propriedade o proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de...

106
PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha (art. 1228 CC) PROPRIEDADE COISAS INCORPÓREAS (DIREITOS, AÇÕES, ETC) COISAS CORPÓREAS – DOMÍNIO

Upload: internet

Post on 22-Apr-2015

110 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

Page 1: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

PROPRIEDADE

O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha (art. 1228 CC)

PROPRIEDADE

COISAS INCORPÓREAS (DIREITOS, AÇÕES, ETC)

COISAS CORPÓREAS –DOMÍNIO

Page 2: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Direito real que vincula e legalmente submete ao poder absoluto de nossa vontade a coisa corpórea.

Enquanto vínculo jurídico, liame entre o proprietário e a coisa que se encontra em seu domínio, e que vincula a todos a não turbar o exercício do direito pelo seu titular (Lafayette)

Page 3: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Submissão da coisa à vontade do dono:

usar, gozar e dispor da coisa (1228)

Direito de Propriedade - CF, art. 5º, XXII

Page 4: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Jus utendi – direito de usar

- possibilidade do proprietário de servir-se da coisa e usá-la de acordo com a sua vontade

- Sem alteração da substância da coisa

- Com o direito de excluir estranhos de tal uso

- Dentro dos limites legais e de acordo com a função social da propriedade (§ 1º do art. 1228 CC – em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais)

Page 5: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Jus fruendi – direito de gozar ou usufruir

- poder de colher os frutos naturais e civis da coisa, bem como explorá-la economicamente, aproveitando seus produtos

Jus abutendi – direito de dispor da coisa

- Poder de transferir a coisa a terceiros, de gravá-la de ônus e de aliená-la a outrem a qualquer título

- Limitação do direito de dispor (proprietário não pode abusar da coisa = uso anti-social da propriedade)

Page 6: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Rei vindicatio - direito de sequela

- Direito de reaver a coisa de quem injustamente a possua ou detenha

Ação reivindicatória – tutela específica conferida ao direito de propriedade

Pressupostos:

- Titularidade do domínio (registro imobiliário)

- Individuação da coisa (descrição do bem, com seus limites e confrontações)

- Posse injusta do réu – sem título (ação do proprietário que tem o título mas não tem a posse, contra quem não tem título mas tem a posse ou detém a coisa)

Page 7: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Objetivo da ação reivindicatória

- Imediato – restituição da coisa

- Mediato – restabelecimento do reivindicante no exercício do seu direito

Efeito

- Obrigação do possuidor restituir ao proprietário a coisa vindicada, com todos os seus acessórios (na impossibilidade, direito de receber o seu valor – art. 1217 CC)

Natureza jurídica

- Ação real, fundamentada no direito de sequela do proprietário (art. 1228, p. final, CC)

- Imprescritibilidade da pretensão reivindicatória, baseada na perpetuidade do domínio, que só se extingue nos casos expressos em lei (usucapião, desapropriação etc)

Page 8: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Caracteres da propriedade

Direito absoluto ou ilimitado

- o proprietário tem sobre o que é seu o mais amplo poder jurídico, usando e desfrutando da coisa da maneira que lhe aprouver

- o domínio presume-se exclusivo e ilimitado, até prova em contrário (1231)

Page 9: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Restrições ao absolutismo e à exclusividade:

renovatória de locação comercial e obrigação de vender o que é seu.

Restrições à perpetuidade:

reforma agrária, política urbana, confisco de terras utilizadas criminosamente

Page 10: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Restrições, impostas pelo bem coletivo:

- Constitucionais (art. 176)

- Administrativas (Código de Minas, Código de Águas, Código Florestal, Código de Caça, tombamentos e limitações urbanísticas) – art. 1230 CC

- Militares (construções próximas a zonas fortificadas e faixas de fronteira)

- Parágrafos 1º e 2º do art. 1228

Page 11: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Restrição imposta pela utilidade:

- Fórmula criada pelos glosadores: “qui dominus est soli dominus est usque ad coelos et usque ad inferos”

- Proprietário não pode se opor a trabalhos realizados por terceiros, em altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse em impedir (art. 1229 CC)

Page 12: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Direito exclusivo:

- direito exercido sem concorrência de outrem, podendo o proprietário afastar da utilização da coisa quem quer que dela queira tirar proveito não previsto em lei

- situação do condomínio (a coisa pertence por inteiro a mais de uma pessoa, que são donas de parte ideal da coisa)

Page 13: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Direito irrevogável ou perpétuo

- só se extingue pela vontade do dono (alienação) ou por disposição da lei (perda, desapropriação, usucapião)

- 1228, §§ 3º a 5º

Page 14: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Evolução do direito real de propriedade

- Caráter individualista

(Roma, Código Civil francês de 1808)

- Caráter social da propriedade

Page 15: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Função social da propriedade (CF, 5º, XXIII, CC, 1228, §§)

- a propriedade deixa de ser direito subjetivo do indivíduo e tende a se tornar a função social do detentor da riqueza mobiliária e imobiliária

- a propriedade não é um direito intangível e sagrado, mas um direito em contínua mudança que se deve modelar sobre as necessidades sociais às quais deve responder (Duguit)

Page 16: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Teorias sobre a origem da propriedade:

vontade divina

função social

natureza humana (a propriedade é inerente à própria natureza do homem, condição de sua existência e pressuposto de sua liberdade)

a lei

Page 17: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Fundamento jurídico da propriedade

Teoria da ocupação

O direito de propriedade se fundamenta na ocupação das coisas, quando não pertenciam a ninguém

Teoria da especificação

O trabalho, transformando a natureza e a matéria bruta, justifica o direito de propriedade

Teoria da lei

A propriedade é instituição do direito positivo, cuja existência se justifica na lei que a criou e a garante (CF, 5º, XXII)

Teoria da natureza humana

A propriedade é inerente à natureza humana, indispensável aos homens, para que possam prover suas necessidades e às de suas famílias

Page 18: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Propriedade plena

quando todos os direitos elementares se encontram reunidos no do proprietário (direito de usar, gozar e dispor da coisa de forma absoluta, exclusiva e perpétua, e de reivindicá-la das mãos de quem quer que injustamente a detenha)

Propriedade limitada

quando algum ou alguns dos direitos elementares se encontram em mão de outrem:

nú proprietário, dono do prédio serviente, dono do prédio hipotecado, domínio gravado com cláusula de inalienabilidade, propriedade resolúvel.

Page 19: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Limites ao direito de propriedade do solo

1228, §§ 1º e 2º / 1230 =

limitação ao justo interesse do proprietário

Limitações voluntárias:

servidões, usufruto, cláusulas de inalienabilidade e impenhorabilidade

Limitações decorrentes da natureza do direito de propriedade:

os direitos são concedidos ao homem para serem utilizados dentro de sua finalidade – portanto, o abuso do direito retira a sua liceidade.

Limitações legais:

desapropriação, função social da propriedade.

Page 20: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Descoberta

Achado de coisa perdida

Descobridor – pessoa que encontra a coisa perdida

Dever de restituir a coisa ao seu dono ou legítimo possuidor (art. 1233 CC)

Caso o descobridor não conheça o dono, e não o encontre, deverá entregar a coisa à autoridade competente (§ único art. 1233)

Page 21: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Efeitos da restituição da coisa

- Direito a uma recompensa (achádego) – não inferior a 5% do valor da coisa

- Direito a uma indenização pelas despesas com a conservação e transporte da coisa

- Permissão para o dono abandonar a coisa, sem pagar a recompensa e a indenização

- Possibilidade de aquisição da propriedade da coisa, caso o dono a abandone, operando-se a ocupação (art. 1263 CC)

Page 22: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Responsabilidade do descobridor:

- Pelos prejuízos causados ao proprietário ou possuidor legítimo, quando tiver procedido com dolo (art. 1235 CC)

- Apesar de não estar obrigado a recolher a coisa, caso o fizer, estará o descobridor obrigado a conservá-la e a restituí-la ao dono, sob pena de vir a responder pelo descumprimento dessa obrigação

Page 23: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Procedimento:

- Entrega do bem pelo descobridor ao dono

- Se o dono não for localizado, entrega do bem à autoridade competente

- Autoridade competente efetua a comunicação pela imprensa ou outros meios que existirem – expedição de editais se o valor do bem os comportar (art. 1236 CC)

Page 24: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

- Venda em hasta pública, passados 60 dias da divulgação da notícia pela imprensa, ou edital, caso o dono não procure a coisa, com dedução da recompensa e das despesas feitas pelo descobridor, passando o remanescente para o município em que foi achada a coisa (art. 1237)

- Faculdade do município abandonar a coisa em favor do descobridor, se o valor apurado for ínfimo (§ único do art. 1237)

Page 25: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Modos de aquisição da propriedade imóvel:

Originários:

Não há qualquer relação jurídica de causalidade entre o domínio atual e o estado jurídico anterior (usucapião, acessão)

Page 26: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Derivados:

Existe relação de causalidade entre o domínio do adquirente e o do alienante, representada por um negócio jurídico (contrato seguido de tradição, direito hereditário)

O domínio do sucessor tem as mesmas características do de seu antecessor (defeitos, limitações, gravames)

Page 27: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

A título singular:

Adquire-se a coisa individualizada (determinado imóvel, legado)

Page 28: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

A título universal:

O adquirente assume todo o patrimônio do alienante ou parte ideal do mesmo – uma universalidade de direito (herança, compra e venda de uma empresa)

Page 29: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Adquire-se a propriedade imóvel:

Pelo usucapião

Pelo registro do título

pela acessão

Page 30: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

PELA USUCAPIÃO Prescrição extintiva e aquisitiva

Page 31: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Usucapião (capio (tomar) usu (pelo uso) =

aquisição do domínio pela posse prolongada / aquisição da propriedade (ou outro direito real – usufruto, p.ex., conf. Maria Helena, apoiada em jurisprudência) pelo decurso do tempo estabelecido e com a observância dos requisitos estabelecidos em lei.

Page 32: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Obtenção de declaração judicial capaz de conferir o domínio ao possuidor que, por certo lapso de tempo, sem ser molestado em sua posse (mansa e pacífica) exerce sobre a coisa os poderes inerentes ao domínio.

Page 33: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Fundamento = função social da propriedade Requisitos = posse e tempo

Page 34: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Posse ad usucapionem

exercida com intenção de dono (não se confunde com a mera detenção ou com a posse direta do locatário ou do usufrutuário)

Page 35: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Natureza jurídica =

forma de aquisição originária

Acessão da posse =

faculdade do prescribente fazer juntar à sua a posse de seu antecessor – accessio possessionis

Page 36: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Tempo =

posse ininterrupta por todo o tempo exigido pela lei

Res habilis =

bem susceptível de usucapião (terras públicas – CF 88)

Page 37: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Requisitos:

•pessoais

(capacidade e legitimação - 1244)

Page 38: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

causas impeditivas (197 CC) – impedem o curso da prescrição

causas suspensivas (198 a 201) – volta a computar-se o prazo, somando-se o período anterior

causas interruptivas (202 a 204) – recomeça a contagem do tempo após a cessação da causa que interrompeu a prescrição

Page 39: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

•Reais

coisas que estão fora do comércio, por sua natureza (ar, luz do sol)

bens públicos

bens excluídos do comércio jurídico por vontade humana

Page 40: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

•Formais

posse ad usucapionem, com animus domini, justa (sem violência, clandestinidade ou precariedade), contínua (embora possa contar o tempo do antecessor – 1243 CC), com declaração judicial, registrada no registro imobiliário

Page 41: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Requisitos opcionais:

justo título (1242 – documento capaz de transferir o domínio, mesmo com algum vício ou irregularidade, exceto nulidade absoluta) e

boa-fé (convicção de não estar ofendendo direito alheio, com ignorância do vício ou obstáculo que impedem a aquisição do bem)

Page 42: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Espécies:

•extraordinário - Art. 1238 CC

– posse pacífica, ininterrupta e com intenção de dono por 15 anos contínuos, com direito à acessão (1243), sendo desnecessários o justo título e a boa-fé (presunção legal)

Prazo reduzindo-se para 10 (§ ú), se o possuidor houver estabelecido no imóvel sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo

Page 43: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

•ordinário - Art. 1242

– posse pacífica, contínua e com intenção de dono, com justo título e boa-fé, por 10 anos

Redução para 5 se o imóvel houver sido adquirido onerosamente, com base em transcrição constante do registro próprio, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico (§ ú)

Page 44: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

•especial (rural e urbano) - CF 88, art. 183, par. 1º a 3º

- aquisição por usucapião por quem, não tendo outro imóvel urbano ou rural, exercer a posse ininterrupta por 5 anos, sem oposição, de imóvel urbano particular com até 250 m², destinado a moradia própria ou da família – presunção de boa-fé e dispensa da prova do justo título

Usucapião urbana coletiva – art. 10 do Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001) – regularização de áreas sem condições de legalização do domínio

Page 45: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

1240 – mesma dicção, mais par. 1º = o título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil

1240-A – Usucapião familiar – até 250 m2 – ex-cônjuge

CF 88, art. 191 – aquisição por usucapião por quem, sendo brasileiro e não sendo proprietário de outro imóvel rural ou urbano, exercer a posse ininterrupta e sem oposição por 5 anos, de imóvel rural particular com até 50 há, tendo nela sua moradia própria e tornando-a produtiva com seu trabalho (também chamado usucapião pro labore)

1239, com a mesma dicção

Page 46: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

PELO REGISTRO DO TÍTULO

contrato não opera, por si só, a transferência do domínio, gerando um direito pessoal que só se reveste de direito real no momento do registro

Page 47: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Direito Romano

– ato externo para efetivar a transferência (tradição) da coisa, móvel e imóvel (posse direta da coisa com a efetiva presença do adquirente em todas as partes do imóvel – mais adiante, efetivação da transmissão mostrando-se a coisa de seu ponto mais alto, onde se pudesse divisá-la na totalidade)

Tradição solene, mediante a transcrição (inscrição/registro) do título aquisitivo no registro de imóveis

Page 48: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Efeitos:

publicidade

segurança das transações

legalidadade (o oficial não encontrou irregularidades no título)

prova do direito real

matrícula

Page 49: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Atos sujeitos à inscrição:

títulos translativos da propriedade imóvel, por atos inter vivos (1245)

sentenças que põem fim à indivisão

sentenças que adjudicarem bens de raiz em pagamento das dívidas da herança

arrematação e adjudicação em hasta pública

Page 50: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Processo de Registro (Lei de Registros Públicos):

Exibição do título (193), com protocolização e registro, no prazo de 30 dias (188)

Prenotação, com recebimento de número de ordem, observando a seqüência rigorosa de sua apresentação (182), com encerramento diário do protocolo (184)

Page 51: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Determinação da prioridade do título pelo número de ordem e a conseqüente preferência dos direitos reais (186)

Page 52: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Proibição de registro, no mesmo dia, de títulos que constituam direitos reais contraditórios sobre o mesmo imóvel (190), sendo que, quando apresentados no mesmo dia, terão prioridade de registro os títulos prenotados sob número de ordem mais baixo, registrando-se os seguintes nos dias úteis subseqüentes (191), salvo se se tratarem de escrituras públicas da mesma data e apresentadas no mesmo dia, onde haja indicação da hora da lavratura (192).

Page 53: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Segunda hipoteca, com referência expressa à anterior

– prenotação e espera de 30 dias, após os quais a Segunda será inscrita e obterá a preferência (189)

Page 54: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Exigência

– indicação por escrito pelo oficial

– requerimento para remessa do título ao juízo competente, com a declaração de dúvida do oficial (198), com ou sem impugnação, julgada por sentença (199).

Se procedente a dúvida, os documentos são devolvidos ao apresentante, com o cancelamento da prenotação; se improcedente, será procedido o registro (203).

Page 55: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Falência ou insolvência do alienante entre a prenotação e o registro (535), desde que por atraso do oficial ou dúvida improcedente, faz o registro retroceder à data da prenotação

– se ainda não estiver pago o preço do imóvel, deverá o adquirente fazê-lo em juízo (par. Único).

Page 56: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

PELA ACESSÃO

Aumento do volume ou do valor da coisa principal, em virtude de um elemento externo

Page 57: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

De imóvel a imóvel:

•por formação de ilhas

– formadas no álveo de uma corrente, pertencem ao domínio público (águas públicas) e ao particular (águas comuns e particulares)

Page 58: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

1248

– As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiriços, observando-se:

•as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais

•as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado

•as que se formarem por desdobramento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram

Page 59: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

•aluvião

– requisitos:aderência e continuidade

1249 – Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização

– (par. ú) – o terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem

Page 60: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

• Avulsão

– se de coisa não susceptível de aderência natural, regula-se pelas disposições relativas à invenção – achar coisa perdida

1251 – Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado – (par. ú) – Recusando-se ao pagamento da indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida

Page 61: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

•álveo abandonado

1252 – O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo

Page 62: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

De móvel a imóvel:

• construções e plantações (1253 a 1259)

– presunção de fato (1253)

aquisição da propriedade das sementes, plantas e materiais alheios, por quem os semeia, planta e edifica, com pagamento de seu valor mais perdas e danos, se de má-fé

Page 63: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

perda da propriedade das sementes, plantas e materiais próprios semeados, plantados e edificados em terreno alheio

com direito à indenização se de boa-fé

com a obrigação de repor as coisas no estado anterior e pagar os prejuízos se de má-fé (1255)

Page 64: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Má-fé de ambos:

proprietário adquire as sementes (etc), ressarcindo o valor das benfeitorias (1256)

Má-fé presumida:

na presença do proprietário e sem impugnação (par. ú).

Page 65: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Sementes (etc) não pertencentes a quem de boa-fé as empregou em solo alheio (1257) =

o proprietário as adquire e indeniza o terceiro de boa-fé pelas benfeitorias

o dono das sementes poderá cobrar do proprietário do solo a indenização, quando não a puder haver do plantador (se de má-fé), conf. 1257, par. ú.

Page 66: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Art. 1255, par. ú –

Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo

Page 67: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Art. 1258 – Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente.

§ ú - Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor construção exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção.

Page 68: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Art. 1259 – Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro.

Page 69: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL

Modos:

voluntários: alienação

involuntários: perecimentorenúnciadesapropriaçãoabandonoacessãousucapião

Page 70: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

ALIENAÇÃO

Transferência do domínio, a título oneroso ou gratuito, através de contrato transcrito no registro imobiliário.

Page 71: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

RENÚNCIA

Ato unilateral, formal e expresso do titular do direito.

Desnecessidade, em princípio, de escritura pública – renúncia não é contrato nem constitui ou transmite direitos reais, só os extingue

Hipótese: renúncia à sucessão aberta, que se aperfeiçoa por termo nos autos ou por escritura pública. Registro.

Page 72: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

ABANDONO

Ato informal, no qual o titular abre mão de seu direito.

Destino:

apropriação por qualquer pessoa ou arrecadação como vago (1276)

Arrependimento do proprietário.

Page 73: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

PERECIMENTO

Perece o direito (à propriedade) com a perda da coisa.

Page 74: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

DESAPROPRIAÇÃO

Ato do poder público, fundado em lei, por força do qual se retira total ou parcialmente um direito ou um bem inerente ao patrimônio individual em benefício de um empreendimento público, mediante prévia e justa indenização em dinheiro.

Mediante declaração feita pelo expropriante por decreto, proclamando a utilidade pública ou o interesse social do bem a ser expropriado.

Page 75: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Interesse social preponderante sobre o interesse individual.

Disciplina jurídica: DL 3365/41

A desapropriação tem caráter de direito público.

Difere do contrato, por ser compulsória

Difere do confisco, porque este é a subtração do domínio do particular sem contraprestação.

Page 76: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Efeitos:

•autoriza o expropriante a penetrar no prédio declarado de utilidade ou de interesse social, podendo recorrer à força no caso de oposição;

•confere ao expropriante o direito de obter a imissão na posse, desde que, alegando urgência, deposite o valor da indenização;

•começa a fluir o prazo decadencial de 5 anos no qual deve o expropriante intentar ação judicial

Page 77: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Retrocessão:

Hipótese em que o poder público não dá o destino determinado no decreto expropriatório

– incidência do disposto no art. 519 CC ou possibilidade de persistir com o novo destino, desde que de utilidade pública ou interesse social

Page 78: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

AQUISIÇÃO E PERDA DA PROPRIEDADE MÓVEL

TRADIÇÃO

Entrega da coisa do alienante ao alienatário, com ânimo de lhe transferir o domínio.

Transformação do direito pessoal em direito real.

Real: entrega material da coisa

Simbólica: feita através de ato que representa a entrega da coisa

Ficta: através do constituto possessorio (1267)

Page 79: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

OCUPAÇÃO

Tomada de posse da coisa sem dono (coisa de ninguém – res nullius e coisa abandonada – res derelicta, ou ainda não apropriada por alguém), com a intenção de lhe adquirir o domínio (1263 CC)

Page 80: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

INVENÇÃO (DESCOBERTA)

Encontro de coisa de outrem, perdida por seu dono (1233 a 1237). Não constitui, propriamente, um modo de aquisição de coisa móvel.

Recompensa para o descobridor. A propriedade, que passava para o Estado/DF ou União, agora passa para o Município.

O par. único do art. 1237 permite que o Município abandone em favor do descobridor a coisa, se de diminuto valor.

Page 81: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

TESOURO

Depósito antigo, enterrado e oculto de moeda ou coisas preciosas, de cujo dono não haja memória (1264 a 1266)

Page 82: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

ESPECIFICAÇÃO

Modo de constituição da propriedade móvel, na qual alguém, trabalhando determinada matéria-prima, obtém espécie nova (1269 a 1271)

Page 83: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

CONFUSÃO, COMISTÃO E ADJUNÇÃO (1272 a 1274)

Confusão: mistura de coisas líquidas

Comistão: mistura de coisas sólidas

Adjunção: justaposição de uma coisa à outra

Page 84: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

USUCAPIÃO (1260 e 1261)

Ordinário:

provada a posse, boa-fé e justo título, por 3 anos

Extraordinário:

presunção legal do justo título e da boa-fé, pela posse por 5 anos da coisa móvel

Page 85: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

DIREITOS DE VIZINHANÇA

Limitações impostas pela lei às prerrogativas individuais e com o fim de conciliar interesses de proprietários vizinhos, reduzindo os poderes inerentes ao domínio e de modo a regular a convivência.

Page 86: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

USO NOCIVO DA PROPRIEDADE (1277/1281)

Mau uso da propriedade

Atos ilegais, abusivos (1277 + 187) e lesivos (atos lesivos que, embora no exercício regular de um direito, provoquem danos intoleráveis a terceiros)

Page 87: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Bens protegidos:

segurança

sossego

saúde

decoro

Page 88: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Princípio da pré-ocupação:

quem ocupa em primeiro lugar determinado sítio, fixa-lhe a destinação

Limites de tolerância (1278/1279)

Cessação (1277) ou minimização da perturbação 1279) – interesse público (1278)

Ameaça de ruína do prédio vizinho e caução de dano infecto (1281)

Page 89: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

ÁRVORES LIMÍTROFES

Árvore situada na divisa (árvore-meia – Pontes de Miranda), pertencente em comum aos vizinhos (1282); sendo que os frutos pertencem ao dono do solo que caírem (1284) = contrariedade do princípio de que o acessório segue o principal.

Direito de cortar raízes e ramos invasores (1283) = risco de exercício irregular do direito

Page 90: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

PASSAGEM FORÇADA

Prédio encravado: sem saída para via pública, fonte ou porto – caracterização de impossibilidade de exploração econômica ou de utilização do imóvel pelo dono

Direito do dono do prédio à passagem forçada, mediante indenização (1285)Passagem de cabos e tubulações (1286)

Princípios a serem observados: §§ 1º a 3º do art. 1285 e § ú art. 1286Obras de segurança: 1287

Page 91: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

DAS ÁGUAS

Obrigação do dono ou possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as águas que correm naturalmente do prédio superior (1288)

Page 92: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Águas artificialmente levadas ao prédio superior (1289), indenização, com dedução do benefício (§ ú)

Nascente e águas pluviais (1290)

Mau uso, recuperação e ressarcimento de águas – 1291

Águas represadas (1292)

Canais e aqueduto (1293 a 1296)

Page 93: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

DOS LIMITES ENTRE OS PRÉDIOS E DO DIREITO DE TAPAGEM

Importância e necessidade de fixação dos limites entre os imóveis (interesse individual e social) – 1297

Page 94: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Demarcação:

fixação dos limites das propriedades confinantes

direito subjetivo do proprietário (950 a 966 do CPC), de exigir que seu vizinho proceda com ele à demarcação, repartindo as despesas (bases: valores, testadas, áreas)

Page 95: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Outros direitos:

aviventar rumos apagados

renovar marcos destruídos ou arruinados

Page 96: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Critérios para demarcação:

•com base nos títulos de propriedade (950 CPC)

•pela posse

•pela repartição proporcional entre os prédios

•pela adjudicação a um deles, mediante indenização ao proprietário do outro (570 – 1298)

Compropriedade dos muros divisórios: 1297, § 1º

Page 97: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Direito do proprietário de cercar, murar, valar ou tapar o seu prédio, urbano ou rural, de conformidade com os seguintes princípios:

•presunção (juris tantum) de que os tapumes sejam comuns (1297, § 1º)

•tapumes devem ser construídos de acordo com as dimensões estabelecidas em posturas municipais e com os costumes de cada localidade (1297, § 1º)

Page 98: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

•a linha do tapume deve acompanhar a linha divisória dos prédios confinantes, sendo que a supressão, deslocação ou desvio de qualquer sinal indicativo da linha divisória constitui crime de alteração de limites (161 CP)

•direito de ingressar no terreno do vizinho, para decotar a cerca viva ou reparar o muro divisório, desde que previamente prevenido o vizinho e sem embargo de eventual indenização por dano experimento por este (1313, I)

Page 99: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

•conservação das cercas marginais das vias públicas pela administração ou por quem as explorarem

•direito do proprietário de colocar ofendículas sobre o muro, grades de ferro com pontas de lança ou eletrificação, com o intuito de ferir quem tentar ingressar em sua propriedade (defesa preventiva do domínio). Washington / RT 632/191 = Vítima eletrocutada que, ciente do fato, assumiu o risco e excluiu a culpa do proprietário

Page 100: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Classificação dos tapumes

•tapumes comuns são as sebes, cercas vivas e outros que impeçam a passagem de animais de grande porte

•tapumes especiais são os que visam impedir a passagem de animais de pequeno porte (par. 3º)

Page 101: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

DIREITO DE CONSTRUIR

Limitação ao direito de propriedade em função dos direitos dos vizinhos e regulamentos administrativos (áreas residenciais, tráfego aéreo, mananciais) – 1299

- Imposições dos regulamentos administrativos, códigos e posturas municipais

- restrições urbanísticas e relacionadas com segurança, estrutura e higiene

- imposições de ordem privada – direitos dos vizinhos

Page 102: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Devassamento da propriedade vizinha – direito à privacidade

• despejo direto de águas – estilicídio (1300)

• abertura de janelas, eirado, terraço ou varanda (1301) – direito de exigir o desfazimento (1302)

• aberturas para luz ou ventilação (1301, § 2º) – direito de levantar edificação ou contramuro (1302, § único)

• imóveis rurais

Page 103: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Paredes divisórias;

Parede-meia

Direito de avançar meia espessura no terreno vizinho

• fixação da largura e da profundidade do alicerce

• recebimento de meio valor / direito do vizinho de travejar a parede

• aquisição da metade da parede

• caução pelo risco do travamento

• direito de construir até meia espessura (aviso prévio / autorização para obras análogas / altear e construir)

Page 104: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

• direito de ingressar com ação de nunciação de obra nova (934 CPC) durante a construção

• direito de ingressar com ação demolitória (96 a 99 CA / 586 CC), nos casos em que for impossível a adaptação do prédio aos regulamentos administrativos ou quanto contiver vícios insanáveis (prazo decadencial = art. 576 CC) - 1312 CC

Page 105: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Consentimento / tolerância do proprietário quanto ao uso do imóvel pelo vizinho para, mediante aviso prévio e ressarcimento no caso de dano (1313, par. 3º):

• a realização de reparação ou limpeza, construção e reconstrução de sua casa ou muro divisório – 1313, I

• limpeza ou reparação de esgotos, goteiras, aparelhos higiênicos, poços e fontes – 1313, § 1º

• apoderar-se de coisas suas, inclusive animais que aí se encontrem casualmente (1313, II); sendo que, uma vez entregues, poderá ser impedida a entrada do vizinho no imóvel 1313, § 2º)

Page 106: PROPRIEDADE O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou

Outras vedações:

• chaminés, fogões, fornos e aparelhos encostados à parede divisória

• obras poluidoras de poços e nascentes (1309)

• escavações que retirem água do vizinho (1310)• • obras que comprometam a segurança do imóvel vizinho (1311)