psicologia aula nove - fisiologia elétrica do encéfalo

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A Eletroencefalografia (EEG) é o estudo do registro gráfico das correntes elétricas desenvolvidas no encéfalo , realizado através de eletrodos aplicados no couro cabeludo , na superfície encefálica, ou até mesmo dentro da substância encefálica. A maioria dos sinais cerebrais observados situam-se entre os 1 e 20Hz. Para que serve o eletroencefalograma Refere-se a uma aquele exame dos fios que são colocados na superfície da cabeça enquanto você permanece deitado. É um exame muito comum, e bastante solicitado nos consultórios neurológicos. O eletroencefalograma

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AULA SOBRE FUNCIONAMENTO ELÉTRICO DO CÉREBRO E ELETROENCEFALOGRAMA. PROFª SANDRA NÍSIA. 1º PERÍODO DE PSICOLOGIA - UFCG

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A Eletroencefalografia (EEG) é o estudo do registro gráfico das correntes elétricas desenvolvidas no encéfalo,

realizado através de eletrodos aplicados no couro cabeludo, na superfície encefálica, ou até mesmo

dentro da substância encefálica.A maioria dos sinais cerebrais observados situam-se entre

os 1 e 20Hz.Para que serve o eletroencefalograma

Refere-se a uma aquele exame dos fios que são colocados na superfície da cabeça enquanto você permanece deitado. É um exame muito comum, e bastante solicitado nos consultórios neurológicos.

O eletroencefalograma

• A Eletroencefalografia (EEG) é o estudo do registro gráfico das correntes elétricas desenvolvidas no encéfalo, realizado através de eletrodos aplicados no couro cabeludo, na superfície encefálica, ou até mesmo dentro da substância encefálica.

O eletroencefalograma

O eletroencefalograma é o registo das ondas rítmicas provocadas por uma alteração do potencial elétrico que ocorre principalmente no córtex cerebral do encéfalo dos vertebrados. O mecanismo que permite obter este registo é um eletroencefalógrafo, um aparelho que permite medir a atividade elétrica cerebral, através da aplicação de diversos sensores na zona ex-terna da caixa craniana, sobre o couro cabeludo.

Eletricidade cerebral. As células nervosas, os

neurônios, transmitem e recebem informações umas das outras através de impulsos elétricos.

Esses impulsos são produzidos pela movimentação de átomos de sódio, potássio e cálcio para dentro e para fora da célula.

Bases elétrico-fisiológicas

• Ondas podem ser descritas usando um número de variáveis, incluindo: frequência, comprimento de onda, amplitude e período.

• A amplitude de uma onda é a medida da magnitude de um distúrbio em um meio durante um ciclo de onda. Por exemplo, ondas em uma corda têm sua amplitude expressada como uma distância (metros), ondas de som como pressão (pascals) e ondas eletromagnéticas como a amplitude de um campo elétrico (volts por metro). A amplitude pode ser constante (neste caso a onda é uma onda contínua), ou pode variar com tempo e/ou posição. A forma desta variação é o envelope da onda.

• Quando ondas são expressas matematicamente, a frequência angular (ômega; radianos por segundo) é constantemente usada, relacionada com frequência f em: f= i/T

EEG

EEG

• A partir de seu ciclo no eletroencefalograma distingue basicamente quatro tipos de onda:

• Beta: 14 - 30 /seg.• Alfa: 08 - 13 /seg.• Theta: 04 - 07 /seg.• Delta: 0,5 - 03 /seg.

• Como é feito o exame?• O EEG é realizado através da colocação de eletrodos no

couro cabeludo, com auxílio de uma pasta condutora que, além de fixá-los, permite a aquisição adequada dos sinais elétricos que constituem a atividade elétrica cerebral. Inicialmente é feito um registro espontâneo da atividade elétrica cerebral durante a vigília (paciente acordado). Se possível, essa atividade é registrada também durante a sonolência e o sono. O registro em todos esses estados aumenta a sensibilidade do método na detecção de diversas anormalidades.

TECNICA DO EEG

TECNICA DO EEG

• Após o registro espontâneo, são realizadas as provas de ativação: hiperpnéia (o paciente realiza incursões respiratórias forçadas e rápidas, por 3 a 4 minutos) e fotoestimulação intermitente (coloca-se, frente ao paciente, uma lâmpada que produz flashes com freqüências que variam de 0,5 a 30 Hz). O objetivo deste método é aumentar a sensibilidade do exame, bem como detectar alterações específicas que podem ser provocadas pelas provas de ativação.

EEG

• Existe alguma contraindicação?• Absolutas: por se tratar de exame não

invasivo, não há contraindicações absolutas para sua realização.

• Relativas: seborreia excessiva, infecção de pele no couro cabeludo e pediculose.

EEG

• Quais são as limitações do exame?• O EEG fornece uma avaliação transversal da atividade

elétrica cerebral no período de realização do exame, que geralmente tem a duração mínima de 20 minutos. Portanto, algumas alterações ocasionais apresentadas pelo paciente, podem não ser detectadas nesse exame.

• Apesar dos métodos de ativação aumentarem a sensibilidade do exame para diagnóstico de anormalidades epileptiformes, o registro pode ser normal, ou seja, sem alterações. Portanto, mesmo os pacientes com epilepsia podem apresentar o exame sem anormalidades.

EEG

• Qual o preparo necessário para realização do exame?• O paciente deve estar bem alimentado. • É orientado a comparecer ao local do exame com o

cabelo limpo e seco para permitir melhor fixação dos eletrodos.

• Devido à importância do registro de sonolência e sono, recomenda-se especial atenção à privação parcial de sono na noite anterior a realização do exame. O paciente deve dormir no mínimo quatro horas a menos do que o habitual.

• A interpretação do EEG baseia-se na associação dos referidos freqüências de onda aos estado fisiológicos naturais do ciclo de sono, sonhos e vigília e a detecção de grafo-elementos anormais associados por sua vez à patologias específicas e alterações do metabolismo do encéfalo.

• A análise do traçado do eletroencefalograma permite observar uma série de padrões cíclicos, sob a forma de ondas. A amplitude e frequência destas ondas são proporcionais aos potenciais elétricos gerados no cérebro, pela propagação do impulso nervoso. A comparação do traçado de um indivíduo com o padrão normal permite a deteção de diversas anomalias do funcionamento e estrutura cerebral, como, por exemplo, tumores ou epilepsia.

• Os desenvolvimento técnicos no campo das medidas e do registro de fenômenos elétricos realizados nos últimos 25 anos do século XIX tornaram possível um dos maiores triunfos da neurociência moderna: a descoberta, feita pelo psiquiatra alemão Hans Berger, em 1929, de que o cérebro humano também gerava atividade elétrica contínua, e que ele podia ser registrada (veja a História do Eletroencefalograma).

O eletroencefalograma

• O registro eletroencefalográfico é usualmente realizado através de eletrodos (pequenos discos metálicos) afixados com um gel condutor de eletricidade à pele do crânio.

• Mas esta eletricidade produzida pelos neurônios é muito pequena para ser captada na superfície da cabeça, fora que há vários tecidos em cima do cérebro, como osso, gordura e pele, que servem para diminuir ainda mais a capacidade de captar esta eletricidade superficialmente. Daí a necessidade de um aparelho que, além de captar a eletricidade, amplifique esses sinais para torná-los visíveis e poderem ser lidos.

O eletroencefalograma

Um poderoso amplificador eletrônico aumenta milhares de vezes a amplitude do fraco sinal elétrico que é gerado pelo cérebro e que pode ser captado (geralmente menos do que alguns microvolts).

Um dispositivo chamado galvanômetro, que tem uma pena inscritora presa ao seu ponteiro, escreve sobre a superf'ície de uma tira de papel, que se desloca a velocidade constante.

O eletroencefalograma

• Um registro eletroencefalográfico, cheio de traços as ondas elétricas do encéfalo

• Uma evolução do EEG é os sistemas digitais que fazem a análise quantitativa do EEG, bem como o mapeamento topográfico dos potenciais normais e patológicos céfalo.

• O resultado é a inscrição de uma onda tortuosa.Um par de eletrodos constitui o que chamamos de um canal de EEG.

• Os aparelhos modernos permitem o registro simultâneo de 8 a 40 canais, em paralelo. Este é chamado de registro multicanal do EEG.

O eletroencefalograma

• Um EEG de 32 canais utilizando um registrador moderno. • Cada traço horizontal corresponde a um par de eletrodos

colocado em uma área determinada do escalpo de um paciente, formando uma grade regular de eletrodos.

• Pela observação dos canais onde ocorre ondar anormais (como as que estão marcadas em vermelho), o neurologista é capaz de deduzir em que parte do cérebro a anormalidade está situada. Isto é muito difícil de fazer de forma manual, quando o número de canais é grande ou a natureza da mudança é complexa. A localização precisa do foco ou tumor, em duas dimensões é praticamente impossível de ser feita

O eletroencefalograma

• Pela observação dos canais onde ocorre ondas anormais (como as que estão marcadas em vermelho), o neurologista é capaz de deduzir em que parte do cérebro a anormalidade está situada. Isto é muito difícil de fazer de forma manual, quando o número de canais é grande ou a natureza da mudança é complexa. A localização precisa do foco ou tumor, em duas dimensões é praticamente impossível de ser feita.

• Um software especial dentro do computador do aparelho de EEG monta um gráfico da atividade elétrica numa tela ou impressora colorida. codificando a quantidade de atividade elétrica em um determinado lugar na forma de gradações ou tonalidades de cor (por exemplo, roxo e preto podem representar uma baixa amplitude das ondas de EEG, enquanto que vermelho e amarelo podem representar amplitudes maiores). Os pontos da cabeça que ficam entre os eletrodos são calculados através de técnicas matemáticas, que usam os valores dos seus vizinhos, e assim uma gradação de cores é atingida.

INDICAÇÃO DO EEG

• Sua indicação principal é a de determinar a presença e localização de tumores e doenças focais do cérebro (incluindo epilepsia, malformações arteriovenosas e derrame). Também é apropriada quando determinados distúrbios da consciência e vigilância estão presentes, tais como narcolepsia (o aparecimento abrupto de sono), coma, etc. Além disso, a topografia cerebral de EEG está sendo usada cada vez mais para monitorar os efeitos da abstinência de drogas psicoativas aditivas, em infeções do cérebro, tais como a meningite, assim como para fazer o acompanhamento pós-operatório de pacientes que foram submetidos à cirurgia cerebral.

Histórico

• O procedimento foi descrito pela primeira vez pelo fisiologista alemão Doktor Du Boys-Reymond que a propagação do estimulo nervoso resultava no surgimento de uma corrente elétrica. Coube ao psiquiatra de Jena, Alemanha, Hans Berger (1873-1941), o mérito de obter a primeira imagem gráfica das corrente elétricas do cérebro através da pele intacta da cabeça do homem, método que desenvolveu em suas pesquisas sobre a psicofísica e psicofisiologia dos estados anímicos. Seus trabalhos foram publicados entre 1929 e 1938, e não muito aceitos imediatamente em sua terra natal.

• Em 1932, A. E. Kornmüller descreveu a existência de diferenças na atividade elétrica nas distintas áreas do cortex cerebral e também pela primeira vez registrou a descrição das descargas de correntes convulsivantes nos epilépticos, F. A. Gibbs, H. Davis e W. G. Lennox dando continuidade ao seu trabalho identificaram o complexo ponta de onda (3 p/ segundo) com o pequeno mal dos epilépticos. Grey Walter em Londres, 1936 estabeleceu a técnica de localização de tumores com o EEG.

Histórico

• Berger obteve um reconhecimento público por seu trabalho em 1937 no I Congresso Internacional de Psicologia ocorrido nesse ano em Paris contudo, por sua difusão principalmente no Canadá, Estados Unidos e Grã Bretanha em meados da década de 1950 a eletroencefalografia já estava accessível nas clinicas médicas.

Histórico

HISTORICO

• Novas formas de interpretação foram propostas a partir dos estudo de Norbert Wiener (1894 — 1964) sobre comunicação e controle no animal e na máquina (Cibernética) inclusive com modelos de análise matemática (aplicação da transformada rápida de Fourier) do espectro de ondas cerebrais.

• A eletrencefalografia digital que permite a realização de análises quantitativa e topográfica ou mapeamento cerebral com distribuição do espectro do EEG ou considerando ambas as formas de variação vem se difundindo confirmam várias características consagradas pela eletrencefalografia analógica. [3]

EEG

• Quando está indicado?• Suspeitas de alterações da atividade elétrica

cerebral e dos ritmos cerebrais fisiológicos. • Epilepsia ou suspeita clínica dessa doença. • Pacientes com alteração da consciência. • Avaliação diagnóstica de pacientes com outras

doenças neurológicas (ex: infecciosas, degenerativas) e psiquiátricas.