pt 093 19 ipgr viabilidade ambiental eia ctr itu · 2019. 10. 23. · em 11.05.2016 foi realizada...

35
PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7 Site: www.cetesb.sp.gov.br Nº 093/19/IPGR Cód.: SO598V03 07/08/2009 1/35 PROCESSO: Nº 046/2011 INTERESSADO: EPPO ITU Soluções Ambientais S/A MUNICÍPIO: Itu ASSUNTO: Análise da viabilidade ambiental das Obras de Implantação da Central de Tratamento de Resíduos - CTR Itu DATA: 18.10.2019 1 INTRODUÇÃO O presente Parecer Técnico trata da Análise da Viabilidade Ambiental das Obras de Implantação da Central de Tratamento de Resíduos - CTR Itu, no município de Itu, sob responsabilidade da empresa EPPO ITU Soluções Ambientais S/A. O projeto do empreendimento proposto contempla a implantação de um aterro sanitário em regime de codisposição de resíduos industriais Classe IIA e IIB, uma central de triagem de resíduos recicláveis e uma unidade de tratamento para Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), com o intuito de atender aos resíduos gerados no município de Itu. A elaboração deste Parecer foi fundamentada no Estudo de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA elaborado pela empresa consultora Resitec Serviços Industriais Ltda., sob responsabilidade do Biólogo e Tecnólogo em Saneamento Ambiental Paulo Roberto Tobiezi (Anotação de Responsabilidade Técnica – ART n° 92221220140864131 e CREA n° 5060342342-SP), bem como na vistoria técnica realizada em 22.04.2015 e nos documentos constantes no Processo nº 046/2011 (volumes I - XIII), destacando-se: - Cópia da Carta de Anuência s/nº emitida pela SANETRAT Saneamento S/A, em 21.08.2014 à empresa Central de Tratamento de Resíduos Sólidos – CTR Itu, aceitando o recebimento dos efluentes líquidos na ETE – Estação de Tratamento de Esgotos de Salto (fl. 1.280); - Cópias das Anotações de Responsabilidade Técnica – ARTs dos profissionais que elaboraram o EIA/RIMA (fl.1.471 a 1.490); - Cópia da Manifestação Municipal nº 127/2014, emitida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura da Estância Turística de Itu em 01.07.2014, na qual consta que: “(...) a Prefeitura da Estância Turística de Itu não dispõe do corpo técnico para realizar o licenciamento ambiental, bem como, a análise do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), do Empreendimento “Central de Tratamento de Resíduos – CTR Itu” (...) conforme previsto na Resolução SMA 22/2009 e Resolução CONAMA 237/97. (...) o requerente deverá proceder com o licenciamento de tais atividades junto aos órgãos ambientais da esfera estadual, conforme estabelece a legislação vigente”. (fl. 1.497); - Cópia da Matrícula n o 45.792 do Cartório de Registro de Imóveis e Anexos da Comarca de Itu– SP, referentes à área do CTR ITU (fl. 1.569 a 1.576); - Publicações do pedido de Licença Ambiental Prévia – LP (fl. 1.813 a 1.816); - Cópia da Certidão de Uso e Ocupação do Solo, emitida pela Secretaria Municipal de Obras e Serviços Viários da Prefeitura da Estância Turística de Itu em 28.11.2014, na qual consta que: “(...) a área de 72,6 (setenta e dois vírgula seis) hectares, localizada no km 162 da Estrada Municipal ITU-420 e 424, Fazenda São Benedito, (...) onde o empreendimento Central de Tratamento de Resíduos – “CTR Itu”, proposto pela Empresa EPPO ITU SOLUÇÕES AMBIENTAIS S.A., está em conformidade com a legislação aplicável para o uso e ocupação do solo, nos termos previstos pelo §1º, Artigo 10 da Resolução CONAMA 237/97 e Resolução SMA 22/09. (...)” (fl. 1.826); - Parecer Técnico nº 020/IPRS/15, emitido em 04.02.2015 pelo então Setor de Avaliação e Apoio ao Gerenciamento do Uso do Solo – IPRS, atual Setor de Avaliação e Gestão do Uso do Solo - IPGS (fl. 1836 a 1837);

Upload: others

Post on 02-Nov-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 1/35

PROCESSO: Nº 046/2011 INTERESSADO: EPPO ITU Soluções Ambientais S/A MUNICÍPIO: Itu ASSUNTO: Análise da viabilidade ambiental das Obras de Implantação da Central de Tratamento de

Resíduos - CTR Itu DATA: 18.10.2019 1 INTRODUÇÃO O presente Parecer Técnico trata da Análise da Viabilidade Ambiental das Obras de Implantação da Central de Tratamento de Resíduos - CTR Itu, no município de Itu, sob responsabilidade da empresa EPPO ITU Soluções Ambientais S/A. O projeto do empreendimento proposto contempla a implantação de um aterro sanitário em regime de codisposição de resíduos industriais Classe IIA e IIB, uma central de triagem de resíduos recicláveis e uma unidade de tratamento para Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), com o intuito de atender aos resíduos gerados no município de Itu. A elaboração deste Parecer foi fundamentada no Estudo de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA elaborado pela empresa consultora Resitec Serviços Industriais Ltda., sob responsabilidade do Biólogo e Tecnólogo em Saneamento Ambiental Paulo Roberto Tobiezi (Anotação de Responsabilidade Técnica – ART n° 92221220140864131 e CREA n° 5060342342-SP), bem como na vistoria técnica realizada em 22.04.2015 e nos documentos constantes no Processo nº 046/2011 (volumes I - XIII), destacando-se: - Cópia da Carta de Anuência s/nº emitida pela SANETRAT Saneamento S/A, em 21.08.2014 à empresa Central de Tratamento de Resíduos Sólidos – CTR Itu, aceitando o recebimento dos efluentes líquidos na ETE – Estação de Tratamento de Esgotos de Salto (fl. 1.280); - Cópias das Anotações de Responsabilidade Técnica – ARTs dos profissionais que elaboraram o EIA/RIMA (fl.1.471 a 1.490); - Cópia da Manifestação Municipal nº 127/2014, emitida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura da Estância Turística de Itu em 01.07.2014, na qual consta que: “(...) a Prefeitura da Estância Turística de Itu não dispõe do corpo técnico para realizar o licenciamento ambiental, bem como, a análise do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), do Empreendimento “Central de Tratamento de Resíduos – CTR Itu” (...) conforme previsto na Resolução SMA 22/2009 e Resolução CONAMA 237/97. (...) o requerente deverá proceder com o licenciamento de tais atividades junto aos órgãos ambientais da esfera estadual, conforme estabelece a legislação vigente”. (fl. 1.497); - Cópia da Matrícula no 45.792 do Cartório de Registro de Imóveis e Anexos da Comarca de Itu– SP, referentes à área do CTR ITU (fl. 1.569 a 1.576); - Publicações do pedido de Licença Ambiental Prévia – LP (fl. 1.813 a 1.816); - Cópia da Certidão de Uso e Ocupação do Solo, emitida pela Secretaria Municipal de Obras e Serviços Viários da Prefeitura da Estância Turística de Itu em 28.11.2014, na qual consta que: “(...) a área de 72,6 (setenta e dois vírgula seis) hectares, localizada no km 162 da Estrada Municipal ITU-420 e 424, Fazenda São Benedito, (...) onde o empreendimento Central de Tratamento de Resíduos – “CTR Itu”, proposto pela Empresa EPPO ITU SOLUÇÕES AMBIENTAIS S.A., está em conformidade com a legislação aplicável para o uso e ocupação do solo, nos termos previstos pelo §1º, Artigo 10 da Resolução CONAMA 237/97 e Resolução SMA 22/09. (...)” (fl. 1.826); - Parecer Técnico nº 020/IPRS/15, emitido em 04.02.2015 pelo então Setor de Avaliação e Apoio ao Gerenciamento do Uso do Solo – IPRS, atual Setor de Avaliação e Gestão do Uso do Solo - IPGS (fl. 1836 a 1837);

Page 2: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 2/35

- Cópia da Ata da Audiência Pública sobre o EIA/RIMA do empreendimento realizada em 16.04.2015 no município de Itu (fl. 2.032 a 2.037); - Parecer Técnico n° 024/2015/IPA emitido em 19.06.2015 pela Divisão de Avaliação de Ar, Ruído e Vibrações – IPA (fl. 2.123 a 2.127); - Cópia do Decreto nº 2.514, de 10.03.2016, emitido pela Assessoria Técnico Legislativa da Prefeitura da Estância Turística de Itu do Estado de São Paulo, por meio do qual “Declara de Utilidade Pública, para fins de desapropriação amigável ou judicial o imóvel localizado na Fazenda São Benedito (Gleba 1), de propriedade de Roberto Wagner Fontoura Junior, e dá outras providências” (fl. 2.165 a 2.169); - Informações complementares ao EIA/RIMA, protocolizadas em 28.01.2015 (fl. 1.827 a 1.834); em 22.03.2016 (fl. 2.164 a 2.169), em 30.03.2016 (fl. 2.170 a 2.270), em 02.06.2016 (fl. 2.271 a 2.274), em 12.08.2016 (fl. 2.280 a 2.288), em 29.11.2016 (fl. 2.314 a 2.344), em 26.06.2017 (fl. 2.374 a 2.380) e em 15.08.2017 (fl. 2.396 a 2.430); - Cópia do Ofício nº 1847/SCA/7288, emitido em 15.04.2016 pelo Quarto Comando Aéreo Regional do Comando da Aeronáutica do Ministério da Defesa, por meio do qual não se opõe à implantação do empreendimento, desde que sejam mantidos procedimentos operacionais que caracterizam o local como aterro sanitário, não atraindo de forma significativa espécies-problema ao empreendimento, de acordo com as normas vigentes (fl. 2272); - Parecer Técnico nº 018/17/IPA emitido em 27.03.2017 pela Divisão de Avaliação de Ar, Ruído e Vibrações – IPA (fl. 2.364 a 2.366); - Cópia do Ofício nº 1079/2017-IPHAN, emitido em 07.06.2017 pela Superintendência do IPHAN em São Paulo, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ministério da Cultura, por meio do qual se manifesta pela anuência à Licença Prévia (LP), com condicionantes à emissão da LI (fl. 2.376 a 2.377); - Relatório de Vistoria - RV nº 003/18/IPSR elaborado em 27.02.2018 (fl. 2.445 a 2.446); - Parecer Técnico nº 024/18/IPA emitido em 16.04.2018 pela Divisão de Avaliação de Ar, Ruído e Vibrações – IPA (fl. 2.450 a 2.452); - Cópia do Ofício nº 127/DOP-AGRF/3842 emitida em 06.05.2019 pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – CENIPA do Comando da Aeronáutica do Ministério da Defesa, no qual consta que “(...) não há incompatibilidade da implantação do aterro sanitário e do aeródromo em questão, desde que o aterro mantenha as condições de não atratividade à fauna e o aeródromo mantenha monitoramento periódico dos potenciais atrativos de fauna em sua ASA.”. (fl. 2464 a 2465). A elaboração do presente parecer contou com a colaboração do estagiário deste Setor de Avalição e Gestão de Resíduos – IPGR, Daniel Cinta Nishimura, registro nº 020390 e da geológa Damaris Miyashiro Kumayama, registro 7545.

2 HISTÓRICO DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO O processo de licenciamento ambiental do empreendimento em referência teve início a partir da apresentação do Plano de Trabalho nesta Companhia em 19.01.2011, nos termos da Resolução SMA n° 54/04.

Page 3: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 3/35

Em 15.08.2011 foi emitido o Parecer Técnico nº 031/11/IPSR, com a definição do Termo de Referência para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA. Em 13.11.2014 foi protocolizado o EIA/RIMA, sendo que as publicações do pedido de Licença Ambiental Prévia – LP foram apresentadas em 28.11.2014. Em 16.01.2015 foi solicitado pelo então Setor de Avaliação de Sistemas de Tratamento de Resíduos – IPSR, atual IPGR, ao Conselho Estadual de Meio Ambiente – CONSEMA, o agendamento de Audiência Pública, a qual foi realizada em 16.04.2015, no município de Itu. Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do então IPSR, atual IPGR, e da Agência Ambiental de Itu - CJI, acompanhados por representantes do empreendedor e da empresa consultora. Em 28.01.2015, 22.03.2016, 30.03.2016, 02.06.2016, 12.08.2016, 29.11.2016, 26.06.2017 e em 15.08.2017 foram protocolizadas informações complementares por parte do empreendedor. 3 JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO De acordo com as informações apresentadas no EIA, a implantação da Central de Tratamento de Resíduos – CTR Itu é justificada por meio dos seguintes argumentos: - com a implantação da CTR, será possível atender à crescente demanda de locais adequados para a destinação de resíduos sólidos de origem domiciliar e industrial não perigosos e tratamento de resíduos de serviços de saúde gerados no município de Itu; - a implantação do empreendimento irá promover a manutenção ou melhoria da qualidade ambiental do município onde está inserido, já que poderá ser considerado como uma alternativa de disposição de resíduos sólidos ambientalmente adequada; - a implantação do empreendimento está em consonância com os princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10) e da Política Estadual de Resíduos (Lei Estadual nº 12.300/06), uma vez que, além da disponibilidade de locais adequados para a disposição dos resíduos industriais e domiciliares, a CTR também dispõe de tecnologias de tratamento de resíduos, como, por exemplo, a central de triagem e a unidade de tratamento para Resíduos de Serviços de Saúde (RSS). Segundo o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos (CETESB, 2018), no ano de 2018 a Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos UGRHI 10 – Tietê/Sorocaba, na qual o empreendimento está inserido, apresentou os 33 municípios em condições adequadas de disposição dos resíduos sólidos urbanos. A existência de uma unidade para tratamento e disposição adequada dos resíduos industriais não-perigosos e resíduos sólidos domiciliares gerados na região, proporcionaria uma nova alternativa para eventuais encerramentos de unidades que estejam em fase final de sua vida útil. 4 ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E TECNOLÓGICAS Nos termos da Resolução CONAMA n° 001/86, o EIA e o RIMA apresentados contemplam a alternativa zero e estudo de alternativas locacionais e tecnológicas para a implantação do empreendimento. 4.1 Alternativa Zero

Page 4: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 4/35

Segundo o EIA, a não implantação do empreendimento proposto poderá agravar os problemas de destinação final de resíduos e comprometer a qualidade ambiental no município de Itu, tendo em vista a proximidade do final da vida útil do atual aterro sanitário municipal em operação. Considerando-se a perspectiva de crescimento populacional e industrial nos próximos anos e o aumento da demanda de locais para disposição adequada de resíduos, pode-se dizer que o empreendimento proposto é uma alternativa viável para o município de Itu, evitando-se assim a criação de soluções emergenciais e inadequadas em toda a região. 4.2 Alternativas Locacionais O estudo de alternativas locacionais apresentado no EIA/RIMA teve como premissas o encerramento do aterro sanitário municipal de Itu por conta de seu esgotamento e as obrigações constantes da Parceria Público-Privada realizada entre o município e o empreendedor. A partir dessas premissas, foram feitas incursões na área rural do município de Itu, para a elaboração do estudo de alternativas locacionais, de forma a buscar áreas que atendessem necessidades como: extensão superficial suficiente para garantir vida útil superior a trinta anos e possibilidade de aditar novas tecnologias no tratamento de resíduos; adequabilidade do sistema viário; distância de núcleos populacionais; distância de aeroportos; logística de transporte de resíduos e possibilidade de aquisição. Deste primeiro levantamento, foram pré-selecionadas seis áreas potenciais, as quais foram avaliadas segundo critérios adotados para avaliação de impactos ambientais, tais como: extensão superficial, vias de acesso, distância dos centros geradores de resíduos e de núcleos populacionais, zoneamento ambiental, disponibilidade de comercialização, geologia, cobertura vegetal, áreas protegidas, topografia e susceptibilidade a inundações ou erosão. As áreas foram apresentadas e comentadas individualmente quanto à sua localização (Tabela 1) e características ambientais.

Tabela 1 - Localização das áreas pré-selecionadas p ara implantação da CTR Itu

Área Coordenadas UTM (Datum WGS 84) 01 X: 268.335,59 Y: 7.418.921,08 02 X: 254.966,17 Y: 7.431.874,86 03 X: 255.693,01 Y: 7.435.198,80 04 X: 251.135,10 Y: 7.432.875,20 05 X: 254.284,02 Y: 7.434.662,90 06 X: 261.455,24 Y: 7.423.468,52

Fonte: Adaptado de EIA/RIMA (RESITEC, 2014).

A área 01 localiza-se contígua ao atual aterro em operação. Quanto à extensão superficial, apresentou-se insuficiente para o recebimento do volume estimado de resíduos. A área 02 é ocupada por cultura de cana de açúcar e, de acordo com a cartografia do Instituto Geográfico Cartográfico - IGC, apresenta diversos corpos hídricos em seu interior. No entanto, informa o empreendedor que foi verificado em vistoria pelo IGC que o único corpo hídrico existente encontra-se fora da área a ser diretamente afetada - ADA. As áreas 03, 04 e 05 são ocupadas predominantemente por cultura de cana de açúcar, com fragmentos florestais, sendo alguns em áreas comuns e outros em Área de Preservação Permanente – APP.

Page 5: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 5/35

A existência de pequenos proprietários no trajeto próximo ao aterro desfavorece a implantação do empreendimento na alternativa locacional nº 04. E a proximidade das áreas 01, 03, 05 e 06 com núcleos urbanos, poderia futuramente vir a ser um entrave à implantação do empreendimento. De forma geral, com o objetivo de se classificar as 6 áreas pré-selecionadas, foram atribuídos pontos conforme as condições de cada um dos critérios, sendo que, para as condições mais adequadas foram atribuídos 3 pontos, para as adequadas com restrições, 2 pontos, e para inadequada, 1 ponto, conforme apresentado na Tabela 02.

Tabela 02 – Avaliação Individual das Áreas

Aspectos Analisados Área 1 Área 2 Área 3 Área 4 Áre a 5 Área 6

Tamanho da área 1 2 2 2 2 2 Distância do centro de geração 3 3 3 3 3 3 Zoneamento ambiental 2 2 2 1 2 2 Acessos (disponibilidade) 2 2 1 1 1 1 Topografia 2 3 3 3 3 3 Declividade do terreno (%) 3 3 3 3 3 3 Forma da encosta 2 2 2 3 2 2 Erosão 3 3 2 3 3 3 Planícies de inundação 3 3 3 3 3 3 Densidade de drenagem 3 3 2 2 3 1 Disponibilidade de energia elétrica 3 2 2 2 2 3 Distância dos cursos d’água 1 1 1 1 1 1 Uso e ocupação do solo 1 3 2 3 3 3 Possibilidade de expansão 1 3 1 1 3 1 Densidade populacional da área 1 2 2 2 2 1 Distância do núcleo populacional 3 3 3 3 3 3 Valor da terra R$/alq. 1 3 2 3 3 3 Impacto sistema viário local 3 2 2 2 2 3 Geração de emprego e renda 3 3 3 3 3 3 Impacto no comércio e serviço de pequeno porte das áreas 3 3 3 3 3 3

Impacto na fauna 1 3 2 3 3 3 Impacto na flora 1 3 2 2 3 2 Total Geral 46 57 48 52 56 52

Fonte: adaptado de EIA/RIMA (RESITEC, 2014).

Ao final das análises realizadas nas áreas pré-selecionadas, a empresa EPPO ITU Soluções Ambientais S/A optou pela denominada área 02 por apresentar condições mais favoráveis dentre as alternativas elencadas, destacando-se aspectos ambientais como distância em relação aos núcleos populacionais, inexistência de corpo hídrico e de fragmentos florestais na área de intervenção do empreendimento. Dessa forma, considerando que o empreendedor apresentou estudo de alternativas locacionais e que o município de Itu não apresenta restrições quanto ao uso e ocupação do solo, a escolha da área para implantação da CTR Itu, dentre as cotejadas para a atividade, foi considerada a mais adequada pelos critérios legais e ambientais estabelecidos no EIA. 4.3 Alternativas Tecnológicas O EIA contemplou como alternativas tecnológicas para cada tipologia de resíduo, dentre as principais metodologias utilizadas para a destinação final de resíduos, as seguintes aplicáveis para o empreendimento em questão: Resíduos Classe II A e IIB – não perigosos: • Aterro Sanitário; • Usina de Reciclagem; • Compostagem; • Incineração;

Page 6: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 6/35

Resíduos de Serviços de Saúde (RSS): • Autoclave; • Microondas. Para os resíduos sólidos urbanos, a opção por um aterro sanitário associado a uma central de triagem que possibilite a separação de materiais reaproveitáveis, quando comparada às opções apresentadas, mostrou-se a mais viável em termos técnicos, ambientais e, sobretudo, econômicos. Para os resíduos industriais não perigosos Classe IIA e IIB, a opção por um aterro sanitário em regime de codisposição, quando comparada às opções apresentadas, também se mostrou a mais viável. Para tratamento dos resíduos provenientes de serviços de saúde (RSS) Classe I – perigosos, optou-se pela Autoclave, em função de fatores como: volume dos resíduos produzidos na região, viabilidade econômica e sustentabilidade do sistema. Além disso, todas as demais tecnologias disponíveis necessitam de um aterro para destinação de seus resíduos. 5 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO O empreendimento proposto contempla um aterro para disposição de 300 t/dia de resíduos sólidos urbanos em regime de codisposição com resíduos industriais Classe IIA e IIB (conforme classificação da NBR 100041), uma central de triagem de materiais recicláveis (para a qual serão encaminhadas 100 t/dia de resíduos) e uma unidade de tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde – RSS (exceto Grupo B2), com capacidade para receber 1,84 t/dia (Figura 01). A área proposta para a implantação do aterro localiza-se na zona rural do município de Itu, em gleba com extensão territorial de 232.800 m² localizada na Estrada Municipal Itu - 424 - Fazenda São Benedito, bairro Itaim Mirim, Itu, SP, km 162, distante aproximadamente 12 km do centro do Município. O empreendimento contará com unidades de apoio, tais como balança do tipo rodoviária, portaria, auditório, vestiário e banheiros, lavador de veículos e equipamentos, refeitório, escritório, oficina de manutenção, sistema de abastecimento de água, fossa séptica para tratamento de efluentes, sistema de arruamento, cercamento, alambrados e barreira vegetal. De acordo com o projeto básico apresentado, a geometria do aterro considera um maciço de resíduos que terá cota inferior de 545 m a partir da base de escavação e se desenvolverá até a cota 580 m no topo, perfazendo um maciço de 35 m, com taludes de inclinação 1:2 (V:H), bermas com 4 m de largura, taludes com 5 m de altura, a ser ocupado em sete fases com capacidade volumétrica total de disposição de resíduos de 2.328.667,50 m³. Considerando a massa específica dos resíduos como sendo 0,8 t/m³ e o recebimento diário de 300 t/dia, estima-se que a vida útil para este aterro será de 32 anos e 7 meses. Segundo o projeto básico, estima-se que as obras de terraplenagem para adequação do terreno natural gerarão material terroso suficiente para a implantação e operação dos aterros. Quanto aos sistemas de proteção ambiental, foram previstos para o aterro sistemas de impermeabilização inferior e superior; sistema de drenagem, armazenamento e destinação final de líquidos percolados para tratamento externo, coleta e tratamento de biogás; e sistema de drenagem de águas pluviais.

1 ABNT NBR 10.004 (2004): Resíduos sólidos – Classificação 2 Resolução CONAMA 358/2005, de 29.04.2005, que dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências.

Page 7: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 7/35

Figura 01- Localização das unidades do Centro de Tr atamento de Resíduos – CTR Itu na gleba do empreend imento.

Fonte: EIA CTR Itu – RESITEC Serviços Industriais Ltda. (2014). Quanto à unidade de tratamento de RSS, o equipamento proposto trata-se de uma autoclave com capacidade de tratamento de 180 kg/ciclo. O regime de trabalho previsto para os ciclos no interior da câmara da autoclave será a uma temperatura de 150ºC e pressão de 0,2 a 0,5 kgf/cm². Após o ciclo de tratamento, cuja previsão de duração é de 40 minutos, salienta-se que os resíduos serão descaracterizados (triturados) e dispostos no aterro Classe II. A central de triagem proposta para o empreendimento será constituída por um galpão com piso de concreto, contendo um silo para recebimento dos resíduos, esteira com “rasga saco”, peneiras para remoção de resíduos orgânicos e rejeitos, indutor Foucault (separador de metais não ferrosos), eletroímã (separador de metais ferrosos), soprador para remoção de filmes plásticos, separador balístico, esteira para triagem e área com prensas para enfardamento dos materiais segregados. Salienta-se que inicialmente estava prevista a implantação, no CTR Itu, de um britador para o beneficiamento de Resíduos da Construção Civil. Entretanto, nas complementações ao EIA apresentadas pelo empreendedor foi solicitada a exclusão desta unidade da análise de viabilidade de implantação do empreendimento, uma vez que em função da complexidade do fator de emissão atmosférica versus equipamentos e materiais de controle de emissão, foi verificada a inviabilidade financeira para a sua implantação. Para monitorar o desempenho adequado do empreendimento no que diz respeito ao funcionamento dos sistemas de proteção ambiental propostos, o interessado propõe a execução dos seguintes Planos e Programas:

• Programa de comunicação e participação social;

Aterro sanitário

Central de Triagem de RSU

Unidade de Tratamento de

RSS

Page 8: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 8/35

• Programa de capacitação e treinamento da mão de obra; • Programa de monitoramento da qualidade das águas; • Programa de compensação ambiental; • Programa de recomposição vegetal; • Programas de monitoramento e de minimização de incômodos à fauna; • Plano de controle ambiental das obras; • Programa de monitoramento geotécnico do maciço de resíduos; • Plano de controle de prevenção de acidentes; • Plano de gerenciamento de resíduos; • Plano de controle de recebimento de resíduos; • Plano de encerramento do aterro.

Tais Planos e Programas contêm as diretrizes para desenvolvimento e aplicação das medidas mitigadoras apresentadas para minimização dos impactos negativos, ou adversos, bem como potencialização dos impactos positivos e benéficos e a compensação por impactos que não podem ser mitigados. Na ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI, o conteúdo destes Planos e Programas deverá ser detalhado de modo a atender as fases de instalação e operação do empreendimento. 6 ÁREAS DE INFLUÊNCIA De acordo com as informações apresentadas no EIA, as áreas de influência do empreendimento são as seguintes: - Área Diretamente Afetada – ADA: corresponde à área de intervenção das obras de implantação do empreendimento. Dessa forma, foi considerada a área a ser utilizada para a disposição final de resíduos sólidos, além de estruturas de apoio, com extensão superficial de aproximadamente 23,28 ha. - Área de Influência Direta – AID: trata-se do entorno imediato da área de implantação, a qual será afetada pelos impactos decorrentes do empreendimento. Pode ser delimitada em função dos parâmetros relacionados ao meio físico, biótico e socioeconômico, das características tecnológicas do empreendimento e dos atributos ambientais da área em estudo. Neste caso, foi considerada a faixa de 1.000 m tomada a partir da ADA. - Área de Influência Indireta – AII: definida como o espaço territorial onde poderão incidir os impactos indiretos decorrentes da implantação do aterro sanitário, dependendo dos parâmetros relacionados ao meio físico, biótico e socioeconômico. Corresponde a uma área com 145,26 ha e é formada pela sub bacia Médio Tietê Superior. 7 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS Os principais potenciais impactos ao meio ambiente, decorrentes das fases de planejamento, instalação, operação e encerramento do empreendimento, bem como as principais medidas mitigadoras e/ou compensatórias propostas pelo empreendedor e as exigidas pela CETESB, são apresentadas a seguir. Salienta-se que, conforme as informações apresentadas no EIA, a área de implantação do empreendimento não está inserida em Unidades de Conservação – UCs e nem em Zonas de Amortecimento – ZAs de UCs previstas na Lei Federal n° 9.985/00, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, bem como, não está inserida em Área Natural Tombada – ANT e nem em zona envoltória ou em áreas de comunidades quilombolas e/ou indígenas. 7.1 FASE DE PLANEJAMENTO

Page 9: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 9/35

7.1.1 EXPECTATIVA DA POPULAÇÃO QUANTO À IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO E GERAÇÃO DE EMPREGOS A possibilidade de implantação do empreendimento poderá gerar apreensões e expectativas na população residente nas suas áreas de influência, quanto à: incidência dos potenciais impactos ambientais, eventuais transtornos relacionados às obras de instalação e operação do empreendimento, melhorias a serem realizadas nas regiões afetadas, além de expectativas quanto à geração de novos empregos.

Quanto à população residente no entorno, o empreendimento está localizado a uma distância de cerca de 2,8 km do núcleo urbano mais próximo. Além disso, o entorno imediato da área do aterro apresenta baixa densidade populacional, sendo caracterizado por áreas de cultura de cana de açúcar, campo antrópico e fragmentos florestais. Para minimizar este impacto, o empreendedor propõe um Programa de Comunicação e Participação Social, com o objetivo principal de aprimorar as formas de interação entre empreendedor e população e minimizar possíveis conflitos decorrentes de comunicação inadequada. Como objetivos específicos, este programa visa desenvolver ações nas fases de instalação e operação do empreendimento, tais como campanhas de esclarecimento ambiental aos trabalhadores e demais envolvidos; aferir a necessidade de ações complementares e apresentação dos ganhos ambientais para a comunidade. O empreendedor propõe ainda, implantar o Programa Portas Abertas, com o objetivo principal de apresentar a empresa a todos os públicos que tenham relação direta com o empreendimento, tais como, fornecedores, clientes, comunidade, escolas e associações de bairro. Estão previstas atividades como palestras, visitas a serem agendadas previamente, bem como atividades de educação e recuperação ambiental. Este programa terá início na operação do aterro, sendo desenvolvido até o encerramento do empreendimento, sem custos para os visitantes. Por motivo de segurança, haverá restrição de visitação durante a implantação do empreendimento. Quanto à contratação de trabalhadores, foi informado no EIA que a mão de obra operacional foi dimensionada considerando-se os diversos serviços a serem realizados na CTR, devendo contar com um total de 74 funcionários, a saber: 13 para a operação do aterro, 16 para a administração e monitoramento, 11 na unidade de Resíduos de Serviços de Saúde, 16 na central de triagem, 15 para a equipe geral do primeiro turno e 3 para a equipe geral do segundo turno. Somente para o cargo de Gerente Geral será indicado um representante da EPPO ITU Soluções Ambientais S/A e não foi incluído nos números de contratações acima descritos. Está prevista a capacitação desta equipe, por meio de cursos, palestras e treinamentos em serviço propriamente dito. Tais atividades estão contempladas no Programa de Contratação e Capacitação de Mão de Obra, proposto pelo empreendedor. Alguns serviços, como os relacionados às refeições e ao reflorestamento com mata nativa serão terceirizados, tendo o empreendedor se comprometido a contratar tanto funcionários diretos como terceirizados no município de Itu. Ainda, conforme o empreendedor, será desenvolvida a Comunicação SGA (Sistema de Gestão Ambiental) por todo o período de operação até o encerramento do empreendimento. Esta certificação menciona comunicação interna (intranet, informativos internos por Departamentos, murais, caixas de sugestões e mala direta) e externa (internet, Balanço Ambiental, Formulário de Demandas de Partes Interessadas Externas, palestras, publicações e campanhas ambientais) a ser escolhida pelo empreendedor. As atividades desenvolvidas serão documentadas e em caso de apresentações, serão registrados lista de presença e arquivo fotográfico. Face ao exposto, entende-se que a proposta apresentada pelo empreendedor é adequada e deverá ser implementada, contemplando, no Programa de Comunicação e Participação Social, o Programa de

Page 10: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 10/35

Contratação e Capacitação de Mão de Obra e o Programa Portas Abertas. Por ocasião da solicitação da LI, cabe ao empreendedor apresentar o detalhamento do Programa de Comunicação e Participação Social. Por ocasião da solicitação da Licença de Operação – LO, cabe ao empreendedor apresentar um balanço das ações realizadas no Programa de Comunicação e Participação Social, incluindo o Programa de Contratação e Capacitação de Mão de Obra durante a fase de execução das obras de implantação do empreendimento. Por ocasião da renovação da Licença de Operação, apresentar um balanço das ações realizadas no Programa de Comunicação e Participação Social, incluindo o Programa de Contratação e Capacitação de Mão de Obra e o Programa Portas Abertas, durante a operação do empreendimento. Exigências: Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI - Apresentar o detalhamento do Programa de Comunicação e Participação Social, cujos roteiros estão disponíveis no endereço: http://www.CETESB.sp.gov.br/licenciamento/documentos/programa-educacao-ambiental.pdf Por ocasião da solicitação da Licença de Operação - LO - Apresentar um balanço das ações realizadas no Programa de Comunicação e Participação Social, incluindo o Programa de Contratação e Capacitação de Mão de Obra durante a fase de execução das obras de implantação do empreendimento. Por ocasião da renovação da Licença de Operação – L O - Apresentar um balanço das ações realizadas no Programa de Comunicação e Participação Social, incluindo o Programa de Contratação e Capacitação de Mão de Obra e o Programa Portas Abertas, durante a operação do empreendimento. 7.2 FASE DE INSTALAÇÃO 7.2.1 IMPACTOS SOBRE PROPRIEDADES De acordo com o EIA, a área de implantação do empreendimento localiza-se na Fazenda São Benedito na porção noroeste do município de Itu, bairro Itaim Mirim, com acesso pela Estrada Municipal Itu-424 Km 162. Consta ainda no EIA que o empreendimento ocupará uma área de extensão superficial de aproximadamente 23,28 ha declarada de utilidade pública. Foi apresentado pelo empreendedor o Decreto nº 2.514, de 10/03/2016, emitido pela Assessoria Técnico Legislativa da Prefeitura da Estância Turística de Itu, por meio do qual declara de utilidade pública, para fins de desapropriação amigável ou judicial, o imóvel localizado na Fazenda São Benedito (Gleba 1 – Matrícula nº 45.792), de propriedade de Roberto Wagner Fontoura Júnior, com área de 72,60 ha, destinado à implantação de Central de Tratamento de Resíduos, conforme processo administrativo nº 3.646/2010. Foi apresentada ainda, cópia de Certidão de Uso e Ocupação do Solo, emitida pela Secretaria Municipal de Obras e Serviços Viários da Prefeitura da Estância Turística de Itu em 28.11.2014, por meio da qual certifica que a área pretendida para implantação do empreendimento “está em conformidade com a legislação aplicável para o uso e ocupação do solo, nos termos previstos no §1º, Artigo 10 da Resolução CONAMA 237/97 e Resolução SMA 22/09”. Face ao exposto, por ocasião da solicitação da LI cabe ao empreendedor apresentar informações atualizadas sobre a obtenção da posse da área de 72,60 ha objeto da Matrícula n° 45.792, declarada de utilidade pública por meio do Decreto municipal n° 2.514, de 10/03/2016.

Page 11: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 11/35

Exigência: Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI - Apresentar informações atualizadas sobre a obtenção da posse da área de 72,60 ha, objeto da matrícula n° 45.792, decretada de utilidade pública por meio do Decreto municipal n° 2.514, de 10 de março de 2016. 7.2.2 SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO NATIVA E INTERVENÇÃO E M ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE – APP De acordo com as informações constantes no EIA, a região em estudo era originalmente constituída por uma área de Floresta Ombrófila Densa e por uma área de tensão ecológica promovida pelo contato entre a Savana e a Floresta Ombrófila. Atualmente, no entanto, a região é composta em grande parte por extensas áreas agrícolas, sendo que os remanescentes de vegetação nativa, muitas vezes degradados e fragmentados, encontram-se restritos, principalmente, às matas ciliares. Da mesma forma, a área de implantação do empreendimento, de 232.800 m², em área rural, é atualmente ocupada por cultura de cana-de-açúcar, inexistindo na ADA vegetação nativa, árvores isoladas ou Áreas de Preservação Permanente – APPs. Ao sul da propriedade, em área que não sofrerá intervenção, verifica-se a presença de um afluente e de sua respectiva nascente e de um fragmento florestal, o qual inclui a mata ciliar do referido corpo hídrico. Além disso, observa-se, ainda, uma lagoa artificial oriunda de barramento do afluente. Diante do exposto, verifica-se que para a implantação do empreendimento não será necessária a supressão de vegetação nativa, corte de árvores isoladas ou intervenção em APPs, uma vez que a área diretamente afetada está ocupada em sua totalidade pela cultura de cana-de-açúcar. Apesar disso, foi proposta pelo empreendedor de modo a mitigar possíveis impactos sobre a vegetação nativa existente na propriedade a implantação de um Programa de Recomposição Vegetal, o qual engloba a preservação de uma área de 17,069 ha, dos quais 1,53 ha são lâmina d’água, 8,646 ha seriam destinados à recomposição florestal, incluindo as APPs da propriedade, e 6,88 ha somente enriquecidos com espécies vegetais, por já existir uma cobertura vegetal nativa. O empreendedor propõe, ainda, a implantação de um Monitoramento da Vegetação, no Programa de Compensação Ambiental, dentro do qual será acompanhada a efetividade do Programa de Recomposição Vegetal. Além disso, foi proposta pelo empreendedor a implantação de um cinturão verde (cortina vegetal) na área do entorno do aterro sanitário que faz divisa com a estrada municipal. Diante do exposto e considerando que não está prevista a supressão de vegetação nativa, corte de árvores isoladas e intervenção em APP e que foi proposta pelo empreendedor a preservação de uma área de 17,069 ha com vegetação nativa, bem como a recomposição das APPs da propriedade, entende-se que com relação à legislação florestal vigente não há óbices para a implantação do empreendimento na área proposta. Dessa forma, por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI, cabe ao empreendedor apresentar o Programa de Recomposição Vegetal, conforme proposto no EIA, incluindo a recomposição das APPs da propriedade e a implantação de um cinturão verde (cortina vegetal), devendo ser apresentado juntamente com o respectivo cronograma de manutenção e a Anotação de Responsabilidade Técnica - ART. Além disso, o empreendedor deverá, ainda, efetuar a inscrição do imóvel no Cadastro Ambiental Rural – CAR. Exigências: Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI - Apresentar o Programa de Recomposição Vegetal, conforme proposto no RAP, incluindo a recomposição das APPs da propriedade e a implantação de um cinturão verde (cortina vegetal), devendo ser apresentado juntamente com o respectivo cronograma de manutenção e a Anotação de Responsabilidade Técnica - ART.

Page 12: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 12/35

- Efetuar a inscrição do imóvel no Cadastro Ambiental Rural – CAR. 7.2.3 USO DE ÁREA DE EMPRÉSTIMO E DE ARMAZENAMENTO DE SOLO De acordo com as informações do EIA, as obras de terraplenagem para preparação do terreno disponibilizarão 404.955 m³ de solo para utilização no empreendimento. Este material será utilizado no próprio empreendimento durante a implantação e operação do aterro na confecção da cobertura das superfícies finais do maciço e da cobertura diária dos resíduos aterrados, restando ao final do projeto 128.571 m³ de material terroso. Segundo informado, o aterro será implantado em sete fases, a serem detalhadas na ocasião da elaboração do projeto executivo. O solo excedente será temporariamente disposto em bota fora de acordo com o avanço de cada uma dessas fases, conforme Figura 02, estando prevista a utilização de 271.078,60 m³ na cobertura dos resíduos, construção do dique de disparo e cobertura final do maciço. O empreendedor informa que os 128.571 m³ excedentes serão doados para os municípios vizinhos por meio de solicitações por escrito e licenciamento ambiental das áreas para disposição adequada do material. Portanto, o empreendimento não necessitará de material oriundo de jazidas externas para sua implantação e operação.

Figura 02 – Áreas para Armazenamento do Solo Provisór io

Fonte: EIA CTR Itu – RESITEC Serviços Industriais Ltda. (2014).

A definição do destino final do solo excedente bem como a eventual manutenção em bota fora com os devidos sistemas de proteção ambiental deverá ser devidamente esclarecida e detalhada no projeto executivo na ocasião da solicitação da LI. Salienta-se que a gestão das áreas de obtenção e de armazenamento temporário do solo ao longo da implantação do empreendimento deverão estar contempladas no Plano de Controle Ambiental das Obras, conforme item 7.3.1 deste Parecer. Exigência: Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI - Apresentar, no projeto executivo da implantação do aterro esclarecimentos quanto ao destino final do solo de escavação excedente bem como o detalhamento de seu armazenamento temporário com os devidos sistemas de proteção ambiental. 7.2.4 INTERFERÊNCIAS SOBRE O PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGIC O

Page 13: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 13/35

Foi apresentado pelo empreendedor documento intitulado “Programa de Diagnóstico Arqueológico da Central de Tratamento de Resíduos Sólidos – CTR Itu”, elaborado em ago/2014 e de responsabilidade técnica dos Arqueólogos Luiz Fernando Erig Lima e Lúcia de J. C. Oliveira Juliani. Este Instituto emitiu em 07.06.2017 o Ofício nº 1079/2017-IPHAN/SP, por meio do qual manifesta sua análise técnica quanto à implantação do empreendimento em questão. Considera este Instituto a dificuldade de se acessar a propriedade, por questão de resistência do proprietário, justificando a decisão de se adiar toda e qualquer intervenção oriunda de estudo arqueológico para a fase seguinte de estudos. Desta forma, acolhe o relatório que apresenta diagnóstico sociocultural com vistas à realização do Programa de Educação Patrimonial a ser efetivado na próxima etapa de estudos e manifesta-se pela anuência à Licença Prévia (LP). Ainda, este Instituto condiciona a emissão da Licença de Instalação (LI) à: “(...) apresentação do Programa de Prospecções, com o fim de avaliar eventual presença de patrimônio arqueológico em subsuperfície, recomendando-se especial atenção à verificação da natureza dos vestígios históricos mencionados no relatório, e à execução do Programa de Educação Patrimonial proposto”. Dessa forma, por ocasião da solicitação da LI, cabe ao empreendedor apresentar manifestação do IPHAN quanto ao atendimento do Ofício nº 1079/2017-IPHAN/SP de 07.06.2017, referente à apresentação do Programa de Prospecções e à execução do Programa de Educação Patrimonial proposto. Exigência: Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI - Apresentar manifestação do IPHAN quanto ao atendimento do Ofício nº 1079/2017-IPHAN/SP de 07.06.2017, referente à apresentação do Programa de Prospecções e à execução do Programa de Educação Patrimonial proposto. 7.2.5 INTERFERÊNCIAS EM ÁREAS DE MINERAÇÃO Foi informado no EIA a existência de processos de requerimento de pesquisa mineral em área que se sobrepõem à área pleiteada para implantação do empreendimento, com número de processo na Agência Nacional de Mineração – ANM 820815/2016 e 820559/2008. Quanto ao processo de requerimento nº 820815/2016, este foi realizado pela própria consultoria técnica responsável pela elaboração do estudo ambiental (Resitec Serviços Industriais Ltda.), sendo informado que este é investigativo, não implicando necessariamente em atividade minerária de substâncias passíveis de comercialização. Quanto ao requerimento realizado pela empresa Erg Mineração e Comércio Ltda. (Processo nº 820559/2008), consta que foi protocolada a renúncia da Autorização de Pesquisa Mineral anteriormente obtida em 18/01/2013. Dessa forma, verifica-se que não haverá interferências em áreas de mineração. 7.3 FASE DE INSTALAÇÃO E OPERAÇÃO 7.3.1 INTENSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE DINÂMICA SUPE RFICIAL A movimentação de solo durante as fases de instalação e operação do empreendimento poderá favorecer o surgimento de processos erosivos e o transporte de sedimentos para as drenagens locais. Para mitigação desses impactos está previsto no empreendimento um sistema de drenagem de águas pluviais o qual contém elementos provisórios e definitivos. Os elementos provisórios têm a função de minimizar a quantidade de água em contato com os resíduos na frente de trabalho. Serão utilizadas valetas executadas nas bermas de corte do terreno e

Page 14: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 14/35

nas camadas de cobertura dos resíduos, as quais desviarão as águas de chuva para os drenos permanentes. Os elementos definitivos, ou drenos permanentes, são construídos no entorno ou sobre suas superfícies finais, uma vez que se tratam de locais cuja disposição de resíduos já fora finalizada. O sistema de drenagem de águas pluviais do aterro sanitário consiste na implantação de canaletas em concreto do tipo meia cana, caixas de passagem, bueiro de concreto, descida d’água em gabião, proteção superficial dos taludes com grama, além de elementos dissipadores de energia. Também contribui para a minimização de processos erosivos a proposição de cobertura adequada das superfícies intermediárias e finais do aterro. Foi apresentado um Plano de Controle Ambiental das Obras contendo um conjunto de diretrizes e medidas para a execução das obras de modo a não comprometer a qualidade ambiental da área e seu entorno, contemplando medidas mitigadoras e de controle. Na ocasião da solicitação da LI o empreendedor deverá apresentar a indicação dos responsáveis pela execução das atividades e suas atribuições gerenciais. Deverá ser incluída neste Plano a gestão das áreas de obtenção e de armazenamento do solo utilizado ao longo da instalação e operação do empreendimento, bem como deverá ser disponibilizado no empreendimento os relatórios de acompanhamento associados à sua execução. Exigências: Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI - Incluir no Plano de Controle Ambiental das Obras os procedimentos para a gestão das áreas de obtenção e de armazenamento do solo utilizado ao longo da instalação e operação do empreendimento. Durante a instalação do empreendimento - Disponibilizar na área do empreendimento os relatórios do Plano de Controle Ambiental das Obras. Por ocasião da solicitação da Licença de Operação - LO - Apresentar relatório fotográfico e descritivo do Plano de Controle Ambiental das Obras, contendo o andamento e a comprovação da completa recuperação das áreas afetadas pelas obras na fase de instalação do empreendimento. 7.3.2 INTERFERÊNCIAS NA FAUNA SILVESTRE Conforme descrito no item SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO NATIVA E INTERVENÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE – APP, a área de implantação do empreendimento encontra-se desprovida de cobertura vegetal nativa, sendo ocupada em sua totalidade pela cultura de cana-de-açúcar. O entorno do empreendimento sofre com a pressão antrópica, podendo ser observado, na sua maioria, áreas com culturas, estradas, reservatórios e edificações, estando os remanescentes de vegetação nativa, muitos deles degradados e fragmentados, reduzidos principalmente às matas ciliares. Para o diagnóstico da fauna da região de implantação do empreendimento, segundo o EIA, foram realizados levantamentos de campo (primários) qualitativos e quantitativos para as aves, mamíferos, répteis e peixes da região em estudo na ADA e AID e levantamentos bibliográficos regionais (secundários). Nos levantamentos de campo, foram apresentadas as metodologias utilizadas (métodos diretos e indiretos), bem como o período e os pontos/locais de levantamento das espécies de ocorrência local. De acordo com os resultados obtidos, foram registradas 94 espécies de aves, 11 espécies de mamíferos, 11 espécies de répteis e 8 espécies de peixes. Foi concluído no diagnóstico de fauna constante no EIA que esta expressou uma riqueza e uma composição de espécies dentro do esperado e que a maioria das espécies registradas possui baixa sensibilidade a perturbações antrópicas e

Page 15: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 15/35

encontram-se amplamente distribuídas, resultado do atual grau de degradação da área, mas que a área de mata no entorno, ainda assim, abriga um número expressivo de espécies, algumas mais sensíveis e com hábitos reprodutivos especializados. Das espécies levantadas, foram registradas 5 espécies com algum grau de ameaça ou com dados insuficientes para a determinação do seu grau de ameaça, considerando o Decreto Estadual nº 63.853/2018, que “Declara as espécies da fauna silvestre no Estado de São Paulo regionalmente extintas, as ameaçadas de extinção, as quase ameaçadas e as com dados insuficientes para avaliação, e dá providências correlatas”, sendo elas, o gato-do-mato (Leopardus sp.), o veado (Mazama sp.) e a patativa (Sporophila plumbea), ameaçadas, a jacupemba (Penelope superciliaris), quase-ameaçada e o tapiti (Sylvilagus brasiliensis), com dados insuficientes. Foram propostas no EIA, as seguintes medidas preventivas e/ou mitigadoras para minimizar interferências na fauna de ocorrência na área de implantação do empreendimento: - preservação, recuperação, manejo e enriquecimento dos fragmentos de vegetação nativa existentes dentro da propriedade, assim como das APPs da propriedade; - sinalização de velocidade máxima permitida e manutenção periódica dos veículos e equipamentos, de modo a evitar o afugentamento da fauna devido ao ruído; - programa de educação ambiental sobre direção defensiva, instalação de sinalizadores e redutores de velocidade, de modo a evitar o atropelamento de fauna; - implantação de um Programa de Monitoramento da Fauna local (mastofauna, avifauna, herpetofauna e ictiofauna), a ser desenvolvido na área do empreendimento e seu entorno imediato;

- desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental para os funcionários, para a comunidade e para as escolas do município de Itu. Após a análise das informações apresentadas, verifica-se que a implantação proposta ocorrerá em área ausente de vegetação nativa e que não apresenta comunidade faunística restritiva. No entanto, segundo o estudo apresentado, as áreas no entorno abrigam um expressivo número de espécies, embora em sua maioria de baixa sensibilidade a perturbações antrópicas. Dessa forma, entende-se que, com a adoção das medidas preventivas e mitigadoras propostas, não são esperadas interferências na fauna. Assim sendo, por ocasião da solicitação da LI, cabe ao empreendedor apresentar um Programa de Monitoramento e de Minimização de Incômodos à Fauna (avifauna, mastofauna e herpetofauna) detalhado. Por ocasião da solicitação da LO, o empreendedor deverá apresentar o primeiro relatório de andamento do Programa de Monitoramento e de Minimização de Incômodos à Fauna, com os dados obtidos na fase de instalação do empreendimento. Durante a operação, o empreendedor deverá disponibilizar na área do empreendimento, relatórios semestrais do Programa de Monitoramento e de Minimização de Incômodos à Fauna. Essa equipe recomenda que sejam utilizadas metodologias de levantamento não interventivas, ou seja, que minimizem a coleta e captura de espécimes. Havendo necessidade, o uso de metodologias interventivas de levantamento deverá ser devidamente justificado no Programa. Ressalta-se que as atividades de coleta e captura dependem de autorização específica do Departamento de Fauna – DeFau da Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente – SIMA. Exigências: Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI

Page 16: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 16/35

- Apresentar um Programa de Monitoramento e de Minimização de Incômodos à Fauna (avifauna, mastofauna e herpetofauna) detalhado, contemplando: justificativa das espécies selecionadas, incluindo as espécies com algum grau de ameaça nos termos do Decreto Estadual nº 63.853/2018, registradas no levantamento realizado; esforço amostral; campanhas com periodicidade trimestral; métodos empregados; localização dos pontos de coleta plotados em mapa (cartografia oficial, imagem de satélite ou foto aérea) com escala compatível; cronograma de implementação; Anotação de Responsabilidade Técnica – ART do(s) profissional(ais) responsável(eis), além de prever a identificação de não conformidades e a inclusão, nos relatórios a serem emitidos, de conclusão parcial e/ou final quanto ao monitoramento e as recomendações dadas ao empreendedor tendo em vista os resultados obtidos, bem como as respectivas medidas mitigadoras e corretivas adicionais adotadas, incluindo as medidas apresentadas no EIA. Salienta-se que a periodicidade de emissão de relatórios fotográficos e descritivos de andamento devidamente interpretados deverá ser semestral. Por ocasião da solicitação da Licença de Operação - LO - Apresentar o primeiro relatório de andamento do Programa de Monitoramento e de Minimização de Incômodos à Fauna, com os dados obtidos na fase de instalação do empreendimento, incluindo as medidas preventivas adotadas, a eventual identificação de não conformidades e respectivas medidas corretivas. Tal relatório, bem como os demais a serem produzidos, deverá contemplar conteúdo fotográfico, descritivo e a Anotação de Responsabilidade Técnica – ART do(s) profissional(ais) responsável(eis). Durante a operação do empreendimento - Disponibilizar na área do empreendimento, relatórios semestrais do Programa de Monitoramento e de Minimização de Incômodos à Fauna, salientando-se que ao longo do monitoramento e com base em seus resultados, o empreendedor deverá avaliar a eficiência das medidas adotadas no empreendimento e caso estas não se mostrem eficientes, deverão ser adotadas outras medidas, de forma que sejam minimizados os incômodos à fauna. 7.3.3 PRESSÃO NA INFRAESTRUTURA VIÁRIA, INCÔMODOS À POPULAÇÃO E RISCO DE ACIDENTES Devido à presença e movimentação de veículos pesados, tais como caminhões, escavadeiras, retroescavadeiras e veículos coletores, durante a instalação e operação de empreendimentos desta tipologia, poderão ocorrer incômodos à população, tais como, tráfego intenso, geração de poeira e espalhamento de lama na área de influência, deterioração das vias de acesso, principalmente nos meses de chuva, além de riscos de acidentes. Visando mitigar os impactos causados pela movimentação dos veículos e maquinários durante as obras de instalação e operação do aterro, o empreendedor propõe adotar medidas, tais como: umectação periódica de vias de acesso não pavimentadas; revestimento dos acessos provisórios com cascalho ou brita, com maior frequência de manutenção em períodos de chuvas intensas; sinalização adequada das vias de acesso, indicações de trechos com curvas acentuadas e outras singularidades e controle de velocidade máxima permitida nas vias internas ao empreendimento. Não é mencionado no EIA a previsão e aumento de tráfego de veículos transportadores de resíduos. Quanto aos possíveis incômodos à população e riscos de acidentes, o empreendimento localiza-se a cerca de 2,8 km de distância do núcleo urbano mais próximo, reduzindo a probabilidade de ocorrência deste tipo de incômodo. Quanto aos riscos de atropelamentos e acidentes, está previsto um Plano de Controle de Prevenção de Acidentes, o qual utilizará os profissionais de RH, Gerentes de Operação e proprietários das empresas envolvidas como multiplicadores do programa em suas empresas, por meio da divulgação de ações preventivas em formato eletrônico, a ser repassado para os colaboradores. Serão ministradas ainda palestras de conscientização sobre respeito à vida e regulamentações de trânsito, cuidados com a fauna, lixo nas estradas, direção sob o efeito de álcool, procedimentos em caso de

Page 17: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 17/35

acidentes/emergência, dentre outros temas. Este plano possui interface com o programa de Educação Ambiental no Trânsito no que se refere às ações de promoção da conscientização dos problemas e soluções decorrentes do gerenciamento dos resíduos sólidos recebidos pela empresa, visando a promoção da proteção dos recursos naturais e do meio ambiente. Entende-se que as medidas propostas são adequadas e deverão ser executadas no Programa de Minimização de Incômodos à População e Risco de Acidentes detalhado, a ser apresentado pelo empreendedor, por ocasião da solicitação de LI, a ser implementado durante a instalação e operação do empreendimento. Por ocasião da solicitação da Licença de Operação – LO, cabe ao empreendedor apresentar um balanço das ações realizadas no Programa de Minimização de Incômodos à População e Risco de Acidentes. Face ao exposto, considerando que o empreendimento não está próximo de núcleos densamente urbanizados e que as medidas propostas para minimizar a ocorrência de incômodos à população e riscos de acidente são adequadas, entende-se que esse impacto é pouco significativo para a região sob influência do empreendimento. Exigências: Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI - Apresentar um Programa detalhado de Minimização de Incômodos à População e Risco de Acidentes a ser implementado durante a instalação e operação do empreendimento, contemplando além das medidas propostas, no mínimo: manutenção periódica da via de acesso considerando o tráfego de caminhões transportadores de resíduos ao empreendimento, treinamento dos motoristas quanto à direção defensiva e o atendimento das normas de trânsito vigentes para o deslocamento nas vias externas e internas ao empreendimento; sinalizações dos acessos à obra. Tal Programa deverá contemplar a indicação da periodicidade de emissão de relatórios fotográficos e descritivos de andamento devendo ser elaborado por profissional habilitado. Além disso, tal Programa deverá contemplar as medidas propostas no Plano de Controle de Prevenção de Acidentes e do Programa de Educação Ambiental no Trânsito. Por ocasião da solicitação da Licença de Operação - LO - Apresentar um balanço das ações realizadas no Programa de Minimização de Incômodos à População e Risco de Acidentes. 7.4 FASE DE OPERAÇÃO 7.4.1 POTENCIAIS IMPACTOS NO SOLO E SOBRE AS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS Conforme informações constantes no EIA, tanto o solo quanto o subsolo da região foram objeto de estudos, tendo sido realizados levantamento planialtimétrico da área de implantação e ensaios de campo, incluindo 21 sondagens a percussão (SPT) em fevereiro de 2014. Os boletins de sondagem apresentados pelo empreendedor indicam que na área pesquisada, a litologia é representada por siltes argilo-arenosos; areias médias a finas, pouco compactas, avermelhadas e siltes argilosos, muito friáveis, rijos, variegados. O NA mais superficial foi detectado a 3,68 m da superfície do terreno, sendo que de acordo com ensaios de campo apresentados no EIA, foram determinados conforme ABGE3, coeficientes de permeabilidade (k) variando entre 10-5 m/s e 10-6 m/s (10-3 cm/s e 10-4 cm/s, respectivamente). Entendemos que tais coeficientes são elevados para o uso pretendido para a área, o que poderá ser superado no projeto executivo por meio da utilização de tecnologias e materiais adicionais à proposta do sistema de impermeabilização inferior do projeto básico do aterro.

3 Associação Brasileira de Geologia de Engenharia – ABGE (2013): ensaio de permeabilidade em solos – Orientações para sua execução no campo.

Page 18: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 18/35

Para a proteção do solo e das águas subterrâneas, o projeto básico do aterro propõe um sistema de impermeabilização inferior com geomembrana de Polietileno de Alta Densidade – PEAD (espessura=2,5 mm), sobre camada de solo compactado com 1,0 m de espessura, permeabilidade k<1x10-7

cm/s ou geocomposto bentonítico – GCL. Sobre a geomembrana será instalado geotêxtil não tecido com gramatura 600g/m² para sua proteção mecânica. Além do solo natural apresentar altas permeabilidades, dos perfis de escavação apresentados observamos que há uma região em que o nível d’água será atingido, o que não é aceitável. O projeto deve atender à condição apresentada pela NBR 13.8964 como obrigatório, mantendo sob a superfície inferior do maciço uma zona insaturada de pelo menos 1,5 m, desde que não exceda o coeficiente de permeabilidade de 10-4 cm/s. Dessa forma, medidas devem ser adotadas para adequação da situação do subsolo nos locais onde o coeficiente de permeabilidade e a espessura de zona insaturada encontram-se aquém do previsto em norma. Salientamos que face aos resultados dos ensaios de permeabilidade realizados, entendemos que dificilmente o solo local poderá atingir a permeabilidade máxima especificada para a camada de solo compactado do sistema de impermeabilização inferior. Assim, por ocasião da elaboração do projeto executivo do aterro, o empreendedor deverá detalhar as características do subsolo, em termos de permeabilidade e espessura da zona insaturada e associar às condições naturalmente existentes, alternativas tecnológicas na especificação da camada de impermeabilização inferior ou propor alterações na concepção de projeto para adequar-se às diretrizes apresentadas na NBR 13.896 no que diz respeito às condições hidrogeológicas mínimas naturalmente requeridas. Deverão ser reapresentados os perfis de escavação da área de implantação do maciço, nos quais esteja representada a superfície piezométrica sob o terreno. A concepção do aterro também prevê a implantação de um sistema de drenagem, armazenamento temporário e destinação dos líquidos percolados para tratamento em ETE externa. Na base do maciço será construído um colchão drenante de 0,40m de espessura constituído por brita n° 4, entre duas camadas de geotêxteis não tecidos: a inferior, com 600 g/m² (proteção mecânica da geomembrana de PEAD) e a superior com 200 g/m². Sobre os taludes serão instaladas geogrelhas entre geotêxteis não tecidos com as mesmas especificações, interligadas ao colchão drenante da base. Conforme forem sendo construídas as camadas de alteamento do aterro, um novo sistema de drenagem de líquidos percolados em rachão será implantado em formato de espinha de peixe com dimensões de 1,0 x 1,0 m. Os drenos horizontais estarão associados a drenos verticais construídos em secção cilíndrica (ɸ = 1,50 m), envoltos por telas do tipo Telcon ou telas de alambrado, preenchidos com brita nº 4 possuindo no centro um tubo perfurado (ɸ = 0,30 m). Estes drenos interceptarão e conduzirão os líquidos em direção ao colchão drenante na base do aterro e posteriormente para armazenamento temporário e destinação final para tratamento em Estação de Tratamento de Esgotos - ETE externa. O biogás gerado ascenderá pelos drenos verticais até sua extremidade, na qual serão implantados dispositivos para a queima. Embora tenha sido informado pelo empreendedor que os líquidos percolados serão encaminhados para tratamento na Estação de Tratamento de Esgotos - ETE de Jundiaí (Opersan), a correspondência apresentada foi emitida pela empresa SANETRAT Saneamento S/A, onde é informado que o tratamento será realizado no município de Salto – SP, o que deverá ser esclarecido, por ocasião da solicitação da LI.

4 ABNT NBR 13896 (1997): Aterros de resíduos não perigosos - Critérios para projeto, implantação e operação.

Page 19: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 19/35

Não foram identificadas estimativas de geração de líquidos percolados para o aterro, o que não é impeditivo à elaboração do projeto básico, porém deverá ser realizado no projeto executivo, para verificar se as dimensões propostas no projeto para o sistema de drenagem interna são adequadas. Com relação à existência de eventuais áreas contaminadas no local destinado à ampliação proposta, foi consultado o Setor de Avaliação e Apoio ao Gerenciamento do Uso do Solo – IPRS, atual Setor de Avaliação e Gestão do Uso do Solo – IPGS, o qual se manifestou por meio do Parecer Técnico nº 020/IPRS/15 de 04.02.2015. Tal Parecer informa que na área do empreendimento e seu entorno não existem áreas contaminadas ou atividades pretéritas ou atuais que indiquem suspeita de contaminação, sendo viável a implantação do empreendimento no que se refere a este assunto. Para o adequado monitoramento das águas subterrâneas faz-se necessária a revisão da proposta apresentada, considerando as orientações constantes no documento “Diretrizes para Monitoramento Sistemático de Água Subterrânea em Aterros Sanitários” (Apêndice I). Nesta proposta deverá constar minimamente a localização dos poços de monitoramento previstos sobre a planta do aterro, mapa potenciométrico, frequência de amostragem e substâncias químicas de interesse. Para a solicitação da Licença de Operação deverá ser apresentado relatório com a caracterização inicial como descrito no item 4 do referido documento, com os perfis construtivos e o memorial da construção dos poços de monitoramento. Por ocasião da solicitação da LI, no projeto executivo, cabe ao empreendedor incluir o Plano de Monitoramento das Águas Subterrâneas proposto, a ser executado durante a instalação, operação e após o encerramento do empreendimento. Além disso, durante a operação deverão ser disponibilizados na área do empreendimento os relatórios do Monitoramento das Águas Subterrâneas. Durante a operação do empreendimento e após o encerramento, o empreendedor deverá apresentar anualmente relatório consolidado e interpretado dos relatórios do Monitoramento das Águas Subterrâneas. Face ao exposto, considerando que estão previstos sistemas de proteção ambiental e a verificação do funcionamento desses sistemas por meio do monitoramento da qualidade das águas subterrâneas, aliados à adequada operação e acompanhamento do empreendimento, entende-se que não é esperada a contaminação do solo e das águas subterrâneas da área. Ressalta-se que o empreendedor deve realizar um controle de recebimento de resíduos industriais Classe IIA e IIB, informa-se que tal controle deverá ser detalhado por ocasião da solicitação da LI. Muito embora a Central de Triagem de resíduos recicláveis não apresente o potencial de causar impactos negativos significativos, o principal aspecto a se considerar é a eventual lixiviação de líquidos oriundos dos resíduos, caso armazenados inadequadamente, principalmente porque está previsto o recebimento de resíduos da coleta municipal regular. Assim, por ocasião da solicitação da LI deverá ser apresentado o projeto executivo desta unidade, contemplando os sistemas de proteção ambiental para impedir a infiltração de líquidos no solo, bem como a emanação de odores além dos limites do empreendimento. Exigências: Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI - Detalhar as características do subsolo, no projeto executivo, em termos de permeabilidade e espessura da zona insaturada e associar às condições naturalmente existentes, alternativas tecnológicas na especificação da camada de impermeabilização inferior ou propor alterações na concepção de projeto para adequar-se às diretrizes apresentadas na NBR 13.896 no que diz respeito às condições hidrogeológicas mínimas naturalmente requeridas. - Reapresentar no projeto executivo, os perfis de escavação da área de implantação do maciço, nos quais esteja representada a superfície piezométrica sob o terreno, considerando as alterações de concepção e/ou materiais a serem propostas para o aterro.

Page 20: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 20/35

- Definir no projeto executivo, qual será a destinação final para tratamento dos líquidos percolados e apresentar a carta de anuência correspondente. - Apresentar no projeto executivo, as estimativas de geração de líquidos percolados para o aterro e verificar se as dimensões propostas no projeto para o sistema de drenagem interna são adequadas. - Apresentar no projeto executivo, a revisão do plano de monitoramento de águas subterrâneas, contendo minimamente: localização dos poços de monitoramento previstos sobre a planta do aterro, mapa potenciométrico, frequência de amostragem e substâncias químicas de interesse. - Apresentar o projeto executivo da Central de Triagem de resíduos recicláveis, contemplando os sistemas de proteção ambiental para impedir a infiltração de líquidos no solo, bem como a emanação de odores além dos limites do empreendimento. - Apresentar no projeto executivo, o controle de recebimento de resíduos detalhado. Tal plano deve prever que sejam checadas informações quanto à origem, quantidades e características dos resíduos a serem encaminhados para aterramento. Em função da classificação dos resíduos recebidos, deverão constar no plano de recebimento análises para aceitação dos resíduos no aterro tais como: inspeção visual (cor, estado físico e aspecto), reatividade em água, presença de cianetos e sulfetos, inflamabilidade e líquidos livres. Cabe ressaltar que em função da origem do resíduo poderá ser justificada a alteração da lista de parâmetros a serem determinados. A periodicidade deverá ser estabelecida em função das cargas recebidas, de forma a ser representativa da qualidade dos resíduos a serem recebidos. Deverão ser explicitadas ainda as ações a serem tomadas em função do recebimento de cargas que não podem ser dispostas no aterro. Por ocasião da solicitação da Licença de Operação - Apresentar relatório com a caracterização inicial das águas subterrâneas, como descrito no item 4 do documento “Diretrizes para Monitoramento Sistemático de Água Subterrânea em Aterros Sanitários” (Apêndice I), com os perfis construtivos e o memorial da construção dos poços de monitoramento. Durante a operação do empreendimento - Disponibilizar na área do empreendimento os relatórios do Monitoramento das Águas Subterrâneas com a tabulação e interpretação dos resultados analíticos obtidos. Os relatórios deverão avaliar a efetividade das medidas de controle adotadas durante a operação do empreendimento, indicando eventuais melhorias. - Apresentar anualmente relatório consolidado e interpretado dos relatórios do Monitoramento das Águas Subterrâneas. Os relatórios deverão avaliar a efetividade das medidas de controle adotadas durante a operação do empreendimento, indicando eventuais melhorias. Após o encerramento do empreendimento - Apresentar anualmente relatório consolidado e interpretado dos relatórios do Monitoramento das Águas Subterrâneas. Os relatórios deverão avaliar a efetividade das medidas de controle adotadas durante a operação do empreendimento, indicando eventuais melhorias. 7.4.2 ALTERAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS A alteração da qualidade das águas superficiais, para empreendimentos desta tipologia, pode ocorrer por meio de plumas de contaminação presentes nas águas subterrâneas, para as quais as principais medidas mitigadoras de uma eventual ocorrência são a proposição do sistema de impermeabilização inferior, coleta, drenagem, armazenamento e destinação dos líquidos percolados do aterro para tratamento em ETE externa, conforme exposto no item 7.4.1 deste Parecer.

Page 21: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 21/35

Outra via de potencial alteração da qualidade das águas superficiais é o assoreamento causado por partículas de solo carreadas da área do empreendimento devido ao escoamento superficial das águas pluviais durante a implantação e operação da obra. Para mitigar eventuais ocorrências desse tipo deve ser proposto um sistema de drenagem de águas pluviais, bem como deve ser considerado o controle de erosões no Plano de Controle Ambiental das Obras. A área de implantação do empreendimento está inserida na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos Sorocaba e Médio Tietê (UGRHI nº 10), sendo que localmente há um córrego no talvegue à jusante do maciço de resíduos, seguido por uma lagoa, ambos dentro da gleba na qual o empreendimento será implantado, tendo sido caracterizadas a qualidade das águas em um ponto no córrego e outro na lagoa. Foi proposta a execução de um Plano de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais, no qual será monitorada uma lista de parâmetros semestralmente, complementada por outros parâmetros anualmente. Informa-se que o Comitê da Bacia Hidrográfica do Sorocaba e Médio Tietê – CBH-SMT foi consultado por meio do Ofício n° 006/2015/IP de 16.01.2015, visando a obtenção de contribuições. No entanto, considerando que o referido Comitê não se manifestou dentro do prazo previsto na Resolução SMA n° 54/2008 de 60 (sessenta) dias, eventuais contribuições encaminhadas extemporaneamente serão consideradas em outra fase do licenciamento ambiental do empreendimento. O sistema de drenagem de águas pluviais proposto contempla elementos drenantes com funções permanentes e temporárias. Os elementos com função temporária têm o objetivo principal de evitar que as águas precipitadas escoem em direção à frente de disposição de resíduos ou que fiquem acumuladas nas superfícies de corte do terreno. O projeto proposto menciona a execução de valetas nas bermas de corte com essa finalidade. Os elementos definitivos são implantados sobre as superfícies finais do maciço, sendo constituídos por canaletas de base de talude com diâmetros variáveis (0,40 mm a 1,00 m); descidas d’água em gabião, travessias de bermas (bueiros), caixas de passagem e dispositivos de dissipação de energia. Por ocasião da solicitação da LI, no projeto executivo, cabe ao empreendedor incorporar o Plano de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais detalhado a ser aplicado durante a instalação, operação e após o encerramento do empreendimento, contemplando a indicação em planta dos corpos hídricos a serem monitorados e a localização dos pontos de coleta (com suas coordenadas geográficas), os parâmetros de análise e a periodicidade das campanhas. Durante a operação, deverão ser disponibilizados na área do empreendimento os relatórios do Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais com a tabulação e interpretação dos resultados analíticos obtidos. Durante a operação e após o encerramento do empreendimento, o empreendedor deverá apresentar anualmente relatório consolidado e interpretado dos relatórios do Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais. Assim sendo, considerando que não estão previstos lançamentos de efluentes em recursos hídricos superficiais, que é proposto o encaminhamento dos líquidos percolados para tratamento em ETE externa, que estão previstos sistemas de proteção ambiental aliados à adequada operação do empreendimento e deverá ser proposta a realização de monitoramento das águas superficiais, entende-se que não é esperada a contaminação dessas águas na região sob influência do empreendimento. Exigências: Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI - Apresentar no projeto executivo do aterro o Plano de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais detalhado a ser aplicado durante a operação do empreendimento e após o seu encerramento, contemplando a indicação em planta dos corpos hídricos a serem monitorados, a localização dos pontos de coleta (com suas coordenadas geográficas), os parâmetros de análise e a periodicidade das campanhas.

Page 22: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 22/35

Durante a operação do empreendimento - Disponibilizar na área do empreendimento, os relatórios do Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais com a tabulação e interpretação dos resultados analíticos obtidos. Os relatórios deverão avaliar a efetividade das medidas de controle adotadas durante a operação do empreendimento, indicando eventuais melhorias. - Apresentar anualmente relatório consolidado e interpretado dos relatórios do Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais. Os relatórios deverão avaliar a efetividade das medidas de controle adotadas durante a operação do empreendimento indicando eventuais melhorias. Após o encerramento do empreendimento - Apresentar anualmente relatório consolidado e interpretado dos relatórios do Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais. Os relatórios deverão avaliar a efetividade das medidas de controle adotadas durante e após o encerramento do empreendimento, indicando eventuais melhorias. 7.4.3 RISCO DE INSTABILIZAÇÃO GEOTÉCNICA DO MACIÇO DE RESÍDUOS Maciços de resíduos possuem o potencial de instabilidade associado, principalmente, à inadequada operação dos sistemas de proteção ambiental, baixa capacidade de suporte do solo e/ou concepção geométrica inadequada. A tomada de decisão sobre quais ações devem ser tomadas por ocasião de um evento crítico pode ser tardia no caso de ausência, falha ou monitoramento geotécnico inadequado. O aterro proposto compreende a ocupação da porção sudeste da gleba, sendo que sua face com maior altura a partir da superfície do terreno compreenderá a ocupação a partir da cota 545 m até a cota 580 m, perfazendo um maciço de resíduos com 35 m de altura. As análises de estabilidade geotécnica efetuadas indicam que uma eventual ruptura ocorreria no maciço de resíduos e não no solo de fundação. A seção crítica e os parâmetros geotécnicos do solo e dos resíduos constam na documentação apresentada. Não foram explicitados os critérios utilizados para se determinar quais seriam os resíduos considerados como de “deposição antiga” ou como de “deposição recente”. O parâmetro ângulo de atrito considerado para ambos os materiais também foram muito elevados em comparação com estudos similares. Por outro lado o parâmetro coesão adotado foi bem conservador, principalmente para os resíduos considerados de deposição recente. De qualquer maneira, a lacuna de conhecimento existente no meio técnico quanto a critérios mais precisos para definição de parâmetros geotécnicos de resíduos sólidos com características de resíduos urbanos permite que sejam realizadas apenas avaliações desse tipo sob o ponto de vista qualitativo. Assim, no projeto executivo a ser apresentado por ocasião da solicitação da LI, deverão ser melhor detalhadas as premissas adotadas para realização dos cálculos de Fatores de Segurança – FS por método de equilíbrio limite. Foram consideradas três situações de pressões neutras no interior do maciço: o perfeito funcionamento da drenagem interna do aterro (caso 1), o desenvolvimento de uma linha piezométrica a 30% de sua altura (caso 2) e desenvolvimento de uma linha piezométrica a 50% de sua altura (caso 3). Calculou-se FS para duas seções críticas (AA e BB), das quais consideramos que apenas a seção AA é representativa. O menor Fator de Segurança – FS obtido foi 2,157, considerando o caso 3 de desenvolvimento de pressões neutras. O empreendedor conclui que os cálculos realizados apontam que não haverá o comprometimento da estabilidade do maciço. Entendemos que mesmo em face da reduzida altura do maciço, o que é favorável à estabilidade, por ocasião da apresentação do projeto executivo deverão ser esclarecidas a metodologia utilizada e os resultados obtidos pelo interessado para subsidiar tal conclusão.

Page 23: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 23/35

Salienta-se que as condições consideradas pelo empreendedor devem ser plenamente atendidas durante a operação do aterro, sendo que o monitoramento geotécnico deverá ser realizado com base em instrumentação específica a ser instalada sobre o maciço, de modo a subsidiar a adequada disposição de resíduos e eventuais intervenções adicionais para garantir a segurança ambiental e das pessoas envolvidas na operação do empreendimento. Neste sentido foi proposto um Programa de Monitoramento Geotécnico do maciço de resíduos, que contempla a instalação de instrumentos (marcos superficiais e piezômetros) para o acompanhamento de seu comportamento geomecânico, bem como, avaliação periódica das medições, além de recomendações e soluções, caso sejam detectadas possíveis tendências de instabilidades. Por ocasião da solicitação da LI, cabe ao empreendedor incorporar, no projeto executivo, o Programa de Monitoramento Geotécnico detalhado. Prever, ainda, neste Plano a emissão de relatórios mensais durante a operação a serem disponibilizados na área do empreendimento. Anualmente, durante a operação e após o encerramento do empreendimento, deverá ser apresentado relatório consolidado e interpretado dos relatórios mensais do Monitoramento Geotécnico do maciço de resíduos. Em função das estimativas de Fatores de Segurança obtidos para o maciço de resíduos, associado à adequada operação dos sistemas de drenagens de líquidos percolados, gases e águas pluviais, além da proposta de realização do monitoramento geotécnico, entende-se que não são esperados riscos de instabilização geotécnica do maciço de resíduos. Exigências: Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI - Detalhar, no projeto executivo, as premissas adotadas para realização dos cálculos de Fatores de Segurança – FS por método de equilíbrio limite, no que tange à delimitação de horizontes de resíduos com denominação de “deposição antiga” e “deposição recente”, bem como para a seleção dos parâmetros de resistência ao cisalhamento utilizados nos cálculos. - Incorporar ao projeto executivo o Programa de Monitoramento Geotécnico detalhado, contemplando: inspeções visuais periódicas e sistemáticas; a localização dos instrumentos em planta planialtimétrica; os valores de alerta em função dos deslocamentos e níveis piezométricos/pressão de gás; as medidas preventivas, mitigadoras e de controle a serem adotadas para cada etapa do projeto; os responsáveis pela implantação e suas atribuições gerenciais; as formas de monitoramento e controle; as formas de registro; e o cronograma de implantação. Prever, ainda, neste Programa a emissão de relatórios mensais durante a operação a serem disponibilizados na área do empreendimento. Durante a operação do empreendimento - Disponibilizar na área do empreendimento os relatórios mensais do Monitoramento Geotécnico do maciço de resíduos. - Apresentar anualmente relatório consolidado e interpretado dos relatórios mensais do Monitoramento Geotécnico do maciço de resíduos. O relatório deverá avaliar a efetividade das medidas de estabilidade geotécnica adotadas durante a operação do aterro. Após o encerramento do empreendimento - Apresentar anualmente relatório consolidado e interpretado dos relatórios mensais do Monitoramento Geotécnico do maciço de resíduos. O relatório deverá avaliar a efetividade das medidas de estabilidade geotécnica adotadas durante a operação do aterro. 7.4.4 GERAÇÃO E EMANAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS ODORÍFERAS Durante a operação do empreendimento poderão ocorrer episódios de geração e exalação de odores, decorrentes, sobretudo, do processo de decomposição da matéria orgânica presente nos resíduos

Page 24: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 24/35

destinados ao aterro. Tais odores poderão causar desconforto à eventual população residente nas proximidades deste tipo de empreendimento. A concepção do aterro propõe a queima do biogás em queimadores específicos a serem instalados na saída de cada dreno vertical do sistema de drenagem. Quanto à unidade de tratamento de RSS, por ocasião da solicitação da LI deverá ser apresentado seu projeto executivo, bem como atender às diretrizes do Roteiro estabelecido pela Norma CETESB E15010 - Sistemas de tratamento térmico sem combustão de resíduos de serviços de saúde contaminados biologicamente - Procedimento. A operação desta unidade dependerá dos resultados dos testes de eficiência do equipamento a ser realizado e acompanhado pela CETESB por ocasião da solicitação da Licença de Operação – LO. Com relação aos possíveis receptores de odores foi verificado por meio do Projeto Sala de Cenários da CETESB (2019) que a área urbana do Município de Itu está a cerca de 7 km da área do empreendimento, não tendo sido observados núcleos populacionais densamente ocupados próximos da ADA. O uso e ocupação do solo encontrado no entorno imediato do empreendimento, a uma distância de cerca de 2,8 km da gleba, é composto por áreas rurais agrícolas. Além disso, foi informado no EIA/RIMA que a direção predominante dos ventos é de sudeste para noroeste, sendo que nessa direção não ocorre a presença de população nas proximidades. Assim sendo, entende-se que com a implantação do empreendimento e a sua adequada operação, que inclui o recobrimento diário dos resíduos em frentes de trabalho reduzidas, aliadas à drenagem e queima dos gases, não são esperados incômodos à população ocasionados pela geração e emanação de substâncias odoríferas, salientando que os possíveis receptores encontram-se bastante afastados da ADA. Exigências: Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI - Apresentar o projeto executivo da unidade de tratamento de RSS, bem como atender às diretrizes do Roteiro estabelecido pela Norma CETESB E15010. Por ocasião da solicitação da Licença de Operação - LO - Solicitar à CETESB a realização do teste de eficiência do equipamento da unidade de tratamento de RSS. 7.4.5 EMISSÕES ATMOSFÉRICAS E RUÍDOS As emissões atmosféricas provenientes da operação do empreendimento representam um potencial impacto na qualidade do ar. De acordo com o EIA foram propostas medidas para minimizar os impactos provocados pelas emissões fugitivas de material particulado proveniente das atividades de implantação e operação do empreendimento tais como: aspersão de água nos pontos de transferência de materiais, umectação das vias de acesso, redução de velocidade de veículos nas vias de acesso, manutenção e regulagem periódicas para verificação dos níveis de ruídos, construção de um cinturão verde no entorno da área do empreendimento e etc. Ainda, foi prevista a implantação de sistema de drenagem de gases que contempla a queima do biogás em queimadores tipo flare. Nesse sentido, os aspectos relacionados às emissões atmosféricas e ruídos foram objeto de análise da Divisão de Avaliação do Ar, Ruído e Vibrações – IPA da CETESB, que se manifestou por meio dos documentos PT nº 024/2015/IPA de 19.06.2015, PT nº 018/17/IPA de 27.03.2017 e PT nº 024/18/IPA emitido em 16.04.2018, anexos a este parecer. Neste último PT consta que no que se refere às emissões atmosféricas e geração de ruído, não há óbices para a concessão da Licença Prévia, devendo o empreendedor apresentar, por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI, as informações solicitadas nos pareceres técnicos supracitados (cópias anexas).

Page 25: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 25/35

Exigência: Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI - Atender ao solicitado no PT nº 024/2015/IPA de 19.06.2015, PT nº 018/17/IPA de 27.03.2017 e PT nº 024/18/IPA emitido em 16.04.2018. 7.4.6 INTERFERÊNCIA EM SEGURANÇA AEROPORTUÁRIA Relativo à segurança aeroportuária, a Resolução CONAMA nº 004/95 estabelece as Áreas de Segurança Aeroportuária – ASAs e a necessidade de proteção de áreas de entorno de aeródromo, quanto à implantação de atividades de natureza perigosa, que sirvam como foco de atração de aves. Nos termos da Lei Federal n° 12.725/2012, que dispõe sobre o controle da fauna nas imediações de aeródromos e do PCA 3-3 - Plano Básico de Gerenciamento de Risco de Fauna – PBGRF, reeditado pela Portaria nº 741/GC3 de 23.05.2018 do Comando da Aeronáutica do Ministério da Defesa e Portaria nº 150/GC3 de 28.01.2019 que insere dispositivo no Plano Básico de Gerenciamento de Risco de Fauna nos aeródromos brasileiros, a ASA é definida como área circular do território de um ou mais municípios, definida a partir do centro geométrico da maior pista do aeródromo ou aeródromo militar, com 20 km (vinte quilômetros) de raio, cujos usos e ocupação estão sujeitos às restrições especiais em função da natureza atrativa de fauna. Foi verificado que a área prevista para a implantação do empreendimento está localizada a cerca de 16,5 km do Aeródromo de Itu – SDIU, tratando-se de um aeródromo público. Nesse sentido, foi apresentado pelo empreendedor o Ofício nº 1847/SCA/7288 emitido em 15.04.2016 pelo Quarto Comando Aéreo Regional – IV COMAR do Comando da Aeronáutica do Ministério da Defesa. No referido documento consta que “(...) o Comando da Aeronáutica não se opõe à implantação do empreendimento, desde que sejam mantidos procedimentos operacionais que caracterizam o local como aterro sanitário, não atraindo de forma significativa espécies-problema ao empreendimento, de acordo com as normas vigentes”. De acordo com o diagnóstico da avifauna apresentado no EIA, na ADA e na AID foram registradas 94 espécies de aves, incluindo urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus), garça-branca-grande (Ardea alba), gavião-carijó (Rupornis magnirostris), carcará (Caracara plancus), entre outras. Visando à segurança aeroportuária, foi proposto pelo empreendedor a implementação de um programa de monitoramento da avifauna, denominado “Programa de Monitoramento da Avifauna que Oferecem Risco às Aeronaves”, a ser seguido durante toda a vida útil do empreendimento. O Programa inclui a avaliação qualitativa e quantitativa regular da avifauna na área de estudo e adjacências e censos das populações de aves que venham a se beneficiar com a implantação do empreendimento. Face ao exposto, ainda que tenha sido emitida manifestação favorável do órgão da Aviação Civil, verifica-se adequada, como medida preventiva, a implantação de medidas de monitoramento da avifauna que oferece risco às aeronaves, conforme apresentado. No entanto, é necessária, ainda, a apresentação de medidas preventivas, corretivas e de controle a serem adotadas na área do empreendimento, visando à segurança aeroportuária. Dessa forma, por ocasião da solicitação da LI, o empreendedor deverá detalhar o Programa de Monitoramento e Controle da Avifauna apresentado. Durante a operação do empreendimento, o empreendedor deverá apresentar o primeiro Relatório anual fotográfico e descritivo do Programa de Monitoramento e Controle da Avifauna, visando minimizar a ocorrência de espécies-problema para a aviação na área do empreendimento, apresentado na fase da LI. Além disso, o empreendedor deverá, ainda, disponibilizar na área do empreendimento os relatórios semestrais do Programa de Monitoramento e Controle da Avifauna. Por ocasião da renovação da Licença de Operação – LO, o empreendedor deverá apresentar um balanço das ações realizadas durante a operação do empreendimento no Programa de Monitoramento e Controle da Avifauna.

Page 26: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 26/35

Informa-se, ainda, que está em licenciamento ambiental nesta Companhia a implantação do Aeródromo Privado Clube de Voo Fazenda Novo Horizonte (Processo nº 01/00296/15), em área localizada a cerca de 3,5 km da área de implantação do CTR Itu. Tendo em vista que na avaliação da viabilidade ambiental dos empreendimentos supracitados, a manifestação favorável do órgão da Aviação Civil no que concerne à segurança aeroportuária é condição necessária para a emissão das Licenças Prévias – LPs, foi consultado novamente, à época, o Quarto Comando Aéreo Regional – IV COMAR do Comando da Aeronáutica do Ministério da Defesa quanto à eventual incompatibilidade da implantação de ambos os empreendimentos nas áreas apontadas, ainda que estes tenham obtido, separadamente, pareceres aeronáuticos favoráveis. Quanto a esta questão, foi emitido o Ofício nº 127/DOP-AGRF/3842 de 06.05.2019 do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – CENIPA, do Comando da Aeronáutica do Ministério da Defesa, no qual consta que “(...) não há incompatibilidade da implantação do aterro sanitário e do aeródromo em questão, desde que o aterro mantenha as condições de não atratividade à fauna e o aeródromo mantenha monitoramento periódico dos potenciais atrativos de fauna em sua ASA.”. Diante do exposto, entende-se que não são esperadas interferências em segurança aeroportuária. Exigências: Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI - Reapresentar de forma detalhada o Programa de Monitoramento e Controle da Avifauna, visando minimizar a ocorrência de espécies-problema para a aviação na área do empreendimento, contemplando o seguinte conteúdo e organização: objetivos; justificativa das espécies selecionadas para o monitoramento; localização dos pontos de coleta de dados plotados em mapa (cartografia oficial, imagem de satélite ou foto aérea) com escala compatível; metodologia; esforço amostral; campanhas com periodicidade semestral, no mínimo; resultados obtidos; medidas preventivas, corretivas e de controle, incluindo as descritas no EIA; Anotação de Responsabilidade Técnica – ART do(s) profissional(ais) responsável(eis) pela elaboração e implementação do Programa; além de prever a identificação de não conformidades e a inclusão, nos relatórios a serem emitidos, de conclusão parcial e/ou final quanto ao monitoramento e as recomendações dadas ao empreendedor tendo em vista os resultados obtidos, bem como as respectivas medidas mitigadoras e corretivas adicionais adotadas. Durante a operação do empreendiment o - Apresentar o primeiro Relatório anual fotográfico e descritivo do Programa de Monitoramento e Controle da Avifauna, visando minimizar a ocorrência de espécies-problema para a aviação na área do empreendimento, apresentado na fase da LI. - Disponibilizar na área do empreendimento os relatórios semestrais do Programa de Monitoramento e Controle da Avifauna, salientando-se que ao longo do referido Programa e com base em seus resultados, o empreendedor deverá avaliar a eficiência dos métodos empregados no empreendimento e caso estes não se mostrem eficientes, deverão ser adotados outros métodos, inclusive integrados, de forma que o empreendimento não se constitua em foco atrativo de aves. Por ocasião da renovação da Licença de Operação - L O - Apresentar um balanço das ações realizadas durante a operação do empreendimento no Programa de Monitoramento e Controle da Avifauna. 7.4.7 RISCOS À SAÚDE PÚBLICA Áreas de recebimento de resíduos, tais como o empreendimento proposto, possuem o potencial de atratividade de animais que desempenham papéis de vetores e reservatórios de diversas doenças, como roedores, pombos, mosquitos, moscas, baratas, entre outros. Dessa forma, o empreendimento poderia se constituir em foco de doenças e, consequentemente, oferecer riscos à saúde da população residente em seu entorno.

Page 27: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 27/35

De acordo com as informações constantes no EIA, no entorno da ADA ocorrem de forma geral áreas rurais agrícolas, sendo que dentro de um raio de 2,8 km não são encontrados núcleos populacionais. Conforme descrito anteriormente, o empreendimento proposto será dotado de sistemas de proteção ambiental, tais como: impermeabilização de base; drenagem e queima dos gases gerados; coleta, drenagem, armazenamento e destinação final dos líquidos percolados; drenagem de águas superficiais. Além disso, está prevista a cobertura diária dos resíduos e a implementação dos monitoramentos ambientais, tais como o monitoramento geotécnico do maciço de resíduos e da qualidade das águas (superficiais e subterrâneas) e de um Plano de Manutenção do Aterro Sanitário, de modo a garantir a continuidade das condições operacionais dos sistemas projetados. Está prevista, ainda, a elaboração de um Programa de Monitoramento e Controle de Vetores, a ser implementado durante a operação do empreendimento. Face ao exposto, entende-se que, com as medidas de controle ambiental citadas, aliadas à implementação de um Programa de Controle de Reservatórios e Vetores, não é esperada a atração e proliferação de animais da fauna sinantrópica nociva. Nesse sentido, em caráter preventivo e com vistas ao resguardo da saúde da população, cabe ao empreendedor, por ocasião da solicitação da LI, apresentar um Programa de Controle de Reservatórios e Vetores a ser implementado durante a operação do empreendimento. Além disso, durante a operação, deverão ser disponibilizados na área do empreendimento os relatórios de acompanhamento do Programa de Controle de Reservatórios e Vetores. Por ocasião da renovação da Licença de Operação – LO deverá ser apresentado Relatório consolidado das ações realizadas no âmbito do Programa de Controle de Reservatórios e Vetores durante a operação do empreendimento. Assim, com a adequada operação do empreendimento aliada à implementação do Programa de Controle de Reservatórios e Vetores, não é esperada a atração e proliferação de espécies animais passíveis de transmissão de doenças na população. Exigências: Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI - Apresentar um Programa de Controle de Reservatórios e Vetores a ser implementado durante a operação do empreendimento. Tal Programa deverá ser elaborado por profissional devidamente habilitado e abordar, no mínimo: medidas preventivas, de controle e de eliminação, incluindo desratização e desinsetização; responsáveis pela implementação do Programa e suas atribuições gerenciais; formas de monitoramento; formas de registro e emissão de relatórios periódicos e cronograma de implementação. Durante a operação do empreendimento - Disponibilizar na área do empreendimento os relatórios de acompanhamento do Programa de Controle de Reservatórios e Vetores. Por ocasião da renovação da Licença de Operação - L O - Apresentar Relatório consolidado das ações realizadas no Programa de Controle de Reservatórios e Vetores durante a operação do empreendimento. 7.5 FASE DE ENCERRAMENTO 7.5.1 IMPACTOS ASSOCIADOS AO ENCERRAMENTO DO EMPREE NDIMENTO Mesmo quando encerrados, os aterros podem vir a causar impactos ambientais caso medidas preventivas e corretivas não sejam adotadas no intuito de manter seus sistemas de proteção e

Page 28: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 28/35

monitoramento (geotécnico e ambiental) em pleno funcionamento, haja vista que principalmente a geração de gases e percolado, bem como os riscos associados à estabilidade geotécnica não cessam com a interrupção das atividades de disposição de resíduos. Neste sentido, o empreendedor apresentou o Plano de Encerramento do aterro, onde informa prever a adoção de retenção técnica do faturamento do empreendimento, em torno de 2% do faturamento bruto, para realização das obras e monitoramentos de pós-encerramento, tais como de águas subterrâneas e superficiais e geotécnico. Ainda estão previstas as atividades de manutenção e conservação dos sistemas de drenagem de águas superficiais, de líquidos percolados e de gases, além da cobertura final. Entretanto, a proposta de cobertura final no projeto básico para o aterro é confusa. Dependendo do trecho do EIA no qual são mencionadas as espessuras dos elementos do sistema são divergentes, o que deverá ser definido no projeto executivo. Em linhas gerais, trata-se de uma geomembrana de PEAD (e=2,5 mm) sobre camada de solo compactado e subjacente ao plantio de gramíneas sobre solo adequado a esta finalidade. Quanto ao uso futuro da área, o EIA aponta algumas opções tais como recomposição paisagística da área pelo plantio de gramíneas e árvores de pequeno porte, e possíveis sistemas de lazer simples. Após o encerramento do aterro a Unidade de Tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) continuará em funcionamento. Os rejeitos desses resíduos, após o tratamento, serão encaminhados para um aterro sanitário devidamente licenciado, a ser definido posteriormente. Assim sendo, entende-se que antes do encerramento do aterro, o empreendedor deverá apresentar um Plano de Encerramento do empreendimento, contemplando o detalhamento das medidas a serem adotadas para a proteção da área, da continuidade da manutenção e monitoramento dos sistemas de proteção ambiental a serem instalados e do uso futuro. Exigências: Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI - Apresentar, no Projeto Executivo, a proposta de cobertura do maciço de resíduos. Antes do encerramento do empreendimento - Apresentar um Plano de Encerramento detalhado do empreendimento, contemplando as medidas a serem adotadas para a proteção da área e da continuidade da manutenção e monitoramento dos sistemas de proteção ambiental a serem instalados, além de eventual proposta detalhada de uso futuro. 8 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL Foi apresentado pelo empreendedor um Programa de Compensação Ambiental, conforme estabelecido pela Lei nº 9.985/2000, regulamentada pelo Decreto Federal nº 4.340/2002 e alterada pelo Decreto Federal n° 6.848/2009. De acordo com o referido Programa, foram pré-selecionadas as seguintes Unidades de Conservação existentes na região de implantação do empreendimento: Parque Geológico do Varvito, Parque Estadual Jaraguá, Parque Estadual Juquery, Estação Ecológica Ibicatu, Parque Estadual Jurupará, Parque Estadual Cantareira e Parque Estadual Assessoria da Reforma Agrária. Conforme informado no EIA, o custo total da implantação do empreendimento, excetuando o custo dos planos/programas de monitoramento ambiental, corresponde a R$ 29.183.988,50 (vinte e nove milhões, cento e oitenta e três mil, novecentos e oitenta e oito reais e cinquenta centavos). Informa-se que as atribuições referentes à definição e destinação das verbas compensatórias são da Câmara de Compensação Ambiental – CCA da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente - SIMA,

Page 29: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 29/35

nos termos da Resolução SMA n° 24/2012. Para a emissão da LI, deverá ser apresentado comprovante do depósito bancário no valor referente à compensação ambiental definida na Memória de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo empreendedor, para atendimento à Lei Federal nº 9.985/2000 regulamentada pelo Decreto Federal nº. 4.340/2002 e alterada pelo Decreto Federal n° 6.848/2009 e a assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental – TCCA conforme estabelecido no Decreto Estadual n° 60.070 de 15.01.2014, conforme indicação da Câmara de Compensação Ambiental – CCA da SMA. Por ocasião da solicitação de LO, deverá ser apresentado após a apuração final do custo do empreendimento, o relatório contábil, comprovando o montante efetivamente despendido, visando à realização de ajustes no valor destinado à compensação ambiental do empreendimento, cujo depósito, se houver, deverá ser realizado no mesmo fundo no qual foi efetuado o depósito originário. Exigências: Antes da emissão da Licença de Instalação - LI - Apresentar o comprovante do depósito bancário no valor referente à compensação ambiental definida na Memória de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo empreendedor e a assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental – TCCA conforme estabelecido no Decreto Estadual n° 60.070 de 15.01.2014, conforme indicação da Câmara de Compensação Ambiental – CCA da SIMA. Por ocasião da solicitação da Licença de Operação - LO - Apresentar, após a apuração final do custo do empreendimento, o relatório contábil, comprovando o montante efetivamente despendido, visando à realização de ajustes no valor destinado à compensação ambiental do empreendimento, cujo depósito, se houver, deverá ser realizado no mesmo fundo no qual foi efetuado o depósito originário. 9 CONSONÂNCIA COM AS POLÍTICAS DE RESÍDUOS SÓLIDOS Com o advento da publicação da Lei Federal nº 12.305/2010 e Lei Estadual nº 12.300/2006 que estabelecem respectivamente as políticas nacional e estadual de resíduos sólidos, a gestão e disposição de resíduos devem priorizar a valorização dos resíduos e aproveitamento máximo dos seus componentes, além de reduzir o volume a ser destinado aos aterros. De acordo com o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (2013) do município de Itu, este realiza a coleta seletiva, a qual teve início no ano de 2000 com a fundação da Cooperativa de Materiais Recicláveis de Itu (COMAREI) vislumbrando a inclusão dos catadores, bem como a sua profissionalização. Além disso, conforme descrito no item 5 deste parecer, já está prevista a implantação de uma Central de Triagem de materiais recicláveis na CTR. Dessa forma, considera-se que o empreendimento está em consonância com as Políticas de Resíduos Sólidos e com a Resolução SMA nº 117 de 29.09.2017. 10 CONCLUSÕES E EXIGÊNCIAS Considerando que: - O empreendimento promoverá a disposição adequada dos resíduos sólidos domiciliares e industriais (Classes IIA e IIB) gerados no município de Itu; - Trata-se de empreendimento que visa à prevenção e o controle da poluição, a proteção e a manutenção da qualidade ambiental;

Page 30: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 30/35

- O empreendimento está em consonância com os princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10), da Política Estadual de Resíduos Sólidos (Lei Estadual nº 12.300/06) e da Resolução SMA nº 117/17), uma vez que, além da disponibilidade de locais adequados para a disposição dos resíduos industriais e domiciliares, a CTR Itu também dispõe ainda de uma Central de Triagem para valorização dos resíduos e aproveitamento máximo dos seus componentes além de reduzir o volume a ser destinado ao aterro; - Foram previstas na documentação analisada e no presente Parecer Técnico, medidas de proteção ambiental para promover a operação segura do empreendimento com vistas ao resguardo da população, da flora e fauna, das águas subterrâneas e superficiais e do solo; e - Não são esperadas alterações significativas para a região sob influência do empreendimento. a equipe técnica concluiu que as Obras de Implantação da Central de Tratamento de Resíduos - CTR Itu, de responsabilidade da empresa EPPO ITU Soluções Ambientais S/A são ambientalmente viáveis, desde que implementados os planos, programas e as medidas ambientais apresentados no EIA e condicionadas ao atendimento das exigências técnicas constantes neste Parecer Técnico. Salienta-se que deverá ser informada a localização dos pontos de monitoramento nos programas ambientais (informar a coordenada geográfica e UTM no DATUM SIRGAS - 2000). Além disso, os resultados analíticos deverão ser apresentados nos termos da Resolução SMA nº 100/2013 a qual “Regulamenta as exigências para os resultados analíticos, incluindo-se a amostragem, objeto de apreciação pelos órgãos integrantes do Sistema Estadual de Administração da Qualidade Ambiental, Proteção, Controle e Desenvolvimento do Meio Ambiente e Uso Adequado dos Recursos Naturais – SEAQUA”. Para a continuidade do licenciamento ambiental do empreendimento, o empreendedor deverá atender as exigências técnicas elencadas a seguir, em seus respectivos períodos de atendimento e em conformidade com a Decisão de Diretoria – DD n° 069/2016/P de 12.04.2016, que dispõe sobre a apresentação de informações técnicas à CETESB. Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI - Apresentar o detalhamento do Programa de Comunicação e Participação Social, cujos roteiros estão disponíveis no endereço: http://www.CETESB.sp.gov.br/licenciamento/documentos/programa-educacao-ambiental.pdf - Apresentar informações atualizadas sobre a obtenção da posse da área de 72,60 ha, objeto da matrícula n° 45.792, decretada de utilidade pública por meio do Decreto municipal n° 2.514, de 10 de março de 2016. - Apresentar o Programa de Recomposição Vegetal, conforme proposto no RAP, incluindo a recomposição das APPs da propriedade e a implantação de um cinturão verde (cortina vegetal), devendo ser apresentado juntamente com o respectivo cronograma de manutenção e a Anotação de Responsabilidade Técnica - ART. - Efetuar a inscrição do imóvel no Cadastro Ambiental Rural – CAR. - Apresentar, no projeto executivo da implantação do aterro esclarecimentos quanto ao destino final do solo de escavação excedente bem como o detalhamento de seu armazenamento temporário com os devidos sistemas de proteção ambiental. - Apresentar manifestação do IPHAN quanto ao atendimento do Ofício nº 1079/2017-IPHAN/SP de 07.06.2017, referente à apresentação do Programa de Prospecções e à execução do Programa de Educação Patrimonial proposto.

Page 31: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 31/35

- Incluir no Plano de Controle Ambiental das Obras os procedimentos para a gestão das áreas de obtenção e de armazenamento do solo utilizado ao longo da instalação e operação do empreendimento. - Apresentar um Programa de Monitoramento e de Minimização de Incômodos à Fauna (avifauna, mastofauna e herpetofauna) detalhado, contemplando: justificativa das espécies selecionadas, incluindo as espécies com algum grau de ameaça nos termos do Decreto Estadual nº 63.853/2018, registradas no levantamento realizado; esforço amostral; campanhas com periodicidade trimestral; métodos empregados; localização dos pontos de coleta plotados em mapa (cartografia oficial, imagem de satélite ou foto aérea) com escala compatível; cronograma de implementação; Anotação de Responsabilidade Técnica – ART do(s) profissional(ais) responsável(eis), além de prever a identificação de não conformidades e a inclusão, nos relatórios a serem emitidos, de conclusão parcial e/ou final quanto ao monitoramento e as recomendações dadas ao empreendedor tendo em vista os resultados obtidos, bem como as respectivas medidas mitigadoras e corretivas adicionais adotadas, incluindo as medidas apresentadas no EIA. Salienta-se que a periodicidade de emissão de relatórios fotográficos e descritivos de andamento devidamente interpretados deverá ser semestral. - Apresentar um Programa detalhado de Minimização de Incômodos à População e Risco de Acidentes a ser implementado durante a instalação e operação do empreendimento, contemplando além das medidas propostas, no mínimo: manutenção periódica da via de acesso considerando o tráfego de caminhões transportadores de resíduos ao empreendimento, treinamento dos motoristas quanto à direção defensiva e o atendimento das normas de trânsito vigentes para o deslocamento nas vias externas e internas ao empreendimento; sinalizações dos acessos à obra. Tal Programa deverá contemplar a indicação da periodicidade de emissão de relatórios fotográficos e descritivos de andamento devendo ser elaborado por profissional habilitado. Além disso, tal Programa deverá contemplar as medidas propostas no Plano de Controle de Prevenção de Acidentes e do Programa de Educação Ambiental no Trânsito. - Detalhar as características do subsolo, no projeto executivo, em termos de permeabilidade e espessura da zona insaturada e associar às condições naturalmente existentes, alternativas tecnológicas na especificação da camada de impermeabilização inferior ou propor alterações na concepção de projeto para adequar-se às diretrizes apresentadas na NBR 13.896 no que diz respeito às condições hidrogeológicas mínimas naturalmente requeridas. - Reapresentar no projeto executivo, os perfis de escavação da área de implantação do maciço, nos quais esteja representada a superfície piezométrica sob o terreno, considerando as alterações de concepção e/ou materiais a serem propostas para o aterro. - Definir no projeto executivo, qual será a destinação final para tratamento dos líquidos percolados e apresentar a carta de anuência correspondente. - Apresentar no projeto executivo, as estimativas de geração de líquidos percolados para o aterro e verificar se as dimensões propostas no projeto para o sistema de drenagem interna são adequadas. - Apresentar no projeto executivo, a revisão do plano de monitoramento de águas subterrâneas, contendo minimamente: localização dos poços de monitoramento previstos sobre a planta do aterro, mapa potenciométrico, frequência de amostragem e substâncias químicas de interesse. - Apresentar o projeto executivo da Central de Triagem de resíduos recicláveis, contemplando os sistemas de proteção ambiental para impedir a infiltração de líquidos no solo, bem como a emanação de odores além dos limites do empreendimento. - Apresentar no projeto executivo, o controle de recebimento de resíduos detalhado. Tal plano deve prever que sejam checadas informações quanto à origem, quantidades e características dos resíduos a serem encaminhados para aterramento. Em função da classificação dos resíduos recebidos,

Page 32: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 32/35

deverão constar no plano de recebimento análises para aceitação dos resíduos no aterro tais como: inspeção visual (cor, estado físico e aspecto), reatividade em água, presença de cianetos e sulfetos, inflamabilidade e líquidos livres. Cabe ressaltar que em função da origem do resíduo poderá ser justificada a alteração da lista de parâmetros a serem determinados. A periodicidade deverá ser estabelecida em função das cargas recebidas, de forma a ser representativa da qualidade dos resíduos a serem recebidos. Deverão ser explicitadas ainda as ações a serem tomadas em função do recebimento de cargas que não podem ser dispostas no aterro. - Apresentar no projeto executivo do aterro o Plano de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais detalhado a ser aplicado durante a operação do empreendimento e após o seu encerramento, contemplando a indicação em planta dos corpos hídricos a serem monitorados, a localização dos pontos de coleta (com suas coordenadas geográficas), os parâmetros de análise e a periodicidade das campanhas. - Detalhar, no projeto executivo, as premissas adotadas para realização dos cálculos de Fatores de Segurança – FS por método de equilíbrio limite, no que tange à delimitação de horizontes de resíduos com denominação de “deposição antiga” e “deposição recente”, bem como para a seleção dos parâmetros de resistência ao cisalhamento utilizados nos cálculos. - Incorporar ao projeto executivo o Programa de Monitoramento Geotécnico detalhado, contemplando: inspeções visuais periódicas e sistemáticas; a localização dos instrumentos em planta planialtimétrica; os valores de alerta em função dos deslocamentos e níveis piezométricos/pressão de gás; as medidas preventivas, mitigadoras e de controle a serem adotadas para cada etapa do projeto; os responsáveis pela implantação e suas atribuições gerenciais; as formas de monitoramento e controle; as formas de registro; e o cronograma de implantação. Prever, ainda, neste Programa a emissão de relatórios mensais durante a operação a serem disponibilizados na área do empreendimento. - Apresentar o projeto executivo da unidade de tratamento de RSS, bem como atender às diretrizes do Roteiro estabelecido pela Norma CETESB E15010. - Atender ao solicitado no PT nº 024/2015/IPA de 19.06.2015, PT nº 018/17/IPA de 27.03.2017 e PT nº 024/18/IPA emitido em 16.04.2018. - Reapresentar de forma detalhada o Programa de Monitoramento e Controle da Avifauna, visando minimizar a ocorrência de espécies-problema para a aviação na área do empreendimento, contemplando o seguinte conteúdo e organização: objetivos; justificativa das espécies selecionadas para o monitoramento; localização dos pontos de coleta de dados plotados em mapa (cartografia oficial, imagem de satélite ou foto aérea) com escala compatível; metodologia; esforço amostral; campanhas com periodicidade semestral, no mínimo; resultados obtidos; medidas preventivas, corretivas e de controle, incluindo as descritas no EIA; Anotação de Responsabilidade Técnica – ART do(s) profissional(ais) responsável(eis) pela elaboração e implementação do Programa; além de prever a identificação de não conformidades e a inclusão, nos relatórios a serem emitidos, de conclusão parcial e/ou final quanto ao monitoramento e as recomendações dadas ao empreendedor tendo em vista os resultados obtidos, bem como as respectivas medidas mitigadoras e corretivas adicionais adotadas. - Apresentar um Programa de Controle de Reservatórios e Vetores a ser implementado durante a operação do empreendimento. Tal Programa deverá ser elaborado por profissional devidamente habilitado e abordar, no mínimo: medidas preventivas, de controle e de eliminação, incluindo desratização e desinsetização; responsáveis pela implementação do Programa e suas atribuições gerenciais; formas de monitoramento; formas de registro e emissão de relatórios periódicos e cronograma de implementação. - Apresentar, no Projeto Executivo, a proposta de cobertura do maciço de resíduos.

Page 33: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 33/35

Antes da emissão da Licença de Instalação - LI - Apresentar o comprovante do depósito bancário no valor referente à compensação ambiental definida na Memória de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo empreendedor e a assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental – TCCA conforme estabelecido no Decreto Estadual n° 60.070 de 15.01.2014, conforme indicação da Câmara de Compensação Ambiental – CCA da SIMA. Durante a instalação do empreendimento - Disponibilizar na área do empreendimento os relatórios do Plano de Controle Ambiental das Obras. Por ocasião da solicitação da Licença de Operação - LO - Apresentar um balanço das ações realizadas no Programa de Comunicação e Participação Social, incluindo o Programa de Contratação e Capacitação de Mão de Obra durante a fase de execução das obras de implantação do empreendimento. - Apresentar relatório fotográfico e descritivo do Plano de Controle Ambiental das Obras, contendo o andamento e a comprovação da completa recuperação das áreas afetadas pelas obras na fase de instalação do empreendimento. - Apresentar o primeiro relatório de andamento do Programa de Monitoramento e de Minimização de Incômodos à Fauna, com os dados obtidos na fase de instalação do empreendimento, incluindo as medidas preventivas adotadas, a eventual identificação de não conformidades e respectivas medidas corretivas. Tal relatório, bem como os demais a serem produzidos, deverá contemplar conteúdo fotográfico, descritivo e a Anotação de Responsabilidade Técnica – ART do(s) profissional(ais) responsável(eis). - Apresentar um balanço das ações realizadas no Programa de Minimização de Incômodos à População e Risco de Acidentes. - Apresentar relatório com a caracterização inicial das águas subterrâneas, como descrito no item 4 do documento “Diretrizes para Monitoramento Sistemático de Água Subterrânea em Aterros Sanitários” (Apêndice I), com os perfis construtivos e o memorial da construção dos poços de monitoramento. - Solicitar à CETESB a realização do teste de eficiência do equipamento da unidade de tratamento de RSS. - Apresentar, após a apuração final do custo do empreendimento, o relatório contábil, comprovando o montante efetivamente despendido, visando à realização de ajustes no valor destinado à compensação ambiental do empreendimento, cujo depósito, se houver, deverá ser realizado no mesmo fundo no qual foi efetuado o depósito originário. Durante a operação do empreendimento - Disponibilizar na área do empreendimento, relatórios semestrais do Programa de Monitoramento e de Minimização de Incômodos à Fauna, salientando-se que ao longo do monitoramento e com base em seus resultados, o empreendedor deverá avaliar a eficiência das medidas adotadas no empreendimento e caso estas não se mostrem eficientes, deverão ser adotadas outras medidas, de forma que sejam minimizados os incômodos à fauna. - Disponibilizar na área do empreendimento os relatórios do Monitoramento das Águas Subterrâneas com a tabulação e interpretação dos resultados analíticos obtidos. Os relatórios deverão avaliar a efetividade das medidas de controle adotadas durante a operação do empreendimento, indicando eventuais melhorias.

Page 34: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 34/35

- Apresentar anualmente relatório consolidado e interpretado dos relatórios do Monitoramento das Águas Subterrâneas. Os relatórios deverão avaliar a efetividade das medidas de controle adotadas durante a operação do empreendimento, indicando eventuais melhorias. - Disponibilizar na área do empreendimento, os relatórios do Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais com a tabulação e interpretação dos resultados analíticos obtidos. Os relatórios deverão avaliar a efetividade das medidas de controle adotadas durante a operação do empreendimento, indicando eventuais melhorias. - Apresentar anualmente relatório consolidado e interpretado dos relatórios do Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais. Os relatórios deverão avaliar a efetividade das medidas de controle adotadas durante a operação do empreendimento indicando eventuais melhorias. - Disponibilizar na área do empreendimento os relatórios mensais do Monitoramento Geotécnico do maciço de resíduos. - Apresentar anualmente relatório consolidado e interpretado dos relatórios mensais do Monitoramento Geotécnico do maciço de resíduos. O relatório deverá avaliar a efetividade das medidas de estabilidade geotécnica adotadas durante a operação do aterro. - Apresentar o primeiro Relatório anual fotográfico e descritivo do Programa de Monitoramento e Controle da Avifauna, visando minimizar a ocorrência de espécies-problema para a aviação na área do empreendimento, apresentado na fase da LI. - Disponibilizar na área do empreendimento os relatórios semestrais do Programa de Monitoramento e Controle da Avifauna, salientando-se que ao longo do referido Programa e com base em seus resultados, o empreendedor deverá avaliar a eficiência dos métodos empregados no empreendimento e caso estes não se mostrem eficientes, deverão ser adotados outros métodos, inclusive integrados, de forma que o empreendimento não se constitua em foco atrativo de aves. - Disponibilizar na área do empreendimento os relatórios de acompanhamento do Programa de Controle de Reservatórios e Vetores. Por ocasião da renovação da Licença de Operação – L O - Apresentar um balanço das ações realizadas no Programa de Comunicação e Participação Social, incluindo o Programa de Contratação e Capacitação de Mão de Obra e o Programa Portas Abertas, durante a operação do empreendimento. - Apresentar um balanço das ações realizadas durante a operação do empreendimento no Programa de Monitoramento e Controle da Avifauna. - Apresentar Relatório consolidado das ações realizadas no Programa de Controle de Reservatórios e Vetores durante a operação do empreendimento. Antes do encerramento do empreendimento - Apresentar um Plano de Encerramento detalhado do empreendimento, contemplando as medidas a serem adotadas para a proteção da área e da continuidade da manutenção e monitoramento dos sistemas de proteção ambiental a serem instalados, além de eventual proposta detalhada de uso futuro. Após o encerramento do empreendimento - Apresentar anualmente relatório consolidado e interpretado dos relatórios do Monitoramento das Águas Subterrâneas. Os relatórios deverão avaliar a efetividade das medidas de controle adotadas durante a operação do empreendimento, indicando eventuais melhorias.

Page 35: PT 093 19 IPGR VIABILIDADE AMBIENTAL EIA CTR ITU · 2019. 10. 23. · Em 11.05.2016 foi realizada vistoria técnica na área de implantação do empreendimento pelos técnicos do

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 093/19/IPGR

Cód.: SO598V03 07/08/2009 35/35

- Apresentar anualmente relatório consolidado e interpretado dos relatórios do Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais. Os relatórios deverão avaliar a efetividade das medidas de controle adotadas durante e após o encerramento do empreendimento, indicando eventuais melhorias. - Apresentar anualmente relatório consolidado e interpretado dos relatórios mensais do Monitoramento Geotécnico do maciço de resíduos. O relatório deverá avaliar a efetividade das medidas de estabilidade geotécnica adotadas durante a operação do aterro. Geog. Gisele Akemi Kohata Reg. 7470 – CREA: 5063838644

Biol. Larissa Harumi Eto Reg. 7670 – CRBio: 72092/01-D

Eng. Thiago Campi Reg. 6756 – CREA: 5061209868

Ciente e de acordo Eng. Valéria Soares Bonilha Gerente do Setor de Avaliação e Gestão de Resíduos Sólidos - IPGR Reg. 7027 – CREA: 5061095674

Eng. Sidney Shinke Gerente da Divisão de Avaliação da Gestão do Uso do Solo e de Resíduos Sólidos - IPG Reg. 6563 – CREA: 5060236564

Eng. Carlos Eduardo Komatsu Gerente do Departamento Avaliação Ambiental de Projetos e Processos - IP Reg. 5786 – CREA: 682519004