pub conv 189

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    C   o   n   v   e   n   ç    ã   o    (    N  .       1    8    9    ) Como é que se relaciona a Recomendação (N.º 201) com a Convenção (N.º 189)? A Recomendação (N.º 201) sobre Trabalho Doméstico, também adotada na Conferência Internacional do Trabalho de 2011, complementa a Convenção (N.º 189). Ao contrário da Convenção (Nº189), a Recomendação (N.º 201) não está aberta à raticação. A Recomendação orientações práticas sobre possíveis medidas a serem tomadas a nível legislativo e outras de modo a aplicar os princípios e os direitos consagrados na Convenção. Como pode ser aplicada a Convenção? A Convenção pode ser aplicada através da extensão ou adaptação das leis, regulamentos ou outras medidas existentes, ou pelo desenvolvimento de medidas novas e especícas para o trabalho doméstico. Algumas das medidas exigidas pela Convenção podem ser aplicadas de modo progressivo. Convenção (N.º 189) Trabalho Digno para o Trabalho Doméstico O trabalho doméstico é trabalho. Os(As) trabalhadores(as) domésticos(as),tal como outros(as) trabalhadores(as) têm direito a um trabalho digno. A 16 de junho de 2011, a Conferência Internacional do Trabalho, da Organização Internacional do Trabalho, adotou a Convenção relativa ao trabalho digno para o trabalho doméstico, que também, é referida como a Convenção (N.º 189), relativa ao Trabalho Doméstico, de 2011. O que é a Convenção (N.º 189)? O que é uma Convenção da OIT? É um tratado adotado pela Conferên- cia Internacional do Trabalho, que é constituída por delegados dos gover- nos, dos trabalhadores e dos emprega- dores de 183 Estados Membros da OIT. De que trata a Convenção (N.º 189)? A Convenção (N.º 189) proporcio- na proteção especíca para os(as) trabalhadores(as) domésticos(as). Es- tabelece os princípios e direitos bási- cos e exige que os Estados tomem um conjunto de medidas para tornar o tra- balho digno uma realidade para os(as) trabalhadores(as) domésticos(as). O que signifca ratifcar uma Convenção? Quando um país ratica uma Con - venção, o seu governo assume for- malmente o compromisso de cumprir todas as obrigações que decorrem da Convenção, e de apresentar peri- odicamente à OIT um relatório com as medidas que adotou nesse sentido.

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Pub Conv 189

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    n

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    89)

    Como que se relaciona a Recomendao (N. 201) com a Conveno (N. 189)?A Recomendao (N. 201) sobre Trabalho Domstico, tambm adotada na Conferncia Internacional do Trabalho de 2011, complementa a Conveno (N. 189). Ao contrrio da Conveno (N189), a Recomendao (N. 201) no est aberta ratificao. A Recomendao d orientaes prticas sobre possveis medidas a serem tomadas a nvel legislativo e outras de modo a aplicar os princpios e os direitos consagrados na Conveno.

    Como pode ser aplicada a Conveno?A Conveno pode ser aplicada atravs da extenso ou adaptao das leis, regulamentos ou outras medidas existentes, ou pelo desenvolvimento de medidas novas e especficas para o trabalho domstico. Algumas das medidas exigidas pela Conveno podem ser aplicadas de modo progressivo.

    Conveno (N. 189)Trabalho Digno para o Trabalho

    DomsticoO trabalho domstico trabalho. Os(As) trabalhadores(as)

    domsticos(as),tal como outros(as) trabalhadores(as) tm direito a um trabalho digno.

    A 16 de junho de 2011, a Conferncia Internacional do Trabalho, da Organizao Internacional do Trabalho, adotou a Conveno relativa ao trabalho digno para o trabalho domstico, que tambm, referida como a Conveno (N. 189), relativa ao Trabalho Domstico, de 2011.

    O que a Conveno (N. 189)?

    O que uma Conveno da OIT? um tratado adotado pela Confern-cia Internacional do Trabalho, que constituda por delegados dos gover-nos, dos trabalhadores e dos emprega-dores de 183 Estados Membros da OIT.

    De que trata a Conveno (N. 189)?A Conveno (N. 189) proporcio-na proteo especfica para os(as) trabalhadores(as) domsticos(as). Es-tabelece os princpios e direitos bsi-cos e exige que os Estados tomem um conjunto de medidas para tornar o tra-balho digno uma realidade para os(as) trabalhadores(as) domsticos(as).

    O que significa ratificar uma Conveno?Quando um pas ratifica uma Con-veno, o seu governo assume for-malmente o compromisso de cumprir todas as obrigaes que decorrem da Conveno, e de apresentar peri-odicamente OIT um relatrio com as medidas que adotou nesse sentido.

  • Alm disso, a Conveno exige que o governo consulte as organizaes dos empregadores e dos trabalhadores mais representat ivas, bem como, quando existam, as organizaes que representam os(as) trabalhadores(as) domsticos(as) e as organizaes que representam os empregadores dos(as) trabalhadores(as) domst icos(as) , sobre quatro matrias especficas: (i) categorias de trabalhadores(as) que podem ser excludos(as) do mbito da Conveno; (ii) medidas de segurana e sade no trabalho; (iii) medidas relativas segurana social; (iv) medidas para proteger os(as) trabalhadores(as) de prticas abusivas por parte das agncias privadas de emprego (Artigos 2.,12. e 15.).

    O que podem fazer os(as) trabalhadores(as) domsticos(as) para usufruir da proteo prevista na Conveno (N. 189)?A Conveno (N. 189) afirma os direitos fundamentais dos(as) trabalhadores(as) domsticos(as) e estabelece normas do trabalho mnimas para os(as) trabalhadores(as) domsticos(as).

    Os (As) trabalhadores(as) domsticos(as) podem:

    organizar e mobilizar apoio para a ratificao e aplicao da Conveno pelos seus Governos;

    utilizar as disposies da Conveno e da Recomendao para influenciar a mudana legislativa e melhorar as con-dies de trabalho e de vida dos(as) trabalhadores(as) domsticos(as) in-dependentemente de trabalharem num pas que tenha ou no ratificado a Conveno (N. 189).

    Direitos bsicos dos(as) trabalhadores(as) domsticos(as) Promoo e proteo dos di-

    reitos humanos para todos(as) trabalhadores (as ) domsticos(as) (Prembulo; art.3).

    O que trabalho domstico?A Conveno (N. 189) define trabalho domstico como o trabalho que realizado em ou para um ou vrios domiclios.

    Este trabalho pode incluir tarefas tais como: limpar a casa, cozinhar, lavar roupa e passar a ferro, tomar conta de crianas, ou de membros da famlia idosos ou doentes, jardinagem, guarda da casa, transporte da famlia (motorista) e at cuidar de animais domsticos.

    Quem trabalhador(a) domstico(a)?No mbito da Conveno, trabalhador(a) domstico(a) qualquer pessoa encar-regue de prestar trabalho domstico no mbito de uma relao laboral.

    O(A) trabalhador(a) domstico(a) pode trabalhar a tempo completo ou a tempo parcial; pode trabalhar para um nico domiclio ou para vrios empregadores; pode residir no domcilio do emprega-dor ou residir fora desse domiclio. Um(a) trabalhador(a) domstico(a) pode tra-balhar num pas diferente do seu pas de origem.

    Todos(as) os(as) trabalhadores(as) domsticos(as) esto abrangidos(as) pela Conveno (N. 189), embora alguns pases possam decidir excluir algumas categorias em condies muito restritas.

    Quem o empregador de um(a) trabalhador(a) domstico(a)?O empregador de um(a) trabalhador(a) domstico(a) pode ser um membro de um domcilio para o qual o trabalho realizado ou uma agncia ou empresa que emprega trabalhadores(as) domsticos(as) e os disponibiliza para trabalhar em domcilios privados.

    Os trabalhadores e empregadores sero consultados na aplicao da Conveno?As disposies da Conveno devem ser aplicadas em consulta com as organi-zaes dos empregadores e dos trabal-hadores mais representativas (Artigo 18.)

    Conveno (N. 189)

    Trabalho Digno para o Trabalho Domstico 2 3

  • Respeito e proteo pelos princpios e direitos fundamentais no trabalho: (a) a liberdade de associao e o reconhecimento efetivo do direito negociao coletiva; (b) a eliminao de todas as formas de trabalho forado ou obrigatrio; (c) a abolio do trabalho infantil; e (d) a eliminao da discriminao no emprego e na profisso (Artigos 3,4 e 11).

    Proteo efetiva contra todas as formas de abuso, assdio ou violncia (artigo 5).

    Condies justas de emprego e con-dies de trabalho dignas (artigo 6).

    Informao sobre as condies de emprego Os(As) trabalhadores(as) domsticos(as)

    devem ser informados(as) de modo apropriado e de fcil compreenso dos termos e condies de emprego, preferivelmente atravs de contrato escrito (artigo 7).

    Tempo de trabalho Medidas tendo em vista assegurar

    igualdade de tratamento relativa-mente aos demais trabalhadores, no que concerne ao perodo normal de trabalho, compensao de horas ex-traordinrias, perodos de descanso dirio e semanal e frias anuais pagas (artigo 10).

    O perodo de descanso semanal deve ser de pelo menos 24 horas consecutivas (artig o 12).

    R e g u l a o d o t e m p o d e dis-ponibilidade (perodos em que o(a) trabalhador(a) no tenha liberdade de dispr do seu tempo e permanea disponvel para o agregado para responder a possveis pedidos) (artigo 10).

    Remunerao Salrio mnimo, caso exista um

    salrio mnimo para outros(as) trabalhadores(as) (artigo 11).

    Conveno (N. 189)

    Trabalho Digno para o Trabalho Domstico

    Os salrios devem ser pagos diretamente aos(s) trabalhadores(as), em dinheiro, em intervalos regulares e pelo menos uma vez por ms. A menos que a modalidade de pagamento esteja prevista na legislao nacional ou em conveno coletiva, o pagamento pode ser efetuado por transferncia bancria ou cheque, desde que o(a) trabalhador(a) concorde (artigo 12).

    O pagamento em espcie permitido sob 3 condies: apenas uma parte limitada do total da remunerao; o valor monetrio correspondente a esse pagamento em espcie justo e razovel; os bens ou servios disponibilizados a ttulo de pagamento em espcie se destinem ao uso pessoal e benefcio do(a) trabalhador(a). Isto significa que os uniformes ou equipamento de proteo no so considerados pagamento em espcie, mas sim instrumentos que o empregador fornece aos(s) trabalhadores(as), sem custo para estes(as) para o desempenho das suas funes (artigo 12).

    As taxas cobradas pelas agncias pri-vadas de emprego no podem ser de-duzidas na remunerao (artigo 15).

    Sade e segurana no trabalho Direito a um ambiente de trabalho

    seguro e saudvel (artigo 13).

    So postas em prtica medidas para assegurar a segurana e a sade no trabalho dos(as) trabalhadores(as)(artigo 13).

    Segurana social Proteo em matria de segurana

    social, incluindo as prestaes de maternidade (artigo 14).

    Condies no menos favorveis que as aplicveis aos trabalhadores em geral (artigo 14).

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  • Programa sobre Condies de Trabalho e Emprego (TRAVAIL)Setor da Proteo SocialBureau Internacional do TrabalhoRoute des Morillons 4CH-1211 Genebra 22, Suia

    Tel. +41 22 799 67 54Fax. +41 22 799 84 51

    [email protected]/travail

    Normas relativas ao trabalho domstico infantil Deve ser estabelecida uma idade

    mnima para a prestao de trabalho domstico (artigo 4).

    Os(As) trabalhadores(as) domsticos(as) com idade de 15 anos, mas com idade inferior a 18 anos no devem ser privados(as) da escolaridade obrigatria, e o trabalho no pode interferir com as suas oportunidades de acesso a ensino ou formao profissional adicional (artigo 4).

    Normas relativas residncia no domiclio de trabalho Condies dignas de vida que

    respeitem a privacidade dos(as) trabalhadores(as) (artigo 6).

    Liberdade para chegar a um acordo com o empregador ou potencial empregador, sobre a residncia no domiclio de trabalho ou fora dele (artigo 9).

    Inexistncia da obrigao de per-manecer no domcilio do empregador ou com os seus membros durante os perodos de descanso e frias (artigo 9).

    Direito a manter os seus documentos de identificao e de viagem (artigo 9).

    Regulao do tempo de disponibili-dade (artigo 10).

    Normas relativas aos(s) trabalhadores(as) migrantes Contrato de trabalho vlido no pas em

    que vo executar o trabalho, ou uma oferta de emprego por escrito, antes de partir para outro pas (artigo 8).

    Condies claras de repatriao em caso de cessao do contrato de trabalho (artigo 8).

    Proteo dos(as) trabalhadores(as) domsticos(as) contra prticas abusi-vas por parte das agncias privadas de emprego (artigo15).

    Cooperao entre os pases de origem e de destino para assegurar a efetiva aplicao das disposies da Conveno aos(s) trabalhadores(as) migrantes (artigo 8).

    Agncias privadas de empregoMedidas a pr em prtica (artigo 15):

    regular das condies de funciona-mento das agncias privadas de em-prego;

    assegurar a existncia de mecanismos adequados para a investigao de queixas por parte dos(as) trabalhadores(as) domsticos(as),

    fornecer proteo adequa-da aos(s) t rabalhadores(as) domsticos(as) e preveno de abu-sos, em colaborao com outros Esta-dos Membros sempre que necessrio;

    considerar a celebrao de acordos bilateriais a nvel regional ou multilateral para prevenir abusos ou prticas fraudulentas.

    Mecanismos de queixa, inspeo e acesso justia Acesso efetivo aos tribunais ou a outros

    mecanismos de resoluo de conflitos, icluindo mecanismos de queixa acessveis (artigo 17).

    Devem ser adotadas medidas compatveis com a legislao na-cional, para a proteo dos(as) trabalhadores(as) domsticos(as), in-cluindo medidas relativas inspeo do trabalho. A este respeito a Con-veno reconhece a necessidade de estabelecer o equilbrio entre o direito proteo dos(as) trabalhadores(as) domsticos(as) e o direito privaci-dade dos membros do domiclio (ar-tigo 17).

    Conveno (N. 189)

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