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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE GESTÃO E ECONOMIA CHRISTIANE MARTINEZ SAUTCHUK PROPOSTA DE UM MODELO DE GESTÃO PARA PROJETOS DE REVITALIZAÇÃO DE UM SHOPPING CENTER NA REGIÃO DE CURITIBA CURITIBA 2007

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE GESTÃO E ECONOMIA

CHRISTIANE MARTINEZ SAUTCHUK

PROPOSTA DE UM MODELO DE GESTÃO PARA PROJETOS DE

REVITALIZAÇÃO DE UM SHOPPING CENTER NA REGIÃO DE

CURITIBA

CURITIBA 2007

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CHRISTIANE MARTINEZ SAUTCHUK

PROPOSTA DE UM MODELO DE GESTÃO PARA PROJETOS DE

REVITALIZAÇÃO DE UM SHOPING CENTER NA REGIÃO DE

CURITIBA

Monografia de Conclusão do Curso de Especialização em Gestão de Negócios apresentada ao Departamento Acadêmico de Gestão e Economia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Gestão de Negócios... Orientador(a): Professor(a) Ana Cristina

Magalhães, Mestre.

CURITIBA 2007

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CHRISTIANE MARTINEZ SAUTCHUK

PROPOSTA DE UM MODELO DE GESTÃO PARA PROJETOS DE

REVITALIZAÇÃO DE UM SHOPPING CENTER NA REGIÃO DE

CURITIBA

Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do grau de Especialista no

Programa de Especialização em Gestão de Negócios da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Curitiba, 19 de outubro de 2007.

Prof. MSC. Hilda Alberton de Carvalho Coordenador do Programa

BANCA EXAMINADORA

MSC. Ana Cristina Macedo Magalhães

Orientadora

MSC. Jorge Carlos Correa Guerra

Banca Examinadora

Dra. Denise Rauta Buiar

Banca Examinadora

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me dar forças e me guiar sempre pelo melhor

caminho.

Aos meus pais e meu irmão pelo amor, carinho e paciência, pelo apoio

que me foi dado em todos os momentos da minha vida e, pelo incentivo constante

que me fazem percorrer meu caminho com mais tranqüilidade e segurança, tornando

minha vida repleta de conquistas e realizações.

Deixo meus agradecimentos à professora Ana Cristina Magalhães que me

apoiou em todos os momentos de dificuldades, me orientando e motivando sempre,

contribuindo para o desenvolvimento deste trabalho.

Agradeço também aos professores e amigos da turma pela troca de

experiência, pelo conhecimento transferido e, principalmente pelo crescimento

proporcionado.

Quero agradecer de maneira especial, aos amigos Lirio Michalczuk

Junior, Janaina Porcides e Fernando Simões pelo incentivo ao tema, pelo auxílio na

obtenção dos dados e pelo apoio despendido, sendo fundamentais para o

desenvolvimento e conclusão deste trabalho.

Deixo meu muito obrigado a todos os amigos que de alguma forma

contribuíram para o alcance de mais um objetivo.

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RESUMO

Atualmente, a indústria de shopping center se insere em um ambiente em que a mudança é a certeza. Um mercado totalmente aquecido, rodeado por fusões, parcerias, grandes investimentos e expansões. Um cenário no qual a diferença está apenas no serviço agregado a cada shopping. Para manterem-se vivas, as empresas vêm buscando formas de superar as expectativas de seus clientes, proporcionando, um ambiente agradável, seguro e com serviços diferenciados. Dentre as estratégias de sobrevivência, as empresas estão investindo em melhorias e revitalizações dos empreendimentos. Este estudo propõe um modelo de gestão para projetos de revitalização de um shopping center na região de Curitiba, com a finalidade de desenvolver uma ferramenta, baseada nas metodologias de gestão existentes, que possibilite o planejamento e desenvolvimento de projetos de revitalização, que auxilie no alcance dos objetivos maiores da organização: manter-se competitiva, tornar-se mais atrativa e gerar mais receitas. Para a elaboração deste modelo foram utilizados, além das informações constantes da revisão da literatura, os dados obtidos através do estudo de caso analisado.

Palavras-Chave: 1. Gestão de Projetos; 2. Metodologias de Gestão; 3. Shopping Center; 4. Projetos de Revitalização.

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ABSTRACT

Nowadays, the industry of shopping center if inserts in an environment where the change is the certainty. A total warm market, encircled for fusing, partnerships, great investments and expansion. A scene in which the difference is only in the aggregate service to each shopping. To remain itself alive, the companies come searching forms to surpass the expectations of its customers, providing, a pleasant, safe environment and with differentiated services. Amongst the survival strategies, the companies are investing in improvements and to revitalize of the enterprises. This study shopping considers a model of management for projects of to revitalize of one to center in the region of Curitiba, with the purpose to develop a tool, established in the existing methodologies of management, that makes possible the planning and development of to revitalize projects, that assist in the reach of the objectives biggest of the organization: to remain themselves competitive, to become more attractive and to generate more prescriptions. For the elaboration of this model it was used beyond the constant information of the revision of literature, the data gotten through the study of analyzed case.

Key-words:

1. Management of Projects; 2. Methodologies of Management; 3. Shopping Center; 4. Projects of to revitalize.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - CICLO DE VIDA DE UM PROJETO ...................................................................20 FIGURA 2 - AS 9 ÁREAS DE CONHECIMENTO DE UM PROJETO ..........................................23 FIGURA 3 - OS 4 PS DO COMPOSTO DE MARKETING ........................................................35 FIGURA 4 – POSTURA ESTRATÉGICA ..............................................................................39 FIGURA 5 – ETAPAS DE UM ESTUDO DE BENCHMARKING CONFORME METODOLOGIA

ANDERSEN ........................................................................................................41 FIGURA 6 - PROPOSTA DE SISTEMATIZAÇÃO DE METODOLOGIA DE GERENCIAMENTO DE

PROJETOS .........................................................................................................45 FIGURA 7 – ORGANOGRAMA KNOW HOW SHOPPING CENTER..........................................68 FIGURA 8 – MAPEAMENTO MACRO DO PROCESSO ...........................................................83 FIGURA 9 – FLUXOGRAMA DO MODELO DE GESTÃO PARA PROJETOS DE REVITALIZAÇÃO...86

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DE PROJETOS. ...........................................20 TABELA 2 – O MÉTODO MEPCP/PDCA ........................................................................34 TABELA 3 - METODOLOGIA ESTRATÉGIA DO CONTORNO (OUTLINE) ..................................43 TABELA 4 - TABELA DE EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE SHOPPINGS NO BRASIL ........................47 TABELA 5 - DADOS DA INDÚSTRIA DE SHOPPING NO BRASIL .............................................47 TABELA 6 - PLANO DE MIX ABRASCE 2000..................................................................53 TABELA 7 – EAP NO FORMATO DE LISTA DE ATIVIDADES..................................................84

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LISTA DE ABREVIATURAS

PMI Project Management Institute PMBOK Project Management Body of Knowledge ABRASCE Associação Brasileira de Shopping Centers ALSHOP Associação Brasileira de Lojistas de Shopping MEPCP Metodologia Estruturada de Planejamento e Controle de Projetos PDCA Plan Do Check Action (Planejar, Fazer, Conferir, Agir) ABL Área Bruta Locável LUC Lojas de Uso Comercial CVM Comissão de Valores Mobiliários WBS Work Breakdown Structure

EAP Estrutura Analítica de Projeto

LISTA DE DEFINIÇÕES

Âncoras Grandes lojas conhecidas do público, com características estruturais e mercadológicas especiais, que funcionam como força de atração de consumidores, assegurando permanente afluência e trânsito uniforme destes em todas as áreas do shopping center.

Satélites Pequenas lojas sem características estruturais e mercadológicas

especiais, localizadas no entorno das Âncoras e destinadas ao comércio em geral.

Malls Galerias, espaços e corredores dos Shoppings Center, para circulação do público.

Tenant Mix Plano de distribuição dos tipos e tamanhos de lojas pelo shopping center, de modo a gerar conveniência lucrativa para os lojistas e para os empreendedores dos shoppings center.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ......................................................................................................... 2

RESUMO ............................................................................................................................. 3

ABSTRACT ......................................................................................................................... 4

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................... 5

LISTA DE TABELAS ......................................................................................................... 5

LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................................. 6

LISTA DE DEFINIÇÕES .................................................................................................... 6

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 9

1.1 TEMA DE PESQUISA ............................................................................................... 9

1.2 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO ............................................................................ 10

1.3 PROBLEMA DE PESQUISA................................................................................... 11

1.4 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 12

1.5 OBJETIVOS.............................................................................................................. 12

Objetivo Geral........................................................................................................... 12

Objetivos Específicos .............................................................................................. 13

1.6 METODOLOGIA DE PESQUISA ........................................................................... 13

2 GESTÃO DE PROJETOS....................................................................................... 17

2.1 HISTÓRICO GERENCIAMENTO DE PROJETOS............................................... 17

2.2 O PROJETO ............................................................................................................. 18

2.3 CICLO DE VIDA DO PROJETO ............................................................................. 20

2.4 GERENCIAMENTO DE PROJETOS ..................................................................... 22

2.5 ÁREAS DE CONHECIMENTO DA GESTÃO DE PROJETOS ........................... 23

Gerenciamento da Integração do Projeto.............................................................. 23

Gerenciamento do Escopo do Projeto ................................................................... 24

Gerenciamento do Tempo do Projeto .................................................................... 26

Gerenciamento dos Custos do Projeto .................................................................. 27

Gerenciamento da Qualidade do Projeto .............................................................. 28

Gerenciamento dos Recursos Humanos............................................................... 28

Gerenciamento das Comunicações do Projeto .................................................... 29

Gerenciamento dos Riscos do Projeto .................................................................. 29

Gerenciamento das Aquisições do Projeto ........................................................... 30

3 METODOLOGIAS DE GESTÃO PARA DESENVOLVIMENTOS DE PROJETOS .............................................................................................................. 31

3.1 MÉTODO ESTRUTURADO DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DE PROJETOS – MEPCP / PDCA............................................................................... 31

3.2 COMPOSTO DE MARKETING (4 P’S).................................................................. 35

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3.3 ANÁLISE SWOT ...................................................................................................... 37

Ambiente Interno ...................................................................................................... 37

Ambiente Externo..................................................................................................... 38

3.4 BENCHMARKING .................................................................................................... 39

3.5 MODELO DE GESTÃO DE PROJETOS DE BERENSHOT ............................... 41

3.6 ESTRUTURA ANALÍTICA DE PROJETO ............................................................. 42

3.7 SISTEMATIZAÇÃO DE METODOLOGIA DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS............................................................................................................... 43

4 SHOPPING CENTER .............................................................................................. 46

4.1 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DOS SHOPPINGS CENTER.................................. 46

4.2 DEFINIÇÃO DE SHOPPING CENTER.................................................................. 47

4.3 TIPOS DE SHOPPING CENTER ........................................................................... 49

4.4 IMPLANTAÇÃO DE UM SHOPPING CENTER .................................................... 50

4.5 ESTRUTURA DE UM SHOPPING CENTER ........................................................ 55

Empreendedores...................................................................................................... 55

Administração ........................................................................................................... 56

Lojistas ...................................................................................................................... 59

Consumidores / Freqüentadores ............................................................................ 61

4.6 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E ANÁLISES GERENCIAIS ....................... 61

4.7 CENÁRIO ATUAL E TENDÊNCIAS DO MERCADO ........................................... 63

4.8 REVITALIZAÇÃO / EXPANSÃO............................................................................. 65

5 LEVANTAMENTO DE DADOS .............................................................................. 68

5.1 A EMPRESA KNOW HOW SHOPPING CENTER ............................................... 68

5.2 ANÁLISE DE MERCADO (AMBIENTE EXTERNO E INTERNO) ....................... 69

5.3 O PROJETO DE REVITALIZAÇÃO ....................................................................... 74

6 O MODELO DE GESTÃO PARA PROJETOS DE REVITALIZAÇÃO .............. 83

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 87

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 90

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1 INTRODUÇÃO

1.1 TEMA DE PESQUISA

Shopping Center, como descreve Slaibi (1986), é um estabelecimento

comercial que deverá ser administrado como uma unidade operacional, sendo o

tamanho e o tipo de lojas existentes proporcionais à sua área de influência comercial

a que esta unidade atende. Devendo também, oferecer estacionamento compatível

ao número de lojas existentes no projeto.

Uma edificação em alvenaria, construída conforme uma arquitetura única

que, delimita um espaço físico, chamado no mercado de Shopping como

Equipamento também pode, segundo Michael Kercheval presidente e CEO do

Internacional Council of Shopping Centers, ser comparado como um organismo vivo,

que se não for bem cuidado, alimentando-o com novas lojas, cuidando de sua

aparência, de suas fachadas, da arquitetura, ele padecerá.

A indústria de Shopping Center está se desenvolvendo de forma bastante

significativa. No Brasil, o mercado de shopping está passando por um novo boom,

empresas estrangeiras estão se associando às nacionais e injetando capital, outras

empresas nacionais estão abrindo capital na Bolsa. Sendo através de capital

estrangeiro ou nacional o que se pode afirmar é que a indústria de shopping vive em

uma expansão considerável (BACAL, 2007). Ainda sobre este aspecto, Sahyoun,

presidente da ALSHOP, afirma:

“Estas empresas estrangeiras chegam consolidadas, com know-how no mercado externo, e ajudarão no desenvolvimento da indústria nacional, que já é considerada de nível elevado pelo mercado externo devido a sua arquitetura, mix de lojas e novos formatos de locação. Com estas fusões, o Brasil torna-se um dos mais importantes países no mercado mundial de shoppings (...)”. (SAHYOUN, 2007, p. 49)

Tendo em vista este cenário emergente e dinâmico no qual, shoppings

estão sendo construídos e, junto a esses projetos visualizam-se arquiteturas

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modernas aliadas a tecnologias avançadas, que resultam em ambientes mais

harmônicos e agradáveis, fornecendo maior atratividade; é que os empreendimentos

já existentes há mais tempo despertam para a necessidade de revitalizar, com o

objetivo de se tornarem mais competitivos.

Visando seu fortalecimento no mercado, fornecer maior atratividade,

atender e/ou superar as expectativas de seus clientes (externos e internos), é que

um Shopping em Curitiba irá realizar em 2007 seu Projeto de Revitalização.

Um alto investimento com um grau de complexidade bastante elevado o

Projeto requer, principalmente, um estudo bastante criterioso do mercado, um

planejamento bem detalhado e eficiente e um gerenciamento de orçamento e

prazos.

Com base nisso, o objeto de estudo deste trabalho consiste em Propor

um Modelo de Gestão que possibilite o desenvolvimento de Projetos de

Revitalização cumprindo os objetivos determinados pela Organização.

1.2 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO

Consiste na apresentação das delimitações geográficas que engloba

especificamente o local do caso que será o objeto deste estudo e também, a

delimitação contextual na qual serão abordadas as limitações de escopo.

O presente estudo de caso apresenta como delimitação geográfica um

shopping center localizado na região de Curitiba.

As limitações de escopo apresentadas neste estudo, referem-se aos

conceitos de gerenciamento de projetos, abordando, conforme o PMBOK, suas

áreas de conhecimentos; e, aos modelos de gestão existentes na bibliografia, com a

intenção de embasar a proposta do modelo a ser elaborada pela autora.

Apresentar-se-á um panorama mais detalhado da indústria de shopping

center, passando por seu histórico, seus conceitos, apontando os critérios que

devem ser analisados para a implantação deste empreendimento, englobando sua

estrutura, analisando o cenário atual e tendências deste setor e suas estratégias de

revitalizar e expandir com a finalidade de se manter competitivo.

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Mostrar-se-á o trajeto percorrido pela empresa analisada no estudo de

caso, para a identificação da necessidade, desenvolvimento dos projetos até a

aprovação por parte dos empreendedores das obras de revitalização do shopping;

com base neste contexto apresentar-se-á uma proposta de modelo de gestão para

projetos de revitalização até a etapa de aprovação das obras, conforme o objeto de

estudo.

1.3 PROBLEMA DE PESQUISA

Como elaborar um Modelo de Gestão aplicado a Projetos de

Revitalização de Shopping Center.

Um Projeto deste porte envolve diretamente: empresas especializadas; a

alta administração; os empreendedores (que acompanharão de perto todo o

desenvolvimento); além do departamento de operações da administração do

shopping, que será responsável pelo gerenciamento do projeto e também pelas

interfaces diretas existentes entre as empresas especializadas, a alta administração

e os empreendedores, de modo a alcançar os objetivos estabelecidos por estes

últimos.

Porém, esta interface não pára por aí. Para que o projeto atenda as

expectativas do mercado e dos empreendedores, faz-se necessário uma intervenção

detalhada dos departamentos de marketing e comercial, na fase de análise do

mercado, levantamento de necessidades e desejos dos consumidores. Estas

informações fazem parte do planejamento do projeto e devem demandar tempo, pois

são os resultados obtidos destes levantamentos que irão nortear a definição do

escopo do mesmo.

Portanto, será elaborado um modelo de gestão para projetos de

revitalização, focado nas necessidades do grupo citado acima, embasado nos

modelos de gestão existentes na bibliografia e no estudo de caso.

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1.4 JUSTIFICATIVA

A expansão considerável, as mudanças, as fusões e o grande

desenvolvimento pelo qual está passando a indústria de shopping center, fazem com

que a corrida por se manter competitivo seja ainda maior.

A Gerência de Projetos é a aplicação de técnicas e conhecimentos para

atingir objetivos específicos da organização de forma a reduzir custo e garantir

qualidade. E, portanto, uma ferramenta utilizada para alcançar vantagem

competitiva.

O projeto de revitalização é uma estratégia para criar atributos que

aumentem a atratividade do shopping e gerem mais receita, portanto, trata-se de

uma estratégia para obter vantagem competitiva.

Sendo assim, como integrante do departamento de operações da

empresa do presente estudo de caso e responsável por gerenciar este projeto, a

autora, a partir da experiência adquirida com a atuação no processo desenvolvido na

empresa e, apoiada nos conhecimentos adquiridos no Curso de Especialização em

Gestão de Negócios, analisará as etapas percorridas no estudo de caso e buscará

desenvolver um modelo de gestão para projetos de revitalização.

O desenvolvimento de um modelo de gestão tem como finalidade criar

uma metodologia única, de fácil entendimento e implementação, resultando no

alcance dos objetivos deste projeto, atendendo o planejamento orçamentário e de

prazos e garantindo a qualidade.

1.5 OBJETIVOS

Objetivo Geral

Desenvolver um Modelo de Gestão para Projetos de Revitalização de um

Shopping Center na região de Curitiba.

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Objetivos Específicos

• Identificar as metodologias de gestão para desenvolvimentos de projetos

existentes na bibliografia;

• Apresentar as etapas para o levantamento das necessidades de melhoria,

analisando o comportamento do mercado;

• Levantar as etapas percorridas no estudo de caso, para o

desenvolvimento de seu projeto de revitalização;

• Comparar o modelo proposto com o processo realizado pela empresa do

estudo de caso, de forma a verificar as necessidades de melhoria.

1.6 METODOLOGIA DE PESQUISA

Com a finalidade de alcançar os objetivos gerais e específicos deste

trabalho, faz-se necessário à aplicação de uma metodologia de pesquisa, ou seja, a

determinação de diretrizes que contribuirão para o desenvolvimento do trabalho.

Inicialmente foi realizada a revisão bibliográfica, com base em materiais já

publicados, como livros, revistas, monografias, artigos e material disponível na

internet, com o objetivo de promover o embasamento teórico necessário para o

melhor desempenho deste estudo.

Este embasamento partiu do histórico, conceitos e áreas de conhecimento

do gerenciamento de projetos com referência principal ao PMBOK; passando pelo

levantamento dos modelos de gestão existentes que possam ser adaptados ao

modelo a ser proposto; e, por último foi efetuada a contextualização de forma

abrangente da indústria de shopping center englobando: o histórico, conceitos, tipos,

a implantação deste empreendimento, análise do cenário e tendências do mercado,

evidenciando as estratégias de revitalização e expansão tão fortemente exploradas

no cenário atual.

Após a revisão bibliográfica, foi realizado, com base no embasamento

teórico e na experiência da autora, os levantamentos de dados necessários para a

implementação de um projeto de revitalização, com base no estudo de caso de uma

empresa de shopping center localizada na região de Curitiba.

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No estudo de caso, a empresa real, localizada na região de Curitiba, foi

referenciada em todo o contexto, através de seu nome fictício Know How Shopping

Center. Este artifício foi utilizado pelo fato da autora não possuir autorização para

divulgação, no presente trabalho, de dados e informações da empresa que serviu

como objeto de estudo. Tal fato acabou limitando o conteúdo das informações

apresentadas, uma vez que os assuntos tiveram que ser tratados de forma subjetiva,

atentando para a não caracterização da empresa estudada. Embora, tenha-se

trabalhado de forma cautelosa para a não caracterização da empresa objeto de

estudo do presente trabalho, vale ressaltar que todos os dados, informações e

processos apresentados são reais.

Em posse dos dados e das etapas percorridas pela empresa, objeto deste

estudo, até a aprovação dos investimentos por parte dos empreendedores referente

às obras de revitalização, foi elaborado através de mapeamento de fluxo de

processo um modelo de gestão para projetos de revitalização de shopping center.

Para o desenvolvimento do modelo proposto foram utilizadas as

metodologias, apresentadas no capítulo 3 deste trabalho, constantes da literatura

consultada.

Na análise do ambiente externo/interno foram utilizadas, com o objetivo

de conhecer as movimentações do ambiente, no qual a empresa está inserida e

identificar sua situação em relação ao mercado, as metodologias do composto de

marketing (produto, preço, promoção e praça) e do ambiente de marketing (análise

dos concorrentes e dos aspectos políticos, econômicos, sociais e tecnológicos); a

análise de swot (identificando os pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças); e

a prática do benchmarking, principal técnica utilizada para obtenção das informações

necessárias para o estudo de mercado.

Para a elaboração da estrutura do modelo foram utilizados os conceitos

de planejamento do projeto, da execução das atividades, da verificação dos

resultados obtidos em cada etapa e no final do projeto, abordados no método

MEPCP/PDCA, desenvolvido por Darci Prado, para o planejamento e controle de

projetos e, também, utilizando os conceitos da estrutura analítica do projeto (EAP)

também denominada Work Breakdown Structure (WBS), abordada no PMBOK,

através do formato de uma lista de atividades.

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Para melhor percepção de como os assuntos foram distribuídos neste

trabalho, apresenta-se a seguir a estrutura composta por sete capítulos:

• Capítulo 1 – Introdução: este capítulo consiste na apresentação do tema

de pesquisa, delimitação geográfica e contextual, problema de pesquisa,

justificativa, objetivos, metodologia de pesquisa e estrutura do trabalho.

• Capítulo 2 – Gestão de Projetos: contempla os conceitos e características

de projeto, bem como, histórico e conceitos de gerenciamento de projetos,

identificando suas áreas de conhecimentos, com referência principal ao

PMBOK.

• Capítulo 3 – Metodologias de Gestão para Desenvolvimento de Projetos:

neste capítulo são identificadas algumas metodologias de gestão

existentes que servirão como embasamento para a proposta do modelo de

gestão para projetos de revitalização,

• Capítulo 4 – Shopping Center: este é composto pelo histórico e evolução,

bem como suas definições e tipos. Posteriormente, traçam-se os critérios

a serem considerados para a implantação de um shopping center,

enfatizando a questão do planejamento como ferramenta fundamental

para o sucesso do negócio.

Após a implantação, a administração assume o comando do

shopping e, neste contexto, é abordada a estrutura de um shopping

caracterizando os empreendedores, a administração (destacando os perfis

dos gerentes do negócio), os lojistas e os clientes.

Uma vez implantado o empreendimento e sobre a administração do

superintende e de seus gerentes, mostra-se a importância do

planejamento estratégico e quais as principais análises gerenciais com o

objetivo de direcionar e promover o negócio shopping center.

Apresenta-se ainda um panorama do cenário atual, bem como, de

suas tendências, resultando nas principais estratégias estabelecidas, de

revitalização e expansão, para se manter competitivo no mercado.

• Capítulo 5 – Levantamento de Dados: Foi realizada, primeiramente, a

descrição da empresa de shopping center, objeto deste estudo, localizada

na região de Curitiba, feito isto, iniciou-se o processo de levantamento de

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dados identificados como necessários para a análise e determinação do

posicionamento deste shopping frente ao mercado, assim como, da real

confirmação da necessidade de revitalização e como foi conduzido o

processo na empresa estudada.

• Capítulo 6 – Proposta de um modelo de gestão para projetos de

revitalização: consiste na apresentação de uma proposta de modelo

gestão para projetos de revitalização sob a abordagem apresentada das

etapas do processo até a contratação das obras de revitalização,

conforme experiência da autora em sua participação neste processo e,

conteúdos estudados no embasamento teórico. Este modelo consiste em

uma formatação de mapeamento de fluxo de processos, visando um fácil

entendimento e aplicação de projetos com estas características.

• Capítulo 7 – Considerações Finais: com o modelo proposto, efetuou-se a

análise do modelo, bem como suas considerações.

• Capítulo 8 – Referências Bibliográficas: neste foram apontadas todas as

referências utilizadas para a elaboração deste estudo.

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2 GESTÃO DE PROJETOS

Diante de um cenário em que a globalização tornou os mercados mais

competitivos, no qual a mudança faz parte da rotina e a base do negócio é o

aperfeiçoamento contínuo, e os clientes passaram a ter mais opções de escolhas,

mais informações sobre o que estão adquirindo e, conseqüentemente passaram a

ser mais exigentes quanto à qualidade, preço e entrega, torna-se imprescindível que

as empresas adquiram vantagens competitivas, que identifiquem o seu diferencial.

Para alcançar este objetivo e sobreviver neste ambiente de constantes

mudanças, o gerenciamento de projetos aparece como uma ferramenta competitiva.

Neste capítulo é feita uma abordagem global sobre o gerenciamento de

projetos, destacando a partir do moderno gerenciamento de projetos (MGP), seus

conceitos, áreas de conhecimento e processos segundo o PMI.

2.1 HISTÓRICO GERENCIAMENTO DE PROJETOS

O Moderno Gerenciamento de Projetos com início na década de 90, como

descreve Valeriano (2001), vêm somar aos aspectos considerados pelo

gerenciamento tradicional: desempenho, prazos, custos e qualidade; fatores como

satisfazer e exceder às necessidades e expectativas de todas as partes

interessadas, principalmente as do cliente. Além de seu principal foco, o cliente, o

MGP tem suas atenções também voltadas aos objetivos da própria organização e

para o fator humano (membros da equipe de projetos). Nesta fase fatores como

escopo, recursos humanos, comunicação, riscos, suprimentos e integração dos

projetos vêm agregar aos fatores já disseminados no gerenciamento tradicional.

A fase que vem suceder a MGP é a Gestão Corporativa de Projetos, ou

conhecida também como Gestão por Projetos, ou também, Administração por

Projetos. Para Prado (2003 apud SATO, 2004, p. 53) a Gestão Corporativa de

Projetos “envolve toda a empresa e é uma tendência recente na área de gestão de

projetos. Isto significa algum tipo de acompanhamento geral de todos os projetos da

organização”. Sato (2004, p. 80) ainda comenta que “a gestão corporativa de

projetos permite que organizações estabeleçam processos de negócios e

prioridades de projetos, mapeando-os em relação aos objetivos corporativos”.

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Valeriano (2001, p. 92) define “Administração por projetos consiste em

identificar problemas da organização como passíveis de serem resolvidos como se

fossem projetos, podendo empregar, assim, todas as ferramentas e processos

desenvolvidos e de eficiência comprovada em projetos de extrema complexidade”.

Para Dinsmore (1999 apud SATO, 2004, p. 75) a gestão por projetos

baseia-se em três princípios:

1. Estabelecer uma metodologia de gestão de projetos a ser

praticada por toda a organização;

2. Estabelecer um escritório de projeto de modo a fornecer apoio;

3. Selecionar as ferramentas adequadas para execução do projeto

garantindo os interesses da alta gerência de uma perspectiva

empresarial.

A busca pela implementação da Gestão por Projetos é bastante

desafiadora por se tratar de gerenciar um portfólio de projetos.

2.2 O PROJETO

A busca constante por uma posição a frente dos concorrentes, requer

mergulhar em um ambiente de mudanças. Planejamentos e estratégias bem

estruturadas devem ser traçados de maneira a estar em processo de inovação

constante do produto / serviço que é lançado no mercado. E toda vez que se

objetiva esta evolução tem-se um projeto a ser desenvolvido.

Muitos são os motivos que determinam à necessidade de se desenvolver

um projeto sendo os principais: alteração da demanda de mercado, melhoria em

produtos, adaptações de processos, criação de novos produtos, reestruturações

organizacionais, avanços tecnológicos, solicitações de clientes, orçamentos

limitados e inflexíveis.

E, o que é projeto? Pode ser definido como empreendimento único, com

características específicas e bem definidas, cuja finalidade é de criar um serviço,

produto ou um resultado exclusivo em um intervalo de tempo limitado (com início e

fim determinados). Vale ressaltar que os projetos são eventos inovatórios e que,

portanto não são rotineiros e repetitivos.

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O Project Management Institute (PMI, 2000) define projeto como “um

empreendimento único, com início e fim determinados, que utiliza recursos e é

conduzido por pessoas, visando atingir os objetivos predefinidos”.

Segundo a norma NBR/ISO 10006 (ABNT, 2000), projeto é “um processo

único, consistindo em um grupo de atividades coordenadas e controladas com datas

para início e término, empreendido para alcance de um objetivo conforme requisitos

específicos, incluindo limitações de tempo, custo e recursos”.

Pode ainda ser caracterizado, conforme descreve Casarotto, Fávero &

Castro (1999, apud MICCOLI, 2004), como um conjunto de atividades inter-

relacionadas que buscam um objetivo em comum, executado dentro de um

determinado prazo e segundo um custo previamente estabelecido.

Thiry-Cherques (2004, p.21) descreve como sendo, “uma organização

transitória, que compreende uma seqüência de atividades dirigidas à geração de um

produto ou serviço singular em um dado tempo”.

Outra definição é a de Dinsmore (1992, p. 19) “Um projeto é um

empreendimento com começo e fim definidos, dirigido por pessoas, para cumprir

metas estabelecidas dentro de parâmetros de custo, tempo e qualidade”.

Projeto é um esforço que envolve a alocação de recursos humanos,

materiais e financeiros organizados de forma inovadora, para empreender um

escopo único, com características definidas, dentro de restrições de custo e tempo,

seguindo um ciclo de vida padrão, visando alcançar mudanças previamente

determinadas por objetivos quantitativos e qualitativos (ICB, 1999).

As principais características dos projetos, conforme PMBOK (2000) são

os de serem temporários, ou seja, apresentam um início e um fim definidos, e são

únicos, pois nunca foram desenvolvidos antes (características particulares, aplicação

de novas ferramentas e conhecimentos).

Além das destacadas, Wideman (1992 apud Vargas, 2000 apud SATO,

2004), ainda aponta as características de multidisciplinaridade e de complexidade

como mostra a Tabela 1:

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Característica Função

Raridade • A definição dos objetivos do projeto faz com que ele seja único, ou relativamente pouco freqüente.

Restrições • Tempo limitado. • Capital limitado. • Recursos limitados.

Multidisciplinaridade • Os esforços realizados entre áreas diferentes da organização, ou entre, organizações, requerem integração.

• O trabalho interdisciplinar necessita de coordenação através dos limites organizacionais.

• Diversas habilidades podem requerer coordenação específica. Complexidade • Objetivos divergentes entre as partes envolvidas no projeto necessitam

de gestão. • A tecnologia pode ser modificada em métodos e análises. • A tecnologia pode ser complexa por si mesma.

Tabela 1 – Características Específicas de Projetos. Fonte: Wideman (1992 apud Vargas, 2000 apud SATO, 2004)

2.3 CICLO DE VIDA DO PROJETO

Como já caracterizado, todo projeto tem um início e fim predefinido e para

que seja desenvolvido de forma planejada, ele é dividido em fases, que são:

iniciação, planejamento, execução, controle e encerramento, sendo o conjunto

destas fases denominado como ciclo de vida do projeto. A conclusão de cada etapa

resulta em uma entrega parcial possibilitando a elaboração de análises e controles

gerenciais de modo a assegurar o bom desempenho do projeto. O PMBOK (2000)

caracteriza estas fases como:

Iniciação

Controle

Encerramento

Execução

PlanejamentoIniciação

Controle

Encerramento

Execução

Planejamento

Figura 1 - Ciclo de Vida de um Projeto Fonte: elaborada pela autora.

• Iniciação - É a fase de levantamento e identificação das

necessidades e/ou oportunidades do mercado ou da própria

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organização e a transformação destas em um problema com

definição de objetivos e metas a serem alcançados por um

projeto. Ainda nessa fase devem ser analisados os recursos

disponíveis, a viabilidade de conclusão dos objetivos, os custos

e prazos despendidos e benefícios que serão obtidos para dar

base à iniciação.

• Planejamento - Nesta fase ocorre todas as definições, análises e

detalhamentos necessários para a execução do projeto:

detalhamento das metas e objetivos a serem alcançados,

definição do gerente do projeto e sua equipe, levantamento,

discriminação e programação das atividades necessárias para

alcançar os objetivos, programação de recursos, elaboração da

análise de riscos, do plano de projeto, do plano da qualidade, de

procedimentos de acompanhamento e controle, bem como, de

orçamento e cronogramas.

É nesta fase que o escopo do projeto é determinado e

detalhado em termos de resultados, prazos e recursos. Trata-se

de uma fase bastante determinante, na qual todo o processo

deve ser minuciosamente analisado e discutido em prol do

alcance dos resultados e sucesso do projeto.

• Execução - Fase em que as etapas previstas e programadas são

colocadas em práticas fazendo uso dos recursos de forma

controlada dentro do que foi previamente programado. Nesta

fase os principais aspectos que devem ser ressaltados são:

procurar executar as atividades de acordo com as diretrizes

traçadas no plano do projeto evitando assim possíveis desvios,

ativar a comunicação dos envolvidos e interessados no projeto

visando maior sintonia entre as partes e um eficaz

gerenciamento da equipe e das possíveis reprogramações e

ajustes que possam surgir durante a execução.

• Controle - Esta fase ocorre paralelamente às fases de

planejamento e execução. Consiste em analisar a evolução e

desempenho do projeto, monitorar os possíveis desvios, avaliar

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as solicitações de alteração do projeto que envolva escopo,

prazo e custo, atualizando ou revisando, quando necessário, o

plano de projeto. Através desta análise do planejado x realizado

é possível o planejamento e realizações de ações preventivas e

corretivas ao processo. Trata-se de uma etapa bastante

importante sob o aspecto de fornecer subsídios para tomada de

decisão.

• Encerramento - Compreende na avaliação sobre o desempenho

da equipe e dos resultados obtidos, listando possíveis pontos de

falhas e de sucessos, bem como da elaboração da

documentação do projeto baseado em lições aprendidas. São

realizadas análises das entregas do projeto se foram

satisfatórias sob os aspectos custos, prazo e escopo resultando

em um projeto de sucesso. Nesta fase, todos os documentos

são encerrados e os recursos são realocados para outras

atividades ou projetos.

2.4 GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Por se tratar de um evento único, temporário, multidisciplinar e complexo,

como já visto anteriormente, o projeto para ser concluído com êxito, requer um

gerenciamento de todas as etapas, processos e recursos nele envolvido. Ou seja, é

realizado a partir da integração dos processos de iniciação, planejamento, execução,

controle e encerramento (Ciclo de Vida de Projetos). E como já dito por Kerzner

(2002, p. 17), “O desafio está em gerenciar atividades nunca tentadas no passado e

que podem jamais vir a se repetir no futuro”.

Como descreve PMBOK (2000) o gerenciamento de projetos é tido como

uma ciência para obtenção dos resultados através da aplicação de conhecimentos,

habilidades e técnicas para projetar atividades, que visem atingir ou exceder as

necessidades e expectativas das partes envolvidas.

Para Frame (1995 apud GOMES 2004, p. 9) o gerenciamento de projetos

tem como objetivo “assegurar que o trabalho seja realizado no prazo, dentro do

orçamento, e de acordo com as especificações”. Temaguide (1999 apud Tavares,

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(2002, p. 24) diz que o objetivo da gestão de projetos é de, também, “garantir o

compromisso de toda a equipe envolvida, dar suporte, garantir a comunicação

adequada para todas as partes interessadas, visando otimizar o processo de tomada

de decisão”.

2.5 ÁREAS DE CONHECIMENTO DA GESTÃO DE PROJETOS

O conjunto de áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos

propõe práticas e princípios que devem ser utilizados para gerenciar projetos. O

PMBOK (2000) descreve as nove áreas de conhecimento como sendo:

Integração

Cu

sto

Tem

po

Escopo

RH

Risco

Comunicação

Aquisição

Qualidade

Integração

Cu

sto

Tem

po

Escopo

RH

Risco

Comunicação

Aquisição

Qualidade

Figura 2 - As 9 Áreas de Conhecimento de um Projeto Fonte: elaborada pela autora.

Gerenciamento da Integração do Projeto

Todos os processos e gestões devem ser detalhadamente e

constantemente coordenados buscando sua integração de modo a garantir o melhor

desempenho do projeto, com o menor custo e maior qualidade dos resultados, desta

forma, alcançando também os objetivos e sucesso do projeto.

A integração envolve tomada de decisões e escolhas diretamente ligada

aos objetivos do projeto e aos processos das etapas de desenvolvimento e

execução do plano do projeto, assim como ao processo de controle de alterações.

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Visando assegurar essa harmonia entre os processos o gerenciamento da

integração do projeto descreve os métodos necessários para uma visão geral dos

processos do gerenciamento da integração do projeto.

O desenvolvimento do plano do projeto parte dos resultados obtidos de

outros processos para a elaboração de um plano (um documento) a ser utilizado

para direcionar e controlar a execução do projeto.

A execução do plano do projeto é a realização na íntegra do que foi

abordado no plano de projeto de forma a desenvolver o produto do projeto obtendo

como resultado do trabalho informações sobre o desempenho, custos, qualidade,

entre outros e, o levantamento das mudanças que se fazem necessárias.

O controle geral de mudanças se preocupa para que as mudanças

identificadas sejam favoráveis ao projeto, quais foram os fatores que originaram as

mudanças, determina a ocorrência de uma mudança e gerencia as mudanças no

momento em que venham a ocorrer.

Este controle objetiva manter a integridade das medidas de desempenho,

assegurar que as mudanças no escopo do produto estejam definidas no escopo do

projeto e coordena as mudanças entre as áreas de conhecimento. Resultando nas

atualizações do plano do projeto, em ações corretivas e em lições aprendidas.

Gerenciamento do Escopo do Projeto

O Gerenciamento de Escopo do Projeto inclui os processos necessários

para garantir que o projeto abranja todo o trabalho necessário para que sua

conclusão seja bem sucedida, se preocupando apenas em definir e controlar

somente o que contempla e o que não está contemplado no projeto. A gestão do

escopo é aplicada para que não haja desvio durante o ciclo de vida do projeto,

atentando para que seja executado somente o que está incluído no escopo.

(VALERIANO, 2001)

O escopo de produto está relacionado ao conjunto de características e

funções que descrevem um produto, serviço ou resultado (PEREIRA; MENEZES;

XAVIER; SOTILLE, 2006).

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O escopo de projeto refere-se ao trabalho que deve ser realizado para

entregar um produto, serviço ou resultado com as características e funções

especificadas (PEREIRA; MENEZES; XAVIER; SOTILLE, 2006).

Tanto o gerenciamento de escopo de produto quanto o de escopo de

projeto devem ser bem integrados de modo que o trabalho do projeto resulte na

entrega do produto como visualizado pelo cliente do projeto.

O Gerenciamento do Escopo é composto pelos processos: iniciação,

planejamento, detalhamento, verificação e controle de mudanças do escopo como

detalhado a seguir:

• Iniciação - é a autorização do projeto ou de uma das fases de

projetos já existentes.

• Planejamento de Escopo - é a elaboração e documentação dos

processos e planos de ação do escopo do projeto necessários para

produzir o produto a partir dos objetivos, restrições, premissas,

fronteiras e interfaces.

• Detalhamento do Escopo - consiste em subdividir os principais

subprodutos do projeto de forma a facilitar seu gerenciamento,

estabelecer estimativas de custo, tempo e recurso mais precisa,

controles mais eficaz, e atribuições de responsabilidades melhor

definidas.

• Verificação do Escopo - contempla no acompanhamento e

monitoramento dos resultados obtidos durante a execução do

projeto, comparando com o que foi planejado anteriormente de

forma a estar condizente aos interesses das partes envolvidas.

Resultando na aceitação do escopo do projeto.

• Controle de Mudanças do Escopo - o escopo é um dos elementos

mais sujeitos as mudanças ao longo do desenvolvimento do projeto

o que implica em um gerenciamento bastante rigoroso e

documentado quanto às ações que serão tomadas. Devem-se

influenciar os fatores que criam mudanças no escopo para garantir

que as mudanças sejam discutidas e combinadas; determinar que

uma mudança no escopo ocorresse; e gerenciar as mudanças

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efetivas quando ocorrerem. As mudanças do escopo vão impactar

de forma significativa no que se referem à qualidade, recursos,

prazos, riscos, custos e orçamentos do projeto, portanto o gerente

do projeto deve buscar sempre evitar ou minimizar as ocorrências.

Gerenciamento do Tempo do Projeto

O tempo para execução de um projeto é um item que deve ser

minuciosamente gerenciado, pois atrasos geram custos e insatisfação. Podendo

resultar também em perda de oportunidade ou até mesmo de mercado. Portanto o

correto gerenciamento do tempo é de vital importância para o sucesso do projeto.

(DINSMORE; CAVALIERE, 2003 apud GOMES, 2004)

Para que o projeto seja implementado no prazo previsto se faz necessário

a elaboração e controle dos principais processos que seguem:

• Definição das Atividades - contempla em identificar, planejar e

documentar todas as atividades e quais ações necessárias para se

cumprir cada uma das entregas definidas e o projeto como um

todo.

• Seqüenciamento das Atividades - é a representação da lista de

atividades necessárias para o desenvolvimento do projeto em uma

determinada ordem lógica permitindo uma correta visualização da

seqüência em que os trabalhos serão realizados. Possibilitando a

identificação e documentação de dependência entre as atividades.

O seqüenciamento das atividades deve ser elaborado da forma

precisa para que o desenvolvimento do cronograma seja feito da

maneira mais realista possível.

• Estimativa da Duração das Atividades - envolve estimar o tempo

total necessário para concluir cada atividade. Porém esse é um dos

aspectos mais difíceis e complexos do planejamento do projeto.

Fatores como ameaças e oportunidades que podem surgir ao longo

do projeto, a competência e a produtividade dos recursos

envolvidos e o grau de aprendizagem deve ser considerado nesta

estimativa, porém são difíceis de mensurar e de prever.

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• Desenvolvimento do Cronograma - com base na análise da

seqüência das atividades, identificando e controlando os caminhos

críticos, bem como na definição dos períodos de trabalho do

projeto e de cada recurso individualizado, deve-se determinar as

datas de início e fim para as atividades do projeto e assim elaborar

o cronograma.

• Controle do Cronograma - o controle de prazos deve ser visto

como um processo de monitoramento contínuo, envolvendo a

análise das causas, seus efeitos sobre as durações dos projetos e

se os desvios estão dentro das margens estabelecidas.

Gerenciamento dos Custos do Projeto

A gestão do custo tem como objetivo assegurar que o projeto seja

concluído dentro do orçamento aprovado. Para tanto, são utilizados os seguintes

processos:

• Planejamento dos Recursos - compreende em determinar quais

serão os recursos e em quais quantidades serão utilizados para a

realização das atividades do projeto.

• Estimativa de Custo - com base no levantamento de recursos

necessários, elabora-se uma previsão dos custos necessários para

a conclusão das atividades dos projetos.

• Orçamentação dos Custos - trata-se de distribuir as estimativas

globais de custos às atividades, gerando um orçamento de

referência para possibilitar o controle do custo do projeto.

• Controle dos Custos - consiste em monitorar as mudanças dos

custos do projeto incluindo: acompanhamento da evolução dos

custos, garantir que as mudanças adequadas sejam registradas no

orçamento de referência (baseline) prevenindo mudanças sem

autorizações e informar as mudanças formais às partes

interessadas.

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Gerenciamento da Qualidade do Projeto

Contempla os processos necessários para assegurar que o projeto

satisfará todas as necessidades para as quais ele foi desenvolvido. Seguem os

principais processos que abrange a gestão da qualidade:

• Planejamento da Qualidade - visa identificar quais seriam os

padrões de qualidade necessários para o projeto e determinar

como satisfazê-lo.

• Garantia da Qualidade - consiste na implementação das atividades

do projeto em conformidade ao plano de qualidade já elaborado, de

modo a garantir que o projeto satisfaça os padrões de qualidade

determinados no planejamento da qualidade.

• Controle da Qualidade - trata de monitorar os resultados obtidos no

projeto analisando se estão em conformidade com os padrões de

qualidade estabelecidos ou se apresentam algumas não

conformidades de modo a permitir que ações corretivas sejam

tomadas com base nas causas das irregularidades, objetivando

impedir quaisquer motivos para o não atendimento das metas.

Gerenciamento dos Recursos Humanos

Considera os processos necessários para tornar o envolvimento dos

recursos humanos de forma mais eficaz possível, incluindo todos os interessados do

projeto. Sendo dividido em três processos principais:

• Planejamento Organizacional - delegar os papéis, documentando e

designando as funções, responsabilidades e relacionamentos de

reporte dentro do projeto.

• Montagem da Equipe - contempla em designar e viabilizar a

alocação dos recursos humanos necessários para o

desenvolvimento do projeto.

• Desenvolvimento da Equipe - desenvolvimento das competências

individuais e do grupo, visando melhorar o desempenho do projeto.

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Gerenciamento das Comunicações do Projeto

Trata dos processos necessários para garantir que as informações de

inerentes ao projeto sejam geradas, coletadas, disseminadas, armazenadas e

descartadas e controladas de forma apropriada e oportuna. Engloba os seguintes

processos:

• Planejamento das Comunicações - determinação das informações

e comunicações necessárias aos envolvidos do projeto,

identificando qual informação é necessária, quando, para quem e

de que forma ela será repassada.

• Distribuição das Informações - disponibilização das informações

necessárias para os interessados do projeto de forma adequada e

no momento certo.

• Relato de Desempenho - engloba a coleta e disseminação das

informações de desempenho, possibilitando aos interessados o

acompanhamento sobre como os recursos e atividades estão

sendo empregados para a obtenção dos objetivos do projeto. Inclui

relatórios de status, de progresso (o que foi produzido até o

momento) e de previsões sobre a produção.

• Encerramento Administrativo - consiste em gerar, coletar e divulgar

informações de modo a formalizar a conclusão de uma fase ou do

projeto como um todo. Nesse processo ficam registradas as “lições

aprendidas” com o projeto, permitindo que em projetos futuros

possam ser levadas em consideração desde o início.

Gerenciamento dos Riscos do Projeto

Compreendem a identificação, análise e avaliação dos riscos de forma a

responder de maneira adequada aos riscos do projeto. Incluindo a minimização do

impacto de eventos negativos e maximização dos eventos positivos, objetivando

melhorias contínuas. É composto por quatro processos, a saber:

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• Identificação dos Riscos - identificar quais riscos poderia afetar o

projeto e documentar suas características.

• Quantificação dos Riscos - efetuar uma avaliação dos riscos

identificando o impacto que pode proporcionar nos objetivos do

projeto.

• Desenvolvimento das Respostas aos Riscos - desenvolvimento de

procedimentos e técnicas necessárias para o aproveitamento das

oportunidades e respostas às ameaças.

• Controle das Respostas - consiste na elaboração do plano de

gerência de risco com o objetivo de responder aos eventos de risco

durante o projeto.

Gerenciamento das Aquisições do Projeto

Trata da aquisição de bens e serviços externos à organização executora,

buscando o cumprimento do escopo do projeto. Os processos necessários são:

• Planejamento das Aquisições - determinação do que será

contratado e quando, conforme a necessidade do projeto.

• Preparação das Aquisições - envolve em preparar a documentação

necessária para o processo de licitação e identificar os

fornecedores em potencial.

• Obtenção de Propostas - obtenção das propostas dos fornecedores

potenciais em atendimento às necessidades do projeto.

• Seleção de Fornecedores - consiste na avaliação das propostas

conforme os critérios estabelecidos e formalizar, através de

contrato, os fornecedores escolhidos.

• Administração dos Contratos - processo de controle realizado para

assegurar seu cumprimento por parte dos fornecedores, bem

como, a administração do relacionamento com o fornecedor.

• Encerramento do Contrato - processo de análise e verificação do

cumprimento total do contrato e encerramento dos compromissos

entre as partes.

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3 METODOLOGIAS DE GESTÃO PARA DESENVOLVIMENTOS DE

PROJETOS

Uma metodologia de gestão consiste em um caminho pelo qual o projeto

irá ser conduzido de forma padronizada para atingir seus objetivos.

Elas devem ser desenvolvidas de acordo com a realidade de cada

organização e atender todos os projetos que esta possa realizar. Porém, deve ser

flexível, pois, deve se adaptar às mudanças que ocorrem nas organizações

decorrentes do ambiente empresarial.

Kerzner (2002) diz que quando as organizações desenvolvem

metodologias de gestão de projetos, o trabalho flui com menor número de mudanças

de objetivos, tornando mais fáceis o planejamento e a seqüência do projeto. Ele

ainda coloca como alguns benefícios para a empresa que elabora uma metodologia-

padrão que são:

• Diminuição do tempo de ciclo e custos reduzidos;

• Planejamentos realistas com grandes possibilidades de atingir o

cronograma previsto;

• Melhor comunicação quanto ao escopo e o prazo;

• Feedback: conhecimento adquirido ou lições aprendidas;

• Redução de riscos;

• Aperfeiçoamento continuado;

• Aumento de confiança por parte dos clientes.

A seguir serão demonstradas algumas metodologias de gestão existente

no ambiente organizacional.

3.1 MÉTODO ESTRUTURADO DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DE

PROJETOS – MEPCP / PDCA

Prado (1998) propõe um método estruturado de planejamento e controle

de projetos baseado no ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Action).

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Campos (1996, p.262 apud ANDRADE 2003, p. 10) definem o ciclo PDCA

como sendo “um método de gerenciamento de processos ou sistemas. É o caminho

para se atingirem as metas atribuídas aos produtos dos sistemas empresariais”.

O ciclo PDCA é composto por quatro fases básicas:

• Plan (Planejamento) – Estabelecimento da missão, visão, metas,

bem como, o caminho necessário para alcançar os resultados.

• Do (Fazer) – Execução das atividades.

• Check (Verificação) – monitorar e analisar os resultados das

atividades executadas, confrontando-o com o planejado.

• Action (Ação) – atuar corretivamente e padronizar as ações.

PLANEJAMENTO (PLAN) 1. Preliminares

• Conheça o produto/serviço a ser desenvolvido através da EDP.

• Conheça o ambiente do produto/serviço a ser desenvolvido, composto de executor, cliente, fornecedores externos, vizinhos.

2. Resumo do Projeto

• Defina o escopo do projeto (incluindo o que será feito e o que não será feito e suposições)

• Levante benefícios, importâncias e vantagens

• Defina a meta do projeto (objetivo gerencial, data de início, data de término e custo total)

• Defina as metas intermediárias do projeto

• Estabeleça os critérios de aceitação de atingimento de metas

• Monte a Estrutura de Decomposição do Projeto (EDP)

• Monte a estratégia de execução do projeto: ou seja, estabeleça as fases do projeto com cronograma, responsáveis, suas datas, os produtos de cada uma e os critérios de conclusão de cada fase

• Defina as faixas de incerteza aceitáveis (tempo, custo, qualidade intrínseca, etc)

3. Detalhamento dos Objetivos

• Elabore a lista de atividades, suas durações e precedências (escolha a ferramenta mais simples e adequada para o projeto em questão). Caso necessário, elabore a necessidade de recursos de cada atividade.

• Caso necessário, faça o levantamento de custo dos recursos ou das atividades

4. Riscos e Contramedidas

• Identifique os riscos

• Qualifique o tamanho do risco (nulo, baixo, médio ou alto)

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• Estabeleça as contramedidas para os itens de risco médio e alto 5. Normas

• Defina as normas de acompanhamento da execução do projeto

• Defina as normas de controle de modificações 6. Plano de treinamento

• Faça uma tabela das fases do projeto versus tecnologias a serem empregadas

• Faça uma tabela de tecnologias versus conhecimento da equipe do projeto

• Faça uma tabela de necessidades de treinamento para cada membro da equipe

• Faça o Plano de Treinamento com inclusão de datas 7. Responsabilidades da organização para com o projeto

• Identifique os setores externos à sua autoridade que estarão envolvidos neste projeto

• Defina as responsabilidades de cada um em documento escrito

• Consiga o “de acordo” dos envolvidos 8. Estratégia mais Adequada

• Identifique o tipo de projeto

• Analise as ferramentas gerenciais sugeridas como mais estratégicas e escolha as que achar mais convenientes

• Analise as ferramentas quantitativas e escolha a mais adequada 9. Fatores Críticos de Sucesso

• Preencha o quadro de verificação de FCS 10. Avaliação do Plano

• Apresente o Plano de Ação para um grupo de executivos da empresa que tenham alguma ligação com o projeto

• Ouça e anote as sugestões e críticas

• Revise o plano 11. Documento Escrito

• Transforme o Plano de Ação em um documento escrito 12. Aprovação do Plano

• Apresente o Plano de Ação para seu gerente imediato

• Consiga sua aprovação

• Consiga seu comprometimento 13. Divulgação

• Escolha as partes do Plano de Ação que podem ser divulgadas (nunca divulgue assuntos confidenciais tais como Análise de Risco, custos, etc)

• Faça a divulgação enviando para cada um somente o necessário ao seu próprio conhecimento

• Coloque o Cronograma das Fases em um quadro de avisos facilmente visível por todos os envolvidos no projeto. Use o mesmo quadro para

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montar os progressos quando o projeto estiver sendo executado EXECUÇÃO (DO)

1. Efetue Treinamento 2. Execute o Projeto

VERIFICAÇÃO (Check) 1. Faça reuniões periódicas

• Com os lideres da Equipe Executora

• Com a equipe de planejamento / controle

• Com o Comitê

• Com a Auditoria 2. Reunião com os líderes da Equipe Executora

• Avaliação do Já Executado

• Cada participante deve levar para a reunião o “Relatório de Três Gerações”, que é a base para a análise das tarefas já realizadas

• Revisão do Planejamento do Futuro Próximo

• Reveja, nos mínimos detalhes, o planejado para a próxima semana

• Reveja com detalhe o planejado para os próximos trinta dias

• Reveja o planejado para os próximos seis meses

• Ata de Reunião

• Faça a ata de cada reuniões e distribua aos participantes 3. Reunião com a Equipe de Planejamento e Controle

• Com base nos dados das reuniões anteriores e nos dados restantes coletados:

• Calcule a performance do projeto

• Replaneje, se necessário 4. Reveja Periodicamente

• O Quadro de Riscos e suas contramedidas

• A lista de Fatores Críticos de Sucesso AÇÃO (Action)

Tipos de Ações a serem Tomadas

• Baixo Impacto (Não impacta Metas ou Fases): Avisar executores

• Médio Impacto (Altera somente as etapas): avisar a alta administração dos executores

• Alto Impacto (altera as metas): avisar o cliente Tabela 2 – O método MEPCP/PDCA Fonte: adaptado Darci Prado (1998)

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3.2 COMPOSTO DE MARKETING (4 P’S)

Conforme Kotler (1998, pg. 97), “composto de marketing é o conjunto de

ferramentas que a empresa usa para atingirem seus objetivos de marketing no

mercado-alvo”.

Existem, na literatura, várias ferramentas no composto de marketing,

porém, será abordada apenas a classificação feita por McCarthy chamada de os

quatro Ps: produto, preço, praça (distribuição) e promoção. (Kotler, 1998)

Figura 3 - Os 4 Ps do composto de marketing Fonte: adaptado de (Kotler, 1998, p. 97)

A seguir, descrevem-se os 4 Ps do composto de marketing, segundo

Kotler (1998):

• Produto – um bem tangível ofertado pela empresa para o mercado

para satisfazer a um desejo ou necessidade, incluindo qualidade,

design, características, marca e embalagem.

• Preço – é quanto o consumidor paga pelo produto. O preço é o

único elemento do composto de marketing que produz receita e é

também, o mais flexível, podendo ser modificado rapidamente.

Porém, deve ser estrategicamente estabelecido por se tratar de um

ponto determinante na escolha do comprador.

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• Praça (distribuição) – inclui as várias atividades assumidas pela

empresa para que o produto seja acessível e colocado à

disposição aos consumidores-alvos.

• Promoção – são as atividades desempenhadas pela empresa para

comunicar e promover seus produtos ao mercado-alvo. O

composto promocional consiste em cinco importantes modos de

comunicação: propaganda; promoção de vendas; relações públicas

e publicidade; venda pessoal; marketing direto.

O composto de marketing deve ser planejado e desenvolvido de modo a

definir e transmitir o posicionamento estratégico pretendido pela empresa.

A análise ambiental é composta pela análise do macroambiente que

envolve variáveis incontroláveis e pela análise do microambiente que envolvem

variáveis controláveis como fornecedores, consumidores, concorrentes e

intermediários de marketing.

Segundo Kotler (2000 apud SHIMOYAMA; ZELA, 2002) as principais

variáveis utilizadas em uma análise do macroambiente de marketing são:

• Variáveis Econômicas – são levados em consideração os fatores

econômicos que influenciam sobre o mercado em análise. Deve-se

analisar até que ponto as variações na economia podem interferir

de forma positiva ou negativa, no mercado onde a organização

atua ou pretende atuar. E, quais as providências serão tomadas

frente a isto? Como será a reação da minha empresa frente a estas

variações?

• Variáveis Demográficas - trata-se do monitoramento da população,

uma vez que são as pessoas que representam os mercados.

Devem ser analisados fatores como crescimento da população

mundial, composto etário da população, mercados étnicos, grupos

educacionais, padrões de moradias, mudanças geográficas da

população, etc.

• Variáveis Culturais – A sociedade em que as pessoas se inserem

acaba influenciando nas normas, na crença e nos valores da

população. E, portanto, essas variáveis devem ser analisadas sob

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o aspecto de até que ponto a cultura de um mercado pode interferir

na aceitação de um produto ou serviço. As variáveis englobam

fatores como culturas, a existência de subculturas, mudanças nos

valores culturais, comportamento, crenças, etc.

• Variáveis Tecnológicas – frente a um cenário de constante

evolução tecnológica, no qual, as mudanças ocorrem de forma

acelerada e o acesso à tecnologia é obtido facilmente, se essas

variáveis não forem analisadas diariamente, o produto pode se

tornar obsoleto rapidamente. Conforme Kotler (1998) deve-se

observar as tendências tecnológicas como: aceleração do passo na

mudança tecnológica, oportunidades ilimitadas de inovação,

variação dos orçamentos de pesquisa e desenvolvimento e

crescimento da legislação sobre as mudanças tecnológicas.

• Variáveis Político-Legais – Estas variáveis apresentam um forte

impacto, uma vez que, principalmente no Brasil, as mudanças no

ambiente político, bem como, das leis, ocorrem constantemente.

Portanto, devem ser analisadas freqüentemente e de forma

criteriosa, pois podem inviabilizar um produto, serviço ou

empreendimento.

3.3 ANÁLISE SWOT

“O objetivo da SWOT é definir estratégias para manter pontos fortes,

reduzir a intensidade de pontos fracos, aproveitando oportunidades e protegendo-se

de ameaças” (AZEVEDO; COSTA, 2001, p. 2). Ela traça uma análise da situação

atual do negócio e deve ser refeita periodicamente, de acordo com a velocidade que

ocorrem as mudanças no ambiente, na organização ou no setor.

Ambiente Interno

Segundo Oliveira (2001) a análise interna, ou seja, voltar-se para dentro

da empresa, tem como finalidade, colocar em evidência as qualidades e as

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deficiências da empresa, identificando seus pontos fortes e fracos diante da sua

atual posição produto-mercado. A seguir são apresentados os componentes da

análise do ambiente interno:

• Pontos Fortes - Para Valadares (2002 apud MÜLLER 2003, p.63),

“os pontos fortes são características ou forças internas controláveis

da empresa, tangíveis ou intangíveis, que se bem utilizadas,

permitem alcançar vantagem competitiva sobre seus concorrentes”.

Oliveira (2001, p.83) define como sendo “variáveis internas e

controláveis que propiciam uma condição favorável para a

empresa, em relação ao seu ambiente”.

• Pontos Fracos – Conforme Valadares (2002 apud MÜLLER 2003),

os pontos fracos também são forças internas controláveis, que

podem ser tangíveis ou intangíveis, porém, uma vez expostas ao

ambiente, dificultam o alcance da vantagem competitiva sobre seus

concorrentes.

Ambiente Externo

Para Oliveira (2001) a análise do ambiente externo tem por objetivo

analisar as interfaces existentes entre a empresa e seu ambiente com relação às

oportunidades e ameaças, assim como, qual a sua atual posição no mercado e

prospecção quanto a posição desejada no futuro.

Pagnocelli; Vasconcellos (2001 apud MULLER, 2003, p.53), define a

análise do ambiente externo como sendo “[...] um conjunto de técnicas que permitem

identificar e monitorar permanentemente as variáveis competitivas que afetam o

desempenho da empresa”.

A seguir são apresentados os componentes de um processo de análise

do ambiente externo:

• Ameaças – Oliveira (2001, p. 83), “são as variáveis externas e não

controláveis pela empresa que podem criar condições

desfavoráveis para a mesma”. Estas forças incontroláveis criam

obstáculos às ações estratégicas da empresa, mas quando

identificadas rapidamente podem ser evitadas.

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• Oportunidades – São as variáveis externas e incontroláveis pela

empresa, que podem favorecer as ações estratégicas da empresa,

uma vez que a mesma tenha condições e/ou interesse de usufruí-

las (OLIVEIRA, 2001).

Uma vez identificado os pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades,

a empresa possui em suas mãos o delineamento de sua posição atual. E, de acordo

com o cruzamento das informações encontradas a empresa visualiza a sua posição

estratégica, conforme pode se observar na figura a seguir:

Figura 4 – Postura estratégica Fonte: Muller (2003, p. 71)

3.4 BENCHMARKING

Diante de um mercado tão competitivo, a melhoria contínua tornou-se

fundamental para se manter competitivo. E, a prática do benchmarking aparece

como uma forte ferramenta para este fim.

As organizações visando adquirir vantagens competitivas utilizam-se

desta metodologia para comparar seus processos e desempenhos com o mercado,

buscando captar técnicas e conhecimentos que as possibilitem criar novos

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procedimentos e processos, colocando-a em posição diferenciada frente à

concorrência.

“Benchmarking é um processo contínuo e interativo para com as

realidades ambientais para avaliação do desempenho corrente, estabelecimento de

objetivos, bem como para a identificação de áreas de aperfeiçoamento e mudança

nas empresas” (Leibfried e McNair apud OLIVEIRA, 2001, p.81).

Existem três tipos de benchmarking, a saber, (Mello; Silva; Carpinetti,

2000):

• Benchmarking interno: realizado dentro de uma organização

objetivando o conhecimento das práticas internas;

• Benchmarking competitivo: realizado para comparar-se com os

concorrentes diretos da organização, possibilitando analisar o

desempenho frente a essas empresas;

• Benchmarking funcional / genérico: realizado através de busca e

identificação das melhores práticas existentes em organizações

reconhecidas dentro do segmento.

Os processos de benchmarking resumem-se basicamente em cinco

etapas (Shetty apud MELO; SILVA; CARPINETTI, 2000):

• Determinar do que fazer;

• Identificar parceiros;

• Coletar e analisar dados;

• Estabelecer metas;

• Implementar ações e monitorar os resultados.

Para melhor entendimento, segue as etapas do estudo de benchmarking

segundo a Metodologia Andersen:

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Figura 5 – Etapas de um estudo de benchmarking conforme Metodologia Andersen Fonte: http://paginas.fe.up.pt/demetwww/edsf/anexos/ANEXO-V-Accao-Benchmarking/Anexo1.pdf

Acessado em 16/09/2007.

3.5 MODELO DE GESTÃO DE PROJETOS DE BERENSHOT

Este modelo, conforme Steven ten Have [et al] (2003), identifica alguns

fatores que devem ser levados em consideração quando da execução de qualquer

projeto, é composto por quatro áreas, a saber:

• O ciclo de vida – refere-se a todos os estágios da ‘vida’ de um

projeto, da definição à execução e ‘cuidados posteriores’.

• A hierarquia do projeto – todos os projetos, exceto os mais

simples, consistem de alguns subprojetos. Entender os inter-

relacionamentos entre vários subprojetos pode ter valor inestimável

na identificação das independências e, portanto, das prioridades.

• Os fundamentos do projeto – responder às perguntas a seguir

antes de iniciar um projeto pode ser de grande ajuda para

assegurar que ele alcance seus objetivos, no prazo e dentro do

orçamento:

o Qual é o objetivo final do projeto e o que você espera

conseguir com a sua realização?

o Que meios (ferramentas, pessoas e métodos) você tem à

sua disposição e quais questões práticas precisam ser

tratadas a esse respeito?

o Quais são as especificações de projeto e como o sucesso

ou fracasso pode ser medido?

o Como você pode assegurar que entregará qualidade?

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o Qual é o cronograma?

o Qual é o seu orçamento?

o Como você pretende organizar o projeto?

o Como você pretende informar os participantes sobre o

projeto?

o Em geral, como você vai lidar com a publicidade?

• O ciclo de gestão – quatro etapas repetitivas para melhoria e

aprendizado contínuos: Planejar, Fazer, Verificar e Agir. Tendo

planejado e realizado as várias atividades, os resultados devem ser

continuamente examinados e comparados com o plano principal.

Qualquer melhoria ou alteração poderá ser implementada conforme

necessário.

3.6 ESTRUTURA ANALÍTICA DE PROJETO

Conforme Gasnier (2003, p. 57) "a Estrutura Analítica do Projeto (EAP),

também usualmente denominada como Work Breakdown Structure (WBS), define o

escopo do projeto, relacionando hierarquicamente o conjunto das atividades

necessárias e suficientes para que seus objetivos sejam atingidos".

Uma estrutura analítica de projetos é

"[…] uma estruturação orientada ao subproduto dos elementos

do projeto, que define o escopo total, auxiliando na organização do projeto.

O trabalho que não estiver constando da WBS estaria fora do escopo do

projeto" (PMI, 2003 apud MICCOLI, 2004 p.47).

Miccoli (2004) ainda complementa que a WBS em relação à declaração

do escopo, é utilizada para decompor as atividades de forma a melhorar os

entendimentos comuns do escopo do projeto.

Gasnier (2003) diz que a EAP pode ser representada de forma

esquemática ou através de uma lista de atividades. Ele ainda propõe uma

metodologia a ser utilizada para o desenvolvimento de uma EAP, denominada de

Estratégia do Contorno (outline), como a seguir:

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1. Lista de Atividades1.1. Relacionar todas as etapas do projeto.1.2. Relacionar as atividades de cada etapa.1.3. Detalhar as tarefas de cada atividade.1.4. Identificar os marcos (milestone ).

2. Amarração Lógica

2.1.Identificar uma referência (número de identificação ou RG da identidade)para cada elemento da lista de atividades.

2.2.Identificar, através das referências acima, as dependências entre asatividades.

3. Análise Crítica3.1. Teste de suficiência: Faltam elementos na lógica?3.2. Teste de necessidade: Sobram elementos na lógica?

3.3.Teste de consistência: Executando todas as atividades alcançamos osobjetivos estabelecidos?

3.4.Teste de clareza: Pessoas envolvidas que não participaram de suaelaboração conseguirão compreender a lógica?

4. Programação4.1. Estimar a duração de cada atividade do nível mais baixo.4.2. Relacionar os recursos necessários em cada atividade.4.3. Determinar a data de início (ou término) do projeto.

4.4.Determinar as datas de início e término de todas as atividades,considerando as dependências e os recursos.

5. Orçamento5.1. Estimar os custos de cada recurso e de cada atividade.

5.2.Otimizar a programação, nivelando recursos e adiantando ou atrasandoatividades.

5.3. Elaborar fluxo de caixa e a curva S, de custos acumulados. Tabela 3 - Metodologia Estratégia do Contorno (outline) Fonte: adaptado de Gasnier (2003, p. 63)

3.7 SISTEMATIZAÇÃO DE METODOLOGIA DE GERENCIAMENTO DE

PROJETOS

Esta sistematização de metodologia de gerenciamento de projetos foi

proposta por MICCOLI (2004) em seu mestrado em Engenharia Mecânica.

A sistematização é descrita nas seguintes etapas (MICCOLI, 2004):

• Etapa I – iniciada pela demanda ou pela necessidade de um

produto ou serviço.

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• Etapa II – define-se pela abertura de um projeto de forma formal,

porém sujeita a avaliação econômico-financeira, bem como, suas

respectivas decisões de continuidade ou não.

• Etapa III – Definição de um projeto provisório (pré-projeto ou

anteprojeto), as estratégias e metas provisórias.

• Etapa IV – Estimativas de recursos necessários.

• Etapa V – Estudo de Viabilidade.

• Etapa VI – Trata da análise do estudo conforme os critérios pré-

fixados pela empresa, definindo a continuidade ou não do projeto.

• Etapa VII – Inicia-se o Gerenciamento de Integração do Projeto,

emitindo um documento oficial de abertura do projeto. Bem como,

dá-se início às definições dos planos de gerenciamento e de

execução do projeto além de definir os planos de controle e

monitoramento do mesmo.

• Etapa VIII – Inicia o Gerenciamento de Escopo, definindo seu

planejamento e a WBS.

• Etapa IX – Inicia-se o Gerenciamento do Tempo (monitoramento e

controle do tempo e custos, comparando com o previsto), o

Gerenciamento da Qualidade (planejamento, garantia e controle

da qualidade), O Gerenciamento de Recursos Humanos

(gerenciamento do time do projeto, suas necessidades e

contingências), o Gerenciamento das Comunicações (distribuição

das informações do projeto, bem como, a medição de performance

do mesmo), o Gerenciamento dos Riscos (planejamento,

identificação, mitigação, monitoramento e controle dos riscos do

projeto) e o Gerenciamento das Aquisições (gerenciamento das

compras, contratos e fornecedores).

• Etapa X – Utilização da tecnologia gerencial EVM (Earned Value

Management) para determinação dos indicadores de performance

do projeto.

• Etapa XI – Através dos métodos de monitoramento e controle,

avalia-se e encerra o projeto.

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• Etapa XII – Encerramento formal do projeto e arquivamento dos

documentos do projeto.

Figura 6 - Proposta de sistematização de metodologia de gerenciamento de projetos Fonte: MICCOLI (2004, p. 114)

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4 SHOPPING CENTER

4.1 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO SHOPPING CENTER

Após a Segunda Guerra Mundial, frente a um cenário de crescimento

econômico norte-americano que acarretou uma explosão demográfica (baby boom)

e o desenvolvimento da indústria automobilística, a população passou a migrar para

as áreas periféricas (os subúrbios). Com isso surgem novas estratégias para a

expansão do comércio. Visando atrair e atender os membros desta sociedade de

consumo em massa, no qual “ser” passou a ser sinônimo de “ter”, nasceu nos

Estados Unidos, na década de 50, o modelo do Shopping Center como conhecemos

hoje.

Como bem conceitua Underhill (2004, pg. 34), “[...] A inovação do

shopping center consistiu em inverter as coisas, de modo que as lojas ficassem

voltadas não para fora, mas, sim, umas de frente para as outras, em uma espécie de

círculos, cercadas pelo estacionamento, e não mais voltadas para ele. Daí para se

colocar um teto sobre todas as lojas não foi preciso muito”.

E, como expõe Padilha (2006, pg. 11):

“[...] shopping center nasceu nos Estados Unidos com a intenção de criar uma cidade ‘artificial’ sem problemas urbanos como trânsito, chuva, sol, pedintes, acidentes e falta de estacionamento nas ruas [...]”.

Este conceito de Shopping Center com formato de ambiente comercial

disseminou-se rapidamente pelo Ocidente, chegando ao Brasil em 1966 com a

inauguração do Shopping Center Iguatemi São Paulo, localizado na cidade de São

Paulo, o qual atua até os dias de hoje como Shopping em referência no Brasil.

A evolução no setor na década de 70 foi ainda bastante tímida, mas a

partir dos anos 90 esse número começou a crescer. Essa indústria, inicialmente

implantada em São Paulo, maior pólo consumidor do país, espalhou-se rapidamente

pelo Brasil, alcançando primeiramente as principais capitais, posteriormente,

chegando às cidades do interior em expansão econômica e, por fim, às cidades de

menor porte.

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Para melhor percebermos essa evolução, segue dados do setor, extraído

do site da ABRASCE:

1976 % 1986 % 1996 % 2007 %

Main Cities 7 87,5 23 69,7 80 58,8 189 54,6

Smaller Cities 1 12,5 10 30,3 56 41,2 157 45,4

Total 8 100 33 100 136 100 346 100

Tabela 4 - Tabela de evolução do número de shoppings no Brasil Fonte: www.abrasce.com.br (extraído em 15/07/07).

Segundo a ABRASCE, além de seus 346 shoppings (sendo 333 em

operação e 13 em construção), a indústria também apresenta um crescimento

notável em termos de ABL (área bruta locável) totalizando mais de 7,3 milhões de

m2, chegando a uma venda em 2006 de R$ 44,0 bilhões (o que representa 18% do

faturamento de todo o varejo nacional, excluindo os setores automotivos e de

derivados de petróleo) e ainda, se destaca como um grande pólo empregador,

gerando uma grande demanda de mão-de-obra, tornando-a cada vez mais

especializada e diferenciada. Dados estes que serão ilustrados a seguir:

Brasil 2007

Número Total de Shoppings 346

Área Bruta Locável (em m2) 7.376.499

Área Construída (em m2) 55.658.000

Vagas para Carros 440.000

Lojas Satélites 52.712

Lojas Âncoras 1.300

Salas de Cinema / Teatro 1.315

Empregos Gerados (mil pessoas) 524.090

Faturamento (Estimado - R$ bilhões) 44

Tráfego de Pessoas (milhões por mês) 203

Vendas em Relação ao Varejo Nacional (*) 18%

(*) Excluído setor automotivo Tabela 5 - Dados da Indústria de shopping no Brasil Fonte: www.abrasce.com.br (extraído em 15/07/07).

4.2 DEFINIÇÃO DE SHOPPING CENTER

Um espaço físico limitado por uma arquitetura única, composto por

diversas lojas e operações e uma área de estacionamento, cuja função principal é

possibilitar a compra. Mas não é só a necessidade de comprar algo que estimula as

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pessoas a ir a um Shopping Center, mas sim a facilidade de encontrar diversos

produtos e serviços em um mesmo lugar, em um ambiente agradável, trocando às

ruas com as interferências climáticas, calçadas irregulares e um aglomerado de

pessoas que andam rapidamente de um lado para outro, por um ambiente com ar

condicionado, pisos planos, bem iluminado, limpo, com pessoas que caminham

pelos malls com objetivo de passear e admirar vitrines e sem contar a segurança,

que, frente a um cenário de crimes e violência existente no Brasil, as pessoas

passam a perceber os Shoppings como ambientes seguros.

A seguir seguem algumas definições de Shopping Center encontradas

nas bibliografias.

Segundo Padilha (2007), o Shopping Center é um espaço privado que se

diz público, objetivamente planejados para a ação da compra.

ABRASCE, (apud BALSINI, 2002, pg. 15) define como:

“Empreendimento constituído por um conjunto planejado de lojas, operando de forma integrada, sob administração única e centralizada; composto de lojas destinadas à exploração de ramos diversificados ou especializados de comércio e prestação de serviços; estejam os locatários lojistas sujeitos a normas contratuais padronizadas, além de ficar estabelecido nos contratos de locação da maioria das lojas cláusula prevendo aluguel variável de acordo com o faturamento mensal dos lojistas; possua lojas-âncora, ou características estruturais e mercadológicas especiais, que funcionem como força de atração e assegurem ao ‘shopping center’ a permanente afluência e trânsito de consumidores essenciais ao bom desempenho do empreendimento; ofereça estacionamento compatível com a área de lojas e correspondente afluência de veículos ao ‘shopping center’; esteja sob o controle acionário e administrativo de pessoas ou grupos de comprovada idoneidade e reconhecida capacidade empresarial.”

Shopping Center pode ainda ser conceituado, segundo a empresa

Multiplan Empreendimentos Imobiliários S.A., em seu prospecto preliminar de

distribuição pública primária e secundária de ações ordinárias (pg. 12), como sendo

“Centro de compras que congrega no mesmo local, atividades empresariais

diversificadas, distribuídas entre os diferentes ramos de comércio e serviço, segundo

uma planificação técnica procedida de estudos sobre o potencial de compras da

área de influência a que ele serve”.

Já a empresa BR Malls Participações S.A. em seu prospecto preliminar

(pg. 11) conceitua Shopping Center como sendo “Empreendimentos comerciais que

reúnem em um só conjunto arquitetônico lojas comerciais, serviços de utilidade

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pública, casas de espetáculo, cinemas, estacionamento, dentre outros

estabelecimentos comerciais”.

Para Aguiar (1992 apud BALSINI, 2002):

“O Shopping center, anglicanismo de origem norte-americana,consiste num empreendimento de construção dispendiosa, destinada a um conjunto comercial composta de várias lojas de maior (âncoras) e menor dimensão (satélites), todas voltadas para galerias internas confortáveis, sendo as lojas logicamente localizadas quanto aos negócios nelas explorados (tenant mix), fornecendo ao consumidor facilidades de acesso (estacionamento), requintes na apresentação do conjunto, qualidade dos produtos, segurança, conforto e lazer, atrativos que sustentam o sucesso do empreendimento.” (AGUIAR, 1992 apud BALSINI 2002, p. 18).

De todas as definições encontradas quem melhor descreve, de forma

qualitativa e funcional, é Jardim (2005, pg. 10):

“Shopping Center, é um equipamento urbano, tecnicamente planejado e administrado, que tem por objetivo último, oferecer aos consumidores um local seguro, confortável, limpo, onde eles possam, de forma agradável e tranqüila, adquirir e consumir bens, desfrutar de atividades de lazer e entretenimento e ter à disposição a prestação de serviços, sempre apoiados por uma estrutura operacional eficiente e confiável.”

Por muitas vezes shoppings center são definidos como empreendimentos

imobiliários, os quais, na maioria das vezes, têm por seus proprietários investidores

deste mercado. Porém, esta conotação mascara a natureza e a finalidade do

negócio que é predominantemente o comércio varejista. Borgonovi (2006), ainda

enfatiza que “o valor de um Shopping Center é determinado pela sua capacidade de

gerar receita, e não pelo valor imobiliário do terreno, prédio ou construção”.

4.3 TIPOS DE SHOPPING CENTER

Conforme a ABRASCE os Shoppings podem ser classificados conforme

sua Tipologia como:

Shopping Regional: fornece mercadorias em geral, sendo grande

porcentagem referente a vestuário, e uma grande variedade de serviços. Suas

atrações principais são lojas âncoras, lojas de departamentos tradicionais de

descontos ou hipermercados. Um shopping regional é geralmente fechado com as

lojas voltadas para o mall interno e com estacionamento, contornando, geralmente, o

perímetro externo. Os shoppings regionais são os mais comuns no Brasil, sendo

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aqueles que congregam o mais variado mix de lojas, serviços e opções de lazer e

cultura.

Shopping Comunitário: oferece tipicamente uma gama ampla de

vestuário e outras mercadorias. Entre as lojas âncoras mais comuns estão os

supermercados, as grandes farmácias e lojas de departamentos de descontos. Entre

os lojistas deste tipo de shopping, encontram-se muitas vezes, varejistas vendendo

roupas, objetos e móveis para casa, brinquedos, artigos eletrônicos ou para esporte.

Shopping de Vizinhança: está projetado para oferecer produtos e

serviços de conveniência para as necessidades diárias dos consumidores. Tem

como âncora um Supermercado que tem como apoio outras lojas oferecendo outros

artigos de conveniência.

Shopping Especializado: voltado para um mix específico de lojas

visando atender um determinado grupo de atividades somente, como moda,

decoração, esportes ou automóveis.

Outlet Center: composto em sua maioria por lojas de fabricantes que

vem suas próprias marcas com descontos, além de varejistas de “off-price”.

Festival Center: Está quase sempre localizado em áreas turísticas e é

voltado basicamente, para as atividades de lazer, contemplando na maioria,

restaurantes, cinemas e outras diversões.

4.4 IMPLANTAÇÃO DE UM SHOPPING CENTER

Um Shopping quando atende às necessidades e expectativas da

população que pertence à zona de influência para o qual foi implantado, tem como

objetivo atrair e fidelizar seus freqüentadores, gerando vendas para seus lojistas e,

consequentemente, receitas para seus empreendedores.

Porém como todo empreendimento de Shopping Center, para obter o

sucesso sonhado por seus empreendedores, deverá passar por etapas como

planejamento, projeto, construção, mixagem, comercialização, entre outras, até sua

inauguração. Etapas estas que são fundamentais para a concretização do Shopping

tão idealizado, pois como diz Jardim (2005, pg. 19) “São os erros e acertos na

concepção de um shopping center que conferirão a ele suas principais

‘características genéticas’ e que estarão presentes ao longo de toda a sua vida útil”.

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Para Gruen e Smith , planejadores e arquitetos reconhecidos nos Estados

Unidos, apontam como itens fundamentais para a existência de um centro de

compras:

“1. Necessidade de planejamento mercadológico. Mediante ação conjunta de uma equipe de pesquisa e planejamento, em que o papel do analista de marketing seja central e relevante. A equipe de pesquisa e planejamento é especificamente destinada a determinar a viabilidade do shopping center, projetar o composto de lojas e equacionar suas dimensões em função da área de comércio que se pretende atingir.

2. Condições de tráfego adequadas. O centro requer localização e conexão ideais com o sistema viário da região que pretende servir, isto é, deve permitir fácil e rápido acesso.

3. Localização compatível. Sendo um sistema destinado à operação varejista, centro deve ser localizado em uma área próxima a bairros residenciais ou em local mais distante, desde que haja rapidez e facilidade de acesso.

4. Facilidade de estacionamento. Uma vez que exige relação direta entre a emergência e de shopping center e o aumento de mobilidade do consumidor, as áreas de estacionamento devem apresentar uma relação adequada e suficiente à dimensão do conjunto de lojas do centro e o mercado a que este pretende servir.

5. Compostos de lojas. Os shoppings center diferem dos conglomerados de lojas comuns em virtude de apresentarem um composto de loja (store mix) que permite a satisfação integral das necessidades de compra dos habitantes de sua área de comércio. Mais ainda, deve existir, em virtude do composto, um contexto de competição monopolística controlada” (FILHO, 1969, p. 39).

São vários os detalhes que devem ser levados em consideração na

concepção de um shopping center para que seja possível torná-lo um espaço de

compras de sucesso. Por isso, conforme Borgonovi (2006), o planejamento ganha

cada vez mais importância.

Ao falar-se em planejar e viabilizar um Shopping Center, o principal ponto

a ser levantado criteriosamente é a localização. A localização é considerada por

especialistas e pesquisadores como uma das decisões estratégicas e um fator

importante para o sucesso de um Shopping Center. A definição do local é feita com

base no estudo da área de influência do empreendimento.

Conforme Jardim (2005) alguns fatores são fundamentais na localização e

implantação de um Shopping Center:

• Quanto ao terreno, deve-se avaliar suas características (geometria

e topografia) visando seu melhor aproveitamento, como analisar

questões de acessibilidade e condições da infra-estrutura de

energia elétrica, água e esgoto;

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• Distância do terreno até a zona central, avaliando as condições e

acesso à infra-estrutura de transportes e quais são os meios mais

utilizados, analisando quanto tempo se gasta para chegar ao local

de consumo;

• Deve-se ainda consultar o Plano Diretor da cidade, verificando os

projetos em desenvolvimento na cidade e no bairro;

• Devem ser mensurados e analisados ainda fatores como:

densidade demográfica e projeção de crescimento populacional;

número de domicílios urbanos e rurais, faixas de renda, percentual

de gasto médio familiar por categoria de varejo;

• Distância entre grandes centros comerciais existentes, assim

como, distância entre shoppings;

• Levantar os hábitos e costumes locais como: onde e o que se

compra, tempo disponível para compras, tipos de lazer e cultura;

• Realizar visitas à concorrência, apontando suas âncoras e o mix

de satélites;

• Levantar o potencial de consumo da zona de influência e

confrontá-lo com as vendas realizadas na concorrência instalada;

• Levantar concorrência futura.

Vale ressaltar que todo este estudo e planejamento devem ser realizados

sob o foco de investimentos de longo prazo, de modo que as estratégias

desenvolvidas obtenham sucesso.

Com base nas informações levantadas, têm-se subsídios para

dimensionar o total de ABL (área bruta locável) que o mercado será capaz de

absorver, assim como a determinação do tenant mix, de acordo com as

potencialidades de vendas levantadas, a ser classificado conforme plano de mix da

Abrasce.

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GRUPO I - LOJAS ÂNCORAS GRUPO V - ARTIGOS DIVERSOS

101 Loja de Departamentos 501 Artigos Eletrônicos

102 Loja de Departamentos Jr. 502 Informática

103 Loja de Departamentos de Descontos 503 Ótica

104 Hipermercados 504 Artigos Esportivos

105 Supermercados 505 CDs/Fitas

106 Outros (Hiperconstrução, Móveis etc. 506 Jóias/Relógios

GRUPO II - MEGALOJAS 507 Perfumaria/Cosméticos201 Vestuário 508 Presentes/Souvenirs202 Eletrodomésticos 509 Papelaria203 Móveis/Decorações 510 Livraria204 Informática/Material de Escritório 511 Brinquedos205 Artigos Esportivos 512 Artigos Infantis206 Livros/CDs 513 Artigos para Viages207 Brinquedos 514 Telefones/Acessórios208 Outros GRUPO VI - ALIMENTAÇÃOGRUPO IV - ARTIGOS DO LAR 601 Restaurante com Serviços401 Eletrodomésticos 602 Restaurante Fast-food (sem Serviços)402 Móveis 603 Fast-Food403 Louças/Cristais/Pratarias 604 Outros (Café, Sorvete, etc.)404 Acma/Mesa/Banho GRUPO VII - CONVENIÊNCIAS/SERVIÇOS405 Acessórios para Decoração 701 Delicatessen406 Outros (Copa/Cozinha/Banheiro, Colçhões etc). 702 Alimentos EspeciaisGRUPO III - VESTUÁRIO 703 Farmácia/Drogaria301 Vestuário Geral 704 Farmácia Especiais302 Moda Jovem (Unissex/Surfwear) 705 Armarinho303 Vestuário Masculino 706 Tabacaria304 Vestuário Feminino 707 Outros Conveniência (Jornaleiro, Florista, etc.)305 Vestuário Infantil 708 Serviços Financeiros306 Moda Praia (Biquinis/Maiôs/Sungas) 709 Correio307 Calçados Geral 710 Cabelereiro/Estética308 Calçados Masculinos 711 Academia de Ginástica309 Calaçados Femininos 712 Foto Revelação310 Calçados Esportivos 713 Educação/Ensino311 Moda Íntima 714 Serviços Médicos312 Acessórios para Vestuário 715 Outros Serviços (Loteria, Agência de Viagens, etc.)313 Outros GRUPO VII - LAZER

801 Cinemas802 Teatro803 Diversões (Parques/Videogames)804 Boliche805 Outros (Museu, Espaço Cultural, etc.)

Tabela 6 - Plano de Mix ABRASCE 2000 Fonte: adaptado de www.abrasce.com.br (extraído em 15/07/07).

Para Borgonovi (2006), a localização é fundamental, mas o mais

importante é o conhecimento exato dessa localização, pois só assim será possível

determinar como será, que cara ele vai ter, como se comportará frente a

concorrência, como irá se comunicar com o seu público e como será o seu mix de

lojas, enfim, poderá determinar como será o futuro do shopping.

Borgonovi (2006) comenta ainda que escolher o mix é hoje a tarefa mais

árdua, uma vez que as novidades de operações não acompanham a necessidade e

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a maioria das lojas é comum em todo shopping center. Tem-se que buscar a

diferença do mix em atividades complementares, ou seja, somar às operações

conhecidas e requisitadas existentes em todos os shoppings, atividades

complementares agregando valor ao conjunto. Ele ainda complementa que o mix

ideal não tem fórmula. É necessário apenas conhecer profundamente o mercado, ou

seja, conhecer detalhadamente a concorrência e seus movimentos.

A definição do número de lojas âncoras e satélites devem ser realizados

de forma bastante criteriosa, o empreendedor deve escolher o mix de operações de

forma a garantir uma maior variedade de produtos e serviços aos consumidores,

bem como organizar a distribuição das lojas de forma ordenada e harmônica.

Segundo Jardim (2005), deve-se manter uma relação entre as ABLs de 40% de

ancoragem e 60% de satélites, quanto mais próximo deste percentual, mais próximo

o shopping estará do nível de equilíbrio e conseqüentemente, com maior

probabilidade de sucesso.

Jardim (2005), ainda comenta que a partir da ABL já definida, podem-se

dimensionar outros parâmetros tão importantes quanto. Para estabelecer o número

de vagas no estacionamento deve-se considerar de 5 a 10 vagas para cada 100m2

de ABL e, para obter-se a metragem destinada às áreas comuns (malls, corredores

técnicos, docas, etc.) deverá ser correspondente a 30% a 40% da área total do

empreendimento.

O planejamento concluído, a formatação do empreendimento bem

definida, agora o pacote vai para as mãos do arquiteto com a finalidade de traduzir

todas as informações em seu projeto de forma racional, utilizando soluções

modernas e inteligentes, otimizando e minimizando os custos de operação, de modo

a resultar em um empreendimento que atenda as necessidades e expectativas de

sua zona de influência, bem como realize o sonho dos empreendedores.

Com o projeto Shopping Center pronto, inicia-se sua construção e, faz-se

necessário o início da comercialização deste novo produto. Desenvolvimento de

estratégias comerciais, planos de publicidade para o lançamento e comercialização

do Projeto. Nesta fase, tabelas de Comercialização (preços e condições) são

definidas junto aos empreendedores e colocadas em prática na comercialização.

Essa composição de valores a serem desembolsados pelos locatários

deve ser criteriosamente estabelecida de modo que o volume de vendas de cada

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lojista seja suficiente para arcar com o custo de ocupação. Segundo Jardim (2005),

essa proporção está por volta de 12%, ou seja, o lojista consegue comprometer 12%

de sua receita com o custo de ocupação.

Finalizada a construção, suas lojas locadas, o sonho realizado. O tão

esperado empreendimento é aberto ao público. E, caberá a Administração

(contratada pelos empreendedores), gerenciar o shopping de forma rentável para

seus empreendedores e lojistas e proporcionar um local atrativo, confortável e

seguro para seus consumidores.

4.5 ESTRUTURA DE UM SHOPPING CENTER

Para melhor entendimento da Indústria de Shopping Center, faz-se

necessário uma abordagem global de sua estrutura.

A estrutura é basicamente constituída por Empreendedores,

Administração, Lojistas e Clientes. Para efeito de exposição serão apontadas suas

principais atribuições, bem como, interfaces existentes entre as partes constituintes

desta estrutura.

Segundo Jardim (2005) e Pinheiro (2006):

Empreendedores

Os Empreendedores são, em sua maioria, investidores, formados por

pessoa jurídica que possuem o direito de propriedade da maioria das LUC’s (lojas de

uso comercial) que constituem a área de vendas do Shopping.

Estas áreas são locadas aos lojistas e vão gerar ao empreendedor a

principal receita de uma unidade comercial que é o aluguel. Este aluguel

corresponde a uma parte fixa e outra variável que será de acordo com um percentual

sobre o faturamento mensal do lojista.

Sua receita ainda pode ser advinda da receita do estacionamento,

receitas com locações temporárias como quiosques e eventos (dispostos na área

comum do Shopping) e a receita da comercialização de espaços de merchandising.

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É papel do empreendedor também injetar recursos no empreendimento

para execução de melhorias, manutenções e conservações patrimoniais necessárias

à valorização do empreendimento, assim como, negociações comerciais que

venham a agregar valor no mix do Shopping.

Como todo investidor o empreendedor, investe capital, para que seu

negócio apresente um cenário de crescimento e seja altamente lucrativo. E, com a

finalidade de obter sucesso no negócio os empreendedores contratam uma empresa

denominada Administradora que irá ser responsável pela gestão do

empreendimento.

Administração

Antes mesmo da inauguração de um Shopping, sua Administração é

constituída. Uma estrutura é montada para dar início ao trabalho de gestão e com

objetivo principal de promover o empreendimento.

A administração são os olhos dos empreendedores e, portanto, sua visão

missão e estratégias devem sempre estar voltadas aos objetivos deles.

Dentre as principais atribuições da Administração podemos apontar:

• Planejar o mix de forma a oferecer aos consumidores a maior

variedade de produtos e serviços dispostos de forma organizada,

harmônica e estratégica ao longo do espaço físico existente;

• Promover ações e eventos criando novos atrativos visando

qualificar e aumentar o fluxo de pessoas no Shopping;

• Oferecer ao lojista e ao freqüentador um ambiente seguro, limpo e

com temperatura agradável;

• Executar melhorias e manutenções constantes nas instalações

hidráulicas, elétricas, de ar condicionado, gás e, também, em toda

a parte civil do equipamento visando um perfeito funcionamento e

excelente conservação;

• Efetuar as cobranças dos lojistas devidas de acordo com os

contratos firmados entre as partes, bem como esclarecer quaisquer

dúvidas relativas aos faturamentos e aos contratos;

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• Atender aos lojistas prontamente quanto a questões técnicas,

quanto a dúvidas e sugestões em prol de um bom relacionamento

e funcionamento da operação, mas também, cobrá-lo quanto ao

cumprimento de suas responsabilidades, normas e regimentos do

Shopping.

A administração que irá gerenciar o shopping em nome do empreendedor

é dirigida por um superintendente ou gerente geral, auxiliado por gerentes

responsáveis pelos departamentos de operações, marketing, comercial,

administrativo / financeiro ou controladoria, jurídico e auditoria.

A seguir serão descritas de forma genérica, algumas das atribuições dos

departamentos e perfis necessários de seus gerentes, conforme Jardim (2005):

Superintendência / Gerência Geral – departamento representado pela

pessoa do superintendente / gerente geral é responsável pela supervisão geral da

operação do Shopping abrangendo todas as áreas e também é a ponte de ligação

com os lojistas atuando diretamente no controle de mix das lojas e de seus produtos,

é responsável pela análise da performance de cada operação, análise e aprovação

de novos lojistas e também por negociações, análises e aprovações contratuais das

lojas. O superintende é visto pelos empreendedores como o canal de informações

sobre o empreendimento e como a pessoa que busca o retorno do capital investido

por eles. Ele comenta ainda que a função de superintendência requer sentido de

urgência, iniciativa e competitividade para que as coisas aconteçam dentro do

planejado e conforme o ritmo do mercado e, também deve ser uma pessoa

impaciente por resultados, confiante e ambiciosa.

Operações – o departamento de operações é responsável pelos setores

de Manutenção, Limpeza, Segurança e Estacionamento e é representado pela figura

do Gerente de Operações. Dentre suas responsabilidades estão o planejamento e

controle de ações referentes à manutenção preventiva e corretiva de todas as

instalações existentes na área comum do shopping; aprovações de projetos e

acompanhamento das obras das lojas e orientação técnica que o lojista venha

necessitar; acompanhamento e análise de performance das despesas com utilidades

(energia, água e gás) implementando ações periódicas que visem a redução destes

custos; desenvolvimento de projetos que objetivem em melhoria dos equipamentos e

instalações e resultem em otimização dos recursos e um menor custo operacional.

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Marketing – o departamento de Marketing tem o objetivo de promover a

imagem do shopping com ações, campanhas e eventos de modo a torná-lo mais

atrativo para os olhos dos clientes (freqüentadores e lojistas) gerando maior fluxo e

vendas. O departamento é representado pelo Gerente de Marketing que tem como

responsabilidades além de promover o shopping, acompanhar e analisar a

performance de vendas de cada loja e realizar reuniões periódicas com lojistas para

evidenciar possíveis problemas de divulgação de seus produtos e trabalhar em

conjunto para que isso seja solucionado; realizar pesquisas qualitativas e

quantitativas de forma constante para melhor conhecimento de seu público

(interesses, preferências, desejos, pontos positivos e negativos) com o objetivo de

atendê-lo, fidelizá-lo, e também, conhecer os interesses dos clientes visando definir

seu perfil e atrair maior público ao shopping.

Comercial – juntamente com o Superintendente o responsável pelo

Departamento Comercial tem como objetivo principal a geração de receita. Ele será

responsável pela comercialização das lojas, quiosques, painéis de merchandising,

eventos e campanhas publicitárias. Para Jardim (2005) o gerente comercial tem

como atribuições o acompanhamento e ajustes do mix visando que seja adequado;

acompanhamento constante do mercado e busca de novas marcas; análise do

desempenho do plano de mix do shopping como um todo, bem como, por segmento

e ainda analisar o comportamento de suas lojas com relação à concorrência.

Controladoria – o Controller irá responder pelo planejamento e controle

das verbas orçamentárias do shopping; irá administrar os contratos de locação e

também efetuar as cobranças devidas aos lojistas conforme contratos. Conforme

Jardim (2005) o gerente terá como atribuições a gestão financeira dos recursos do

empreendedor; confecção de balanços e demonstrativos para os empreendedores e

lojistas; e, gestão da inadimplência efetuando cobranças e negociações que

resultem na redução e até inexistência da mesma.

Jurídico – Quando da entrada da loja no shopping, faz-se a análise da

documentação apresentada e com base nas condições repassadas pelo

Superintendente e Comercial elabora-se e emitem-se os contratos; controle quanto

da vigência dos mesmos; acompanhamento de quaisquer processos judiciais;

cobrança de lojistas inadimplentes cujo processo tenha ficado a cargo do

departamento; verificar e cobrar dos locatários o cumprimento do contrato em sua

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totalidade, respeitando a convenção de condomínio, as normas gerais, o regimento

interno, emitindo notificações quando do não cumprimento. Também são de

responsabilidade do jurídico a análise e elaboração de contratos de prestadores de

serviços.

Auditoria – O departamento é responsável por tudo que se referem às

vendas no shopping. Sua função é fiscalizar, controlar e planejar todas as vendas e

o desempenho das lojas. O objetivo desta auditoria é identificar e mensurar o valor

de todas as vendas realizadas, assim como realizar um estudo mercadológico

identificando detalhadamente o perfil de compra e de não compra dos clientes. A

auditoria efetiva nas lojas é feita por amostragem mensal, permanecendo um

funcionário do departamento, diariamente no caixa da loja para efeito de registro e

acompanhamento das vendas. As demais lojas informam mensalmente suas vendas

ao departamento. Com base nas informações obtidas criam-se comparativos de

vendas e índices de crescimento ou não das vendas do shopping funcionando como

uma ferramenta ao lojista, uma vez que os alimenta quanto à necessidade de ações

específicas e de marketing, e também serve como um termômetro para o shopping

quanto ao perfil e poder de compra de seus clientes, quanto ao retorno das ações de

marketing realizadas e também quanto às operações que precisam ser trabalhadas

particularmente em prol da ascensão das vendas e lucro dos lojistas e dos

empreendedores.

Lojistas

Conforme a lei no. 8.245/91, lojista de shopping center é a pessoa jurídica

que adquire do empreendedor o direito de posse e uso de uma LUC (loja de uso

comum), titulado com o contrato de shopping.

O relacionamento entre a Administração do Shopping e os lojistas, é

estabelecido, de forma geral, através da Associação dos Lojistas do Shopping

(Moacyr, Boletim Técnico). São feitas reuniões periódicas entre Administração e os

representantes da Associação com objetivo de se apresentar projetos e ações e

também, discutir pontos que precisam ser melhorados e analisar desempenho de

vendas e fluxo de pessoas. Com a intenção de que juntos possam estabelecer

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estratégias de melhorias e definir ações de ambas as partes em prol de um objetivo

único – crescimento de vendas.

O lojista é o elo direto do shopping com o consumidor e, portanto, várias

críticas e sugestões quanto ao empreendimento como um todo será repassado ao

lojista que, por sua vez, irá repassar à Administração. O canal entre a Administração

e Lojistas deve estar sempre em sintonia, com objetivo de sempre, agregar valor à

operação.

O objetivo principal do lojista é promover a venda para gerar receita. E,

para que isso ocorra devem planejar suas operações sob a ótica do consumidor.

Conforme enfatizou Ferreira, em uma palestra a jovens empresários na sede da

Alshop realizada em março de 2007: “[...] saber tudo o que for possível sobre o

universo de percepção do consumidor. Saber onde ele está, conhecê-lo

socialmente, mapear suas reações [...]”.

Sua loja deve se comunicar com o mall que é por onde os clientes

circulam. Deve ser localizada e projetada de forma estratégica, de modo que seja

atrativa. Para Sibemberg (Dicas de arquitetura – o que Hollywood ensina), em um

cenário tão competitivo, o projeto de loja tem um papel importantíssimo no

relacionamento entre loja e cliente / consumidor. Segundo ele, a loja tem que ser um

ponto de venda que transforma a compra numa experiência agradável para o

consumidor.

No entanto, para alcançar seus objetivos, além de conhecer bem seu

cliente, de planejar estratégias para atraí-los, o lojista deve estar em constante

desenvolvimento. Deve estar atento às novidades e ao desenvolvimento do setor

que ocorre muito rapidamente. Para tanto, algumas parcerias são montadas entre

Associação dos Lojistas e Administração / Empreendedores para a realização de

treinamentos. Conforme Ueno (2007, p. 66), “a profissionalização no varejo é

constante e o investimento em treinamento é a ferramenta encontrada por

empreendedores para profissionalizar lojistas, gerentes de lojas e vendedores.” Cita

ainda que alguns empreendedores têm como objetivo em investir na melhoria do

desempenho das lojas, contribuindo com informações estratégicas como

atendimento, vitrines, gestão, relacionamento, motivação e seleção de equipes.

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Consumidores / Freqüentadores

Quando da implantação do shopping todo o planejamento do

empreendimento é feito tomando como base a análise do mercado e, incluído neste

contexto está à análise do mercado consumidor, de seu poder de desembolso, e da

quantidade que vai passar a freqüentar o shopping. Deve-se partir do princípio que

esses consumidores já gastam seu dinheiro na concorrência instalada e que,

portanto, o novo empreendimento deve ser inaugurado com as lojas que esses

clientes querem, e mais, devem superar as expectativas deles.

“A experiência de compra começou quando você, o comprador, avistou a

edificação. Tudo começa por aí.” (Underhill, 2004, pg. 33). Isto mostra que o

consumidor tem que se sentir atraído desde o instante que visualiza a arquitetura

que envolve a edificação. Underhill (2004), ainda comenta que todo o entorno e,

principalmente os acessos ao shopping devem estar perfeitos; os estacionamentos

devem ser bem dimensionados, limpos, arejados, bem iluminados, bem sinalizados

e o mais próximo dos centros de compras possível. Estes são os primeiros contatos

do consumidor com o shopping e, portanto, devem estar impecáveis.

Conforme o artigo “Shopping Centers Uma Cidade Perfeita”, publicado em

2002, quem vai ao shopping além de procurar lazer, entretenimento, lojas,

supermercados e outros serviços, busca, principalmente, o conforto, a limpeza e a

segurança, tudo isso em um ambiente climatizado que também podem comportar

operações culturais como teatro, centros de convenções, exposição e eventos; tudo

em um só lugar.

Romano (em “a tecnologia e o varejo”) comenta, que os clientes estão

cada vez mais informados e muito mais exigentes. Eles procuram serviços

customizados, com menor preço e melhor custo-benefício. Ou seja, faz-se

necessário fornecer um atendimento cada vez mais personalizado.

4.6 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E ANÁLISES GERENCIAIS

Como já visto anteriormente, o shopping se utiliza do planejamento desde

sua concepção inicial: análise de mercado, estratégias de localização, arquitetura,

infra-estruturas necessárias, definição do layout, quantidade de vagas de

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estacionamento, números de lojas satélites e âncoras e distribuição e determinação

das áreas das lojas; assim como, em sua implantação com todo o planejamento do

mix (determinação e comercialização), campanha de divulgação e publicidade e

também, planejamento de toda sua estrutura administrativa. Resultando em um

shopping inaugurado.

Porém, a fase de planejamento não pára por aí. Quando o shopping é

inaugurado e a Administração realmente inicia seu trabalho, ela tem como principal

atividade, a elaboração do planejamento estratégico.

Oliveira (2001, p. 46) define planejamento estratégico “como um processo

gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela

empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o

seu ambiente”.

É utilizado como um importante instrumento de gestão, no qual, o gestor e

sua equipe irão estabelecer os parâmetros, direcionando o caminho a ser

perseguido, sua condução e o controle de todas as ações, auxiliando no processo

de tomada de decisões, na atuação pró-ativa e antecipando-se as mudanças que

ocorrem no mercado, (ANDION; FAVA, 2002).

Para Kotler (1991), é um processo gerencial que visa desenvolver e

manter uma adequação razoável entre os objetivos e recursos da empresa e as

mudanças de oportunidades de mercado de modo a resultar para a empresa, lucro e

crescimento. De acordo com Kotler (1991) o planejamento estratégico é composto

por oito etapas sendo: missão do negócio, oportunidades e ameaças, pontos fortes e

fracos, objetivos e metas do negócio, estratégias do negócio, planos de ação,

implementação, feedback e controle.

Nestes moldes apontados por Kotler (1991), é que são elaborados, na

maioria das organizações, o principal alicerce da gestão empresarial e as estratégias

para a vantagem competitiva.

O planejamento estratégico é confeccionado pelos empreendedores e

superintendente quando da inauguração do shopping, delineando uma espinha

dorsal para o negócio que, deve vir seguida de acompanhamento e análises durante

seu primeiro ano, bem como, de adaptações anuais de forma a estabelecer novas

diretrizes, novos objetivos e patamares de acordo com o cenário atual.

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Com a missão e premissas de seus empreendedores bem claras, seu

posicionamento, os profundos conhecimentos do cenário interno e externo, com os

objetivos e metas bem definidas, determinam-se as estratégias que serão seguidas

através de planos de ações detalhados que serão acompanhados periodicamente

pelos gestores e equipes do shopping caminhando em busca da vantagem

competitiva.

Tendo como norte as metas e estratégias estabelecidas no planejamento

estratégico do shopping center, elabora-se o planejamento operacional que será

alimentado com informações sob responsabilidades dos gerentes comercial,

financeiro / administrativo, de marketing, jurídico e operacional, os quais irão

determinar os indicadores de controle. Dentre os indicadores, Jardim (2005) cita:

tráfico de pessoas e veículos, índice de vacância (quantidade de área vaga),

inadimplência, vendas, ticket médio, etc, que serão analisados mensalmente

traçando a performance do empreendimento.

4.7 CENÁRIO ATUAL E TENDÊNCIAS DO MERCADO

Com a grande competitividade e constantes mudanças que ocorrem na

indústria de shopping center, um novo panorama passa a ser delineado. A seguir,

será exposto, a partir de veículos especializados do setor, o retrato da situação atual

e as tendências deste mercado em expansão.

De acordo com o artigo “União que faz a força”, publicado na Revista

Shopping Center (2006), a internacionalização é uma realidade para o mercado

brasileiro de shopping center. Grupos estrangeiros estão construindo parcerias com

empresas nacionais que tendem a fortalecer ainda mais o setor. Estas parcerias que

resultam em fusões e aquisições, promovem além de injeção de capital, intercâmbio

de know how e novas tecnologias que objetivam o desenvolvimento e

aperfeiçoamento do mercado.

Ainda neste artigo, Marcos Romiti, presidente da Intermart/Austim uma

empresa de consultoria de shoppings center diz: “Como as estrangeiras querem

crescer, a procura vai recair no bloco denominado BRIC (Brasil, Rússia, Índia e

China, considerados países emergentes)”. E, Romiti ainda comenta que se o Brasil

apresentar condições de crescimento como responsabilidade fiscal, inflação baixa e

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continuidade da política econômica, continuará sendo atrativo para o mercado

estrangeiro.

Claude Sirces, vice-presidente da Ivanhoe Cambridge (fundo de pensão

canadense), também expõe no artigo união que faz a força (2006), que o Brasil,

comparado com os países do BRIC, apresenta o nível de conhecimento do mercado

de shoppings center muito maior e muito mais profundo. O que a faz perceber que

no Brasil, a indústria vai continuar crescendo e a performance de venda do varejo

vão melhorar.

Em seu artigo “Oportunidades com capital estrangeiro”, Borgonovi (2006),

afirma que a entrada de capital estrangeiro no Brasil mostra o quanto o mercado

está amadurecido neste país, mostrando-se forte, rentável e com grande potencial

de crescimento.

Mas as fontes de financiamento não têm origem apenas nos investidores

estrangeiros, mas também por meio de lançamento de ações em bolsas. Empresas

do setor realizaram, neste ano, a abertura de capital na CVM (Comissão de Valores

Mobiliários) com o objetivo de levantar recursos. “Com capital estrangeiro ou

nacional, via investimento direto ou Bolsa, o fato é que a indústria de shoppings

experimenta uma expansão considerável” (BACAL, p. 36, 2007).

Esses recursos captados através de capital estrangeiros ou ações em

bolsas são levantados com objetivo de lançamento de novos empreendimentos,

aquisições e ampliações em participações, bem como expansões e revitalizações

dos atuais shoppings. A indústria está frente à “Um novo boom”, como exprime a

capa da revista Shopping Centers de julho de 2007.

E, com este cenário de expansão e mudanças, a indústria se depara com

uma ambiente bastante abrangente, no qual o foco não é único, existe espaço para

todos os tipos de projetos. Tanto os que visam a atrair os interesses do público C e

D, “Há um movimento interessante da população das classes C e D entrando no

mercado de consumo. A indústria caminha para atender as classes mais pobres, o

interior do país e algumas capitais“, (Marcelo Carvalho, presidente do Grupo Ancar e

da ABRASCE - Associação Brasileira de Shopping Centers). Mas também “o foco

está no eixo do luxo, junto ao Sistema Financeiro Nacional. Nossa rede tem padrão

voltado para as classes A e B”, (Carlos Jereissati, presidente da Iguatemi Empresa

de Shopping Centers – IESC). Declarações fornecidas à (BACAL, p. 34,200).

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Juntamente com esse “boom” da indústria, novos conceitos de shopping

estão aportando no país. São os modelos mixed use (uso misto) e o lifestyles,

também conhecido como open malls (com instalações ao ar livre).

Shoppings com conceito lifestyles, segundo Michael Kercheval em

entrevista realizada, Santos (2006), proporcionam uma visão romântica, com lojas

voltadas para ruas internas, lugares para sentar, com cafés e restaurantes. Ele

afirma, é uma grande tendência nos Estados Unidos, pois dos shoppings que estão

em construção, 75% são lifestyles. Porém, ele complementa que um shopping com

essas características não pode estar localizado próximo a outro semelhante, pois

são compostos por varejistas únicos e operações diferenciadas, portanto, se

estiverem localizados próximo a outro, perde o sentido.

Gregório e Silva (2006, p. 88) dizem que o conceito lifestyle “possui as

características de vilarejo; sem linhas de lojas com letreiros, mas sim uma série de

fachadas diferentes (umas mais altas, umas baixas) criando, a ‘magia’ de estar em

uma rua, a ‘magia’ de uma situação de pedestre”.

Os projetos de múltiplo uso são aqueles que além do shopping

apresentam em sua estrutura, por exemplo, torres de escritórios, hotéis e edifícios

residenciais. Para Marcelo Carvalho (presidente da ABRASCE) a consolidação do

uso múltiplo parece tão verdadeira que um parâmetro extremamente importante é o

tamanho de terrenos a serem comprados, uma vez que os projetos devem ser

catalisadores de investimentos imobiliários. Jereissati (presidente da IESC), também

acredita na consolidação deste modelo de shopping, mas ele enfatiza que tudo no

projeto tem obedecer à mesma concepção arquitetônica e cada uma das partes

deve apresentar uma relevância econômica, não ocupando um dos negócios mais

do que 60% do empreendimento como um todo de forma a resultar em equilíbrio

para que todos se beneficiem da multifuncionalidade (BACAL, 2007).

4.8 REVITALIZAÇÃO / EXPANSÃO

Em virtude deste crescimento da indústria causado pelas fusões,

aquisições, entrada de empresas internacionais e abertura de capital, como

mencionado anteriormente, geram-se mudanças no cenário brasileiro de shopping

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center. Novos empreendimentos estão sendo lançados, outros estão se expandindo

ou revitalizando.

Diante disso o que não pode é ficar parado. Uma vez que, paralelo a tudo

isso a concorrência aumenta, o consumidor se insere em um ambiente com maior

número de opções, com atrativos diferenciados para seus desejos, ego, conforto,

resultando em um cliente bem mais exigente, curioso e detalhista, o que ele

encontrava antes não lhe é suficiente, ele quer mais e mais.

E, como comenta Neto (2005) um shopping center é um ‘ser vivo’ onde

milhares de pessoas circulam diariamente, lojas abrindo e fechando, uma enorme

circulação de dinheiro e uma concorrência muito grande. Devido a isso, o

empreendimento deve ser mutante, buscando constantemente se adequar aos

gostos dos clientes, às novas tendências de arquitetura, as novas operações de

varejo e prestando os melhores serviços.

Diante deste dinamismo os reflexos são percebidos rapidamente, o

empreendimento que não se atualizar começa a verificar em seus relatórios as

quedas de fluxo de pessoas e veículos, quedas nas vendas, conseqüentemente

aumento da inadimplência dos lojistas e aumento das áreas vagas espalhadas pelo

shopping.

Elaborada pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de Mercado

(IPDM), por encomenda da ABRASCE, a Radiografia do Setor 2006 revela que 47%

dos shoppings brasileiros estão planejando para breve ou executando projetos de

expansão.

Revitalizar nada mais é do que modernizar, dar uma cara nova ao

empreendimento tornando-o mais atrativo. E expansão é o acréscimo de área que

será incorporada ao shopping. Ambos os processos requerem um planejamento

bastante minucioso, um estudo bem detalhado do posicionamento do shopping e de

seus pontos fortes e fracos; análise e replanejamento do tenant-mix, fazem-se

necessário analisar profundamente o cliente apontando suas necessidades e

levantando suas expectativas. Pois só assim, será possível determinar o escopo que

contemplará esse processo de revitalização ou expansão. Afinal, quem determina

esse escopo é o mercado. E, os empreendedores juntamente com a administração

têm o fundamental papel de interpretar precisamente esse escopo, de forma a

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projetar e apresentar, após a reformulação ou construção, ao seu cliente o retrato de

suas expectativas ou quem sabe até a superação destas.

Trata-se de investimentos altos e da vida do shopping, pois como diz Neto

(2005, p. 22), “o ‘melhor negócio do mundo’ é um excelente shopping e o ‘pior

negócio do mundo’ é um shopping ruim, e que essa diferença está nos detalhes das

estratégias e decisões tomadas por seus administradores”. A não percepção real da

necessidade do cliente, ou da expectativa do lojista, ou ainda, um projeto que não

venha satisfazer a expectativa criada neste contexto, vai gerar a decepção. Por isso

todo esse Projeto deve ser feito com muito cuidado, atentando realmente aos

detalhes e procurando sempre agregar mais, pois, cliente satisfeito vai às compras,

as lojas vendem, aumentam as receitas e geram lucro para o negócio.

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5 LEVANTAMENTO DE DADOS

Para alcançar o objetivo deste trabalho, de Propor um Modelo de Gestão

para Projetos de Revitalização de uma empresa de shopping center, o modelo será

desenvolvido, com base no estudo de caso da empresa Know how Shopping Center

localizada na região de Curitiba.

Para tal propósito, faz-se necessário realizar o levantamento de dados

que subsidiarão esta proposta. A empresa objeto deste estudo é uma empresa do

ramo de shopping center situada na região de Curitiba associada à ABRASCE.

Apresentam-se então, com base na referência bibliográfica ora realizada e

na experiência da autora, os dados fundamentais para o desenvolvimento de projeto

de revitalização de shopping centers.

5.1 A EMPRESA KNOW HOW SHOPPING CENTER

Localizada na região de Curitiba, a empresa KNOW HOW, visa há mais

de dez anos, administrar o empreendimento com excelência proporcionando aos

freqüentadores um ambiente de conforto e segurança, no qual possam encontrar um

variado mix de lojas, opções de lazer e entretenimento e serviços com qualidade.

Um verdadeiro incentivo para o consumo e para as compras, resultando em vendas

para os lojistas e melhor rentabilidade para os empreendedores.

Sua estrutura administrativa é composta pela Gerência Geral e pelos

departamentos de Marketing, Controladoria, Jurídico, Recursos Humanos e de

Operações, conforme ilustra o organograma a seguir:

Figura 7 – Organograma Know How Shopping Center Fonte: Elaborado pela a autora

Gerência GeralGerência Geral

ControladoriaControladoria MarketingMarketing OperaçõesOperações Rec.HumanosRec.Humanos JurídicoJurídico

Gerência GeralGerência Geral

ControladoriaControladoria MarketingMarketing OperaçõesOperações Rec.HumanosRec.Humanos JurídicoJurídico

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Com uma estrutura física comportando mais de 150 lojas satélites, lojas

âncoras, quiosques e merchandising, espaços de lazer e cinemas, área de

estacionamento ampla, o Know How Shopping Center, abre todos os dias suas

portas para oferecer o melhor do varejo e serviços.

Porém, esta empresa tem ciência que, diante deste cenário de grandes

investimentos, expansões, novos empreendimentos, aquisições e fusões, no qual a

concorrência está cada vez maior, não pode ficar parada. E, para fortalecer seu

posicionamento no mercado e tornar-se um empreendimento mais atrativo, partiu

para a realização do projeto de revitalização do shopping. O projeto é fruto das

necessidades e desejos, apontados através de pesquisas, pelo público consumidor

e pelos lojistas, tendo por foco principal a preocupação de, em vista dos movimentos

da concorrência, manter o empreendimento competitivo, evitando perda de público e

mantendo o shopping no patamar dos principais concorrentes na região de Curitiba.

5.2 ANÁLISE DE MERCADO (AMBIENTE EXTERNO E INTERNO)

A análise do mercado visa identificar quais são as necessidades dos

clientes e analisar qual o desempenho da empresa frente à concorrência. Esta

análise deve ser feita não somente ao mercado local, mas também ao nacional para

construir uma visão mais realista do cenário ao qual o negócio pertence.

A visita à concorrência é fundamental, pois, possibilita ter uma visão de

sua performance de vendas, de tráfego de pessoas e veículos e de mix (qual loja

entrou e qual saiu, qual quiosque entrou e qual saiu). Deve estar sempre atento aos

detalhes. Qual serviço diferenciando estão oferecendo, como está funcionando sua

operação, seu atendimento.

É importante analisar o comportamento dos clientes, se possível, até

conversar com eles com o objetivo de absorver quais são seu desejos e o porquê

freqüentam aquele shopping. Os lojistas em comum são as principais fontes de

informação, procure conversar sempre e, atentar para todos os comentários.

A empresa está sempre atenta às movimentações do mercado através de

jornais, revistas e sites especializados no setor, e também, participa de todos os

eventos como congressos e convenções da indústria.

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A visita à concorrência é realizada freqüentemente com a intenção de

observar o comportamento dos concorrentes de forma mais detalhada, buscando

estar por dentro das novidades de serviços, lojas, eventos com a finalidade de

analisar, filtrar e melhorar as ações observadas, resultando em melhoria e

agregando valor ao empreendimento como um todo.

O lojista é o cliente do shopping e, portanto, conhecê-lo e escutá-lo é um

dever. Através de sugestões e críticas, muitas vezes repassadas pelos lojistas,

porém advindas do consumidor, é que o shopping cria seu panorama, analisa as

necessidades e formula planos de ações visando atender as necessidades e superar

as expectativas dos clientes.

E, tais interfaces (concorrência, lojistas, consumidores e veículos de

comunicação e informação do setor), evidenciaram a necessidade do shopping em

estudo em investir em melhorias (serviços diferenciados, lojas, reformas da

estrutura, estacionamento, eventos e divulgações, entre outros) para manter-se

competitivo no mercado.

Devem-se levantar quem são os concorrentes e quais são suas

características. Algum shopping novo está por vir? Alguma obra de expansão será

realizada em um período próximo? Ou talvez, passará por processo de

revitalização? Com um mercado que está em constantes mudanças e crescimento, a

análise dos concorrentes diretos do shopping, deve ser detalhada a ponto de

entender seu perfil, suas ações e, prever suas estratégias. As informações quanto a

ações de marketing, quanto ao mix e, até mesmo quanto às estratégias de mercado,

devem ser captadas antes mesmo de acontecer.

Assim como em todo o país, a região de Curitiba evidencia em seu

segmento de shopping center um cenário bastante competitivo, no qual,

empreendimentos estão sendo construídos, revitalizados e até mesmo com projetos

de expansão. Os empreendedores estão investindo com a perspectiva de

crescimento de seu negócio, de melhorar a rentabilidade e com o objetivo de se

manterem competitivos no mercado.

Em breve serão seis os grandes players que compõem o mercado

altamente competitivo em Curitiba, o que resulta em um cenário de bastante oferta,

no qual, o consumidor passa a ter mais opções de escolha, podendo utilizar o que

cada shopping tem de melhor para oferecer. Tamanha a concorrência, que as lojas

oferecidas serão as mesmas e, portanto a busca por parte do consumidor deverá

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compreender no diferencial que será o detalhe apresentado em serviços, em

atendimento às expectativas do consumidor.

Estar por dentro do que acontece na indústria de shopping é vital para o

negócio, pois só assim se mantém competitivo. É necessário ler diariamente revistas

e jornais, participar de congressos, buscar informações privilegiadas, estar por

dentro do que está acontecendo, não só na sua cidade ou estado, mas sim no seu

país e, principalmente no mundo, uma vez que é de lá que iremos importar as

tendências.

Afinal, a partir do momento que possui a informação do que irá acontecer

e como irão caminhar as mudanças no mercado, daí é só definir as estratégias e

elaborar os planos de ação para a sua reação no mercado.

Mercado nacional aquecido, com fortes movimentações de grandes

grupos de shoppings brasileiros e também grandes grupos internacionais investindo

processo de expansão, incorporação e fusão deste mercado. Em Curitiba, forte

tendência para os próximos sete anos da construção de pelo menos mais três novos

grandes empreendimentos.

Acompanhar quais são as políticas de governo (municipal, estadual e

federal) atuais. Levantar se o governo continua não intervindo quanto à possibilidade

de novos entrantes no setor e quanto a projetos de construção e expansão. A

política atual é de não intervenção e de abertura de mercado.

Verificar se aspectos como inflação, moeda, taxas de juros, poder de

compra. Estar atento à entrada de capital estrangeiro e abertura de capital na Bolsa.

Projetar com base nas informações levantadas qual o crescimento do negócio para o

ano.

Grandes grupos nacionais abriram capital na CVM e outros grandes

grupos, fundiram-se com empresas internacionais com objetivo de levantar recursos

para o desenvolvimento, aquisições e construções de novos empreendimentos.

A inflação está controlada e a moeda está forte. Projeta-se diante deste

ambiente, um crescimento do negócio em Curitiba em torno de 4,5% ao ano.

Levantar como se comporta a distribuição das classes em seu mercado.

Atualmente nos deparamos com uma estagnação da classe média e crescimento da

classe C e da classe A, sendo esta última de forma bem lenta.

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O shopping deve estar atento às tecnologias disponíveis no mercado que

possam agregar, melhorando seus processos operacionais e oferecendo mais

serviços ao seu cliente.

Com a entrada no mercado dos grupos estrangeiros, juntamente com a

injeção de capital chegam às novas tecnologias já utilizadas em países

desenvolvidos, mas que no Brasil é novidade.

O tão conhecido e-comerce, vem crescendo ano a ano. Portanto,

estratégias devem ser traçadas para combater este mercado.

A análise deve contemplar também os fatores como preço, produto,

promoção e praça, preocupando-se em comparar estes fatores com os praticados

pela concorrência local e identificando como estão sendo percebidos por seus

clientes.

Como está seu preço com relação aos concorrentes? Qual é o sentimento

do seu cliente quanto a isso? E do cliente da concorrência? A empresa em estudo é

reconhecida por seus clientes por suas promoções e por apresentar bons preços.

Atendendo ao público que busca custo versus benefício.

O seu mix é variado, de forma a conseguir atender todos os desejos de

seu cliente? O mix é bem distribuído, não prejudicando as operações dos lojistas e

sendo clara a visibilidade destas por parte de todos os freqüentadores?

Deve-se realizar pesquisas freqüentes com relação ao seu produto,

visando levantar quais segmentos estão desfalcados e quais estão em excesso pela

ótica do mercado. Levantar qual operação seria atraente para o seu público e ainda

qual atrairia cliente do concorrente. A percepção positiva do produto para o seu

público alvo é fundamental.

O Shopping oferece um mix variado e com qualidade, hoje atingindo o

perfil de público da classe social A, B e C, sendo este último em menor quantidade.

Realiza promoções? Elas visam atrair o público dos concorrentes ou são

direcionadas para o público que já freqüenta o seu shopping? Você realiza

propagandas? Suas propagandas são percebidas pelo público? Como são os

eventos? E as divulgações são percebidas?

O Shopping Center Know How é conhecido por suas promoções e

eventos que, chegam a ser tradicionais, porém, a falta de investimentos em

propaganda, divulgação e publicidade, acabam prejudicando a chegada e a

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percepção destes pelo consumidor e, principalmente daquele cliente que não

freqüenta regularmente o shopping.

A sua localização é um ponto forte do negócio? É de fácil acesso? Como

é percebida pelos clientes?

Sua boa localização, próxima a empreendimentos comerciais e

residenciais, e de fácil acesso, próximo a vias principais e pontos de transporte

coletivo, o shopping atrai diariamente um grande fluxo de pessoas.

Com base nas informações levantadas e nos resultados obtidos, a

empresa tem como fazer uma análise de seus pontos fracos e fortes e identificar

quais são as ameaças e oportunidades que visualiza no ambiente.

O Shopping tem como pontos fortes a localização privilegiada e de fácil

acesso, é reconhecido pelos consumidores como shopping de mix variado e com

preços acessíveis, e também por oferecer opções de entretenimento e um ambiente

agradável.

Apresenta como pontos fracos o fato de ser um shopping freqüentado

também por público classe C, não apresentando um perfil definido; apresenta

característica de ser um shopping de passagem; estacionamento; estrutura

necessitando de reforma; poucas âncoras e falta de marcas fortes.

Identifica como ameaças o surgimento de novos shoppings e os já

instalados que estão consolidados e com alto poder de investimentos em

revitalizações e expansões, levando cada vez mais os públicos A e B; a freqüência

do público C afastar o público qualificado; ausência de investimentos em melhorias.

E percebe como oportunidades a possibilidade de melhoria do mix de

lojas com a implantação de marcas fortes; Investimentos em melhorias no Shopping,

tornando-o mais atrativo, reconquistando o público A/B, projetando crescimento de

vendas.

Tendo em vista os fatores citados, o Shopping Center Know How é

conhecido como o shopping do dia a dia, de conveniência e prático, ou seja, de fácil

acesso, mix variado de lojas (atendendo a todos os públicos) com preços acessíveis,

um perfil de facilidade e rapidez no processo de compra; apresentando um forte

posicionamento de shopping de passagem. Porém, esta percepção diante de um

cenário tão competitivo revela um grande risco.

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Frente à concorrência é visto como um shopping que não oferece

novidade e não evoluiu, enquanto seus concorrentes reciclaram, investiram em

melhorias, ofertam grande variedade de âncoras e marcas fortes.

5.3 O PROJETO DE REVITALIZAÇÃO

Com base nos resultados dos levantamentos de dados apresentados,

pode-se identificar a necessidade de executar ações que promovam o shopping, de

forma a alinhar e reposicioná-lo frente ao mercado. Para tanto, com o objetivo de

criar atributos que aumentem a sua atratividade, para manter-se no patamar dos

principais shoppings da região e gerar mais receita para os empreendedores é que

se decidiu por revitalizar todo o equipamento.

O escopo da revitalização do Shopping Center Know How foi definido por

sua Administração baseado nas necessidades, apontadas na análise de mercado,

na análise swot, em processos de benchmarking e pesquisas qualitativas, de

atualização e melhoria do empreendimento, buscando o que há de melhor no

mercado. E contempla:

• Reformulação e atualização das Fachadas;

• Modernização do Mall;

• Paisagismo externo e calçadas;

• Novo sistema de iluminação externa e melhoria no sistema de

iluminação interna, e;

• Projeto de comunicação visual do Malll.

Os investimentos mencionados visam à criação de valor aos clientes,

tanto para os que freqüentam, como para os perdidos ou em potencial das áreas

primárias e secundárias do shopping. As melhorias despertarão a curiosidade e o

desejo de visitação, sem contar, uma nova percepção de reposicionamento do

shopping pelos visitantes e lojistas.

Juntamente ao processo de reforma, a área comercial estará buscando

novas marcas, readequando o mix, de forma a contribuir no aumento da atratividade

do negócio e elevando a participação de mercado.

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Para se analisar a viabilidade deste projeto, foi contratada uma empresa

com a proposta de discriminar os serviços de projetos e de execução e, estimar os

custos de forma a apresentar um montante financeiro, mais próximo da realidade

possível, referente ao escopo definido.

Com base neste valor obtido, elaborou-se um cronograma físico-

financeiro de modo a planejar a execução das etapas conforme a possibilidade de

desembolso financeiro estabelecida pelos empreendedores.

Uma vez aprovado este estudo pelos empreendedores, deu-se início ao

processo de contratação dos projetos de revitalização.

A contratação das empresas que desenvolveram os projetos foi

estabelecida com base na capacidade técnica e comercial, apresentadas em um

processo de concorrência, denominado Tomada de Preços.

Foram selecionadas de quatro a cinco empresas, dentro de cada

especialidade de escopo acima citado, para participar da concorrência. Com base

nas documentações necessárias para a elaboração das propostas, a saber: Carta

Convite (documento padrão a ser preenchido pela empresa de forma a apresentar

sua proposta comercial); Briefing (objetivo, premissas, conteúdo e forma de

apresentação dos projetos, validade das propostas, formas de pagamentos, prazos

de entrega, etc.); e anexos (projetos do shopping e manual de elaboração de

projetos padrão), as empresas apresentaram suas propostas comerciais (o preço e

as condições ofertadas de acordo com as diretrizes estabelecidas no briefing e

demais documentações) e, propostas técnicas (na qual são apresentadas todas as

documentações da empresa, bem como, seu currículo evidenciando experiência

com este escopo de projeto).

Estas propostas foram analisadas e equalizadas pela administração do

shopping. Elaborou-se um “book“ contendo todas as propostas e também um

relatório de equalização das propostas, no qual foram apontados as diretrizes

principais (escopo, premissas, apresentação dos projetos, prazo de validade e

formas de pagamento), um resumo dos preços globais ofertados e a sugestão da

administração para a contratação da empresa (com base no menor valor e/ou na

avaliação técnico-comercial realizada).

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Este “book” foi enviado aos empreendedores para sua análise e

aprovação do investimento e da contratação das empresas de acordo com o escopo

do projeto.

Resultando na contratação de cinco empresas sendo: uma para a

elaboração do projeto de fachadas, outra para projeto de modernização do mall,

outra para projeto de paisagismo externo e calçadas, uma para desenvolvimento do

projeto luminotécnico interno e externo e uma última para a elaboração do projeto de

comunicação visual do mall.

O desenvolvimento dos projetos foi realizado partindo do escopo e

premissas repassadas pela administração e empreendedores do shopping. Todos os

projetos, apesar de apresentarem escopos diferenciados, seguiram o mesmo padrão

determinado pelo manual de elaboração de projetos fornecido quando da etapa da

concorrência, e seguiram o mesmo fluxo de processo de elaboração e aprovações, a

saber:

• Estudo Preliminar: contempla na análise das necessidades;

pesquisa de mercado; relatório fotográfico da situação atual do

empreendimento referente ao escopo do projeto, bem como

relatório fotográfico das opções encontradas no mercado;

execução de plantas; cortes esquemáticos; elevações,

perspectivas e/ou fotomontagem; memorial preliminar; estimativas

de custos. Técnicas que visam à apresentação do conceito, bem

como possíveis opções, de fácil visualização e compreensão, para

análise e aprovação da administração e empreendedores do

shopping.

• Anteprojeto: consiste na re-análise das necessidades; implantação;

plantas; plantas de layout; cortes e elevações; perspectivas;

análise de áreas; definição da especificação dos materiais e

memorial descritivo; estimativa de custos. Trata-se de um

detalhamento maior da concepção aprovada anteriormente,

visando à consolidação do conceito e dos elementos construtivos a

serem contemplados no projeto. Nesta etapa, exige a integração de

todos os projetos que apresentem alguma interface entre si. Nesta

etapa o projeto deve receber aprovação final dos empreendedores

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e da equipe da administração responsável, por se tratar da

consolidação final do conceito do projeto proposto.

• Projeto Executivo: consta do detalhamento do projeto;

apresentação das especificações técnicas necessárias para a sua

execução; dimensões; especificações de materiais; plantas com

demarcações de detalhes; elevações; perspectivas; detalhamento

dos elementos decorativos; formas de execução; memorial

descritivo detalhado. Trata-se de todas as especificações e

detalhes necessários para o entendimento e execução do projeto.

Todas as informações devem ser apresentadas de forma clara e

objetiva visando à perfeita compreensão das partes envolvidas

quando da execução.

Após a conclusão de cada etapa acima descrita, os projetos (todos os

projetos contratados) foram apresentados, em reunião com todos os envolvidos em

datas previamente estabelecidas, para os empreendedores e para os responsáveis

da administração do shopping. Em conjunto foram discutidas as alternativas e os

conceitos apresentados, considerações foram atribuídas referentes a cada projeto e,

quando de acordo com o exposto foram aprovados. Dando seqüência ao processo,

iniciando-se a etapa seguinte. O processo se repetiu até sua aprovação final do

projeto executivo.

A empresa gerenciadora do projeto de revitalização foi contratada pelo

shopping por meio de processo de concorrência, denominado Tomada de Preços,

sendo o processo semelhante ao já descrito anteriormente quando relatado da

contratação dos projetos.

Este gerenciamento dos projetos de revitalização teve início a partir da

etapa de aprovação dos anteprojetos de arquitetura e, seu escopo, de forma

geral, contemplava na elaboração do caderno de encargos destes projetos, na

elaboração de um orçamento estimativo das obras/serviços e a elaboração e

coordenação da tomada de preços para a contratação das obras de revitalização.

Dentre as principais atribuições da gerenciadora, constaram:

• Agendar as reuniões gerenciais com a equipe do shopping, bem

como, agendar reuniões técnicas com as equipes de projetistas.

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Sempre documentando a partir de atas de reuniões;

• Emitir relatórios de atividades, com o objetivo de acompanhar as

ações realizadas visando o cumprimento dos prazos constantes do

cronograma de atividades pré-estabelecido pelo shopping no

briefing da tomada de preços;

• Coordenação e compatibilização dos projetos executivos,

levantando todas as interferências e divergências existentes nos

projetos e memoriais, e também acompanhar e controlar todas as

adequações e revisões de projetos;

• Acompanhamento dos projetos quanto ao atendimento às normas

técnicas vigentes, assim como, das melhores técnicas construtivas

existentes;

• Elaboração de orçamento estimativo das obras e elaboração do

planejamento macro dos serviços;

• Elaboração da Tomada de Preços para a contratação das obras

contemplando o desenvolvimento dos editais e documentos

necessários; pré-qualificação das empresas para participação

compreendendo a análise do perfil e porte das construtoras, bem

como a avaliação das condições econômico-financeira;

esclarecimento de dúvidas durante a fase de elaboração das

propostas e, por fim, a equalização e análise técnico-comercial.

Desta forma, caminhou todo o processo de compatibilização e entrega

final dos projetos executivos e a composição do “book” da Tomada de Preços que

foram enviados para análise e aprovação dos empreendedores.

A seguir será descrito o processo de contratação das construtoras

conduzido pela empresa gerenciadora sob o acompanhamento da equipe técnica do

shopping.

A Tomada de Preços para a contratação das empresas que executarão as

obras de revitalização foi elaborada, conforme escopo especificado acima, pela

gerenciadora.

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Trata-se da elaboração do processo de contratação complexo por

envolver um alto valor de investimento por parte dos empreendedores. E foi devido à

elevada complexidade que o shopping optou por ser conduzido por uma empresa

com estrutura e experiência neste tipo de serviço.

Foi necessária a elaboração detalhada de documentos que subsidiassem

de forma segura e completa o entendimento do escopo e desenvolvimento das

propostas por parte das empresas participantes da concorrência.

Foram elaborados os seguintes documentos:

• Caderno de Encargos: contendo as normas gerais que definem as

condições gerais da execução da obra em função de sua

interferência com o funcionamento do shopping; procedimentos

para a execução dos serviços, nos quais as construtoras deverão

seguir os projetos executivos fornecidos bem como estar em

conformidade a todas as normas técnicas vigentes, visando

executar um serviço de qualidade; e normas de segurança do

trabalho, visando à segurança total dos funcionários no ambiente

de trabalho.

• Instruções Gerais: cujo objetivo é estabelecer normas e

procedimentos para a seleção e contratação da empresa para a

execução dos serviços. Contemplam as condições gerais como

modelo de contratação, quantidade e planilha de serviço, a forma e

as documentações necessárias para a apresentação das

propostas; descrição geral dos serviços; prazos; seguros; conteúdo

dos preços; formas e medições de pagamentos; multas;

procedimentos de entrega da obra; contempla ainda o modelo de

carta proposta padrão com base na qual, as empresas devem

ofertar seu preço; e também, a minuta do contrato para

conhecimento e análise.

• Planilha de Descrição dos Serviços: Planilha em excel contendo a

descrição de todos os serviços de forma detalhada para elaboração

da peça orçamentária a ser preenchido, pelas construtoras, os

valores de quantidade, valores unitários e totais de cada serviço.

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Além dos documentos, foram fornecidos todos os projetos executivos e

memoriais necessários para a elaboração das propostas.

A empresa gerenciadora, após o envio da documentação às empresas

concorrentes, efetuou a visita ao local da obra com cada empresa com a finalidade

de mostrar todos os serviços e identificar todas as interferências existentes, gerando

um documento de termo de visita, e também, permaneceu coordenando e

esclarecendo todas as dúvidas que surgiram no decorrer do processo com o objetivo

de obter propostas bem equalizadas.

Após o recebimento das propostas comerciais e técnicas, a gerenciadora

iniciou o processo de equalização das propostas ofertadas. E, apesar de todo o

acompanhamento durante a elaboração das propostas, a etapa de equalização não

foi nada simples; várias distorções foram identificadas tanto em quantitativo como

em preços, o que demandou algumas reuniões da gerenciadora com cada empresa,

em presença de um representante do shopping para ajustes e esclarecimentos.

Com base nestas reuniões as empresas adequaram suas planilhas

orçamentárias e propostas comerciais. Fornecendo subsídios para que a

gerenciadora elaborasse o relatório de equalização e relatório descritivo do processo

de concorrência.

Sendo, em posse de todas as documentações, propostas técnicas e

propostas comerciais juntamente com as planilhas orçamentárias de todas as

revisões, elaboradas um ”book”, com a finalidade de descrever todo o caminho

percorrido pelo processo da concorrência até seu relatório final, além de constar

toda a documentação técnica das empresas participantes. Possibilitando desta

forma, o entendimento, a análise e a validação do trabalho por parte dos

empreendedores. A empresa gerenciadora dos projetos encerrou suas atividades

quando do envio do “book” para os empreendedores.

O processo de contratação da gerenciadora das obras de revitalização foi

elaborado e conduzido pela a equipe técnica do shopping, paralelamente à

concorrência de contratação das construtoras, tendo iniciada no período de

equalização das propostas da concorrência das construtoras.

A formatação da concorrência foi semelhante às demais citadas, por

Tomada de Preços. Seguindo os critérios e documentações adotadas na

concorrência das obras devido à complexidade deste gerenciamento.

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As principais atribuições a serem desempenhadas pela Gerenciadora,

englobam:

• Fiscalizar o cumprimento pelas empresas construtoras de todas as

obrigações contratuais;

• Coordenar e analisar os planejamentos elaborados pelas empresas

construtoras de modo a identificar as interfaces dos serviços e

definir um planejamento único que possibilite o melhor

desempenho das construtoras visando à produtividade e qualidade

dos serviços;

• Acompanhar os serviços de modo a verificar quanto à otimização

de custos, alta tecnologia, alto padrão de acabamentos e das

instalações em geral, gerando um produto de qualidade ao longo

de todo o processo construtivo;

• Executar o controle financeiro da construção, bem como, o controle

do cronograma da execução dos serviços, comparando sempre

com o cronograma físico-financeiro previamente estabelecido;

• Elaboração do relatório mensal referente ao desenvolvimento

global das obras;

• Verificação dos serviços executados quanto da observância aos

projetos e especificações, bem como às normas técnicas vigentes;

• Emissão de termos de aceitação provisórios e definitivos dos

serviços executados, e;

• Elaboração de documentos “AS BUILT”, sejam memoriais,

especificações ou plantas.

Em posse das propostas técnico-comerciais, o Shopping elaborou o

relatório de equalização e efetuou a montagem do “book”, de modo a compor toda a

documentação referente ao processo e enviar para análise e aprovação da

contratação por parte dos empreendedores.

Quando aprovada, pelos empreendedores, a contratação da empresa

gerenciadora das obras de revitalização, deu-se início ao planejamento e

negociação final com as empresas construtoras referente às obras de revitalização.

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Antes de partir para a negociação final com as empresas participantes do

processo de concorrência da execução das obras de revitalização, o Shopping

realizou uma reunião com os empreendedores com a finalidade de, em posse do

montante final de investimentos, determinarem qual o cronograma de desembolso

destes investimentos.

Uma vez definido este cronograma, repassou-se para as empresas para a

verificação e análise da possibilidade de executar seus serviços em atendimento ao

proposto. Estando as empresas de acordo, iniciou-se a etapa final de negociação.

Tendo em mãos todo o pacote das propostas técnicas e comerciais das

empresas construtoras, sendo avaliado e concluído que as propostas apresentavam

entendimento de escopo, capacidade técnica e, coerência nos valores ofertados,

partiu-se para a realização de reuniões de negociação final destes valores. Na

reunião participaram representantes do Shopping, representantes das construtoras,

representantes da gerenciadora das obras, sendo estes últimos quem conduziram à

negociação.

As reuniões foram realizadas no mesmo dia e em horários pré-

determinados com cada empresa. As empresas confirmaram estar cientes e de

acordo com todo o escopo dos serviços, bem como de todo o conteúdo constantes

das documentações entregues no processo de concorrência. Sendo assim, em

seguida, tiveram a oportunidade de rever os valores ofertados e manifestar seus

preços finais. Estas negociações foram documentadas através de atas assinadas

por todos os envolvidos.

Contudo, foi convocada uma Assembléia Geral Extraordinária, com a

participação dos empreendedores e de representantes da administração do

Shopping para a aprovação final dos investimentos. Os investimentos, enfim, foram

aprovados.

Sendo as etapas seguintes a emissão de contratos e início dos serviços.

Porém, estas etapas não foram contempladas no objeto deste estudo.

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6 O MODELO DE GESTÃO PARA PROJETOS DE REVITALIZAÇÃO

O modelo proposto parte das necessidades levantadas nas análises do

mercado e da empresa, tendo como saída o início das obras de revitalização. Como

demonstrado a seguir:

PROCESSAMENTO

Levantamento das Necessidades

Início das Obras de Revitalização

ENTRADAS

SAÍDAS

Figura 8 – Mapeamento macro do processo Fonte: Elaborado pela a autora

Tendo como base o processo macro do projeto, elaborou-se uma WBS no

formato de lista de atividades, na qual foram relacionadas às etapas do projeto e as

atividades correspondentes a cada etapa. As etapas e atividades podem gerar

resultados intermediários que devem ser analisados no decorrer do processo.

A lista de atividades apresentada a seguir, considera as etapas do modelo

proposto, bem como as atividades principais destas etapas com o objetivo de servir

como diretriz no processo do desenvolvimento do projeto. Vale ressaltar que as

atividades ainda podem ser detalhadas em tarefas. O objetivo de dividir o projeto em

componentes menores é, principalmente, de facilitar o gerenciamento do mesmo.

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WBS ATIVIDADE RESPONSÁVEL

1. Análise do Ambiente Externo/Interno

1.1. Concorrentes Marketing

1.2. Tendências Marketing

1.3. Aspectos políticos, econômicos, sociais e tecnológicos Marketing

1.4 Análise dos 4Ps (preço, produto, promoção e praça) Marketing

1.5. Análise SWOT Marketing

2. Conceito / Viabilidade do Projeto de Revitalização

2.1. Definição do Escopo.

Marketing, Operações,

Superintendência/Empreendedores

2.2. Estudo de Viabilidade / Estimativa de Custo Operações

2.3. Aprovação dos Custos com base no escopo definidoSuperintendência/E

mpreendedores3. Projetos de Revitalização

3.1. Contratação da Empresa Gerenciadora Operações

3.2.Tomada de Preços para Contratação da Elaboraçãodos Projetos

Gerenciadora de Projetos

3.3. Contratação dos Projetos Operações

3.4. Desenvolvimento dos ProjetosEmpresas Projetistas

3.5.Compatibilização / Análise / Acompanhamento dasetapas dos Projetos

Gerenciadora de Projetos

3.6. Aprovação etapas intermediárias/final dos ProjetosOperações,

Superintendência/Empreendedores

4. Obras de Revitalização

4.1.Tomada de Preços para Contratação das Obras deRevitalização

Gerenciadora de Projetos

4.2. Contratação das Empresas que Executarão as Obras Operações

4.3. Contratação da Gerenciadora das Obras Operações

5. Aprovação do Investimento Total Empreendedores

Tabela 7 – EAP no formato de lista de atividades Fonte: Elaborada pela a autora

Após o detalhamento das etapas através da Lista de Atividades, elaborou-

se um fluxograma de todo o processo, utilizando-se da ferramenta do 5W1H e tendo

como objetivo final o início das obras de revitalização. Como demonstrado a seguir

na figura 7 – fluxograma do modelo de gestão para projetos de revitalização:

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Figura 9 – Fluxograma do Modelo de Gestão para Projetos de Revitalização Fonte: Elaborado pela a autora

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O modelo proposto contemplou apenas as etapas do projeto existentes

entre a análise do Shopping frente ao mercado, visando à identificação de suas

necessidades de melhoria e seu posicionamento dentro da indústria, até o processo

de aprovação do investimento global das obras de revitalização e contratação das

construtoras para o início efetivo dos serviços.

Este modelo foi baseado no processo percorrido pela empresa objeto do

estudo de caso. Contudo, devido às dificuldades encontradas pela a autora quando

da vivência e acompanhamento do processo realizado pela empresa, optou-se por

realizar algumas adaptações referentes às etapas no modelo proposto.

As principais dificuldades levantadas foram com relação à etapa de

contratação da empresa gerenciadora do projeto e quando da contratação do

gerenciamento das obras.

No estudo analisado, o gerenciamento dos projetos teve início somente

quando da fase de elaboração dos projetos executivos, ou seja, na etapa de

detalhamento do projeto estudo preliminar e anteprojeto já aprovados e revisão

orçamentária das estimativas de custos antes executadas. Nesta fase o conceito já

foi definido.

E, para a autora, esse monitoramento, controle, compatibilização,

identificação de interferências, entre outras, atividades estas pertencentes ao

escopo da empresa gerenciadora, é fundamental a participação da mesma quando

das definições dos conceitos dos projetos. É na etapa do estudo preliminar e

anteprojeto que as necessidades são apresentadas, os objetivos da empresa com

relação ao projeto são estabelecidos e divulgados e, as estratégias são definidas.

Portanto, para que o gerenciamento dos projetos ocorra de forma

eficiente é necessário à participação e o envolvimento total da empresa contratada

desde o início da elaboração dos projetos, participando desde a etapa de concepção

até a validação e apresentação final do projeto executivo.

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Pois além de acompanhar todo o processo de elaboração dos projetos de

arquitetura desde o início, participando efetivamente de todas as etapas e

proporcionando um melhor resultado quanto ao nível de detalhamento, levantamento

de interferências, soluções construtivas; obtém todos os subsídios necessários para

a elaboração do orçamento estimativo das obras, bem como, para a elaboração de

todas as planilhas de composição, acompanhamento das empresas e

esclarecimentos necessários no processo de tomada de preços para a contratação

das construtoras das obras, atividade esta pertencente também ao escopo da

empresa gerenciadora de projetos.

Com relação ao processo de contratação do gerenciamento das obras, o

fato de, no estudo, ter sido realizado antes da aprovação final dos investimentos e

encerramento total do processo de contratação das construtoras fez com que uma

terceira empresa (a gerenciadora de obras) se inserisse em um processo que

deveria ter sido concluído pela gerenciadora de projetos que era quem detinha todo

o histórico. Uma vez que o escopo da gerenciadora das obras contempla o

gerenciamento do contrato e serviços da construtora a partir do contrato firmado com

o Shopping.

Partindo da análise do ocorrido é que a autora estabelece, no modelo

proposto, que a contratação da gerenciadora das obras ocorra somente após a

contratação efetiva da construtora, uma vez que tal processo deve ser encerrado

pela gerenciadora de projetos em conjunto com o Shopping.

Tendo em vista o exposto, esta pesquisa atingiu seu objetivo geral e seus

objetivos específicos propondo um modelo de gestão para projetos de revitalização

voltada ao mercado de shopping center utilizando-o como instrumento de controle

gerencial.

Com relação ao estudo de caso, os trabalhos que seguem são a

execução e o gerenciamento global dos serviços, bem como, os métodos utilizados

para a divulgação deste projeto aos clientes.

Quanto a estudos futuros sugere-se complementar o modelo de gestão

proposto englobando o projeto de revitalização como um todo, do levantamento das

necessidades até a conclusão das obras e avaliação final do projeto quanto ao

alcance ou não dos objetivos da empresa, baseando-se nas áreas de conhecimento

do PMBOK, utilizando-se também do modelo proposto por Miccoli (2004). E,

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posteriormente, implementar este modelo em projetos de revitalização de shopping

center, medindo a eficiência do modelo e, se necessário, implementando melhorias,

com o objetivo de obter um modelo que realmente atenda as necessidades deste

tipo de projeto.

Outras sugestões que valem comentar são: a gestão do conhecimento na

indústria de shopping center; o gerenciamento de riscos em empreendimentos de

shopping center; a implantação de um shopping: todos os aspectos envolvidos; e

ainda, a importância do planejamento de mix no mercado de shopping center.

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