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  • 2022 Dirio da Repblica, 1. srie N. 70 10 de abril de 2013

    PRESIDNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS

    Resoluo do Conselho de Ministros n. 20/2013

    O XIX Governo Constitucional tem vindo a imple-mentar um modelo energtico baseado na racionalidade econmica e na sustentabilidade, atravs, por um lado, da conjugao entre a adoo de medidas de eficincia energtica e a utilizao de energia proveniente de fontes endgenas renovveis e, por outro, da reduo dos sobre-custos que oneram os preos da energia.

    No quadro das metas europeias 202020, que vi-sam alcanar, em 2020, (i) 20% de reduo das emisses de gases com efeito de estufa relativamente aos nveis de 1990, (ii) 20% de quota de energia proveniente de fontes renovveis no consumo final bruto e (iii) 20% de reduo do consumo de energia primria relativamente projeo do consumo para 2020 (efetuada a partir do Baseline 2007 por aplicao do modelo PRIMES da Comisso Europeia), mediante um aumento da eficin-cia energtica, foi estabelecido para Portugal, para o horizonte de 2020, um objetivo geral de reduo no consumo de energia primria de 25% e um objetivo especfico para a Administrao Pblica de reduo de 30%. No plano da utilizao de energia proveniente de fontes endgenas renovveis, pretende -se que os objeti-vos definidos de, em 2020, 31% do consumo final bruto de energia e 10% da energia utilizada nos transportes provir de fontes renovveis, sejam cumpridos ao me-nor custo para a economia. Em simultneo, pretende -se reduzir a dependncia energtica do pas e garantir a segurana de abastecimento, atravs da promoo de um mix energtico equilibrado.

    Neste sentido, e em concretizao do Programa do Go-verno e das Grandes Opes do Plano para 2013, aprovadas pela Lei n. 66 -A/2012, de 31 de dezembro, no quadro da 5. Opo O Desafio do Futuro - Medidas setoriais prioritrias, na parte respeitante ao Mercado de energia e poltica energtica, o XIX Governo Constitucional pre-tende prosseguir, entre outros, os objetivos de (i) assegurar a continuidade das medidas para garantir o desenvolvi-mento de um modelo energtico com racionalidade eco-nmica, que assegure custos de energia sustentveis, que no comprometam a competitividade das empresas nem a qualidade de vida dos cidados; (ii) assegurar a melhoria substancial na eficincia energtica do Pas, atravs da execuo do Plano Nacional de Ao para a Eficincia Energtica (PNAEE) e do Plano Nacional de Ao para as Energias Renovveis (PNAER), aps a concluso da respetiva reviso, do reforo da coordenao dos atuais programas de apoio eficincia energtica (Fundo de Efi-cincia Energtica, Plano de Promoo da Eficincia no Consumo de Energia Eltrica, Fundo de Apoio Inovao, fundos do Quadro de Referncia Estratgica Nacional), reforando -se a sua dotao, e da concluso da execuo do Programa de Eficincia Energtica na Administrao Pblica - ECO.AP; e (iii) manter o reforo da diversificao das fontes primrias de energia, sendo os investimentos em renovveis reavaliados e apresentado um novo modelo de remunerao para que as tecnologias mais eficientes mantenham um papel relevante.

    Tais objetivos contribuem tambm para a prossecuo da meta ambiental de limitar, at 2020, as emisses de gases com efeito de estufa nos setores no cobertos pelo Regime Europeu de Comrcio de Licenas de Emisso de Gases com Efeito de Estufa (CELE), em 1%, face aos valores de 2005, no quadro de uma economia competitiva e de baixo carbono.

    O PNAEE e o PNAER so instrumentos de planeamento energtico que estabelecem o modo de alcanar as metas e os compromissos internacionais assumidos por Portugal em matria de eficincia energtica e de utilizao de energia proveniente de fontes renovveis. Para alm da densifi-cao das metas a atingir, os referidos Planos identificam ainda as barreiras existentes, bem como o potencial de melhoria em matria de eficincia energtica e de incor-porao de energia proveniente de fontes renovveis nos vrios setores de atividade, com vista ao estabelecimento dos programas e medidas mais adequados observncia dos referidos compromissos, tendo em conta a realidade nacional.

    A Diretiva n. 2006/32/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de abril de 2006, relativa eficincia na utilizao final de energia e aos servios energti-cos e que revoga a Diretiva n. 93/76/CEE, do Conse-lho, transposta pelo Decreto -Lei n. 319/2009, de 3 de novembro, estabeleceu como objetivo geral indicativo a obteno de economias de energia de 9% no nono ano de aplicao da Diretiva (2016), por comparao com o perodo 2001 -2005, tendo tambm fixado, no n. 2 do artigo 14., a obrigao de os Estados -Membros apre-sentarem Comisso, periodicamente, planos de ao de eficincia energtica.

    Neste contexto, foi aprovado pela Resoluo do Con-selho de Ministros n. 80/2008, de 20 de maio, que ora se revoga, o primeiro PNAEE para o perodo de 2008 -2015, contemplando quatro reas especficas de atuao - Trans-portes, Residencial e Servios, Indstria e Estado - e trs reas transversais - Comportamentos, Fiscalidade e Incentivos e Financiamentos. Com o objetivo de finan-ciar os programas e as medidas previstos no PNAEE, foi criado, pelo Decreto -Lei n. 50/2010, de 20 de maio, o Fundo de Eficincia Energtica, cuja gesto foi atribuda, na vertente tcnica, comisso executiva do PNAEE e, na vertente financeira, Direo -Geral do Tesouro e Finanas.

    Por outro lado, a Diretiva n. 2009/28/CE, do Parla-mento Europeu e do Conselho, de 23 de abril de 2009, relativa promoo da utilizao de energia proveniente de fontes renovveis, que altera e subsequentemente revoga as Diretivas n.s 2001/77/CE e 2003/30/CE, estabeleceu, no seu artigo 4., a obrigao de cada Estado -Membro aprovar e notificar Comisso um plano nacional de ao para as energias renovveis, fixando os objetivos nacionais para as quotas de energia proveniente de fontes renovveis consumida pelos se-tores da eletricidade, do aquecimento e arrefecimento e dos transportes no horizonte de 2020. Neste mbito, foi aprovado, em 30 de julho de 2010, o PNAER de 2010, que foi objeto de comunicao Comisso Europeia em 10 de agosto de 2010.

    O Decreto -Lei n. 141/2010, de 31 de dezembro, alte-rado pelo Decreto -Lei n. 39/2013, de 18 de maro, que

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 70 10 de abril de 2013 2023

    transps parcialmente a referida Diretiva n. 2009/28/CE, estabeleceu, no artigo 2., as metas nacionais para a uti-lizao de energia proveniente de fontes renovveis no consumo final bruto de energia e no consumo energtico nos transportes em 2020, correspondentes a 31% e a 10%, respetivamente.

    Por seu turno, o Decreto -Lei n. 215 -B/2012, de 8 de outubro, que procedeu sexta alterao ao Decreto -Lei n. 172/2006, de 23 de agosto, e completou a transpo-sio da Diretiva n. 2009/72/CE, do Parlamento Euro-peu e do Conselho, de 13 de julho, que estabelece as regras comuns para o mercado interno de eletricidade, veio consolidar o regime jurdico aplicvel produo de eletricidade atravs de fontes de energia renovveis, anteriormente disperso por vrios diplomas, completando ainda a transposio da referida Diretiva n. 2009/28/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril, relativa promoo da utilizao de energia proveniente de fontes renovveis, e alterando os conceitos de produo em regime ordinrio e de produo em regime especial, deixando esta ltima de se distinguir da primeira apenas pela sujeio a regimes especiais no mbito de polticas de incentivo, passando tambm a integrar a produo de eletricidade atravs de recursos endgenos em regime remuneratrio de mercado.

    O diagnstico da execuo do PNAEE 2008 -2015 e do PNAER 2010 permitiu concluir que, relativamente ao indicador por excelncia da eficincia energtica da economia, Portugal apresenta hoje uma intensidade energtica da energia primria em linha com a Unio Europeia (UE), mas que este valor oculta um resultado menos positivo quando medida a intensidade energtica da energia final. Na realidade, o elevado investimento feito por Portugal em energias renovveis e o reduzido consumo energtico no setor residencial, comparativa-mente com o resto da Europa, encobrem uma intensi-dade energtica da economia produtiva 27% superior mdia da Unio Europeia. Este resultado vem reforar a necessidade de intensificar os esforos na atuao direta sobre a energia final, no mbito do PNAEE, em particular da economia produtiva, por oposio a um maior nvel de investimento na oferta de energia, sem pr em causa o necessrio cumprimento das me-tas de incorporao de energias renovveis no mbito do PNAER.

    Embora ambos os Planos visem o cumprimento das metas europeias 202020, o PNAEE 2008 -2015 e o PNAER 2010 foram aprovados em contextos poltico--econmicos diferentes do atual e com lgicas de pla-neamento distintas entre si, pelo que importa agora rev -los de forma integrada, com vista a potenciar si-nergias que permitam maximizar a eficcia e eficincia no aproveitamento de recursos humanos e financeiros escassos, num contexto macroeconmico mais exigente e de reduo do consumo de energia. Por outro lado, importa incluir nesta reviso uma avaliao estrutu-rada dos impactos das medidas preconizadas por cada Plano.

    Acresce que se entende que uma abordagem conjunta reviso dos dois planos - PNAEE e PNAER - que te-nha por base o alinhamento dos respetivos objetivos em funo do consumo de energia primria e da necessria

    contribuio do setor energtico para a reduo de emis-ses de gases com efeito de estufa, facilitar os proces-sos de deciso, nomeadamente os que envolvam opes entre investir na eficincia energtica ou na promoo do uso de energias renovveis, tornando -os mais claros e racionais.

    As principais linhas comuns reviso do PNAEE e PNAER so, pois, as seguintes: (i) alinhamento dos ob-jetivos dos Planos em funo do consumo de energia pri-mria; (ii) eliminao de medidas no implementadas, de difcil quantificao ou com impacto reduzido e sua substituio por novas medidas ou por um reforo de me-didas j existentes de menor custo e maior facilidade de implementao; (iii) avaliao estruturada dos impactos das medidas preconizadas por cada Plano; e (iv) instituio de um sistema conjunto de acompanhamento e monitori-zao dos Planos.

    No que respeita especificamente ao PNAEE, o prin-cipal objetivo da sua reviso o de projetar novas aes e metas para 2016, integrando as preocupaes relativas reduo de energia primria para o horizonte de 2020, constantes da Diretiva n. 2012/27/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro, relativa efi-cincia energtica, que altera as Diretivas n.s 2009/125/CE e 2010/30/UE e revoga as Diretivas n.s 2004/8/CE e 2006/32/CE.

    A reviso do PNAEE assenta em trs eixos de atua-o: (i) ao (adequao das medidas), (ii) monitori-zao (reviso de mtodos de monitorizao de resul-tados) e (iii) governao (redefinio do modelo de governao do PNAEE). Para tal, foi feita uma anlise do impacto (atual e potencial) estimado de todas as medidas previstas no PNAEE, de acordo com as normas europeias sobre a monitorizao de planos e medidas de eficincia energtica. Foi tambm efetuada uma re-definio de metodologias de clculo dos indicadores bottom -up (mtodo de clculo em detalhe), tendo em vista individualizar adequadamente o impacto direto de cada medida, excluir impactos indiretos e alinhar os mecanismos de medio e verificao com as atuais diretrizes europeias. Foram ainda identificados indica-dores setoriais, atualmente inexistentes, num esforo de aproximao s recomendaes europeias no sen-tido da incluso de monitorizao top -down (mtodo de clculo agregado). Relativamente ao modelo de governao, considerou -se necessrio rever a estru-tura de gesto do PNAEE e redefinir as funes das diferentes entidades na aplicao e acompanhamento das medidas do PNAEE, bem como operacionalizar o Fundo de Eficincia Energtica e consolid -lo com os demais programas de apoio eficincia energtica, de modo a otimizar os incentivos prevendo a necessria articulao com os instrumentos definidos no contexto do cumprimento dos objetivos de reduo de emisses de gases com efeito de estufa.

    Com o mesmo horizonte temporal do PNAEE, e tendo j em conta os efeitos estimados da implemen-tao das medidas constantes deste Plano, o PNAER redefinido em funo do cenrio atual de excesso de oferta de produo de eletricidade decorrente de uma reduo da procura, de forma a adequar e a mitigar os custos inerentes. Tal no pe em causa a aposta nas

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    fontes de energia renovvel (FER), muito relevantes na promoo de um mix energtico equilibrado, que reforce a segurana de abastecimento e diminua o risco da variabilidade do preo de determinadas commodities e respetivas implicaes na fatura energtica nacional, mas exige um maior critrio na seleo dos apoios, que devem ser direcionados para as FER com maior maturidade tecnolgica e racionalidade econmica para Portugal, sem prejuzo da existncia de mecanismos de apoio prprios para as tecnologias em fase de In-vestigao e Desenvolvimento (I&D). O novo PNAER visa, assim, rever o peso relativo objetivo de cada uma das FER no mix energtico nacional e respetivas me-tas de incorporao a atingir em 2020, de acordo com o seu custo de produo (levelized cost of energy) e consequente potencial de funcionamento em regime de mercado.

    Neste contexto, a reviso do PNAEE para o perodo 2013 -2016 efetuada de acordo com os princpios da re-ferida Diretiva n. 2006/32/CE, mas tendo j em perspetiva o horizonte de 2020, de acordo com a tambm referida Diretiva n. 2012/27/UE.

    A reviso do PNAER feita com respeito pelos compromissos assumidos por Portugal em matria de energias renovveis, nos termos previstos na Diretiva n. 2009/28/CE, do Parlamento Europeu e do Conse-lho, de 23 de abril de 2009, mas em articulao com os novos cenrios de procura de energia no perodo de 2013 -2020.

    A preparao dos Planos envolveu vrios setores da Ad-ministrao Pblica, tendo adicionalmente sido submetido a consulta pblica o documento Linhas estratgicas para a reviso dos Planos Nacionais de Ao para as Energias Renovveis e Eficincia Energtica.

    A presente reviso do PNAEE e do PNAER tem em conta as medidas de eficincia energtica e de promoo das fontes de energia renovveis j constantes do Programa Nacional para as Alteraes Climticas (PNAC), aprovado pela Resoluo do Conselho de Ministros n. 104/2006, de 23 de agosto, revista pela Resoluo do Conselho de Ministros n. 1/2008, de 4 de janeiro.

    Relativamente ao PNAC para o perodo 2013 -2020 (PNAC 2020), cuja elaborao foi determinada pela Re-soluo do Conselho de Ministros n. 93/2010, de 26 de novembro, relevante que seja promovida a articulao entre este plano e o PNAEE eo PNAER, no sentido de uma maior convergncia das polticas energticas e ambientais, enquanto instrumentos de uma economia competitiva e de baixo carbono, bem como assegurado um acompa-nhamento do PNAEE e do PNAER em paralelo com a monitorizao dos objetivos de reduo de emisses de gases com efeito de estufa.

    Por sua vez, tambm o Programa de Eficincia Energ-tica na Administrao Pblica ECO.AP, aprovado pela Resoluo do Conselho de Ministros n. 2/2011, de 12 de janeiro, e concretizado pela Resoluo do Conselho de Ministros n. 67/2012, de 9 de agosto, que constitui um instrumento de execuo do PNAEE, devidamente en-quadrado na reviso deste Plano, aprovada pela presente Resoluo.

    Por ltimo, no quadro da redefinio das orientaes de poltica energtica, revoga -se a Resoluo do Conselho

    de Ministros n. 29/2010, de 15 de abril, que aprovou a estratgia para a energia (ENE 2020).

    Assim:Nos termos da alnea g) do artigo 199. da Constituio,

    o Conselho de Ministros resolve:1 - Aprovar o Plano Nacional de Ao para a Eficin-

    cia Energtica para o perodo 2013 -2016 (Estratgia para a Eficincia Energtica - PNAEE 2016) e o Plano Nacional de Ao para as Energias Renovveis para o perodo 2013 -2020 (Estratgia para as Energias Renov-veis - PNAER 2020), que constituem o anexo I presente resoluo, que dela faz parte integrante.

    2 - Atribuir ao membro do Governo responsvel pela rea da energia a responsabilidade pela monitorizao da execuo do PNAEE e do PNAER.

    3 - Determinar que, at ao final do primeiro se-mestre de 2013, o membro do Governo responsvel pela rea da energia, em articulao com os membros do Governo responsveis pelas reas das finanas e do ambiente, desencadeie as iniciativas legislativas e regulamentares necessrias instituio de um sis-tema de acompanhamento e monitorizao conjunta da implementao dos programas e medidas do PNAEE e do PNAER., bem como a alterao das respetivas estruturas de gesto.

    4 - Determinar que o sistema de acompanhamento e monitorizao conjunta referido no nmero anterior defina a metodologia de acompanhamento e as entida-des envolvidas, o tipo e a periodicidade de monitori-zao, a avaliao do impacto das medidas constantes do PNAEE e do PNAER, e as entidades responsveis pelas mesmas.

    5 - Revogar as Resolues do Conselho de Ministros n.s 80/2008, de 20 de maio e 29/2010, de 15 de abril.

    6 - Todas as referncias Resoluo do Conselho de Ministros n. 80/2008, de 20 de maio, devem considerar -se feitas presente resoluo.

    Presidncia do Conselho de Ministros, 28 de fevereiro de 2013. O Primeiro -Ministro, Pedro Passos Coelho.

    ANEXO I

    Plano Nacional de Ao para a Eficincia Energtica

    (Estratgia para a Eficincia Energtica - PNAEE 2016)

    Plano Nacional de Ao para as Energias Renovveis

    (Estratgia para as Energias Renovveis - PNAER 2020)

    Introduo

    1. Contexto Econmico e Evoluo da Procura Energtica

    O contexto econmico atual exige uma ponderao adequada dos impactos de um cenrio recessivo no setor energtico na prxima dcada, nomeadamente no que res-peita aos objetivos da Unio Europeia definidos na Diretiva n. 2009/28/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril, relativa promoo da utilizao de ener-gia proveniente de fontes renovveis (Diretiva Energias Renovveis).

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    A este respeito, no plano europeu, a Comisso ado-tou, em 6 de junho de 2012, a comunicao Energias Renovveis: um Agente Decisivo no Mercado Europeu de Energia, onde reitera a importncia das energias reno-vveis na diversificao do aprovisionamento energtico, com as consequncias positivas de reforo da segurana de abastecimento, aumento da competitividade europeia, crescimento econmico e reduo simultnea das emis-ses de gases com efeito de estufa, alertando, contudo, para as consequncias negativas do novo contexto ma-croeconmico no plano do investimento privado no setor energtico.

    A nvel nacional, a conjuntura econmico -financeira obriga racionalizao de recursos e necessidade de priorizar, concretizar e dar clareza s grandes linhas de atuao nas reas da eficincia energtica e das energias renovveis. A evoluo conjugada da reduo do consumo de energia (primria e final), do acentuar de uma oferta excessiva de energia e das restries de financiamento determina, assim, a necessidade de revisitar os planos nacionais de ao para a eficincia energtica e energias renovveis.

    1.1 Evoluo do Consumo de Energia Primria

    Na ltima dcada registaram -se dois ciclos distintos no que respeita ao consumo de energia primria: um primeiro ciclo, entre 2000 e 2005, de crescimento do consumo, em que se registou uma taxa de crescimento mdia anual (tcma) de 1,4%, e um segundo ciclo, entre 2005 e 2010, de decrscimo do consumo, em que se registou uma tcma de -3,3%. Em termos globais, o consumo de energia pri-mria ao longo da ltima dcada apresentou uma tcma de -1,0%.

    A contribuir para esta tendncia esteve o facto de o consumo de combustveis fsseis ter decrescido desde 2005, em especial no que respeita ao carvo (com uma tcma de -13,1% entre 2005 e 2010) e ao petrleo (com uma tcma de -6,7% entre 2005 e 2010), induzida por uma correlativa forte expanso da produo de energia a partir de fontes renovveis.

    Dados relativos a 2011 relativos ao consumo de energia reforam a tendncia registada na ltima metade da dcada de 2000. O consumo de energia primria registou uma reduo de 1% face a 2010. A queda do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 um dos principais fatores que justificam esta tendncia, verificando -se que a recesso econmica alterou significativamente os padres nacio-nais de consumo de energia primria e as expectativas de evoluo at 2020.

    1.2 Evoluo do Consumo de Energia FinalO consumo de energia final acompanhou a tendn-

    cia registada no mbito da energia primria, com um primeiro ciclo de crescimento do consumo, entre 2000 e 2005, no qual se registou uma tcma de 1,6%, e um segundo ciclo de decrscimo do consumo, entre 2005 e 2010, em que se registou uma tcma de -2,0%. Em termos globais, o consumo de energia final na ltima dcada apresentou uma tcma de -0,2%. A contribuir para esta tendncia estiveram, nomeadamente, o abrandamento da economia a partir de 2008, que afetou de forma transversal todos os setores, em especial a indstria e

    os servios, e a adoo de medidas de eficincia ener-gtica no mbito do PNAEE.

    Dados relativos a 2011 relativos ao consumo de energia reforam a tendncia da ltima metade da dcada de 2000, tendo -se observado uma reduo de 5% no consumo de energia final.

    No que respeita ao consumo de eletricidade, a evoluo foi diferente, quase sempre positiva, tendo registado uma tcma de 2,7% entre 2000 e 2010. Em 2010 o consumo de eletricidade representou 24% do total de energia final, o que revela a importncia desta fonte de energia em Portugal. Dados relativos a 2011 mostram, contudo, uma reduo de 3% no consumo de eletricidade (mas ainda inferior reduo global de 5% verificada no consumo de energia final).

    FIGURA 1

    Evoluo do consumo de Energia Primria (Mtep), Energia Final (Mtep), Eletricidade (TWh)

    e Produto Interno Bruto (106 2006)

    Fonte: DGEG, INE

    1.3 Evoluo dos Principais Indicadores Energticos

    O programa do XIX Governo Constitucional assume como objetivos de poltica energtica a reduo da dependncia energtica atravs da diversificao das fontes primrias de energia e do aumento da eficin-cia energtica do pas, tendo em conta a balana de pagamentos, os respetivos custos relativos e o valor acrescentado nacional de cada uma das opes. Importa, assim, num quadro de sustentabilidade ambiental e ter-ritorial, aumentar a efi cincia energtica para diminuir o consumo de energia e, simultaneamente, aumentar, com racionalidade econmica a contribuio das energias renovveis endgenas (hdrica, elica, solar, geotr-mica, biomassa), para que, globalmente, se reduza a dependncia energtica de Portugal.

    Para medir o progresso das medidas energticas so usados os indicadores da dependncia energtica e da intensidade energtica. Relativamente ao primeiro, a inexistncia de recursos energticos endgenos fsseis conduz a uma elevada dependncia energtica do exterior em termos de energia primria, correspon-dente a 81,2% em 2009, com uma descida acentuada em 2010, para 76,7%, proporcionada pela aposta nas energias renovveis, em especial hdrica e elica, e na eficincia energtica. Dados relativos a 2011

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    apontam, porm, para um agravamento da dependn-cia energtica para 79,0%, decorrente da diminuio da hidraulicidade e do consequente aumento das im-portaes em cerca de 1,2%, em especial de carvo e de eletricidade.

    O indicador da intensidade energtica (consumos energticos nacionais face riqueza gerada) permite colocar no mesmo plano o desenvolvimento econ-mico e os consumos energticos que lhe do suporte, verificando -se que a intensidade energtica da energia primria tem vindo a decrescer substancialmente nos ltimos anos, encontrando -se em linha com a mdia da Unio Europeia.

    Todavia, o valor positivo da intensidade energ-tica da energia primria oculta um resultado menos positivo quando medida a intensidade energtica da energia final. Na realidade, o elevado investimento feito por Portugal em tecnologias que exploram FER e o reduzido consumo energtico no setor residencial, comparativamente com o resto da Europa, encobrem uma intensidade energtica da economia produtiva 27% superior mdia da Unio Europeia. Ou seja, a economia produtiva nacional necessita de cerca de 27% mais energia para produzir o mesmo 1 de riqueza. Este facto evidencia um srio problema de competitividade da economia nacional, em especial num contexto de aumento significativo dos preos da energia, o que vem reforar a necessidade de intensificar os esforos na atuao direta sobre a energia final, mbito do PNAEE, em particular da economia produtiva, por oposio a um maior nvel de investimento no sistema de oferta, sem pr em causa o necessrio cumprimento das me-tas de incorporao de energias renovveis, mbito do PNAER.

    2. Reviso Integrada, Linhas Comuns e Objetivos Principais a Alcanar pelo PNAEE 2016 e pelo PNAER 2020

    2.1 Integrao dos Planos, Acompanhamento e Monitorizao

    A integrao de dois Planos, que at agora foram trata-dos de forma independente, permite uma ao concertada para o cumprimento dos objetivos nacionais e europeus, minimizando o investimento necessrio e aumentando a competitividade nacional.

    Assim, com vista a potenciar sinergias que permitam maximizar o aproveitamento de recursos humanos e financeiros escassos, num contexto macroeconmico desfavorvel, marcado por fortes restries de financia-mento e reduo generalizada do consumo de energia, bem como com vista a facilitar os processos de deciso, nomeadamente os que envolvam opes entre investir na eficincia energtica ou na promoo do uso de ener-gias renovveis, optou -se por uma reviso integrada do PNAEE e do PNAER, tendo por base o alinhamento dos respetivos objetivos em funo do consumo de energia primria e da necessria contribuio do setor energ-tico para a reduo de emisses de gases com efeito de estufa.

    Neste quadro, a implementao do PNAEE 2016 e do PNAER 2020 deve beneficiar de uma estrutura comum de acompanhamento e monitorizao da evoluo e dos resultados das medidas e aes desenvolvidas em cada Plano, devendo ser igualmente prevista a sua articulao com a estrutura de acompanhamento e monitorizao do

    PNAC 2020, permitindo a disponibilizao de informao para a avaliao dos compromissos nacionais em matria de energia e clima.

    Para tal, ser efetuada uma reviso do modelo orga-nizativo da gesto do PNAEE, atualmente constante do Decreto -Lei n. 50/2010, de 20 de maio, e da Portaria n. 1316/2010, de 28 de dezembro. Relativamente ao PNAER, dever ser concretizado um modelo organiza-tivo para a sua gesto, que se articular com a estrutura de gesto do PNAEE.

    No tocante ao PNAER 2020, os planos ou programas nele previsto para o setor da energia so sujeitos a ava-liao ambiental estratgica nos casos e nos termos da legislao aplicvel.

    Sero ainda promovidos protocolos e acordos de coo-perao com entidades privadas para partilha de respon-sabilidades na implementao e gesto de programas (e.g. associaes de fabricantes, comercializadores e distribui-dores de energia, municpios).

    2.2 Linhas Comuns

    Neste contexto, as principais linhas comuns reviso do PNAEE e PNAER so as seguintes:

    a) Alinhamento dos objetivos dos Planos em funo do consumo de energia primria;

    b) Eliminao de medidas de difcil implementao ou quantificao ou com impacto reduzido e sua substi-tuio por novas medidas ou por um reforo de medi-das j existentes de menor custo e maior facilidade de implementao;

    c) Avaliao estruturada dos impactos das medidas preconizadas por cada Plano; e

    d) Instituio de um sistema conjunto de acompanha-mento e monitorizao dos Planos.

    2.3 Objetivos

    Os objetivos revistos do PNAEE e do PNAER visam:a) Cumprir todos os compromissos assumidos por Por-

    tugal de forma economicamente mais racional;b) Reduzir significativamente as emisses de gases com

    efeito de estufa, num quadro de sustentabilidade;c) Reforar a diversificao das fontes de energia pri-

    mria, contribuindo para aumentar estruturalmente a se-gurana de abastecimento do Pas;

    d) Aumentar a eficincia energtica da economia, em particular no setor Estado, contribuindo para a reduo da despesa pblica e o uso eficiente dos recursos;

    e) Contribuir para o aumento da competitividade da economia, atravs da reduo dos consumos e custos associados ao funcionamento das empresas e gesto da economia domstica, libertando recursos para dinamizar a procura interna e novos investimentos.

    Pretende -se, pois, traar uma estratgia sustentvel de eficincia energtica e de explorao de energias renovveis para Portugal contribuindo para uma econo-mia competitiva e de baixo carbono, luz do panorama econmico e tecnolgico que marcar a prxima dcada, procurando sustent -los num quadro regulatrio que viabilize o sucesso da sua consecuo de forma realista e pragmtica.

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 70 10 de abril de 2013 2027

    PARTE IEstratgia para a Eficincia Energtica - PNAEE 2016

    1. Enquadramento e Objetivos

    A definio de uma nova Estratgia para a Eficincia Energtica tem por objetivo tornar a eficincia energ-tica numa prioridade da poltica energtica, tendo em conta, por um lado, que, at data, Portugal no possui recursos fsseis endgenos, nem volume suficiente de compras de energia primria para influenciar preos de mercado (price taker) e, por outro, que os incre-mentos na eficincia energtica promovem a proteo ambiental e a segurana energtica com uma relao custo -benefcio favorvel.

    O objetivo inicial dos planos de ao de eficincia energtica nos vrios Estados -Membros era reduzir anualmente, at 2016, o equivalente a 1% do consumo mdio de energia final em 2001 -2005. luz da Diretiva n. 2012/27/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro, relativa eficincia energtica (Nova Diretiva Eficincia Energtica), o objetivo foi redefinido para um limite mximo ao consumo de energia primria em 2020 (com base em projees PRIMES realizadas em 2007) equivalente a uma reduo de 20% (24,0 Mtep, excluindo usos no -energticos). A recesso econmica veio alterar significativamente os padres nacionais de consumo de energia primria e as expectativas de evoluo at 2020, e o objetivo, num cenrio otimista de instalao de potncia FER, considera -se hoje cum-prido com um consumo previsto de 23,8 Mtep. O novo objetivo do Governo de reduo de 25% (limite mximo de consumo de ~22,5 Mtep) veio exigir um esforo adicional entre 1,2 e 1,7 Mtep na reduo do consumo de energia primria.

    Tendo em vista a adequao aos novos objetivos definidos, partiu -se da anlise do impacto potencial e exequibilidade econmica do PNAEE aprovado pela Resoluo do Conselho de Ministros n. 80/2008, de 20 de maio (PNAEE de 2008),para a concretizao da meta geral de reduo de 25% e da meta especfica para o Estado de reduo de 30% do consumo de energia primria at 2020. No contexto atual, considerou -se necessrio adequar os objetivos do PNAEE de 2008 realidade nacional, tendo em conta as fontes e o nvel de financiamento disponveis, reduzindo os incentivos financeiros para fazer face estrita necessidade de cum-primento das metas e selecionando as medidas com base numa gradao da relao custo beneficio associada aos respetivos investimentos.

    Para tal, foi feita uma anlise do impacto (atual e potencial) estimado de todas as medidas previstas no PNAEE de 2008, de acordo com as normas europeias sobre a monitorizao de planos e medidas de eficincia energtica. Em resultado, entendeu -se dar continuidade no PNAEE 2016 maioria das medidas previstas no PNAEE de 2008, ainda que algumas sofram altera-o das respetivas metas ou a incluso ou extino de algumas aes previstas, em funo do seu estado e potencial de implementao face ao respetivo custo econmico. So tambm eliminadas medidas no im-plementadas, de difcil quantificao ou com impacto reduzido, que so substitudas por novas medidas ou por um reforo das medidas j existentes de menor custo e

    maior facilidade de implementao, que maximizam a probabilidade de cumprimento das metas estabelecidas (e.g. alteraes regulatrias, acordos de desempenho energtico e de repartio de benefcios, medidas de comprovado custo reduzido por MWh evitado e medi-das comportamentais testadas).

    So tambm operacionalizadas medidas constantes de novas Diretivas e orientaes europeias - Diretiva n. 2009/125/CE, do Parlamento Europeu e do Conse-lho, de 21 de outubro de 2009, relativa criao de um quadro para definir os requisitos de conceo ecolgica dos produtos relacionados com o consumo de energia (Diretiva Ecodesign), Diretiva n. 2010/31/UE, do Par-lamento Europeu e do Conselho, de 19 de maio de 2010, relativa ao desempenho energtico dos edifcios (Nova Diretiva Desempenho Energtico dos Edifcios), com especial enfoque na Administrao Pblica, e Comu-nicao da Comisso Redes Inteligentes: da Inovao Implantao, de 12 de abril de 2011 (Comunicao Redes Inteligentes).

    O principal objetivo do PNAEE 2016 , assim, o de projetar novas aes e metas para 2016, em articulao com o PNAER 2020, integrando as preocupaes relativas reduo de energia primria para o horizonte de 2020 constantes da Nova Diretiva Eficincia Energtica, com base em trs eixos de atuao:

    i) Ao, atravs da adequao das medidas ao atual contexto econmico -financeiro, tendo em vista a redu-o do custo global do programa nacional de eficincia energtica;

    ii) Monitorizao, atravs da reviso dos mtodos de monitorizao de resultados em conformidade com as diretrizes europeias e criao de uma viso macro do impacto do programa nacional de eficincia energtica; e

    iii) Governao, atravs da redefinio do modelo de governao do PNAEE.

    No plano da monitorizao de resultados, so re-definidas as metodologias de clculo dos indicadores bottom -up (mtodo de clculo em detalhe),tendo em vista individualizar adequadamente o impacto direto de cada medida, excluir impactos indiretos e alinhar os mecanismos de medio e verificao com as atuais diretrizes europeias.

    Para alm da metodologia de monitorizao existente (anlise bottom -up das medidas), e em linha com as reco-mendaes europeias (Recommendations on Measurement and verification methods in the Framework of Directive 2006/32/EC), entende -se ser necessrio introduzir indica-dores top -down (mtodo de clculo agregado) comple-mentares que permitam avaliar o Plano sob uma perspetiva de evoluo geral do consumo primrio de energia (viso macro do impacto do programa de eficincia energtica), facilitando o seu seguimento e avaliao e a confirmao de linhas de ao a prazo.

    Relativamente ao modelo de governao, considera--se necessrio rever a estrutura de gesto do PNAEE e redefinir as funes das diferentes entidades na execuo e acompanhamento das medidas do PNAEE, bem como operacionalizar o Fundo de Eficincia Energtica (FEE) e consolid -lo com os demais programas de apoio efici-ncia energtica, de modo a otimizar os incentivos.

    A execuo na ntegra do PNAEE 2016 ter o mrito de promover o cumprimento dos objetivos do prprio Plano,

  • 2028 Dirio da Repblica, 1. srie N. 70 10 de abril de 2013

    assim como os objetivos assumidos no mbito do PNAER 2020, designadamente 31% de incorporao de FER no consumo final bruto de energia e 10% de FER no setor dos Transportes. Este potencial impacto sobre o cumprimento das metas demonstra a necessidade de uma monitoriza-o constante e de uma avaliao continuada do Plano.

    2. Anlise do Impacto do PNAEE de 2008

    O PNAEE de 2008 estabeleceu como meta uma redu-o de consumo de energia final em 10% at 2015. Para a atingir, foram definidas 50 medidas, organizadas em 12 programas, com o objetivo de reduzir o consumo ener-gtico nas reas de Transportes, Residencial e Servios, Indstria, Estado e Comportamentos.

    Programa original do PNAEE (2008)

    A ENE 2020, aprovada pela Resoluo do Conselho de Ministros n. 29/2010, de 15 de abril, veio posteriormente definir uma meta de reduo de consumo da energia final de 20% at 2020.

    O XIX Governo Constitucional definiu uma meta mais ambiciosa, correspondente a uma reduo de consumo da energia primria em 25% at 2020.

    A anlise do impacto (atual e potencial) estimado das medidas previstas no PNAEE de 2008 foi efetuada de acordo com as normas europeias sobre monitorizao de planos e medidas de eficincia energtica (Recommendations on Measurement and verification methods in the Framework of Directive 2006/32/EC), sendo a sua contabilizao efe-tuada segundo os mtodos de clculo usados na respetiva elaborao e de acordo com a redefinio de metodologias de clculo dos indicadores bottom -up, tendo em vista indi-vidualizar adequadamente o impacto direto de cada medida.

    Nesta anlise foram tidas em conta economias j gera-das at ao ano de 2010. Tendo em conta que a nova meta em 2016 de 1.501.305 tep, a implementao do PNAEE de 2008 permitiu atingir, em termos acumulados at 2010, 49% do objetivo.

    A poupana energtica das medidas constantes do PNAEE de 2008, englobadas nas reas especficas de Transpor-tes, Residencial e Servios, Indstria e Estado e na rea transversal de Comportamentos, tem como cenrio de re-ferncia a mdia do consumo energtico final nacional nos anos de 2001 -2005, de acordo com o definido na Diretiva n. 2006/32/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de abril de 2006, relativa eficincia na utilizao final de energia e aos servios energticos (Diretiva Efi-cincia Energtica), tal como ilustrado no quadro seguinte:

    TABELA 1

    Resumo das poupanas totais alcanadas com o PNAEE

    rea Energia poupada(tep)Meta 2016

    (tep)Execuo em relao

    meta de 2016

    Transportes 252.959

    1.501.305 49%

    Residencial e Servios 267.008

    Indstria 177.895

    Estado 9.902

    Comportamentos 21.313

    Total PNAEE 729.077

    2.1 Transportes

    A rea dos Transportes no PNAEE de 2008 abrange os programas Renove Carro, Mobilidade Urbana e Sistema de Eficincia Energtica nos Transportes. Nesta rea foram contabilizadas redues de consumo energtico de cerca de 252.959 tep, entre 2008 e 2010, o que per-mitiu atingir, em termos acumulados, 74% do objetivo.

    2.1.1 Renove Carro

    Obtiveram -se resultados em cinco das seis medi-das deste Programa, com destaque para os resultados verificados nas medidas T1M1 - Revitalizao do abate de veculos em fim de vida e T1M2 - Tributao Verde - Reviso do regime de tributao de veculos particulares. No que concerne medida T1M1, foram

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 70 10 de abril de 2013 2029

    TABELA 2

    Poupanas alcanadas com o programa Renove Carro

    Programa Medida

    Energia poupada(tep)

    Meta 2016(tep) Execuo em relao

    meta de 2016Final Final

    Renove Carro

    T1M1 - Revitalizao do abate de veculos em fim de vida 52.848

    116.730 85%

    T1M2 - Tributao Verde - Reviso do regime de tributao de veculos particulares

    40.017

    T1M3 - Pneu verde 2.061

    T1M4 - Presso Certa 1.565

    T1M6 - Novos veculos mais conscientes para a poupana de combustvel

    2.993

    TABELA 3

    Poupanas alcanadas com o programa Mobilidade Urbana

    Programa Medida

    Energia poupada(tep)

    Meta 2016(tep) Execuo em relao

    meta de 2016Final Final

    Mobilidade urbana

    T2M1 - Promoo da Mobilidade sustentvel e da adoo de boas prticas

    98.817

    128.003 82%T2M3 - Utilizao de transportes e solues de mobilidade ener-

    geticamente mais eficientes6.114

    2.1.2 Mobilidade Urbana

    Destacam -se os resultados alcanados at 2010 na medida T2M1 - Transferncia modal em Lisboa, Porto e as restantes capitais de distrito, sobretudo associados ao incremento do uso do metro (metro do Porto, metro de superfcie do Sul do Tejo e extenso da rede de metro em Lisboa). Os resultados obtidos nesta medida esto relacionados com a atual conjuntura macroeconmica, retrao no consumo e consequente maior procura de transportes pblicos.

    O objetivo de 2016 para esta medida foi j alcanado em 2010. Sem prejuzo do efeito da conjuntura atual, estima -se que a monitorizao futura possa ainda acres-centar impactos ao potencial de economias j obtido.

    Apenas duas medidas, a medida T2M1 Transfe-rncia modal em Lisboa, Porto e capitais de distrito e

    a medida T2M3 Utilizao de transportes energetica-mente mais eficientes, registaram impactos no consumo energtico no perodo em anlise (2008 a 2010). A medida T2M2 Planos de Mobilidade foi iniciada em 2009 e integrada na medida Promoo da Mobilidade para efeitos do PNAEE 2016, dado que concorrem am-bas para o mesmo objetivo. No que respeita medida T2M4 Plataforma de Gesto de Trfego nos Grandes Centros Urbanos, no se registou qualquer evoluo, o que demonstra que os recursos aplicados nesta medida no se adequam ao estado atual da economia, no sendo eficiente manter a medida neste formato, pelo que a mesma retirada.

    A medida T2M3 teve igualmente em conta os impac-tos verificados at 2011, de uma nova medida relativa Gesto de Frotas de Txis.

    2.1.3 Sistema de Eficincia Energtica nos Transportes

    Este Programa registou um atraso significativo nas medidas T3M1 - Portugal Logstico e T3M2 - Au-toestradas do Mar, pelo que estas medidas foram

    retiradas do PNAEE 2016. De todas as medidas do Programa, apenas a medida T3M3 - Reestruturao da oferta da CP apresentou algum impacto no perodo 2008 -2010.

    ainda contabilizados os impactos verificados no pri-meiro trimestre de 2011.

    Foi descontinuada a medida T1M5 - Eficincia Fuel de-vido retrao na procura de combustveis e lubrificantes

    mais eficientes face aos cenrios de referncia previstos. Este facto no permitiu que esta medida tivesse retorno econmico, no tendo por isso, sido implementada pelo mercado.

  • 2030 Dirio da Repblica, 1. srie N. 70 10 de abril de 2013

    TABELA 4

    Poupanas alcanadas com o programa Sistema de Eficincia Energtica nos Transporte

    Programa Medida

    Energia poupada(tep)

    Meta 2016(tep) Execuo em relao

    meta de 2016Final Final

    Sistema de Eficincia Energtica nos Trans-portes

    T3M3 - Oferta de Transporte Ferrovirio de Passageiros 45.659

    99.305 49%T3M4 - Regulamento de Gesto dos Consumos de Energia nos

    Transportes 2.885

    2.2 Residencial e Servios

    A rea do Residencial e Servios no PNAEE de 2008 abrange os programas Renove Casa & Escritrio, Sistema de Eficincia Energtica nos Edifcios e Renovveis na Hora e Programa Solar.

    Nesta rea foram contabilizadas redues de consumo energtico de cerca de 267.008 tep, entre 2008 e 2010, o que permitiu atingir, em termos acumulados, 42% do objetivo previsto.

    2.2.1 Renove Casa & Escritrio

    Este Programa registou um desempenho claramente acima do objetivo delineado como meta acumulada para o ano de 2010.

    A principal justificao deste resultado deve -se boa implementao das medidas de substituio de equipa-

    mentos ineficientes. Destacam -se, em especial, os re-sultados da medida R&S4M3 - Phase -out de Lmpadas Incandescentes, que possibilitou a introduo de cerca de 15 milhes de lmpadas fluorescentes compactas (CFL) no parque de iluminao nacional, atravs de programas nacionais conducentes substituio de lmpadas ine-ficientes, bem como pela alterao de comportamentos dos consumidores na compra de equipamentos com ele-vado nvel de desempenho energtico (frigorficos, arcas congeladoras e mquinas de lavar roupa), no mbito das medidas R&S4M1 e R&S4M2.

    Numa primeira quantificao dos impactos das medidas de Remodelao R&S4M5 Janela Eficiente, R&S4M6 Isolamento Eficiente e R&S4M7 Calor Verde, os valores apresentam expresso, em especial no mbito da medida Ca-lor Verde, o que se deveu existncia de uma forte dinmica no mercado de recuperadores de calor para aquecimento.

    TABELA 5

    Poupanas alcanadas com o programa Renove Casa & Escritrio

    Programa Medida

    Energia poupada(tep)

    Meta 2016(tep) Execuo em relao

    meta de 2016Final Final

    Renove Casa & Escritrio

    R&S4M1 E R&S4M2 - Promoo de equipamentos mais eficientes 99.931

    399.913 41%

    R&S4M3 - Iluminao eficiente 48.530

    R&S4M5 - Janela Eficiente 311

    R&S4M6 - Isolamento Eficiente 435

    R&S4M7 - Calor Verde 15.796

    2.2.2 Sistema de Eficincia Energtica nos Edifcios

    Este programa visa melhorar o desempenho energtico dos edifcios, atravs da melhoria da classe de eficin-cia energtica em termos mdios no parque edificado, mediante a implementao das orientaes que regu-lam o Sistema Nacional de Certificao Energtica e da Qualidade do Ar Interior nos Edifcios (SCE), aprovado pelo Decreto -Lei n. 78/2006, de 4 de abril, que transpe parcialmente para a ordem jurdica nacional a Diretiva n. 2002/91/CE, do Parlamento Europeu, de 16 de dezem-

    bro, relativa ao desempenho energtico dos edifcios. Este regime encontra -se em vias de ser alterado em virtude da transposio da Nova Diretiva Desempenho Energtico dos Edifcios.

    A evoluo verificada no Programa Sistema de Efi-cincia Energtica nos Edifcios reflete a continuidade na emisso de certificados energticos e declaraes de conformidade regulamentar no SCE e uma reavaliao da poupana energtica por edifcio, tendo por base uma amostra de quase 400 mil certificados em 2010.

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 70 10 de abril de 2013 2031

    TABELA 6

    Poupanas alcanadas com o programa Sistema de Eficincia Energtica nos Edifcios

    Programa Medida

    Energia poupada(tep)

    Meta 2016(tep) Execuo em relao

    meta de 2016Final Final

    Sistema de Eficincia Energtica nos Edifcios

    R&S5M1 - SCE Edifcios Residenciais 57.473160.745 50%

    R&S5M2 - SCE Edifcios de Servios 23.697

    2.2.3 Renovveis na Hora e Programa Solar

    Este programa visava promover a substituio do con-sumo de energia de origem fssil por energia de origem renovvel, atravs de uma maior facilidade de acesso a tecnologias de microgerao de energia eltrica e de aquecimento solar de guas quentes sanitrias (AQS).

    O programa apresentou uma forte dinmica nas duas medidas definidas para a microproduo para fins eltri-cos, bem como nos incentivos para a instalao de novos sistemas solares trmicos.

    A medida R&S6M1 Microproduo, agora desconti-nuada no mbito deste Plano, tendo em conta a ausncia de impacto na energia final, registou nos trs primeiros anos, a adeso de cerca de doze mil microprodutores.

    A medida R&S6M2 Solar Trmico, alcanou um im-pacto significativo como resultado do forte incremento dado atravs da iniciativa Programa Solar Trmico 2009, que criou um quadro de incentivos associados aquisio de equipamentos para aquecimento de AQS para o seg-mento residencial, posteriormente estendida s Instituies Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e s Associa-es Desportivas de Utilidade Pblica (ADUP).

    TABELA 7

    Poupanas alcanadas com o programa Renovveis na Hora

    Programa Cdigo de Medida

    Energia poupada(tep)

    Meta 2016(tep) Execuo em relao

    meta de 2016Final Final

    Renovveis na HoraR&S6M2 - Solar Trmico Residencial 16.303

    73.607 28%

    R&S6M2 - Solar Trmico Servios 4.532

    2.3 Indstria

    A rea da Indstria no PNAEE de 2008 abrange o pro-grama Sistema de Eficincia Energtica na Indstria. Nesta rea foram contabilizadas redues de consumo energtico de cerca de 177.895 tep, entre 2008 e 2010, o que permitiu atingir, em termos acumulados, 49% do objetivo previsto.

    2.3.1 Sistema de Eficincia Energtica na Indstria

    A evoluo verificada nas medidas I7M1 Medidas Trans-versais, I7M2 Medidas Especficas e I7M3 Outros Setores de Atividade contabilizou a entrega de quase 400 planos de racionalizao dos consumos de energia, no mbito do Sis-tema de Gesto de Consumos Intensivos de Energia (SGCIE).

    O clculo dos impactos destas medidas teve em conta os impactos das medidas de poupana inseridas nos Planos de Racionalizao dos Consumos de Energia (PREN), submeti-dos Direo -Geral de Energia e Geologia (DGEG), no m-bito do SGCIE, at ao final do ano de 2010, e os impactos das medidas de poupana, ainda em implementao no mbito do anterior Regulamento de Gesto do Consumo de Energia (RGCE) (revogado pelo Decreto -Lei n. 71/2008, de 15 de abril, que aprovou o SGCIE), resultantes de medidas imple-mentadas na sequncia de auditorias energticas anteriores.

    Nas medidas I7M1, I7M2 e I7M3 os resultados ficaram aqum do objetivo, uma vez que os planos aprovados ainda estavam no incio da sua implementao. Esta foi uma das razes que levaram atual reviso do SGCIE.

    TABELA 8

    Poupanas alcanadas com o programa Sistema de Eficincia Energtica na Indstria

    Programa Cdigo de Medida

    Energia poupada(tep)

    Meta 2016(tep) Execuo em relao

    meta de 2016Final Final

    Sistema de Eficincia Energtica na Indstria

    I7M1 - SGCIE - Medidas Transversais 16.093

    365.309 49%I7M2 - SGCIE - Medidas Especficas 3.693

    I7M3 - SGCIE - Outros setores 22.800

    I7M4 - Medidas Retroativas 135.309

  • 2032 Dirio da Repblica, 1. srie N. 70 10 de abril de 2013

    2.4 Estado

    A rea do Estado no PNAEE de 2008 abrange o pro-grama Eficincia Energtica no Estado. Nesta rea foram contabilizadas redues de consumo energtico de cerca de 9.902 tep, entre 2008 e 2010, o que permitiu atingir, em termos acumulados, 9% do objetivo previsto.

    2.4.1 Eficincia Energtica no Estado

    A execuo verificada neste Programa foi obtida essen-cialmente atravs do desempenho positivo das medidas E8M1 Certificao Energtica dos Edifcios do Estado, e das medidas relativas s Iluminao Pblica Eficiente,

    em particular, as medidas E8M8 Instalao de regula-dores de fluxo, E8M11 Phase -out de lmpadas de vapor de mercrio e E8M13 Sistemas de controlo de trfego (tecnologia LED nos semforos).

    As medidas E8M2 Solar Trmico Piscinas e E8M3 Solar Trmico Recintos Desportivos apresentam alguns resultados positivos, impulsionadas pelo regime de in-centivos disponibilizados e por uma forte campanha de sensibilizao.

    Decorrente da aquisio de veculos mais eficientes, contabilizou -se pela primeira vez em 2010 o efeito da medida E8M6 Renovao da frota com veculos de baixas emisses.

    TABELA 9

    Poupanas alcanadas com o programa Eficincia Energtica no Estado

    Programa Cdigo de Medida

    Energia poupada(tep)

    Meta 2016(tep) Execuo em relao

    meta de 2016Final Final

    Eficincia Energtica no Estado

    E8M1 - Certificao Energtica dos Edifcios do Estado e ECO.AP 4.769

    106.380 9%

    E8M2 E E8M3 - Planos de Ao de Eficincia Energtica na Administrao Pblica - ECO.AP

    1.016

    E8M6 - Transportes mais eficientes no Estado 165

    E8M8 A E8M13 - Iluminao Pblica Eficiente 3.952

    2.5 Comportamentos

    A rea dos Comportamentos no PNAEE de 2008 abrange os programas Programa Mais e Operao E. Nesta rea foram contabilizadas redues de consumo energtico de cerca de 21.313 tep, entre 2008 e 2010, o que permitiu atin-gir, em termos acumulados, 100% do objetivo previsto. Estima -se que a monitorizao futura possa ainda acrescentar impactos ao potencial de economias j obtido.

    2.5.1 Operao E

    O conjunto de medidas que constituam o Programa E, agora designado Comunicar Eficincia Energtica, tem por objetivo aumentar a consciencializao da importncia da eficincia energtica, atravs da induo da alterao de aspetos comportamentais relativos utilizao final de energia. Destacam -se, a este respeito, as iniciativas Campa-nha Solar Trmico 2009, a realizao do Estudo do Mercado Mudana de comportamento no mbito da Eficincia Energtica e a implementao do Barmetro Eficincia Portugal 2010 nas empresas.

    Registaram -se resultados nas medidas C10M3 - Energia em Casa e C10M4 - Energia no Trabalho.

    TABELA 10

    Poupanas alcanadas com o programa Comunicar Eficincia Energtica

    Programa Cdigo de Medida

    Energia poupada(tep)

    Meta 2016(tep) Execuo em relao

    meta de 2016Final Final

    Comunicar Eficincia Energtica

    C10M1 - Energia nas Escolas 0

    21.313 100%C10M2 - Energia nos Transportes 0

    C10M3 - Energia em Casa 19.489

    C10M4 - Energia no trabalho 1.824

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 70 10 de abril de 2013 2033

    3. reas, Programas e Medidas do PNAEE 2016

    Tendo por base as reas, programas e medidas do PNAEE de 2008, o PNAEE 2016 passa a abranger seis reas especficas: Transportes, Residencial e Servios, Indstria, Estado, Comportamentos e Agricultura. Estas

    reas agregam um total de 10 programas, que integramum leque de medidas de melhoria da eficincia energ-tica, orientadas para a procura energtica e que, de umaforma quantificvel e monitorizvel, visam alcanar osobjetivos propostos.

    TABELA 11

    reas e programas do PNAEE 2016

    REAS

    Transportes Residencial e Servios Indstria Estado Comportamentos Agricultura

    PRO

    GR

    AM

    AS

    Eco Carro Renove Casa & Escritrio

    Sistema de Gesto dos Consumos Intensi-vos de Energia

    Eficincia Energ-tica no Estado

    Comunicar Eficincia Energtica

    Eficincia no setor Agrrio.

    Mobilidade Urbana Sistema de Eficincia Energtica nos Edi-fcios

    Sistema de Eficincia Ener-gtica nos Transportes

    Solar Trmico

    A rea dos Transportes integra os seguintes programas de melhoria da eficincia energtica:

    a) Eco Carro, que agrega as medidas direcionadas para a melhoria da eficincia energtica nos veculos;

    b) Mobilidade Urbana, que abrange as medidas rela-cionadas com a necessidade de incentivar a utilizao de transportes coletivos e de modos suaves de transporte em detrimento do transporte individual motorizado, com um enfoque particular nas zonas urbanas;

    c) Sistema de Eficincia Energtica nos Transportes,que integra medidas que visam dinamizar a utilizao das redes ferrovirias de passageiros, bem como a gesto energtica das frotas de transportes.

    A rea de Residencial e Servios integra os seguintes programas de melhoria da eficincia energtica:

    a) Renove Casa e Escritrio, que integra um conjunto de medidas destinadas a potenciar a eficincia energtica na iluminao, eletrodomsticos e reabilitao de espaos;

    b) Sistema de Eficincia Energtica nos Edifcios, que rene as medidas que resultam do processo de certificao energtica nos edifcios;

    c) Integrao de Fontes de Energia Renovveis Trmi-cas/Solar Trmico, relativo s medidas dirigidas promo-o de uma maior integrao de fontes de energia renov-vel nos edifcios e equipamentos residenciais e de servios.

    A rea da Indstria abrangida por um programa desig-nado por Sistema de Eficincia Energtica na Indstria,que inclui a reviso do SGCIE, continuando a destacar -se as medidas transversais no setor industrial e outras medi-das setoriais para a eficincia no processo industrial.

    A rea do Estado agrupada num programa designado por Eficincia Energtica no Estado, com um conjunto de medidas dirigidas certificao energtica dos edifcios do Estado, aos Planos de Ao de Eficincia Energtica, designadamente no mbito do Programa de Eficincia Energtica na Administrao Pblica - ECO.AP, frotas de transporte do Estado e Iluminao Pblica (IP).

    A rea da Agricultura abrangida por um programa designado Eficincia Energtica no Setor Agrrio e tem

    como objetivo agrupar e dinamizar as aes realizadas neste setor com vista a induzir a reduo de consumos energticos.

    A rea de Comportamentos integra medidas que visam promover hbitos e atitudes de consumidores energetica-mente eficientes, como sejam a recomendao de produtos eficientes, atravs de campanhas de sensibilizao e comu-nicao. Estas medidas visam potenciar as oportunidades de eficincia energtica de todas as reas do PNAEE. Por serem de mais difcil monitorizao e quantificao, o respetivo contributo adicional meta estabelecida para o PNAEE 2016.

    O PNAEE prev uma poupana induzida de 8,2%, pr-xima da meta indicativa definida pela Unio Europeia de 9% de poupana de energia at 2016, com os contributos na reduo dos consumos energticos distribudos pelos v-rios setores de atividade, como resulta do quadro seguinte:

    TABELA 12

    Resumo dos impactos do PNAEE 2016 por programa

    Programa Potenciais Economias(tep) %Meta 2016

    (tep)

    Transportes 344.038 23%

    1.501.305

    Residencial e Servios 634.265 42%

    Indstria 365.309 24%

    Estado 106.380 7%

    Comportamentos 21.313 1%

    Agricultura 30.000 2%

    3.1 Transportes

    Esta rea constituda por trs programas: i) Eco Carro (Tp1), para a promoo da eficincia energtica no trans-porte particular, ii) Mobilidade Urbana (Tp2), para a pro-moo da utilizao de transportes pblicos; e iii) Sistema

  • 2034 Dirio da Repblica, 1. srie N. 70 10 de abril de 2013

    de Eficincia Energtica nos Transportes (Tp3), para a eficincia energtica dos operadores de transportes de mercadorias e de passageiros.

    Tendo em conta a necessidade de criar um sistema eficaz de monitorizao da evoluo dos indicadores espe-cficos de cada medida (bottom -up), que permita tambm avaliar outros efeitos macroeconmicos que no esto diretamente associados s medidas listadas, optou -se por avaliar e monitorizar a implementao das medidas por programa de uma forma agregada atravs de indicadores top -down. Tal no impede que a monitorizao seja feita com recurso aos dois tipos de indicadores.

    3.1.1 Programas e Medidas

    Programa Tp1 Eco Carro

    Este programa constitudo por trs medidas de me-lhoria no segmento de transporte particular, incentivando a sua renovao e utilizao mais eficiente.

    Tp1m1 - Tributao Verde Reviso do regime de tributao de veculos particulares

    Esta medida tem por objetivo manter e tendencialmente melhorar as condies existentes tendo em vista promover a introduo de veculos automveis com baixo fator de emisso de CO

    2atravs de instrumentos e mecanismos que

    induzam a sua disseminao no setor rodovirio. Alguns dos instrumentos para a prossecuo desta medida esto relacionados com a reforma da tributao automvel, bem como com a disponibilizao de guias de consumo e a publicitao de informao energtica dos veculos novos.

    Esta medida est em linha com a estratgia comunitria que assenta essencialmente em trs pilares: i) compro-missos voluntrios da indstria automvel no sentido da reduo das emisses de gases com efeitos de estufa, ii) melhor informao ao consumidor e iii) promoo de automveis mais eficientes em termos de consumo de energia, atravs de medidas fiscais.

    As emisses esto ligadas qualidade dos carburantes, mas dependem em grande medida da eficincia da utili-zao dos combustveis, em particular da tecnologia dos motores de combusto. Esta medida pretende incentivar a aquisio de veculos ligeiros, particulares ou comerciais, com menores emisses.

    Os instrumentos privilegiados para a prossecuo desta medida so de natureza fiscal, associados a uma diferenciao na incidncia em sede de aplicao do Imposto sobre Veculos (ISV) e do Imposto nico de Circulao (IUC) aos veculos automveis e ciclomotores matriculados, feita com base no nvel de emisses de gCO

    2/vkm. O clculo do ISV tem em

    considerao as emisses de dixido de carbono, de acordo com tabelas progressivas, tendo por objetivo incentivar a compra de veculos com menores emisses. Estes instru-mentos assumem, tambm, um carcter informativo para os consumidores ao constiturem um incentivo econmico associado a uma escolha que envolva um menor consumo de combustvel, mais racional e, logo, menos poluente.

    Tp1m2 - Pneu Verde

    Esta medida tem por objetivo aumentar a introduo de pneus energeticamente eficientes - pneus de baixa resistncia ao rolamento (RR) e a reduo do nmero de veculos do parque automvel de ligeiros que cir-culam com presso de pneumticos incorreta. D -se

    continuidade s medidas do PNAEE de 2008, das quais se destacam:

    Tp1m2 -1 - Pneu Verde (Pneus eficientes)

    Estima -se que as economias associadas a esta medida produzam uma poupana no consumo mdio das viaturas entre 1% e 2%. Um pneu eficiente pode ter metade do coefi-ciente de Resistncia ao Rolamento (RR) de um ineficiente, sendo a sua variao num veculo ligeiro compreendida entre 0,014 (menos eficiente) e um RR de 0,007 (mais eficiente).

    O Regulamento CE n. 1222/2009, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de novembro, relativo rotulagem dos pneus no que respeita eficincia ener-gtica e a outros parmetros essenciais, que introduziu a obrigatoriedade de rotulagem dos pneus a partir de no-vembro de 2012, dever potenciar o aumento da venda de pneus eficientes, face a um cenrio de disponibilizao de informao de melhor qualidade acerca dos benefcios da utilizao destes pneus, nomeadamente os relativos reduo de consumos de combustvel e ao aumento da segurana dos veculos.

    Para alm das referidas obrigaes que recaem sobre os titulares das marcas de pneus, sero desenvolvidas campanhas de promoo das vantagens da utilizao de pneus mais eficientes, mais seguros e com menor nvel de rudo, a desenvolver pelo Estado em parceira com as associaes do setor e fabricantes de pneus.

    Tp1m2 -2 - Pneu Verde (Presso certa)

    A medida tem por objetivo reduzir o parque de viaturas ligeiras em circulao com presso incorreta nos pneus. Estima -se que um nmero elevado de veculos em circu-lao apresente nveis de presso incorretos, que variam entre 0,4 e 0,5 Bar. O aumento de consumo provocado por este facto oscila entre os 1 % e os 2,5 %.

    Os instrumentos de promoo devem continuar a passar, essencialmente, por campanhas de sensibilizao para a correta presso e calibrao de pneus e pelo incentivo ve-rificao peridica da presso, no sentido desta passar a ser obrigatria nos centros de Inspeo Peridica Obrigatria (IPO), bem como noutros pontos de verificao.

    Tp1m3 - Mobi.E: Promoo da aquisio de Veculos Eltricos (VE)

    A medida tem por objetivo promover a procura e intro-duo de veculos eltricos (VE) no mercado de ligeiros mistos e de passageiros e de scooters eltricas, aproveitando os investimentos j realizados no que respeita ao desenvolvi-mento da plataforma de gesto inteligente e integrada. Uma das solues possveis poder passar por uma adequao das infraestruturas de carregamento existentes, adaptando -as aos locais de parqueamento cobertos, pblicos e privados, nomeadamente atravs do desenvolvimento de solues de carregamento domstico. Outra vertente desta medida ser centrada na demonstrao das vantagens da utilizao de veculos e scooters eltricas, evidenciando os benefcios desta tecnologia face aos custos crescentes associados aos combustveis convencionais e aos impactos ambientais.

    semelhana da medida Tributao Verde, os vecu-los eltricos tm uma diferenciao fiscal traduzida na iseno total, em sede de IUC, da componente ambiental e, em sede de ISV, na aquisio ao abrigo do disposto na alnea a), do n. 2 do artigo 2. do anexo I do Cdigo do Imposto sobre Veculos, aprovado pela Lei n. 22 -A/2007, de 29 de junho, na sua atual redao.

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 70 10 de abril de 2013 2035

    Resultados

    TABELA 13

    Impacto do programa Eco Carro no PNAEE 2016

    Programa Tp1 Energia final Energia primria

    Resultados Energia economizada (tep) 43.643 43.643

    Metas

    Meta a 2016 (tep) 60.889 60.534

    Execuo face a 2016 72%

    Meta a 2020 (tep) 83.372 81.773

    Execuo face a 2020 53%

    Programa Tp2 - Mobilidade Urbana

    O programa, constitudo por duas medidas, tem por objetivo incentivar a utilizao de transportes coletivos e de modos de transporte suaves em detrimento do trans-porte individual, com um enfoque particular nas zonas urbanas.

    Tp2m1 - Promoo da Mobilidade sustentvel e da adoo de boas prticas

    A medida tem por objetivo incentivar a utilizao de transportes coletivos em detrimento do transporte indivi-dual, focando -se essencialmente nas zonas urbanas.

    O desenvolvimento das infraestruturas pblicas de transporte, associadas a maior oferta e a melhores servi-os, tem -se revelado um catalisador para a atrao de um maior nmero de utentes. Este desenvolvimento deve ser articulado com um esforo para melhorar o planeamento e a gesto da mobilidade, o qual, conjugado com a aplicao de medidas restritivas da circulao e estacionamento do transporte individual, contribui para favorecer uma maior utilizao do transporte pblico e dos modos suaves de mobilidade.

    A atual situao econmica do pas e o aumento con-tinuado dos preos dos combustveis tm um impacto negativo no rendimento disponvel dos cidados, pelo que se perspetiva que continuem a condicionar as opes de mobilidade, levando a uma maior procura de transportes pblicos. Contudo, haver que monitorizar os impactos do aumento dos preos dos ttulos de utilizao sobre a evo-luo da procura e, em funo dessa evoluo, equacionar polticas de incentivo utilizao do transporte pblico.

    O Pacote da Mobilidade apresentado pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, I.P. (IMTT, I.P.), em 2011, proporciona aos municpios, aos polos empresa-riais e s entidades gestoras de equipamentos geradores e atratores de deslocaes uma ferramenta de apoio s suas polticas e estratgias de mobilidade. expectvel que, em termos progressivos, seja possvel verificar as economias geradas, designadamente atravs da implementao de planos de mobilidade e transportes a nvel municipal e regional e de medidas de gesto da mobilidade em em-presas e polos.

    Para uma maior eficincia energtica expectvel que contribua tambm a crescente sensibilizao relativamente s questes de ordenamento do territrio, requalificao e gesto do espao pblico, e a adoo de medidas de

    regulao de trfego, promoo de polticas de estacio-namento urbano tarifado e solues de conjugao com os transportes coletivos.

    Espera -se que tambm a progressiva eficcia da fis-calizao no sentido do cumprimento das velocidades mximas estabelecidas associada aos sistemas e solues tecnolgicas contribuam para a eficincia energtica.

    Tendo em conta a difcil monitorizao do impacto desta medida, optou -se por quantificar apenas os impactos j obtidos at 2010 e, posteriormente, efetuar anlises top--down que venham a acrescentar impactos ao potencial de economias deste Plano.

    Tp2m2 - Utilizao de transportes e solues de mobilidade energeticamente mais eficientes

    Esta medida visa a melhoria da eficincia energtica atravs da introduo de material circulante mais eficiente nos transportes pblicos rodovirios, nos seguintes termos:

    Tp2m2 -1 Minibus e servios de transporte flexvel

    Incentivar a utilizao de frotas de minibus que contri-buam, de forma autnoma, ou integradas em frota de auto-carros de tamanho convencional, para uma maior adequao procura em horas de vazio nas frotas de transportes pblicos urbanos ou em espao rural de baixa densidade demogrfica.

    Pretende -se igualmente efetuar a implementao de solues inovadoras que permitam responder s neces-sidades de mobilidade da populao atravs de servios de transporte pblico flexvel (TPF), que se traduzem em servios com itinerrios, paragens e horrios variveis. Estas solues permitem oferecer solues de transporte pblico mais adequadas procura, melhorando os nveis de desempenho (reduo de consumos, de percursos e distncias) e reduzindo a opo pelo transporte individual.

    Tp2m2 -2 - Centrais de gesto de frotas e atribuio automtica de servios de txi

    O txi constitui uma soluo intermdia entre o transporte coletivo e o veculo particular, permitindo responder de forma mais adequada a necessidades especficas de transporte.

    So equacionadas novas solues de organizao e prestao de servio de txi, que podero passar pela sua integrao na modalidade de TPF.

    A medida aposta igualmente no desenvolvimento de centrais de gesto de frotas e atribuio automtica de

  • 2036 Dirio da Repblica, 1. srie N. 70 10 de abril de 2013

    servios de txi, que permite localizar todas as viaturas e a sua disponibilidade, induzindo os txis disponveis a aguardarem a atribuio de servio nas praas, redu-zindo significativamente os servios captados em circu-lao. A reduo dos percursos efetuados em vazio tem como efeito imediato a reduo dos respetivos consumos de combustvel, o congestionamento de trfego, as despe-sas de manuteno dos veculos, as emisses, etc.

    Tp2m2 -3 Utilizao de bicicletas e modos de transportes suaves

    Na sequncia da elaborao do Plano de Promoo da Bicicleta e Outros Modos de Transporte Suave 2013 -2020, foi criado um programa de ao que pro-pe o desenvolvimento de uma estratgia e um conjunto coerente e articulado de medidas para a promoo da utilizao quotidiana da bicicleta e a adoo de solues de mobilidade sustentvel, associadas criao de melhores e mais seguras condies para os modos suaves e alterao de comportamentos no sentido de favorecer a reduo da utilizao do transporte individual motorizado.

    O reforo da utilizao quotidiana da bicicleta, para alm da sua componente de lazer e desporto, est igual-mente associado ao crescente nmero de municpios que tem vindo a apostar na implementao de solues de bike sharing e na construo de redes ciclveis (vias ba-nalizadas, faixas ciclveis e pistas ciclveis), quer com o objetivo de oferecer infraestruturas de apoio do Plano de Promoo da Bicicleta e Outros Modos de Transporte Suave 2013 -2020 a atividades de desporto e lazer, quer infraestruturas direcionadas utilizao no quotidiano da bicicleta, atravs de ligaes entre zonas residenciais, zonas de emprego, de servios e grandes equipamentos. De salientar que grande parte do investimento existente em redes ciclveis foi realizado por iniciativa dos municpios.

    A recente concluso do Plano de Promoo da Bici-cleta e Outros Modos de Transporte Suave 2013 -2020 e a iniciativa do Governo de constituio de uma Unidade de Misso para elaborao da Carta da Mobilidade Ligeira devero possibilitar uma utilizao crescente dos modos suaves, criando condies para o aumento da sua partici-pao na repartio modal, no horizonte do PNAEE.

    Programa Tp3 - Sistema de Eficincia Energtica nos Transportes

    O programa, constitudo por quatro medidas, tem por objetivo incentivar aes que visam a oferta das redes ferrovirias de passageiros, bem como a gesto energtica das frotas de transportes.

    Tp3m1 Oferta de Transporte Ferrovirio de Passageiros

    Esta medida foi considerada no Plano Nacional para as Alteraes Climticas, aprovado pela Resoluo do Conselho de Ministros n. 104/2006, de 23 de agosto (PNAC 2006) e visava a alterao da oferta da conces-sionria da ferrovia (a CP -Comboios de Portugal) atra-vs da reduo do tempo de viagem entre Lisboa -Porto, Lisboa -Castelo Branco e Lisboa -Algarve. As atividades desenvolvidas no mbito desta medida relacionaram -se com a eficincia de explorao, a melhoria da qualidade do servio, a reduo do tempo de viagem e o aumento da procura.

    Uma vez que se trata de uma medida com resultados j apurados e com potencial de crescimento, a manuteno e

    impacto desta medida at 2016 considerada como uma opo estratgica e fundamental.

    O alcance desta medida pode, todavia, ser melhorado atravs de aes promovidas em parceria com os opera-dores de transporte ferrovirio de passageiros que eviden-ciem as vantagens econmicas e ambientais da utilizao da ferrovia em detrimento do veculo particular, evidentes, sobretudo, nas mdias e longas deslocaes.

    Tp3m2 - Regulamento de Gesto dos Consumos de Energia nos Transportes

    Esta medida avalia o desempenho do atual Regula-mento de Gesto dos Consumos de Energia no Setor dos Transportes, aprovado pela Portaria n. 228/90, de 27 de maro, alterada pela Lei n. 7/2013, de 22 de janeiro, e os respetivos impactos na reduo do consumo energtico no setor dos transportes.

    A reviso tcnica do Regulamento de Gesto dos Con-sumos de Energia no Setor dos Transportes est a ser avaliada e pode constituir um novo contributo para o setor dos transportes com efeito nas metas ps 2016.

    Resultados

    TABELA 14

    Impacto do programa Mobilidade Urbana no PNAEE 2016

    Programa Tp2 Energia final Energia primria

    Resultados Energia economizada (tep) 104.931 104.931

    Metas

    Meta a 2016 (tep) 128.003 128.003

    Execuo face a 2016 82%

    Meta a 2020 (tep) 157.421 157.421

    Execuo face a 2020 67%

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 70 10 de abril de 2013 2037

    Trata -se de uma medida regulamentar dirigida aos ope-radores dedicados de frotas de transportes e s frotas de transporte de empresas que consumam anualmente um valor acima de um determinado referencial (o regulamento atual abrange todas as frotas com consumos anuais supe-riores a 500 tep) e que, atravs de auditorias especficas, elaboram planos de racionalizao com vista melhoria da intensidade energtica ou reduo dos consumos es-pecficos.

    Tp3m3 - Apoio instalao de equipamentos de enchimento de pneus a nitrognio

    Esta medida visa, essencialmente, promover a coloca-o de sistemas geradores de nitrognio nas oficinas dos operadores de transportes de passageiros e de mercado-rias e nas oficinas das frotas particulares (de empresas privadas e municipais), garantindo a prioridade s frotas de veculos pesados.

    O rolamento do pneu com valores de presso incorretos, para alm de outras consequncias (segurana, conforto e vida til do pneu), representa um aumento do consumo do veculo e consequentes emisses associadas.

    Uma das formas de assegurar eficazmente a reduo do nmero de veculos a circular com pneus sem a presso adequada consiste em avaliar a possibilidade de apoiar as oficinas dos transportadores e das frotas das empresas

    na aquisio de sistemas geradores de nitrognio para enchimento de pneus. Numa segunda fase podero ser abrangidos os postos de abastecimento pblicos e as ofi-cinas de reparao e assistncia.

    O enchimento dos pneus a nitrognio permite, alm de outras vantagens, minimizar a perda de presso. Indepen-dentemente do hbito de verificao da presso dos pneus por parte dos condutores, o recurso ao nitrognio garante, por um maior perodo de tempo, que a presso dos pneus com que os veculos circulam a adequada.

    Tp3m4 Sistema de Gesto de Frotas e promoo da eco -conduo

    Esta medida consiste na promoo da adoo, pelos transportadores de passageiros e de mercadorias, de sis-temas de monitorizao do desempenho dos motoristas profissionais, permitindo a correo de hbitos de con-duo inadequados, a adoo de boas prticas e a dispo-nibilizao de ferramentas para a formao contnua dos condutores, bem como solues tecnolgicas compatveis com sistemas operativos abertos, garantindo a interopera-bilidade com os dispositivos existentes no mercado, que auxiliem a conduo e possibilitem a recolha de informa-o sobre a conduo e desempenho do veculo.

    A medida ser complementada com formao em eco--conduo com base nos resultados recolhidos.

    Resultados

    TABELA 15

    Impacto do programa Sistema de Eficincia Energtica nos Transportes no PNAEE 2016

    Programa Tp3 Energia final Energia primria

    Resultados Energia economizada (tep) 48.544 48.544

    Metas

    Meta a 2016 (tep) 99.305 99.305

    Execuo face a 2016 49%

    Meta a 2020 (tep) 111.780 111.780

    Execuo face a 2020 43%

    3.1.2 Sntese das Medidas do Setor dos Transportes

    TABELA 16

    Impacto do setor dos Transportes no PNAEE 2016

    Programa Cdigode Medida

    Resultados

    Energia poupadatep

    Meta 2016tep Execuo

    2016 (1)

    Meta 2020tep Execuo

    2020 (2)

    Final Primria Final Primria Final Primria

    Eco Carro

    Tp1m1 40.017 40.017 47.326 47.326 85% 54.055 54.055 74%

    Tp1m2-1 2.061 2.061 8.024 8.024 26% 16.082 16.082 13%

    Tp1m2-2 1.565 1.565 3.678 3.678 43% 5.158 5.158 30%

    Tp1m3 0 0 1.861 1.506 0% 8.077 6.478 0%

  • 2038 Dirio da Repblica, 1. srie N. 70 10 de abril de 2013

    Programa Cdigode Medida

    Resultados

    Energia poupadatep

    Meta 2016tep Execuo

    2016 (1)

    Meta 2020tep Execuo

    2020 (2)

    Final Primria Final Primria Final Primria

    Mobilidade urbana

    Tp2m1 98.817 98.817 98.817 98.817 100% 98.817 98.817 100%

    Tp2m2-1 785 785 1.745 1.745 45% 2.617 2.617 30%

    Tp2m2-2 5.329 5.329 25.635 25.635 21% 53.208 53.208 10%

    Tp2m2-3 0 0 1.806 1.806 0% 2.779 2.779 0%

    Sistema de Eficincia Energtica nos Transportes

    Tp3m1 45.659 45.659 60.000 60.000 65% 60.000 60.000 65%

    Tp3m2 2.885 2.885 25.343 25.343 11% 25.343 25.343 11%

    Tp3m3 0 0 3.866 3.866 0% 6.282 6.282 0%

    Tp3m4 0 0 10.096 10.096 0% 20.155 20.155 0%

    Medidas j concludas 55.841 55.841 55.841 55.841 100% 55.841 55.841 100%

    Total PNAEE 252.959 252.959 344.038 343.683 74% 408.414 406.815 62%

    (1) Face energia final.(2) Face energia primria.

    3.2 Residencial e Servios

    A rea do Residencial e Servios integra 3 Programas: i) Renove Casa e Escritrio (RSp1), ii) Sistema de Efi-cincia Energtica em Edifcios (RSp2) e iii) Integraode Fontes de Energia Renovveis Trmicas/Solar Trmico (RSp3).

    Trata -se de uma rea muito sensvel para o sucesso da implementao do PNAEE 2016, uma vez que represen-tou, em 2011, cerca de 28% do consumo de energia final em Portugal, da qual 16,6% no setor Residencial e 11,4% no setor dos Servios. O peso da componente eltrica muito elevado, sobretudo nos Servios (verificando -se que, em 2011, mais de 73% correspondia a consumos eltricos), sendo tambm bastante significativa no setor Residencial (cerca de 43% em 2011).

    3.2.1 Programas e Medidas

    Programa RSp1 - Renove Casa & Escritrio

    O objetivo deste programa o de fomentar a substi-tuio de equipamentos no setor Residencial e no setor dos Servios, de modo a tornar mais eficiente o parque de eletrodomsticos, de equipamentos eltricos e da ilumi-nao, acompanhando o avano tecnolgico promovido pelos produtores e induzido pelas crescentes exigncias do mercado no sentido de reduzir os respetivos consumos, nomeadamente os energticos.

    A promoo da melhoria do parque para cada grupo de equipamentos pode ser realizada atravs de um ins-trumento ou de uma conjugao de vrios instrumentos. Estes instrumentos podem atuar essencialmente a dois nveis: i) atravs de medidas de incentivo utilizao de produtos mais eficientes do ponto de vista energtico, ou ii) atravs de medidas de penalizao ou restrio aquisio de determinados produtos ou mesmo proibi-

    o de comercializao e de introduo no mercado de equipamentos com desempenhos energticos abaixo de determinados nveis.

    As medidas tm por base a aplicao de legislao nacional relativa transposio de Diretivas sobre rotu-lagem energtica (Diretiva n. 2010/30/UE, de 19 de maio de 2010) e ecolgica (Diretiva Ecodesign) dos eletrodo-msticos e outros produtos, regulamentos comunitrios, sistemas de certificao voluntria de equipamentos ener-geticamente eficientes ou mecanismos de desincentivo aquisio de produtos pouco eficientes, sempre que existam alternativas mais eficientes em termos de con-sumo energtico que no conduzam a um aumento do consumo de gua.

    Outros mecanismos, tais como campanhas de informa-o e sensibilizao e o desenvolvimento e disponibiliza-o de simuladores do consumo energtico de produtos podem ser igualmente considerados.

    Alguns mecanismos revestem -se de eficcia j com-provada, tais como a disponibilizao de informao sob a forma de etiquetas energticas, indicando as classes de desempenho energtico de determinados produtos, ou a restrio de entrada no mercado de equipamentos que no cumpram determinados requisitos, nomeadamente os relativos a um nvel mximo de consumo energtico anual.

    RSp1m1 - Promoo de equipamentos mais eficientes

    O objetivo principal da medida a promoo da subs-tituio de eletrodomsticos e de outros equipamentos eltricos para uso essencialmente domstico, reduzindo o consumo especfico do parque de equipamentos do-msticos. A rotulagem energtica, introduzida atravs da Diretiva n. 92/75/CEE do Conselho, de 22 de setembro de 1992, permitiu que os consumidores passassem a ser informados de forma clara acerca das caractersticas e

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 70 10 de abril de 2013 2039

    desempenho dos produtos que pretendem adquirir. Esta Diretiva abrangeu um conjunto alargado de equipamentos com consumos energticos significativos, considerando a totalidade dos consumos do setor residencial, em especial os consumos eltricos.

    Os produtos inicialmente classificados entre A (mais eficiente) e G (menos eficiente) viram, entretanto, em 2003, ampliada a sua escala de classes de desempenho energtico, com a introduo das classes A++ e A+.

    A Diretiva n. 2010/30/UE, de 19 de maio de 2010, relativa indicao do consumo de energia e de outros recursos por parte dos produtos relacionados com a ener-gia, por meio de rotulagem e outras indicaes uniformes relativas aos produtos (Diretiva Rotulagem Energtica), revogou a referida Diretiva n. 92/75/CEE do Conselho, de 22 de setembro de 1992, e introduziu uma nova etiqueta energtica, com novas classes (A+++ a D, na maioria dos equipamentos) e novos critrios para a sua atribuio. Foram includas novas categorias de aparelhos, de entre as quais se destacam os televisores.

    A Diretiva Rotulagem Energtica, transposta pelo Decreto -Lei n. 63/2011, de 9 de maio, atualmente o principal instrumento para a promoo da aquisio e utilizao de eletrodomsticos e outros equipamentos eltricos mais eficientes. uma ferramenta bem conhecida e bem aceite pelos consumidores, uma vez que transmite, de forma clara, informao acerca da eficincia energ-tica e do desempenho dos equipamentos disponveis no mercado.

    Para alm de acompanhar e promover a sua imple-mentao, cabe tambm aos Estados Membros garantir a rotulagem adequada dos produtos, atravs de aes de fiscalizao do mercado. As inspees s lojas constituem uma possvel ao de verificao com vista a assegurar a conformidade da atuao do retalhista com as obrigaes de rotulagem.

    A Diretiva Rotulagem Energtica incumbiu tambm a Comisso de, atravs de Regulamentos, concretizar os aspetos relativos ao rtulo e ficha dos produtos abran-gidos pela Diretiva.

    Atualmente, a rotulagem energtica em vigor em Por-tugal abrange os seguintes produtos:

    TABELA 17

    Rotulagem energtica dos equipamentos em vigor em Portugal

    Equipamentos Em vigor desde: Classes Energticas atuais

    Frigorficos e congeladores janeiro de 1995 A+++ / D

    Mquinas de secar roupa abril de 1996 A / G

    Mquinas de lavar a roupa abril de 1996 A+++ / D

    Mquinas de lavar loua agosto de 1999 A+++ / D

    Fornos eltricos janeiro de 2003 A / G

    Ar condicionado fevereiro de 2003 A / G

    Televisores novembro de 2011 A / G

    O PNAEE de 2008 abrangia apenas o frio doms-tico e as mquinas de tratamento de roupa, deixando de fora um elevado potencial de reduo de consumos em outros equipamentos. O PNAEE 2016 pretende abranger, para alm dos equipamentos que contam da tabela acima, todos os novos produtos que vierem a ser sujeitos a rotulagem energtica durante o perodo de vigncia do Plano.

    Por outro lado, as exigncias europeias em matria de ecodesign ou de conceo ecolgica, aplicveis aos produtos consumidores de energia, esto estabelecidas na Diretiva Ecodesign, com a finalidade de garantir a livre circulao destes produtos no mercado interno e de contribuir para o desenvolvimento sustentvel, au-mentando a eficincia energtica e o nvel de proteo ambiental. Esta Diretiva, transposta pelo Decreto -Lei n. 12/2011, de 24 de janeiro, vem estabelecer requi-sitos mnimos a que os produtos e servios colocados no mercado tm de obedecer. No sendo uma legisla-o imediatamente detetvel junto dos consumidores, vem, contudo, impor limites s classes de desempenho energtico colocadas no mercado.

    Assim, em virtude da Diretiva Ecodesign, s so per-mitidas atualmente no mercado as seguintes classes de eficincia energtica:

    TABELA 18

    Implicaes da Diretiva Ecodesign no mercado de equipamentos

    Equipamentos Em vigor desde: Classe mnimapermitida

    Frigorficos e congeladores janeiro de 1995 A+

    Mquinas de secar roupa abril de 1996 D (a partir de 2013)

    Mquinas de lavar a roupa abril de 1996 A

    Mquinas de lavar loua agosto de 1999 A

    Fornos eltricos janeiro de 2003 G

    Ar condicionado fevereiro de 2003 G

    Televisores novembro de 2011 G

    Finalmente, so ainda previstas medidas de contin-gncia de desincentivo aquisio de equipamentos ineficientes, atravs da possibilidade de aplicao de penalizaes sobre a comercializao de produtos de baixa eficincia energtica, caso se verifique que as aes de informao atravs de rotulagem e de im-posio de requisitos mnimos na conceo ecolgica dos equipamentos no so suficientes, s por si, para proporcionar uma maior eficincia energtica em de-terminados segmentos de produtos.

    O acompanhamento da implementao desta medida ser tambm suportado por campanhas de informao e sensibilizao junto dos consumidores e pelo desen-volvimento de simuladores que permitam comparar os

  • 2040 Dirio da Repblica, 1. srie N. 70 10 de abril de 2013

    Resultados

    TABELA 19

    Impacto da medida Promoo de equipamentos mais eficientes no PNAEE 2016

    Medida RSp1m1 Energia final Energia primria

    Resultados Energia economizada (tep) 99.931 156.869

    Metas

    Meta a 2016 (tep) 189.363 297.257

    Execuo face a 2016 53%

    Meta a 2020 (tep) 235.535 361.886

    Execuo face a 2020 43%

    Metodologia de seguimento (Bottom -up)

    TABELA 20

    Variveis consideradas na metodologia de seguimento da medida RSp1m1 no PNAEE 2016

    Variveis (V) e pressupostos (P) da metodologia de clculo Nome Unidade

    V Parque de equipamentos P Un.

    V Consumo total E tep

    V Consumo especfico tep/un

    P Fator de converso de energia eltrica para energia final tep/GWh

    P Fator de converso de energia eltrica para energia primria tep/GWh

    Frmula de clculo

    RSp1m2 - Iluminao eficiente

    Esta medida visa a adoo de programas nacionais conducentes promoo de iluminao eficiente, atravs da renovao do parque pela substituio de lmpadas de baixa eficincia energtica e respetivo phase -out.

    O Decreto -Lei n. 18/2000, de 29 de fevereiro, esta-belece as regras relativas etiquetagem energtica das lmpadas eltricas para uso domstico, transpondo para o direito interno a Diretiva n. 98/11/CE, de 17 de ja-neiro. semelhana dos eletrodomsticos, as lmpadas so classificadas em funo da sua eficincia energtica, permitindo ao consumidor ter uma noo dos consumos associados em funo da utilizao prevista.

    Para alm desta informao, existe igualmente um mecanismo que favorece a utilizao de lmpadas mais eficientes e que se traduz na aplicao de uma taxa so-bre lmpadas de baixa eficincia energtica (Decreto -Lei n. 108/2007, de 12 de abril), a qual tem contribudo sig-nificativamente para a acelerao do phasing -out das lmpadas incandescentes.

    Importa, agora, prever o alargamento a outro tipo de lmpadas pouco eficientes com base nas classes de desem-penho energtico, nomeadamente atravs da introduo de novos tipos de lmpadas, com vista a abranger outras tecnologias emergentes, como as light -emitting diode(LED) ou o halogneo eficiente, no respetivo segmento de iluminao. Prev -se que estas lmpadas comecem a substituir as lmpadas destinadas sinalizao e outras utilizaes mais comuns das lmpadas incandescentes e de halogneo de baixa eficincia.

    consumos energticos de diversos produtos em funo das respetivas classes de desempenho energtico, a disponi-

    bilizar no site do PNAEE, que ser desenvolvido para a monitorizao deste Plano.

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 70 10 de abril de 2013 2041

    Resultados

    TABELA 21

    Impacto da medida Iluminao eficiente no PNAEE 2016

    Medida RSp1m2 Energia final Energia primria

    Resultados Energia economizada (tep) 48.530 76.181

    Metas

    Meta a 2016 (tep) 98.236 154.207

    Execuo face a 2016 49%

    Meta a 2020 (tep) 98.236 154.207

    Execuo face a 2020 49%

    Metodologia de seguimento (Bottom -up)

    TABELA 22

    Variveis consideradas na metodologia de seguimento da medida RSp1m2 no PNAEE 2016

    Variveis (V) e pressupostos (P) da metodologia de clculo Nome Unidade

    V N. lmpadas adquiridas de forma voluntria N1 Un.

    V N. lmpadas distribudas via incentivo N2 Un.

    V Potncia mdia do parque de lmpadas P.convencional W

    V Potncia mdia das lmpadas economizadoras P.incentivadas W

    V N. de horas de funcionamento do parque de iluminao nh h

    V Economia de energia final unitria UFES kWh/un

    P Fator de correo que tem em conta que parte das lmpadas vendidas no substitui existentes Frep Adimensional

    P Fator de converso de energia eltrica para energia final Fce tep/GWh

    P Fator de converso de energia eltrica para energia primria Fce2 tep/GWh

    Frmula de clculo

    RSp1m3 - Janela Eficiente

    Esta medida, inserida nas medidas de remodelao do setor residencial, contempla intervenes relacionadas com a envolvente dos edifcios e tem como finalidade a re