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Pagamento por serviços ambientais
LCF 0493: Silvicultura de Espécies NativasProf. Pedro H. S. BrancalionDepto. de Ciências Florestais
A natureza tem um preço?
Mas é muito valiosa!!!
Custo daerosão
Perda de bens naturaisCusto da
poluição da água
Custo de enchentes
Custo da poluição
do ar
Perdas agrícolas
Invertimos 6,5 billiones/año (2,5%) para la conservaciόn …
50 ha x R$10.000/ha = R$ 500.000 + custo de oportunidade da terra
33 trilhões de dólares por ano!
Custo das perdas de ecossistemas: 250 bilhões de dólares por ano!!!(Balmford et al., Science, 2002)
Investimento em conservação: 6,5 bilhões de dólares por ano (2,5%)
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Humanity 's Ecological Footprint by Component (1961 - 2003)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1961 1966 1971 1976 1981 1986 1991 1996 2001
Num
ber
of E
art
hs Built-up land
Energy
Fishing grounds
Forest
Grazing Land
Cropland
(www.footprintnetwork.org)
Millennium Ecosystem Assessment
• programa de pesquisassobre mudanças ambientais e suas tendênciaspara as próximas décadas, com foco no uso e depredação dosrecursosnaturais do planeta;
• foi lançado em 2001 com o apoio da ONU e envolveu mais de 1.300cientistas de 96 países;
•o planeta está atingindo um grau irreparável de depredação de seusrecursos naturais, cujas consequências podem se agravarsignificativamente nos próximos50 anos.
• tem servido de referência principal para os trabalhos sobre serviçosambientais
www.millenniumassessment.org
Recomendações do MEA associadas aos produtos e serviços da biodiversidade:
(1)mitigar os efeitos prévios da mudança climática
global;
(2) corrigir falhas e distorções de mercado;
(3) introduzir a sustentabilidade ambiental em todas as propostas de desenvolvimento.
Serviços ecossistêmicossão benefícios à humanidade providos por múltiplos produtos e processos mantidos por ecossistemas naturais
Provisãobens produzidos ou aprovisionados pelos ecossistemas
alimento, água doce, lenha, fibras, recursos genéticos, produtos farmacêuticos e de uso em medicina natural, recursos ornamentais
Regulaçãobenefícios obtidos pela regulação dos processos do ecossistema
purificação da água, polinização de cultivos agrícolas do entorno, regulação do clima, das cheias, da erosão, de doenças, de pragas
Culturaisbenefícios sociais e psicológicos gerados à sociedade pela interação com ecossistemas naturais
valores estéticos e educativos, geração de conhecimentos, recreação, inspiração, eco e agroturismo, valores espirituais e religiosos
Suporteserviços necessários para a produção de todos os outros serviços
formação de solo, a fotossíntese, a produção primária, a ciclagem de nutrientes
Serviços ambientaisnão é sinônimo de serviços ecossistêmicos (não inclui provisão)
Chomitz (1999): atividades humanas que contribuem para manter ouaumentar a provisão de benefícios por meio do ambiente (tem que serresultado direto da atitude ou intervençãodo homem).
Por exemplo, se uma determinada área florestada gera vários benefíciosà humanidade, mas não corre risco de desaparecer (UC), ou seja, não háuma relação de custo de oportunidade, essa área não é elegível para opagamento por serviços ambientais.
Benefício direto de alguma intervenção ou atitude humana para melhorar ou assegurar a qualidade de um ecossistema
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polinização de cultivos agrícolas
Níveisde dependência de po linização biótica com base naspotenciais quedas de produção naausência de polinização em 107 culturasde importância agrícola mundial. Essencial: até 90%deredução; Alto: 40 a 90%; Modesto: 10 a 40%; Pouco: até 10%; Neutro: sem interferência dapolinização biótica na produção; Desconhecido: sem informaçõesdisponíveis. Klein et al. (2007).
Serviços de regulação Dependência de polinização
50%
40%
35%
43%
100%
14%
45-75%
88%
http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2012/03/polinizacao-artificial-garante-maior-produtividade-do-maracuja-em-mg.html
Controle de pragas Controle biológicode pragas
Sequestro de carbono
Ver animação em http://www.institutoterra.org
2001 Fonte: Instituto Terra 2010 Fonte: Instituto Terra
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• A perda florestal contribui com 12 a 15% das emissões anuais de gases do efeito estufa;
• Florestas tropicais são os maiores drenos terrestres de carbono
Mercado oficial de carbono
• Assinatura do Protocolo de Kyoto (1999): países desenvolvidossignatários devem reduzir suas emissões de GEE em 5,2%, em média,relativas aoano de 1990, entre 2008 e 2012.
• Por convenção, 1 ton. de CO2 corresponde a um crédito de carbono.Outros gases geradores do efeito estufa podem ser convertidos emcréditos de carbono, utilizando-se o conceito de Carbono Equivalente.
• para não prejudicar os paísesricos, parte desta redução pode ser feitaatravés de negociação com nações através dos mecanismos deflexibilização, como o Mecanismo de DesenvolvimentoLimpo (MDL);
• O crédito de carbono do MDL é denominado Redução Certificada deEmissão (RCE), correspondente a 1 ton. de CO2 equivalente.
• MDL: racionalização do uso e mudança da matriz energética, eatividades de uso da terra, mudança do uso da terra e floresta (LULUCF).
Mercado voluntário: maior flexibilidade e facilidadede agregação de valor
Surgiu como marketing ambiental em empresas e para aneutralização de gases de efeito estufa em determinadoseventos.
Mercado voluntário de carbono
• Em 2001, os EUA (36% das emissões) declarou que não ratificaria oprotocolo de Kyoto: fragmentação das iniciativas de redução de GEE emKyoto (regulado) e não Kyoto (nãoregulado - mercado voluntário).
• Grupos e setores que não precisam diminuir suas emissões de acordocom o Protocolo de Kyoto ou empresas localizadas em países nãosignatários (compradores individuais, ações de marketing);
• A complexidade dastransações para se cumprir com o mercado inicialencarece o projeto;
• Chicago Climate Exchange (CCX): bolsa de valores auto-regulada queadministrou o primeiro mercado multinacional, compreendendoemissões principalmente dos EUA, além de México, Canadá e Brasil.
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Implantação de corredores ecológicos
• Até 2008, o mercado voluntário respondeu por 17,9 milhões detCO2Eq (137,9 milhões de dólares), ao passo que o mercadoregulamentadopor 2,9 milhões de tCO2Eq (11,6 milhões de dólares)(Hamilton et al. 2009);
• valores de mercadode US$ 0,65 CO2Eqaté US$ 50 tCO2Eq;
• Política Nacional de Mudanças Climáticas: meta de reduzir asemissões de gases do efeito estufa em 3 bilhões de toneladas até2020;• Jogos olímpicos no Rio de Janeiro em 2016: o governo estadual secomprometeu a plantar 24 milhões de árvores;• o governo do Pará estabeleceu a meta de plantar 1 bilhão deárvores até 2013
REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal - ONU)
• “Redução Compensada de Emissões”, parceria entre pesquisadore s brasileiros e
americanos (COP 9);
• (REDD+) – concentração de esforços nos países em desenvolvimento
1. Redução das emissões derivadas de desmatamento e degradação das florestas;2. Aumento das reservas florestais de carbono;
3. Gestão sustentável das florestas;
4. Conservação florestal.
• discutir como inserir o tema REDD num mecanismo que será estruturado para
iniciar em 2012, incluindo degradação de florestas (COP 13);
• o governo brasileiro anunciou publicamente uma proposta para tratar da questão
do desmatamento, e demandou colaboração internacional (COP 12);
• “Coalizão de Nações Tropicais” - liderados por Papua Nova Guiné e Costa Rica,
incentivar economicamente a redução do desmatamento (desmatamento evitado) nos países em desenvolvimento, detentores de florestas tropicais (COP 11);
Pagamento pela conservação e recuperação de mananciaisestabelecimento de condições que favorecem a manutenção ou oaumento da quantidade e da qualidade de água produzida em baciashidrográficas
Benefício pelo qual se paga: qualidade e quantidade de água.
USO, MANEJO ECONSERVAÇÃO
DO SOLO
HIDROLOGIA
REDUÇÃO DO ESCOMENTO SUPERFICIAL
AUMENTO DA INFILTRAÇÃO DA ÁGUA
AUMENTO DO ESCOMENTO SUB-SUPERFICIAL
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ASSOREAMENTO
ENXURRADA
ARRASTE DE SOLO
AUMENTO DA EROSÃO
EROSÃO E USO DA TERRA
MATA 4 Kg . ha . ano-1
CAFEZAL 11.000 Kg . ha . ano -1
ALGODOAL 38.000 Kg . ha . ano -1
PASTAGEM 700 Kg . ha . ano-1
DESBARRANCAMENTO
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Planejamento � Paisagem � Ocupação
Custo do tratamento de água (por 1.000 m3):• área conservada: R$ 2,00• área altamente impactada: R$ 500,00
Váriasiniciativas emdesenvolvimento
Projeto Custo Total do Projeto (R$) Valor do Recurso (R$/Ha)Conservador das Águas/ MG 2,172,000 176/ano
Produtor de Água- Bacia PCJ/SP 3,600,000 De 25 a 125/anoProdutores de Água e Florestas - Bacia Guandu /
RJ 1,900,000 De 10 a 60/anoProdutores de Água - Bacia Benevente - ES 2,500,000 De 80 a 340/ano
Produtores de Água - Bacia Guandu - ES 1,000,000 De 80 a 340/anoOásis - São Paulo /SP 1,200,000 De 75 a 370/ anoOásis - Apurana - PR 130.000 ( inicial) De 93 a 563/ano/propriedade
Programa de Gestão Ambiental daRegião dos
Mananciais - SOS Nascentes 200.000 (anual) De 175 a 577/mêsPiripau - DF/GO 29,500,000 De 80 a 200/anoCorredores do Vale do Garatinguetá - BHPS - SP 784,5 De 40 a 320/ano
Campo Grande - MS 880 De 25 a 125/anoProdutor de Água de São Francisco Xavier - SP 1,300,000 Máximo de 1.424,26/anoProdutores de Água - Bacia do Rio São José 2.500.000 (anual) De 80 a 340/ano
Promata Itabira - MG 601.190 (anual) De 140 a 300/anoPromata Itamonte - MG 371.148 (anual) De 140 a 300/anoPromata Carlos Chagas - MG 651.018 (anual) De 140 a 300/ano
Promata Amanhágua - MG 1,200,000 De 140 a 300/anoProjeto AMAJF 761.000 (anual) De 140 a 300/anoPromata 4 Cantos - AMA Lapinha - MG 450,435 De 140 a 300/ano
Exemplos concretos de PSA-Água Restauração florestal e PSA-Água: represa de Iracemápolis
• 66% lembram de um forte período de seca nosúltimosanos;
• 76% tiveram problemas de suprimento de água no passado;
• 87% acreditam que o projeto de restauração foi aumentou aquantidade e a qualidade da água que eles bebem;
• 94% querem mais projetosde restauração florestal na comunidade;
• 63% aceitariam pagar um valor extra na conta de água por mês (~5%) para apoiar mais projetos de restauração no município. Isso seriasuficiente para restaurar 30ha por ano com reflorestamentos.
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Serviços ecossistêmicos culturais no Serviços ecossistêmicos culturais no projeto de restauração de Iracemápolisprojeto de restauração de Iracemápolis
Resultados: Valores estéticos
• 96% preferiram a floresta;
• 2% gostaram de
ambos;
• 2% preferiram os canaviais
Recreação e turismo
• 34,6% dos entrevistados visitam o projeto de restauraçãopara algum tipo de recreação;
• 88% dos entrevistados gostariam de uma visitamonitorada ao reflorestamento de Iracemápolis para sabermais sobre ele, e 62% aceitar iam pagar por isso (em média,R$5,00)
Tipo de visitante visitantes por anoPopulação em geral 300Idosos 100Pescadores, caminhantes, ciclistas 2880
Valores espirituais e religiosos
• 1,5% dos entrevistados usam a floresta para ritosreligiosos;
Sentimentos associados aoscenários:
X X
Tranquilidade Ordem Tris teza Atraso
45.6% 28.3% 0.2% 0.2%
Tranquilidade Ordem Tris teza Atraso
2.6% 2.4% 27.1% 19.6%
Educação
Uso da floresta restaurada em aulas de campo...
Tipo de estudante Instituição CursoAnos de
visitação
Alunos por
ano
Alunos nos 20
anos
ColegialInstituições
municipaisCiência 6 350 2100
Graduação Esalq/USP Agronomia 20 200 4000
Biologia 8 35 280
Eng. Florestal 10 40 400
Gestão Ambiental 3 30 90
Pós-graduação
Stricto sensuEsalq/USP Gerenciamento Ambiental 5 40 200
Manejo dos Solos 6 40 240
Pós-graduação Lato
sensuEsalq/USP Adequação Ambiental 8 20 160
Restauração Ecológica 2 20 30
Total: 775 7500
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