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Prurigo Nodular de Hyde Caso exuberante tratado com fototerapia UVBNB Loures T , Carvalho C, Bedin V 1- Pós Graduando do Instituto BWS – Pele Saudável -SP 2- Professor do Instituto BWS- Pele Saudável 3- Professor Doutor - Diretor do Instituto BWS INTRODUÇÃO: Paciente feminina, 41 anos, branca, assistente de limpeza, natural e procedente de São Paulo, sem comorbidades. Compareceu neste serviço em 6 de novembro de 2013, relatando surgimento progressivo e cumulativo de lesões pápulo-pruriginosas, inicialmente em membros superiores e inferiores, que posteriormente generalizaram, há 1 ano. Ao exame físico, múltiplas lesões tuberosas de consistência endurecida, violáceas, liquenificadas, com escoriação central, algumas com crostas melicericas formando placas, variando de 0,8 a 1,5cm de diâmetro, comprometendo 85% da superfície cutânea, poupando face, região cervical, palmas e plantas. Paciente em uso de Hidroxizine 25mg e Naltrexone 50mg ao dia e uso tópico de Furoato de mometasona 0,1% sem melhora do quadro. Radiografia de tórax, ultrassonografia de abdome, hormônios tireoidianos, hemograma completo, proteínas totais e frações, creatinina, ureia, bilirrubinas, lipidograma, glicose de jejum e pós-prandial e dosagem de antiestreptolisina foram normais. As sorologias para hepatites B e C e HIV foram não reagente e o FAN foi negativo. Exame histopatológico evidenciou acantose irregular, paraceratose e hiperceratose focal e infiltrado inflamatório inespecifico perivascular na derme superior. O tratamento proposto foi de fototerapia em cabine com UVBNB, três sessões semanais, associado a cloridrato de doxepina 50 mg e hidroxizine 25mg ao dia e hidratação cutânea, além de encaminhamento para avaliação psicológica. Após 15 sessões, no período de 37 dias, observou-se uma melhora importante das lesões e do prurido em 80% e ausência de novas lesões neste período. BIBLIOGRAFIA:Accioly-Filho JW, Nogueira A, Ramos-e-Silva M. Purigo nodularis of Hyde: an update. J Eur Acad (2000) 14:75- 82.Bolognia JL, Jorizzo JL, Rapini RP. Prurigo Nodularis. Chatear 2. Dermatology, second edition. 2008.Johansson O, Liang Y, Emtestam L. Increased nerve growth factor and tyrosine kinase A-like immunoreactivities in prurigo nodulares skin – an exploration of the cause of neurohyperplasia. Arch Dermatol Res (2002) 293:614-619. Katotomichelaskis M, Balatsouras DG, Bassioukas K, Kontogiannis N, Simopoulos K, Danielides V. Recurrent prurigo nodularis related to infected tonsilitis: a case report. J Med Case Rep (2008) 2:243-246.Wallengren J. Prurigo: diagnosis and management. Am J Clin Dermatol (2004) 5(2):85-96.Wong E, acDonald DM. Localizaed subepidermal fibrin deposition: a histopathologic feature DISCUSSÃO: O prurigo nodular de Hyde é uma doença crônica, de etiologia desconhecida, caracterizada por aparecimento de papulas e nódulos extremamente pruriginosos. Acomete ambos os sexos, entre 20-60 anos de idade, sendo mais comum em mulheres adultas, embora casos em crianças já tenham sido descritos. Os principais diagnósticos diferencias incluem líquen simples crônico,líquen plano hipertrófico e pitiriase liquenoide crônica.. A maioria dos casos de prurigo nodular são resistentes à terapêutica, a regressão espontânea é rara e recaídas são comuns. Casos extensos devem ser tratados com medicações sistêmicas e terapias tópicas auxiliam no controle do prurido. Emolientes, antipruriginosos e corticoides tópico sob oclusão, associados ou não com agentes ceratolíticos, podem ser utilizados. Corticoides intralesionais são mais efetivos. Anti-histamínicos sedativos devem ser prescritos. A talidomida e a droga de escolha porém seu uso e proibido em nosso pais para essa doença. A fototerapia e crioterapia também são possíveis modalidades terapêuticas. Imunossupressores e capsaiscina tópica tem sido utilizados, com respostas variáveis e pouco eficazes. Gabapentina e Duloxetina em altas doses também podem melhorar o prurido e apresentarem eficácia terapêutica variável, porém com importantes efeitos adversos. Nesse relato de caso demonstramos a fototerapia com UVBNB como uma ótima opção terapêutica em um quadro clínico intenso, generalizado e refratário a tratamentos anteriores. Pré Pós 15 ss Pós 25 ss

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Page 1: Prurigo Nodular de Hyde Caso exuberante tratado com fototerapia UVBNB Loures T, Carvalho C, Bedin V 1- Pós Graduando do Instituto BWS – Pele Saudável -SP

Prurigo Nodular de Hyde Caso exuberante tratado com fototerapia UVBNB

Loures T , Carvalho C, Bedin V1- Pós Graduando do Instituto BWS – Pele Saudável -SP

2- Professor do Instituto BWS- Pele Saudável3- Professor Doutor - Diretor do Instituto BWS

INTRODUÇÃO:Paciente feminina, 41 anos, branca, assistente de limpeza, natural e procedente de São Paulo, sem comorbidades. Compareceu neste serviço em 6 de novembro de 2013, relatando surgimento progressivo e cumulativo de lesões pápulo-pruriginosas, inicialmente em membros superiores e inferiores, que posteriormente generalizaram, há 1 ano.Ao exame físico, múltiplas lesões tuberosas de consistência endurecida, violáceas, liquenificadas, com escoriação central, algumas com crostas melicericas formando placas, variando de 0,8 a 1,5cm de diâmetro, comprometendo 85% da superfície cutânea, poupando face, região cervical, palmas e plantas.Paciente em uso de Hidroxizine 25mg e Naltrexone 50mg ao dia e uso tópico de Furoato de mometasona 0,1% sem melhora do quadro.Radiografia de tórax, ultrassonografia de abdome, hormônios tireoidianos, hemograma completo, proteínas totais e frações, creatinina, ureia, bilirrubinas, lipidograma, glicose de  jejum e pós-prandial e  dosagem de antiestreptolisina foram normais. As sorologias para hepatites B e C e HIV foram não reagente e o FAN foi negativo.Exame histopatológico evidenciou acantose irregular, paraceratose e hiperceratose focal e infiltrado inflamatório inespecifico perivascular na derme superior.O tratamento proposto foi de fototerapia em cabine com UVBNB, três sessões semanais, associado a cloridrato de doxepina 50 mg e hidroxizine 25mg ao dia e hidratação cutânea, além de encaminhamento para avaliação psicológica.Após 15 sessões, no período de 37 dias, observou-se uma melhora importante das lesões e do prurido em 80% e ausência de novas lesões neste período.

BIBLIOGRAFIA:Accioly-Filho JW, Nogueira A, Ramos-e-Silva M. Purigo nodularis of Hyde: an update. J Eur Acad (2000) 14:75-82.Bolognia JL, Jorizzo JL, Rapini RP. Prurigo Nodularis. Chatear 2. Dermatology, second edition. 2008.Johansson O, Liang Y, Emtestam L. Increased nerve growth factor and tyrosine kinase A-like immunoreactivities in prurigo nodulares skin – an exploration of the cause of neurohyperplasia. Arch Dermatol Res (2002) 293:614-619.Katotomichelaskis M, Balatsouras DG, Bassioukas K, Kontogiannis N, Simopoulos K, Danielides V. Recurrent prurigo nodularis related to infected tonsilitis: a case report. J Med Case Rep (2008) 2:243-246.Wallengren J. Prurigo: diagnosis and management. Am J Clin Dermatol (2004) 5(2):85-96.Wong E, acDonald DM. Localizaed subepidermal fibrin deposition: a histopathologic feature of friction-induced cutaneous lesions. Clin Exp Dermatol (1982) 7:499-503.

DISCUSSÃO:O prurigo nodular de Hyde é uma doença crônica, de etiologia desconhecida, caracterizada por aparecimento de papulas e nódulos extremamente pruriginosos. Acomete ambos os sexos, entre 20-60 anos de idade, sendo mais comum em mulheres adultas, embora casos em crianças já tenham sido descritos.Os principais diagnósticos diferencias incluem líquen simples crônico,líquen plano hipertrófico e pitiriase liquenoide crônica..A maioria dos casos de prurigo nodular são resistentes à terapêutica, a regressão espontânea é rara e recaídas são comuns. Casos extensos devem ser tratados com medicações sistêmicas e terapias tópicas auxiliam no controle do prurido. Emolientes, antipruriginosos e corticoides tópico sob oclusão, associados ou não com agentes ceratolíticos, podem ser utilizados. Corticoides intralesionais são mais efetivos. Anti-histamínicos sedativos devem ser prescritos. A talidomida e a droga de escolha porém seu uso e proibido em nosso pais para essa doença. A fototerapia e crioterapia também são possíveis modalidades terapêuticas. Imunossupressores e capsaiscina tópica tem sido utilizados, com respostas variáveis e pouco eficazes. Gabapentina e Duloxetina em altas doses também podem melhorar o prurido e apresentarem eficácia terapêutica variável, porém com importantes efeitos adversos.Nesse relato de caso demonstramos a fototerapia com UVBNB como uma ótima opção terapêutica em um quadro clínico intenso, generalizado e refratário a tratamentos anteriores.

Pré Pós 15 ss Pós 25 ss