proposta pedagÓgica curricular · estar em aulas sobre concordância e regência verbal da 3ª....
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Autorização de Funcionamento - Decreto nº 3749/77 - Diário Oficial do Estado25/08/77
Reconhecimento do Estabelecimento - Resolução nº 3059/81 - Diário Oficial do Estado 14/01/82
Reconhecimento do Curso - Resolução nº 1926/03 - Diário Oficial do Estado 24/07/2003
Rua Rocha Pombo, 556 - Telefone (43) 3523-6935 - Cornélio Procópio - Paraná.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
Cornélio Procópio
2012
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LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA
Série Número de aulas semanais
1ª 2
2ª 3
3ª 2
4ª 3
Apresentação da Disciplina
A Língua Portuguesa neste século XXI apresenta igualmente desafios e
possibilidades de trabalho no contexto da escola. Esta constatação aponta para
um território de descobertas marcado pela universalização do ensino ocorrida
nos últimos anos no país, quando estudantes advindos das camadas populares
passaram a frequentar os bancos escolares.
O panorama que se apresenta tem jovens e adolescentes trabalhadores
matriculados no Colégio Estadual Cristo Rei-Ensino Normal, sujeitos históricos
que objetivam a formação como docentes para ingresso no mundo do trabalho,
isto quando já não o fazem concomitante ao curso. Além do que sofrem
influências comuns à faixa etária e ao contexto social como as fortes pressões
uniformizantes exercidas pela indústria cultural que propaga o discurso
hegemônico neoliberal, recriando a todos não como cidadãos, mas como
ordeiros consumidores que em tudo devem se adequar aos padrões de
mercado. Pode-se dizer que a indústria do consumo nivela a cultura de nossos
alunos ao tentar apagar a imensa diversidade que forma a sociedade brasileira.
Somem-se a isto as novas mídias e suportes que veiculam os mais diversos
gêneros do discurso.
As Diretrizes Curriculares Orientadoras do Estado do Paraná assumem
o trabalho com a linguagem numa perspectiva discursiva onde: “Todas as
esferas da atividade humana, por mais variadas que sejam, estão relacionadas
com a utilização da língua.” Bakhtin, (1992, p.279)
Na perspectiva discursiva interacionista, a língua é uma atividade
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interativa inserida no universo das práticas sociais e discursivas. O objeto de
estudo da disciplina é a língua viva que se materializa nos textos que circulam
socialmente.
No contexto do Ensino Médio, a disciplina deve proporcionar aos alunos
o refinamento de habilidades de leitura e escrita, de fala e escuta. Implica a
ampliação contínua de saberes relativos à configuração, funcionamento e à
circulação dos textos e desenvolvimento da capacidade de reflexão sistemática
sobre a língua e a linguagem.
Uma vez que o ato comunicativa não se restringe à linguagem verbal, a
disciplina deve auxiliar o aluno a compreender os vários sistemas
comunicativos criados pelo homem ao longo de sua história. Aos traços
específicos que caracterizam estes sistemas criados pelo homem chamamos
linguagem. Deste modo, existem as linguagens musicais, gestual, desenho,
formas e cores, cinema, teatro, televisão, arquitetura, matemática.
A importância da disciplina de Língua Portuguesa está justamente na
possibilidade que ela oferece ao aluno de compreender as linguagens e os
mecanismos expressivos e comunicativos que contribuem para o
aperfeiçoamento de sua capacidade de expressão e possibilitam sua
participação ativa na vida social.
O conteúdo estruturante da disciplina é o discurso como prática social,
este manifesta-se nos gêneros textuais que circulam nas variadas esferas da
sociedade. Os gêneros são os conteúdos básicos e ponto de partida de todo o
trabalho com a língua.
As DCOEs (idem, p. 48) afirmam que
É tarefa da escola possibilitar que os alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação. Se a escola desconsiderar esse papel, o sujeito ficará à margem dos novos letramentos, não conseguindo se constituir no âmbito de uma sociedade letrada. Dessa forma, será possível a inserção de todos os que frequentam a escola pública em uma sociedade cheia de conflitos sociais, raciais, religiosos e políticos de forma ativa, marcando, assim, suas vozes no contexto em que estiverem inseridos.
Às camadas populares serão, portando, ofertados diferentes gêneros
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textuais e suas funções por meio da palavra, sejam estes publicados no
suporte livro ou em suportes orais e do ciberespaço oportunizando-se assim o
ingresso destes sujeitos no mundo do trabalho seja pelo viés do curso de
Formação de Docentes e ou pelo viés do mundo universitário.
Conteúdos
Os conteúdos básicos na disciplina são os gêneros textuais agrupados
nas esferas de circulação da sociedade. Devido a quantidade de gêneros e as
quatro séries do curso selecionaremos alguns de cada esfera a saber:
Cotidiana – Letra de música,provérbios, trava-línguas, diário, fotos, carta
pessoal; Literária – contos, crônicas, romances, poemas, textos dramáticos,
pinturas, alguns tipos de narrativas; Escolar – cartazes, pesquisas, relatos,
resumos, resenhas, seminários, textos opinativos, textos argumentativos;
Imprensa – carta de leitor, charge, cartum, editorial, reportagens, resenha
crítica, sinopses de filmes, infográficos; Publicitária - anúncio , texto político,
slogan, paródia, publicidade institucional, publicidade oficial, publicidade
comercial; Política – carta de reclamação,panfleto, discurso político de
palanque, debate; Jurídica- estatuto, ofício, procuração, regimento (escolar),
contrato, depoimento; Produção e Consumo- manual técnico, bulas, regras de
jogo, rótulos; Midiática – e-mail, fotoblog, home page, vídeo Clip, Vídeo
Conferência.
Escolhida a esfera e o gênero é necessário que de acordo com a prática
que se abordará ( leitura, escrita, oralidade) sejam trabalhados na Leitura -
tema, interlocutor, finalidade, argumentos do texto, discurso direto indireto,
elementos composicionais, léxico, marcas linguísticas coesão coerência,
função de classes gramaticais , pontuação, recursos gráficos
(aspas,travessão,negrito), figuras de linguagem; Escrita – contexto de
produção, interlocutor, finalidade, informatividade, argumentatividade, discurso
direto e indireto, elementos composicionais do gênero, divisão do texto em
parágrafos; Leitura – tema do texto, finalidade, argumentos, papel locutor
interlocutor, elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...,
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adequação do discurso ao gênero, turnos de fala, variação linguística, marcas
linguísticas. E tudo que for específico de cada gênero textual que seja
importante abordar no PTD.
Por tratar-se de um curso de Formação de Docentes, o corpo docente
da disciplina depois de leituras teóricas e diálogo sobre a questão considera
pertinente divisão básica dos conteúdos clássico-curriculares. O que se justifica
pela necessidade em se enfatizar determinados conteúdos em determinadas
séries pela integração entre Base Nacional Comum e Disciplinas Específicas.
Assim sendo, os conteúdos podem ser chamados à cena sempre que
necessário. O Arcadismo poderá participar das aulas de 4ª. série mesmo que
tenha sido enfatizado como conteúdo da 2ª. série. Da mesma forma variação
linguística estará, quando for o caso, em aulas sobre o Regionalismo Brasileiro
da Geração modernista de 30 e Guimarães Rosa poderá, sem ser pretesto,
estar em aulas sobre concordância e regência verbal da 3ª. série.
1. Conteúdos da 1ª. série do curso de Formação de Docentes (2 aulas
semanais)
1. 1 Leitura
- Conteúdo temático;
- interlocutor;
- finalidade do texto;
- intencionalidade;
- argumentos do texto;
- contexto de produção;
- intertextualidade;
- vozes sociais presentes no texto;
- discurso ideológico presente no texto;
- elementos composicionais do gênero;
- contexto de produção da obra literária;
- marcas linguísticas: coesão, coerência, pontuação;
- progressão referencial;
- partículas conectivas do texto;
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- relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- semântica;
- operadores argumentativos;
- modalizadores;
- figuras de linguagem;
- contexto histórico da Idade Média e do Classicismo Europeu
- Literatura de Informação e manifestações literárias do período em Portugal
- Literatura Barroca
- Literatura Árcade
- Literatura de origem africana em Língua Portuguesa de autoria de africanos e
de autores brasileiros afrodescendentes
- literatura juvenil contemporânea
1.2 Escrita
- Conteúdo temático;
- interlocutor;
- finalidade do texto;
- intencionalidade;
- argumentos do texto;
- contexto de produção;
- intertextualidade;
- vozes sociais presentes no texto;
- discurso ideológico presente no texto;
- elementos composicionais do gênero;
- contexto de produção da obra literária;
- marcas linguísticas: coesão, coerência, pontuação;
- progressão referencial;
- partículas conectivas do texto;
- relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- semântica;
- operadores argumentativos;
- modalizadores;
- figuras de linguagem;
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- sintaxe de concordância e regência nominal e verbal.
1.3 Oralidade
- Conteúdo temático;
- finalidade;
- intencionalidade;
- argumentos;
- papel do locutor e do interlocutor;
- elementos extralingüísticos: entonação, expressão facial, gestual, pausas etc.
- marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetições;
- elementos semânticos;
- adequação da fala ao contexto social;
- diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
1.4 Análise Linguística
- Estrutura e formação das palavras;
- fonética;
- acentuação gráfica;
- ortografia;
- significado das palavras;
- homônimos e parônimos;
- variação linguística e suas estruturas;
- sintaxe: funções das classes de palavras e estruturas de frases, orações e
períodos.
* Nesta série serão contemplados os seguintes gêneros textuais: bilhetes,
exposição oral, músicas, receitas culinárias, contos, contos de fadas, contos de
fadas contemporâneos, fábulas, haicai, poemas, pinturas, romances, narrativas
de terror e medo, literatura de cordel, palestras, pesquisas, resenhas
descritivas, seminários, resumos, cartuns, charges, crônicas jornalísticas, fotos,
notícias, caricatura, e-mails, letras de músicas, placas, filmes cinematográficos,
desenhos animados, textos dissertativo-argumentativos, debates, teatro,
dança.
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Seus usos serão pertinentes à leitura, oralidade, escrita e análise linguística de
acordo com o PTD desta disciplina.
2. Conteúdos da 2ª. série do curso de Formação
de Docentes (3 aulas semanais)
2. 1 Leitura
- Conteúdo temático;
- interlocutor;
- finalidade do texto;
- intencionalidade;
- argumentos do texto;
- contexto de produção;
- intertextualidade;
- vozes sociais presentes no texto;
- discurso ideológico presente no texto;
- elementos composicionais do gênero;
- contexto de produção da obra literária;
- marcas linguísticas: coesão, coerência, pontuação;
- progressão referencial;
- partículas conectivas do texto;
- relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- semântica;
- operadores argumentativos;
- modalizadores;
- figuras de linguagem;
- contexto histórico do século XIX
- Romantismo Brasileiro em Prosa e Verso
- Realismo Brasileiro
- Naturalismo Brasileiro
- Parnasianismo e Simbolismo Brasileiros
- Literatura de origem africana em Língua Portuguesa de autoria de africanos e
de autores brasileiros afrodescendentes
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- literatura contemporânea brasileira
2.2 Escrita
- Conteúdo temático;
- interlocutor;
- finalidade do texto;
- intencionalidade;
- argumentos do texto;
- contexto de produção;
- intertextualidade;
- vozes sociais presentes no texto;
- discurso ideológico presente no texto;
- elementos composicionais do gênero;
- contexto de produção da obra literária;
- marcas linguísticas: coesão, coerência, pontuação;
- progressão referencial;
- partículas conectivas do texto;
- relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- semântica;
- operadores argumentativos;
- modalizadores;
- figuras de linguagem;
- sintaxe de concordância e regência nominal e verbal.
2.3 Oralidade
- Conteúdo temático;
- finalidade;
- intencionalidade;
- argumentos;
- papel do locutor e do interlocutor;
- elementos extralingüísticos: entonação, expressão facial, gestual, pausas etc.
- marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetições;
- elementos semânticos;
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- adequação da fala ao contexto social;
- diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
2.4 Análise Linguística
- acentuação gráfica;
- ortografia;
- significado das palavras;
- pontuação;
- classes de palavras: substantivos, artigos, numerais, verbos, advérbios,
preposições, pronomes, conjunções, interjeições;
- sintaxe: termos da oração.
* Nesta série serão contemplados os seguintes gêneros textuais: exposição
oral, músicas, receitas culinárias, contos, contos de fadas contemporâneos,
fábulas, poemas, pinturas, romances, palestras, pesquisas, resenhas críticas,
seminários, resumos, cartuns, charges, crônicas jornalísticas, fotos, notícias, e-
mails, blogs, letras de músicas, filmes cinematográficos, textos dissertativo-
argumentativos, debates, teatro, dança.
Seus usos serão pertinentes à leitura, oralidade, escrita e análise linguística de
acordo com o PTD.
3. Conteúdos da 3ª. série do curso de Formação
de Docentes (2 aulas semanais)
3.1 Leitura
- Conteúdo temático;
- interlocutor;
- finalidade do texto;
- intencionalidade;
- argumentos do texto;
- contexto de produção;
- intertextualidade;
- vozes sociais presentes no texto;
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- discurso ideológico presente no texto;
- elementos composicionais do gênero;
- contexto de produção da obra literária;
- marcas linguísticas: coesão, coerência, pontuação;
- progressão referencial;
- partículas conectivas do texto;
- relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- semântica;
- operadores argumentativos;
- modalizadores;
- figuras de linguagem;
- contexto histórico do século XX e Vanguardas Européias;
- Pré-Modernismo Brasileiro
- Modernismo Brasileiro: Semana de 22; Geração de 30; Geração de 45;
- Literatura de origem africana em Língua Portuguesa de autoria de africanos e
de autores brasileiros afrodescendentes
- literatura contemporânea brasileira
3.2 Escrita
- Conteúdo temático;
- interlocutor;
- finalidade do texto;
- intencionalidade;
- argumentos do texto;
- contexto de produção;
- intertextualidade;
- vozes sociais presentes no texto;
- discurso ideológico presente no texto;
- elementos composicionais do gênero;
- contexto de produção da obra literária;
- marcas linguísticas: coesão, coerência, pontuação;
- progressão referencial;
- partículas conectivas do texto;
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- relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- semântica;
- operadores argumentativos;
- modalizadores;
- figuras de linguagem;
- sintaxe de concordância e regência nominal e verbal.
3.3 Oralidade
- Conteúdo temático;
- finalidade;
- intencionalidade;
- argumentos;
- papel do locutor e do interlocutor;
- elementos extralingüísticos: entonação, expressão facial, gestual, pausas etc.
- marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetições;
- elementos semânticos;
- adequação da fala ao contexto social;
- diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
3.4 Análise Linguística
- acentuação gráfica;
- ortografia;
- significado das palavras;
- pontuação;
- concordância nominal e verbal;
- regência verbal e nominal;
- uso dos pronomes oblíquos;
- sintaxe: coordenação e subordinação.
* Nesta série serão contemplados os seguintes gêneros textuais: exposição
oral, músicas, contos contemporâneos, contos de fadas, contos de fadas
contemporâneos, fábulas, poemas, pinturas, romances, narrativas fantásticas,
palestras, pesquisas, resenhas críticas, seminários, resumos, cartuns, charges,
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editoriais, crônicas jornalísticas, fotos, notícias, caricatura, e-mails, blogs, sites,
letras de músicas, filmes cinematográficos, textos dissertativo-argumentativos,
debates, teatro, dança.
Seus usos serão pertinentes à leitura, oralidade, escrita e análise linguística de
acordo com o PTD.
4. Conteúdos da 4ª. série do curso de Formação
de Docentes (3 aulas semanais)
4.1 Leitura
- Conteúdo temático;
- interlocutor;
- finalidade do texto;
- intencionalidade;
- argumentos do texto;
- contexto de produção;
- intertextualidade;
- vozes sociais presentes no texto;
- discurso ideológico presente no texto;
- elementos composicionais do gênero;
- contexto de produção da obra literária;
- marcas linguísticas: coesão, coerência, pontuação;
- progressão referencial;
- partículas conectivas do texto;
- relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- semântica;
- operadores argumentativos;
- modalizadores;
- figuras de linguagem;
- Concretismo Brasileiro;
- Literatura de origem africana em Língua Portuguesa de autoria de africanos e
de autores brasileiros afrodescendentes;
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- literatura contemporânea brasileira e portuguesa.
4.2 Escrita
- Conteúdo temático;
- interlocutor;
- finalidade do texto;
- intencionalidade;
- argumentos do texto;
- contexto de produção;
- intertextualidade;
- vozes sociais presentes no texto;
- discurso ideológico presente no texto;
- elementos composicionais do gênero;
- contexto de produção da obra literária;
- marcas linguísticas: coesão, coerência, pontuação;
- progressão referencial;
- partículas conectivas do texto;
- relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- semântica;
- operadores argumentativos;
- modalizadores;
- figuras de linguagem;
- sintaxe de concordância e regência nominal e verbal.
4.3 Oralidade
- Conteúdo temático;
- finalidade;
- intencionalidade;
- argumentos;
- papel do locutor e do interlocutor;
- elementos extralingüísticos: entonação, expressão facial, gestual, pausas etc.
- marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetições;
- elementos semânticos;
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- adequação da fala ao contexto social;
- diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
4.4 Análise Linguística
- acentuação gráfica;
- ortografia;
- significado das palavras;
- pontuação;
- concordância nominal e verbal;
- regência verbal e nominal;
- retextualização (da oralidade para a escrita/estrutura)
* Nesta série serão contemplados os seguintes gêneros textuais: exposição
oral, músicas, contos, contos contemporâneos, poemas, pinturas, romances,
palestras, pesquisas, resenhas críticas, seminários, resumos, cartuns, charges,
editoriais, crônicas jornalísticas, fotos, notícias, caricaturas, e-mails, blogs,
sites, letras de músicas, filmes cinematográficos, textos dissertativo-
argumentativos, debates, teatro, dança, telejornais, entrevistas, documentários.
Seus usos serão pertinentes à leitura, oralidade, escrita e análise linguística de
acordo com o PTD.
Observações:
1. Farão parte do currículo atividades complementares com realização pela
própria instituição de ensino: Teatro Pedagógico realizado com envolvimento da
disciplina de Língua Portuguesa e de Disciplinas Específicas; Projeto Grupo de
Dança (cancan); Projeto com o Grupo de Declamadores Cecília Meireles.
Atividades realizadas pela comunidade externa: Semana Literária Sesc -
Cornélio Procópio; Festival Poético, Sesc-Cornélio Procópio.
2. A lista de leituras do gênero romance para cada série será pertinente à
literatura Brasileira, Africana, Portuguesa e outras, sendo selecionadas pelo
caráter estético indicado pela crítica especializada.
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Metodologia
Oralidade. A escola tem agido, tradicionalmente, como se a escrita
fosse a validação única da língua, ou como se todos os que ingressam na
escola falassem da mesma forma. Na escola, nossa racionalidade se exercita
com a escrita, desconsiderando-se a oralidade como porto de partida para o
uso da norma culta entre os educandos. O fato de a oralidade ter uma
característica aparentemente fugidia, leva a não se perceber que, ao contrário
do que se especula, não é simples e, nem mesmo simplória, mas estruturada
em operações linguísticas bastante complexas, utilizando-se de meios como a
entonação, por exemplo.
A lacuna entre oralidade e escrita precisa ser superada e, nesta
perspectiva, faz-se necessário compreender a relação histórica entre ambas, e
ensinar sob a verdade de que sustentam tanto informações quanto
conhecimentos.
As possibilidades de trabalho com a oralidade são muitas e
diversificadas e apontam para: debates, discussões, transmissão de
informação, exposição oral, contação de histórias, representação teatral etc.
Além disso, podemos analisar a linguagem em uso como as encontradas em
telejornais, novelas, propagandas publicitárias, programas radiofônicos,
discurso privado, literatura oral, por exemplo.
Comparar as estratégias específicas da oralidade e as estratégias da
escrita são atividades do ato de ensinar para que os educandos expressem,
com segurança e fluência, suas ideias e opiniões nos contextos sociais em que
estão inseridos.
Leitura. A leitura aqui, compreende o contato do aluno com uma ampla
variedade de textos produzidos numa variedade extensa de práticas sócias,
seja pelo desenvolvimento de uma atividade crítica de leitura, seja pelo
desenvolvimento de atitudes responsivas diante dos textos e do cotidiano.
Compreende-se neste documento o ato de ler como o de
familiarização com os textos produzidos por estas práticas tão distintas. O
estudante ao perceber que em cada gênero - romances, contos, crônicas,
bilhetes etc. - existem vozes do discurso verá a si e à sociedade que o cerca
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como universal e passível de transformações.
Escrita. A escrita enquanto prática da linguagem é prática
sociointeracional. E, capacidade de escrita, criatividade e nível de consciência
indicam a vinculação entre leitura e escrita, além de oferecerem o diferente
ampliação dos horizontes de expectativas. Como sabemos é a partir das
experiências sociais que todos nós vivemos tanto na esfera pessoal quanto na
esfera profissional. Neste sentido a prática da escrita, da produção textual,
deve levar em conta a relação pragmática entre o uso e o aprendizado da
língua, sendo percebidos como interação social entre os sujeitos e os gêneros
textuais oferecidos pela escola nos mais diferentes suportes.
A concepção de educação que ora defendemos está ligada à noção de
transformação sócio-cultural que só se viabiliza através de um ensino
eminentemente voltado para a realidade dos alunos e que deseja alcançar,
como objetivo final, uma postura crítica diante do mundo. Todas as atividades
de Língua Portuguesa e Literatura devem, em consequência destas premissas,
resultar num fazer transformador imerso em descobertas de sentido e
reelaboração dos níveis de consciência de mundo.
O gênero textual, de acordo com Schneuwly (2004. P;97), é um
instrumento que possibilita exercer uma ação linguística sobre a realidade.
Resulta em dois efeitos diferentes de aprendizagem: amplia a capacidade
individual do usuário (aluno) e seu conhecimento a respeito do objetivo sobre o
qual a ferramenta é utilizada.
Os gêneros fazem parte da nossa realidade linguística cultural e social.
Quando os retiramos de suas realidades concretas e os transpomos para o
universo escolar, transformando-os em objetos de estudos exige que se
observe o desenvolvimento global dos alunos em relação às suas capacidades
de linguagem. Exige também, proceder a uma seleção dos gêneros que mais
interessam aos objetivos da escola e pensar numa progressão curricular.
Utilizar-se-á a sequência didática para o trabalho com os gêneros
selecionados Dolz e Schneuwly (2204, p.119), o trabalho é planejado para
orientar os alunos a ler e escrever e escutar ativamente, a explorar diversos
exemplares do gêneros escolhido, fazendo com que dominem pouco a pouco
suas características. Criam-se situações com contextos que permitam
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reproduzir em grandes linhas e no detalhe a situação concreta de produção
textual, incluindo sua circulação, com atenção para o processo de relação entre
produtores e receptores( Marchuschi, 2002).
Apresenta-se o gênero a ser estudado, descreve-se de maneira
detalhada a tarefa de expressão oral ou escrita que os alunos deverão realizar,
verifica-se se os alunos sabem em que situações sociais esses textos são
produzidos, com que finalidade, para quem ler, e em que suportes textuais são
encontrados.
Na primeira produção, os alunos produzem um texto oral ou escrito que
corresponda a situação dada, mesmo não respeitando todas as características
do gênero visado. Em seguida trabalham-se módulos todos elaborados com
base nos problemas detectados nesta primeira produção ofertando aos alunos
instrumentos necessários para superar as dificuldades.
O passo seguinte é proporcionar aos alunos uma ampliação do
repertório que os aproximem do gênero estudado. Em seguida, são propostas
várias atividades de oralidade, leitura, escrita e reflexão sobre a língua, isso
leva o aluno a identificar as características peculiares do gênero, como forma e
composição, expressões próprias e tempos verbais utilizados.
Escolhido o tema, é necessário que os alunos conheçam sobre o que
vão escrever ou falar para tanto eles farão pesquisa consultarão diferentes
fontes, entrevistarão pessoas, analisarão documentos e coletarão dados da
cultura local, todas estas informações serão compartilhadas com o grupo e
consultadas sempre que necessário.
A próxima etapa é uma produção coletiva orientada. Nela os alunos
organizam e sintetizam o que foi aprendido, negociando o que deve ser escrito,
em que ordem. Esta produção oferece um modelo para escrita do texto
individual.
Chega-se finalmente à produção individual, relembra-se a situação de
comunicação proposta, revê-se o que foi aprendido sobre o gênero ao longo do
estudo esperando que o aluno coloque em prática grande parte do que foi
ensinado.
Aprimoramento e reescrita do texto, distribui-se um roteiro e com auxílio
do professor o aluno fará a revisão e as reformulações necessárias para
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aprimorar seu texto.
Finalmente, o professor providencia a publicação dos texto que pode ser
no blog da escola, no mural, em um jornal da escola.
Para o trabalho com a Literatura utilizaremos o Método Recepcional
mencionado nas DCEs que é constituído pelas seguintes etapas: determinação
do horizonte de expectativas do aluno/leitor quando analisa-se os interesses e
o nível de leitura; atendimento ao horizonte de expectativas apresenta-se
textos que sejam próximos ao conhecimento de mundo e às experiências de
leitura dos alunos; ruptura do horizonte de expectativa quando se mostra ao
leitor que nem sempre determinada leitura é o que ele espera, suas certezas
podem ser abaladas; questionamento do horizonte de expectativa quando o
aluno deve perceber que os textos oferecidos na etapa anterior trouxeram-lhe
mais dificuldades de leitura, mas garantiram mais conhecimento o que auxiliou
a abrir seu horizonte de leitura e finalmente a ampliação do horizonte de
expectativa.
Qualquer outro método para formação de leitor poderá ser empregado
caso este não seja adequado.
Avaliação: instrumentos e critérios
Considera-se que a avaliação mais condizente com os fundamentos da
presente proposta é aquela que tem a avaliação como formativa, contínua,
diagnóstica e somativa visando o processo de domínio das práticas sócio-
vernais além da percepção da compreensão de mundo representada pela
exposição nos textos dos textos dos alunos.
Articulação entre os objetivos, práticas metodológicas e, diversos e
diferentes, instrumentos de avaliação deixam claro o processo. As atividades
de avaliação não esgotam em si mesmas, mas apontam para o nível de
aprendizagem do aluno, subsidiando o professor quanto a futuras decisões de
sua prática pedagógica. As avaliações estarão centradas, portanto, em leituras
de textos, resolução de questões objetivas, atividades de escrita, análise
linguística, apresentação de trabalhos orais, pesquisas, relatórios, resenhas
críticas, produções dissertativo-argumentativas, seminários, debates, entre
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outros de acordo com o PTD e com a prática discursiva a ser estudada.
As notas serão semestrais com aprovação e reprovação no final do
ano letivo: nota mínima de 6.0 (seis), conforme resolução 3794/04 de 23/12/04
na escala de 0 (zero) a 10.0 (dez). Avaliações substitutivas serão
proporcionadas com recuperação dos estudos.
Os critérios serão os seguintes: quanto à oralidade: participação do
aluno nos diálogos,relatos, discussões, observando a clareza que demonstra
ao expor suas ideias, a fluência de sua fala, os argumentos empregados para
defender seu posto de vista, também deve posicionar-se quanto aos textos
orais com os quais convive, noticiário, discurso político, programa
televisivos,etc;
quanto à leitura: o sentido que o aluno constrói para o texto, as
relações dialógicas que estabelece entre os textos, como relaciona causa e
consequência entre partes do texto, reconhecer o posicionamento ideológico
do texto, identificar efeitos de ironia e humor em textos variados, localizar
informações explícitas e implícitas o argumento principal, se compreende
palavras desconhecidas a partir do contexto, se faz inferências corretas, se
reconhece o gênero e o suporte textual;
quanto à escrita: adequação à proposta e ao gênero solicitado, se a
linguagem empregada está de acordo com o contexto exigido, a elaboração de
argumentos consistentes, a coesão e a coerência textual, a organização de
parágrafos, enfim se no seu texto a intenção foi alcançada, se há relação entre
as partes do texto, se há necessidade de cortes devido às repetições, se é
necessário substituir parágrafos, ideias e conectivos;
quanto à análise linguística: no texto oral e escrito onde a língua se
manifesta em todos os aspectos discursivos, textuais e gramaticais, deste
modo serão avaliados o uso da linguagem formal e informal, a ampliação
lexical, a percepção dos efeitos de sentidos causados pelo uso de recursos
linguísticos e estilísticos, as relações estabelecidas pelo uso de operadores
argumentativos e modalizadores, bem como as relações semânticas entre as
partes do texto (causa, tempo,comparação,etc, entendidos estes mecanismos,
os alunos podem incluí-los em outras operações linguisticas, de reestruturação
de texto, inclusive.
21
Finalizamos as questões referentes à avaliação com citação das
DCOEs (2008, p. 83),
Para que as propostas das Diretrizes de Língua Portuguesa se efetivem na sala de aula, é imprescindível a participação pró-ativa do professor. Engajado com as questões de seu tempo, tal professor respeitará as diferenças e promoverá uma ação pedagógica de qualidade a todos os alunos, tanto para derrubar mitos que sustentam o pensamento único, padrões pré-estabelecidos e conceitos tradicionalmente aceitos como para construir relações sociais mais generosas e includentes.
E finalizamos este documento com citação da autora Stella Maris
Rezende, em fragmento do livro Esses livros dentro da gente: uma conversa
com o jovem escritor “Tem que ser um leitor voraz. De todos os gêneros
literários. De todos os estilos possíveis. Sem nenhum preconceito. Ajuda a
construir o seu próprio estilo”.
Colocar as palavras sejam elas vindas para a sala de aula das páginas
dos livros, do telejornal, dos personagens reais das comunidades orais, ou do
ciberespaço ao alcance dos alunos das camadas populares é tido por nós
como direito e como possível.
Recuperação paralela e reavaliação
Recuperar os conteúdos não apropriados retomando-os nos estudos de
recuperação através de novas explanações sobre os mesmos, pesquisas e
trabalhos é uma necessidade. Isso não significa que a cada instrumento
avaliativo proceder-se-á a uma recuperação, pois o interesse não está em
recuperar o instrumento, mas sim o que ele revela da apropriação por parte do
aluno dos conteúdos nele avaliados.
Após os estudos proporcionados acima, será ofertada a reavaliação, a
qual não será necessariamente efetivada através de provas formais, mas
através de pesquisa, seminário apresentados em sala, produção de texto
escrito, trabalho em grupo, relatório individual, prova dissertativa O valor desta
reavaliação será o total avaliado até o momento, mesmo nela não estejam
contemplados todos os conteúdos ofertados, uma vez que pode haver muitos
22
deles já assimilados pelos alunos, não sendo necessário serem alvo de
reavaliação.
Referências Bibliográficas
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23
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24
MATEMÁTICA
Série Número de aulas semanais
1ª 2
2ª 2
3ª 4
4ª 2
Apresentação da Disciplina
Dentro da perspectiva progressista a principal contribuição da
escola para democratização da sociedade está na difusão da escolarização
para todos, colocando a formação cultural e científica nas mãos do povo como
instrumento de luta para sua emancipação, valorizando assim, a instrução
enquanto domínio do saber sistematizado e os meios de ensino, enquanto
processo de desenvolvimento das capacidades cognitivas dos alunos e a
viabilização da atividade de transmissão/assimilação ativa dos conhecimentos.
Nestes termos, a pedagogia crítico-social propõe uma teoria
pedagógica embasada numa concepção de mundo que, expressando os
interesses majoritários da sociedade, parte das condições concretas (históricas
e sociais) em que se desenvolve a luta de classes; por decorrência, propõe
uma didática (teoria da instrução e do ensino) que, partindo de situações
pedagógicas que ocorrem nessas condições concretas, determina princípios e
meios como diretrizes orientadoras para os processos de ensino necessários
ao domínio de conhecimentos, garantindo, assim, durabilidade aos efeitos
formativos da instrução e da educação.
A tendência histórico-crítica considera um saber vivo, dinâmico e que, historicamente, vem sendo construído, atendendo a estímulos externos (necessidades sociais) e internos (necessidades teóricas de ampliação de conceitos). Esse processo de construção foi longo e tortuoso. É obra de várias culturas de milhares de homens que, movidos pelas necessidades concretas, construíram coletivamente a Matemática que conhecemos hoje.(FIORENTINI, 1995).
25
Nesse sentido , a tendência histórico-crítica considera que o
aluno aprendeu significativamente Matemática, quando atribui sentido e
significado à mesma, podendo discutir, justificar e estabelecer relações sobre
ideias matemáticas na sociedade em que vivemos, constituindo assim, em um
ato político.
Conhecendo a história da disciplina, os alunos estarão
conhecendo sua gênese, o construir e o significar do conhecimento. Portanto,
devemos objetivar não somente que nossos alunos, como cidadãos comuns,
sejam usuários práticos de ferramentas matemáticas em seus cotidianos, mas
também que o processo de construção dos conhecimentos de Matemática os
levem à compreensão do mundo que os cerca, contribuindo assim, para que se
tornem cidadãos cônscios de uma responsabilidade coletiva e de uma
adequação de princípios no relacionamento social e comunitário.
Uma reflexão sobre o ensino matemático exige que se explicite
as relações existentes entre o conhecimento historicamente construído e a
Matemática como saber difundido pela escola. Não se pode perder de vista que
a construção de um conceito matemático deve ser iniciada através de
situações significativas que possibilitem ao aluno perceber que já tem algum
conhecimento sobre o assunto. Desconsiderar esse ponto, é continuar numa
situação insustentável, com graves consequências e prejuízos para os
mesmos.
Pode-se se afirmar que os objetivos básicos da Educação
Matemática visam desenvolvê-la enquanto campo de investigação e de
produção de conhecimento - natureza científica - e a melhoria da qualidade do
ensino e da aprendizagem da Matemática - natureza pragmática. Para Ribnikov
(1987), a Matemática enquanto ciência tem singularidades quantitativas nas
leis que definem seu desenvolvimento. No entanto, são as generalizações,
abstraídas a partir delas, que a caracterizam como uma das formas para as
pessoas adquirirem sua consciência social. Assim, tem-se presente a ideia de
que, pelo conhecimento do conteúdo matemático, o estudante se apropria de
conhecimentos que possibilita a criação de relações sociais.
26
A prática docente não poderá ser tomada por práticas
autoritárias e o ensino da Matemática tratará a construção do conhecimento
matemático por meio de uma visão histórica em que os conceitos devem ser
apresentados, discutidos, construídos e reconstruídos, influenciando na
formação do pensamento humano e na produção de sua existência por meio
das ideias e das tecnologias.
Nesta perspectiva, a Educação Matemática dará condições ao
professor de Matemática para desenvolver-se intelectual e profissionalmente,
refletindo sobre sua prática, além de tornar-se um educador matemático e
pesquisador, que vivencia sua própria formação continuada. A prática da
docência dos profissionais, que lecionam Matemática, requer continuidade e,
sendo assim, a eles interessa analisar criticamente os pressupostos ou as
ideias centrais que articulam a pesquisa, o currículo e a proposta pedagógica,
no sentido de potencializar meios para superação de desafios.
De acordo com Medeiros (1987), "A Educação Matemática,
assim, implica olhar a própria Matemática do ponto de vista do seu fazer e do
seu pensar, da sua construção histórica e implica, também, olhar o ensinar e o
aprender Matemática, buscando compreendê-los”.
Sendo assim, os conteúdos escolares serão trabalhados como
saberes, o termo "conteúdo" não será referência apenas de fatos, conceitos ou
explicações destinados aos alunos para que estes conheçam, memorizem,
compreendam, apliquem, relacionem, etc. O critério que decidirá se certos
conhecimentos concretos devem ser incluídos no currículo não se restringirá ao
seu valor epistemológico e aceitação como conhecimento válido, mas sim a
relevância cultural, o valor que lhe será atribuído no âmbito de uma cultura
particular em um determinado momento histórico.
A disciplina de Matemática deverá propor então, a análise e a
valorização de informações provenientes de diferentes fontes e servir-se como
ferramenta de trabalho na formação de opiniões que permitam ao aluno
expressar-se criticamente sobre problemas da Matemática, de outras áreas do
conhecimento e do mundo que o cerca. Um exemplo pode ser observado
através do conteúdo estruturante, Funções, que desempenha um papel
importante como instrumento que permeia as diversas áreas do conhecimento,
27
modelando matematicamente situações que, a partir de resolução de
problemas possam auxiliar as atividades humanas. Outro exemplo importante
pode ser observado no conteúdo estruturante, Tratamento da Informação, que
se faz necessário ao estudante, dando-lhe condições de realizar leituras
críticas dos fatos que ocorrem em seu entorno, interpretando informações que
se expressam por meio de gráficos, tabelas, dados percentuais, indicadores e
conhecimento das possibilidades e chances de ocorrência de eventos. Isso se
revela necessário, pois vivemos um momento histórico caracterizado pela
facilidade e rapidez no acesso às informações e que exigem o desenvolvimento
do espírito crítico, e a capacidade de analisar e de tomar decisões, diante de
diversas situações da vida em sociedade.
De acordo com essa tendência dialética, em nossa escola, a
condução desse aprendizado em Matemática deverá levar em conta
fundamentalmente a construção do conhecimento científico em sua totalidade
integrado ao desempenho de um papel instrumental na formação de docência.
A busca das potencialidades e responsabilidades dos alunos
serão valorizadas e gerarão, em consequência, a autonomia estudantil. Com
isso, eles poderão integrar-se socialmente e intervir na realidade onde vivem
efetivando o cumprimento de uma cidadania plena. Importante destacar que
nas oportunidades abertas serão contextualizadas nos conteúdos de
matemática as Leis: Lei no 13.381/01; Lei no 10.639/03; Lei no 11.645/08; Lei no
11.525/07 e Lei no 9795/99.
Objetivos Gerais
É necessário que o processo de ensino e aprendizagem em
Matemática contribua para que o estudante tenha condições de constatar
regularidades matemáticas, generalizações e apropriação de linguagem
adequada para descrever e interpretar fenômenos ligados à Matemática e a
outras áreas do conhecimento. Assim, a partir do conhecimento matemático,
que seja possível ao estudante criticar questões sociais, políticas, econômicas
e históricas. Diante deste quadro os objetivos gerais serão:
- Ler e interpretar textos de Matemática.
28
- Ler, interpretar e utilizar a linguagem de símbolos e representações.
- Transcrever mensagens matemáticas da linguagem corrente para a
linguagem simbólica (equações, diagramas, expressões, gráficos e tabelas)
e vice-versa.
- Exprimir-se com correção e clareza, tanto na língua materna como na
linguagem matemática, usando a terminologia correta.
- Identificar problemas e compreender enunciados.
- Identificar, interpretar, analisar e comparar dados em diferentes
representações
( gráficos, tabelas, etc).
- Formular hipóteses e prever resultados.
- Interpretar e criticar resultados dentro do contexto de uma situação e fazer
validar as conjecturas, experimentando, recorrendo a modelos, esboços e
fatos conhecidos.
- Utilizar raciocínio dedutivo e indutivo.
- Discutir ideias e produzir argumentos convincentes.
- Utilizar os conceitos e procedimentos aprendidos como ferramentas
matemáticas conforme necessidades exigidas na resolução de problemas,
na interpretação e intervenção do real.
- Utilizar os conceitos e procedimentos para reconhecer os números, ler e
interpretar a linguagem de símbolos e representações matemáticas
desenvolvendo a capacidade de raciocínio, de comunicação, de criatividade
e de resolução de problemas do cotidiano efetivando a compreensão
histórica na interpretação da ciência, na atividade tecnológica e no mundo.
- Traduzir, identificar e organizar informações, dada uma representação de
variável social, econômica, física, química, biológica ou de outras áreas;
possibilitando a compreensão de fenômenos naturais e a intervenção de
aspectos da vida social e do cotidiano.
- Utilizar o conhecimento geométrico construído para o aperfeiçoamento da
leitura, da compreensão e da ação sobre a realidade concreta.
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Conteúdos por Série
1ª SÉRIE
1. Conteúdo Estruturante: Números e Álgebra - Revisão: Matemática
Básica
1.1 Máximo Divisor Comum e Mínimo Múltiplo Comum
1.2 Frações
1.3 Produtos Notáveis
1.4 Fatoração
1.5 Equações e Inequações do 1º Grau
1.6 Equações do 2º Grau
1.7 Potenciação
1.8 Radiciação
2. Conteúdo Estruturante: Números e Álgebra
2.1 Teoria dos Conjuntos
2.2 Conjuntos dos números reais e noções de números complexos
2.3 Intervalos Reais
3. Conteúdo Estruturante: Funções
3.1 Relações (conceito, valor numérico, domínio, imagem e contradomínio)
3.2 Funções (conceito, valor numérico, raiz, domínio, imagem e contradomínio)
3.3 Classificação de Funções
3.4 Inversão de Funções
3.5 Composição de Funções
3.6 Tipos de Funções:
- Função Polinomial do 1º Grau (definição, valor numérico, gráfico e seus
elementos, estudo de sinais, resolução de inequações, resolução de
problemas)
30
- Função Polinomial do 2º Grau (definição, valor numérico, gráfico e seus
elementos, estudo de sinais, resolução de inequações, resolução de
problemas).
- Função Modular (definição, gráfico e seus elementos, resolução de
equações e inequações modulares, resolução de problemas).
2ª SÉRIE
1. Conteúdo Estruturante: Funções
1.1 Função Exponencial (definição, gráfico e seus elementos, resolução de
equações e inequações exponenciais, resolução de problemas).
1.2 Função Logarítmica (definição do logaritmo e aplicação de suas
propriedades, definição da função, gráfico e seus elementos, resolução de
equações e inequações logarítmicas, resolução de problemas).
2.Conteúdo Estruturante: Funções – Trigonometria
2.1 Razões trigonométricas no triângulo retângulo
2.2 Trigonometria da 1ª volta (arcos e ângulos, ciclo trigonométrico,
arcos côngruos, linhas trigonométricas, relações trigonométricas,
operações com arcos e identidades trigonométricas)
2.3 Funções trigonométricas
3ª SÉRIE
1. Conteúdo Estruturante: Funções – Trigonometria
1.1 Equações Trigonométricas
1.2 Triângulos Quaisquer (Lei dos Senos e Lei dos Cossenos)
2. Conteúdo Estruturante: Funções - Sequências Numéricas
2.1 Sequências
2.2 Progressões Aritméticas
2.3 Progressões Geométricas
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3. Conteúdo Estruturante: Números e Álgebra - Matrizes,
Determinantes e Sistemas Lineares
3.1 Matrizes e Determinantes
3.2 Sistemas Lineares
4. Conteúdo Estruturante: Tratamento da Informação - Análise
Combinatória
4.1 Princípio Fundamental da Contagem
4.2 Fatorial
4.3 Arranjos Simples
4.4 Permutações Simples e com elementos repetidos
4.5 Combinações Simples
4ª SÉRIE
1. Conteúdo Estruturante: Tratamento da Informação - Probabilidades
1.1 Probabilidades
2. Conteúdo Estruturante: Tratamento da Informação - Matemática
Financeira
2.1 Porcentagem
2.2 Lucro e Desconto
2.3 Acréscimos Sucessivos e Descontos Sucessivos
3. Conteúdo Estruturante: Tratamento da Informação - Noções de
Estatística
3.1 Conceitos Introdutórios (levantamento estatístico, população e amostra)
3.2 Elaboração de tabelas com distribuição de frequências para dados simples
e dados agrupados
3.3 Construção de gráficos representativos (colunas, barras, setor, histograma
e polígono de frequência)
32
3.4 Medidas de Tendência Central (Média Aritmética, Mediana e Moda)
3.5 Medidas de Dispersão (Desvio Médio, Variância e Desvio Padrão)
4. Conteúdo Estruturante: Geometrias - Geometria Plana
4.1 Revisão: Ângulos, polígonos: conceituação, elementos e classificação
4.2 Áreas de figuras planas
5. Conteúdo Estruturante: Geometrias - Geometria Espacial
5.1 Poliedros(região poginonal convexa, poliedro convexo, Relação de Euler).
5.2 Prismas (conceituação, elementos, classificação, área e volume de um
prisma).
5.3 Pirâmides (conceituação, elementos, classificação, área e volume de uma
pirâmide).
5.4 Cilindro (conceituação, elementos, área e volume de um cilindro).
5.5 Cone (conceituação, elementos, área e volume de um cone).
5.6 Esfera ( conceituação, elementos, área e volume de uma esfera).
Encaminhamento Metodológico
De acordo com Libâneo (1990) , a pedagogia crítico-social
propõe um trabalho docente que visa modificar no ser humano aquilo que é
suscetível de educação, levando em conta a atividade humana transformadora,
a partir de relações sociais, econômicas e históricas; ou seja, concebe ao aluno
como ser educável, sujeito ativo do próprio conhecimento, mas também como
ser social, historicamente determinado, indivíduo concreto (síntese de múltiplas
determinações), inserido no movimento coletivo de emancipação humana. Por
outro lado, essa compreensão do trabalho docente requer um professor capaz
de encarar sua tarefa como parte da prática social global, para o que precisa
adquirir um conhecimento teórico que lhe permita pensar e agir sobre o real
histórico e, também dominar os meios operacionais: o saber e o saber-fazer
didáticos; isto é, é preciso que o professor aprenda a abarcar todos os
aspectos, ligações e mediações inerentes à ação pedagógica, tomá-lo no seu
33
desenvolvimento, nas suas contradições, a fim de introduzir no trabalho
docente a dimensão da prática histórico-social no processo do conhecimento.
Portanto, em consonância com as Diretrizes Curriculares
Orientadoras Estaduais da Educação Básica do Paraná, na disciplina de
Matemática, o professor deverá estar sempre em constante desenvolvimento
intelectual e profissional refletindo sobre sua prática para tornar-se um
educador matemático e um pesquisador em contínua formação. Caberá a este
então, analisar criticamente os pressupostos ou as ideias centrais que
articulam a pesquisa do currículo, a fim de potencializar meios para superar
desafios pedagógicos além de conceber a Matemática como atividade humana
em construção.
As atividades devem contemplar análise, discussão e
investigação, individual ou em grupo, abordando no momento necessário as
tendências da Educação Matemática: resolução de problemas,
etnomatemática, modelagem matemática, mídias tecnológicas e história da
matemática, orientando os alunos à curiosidade, à resolução de exercícios, à
resolução de problemas, à pesquisa, à independência, à valorização da
disciplina, encorajando-os também como produtores de seu próprio
conhecimento. Desta forma, estas deverão favorecer a confrontação e a
reflexão sobre experiências matemáticas dando oportunidades aos alunos na
construção de conceitos e procedimentos que lhes permitam dar significados à
sua aprendizagem em Matemática constituindo a verdeira compreensão de
mundo. Por exemplo, abordar os conteúdos matemáticos a partir da Resolução
de Problemas é oferecer a oportunidade ao estudante de aplicar
conhecimentos previamente adquiridos em novas situações. Considerar a
Etnomatemática é reconhecer e registrar questões de relevância social que
produzem o conhecimento matemático tais como a cultura Afro-Brasileira,
Africana e Indígena atendendo a Lei 11.645/08. Problematizar situações do
cotidiano através da Modelagem Matemática propõe a valorização do aluno no
contexto social onde o mesmo é convidado a indagar e/ou investigar, por meio
da Matemática, situações oriundas de fenômenos diários, sejam físicos,
biológicos ou sociais da realidade e que, por sua vez, constituem em elementos
para análises críticas e compreensões diversas de mundo. Utilizar os Recursos
34
Tecnológicos é ampliar as possibilidades de observação e investigação através
das experimentações, potencializando formas de resolução de problemas.
Enfim, elaborar problemas, partindo da História da Matemática, é oportunizar
ao aluno compreender a evolução do conceito através dos tempos e de suas
origens.
Sendo assim, a contextualização e a interdisciplinaridade
deverão estar presentes no cotidiano das aulas através da teoria e prática, na
inserção da abordagem de um tema bem como na tomada de situações
problemas existentes no cotidiano escolar, despertando o aluno, à
compreensão da realidade. O potencial de um tema permitirá conexões entre
diversos conceitos matemáticos e entre diferentes formas do pensamento
matemático, ou ainda, a relevância cultural de um tema e a demonstração de
suas aplicações norteará a importância histórica no desenvolvimento da própria
ciência, de outras áreas do conhecimento e do mundo atual.
O olhar que se voltará para os conteúdos estruturantes e
específicos deverá ser articulado entre os conhecimentos presentes e a
aquisição dos novos na medida em que os conceitos poderão ser tratados em
diferentes momentos cabendo a retomada ou o aprofundamento de acordo
com a situação existente.
Serão consideradas as diferenças individuais dos alunos na
construção do conhecimento matemático. Para tanto, estímulo nos processos
de discussão e confrontação de ideias serão feitas através de Estudos em
Grupo paralelos com o cumprimento de leitura, pesquisa e estudos efetivos
com a orientação e monitoria do professor.
O livro didático público servirá como material de apoio
constantemente no cotidiano das aulas e os recursos didáticos e tecnológicos
tais como: revistas, jornais, televisão, vídeo, retroprojetor, calculadora e
computador serão utilizados adequadamente e, em tempos que se fizerem
necessários, como subsídio na construção do conhecimento.
35
Critérios de Avaliação
A avaliação será a fonte principal de informação e inspiração
para a formulação de práticas educativas que levem à formação global de
todos os indivíduos, independentemente de raça, classe social, cor ou gênero.
De acordo com a pedagogia histórico-crítica: primeiras
aproximações (SAVIANI, 1997) entendemos que a avaliação deve ser a prática
emancipadora com a função diagnóstica (permanente e contínua). Assim o
professor obtém as informações necessárias sobre o desenvolvimento de sua
prática favorecendo o processo de aprendizagem. As tomadas de decisão
serão constantes. O aluno também participa desse processo, tomando
conhecimento dos seus próprios resultados e reorganizando-se para mudanças
que se façam necessárias.
Assumindo esse caráter, a avaliação na disciplina de
Matemática deverá informar sobre: a leitura e compreensão de conceitos e
procedimentos, a capacidade e iniciativa na construção do raciocínio dedutivo e
indutivo, a capacidade de interpretar, discutir e aplicar o conhecimento na
resolução de problemas da própria ciência, do cotidiano e de outras áreas do
conhecimento bem como na realidade.
Dessa forma, serão considerados os seguintes instrumentos de
avaliação: análises e discussões em sala de aula, resolução de exercícios,
resolução de problemas, trabalhos de pesquisa, provas escritas individuais
e/ou em grupo, aula do erro, estudos paralelos em grupo e estudos
complementares.
A "aula do erro'" se fará presente em nosso cotidiano escolar
devido a necessidade de identificar a dinâmica da aprendizagem, de um
determinado objeto de conhecimento, por meio da articulação (dialética) entre
os elementos adequados da resposta (geralmente referidos como acertos) e os
elementos inadequados (geralmente referidos como erros). Sendo assim, com
esses elementos, identificaremos quais os pontos que precisam de
interferência imediata ou não, incentivando os alunos na tomada de decisão
seja para o desenvolvimento do reestudo, seja para continuidade dos estudos.
36
A recuperação de estudos para os alunos de baixo
rendimento na aprendizagem serão feitos através dos estudos paralelos em
grupo com atendimento de dúvidas e explicações pelo professor em sala de
aula. Após o período de estudos dos mesmos, a avaliação será efetivada
através de prova substitutiva no término de cada semestre.
Vale ressaltar que os "estudos paralelos em grupo" serão
avaliados de acordo com o nível de esforço, persistência e capacidade do
aluno de desenvolver sua autonomia nos estudos, partindo do pressuposto
que devemos considerar, no Curso de Formação de Docentes – Médio
Integrado, ofertado por este estabelecimento de ensino, o trabalho como
princípio educativo, e a partir daí, a formação do indivíduo pesquisador com
autonomia para a aquisição de seu próprio conhecimento.
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_______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na Modalidade Normal. Curitiba, 2006.
_______. Vários Autores. Livro Didático Público – Matemática – Ensino Médio. Curitiba, 2006.
PESTANA, M.I.G. Matrizes Curriculares de Referência para o SAEB. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, 1999.
PAIVA, M. Matemática – volume único. São Paulo: Moderna, 2000.
SAVIANI, D. Escola e Democracia. Campinas, SP: Mercado das Letras, 1994.
SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. 9. ed., Campinas, SP: Autores Associados, 2005.
VÁRIOS AUTORES, Anglo: ensino médio: livro-texto. São Paulo: Anglo, 2002.
38
HISTÓRIA
Série Número de aulas semanais
1ª 2
2ª 2
Apresentação da Disciplina
A história tem como objeto de estudos os processos históricos
relativos às ações e às relações humanas praticadas no tempo, bem como os
sentidos que os sujeitos deram às mesmas, tendo ou não consciência dessas
ações. Já as relações humanas produzidas por estas ações podem ser
definidas como estruturas sócio-históricas, ou seja, são as formas de agir, de
pensar ou de raciocinar, de representar, de imaginar, de instituir, portanto, de
se relacionar social, cultural e politicamente.
As relações condicionam os limites e as possibilidades das
ações dos sujeitos de modo a demarcar como estes podem transformar
constantemente as estruturas sócio-históricas. Mesmo condicionadas, as
ações dos sujeitos permitem espaços para suas escolhas e projetos de futuro.
Deve-se considerar também como objeto de estudos, as relações dos seres
humanos com os fenômenos naturais, tais como as condições geográficas,
físicas e biológicas de uma determinada época e local, os quais também se
conformam a partir das ações humanas.
Os acontecimentos históricos construídos pelas ações e
sentidos humanos em determinado local e tempo, produzem as relações
humanas, estas permitem um espaço de atividade em relação aos
acontecimentos históricos, isso acontece de modo não linear, ou seja, as ações
humanas produzem relações e são as novas relações produzidas que
constroem novas ações humanas. Sendo assim, os processos históricos são
marcados pela complexidade causal, isto é, vários acontecimentos distintos
produzem uma nova relação enquanto diversas relações distintas convergem
para um novo acontecimento histórico.
Os conteúdos estruturantes relações de trabalho, relações de
poder e relações culturais, embasam o campo de investigação do
39
conhecimento histórico sendo, portanto, um recorte das dimensões política,
econômico-social e cultural. Os mesmos são integrados entre si e permitem a
busca do entendimento da totalidade das ações humanas.
O trabalho expressa a relação que os seres humanos
estabelecem entre si e a natureza, portanto, ao realizar as atividades de
transformação da sociedade e de elementos da natureza, os homens se
relacionam. Estas relações permitem diversas formas de organização do
mundo do trabalho.
O poder não possui forma de coisa ou de objeto, mas sim, se
manifesta como relações sociais e ideológicas estabelecidas entre aquele que
exerce e aquele que se submete, portanto, o que existe, são as relações de
poder. Entender que essas relações são exercidas nas diversas instâncias
sócio-históricas, como o mundo do trabalho, as políticas públicas e as diversas
instituições, permite ao aluno perceber que as mesmas fazem parte de seu
cotidiano.
As relações culturais são a correspondência dialética entre as
estruturas materiais e simbólicas de um determinado contexto histórico. As
diferenças culturais existem devido as diversas interpretações construídas por
sujeitos históricos que estão inseridos em grupos sociais distintos na divisão
social do trabalho.
Esta proposta para a disciplina de História na FORMAÇÃO DE
DOCENTES pretende resgatar a contribuição dos negros na construção e
formação da sociedade brasileira. Além disso, queremos educar os futuros
docentes a mudar discursos, raciocínios, lógicas, gestos, posturas e modos de
tratar as pessoas em geral, em especial as pessoas negras, e assim superar a
ideologia dominante da democracia racial na sociedade brasileira conforme as
leis 10.639/03 e 11.645/08.
Objetivos Gerais
- Valorizar, divulgar e respeitar os processos históricos de resistência negra;
- Buscar compreender os valores e lutas, ser sensível ao sofrimento causado
pelas formas de desqualificação do povo negro;
40
- Detectar causalidades externas voltadas para descobertas de relações
humanas.
- Contemplar a diversidade das experiências sociais, culturais e políticas dos
sujeitos e suas relações. Nessa perspectiva, um fenômeno, um processo,
um acontecimento, uma relação ou um sujeito, podem ser analisados a
partir do conhecimento histórico construído.
- Abrir perspectivas para validar, refutar ou complementar a produção
historiográfica existente.
- Contribuir para a revisão de: teorias, metodologias e técnicas na abordagem
do objeto de estudo historiográfico.
- Desenvolver uma consciência histórica que leve em conta a diversidade das
práticas culturais dos sujeitos, sem abandono do rigor do conhecimento
histórico.
- Valorizar a possibilidade de luta e transformação social.
- Compreender as experiências e os sentidos que os sujeitos dão à História.
- Analisar e propor ações que visam a superação das condições de vida dos
sujeitos do presente, apontando para expectativas futuras.
- Compreender que o conhecimento histórico possui diferentes formas de
explicar o seu objeto de investigação, constituídos nas experiências dos
sujeitos.
- Contribuir para a formação de uma consciência histórica crítica .
- Permitir a ampliação das possibilidades de explicação e compreensão de
um fato histórico.
- Refletir e superar uma visão unilateral dos fatos históricos, que tornam-se
mais abrangentes.
- Favorecer a compreensão da vida social em toda a sua complexidade.
Conteúdos por Série
Para a disciplina de História os conteúdos estruturantes serão
as relações de trabalho, relações de poder e as relações culturais que
41
assumem um recorte mais específico apontando para o estudo das relações
humanas.
O conceito de tempo foi construído historicamente e modificou-
se de acordo com o surgimento e transformação das sociedades. Assim,
considera-se que o estudo das ações e das relações humanas do passado são
parte de problematizações feitas no presente.
O conceito de espaço contextualiza e articula os conteúdos
estruturantes aqui propostos. O local onde os sujeitos históricos atuam delimita
as possibilidades de ação e de compreensão do processo histórico.
1ª SÉRIE
- Reflexão sobre a História.
- Pré·História.
- Civilizações da antiguidade (Visão Geral).
- Civilização Bizantina.
- Civilização Islâmica.
- A formação dos Reinos Bárbaros.
- Reino dos Francos.
- O Sistema Feudal.
- O Poder da igreja medieval.
- O Fim da Idade Média.
- A Cultura na Idade Média.
- Idade Moderna.
- O Estado Moderno.
- A conquista da América.
- Mercantilismo e o sistema colonial.
- O Renascimento Cultural Europeu.
- A reforma protestante e a reação católica.
- A Revolução Inglesa.
42
- O Iluminismo e o despotismo esclarecido.
- A Revolução Industrial.
- A Independência dos Estados Unidos.
2ª SÉRIE
- A Idade Contemporânea.
- A Revolução Francesa.
- A Era Napoleônica e o Congresso de Viena.
- A independência dos países da América Latina.
- Revoluções Européias, Nacionalismo e Unificação.
- Estados Unidos: A Conquista do Oeste e a Guerra de Secessão.
- A Expansão do Imperialismo.
- A Primeira Guerra Mundial.
- A Revolução Russa.
- A crise do capitalismo e os regimes totalitários.
- A Segunda Guerra Mundial.
- A descolonização e os conflitos regionais.
- Os países do primeiro mundo.
- História do Brasil.
- História do Paraná.
- Cultura Afro-Brasileira.
- História do Brasil (A conquista do Brasil, Sistema Colonial, Expansão
Territorial, Emancipação Política, Primeiro e Segundo Reinados, Brasil
República).
Encaminhamento Metodológico
A metodologia tem como base a utilização dos conteúdos
estruturantes, os quais deverão estar articulados com a fundamentação teórica
e os temas selecionados pelos professores.
43
A problematização de situações relacionadas as dimensões
econômico-social, política e cultural leva a seleção de objetos históricos. Esses
objetos são as ações e relações humanas no tempo, ou seja, articulam-se aos
conteúdos estruturantes propostos neste documento: as relações de trabalho,
as relações de poder e as relações culturais. Para abordar esses conteúdos
estruturantes torna-se necessário que se proponha recortes espaço-temporais
e conceituais à luz da historiografia de referência. Estes recortes se constituem
nos conteúdos específicos (tais como: conceitos , acontecimentos, processos,
entre outros) a serem estudados pelos alunos do Ensino Médio. O professor ao
elaborar o problema e selecionar o conteúdo estruturante que melhor responde
a problemática, constitui o tema. E este se desdobra nos conteúdos específicos
que fundamentam a resposta para problemática.
Os conteúdos estruturantes da disciplina de História serão
abordados através de temas, na compreensão de que não é possível
representar o passado em todo sua complexidade.
Primeiramente deve-se focalizar o acontecimento, processo ou
sujeito que se quer representar do ponto de vista da historiografia. Em segundo
lugar, delimitar o tema histórico em um período bem definido demarcando
referências temporais fixas e estabelecer uma separação entre seu início e seu
final. Por fim, os professores e alunos definem um espaço ou território de
observação do conteúdo tematizado. O que delimita esta demarcação espaço-
temporal é a historiografia específica escolhida e os documentos históricos
disponíveis. Além dessas três dimensões, faz-se necessário instituir um sentido
a seleção temática realizada, o qual é dado pela problematização.
Dentro dessa concepção, o uso de documentos em sala de
aula proporciona a produção de conhecimento histórico quando usado como
fonte na qual buscam-se respostas para as problematizações anteriormente
formuladas. Assim os documentos permitem a criação de conceitos sobre o
passado e o questionamento dos conceitos já construídos.
O trabalho com diferentes documentos requer que o professor
tenha conhecimento sobre a especificidade de sua linguagem e sobre a sua
natureza, bem como os limites e possibilidades que o trato pedagógico de cada
documento apresenta. As imagens, livros, jornais, histórias em quadrinhos,
44
fotografias, pinturas, gravuras, museus, filmes, músicas, etc. são documentos
que podem ser transformados em materiais didáticos de grande valia na
constituição do conhecimento histórico.
Os documentos acima citados podem ser utilizados de
diferentes maneiras em sala de aula: na elaboração de biografias, confecção
de dossiê, representação de danças folclóricas, exposição de objetos sobre o
passado que esteja no alcance do aluno, com a descrição de cada objeto
exposto e o contexto em que os mesmos foram produzidos e estabelecer
relações entre as fontes.
A proposta da seleção de temas é também pautada em
relações interdisciplinares considerando que é na disciplina, no caso a História,
que ocorre a articulação dos conceitos e metodologias entre as diversas áreas
do conhecimento. Assim, narrativas, imagens, sons, etc. de outras disciplinas
relacionadas devem ser tratadas como documentos a ser abordados
historiograficamente.
Critérios de Avaliação
O acompanhamento do processo ensino-aprendizagem, tem
como finalidade principal dar uma resposta ao professor e ao aluno sobre o
desenvolvimento desse processo e, assim, permite refletir sobre o método de
trabalho utilizado pelo professor, possibilitando o redimensionando deste, caso
seja necessário. A avaliação não deve ser realizada em momentos separados
do processo de ensino aprendizagem. O professor deve acompanhar o
processo, percebendo o quanto cada educando desenvolveu na apropriação do
conhecimento histórico.
A avaliação do ensino de História considerará três aspectos
importantes: a apropriação de conceitos históricos e o aprendizado dos
conteúdos estruturantes e dos conteúdos específicos. Esses três aspectos
serão entendidos como complementares e indissociáveis.
Para tanto, o professor deverá se utilizar de diferentes
instrumentos de avaliação, tais como: leitura, interpretação e análise de textos
historiográficos, análise e interpretação de mapas e documentos históricos;
produção de narrativas históricas, pesquisas bibliográficas, pesquisa de campo,
45
sistematização de conceitos históricos, apresentação de seminários, debates e
provas individuais e/ou em grupo.
Referências Bibliográficas
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BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o
contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec, 1987.
______. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1995.
BARBEIRO, Heródoto. História: volume único para o ensino médio. São Paulo:
Scipione, 2004
BITTENCOURT, Maria Circe. Ensino de História: fundamentos e métodos. São
Paulo:Cortez,2004.
BRASIL/MEC. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações
Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana.
Brasília, 2006.
_______. Secretaria de Educação Média e Tecnológica (SEMTEC). Parâmetros
Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília, 2002.
BRAUDEL, Fernand. História e ciências sociais. Lisboa: Editorial Presença, 1996.
CERRI, Luis Fernando (org.). O ensino de história e a ditadura militar. Curitiba: Aos
Quatro Ventos, 2003.
CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil S/A, 1997.
______. A História à prova do tempo: da História em migalhas ao resgate do
sentido. São Paulo: Unesp, 2001.
FONSECA, Thais Nivia de Lima e. História e ensino de história. Belo Horizonte:
Autêntica, 2003.
FONTANA, Josep. História depois do fim da História. Bauru: EDUSC, 1998.
GINSBURG, Carlo. O queijo e os vermes. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
GRAMSCI, Antônio. Cadernos do cárcere, v. I a VI. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2004.
______. Mundos do trabalho: novos estudos sobre a história operária. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2000b.
HORN, Geraldo Balduíno. O ensino de história: teoria, currículo e método. Curitiba:
Livro de Areia, 2003.
46
LEBRUN,Gérard. O que é Poder. São Paulo: Brasiliense.2004.
LE GOFF, Jacques e NORA, Pierre (orgs.). História: novos problemas. Rio de
Janeiro: Francisco Alves, 1979.
MARX, Karl. O 18 brumário de Luis Bonaparte e Cartas Kugelmann. Rio de
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______. O capital. Livro 1 a 3, v. I e II. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
MÉSZÁROS, István. O poder da ideologia. São Paulo: Boitempo, 2004.
______. A formação da classe operária inglesa: a árvore da liberdade. V. 1. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2004.
PARANÁ/SEED. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Curitiba, 2005.
_______. Diretrizes Curriculares de História para o Ensino Médio. Curitiba, 2006.
_______. Vários Autores. Livro Didático Público – História – Ensino Médio.
Curitiba, 2006.
_______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da
Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na
Modalidade Normal. Curitiba, 2006
VICENTINO, Cláudio. História Geral - volume único - Ensino Médio. São Paulo:
Scipione, 2000.
47
GEOGRAFIA
Série Número de aulas semanais
1ª 3
Apresentação da Disciplina
Uma viagem epistemológica pela Geografia faz-se necessária
para fundamentar a importância e o objeto de estudos dessa disciplina para o
Ensino Médio.
Muitos são os estudos sobre a história da Geografia, porém de
acordo com Andrade (1987: 20) essa área do conhecimento está em utilização
desde a pré-história com as idéias geográficas registradas em pinturas
rupestres. Na Antiguidade, Andrade (1987: 23,26) destaca a contribuição dos
gregos e romanos para evolução da Geografia. Durante a Idade Média apesar
do retrocesso dos conhecimentos, Andrade (1987: 32) destaca as viagens de
Marco Pólo que muito contribuíram para ampliação dos conhecimentos
geográficos. Parafraseando Andrade, na Idade Moderna, nas bases do
positivismo(neutralidade científica), a Geografia ganha status de ciência, porém
passa a seguir as ideologias dos Estados, tornando-se assim uma ciência
comprometida com os governantes de cada país em que se criava as Escolas
de Geografia. Porém não é correto considerar o desenvolvimento da Geografia
de um modo linear: houve um corte epistemológico entre o final do século XIX
e o início do século XX, que serviu para jogar no esquecimento a Geografia pré
– universitária, que esteve ligada Às preocupações dos chefes de estado, dos
oficiais e dos homens de negócios. Assim, a Geografia escolar foi imposta no
fim do século XIX. Lacoste (1977:38). A Geografia universitária vai moldando a
Geografia escolar, caindo no enciclopedismo. A renovação do ensino de
Geografia no Brasil começou na década de 1970 e relaciona-se com um crise
mais ampla que atingiu todas as ciências, desde o pós-guerra. Nesse processo
de redescoberta da Geografia, graves problemas se colocaram como: a
construção de fundamentos epistêmicos necessários à consolidação de sua
cientificidade, a definição e clareza do sujeito desta ciência, capaz de desvelara
48
organização espacial e suas relações , segundo PCN (1996: 309). A Geografia
Crítica mesmo com vários problemas chegou aos alunos na década de 1980,
propondo o fim do saber neutro, da valorização da paisagem e do ensino
conteudístico.
As transformações ocorridas no Brasil e no mundo no final do
século XX, suscitadas pela Revolução Tecno-Científica, pela globalização da
economia e pelos problemas ambientais deram aos conhecimentos geográficos
um novo significado, passando de ciência descritiva à Geografia crítica.
Redefinida como ciência social, sendo ensinada num mundo
rápido, fluido, torna-se imprescindível transformar a antiga idéia presente na
Geografia da Terra como espaço absoluto, ou seja, uma coisa em si mesma,
independente..., constituindo um receptáculo que contém coisas, para o
espaço relacional, ou seja, um objeto somente pode existir na medida que ele
contém e representa dentro de si relações com outros objetos, conforme
CORREA (1996: 26).
Define-se assim o objeto de estudos da Geografia, O espaço
geográfico. De acordo com Santos, 1996: “o espaço geográfico deve ser
considerado como algo que participa igualmente da condição do social e do
físico, um misto, um híbrido”.
Portanto pode-se considerar que o objetivo principal da
disciplina de Geografia no Ensino Médio é contribuir para a formação de um
indivíduo lúcido, conhecedor e autônomo.
É chegado o tempo em que uma nova Geografia pode ser
criada, porque o homem começa, um pouco em toda parte, a reconhecer no
espaço trabalhado por ele algumas causas de alguns dos males que o afligem
no mundo atual. (SANTOS, 2002: 262)
Objetivos Gerais
Os objetivos a serem alcançados na disciplina de Geografia
são:
- Desenvolver o raciocínio geográfico e a consciência espacial no aluno.
- Realizar a leitura da realidade pelas lentes da Geografia.
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- Descrever os domínios da ciência geográfica.
- Caracterizar o objeto de estudos da Geografia. (espaço geográfico).
- Identificar conceitos centrais dessa área do conhecimento.
- Desenvolver noções de climatologia, geologia e hidrografia.
- Utilizar escala de análise.
- Realizar, analisar e descrever localizações e distribuições espaciais.
- Analisar as estruturas e processos espaciais.
- Nortear o pensamento do aluno para as questões: onde? Por que neste lugar
e não
em outro?
Conteúdos por Semestre
1ª SEMESTRE
Conteúdo Estruturante: A dimensão econômica da produção do espaço
Histórico da Geografia/ Categorias científicas:
- A evolução dos conhecimentos geográficos;
- o espaço;
- lugar, território e paisagem;
- espaços ecúmenos e anecúmenos;
- fronteiras.
Representações Cartográficas:
- As coordenadas geográficas;
- latitudes e longitudes;
- teoria do Big Bang;
- os movimentos da Terra e suas conseqüências;
- a corrida espacial.
- O desenvolvimento tecnológico dos países ricos;
- o INPE e suas funções no Brasil.
Pontos de Orientação:
50
- Pontos Cardeais, colaterais e sub-colaterais
Cartografia:
- Projeções cartográficas;
- escala e legenda de um mapa.
Conteúdo Estruturante: Dimensão socioambiental
A origem da Terra:
- As camadas da Terra;
- a teoria da tectônica de placas;
- as eras geológicas;
- os minerais e as rochas;
- os combustíveis fósseis.
Domínios climatobotânicos:
- Climas do planeta;
- formações vegetais do planeta.
Atmosfera:
- O tempo e o clima;
- a temperatura;
- pressão atmosférica;
- a distribuição dos climas no planeta;
- as massas de ar;
- as correntes marítimas;
- o El Nino e a La Nina.
Hidrologia:
- Características da hidrografia;
- relevo submarino;
- as águas de superfície;
- as águas subterrâneas;
51
- o consumo de água na Terra;
- as bacias hidrográficas brasileiras;
- a navegação fluvial no Brasil;
- o uso dos rios para irrigação;
- as hidrelétricas do Brasil.
Conteúdo Estruturante: Dimensão Geopolítica
Configuração Espacial:
Brasil:
- Localização, pontos extremos;
- a organização política do Brasil;
- a organização regional do Brasil;
- divisão do IBGE;
- a atual divisão em complexos regionais: Nordeste, Amazônia e Centro-Sul;
- características naturais, econômicas e culturais de cada região.
2ª SEMESTRE
Conteúdo Estruturante: Dimensão Cultural e Demográfica
Análise espacial: histórica, econômica, local, cultural das diferentes sociedades
nas diferentes escalas geográficas: local, regional, nacional e mundial:
- As marcas culturais na produção das paisagens (rural e urbana).
A população mundial:
- O crescimento vegetativo;
- as taxas de natalidade, mortalidade e fecundidade;
- o crescimento demográfico e as migrações;
- o crescimento positivo, neutro e negativo;
- transição demográfica;
52
- as taxas demográficas como referências do desenvolvimento e
subdesenvolvimento;
- pirâmides etárias.
Teorias do crescimento da população:
- Teoria de Malthus;
- Neomalthusianismo e políticas demográficas;
- Reformistas.
Conteúdo Estruturante: A dimensão econômica da produção do/no
espaço
Setores da economia:
- setor primário;
- setor secundário;
- setor terciário;
- trabalho informal;
- a mulher no mercado de trabalho;
- trabalho infantil.
Urbanização mundial:
- A origem e evolução das cidades.
- O êxodo rural: causas e conseqüências.
- A população urbana nos países desenvolvidos.
- A população urbana nos países subdesenvolvidos.
- As migrações.
- Xenofobia.
- Problemas sociais e ambientais das cidades.
O índice de Desenvolvimento Humano:
- Critérios de análise;
- classificação dos países atualmente.
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Sistemas econômicos:
- Capitalismo e Socialismo;
- fases dos capitalismo;
- características do capitalismo e socialismo.
- keynesianismo, Fordismo, Taylorismo e Toyotismo.
Conteúdo Estruturante: Dimensão Geopolítica
Ordem Bipolar:
- Guerra fria.
- Potências econômicas: EUA e URSS.
- Objetivos da Guerra fria.
- Muro de Berlim.
Os países em transição econômica:
Desintegração da URSS
- Por que ocorreu a desintegração da URSS?
- A criação da CEI (Comunidade dos Estados Independentes).
- A situação dos países que se desintegraram.
- A situação da Rússia.
A Ordem Multipolar:
- Globalização.
- O capitalismo financeiro.
- A tríade capitalista: Estados Unidos, Alemanha e Japão.
- As características de um mundo globalizado.
- As conseqüências de um mundo globalizado para os países desenvolvidos
e subdesenvolvidos.
- Os blocos econômicos.
- 3 ° Revolução Industrial.
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Encaminhamento Metodológico
Busca-se na articulação entre a globalização e o lugar, onde se
obtém um dos caminhos para orientar o processo de ensino e da
aprendizagem da Geografia para entender as relações espaciais que se
estabelecem no mundo moderno.
Estimular a percepção e a observação atenta do aluno,
possibilitará perceber as alterações através de vários sinais na paisagem
visível do lugar e permitirá prever o futuro do espaço geográfico.
Lançando um olhar atento sob a paisagem, será possível
constatar os signos nela impressos e avaliar as sociedades que a construíram
e a constroem, as temporalidades que se juntam em sua constituição.
A Geografia estuda o espaço geográfico, e utiliza outras áreas
do conhecimento para analisar com maior profundidade as questões
resultantes do meio e da paisagem visível. A leitura da paisagem é resultante
de múltiplas determinações históricas, geográficas, culturais e até ideológicas,
podendo ser sufocadas sob diferentes pontos de vista.
Tratando-se da visão de conjunto do lugar, pode-se obter êxito
nos estudos utilizando mapas, fotos aéreas e imagens de satélites.
Atualmente tanto o computador como a Internet, são partes
integrantes do cotidiano escolar e possibilitam pesquisas, levantamento de
dados, atualidades sob os mais diversos assuntos, portanto esses instrumentos
devem ser utilizados.
Os jornais e revistas, fontes formadoras de opinião, serão
utilizadas para seleção de temas e problemas a serem abordados durante as
aulas.
Situações problema como a questão dos sem-terra, sem-teto,
plano – diretor das cidades, o destino final do lixo, construções que causam
impactos ambientais, corrupção, miséria, entre outras, poderão ser levantadas
e discutidas durante as aulas.
A Geografia utiliza uma importante fonte de informações que
são as pessoas, essas poderão ser buscadas através de entrevistas que
favorecem o entendimento dos acontecimentos e das ações sobre o espaço
geográfico em questão.
55
É necessário que o professor, com o auxílio das metodologias
aplicadas com os alunos, encaminhe este para a reflexão crítica sobre a
sociedade em que vive, sobre o espaço que ocupa e muitas vezes ajuda a
construir.
De acordo com Rua (1993:4)
Realidade-Teoria-Realidade, este seria um caminho a ser seguido, a
partir das observações e das reflexões iniciais dos alunos. Na teoria
busca-se a fundamentação, o aprofundamento e a generalização das
reflexões iniciais, volta-se então, à realidade, analisando-a ,
criticando-a à luz da teoria, cientificizando – se os conceitos.
Os encaminhamentos metodológicos são permeados pelas orientações
previstas nas leis: Lei 9795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental; Lei
10.639/03 – História e Cultura Afro-brasileira e Lei 11.645/08 – História e
Cultura Afro-brasileira e indígena
Critérios de Avaliação
A avaliação é parte do processo pedagógico e, por isso, deve
tanto acompanhar a aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do
professor. Numa concepção tradicional, a avaliação da aprendizagem é
reduzida a um momento, em geral no final de um programa ou de um
determinado período, no qual o aluno devolve ao professor o que dele recebeu
e, de preferência, exatamente como recebeu.
É fundamental que a avaliação seja mais do que a definição de
uma nota ou um conceito. É imprescindível que seja contínua e priorize a
qualidade e o processo de aprendizagem; ou seja, o desempenho do aluno ao
longo do ano letivo. Para tano, em lugar de avaliar apenas por meio de provas,
o professor deve usar instrumentos de avaliação que contemplem várias
formas de expressão dos alunos, como:
- leitura e interpretação de textos;
- produção de textos;
- leitura e interpretação de fotos, imagens, gráficos, tabelas e mapas;
- pesquisas bibliográficas;
- relatórios de aulas de campo;
56
- apresentação de seminários;
- construção e análise de maquetes, entre outros.
Esses instrumentos devem ser relacionados de acordo com
cada conteúdo e objetivo de ensino.
Em Geografia, os principais critérios de avaliação são: a
formação dos conceitos geográficos básicos e o entendimento das relações
socioespaciais. O professor deve observar, então, se os alunos formaram os
conceitos geográficos e assimilaram as relações de poder, de espaço-tempo e
de sociedade-natureza para compreender o espaço nas diversas escalas
geográficas e, que também o aluno possa, ao final do percurso, avaliara melhor
a realidade em que vive, sob a perspectiva de transformá-la, onde quer que
esteja.
Referências Bibliográficas
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LACOSTE, Ives. A Geografia serve, antes de mais nada para fazer a guerra.
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57
PARANÁ/SEED. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Curitiba, 2005.
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_______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da
Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na
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_______. Vários Autores. Livro Didático Público – Geografia - Ensino Médio.
Curitiba, 2006.
RUA, João, WASZKIAVICUS, Fernando; TANNURI, Maria Regina; NETO, Helion
Povoa. Para Ensinar Geografia. Rio de Janeiro: Access, 1993.
SANTOS, Milton. A natureza do Espaço: técnica, e tempo, razão e emoção. São
Paulo: Hucitec, 1996.
_______. Por uma Geografia Nova. São Paulo: EDUSP, 2002.
SILVA, Armando C. da. De quem é o pedaço? Espaço e Cultura. São Paulo:
Hucitec, 1986.
VESENTINI, José W. Para uma Geografia crítica na escola. São Paulo: Ática, 1992.
58
BIOLOGIA
Série Número de aulas semanais
1ª 2
2ª 2
Apresentação da Disciplina
É objeto de estudo da Biologia, o fenômeno “vida” e sua
diversidade de manifestações. Esse fenômeno se caracteriza por um conjunto
de processos organizados e integrados, quer no nível de uma célula, de um
indivíduo, ou ainda de organismos no seu meio. Um sistema vivo é sempre
fruto da interação entre seus elementos constituintes e da interação entre esse
mesmo sistema e demais componentes de seu meio. As diferentes formas de
vida estão sujeitas a transformações que ocorrem no tempo e no espaço
sendo, ao mesmo tempo, propiciadoras de transformações no ambiente.
Ao longo da história da humanidade várias foram as explicações
para o surgimento e a diversificação da vida, de modo que os modelos
científicos conviveram e convivem com outros sistemas explicativos. O ensino
da Biologia permite a compreensão da natureza e dos limites dos diferentes
sistemas explicativos, e ainda, a compreensão de que a Ciência não tem
resposta para tudo, sendo uma de suas características a possibilidade de ser
questionada e de se transformar.
Os conceitos científicos devem ser apresentados como
resultado de uma construção socializada, que conta com a imaginação, a
intuição e a emoção e é influenciada pelo contexto histórico e econômico. Ao
trabalhar tais conceitos, é importante considerar o conhecimento prévio do
aluno e enfatizar a aprender a pensar e o pensar para aprender.
Deve-se buscar superar a fragmentação do conhecimento por
meio da seleção de fatos, conceitos e teorias que promovam aprendizagens
significativas e funcionais e pela superação das fronteiras entre disciplinas.
Nesse processo, é imprescindível o compromisso com a flexibilidade, a
diversidade e com a contextualização dos conteúdos, de acordo com o
desenvolvimento das estruturas cognitivas do aluno.
59
Por fim, assim como fazer ciência não é uma atividade
impessoal, isenta de valores, também o ensino da Biologia deve priorizar não
a transmissão de informações, mas a formação de atitudes e valores que
promovam a admiração e o respeito pela vida.
Objetivos Gerais
- Perceber e utilizar os códigos intrínsecos da Biologia.
- Apresentar suposições, hipóteses, expressar dúvidas, idéias e conclusões
acerca dos fenômenos biológicos.
- Relacionar os diversos conteúdos conceituais de Biologia na compreensão
de fenômenos.
- Estabelecer relações entre parte e todo de um fenômeno ou processo
biológico.
- Formular questões, diagnósticos e propor soluções para problemas
apresentados, utilizando elementos da Biologia.
- Reconhecer a Biologia como um fazer humano e, portanto, histórico, fruto
da conjunção de fatores sociais, políticos, econômicos, culturais, religiosos
e tecnológicos.
- Identificar a interferência de aspectos místicos e culturais nos
conhecimentos do senso comum relacionados a aspectos biológicos.
- Reconhecer o ser humano como agente e paciente de transformações
intencionais por ele produzidas no seu ambiente.
- Julgar ações de intervenção, identificando aquelas que visam à preservação
e à implementação da saúde individual, coletiva e do ambiente.
- Identificar as relações entre o conhecimento científico e o desenvolvimento
tecnológico, considerando a preservação da vida, as condições de vida e as
concepções de desenvolvimento sustentável.
Conteúdos por Série
Considerando que o curso de formação de docentes contempla
a disciplina de Biologia apenas nas 1ªs e 2ªs séries os conteúdos estruturantes
e específicos foram organizados, distribuídos e adequados a essas séries,
sendo assim, há um melhor aprofundamento nos temas que objetivam a
formação da cidadania, preparo para o trabalho e na conscientização da
60
importância do seu lugar no mundo, tais como a saúde, a educação ambiental,
a ética e os avanços biológicos no contexto da vida.
1a SÉRIE
1. Histórico, importância e abrangência da Biologia.
2. Organização Celular e Molecular:
- Histórico e métodos de estudo;
- aspectos físico-químicos da célula;
- membrana;
- citoplasma;
- núcleo;
- divisão celular;
- histologia.
3. Reprodução, Embriologia, Sexualidade e Saúde
- Bioética.
- Biotecnologia.
4. Biodiversidade
1. Biomas terrestres e aquáticos;
2. relações ecológicas;
3. ecossistemas;
4. ciclos biogeoquímicos;
5. desequilíbrio ambiental urbano e rural;
6. educação ambiental;
7. pesquisas científicas e biológicas.
2a SÉRIE
1. Organização e distribuição dos Seres Vivos
8. Os seres vivos e o ambiente;
9. classificação geral nos reinos;
10. origem das espécies;
11. fisiologia comparada;
12. pesquisas científicas e biológicas.
61
13. Ciência e saúde.
14. Bioética.
15. Biotecnologia.
2. Processo de Modificação dos Seres Vivos
16. Origem e evolução da vida.
17. Genética.
18. Biotecnologia.
3. Implicações dos Avanços Biológicos no Contexto da Vida
19. Bioética.
20. Ciência e saúde.
21. Pesquisas científicas biológicas.
Encaminhamento Metodológico
Os estudantes possuem um repertório de representações, de
conhecimentos intuitivos, adquiridos pela vivência, pelo senso comum, a cerca
dos conceitos que serão ensinados na escola. O grau de amadurecimento
intelectual e emocional do aluno e sua formação escolar são relevantes na
elaboração do conhecimento científico, considerando esses conhecimentos
prévios. O professor também carrega consigo muitas ideias de senso comum,
ainda que tenha elaborado parcelas do conhecimento científico.
É fundamental, portanto, que se estabeleça uma relação entre o
aluno, o professor e o conhecimento científico, na perspectiva da
aprendizagem significativa do conhecimento historicamente acumulado, da
formação de uma concepção de Biologia e sua relação com a Tecnologia e
com a Sociedade.
Sendo assim, a metodologia a ser utilizada dentro desta
perspectiva, inclui além do aproveitamento dos conhecimentos prévios dos
alunos através da problematização e das práticas sociais, as aulas
experimentais, debates, palestras, estudo de textos, excursões, visitas (estudo
do meio) aulas expositivas, trabalhos e técnicas em grupo, seminários, oficinas
e desenvolvimento de projetos como: “Conhecendo o Paraná” e “A educação
não tem cor”. Aproveitando e utilizando os recursos disponíveis na escola,
como a TV multimídia, internet, microscópio, lupas, etc.) Vale destacar que
62
todos esses encaminhamentos são baseados nas leis: Lei 9795/99 – Política
Nacional de Educação Ambiental; Lei 10.639/03 – História e Cultura Afro-
brasileira e Lei 11.645/08 – História e Cultura Afro-brasileira e indígena.
O Livro Didático Público (2006) – SEED/PR é utilizado
como material de apoio abordando os textos e curiosidades como
complemento do conteúdo trabalhado com o Livro Didático do Programa
PNLDEN/MEC.
Avaliação
A avaliação como necessidade básica no processo ensino –
aprendizagem, buscando obter uma visão panorâmica para tomada de
decisões, inclui práticas diversas onde integra os vários momentos do
desenvolvimento curricular implicando na realização de várias operações
interligadas.
Todas as funções avaliativas devem ser consideradas
(diagnóstica, somática e formativa). Todos os envolvidos no ensino devem
participar da avaliação, buscando um melhor rendimento para si e para os
outros, interando-se assim os resultados da avaliação.
Os instrumentos a serem utilizados deverão ser diversificados,
atendendo as diferenças individuais, como por exemplo: pesquisas, provas
orais e escritas, objetivas e subjetivas, testes, observação direta. É
fundamental que esta avaliação se processe de forma contínua.
A Recuperação de Estudos é aplicada durante todo o ano letivo
logo após a correção das atividades de avaliação, através da aula do erro,
avaliações substitutivas, exercícios de revisão entre outros.
Referências Bibliográficas
AMABIS, J.M., MARTHO, G.R. Fundamentos da Biologia Moderna . 2.ed. São
Paulo: Moderna, 1997.
AMABIS, J.M. ,MARTHO, G.R. Conceitos de Biologia. 3v. São Paulo: Moderna,
2003.
BIZZO,N. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática: 2002.
CARVALHO, W. Biologia em Foco. São Paulo: FTD, 2002.
63
CHEIDA, Luiz Eduardo. Biologia Integrada. São Paulo: FTD, 2003. (Coleção Delta).
FAVARETTO,J.A., MERCADANTE, C. Biologia. São Paulo: Moderna,1999.
KRASILCHIK, Myrian. Prática do ensino de biologia. 2ª ed. São Paulo: Harbra,1986.
LINHARES, S. GEWANDSZNAJDER,F. Biologia hoje. 3v. São Paulo: Ática: 2006.
LOPES, Sonia Bio. 1ª.ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
LOPES, S. e ROSSO, S. Biologia. São Paulo: Saraiva, 2004.
MACHADO, Sídio. Biologia. São Paulo: Scipione, 2003.
NARDI, Roberto(org) Questões atuais no ensino de ciências. São Paulo: Escrituras,
1998.
PARANÁ/SEED. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Curitiba, 2005.
_______. Diretrizes Curriculares de Biologia para o Ensino Médio. Curitiba, 2006.
_______.Vários Autores. Livro Didático Público – Biologia – Ensino Médio.
Curitiba, 2006.
_______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da
Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na
Modalidade Normal. Curitiba, 2006
PAULINO, W.R. Biologia. São Paulo: Ática, 2000.
SILVA, Cesar Jr. SASSON, Sezar. Biología. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
SOARES, J.L. Biologia. São Paulo: Scipione, 1997.
64
FÍSICA
Série Número de aulas semanais
3ª 3
4ª 2
Apresentação da Disciplina
A ciência é inseparável dos processos econômicos, políticos e
sociais da produção e reprodução humana. Os vínculos entre ciência, técnica e
produção são muito estreitos, quase inseparáveis. Por isso, é importante que o
ensino de Física não deixe de lado também a Filosofia da Ciência,
especialmente aquela baseada na História, pois a Filosofia apresenta
elementos para análise que nos permite dialogar de forma mais enriquecedora
com a natureza.
Portanto, o ensino de Física deve estar voltado para os
fenômenos físicos, enfatizando-os qualitativamente, com redução da ênfase na
formulação matemática sem, no entanto, perder a consistência teórica, visto
que é importante a compreensão da evolução dos sistemas físicos, bem como
das aplicações decorrentes dessa compreensão e suas influências na
sociedade contemporânea. Propõe-se também, um tratamento qualitativo dos
temas da Física moderna, corroborando para apresentação da Física como
Ciência em processo de construção.
Neste momento histórico, tomou-se a decisão política de evitar
as extensas listas de conteúdos. O objetivo é garantir o aprofundamento, as
contextualizações e relações interdisciplinares, os avanços da física dos
últimos anos e as perspectivas de futuro. Assim, elencaram-se como conteúdos
estruturantes: Movimento, Termodinâmica e Eletromagnetismo, escolhidos a
partir da história da Física enquanto campo de conhecimento devidamente
constituído ao longo do tempo. Esses três conteúdos são interdependentes e
não passíveis de hierarquização.
Ao propor um currículo de física para o Ensino Médio é preciso
considerar que a educação científica é indispensável à participação política e
65
capacita os estudantes para uma atuação social e crítica com vistas à
transformação de sua vida e do meio que o cerca. Dessa perspectiva o ensino
de física vai além da mera compreensão do funcionamento dos aparatos
tecnológicos. Assim, caberá ao professor propor o ensino de física que aborde
os fenômenos físicos lembrando que suas ferramentas conceituais são as de
uma ciência em construção, porém com uma respeitável consistência teórica.
Vale ressaltar que a aprendizagem somente é possível através
da interação com o professor, detentor do conhecimento físico e significador
destes conteúdos do ponto de vista social, econômico e cultural.
Objetivos Gerais
A disciplina terá como objetivos:
- Definir a Física e classificá-la.
- Compreender um conteúdo de física e apreender seu significado podendo
relacioná-lo com outros acontecimentos.
- Identificar, selecionar e interpretar criticamente informações cientificas;
- Comunicar-se em diferentes linguagens científicas.
- Formular hipóteses e prever resultados.
- Relatar e discutir os fundamentos teóricos e metodológicos de uma
experiência de Física, mostrando a importância do papel da disciplina no
seu dia a dia e em sua formação.
- Considerar os conhecimentos construídos fora da sala de aula,
identificando-os e integrando-os ao conhecimento cientifico, de forma que
as aprendizagens realizadas em qualquer ambiente, tempo ou situação
signifiquem ampliação do conhecimento, articulando com o conhecimento
de Física.
- Explorar as relações interdisciplinares, considerando o caráter orgânico do
conhecimento, pela complementaridade dos saberes. A resolução de um
problema, a execução de um projeto, o enfrentamento de uma situação que
requerem um conhecimento em física.
66
- Trabalhar com situações-problema, aproximando o aprendizado com a
prática social. Pois a proposição de uma situação-problema ativa a
mobilização dos conhecimentos já adquiridos e estimula a busca de novos
conhecimentos, articulando esses dois quadros de referência e estes ao
sentido do problema. Dessa forma propicia-se a valorização do
conhecimento cientifico.
- Contextualizar os conhecimentos científicos, os problemas e as atividades,
uma vez que, o que dá sentido à aprendizagem é a dimensão vivencial. As
situações de aprendizagem devem proporcionar o contato efetivo com a
realidade vivencial na qual o aluno está inserido e para a qual é formado.
- Trabalhar em grupo e empenhar-se nos estudos com organização,
flexibilidade e tolerância.
- Incorporar a importância do conhecimento cientifico e o prazer de aprender.
Conteúdos por Série
3ª SÉRIE
Conteúdo Estruturante: Movimento
- História da Física.
- Mecânica.
- Cinemática escalar.
- Conceitos e definições.
- Movimento Uniforme, Movimento uniformemente variado e queda dos
corpos.
- Cinemática vetorial.
- Operações com vetores.
- Dinâmica.
- Leis de Newton.
Conteúdo Estruturante: Termodinâmica
- Energia.
- Energia Potencial Gravitacional e elástica.
67
- Energia Cinética e Mecânica.
- Termologia.
- Calorimetria.
- Estudo dos gases.
- Introdução a ondulatório.
4ª SÉRIE
Conteúdo Estruturante: Eletromagnetismo
Eletrostática
- Conceitos fundamentais.
- Carga elétrica.
- Tipos de eletrização.
- Princípios da eletrostática.
- Isolantes e condutores, processos de eletrização.
- Eletroscópio pendular e de folha.
Força Elétrica
- Lei de Coulomb.
Campo Elétrico
- Vetor campo elétrico, Campo elétrico de uma carga puntiforme fixa.
- Campo elétrico de várias cargas puntiformes.
- Linhas de força.
Eletrodinâmica
- Corrente elétrica.
- Leis de Ohm.
- Estudo de resistores.
- Instrumentos de medidas elétricas.
- Geradores e receptores.
- Circuito Elétrico.
Eletromagnetismo
- Campo magnético.
68
- Força magnética.
- Indução eletromagnética.
Encaminhamento Metodológico
De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais para a
disciplina de Física devemos assegurar que a competência investigativa possa
resgatar o espírito questionador do aluno e o desejo dele conhecer o mundo
em que habita, sendo assim, o ensino se apresentará como cultura e como
possibilidade de compreensão do mundo.
A Física deverá contribuir para a formação dos sujeitos, porém
através de conteúdos que possam dar conta do entendimento do objeto de
estudo da Física, ou seja, a compreensão do universo, a sua evolução, suas
transformações e as interações que nele se apresentam.
É importante que o processo de ensino-aprendizagem, em
Física, parta do conhecimento prévio dos estudantes, onde se incluem as
concepções alternativas ou concepções espontâneas, sobre os quais a ciência
tem um conceito científico. Podemos dizer que na concepção espontânea o
estudante adquire no seu dia-a-dia, na interação com os diversos objetos no
seu espaço de convivência e que, na escola, se fazem presentes no momento
em que se inicia o processo de ensino-aprendizagem. Já a concepção
científica envolve um saber socialmente construído e sistematizado, o qual
necessita de metodologias específicas para ser transmitido no ambiente
escolar.
De acordo com Tavares (2004), “[...] o estudante deve ser
capaz de perceber e aprender em outras circunstâncias onde se fizerem
presentes situações semelhantes às trabalhadas pelo professor em aula,
apropriando-se da nova informação, transformando-a em conhecimento”.
Portanto, o professor deverá utilizar-se de aulas expositivas e
dialógicas bem como de aulas experimentais que envolvam análise, discussão,
reflexão e investigação associadas a uma escolha bem-feita de conteúdos
significativos, seguindo além do limite da informação, atingindo a fronteira da
formação científica num processo organizado e sistematizado. Além da
inclusão das orientações citadas nas leis: Lei 9795/99 – Política Nacional de
69
Educação Ambiental; Lei 10.639/03 – História e Cultura Afro-brasileira; Lei
11.645/08 – História e Cultura Afro-brasileira e indígena; Lei no 11.525/07 e
Agenda 21 escolar. O livro didático servirá como recurso de pesquisa constante
em sala de aula e o uso dos meios tecnológicos e os jogos educativos também
se farão presentes no cotidiano das mesmas de acordo com a necessidade do
momento.
Critérios de Avaliação
Ao considerarmos importante os aspectos históricos,
conceituais e culturais, a evolução das ideias em Física e a não neutralidade da
ciência, nossa avaliação deverá levar em conta o progresso do estudante
quanto a esses aspectos.
Dessa forma, a avaliação deverá ter um caráter diversificado,
levando em consideração : a compreensão dos conceitos físicos; a capacidade
de análise de um texto, seja ele literário ou científico, emitindo uma opinião que
leve em conta o conteúdo físico; a capacidade de elaborar um relatório sobre
um experimento ou qualquer outro evento que envolva a Física.
Os instrumentos utilizados serão: análise e discussão através
de trabalhos de pesquisas bibliográficas e/ou de campo , elaboração de
relatórios sobre experimentos, participação em experiências que desafiam a
descoberta, provas individuais e/ou em grupo.
A Recuperação de Estudos para alunos com baixo rendimento
escolar deverá ser concomitante ao processo educativo por meio da retomada
de conteúdos entre outras atividades. Além disso, após o período de estudos,
ocorrerá a aplicação de uma reavaliação em cada semestre.
Referências
BONJORNO, J.R.; BONJORNO, R.A.; RAMOS, C.M. Física Fundamental. São
Paulo: FTD, 1999.
CARVALHO, R. História da eletricidade estática. 2.ed. Coimbra: Atlântida, 1973.
CHARLOT, B. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. CHARLOT, B. Relação com o saber, Formação dos Professores e Globalização. Porto Alegre: Artmed, 2005.
70
COELHO, S.M. et al. Conceitos, Atitudes de Investigação e Metodologia
Experimental como Subsídio ao Planejamento de Objetivos e Estratégias de
Ensino. Caderno Catarinense de Ensino de Física. v.17, n.2, p.122-49. Florianópolis -
SC, 2000.
DELIZOICOV, Demétrio e ANGOTTI, J. A. Angotti. Metodologia do Ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 1994.
ESTEVES, M. e RODRIGUES, A. Tornar-se professor: estudos portugueses recentes. Investigar em Educação, n. 2, junho de 2003. ESTRELA, et al. A investigação sobre formação continua de professores em Portugal (1990-2004). Investigar em Educação, n. 4, junho de 2005. FERREIRA, N.C. (coord). Roteiros, Protótipos e Experimentos do Projeto Rede de
Instrumentação para Ensino projeto – RIPE -. São Paulo: USP / Instituto de Física.
1996-2005.
LUZ, A.M.R. ALVARENGA, B. Curso de Física. v. 3, 5.ed. São Paulo: Scipione, 2000.
MÁXIMO, A. & ALVARENGA, B. Física. São Paulo: Scipione. 1997.
NÓVOA, A. (org.). Os Professores e a Sua Formação. 3. ed. Lisboa: Publicações; Dom Quixote, 1997. NÓVOA, A. (org). Vidas de Professores. Porto: Porto Editora, 2000. PARANÁ/SEED. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Curitiba, 2005.
_______. Diretrizes Curriculares Orientadoras para a Educação Básica.
Departamento de Educação Básica.Curitiba, 2008.
_______. Vários Autores. Livro Didático Público – Física – Ensino Médio. Curitiba,
2006.
_______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da
Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na
Modalidade Normal. Curitiba, 2006
RAMALHO, Nicolau Toledo. Os Fundamentos da Física. São Paulo: Moderna.
PENTEADO, Paulo César M. Física Conceitos e Aplicações. São Paulo: Moderna.
PIMENTA, S. G. e GHEDIN, E. (orgs). Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez. 2005. PINTO JR, O. Eletricidade atmosférica. Disponível em:
<http://www.dge.inpe.br/wotan> Acesso em : 30 set. 2005.
PINTO, I.R.C.A. Tempestades e relâmpagos no Brasil. SP: São José dos Campos:
INPE, 2000a.
71
_____; _____. Relâmpagos: A natureza em alta voltagem. Eletricidade e
Magnetismo. São Paulo: Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. 2000b.
SÉRÉ, M.G.; COELHO, S.M.; NUNES, A.D. O Papel da Experimentação no Ensino
da Física. Caderno Brasileiro de Ensino de Física. v.20, n.1, p.30-42. Florianópolis,
abr. 2003.
SILVA, Wilton Pereira e SILVA, Cleide M. D. P. S. Física Experimental: Mecânica. João Pessoa - PB: Universitária/UFPB, 1996.
SILVA, Wilton Pereira e SILVA, Cleide M. D. P. S. Mecânica Experimental para Físicos e Engenheiros. João Pessoa - PB: Universitária/UFPB, 2000.
SILVA, Wilton Pereira e SILVA, Cleide M. D. P. S. Física Experimental: Mecânica. João Pessoa - PB: Universitária/UFPB, 1997.
SILVA, Wilton et al. Apresentação do Software Educacional Vest21 Mecânica, Rev. Bras. Ens. Fís. (24), nº 2. pág. 221. São Paulo, 2002.
SOUSA, R. Raios, relâmpagos e trovões. Disponível em:
<http://www.ufpa.br/ccen/fisica/aplicada/classif.htm> Acesso em: 30 set. 2005.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2003.
VALADARES, E. C. Física mais que divertida. 2. ed. Belo Horizonte: Editora da
UFMG. 2002.
72
QUÍMICA
Série Número de Aulas Semanais
3ª 2
4ª 2
Apresentação da Disciplina
A Química tem papel essencial na formação do sujeito, pois,
ligada diretamente à vida, é uma ciência que o leva ao estudo das substâncias
e materiais e suas transformações. A origem histórica dos saberes da Química
está ligada às transformações sofridas pelo mundo e
surgimento/desenvolvimento da sociedade tecnológica que exige das ciências
dos materiais respostas precisas e específicas às suas demandas.
Muito embora existam, atualmente, formas distintas de
conceber o ensino de Ciências e de Química, a pedagogia sócio-histórica já é
um referencial teórico na prática de alguns professores. A essa visão de
aprendizagem corresponde uma proposta de ensino, voltada ao trabalho na
perspectiva de formação de conceitos, porém diretamente relacionados à sua
finalidade. Muitas vezes, os alunos trazem concepções do senso comum,
estruturas conceituais alternativas que não podem ser ignoradas pelo
professor, mas que devem ser superadas no sentido da efetiva significação de
conceitos cientificamente estabelecidos. Cabe ao professor, utilizando
estratégias diversificadas de ensino, levar os alunos a aproximarem-se, cada
vez mais qualitativamente, do conceito desejado, numa exposição dialógica
num contexto organizado.
Essa relação implica a compreensão do necessário
conhecimento científico e tecnológico para além do domínio estrito dos
conceitos de Química. Diz respeito ao entendimento das interrelações sociais
do sujeito, ao desenvolvimento da sua capacidade de participação através de
uma atitude crítica e atuação transformadora na direção de uma sociedade
justa.
73
A principal função do ensino de Química é proporcionar ao
educando uma compreensão racional do mundo que o cerca, levando-o a um
posicionamento de vida. Em conseqüência desse aprendizado, desejamos
ainda que ele perceba, gradualmente, como a construção do conhecimento
cientifico permitiu o desenvolvimento de tecnologias que modificaram e
modificam profundamente nossa vida. Utilizamos máquinas que nos ajudam a
viver melhor; mudamos nossas perspectivas quanto à preservação de nossa
saúde e a expectativa de vida.
A Química é imprescindível para a aprendizagem ao permitir a
compreensão do que ocorre na natureza e os benefícios concedidos ao
homem, e ao mostrar a necessidade de ser respeitar o equilíbrio da natureza.
Objetivos Gerais
- Adquirir conteúdos científicos fundamentais, compatíveis com a sua faixa
etária e desenvolver vocabulários adequado;
- Valorizar e preservar a natureza, respeitando a vida e compreendendo a
necessidade da manutenção dos equilíbrios biológicos;
- Desenvolver a capacidade de observação, de coleta e organização de
dados, aprendendo a usar instrumento de medida;
- Ser capaz de generalizar e de transferir suas conclusões para situações
cotidianas e de reconhecê-las nos fenômenos naturais e em algumas
aplicações práticas.
Conteúdos por Série
3ª SÉRIE
1º semestre
- Estrutura da Matéria.
- Substância.
- Misturas.
- Métodos de Separação.
- Fenômenos Físicos e químicos.
74
- Estrutura Atômica.
- Distribuição Eletrônica.
2º semestre
- Tabela Periódica.
- Ligações Químicas.
- Funções Químicas.
- Radioatividade.
4ª SÉRIE
1º semestre
- Soluções.
- Termoquímica.
- Cinética Química.
- Equilíbrio Químico.
2º semestre
- Química do Carbono.
- Funções Oxigenadas.
- Funções Nitrogenadas.
- Polímeros.
- Isomeria.
Encaminhamento Metodológico
Devem ser estimuladas as atividades experimentais pois elas
desenvolvem a curiosidade do aluno, é uma forma de ele explicitar as suas
idéias sobre o fenômeno a ser estudado, melhor atendê-lo e até modificar os
seus modelos distorcidos sobre determinada teoria científica.
O aluno vai entender melhor uma lei da química se esta puder
ser obtida ou confirmada através da realização de atividades praticas em
laboratório. A associação da teoria com pratica é da importância relevante na
utilização de fatos do dia a dia, da vivência do aluno .
75
O professor deve ter a preocupação de que o ensino da
Química não se reduz apenas à matemática aplicada, na qual o aluno se perde
e esquece da química que está sendo ensinada e trabalhada. Os exercícios,
devem de preferência, estar ligados a situações concretas da vida do aluno,
considerando que este quando chega à escola não está desprovido de
conhecimentos e a partir destes conhecimentos é que serão elaborados os
conceitos científicos. Como uma sala de aula reúne pessoas com diferentes
costumes, tradições, preconceitos e ideias torna-se pertinente permear as
orientações previstas nas leis: Lei 9795/99 – Política Nacional de Educação
Ambiental; Lei 10.639/03 – História e Cultura Afro-brasileira e Lei 11.645/08 –
História e Cultura Afro-brasileira e indígena nas atividades da disciplina de
Química.
Critérios de Avaliação
A avaliação deverá ser diagnóstica, contínua e gradativa,
devendo-se considerar o aluno em sua individualidade, valorizando-se as
diferentes atividades dos educandos. Assim, deve ser um recurso a serviço do
desenvolvimento do aluno, vista como parte do processo de ensino-
aprendizagem.
A avaliação constará de diferentes atividades e uso de
diferentes instrumentos de trabalho, bem como o uso de novas tecnologias que
visem o trabalho interdisciplinar (80% é destinado à provas individuais e 20%
para outras atividades). Os resultados da avaliação deverão servir para nortear
a tomada de decisões, que contribuam para a melhoria da qualidade do
processo educativo (Feedback).
Os Estudos de Recuperação serão feitos paralelamente ao
conteúdo de sala de aula, sem dispensa, por meio de estratégia diversificada e
de acordo com o Regimento Escolar.
Referências bibliográficas
ARAÚJO, Marcos. Química Completa para o Vestibular- Volume Único. São Paulo:
Moderna, 1997.
FERRÉ, Juan. Química para o 2º GRAU .Volume único. São Paulo: Scipione, 1990.
76
MORTIMER, E.F. e MACHADO, A. H. Química para o ensino médio – Volume
Único. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2002.
PARANÁ/SEED. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Curitiba, 2005.
_______. Diretrizes Curriculares Orientadoras para a Educação Básica.
Departamento de Educação Básica. Curitiba, 2008.
_______. Vários Autores. Livro Didático Público – Química – Ensino Médio.
Curitiba, 2006.
_______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da
Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na
Modalidade Normal. Curitiba, 2006
SARDELLA & MATEUS. CURSO DE QUÍMICA. Vs 1, 2, 3. São Paulo: Moderna, 1993.
SARDELLA ,A. ; FALCONE, M. QUÍMICA-SERIE BRASIL. São Paulo: Ática, 2004.
TITO & CANTO. QUÍMICA NA ABORDAGEM DO COTIDIANO .Vs 1, 2, 3. São Paulo:
Ática, 1991.
77
L.E.M. – LÍNGUA INGLESA
Série Número de aulas semanais
3ª 2
4ª 2
Apresentação da Disciplina e Objetivos Gerais
Ao longo da trajetória de Língua Estrangeira Moderna (LEM), no
ensino no Brasil, vem se confirmando que esta disciplina não é considerada
importante no currículo escolar. Comprovamos essa asserção quando
apresentamos a Lei nº 5692/71 que não considerava a disciplina como
obrigatória. Dessa forma, caso reprovasse somente na LEM, poderia ir para a
série seguinte, em outra escola. A LDBEN nº 9394/96 passa a exigir em seu
artigo 26, parágrafo 5º a obrigatoriedade da LEM a partir da 5ª série. Será que
por esse motivo a disciplina passou a ser importante? No artigo 36, da
mesma lei, item III, exige uma LEM e outra optativa. Acontece que com
a Lei nº 11.161 de 05 de agosto de 2005 a Língua Espanhola passou a ser
obrigatória. Dessa forma, como se constituirão as escolas com tal exigência?
È primordial no ensino de Língua Inglesa buscar a motivação e
o interesse dos estudantes pela mesma para que não venha a perder espaço
para outras LEMs tendo em vista que a Língua Espanhola abriu espaço,
obrigatório, no cenário curricular. Sabemos que nos exames de avaliação
institucional, a LEM não aparece fazendo parte das provas. Sendo assim,
ratifica-se, mais uma vez, a não importância da LEM na Educação Brasileira.
De qualquer forma, a função social do professor é trabalhar a disciplina da
melhor forma possível atualizando e trazendo os conteúdos a partir da
contextualização histórica e desenvolver as habilidades listening, speaking,
writing, reading.. É preciso ainda mostrar a importância e necessidade do
Inglês nesse mundo global.
Considerando que os conteúdos estruturantes são os saberes
(conhecimentos que se identificam e organizam os campos de estudos de
LEM, considerados basilares para a compreensão do objeto de estudos) que
se desdobram em conteúdos específicos no trabalho pedagógico, eles se
78
constituem através da história, são legitimados socialmente, pois, são
provisórios e processuais.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais (2006) o
conteúdo estruturante para o ensino de LEM é o Discurso quel deve funcionar
como prática social por meio da leitura, da oralidade e da escrita.
Dessa forma, conforme o Livro Didático Público (2006), o estudo
da língua estrangeira através do seu conteúdo estruturante – o discurso –
possibilitará ao estudante uma consciência crítica e transformadora da
realidade, subsidiada pelos elementos integradores (conhecimentos
discursivos, sócio pragmáticos, culturais e lingüísticos estarão sempre
presentes em qualquer situação de interação do aluno com a língua
estrangeira, seja em que prática for) e pelas práticas (escrita, leitura e
oralidade que abordam o discurso em sua totalidade e também interagem entre
si e constituem uma prática sócio-cultural) que compõem a aprendizagem.
A ratificação deste pensamento se dá na medida em que
efetivamos, na nossa prática cotidiana, a utilização do material elaborado,
especialmente, para os alunos e pelos professores da rede pública.
Objetivos Específicos
3ª SÉRIE
- Narrar fatos nos passado usando ao mesmo tempo imperfeito e
pretérito;
- contar a vida dos avós, a história das imigrações;
- falar ao telefone: pedir informações sobre cinema, teatro, horário de trem
e ônibus ou avião;
- contatar uma amigo para pedir ajuda (lição, receita ou empréstimo).
Você poderia, eu esqueci;
- defender um ponto de vista (prefiro tal coisa por isso ou aquilo, não
gosto disso por isso ou aquilo).
4ª SÉRIE
- Reconhecer e analisar a idéia central dos textos;
79
- localizar e analisar informações em um texto;
- identificar e analisar diferentes tipos de textos;
- estabelecer relações entre partes de um texto e identificar a sequência
lógica de um texto;
- associar textos verbais com os não-verbais;
- atribuir significado às palavras e expressões idiomáticas;
- utilizar o dicionário;
- fazer uso dos tempos verbais;
- realizar as operações básicas de flexão, gênero, número, grau e numerais;
- localizar fatos, pessoas e objetos no tempo e no espaço;
- descrever características de pessoas, animais, coisas e lugares;
- reconhecer e utilizar as diversas conotações dos verbos modais;
- reconhecer e utilizar expressões do cotidiano;
- fazer uso de quadro dos pronomes;
- compreender e saber utilizar comando.
Conteúdos por Série
3ª SÉRIE
- Textos mais complexos e mais longos serão propostos.
- Traditional celebrations.
- Cognates.
- Nacionalities.
- There is/ there are.
- Emprego do presente, passado e futuro, observando os mecanismos de
concordância, relativos a número, gênero, grau e emprego de preposições,
advérbios, dias da semana, meses, estações do ano, ordinais, horas.
- Emprego de adjetivos.
- Emprego: saudações, cumprimentos fazendo apresentações segundo um
contexto.
80
- Emprego dos pronomes pessoais, possessivos, indefinidos,
interrogativos/contextualizados.
- Emprego adequado de ordens, pedidos e produções.
- Páginas de guias turísticos.
- Textos informativos, argumentativos.
4ª SÉRIE
- Dar títulos e identificar o assunto de diferentes tipos de texto (skimming).
- Identificação de informações presentes em diferentes tipos de texto.
- Textos informativos, narrativos, descritivos, dissertativos, poéticos, tiras,
charges, propagandas, correspondências e fotos.
- Identificar relações de causalidade, temporalidade, oposição, comparação,
conclusão, condição; organizando as informações.
- Emprego de palavras de acordo e aferição de significados a partir de um
contexto.
- Seleção de verbetes e significado de um verbete adequado ao contexto.
- Emprego dos verbos modal em diferentes contextos (can, may, must,
should).
Encaminhamento Metodológico
Trabalhar com texto é uma questão imprescindível. Sabemos
que o aluno da escola pública carrega pouca bagagem quando termina seus
estudos de LEM. Pouca carga horária, pouco contato com estrangeiros. Dessa
forma os procedimentos que se seguem, contribuem na incorporação dos
conteúdos propostos:
Leitura individual.
Leitura coletiva.
Leitura dialógica.
Fazer exercícios.
Apresentar trabalhos.
Aulas dialógicas.
81
Produção de textos.
Recursos: quadro e giz, retroprojetor, Laboratório de Informática (quando for
instalado), DVD, videocassete, cartazes confeccionados pelos próprios
estudantes, dentre outros.
Critérios de Avaliação
A avaliação se apresenta de forma contraditória em nossa
prática escolar. Muitas vezes a avaliação funciona como controle disciplinar.
Dessa forma, esse conceito distorcido e equivocado mitifica a avaliação e sua
função passa a ser banalizada, controladora, fiscalizadora, punidora,
demonstrando assim, o desconhecimento de sua dimensão educativa.
O discurso vem sempre se apresentando à frente e a prática
ainda se mostra arraigada a velhos paradigmas.
Para Braga a avaliação é
[...] parte de um processo mais amplo, onde a relação da avaliação do professor sobre o aluno não será aquela de autoridade arbitrária e formalmente imposta, mas fruto de uma atividade dialogicamente definida e prescrita por ambas as partes e sustentada sobre a confiança que o aluno deposita na orientação que o professor está apto a dar (1982, p. 78).
A avaliação faz parte da aprendizagem. Então, os objetivos,
métodos, abordagens, técnicas, desempenho do professor, desempenho do
aluno, tudo é avaliação, revisto e repensado, ou pelo menos, deveria.
Considerando a proposição de Alderson (1986) na utilização do termo
negociação ou navegação que ambos têm sido usados para descrever esse
processo de correção de direção. O termo negociação mostra um processo
dinâmico, que é modificado na interação professor/aluno, entre alunos/
conteúdo e alunos/ metodologia.
A avaliação deve ser numa perspectiva histórica, recuperando
alguns aspectos das teorias lingüísticas que lhe servem de fundamento. Tanto
a avaliação como o ensino são influenciados por teorias e ensino de línguas
que recebem a influência de determinadas visões ou teorias sobre a
linguagem.
Retomando a história a partir de Scaramucci
82
Nos últimos 50 anos, predominantemente, duas visões ou teorias lingüísticas têm se salientado. Por volta do final dos anos 50 e começo dos 60, a visão predominante é formalista ou estruturalista. A linguagem, nessa concepção, é um código geralmente descontextualizado, formado de elementos que se combinam, dando origem a sentenças gramaticais e itens de vocabulário, enfatizando-se as regras ou maneiras como essas formas se combinam em sentenças gramaticalmente corretas (1997, p. 80)
Então na avaliação é refletida a mesma visão tida na concepção
de linguagem, ou seja, estruturalista. No final dos anos de 1960 passou a ser
funcionalista onde a ênfase apresenta na função da linguagem, na
comunicação.
Já na década de 1980 originou-se o movimento comunicativo
onde a ênfase se centra na combinação de habilidades esse período ficou
denominado como a fase sociolingüística-integrativa.
Na década de 1990, especificamente no estado do Paraná
houve uma política pública centrada na pedagogia histórico-crítica. Com a
elaboração do Currículo Básico para a escola pública ficaram estabelecidos os
conteúdos mínimos, em todas as disciplinas desde a pré-escola até a 8ª série.
Para o Ensino Médio, um aprofundamento dos conteúdos trabalhados,
principalmente, na 8ª série. Nesta proposta,
O ato avaliativo não é um momento isolado, mas faz parte do conjunto de atividades docentes, que devem ser coerentes entre si. Ou seja, a avaliação deve estar centrada na tendência pedagógica que direciona a prática escolar e, conseqüentemente, no enfoque curricular coerente com esta tendência, e que se resume na postura pedagógica que direciona o planejamento, a execução e a avaliação do processo evidenciado (PARANÁ, 1992, p. 208).
Portanto, os aspectos privilegiados na avaliação escolar de LEM
são: conteúdos relevantes, habilidade cognitivas básicas e atitudes
fundamentais de trabalho e capacidade crítica sobre determinada situação
(habilidade de julgar, analisar, apreciar, examinar). Diante dessa proposta,
existem duas progressões paralelas e distintas para a expressão oral e escrita.
A recuperação de estudos é feita paralelamente quando o aluno
não incorpora os conteúdos trabalhados. Mesmo após a recuperação de
83
estudos, caso o aluno fique em até 1 (uma) disciplina na terceira série, sem
atingir a média mínima sessenta, a escola oportuniza, ainda, uma reavaliação
dando um maior tempo para o aluno estudar e rever os conteúdos que serão
disponibilizados pelo professor e afixados em edital, pela secretaria, com
antecedência.
As estratégias de avaliação a serem utilizadas vêm a seguir:
- Avaliação Escrita.
- Avaliação Oral.
- Pesquisa bibliográfica.
- Pesquisa de campo.
- Participação (interação).
- Pesquisa sobre o vocabulário de origem inglesa em nosso
cotidiano.
- Uso do dicionário.
- (Re) Avaliação Oral e escrita dos conteúdos/ objetivos não
alcançados, para a 3ª série.
Média 6,0 - utilizar o Regimento Escolar para aplicação das regras
estabelecidas.
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85
EDUCAÇÃO FÍSICA
Série Número de aulas semanais
1ª 2
2ª 2
3ª 2
4ª 2
Apresentação da Disciplina
Compreender a Educação Física num contexto mais amplo
significa entender que esta área de conhecimento é parte integrante de uma
totalidade definida por relações que se estabelecem na realidade social e
política.
O trabalho é, para o ser humano, o momento histórico em que
há um salto qualitativo na própria conformação da experiência humana. Este
salto qualitativo vai estabelecer a materialidade corporal humana.
Assim, a cultura corporal evidencia a relação estreita entre a
formação histórica do ser humano, através do trabalho, e as práticas corporais
que daí decorreram e, a ação pedagógica da Educação Física deve estimular a
reflexão sobre o acervo de formas e representações do mundo que o homem
tem produzido, exteriorizadas pela expressão corporal através dos jogos,
danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, mímica, e outros. Estas
expressões podem ser identificadas como formas de representação simbólica
de realidades vividas pelo homem, historicamente criadas e culturalmente
desenvolvidas. A atividade física, portanto, trará benefícios mentais e físicos
proporcionando melhor qualidade de vida para o educando dinamizando sua
integração social.
86
Objetivos Gerais
- Desenvolver a parte bio-psico-social do aluno.
- Aprofundar-se no conhecimento e compreender as diferentes
manisfestações de cultura corporal, reconhecendo e valorizando as
diferenças de desempenho, linguagem e expressividade.
- Adotar uma postura ativa de prática e de atividades físicas, consciente da
importância dos mesmos na vida do cidadão.
- Participar de atividades em grandes e pequenos grupos, potencializando e
canalizando as diferenças individuais para o benefício e conquista dos
objetivos de todos.
- Buscar informações para o seu aprofundamento teórico de forma a
construir e adaptar alguns sistemas de melhoria de suas aptidões físicas.
- Demonstrar autonomia na elaboração de atividades corporais, assim como
capacidade para discutir e modificar suas regras, podendo estabelecer uma
melhor utilização dos conhecimentos adquiridos sobre cultura corporal para
um reaproveitamento do seu tempo disponível.
Conteúdos
Conteúdo Estruturante
Conteúdo Básico
Conteúdo Específico
Abordagem teórico-metodológicas Avaliação
Esporte Coletivos
Individuais
Radicais.
Futebol;
voleibol;
basquete;
handebol;
futsal;
punhobol;
futevolei;
atletismo;
tenis de
mesa;
skate;
Recorte histórico delimitando tempos e espaços;
Análise da possível relação entre o esporte de rendimento X qualidade de vida;
Análise dos diferentes esportes no contexto social e econômico;
Estuo das regras oficiais e sistemas táticos de jogo;
Organização de campeonatos, torneios, elaboração de súmulas e montagem de tabelas, de acordo com o sistema diferenciado de disputa ( simples, dupla, entre outros);
Análise de jogos esportivos e confecção de scaltes;
Reflexão acerca do conhecimento popular X conhecimento científico sobre o fenômeno esporte;
Discussão e análise o esporte nos
- Organizar e vivenciar atividades esportivas trabalhando com a construção de tabelas, súmulas, arbitragem e diferentes noções de preenchimento;
- Apropriação acerca das diferenças entre esporte da escola , o esporte de rendimento e a relação entre esporte e lazer;
- Compreender a função social do esporte;
Reconhecer a influência da mídia , da ciência e da industria cultural no esporte;
- Compreender as questões sobre doping, recursos ergogênicos utilizados e questões relacionadas a nutrição.
87
diferenciados aspectos: meio de lazer, sua função social, relação com a mídia, relação com a ciência, doping; nutrição, saúde e prática esportiva;
Análise da apropriação do esporte pela indústria cultural.
Jogos e Brincadeiras
Jogos de
tabuleiro;
jogos
dramáticos;
jogos
cooperativos;
Xadrez;
dama; trilha;
amarelinha;
elástico;
pega-pega;
stop; bets;
peteca;
corrida de
saco;
polícia-
ladrão;
queimada;
imprivisaçã
o; imitação;
mímica;
entre
outros.
- n Analisar a apropriação dos jogos pela industria cultural
Org Organizar eventos;
Analisar os jogos e brincadeiras e suas possibilidades de fruição nos espaços e tempos de lazer;
- Recorte histórico delimitando tempo e espaço.
- Reconhecer a apropriação dos jogos pela indústria cultural, buscando alternativas de superação;
- Organizar atividades e dinâmicas de grupos que possibilitem aproximação e considerem individualidades.
Ginástica Ginástica artística; olímpica; condiciona-mento físico; ginástica geral; circense.
Sólo; fita; bola; arcos; pilates; ginástica aeróbica; alongamento; step ;corda; malabares; movimentos gímnicos (balancinha, vela, estrela, paradas, rolamentos, rodantes, ponte).
- Analisar a função social da ginástica;
Apresentar e vivenciar os fundamentos da ginástica de base;
- P Pesquisar as interferências da ginástica no mundo do trabalho ( exemplo: laboral);
- Estudar a relação entre a ginástica X sedentarismo e qualidade de vida;
- Por meio de pesquisas, debates e vivências práticas, estudar a relação da ginástica com: tecido muscular, resistência muscular, diferença entre resistência e força, tipos de fontes energéticas, frequência cardíaca, gasto energético, composição corporal, desvios posturais, LER, DORT;
Compreensão cultural acerca do corpo, apropriação da ginástica pela indústria cultural entre outros;
Analisar diferentes métodos de avaliação e estilos de testes físicos, assim como a sistematização e planejamentos de treinos;
Organizar festival de ginástica.
- Organizar eventos de ginástica, na qual sejam apresentadas as diferentes criações coreográficas ou sequência de movimentos ginásticos elaborados pelos alunos;
- Aprofundar e compreender as questões biológicas, ergonômicas e fisiológicas que envolvem a ginástica;
- Compreender a função social da ginástica;
- Discutir sobre a influência da mídia, da ciência e da indústria cultural da ginástica;
- Compreender e aprofundar a relação entre ginástica e trabalho.
Lutas Lutas com
aproxima-
ção;
lutas que
Lutas
olímpicas
judô;
taekwondo
- Pesquisar, estudar e vivenciar o histórico, filosofia, características das diferentes artes marciais, técnicas , táticas / estratégias, apropriação da luta pela indústria cultural entre outros;
- Conhecer os aspectos históricos, filosóficos e as características das diferentes manifestações das lutas;
- Compreender a diferença entre lutas e artes marciais, assim como
88
mantém à
distância;
capoeira;
lutas com
instrumento
mediador.
capoeira.
- Analisar e discutir a diferença entre Lutas &Artes Marciais;
- Estudar o histórico da capoeira, a diferença de classificação e estilos da capoeira enquanto jogo / luta / dança, musicalização e rítmo, ginga, confecção de instrumentos, movimentação, roda, etc.
apropriação das lutas pela indústria cultural;
- Apropriar-se dos conhecimentos acerca da capoeira como: diferenciação da mesma enquanto Jogo/luta/dança, seus instrumentos musicais e movimentos básicos;
- Conhecer os diferentes ritmos, golpes, posturas, conduções, formas de deslocamento, entre outros.
Dança Danças folclóricas; danças de salão; danças de rua; danças contempo-râneas; criativas;
circulares.
Fandango; quadrilha; hip-hop; danças com material ( fitas); frevo; samba de roda; batuque; valsa; ciranda; elementos do movimento (tempo, espaço, peso e fluência); qualidades do movimento ; improvisa-ção; atividades de expressão corporal.
- Possibilitar o estudo sobre a dança relacionada a expressão corporal e a diversidade de culturas;
- Analisar e vivenciar atividades que representem a diversidade da dança e seus diferenciados ritmos;
- Compreender a dança como mais uma possibilidade de dramatização e expressão corporal;
- Estimular a interpretação e criação coreográfica;
- Provocar a reflexão acerca da apropriação da dança pela indústria cultural;
- Organizar um festival de dança.
- Conhecer os diferentes passos, posturas, conduções, formas de deslocamento, entre outros;
- Reconhecer e aprofundar as diferentes formas de rítmos e expressões culturais, por meio da dança;
- Discutir e argumentas sobre a apropriação das danças pela indústria cultural;
- Criação e apresentação de coreografias.
Este é o quadro de conteúdos , sistematizado a partir das discussões
realizadas com todos os professores do Estado do Paraná nos eventos de
formação continuada ocorridos ao longo de 2007 e 2008 ( DEB Itinerante ).
Este quadro também indica como os conteúdos básicos se articulam
com os conceitos estruturantes da disciplina, que tipo de abordagem teórico-
metodológico devem receber e finalmente, a que expectativas de
aprendizagens são atrelados. Portanto, as Diretrizes Curriculares fundamentam
a seriação/ sequências/ de conteúdos básicos e sua leitura atenta aprofundada
é imprescindível para a compreensão do quadro.
No Plano de trabalho do Docente, os conteúdos básicos terão
abordagens diversas a depender dos funcionamentos que recebem de cada
conteúdo estruturante. Quando necessário , serão desdobrados em conteúdos
89
específicos sempre considerando o aprofundamento a ser observado para a
série e etapa de ensino.
O plano é o lugar de criação pedagógica do professor, onde os
conteúdos receberão abordagens contextualizadas histórica, social, social,
politicamente, de modo que façam sentido para os alunos das diversas
realidades regionais, culturais e econômicas, contribuindo com sua formação
cidadã.
Encaminhamento Metodológico
A metodologia a ser utilizada levará em consideração os
objetivos de Educação Física na formação do homem e no meio o qual está
inserido e ainda as relações com a sociedade.
Para que o educando compreenda esse conhecimento é preciso
possibilitar a eles uma metodologia dinâmica em locais de atividades teóricas e
práticas, estimulando a participação e proporcionando a busca do
conhecimento.
Várias estratégias serão usadas como: aulas práticas e teóricas,
trabalhos em grupos, pesquisas, aulas expositivas, elaboração de projetos e
debates.
Critérios de Avaliação
Será feita avaliação diagnóstica para que o professor possa ter
uma visão dos conhecimentos dos alunos. Esta avaliação será contínua, sem
mensuração e haverá o respeito pela a individualidade de cada aluno
considerando suas limitações, isto é, ele será avaliado como um todo.
A auto-avaliação será o ponto de reflexão que fará o aluno
superar suas dificuldades e buscar novos conhecimentos e uma participação
ativa nas salas e no dia-a-dia como cidadão.
Para o processo de avaliação serão considerados os níveis de
dificuldades dos alunos e também a realidade sócio-econômica e cultural em
que eles estão inseridos, visando oportunizar a promoção humana à todos.
90
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93
ARTE
Série Número de aulas semanais
1ª 2
Apresentação da Disciplina
O ensino da arte fundamenta-se na visão do ser humano como
criador, na relação que o homem tem com a natureza, seja de adaptação ou
transformação, afinal o mundo a partir da visão criadora do ser humano vem
trocando sua paisagem natural por um cenário criado pelo próprio homem.
Dessa forma, a produção infinita pela qual diariamente vive o homem,
necessita da busca constante de conhecimento que se fará através da prática
criadora, momento oportunizado na disciplina de arte dando espaço para o
desenvolvimento da sensibilidade, da percepção, da imaginação, tornando o
aluno capaz de apreciar e refletir sobre as formas da natureza e o que foi
produzido artisticamente em diferente épocas, não só para o saber artístico
como também e principalmente para o desenvolvimento da própria vida. O ato
criador do ser humano abrange a capacidade de compreender fenômenos
estabelecendo novas relações de forma crítica buscando novas ordenações e
significados.
O conhecimento da arte de outras culturas é uma forma rápida
de entender questões sociais. A arte de cada cultura mostra os valores que
estão presentes naquela sociedade e, por meio de um trabalho criador, o
homem elabora seu modo de ver o mundo.
Na disciplina de Arte, a formação do aluno deverá levar em
conta a compreensão e a importância na utilização deste conhecimento para a
interpretação do mundo.
A abrangência do ensino da arte se dará no trabalho com as
quatro linguagens: a dança, a música, o teatro e as artes visuais.
94
Objetivos Gerais
Proporcionar ao aluno a oportunidade de desenvolvimento da
criatividade, percepção e reflexão através da prática do trabalho criador, como
meio de estabelecer uma posição pessoal ante o mundo e de avaliar a sua
própria vida dentro deste contexto.
Para tanto, o mesmo deverá adquirir o senso de sensibilidade,
de referência e de conhecimento de uma forma crítica e construtiva.
Conteúdos
As diversas áreas dos conteúdos desta disciplina serão
trabalhados de forma simultânea, pois os elementos formais organizados por
meio da técnica, do estilo e do conhecimento, constituirão a composição;
materializando assim, como trabalho artístico nos diferentes movimentos e
períodos.
É importante ressaltar ainda que os conteúdos serão
organizados com o apoio do Livro Didático Público e também, de acordo com
a carga horária proposta pela matriz curricular do Curso de Formação de
Docentes que contempla a disciplina de Arte apenas na 1ª série.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ÁREA ELEMENTOS/
JORNAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
ARTES
VISUAIS
Ponto
Linha
Superfície
Textura
- Figurativa
- Abstrata
- Figura-fundo
- Bidimensional/tridimensio
nal
- Semelhanças
- Arte Pré-histórica
- Arte no Antigo
Egito
- Arte Medieval
- Renascimento
- Barroco
95
Volume
Luz
- Constrastes
- Ritmo visual
- Gêneros: Paisagem,
retrato, natureza-morta ...
- Realismo
- Impressionismo
- Expressionismo
- Fauvismo
- Surrealismo
- Op-art
- Pop-art
- Música popular
brasileira
- Dança
Contemporânea
- Arte Popular
- Arte Brasileira
- Arte Paraense
MÚSICA Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
- Ritmo
- Melodia
- Harmonia
- Tonal Modal
- Contemporânea
- Escalas
- Sonoplastia
- Estrutura
- Gêneros: erudita
TEATRO Personagem
(expressões
corporais,
vocais,
gestuais e
faciais)
Ação
Espaço
- Representação
- Texto Dramático
- Dramaturgia
- EspaçoCênico
- Sonoplastia/iluminação/ce
nografia/figurino/adereços:
caracterização e
maquiagem, máscara,
jogos teatrais, roteiro,
enredo.
- Gêneros: tragédia,
comédia, drama, épico,
rua, etc.
- Técnicas: teatro direto,
teatro indireto
(manipulação, bonecos,
96
sombras)
DANÇA Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
- Eixo
- Dinâmica
- Aceleração
- Ponto de apoio
- Salto e queda
- Rotação
- Formação
- Deslocamento
- Sonoplastia
- Coreografia
- Gêneros: folclóricas, de
salão, étnica ...
Encaminhamento Metodológico
Os conteúdos sobre a História da Arte, norteados pelo conjunto
dos campos conceituais: estético e artístico compreendida como área de
conhecimento , a qual apresenta relações com a cultura por meio das
manifestações expressas em bens materiais e imateriais, serão trabalhados
sob a apresentação de textos sobre a História da Arte e a comparação de seus
períodos ; leitura e releitura de obras de arte , através de composições que
possibilitem a análise das formas: simetria , assimetria , linhas , cores , ritmos e
movimentos; pesquisas e exposições de trabalhos artísticos ; pesquisa sobre a
bibliografia de artistas consagrados , confecção de trabalhos artísticos de
acordo com cada movimento apresentado (pintura em cerâmica , em tecido,
em tela ) visitas a museus; elaboração de apostilas e vídeos.
Quanto a música , meio que promove a integração do ser
humano na sociedade , serão realizados trabalhos que permitam a análise dos
elementos que compõem os sons a partir da sua função social e estética ; o
97
reconhecimento dos sons do cotidiano; a diferenciação dos sons naturais com
sucata .
A partir de lendas , fábulas , textos literários , narrativos e
pesquisa sobre fatos históricos teatrais serão trabalhados situações para
identificação da ação dramática , através do teatro simultâneo , de imagem e
do teatro debate , organização de ação dramática , dos personagens das
limitações e do espaço cênico.
Sobre a dança será realizada pesquisa sobre a sua história e os
tipos de dança existentes e a montagem de coreografias.
Desta forma, deve-se contemplar, na metodologia da arte, três
momentos da organização pedagógica:
a) Teorização: fundamentos e possibilita ao aluno que
perceba e aproprie a obra artística, bem como
desenvolva um trabalho para formar conceitos artísticos.
b) Percepção e apropriação: são as formas de apreciação,
fruição e leitura da obra de arte.
c) Trabalho Artístico: é a prática criativa de uma obra.
Lembrando que o trabalho em sala poderá iniciar por qualquer
desses momentos, ou pelos três simultaneamente. Ao final das atividades, em
uma ou várias aulas, espera-se que o aluno tenha vivenciado cada um deles.
Sempre que possível fazer referência a cultura afro-brasileira,
por exemplo: ao trabalhar com a História da Arte Egípcia, referenciar o
continente africano na teorização. E, ainda, relacionar na apropriação e
percepção a proposta de trabalhos artísticos que contemplem a citada cultura.
Critérios de Avaliação
Tendo a disciplina de Arte a possibilidade de realizar um
trabalho de integração entre alunos e as demais disciplinas, a avaliação será
voltada para socialização do aluno no meio em que está inserido,a partir da sua
participação nos trabalhos em grupos , da sua produção individual e coletiva de
trabalhos artísticos , pesquisas , provas teóricas e práticas , da sua criatividade
e responsabilidade .
98
O processo de avaliação é realizado através de diagnóstico
para o acompanhamento do desenvolvimento dos alunos, sendo este,
referência para o planejamento das aulas e para a retomada da ação
pedagógica em todos os momentos.
Os critérios para avaliação serão apresentados aos alunos
sempre no início das atividades.
Referências Bibliográficas
ARANHA , Maria Lúcia de Arruda. História da Educação .São Paulo: Moderna, 1997. BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte .São Paulo : Ática, 1991. CALÁBRIA, Carla Paula Brondi . Arte: História & Produção. V. 2 . São Paulo: FTD, 1997. FIGUEIREDO , Lenita de Miranda. História de Arte para Crianças. 4. ed. São Paulo: Pioneira, 1988. PARANÁ/SEED. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Curitiba, 2005. _______. Diretrizes Curriculares Orientadoras para a Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba, 2008. _______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na Modalidade Normal. Curitiba, 2006 _______. História e cultura afro-brasileira e africana: educando para as relações étnico-raciais. Cadernos Temáticos. Curitiba, 2006. _______. Vários Autores. Livro Didático Público – Arte. Curitiba: SEED/PR, 2006.
99
FILOSOFIA
Série Número de aulas semanais
1ª 2
2ª 2
Apresentação da Disciplina
Do ponto de vista antropológico o desenvolvimento do homem
explica sua tendência a conhecer as coisas como oriunda de sua necessidade
de sobrevivência, de sua necessidade de adaptação, de sua busca por
melhores condições de vida, e pelo fato do humano estar marcado pela
insatisfação frente às suas situações e respostas encontradas.
Antropologicamente o homem é definido pela busca e construção de si mesmo.
Assim, a Antropologia Cultural: diz que o homem é possuidor e
criador da cultura, interessando-se pelas idéias, pelas manifestações artísticas
revelados no conhecimento a cerca das habilidades, das técnicas, das normas
de comportamento e do modo de ser de cada comunidade. E por sua vez, a
Antropologia Filosófica: procura refletir sobre a concepção do homem das
diferentes períodos da história da comunidade e nas diversas Filosofias, entre
outras coisas, para compreender como se dá a criação de cultura, a gestação e
o parto de idéias, as manifestações artísticas, técnicas, organizacionais,
comportamentais.
Toda comparação possui suas falhas e deficiências, toda
comparação tem seus limites. Comparar o sentido da Filosofia com o Mítico-
religioso e com a Ciência também apresenta suas dificuldades, sobretudo para
o homem comum que não está contextualizado a essas relações. Do ponto de
vista do conhecimento, as três realidades se encontram num ponto: a busca do
100
sentido da existência, sobretudo no enfrentamento de seus problemas,
portanto, na construção e definição de conhecimentos. O sentido existencial da
ciência parece ser a mais pertinente, mais evidente, e a menos questionável,
sobretudo nos dias atuais. Vivemos num mundo em que não temos dúvida da
importância da ciência: estão aí as conquistas e as tecnologias que o
comprovam.
Para explicar o sentido da religião poderíamos, por exemplo,
alegar a necessidade que o homem tem de estabelecer uma relação com a
divindade, com o espiritual, seja lá o nome que se lhe dê. Poderíamos ainda
evocar a importância social da religião na formação do comportamento
humano.
E a Filosofia? À primeira vista parece estar mais distante,
porém, está mais próxima que se imagina. Como atitude, a filosofia permeia a
ciência, a religião, a ausência de religião, e tantos outros aspectos da vida
humana. Sua importância está em sua preocupação com o esclarecimento,
com a busca de esclarecimentos de conceitos e argumentos que possam
contribuir para que o homem adquira um entendimento e um “controle” melhor
sobre sua compreensão do mundo, de sua história e de si mesmo. As pessoas,
em suas vidas corriqueiras, não tendem a perguntar muito sobre aquilo que as
cercam. O cientista, o religioso e o filósofo, por sua vez, perguntam sobre o que
os cercam e fornecem vários conjuntos de explicações sobre o que escutam,
sentem e vêem. Eles formam uma parte do grupo que a sociedade denomina
de "os intelectuais". Sua função é, exatamente, a de produzir narrativas que
explicam e avaliam o que ocorre no mundo.
Filosofia é um ramo do conhecimento que pode ser
caracterizado da seguinte forma: Com relação aos conteúdos,
contemporaneamente, a Filosofia trata de conceitos tais como bem, beleza,
justiça, verdade. No começo, na Grécia, a Filosofia tratava de todos os temas,
já que até o séc. XIX não havia uma separação entre ciência e filosofia. Assim,
na Grécia Antiga, a Filosofia incorporava todo o saber.
No começo, na Grécia Antiga, a Filosofia tratava de todos os
temas, não havia uma separação entre ciência e filosofia. Assim, na Grécia
Antiga, a Filosofia incorporava todo o saber. Representava a passagem do mito
101
para o logos: no pensamento mítico, a natureza é possuída por forças anímicas
(= portadora de vontade). O homem é uma vítima do processo. Por isso, essa
passagem do mito à razão representa um passo emancipador, na medida em
que libera o homem desse mundo mágico. A idéia de uma arque que tem
sentido amplo em grego, indo desde princípio até destino, porta uma estrutura
de pensamento que a diferencia do modo de pensar anterior, mítico, explicita
bem esse novo modo de conhecimento.
A filosofia é uma forma de conhecimento que surgiu em
oposição às explicações mitológicas a respeito da realidade e do mundo. Essa
busca por explicações mais racionais na compreensão da natureza deu origem
à ciência. O desenvolvimento dos conhecimentos provocou o surgimento da
ciência. As ciências atuais foram áreas da investigação filosófica. No século
XVII surge o método científico que provoca o surgimento das ciências naturais.
Só no século XIX surgem as ciências humanas e sociais. A ciência usa um
único método aplicado a diversos objetos (várias ciências). A filosofia não tem
método único e possui vários objetos. Mas as duas, Ciência e Filosofia se
caracterizam pela busca do conhecimento verdadeiro não dogmático. Filosofia
discute tudo: regras, dogmas, conceitos produzidos para explicar a sociedade,
a política, a economia, a cultura, a ética.
A filosofia tem uma função explicitadora, desveladora das
realidades. A filosofia importuna porque questiona a maneira de ser das
pessoas, ela está envolvida em tudo, agora entendemos porque se condenava
a leitura de Sócrates e Karl Marx no Brasil da Ditadura Militar: ambos eram
revolucionários ao pesquisar a respeito da verdade, referindo-se a sua época.
Neste sentido poderíamos dizer com alguns autores que “A
verdadeira Filosofia é REAPRENDER a VER o mundo” (Merleau Ponty); que “A
Filosofia ajuda a promover a passagem do mundo infantil ao mundo adulto,
estimulando a elaboração do pensamento abstrato” [...] que “... você precisa de
Filosofia para o ALARGAMENTO da CONSCIÊNCIA CRÍTICA e para uma
PARTICIPAÇÃO mais ATIVA na comunidade.” (ARANHA); que [A prática da
filosofia ajuda a explicar claramente o que pensamos o que exige muito treino e
esforço]; que Filosofia é apresentar argumentos que justifiquem as idéias
102
apresentadas; que Filosofia é o debate do argumento e jamais pode ser o
debate do grito.
Então Fazer Filosofia, entre outras coisas, é evitar expressões
vagas (Ex.: o autor x é inovador. Em que é inovador? De que forma é
inovador? É inovador em relação a que?). Fazer Filosofia é evitar respostas
pobres, sob pretexto de síntese, não é “achismo” ou exposição de opiniões
pessoais. Filosofia exige re - aprender ouvir os argumentos do outro (o que o
autor tem a dizer), exige buscar pelas palavras-chaves e idéias centrais.
Filosofia ajuda (e exige) a desenvolver a coerência da exposição do assunto, a
ausência de contradição, a riqueza de argumentação (o que se afirma precisa
ser justificado). A Filosofia é subversiva (subverter = inverter a ordem e
possibilidades): perturba a ordem e maneira do conhecer e do fazer (professor
Luiz Antonio).
Filosofia não se confunde com ciência. Em seu início, a ciência
estava ligada à filosofia. Com o nascimento das ciências no séc. XVII (Galileu)
dá-se início a uma ruptura (surgimento das ciências particulares, com
delimitação de seus objetos e aperfeiçoamento do método científico) que se
consolida no século XIX.. A ciência faz juízo de realidade (explicar, prever os
fenômenos). Filosofia: continua se ocupando da totalidade (visão de conjunto:
relaciona os diversos aspectos do mesmo). É a busca do significado da ação.
O MÉTODO - O PROCESSO DO FILOSOFAR – a
especificidade da filosofia.
A ciência moderna, caracterizada pelo método experimental, foi
tornando-se independente da Filosofia, dividindo-se em vários ramos de
conhecimento, tendo em comum o método experimental. Esse fenômeno, típico
da modernidade, restringiu os temas tratados pela Filosofia. A característica
destes temas determina um modo adequado de tratá-los, já que eles não têm
uma significação empírica. Ora, o tratamento dos assuntos filosóficos não se
pode dar de maneira empírica, porque, desta forma, confundir-se-ia com o
tratamento científico da questão. A Filosofia é um conhecimento racional
mediante conceitos, ela constitui-se num esclarecimento de conceitos, cuja
significação não pode ser ofertada de forma empírica. Apesar de não termos
uma clara noção destes conceitos, nem mesmo uma significação unívoca, eles
103
são operantes na nossa linguagem e determinam aspectos importantes da vida
humana, como as leis, os juízos de beleza, etc.
Fazer Filosofia e promover o REFLEXO (REFLEXÃO), do latim
REFLECTERE = retroceder, voltar atrás, retomar o pensado, pensar o já
pensado (sobpesar = colocar na balança). Não um pensar, analisar ou um
pesar qualquer. Mas um pensar marcado pela busca da radicalidade, pelo
método (processo) rigoroso e pela perspectiva de conjunto. Assim, a reflexão
filosófica é: RADICAL porque busca as raízes das questões, dos problemas,
das situações, das coisas. É a procura pelos fundamentos e valores que dão
origem às questões, dos problemas, das situações, das coisas; é RIGOROSA
porque seque métodos adequados aos seus objetos de conhecimento. Não
aceita superficialidades; é DE CONJUNTO porque relaciona o aspecto em
estudo aos demais aspectos do contexto ou realidade estudada, de forma
contemporânea ou histórica.
Saviani (1985. p. 23-4), define a filosofia como uma reflexão
radical, rigorosa e de conjunto sobre os problemas que a realidade apresenta.
RADICAL. Em primeiro lugar, exige-se que o problema seja colocado em termos radicais, entendida a palavra radical no seu sentido mais próprio e imediato. Quer dizer, é preciso que se vá até às raízes da questão, até seus fundamentos. Em outras palavras, exige-se que se opere uma reflexão em profundidade.
RIGOROSA. Em segundo lugar e como que para garantir a primeira exigência, deve-se proceder com rigor, ou seja, sistematicamente, segundo métodos determinados, colocando-se em questão as conclusões da sabedoria popular e as generalizações apressadas que a ciência pode ensejar.
DE CONJUNTO. Em terceiro lugar, o problema não pode ser examinado de modo parcial, mas numa maneira perspectiva de conjunto, relacionando-se o aspecto em questão com os demais aspectos do contexto em que está inserido. É nesse ponto que a filosofia se distingue da ciência de um modo mais marcante. Com efeito, ao contrário da ciência, a filosofia não tem objeto determinado, ela dirige-se a qualquer aspecto da realidade, desde que seja problemático; seu campo de ação é o problema, esteja onde estiver. Melhor dizendo, seu campo de ação é o problema enquanto não se sabe ainda onde ele está; por isso se diz que a filosofia é busca. E é nesse sentido que se pode dizer que a filosofia abre caminho para a ciência; através da reflexão, ela localiza o problema tornando possível a sua delimitação na área de tal ou qual ciência que pode então analisá-lo e, quiçá, solucioná-lo. Além disso, enquanto a ciência isola o seu aspecto do contexto e o analisa separadamente, a filosofia, embora se dirigindo às vezes
104
apenas a uma parcela da realidade insere-a no contexto e a examina em função do conjunto.
A Filosofia deve ter um compromisso com o seu tempo.
Immanuel Kant, pro exemplo, que proclama a saída do homem do estado de
incapacidade (menoridade) em que jazia sob o peso da tradição e da
autoridade. Desafia o homem para que se atreva a servir-se da sua própria
razão de forma pública, atingindo sua maioridade. A base da formação
pedagógica de Kant sustenta-se numa razão que se efetiva como forma de
pensar transcendental, isto é, como universal e crítica, que permanentemente
coloca sob julgamento seus próprios fundamentos. Formar o sujeito crítico e
transformador é o intento da filosofia e da pedagogia iluminista.
A tarefa da Filosofia é pensar minuciosamente o que já foi
pensado. Segundo Saviani, o pensamento deve ter origem, coerência e um
conjunto de fatos, devendo permanecer sempre assim. É um modo de pensar,
uma postura diante do mundo e da realidade, procurando a reflexão a partir de
teorias, indo além dos aspectos fenomenais, buscando sempre as suas raízes
e seus contextos, abrange os valores coletivos, morais, históricos, econômicos
e políticos. Partindo do que é real, abrindo possibilidades de outros mundos e
outros modos de percepção da vida.
Em razão da impossibilidade de abarcar todo o âmbito do
conhecimento humano, parece mais plausível pensar numa restrição temática
à Filosofia, deixando-a tratar de certos temas. Nesse sentido, a filosofia teria
um âmbito de problemas específicos sobre os quais trataria. Assim, a lógica, a
ética, a teoria do conhecimento, a estética, a epistemologia são disciplinas
filosóficas, tendo uma função geral para o conhecimento em geral, seja para as
ciências, a partir da lógica, teoria do conhecimento, epistemologia, seja para os
sistemas morais, a partir da ética filosófica, seja para as artes, a partir dos
conhecimentos estéticos.
O perfil de cidadão que se torna necessário para uma
sociedade mais humana, mais justa, mais solidária, na contramão do
neoliberalismo, exige: capacidade de análise, capacidade de reflexão, gosto
pelo estudo e pela descoberta, gosto pelo desafio, espírito de inovação,
comportamento ético. O ensino da Filosofia deve contribuir na formação deste
105
perfil exatamente porque um dos aspectos definidores da Filosofia é sua índole
desafiadora. E o ensino da Filosofia deve privilegiar este aspecto da Filosofia
em seu ensino. Com certeza transformar as aulas de filosofia em aulas de
auto-ajuda como se presencia na escolas públicas e particulares não é o
caminho que buscamos.
Objetivos Gerais
o Buscar a razão/sentido fundamental para tudo que existe;
o Buscar por respostas mais coerentes para compreender o mundo;
o Conscientizar e potencializar o pensamento crítico;
o Desvendar o saber e superar as respostas dadas;
o Dialogar de forma crítica e provocativa com o presente
o Duvidar das explicações que são dadas aos acontecimentos;
o Indicar o lugar de racionalidade contra o relativismo extremado;
o Questionar sempre os acontecimentos da cidade e o relacionamento
entre as pessoas. Aprender pelo diálogo.
o Superar explicações definitivas e verdades absolutas dos mitos;
o Suprimir provisoriamente todo o conhecimento ou de certas modalidades
de conhecimento, que passam a ser consideradas como meramente
opinativas.
o Tornar explícitos saberes operantes na linguagem e na forma de ver o
mundo;
o Valorizar a admiração e abertura o mais espontâneo e original possível
do homem diante da realidade.
Conteúdos por Série
1ª SÉRIE
Estruturantes Básicos
1) Ferramentas básicas do filosofar/do estudar
Orientações para resumo cursivo e esquemático. Orientações para resenha. Orientações para apresentação em seminários, em aulas, etc.
2) Mito de Filosofia Especificidades dos conhecimentos do Senso Comum – Bom Senso – Conhecimento Mítico e Filosofia, Ciência. Contexto histórico e político do surgimento da Filosofia.
106
O processo de construção da cultura humana (processo de humanização – cultura e humanização). A ciência como mito: interesses políticos e econômicos.
3) Teoria do Conhecimento O conhecimento como problema: O que é conhecer? Conceituação da ciência, da filosofia. Saber acumulado, concreto, abstrato. Modos de conhecer o mundo: Tradição, Senso Comum – Bom Senso – Conhecimento Mítico, Religioso, Filosófico e Científico. Teorias do conhecimento: Inatismo, Ceticismo, dogmatismo, empirismo, racionalismo, idealismo, materialismo dialético, subjetivismo, relativismo. Critérios de verdade – Possibilidade e Abrangência do conhecimento – Origem do conhecimento. Fatores históricos e temporais que interferem na construção do conhecimento.
4) Ética Diferença entre problema ético e problema moral. Ética especulativa, normativa, propositiva e transgressiva. Relações de trabalho: trabalho e libertação / trabalho e alienação. Ética na perspectiva da Filosofia Sul-americana (Filosofia da libertação).
SEGUNDA SÉRIE
5) Filosofia Política: estudo dos fundamentos e da crítica à sociedade moderno-contemporânea.
Liberalismo – Neoliberalismo – marxismo - socialismo – comunismo.
Relações de poder: política, ideologia e contra-ideologia.
Democracia: participação do povo e crise da representação política.
Democracia: Direitos Humanos e Políticos e Direitos Sociais Básicos (Onde está o nó da questão?).
O sentido do poder na soberania, na democracia, na liberdade e na tolerância.
Política na perspectiva da Filosofia Sul-americana (Filosofia da libertação).
6) Estética (Arte) Conceitos e objetos da estética. A arte e a indústria cultural Ideologia no belo e da arte – relação entre estética e política.
7) Filosofia da Ciência Crítica aos princípios e métodos científicos. A provisoriedade do conhecimento científico. Ciência refém da ideologia, da religião, da política, da economia.
107
Encaminhamento Metodológico
Como em qualquer disciplina escolar o professor deverá lançar
mão de recursos que enfatizem a participação dos alunos (técnicas de grupo),
mas não poderá abrir mão de sua responsabilidade em “dar aula”.
O encaminhamento metodológico do Ensino de Filosofia no
Ensino Médio não pode deixar de considerar a faixa etária dos alunos,
normalmente jovem-adolescentes. De outro lado não se pode deixar de lado a
especificidade metodológica dos conteúdos filosóficos, o que exige ações que
possibilitem a construção de uma postura reflexiva frente a si mesmo, aos
outros, aos problemas e à realidade.
Assim sendo, usar-se-á de procedimentos metodológicos que
propiciem a problematização, a investigação, o estudo, a pesquisa e a
definição-criação-compreensão de conceitos e realidade. Atividades e atitudes
que permitam memorizar, compreender, analisar, sintetizar, aplicar e avaliar,
finalizando com propostas de ação com base no conteúdo aprendido.
Critérios de Avaliação
A Avaliação em Filosofia, deverá corresponder os pressupostos
que a seguir se enunciam:
formativa e qualitativa, de modo a permitir ao aluno/a uma tomada de
consciência, relativamente, às qualidades que vai adquirindo ao longo
do seu percurso de aprendizagem;
contínua, de forma a permitir uma melhor percepção da evolução das
aprendizagens;
somativa e quantitativa, de forma a verificar se os alunos atingiram os
objetivos e agregaram conhecimento filosófico em cada unidade
temática.
Ainda, na disciplina de Filosofia, a Avaliação deverá
corresponder às especificidades do conhecimento filosófico considerando que
fazer Filosofia é promover uma reflexão que exige retroceder, voltar atrás, retomar
o pensado, pensar o já pensado (sobpesar = colocar na balança); que propõe um
pesar marcado pela busca da radicalidade pelo método (processo) rigoroso e pela
108
perspectiva de conjunto, isto é, a Avaliação deverá analisar o processo
pedagógico como capaz de permitir a reflexão filosófica que busca as raízes das
questões, dos problemas, das situações, das coisas, de forma rigorosa (métodos
adequados aos seus objetos de conhecimento) e contextualizada (relaciona o
aspecto em estudo aos demais aspectos do contexto ou realidade estudada de
forma contemporânea ou histórica).
Referências Bibliográficas
APEL, Karl-Otto. O desafio da crítica total da razão e o programa de uma teoria filosófica dos tipos de racionalidade. Novos Estudos CEBRAP. São Paulo: n. 23, mar. 1989. p. 67-84. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofando. São Paulo. Moderna. 1991. _______________. Filosofia da educação. 2 ed. São Paulo, 1996. CHAUÍ, Marilena et al. Primeira Filosofia: lições introdutórias. Sugestões para o ensino básico de Filosofia. 5. ed., São Paulo: Brasiliense, 1986. COUTINHO, Carlos N. A Democracia como Valor Universal. Rio de Janeiro, Salamandra. 1984. DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel. São Paulo. Ática, 2000. GALLO, Sílvio; KOHAN, W.O. (orgs) Filosofia no ensino Médio. Petrópolis: Vozes, 2000. GRAMSCI, Antonio. Concepção Dialética da História. Rio de Janeiro. Brasiliense. 1986. HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. (Trad. de Guido A. de Almeida: Moralbewusstsein und kommunikatives Handeln). Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989. HEGEL, Georg W. F. Preleções sobre a história da filosofia. [Trad. E. Stein]. In SOUZA, José Cavalcante de [org.] Os pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1973. KANT, I. Crítica da razão pura. (Trad. de Valério Rohden: Kritik der reinen Vernunft). São Paulo: Abril Cultural, 1980. MATOS, Olgária. Filosofia: a polifonia da razão. São Paulo: Scipione, 1997. MEKSENAS, Paulo. Sociologia. São Paulo: Cortez, 1993. MENDONÇA, Eduardo Prado. O Mundo precisa de Filosofia. 11. ed., Rio Janeiro: MONDIN, Batista. Curso de Filosofia. São Paulo: Paulinas. 1981.
109
PAIM, Antonio. Tratado de ética. Londrina: Ed. Humanidades, 2003. PARANÁ, SEED. Proposta Curricular para o ensino de filosofia no 2º grau, Curitiba. 1994. _______. Diretrizes Curriculares de Filosofia para a Educação Básica. Curitiba, 2006. _______. Vários Autores. Livro Didático Público – Filosofia – Ensino Médio. Curitiba, 2006. _______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na Modalidade Normal. Curitiba, 2006. SAVIANI, Dermeval. Educação: do senso comum à consciência filosófica. 6. ed. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1985. TRAGTENBERG, Maurício. Reflexões sobre o Socialismo. São Paulo. Moderna. 1991. WITTGENSTEIN, L. Investigações filosóficas. 2. ed., São Paulo, Abril Cultural, 1979.
110
SOCIOLOGIA
Série Número de aulas semanais
1ª 2
2ª 2
Apresentação da Disciplina
A Sociologia é uma forma de saber científico. Compreender o
contexto no qual a Sociologia nasceu é fator fundamental para se entender as
suas características atuais.
Apesar de sua origem conservadora e de sua proposta inicial
conformista, a Sociologia desenvolveu um olhar crítico e questionador sobre a
sociedade. O pensador alemão Karl Marx (1818-1883) trouxe importantes
contribuições ao pensamento sociológico porque desnudou as relações de
exploração que se estabeleceram desde o momento em que determinada
classe social apropriou-se dos meios de produção e passou a conduzir as
ações da sociedade. Como ciência, a Sociologia delineou-se positivista,
vinculada à ordem das ciências naturais.
O caráter científico estava ligado à lógica das ciências ditas
“experimentais”. Ou seja, para ascender ao estatuto de ciência, deveria atender
a determinados pré-requisitos e seguir métodos “científicos” que pretendiam a
neutralidade e o estabelecimento de regras. São representantes deste
pensamento Augusto Comte (1798-1857) e Émile Durkheim (1858-1917).
No Brasil, tanto as idéias conformistas quanto as revolucionárias
exerceram forte influência na formação do pensamento sociológico brasileiro.
Autores como Silvio Romero, Euclides da Cunha e Oliveira Vianna,
considerados conservadores, configuraram uma tradição ensaísta preocupada
em pensar o que seria a identidade cultural nacional. Temas como raça e
cultura eram o foco dos estudos históricos, literários e das análises
sociológicas das três primeiras décadas do século XX.
Forjadas nas universidades e centros de estudos, as discussões
no campo da Sociologia se consolidaram como importante perspectiva de
compreensão das novas dimensões constantes na sociedade brasileira.
111
Objetivos Gerais
Desenvolver o pensamento sociológico, crítico e criativo,
compreendendo a Sociologia como ciência.
Identificar, analisar e comparar os diferentes discursos sobre a
realidade, discutindo os paradigmas teóricos e os dos senso comum.
Produzir novos discursos sobre as diferentes realidades sociais a partir
das observações e reflexões realizadas.
Construir instrumentos para uma melhor compreensão da vida cotidiana,
ampliando a visão de mundo e o horizonte de expectativas nas relações
interpessoais com os vários grupos sociais.
Construir a identidade política e social de modo a viabilizar o exercício
da cidadania plena.
Compreender e valorizar as diferentes manifestações culturais de etnias
e segmentos sociais, preservando o direito a diversidade.
Perceber a visão da indústria cultural e dos meios de comunicação de
massa, avaliando o papel ideológico do marketing.
Conteúdos por Série
1ª Série
Conteúdo Estruturante: Surgimento da Sociologia e as Teorias Sociológicas
Conhecimento em ciências sociais:
- Introdução ao estudo da sociedade.
- Formação e consolidação da sociedade capitalista e o desenvolvimento do
pensamento social.
- História, origem e precursores da Sociologia.
- Principais teóricos, suas teorias e métodos (Augusto Comte, Émile
Durkheim, Marx, Max Weber, Antonio Gramsci, Pierre Bourdie e Florestan
Fernandes)
Pensamento Social Brasileiro.
Conteúdo estruturante: Indivíduo, identidade e socialização
- Processo de socialização.
112
- Instituições sociais: familiares, escolares e religiosas.
- A questão do indivíduo/ individualidade e socialização.
- A questão da família e da escola na formação do indivíduo.
Conteúdo estruturante: Poder, Política e Ideologia
- Formação e desenvolvimento do Estado Moderno;
- Democracia, autoritarismo e totalitarismo;
- Estado no Brasil;
- Conceitos de poder, de ideologia, de dominação e legitimidade;
- As expressões da violência nas sociedades contemporâneas.
Conteúdo Estruturante: Direitos, Cidadania e Movimentos sociais
- Direitos civis, políticos e sociais;
- Direitos humanos;
- Conceitos de cidadania;
- Movimentos sociais e movimentos no Brasil;
- Questão ambiental e os movimentos ambientalistas;
- A questão das ONG's
2ª Série Conteúdo Estruturante: Surgimento da Sociologia e as Teorias Sociológicas
- Conhecimento em ciências sociais:
- Introdução ao estudo da sociedade.
- Formação e consolidação da sociedade capitalista e o desenvolvimento do
pensamento social.
- História, origem e precursores da Sociologia.
- Principais teóricos, suas teorias e métodos (Augusto Comte, Émile Durkheim,
Marx, Max Weber, Antonio Gramsci, Pierre Bourdie e Florestan Fernandes)
- Pensamento Social Brasileiro.
113
Conteúdo Estruturante: Cultura e Indústria cultural
Desenvolvimento antroplógico do conceito de cultura e sua contribuição
na análise das diferentes sociedades;
Diversidade cultural, identidade;
Industria cultural;
Meios de comunicação de massa;
Sociedade de consumo;
Industria cultural no Brasil;
Conteúdo Estruturante: Trabalho, Produção e Classes sociais.
- Conceito de trabalho e o tranbalho nas diferentes sociedades;
- Desigualdades sociais;
- Estamentos, castas, classes sociais;
- Organização do trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições;
- Globalização e Neoliberalismo;
- Relações de trabalho;
- Trabalho no Brasil
Encaminhamento Metodológico
Para o ensino da Sociologia no Ensino Médio, propõe-se que
sejam redimensionados aspectos das realidade por meio de uma análise
didática e crítica dos problemas sociais, visto que a dinâmica da sociedade e
do conhecimento científico que os acompanha é provisória, e , portanto não
constitutiva de uma dimensão de totalidade. Os conteúdos estruturantes e os
conteúdos específicos não devem ser pensados e trabalhados de maneira
autônoma, como se bastassem por si próprios, como também não exigem uma
obediência seqüencial e, apesar de articulados, é possível o estudo e a
apreensão de cada um dos conteúdos sem as necessidade de uma amarração
com os demais.
No ensino da Sociologia é fundamental o uso de múltiplos
instrumentos metodológicos seja exposição, leitura, análise, discussão,
pesquisa de campo e bibliográfica, entre outros.Os encaminhamentos
metodológicos e o processo de avaliação ensino-aprendizagem devem estar
114
relacionados à própria construção histórica da Sociologia crítica, favorecedora
do desenvolvimento de um pensamento criativo e instigante.
O conhecimento sociológico deve ir além da definição,
classificação, descrição e estabelecimento de correlações dos fenômenos da
realidade social.O aluno do Ensino Médio deve ser considerado em sua
especificidade etária e em sua diversidade cultural, tendo em vista as
peculiaridades da região em que a escola está inserida e a origem social do
aluno para que os conteúdos respondam às demandas desse grupo social.
O ensino da Sociologia pressupõe metodologias que coloque o
aluno como sujeito de sua aprendizagem provocando-o a relacionar a teoria
com o vivido, a rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos
saberes.
Critérios de Avaliação
A avaliação no ensino da Sociologia deve perpassar todas as
atividades relacionadas à disciplina e ser pensada e elaborada de forma
transparente e coletiva, ou seja, seus critérios devem ser debatidos, criticados
e acompanhados por todos os envolvidos no processo pedagógico.
As formas de avaliação em Sociologia acompanham as próprias
práticas de ensino e de aprendizagem da disciplina, seja a reflexão crítica nos
debates, seja a participação nas pesquisas de campo, seja a produção de
textos que demonstrem capacidade de articulação entre teoria e prática.
Clareza de objetivos que se pretendem atingir é fundamental para a apreensão,
compreensão e reflexão dos conteúdos pelo aluno.
Não só os alunos mas também os professores e a própria
instituição escolar devem se auto-avaliarem em suas dimensões práticas e
discursivas e principalmente em seus princípios políticos como a qualidade e a
democracia.
Referências Bibliográficas
CHAUÍ, Marilena. Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.
115
COSTA, Maria Cristina Castilho. Sociologia: Introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna, 2005. DEMO, Pedro. Introdução à Sociologia. São Paulo: Atlas, 2002. PARANÁ/SEED. Diretrizes Curriculares de Sociologia para o Ensino Médio. Curitiba, 2006. _______. Vários Autores. Livro Didático Público: Sociologia. Curitiba, 2006. _______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na Modalidade Normal. Curitiba, 2006.
116
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO
Série Número de aulas semanais
1ª 2
Apresentação da Disciplina
Uma das principais características que distinguem o ser
humano das outras espécies animais é a sua capacidade de pensar, de refletir,
de criar coisas novas a partir de experiências passadas. E é esta uma das
propostas da disciplina de Fundamentos Históricos da Educação. Oferecer ao
aluno uma oportunidade de reflexão sobre a educação no passado – sua
finalidade, seus conteúdos, sua organização – para que possa melhor
compreender a educação atual e contribuir de forma eficaz para o
desenvolvimento de um sistema educacional mais voltado para a promoção
humana.
Nesse sentido, a disciplina ressalta os aspectos essenciais de
cada período, sem dar muita ênfase a nomes e datas, e, na medida do
possível, situar a educação de cada época em seu contexto sócio, político,
econômico e cultural.
Tal processo, não se resume a uma simples exposição de fatos
e idéias a partir de uma cronologia. Mais que isto, consiste na seleção de
elementos significativos, entre os quais se estabelecem conexões, a fim de que
se torne possível melhor compreender o fenômeno da educação.
Dada a relevância da disciplina dentro do Curso e,
considerando sua carga horária na matriz curricular, e imprescindível a
articulação com as disciplinas de História, Geografia, Artes, Língua Portuguesa,
Organização do Trabalho Pedagógico, Fundamentos Históricos e Políticos da
Educação Infantil.
117
Objetivos Gerais
- Compreender os antecedentes históricos da educação brasileira;
- Situar e caracterizar as Constituições do Brasil, partindo da evolução
histórica do país;
- Identificar as corrente pedagógicas que permeiam os períodos da história
brasileira;
- Refletir o processo através do qual a realidade educacional brasileira foi e
está sendo produzida;
- Debater as ideologias que perpassam teorias e práticas consolidadas na
história da educação brasileira.
Conteúdos por Semestre
1º SEMESTRE
- Educação Clássica: Grécia e Roma.
- Educação Medieval.
- Renascimento e Educação Humanista.
- O Mercantilismo e os Aspectos Educacionais da Reforma e a Contra-
reforma religiosa.
- Os Jesuítas – Um projeto político educacional.
- O Iluminismo e a Reforma Pombalina.
- Ascensão da burguesia na Europa e as origens da Escola Pública – a
chegada da Família Real ao Brasil.
- A Educação no Império – Constituição de 1824.
- Primeira República – Constituição de 1891. O entusiasmo pela educação e
o otimismo pedagógico.
2º SEMESTRE
- Segunda República – Getulio Vargas e as propostas educacionais.
- Constituições de 1932 e 1937.
118
- Governos Populistas – Constituição de 1946 e o projeto de tramitação da
LDB 4024/61.
- Regime Militar – Constituição de 1967 - e as conseqüências para a
educação brasileira.
- República pós-ditadura - Constituição de 1988 e a construção da nova
LDBEN – 9394/96.
Encaminhamento Metodológico
O encaminhamento metodológico para a disciplina de
Fundamentos Históricos da Educação deverá observar os seguintes itens:
- Iniciar os conteúdos a partir dos conteúdos do Século XVI – articular a
situação do Brasil e demais paises da América Espanhola e Portuguesa no
cenário da colonização européia , em muito contribui para situar
adequadamente a educação brasileira na Colônia, Império e Primeira
República;
- O destaque à Educação Jesuítica é compreensível – dentre outras razões,
a seu favor, está o longo período (dois séculos) em que os jesuítas/contra-
reformistas organizaram e efetivaram a educação “institucionalizada” do
Brasil, montando até, uma grande rede física neste período (1549-1759);
- Conflitos Pedagógicos – Pedagogias cunhadas de tradicional liberal e as
Pedagogias não-liberais (progressistas);
- O debate entre a Educação Tradicional e Educação Nova, explicitando os
contextos históricos das respectivas correntes filosóficas e seus
pressupostos;
- O pensamento pedagógico brasileiro e a construção das políticas
educacionais;
- O sistema capitalista brasileiro e os diferentes projetos políticos-
pedagógicos de Estado.
As aulas deverão compor as seguintes atividades:
- Aulas expositivas
- Dinâmicas de grupos
119
- Pesquisas
- Debates
- Seminários
- Elaboração de material (sínteses, resenhas, painéis, etc.)
Critérios de Avaliação
Partimos do pressuposto de que verificar não é avaliar, pois o
ato de verificar consiste simplesmente em coletar informações, enquanto a
ação avaliativa é mais subjetiva, haja vista que compreende coleta, análise e
síntese dos dados, acrescida de atribuição de valor. Importante registrar que,
por ser um processo contínuo, deverá conduzir a retomada de caminhos, se
necessário. Desta forma, o professor utilizar-se-á do resultado da avaliação
não apenas para aferir notas, mas para reformular seu planejamento, adotando
estratégias e procedimentos diversificados, visando superar as lacunas
diagnosticadas.
Evidenciamos que a expressão escrita (provas) é o instrumento
mais utilizado no processo avaliativo. Todavia, há que se considerar que
apenas um instrumento não é capaz de identificar o conhecimento adquirido
pelo aluno, por isso o professor deverá propiciar diversificadas oportunidades
para que o aluno expresse seu conhecimento.
A avaliação será, portanto, diagnóstica, formativa e somativa,
acontecendo em todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem, por
meio de apresentação de trabalhos e mini-aulas, produção de materiais,
exposições e seminários (nos quais será observado os aspectos sócio-
afetivos), provas objetivas com questões dissertativas ou em forma de teste,
aula do erro, além da auto-avaliação. A recuperação de estudos também
permeará o processo, no sentido do resgate de conteúdos que não foram
devidamente apropriados. A reavaliação é outra oportunidade que é ofertada
no término do período letivo.
No processo avaliativo os aspectos qualitativos prevalecerão
sobre os quantitativos. Contudo, devido a exigência de nosso sistema
educacional, haverá aferição de notas ao final de cada semestre.
120
Referências Bibliográficas
ARANHA, Maria Lucia de A. História da Educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1996.
GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. 2. ed. São Paulo: Ática, 1994. GHIRALDELLI JR, Paulo. História da Educação. São Paulo: Cortez, 1994. PARANÁ/SEED. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Fundamentos Políticos e Pedagógicos – Versão Preliminar. Curitiba, 2005. _______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na Modalidade Normal. Curitiba, 2006
RIBEIRO, Maria Luiza S. História da Educação Brasileira: a organização escolar. São Paulo: Cortez & Morais, 1986.
121
FUNDAMENTOS PSICOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO
Série Número de aulas semanais
1ª 2
Apresentação da Disciplina
Na realidade, o homem é um ser complexo. Conseqüentemente,
é função da psicologia iluminar e harmonizar as dinâmicas pessoais e orientá-
las ao crescimento pleno e harmônico; e nenhuma corrente psicológica esgota
em si mesma toda a dimensão do homem. Por isso, existe uma quantidade
numerosa de “psicologias”, e uma outra infinidade de teorias e experiências
que se dispõem a compreender, iluminar e harmonizar o ser humano consigo
mesmo, com os outros e com a dimensão transcendente inerente ao seu
próprio existir.
Na busca de princípios gerais e de regularidades, a psicologia
leva em consideração a relação ao homem no seu processo educativo. É na
Psicologia Educacional que são encontrados os elementos conceituais e
técnicas de ensino, das relações escola-família-sociedade. Portanto, o
conhecimento do desenvolvimento bio-psico-social-afetivo da criança é
primordial para compreender o homem de amanhã que está formando.
Objetivos Gerais
- Possibilitar aos alunos uma compreensão global do processo de
desenvolvimento humano.
- Identificar corretamente as teorias psicológicas necessárias para sua
formação de educador.
- Estabelecer relações entre o conhecimento teórico e práticas sociais,
fundamentadas nas teorias da educação e abordagens de ensino.
- Reconhecer a importância do estudo do comportamento humano,
identificando os agentes e as interações existentes entre eles.
122
Conteúdos por Semestre
1ª SEMESTRE
Introdução ao estudo da psicologia.
Histórico – evolução da psicologia.
Principais teorias psicológicas e da aprendizagem.
- Reflexológico – I. Paula.
- Behaviorismo. B. F. Skinner.
- Gestalt, Kohler, Wertheiner, Kofka.
- Psicanálise de S. Freud.
2º SEMESTRE
Introdução à psicologia da educação e as abordagens de ensino
Desenvolvimento e aprendizagem.
Epistemologia genética de Jean Piaget.
Psicologia sócio-hitórica. L. S. Vygotsky.
Psicogênese de H. Wallon.
Pensamento e linguagem.
Encaminhamento Metodológico
Os conteúdos de Fundamentos Psicológicos da Educação
trazem em sua essência um olhar plural do mundo, contribuindo para que o
aluno do Curso de Formação de Docentes construa sua própria imagem, tendo
uma melhor compreensão do seu comportamento individual ou em grupo.
Oportuniza o conhecimento dos processos de ensino-
aprendizagem, analisando as principais teorias psicológicas e suas correlações
com a aprendizagem.
As abordagens de ensino que embasam a psicologia do
desenvolvimento da criança e do adolescente, deverão enfatizar os aspectos
sociais, culturais e afetivos da criança e sua cognição.
Desta forma as aulas deverão ser organizadas diante das
seguintes atividades:
123
- aulas expositivas;
- dinâmicas de grupos;
- debates;
- seminários;
- elaboração de sínteses e painéis.
Critérios de Avaliação
Partimos do pressuposto de que verificar não é avaliar, pois o
ato de verificar consiste simplesmente em coletar informações, enquanto a
ação avaliativa é mais subjetiva, haja vista que compreende coleta, análise e
síntese dos dados, acrescida de atribuição de valor. Importante registrar que,
por ser um processo contínuo, deverá conduzir a retomada de caminhos, se
necessário. Desta forma, o professor utilizar-se-á do resultado da avaliação
não apenas para aferir notas, mas para reformular seu planejamento, adotando
estratégias e procedimentos diversificados, visando superar as lacunas
diagnosticadas.
Evidenciamos que a expressão escrita (provas) é o instrumento
mais utilizado no processo avaliativo. Todavia, há que se considerar que
apenas um instrumento não é capaz de identificar o conhecimento adquirido
pelo aluno, por isso o professor deverá propiciar diversificadas oportunidades
para que o aluno expresse seu conhecimento.
A avaliação será, portanto, diagnóstica, formativa e somativa,
acontecendo em todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem, por
meio de apresentação de trabalhos e mini-aulas, produção de materiais,
exposições e seminários (nos quais será observado os aspectos sócio-
afetivos), provas objetivas com questões dissertativas ou em forma de teste,
aula do erro, além da auto-avaliação. A recuperação de estudos também
permeará o processo, no sentido do resgate de conteúdos que não foram
devidamente apropriados. A reavaliação é outra oportunidade que é ofertada
no término do período letivo.
124
No processo avaliativo os aspectos qualitativos prevalecerão
sobre os quantitativos. Contudo, devido a exigência de nosso sistema
educacional, haverá aferição de notas ao final de cada semestre.
Referências Bibliográficas
BARROS, C. S. G. Pontos de Psicologia do Desenvolvimento. Rio de Janeiro: Ática, 1991. BEE, H. A criança em desenvolvimento. São Paulo: Warbra, 1977. BOCK, A. M; FURTADO, O e TEIXEIRA, M. L. Psicologias - Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 1999. DAVIS, Cláudia; OLIVEIRA, Zilma. Psicologia da Educação. São Paulo: Cortez, 1991. FALCÃO, G. M.. Psicologia da Aprendizagem. Psicologia da Aprendizagem. Rio de Janeiro: Ática, 1989. OLIVEIRA, Zulmira de Moares Ramos. A criança e seu desenvolvimento. São Paulo, Cortez, 1995. OLIVEIRA, Marta Kohl. VYGOTSKY. São Paulo: Scipione, 1995. PARANÁ/SEED. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Fundamentos Políticos e Pedagógicos – Versão Preliminar. Curitiba, 2005. _______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na Modalidade Normal. Curitiba, 2006 PIAGET, Jean. Seis Estudos de Psicologia. São Paulo: Forense, 1990. PILETTI, Nelson. Psicologia da Aprendizagem. Rio de Janeiro: Ática, 1989. SEBER, M. Glória. Psicologia do Pré-Escolar. São Paulo: Moderna, 1995. TELES, Maria Luiza S. O que é Psicologia. São Paulo: Brasiliense, 2003. VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes. 1984.
125
FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO
Série Número de aulas semanais
2ª 2
Apresentação da Disciplina
Em primeiro lugar, é preciso compreender o papel dessa
disciplina na proposta geral do curso. Lembrando, então, que o currículo tem o
trabalho como princípio educativo, a práxis como principio curricular e o direito
da criança ao atendimento escolar.
A sociologia da educação deverá ajudar os alunos a
perceberem as determinações sociais da sua prática profissional, da
configuração do sistema educacional no país, da sua inserção na estrutura de
classes do capitalismo, do significado da educação no capitalismo, entre
outros.
Nesse sentido, a disciplina possui uma existência histórica que
coincide com a historicidade da educação nas sociedades modernas e que
deve ser compreendida dessa forma, como um instrumento cientifico que altera
os olhares e, conseqüentemente, a prática pela práxis educativa. Práxis,
porque não nega, não escamoteia seu sentido político, de transformação. A
disciplina, como todo currículo, intenta transformar os alunos no sentido de um
educador comprometido com o direito sagrado das crianças ao atendimento
escolar de qualidade.
Ser comprometido com esse direito pressupõe a compreensão
da sociedade capitalista, dividida em classes sociais. Pressupões a
compreensão da gênese das relações sociais no país, as formações e os
modos e vida no Brasil em suas manifestações culturais, a escola, em relação
às religiões, aos sem terra, aos latifundiários, aos negros, aos portadores de
necessidades especiais, às mulheres, aos índios, aos filhos de trabalhadores,
aos filhos da pequena burguesia e da burguesia.
126
Objetivos Gerais
- Situar e caracterizar o surgimento e desenvolvimento da Sociologia
enquanto disciplina e ciência.
- Analisar as correntes sociológicas relacionando-as com as concepções de
educação.
- Debater as ideologias que perpassam teorias e práticas pedagógicas.
Conteúdos por Semestre
1º SEMESTRE
O que é Educação e o que é Sociologia? - A Educação como um fenômeno
que é estudado pelas ciências sociais, especialmente pela sociologia
Os diferentes olhares sobre a educação:
- Augusto Comte – Positivismo.
- A Educação e o Funcionalismo de Emile Durkeheim.
- A Educação Republicana – laica de acordo com o desenvolvimento da
divisão do trabalho social (os sociólogos brasileiros que desenvolveram
estudos a partir dessa teoria, tais como Fernando de Azevedo e Lourenço
Filho).
- A Educação como fator essencial e constitutivo do equilíbrio da sociedade.
- A Educação como técnica de planejamento social e desenvolvimento da
democracia Criticas a essa visão.
As teorias Criticas sociológicas da educação escolar :
- O trabalho e a educação no pensamento de Karl Marx e F. Engels.
- A racionalização da sociedade e a educação no pensamento de Max
Weber.
- A Educação como esfera de constituição de hegemonia e de contra-
hegemonia
- A Educação, produção e reprodução social.
- A escola como aparelho ideológico do estado.
- A escola pública enquanto mecanismo de integração da força de trabalho.
127
2º SEMESTRE
Estudos socioantropológicos sobre a educação e escola no Brasil
(urbano e rural):
- A educação no campo.
- Movimento dos trabalhadores Sem-Terra e das ONGs.
- Educação dos Jovens e Adultos.
Concepções de Criança/infância como construção histórica e social; A
infância no Brasil (urbano e rural)
Encaminhamento Metodológico
O encaminhamento metodológico para a disciplina de
Fundamentos Sociológicos da Educação deverá observar os seguintes itens:
Compor um arsenal teórico que ajude os professores a se orientarem,
juntamente com as outras disciplinas, mas que deva oferecer aos futuros
professores instrumentos para olhar a sociedade e a escola, as crianças, as
famílias, a sua prática docente e o contexto macro social e político;
Transição do senso comum para a consciência cientifica, por meio do
desprendimento das imagens já construídas sobre a escola, os professores,
os pobres, os ricos, as igrejas, as religiões, a cidade, os bairros, as favelas,
a violência, os políticos, a política, os movimentos sociais, os conflitos e as
desigualdades;
Buscar a coerência com a proposta geral, portanto, na definição das
atividades lembrar que a disciplina está na segunda série e, que o eixo
temático da prática de formação é “Pluralidade Cultural, as diversidades, as
desigualdades e a educação” – esse eixo está proposto para aglutinar as
diferentes disciplinas nas atividades de estágio – Fundamentos Históricos e
Políticos da Educação Infantil, Concepções Norteadoras da Educação
Especial, Trabalho Pedagógico da Educação Infantil, Organização do
trabalho Pedagógico e Estágio Supervisionado;
desenvolvimento inadequado de um conteúdo sociológico crítico pode ter
como conseqüência a reprodução de valores pré-científicos – para que isso
não ocorra, ressalta-se a necessidade do desdobramento do conteúdo a
128
partir de um movimento contínuo de problematização e teorização –
pedagogia histórico-critica.
As aulas deverão compor as seguintes atividades:
- Aulas expositivas;
- dinâmicas de grupos;
- pesquisas;
- debates;
- seminários;
- elaboração de material (sínteses, resenhas, painéis, etc.).
Critérios de Avaliação
Partimos do pressuposto de que verificar não é avaliar, pois o
ato de verificar consiste simplesmente em coletar informações, enquanto a
ação avaliativa é mais subjetiva, haja vista que compreende coleta, análise e
síntese dos dados, acrescida de atribuição de valor. Importante registrar que,
por ser um processo contínuo, deverá conduzir a retomada de caminhos, se
necessário. Desta forma, o professor utilizar-se-á do resultado da avaliação
não apenas para aferir notas, mas para reformular seu planejamento, adotando
estratégias e procedimentos diversificados, visando superar as lacunas
diagnosticadas.
Evidenciamos que a expressão escrita (provas) é o instrumento
mais utilizado no processo avaliativo. Todavia, há que se considerar que
apenas um instrumento não é capaz de identificar o conhecimento adquirido
pelo aluno, por isso o professor deverá propiciar diversificadas oportunidades
para que o aluno expresse seu conhecimento.
A avaliação será, portanto, diagnóstica, formativa e somativa,
acontecendo em todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem, por
meio de apresentação de trabalhos e mini-aulas, produção de materiais,
exposições e seminários (nos quais será observado os aspectos sócio-
afetivos), provas objetivas com questões dissertativas ou em forma de teste,
aula do erro, além da auto-avaliação. A recuperação de estudos também
permeará o processo, no sentido do resgate de conteúdos que não foram
129
devidamente apropriados. A reavaliação é outra oportunidade que é ofertada
no término do período letivo.
No processo avaliativo os aspectos qualitativos prevalecerão
sobre os quantitativos. Contudo, devido a exigência de nosso sistema
educacional, haverá aferição de notas ao final de cada semestre
Referências Bibliográficas
GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. 2. ed. São Paulo: Ática, 1994. KRUPPA, Sonia M. P. Sociologia da Educação. São Paulo: Cortez, 1994. LOWY, Michael. Ideologias e Ciência Social. 16 ed. São Paulo: Cortez, 2003. MARTINS, Carlos B. O que é Sociologia. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1984. MEKSENAS, Paulo. Sociologia. 2. ed. 1994 OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução a Sociologia. 23. ed. São Paulo: Ática, 2000. PARANÁ/SEED. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Fundamentos Políticos e Pedagógicos – Versão Preliminar. Curitiba, 2005. _______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na Modalidade Normal. Curitiba, 2006
130
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E POLÍTICOS DA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Série Número de aulas semanais
2ª 2
Apresentação da disciplina
Considerando a importância do conhecimento acerca da
educação infantil no curso de formação docente, faz-se necessário a reflexão
sobre Fundamentos Históricos e Políticos da Educação Infantil, tendo como
base teórica a legislação vigente, numa perspectiva histórica do profissional e
as concepções de infância presentes nas diversas ciências.
Objetivos Gerais
- Conhecer os determinantes históricos e políticos da Educação Infantil e sua
situação no Brasil.
- Compreender que a creche e a pré-escola diferenciam-se essencialmente
da escola quanto às funções que assumem no contexto social.
Conteúdos por Semestre
1º SEMESTRE
Fundamentos da disciplina.
Concepção de infância nas sociedades passadas e época contemporânea.
Relacionamento entre pais e filhos na História do Brasil.
Principais causas da necessidade de Educação Infantil no passado.
Origem das instituições infantis.
Principais educadores do passado que influenciaram a Educação Infantil.
As primeiras instituições infantis no Brasil.
Importância da Educação Infantil:
- Finalidades e objetivos.
- Funções: brincar, educar e cuidar.
131
2º SEMESTRE
A política da Educação Infantil:
- Legislação.
- Constituição de 1988.
- Parecer 22/98.
- Deliberação 03/99.
- Deliberação 02/05.
- Diretrizes Curriculares Nacionais.
- LDB 9394/96.
- ECA.
Profissional de Educação Infantil no Brasil:
- Relação adulto/criança.
- A família e sua influência.
- A escola: ambiente físico e social.
- Perfil profissional do atendente infantil.
Encaminhamento Metodológico
Considerando a valorização da Educação Infantil no Brasil nas
últimas décadas, percebemos a necessidade de identificar seus determinantes
históricos e políticos, bem como o papel do professor como sujeito da produção
histórica. Para tanto, propomos a aprendizagem através de práticas
interdisciplinares, tendo como ponto de partida o conhecimento prévio dos
alunos, atendendo às necessidades e possibilidades individuais.
Torna-se necessário considerar alguns princípios:
- Refletir criticamente sobre os pressupostos legais que balizam as teorias
em diferentes momentos históricos.
- Partir do conhecimento de que os alunos dispõem e estimulá-los a avançar,
a ampliar seus conhecimentos, a crescer.
- Realizar seminários para aprofundar certos autores, compreender melhor as
diferentes tendências e pensar criticamente certas experiências realizadas
no Brasil.
132
- Comparar situações, não só de aspectos formais e metodológicos, mas as
relações que se estabelecem nas escolas públicas e particulares e as
contradições aí existentes.
Critérios de Avaliação
Partimos do pressuposto de que verificar não é avaliar, pois o
ato de verificar consiste simplesmente em coletar informações, enquanto a
ação avaliativa é mais subjetiva, haja vista que compreende coleta, análise e
síntese dos dados, acrescida de atribuição de valor. Importante registrar que,
por ser um processo contínuo, deverá conduzir a retomada de caminhos, se
necessário. Desta forma, o professor utilizar-se-á do resultado da avaliação
não apenas para aferir notas, mas para reformular seu planejamento, adotando
estratégias e procedimentos diversificados, visando superar as lacunas
diagnosticadas.
Evidenciamos que a expressão escrita (provas) é o instrumento
mais utilizado no processo avaliativo. Todavia, há que se considerar que
apenas um instrumento não é capaz de identificar o conhecimento adquirido
pelo aluno, por isso o professor deverá propiciar diversificadas oportunidades
para que o aluno expresse seu conhecimento.
A avaliação será, portanto, diagnóstica, formativa e somativa,
acontecendo em todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem, por
meio de apresentação de trabalhos e mini-aulas, produção de materiais,
exposições e seminários (nos quais será observado os aspectos sócio-
afetivos), provas objetivas com questões dissertativas ou em forma de teste,
aula do erro, além da auto-avaliação. A recuperação de estudos também
permeará o processo, no sentido do resgate de conteúdos que não foram
devidamente apropriados. A reavaliação é outra oportunidade que é ofertada
no término do período letivo.
No processo avaliativo os aspectos qualitativos prevalecerão
sobre os quantitativos. Contudo, devido a exigência de nosso sistema
educacional, haverá aferição de notas ao final de cada semestre
133
Referências Bibliográficas
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 1988. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8069, de 13 de julho de 1990. São Paulo: Cortez. 1990. BRASIL. Política Nacional de Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF/DPE/ COEDI, 1993. BRASIL/MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. BRASIL/MEC. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília,
1998.
CASTRO, Jorge A. de. Financiamento da educação no Brasil. Brasília: INEP, 2001. FREITAS, Marcos C. (org.). História social da infância no Brasil. São Paulo: Cortez, 1997. KRAMER, Sônia. A política do pré-escolar no Brasil: a arte do disfarce. Rio de Janeiro: Achiamé, 1984. PARANÁ/SEED. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Fundamentos Políticos e Pedagógicos – Versão Preliminar. Curitiba, 2005. _______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na Modalidade Normal. Curitiba, 2006.
134
FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO
Série Número de aulas semanais
3ª 2
Apresentação da Disciplina
Educação só é de qualidade quando tem como ponto de partida
e ponto de chegada a prática social, sobre a qual deve estar fundada uma
relação dinâmica entre esta e a escolha de conteúdos. Por isso, é preciso ter
consciência de que nenhum professor pode e deva trabalhar os conteúdos que
quer, deve trabalhar aquilo que está definido na proposta da escola, e esta, a
escola, deve estar comprometida com aqueles conteúdos que acrescentam
algo de significativo na compreensão da realidade e no posicionamento crítico-
criterioso diante da mesma. Ensinar e aprender aquilo que é significativo para o
aluno, não é trabalhar com aquilo que lhe agrada, mas com aquilo que se faz
necessário, e por isso é significativo, à prática social e pedagógica. Por isso, o
enfoque aos conteúdos deve estar voltado para a compreensão da base
histórico-social da existência humana.
A função da Filosofia não é prescritiva. Ela não é um consultório
de receitas para cura. Ela é uma ferramenta para que descubramos as
soluções necessárias. E estas soluções não se dão por acaso, mas a partir da
postura filosófica que se adota, e do engajamento que se desenvolve a partir
dela. Trabalha com o fundamento (princípios, causas e condições) das
realidades, e aqui especificamente da educação, mas trabalha também com a
significação e a finalidade. Enquanto a filosofia de modo geral se pergunta pela
relação entre o ser o pensamento, na educação ela se perguntará pelo que é a
educação e pelo que tem fundamentado o pensamento educacional: o que é o
ser da educação? Como esse ser se expressa no pensamento educacional nos
mais diferentes momentos históricos? Qual é a realidade da educação?
O mundo (as realidades) são sempre idéia e matéria. A forma
de responder à relação entre as duas definem matrizes (concepções
norteadoras) que vão priorizar ora a idéia, ora a matéria. Estamos então diante
135
do idealismo e do materialismo, duas das matrizes decisivas do pensamento
filosófico.A filosofia ensinada nas escolas em os cursos de formação de
professores tem seguido mais tendência a seguir uma direção idealista, mesmo
que às vezes sob verniz materialista., até por conta de um processo de
naturalização que é própria deste tipo de idéia. No materialismo o pensamento
é obrigado a dar lugar para o social e o biológico. O materialismo que interessa
à nossa proposta é o materialismo científico. Nele se adota uma perspectiva
histórico-dialética no modo de produção da existência como elemento fundante
da realidade histórica. A aí apresenta-se o trabalho como elemento
fundamental no processo de desenvolvimento da história. O materialismo
científico se apresenta enquanto dialético e também como histórico.
O MATERIALISMO HISTÓRICO parte da produção material
como explicativa o ser do homem. O modo de via material condiciona o social,
o político, o intelectual. Os fenômenos econômicos explicam a história. É uma
teoria da história a partir da definição dos modos de produção. Os conceitos e
as idéias do materialismo histórico não devem ser entendidos como uma
ideologia, mas como uma ferramenta para entender como surgem, evoluem e
entram em decadência os mais variados modos de produção que a história
produziu e que produzirá, servindo como instrumental para definir
posicionamentos frente ao processo de exploração a que o homem é
submetido. É uma Filosofia que tem como princípio básico a dialética
fundamentada na matéria e no pensamento que desta nasce como realidades
portadoras de uma dinâmica de mudança que se dá a partir dos contrários.
Materialismo é explicar os fenômenos a partir de suas contradições e de sua
realidade material.
O ponto de partida e de chegada em Fundamentos Filosóficos
da Educação será o Marxismo ou Materialismo Dialético (Karl Marx (1818-
1883). Para Marx, a matéria evolui dialeticamente, isto é, pela superação de
sucessivas contradições ou tensões, passando de uma tese para uma antítese
e desta para uma síntese. A síntese que reassume em si os elementos
positivos da tese e da antítese. Esse processo evolutivo seria uma lei
imanente, que presidiria as suas transformações, desde a matéria primitiva,
origem de tudo que existe, até uma sociedade justa e democrática, que seria o
136
vértice para o qual caminharia toda a história e que daria sentido a toda
evolução. O materialismo dialético é a teoria do conhecimento que produz as
ferramentas terminológicas e os conceitos necessários à ciência materialismo
histórico. A dialética tem sua origem na explicação do movimento de
transformação das coisas. Assim, ela se fundamenta na contradição que gera o
constante devir da realidade (luta dos opostos). A consciência é determinada
pelo social, e na convicção de que não existe fato em si, mas fato
contextualizado. Senso o homem é produtor de si mesmo e de sua realidade: a
humanização depende d e seu trabalho que define a construção da sua
história. A causa do desenvolvimento dos fenômenos é interna (em suas
contradições). O movimento é a essência da realidade. Teoria e prática se
interferem e se influenciam mutuamente. A consciência é determinada pelo
social. Ciência do movimento no pensamento, na matéria e na história. Não
existe fato em si, mas fato contextualizado. O homem é produtor de si mesmo e
de sua realidade: a humanização depende do trabalho (construção da sua
história). O movimento de contradição se dá nas coisas, na história. A causa do
desenvolvimento dos fenômenos é interna (em suas contradições). O
movimento é a essência da realidade. Teoria e prática se interferem e se
influenciam mutuamente. É uma concepção dinâmica de homem, sociedade e
de relação entre as coisas e realidades que possibilitará à educação exercer a
sua função social, porque matéria e pensamento são cúmplices.(Marx e
Engels). Esta opção é que permitirá superar o pensamento positivista que se
instalou nas relações pedagógicas e que transformou a educação em algo
estático / congelado; exata, submissa; com incapacidade técnica e política de
reação, de oposição ao que é relativo, de manutenção do status quo, de
verdades absolutas, da supremacia da prova, de eliminação o contraditório. É a
possibilidade real da flexibilidade e da descoberta, de avanços através das
contradições, de mudanças, de evolução.... [da projeção do que se sonha.
Libertar da alienação.(Ludwig Feuerbach).
Ancorados nesta filosofia adotamos a abordagem Histórico-
Cultural, fundamentada no pensamento de Lev S. Vygotsky (1986-1934).
Vygotsky viu nos métodos e princípios do materialismo dialético a solução dos
paradoxos científicos fundamentais com que se defrontassem seus
137
contemporâneos. Um ponto central desse método é que todos os fenômenos
sejam estudados como processos em movimento e em mudança. Em termos
do objeto da psicologia, a tarefa do cientista seria a de reconstruir a origem e o
curso do desenvolvimento do comportamento e da consciência. Não só todo
fenômeno tem sua história, como essa história é caracterizada por mudanças
qualitativas e quantitativas. Essas opções direcionam para uma Pedagogia
Histórico-Crítica. Nesta Pedagogia, a criança é vista como um ser concreto,
concebida em função da classe social a que pertence e da análise de sua
condição de vida: econômica, social e cultural. O professor é aquele que
direciona e conduz o processo ensino-aprendizagem, comprometendo-se com
a criança e sua realidade social e interagindo com ela na construção do
conhecimento. Os conteúdos culturais e universais, acumulados historicamente
e produzidos socialmente, que servem de instrumento para a criança conhecer,
criticar e refletir sobre a realidade (apropriação para superação).
Na formação do educador se privilegiará questões que
impactam na sua formação como:
a reflexão científica que deverá trabalhar conhecimentos que levem à
compreensão dos processos da natureza e da sociedade, visando superar o
senso comum, conceitos dogmáticos, idéias obscurantistas através da
conquista de informações mais adequadas da ciência e do método
científico.
a reflexão ético-política dos valores morais e espirituais (pensamento,
entendimento, concepções) como produção social, desmistificando e
desmascarando idéias que seguem a lógica da reprodução capitalista e
promove o individualismo-consumismo-corrupção-desagregação social;
estendendo-se à função da mídia na formação da consciência, difusão e
formação de valores idéias e comportamentos;
a reflexão ambiental que coloque o humano como parte integrante da
natureza enquanto relação que afeta a sociedade humana, a vida humana,
num contexto de exploração capitalista e de sobrevivência do humano
comprometida;
a reflexão ético-cultural que resgate as especificidades históricas da
memória e tradição dos diversos grupos sociais através de uma prática
138
pedagógica produtora de novos conhecimentos a partir de culturas distintas
e do acesso aos bens culturais de qualidade produzidos pela sociedade
humana.
Objetivos Gerais
- Desenvolver comportamento responsável na busca de qualidade da vida
coletiva;
- desenvolver o entendimento de que a consciência e o conhecimento são
produções históricos-sociais;
- desmistificar idéias transmitidas pela lógica da reprodução capitalista;
- direcionamento consciente da educação para que não se esvaziem seus
sentidos, a função da escola e do professor;
- entender a prática pedagógica como produtora de novos conhecimentos;
- entender a prática pedagógica como produtora de novos conhecimentos.
- identificação dos elementos culturais necessários ao processo de
humanização;
- promover a interlocução entre padrões culturais distintos e o acesso a bens
de qualidade;
- promover a interlocução entre padrões culturais distintos;
- promover uma prática pedagógica coerente com os elementos culturais
necessários ao processo de humanização;
- reconhecer o caráter social da cultura erudita e popular por constituírem-se
de elementos singulares e universais;
- reconhecer o caráter social da cultura erudita e popular por conterem
elementos singulares e universais;
- resgatar as especificidades históricas da memória e da tradição dos
diversos grupos sociais;
139
- revitalizar a discussão e a prática a respeito da função social da escola na
forma ético-política para a construção de uma sociedade verdadeiramente
humana.
Conteúdos por Semestre
1º SEMESTRE
- Conceito, importância e metodologia da Filosofia.
- A atitude filosófica (a reflexão crítica).
- Mito e Filosofia.
- Clássicos da Filosofia: Os pré-socráticos e os sofistas.
- Os principais filósofos gregos: Sócrates, Platão e Aristóteles; e suas
concepções de educação, sociedade, mundo, homem.
- Os principais períodos da História da Filosofia.
- As fontes do conhecimento: O Empírico e o Racionalismo.
- As bases do pensamento moderno: Descartes (a ciência positiva), Locke (a
experiência) e Kant (síntese do empirismo e do racionalismo).
- As bases do pensamento contemporâneo: Comte e Durkhein (o
positivismo), Hegel (o conhecimento universal), Sartre (o existencialismo) e
Hussel (a fenomenologia).
- A concepção dialética da filosofia: Marx e Engels (materialismo histórico e
dialético).
- As relações de trabalho e poder (trabalho e alienação).
2º SEMESTRE
- A Filosofia da Educação enquanto reflexão.
- O homem como ser histórico.
- Educação como redenção, reprodução e transformação da sociedade.
- As teorias socialistas, crítico-reprodutivistas, progressistas e construtivistas.
140
- A abordagem histórico-cultural de Vigotsky.
- Tendências pedagógicas na prática escolar: pedagogia liberal, tradicional,
renovada progressista, renovada não-diretiva e tecnicista.
- Pedagogia progressista libertadora, libertária e crítico-social dos conteúdos.
- Os novos pensadores da Educação e suas teorias: Morin, Perrenoud, Coll,
Nóvoa, Hernández e Toro.
Encaminhamento Metodológico
Em coerência com os princípios metodológicos propostos, os
procedimentos metodológicos deverão estar orientados pelos princípios da
dialética: Tudo se relaciona: nada é isolado. Tudo se transforma por
contradição – negação – superação. Nada é eterno. A mudança quantitativa
provoca uma mudança qualitativa. Unidade e luta dos contrários (dialética da
natureza, da história e do conhecimento). É uma teoria engajada. Não pode ser
confundida com teoria do reformismo ou ideológica.
Os conteúdos deverão ser trabalhados de uma forma crítica e
dinâmica, interligando teoria, prática e realidade, mantendo uma coerência aos
fundamentos teóricos propostos, onde estes não podem ser vistos
isoladamente.
Critérios de Avaliação
Partimos do pressuposto de que verificar não é avaliar, pois o
ato de verificar consiste simplesmente em coletar informações, enquanto a
ação avaliativa é mais subjetiva, haja vista que compreende coleta, análise e
síntese dos dados, acrescida de atribuição de valor. Importante registrar que,
por ser um processo contínuo, deverá conduzir a retomada de caminhos, se
necessário. Desta forma, o professor utilizar-se-á do resultado da avaliação
não apenas para aferir notas, mas para reformular seu planejamento, adotando
estratégias e procedimentos diversificados, visando superar as lacunas
diagnosticadas.
Evidenciamos que a expressão escrita (provas) é o instrumento
mais utilizado no processo avaliativo. Todavia, há que se considerar que
141
apenas um instrumento não é capaz de identificar o conhecimento adquirido
pelo aluno, por isso o professor deverá propiciar diversificadas oportunidades
para que o aluno expresse seu conhecimento.
A avaliação será, portanto, diagnóstica, formativa e somativa,
acontecendo em todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem, por
meio de apresentação de trabalhos e mini-aulas, produção de materiais,
exposições e seminários (nos quais será observado os aspectos sócio-
afetivos), provas objetivas com questões dissertativas ou em forma de teste,
aula do erro, além da auto-avaliação. A recuperação de estudos também
permeará o processo, no sentido do resgate de conteúdos que não foram
devidamente apropriados. A reavaliação é outra oportunidade que é ofertada
no término do período letivo.
No processo avaliativo os aspectos qualitativos prevalecerão
sobre os quantitativos. Contudo, devido a exigência de nosso sistema
educacional, haverá aferição de notas ao final de cada semestre.
Referências Bibliográficas
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 1992. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna, 1997. BUZZI, Arcângelo. Introdução ao Pensar. Petrópolis: Vozes, 1989. CHAUÍ, Marilena. Filosofia. São Paulo: Ática, 2000. COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 15. ed. P. 36-37São Paulo: Paz e Terra, 2000. GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. São Paulo: Ática. 1994. GARCEZ, Lucília Helena do Carmo. Técnicas de redação: o que é preciso saber para bem escrever. São Paulo: Martins Fontes, 2001. GASPARIN, João Luiz . Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. Campinas, SP: Autores Associados, 2005. GHIRALDELLI JR, Paulo. História da Educação. São Paulo: Cortez, 1990.
142
LIBÂNEO, José C. Democratização da escola pública. São Paulo, Edições. Loyola, 1985. LOMBARDI, Claudinei & GEORGEN, Pedro. Ética e educação: reflexões filosóficas e históricas. Campinas, SP: Autores Associados, 2005. LUCKESI, Cipriano Carlos. A avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995. MATOS, Olgária. Filosofia: a polifonia da razão. São Paulo: Scipione, 1997. MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. São Paulo: Atlas, 2000. OLIVEIRA, Luiz Antonio. Apostila de Metodologia, 2006. PAIM, Antonio. Curso de Humanidades: filosofia; guias para estudo individual e de grupo. Londrina - PR: Edições Humanidades, 2005. ___________. Tratado de ética. Londrina -PR: Ed. Humanidades, 2003. PARANÁ/SEED. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Fundamentos Políticos e Pedagógicos – Versão Preliminar. Curitiba, 2005. _______. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Reflexão filosófica sobre o ser social, a produção do conhecimento e a educação fundada no princípio histórico-social, Curitiba, 2005. _______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na Modalidade Normal. Curitiba, 2006 PLATÃO, F.S. & FIORIN, J. L. Para entender o texto – leitura e redação. 2. Ed. São Paulo: Ática, 1991. RIOS, Terezinha. Dimensões da competência do educador. SÁNCHEZ, Vásquez, Adolfo. Ética. 23. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. SAVIANI, Demerval. Pedagogia Histórico-crítica, primeiras aproximações. São Paulo: Cortez, 1992, p. 19-30. SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21.ed. São Paulo: Cortez, 2000. __________. Educação, sujeito e história. São Paulo: Olho d`´agua, 2001. SOUZA, Sonia Maria Ribeiro de. Um outro olhar: filosofia. São Paulo: FTD, 1995. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: Concepção dialético-libertadora do processo de avaliação escolar. São Paulo: Libertad, 1994. VYGOTSKY, L. A formação social da mente. SP, Martins Fontes, 1987. WACHOWICZ, Lílian Anna. Por uma teoria democrática da avaliação.
143
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
Série Número de aulas semanais
1ª 2
2ª 2
Apresentação da Disciplina
A Disciplina Organização do Trabalho Pedagógico ganhou
espaço na matriz curricular do curso (1ª e 2ª séries) para que seus conteúdos
não sejam vistos e comunicados como uma imposição, mas sim tratados como
uma necessidade pessoal e social, a fim de que apreendidos e incorporados
possam alargar a visão dos problemas educacionais para expressar e
responder aos desafios da educação na complexidade do mundo atual.
O processo pedagógico para que os conteúdos escolares
passem a fazer parte integrante da vida dos educandos requer uma
aprendizagem significativa, pois eles somente se interessam por aquilo que, de
alguma forma, afeta diretamente suas vidas. É necessário, portanto, envolver
intelectual e afetivamente os alunos na elaboração e reelaboração ativa do
conhecimento sistematizado. Este processo de trabalho implica que os
conteúdos escolares sejam apreendidos dentro de uma totalidade, através de
um método que os torne significativos para os educandos.
Considerando a educação em sentido lato, podemos afirmar
que ela envolve todas as instâncias sociais. Uma destas é a escola que possui,
entre suas funções principais, a de transpor para a sala de aulas os
conhecimentos científicos e culturais, a fim de que, pela ação docente-discente,
os educandos se apropriem deles com sentido para suas vidas. Essa tarefa é
um desafio tanto pra professores quanto para alunos.
A sociedade, em todos os sentidos, é cada vez mais complexa,
por isso, a educação e o processo ensino-aprendizagem escolar também
devem ser considerados sob a complexidade dos múltiplos ângulos que os
envolve.
144
Em tempos passados, o mundo era mais simples, por isso, os
desafios para os cidadãos eram poucos; o mundo atual é complexo, e
conseqüentemente, os problemas a serem superados são múltiplos. Da mesma
forma, em sociedades fechadas, a educação era simples porque o mundo
também era simples. Naquelas sociedades, a reprodução era suficiente; nas
abertas, não mais. Na sociedade atual, exige-se cada vez mais criatividade,
diversidade, iniciativa, responsabilidade individual e coletiva. Essa é a novo
forma de sobrevivência social, por isso, a educação deve a ela corresponder e
o processo ensino-aprendizagem deverá passar da monocultura escolar para o
multiculturalismo a fim de prepara, senão tecnicamente, ao menos em seu
espírito, os profissionais do futuro, para que possam fazer aos desafios que lhe
são propostos.
Por isso, a instituição escolar é sempre uma expressão da
estrutura social como todo. A escola não existe em si e para si. Existe para
cumprir uma função dentro dessa sociedade, respondendo a seus desafios.
Redescobrir, hoje, a função da escola é o primeiro passo
fundamental para definir seu novo papel, bem como a importância da ação
docente.
Um breve olhar sobre os problemas que a sociedade precisa
enfrentar, no mento presente, de imediato nos mostra os desafios que a escola
e o professor são solicitados a enfrentar para responder às exigências dos
novos tempos.
Objetivos Gerais
- Desenvolver o compromisso com a educação através da cidadania.
- Reconhecer a escola pública como espaço da educação de qualidade.
- Conhecer a estrutura administrativa e pedagógica do cotidiano escolar.
- Analisar os textos legais educacionais incentivando a observação e
reflexão sobre a realidade do Sistema Educacional.
- Utilizar conhecimentos do conteúdo da Constituição Federal e Estadual, Lei
de Diretrizes e Bases de Educação Nacional e outras para diagnosticar e
analisar as questões educacionais.
145
- Possibilitar a compreensão dos conhecimentos políticos, sociais e culturais
da realidade educacional.
- Conhecer os princípios e os mecanismos de Gestão democrática para
participar da gestão escolar.
- Conhecer e analisar a organização das propostas pedagógicas vigentes.
- Reconhecer o trabalho docente como atividade consciente e sistematizada
tendo como referência as situações didáticas concretas.
- Refletir sobre a identidade e o fazer profissional frente a gestão escolar.
Conteúdos por Série
1ª SÉRIE
Organização do Sistema Escolar Brasileiro
1.1. O que é Educação: (Histórico; Constituição, Lei nº 4024/61, Lei nº
5692/71, LDBEN nº 9394/96)
1.2. Sistema Escolar
1.3. Sociedade e Sistema Escolar
1.4. Estrutura e Funcionamento do Sistema Escolar Brasileiro
A Escola Pública como espaço da educação de qualidade
2.1. Princípios da Educação:
2.2. Estrutura Administrativa do Ensino: (Nacional, Estadual, Municipal)
2.3. Recursos Financeiros da Educação
Estrutura Administrativa e Pedagógica do Cotidiano Escolar (Instituição)
3.1. Histórico da Escola
3.2. Organização Curricular (Currículo, matriz, calendário,
terminalidade...)
3.3. Gestão Escolar / Conselho Escolar
3.4. Organização disciplinar: (Regime Escolar, Estatuto da Criança e do
Adolescente, Regimento Escolar)
3.5. Organização Didática: (Filosofia da Escola, Objetivo do Curso,
Avaliação, Aprovação, Conselho de Classe)
Estrutura Administrativa e Didática da Educação Básica
4.1. Finalidade da Educação Básica
4.2. Níveis – Etapas – Modalidades
146
4.3. A Lei de Diretrizes e Bases e a Educação Básica (Ed. Infantil,
matrícula, jornada diária, ano letivo, freqüência, estudos de
Recuperação, competências do Ensino Fundamental...)
2ª SÉRIE
A Escola Pública como espaço da Educação de Qualidade
1.1. Garantia do direito à educação
1.2. Políticas para a Educação Pública
1.3. A Construção da Gestão democrática (amparo legal)
1.4. Plano de Educação (PNE – PEE – PME)
Gestão da Escola Pública
1.5. Autonomia: (conceitos, dimensões, formas)
1.6. Gestão democrática na escola e os mecanismos de participação
1.7. Política Educacional para a Educação Básica
1.8. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação
Projeto Político Pedagógico
1.9. Princípios, pressupostos, construção do P.P.P.
1.10. Diversidade Cultural / Inclusão
1.11. Trabalho como princípio educativo
1.12. Interdisciplinaridade
1.13. Propostas curriculares (disciplinas)
O trabalho docente na Educação Básica
1.14. O trabalho pedagógico na Educação Infantil e séries iniciais
1.15. Planos e programas oficiais
1.16. Parâmetros Curriculares Nacionais e Temas transversais
1.17. Proposta Curricular do Estado do Paraná
1.18. Paradigmas Curriculares
1.19. Planejamento da Ação Educativa
O papel dos profissionais da educação frente a gestão escolar
1.20. Identidade Profissional
1.21. Formação de recursos humanos
1.22. Gestão democrática e os trabalhadores em educação.
147
Encaminhamento Metodológico
Para uma compreensão mais adequada da educação e do
ensino atuais, é urgente desenvolvermos a capacidade de situar cada objeto do
conhecimento, a ser estudado em sala de aula, em seu contexto e no complexo
planetário, pois, como afirma Morin (2003, p. 15), ´´uma inteligência incapaz de
perceber o contexto e no complexo planetário fica cega, inconsciente e
irresponsável´´. Não basta conhecer os dados e as informações de maneira
isolada. Para que adquiram sentido, é necessário situa-los no contexto mais
amplo, pois, conforme ainda Morin (2004, p.37) ´´o global é mais que o
contexto, é o conjunto das diversas partes ligadas a ele de modo inter-
retroativo ou organizacional´´.
As disciplinas escolares, tais como as conhecemos hoje,
apresentam a superespecialização, o despedaçamento do saber, o que, por um
lado, produz conhecimento, mas, por outro, gera ignorância e cegueira. Assim,
´´na escola primária nos ensinam a isolar os objetos (de seu meio ambiente), a
separar as disciplinas (em vez de reconhecer suas correções), a dissociar os
problemas, em vez de reunir e integrar. Obrigam-nos a reduzir o complexo as
simples, isto é, a separar o que está ligado; a decompor, e não a compor; a
eliminar tudo o que causa desordens ou contradições em nosso entendimento.
Em tais condições, as mentes jovem perdem suas aptidões naturais para
contextualizar os saberes em integrá-los em seus conjuntos´´ (MORIN,2003,
p.15).
O que deve ocorrer é exatamente o contrário. Todos os
educandos devem ser desafiados e orientados a fazer com que o
conhecimento científico que vão adquirindo na escola, para que de fato se
torne pertinente e significativo para suas vidas é necessário que seja
contextualizado próxima e remotamente. É urgente, pois, passar da
compartimentação dos saberes e de sua desarticulação para a aptidão de
integrar e contextualizar.
Esta tarefa torna-se mais premente à medida que, junto com os
desafios da globalidade e da complexidade, há outro fator muito forte e grande:
a expansão descontrolada do saber, o que nos impede de a apreendermos de
forma sistemática e integrada. Vivemos no mundo das informações, mas nem
148
todas se transformam em conhecimento. No dizer de Morin (2003, p.16-17), ´´o
conhecimento só é conhecimento enquanto organização, relacionado com as
informações e inserido no contexto destas. As informações constituem parcelas
dispersas de saber. Em toda parte, nas ciências como nas mídias, estamos
afogados em informações. O especialista da disciplina mais restrita não chega
a sequer tomar conhecimento das informações concernentes à sua área. Cada
vez mais, a gigantesca proliferação de conhecimentos escapa ao controle
humano.
Como organizar de maneira coerente na cabeça dos
professores e dos alunos a quantidade de informações de toda ordem que
recebemos cotidianamente? O próprio Morin (2003, p.20) responde ´´A reforma
do pensamento é que permitiria o pleno emprego da inteligência para
responder a esses desafios e permitiria a ligação de duas culturas dissociadas.
Trata-se de uma reforma não programática, mas paradigmática, concernente a
nossa aptidão para organizar o conhecimento´´ (grifos do autor).
Reformar o pensamento pressupõe, necessariamente, que
antes tenha sido formado. Portanto, para reformá-lo devemos des-formá-lo,
para reconstituí-lo em seguida em novas bases, em novas dimensões. Este
processo é árduo pois implica em despir-nos de algo que construímos ao longo
do tempo e que nos dá segurança. O novo, ao contrário, nos inquieta, ao
mesmo tempo que nos desafia a assumir riscos. O processo é sempre
dialético.
Em primeiro lugar, quanto mais desenvolvida a inteligência
geral, mais possibilidade e capacidade possui o indivíduo para tratar e resolver
problemas particulares. Uma das formas de incentivar o desenvolvimento da
inteligência geral é incentivar a curiosidade, a interrogação, a dúvida, a
atividade crítica, a problematização, a resolução de problemas sócias, mas
também a solução de questões propostas pelas disciplinas escolares, cujo
conhecimento científico, envolvendo a indução, a dedução, a argumentação, a
discussão, deve estar ligado à vivência do educando.
Num segundo momento, uma cabeça bem-feita é aquela capaz
de organizar os conhecimentos científico-culturais recebidos, evitando
acumulação desordenada e inútil. Sendo o conhecimento constituído de
149
tradução e reconstrução, sua organização ´´comporta operações de ligação
(conjunção, inclusão, implicação) e de separação (diferenciação, oposição,
seleção, exclusão). O processo é circular, passando da separação à ligação,
da ligação à separação, e, além disso, da análise à síntese, da síntese à
analise. Ou seja: o conhecimento comporta, ao mesmo tempo, separação e
ligação, análise e síntese´´ (MORIN, 2003, p.24). No ensino escolar, a partir de
nossa civilização, privilegia-se a acumulação, a separação e a análise, em
detrimento da ligação, da síntese e da organização que ligam os
conhecimentos. É necessário, pois, descobrir o que une os objetos de
conhecimento entre si a fim de que tomem sentido no todo de que fazem parte
(o todo sempre envolve dimensões como: ambiente cultural, social, econômico,
político, científico, religioso etc.). ´´A partir daí, o desenvolvimento da aptidão
para contextualizar e globalizar os saberes torna-se um imperativo da
educação´´ (MORIN, 2003, P.24) (Grifos do autor).
Para realizar este desiderato, torna-se necessário descobrir
quais os princípios que elucidam as relações entre o todo e as partes, quais os
elos que unem as coisas mais distantes e as mais diferentes, as mediatas e a
imediatas. Para isso, segundo Morin (2003, p.89) ´´é preciso substituir um
pensamento que isola e separa por um pensamento que distingue e une. É
preciso substituir um pensamento disjuntivo e redutor por um pensamento do
complexo, no sentido originário do termo complexus: o que é tecido junto´´.
O processo didático-pedagógico – aprender, desaprender,
reaprender – cujo fundamento e o materialismo histórico, trata da apreensão do
conhecimento científico-cultural, na escola, através das três fases do método
dialético de elaboração do conhecimento que se expressam no processo:
prática-teoria-prática. Esses três momentos do método fundamentam a teria
histórico-cultural de Vygotsky que se concretiza nos seguintes momentos: a) o
nível de desenvolvimento atual do educando, isto é, o que o aluno realiza
sozinho, independentemente do professor; b) a zona de desenvolvimento
imediato, que consiste no trabalho de aprendizagem que o educando somente
consegue desenvolver com o auxílio do professor ou de alguém mais
experiente; c) e o retorno ao nível de desenvolvimento atual, em estágio mais
150
elevado e concreto, que passa a ser a nova forma de ação do aluno, sem a
presença do mestre.
Essas três fases da ação docente-discente expressam-se na
proposta da pedagogia histórico-crítica de Saviani que se traduz em cinco
passos fundamentais: Prática Social Inicial, Problematização,
Instrumentalização, Catarse e Prática Social Final.
A proposta de ação docente-discente traduz, pois, para a
didática os pressupostos do método dialético de elaboração do conhecimento,
a teoria histórico-cultural e a pedagogia histórico-critica. Essa forma de trabalho
constitui-se uma nova didática na qual o professor, não trabalha pelo aluno,
nem contra o aluno. Nessa perspectiva, Vygotsky (2001, p.341), referindo-se à
aprendizagem dos conceitos científicos, afirma que o educando os havia
aprendido porque ´´ao trabalhar o tema com o aluno, o professor explicou,
comunicou conhecimentos, fez perguntas, corrigiu, levou a própria criança a
explicar´´.
Esta metodologia dialética de ação docente-discente parte da
prática social, vai à teoria e retorna à prática social. Estes três momentos do
processo representam as fazes de aprendizagem, desaprendizagem,
reaprendizagem. Assim, a prática social que o educando leva para a sala de
aula é a aprendizagem que ele realizou fora da escola, anteriormente sem a
ajuda do professor, ou em anos anteriores de escolaridade. É tudo o que já
sabe. O segundo momento, a teoria, é um salto para frente, realizado com a
ajuda do professor. Numa linguagem figurada, o aluno, neste passo,
desaprende o que já sabia, isto é, passa do empírico, do cotidiano para a
dimensão científica do conteúdo, o que possibilita uma nova visão mais
elevada teoricamente do saber. Neste processo de passar do que sabia para o
que ainda não conhecia, dá-se, intelectualmente, um novo salto que é a
reaprendizagem, onde se unem o cotidiano e o científico em uma nova
dimensão.
Em sala de aula, contudo, cabe ao professor implementar, na
prática, esse desafia. Isso ele conseguirá à medida que, segundo a teoria
vigotskiana, trabalhar com os alunos explicando, comunicando
151
conhecimentos, fazendo perguntas, corrigindo e possibilitando que os alunos
dêem sua explicação, partindo da prática, indo à teoria e retornando à prática.
Esta é uma forma eficaz de enfrentar os desafios, num mundo
complexo e, ao mesmo tempo, de iniciar, na prática, o DESAFIO DIDÁTICO:
APRENDER, DESAPRENDER, REAPRENDER, pois a ´´finalidade de nossa
escola é ensinar a repensar o pensamento, a ´des-saber´ o sabido e a duvidar
de sua própria dúvida; esta é a única maneira de começar a acreditar em
alguma coisa.´´
Critérios de Avaliação
O que torna a educação possível e necessária é o foto da
´´modificabilidade humana´´. O homem é um ser que se transforma. Não a
transformação meramente exterior, crescimento ou decadência, que é própria
do vivo em geral, mas a transformação ´´interior´´, que faz dele um ser
histórico. O modo de vida animal é hoje o mesmo que há milhares de anos, o
do homem se transmuda permanentemente. Há nele, portanto, um
´´desenvolvimento interior´´, individual ou coletivamente, a vida humana é um
enriquecimento´´ em que cada momento do tempo contém mais do que havia
nos momentos anteriores.
A atividade humana é finalística, ela objetiva sempre realizar
algo, agimos como pessoas conscientes, em função da representação de alvos
ou idéias que se apóiam em valores ou, se preferir em avaliações e esses
valores determinam fins, a serem alcançados ou, pelo menos perseguidos, na
tarefa educativa.
Por em prática a nova didática para a pedagogia histórico-
crítica, requer uma nova forma de planejar os conteúdos, as atividades
escolares e a avaliação da disciplina. O resultado do processo deve manifestar-
se nos educandos pelas novas atitudes, novas disposições que se expressarão
nas intenções de como eles levarão à pratica fora da sala de aula, pelo
compromisso e pelas ações que se dispõem a executar em seu cotidiano
pondo em efetivo exercício social o novo conteúdo científico adquirido.
A avaliação será diagnóstica, formativa e somativa, priorizará a
qualidade e o processo de aprendizagem, ou seja, o desempenho do aluno ao
152
longo do ano letivo. Considerando a capacidade de observar, interpretar o
conteúdo estudado através de comparações com a realidade, estabelecendo
relações e criando, a partir da teoria, alternativas de soluções para a sua
prática cotidiana.
Instrumentos: pesquisa, leitura, produção de texto, relatório,
provas (análise, síntese, questões objetivas e subjetivas, comentário crítico)
observação e participação.
Notas semestrais na escola de 0 a 10,0 (zero a dez) sendo a
nota mínima 6,0 (seis) conforme resolução nº 3794/04 e estudos de
recuperação / Reavaliação, se necessário.
Referências Bibliográficas
BAQUERO, Ricardo. Vygotsky e a aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1998.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos.
Campinas: Papirus, 1998.
CORAZZA, Sandra Mara. Manifesto por uma dida-lé-tica: Contexto e educação.
Ijuí, v.6.n.22, p.83-99, Abr./jun, 1991.
_____. Tema gerador – concepção e práticas. Ijuí: Ed. INIJUÍ, 1992.
CORTELLA, Mario Sérgio. A escola e o conhecimento – fundamentos
epistemológicos e políticos. 4.ed. São Paulo: Cortez, 2001.
DANIELS, Harry. Vygotsky e a pedadogia. São Paulo: Loyola, 2003.
DUARTE, Newton. Educação Escolar, teoria do cotidiano e a escola de Vigotski.
Campinas: Autores Associados, 1996.
EYNG, Ana Maria (Org.). Planejamento e gestão educacional numa perspectiva
sistêmica. Curitiba: Champagnat, 2002.
FERREIRA, Naura Syria Carapeto e AGUIAR, Márcia Ângela da S (Orgs). Gestão da
educação - impasses, perspectivas e compromissos. 3.ed. São Paulo: Cortez,
2001.
FLESHNER, E. A. Psicologia da aprendizagem e da aplicação de alguns
conceitos de física. IN.
GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 3.ed.
Campinas: Autores Associados, 2005.
153
LEONTIEV, Aléxis et al. Psicologia e pedagogia – bases psicológicas da
aprendizagem e do desenvolvimento. São Paulo: Centauri, 2003.
LURIA, LEONTIEV, VIGOTSKI e outros Psicologia e pedagogia II – investigações
experimentais sobre problemas didáticos específicos. Lisboa, Ed. Estampa, 1977.
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita – repensar a reforma, reformar o pensamento.
8 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
______. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 9.ed. São Paulo:
Cortez; Brasília, DF: Unesco, 2004.
PARANÁ/SEED. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Fundamentos
Políticos e Pedagógicos – Versão Preliminar. Curitiba, 2005.
_______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da
Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na
Modalidade Normal. Curitiba, 2006
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 32.ed. Campinas: atores associados,
1999.
VIGOTSKI, L.S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins
Fontes, 2001.
154
CONCEPÇÕES NORTEADORAS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Série Número de aulas semanais
2ª 2
Apresentação da Disciplina
A Educação Especial destina-se a todas as pessoas com
deficiência física, sensorial, mental, altas habilidades ou distúrbios emocionais,
sociais ou de aprendizagem, com necessidade de atendimento educacional
especializado, visando à aprendizagem e desenvolvimento.
Ela constitui-se parte integrante da Educação Geral, com a
mesma finalidade de proporcionar meios para alcançar a realização integral do
indivíduo, desenvolvendo suas potencialidades, transformando-o em membro
útil e participante da sociedade. Mas, ela tem suas características próprias
quanto aos métodos, técnicas e procedimentos empregados e quanto ao
detalhamento dos currículos de ensino para atender as necessidades
específicas dos portadores de necessidades educacionais especiais.
A oferta da Educação Especial se dá considerando que dez por
cento da população mundial apresenta algum tipo de deficiência, segundo a
ONU e em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos essa parcela pode
chegar a vinte e cinco por cento da população. Esse grupo de pessoas goza do
de direito à educação, garantido pelos direitos humanos, e de sua inclusão na
sociedade como um todo, com os direitos garantidos pelas demais leis como:
acessibilidade, assistência social, esporte saúde, lazer, cultura, arte, trabalho,
passe livre, e etc.
A necessidade de conhecer as concepções que norteiam a
Educação Especial, no atual contexto educacional, não se limita restritamente
ao grupo de docentes que atuam no ensino especial, mas se estende aos
demais professores da pré-escola, ensino fundamental e outros níveis de
ensino, em decorrência da inserção do educando portador de necessidades
educacionais especiais no ensino regular.
155
O conhecimento sobre a Educação Especial contribuirá para
que profissionais da educação detectem precocemente problemas reais ou
potencias, determinantes de alguma deficiência, encaminhando-os para
programas de atendimento especializado.
Justificando-se portanto, a inclusão da disciplina Concepções
Norteadoras da Educação Especial nos cursos de formação de docentes em
nível médio abordando conteúdos específicos da Educação Especial e
Educação Inclusiva.
Objetivos Gerais
- Conhecer a educação especial, seu percurso histórico, sua fundamentação
e os dispositivos legais que asseguram a oferta de atendimento educacional
especializado.
- Classificar e caracterizar os tipos de necessidades educacionais especiais,
bem como os recursos de apoio proporcionados pelas escolas.
- Identificar os tipos de programas de atendimento especializado de acordo
com cada deficiência.
- Compreender a importância da inclusão da pessoa com necessidades
educacionais especiais na escola e sociedade, para que possam cumprir
com seus deveres participando e contribuindo para uma vida em sociedade.
- Compreender que a prevenção da deficiência é muito importante no
contexto social atual.
-
Conteúdos por Semestre
1º SEMESTRE
Concepção histórica da pessoa com necessidades especiais
Conceituação da educação especial
Fundamentação da educação especial:
- Constituição Federal.
- Constituição Estadual.
- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº9394/96.
156
- Estatuto da Criança e do Adolescente
- Plano Nacional da Educação-Lei 10.172/01
- Declaração Mundial de Educação Para Todos – JOMTIEN (1990).
- Declaração de Salamanca (1994)
- Deliberação número 02/03 – CEE.
- Diretrizes Nacionais da Educação Especial na Educação Básica (2001).
Classificação e caracterização da pessoa com necessidades educacionais
especiais:
- Altas habilidades, deficiência mental, deficiência física, surdez, deficiência
visual, múltiplas deficiências, condutas típicas.
Prevenção de deficiências:
- Período pré-natal, período peri-natal e período pós-natal.
2º SEMESTRE
Identificação da pessoa com necessidades educacionais especiais:
- Avaliação psicoeducacional, importância, objetivos, instrumentos de
avaliação e recursos humanos envolvidos.
Modalidades de atendimento educacional:
- Serviços especializados:
- Classe Especial.
- Escolas Especiais.
- Classes de Educação Bilíngüe.
- Escola de Educação Especial para Surdos com
Educação Básica.
Serviços de apoio pedagógicos especializados para apoiar, complementar e
suplementar a escolarização formal:
- Intérprete de Libras/Língua Portuguesa.
- Instrutor surdo de Libras – (atua nos CAES).
- Escolas para surdos.
- Professor de apoio permanente.
157
- Sala de recursos (1 a 4 e 5 a 8 séries).
- Centro de atendimento especializado – CAE.
- Centro de Apoio Pedagógico para atendimento às pessoas com deficiência
visual.
- (CAP).
Inclusão na escola e sociedade:
- Na área educacional, no âmbito do trabalho e no campo do lazer.
Encaminhamento Metodológico
Vygotsky em sua teoria sóciointeracionista, entende que o
desenvolvimento é fruto de uma grande influência das experiências do
indivíduo, onde cada um dá um significado particular a estas vivências, desta
maneira cada um tem uma forma individual de aprender o mundo. Para ele
desenvolvimento e aprendizado estão intimamente ligados, nós nos
desenvolvemos se (e quando aprendemos). O desenvolvimento não depende
apenas da maturação, mas resulta dos aprendizados que o indivíduo tiver
dentro do grupo cultural em que está inserido.
Segundo Vygotsky, as informações, para serem assimiladas,
têm de fazer sentido, por isso, deve-se partir do que o aluno já domina,
ampliando o conhecimento. Portanto, o ensino reside na zona proximal. Desta
maneira, o trabalho pedagógico será realizado a partir das vivências coletivas,
tornando-as significativas para todos os estudantes através da interação,
pesquisa e socialização dos conhecimentos adquiridos, utilizando a
metodologia que se segue:
- Conversação;
- debates sobre o assunto;
- seminários;
- pesquisas bibliográficas;
- exposição explicativa;
- mini-aulas;
158
- filmes – discussão e elaboração de relatórios;
- estudos dirigidos;
- confecção de cartazes;
- contato com pessoas portadoras de necessidades especiais.
- Entrevistas;
- leituras de materiais sobre os assuntos abordados: leis, reportagens, livros,
etc.
Critérios de Avaliação
Partimos do pressuposto de que verificar não é avaliar, pois o
ato de verificar consiste simplesmente em coletar informações, enquanto a
ação avaliativa é mais subjetiva, haja vista que compreende coleta, análise e
síntese dos dados, acrescida de atribuição de valor. Importante registrar que,
por ser um processo contínuo, deverá conduzir a retomada de caminhos, se
necessário. Desta forma, o professor utilizar-se-á do resultado da avaliação
não apenas para aferir notas, mas para reformular seu planejamento, adotando
estratégias e procedimentos diversificados, visando superar as lacunas
diagnosticadas.
Evidenciamos que a expressão escrita (provas) é o instrumento
mais utilizado no processo avaliativo. Todavia, há que se considerar que
apenas um instrumento não é capaz de identificar o conhecimento adquirido
pelo aluno, por isso o professor deverá propiciar diversificadas oportunidades
para que o aluno expresse seu conhecimento.
A avaliação será, portanto, diagnóstica, formativa e somativa,
acontecendo em todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem, por
meio de apresentação de trabalhos e mini-aulas, produção de materiais,
exposições e seminários (nos quais será observado os aspectos sócio-
afetivos), provas objetivas com questões dissertativas ou em forma de teste,
aula do erro, além da auto-avaliação. A recuperação de estudos também
permeará o processo, no sentido do resgate de conteúdos que não foram
devidamente apropriados. A reavaliação é outra oportunidade que é ofertada
no término do período letivo.
159
No processo avaliativo os aspectos qualitativos prevalecerão
sobre os quantitativos. Contudo, devido a exigência de nosso sistema
educacional, haverá aferição de notas ao final de cada semestre.
Referências Bibliográficas
BRASIL, MEC. Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996 – Diretrizes e Bases da
Educação. Brasília, 1996.
BRASIL/MEC. Programa de capacitação de Recursos Humanos do Ensino
Fundamental. Deficiência Múltipla - Educação do Deficiente. Cap. 2, 1 série. II
Título. Brasília.
BRASIL/MEC. Desenvolvendo competências para atendimento às necessidades
educacionais especiais de alunos com altas habilidades/ superdotação. Coleção
Saberes e Práticas de Inclusão. Brasília, 2005.
PARANÁ/SEED. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Fundamentos
Políticos e Pedagógicos – Versão Preliminar. Curitiba, 2005.
PARANÁ/SEED. O currículo e a educação especial: flexibilização e adaptações
curriculares para atendimento às necessidades educacionais especiais. Curitiba
– PR: DEE, 2006.
PARANÁ/SEED. Educação Bilíngüe para Surdos: Desafios à inclusão – Área da
Surdez. Curitiba-PR: DEE, 2006.
PARANÁ/SEED/DEE. Pessoa Portadora de deficiência – Interagir é o primeiro
passo. Curitiba_PR.
PELLEGRINI, Denise. Avaliar para ensinar melhor. Revista Nova Escola,
janeiro/fevereiro, 2003.
PELLEGRINI, Denise. Aprenda com eles e ensine melhor. Revista Nova Escola,
janeiro/ fevereiro, 2001.
VANHONI, Ângelo. E por falar em direitos: Guia dos direitos do cidadão especial.
Curitiba-PR: Nelson Bond, 2005.
160
TRABALHO PEDAGÓGICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Série Número de aulas semanais
2ª 2
3ª 2
Apresentação da Disciplina
Considerando a importância do conhecimento acerca da
Educação Infantil no curso de formação docente, faz-se necessário situar os
conteúdos essenciais para o trabalho pedagógico na construção do
conhecimento da criança pequena, com parâmetros diferenciados dos
estabelecidos para infância escolarizada no Ensino Fundamental.
Objetivos Gerais
- Conhecer as principais características da criança de 0 a 5 anos e o papel da
Educação Infantil no processo de desenvolvimento do ensino e da
aprendizagem.
- Enfatizar a importância do trabalho pedagógico na Educação Infantil,
valorizando a criança como “ser em construção”.
- Refletir continuamente sobre temas de Educação Infantil, considerando
como necessidade e direito da criança.
Conteúdos por Série
2ª SÉRIE
Fundamentos e objetivos da disciplina.
Processo de desenvolvimento da criança de 0 a 5 anos nos aspectos bio-
psico-social e afetivo.
Interação social na Educação Infantil (adulto/criança e criança/criança).
Concepções de tempo e espaço nas instituições de Educação Infantil.
161
O jogo, o brinquedo e a brincadeira na Educação Infantil.
Estimulação como fator de aprendizagem.
O processo de desenvolvimento da linguagem da criança.
Relações entre família e instituição de Educação Infantil.
Métodos pedagógicos na Educação Infantil:
- Tendência romântica: Froebel, Decroly e Montessori.
- Tendência cognitiva: J. Piaget e Wallon.
- Tendência crítica: C. Freinet.
Trabalho da Educação Infantil nas creches:
- A realidade das creches no Brasil.
- O profissional das creches.
3ª SÉRIE
Fundamentos e objetivos da disciplina.
Políticas Públicas da Educação Infantil:
- Ampliação do Ensino Fundamental para nove anos no Estado do Paraná.
- A Educação Infantil, as novas definições e a legislação.
- O financiamento da Educação Infantil e suas implicações para organização
do trabalho pedagógico.
- Situação da Educação Infantil no Paraná.
Relações entre o Público e o Privado.
O currículo da Educação Infantil:
- RCNEI
- Currículo Básico
- Proposta Pedagógica
- Planejamento
- Avaliação.
A Educação Infantil e a diversidade:
- Gestão democrática
- A autonomia da criança
- Declaração de Salamanca
162
- Educação Inclusiva (objetivos)
- O trabalho de Inclusão
O profissional de Educação Infantil.
Encaminhamento Metodológico
Apresentando uma nova perspectiva para Educação Infantil,
propomos a efetivação da aprendizagem através de práticas interdisciplinares,
com o objetivo de sua participação no exercício da cidadania.
O ponto de partida será a prática social do aluno, atendendo o
ritmo e as possibilidades de cada um no grupo.
Torna-se fundamental considerar os seguintes princípios:
- Propiciar uma reflexão crítica, valorizando o conhecimento prévio do aluno,
integrando assim a teoria e a prática.
- Apresentar desafios e conflitos cognitivos que estimulem a consciência
crítica de cada um.
- Realizar seminários e oficinas sobre conteúdos referentes à Educação
Infantil.
- Trabalhar com produção de textos, leitura de textos informativos e vídeos
(jornais, livros, revistas, relatórios, filmes, etc).
- Propiciar atividades individuais e coletivas.
Critérios de Avaliação
Partindo do pressuposto de que verificar não é avaliar, pois o
ato de verificar consiste simplesmente em coletar informações, enquanto a
ação avaliativa é mais subjetiva, haja vista que compreende coleta, análise e
síntese dos dados, acrescida de atribuição de valor. Importante registrar que,
por ser um processo contínuo, deverá conduzir a retomada de caminhos, se
necessário. Desta forma, o professor utilizar-se-á do resultado da avaliação
não apenas para aferir notas, mas para reformular seu planejamento, adotando
estratégias e procedimentos diversificados, visando superar as lacunas
diagnosticadas.
163
Evidenciamos que a expressão escrita (provas) é o instrumento
mais utilizado no processo avaliativo. Todavia, há que se considerar que
apenas um instrumento não é capaz de identificar o conhecimento adquirido
pelo aluno, por isso o professor deverá propiciar diversificadas oportunidades
para que o aluno expresse seu conhecimento.
A avaliação será, portanto, diagnóstica, formativa e somativa,
acontecendo em todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem, por
meio de apresentação de trabalhos e mini-aulas, produção de materiais,
exposições e seminários (nos quais será observado os aspectos sócio-
afetivos), provas objetivas com questões dissertativas ou em forma de teste,
aula do erro, além da auto-avaliação. A recuperação de estudos também
permeará o processo, no sentido do resgate de conteúdos que não foram
devidamente apropriados. A reavaliação é outra oportunidade que é ofertada
no término do período letivo.
No processo avaliativo os aspectos qualitativos prevalecerão
sobre os quantitativos. Contudo, devido a exigência de nosso sistema
educacional, haverá aferição de notas ao final de cada semestre.
Referências Bibliográficas
AMORIM, Marília (Org.) Atirei o Pau no Gato: A Pré-Escola em Serviço. 7.ed. São
Paulo: Brasiliense, 1994.
BRASIL, MEC. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. 1998. DAVIS, Cláudia e OLIVEIRA, Zilma de Moraes. Psicologia Educacional. São Paulo: Cortez. 2002. DROWET, Ruth Caribe da Rocha. Fundamentos da Educação Pré-Escolar.
GARCIA, Regina Leite (Org.) Revisitando a Pré-Escola. 2. ed. São Paulo: Cortez,
1993.
KRAMER, Sonia (coordenadora). Com a pré-escola nas mãos. Uma alternativa
curricular para a educação infantil. São Paulo, Ática, 1989
MACHADO, Maria Lúcia de A. (Org.) Encontros e Desencontros em Educação
Infantil. São Paulo: Cortez, 2002.
164
PARANÁ/SEED. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Fundamentos
Políticos e Pedagógicos – Versão Preliminar. Curitiba, 2005.
_______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da
Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na
Modalidade Normal. Curitiba, 2006
Proposta Pedagógica do Colégio Estadual Cristo Rei. 2000.
Revista Veja – Especial Criança. 2002. SEBER, Glória Maria. Psicologia da Pré-Escola – Uma visão construtiva. São
Paulo: Moderna, 1995.
165
LITERATURA INFANTIL
Série Número de aulas semanais
3ª 2
Apresentação da Disciplina
O primeiro princípio norteador da Literatura Infantil seria a
caracterização da literatura do ponto de vista da linguagem, uma vez que ela é
a expressão de um uso particularizado da língua. Tanto a linguagem do dia-a-
dia, como a empregada nos textos informativos, por exemplo, pretendem ser
objetivas. Ambas se aparentam ao procurar conferir às palavras se não um
significado único, um significado mais objetivo. A linguagem da literatura, ao
contrário, possui uma intenção, ou várias, menos explícitas. Ela não pretende
informar objetivamente um fato ou uma notícia. Através do emprego da
metáfora, a linguagem literária perde de vista o significado imediato e exige
para si a multiplicidade deles.
É preciso que se compreenda, portanto, que quando um texto
narra uma história ele pode estar fazendo mais do que simplesmente encadear
fatos e reflexões sobre eles. Há por trás do texto literário um significado
subjetivo, que embora esteja sempre presente não pode ser apreendido
completamente; trata-se de um significado que transcende a compreensão
racional. Nesse sentido, é importante que se tenha claro a natureza da
linguagem literária para não confundi-la com a que subjaz a tantos livros
didáticos, paradidáticos e cartilhas, que ocupam hoje o lugar da Literatura
Infantil, principalmente nas séries iniciais.
O segundo seria a distinção, que tradicionalmente se faz, entre
Literatura Geral e Infantil, assim abordada por Cecília Meireles, em seu livro
Problemas da Literatura Infantil: ´´A Literatura Infantil faz parte dessa Literatura
Geral?´´ Pergunta a que se poderiam acrescentar mais estas: ´´Existe uma
Literatura Infantil?´´ ´´Como caracteriza-la?´´ Evidentemente, diz a poeta, tudo
é uma literatura só. Se a resposta às duas primeiras perguntas é dada logo a
166
seguir, a última desencadeia uma série de reflexões, temas dos capítulos
seguintes.
Uma resposta satisfatória a essa pergunta exige a recuperação
dos momentos de origem da Literatura Infantil, entre os séculos XVII e XVIII, e
mesmo dos séculos anteriores, quando essa literatura, primitivamente oral, já
continha o seu caráter moral. A sua preocupação nitidamente pedagógica, de
quem pretende ensinar determinados valores morais, éticos e políticos, persiste
até hoje, e embora até certo ponto a caracterize, exclui de si toda a
preocupação que não seja utilitarista. Nesse sentido, o texto para criança é
historicamente imperativo, o que se lê é a voz de quem pretende impor a sua
visão de mundo ao outro. Como se autor e narrador andassem colados,
quando é exatamente no espaço que vai de um a outro que a literatura
sobrevive, alheia a funções, ideologias ou didatismos.
Se essa caracterização histórica só consegue dar conta de uma
Literatura Infantil utilitarista, segundo a terminologia de Edmir Perrotti, como
caracterizar os textos cuja preocupação seja estética? Abolindo a fronteira que
os separa da Literatura Geral? Evidentemente, recuperamos a fala da poeta,
tudo é uma literatura só.
Caberia ao professor, e à escola, optar entre uma Literatura
Infantil com preocupações pedagógicas e uma Literatura Infantil com
preocupações estéticas, resgatando dessa forma a ´´maioridade´´ conferida
única e exclusivamente à Literatura Geral.
A compreensão de que os textos de Literatura Infantil podem
ser agrupados em três grandes grupos constitui o terceiro princípio básico da
presente reflexão. Conforme vimos anteriormente, segundo Edmir Perrotti, em
seu livro O texto Sedutor na Literatura Infantil, o primeiro grupo seria aquele
constituído por uma preocupação utilitarista, que reduziria o texto a uma
cartilha, a um catecismo, a um manual. Essa concepção persistiria ainda hoje
travestida de um código de valores contemporâneos. As verdades seriam
outras, mais modernas, mas a intenção seria a mesma: doutrinar através de
uma história, de uma fábula. Se antes os temas eram a obediência que os
filhos deviam aos pais, o respeito aos mais velhos, etc; agora eles são o
racismo, a discriminação da mulher, a maquinização do homem, os pais
167
separados, os reizinhos mandões, etc. Ou seja, o utilitarismo se mostraria às
avessas, e esse seria o segundo grupo. O terceiro seria quele cujas
preocupações despertariam, para empregar as expressões mais correntes, o
espírito lúdico da leitura, o prazer do ato de ler, o descompromisso com tudo
que perca de vista o estético.
Desses três tipos de textos para criança, o utilitário, o utilitário
às avessas e o estético, somente o ultimo dispensaria o adjetivo ´´infantil´´ que
necessariamente está atrelado às duas primeiras categorias. Assim, teríamos,
de um lado, literatura, de outro, material pedagógico, didático e paradidático –
essa distinção consistiria no quarto e mais importante princípio norteador desta
proposta.
Ainda que esse material auxilie a aquisição da linguagem, ainda
que ele desempenhe seu papel durante a alfabetização, caberia à Literatura
Infantil co preocupações estéticas ocupar esse lugar. Mas como trabalhar com
uma literatura que não se atém a um número reduzido de sílabas, de suposto
domínio da criança na primeira série; que não se presta a relações tão
primárias com as outras disciplinas; que transita entre as distintas variedades
lingüísticas de uma mesma língua, sem cometer a ingenuidade de afirmar que
uma é melhor do que a outra; que não repete os mesmos esquemas
fabulísticos, ou não aborda temas considerados da moda; que corre o risco de
não ser compreendida nem pela criança nem pelo adulto? A função da
Literatura Infantil não é, definitivamente, andar atrelada ao processo de
alfabetização, embora ela devesse ocupar também esse espaço. É exatamente
no momento em que a criança penetra no mundo da escrita que talvez ela mais
deseje ir além da simples decodificação de sinais gráficos. Nesse momento, ela
deveria poder sentir que se trata de um outro mundo, possível somente através
da linguagem, no qual se estabelecem relações que não se repetirão em parte
alguma. O mundo da literatura, portanto também da Literatura Infantil com
preocupações estéticas, dada a apropriação particularizada que faz da
linguagem, mostrou-se ´´desde sempre, capaz de ao mesmo tempo, conter
interesses históricos e de transcendê-los´´, para usar as próprias palavras de
Perrotti. Portanto, o que caracteriza um texto como estético é sua capacidade
de transcender não só o tempo em que foi escrito, mas a própria historicidade;
168
é sua capacidade de se fazer valer para pessoas de países e séculos distintos;
é sua capacidade de fazer com que verdades relativizadas pela fala de um
personagem atinjam um valor universal, descortinando tanto para o adulto
como para a criança um mundo que se mantém vivo deste o surgimento do
homem, mas principalmente desde o momentos em que ele descobriu ser
possível refazer o mundo através da linguagem, agora sim à sua imagem e
semelhança.
Objetivos Gerais
- Proporcionar oportunidades de leitura de literatura, apoios teóricos,
metodologia e prática da literatura infantil, nas séries iniciais do Ensino
Fundamental.
- Conhecer a história da literatura infantil, no Brasil e no mundo.
- Olhar, a literatura infantil, com intensidade lúdica, lírica e bem humorada.
- Conhecer, analisar e identificar um texto literário com suas especificidades
estruturais, gêneros e estilos.
- Mostrar interesse pela leitura e seleção de Textos da literatura infantil, para
escolhas adequadas quando no exercício profissional.
- Possibilitar aos futuros professores o desenvolvimento de um saber básico
sobre modos de conhecimento do mundo da criança através da literatura
infantil.
- Recuperar, pelo estudo da literatura infantil as formas instituídas de
construção do imaginário infantil.
- Constitui uma política de alunos leitores na qual todos possam contribuir
com sugestões para desenvolver uma prática constante de leitura para
formadores de leitores.
169
Conteúdos por Semestre
1º SEMESTRE
Unidade I
- A história da Literatura Infantil no mundo.
- A Literatura Infantil no Brasil com Monteiro Lobato.
- Literatura Infantil pós – Lobato.
Unidade II
- Literatura Infantil Contemporânea.
- Tendências temáticas e estilísticas da atual literatura contemporânea.
2º Semestre
Unidade III
- O texto literário e as metodologias de abordagem textual.
- Gêneros literários: poesia infantil, a narrativa / Contos de Fadas, o
Teatro, ditos poéticos.
Unidade IV
- Interesses de Leitura e seleção de Textos.
- O professor – leitor e formador de leitores (Projeto: leitura, pelas alunas
de todo acervo de Literatura Infantil disponível).
Encaminhamento Metodológico
A literatura não é cópia do real, nem puro exercício de
linguagem, tampouco mera fantasia que se asilou dos sentidos do mundo e da
história dos homens. Se tomada como uma maneira particular de compor o
conhecimento, é necessário reconhecer que sua relação com o real é indireta.
Ou seja, o plano da realidade pode ser apropriado e transgredido pelo plano do
imaginário como uma instância concretamente formulada pela mediação dos
signos verbais (ou mesmo não verbais conforme algumas manifestações da
poesia contemporânea).
Pensar sobre a literatura a partir dessa autonomia relativa ante
o real implica dizer que se está diante de um inusitado tipo de diálogo reagido
por jogos de aproximação e afastamentos, em que as invenções de linguagem,
170
a expressão das subjetividades, o trânsito das sensações, os mecanismos
ficcionais indiciais, citações do cotidiano do mundo dos homens.
A questão do ensino da literatura ou da leitura literária envolve,
portanto, esse exercício de reconhecimento das singularidades e das
propriedades compositivas que matizam um tipo particular de escrita. Com
isso, é possível afastar uma série de equívocos que costumam estar presentes
na escola em relação aos textos literários, ou seja, trata-los como expedientes
para servir ao ensino das boas maneiras, dos hábitos de higiene, dos deveres
do cidadão, dos tópicos gramaticais, das receitas desgastadas do ´´prazer do
texto´´, etc. Postos de forma descontextualizada, tais procedimentos pouco ou
nada contribuem para a formação de leitores capazes de reconhecer as
sutilezas, as particularidades, os sentidos, a extensão e a profundidade das
construções literárias.
Se o trabalho educativo, desprovido de uma orientação
metodológica, deságua num ensino caótico e ineficiente, por outro lado a
utilização de um método definido não afiança o sucesso do ensino de literatura
na escola brasileira. A aplicação passiva de qualquer método, sem se levar em
conta as condições circunstanciais da sala de aula, ou a excessiva
preocupação com técnicas desvinculadas dos conteúdos que lhes devem servir
de suporte burocratizam o ensino, determinando sua perda de significação ante
o alunado.
O professor deve, por conseguinte, conjugar três princípios
básicos na sua atuação diante dos alunos, a fim de garantir a eficiência dos
métodos. Em primeiro lugar, precisa conhecer a sua classe em termos de
expectativas, interesses, necessidades e aptidões. Em segundo, deve dominar
suficientemente os fundamentos do método que elegeu como mais adequado
aos propósitos de seu grupo de alunos. Finalmente, é necessário que tenha
bem nítida a finalidade educacional que o move. Só assim a tarefa educativa
poderá contribuir para a formação de leitores capazes de transformarem a
sociedade.
Se a literatura, em seu estatuo, não admite outra finalidade que
ela mesma, pode-se questionar essas alternativas metodológicas quanto ao
uso social que fazem da obra literária na vida escolar. Entretanto, essa objeção
171
pode ser afastada se a literatura dor entendida como produção e produto que
sempre ocorrem num determinado contexto social. O papel da escola. Nessa
perspectiva, deixa de ser o de mero transmissor de conhecimentos específicos
sobre o fato literário e se amplia rumo ao aprimoramento da sensibilidade de
época, trazendo à discussão leituras muito diversificadas, em que se
presentificam os valores em sua evolução histórica.
Critérios de Avaliação
A avaliação numa visão transformadora, possui a capacidade
de facilitar a aprendizagem, bem como, realimentar o ensino, oferecendo
subsídios para a tomada de decisões frente a novos desafios. É nesse sentido
que pensamos a prática avaliativa da Literatura Infantil.
Buscamos uma educação de qualidade, e por assim ser,
entendemos que é a pesquisa um dos caminhos que melhor nos conduz para a
reflexão – ação – reflexão da referida disciplina.
A avaliação será diagnóstica, formativa e somativa, priorizará a
qualidade e o processo de aprendizagem, ou seja, o desempenho do aluno ao
longo do ano letivo (Lei 9394/96), considerando a capacidade de observar,
interpretar o conteúdo estudado através de comparações com a realidade,
estabelecendo relações e criando, a partir da teoria, alternativas de soluções
para sua prática cotidiana.
As notas serão semestrais com aprovação e reprovação no final
do ano letivo. Nota mínima 6.0 (seis), conforme resolução 3794/04 de 23/12/04
na escola de 0 a 10.0.
Instrumentos: leitura (compreensão, opinião, análise, síntese
crítica); pesquisa; provas subjetivas e objetivas; atividades (individual e ou em
dupla); observação (avaliação sócio-afetiva); participação (atividades
complementares do currículo e execução do Projeto: Professor – leitor e
formador de leitores). Para os alunos de baixo rendimento serão
proporcionados estudos de recuperação paralela através de atividades
extraclasse: leituras, resumos, produções, interpretações, explicações sobre os
acertos e erros das provas e das atividades, reelaboração das atividades e
reescrita de textos, com reavaliação de conteúdos, se necessário.
172
Referências Bibliográficas
ABRAMOUICH, Fanny. Literatura Infantil. Gostosuras e Bobices. São Paulo: Scipione, 1994. BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e Leitura. São Paulo: Cortez, 1991. BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos Contos de Fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. BORDINI, Maria da Gloria e AGUIAR, Vera. Literatura: A formação do leitor – Alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993. CHALITA, Gabriel. Pedagogia do Amor: a contribuição das histórias universais para a formação de valores das novas gerações. São Paulo: Editora Gente, 2003. KIRINUS, Glória. Imaginário e vertente transdisciplinar. Curitiba - PR: SEED, 2005.
LAJOLO, Marisa e ZILBERMAN, Regina. Literatura Infantil brasileira. São Paulo: Ática, 1987. PARANÁ/SEED. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Fundamentos Políticos e Pedagógicos – Versão Preliminar. Curitiba, 2005. _______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na Modalidade Normal. Curitiba, 2006 PERROTTI, Edmir. O texto sedutor na Literatura Infantil. São Paulo: Ícone, 1986. ZILBERMAN, Regina e outros. Leitura: Perspectivas Interdisciplinares. São Paulo: Ática, 1988. ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. São Paulo: Global, 1982.
173
METODOLOGIA DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E
ALFABETIZAÇÃO
Série Número de aulas semanais
3ª 2
4ª 2
Apresentação da Disciplina
Sabendo que a participação numa sociedade letrada
depende, fundamentalmente, do acesso aos instrumentos que expressam,
identificam ou registram o conhecimento acumulado. Acompanhar o
desenvolvimento e alterações do mundo, requer portanto, como condição
básica, o domínio das formas pelas quais as pessoas se comunicam, codificam
e expressam suas aquisições e conquistas. Neste sentido a leitura e a escrita
atuam como instrumentos básicos e ferramentas necessárias para que o
homem se aproprie desse conhecimento acumulado.
Partindo da direção em que o domínio gráfico é parte de um
processo mais amplo é que o futuro professor precisa entender a leitura e a
escrita como atividades sociais significativas, sustentando-se por conseguinte
em atividades pedagógicas que envolvam o uso da língua em situações reais,
através de textos significativos e contextualizados.
Objetivos Gerais
- Compreender que para ensinar a ler e escrever é preciso pensar sobre o
que a escrita representa e como ela representa graficamente a linguagem.
- Entender como as crianças elaboram hipóteses a respeito da leitura e da
escrita para que o aspecto cognitivo de cada aluno seja desafiado.
174
- Possibilitar aos alunos do Curso de Formação de Docentes o domínio dos
conteúdos necessários para entenderem e executarem o processo de
alfabetização, letramento e o ensino da Língua Portuguesa.
Conteúdos por Série
3ª SÉRIE
- Concepção de língua e linguagem.
- A escrita e sua história.
- Conceito histórico de alfabetização.
- Evolução das concepções do processo de alfabetização.
- Métodos de alfabetização.
- Vocabulário infantil, pensamento e linguagem.
- Aquisição da linguagem oral e escrita.
- Fatores psico-sóciolingüísticos que interferem na aprendizagem da leitura e
da escrita.
- Proposta Pedagógica para a alfabetização.
- Análise do Currículo Básico e RCNEI.
- Principais destaques dos programas de alfabetização.
- Programas de alfabetização para jovens e adultos.
4ª SÉRIE
- Tipologia textual: os diferentes tipos de texto.
- Encaminhamento metodológico: a leitura, produção de textos, reescrita de
textos e análise lingüística.
- Processo de avaliação.
- Análise crítica de materiais didáticos utilizados no ensino da Língua
Portuguesa.
- Análise dos PCNs (segundo ciclo).
175
- Diretrizes curriculares do Ensino Fundamental.
Encaminhamento Metodológico
A Metodologia utilizada para o ensino da Metodologia do Ensino
da Língua Portuguesa e Alfabetização levará em consideração os três grandes
eixos: compreensão da função social da leitura e da escrita; aquisição da
leitura e da escrita; domínio do sistema gráfico. Para que o educando construa
e compreenda esse conhecimento é preciso proporcionar a ele oportunidades
de expressar seus pensamentos. E para isso serão utilizadas várias estratégias
como debates, grupos de estudo, aula expositiva, pesquisa. Para garantir a
efetivação desse processo faz-se necessário a contextualização dos diferentes
tipos de saberes.
Critérios de Avaliação
Partimos do pressuposto de que verificar não é avaliar, pois o
ato de verificar consiste simplesmente em coletar informações, enquanto a
ação avaliativa é mais subjetiva, haja vista que compreende coleta, análise e
síntese dos dados, acrescida de atribuição de valor. Importante registrar que,
por ser um processo contínuo, deverá conduzir a retomada de caminhos, se
necessário. Desta forma, o professor utilizar-se-á do resultado da avaliação
não apenas para aferir notas, mas para reformular seu planejamento, adotando
estratégias e procedimentos diversificados, visando superar as lacunas
diagnosticadas.
Evidenciamos que a expressão escrita (provas) é o instrumento
mais utilizado no processo avaliativo. Todavia, há que se considerar que
apenas um instrumento não é capaz de identificar o conhecimento adquirido
pelo aluno, por isso o professor deverá propiciar diversificadas oportunidades
para que o aluno expresse seu conhecimento.
A avaliação será, portanto, diagnóstica, formativa e somativa,
acontecendo em todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem, por
meio de apresentação de trabalhos e mini-aulas, produção de materiais,
176
exposições e seminários (nos quais será observado os aspectos sócio-
afetivos), provas objetivas com questões dissertativas ou em forma de teste,
aula do erro, além da auto-avaliação. A recuperação de estudos também
permeará o processo, no sentido do resgate de conteúdos que não foram
devidamente apropriados. A reavaliação é outra oportunidade que é ofertada
no término do período letivo.
No processo avaliativo os aspectos qualitativos prevalecerão
sobre os quantitativos. Contudo, devido a exigência de nosso sistema
educacional, haverá aferição de notas ao final de cada semestre
Referências Bibliográficas
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Scipione, 1995.
FERREIRO, Emília. Reflexões sobre a Alfabetização. São Paulo: Cortez, 1992.
KAUFMAN, Ana Mariae Rodrigues, Maria Helena. Escola, Leitura e Produção de Textos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
MACEDO, Donaldo E. Alfabetização: Leitura do Mundo e Leitura da Palavra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
PARANÁ/SEED. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Fundamentos
Políticos e Pedagógicos – Versão Preliminar. Curitiba, 2005.
_______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da
Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na
Modalidade Normal. Curitiba, 2006
ROJO, R. Alfabetização e Letramento. Campinas: Mercado de Letras, 1998.
SOARES, Magda. Linguagem e Escola uma Perspectiva Social. São Paulo: Ática, 1989.
177
METODOLOGIA DO ENSINO DE MATEMÁTICA
Série Número de aulas semanais
3ª 2
Apresentação da Disciplina
A disciplina de Metodologia do Ensino de Matemática deverá
contribuir para o aprimoramento do pensamento reflexivo, ou ainda, devemos
concebê-lo como elemento constitutivo de nossa consciência, para que
possamos de maneira cada vez mais elaborada, pensar e interferir na realidade
humana. O interesse, nessa disciplina, não se restringirá apenas em fornecer
os conteúdos matemáticos e método que devem estar contidos nos currículos
das escolas públicas, mas principalmente discutir a articulação no ensino e
aprendizagem em Matemática, entre os pólos: lógica formal e lógica dialética;
parte e todo; teoria e prática; sujeito e objeto; abstrato e concreto; unidade e
totalidade; conhecimento científico-tecnológico e conhecimento sócio-histórico;
individual e coletivo; como categorias que nos remetem ao plano do método do
conhecimento.
A Metodologia do Ensino de Matemática deverá: explicitar a
concepção de ciência e tecnologia determinadas pelas relações sociais e
produtivas; recuperar o conteúdo matemático, a linguagem matemática, o
raciocínio lógico-matemático e as formas metodológicas adequadas a cada
conteúdo; avançar no método de ensino e aprendizagem de matemática, que
tem como último elemento o processo de abstração – conceitos – que se
caracterizam por um processo descritivo; reconhecer a importância pedagógica
da transposição didática, ou seja, da elaboração do pensamento reflexivo –
concreto pensado -, e, indentificar que o processo de conhecer vai além da
relação do homem com o conhecimento, ele é o produto das múltiplas relações
sociais e históricas do trabalho dos seres humanos
178
Objetivos Gerais
- Entender a matemática como necessidade primordial do indivíduo que
envolve relações sociais e histórico-culturais.
- Identificar o tipo de relação que o indivíduo vai traçar entre o conhecimento
que já possui e aquele que está para aprender.
- Reconhecer a matemática como forma de produção do conhecimento
proporcionando múltiplas possibilidades de se expressar no dia-a-dia.
- Possibilitar condições para aquisição e sistematização de novos
conhecimentos.
- Compreender a concepção de ciência e tecnologia determinadas pelas
relações sociais e produtivas.
- Recuperar o conteúdo matemático, a linguagem matemática, o raciocínio
lógico-matemático e as formas metodológicas adequadas em cada
conteúdo.
- Articular no ensino e aprendizagem de matemática, entre os pólos: lógica
formal e lógica dialética, parte e todo; teoria e prática; sujeito e objeto;
abstrato e concreto; unidade e totalidade ; conhecimento científico –
tecnológico e conhecimento sócio histórico; individual e coletivo; como
categorias que nos remetem ao plano do método do conhecimento.
Conteúdos por Semestre
1º SEMESTRE
Concepções de ciência e de conhecimento matemático das escolas
tradicional, nova, tecnicista, construtivismo e pedagogia histórica-crítica.
Pressupostos teóricos e metodológicos do ensino e aprendizagem de
Matemática e/ou tendências em Educação Matemática:
- Conceitos matemáticos.
- Linguagem matemática e suas representações.
- Cálculos e/ou algoritmos.
- Resolução de problemas.
179
- Etnomatemática.
- Modelagem matemática.
- Alfabetização tecnológica.
- História da matemática.
- Jogos e desafios.
2º SEMESTRE
Especificidades inter-relações entre eixos de matemática, números e
medidas geométricas.
Conteúdos específicos por séries.
Encaminhamento Metodológico
De acordo com os novos encaminhamentos, a disciplina de
Metodologia do Ensino da Matemática se utilizará dos conceitos matemáticos e
sociais, da linguagem matemática e de suas representações, dos cálculos e/ou
algoritmos, da resolução de problemas, da modelagem matemática, da história
da matemática e dos jogos e desafios, voltando assim, a ser elemento
constitutivo do desenvolvimento do pensamento humano.
Sendo assim, os instrumentos para o desenvolvimento dessa
disciplina serão: aulas expositivas e práticas com análise de materiais
didáticos, confecção de materiais didáticos, elaboração de painéis e murais,
visitas, dinâmica de leitura de textos, debates, seminários, mini-aulas além de
trabalhos de pesquisa. Também deverão ser trabalhados projetos
interdisciplinares com a utilização de temas transversais, valorizando a
pluralidade cultural.
Critérios de Avaliação
Partimos do pressuposto de que verificar não é avaliar, pois o
ato de verificar consiste simplesmente em coletar informações, enquanto a
ação avaliativa é mais subjetiva, haja vista que compreende coleta, análise e
síntese dos dados, acrescida de atribuição de valor. Importante registrar que,
por ser um processo contínuo, deverá conduzir a retomada de caminhos, se
180
necessário. Desta forma, o professor utilizar-se-á do resultado da avaliação
não apenas para aferir notas, mas para reformular seu planejamento, adotando
estratégias e procedimentos diversificados, visando superar as lacunas
diagnosticadas.
Evidenciamos que a expressão escrita (provas) é o instrumento
mais utilizado no processo avaliativo. Todavia, há que se considerar que
apenas um instrumento não é capaz de identificar o conhecimento adquirido
pelo aluno, por isso o professor deverá propiciar diversificadas oportunidades
para que o aluno expresse seu conhecimento.
A avaliação será, portanto, diagnóstica, formativa e somativa,
acontecendo em todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem, por
meio de apresentação de trabalhos e mini-aulas, produção de materiais,
exposições e seminários (nos quais será observado os aspectos sócio-
afetivos), provas objetivas com questões dissertativas ou em forma de teste,
aula do erro, além da auto-avaliação. A recuperação de estudos também
permeará o processo, no sentido do resgate de conteúdos que não foram
devidamente apropriados. A reavaliação é outra oportunidade que é ofertada
no término do período letivo.
No processo avaliativo os aspectos qualitativos prevalecerão
sobre os quantitativos. Contudo, devido a exigência de nosso sistema
educacional, haverá aferição de notas ao final de cada semestre.
Referências Bibliográficas
MERCEDES, Carvalho. Problemas? Mas que problemas? Petrópolis: Vozes, 2005.
PARANÁ/SEED. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Fundamentos
Políticos e Pedagógicos – Versão Preliminar. Curitiba, 2005.
_______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da
Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na
Modalidade Normal. Curitiba, 2006
PETRONZELLI, Vera Lúcia. Proposta Curricular do Curso de Formação de
Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível
médio, na Modalidade Normal. Curitiba –PR: DEP/SEED.
TOLEDO, Marília; TOLEDO, Mauro. Didática da Matemática – A Construção da
Matemática. São Paulo: FTD, 1999.
181
METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA
Série Número de aulas semanais
4ª 2
Apresentação da Disciplina
A disciplina Metodologia do Ensino de História do curso de
formação de docentes visa preparar os alunos para atuarem no ensino de
História na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental.
Para tanto, se faz necessário explicitarmos a trajetória do ensino de História
no sistema educacional brasileiro, bem como os pressupostos teóricos que
norteiam a presente proposta.
No Brasil, o conteúdo de história foi inserido no currículo do
colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, em 1838. Relegado aos anos finais dos
ginásios, com número ínfimo de aulas, sem uma estrutura própria, consistia
em um repositório de biografias de homens ilustres, de datas e batalhas.
A História Tradicional, influenciada pelo pensamento
positivista da historiografia européia, enfatizava a história da nação e tinha
como objetivo criar uma identidade nacional homogênea em torno de um
Estado politicamente organizado. O positivismo trouxe conseqüências a
disciplina, que pretendia basear-se em suas leis. Os historiadores
positivistas acumularam fatos políticos que podiam ser verificados e
comprovados por meio de documentos oficiais produzidos pelo Estado.
Desta forma, produziu-se uma história voltada aos estudos dos
acontecimentos políticos, da genealogia das nações, evidenciando as “datas
importantes”, “os grandes personagens”, os “heróis” da nação.
Apesar da hegemonia acadêmica existente no século XIX,
havia vozes discordantes. Entre essas vozes, destacamos Marx e Engels
que desenvolveram um paradigma histórico onde as causas das mudanças
históricas ocorrem no interior das estruturas socioeconômicas.
Surge então, uma outra possibilidade para o ensino de História,
fundamentado na concepção materialista da história, cerne do pensamento
182
marxista. Este ensino pauta-se no trabalho como conceito fundamental e
princípio organizador do currículo, e toma as relações sociais e de produção
como objeto de ensino.
Na concepção da escola unitária defendida por Gramsci, com
base em Marx, o trabalho constitui a principal categoria e torna-se elemento
fundamental da formação profissionalizante, que não deve buscar atender
estritamente as necessidades do mercado de trabalho, mas, ao contrário, deve
ser formativa, de uma cultura geral humanista. Trata-se de garantir, ao
educando, uma visão geral, capaz de dar conta da complexidade das relações
sociais de produção da sociedade contemporânea.
Nesse sentido, a proposta curricular de História deve ter como
função principal a superação do saber meramente acumulativo, enciclopédico e
fragmentado.
O trabalho como princípio pedagógico do ensino de História,
parte do pressuposto teórico marxista, de que o trabalho humano, ao longo da
história, impulsionou o desenvolvimento e transformações da existência
humana. Para Marx, o trabalho não é apenas a força produtiva, mas é a
essência da atividade humana. O homem ao produzir as condições de sua
existência, produz a si mesmo, faz a história e é determinado pelas relações
sociais e de produção.
Vale ressaltar que o trabalho é tomado como categoria
essencial que explica não só o mundo e a sociedade do passado e do
presente, mas permite ao homem uma prática transformadora e o desafio de
construir uma sociedade fundada em novos princípios e valores.
Tendo estabelecido o trabalho como princípio pedagógico para
a compreensão da sociedade, torna-se fundamental, ao lado disso, entender a
noção de que a história se movimenta devido às contradições, aos
antagonismos e conflitos que estão na base da sociedade porque são fruto da
ação dos próprios homens.
Nas últimas décadas a contribuição mais significativa da
produção historiográfica marxista vem de historiadores ingleses que lançaram-
se ao estudo de uma “história vinda de baixo”, preocupada com a história
operária e a cultura popular. Revelaram e fizeram falar a história de homens e
183
mulheres trabalhadores, sujeitos que por muito tempo estiveram excluídos da
produção historiográfica.
Uma nova perspectiva para o ensino de História não pode ficar
limitada a uma concepção que destaque apenas as classes dominantes, mas
sim, objetivar uma noção mais ampla, onde as classes populares sejam
também inseridas em suas análises. Há necessidade da escola reencontrar as
memórias perdidas da história, resgatar o cotidiano, a memória de homens
comuns que foram deixados à margem da história.
O professor, ao tomar as experiências vividas pelas pessoas
comuns como objeto de ensino da história, romperá com conteúdos
tradicionalmente selecionados que pouco sentido fazem ao educando, bem
como precisará de metodologias de ensino adequadas para o trabalho em sala
de aula.
Objetivos Gerais
- Explicitar os fundamentos teóricos que norteiam o ensino de História, numa
concepção materialista.
- Apresentar o pensamento educacional sobre o ensino de História nas
diversas tendências pedagógicas da educação brasileira.
- Conscientizar os alunos da importância do desenvolvimento da
temporalidade na criança como condição indispensável para compreender o
processo histórico.
- Analisar o Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná
observando os Pressupostos Teóricos, Encaminhamento Metodológico,
Conteúdos e Avaliação do ensino de História nas séries iniciais do Ensino
Fundamental.
- Desenvolver o senso crítico nos alunos, capacitando-os a proceder a
análise crítica de materiais e livros didáticos da disciplina de História, bem
como a seleção de atividades.
- Desenvolver metodologias que estejam em consonância com a presente
proposta, articulando os conteúdos trabalhados com o Estágio
Supervisionado, onde os alunos poderão aplicar os conceitos apreendidos.
184
Conteúdos por Semestre
1º SEMESTRE
1. História e memória social: as finalidades do ensino de História na sociedade
brasileira contemporânea:
- Concepção de História;
- histórico do ensino no Brasil;
- os Estudos Sociais: fundamentos, implantação e experiências no Brasil;
- o ensino de História no quadro das tendências históricas da educação
brasileira;
- novas tendências.
2. A transposição didática da história e a construção da compreensão e
explicação histórica
Teorias críticas da aprendizagem: construtivismo e sociointeracionismo
- Ensinar História: o que, como, quando.
- O papel do professor no ensino de História.
3. Relação entre a construção da noção de tempo e espaço e leitura do
mundo pela criança:
- Temporalidade: tempo vivido, percebido e concebido;
- desenvolvimento da noção de tempo e espaço na criança;
- duração, permanência, continuidade e mudança;
- relação passado/presente no pensamento histórico.
2º SEMESTRE
1. Trabalho com as fontes históricas:
- Textos de épocas;
- Mapas históricos;
- Constituição do Brasil;
- Meios de comunicação;
185
- Poemas e letras de música;
- Pesquisa, entrevista e outras fontes;
2. Objetivos e conteúdos programáticos de História nos anos iniciais do Ensino
Fundamental:
- Objetivos do ensino de História no Ensino Fundamental;
- Propostas curriculares para o ensino de História
- Conteúdos básicos para o ensino de História nas séries iniciais do Ensino
Fundamental no Estado do Paraná;
- Eixos temáticos: Trabalho, Sociedade, Cotidiano e Imaginário
- Planejamento, seleção e avaliação em história;
- Planejamento nas séries iniciais do Ensino Fundamental;
3. Análise crítica do material didático:
- Ideologia do livro didático;
- Superando o livro didático;
- Análise de livros e materiais didáticos de História para as séries iniciais do
Ensino Fundamental;
- Bibliografias comentadas de livros didáticos de História.
Encaminhamento Metodológico
Tendo como base uma nova perspectiva para o ensino, que
estabelece o trabalho como princípio pedagógico, o professor deve procurar
passar da reprodução, da exposição sistemática do conhecimento à
compreensão histórica e lógica das experiências da humanidade. Isto significa
realizar mudança de mentalidade, correção de hipóteses científicas,
modificação de esquemas intelectuais e estimular a tensão contínua entre a
aprendizagem e espírito crítico.
Se o objetivo do ensino é fazer o aluno compreender, apreender
as formas de produção do conhecimento através dos conteúdos críticos da
história, a adequação metodológica far-se-á tomando a realidade do aluno
como ponto de partida e através desse saber, a ela retornar no sentido de
186
conquistar a elevação do grau de compreensão da realidade por parte do
aluno.
Apenas a seleção de conteúdos críticos não irão garantir a
mudança pretendida no ensino se o professor mantiver uma postura autoritária
ou paternalista. É necessário que o professor explicite as regras que governam
a produção do conhecimento histórico e crie espaços para que esse
conhecimento possa ser trabalhado, e talvez, reelaborado em sala de aula,
valorizando-se assim a atividade do pensamento crítico por parte dos alunos e
rejeitando-se o enciclopedismo e a passividade.
Critérios de Avaliação
Partimos do pressuposto de que verificar não é avaliar, pois o
ato de verificar consiste simplesmente em coletar informações, enquanto a
ação avaliativa é mais subjetiva, haja vista que compreende coleta, análise e
síntese dos dados, acrescida de atribuição de valor. Importante registrar que,
por ser um processo contínuo, deverá conduzir a retomada de caminhos, se
necessário. Desta forma, o professor utilizar-se-á do resultado da avaliação
não apenas para aferir notas, mas para reformular seu planejamento, adotando
estratégias e procedimentos diversificados, visando superar as lacunas
diagnosticadas.
Evidenciamos que a expressão escrita (provas) é o instrumento
mais utilizado no processo avaliativo. Todavia, há que se considerar que
apenas um instrumento não é capaz de identificar o conhecimento adquirido
pelo aluno, por isso o professor deverá propiciar diversificadas oportunidades
para que o aluno expresse seu conhecimento.
A avaliação será, portanto, diagnóstica, formativa e somativa,
acontecendo em todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem, por
meio de apresentação de trabalhos e mini-aulas, produção de materiais,
exposições e seminários (nos quais será observado os aspectos sócio-
afetivos), provas objetivas com questões dissertativas ou em forma de teste,
aula do erro, além da auto-avaliação. A recuperação de estudos também
permeará o processo, no sentido do resgate de conteúdos que não foram
187
devidamente apropriados. A reavaliação é outra oportunidade que é ofertada
no término do período letivo.
No processo avaliativo os aspectos qualitativos prevalecerão
sobre os quantitativos. Contudo, devido a exigência de nosso sistema
educacional, haverá aferição de notas ao final de cada semestre
Referências Bibliográficas
LIMA, Elvira Souza. Avaliação, educação e formação humana. Capítulo 2 – Sala de Aula. LUCKESI, Cipriano C. Verificação ou avaliação: o que pratica a escola? Idéias. V.8. São Paulo: FDE, 1991. NEMI, Ana Lúcia Lana & MARTINS, João Carlos. Didática da História: O tempo vivido. Uma outra história? São Paulo: FTD, 1996. PARANÁ/SEED. Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná. Curitiba, 1990. PARANÁ/SEED. Proposta Curricular da Disciplina Metodologia do Ensino de História. Curitiba, 1989. PARANÁ/SEED. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Fundamentos
Políticos e Pedagógicos – Versão Preliminar. Curitiba, 2005.
_______. Proposta Curricular da Disciplina Metodologia do Ensino de História. Faxinal do Céu, 2005. _______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na Modalidade Normal. Curitiba, 2006 PENTEADO, Heloísa Dupas. Metodologia do Ensino de História e Geografia. São Paulo: Cortez, 1991.
188
METODOLOGIA DO ENSINO DE GEOGRAFIA
Série Número de aulas semanais
4ª 2
Apresentação da Disciplina
Analisando as relações existentes na sociedade, procurando
entender o homem na produção do seu espaço encaixado no seu quadro
natural levando desenvolver a sua capacidade de observar, interpretar, analisar
e pensar criticamente a realidade tendo em vista à sua transformação é que
damos ênfase no Ensino de Metodologia de Geografia.
Portanto a produção de seu espaço é realizado através do
processo de trabalho, um ato social da geografia que explica esse processo em
transformação contínua onde as sociedades constróem espaços desiguais de
acordo com seus interesses em diferentes momentos históricos. Cabe então
aos professores de metodologia de geografia desempenhar esse papel de
formação desenvolvendo e destacando o seu significado, levando em o
educando com a saber pensar o espaço e nele melhor atuar.
Objetivos Gerais
- Compreender a relação existente entre o espaço geográfico e sua
transformação através da produção e resultado do trabalho do homem
encaixado em seu quadro natural.
- Caracterizar a área da geografia como uma ciência de ideal político
estratégico.
- Empenhar na busca de encaminhamentos que assegurem a apropriação
dos saberes geográficos no âmbito escolar.
- Valorizar a disciplina de metodologia de geografia constituindo-a como
importantíssimo instrumento para que as finalidades e os objetivos da
geografia escolar possam se efetivar.
189
- Criar situações devidamente problematizadoras e contextualizadas,
podendo prestar-se para que as crianças se apropriem do real significado e
vivenciem aquilo que conhecemos por lugar, paisagem e território.
- Planejar o ensino de geografia de modo que a mesma possa constituir mais
do que uma leitura de mundo: uma ferramenta útil e proveitosa
Conteúdos por Semestre
1º SEMESTRE
- Mas que coisa é homem, que há sob o nome uma geografia? Carlos
Drumond Andrade.
1. A geografia tem história
1.1 O Homem “encaixado”no quadro natural
1.2 A matemática a serviço da geografia
1.3 Em busca de um espaço mais humanizado
1.4 A geografia no Brasil.
- Espaço é morada do homem mas pode ser também sua prisão. Milton
Santos.
2. A escrita da terra
2.1 Espaço geográfico
2.2 Tempo: na origem dos espaços
2.3 Produção de necessidades
2.4 Transformando a natureza e o próprio homem.
- Dizer que o homem vive da natureza é dizer que a natureza é seu corpo,
com o qual ele deve estar em trocas constantes a fim de não morrer. Karl
Marx
3. Ciclo Básico: A geográfica da vida cotidiana.
3.1 Conhecimento que a criança traz
3.2 Explorando o espaço da escola
3.3 Alfabetizar par o mapa
3.4 Procurando o rumo
3.5 Itinerário casa/ escola
3.6 Movimentos do sol
190
2º SEMESTRE
- A força da grama que ergue e destrói coisas belas. (Caetano Veloso)
4. O trabalho organiza o espaço
4.1 Relação cidade/ campo
4.2 O local de produção
4.3 Recursos da natureza
4.4 Produzir é reproduzir espaço
4.5 A sociedade modifica a natureza
4.6 Construindo com o aluno
- Vasto mundo: eis aqui uma qualificação que começa cedo no assombro do
homem diante do que o envolve e o prolonga. Vasto e variado teatro para
uma inabalável caçada. (Júlio Cortazar)
5. Recortes do Espaço
5.1 Mapas e Plantas
5.2 Pesquisa e estudo do meio
5.3 Filmes
5.4 Documentos históricos
5.5 Painéis de textos e figuras
5.6 Jogos para sala de aula
5.7 Livro didático: um gira ou uma camisa de força
Encaminhamento Metodológico
A metodologia a ser utilizada levará em consideração os
objetivos da geografia que são: a compreensão e transformação do homem no
meio em que está inserido e nas suas relações com a sociedade.
Para que o educando construa e compreenda esse
conhecimento é preciso possibilitar imprescindivelmente a eles uma
metodologia dinâmica em sala de aula, estimulando a participação, mobilizando
interesses e proporcionando a busca do conhecimento como construção
histórica de seu ser.
191
Várias estratégias serão usadas tais como: debate, visitas,
palestra, grupo de estudo, seminário, painel aberto e integrado , pesquisa e
aula expositiva.
Critérios de Avaliação
Partimos do pressuposto de que verificar não é avaliar, pois o
ato de verificar consiste simplesmente em coletar informações, enquanto a
ação avaliativa é mais subjetiva, haja vista que compreende coleta, análise e
síntese dos dados, acrescida de atribuição de valor. Importante registrar que,
por ser um processo contínuo, deverá conduzir a retomada de caminhos, se
necessário. Desta forma, o professor utilizar-se-á do resultado da avaliação
não apenas para aferir notas, mas para reformular seu planejamento, adotando
estratégias e procedimentos diversificados, visando superar as lacunas
diagnosticadas.
Evidenciamos que a expressão escrita (provas) é o instrumento
mais utilizado no processo avaliativo. Todavia, há que se considerar que
apenas um instrumento não é capaz de identificar o conhecimento adquirido
pelo aluno, por isso o professor deverá propiciar diversificadas oportunidades
para que o aluno expresse seu conhecimento.
A avaliação será, portanto, diagnóstica, formativa e somativa,
acontecendo em todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem, por
meio de apresentação de trabalhos e mini-aulas, produção de materiais,
exposições e seminários (nos quais será observado os aspectos sócio-
afetivos), provas objetivas com questões dissertativas ou em forma de teste,
aula do erro, além da auto-avaliação. A recuperação de estudos também
permeará o processo, no sentido do resgate de conteúdos que não foram
devidamente apropriados. A reavaliação é outra oportunidade que é ofertada
no término do período letivo.
No processo avaliativo os aspectos qualitativos prevalecerão
sobre os quantitativos. Contudo, devido a exigência de nosso sistema
educacional, haverá aferição de notas ao final de cada semestre
192
Referências Bibliográficas
ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia - Ciência da Sociedade. São Paulo: Atlas,
1987.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Práticas de ensino de Geografia. São Paulo:
Alternativa, 2002.
KOZEL, Salete; FILIZOLA, Roberto. Didática da Geografia – Espaço Vivido. São
Paulo: FTD, 1996.
PARANÁ/SEED. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Fundamentos
Políticos e Pedagógicos – Versão Preliminar. Curitiba, 2005.
_______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da
Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na
Modalidade Normal. Curitiba, 2006
193
METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Série Número de aulas semanais
4ª 2
Apresentação da Disciplina
A disciplina Metodologia do Ensino de Ciências no Curso de
Formação de Docentes tem como fim preparar os futuros profissionais da
educação para desenvolverem o ensino de Ciências na Educação Infantil e
séries iniciais do Ensino Fundamental. Portanto, faz-se imprescindível a
compreensão da proposta do ensino de Ciências, que tem por objetivo
possibilitar a compreensão do mundo natural nas relações sociais de
produção, com vistas a garantir ao aluno a análise concreta da realidade por
meio da apropriação do conhecimento científico. É preciso considerar o
processo histórico no qual se dá a produção do conhecimento científico, pois
assim entenderemos o como e o porquê de sua produção. A análise crítica
do momento histórico e de seus condicionantes sociais, políticos,
econômicos e religiosos contribuirá para a explicitação dos fatores que
interferiram e interferem nos rumos do desenvolvimento científico.
O homem, de alguma forma, desde o princípio de sua
existência, preocupou-se em decifrar e conhecer o mundo que o cerca. Na
verdade, mais do que uma curiosidade, a necessidade o obrigava a um
maior relacionamento com o mundo natural por uma questão de
sobrevivência. No entanto, ele mantinha uma relação mística com os
fenômenos naturais, pois desconhecia os fatores que provocavam as
transformações e interações de matéria e energia.
Para melhor entender a ciência de forma contextualizada é
imprescindível uma análise direcionada para uma diferenciada visão de
mundo, cujo sistema de valores – que fundamenta a base da cultura
ocidental – foi formulado nos séculos XVI e XVII, quando ocorreu a chamada
idade da revolução científica, devido a grande influência da ciência.
194
A natureza da ciência medieval era diferente da ciência
contemporânea. Aquela, de uma forma geral, baseava-se na fé, e sua principal
finalidade era compreender o significado das coisas sem exercer controle sobre
as mesmas. Isto caracterizava uma ação ideológica, controladora do saber, na
qual apenas a igreja e reduzido círculo dos senhores do poder poderiam ter
acesso ao conhecimento. Esta postura não se restringiu apenas à Idade Média,
mas pode ser percebida em vários momentos históricos. Portanto, o domínio
do conhecimento científico representou historicamente um dos instrumentos de
dominação do povo, que tende a ver os cientistas ou ”sacerdotes” como
magos, cabendo a eles a determinação do que é correto e justo. Nessa época,
a base de subsistência era o cultivo da terra e a criação de animais, portanto,
agropastoril. As pessoas vivenciavam a natureza numa forma mais orgânica,
pois havia uma grande independência dos fenômenos espirituais e materiais.
Havia também uma subordinação das necessidades individuais à da
comunidade.
Ao analisar a visão do mundo medieval, verifica-se que ela
assentou-se, basicamente, em duas autoridades: Aristóteles e a Igreja. Tomás
de Aquino, um dos maiores expoentes da Igreja, naquele período, combinou
abrangente sistema da natureza, de Aristóteles com a teologia e a ética cristã,
valores estes que vigoraram durante toda a Idade Média, e que representou
para a Igreja o meio de consolidar, ainda mais, as suas estruturas de poder. Os
valores sociais, morais e científicos do período medieval, mudaram
radicalmente nos séculos XVI e XVII, devido à grande necessidade de
ampliação do conhecimento, tanto por amor ao saber quanto por necessidades
sociais e técnicas que emergiam no momento. E esta noção de um mundo vivo
e espiritual foi substituída pela noção do mundo como se fosse uma máquina.
A mudança de imagem da natureza, de organismo para máquina, fez com que
as pessoas mudassem de atitude com relação ao meio ambiente.
Tais restrições culturais, base da mentalidade medieval,
desapareceram com o processo de mecanização da ciência. Ao analisarmos as
condições históricas que determinaram o surgimento do capitalismo, veremos
como a ideologia capitalista influenciou e também sofreu as influências do
processo de desenvolvimento científico, dando-se ênfase aos processos de
195
experimentações, visando a exploração da natureza. Assim, a ciência passou a
ter a função de dominar e controlar a natureza.
Ao se analisar alguns dos cientistas europeus, do século XV e
XVI, que influenciaram o processo de revolução científica – o que determinou a
estrutura política, econômica e social da realidade ocidental – veremos que
Galileu foi um dos primeiros as combinar a experimentação científica e o uso
da linguagem matemática para sistematizar as leis que regem a natureza,
sendo considerado o pai da ciência moderna. A ciência, dizia ele, “Está escrita
nesse grande livro que permanece sempre aberto diante de nossos olhos, mas
não poderemos entendê-la senão aprendermos primeiro a linguagem e os
caracteres em que ela foi escrita. Essa linguagem é a matemática, e os
caracteres são triângulos, círculos e outras figuras geométricas”. Esta
caracterização matemática da natureza tornou-se um dos fortes critérios que
influenciaram as teorias científicas até a atualidade.
O mundo ocidental se caracteriza por contradições. No século
XX visualizamos o avanço tecnológico das chamadas grandes potências, as
inovações estendem-se em todas as áreas: agricultura, metalurgia, saúde,
informática, astronáutica, enfim, todos os setores que de alguma forma
implicam na soberania do país. Todavia, paralelamente ao desenvolvimento
vertiginoso de uma minoria, há um contingente grande das populações
mundiais que passam fome e sofrem devido às precárias condições de saúde,
vivendo em estado perpétuo de pobreza.
Na América Latina e, especificamente no Brasil, sofremos as
conseqüências da política desenvolvimentista, que tem grande parcela da
população como mão de obra. Somos considerados a oitava potência em
desenvolvimento e o quarto em produção alimentar. No entanto, a população
vive em estado de miséria e subnutrição. O desenvolvimento tecnológico
cresce diariamente, mas pouco tem contribuído para o bem estar do seu povo.
Para podermos entender o processo científico, qual a sua finalidade, é preciso
entender o seu desenvolvimento historicamente, que deveria consistir em
construir artefatos e organizar o trabalho para satisfazer as necessidades
humanas.
196
Objetivos Gerais
O ensino de Ciências tem como objetivos:
- Contribuir para o desenvolvimento do aluno no processo de reelaboração
do conteúdo científico produzido pelo homem de acordo com suas
necessidades, numa perspectiva crítica.
- Compreender o mundo em que vivemos na sua complexidade de relações
entre a teoria e o experimento.
- Contribuir significativamente para o desenvolvimento intelectual do
indivíduo em todos os aspectos.
- Levar o aluno a observar, comparar, classificar fatos e fenômenos,
chegando a generalização.
Desta forma, a Metodologia do Ensino de Ciências deverá
contribuir para a formação docente, capacitando o futuro profissional da
educação no desenvolvimento do ensino de Ciências, tendo como objetivos:
Apresentar os fundamentos teóricos que norteiam o ensino de Ciências.
Discutir a concepção do ensino de Ciências na Pedagogia Histórico-
Crítica.
Analisar, criticamente, os referenciais utilizados pelas escolas públicas
paranaenses: RCNEI, PCN, Currículo Básico para a Escola Pública do
Paraná, Diretrizes Curriculares Estaduais.
Conteúdos por Semestre
1º SEMESTRE
- O ensino de Ciências e a construção de uma cultura científica que
possibilite ao cidadão comparar as diferentes explicitações sobre o mundo.
- O histórico do ensino de Ciências.
- O pensamento racional e o pensamento intuitivo na aprendizagem de
Ciências.
- A relação ciência-sociedade-tecnologia.
- A energia para a vida e a inserção do homem no contexto do universo.
197
- Noções de espaço/tempo e casualidade no que diz respeito à matéria,
energia e suas transformações.
2º SEMESTRE
O acompanhamento do processo de aprendizagem e os conteúdos
específicos por série – 1ª a 5ª séries do ensino fundamental:
- Currículo Básico para a escola pública do Paraná (eixos: Noções de
Astronomia, Transformação e Interação de Matéria e Energia, Saúde-
Melhoria da Qualidade de Vida).
- Diretrizes Curriculares Estaduais – Ciências.
- Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Infantil e Parâmetros
Curriculares Nacionais – Ensino Fundamental (análise crítica).
- Livros Didáticos (análise crítica).
Encaminhamento Metodológico
O desenvolvimento da disciplina dá-se de forma a considerar
que o ensino de Ciências, numa perspectiva histórica, deve convergir para o
domínio do saber científico historicamente acumulado, por meio de uma
abordagem crítica e problematizadora de questões oriundas da prática social
vivenciada pelos educandos.
Há, portanto, a necessidade de estabelecer uma prática
pedagógica consistente, permeada por métodos de ensino eficazes. Nesse
sentido, os argumentos defendidos por Saviani (1986) nos ajudam a organizar
os princípios dessa ação
[...] serão métodos que estimularão a atividade e iniciativa dos alunos sem abrir mão, porém, da iniciativa do professor, mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura (conhecimento) acumulado historicamente; levarão em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para efeitos do processo de transmissão/assimilação dos conteúdos cognitivos (p.72-73).
Nessa perspectiva é importante pontuar que a ciência se
caracteriza por ser uma atividade metódica regulada por ações passíveis de
serem reproduzidas. Assim, é importante estabelecer condições adequadas
198
para que os alunos possam expandir suas idéias, pesquisar, trabalhar com
situações-problema, enfim, criar condições que objetivam a contextualização
do conhecimento produzido frente às necessidades. Desta forma, diante da
concretude dos fatos, o professor deve contextualizar o experimento, ou seja, a
aula prática no ensino de Ciências deve relacionar a teoria com a prática.
Desenvolvendo procedimentos e estratégias diferenciadas a
ação pedagógica deve ter como ponto de partida a prática social vivenciada
pelo aluno e professor (experiência concreta). Em seguida, o professor deve se
preocupar com a problematização e as situações-problema oriundas dessa
prática, já que estes são os elementos necessários para fundamentar uma
análise consistente. Já a instrumentalização (pesquisa, aula prática,
observação, experimentação, leitura de textos, coleta de dados) é a ferramenta
pedagógica que qualifica a ação reflexiva do professor. O que se espera é
chegar, novamente, na prática social, não aquela do ponto de partida, mas sim
alterada qualitativamente pela mediação da ação pedagógica. Consideramos,
então, que o aluno constrói, com a ajuda do professor e dos conteúdos, sua
própria visão de mundo, de maneira concreta a partir de sua experiência.
Desenvolvimento do Projeto “Discutindo a Sexualidade”.
A Metodologia do Ensino de Ciências, portanto, deve ser um
meio para que o futuro professor compreenda criticamente as relações ser
humano-universo, os fenômenos e objetos da ciência. Assim, a ação
pedagógica deve estar subsidiada na relação homem-homem e homem-
natureza, tendo como ponto de partida e de chegada as reflexões acerca da
sociedade em sua dinâmica, acentuando o conhecimento e o desenvolvimento
tecnológico historicamente construído, bem como o acesso do homem a essa
produção.
Critérios de Avaliação
Partimos do pressuposto de que verificar não é avaliar, pois o ato
de verificar consiste simplesmente em coletar informações, enquanto a ação
avaliativa é mais subjetiva, haja vista que compreende coleta, análise e síntese
dos dados, acrescida de atribuição de valor. Importante registrar que, por ser
um processo contínuo, deverá conduzir a retomada de caminhos, se
necessário. Desta forma, o professor utilizar-se-á do resultado da avaliação
199
não apenas para aferir notas, mas para reformular seu planejamento, adotando
estratégias e procedimentos diversificados, visando superar as lacunas
diagnosticadas.
Evidenciamos que a expressão escrita (provas) é o instrumento
mais utilizado no processo avaliativo. Todavia, há que se considerar que
apenas um instrumento não é capaz de identificar o conhecimento adquirido
pelo aluno, por isso o professor deverá propiciar diversificadas oportunidades
para que o aluno expresse seu conhecimento.
A avaliação será, portanto, diagnóstica, formativa e somativa,
acontecendo em todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem, por
meio de apresentação de trabalhos e mini-aulas, produção de materiais,
exposições e seminários (nos quais será observado os aspectos sócio-
afetivos), provas objetivas com questões dissertativas ou em forma de teste,
aula do erro, além da auto-avaliação. A recuperação de estudos também
permeará o processo, no sentido do resgate de conteúdos que não foram
devidamente apropriados. A reavaliação é outra oportunidade que é ofertada
no término do período letivo.
No processo avaliativo os aspectos qualitativos prevalecerão
sobre os quantitativos. Contudo, devido a exigência de nosso sistema
educacional, haverá aferição de notas ao final de cada semestre.
Referências Bibliográficas
ASTOLFI, Jean Pierre. A didática das ciências. Campinas: Papirus, 1990. BRASIL/MEC/SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental 1º segmento – Ciências. Brasília, 1996. BRASIL/MEC. Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Infantil. Vol.3 – Ciências. Brasília, 1998. CAMPOS, Maria Cristina da Cunha e NIGRO, Rogério Gonçalves. O ensino-aprendizagem como investigação. São Paulo: FTD, CANIATO, Rodolpho. O que é astronomia. São Paulo: Brasiliense, 1989. DELIBERADOR, Ana Maria. Metodologia para desenvolvimento extra-classe de programas ambientais. Curitiba: SEED, 1991. DELIZOICOV, Demétrio. Metodologia do ensino de ciências. São Paulo, 1990.
200
GERALDO, Sampaio de Souza. Didática das Ciências Naturais. Rio de Janeiro. Comissão de Livro-técnico e do Livro didático, 1970. KRASILCHIK, Myriam. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: EPU, 1987. PARANÁ/SEED. Currículo Básico para a escola pública do Paraná. Curitiba, 1989. PARANÁ/SEED. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Fundamentos Políticos e Pedagógicos – Versão Preliminar. Curitiba, 2005. PARANÁ/SEED. Diretrizes Curriculares Estaduais – Ensino Fundamental/ Ciências. Curitiba, 2005. PARANÁ/SEED. Proposta Curricular da Disciplina de Metodologia do Ensino de Ciências. Curitiba, 2005. VIANA, Neusa Lima. Ensinando ciências de forma concreta. Curitiba. Imprensa Oficial, 1976.
201
METODOLOGIA DO ENSINO DA ARTE
Série Número de aulas semanais
4ª 2
Apresentação da Disciplina
Considerando a necessidade de repensar o ensino da arte, faz-
se necessário refletir sobre este ensino em sua totalidade, as relações entre a
escola, a sociedade e a própria arte.
Torna-se fundamental explicitar a concepção de arte que leve
em conta o seu processo de construção como manifestação da capacidade
criadora do homem.
Nesta perspectiva, a representação artística (expressão),
enquanto forma específica de conhecimento da realidade, é fruto de um fazer
(trabalho), que impõe o domínio de determinados procedimentos e que partindo
de uma realidade objetiva, constrói uma nova realidade (transfiguração).
Assim, ficam evidentes os aspectos essenciais da atividade
artística: Conhecimento, Trabalho e Expressão, que não devem ser
trabalhados distintamente, fragmentados, ou dogmatizados. O conhecimento
se constitui em uma forma peculiar de trabalho criador. Portanto, não é mera
cópia do real, pois o objetivo do conhecimento da arte é o homem, a vida
humana e seu cotidiano, partindo deste para elevar-se ao universal e surgir
uma nova realidade ou, obra de arte.
Como construção histórica, o conhecer é gerado no fazer, que
se constitui em trabalho criador à medida em que responde a uma necessidade
humana fundamental: tornar o mundo mais humano e fazer-se a si mesmo.
Objetivos Gerais
- Compreender que a prática desenvolvida na escola, detém de forma
implícita ou explícita, um compromisso com uma determinada visão de
202
mundo, reveladora de uma dada concepção de homem, de educação e da
própria arte.
- Refletir criticamente sobre o processo histórico da educação na sociedade
brasileira, sem perder de vista suas condições sociais, econômicas,
culturais e políticas.
- Desvelar as tendências presentes no interior das práticas de ensino da arte,
estabelecendo as relações entre estas tendências e os valores estéticos
que fundamentam este ensino.
Conteúdos por Semestre
1º SEMESTRE
- Estudo das tendências pedagógicas com ênfase nos marcos históricos e
culturais do ensino de arte no Brasil.
- O papel da arte na formação humana.
- História da arte:
- Pré-História.
- Antiguidade.
- Arte Cristã.
- Arte Bizantina.
- Europa Ocidental e Idade Média.
- Renascimento.
- Barroco.
- Neoclassicismo e Romantismo.
- Realismo.
- Principais Movimentos Artísticos do Século XX.
- A arte no Brasil: arte indígena e estilo barroco.
- Conhecimento teórico e prático dos elementos formais e de composição das
Artes Visuais, da Música, da Dança e do Teatro (artes cênicas) e sua
contribuição na formação dos sentidos humanos desde a Educação Infantil
e séries iniciais.
203
2º SEMESTRE
- Abordagens metodológicas para o ensino de artes na Educação Infantil e
Ensino Fundamental:
Currículo Básico X PCN.
- Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental.
- A atividade artística na escola: fazer e apreciar a produção artística.
- “Artistas” brasileiros e estrangeiros.
Encaminhamento Metodológico
A arte encontra nas dimensões: Conhecimento, Trabalho e
Expressão a totalidade que a fundamenta e esta visão de totalidade é coerente
com a concepção de educação voltada para a apropriação crítica do
conhecimento sistematizado e sua reelaboração.
Na medida em que a arte é uma manifestação da necessidade
humana de dizer, interpretar e criar a realidade humana, lança mão de
diferentes linguagens: plástica, musical, teatral, entre outras e se constitui
enquanto instrumento de afirmação ou transformação do real. Contudo, esta
transformação se cumpre em nível do imaginário, ou seja, a partir do
conhecimento, da atividade criadora e da expressão, a representação
concretiza a passagem do imaginário para o real, no objeto artístico.
Devemos tomar como ponto de partida os modos de ver e
compor utilizados pelo aluno para se expressar. Assim, a função específica do
ensino da arte consiste em contribuir para que o aluno, a partir de uma leitura
empírica, construa uma leitura sistemática e objetiva da realidade humana.
Critérios de Avaliação
Partimos do pressuposto de que verificar não é avaliar, pois o
ato de verificar consiste simplesmente em coletar informações, enquanto a
ação avaliativa é mais subjetiva, haja vista que compreende coleta, análise e
síntese dos dados, acrescida de atribuição de valor. Importante registrar que,
por ser um processo contínuo, deverá conduzir a retomada de caminhos, se
necessário. Desta forma, o professor utilizar-se-á do resultado da avaliação
não apenas para aferir notas, mas para reformular seu planejamento, adotando
204
estratégias e procedimentos diversificados, visando superar as lacunas
diagnosticadas.
Evidenciamos que a expressão escrita (provas) é o instrumento
mais utilizado no processo avaliativo. Todavia, há que se considerar que
apenas um instrumento não é capaz de identificar o conhecimento adquirido
pelo aluno, por isso o professor deverá propiciar diversificadas oportunidades
para que o aluno expresse seu conhecimento.
A avaliação será, portanto, diagnóstica, formativa e somativa,
acontecendo em todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem, por
meio de apresentação de trabalhos e mini-aulas, produção de materiais,
exposições e seminários (nos quais será observado os aspectos sócio-
afetivos), provas objetivas com questões dissertativas ou em forma de teste,
aula do erro, além da auto-avaliação. A recuperação de estudos também
permeará o processo, no sentido do resgate de conteúdos que não foram
devidamente apropriados. A reavaliação é outra oportunidade que é ofertada
no término do período letivo.
No processo avaliativo os aspectos qualitativos prevalecerão
sobre os quantitativos. Contudo, devido a exigência de nosso sistema
educacional, haverá aferição de notas ao final de cada semestre.
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, A. Betâmio de. A Educação Estético-Visual no Ensino Escolar. Livros
Horizonte, 1980.
BARBOSA, A. M. T. Arte-Educação no Brasil: das origens ao modernismo. São
Paulo: Perspectiva, 1978.
BRASIL/MEC. Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental. Brasília, 1998.
BRASIL/MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 1997.
BRASIL/MEC. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília, 1998.
COLEÇÂO Mestres das Artes no Brasil. São Paulo: Moderna, 1999; 2000; 2002;
2003; 2004.
FUSARI, Maria F. D. R. e FERRAZ, Maria H. C. D. T. Arte na Educação Escolar. São
Paulo: Cortez, 1992.
205
FUSARI, Maria F. D. R. e FERRAZ, Maria H. C. D. T. Metodologia do Ensino da
Arte. São Paulo: Cortez, 1993.
PARANÀ/SEED. Currículo Básico para Escola Pública do Estado do Paraná.
Curitiba, 1990.
_______. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Fundamentos
Políticos e Pedagógicos – Versão Preliminar. Curitiba, 2005.
_______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da
Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na
Modalidade Normal. Curitiba, 2006
206
METODOLOGIA DO ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Série Número de aulas semanais
4ª 2
Apresentação da Disciplina
Os conteúdos estruturantes da disciplina de Metodologia de
Educação Física estão relacionados ao entendimento de que: a Educação
Física escolar possui objetivos e conteúdos próprios e necessários ao ao
desenvolvimento do potencial motor de cada criança. Para que esses objetivos
sejam alcançados, é necessário superar o senso comum de que o tempo
pedagógico das aulas de Educação Física se resume a quadra ou ao pátio e ao
tempo para a recreação, para as vivências corporais e para o brincar
descompromissado.
A superação do conceito de movimento humano para o de
cultura corporal de movimento humano para o de cultura corporal de
movimentos, sem o qual não haverá integração com as orientações da
pedagogia histórico-crítica.
A Metodologia de Educação Física têm pressupostos
desenvolvimentos caracterizados, através de situações práticas, as fases e os
estágios motores da primeira e segunda infância, bem como a prática de
tarefas abertas e fechadas envolvendo as brincadeiras, o jogo, as atividades
rítmicas e a auto-testagem. Os alunos do curso de Formação de Docentes
serão orientados a avaliar as mudanças qualitativas, na própria performance
motora. Num segundo momento os alunos passarão a estudar as suas ações
motoras não apenas do ponto de vista do desempenho em si, mas dos
processos afetivos, psicomotores e cognitivos empregados para solucionar um
desafio proposto e da passagem de um conhecimento sincrético da realidade
que cerca o problema proposto para um conhecimento elaborado, integra as
demais dimensões da vida cotidiana.
Objetivos Gerais
207
- Compreender a Educação Física como meio valioso de desenvolvimento de
habilidades motoras, intelectuais e sensoriais.
- Valorizar a pluralidade das manifestações de cultura como recurso para
integração entre pessoas e diferentes grupos sociais.
- Repensar o papel do professor e das aulas de Educação Física ao longo da
escolarização.
- Selecionar procedimentos e verificar a sua adequação nas aulas a serem
ministradas, questionando a realidade, formulando hipóteses, utilizando a
criatividade e o pensamento lógico.
- Compreender a importância social da Educação Física, cuja aprendizagem
favorece a ampliação das capacidades de interação sociocultural,
possibilidades de lazer, promoção e manutenção da saúde pessoal e
coletiva.
- Entender a Educação Física como um meio de promover a mudança de
atitude, estabelecendo uma relação de respeito mútuo de cooperação.
Conteúdos por Semestre
1º SEMESTRE
- A Educação Física como componente curricular.
- Desenvolvimento psico-motor e aprendizagem motora.
- O movimento humano e sua relação com o desenvolvimento dos domínios
motor, cognitivo e afetivo-social do ser humano.
2º SEMESTRE
- A cultura corporal de movimentos: ação e reflexão.
- A criança e a cultura corporal de movimentos; o resgate do lúdico e a
expressão da criatividade.
Encaminhamento Metodológico
208
O ensino de Metodologia de Educação Física deverá apresentar
atividades que proporcionem ao aluno o conhecimento de seu corpo, para usá-
lo como instrumento de expressão consciente na busca de sua liberdade e
satisfação de suas necessidades. Devem permitir a exploração motora e
propiciar momentos que, através da vivências dos alunos, permitam criar novas
formas de movimento.
A metodologia deve estar fundamentada na produção de
conhecimentos, ter conteúdos concretos, indissociáves da realidade social, ter
consciência de seus condicionantes histórico-sociais e principalmente ser um
instrumento de apropriação do saber. Deve ter a síntese “ teoria e prática”,
entendida como um processo unitário, buscando abrir novas perspectivas para
o educando.
Esta prática será centrada numa concepção histórico-crítica de
educação, ter uma base científica e ser voltada para o aluno, respeitando seus
interesses, sua maturação e experiências anteriormente adquiridas. Atividade
intelectual e a corporal serão harmônicas de forma a melhor integrarem o ser
humano no seu relacionamento consigo mesmo e com o mundo.
Critérios de Avaliação
Partimos do pressuposto de que verificar não é avaliar, pois o
ato de verificar consiste simplesmente em coletar informações, enquanto a
ação avaliativa é mais subjetiva, haja vista que compreende coleta, análise e
síntese dos dados, acrescida de atribuição de valor. Importante registrar que,
por ser um processo contínuo, deverá conduzir a retomada de caminhos, se
necessário. Desta forma, o professor utilizar-se-á do resultado da avaliação
não apenas para aferir notas, mas para reformular seu planejamento, adotando
estratégias e procedimentos diversificados, visando superar as lacunas
diagnosticadas.
Evidenciamos que a expressão escrita (provas) é o instrumento
mais utilizado no processo avaliativo. Todavia, há que se considerar que
apenas um instrumento não é capaz de identificar o conhecimento adquirido
pelo aluno, por isso o professor deverá propiciar diversificadas oportunidades
para que o aluno expresse seu conhecimento.
209
A avaliação será, portanto, diagnóstica, formativa e somativa,
acontecendo em todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem, por
meio de apresentação de trabalhos e mini-aulas, produção de materiais,
exposições e seminários (nos quais será observado os aspectos sócio-
afetivos), provas objetivas com questões dissertativas ou em forma de teste,
aula do erro, além da auto-avaliação. A recuperação de estudos também
permeará o processo, no sentido do resgate de conteúdos que não foram
devidamente apropriados. A reavaliação é outra oportunidade que é ofertada
no término do período letivo.
No processo avaliativo os aspectos qualitativos prevalecerão
sobre os quantitativos. Contudo, devido a exigência de nosso sistema
educacional, haverá aferição de notas ao final de cada semestre.
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, Paulo N. de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São
Paulo: Loyola, 1987.
BORGES, Célio J. Educação Física para pré-escola. Rio de Janeiro: Srpint, 1987.
COSTA, Vera Lúcia M. Prática da Educação Física no primeiro grau: modelo de
reprodução ou perspectiva de transformação? São Paulo: IBRASA, 1987.
DARIDO, Suraya C.; RANGEL, Irene C. A. Educação Física na escola: Implicações
para a prática pedagógica. São Paulo: Guanabara Koogan, 2005.
DIEM, Liselott. Brincadeiras e esportes no jardim de infância. Rio de Janeiro: Ao
Livro Técnico, 1981.
FREIRE, João B. ; SCAGLIA, Alcides J. Educação como prática corporal. São Paulo:
Scipione, 2003. – (série Pensamento e Ação no Magistério).
GALLAHUE, David L.; OZMUN, John C. Compreendendo o desenvolvimento
motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2001.
GUERRA, Marlene. Recreação e lazer. Porto Alegre: Sagra, 1982.
GUISELINI, Mauro A. Educação Física na pré-escola. SEED/ MEC, 1982.
MAGILL, Richard A. Aprendizagem Motora: Conceitos de Aplicações. São Paulo:
Edgard Blucher, 1984.
MEDINA, João Paulo S. Educação Física cuida do corpo e “mente” – bases para a
renovação e transformação da Educação Física. Campinas: Papirus, 1989.
210
Metodologia do ensino da educação física. Coletivo de Autores. São Paulo, Cortez,
1992.
TANI, Go; MANOEL, Edison de J. ; KOKUBUN, Eduardo; PROENÇA, José E. de.
Educação física escolar: Fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista.
São Paulo, 1988.
Visão didática da educação física: Análises críticas e exemplos práticos de
aulas. Grupo de Trabalho Pedagógico UFPe-UFSM. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico,
1991.
PARANÁ/SEED. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Fundamentos
Políticos e Pedagógicos – Versão Preliminar. Curitiba, 2005.
_______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da
Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na
Modalidade Normal. Curitiba, 2006
211
PRÁTICA DE FORMAÇÃO*
Série Número de aulas semanais
1ª 5
2ª 5
3ª 5
4ª 5
*De acordo com a Lei nº 11788/08, a Prática de Formação ou Estágio Curricular
Supervisionado passa a ser denominado ESTÁGIO OBRIGATÓRIO. Vale registrar
que o Projeto Político Pedagógico do colégio contempla, ainda, a realização de
Estágio não-obrigatório (remunerado), de acordo com os critérios determinados
pela referida lei.
Apresentação da Disciplina
As práticas pedagógicas constituem-se no eixo articulador dos
saberes entre as disciplinas. É o mecanismo que garantirá espaço e tempo
para a realização e contextualização entre saberes, onde o planejar, o
executar e o avaliar situações de ensino e de aprendizagem das disciplinas
pedagógicas culmina com as atividades em sala de aula nas instituições
educacionais (Educação Infantil e Ensino Fundamental), de acordo com as
temáticas.
As práticas pedagógicas na 1ª série se concentram nos
“Sentidos e significados do trabalho do professor educador” em diferentes
modalidades e dimensões. O eixo articulador será possibilitar a observação do
trabalho docente pelos alunos estagiários na Educação Infantil.
Na verdade, todo o curso irá se desenvolver em torno dessa
problemática, uma vez que a formação dos professores irá ganhando sentido
e significados ao longo do tempo de amadurecimento dos alunos. Entretanto,
como uma primeira aproximação da realidade educativa, considera-se
pertinente uma ênfase maior, já no primeiro ano de curso, sobre o “ ofício de
professor “. É preciso uma preparação teórico-metodológica de pesquisa ao
promover o contato com as creches e pré-escolas para que o aprendiz se
212
aproprie das práticas educativas, pois superar o espontaneísmo é uma das
metas de uma formação de docentes baseadas em princípios curriculares
propostos pelas concepções atuais.
O conceito de trabalho e de práxis obtém maior significado
quando se encaminha o aluno para um olhar científico, tendo as diferentes
ciências como instrumental. Nessa fase se buscará o desenvolvimento de uma
postura profissional diante da educação e do trabalho do professor.
Na 2ª série, os professores irão se organizar e encaminhar as
atividades junto com os alunos em torno de: “A Pluralidade Cultural, as
diversidades, as desigualdades e a educação”. Assim, é preciso aprender
como operam essas desigualdades sociais na esfera da educação.
As observações em instituições ocorrerão em creches, escolas
regulares que tenham um número significativo de alunos portadores de
necessidades educacionais especiais e em instituições especializadas tais
como: APAE, instituto de deficientes visuais, auditivos, projetos alternativos de
educação popular, voltado para crianças, adolescentes, jovens e adultos,
educação indígena e educação do campo.
Na 3ª série, o problema central terá as temáticas
¨Condicionantes da infância e da família no Brasil e os fundamentos da
educação infantil¨, e ¨Artes, brinquedos, crianças e a educação nas diferentes
instituições” fundamentados pela temática da SEED. E considerando o
contexto de nossa comunidade propusemos também como temática desta
série: "O processo de aprendizagem da criança numa perspectiva histórico-
social", cabendo aos professores desenvolver atividades como produção de
pesquisas, observações em instituições, estudo das concepções de infância,
de família, de educação na sociedade.
A reflexão deve construir objetos de estudos relacionados a
essas problemáticas, passando pela História da criança e da família em relação
à escola. É necessário analisar e recuperar a história das brincadeiras, das
artes, das músicas infantis,das danças,do teatro,e pensar sobre suas funções
para o desenvolvimento infantil, pois brincar é coisa séria. Foco: 1º, 2º e 3º
anos.
213
Finalmente, na 4ª série, é oportuno enfatizar experiências
concretas através das temáticas “A ação docente e as práticas pedagógicas”,
garantindo a possibilidade do aluno vivenciar e desenvolver de fato a práxis
profissional, articulando teoria e prática. Dessa forma, o estágio supervisionado
deverá possibilitar ao aluno a elaboração de materiais didáticos, a seleção
adequada dos mesmos e o desenvolvimento de técnicas de ensino adequadas.
Os aprendizes deverão nessa fase ter mais autonomia intelectual e didática na
condução das tarefas educativas, bem como dominar os conhecimentos gerais
e específicos nas atividades com as crianças de 0 a 10 anos de idade, nos
espaços institucionais, nas creches e nas escolas. É importante ainda
encontrar espaços para pensar a prática na Educação de Jovens e Adultos,
nos processos de inclusão dos portadores de necessidades especiais, na
educação indígena e na educação do campo. A importância da seleção e a
elaboração de materiais didáticos , bem como a pesquisa exaustiva em torno
dos livros didáticos, das propostas pedagógicas das escolas e dos professores
em cada fase são imprescindíveis. Foco: 4º e 5º anos do ensino fundamental.
Objetivos Gerais
O Estágio Curricular Supervisionado é parte integrante do
processo formativo, contribuindo para que os estudantes possam atuar nas
instituições de Educação Infantil e Ensino Fundamental (anos iniciais). Assim,
tem como objetivos gerais:
- Possibilitar a transição da vida estudantil à prática profissional,
transformando as atividades do cotidiano em fazeres educativos, formativos
e intencionais.
- Orientar os alunos na realização de atividades planejadas, organizadas e
avaliadas, visando qualificar sua ação para o exercício de sua função
educativa.
- Integrar elementos teóricos e práticos da ação docente, considerando os
significado pessoal e social dessa experiência, agregando valores,
conhecimento e outros saberes à sua formação.
214
Temáticas do Estágio
1º - Sentidos e significados do trabalho do professor educador.
2º - A pluralidade cultural, as diversidades, as desigualdades e a
educação.
3º - Condicionantes da infância e da família no Brasil e os fundamentos da
Educação Infantil; Artes, brinquedos, crianças e a educação nas diferentes
instituições. O processo de conhecimento e aprendizagem da criança
numa perspectiva histórico-cultural.
4º - Ação docente e práticas pedagógicas.
Encaminhamento Metodológico
Por meio do conteúdo das diferentes áreas de ensino é que se
procura oferecer condições para que os alunos desenvolvam suas
capacidades, o pensamento autônomo, a construção da própria identidade e a
consciência crítica para que possam compreender e participar ativamente da
vida social.
Opta-se por uma ação pedagógica que possibilita ao aluno
entrar em contato com suas idéias e hipóteses acerca dos fenômenos
estudados para que estabeleça relações entre os saberes que já possuía e os
novos conhecimentos que virá a construir, criando assim uma rede de
significados consistentes. Acredita-se em um processo de trabalho que enfatiza
a curiosidade, o questionamento e a reflexão.
Em todas as disciplinas busca-se:
desenvolver no aluno a capacidade de adquirir os conhecimentos já
elaborados pela cultura e pela ciência (ter condições para acessar,
selecionar e organizar conhecimentos);
estimular a capacidade de produzir aprendizagens a partir de
aproximações de diferentes áreas do conhecimento;
desenvolver a autonomia em relação à produção e aquisição de
conhecimentos a partir do exercício sistemático de meta-cognição, levando
o aluno “ aprender a aprender.“
Alguns procedimentos:
- Estudo sobre a prática educativa / reflexiva.
215
- Observação.
- Relato de experiências.
- Levantamento de questões.
- Debates e discussões em grupo.
- Relatórios.
- Entrevistas.
- Palestras.
- Resenhas.
- Mini-aulas.
- Registro das atividades realizadas, para sistematização em “Memorial”.
A carga horária do Estágio Curricular Supervisionado é de 200 horas/ano,
nas quais as citadas temáticas são trabalhadas. Das referidas horas, 50%
são trabalhadas de forma presencial e 50% em atividades de “campo”:
Pesquisas, seminários, relatórios, entrevistas, preparação de oficinas, entre
outras.
Critérios de Avaliação
O Estágio Curricular Supervisionado é considerado uma
disciplina integradora, fazendo a articulação entre as disciplinas específicas da
Parte Diversificada entre si e com as disciplinas da Base Nacional Comum.
Dentro das suas características especiais, o Estágio
Supervisionado irá efetivar a inserção de alunos e professores na realidade
educacional de Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental,
dando preferência a Escola Pública e fazendo com que as experiências
retomem o núcleo de reflexão teórica das outras disciplinas, abrangendo a
observação e análise de diferentes tipos e formas de educação escolar, até o
assumir de projetos específicos, encargos docentes e outras formas de
atuação pedagógica na instituição escolar.
O Estágio Curricular Supervisionado funciona como ponto de
contato entre a Escola Normal de Ensino Médio e a Escola de Ensino
Fundamental de modo a permitir que a observação e análise do trabalho
216
pedagógico dessas instituições possa reverter em aprimoramento dessa prática
e aprofundamento das questões ligadas aos conteúdos do Curso Normal. A
reflexão sobre o trabalho pedagógico, sua análise e interpretação constroem a
teoria, que retorna à prática para esclarecê-la e aperfeiçoá-la.
Portanto, a avaliação do Estágio Supervisionado é concebida
como um processo contínuo e como parte integrante do trabalho educativo.
Nesse sentido a avaliação está presente em todas as fases do planejamento e
da execução do currículo, como elemento essencial para análise do
desempenho tanto do aluno quanto da escola.
A avaliação é entendida ainda, como um processo participativo
em que o grupo envolvido não só julga a prática pedagógica em seus diversos
níveis, como também busca, criticamente, alternativas para a modificação de
sua prática, na tentativa de superar os problemas encontrados.
A descentralização do processo de avaliação se concretiza
quando se considera que as decisões serão tomadas pelos participantes
envolvidos em todos os níveis, ou seja, desde o nível da aprendizagem do
aluno, em relação as diversas disciplinas, até a avaliação do currículo como um
todo.
As decisões tomadas pelos participantes quanto ao processo
de acompanhamento e avaliação estarão registradas nos projetos específicos
de cada série conforme temáticas propostas, anulando a caracterização de
atividade terminal do curso para constituir-se num projeto coletivo onde a
participação dos professores do curso torna-se imprescindível, já que a prática
pedagógica deve ser entendida numa visão de totalidade.
O Estágio Curricular Supervisionado será avaliado de forma
descritiva, acumulando-se dados sobre a aprendizagem do aluno ao longo do
processo educativo, com nota que expresse o processo de crescimento do
aluno em direção a sua profissionalização, recebendo atenção especial e
contínua por parte do professor que deverá remeter-se sempre aos objetivos
eleitos no planejamento, tendo uma função diagnóstica do processo de ensino
e de aprendizagem. 20% da nota do Estágio Curricular Supervisionado será
atribuída por desempenho curricular (média das disciplinas).
Desta forma, a avaliação deve:
217
funcionar como um processo, pois cada instrumento de medida utilizado
está referenciado a um sistema mais amplo;
possibilitar uma nova tomada de decisão, que não deve ser estática e
classificatória;
julgar quanto o aluno assimilou do conteúdo trabalhado e quanto incorporou
das habilidades previstas para serem desenvolvidas e/ou vivenciadas;
refletir não apenas um lado do processo, mas suas limitações, o progresso,
verificando a aprendizagem a partir dos mínimos necessários que devem
ser apreendidos pelo aluno (mínimo necessário de aprendizagem em todas
as condutas que são indispensáveis para se viver e se exercer a cidadania),
bem como a capacidade de deter informações, estudar, pensar, refletir e
dirigir as ações com adequação e saber;
avaliar a adequação das escolhas feitas no exercício da docência, à luz do
processo constitutivo da identidade cidadã de todos os integrantes da
comunidade escolar, das diretrizes curriculares nacionais de educação
básica e das regras da convivência democrática;
programar o estágio como processo coletivo;
organizar os relatórios em grupo e individual;
refletir sobre o trabalho realizado e o desempenho do estagiário;
Também será avaliado: assiduidade; pontualidade;
responsabilidade; iniciativa; participação e envolvimento; ética profissional;
relacionamento; organização; adequação teórica-prática.
A avaliação final será por meio de instrumentos diversos:
“Memorial”, “Relatório Conclusivo”, “Relatório Científico” e “Ensaio de
Artigo Científico” nos quais apresentam-se, de forma sistemática, as
atividades desenvolvidas no decorrer da Prática de Formação.
Referências Bibliográficas
CUNHA, Luis Antonio. Educação e desenvolvimento social no Brasil. Rio de
Janeiro: Francisco Alves, 1988.
218
FRIGOTTO, Gaudêncio. O enfoque da dialética materialista histórica na pesquisa
educacional. In: FAZENDA, I. Metodologia da pesquisa educacional. São Paulo:
Cortez, 2001.
_______. Educação e crise no trabalho: perspectivas de final de século.
Petrópolis: Vozes, 1998.
PARANÁ/SEED. Educação Profissional na Rede Pública Estadual: Fundamentos
Políticos e Pedagógicos – Versão Preliminar. Curitiba, 2005.
_______. Proposta para o Estágio Supervisionado - Projeto de avaliação da
proposta curricular da habilitação magistério. Curitiba, 1989.
_______.Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da
Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na
Modalidade Normal. Curitiba, 2006
PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores: unidade teoria e
prática? São Paulo: Cortez, 1994.
SAVIANI, Dermeval. Educação: do senso comum à consciência filosófica.
Campinas-SP: Autores Associados, 1980
_______. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. 2. ed.São Paulo:
Cortez, 1991.
_______. Escola e Democracia. Campinas – SP: Autores Associados, 1992.
219
L.E.M. – LÍNGUA ESPANHOLA (oferta em forma de CELEM)
Proposta Número de aulas semanais
01 4
02 4
Apresentação da Disciplina
Ao propormos o ensino de língua estrangeira no Ensino Médio
Integrado, compreendemos que é necessária uma definição, a partir da
concepção teórica adotada, de alguns elementos que se tornam
imprescindíveis para a efetivação desta proposta, como o entendimento do
objeto da disciplina Língua Espanhola, a linguagem e suas relações com o
trabalho, bem como a noção de ensino de língua estrangeira e suas relações
com a cultura.
Partindo do pressuposto de que as condições materiais de
existência e de reprodução da sociedade obtêm-se por meio da interação do
homem com a a natureza, entendemos que o homem transforma matérias
naturais em produtos que atendem às suas necessidades. Essa ação é
realizada a partir do trabalho, considerado por Engels (1876, p.1), como a fonte
de toda a riqueza, juntamente com materiais que são fornecidos pela natureza.
Assim, ao agir sobre a natureza, por meio do trabalho, o homem produz a
existência humana, num processo de mútua transformação: não imprime
naquela as marcas da sua ação, humanizando-a, como também produz a si
mesmo, humanizando-se, ou seja, realizando uma forma humana da vida,
produzindo tecnologia (artefatos, instrumentos), ideias (crenças,
conhecimentos e valores) e mecanismos para a elaboração de ideias
(planejamento, raciocínio, conhecimentos e valores), diferenciando-se cada vez
mais das outras espécies animais.
A linguagem exerce papel fundamental para a transmissão de
representações, assim como da organização coletiva para o trabalho. Ela é
produzida socialmente e funciona como resultado do processo social e
histórico, configurando-se como um instrumento de ação que permite
220
compartilhar os significados gerados coletivamente. A língua não pode ser
concebida apenas como um sistema complexo de símbolos convencionados
socialmente para expressar as representações do pensamento, mas também e,
principalmente, deve ser concebida como o meio de constituição das relações
sociais. E, neste sentido, a língua apresenta um caráter dialógico e interacional.
A ideologia é materializada na palavra. Neste sentido, as
palavras, combinação de sons que permitem se expressar, apenas adquirem
sentido nas relações sociais, conforme afirma Bakhtin (1998, p. 95): “a palavra
está sempre carregada de um conteúdo ou de um sentido ideológico ou
vivência”.
Assim, dada a relevância do ensino de Língua Espanhola é que
a Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná optou por inserí-la na grade
curricular na forma de disciplina ou na forma de CELEM (contraturno)
atendendo a Lei 11.161/2005 e objetivando que o aluno, além de dominar
outros idiomas, conheça outra realidade linguística e cultural e que tenha os
mesmos acessos aos conhecimentos que a classe dominante historicamente
sempre teve. Deste modo, ofertar a Língua Espanhola aos alunos da classe
trabalhadora é possibilitar que eles tenham acesso a informações sobre
ciência, tecnologia e comunicação intercultural, acesso este que sempre esteve
ao alcance dos filos da classe dominante e que, por questões de manutenção
do poder, é deixado em segundo plano aos alunos da escola pública. Levando
em consideração o pressuposto de que é pela linguagem que se apropria dos
conhecimentos científicos, quanto mais línguas o indivíduo dominar, de mais
conhecimentos ele se apropriará.
A obrigatoriedade na inserção da Língua Espanhola se justifica
por aspectos históricos e geográficos do Paraná, afinal o estado faz fronteira
com os países Paraguai e Argentina, cuja língua oficial é o Espanhol. Cabe
ressaltar que o conceito de fronteira utilizado neste documento ultrapassa os
limites geográficos. Nestes termos,
A noção de fronteira costuma evocar os aspectos geográficos, as divisas, as demarcações territoriais, as linhas separatórias e os limites. Contudo, a noção de fronteira há muito deixou de estar ligada tão apenas aos estudos de ordem geográfica. As migrações, a expansão populacional e o fluxo de bens e mercadorias evidenciam a existência de uma fronteira humana. Neste ponto, a fronteira deixa de ser estática para ser fluída, deixa de existir como um traço
221
demarcatório fixo para se tornar uma linha móvel. (PIAIA, 2004, p. 190).
Na América Latina, a ideia de legitimação do Espanhol como
uma língua a ser utilizada nas relações comerciais efetivou-se com a criação
do Mercosul – Mercado Comum do Sul – Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai,
em 26 de março de 1991, cujas metas básicas são principalmente, a livre
circulação de serviço, de mão-de-obra e de capitais. Com a criação desse
mercado, a língua portuguesa e a língua espanhola foram declaradas idiomas
oficiais do Mercosul. Após a definição dos idiomas oficiais, o SEM – Setor
Educacional do Mercosul – estabeleceu como meta a difusão do português e
do espanhol por meio do sistema educacional dos países envolvidos,
objetivando não somente o aprendizado de uma outra língua, mas também a
possibilidade do conhecimento cultural de ambos.
Aprender Espanhol não é somente importante do ponto de
vista econômico e comercial, mas principalmente cultural e universal, uma vez
que apropriar-se dessa língua falada por milhões de pessoas é apropriar-se de
diferentes culturas e, consequentemente, da produção humana. No caso dos
brasileiros, é compreender a realidade de “nossos irmãos”, pois, como afirma
Sedycias (2005, p. 65),
[...] formar brasileiros capazes de interagir com estrangeiros, não só espanhóis, mas também e principalmente, chilenos, argentinos, venezuelanos, uruguaios, mexicanos e tantos outros latino-americanos – povos com os quais compartilhamos fatos históricos e realidades atuais muito semelhantes.
O ensino das línguas estrangeiras sempre constituiu excelente
maneira de estreitamento das relações e interações entre os povos porque
entre as nações também é válido o princípio de que não podemos manter um
bom relacionamento senão com aqueles que bem conhecemos. Aprender uma
língua nova não é apenas adquirir uma ferramenta a serviço do próprio
enriquecimento intelectual e profissional, mas, sobretudo, encontrar o
compreender melhor a sua língua e a sua própria identidade, posto que, como
alega o poeta alemão Johann Wolfgang Goethe apud Vygotski (1993, p. 257),
222
“aquele que não conhece nenhuma língua estrangeira não conhece
verdadeiramente a sua própria”.
Encaminhamento Metodológico
Ao se propor o ensino de Língua Espanhola na forma de
CELEM coloca-se aos alunos uma oportunidade para que conheçam e
compreendam a existência das múltiplas determinações que envolvem a
cultura do outro e não apenas os conteúdos de outras disciplinas simplesmente
traduzidos para a Língua Estrangeira.
Os encaminhamentos metodológicos no ensino dessa língua
devem ter como finalidade atingir os objetivos propostos e as habilidades
referentes ao desenvolvimento da oralidade, leitura e escrita, que deverão por
sua vez, serem trabalhadas de forma integrada. Para tanto, salienta-se que o
professor deve falar a língua que ensina de maneira natural para que os
estudantes possam estar em contato o maior tempo possível com a nova
língua trabalhada e também para que possam ser estimulados a fazer uso do
que estão aprendendo facilitando a compreensão da forma e das funções da já
citada língua. O desenvolvimento destas destrezas – falar, ouvir, ler e escrever
– acontece de forma gradativa respeitando a individualidade e ritmo de cada
aluno.
Oralidade
A fala e a escuta têm um papel estratégico nas aulas de língua
estrangeira, por isso a importância de realizar atividades de compreensão
auditiva e de fala.
A linguagem gestual/corporal é importante para o aprendizado
pois é um instrumento pelo qual se efetivam a interação professor/aluno dentro
do processo de ensino-aprendizagem. O professor deverá proporcionar
atividades cada vez mais complexas, porém, sem se esquecer que as
correções formais devem estar separadas da prática comunicativa para não
inibir o aluno em sua produção espontânea, uma vez que este é o objetivo
principal da destreza oral.
223
Leitura
O ato de ler não é passivo, o leitor necessita interagir e, além
disso, acrescentar, opinar sobre o que lê, fazendo previsões e utilizando seu
conhecimento de mundo. O professor deverá incentivar o aluno, através da
pré-leitura, a perceber o conteúdo e o gênero do texto lido. A partir dessas
leituras conduzirá o aluno para que exercite sua compreensão leitora. Quanto
as leituras, estas deverão ser adequadas ao nível do aluno, sendo
significativas, fazendo uma relação entre texto escrito e a oralidade.
Devem ser utilizadas estratégias que demonstrem não somente
a importância da leitura mas que efetivamente provoquem a necessidade de ler
no aluno. Para isso, os textos devem ser autênticos e inseridos em contextos
reais de uso, permitindo aos alunos elaborar seu próprio ritmo e interpretação.
Prática Escrita
É uma habilidade que não se adquire de forma espontânea. É
necessário proporcionar ao aluno momentos de praticidade estabelecendo um
propósito que tenha significado.
A leitura e a oralidade contribuem gradativamente para que o
aluno escreva e assim, quando acontecer, deverá ser dentro de um contexto
ou situação. Neste sentido, a prática da escrita classifica-se em produções de
textos de várias tipologias, com caráter pessoal ou de outros destinatários.
Por fim, tanto na oralidade como na escrita, o ensino da língua
estrangeira deve estar pautado no trabalho com os gêneros textuais,
abordando a língua e a cultura do outro de forma contrastiva.
Relações entre Língua e Cultura
A comunicação entre os homens depende do conhecimento
compartilhado de mundo que os falantes de um determinado idioma possuem,
pois a cultura abarca um grande número de ideias e suas características são
comuns aos membros de uma mesma comunidade, que efetivam a integração
por meio das visões de mundo sobre diversos temas, atitudes,
comportamentos, caracterizando-os perante outras comunidades,
224
estabelecendo assim uma organização para uma interação social por meio da
qual organiza o mundo e interpreta socialmente os fatos que acontecem.
O conceito de cultura se define a partir de diversos aspectos:
características do meio em que vive (clima, paisagem, etc.), as festividades, as
crenças, as tradições, as convenções sociais, o nível de desenvolvimento
tecnológico, os hábitos cotidianos, a língua e suas literaturas e a educação,
entre outros que podem conformar a ideologia social do grupo ou coletivo
humano, e incidir em sua conduta emotiva e em sua personalidade.
Estes valores e critérios individualistas delimitam,
inevitavelmente, o que é correto ou não, o que se aceita ou que se exclui, o
que é diferente. Nestes termos, “contato com outros sistemas culturais e outras
visões de mundo provocam pertubações nas quais o indivíduo busca reforçar
sua auto-imagem e deformar a imagem do outro para reafirmar-se numa
experiência narcisista” (PEREIRA, 2003, p. 16).
Neste contexto, o contato com a cultura do outro só será válida
se soubermos reconhecer e evitar as armadilhas do etnocentrismo.
Consequentemente, uma educação intercultural, em que se preze a relação de
reconhecimento de respeito mútuo, faz-se necessária para o desvencilhamento
dessas artimanhas sócio-culturais.
Portanto, vemos que, no ensino de línguas, há o conhecimento
dos modelos culturais que fazem com que a aprendizagem da nova língua
tenha um suporte indispensável para o entendimento de quem é o outro, de
compreendê-lo. Os alunos chegam à escola com conhecimentos adquiridos de
sua própria cultura, o que é fundamental na aprendizagem da nova língua,
pois os contatos estão intrinsecamente ligados, ou seja, são indissociáveis, já
que aprender uma nova língua é aprender sobre a sociedade e a cultura de
seus falantes.
Ensinar os sistemas de significados, seja linguístico ou não, é
começar a considerar a cultura como um saber social ou expressão social do
modo de vida do outro. Há que se trabalhar situações contextualizadas, que
possibilitem sentido ao aluno. Neste caso, o uso da literatura, do cinema, da
televisão e da música é uma estratégia que garante o contato direto com a
língua e a cultura do outro.
225
Desta forma, há uma necessidade de questionar esta cultura,
compará-la com a sua própria, analisá-la e chegar às sua próprias conclusões.
Para tanto, devemos oferecer ao aluno ferramentas interculturais que
permitam-lhe fazer análises, interpretações e investigações sobre estas novas
realidades culturais, possibilitando uma reflexão acerca destas, num espaço de
diálogo no qual desenvolva a convivência e as destrezas culturais de maneira
que os alunos se tornem os investigadores de outras culturas. Assim,
construirá o conhecimento da nova língua, aqueles que permitam aceitar outros
sistemas interpretativos além do seu próprio levando a compreensão a
diversidade cultural.
Vale ressaltar que os conteúdos da Cultura Afro-Brasileira,
Africana e Indígena também serão inseridos de forma interdisciplinar e
contextualizada na disciplina de Língua Espanhola tendo em vista o
cumprimento das Leis 10.639/03 e 11.645/08 e sobretudo, o respeito a história
da cultura brasileira.
Objetivos Gerais
O desenvolvimento da linguagem por meio da aquisição da Língua
Espanhola;
A identificação dos gêneros textuais, sua função e uso, de acordo com
as variadas situações sociais;
O desenvolvimento das destrezas orais: compreensão auditiva e
produção oral, utilizando como meio os gêneros textuais orais e escritos;
O desenvolvimento da leitura em sua dimensão psicolinguística e
discursiva, utilizando como meio os gêneros textuais orais e escritos;
O desenvolvimento da prática escrita em nível elementar enfatizando os
elementos textuais que estruturam a narração, a descrição de atividades
e ações, o relato, a argumentação e a exposição.
Objetivos Específicos
Identificar as características discursivas dos gêneros textuais (quem fez, por
que, para quem, quando, onde, com qual objetivo, etc.);
Iniciar o aluno nas diversas culturas da Língua Espanhola, possibilitando o
226
acesso aos conhecimentos universais presentes nestas diversas
representações culturais.
Ampliar e consolidar os conhecimentos do aluno na fonética da Língua
Espanhola, contrastando com a fonética da Língua Portuguesa;
Ampliar os conhecimentos do aluno das diversas culturas da Língua
Espanhola, enfatizando o espaço do Mercosul e o espaço da América
Latina;
Trabalhar conteúdos culturais com o objetivo de fomentar as relações de
alteridade com as outras culturas;
Produzir pequenos escritos a partir das características discursivas dos
gêneros textuais.
Conteúdos por Ano
1º Ano - Proposta 01
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: ESFERA SOCIAL DE CIRCULAÇÃO E SEUS
GÊNEROS TEXTUAIS
Esfera cotidiana de circulação:
Bilhete Carta pessoal Cartão
felicitações Convite Cartão postal Letra de música Receita culinária Piadas Fotos Trava-línguas
Esfera publicitária de circulação:
Anúncio** Comercial para TV
e rádio Folder Placa Publicidade
Comercial Slogan Paródia
Esfera produção de circulação:
Bula Embalagem Rótulo Placa Regra de Jogo
Esfera jornalística de circulação:
Anúncio classificados
Cartum Charge Entrevista Horóscopo Reportagem** Sinopse de filme
Esfera artística de circulação:
Autobiografia Biografia
Esfera escolar de circulação:
Cartaz Diálogo** Exposição oral* Mapa Resumo
Esfera literária de circulação:
Conto Crônica Fábula História em
quadrinhos Poema
Esfera midiática de circulação:
Correio eletrônico (e-mail)
Mensagem de texto (SMS)
Sinopse de filme Telejornal Telenovela Videoclipe*
227
*Embora apresentados oralmente, dependem da escrita para existir.
**Gêneros textuais com características das modalidades escrita e oral de uso da língua.
PRÁTICA DISCURSIVA: Oralidade
Fatores de textualidade centradas no leitor: Tema do texto; Conteúdo temático do texto; Aceitabilidade do texto; Finalidade do texto; Informatividade do texto; Intencionalidade do texto; Situacionalidade do texto; Papel do locutor e interlocutor; Conhecimento de mundo; Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos; Adequação do discurso ao gênero; Turnos de fala; Variações linguísticas.
Fatores de textualidade centradas no texto: Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos; Adequação da fala ao contexto (uso de distintivos formais e informais como conectivos, gírias, expressões, repetições) Diferenças e semelhanças entre o discurso oral ou escrito.
PRÁTICA DISCURSIVA: Leitura
Fatores de textualidade centradas no leitor: Tema do texto; Conteúdo temático do texto; Elementos composicionais do gênero; Propriedades estilísticas do gênero; Aceitabilidade do texto; Finalidade do texto; Informatividade do texto; Intencionalidade do texto; Situacionalidade do texto; Papel do locutor e interlocutor; Conhecimento de mundo; Temporalidade; Referência textual. Fatores de textualidade centradas no texto: Intertextualidade; Léxico: repetição, conotação, denotação, polissemia; Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, figuras de linguagem, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito); Partículas conectivas básicas do texto.
PRÁTICA DISCURSIVA: Escrita
228
Fatores de textualidade centradas no leitor: Tema do texto; Conteúdo temático do texto; Elementos composicionai9s do gênero; Propriedades estilísticas do gênero; Aceitabilidade do texto; Finalidade do texto; Informatividade do texto; Situacionalidade do texto; Papel do locutor e interlocutor; Conhecimento de mundo; Temporalidade; Referência textual.
Fatores de textualidade centradas no texto:
Intertextualidade; Partículas conectivas básicas do texto; Vozes do discurso: direto e indireto; Léxico: emprego de repetições, conotação, denotação, polissemia, formação das palavras, figuras de linguagem; Emprego de palavras e/ou expressões com mensagens implícitas e explícitas; Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, figuras de linguagem, recursos gráficos ( como aspas, travessão, negrito); Acentuação gráfica; Ortografia; Concordância verbal e nominal.
2º Ano - Proposta 02
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: ESFERA SOCIAL DE CIRCULAÇÃO E SEUS
GÊNEROS TEXTUAIS
Esfera cotidiana de circulação:
Convite Carta Pessoal Cartão de
felicitações Bilhete Curriculum
Vitae Exposição oral* Ficha de
inscrição Letra de Música Receita
Culinária Piadas Cartão Postal Trava-línguas Lista de
compras
Esfera publicitária de circulação: Anúncio
Comercial para TV e rádio*
Folder Inscrições em muro Placa Publicidade
comercial Propaganda** Publicidade
Institucional Slogan
Esfera produção de circulação:
Instrução de montagem
Instrução de uso
Manual técnico Placa Regras de jogo
Esfera jornalística de circulação:
Artigo de opinião Boletim do
tempo** Carta do leitor Entrevista Noticiário Obituário Reportagem
229
Telefonema*
Esfera jurídica de circulação:
Boletim de Ocorrência
Contrato Lei Ofício Procuração Requerimento
Esfera escolar de circulação: Aula em vídeo Ata de reunião Exposição Oral
Palestra* Resenha Resumo Texto de opinião
Esfera literária de circulação:
Contos Contação de
história Peça de Teatro Poemas Romance Sarau de
poema*
Esfera midiática de circulação:
Conversação Chat
Correio eletrônico (e-mail)
Aula virtual Mensagem de
texto (SMS) Videoclipe*
*Embora apresentados oralmente, dependem da escrita para existir.
**Gêneros textuais com características das modalidades escrita e oral de uso da língua.
PRÁTICA DISCURSIVA: Oralidade
Fatores de textualidade centradas no leitor: Tema do texto; Conteúdo temático do texto; Aceitabilidade do texto; Finalidade do texto; Informatividade do texto; Intencionalidade do texto; Situacionalidade do texto; Papel do locutor e interlocutor; Conhecimento de mundo; Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos; Adequação do discurso ao gênero; Turnos de fala; Variações linguísticas.
Fatores de textualidade centradas no texto: Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos; Adequação da fala ao contexto (uso de distintivos formais e informais como conectivos, gírias, expressões, repetições) Diferenças e semelhanças entre o discurso oral ou escrito.
PRÁTICA DISCURSIVA: Leitura
Fatores de textualidade centradas no leitor: Tema do texto; Conteúdo temático do texto; Elementos composicionais do gênero; Propriedades estilísticas do gênero; Aceitabilidade do texto; Finalidade do texto; Informatividade do texto; Intencionalidade do texto; Situacionalidade do texto;
230
Papel do locutor e interlocutor; Conhecimento de mundo; Temporalidade; Referência textual. Fatores de textualidade centradas no texto: Intertextualidade; Léxico: repetição, conotação, denotação, polissemia; Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, figuras de linguagem, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito); Partículas conectivas básicas do texto; Elementos textuais: levantamento lexical de palavras italicizadas, negritadas, sublinhadas, números, substantivos próprios.
PRÁTICA DISCURSIVA: Escrita
Fatores de textualidade centradas no leitor: Tema do texto; Conteúdo temático do texto; Elementos composicionai9s do gênero; Propriedades estilísticas do gênero; Aceitabilidade do texto; Finalidade do texto; Informatividade do texto; Situacionalidade do texto; Papel do locutor e interlocutor; Conhecimento de mundo; Temporalidade; Referência textual.
Fatores de textualidade centradas no texto:
Intertextualidade; Partículas conectivas básicas do texto; Vozes do discurso: direto e indireto; Léxico: emprego de repetições, conotação, denotação, polissemia, formação das palavras, figuras de linguagem; Emprego de palavras e/ou expressões com mensagens implícitas e explícitas; Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, figuras de linguagem, recursos gráficos ( como aspas, travessão, negrito); Acentuação gráfica; Ortografia; Concordância verbal e nominal.
Avaliação
A avaliação deverá ser numa perspectiva histórica, recuperando
alguns aspectos das teorias linguísticas que lhe servem de fundamento.
O ato avaliativo não é um momento isolado, mas faz parte do conjunto de atividades docentes, que devem ser coerentes entre si. Ou seja, a avaliação deve estar centrada na tendência pedagógica que direciona a prática escolar e, consequentemente, no enfoque curricular coerente com esta tendência, e que se resume na postura
231
pedagógica que direciona o planejamento, a execução e a avaliação do processo evidenciado (PARANÁ, 1992, p. 208).
Portanto, os aspectos privilegiados na avaliação do Curso
Básico de Língua Espanhola na forma de oferta CELEM serão: conteúdos
relevantes, habilidades cognitivas básicas e atitudes fundamentais de vida e
trabalho bem como a capacidade crítica sobre determinada situação. Assim, os
alunos deverão apresentar as habilidades de interpretação, julgamento, análise
e principalmente comunicação.
As tarefas e desafios propostos com objetivos claros permitirão
perceber “os acertos”, “as dúvidas” “as relações que se estabelecem”. Desta
maneira o professor poderá avaliar de forma contínua, diagnóstica, somativa
e formativa sempre visando o progresso do aluno, a partir de sua situação real
bem como respeitando as diferenças individuais.
Caberá ao professor observar a participação ativa dos alunos
considerando que o engajamento discursivo na sala deva realizar-se por meio
da interação verbal a partir dos textos, contando com diferentes interações
entre alunos e professor, além do domínio sobre o material didático utilizado no
cotidiano das aulas.
A disciplina de Língua Espanhola, parte diversificada do
currículo, tem o mesmo objetivo que as outras disciplinas da grade curricular,
pois oportuniza apropriação de outras formas de expressão e comunicação
com/no mundo, contribuindo com sua transformação.
É importante enfatizar que a avaliação da Língua Espanhola
envolve as destrezas oral, auditiva, de leitura e de escrita, de maneira que
estas habilidades estejam relacionadas entre si, evitando sua fragmentação.
Portanto, os instrumentos de avaliação utilizados fazem
referência à compreensão da língua por meio de leitura, interpretação e
produção de textos de diferentes gêneros além da fala apresentada sob
diversas formas de comunicação.
Os instrumentos de avaliação utilizados devem ser propostos
com abrangência na forma oral e escrita por meio de leitura de textos;
apresentação oral; diálogo; interpretação em atividades com o uso de recursos
audiovisuais contendo músicas, filmes, textos e/ou sentenças; produção de
232
textos; atividades com textos literários; trabalhos em grupo; pesquisas de
campo; pesquisas bibliográficas; testes e provas objetivas/discursivas.
Vale lembrar que o resultado da avaliação deverá proporcionar
dados que permitam a reflexão sobre a ação pedagógica, contribuindo para que
a escola possa reorganizar conteúdos, instrumentos e métodos de ensino.
A recuperação de estudos será ofertada como direito dos alunos
independentemente do nível de apropriação dos conhecimentos básicos.
A avaliação da aprendizagem terá os registros de notas
expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero) e a promoção
do aluno far-se-á diante da média anual mínima exigida de 6,0 (seis vírgula
zero) observando a frequência mínima de 75% do total de horas letivas.
A média de conclusão da disciplina será obtida por meio de
média ponderada das avaliações dos períodos letivos, constituindo-se na média
anual (M.A.), como segue:
1º Semestre x 4 + 2º Semestre x 6 = Média Anual
10
Referências
BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. ______. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1998. BELLO, A. et all. Didáctica de las segundas lenguas: estrategias y recursos básicos. Madrid: Santilhana, 1990. BRASIL, LEI Nº 11.161, DE 05/09/2005 – Dispõe sobre o ensino da Língua Espanhola. Brasília, 2005. DUARTE, Newton. Formação do indivíduo, consciência e alienação: o ser humano na psicologia de A. N. Leontiev. Cadernos CEDES. Campinas, v. 24, n. 62, p. 44-63, abr. 2004. ENGELS, F. O papel do trabalho na transformação do macaco em homem. 1876. PARANÁ, SEED. Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná. Curitiba, 1992.
233
______ . Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira Moderna para o Ensino Médio. Curitiba, 2006. ______ . Conteúdos Básicos - CELEM – Língua Espanhola. Disponível em: <www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. PEREIRA, Flávio. A cultura no ensino de LE: subsídios para uma discussão. In: FERRARI, Ana Josefina (Org.). Ensaios de língua e literatura hispano-americana. Cascavel: EDUNIOESTE, 2003, p. 9-22. PIAIA, V. A ocupação do oeste paranaense e a formação de Cascavel: As singularidades de uma cidade comum. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2004. (Tese de Doutorado). SEDYCIAS, João. Por que os brasileiros devem aprender espanhol? In: SEDYCIAS, João (org.). O ensino do espanhol no Brasil: passado, presente, futuro. São Paulo: Parábola, 2005, p. 35-44.
234
ATIVIDADE COMPLEMENTAR CURRICULAR EM
CONTRATURNO (Preparatório para o vestibular e ENEM)
Macrocampo: Aprofundamento da Aprendizagem.
Turno: Noturno
Conteúdos: Conteúdos Estruturantes das disciplinas da Base Nacional
Comum.
Objetivos
Oportunizar contato mais estreito com os conteúdos básicos apresentados nas DCEs;
Aprofundar conteúdos curriculares;
Reforçar conteúdos solicitados no ENEM e nos concursos vestibulares;
Proporcionar contato e conhecimento dos cursos oferecidos pelas IES do município e região;
Reforçar conhecimentos sobre arte e cultura geral através do cinema e literatura;
Oportunizar contato com provas e testes de concursos vestibulares e ENEM
Encaminhamento Metodológico
Utilização dos DVDs do Programa EUREKA.
Explanação e discussão dos conteúdos estruturantes.
Resolução de exercícios e problemas.
Convite de professores especialistas para desenvolvimento de
conteúdos pontuais.
Conhecimento da oferta de cursos superiores de Cornélio Procópio e
região.
Aplicação de instrumentos de verificação da aprendizagem.
Uso de recursos de audio e vídeo e laboratório de informática
235
Critérios de Avaliação
A avaliação da atividade levará em conta tanto o índice de
aprovação dos alunos envolvidos no vestibular, como também a participação e
frequência nas aulas, além do resultado dos testes aplicados. Desta forma, os
resultados esperados são:
Para o aluno: melhoria nos resultados de ENEM e vestibulares;
Para a escola: melhor rendimento escolar;
Para a comunidade: atendimento das necessidades e expectativas e, ainda,
estreitamento das relações entre o jovem e a sociedade.
Referências
ETICO, Sistema de Ensino. MEGA: vestibular. Ribeirão Preto,2007
EXPOENTE , Sistema de ensino. Superintensivo. Curitiba,2008
FTD, Sistema de Ensino. Bem Lembrado: ensino médio: português, inglês, espanhol, história, geografia, matemática, física, biologia, química. Vários autores. São Paulo: FTD,2008
PARANÀ/SEED, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares para a educação básica. Curitiba, 2006.
________ Secretaria de Estado da Educação.Eureka! ENEM. Curitiba: SEED, 2007
________ Secretaria de Estado da Educação.Eureka! Pré-Vestibular. Curitiba: SEED, 2007
________ Secretaria de Estado da Educação. Livro Didático Público – ensino médio. Curitiba: SEED, 2006
SISTEMA DE ENSINO POSITIVO . Semiextensivo: vestibular – Curitiba: Posigraf S/A, 2006
Eletrônicas
www.arteecultura.com.br
www.cidadania.org.br
www.coladaweb.com
www.diadiaeducacao.pr.gov.br
www.gamasites.com/educacao-vestibular
www.mundocultural.com.br
236
www.mundosites.net
www.mundovestibular.com.br
www.sobresites.com
www.supersites.net
www.vestibular1.com.br
DVDs
PARANA/SEED, Secretaria de Estado da Educação. Programa Eureka! Curitiba:2007
MEC. Ministério da Educação. TV Escola- Ciências – V.II
237
CURSO TÉCNICO PROFUNCIONÁRIO
Objetivo Geral do Curso
Ofertar formação profissional, em nível médio e à distância, aos
funcionários que atuam nos Sistemas de Ensino da Educação Básica Pública.
Matriz Curricular
EIXO DA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA – 360H
1. Funcionários de Escolas: cidadãos, educadores, profissionais e
gestores.
2. Educadores e Educandos: tempos históricos.
3. Homem, Pensamentos e Cultura: abordagens filosófica e antropológica.
4. Relações Interpessoais: abordagens filosóficas e antropológicas.
5. Educação, Sociedade e Trabalho: abordagem sociológica da educação.
6. Gestão da Educação Escolar.
EIXO DA FORMAÇÃO ESPECÍFICA (MÓDULOS COMUNS) – 180H
7. Básica.
8. Produção Textual na Educação Escolar.
9. Direito Administrativo e do Trabalho.
MODALIDADES
Secretaria Escolar – 420h
10. Trabalho Escolar e Teorias Administrativas.
11. Gestão Democrática nos Sistemas e na Escola.
12. Legislação Escolar.
13. Técnicas de Redação e Arquivo.
14. Contabilidade na Escola.
15. Administração de Materiais.
16. Estatística Aplicada à Educação.
Multimeios Didáticos – 420h
10. Teorias da Comunicação.
11. Biblioteca Escolar.
238
12. Audivisuais.
13. Laboratórios.
14. Oficinas Culturais.
15. Informática Aplicada à Educação.
16. Informática Aplicada à Arte.
Alimentação Escolar – 420h
10. Alimentação e Nutrição no Brasil.
11. Alimentação Saudável e Sustentável.
12. Políticas de Alimentação Escolar.
13. Produção e industrialização de Alimentos.
14. Organização e Operação de Cantinas ou Cozinhas Escolares.
15. Planejamento e Preparo de Alimentos.
16. Cardápios Saudáveis.
Meio Ambiente e Infraestrutura Escolar – 420h
10. Teorias do Espaço Educativo.
11. Meio Ambiente, Sociedade e Educação.
12. Higiene e Segurança nas Escolas.
13. Equipamentos Hidráulicos e Sanitários.
14. Equipamentos Elétricos e Eletrônicos.
15. Equipamentos e Materiais Didáticos.
16. Técnicas de Construção.
Critérios de Avaliação
Avaliar é um desafio político, social e cultural. Um desafio
pedagógico, sobretudo. Avaliar é um ato de reflexão e de crítica que só tem
sentido se inserido no contexto histórico, social, político, e cultural dos sujeitos
envolvidos.
Avaliar então, é a possibilidade de indivíduos e/ou grupos
sociais se situarem nos processos em que se constituem como sujeitos
históricos. É neste sentido que a avaliação é proposta no Curso Técnico
Profuncionário, já que significa dizer que não se trata somente de avaliar o
239
processo de aprendizagem do cursista mas também as experiências por ele
vivenciadas tanto individuais como coletivas.
No que concerne a avaliação específica da aprendizagem, far-
se-á de forma processual, contínua e diagnóstica durante todo o percurso de
cada módulo por meio dos seguintes instrumentos:
Práticas de leitura, de experimentação, de investigação, de
reflexão e de produção textual.
Memorial reflexivo da aprendizagem na trajetória do
cursista e atividades à distância.
Prática Profissional Supervisionada constatadas por meio
de relatórios descritivos e conclusivos, além do registro das horas cumpridas
em formulário próprio.
Os critérios de avaliação do Curso Profuncionário tem como
princípio a reflexão dialógica e participativa entre tutor e cursista, priorizando
em todos os momentos a aquisição de conhecimentos para articulação desta
no contexto de sua prática cotidiana na escola em que atua. Vale lembrar que
o referido Curso foi instituído para contribuir com a formação destes
funcionários na tentativa de torná-los efetivos Técnicos em Educação.
Referências
Obs: A estrutura do Curso segue módulos próprios (dezesseis) elaborados por
profissionais das instituições parceiras do Ministério da Educação.