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PROPRIEDADE RESOLÚVEL Direito Opet – 7º Período Profª. Emilia D. C. Martins de Oliveira

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Page 1: PROPRIEDADE RESOLÚVEL Direito Opet – 7º Período Profª. Emilia D. C. Martins de Oliveira

PROPRIEDADE RESOLÚVEL

Direito Opet – 7º Período

Profª. Emilia D. C. Martins de Oliveira

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Propriedade = direito de duração ilimitada, não comportando em princípio condição resolutiva ou termo final.

Propriedade – Princípio da irrevogabilidade.

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Exceções:

a) Propriedade resolúvel: sua duração se subordina a uma condição resolutiva, ou termo final, inserto no negócio jurídico constitutivo do direito de propriedade.

b) Propriedade “ad tempus”: não é adquirida para durar certo tempo mas se apresenta potencialmente temporária; o titular pode perdê-la por força de certos acontecimentos. Independe da vontade.

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Exemplo:a) Propriedade “ad Tempus”: Revogação da

doação por ingratidão do donatário. Faculdade dada ao doador por lei.

b) Propriedade resolúvel: a do fiduciário, em substituição ao fideicomissário. No título constitutivo do direito (testamento) a duração da propriedade fica subordinada ao uma condição resolutiva ou a um termo final. Evento previsto no título.

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Propriedade Resolúvel para Clóvis Beviláqua:

“é aquela que no próprio título de sua constituição, encerra o princípio que a tem de extinguir, realizada a condição resolutória, ou advindo o termo”.

CC, arts. 1359 e 1360.

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Características: - Declaração da vontade da existência da cláusula

resolutiva;- Previsão de sua extinção no próprio título que a

constitui. - A causa da revogação deve ser estabelecida em

cláusula informativa de condição ou termo.- O domínio se extingue com o advento do termo ou

o implemento da condição.

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Natureza jurídica: Reconhecendo sua tipicidade, constitui

modalidade especial do domínio.

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EfeitosEfeitos: - opera retroativamente. Os efeitos retrotragem ao

momento da aquisição.- Produzem-se entre os interessados e entre estes e

terceiros.- Proprietário resolúvelProprietário resolúvel – limitação apenas na

duração do seu direito (atos de administração, de disposição – este limitado ao direito que tem), no entanto sujeito à possibilidade de revogação do direito. Não pode destruir o bem de forma a frustrar o proprietário diferido.

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- Proprietário diferidoProprietário diferido – tem apenas a expectativa do direito – condição suspensiva. Se a condição não ocorrer não o adquire. Ocorrendo o fato torna-se proprietário como se o outro jamais o tivesse sido.

Direito de reivindicar a coisa do proprietário resolúvel ou terceiro, se houver recusa na entrega.

O proprietário resolúvel não fica obrigado à restituição dos frutos percebidos, pois exercia direito legítimo.

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Efeitos em relação a terceiros:Efeitos em relação a terceiros:- Enquanto proprietário resolúvel:Atos de administração - são válidos, não se afetam com o fato

extintivo.Atos da disposição – a resolução da propriedade acarreta-lhes a

revogação. A transmissão só se pode dar do direito à propriedade resolúvel. Revogação ex tunc da propriedade acarreta a resolução de todos os direitos reais daquele cuja propriedade se resolveu.

Gravar o bem com ônus real – o terceiro que obteve a garantia perde-a.

Proprietário diferido recebe o bem livre e desembaraçado de qualquer ônus.

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Efeitos em relação a terceiros:Efeitos em relação a terceiros: Enquanto proprietário diferido:Não pode discutir juridicamente com terceiros antes

que ocorra em seu benefício a resolução da propriedade.

Investido no direito de propriedade pode defender juridicamente sua propriedade.

Atos de administração realizados deverão ser respeitados.

Ação de reivindicação contra quem detenha ou possua a coisa, por tê-la adquirido do proprietário resolúvel.

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Principais casos de propriedade resolúvel:

A) No fideicomisso;

B) Na retrovenda;

C) Na venda a contento sob condição resolutiva;

D) Na doação com cláusula de reversão;

E) Na alienação fiduciária em garantia.

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FIDEICOMISSO

Propriedade fideicomissária – conceito CC, art. 1.951.Fideicomissário - herdeiro ou legatário a quem deve ser transmitida

a herança ou o legado pelo fiduciário ou gravado, é o proprietário diferido, que se conserva em expectativa, até se realize a condição estabelecida pelo testador ou fideicomitente. A resolução opera-se em seu favor.

Fiduciário – é o proprietário resolúvel.Ocorrendo a morte do fideicomissário antes dele (fiduciário) ou

antes de ocorrer a condição resolutiva, ou ainda, quando o fideicomissário renuncia à herança, o fiduciário deixa de ser resolúvel.

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RETROVENDA

É um pacto adjecto ao contrato de compra e venda, através do qual o vendedor se reserva o direito de recobrar a coisa vendida, dentro de prazo estipulado, mediante a devolução do preço e o reembolso das despesas efetuados com o contrato.

COMPRADOR – proprietário resolúvel

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A condição resolutiva é a faculdade do vendedor de exercer o direito que se reservou.

Expirado o prazo o comprador torna-se proprietário pleno.

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VENDA A CONTENTO É um pacto adjeto ao contrato de compra e venda,

pela qual se estipula que não haverá venda, ou será desfeita, se a coisa vendida não agradar o comprador.

A condição poderá ser:Suspensiva: não haverá venda se a coisa não agradar

ao comprador.Resolutiva: efetuada a venda, porém, sob a condição

de que ficará desfeita se não agradar ao comprador. SOMENTE NESTE CASO OCORRE A PROPRIEDADE RESOLÚVEL.

A resolução depende da vontade do adquirente.

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DOAÇÃO COM REVERSÃO

Doador estipula que os bens doados voltem ao seu patrimônio se sobreviver ao donatário. Instituindo-se a reversão nestes termos, configura-se a propriedade resolúvel.

O evento determinante da revogação é a morte do doador.

Pode ainda o doador determinar que os bens doados sejam passados a terceiros, se verificada determinada condição. Neste caso o donatário passa a ser proprietário resolúvel.

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ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIO EM GARANTIA

Fiduciário passa a ser dono dos bens alienados pelo fiduciante. Adquire a propriedade destes bens, mas, como no próprio título de constituição desse direito está estabelecida a causa extintiva, este somente tem a propriedade restrita e resolúvel.

É somente titular de um direito sob condição resolutiva.

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Fiduciante – primitivo titular da propriedade que alienou o bem ao fiduciário.

FIDUCIÁRIO não é proprietário pleno – é somente titular de um direito sob condição resolutiva.

A propriedade é transmitida para fins de garantia, sua resolução se opera no momento em que perde a função, regressando ao patrimônio do primitivo titular.

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Fiduciário – obrigação de restituir a coisa se o fiduciante paga a dívida. O pagamento atua como condição resolutiva.

O domínio resolve-se pelo implemento da condição.Na qualidade de proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode o fiduciante reivindicar a coisa de quem a detenha. Importante: - não há impedimento para o fiduciário de alienar bens; - a pretensão do fiduciante é de natureza real.

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1. 799949-9  (Acórdão) Relator: Lauri Caetano da Silva Fonte: DJ: 729 Data Publicação: 06/10/2011 Órgão Julgador: 17ª Câmara Cível Data Julgamento: 21/09/2011

DECISÃO: ACORDAM os Desembargadores integrantes da 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (continua...)

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EMENTA: AÇÃO COM PEDIDO DE DEVOLUÇÃO DAS PRESTAÇÕES PAGAS. CONTRATO DE MÚTUO COM GARANTIA FIDUCIÁRIA. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. PEDIDO JULGADO IMPROCEDENTE. INCIDÊNCIA DO ARTIGO 66, § 4º E 5º, DA LEI Nº4.728/65 (REDAÇÃO DADA PELO ART. 1º DO DECRETO-LEI Nº911/69). INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE EVENTUAL SALDO REMANESCENTE. RECURSO DESPROVIDO. (continua...)

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(continuação)

1. A apreensão do bem via ação de busca e apreensão, decorrente do inadimplemento do contrato de mútuo com garantia fiduciária, tem por finalidade a liquidação das prestações não pagas e não exime o devedor fiduciante do pagamento de eventual saldo devedor remanescente. (continua...)

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2. A apreensão do bem visa liquidar as prestações inadimplidas até o seu valor de venda. 3. A alienação fiduciária se traduz em garantia real do pagamento do empréstimo e a execução dessa garantia não implica em rescisão do contrato de empréstimo (mútuo), pois atinge somente o contrato acessório.”

TJPR