psicologia das redes sociais

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PLANO DE MARKETING Psicologia das redes sociais Prof. MSc Felipe Correa de Mello 2012 Módulo I Sociabilidade, conhecimento e o olhar

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A ideia para este curso partiu da observação de diversos infográficos elaborados por grupos de pesquisa e de monitoramento do comportamento nas redes sociais. Dentre estes, chamou-me a atenção o recente e interessante infográfico elaborado pelo grupo norte americano Psychology Degree intitulado “A psicologia das redes sociais”. Para iluminar algumas dinâmicas próprias da psicologia nas redes sociais, proponho partir de duas observações acerca da natureza humana feitas pelo filósofo grego Aristóteles: a) A primeira é de que o ser humano é essencialmente um animal social; b) A segunda é a de que a vontade de conhecer é natural e determinante na constituição dos seres humanos. Rupturas? A partir destas duas constatações, defendo que as redes sociais e a era digital nada mais fazem do que fornecer meios em que a dimensão social e conhecedora (curiosa) dos seres humanos é potencializada e amplificada a níveis jamais experimentados na história. Assim, argumento que a era digital não implica uma ruptura com dinâmicas e comportamentos anteriores, mas que, antes de tudo, potencializa e amplifica a característica social e curiosa dos seres humanos. O ser humano sempre foi social. Desde o tempo das cavernas. A busca por conhecimento, um móvel onipresente na história da humanidade. E se não no mesmo nível de profundidade e abrangência, sempre existiram redes sociais e compartilhamento de experiências. A vida em comunidade, central nas relações humanas. O papel do olhar na relação com o mundo: Abro um parêntese aqui para lembrar que Aristóteles foi um filósofo que postulava que o conhecimento tinha como ponto de partida os sentidos humanos. Donde, a relação entre prazer físico das sensações e a busca pelo conhecimento. Dos cinco sentidos, somente a audição (referida à linguagem) rivaliza com a visão no léxico do conhecimento. Os demais, ou estão ausentes ou operam como metáforas da visão. Falamos em captar uma idéia ou em agarrá-la. Dizemos que um conceito contém ou envolve certas determinações e que as compreendemos (as seguramos juntas) ou as explicamos (as desdobramos uma a uma). Destaca-se aqui a sensação visual como sentido privilegiado no processo de busca do conhecimento: Como informa Marilena Chaui (39), lemos nos livros de Aristóteles Sobre a Alma e Sobre a Sensação, que a despeito de o tato estar espalhado pelo corpo e assim estar mais apto para a investigação, a vista é o sentido que mais nos causa prazer. Para reforçar esta abordagem recorro também ao filósofo francês Maurice Merleau- Ponty. Em obras seminais da filosofia contemporânea como “A fenomenologia da Percepção” e “O visível e o invisível”, o filósofo afirma que a prevalência do olhar sobre os demais sentidos se dá justamente porque ver é ter à distância. Por suas características o olhar permite tocar, apalpar, viajar no meio das coisas sem precisar se apropriar delas. Ter e co

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Page 1: Psicologia das redes sociais

PLANO DE MARKETINGPsicologia das redes sociais

Prof. MSc Felipe Correa de Mello

2012

Módulo ISociabilidade, conhecimento e o olhar

Page 2: Psicologia das redes sociais

Curso dividido em três módulos:

Módulo ISociabilidade, conhecimento e o olhar. Natureza humana em AristótelesRupturas?O olhar:-Importância do olhar nos sentidos;-Olhar nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e Pinterest. Módulo II“Ver e ser visto”: narcisismo nas redes sociaisO mito de NarcisoNarcisismo na psicanálise:- Desejo na falta;- Fusão narcísica e egocentrismo (Freud, Winnicott e Klein);- Lacan: o desejo dos outros;O olhar como definidor de identidades: o inferno são os outros (Sartre). 

Módulo IIICompartilhar e dialogar: o impacto do Outro na constituição da identidadeA representação do “Eu” na vida cotidianaCompartilhar experiências: identidade na alteridadeTrocas simbólicas e reputação: o capital social

Psicologia das redes sociais

Page 3: Psicologia das redes sociais

Módulo I: Sociabilidade, conhecimento e o olhar

Natureza humana em Aristóteles

Rupturas?

O olhar:

Importância do olhar nos sentidos;

Olhar nas redes sociais.

Page 4: Psicologia das redes sociais
Page 5: Psicologia das redes sociais

Para iluminar algumas dinâmicas próprias da psicologia nas redes

sociais, proponho partir de duas observações acerca da natureza

humana feitas pelo filósofo grego Aristóteles: 

i. A primeira é de que o ser humano é essencialmente um

animal social; 

ii. A segunda é a de que a vontade de conhecer é natural e

determinante na constituição dos seres humanos. 

Page 6: Psicologia das redes sociais

Aristóteles , o filosofo mais influente no pensamento Ocidental, definiu em sua obra

política que o humano é um animal naturalmente político (zóon poliktikon)

Ou seja, definiu que é da natureza humana buscar a vida em comunidade.

“É manifesto, a partir disso, que a Cidade faz parte das coisas naturais e que o homem é por natureza um animal político, e que aquele que está fora da Cidade [...] ou é um

ser degradado ou um ser sobre-humano.”(Aristóteles, Livro I da Política apud Chauí, 2010: 463)

Política= pólis= cidade= comunidade (comum)

Sociabilidade e a natureza humana

Page 7: Psicologia das redes sociais

“O homem é um animal político porque é um ser carente e imperfeito

que necessita de coisas (para desejar) e de outros (para se reunir),

buscando a comunidade como lugar em que, com os seus semelhantes,

alcance a completude” (CHAUI, 2010: 464)

Se fosse sem carências, seria um deus e não

precisaria da vida comunitária;

Se fosse uma besta selvagem nem sentiria a falta

de outros.

Sociabilidade e a natureza humana

Page 8: Psicologia das redes sociais

Linguagem: comunicar sentimentos de prazer e dor (como a maioria dos animais), mas também para exprimir em comum a percepção do bom e do mau, do útil e do nocivo, do justo e do injusto, ou seja, para exprimir em comum a percepção dos valores.

Page 9: Psicologia das redes sociais

Na abertura da Metafísica, Aristóteles escreve:

Por natureza, todos os homens desejam conhecer;

Prova disso é o prazer causado pelas sensações, pois mesmo fora de toda utilidade, nos agradam por si mesmas e, acima de todas, as sensações visuais;

A vista é, de todos os nossos sentidos, aquele que nos faz adquirir mais conhecimentos e o que nos faz descobrir mais diferenças.

O desejo de conhecer

Page 10: Psicologia das redes sociais

Rupturas?O ser humano sempre foi social. Desde o tempo das cavernas. A busca por

conhecimento, um móvel onipresente na história da humanidade. 

E se não no mesmo nível de profundidade e abrangência, sempre existiram

redes sociais e compartilhamento de experiências.

 

Page 11: Psicologia das redes sociais

Redes sociais e a era digital não implicam uma ruptura

com dinâmicas e comportamentos anteriores. O que

fazem é fornecer meios em que a dimensão social e

conhecedora (curiosa) dos seres humanos seja

potencializada e amplificada a níveis jamais

experimentados na história. 

Page 12: Psicologia das redes sociais

A aptidão da vista para o discernimento —é o que nos faz descobrir mais diferenças — a coloca como o primeiro sentido de que nos valemos para o conhecimento. 

 

Como dizia o filósofo francês Merleau-Ponty, ver é ter à distância.

   

Importância do olhar nos sentidos

Page 13: Psicologia das redes sociais

Olhar, conhecimentos e informações potencializados: redes sociais. Facebook: social, vida dos outros. Leitura e fotos Instangram: intuitivo, prazer visual Pinterest: expressão de si, curiosidade, decobertas.

“O olhar apalpa as coisas, repousa sobre elas, viaja no meio delas, mas delas não se apropria.

Resume e ultrapassa os outros sentidos porque os realiza naquilo que lhes é vedado pela finitude do corpo, a saída de si, sem precisar de mediação alguma, e a volta a si, sem sofrer qualquer alteração material”.

(Marilena Chaui, “Janela da alma, espelho do mundo”)

 

Page 14: Psicologia das redes sociais

Redes sociais: socializar, olhar, descobrir.

Page 15: Psicologia das redes sociais

Ver e ser visto;

Tão perto, tão longe;

Isolado (no computador),

socializando no Facebook.

Facebook

Page 16: Psicologia das redes sociais
Page 17: Psicologia das redes sociais

Exposição da identidade por textos e imagens;

Saber o que acontece na vida dos amigos (e das pessoas em geral);

Compartilhar experiências.

Page 18: Psicologia das redes sociais

Instagram: o poder da imagem

Page 19: Psicologia das redes sociais
Page 20: Psicologia das redes sociais

Modo intuitivo de compartilhamento de gostos, estilo de vida e

interesses via imagem;

Expressão de si a partir de coleções de imagens;

Possibilidade de socializar/dialogar com pessoas que não fazem

parte do círculo de amigos da “vida real”;

Descobrir e conhecer coisas novas.

Pinterest

Page 21: Psicologia das redes sociais

Obrigado!

Professor Mestre Felipe Correa de [email protected]