis à erosão laminar, que ocasiona o transporte desolo em direção aos fundos de vales e cursos d'água. Em alguns locais, devido ao longoperíodo desde a pavimentação, a vegetação apresenta sinais de regeneração nos locais deempréstimo, não constituindo, contudo, essa situação, uma solução definitiva para a contençãoda instalação de processos erosivos nessas áreas.

Na altura do km 4,2 nota-se junto à margem esquerda da rodovia, uma cabeceira dedrenagem onde se encontra comunidade arbórea em estágio de regeneração natural.

Via de regra, constata-se na região, a não observãncia ao Código Florestal do Estadode Goiás, através da não conservação de áreas de preservação permanente como matasciliares e reservas florestais.

O uso do solo, em todo a extensão desse trecho da rodovia, caracterizado por elevadosíndices de antropização, através da urbanização e das atividades agropecuárias intensas, vemocasionando a alteração acentuada dos habitats da flora e da fauna, de forma definitiva eirreversível, em detrimento das comunidades bióticas silvestres da região. Tal circunstância

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favorece o prognóstico do incremento do processo de antropização regional e a consequentesimplificação das comunidades bióticas na área de influência da rodovia.

Junto ao rio Meia Ponte, a alteração do local da ponte deixou o antigo leito da rodoviaabandonado e ainda pavimentado em alguns locais, em detrimento da qualidade biótica nessaárea.

A obra de restauração asfáltica proposta para este trecho da rodovia apresenta-se comoum conjunto de ações simples, se considerarmos que a rodovia encontra-se em plenaoperação e que não haverá mudanças em seu traçado.

Os impactos ambientais decorrentes da construção da rodovia, denominados dePassivo Ambiental, existentes, são significativos ambientalmente e estão caracterizados nocapítulo específico deste trabalho, onde também estão indicadas as medidas convenientes.

Foi constatado o atropelamento freqüente de animais silvestres ao longo da rodovia,inclusive de espécies em extinção, como o guará. Verificou-se a ausência de placas deadvertência da travessia de animais silvestres em todo o trecho da rodovia.

Quanto aos aspectos sócio-econômicos, a restauração desse trecho, de uma formageral, será bastante positiva, melhorando as condições de trafegabilidade pelo recapeamentoda faixa de rolamento, bem como da recuperação do acostamento, dispositivos de drenagens,além da recuperação dos equipamentos de sinalização.

4 - DIAGNóSTICO DO PASSIVO AMBIENTAL

Considerando os diversos componentes naturais ao longo da rodovia GO-217, entre aBR-153 e a interseção com a GO-139, inúmeros impactos remanescentes, na maioriaatribuídos às obras de implantação e construção da atual rodovia, foram catalogados eenquadrados como passivo ambiental.

Entre essas interferências remanescentes destacam-se as caixas de empréstimo desolos, das quais cinqüenta e cinco (55) merecem medidas especificas. Entre os impactosrelativos a ação do escoamento superficial das águas, constataram-se nove (09) situações quemerecem ações corretivas. Quanto às travessias das drenagens existentes, constataram-secondições regulares de conservação das pontes, sendo que, nestes locais a degradaçãoocorreu na vegetação ciliar dos rios, para os quais foram indicadas medidas de recuperaçãoespecíficas. As obras de arte correntes como bueiros apresentam pequenos problemasexternós, devido à ação da energia do fluxo de águas superficiais, cujas medidas forampropostas.

A recuperação do passivo ambiental, deste trecho da rodovia, virá resgatar, pelo menosem parte, os danos causados ao meio natural em decorrência da implantação deste importanteempreendimento.

4.1 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇO DE TERRAPLENAGEM

Compreende as áreas de empréstimos laterais , os taludes de cortes em solos, leito derodovia abandonado, relacionados no quadro referente ao passivo decorrente dos serviços deterraplenagem, sendo descritas a seguir.

4.1.1 - CAIXAS DE EMPRÉSTIMO

Situações diversas de áreas degradadas pelo empréstimo de material foram,constatadas ao longo da rodovia:

* Áreas parcialmente recompostas, com taludes verticalizados e desprovidos decobertura vegetal continua;

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• Áreas com taludes semiverticalizados com a presença de espécimes arbóreosnativos esparsos, em variados estágios de desenvolvimento vegetativo;

• Áreas totalmente recobertas pôr cobertura vegetal com a presença de taludesverticalizados

As gramíneas exóticas, em especial do gênero Brachiaria, representam a coberturavegetal dominante nas áreas de empréstimo de material, no interior e fora da faixa de domínioonde predominam as pastagens.

As caixas de empréstimo onde o piso e os taludes encontram-se recobertos pelavegetação nativa em franco processo de regeneração natural foram incluídas no passivoambiental desse trecho da rodovia, por apresentarem taludes verticalizados ousemiverticalizados.

4.1.2 - TALUDES DE CORTES EM SOLO

Os cortes em solo para a implantação da rodovia, que integram o passivo dos doistrechos BR153/Piracanjuba, e Piracanjuba/trevo da GO-217 com a GO-139, apresentam, namaioria, taludes semiverticalizados; especialmente os existentes à altura dos km 8.6; 9.7; 10.7;19.1 e 20,0, no trecho 1, onde o relevo é mais movimentado, em comparação com o trecho 2,que apresenta um relevo mais suave. Estes cortes estão estáveis e com cobertura vegetal dehábitos variados. Apenas dois cortes, no trecho 2, apresentam situação de passivo, sendonecessárias intervenções de estabilização nessas áreas, que resulte na melhoria dascondições ambientais do local.

a) corte com processo erosivos e sem berma.Apenas um corte enquadra-se nesta categoria, o de número 1, existente à altura do km

4,3, pela margem direita da rodovia, no trecho 2, onde ocorre talude instável e exposto; compresença de processos erosivos de baixa magnitude e localizados.

a) Corte em berma com presença de processos erosivosEnquadra nesta categoria o corte de número 2, localizado após o córrego São Mateus,

onde ocorrem processos erosivos generalizados, com queda de blocos de rocha nas bermas.O tipo de solo não favoreceu o desenvolvimento satisfatório de uma cobertura vegetal quepermita a proteção e estabilização dos taludes. A vegetação existente é incipiente.

4.2 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM E DO ESCOAMENTOSUPERFICIAL

O passivo decorrente do sistema de drenagem e escoamento superficial é constituídopelos processos erosivos instalados ao longo da faixa de domínio na forma de sulcosdesenvolvidos em áreas de solos friáveis desprovidos de cobertura vegetal, sendo a causaprincipal dos ravinamentos, a ação das águas superficiais no interior de caixas de empréstimoe aterros.

As ravinas formadas encontram-se em estágio de desenvolvimento, em especial nosperíodos chuvosos, e instaladas em áreas de empréstimo de material, ou não, onde o soloapresenta baixa resistência às intempéries, e em geral, com declividade igual ou superior a10%.

Nessa situação encontram-se áreas com características semelhantes, descritas noquadro do passivo relativo ao sistema de drenagem e escoamento, que se caracterizam porapresentar sulcos longitudinais, com dimensões que variam de 1 a 3 metros de largura; 1 a 3metros de profundidade; e, 20 a 400 metros de comprimento.

Em geral, essas áreas apresentam taludes semiverticalizados; irregulares; desprovidosde cobertura vegetal; e, instáveis; constituindo fator de degradação da paisagem e de cursosd'água, através da perda de solo.

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A cobertura vegetal do entorno dessas áreas é constituída predominantemente porgramíneas dos gêneros Brachiaria e Andropogon, provenientes das pastagens introduzidas;além de espécies arbóreas e arbustivas dos gêneros Machaerium, Memora, Dalbergia,Anadenanthera, Myracrodruon, Tabebuia, e Bowdichia, entre outras.

4.3 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE PAVIMENTAÇÃO

4.3.1 - CASCALHEIRAS

Para a recuperação da rodovia GO-217, no trecho compreendidos entre a BR153 e aGO-1 39, não está prevista a abertura de jazidas para a extração de cascalho.

4.3.2 - PEDREIRA

A área programada para a extração de rocha localiza-se à esquerda da rodovia, àaltura do km 13,8, a aproximadamente 1,3 quilômetros do eixo, sendo que a via de acessointercepta ambientes recobertos por pastagens, em ambiente anteriormente dominado pelocerrado e cerradão conforme testemunhos remanescentes das formações primárias, além deuma estreita mata de galeria em bom estado de conservação.

Por tratar-se de empreendimento comercial, o mesmo deve encontrar-se licenciadojunto a AGMARM, pela empresa responsável pela exploração - ORCA Mineradora Ltda.

4.3.3 - AREAL

Desde que o mesmo constitui empreendimento privado, deve ser legalizado junto aAGMARM, pelos responsáveis pela atividade de mineração, através da elaboração de Plano deControle Ambiental.

4.4 - PASSIVO DECORRENTE DA CONSTRUÇAO DE PONTES E BUEIROS

Essa situação é representada pela interferências em matas ciliares e de galeria, emgeral através de remoção da cobertura vegetal nativa e pela construção de aterros, interferindona dispersão da fauna dessas áreas, que constituem zonas de dispersão.

4.4.1 - PONTES

Apenas a ponte sobre o córrego São Mateus, na segunda interceptação, apresentaalterações significativas na vegetação ribeirinha; nas demais pontes, como no rio Meia Ponte,no trecho 1, e rio Piracanjuba, no segundo trecho, as intervenções foram de elevadamagnitude, porém, através da regeneração natural, essas áreas e outras, apresentam umacobertura florestal em estágio avançado atingindo clímax vegetativo.

Ponte sobre o córreqo São MateusEssa ponte apresenta uma estrutura de concreto aparentemente em perfeito estádio de

conservação, não apresentando defeitos de proteção do encabeçamento.A vegetação ribeirinha encontra-se degradada, ocorrendo atualmente uma cobertura

vegetal graminóide que ocupa até as orlas marginais.

* Ponte sobre o rio PiracaniubaComo dano físico, ocorre um lanço da grade de proteção quebrado; as demais

estruturas não apresentam defeitos aparentes. O vão sob a ponte é satisfatório para asperegrinações tróficas e reprodutivas da fauna local, que contudo, encontram-se obstruídos pordois barracos de lona, ocupados por duas famílias.

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* Ponte sobre o rio Meia PonteAparentemente essa ponte não apresenta danos em sua estrutura, sendo que a

cobertura vegetal ciliar encontra-se conservada. O vão sob essa é satisfatórios à dispersão deanimais silvestres.

A antiga ponte que fica imediatamente a montante da nova, caiu e encontra-seobstruindo parcialmente o fluxo normal do rio.

* Ponte sobre o córreco BrilhanteEssa ponte apresenta bom estado de conservação e vão satisfatórios à dispersão de

animais silvestres.A formação de galeria, desse córrego, apresenta índices razoáveis de conservação,

ocorrendo uma comunidade arbórea em processo de regeneração natural, tanto na faixa dedomínio, quanto externamente a essa, constatando-se a dominância de espécies do grupoecológico das pioneiras, como a sangra-d'água; o monjolo; o angico o ingá-de-sapo e amutamba.

4.4.2 - BUEIROS

Entre os bueiros inspecionados, ao longo dos dois sub-trechos da GO-217, apenas umfoi incluído no passivo ambiental. Os demais não apresentavam alterações quecomprometessem as condições ambientais ao longo da rodovia.

Este bueiro localiza-se em drenagem localizada à altura do km 09, nas proximidadesdo rio Meia Ponte , onde se constata a instalação de erosão lateral e regressiva, devido àausência de mata de galeria e mecanismo dissipador da energia pluvial no local delançamento das águas. A mata de galeria foi totalmente removida, ocorrendo à dominãncia degramíneas dos gêneros Brachiaria e Panicum, além de espécimes arbóreos isolados comdestaque para o embireiro, o ingá e o angico.

4.5 - PASSIVO DECORRENTE DAS INSTALAÇOES

4.5.1 - ACAMPAMENTO

A área indicada para a instalação do acampamento para a restauração do pavimento daGO-217, localiza-se no interior do pátio da pedreira Orca, onde também está previsto ainstalação da usina de asfalto, não devendo comprometer áreas relevantes em relação á vidasilvestre.

4.6 - PASSIVO DECORRENTE DAS ZONAS DE DISPERSÃO DA FAUNA

As principais zonas de dispersão da fauna interceptadas pela GO-217, entre a BR-1 53 ea GO-139, encontram-se assinaladas na figura relativa às zonas de dispersão da fauna; sendoque em geral ocorrem nas interceptações de matas ciliares ou de galeria, ou de áreas comcomunidades arbóreas remanescentes nas adjacências da rodovia.

A interceptação de inúmeros corredores faunisticos pela rodovia, além de favorecer oatropelamento de animais silvestres, dificulta o livre trânsito da fauna entre suas diversas áreasvitais, que se encontram nas áreas menos degradadas dos ambientes em que o solo e o relevonão favorecem a mecanização agrícola.

A recomposição dos ambientes ribeirinhos indicadas pelo presente plano deveráincrementar a concentração da fauna nesses locais, devido à maior oferta de recursosecológicos, devendo da mesma forma favorecer o aumento de atropelamentos ao longo darodovia nos locais de dispersão faunística.

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4.7 - INTERFERÊNCIAS COM URBANISMOS

O trecho da rodovia GO-217, em estudo, inicia-se na interseção com a BR-153, alcançaa área urbana de Piracanjuba e prossegue, após esta, até a interseção com a rodovia GO-139.A travessia da cidade de Piracanjuba se faz através de suas vias urbanas principais. Tal fatovem de encontro aos interesses da municipalidade local, que segundo consta, se beneficia como fluxo de pessoas em trânsito o qual acaba por contribuir com o comércio local através dacompra de gêneros e produtos diversificados, ali produzidos. Atestam essa prática às inúmerasbarracas e casas de comércio situadas no trajeto urbano que une o referido trecho da GO-217.

4.7.1 - ASPECTOS PAISAGISTICOS DO PERIMETRO URBANO

A zona urbana de Piracanjuba, que tem aproximadamente 2 km interceptada pelarodovia, apresenta via de rolamento e passeios estreitos não comportando com o fluxo deveiculos de carga que trafegam pela rodovia, além de interceptar a parte antiga da cidade.

A arborização no perímetro urbano é deficiente, além de haver uma incompatibilidadeentre as espécies utilizadas na arborização e os bens de infra estrutura. Essa via deverá serarborizada de acordo com planejamento da respectiva Prefeitura Municipal, de acordo comprojeto a ser elaborado e com acompanhamento técnico especializado, evitando-se conflitoscom a infra-estrutura local.

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5 - QUANTITATIVOS

RESUMO DE CUSTOS

ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANTIDADE PREÇO UNITÁRIO TOTAL

1 Suavização de taludes m3 20.213,12 1,27 25.670,66

2 Regularização do terreno m3 761,60 0,16 121,86

3 Terraços e barragens m3 2.030,00 1,27 2.578,10

4 Regularzação e gradagem m2 55.000,00 0,06 3.300,00

5 Diques transversais m3 25,00 1,92 48,00

6 Terraços e bacias m3 14.670,00 1,27 18.630,90

7 Terraços exteriores m3 16.955,00 1,27 21.532,85

8 Escavação de cavas r'3 3.450,00 1,27 4.381,50

9 Retaludamento de caixas existentes m3 600,00 1,27 762,00

10 Espalhamento de lixo m3 1.560,00 0,60 936,00

11 Compactação do lixo m2 10.900,00 0,94 10.246,00

12 Espalhamento de bota-fora m3 2.379,00 0,60 1.427,40

13 Recobrimento m3 1.071,00 0,60 642,60

14 Calagem e adubação m2 135.000,00 0,02 2.700,00

14 Plantio de gramíneas M2 219.038,50 0,22 48.188,47

15 Revegetação de mata npária m2 5.400,00 2,47 13.338,00

16 Plantio de espécies m2 71.100,00 0,22 15.642,00

17 Revegetação m2 1.200,00 2,47 2.964,00

18 Hidrossemeadura m2 900,00 2,47 2.223,00

19 Dissipadores de energia un 34,00 280,00 9.520,00

20 Limpeza de bacia de acumulação m3 56,00 0,60 33,60

21 Colchão drenante m3 1.380,00 63,32 87.381,60

22 Valeta de crista ml 574,00 0,25 143,50

23 Canaleta ml 1.455,00 17,21 25.040,55

24 Dreno profundo D=20 ml 100,00 36,80 3.680,00

25 Cercas ml 2.909,54 5,12 14.896,84

TOTAL 316.029,43

RESUMO DE QUANTITATIVOS

T~. C.--- 0 E0~0. C ~ Fo0 k900 .oool E~ -90. C~.9go. P20I ol. R0. U.O4. *0060 006. 4 6o64 ok. V~. d.0

OO...... 449009 76160 2500 153000 1 95500 000000 20000 0000 1000

Esss.I,o 05 .50W 2 030.80 0646..50 1 300.0 I 110.0

Co---. 3025000 900.000 12400 45.00

669,0. ~~~~~~~~~~~~~~ ~ ~~~~~ ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~520.00 5200.0 30.00 000

PossO.. 04000 000000 ~~~~5400Jazid.. 517,93 50000 12 500.00 05000 135000.00 535000 0000 20005

65.--- 42000w0

f.p.P - 51 0050.0 000 50.00 10000.00 507500 2050 300001900

---5 2.1.0 76.0 0000 0.0.0 0,0 160.0 0.6.0 3000 0.0 1S5.0 1900 .000 20.6 10 0.6 26OOO .0,0 S 000 50.0 000 0,0 5.0 O00.0 040 .0.0 0.0 2690

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RODOVIA GO-241

O trecho em estudo, da rodovia estadual designada pela nomenclatura GO-241, comextensão de 18,6km, tem início no perímetro urbano de Santa Tereza e termina na área urbanada cidade de Formoso. A cidade de Santa Tereza situa-se às margens da rodovia federal BR-153, denominada Belém-Brasília, e que se constitui em importante tronco rodoviário nacional. Afigura 3.1 apresenta a localização do trecho a ser restaurado.

1 - CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O trecho da rodovia GO-241, situado desde Santa Tereza até a cidade de Formoso, temum projeto de restauração executado e concluído, sendo possível uma análise detalhada dasintervenções que irão ocorrer ao longo de toda a sua extensão de 18,6km.

As obras de restauração previstas são, relativamente simples. A solução do projeto derestauração compõe-se de:

• Os segmentos entre os km O a 2,4; 2,94 a 3,34; 3,76 a 6,92; 7,18 a 11,76; 12,18 a12,62 e 14,08 a 18,30 o pavimento receberá lama asfáltica fina e tratamentosuperficial duplo (TSD).

* Entre os km 2,4 a 2,94; 3,34 a 3,76; 6,92 a 7,18; 11,76 a 12,48; 12,62 a 14,08 seráfeito fresagem contínua a frio na espessura de 5cm e aplicado tratamento superficialduplo (TSD).

Onde for necessário a capa asfáltica será retirada, o material da camada inferiorescarificado, incorporando-se 15cm de nova camada de sub-base e 15 cm de base, os quaisserão compactados. Em alguns segmentos os acostamentos serão restaurados, recebendo,lama asfáltica fina e tratamento superficial duplo (TSD).

Quantidade de material- Base . 1.377,26 mz

- Sub-base 688,63 m3

Imprimação 28.698,00 m- CM-30 159,72t

Pintura ligação 250.559,40 mZ- RR-2C 175,39t

TSD 153.839,70 miRR 2C 538,44tBrita 4.615,1 9t

Lama asfáltica fina 125.279,70 m2

Emulsão RL 1C 137,81tAreia 137,81Filher 1,1 3t

Pó de pedra 563,76 m3

Acessoriamente, aproveitando a oportunidade da intervenção, foram previstos algunsreparos nos dispositivos de drenagem superficial constituído pelas sarjetas, meio-fio e descidasd'água. Muitas dessas intervenções previstas são de recuperação, prevendo-se algumasreconstruções localizadas.

Material de drenagem 1 Obra de arte correnteDreno profundo 200,00 m

Boca de concreto 4,00Sarjeta concreto (tipo 9) 366,00 mSarjeta concreto (tipo 1) 4.000,00 m

Descida d'água 80,00 m

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Bueiro simples 2,00 unMeio fio em concreto 770 m

Fonte: Projeto de engenharia - DERGO

2 - CARACTERIZAÇÃO REGIONAL DA ÁREA

2.1 - ASPECTOS FíSICOS

Na região de inserção da GO-241, trecho Santa Tereza 1 Formoso, predomina um climatropical úmido, do tipo Aw de Koopen, definido pela ocorrência de duas estações distintas,sendo uma chuvosa outra seca, característica do planalto interior do Brasil.

A estação de chuvas torrenciais vai do mês de outubro até abril, enquanto a estaçãoseca de maio a setembro.

Na estação seca, normalmente nos meses de junho e julho as precipitações sãomínimas.

A temperatura média anual é de 24°C, decaindo na estação seca e se elevando naestação chuvosa.

O mês mais quente é outubro, aquele que marca o início das chuvas, enquanto quejunho e julho são, normalmente, os mais frios.

A rede de drenagem é definida pela ocorrência de pequenos e médios cursos d'água,com destaque para os rios Santa Tereza e Formoso, contribuintes importantes da baciahidrográfica do rio Tocantins, os quais interceptam a rodovia.

O trecho rodoviário em questão se desenvolve sobre uma superfície de relevo plano ehomogêneo onde predominam formas tabulares e, secundariamente, formas convexaslevemente dissecadas, definida como Depressão do Tocantins, permitindo greide próximo asuperfície do terreno e, cortes e aterros baixos.

Nas áreas planas ocorrem com maior freqüência, solos concrecionários, lateríticos-quartzosos, pouco espessos e resistentes aos processos erosivos, constituindo um verdadeiropavimento nas imediações de Formoso. Nestas áreas planas, associam-se latossolos decoloração vermelho amarelos, homogêneos, espessos, também resistentes á erosão,ocupando os arredores de Santa Tereza. Estes dois tipos de solos possuem propriedadesfavoráveis às obras rodoviárias. .

O substrato rochoso é representado por rochas antigas, de idade pré-cambriana,definidas pelo embasamento de granito-gnaisses e, um conjunto de intercalações locais dexistos, quartzitos, anfibolitos e calcários, de ampla distribuição regional.

Ao longo do trecho, estas rochas encontram-se profundamente alteradas, podendo suasestruturas remanescentes serem observadas em alguns cortes dos km 6 e 17, guardandoaspectos de xistosidade. Os granito-gnaisses são observados as margens do rio Formoso e emblocos na zona urbana de Formoso.

Extensos depósitos de areia ocorrem no leito e margem do rio Santa Tereza e Formoso,constituindo bancos de areia quartzosas, de granulometria média, constituindo alternativa parauso nas obras.

Áreas de materiais de construção

A recuperação asfáltica exigirá a disponibilização de materiais de construção, sendo aareia e a brita adquiridos de terceiros. As necessidades de cascalho, por se tratar de volumerelativamente pequeno (2.065,89 m3) deverão ser também adquiridos de fornecedorescomerciais.

2.2 - ASPECTOS BIÓTICOS

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FLORA

Sob o aspecto fitogeográfico a GO-241, no trecho entre Santa Tereza e Formoso,insere-se no bioma Cerrado, onde dominam as formações do cerrado típico, entrecortado pelasmatas de galeria e do cerradão, além do cerrado ralo que em geral recobre as regiões dealtitude mais elevada.

A vegetação nativa em suas condições primárias, se comparada a outras regiões doEstado de Goiás, apresenta índices elevados de conservação biótica, em especial nas áreasem que o solo apresenta baixa fertilidade natural e entraves à mecanização agrícola.

O cerradão constitui fitofisionomia freqüente ao longo desse trecho, ocorrendogeralmente em contato direto com o cerrado sensu stricto ou com as matas ciliares. Na porçãointermediária, da área de influência, essa vegetação apresenta bons índices de conservação,sendo que em outras áreas apresenta-se em processo de regeneração, ou mesmo totalmentealterado pelo desmatamento para a formação de pastagens.

Ao longo da faixa de domínio o cerradão foi degradado apresentando sinais deregeneração natural em várias áreas com a dominãncia da pimenta-de-macaco, já em estágioadulto de desenvolvimento.

O cerrado típico ocorre sob a forma de encraves na região, apresentando razoáveisíndices de conservação em algumas áreas e bastante alterado em outras, através dodesmatamento para a formação de pastagens. Nas áreas bem drenadas e de solos arenosos,destaca-se nessa fisionomia, na área de influência a maior freqüência da lixeira e dopequizeiro.

As matas ciliares ocorrem nas orlas dos rios Santa Tereza e Formoso, apresentando,via de regra, bons índices de conservação. Na margem direita do rio Santa Tereza, avegetação arbórea encontra-se ausente, observando-se a dominãncia de pastagens. A mataciliar do rio Formoso, junto à ponte, encontra-se degradada, pelas atividades de lazerdesenvolvidas no local, pela população de Formoso. Na margem direita encontram-se áreassujeitas a inundação, onde predomina uma vegetação característica dos ambientes higrófilos,com elevada freqüência do tucum .

Nos contatos da mata com o cerradão destaca-se a alta freqüência da aroeira , doaçoita-cavalo e do guatambu.

Na orla do rio Santa Tereza destaca-se elevada abundância do pau-formiga .De uma forma geral, as matas de galeria interceptadas por esse trecho da rodovia, que

percorre parcialmente um divisor de águas, apresentam índices regulares de conservaçãoambiental, sendo que essas áreas constituem zonas de dispersão da fauna.

Em algumas áreas ao longo desse trecho da rodovia, a cobertura vegetal apresentabons índices de conservação, com características primárias, onde as atividades antrópicasforam mínimas.

A antropização moderada da área de influência da rodovia permitiu a permanência deáreas contínuas da vegetação nativa, com baixa fragmentação de habitats, favorecendo apermanência de uma comunidade faunística menos simplificada que em outras regiões doterritório goiano. Algumas espécies praticamente ausentes de outras regiões do Estado,encontram-se presentes na área de influência da rodovia, especialmente nas regiões de relevomais acentuado, que fornecem refúgio a considerável parcela da comunidade faunísticaregional.

FAUNA

Apesar de raros, os felídeos de maior porte como a onça-parda e a jaguatirica, aindaestão presentes na região, nas áreas menos alteradas e de difícil acesso. As populações deespécies de valor cinegético como a paca , o cateto e a capivara, apresentam fortes sinais dedeclínio na região, em virtude da caça para subsistência e da alteração de habitats. A presençade algumas dessas espécies na área de influência é favorecida pela baixa fragmentação

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ambiental, presença de matas ciliares ao longo dos rios e dos refúgios constituídos pelacobertura vegetal e relevo das regiões serranas.

A avifauna constitui o grupo de vertebrados terrestres que apresenta maiores índicesde abundância e freqüência na área de influência da rodovia.

O curso d'água mais significativo da área de influência da rodovia é o rio Santa Terezacuja ictiofauna é a característica do Alto Tocantins.

BIOTA AO LONGO DA FAIXA DE DOMÍNIO

De uma forma geral, a cobertura vegetal ao longo da faixa de domínio apresenta níveisrazoáveis de conservação, devido ao longo período de construção da rodovia e aos processosde regeneração natural instalados, sendo que as áreas que apresentam níveis insatisfatóriossão aquelas em que foram efetuados empréstimos de material.

A flora nativa apresenta comunidades compostas por populações de espécies emvariados estágios de sucessão ecológica, com uma maior freqüência de famílias característicasdo cerrado típico e do cerradão, onde destacam-se gêneros como Axonopus, Panicum,Memora, Neea, Kielmeyera, Xylopia, Sclerolobium, Stryphnodendron, Dimorphandra, Qualea eAnemopaegma, entre outros.

Em algumas áreas, como na interceptação do rio Santa Tereza a vegetação marginalapresenta índices razoáveis de conservação biótica, ocorrendo com relativa freqüência oatropelamento de animais silvestres. Esses locais constituem-se em zonas de dispersãofaunistica e durante os trabalhos de campo foram observados restos cadavéricos de répteis emamíferos silvestres.

Ocorrem, ao longo da faixa de domínio, áreas onde a vegetação nativa encontra-serarefeita, ou parcialmente substituida por gramíneas exóticas dos gêneros Brachiaria, Panicume Andropogon.

Junto a Santa Tereza ocorre área no canteiro central da rodovia em que foramplantadas espécies arbóreas exóticas como a sibipiruna, a munguba e a figueira-benjamim.

Concluindo, pode-se considerar que, comparado a outras regiões do Estado, a biota aolongo da faixa de dominio apresenta índices entre razoáveis a satisfatórios de conservaçãoambiental, ressaltando-se o elevado número de atropelamentos de animais silvestres emfunção de ambientes com elevados índices de abundância e freqüência de fauna.

2.3 - USO DO SOLO AO LONGO DA RODOVIA

O trecho da GO-241 a ser restaurado inicia-se no perímetro urbano de Santa Tereza deGoiás, indo até a sede do Município de Formoso.

A diretriz da via atravessa uma região relativamente plana, cruzando duas drenagensimportantes, o rio Santa Tereza e o rio Formoso, esse último próximo ao núcleo urbano dacidade de Formoso.

O uso do solo lindeiro ao traçado da via, em grande parte do trecho, ainda guardacaracterísticas naturais, isto é, a ação antrópica na região é limitada, restringindo-se apraticamente a introdução de pastagens, onde a vegetação natural foi alterada.

O início do trecho é na cidade de Santa Tereza, onde a via tem características urbanas.Em uma extensão de 01 km, o núcleo urbano estende-se à margem direita da rodovia,havendo no local uma via coletora paralela à GO-241.

Características semelhantes ocorrem ao final do trecho, a partir da ponte sobre o rioFormoso, com ocupação urbana lindeira da cidade de Formoso. Neste segmento o usocomercial é predominante.

O segmento entre as duas áreas urbanas tem, em termos de ocupação do solo,vegetação nativa e pastagens.

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2.4 - PATRIMÔNIO CULTURAL, HISTÓRICO E ARQUEOLÓGICO

Não foram constatados, na faixa de domínio da rodovia, presença de sítios históricos oupré-históricos. O material de construção necessário a restauração deste trecho será adquiridode terceiros, portanto extraído de áreas necessariamente licenciadas. Desta forma não deveráhaver impactos em patrimônio arqueológico, histórico ou cultural.

3 - CORRELAÇÃO ATIVIDADE 1 AMBIENTE

SITUAÇÃO ATUAL

A caracterização ambiental da área indica uma condição ambiental favorável devido aobaixo índice de antropização principalmente se comparada a outras regiões do Estado.

A obra de restauração asfáltica proposta para este trecho da rodovia apresenta-secomo um conjunto de ações simples, se considerarmos que a rodovia encontra-se em plenaoperação e que não haverá mudanças em seu traçado. O passivo ambiental remanescente aser recuperado restringe-se as 09 caixas de empréstimo laterais, 03 áreas de erosões, 01bueiro e especialmente a implantação de medidas de proteção aos refúgios de faunainterceptados pela rodovia.

4 - DIAGNóSTICO DO PASSIVO AMBIENTAL

Considerando os componentes naturais ao longo da GO-241, basicamente, no trechoentre as cidades de Santa Tereza e Formoso, reconhece-se uma região com característicashomogêneas.

A rodovia se desenvolve sobre terrenos planos, com declividade, na maior parte, inferiora 10%, sustentada por solos concrecionários, quartzosos, em geral resistentes aos processoserosivos.

Ao longo do trecho as drenagens são escassas, de baixa energia, com amplosinterflúvios, predominando um fluxo superficial difuso. O solo normalmente são cobertos porvegetação nativa.

4.1 - SITUAÇÃO DO PASSIVO AMBIENTAL

O fato de já ter decorrido um longo tempo após implantação da rodovia, de umamaneira geral a mesma cruza áreas já estabilizadas e em avançado estágio de regeneraçãonatural.

Foram incluídas no passivo algumas áreas de caixas de empréstimo, cujos taludesencontram-se verticalizados e sob ação de fluxo concentrado das águas superficiais,associando neste caso, erosões lineares, na forma de ravinas, agravadas pela descarga dosdispositivos de drenagem da pista.

Os cortes e aterros são baixos, pouco significativos e estáveis.

4.2 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM

O passivo decorrente dos serviços de terraplenagem é resultante basicamente dosserviços de empréstimos de solo, definidos pelas caixas de empréstimo laterais. Devido ao

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longo período já decorrido da construção da rodovia, essas áreas, de uma forma geralencontram-se estáveis e em avançado processo de regeneração natural, sendo queintervenções nas mesmas podem reverter este processo. Foram incluídas como passivo asáreas desprovidas de vegetação ou com esta muito rarefeita.

CAIXAS DE EMPRÉSTIMO

Constituem áreas de onde foi removido material para a construção da rodovia, em geralsituadas no interior da faixa de domínio, em solos com declividade variando entre 3 e 10%,com o piso compactado, parcialmente desprovidos de cobertura vegetal, com taludesverticalizados ou semi-verticalizados e expostos às intempéries.

Tratam-se de áreas com dimensões variáveis, escavadas em solos concrecionários eem latossolos, no geral rasas.

Em grande parcela das caixas de empréstimo ocorre vegetação arbórea/arbustiva emprocesso de desenvolvimento, destacando-se nesses locais espécies como:

A vegetação no entorno das caixas é mais adensada, em especial nas áreas onde osolo apresenta maior fertilidade.

A caixa de empréstimo de número 09, à esquerda da rodovia, à altura do km 17,4, nasproximidades do rio Formoso, foi aberta em ambiente com características higrófilas,encontrando-se alagada no momento da realização dos trabalhos de campo, compondoambiente artificializado porém integrado ao ambiente local, não exigindo medidas derecomposição ambiental.

Ambiente deletério foi observado na caixa de empréstimo de número 03, à esquerda darodovia, à altura do km 5,4, que foi aberta em área com cota mais elevada, em uma pequenaelevação, onde se instalaram processos erosivos, compostos por ravinamentos longitudinais depouca profundidade, abrangendo o interior e as extremidades da área de empréstimo, face amaior velocidade e concentração do fluxo das águas superficiais que ali penetram.

A caixa de empréstimo de número 01, à esquerda da rodovia, à altura do km 1,5, é aúnica que não apresenta a ocorrência de espécimes arbóreos em desenvolvimento, sendo quea cobertura vegetal dessa área e imediações é constituída de gramíneas dos gênerosBrachiaria e Andropogon.

TALUDES DE CORTE EM SOLO

Os cortes de elevações efetuados ao longo desse trecho da GO-241, apresentam deforma geral, uma altura média de 2 metros, encontrando-se estáveis e parcialmente recobertospor vegetação herbáceo/arbustiva, não carecendo medidas nessas áreas para a recomposiçãodo passivo ambiental.

São cortes com taludes inclinados, normalmente sobre latossolos homogêneos.

4.3 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM SUPERFICIAL

Ao longo desse trecho da GO-241 ocorrem três situações deletérias, devido ao sistemade drenagem superficial, que integram o passivo ambiental da rodovia.

Constituem processos erosivos, que se instalaram devido à concentração do fluxosuperficial das águas pluviais em determinadas áreas da faixa de domínio.

Tratam-se de erosões lineares, na forma de ravinas, associadas a maior declividade doterreno 10% < d < 20%, a ausência de cobertura vegetal e, a concentração dos fluxos, cujascaracterísticas estão relacionadas no quadro 7.2.1.

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Erosão 01Constitui área à direita da rodovia, à altura do km 5,4, que caracteriza-se pela presença

de ravinas com os taludes irregulares e parcialmente desprovidos de vegetação, instaladasobre solos concrecionários.

No seu interior os taludes formados são irregulares e apresentam vegetação graminóidee arbustiva rarefeita.

Os sulcos formados, são transversais em relação à rodovia, apresentando profundidadeentre 1 e 2 metros; largura variando entre 0,5 a 3 metros; e extensão de 80 metros, nãorevelando sinais de uma evolução rápida e acentuada.

A vegetação no entorno dessa área é constituída por gramíneas e espécimes arbóreosnativos esparsos.

Erosão 02Constitui ravina instalada à altura do km 15,5, à direita da rodovia, paralelamente ao

acostamento.Proveniente da concentração do fluxo superficial das águas pluviais, essa erosão

encontra-se estabilizada sendo pouco significativa, em área de solo com declividade em tornode 10%, composto por cascalho quartzoso.

O ravinamento apresenta profundidade e largura média de 1 metro, com extensão de 80metros, no interior do qual encontra-se cobertura vegetal herbáceo/arbustiva, composta porpopulações de espécies exóticas e nativas, em estágio avançado de desenvolvimentovegetativo.

Erosão 03Esse processo erosivo, situado à direita da rodovia, à altura do km 16,3, no interior da

faixa de domínio é aquele que apresenta maiores níveis de degradação ambiental ao longodesse trecho da GO-241.

Instalado em área de solo de cascalho quartzoso na superfície e solo friável nohorizonte C, esse processo caracteriza-se pela formação de sulco longitudinal com piso etaludes irregulares, desprovidos de cobertura vegetal com propensão à evolução.

Apresenta dimensões que variam em torno de 1 a 5 metros de largura 0,5 a 2 metros deprofundidade e 80 metros de comprimento.

A cobertura vegetal no entorno da área degradada é formada por campo herbáceocomposto por espécies exóticas do gênero Brachiaria e nativas dos gêneros Aristida eAxonpus, além de espécies arbóreas do cerrado típico dos gêneros Himatanthus, Curatella,Byrsonima, Casearia, Machaerium e Dalbergia, entre outras.

4.4 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE PAVIMENTAÇÃO

O passivo relacionado nesse item refere-se à alteração de áreas utilizadas para aextração de cascalho, areia e rocha, utilizados na pavimentação da rodovia.

CASCALHEIRAS

O longo tempo decorrido após as obras de implantação da rodovia possibilitou aregeneração natural das áreas de extração de cascalho, não sendo conveniente qualquer tipode interferências nas mesmas.

4.5 - PASSIVO DECORRENTE DA INSTALAÇÃO DE PONTES E BUEIROS

PONTES

Duas pontes foram construídas ao longo desse trecho da GO-241 sobre os rios SantaTereza e Formoso.

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Os efeitos deletérios provenientes da construção dessas pontes foram praticamenterevertidos devido a instalação de processos de regeneração natural da vegetação, nas áreasde preservação permanente desses cursos d'água, em especial no interior da faixa de domínio.

Ambas as pontes apresentam vão satisfatório para a dispersão da fauna ao longo dasáreas de preservação permanente dos rios.

BUEIROS

Vários bueiros foram construídos ao longo desse trecho da GO-241, geralmentepromovendo a manutenção do fluxo normal das águas ao longo de drenagens interceptadaspela rodovia.

De uma forma geral, essas obras não constituem situação deletéria que requeiramintervenções de recomposição ambiental, desde que os ambientes formados encontram-seintegrados ao ambiente silvestre dessas áreas, sem ocasionar impactos sobre a qualidadeambiental de forma significativa.

Situação que integra o passivo ambiental desse trecho da rodovia foi constatada àaltura do km 5,1, à direita da rodovia, onde encontra-se processo erosivo decorrente daconcentração do fluxo das águas superficiais canalizadas para o bueiro, conforme quadro7.4.2.

A cobertura vegetal do entorno dessa área é representada pelo cerrado degradado,onde destacam-se espécimes arbóreos distribuídos de forma esparsa, com maior freqüência depopulações de espécies dos gêneros Brachiaria, Axonopus, Andropogon, Bauhinia, Memora ePeixotoa, entre outras.

4.6 - PASSIVO DECORRENTE DE INTERFERÊNCIAS EM ZONAS URBANAS

Este trecho da rodovia GO-241 tem segmentos na área urbana de Santa Tereza e deFormoso. Estes segmentos, quando duplicados, como ocorre na área urbana de Santa Tereza,aumentam as condições de segurança tanto aos habitantes locais como aos usuários darodovia. Entretanto os segmentos em pista simples, nas duas cidades, expõem os moradores asituações de risco de acidentes de trânsito.

Do ponto de vista paisagístico a implantação e pavimentação de rodovia em zonaurbana concorre para a alteração de áreas ao longo faixa de domínio e nos canteiros centrais,quando ocorrem. A ausência da instalação de um projeto paisagístico nessas áreas, contribuipara a redução da qualidade ambiental local, através de efeitos poluentes como gases, ruídose mesmo visuais, além do perigo de atropelamento de pedestres e animais domésticos.

O canteiro central presente na área urbana de Santa Tereza, numa extensãoaproximada de 1,5 quilômetro, apresenta uma arborização deficitária, composta por espéciesexóticas como a munguba, a sibipiruna e a figueira-benjamim.

4.7 - PASSIVO DECORRENTE DA ALTERAÇÃO DE HABITATS DA FAUNA

O passivo ambiental da rodovia adicionado ao processo de antropização regional,através das atividades agropecuárias, nem sempre desenvolvidas de forma racional,ocasionaram a instalação de um processo progressivo de simplificação da comunidadefaunistica regional.

A interceptação de corredores faunísticos pela rodovia, além de favorecer oatropelamento de animais silvestres, dificulta o livre trânsito da fauna entre suas diversas áreasde refúgio, que encontram-se nas áreas menos degradadas dos ambientes em que o solo e orelevo não favorecem a mecanização agrícola.

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5 - QUANTITATIVOS E ORCAMENTO

RESUMO DE CUSTOS

ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANTIDADE PREÇO UNITARIO TOTAL

1 Demolição de concreto armado m30,00 0,00 0,00

2 Regularização e gradagem m2 4.500,00 0,06 270,00

3 Suavização de taludes m31.233,53 1,27 1.566,58

4 Regularização do terreno m3800,00 0,16 128,00

5 Espalhamento do solol m3376,50 0,60 225,90

6 Escarificação M2 0,00 0,00 0,00

7 Diques transversais M3 32,00 1,92 61,44

8 Bacia de acumulação m330,00 10,62 318,60

9 Terraços e bacias interiores m3673,60 1,27 855,47

10 Terraços exterores m30,00 0,00 0,00

11 Dissipadores de energia un 20,00 280,00 5.600,00

12 Calagem e adubação m218.540,00 0,02 370,80

13 Plantio de gramineas m220.440,00 0,22 4.496,80

14 Plantio de bambu m224,00 4,00 96,00

15 Hidrossemeadura m20,00 0,00 0,00

16 Canaletas ml 80,00 17,21 1.376,80

17 Cercas ml 0,00 0,00 0,00

TOTAL 15.366,40

RESUMO DE QUANTITATIVOS, RODOVIA GO-241

SER O imDeolm lo de Regulauzação Suavdzaço de Regul do Espalhamento Sacia de Terraços e Terraços Dlssp, de Calagem e Plantio de Plantio de Hidrossem. Canaleta Comaconcreto e gradagem taludes tnno do oo Ecarfcao Diques am3) . lm bacias exteiores energia adubação gramíncas bambu

PROGRAMA ~~(m3) (m2) (m3) (m3> <m3) mi m> (m3) (m3> (m3> <un) (m2) (<2) (m-2ml)(l

Drenagem 376,50 800,00 32,00 640,00 8,00 640,00 640,00 24,00 80,00

Empréstimos 4,500,00 807.03 33,60 17.900,00 19.700,00

Pontes

Buelros 50,00 30,00 12,00 100.00

Total 0,001 4.560,006 1.233,53 860,00 6,001 0,001 32,001 30,001 673,60, 0,001 20,00 10.540,00, 20.440,00, 24,001 0,001 00,06 ,0

3,5 k.,

0k,, 474 SX 477 l '4 5474 &4 18314.25

LEGENDA

250 500 P.NTE00I951.2 S ~5 0ESI. B880,905Es, 880+13,45

CALCÁRIOBELÉM

LEGENDA

AREAL

P PEDREIRA

JAZIOAS DE EXTRAÇÃO DE CASCALHO NAO RECUPERADAS, COM INDICAÇÃO DA OISTANCIA AO EIXO DA VIA

,'EE CE CAIXA DE EMPRÉSTiMOS LArERAIS NÃO RECUPERADAS COM OU SEM PROCESSOS EROSIVOS ASSOCIADOS

E PROCESSOS EROSIVOS LINEARES SE MAIORES EXTENSÔES E RISCOS

5 BUEIROS CELULARES OU TUBULARES.

p PONTES SOBRE CURSOS D AGUA

EDIFICAÇAO. RESIDÉNCIA, COMERCIO. ETC REPRESENTAÇÃO DO PASSIVO AMBIENTAL GO-241-rt^ 5' ZONA DE DISPERSÃO DE FAUNA

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RODOVIA GO-320

A rodovia em estudo, designada pela nomenclatura GO-320 trecho Edéia/BR-153, comextensão de 135 km, situa-se na porção sul do estado com início no perímetro urbano de Edéiae término na interseção com a BR-1 53.

1 - CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO

O presente estudo se torna ainda mais relevante com o levantamento do passivoambiental decorrente das obras de implantação da rodovia. Foram levantados impactosremanescentes das ações de terraplenagem, sistema de drenagem, empréstimos de solo erocha, interferências na biota, e com urbanismos. Igualmente importante é o minucioso planode controle proposto para a recuperação da área impactada.O tráfego tem uma importãncia significativa nas condições de operação da rodovia comotambém no desempenho do pavimento. Face a isto, o conhecimento do volume de tráfego éum fator relevante no estudo relativo a restauração da GO-320.

Com a definição estrutural do pavimento elaborada são localizadas as jazidas demateriais de construção, como brita e cascalho, sendo que para o suprimento de areia recorrer-se-á aos fornecedores comerciais.

Paralelamente tendo em vista a disponibilidade de apoio, infra-estrutura, energia elétricae a localização da pedreira, são estudadas as possíveis localizações da usina de asfalto, quedeverá produzir o CBUQ - concreto betuminoso usinado à quente, utilizado para recapear apista de rolamento. A direção dos ventos, o recolhimento de eventuais resíduos, bem como ainstalação de filtros são fatores considerado quando da escolha da área.

Nos segmentos onde as boas condições do pavimento não exigirem maioresintervenções deverá ser aplicada uma camada de lama asfáltica com o objetivo de manter ascondições de aderência do agregado e de aprimorar a superfície de rolamento, esta aplicaçãoé feita diretamente na pista através de um caminhão próprio dotado de um sistema deespalhamento deste material. A lama asfáltica é composta da mistura de areia grossa e umaemulsão asfáltica.

Soluções e quantitativos nos segmentos do trechoSegmentos! BR- GO-040 1 Joviánia Joviânia 1 Vicentinópolis 1 Totais

Materiais 153/Goiatuba Vicentinópolis GO-215GO-040L.A.G. L.A.G. L.A.F.206.400m' CBUQ 1.684,8 mr L.A.G. 577.107,40

352.000m2 225.107,40m2 CBUQ 1.648 m3 L.A.F. 206.400,00CBUQ 25.150,00

CAP - - 1.296,36 t 2.629,00 t 3.925,36 tRL-1C 809,60 t 517,75 t 227,04 t - 1.554,39 tBRITA - - 390,57 m3 392,00 t 1.182,57 tAREIA 809, m3 517,75 m' 3.107,94 + 227,04 m 6,301 m' 10.963,33 m3FILLER 67,02 t 42,86 t 932,38 + 19,63 t 1.890 t 2.951,84 tP DE - - 928,80 mj - 928,80 mm

PEDRA __2084_3_.0,8m

PEDRISCO 3.20320m3 2.098,48 mj - 5.301,68 m

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2 - CARACTERIZACÃO REGIONAL

2.1 - MEIO FíSICO

O clima na área estudada é do tipo Aw, tropical úmido, segundo a classificação deKoppen (1979), caracterizado por duas estações bem definidas: uma seca que corresponde aooutono e inverno, indo do mês de maio ao mês de setembro e, a outra úmida, com chuvastorrenciais, correspondendo ao período primavera-verão

A precipitação média anual é da ordem de 1.750mm, concentrando-se principalmentenos meses de dezembro a março, sendo que nos meses de junho e julho as precipitações sãopraticamente nulas.

A temperatura média anual situa-se em torno de 23°C. Os meses de invernoapresentam médias mais baixas (mínima absoluta 0°), contrastando com a estação do verão,momento em que são registradas as médias mais altas ( máxima absoluta 380).

O comportamento dos ventos na região, estão submetidos ao domínio das massas dear. Como resultado dessa atuação ocorre o predomínio dos fluxos de SE-E, durante a maiorparte do ano, especialmente nos meses de estiagem quando, eventualmente, esses fluxostomam a direção se em razão de ingressões de frente polar. Nos meses mais úmidos o sentidodos ventos é NE.

A GO-320, no trecho compreendido entre a cidade de Edéia e a BR-153, percorreterrenos drenados por afluentes diretos e contribuintes na margem direita da bacia hidrográficado rio Paranaíba, destacando-se as sub-bacias do rio dos Bois e a do rio Meia Ponte. Nasproximidades de Edéia a rodovia intercepta o ribeirão Fala a Verdade, contribuinte da sub-bacia do rio Turvo.

A rede de drenagem na maior parte do trecho, é constituída de cursos d'água perenes,de pequeno porte com baixa densidade e baixa energia, formando-se amplos interflúvios emterrenos planos, altos e secos, característicos de chapadas.

O rio dos Bois e o rio Meia Ponte, principais cursos d'água interceptados pela rodoviaGO-320, concentram grandes vazões nos períodos chuvosos, face a extensão de suas bacias.Nas proximidades da GO-320, o rio dos Bois apresenta curso meandrante e fundo de valesuave e aberto por essa razão os efeitos das cheias são mais sentidos.

A região na qual se insere a rodovia GO-320 pertence à grande unidade geomorfológicaPlanaltos e Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná.

Esse planalto, localmente denominado Planalto Setentrional da Bacia do Paraná,compreende dois compartimentos topográficos distintos. Um mais elevado, comportandoaltimetrias que variam de 650 a 1.000 m, outro mais rebaixado, abrangendo cotas de 350 a 650m de altitude.

O compartimento elevado concentra-se praticamente ao longo de toda a extensão darodovia, distribuindo-se irregularmente em meio ao compartimento rebaixado, no geral,sustentado por sedimentos concrecionários e latossolos, recobrindo os derrames basálticos daFormação Serra Geral. Nas imediações da cidade de Goiatuba, observa-se estruturas deCuesta, com desnível acentuado.

Esses compartimentos conhecidos como Chapadões de Goiás, se caracterizam pelapresença de modelados suaves do tipo tabular, com formas muito amplas e aprofundamentoda drenagem muito pequeno, originando relevos pouco dissecados e planos.

As várzeas e áreas de planície fluvial, aplainadas, resultantes de acumulação periódicaou permanentemente, são observadas com maior intensidade ao longo do ribeirão FalaVerdade e rio dos Bois.

Ao longo da GO-320, desenvolvem-se diversos tipos de solos com predominância delatossolos roxos e latossolos vermelho-escuros, associados a outros de distribuição maisrestrita.

Os latossolos roxos são predominantes ao longo da rodovia, originados dadecomposição dos derrames basálticos, sendo argilosos profundos, porosos, bem drenados epermeáveis, encontrando-se sempre em relevo plano a suave ondulado. A correção destessolos com aplicação de fertilizantes torna estes solos amplamente favoráveis ao usoagropecuário, com lavouras e pastagens.

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Os latossolos vermelho escuros ocupam as áreas planas ao redor de Edéia, sendoprofundos, bem drenados, com textura argilosa. Apresentam boas propriedades físicas, semimpedimento ao manejo, permitindo o emprego de implementos, favorecendo portanto o usoagrícola.

Secundariamente, associa-se a estes solos, os solos concrecionários e os solos do tipoGlei Pouco Húmicos.

Os concrecionários normalmente ocupam áreas planas e de encostas, sendo argilosos,bem drenados, pouco espessos, ora com grande quantidade de fragmentos de quartzo nasuperfície ora com concreções lateriticas. Estes solos normalmente constituem material de usoadequado para obras de pavimentação.

Os solos do tipo Glei ocorrem ao longo dos principais cursos d'água interceptados pelarodovia, mostrando-se mais abundantes ao longo dos vales do ribeirão Fala a Verdade e do riodos Bois. Como característica básica apresentam o lençol freático próximo a superfície e baixacapacidade de carga.

Geologicamente, a região percorrida pela GO-320, situa-se na extremidade da bordanorte da bacia sedimentar do Paraná, representada pelos derrames basálticos da FormaçãoSerra Geral, as quais recobrem diretamente as rochas do Complexo Goiano e são recobertaspor sedimentos das coberturas detríto lateríticas e aluviões recentes.

As rochas pertencentes ao complexo são as mais antigas da região e se distribuem noentorno da cidade de Edéia, sendo constituído por uma seqüência de rochas do tipo granitos,gnaisses e migmatitos, de idade pré-cambriana. Estas rochas encontram-se profundamentealteradas e os afloramentos são raros.

Os derrames basálticos são de idade juro-cretácea e ocupam praticamente quase todaa região percorrida pela rodovia. São rochas escuras, de aspecto maciço na base e comamígdalas e vesiculas no topo dos derrames, contendo extensas descontinuidades horizontaise fraturas verticalizadas, exibindo amplos afloramentos que são largamente explorados comofonte de produção de brita.

Os sedimentos da cobertura detríto-laterítica de idade terciária ocorrem em manchasisoladas, destacando-se uma área considerável próximo a cidade de Edéia. São constituídaspor depósito de sedimentos, concrecionários e quartzosos, com textura areno silto argilosa,geralmente laterizados.

Os depósitos aluvionares são recentes representados por areias quartzosas, cascalhose argilas, que ocorrem no leito e margens dos principais cursos d'água da região, notadamenteo rio dos Bois.

O levantamento 'in loco" da rodovia GO-320, mostrou que as condições geotécnicas daárea (características dos terrenos, propriedades dos solos e rochas) são boas, seconsiderarmos que o relevo onde se insere a via é relativamente plano, sem taludes de cortesignificativos, os solos são pouco susceptiveis ao desenvolvimento de processos erosivos. Ostaludes de aterro da rodovia em si, estão relativamente bem protegidos (revegetados comcapim) e não foram observados processos de ravinamentos significativos nos mesmos.

O sistema de drenagem da rodovia é relativamente simples e funcional, em decorrência,principalmente das boas condições geotécnicas da região. Entretanto em alguns pontos aconcentração do escoamento causou erosões e deterioração em sarjetas, canaletas e bueiros,como por exemplo na altura do km 14,7, 74,9, 76,2, 118,1, como descritos no capítulo 6.

É grande a incidência de antigas áreas de empréstimo nas margens da rodovia, sendoque as mesmas, no geral, são bastante extensas, chegando a atingir, as vezes, mais de 400m.Parte dessas áreas estão revegetadas com capim brachiaria, outras, localmente, devido oavanço na faixa de domínio da rodovia, são utilizadas como áreas de plantio (soja ou algodão).Próximo a cidade de Vicentinópolis são utilizadas como áreas de depósito de lixo da referidacidade e, próximo ao rio dos Bois estão, atualmente, sendo usadas para a retirada de cascalho.Nota-se que, localmente, existe acumulação de águas pluviais em algumas delas.

O projeto elaborado prevê a aquisição comercial de areia e brita, necessários à obra derestauração das rodovias, apenas o cascalho e o solo, serão escavados, havendo volumesdisponíveis nas jazidas J-01, J-04 e J-05, as quais poderão ser aproveitadas.

A retirada de material da pavimentação anterior será o componente que com certeza,gerará o maior volume de bota-foras nas obras de restauração, assim os locais de destinação

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desses rejeitos, deverão ser escolhidos criteriosamente, como forma de evitar danosambientais, sendo viável, em alguns locais, a sua utilização na recomposição de antigas caixasde empréstimo.

2.2 - MEIO BIÓTICO

FLORA

Sob o aspecto fitogeográfico a GO-320 insere-se no bioma Cerrado em zona de tensãoecológica, marcada pelo contato das diferentes formações savãnicas com a FlorestaEstacional.

O Cerrado, no sentido lato, é dominante na área de influência da rodovia, sendo que asfisionomias de destaque na região são o cerradão, o cerrado típico, as matas de galeria comcampo úmido, as matas ciliares e as veredas, com maior frequência do cerradão.

O cerradão ocorre praticamente ao longo de todo o trecho, altamente fragmentado,sendo observado sob a forma de agrupamentos isolados, em contato com o cerrado típico oucom as matas. Essa formação teve sua estrutura primária alterada pela pressão antrópica, coma presença de raras áreas com bons índices de conservação.

O cerrado típico é mais freqüente na região entre Joviânia e Vicentinópolis, e nasproximidades da cidade de Edéia, encontrando-se, porém amplamente descaracterizada pelasatividades antrópicas, sendo que testemunho representativo dessa fisionomia, com bom índicede conservação.

As matas de galeria ocorrem com freqüência na região, sendo constituídas porvegetação sempre verde, composta por indivíduos de fuste retilíneo, próximos uns dos outros,formando um ambiente denso. Essa fisionomia ocorre com maior freqüência entre a cidade deVicentinópolis e o rio dos Bois.

Entre os córregos da Divisa e Fala Verdade, destaca-se um ambiente de relevo planorecoberto por campo graminóide úmido, com a presença de lagoas em alguns locais. Nesseambiente ressalta-se a ocorrência de núcleos de mata densa com a presença da palmeira buritiao longo das bordas.

Esse ambiente apresenta bons índices de conservação representando zona de refúgio edispersão para a comunidade faunística regional.

As matas ciliares dos rios Meia Ponte e dos Bois, apresentam uma vegetação ciliarestreita e mesmo ausente em algumas áreas próximas à rodovia. A montante da ponte, àmargem esquerda do rio, destaca-se segmento dessa vegetação com bons índices deconservação.

Nas área úmidas, próximas ao córrego Fala Verdade, constata-se a presença deveredas, onde predomina a palmeira buriti, sobre um campo graminóide úmido com dominânciadas famílias gramínea (Poaceae) e Cyperaceae.

A antropização na área de influência é elevada, especialmente no trecho entre Joviâniae Goiatuba, onde predominam as culturas de soja e algodão. Após o rio dos Bois a coberturavegetal é representada pelas gramíneas introduzidas para a formação de pastagens parabovinos.

FAUNA

A intensa antropização regional ocasionou ampla alteração dos habitats da faunasilvestre na região, ocasionando elevada fragmentação dos habitats, e consequentemente asimplificação da comunidade faunística.

A fauna mamífera foi amplamente afetada pela alteração de seus habitatscaracterísticos, sendo que várias espécies anteriormente freqüentes na região, encontram-seausentes, especialmente os de maior porte e os que ocupam níveis mais elevados na cadeiatrófica regional. Aos trabalhos de campo, a fauna mamífera registrada.

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Em virtude da ampla transformação dos habitats, especialmente através dodesmatamento de coberturas florestais e a introdução de monoculturas, de soja e algodão,onde os defensivos agrícolas são utilizados com intensidade, as aves características deambientes abertos constituem o grupo de vertebrados terrestres dominante.

O cursos d'água mais significativos na área de influência direta da rodovia são o rio dosBois, o córrego da Divisa, o ribeirão Fala Verdade e o rio Meia Ponte, que apresentam umaictiofauna simplificada, devido às interferências em sua vegetação ciliar e na qualidade bióticaatravés da abundância de defensivos agrícolas utilizados no controle de pragas das lavourasda região.

O apaiarí e o tucunaré foram introduzidos nessa bacia sem os devidos estudosnecessários, reproduzindo-se satisfatoriamente nessas águas e ocasionando interferências náictiofauna nativa em virtude de seus hábitos alimentares carnívoros e sua grande voracidade.

O jaú e o dourado, são extremamente raros nesses cursos d'água na atualidade, devidoà redução da qualidade biótica do ecossistema aquático regional.

BIOTA AO LONGO DA FAIXA DE DOMíNIO

Via de regra a cobertura vegetal da faixa de domínio é constituída por gramíneas dosgêneros Brachiaria, Panicum e Andropogon.

Em algumas poucas áreas destaca-se, sobre esse estrato gramíneo, a presença deespécimes do Cerrado ou da Mata, distribuídos esparsamente. Em alguns locais constata-se apresença de arbustos como o bico-de-urubu, a caroba-amarela e a santa-rosa.

Ao longo da faixa de domínio, as espécies características das formações savânicas sãoobservadas esporadicamente.

As espécies observadas durante os trabalhos de campo, características das formaçõesflorestais, sobre a camada gramínea da faixa de domínio.

Várias áreas ao longo da faixa de domínio foram degradadas durante a pavimentaçãoda rodovia, através do empréstimo de material para a execução da sub-base, formando-secavas irregulares, sendo que atualmente algumas encontram-se revestidas por gramíneas eoutras destituídas de qualquer cobertura vegetal, favorecendo a instalação de processoserosivos nessas áreas.

As matas ciliares da região, via de regra, encontram-se alteradas, em especial as do riodos Bois, do ribeirão Fala Verdade e do rio Meia Ponte.

No trevo da rodovia, que dá acesso à cidade de Vicentinópolis, e nas imediações deste,foi implantado projeto paisagístico pela prefeitura municipal, onde foram utilizadas espéciescomo a figueira-benjamim, a guariroba, a alamanda e a grama batatais.

2.3 - MEIO ANTRÓPICO

O trecho a ser restaurado da GO-320 inicia-se no núcleo urbano de Edéia, passa pelotrevo de acesso a Vicentinópolis, margeia a cidade de Joviânia e Goiatuba alcançando a BR-153.

A diretriz da via atravessa uma região relativamente plana cruzando importantesdrenagens da região, o ribeirão Fala Verdade, o rio dos Bois e Meia Ponte.

Três quilômetros após Edéia há o entroncamento com a GO-215, próximo a ponte sobreo rio dos Bois ocorre um acesso secundário para Edealina e, em Vicentinópolis há oentroncamento com a GO-319, cujo traçado é coincidente com a GO-320 por 03 quilômetrosapós o trevo de acesso a Vicentinópolis; mais adiante a interseção com a GO-040, quando por14km o seu traçado coincide com o da GO-320. Em Goiatuba há ainda o acesso à GO-515 efinalmente a interseção com a BR-153.

Dois depósitos de lixo a céu aberto foram identificados no trecho, o primeiro na saída deEdéia, na margem esquerda da via, e o outro próximo a Vicentinópolis na margem direita, alémde depósito de entulho na faixa de domínio no segmento semi-urbano de Goiatuba.

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A região da GO-320 é caracterizada por atividade antrópica rural, com cultivo depastagens e lavouras. A bovinicultura de gado leiteiro e o cultivo de soja predominam comoatividades de uso nesta região.

PATRIMÔNIO CULTURAL

Este trecho de aproximadamente 135 km localiza-se, onde a partir de 1976 foidesenvolvido o projeto Centro-Sul de Goiás (17.0 a 190 de latitude sul e 470 a 50° de longitudeoeste), que cadastrou no IPHAN até meados de 1977, quando concluíram-se os trabalhos decampo, 17 sítios arqueológicos a céu-aberto, pertencentes a grupos horticultores ceramistas,alguns com manifestações rupestres em lajedos próximos a leitos d'água. Deste total doisassentamentos encontram-se localizados na região do trecho em questão.

Sítios pré-históricos cadastrados no Projeto Complementar Centro-Sul de Goiás,localizados nas proximidades do trecho (Martins, 1993).

Fichas de cadastramento de sítios do IGPA e IPHANSítios Localização/municipio'

GO-RV-02 - Valteno Cunha EdéiaGO-RV-03 - Olvandir Leandro da Silva Edéia

Na vistoria aos sítios arqueológicos que constam nas fichas de registros, evidenciou-seque os mesmos encontram-se totalmente destruídos, como é o caso dos sítios GO-RV-02 eGO-RV-03. Vistoriadas as áreas, não encontrou-se nenhuma evidência arqueológica emsuperfície, levando-se a acreditar que os referidos sítios arqueológico foram totalmentedestruídos.

Na vistoria às áreas de empréstimo localizadas distantes do traçado da rodovia, não seconstatou evidência de fragmentos cerâmicos ou líticos.

3 - SITUAÇAO ATUAL DO MEIO AMBIENTE

A caracterização da área indica uma ampla degradação ambiental local, devido a altaintensidade das atividades agropecuárias e da pressão antrópica sobre o ambiente primário,representado sobretudo pelo incremento das atividades agropecuárias.

A obra de restauração asfáltica do corpo estradal, apresenta-se como um conjunto deações simples, se considerarmos que a rodovia encontra-se em plena operação e que nãodeverá haver mudanças em seu traçado, muito embora o trecho apresente alguns problemaslocalizados.

Os empreendimentos rodoviários em geral tem um importante sigoificado para odesenvolvimento de uma região, principalmente quanto a dinamização das relaçõesintermunicipais.

O aumento da velocidade nos deslocamentos, representando maior conforto esegurança aos usuários, são fatores positivos advindos da pavimentação e manutenção docorpo estradal e de sua faixa de domínio.

Nas fases de construção e pavimentação das rodovias são gerados os principais danosao meio ambiente, decorrentes de falhas na execução do projeto das mesmas.

Nas obras de restauração, os impactos ambientais inerentes ao meio físico ocorrem emmaior magnitude, devido ao uso do solo nas áreas de jazidas, bota-foras de materiais depavimentação.

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A escolha de locais inadequados, para a implantação do canteiro de obras e usina deasfalto também concorrem para a geração de impactos significativos ao meio ambiente.

Os impactos mais importantes observados na GO-320, se originaram na fase deconstrução e pavimentação da rodovia.

As áreas marginais a GO-320, encontram-se em geral, preservadas, entretanto, emdiversos pontos específicos, nota-se degradação de diversas ordens. A grande maioria dessesimpactos pontuais, que hoje compõem o passivo ambiental da área, decorrem de ações,efetuadas durante a construção do empreendimento, como por exemplo a abertura de áreas deempréstimo, direcionamento inadequado do escoamento superficial, cortes sem obras deproteção, decapeamento do solo, retirada de matéria orgânica, compactação de solo entreoutros. Essas ações, além de alterarem a paisagem, favorecem e potencializam processoserosivos que atuam gerando perda de solo nos interflúvios e assoreamento dos cursos d'água,o passar do tempo e a ausência de medidas corretivas concorrem para agudizar estesimpactos.

A agricultura na região é intensa, constatando-se em alguns locais a invasão da faixa dedomínio pelas lavouras, sem os devidos cuidados de preservação.

As matas ciliares do rio dos Bois e do ribeirão Fala Verdade, foram degradadas pelasatividades antrópicas na região, encontrando-se ausentes em alguns locais na faixa de domínioda rodovia.

A sinalização de proteção à fauna e a flora encontra-se ausente em todo esse trecho darodovia, bem como a sinalização educativa.

Quanto aos aspectos sócio-econômicos a restauração desse trecho, de uma formageral, será bastante positiva, melhorando as condições de trafegabilidade pelo recapeamentoda faixa de rolamento, bem como da recuperação de dispositivos de drenagem, acostamento eáreas exploradas, algumas das quais poderão voltar a ser utilizadas pelos proprietários dasterras.

No trecho, alguns pontos são considerados notáveis, devendo receber uma atençãomaior durante as obras e quando da liberação da via para o tráfego normal. Esses pontos sãoos segmentos da rodovia que transpõem áreas urbanas, em especial nas travessias deVicentinopólis, Joviânia e Goiatuba, bem como nas proximidades de Edéia.

Outros pontos que necessitam maiores cuidados são: a subida de serra (km 118) entreJoviânia e Goiatuba, a interseção com a GO-040, além das travessias dos rios Meia Ponte, dosBois e ribeirão Fala Verdade.

4- DIAGNóSTICO DO PASSIVO AMBIENTAL

Considerando a GO-320 no seu trecho situado entre a cidade de Edéia e a BR-153,reconhece-se que a mesma se desenvolve sobre terrenos planos com declividades quasesempre inferiores a 10%, sustentados por solos argilosos, homogêneos, resistentes aosprocessos erosivos, e raros afloramentos rochosos. Neste trecho as drenagens são escassas,com baixa energia e vales rasos, predominando o escoamento superficial difuso.

Mudanças localizadas nas características do meio físico são sentidas apenas no vale dorio dos Bois, onde se destacam as áreas alagadiças e úmidas, em meio a uma vasta planíciearrasada, e no desnível topográfico acentuado resultante de uma estrutura de cuesta, logoapós a ultrapassagem do rio Meia Ponte em direção a cidade de Goiatuba.

Ao longo de todo o trecho, chama a atenção o baixo índice de cortes, aterros baixos,quase sempre de regularização do terreno, com grandes distâncias de greide colado àsuperfície do terreno natural, associados a uma paisagem monótona com ausência devegetação nativa, substituída por lavouras de soja, milho e pastagens.

O passivo ambiental no interior e fora da faixa de domínio na sua grande maioria érepresentado pelas caixas de empréstimos laterais, muitas delas exibindo taludes de

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escavação verticalizados com altura média de 2,00 m, solo exposto no seu interior e nostaludes, algumas com processos erosivos associados.

Quando fora a faixa de domínio muitas dessas caixas já foram ou estão sendorecuperadas pelos proprietários das terras adjacentes, especialmente aquelas exploradas comlavouras, buscando-se sempre a suavização dos taludes remanescentes das escavações dascaixas.

Erosões lineares no interior da faixa de domínio são localizadas, geralmente ativasdurante o período chuvoso, devido a ação do fluxo concentrado das águas superficiais,agravadas ora pela descarga do sistema de drenagem da rodovia, ora pela falta de estruturasde controle no entorno e ausência de cobertura vegetal, podendo no futuro, comprometer a via.

4.1 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM

Os impactos relativos ao passivo ambiental foram causados por ações diversificadas,como por exemplo impactos decorrentes do sistema de drenagem, do escoamento superficial,dos serviços de pavimentação asfáltica. Dessa forma foi possível analisar e sugerir medidas decontrole para os diferentes grupos, sem, contudo, deixar de indicar ações específicas quando oíndice de criticidade da área impactada assim o exigiu. Com isso torna-se possível arecuperação dessas áreas de forma correta.

CAIXAS DE EMPRÉSTIMO

Enquadram-se nesse caso as áreas de empréstimos laterais localizadas dentro e/ouparalelamente à faixa de domínio, parcialmente recuperadas ou ainda as quais estãoassociadas à degradação da paisagem, alteração de habítats, evolução de processos erosivose danos sócio-econômicos, porém em processo de regeneração.

De modo geral essas áreas encontram-se parcialmente recobertas por vegetação; sejapela cobertura vegetal nativa, por gramíneas exóticas ou pela associação de ambas. Váriosfatores contribuíram para a atual situação, destacando-se a boa fertilidade do solo, o clima, atopografia ou mesmo ações antrópicas de recomposição ambiental.

A cobertura vegetal do entorno dessas áreas de empréstimo é geralmente, compostapor culturas cíclicas como as de soja, milho e por pastagens. Ocasionalmente constatam-seáreas com a cobertura nativa primária como pode ser observando na altura dos km 2,5 a 4,0,próximo à cidade de Edéia, onde predomina o cerrado típico. Na faixa de domínio prevalece ocampo graminoide exótico com a presença ocasional de indivíduos arbustivos/arbóreos jovens,da flora nativa, e/ou adultos da formação primária, onde destacam-se os gêneros Memora,Dalbergia, Qualea, Machaerium e Arrabidae. Entre as gramíneas exóticas destacam-se osgêneros Panicum, Brachiaria e Andropogon.

Em algumas os taludes encontram-se expostos semiverticalizados e/ou verticalizadoscom ocorrência de gramíneas introduzidas e representantes da flora nativa esparsamentedistribuídos sobre a borda superior e o fundo da cava.

TALUDES DE CORTES EM SOLO

Foram constatadas, ao longo da rodovia, três segmentos com cortes significativos emsolo. Dois próximos à margem esquerda do rio Meia Ponte, km 117,5, os quais localizam-se emárea de solo silto-arenoso com a presença de erosão diferencial associada a ausência e/ouineficiência de obra de proteção. Ambos apresentam taludes expostos, com a presença decobertura vegetal herbácea no piso e herbácea/arbórea na borda superior do talude.

O terceiro corte, constatado à direita da rodovia, na altura do km 117,2, em área de soloargiloso com a ocorrência de blocos de basalto, onde verifica-se a ocorrência de queda detaludes, que encontram-se expostos, com ocorrência de gramíneas dos gêneros Panicum eBrachiaria na base e borda superior do talude.

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4.2 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM E ESCOAMENTOSUPERFICIAL

Foram constatados ao longo da GO-320, sete situações de degradação da paisagem, econsequentemente dos habitats da flora e da fauna, que constituem processos erosivos deravinamento, instalados ao longo da faixa de dominio com perda de solo e assoreamento dedrenagens, onde a causa determinante está diretamente relacionada à concentração do fluxodas águas superficiais em determinados locais. Em geral esse processos encontram-seinstalados em áreas com solo sem cobertura vegetal, como desvios e leito antigo da rodovia,com declividade acima de 10%.

Duas situações especiais foram constatadas ao longo do trecho:. A primeira é composta por áreas com a presença de ravinas com taludes expostos e

irregulares, havendo no interior a presença de uma cobertura vegetal composta por campoherbáceo e ocasionalmente indivíduos arbóreos do grupo ecológico das pioneiras, comdestaque para o gênero Cecropia. Nesses locais a perda de solo é menor, tornando-senecessária a implantação de medidas de controle afim de evitar a evolução dessesprocessos erosivos em decorrência da permanência dos agentes causais.

• A segunda situação, é representada por áreas com taludes verticalizados, expostos,instáveis, e com aprofundamento das ravinas, colocando em risco o corpo da rodovia, alémde promover o assoreamento dos cursos d'água nos fundos de vales adjacentes.

Essas áreas caracterizam-se pela presença de sulcos longitudinais e transversais, comdimensões que variam entre 1, 2 a 3 m de profundidade; 1,5 a 5 m de largura e 200 m decomprimento. A cobertura vegetal do entorno dessas áreas geralmente é dominado por campograminóide, com maior frequência de gramineas dos gêneros Brachiaria, Panicum eAndropogon. Ocasionalmente verifica-se a presença esparsa de espécies arbustivas/arbóreasem fase de crescimento, sem a ocorrência de indivíduos da formação primária.

4.3 - PASSIVO DECORRENTE DA CONSTRUÇÃO DE ATERROS

Ao longo da GO-320 apenas o aterro junto ao córrego Santa Bárbara, km 74,9 nasproximidades de Edéia, apresenta uma cobertura jovem e insatisfatória havendo inicio deperda de solo na parte superior desse. Constata-se ainda erosões junto ao curso d'água eparalelas à rodovia, colocando em risco a estrutura do aterro e favorecendo o assoreamento docórrego. Estas erosões estão associadas à concentração de águas superficiais provenientes daineficiência das canaletas de captação das mesmas, sendo que as erosões se agravam àmedida que não encontram barreiras, devido à remoção da cobertura vegetal da mata degaleria na faixa de domínio da rodovia.

Fora da faixa de domínio, a jusante e a montante da rodovia, a mata apresenta sinais dedegradação, mantendo ainda uma parcela da cobertura vegetal, primária onde se destacamespécimes remanescentes como a barriguda, o bingueiro, a guapeva, a pindaíba, e o buriti,entre outros.

4.4 - PASSIVO DECORRENTE DA EXPLORAÇÃO DAS ÁREAS DE JAZIDAS

Sob o aspecto florístico, as áreas abertas para a extração de cascalho para apavimentação da GO-320 entre as cidades de Edéia e Goiatuba foram instaladas em áreastotal e/ou parcialmente antropizados onde predominavam as pastagens em ambientesanteriormente recobertos por cerradão, cerrado típico ou vegetação de transição da Mata parao Cerrado. O nível de degradação nessas áreas variam de baixo a elevado, em decorrência daregeneração natural de algumas áreas.

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Jazida J-01Essa cascalheira foi explorada em área de pastagens, em ambiente anteriormente

recoberto por cobertura vegetal de transição entre a mata de galeria de uma cabeceira dedrenagem e o cerrado.

Constata-se no entorno da mesma, uma cobertura vegetal em processo de regeneraçãonatural, com a ocorrência de indivíduos da formação primária tais como o açoita-cavalo, opombeiro e a aroeira. No interior da área verifica-se a ocorrência esparsa de indivíduos jovenscaracterísticos das formações de cerrado típico, destacando-se a presença de espécies como otropeiro, a lixeira, o angiquinho, e a fruta-de-cutia, além de espécies cosmopolitas dos gênerosVernonia, Mimosa, Malua, Hyptis, e Acacia; além da presença esporádica do capim braquiária.

Mesmo com cobertura vegetal parcial a jazida apresenta início de processo erosivo;solo compactado; e, ausência de solo orgânico estocado.

Jazida J-02Esta cascalheira foi implantada em área de encosta de morro, com declividade acima de

450, onde verifica-se a ocorrência de encraves de cerradão e mata seca em áreas adjacentes.A vegetação do entorno dessa área é composta por pastagens, em ambientes outrora

recobertos pelo cerradão.Entre os remanescentes da formação primária nos encraves e entorno destacam-se a

macaúba, o pau-d'óleo, a sucupira-branca, o barú e a rapadura.A área decapeada apresenta solo exposto com início de ravinamento, não

ocorrendo espécimes emergentes da flora nativa. Essa cascalheira constitui o ambiente demaior degradação de áreas exploradas para empréstimo de material por ser uma área deproteção permanente (encosta com declividade superior a 450).

Jazida J-03Esta jazida, situada em ambiente de cascalho laterítico, era primariamente recoberta

pelo cerrado típico, atualmente constata-se, nas imediações, a dominância de pastagens. Naárea verifica-se a ocorrência de testemunhos da formação primária com destaque para acaraíba, faveira, guatambú-do-campo, e bacuparí entre outros.

Esporadicamente constata-se a ocorrência de gramíneas do gênero Brachiaria. Ajusante da cascalheira ocorre mata de galeria com bons índices de conservação, porém ocurso d'água apresenta áreas assoreadas em decorrência de sólidos carreados pelas águassuperficiais.

Jazida J-04

Essa área caracteriza-se pelo decapeamento do solo; escavações irregulares; ematerial orgânico estocado; com a ocorrência de ravinas. Anteriormente essa área erarecoberta pelo cerrado típico, constatando-se atualmente a presença de pequenas populaçõesdessa formação, porém degradadas. As demais áreas do entorno são ocupadas por pastagemcom dominãncia do gênero Brachiaria. Entre as espécies ocorrentes no cerrado degradadonota-se entre outras paus-terra, a lixeira e o muruci-branco, além da sucupira-branca.Adjacente a essa cascalheira constata-se a ocorrência de mata de galeria com elevadosíndices de conservação, sendo que as atividades realizadas na cascalheira não afetaram suaestrutura e nem mesmo o curso d'água.

Jazida J-05

Essa área caracteriza-se pela presença de solo decapeado; escavado; compactado;com a presença de taludes semiverticalizados com até 1 m de altura. A cobertura vegetal doentorno é dominada por áreas de pastagens em ambientes de transição da mata para ocerrado. Em parcela do entorno desse local, verifica-se alta frequência de espécies como aaroeira, em estágio adiantado de desenvolvimento, dando ao ambiente uma característica deflorestamento dessa espécie como um bosque adensado. Entre outros remanescentes decerradão destaca-se a presença da coroba e do barú.

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Essa área apresenta nível mais baixo de degradação, em comparação com os demais.

Jazida J-06

Esta área localiza-se em topo de morro em ambiente outrora recoberto pelo cerradão. Aárea foi totalmente decapeada, apresentando atualmente elevada frequência de espécimesnativos jovens, que pelas características emergiram por brotamento das raízes.

No entorno predominam culturas cíclicas como a soja e o milho, além de pastagens. Nointerior nota-se a instalação de ravinas ocasionadas pelo escoamento das águas superficiais.

Jazida J-07

Essa jazida localiza-se à direita da rodovia, ao lado da faixa de domínio na altura do km118,6, com uma área explorada de aproximadamente 6 ha e solo parcialmente ocupado porgramínea do gênero Brachiaria.

Constata-se no interior da mesma o início de ravinamento em decorrência da ausênciade obras de drenagens.

A cobertura vegetal do entorno é dominada por pastagens em ambientes de transiçãoda mata seca para o cerradão, conforme testemunhas dos gêneros Terminalia, Anadenanthera,Dipterix, Pterodon e Hymenaea, entre outros.

4.5 - PASSIVO DECORRENTE DO LANÇAMENTO DE ÁGUAS POR BUEIROS

Ao longo da GO-320, foram constatados 3 bueiros (km 14,7, 74,9, 76,2), os quaisdesencadeiam ações de degradação ambiental. A situação mais grave foi constatada à alturado km 74,9, onde verifica-se a ocorrência de erosão regressiva com exposição do lençolfreático, e consequentemente, o assoreamento das nascentes a jusante por se tratar de umacabeceira de drenagem.

Os danos ambientais são de alta criticidade, podendo se agravar no período chuvoso eatingir o corpo da rodovia.

A cobertura vegetal do entorno é formada por pastagens, com predominância do campograminóide composto por espécies nativas, com destaque para o capim bengo. Entre osrepresentantes da formação primária destacam-se os gêneros Xylopia, Virola e Mauritia.

Há problemas também no bueiro celular no km 14,7. Houve recalque da base esolapamento que danificou a estrutura de concreto desencadeando processo erosivo eassoreamento da vereda próxima.

4.6 - PASSIVO AMBIENTAL DECORRENTE DA DEGRADAÇÃO DA COBERTURAVEGETAL RIBEIRINHA

A GO-320 intercepta várias formações ribeirinhas ao longo de seu percurso, ondedestaca-se entre outras as matas ciliares dos rios Meia Ponte, dos Bois, além das matas degaleria juntos aos cursos d'água de menor porte e cabeceiras de drenagens, com destaquepara os córregos Pindaíba e da Divisa.

De modo geral, estas formações encontram-se degradadas na faixa de domínio emdecorrência das obras de pavimentação e construção das pontes, ou mesmo fora da faixa,devido à invasão de áreas de preservação permanente objetivando a expansão das lavouras epastagens.

Ponte sobre o ribeirão Fala Verdade

Esta ponte apresenta estrutura satisfatória, porém constata-se dois vãos da grade deproteção quebrados e o encabeçamento com proteção formada por sacos de solo-cimentoestáveís.

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A mata ciliar do ribeirão apresenta elevado nível de degradação, em especial à margemdireita do curso d'água, tanto a montante quanto a jusante, onde verifica-se a ausência decobertura arbórea, predominando lavouras de soja e gramíneas dos gêneros Panicum eBrachiaria. Constatando-se nesses locais a queda de taludes. À margem esquerda a coberturaarbórea é estreita e restrita ao talude marginal.

Ponte sobre o córrego da Divisa

Esse curso d'água possui ponte em condições satisfatórias, em bom estado deconservação. A mata de galeria do tipo inundável encontra-se em processo de regeneraçãonatural, havendo a montante o domínio de campo herbáceo, composto predominantemente porespécies nativas onde se destacam os gêneros: Axonopus, Eviochrysis, Xyris e Cyperus, alémde representantes arbóreos dos gêneros Xylopia, Virola, Inga e Licania. A jusante predominamindividuos arbóreos da formação primária com destaque para o Buriti e o bingueiro.

Ponte sobre o rio dos BoisEsse curso d'água apresenta ponte com estrutura de base em boas condições. A mata

ciliar apresenta, a jusante da ponte, um alto nível de degradação, constatando-se sua ausênciaà margem direita, além da conseqüente queda de taludes marginais. À esquerda, a coberturaarbórea é estreita variando entre 3 e 5 metros, sendo que a montante a mata ciliar apresentaelevado índice de conservação, em especial à margem esquerda, quando esta faz o contatodireto com a mata seca semi-caducifolia.

Ponte sobre o córrego PindaíbaA mata de galeria do córrego Pindaiba, na faixa de domínio da rodovia, apresenta alto

nível de degradação, em especial à montante da ponte, em decorrência da existência dereservatório em que a cobertura vegetal do entorno é composta por campo graminóideintroduzido, com destaque para o capim braquiária, sendo que, das formações de galeria aolongo da rodovia, esta é a que apresenta o maior nível de degradação.

Ponte sobre o rio Meia Ponte

A GO-320 apresenta uma ponte em condições satisfatórias e em bom estado deconservação neste rio. A sua mata ciliar, na faixa de domínio, possui cobertura vegetalcomposta por gramíneas dos gêneros Panicum e Brachiaria, além de espécimes jovens dosgrupos pioneiros e secundários, onde se destacam os gêneros Acacia, Anadenanthera,Cecropia, Tapirira, Cupania e Guazuma. Nas áreas além da faixa de domínio o nível deconservação é satisfatório, sobretudo onde a mata de galeria faz contato com a mata seca.

4.7 - PASSIVO AMBIENTAL DECORRENTE DA DEGRADAÇÃO DOS HABITATS DAFAUNA

Como caracteriza o diagnóstico ambiental realizado, a construção e pavimentação daGO-320 ocasionou uma ampla alteração dos habitats da fauna ao longo da rodovia.

O passivo ambiental da rodovia adicionado ao amplo processo de antropizaçãoregional, através das atividades agropecuárias, nem sempre desenvolvidas de forma racional,ocasionaram a instalação de um processo progressivo de simplificação da comunidadefaunistica regional, praticamente irreversível.

Esse processo de simplificação, pode ser atenuado, através de medidas derecomposição do passivo ambiental, e de outras medidas que favoreçam a utilização racionaldos recursos naturais da região.

A interceptação de zonas de dispersão da fauna pela rodovia, além de favorecer oatropelamento de animais silvestres, dificulta o livre trânsito da fauna entre suas diversas áreasde refúgio, que encontram-se nas áreas menos degradadas dos ambientes em que o solo e orelevo não favorecem a mecanização agrícola.

104

Alguns locais ao longo da rodovia passaram por processos de degradação maisacentuados, onde ocorreram a formação de erosões. Algumas áreas menos degradadas, emque ocorreram a formação de ravinas, contribuem para a degradação de ambientes aquáticosda região, através do arraste de solo e assoreamento dos cursos d'água, além da instalação deprocessos erosivos nos taludes marginais desses.

4.8 - DEPÓSITOS DE LIXO AO LONGO DA FAIXA DE DOMINIO DA RODOVIA

No levantamento efetuado constatou-se a ocorrência de duas áreas impactadas, umacom lixo próximo a Joviânia, e outra com entulho de construção no perímetro urbano deGoiatuba.

A primeira, situada na altura do km 75,5, apresenta uma área de 150 x 6,0 x 1,0 comvolume de aproximadamente 60m3 de lixo.

A segunda situa-se na altura do km 123,5 onde foram depositados aproximadamente1.500m3 de entulho de construção civil.

Passivo ambiental decorrente do uso indevido da faixa de domínio (depósito de lixo)Localização (km) Município Area (m2) Volume (m3)

75,5 Joviânia 900,00 12.000123,5 Goiatuba 60 1.500

4.9 - TRANSPOSIÇÃO DE NÚCLEOS URBANOS

Embora a rodovia GO-320 não cruze propriamente, áreas densamente urbanizadas,alguns de seus segmentos apresentam, entretanto áreas semi-urbanizadas.

Na transposição das cidades de Vicentinópolis, Joviânia e Goiatuba, os respectivossegmentos da rodovia GO-320 apresentam duas interseções de acesso.

Em Vicentinópolis a área urbanizada está a direita da rodovia e o segmento entre osdois trevos de acesso com 3,0km, encontra-se duplicado, com paisagismo corretamenteimplantado não exercendo efeito de segmentação urbana.

Em Joviãnia o segmento de aproximadamente 3,5km, margeia a cidade cruzando áreaparcialmente ocupada entre os dois trevos de acesso. Neste segmento poderá se intensificarprocesso de segmentação caso aumente a densidade de ocupação na área oposta a cidade.Na transposição de Goiatuba, onde também há duas interseções de acesso, já ocorresegmentação urbana, pois houve parcelamento e ocupação além da rodovia.

Nesses segmentos há a necessidade de se intensificar a sinalização de segurança detrânsito, devendo-se implantar placas de orientação e advertência, faixas de travessia depedestres e sonorizadores. Esses equipamentos deverão ser implantados nos segmentos:

Município Segmento (km)Vicentinópolis 49,5 a 52,5

Joviânia 73,5 a 77Goiatuba 123 a 126

Outro ponto que também requer intensificação dos equipamentos de segurança é nainterseção com a BR-153, final do trecho. Por se tratar de interseção com rodovia queapresenta grande volume de tráfego, a colocação de placas de advertência e atenção aosusuários, é absolutamente necessária.

105

9 - QUANTITATIVOS E CUSTOS

RESUMO DE CUSTOS

ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANTIDADE PREÇO UNITÁRIO TOTAL

1 Suavização de taludes m3 20.213,12 1,27 25.670,66

2 Regularização do terreno m3 761,60 0,16 121,86

3 Terraços e barragens M3 2.030,00 1,27 2.578,10

4 Regularzação e gradagem m2 55.000,00 0,06 3.300,00

5 Diques transversais m3 25,00 1,92 48,00

6 Terraços e bacias m3 14.670,00 1,27 18.630,90

7 Terraços extenores m3 16.955,00 1,27 21.532,85

8 Escavação de cavas m3 3.450,00 1,27 4.381,50

9 Retaludamento de caixas existentes m3 600,00 1,27 762,00

10 Espalhamento de lixo m3 1.560,00 0,60 936,00

11 Compactação do lixo m2 10.900,00 0,94 10.246,00

12 Espalhamento de bota-fora m3 2.379,00 0,60 1.427,40

13 Recobrimento m3 1.071,00 0,60 642,60

14 Calagem e adubação m2 135.000,00 0,02 2.700,00

14 Plantio de gramíneas M2 219.038,50 0,22 48.188,47

15 Revegetação de mata ripária m25.400,00 2,47 13.338,00

16 Plantio de espécies m2 71.100,00 0,22 15.642,00

17 Revegetação M2 1.200,00 2,47 2.964,00

18 Hidrossemeadura m2 900,00 2,47 2.223,00

19 Dissipadores de energia un 34,00 280,00 9.520,00

20 Limpeza de bacia de acumulação m3 56,00 0,60 33,60

21 Colchão drenante n3 1.380,00 63,32 87.381,60

22 Valeta de crista ml 574,00 0,25 143,50

23 Canaleta ml 1.455,00 17,21 25.040,55

24 Dreno profundo D=20 ml 100,00 36,80 3.680,00

25 Cercas ml 2.909,54 5,121 14.896,84

TOTAL 316.029,43

RESUMO DE QUANTITATIVOS, RODOVIA GO-320

SERVI O Llnlpe«

S11asl de reoeç. t«~oiq,.ú* U.or-ii dmç.Eçe . "~'!çl. ,çete. R.çs.~ i!P.1hl.m. Ca.~ ~ d. R~ IU d .q d. b-Oe 0,1,PROGRAMA 111,RIIR~ d ee0eg4~* .1. .8o'. 80048O çe.8. ee8 e81o .I. d8e 010*.' id "ieIp. 41 Cold,98 V151*. de .. ,Im pood *

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(M3) (m2> 4.3) (m3) (.1)~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~e3

Ore.ge,, 449.7 761,6 25.0 1 530.0 I.950,0 2 770,0 200,0 100.0 107.0

Ee.prâílie... 15 995.5 2 030,8 63 648.5 1.380,0 1 110.0

c~re 3.250.0 500.0 4.0 124.0 3,45.0

ausirol ~~~~~~~~~~~~~ ~ ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~520,0 1.200.0 30.0 58.0

Ponte. 640.0 2.000.0 5.400.0

J..!d..8 510.9 55 000.0 12.500.0 15 000.0 1 35 000.0 135 000.0 80 000.0 2.802.5

Al-10 4 200,0 450.0

D.p1.d. li.. 3 450.0 800.0 1.50,0 10 900,0 1.071.0 2 305,0 10.500.01000

70. 823,1, 751,6 2.038,11 55.008.8. 25,01 14.6100.0 18.955,01 3.450.0 608,8) $1.18,8 10.100,0 1.071.0 2 379,0 135.8000.0 219.034.5 6488,8 118 1.200.01 900,01 34~.0 58,0 1.3118, !i74.0 1.455.01 180,0 2.9.

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2t S~ G0-0 W 1M q, _ .0 as 20 s 5 v

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OnO 0000000000000000 0 ES05 0:20 050:A_S "U =DC 000200 REPRESENTAÇÃO 00 PASSIVO AMSIENTAL GO-120

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RODOVIA GO-330

O trecho em estudo, da rodovia estadual designada pela nomenclatura GO-330, comextensão de 11,82 km, tem início no perímetro urbano de Anápolis e termina no Distrito deRodrigues Nascimento. A figura 3.1 apresenta a localização do trecho a ser restaurado.

1 - CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO

O trecho da rodovia GO-330, situado entre o Anápolis e Rodrigues Nascimento, tem umprojeto de restauração executado e concluído, sendo possível uma análise detalhada dasintervenções que irão ocorrer ao longo de toda a sua extensão de 11,82km.

As obras de restauração previstas são, relativamente simples. A solução prevista peloprojeto de restauração compõe-se da aplicação de uma camada de tratamento superficialduplo (TSD) mais a aplicação de lama asfáltica fina. Intervenções pontuais ocorrerão onde fornecessário, a capa asfáltica será retirada, o material da camada inferior escarificado,incorporando-se 20cm de nova camada de sub-base e 20cm de base, os quais serãocompactados. Em alguns segmentos os acostamentos serão restaurados, recebendo lamaasfáltica.

Para a execução dos serviços de recuperação de pavimento, base, sub-base eacostamento estão previstas as seguintes quantidades principais:

Quantidade de material- Base 383 mr

Imprimação 1.241,00 mn- CM-30 200t

Pintura lígação 124.110,00 m'- RR-2C 86,88t

Tratamento Superficial Simples 86.877,00 mi- RR-2C 304,07t- Brita 2.606,31t

Lama Asfáltica Fina 124.110,00 mz- RL-1C 285,45t- Areia 285,45t- Filler 236,31t

- Pó de Pedra 1.129,40 m3

Acessoriamente, aproveitando a oportunidade da intervenção, foram previstos algunsreparos nos dispositivos de drenagem superficial constituído pelas sarjetas, meio-fio e descidasd'água. Muitas dessas intervenções previstas são de recuperação, prevendo-se algumasreconstruções localizadas.

Obras de drenagem- Sarjetas 70m- Saída d'água com degrau 100m

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2 - CARACTERIZAÇÃO REGIONAL DA ÁREA

2.1 - ASPECTOS FíSICOS

Na região que se insere a GO-330, segundo Koppen (1.948), predomina um clima dotipo Aw, tropical úmido, caracterizado por duas estações bem definidas: uma seca, que seestende do mês de maio ao mês de setembro, e outra úmida, com chuvas intermitentes, indodo mês de outubro ao mês de abril.

A precipitação média anual registra valores da ordem de 1.500mm, concentrando-seprincipalmente nos meses de dezembro a março. Nos meses de junho e julho, as precipitaçõessão mínimas.

As temperaturas médias situam-se em torno de 180C durante o inverno (maio, junho ejulho), e de 30°C no verão. A média anual é de 230C.

A umidade relativa nos meses secos gira entre 40 e 50%, sendo que, no final daestação seca, isto é, nos meses de agosto a setembro, atingem valores críticos.

No trecho Anápolis / Rodrigues Nascimento, observa-se um relevo de planalto, comamplas superfícies planas, com altitudes em torno de 1.000 metros. Dessa superfície projetam-se algumas elevações residuais conservadas, com topos tabulares, limitados por escarpas comdesníveis de até 150 metros, e erosões nas bordas formando o que regionalmente édenominado de chapada. Nesses terrenos o escoamento superficial é difuso e o greide dotrecho GO-330, em grande parte de seu percurso, é colado ao terreno natural, indicando poucamovimentação de solo durante sua implantação.

Esses terrenos são sustentados por um substrato rochoso onde se associam gnaisses egranulitos, profundamente alterados, recobertos por solos concrecionários lateríticos, poucoespessos e, por latossolos vermelhos, argilosos e espessos. Estes solos são resistentes àerosão e agricultáveis, com uso predominantes para pastagens e propícios para uso em obrasrodoviárias. Áreas com dominância de solos concrecionários são passíveis de exploração comofonte de cascalho.

Na região do trecho a rede de drenagem é densa, perene, compreendendo os principaiscursos d'água formadores do ribeirão João Leite, os quais fazem parte da sub bacia do rio MeiaPonte, pertencente a bacia do rio Paranaíba. Ao longo do trecho destaca-se o ribeirãoJurubatuba, com baixa energia, pequenas vazões e um fundo de vale aberto, assimétrico, ondese concentram, os maiores volumes de aterro.

ÁREAS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

As áreas de recuperação asfáltica necessitarão da disponibilização de materiais deconstrução os quais serão adquiridos de terceiros. As necessidades de empréstimo decascalho por se tratar de volume pequeno (383 m3), serão comprados na própria região.

2.2 - ASPECTOS BIÓTICOS

Inserida em região de domínio do Cerrado, a GO-330, no trecho compreendido entreAnápolis e Rodrigues Nascimento, intercepta área anteriormente recoberta pela mata secasemi-caducifólia.

Vestígios de outras tipologias vegetacionais são constatadas na área de influência darodovia, tais como o cerradão e o cerrado típico, em forma de comunidades isoladas,remanescentes da formação primária.

Os elevados índices de antropização regional promoveram alterações significativas nascomunidades bióticas na área de influência, em especial nas imediações das zonas urbanas aolongo da rodovia.

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FLORA

A fitofisionomia de destaque ao longo da área de influência da GO-330 é a mata secasemi-caducifólia, ocorrendo ainda testemunhos do cerradão e do cerrado típico com mata degaleria, bastante alterados pela pressão antrópica.

A mata seca evidencia-se através da presença de espécimes arbóreos nativos isoladosem meio às pastagens, ou através de pequenas comunidades remanescentes sob a forma dereservas legais, geralmente recobrindo encostas ou topos de morros. Testemunhos docerradão foram constatados na porção intermediária do trecho, sob a forma de espécimesisolados vegetando sobre campos graminóides.

O cerrado típico, amplamente descaracterizado pela ação antrópica, ocorre nasimediações de Rodrigues Nascimento, constatando-se em meio às pastagens, a presença decomunidades rarefeitas e isoladas, individuos que testemunham a formação primária, como opau-terra-de-folha-larga; a faveira;e, o pau-doce, além de espécies oportunistas como a lobeirae o assa-peixe.

A mata de galeria ao longo do córrego Jurubatuba apresenta elevados índices dedegradação, observando-se nessa vegetação a dominância de gramíneas introduzidas como ocapim braquiária; o capim elefante; e, a taboa. A jusante da rodovia, além da faixa de domínio,constata-se processo de regeneração natural da mata de galeria, através da presença depopulações de espécies do grupo ecológico das pioneiras, com destaque para a sangra-d'água; o jaborandi; e, o monjolo. A montante constata-se a presença esporádica do angico; dofeijão-cru; e, da moreira.

A formação de galeria presente à altura do km 7,2 apresenta bons índices deconservação, compondo uma formação estreita e densa com características higrófilasocorrendo elevada freqüência da pindaíba-do-brejo e do embireiro.

Devido aos elevados índices de antropização a cobertura vegetal dominante ao longoda área de influência da GO-330 é representada por pastagens compostas por gramíneasintroduzidas, em especial pelas do gênero Brachiaria, além de áreas recobertas porflorestamento de eucalipto que fornecem madeira para os fornos das cerãmicas que sãoabundantes na região.

Na região de Anápolis, ao longo da Vila Fabril, as edificações encontram-se adjacentesa rodovia, e as calçadas apresentam largura em torno de 3 metros com uma arborizaçãodeficitária e mal planejada, com a utilização predominante da munguba. Junto ao Bairro daLapa, à altura do km 02, a arborização urbana também é deficitária e mal planejada, utilizando-se espécies inadequadas para o local.

FAUNA

Devido aos elevados índices de antropização dos habitats da flora e da fauna na áreade influência as comunidades faunísticas remanescentes encontram-se altamentesimplificadas. As populações de espécies dependentes dos ambientes florestais foram as maisafetadas por esse processo, em especial as que ocupam os níveis mais elevados da cadeiatrófica regional.

O grupo faunístico que apresenta maiores índices de freqüência e abundância na áreade influência é a avifauna, com destaque para as populações de espécies características dosambientes abertos como as áreas de pastagens, sendo que as observadas com maiorfreqüência durante os trabalhos de campo:O processo de antropização dos habitats da comunidade faunística regional ocasionou amplasimplificação, especialmente das populações de mamíferos que eram freqüentes na região.

A ictiofauna do ribeirão Jurubatuba encontra-se simplificada, devido às interferênciasem suas áreas lindeiras, e mesmo em seu leito, devido a extração de areia.

BIOTA AO LONGO DA FAIXA DE DOMíNIO

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As comunidades faunísticas e florísticas remanescentes ao longo da área de influência,devido aos elevados índices de antropização de seus habitats, encontram-se amplamente.simplificadas.

Via de regra a cobertura vegetal da faixa de dominio é constituída por pastagenscompostas por gramíneas exóticas como o capim braquiária (Brachiaria sp.), sendo que váriasáreas encontram-se degradadas pelos efeitos da construção da rodovia, em especial pelaformação de caixas de empréstimo.

Sobre a vegetação herbácea que recobre a faixa de domínio é freqüente a presença deespécimes arbóreos e arbustivos isolados, caracterizando processos de regeneração naturalparciais em algumas áreas, destacando-se nessas áreas gêneros como Machaerium;Brosimum; Dimorphandra; Spiranthera e Memora, entre outros.

As caixas de empréstimo existentes foram parcialmente recompostas pelos proprietáriosde áreas adjacentes, para seu aproveitamento nas atividades agropecuárias, sendo quegeralmente essas áreas encontram-se recobertas pelo capim braquiária e em alguns locaispelo eucalipto, que apresenta desenvolvimento satisfatório nessas áreas.

Ao longo das áreas urbanas, a arborização é deficitária, constatando-se em algunslocais a presença da munguba e da figueira-benjamim, sendo que a faixa de domínio foiocupada por edificações, sem um planejamento urbanístico adequado. As calçadas existentesnessa área são estreitas e a fiação aérea constante, dificultando a implantação de um projetopaisagístico satisfatório.

2.3 - ASPECTOS ANTRóPICOS

USO DO SOLO AO LONGO DA VIA

O trecho da GO-330 a ser restaurado inicia-se no perímetro urbano de Anápolis indo atéo Distrito de Rodrigues Nascimento.

Os dois primeiros quilômetros do trecho atravessam região bastante adensada,alternando áreas residenciais e industriais (cerâmicas). O estado geral da via nesse trecho ébastante ruim, tanto em relação ao pavimento quanto a problemas de ocupação da faixa dedomínio.

O pavimento encontra-se bastante danificado, não havendo praticamente dispositivosde drenagem, o que agravou a deterioração do corpo estradal.

A ocupação da faixa lindeira até o limite da pista de rolamento e a presença deresíduos, lixo doméstico, entulhos, restos cerâmicos e outros, aliados ao assoreamento, dão aotrecho um aspecto crítico e de alto risco de acidentes.

No final do trecho, a ocupação urbana é menos agressiva, com distanciamento razoávelda via. Na margem direita, a falta de dispositivos de drenagem eficientes, provoca processoserosivos na faixa de domínio, inclusive com comprometimento do acostamento.

O uso do solo entre os dois núcleos urbanos é caracterizado pela alternância depastagens e indústrias cerâmicas, ocorrendo esporadicamente chácaras de recreio.

A diretriz da via cruza apenas um curso d'água de considerável volume hídrico, ocórrego Jurubatuba, em uma ponte com 31 metros de extensão, na altura do km 10 do trecho.

PATRIMÔNIO CULTURAL

Não existem sítios arqueológicos históricos registrados nos municípios de Anápolis eRodrigues Alves, uma vez que ai ainda não se realizaram pesquisas nesse campo.

Como a via já está implantada e a sua restauração não implicará em abertura de novasáreas de exploração de material, não haverão impactos ao patrimônio cultural e arqueológico.

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3- SITUAÇÃO ATUAL DO MEIO AMBIENTE

A caracterização ambiental da área indica um quadro de degradação ambiental local,devido à intensa ocupação do solo, especialmente através das atividades agropecuárias e aimplantação de indústrias cerâmicas.

A obra de restauração asfáltica proposta para este trecho da rodovia apresenta-se comoum conjunto de ações simples, se considerarmos que a rodovia encontra-se em plenaoperação e que não haverá mudanças em seu traçado. O passivo ambiental remanescente aser recuperado é também pouco expressivo resumindo-se a, praticamente, algumas caixas deempréstimos.

Os empreendimentos rodoviários em geral tem um importante significado para odesenvolvimento de uma região, principalmente quanto à dinamização das relaçõesintermunicipais. O aumento da velocidade nos deslocamentos com maior conforto e segurança,são fatores positivos advindos da pavimentação e da manutenção do corpo estradal e de suafaixa de domínio.

Os impactos ambientais decorrentes da construção da rodovia, denominados dePassivo Ambiental, foram atenuados pelos sistemas naturais, ao longo do tempo, sendo que arecuperação daqueles ainda existentes são simples, como estão caracterizados no capítuloespecífico deste trabalho, onde também estão indicadas as medidas convenientes.

Foi constatado ainda, nos trabalhos de campo, o atropelamento freqüente de animaissilvestres ao longo da rodovia, inclusive de espécies em extinção, como o guará, verificando-sea ausência de placas de advertência da travessia de animais silvestres em todo o trecho darodovia.

Quanto aos aspectos sócio-econômicos, a restauração desse trecho, de uma formageral, será bastante positiva, melhorando as condições de trafegabilidade pelo recapeamentoda faixa de rolamento, bem como da recuperação do acostamento, dispositivos de drenagens,além da recuperação e aprimoramento dos equipamentos de sinalização.

4 - DIAGNOSTICO DO PASSIVO AMBIENTAL

Considerando os diversos componentes naturais ao longo da rodovia GO-330, entre ascidades de Anápolis e Rodrigues Nascimento, reconhece-se que a dominãncia da topografiaplana, aspecto que não exigiu grandes cortes ou aterros significativos, assegura na maior partedo trecho um greide colado, com pouca movimentação de solo e portanto sem grandesimpactos.

Embora a rede de drenagem regional seja densa, no trecho em questão há apenas ummanancial, o ribeirão Jurubatuba próximo a Rodrigues Nascimento. As demais drenagens, quena representação linear correspondem as zonas de dispersão faunística apresentam baixovolume hídrico.

O fluxo superficial é difuso e os solos são recobertos predominantemente por espéciesgraminóides. Neste trecho destaca-se a ocupação por indústrias cerâmicas.

No meio físico o passivo ambiental do trecho Anápolis - Rodrigues Nascimento, darodovia GO-330 é pouco significativo, apresentando baixa magnitude, resumido a ações dosserviços de terraplenagem, onde se destacam as caixas de empréstimo laterais, um único corteem solo e um único processo erosivo.

4.1 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEMInserem-se nesse contexto as áreas de empréstimo laterais e os taludes formados por

corte em solo.

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Caixas de empréstimo

Constituem as áreas de empréstimo de solo localizadas no interior e adjacências dafaixa de domínio, as quais apresentam impactos ambientais de baixa magnitude ao longo daGO-330. Encontram-se em geral, parcialmente recompostas e não favorecerem a formação deprocessos erosivos significativos. No geral são caixas de pequenas dimensões, rasas, comtaludes. baixos, não sendo observados processos erosivos decorrentes.

Nas superfícies de terreno plano, em latossolos argilosos de maior umidade, constata-se no interior de algumas caixas o acúmulo de águas superficiais como a de CE-07, que seencontra alagada. Apesar da alteração ambiental ocasionada, essas áreas encontram-seintegradas aos ecossistemas ao longo da rodovia, servindo como fonte de dessedentação paraherbívoros domésticos e mesmo como áreas vitais para algumas populações de animaissilvestres, como a marreca ananaí que foi observada em uma dessas áreas.

As caixas de empréstimo, nas quais serão necessárias a adoção de medidas derecomposição ambiental apresentam taludes verticalizados, porém estáveis; parcíalmenterecobertos por gramíneas e espécimes arbóreos nativos em variados estágios vegetativos,geralmente com os pisos compactados e expostos às intempéries.

Nesses locais as gramíneas mais freqüentes são dos gêneros Brachiaria ouAndropogon, e as espécies nativas pertencem aos géneros Dimorphandra; Machaerium;Dalbergia; Arrabidaea; Memora; Stryphnodendron; Hymenaea; e, Aspidosperma, entre outros.

TALUDES DE CORTE EM SOLO

Apenas um corte com situação de passivo ambiental ocorre ao longo desse trecho daGO-330, à altura do km 11,2, apresentando taludes verticalizados e propícios à instabilidade,encontrando-se parcialmente recobertos por gramíneas e arbustos nativos. Trata-se de umcorte com altura elevada, em solo concrecionário, cujos taludes encontram-se sob açãoerosiva.

4.2 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM E ESCOAMENTOSUPERFICIAL

Compreende os processos erosivos instalados ao longo da faixa de domínio da rodovia,sob o terreno natural, em geral sob a forma de ravinas, onde a causa principal é a ação daságuas superficiais provenientes das canaletas de captação desprovidas de sistemas dedissipação de energia. Apenas um processo erosivo significativo foi constatado ao longo dessetrecho da rodovia.

O processo erosivo foi constatado à altura do km 11,6, nas imediações do córregoJurubatuba, encontrando-se associado à descarga do fluxo de águas proveniente da canaletade drenagem superficial junto ao corte.

A erosão apresenta sulco longitudinal paralelo ao eixo da rodovia, com dimensão de 1,5x 1,5 x 50 metros e taludes verticalizados, parcialmente recobertos por gramíneas, evoluindosobre solos argilosos, não sendo observado surgências de água do lençol.

A cobertura vegetal do entorno dessa área é constituída por gramíneas exóticas earbustos nativos.

4.3 - MATAS DE GALERIA DEGRADADAS

A mata de galeria do ribeirão Jurubatuba, nas proximidades da rodovia, apresentaníveis elevados de degradação, encontrando-se destituída de sua formação primária eapresentando indícios do início de um processo de regeneração natural.

114

As demais drenagens interceptadas pela rodovia localizam-se na zona intermediáriadesse trecho, apresentando características inundáveis, através do afloramento do lençolfreático nas áreas lindeiras mesmo nos períodos de estiagem.

Essas drenagens apesar das interferências em sua vegetação marginal nos períodos depavimentação apresentam processos de regeneração natural da vegetação lindeira emevolução, encontrando-se integradas à cadeia ecológica regional.

4.4 - ARBORIZAÇÃO DAS ÁREAS URBANAS

O conjunto habitacional à direita da rodovia junto a Anápolis apresentaarborização deficitária e inadequada para o local, tornando-se necessária asubstituição gradativa das árvores presentes no paisagismo ao longo da rodovianessa área urbana.

4.5 - PASSIVO DECORRENTE DA DEGRADAÇÃO DOS HABITATS DA FAUNA

Como caracteriza o diagnóstico ambiental realizado, a construção e pavimentação daGO-330 ocasionou uma ampla alteração dos habitats da fauna ao longo da rodovia, emespecial de sua faixa de domínio.

O passivo ambiental da rodovia adicionado ao amplo processo de antropizaçãoregional, através das atividades agropecuárias, nem sempre desenvolvidas de forma racional,ocasionaram a instalação de um processo progressivo de simplificação da comunidadefaunística regional, praticamente irreversível.

Esse processo de simplificação, apesar de irreversível, pode ser atenuado, através demedidas de recomposição do passivo ambiental, e de outras medidas que favoreçam autilização racional dos recursos naturais da região.

A interceptação de dois corredores de dispersão de fauna pela rodovia, além defavorecer o atropelamento de animais silvestres, dificulta o livre trãnsito da fauna entre suasdiversas áreas de refúgio, que se encontram nas áreas menos degradadas dos ambientes emque o solo e o relevo não favorecem a mecanização agrícola e entre as reservas legais daspropriedades. A figura 6.1, descreve as principais zonas de dispersão da fauna interceptadaspela rodovia, onde deverão ser instaladas placas indicativas de travessia de animais silvestres.

4.6 - CONFLITO COM URBANISMOS

A rodoyia QQ-330 apresenta segmentos em áreas urbanas na períferia de Anápolis e aocruzar o Distrito de Rodrigues Nascimento.

Nestes dois segmentos há intensa interferência do empreendimento com a ocupaçãourbana, seja pela proximidade dos edifícios à pista de rolamento, seja pelas várias interseçõescom vias urbanas.

115

5 - QUANTITATIVOS E ORCAMENTOS

RESUMO DE CUSTOS

ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANTIDADE PREÇO UNITÁRIO TOTAL

1 Demolição de concreto armado m3 0,00 0,00 0,00

2 Suavização de taludes m35.680,25 1,27 7.213,92

3 Regularização do terreno m3 225,00 0,16 36,00

4 Escarificação m2 0,00 0,00 0,00

5 Diques transversais m30,00 0,00 0,00

6 Terraços e bacias interiores m348,48 1,27 61,57

7 Dissipadores de energia un 5,00 280,00 1.400,00

8 Terraços exteriores m30,00 0,00 0,00

9 Calagem e adubação m2 0,00 0,00 0,00

10 Plantio de gramíneas m2 28.600,00 0,22 6.292,00

11 Revegetação de mata de galera m20,00 0,00 0,00

12 Hidrossemeadura m2 2.400,00 2,47 5.928,00

13 Canaletas ml 0,00 0,00 0,00

14 Berma intermediária m3 11.400,00 1,27 14.478,00

15 Cercas ml 2.160,00 5,12 11.059,20

TOTAL 46.468,69

RESUMO DE QUANTITATIVOS, RODOVIA GO-330

SERVI O

PROGRAMA cont tm" ( dTTos I0d13)( O2Run. R.2d t dg d (m2) m- <n,I)

OD.nngeR, 225.00 5.00 150.00

E,,mprâstI,,os 5 680,25 48.48 28 450.00 2.160.00

C TSt.5 2 400.001 11 400.001

io I0,001 5.880,25 225,800 0.001 0.001 48.481 5.001 0.800 0,00 28.800,00 0,00 2.400,001 0.001 11.400.001 2.100.00

1.82 k- ,ES 7.591FINAL 0 IREC.0

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JAZIDAS DE EXTRAÇÃO DE CASCALHO NÃO RECUPERADAS. COIRREGO, RIOS, RIBEIRÃOCOM INDICAÇÃO DA DISTÂNCIA AO EIXO DA VIA

CE CAIXA DE EMPRÉSTIMOS LATERAIS NÃO RECUPERADAS COM OU ZONA DE: DISPERSÃO DE FAUN_SEM PROCESSOS EROSIVOS ASSOCIADOSN

L ACORTES EM SOLO COM PROBLEMAS DE INSTABILIDADE EEROSÃ EM SEUS TALUDES, -J,AT ERIA

E PROCESSOS EROSIVOS LINEARES DE MAIORES EXTENSÔES E RISCOS

REPRESA\ 7 p PONTE SOBRE CURSOSD'ÁGUA. REPRESAREPRESENTAÇÃO DO PASSIVO AMBIENTAL GO-330

EDIFICAÇÃO, RESIDÉNCIA, COMÉRCIO. INDúSTRIA

118

SÍNTESE DOS ESTUDOS DE IMPACTOSAMBIENTAIS -

ElAs

119

GO-040 - BOM JESUS ATÉ INACIOLÃNDIA

O empreendimento em estudo tem por objetivo Melhorias do Traçado Atual epavimentação da GO-040, no trecho com extensão total de 44,0 km que interliga as cidades deBom Jesus de Goiás e Inaciolândia.

Em virtude do traçado sugerido pelo EIA, como também, o extinto DER-GO resolveunão mais utilizar o projeto original e sim, atender ao sugerido no estudo ambiental, realizandonovo projeto final de engenharia, o qual foi levantado e elaborado levando em consideração aalternativa C.

1 - CARACTERIZAÇÃO TÉCNICAS

As características técnicas da obra pode ser resumida no quadro abaixo:

Classe IVLargura de pista de rolamento (m) (2x) 3,5Largura de acostamento (m) 0,80Largura de plataforma (ni) 10,20Velocidade de diretriz (kmlh) 80,00Distância mínima visibilidade parada (m) 150,00Distãncia mínima visibilidade ultrapassagem (m) 250,00Raio mínimo de curva horizontal (m) 670,00Rampa máxima (%) 5,00interseções InexistenteSub-base (cm) 17,00Base 17,00Pavimento (cm) 2,50

A GO-040 vai da interseção com a BR-452 (5km a sudeste de Bom Jesus, trechoItumbiara - Bom Jesus) até Inaciolândia. Não existem interseções neste segmento salvo saídasem terra para fazendas ao longo do traçado.

O final do segmento, em Inaciolândia, corresponde a acesso existente em terra, nãoocasionando intervenções locais (desapropriações/reassentamentos).No traçado de projeto não ocorrem grandes cursos de água. A rodovia cruza, no entanto,vários córregos, sendo a travessia feita através de bueiros celulares ou tubulares de concreto.A relação de cursos de água, localização (km a partir da BR-452) e tipo de bueiro aparecem aseguir:

No traçado de projeto não ocorrem grandes cursos d'água. A rodovia cruza várioscórregos, necessitando de 07 bueiros maiores (celulares) e 11 menores (bueiros simples e-duplos).

Relação dos tipos de obras de arte-bueirosManancial Km TipoCórrego Nhambu 6,58 BTTCRibeirão da Campanha 19,74 BDCCCórrego Fundo 31,87 BSCCCórrego Cafundó 33.36 BDTCCórrego Fazenda 36,80 BTCCCórrego Pirraça 39,50 BSCCCórrego Pindaíba 42,06 BSCC

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Localização das áreas de empréstimo de material lateríticoJazid Locação Distãncia(km) Material Vegetação Area(m2)Ji km 9.54 LD 0.60 Laterita Cerrado 75600J2 km 10.40 LD 0.06 Laterita Pasto 78300J3 km 19.94 LD 14.30 Laterita Pasto 71100J4 km 31.68 LD 0.03 Laterita Pasto 18000J5 km 43.58 LD 13.40 Laterita Cerrado 54900

Utilizada para concreto (bueiros, guias, caixas) e material de base. Adquirida de terceiros queexploram comercialmente areais no Rio Paranaiba.Utilizada para concreto e pavimento. Adquirida de pedreiras comerciais (na BR-452 a 23.4kmdo inicio da GO-040 sentido Itumbiara e outra à direita da própria GO-040 - trecho Bom Jesus -Brejo Bonito, a 9.8km do trevo da BR-452).Adquirido de fornecedor de Aparecida de Goiânia, e estocado em tanques próximos aos locaisde utilização. Não será utilizada usina de asfalto.

ALTERNATIVAS LOCACIONAIS

Na GO-040 foram analisadas três alternativas de traçado para a ligação entre Bom Jesus deGoiás e Inaciolândia, além do traçado original do projeto. A exemplo do traçado original, asalternativas partem da BR-452 a cerca de 5km a sudeste de Bom Jesus.

Traçado de Projeto- Correspondente à pista em terra existente que consta dos mapas rodoviários do DER-GO já por mais de duas décadas, com algumas retificações e melhorias em curvas erampas.

Alternativa A- Oesvia ligeiramente para oeste a partir do km 6 até o km 22, evitando o cruzamentocom matas-de-galeria correspondentes ao Córrego Nhambu e Ribeirão da Campanha,mantendo-se sobre divisor de águas local.

Alternativa B- Desvia para oeste entre o km 6 e o km 22 (igual à Alternativa A), porém ao invés deprosseguir no Traçado de Projeto continua na direção sul-sudoeste pelo divisor de águas,atingindo a rodovia BR-483/GO-206 (direção leste-oeste, trajeto CachoeiraDourada/lnaciolandia/Gouvelândia/Quirinópolis) a cerca de 10 km a leste de Inaciolândia.

Alternativa C- Parte do mesmo ponto da BR-452 e se desenvolve mais a oeste pela chapadacorrespondente ao divisor de águas entre o Ribeirão do Campo Grande (leste) e oRibeirão Bom Jesus (oeste), bifurcando para o sul ao final atingindo o Traçado de Projetoa cerca de 4km a nordeste de Inaciolândia. Além de cruzar o Ribeirão do Campo Grandecruza também o córrego Pindaíba.

ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS

Alternativa A- Apresenta relativa vantagem sobre o Traçado de Projeto por evitar o cruzamento comduas drenagens/matas-de-galeria sendo a do Ribeirão da Campanha muito expressiva.Em contraposição exigirá implantação de novo traçado em 16km, mais ou menos

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antropizados, criando impactos em outras áreas. No balanço as vantagens edesvantagens se equilibram sob o ponto de vista ambiental.

Alternativa B- Apresenta vantagem adicional sobre a Alternativa A por se manter inteiramente sobredivisor de águas e eliminar 5 outros cruzamentos com drenagens. Em relação ao Traçadode Projeto e Alternativa A possui o inconveniente de implantação em áreas novas aindaque parcialmente antropizadas além de aumentar a extensão do trajeto entre Bom Jesuse Inaciolándia. O trecho novo, a pavimentar, será menor que o Traçado de Projeto e daAlternativa A, o que representa vantagem significativa.

Alternativa C- Corresponde a um traçado pelo divisor de águas, sem drenagens (exceto no trecho

final) seguindo estrada de terra existente, implantada por força do desenvolvimentoagrícola da região.

Apresenta as seguintes vantagens sobre o Traçado de Projeto:• Cruzamento com apenas 2 drenagens (Ribeirão do Campo Grande e Córrego

Pindaíba) contra 7 do Traçado de Projeto:• Salvo o trecho comum com o Traçado de Projeto (cerca de 4km) desenvolve-se

em área alta, de pouca suscetibilidade à erosão;• A área abrangida é antropizada e a rodovia irá representar baixo impacto

ambiental adicional;• Atenderá melhor aos usuários por cruzar área agrícola com maior demanda de

transporte (escoamento das safras);* O relevo é favorável exigindo menor movimento de terra e obras de drenagem

superficial;* A extensão será menor com redução adicional de custo;

A desvantagens mais significativas são:• No cruzamento com o Ribeirão do Campo Grande o mesmo estará barrado pelo

lago da Usina de São Simão com custo elevado de implantação de ponte oubueiro celular;

* Pelo menos no trecho adjacente ao Ribeirão do Campo Grande os aterros serãode grande porte, sendo necessário grandes intervenções para material deempréstimo (custo elevado e impacto ambiental significativo).

Recomendação:

Em que pesem as desvantagens apresentadas na Alternativa C, as vantagenspredominam, em comparação com o traçado de projeto e Alternativa A. Recomenda-se suaadoção por apresentar menor impacto ambiental, atendendo às necessidades dos usuáriossem custo adicional para sua implantação.

Vale salientar que, a exemplo das demais alternativas e do Traçado de Projeto, aAlternativa C não interfere com centros urbanos ou moradias isoladas não exigindoreassentamentos de qualquer natureza.

As alternativas B e C se equivalem em termos de meio ambiente.`A Alternativa B tem adesvantagem do acrésciri1o no percurso da interligação Bom Jesus de Goiás-lnaciolãndia.

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2 - ÁREA DE INFLUÊNCIA

ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA

A área de Influência estabelecida possui conformação ovóide com eixo maior na direção NE-SW, sendo limitada a noroeste pelo Ribeirão Bom Jesus; a sudoeste pelo lago da hidrelétricade São Simão e cidade de Inaciolândia a sudeste pela GO-206/BR-453 e cabeceiras deafluentes(cabeceiras dos córregos do Barreiro, do Sapé, do Campo Alegre e da Santa Rosa)pela margem direita do Rio Meia Ponte; a nordeste pelas imediações da BR-452 e cidade deBom Jesus de Goiás.

ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA

Compreende as áreas que indiretamente poderão ter sua situação ambiental influenciadapela rodovia, abrangendo particularmente a totalidade dos municípios de Bom Jesus de Goiás,Inaciolândia e Itumbiara, os municípios vizinhos, os refúgios da fauna regional com hábitosmigratórios ou alimentares que a levam a freqüentar os arredores da rodovia e os centrospopulacionais ribeirinhos a jusante dos cursos d'água diretamente afetados pela rodovia, quepodem sofrer efeitos da poluição das águas, particularmente em caso de acidentes com cargasperigosas.

3 - DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

3.1 - MEIO ANTRóPICO

A rodovia em estudo está posicionada nos municípios de Bom Jesus de Goiás,lnaciolãndia e Itumbiara, localizados na Mesorregião do Sul Goiano, Microrregião do MeiaPonte, que inclui, além destes, os municípios de Água Limpa, Almerindonópolis, Aloândia,Buriti Alegre, Cachoeira Dourada, Caldas Novas, Cromínia, Goiatuba, Joviânia, Mairipotaba,Marzagão, Morrinhos, Panamá, Piracanjuba, Pontalina, Professor Jamil, Rio Quente eVicentinópolis.

Abrangerá uma região dominantemente rural, com intensa ocupação agrícola,principalmente para plantio de soja e algodão.

A área de influência direta do empreendimento abrange as duas cidades interligadaspela rodovia, Bom Jesus de Goiás e Inaciolândia, que serão os núcleos urbanos diretamentebeneficiados.

Entretanto mais de 70% da pista de terra atualmente existente está inserida na zonarural do município de Itumbiara e parte da área de influência direta abrange ainda o municípiode Almerindonópolis.

A área de influência direta do empreendimento está posicionada numa regiãopaisagisticamente bastante monótona e plana, onde não se destacam locais de relevantebeleza natural.

O sudoeste goiano é região rica em patrimônio arqueológico, sendo citados pelosinventários da Fundação Nacional próMemória, vários vestígios de artefatos líticos em RioVerde, Edéia, Edealina e Jataí, além do famoso sitio arqueológico de Serranópolis.

No município de Bom Jesus de Goiás consta a ocorrência de 12 vestígios de artefatoslíticos registrados na Fundação próMemória. Entretanto, não há mapas nem fichas com adescrição dos locais onde foram encontrados. De acordo com informações verbais, estariamlocalizados à noroeste da sede municipal, portanto fora da área de influência direta da rodovia.

Não deve ser descartada, porém, a hipótese de ocorrência de vestígios arqueológicosna área em estudo, de modo que seria recomendável um levantamento detalhado ao longo do

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traçado a ser adotado e cascalheiras, visando um eventual resgate de material antes do iníciodas obras.

O trecho em estudo da rodovia GO-040 está inserido numa região bastanteantropizada, com mais de 70% da área de influência direta ocupados por culturas e pastagensplantadas.

A ocupação agrícola é facilitada pelos terrenos planos, que permitem a mecanização doplantio e colheita, pela natureza do solo de ótima aptidão agrícola e devido à localizaçãoestratégica em relação aos grandes centros de consumo do pais e ao porto de São Simão.

No percurso, as duas cidades, respectivamente de Bom Jesus de Goiás e Inaciolândia,t formam os únicos sítios urbanizados. Há inúmeras sedes de fazenda, várias estradas rurais e

linhas de transmissão.As superfícies d'água são formadas por cursos d'água de pequeno porte, destacando-

se, próximo a Inaciolãndia, o alargamento dos rios Bom Jesus e Córrego do Campo Grande,devido ao enchimento do lago da represa de São Simão, no Rio Paranaíba.

3.2 - MEIO FISICO

O clima regional, segundo NIMER (1989), pode ser classificado como Tropical Sub-Quente Sub-Umido.

A região em estudo está inserida no âmbito da extensa cobertura vulcânica, de idadefanerozóica, denominada de Bacia do Paraná.

Geologicamente a área em estudo apresenta uma geologia muito monótona ondeocorrem apenas rochas basálticas de idade jurássica, pertencentes à Formação Serra Geral,recobertas localmente, ao longo das calhas fluviais, por argilas e areias aluvionares recentes.

Do ponto de vista geomorfológico regional a área da rodovia está inserida no contextoda macrounidade Planaltos da Bacia Sedimentar do Paraná.

As superfícies internas apresentam cotas entre 500 e 750 metros, formas de relevoconservadas com topos planos, delimitadas por rebordos erosivos e/ou escarpas festonadas.

A maior área de drenagem pertence à Bacia do Rio Paraná, onde no àmbito da regiãoem estudo, é representada pelo Rio Paranaíba, conseqüente ao reverso do planalto.

O mosaico geomorfológico da área de influência direta da rodovia em estudo poucodifere do contexto regional que caracteriza o relevo dos terrenos basálticos da Bacia doParaná, correspondente à unidade Planalto Setentrional da Bacia do Paraná.

A área mostra uma suave declividade de nordeste para sudoeste, como mostram ascotas em torno de 670 metros em Bom Jesus de Goiás e 490 metros em Inaciolândia,correspondendo a um gradiente médio de 0,4%.

Constitui um compartimento de formas tabulares, bastante homogêneo, com relevo detopo aplanado e intensidade de aprofundamento de drenagem muito fraca (vales de fundosplanos e suave ondulados) e interflúvios muito amplos, com comprimentos situados no intervalode 1750m a 3750m. Esta unidade, nesta situação compõe ou configura-se como parte do quese denomina regionalmente de "Chapadões de Goiás".

Os solos característicos presentes entre Bom Jesus de Goiás e Inaciolândiaenquadram-se em três tipos de solos.

Latossolo Roxo/ Latossolo Vermelho Escuro (LR/LVE)Latossolo Vermelho Amarelo (LV)Glei Pouco Húmico (G)A região Bom Jesus 1 Inaciolândia caracteriza-se pela grande fertilidade dos solos,

sendo que em 65% da área de abrangência da rodovia estão presentes os Latossolos Roxos 1Latossolos Vermelho Amarelos e em apenas 5% da região encontram-se solos hidromórficos,no caso em estudo os Glei Pouco Húmico.

A área em estudo está posicionada no âmbito das microbacias do Rio Meia Ponte,Ribeirão do Campo Grande e Ribeirão Bom Jesus, afluentes pela margem direita da represa deSão Simão, na área inundada do Rio dos Bois.

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O traçado atual e o projeto de retificação da GO-040 interceptam o Ribeirão daCampanha, afluente do Meia Ponte e os córregos Pindaiba, da Pirraça, do Cafundó e Fundo.

Uma outra alternativa de Traçado estudada neste EIA percorre o divisor de águas doRio Bom Jesus e Ribeirão do Campo Grande, atravessando este último próximo à suadesembocadura no lago da represa de São Simão.

3.3 - FLORA

O domínio regional pretérito de vegetação coloca a Savana (cerrado) comopredominante no local, com as fitofisionomias de Savana Florestada (cerradão) e SavanaArborizada (cerrado, propriamente dito), intercaladas com ocorrências menores de FlorestaEstacional Semidecidual, interfluvial, além das florestas-de-galeria.

A situação atual mostra a redução ou quase extinção dessa vegetação, substituida quefoi por tratos de agricultura e pastagens. As descrições que se seguem foram baseadas emamostras realizadas ao longo das estradas desta área.

Savana Florestada (cerradão): Ocorre como uma tipologia muito densa, com a maioriade suas espécies sendo comumente encontradas no cerrado propriamente dito, apenas comporte mais elevado e maior adensamento arbóreo. Às vezes, no contato com áreas florestais,pode incluir ecotipos como angico (Piptadenia), pau-d'óleo (capaifera), jatobá (Hymenaea),mutamba (Guazuma), mamica-de-porca (Fagara), imbirucú (Pseudobombax), pau-pombo(Tapirira), macaúba (Acrocomia), entre outros. Nesta situação pode ser confundida comvegetação secundária de estágios mais evoluidos.

Savana Arborizada (cerrado, propriamente dito): Esta fisionomia também definidacomo cerrado "sensu stricto", ocorre nesta área com características muito próximas docerradão, devido sua densidade e espécies comuns. Logicamente, para ser consideradocerrado, tem porte menos elevado, além de exibir em estrato arbustivo/herbáceo mais notórioou evidente. A composição florística mostrou-se bastante repetitiva nas diversas amostragensefetuadas. Isto corrobora com o fato de ser a área um compartimento rnuito homogêneo,ocupando o cerrado, predominantemente, a posição do topo da chapada, sobre latossolos roxoe vermelho-escuro, distróficos.

Floresta Estacional Semidecidual Submontana (mata-de-interflúvios): Nas rampasinferiores, geralmente no contato com as florestas-de-galeria das drenagens, ainda ocorremnúcleos ou grupamentos florestais, quase sempre descaracterizados, devido à retirada deespécies madeireiras de valor. Assim, a tipologia florestal comumente encontrada retrata umfitofisionomia de árvores geralmente finas e invadidas nas suas bordas com espéciessecundárias agressivas como angicos (Piptadenia), capororoca (Drymis), cabriteiro(Rhannidíum), pau-pombo (Tapirira), embaúba (Cecropia), pindaiba (Xylopia), entre outras. Aocorrência dessa floresta supõe-se, está condicionada à presença de solos mais férteis comoterra roxa ou de locais com maior suprimento hídrico subsuperficial.

Floresta-de-Galeria (mata ciliar): A área possui um sistema de drenagem todo voltadopara o Rio Paranaiba, tendo ao centro o Ribeirão do Campo Grande e nas laterais algumascabeceiras do Ribeirão Bom Jesus, a oeste e outros que deságuam no Rio Meio Ponte, a leste.Em todas, a presença de matas ciliares é notada. Diversas amostragens foram efetuadas ao,longo delas, especialmente junto às pontes existentes, tendo apresentado diferenças poucosignificativas em nível de ocorrência de espécies, mostrando, porém que algumas seencontram bastante degradadas ou diminuídas e invadidas por espécies secundárias comojurema-branca (Pithecelobium), capim-colonião (Panicum), juquirí(Nimosa), assapeixe (Vemoni), goiaba (Myrcia), anil (Indigofera), fedegoso (Senna), malva (Gassipyum), esporão-de-galo (Celtis) e outros.

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Formação Pioneira Herbáceo 1 Arbustiva (brejo): Fisionomia que ocorreespecialmente nas cabeceiras de drenagens ou ao longo delas, em locais que apresentamhidromorfismo acentuado. Tem caráter natural e aspecto herbaceo-arbustivo predominante,porém com intercalações de isolados elementos arbóreos, às vezes constituindo tufos oumoitas. A ocorrência desta tipologia geralmente está associada com florestas-de-galeria,ocorrendo alternadamente com elas, em função dos níveis de encharcamento do terreno. Ocapim rabo-de-burro (Andropogon) e a taboa (Typha), geralmente estão presentes, sendoindicadores seguros destes ambientes.

Vegetação Secundária (Capoeiras): Compreende uma variedade de fisionomiasnaturais representadas em estágios diversos de capoeiras, capoeirão e mata, resultantes decolonização espontânea que sucede o uso agrícola ou pastoril, devido ao abandono ou mauuso dessas áreas.Na região e especialmente ao longo das estradas observam-se algunsnúcleos mais evoluídos, tendo apresentado espécies que se caracterizam pelo pioneirismo eagressividade ao meio como capa-bode (Parapiptadenia), mutamba (Guazuma), embaúba(Cecropia), entre outras.

A agropecuária (lavouras + pastagens): A área tem ou apr-esenta-se com alto índicede ocupação agropastoril. Durante os trabalhos de campo, realizados no mês de fevereiro,pode-se constatar a existência de extensas lavouras, sendo consideradas predominantes sobreas áreas com pastagem plantadas. As lavouras mais observadas foram as de algodãoherbáceo, soja e milho, nesta ordem.

3.4 - FAUNA

A GO-040 encontra-se inserida em uma região bastante transformada pela implantaçãode fazendas com atividades principalmente agrícolas. Suas características originais foramalteradas, com erradicação da cobertura vegetal natural para dar lugar às lavouras.

O ambiente, embora rural, apresenta-se quase que totalmente antropizado,demonstrando um processo bem desfavorável à presença de fauna nativa.

Não existem estudos pretéritos sistemáticos sobre a fauna da região, de modo asubsidiar o presente trabalho.

A crescente fragmentação ambiental sugere um comprometimento da fauna na região,principalmente dos animais de maior porte, que necessitam de maiores áreas de dispersão.São favorecidos pelas condições ambientais dos arredores apenas os animais menosexigentes e de melhor convívio com a presença humana.

4 - IDENTIFICAÇÃO E AVALIACÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

4.1 - ANÁLISE DOS IMPACTOS NEGATIVOS

4.1.1 - RETIFICAÇÃO E PAVIMENTAÇÃO

a) MEIO ANTRÓPICO

As maiores possibilidades de desenvolvimento econômico-social que serão propiciadascom a pavimentação da rodovia poderão também provocar impactos ambientais negativos napaisagem, mas em escala mínima, pois se trata de uma região já bastante antropizada, onde apaisagem natural já foi bastante modificada.

b) MEIO FíSICO

Recursos Atmosféricos

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Qualidade do Ar

Os padrões de qualidade do ar da região onde serão efetuadas as obras de melhoria epavimentação da GO-040 são muito bons conforme já observado anteriormente.

Ruídos e Vibrações

As principais fontes de poluição sonora estarão relacionadas à movimentação demáquinas e veículos pesados e funcionamento de equipamentos em geral, visto que não estáprevisto o uso de explosivos em cortes.

Geologia e Geotecnia

Pode ser prognosticada ainda, em menor grau de magnitude e importãncia, a formaçãode áreas instáveis nos locais de disposição de bota-foras de materiais de construçãoinadequados.

Geomorfologia

Do ponto de vista geomorfológico, as principais alterações serão bastante localizadas erestritas a áreas escavadas das caixas de empréstimo e jazidas de solo, onde a planuratopográfica será alterada, com formação de depressões e piscinas intermitentes.

Pedologia

O baixo gradiente topográfico ao longo da rodovia, tanto lateralmente comolongitudinalmente, torna o compartimento atravessado compatível com obras rodoviárias. Istopode ser constatado percorrendo-se as estradas encascalhadas atuais, onde apesar da faltade cuidados no disciplinamento das águas fluviais não foram verificados processos erosivossignificativos.

Áreas de Lavra de Material de Construção

Nas bordas das escavações para retirada de material de sub-base e material deempréstimo os processos de degradação dos solos serão favorecidos, havendo uma maiorsusceptibilidade à erosão, principalmente devido a formação de taludes íngremes desprovidasde vegetação e em material pouco consolidado.

Áreas de Bota-Foras

Os solos inadequados para aproveitamento em aterros, os solos compressíveis ouimprestáveis para receberem aterros ou mesmo a sub-base da estrada em nível, os materiaisdas caixas de empréstimo ou jazidas de material de sub-base fora das especificações,constituirão pilhas de bota-foras que afetarão os solos em diferentes graus e escalas. Devidoàs boas características locais dos solos, estes volumes serão bastante reduzidos.

Jazidas de solos

Por tratar-se de material cascalhento, as jazidas de solo são em geral poucosusceptíveis à erosão, o que é favorecido pela localização privilegiada das cinco cascalheirasque serão exploradas, todas em terreno com baixa declividade.

Áreas dos Canteiros de Obras

127

Estas atividades não implicarão na remoção total da camada de solo, restringindo-senormalmente aos horizontes superiores. Haverá alteração no perfil dos solos, na estruturaoriginal, impermeabilização, redução da área de infiltração de águas pluviais, compactações,aumento dos efeitos erosivos e assoreamentos.

Superfícies D'água

Os danos potenciais e os já existentes estão relacionados a ações do empreendimentoque propiciam a exposição de solos facilmente erodíveis, os quais, durante a incidência dechuvas, são carreados para as drenagens marginais à rodovia, promovendo o assoreamentodos fundos de vale e consequentemente alterando seus perfis de equilíbrio.

As superfícies d'água mais ameaçadas por este processo são o Ribeirão da Campanhae o Ribeirão do Campo Grande. No caso das veredas, devido à sua importáncia para o meiobiótico, equilíbrio do regime hidrico e paisagem, seu assoreamento constitui um impactoambiental bastante significativo.

O projeto atual de retificação do traçado é bastante agressivo nesse sentido, pois alémde não tentar minorar as travessias já existentes sobre o Ribeirão da Campanha e córregosPindaíba, da Pirraça, do Cafundó, Fundo, do Nhambu, cria novas interferências em superfíciesd'água. Nas proximidades de Bom Jesus de Goiás o projeto prevê o deslocamento do traçadodo divisor de águas dos ribeirões do Campo Grande com a bacia do Meia Ponte para asproximidades das cabeceiras dos córregos do Barreiro, do Sapé, do Campo Alegre e da SantaRosa.

Uma das alternativas locacionais propostas altera o projeto atual para eliminar atravessia do Ribeirão da Campanha e demais interferências com drenagens entre aquelecurso d'água e Bom Jesus de Goiás, mantendo apenas as travessias dos córregos Pindaíba,da Pirraça, do Cafundó e Fundo.

Outra alternativa propõe a mudança quase integral do traçado, que seria deslocadopara a outra margem do Ribeirão do Campo Grande, no seu divisor de águas com o RibeirãoBom Jesus. Tem a vantagem de 85% do percurso, no trecho entre Bom Jesus de Goiás e oRibeirão do Campo Grande se desenvolverem sem nenhuma interferência com superfíciesd'água. Entretanto terá que cruzar o baixo curso do Ribeirão do Campo Grande, exigindo,provavelmente, bueiros de porte. Além do mais, a travessia do Ribeirão do Campo Grande seráfeita próximo à área de inundação que forma o Lago da Represa de São Simão.

Do ponto de vista estritamente de superfície d'água a alternativa que menos causaráimpacto sobre as superfícies d'água é a que propõe manter o traçado atual, sem as retificaçõesprevistas no projeto, na saída da BR-452, em Bom Jesus de Goiás, de modo a aumentar opercurso no divisor de águas do Ribeirão do Campo Grande com o a Microbacia do Rio MeiaPonte, evitando a interferência em córregos. As travessias do Ribeirão da Campanha ecórregos Pindaiba, da Pirraça, do Cafundó, Fundo, do Nhambu seriam evitadas deslocando-seo restante do traçado atual para sair na GO-206/BR-483 a cerca de 10 km de Inaciolândia, ouseja ao longo do divisor de águas dos ribeirões da Campanha e Campo Grande.

Águas Subterrãneas

O meio hidrogeológico local, representado por aqüíferos superficiais (lençol freático) eprofundos (aqüiferos tipo fissural), também estará sujeito a alterações físicas patrocinadas porações do empreendimento. Entre as maís significativas podemos citar: terraplenagens,escavações para retirada de material de construção e cobertura de superfícies (pavimentação,canteiros de obras e aterros).

Qualidade das Águas Superficiais

Os impactos previstos que poderão alterar a qualidade das águas superficiaisrelacionam-se principalmente à poluição física pela incorporação de sólidos em suspensãocarreados pelas águas pluviais drenadas das áreas do empreendimento.

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O ponto de maior fragilidade ecológica do ponto de vista de poluição das águas situa-se nos arredores de Inaciolãndia, devido à proximidade do lago da hidrelétrica de São Simão.

c) MEIO BIÓTICO

FLORA

Um empreendimento com essas características tem como primeiro e fundamental impactosobre a flora, a própria retirada de vegetação em todo o trecho de influência direta da rodovia,incluindo o eixo de rodagem, as caixas de empréstimos laterais, os desvios para a construçãode bueiros entre outros.

FAUNA

O fator de maior prejuízo para a fauna é a retirada ou destruição da vegetação que lhedá suporte, particularmente as matas ciliares ainda existentes entre Bom Jesus de Goiás eInaciolãndia. Apesar de diretamente não haver prognóstico de interferências significativas nostestemunhos de floresta-de-galeria, a retirada de madeira para acampamentos e uso geral naconstrução de obras de arte pode acontecer.

Os animais que habitam o entorno deverão sofrer um processo de fuga e/oustressamento, principalmente devido à movimentação de máquinas pesadas durante a aberturados trechos retificados e asfaltamento, facilitando atropelamentos.

O ambiente aquático também será alterado nos cursos d'água dos arredores.

ACIDENTES

Acidentes operacionais podem ocorrer durante as obras viárias, entretanto os maioresriscos estão relacionados ao manuseio inadequado de máquinas pesadas.

Na fase operacional o derramamento de cargas perigosas por acidentes rodoviáriospode levar à ocorrência de acidentes ecológicos de porte, particularmente se ocorrer no âmbitoda drenagens tributárias do lago da represa de São Simão.

4.1.2 - FUNCIONAMENTO DA RODOVIA

a) MEIO ANTRÓPICO

Após a abertura da rodovia ao tráfego os transtornos verificados em rodoviaspavimentadas passarão a atingir a hoje pacata zona rural em estudo, cabendo citar osseguintes impactos negativos que poderão ocorrer:

o A ausência de sinalização e de conservação eficientes;o A rodovia terá travessia urbana na cidade de Inaciolândia;o A travessia urbana deverá aumentar o ruído em Inaciolândia, principalmente no

período noturno;o A travessia de Inaciolândia também poderá trazer alguns transtornos devido à

trepidações oriundas de tráfego pesado.

b) MEIO FíSICO

Sobre a qualidade do ar haverá o aumento da afluência de hidrocarbonetos e aldeídosque hoje em dia é bastante reduzida. A degradação da qualidade do ar por poeira fugitiva emfunção do tráfego na rodovia será eliminada.

129

Na fase operacional da rodovia a poluição da água é representada pela precipitação dehidrocarbonetos e aldeídos emanados pela descarga dos veículos, poeiras e materiais sólidosmaiores oriundos das cargas transportadas, etc.O risco de derramamento de cargas perigosas por acidentes rodoviários pode levar àocorrência de acidentes ecológicos de porte, particularmente se ocorrer no âmbito dasdrenagens que afluem para a represa de São Simão.

c) MEIO BIóTICO

Por situar-se numa região já bastante antropizada, não é comum cruzar com animais naestrada, entretanto algumas espécies ainda são encontradas, estando estas sujeitas a maiorrisco de atropelamentos.

4.2 - ANÁLISE DOS IMPACTOS POSITIVOS

As obras de melhoramento do traçado e pavimentação da rodovia trarão impactospositivos ao meio antrópico e alguns impactos no meio físico, quais sejam:

a) IMPACTOS DE ORDEM ECONÔMICA:

A melhoria da rodovia potencializará a agropecuária na região, otimizando oescoamento da produção. Os produtos agropecuários, particularmente a produção de grãos,representam a base da economia local e a possibilidade de sua racionalização econômica eincremento poderá traduzir-se em aumento de emprego e renda.- maior oferta de empregos;- criação de empregos permanentes;- maior circulação de dinheiro em Bom Jesus de Goiás e Inaciolândia, ativando o comérciolocal.

b) IMPACTOS DE ORDEM SOCIAL

Prevê-se que a rodovia elevará sensivelmente a qualidade do transporte particular ecoletivo.

c) IMPACTOS DE ORDEM CULTURAL

A melhoria das condições de tráfego poderá intensificar a circulação de pessoas deoutras regiões incrementando os contatos culturais.

d) MELHORIA DA QUALIDADE DO AR

Com o asfaltamento, a incômoda e prejudicial poeira que paira sobre a zona rural entreBom Jesus de Goiás e Inaciolândia na época de estiagem, será reduzida, melhorandosensivelmente a qualidade do ar.

e) DIMINUIÇÃO DO RISCO DE ACIDENTES COM CARGAS PERIGOSAS

Os riscos potenciais de acidentes com transporte de cargas perigosas serão menoresdo que os que existem atualmente.

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GO-050 - PARAUNA ATÉ ENTR. GO-174

A rodovia em estudo, designada pela nomenclatura GO-050, trecho GO-164 (Paraúna) /GO-174, com extensão de 97,7 km, tem início no perímetro urbano de Paraúna e finaliza noentroncamento com a GO-174. O mapa a seguir apresenta a localização do trecho a serpavimentado.

1 - DESCRICÃO DO PROJETO

O Projeto Executivo de Pavimentação para o trecho já descrito, definiu asespecificações técnicas, orientou o plano geral para execução da obra e possibilitou aavaliação quantitativa dos materiais e serviços necessários.

Apresenta-se à seguir as características técnicas e operacionais do projeto final deengenharia.

S Características TécnicasCLASSE IIIRegião Plana/onduladaVelocidade diretriz 80km/hRaio mínimo de curva horizontal 260mRampa longitudinal máxima 6,95%Largura da faixa de rolamento 7,00mLargura do acostamento 1,30Declividades transversais em tangente da pista(valor médio) 3%Dos acostamentos(valor médio) 3%Superelação máxima(total) 8%Inclinação dos taludes:Corte 1.1Aterro 1:1,5Faixa de domínio 80m (simétrica)Fonte: Projeto final de engenharia-DERGO

Características ODeracionais

DISCRIMINAÇÃO UNIDADE |

uJ CARROS 302 70,64E- COLETIVOS 6 1,38oK O CAMINHõES 122 27,98F NÚMERO "N" N1O = 2,91 x l10 1 2,64 x lob

Características Técnicas PlanialtimétricasDESCRIÇÃO EXTENSAO (m)Desenvolvimento total 97.675,53 100-Desenvolvimento em tangente 82.530,508 84,49Desenvolvimento em curva 13.145,022 13,46Desenvolvimento em zona urbana 2.000,00 2,05FONTE: PROJETO FINAL DE ENGENHARIA - DERGO

c) Terraplenaqem

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Uma consideração relevante nesta rodovia refere-se ao fato do traçado projetadocoincidir praticamente em toda extensão, com a estrada anteriormente implantada.Tal fato viabiliza integralmente os custos, sem comprometer a qualidade técnica daobra.Nos serviços de terraplenagem, verificaram-se os seguintes dados técnicos:

Escavação e Carga de MaterialCorte: Material de 1a Categoria 1.697.745,00 m3Corte: Material de 2' Categoria 9.592,0 m-Corte: Material de 3a Categoria 34.785,0 m3

Aterros: Material de ia Categoria 1.477.037,0 m3

Bota-Fora 220.707,0m'Solo mole 4.000m3

d) PavimentaçãoO projeto de pavimentação foi executado conforme o "Método do Projeto dePavimentos Flexíveis" do Eng.0 Murilo Lopes de Souza, versões 1961 e 1966, sendofeitas algumas alterações para diminuir espessuras de camadas, sem contudo afetara qualidade e a segurança do projeto.Adotou-se para a pista o Tratamento Superficial Duplo (TSD) e para osacostamentos o Tratamento Superficial Simples (TSS). A camada de base deveráser executada com a mistura de cascalho laterítico e areia, prevendo-se suaexecução na pista. A sub-base será de cascalho laterítico estabilizadogranulométricamente.O projeto consta das seguintes camadas, com características a saber:

Características do PavimentoCAMADA (cm) Sub-trecho 4

Revestimento (Pista) 2,5Revestimento (Dcostamentos) 2 5

Base 1 20,0Sub-Base 6312

Espessuras médias em cm

Sub-trecho 1Materiais de Revestimento

Asfalto Diluído (CM-30) D 1.179 tCAP - 7 2.473 t

Brita D 21.727 rMaterial Granular

Volume de Sub-base 64.351,8 m;'

Volume de Base - Solo: 225.316,7 m"

e) Obras de Artee,1) Bueiros Tubulares

Em todo o trecho foram projetados bueiros tubulares, todos com diâmetro de 1,00m, em sua maioria bueiros simples.

Bueiros Tubulares Diâmetro Metros (m)BSTC 1.00m 717mBDTC 1.00m 187mBTTC 1.OOm 97mTemos um total de 5 (cinco) bueiros celulares como obras de arte especiaisindicadas em projeto.

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f) InterseçõesInterseção GO-405Interseção GO-174

ALTERNATIVAS LOCACIONAIS

Quando se contemplam cenários alternativos para um traçado rodoviário, pode-seanalisar três opções básicas:

Cenário 01 - Pavimentação da rodovia existenteCenário 02 - Adoção de um traçado alternativoCenário 03 - Não implantação da obra.Naturalmente o cenário 01, abrange a diretriz da rodovia, podendo-se prever alterações

localizadas em alguns segmentos, que exijam correções principalmente geométricas.

CENÁRIO 01: PAVIMENTAÇÃO DA RODOVIA EXISTENTEEste cenário contempla a rodovia atualmente utilizada e que seria pavimentada em sua

diretriz atual. Esta opção, sendo considerada ambientalmente viável, pode tornar-se a maisindicada, mesmo porque percorre um área já impactada, quando da implantação da rodovia.

ALTERNATIVA 02: TRAÇADO ALTERNATIVOO trecho em questão possui uma alternativa interessante e já existente. De fato a GO-

405, é uma opção que poderia ser adotada, pois na altura do km 25 (nascente do córregoPindaíba, segue em direção Sudeste, exatamente quando a rodovia existente, GO-050, infletena direção oeste.

Concluindo, pode-se dizer que a alternativa de traçado possível mostra-se maisimpactante e mais extensa, além de exigir maiores investimentos, criando ainda uma rotaparalela a outras existentes, podendo ser descartada.

CENÁRIO 03 - NÃO PAVIMENTAÇÃO DA RODOVIAA hipótese de não execução das obras de pavimentação não traria benefícios, uma vez

que a rodovia existente é bastante utilizada na região. Sua execução além de não trazerimpactos significativos, impedirá que outras alternativas mais impactantes, conforme abordadono CENÁRIO 02, sejam adotadas.

Em resumo a não realização da obra traria impactos negativos a sócio-economia daregião pois a mesma deverá constituir-se em uma opção de escoamento da produção agrícola.

Em síntese conclui-se que os benefícios gerados com a implantação doempreendimento, sobrepõem-se amplamente sobre os impactos negativos produzidos, mesmoporque esses tem baixa relevância e são perfeitamente mitigáveis.

2 - DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

2.1 - ÁREA DE INFLUÊNCIA

ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETAA área de influência direta corresponde ao trecho da própria rodovia GO-050 entre a

GO-164 (Paraúna) e o entroncamento com a GO-174, acrescida de uma faixa deaproximadamente 500 m para cada lado da rodovia.

Essa delimitação ocorre em virtude das atividades que serão desenvolvidas no trechodurante o período de pavimentação da rodovia, tais como abertura de áreas de movimento demáquinas, empréstimo de material, remoção da cobertura vegetal, entre outras.

Além desses parãmetros durante o período de operação o tráfego e a manutenção darodovia e suas áreas de domínio, ocasionarão ações sobre a fauna, flora e o homem.

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O empréstimo de materiais como cascalho e brita, eventualmente extrapolam os limitesdessa área pela localização das cascalheiras e pedreiras, que serão formadas ou ampliadas noperíodo de pavimentação.

ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA

Foi considerado com sendo os limites para a área de influência indireta da GO-050, emseu segmento inicial, quando tem sentido N-S, o ribeirão Formoso a oeste e a GO-164 a leste equando ela inflete no sentido L-O, os limites dessa área passariam a ser a GO-411 pelo flanconorte e o rio Verdão pelo flanco sul. Lembrando, entretanto, que pela característica deflexibilização que possibilitam os empreendimentos rodoviários, tais limites não podem serconsiderados estáticos.

2.2 - DESCRIÇÃO DO MEIO FÍSICO

O clima na região é, na classificação de Koopen, do tipo Aw, definido como tropicalúmido que se caracteriza por duas únicas estações: uma rigorosamente seca que correspondeao outono e ao inverno, indo do mês de abril ao mês de outubro, a outra úmida com chuvastorrenciais que corresponde a primavera e verão, nos meses de junho e julho a precipitaçãopode ser considerada nula, sendo nesse último mês que ocorrem as temperaturas mais baixas.

A rodovia GO-050, está inserida em terrenos drenados pelos formadores do rio Preto,Formoso e rio Ponte de Pedra, que fazem parte da sub-bacia do rio Verdão, pertencente abacia hidrográfica do rio Paranaíba.

A principal unidade geomorfológica que ocorre na área de influência da rodovia édenominada planaltos e chapadas da bacia sedimentar do Paraná, representada pela sub-unidade Planalto Setentrional da Bacia do Paraná. Compreende dois compartimentostopográficos distintos, sendo um mais elevado, comportando altimetrias que variam de 650 a1.000 metros e o outro mais rebaixado, abrangendo cotas de 350 a 650 metros de altitude. Aárea mais expressiva do compartimento elevado, representado pela borda do Planalto , éregionalmente conhecida como `Chapadões de Goiás". Isto se deve a predominãncia demodelados suaves do tipo tabular, com formas muito amplas. As áreas com relevo, maisdissecados são menos expressivas e, mesmo assim, a dissecação em geral não é muitoacentuada.

A geologia da região compreendida entre Paraúna e Montividiu, cortada pela GO-050 érepresentada, basicamente, pelas seguintes unidades estratigráficas: Complexo Goiano,Formação Aquidauana do Grupo Itareré, Formação Serra Geral do Grupo São Bento eCoberturas Detrito-Lateríticas Terciárias e Quaternárias Indiferenciadas e Aluviões Olocênicos.

Ao longo do percurso da rodovia GO-050, ocorrem, principalmente, os seguintes tipospedológicos: Latossolo Vermelho-Escuro Distrófico, Latossolo Roxo Distrófico, Solos LitólicosDistróficos e Areias Quartzosas Álicas e HGPH.

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

A área cortada pela GO-050 (trecho Paraúna 1 Montividiu) apresenta rochas e solos quepossuem características geotécnicas favoráveis e de fácil obtenção como materiais deconstrução necessários às obras de pavimentação do trecho considerado. Os solos em geral,com exceção dos Litólicos Distróficos (Rd) e das Areias Quartzosas Álicas (AQa), podem serusados livremente para os serviços de empréstimo e terraplenagem, estando disponíveis aolongo da faixa de domínio.

2.3 - DESCRIÇÃO DO MEIO BIÓTICO

FLORA

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O bioma Cerrado com os subsistemas que o integram, compõe a flora da região na qualse insere a área de influência da GO-050, entre a cidade de Paraúna e a GO-174.

Segundo IBGE, a rodovia está localizada numa área de tensão ecológica, caracterizadapor contatos de diferentes formações das regiões fitoecológicas do Cerrado e da FlorestaEstacional. Destaca-se na área de influência o cerradão; a mata seca, a mata de galeria; asveredas; o cerrado sensu stricto e o campo cerrado.

A antropização na região é acentuada, observando-se as formações primáriasdescaracterizadas e substituídas pelas monoculturas, destacando-se as lavouras de soja e milho,além das pastagens.

As áreas ainda conservadas estão restritas às formações serranas, pequenas reservasisoladas em meio às lavouras e pastagens e, nos fundo de vales de mais difícil acesso.

AO LONGO DA GO-050

No estudo da flora na área de influência da rodovia, constatou-se umadominância do cerradão recobrindo as áreas de maior fertilidade natural, apresentandonos ambientes ainda conservados uma característica florestal, com dossel contínuo eindivíduos arbóreos com porte variando entre 8 e 12 m.

A camada graminosa nesta formação é ausente sendo o estrato arbustivo formadobasicamente por indivíduos arbóreos jovens. Os poucos representantes arbustivos que sedestacam compõem as famílias Melastomataceae, Bignoniaceae e Leguminosae.

NA FAIXA DE DOMÍNIO

Inúmeros caixas de empréstimo e cascalheiras foram abertas ao longo da rodovia, como naaltura do km 10, próximo ao km 20 e nas margens do ribeirão Formoso, ocasionando odecapeamento do solo e favorecendo a instalação de processos erosivos acentuados,principalmente nos ambientes de maior declividade.A antropização na região e entorno da rodovia é acentuada, havendo locais em que aslavouras de soja e milho ocupam até mesmo a faixa de domínio.Ficou constatado o uso intensivo de herbicidas e inseticidas para controle de pragas, sendoque para aplicação desses produtos são utilizados máquinas agrícolas e avião.A intensa ocupação da região, pelas culturas cíclicas ou pastagens, ocasionaram alteraçõessignificativas na paisagem primária, sendo os remanescentes da vegetação autóctone,encontrados sob a forma de encraves isolados em meio às culturas de soja, milho e algodão.

FAUNA

A diversidade da fauna na área de influência, antes dos elevados índices deantropização regional era altamente significativa, refletindo a diversidade vegetacional da áreade influência da rodovia, quando as várias formas de vegetação do Cerrado, propiciavam altavariedade de habitats à comunidade faunística regional.

A transformação dos habitats naturais da fauna, através das atividades agropecuáriasintensas na região, ocasionou ampla simplificação da comunidade faunística regional, sendoque populações anteriormente frequentes, especialmente de mamíferos, apresentam baixosíndices de abundância e frequência.

A redução da oferta de recursos tróficos contribuiu para à quase eliminação, na região,de algumas populações de espécies que ocupam o ápice da cadeia trófica regional,especialmente os carnívoros, além de outros mamíferos de maior porte ou dependentes deambientes umbrófilos.

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A fragmentação ambiental, dificultando, ou mesmo impedindo, a dispersão natural dafauna, ocasionou, na área de influência, o isolamento de diversas populações, que atualmenteencontram-se refugiadas em regiões serranas com baixos índices de antropização, eimpossibilitadas de promoverem intercâmbio genético com outras.

A simplificação ambiental ao longo da área de influência ocasionou a exclusão de váriaspopulações de mamíferos, antes presentes na região.

2.4 - DESCRIÇÃO DO MEIO ANTRóPICO

Atualmente o uso do solo no município, alem da sua sede urbana e dos povoados de Lobeira eCercado, tem como principal exploração à pecuária e a agricultura.O município de Paraúna situa-se na Mesorregião denominada Sul Goiano e constitui aMicrorregião Vale do Rio dos Bois.Os municípios com os quais Paraúna faz divisa são: ao norte São João, Aurilândia e Cachoeirade Goiás; Ivolândia à oeste; ao sul Santo Antônio da Barra, Acreúna e Rio Verde; à lesteJandaia e à sudoeste Montividiu.

O município de Paraúna é privilegiado em relação às riquezas naturais com vários rios,que ao cortar a topografia da região, precipitam em quedas d'água e corredeiras barulhentas.

Entre as suas maiores atrações está a Serra das Galés, onde a atividade erosivaesculpiu algumas formações ruiniformes interessantes como a Tartaruga, o Rosto do Índio, oCálice, entre outras. Dentre as várias cachoeiras destaca-se a do rio Ponte de Pedra, onde omesmo cavou um "túnel" por onde penetra para reaparecer adiante, depois de formar algumasgalerias.

Estas potencialidades fazem do município um dos mais privilegiados em relação àexploração de uma das atividades econômicas mais promissoras da atualidade que é oecoturismo. Entretanto, falta ao município uma infra-estrutura que possibilite e estimule odesenvolvimento do turismo.

PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO, HISTÓRICO E NATURAL

Em relação ao Patrimônio Natural o município de Paraúna é rico por apresentarformações de rara beleza cênica como o conjunto denominado de Serra das Galés e Serra daPortaria, além do complexo conhecido como rio Ponte de Pedra. Esses ambientes, quemerecem atenção especial pelo valor natural que apresentam, e estão na área de influênciaindireta do empreendimento, ainda não estão oficialmente protegidos pela legislação. Para aSerra das Galés e Serra da Portaria há um projeto de tormar a área um Parque Estadual, cujodocumento aguarda apenas aprovação da governadoria, enquanto que para a área do rioPonte de Pedra a Fundação Estadual de Meio Ambiente sugere a formação de uma APAmunicipal.

Não existem sítios arqueológicos históricos registrados nos municípios de Paraúna eMontividíu, uma vez que aí ainda não se realizaram pesquisas neste campo.

POPULAÇÕES INDíGENAS E TRADICIONAIS

Apesar do vasto patrimônio histórico e cultural da região, não existe atualmente nenhumpovo indigina ou tradicional ocupando áreas do município.

REASSENTAMENTOS

Não está previsto desapropriação ou reassentamento involuntário de populações, umavez que o projeto estará utilizando-se do traçado existente. As jazidas não serão objeto dedesapropriação, prevendo-se apenas a utilização dos materiais.

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3 - AVALIACÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

3.1 - IMPACTOS SOBRE O MEIO FÍSICO

Os levantamentos de campo, na área de influência direta da GO-050, mostraram aocorrência de impactos negativos inerentes a sua implantação. A maior incidência dessesimpactos remanescentes foram observados no trecho do ribeirão Formoso e do córregoLagoinha.

Temos que considerar que, com a implementação das obras de pavimentação, novosimpactos negativos, com certeza, se manifestarão em decorrência da necessidade depromover adequações ao traçado da via, rampas, alargamentos e extração de materiais deconstrução.

IMPACTOS SOBRE O SOLO

A área mais crítica, observada no levantamento de campo, compreende o trecho quecontempla o ribeirão Formoso e o córrego Lagoinha, onde se observa processos progressivosde erosão, inclusive com recalques no aterro da ponte sobre o córrego Lagoinha.

Os taludes dos cortes e aterros são poucos significativos, sendo que o último semanifesta mais, apenas para a regularização do greide.

Com a necessidade de execução de serviços de terraplenagem para a pavimentação darodovia, aumentará a possibilidade de ocorrência de processos erosivos, sobretudo, na área dedomínio dos solos arenosos provenientes das rochas areníticas da Formação Aquidauana.

As áreas a serem selecionadas para canteiros serão passíveis de sofrerem processoserosivos, em decorrência de todo o procedimento que envolve a construção dos mesmos,como desmatamento e limpeza do terreno.

As caixas de empréstimos a serem construídas, favorecerão a ocorrência de processoserosivos principalmente, nos locais de solos frágeis e propícios a instalação destes processos.

A exploração de pedreira implicará em degradação ambiental, já que existemodificações no relevo, formação de pilhas de estéril e estoques. o que contribui para oacúmulo de águas, provocando erosões e assoreamentos.

IMPACTO SOBRE AS ÁGUAS

A exploração de areia ocasiona abertura de caminhos e acessos de serviços paracarregamento e transporte de material, desmatamento da mata ciliar para a implantação 'dascaixas de areia" e possibilidade de contaminação do curso d'água por óleos e graxas. Estescaminhos de serviços por serem provisórios, são mal drenados e com o tempo formam-seravinas preferenciais das águas pluviais, provocando erosões que por sua vez, geramsedimentos que vão comprometer a qualidade das águas dos rios e córregos. Os serviços deterraplenagem causarão interferências localizadas com o fluxo das águas, exigindo medidas decontrole específicas, notadamente nos segmentos mais movimentados.

Sistema de drenagem deficiente, como o observado no córrego Lagoinha, provocamerosões e recalques no aterro comprometendo a conservação da rodovia.

Os bota-foras, quando localizados inadequadamente e forem dispostos, conformados ecompactados incorretamente, podem sofrer processos erosivos provocando assoreamento darede de drenagens.

Vazamentos de combustíveis de máquinas e veículos podem provocar poluição hídrica.

IMPACTOS SOBRE O AR

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A poeira, o ruído e emissão de gases constituem impactos significativos, considerandoque durante as obras de pavimentação haverão aumento dos mesmos em decorrência dosserviços de terraplenagem, que demandam a movimentação e funcionamento de máquinas,veículos e equipamentos que provocam, também, ruídos e gases.

Como, normalmente, os serviços de terraplenagens se concentram no período seco, háum agravamento dos impactos sobre o ar, nos meses de agosto e setembro, pela fumaçaprovocada pelas queimadas.

IMPACTOS SOBRE O MEIO BIóTICO

Para a avaliação dos impactos significativos em relação à comunidade biótica regionalforam determinados os componentes bióticos relativos aos elementos considerados fauna, florae ecossistemas.

Falta de Manutenção e Conservação Adequada da Rodovia e Faixa de Domínio

Essa ação poderá ocasionar um impacto acentuado sobre a biota regional, afetandotodos os elementos considerados, desde que seja utilizado o fogo ou a capina química para ocontrole da vegetação da faixa de domínio, tanto no período de implantação como no deoperação da rodovia.

A má conservação da rodovia, que permita a degradação da capa asfáltica, podeimplicar em novo volume de obras para a recuperação desta e consequentemente em umanova gama de impactos sobre a biota regional.

Desde que não seja utilizada a capina química e as queimadas para a manutenção dafaixa de domínio, e que a conservação da rodovia seja adequada, tal impacto não deveráocorrer de forma significativa, sendo altamente passível de mitigação.

Atropelamento de Animais Silvestres

O atropelamento de animais silvestres na rodovia pavimentada será mais expressivoque na situação atual, em virtude da maior velocidade dos veículos e da dificuldade quealgumas famílias tem de se locomoverem no piso asfáltico.

O revestimento da rodovia ocasiona uma alteração permanente dos habitats da flora eda fauna na área ocupada por esta. Algumas espécies, especialmente de mamíferos degrandes garras, como os dasipodideos e mirmecofagideos, tem dificuldade de locomoção nopiso asfáltico, ficando susceptíveis a atropelamentos ao realizarem a travessia da rodovia.

Pressão Antrópica Sobre os Habitats

No período de operação da rodovia, após a pavimentação, a melhoria das condições detráfego na região favorecerá a abertura de estradas secundárias e a expansão das atividadesagropecuárias na região, ocasionando a incorporação de novas áreas ao processo produtivoem detrimento aos habitats da flora e da fauna regional.

Alteração de Habitats

Para o desenvolvimento das obras torna-se necessário o desmatamento edecapeamento de áreas ao longo da rodovia, especialmente no leito da estrada e na faixa dedomínio. Essa ação implicará na alteração dos habitats da flora e da fauna na área deinfluência direta da rodovia. Nas áreas das jazidas de material essa ação deverá ocorrer deforma significativa.

A exploração de jazidas de brita, cascalho e areia, geralmente ocasionam a degradaçãoambiental das áreas em que localizam, alterando de forma acentuada os habitats da flora e dafauna local. Em algumas áreas podem ser formadas cavas profundas e irregulares, dificultandoa recomposição paisagística futura.

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A localização de áreas degradadas pela exploração de jazidas minerais, em áreaspróximas à rodovia, geralmente ocasionam efeitos paisagísticos caóticos.

O desmatamento de áreas desnecessárias para a implantação do empreendimentopoderá contribuir de forma acentuada para a maximização desse impacto, constatando-se emalgumas rodovias o desmatamento de toda a faixa de domínio, favorecendo a instalação deprocessos erosivos e dificultando a recomposição paisagística ao longo da mesma.

O desmatamento e decapeamento de áreas para a exploração de jazidas minerais, semos devidos cuidados, poderá ocasionar a degradação dessas áreas, interferindo nacomunidade biótica local.

Essa ação, caso desenvolvida ao longo de matas de galeria e/ou veredas, poderáocasionar maiores interferências nos habitats da flora e da fauna.

As escavações ao longo da faixa de domínio para o empréstimo de material, geralmenteocasionam a formação de grandes cavas, especialmente junto aos locais onde são necessáriosaterros volumosos, alterando de forma significativa os habitats da flora e da fauna nesseslocais.

As cavas formadas geralmente permanecem inundadas durante períodos do ano,favorecendo a atração de espécies de hábitos aquáticos, especialmente de aves.

Interferência nas Comunidades Faunisticas, Aquáticas e Semi-Aquáticas

As obras-de-arte correntes são necessárias nos locais de travessia da rodovia porambientes aquáticos ou higrófilos, como pequenos cursos-d'água e veredas, podendo interferirno fluxo das águas nesses locais, através da alteração dos habitats de espécies aquáticas,semi-aquáticas e de hábitos aquáticos.

O prolongamento do tempo das obras nesses locais e o mal dimensionamento dosbueiros poderá contribuir para a maximização desse impacto, bem como a permanência dedesvios ou barragens.

A construção de pontes poderá ocasionar interferências na qualidade biótica dos cursosd'água, durante o período de implantação, devido às interferências diretas como desvios deleitos; cavas ao longo da faixa de domínio para o empréstimo de material para oencabeçamento das pontes; e interferência na vegetação dessa área.

A construção de grandes aterros junto às pontes geralmente dificulta o trânsito deanimais silvestres nessas áreas, interferindo na cadeia trófica regional.

Interferências acentuadas na vegetação dessas áreas contribuirá para a alteração doshabitats das populações faunísticas locais, que geralmente mantém uma inter-relaçãoacentuada com os ambientes aquáticos ou semi-aquáticas, e são altamente dependentesdesses.

Caça, Pesca e Extração de Produtos Vegetais

A presença humana em áreas que constituem habitats da flora e da fauna,causam interferência nessas comunidades, através da ação direta de funcionários oumesmo de efeitos indiretos, através do movimento de máquinas, ruídos, poeira eemissão de gases.

Ações predatórias sobre a fauna e a flora, como a caça, a pesca e a extração deprodutos vegetais é comum em áreas próximas a acampamento ou ao longo do canteiro deobras.

A má alimentação de funcionários estimula a ocorrência da caça e da pesca,para a complementação alimentar, bem como da extração de produtos vegetaiscomestíveis como os palmitos de palmeiras.

Interferência na Qualidade Biótica Regional

A operação de maquinário, interfere na qualidáde biótica regional através da poluiçãoambiental e de outros efeitos como a compactação do solo, ocasionando a redução da

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qualidade biótica nas áreas das obras e nas de exploração de jazidas minerais, dificultando arecomposição paisagística das áreas e contribuindo para a simplificação da comunidadefaunística local, pelo stress e fuga de indivíduos.

A localização inadequada de acampamentos e canteiros pode interferir em ambientescomo veredas e florestas de galeria, que apresentam vegetação de maior porte e maissensíveis à pressão antrópica na região. A proximidade de cursos-d'água pode favorecer olançamento de resíduos nos ambientes aquáticos e o desenvolvimento de processos erosivosapós o abandono da área.

A extração de madeira para a construção de instalações interfere na vegetação nativa,ocasionando a simplificação de populações de espécies de maior porte nas adjacências dosacampamentos e canteiros.

Acampamentos instalados junto a áreas de alta concentração faunistica favorecem asações predatórias e interferências nos habitats da biota local.

Alterações na Flora

O desmatamento e decapeamento de áreas ocasionam o acúmulo de material orgânicoe inorgânico ao longo da faixa de domínio, sendo que o seu lançamento de forma desordenadae inadequada dificulta, ou mesmo inviabiliza futuros processos de recomposição paisagística.

A utilização de queimadas para eliminar residuos vegetais ocasiona a redução dascondições bióticas nesses locais, podendo afetar ambientes circunvizinhos.

O armazenamento adequado do material removido deverá contribuir para arecomposição das áreas degradadas durante a implantação do empreendimento.

Comprometimento da Biota

Depósitos de betume instalados nas adjacências de cursos-d'água, veredas oumatas de galeria, podem comprometer a biota desses locais através de vazamentos dematerial.

A não remoção dos equipamentos após o término das obras, implica eminterferência da qualidade ambiental dessas áreas. Vazamentos nessas áreascomprometem os ambientes terrestres e aquáticos, se não forem executadas obra decaptação de possíveis vazamentos e prevenção de lançamento em direção aocorrências hídricas.

A abrangência desse impacto é altamente localizada, desde que não ocorra ainstalação junto a cursos d'água e/ou veredas, e sua mitigação é alta, nãorepresentando impacto significativo para o meio biótico.

Impedimento da Circulação da Fauna

A necessidade da construção de cercas para a contenção de herbívoros domésticosdificulta a circulação das espécies faunísticas de maior porte, ao mesmo tempo que a própriavia pavimentada torna-se um obstáculo para a travessia de algumas delas.

Impactos Sobre o Meio Antrópico

O empreendimento, ligando por rodovia pavimentada Paraúna à GO-174, através daGO-050, gerará como impacto mais significativo a melhoria das condições de escoamento daexpressiva produção agrícola desta região, bem como representa um importante avanço namelhoria da acessibilidade aos principais pontos turísticos do município que são a Serra dasGalés e o rio Ponte de Pedra.

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A rodovia já está em parte implantada em leito natural mas a pavimentação exigiráalgumas correções em sua trajetória original, significando que alguns impactos existentespoderão ser mitigados com o novo traçado. Em geral a pavimentação tende a gerar impactospositivos e com alcances extensos em razão da característica de flexibilização queapresentam.

Geração de EmpregoOs serviços da obra de pavimentação da rodovia GO-050, no trecho correspondente a

ligação de Paraúna com a GO-174, necessitarão da contratação de operários da área deconstrução civil, devendo oferecer vagas que poderão se estender á toda a região, na área deinfluência. Em razão do atual momento econõmico vivido no país, trata-se de um impactopositivo e que deve minimizar a carência de emprego na região. É um impacto indireto, demagnitude acentuada, temporário, que ocorrerá na fase de implantação, sendo reversível, comabrangência regional e boas condições de otimização.

Comportamento Inadequado de Operários

Na fase de ocupação do alojamento, do canteiro de obras bem como dodesenvolvimento dos trabalhos no trecho, poderá haver atitudes inconvenientes, dos operários,agredindo hábitos e costumes da comunidade local. Tratar-se-ia de um impacto negativo nafase de implantação da obra. Sua magnitude deve ser moderada, com duração temporária,abrangência local e regulares condições de reversibilidade e mitigação.

Ocorrência de Acidentes

Ocorrência de acidentes envolvendo máquinas e veículos da empreiteira e animais decriação das propriedades limítrofes é um impacto negativo possível de ocorrer na fase deimplantação da obra. Seria um impacto indireto, de magnitude moderada, temporário,reversível, de abrangência interna e regulares condições de mitigação.

Conflito com o Assentamento de PA, do INCRA

A pavimentação da rodovia poderá gerar conflito na altura do assentamentodenominado PA, do INCRA. A obra poderá estimular ou dinamizar a chegada de novosocupantes, havendo a possibilidade dos mesmos se instalarem informalmente, ao longo darodovia aumentando os riscos de ocorrência de acidentes no local e inclusive podendoprovocar a contaminação dos mananciais próximos (córrego Corrente e rio Ponte de Pedra)pelo lançamento de resíduos diversos como esgoto, lixo, agrotóxicos entre outros. Trata-se deimpactos de magnitude alta e abrangência local.

Interferência na Vida dos Usuários

É na fase de implantação do empreendimento que se requer ações que alteram muito asituação atual da estrada, como por exemplo a terraplenagem, a implantação de pontes,bueiros e desvios. São ações que interferem, de alguma maneira, na vida dos usuários daestrada. Interferências como essas podem provocar acidentes ou danos materiais aosusuários da estrada. Tratar-se-ia de um impacto negativo indireto, de magnitude acentuada,temporário, reversível, de abrangência interna e regulares possibilidades de mitigação.

Valorização das Propriedades

Com a melhoria da infra-estrutura viária, que facilita o acesso, haverá a valorização daspropriedades rurais, do município de Paraúna e especialmente daquelas situadas maispróximas à rodovia. É um impacto que deverá recompensar os investimentos feitos e

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certamente induzirá a outros como por exemplo a possibilidade de ganhos com a exploraçãodo turismo. Este impacto deverá ocorrer já a partir da fase de implantação, se estendendo aolongo da fase de operação; sua magnitude deverá ser acentuada, com abrangência regional eboas condições de otimização.

Incremento ao Turismo

A melhoria na acessibilidade viária entre a cidade e os pontos de atração turísticagerará um impacto positivo esperado para a fase de operação da rodovia que é a possibilidadeda exploração econômica do ecoturismo. Esta atividade se reverterá em maiores recursos aoscofres municipais. Com magnitude acentuada, este impacto indireto, permanente, comabrangência regional, boas possibilidades de otimização deverá ocorrer na fase de operaçãoda rodovia.

Intensificação no Uso do Solo

Outro impacto esperado, após a implantação da rodovia, é a intensificação daocupação e do uso do solo na região. Com a rodovia pavimentada e a maior facilidade para oescoamento da produção, a tendência é que se intensifique o uso agrícola e até que surjamnovas formas de exploração da terra. Este impacto indireto, de magnitude moderada, duraçãopermanente e abrangência regional apresenta características regulares para que sejaotimizado.

Agressão aos Ambientes de Beleza Cênica

A melhoria nas condições de acesso aos pontos turísticos naturais como rio Ponte dePedras, Serra das Galés, Serra da Portaria e Muralha, exporá esses ambientes, tornando-osvulneráveis a ação predatória dos visitantes inconseqüentes. Seria um impacto indireto, demagnitude acentuada, que ocorreria na fase de operação do empreendimento.

Formação de Pontos Críticos

A diretriz da via segue basicamente o traçado existente que em grande parte do trecho,segue os divisotes de água. Os cursos d'água cruzados pela GO-050, no trecho, são o ribeirãoFormoso, córrego Marimbondo, Lagoinha, Corrente e rio Ponte de Pedra.

Os pontos considerados sensíveis, isto é, com maiores possibilidades de impactos, parao meio antrópico, e que deverão ser objeto de cuidados específicos nas fases de projeto,implantação e operação, são: a saída do núcleo urbano de Paraúna, as interseções com outrasvias e o trecho entre o córrego Corrente e o rio Ponte de Pedra.

O primeiro ponto sensível é devido a parte de perímetro urbano cruzado pela rodovia,principalmente entre o Setor Paulo Faria, implantada na margem direita da GO-050, a umquilômetro da sede municipal, cuja tendência natural é a ocupação desse vazio entre eles.

O segundo ponto refere-se aos entroncamentos com outras rodovias, GO-411 e GO-164, e acessos aos pontos turísticos, Serra das Galés e Ponte de Pedra.

O terceiro é o trecho entre o córrego Corrente e o rio Ponte de Pedra devido,principalmente, ao assentamento rural do INCRA que é cortado pela via.

Nesses pontos os impactos prognosticados poderão acentuar-se tanto na fase deimplantação quanto de operação.

Impactos Decorrentes da Operação do Canteiro e Alojamento

Em termos de saneamento ambiental a operação do canteiro de obras e alojamentospoderão determinar os seguintes impactos.

- Possibilidade dos operários contraírem doenças transmissiveis por contato e deveiculação hídrica, pela ingestão de água e alimentos contaminados;

- Acidentes de trabalho nas diversas atividades do canteiro;

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- Degradação do solo e de drenagens por resíduos sólidos gerados no canteiro, bemcomo, por vazamentos dos depósitos de betume e pelos efluentes líquidosprovenientes das oficinas de manutenção e lubrificação e dos lavadores demáquinas e veículos;

- Contaminação do lençol freático por efluentes sanitários.Nas frentes de serviços são impactos potenciais:- Os impactos esperados são moderados ao longo do trecho e tendem a acentuarem

nos pontos sensíveis identificados, mesmo considerando suas temporalidadesdeverão ser objetos de cuidados e, onde couber, de medidas preventivas. Osimpactos potenciais são acidentes, ruídos, vibrações, poeira e interferências notrãnsito de pessoas e veículos;

- Os desvios para implantação das obras representa uma ação impactante compotencialidade para acidentes com usuários da via, sendo temporários eperfeitamente mitigáveis.

Os impactos significativos prognosticados para a fase de operação são, na maioria,positivos e justificam o empreendimento como: aumento da segurança; conforto e rapidez nosdeslocamentos, tanto no transporte de pessoas quanto de insumos e produção, e a perspectivado incremento ao turismo na região.

Risco no Transporte de Cargas Perigosas

Na fase operacional da rodovia a poluição ambiental é representada também pelaprecipitação de hidrocarbonetos e aldeidos emanados da descarga de veículos, borracha easbestos liberados por pneus e lonas de freio, poeira e materiais sólidos oriundos de cargas.Esses efeitos podem ser controlados por uma fiscalização e controle da qualidade econservação dos equipamentos, cujas exigências estão estabelecidas na resolução CONAMAn° 18/86.

Mais importante, em termos de riscos ao meio ambiente, são os prováveis acidentesenvolvendo o transporte de produtos perigosos. Esses acidentes, ao longo da rodovia,potencializam-se nos pontos "sensíveis" da via, quase sempre envolvendo drenagens.

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GO-156 - AMERICANO DO BRASIL ATÉ ITABERAI

O Governo de Goiás está implementando, as obras de pavimentação da rodovia GO-156, trecho do entroncamento com a GO-070, Itaberaí à Americano do Brasil, com extensão de34,0 km, foi determinado pelo FEMAGO, a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental EIA eseu respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA.

Boa parte desta pavimentação será feita no leito da estrada já existente e visa melhoraras condições de transporte da região.

Os estudos elaborados permitem dizer que a obra de pavimentação da rodovia GO-1 56,no trecho entre a GO-070 (Itaberaí) e Americano do Brasil, é um empreendimentoambientalmente viável.

1 - DESCRICÃO TÉCNICA DO PROJETO

O projeto executivo de engenharia elaborado para a rodovia no trecho em questãoapresentou características específicas as quais estão listadas a seguir, através de umaitemização dos principais temas e quantitativos envolvidos.

a) Características técnicasTrata-se de uma rodovia de classe lii, segundo as Normas Para a ClassificaçãoFuncional de vias do DNER:RODOVIA: : Classe 1I1Velocidade diretriz : 80 km/hPista de rolamento : 3,50 mAcostamento :1,30 mAcostamento :1,30 mLargura da faixa de domínio : 60,00 mDeclividade transv. em tangente: 3 %Taxa máxima de superelevação: 8 %Taludes:

. Corte em solo :1:1

. Corte em rocha : 8:1

.Aterro :1:1,2

b) Características planimétricasA diretriz imposta ao traçado da rodovia possui boas condições de planta e perfil,situando-se a rampa máxima em 7,75% e o raio de curvatura mínimo em 245,58 m.

DESCRIÇAO Total (km)Desenvolvimento em tangente 22,78Desenvolvimento em curva 11,21TOTAL POR SUB-TRECHO 33,99

c) TerraplenagemUma consideração relevante nesta rodovia refere-se ao fato do traçado projetadocoincidir praticamente em toda extensão, com a estrada anteriormente implantada.Tal fato viabiliza integralmente os custos, sem comprometer a qualidade técnica daobra.Nos serviços de terraplenagem, verificaram-se os seguintes dados técnicos:

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Escavação e carga de material- Corte: Material de 1a Categoria =445.676 m3

- Corte: Material de 21 Categoria = 12.931 m3.- Empréstimos: Material de 1a Categoria = 229.170 m3

- Aterros: Material de 1i Categoria = 352.370 m3.- Bota-Fora = 526 m3

d) PavimentaçãoCamada (cm) Sub-trecho 4 (cm)

Revestimento (Pista) 2,5Revestimento (Acostamentos) 2,5Base 20,0Sub-base 12Espessuras médias em cm

Sub-trecho 1d.2) Materiais de revestimento

- Asfalto diluído (CM-30) = 400 t- CAP-150/200 - = 634 t.- Brita = 7.849 m3.Material granular* Volume de sub-base = 64.288 m3

* Volume de base Solo: = 88.836 m3

Areia: = 38.072 m3

e) Obras de arte

e. 1) Bueiros tubularesEm todo o trecho foram projetados bueiros tubulares, todos com diâmetro de 1,00m, em sua maioria bueiros simples.

Bueiros tubulares Diâmetro Metros (m)BSTC 1.00m 353mBDTC 10.0m 91mBTTC 1.OOm 19m

e.2) Bueiros celularesCOMPRIMENTO (m) OBRA CURSO D'ÁGUA42,00 BSCC 2,50x2.50 cor. Laranjeira54,00m BDCC 2,50x2.50 Rib. Barro Alto27,20 BDCC 2,50x2.50 cor. da Ponte22,10 BTCC 2,50x2.50 cor. da Extrema28,70 BDCC 2,50x2.50 cor. da Pontinha36,70 PCA(existente) rio dos Patos25,31 BSCC 3,00x3,00 cor. Fazenda Seca28,42 BSCC 3,00x3,00 cor. 230,28 BDCC 3,00x3,00 cor. Porteira35,93 BTCC 3,00x3,00 cor. Dois Irmãos140,00 PCA (existente) rio Verde59,48 PCA cor. do Angico

BSCC- Bueiro Simples Celular de ConcretoBDCC- Bueiro Duplo Celular de ConcretoBTCC- Bueiro Triplo Celular de ConcretoTemos um total de 5 (cinco) bueiros celulares como obras de arte especiaisindicadas em projeto.

f) InterseçõesInterseção: GO-070Interseção: Acesso para Mossâmedes

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2 - DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

2.1 - ÁREA DE INFLUÊNCIA

Área de influência diretaA abrangência da área de influência deve, portanto, ser estendida a uma faixa de

aproximadamente 500 metros para cada fianco da rodovia.Compõe, ainda, a área de influência direta as cascalheiras e seu entorno mais próximo,

bem como o acesso dessas ao eixo da rodovia.

Área de influência indiretaA área de influência indireta é mais ampla em razão das condições de flexibilidade que

a rodovia possibilita. A sua abrangência, pelo fianco direito, sentido ltaberaí-Americano doBrasil, inicia-se na GO-070 até alcançar o rio do Bugre, seguindo por este até a sua nascente,daí segue cortando o alto curso do córrego Limoeiro e do córrego do Boi até próximo a sede domunicípio de Americano do Brasil. Pelo flanco esquerdo os limites dessa área é, desde aproximidade da cidade de Itaberai, o rio das Pedras até a confluência com o seu afluentecórrego do Retiro, seguindo por este até encontrar o formador do rio dos Bois pelo qual segueas proximidades de Americano do Brasil.

2.2 - DESCRIÇÃO DO MEIO FISICO

O comportamento pluviométrico da área, considerando a série meteorológica demonstracorrespondência entre as estações, registrando-se total pluviométrico mensal superior a 150mm nos meses de novembro à março, e inferior a 50 mm (precipitação inferior ao dobro datemperatura média do respectivo mês) nos meses de maio à agosto, caracterizando umperíodo seco relativo a 4 meses.

O empreendimento em questão encontra-se localizado no interflúvio entre as bacias dosrios Turvo (a oeste) e Meia Ponte (a leste), além de próximo às nascentes da bacia do rioAraguaia. Portanto, encontra-se localizada em área de dispersão de água, embora localmenteencontra-se caracterizado pelo rio das Pedras e Bugre, que drenam em direção norte, bemcomo o dos Bois que se direciona para o sul.

Por encontrar-se localizado em grande parte, no divisor entre as sub-bacias dos rios dasPedras e do Bugre, o empreendimento encontra-se pouco interceptado pela drenagem.Quando acontece, normalmente refere-se a cursos de pequena expressão, próximos à primeiraordem. Entre Americano do Brasil e Itaberai destacam-se as interceptações marcadas pelotributário do rio das Pedras, na localidade de Quebra-Queixo (km 11,6), seguida pelo córregoSão Tomé, que passa próximo à sede da fazenda São João (km 16). Ainda em direçãonordeste (sentido Americano do Brasii-ltaberai) a estrada atual intercepta o córrego Chichá (km19,9). A partir de então nova interceptação ocorre nas imediações da fazenda Laranjeira (km30) pelo tributário esquerdo do córrego Padre Felipe.

A geologia da região atravessada pela GO-156 na extensão de 35 km compreende derochas metamórficas em (58%) e igneas em (32%) do trecho, os 10% restantes correspondemas coberturas detrítico-lateríticas localizadas na área urbana de Americano do Brasil e nasimediações de Itaberaí (parte sul da cidade).

A área em questão encontra-se individualizada por duas grandes regiõesgeomorfológicas: a) o Planalto Central Goiano, regionalmente representado pelas unidadesdenominadas Planalto Rebaixado de Goiânia e Depressões Intermontanas, e b) Depressão doAraguaia. O referido limite é marcado pela Serra Dourada, correspondente a escarpa estruturalde Hog-back sustentado por quartzitos micáceos (Casseti, 1984/86). A característicamorfológica básica, responsável pela diferenciação em questão, é marcada pelo domíniotopográfico: 400-500 metros na depressão do Araguaia, localmente drenada pela bacia do rio

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Vermelho; e de 700-950 metros no Planalto Central Goiano, regionalmente drenado portributários das sub-bacias que têm como nível de base o rio Paranaíba.

Com base em levantamentos de campo observou-se ao longo da estrada percorrida(Americano do Brasil-Itaberaí), correspondente a topo de interflúvio, conforme se mencionou-seanteriormente, ocorrência de latossolos com características diferenciadas pelo próprio fatorestrutural: enquanto no domínio do complexo gnaissico prevalece o latossolo vermelho-amarelo, nas seqüências metavulcano-sedimentares ou mesmo intrusivas básicas, opredomínio do latossolo vermelho-escuro. Embora distróficos, apresentam diferenciaçõespromovidas pelo teor de Fe203. Esse fato, sobretudo no domínio das formas maisconvexizadas, onde prevalecem os cambissolos distróficos, registra-se remanescentes de umacobertura vegetal diferenciada, como a prevalência de formação florestal tropical estacional nasestruturas básicas (gabro e anortosito, como observados entre Americano do Brasil eCongomé), e áreas de Tensão Ecológica (associação de formações florestais e cerrado) embiotita-gnaisses do complexo goiano.

Materiais de construção

Os solos cortados pela rodovia GO-156 no trecho considerado (Itaberaí - Americano doBrasil) são predominantemente latossolo vermelho escuro distrófico) tendo subordinadoscambissolo distrófico e podzólico vermelho-amarelo distrófico que, em geral, oferecem boascondições para serem usadas como material de construção para rodovias e estão disponíveisas margens da estrada. As coberturas detrítico-lateríticas estão disponíveis nas extremidadesdo trecho (Americano do Brasil e Itaberaí) e quanto a pedreiras, os empréstimos (maciçosrochosos) são abundantes nas imediações da faixa do, trecho com fácil acesso. As litologiaspresentes em geral, são compatíveis com as necessidades de material de construção. Asrochas migmatíticas (presença de paleosoma e neosama) devem ser evitadas para pedreiras eo mesmo deve ser feito para os granulitos e granitóides (rochas muito duras e com grandeporcentagem de pó quando britadas).

Estabilidade de taludesO projeto de engenharia, no referente a possíveis cortes em maciços rochosos, deve

evitar e/ou tomar medidas compatíveis para evitar as zonas de cizalhamento onde as litologias(em geral milonitos) são facilmente erodíveis.

EmpréstimosCom relação aos empréstimos previamente levantadas pelo DERGO (1989) para

empréstimo de material de base e sub-base para a construção da rodovia GO-156, trechoAmericano do Brasil - Entroncamento da GO-070 (Itaberaí), observou-se as seguintescaracterísticas:

O empréstimo 1 encontra-se localizado nas imediações de Santa Rita, a 1,5 km daigreja do referido povoado, sentido leste, na fazenda de Dejair Antonio Mendanha. Apresentauma extensão de aproximadamente 80.000m2, sendo que 50 .000m2 encontra-se coberta pormata tropical estacional e espécies do cerrado (área de tensão ecológica). Observações locaisdemonstram maior concentração de cascalho na seção superior da vertente, grande partesotoposto por importante cobertura vegetal. A seção inferior encontra-se caracterizada pormaterial colúvio-aluvial, ocupado por pastagem, registrando-se ainda remanescentes da mataciliar ao longo do córrego Padre Felipe.

O empréstimo 2 encontra-se localizado a pouco mais de 2 km do entroncamento daestrada projetada (Americano do Brasil-Itaberaí), em direção a Congomé. Localizada nafazenda Manoel Pereira de Souza, nas margens do rio das Pedras, inclusive apresentando asinuosidade imposta pelo processo de meandração local, após forte angularidade relacionadaa efeitos tectõnicos. Ao longo do referido curso constata-se a presença de mata ciliar,superfície alveolar embutida e remanescentes de mata tropical estacional na porção superiorda vertente.

O empréstimo 3 encontra-se localizado a 3,4 km da estaca 1296 (entroncamento daatual estrada para Mossãmedes e Itaberaí), após extenso plantio de cana-de-açúcar. Observa-

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se contudo que a extensão de cascalho transgride em direção à ruptura topográfica, queculmina na depressão do córrego Santo Antônio, momento que passa a ser revestida porremanescentes de mata tropical/cerradão (área de tensão ecológica), registrando-selocalmente, ocorrência de pequena nascente que busca o nível de base mencionado. Nareferida ruptura de declive observa-se a presença de afloramento de quartzo-clorita xistoparcialmente revestido por cascalhos (canga laterítica e quartzo rubiginoso).

O empréstimo 4 localiza-se entre os quilômetros 1,1 a 1,7 da GO-070, cujo ponto dista a13,1 km do entroncamento da referida rodovia com a estrada Itaberaí-Americano do Brasil. Aárea corresponde a interflúvio tabular, levemente inclinado para leste, em direção à depressãodo córrego Sítio do Campo. Corresponde a extensa área de cascalho laterítico e areia,atualmente ocupada por pastagem e remanescentes de espécies do cerrado. Observa-se nolocal, existência de cava, que demonstra processo de exploração passada.

2.3 - MEIO BIÓTICO

FLORA

A região do empreendimento insere-se no bioma Cerrado, em meio as suasassociações de matas secas e zonas ecotonais resultantes do encontro das formaçõesflorestais com as diversas fisionomias do Cerrado.

O área ao longo da rodovia GO-1 56, que interliga os municípios de Americano do Brasile Itaberaí, é dominado por solos do tipo latossolo vermelho escuro, de origem básica, quepossibilitam o surgimento da vegetação de mata, sendo que nessa região predomina a mataseca semidecidual. Em alguns trechos, o solo é do tipo latossolo amarelo escuro que propiciamo domínio da vegetação de cerrado típico e onde este é mais básico, ocorre o cerradão. Noencontro destas duas fisionomias aparecem as zonas ecotonais.

Na região interceptada por esse trecho da rodovia, predominam as zonas ecotonaiscom a presença da mata seca .em alguns locais, observando-se algumas áreas florestais aindaintactas. A variedade do solo também se reflete na fitofisionomia , pois além das matasaparecem o cerradão; o cerrado típico; o cerrado ralo , além das matas de galeria e veredas.

Dentro da área de influencia da rodovia, ocorre mata, resquício da vegetação original.Cabeceira de drenagem encontra-se ao lado da rodovia, na área de influencia .direta, cujamata de galeria vem sofrendo alterações e encontra-se degradada.

FAUNAA comunidade faunística regional caracteriza-se sob as condições primárias de seus

habitats por uma elevada diversidade faunistica característica dos ambientes do Cerrado, emespecial pelas áreas de confronto das diversas tipologias vegetacionais que compõe essebioma com as formações florestais da mata seca.

A elevada variedade de recursos ecológicos proporcionada pela diversidade fisionômicafavorecia, na região, a presença de uma comunidade faunistica altamente diversificada,composta por espécies que ocupam desde as áreas mais elevadas da cadeia trófica regionalaté as mais inferiores.

Atualmente os elevados índices de antropização dos habitats faunísticos ocasionaramelevada simplificação dos diversos táxons que compunham a fauna regional, em especial dasespécies que ocupam os níveis mais elevados da cadeia trófica regional, como os grandescarnívoros.

As populações remanescentes da fauna nativa, em especial as da mastofauna de médioa maior porte, encontram-se simplificadas e refugiadas nas regiões serranas, onde o relevodificultou maior antropização de seus habitats e ainda ocorrem agrupamentos vegetacionaisvegetacionais.

A exemplo da comunidade faunística regional a fauna ao longo da área de influênciadireta da GO-156 apresenta-se altamente simplificada em virtude da alteração de seushabitats, geralmente transformados em lavouras ou pastagens.

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O curso d'água mais significativo na área de influência é o rio das Pedras, queatualmente apresenta sinais elevados de degradação, assim como seus afluentes, devido aointenso processo de antropização regional o qual ocasionou a simplificação dos habitats dafauna e da flora, em especial através das atividades agrosilvopastoris. Esse curso d'água, 'tafluente do rio Uru, que deságua no rio das Almas, exerce papel relevante na formação dabacia do Tocantins, sendo que na região apresenta uma ictiofauna caracteristica das Lcabeceiras de drenagem dessa bacia.

2.4- DESCRIÇÃO DO MEIO ANTRÕPICO

O levantamento do uso do solo ao longo do empreendimento da GO-156, trechoAmericano do Brasil GO-070, compreendendo uma faixa de aproximadamente 35 km, tendo arodovia ao centro, revela alto índice de antropização.

A interpretação da imagem do satélite Land Sat mostra, claramente, a prevalência dasáreas antropizadas em relação à cobertura vegetal nativa.

A análise percentual revela que 72,64% do referido espaço corresponde a áreascultivadas com agricultura ou pastagem. Essa modalidade de uso distribui-se amplamente pelaárea ocupando, predominantemente, os interflúvios e estando sempre presente ás margens darodovia.

Em números percentuais aparece em segundo lugar, ocupando 13,36% da área, asformações de mata galeria. Essa feição vegetacional é bastante característica em suadistribuição pela área pois se distribui pelas cabeceiras de drenagem e, principalmente pelosvales, acompanhando os cursos d'água.

Em seguida, pela abrangência percentual, vem as formações, denominadas, de mata,cerradão e capoeirão. Essas fisionomia vegetacional, que ocupa 9,27% da área, constituienclaves residuais, distribuídos esparsamente e certamente correspondentes à parcela exigidapor lei aos proprietários. Exceção a essa espacialização ocorre em áreas mais acidentadas, notopo e nas encostas da Serra das Lages, á esquerda da rodovia (sentido Americano GO-070).Nesta porção essas fisionomias floristicas prevalecem.

Com os menores indices de ocupação surgem as formações do tipo savanaarborizada/pastagem natural, com 4,71% do total da área enfocada. Essa vegetação,diferentemente das demais, aparece em áreas localizadas, a nordeste da cidade de Americanodo Brasil, nas nascentes dos rios das Pedras, rio dos Bois e ribeirão Anicunzinho, e ainda, aoeste desta cidade, permeando as fisionomias de mata e cerradão, junto a Serra das Lajes.

Patrimônio cultural arqueológico pré-histórico

O trecho Itaberaí-Americano.do Brasil possui 34km de extensão, os quais se encontramintensamente impactados com atividades antrópicas (pastagens, lavouras etc.). Isto nãoimpediu a identificação, em uma breve vistoria de campo não sistemática, de doisassentamentos arqueológicos nas áreas de influência direta da obra, localizados à margemdireita da estrada, nas propriedades de Barro Amarelo e São João do Retiro. Em ambos, foramevidenciados fragmentos cerãmicos em áreas de pastagens, em superfície e sub-superfície.

4 - AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

4.1 - Impactos sobre o meio físicoNa área de influência da rodovia deverão ocorrer alguns impactos negativos

conseqüentes da fase de implantação da mesma. Ao longo do trecho serão cortadas áreas detopografia mais acidentada, áreas colinosas e de topografia suave, nas quais ocorrerão,taludes, aterros, cortes e modificações impostas ao fluxo das águas superficiais.

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Climatologia

Os elementos do clima devem ser encarados como agentes morfogenéticos,responsáveis pelos impactos ambientais, relacionados principalmente aos efeitos erosionais.Contudo, principalmente na fase de construção do empreendimento, algumas ações, como porexemplo movimentação de máquinas, veículos pesados, podem implicar impactos de naturezaclimatológica, como a contaminação atmosférica por gases e material particulado, alémdaqueles relacionados a produção de ruído.

Hidrografia

Os impactos relacionados ao sistema hidrográfico são decorrentes daqueles produzidosanteriormente, ou seja, por se constituir em nível de base local ou mesmo regional, o sistemafluvial normalmente acaba sendo impactado pelos efeitos produzidos à montante. Comoexemplo destaca-se aqui a contaminação da água pela concentração de material emsuspensão, cuja intensidade pode implicar assoreamento. O assoreamento refere-se a impactonegativo, que embora local pode assumir maior relevãncia mas apresentando altamitigabilidade.

Geomorfologia

Estima-se a ocorrência dos possíveis impactos, a seguir discriminados.- Córrego do Limoeiro (km 5,4, sentido Americano do Brasil-Itaberai), onde se evidencia forte

grau de assoreamento favorecido pelo declive das vertentes imediatas (superior a 30%) +bem como decapeamento da margem esquerda, atualmente em processo de recuperaçãoparcial (bacias de contenção subdimensionadas). Estima-se para o local, a construção decortes e aterros da ordem de 5 metros de altura, com extensão aproximada de 800 metros,que com certeza poderá implicar em erosão de taludes bem como incisão linear (erosãoacelerada) ao longo da base dos cortes pelo fluxo por terra (escoamento pluvial);

- Tributário do rio das Pedras (km 11,6), que implicará em cortes e aterros deaproximadamente 1,5 a 2,0 metros de altura, por uma extensão de 400 metros. Embora odeclive não seja tão pronunciado (da ordem de 20%), as alterações poderão implicarprocessos erosivos em taludés ou mesmo assoreamento do sistema fluvial;

- Depressão da Fazenda Santa Maria (km 14,4) que implicará na elaboração de cortes eaterros da ordem de 2 metros de altura, por uma extensão aproximada de 500 metros (dokm 14,4 a 14,9), também motivando preocupação quanto aos processos pluvioerosivos emtaludes e na base dos referidos cortes pelo fluxo concentrado;

- Córrego São Tomé (km 16,7), onde deverá ser construído aterro de aproximadamente 2,5metros sobre ponte ou galeria fluvial. Registra-se aqui a possibilidade de processoserosivos nos taludes do aterro, podendo implicar processo de assoreamento do córregoSão Tomé, bem como degradação da mata ciliar existente no local;

- Córrego Chichá (km 19,9, ainda sentido Americano do Brasil-Itaberai), onde deverá serconstruído aterro e cortes de vertentes da ordem de 3 metros de altura (encabeçamento deponte), apresentando extensão de aproximadamente 400 metros (km 19,7 a 20,1). Estima-se também a possibilidade de processos erosivos tanto nos taludes de aterro quanto noscortes de vertentes, além de erosão linear na base dos cortes, considerando o declive (emtorno de 30%) e susceptibilidade erosiva do material subjacente;

- Tributário do córrego Padre Felipe (Fazenda Laranjeira, no km 30,7) onde se estima aterroe cortes de vertentes de aproximadamente 3 metros de altura, numa extensão deaproximadamente 200 metros (do km 30,6 ao 30,8). Também estima-se ações erosionaisem taludes e possível processo de assoreamento do referido curso d'água.

Os demais trechos são caracterizados por "grade' colado, ou seja, deverão apresentarpequenos aterros (da ordem de 0,5 até 1,0 metro de altura), com o objetivo de elevar o leito da

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estrada em relação a seção imediata. Para tal deverão ser produzidas caixas de empréstimo aolongo dos referidos trechos, que dependendo do grau de aprofundamento das mesmas,poderão estimular impactos erosivos, sobretudo nas rampas de entrada.

Erosão em cortes de taludeConforme observou-se anteriormente, em função da maior movimentação topográfica

evidenciada principalmente nos primeiros 16 quilômetros da estrada (sentido Americano doBrasil-itaberaí), onde alguns cortes deverão ser efetuados (declives superiores a 300 comoentre a fazenda Santa Maria - km 14,4 - e a fazenda Carro Quebrado). Embora a estruturageológica e mesmo depósitos de cobertura atenuem os impactos decorrentes davulnerabilidade morfológica, alguns cuidados devem ser adotados com vistas ao processo demitigação. Trata-se de efeito negativo, de alta magnitude, com duração permanente, porémcom mitigabilidade alta.

Erosão em aterrosOs impactos relacionados a aterros referem-se principalmente àquelescorrespondentes a transposição de cursos d'água, como do córrego Limoeiro (km 5,4),tributário do rio das Pedras no Quebra-Queixo (km 11,6), córrego São Tomé (km 16,7),o córrego Chichá (km 19,9), além do tributário do córrego Padre Felipe (km 30,7).Como se sabe, tanto os impactos pluvioerosivos como os relacionados a ação daságuas do próprio sistema hidrográfico têm se constituído agentes morfogenéticosagressivos, o que implica necessidade de medidas protecionistas, a serem comentadasoportunamente. Trata-se de impacto negativo, com possibilidade de duraçãopermanente, porém, com perspectiva de alta mitigabilidade.

Erosão em áreas de empréstimoO descuido ou a ausência de adoção de medidas mitigadoras tem implicado impactosambientais de releváncia nas áreas de empréstimo, sobretudo após o abandono. Assim,espera-se contribuir para o aprimoramento de ações mitigadoras, tanto para aquelaslocalizadas ao longo da rodovia, como as relacionadas ao fornecimento de material de base esub-base para o próprio empreendimento. Da mesma forma, trata-se de impacto negativo,porém de alta mitigabilidade.

Erosão em bota-foras.A construção de bota-fora sem uma maior preocupação relacionada principalmente a

atenuação dos efeitos pluvioerosivos, tem implicado impactos significativos, correspondentesprincipalmente a erosão linear de tais depósitos, refletindo muitas vezes no desdobramento deprocessos, como os relacionados ao próprio assoreamento.

Pedologia

Com relação aos impactos ambientais associados aos componentes pedológicos deve-se ressaltar o processo de decapagem e a compactação dos mesmos, além evidentemente, daimpermeabilização da faixa pavimentada.

Remoção da camada orgãnica

Como se sabe, tanto a área de abrangência direta do empreendimento como as áreas deempréstimo, sofrem processo de decapagem da camada superior do solo, normalmenteassociada a presença da cobertura vegetal, implicando impacto irreversível, na primeirasituação. A referida remoção implica impacto negativo, restrito a área do empreendimento ouvinculadas ao mesmo.

Compactação do solo

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O processo de compactação do solo encontra-se associado a preparação da superfície parareceber o material de base e sub-base da rodovia, respondendo por impacto decorrente daausência ou redução da infiltração, como contribuindo para desencadear o fluxo por terra,responsável pelo desenvolvimento da erosão acelerada. Trata-se de impacto negativo, deocorrência certa e de baixa mitigabilidade.

Empréstimos

Empréstimo 1Conforme diagnóstico apresentado, a exploração do material de sub-base da referida

área implica desmatamento de importante reserva vegetal (área de tensão ecológica), quealém dos impactos imediatos (retirada da cobertura vegetal, problemas relacionados com afauna e decapagem da camada orgânica do solo), torna-se evidente a susceptibilidade a seroferecida aos efeitos pluvioerosivos, considerando a ausência da resistência mecânica dosagregados. Como conseqüência torna-se possível o entulhamento do nível de base (córregoPadre Felipe), com implicações no sistema hidrográfico em decorrência do assoreamento.Empréstimo 2

Com base no diagnóstico produzido observa-se que a exploração da referida área,implica retirada de remanescentes da mata tropical (espécies arbóreas) e indubitável reflexo,tanto na mata ciliar ou galeria do rio das Pedras, como na inumação do referido leito, pelaprópria ação mecânica associada a retirada do cascalho. Ainda, a exposição do materialdetrítico (cascalho ferruginoso e fragmentos de quartzo) deverá estimular desagregaçãomecânica por efeitos pluvioerosivos, agravados pelo forte gradiente das vertentes. Diante dissoestima-se iminente entulhamento do curso d'água e conseqüentes implicações no sistemahidrográfico.Empréstimo 3Embora o local estimado para retirada de material não necessariamente deveria comprometera área revestida de vegetação, alguns impactos podem ser prognosticados, como atransferência de material proveniente de montante para a área depressionária, implicando emdegradação da cobertura vegetal primitiva, podendo inclusive entulhar nascente de cursod'água e coluvionamento da seção inferior. Existindo, mesmo que remota, a possibilidade deavanço da área de exploração em relação a área de tensão ecológica, sem dúvida os impactosserão muitas vezes ampliados: desmatamento, retirada da camada orgânica do solo,agravamento de processos erosivos pela susceptibilidade pedológica, aceleração da erosãoremontante e inumação da seção depressionária.Empréstimo 4

A área em questão não apresenta maiores implicações quanto ao processo deexploração, uma vez que a cobertura vegetal primitiva encontra-se degradada, prevalecendo apresença de pastagem, além de encontrar-se relativamente distante do sistema fluvial,atenuando assim possíveis impactos. Contudo observa-se a possibilidade de efeitospluvioerosivos que poderão ser recuperados através de medidas mitigadoras.

Impactos sobre o meio biótico

Para a avaliação dos impactos significativos em relação à comunidade biótica regional foramdeterminados os componentes bióticos relativos aos elementos considerados fauna, flora eecossistemas.

Simplificação biótica da faixa de domínio

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Como várias ações inerentes ao empreendimento serão desenvolvidas na faixa dedomínio da rodovia, deverão ocorrer alterações sobre a vegetação que recobre essa área e afauna que transita pela área de influência direta da rodovia.

Ações como desmatamento, decapeamento, abertura de desvios e empréstimo dematerial ocasionam alterações significativas nessa área, em detrimento da qualidade biotica dacomunidade ecológica regional.

As áreas ainda recobertas pelas formações florestais, que em alguns locais margeiam arodovia serão mais afetadas por essas ações por se tratar de formações remanescentes eisoladas em meio aos ambientes antropizados, especialmente de lavouras e pastagens.

Ações mal gerenciadas durante as fases de implantação, conservação e operação darodovia podem contribuir para a maximização dos impactos sobre a biota dessa área, tais comoo estoque inadequado de material; a formação de caixas de empréstimo profundas; ainstalação de canteiros e acampamentos em áreas inadequadas; e a utilização do fogo e dacapina química no controle da vegetação da faixa de domínio.

Durante o período de operação, após a pavimentação da rodovia, o fluxo de veículosdeverá aumentar substancialmente, ocasionando um incremento da pressão antrópica sobre oshabitats da flora e da fauna.

Simplificação da comunidade ecológica da área de influência

Como resultado indireto da pavimentação da GO-156, pressupõe-se o incremento dosíndices de antropização regional, através da incorporação de novas áreas ao processoprodutivo. Esse efeito não deverá atuar com intensidade elevada na área de influência devidoao já instalado processo de antropização na região.

Esse impacto deverá afetar com maior intensidade as populações da comunidadebiótica que encontram seus habitats com maiores índices de conservação nos ambientesserranos e nas reservas legais de propriedades particulares.Em relação à flora as formações florestais remanescentes que margeiam a rodovia serão maisameaçadas de simplificação, ameaçando as populações de animais silvestres característicasdos ambientes mais fechados, em especial as que ocupam os níveis mais elevados da cadeiatrófica regional e dos mamíferos que necessitam de maiores áreas vitais.

Alteração de habitats da flora e da fauna

As ações decorrentes do empreendimento deverão ocasionar a alteração de habitats da,flora eda fauna ao longo da área de influência direta, que além da rodovia com sua faixa de domínioinclui as áreas de empréstimo da materiais, tais como cascalheiras e pedreiras.

Essa ação será mais impactante onde o relevo é mais acentuado e em locais em queserão necessários grandes cortes, aterros e empréstimo de material, tais como fundos de valese transposições de cursos d'água e veredas.

Interferências nas áreas recobertas pelas formações florestais poderão ocasionaralterações permanentes na vegetação dessas áreas e consequentemente da fauna que habitaesses ambientes.

A antropização regional que deverá ocorrer devido à melhoria das condições de tráfegona região poderá favorecer a transformação de ambientes ainda com bons índices deconservação em áreas de pastagens e/ou atividades agrícolas.

A rodovia, após a pavimentação, representará barreira a várias espécies animais, emespecial ao mamíferos de grandes garras como tamanduás e tatus, que são freqüentementeatropelados nas rodovias já pavimentadas da região.

Interferência na biota de ambientes aquáticos e higrófilos

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Atividades como a construção de obras de drenagem e pontes pode ocasionar alteraçãotemporária ou permanente de ambientes aquáticos ou higrófilos, tais como cursos d'água everedas, que abrigam uma comunidade ecológica altamente adaptada a esses ambientes.

Desvios de cursos d'água; obras de arte mal dimensionadas; instalação de depósitos debetume, canteiros e acampamentos próximos a cursos d'água e veredas; lançamento deresíduos e lavagem de veículos em cursos d'água; podem contribuir para a maximização desseimpacto, assim como a formação de grandes caixas de empréstimo nas proximidades dessasáreas.

O desmatamento e decapeamento da faixa de domínio em direção aos fundos de valespoderá favorecer a instalação de processos erosivos nessas áreas, comprometendo aqualidade biótica dos ecossistemas aquáticos.

Por se tratar de uma região divisora de águas, esse impacto deverá atuar de formabastante atenuada, sendo que o principal curso d'água da região, o rio das Pedras, não seráinterceptado pela rodovia, devendo porem, o afluxo de pescadores e outras espécies depredadores humanos aumentar na região dos ambientes aquáticos da área de influência.Impactos sobre o meio antrópico

Geração de empregoA pavimentação da rodovia GO-156, trecho Itaberaí-Americano do Brasil, deverá gerar

cerca de 60 vagas na área da construção civil. Este impacto positivo ocorrerá na fase inicial doempreendimento. O mesmo será significativo, principalmente em razão dos altos índices dedesemprego verificados atualmente, em praticamente todas as regiões do Estado. Esteimpacto apresenta abrangência regional, alta magnitude e boas condições de otimização.

Impactos em canteiros e aloiamentosNa implantação, operação e desmobilização do canteiro de obras e alojamentos

poderão determinar os impactos:Possibilidade dos operários contraírem doenças de veiculação hídrica pelo consumo de água ealimentos contaminados;Acidentes no trabalho nas diversas atividades do canteiro de obras;Disseminação de doenças contagiosas entre os operários;Degradação do solo e drenagens por resíduos sólidos gerados no canteiro, bem como, porvazamentos nos depósitos de betume e pelos efluentes dos sanitários e dos lavadores eoficinas de lubrificação e manutenção de veículos e máquinas;Comprometimento ambiental da área do canteiro e alojamentos e da faixa de domínio porresíduos remanescentes das atividades de implantação, com abandono dos mesmos quandodo término das obras;

Todos esses impactos são estendidos para os "mini-canteiros" instalados junto aosserviços de implantação de obras de artes especiais previstas no trecho.

Impactos nas Frentes de Serviços

Nas frentes de serviço são esperados os seguintes impactos:Os impactos esperados nas frentes de serviço de implantação do empreendimento sãosignificativos nos pontos sensíveis identificados, mesmo considerando a temporalidade dosmesmos, deverão ter objeto de cuidados e medidas preventivas. Os impactos potenciais sãoacidentes, ruídos, vibrações, poeira e interferências no trânsito de pessoas e veículos;Os desvios para implantação das obras de drenagem, pelo volume, representam impactospotenciais a acidentes pelos usuários da rodovia, sendo impactos temporários, facilmentemitigáveis mas acentuados pela quantidade necessária.Os impactos prognosticados para a fase de operação são, em sua grande maioria positivos,sendo esses o que justificam o empreendimento.

Possibilidade de comprometimento ambiental na área do canteiro ealoiamento

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Caso seja impróprio o local escolhido para abrigar o canteiro de obras e o alojamento enão haja um manejo tecnicamente adequado, o mesmo poderá trazer comprometimento aosrecursos naturais da região. Esta possibilidade existe em razão do fato de que nessesambientes há geração de efluentes sanitários e de lavagem de equipamentos e veículos, nãose descartando ainda eventuais derramamentos de combustíveis e graxas, como também aprodução de resíduo sólido. Seria um impacto de abrangência zonal, alta magnitude erelevância sujeito a ocorrer durante toda a fase de implantação do empreendimento.

Risco de acidentes de trabalho

As obras de implantação de empreendimentos rodoviários, como esta, que envolvemserviços pesados, terraplenagem, movimentação de máquinas, caminhões e outros veículos,além da manipulação de combustíveis, os operários ficam sujeitos a se envolverem emacidentes a qualquer momento, principalmente nas frentes de obras. Trata-se de um impactode abrangência interna, magnitude e intensidade moderadas, podendo ocorrer durante toda afase de construção.

Risco de acidente de trânsito

Durante a fase de construção os riscos de ocorrência de acidentes poderão ser agravadoscaso se efetive a exploração de cascalho na iazida 2, pois esta exploração implica em trânsitodos caminhões pela GO-070 e pela área urbana de Itaberai.

O empreendimento, após a sua pavimentação, permitirá o desenvolvimento de maiorvelocidade por parte dos veículos em trânsito. Em decorrência dessa possibilidade aumentarãoos riscos de ocorrência de acidentes de trânsito, especialmente em alguns pontos do trecho.Entre esses, além do perímetro urbano de Americano do Brasil, estariam: o km 13,8, na alturada escola rural Santa Maria: no km 18,3 , altura da escola rural Xixazinho e no km 22transposição do distrito de Santa Maria. Este impacto, de magnitude moderada, alta relevância,tem abrangência zonal e ocorrência na fase de operação da rodovia.

Interrupção do tráfego na atual rodovia

A pavimentação da rodovia deverá causar a interrupção do tráfego, de maneira graduale intermitente, afetando aos usuários, especialmente aos proprietárias da região que se servemda mesma para transportar a sua produção. Este impacto, de magnitude e relevânciamoderada, deverá ocorrer em diversos pontos da rodovia, durante toda a fase construtiva.

Disseminação de doenças entre os operários

O pessoal de obra estará sujeito ao risco de contrair doenças, especialmente as deveiculação hídrica, por consumirem água contaminada ou alimentos mal conservados. Esteimpacto, de abrangência interna, alta relevância e magnitude moderada, poderá ocorrerdurante toda a fase de construção.

Possibilidade de contaminação do solo e dos mananciais por manejo inadequado nodepósito de betume

Em obras como essa é comum a necessidade de implantação de depósitos de betumeem determinados pontos do trecho, sendo que nem sempre os mesmos são construídos emlocais adequados, estando sujeitos a causarem impactos ao ambiente, tais como contaminaçãode solos e mananciais. É um impacto de magnitude e intensidade moderada, abrangência localestando sujeito a ocorrer na fase de implantação.

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Intensificação da ocupação e do uso do solo

A região que já apresenta características naturais para o cultivo da terra, terá, com apavimentação da rodovia, um instrumento potencializador das atividades agrícolas porsignificar melhores condições para o escoamento da produção. Assim espera-se considerávelexpansão da área cultivada. Será um impacto de abrangência zonal, magnitude e intensidadealta e que deverá ocorrer na fase de operação da rodovia.

Valorização das propriedades

A pavimentação da rodovia se traduz em considerável melhoria da infra-estrutura viária,benefício que, certamente, significará valorização das propriedades da região, uma vez quefacilitará enormemente as condições de acesso às mesmas. Este impacto positivo, de altamagnitude e relevância deverá ocorrer na fase de operação da rodovia.

Reforço às funções urbanas em Americano do Brasil

A pavimentação deste trecho da rodovia GO-156 melhorará as condições deacessibilidade à cidade de Americano do Brasil, significando reforço às funções urbanas. Essanova opção viária trará benefícios à população que poderá dispor, com maior rapidez, dosrecursos existentes na cidade de Itaberaí, a qual possui melhor estrutura sócio econômica e derecursos na área de saúde. Este impacto positivo, de magnitude e relevância moderadas,abrangência zonal, será experimentado na fase de operação da rodovia.

Desmobilização inadequada

A fase de desmobilização desse tipo de empreendimento, em geral, acontece de formainadequada com o abandono de áreas lindeiras alteradas, solo orgãnico estocado, materiais deconstrução, resíduos e tanques de combustíveis e até mesmo equipamentos consideradosdescartáveis e que comprometem o ambiente de várias maneiras, desde a contaminação domeio natural até a sua alteração paisagística e estética, além de ser um procedimento quedepõe contra a empreiteira executora da obra. Estes impactos, de abrangência zonal,magnitude alta e relevância crítica, estão sujeitos a ocorrerem na fase de desmobilização daobra.

Interferências em propriedades

A implantação da rodovia exigirá a retificação do traçado da atual estrada em alguns deseus segmentos. Assim, parte de algumas propriedades deverão ser desapropriadas. Estaação poderá causar transtornos e prejuízo econômico aos proprietários dessas terras. Trata-sede impacto de magnitude moderada, de baixa relevância e condições regulares de mitigação.

Transposição de núcleos urbanos

O projeto original da implantação da rodovia indica que a mesma deverá cruzar o distritode Santa Maria, município de Itaberai. Por outro lado há a manifestação das comunidades deCongomé, Retiro e Boa Vista, como foi expresso na audiência pública realizada em 19 de maiode 1.998, no Salão Paroquial da Igreja Matriz em Americano do Brasil, no sentido de que otraçado da rodovia seja alterado a fim de contempla-lo. O não atendimento a essa solicitação ea manutenção do traçado do projeto se deve a fatores técnicos, a alternativa sugeridaimplicaria em uma obra mais complexa, portanto mais cara, e a fatores ambientais, pois essaalternativa cortaria várias drenagens, além de áreas relevantes e suscetíveis. Tal situaçãoocorreria pois, para atingir estas localidades, o traçado obrigatoriamente abandonaria o divisorde águas e teria que descer pelas encostas dos vales, interceptando inevitavelmente inúmerasdrenagens naturais e proximidades de nascentes. Esta opção além de exigir obras de artes eoutros instrumentos de drenagem, elevando sensivelmente o custo de execução das obras,

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traria inúmeros impactos à fauna, interferindo na dessedentação das espécies e ainda, na floracom diversas áreas de matas ciliar e de galeria remanescentes sendo seccionadas, causandoimpactos significativos em uma área que apesar de se inserir numa região antropizada aindaapresenta algumas manchas preservadas e que se tornam zonas de dispersão da fauna.

Abordando o aspscto de uso do solo, verifica-se que a transposição de núcleos urbanospode gerar impactos significativos entre os quais destacam-se: o seccionamento depropriedades rurais e a necessidade de relocação involuntária, induzindo ainda a ocupaçãoindevida de áreas marginais à rodovia bem como o aumento no risco de ocorrência deacidentes de trânsito envolvendo moradores locais. Tratam-se de impactos de alta magnitude eque necessitam ser mitigados através de ações específicas.

Risco no transporte de cargas perigosas

Na fase operacional da rodovia a poluição da água é representada pela precipitação dehidrocarbonetos e aldeídos emanados da descarga de veículos, borracha e asbestos lideradospor pneus e lonas de freio, poeira e materiais sólidos oriundos de cargas.