proposta pedagÓgica curricular - notícias · o quarto período começa em 1826. nesse ano, ......

29
1 GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SEED COLÉGIO ESTADUAL JOANA D'ARC ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR LÍNGUA PORTUGUESA 2010

Upload: vutuong

Post on 13-Feb-2019

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SEED

COLÉGIO ESTADUAL JOANA D'ARC ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

LÍNGUA PORTUGUESA

2010

2

ÍNDICE

1. APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA

03

1.1. Características do Português do Brasil 05 2 FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS 06 3. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES POR SÉRIE 08 ENSINO FUNDAMENTAL 5ª SÉRIE/ 6º ANO 08

ENSINO FUNDAMENTAL 6ª SÉRIE/ 7º ANO 11

ENSINO FUNDAMENTAL 7ª SÉRIE/ 8º ANO 13

ENSINO FUNDAMENTAL 8ª SÉRIE/ 9º ANO 16

LÍNGUA PORTUGUESA - ENSINO MÉDIO 20 4. O ENSINO DA LITERATURA 23 5. METODOLOGIA DA DISCIPLINA 23 6. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 28

3

1. APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA

Com o início efetivo da colonização portuguesa em 1532, a língua portuguesa começa a ser transportada para o Brasil. Neste país, ela entra em contato com um novo espaço-tempo, com povos que falavam outras línguas, as línguas indígenas, e acaba por tornar-se, nessa nova geografia, a língua oficial e nacional do Brasil. Podemos estabelecer para essa história quatro períodos distintos, se considerarmos como elemento definidor o modo de relação da língua portuguesa com as demais línguas praticadas no Brasil desde 1532.

O primeiro momento começa com o início da colonização e vai até a saída dos holandeses do Brasil, em 1654. Nesse período o português convive, no território que é hoje o Brasil, com as línguas indígenas, com as línguas gerais e com o holandês, esta última, a língua de um país europeu e também colonizador. As línguas gerais eram línguas tupi, faladas pela maioria da população. Eram as línguas do contato entre índios de diferentes tribos, entre índios e portugueses e seus descendentes. A língua geral era assim uma língua franca. O português, como língua oficial do Estado português, era a língua empregada em documentos oficiais e praticada por aqueles que estavam ligados à administração da colônia.

O segundo período começa com a saída dos holandeses do Brasil e vai até a chegada da família real portuguesa no Rio de Janeiro, em 1808. A saída dos holandeses muda o quadro de relações entre línguas no Brasil na medida em que o português não tem mais a concorrência de uma outra língua de Estado (o holandês). A relação passa a ser, fundamentalmente, entre o português, as línguas indígenas, especialmente as línguas gerais, e as línguas africanas dos escravos. Esse período caracteriza-se por ser aquele em que Portugal toma medidas diretas e indiretas que levam ao declínio das línguas gerais. A população do Brasil, que era predominantemente de índios, passa a receber um número crescente de portugueses, assim como de negros, que vinham para o Brasil como escravos. Para se ter uma idéia, no século XVI, foram trazidos para o Brasil 100 mil negros. Esse número salta para 600 mil no século XVII e 1,3 milhão no século XVIII. O espaço de línguas do Brasil passa a incluir também a relação das línguas africanas dos escravos e o português. Com o maior número de portugueses, cresce também o número de falantes específicos do português. E isso tem uma outra característica: os portugueses que vêm para o Brasil não vêm da mesma região de Portugal. Desse modo, passam a conviver no Brasil, num mesmo espaço e tempo, divisões do português que, em Portugal, conviviam com dialetos de regiões diferentes.

Nesse período, ainda, há dois fatos de extrema importância. O primeiro deles é a ação direta do império português que age para impedir o uso da língua geral nas escolas. Essa ação é uma atitude direta de política de línguas de Portugal para tornar o português a língua mais falada do Brasil. Uma dessas ações mais conhecidas é o estabelecimento do Diretório dos Índios (1757), por iniciativa do Marquês de Pombal, ministro de Dom José I, que proibia o uso da língua geral na colônia. Assim, os índios não poderiam mais usar nenhuma outra língua que não a portuguesa. Essa ação, junto ao aumento da população portuguesa no Brasil, terá um efeito específico que ajuda a levar ao declínio definitivo da língua geral no país. O português que já era a língua oficial do Estado passa a ser a língua mais falada no Brasil.

O terceiro momento do português no Brasil, começa com a vinda da família real em 1808, conforme já citado anteriormente, como consequência da guerra com a França, e termina com a independência. Poderíamos utilizar como data final desse período 1826, pois é nesse ano que se formula a questão da língua nacional do Brasil no parlamento brasileiro.

A vinda da família real terá efeitos importantes a saber: um deles é um aumento, em curto espaço de tempo, da população portuguesa no Brasil. Chegaram ao Rio de Janeiro para as relações sociais em território brasileiro, e isso inclui também, a questão da língua. Logo de início, Dom João VI criou a imprensa no Brasil e fundou a Biblioteca Nacional, mudando o

4

quadro da vida cultural brasileira, e dando à língua portuguesa, no Brasil, um instrumento direto de circulação, a imprensa. Esses fatos produzem um certo efeito de unidade do português para o Brasil, enquanto língua do rei e da corte.

O quarto período começa em 1826. Nesse ano, o deputado José Clemente propôs que os diplomas dos médicos no Brasil fossem redigidos em “linguagem brasileira”. Em 1827, houve um grande número de discussões sobre o fato de que os professores deveriam ensinar a ler e a escrever utilizando a gramática da língua nacional. Ou seja, a questão da língua portuguesa no Brasil, que já era língua oficial do Estado, se põe agora como uma forma de transformá-la de língua do colonizador em língua da nação brasileira. Temos assim constituída a sobreposição da língua oficial e da língua nacional.

Essas questões tomam espaços importantes tanto na literatura quanto na constituição de um conhecimento brasileiro sobre o português no Brasil. É dessa época a literatura de José de Alencar que tem debates importantes com escritores portugueses que não aceitavam o modo como ele escrevia. É também dessa época o processo pelo qual os brasileiros tiveram legitimadas suas gramáticas para o ensino de português e seus dicionários. Dessa maneira cria-se historicamente no Brasil, o sentido de apropriação do português enquanto uma língua que tem as marcas de sua relação com as condições brasileiras. Pela história de suas relações com outro espaço de línguas, o português, ao funcionar em novas condições e nelas se relacionar com línguas indígenas, língua geral, línguas africanas, modificou-se de modo específico e os gramáticos e lexicógrafos brasileiros do final do século XIX, junto aos nossos escritores, trabalham o “sentimento” do português como língua nacional do Brasil.

Essa diferença não é simplesmente uma diferença empírica do tipo: as línguas indígenas e seus falantes já existiam no Brasil quando da chegada dos portugueses e as línguas de imigração vieram depois. A diferença é de modo de relação. As línguas indígenas e africanas entram na relação como línguas de povos considerados primitivos a serem ou civilizados (no caso dos índios) ou escravizados (no caso dos negros). Ou seja, não há lugar para essas línguas e seus falantes. No caso da imigração, as línguas e seus falantes entram no Brasil por uma ação de governo que procurava cooperação para desenvolver o país. E as línguas que vêm com os imigrantes eram, de algum modo, línguas nacionais ou oficiais nos países de origem dos imigrantes. Essas línguas são línguas legitimadas no conjunto global das relações de línguas, diferentemente das línguas indígenas e africanas. As línguas dos imigrantes eram línguas de povos considerados civilizados, em oposição às línguas indígenas e africanas.

Esse quarto período, no qual o português já se definira como língua oficial e nacional do Brasil, trará uma outra novidade, o início das relações entre o português e as línguas de imigrantes. Começa em 1818/1820 o processo de imigração para o Brasil, com a vinda de alemães para Ilhéus (1818) e Nova Friburgo (1820). Esse processo de imigração terá um momento muito particular, a transformação do Rio de Janeiro em capital do Império que traz novos aspectos na passagem do século XIX para o XX (1880-1930). A partir desse momento entraram no Brasil, por exemplo, falantes de alemão, italiano, japonês, coreano, holandês, inglês. Desse modo, o espaço de enunciação do Brasil passa a ter, em torno da língua oficial e nacional, duas relações significativamente distintas: de um lado, as línguas indígenas (e num certo sentido as línguas africanas dos descendentes de escravos) e de outro as línguas de imigração.

Enquanto língua oficial e língua nacional no Brasil, o português é uma língua de uso em todo o território brasileiro, sendo também a língua dos atos oficias, da lei, a língua da escola e que convive, na extensão do território brasileiro, com um grande conjunto de outras línguas. Por outro lado, enquanto língua nacional, o português significa a língua materna de todos os brasileiros, mesmo que um bom número de brasileiros tenham como língua materna outras línguas, as indígenas ou a de imigrantes.

5

1.1 Características do Português do Brasil

A vinda da língua portuguesa para o Brasil não se deu em um só momento. Ela aconteceu durante todo o período de colonização entrando em relação constante com outras línguas. Por outro lado, o povoamento do Brasil se fez com a vinda de portugueses de todas as regiões de Portugal. Desse modo, sua vinda para o Brasil traz para esse novo espaço as diversas variedades do português de Portugal. Essas variedades se instalarão em lugares diferentes do Brasil, mas, em muitos casos, elas convivem num mesmo espaço, como no Rio de Janeiro, por exemplo.

O português do Brasil vai, com o tempo, apresentar um conjunto de características não encontráveis, em geral, no português de Portugal, da mesma maneira que o português, em diversas outras regiões do mundo, terá características também específicas, em virtude das condições novas em que a língua passou a funcionar. Há de se considerar que, se levarmos em conta a língua escrita, encontraremos uma maior proximidade entre o português do Brasil, assim como o de outras regiões do mundo, com o português de Portugal, já que a língua escrita está mais sujeita à normatização da língua efetivada através das gramáticas normativas, dicionários e outros instrumentos reguladores da língua. Na língua oral, o processo de incorporação de características específicas se faz de modo mais rápido.

Magda Soares explica que a língua portuguesa passa a ser ensinada nas escolas, como disciplina de LP e tal só passou a existir nos currículos escolares brasileiros tardiamente, nas últimas décadas do século XIX, e somente em meados desse século o conteúdo gramatical ganhou a denominação de Português, e então em 1871, foi criado no país o cargo de “Professor de Português”.

O ensino manteve sua característica elitista até meados do século XX, quando houve uma improvisada democratização.

Existe no século XXI, a consciência de que não há uma única forma de conceber a linguagem, e que o ensino de LP terá diferentes configurações dependendo da concepção que temos da linguagem. Podemos perceber que todas essas concepções têm algo em comum, pois entendem a linguagem como uma realidade em si, como se ela tivesse vida própria, independente de seus falantes, da dinâmica das relações sociais e dos movimentos da história.

A concepção adotada recusa os olhares que alienam a linguagem de sua realidade social concreta. Ela é percebida como um conjunto aberto e múltiplo de práticas sociointeracionistas, orais ou escritas, desenvolvidas por sujeitos historicamente situados.

Pensar a linguagem desse modo é perceber que ela não existe em si, mas só existe efetivamente no contexto das relações sociais.

Ensinar Português é, fundamentalmente, oferecer aos alunos a oportunidade de amadurecer e ampliar o domínio que eles já têm das práticas de linguagem, de experiência acumulada de prática de fala e de escrita.

Cabe ao educador, no entanto, criar condições para que esse domínio dê um salto de qualidade, tornando-se mais maduro e mais amplo; adquirindo efetiva autonomia naquelas práticas de linguagem que devem ser de domínio comum de todos os cidadãos.

Até meados do século XX, o que vigorou no ensino da Literatura foi a predominância do cânone, baseado na Antiguidade Clássica. O principal instrumento do trabalho pedagógico eram as antologias literárias. Até as décadas de 1960 e 70, a leitura do texto literário no ensino primário e ginasial tinha por finalidade transmitir a norma culta da língua, constituindo base para exercícios gramaticais e estratégias para incutir valores religiosos, morais e cívicos. Como tentativa de rompimento com essa prática, a abordagem o texto literário passa a centrar-se numa análise literária simplificada, a partir de questionários sobre personagens principais e

6

secundários, tempo e espaço da narrativa. Como segmento da Língua Portuguesa, o ensino da Literatura, com base na estrutura

dos livros didáticos, é focado na historiografia literária e no trabalho com fragmentos de textos ao invés de textos integrais.

A partir de 1970, o ensino de Literatura, restringiu-se ao Ensino Médio, com abordagens estruturalistas ou historiográficas do texto literário.

A historiografia literária ainda resiste nas salas de aula; os livros didáticos tendem a perpetuar essa situação ao priorizar determinados autores com base nos períodos literários, características, bibliografias, fragmentos de textos, privando o aluno de uma efetiva prática de leitura do texto literário. Contudo, a atuação do professor mais uma vez se evidencia em sua importância, pois em tal circunstância deve-se agir como mediador pedagógico entre a teoria e a prática, por meio de processos de ensino metodológicos, dever-se-á valorizar o trabalho intelectual de modo que o aluno se aproprie da prática do pensamento como um todo, pela capacidade de abstração, e assim, tanto aluno como professor possa compreender a necessidade de abordagens literárias, adquirindo condições de intervenções produtivas equivalentes a construção efetiva do conhecimento.

Garantir a todos os educandos o domínio das práticas sócio-verbais que são indispensáveis à vida cidadã e que transcendem os limites das vivências cotidianas formais e informais.

Trata-se do domínio amplo da leitura, da escrita e da fala em situações formais e informais, e também do desenvolvimento de uma compreensão da própria realidade da linguagem nas suas dimensões sociais, históricas e estruturais.

Assumindo-se a concepção de língua como discurso que se efetiva nas diferentes práticas sociais, os objetivos a seguir fundamentarão todo o processo de ensino :

Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la a cada contexto e interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas nos discursos do cotidiano e posicionando-se diante dos mesmos;

Desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas realizadas por meio de práticas sociais, considerando-se os interlocutores, os seus objetivos, o assunto tratado, os gêneros e suportes textuais e o contexto de produção-leitura;

Refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos, atualizando o gênero e tipo de texto, assim como os elementos gramaticais empregados na sua organização;

Aprimorar, pelo contato com os textos literários, a capacidade de pensamento crítico e a sensibilidade estética dos alunos, propiciando através da literatura a constituição de um espaço dialógico que permita a expansão lúdica do trabalho com as práticas da oralidade, da leitura e da escrita .

É importante ressaltar que tais objetivos e as práticas deles decorrentes , não se esgotam no período escolar , mas se estendem por toda sua vida.

2. FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS As Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa assumem uma concepção de linguagem, que também é utilizada na construção deste documento, que não se fecha “na sua condição de sistema de formas (...), mas abre-se para a sua condição de atividade e acontecimento social, portanto estratificada pelos valores ideológicos” (RODRIGUES, 2005, p. 156). Dessa forma, a linguagem é vista como fenômeno social, pois nasce da necessidade de interação (política, social, econômica) entre os homens. Tendo como base teórica as reflexões do Círculo de Bakhtin a respeito da linguagem, defende-se que:

7

É no processo de interação social que a palavra significa, o ato de fala é de natureza social (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1999, p. 109). Isso implica dizer que os homens não recebem a língua pronta para ser usada, eles “penetram na corrente da comunicação verbal; ou melhor, somente quando mergulham nessa corrente é que sua consciência desperta e começa a operar”, postula Bakhtin/Volochinov (1999, p. 108). Ensinar a língua materna, a partir dessa concepção, requer que se considerem os aspectos sociais e históricos em que o sujeito está inserido, bem como o contexto de produção do enunciado, uma vez que os seus significados são sociais e historicamente construídos. As palavras estão carregadas de conteúdo ideológico, elas “são tecidas a partir de uma multidão de fios ideológicos e servem de trama a todas as relações sociais em todos os domínios” (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1999, p. 41). Sob essa perspectiva, o ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa visa a aprimorar os conhecimentos linguísticos e discursivos dos alunos, para que eles possam compreender os discursos que os cercam e terem condições de interagir com esses discursos. Pensar o ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa, tendo como foco essa concepção de linguagem, implica: Nesse sentido, é preciso que a escola seja um espaço que promova, por meio de uma gama de textos com diferentes funções sociais, o letramento do aluno, para que ele se envolva nas práticas de uso da língua – sejam de leitura, oralidade e escrita. Destaca-se que o letramento vai além da alfabetização: esta é uma atividade mecânica, que garante ao sujeito o conhecimento do código linguístico (codificação e decodificação); já aquele, de acordo com Soares (1998), refere-se ao indivíduo que não só sabe ler e escrever, mas usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e escrita, posiciona-se e interage com as exigências da sociedade diante das práticas de linguagem, demarcando a sua voz no contexto social. O professor de Língua Portuguesa precisa, então, propiciar ao educando a prática, a discussão, a leitura de textos das diferentes esferas sociais (jornalística, literária, publicitária, digital etc.). Sob o exposto, defende-se que as práticas discursivas abrangem, além dos textos escritos e falados, a integração da linguagem verbal com outras linguagens. A leitura dessas múltiplas linguagens, realizada com propriedade, garante o envolvimento do sujeito com as práticas discursivas, alterando “seu estado ou condição em aspectos sociais, psíquicos, culturais, políticos, cognitivos, linguísticos e até mesmo econômicos” (SOARES, 1998, p. 18). É necessário ampliar, neste momento, o conceito de texto, o qual envolve não apenas a formalização do discurso verbal ou não-verbal, mas o evento que abrange o antes, isto é, as condições de produção e elaboração; e o depois, ou seja, a leitura ou a resposta ativa. Todo texto é, assim, articulação de discursos, vozes que se materializam, ato humano, é linguagem em uso efetivo. O texto ocorre em interação e, por isso mesmo, não é compreendido apenas em seus limites formais (BAKHTIN, 1999). Por isso, aprimoramento da competência linguística do aluno acontecerá com maior propriedade se lhe for dado conhecer, nas práticas de leitura, escrita e oralidade, o caráter dinâmico dos gêneros discursivos. O trânsito pelas diferentes esferas de comunicação possibilitará ao educando uma inserção social mais produtiva no sentido de poder formular seu próprio discurso e interferir na sociedade em que está inserido. Bakhtin (1992, p. 285) afirma que “quanto melhor dominamos os gêneros tanto mais livremente os empregamos, tanto mais plena e nitidamente descobrimos neles a nossa individualidade (onde isso é possível e necessário) (...)”. O estudo dos conhecimentos linguísticos, sob esse enfoque, deve propiciar ao aluno a reflexão sobre as normas de uso das unidades da língua, de como elas são combinadas para

8

produzirem determinados efeitos de sentido, profundamente vinculados a contextos e adequados às finalidades pretendidas no ato da linguagem. Tendo em vista a concepção de linguagem como discurso que se efetiva nas diferentes práticas sociais, o processo de ensino-aprendizagem do Colégio Joana D’Arc. EFM na disciplina de Língua Portuguesa, busca empregar a língua oral em diferentes situações de uso, saber adequá-la a cada contexto e interlocutor, reconhecer as intenções implícitas nos discursos do cotidiano e propiciar a possibilidade de um posicionamento diante deles; desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas por meio de práticas sociais que considerem os interlocutores, seus objetivos, o assunto tratado, além do contexto de produção; analisar os textos produzidos, lidos e/ou ouvidos, possibilitando que o aluno amplie seus conhecimentos linguístico-discursivos; aprofundar, por meio da leitura de textos literários, a capacidade de pensamento crítico e a sensibilidade estética, permitindo a expansão lúdica da oralidade, da leitura e da escrita; aprimorar os conhecimentos linguísticos, de maneira a propiciar acesso às ferramentas de expressão e compreensão de processos discursivos, proporcionando ao aluno condições para adequar a linguagem aos diferentes contextos sociais, apropriando-se, também, da norma padrão. É importante ressaltar que tais objetivos e as práticas deles decorrentes supõem um processo longitudinal de ensino e aprendizagem que se inicia na alfabetização, consolida-se no decurso da vida acadêmica e não se esgota no período escolar, mas se estende por toda a vida. 3. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES POR SÉRIE Entende-se por conteúdos básicos os conhecimentos fundamentais para cada série da etapa final do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, considerados imprescindíveis para a formação conceitual dos estudantes nas diversas disciplinas da Educação Básica. O acesso a esses conhecimentos é direito do aluno na fase de escolarização em que se encontra e o trabalho pedagógico com tais conteúdos é responsabilidade do professor. Abaixo segue um quadro que indica como os conteúdos básicos se articulam com os conteúdos estruturantes da disciplina de Língua Portuguesa, que tipo de abordagem teórico-metodológica devem receber e, finalmente, a que expectativas de aprendizagem estão atrelados. Na disciplina de Língua Portuguesa/Literatura, o Conteúdo Estruturante é o Discurso como prática social, a partir dele, advém os conteúdos básicos: os gêneros discursivos a serem trabalhados nas práticas discursivas. O conteúdo básico é composto pelos gêneros discursivos; pelas das práticas de leitura, oralidade, escrita e da análise linguística, para serem abordados a partir do gênero selecionado, conforme as esferas sociais de circulação: cotidiana, científica, escolar, imprensa, política, literária/artística, produção e consumo, publicitária, midiática, jurídica. Os gêneros precisam ser retomados nas diferentes séries com níveis maiores de complexidade, tendo em vista que a diferença significativa entre as séries está no grau de aprofundamento e da abordagem metodológica. É necessário levar em conta que a abordagem teórico-metodológica e a avaliação estão inseridas no quadro abaixo para compreensão da proposta dos conteúdos básicos de Língua Portuguesa/Literatura.

ENSINO FUNDAMENTAL 5ª SÉRIE/ 6º ANO

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL CONTEÚDOS BÁSICOS ABORDAGEM AVALIAÇÃO

9

TEÓRICO-METODOLÓGICA

GÊNEROS DISCURSIVOS Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de circulação. Caberá ao professor fazer a seleção de gêneros, nas diferentes esferas, de acordo com o Projeto Político Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o Plano Trabalho Docente, ou seja, em conformidade com as características da escola e com o nível de complexidade adequado a cada uma das séries. LEITURA • Tema do texto; • Interlocutor; • Finalidade; • Argumentos do texto; • Discurso direto e indireto; • Elementos composicionais do gênero; • Léxico; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem. ESCRITA • Contexto de produção; • Interlocutor; • Finalidade do texto; • Informatividade; • Argumentatividade; • Discurso direto e indireto;

LEITURA É importante que o professor: • Propicie práticas de leitura de textos de diferentes gêneros; • Considere os conhecimentos prévios dos alunos; • Formule questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto; • Encaminhe discussões sobre: tema, intenções, intertextualidade; • Contextualize a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade, época; • Utilize textos verbais diversos que dialoguem com não-verbais, como gráficos, fotos, imagens, mapas, e outros; • Relacione o tema com o contexto atual; • Oportunize a socialização das ideias dos alunos sobre o texto. ESCRITA É importante que o professor: • Planeje a produção textual a partir: da delimitação do tema, do interlocutor, do gênero, da finalidade; • Estimule a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto; • Acompanhe a produção do texto; • Encaminhe a reescrita textual: revisão dos argumentos/ das ideias, dos elementos que compõem o gênero (por exemplo: se for uma narrativa de aventura,

LEITURA Espera-se que o aluno: • Identifique o tema; • Realize leitura compreensiva do texto; • Localize informações explícitas no texto; • Posicione-se argumentativamente; • Amplie seu horizonte de expectativas; • Amplie seu léxico; • Identifique a ideia principal do texto. ESCRITA Espera-se que o aluno: • Expresse as ideias com clareza; • Elabore/reelabore textos de acordo com o encaminhamento do professor, atendendo: − às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...); − à continuidade temática; • Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal; • Use recursos textuais como coesão e coerência, informatividade, etc; • Utilize adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função do artigo, pronome, numeral, substantivo, etc.

10

• Elementos composicionais do gênero; • Divisão do texto em parágrafos; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem; • Processo de formação de palavras; • Acentuação gráfica; • Ortografia; • Concordância verbal/nominal.

observar se há o narrador, quem são os personagens, tempo, espaço, se o texto remete a uma aventura, etc.); • Analise se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática, se atende à finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto; • Conduza, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos.

ORALIDADE • Tema do texto; • Finalidade; • Argumentos; • Papel do locutor e interlocutor; • Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...; • Adequação do discurso ao gênero; • Turnos de fala; • Variações linguísticas; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos.

ORALIDADE Espera-se que o aluno: • Utilize discurso de acordo com a situação de produção (formal/ informal); • Apresente suas ideias com clareza, coerência e argumentatividade; • Compreenda argumentos no discurso do outro; • Explane diferentes textos, utilizando adequadamente entonação, pausas, gestos, etc; • Respeite os turnos de fala.

11

- Gêneros a serem trabalhados: Poesias, Receita, Regulamento, Regra de jogo, Manual de instrução, Regimento e Mandamento. ENSINO FUNDAMENTAL 6ª SÉRIE/ 7º ANO

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL CONTEÚDOS BÁSICOS ABORDAGEM TEÓRICO-

METODOLÓGICA AVALIAÇÃO

ORALIDADE É importante que o professor: • Organize apresentações de textos produzidos pelos alunos; • Oriente sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado; • Prepare apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal e informal; • Estimule contação de histórias de diferentes gêneros, utilizando-se dos recursos extralinguísticos, como entonação, pausas, expressão facial e outros;

12

GÊNEROS DISCURSIVOS LEITURA É importante que o professor: • Propicie práticas de leitura de textos de diferentes gêneros, ampliando também o léxico; • Considere os conhecimentos prévios dos alunos; • Formule questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto; • Encaminhe discussões sobre: tema e intenções; • Contextualize a produção: suporte/ fonte, interlocutores, finalidade, época; • Utilize textos verbais diversos que dialoguem com não-verbais, como gráficos, fotos, imagens, mapas,e outros; • Relacione o tema com o contexto atual, com as diferentes possibilidades de sentido (ambiguidade) e com outros textos; • Oportunize a socialização das ideias dos alunos sobre o texto.

LEITURA Espera-se que o aluno: • Realize leitura compreensiva do texto; • Localize informações explícitas e implícitas no texto; • Posicione-se argumentativamente; • Amplie seu horizonte de expectativas; • Amplie seu léxico; • Perceba o ambiente no qual circula o gênero; • Identifique a ideia principal do texto; • Analise as intenções do autor; • Identifique o tema; • Deduza os sentidos das palavras e/ou expressões a partir do contexto. ESCRITA

13

Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de circulação. Caberá ao professor fazer a seleção de gêneros, nas diferentes esferas, de acordo com o Projeto Político Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o Plano Trabalho Docente, ou seja, em conformidade com as características da escola e com o nível de complexidade adequado a cada uma das séries.

ESCRITA É importante que o professor: • Planeje a produção textual a partir: da delimitação do tema, do interlocutor, do gênero, da finalidade; • Estimule a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero propostos; • Acompanhe a produção do texto; • Encaminhe a reescrita textual: revisão dos argumentos/das ideias, dos elementos que compõem o gênero (por exemplo: se for uma narrativa de enigma, observar se há o narrador, quem são os personagens, tempo, espaço, se o texto remete a um mistério, etc.); • Analise se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática, se atende à finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto; • Conduza, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos. ORALIDADE É importante que o professor: • Organize apresentações de textos produzidos pelos alunos; • Proponha reflexões sobre os argumentos utilizados nas exposições orais dos alunos; • Oriente sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado; • Prepare apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal e informal;

Espera-se que o aluno: • Expresse suas ideias com clareza; • Elabore textos atendendo: - às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...); - à continuidade temática; • Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal; • Use recursos textuais como coesão e coerência, informatividade, etc; • Utilize adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função do artigo, pronome, substantivo, etc.

14

- Gêneros a serem trabalhados: Memórias, Notícia, Reportagem, Anedota, Caso, Diário íntimo, Testemunho, Currículo, Relato Histórico, de viagem e policial. ENSINO FUNDAMENTAL 7ª SÉRIE/ 8ºANO

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL CONTEÚDOS BÁSICOS ABORDAGEM TEÓRICO-

METODOLÓGICA AVALIAÇÃO

GÊNEROS DISCURSIVOS Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de circulação. Caberá ao professor fazer a seleção de gêneros, nas diferentes esferas, de acordo com o Projeto Político Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o Plano Trabalho Docente, ou seja, em conformidade com as características da escola e com o nível de complexidade adequado a cada uma das séries. LEITURA Conteúdo temático; • Interlocutor; • Intencionalidade do texto; • Argumentos do texto; • Contexto de produção; • Intertextualidade; • Vozes sociais presentes no texto; • Elementos composicionais do gênero; • Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);

LEITURA É importante que o professor: • Propicie práticas de leitura de textos de diferentes gêneros; • Considere os conhecimentos prévios dos alunos; • Formule questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto; • Encaminhe discussões e reflexões sobre: tema, finalidade, intenções, intertextualidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade; • Contextualize a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade, época; • Utilize textos verbais diversos que dialoguem com não-verbais, como gráficos, fotos, imagens, mapas, e outros; • Relacione o tema com o contexto atual; • Oportunize a socialização das ideias dos alunos sobre o texto; • Instigue a identificação e reflexão dos sentidos de palavras e/ou expressões figuradas, bem como de expressões que denotam ironia e humor; • Promova a percepção de recursos utilizados para determinar causa e

LEITURA Espera-se que o aluno: • Realize leitura compreensiva do texto; • Localize de informações explícitas e implícitas no texto; • Posicione-se argumentativamente; • Amplie seu horizonte de expectativas; • Amplie seu léxico; • Perceba o ambiente no qual circula o gênero; • Identifique a ideia principal do texto; • Analise as intenções do autor; • Identifique o tema; • Reconheça palavras e/ou expressões que denotem ironia e humor no texto; • Compreenda as diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo e denotativo; • Identifique e reflita sobre as vozes sociais presentes no texto; • Conheça e utilize os recursos para determinar causa e consequência entre as partes e elementos do texto. ESCRITA Espera-se que o aluno: • Expresse suas ideias com clareza; • Elabore textos atendendo: - às situações de produção propostas (gênero,

15

• Semântica: - operadores argumentativos; - ambiguidade; - sentido figurado; - expressões que denotam ironia e humor no texto. ESCRITA • Conteúdo temático; • Interlocutor; • Intencionalidade do texto; • Informatividade; • Contexto de produção; • Intertextualidade; • Vozes sociais presentes no texto; • Elementos composicionais do gênero; • Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito; • Concordância verbal e nominal;

consequência entre as partes e elementos do texto. ESCRITA É importante que o professor: • Planeje a produção textual a partir: da delimitação do tema, do interlocutor, do gênero, da finalidade; • Estimule a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero propostos; • Acompanhe a produção do texto; • Analise se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática, se atende à finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto;

interlocutor, finalidade...); - à continuidade temática; • Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal;

16

• Papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e sequenciação do texto; • Semântica: - operadores argumentativos; - ambiguidade; - significado das palavras; - sentido figurado; - expressões que denotam ironia e humor no texto. ORALIDADE • Conteúdo temático; • Finalidade; • Argumentos; • Papel do locutor e interlocutor; • Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas ...; • Adequação do discurso ao gênero; • Turnos de fala; • Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras); • Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição; • Elementos semânticos; • Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc); • Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.

• Estimule o uso de figuras de linguagem no texto; • Incentive a utilização de recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; • Proporcione o entendimento do papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e sequenciação do texto; • Encaminhe a reescrita textual: revisão dos argumentos/das ideias, dos elementos que compõem o gênero (por exemplo: se for uma notícia, observar se o fato relatado é relevante, se apresenta dados coerentes, se a linguagem é própria do suporte (ex. jornal), se traz vozes de autoridade, etc.). • Conduza, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos. ORALIDADE É importante que o professor: • Organize apresentações de textos produzidos pelos alunos levando em consideração a: aceitabilidade, informatividade, situacionalidade e finalidade do texto; • Proponha reflexões sobre os argumentos utilizados nas exposições orais dos alunos, e sobre a utilização dos recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; • Oriente sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado; • Prepare apresentações que

• Utilize recursos textuais como coesão e coerência, informatividade, etc.; • Utilize adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função do artigo, pronome, substantivo, adjetivo, advérbio, etc; • Empregue palavras e/ou expressões no sentido conotativo; • Entenda o papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e sequenciação do texto; Perceba a pertinência e use os elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos, bem como os recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto. ORALIDADE Espera-se que o aluno: • Utilize o discurso de acordo com a situação de produção (formal/ informal); • Apresente ideias com clareza; • Obtenha fluência na exposição oral, em adequação ao gênero proposto; • Compreenda os argumentos no discurso do outro; • Exponha objetivamente seus argumentos; • Organize a sequência da fala; • Respeite os turnos de fala; • Analise os argumentos dos colegas em suas apresentações e/ou nos gêneros orais trabalhados; • Participe ativamente de diálogos, relatos, discussões, etc.; • Utilize conscientemente expressões faciais corporais

17

explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal e informal; • Estimule contação de histórias de diferentes gêneros, utilizando-se dos recursos extralinguísticos, como entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas e outros; • Propicie análise e comparação dos recursos veiculados em diferentes fontes como jornais, emissoras de TV, emissoras de rádio, etc., a fim de perceber a ideologia dos discursos dessas esferas; • Selecione discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como cenas de desenhos, programas infanto-juvenis, entrevistas, reportagem, entre outros.

e gestuais, pausas e entonação nas exposições orais, entre outros elementos extralinguísticos. Analise recursos da oralidade em cenas de desenhos, programas infanto-juvenis, entrevistas, reportagem, entre outros.

Gêneros a serem trabalhados: Memórias, Editorial, Carta de reclamanção, artigo de opinião, ensaio argumentativo, debate regrado, resenha crítica. ENSINO FUNDAMENTAL 8ª SÉRIE/ 9º ANO

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL CONTEÚDOS BÁSICOS ABORDAGEM TEÓRICO-

METODOLÓGICA AVALIAÇÃO

GÊNEROS DISCURSIVOS Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de circulação. Caberá ao professor fazer a seleção de gêneros, nas diferentes esferas, de acordo com o Projeto Político Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o Plano

LEITURA É importante que o professor: • Propicie práticas de leitura de textos de diferentes gêneros; • Considere os conhecimentos prévios dos alunos; • Formule questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto; • Encaminhe discussões e reflexões sobre: tema,

LEITURA Espera-se que o aluno: • Realize leitura compreensiva do texto e das partículas conectivas; • Localize informações explícitas e implícitas no texto; • Posicione-se argumentativamente; • Amplie seu horizonte de expectativas; • Amplie seu léxico; • Perceba o ambiente no qual circula o gênero;

18

Trabalho Docente, ou seja, em conformidade com as características da escola e com o nível de complexidade adequado a cada uma das séries. LEITURA • Conteúdo temático; • Interlocutor; • Intencionalidade do texto; • Argumentos do texto; • Contexto de produção; • Intertextualidade; • Discurso ideológico presente no texto;; • Vozes sociais presentes no texto; • Elementos composicionais do gênero; • Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; • Partículas conectivas do texto; • Progressão referencial no texto; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito; • Semântica: • - operadores argumentativos; - polissemia; - expressões que denotam ironia e humor no texto. ESCRITA • Conteúdo temático; • Interlocutor; • Intencionalidade do texto; • Informatividade; • Contexto de produção; • Intertextualidade; • Vozes sociais presentes no texto; • Elementos composicionais do gênero;

finalidade, intenções, intertextualidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade, temporalidade, vozes sociais e ideologia ; • Proporcione análises para estabelecer a referência textual; • Contextualize a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade, época; • Utilize textos verbais diversos que dialoguem com não-verbais, como gráficos, fotos, imagens, mapas e outros; • Relacione o tema com o contexto atual; • Oportunize a socialização das ideias dos alunos sobre o texto; • Instigue o entendimento/ reflexão das palavras em sentido figurado; • Estimule leituras que suscitem no reconhecimento do estilo, que é próprio de cada gênero; • Incentive a percepção dos recursos utilizados para determinar causa e consequência entre as partes e elementos do texto; • Conduza leituras para a compreensão das partículas conectivas.

• Identifique a ideia principal do texto; • Analise as intenções do autor; • Identifique o tema; • Deduza os sentidos de palavras e/ou expressões a partir do contexto; • Compreenda as diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo e denotativo; • Conheça e utilize os recursos para determinar causa e consequência entre as partes e elementos do texto; • Reconheça palavras e/ou expressões que estabelecem a progressão referencial; • Reconheça o estilo, próprio de diferentes gêneros. ESCRITA Espera-se que o aluno: • Expresse ideias com clareza; • Elabore textos atendendo: - às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...); - à continuidade temática;

19

• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; • Partículas conectivas do texto; • Progressão referencial no texto; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, etc.; • Sintaxe de concordância; • Sintaxe de regência; • Processo de formação de palavras; • Vícios de linguagem; • Semântica: - operadores argumentativos; - modalizadores; - polissemia. ORALIDADE • Conteúdo temático ; • Finalidade; • Argumentos; • Papel do locutor e interlocutor; • Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas ...; • Adequação do discurso ao gênero; • Turnos de fala; • Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas entre outras); • Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, conectivos; • Semântica; • Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.); • Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.

ESCRITA É importante que o professor: • Planeje a produção textual a partir: da delimitação tema, do interlocutor, finalidade, intenções, intertextualidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade, temporalidade e ideologia; • Proporcione o uso adequado de palavras e expressões para estabelecer a referência textual; • Estimule a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto; • Acompanhe a produção do texto; • Analise se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática, se atende à finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto; • Estimule o uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo e denotativo, bem como de expressões que denotam ironia e humor;figuras de linguagem no texto; • Incentive a utilização de recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; • Conduza a utilização adequada das partículas conectivas; • Encaminhe a reescrita textual: revisão dos argumentos/das ideias, dos

• Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal; • Use recursos textuais como coesão e coerência, informatividade, intertextualidade, etc; • Utilize adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função do artigo, pronome, substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, preposição, conjunção, etc.; • Empregue palavras e/ou expressões no sentido conotativo; • Perceba a pertinência e use os elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos, bem como os recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; • Reconheça palavras e/ou expressões que estabelecem a progressão referencial. ORALIDADE Espera-se que o aluno: • Utilize o discurso de acordo com a situação de produção (formal/ informal); • Apresente ideias com clareza; • Obtenha fluência na exposição oral, em adequação ao gênero proposto; • Compreenda argumentos

20

elementos que compõem o gênero (por exemplo: se for uma crônica, verificar se a temática está relacionada ao cotidiano, se há relações estabelecidas entre os personagens, o local, o tempo em que a história acontece, etc.); • Conduza, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos. ORALIDADE É importante que o professor: • Organize apresentações de textos produzidos pelos alunos levando em consideração a: aceitabilidade, informatividade, situacionalidade finalidade do texto; • Proponha reflexões sobre os argumentos utilizados nas exposições orais dos alunos, e sobre a utilização dos recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; • Oriente sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado; • Prepare apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal e informal; • • Estimule contação de histórias de diferentes gêneros, utilizando-se dos recursos extralinguísticos, como entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas e outros; • Selecione discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como cenas de desenhos, programas infanto-juvenis, entrevistas, reportagem entre outros.

no discurso do outro; • Exponha objetivamente argumentos; • Organize a sequência da fala; • Respeite os turnos de fala; • Analise os argumentos apresentados pelos colegas em suas apresentações e/ou nos gêneros orais trabalhados; • Participe ativamente de diálogos, relatos, discussões, etc.; • Utilize conscientemente expressões faciais corporais e gestuais, pausas e entonação nas exposições orais, entre outros elementos extralinguísticos; • Analise recursos da oralidade em cenas de desenhos, programas infanto-juvenis, entrevistas, reportagem entre outros.

21

- Gêneros a serem trabalhados: Artigo de opinião, Lenda, Romance, Fábula, Novela, Biografia, Conto de Aventura, Conto de Fada, Crônica Literária, Adivinha, Piada, Ficção Científica, Biografia romanceada, Epopeia. LÍNGUA PORTUGUESA - ENSINO MÉDIO GÊNEROS DISCURSIVOS Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de circulação. Caberá ao professor fazer a seleção de gêneros, nas diferentes esferas, de acordo com o Projeto Político Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o Plano Trabalho Docente, ou seja, em conformidade com as características da escola e com o nível de complexidade adequado a cada uma das séries. LEITURA • Conteúdo temático; • Interlocutor; • Finalidade do texto ; • Intencionalidade; • Argumentos do texto; • Contexto de produção; • Intertextualidade; • Vozes sociais presentes no texto; • Discurso ideológico presente no texto; • Elementos composicionais do gênero; • Contexto de produção da obra literária; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito; • Progressão referencial; • Partículas conectivas do texto; • Relação de causa e consequência entre partes e

LEITURA É importante que o professor: • Propicie práticas de leitura de textos de diferentes gêneros; • Considere os conhecimentos prévios dos alunos; • Formule questionamentos que possibilitem inferências a partir de pistas textuais; • Encaminhe discussões e reflexões sobre: tema, finalidade, intenções, intertextualidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade, temporalidade, vozes sociais e ideologia; • Contextualize a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade, época; referente à obra literária, explore os estilos do autor, da época, situe o momento de produção da obra e dialogue com o momento atual, bem como com outras áreas do conhecimento; • Utilize textos verbais diversos que dialoguem com não-verbais, como gráficos, fotos, imagens, mapas e outros; • Relacione o tema com o contexto atual; • Oportunize a socialização das ideias dos alunos sobre o texto; • Instigue o entendimento/ reflexão das palavras em sentido figurado; • Estimule leituras que suscitem o reconhecimento do estilo, que é próprio de cada gênero; • Incentive a percepção dos recursos utilizados para determinar causa e consequência

LEITURA Espera-se que o aluno: • Efetue leitura compreensiva, global, crítica e analítica de textos verbais e não-verbais; • Localize informações explícitas e implícitas no texto; • Produza inferências a partir de pistas textuais; • Posicione-se argumentativamente; • Amplie seu léxico; • Perceba o ambiente no qual circula o gênero; • Identifique a ideia principal do texto; • Analise as intenções do autor; • Identifique o tema; • Referente à obra literária, amplie seu horizonte de expectativas, perceba os diferentes estilos e estabeleça relações entre obras de diferentes épocas com o contexto histórico atual; • Deduza os sentidos de palavras e/ou expressões a partir do contexto; • Compreenda as diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo;

22

elementos do texto; • Semântica: - operadores argumentativos; - modalizadores; - figuras de linguagem. ESCRITA • Conteúdo temático; • Interlocutor; • Finalidade do texto; • Intencionalidade; • Informatividade; • Contexto de produção; • Intertextualidade; • Referência textual; • Vozes sociais presentes no texto; • Ideologia presente no texto; • Elementos composicionais do gênero; • Progressão referencial; • Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;

entre as partes e elementos do texto; • Proporcione análises para estabelecer a progressão referencial do texto; • Conduza leituras para a compreensão das partículas conectivas.

• Conheça e utilize os recursos para determinar causa e consequência entre as partes e elementos do texto; • Reconheça palavras e/ou expressões que estabelecem a progressão referencial; • Entenda o estilo, que é próprio de cada gênero.

- operadores argumentativos; - modalizadores; - figuras de linguagem; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, conectores, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, etc.; • Vícios de linguagem; • Sintaxe de concordância; • Sintaxe de regência. ORALIDADE • Conteúdo temático; • Finalidade; • Intencionalidade; • Argumentos; • Papel do locutor e interlocutor; • Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas ...; • Adequação do discurso ao gênero; • Turnos de fala; • Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);

ESCRITA É importante que o professor: • Planeje a produção textual a partir: da delimitação do tema, do interlocutor, intenções, contexto de produção do gênero; • Proporcione o uso adequado de palavras e expressões para estabelecer a referência textual; • Conduza a utilização adequada dos conectivos; • Estimule a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto; • Acompanhe a produção do texto; • Instigue o uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo; • Estimule produções que suscitem o reconhecimento do estilo, que é próprio de cada gênero; • Incentive a utilização de recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; • Encaminhe a reescrita textual:

ESCRITA Espera-se que o aluno: • Expresse ideias com clareza; • Elabore textos atendendo: - às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...); - à continuidade temática; • Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal; • Use recursos textuais como coesão e coerência, informatividade, intertextualidade, etc.; • Utilize adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função do artigo, pronome, substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, preposição, conjunção, etc.;

23

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição; • Elementos semânticos; • Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.); • Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.

revisão dos argumentos/das ideias, dos elementos que compõe o gênero (por exemplo: se for um artigo de opinião, observar se há uma questão problema, se apresenta defesa de argumentos, se a linguagem está apropriada, se há continuidade temática, etc.); • Analise se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática, se atende à finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto; • Conduza, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos. ORALIDADE É importante que o professor: • Organize apresentações de textos produzidos pelos alunos levando em consideração a: aceitabilidade, informatividade, situacionalidade e finalidade do texto; • Proponha reflexões sobre os argumentos utilizados nas exposições orais dos alunos, e sobre a utilização dos recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; • Oriente sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado; • Prepare apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal e informal; • Estimule contação de histórias de diferentes gêneros, utilizando-se dos recursos extralinguísticos, como entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas e outros; • Selecione discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como seminários,

• Empregue palavras e/ou expressões no sentido conotativo; • Perceba a pertinência e use os elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos; • Reconheça palavras e/ou expressões que estabelecem a progressão referencial; • Entenda o estilo, que é próprio de cada gênero. ORALIDADE Espera-se que o aluno: • Utilize seu discurso de acordo com a situação de produção (formal/ informal); • Apresente ideias com clareza; • Obtenha fluência na exposição oral, em adequação ao gênero proposto; • Compreenda os argumentos do discurso do outro; • Exponha objetivamente seus argumentos e defenda claramente suas ideias; • Organize a sequência da fala de modo que as informações não se percam; • Respeite os turnos de fala; • Analise, contraponha, discuta os argumentos apresentados pelos colegas em suas apresentações e/ou nos gêneros orais trabalhados; • Contra-argumente ideias formuladas pelos colegas em discussões,

24

telejornais, entrevistas, reportagens, entre outros; • Propicie análise e comparação dos recursos veiculados em diferentes fontes como jornais, emissoras de TV, emissoras de rádio, etc., a fim de perceber a ideologia dos discursos dessas esferas.

debates, mesas redondas, diálogos, discussões, etc.; • Utilize de forma intencional e consciente expressões faciais, corporais e gestuais, pausas e entonação nas exposições orais, entre outros elementos extralinguísticos.

- Gêneros a serem trabalhados: Crônicas, Artigo de Opinião, Ensaio Argumentativo, Conferência, Seminário.

4. O ENSINO DA LITERATURA Nossa Proposta segue o sugerido pelas Diretrizes Curriculares de Educação Básica do Paraná – Língua Portuguesa – para o trabalho com a Literatura, o Método Recepcional, “Estética da Recepção” e “Teoria do Efeito”. Optou-se por esse encaminhamento devido ao papel que se atribui ao leitor, uma vez que este é visto como um sujeito ativo no processo de leitura, tendo voz em seu contexto. Além disso, esse método proporciona momentos de debates, reflexões sobre a obra lida, possibilitando ao aluno a ampliação dos seus horizontes de expectativas. Essa proposta de trabalho tem como objetivos: efetuar leituras compreensivas e críticas; ser receptivo a novos textos e a leitura de outrem; questionar as leituras efetuadas em relação ao seu próprio horizonte cultural; transformar os próprios horizontes de expectativas, bem como os do professor, da escola, da comunidade familiar e social. Alcançar esses objetivos é essencial para o sucesso das atividades. Esse trabalho divide-se em cinco etapas: 1ª – Determinação do horizonte de expectativas; 2ª – Atendimento ao horizonte de expectativas; 3ª – Ruptura do horizonte de expectativas; 4ª – Questionamento do horizonte de expectativas; 5ª – Ampliação do horizonte de expectativas. 5. METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Todo o processo ensino-aprendizagem partirá de fundamentos do sociointeracionismo;

portanto, tem-se como princípio a língua como interação e o homem como um ser político, social e historicamente construído, baseando-se em Bakhthin.

Sendo assim, nas aulas, o professor não é o produtor de conhecimentos, mas aquele que constrói conhecimentos com o aluno, aproveitando todo o conhecimento prévio de todos os envolvidos.

A análise do discurso que se veicula através das diferentes Gêneros Discursivos será enfatizada nas práticas linguísticas, visto que as pessoas se transformam e são transformadas através da língua, pois, é pela língua que se dá a interação entre os sujeitos. Nas aulas serão utilizados textos visando sempre o desenvolvimento da consciência linguística no trabalho com a

25

estrutura fonética, sintática e morfológica, que deverão estar baseados no PPP da escola, além das Diretrizes Curriculares. O uso da língua portuguesa será enfatizada o máximo possível para que o educando possa desenvolver a fluência, a compreensão da produção oral, a escrita e a leitura gradualmente. Trabalhos diversos, tanto individuais quanto em duplas, grupos serão proporcionados tanto em sala de aula quanto nos trabalhos de pesquisas.

As discussões se basearão em reflexões discursivas e ideológicas de origem textual, não representando, no entanto, que a prática de leitura seja privilegiada em detrimento das outras, buscando sempre a inclusão, a integração e a igualdade humana, considerando a língua como um meio proprietário da inserção social do sujeito.

O gênero discursivo como unidade básica do ensino de Língua Portuguesa é também a nossa proposta pedagógica. Consideramos texto toda situação na qual um sujeito exerce uma ação interpretativa sobre um objeto, envolvendo necessariamente quem o produz. Sendo assim, o interlocutor está presente não só quando produz sentidos para a leitura, mas também no momento da produção, pois a consciência do outro e condição indispensável para que se produza e interprete um texto.

Reportagens, telenovelas, notícias, instruções, cartas, anúncios publicitários, poemas, exposições orais, entrevistas, roteiros, relatórios, capas e contracapas de revistas ou livros e gráficos, entre outros, são textos que vão constituindo uma imensa rede de interrelações.

Obviamente, não é possível tratar todos os gêneros com os mesmos critérios. Cada um possui especificidades que lhes são inerentes: não é possível, por exemplo, dar á uma notícia o mesmo tratamento que se dá á um poema – a estrutura composicional, as condições de produção, os papéis assumidos pelos interlocutores, os efeitos de sentido, o suporte, as intenções são essencialmente diferentes.

A seleção de gêneros (nas modalidades oral e escrita) compreende diversos materiais textuais que circulam em diferentes instâncias de nossa sociedade, que apresentam diversas funções da linguagem e que abordam as diversas relações estabelecidas entre os interlocutores.

A concepção de linguagem e procedimentos metodológicos não são realidades isoladas, isto é, o modo como concebemos a linguagem condiciona nossa metodologia. Assim, a concepção de linguagem deve pressupor uma metodologia ativa e diversificada, compreendendo o trabalho individual, o trabalho em duplas ou em pequenos grupos e o trabalho com toda a turma, além de atividades expositivas do professor.

Buscar sempre favorecer a diversificação metodológicas com textos de conteúdos escritos em linguagem simples e direta, utilizando o mínimo de terminologia técnica, procurando garantir, assim, que as exposições sejam, o mais auto explicativas possíveis de modo a facilitar a condução ativa e diversificada dos trabalhos.

Deve-se também tirar proveito das várias tecnologias que estão à disposição, visto que o mundo vem se tornando cada vez mais globalizado.

É muito importante o uso de computadores e internet para que os alunos pesquisem, descubram e tenham contato direto com tudo o que acontece ao deu redor.

Quanto à prática da oralidade, o espaço escolar deve propiciar e promover atividades que possibilitem ao aluno tornar-se um falante cada vez mais ativo e competente, capaz de compreender discursos dos outros e de organizar os seus de forma clara, coesa, coerente. Trabalhar com o aluno para que não haja uma valorização excessiva das variedades em detrimento da norma padrão, ao contrário, a sala de aula deve ser o espaço de apropriação desse conhecimento, pois para maioria dos alunos é o único lugar que lhes possibilita contato com a língua padrão. Cada situação requer uma linguagem específica. Ex: declamação de poesia, debate, simulação de um horário político, júri simulado ou uma peça teatral onde a personagem seja do interior. Portanto, não há linguagerm melhor ou pior, há linguagem utilizada em momento certo ou errado. Mesmo a língua padrão usada, por exemplo, no msn, com jovens,

26

torna-se errada, devido ao contexto. As possibilidades de trabalho com a oralidade são muito ricas: debates, discussões,

seminários transmissão de informações, troca de opiniões, declamação de poemas, teatros, entrevista , etc., para a adequação da linguagem.

Na prática da leitura, o professor pode planejar uma ação pedagógica que permita ao aluno não só a leitura de textos para os quais já tenha construído uma competência, como também a leitura de textos mais difíceis, que impliquem o desenvolvimento de novas estratégias com a devida mediação do professor . A escola, no processo de leitura, não pode deixar de lado as linguagens não-verbais – a leitura de imagens que povoam nosso universo cotidiano.

As atividades de leitura devem considerar a formação do leitor e deve conter com atividades que contemplem as linhas que tecem a leitura , que Yunes (1995) aponta como sendo:

• Memória; • Intersubjetividade; • Interpretação; • Fruição; • Intertextualidade.

Em relação à escrita é preciso que os alunos se envolvam com as atividades produzidas, assumindo de fato a autoria do que escrevem. Somente sendo autor o aluno interage e penetra na escrita viva e real, feita na história. O envolvimento do aluno e do professor com a escrita, é um processo que acontece em vários momentos , desde a motivação, até o momento final da produção e reflexão daquilo que foi produzido. O trabalho com a escrita é um processo e não algo acabado, dessa forma fazem-se necessárias atividades que permitam ao aluno refletir sobre seu texto e reelaborá-lo.

O professor poderá também instigar no aluno a percepção da multiplicidade de ligações e de construções frasais, a reflexão sobre essas e outras particularidades linguísticas observadas no texto, conduzindo-o às atividades metalinguísticas, à construção gradativa de um saber linguístico mais elaborado, a um falar sobre a língua. Em relação a Lei n. 11.645, de 10 de março de 2008, que estabelece a inclusão, no currículo oficial da rede de ensino, a obrigatoriedade da temática “Histórica e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” e de acordo com o artigo 1 § 2º, os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas ares de educação artística e de literatura e história brasileiras. Nesse sentido, o trabalho com essas culturas dar-se-á por meio de exploração e interpretação de textos, nas contextualizações, intertextualidades, pesquisas biográfico-culturais, de lendas e mitos indígenas. 6. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Avaliar é recolher informações que devem servir para duas finalidades básicas: apresentar aos alunos seus avanços, progressos, dificuldades e possibilidades no processo ensino–aprendizagem, e fornecer subsídios que possibilitem ao professor analisar sua prática em sala de aula. Assim, o professor, além de observar em que medida e com que diversidade os objetivos foram alcançados, pode planejar e decidir se é preciso intervir ou modificar as atividades que vêm propondo, não se esquecendo de contemplar os alunos que apresentam todo e qualquer tipo de necessidades.

É imprescindível que a avaliação em Língua Portuguesa e Literatura seja um processo de aprendizagem contínuo e dê prioridade à qualidade e ao desempenho do aluno ao longo do ano letivo.

Assim, a avaliação deve ser formativa e somativa, pois ambas as avaliações servem para

27

diferentes finalidades. Por isso, em lugar de apenas avaliar por meio de provas (avaliação somativa), o professor deve usar a observação diária e instrumentos variados, selecionados de acordo com cada conteúdo e/ou objetivo, como palestras, seminários, exercícios, atividades orais etc.

A avaliação formativa considera que os alunos possuem ritmos e processos de aprendizagem diferentes e, por ser contínua e diagnóstica, aponta dificuldades, possibilitando que a intervenção pedagógica aconteça a todo tempo. Informa ao professor e ao aluno acerca do ponto em que se encontram e contribui com a busca de estratégias para que os alunos aprendam e participem mais das aulas.

A avaliação, entendida como constitutiva da prática educativa, não pode estar ancorada em momentos específicos ou entendida como documento burocrático do rendimento dos alunos. Por isso, deve ser contínua e diagnóstica. Contínua, porque deve ocorrer em todo o processo ensino – aprendizagem; diagnóstica porque tem como finalidade, detectar dificuldades que possam gerar ajustes ou mudanças da prática educativa.

Nessa concepção, a oralidade será avaliada em função da adequação do discurso/texto aos diferentes interlocutores e situações. Num seminário, num debate, numa troca informal de ideias, numa entrevista, num relato de história, as exigências de adequação da fala são diferentes e isso deve ser considerado numa análise da produção oral. Assim, o professor verificará a participação do aluno nos diálogos, relatos e discussões, a clareza que ele mostra ao expor suas ideias, a fluência da sua fala, a argumentação que apresenta ao defender seus pontos de vista. O aluno também deve se posicionar como avaliador de textos orais com os quais convive, como: noticiários, discursos políticos, programas televisivos, e de suas próprias falas, formais ou informais, tendo em vista o resultado esperado.

Na leitura serão avaliadas as estratégias que os estudantes empregam para a compreensão do texto lido, o sentido construído, as relações dialógicas entre textos, relações de causa e consequência entre as partes do texto, o reconhecimento de posicionamentos ideológicos no texto, a identificação dos efeitos de ironia e humor em textos variados, a localização das informações tanto explícitas quanto implícitas, o argumento principal, entre outros. É importante avaliar se, ao ler, o aluno ativa os conhecimentos prévios; se compreende o significado das palavras desconhecidas a partir do contexto; se faz inferências corretas; se reconhece o gênero e o suporte textual. Tendo em vista o multiletramento, também é preciso avaliar a capacidade de se colocar diante do texto, seja ele oral, escrito, gráficos, infográficos, imagens, etc. Não é demais lembrar que é importante considerar as diferenças de leituras de mundo e o repertório de experiências dos alunos, avaliando assim a ampliação do horizonte de expectativas. O professor pode propor questões abertas, discussões, debates e outras atividades que lhe permitam avaliar a reflexão que o aluno faz a partir do texto.

Na escrita é preciso ver o texto do aluno como uma fase do processo de produção, nunca como produto final. O que determina a adequação do texto escrito são as circunstâncias de sua produção e o resultado dessa ação. É a partir daí que o texto escrito será avaliado nos seus aspectos discursivo-textuais, verificando: a adequação à proposta e ao gênero solicitado, se a linguagem está de acordo com o contexto exigido, a elaboração de argumentos consistentes, a coesão e coerência textual, a organização dos parágrafos. Tal como na oralidade, o aluno deve se posicionar como avaliador tanto dos textos que o rodeiam quanto de seu próprio. No momento da refacção textual, é pertinente observar, por exemplo: se a intenção do texto foi alcançada, se há relação entre partes do texto, se há necessidade de cortes, devido às repetições, se é necessário substituir parágrafos, ideias ou conectivos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

AGUIAR, V. T.; BORDINI, M. G. Literatura e Formação do leitor: alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993. ANTUNES, I. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola, 2003. _____. Muito além da Gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola, 2007. BAGNO, M. A norma oculta – língua e poder na sociedade. São Paulo: Parábola, 2003. BAKHTIN, M. (Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. de Michel Lahud e Yara Frateschi. 9 ed. São Paulo: Hucitec, 1999. _____. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. _____. Problemas da poética de Dostoievski. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997. BUNZEN, C. Da era da composição à era dos gêneros: o ensino de produção de texto no ensino médio. In: BUNZEN, Clecio.; MENDONÇA, Márcia. (orgs.) Português no ensino médio e formação do professor. São Paulo: Parábola, 2006. CANDIDO, A. A literatura e a formação do homem. Ciência e Cultura. São Paulo, Vol. 4, n. 9, PP. 803-809, set/1972. CAVALCANTE, M. C. B.; MELLO, C. T. V. Oralidade no Ensino Médio: Em busca de uma prática. In: BUNZEN, Clecio.; MENDONÇA, Márcia. (orgs.). Português no ensino médio e formação do professor. São Paulo: Parábola, 2006.

Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os Ensino Médio, Julho de 2006.Português: Língua e cultura, Carlos Alberto Faraco, Editora Base.

FARACO, C. A. Área de Linguagem: algumas contribuições para sua organização. In: KUENZER, Acácia. (org.) Ensino Médio – Construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2002. _____. Linguagem & diálogo: as ideias lingüísticas do círculo de Bakhtin. Curitiba: Criar, 2003. _____. Linguagem, escola e modernidade. In: GHIRALDELLI, P. J. Infância, escola e modernidade. São Paulo: Cortez, 1997. GERALDI, J. W. Concepções de linguagem e ensino de Português. In: O texto na sala de aula. 5. ed. Cascavel: Assoeste, 1990. _____. Unidades básicas do ensino de português. In: João W. (org.). O texto na sala de aula. 3. ed. São Paulo: Ática, 2004. _____. Portos de passagem. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

GNERRE, M. Linguagem, Escrita e Poder. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

Governo do Paraná – SEED, Orientações curriculares , Fevereiro de 2006

KOCH, I. G. V. Desvendando os segredos do texto. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2003. LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 2001. MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2005. NEVES, M. H. M. Que gramática estudar na escola? Norma e uso na Língua Portuguesa. São Paulo: Contexto, 2003. POSSENTI, S. Por que (não) ensinar gramática. 4 ed. Campinas, SP: Mercado das Letras, 1996. TRAVAGLIA, L. C. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2000. REFERÊNCIAS ON-LINE <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/diretrizes_2009/out_2009/lingua_portuguesa.pdf>, acesso em 05/09/2010.