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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO – DOCENTES 020. PROVA OBJETIVA PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA II – LÍNGUA PORTUGUESA Você recebeu sua folha de respostas e este caderno contendo 80 questões objetivas. Confira seu nome e número de inscrição impressos na capa deste caderno. Quando for permitido abrir o caderno, verifique se está completo ou se apresenta imperfeições. Caso haja algum problema, informe ao fiscal da sala. Leia cuidadosamente todas as questões e escolha a resposta que você considera correta. Marque, na folha de respostas, com caneta de tinta azul ou preta, a letra correspondente à alternativa que você escolheu. A duração da prova é de 4 horas, já incluído o tempo para o preenchimento da folha de respostas. Só será permitida a saída definitiva da sala e do prédio após transcorridos 75% do tempo de duração da prova. Ao sair, você entregará ao fiscal a folha de respostas e este caderno, podendo levar apenas o rascunho de gabarito, localizado em sua carteira, para futura conferência. Até que você saia do prédio, todas as proibições e orientações continuam válidas. AGUARDE A ORDEM DO FISCAL PARA ABRIR ESTE CADERNO DE QUESTÕES. 11.11.2012 manhã

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Processo seletivo simPlificado – docentes

020. Prova objetiva

Professor de educação Básica ii – língua Portuguesa

� Você recebeu sua folha de respostas e este caderno contendo 80 questões objetivas.

� Confira seu nome e número de inscrição impressos na capa deste caderno.

� Quando for permitido abrir o caderno, verifique se está completo ou se apresenta imperfeições. Caso haja algum problema, informe ao fiscal da sala.

� Leia cuidadosamente todas as questões e escolha a resposta que você considera correta.

� Marque, na folha de respostas, com caneta de tinta azul ou preta, a letra correspondente à alternativa que você escolheu.

� A duração da prova é de 4 horas, já incluído o tempo para o preenchimento da folha de respostas.

� Só será permitida a saída definitiva da sala e do prédio após transcorridos 75% do tempo de duração da prova.

� Ao sair, você entregará ao fiscal a folha de respostas e este caderno, podendo levar apenas o rascunho de gabarito, localizado em sua carteira, para futura conferência.

� Até que você saia do prédio, todas as proibições e orientações continuam válidas.

aguarde a ordem do fiscal Para aBrir este caderno de questões.

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04. Em relação à escola segundo os paradigmas do consenso e do conflito, analise as seguintes afirmações.

I. Na escola, existem e coexistem duas estruturas: formal e informal. Um exemplo da estrutura formal encontra--se em situações em que um professor, em virtude de seu amplo e profundo conhecimento das relações in-formais da escola, torna-se mais importante que um administrador.

II. O paradigma do conflito enfatiza as tensões e oposi-ções entre professores e estudantes. A escola é vista como uma instituição que impõe certos valores e pa-drões culturais ao aluno.

III. O paradigma do consenso enfatiza os valores comuns e a cooperação entre professores e alunos, de modo que a escola funcione como elemento de integração e continuidade entre gerações.

De acordo com Gomes, está correto o que se afirma em

(A) I, apenas.

(B) III, apenas.

(C) I e II, apenas.

(D) II e III, apenas.

(E) I, II e III.

05. Saviani afirma que o “lema ‘aprender a aprender’, tão di-fundido na atualidade, remete ao núcleo das ideias peda-gógicas escolanovistas.”. Segundo esse autor, o “aprender a aprender”,

(A) no âmbito do escolanovismo, ligava-se à necessidade de constante atualização exigida pela necessidade de ampliar a esfera da empregabilidade.

(B) atualmente, no processo de ensino e aprendizagem, provoca um deslocamento do eixo: o professor passa a ser aquele que ensina e deixa de ser o auxiliar do aluno em seu próprio processo de aprendizagem.

(C) no contexto atual, é ressignificado, já não significa adquirir a capacidade de buscar conhecimentos por si mesmo, ocupar um lugar e cumprir um papel de-terminado em uma sociedade entendida como um organismo.

(D) na atualidade, significa assimilar determinados co-nhecimentos, isto é, o mais importante é ensinar e aprender os conteúdos curriculares previstos pelos programas de cada sistema de ensino.

(E) no contexto atual, refere-se à valorização dos proces-sos de convivência entre as crianças e os adultos e da adaptação do indivíduo à sociedade vista como um organismo em que cada um tem um lugar e um papel definido a cumprir.

FORMAÇÃO PEDAGÓGICA

01. Com relação à formação contínua de professores, analise as seguintes afirmações.

I. Formar-se é fazer cursos de forma ativa, sem, neces-sariamente, ter de repensar as práticas profissionais.

II. Entre os procedimentos pessoais e coletivos de auto-formação, podem-se mencionar, entre outros, a leitura, a experimentação, a inovação e o trabalho em equipe.

III. A prática reflexiva diz respeito a uma vontade de aprender metodicamente com a experiência e de trans-formar sua prática a cada ano.

De acordo com Perrenoud, está correto o que se afirma em

(A) I, apenas.

(B) II, apenas.

(C) I e III, apenas.

(D) II e III, apenas.

(E) I, II e III.

02. Segundo Perrenoud, “[...] sob as aparências da continuidade, as práticas pedagógicas mudam lenta, mas profundamente. Ao longo das décadas, elas:

(A) exigem uma disciplina cada vez mais estrita, deixando pouca liberdade aos alunos”.

(B) vinculam-se mais à adaptação do aluno à sociedade, um pouco menos ao desenvolvimento da pessoa”.

(C) concebem progressivamente o ensino como uma sucessão de lições, desconsiderando a organização de situações de aprendizagem”.

(D) direcionam-se a um planejamento didático mais rí-gido, sem negociação com os alunos, e desconside-rando ocasiões e aportes imprevisíveis”.

(E) visam cada vez mais frequentemente a construir compe-tências, para além dos conhecimentos que mobilizam”.

03. Em A educação em novas perspectivas sociológicas, Go-mes retoma algumas ideias de um importante autor. Gomes menciona que, segundo esse autor, “[...] A educação pode ajudar o homem a ser sujeito. Não qualquer tipo de educa-ção, mas uma educação crítica e dirigida à tomada de deci-sões e à responsabilidade social e política. Uma educação baseada no diálogo e não no monólogo.”

Nesse trecho, Gomes está fazendo menção a

(A) Paulo Freire.

(B) Jean Piaget.

(C) Cipriano Luckesi.

(D) Henri Wallon.

(E) L. S. Vygotsky.

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08. Com relação ao projeto pedagógico-curricular, de acordo com o que afirmam Libâneo et alii, assinale a alternativa correta.

(A) O projeto é construído individualmente, ou seja, cada professor, voltando-se para sua especialidade, cons-trói o projeto de forma autônoma.

(B) Para garantir a autonomia da equipe, é preciso des-considerar o já instituído (currículos, conteúdos, mé-todos etc.).

(C) A característica instituinte do projeto significa que ele institui, estabelece, cria objetivos, procedimentos, instrumentos, modos de agir, formas de ação, estrutu-ras, hábitos, valores.

(D) Elaborado para evitar mudanças institucionais, do comportamento e das práticas dos professores ao lon-go do ano letivo, o projeto é um documento acabado, concluído e definitivo.

(E) A formulação do projeto pedagógico-curricular não é prática educativa, mas contribui no processo de aprendizagem efetiva dos alunos.

09. Segundo Libâneo et alii, o currículo real refere-se

(A) ao que é estabelecido pelos sistemas de ensino, ex-presso em diretrizes curriculares, nos objetivos e nos conteúdos das áreas ou disciplinas de estudo.

(B) àquilo que, de fato, acontece na sala de aula, em de-corrência de um projeto pedagógico e dos planos de ensino.

(C) àquelas influências que afetam a aprendizagem dos alunos e o trabalho dos professores e são provenientes da experiência cultural, dos valores etc.

(D) aos conteúdos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Educação e concretizados pela elaboração da Pro-posta Curricular do Estado de São Paulo.

(E) aos conceitos, às definições e às metodologias de-senvolvidos ou validados pelos diferentes órgãos de fomento científico.

06. Na ação docente, de acordo com Rios, construir a felicida-dania, entre outras coisas, é:

I. reconhecer o outro, o qual, para o professor, na relação docente, é o aluno. É preciso considerar o aluno na perspectiva da igualdade na diferença, que é o espaço da justiça e da solidariedade;

II. traçar e desenvolver um projeto individual de traba-lho. Um projeto de escola é a soma de projetos indivi-duais, os quais, em última análise, têm por finalidade a superação de dificuldades de aprendizagem;

III. lutar pela criação e pelo aperfeiçoamento de condições viabilizadoras do trabalho de boa qualidade. Essas condições encontram-se unicamente no docente, não dizem respeito à infraestrutura do local de trabalho.

Está correto o contido em

(A) I, apenas.

(B) II, apenas.

(C) I e III, apenas.

(D) II e III, apenas.

(E) I, II e III.

07. Considerando-se as sete categorias básicas de construção do conhecimento, na perspectiva dialética, analise as in-formações a seguir.

•   É o amplo e complexo processo de estabelecimento de relações entre o objeto de conhecimento e as representa-ções mentais prévias e as necessidades do sujeito.

•   É a exigência, no processo de conhecimento, da ativi-dade do aluno para ser sujeito do próprio conhecimento (agir para conhecer), e da articulação do objeto com a prática social mais ampla (objeto-realidade).

•   É a postura do professor no sentido de, ao invés de dar pronto, levar o aluno a pensar, a partir do questionamento de suas percepções, representações e práticas.

De acordo com Vasconcellos, as informações, correta e respectivamente, referem-se à

(A) Criticidade; à Historicidade; à Práxis.

(B) Significação; à Práxis; à Problematização.

(C) Historicidade; à Criticidade; à Significação.

(D) Problematização; à Práxis; à Significação.

(E) Significação; à Criticidade; à Continuidade-Ruptura.

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12. De acordo com o Parecer CEB n.º 15/1998, é correto afir-mar que a preparação básica para o trabalho, prevista no artigo 35 da LDB,

(A) destina-se exclusivamente àqueles que já estão no mercado de trabalho ou que nele ingressarão a curto prazo.

(B) será preparação para o exercício de profissões espe-cíficas ou para ocupação de postos de trabalho deter-minados.

(C) está vinculada a alguns componentes curriculares em particular, não a todos, pois o “trabalho” é obrigação de conteúdos determinados.

(D) destina-se aos alunos matriculados em escolas de ensino técnico profissional, portanto, direcionada a um grupo que já está ingressando no mercado de trabalho.

(E) destacará a relação da teoria com a prática e a com-preensão dos processos produtivos enquanto aplica-ções das ciências, em todos os conteúdos curriculares.

13. A Proposta Curricular do Estado de São Paulo aponta para a necessidade de se trabalhar com um currículo que pro-mova competências. De acordo com esse documento, esse currículo

(A) acarreta, necessariamente, a dissociação entre a atua-ção do professor, os conteúdos, as metodologias dis-ciplinares e a aprendizagem requerida do aluno.

(B) promove os conhecimentos próprios de cada discipli-na sem a necessidade de articulá-los às competências e às habilidades dos alunos.

(C) tem de levar em conta o fato de que as competências e as habilidades devem ser consideradas, exclusiva-mente, no que têm de específico com as disciplinas e tarefas escolares.

(D) parte da premissa de que a educação escolar é refe-renciada no ensino – o plano de trabalho da escola indica o que será ensinado ao aluno.

(E) tem o compromisso de articular as disciplinas e as atividades escolares com aquilo que se espera que os alunos aprendam ao longo dos anos.

10. Em relação às ações da escola no campo da avaliação edu-cacional, voltadas para a formação continuada no contexto de trabalho, analise as afirmações a seguir.

•   É uma função primordial do sistema de organização e de gestão dos sistemas escolares, podendo abranger tam-bém as escolas, individualmente.

•   Visa à produção de informações sobre os resultados da aprendizagem escolar em função do acompanhamento e da revisão das políticas educacionais, do sistema escolar e das escolas, com a intenção de formular indicadores de qualidade dos resultados do ensino.

•   Tem  por  objetivo  aferir  a  qualidade  de  ensino  e  da aprendizagem dos alunos; para isso, busca-se perceber a relação entre a qualidade da oferta dos serviços de en-sino e os resultados do rendimento escolar dos alunos.

De acordo com Libâneo et alii, essas informações, correta e respectivamente, referem-se à avaliação

(A) acadêmica; à avaliação institucional; à avaliação da escola.

(B) da escola; à avaliação diagnóstica; à avaliação científica.

(C) formativa; à avaliação institucional; à avaliação aca-dêmica.

(D) diagnóstica; à avaliação do sistema escolar; à avalia-ção institucional.

(E) institucional; à avaliação acadêmica; à avaliação da escola.

11. A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo lançou, em 2008, o Programa de Qualidade da Escola (PQE), com o objetivo de promover a melhoria da qualidade e a equidade do sistema de ensino na rede estadual paulista. De acordo com esse programa, Nota Técnica (2009), o IDESP (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo) é um indicador que avalia a qualidade da escola. Nesta ava-liação, considera-se que uma boa escola é aquela

(A) em que a maior parte dos alunos apreende as compe-tências e habilidades requeridas para a sua série, num período de tempo ideal – o ano letivo.

(B) que possui condições de infraestrutura suficientes para a efetivação do trabalho docente, inclusive com laboratórios de informática e de química.

(C) em que a gestão democrática efetiva-se mediante a participação real de alunos, pais e profissionais da educação, sobretudo na construção de um projeto político-pedagógico.

(D) que tem por referência o bem coletivo, cujos alunos voltam-se para demandas concretas da sociedade, por meio de projetos trans e interdisciplinares.

(E) em que se instala, na prática educativa, uma instância de comunicação construtiva, espaço para a palavra do professor e do aluno, para o exercício da argumenta-ção e da crítica.

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15. Com relação à aprendizagem do que ensinar e de como ensinar, Delors et alii afirmam que, para o professor,

(A) diferentemente do que ocorre com os membros das outras profissões, a sua formação inicial lhe basta para o resto da vida.

(B) a competência na disciplina ensinada é imprescindí-vel, mas a competência pedagógica, mesmo sendo desnecessária, deve ser cuidadosamente respeitada.

(C) sua formação deve inculcar-lhe uma concepção de pedagogia que se limite ao utilitário, caso contrário, ela perderá sua função educativa.

(D) sua formação deveria incluir um forte componente de formação para a pesquisa e deveriam estreitar-se as relações entre os institutos de formação pedagógica e a universidade.

(E) sua formação tem de ser uma formação à parte que o isole das outras profissões, pois é prejudicial à edu-cação que os professores exerçam outras profissões.

16. Em relação à frequência e à compensação de ausências, analise as afirmações a seguir.

I. As atividades de compensação de ausências serão pro-gramadas, orientadas e registradas pelo coordenador pedagógico, com a finalidade de sanar as dificuldades de aprendizagem provocadas por frequência irregular às aulas.

II. A compensação de ausências não exime a escola de adotar as medidas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, e nem a família e o próprio aluno de justificar suas faltas.

III. O controle de frequência será efetuado sobre o total de horas letivas, exigida a frequência mínima de 75% para promoção.

De acordo com o Parecer CEE n.º 67/1998, artigos 77 e 78, está correto o que se afirma em

(A) II, apenas.

(B) III, apenas.

(C) I e III, apenas.

(D) II e III, apenas.

(E) I, II e III.

14. Analise a figura a seguir, constante na obra Matrizes de Referência para a Avaliação: documento básico (2009), que apresenta uma síntese das competências cognitivas avaliadas no SARESP.

COMPETÊNCIAS

Grupo IIIEsquemas Operatórios

Grupo IIEsquemas

Procedimentais

Grupo IEsquemas

Presentativos

Compreender

Observar

Realizar

Com relação a esses grupos, analise as seguintes infor-mações.

Coluna a Coluna B

Grupo I

Grupo II

Grupo III

a) Competências para compreender: as com-petências relativas a esse grupo referem--se a operações mentais mais complexas, que envolvem pensamento proposicional ou com-binatório, graças ao qual o raciocínio pode ser agora hipotético-dedutivo.

b) Competências para observar: graças aos esquemas relativos a esse grupo, os alunos podem ler a prova, em sua dupla condição: registrar perceptivamente o que está propos-to nos textos, imagens, tabelas ou quadros e interpretar este registro como informação que torna possível assimilar a questão e decidir sobre a alternativa que julgam mais correta.

c) Competências para realizar: as habilidades relativas às competências desse grupo caracteri-zam-se pelas capacidades de o aluno realizar os procedimentos necessários às suas tomadas de decisão em relação às questões ou tarefas pro-postas na prova.

De acordo com a obra Matrizes de Referência para a Ava-liação: documento básico (2009), assinale a alternativa que apresenta a correta associação entre as colunas A e B.

(A) Grupo I – a; Grupo II – b; Grupo III – c.

(B) Grupo I – b; Grupo II – c; Grupo III – a.

(C) Grupo I – c; Grupo II – b; Grupo III – a.

(D) Grupo I – c; Grupo II – a; Grupo III – b.

(E) Grupo I – b; Grupo II – a; Grupo III – c.

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19. De acordo com a obra Gestão do Currículo na Escola: Caderno do Gestor, 2009, vol. 3, os conselhos de classe e série(A) caracterizam-se como o colegiado responsável na es-

cola pelo acompanhamento pedagógico do processo de ensino-aprendizagem e de avaliação.

(B) têm status próprio, mas não têm o poder decisório de in-terferir na Proposta Pedagógica da escola. Esse tipo de interferência é de uso exclusivo das instâncias superiores.

(C) são, obrigatoriamente, presididos pelo professor-coor-denador e integrados pelos professores e supervisores de ensino. Os alunos não têm direito assegurado de par-ticipação.

(D) têm por objetivo “julgar” os alunos com problemas de aprendizagem ou de disciplina, podendo, inclusive, re-provar um aluno como forma de punição por sua indis-ciplina.

(E) têm, no regime de progressão continuada – que pode ser considerado sinônimo de “promoção automática” –, a incumbência de organizar o processo de recuperação.

20. Em relação à Organização da Educação Nacional, analise as colunas a seguir.

Coluna a Coluna B

I. União

II. Estados

III. Municípios

a) Oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensi-no fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as ne-cessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvi-mento do ensino.

b) Baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação.

c) Assegurar o ensino fundamental e ofe-recer, com prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei.

No que diz respeito à incumbência da União, dos Estados e dos Municípios, estabeleça, de acordo com os artigos 9, 10 e 11 da Lei n.º 9.394/1996, a correta relação entre as colunas A e B.(A) I – b; II – a; III – c.(B) I – a; II – c; III – b.(C) I – b; II – c; III – a.(D) I – a; II – b; III – c.(E) I – c; II – b; III – a.

17. Rodrigo e Sérgio, dois adolescentes regularmente matri-culados no ensino fundamental, são educandos com ne-cessidades especiais. Rodrigo, em virtude de suas defici-ências, não pode atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental. Sérgio é superdotado, está sempre à frente de seus colegas de sala e resolve com extrema facilidade as situações de aprendizagem propostas.

De acordo com o artigo 59 da Lei n.o 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), o sistema de ensino, do qual faz parte a unidade escolar onde estudam esses dois educandos, deve assegurar a

(A) Rodrigo a terminalidade específica de seus estudos, já que ele não pode atingir o nível exigido para concluir o ensino fundamental.

(B) Rodrigo e Sérgio a aceleração de estudos para que concluam em menor tempo o programa escolar.

(C) Rodrigo estudos de recuperação, de preferência pa-ralelos ao período letivo, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seu regimento.

(D) Sérgio bolsa de estudos, a fim de que possa matri-cular-se em uma escola mais bem preparada para atendê-lo.

(E) Rodrigo e Sérgio a transferência para uma instituição privada especializada e com atuação exclusiva em educação especial.

18. Com relação ao regime de progressão continuada, analise as afirmações a seguir.

I. A avaliação contínua em processo é o eixo que sus-tenta a eficácia da progressão continuada nas escolas.

II. No regime de progressão continuada, a avaliação dei-xa de ser um procedimento decisório quanto à aprova-ção ou à reprovação do aluno.

III. Com a adoção do regime de progressão continuada, torna-se imprescindível procurar os culpados da não aprendizagem, sejam eles alunos, membros da família ou professores. Define-se, portanto, uma via de solu-ção que seja a via pessoal.

De acordo com a Indicação CEE n.º 8/1997, está correto o que se afirma em

(A) I, apenas.

(B) II, apenas.

(C) I e II, apenas.

(D) I e III, apenas.

(E) I, II e III.

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22. Do comentário do autor quanto à linguagem de falantes em geral, deduz-se que

(A) níveis de linguagem diversos tornam-se contraprodu-centes em falantes que dispõem das marcas da moda-lidade culta.

(B) o alçamento de “es” átonos e a queda dos “erres” de infinitivos denotam problemas de falantes quanto à articulação dos sons da língua.

(C) a fala e a escrita são modalidades distintas da língua, mas ocupam lugares hierarquizados e opostos na comu nidade de falantes.

(D) as diferenças entre fala e escrita são legítimas, con-siderando-se as práticas sociais de produção textual.

(E) falantes que operam em áreas mais intelectualizadas são detentores de uma comunicação mais eficiente.

23. A retextualização da frase de Chico Bento – “A gente num intendi muito das coisa da lei mais intendi das nossa neces-sidade”./ Nós não entendemos muito os aspectos legais, mas conhecemos as nossas necessidades. – permite concluir que o processo de retextualização da frase envolve

(A) eliminação de marcas interacionais e criação de pausas.

(B) inserção de vocabulário técnico e introdução de para-grafação.

(C) reestruturação morfossintática e novas opções léxicas.

(D) acréscimo de argumentos e condensação de ideias.

(E) eliminação de redundâncias e preservação da orali-dade.

24. O fato de que falantes cultos se utilizam também dos tra-ços da fala popular revela que

(A) a língua não é um sistema único e abstrato e se realiza como heterogeneidade e variação.

(B) os registros oralizados apresentam pertinência comu-nicativa se forem aplicados a contextos formais.

(C) a modalidade oral do sistema linguístico, embora com menos prestígio social, norteia a comunicação de falantes cultos.

(D) o domínio da modalidade-padrão se define pelos empréstimos tomados aos padrões da oralidade.

(E) o sistema linguístico é construído na dicotomia entre o padrão culto e o popular, com predomínio do pri-meiro sobre o segundo.

FORMAÇÃO ESPECÍFICA

Leia o texto para responder às questões de números 21 a 26.

A propósito da votação do novo Código Florestal, Maurício de Sousa pôs na boca da personagem Chico Bento um apelo: “A gente num intendi muito das coisa da lei mais intendi das nossa necessidade! I nóis percisa das mata, dos rio, dos pexe. E tá todo mundo achando que isso vai sê mexido pra pior!”

Não vou discutir a questão ambiental, mas a representa-ção dessa fala. Construções como das mata, dos rio, das coisa são traços sintáticos da fala popular. Mas não só Chico Bento fala assim, praticamente todos falamos assim. O alçamento de “es” átonos é comum, e a queda dos “erres” de infinitivos e das semivogais (pexe) é quase categórica – na fala. A tradição literária representou em itálico certas marcas de falas regionais (tá, dotô). Muitas marcas da fala de Chico Bento são comuns a todos, mesmo aos cultos.

Se o leitor duvida, ouça programas cultos (Roda Viva, Painel, Entre Aspas, e mesmo julgamentos do Supremo, com especial atenção para os apartes). Nos jornais das TVs, desco-brirá que, lendo, os apresentadores dizem vai ver, conhecer, se entregou, ajudou, pegou, a seguir, etc. Mas, falando entre si ou com repórteres, dizem chegô (chegou), pidi (pedir), é te (é ter), pras pessoas (para as pessoas), se te (se ter), pra que o (para que o). O que é normal.

(Sírio Possenti, O Estado de S. Paulo, 22.05.2012. Adaptado)

21. Se um professor de língua materna comentar a fala de Chico Bento com os alunos, deverá dizer-lhes que

(A) a personagem não dispõe de uma articulação linguís-tica correta, além de ser inadequada para expressar tema tão relevante.

(B) um discurso em que se observam tantas marcas con-trárias à norma culta é um obstáculo a uma comuni-cação eficiente.

(C) a linguagem popular da personagem apresenta estru-tura sintática que não comporta o desenvolvimento de ideias complexas.

(D) a correção da fala da personagem deve ser feita por-que não se pode nivelar por baixo o ensino da língua portuguesa.

(E) o critério de análise da fala de Chico Bento deve levar em conta o efeito de sentido pretendido pelo locutor.

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27. O poema de Oswald de Andrade, poeta do Modernismo, ilustra algumas das premissas presentes no Manifesto da poesia Pau-Brasil, a saber:

(A) a ênfase romântica ao mundo interior do eu-lírico e a denúncia social como um dos fundamentos da lite-ratura.

(B) a concepção de que a poesia está nos fatos e a utili-zação de uma linguagem desprovida de arcaísmos e erudição.

(C) a poesia como lugar privilegiado de experi men tações estéticas, a partir dos pressupostos científicos da arte.

(D) a valorização da prosa como o discurso que melhor representa a realidade e a negação de toda a influência do ideário artístico europeu.

(E) o cultivo da linguagem culta e a defesa do academi-cismo não só na poesia como em todas as manifesta-ções artísticas.

28. Rachel de Queiroz, no romance O Quinze, criou uma per-sonagem a que também chamou de Chico Bento. Numa aula de literatura, ao se comentar o diálogo entre a perso-nagem e os vaqueiros:

Encostando-se ao tronco, Chico Bento se dirigiu aos esfoladores:– De que morreu essa novilha, se não é da minha conta?– De mal-dos-chifres. Nós já achamos ela doente. E vamos aproveitar, mode não dar para os urubus.Chico Bento cuspiu longe, enojado:– E vosmecês têm coragem de comer isso? Me ripuna só de olhar.

é correto afirmar:

(A) a realidade do campo foi e continua sendo um dos temas preferidos dos escritores brasileiros como meio de representar as oligarquias rurais.

(B) a literatura realista e engajada da década de 30 produ-ziu obras de caráter regionalista que pudessem retra-tar os traços peculiares da realidade brasileira.

(C) os escritores preocupavam-se em criar cenários con-trastantes entre a crescente urbanização das cidades e o esvaziamento acelerado das zonas rurais.

(D) a tendência da prosa dos anos 30 e 40 consistia em apresentar personagens multifacetadas, submersas em conflitos e em angústias existenciais.

(E) cessados os arroubos nacionalistas dos anos 20, os escritores retomaram os modelos estéticos vigentes na tradição clássica.

25. Do confronto entre: A – I nóis percisa das mata, dos rio, dos pexe. – com B – E nós precisamos das matas, dos rios e dos peixes. –, conclui-se que

(A) o locutor em A explicita com mais clareza o conteúdo da mensagem.

(B) a estratégia do locutor em A compromete a eficácia comunicativa.

(C) as unidades linguísticas tanto em A como em B estão coerentemente estruturadas.

(D) as formas linguísticas em B são legitimadas social-mente, o que não ocorre em A.

(E) a mensagem em A não é decodificada porque as for-mas são agramaticais.

26. Ao relacionar a linguagem de Chico Bento com a do poema de Oswald de Andrade:

Vício na fala

Para dizerem milho dizem mioPara melhor dizem mióPara pior pióPara telha dizem teiaPara telhado dizem teiadoE vão fazendo telhados.

o professor deverá

(A) analisar a presença de elementos da fala popular no poema e concluir que eles não se prestam à estetici-dade do discurso poético.

(B) reconhecer que o texto literário autoriza a exploração das virtualidades do sistema linguístico, provenientes de fonte erudita ou popular.

(C) identificar nos dois textos as características estético--literárias das mensagens, para apontar a finalidade a que se destinam.

(D) descrever a linguagem dos dois textos, para concluir que o texto literário, construído com termos popula-res, perde a eficácia comunicativa.

(E) refletir sobre a importância dos registros da fala popu lar, mas informar que são produtivos apenas nos textos do universo digital.

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30. Os trechos, extraídos do caderno Sabático, publicado em O Estado de S. Paulo, de 01.09.2012, foram adaptados. Assinale o que é condizente com a norma culta.

(A) Ler as cartas trocadas entre Fernando Pessoa e sua namorada é como se tivéssemos um romance a mão, em que os dois protagonistas, combinam encontros, lamentam os desencontros, e manifesta, sem pudor, a saudade.

(B) A obra de Fernando Pessoa é tão diversificada e de tanta qualidade que poderia-se prescindir sua bio-grafia. Mas, por isso mesmo, que é quase inevitável conhecê-lo inteiramente.

(C) Ele, Fernando, tradutor discreto de correspondên-cia comercial, 32 anos; ela uma graciosa menina de 19 anos, com ousadia bastantes para se candidatarem à uma função fora de casa.

(D) Enquanto Pessoa foi vivo Ofélia foi fiel a memó-ria desse namoro juvenil, a tal ponto que, em 1929, a nostalgia reúne-lhes, uma vez mais, mas já sem a chama de dez anos antes.

(E) A correspondência entre Fernando Pessoa e a única namorada que se lhe conhece é surpreendente, mesmo para quem julga saber tudo sobre o autor mais múltiplo que a Lusofonia conheceu.

Considere o trecho para responder às questões de números 29 e 30.

Quanto ao papel da norma culta da língua, o gramático Evanildo Bechara assim se expressa: “Não resta dúvida de que ela é um componente determinante de ascensão social. Qual-quer pessoa dotada de mínima inteligência sabe que precisa aprender a norma culta para almejar melhores oportunidades. Privar cidadãos disso é o mesmo que lhes negar a chance de progredir na vida.” (Veja. 01.06.2011)

29. Quanto ao trecho de Evanildo Bechara, é correto afirmar que

(A) o sistema linguístico concretiza-se mediante um amplo leque de variações geográficas, sociais e his-tóricas e há contextos em que as condições de pro-dução e recepção demandam o uso do padrão culto da língua.

(B) uma língua é um organismo vivo, dinâmico, sujeito a alterações decorrentes dos usos praticados por falantes cultos e escolarizados, em todos os componentes do sis-tema linguístico: fonética, léxico, morfologia e sintaxe.

(C) a norma culta é um instrumento regulador da comu-nicação, instituidor de regras consensuais, capaz de moldar todas as variações possíveis previstas no sis-tema linguístico.

(D) a comparação entre os diversos níveis de linguagem permite concluir que as modalidades formais de expressão sobrepõem-se às demais, já que obras lite-rárias são criadas, de acordo com suas regras.

(E) a identificação das marcas de variação linguística pressupõe a definição do que se deve ou não falar na comunidade de falantes, tomando como parâmetro o que a escola determina como norma.

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Para responder às questões de números 32 a 35, leia os textos I, II e III.

TexTo IO escritor não é apenas o indivíduo capaz de exprimir a

sua originalidade (que o delimita e especifica entre todos), mas alguém desempenhando um papel social e assumindo posição em face dos problemas. Disso resulta uma literatura empenha-da, em que o autor tem convicções éticas, políticas, religiosas, ou parte de certa visão da realidade e a manifesta com tonali-dade crítica. (Antonio Candido. Adaptado)

TexTo IIPoderíamos dizer que a literatura é um discurso não prag-

mático, ao contrário dos manuais de biologia e recados dei-xados para o leiteiro; ela não tem nenhuma finalidade prática e imediata, referindo-se apenas a um estado geral de coisas. (Terry Eagleton)

TexTo IIIA especificidade da linguagem literária, aquilo que a dis-

tingue de outras formas de discurso, é o fato de ela “deformar” a linguagem comum de várias maneiras por meio dos artifícios literários, que incluem som, imagens, ritmo, sintaxe, métrica, rima, técnicas narrativas. (Terry Eagleton)

32. Os versos de Gregório de Matos

Que falta nesta cidade? ........................ Verdade.Que mais por sua desonra? .................. Honra.Falta mais que se lhe ponha? ................. Vergonha.

O demo a viver se exponha,Por mais que a fama a exalta,Numa cidade onde faltaVerdade, honra, vergonha.

são condizentes com o texto I porque revelam

(A) o poeta como um interventor social, com afinado espírito crítico.

(B) o emprego de vocabulário erudito, adequado a uma crítica social.

(C) a explosão emocional do poeta, tomado por angústia existencial.

(D) a intenção do poeta em investir-se das funções de um moralizador.

(E) a atitude de quem pretende expor os desajustes inte-riores.

Para responder à questão de número 31, leia o trecho de Graci-liano Ramos e observe o quadro de Portinari, em que o artista retrata trabalhadores em uma lavoura de café.

Olhou a caatinga:que o poente avermelhara. Se a seca che-gasse, não ficaria planta verde.(...) Coçou o queixo cabe-ludo, parou: reacendeu o cigarro. Não, provavelmente não seria homem: seria aquilo mesmo a vida inteira, cabra governado pelos brancos, quase uma rês na fazenda alheia. (...) Tudo seco ao redor. E o patrão era seco também, arre-liado, exigente.

31. A afirmação coerente com o quadro e com o texto é:

(A) O Modernismo definiu-se por um nacionalismo exa-cerbado, contra o europeísmo parnasiano e, a favor de um estereótipo romântico, em prol de um pretexto de brasilidade.

(B) Identificados com as vanguardas, os modernistas aderiram ao instante efêmero das novidades e desco-bertas e mergulharam na insatisfação geral do mundo que as ciências descortinaram em meados do século XIX.

(C) Com as frases: – “Nenhuma fórmula para a contempo-rânea expressão do mundo”./ “Ver com olhos livres.”/ “Abaixo os preconceitos artísticos.”– os artistas procu-raram ser fiéis a um ideário anarquista na concepção da arte.

(D) Os antecedentes culturais que prepararam a eclosão do Modernismo, a partir de 1922, nas artes brasileiras, explicam as características ambivalentes desse período: evasivo, indeterminado e infinitamente vário.

(E) O registro documental das características sociais, geográficas e históricas do interior brasileiro, na segunda fase do Modernismo, é aprofundado não só pela literatura, mas também pelas artes plásticas, e demonstra o engajamento dos artistas com ideologias revolucionárias.

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33. O poema concreto de José Lino Grünewald

FormaReformaDisforma

TransformaConformaInforma

Forma

(A) explora a materialidade do significante linguístico, recorrendo aos artifícios mencionados no texto III.

(B) apela a signos não verbais, incompatíveis com o uni-verso poético, o que gera inconsistência de conteúdo.

(C) atende às intenções do autor de expressar sua indi-vidualidade, por meio de vocabulário reduzido, de acordo com o texto I.

(D) inviabiliza-se como texto literário, por aproximar-se das mensagens utilitaristas, mencionadas no texto II.

(E) compõem-se dos elementos básicos da linguagem cotidiana, daí o alto teor estético dos versos.

34. Do confronto entre os textos I, II e III com o trecho de Eça de Queirós:

Então, passeando excitado pelo quarto, levava as suas acusações mais longe, contra o celibato e a Igreja; por que proibia ela aos seus sacerdotes, homens vivendo entre homens, a satisfação mais natural, que até têm os animais? Quem imagina que desde que um velho bispo diz – serás casto – a um homem novo e forte, o seu sangue vai subi-tamente esfriar-se?

pode-se afirmar que este

(A) enfatiza as idiossincrasias do autor, responsáveis pela originalidade de seu estilo.

(B) utiliza recursos literários, como sintaxe rebuscada, incompatíveis com a temática.

(C) apresenta a intenção do narrador em ressaltar os pri-vilégios das elites.

(D) expressa tom de denúncia sobre a realidade represen-tada literariamente.

(E) emprega técnica narrativa inusitada para tratar de conteúdo distante do mundo real.

35. É possível aproximar o texto III dos versos de Olavo Bilac

Torce, aprimora, alteia, limaA frase; e, enfim,

No verso de ouro, engasta a rima,Como um rubim.

porque neles se observa(A) apelo ao leitor para comprovar o teor científico-peda-

gógico da mensagem poética.(B) exercício estético, de caráter pragmático, que revela o

engajamento social do poeta.(C) construção fática com os artifícios literários que se

conformam à linguagem comum.(D) princípio de equivalência do discurso poético com as

demais formas de discursos.(E) emprego de metalinguagem, com a valorização da

materialidade linguística.

“Uma

partida de futebol não pode sustar o cursoda hist

ória

”.

Olavo Bilac

36. Ao apresentar aos alunos a caricatura de Olavo Bilac, espera-se que o professor afirme:

I. A caricatura é uma realização verbo-visual, sujeita a regras convencionais de produção e de recepção de texto, cumprindo funções em situações comunicativas.

II. A seleção lexical, a organização sintática e a configu-ração semântica, em um texto não verbal, tornam-se inconsistentes, o que limita o domínio discursivo da caricatura.

III. A construção de um gênero textual, seja verbal ou não, é definida por conteúdos, propriedades formais e fun-cionais, além de contextos sociocomunicativos.

Está correto apenas o contido em(A) I.(B) II.(C) III.(D) I e III.(E) I e II.

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38. O trabalho com a crônica, em sala de aula, é produtivo, pois, trata-se de um gênero literário que

(A) reúne estratégias e técnicas de criação estética e lin-guística, suscetíveis de representar o imaginário cole-tivo da cultura.

(B) registra as ocorrências do cotidiano com o distancia-mento do narrador, o que explica a objetividade com que são narradas.

(C) obedece a princípios de ordem filosófica e científica que determinam o modo como o cronista deve captar o real.

(D) possibilita ao leitor um conhecimento lógico e racio-nal, que não contempla a sensibilidade e a imaginação.

(E) aciona fatos reais, por isso a crônica não se torna ficcional, o que a inviabiliza como instrumento de aprendizagem.

39. No trecho de Nelson Rodrigues, há traços estilísticos pró-prios de uma crônica, como:

(A) criação de núcleos temáticos, com extenso desdobra-mento espacial e temporal.

(B) enfoque intimista da realidade e intenção do narrador em atingir espaços surreais.

(C) estruturação fragmentada do enredo e emprego cien-tífico da linguagem.

(D) registro do circunstancial e diálogo entre narrador e interlocutores virtuais.

(E) apelo à capacidade reflexiva do leitor para críticar os costumes de uma época.

40. Analisando-se, no contexto, quanto à coesão textual, as duas ocorrências do pronome isso em –

Mas falei em festa do futebol, realmente, foi muito mais do que isso. Era uma festa nacional, a festa do povo, a festa do homem.

O que aconteceu no dia do milésimo gol do Pelé foi isso: o Estádio Mário Filho voou pelos ares. –

conclui-se que o pronome isso indica, respectivamente, emprego de

(A) dêiticos e de palavras sinônimas.

(B) reativação anafórica e catafórica de referentes textuais.

(C) repetição de palavra e uso de termo ambíguo.

(D) palavra neutra e de apagamento do sujeito.

(E) reiteração de termos e riqueza lexical.

37. Ao se dar continuidade à frase da caricatura, – Uma partida de futebol não pode sustar o curso da história. A questão é que, aqui, esse esporte contamina de tal forma a vida das pessoas, principalmente dos homens, que eles interrompem suas próprias histórias para, em conjunto, construir uma outra, a que rejubila o coração brasileiro. –, conclui-se que no trecho se formou uma sequência de tipo

(A) injuntivo, pois, os enunciados incitam a uma ação.

(B) narrativo, já que há conflito de ação dramática.

(C) argumentativo, pela apresentação de ideias consis-tentes.

(D) descritivo, em que há caracterização estática de seres e objetos.

(E) expositivo, pelas referências temporais e espaciais.

Para responder às questões de números 38 a 44, leia trecho da crônica de Nelson Rodrigues, extraída de À sombra das chuteiras importais.

Milhões deveriam estar presentes no Estádio Mário Filho para ver o milésimo gol de Pelé, uma linda festa do futebol brasileiro. (...) Não sei se sabem que o sublime crioulo fascina a mulher bonita. As mais lindas garotas estavam lá. Mas falei em festa do futebol, realmente, foi muito mais do que isso. Era uma festa nacional, a festa do povo, a festa do homem.

Na fila dos elevadores, o meu primeiro olhar descobriu a grã-fina das narinas de cadáver. Vocês entendem? Ela conti-nua não sabendo quem é a bola. Mas o que a magnetizava era Pelé como homem, mito e herói. Bem sabemos que futebol é um esforço coletivo. São os times que ganham, perdem ou empatam. Mas no caso de Pelé, foi um só. Só ele marcou os mil gols. Nunca se viu nada parecido no mundo. É uma glória maravilhosamente individual, maravilhosamente solitária (...)

Ao que íamos assistir já era História e já era lenda. Ima-ginem alguém que fosse testemunha de Waterloo, ou da mor-te de César, ou sei lá. No ex-Maracanã, fez-se um silêncio ensurdecedor que toda cidade ouviu. No instante do chute, a coxa de Pelé tornou-se plástica, elástica, vital, como a anca de cavalo. Quando Pelé estourou as redes, o Estádio Mário Filho voou pelos ares. Desde Pero Vaz de Caminha, nenhum brasi-leiro recebera apoteose tamanha. De repente, como patrícios do guerreiro, cada um de nós sentiu-se um pouco coautor. Pelé voou, arremessou-se dentro do gol. Agarrou e beijou a bola. E chorava, o divino crioulo. Naquele momento éramos todos brasileiros como nunca, apaixonadamente brasileiros. (Adaptado)

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43. Nas frases – Ela continua não sabendo quem é a bola./ Naquele momento éramos todos brasileiros como nunca, apaixonadamente brasileiros. – pode(m)-se depreender(A) exploração da figuratividade da linguagem tanto na

primeira como na segunda frase.(B) enunciado argumentativo que atesta opinião do nar-

rador quanto às mulheres em geral (Ela continua não sabendo quem é a bola) e emprego de ironia em “apaixonadamente brasileiros”.

(C) informações implícitas: Ela antes já não sabia quem era a bola./ Naquele momento e não em todos os momentos éramos brasileiros como nunca antes.

(D) recursos linguísticos, tais como reiterações e repeti-ções para garantir a coesão textual das frases.

(E) seleção lexical variada com palavras extraídas do nível coloquial e do erudito para a caracterização dos sujeitos.

44. Na crônica Letras louvando Pelé, Carlos Drummond de Andrade escreve: “Pelé, pelota, peleja. Bola, bolão, bala-ço. Pelé sai dando balõezinhos. Vai, vira, voa, vara, quem viu, quem previu? GGGGoooolll. (...) O gol de letra, de lustre, de louro. O gol de placa, implacável. O gol sem fim, nascendo natural, do nada, do nunca; se fazendo fácil na trama difícil, flóreo, feliz. Fábula.” (Adaptado)

O fato de Nelson Rodrigues e de Carlos Drummond de Andrade conceberem crônicas sobre a figura de Pelé, caracterizando-o como “mito”, “herói”, “fábula”, permite concluir que(A) o fenômeno literário se efetiva na inter-relação autor/

leitor/sociedade e assume, por conta da objetividade inerente a essa relação, uma abertura limitada para o real, ou seja, nem todos os objetos do mundo concreto se prestam ao fazer literário.

(B) a construção do discurso literário, muitas vezes, pren-de-se a simples representação de fatos ou situações particulares, isto é, o escritor reproduz e fotografa o real sem intermediações e transforma em literário somente o que possui visibilidade.

(C) a cultura, a língua e a literatura estão estreitamente vinculadas e, por vezes, o trabalho do escritor com os signos verbais torna-se tão estetizado que o dis-curso literário pode atingir as dimensões arquetípicas da sociedade.

(D) a natureza das informações que são transmitidas pelo texto literário pressupõe que o escritor assuma um compromisso com a realidade, sem recriá-la fantasio-samente, razão pela qual a literatura deve prender-se ao discurso comum.

(E) a literatura como imitação das essencialidades da vida concebe-se num dinamismo em que a matéria ficcional se constrói mediante os dados que a ciência, a sociedade e, até a religião, estipulam como objetos de criação literária.

41. De acordo com Koch (2008), – “a remissão de termos no texto pode ser feita, entre outros modos, por intermédio de recursos de natureza lexical, como sinônimos, hiperôni-mos, nomes genéricos, descrições definidas” –, afirmação exemplificada pelas expressões em destaque em:

(A) Na fila dos elevadores, o meu primeiro olhar desco-briu a grã-fina das narinas de cadáver. Vocês enten-dem?

(B) Milhões deveriam estar presentes no Estádio Mário Filho para ver o milésimo gol de Pelé, uma linda festa do futebol brasileiro.

(C) Quando Pelé estourou as redes, o Estádio Mário Filho voou pelos ares. Desde Pero Vaz de Caminha, nenhum brasileiro recebera apoteose tamanha.

(D) Ao que íamos assistir já era História e já era lenda. Imaginem alguém que fosse testemunha de Waterloo, ou da morte de César, ou sei lá.

(E) Milhões deveriam estar presentes no Estádio Mário Filho para ver o milésimo gol de Pelé, uma linda festa do futebol brasileiro. (...) Não sei se sabem que o sublime crioulo fascina a mulher bonita.

42. Atente para as afirmações sobre a versão parafraseada em modalidade oral do trecho em destaque na crônica:

Então, acho que ... desde Pero Vaz de Caminha, não teve brasileiro que recebeu uma baita homenagem desse jei-to... Sabe, num instantinho, a gente, né, se sentiu dono da bola...

I. Observa-se na linguagem oral descontinuidade fre-quente do fluxo discursivo, o que indica que o discurso está sempre se processando, se replanejando, em fun-ção de fatores cognitivos-interacionais.

II. A presença de frases curtas, na modalidade oral, mostra que essa característica é exclusiva dessa moda-lidade e não se aplica ao padrão escrito.

III. Ocorrências de ordem pragmática levam o locutor, ao perceber que formulou a fala de forma inadequada, a suspender o fluxo da informação para corrigi-la.

Está correto o que se afirma apenas em

(A) I.

(B) II.

(C) III.

(D) I e II.

(E) I e III.

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Para responder às questões de números 47 e 48, considere a foto de livro em quadrinhos da literatura brasileira, Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antonio de Almeida.

47. Ao apresentar o livro aos alunos, o professor

(A) minimiza a potencialidade do texto literário em favor dos benefícios pragmáticos proporcionados pelo texto visual.

(B) compara o texto em quadrinhos com o literário e atri-bui ao primeiro maior eficácia como ferramenta de trabalho.

(C) constrói diálogo com objetos culturais em diferentes linguagens, o que indica reflexão e inventividade do ato pedagógico.

(D) utiliza-se das facilidades da linguagem visual, como técnica didática, mas enfatiza o predomínio da lin-guagem literária sobre as demais.

(E) reconhece que a mensagem visual é mais apropriada para alunos com baixa experiência na fruição dos objetos estéticos da cultura.

48. Considerando-se as informações de Ângela Kleiman em Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura, a transforma-ção do texto literário em quadrinhos permite concluir que

(A) a atividade do leitor com a literatura em quadrinhos pode comprometer a compreensão do texto literário.

(B) o texto não verbal, por não dispor da complexidade sintática dos textos verbais, compromete a compreen-são do leitor.

(C) as características icônicas do texto em quadrinhos neutralizam o conhecimento prévio do leitor.

(D) as estratégias cognitivas demandadas pelo texto em quadrinhos não expandem a história de leitura do leitor.

(E) a exposição do leitor a todo tipo de texto amplia seu repertório e seu potencial de compreensão.

45. Observando-se a linguagem utilizada por Drummond no trecho da crônica, pode-se afirmar que nele

(A) a voz do narrador se dilui na mistura de outras vozes nos interstícios da narração.

(B) a ênfase ao significante linguístico resulta em artifí-cios sonoros e rítmicos da linguagem.

(C) a monossignificação dos signos contribui para a cla-reza e compreensão da mensagem.

(D) a combinação entre os elementos fônicos e sintáticos dificulta a interpretação do leitor.

(E) o cronista valeu-se da fala cotidiana, desvinculando-a de um viés estético.

46. Ao retomar o poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, o poeta José Paulo Paes escreve Canção de Exílio Facilitada:

lá?ah!

sabiá...papá...maná...sofá...sinhá ...

cá?bah!

É correto afirmar que o poema de José Paulo Paes mostra

(A) elaboração de intertextualidade de semelhanças, com o intuito de garantir a comunicabilidade da mensa-gem poética.

(B) incorporação de intertexto em que o discurso é reto-mado, sem desvio de sentido, atestando uma constru-ção de base parafrásica.

(C) estilização redutora da linguagem poética, tendo em vista a economia de signos nas mensagens contem-porâneas.

(D) mecanismo intertextual implícito, em que o sentido parodístico depende de o interlocutor recuperar a fonte de onde ele se originou.

(E) estratégia de diálogo intertextual em que se procura retomar as marcas e a intenção do enunciador do texto-fonte.

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50.

EU ADORO AS SUASRESPOSTAS, SENHOR.

SIM, PROFESSORA, É UMA PALAVRAAMBÍGUA, NÃO É?

O COPO ESTÁMEIO CHEIOOUMEIO VAZIO? SÃO SEIS OU SÃO

MEIA-DÚZIA? ISSO É MESMONECESSÁRIO PARAOBEM COMUM?

Esta

do 2

3/1

2/1

1

Analisando-se a linguagem do segundo quadrinho da tirinha, conclui-se que não há ambiguidade nas expressões “meio cheio” e “meio vazio” e em “seis” e “meia dúzia”, mas há frase ambígua em:

(A) Não se leva a arte ao povo com candidatos que rendo tirar proveito dos eventos artísticos em benefício próprio.

(B) A obra restaurada de Portinari, que o artista não pôde inaugurar na ONU, é exibida em São Paulo.

(C) Portinari não dá ao tema “Guerra” um tratamento realista, tal como fizeram os muralistas mexicanos, mas inspira-se nos cavaleiros do Apocalipse.

(D) A colocação dos painéis na ONU foi pensada de forma estratégica: ao entrar, depara-se com a obra Guerra; ao sair, com a obra Paz.

(E) Merece ser relembrada a frase de Portinari: “pintura que se desvincula do povo não é arte.”

49. Segundo Nilce Sant’Anna Martins (2008), “os estran-geirismos existem por força do relacionamento entre os povos e podem ser empregados, quando a palavra estran-geira parece ser mais motivada que a vernácula.” Moder-namente, no mundo globalizado, os estrangeirismos se interpenetram com rapidez e velocidade. Entre nós, eles são muito comuns, por exemplo, em nomes de edifício (New Collection), nas publicações eletrônicas (E-book), na gastronomia (espaço gourmet) nos hábitos (happy hour, after five). Sobre o emprego dos estrangeirismos, é correto afirmar que

(A) comprometem o léxico da língua, mesmo quando eles se tornam verbetes de dicionários e são absorvidos pelos falantes em vários contextos.

(B) compõem o vocabulário de qualquer idioma, mas as palavras da língua materna expressam com mais eficácia e propriedade os sentimentos genuínos do falante.

(C) indicam exibicionismo cultural da parte do falante, pois a língua, sendo um instrumento de ascensão social, confere-lhe poder entre seus interlocutores.

(D) devem ser assimilados, criteriosamente, pois eles corrompem a pureza e a índole da língua materna, expressão da identidade de um povo.

(E) incrementam o intercâmbio linguístico, mas seu uso é válido, se a língua materna não dispuser de termo próprio para expressar as ideias.

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52. A leitura comparativa dos textos permite concluir que eles pertencem

(A) a diferentes gêneros, circulam na mesma esfera so-cial de comunicação, sendo o segundo uma paródia do primeiro.

(B) a diferentes gêneros, circulam na mesma esfera so-cial de comunicação, sendo o primeiro uma paródia do segundo.

(C) a diferentes gêneros, circulam em diferentes esferas sociais de comunicação, sendo o segundo uma paró-dia do primeiro.

(D) ao mesmo gênero, circulam em diferentes esferas sociais de comunicação, sendo o segundo uma pa-ródia do primeiro.

(E) ao mesmo gênero, circulam na mesma esfera social de comunicação, sendo o primeiro uma paródia do segundo.

53. Levando em conta os meios em que circulam os Textos I e II e as condições de produção do discurso, é correto afirmar que

(A) ambos revelam o emprego de registro de linguagem semelhante, ainda que determinados por diferentes contextos históricos, sociais e espaciais.

(B) o primeiro contém determinações históricas, sociais e espaciais que são retomadas no segundo por meio da referência objetiva e isenta de ideologia.

(C) ambos revelam o mesmo registro de linguagem, uma vez que são determinados pelo mesmo contexto histórico, social e espacial.

(D) o segundo contém nível de linguagem bastante com-plexo, quando comparado ao primeiro, o que é deter-minado pelo contexto histórico, social e espacial em que se insere.

(E) ambos revelam diferentes registros de linguagem, apesar de serem determinados pelo mesmo contexto histórico, social e espacial.

54. O Texto I expressa a poesia

(A) barroca, expondo as contradições do ser humano decorrentes da dualidade vida e morte.

(B) árcade, expondo a busca do homem por se livrar de valores existenciais não éticos.

(C) romântica, expondo o sentimentalismo do ser humano frente a uma situação adversa.

(D) parnasiana, expondo a contenção do sentimento e o privilégio aos aspectos formais da Arte.

(E) pós-moderna, expondo uma situação cotidiana como objeto de reflexão e arte para o homem.

Leia os textos para responder às questões de números 51 a 55.

Texto I

Poeminha do Contra

Todos esses que aí estãoAtravancando meu caminho,Eles passarão...Eu passarinho!

(Mário Quintana, Prosa e Verso, 1978)

Texto II

WILLIAN BURRO

& BAUDELERDO

O POVO NÃO PRECISADE COMIDA! PRECISADE POESIA !

ELES PASSARÃO.

EU FRANGO À

PASSARINHO !

POESIA PRAQUEM TEM

FOME ! !

iturrusgarai.com.br 4507

(http://adao.blog.uol.com.br, 09.08.2012)

51. No Texto I, o eu-lírico reconhece,

(A) com alegria, que sua condição inferior há de mudar assim como a daqueles que atravancam seu caminho.

(B) com desdém, que poderia estar em melhor condição, não fossem aqueles que atravancam seu caminho.

(C) com sarcasmo, que sua condição inferior é fruto da ação daqueles que atravancam seu caminho.

(D) com bom humor, que está em condição confortável em relação àqueles que atravancam seu caminho.

(E) com ironia, que sua condição é superior à de muitos, salvo em relação àqueles que atravancam seu caminho.

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57. Nas aulas de literatura, ao trabalhar com as ideias subja-centes ao ideal do Arcadismo, um professor discutiu ca-racterísticas do mundo atual que se harmonizam com esse ideal. No cotidiano do homem moderno, uma atitude que mantém esse vínculo é a(A) pavimentação de ruas e estradas para facilitar o fluxo

de veículos.(B) construção de shoppings centers em diversos bairros

das cidades.(C) venda de produtos de várias naturezas pelo comércio

eletrônico.(D) redução do Imposto sobre Produtos Industrializados

(IPI).(E) preocupação com a qualidade de vida e com o meio

ambiente.

Leia os sonetos a seguir para responder às questões de núme-ros 58 a 60.

Soneto 1: Grato silêncio, trêmulo arvoredo, / Sombra pro-pícia aos crimes e aos amores, / Hoje serei feliz! — Longe, te-mores, / Longe, fantasmas, ilusões do medo. / Sabei, amigos Zéfiros, que cedo / Entre os braços de Nise, entre estas flores, / Furtivas glórias, tácitos favores, / Hei-de enfim possuir: porém segredo! / Nas asas frouxos ais, brandos queixumes / Não leveis, não façais isto patente, / Que nem quero que o saiba o pai dos numes: / Cale-se o caso a Jove onipotente, / Porque, se ele o souber, terá ciúmes, / Vibrará contra mim seu raio ardente.

Soneto 2: A vós correndo vou, braços sagrados, / Nessa cruz sacrossanta descobertos, / Que, para receber-me, estais abertos, / E, por não castigar-me, estais cravados. / A vós, di-vinos olhos, eclipsados / De tanto sangue e lágrimas cobertos, / Pois, para perdoar-me, estais despertos, / E, por não condenar--me, estais fechados. / A vós, pregados pés, por não deixar-me, / A vós, sangue vertido, para ungir-me, / A vós, cabeça baixa, para chamar-me. / A vós, lado patente, quero unir-me, / A vós, cravos preciosos, quero atar-me, / Para ficar unido, atado e firme.

Soneto 3: Busque Amor novas artes, novo engenho / Para matar-me, e novas esquivanças, / Que não pode tirar-me as es-peranças, / Que mal me tirará o que eu não tenho. / Olhai de que esperanças me mantenho! / Vede que perigosas seguranças! / Que não temo contrastes nem mudanças, / Andando em bravo mar, perdido o lenho. / Mas, enquanto não pode haver desgosto / Onde esperança falta, lá me esconde / Amor um mal, que mata e não se vê, / Que dias há que na alma me tem posto / Um não sei quê, que nasce não sei onde, / Vem não sei como e dói não sei porquê.

58. As características árcades apresentadas no texto de Massaud Moisés estão presentes apenas(A) no soneto 1.(B) no soneto 2.(C) no soneto 3.(D) nos sonetos 1 e 2.(E) nos sonetos 2 e 3.

55. Ao se proceder à leitura comparativa dos textos em sala de aula, visando ao confronto dos sentidos em função dos gê-neros textuais a que pertencem e das condições históricas e sociais da produção do discurso, está se privilegiando o trabalho com a(A) variação linguística.(B) intertextualidade.(C) tipologia textual.(D) transdisciplinaridade.(E) coesão textual.

Leia o texto para responder às questões de números 56 a 58.

... destruindo a “hidra do mau gosto”, que se havia ins-talado na poesia barroca, procuram realizar obra semelhante à dos clássicos antigos. Daí a imitação dos modelos greco--latinos ser a primeira característica a considerar na configu-ração da estética arcádica. O mais vem por desenvolvimento dessa ideia-matriz: elogio da vida simples, sobretudo em face da Natureza, no culto permanente das virtudes morais; fuga da cidade para o campo (fugere urbem), pois a primeira é consi-derada foco de mal-estar e corrupção; desprezo do luxo, das riquezas e das ambições que enfraquecem o homem; elogio da vida serena, plácida, pela superação estoica dos apetites me-nores; elogio da velhice como exemplo desse ideal tranquilo da existência, da aurea mediocritas; elogio da espontaneidade primitiva, pré-civilizada; por outro lado, o gozo pleno da vida, minuto a minuto, na contemplação da beleza e da Natureza, pressupõe epicurismo, que equilibra as tendências estoicas do movimento; por fim, a incidental presença da Virgem Maria se explica por sua condição de neoclássicos católicos.

(Massaud Moisés, A literatura portuguesa, 2009, p. 97)

56. Tendo por referência as características da literatura árcade apresentadas por Massaud Moisés, conclui-se que os auto-res dessa escola seguem(A) os modelos antigos, defendendo a revisão dos gêneros

e do uso da rima, o emprego do metro popular, a sim-plicidade do poema e a substituição da mitologia pelo maravilhoso cristão.

(B) as novas tendências, defendendo a unificação dos gê-neros, o uso de rimas, o emprego de metrificação rigo-rosa, o requinte do poema e a abolição da mitologia.

(C) os modelos antigos, defendendo a separação de gêne-ros, a abolição da rima, o emprego de metros simples, o despojamento do poema e a importância da mitologia.

(D) as novas tendências, defendendo a revisão dos gêne-ros e do uso da rima, rigor formal no uso do metro e na construção do poema e a inclusão do maravilhoso cristão.

(E) os modelos antigos alternando-se com os novos, defen-dendo a unificação dos gêneros, a alternância no uso da rima e do metro, o poema sublime e a abolição da mitologia.

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61. Tendo como referência a proposta de Schneuwly & Dolz (2004, p. 51) de agrupamento dos gêneros, o texto lido insere-se no domínio do(A) narrar, centrado na mimese da ação através da criação

da intriga no domínio do verossímil.(B) relatar, centrado na representação pelo discurso de

experiências vividas, situadas no tempo.(C) argumentar, centrado na sustentação, refutação e

negociação de tomadas de posição.(D) expor, centrado na apresentação textual de diferentes

formas dos saberes.(E) descrever ações, centrado na regulação mútua de

comportamentos tratados no domínio do verossímil.

62. Analise as afirmações, tendo como base a oração que inicia o texto: “Chegamos”.

I. A sintaxe da oração mostra que os complementos do verbo estão ocultos.

II. Levando em conta os aspectos comunicacionais, enten-de-se que a desinência número-pessoal do verbo apon-ta, dentre outros elementos, ao narrador e ao guia.

III. As condições de produção do discurso permitem inferir que o enunciado explicita que a caminhada do grupo foi momentaneamente pausada.

Está correto apenas o contido em(A) I.(B) II.(C) III.(D) I e II.(E) II e III.

63. Se o último parágrafo do texto começasse com “O dia começou a clarear...”, o termo em destaque que compro-meteria a coesão textual seria:(A) Em minutos, eram uns 40.(B) ... o som era ensurdecedor, o meu coração batia forte.(C) Anos viajando pelo mundo em busca de animais não

me haviam preparado...(D) ... não me haviam preparado para este momento.(E) E, atrás de nós, o guia Julio estampava um sorriso

orgulhoso.

64. No contexto de comunicação apresentado, a frase – “Pode deixar as malas aqui, pegue somente sua câmera sem flash, por favor”... – deve ser entendida como(A) uma solicitação.(B) uma divagação.(C) um apelo.(D) uma advertência.(E) uma brincadeira.

59. No soneto 1, o verso – Porque, se ele o souber, terá ciúmes, – a perspectiva verbal está em tempo futuro. Se essa pers-pectiva fosse de tempo passado, ele assumiria a seguinte redação, em conformidade com a norma-padrão:(A) Porque, se ele o sabia, tivera ciúmes.(B) Porque, se ele o soubesse, teria ciúmes.(C) Porque, se ele o sabe, tem ciúmes.(D) Porque, se ele o soubera, tivesse ciúmes.(E) Porque, se ele o tinha sabido, vai ter ciúmes.

60. Os sonetos, tomados como objeto de ensino, foram inse-ridos em uma aula de leitura literária. Dentre os comen-tários dos alunos, a assertiva correta é:(A) Trata-se de textos de natureza lírico-amorosa.(B) Trata-se de textos em que o eu-lírico em 1.ª pessoa está 

ausente.(C) Trata-se de textos que abordam a decadência do homem.(D) Trata-se de textos que exploram diferentes aspectos da 

condição humana.(E) Trata-se de textos que apresentam o homem como supe-

rior a Deus e à mulher.

Leia o texto para responder às questões de números 61 a 65.

“Chegamos”, diz meu guia Julio Ayala, um típico equato-riano, nascido numa pequena vila aos pés do gigante e neva-do vulcão Cotopaxi. Mas agora Julio é um dos muitos nativos que abandonaram as vilas e que trabalham levando amantes da natureza a admirarem as florestas da região. Quando ainda re-cuperava o fôlego da longa e exaustiva caminhada, o guia me chama novamente. “Pode deixar as malas aqui, pegue somente sua câmera sem flash, por favor”, e assim ele me conduz até a beira de um barranco.

Ainda estava escuro, e pouco se via na densa floresta. O sono e a exaustão física tentavam me derrubar, mas, de repente, um som na mata faz meu coração acelerar. Um vulto cor de san-gue escuro corta a copa das árvores num voo barulhento, pousa na vegetação densa e o perco de vista, mas seu canto não deixa dúvidas de quem é. Forte, grave e rouco, parecido com um rugi-do. Era a voz do galo-da-serra-andino.

O dia começa a clarear, mas a névoa ainda ofusca o que está diante de mim. Agora eram dois, três, dez... Em minutos, eram uns 40. Galhos balançavam por todos os lados, o som era ensurdecedor, o meu coração batia forte. Os primeiros raios de sol passam por cima das montanhas e iluminam de vez o palco. Luzes vermelhas se agitam por todos os lados, uma cor forte que jamais tinha visto. Uns 40 galos-da-serra dançam bem na minha frente, machos tentando chamar a atenção de uma fêmea. Um espetáculo único no mundo. Anos viajando pelo mundo em busca de animais não me haviam preparado para este momento. Imagino o que passa pela cabeça de meu colega Danilo, um en-genheiro de computação que abandonou as horas trancado num escritório para ver esse show. Sua expressão já dizia tudo. E, atrás de nós, o guia Julio estampava um sorriso orgulhoso.

(João Paulo Krajewski, Nas nuvens, com as aves andinas. Em: Terra da Gente, junho de 2012)

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67. Koch (2008), ao discorrer sobre as estratégias de referen-ciação, observa que “a reativação de referentes no texto é realizada através de estratégias de referenciação anafó-rica, formando-se, desta maneira, cadeias coesivas mais ou menos longas”. Dentre os recursos de referenciação está a elipse, que no poema pode ser exemplificada na passagem:

(A) De onde ela vem?!

(B) De que matéria bruta / Vem essa luz,

(C) Como as estalactites de uma gruta?!

(D) Vem da psicogenética e alta luta

(E) Que, em desintegrações maravilhosas,

68. Considere as informações.

– ... o aluno poderá tornar-se ciente da necessida-de de fazer da leitura uma atividade caracterizada pelo engajamento e uso do conhecimento, em vez de mera recepção passiva. Leitura implica uma atividade de pro-cura por parte do leitor, no seu passado, de lembranças e conhecimentos, daqueles que são relevantes para a com-preensão de um texto que fornece pistas e sugere cami-nhos, mas que certamente não explicita tudo o que seria possível explicitar.

– Para a compreensão do texto escrito, o estabeleci-mento de objetivos e a formulação de hipóteses são ativi-dades que pressupõem reflexão e controle consciente so-bre o próprio conhecimento, sobre o próprio fazer, sobre a própria capacidade. Elas se opõem aos automatismos e mecanismos típicos do passar do olho que muitas vezes é tido como leitura na escola.

– No processo de construção da rede de ligações e articulações, o leitor é orientado por princípios gerais que determinam as formas das regras utilizadas para o estabelecimento da coesão e a construção de uma ma-croestrutura.

(Ângela Kleiman, Texto e leitor: Aspectos Cognitivos da Leitura. Adaptado)

As informações apresentadas indicam uma abordagem da leitura como

(A) atividade lúdica.

(B) processo cognitivo.

(C) fruição estética.

(D) prática descontextualizada.

(E) ação inconsciente.

65. Norman Fairclough (2008, p.241) afirma: “As metáforas penetram em todos os tipos de linguagem e em todos os tipos de discurso, mesmo nos casos menos promissores, como o discurso científico e técnico. Além disso, as me-táforas não são apenas adornos estilísticos superficiais do discurso. Quando nós significamos coisas por meio de uma metáfora e não de outra, estamos construindo nossa realidade de uma maneira e não de outra. As metáforas estruturam o modo como pensamos e o modo como agi-mos, e nossos sistemas de conhecimento e crença, de uma forma penetrante e fundamental”.

O texto da revista Terra da Gente traz uma metáfora na seguinte passagem:

(A) ... é um dos muitos nativos que abandonaram as vilas...

(B) ... e assim ele me conduz até a beira de um barranco.

(C) ... um som na mata faz meu coração acelerar.

(D) Forte, grave e rouco, parecido com um rugido.

(E) ... e iluminam de vez o palco.

Leia o poema de Augusto dos Anjos para responder às questões de números 66 e 67.

De onde ela vem?! De que matéria brutaVem essa luz, que sobre as nebulosasCai de incógnitas criptas misteriosasComo as estalactites de uma gruta?!Vem da psicogenética e alta lutaDe feixe de moléculas nervosas,Que, em desintegrações maravilhosas,Delibera, e depois, quer e executa!

66. Analisando o poema em função da escola literária, do estilo do autor e do contexto sócio-histórico em que foi produzido, Alfredo Bosi pondera que o poeta o constrói com vocabulário

(A) esdrúxulo e viril, por meio do qual contrapõe a dimen-são metafísica ao romantismo do homem.

(B) tênue e elegante, por meio do qual expressa sua visão de vida alinhada aos ideais neo-românticos.

(C) rebuscado e científico, por meio do qual externa a dimensão cósmica e a angústia moral da sua poesia.

(D) pomposo e sofisticado, por meio do qual vasculha a Arte pela Arte, como puro exercício literário.

(E) simples e popular, por meio do qual aproxima a arte do homem comum que também tem direito a ela.

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71. As digressões têm sido definidas na literatura como seg-mentos não relacionados topicamente com os materiais precedentes ou subsequentes, que estão, estes sim, rela-cionados entre si; isto é, na digressão o tópico em curso é provisoriamente abandonado e um novo tópico é intro-duzido, sendo, a seguir, por sua vez, abandonado e subs-tituído novamente pelo tópico anterior (esquema a/b/a). (Koch, 2008, p.111)

Assinale a alternativa em que se define o tipo de texto em que ocorre a digressão e se apresenta um exemplo coeren-te com a definição.

(A) É típico do texto conversacional, como se vê pelo exemplo:Tão importante quanto o sucesso concreto do plano – ou seja, a inflação baixar de verdade – é a percep-ção do sucesso. Explicando melhor, é a confiança de que os preços estão mesmo sob controle. (Folha de S.Paulo, 06.06.1994)

(B) É típico de texto escrito, como se vê pelo exemplo:Tão importante quanto o sucesso concreto do plano – ou seja, a inflação baixar de verdade – é a percep-ção do sucesso. Explicando melhor, é a confiança de que os preços estão mesmo sob controle. (Folha de S.Paulo, 06.06.1994)

(C) É típico de texto conversacional, como se vê pelo exemplo:então a minha de onze anos... ela supervisiona o tra-balhos dos cinco... então ela vê se as gavetas estão em orde/... em ordem se o:: material escolar já foi re/arrumado para o dia seguinte... se nenhum:: fez... arte demais no banheiro... porque às vezes estão tomando banho e ficam jogando água pela janela quer dizer essa... é supervisora nata é assim... ah... toma con-ta... precocemente não? das:: atividades dos irmãos (NURC/SP – D2 360: 1192-200)

(D) É típico do texto escrito, como se vê pelo exemplo:então a minha de onze anos... ela supervisiona o tra-balhos dos cinco... então ela vê se as gavetas estão em orde/... em ordem se o:: material escolar já foi re/arrumado para o dia seguinte... se nenhum:: fez... arte demais no banheiro... porque às vezes estão tomando banho e ficam jogando água pela janela quer dizer essa... é supervisora nata é assim... ah... toma con-ta... precocemente não? das:: atividades dos irmãos (NURC/SP – D2 360: 1192-200)

(E) É típico do texto híbrido (oral/escrito), como se vê pelo exemplo:toma conta do pessoal ((risos)) oh... agora ah:: nossa... foi além do que eu... imaginava... (NURC/SP D2 360: 1373-1388)

Leia a tira para responder às questões de números 69 e 70.

TODO ANO BIFALAND É VARRIDAPELO FURACÃO .PEDRÃO

PEDRÃO FAZ UM ESTRAGO DOSDIABOS QUANDO PASSA !

APESAR DISSO, OS BIFALANDESESTÊM MUITO ORGULHO DE PEDRÃO.

NOSSO FURACÃO TEM NOME! KATRINA, IRENE ...

ISSO LÁ É NOME DE FURACÃO ?DE MACHO

(Folha de S.Paulo, 20.09.2011)

69. Conforme descrito pela personagem, em Bifaland, o fura-cão têm nome “de macho”, sendo que a ideia de virilidade masculina é reforçada

(A) pela formação deverbal do nome do furacão.

(B) pela locução adverbial “dos diabos”, que define a sua ação.

(C) pelo emprego do sufixo aumentativo nesse nome.

(D) pela contradição entre o sentido do nome e a força do furacão.

(E) pelo duplo sentido expresso pelo nome do furacão.

70. É correto afirmar que, na tira, a linguagem carrega traços de

(A) informalidade, como comprovam as expressões “estrago dos diabos”, “nome de macho” e “isso lá”, uma vez que se destina à diversão dos leitores.

(B) formalidade, como comprovam as expressões “varrida”, “um estrago” e “Apesar disso”, uma vez que se trata de uma publicação em meio jornalístico.

(C) informalidade, como comprovam as expressões “Todo ano”, “Pedrão” e “quando passa”, uma vez que a mídia em que circula requer apenas esse registro.

(D) formalidade, como comprovam as expressões “dos diabos”, “muito orgulho” e “Nosso furacão”, uma vez que o texto que acompanha as imagens exige a norma-padrão.

(E) informalidade, como comprovam as expressões “é varrida”, “Apesar disso” e “Nosso furacão”, uma vez que se trata de texto de gênero literário.

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74. Observe as seguintes possibilidades de trabalho em sala de aula com o poema de Raimundo Correia.

I. Leitura individual e exposição dos pontos de vista sobre a leitura pelos alunos que o desejem fazer.

II. Leitura individual, leitura pelo professor, leitura em grupo, análise do vocabulário, questões de interpre-tação, exposição das respostas, correção.

III. Leitura individual, exposição dos sentidos do texto pelo professor, produção escrita de um poema seme-lhante.

IV. Leitura individual, declamação, exposição escrita dos sentidos do poema, leitura para os colegas de classe, leitura da biografia do autor, revisão do texto sobre os sentidos do poema.

A leitura como fruição estética do objeto literário está alinhada apenas à possibilidade descrita em

(A) I.

(B) III.

(C) II e III.

(D) II e IV.

(E) I, III e IV.

75. A Proposta Curricular do Estado de São Paulo prevê, no Ensino  Fundamental,  quatro  eixos:  Tipologias  Textuais, Gêneros Textuais, Texto e Discurso e Texto e História. Em relação aos dois primeiros, é correto afirmar que eles prio-rizam, respectivamente,

(A) as variantes linguísticas evidenciadas nos diferen-tes textos e a relação dos textos com a história e a ideologia.

(B) as formas de constituição de sentido dos diferentes textos e a relação dos textos com o registro nele verificado.

(C) as estruturas linguísticas dos diferentes textos e a relação dos textos com as variedades linguísticas do português.

(D) as organizações internas básicas dos diferentes tex-tos e a relação dos textos com suas funções socio-comunicativas.

(E) as estruturas sintáticas e semânticas dos diferentes textos e a relação dos textos com o uso da norma--padrão.

Para responder às questões de números 72 a 74, leia o poema de Raimundo Correia.

Quando do Olimpo nos festins surgia Hebe risonha, os deuses majestosos Os copos estendiam-lhe, ruidosos, E ela, passando, os copos lhes enchia...

A Mocidade, assim, na rubra orgia Da vida, alegre e pródiga de gozos, Passa por nós, e nós também, sequiosos, Nossa taça estendemos-lhe, vazia...

E o vinho do prazer em nossa taça Verte-nos ela, verte-nos e passa... Passa, e não torna atrás o seu caminho.

Nós chamamo-la em vão; em nossos lábios Restam apenas tímidos ressábios, Como recordações daquele vinho.

72. No verso – A Mocidade, assim, na rubra orgia –, o termo em destaque expressa sentido de

(A) causa e, nesse contexto, poderia ser substituído por “por causa disso”.

(B) comparação e, nesse contexto, poderia ser substituído por “da mesma forma”.

(C) adversidade e, nesse contexto, poderia ser substituído por “porém”.

(D) conclusão e, nesse contexto, poderia ser substituído por “portanto”.

(E) consequência e, nesse contexto, poderia ser substituí-do por “em virtude disso”.

73. A leitura do texto permite afirmar que Raimundo Correia expressa em seu poema

(A) a literatura popular.

(B) a linguagem coloquial.

(C) o cristianismo.

(D) o gênero heroico.

(E) o apuro da forma.

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78. De acordo com a Proposta Curricular do Estado de São Paulo, “É necessário saber lidar com os textos nas diver-sas situações de interação social. É essa habilidade de in-teragir linguisticamente por meio de textos, nas situações de produção e recepção em que circulam socialmente, que permite a construção de sentidos desenvolvendo a competência discursiva e promovendo o letramento.” Portanto, o ensino de língua portuguesa deve promover o domínio da

(A) literatura nacional.

(B) norma-padrão da língua.

(C) ortografia oficial.

(D) variedade de gêneros textuais.

(E) sintaxe e da morfologia.

79. Em uma turma de 6.º ano, são comuns nas produções es-critas dos alunos enunciados como: “A água é muito im-portante para o ser humano. Não é possível para o ser hu-mano viver sem água. Todos os dias, lemos notícias sobre o descuido do ser humano com a água. É preciso que o ser humano preserve a água”.

Para melhorar a escrita dos alunos, deve-se investir em atividades que abordem

(A) a coesão textual.

(B) a ortografia.

(C) a pontuação.

(D) a gramática normativa.

(E) o emprego de advérbios.

76. Os professores de uma escola decidiram trabalhar o tema “água”, com alunos dos sextos anos. Dentre alguns dos materiais selecionados, havia poemas, reportagens, histó-rias em quadrinhos, artigos de divulgação científica, char-ges. Os professores das diferentes disciplinas exploraram em cada texto o que foi mais relevante, porém, todos os textos foram trabalhados. Durante as atividades, os alunos foram criando um portfólio com as suas produções sobre o tema, que eram livres e deveriam, tanto quanto possível, envolver textos que circulassem em diferentes esferas so-ciais de comunicação.

É correto afirmar que o trabalho desenvolvido pelos pro-fessores consistiu em

(A) um processo interpretativo em que a pluralidade de gêneros e temas abordados permitiu um contato mais significativo do aluno com os diferentes co-nhecimentos.

(B) uma atividade dirigida que, por envolver várias dis-ciplinas, obliterou a clareza dos objetivos de cada uma delas, além de ter limitado a autonomia dos alunos.

(C) um projeto temático e interdisciplinar, priorizando os diferentes gêneros, além de propiciar uma relação criativa dos alunos com o conhecimento.

(D) uma unidade didática de ensino em que o tema ge-rador implicou conhecimento comum a várias áreas, sem que se tenha proposto uma avaliação conse-quente do processo.

(E) um ensino em bloco, priorizando estratégias di-ferenciadas em função dos assuntos abordados, mostrando-se fácil de avaliar por cobrar conteúdos predefinidos.

77. Para Teresa Colomer  e Anna Camps  (2002,  p.  171  e seguintes), a avaliação da leitura deve ser

(A) exaustiva, baseada em provas de velocidade e em questionários.

(B) formativa, integrada no próprio processo de ensino--aprendizagem.

(C) pontual, alinhada à ideia de que o aluno é que deve avaliar-se.

(D) sistematizada, aferida com questionários fechados e redação.

(E) livre, feita pelo professor de acordo com o interesse dos alunos.

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80. Pode-se colocar que a palavra existe para o locutor sob três aspectos: como palavra neutra da língua e que não pertence a ninguém; como palavra do outro pertencente aos outros e que preenche o eco dos enunciados alheios; e, finalmente, como palavra minha, pois, na medida em que uso essa palavra numa determinada situação, com uma intenção discursiva, ela já se impregnou de minha expressividade. Sob estes dois últimos aspectos, a pa-lavra é expressiva, mas esta expressividade, repetimos, não pertence à própria palavra: nasce no ponto de conta-to entre a palavra e a realidade efetiva, nas circunstâncias de uma situação real, que se atualiza através do enuncia-do individual. (...)

A época, o meio social, o micromundo – o da fa-mília, dos amigos e conhecidos, dos colegas – que vê o homem crescer e viver, sempre possui seus enunciados que servem de norma, dão o tom; são obras científicas, literárias, ideológicas, nas quais as pessoas se apoiam e às quais se referem, que são citadas, imitadas, servem de inspiração. Toda época, em cada uma das esferas da vida e da realidade, tem tradições acatadas que se expressam e se preservam sob o invólucro das palavras, das obras, dos enunciados, das locuções, etc.

(Mikhail Bakhtin, Estética da Criação Verbal, 313)

Para Bakhtin, a produção discursiva do locutor está atrelada

(A) à expressão dos valores dominantes, razão pela qual a linguagem deve ser entendida como representação da norma culta.

(B) à possibilidade de haver neutralidade de sentido, razão pela qual a linguagem deve ser entendida como isenta de ideologia.

(C) ao embate dialógico dos interlocutores, razão pela qual a linguagem deve ser entendida como uma prática individual.

(D) ao contexto social e histórico imediato, razão pela qual a linguagem deve ser entendida como objetiva e neutra.

(E) às condições de produção do discurso, razão pela qual a linguagem deve ser entendida como uma prá-tica social.

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