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ANO I Nr.04 BIMESTRAL JUNHO 2014 - Director: Pedro Pereira Distribuição Gratuita JARDINS DE VERÃO Jardins públicos de Moscavide e Portela têm estado em grande actividade. Muitos são os eventos que têm decorrido nestes espaços. Todos contra a privatização - Valorsul O argumentista da moda Rodinhas com novo percurso Em Loures todos os partidos estão de acordo contra a pri- vatização da EGF - Valorsul. O assunto continua na ordem do dia. Pág. 3 Tiago R. Santos escreveu filmes para António Pedro Vasconcelos, séries como "Conta-me como foi" ou "Os filhos do rock" e mais recentemente escreveu o romance "A velocidade dos objectos metálicos". Pág. 10 e 11 O famoso rodinhas teve alterações no seu percurso, aumen- to de carreiras em hora de ponta, com o intuito de melhor servir a população. Pág. 4 pub Especial Mundial Brasil 2014 Saiba tudo o que vai acontecer no Mundial de Futebol do Brasil. Os favoritos, os eleitos de Paulo Bento, o calendário e curiosidades acerca do evento. Pág. 13 a 16

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ANO I Nr.04 BIMESTRAL JUNHO 2014 - Director: Pedro PereiraDistribuição Gratuita

JARDINS DE VERÃOJardins públicos de Moscavide e Portela têm estado em grande actividade. Muitos são os eventos que têm decorrido nestes espaços.

Todos contra a privatização - Valorsul

O argumentista da moda

Rodinhas com novo percurso

Em Loures todos os partidos estão de acordo contra a pri-vatização da EGF - Valorsul. O assunto continua na ordem do dia.

Pág. 3

Tiago R. Santos escreveu filmes para António Pedro Vasconcelos, séries como "Conta-me como foi" ou "Os filhos do rock" e mais recentemente escreveu o romance "A velocidade dos objectos metálicos".

Pág. 10 e 11

O famoso rodinhas teve alterações no seu percurso, aumen-to de carreiras em hora de ponta, com o intuito de melhor servir a população.

Pág. 4

pub

Especial MundialBrasil 2014Saiba tudo o que vai acontecer no Mundial de Futebol do Brasil. Os favoritos, os eleitos de Paulo Bento, o calendário e curiosidades acerca do evento.

Pág. 13 a 16

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2 MP EDITORIAL

Começo por referir a entrevista a Tiago Reis Santos, um dos argumentistas do momento. Fez parte deste jornal, como sempre faz questão de sublinhar, tendo sido um dos pioneiros há 17 anos. Na altura ainda se deno-minava NP (Notícias da Portela), um projecto no qual teve uma participação activa e valorosa. A quantidade de histórias, que escreveu e continua a escrever e que vamos vivendo, quer através da televisão, do cinema ou do teatro, fazem com que sintamos por ele um enorme orgulho.O mesmo vai sucedendo com Raul Amaro, um sushiman que vai trilhando o seu caminho den-

tro desta profissão, tendo cada vez mais e melhores convites dos restaurantes do ramo. Muito trabalho, dedicação e paixão tem sido o seu segredo, como nos revela neste MP.Também a reforma do Rodinhas é uma das notícias positivas. Com um novo trajecto, que melhor interliga Moscavide, Portela e a estação de metro, assim como o reforço de circulação nas horas de ponta, onde são introduzidos autocarros com maior capacida-de. Este meio de transporte con-tinua a ter um enorme sucesso na nossa freguesia, revelando a comunhão entre moscavidenses e portelenses.

Ainda sobre coisas boas des-taco diversos eventos que se realizaram na freguesia, que tiveram da parte da população enorme aderência. Desde o Dia da Criança, passando pela 5ª Festa da Flor, seguindo para o Festival da Associação dos Moradores da Portela e terminan-do na Educarte, foram casos de sucesso em que a população foi envolvida e se mostrou presente. Durante este mês, com as festas populares, a tendência deve ser para manter.Para finalizar, parabéns ao Olivais e Moscavide que se sagrou cam-peão distrital da II divisão. Como se cantou no Alfredo Marques

Augusto "o campeão voltou".Do que negativo se passou refe-rência para o assunto Valorsul. A intransigência do ministro man-tém-se, assim como a reacção dos municípios pertencentes à EGF. Todas as armas têm sido válidas, quer de um lado quer do outro, o que revela que muito dificilmente se chegará a um acordo. Um negócio que me parece enviesa-do e que, na minha opinião, só trará dificuldades caso se con-cretize. Pena é que não tenham existido sessões de esclareci-mento sobre o tema em todas as freguesias, assim a adesão popu-lar seria maior, o que resultaria

numa pressão mais consistente sobre o governo. Neste momento o serviço funciona bem, man-tém os postos de trabalho, paga menos e dá lucro, com a privati-zação tudo é uma incógnita.Nota final para o futsal da Portela, não que tenham tido um mau desempenho, muito pelo contrá-rio, mas porque estiveram quase, quase a chegar à I divisão nacio-nal. O percurso foi notável e apenas o desempate por confronto directo impediu este regresso, que nos tempos que correm seria um feito notável. Pode ser que à terceira seja de vez.

Pedro Santos PereiraDirector Editorial

A nossa comunidade mostra dinamismo

Director Geral: Filipe Esménio Director: Pedro Santos Pereira Redacção: Filipe Amaral, Francisco Rocha, Joyce Mendonça, Martim Santos Colaborações: António dos Santos, Filipa Monteiro Fernandes, Filipe Godinho, João Alexandre, José Luís Nunes Martins, Maria Margarida Oliveira, Ricardo Andrade, Rita Paulos, Rita Santos Fotografia: João Pedro Domingos, Nuno Luz Director Comercial: Luís Bendada Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA - Estrada Consiglieri Pedroso - 2745 Barcarena Tiragem: 13 500 Exemplares Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 21 945 65 14 E-mail: [email protected] Nr. de Registo ERC - 121 952 Depósito Legal nº 119 760 / 98Fi

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3MPACTUALIDADE

Como envelhecer no meio urbano?No dia 28 de Maio decorreu no Centro Cultural de Moscavide as 1ªs Jornadas do Envelhecimento em Meio Urbano. Esta conferên-cia foi organizada pela Crevide, a marca registada da Creche Popular de Moscavide, uma IPSS com o estatuto de Utilidade Pública e a Federação das Instituições de Terceira Idade (FITI), uma organi-zação sem fins lucrativos que con-grega IPSS’s de idosos. Respostas para a segurança do idoso no meio urbano, ou a forma como as redes sociais estão a alterar o habitual isolamento, ou de que modo as instituições de apoio social têm suprimido o que a crise económica levou dos idosos foram algumas das questões levantadas. Entre as 9 e as 18 horas vários foram os temas debatidos, tendo sido distri-buídos por três painéis. Num pri-meiro painel discutiu-se "Mobilidade e Acessibilidades", a que se seguiu "O Papel das Instituições", o último

antes da paragem para almoço. Da parte da tarde a sessão come-çou com a Apresentação de Boas Práticas, seguido do terceiro e últi-mo painel, cujo tema era "Solidão, Segurança e Socorro". Estas jor-nadas tinham como principais destinatários todos os técnicos e dirigentes que desenvolvem apoio social a pessoas idosas, indepen-dentemente de pertencerem a ins-tituições de solidariedade social ou a autarquias. De destacar a pre-sença da vereadora Maria Eugénia Coelho e da presidente da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela, Manuela Dias, que associou ao evento a Junta de Freguesia como parceira, estatuto que partilhou com a União Distrital de Institituições Públicas de Solidariedade Social (UDIPSS). Como se pôde perce-ber, vários foram os temas desen-volvidos numa sociedade cada vez mais idosa e da qual Moscavide e Portela são exemplos disso mesmo.

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4 MP ACTUALIDADE

Rodinhas Moscavide/Portela muda percurso

Alunos do 4º ano mostram-se à comunidade

Desde o dia 19 de maio que, o Rodinhas que serve Moscavide e Portela, passou a ter um novo per-curso, assim como um autocarro com maior capacidade de transpor-te de pessoas na hora de ponta. Uma decisão aprovada por unani-midade pela Câmara Municipal de Loures, após os pareceres favo-ráveis da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela e da direc-ção das duas escolas directamente afectadas por este meio de trans-porte colectivo, a EB23 de Gaspar Correia e a Escola Secundária nº2 da Portela (Arco-Íris). O terminal encontra-se actualmente na Rua 1º de Maio, em frente à entrada da estação de Metro de Moscavide, sendo o Rodinhas uma forma rápi-da, barata (o preço de cada viagem são 0,55 euros) e eficaz para fazer a ligação entre a zona oriental de Moscavide e Portela com o Metropolitano de Lisboa. Mas não só, também tem sido de grande uti-lidade para a freguesia, promoven-do uma ligação mais forte entre os moradores de Moscavide e Portela, auxiliando comércio e serviços. Com uma distância percorrida de 5,5 km por trajecto, que dura apro-ximadamente 25 minutos, ao longo de 56 circulações diárias, este pro-

jecto é um dos mais bem sucedidos no concelho, no que a transportes diz respeito. Deixamos aqui o novo itinerário e horário, salientando que na zona azul não existem paragens fixas, o autocarro pára sempre que haja uma indicação para tal. Fica assim concretizada uma das medi-das que Manuela Dias, presidente da Junta, tinha anunciado como uma das prioridades para este ano.

Como tem vindo a ser hábi-to nos últimos anos, decorreu no Jardim Almeida Garrett a mostra Educarte, no passado dia 5 de Junho. Esta iniciati-va, promovida pela Câmara Municipal de Loures pelo 6º ano consecutivo, tem por objectivo celebrar as apren-dizagens dos alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico nas Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC's). Foi uma mostra à comunidade destas actividades por parte dos alu-nos e professores do 4º ano de escolaridade do Agrupamento de Escolas da Portela e Moscavide. Ao todo estive-ram presentes 167 crianças do 4º ano, distribuídas entre as escolas EB1/JI da Portela e EB1/JI Quinta da Alegria e EB1 Dr. Catela Gomes de Moscavide. Os alunos fizeram demonstrações que englo-baram as AEC's principais: Desporto, Música e Inglês. De

destacar a boa organização do evento e a alegria das crian-ças em mostrarem o que faz delas seres mais completos. O desporto que promove o espírito de equipa, a aquisição de hábitos de vida saudáveis e um desenvolvimento pleno e harmonioso da criança. A música que promove o equilí-brio, facilita a concentração e o desenvolvimento do raciocínio. Por fim o Inglês, ferramenta hoje em dia considerada como requisito básico e que abre as portas para o desenvolvimento pessoal, profissional e cultural. Estas atividades, desenvolvi-das nesta fase da aprendi-zagem das crianças, são um trampolim para, futuramente, como já ocorreu, existirem alu-nos em atividades desporti-vas de competição. Estiveram presentes, entre outros, a vereadora da Educação da Câmara Municipal de Loures, Maria Eugénia Coelho, a

Presidente da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela, Manuela Dias e a Diretora do Agrupamento, Dra. Marina Simão. Esta evento é o espelho de um trabalho de anos efectuado por alunos,

professores, entidades parcei-ras e entidade promotora, que dignifica e envaidece todos quantos têm crianças neste Agrupamento de Escolas.

Ir para fora cá dentro

Deixamos o mês de Maio para trás e entramos naquela que, carinhosa-mente chamo, há muitos anos, de "A trilogia das festas". Junho, Julho e Agosto são, um pouco por todo o nosso Portugal, meses em que a maioria dos portugueses passa menos tempo em casa e "assen-ta arraiais" nas festas e festarolas que, nesta época, marcam o calen-dário do nosso país. Com o calor (este ano um pouco mais tímido em aparecer) regressam não apenas aqueles que tiveram de, ao longo de décadas, abandonar Portugal em busca de uma vida diferente, mas também a música popular, os bailaricos, as sardinhas, os caracóis e outros petiscos típicos deste país à beira-mar plantado.Unem-se gerações em torno de tradições centenárias, da identidade das suas terras e de muitos laços familiares e de amizade. Une-se um país que põe de lado, por meses, as agruras e os sacrifícios. Une-se uma sociedade que foca a sua aten-ção em muitos outros assuntos que não discussões políticas, disputas partidárias ou momentâneas lutas estéreis por ilusões de poder.Inúmeras vezes, quando era mais jovem, escutava os mais vividos e sabedores que eu, dizerem que Loures era um concelho onde "em cada canto" se encontrava um arraial. Confesso que apenas no último par de anos saí, verdadei-ramente, deste nosso casulo de Moscavide e Portela para compro-var o que me diziam. Admito que, fruto de responsabilidades que fui assumindo, tive a oportunidade de "dar de caras" com cerca de 163 quilómetros quadrados repletos de festas e arraiais, onde a população se junta, não apenas para disfrutar de momentos de divertimento mas, em muitos casos, para proporcionar aos seus vizinhos a possibilidade de conviverem com alegria.Por isso, utilizando uma frase que não é da minha autoria, termino deixando um apelo a todos para que, este ano, "vão para fora cá dentro" e apostem nas festas que existem em todas as localidades do Concelho de Loures e... vão ver que não ficarão desiludidos.

Ricardo AndradeComissário de Bordo

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5MPACTUALIDADE

Crianças invadem jardins de Moscavide e Portela

O Dia Mundial da CriançaO Dia Mundial da Criança é sem-pre um dia que os mais novos aguardam cheios de entusiasmo, onde a alegria e a diversão são premissas que não podem falhar. Apesar da ONU determinar que o Dia da Criança seja comemo-rado a 20 de Novembro, data em que foi aprovada a Declaração dos Direitos da Criança em 1959 e a Convenção dos Direitos da Criança em 1989, a verdade é que o dia em que estas come-morações são celebradas varia consoante o país. No entanto o dia 1 de Junho é aquele em que

este Dia é celebrado em mais nações. A primeira vez que esta festividade foi comemorada foi em 1950, há precisamente 64 anos, a duração desta tradição, que foi proposta pela Federação Democrática Internacional das Mulheres às Nações Unidas. O acolhimento por parte da ONU foi imediato e nesse mesmo ano, em 1950 como já foi referido, cele-brou-se o primeiro Dia Mundial da Criança. Para comemorar este dia, a Junta de Freguesia de Moscavide e Portela criou dois eventos, um no Jardim Dr. João Gomes Patacão

e outro noJardim Almeida Garrett.

Jardim Dr. João Gomes PatacãoAs activades infantis tiveram o seu início às 15h 30m e, desde logo, contaram com muita parti-cipação. Os mais novos puderam con-viver com o Mágico Banana e a mascote do Urso Panda, que fizeram as delícias dos petizes. Sessões de fotografia e de magia foram outras das actividades que fizeram furor, já para não falar do parque infantil, que é sempre

um belo chamariz. As centenas de crianças e adultos que por ali passaram não deram o seu tempo por mal empregue.

Jardim Almeida GarrettNeste jardim da Portela o evento começou mais cedo, às 15 horas. O entusiasmo e alegria foram em tudo similares ao ocorrido em Moscavide, tal como a adesão, apesar da diferente programa-ção. No Jardim Almeida Garrett as construções em cartão e suas respectivas pinturas deram o mote, tendo como tema a época

medieval. Crianças em duelos com espadas de cartão foram cenas repetidas até à exaustão, dentro de uma muralha, também ela de cartão. Mas houve mais, dança e ginástica que puseram os mais pequenos em movimen-to, algo que os pais devem ter agradecido na hora de os dei-tar, pois a resistência ao sono nesse dia deve ter sido menor. Seguramente que, muitos destes miúdos já devem estar a pergun-tar se falta pouco para a próxima. Um domingo bem passado, que serviu, também, para os adultos porem a conversa em dia.

Centenas de crianças, acompanhadas pelos respectivos pais e, muitas vezes, por avós, encheram o Jardim Dr. João Gomes Patacão em Moscavide e o Jardim Almeida Garrett na Portela. Alegria e diversão foram ingredientes que não faltaram no dia 1 de Junho, numa organização da Junta de Freguesia.

AF_AA3Lim_ExpocarExpo.pdf 11/22/13 3:01:27 PM

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06 MP ACTUALIDADE

Partido Socialista Os socialistas foram os vencedo-res das eleições, segunda vitória consecutiva após o triunfo nas autárquicas, porque tiveram mais votos e mais deputados que os adversários. Em comparação com 2009, o PS alcançou uma subida de cinco pontos percen-tuais, mantendo o mesmo núme-ro de mandatos. Um resultado que não revela uma descola-gem efectiva sobre os partidos que, actualmente, sustentam o governo. Como tal, pode-se aferir que também o PS acabou por ser penalizado pela governação Sócrates, demonstrando que os portugueses poderão diluir os seus votos por outras forças ou personagens políticas, que não aqueles que pertencem ao arco da governabilidade. Esta subi-da que, para parte do partido e não só, não terá sido suficiente, pois as condições em que os resultados obtidos em 2009 e, agora, em 2014 eram díspares. Há quatro anos atrás o país era governado pelo socialista José Sócrates o que, por norma, cos-tuma ser penalizador neste tipo de eleições. Neste ano, as pre-missas eram totalmente diferen-tes, pois o PS está na oposição e o país atravessa uma grave crise financeira e uma grande contestação social. Dados que permitiam sonhar com uma subi-da mais substancial e, acima de tudo, garantir um intervalo maior sobre PSD e CDS-PP. Tal não se verificou e a vitória soube a pouco, tendo como consequên-cia directa a assunção de António Costa como candidato a líder do partido. Apesar do triunfo, as críticas vieram de dentro criando

uma crise interna, que apenas se resolverá aquando da resolução em torno do líder. Perante a celeridade das críticas, pode-se afirmar que muitos estariam à espera deste desiderato, só falta saber se também o desejariam. A velha máxima "em equipa que ganha não se mexe", por vezes, parece não fazer sentido. No que se refere a Moscavide e Portela, os resultados foram iguais aos totais nacionais e deu-se uma subida de 4.1% em comparação com 2009. No entanto é de referir que o PS venceu em todas as freguesias do concelho, o que revela uma hegemonia e a cons-tatação que as eleições autár-quicas são aquelas em que, as pessoas contam mais que os partidos.

Aliança PortugalA coligação PSD/CDS-PP foi a grande derrotada nestas elei-ções, tendo atingido um míni-mo histórico. O centro-direita foi penalizado, tendo em conta a insatisfação dos portugueses em relação ao actual governo. Uma derrota que se traduziu numa perda de cinco deputados e numa descida de 12.4 pontos percen-tuais. Uma demonstração clara, daqueles que votaram, do des-contentamento geral que assola o país. O único ponto positivo foi a não descolagem evidente do PS, o que acabou por gerar um descontentamento interno deste partido. Os quase 4% de diferen-ça para os socialistas permitem a Aliança Portugal sonhar numa vitória nas próximas legislativas, mas parece anular qualquer pos-sibilidade de uma nova maioria, mesmo tendo em conta que no

próximo ano poderá haver um ligeiro abrandamento da carga fiscal. Nem a saída da "troika" fez milagres, nem os elogios de algumas personalidades políticas estrangeiras, no modo como o governo geriu o período de assis-tência financeira, parece ter sido convincente para os eleitores que exerceram o seu direito e dever cívico. Na nossa freguesia a coli-gação teve números similares aos registados no total do país (apenas menos 0,1%), no entan-to comparado com Loures (con-celho) teve mais 10%. Das 10 freguesias que compõem o muni-cípio desceu em todas e apenas conseguiu ser o 2º partido mais votado em Lousa e, precisamen-te, em Moscavide e Portela. Em todos os outras autarquias foi a 3ª força política. De 2009 para 2014, no concelho de Loures, a coligação teve um decréscimo de 9 pontos, inferior aos totais nacio-nais, mas igualmente de grande relevo.

CDUA CDU voltou a registar uma subida neste tipo de eleições, de dois pontos percentuais, dando cada vez mais a ideia de que é a 3ª força política nacional. Um resultado que eleva para três o número de deputados eleitos, mais um que em 2009, o principal objectivo desta coligação para este escrutínio. Aproveitando o descontentamento geral em rela-ção ao governo, a fragilidade de socialistas em imporem-se como alternativa ao mesmo e o enfra-quecimento do BE, foram dados que comunistas e verdes não desperdiçaram. Nem a subida do MPT os condicionou. No municí-

pio, ao contrário das autárquicas, não venceu em nenhuma junta de freguesia, tal como em 2009, mas tornou-se no 2º partido mais votado, mercê da subida de 4.4%, o que se sentiu em 8 das freguesias de Loures, tendo em duas delas, Sto. Antão e S. Julião do Tojal e Bucelas, ultrapassado os 30%. Em Moscavide e Portela subiu 1.4% em relação ao país e teve menos 9.4% comparando com os resultados do concelho.

MPTEste foi o partido com a maior subida percentual nas eleições, passou de 0.7% para 7.1. O efeito Marinho Pinto funcionou, uma personalidade sem papas na língua que, no contexto actual e com a elevada abstenção, demonstrou ser uma opção para os descontentes. De 0 deputados passou para 2, tendo José Inácio Faria chegado a uma eleição, que jamais conseguiria, não fosse o protagonismo do seu cabeça de lista. Em Loures foi o 4º partido mais votado (6.0%, menos 1.1% que nos totais nacionais), tendo mantido essa posição em 9 das 10 freguesias. Só Lousa, fruto do 2º candidato ao Parlamento Europeu do BE ser desta fregue-sia, o partido de Marinho Pinto ficou no 5º lugar. Por aqui um resultado superior ao do conce-lho, 6.7% contra 6.0 e inferior ao país, onde alcançou 7.1%.

BEO segundo grande derrotado destas eleições, tendo perdido de 2009 para 2014 6.1%. A saída de Francisco Louçã, as dissidências de algumas das suas principais figuras e liderança bicéfala do BE em nada têm ajudado o partido. A queda tem sido vertiginosa, quase como a sua ascensão, à qual não tem havido fórmula de a travar. Até o Livre se aproveitou disso, apesar de não ter eleito nenhum deputado. Os bloquistas perderam dois deputados, pas-saram de 3 para 1 e passaram a ser 5ª força política. Em Loures os resultados demonstraram con-cordância com o resto do terri-tório e apenas na freguesia de Lousa conseguiu ser o 4º partido mais votado. Na nossa fregue-sia desceu quase sete pontos (11.1% em 2009 contra 4.2 este ano). As percentagens obtidas foram inferiores às do concelho, onde alcançou 4.5% e às do terri-tório nacional, onde obteve 4.6%.

AbstençãoA abstenção, cada vez mais, con-tinua a ser o maior flagelo da democracia. Não faz sentido que os eleitores se demitam dos seus direitos e deveres, independen-temente de não se reverem em ninguém. Aliás o voto em branco é uma opção para quem não se revê em nenhum partido ou líder, algo que muitos já adopta-ram, como se pode constatar nos 4.4% de votos brancos, apenas 0.2% menos que o BE, que ele-geu um deputado. Moscavide e Portela foi a freguesia de Loures onde a abstenção foi menor (54.6%), ultrapassando Santa Iria de Azóia, que em 2009 tinha sido a autarquia com menor taxa de abstenção, apesar da dife-rença para a nossa ser de ape-nas 0.2%. Aliás a oscilação entre 2009 e 2014 na nossa freguesia foi curta, aumentou apenas 0.2%. De qualquer forma não se pode dizer que tenha sido uma abs-tenção baixa, bem pelo contrário. Muitos lutaram para que o voto fosse livre, para que todos, pelo menos neste momento, tivessem exactamente o mesmo poder e a mesma força. Não podemos desprezar tal conquista, não só em respeito aos que consegui-ram esta forma de liberdade, mas por todos nós, para que juntos, apesar de ideologias diferentes, possamos contribuir para o futu-ro. Dois em cada três eleitores não pensaram desta forma. Mas também é altura de os partidos políticos deixarem-se de retóri-ca e aproximarem-se de quem os elege. Não chega dizer que a abstenção é um problema, é preciso fazer algo. Por exem-plo aquando de umas eleições europeias esclarecerem os por-tugueses da importância destas e dos seus programas para esta área, em detrimento da políti-ca governamental, que pouco ou nada importa neste tipo de votação. Cada eleição tem o seu cariz e é importante ser-se fiel ao mesmo, não extrapolando para outras áreas na procura de bene-fícios políticos. Todos os partidos têm uma linha de pensamento sobre as mais diferentes maté-rias, sobre as mais diferentes votações. Pois bem, usem-nas no momento certo e não as mis-turem, esclareçam os eleitores e não os confundam. E assim todos tenderão a ser mais parti-cipativos.

Pedro Santos Pereira

Moscavide e Portela foram o espelho do PaísO Partido Socialista venceu as eleições europeias, mas o resultado não foi suficiente para satisfazer parte do partido. Uma vitória que coincidiu com o pior resultado histórico de PSD e CDS-PP, que não chegaram aos 28% e conjuntamente com o BE, que desceu seis pontos e perdeu dois deputados, foram os grandes derrotados. Os grandes destaques deste escrutínio foram a CDU, que subiu dois pontos percentuais e acrescentou mais um deputado em relação a 2009 e o MPT que, através do efeito Marinho Pinto, elegeu dois deputados e obteve mais 7%. Por cá, em Moscavide e na Portela, os resultados são em tudo similares aos totais nacionais, o que sig-nifica, substancialmente diferentes dos obtidos no concelho.

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Ganhe dinheiro com o que deixou de servir aos seus filhosFaz em Junho 1 ano desde que abriu a nova loja Kid to Kid na zona Norte do Parque das Nações, em Lisboa. Aproveitando a oportunidade, publi-camos uma entrevista com a Rita e Diogo Madaleno, pais de 4 crianças dos 2 aos 12 anos, responsáveis por este projeto.

Noticias de Loures: O que é o Kid to Kid ?

Rita e Diogo: O Kid to Kid são espaços bastante grandes onde os pais podem Comprar e Vender artigos de criança dos 0 aos 12 anos. Falamos de roupa, calçado, brinquedos, equipamentos, puericultura, etc.

NL: De onde surgiu a ideia ?

RD: O Kid to Kid é um conceito americano que apareceu em Portugal pela 1ª vez em 2003. Nós somos clientes praticamente desde o inicio e estamos convictos que ser cliente Kid to Kid é uma escolha inteligente. Tal como nós, existem bastantes casais com crianças, que percebem que reutilizar os artigos dos seus filhos faz todo o sentido e permite um ganho considerável no final de cada estação.

NL: Como funciona uma loja Kid to Kid ?

RD: Os pais que nos visitam podem optar por

Comprar artigos, Vender, ou fazer ambas as coisas. Para nos vender artigos, apenas têm que seleccionar tudo o que já não precisam e ainda esteja em bom estado para ser usado. Depois basta trazer os artigos à loja para serem ava-liados através do nosso sistema informático. No final, cada cliente pode receber imediatamente em Dinheiro ou, se preferir outros artigos da loja, optar pelo Crédito na Loja, ganhando + 20%.

NL: Acham que a actual conjuntura é benéfica ?

RD: A actual situação de Portugal, da Europa e até do mundo, veio mexer com muitas formas de estar na vida. Estamos num periodo de grande mudança, de alteração de consciências, moti-vando ao não desperdicio, à reutilização, ao ser solidário.

NL: O que podem dizer sobre a vossa loja ?

RD: A loja é muito simpática e acolhedora, o marketing é muito cuidado e está numa zona priveligiada, de muito fácil acesso e estaciona-mento. São 200 m2 de exposição de milhares de artigos a preços extremamente convidativos. Temos mais de 10 mil clientes que ficaram bas-tante surpreendidos quando nos visitaram pela 1ª vez. Convidamos os leitores a fazerem-nos uma visita.

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Assembleia MunicipalNo dia 29 de maio decor-reu a Assembleia Municipal Extraordinária, cujo tema era a privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF) e, por conse-quência, a Valorsul. No pavilhão José Gouveia, em S. João da Talha, juntaram-se mais de duas dezenas de pessoas, que saíram com um sentimento único, travar a privatização da EGF. Muitos foram os intervenientes mas o discurso foi sempre o mesmo, dizer não à venda da EGF a par-ticulares. Desde a esquerda, pas-sando pelo centro e acabando na direita, todos foram unânimes. De destacar a presença de alguns convidados, como deputados da Assembleia da República, repre-sentando BE, PCP e PS. Aliás o representante socialista, Pedro Farmhouse, foi o anterior presi-dente da Assembleia Municipal de Loures e, tanto ele como os outros deputados, prometeram defender no Parlamento a manu-tenção desta empresa na gestão pública. Como tal, a Assembleia Municipal de Loures irá associar--se à manifestação de dia 6 de junho em frente à Assembleia da República.

O que é a EGF?A Empresa Geral do Fomento (EGF) é a sub-holding do grupo Águas de Portugal, sendo res-ponsável pelo tratamento e valorização de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos), tendo por obje-tivo “aumentar a qualidade de vida e do ambiente”.A EGF constitui um grupo de empresas possuindo, pelo menos, 51% de cada uma, o que significa que possui o controlo de 11 empresas, todas elas do setor de tratamento e valorização de RSU. Destas uma das maio-res é a Valorsul, que opera em municípios da Grande Lisboa e da Região Oeste, da qual a EGF possui 55,63%. As outras empre-sas são a Valorminho (51%), Resulima (51%), Resinorte (51%), Suldouro (60%), Resiestrela (63%), ERSUC (51,5%), Valorlis (51%), Valornor (53,3%), Amarsul (51%) e Algar (56%).

A PrivatizaçãoO governo pretende privatizar a EGF o que, como visto anterior-mente, faz com que o potencial comprador fique, não só com a EGF, mas também com o contro-le todas as outras 11 empresas

multimunicipais. Todo este pro-cesso está a ser muito controver-so, com os municípios a oporem--se a tal ação. Um dos argumen-tos do governo é a necessidade de reinvestimento dispendioso na empresa, ao que as autar-quias contra-argumentam que este pode ser feito com os lucros anuais gerados.Por último há ainda um aspeto a ser analisado: a esmagadora maioria dos municípios que pos-suem ações nessas empresas vêem-se traídos pelo Estado, já que este era a entidade que, anteriormente, detinha o controlo das mesmas. Toda esta polémica estendeu-se bastante, principal-mente em relação à Valorsul, cujos acionistas são a EGF, a Associação de Fins Específicos AMO MAIS (5,25%) e as câmaras municipais de Lisboa (17,85%), Loures (11,51%), Amadora (4,61%), Vila Franca de Xira (4,61%) e Odivelas (0,54%). Detendo no total quase 40% da Valorsul, estes municípios estão insatisfeitos por verem o con-trolo da empresa que gere os RSU desses locais, atualmen-te pública, a cair possivelmente nas mãos de um privado. Alguns

dos argumentos usados são o lucro gerado anualmente pela Valorsul, 6,4 milhões em 2013, o aumento dos tarifários, cada município paga 20 euros por cada tonelada, enquanto que nos privados o valor é 60. A redu-ção dos postos de trabalho e os impactes ambientais negativos, duma empresa que serve 1,5 milhões de habitantes e trata um milhão de toneladas de resíduos por ano, 20% do que é produzido em todo o país.

Ação, ReaçãoAinda em relação à Valorsul, algumas Câmaras Municipais expressaram a sua insatisfação lutando contra o Estado, por meio de providências cautelares que causam o adiamento do concur-so público, para apurar um futuro potencial interessado na compra da EGF. No entanto, o Governo já entrou na luta e promete travar a providência cautelar que sus-pende a privatização, invocando o interesse nacional. Na ausên-cia de diálogo extremam-se as partes.

ManifestaçãoDentro desta linha, a manifes-

tação efectuada no dia 6 de junho, em frente à Assembleia da República, serviu para aumentar o tom das críticas. Centenas de pessoas mostraram o seu des-contentamento gritando não à privatização. O presidente da CM Loures, Bernardino Soares, não foi de meias medidas e comparou o Governo a um resíduo tóxico que, como tal, deveria ser elimi-nado. Referiu ainda que a pri-vatização era um crime público, tendo em conta que punha nas mãos de privados recursos públi-cos. Sublinhou ainda a oposição dos municípios da cor da maioria a esta privatização, demonstran-do o isolamento que se apode-ra do Governo. Entretanto, dias antes, tinham sido anunciadas as sete entidades privadas que passaram à 2ª fase do processo. O Grupo Mota-Engil (Suma), a DST Portugal, a belga Indaver, a espanhola FCC, a Odebrecht/Solvay, a EGEO e um consórcio de capitais chineses, são estes os candidatos à compra da EGF.

Filipe Amaral

Valorsul - Todos contra a privatização

9MPACTUALIDADE

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10 MP ENTREVISTA

Como foi a sua vivência na Portela?A Portela é um bairro tranquilo, agradável para se viver em família e tem uma coisa fantástica, que ainda hoje sinto, apesar de já não viver cá há muito tempo, que é o companheirismo que há entre as pessoas, a amizade. Passei cá toda a minha adolescência e na minha geração havia imensos miú-dos na rua. Passámos por muitas coisas juntos, umas boas, outras más, criaram-se amizades muito fortes. Começou como jornalista no Notícias da Portela. Que influên-cia teve a colaboração com o jornal no seu percurso?

Na altura estava a estudar comu-nicação social no ISCSP (Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas) e o Filipe Esménio, na altura director do NP, convidou-me para participar no projecto. Numa rubrica que se chamava “Histórias da Noite” houve um conto que era um relato sobre a vida noc-turna, que suscitou a reacção dos leitores, algo a que achei piada. Percebi que havia ali alguma coisa que me agradava, entusiasmou--me o efeito que conseguia ter nas pessoas, digamos que gosto da provocação. De certa forma foi através do NP, que me apercebi que, eventualmente, iria seguir o caminho da ficção.

Acabou por enveredar pelo jor-nalismo. O que o estimulou a escrever?Não tinha muito jeito para fazer outras coisas. O meu pai tinha uma empresa de ar condicionado, mas eu não tinha vocação para o negócio e também não sabia jogar muito bem à bola, apesar de ter jogado futsal, na Portela, duran-te quatro anos. Como aluno era muito preguiçoso, a única coisa que sei é que gostava e via muito cinema. Até cheguei a ir com a minha mãe a uma entrevista na Escola Superior de Cinema, quan-do tinha 17 anos, mas decidi-me pelo jornalismo, porque foi o curso em que consegui entrar e porque

não tinha matemática. Descobri mais tarde que queria ser argu-mentista e mudei-me para Nova Iorque.Mudou-se para Nova Iorque para ser argumentista. Considera que essa experiência mudou o rumo da sua vida?Basicamente, não me acomodei à situação confortável que tinha como jornalista, na extinta revista Focus. Decidi arriscar e fui estu-dar para Nova Iorque, uma cida-de que não conhecia à procura do que realmente queria fazer da minha vida. As aulas como eram muito práticas, obrigavam-me a escrever, algo que só se aprende quando se pratica. Contudo, a

teoria não é nada que não se aprenda nos manuais de guionismo. A maior evolução foi, de facto, a nível pessoal. Eu era uma pessoa muito tímida e reservada, nos Estados Unidos fui trabalhar como empregado de mesa e isso obrigou-me a falar com as pessoas, a perder a timidez, a desenrascar-me. Antes vivia com os meus pais, ali comecei a viver sozi-nho e senti que estava a seguir o meu próprio cami-nho. Assistiu em Nova Iorque à ante-estreia do filme “Haverá sangue”, de Paul Thomas Anderson, um rea-lizador que admira. Qual a importância desse momen-to para si?O “Haverá sangue” é um excelente filme. O realiza-dor estava presente e falou do seu processo criativo, o que foi revelador para mim. Como criador, actor, escritor ou realizador, o que pode-mos fazer é o melhor que for-mos capazes naquela altura, mas nunca sabemos se é bom ou não. Eu conheço muitas pessoas nesta área e a insegurança às vezes é paralisante. É reconfortante quando vês que os grandes artistas que admiras também têm esse mesmo medo. Trabalhou com as Produções Fictícias. Foi uma experiência gratifi-cante?Gostei muito da experiên-cia. Colaborei com as PF na série “Liberdade 21” e depois no “Conta-me como foi” onde tive a possibilidade de escre-ver e coordenar.Prefere dramas a comé-dias?Penso que o mais impor-tante é o argumento ser inteligente, honesto, com personagens bem construí-das. Gosto tanto de ver uma comédia que me provoque risos, como um drama que me estimule intelectualmente e emocionalmente.O que considera uma boa história?Se prender a minha atenção durante uma hora e meia e não me fizer começar a olhar para o relógio é porque funciona. Um universo em que eu acredite, que tenha personagens cativantes e que me faça empatizar com o mundo que é descrito. A ficção científica faz isso muito bem, porque toca em temas muito humanos. É o caso, por exemplo, do filme “Blade Runner”, de Ridley Scott, onde vemos robots que querem prolongar a sua existência. Essa busca pela vida é comovente, é um sen-

"É tão nobre um filme ter trezentos mil espectadores, como ganhar um prémio em Cannes."

Tiago Reis Santos, argumentista, antigo morador da Portela, conhecido pelos filmes, “Call Girl”, “A Bela e o Paparazzo” e as séries, “Liberdade 21”, "Conta-me como Foi” e mais recentemente, “Os Filhos do Rock” con-versou com o MP sobre o dia-a-dia de quem vive a contar histórias. Um sonho para alguns e um privilégio para poucos.

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11MPENTREVISTA

timento universal. Uma boa história leva-nos a reflectir sobre o mundo em que vive-mos, a colocar alguma lógi-ca naquilo que nos rodeia e ajuda-nos a estruturar o nosso pensamento. Quando escrevemos de forma hones-ta estamos a dar algo de nós próprios, algo que não foi dito por ninguém. Quanto tempo pode levar a criação de um argumento?A dificuldade de escrever um argumento de uma hora e meia, uma história do prin-cípio até ao fim que consiga prender a atenção do espec-tador, é tremenda. A primeira versão leva em média cerca de um mês, mas depende, tem a ver com factores exte-riores como a viabilização do financiamento, por exem-plo. O importante é saber como começa e onde acaba, depois pode-se brincar com a história, introduzir novos elementos, que é o que gosto mais de fazer.Concorda que o que des-taca um bom argumentista é a capacidade de contar uma história já conhecida de uma forma completa-mente nova?Concordo e acho que é difícil, porque se estiver tudo muito estruturado e não houver um toque pessoal, apenas se desenvolve os aspectos mecânicos do filme e sem entrega emocional a narrati-va não funciona. É necessá-rio que me fascine, que haja uma razão para que escre-va o guião, para que seja orgânico, para que venha de dentro de mim. O que faz um bom argumentista, acima de tudo, é ser verdadeiro para com o que cria.Qual o primeiro argumento que escreveu que foi trans-posto para cinema? O que sentiu nesse momento?Foi o “Call Girl” do António-Pedro Vasconcelos. Entusiasmei-me quando vi o filme pela primeira vez na sala de montagem, mas o momento que mais me mar-cou foi a ante-estreia. Assisti ao filme com a minha irmã e senti-me nervoso. O que mais me satisfaz é a reacção das pessoas, gosto de saber que estão a divertir-se com o mundo que eu criei.Como descreve a sua relação com o reali-zador António Pedro Vasconcelos?Temos uma óptima relação. O terceiro filme em que tra-balhámos juntos, “Os gatos não têm vertigens”, estreia em Setembro. O António Pedro Vasconcelos é um amigo, é alguém que admi-ro, que me apoiou e por

quem tenho um enorme respei-to. Tinha acabado de chegar de Nova Iorque, quando apresentei pela primeira vez, ao António, uma ideia em que tinha trabalhado com o meu amigo Miguel Meneses, que se formou em representação. Ao princípio ele não se mostrou interessado e então acabei por lhe entregar um dos argumentos em inglês que tinha escrito um ano antes, “Strange everyday people”. Uns dias depois começámos a tra-balhar no “Call Girl”, que na altura funcionou bem, tanto ao nível da crítica, como do público. O que nos pode revelar sobre o argumento do seu novo filme “Os gatos não têm vertigens”?Sem querer revelar muito, é a história de uma amizade impro-vável entre uma viúva recente de 75 anos e um jovem marginal de 18 anos, que é expulso de casa pelo pai. Sem sítio para onde ir, o jovem encontra refúgio no terraço da viúva e a partir daí desenvolvem uma relação. Já vi o filme duas vezes e o que posso dizer é que se trata de uma his-tória muito humana, que toca em alguns temas sociais relevantes e com uma incrível interpretação da Maria do Céu Guerra.Qual a sua opinião sobre o panorama actual do cinema por-tuguês?Fazem falta boas histórias, que levem o público às salas de cine-ma e não digo isto apenas por questões comerciais. Criar uma narrativa com qualidade, com a qual o espectador português se identifique e o leve a assistir a pro-duções nacionais. Há pouco cine-ma português que seja feito com competência, sinto que é algo que está a morrer. Além dos subsídios serem quase nulos, há uma guerra interna entre os próprios interve-nientes da sétima arte, no nosso País. O cinema nacional não tem que ter só uma vertente, mas sim várias para que seja bom e saudável. É tão nobre um filme ter trezentos mil espectadores, como ganhar um prémio em Cannes.Qual a diferença entre criar para cinema e criar para televisão?Escrever para cinema é como correr uma maratona. Escrever para televisão é como correr a maratona, mas em contra-relógio, sobreviver ao processo e tentar

que ninguém descubra que és uma fraude (risos), é muito inten-so e assustador, não há muito tempo para planeamento, mas é desafiante.Nos “Filhos do Rock” como foi o processo criativo e qual tem sido a reacção do público?Foi uma dor de cabeça, como acontece sempre com uma série. É um processo insano, em que tentamos sobreviver e só depois perceber se fizemos um bom tra-balho. Os prazos são muito aper-tados e há inúmeros factores com que precisamos de lidar, além dos escassos recursos financeiros, que existem para este tipo de projectos. O prazer surge depois, quando percebemos pela reacção do público que o nosso trabalho, de toda a equipa que trabalhou na série, desde os argumentistas, ao criador e realizador, elenco e equipa de produção, agradou, cati-vou e prendeu as pessoas a uma história, que antes apenas existia nas nossas mentes. Julgo que os comentários têm sido positivos, mesmo quando a RTP decidiu transmitir a série num horário que julgo errado, mas também estou cada vez mais convencido que as pessoas agora vêm televisão quando e onde querem.Quais os argumentistas que mais admiras?O David Mammet e o Quentin Tarantino. O “Pulp fiction” foi o filme que me levou a querer ser argumentista. Aprecio também o Jeff Nichols, o Paul Thomas Anderson, o Spike Jonze e o Charlie Kaufman. Ao nível das produções cinema-tográficas recentes, quais foram aquelas a que mais gostaste de assistir?“O Grande hotel Budapeste” do realizador Wes Anderson, “Joe” do David Gordon Green e “Calvary” do brilhante John Michael McDonagh. Como foi escrever o livro “A velocidade dos objectos metá-licos”?O livro partiu de um convite da edi-tora Clube de Autor. Gostaram do meu trabalho como argumentista e acharam, que neste registo, eu podia ser uma boa escolha. Ao criar para cinema ou televisão, estou a escrever para alguém, para os produtores, os realiza-dores. Aqui estava a escrever só para mim, não senti que tinha de corresponder a qualquer expecta-tiva da editora, nem de ninguém, a não ser às minhas ambições. Nesse sentido foi um processo muito mais libertador, escrevi o que me apeteceu, como me ape-teceu, no formato e linguagem que quis, o que me agradou bastante. Por outro lado como guionista a minha face está escondida atrás do guião, do realizador, do produ-tor, dos actores. Num livro, a expo-sição é maior e a responsabilida-de, antes de mais, é fazer um bom trabalho perante mim próprio. No “A Velocidade dos objectos metá-

licos” quis explorar um tema que sempre me fascinou, o da ado-lescência, o que nos marca nessa idade e as consequências que isso pode ter na nossa vida adulta. Muitas vezes os adolescentes têm pequenas catástrofes, pequenos eventos que na cabeça deles se tornam enormes e que para as outras pessoas até passam des-percebidos. Quis explorar o uni-verso da Portela, que é descrito no livro, o meio e a época em que cresci. Acho que foi uma escrita orgânica, verdadeira e crua.Criou e encenou a micro-peça “Vícios para uma família feliz” para o Teatro Rápido. Foi mais uma aventura?Foi interessante, gostei da expe-riência de trabalhar com actores e de escrever pela primeira vez para teatro. A logística de ter em conta o cenário fez-me sentir que estava a construir alguma coisa. Como a médio prazo quero realizar, acho que foi uma boa maneira para começar, saber como era dirigir actores.Que projectos tem para o futu-ro?Estou a trabalhar na minha pri-meira peça de teatro longa, em projectos para longas-metragens

com o produtor Tino Navarro para apresentar ao ICA (Instituto do Cinema e do Audiovisual) e escre-vo uma crítica de cinema para a revista Sábado. Gostava de reali-zar uma curta-metragem com os mesmos actores que colaboraram comigo na peça de teatro “Vícios para uma família feliz”.De todas as histórias que criou, qual a que gostou mais de escrever?A nível pessoal, o que mais me satisfez foi a escrita do livro “A velocidade dos objectos metáli-cos”. Sinto que vibro com cer-tos momentos no processo de criação. Escrevemos algo que achamos que é bom, mas não sabemos como vai terminar, essas preciosidades são raras, o resto é muito trabalho e o gratificante é chegarmos ao fim. Escrever não é divertido, estamos a lutar com as palavras para que aquilo que se escreve consiga corresponder ao ideal que o escritor tem para a sua história.

Joyce Mendonça

"A nível pessoal, o que mais me satisfez foi a escrita do livro “A velocidade dos objectos metálicos”. Sinto que vibro com certos momentos no processo de criação.

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12 MP DESPORTO

Mel de Cicuta

Casamento feliz

Passados meses na união das fre-guesias de Moscavide e Portela pode começar a ser feita uma avaliação.Os serviços sociais e administrativos continuam activos nos locais habituais e até com algumas novidades. A dinâmi-ca cultural da junta está forte em ambos os pólos, Moscavide e Portela, as asso-ciações continuam a desenvolver o seu trabalho de forma regular e as pessoas continuam a ter um rosto conhecido nos dois lados para as ajudar.E a pergunta fica. Quem, sem ser os políticos, perdeu com esta união? Sente alguma diferença?Os orçamentos estão mais reduzidos, é possível naturalmente fazer alguma racionalização de meios e a médio prazo todos ganham, excepto alguns políticos e os seus amigos. Na verdade, tudo indica que se trata de um casamento feliz. São duas locali-dades diferentes, com problemas dife-rentes e com entendimentos diferentes, mas que permitem um são convívio entre as populações, o que aliás já existia.A medida pecou, é certo, por escassa. A ambição do Governo foi de vista curta e com consequências para Portugal. Era uma oportunidade óptima para reduzir o número de concelhos e pas-sarmos, aí sim, a poupar dinheiro aos cofres do Estado.Contas feitas cada concelho custa cerca de meio milhão de euros/ano só para a sua estrutura administrativa, senhas de presença e outras despesas directas. Se se fundissem dois ou três concelhos, acima de tudo nas zonas do litoral, poupava-se entre meio a um milhão de euros /ano. Porque esperamos?Porque apesar de ano após ano a abstenção aumentar acto eleitoral após acto eleitoral, o que faz com uma certa cúpula transversal aos partidos se governe, deixando-nos como joguetes que, na hora da verdade, se vêem obrigados a castigar-nos de forma dura.É preciso mudar Portugal e levar «O Sonho ao Poder», o sonho de uma sociedade mais justa e mais equitati-va. Com menos discrepâncias e mais justiça social. Temos de acreditar que podemos incrementar a cidadania e não nos distanciarmos da política, por mais afastados que estejamos dos partidos.Todas as campaínhas já soaram e as lutas continuam palacianas, em sede de maçonaria, em restaurantes das elites e fora da esfera de quem deveria decidir. Já pouco se decide com o voto… Ainda é tempo de acreditar. Portugal vai dar a volta, mais uma vez e é hora de dar «novos mundos» ao Mundo, mais uma vez.Seja em terra ou no mar…. «o sonho ao poder».

Filipe EsménioComunição

Leonardo Jardim em Moscavide

Assista ao Mundial no Jardim

A Filipe Moreira Sports Global voltou a organizar duas jor-nadas técnicas no Centro Cultural de Moscavide, com o apoio da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela que cedeu o espaço, do jornal Record e da Antena 1. Uma pri-meira sessão, dia 13 de maio, juntou numa mesa redonda os treinadores Leonardo Jardim, Lázaro Oliveira, Octávio Machado e António Carraça que debateram gestão e lide-rança. Com moderação dos jornalistas António Magalhães e José Carlos Freitas foram debatidos vários modelos de gestão e liderança e a impli-cação destes no seio de uma equipa. A diferença entre gerir e liderar, duas acções distin-tas que se interligam e ajudam a definir o êxito do treinador.Na segunda sessão, dia 16 de maio, o tema foi "Reflexões do futebol português". Como con-

vidados estiveram presentes José Gomes, presidente da APAF, Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato de Jogadores, Pedro Henriques, ex-jogador e comentador da Sport Tv, Carlos Janela, director desportivo, José Augusto e os treinadores José Augusto e António Simões. Compreender, analisar, estu-dar e aprender são factores que ajudam a evoluir e que não devem ser excluídos por nenhum agente despor-tivo. Só assim se pode ter um futebol melhor, segundo os intervenientes. O discurso foi moderado pelos jornalistas Luís Milhano e João Socorro Viegas.Mais duas sessões que ajuda-ram a perceber melhor o des-porto rei, um hábito que Filipe Moreira tem vindo a desen-volver, tendo em Moscavide a sua casa.

A Junta de Freguesia de Moscavide Portela vai colocar um écran gigante no Jardim Almeida Garrett com vista ao visionamento dos jogos de Portugal. Uma espécie de Fan Zone com anima-ção e petiscos onde poderá assistir ao jogo de abertura do Mundial, Brasil vs Croácia às 21h.Poderá ainda assistir aos 3 jogos de Portugal, para já, pois esperamos que mais jogos aconteçam.O primeiro jogo de Portugal, contra a Alemanha está agendado para dia 16 às 17h. Segue-se o Portugal vs Estados Unidos no dia 22 de Junho às 23h. A fase de grupos termina com o Portugal Vs Gana dia 26 de Junho às 17h.

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ESPECIAL MUNDIAL

FUTEBOLÍSTICO MUNDIAL

O Brasil será, novamente, o lo-cal onde decorrerá este even-to, 64 anos depois da última vez em que o Mundial teve lu-gar neste país. As cidades de Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife e São Paulo vão voltar a receber os jogos da Copa. Este país será o quinto a ser anfitrião do Mun-dial pela segunda vez, após o México em 1970 e 1986, a Itá-lia em 1934 e 1990, a França em 1938 e 1998 e a Alemanha em 1974 e 2006. Esta será

a quinta edição da Copa na América do Sul, tendo a última tido lugar em 1978 na Argen-tina, cujo vencedor foi o país anfitrião. Será também a 20ª edição deste evento, sendo que o único país que participou em todas foi precisamente o Brasil. É de realçar também alguns as-petos curiosos neste Mundial, o facto da Bósnia-Herzegovina ir participar pela primeira vez na história, assim como o fato deste evento poder ser fulcral para o empate, ou o reforço

da vantagem que os europeus têm face aos sul-americanos em número de competições ganhas. A Europa conta com 10 vitórias, contra 9 da Améri-ca do Sul. Para além disto, é também o centésimo jogo em Mundiais da Alemanha, preci-samente no dia em que joga contra Portugal, assim como o Brasil, que passará pela mes-ma experiência no dia 23 con-tra os Camarões. Outro fato interessante é o de, pela primeira vez, três equipas que se sagraram campeãs

mundiais estarem no mesmo grupo (D), caso da Itália, Uru-guai e Inglaterra. Portugal es-tará pela sexta vez nesta com-petição, a quarta consecutiva, o que demonstra uma subida de qualidade e uma afirmação de poder no panorama futebo-lístico. Em cinco participações Portugal atingiu um 3º lugar (1966), um 4º lugar (2006), uns oitavos de final (2010) e ficou por duas vezes na fase de grupos (1986 e 2002). De destacar a presença pela 3ª vez de Cristiano Ronaldo e

Ricardo Costa numa fase final de um Mundial, um recorde nacional. No que toca a golos em fases finais Eusébio con-tinua a ser líder, com 9 golos, enquanto Pauleta com quatro e José Torres e José Augusto com três ocupam as posições seguintes. Dos atletas convocados para o Brasil 2014 o que tem melhor registo é Cristiano Ronaldo, que já apontou dois golos, um em 2006 contra o Irão, de pe-nalti e outro contra a Coreia do Norte, em 2010.

A maior competição de futebol a nível mundial está de volta e nem os menos interessados por este desporto vão querer per-der a magia e toda a emoção que rodeia este enorme evento desportivo. A partir de dia 12 de junho o assunto do dia será o Brasil 2014.

ESTÁ A COMEÇAR O MAIOR EVENTO

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Notícias de

Loures14 ENTREVISTA

CALENDÁRIO

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Sonho LusoConhecidos os jogadores para o Mundial e no meio de alguma controvérsia sobre-tudo pela não inclusão de Ricardo Quaresma, Danny e Antunes, em detrimento de jogadores como Vieirinha, Rafa e André Almeida, jogadores com menos experiência internacional, a Seleção está apta a disputar mais um Mundial, tendo já no dia 16 de Junho a sua primeira prova de fogo frente à Alemanha. Este será o jogo que se afigu-ra de maior dificuldade para a equipa das Quinas, que procurará vencer de modo a conseguir o apuramento e, provavelmente, o primeiro lugar do grupo. Um jogo deter-minante, caso não haja nenhum deslize com o Gana e os Estados Unidos, que per-mitirá nos oitavos de final, defrontar a Bélgica ou a Rússia, favoritos ao apuramento no Grupo H. Uma coisa é certa, seja qual for a classificação na fase de grupos, quer primeiro quer segundo, Portugal irá enfrentar uma destas seleções e tal não vai ser um desafio fácil. Ainda assim os críticos esperam que Portugal chegue, pelo menos, aos quartos de final, às oito melhores seleções do mundo. A partir daí será difícil ul-trapassar os colossos, Brasil, Espanha e Alemanha, bem como seleções como as da Inglaterra ou Argentina. No entanto, toda a motivação da equipa e todo o querer por-tuguês, aliado a uma boa prestação de Cristiano Ronaldo, podem levar a equipa a ir mais além. Para isso é necessário fé, pois se os próprios jogadores e os portugueses não confiarem, então assim será difícil. Como tal é fundamental confiança e união, mais que em outra qualquer situação, em prol de levar a nossa Seleção, quiçá, à conquista do Mundial. Quem tem o melhor do mundo tem legitimidade para sonhar.

Os Eleitos

Onze-BaseCom um provável onze titular constituído por Rui Patrício, João Pereira, Bruno Alves, Pepe, Fábio Coentrão, William Carvalho, Raúl Meireles, João Moutinho, Nani, Ro-naldo e Postiga, o sucesso da seleção parece auspicioso. No entanto, a boa forma de Cristiano Ronaldo nesta competição é preponderante, isto é, se a seleção quiser fazer boa figura neste Mundial e enfrentar condignamente os adversários. Jogadores como Nani, bastante abaixo de forma no decorrer desta época e de quem se espera, também, um bom Mundial, dadas as suas características técnicas e de velocidade. É indispensável que esteja em boa forma, senão rapidamente perde o lugar para Varela que, certamente, muito lutará para ficar na frente de ataque da Seleção Por-tuguesa. Relativamente ao ponta de lança de raiz, as dúvidas residem entre Hugo Almeida e Éder ou Hélder Postiga, tudo dependendo do tipo de jogo que Paulo Bento irá pretender, consoante o adversário. Se pretender um jogador mais forte fisicamente optará certamente por Hugo Almeida ou Éder, que também são muito fortes no jogo aéreo. Caso pretenda um jogo com um ponta de lança mais tecnicista e com maior mobilidade, optará por Hélder Postiga. A grande dúvida reside em quem jogará na posição mais recuada do meio campo, se Paulo Bento optará por William, jogador novo mas com provas dadas no seu clube, o Sporting, ou então o habitual titular Miguel Veloso, visto que todos os outros jogadores titulares escolhidos pelo selecionador não serão difíceis de adivinhar.

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GR Beto | 32 anos | Sevilha

Pepe | 31 anos | Real Madrid

Bruno Alves | 32 anos | Fenerbahçe

Raul Meireles | 31 anos | Fenerbahçe

Nani | 27 anos | Manchester United

Rui Patrício | 26 anos | Sporting

João Moutinho | 27 anos | Mónaco

Hélder Postiga | 31 anos | Lazio

João Pereira | 30 anos | Valência

William Carvalho | 22 anos | Sporting

Varela | 29 anos | FC Porto

Eduardo | 31 anos | Sp. Braga

Ricardo Costa | 33 anos | Valência

Éder | 26 anos | Sp. Braga

Fábio Coentrão | 26 anos | Real Madrid

Rúben Amorim | 29 anos | Benfica

Rafa | 21 anos | Sp. Braga

André Almeida | 23 anos | Benfica

Miguel Veloso | 28 anos | D. Kiev

Hugo Almeida | 30 anos | Besiktas

Neto | 26 anos | Zenit

Cristiano Ronaldo | 29 anos | Real Madrid

Vieirinha | 28 anos | Wolfsburgo

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EspanhaPor outro lado temos também uma seleção espanhola, que procurará algo quase inédito, a conquista de dois mundiais seguidos. Embora esta tarefa não se afigure fácil, até por-que muitos críticos afirmam que a Seleção de Espanha co-meçou a entrar em declínio, em especial após a derrota frente ao Brasil na Taça das Confederações. No entanto, mesmo que essa ideia se confirme, muito farão os espa-nhóis para contrariar essa tendência, contando com uma seleção muito forte, com um 11 inicial muito consistente e com um leque variado de escolhas no banco, o que lhe permitirá decerto efetuar uma excelente campanha nesta competição. Na verdade seria incompreensível se tal situ-ação não se verificasse, jogadores como Sérgio Ramos e Piqué, dois defesas centrais soberbos muito contribuirão para a consistência defensiva desta Seleção. Assim como um meio campo constituído por Iniesta, Xavi e Busquets, meio campo habituado a jogar junto desde muito cedo no Barcelona, sendo que toda a experiência e entreajuda en-tre estes três elementos tem sido fundamental para o su-cesso desta equipa, tal como a capacidade de finalização dos avançados que, nesta competição, poderá contar com Diego Costa, que se tem destacado de forma significativa no Atlético de Madrid e que poderá ser chamado para aju-dar esta seleção nos seus objetivos. De qualquer forma as soluções são diversas como Fabregas, Villa ou Fernando Torres para essa posição.

AlemanhaTeremos também uma seleção da Alemanha que, apesar de ser uma forte candidata, afigura--se das três como a que tem menos possibilidade de vencer, apesar de esta seleção de Low já ter demonstrado por diversas vezes ser muito forte e procurará, certamente, alcançar a sua 4ª vitória em mundiais. Por muitos considerado como o me-lhor guarda- redes do mundo, Manuel Neuer é das principais referências desta equipa, capaz de dar uma enorme estabilidade. Como senão bastasse, a Alemanha conta também com uma defesa muito consistente, onde se destaca o capitão e defesa do Bayern, Philip Lahm, um dos jogadores mais preponderantes, não só no balneário, como tam-bém dentro de campo. Para além de uma defesa coesa, temos também um meio campo fenome-nal, com enorme diversidade de opções, onde se destacam Bastian Schweinsteiger e Götze. Se es-tes dois jogadores numa equipa já são suficientes para pesar e para serem determinantes, a seleção da Alemanha orgulha-se de contar com outros igualmente importantes, como Özil, Toni Kroos, Draxler e Müller, qualquer um capaz de decidir um jogo num pormenor técnico.

À partida os principais favoritos são: a seleção de Espanha, atual campeã europeia e mun-dial, comandada por Vicente Del Bosque, que tudo fará para manter o titulo de campeão mundial. A seleção do Brasil, extremamente motivada após a conquista da Taça das Con-

federações e de ter vencido a seleção espanhola na final, que pretenderá ser campeã mundial em pleno Brasil e des-te modo festejar em casa com os seus adeptos. Por fim a Ale-manha, que procura uma quar-ta vitória nesta competição, que escapa aos alemães há

24 anos, sendo que os pupilos de Low tudo farão para inverter esta tendência e desta forma vencerem o Mundial no Bra-sil. De facto são três equipas muito fortes, os três principais favoritos à vitória, no entanto todas as competições são sus-cetíveis de surpresas e esta

não é exceção. Seleções como as da Holanda, França, Argen-tina (quem tem Messi pode sempre sonhar), Itália e até mesmo Portugal são seleções que reúnem todas as condi-ções para fazerem a diferença nesta competição. Indepen-dentemente do vencedor há

fatos de que ninguém duvida, o Mundial de 2014 no Brasil vai ser um mundial extremamen-te competitivo, do princípio ao fim, cheio de paixão, no país do futebol, o que fará, certa-mente, que ninguém vá querer perder este acontecimento.

Manifestações, protestos, despesas, são três características que podemos atribuir a todo este processo que antecede o maior evento futebolístico do mundo, o Mundial de 2014 que irá decorrer no Brasil a partir do dia 12 de Junho deste ano.A verdade é que, de momento, o ambiente não é o mais favorável face às sucessivas manifestações por parte de alguma população brasileira, insatisfeita com todo o investimento financeiro que o governo tem vindo a efetuar. Apesar de todos estes constrangimentos prevê-se um Mundial de primeira linha.

Francisco Rocha

BrasilEste Brasil é capaz de ser, efetivamente, o prin-cipal favorito, tendo em conta a enorme motiva-ção que os jogadores brasileiros sentem perante a última vitória contra a Espanha, na Taça das Confederações. O fator casa e todas as caracte-rísticas que lhe são favoráveis, nomeadamente o clima quente, tão característico deste país, a que muitos jogadores europeus não estão habituados. Para além disso há que ter em conta a sua defesa consistente, em que se destaca Thiago Silva, mui-to possante e forte fisicamente, um dos melhores da sua posição assim como Daniel Alves, lateral direito do Barcelona que irá imprimir enorme ve-locidade e agressividade ao jogo deste Brasil. O seu meio campo em que se espera que jogadores como Paulinho, mantenham a grande qualidade que demonstraram na Taça das Confederações, o que neste caso concreto lhe permitiu assegu-rar o terceiro lugar na categoria dos melhores jogadores da competição, assim como Neymar, jogador do Barcelona, que apesar de ter realizado uma má época na adaptação à sua nova equipa, atormentada por algumas lesões, espera-se que seja dos jogadores mais preponderantes na Ca-narinha. A pressão vai ser muita sobre este jovem de 22 anos.

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18 MP ENTREVISTA

Em entrevista, Raul Amaro, chef especialista em cozinha japonesa, dá-nos a conhecer um pouco de si. De entre vários assuntos fala-nos da vivência na Portela, do amor pela cozinha, dos chefs que o inspiraram, das dificuldades que há em ser cozinheiro, do percurso feito e de objectivos para o futuro. Um diálogo com o sushiman que confeccionou o jantar de aniversário de Steven Gerrard, capitão da selecção inglesa de futebol.

Presos ao que passou

São muitos os que hoje sofrem as dores do que lhes aconteceu ontem. Angustiam-se porque visitam e revisitam os mesmos tem-pos e espaços, sentem e ressentem a dor dos mesmos espinhos cravando-se-lhes nos pés... vivem numa espécie de noite eterna onde parece não haver vontade de manhã... mas a manhã é agora. Julgam que estarão para sempre conde-nados a carregar o peso do que passou, desconhecem que o seu hoje está em aberto e que pode servir para se redimirem e voarem bem alto. Afinal, nenhum de nós é o que já foi. O Homem existe lançado no tempo, seguindo a uma velocidade constante em direção ao futuro aberto. Faz-se nesta viagem onde nunca se pode demorar mais num lugar do que noutro... vive a radical vertigem de não pertencer a lugar nem a tempo nenhum.Amamos... e podemos ficar junto a alguém para sempre... mas nunca de forma estáti-ca e definitiva. Seguimos os dois lançados, por entre espaços, tempos, alegrias e sofri-mentos... numa expedição em que o fim é o hoje de cada um.A maior parte das relações não suporta o tempo, como que sucumbe à necessidade de a cada dia se renovar a atenção e o cui-dado, porque hoje eu sou já diferente – e o outro também.As alegrias e tristezas mais valiosas são as de hoje. São as únicas de que somos responsáveis. Quanta gente se descobre tarde demais em cada dia... julgam que um presente estragado é o que merecem pelo passado que ainda não os deixou, mas nunca se deixam redimir, nunca se perdoam, nunca olham para diante... abor-tam sonhos. Anulam-se... e, ainda assim, acham pouco. Agarrados ao que já não existe sofrem com o seu passado como se ele fosse real, mas não é. As frustrações do passado assassinam as esperanças. Outros infelizes há que vivem agarrados às alegrias de outrora... não se dão conta que a felicidade é uma forma de viver cada dia como único. E que o verdadeiro heroísmo consiste em criar sempre novas e belas formas de ser no mundo. Sem heranças nem âncoras. Navegando tempestades com o sorriso da fé no fundo do coração. Atracando em portos sempre novos, nunca demorando em mar algum.A infelicidade alimenta-se das memórias. Distorce-as e fá-las piores. Mesmo em rela-ção às boas recordações, logo o pessimis-mo nos grita que são... inacessíveis e irre-petíveis. Ora, na verdade, também assim o são as más, mas, a essas, quer a falta de fé que nos revisitem vezes sem conta, magoando-nos sempre, mais e mais.Aprender com o ontem não significa ter de ficar por lá. O passado não existe. Passou. Só se vive para diante... em direção ao infinito.

José Luís Nunes MartinsInvestigador

Raul Amaro é um portelen-se que descobriu o dom da cozinha. Especialista em cozinha japonesa, particular-mente em sushi, tem feito um trajecto do qual se pode sentir orgulhoso. De Lisboa ao Algarve, passando por Nápoles, vários foram os restaurantes onde encantou clientes. Tendo como refe-rência o Chef Paulo Morais sonha em ter o seu próprio restaurante. A Portela, a pai-xão pela gastronomia, o tra-jecto profissional, os seus inspiradores e os objectivos para o futuro são alguns dos temas abordados nesta entrevista.

PortelaComo tem sido a tua vivên-cia na Portela?Foi e tem sido muito boa, tanto a nível escolar como de amigos também, pois a maioria são da Portela. O desporto (Taekwon-do) e a Igreja também tiver um papel importante nessa vivência.Que recordações guardas?Os tempos de escola, ami-zades, as brincadeiras nos pátios, que hoje em dia não

se vêem. Os jogos de futebol no campo do seminário, as festas que se faziam nas salas de reuniões de vários prédios da Portela, o des-porto na escola, os grupos de amigos que se encon-travam na esplanada ou no café, no centro na cave (Monte Bianco). As aulas de Taekwon-do na Vasco da Gama ao final do dia, des-porto que pratiquei desde os meus 13 anos até os treinos acabarem na Portela, mais ou menos com 25 anos de idade. Do cinema ao fim de semana de desenhos ani-mados e, durante a sema-na, os filmes que se tinham estreado noutras salas de Lisboa, os espaços comer-ciais que existiam no centro e que foram desaparecendo. As missas, a catequese, a 1ª Comunhão, Profissão de Fé e depois o Crisma. O meu grupo de jovens, o meu pri-meiro ano como catequista, tenho muitas e boas recorda-ções da Portela.O que tem de melhor e de pior?Continua a ser um espaço agradável para se viver, com

muitos serviços, com ofer-ta de actividades pela AMP, Igreja e não só, ainda existe alguma união entre vizinhos e amigos o que é muito bom. O pior na minha opinião é a falta de vida e alegria que existia nos pátios da Portela, de crianças a brincarem, jovens a jogar à bola, ténis ou a andarem de bicicleta. É certo que existem agora outros espaços próprios mas não é bem a mesma coisa.Um restaurante de sushi poderia ter sucesso na Portela?Penso que sim. Sendo que ao almoço e a nível de take away podia funcionar muito bem. Em relação aos janta-res talvez não todos os dias da semana, pois o centro comercial a partir das 21h fica praticamente vazio e teriam de ser clientes que viriam de propósito comer sushi. Só se estivermos a falar das 6ªs feiras e fins de semana.

GastronomiaQuando sentiste o apelo da gastronomia?Bom, eu sempre gostei de

cozinhar e comer, claro! Observava as minhas avós, tias e depois punha em prá-tica, umas vezes corria bem outras…era um desastre.Quem são os teus chefs inspiradores?Não tenho nenhum que me inspire verdadeiramente, todos têm sempre algo de novo para ensinar ou dar a conhecer. Mas a ter que escolher teria que ser quem me ajudou a formar, quer tecnicamente, quer como saber estar neste mundo da cozinha e essa pessoa foi o Chef Paulo Morais. O que te cativou no sushi?Sempre tive algum fascínio pela Ásia, pelo oriente, artes marciais, etc. E o sushi é uma arte, abrir o peixe, os prepa-rativos e cada passo que é preciso dar na preparação, a apresentação dos pratos, o efeito visual, a qualidade dos produtos, é uma alimentação saudável e a cozinha japone-sa é também muito mais que o sushi. Tudo isto me cativou e ajudou nesta aprendiza-gem, que é sempre diária, pois há sempre coisas novas para pôr em prática.

"Ter um dia o meu espaço, esse sim é um objectivo"

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19MPENTREVISTA

Qual o teu trajecto profissio-nal?Após ter ficado desemprega-do da Indústria Farmacêutica resolvi fazer um curso, mas não encontrava nada que me agra-dasse, até que um dia vejo no jornal “Chef Paulo Morais lança a primeira escola de sushi em Portugal”, estávamos no fim do ano de 2011. E assim foi, ins-crevi-me, fiz o curso, descobri que tinha aptidão e jeito. Fui estagiar no UMAI Restaurante, do Chef Paulo Morais, durante dois meses, seguiu-se o verão no Bar 7 do Figo e do Paulo China em Vilamoura, passei a seguir para o Yo-Sushi, no Colombo e o Restaurante Avó Zé no Parque Suécia, no início do ano de 2013. Deixei estes dois últimos locais, onde estava a tra-balhar ao mesmo tempo, para me iniciar no Restaurante Piazza Di Mare, em Lisboa. No verão rumei novamente ao Algarve, Quinta do Lago e Vale do Lobo, no Restaurante Y.not. Regressei a Lisboa ao Amo-te Tejo, no Museu da Electricidade, mas entretan-to surgiu um convite de Itália, O’Sushi Cilea de Nápoles, que aceitei. Não era para confeccio-nar sushi, mas para comida japo-nesa quente tradicional, tendo visto ali uma oportunidade de melhorar os pratos quentes que sabia fazer e aperfeiçoar os mes-mos. Foram momentos difíceis de ultrapassar, ao ter de passar o Natal e Passagem de Ano longe da família e dos amigos, com muitas horas de trabalho diá-rias. Essencialmente valeu pela

aprendizagem, troca de expe-riências e aperfeiçoamento dos pratos. Regressei a Lisboa, em Março deste ano, para trabalhar no Sushi Corner do Heineken Grandcafé no terminal I do aero-porto de Lisboa, um projecto dife-rente dos anteriores, mais um desafio que abracei e que está a correr muito bem. Que conselhos dás aos inician-tes deste tipo de gastronomia?Primeiro façam um workshop, que a nível de custo é acessível, para ver se gostam e depois podem optar por um curso mais avançado, este sim mais dispen-dioso. Conhecer vários restauran-tes diferentes e provar, conhecer mais da cozinha japonesa tradi-cional e dos seus pratos quentes. Fazer pesquisas na net, quando começarem nem tudo é fácil, há que repetir até atingir um grau satisfatório. Arriscar e entregar--se à aventura dos sentidos, cor, cheiros e sabores do Japão, que são surpreendentes. No entan-to, devo alertar que se for para seguir uma profissão, a vida de cozinheiro ou sushiman não é fácil. Muito tempo de dedicação, horas na cozinha, estudo e práti-ca, tempo em pé, refeições rápi-das, poucos dias de descanso.O sushi preenche-te ou queres algo mais?O sushi e a cozinha japo-nesa entraram na minha vida sem que eu tivesse planeado, foi uma mudança radical para mim. Descobri o gosto que tenho naquilo que faço todos os dias, nos elogios dos clientes, colegas e amigos. Todos os dias procuro

fazer melhor e se eu quero algo mais, sim… todos queremos, ter um dia o meu espaço, esse sim é um objectivo.Como explicas a sushimania?É difícil! Começou por ser uma moda associada, não só a um estilo de vida saudável, mas também a uma classe social. Actores, cantores e outras pes-soas famosas contribuíram para isso. No princípio ninguém gosta de peixe cru, depois começam a aprender a gostar e começam a comer sushi duas e três vezes por semana. O sushi está mais acessível do que no passado, quer a nível de preço final, quer dos próprios locais. Continuam a existir restaurantes japoneses, mas o sushi de rua, num carri-nho estilo hot dog e o fast sushi vieram para ficar, até porque as pessoas gostam.Quais os teus grandes objec-tivos pessoais dentro da gas-tronomia?O meu grande objectivo passa por aumentar conhecimentos, aperfeiçoar técnicas, encontran-do um equilíbrio para que, num futuro próximo, consiga ter o meu restaurante, com o meu conceito

do que deverá ser a experiên-cia da cozinha japonesa para os meus futuros clientes.Os diversos programas de TV sobre cozinheiros são bons para a divulgação desta pro-fissão?Se por um lado ajudam a divulgar a profissão e a dar uma conota-ção positiva a nível social, por outro lado é uma vida dura, quer a nível de horário de trabalho, descanso, refeições, etc… Quem quiser seguir este caminho vai ter que ter muita força de vontade, ser humilde, não desistir aos pri-meiros erros, aplicar-se sempre. Para chegar onde os cozinhei-ros profissionais estão, ou Chef nesses programas, tiveram que percorrer um caminho difícil e nem todos conseguem. Mas no geral os programas são muito positivos. Que grandes recordações tens deste teu trajecto pela cozi-nha?Os momentos da minha for-mação e dos meus colegas de Curso, o estágio no Restaurante UMAI, ter um dia trabalhado em dois eventos que me obrigaram a estar 24 horas acordado. Ter

feito sushi para o aniversário do jogador inglês Steven Gerrard, ter conhecido o Luís Figo, ter trabalhado com o Chef Paulo Morais, a minha experiência em Nápoles e todos os colegas de trabalho e amigos que fiz pelos restaurantes por onde passei. O que mudarias se pudesses voltar atrás?Teria feito um curso de cozinha há muitos anos atrás.Como classificas a cozinha portuguesa?Uma das melhores do mundo.Cada vez mais há uma notorie-dade crescente dos chefs em Portugal. Algum deles é refe-rência para ti?Apesar de conhecer o trabalho de alguns, só posso falar sobre cozinha japonesa e aí destaco o Chef Paulo Morais.Qual o teu prato de sushi favo-rito?Sashimi, Nigiris e Chirashi.Que outro prato, de tipo gas-tronómico diferente, te enche as medidas?Os pratos de cozinha tradicional portuguesa, qualquer um.

Pedro Santos Pereira

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20 MP ACTUALIDADE

Medicina Preventiva

A medicina preventiva valoriza a pro-moção, manutenção e protecção da saúde ou seja o ênfase está na prevenção da doença e das suas complicações. Em Portugal e, parti-cularmente, nos Cuidados de Saúde Primários são prestados cuidados de sáude preventivos, através de inter-venções englobadas nos cuidados de saúde de vigilância.O uso de cinto de segurança, a vaci-nação, o aconselhamento da ces-sação tabágica ou da normalização ponderal são exemplos de preven-ção primária, em que se procura pre-venir o desenvolvimento da doença eliminando as causas e os factores de risco. O rastreio oncológico do cancro colo--rectal, em que é proposta colo-noscopia ou pesquisa de sangue oculto nas fezes é um exemplo de intervenção no âmbito da preven-ção secundária, em que se procura diagnosticar precocemente e iniciar o tratamento adequado quando a doença já está presente mas ainda não apresenta sintomas. Outros exemplos são a mamografia para o cancro da mama, a colpocito-logia para o cancro do colo uterino, a medição da tensão arterial na hipe-tensão ou a glicémia em jejum na diabetes mellitus a grupos de risco específicos.Na prevenção terciária pretende-se prevenir as complicações, como a perda de funcionalidade, associadas às doenças estabelecidas. É exem-plo o rastreio da retinopatia diabética, uma causa importante de cegueira.As recomendações preventivas devem ser suportadas por estudos em populações que demonstrem a sua efectividade, segurança e custo--benefício. É preciso evidência cien-tífica robusta, para que intervenções preventivas sejam recomendadas pelas principais sociedades médicas e pela Direcção Geral da Saúde.Contudo uma verdadeira prevenção só é conseguida com a adesão dos utentes. O aconselhamento médico, de enfermagem e de outros técnicos de saúde merece ser atentamente ouvido e uma reflexão para que sejam compreendidos os benefícios que advêm da prevenção a nível individual e das populações.

Rita Manuela SantosMédica

AMCJR 1º AniversárioA Associação de Moradores dos Jardins do Cristo Rei (AMJCR) nasceu fruto de um grupo de trabalho espontâ-neo, que surgiu para defender os interesses da comunidade local. Uma associação que cele-brou, no dia 5 de Junho, o seu 1º aniversário. Com apenas um ano de existência, conta com cerca de 100 associa-dos, tem granjeado um grande capital de credibilidade, junto das entidades com quem tem trabalhado.

A AMJCR tem como princi-pais objetivos:• A defesa, conservação e valorização do património e edificado local;• A melhoria das condições ambientais e de qualidade de vida dos residentes e comer-ciantes;• Cooperar com as entida-des públicas, nomeadamente com a Câmara Municipal de Loures e Junta de Freguesia de Moscavide e Portela, em tudo o que possa valorizar o núcleo habitacional e que

tenha por fim o desenvolvi-mento e progressos locais;• Participar na gestão de ins-talações e equipamentos de interesse comum, cultural, desportivo ou de lazer;• Fomentar a participação da população na discussão dos problemas que, directa ou indirectamente, lhes digam respeito.

No dia 8 de Junho a AMJCR reuniu no parque verde da urbanização para, na compa-nhia de associados e amigos,

proceder à celebração do seu aniversário e informar sobre as últimas acções desenvol-vidas pela direcção. Também foi uma oportunidade para manter e reforçar o compro-misso de continuar a trabalhar em prol da comunidade local residente na Urbanização dos Jardins do Cristo Rei!

Acompanhe a actividade em:www.amjcr.pt

facebook.com\amjcr.

A Associação de Jovens de Moscavide (AJM) organizou, pela 5º ano consecutivo, a Festa da Flor. Um evento que contou com 20 000 flores distri-buídas pelos 100 comerciantes aderentes. As flores chegaram a Moscavide no dia 29 de maio, em frente à igreja, onde estava a Mimi, a mascote da Festa da Flor, para as receber. A cerimónia de recepção con-tou também com as músicas e danças do Rancho Tradicional de Cinfães, da presença do

cantor popular Alex e da direc-ção da AJM, com destaque para o presidente Ricardo Lima e Ricardo Bastos, vice--presidente. Após o fim da festa da chegada das flores, estas foram distribuídas aos lojistas. Cada lojista aderente desembolsou 25 euros e teve direito a 200 flores, que no dia 30 de maio foram oferecendo aos seus clientes, dando uma nova cor a Moscavide e à Portela.

20 000 flores pelas ruas de Moscavide e Portela

A AMP realizou, no dia 31 de maio, o Festival da Associação dos Moradores da Portela. Um evento gímnico que proporcio-na sempre momentos de gran-de beleza. Pelas 21 horas o pavilhão da Escola Secundária da Portela, local onde teve lugar o festival, estava comple-tamente lotado, como tem sido costume ao longo dos anos. Os familiares dos atletas, da AMP e de várias colectivades do distrito, marcaram presença

e não se arrependeram. Dança jazz, ballet, karaté, ginástica acrobática, flamenco, hip-hop, sapateado e mini-trampolim foram algumas das modalida-des exibidas. A AMP apro-veitou o clima de festa para distinguir os associados que, durante 30 anos, nunca dei-xaram de apoiar a Associação dos Moradores da Portela. Uma forma de homenagear a lealdade destes sócios para com a sua Associação.

Festival da AMP continua a ser um sucesso

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22 MP HISTÓRIA

Fique a saber quem foram Almeida Garrett e o Dr. João Gomes Patacão

Almeida Garrett

BiografiaJoão Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu no Porto a 4 de Fevereiro de 1799, filho de António Garrett, um fidalgo da Ordem de Cristo e selador-mor da Alfandega do Porto, e de Ana Leitão. Quando tinha apenas 10 anos, ele e a sua família fugiram para a ilha Terceira, nos Açores, devido às invasões francesas, e foi aí que foi educado pelo seu tio, D. Alexandre, bispo de Angra do Heroísmo e escritor também.Em 1818, com 19 anos, mudou--se para Coimbra, onde estu-dou Direito na Universidade de Coimbra e esteve pela primeira vez em contacto com as ideias liberais. Devido à sua participa-ção na Revolução Liberal que eclodiu no Porto, em 1820, após a Vilafrancada, insurreição levada a cabo pelo Infante D. Miguel em Vila Franca de Xira com vista a restaurar o Absolutismo, Almeida

Garrett foi forçado a exilar-se em Inglaterra. E foi aí, sob a influên-cia de escritores como William Shakespeare e Walter Scott, que se iniciou no Romantismo, movi-mento que marcou a sua obra.Voltou, após uma passagem por França também, a Portugal, onde se dedicou ao jornalismo, fundando e dirigindo os jornais "O Português" e "O Cronista". No entanto, teve de voltar a Inglaterra devido ao regresso de D. Miguel, rei absolutista de Portugal, mas antes, ainda este-ve preso por um curto espaço de tempo. Só mais tarde regres-sou a Portugal, onde teve parte no Desembarque de Mindelo e no Cerco do Porto, em 1832 e 1833, importantes movimentos revolucionários que levaram à vitória do Liberalismo. Fixou-se definitivamente em Portugal após uma curta estadia em Bruxelas, servindo como cônsul-geral.Já em Portugal, exerceu cargos políticos, foi secretário da comis-são de reforma geral dos estu-

dos e destacou-se como um dos principais oradores nacionais. Várias reformas no teatro nacio-nal devem-se a ele, tais como a organização da Inspecção-Geral dos Teatros, a construção do Teatro D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática, todas estas realizadas entre 1836 e 1838. É também nomea-do, em 1838, cronista-mor do Reino. A 25 de Junho de 1851, Almeida Garrett é feito Visconde por decreto do Rei D. Pedro V e chega a ser, durante pou-cos dias, Ministro dos Negócios Estrangeiros.Morreu a 9 de Dezembro de 1854, em Lisboa, vítima de can-cro. Foi sepultado no Cemitério dos Prazeres, e, mais tarde, os seus restos mortais foram trasladados para o Panteão do Mosteiro dos Jerónimos.ObraAlmeida Garrett é considerado o escritor que mais representa o Romantismo português, visto que foi responsável pela introdução

deste movimento em Portugal, e é também um dos grandes romancistas em todo o mundo. É também visto como um dos maio-res escritores portugueses de todos os tempos. A sua influência é também notória nas áreas da poesia e teatro, onde concentrou maior parte da sua obra. Algumas das suas obras mais importantes são:• Hymno Patriótico (1820) – obra patriótica que defendia o Liberalismo utilizada na Revolução Liberal;• O Retrato de Vénus (1821) – foi uma das suas primeiras obras e pela qual foi processado por ser considerado materialista, ateu e imoral• Camões (1825) – pensa-se que tenha sido uma das primeiras obras românticas em português• Dona Branca (1826) – outro exemplo do romantismo portu-guês• Um Auto de Gil Vicente (1841) – a primeira peça de teatro de Almeida Garrett com o objetivo

de renovar o teatro português• Viagens na Minha Terra (1846) – livro que representa uma mudança no estilo de Garrett e que marca o início da moderna prosa literária portuguesa.RomantismoO Romantismo é um movimento artístico, literário e político que marcou uma era. Originária na Europa, teve principal influência entre 1800 e 1850, e representa também a revolta contra as nor-mas aristocráticas. Marca uma visão do mundo mais centrada no indivíduo e a importância dada à liberdade de expressão dos sentimentos na arte. Teve maior impacto nas artes visuais, na música, onde se destacam Beethoven, Chopin e Schubert, e na literatura, onde, para além de Almeida Garrett, se destacam Goethe, Walter Scott e também Alexandre Herculano.

Martim Santos

Dr. João Gomes Patacão

João Gomes Patacão foi um médico do século XIX, nascido em Santa Maria dos Olivais em Lisboa. Ele dá o nome ao jardim público de Moscavide, no qual há um busto em sua honra. Não foi uma figura nacional, como Almeida Garrett, mas uma personali-dade local que muito marcou os que tiveram o privilégio de conviver com ele. Mas por que razão foi homenageado? O Dr. João Gomes Patacão foi um médico e uma pessoa excecional, cujo altruísmo foi uma das suas principais características. Ele demonstra-va uma grande preocupação para com os seus doentes, oferecendo-lhes, inclusive, os medicamentos que receitava. Isto pode fazer-nos refletir sobre qual o papel de um médico. João Gomes Patacão mostrou-nos a paixão pela profissão que exercia, tendo sempre como primeira prioridade o tratamento do doente. Tão importante como diagnosticar era tratar. Não espanta que, todos os seus pacientes saíssem do seu consultório com medicamentos para a maleita, em especial os mais carenciados a quem, como já foi dito, oferecia os remédios. Isto implica não procurar recompensas em troca. Tratar só pelo dever e pelo prazer que é salvar uma vida humana. Uma forma de estar que poderia ser genética, pois quando João Gomes Patacão morreu, a sua mãe ofereceu o terreno onde atualmente está edificada a Igreja de Moscavide. Um médico que foi um exemplo de humanidade e que está perpetuado nesta localidade. Em vida ou depois da morte, quem faz bem à população jamais é esquecido, neste caso reconhecido com um busto e dando nome ao jardim público. Uma boa influência para todos os que usufruem deste espaço.

Filipe Amaral

Duas personalidades importantes, uma nacional outra local, que têm em comum o fato de darem os seus nomes aos jardins de refe-rência da Portela e de Moscavide. Vamos tentar conhecê-los melhor.

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23MPMÚSICA

João AlexandreMúsico e Autor

A&R (Artistas e Reportório)Assinar um contrato com uma editoraSe nos reportarmos há meia dúzia de anos atrás, sensivel-mente a altura em que a Emi em Portugal despediu vários artistas, entre eles dois com peso sig-nificativo, Sérgio Godinho e os Mesa. Um veterano e outro da nova geração, ambos com um bom airplay de rádio e uma pre-sença generalizada nos media, percebemos que terá sido esse um momento de estrangulamento das editoras e que passou a fazer cada vez mais sentido a edição de autor. Contudo, entre o sonho e a ilusão do trabalho solitário de um artista alimentado na difusão massiva, possibilitada pela inter-net, há uma grande distância entre o que fica e o que não fica retido na memória das pessoas, bastas vezes muito para lá da música propriamente dita. Por isso vos deixamos neste apon-tamento algumas ideias, falíveis (porque não se trata de ensaio testado em base científica) de como despertar o interesse de uma editora com vista à obten-ção de um contrato, seja ele de edição ou distribuição, mas bene-ficiando da estrutura e know how da mesma.Poderemos dizer à priori que um AR (responsável por Artistas e Reportório) de uma editora procu-ra num novo artista um conjunto de ingredientes (mais ou menos intangíveis), que o levarão a pro-pôr um contrato. Apresentamos aqui esses ingredientes compi-lados num top 10 do seguinte modo:1 – Paixão - É porventura dos mais intangíveis mas também dos que faz tornar um projecto mais credível, sobretudo para um AR observador.2 – Canções – são a essência do sucesso.3 – Espectáculos – Influenciam directamente a venda de cd’s e merchandising. Captam ou afu-gentam potenciais fans e dão indicações ao AR sobre como banda e público interagem.4 – Estrelato – Personalidade na banda que se evidencie no meio…5 – Potencial de mercado – A música e a imagem são vendá-veis para um target definido? Quem está interessado em com-prar e porquê?6 – Foco da Banda – Estão todos os elementos da banda a puxar para o mesmo lado? A banda tem um plano? O manager se exis-

tir está alinhado com a banda? Detecção dos problemas-alvo.7 – Fúria – Com que entusiasmo está a banda para conseguir um contrato? Será capaz de qual-quer coisa para o obter?8 – Conhecimento do negócio – Estará a banda por dentro do funcionamento da “coisa”? O que é que a banda espera? Precisará de um manager? E de uma equi-pa técnica?9 – “Red alert” – Existem focos potenciais de problemas na banda? Há problemas pessoais (drogas, financeiros ou de rela-ções pessoais)?10 – Instinto do AR – Estará ele impressionado com a banda? Capaz de fazer sacrifícios quer no seu trabalho, quer no seu tempo livre (como assistir a ensaios/espectáculos) para a assinar? O que pensarão os outros elemen-tos da editora sobre a banda?A arte das cunhas/lobby (ou tec-nicamente, rede de contactos / networking)O melhor modo de aprender e fazer conhecimentos é … saindo à noite e aparecer nos locais onde as “coisas” acontecem.É fundamental conhecer tan-tas pessoas importantes quanto possível e deixá-las com uma impressão positiva, sem esque-cer que não existe uma segunda

oportunidade para alterar uma primeira impressão.As pessoas da indústria musical têm os seus egos muito pecu-liares e gostam de ser vistas e ouvidas de modo a validar a sua existência neste negócio (jorna-listas, músicos, staff de editoras, etc).Quando se sai à noite é sempre uma boa ideia trazer no carro um pacote constituído por um cd e bio/press release. A aborda-gem a uma destas pessoas deve ser clara, concisa e simpática qb…”Olá eu chamo-me Manuel, pertenço à banda X e gostaria de te entregar um cd para ouvires, quando tivesses uma oportunida-de. Obrigado”.Regra de ouro é nunca for-çar alguém a ouvir a música ou a assistir a um espectáculo. Primeiro é fundamental conhecer a pessoa e depois fazer o traba-lho de seguimento.Nunca confundir estas saídas para networking com saídas com amigos. Este trabalho deve ser feito a sós e os amigos aqui funcionam como competição e atrapalhação. A arte do lobby não se coaduna com “coparia” entre amigos.Aumentar as possibilidades de assinatura de um contratoO que é um AR?

É o responsável pela descoberta de novos talentos e o desenvol-vimento das suas carreiras. Não é ele que decide a assinatura de um contrato, mas é ele que requer a aprovação junto à admi-nistração.O que busca um AR?Hits potenciais, uma música com personalidade própria, uma ima-gem vendável, perspectivas de carreira e bons espectáculos. Os AR’s tendem a preferir bandas organizadas, que fazem o seu grafismo e vendem as suas pró-prias gravações, que têm já uma boa base de fans e ideias claras sobre os seus propósitos e ima-gem. Que desenvolvem o seu website e a presença na web em geral e que tenham capacidade de sacrifício pela música…Onde busca um AR um novo artista?Em editoras independentes, em rádios, em locais de música ao vivo, lendo revistas e jornais da especialidade, pesquisando na net, em concursos, etc.Quando são assinados contra-tos?Normalmente no 4º trimestre foge-se à assinatura de contratos com novos artistas. Nos restan-tes trimestres eles poderão ser assinados sem que nenhum se destaque particularmente.

Outros considerandosOs AR’s normalmente não gos-tam de ser abordados directa-mente. Na verdade por vezes preferem até não prestar atenção ao material que lhes tenha sido enviado sem ser solicitado por-que, apesar das excepções à regra, consideram que se o artis-ta tem potencial acabará por ser encontrado…Porque os AR’s das editoras raramente telefonam de volta?Apesar da frustração causada por saber que as nossas demos estão nas secretárias dos AR’s, provavelmente a ganhar pó e que eles não nos telefonam a falar delas, não deveremos desespe-rar porque:Os AR’s estão normalmente sobrecarregados de trabalho, têm outras e maiores responsabi-lidades que ouvir música. Sabem que se falarem com os artistas estarão, pelo menos, 15 minutos presos ao telefone e, sobretudo, devemos ter a noção que aquilo que é mais importante para o artista não é o mais importante para o AR. O AR está sobretu-do concentrado nos artistas que assinou e nos discos que estão em produção…

(continua no próximo número)

Ninho de Cucos

“Tenho uma banda muito conhecida… apenas na minha rua!”

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24 MP ACTUALIDADE

Tenho lido, de forma espo-rádica, alguns escritos que denominam a ‘igualdade de género’, assumo que de forma pejorativa, de ‘ideologia de género’. Um termo usado possivelmente para trans-mitir a ideia de que é algo tremendamente intelectual, distante da realidade, uma invenção… em suma, uma engenharia social – sendo qualquer engenharia destas vista como necessariamente algo pernicioso, porque longe do ‘natural’. Acontece que a igualdade de género pouco tem de distante do dia-a-dia das pessoas ou da sua pró-pria forma de ser, enquanto seres vivos com personali-dade própria. Pelo contrá-rio, corresponde a anseios de liberdade, de autonomia e de realização pessoal de mulheres e de homens con-cretos. Reconhece adicional-mente que, frequentemente, nesta equação humana são as mulheres as mais prejudi-cadas. Falo disto com alguma conhecimento de causa. Não só porque sou mulher, mas porque afinal a minha inves-tigação versou as questões da biologia vs. cultura nas questões de género. Permitiu-

me confirmar que realmente há uma construção social em torno dos significados, dos papéis e das expectativas de aptidões físicas ou psicoló-gicas e gostos atribuídos às pessoas a partir do sexo com que nasceram. Que varia de época para época, de cultura para cultura. Para algumas pessoas o sta-tus quo ou modelos antigos de organização social e fami-liar dos sexos serão vistos como extremamente benéfi-cos para a procriação e para a natalidade e confundidos com ‘regras naturais’ deriva-das do funcionamento bio-lógico. Porém esses mode-los têm tanto de ideologia como qualquer outro. Se não quisermos confiar nos estu-dos científicos, conseguimos olhar em redor e dar conta de um número suficiente de mulheres que desejam ter uma carreira, um papel ativo enquanto profissionais e/ou agentes na vida pública. Ou seja, a maternidade não é desejo único contributivo para a sua felicidade. Também nos damos conta que, felizmente com cada vez maior frequên-cia, há homens a manifestar, com coragem – porque mui-

tos têm falta dela neste ponto e reprimem a sua autenticida-de - o desejo de poder par-ticipar e agir de modos que tradicionalmente mereciam (e ainda merecem) censura social por serem tidos como do domínio ‘feminino’. Damo-nos conta então que de ‘natu-ral’ nada há em modelos rígi-dos de papéis de género. A diversidade de mulheres e a diversidade de homens existe comprovadamente. Torna-se assim uma mera escolha reprimir essa diver-sidade ou não. A igualdade de género não pretende ditar como as pessoas devem ser ou viver, mas sim lutar por uma igualdade de oportunida-de de participação e desen-volvimento para cada pessoa, entendendo que os gâmetas do homem e da mulher são essenciais para a procriação, que essa sua diferença fisio-lógica e biológica concorre para isso, mas que as suas diferenças ficam-se por aí. Pelo menos de modo relevan-te para falarmos de universais do que é ser mulher e do que é ser homem. Se virmos as mulheres como pessoas com direitos e deveres iguais aos homens – e como poderia ser

de outra forma sem incorrer em injustiça? -, então teremos de assumir uma série de fac-tos inerentes a esse reconhe-cimento. Que numa família não há um chefe de famí-lia, mas são ambos chefes de família. Que numa família ambos têm tarefas, responsa-bilidades e deveres familiares e domésticos iguais ou que é correto que os distribuam entre si de forma equitativa. Que tal como para muitos homens ter uma carreira é um aspeto vital de realização pessoal, assim é para mui-tas mulheres. Que nalgumas famílias será o homem a cozi-nhar e a mudar as fraldas ao bebé e a mulher quem monta as prateleiras e conduz o carro. Assim, se as mulheres numa relação heterossexual de facto se responsabilizam, por imperativo biológico, de uma gestação de 9 meses e da amamentação (quando possível e desejada), nada mais existe a partir daí que um homem não seja igual-mente capaz de efetuar para contribuir para o desenvolvi-mento saudável do seu filho ou da sua filha.

Rita PaulosDiretora da Casa Qui - Associação de Solidariedade Social

Teatro em Moscavide

Teve lugar no dia 29 de Maio a apre-sentação da nova peça de teatro Bar-Ò-Metro, pela Companhia de Teatro Amador de Moscavide. A sua apresen-tação aconteceu no Centro Cultural de Moscavide. A audiência era bastante numerosa, contando com pessoas de todas as idades. Entre os espectadores desta peça, encontrava-se a Presidente da Junta de Freguesia, Manuela Dias, acompanhada de alguns membros do seu staff. Esta nova peça tenta retratar com ironia e sátira alguns dos males, vícios e podres da nossa sociedade. Quer sejam as relações entre as pes-soas, quer sejam situações referentes ao mundo do trabalho. De uma socie-dade que precisa de mudar e acompa-nhar a evolução que tem lugar a nível planetário. Esta peça tenta levar as pessoas a pensar sobre estes assuntos e contribuir para que todos possamos evoluir mais como cidadãos e pessoas a nível individual. A peça foi aplaudida ao longo de toda a sua representação. No final houve uma grande ovação. Não faltou o café. Uma peça a não perder.

António dos SantosEscritor

Dia 13 às 22h – FNAC de Alfragide; dia 15 às 18h – FNAC do Colombo. Os Clark, banda de origem portelense, continuam o seu périplo de showcases nas Fnac da Grande Lisboa. Depois de em maio terem estado nas FNAC do Shopping de Cascais, do Centro Vasco da Gama e do Almada Forum, o tour continua durante o mês de junho, tal foi o sucesso alcan-çado. Outra nota de destaque é o tema "Brilho assassino", do álbum "Bipolar", que integra a banda sonora da novela da TVI "Mulheres", que estreou a 1 de Junho.

Bichos-papão à parte, o que é a igualdade de género?

Clark em concerto

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25MPDESPORTO

E o sonho ficou pelo caminho. Faltavam 3 finais para a almeja-da subida de divisão mas logo na primei-ra a equipa baqueou frente a um adversário (AMSAC) que fez um campeonato sofrível. A AM Portela empatou 2-2 e viu o Burinhosa ascender ao 1º lugar com igualdade pontual, 55 pontos. A partir daí o Burinhosa tinha de ter um deslize e tal não

aconteceu vencendo em casa (8-2) o Loures e venceu nos Açores ao Rabo de Peixe por 5-1. Entretanto a AMP venceu o Fabril (6-5) e em Albufeira por 6-4 e concluiu o cam-peonato no 2º lugar. Ambas acabariam em igualdade pontual, 61 pontos mas no fac-tor de desempate, o confronto directo, a Burinhosa venceu por 8-0 em casa e per-

deu na Portela por 4-3. Uma época com um sentimento vazio e um sabor azedo porque subia apenas uma equipa à divisão principal. Na taça de Portugal a AMP che-gou aos oitavos-de--final e foi eliminado pelo actual vence-dor, o Fundão, por 6-4. Esperemos que na próxima época a AMP consiga alcan-çar a 1ª Divisão.

Apresentamos algu-mas caras novas para esse objectivo. Neutel ( GD Fabril),Nuças (Operário), Maurício (AMSAC), Samuka (Vila Verde) e Lippi ( Dramático de Cascais). Os atletas que já acertaram as suas renovações são: Kiko, Luís Estrela, Éder Almeida, João Silva, Marco Mateus, Bruno Santos, Rudson Almeida, Couves,

Ricardo Cardoso, João Amaral e Guilherme Castro. Foi promovi-do da equipa júnior, Márcio Carneiro.Mário Silva e José Amado continuam no comando técnico da equipa tendo agora um novo treinador de GR, Teodósio, a completar o staff.

Luís Bendada

O Desportivo Olivais e Moscavide sagrou-se campeão da 2ª divisão da A. F. Lisboa com 62 pontos, mais 4 que o 2º classificado, o Catujalense. Em 26 jogos conseguiram 19 vitórias e 5 empates, 79 golos marcados e 30 golos sofridos. Em casa alcançou 12 vitórias e apenas um empate em 13 jogos. Fora de portas, a situação foi diferente mas suficiente, em 13 jogos, 7 vitórias e 4 empates.

Sentimento vazio

CDOM

Proposta de Sócio

Caros leitores,Terminou o campeonato!A nossa equipa sénior terminou no segun-do lugar da série B da segunda divisão, com os mesmos pontos do primeiro clas-sificado e por isso, não conseguiu atingir um sonho que esteve tão perto de ser atingido e que fomos alimentando até à última jornada, a subida ao escalão maior do Futsal Nacional. Passada que está a frustração inicial e analisando os resultados de forma mais racional, temos que concluir que a per-formance da nossa equipa foi a todos os títulos brilhante! Conseguimos mais treze pontos que no ano anterior e lutamos até ao fim com uma equipa, que terá um orçamento dez vezes maior que o nosso e que tem toda uma região a apoiá-la!Um profundo obrigado a todos os joga-dores que se empenharam na defesa das nossas cores, especialmente àque-les que, ainda que por razões diferen-tes, não continuarão connosco: Pires, Gonçalo Farinha, Sandro, João Miguel Silva e Osvaldo. Agora é tempo de preparar a próxima época num ambiente em que, as instân-cias competentes insistem em não regu-lamentar e onde as equipas com valores éticos como a Portela enfrentam cada vez mais dificuldades. Para o ano o campeonato irá disputar-se num novo formato. Acabará a terceira divisão e serão constituídas seis séries de 10 equipas, que jogarão todas contra todas sendo as duas primeiras equipas de cada série apuradas para a segunda fase.Nessa segunda fase as doze equipas apuradas serão novamente divididas em duas séries de seis, que jogarão todas contra todas sendo promovidas à primei-ra divisão os vencedores de cada uma das séries, que ainda jogarão entre si para apuramento do campeão nacional. Ou seja, se hoje temos 28 equipas a lutar pela subida à primeira divisão nacional, para o ano teremos 60, o que torna a tarefa aos participantes cada vez mais difícil.Antevê-se, com estas alterações, uma primeira fase do campeonato pouco com-petitiva, com apenas três ou quatro equi-pas a lutarem pelos primeiros lugares, mas uma segunda fase onde todos os jogos serão verdadeiras finais e de gran-de nível. A enfrentar um novo paradigma onde, com menos tem de se fazer mais, espe-ramos estar à altura deste desafio para dessa forma continuar a engrandecer o nome da PORTELA dentro desta moda-lidade apaixonante e com cada vez mais seguidores.

Rui RegoAdvogadoDirector da Associação dos Moradores da Portela

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26 MP PSICOLOGIA

A FAMÍLIA e a CRIANÇA: ontem, hoje e amanhã!

Gostaria de partilhar convosco, algo que me atormenta: a educação e o futuro das nossas crianças e o lugar da família neste século. É sabido que todos temos uma criança dentro de nós, e ainda bem que assim é! Contudo, sinto que por vezes não me identifico com um conjunto de aspectos ou valores que estão em voga no que chamam “o papel da família e a educação nos dias de hoje”. Vejo as crianças a serem tratadas “em redomas, como relíquias preciosas de porcelana”, como se tratasse de uma“compensação” dos desequilíbrios sociais. As crianças têm uma capacidade de adaptação, de perdão, de sinceridade assustadoras! As crianças são bem mais inteligentes do que a grande parte dos adultos imagina! As crianças têm um sentimento, feeling , muito apurado!Há memórias que, pelo nível de impor-tância que lhes damos, têm u m impacto, em nós, imensurável. Recorde alguns momentos de quando era criança. Como é que brincava? Com quem brincava? Quais os seus brinquedos preferidos? Quantas vezes ouviu a palavra NÃO? Compare esses momentos com os que pode observar nas crianças de hoje...Lembro-me de quando era pequena, e talvez por ter três irmãos, um mais velho e dois mais novos, sim, exactamente, sou a nº2, desde cedo nos habituámos e fomos “obrigados” a PARTILHAR. Partilhar brin-quedos, partilhar doces e chocolates, par-tilhar a responsabilidade e o que existia! Hoje sinto que a criança está mais voltada para o EU, para o seu próprioEGO, para os seus desejos e vontades! Recordo-me de ouvir imensas vezes a palavra NÃO, e hoje com 31 anos, esta palavra fez-me crescer, fez-me compreender que NÃO POSSO FAZER tudo o que quero! Aprendi que todos os meus actos ou comporta-mentos tinham consequências! Aprendi que uma boa pessoa, pensa no outro e nas necessidades dos outros! Aprendi que os meus comportamentos influenciam os que me rodeiam, e os mais próximos festejam e sofrem comigo! Aprendi a viver em família e a dar-lhe prioridade!Por favor não tenham medo de MIMAR (q.b.) e BRINCAR (na rua ou no campo) com as nossas crianças! Por favor ensinem as nossas crianças a jogar, a PERDER e a GANHAR! Por favor, não tenham medo de CONTRARIAR e dizer que NÃO às nossas crianças! Por favor falem e expliquem TUDO (de acordo com a idade) às nossas crianças! Por favor acreditem nos vossos VALORES e transmitam-nos às nossas crianças! Não tenham medo de ERRAR, pois quan-to mais cedo detectarem e avaliarem o erro, mais tempo têm para o CORRIGIR! Por favor, família, EDUQUEM as nossas crianças!

Filipa Monteiro FernandesPsicóloga Organizacional

Maria Margarida OliveiraPsicoterapeuta

Filomena (nome fictício) sofreu um dos maiores desgostos da sua vida, quando aos trinta anos o seu companheiro lhe diz que está apaixonado por outra mulher. Como era seu hábito, perante estes traumas, Filomena não chorou, não se manifestou, fez as suas malas e partiu. O seu coração pare-ceu ter-se endurecido e a dor desaparecido. Calou bem no fundo de si mesma e para si mesma tão grande desgosto.Durante seis anos vagueou. Conheceu muitos homens, mas rapidamente os largava. Até que o sonho e o desejo de ter um filho, que tinha desde criança, começou a impor-se no seu imaginário. E um dia, sem grande premeditação, aconteceu ter-se dela aproxi-mado um colega de trabalho, que já conhecia há alguns anos, o qual achava diferen-te e por isso lhe despertava alguma curiosidade. E tudo se precipitou rapidamente e passado pouco tempo esta-vam a viver juntos. E o filho aconteceu.No entanto Filomena rapida-mente se apercebeu, que se tinha envolvido numa viagem muito perigosa. O companhei-ro não era dado a trabalhar, bebia muito e considerava-se superior a ela e a quase todos. Além disso era pos-suído por um ciúme doentio, que todas as noites inferniza-va Filomena, querendo que ela contasse quantos homens tinha tido na sua vida e como tudo tinha acontecido. Por sorte, ou por ajuda de Deus, nunca Filomena contou o que fosse sobre a sua vida afetiva passada, tal como não exigiu que ele fizesse o mesmo. O desgosto foi tal, que matou quase à nascença o entusias-mo por esta nova relação.Mas, em vez de se ter sepa-rado e seguido a sua vida, Filomena apostou em conti-nuar a relação e voltou-se para o trabalho com todas as suas forças… E o filho cres-ceu, os negócios floresceram e até tudo parecia que ia bem, não fosse a dor persistente no seu coração e um vazio sem fim, que lhe tirava toda a alegria de viver. Mas os comportamentos estranhos do companhei-ro aumentavam de dia para dia. Maltratava-a, agora já em

público, o mesmo acontecen-do com o filho. O seu pra-zer era apresentar-se como o mais importante e o criador de tudo o que acontecia na família. Ao mesmo tempo que nas relações mais próximas se apresentava sempre como a vítima, por não verem quan-to era genial! E quanto o mal-trataram e maltratavam!E se Filomena no princípio da relação acreditava nisso, que escondia no mais íntimo da sua alma, começou lentamen-te a observar que estavam, pelo contrário, em campos opostos. Enquanto Filomena se sentia pobre, humilde, não valorizada e reconhecida. Ele sentia que era poderoso, que ninguém era capaz de ver o seu valor, que nasceu para grandes feitos e que tudo merecia!A clivagem era tão grande e os caminhos tão opostos, que Filomena começou a adoe-cer. Engordou, deixou de dor-mir e fazia tudo com enorme esforço. Procurou ajuda. As vozes exteriores e interiores iam anunciando um triste fim! Até que num dia, sem rodeios e sem explicações anunciou que se ia embora. Todos rea-giram não desejando que isso acontecesse, salvo alguns, muito poucos, amigos que a apoiaram.Mas outra cruzada se iria dar. O marido não aceitou, tam-

bém não lhe pediu para vol-tar, pois logo e rapidamente se envolveu com todas as mulheres amigas do casal. Mas começou, ou já tinha começado há mais tempo, a preparar a retaliação pelo seu abandono, como afirma-va, nunca se tendo posto em causa pelo que aconteceu. E assim Filomena perdeu o seu sustento e os seus bens. Apenas o filho ficou com ela. Mas a libertação sentida foi tão grande que Filomena nunca mais reclamou pelos bens materiais que também lhe pertenciam, culpando-se talvez no seu íntimo, pelo ato praticado. O sentimento de vítima, que sempre a acompa-nhou, levava-a a aceitar todo o sofrimento como um bem ou como necessário para a sua evolução religiosa. Mas talvez receasse as conse-quências das suas reivindica-ções e assim Filomena teve consciência que tinha vivido, quase vinte anos, sob a ação do medo e do mal.Agora e à distância, Filomena reflete sobre a sua inocência e ingenuidade perante o mal e procura ajudar-se e ajudar os outros, sobre o que é o mal e como ele se reflete nas relações. E além disso sobre o mistério das opções de uns para o caminho da vítima e de outros para o de manipuladores! E ainda das

razões porque e para que se encontram ao longo da vida, pois não pode haver vítima sem manipulador! Este mistério está ainda por ser verdadeiramente com-preendido e por isso Filomena não desiste de procurar e de aumentar o seu entendimen-to. E as palavras de Cristo que Filomena aprendeu na cate-quese, mas que nunca enten-deu, apresentam-se-lhe agora com toda a força e sentido:“Felizes de vocês, os pobres… os que têm fome… e os que choram… Porque vos perten-ce o Reino de Deus”“Ai de vocês quando toda a gente vos elogiar, porque era assim que os vossos ante-passados tratavam os falsos profetas”.(Mateus, 5,1-12)Isto não no sentido de se sentir pobre e humilde e com isso deixar que a espezinhem, como aconteceu ao longo da vida, mas de compreender que a sua atitude de humil-dade não pode existir perante os humanos, pois isso é colo-cá-los no lugar de Deus, ou melhor de falsos profetas! E ainda que essa atitude de humildade é mais sábia e prudente, perante o sentido profundo da existência huma-na que está para além dela mesma.

A Verdadeira Felicidade

(Mat. 5,1-12)

Psicologia para todos

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27MPMUNICÍPIO

(Im)pressões

A Europa das Incertezas…No rescaldo das eleições europeias verifica-se, uma vez mais, que o alhea-mento e descrédito do modelo europeu e das suas instituições é o sentimento dominante. A abstenção é a grande vencedora destas eleições por toda a Europa. Quase DOIS TERÇOS (2/3) dos Europeus que uma vez mais se abstive-ram, quiseram transmitir uma resposta à mensagem que não lhes chegou: - Nós, Europeus, estamos fartos de TANTA INCERTEZA!Os cidadãos que não se abstiveram, tanto sejam do Norte como do Sul da Europa, manifestaram por sua vez o seu desagrado com o caminho trilhado e, de uma forma exemplar, repudiaram a passividade das famílias políticas tradicionais (PPE e PSE, que impulsio-naram e construíram a Europa de hoje) ante a crise, negando-lhes o voto. O surgimento de novas correntes popu-listas e o ressurgir de ideologias focali-zadas no individualismo de cada esta-do, como foi no caso de França, é um alerta e ao mesmo tempo o desafio que os agora eleitos terão de enfrentar, começando com uma simples interro-gação: - Que Europa, queremos doravante?No meu artigo anterior “Eleições Europeias e o Manifesto dos 74 nos 40 Anos do 25 de Abril!”, mencionei a necessidade de consensos geradores de certezas, pois a responsabilidade da construção das soluções, da credibili-zação da política e do papel da Europa no Mundo ultrapassa as fronteiras do quotidiano partidário e das respetivas agendas! A tecnocracia dominante, de foro essencialmente neoliberal, que tem vindo progressivamente a dominar as instituições europeias, tem de dar lugar à política!O convite e o incentivo a uma cidadania politicamente ativa dos Europeus é uma responsabilidade dos partidos e dos seus dirigentes, sob pena de a insis-tência na manutenção desta opacidade reinante, em circuito fechado, em que os partidos atualmente vivem, arrisca à destruição do sonho europeu e da própria democracia!

João Borges Neves

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Referendo na freguesiaNo momento em que está a fechar esta edição do MP – Moscavide Portela decorre em Moscavide uma Assembleia de Freguesia onde se discute a temática da saúde relativa-mente aos utentes da nossa freguesia.Sentir o pulsar da população quanto ao grau de satisfação

que hoje existe com as urgên-cias do S. José e aferir que atitudes tomar quanto ao futu-ro, serão temáticas a discutir nesta Assembleia.A saúde é um tema central que merecerá a máxima aten-ção por parte do nosso jornal e voltaremos brevemente a este assunto.

À data de encerramento desta edição conseguiu-se ainda apurar que irá ser efectua-do um referendo à popula-ção para que esta escolha o Hospital Beatriz Ângelo, o Hospital Santa Maria ou a manutenção no Hospital de São José.Nesta sessão, que contou com

a presença do Presidente da câmara, Bernardino Soares e da Presidente da junta, Maria Manuela Dias, ficou claro que este referendo carece de vali-dação posteriormente pelo Ministério da Educação.

A data não está agendada.

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T4+1 de 140 m2 para Remodelar com Ótimas Áreas. Boa Exposição Solar. Localização Privilegiada, Próxi-mo a Comércio, Serviços e Transportes.

PORTELA\ 042130049

199.900 €Preço