prova brasil final

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PROVA BRASIL NA ESCOLA2007Material para professores, coordenadores pedaggicos e diretores de escolas de Ensino FundamentalA Prova Brasil na escola Publicao do Cenpec em parceria com a Fundao Tide SetubalFundao Tide SetubalRua Jernimo de Veiga, 164, 13 andarcep 04536-000, So Paulo, SPwww.fundacaotidesetubal.org.brCenpec Centro de Estudos e Pesquisas em Educao, Cultura e Ao ComunitriaRua Dante Carraro, 68cep 05422-060, So Paulo, SPwww.cenpec.org.brCenpec Diretora Presidente: Maria Alice SetubalCoordenadora Geral: Maria do Carmo Brant de CarvalhoCoordenao da rea Educao e ComunidadeMaria Jlia Azevedo Gouveia Coordenao da rea Educao e Sistemas de EnsinoMaria Estela BergamimCoordenao da rea Educao e CulturaAna Regina Carrara AutoriaDileta DelmantoEdna Aoki Francisco SoaresMaria Amabile MansuttiMaria Cristina ZelmanovitsMaria Eugnia Puglisi B. FrancoSilvia Regina LongatoSnia Maria SilvaProjeto grfco e diagramao eletrnicaFonte Designwww.fontedesign.com.brOs autores muito agradecem s equipes das escolas municipais de ensino fundamental de So Paulo que colaboraram na produo deste material: EMEF Prof. Paulo Rolim e EMEF Prof. Olavo Pezzotti. ApresentaoNas ltimas duas dcadas, a poltica educacional brasileira visou prioritariamente universalizao do acesso ao ensino fundamental, em cumprimento exigncia estabelecidapelaConstituiode1988,quedeterminouaobrigatoriedadedesse nvel de ensino e o dever dos sistemas pblicos de assegurarem sua oferta.Apesardaexpansodoensinofundamental,osistemaeducacionalbrasileiro afunilado, revelando que o pas ainda no conseguiu oferecer populao o pleno acessoatodososnveisdeensino.Agravandooproblema,avaliaesnacionais mostramelevadastaxasderepetncia,abandono,distoroidade-srieebaixo desempenho dos alunos.Atento s anlises e informaes sobre os resultados das avaliaes externas pra-ticadasnoPasecompreendendoqueessasavaliaesaveriguamresultadose impactos das polticas educacionais implementadas, o Cenpec, com apoio da Fun-dao Tide Setubal, decidiu produzir uma refexo sobre as avaliaes de um ponto de vista pedaggico sendo a Prova Brasil uma medida comum a todas as escolas e norteadora do Ideb, fundamental somar s vises econmicas e sociolgicas o olhar dos profssionais do ensino.A produo deste material representa um primeiro ensaio que visa informar, escla-recer e orientar outros professores interessados em compreender como as avalia-es externas podem ser aliadas do trabalho realizado junto aos alunos e alunas.Com essa inteno o grupo uniu-se a educadores de duas escolas pblicas de So Paulo para, junto com eles, mergulhar na Prova Brasil, avaliao nacional realizada pelo MEC, com objetivo de medir o desempenho dos estudantes de 4 e 8 srie do ensino fundamental em lngua portuguesa e matemtica. A colaborao dos pro-fessores, coordenadores e diretores das escolas foi fundamental para a realizao denossotrabalhoeporissoagradecemosespecialmenteessesnossosparceiros refexivos que generosamente compartilharam conosco suas dvidas, inquietudes e propostas.Postoquepraticamentejatingimosauniversalizao,aqualidadedaeducao assume um sentido de urgncia democrtica. Lutar para melhorar a qualidade do ensinobsicosignifcamaisqualidadeparatodos,portanto,umanovaqualidade em uma sociedade que coloca a educao como direito de cidadania.Disponibilizamosestematerialcomaintenodeabrirespaosparaqueoutros grupos de educadores, principalmente os que atuam nas escolas, possam ampliar as refexes que aqui apenas iniciamos. Maria Alice Setubal Maria do Carmo Brant de CarvalhoSumrioCarta aos professores5A Prova Brasil na mdia6A Prova Brasil na viso dos educadores8Bate-bola sobre a Prova Brasil10Entendendo a Prova Brasil13Resultados no site do Inep13Cartazes14Anlise do Cartaz B14Lngua Portuguesa20Por que o foco em leitura?20Como a Prova Brasil Lngua Portuguesa organizada para avaliar a leitura?20Como interpretar os resultados da PB Lngua Portuguesa21Os nveis da escala e as habilidades de leitura avaliadas22Concluindo33Anlise do Cartaz C, Lngua Portuguesa34Matemtica 38A escala de Matemtica com seus nveis 38Os nveis da escala para a 4 srie do ensino fundamental39Os nveis da escala para a 8 srie do ensino fundamental43Concluindo48Anlise do Cartaz C, Matemtica49Carta a coordenadores e diretores52Idias para trabalhar com a Prova Brasil 53Na escola 53Para alm dos muros da escola 54AnexoProva Brasil: escalas de Lngua Portuguesa e Matemtica57 5Carta aos professoresCaros parceiros e parceiras de ensino, Nos ltimos anos, o sistema nacional e vrios sistemas estaduais e municipais de educao iniciaram um importante movimento com potencial para reunir diferentes olhares em torno da situao do ensino bsico oferecido para crianas, adolescen-tesejovens.Estamosfalandodasavaliaesexternas,assuntoquetemgerado diferentes e polmicas opinies. Por qu? Em primeiro lugar, porque novidade em nosso pas ainda recente a idia de provas nacionais para medir indicadores de aprendizagem dos alunos. Isso signifca dizer que comeamos a engatinhar. provvel, portanto, que iremos cair, levantar, tentar de novo... at conseguirmos andar com desenvoltura e segurana. O fato de os resultados das avaliaes externas e suas anlises no serem muito divulgados explica as restries de professoras e professores em relao s provas. Muitos afrmam que essas avaliaes no ajudam a resolver os problemas da sala de aula; outros dizem que as questes propostas nada tm a ver com o que os alu-nos esto aprendendo; h tambm os que no entendem a organizao, os critrios e a divulgao dos resultados das provas. A questo aqui enfrentada : uma vez que as avaliaes externas vieram para fcar, melhorentenderoquesodefato,oqueavaliame,principalmente,comotirar partido delas, isto , vantagens para o trabalho em sala de aula. Muitas opinies com vis econmico e sociolgico sobre as avaliaes externas tm chegado ao grande pblico. O problema que faltam anlises produzidas por edu-cadores. Por isso, ao focalizar neste material a Prova Brasil, queremos apresentar algumas refexes de ordem pedaggica esperando contribuir para que vocs:compreendam a organizao da prova, as competncias e habilidades medidas e os nveis de aprendizagem estabelecidos; utilizem intencionalmente os resultados para a elaborao de intervenes peda-ggicas necessrias melhoria da qualidade do ensino.Se Elis Regina tinha razo ao cantar que o que foi feito preciso conhecer, para melhor prosseguir1 , podemos dizer que estamos tentando o caminho certo. Con-vidamos vocs a percorrer este caminho, a olhar os cenrios que existem por trs dos nmeros e a somar suas observaes, enriquecendo esta anlise. Equipe do Cenpec 1 Msica O que foi feito dever de Milton Nascimento. 6A Prova Brasil na mdiaCorreio da Paraba, 27 abr. 2007 (Caderno B1)Folha de S. Paulo, 11 fev. 2007Jornal do Commercio , 27 abr. 2007 (manchete 1a p.)Correio da Paraba, 27 abr. 2007 (manchete 1a p.)7Jornal do Commercio , 27 abr. 2007 O Estado de S. Paulo, 21 jun. 2007Ranking escolar: pior sem eleOs pssimos resultados da educao nacional revelados pela Prova Brasil tm dado ori-gem a uma srie de rankings com melhores e piores escolas. E, apesar de toda a polmica, so eles que tm trazido tona a discusso sobre a qualidade do ensino.O papel da avaliaoA divulgao dos resultados (desanimadores) da Prova Brasil refora a idia de que ostestes so imprescindveis para buscar a melhoria da qualidade da educao.Revista Educao, n.199, fev. 2007, p.?Revista Educao, 20 abr. 2007 {Reportagem on-line: Poltica educacional)8Prova Brasil na viso dos educadoresEstassofalasdeprofessoras/es,coordenadoras/espedaggicosediretoras/es, coletadas em duas escolas pblicas do municpio de So Paulo. Algumas refetem vontade de conhecer...No vejo vantagem na Prova Brasil, a no ser que haja um trabalho de encontro em que a Prova Brasil e a escola se descubram parceiros. Que haja muita paquera, ferte, namoro porque parceria se faz assim, no encontro.No sei muito sobre a Prova. Sei que avalia a escola e que iniciativa do MEC. Mas o que avalia, qual imagem tem do professor, do aluno e da escola, do cotidiano es-colar, das pessoas que l trabalham... enfm, no sei o que pensam sobre ns, nem o que esperam. Sugiro que nos conheamos.Apreocupaodetodosnsnoestnanecessidadedeaplicartaisavaliaes como do tipo da Prova Brasil, e sim em como feita essa avaliao e para que feita.Outras desconhecimento, perplexidade... um objeto estranho, imposto, que vem de fora. O professor ou se fecha no casulo ou ignora. Pode at ser que haja escolas que procurem saber, que reorganizem seu fazer pedaggico de acordo com a Prova. No sei o que pior No acredito nessa forma de avaliao que precede o olhar sobre o professor. Quem ele? Do que precisa para que trabalhe melhor? Se para avaliar a escola, que se diagnostique o educador. O que sinto que apenas mais uma prova. Precisamos de ajuda. J sabemos que o pulso ainda pulsa. Queremos saber como tirar o pa-ciente do coma.Acredito numa revoluo consciente da educao, uma prova no vai mudar muito. So necessrias aes claras que possam modifcar a nossa educao.Ou queixas sobre a mdia... Amdiasolhaaestatsticacomoverdadeperfeita;noolhaascondiesda escola.A mdia explora sempre o que ruim.O que ensino ideal, para a mdia?A mdia sempre culpa os professores pelos resultados.A divulgao (dos resultados) deveria ser feita junto com propostas de melhoria da educao e com incentivo de maior participao de todos os envolvidos no processo no apenas com a imagem extremamente ruim passada pela mdia.Questionamentos quanto aplicao...A meu ver, a prova Brasil, alm do curto tempo dado para a resoluo, as questes e o assunto vo muito alm do que ensinado, segundo nosso planejamento.No muito divulgado. O que chega escola que haver prova e ento quem d aula nas turmas sente-se penalizado ou apreensivo. E quem no d aula sente-se aliviado por si e penalizado pelo outro.9Sobre a forma de divulgao... Adivulgaodeveriaestarvoltadaparaumarefexosobreosresultadoseno para uma competio entre escolas, pois as realidades so muito diversas. Antes de qualquer coisa, preciso divulgar maciamente os objetivos da Prova Bra-sil e envolver efetivamente os nveis governamentais locais e estaduais, bem como os segmentos da sociedade civil, inclusive as famlias e os alunos.Algumas utilizam os resultados para avaliar o prprio trabalho... O resultado desta escola na Prova Brasil, em relao mdia nacional, pode ser bom, mas, em relao s boas condies da escola, o resultado foi ruim. Quando olhamos a tabela [resultados da escola] fcamos assustadas: est ruim!Muitas vem a Prova como instrumento para aprimorar o trabalho... Penso que a iniciativa benfca: tanto para avaliar o rendimento dos alunos, quan-to o trabalho do professor.Um avaliador externo pode apontar e indicar para as escolas as fragilidades e ran-os dos currculos e programas. A desvantagem que vejo que os professores vem a prova como um instrumento que vai dizer apenas a respeito do trabalho do professor se uma nota ruim, en-tende-se que o trabalho do professor foi ruim , mas vejo tambm como amostra de um caminho, um jeito de trabalhar para melhorar esses dados.Avaliar tem a ver com maturidade: deparar-se com o que se faz para se organizar, buscar saberes, superao, qualidade. Tambm acredito que, uma vez que a edu-cao tem impacto no desenvolvimento econmico do pas, de se compreender que os pases avaliem a educao por eles oferecida.Pode servir para defnir melhor o que realmente quero dos meus alunos (objetivos) e como atingir esses objetivos (mtodos).Pode servir como diagnstico da situao dos alunos e do trabalho do professor. Atravs do conhecimento das habilidades j alcanadas e aquelas a alcanar pode-se rever o plano de trabalho.A Prova Brasil est sinalizando, os alunos no sabem isso... preciso melhorar isso... A PB sinaliza para o professor onde ele deve bater mais. Tomara que a Prova Brasil atue como um gatilho gerador de um novo olhar sobre este espao rico, mgico e complexo que a escola. Que ela no perpetue a mes-mice que tenho visto: medir, medir, medir. Agir sobre os resultados o que nos interessa.Uma das falas sintetiza os objetivos deste material... Precisamos de maior orientao sobre como trabalhar com os resultados da Prova Brasil.Paraproduzirestematerial,aequipedoCenpecinvestigouasrepresentaessobrea Prova Brasil construdas por tcnicos e docentes que atuam em duas escolas municipais de So Paulo. Foi aplicado um questionrio e realizaram-se ofcinas de Lngua Portuguesa e Matemtica. Participaram das ofcinas professores, diretores e coordenadores pedag-gicos.Osquestionriosdeondeforamretiradasessasfalasforamrespondidospor69 professores, 2 diretores e 2 coordenadores pedaggicos.10Bate-bola sobre a Prova Brasil1Por que tantas avaliaes externas so realizadas em nossas escolas?As avaliaes nacionais so cada vez mais comuns na maioria dos pases da Amri-ca Latina. Embora seus resultados ainda pouco infuenciem as polticas educacionais adotadas, possvel observar que as avaliaes tm uma inteno nobre: acompa-nhar como anda o direito de aprender dos alunos. Considerandoqueasavaliaesexternasoferecemindicadoreseducacionais(a cada rede de ensino, a cada escola e a cada famlia) e informam em que etapa ou nvel de ensino esto os alunos de cada escola pblica do pas, importante olhar o papel que podem assumir em uma sociedade democrtica. Afnal de contas, os alunos brasileiros formam um coletivo que constitui o sistema escolar do pas (nas esferas federal, estadual e municipal) e a sociedade tem o direito de saber como est cada um em relao ao todo. Cabe tambm ressaltar que todo aluno tem direito de ser avaliado individualmente e, por isso, as avaliaes produzidas no interior das escolas so mais importantes do que as avaliaes externas, uma vez que dialogam com as condies particula-res de ensino-aprendizagem de cada grupo e permitem acompanhar e interferir no processo com maior agilidade. Os profssionais do ensino, ao se apropriarem das informaes que as avaliaes externas oferecem, tm a chance de articular seus resultados com os das avalia-es por eles produzidas. A aposta que essa articulao reoriente intervenes pedaggicas em busca da melhoria da aprendizagem de nossas crianas, adoles-centes e jovens. Outras medidas da educaoIdeb ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica O Ideb um indicador de qualidade educacional que combina informaes de desempe-nho na Prova Brasil obtido pelos estudantes ao fnal das etapas de ensino (4 e 8 sries do ensino fundamental e 3a srie do ensino mdio) com informaes sobre rendimento escolar (taxa de aprovao).Enem Exame Nacional do Ensino MdioO Enem um exame individual, de carter voluntrio, oferecido anualmente aos estu-dantes que esto concluindo ou que j concluram o ensino mdio. Seu objetivo principal possibilitar uma referncia para auto-avaliao, a partir das competncias e habilidades que estruturam o Exame.A prova do Enem interdisciplinar e contextualizada; coloca o estudante diante de situaes-problema e pede que, mais do que saber conceitos, ele saiba aplic-los.Pisa Programa Internacional de Avaliao de AlunosAvaliao internacional padronizada aplicada a alunos de 15 anos no ensino regular (7 srie em diante). Abrange os domnios de Leitura, Matemtica e Cincias, no somente relativos ao currculo, mas tambm relativos a conhecimentos relevantes e s habilidades necessrias vida adulta. As avaliaes so realizadas a cada trs anos e o Brasil parti-cipa desde sua primeira edio, em 2000.OutrosSistemas municipais e estaduais de educao criaram seus prprios meios de avaliao, adaptadosspeculiaridadesregionais.Exemplos:SistemadeAvaliaodaEducao BsicadoEstadodeMatoGrossodoSul(Saems);SistemaPermanentedeAvaliao da Educao Bsica do Cear (Spaece); Sistema Mineiro de Avaliao da Educao P-blica (Simave); Sistema de Avaliao de Rendimento Escolar do Estado de So Paulo (Saresp).112Quem quem no mundo das avaliaes externas?A partir da dcada de 1990, acompanhando uma tendncia mundial, o Ministrio da Educao instituiu, por intermdio do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep)2, o Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica (Saeb). Esse sistema inclui dois processos distintos de avaliao:O Saeb (tambm chamado Avaliao Nacional da Educao Bsica) gera infor-maes que viabilizam a produo de indicadores de qualidade e de eqidade da educao brasileira. As provas so realizadas a cada dois anos em amostras de alunos dos sistemas pblicos e particulares, abrangendo o ensino fundamental e o ensino mdio. As informaes destinam-se a subsidiar a formulao de polti-cas pblicas educacionais e a produzir comparaes entre anos e sries escola-res, construindo sries histricas3. Os dados produzidos no podem ser usados para identifcar escolas, turmas ou alunos, uma vez que os resultados se referem s mdias de desempenho por estrato (grupo de alunos) da amostra.AProvaBrasil(tambmchamadaAvaliaoNacionaldoRendimentoEscolar) gera informaes sobre a qualidade do ensino ministrado nas escolas, com vis-tas a contribuir para o desenvolvimento de aes pedaggicas e administrativas direcionadas correo de distores, superao de desafos e melhoria do en-sino. Acontece a cada dois anos, de forma censitria, e almeja promover o de-senvolvimento de uma cultura avaliativa que estimule a melhoria de padres de qualidade e eqidade da educao brasileira, bem como do adequado controle social de seus resultados. Informa a mdia geral e o percentual de estudantes por nvel de aprendizagem de cada escola de ensino fundamental. 3O que a Prova Brasil?A PB compe-se de um conjunto de testes que avaliam Lngua Portuguesa (com-petncia leitora) e Matemtica. A primeira edio, em 2005, foi realizada em 5.387 municpios de todas as unidades da federao. Mais de 3 milhes de alunos, distri-budos em cerca de 40 mil escolas pblicas urbanas, foram avaliados. Alm dos tes-tes, os alunos respondem a um questionrio com informaes sobre seu contexto social e capital cultural.A interpretao pedaggica da Prova Brasil, ou seja, a anlise dos resultados sobre os nveis de aprendizagem em que se encontra a maioria dos alunos, traz pistas valiosas. Sua interpretao, junto com a anlise dos resultados das avaliaes apli-cadas pelos professores, permite que equipes escolares revejam projetos pedag-gicos e que os docentes possam defnir mais claramente metas de aprendizagem e objetivos de ensino. Paragestoresegovernantes,aProvaBrasiltornadisponvelumconjuntodein-formaes que possibilita uma viso do conjunto de todas as unidades de ensino compreendidas por sua administrao, auxiliando-os na tomada de decises e no direcionamento de recursos tcnicos e fnanceiros mais efcazes para promover a melhoria da qualidade da educao. 2O Inep uma autarquia vinculada ao Ministrio da Educao (MEC), cuja misso promover es-tudos, pesquisas e avaliaes sobre o sistema educacional brasileiro para subsidiar a formulao e implementao de polticas educacionais com base em parmetros de qualidade e eqidade, bem como produzir informaes confveis a gestores, pesquisadores, educadores e ao pblico em geral.3Tabulao que permite a comparao dos resultados de avaliaes de uma mesma srie em di-ferentes anos.124O que a Prova Brasil avalia?A Prova Brasil, para alunos das 4as e 8as sries, contm itens que permitem medir acompetncialeitoraemLnguaPortuguesaeacompetnciaemresoluode problemas em Matemtica. Os resultados obtidos so apresentados em escalas de desempenho, por nveis. Pode-se pensar nas escalas da Prova associando-as a um termmetro: em ambos os casos, no se comea a contar do zero e, quanto mais alto o nvel a que se chega, maior o desempenho.Juntandoosnveisdeaprendizagematingidospelosalunosdedeterminadauni-dade escolar, temos uma fotografa da escola. Quando se renem fotos de vrias unidadesescolares,temosumlbumdarededeensinoaquepertencemessas escolas.Osvrioslbunsproduzidosrevelamasituaodasredesdeensinode todo o pas. Como sabemos, a fotografa registra momentos recortados da realidade, que est sempre em movimento. Por isso, da mesma forma que olhamos uma foto tirada h anos atrs para observar o que mudou e o que se manteve, a Prova Brasil permite que se estabeleam comparaes entre as trajetrias de uma mesma escola ao longo do tempo, entre escolas de uma mesma rede e entre redes de ensino. 5Por meio da Prova Brasil, possvel obter informaes sobre o desem-penho individual de um aluno? No, uma vez que a Prova Brasil no mede o desempenho individual dos alunos e sim o desempenho do conjunto de alunos das 4as e 8as sries de cada escola. No entanto, com base no desempenho do conjunto dos alunos possvel identifcar conquistas e, ao mesmo tempo, difculdades de aprendizagem que pedem intervenes. 6Como fazer da Prova Brasil uma aliada do trabalho pedaggico?Os resultados da Prova Brasil devem ser analisados pelas escolas em funo das metas de aprendizagem defnidas em seus projetos pedaggicos. Para tanto, fun-damental centrar a refexo na interpretao dos nveis de aprendizagem (explica-dos mais adiante) e no nas mdias obtidas em Lngua Portuguesa e Matemtica. Investigar o percentual de alunos da escola que no alcanaram os nveis desej-veis de aprendizagem, o nmero de alunos nos nveis mais altos, propor alterna-tivas para fazer com que os alunos passem de um nvel a outro refetir e discutir coletivamente questes fundamentais: onde estamos e o que preciso modifcar, incluir ou consolidar no projeto pedaggico para garantir, a cada aluno, seu direito de aprender.A anlise dos resultados obtidos pela escola, portanto, gera para o conjunto de seus educadores questes fundamentais: o que os alunos aprenderam e o que ainda no foi apropriado? Por que os alunos no aprenderam? Onde est o problema: nos alu-nos, no professor, na escola, nas metas de aprendizagem da proposta escolar e/ou nas polticas educacionais adotadas? Que novas aes precisam ser empreendidas pela equipe escolar e pelos professores de cada turma? O que est funcionando e deve ser mantido? E assim por diante.7Quais vantagens a Prova Brasil traz para professoras e professores? Comojdito,asavaliaesindividuaisaplicadaspelosprofessoressodefun-damentalimportnciaparaoacompanhamentoconstantedaaprendizagemdos alunos. A busca, portanto, a da complementaridade entre a avaliao individual, garantindo a todo aluno o direito informao sobre sua aprendizagem, e a Prova Brasil,garantindosociedadeodireitoainformaessobreaaprendizagemdo coletivo dos alunos. 13Entendendo a Prova Brasil EstassoorientaesparaanalisarosresultadosdaProvaBrasilrelativosasua escola. Sugerimos que essa anlise seja feita em conjunto pelos tcnicos e profes-sores da escola, acreditando que o exerccio de pensar coletivamente sobre deter-minadas questes proporciona tomadas de conscincia, compartilhamento de idias e replanejamento de aes. Os resultados esto disponveis tanto no site do Inep quanto em cartazes distribu-dos s escolas. Resultados no site do InepOs resultados gerais de todos os municpios que participaram da Prova Brasil em 2005 esto disponveis no site www.inep.gov.br.Na pgina principal do Inep, clique em Prova Brasil:Na pgina da PB, clique em Prova Brasil 2005 Resultados:14Para ter acesso aos dados de sua escola, clique em Pesquisar escola: CartazesAlm de constarem do site do Inep, os resultados da Prova Brasil tambm chegam a cada escola por meio de um conjunto de cartazes impressos: Cartaz A (Avaliao do Rendimento Escolar), Cartaz B (Dados de sua escola) e Cartaz C (Desempenho de sua escola) os dois ltimos tambm disponveis no site do Inep, ao acessar os dados de sua escola em Pesquisar escola.Cartaz B (dados de sua escola) Esse cartaz apresenta indicadores do Censo Escolar e pode orientar os diretores e coordenadores pedaggicos a produzirem algumas anlises estabelecendo relaes entre os dados do Cartaz B e as informaes sobre os resultados da Prova Brasil que aparecem no Cartaz C (apresentado adiante no texto).A anlise cuidadosa do Cartaz B permite situar a escola em relao ao ensino ofereci-do no sistema educacional brasileiro, comparando seus resultados com os do munic-pio, do estado e do pas. E, tambm, levantar hipteses que justifquem os resultados obtidos particularmente por sua escola, buscando formas de melhor-los.Anlise do Cartaz B (dados de sua escola)Propomos aqui alguns exerccios com base nas informaes que aparecem nos car-tazes. O primeiro exerccio toma como exemplo os dados de uma escola municipal do municpio de So Paulo4. O exerccio seguinte deve ser feito tomando como base o Cartaz B referente a sua escola. 4A escola se localiza em um bairro de classe mdia, em uma regio com boa oferta de servios bsicos e desenvolve um trabalho com sua comunidade, apoiada por uma ONG.15Exerccio 1 Analisando as informaes contidas no Cartaz B, preencha as lacunas:a) Em relao taxa de aprovao na 4 srie: localize a da escola e compare-a com as do municpio, estado e pas. Escreva o que voc observou a respeito dessa comparao b) Agora faa o mesmo em relao taxa de aprovao na 8 srie: localize a da escola e compare-a com as do municpio, estado e pas. Novamente, anote sua observao a respeito. 16c) Em relao taxa de reprovao na 4 srie: localize a da escola e compare-a com as do municpio, estado e pas. Escreva o que voc observou a respeito dessa comparao: d) Agora faa o mesmo em relao taxa de reprovao na 8 srie: localize a da escola e compare-a com as do municpio, estado e pas. Novamente, anote sua observao a respeito. e) Em relao taxa de abandono na 4 srie: localize a da escola e compare-a com as do municpio, estado e pas. Escreva o que voc observou a respeito dessa comparao. f) Agora faa o mesmo em relao taxa de abandono na 8 srie: localize a da escola e compare-a com as do municpio, estado e pas. Novamente, anote sua observao a respeito. 17g) Em relao mdia de horas-aula dirias na 4 srie: localize a da escola e com-pare-a com as do municpio, estado e pas. Escreva o que voc observou a respeito dessa comparao. h) Agora faa o mesmo em relao mdia de horas-aula dirias na 8 srie: loca-lize a da escola e compare-a com as do municpio, estado e pas. Novamente, anote sua observao a respeito. i) Em relao ao percentual de docentes com curso superior na 4 srie: localize a da escola e compare-a com as do municpio, estado e pas. Escreva o que voc observou a respeito desta comparao: j) Agora faa o mesmo em relao ao percentual de docentes com curso superior na 8 srie: localize a da escola e compare-a com as do municpio, estado e pas. Novamente, anote sua observao a respeito. 18l)Emrelaoporcentagemdealunosna4sriecomdefasagemidade-srie: localize a da escola e compare-a com as do municpio, estado e pas. Escreva o que voc observou a respeito desta comparao: m) Agora faa o mesmo em relao porcentagem de alunos na 8 srie com de-fasagem idade-srie: localize a da escola e compare-a com as do municpio, estado e pas. Novamente, anote sua observao a respeito. n) At agora voc identifcou informaes de forma particular. O prximo passo fazer uma anlise estabelecendo relaes entre as informaes. Ao fnal, procure construir hipteses a respeito da situao da escola tomada como exemplo. Conhea agora as hipteses levantadas pelo grupo de professores dessa escola e compare-as com as construdas por voc:As baixas taxas de evaso indicam que os alunos no se evadem ao longo do ensino fundamental. Ser que isso ocorre por que a clientela estvel? Ser que porque a escola tem feito um trabalho especfco com famlias e comunidade para manter seus alunos? Ser que porque a escola considera o vnculo afetivo entre professor e aluno fator primordial na relao ensino-aprendizagem? Apesar das baixas taxas de abandono, a escola apresenta altas taxas de repro-vao. A comparao entre essas duas informaes leva a pensar: os nmeros 19da reprovao esto camufando os dados do abandono escolar? O que explica as altas taxas de reprovao, principalmente nas 8as sries? Ser que o que se cobra dos alunos compatvel com as condies de ensino-aprendizagem? Apesar das 8as sries terem uma carga horria diria maior do que as 4as sries, seus resultados gerais so inferiores. Ser que o tempo de aula destinado a mais para as 8as sries est sendo utilizado efetivamente para adensar a aprendiza-gem? Sem esse tempo a mais os resultados seriam piores? Considerando que a escola conta com um corpo docente composto por 100% de professores com curso superior, o que explica a expressiva defasagem idade-s-rie situada em 13%? Seria a elevada reteno?Exerccio 2 Analisando as informaes contidas no Cartaz B de sua escolaa) Tome o Cartaz B de sua escola e tente trilhar o mesmo percurso de anlise para levantar hipteses sobre a situao em que se encontra.b) A partir das hipteses formuladas identifque prioridades e indique alguns enca-minhamentos possveis para enfrent-las. Prioridades Encaminhamentos1. 1.2. 2.3. 3.O sistema educacional brasileiro tem gerado dois fatores perversos no sentido de alijar parte da populao que freqenta a escola pblica: altas taxas de reprovao e de aban-dono escolar. Embora a literatura educacional informe que a reprovao incide na baixa auto-estima dos alunos, que a qualidade da educao no maior em escolas com ele-vada reprovao e que este o principal fator de excluso social gerado pelas prprias escolas , o Brasil ainda no conseguiu implantar com sucesso polticas que corrijam essa distoro e que garantam a efetiva aprendizagem dos alunos.20Lngua PortuguesaPor que o foco em leitura? Garantiraosalunosodireitodecompreendertextosoraiseescritosqueapare-cem em diferentes contextos de comunicao signifca oferecer-lhes condies para dominarhabilidadesfundamentais,quesoopanodefundoparaoavanoem qualquerreadoconhecimento,paraseuplenodesenvolvimentoeexerccioda cidadania, em concordncia com o artigo 2 da LDB5.AProvaBrasilprope-seaavaliaracompetncialeitoradosalunosfocalizando habilidades consideradas desejveis na formao de um leitor competente: quais delas os alunos j conquistaram, quais esto desenvolvendo e ainda quais precisam alcanar. Para a elaborao da Prova foi selecionado um conjunto de habilidades jul-gadas essenciais ao domnio de alunos de 4 e 8 sries do ensino fundamental. Os Parmetros Curriculares Nacionais (PCN) estabelecem que cabe escola a for-mao de leitores competentes. Para tal, necessrio trabalhar para que os alunos consigam: posicionar-se criticamente diante do que lem ou ouvem; descobrir as intenes do interlocutor e os recursos de que se vale para alcan-las; transitar por diferentes gneros; ou seja, trabalhar para que sejam capazes de manejar o intertextosocialemfunodoqualseinterpretaavidaeseconstriumaviso prpria da realidade. Os PCNs recomendam o texto como ponto de partida e tambm de chegada nas propostas deatividadecomlngua.Notrabalho comotexto,aleituratem papel de destaque tanto para a formao da competncia leitora, quanto da competncia escritora, pois a possibilidade de produzir textos bem escritos, claros e coesos est intimamente relacionada ao contato com bons modelos que fornecem matrias-pri-mas para quem escreve.A leitura um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construo de signi-fcado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo que se sabe sobre a lngua: caractersticas do gnero, do portador, do sistema de escrita etc (PCNs Lngua Portuguesa)Como a Prova Brasil Lngua Portuguesa organizada para avaliar a leitura? O texto o ponto central da organizao dos itens (questes) que compem a Prova Brasil Lngua Portuguesa. Ele serve de base construo de cada item e por meio dele que a competncia leitora dos alunos avaliada. Na PB, as habilidades de leitura so reunidas em seis grandes tpicos: Tpico I: Procedimentos de leitura Os itens relacionados a esse tpico avaliam a capacidade de atribuir sentido aos textos, verifcando se o aluno l as linhas (informaes explcitas), as entrelinhas (informaes implcitas), se compreende o sentido global, se identifca o tema abordado, se distingue fato de opinio.Tpico II: Implicaes do suporte, do gnero ou do enunciador na compreenso do texto Rene habilidades relacionadas interpretao de gneros textuais diver-sos e identifcao da fnalidade de um texto em funo de suas caractersticas.Tpico III: Relao entre textos Concentra habilidades relacionadas identi-fcao, comparao e anlise de idias ou abordagens diversas de um mesmo fato ou tema expresso em textos de gneros variados, produzidos e veiculados em distintos contextos histricos, sociais e culturais.Tpico IV: Coerncia e coeso no processamento do texto Volta-se para a identi-fcao de elementos que colaboram para a construo da seqncia lgica entre as idias e permitem estabelecer relaes entre as partes de um texto.5Art. 2. A educao, dever da famlia e do Estado, inspirada nos princpios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por fnalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualifcao para o trabalho.21TpicoV:Relaesentrerecursosexpressivoseefeitosdesentido(humor,iro-nia...) Rene habilidades relacionadas construo e antecipao de signif-cados a partir da escolha do vocabulrio, de recursos expressivos, da ortografa, da pontuao, de outras notaes como itlico, caixa alta, negrito etc. TpicoVI:Variaolingstica-Estetpicoconcentrahabilidadesrelacionadas s variaes lingsticas, procurando verifcar se o aluno percebe as razes dos diferentes usos e se tem noo do valor social que a eles atribudo.Quadro 1Habilidades indicadas no Tpico IV, conforme a srie:4 srie 8 srieTpico IV. Coerncia e Coeso no Processamento do Texto Tpico IV. Coerncia e Coeso no Processamento do Texto2 Estabelecer relaes entre partes de um texto, identifcando repeties ou substituies que contribuem para a continuidade de um texto. 7 Identifcar o confito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa. 8 Estabelecer relao causa /conseqncia entre partes e elementos do texto. 12 Estabelecer relaes lgico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunes, advrbios, etc. 2 Estabelecer relaes entre partes de um texto, identifcando repeties ou substituies que contribuem para a continuidade de um texto. 7 Identifcar a tese de um texto.*8 Estabelecer relao entre a tese e os argumentos oferecidos para sustent-la.*9 Diferenciar as partes principais das secundrias em um texto. *10 Identifcar o confito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa. 11 Estabelecer relao causa/conseqncia entre partes e elementos do texto. 15 Estabelecer relaes lgico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunes, advrbios, etc. *Habilidades avaliadas s na 8 srie Como interpretar os resultados da PB Lngua Portuguesa Os resultados da Prova Brasil so apresentados em uma escala composta por nveis designados por numerais. Na escala de Lngua Portuguesa, so nove os nveis para explicar o desempenho dos alunos em leitura, de 125 at 325, com intervalos de 25 pontos entre dois nveis consecutivos, como mostra o quadro a seguir.Quadro 2A escala de Lngua Portuguesa com seus nove nveisNvel Comentrios125*18% dos alunos brasileiros da 4 srie e 2% dos alunos da 8 srie do ensino fundamental que responderam as questes da PB em 2005.150 Neste nvel se enquadra a mdia (174) atingida pela 4 srie em 2005. 175 53% dos alunos brasileiros de 4 srie e 6% dos alunos de 8 no conseguiram atingir esse nvel.200 Meta estabelecida pelo Compromisso Todos pela Educao6 para a 4 srie. 225 Mdia atingida pela 8 srie em 2005. 250 Meta estabelecida pelo Compromisso Todos pela Educao para a 8 srie. 275 Apenas 1% dos alunos de 4 srie e 12% dos de 8 conseguiram atingir este nvel. 300** Nvel mximo atingido pela 4 srie em 2005. 325** Nvel mximo atingido pela 8 srie em 2005.6Nestetexto,asmetasestabelecidaspeloCompromissoTodosPelaEducaoforamtomadas como parmetros para situar a mdia, atingida pelos alunos brasileiros, em relao s aprendi-zagens que se espera que tenham desenvolvido at o fnal da 4 e da 8 srie. Consideramos que as metas apresentadas por esse movimento indicam um primeiro, embora ainda no satisfatrio, patamar a ser atingido por todas as crianas e adolescentes do pas.22*Os resultados da Prova Brasil alertam os professores e as escolas para uma situao bas-tante grave: a existncia de cerca de 12% de alunos abaixo do nvel 125, ou seja, um contingente de alunos que sequer alcanaram o nvel mnimo. Verifque se em sua escola h alunos ainda nessa faixa. So crianas e adolescentes que precisam de ateno redo-brada, pois no desenvolveram habilidades mnimas de leitura.** Vale lembrar que os nveis mximos atingidos em 2005 podero sofrer alterao ao longo do tempo, medida que os alunos evoluam no desenvolvimento de habilidades.Como os nmeros indicam apenas uma posio na escala, necessrio interpretar pedagogicamente os resultados, observando, em cada nvel, o conjunto de habilida-des que os alunos demonstraram ter desenvolvido ao responderem s questes.Sugerimos a seguinte rota para que os professores interpretem os resultados: localizar a porcentagem de alunos da escola que se enquadram em cada nvel;ler com ateno as habilidades arroladas em cada nvel da descrio da escala (lembrando que cada nvel constitudo pelas habilidades nele descritas, soma-das s habilidades especifcadas nos nveis anteriores).Para acompanhar as consideraes a seguir, isto , para verifcar o que os alunos sabem ou o que conseguem fazer em cada nvel, necessrio consultar a descrio daEscaladeLnguaPortuguesafornecidapeloInep,queapareceaofnaldeste material. O Compromisso Todos pela Educao tornou-se uma consigna de mobilizao e coalizo em prol da qualidade da educao pblica no pas. Uma de suas direes, capitaneada pela sociedade civil, agrega empresrios, organizaes no governamentais e gestores pbli-cos de educao em torno de pactos que se expressam em compromissos com metas de aprendizagem a serem alcanadas at 2 022 (ano do bicentenrio da Independncia do Brasil). Outra direo, de mbito governamental, refere-se ao Plano de Desenvolvimento da Educao (PDE), apresentado pelo Ministrio da Educao que expressa um conjunto de diretrizes de ao para alcance de efetividade da educao pblica no Brasil.Os nveis da escala e as habilidades de leitura avaliadas A seguir abordamos seis dos nove nveis da escala de desempenho em Lngua Por-tuguesa,detalhandohabilidadesdeleituranelesreunidas.Ainda,apresentamos alguns comentrios pedaggicos e exemplos de itens que ilustram habilidades al-canadas no nvel em destaque. Todos os itens aqui reproduzidos esto disponveis no site do Inep: www.inep.org.br (e todos os dados percentuais so fornecidos pelo Inep).Os seis nveis por ns selecionados visam ilustrar o que conseguem realizar os alu-nos nos nveis iniciais da escala, nos nveis considerados adequados para cada faixa e nos nveis mais altos da escala.O que alcanam os alunos nos nveis iniciais da escalaNvel 125. No primeiro nvel, 125, no qual se encontram 18% dos alunos brasilei-ros da 4 srie e 2% dos alunos da 8 srie do ensino fundamental, os alunos da 4 e da 8 sries nele classifcados esto ainda em situao insatisfatria, pois s conseguem ler textos muito curtos e bastante simples; localizar informaes expl-citas; inferir informaes implcitas bastante elementares e estabelecer relao de causa e conseqncia quando esta relao bastante bvia. So leitores que ainda no construram habilidades de leitura consideradas bsicas para um aluno da faixa etria, como as de inferir o signifcado de uma expresso com sentido fgurado, per-ceber inteno implcita na fala de uma personagem ou estabelecer relaes entre as partes de um texto.Parailustraroqueosalunosdafaixainicialconseguemrealizar,reproduzimosa seguir dois itens relacionados a um mesmo Tpico: o primeiro avalia a capacidade de inferir informao implcita e o segundo, a de localizar uma informao expl-cita. Ambos evidenciam o baixssimo grau de difculdade das questes que foram respondidas corretamente por alunos das 4as e das 8as sries classifcados no nvel 125.23 4 srieO passageiro vai iniciar a viagem(A) noite.(B) tarde.(C) de madrugada.(D) pela manhEsse item pertence ao Tpico I, que rene habilidades relacionadas a procedimen-tos de leitura. Por meio dele, pretende-se avaliar a habilidade de o aluno reconhecer informaes implcitas no texto, isto , aquelas que no esto presentes claramente no enunciado, mas podem ser construdas por meio de inferncias que a leitura do texto como um todo permite.No exemplo acima, o aluno deveria ler o texto todo, localizar o horrio de partida do veculo e inferir o perodo do dia em que a viagem aconteceria, algo que est leve-mente implcito, no claramente expresso. um item fcil, pois a inferncia quase imediata se o aluno dominar a conveno da representao das horas. Mas, se a inferncia aparecesse em um texto mais longo ou de maior complexidade lexical ou temtica, provvel que um aluno dessa faixa no acertasse a questo.Pedagogicamente, o mais importante desse item o fato de chamar a ateno para a necessidade de a escola se preocupar em desenvolver uma habilidade de leitura caracterstica dos leitores competentes: a de realizar a leitura global do texto para encontrar uma informao especfca que no est explicitada. Como os textos nem sempre apresentam linguagem literal, um leitor competente precisa desenvolver a capacidade de reconhecer e atribuir novos sentidos s palavras dentro de uma pro-duo textual, sendo capaz de ler tambm as entrelinhas e alm das linhas.(8 srie) A assemblia dos ratosUm gato de nome Faro-Fino deu de fazer tal destroo na rataria duma casa velha que os so-breviventes, sem nimo de sair das tocas, estavam a ponto de morrer de fome.Tornando-se muito srio o caso, resolveram reunir-se em assemblia para o estudo da ques-to.AguardaramparaissocertanoiteemqueFaro-Finoandavaaosmiadospelotelhado, fazendo sonetos lua. Acho disse um deles - que o meio de nos defendermos de Faro-Fino lhe atarmos um guizo ao pescoo. Assim que ele se aproxime, o guizo o denuncia e pomo-nos ao fresco a tempo.Palmasebravossaudaramaluminosaidia.Oprojetofoiaprovadocomdelrio.Svotou contra um rato casmurro, que pediu a palavra e disse: Est tudo muito direito. Mas quem vai amarrar o guizo no pescoo de Faro- Fino?Silnciogeral.Umdesculpou-sepornosaberdarn.Outro,porquenoeratolo.Todos, porque no tinham coragem. E a assemblia dissolveu-se no meio de geral consternao.Dizer fcil - fazer que so elas!LOBATO, Monteiro. in Livro das Virtudes, de W. J. Bennett. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. p.308.Na assemblia dos ratos, o projeto para atar um guizo ao pescoo do gato foi:(A) aprovado com um voto contrrio.(B) aprovado pela metade dos participantes.(C) negado por toda a assemblia.(D) negado pela maioria dos presentes.24Nesse item, avalia-se a habilidade de localizar uma informao explcita, que pode estar expressa literalmente no texto ou por meio de uma parfrase, isto , dita por outras palavras que informam exatamente a mesma coisa. Para chegar resposta correta,oalunodeveriasercapazderetomarotexto-base,localizando,dentre outras informaes, aquela que foi solicitada. A questo exige apenas que o aluno relacione o que solicitado no enunciado com uma informao claramente expressa no texto por meio de uma parfrase bastante simples (S votou contra um rato casmurro...).Nvel 150. No nvel 150, no qual se enquadra a mdia dos alunos brasileiros de 4 srie, esto 23% dos alunos de 4 e 9% dos alunos de 8. Nessa faixa, os alunos de ambas as sries avaliadas ainda apresentam habilidades que esto aqum do espe-rado. J consolidaram algumas habilidades, mas ainda muito restritas localizao de informaes, agora em textos um pouco mais longos e de tipos e gneros mais diversifcados. Ainda tm difculdade para estabelecer relaes, identifcar efeitos de sentido e perceber implicaes da escolha do suporte ou do gnero.Nos dois itens reproduzidos a seguir, uma mesma habilidade identifcar o tema de um texto, tambm do Tpico 1 avaliada, tanto para alunos de 4 como de 8 srie. Variam apenas o gnero, o grau de complexidade e a extenso do texto. (4 srie) Chapeuzinho amareloEra a Chapeuzinho amareloAmarelada de medo.Tinha medo de tudo, aquela Chapeuzinho.J no ria.Em festa no aparecia.No subia escadanem descia.No estava resfriada,mas tossia.Ouvia conto de fada e estremecia.No brincava mais de nada,nem amarelinha.Tinha medo de trovo.Minhoca, pra ela, era cobra.E nunca apanhava sol,porque tinha medo de sombra.No ia pra fora pra no se sujar.No tomava banho pra no descolar.No falava nada pra no engasgar.No fcava em p com medo de cair.Ento vivia parada,Deitada, mas sem dormir,Com medo de pesadelo.HOLLANDA, Chico Buarque de. In: Literatura comentada. So Paulo: Abril Cultural, 1980.O texto trata de uma menina que:(A) brincava de amarelinha.(B) gostava de festas.(C) subia e descia escadas.(D) tinha medo de tudo.25(8 srie) A parania do corpoEm geral, a melhor maneira de resolver a insatisfao com o fsico cuidar da parte emocio-nal.No fcil parecer com Katie Holmes, a musa do seriado preferido dos teens, Dawsons Creek ou com os gals musculosos do seriado Malhao. Mas os jovens bem que tentam. Nunca se cuidou tanto do corpo nessa faixa etria como hoje. A Runner, uma grande rede de academias de ginstica, com 23 000 alunos espalhados em nove unidades na cidade de So Paulo, viu o pblico adolescente crescer mais que o adulto nos ltimos cinco anos. Acho que a aca-demia para os jovens de hoje o que foi a discoteca para a gerao dos anos 70, acredita Jos Otvio Marfar, scio de outra academia paulistana, a Reebok Sports Club. o lugar de confraternizao, de diverso. saudvel preocupar-se com o fsico. Na adolescncia, no entanto, essa preocupao cos-tumaserexcessiva.achamadaparaniadocorpo.Algunsexemplos.Nuncahouveuma oferta to grande de produtos de beleza destinados a adolescentes. Hoje em dia possvel resolver a maior parte dos problemas de estrias, celulite e espinhas com a ajuda da cincia. Por isso, a tentao de exagerar nos medicamentos grande. A garota tem a mania de re-correr aos remdios que os amigos esto usando, e muitas vezes eles no so indicados para seu tipo de pele, diz a dermatologista Iara Yoshinaga, de So Paulo, que atende adolescentes em seu consultrio. So cada vez mais freqentes os casos de meninas que procuram um cirurgio plstico em busca da soluo de problemas que poderiam ser resolvidos facilmente com ginstica, cremes ou mesmo com o crescimento normal. Nunca houve tambm tantos casos de anorexia e bulimia. H dez anos essas doenas eram consideradas rarssimas. Hoje constituem quase um caso de sade pblica, avalia o psiquiatra Tki Cords, da Universidade de So Paulo.claroqueexistemvariedadesdecalvcie,obesidadeoudoenasdepelequerealmente precisam de tratamento continuado. Na maioria das vezes, no entanto, a parania do corpo apenas isso: parania. Para cur-la, a melhor maneira tratar da mente. Nesse processo, a auto-estima fundamental. preciso fazer uma anlise objetiva e descobrir seus pontos fortes. Todo mundo tem uma parte do corpo que acha mais bonita, sugere a psicloga pau-lista Ceres Alves de Arajo, especialista em crescimento. Um dia, o teen acorda e percebe que aqueles problemas fsicos que pareciam insolveis desapareceram como num passe de mgica. Em geral, no foi o corpo que mudou. Foi a cabea. Quando comea a se aceitar e resolve as questes emocionais bsicas, o adolescente d o primeiro passo para se tornar um adulto.CASTRO, Letcia de. Veja Jovens, set. 2001. p.56.A idia CENTRAL do texto :(A) a preocupao do jovem com o fsico.(B) as doenas raras que atacam os jovens.(C) os diversos produtos de beleza para jovens.(D) o uso exagerado de remdios pelos jovens.Embora a mesma habilidade seja avaliada, observe que o grau de complexidade do item, decorrente da escolha do gnero, da extenso e do vocabulrio do texto, diferente. Aqui a habilidade focalizada a de reconhecer o assunto principal de um texto. Essa habilidade precisa ser trabalhada pela escola desde as sries iniciais, para que o leitor consiga construir o sentido global do texto. Se no for capaz dessa percepo, no conseguir produzir snteses, tampouco reconhecer posies diver-gentes entre duas ou mais abordagens. Cabe pensar nesse momento nos alunos que tiram pouco proveito da leitura que fazem, pois procuram entender o que quer dizer cada palavra/frase, sem conseguir compreender o texto globalmente.Nvel 175. No nvel 175 da escala, onde esto 21% dos alunos brasileiros de 4 srie e ainda 18% dos alunos de 8, alm de narrativas mais longas, novos gneros passam a incorporar o repertrio de leitura dos alunos (matrias de jornal, textos enciclopdicos, poemas longos e prosa potica). Comeam tambm a perceber efei-tos de sentido, identifcar diferenas entre textos de mesma tipologia e identifcar as marcas lingsticas que diferenciam o estilo de linguagem em textos de gneros distintos.26O item reproduzido a seguir ilustra habilidade j construda nesse nvel reconhe-cer o efeito de sentido decorrente da escolha de determinada palavra ou expresso, pertencente ao Tpico V, destinado a avaliar a relao entre recursos expressivos e efeitos de sentido.(8 srie) Chatear e encherUm amigo meu me ensina a diferena entre chatear e encher. Chatear assim: voc te-lefona para um escritrio qualquer da cidade. Al! Quer me chamar por favor o Valdemar? Aqui no tem nenhum Valdemar.Da a alguns minutos voc liga de novo: O Valdemar, por obsquio. Cavalheiro, aqui no trabalha nenhum Valdemar. Mas no do nmero tal? , mas aqui nunca teve nenhum Valdemar.Mais cinco minutos, voc liga o mesmo nmero: Por favor, o Valdemar chegou? V se te manca, palhao. J no lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca trabalhou aqui? Mas ele mesmo me disse que trabalhava a. No chateia.Da a dez minutos, liga de novo. Escute uma coisa! O Valdemar no deixou pelo menos um recado? O outro desta vez es-quece a presena da datilgrafa e diz coisas impublicveis.At aqui chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faa nova ligao: Al! Quem fala? Quem fala aqui o Valdemar. Algum telefonou para mim?MENDES CAMPOS, Paulo. Para gostar de ler. So Paulo: tica. v.2, p.35.No trecho Cavalheiro, aqui no trabalha nenhum Valdemar (l.7), o emprego do termo subli-nhado sugere que o personagem, no contexto, (A) era gentil.(B) era curioso.(C) desconhecia a outra pessoa.(D) revelava impacincia. Esse item avalia a habilidade de o aluno reconhecer a alterao de signifcado de-corrente da escolha de uma determinada palavra ou expresso que, dependendo da inteno do autor, pode assumir sentidos diferentes do seu sentido literal. Por isso, pertence ao Tpico V, que rene habilidades destinadas a perceber se o alu-no consegue estabelecer relao entre o recurso utilizado (no item reproduzido, a escolha dos vocbulos em torno do qual se constri o texto) e o sentido pretendido pelo autor. uma habilidade importante de ser trabalhada em sala de aula, pois a compreenso adequada do uso de recursos expressivos exige uma leitura para alm dos elementos superfciais do texto e auxilia o leitor na construo de novos signifcados.O que fazem os alunos nos nveis mnimos esperadosNvel 200. No nvel 200 da escala, considerado adequado para a 4 srie, esto 14% dos alunos brasileiros dessa srie e 23% dos de 8. Nesse nvel, os alunos de ambas as sries, frente a anedotas, fbulas e textos com linguagem grfca pouco usual, ou textos narrativos mais complexos, poticos, informativos longos ou com informaocientfca,comeamaestabelecerrelaesentrepartesdeumtexto pela identifcao de substituies pronominais ou lexicais e a reconhecer diferen-as no tratamento dado ao mesmo tema em textos distintos. Dados preocupantes: 74% dos alunos de 4 e 29% dos de 8 ainda no atingiram esse nvel. Segundo as metas estabelecidas pelo movimento Todos pela Educao, 200 o nvel m-nimo a ser atingido por alunos da 4 srie do ensino fundamental. importante lembrar que a mdia dos alunos brasileiros de 4 srie na Prova Brasil 2005 foi 174,14.27 Para exemplifcar, reproduzimos a seguir itens da Prova que avaliam habilidades j construdas por alunos nesse nvel. Nos dois primeiros itens, so focalizadas duas outras habilidades relacionadas ao Tpico V, que avalia se o aluno consegue reali-zar leitura para alm dos elementos superfciais do texto (reconhecendo recursos expressivos utilizados pelo autor para produzir efeitos de ironia ou humor) e, tam-bm, se conseguem (re)construir sentidos a partir da utilizao de notaes como negrito, itlico, tamanho da fonte ou utilizao da pontuao.(4 srie) ContinhoEra uma vez um menino triste, magro e barrigudinho. Na soalheira danada de meio-dia, ele estavasentadonapoeiradocaminho,imaginandobobagem,quandopassouumvigrioa cavalo. Voc, a, menino, para onde vai essa estrada? Ela no vai no: ns que vamos nela. Engraadinho duma fga! Como voc se chama? Eu no me chamo, no, os outros que me chamam de Z.MENDES CAMPOS, Paulo. Para gostar de ler: crnicas. So Paulo: tica, 1996. v.1, p.76.H trao de humor no trecho:(A) Era uma vez um menino triste, magro. (l. 1)(B) ele estava sentado na poeira do caminho. (l. 2)(C) quando passou um vigrio. (l. 2-3)(D) Ela no vai no: ns que vamos nela. (l. 5)Esse item focaliza a habilidade de identifcar efeitos de ironia ou humor em textos de diferentes gneros. Aqui o objetivo era avaliar se o aluno de 4 srie percebia o efeito humorstico causado pela interpretao ao p da letra que a personagem fazdeexpressescorriqueirascomoondevaiessaestradaoucomovocse chama. uma habilidade importante a ser desenvolvida para a formao do leitor capaz de perceber subentendidos e interpretar linguagem fgurada. Vemos, inclusive entre os adultos, muitos que no conseguem perceber, mesmo no dia-a-dia, o duplo sentido de uma afrmao ou a ironia embutida em uma fala.O prximo item procura avaliar habilidade de leitura de um texto com elementos no-verbais que solicita ao aluno o reconhecimento de traos de humor ou ironia. Como se volta para habilidade relacionada s relaes entre recursos expressivos e efeitos de sentido, pertence ao Tpico V. 8 srieNo terceiro quadrinho, os pontos de exclamao reforam a idia de:(A) comoo.(B) contentamento.(C) desinteresse.(D) surpresa.28Destinado a avaliar habilidade de identifcar o efeito de sentido decorrente do uso dapontuaoedeoutrasnotaes,esseitemabordaumaspectodoestudoda pontuao freqentemente relegado a segundo plano: seu uso expressivo. No item reproduzido acima, o uso da exclamao serve para reforar o desinteresse de uma personagemdiantedossentimentosdaoutra.Pararesponder,oaluno,almde estar acostumado a analisar o sentido expressivo da pontuao, deve ter desenvol-vido a habilidade de recorrer a aspectos visuais do quadrinho (observar o marido entretido na leitura do jornal e a expresso desolada da esposa). Embora a habilidade de perceber o efeito de sentido provocado pelo uso de reticn-cias pertena ao nvel seguinte, pode-se aproveitar para olhar de novo a tira e pen-sar sobre outro sinal, que no a exclamao: as reticncias. bastante freqente alunos acharem que reticncias so utilizadas apenas para indicar interrupo do pensamento. Textos como esta tira possibilitam chamar a ateno para outros efei-tos que o autor pode conseguir com a utilizao dos trs pontinhos: no segundo quadrinho encontramos a idia de que h ainda um nmero infndvel de queixas que a esposa poderia citar. Ainda sobre as habilidades j construdas no nvel 200, importante observar que apenas nesse nvel os alunos comeam a dominar uma outra habilidade muito signi-fcativa para a formao de leitores competentes: a de estabelecer relao entre di-ferentes idias apresentadas sobre o mesmo tema em um nico texto ou em textos diferentes. As atividades que envolvem as habilidades avaliadas no Tpico III, que engloba estabelecimento de relaes, so essenciais para que o aluno tenha maior compreenso das intenes de quem escreve e seja capaz de identifcar posies distintas entre duas ou mais opinies. O item a seguir ilustra uma habilidade j alcanada por alunos de 8 srie nesse nvel: a de reconhecer diferenas no tratamento dado ao mesmo tema em textos distintos. 8 srieTexto 1Mapa da devastaoA organizao no-governamental SOS Mata Atlntica e o Instituto Nacional de Pesquisas Es-paciais terminaram mais uma etapa do mapeamento da Mata Atlntica (www.sosmataatlanti-ca.org.br). O estudo iniciado em 1990 usa imagens de satlite para apontar o que restou da foresta que j ocupou 1,3 milho de km2, ou 15% do territrio brasileiro. O atlas mostra que o Rio de Janeiro continua o campeo da motosserra. Nos ltimos 15 anos, sua mdia anual de desmatamento mais do que dobrou.Revista Isto , So Paulo, n.1648, 2 maio 2001Texto 2H qualquer coisa no ar do Rio, alm de favelasNem s as favelas brotam nos morros cariocas. As encostas cada vez mais povoadas no Rio de Janeiro disfaram o avano do reforestamento na crista das serras, que espalha cerca de 2 milhes de mudas nativas da Mata Atlntica em espao equivalente a 1.800 gramados do Maracan. O replantio comeou h 13 anos, para conter vertentes ameaadas de desmoro-namento. Fez mais do que isso. Mudou a paisagem. Vista do alto, ngulo que no faz parte do cotidiano de seus habitantes, a cidade aninha-se agora em colinas coroadas por labirintos verdes, formando desenhos em curva de nvel, como cafezais.Revista poca, Rio de Janeiro, n.83, p.9, 20 dez. 1999Uma declarao do segundo texto que CONTRADIZ o primeiro (A) a Mata Atlntica est sendo recuperada no Rio de Janeiro.(B) as encostas cariocas esto cada vez mais povoadas.(C) as favelas continuam surgindo nos morros cariocas.(D) o replantio segura encostas ameaadas de desabamento29O item acima bastante interessante por mostrar a necessidade de fornecer sub-sdios para que os alunos se habituem a perceber diferenas de abordagens de um mesmo tema, que nem sempre expressam pontos de vista convergentes. impor-tante que notem o carter complementar ou contraditrio dessas abordagens, quer entreamaneiradeanalisaroobjetocomoumtodo,querentreafrmaesque compem a anlise (caso dos dois textos reproduzidos).Nvel 225. No nvel 225, que corresponde ao nvel da mdia de desempenho dos alunos brasileiros de 8 srie que fzeram a Prova Brasil em 2005, esto 7% dos alunos de 4 srie e 21% dos de 8 srie. Nesse nvel, considerado intermedirio, os alunos de ambas as sries esto come-ando a desenvolver habilidades de leitura mais prximas do que se espera para a srie em que se encontram. Ainda no atingiram algumas outras muito importantes, pois tm difculdade para estabelecer relaes, diferenciar fato de opinio, distin-guir efeitos de humor mais sutis, identifcar fnalidade de textos mais elaborados.Seguem-se exemplos de itens que ilustram uma mesma habilidade j consolidada no nvel 225 identifcar a fnalidade de textos de diferentes gneros - apresentada de modo diverso para a 4 e para a 8 srie. (8 srie) Mente quieta, corpo saudvelA meditao ajuda a controlar a ansiedade e a aliviar a dor? Ao que tudo indica, sim. Nessas duasreasoscientistasencontraramasmaioresevidnciasdaaoteraputicadamedi-tao,medidaemdezenasdepesquisas.Nosltimos24anos,saclnicadereduodo estresse da Universidade de Massachusetts monitorou 14 mil portadores de cncer, aids, dor crnica e complicaes gstricas. Os tcnicos descobriram que, submetidos a sesses de me-ditao que alteraram o foco da sua ateno, os pacientes reduziram o nvel de ansiedade e diminuram ou abandonaram o uso de analgsicos.Revista Superinteressante, out. 2003O texto tem por fnalidade(A) criticar.(B) conscientizar.(C) denunciar.(D) informar. (4 srie) Eva FurnariUma das principais fguras da literatura para crianas, Eva Furnari nasceu em Roma (Itlia) em 1948 e chegou ao Brasil em 1950, radicando-se em So Paulo. Desde muito jovem, sua atrao eram os livros de estampas --e no causa estranhamento algum imagin-la envolvida com cores, lpis e pincis, desenhando mundos e personagens para habit-los. Suas habili-dades criativas encaminharam-na, primeiramente, ao universo das Artes Plsticas expondo, em 1971, desenhos e pinturas na Associao dos Amigos do Museu de Arte Moderna, em uma mostra individual.(...) . Iniciou sua carreira como autora e ilustradora, publicando histrias sem texto verbal, isto , contadas apenas por imagens. Seu primeiro livro foi lanado pela tica, em 1980, Cabra-cega, inaugurando a coleo Peixe Vivo, premiada pela Fundao Na-cional do Livro Infantil e Juvenil FNLlJ.Ao longo de sua carreira, Eva Furnari recebeu muitos prmios, entre eles o Jabuti de Melhor Ilustrao Trucks (tica, 1991), A bruxa Zelda e os 80 docinhos (1986) e Anjinho (1998) , sete lureas concedidas pela FNLlJ e o Prmio APCA pelo conjunto de sua obra.http://llcaracal. imaginaria. cam/autog rafas/evafurnari/index. htmlA fnalidade do texto (A) apresentar dados sobre vendas de livros.(B) divulgar os livros de uma autora.(C) informar sobre a vida de uma autora.(D) instruir sobre o manuseio de livros.30Os dois itens anteriores avaliam uma das habilidades englobadas no Tpico II, im-plicaes do suporte, do gnero e/ou enunciador na compreenso do texto. Esse tpico requer dos alunos duas competncias bsicas: a interpretao de textos e o reconhecimento da fnalidade do texto por meio da identifcao dos diferentes gneros textuais. A habilidade identifcar a fnalidade de um texto a mesma, pormpodemosperceberqueoitemdestinado8sriemaiscomplexopor apresentartemamaisabstratoevocabulriomaissofsticado.Odestinado4 est mais prximo da vivncia do aluno da srie, apresentando vocabulrio condi-zente com a faixa etria. A habilidade focalizada no item precisa ser trabalhada com alunos do ensino fun-damental, pois a partir da percepo da fnalidade do texto que so defnidos o gnerotextualaserutilizado,onveldelinguagem(maisoumenosformal),os recursos estilsticos, o grau de transparncia e o suporte onde circular o texto.Nvel 250. No nvel 250, considerado adequado para a 8 srie, esto apenas 15% dos alunos dessa srie e 3% dos alunos de 4 srie. Os alunos que atingiram esse nvel so leitores com nvel de compreenso de textos considerado adequado srie que freqentam. Demonstram habilidades de leitura tidas como essenciais, pois consolidaram as descritas nos quadros anteriores.O item reproduzido a seguir avalia uma habilidade alcanada no nvel 250 por alunos de 4 e 8 sries. Essa habilidade pertence ao Tpico IV, que trata dos elementos que constroem a articulao entre as diversas partes de um texto. As habilidades desse tpico, que focaliza a coerncia e a coeso, exigem que o leitor compreenda o texto no como um agrupamento de frases, mas como um conjunto harmonioso em que h costuras, laos, relaes entre suas partes.Coerncia expressa a lgica entre as idias expostas no texto. Para que exista coerncia necessrioqueaidiaapresentadaserelacioneharmoniosamenteaotodotextual. Paraqueasidiasestejambemrelacionadas,tambmprecisoqueestejambemin-terligadas,bemunidaspormeiodeconectivos(pronomes,conjunes,preposies) adequados. Esses vocbulos que interligam o texto possibilitando que haja sentido entre as idias permitem que haja coeso entre elementos e partes do texto.Os avaliadores tambm incluem nesse tpico habilidades relativas identifcao dos elementos que constroem a narrativa e percepo da tese e dos argumentos dos textos argumentativos. Essa apreenso leva percepo da hierarquia entre asidias,permitindodiferenciaridiaprincipaldeidiassecundrias,identifcar argumentos que reforam uma tese, localizar exemplos que a apiam, localizar a concluso de um raciocnio ou de uma exposio.Dado preocupante: 73% dos alunos de 8 no alcanaram esse nvel na PB 2005.Segundo as metas estabelecidas pelo movimento Todos pela Educao, 250 o nvel m-nimo a ser atingido por alunos da 8 srie do ensino fundamental. importante lembrar que a mdia dos alunos brasileiros de 8 srie na Prova Brasil -2005 foi 225,17.A seguir reproduzimos um item destinado a avaliar a habilidade j consolidada nes-se nvel, de estabelecer relaes entre as partes de um texto, identifcando repeti-es ou substituies que contribuem para a continuidade de um texto:31(4 srie) O hbito da leituraAcrianaopaidohomem.Afrase,dopoetainglsWilliamWordsworth,ensinaqueo adultoconservaeampliaqualidadesedefeitosqueadquiriuquandocriana.Tudoquese torna um hbito difcilmente deixado. Assim, a leitura poderia ser uma mania prazerosa, um passatempo.Voc,coleguinha,podedescobrirvriascoisas,viajarporvrioslugares,conhecervrias pessoas, e adquirir muitas experincias enquanto l um livro, jornal, gibi, revista, cartazes de rua e at bula de remdio. Dia 25 de janeiro foi o dia do Carteiro. Ele leva ao mundo inteiro vrias notcias, intimaes, saudades, respostas, mas tudo isso s existe por causa do hbito da leitura. E a, vamos participar de um projeto de leitura?Correio Braziliense, Braslia, 31 jan. 2004. p.7.No trecho Ele leva ao mundo inteiro vrias notcias... (l.7), a palavra sublinhada refere-se ao(A) carteiro.(B) jornal.(C) livro.(D) poeta.Avalia-seaquiahabilidadedeperceberopronomecomoelementocoesivo,isto , perceb-lo como elemento de retomada de um termo que j apareceu antes. um item interessante, por chamar a ateno para a necessidade de se trabalharem as classes de palavras no de forma isolada, mas como recursos de construo do tecido do texto.O que alcanam os alunos nos nveis mais altos da escalaNvel 300. No nvel 300, em que esto apenas 3% dos alunos de 8 srie e bem menos de 1% dos de 4 srie, os classifcados nesse nvel, alm de outras habili-dades, identifcam marcas lingsticas que evidenciam o locutor e o interlocutor do texto, reconhecem a inteno do uso de grias e expresses coloquiais; reconhecem relaes entre partes de um texto pela substituio de termos e expresses por pa-lavras pouco comuns; identifcam a tese de textos informativos e argumentativos; localizam argumentos que justifcam a tese contrria; reconhecem relaes de cau-sa e conseqncia em textos com termos e padres sintticos pouco usuais. O item a seguir ilustra essa habilidade de identifcar as marcas lingsticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto j construda nesse nvel.(4 srie) TelevisoTeleviso uma caixa de imagens que fazem barulho.Quando os adultos no querem ser incomodados, mandam as crianas ir assistir televiso.O que eu gosto mais na televiso so os desenhos animados de bichos.Bicho imitando gente muito mais engraado do que gente imitando gente, como nas teleno-velas.No gosto muito de programas infantis com gente fngindo de criana.Emvezdefcarolhandoessagentebrincardementira,prefroirbrincardeverdadecom meus amigos e amigas.Tambmosdocesqueaparecemanunciadosnatelevisonotmgostodecoisaalguma porque ningum pode comer uma imagem.J os doces que minha me faz e que eu como todo dia, esses sim, so gostosos.Concluso: a vida fora da televiso melhor do que dentro dela.PAES, J. P. Televiso. In: Vejam como eu sei escrever. So Paulo: tica, 2001. p.26-27.O trecho em que se percebe que o narrador uma criana :(A) Bicho imitando gente muito mais engraado do que gente imitando gente, como nas telenovelas.(B)Emvezdefcarolhandoessagentebrincardementira,prefroirbrincarde verdade...(C) Quando os adultos no querem ser incomodados, mandam as crianas ir assistir tele-viso.(D) Tambm os doces que aparecem anunciados na televiso no tm gosto de coisa algu-ma...32O Tpico VI, que engloba habilidades relacionadas variao lingstica, refere-se sinmerasmanifestaesepossibilidadesdafala.Pretendeavaliarseoaluno reconhece que existem formas mais ou menos cuidadas e refetidas, mais cerimo-niosas ou mais informais de se expressar. E se identifca as razes dos diferentes usos: quando utilizada a linguagem formal, a informal, a tcnica ou as linguagens relacionadas aos falantes como, por exemplo, a linguagem dos adolescentes, das pessoasmaisvelhas.Esseaspectodalnguaconsideradodefundamentalim-portncia por enfatizar a noo do valor social atribudo s variaes lingsticas e possibilitar ao aluno a construo de uma postura no-preconceituosa em relao a usos lingsticos diferentes dos seus.No item reproduzido, avaliada a habilidade de o aluno de 4 srie identifcar quem fala no texto a partir da localizao de marcas lingsticas (o tipo de vocabulrio, a escolha do pronome ou da fexo verbal, o assunto etc.). No caso, o aluno deveria localizar a frase do narrador em que, utilizando uma linguagem informal e prpria da faixa etria, ele se exclui do grupo dos adultos (essa gente que quer brincar de mentira) e se identifca com uma criana: (eu) prefro brincar de verdade. Nas de-mais alternativas no aparece nenhuma marca do locutor, nem mesmo na alternati-va C, que poderia ser cogitada por estabelecer contraste entre adultos e crianas.Nvel 325. No nvel 325, atingido apenas por 1% dos estudantes das 8as sries, encontramosalunoscomhabilidadesdeinterpretaoconsolidadas,queconse-guem estabelecer relaes e transpor conhecimentos para situaes novas. Neste nvel, considerado avanado, alm de todas as habilidades descritas nos nveis an-teriores, os alunos interpretam tabelas a partir de comparao entre informaes, identifcam marcas de coloquialidade em textos literrios que usam a variao lin-gstica como recurso estilstico, reconhecem, por inferncia, a relao de causa e conseqncia entre as partes de um texto; reconhecem a relao lgico-discursiva estabelecida por conjunes e preposies argumentativas.Os dois itens reproduzidos a seguir avaliam duas das habilidades que compem o Tpico IV, destinado compreenso dos elementos que permitem que haja coern-cia e coeso no processamento do texto. (8 srie) As enchentes de minha infnciaSim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto varanda, mas eu inveja-va os que moravam do outro lado da rua, onde as casas do fundos para o rio. Como a casa dos Martins, como a casa dos Leo, que depois foi dos Medeiros, depois de nossa tia, casa com varanda fresquinha dando para o rio.Quando comeavam as chuvas a gente ia toda manh l no quintal deles ver at onde chega-ra a enchente. As guas barrentas subiam primeiro at a altura da cerca dos fundos, depois s bananeiras, vinham subindo o quintal, entravam pelo poro. Mais de uma vez, no meio da noite, o volume do rio cresceu tanto que a famlia defronte teve medo.Entovinhamtodosdormiremnossacasa.Issoparanseraumafesta,aquelafainade arrumar camas nas salas, aquela intimidade improvisada e alegre. Parecia que as pessoas fcavam todas contentes, riam muito; como se fazia caf e se tomava caf tarde da noite! E s vezes o rio atravessava a rua, entrava pelo nosso poro, e me lembro que ns, os meninos, torcamos para ele subir mais e mais. Sim, ramos a favor da enchente, fcvamos tristes de manhzinha quando, mal saltando da cama, amos correndo para ver que o rio baixara um palmo aquilo era uma traio, uma fraqueza do Itapemirim. s vezes chegava algum a cavalo, dizia que l, para cima do Castelo, tinha cado chuva muita, anunciava guas nas ca-beceiras, ento dormamos sonhando que a enchente ia outra vez crescer, queramos sempre que aquela fosse a maior de todas as enchentes.BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 3. ed. Rio de Janeiro: Ed. do Autor, 1962. p.157.Que funo desempenha a expresso destacada no texto ... o volume do rio cresceu TANTO QUE a famlia defronte teve medo. (2 pargrafo):(A) adio de idias.(B) comparao entre dois fatos.(C) conseqncia de um fato.(D) fnalidade de um fato enunciado.33A habilidade avaliada nesse item relaciona-se ao reconhecimento dos elementos que constituematextualidade,ouseja,aquelesqueconstroemaarticulaoentreas diversas partes de um texto. Avalia-se aqui a capacidade de o aluno de 8 srie es-tabelecer relaes entre as partes do texto a partir da apropriada considerao de conjunes, advrbios etc. Solicita-se a percepo de uma relao lgico-discursiva de conseqncia, enfatizada pela expresso tanto que. Mais uma vez, aparece a ne-cessidade de fazer do texto ponto central para organizao das atividades de refexo sobre a lngua, de forma que as relaes entre as oraes passem a ser vistas como elementosdeatribuiodesentidoenocomomeropretextoparaexercciosde identifcao e classifcao de elementos.(8 srie) O homem que entrou pelo canoAbriu a torneira e entrou pelo cano. A princpio incomodava-o a estreiteza do tubo. Depois se acostumou. E, com a gua, foi seguindo. Andou quilmetros. Aqui e ali ouvia barulhos fami-liares. Vez ou outra um desvio, era uma seo que terminava em torneira.Vrios dias foi rodando, at que tudo se tornou montono. O cano por dentro no era interes-sante.No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criana brincava. Ficou na torneira, es-pera que abrissem. Ento percebeu que as engrenagens giravam e caiu numa pia. sua volta era um branco imenso, uma gua lmpida. E a cara da menina aparecia redonda e grande, a olh-lo interessada. Ela gritou: Mame, tem um homem dentro da pia.No obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o tampo e ele desceu pelo esgoto.BRANDO, Igncio de Loyola. Cadeiras Proibidas. So Paulo: Global, 1988. p.89.O homem desviou-se de sua trajetria porque(A) ouviu muitos barulhos familiares.(B) j estava viajando h vrios dias.(C) fcou desinteressado pela viagem.(D) percebeu que havia uma torneira. Nesse segundo item, avalia-se a habilidade de o aluno da 8 srie identifcar rela-es de causa e conseqncia entre os fatos, ou seja, reconhecer como as relaes entre as partes de um texto se organizam de forma a transformar um fato no re-sultado de outro.O texto-base aqui um conto fantstico bem caracterstico do gnero. Portanto, as relaes de causa e conseqncia tambm se encontram nesse nvel de validade contextual. um exerccio interessante, que exige que o aluno retome a leitura e analise cuidadosamente cada alternativa antes de descartar qualquer uma. A alter-nativa correta no est explcita; exige que o aluno relacione informaes e conclua qual foi a causa da ao da personagem.ConcluindoCom base na anlise das habilidades que compem a matriz da Prova Brasil LP, possvel refetir sobre alguns pontos que podem ajudar o professor a relacionar os resultados de uma avaliao externa ao seu dia-a-dia em sala de aula. O primeiro que o enfoque da prova permite ir alm da concepo de avaliao comoalgoqueapenasameaa,poisoferecesubsdiossufcientesparaalimentar nossa prtica pedaggica de forma condizente com o que recomendam os PCNs, os melhores livros didticos e as propostas de trabalho com a lngua em situaes de uso.O segundo que o aprendizado da lngua no se d de modo linear. A maturidade relativa ao conjunto de tpicos exigidos para se alcanar a competncia leitora resultado de um trabalho de muitos anos. Para atingir essa maturidade, essencial realizar um trabalho em espiral, tanto no que se refere aos gneros abordados em classe como s habilidades de leitura, que devem ir e vir num processo contnuo de retomadas e aprofundamentos.34Finalmente, no h motivo para separar a rea de Lngua Portuguesa em trs su-breas (Leitura, Produo de Textos, Anlise Lingstica), j que os conhecimentos lingsticos manifestam-se nas atividades de leitura e produo de textos. Um bom leitor exatamente aquele que lana mo de seus conhecimentos lingsticos no prprio ato de ler, sendo capaz de perceber os sentidos do texto e os recursos que o autor utilizou para concretizar seu projeto de dizer. Decorre da a importncia de rever prticas pedaggicas voltadas para o ensino de um saber lingstico que no tem funo fora da prpria escola e no contribui para o desenvolvimento intelec-tual do aluno. O conhecimento lingstico necessrio para ler e produzir textos s ocorrer se for levado em conta o processo pelo qual ele pode se dar, partindo do texto e chegando ao texto, nunca de forma fragmentada e automatizada.Anlise do Cartaz C Lngua PortuguesaSugerimos agora que, com base no entendimento da escala de Lngua Portuguesa e das habilidades avaliadas pela Prova Brasil, seja feita uma anlise do Cartaz que apresenta o resultado do desempenho dos alunos de 4 e 8 sries do ensino fun-damental em Lngua Portuguesa. Para isso, propomos alguns exerccios de leitura e anlise das informaes. O primeiro exerccio toma os dados da escola municipal que estamos utilizando como exemplo. Em seguida, sua escola o foco, para apro-fundar a refexo.Exerccios 1 a 3, Cartaz C: Desempenho de sua escola em Lngua PortuguesaOs dados fornecidos por este Cartaz permitem: saber qual a mdia obtida pelos alunos de 4 e de 8 sries da escola em Lngua Portuguesa (foco em leitura);conhecer a distribuio dos percentuais de alunos da escola por nveis da escala;compararasmdiasdaescolasobtidasporoutrasescolasdomunicpio,do estado e do pas.35Exerccio 1 Localizando informaes contidas no Cartaz C: a) Localize a mdia obtida pelos alunos de 4 e 8 sries na escola tomada como exemplo. Em que nveis elas se encontram?b) Compare as mdias obtidas com as do municpio, estado e pas. Escreva o que voc observou a respeito desta comparao. Exerccio 2 Voltando o olhar para dentro da escolaa)Existemaindanaescolaalunosqueseencontramabaixodonvelmnimoda escala (125)? Qual a porcentagem desses alunos em relao ao total de alunos da escola? O que se pode concluir a respeito dessa constatao? b) Observe a porcentagem de alunos de 4 srie que ainda se encontram no primei-ro nvel da escala, apontando a existncia de crianas que no construram habili-dades de leitura bsicas. Observe se h alunos da 8 srie ainda nesse nvel e, se houver, qual a porcentagem em relao ao conjunto da escola. c) Qual a porcentagem de alunos que, em cada srie avaliada, ainda no atingiram sequer a mdia da escola? O que esse dado revela? d) Se voc professor do Fundamental I, observe a porcentagem de alunos de 4 srie que ainda no atingiram a meta estabelecida pelo Compromisso Todos pela Educao.SevoctrabalhacomoFundamentalII,faaomesmoemrelao metaestabelecidaparaa8.Depois,depossedaEscaladeLnguaPortuguesa, verifqueashabilidadesqueaindanoforamatingidasporessecontingentede 36alunos (considere todas as descritas nos nveis subseqentes). Em seguida, pense emaesqueprofessoresegestoresdessaescolaprecisariamdesenvolverpara melhorar o desempenho dos alunos em Lngua Portuguesa. e) Localize agora o percentual de alunos de 4 ou 8 (de acordo com a(s) srie(s) em que voc trabalha) que se encontram acima das metas estabelecidas pelo Compro-misso. Depois, recorrendo Escala de Lngua Portuguesa, verifque as habilidades que esses alunos j construram nesses nveis e pense em aes que poderiam ser realizadas para que todos os alunos da escola se aproximassem desse patamar. 37Exerccio 3 Voltando o olhar para sua escolaSugerimos que este exerccio seja feito coletivamente, ou seja, pela equipe de pro-fessores da escola. a) Tome o Cartaz C de sua escola e faa o mesmo percurso de anlise para levantar hipteses sobre a situao em que se encontra. b) A partir das hipteses formuladas, identifque prioridades e indique alguns enca-minhamentos possveis para enfrent-las: Prioridades Encaminhamentos1. 1.2. 2.3. 3.38 MatemticaEm Matemtica, a Prova Brasil avalia habilidades relacionadas aos blocos de conte-dos indicados no PCN Matemtica ciclo I e II nos seguintes percentuais:Blocos de contedos4 srie 8 srieEspao e Forma 11% 19% 24 - 20%Grandezas e Medidas 15% - 26% 26 -22%Nmeros e Operaes 25% - 43% 50 - 43%Tratamento da Informao 07% - 12% 17- 15%Observa-se que tanto na 4 como na 8 srie, 43% das habilidades avaliadas fazem parte do eixo Nmeros e Operaes (presente em maior proporo na prtica de sala de aula) e que 57% esto relacionadas aos outros blocos, o que indica um certo equilbrio na distribuio dos contedos. Porm, no trabalho de sala de aula, nem sempre esse equilbrio ocorre. De modo geral, os contedos mais trabalhados esto relacionados a Nmeros e Operaes, com nfase no clculo aritmtico (sries iniciais do ensino fundamental) e no clcu-lo algbrico e resoluo de equaes (sries fnais). Assim, podemos nos perguntar: como possvel melhorar o desempenho dos alu-nos sem que haja um trabalho pedaggico que priorize o ensino de todos os blocos de contedos que compem o currculo de Matemtica?Para alm da preocupao com os resultados da Prova Brasil, preciso considerar odireitodeosalunosdominaremcontedosquepossibilitemodesenvolvimento do pensamento numrico e algbrico, do pensamento geomtrico, da competncia mtrica, do raciocnio que envolva a proporcionalidade, a combinatria e a proba-bilidade. A escala de Matemtica com seus nveisA escala de Matemtica nica para os alunos da 4 e 8 srie, pois h um pressu-posto de que os alunos da 8 srie dominam, alm das habilidades prprias da sua srie, tambm as habilidades de um aluno da 4 srie no mesmo nvel da escala. Assim, so propostos para os alunos da 8 srie itens apresentados nos cadernos de teste da 4 srie (as questes so chamadas itens na PB).As habilidades avaliadas esto organizadas em dez nveis, a partir de 125 at 350, com intervalos de 25 pontos entre dois nveis consecutivos, como mostra o Quadro 3. Quadro3Distribuiopercentualdosalunosda4e8sriesemcada nvel da escala de Matemtica na Prova Brasil 2005Nvel Intervalo % 4 srie % 8 srie< 125 7 -125 125 a 150 15 1150 150 a 175 25 5175 175 a 200 24 12200 200 a 225 16 21225 225 a 250 9 23250 250 a 275 4 18275 275 a 300 1 11300 300 a 325 - 6325 325 a 350 - 2350 > 350 - 139Comointerpretarpedagogicamenteopercentualdedesempenhoemcada nvel? Na apresentao dos nveis da escala de Matemtica utilizada pelo Inep esto des-critas as habilidades que compem os nveis 125 a 350. Essas habilidades relacio-nam-se aos blocos de contedos Espao e Forma (EF), Grandezas e Medidas (GM), Nmeros e operaes (NO), Tratamento da Informao (TI).Cada nvel constitudo pelas habilidades nele descritas, somadas s habilidades especifcadasnosnveisanteriores,detalformaque,na4srie,supe-seque os alunos que atingem o nvel 300 tenham desenvolvido habilidades para resolver situaes-problema envolvendo a representao e clculo de operaes com nme-ros naturais e racionais na forma decimal; fraes equivalentes; medidas de com-primento e massa; localizao no espao; reconhecimento e descrio de formas geomtricas tridimensionais e bidimensionais; interpretao de tabelas e grfcos. Na 8 srie, supe-se que os alunos que atingem o nvel 350 tenham desenvolvido habilidades numricas, algbricas, mtricas, geomtricas e estatsticas para resol-versituaes-problemaenvolvendo:nmerosracionaiseequaes;sistemasde equaes e inequaes do 1 grau; equao do 2o grau; localizao e deslocamento de uma fgura no plano cartesiano; propriedades de fguras bidimensionais e tridi-mensionais; aplicao dos teoremas de Tales e de Pitgoras; clculo de rea de su-perfcies planas e volume de slidos geomtricos; grfcos (coluna, setor e linha). Vale comentar que tanto o nvel 300 para a 4 srie quanto o 350 para a 8 srie descrevemumrepertriodehabilidadesconsideradasadequadasaquemestuda h quatro e oito anos, respectivamente. O que se observa nos resultados da Prova que um percentual muito pequeno de alunos de 4 e de 8 consegue desenvolver essashabilidades.Emfunodisso,nomomentoatual,oMovimentoTodospela Educao prope o nvel 225 como meta possvel a ser atingida pelas 4as sries e o nvel 300 para as 8as sries.Os nveis da escala para a 4 srie do ensino fundamentalPara acompanhar as consideraes a seguir se faz necessria a consulta da Escala de Matemtica apresentada ao fnal deste material.Apresentaremos alguns comentrios pedaggicos e exemplos de itens que ilustram habilidades alcanadas em alguns nveis destacados para ilustrar o que conseguem realizar os alunos nos nveis iniciais da escala, nos nveis considerados adequados para cada faixa e nos nveis mais altos da escala. Todos os itens reproduzidos neste material esto disponveis no site do Inep: www.inep.org.br.Habilidades avaliadas nos nveis abaixo de 225 na escala MatemticaOs dados do Inep, referentes aos resultados da PB 2005 (Quadro 3), indicam que 87% dos alunos da 4 srie tiveram uma pontuao menor que 225:22% tiveram uma pontuao menor que 150, ou seja, desenvolveram apenas habilidades numricas, como reconhecimento do valor posicional dos algarismos naescritadosnmerosnaturais;conhecimentogeomtricolimitadoaoreco-nhecimento de fguras; leitura de tabelas na forma de lista e clculo de adio e subtrao envolvendo o sistema monetrio habilidades que se espera que os alunos desenvolvam antes da 4 srie. Tal situao muito preocupante, pois dos alunos da 4 srie avaliados na Prova Brasil no se apropriou das habilidades adequadas aos quatro anos de escolaridade que tiveram. Podemos perguntar: por que um entre quatro alunos da 4 srie aprende to pouco?24% dos alunos atingiram uma pontuao entre 175 e 200, prxima da mdia nacional(181pontos)dedesempenhodosalunosbrasileirosda4srie.Ob-servando as habilidades associadas a esses nveis, pode-se dizer que os alunos demonstram ter desenvolvido habilidades para: escrever nmeros menores que 100 e fazer clculos que envolvam as operaes aritmticas, exceto a diviso; resolver problemas relacionados ao clculo simples, envolvendo medida de com-40primento(cmem)emedidadetempo(diasesemanas,horaseminutos). Habilidades essas que, segundo os PCNs precisam ser trabalhadas desde a 1 srie do ensino fundamental. Os livros didticos, conforme o Programa Nacional do Livro Didtico (PNLD), tambm refetem essa orientao. Levando em conta osresultadosdaProvaBrasil,podemosperguntar novamente:porquetantos alunos demonstram ter aprendido to pouco? Que contedos so privilegiados nas aulas de Matemtica? O que nos revela uma observao atenta dos cadernos dos alunos? O que precisaria acontecer para que os resultados do desempenho em Matemtica fossem mais elevados? Desenvolver capacidades relacionadas leitura de grfcos e tabelas possibilita am-pliar a compreenso sobre a realidade, ao tornar acessveis aos alunos informaes veiculadas pela linguagem estatstica. Assim,oscontedosrelacionadosaoblocoTratamentodaInformaotornam-se imprescindveis para que possamos obter informaes, fundamentar concluses e assumir um posicionamento crtico frente ao conhecimento.Os itens abaixo, relativos ao eixo Tratamento da Informao, exemplifcam o que os alunos da 4 srie que esto abaixo do nvel 225 podem resolver, tendo em vista a habilidade de ler informaes e dados apresentados em tabelas (nvel 150):Qual o estado que tem mais habitantes?Habitantes por EstadoAlagoas Bahia Cear Maranho2.633.251 12.541.675 6.809.290 5.222.183Fonte: IBGE, Contagem da Populao 1996.(A) Alagoas(B) Bahia(C) Cear(D) MaranhoO aluno, ao ler a tabela, teria de relacionar cada estado ao nmero de seus habi-tantes. Neste caso, o nmero maior aquele que tem mais algarismos nico no grupo. Assim, no seria necessrio saber ler todos os nmeros para acertar a ques-to, mas apenas contar os algarismos de cada nmero estratgia utilizada nor-malmente por crianas que esto comeando a ler e escrever nmeros. Esse item teve um ndice de acerto de 78%; apesar de ser considerado fcil, entretanto, 22% dos alunos no acertaram a questo, o que pode indicar que no foram capazes de localizar os nmeros em uma tabela simples e compar-los.O bloco de contedos relacionado ao Espao e Forma contempla o estudo das for-masedenoesrelativasposio,localizaonoespao,deslocamentosno plano e sistemas de coordenadas (PCN). Nosso corpo uma primeira referncia que nos orienta a situar objetos no espao. a partir da nossa posio que podemos localizar as pessoas e as coisas que nos rodeiam.Um outro exemplo de item, agora relacionado ao eixo Espao e Forma, que um alu-no em um nvel abaixo de 225 pode resolver, relaciona-se habilidade de identifcar a localizao (lateralidade) ou movimentao de objeto, tomando como referncia a prpria posio (nvel 175).41 Maria est olhando pela janela. O que ela v direita da estrada?(A) Um barco e uma casa.(B) Um cachorro e uma casa.(C) Uma rvore e um guarda-sol.(D) Um surfsta e um barco.Para resolver esse item, o aluno precisaria identifcar a localizao de objetos em uma representao grfca, posicionando-se como Maria em relao janela. O percentual de acertos foi de 68%, sendo considerado fcil. Porm, 32% dos alunos no acertaram 11% assinalaram a alternativa D, na qual os objetos descritos esto no lado oposto ao da resposta correta. possvel que esse tipo de erro seja decorrente de uma no-familiaridade dos alunos com atividades de localizao de objetos em representaes grfcas. Via de regra, a prtica do estudo desse contedo se restringe ao estudo de mapas convencionais nas aulas de Geografa. So poucas as oportunidades de leitura einterpretaodeitinerrios,croquiseplantasconstrudaspelosprpriosalunos, tanto na sala de aula quanto na maioria dos livros didticos, embora seja esperado que at a 4 srie eles desenvolvam essa habilidade. Habilidadesmnimasaseremdesenvolvidasatofnalda4srienvel 225As habilidades descritas no nvel 225, complementadas pelas do nvel 200, indicam aprendizagens fundamentais a serem desenvolvidas nas 4as sries do ensino fun-damental, mencionadas nos PCNs Matemtica. Por isso, elas foram tomadas, pelo movimentoCompromissoTodospelaEducao,comometasdeaprendizagema serem atingidas plenamente pelos alunos das 4as sries. De fato, h grande con-senso por parte de professores e pedagogos de que elas traduzem adequadamente conhecimentos que um aluno deveria dominar ao fnal da 4 srie. Noentanto,em2005,osresultadosdaPBapontaramqueamaioriadosalunos (87%)nodesenvolveucompetncianumricaparacalcularresultadosdasope-raes fundamentais, para resolver problemas com mais do que uma operao e pararepresentarfraohabilidadesque,segundoprofessores,costumamser exaustivamente trabalhadas em sala de aula. Cabe ento a pergunta: o que explica esses resultados? Os contedos relacionados ao bloco Grandezas e Medidas caracterizam-se por sua forterelevnciasocial,comevidentecarterprticoeutilitrio.Navidaemso-ciedade,asgrandezasemedidasestopresentesemquasetodasasatividades cotidianas. O estudo desses contedos evidencia para os alunos a utilidade do co-nhecimento matemtico (PCN).A noo de tempo est presente em vrias situaes e para medi-lo recorre-se repetio de forma cclica, como por exemplo, o ano, os meses e os dias. Na escola, um dos primeiros contatos com a noo de tempo se d pela explorao do calen-drio, trabalhado na rotina escolar desde os primeiros anos. 42O desempenho da 4 srie tambm foi insatisfatrio nos itens que mensuram medi-das de tempo, massa, comprimento; sistema monetrio e interpretao de grfcos. Em relao a esses contedos, os resultados no so to surpreendentes, uma vez que se sabe que, de modo geral, eles no so trabalhados em sala de aula. Tal situ-ao suscita a pergunta: o que preciso fazer para que as habilidades relacionadas a esses contedos sejam efetivamente desenvolvidas pelos alunos da 4 srie? O item a seguir ilustra o que pedido para um aluno no nvel 225 com relao ao bloco Grandezas e Medidas, que avalia a habilidade de resolver problemas envolven-do converso de kg para g ou relacionando diferentes unidades de medida de