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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
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2012
MESTRADOEMENGENHARIA
SEGURANÇAEHIGIENEOCUPACIONAIS
Tese apresentada para obtenção do grau de Mestre Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
PROPOSTA DE UM MODELO DE
DESEMPENHO PREVENTIVO PARA APOIO À
ATIVIDADE SEGURADORA
ARMINDO MANUEL PIRES DA SILVA
Orientador: Professor Doutor Miguel Fernando Tato Diogo (FEUP)
Coorientador: Professora Emília Rosa Quelhas Moreira da Costa (FEUP)
Arguente: Professora Doutora Maria Manuela Maia da Silva (UFP)
Presidente do Júri: Professor Doutor João Manuel Abreu dos Santos Baptista (FEUP)
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
i
AGRADECIMENTOS
Esta dissertação não teria sido possível sem a ajuda de todos os que, de uma forma ou de
outra, me incentivaram, motivaram e colaboraram durante toda a sua elaboração.
A nível de académico gostaria de agradecer a todos os professores e colegas a amizade e os
estímulos nos momentos mais difíceis, em particular ao meu orientador Professor Miguel
Tato Diogo os meus sinceros agradecimentos por todo o acompanhamento, pelos
conhecimentos e incentivos que me transmitiu ao longo destes meses, pela sua permanente
disponibilidade e pelo empenho demonstrado nas sugestões que se traduziram numa
significativa melhoria da qualidade desta dissertação.
A nível familiar e amigos espero poder vir a retribuir o apoio e entusiasmo que me deram
durante esta fase do percurso académico, mas também a sua presença ao longo da minha
vida, em particular às minhas filhas Bárbara e Beatriz pelo seu carinho e compreensão.
A todos o meu obrigado.
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
iii
RESUMO
A necessidade de medir e analisar determinados “parâmetros-chave” que percecionem o
risco de acidentes, para permitir que sejam tomadas em tempo oportuno as medidas
adequadas, ou possibilitem a comparação entre empresas, unidades, processos ou tarefas
no que respeita ao seu grau de prevenção de riscos ocupacionais, é cada vez mais
importante nas organizações.
Essa avaliação pode ser conseguida através de componentes básicos de um sistema de
medição de desempenho, como sejam os indicadores da prevenção, de segurança e saúde
ocupacional entre outros.
Em Portugal o risco de acidentes de trabalho e as responsabilidades resultantes para as
empresas, e a sua transferência para as seguradoras através do contrato de seguro, indicia
nestas algum desejo em conter ou reduzir o custo financeiro associado.
Para tal torna-se necessário avaliar os segurados em relação ao desempenho em prevenção
do risco de acidentes de trabalho, não só no processo de subscrição do seguro como na
vigência do contrato.
Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade
seguradora, que possibilite a avaliação da eficácia preventiva, no que diz respeito ao
controlo dos riscos e robustez em matéria de segurança e saúde no trabalho, com a
particularidade de poder integrar um instrumento de apoio a tomada de decisão.
A estruturação do modelo proposto incorpora um conjunto de indicadores preventivos, de
sinistralidade e de risco comercial das seguradoras, no entanto a sua agregação não é rígida
permitindo a aceitação de outros indicadores de desempenho.
Palavras-chave: Indicadores de segurança, Tomada de decisão, Desempenho preventivo;
Acidentes de trabalho.
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
v
ABSTRACT
The need to measure and analyze certain “key parameters” that recognize the risk of
accidents, to allow that adequate procedures can be taken in time, or permit the comparison
between companies, unities, processes or tasks in what concerns the degree of occupational
prevention risks, is increasingly more important within organizations.
It can be achieved through basic components of a performance measurement system, like
the indicators of prevention, of safety and occupational health among others.
In Portugal the risk of accidents at work and the responsibilities resulting to the companies,
and its transference to the insurance companies through the insurance contract, denotes the
need to restrain or reduce the associated financial cost.
For that it’s necessary to evaluate the insured about the performance in the prevention of
the accidents at work risk, not only when subscribing the agreement but also during the
contract period.
Accordingly a prevention performance model is proposed to support the insurance activity
that enables the preventive efficiency evaluation, in what concerns the risks and the
robustness control in terms of safety and health at work, with the particularity of
integrating a support instrument to the final decision.
The organization of the proposed model integrates a set of preventive indicators, of
accidents and insurance companies’ commercial risk, nevertheless its aggregation isn’t
fixed permitting the acceptance of other performance indicators.
Keywords: Safety indicators, Decision making, Prevention performance, Occupational
injury.
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
vii
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1
2 ESTADO DA ARTE ...................................................................................................... 3
2.1 Enquadramento Legal e Normativo ........................................................................ 3
2.1.1 Seguro de Acidentes de Trabalho .................................................................... 3
2.1.2 Segurança e Saúde do Trabalho ...................................................................... 4
2.1.3 Normas Portuguesas e Europeias .................................................................... 6
2.2 Conhecimento Científico ........................................................................................ 7
2.2.1 Indicadores de Desempenho ............................................................................ 7
2.2.2 Indicadores de Desempenho de Segurança (SPIs) .......................................... 8
2.2.3 Indicadores proativos (leading) e reativos (lagging) ..................................... 10
2.2.4 SPIs Sectoriais ............................................................................................... 14
2.2.5 Evolução do processo da segurança .............................................................. 21
2.2.6 Cultura de Segurança ..................................................................................... 22
2.2.7 Maturidade da cultura de segurança .............................................................. 24
2.3 Referenciais Técnicos ........................................................................................... 25
2.3.1 Índices de Sinistralidade - OIT ...................................................................... 26
2.3.2 Rácio de incidência - OSHA ......................................................................... 26
2.3.3 Taxas de Risco das Seguradoras - APS ......................................................... 27
2.3.4 Índice de desempenho de Segurança e Saúde - HSE..................................... 28
2.3.5 Indicadores de prevenção e excelência empresarial - INSHT ....................... 29
3 OBJETIVOS E METODOLOGIA ............................................................................... 31
3.1 Objetivos da Tese .................................................................................................. 31
3.2 Metodologia Global de Abordagem...................................................................... 32
3.3 Materiais e Métodos .............................................................................................. 33
3.3.1 Empresas utilizadas no estudo ....................................................................... 33
3.3.2 Índice HSE - Materiais e métodos de aplicação ............................................ 34
3.3.3 Indicadores da INSHT - Materiais e métodos de aplicação .......................... 36
3.3.4 Taxa de sinistralidade - Materiais e métodos de aplicação ........................... 40
3.3.5 Taxa de Risco Comercial - Materiais e métodos de aplicação ...................... 42
4 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS ................................................................ 43
4.1.1 Índice HSE - Tratamento e Análise de dados ............................................... 43
4.1.2 Indicadores INSHT - Tratamento e Análise de dados ................................... 45
4.1.3 Taxas Sinistralidade - Tratamento e Análise de dados ................................. 49
4.1.4 Taxa de Risco Comercial - Tratamento e Análise de dados ......................... 53
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................................ 55
5.1 Estruturação do Modelo de Desempenho Preventivo ........................................... 55
5.2 Uniformização de escalas ..................................................................................... 56
5.2.1 IPRE – Valoração em escala binária ............................................................. 56
5.2.2 ISIN – Valoração em escala binária .............................................................. 58
5.2.3 ISEG – Valoração em escala binária ............................................................. 59
5.3 Integração do Modelo Desempenho Preventivo ................................................... 61
5.4 Aplicação do modelo proposto ............................................................................. 62
5.5 Desenvolvimento do modelo ................................................................................ 62
5.5.1 Aspetos da construção do modelo ................................................................. 62
5.5.2 Aspetos dos resultados do modelo ................................................................ 64
6 CONCLUSÕES ............................................................................................................ 67
7 PERSPECTIVAS FUTURAS ...................................................................................... 69
8 BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 71
8.1 Sitiografia ............................................................................................................. 73
8.2 Legislação ............................................................................................................. 74
8.3 Normas .................................................................................................................. 75
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
ix
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Indicadores reativos e pró-ativos em sistemas de controlo do risco .................. 11
Figura 2 – Modelo do sistema com diferentes tipos de indicadores. ................................... 13
Figura 3 – Implementação de um programa de seleção (OCDE); ....................................... 16
Figura 4 – Critério aceitável de AIR (ElSayed, et al., 2011). .............................................. 17
Figura 5 – A evolução da investigação da segurança .......................................................... 21
Figura 6 – Evolução do processo da segurança ................................................................... 22
Figura 7 – Modelo de cultura de segurança. ........................................................................ 24
Figura 8 - Principais pressupostos e metodologias do estudo da APS ................................ 27
Figura 9 – Exemplo do índice de desempenho de segurança e saúde – HSE ...................... 28
Figura 10 – Esquema do modelo de análise do indicador INSHT ...................................... 29
Figura 11 – Simulação para os indicadores “EE” e “PRL” da INSHT ............................... 30
Figura 12 – Fluxograma da metodologia utilizada .............................................................. 32
Figura 13 – Exemplo de como calcular a pontuação do índice de HSE .............................. 35
Figura 14 – Classificação do Índice HSE em cinco faixas .................................................. 36
Figura 15 – Cálculo dos parâmetros de “Excelência Empresarial” ..................................... 38
Figura 16 – Classificação de avaliação da “Excelência Empresarial” ................................ 39
Figura 17 – Avaliação da “Prevenção de Risco Laboral” ................................................... 39
Figura 18 – Classificação da avaliação do “Prevenção do Risco Laboral” ......................... 40
Figura 19 – Grau de observância dos parâmetros de “Gestão de Perigo” da HSE .............. 44
Figura 20 - Índice de desempenho de Segurança e Saúde da HSE ..................................... 45
Figura 21 - Índice da HSE das empresas em estudo............................................................ 45
Figura 22 – Grau de observância dos parâmetros de “Excelência Empresarial” ................ 46
Figura 23 – Classificação com base no índice em “Excelência Empresarial” INSHT ........ 47
Figura 24 – Grau de observância dos parâmetros de “Prevenção do Risco Laboral” ......... 48
Figura 25 - Classificação das empresas do Indicador PRL ................................................. 49
Figura 26 - Número de trabalhadores afetos ao estabelecimento visitado .......................... 50
Figura 27 – Número de horas trabalhadas por empresa ...................................................... 50
Figura 28 – Registo do n.º de acidentes de trabalho nos anos 2009 a 2011 ........................ 51
Figura 29 - N.º de dias de trabalho perdidos na sequência de AT ....................................... 51
Figura 30 – Taxa de frequência para os anos 2009 a 2011 .................................................. 52
Figura 31 - Taxa de gravidade para os anos 2009 a 2011 ................................................... 52
Figura 32 - Taxa incidência para os anos 2009 a 2011 ....................................................... 53
Figura 33 – Taxa de risco comercial dos contratos de seguro ............................................. 54
Figura 34 – Funcionamento do Modelo de Desempenho Preventivo ................................. 56
Figura 35 – Harmonização das escalas para o índice HSE ................................................. 57
Figura 36 – Harmonização das escalas para os índices INSHT .......................................... 57
Figura 37 – IPRE no modelo proposto ................................................................................ 57
Figura 38 - Harmonização das escalas para as taxas de sinistralidade ................................ 58
Figura 39 – ISIN no modelo proposto ................................................................................. 59
Figura 40 - Harmonização das escalas das taxas de risco das seguradoras ......................... 60
Figura 41 – ISEG no modelo proposto ................................................................................ 60
Figura 42 – Modelo integrador dos vários indicadores ....................................................... 61
Figura 43 – Resultado do Desempenho da Preventivo nas empresas ................................. 63
Figura 44 – Variação do prémio em função do desempenho .............................................. 65
Figura 45 – Variação MODEPE com a variação dos pesos no ISEG ................................. 65
Figura 46 – MODEPE avaliado em escalas distintas .......................................................... 66
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
xi
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Evolução da legislação de Acidentes de Trabalho .............................................. 4
Tabela 2 – Índices de sinistralidade do Relatório Único (GEP) ............................................ 5
Tabela 3 – Exemplo de aplicação de indicadores ................................................................ 11
Tabela 4 – Propriedades dos sindicadores de segurança ou de risco................................... 12
Tabela 5 – Dimensões dos indicadores de segurança .......................................................... 12
Tabela 6 – Indicadores de segurança propostos por Reiman (2011) ................................... 14
Tabela 7 – Índices de desempenho de segurança da OCDE ................................................ 15
Tabela 8 – Indicadores de Segurança na Extração Petróleo e Gás ...................................... 17
Tabela 9 – Características dos SPIs segundo a AEAI ......................................................... 19
Tabela 10 – Indicadores lagging de desempenho de segurança em processo na Bassel ..... 20
Tabela 11 – Indicadores leading de desempenho de segurança em processo na Bassel ..... 20
Tabela 12 – Componentes da cultura da segurança ............................................................. 23
Tabela 13 – Descrição dos estágios de desenvolvimento .................................................... 25
Tabela 14 – Índices estatísticos - OIT ................................................................................. 26
Tabela 15 – Rácios baseados na incidência - OSHA........................................................... 26
Tabela 16 – Caraterização das empresas alvo do estudo ..................................................... 34
Tabela 17 – Caraterização do índice HSE ........................................................................... 34
Tabela 18 – Caraterização dos Indicadores INSHT ............................................................ 37
Tabela 19 – Caraterização das Taxas de Sinistralidade ....................................................... 40
Tabela 20 – Fórmulas de cálculo para as Taxas de Sinistralidade ...................................... 41
Tabela 21 – Caraterização da Taxa de Risco Comercial ..................................................... 42
Tabela 22 – Fórmula de cálculo da TRC do contrato de seguro ......................................... 42
Tabela 23 – Parâmetros de “Gestão de Perigo” da HSE ..................................................... 43
Tabela 24 – Parâmetros da “Excelência Empresarial” ........................................................ 46
Tabela 25 – Avaliação em “Excelência Empresarial” ......................................................... 47
Tabela 26 – Parâmetros da “Prevenção dos Riscos no Trabalho” ....................................... 47
Tabela 27 – Avaliação em “Prevenção do Risco Laboal” ................................................... 48
Tabela 28 – Parâmetros das taxas sinistralidade ................................................................. 49
Tabela 29 – Parâmetros do contrato de seguros de acidentes de trabalho (AT) .................. 53
Tabela 30 – Taxa de sinistralidade de referência para (Tf); (Tg); (TiT) e (TiM) ................ 58
Tabela 31 – Valores unitários de prémio e volume unitário salarial ................................... 64
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
xiii
GLOSSÁRIO/SIGLAS/ABREVIATURAS/…
AEAI – Agência de Energia Atómica Internacional
AIR – Average Individual Risk
APS - Associação Portuguesa de Seguradores
DOE – Departamento de Energia dos Estados Unidos da América
EE – Exelência Empresarial
EFQM - European Foundation for Quality Management
GEP – Gabinete de Estratégia e Planeamento
GLOBE – Global Leader ship and Organizational Behavior Effectivenss
HSE – Health and Safety Executive
IPRE – Indicadores Preventivos
ISEG – Indicador dos Seguros
ISIN – Indicador de Sinistralidade
INSHT - Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo
MODEPE – Modelo de Desempenho Preventivo
NCS – Norwegian Continental Shelves
OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
OIT – Organização Internacional do Trabalho
OSHA – Occupational Safety and Health Administration
PRL – Prevenção do Risco Laboral
SPI – Safety Performance Indicator
SST – Segurança e Saúde no Trabalho
SCR – Sistemas de Controlo de Risco
TRC – Taxa de Risco Comercial
UKCS - United Kingdom Continental Shelves
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 1
1 INTRODUÇÃO
No mundo laboral de hoje, a prevenção dos riscos ocupacionais assume a nível nacional e
internacional uma importância e desenvolvimento inegáveis. Sendo cada vez mais
reconhecida não apenas pelas vantagens a curto e a médio prazo, mas por sustentar
objetivos de política económica e social a longo prazo, a nível sectorial e da empresa
(Freitas, 2004).
Importa, desde logo, distinguir a natureza das obrigações do empregador, relativas à
prevenção de riscos profissionais das que são relativas à reparação dos danos emergentes
dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais. Com efeito, a natureza destas duas
instituições (prevenção e reparação) é substancialmente diferente e determina obrigações
de tipo diverso para o empregador, apesar de existir entre ambas uma relação intrínseca
(Cabral, 2011).
No ordenamento jurídico português, os acidentes de trabalho não se encontram integrados
no sistema de proteção da Segurança Social com acontece como as doenças profissionais
(Martinez, 1996). Desde sempre estiveram integrados num sistema privado de
responsabilidade, incumbindo a sua reparação ao empregador. Mas para que efetivamente
a reparação seja realizada há que garantir a solvência do responsável civil, o que levou ao
desenvolvimento da obrigação de celebração de um contrato de seguro (Sousa, et al.,
2005).
O empregador está, assim, obrigado a transferir a sua responsabilidade pela reparação dos
danos para uma entidade legalmente autorizada a realizar este seguro (as empresas
seguradoras inscritas no Instituto de Seguros de Portugal), constituindo a sua falta uma
contraordenação punível com coima. (Sousa, et al., 2005).
O seguro de Acidentes de Trabalho assume assim um importante papel de proteção na
sociedade, assegurando a transferência, para as empresas de seguros, do risco e das
responsabilidades resultantes de acidentes de trabalho (ISP, 2000).
A Lei n.º 98/2009, de 4 de Setembro estabelece que a apólice uniforme de seguros de
acidentes de trabalho deve ser adequada às diferentes profissões e atividades, devendo
obedecer também ao princípio da graduação dos prémios de seguro em função do grau de
risco de acidente, e tendo também em conta as condições concretas relacionadas com a
natureza da atividade profissional e as condições de segurança implantadas nos locais de
trabalho. Refere ainda que deve ser prevista na apólice uniforme a revisão do valor do
prémio, por iniciativa da seguradora ou a pedido do empregador, com base na modificação
efetiva das condições de prevenção de acidentes nos locais de trabalho (Sousa, et al.,
2005).
Regra geral, as entidades seguradoras, não tem em conta as condições de prevenção no
cálculo do prémio nas apólices dos seguros de acidentes de trabalho, observando apenas a
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
2 Introdução
natureza da atividade económica para aplicação do indicador de taxa de risco e os critérios
de concorrência de mercado.
De forma semelhante, não é muito frequente que o empregador solicite uma revisão do
valor do prémio com base na modificação das condições de prevenção de acidentes no
local de trabalho. Até porque o investimento na área da segurança ocupacional poderá não
trazer resultados visíveis de forma imediata.
Seria então vantajoso monitorizar e avaliar o desempenho da prevenção e condições de
segurança ocupacional nas empresas, com a finalidade de identificar os resultados obtidos
e os processo que conduziram a esses resultados, (Pinto, 2011).
Neste sentido é proposto na presente dissertação, um modelo que congrega no seu processo
de avaliação de desempenho três grupos de indicadores:
• Indicadores de desempenho de segurança ocupacional;
• Indicadores de sinistralidade;
• Indicadores da taxa de risco utilizados pelas seguradoras.
Para melhor caraterizar o desempenho global da segurança e saúde nas organizações, o
controlo da prevenção dos riscos ocupacionais de forma global, e do risco de acidentes de
trabalho em particular, e aportar assim a informação necessária e com um grau de
confiança desejável para se tomar uma decisão bem fundada, em particular nas decisões de
não rotina.
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 3
2 ESTADO DA ARTE
Sinopse dos modelos ou indicadores que permitem medir o desempenho da prevenção,
segurança, saúde e sinistralidade ocupacional, fundamentadas na legislação, em normas,
referenciais técnicos, e investigação científica.
2.1 Enquadramento Legal e Normativo
Os indicadores são utilizados para mensurar a exposição dos trabalhadores aos níveis de
risco inerentes à atividade económica, viabilizando o acompanhamento das flutuações e
tendências históricas dos acidentes e seus impactos nas empresas e na vida dos
trabalhadores.
2.1.1 Seguro de Acidentes de Trabalho
Não é o mais antigo ramo de seguros, mas é certamente aquele que por várias razões a
generalidade dos países sentiu a necessidade de intervir legislativamente, para por cobro a
uma crescente onda de injustiça social.
Pode-se encontrar referência quanto à obrigação de indemnizar as vítimas de acidentes de
trabalho em “Le guidon de la mer” e mais tarde, no Código Comercial Napoleónico.
Porém, o acidentado só era indemnizado se pudesse provar que o acidente resultava de
culpa da entidade empregadora.
O grande desenvolvimento industrial e as profundas transformações da sociedade levaram
alguns legisladores europeus a aprofundarem, no último quartel do século XIX, o estudo
dos problemas relacionados com os acidentes de trabalho e doenças profissionais, uma vez
que era latente a necessidade de disciplina legislativa especifica.
Assim, ao virar do século e na sequência das teorias criadas por iminentes juristas belgas e
franceses, sobre a responsabilidade objetiva, estava consagrado, de um modo geral, o
princípio do risco profissional, segundo o qual compete ao empregador suportar os
encargos inerentes ao acidente de trabalho.
Em Portugal, o Código Civil de 1867 estabelecia a reparação dos acidentes de trabalho,
mas apenas quando o sinistrado provasse a culpa ou negligência da entidade patronal. A
inversão do ónus da prova, que consubstancia a teoria do risco profissional, só viria a ser
consagrada através da Lei n.º 86, de 24 de Julho 1913.
Reconhecendo ainda no direito Português a possibilidade das entidades empregadoras
poderem efetuar a transferência de responsabilidades dos acidentes de trabalho sofridos
pelos seus empregados para as companhias de seguros e mútuas através de um contrato de
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
4 Estado da arte
seguro. Visando assim assegurar aos trabalhadores por conta de outrem e seus familiares
condições adequadas de reparação dos danos decorrentes de acidentes de trabalho.
A evolução legislativa do tema dos acidentes de trabalho no nosso país encontra-se descrita
na Tabela 1.
Tabela 1 – Evolução da legislação de Acidentes de Trabalho Diploma Legal Assunto
Lei n.º 86 de 24 de Julho 1913 Regula especificamente a responsabilidade pelo risco de acidente de trabalho e o seguro de acidentes de trabalho.
Decreto n.º 4288, de 22 de Maio de 1918 Promulga o regulamento da lei dos desastres de acidentes de trabalho.
Decreto n.º 5637, de 10 de Maio de 1919 Organização do seguro social obrigatório contra desastres no trabalho.
Decreto n.º 20192, de 10 de Agosto de 1931
Convenção sobre igual tratamento de trabalhadores nacionais e estrangeiros, vítimas de desastre no trabalho, aprovada pela conferência Geral da Organização Internacional do trabalho da Sociedade das Nações.
Decreto n.º 21978, de 13 de Dezembro de 1932 Primeira lista das doenças profissionais de acordo com a Convenção Internacional de Genebra de 1925.
Lei n.º 1942, de 27 de Julho de 1936 Regula o direito às indeminizações por efeito de acidentes de trabalho ou doenças profissionais.
Decreto n.º 27649, de 12 de Abril de 1397 Regulamenta as disposições sobre indemnizações.
Decreto-Lei n.º 38539, de 24 de Novembro de 1951 Alteração da Lei n.º 1942, de 27 de Julho de 1936.
Lei n.º 2127, de 25 de Agosto de 1963 Promulga as bases do regime jurídico dos acidentes de trabalho e doenças profissionais.
Lei n.º 100, de 13 de Setembro de 1997 Aprova o novo regime jurídico dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais.
Lei n.º 98, de 4 de Setembro de 2009
Regulamenta o regime de reparação de acidentes de trabalho e de doenças profissionais, incluindo a reabilitação e reintegração profissionais, nos termos do artigo 284.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro.
A gestão do seguro de acidentes de trabalho no âmbito do sector privado não constitui
"regra" nos países da União Europeia. É uma realidade nalguns - poucos - dos seus
Estados-membros, como a Bélgica e a Finlândia, existindo também noutros países de
diferentes continentes, como os Estados Unidos da América e a Austrália (APS, 2010).
2.1.2 Segurança e Saúde do Trabalho
Nas últimas décadas e em particular a partir de 1980, as questões ligadas à segurança e
saúde ocupacional foram especificamente marcadas pelo aparecimento na União Europeia
da Diretiva Comunitária n.º 89/391 de 12 de Junho de 1989, transposta para o direito
nacional atual pelas Leis n.º 102/2009 de 10 de Setembro e n.º 59/2008 de 11 de Setembro,
respetivamente de direito privado e público.
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 5
A norma legal veio impor novas obrigações a todos os agentes, exigindo-lhes um grande
esforço em termos de medidas de controlo de riscos e prevenção de acidentes de trabalho e
doenças profissionais. Dessa evolução também surgiram novas necessidades em matéria de
monitorização e controlo das condições de trabalho e do impacto ao nível da segurança e
saúde ocupacional.
O regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho, Lei n.º 102/2009, de 10
de Setembro, refere no seu artigo 116º, que relativamente a taxas de incidência e de
gravidade de acidentes de trabalho: “para efeitos da presente lei, as taxas médias de
incidência e de gravidade de acidentes de trabalho do sector são as apuradas pelo
organismo competente para a produção de estatísticas laborais do ministério responsável
pela área laboral, relativamente aos dados dos balanços sociais referentes aos últimos
anos com apuramentos disponíveis”.
Com regulamentação do Código do Trabalho foi criada uma obrigação única, a cargo dos
empregadores, a de prestar informação anual sobre a atividade social da empresa, com
conteúdo e prazo de apresentação preceituados na Portaria n.º 55/2010 de 21 de Janeiro.
Assim, a partir de 2010 a entrega dos antigos quadros de pessoal, relatório de segurança
higiene e saúde no trabalho e balanço social passam a estar integrados no relatório anual
referente à informação sobre a atividade social da empresa (Relatório Único).
Ficam pois as empresas obrigadas, de acordo com estipulado no capítulo V do anexo D do
relatório único, ao preenchimento entre outras informações da taxa de frequência (Tf), taxa
de gravidade (Tg), taxa de incidência total de acidentes de trabalho (total AT) e taxa de
incidência de acidentes de trabalho mortais (AT mortais). As fórmulas de cálculo de cada
um dos índices são apresentadas na Tabela 2.
Tabela 2 – Índices de sinistralidade do Relatório Único (GEP)
Nome Fórmula de cálculo
Taxa de frequência dos acidentes não mortais (Tf)
. º 10. º
Taxa de gravidade dos acidentes não mortais (Tg)
. º 10. º
Taxa de incidência dos acidentes de trabalho totais (Total AT)
. º 10. º
Taxa de incidência dos acidentes de trabalho mortais (AT mortais)
. º 10. º
Fonte: capítulo V do anexo D do relatório único,
O regime jurídico da Lei n.º 98/2009, de 4 de Setembro, estabelece ainda que, o Instituto
de Seguros de Portugal pode produzir informação estatística específica destinada ao
controlo e supervisão dos riscos profissionais.
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
6 Estado da arte
Por sua vez, o Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) da alçada do Ministério da
Solidariedade e Segurança Social divulga regularmente informação estatística sobre os
acidentes de trabalho tal como consta da publicação (GEP, 2010), relativa aos acidentes de
2008. Essas estatísticas estão tecnicamente harmonizadas com o projeto europeu e segundo
as recomendações e conceitos da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
2.1.3 Normas Portuguesas e Europeias
As condições de segurança e saúde ocupacional constituem o fundamento material de
programas de prevenção de riscos profissionais e contribuem para o aumento da
competitividade através da diminuição da sinistralidade.
Assim, a implementação e a certificação de um sistema de gestão de segurança e saúde no
trabalho de acordo com a norma, NP 4397:2008, equivalente à OHSAS 18001:2007, vai
permitir que a empresa identifique, avalie e controle os riscos laborais de uma maneira
sistematizada.
A norma Portuguesa NP 4397:2008 refere na sua introdução que:
“as organizações estão cada vez mais preocupadas em alcançar e evidenciar
um sólido desempenho em matéria de segurança e saúde do trabalho (SST)
através do controlo dos respetivos riscos de natureza ocupacional,
consistente com a sua política e objetivos da SST”,
e para tal,
“realizam diagnósticos ou auditorias para avaliar o respetivo desempenho
em SST”.
No entanto, não estabelece requisitos absolutos nem indica os critérios específicos para o
desempenho da SST.
A norma também define no ponto 3.15 desempenho da SST como sendo os “resultados
mensuráveis da gestão do risco da SST de uma organização”, possuindo este ponto duas
notas de esclarecimento:
nota 1: “a medição do desempenho da SST inclui a medição da eficácia dos
controlos da organização”;
nota 2: “no contexto dos sistemas de gestão da SST, os resultados também podem
ser medidos relativamente à política da SST da organização, aos objetivos da SST,
e a outros requisitos de desempenho da SST”.
A verificação do sistema de gestão permite a monitorização e mediação de desempenho de
acordo com o ponto 4.5.1, devendo “a organização estabelecer implementar e manter um
ou mais procedimentos para monitorizar e medir periodicamente o respetivo desempenho
da SST”. Estes procedimentos devem incluir:
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 7
“implementar e manter um ou mais procedimentos para monitorizar e medir
periodicamente o respetivo desempenho da SST”;
“monitorização do grau de cumprimento dos objetivos da SST da organização”;
“monitorização da eficácia dos controlos», sabendo que os controlos devem ter por
finalidade tanto a saúde como a segurança”;
“medidas proativas de desempenho que monitorizam a conformidade com o(s)
programa(s) da SST, os controlos e os critérios operacionais”;
“medidas reativas de desempenho que monitorizam as afeções da saúde, os
incidentes, e outras evidências históricas de desempenho deficiente da SST”;
“registo dos dados e resultados da monitorização e medição, suficiente para
facilitar a análise das ações corretivas e preventivas subsequentes”.
A norma internacional ISO 31000:2009 relativa à gestão do risco estabelece linhas de
orientação e princípios que necessitam de ser satisfeitos para que essa mesma gestão dos
riscos seja eficaz. No seu ponto 4.2, delegação e compromisso, refere que:
“a gestão deve determinar indicadores de desempenho de gestão de risco que
estejam alinhados com os indicadores de desempenho da organização”.
A norma internacional IEC 31010:2009 respeitante às técnicas de avaliação de riscos, no
seu anexo B, de informação de técnicas de perceção de risco, refere ser necessário:
“identificar alguns indicadores proativos (leading) permite conhecer o
momento da ocorrência de mudanças.”
Monitorizar e responder aos indicadores proativos (leading) pela gestão também possibilita
alterar as estratégias anteriormente planeadas.
2.2 Conhecimento Científico
A redução dos riscos ocupacionais através de uma prevenção efetiva é fundamental para
obter o desempenho eficaz na organização.
Os acidentes, doenças ou mortes, bem como incidentes de segurança de processo, por
exemplo, incêndios e explosões, fazem parte integrante do desempenho na organização e
das estatísticas de segurança. Um desempenho de prevenção fraco não é apenas caro, mas
pode facilmente destruir a reputação de uma organização (Carelse, 2011).
2.2.1 Indicadores de Desempenho
O acompanhamento e a monitorização das condições de trabalho são preocupações antigas,
quer a nível nacional, quer internacional. Com o termo da 1ª grande guerra mundial e a
assinatura do tratado de Versalhes que lhe pôs fim e criou a Organização Internacional do
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8 Estado da arte
Trabalho – OIT (artigo XII do tratado) em 1919, têm-se vindo a desenvolver e uniformizar
diversos critérios e indicadores de monitorização. Contudo, até ao presente, os esforços
têm incidido principalmente em indicadores de monitorização de sinistralidade laboral e
das doenças profissionais (Fialho, et al., 2009).
Os desempenhos de segurança nas organizações são conhecidos por serem cíclicos. A
teoria de gestão de segurança destaca que, quando o desempenho da segurança é fraco
devido a elevadas taxas incidentes e acidentes, a gestão de topo das organizações intervém
com programas de segurança ferozes. O resultado destas intervenções é uma diminuição
das taxas de acidentes e incidentes e consequentemente uma melhoria no desempenho da
segurança. No entanto, estas intervenções não são sustentadas e desempenho de segurança
deteriora-se de novo ao longo do tempo (Carelse, 2011).
A característica fundamental de uma organização líder (ou “de ponta”) é a capacidade para
efetuar com sucesso a medição do seu desempenho (Gonçalves, 2002).
Avaliar o desempenho significa medir a eficiência, ou a eficácia de uma determinada
função de uma organização, com a finalidade de identificar os resultados obtidos e os
processos que conduziram a esses resultados, com o objetivo de apoio à tomada de
decisões, (Pinto, 2011).
Segundo (Parmenter, 2010), existem quatro tipos de parâmetros para medir o desempenho:
“Key Result Indicators” (KRIs) ou Indicadores-Chave de Resultados – Fornecem
informações sobre o que foi feito num determinado campo de atuação;
“Result Indicators” (RIs) ou Indicadores de Resultado – Informam sobre o que foi
feito;
“Performance Indicators” (PIs) ou Indicadores de Desempenho – Transmitem
informação sobre o que deve ser feito;
“Key Performance Indicators” (KPIs) ou Indicadores-Chave de Desempenho –
Informam sobre o que fazer para aumentar drasticamente o desempenho. Exemplos
são os indicadores de satisfação do cliente, o lucro líquido antes de impostos;
rentabilidade dos clientes; grau de satisfação dos funcionários ou retorno sobre o
capital humano.
Deste modo, pode constatar-se que a principal diferença entre as classificações dos
indicadores prende-se, essencialmente, com a finalidade das informações produzidas, na
medida em que existem diferentes ângulos de visão para essas medidas (Pinheiro, 2011).
2.2.2 Indicadores de Desempenho de Segurança (SPIs)
Uma estratégia para evitar acidentes é estar continuamente vigilante através do uso de
indicadores preventivos. A aprendizagem ao longo da história mostra-nos que podem ser
detetados sinais ou avisos prévios, e tomada uma gestão atempada sobre os eventos não
desejados, impedindo-os que ocorram (Øien, et al., 2011).
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 9
Podem ser distinguidas duas dimensões nos indicadores de segurança: os indicadores de
segurança das pessoas versus os indicadores de segurança dos processos. Estes últimos
estão associados integridade técnica de uma instalação ou unidade produtiva e os perigos
decorrentes da atividade de exploração. Por outro lado, os perigos da segurança para as
pessoas afetam os indivíduos, mas pode ter pouco a ver com a atividade técnica da
instalação ou unidade produtiva. Normalmente dão origem a acidentes, tais como quedas,
tropeçamentos, esmagamentos, eletrocussões ou atropelamentos (Hopkins, 2009).
A abordagem tradicional para avaliar o desempenho da segurança é através da medição e
análise estatística de dados relacionados com incidentes (isto é, número acidentes e
doenças, taxas de frequência e gravidade dos acidente, custos com os acidentes, número
dos quase acidentes) (Sgourou, et al., 2010).
Acontece que a maioria dos acidentes e mortes são resultado de perigos para a segurança
das pessoas ao invés de riscos de processo, as estatísticas de acidentes e mortes tendem a
refletir como uma organização está a gerir os riscos de segurança com as pessoas ao
contrário de perigos para a segurança do processo. (Hopkins, 2009).
O conceito do termo “indicador de segurança” é usado em vários cenários e portanto
possui várias definições, seguidamente são apresentadas algumas (Øien, et al., 2011):
Um indicador de desempenho da segurança é um meio para medir as mudanças ao
longo do tempo no nível de segurança (relativa à prevenção, à prontidão e à
resposta químicas de acidentes), como consequência das ações tomadas (OCDE,
2008).
O indicador de segurança é uma característica observável de uma central nuclear de
produção de energia, que presume correlação positiva com segurança do reator. Os
indicadores da segurança foram selecionados, entre outros meios, com a finalidade
de supervisão da segurança. Os indicadores da segurança podem ser relacionados a
linhas da defesa de acordo com a defesa-em-profundidade tal como o exame
barreiras e funções de segurança.
Um indicador é a variável operacional ou mensurável que pode ser usada para
descrever a condição de um fenómeno mais largo ou aspeto da realidade (Øien, et
al., 2011).
Os indicadores de desempenho de segurança de processos contribuem significativamente
para a segurança destes, não obstante não resolveram todos os problemas e talvez
introduzam alguns novos problemas. Geralmente o foco da segurança está no nível
operacional e tático, no entanto estes podem ajudar a encontrar novas perspetivas para uma
melhoria substancial da segurança, por exemplo tornando os processos de produção e do
negócio menos perigosos, ou mais resilientes, em não somente adicionar melhoramento
aos controlos do processo (Zwetsloot, 2009).
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10 Estado da arte
2.2.3 Indicadores proativos (leading) e reativos (lagging)
Hopkins (2009) afirma que '' o real propósito dos indicadores de desempenho deve ser o de
avaliar a eficácia de um sistema de controlo do risco”, e distinguiu mais duas dimensões na
discrição dos indicadores de segurança, que podem ser apresentados como indicadores
proativos (leading) versus os indicadores reativos (lagging).
Os indicadores reativos (lagging) são uma forma monitorização reativa, que resultam de
relatórios e investigação de incidentes específicos, ou auditorias que identifiquem não
conformidades ou fraquezas no sistema avaliado. Estes incidentes ou eventos não têm que
conduzir a danos catastróficos, danos corporais ou materiais, e representam uma falha no
sistema de controlo que protege ou limita as consequências em caso de incidente grave
(HSE, 2006).
Os indicadores proativos (leading) são uma forma monitorização ativa centrada sobre
alguns sistemas de controlo críticos do risco para assegurar sua eficácia continua. Exigem
uma verificação sistemática regular das ações chave ou atividades. Podem portanto ser
considerados como medidas do processo ou condições a ter em conta em relação ao
patamar de segurança desejado (HSE, 2006).
Os sistemas de gestão de segurança em última análise visam prevenir danos, tanto a danos
às pessoas com danos ao património. Uma ideia intuitiva mas satisfatória, é que os
indicadores reativos (lagging) são medidas diretas desses danos, enquanto os indicadores
proactivos (leading) medem as ações que de alguma forma são precursores do dano. Esta é,
certamente, como os termos são usados no caso da segurança ocupacional, que ao falar de
indicadores reativos é o mesmo que falar de taxas de acidentes (Hopkins, 2009).
O guia HSE (2006) é um documento inovador, que utiliza o modelo de “queijo Suíço” para
explicar como os acidentes resultam quando uma série de falhas dentro de um Sistema de
Controlo de Risco (SCR) se materializam de forma simultânea. A Figura 1 ilustra o
modelo através da “trajetória do acidente”, onde a “trajetória do acidente” passa através
dos furos correspondentes às camadas de defesa, barreiras ou proteções, e explica como se
comportam os indicadores proactivos (leading) e reativos (lagging) para cada um dos
controles no sistema de controlo de risco (Hopkins, 2009).
O indicador proactivo identifica falhas ou 'buracos' em aspetos vitais do sistema de
controlo de risco, encontradas durante inspeções de rotina sobre a operação de uma
atividade crítica dentro do sistema de controlo de risco. Enquanto o indicador reativo
revela falhas ou “buracos” nas barreiras descobertas na sequência de um incidente ou
evento adverso. Os incidentes não têm necessariamente que resultar em dano corporal ou
quase-acidente, o evento precursor ou resultado indesejado pode ser atribuível a uma falha
nesse sistema de controlo de risco (HSE, 2006).
Cada sistema de controlo de risco representa uma importante barreira ou proteção dentro
do sistema de gestão de segurança do processo. Deve-se igualmente reconhecer que uma
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 11
falha significativa em apenas uma barreira crítica pode ser suficiente em si mesmo para
causar um acidente grave (HSE, 2006).
Figura 1 – Indicadores reativos e pró-ativos em sistemas de controlo do risco
Fonte: Developing process safety indicators, p.7, (HSE, 2006)
Dependendo como vão ser usados, a procura de indicadores segurança poderá variar
consideravelmente, (Harms-Ringdahl, 2009), exemplos da sua aplicação na Tabela 3.
Tabela 3 – Exemplo de aplicação de indicadores - Obter um valor, sem definir o seu uso
- Usar os valores obtidos no sistema de melhoria continua
- Integrar um programa de incentivo económico
- Demonstrar para o interior da organização que foi atingido um elevado nível de segurança
- Demonstrar o patamar de segurança obtido para o exterior da organização
- Obter a segurança dos processo, segurança ocupacional, e/ou benefícios económicos, (por exemplo companhia de seguros ou outras partes interessadas)
Os trabalhos de investigação da SINTEF Technology and Society, referem que os
indicadores de segurança ou de risco devem ter as seguintes propriedades (Øien, et al.,
2011), ver Tabela 4.
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12 Estado da arte
Tabela 4 – Propriedades dos sindicadores de segurança ou de risco - Devem proporcionar valores numéricos (tais como números ou ratio)
- Os indicadores devem ser atualizados em intervalos regulares
- Devem abranger apenas os determinantes selecionados para que possam permitir uma ferramenta de gestão
Segundo Harms-Ringdahl (2009) a caracterização das dimensões dos indicadores de
segurança está relacionada com as diferentes formas de saída, seja segurança de processos
ou segurança ocupacional, ver Tabela 5.
Tabela 5 – Dimensões dos indicadores de segurança
- Natureza e características dos perigos
- Características da Segurança técnica (se estão no lugar e seu desempenho)
- Sistemas de organização de segurança formais (se estão em conformidade e qual o seu desempenho)
- Problemas com segurança informal
- Comunicação e cooperação sobre as temáticas, de acordo com a OECD (2008)
- Valores absolutos (avaliados ou medidos), ou relativos (mudança do desempenho ao longo do tempo)
- Probabilidades e consequências económicas para diferentes resultados
As duas primeiras áreas são do âmbito das auditorias técnicas, e a terceira diz respeito a
auditorias organizacionais (Harms-Ringdahl, 2009).
A abordagem tradicional para avaliar o desempenho de segurança através da medição e
análise estatística de incidentes relacionados com dados (ou seja, número de lesões e
problemas de saúde, frequência de acidentes e as taxas de gravidade, dos custos dos
acidentes, o número de quase-acidentes ou de danos associados ao desempenho de
segurança deficiente), que são muitas vezes referidos como indicadores retrospetivos ou
reativos (lagging) (Sgourou, et al., 2010).
Os métodos de avaliação do desempenho da segurança proactivos (leading) (isto é
auditorias ou inspeções no âmbito da segurança, observações das condições de trabalho,
clima e cultura da organização, etc.) fornecem a informação que falta e revelam o
desempenho da prevenção dos acidentes de trabalho ou doenças profissionais. Estas
metodologias incluem as atividades de sistema de gestão da segurança (identificação dos
perigos, formação, auditorias, etc.), atividades com os colaboradores (identificação de
comportamentos seguros), atividades de supervisão (segurança de comunicação, inspeção
de condução, etc.), atividades da gestão (compromisso da gestão, envolvimento com a
segurança, etc.) (Sgourou, et al., 2010).
Uma visão contemporânea realça que organizações com segurança críticas devem ser
capazes de avaliar proactivamente a gestão da segurança das suas atividades. Esta
proatividade deve ser assumida dentro gestão de segurança de organização. A segurança,
contudo, é um fenômeno complexo de descrever, medir, confirmar e gerir. No desempenho
da segurança organizacional corrente, vários indicadores de segurança jogam um papel
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 13
importante em disponibilizar informação. Os indicadores de desempenho de segurança
mais comuns são os indicadores reativos (lagging) (Reiman, et al., 2011).
O objetivo do artigo publicado Reiman (2011) é descrever o papel dos indicadores de
desempenho da segurança na avaliação e implementação de funcionamento seguros nas
organizações. Pretende ainda ajudar a clarificar os diferentes propósitos e tipo de
indicadores de desempenho de segurança. Os indicadores são baseados sempre em
modelos reais e o modelo já predefine o que os indicadores podem divulgar. Então, a
implementação dos indicadores de desempenho da segurança devem começar com uma
identificação das premissas das práticas de gestão da segurança habituais. Assim sendo,
não são apenas necessários indicadores de segurança, mas o seu uso (implícito ou
explícito) é inevitável na gestão da segurança (Reiman, et al., 2011).
Reiman (2011) define indicadores de segurança proactivos (leading) como sendo os que
indicam o estado atual ou o desenvolvimento das funções chave da organização, processos
e a infraestrutura técnica do sistema (Reiman, et al., 2011).
Uma distinção importante é feita por Reiman (2011) entre dois tipos de indicadores
reativos (leading): aqueles que monitorizam a segurança e aqueles que orientam a
segurança. Os indicadores reativos de monitorização (lead monitor) indicam o potencial da
organização para obter a segurança. Por sua vez os indicadores reativos de orientação
(drive indicators), sugerem as atividades de desenvolvimento que visam melhorar a
segurança.
A conceção do nível da segurança atual refere a visão da segurança na organização baseada
na informação fornecida pelos diferentes tipos de indicadores de segurança, Figura 2.
Figura 2 – Modelo do sistema com diferentes tipos de indicadores.
Fonte: Leading indicators of system safety, p.4, (Reiman, et al., 2011)
Reiman (2011) propõe três tipos de indicadores de segurança, como descrito na Tabela 6.
Contudo, se os três tipos de indicadores mostrarem resultados inconsistentes, o modelo de
segurança suportado pela organização pode estar com defeitos.
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14 Estado da arte
Podem ainda ser usados para comparações entre diferentes organizações, ou fazer um
retrato grosseiro do estado da segurança de uma organização
Tabela 6 – Indicadores de segurança propostos por Reiman (2011) Nome Descrição
Indicadores de condução
São medidos pela realização de uma atividade de gestão de segurança selecionada. Estão associados a medidas de controlo que são usadas nos sistemas de gestão: para mudar, manter, reforçar e reduzir alguma coisa. A principal função dos indicadores de condução é direcionar a atividade sociotécnica motivando certas atividades relacionadas com a segurança.
Indicadores de monitorização Refletem o potencial e a capacidade de uma organização no desempenho com a segurança. Incluindo o funcionamento de um sistema mas não estando limitado à eficácia do controlo e medidas implementadas.
Indicadores de saída
Permitem medir as saídas dos sistemas sociotécnicos, e resulta de um processo contínuo ou uma atividade. É sempre o resultado ou consequência de alguns outros fatores ou combinação de fatores e circunstâncias. E de forma errada, são frequentemente usados para definir prioridades de segurança ou concluir acerca do nível de segurança. Os indicadores de saída, não tem uma relação direta com o nível de segurança corrente de uma organização, mas podem fornecer informação acerca do funcionamento ou falência das barreiras de segurança. Alterações nos indicadores de saída podem contudo motivar a organização para continuar a inspecionar os seus indicadores de monitor para possíveis mudanças nas capacidades da organização, com vista a assegurar em situações presentes e futuras a segurança.
Fonte: Leading indicators of system safety–, p.4, (Reiman, et al., 2011)
Na atualidade organizações com segurança crítica complexa, os acidentes resultam
frequentemente da combinação de várias circunstâncias deficiências e desempenho
variável, que por si só são inofensivos. Este facto enfatiza a importância de possuir
indicadores proactivos (leading) que estejam focados no desenvolvimento. Mas a
segurança nunca pode ser garantida por confiarmos nos indicadores reativos (lagging),
precisa de uma focalização continua nos indicadores proactivos (leading) com as
deficiências do passado e das condições técnicas, organizacionais e humanas que levem
avante a segurança (Reiman, et al., 2011).
2.2.4 SPIs Sectoriais
A especificidade na utilização dos indicadores de segurança em alguns sectores de
atividade revela alguma importância. São apresentados a sua aplicação na indústria
química de risco agravado, na extração do petróleo e gás, no transporte marítimo, na
indústria nuclear e na atividade industrial.
i) Indústria química de risco agravado
Um guia para o desenvolvimento de indicadores de desempenho da segurança foi
disponibilizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
(OCDE), e orientado para a indústria química de risco agravado, isto é para empresas que
possuam risco de acidente envolvendo produtos químicos perigosos (OCDE, 2008).
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 15
Segundo este organismo intergovernamental o termo indicador de desempenho de
segurança significa perceções das medidas observáveis que são difíceis de medir
diretamente. E divide os indicadores de segurança em dois tipos: indicadores de resultado
(outcome indicators) e indicadores de atividade (activities indicators), ver Tabela 7.
Tabela 7 – Índices de desempenho de segurança da OCDE Nome Descrição
Indicadores de resultado
São concebidos para ajudar a avaliar as ações relacionados com a segurança (políticas, procedimentos e práticas), tentando alcançar os resultados pretendidos. Estas atitudes conduzem a uma menor probabilidade na ocorrência do acidente, ou pelo menos com menor impacto, na saúde humana, ambiente e/ou património. Os indicadores de resultado são reativos, medem o impacto das ações desenvolvidas pela gestão da segurança e são equivalentes aos indicadores reativos (lagging). Medem frequentemente alterações no desempenho da segurança ao longo do tempo, ou falhas no desempenho.
Indicadores de atividade
São concebidos para ajudar a identificar se as empresas/organizações estão a desenvolver as ações necessárias para reduzir os riscos. Os indicadores de atividade são um tipo de atitude proativa e são equivalentes aos que são chamados indicadores orientação (leading) noutros documentos técnicos. Quando usados desta maneira, os indicadores de atividade destacam a necessidade de ação quando o nível de tolerância é excedido, num específico período de tempo. Possibilitam uma forma de verificação se as ações prioritárias estão a ser implementadas de acordo com o que foi previsto. Conseguem ainda ajudar a explicar se um resultado foi alcançado ou não.
Fonte: Guidance on developing safety performance indicators; p.5 (OCDE, 2008)
O guia apresenta ainda um conjunto de etapas para estabelecer um programa de seleção de
indicadores de desempenho de segurança, encontrando-se o diagrama descrito na Figura 3.
Disponibiliza ainda um menu de indicadores de resultados e indicadores de atividades,
para ajudar as empresas ou organizações a escolher e / ou criar indicadores que sejam mais
ajustados às necessidades específicas.
Os programas de indicadores de desempenho da segurança fornecem meios para verificar
se as políticas, os procedimentos e as práticas (incluindo os recursos humanos e medidas
técnicas), são críticos para a segurança química e se são bem-sucedidos em conseguir
atingir os resultados desejados.
Igualmente os programas de indicadores de desempenho da segurança podem igualmente
ajudar a identificar as áreas de atenção prioritária e as ações corretivas que são necessárias,
pois proporcionam um aviso prévio antes que uma falha catastrófica aconteça, como
consequência dos sistemas de controlo críticos não estarem a operar como pretendido ou se
estejam a deteriorar a um nível inaceitável (OCDE, 2008).
i) Extração Petróleo e Gás
A segurança nas plataforma petrolíferas é o estado em que o risco de danos: em pessoas,
ambiente, ou materiais é reduzido, e mantido a um nível aceitável. O risco pode ser medido
e avaliando através indicadores de desempenho da segurança relacionados com o risco. E
que não são mais que medidas ou índices que refletem condições operacionais inseguras do
sistema da offshore, que influenciam as condições de desempenho da segurança das
pessoas.
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16 Estado da arte
Figura 3 – Implementação de um programa de seleção (OCDE);
Fonte: Guidance on developing safety performance indicators; p.12 (OCDE, 2008).
Permite ainda que se façam comparações com outras plataformas ou instalações (ElSayed,
et al., 2011). A Tabela 8 ilustra os indicadores de segurança utilizados no estudo.
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
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Tabela 8 – Indicadores de Segurança na Extração Petróleo e Gás Nome Fórmula de cálculo
Mortes Anuais por Plataforma (LTIF) LTIFTempo perdido poracidente 10n. º total de horastrabalhadas
Índice de gravidade ou severidade de acidente (GI). GITotal de dias não trabalhados 10
n. º total de horastrabalhadas
Mortes Anuais por Plataforma (PLL)
N.º de mortes da companhia ou contratados por horas trabalhadas (FAR) FAR
PLL 10n. º de horas deexposição
Média do risco individual (AIR) AIR H FAR 10
Onde: fnj = frequência anual de n cenários de acidentes com consequência pessoal j; Cnj = número médio de mortes por cenário de acidente n com consequência pessoal j; N = número total de cenários de acidentes propostos J = total de consequências pessoais tipo: imediatas, em fuga, evacuação, e morte em salvamento; Horas de exposição = total de horas na instalação (a trabalhar ou em repouso) H = número anual de horas na offshore por individuo
Fonte: Assessment of safety performance indicators:, p.62, (ElSayed, et al., 2011)
O valor aceitável para a média do risco individual (AIR) nas plataformas petrolíferas
encontra-se ilustrado na Figura 4.
Figura 4 – Critério aceitável de AIR (ElSayed, et al., 2011).
Fonte: Assessment of safety performance indicators, p.64, (ElSayed, et al., 2011)
Outro estudo desenvolvido em empresas que efetuam perfurações nas plataformas
Norueguesas (NCS) e nas plataformas continentais britânicas (UKCS), cujo ponto de
partida foi avaliar as influências potenciais de características do nível hierárquico da
estrutura funcional, das condições de trabalho, da confiança, e dos parâmetros envolventes
à segurança no que respeita ao seu do seu desempenho (Tharaldsen, et al., 2010).
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18 Estado da arte
Tem vindo a ser sugerido por diversos autores o uso de métodos combinados, qualitativo e
quantitativos, através de conceitos como triangulação, simplificação, iniciação,
corroboração, e sequenciais, com o objetivo de ilustrar a estrutura dos métodos mistos.
No entanto o estudo baseou-se na análise de dados, obtidos por questionário em entrevistas
aos trabalhadores, que incluíram escalas de Likert de autoavaliação, expressando as
perceções e as atitudes dos indivíduos às indicações diferentes em comportamento da
segurança, desempenho em segurança, confiança nos colegas, compromisso da gestão com
a segurança e cultura organizacional de GLOBE (Global Leadership and Organizational
Behavior Effectiveness)
Como conclusão do estudo, os trabalhadores das plataformas petrolíferas evidenciaram que
as condições de trabalho, a confiança na equipa de trabalho e o compromisso da gestão,
contribuem largamente e de forma significativa no desempenho da segurança (Tharaldsen,
et al., 2010).
ii) Transporte Marítimo
Um dos principais objetivos em quantificar o nível da segurança é desenvolver estratégias
de intervenção para evitar acidentes futuros. Reconhecer sinais antes que um acidente
ocorra cria o potencial para melhorar a segurança, e as muitas organizações procuraram
desenvolver programas para identificar e tirar benefícios dos alertas, dos sinais e dos
indicadores prévios (Grabowski, et al., 2007).
Em 2004 foi desenvolvido um estudo piloto para identificar, avaliar e analisar um grupo de
indicadores da segurança proativos (leading) para o transporte marítimo. Inicialmente, o
objetivo do projeto estava ligado a operações domésticas de um petroleiro dos Estados
Unidos da América, no entanto veio a servir de base para um estudo mais largo de
indicadores “leading” no transporte marítimo internacional (Grabowski, et al., 2007).
O método consiste em obter dados numéricos, através de três questionários abrangendo: a
cultura de segurança organizacional, a cultura de segurança das embarcações e a cultura de
segurança dos colaboradores intervenientes no transporte (Grabowski, et al., 2007).
iii) Indústria Nuclear
Os indicadores de desempenho de segurança numa instalação nuclear são parâmetros base,
que indiciam uma relação potencial com a segurança da instalação.
Quando corretamente selecionados são uteis na avaliação e comparação de desempenho ao
longo do tempo e para uma dada instalação industrial ou unidades industriais. Permitem
ainda a sua comparação transversal com outras instalações no mesmo período de tempo e
servem de base para tomada de decisões no desempenho da segurança em relação à
instalação (Chakraborty, et al., 2003).
Consistem na informação numérica de parâmetros que se entende estarem associados à
segurança dos processos e ao desempenho operações, nomeadamente: a frequência de
defeitos nas instalações; desempenho do equipamento; fraquezas nas áreas de operação e
exposição à radiação coletiva (Chakraborty, et al., 2003).
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A Agência de Energia Atómica Internacional (AEAI) (Øien, et al., 2011) sugeriu as
seguintes características para os indicadores de desempenho da segurança:
Tabela 9 – Características dos SPIs segundo a AEAI
Existir relação direta entre o indicador e a segurança
Os dados necessários devem ser disponíveis ou capazes de ser gerados
Capazes de serem expressos em termos quantitativos
Inequívocos
O significado deve ser compreendido
Não passíveis de serem manipulados
Grupo manejável
Significativo;
Capazes de ser integrados em atividades operacionais normais;
Capazes de serem validados;
Capaz de ser ligado à causa que teve um mau funcionamento ou anomalia;
Precisão dos dados a cada nível deve ser capaz de verificação e controle da qualidade;
Capacidade local de ações, a serem tomadas com base nos indicadores.
Existir relação direta entre o indicador e a segurança
Avaliação dos indicadores deverá ser feita de acordo com requisitos científicos e não
científicos (Øien, et al., 2011).
iv) Atividade Industrial
No estudo desenvolvido por Dujim (2008), é dada como sugestão o recurso a indicadores
de desempenho de sistemas gestão segurança.
Refere que para pequenas e médias empresas (PME), e face ao reduzido número de
acidentes esta informação não pode se utilizada como indicador por razões estatísticas, no
entanto considera útil o uso do indicador “número de acidentes” para grandes indústrias
(Duijm, et al., 2008).
Por ouro lado, o reporte de anomalias, incidentes e os quase-acidentes (acidentes evitados à
justa) podem em muitos casos serem tradutores de eficácia do sistema. São ainda fatores
relevantes e incontestáveis, para o desempenho da segurança, a atitude de segurança e a
cultura de segurança (Duijm, et al., 2008).
A falta de indicadores de desempenho de segurança em processos tem sido apontado
recentemente como fator em numerosos acidentes industriais graves. Tendo por base este
vazio, a multinacional Bassel desenvolveu, entre 2003 a 2006, um estudo piloto nas suas
unidades industriais sobre os indicadores de performance de segurança em processos
existentes, compreendendo indicadores reativos (lagging) e proativos (leading) (Webb,
2009). Começaram por estabelecer um grupo de sete indicadores reativos de segurança em
processos que estão apresentados na Tabela 10.
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
20 Estado da arte
Tabela 10 – Indicadores lagging de desempenho de segurança em processo na Bassel
Curto-circuito elétrico
Explosão ou fogo
Libertação de material inflamável no interior das edificações
Libertação de material inflamável no exterior
Libertação de substância que pode ter impacto com o ambiente
Sistema de proteção relacionada com a segurança interveio durante a operação
Paragens não programadas relacionadas com a segurança
Fonte: Process safety performance indicators: A contribution to the debate, (Webb, 2009)
Inicialmente eram reportados para a Holding com carácter mensal, as diferentes categorias
de acidentes das diversas unidades industriais e enquadrados num conjunto de indicadores
reativos, sendo apenas monitorizado e reportado o desempenho de acidentes
Em 2004 desenvolveram um sistema para indicadores proativos (leading) de segurança em
processos que estão apresentados na Tabela 11.
Tabela 11 – Indicadores leading de desempenho de segurança em processo na Bassel
Elementos HSEMS Tema Definição da métrica
Sistema de medida Sistema de Monitorização
Inspeção 1 Os resultados das inspeções ainda não foram encerrados.
% do progresso das recomendações da inspeção.
Os resultados da inspeção são guardados na base de dados.
Reunião da Inspeção trimestral supervisionada pelo gestor local.
Inspeção 2 As inspeções estão atrasadas.
% de inspeções prevista e terminadas no fim de cada mês. Registadas por departamento ou área local.
O inspetor local elabora no final do mês.
Reunião da inspeção trimestral
Comunicação de operações seguras.
Os técnicos não receberam toda a informação relevante de segurança do processo.
% de comunicações chave bimestrais , que não foram realizadas.
Gestores do departamento escolhem a chaves de comunicação e procedem á sua divulgação.
Conselho de HSE é gerido pelo gestor local.
Autorizações de trabalho
Falta de informação atualizada sobre o bom desempenho do trabalho.
% de autorizações de trabalho inspecionados pelos serviços de segurança durante a semana, de trabalho.
Os gestores das operações preenchem a tabela dos resultados.
Reunião mensal do departamento e do conselho HSE.
Formação
Os colaboradores possuem em atraso a formação de reciclagem relacionada com a segurança do processo
% de trabalhadores que tiveram formação na data prevista.
O departamento de formação extrai dados do sistema do sistema de gravação e reporta trimestralmente.
Reunião do comité de direção da formação.
Fonte: Process safety performance indicators (Webb, 2009)
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 21
A conclusão do estudo é que os de indicadores de performance de segurança em processos
são apenas um dos elementos requeridos para um sistema de gestão funcionar de forma
conveniente (Webb, 2009).
2.2.5 Evolução do processo da segurança
Hale e Hovden (1998) dividiram a história da pesquisa de segurança em três fases, Figura
5. Na primeira fase a segurança foi vista como tecnológica e envolvendo a melhoria nas
máquinas e equipamentos. A segunda fase começou em meados de 1970 e foi centrada nos
trabalhadores. A terceira fase começou durante os anos de 1980 e é caracterizada
principalmente pela filosofia da gestão da segurança baseada na suposição de que os
acidentes são causados principalmente por erro humano ou falha.
Nas últimas duas décadas tem-se assistido a um aumento gradual do interesse das
organizações na implementação de sistemas de gestão. Esse interesse repercute-se às
diferentes a áreas onde os próprios domínios da Segurança e Saúde no Trabalho (SST) não
é exceção à regra (Neto, 2007).
Figura 5 – A evolução da investigação da segurança
Fonte: Reason, J. 1997. Managing the risks of organisational accidents
Mas a partir do final dos anos 1990 tornou-se claro que com a implementação dos sistemas
de gestão tinha-se atingido um patamar de desempenho que era difícil ultrapassar. E por
muitas abordagens que se fizessem seria "mais do mesmo" apesar de se entender que era
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
22 Estado da arte
desejável alcançar maiores aperfeiçoamentos no desempenho. Estes sistemas produziram
tais melhorias no desempenho, quando comparado com o que se tinha atingido nos finais
dos anos 1980, que as expectativas sobre o que poderia e deveria ser alcançado tornaram-
se mais rigorosas (Hudson, 2007).
O estudo sobre porque é que em algumas organizações detentoras de sistemas de gestão de
segurança, atingiam bons resultados em termos de segurança e outras não, associado à
investigação de acidentes e fatores humanos de não cumprimento de regra e procedimentos
de trabalho, veio dar destaque aos problemas associados com a cultura de segurança
(Hudson, 2007).
A Figura 6 mostra que os incrementos significativos na segurança foram atingidos através
da melhoria da tecnologia e design, com a subsequente mudança de patamar aportada pela
implementação dos sistemas de gestão, procedimentos de melhoria e criação de
competência (Carelse, 2011).
A cultura de segurança é o ingrediente que faltava para assegurar que todos os
colaboradores aceitam a responsabilidade e demonstram uma atitude positiva para os
planos da implementação da segurança (Carelse, 2011).
Figura 6 – Evolução do processo da segurança
Fonte: Implementing a safety culture in a major multi-national (Hudson, 2007)
2.2.6 Cultura de Segurança
Cultura de Segurança é um conceito relativamente novo, e vários estudos tem vindo a ser
desenvolvidos a longo das últimas décadas. O conceito foi introduzido pela Agência de
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 23
Energia Atómica Internacional (AEAI), depois da primeira análise ao acidente do reator
nuclear Russo em Chernobyl em 1986 (Choudhry, et al., 2007).
Existem numerosas definições de Cultura de Segurança na literatura académica, e que
podem ser consultadas no artigo “The nature of safety culture: A survey of the state-of-the-
art” (Choudhry, et al., 2007).
A cultura de segurança é geralmente definida como a parte da cultura de uma organização
que está relacionada com a segurança. O patamar em que está a cultura de segurança de
uma organização é o mesmo que a sua cultura organizacional é sensível aos tipos e
magnitudes dos riscos que as suas atividades de trabalho envolvem. Onde indústrias são de
alto risco, em termos dos seus processos ou da segurança dos trabalhadores, (à exceção
daquelas onde a cultura da organização e a cultura da segurança seriam uma e a mesma), se
a segurança for o fio condutor de todas as decisões e práticas organizacionais (Cooper,
2000).
O conceito da cultura da segurança é apresentado frequentemente separada das
características de uma organização, tal como o programa de trabalho ou a estratégia
empresarial e tecnologia, fazer a separação conceptual de cultura da segurança reduz o
termo para referir somente os fatores que são conectados claramente com a segurança, tal
como atitudes da segurança e valores da segurança.
A cultura da segurança pode ser visto na estrutura da organização: nas suas políticas,
procedimentos de funcionamento, sistemas de gestão, etc. O maior inconveniente com a
maioria dos modelos de cultura da segurança é a dificuldade da sua integração em modelos
gerais da cultura da organização. Os aspetos que envolvem a cultura de segurança podem
ser medidos através de observações, autoavaliação ou outros. É importante uma
aproximação holística para proceder à avaliação da cultura da segurança, contudo algumas
abordagens da cultura da segurança são difíceis compreender na totalidade, para alguns
auditores ou equipas de auditores externos, e de a aceitar inteiramente devido à sua
natureza técnico-social complexa (Choudhry, et al., 2007).
A cultura de segurança é o produto de interações entre três componentes seguidamente
descritas na Tabela 12 (Glendon, et al., 2006).
Tabela 12 – Componentes da cultura da segurança
Clima de Segurança Fatores internos e psicológicos relacionados com o individuo, incluindo atitudes e perceções; este elemento da cultura da segurança pode ser obtido usando questionários específicos.
Ambiente relacionado com a segurança
Comportamento em curso e observável; este elemento pode ser medido através de técnicas como a amostragem de comportamento e observação
Sistemas de gestão da segurança
Políticas organizacionais, práticas, procedimentos e estilo de gestão. Este elemento pode ser medido com auditorias de segurança objetivas.
Segundo Hahn (2008) o clima de segurança está associado à perceção partilhada dos
colaboradores acerca da segurança de seu ambiente do trabalho, e fornece um apoio às
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
24 Estado da arte
tarefas que são executadas dia a dia. Estas perceções partilhadas derivam-se de diversos
fatores, incluindo a tomada de decisão da gestão, normas e expectativas de organização da
segurança, e boas práticas de segurança, políticas, e procedimentos que em conjunto
servem para comunicar o compromisso de organização à segurança.
As organizações com climas de segurança fortes tendem a ter menos acidentes com os seus
colaboradores, não somente porque o local de trabalho tem programas de segurança
aperfeiçoados e eficazes, mas também porque a sua existência mantem latente nos
colaboradores o seu compromisso em relação da gestão à segurança. Está provado que se
uma a organização leva a sério as práticas seguras do trabalho, a seus empregados são mais
sensíveis em aderir às mesmas (Hahn, et al., 2008).
2.2.7 Maturidade da cultura de segurança
Uma forma de compreender a cultura da segurança é através da maturidade da cultura de
segurança (Hudson, 2003).
Com o objetivo de medir a maturidade da cultura de segurança em empresas petrolíferas
brasileiras que exploram “petróleo e gás natural foi desenvolvida por (Filho, et al., 2010)
uma estrutura baseada no modelo de (Hudson, 2003). A descrição gráfica do modelo e dos
diversos estágios de desenvolvimento estão descritos na Figura 7.
Figura 7 – Modelo de cultura de segurança.
Fonte: Applying the lessons of high risk industries to health care, p 11, (Hudson, 2003)
Os diferentes estágios estágio de desenvolvimento da cultura de segurança, segundo
Hudson (2003) podem ser observados na Tabela 13.
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 25
Tabela 13 – Descrição dos estágios de desenvolvimento
Patológico A segurança é um problema causado pelos trabalhadores. A linha orientadora é o desenvolvimento do negócio e o desejo de não serem multados
Reativo As organizações começam a levar a segurança a sério a segurança mas apenas tomam ação depois dos incidentes
Calculador A segurança é conduzida pelos sistemas de gestão com muita recolha de dados. A segurança é ainda imposta e primariamente conduzida pela gestão, em vez de olhar para a sua mão-de-obra.
Proactivo: Com desempenho melhorado, o inesperado é o desafio. Começa a existir o envolvimento dos
colaboradores para levar ad iniciativas avante.
Generativo Existe uma participação ativa a todos os níveis. A segurança é percebida como sendo uma parte
inerente do negócio.
Este modelo é o mais adequado, segundo Filho (2010) em detrimento de alguns dos outros
modelos, já que no Brasil as falhas técnicas não são as que causam a maioria dos acidentes,
e as empresas são complacentes com lei da segurança e da saúde e possuem um sistema de
gestão da segurança adequado.
São 5 as dimensões que formam a estrutura para identificar as fases da maturidade da
cultura da segurança nas organizações: Informação; Aprendizagem organizacional;
Participação; Comunicação e Compromisso.
Todos estes foram escolhidos da literatura na cultura da segurança e de acordo com o
modelo selecionado.
Como consequência, a cultura da segurança pode somente ser tomado a sério numa fase de
desenvolvimento da segurança num patamar muito elevado (Hopkins, 2009), e levará
algum tempo a ser conseguida, e os desenvolvimentos inter e intraempresas (Hudson,
2007) podem evoluir mais rapidamente em algumas áreas do que em outras (Filho, et al.,
2010). Os acidentes de trabalho deterioram gravemente o capital humano e, portanto,
afetam negativamente a produtividade e a competitividade das empresas. Mas, apesar
disso, ainda observamos escassez de práticas preventivas, um insatisfatório compromisso
da gestão e uma ausência de cultura de segurança (Fernández-Muñiz, et al., 2009).
2.3 Referenciais Técnicos
Há vários métodos ou formas de indicadores de desempenho de segurança e saúde
ocupacional, indicadores de sinistralidade e indicadores risco, desenvolvidos por
organismos técnicos ou governamentais:
• Organização Internacional do Trabalho (OIT);
• Occupational Safety and Health Administration (OSHA);
• Associação Portuguesa de Seguradores (APS);
• Health Safety Executive (HSE);
• Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo (INSHT).
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
26 Estado da arte
2.3.1 Índices de Sinistralidade - OIT
Foi estabelecido uma base estatística, na 16ª Conferência Internacional de Estatísticos do
Trabalho (ILO, 1998), que responde às necessidades específicas de cada país e às diretivas
internacionais de medição e classificação das lesões profissionais. Para que seja possível
estabelecer comparações estatísticas, por exemplo, entre períodos, atividades económicas,
regiões ou países, importa ter em conta as diferenças do volume de emprego, as alterações
no número de trabalhadores incluídos no grupo de referência, assim como as horas de
trabalho efetuadas por esses trabalhadores.
Podem-se calcular taxas tendo em conta diferenças diversas nomeadamente, medidas de
comparação de dados nacionais e internacionais. Cada uma das taxas apresentadas na
Tabela 14 refere orientações de gestão diferentes em função dos parâmetros avaliados.
Tabela 14 – Índices estatísticos - OIT
Nome Fórmula de cálculo Taxa de frequência de novos casos de lesões profissionais (Tf)
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Taxa de incidência dos novos casos de lesão profissional (Ti)
º ã 10º
Taxa de gravidade de novos casos de lesões
profissionais (Tg)
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Fonte: OIT – Organização Internacional do Trabalho
2.3.2 Rácio de incidência - OSHA
Os rácios de incidência publicados pela OSHA são métodos para medir o desempenho da
segurança. Os rácios devem ter em conta o tipo indústria, o volume de trabalhadores, a
localização geográfica e características das atividades em análise. A taxa de incidência por
acidente, doença profissional, morte, e dias perdidos por acidente são os mais comuns
(Janicak, 2003). As fórmulas usadas para calcular esses ratios são constantes na Tabela 15.
Tabela 15 – Rácios baseados na incidência - OSHA Nome Fórmula de cálculo
Rácio de acidentes registados º 2 10
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Rácio de doenças registadas . º ç 2 10
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Rácio de mortes . º 2 10. º
Rácio de dias perdidos por acidente
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Fonte: Safety Metrics, p.141 (Janicak, 2003)
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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 29
No Anexo A encontram-se os questionários, as tabelas de cálculo e os critérios de
avaliação, da versão original em inglês.
2.3.5 Indicadores de prevenção e excelência empresarial - INSHT
A inter-relação dos resultados das auditorias de Excelência Empresarial (EE) e Prevenção
do Risco Laboral (PRL) facilita a reflexão sobre a cultura empresarial existente e os fatores
favoráveis e adversos para e melhoria da produtividade e competitividade (Belloví, 2011).
Estes dois indicadores desenvolvidos pela INSHT tem por base a avaliação simplificada da
Excelência e da gestão da Prevenção, através de questionários valorizados a partir das
respostas recolhidas no campo das atuações que funcionam como instrumento de análise
qualitativa para obtenção dos resultados, ver Figura 10.
Figura 10 – Esquema do modelo de análise do indicador INSHT
Fonte: http://calculadores.insht.es:86/Eficaciapreventiva/Introducción.aspx
Para além dos resultados numéricos podem ser geradas algumas representações gráficas
para tornar mais fácil visualizar a posição da empresa analisada no que diz respeito a
padrões de referência pré-definida. Na Figura 11 pode ser observado um exemplo das
tabelas e dos gráficos para uma situação de exercício simulado.
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EXELÊNCIA EMPRESARIAL
Questionário EFQM EXELÊNCIA EMPRESARIAL
Indicadores numéricos
PREVENÇÃO RISCOS
OCUPACIONAIS
Questionário INSHT
PREVENÇÃO RISCOS
OCUPACIONAIS
Indicadores numéricos
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
30 Estado da arte
Figura 11 – Simulação para os indicadores “EE” e “PRL” da INSHT
No anexo B encontram-se os questionários, as tabelas de cálculo e os critérios de
avaliação, da versão original em Espanhol.
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 31
3 OBJETIVOS E METODOLOGIA
A pertinência da dissertação “modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade
seguradora” assenta na necessidade de fornecer às seguradoras e/ou às entidades de
mediação as condições de obter o desempenho da segurança e saúde nas pequenas e
médias empresas (Wright, et al., 2005). Tentando assim estimular as Pequenas e Médias
Empresas (PME’s) em Portugal para preocupação com a prevenção dos riscos
ocupacionais.
3.1 Objetivos da Tese
Foi primeiro intuito deste trabalho conhecer e estudar o tipo de indicadores de desempenho
existentes, ligados à segurança ocupacional e prevenção de riscos, e que pudessem
monitorizar estes parâmetros nas organizações.
O segundo objetivo é propor um modelo que possibilite a avaliação das pequenas e médias
empresas em Portugal, no seu desempenho preventivo, no que diz respeito ao controlo dos
riscos ocupacionais e estruturação em matéria de segurança e saúde no trabalho.
Esse processo deve ter a particularidade de poder integrar um instrumento de apoio à
tomada de decisão pela indústria seguradora, possibilitando fazer uma escolha mais
adequada de novos clientes empresariais durante o processo de subscrição, tendo em conta
a atividade económica desenvolvida e risco de acidentes de trabalho associado. Mas
também, se necessário, uma monitorização dos segurados empresariais, na fasquia das
PME´s, no que respeita ao desempenho da prevenção dos fatores riscos ocupacionais e
controlo do risco de acidentes de trabalho ao longo da vigência do contrato de seguro.
Se as entidades seguradoras passam a usufruir de benefício e interesse imediato, o sistema
de apoio à decisão destes transportará uma mais-valia para as empresas que querem
colocar o seu seguro de acidente de trabalho a um preço mais baixo, justificando assim
parte do seu esforço e investimento na segurança e saúde. Ou até às entidades de mediação
de seguros (mediadores e corretores), que contam com mais uma argumentação na gestão
do risco do seguro de acidentes de trabalho, no seu papel de agentes intermediários entre as
seguradoras e segurados.
Para estruturar o desenvolvimento da investigação, foi estabelecido como terceiro
objetivos complementar, a realização de testes do modelo desenvolvido junto de algumas
empresas, tendo como finalidade obter alguma sensibilidade quanto ao seu funcionamento
e aplicabilidade prática.
Mestrado e
32
3.2 M
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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 33
Seleção dos indicadores de desempenho que mais se ajustavam ao objetivo pretendido.
Estes indicadores deveriam possuir uma componente que avaliasse a prevenção dos riscos
ocupacionais, por um lado numa vertente holística e proactiva, por outro lado numa
abordagem mais reativa que estivesse associada aos acidentes de trabalho. Realçando aqui
a particularidade portuguesa da reparação dos acidentes de trabalho pelo setor segurador e
excluindo o problema das doenças profissionais que se encontram integradas no sistema de
proteção da segurança social responsabilidade do estado português.
Caraterização e adequação das matérias dos diversos indicadores selecionados por forma a
permitir a recolha no estudo realizado;
Identificadas, visitadas e caracterizadas as empresas para a realização do estudo piloto para
aplicar os diversos materiais utilizados com base no modelo desenvolvido;
Recolha dos dados, realização dos cálculos para os diversos indicadores selecionados, e
análise dos diversos parâmetros e resultados;
Estruturação do modelo de desempenho preventivo, através da adequação de escalas e
uniformização dos valores dos resultados tendo em conta os valores de referência dos
diversos indicadores;
Discussão dos resultados após integração dos diversos indicadores no modelo construído e
apresentação de algumas conclusões.
3.3 Materiais e Métodos
Os indicadores de desempenho selecionados para o modelo proposto numa vertente
prevencionista e acidentológica são os seguintes:
Índice de desempenho de segurança e saúde da HSE;
Indicadores de prevenção e excelência empresarial da INSHT
Taxa de sinistralidade (Tf. Tg, TiT e TiM)
Taxas de risco das seguradoras.
Encontram-se mencionados no capítulo 2.3 Referenciais Técnicos e resultaram da revisão
bibliográfica.
3.3.1 Empresas utilizadas no estudo
O estudo foi desenvolvido em 5 empresas do setor do calçado, sediadas na zona norte de
Portugal. O tipo de empresas com base no número de trabalhadores, e de acordo com o
conceito definido no artigo 100º da Lei 7/2009, de 12 de Fevereiro, é seguinte:
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
34 Objetivos e metodologia
Tabela 16 – Caraterização das empresas alvo do estudo
Empresa CAE Tipo de Empresa N.º Trabalhadores
A 15201 – Fabricação de Calçado Média 115
B 15201 – Fabricação de Calçado Pequena 56
C 15201 – Fabricação de Calçado Pequena 28
D 15201 – Fabricação de Calçado Pequena 12
E 15201 – Fabricação de Calçado Pequena 33
No anexo C encontra-se a caraterização e uma breve descrição de cada uma das empresas
envolvidas.
3.3.2 Índice HSE - Materiais e métodos de aplicação
Para recolha da informação na avaliação do índice de desempenho de segurança e saúde
para pequenas e médias empresas da HSE (Wright, et al., 2005) foram utilizados os
mesmos questionários preconizados pela versão original do método, a Tabela 17 analisa os
materiais usados e o modo de aplicação.
Com base nas respostas dos questionários, procedeu-se ao cálculo, para a obtenção da
pontuação final do índex de desempenho de segurança e saúde da HSE.
Tabela 17 – Caraterização do índice HSE
Constituição do material
Questionários (Q1.1) e (Q1.2) com um total de 110 perguntas, ver Anexo D. Q1.1 – 10 perguntas principais sobre a “exposição de perigos”. Q1.2 - 10 conjuntos de questões suplementares sobre como é feita a ‘gestão dos perigos’, que são elencadas para cada perigo em particular do questionário Q1.1.
Informações complementares
Os questionários que constituem os materiais resultaram da tradução dos questionários na sua versão original, inglês, com os ajustes necessários à legislação e normativas nacionais quer na interpretação quer no conceito. Foi mantida na íntegra a ordem das perguntas, e a tradução foi verificada. Todas as empresas que integraram o estudo foram previamente visitadas antes do preenchimento do questionário, para que houvesse um maior conhecimento das suas características, em particular do seu processo fabril e instalações. Após este pré-diagnóstico em cada uma delas, foi solicitado aos interlocutores que respondessem às diversas questões, tendo sido explicado quando necessário o propósito ou abrangência da pergunta.
Método de aplicação
O método para aplicação dos questionários (Q1.1) e (Q1.2) foi através de resposta aos questionários junto do interlocutores das empresas que serviram de base ao estudo. Tendo os interlocutores sido os seguintes:
Empresas “A” e “B” o responsável da área dos recursos humanos e administrativa; O gestor da empresa no caso da “D”; Nas empresas “C” e “E” o responsável fabril e o gestor de cada uma delas.
Os questionários (Q1.1) e (Q1.2), preenchidos para as diversas empresas, encontram-se disponíveis para consulta no Anexo E.
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 35
Explicação do cálculo do índice HSE:
A tabela de cálculo ver Figura 13, para obtenção da pontuação final do índice HSE é
seguidamente explicada:
Figura 13 – Exemplo de como calcular a pontuação do índice de HSE
1ª Etapa – Com base nas respostas aos questionários (Q1.1), as mesmas são pontuadas na
medida em que os trabalhadores estão expostos a esses perigos, assumindo a “Exposição
ao Perigo (EP)” a seguinte pontuação: Nunca = 10; Raramente = 8; Mensal = 6; Semanal =
4; Diário = 2; Constante = 1.
É inscrita na coluna “A” da tabela de cálculo, a pontuação da “Exposição ao Perigo (EP)”,
por forma a operar pelo valor da respectiva “Gestão do Perigo (GP)” associada.
A pontuação das respostas aos questionários (Q1.2), refletindo avaliação sobre o controle
do risco nos postos de trabalho, será igual ao número total de 'sim' para cada risco, a não
TABELA DE CÁLCULO
A
Pontuação da
Exposição ao Perigo
(EP)
B
Pontuação da
Gestão do Perigo
(GP)
C
Multiplicar EP por GP
(se EP =10 atribuir
100)
Lidar manualmente com cargas (ex.: elevar, baixar, empurrar, puxar, etc),
com peso superior a 10 kg, se são homens ou 7 kg, se são mulheres .8 4 32
Tarefas que requerem movimentos repeti tivos dos membros superiores
durante duas ou mais horas por turno.1 3 3
Trabalhar ou estar próximo de níveis potencia lmente perigosos de
produtos químicos , sens ibi l i zadores , i rri tantes , poeiras , solventes ,
substâncias cancerígenas , materia i s tóxicos ,etc.
4 7 28
Qualquer trabalho em altura , incluindo o trabalho onde é necessário
aceder a equipamentos , trabalho em telhados, ou necess idade de acesso
ao topo de veículos , reboques , etc.
10 10 100
Trabalhar com máquinas ou equipamentos que tem partes perigosas ,
incluindo aquelas que necess i tam de protecções , ou outras máquinas
onde as peças perigosas nunca são expostas (por exemplo, impressora do
escri tório com manutenção efectada por outra empresa).
2 7 14
Ambientes de labora is onde o ri tmo de trabalho pode ser muito elevado. 6 5 30
Operar ou trabalhar perto de veículos a motor ou outros equipamentos
motorizados e sobre os quais exis te controlo, a não ser num parque de
estacionamento.
10 10 100
Andar em superfícies i rregulares ou escorregadias ou em torno de
pequenos obstáculos com potencia l para escorregões , tropeções e
quedas no mesmo nível .
8 7 56
Trabalhar em lugares onde o nível de ruído exige que seja necessário
gri tar para ser ouvido a 2 metros de distância (ou usar proteção audi tiva).8 7 56
Uso de ferramentas manuais motorizadas, equipamento motorizado
guiado à mão, ou equipamento accionado manualmente.10 10 100
Soma das parcelas da coluna C 519
Resultado Final do Index [ Dividir a pontuação C por 100] 5,19
Respostas do Q1.2
Respostas do Q1.1
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
36 Objetivos e metodologia
ser que se tenha marcado "nunca" na “Exposição ao Perigo (EP)”, neste caso o valor de
pontuação será de 10 pontos. Os valores obtidos são inscritos na coluna “B”, pontuação da
“Gestão do Perigo (GP)” da tabela de cálculo.
2º Etapa - Assim para cada perigo multiplicar as colunas “A” x “B”, e o resultado inscreve-
se na coluna “C”. Uma pontuação de 10 de perigo de exposição na coluna “A” resulta
sempre uma pontuação de 100 na coluna “C”.
3ª Etapa – A soma total das somas das pontuações da coluna C, é um número que varia
entre 0 e 1000.
4º Etapa – O resultado final do índice de HSE, é obtida pela divisão do total das somas da
pontuação da coluna C por 100.
A pontuação final é apresentado numa escala 0 a 10, onde 0 é a pior pontuação e 10 é a
melhor pontuação. É sugerido pelo método que a classificação da pontuação do indicador
para as organizações pode ser dividida em cinco faixas, ver Figura 14, de acordo com os
patamares seguintes:
Bom – pertencente aos 20% do patamar superior;
Acima da média – pertencente aos 20% dos valores entre os melhores e média;
Média – petencente aos 20% dos valores que se situam na zona média;
Abaixo da média – pertencente aos 20% dos valores entre a média e mais fracos;
Fraca - pertencente aos 20% do patamar inferior.
Como o método de valores envolve multiplicação, a classificação de "Bom" tanto pode ser
representada por um baixo risco originado pelos perigos e / ou um alto nível de gestão de
perigos.
Figura 14 – Classificação do Índice HSE em cinco faixas Fonte: Research Report 393 p.B28 (Wright, et al., 2005)
No Anexo F são apresentadas as tabelas de cálculo para as diversas empresas e o resultado
final do índex.
3.3.3 Indicadores da INSHT - Materiais e métodos de aplicação
A recolha de informação por forma a permitir o cálculo dos Indicadores de “Excelência
Empresarial" e “Prevenção de Risco Laboral” da INSHT utilizou os mesmos questionários
preconizados pela versão original do método, a Tabela 18 analisa os materiais usados e
modo de aplicação.
Abaixo Acima
Média MédiaFraco Média Bom
< 3,6 3,6 a 5,0 5,1 a 6,9 7,0 a 8,6 > 8,6
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 37
Tabela 18 – Caraterização dos Indicadores INSHT
Constituição
Questionários (Q2.1) e (Q2.2) com um total de 92 perguntas, Anexo G. Q2.1 – 9 questionários de 4 perguntas cada um, sobre a avaliação da “Excelência Empresarial“; Q2.2 - 14 questionários com 4 perguntas cada um, sobre a avaliação da “Prevenção do Risco Laboral”.
Informações complementares
Os questionários que constituem os materiais resultaram da tradução dos questionários na sua versão original, espanhol, com os ajustes necessários à legislação e normativa nacional quer na interpretação quer no conceito. Foi mantida na íntegra a ordem das perguntas. Todas as empresas que integraram o estudo foram previamente visitadas antes do preenchimento do questionário, para que houvesse um maior conhecimento das suas características, em particular do seu processo fabril e instalações. Após este pré-diagnóstico em cada uma delas, foi solicitado aos interlocutores que respondessem às diversas questões, tendo sido explicado quando necessário o propósito ou abrangência da pergunta.
Método de aplicação
O método para aplicação dos questionários (Q2.1) e (Q2.2) foi através de resposta aos questionários junto do interlocutores das empresas que serviram de base ao estudo. Tendo os interlocutores sido os seguintes:
Empresas “A” e “B” o responsável da área dos recursos humanos e administrativa; O gestor da empresa no caso da “D”; Nas empresas “C” e “E” o responsável fabril e o gestor de cada uma delas.
Os dados recolhidos para as diversas empresas, a partir dos questionários (Q2.1) e (Q2.2) preenchidos, encontram-se disponíveis para consulta no Anexo H.
Cada pergunta dos questionários (Q2.1) e (Q2.2) possui quatro níveis de classificação,
dependendo do grau de adesão obtida na situação descrita, de acordo com os seguintes
critérios:
0, se o grau de adesão é inferior a 25%;
1, se o grau de adesão é entre 25% e 50%;
2, se estiver entre 50% e 75%;
3, se mais de 75%.
Com base nas respostas dos questionários procedeu-se ao cálculo para a obtenção do
Indicador de Excelência Empresarial (EE) e Indicador de Prevenção de Riscos Laborais
(PRL).
Explicação do cálculo do indicador “EE”:
A análise da “Excelência Empresarial” é obtida a partir dos nove questionários de quatros
perguntas cada (Q2.1). Cada parâmetro em particular pode assumir o valor mínimo de 0 e
o valor máximo é 12, traduzindo desta forma o grau de observância dos ativos intangíveis
(capital humano, organizativo e relacional).
A pontuação dos parâmetros da “Excelência Empresarial” é ponderada de acordo como os
critérios EFQM (European Foundation for Quality Management), que atribui pesos
diferentes a cada um deles.
De acordo com o modelo da EFQM devem valorar-se conjuntamente as atuações e os
resultados, em função das pontuações obtidas nos questionários devidamente ponderados.
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
38 Objetivos e metodologia
Para obter esta pontuação ponderada, os resultados obtidos nos questionários (Q2.1)
multiplicam-se pelos fatores que se indicam na tabela de cálculo conforme descrito na
Figura 15. A soma das parcelas ponderadas traduz o total das atuações e o total dos
resultados.
Figura 15 – Cálculo dos parâmetros de “Excelência Empresarial”
Os critérios de qualificação, com base nos valores do total das atuações e total dos
resultados, são obtidos através de uma matriz, conforme esquematizada na Figura 16.
Pode-se qualificar o grau da “Excelência Empresarial” em “Muito deficiente”,
“Deficiente”, “Melhorável”, “Correto” e “Excelente”.
No Anexo I são apresentadas as tabelas de cálculo para as diversas empresas e o resultado
do Indicador da Excelência Empresarial da INSHT.
Explicação do cálculo do indicador “PRL”:
Para avaliar a “Prevenção dos Riscos Laboral” utilizam-se os 14 questionários de quatro
perguntas (Q2.2).
Questionário Pontuação Fator EFQM Pontuação Corrigida
Atuações
Liderança e autoridade reconhecida 5 x 0,20 1,00
Politica e estratégia 2 x 0,16 0,32
Gestão do pessoal 2 x 0,18 0,36
Gestão do recursos 10 x 0,18 1,80
Gestão dos processos 5 x 0,28 1,40
Total atuações 4,88
Resultados
Nas pessoas 6 x 0,18 1,08
Nos clientes 5 x 0,40 2,00
Na sociedade 6 x 0,12 0,72
Na empresa 2 x 0,30 0,60
Total resultados 4,40
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 39
Figura 16 – Classificação de avaliação da “Excelência Empresarial”
Fonte: http://calculadores.insht.es:86/Eficaciapreventiva/Introducción.aspx
O total dos resultados é obtido através da soma dos parâmetros da “Prevenção do Risco
Laboral” conforme Figura 17.
Figura 17 – Avaliação da “Prevenção de Risco Laboral”
Cada parâmetro da “Prevenção do Risco Laboral” em particular pode assumir o valor
mínimo de 0 e o valor máximo é 12, traduzindo desta forma o grau de observância dos
12Excelente
Correto
Melhorável
Deficiente
Muito Deficiente
0 12
Total dos Resultados
9
6
3
Total Atuações
3 6 9
Questionário Pontuação
Politica e Organização Preventiva 4
Avaliação de riscos 5
Medidas de prevenção. Proteção coletiva e individual 9
Informação, formação e participação de trabalhadores 3
Revisões periódicas 6
Controlo dos riscos de Higiene Ocupacional 10
Controlo dos riscos ergonómicos e psicossociais 6
Vigilância da saúde 6
Modificações e aquisições 0
Recrutamento e mudança do posto de trabalho 4
Coordenação e contratação de trabalhos 3
Emergências. Risco grave e iminente. Primeiros socorros 6
Investigação de acidentes e ou danos para a saúde. 0
Documentação do sistema preventivo 10
Total resultados 72
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
40 Objetivos e metodologia
ativos tangíveis (Inovação tecnológica, Tecnologia de informação e comunicação, e
medidas de carácter preventivo).
O resultado final pode variar entre 0 e 168, onde zero é a pior pontuação e 168 é a melhor
pontuação.
Conforme determinado pelo método INSHT, o critério de avaliação dos resultados pode
ser obtido pelo enquadramento na escala esquematizada na Figura 18, onde o grau da
prevenção é dividido em 5 faixas: “Muito deficiente”, “Deficiente”, “Melhorável”,
“Correto” e “Excelente”.
Figura 18 – Classificação da avaliação do “Prevenção do Risco Laboral”
Fonte: http://calculadores.insht.es
No Anexo J são apresentadas as tabelas de cálculo para as diversas empresas e os
resultados do Indicador de Prevenção de Risco Laboral da INSHT.
3.3.4 Taxa de sinistralidade - Materiais e métodos de aplicação
A Tabela 19 analisa os materiais usados e modo de aplicação por forma a permitir obter o
cálculo das seguintes taxas de sinistralidade: “Taxa de frequência (Tf)”; “Taxa de
gravidade (Tg)” ; e “Taxa de incidência dos acidentes de trabalho totais (TiT)” e Taxa de
incidência dos acidentes de trabalho mortais (TiM)”.
Tabela 19 – Caraterização das Taxas de Sinistralidade
Constituição A partir do Anexo D - Relatório anual da atividade do serviço de segurança e saúde no trabalho do modelo oficial do Relatório Único (MESS\DGS), serão selecionados 6 campos de informação, Anexo K.
Informações complementares
Os dados recolhidos dizem respeito às unidades de 2009, 2010 e 2011 tendo esta limitação temporal sido condicionada pela disponibilidade da informação
Método de aplicação
No seguimento das visitas às empresas que constituíram o teste para o modelo, foi solicitado a análise documental dos relatórios únicos de 2009, 2010 e 2011, que por razões de confidencialidade não foram disponibilizados cópias dos documentos. Os dados constituídos pelos campos preenchidos do anexo D do Relatório Único, está disponível no Anexo L, para todas as empresas do estudo.
A explicação do cálculo de cada uma da taxa de sinistralidade encontra-se descrita na
Tabela 20, assim como as condicionantes de cada um dos parâmetros.
0 168
Excelente
33 67 100 134
Muito Deficiente Deficiente Melhorável Correto
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 41
Tabela 20 – Fórmulas de cálculo para as Taxas de Sinistralidade Nome Fórmula de cálculo
Taxa de frequência dos acidentes não mortais (Tf)
º 10º
Taxa de gravidade dos acidentes não mortais (Tg)
º 10º
Taxa de incidência dos acidentes de trabalho totais (Total AT)
º 10º
Taxa de incidência dos acidentes de trabalho mortais (AT mortais)
º 10º
Informações complementares
Trabalhadores por empresa Uma vez que o valor do número total de trabalhadores é um dos dados necessários para o cálculo das taxas de incidência, tomamos como fonte de recolha o valor inscrito no campo (I - 3.1.1) e (I - 3.2). Com base nas notas explicativas do documento oficial, são considerados todos os trabalhadores, vinculados mediante contrato de trabalho com o empregador responsável pelo relatório, ou em situação equiparada, e a trabalhar na unidade local do mesmo no caso do campo (I - 3.1.1). No âmbito do campo (I - 3.2), são considerados todos os trabalhadores, não vinculados mediante contrato de trabalho ao empregador a quem prestam serviço, responsável pelo relatório, de acordo com as seguintes situações: Neste ponto deve considerar os trabalhadores que estão a exercer funções na unidade local apesar de não serem vinculados à entidade à qual a unidade local pertence. No caso de ser uma empresa utilizadora de trabalho temporário, deve incluir neste ponto os respetivos trabalhadores temporários. Da soma dos valores das duas parcelas (I - 3.1.1) e (I - 3.2), resulta o número total de trabalhadores afetos à unidade local (estabelecimento) da empresa, no ano em causa. Horas trabalhadas por empresa O valor do número total de horas efetivamente trabalhadas (incluído as suplementares) durante o ano, pelos trabalhadores declarados em 3.1.1 ( I - 4), é um dos dados necessários para o cálculo da taxa de frequência, tomamos como fonte de recolha o valor inscrito no campo (I – 4.). Inclui o número total de horas que o pessoal ao serviço efetivamente consagrou ao trabalho, incluindo o trabalho suplementar, o tempo passado no local de trabalho na execução de trabalhos tais como a preparação dos instrumentos de trabalho, preparação e manutenção de ferramentas, os tempos de trabalho mortos mas pagos devido a ausências ocasionais de trabalho, paragem de máquinas ou acidentes e pequenas pausas para café. São excluídas as horas de ausências independentemente de terem sido remuneradas ou não. Acidentes de trabalho registados No período em análise, o número de acidentes de trabalho registados em cada uma das empresas era um dos dados necessários para a construção da taxa de frequência e taxas de incidência, tomamos como fonte de recolha os valores obtidos para cada anuidade respetiva, o resultado da soma dos valores do campo (V-1.1.1). Para a recolha e tratamento deste parâmetro, foi tido em conta a informação constante nas instruções de preenchimento do Relatório Único. As quais referem que são considerados dias de trabalho perdidos, o número de dias de calendário (incluindo sábados, domingos, feriados ou outros dias em que normalmente não trabalha) em que o sinistrado é incapaz de trabalhar devido a um acidente de trabalho. Não foram incluídos nesta informação os dias perdidos referentes aos acidentes de trajeto. Dias de trabalho perdidos No período em análise, o “número de dias de trabalho perdidos na sequência de acidentes de trabalho (AT)”, em cada uma das empresas e para um determinado ano, era um dos dados necessários para a construção da taxa de gravidade. Tomamos como fonte de recolha os valores do campo (V-1.1.2). Para tratamento deste parâmetro, foi tido em conta a informação constante nas instruções de preenchimento do Relatório Único, que referem que são considerados dias de trabalho perdidos, o número de dias de calendário (incluindo sábados, domingos, feriados ou outros dias em que normalmente não trabalha) em que o sinistrado é incapaz de trabalhar devido a um acidente de trabalho no ano de referência do relatório, pelos sinistrados de acidentes que ocorreram no mesmo ano. Ou no ano de referência do relatório, pelos sinistrados de acidentes que ocorreram em anos anteriores Não foram incluídos nesta informação os dias perdidos referentes aos acidentes de trajeto. Do campo (V - 1.1.2), resulta o “número de dias de trabalho perdidos na sequência de AT” para uma determinada anuidade.
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
42 Objetivos e metodologia
No Anexo M encontra-se descrita a tabela de cálculo, e os valores obtidos para as
empresas “A”, “B”, “C”, “D” e “E” para cada uma das taxas de sinistralidade.
3.3.5 Taxa de Risco Comercial - Materiais e métodos de aplicação
A Tabela 21 analisa os materiais usados e modo de aplicação por forma a permitir obter o
cálculo da Taxa de Risco Comercial da apólice de acidentes de trabalho do contrato de
seguro
Tabela 21 – Caraterização da Taxa de Risco Comercial
Constituição Com base das condições particulares da apólice de acidentes de trabalho do contrato de seguro, identifica-se o valor do Prémio Comercial do Seguro de acidentes de trabalho e os Valores seguros ou Volume de salários anual, ver Anexo N
Informações complementares
O valor do prémio comercial do seguro de acidentes de trabalho e o volume de salários anual dizem respeito à anuidade 2012, com base nos valores previstos.
Método de aplicação
No seguimento das visitas às empresas que constituíram o teste para o modelo, foi solicitado a análise documental da apólice de acidentes de trabalho do contrato de seguro, que por razões de confidencialidade não foi disponibilizado cópia do documento. No Anexo O encontram-se os respetivos documentos preenchidos para todas as empresas que fizeram parte do estudo desenvolvido.
Os dados são constituídos pelos campos preenchidos nas condições particulares da apólice
de acidentes de trabalho que integram os documentos do contrato de seguro.
O volume salarial e prémio de seguros são apresentados em euros (€), e a taxa de risco em
valor numérico com três casas decimais traduzido em percentagem.
Explicação do cálculo da Taxa Comercial do Contrato:
Os parâmetros a serem recolhidos das condições particulares da apólice de acidentes de
trabalho por forma a permitir o cálculo da taxa de risco comercial são os seguintes:
Prémio comercial do seguro de acidentes de trabalho
Valores seguros ou Volume de salários anual.
O cálculo da Taxa Comercial do contrato de acidentes de trabalho resulta do seguinte
quociente:
Tabela 22 – Fórmula de cálculo da TRC do contrato de seguro Nome Fórmula de cálculo
Taxa de Risco Comercial %é 10
á
No Anexo P são apresentadas as tabelas de cálculo para as diversas empresas e o resultado
da Taxa de Risco Comercial (TRC).
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 43
4 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
O trabalho de campo efetuado junto das empresas (“A”, “B”, “C”, “D”; e “E”), que
fizeram parte do estudo, permitiu a recolha de toda da informação para os materiais dos
indicadores, encontrando-se a mesma coligida e disponível em anexo.
Foram ainda organizados os parâmetros informativos de cada um dos materiais, por forma
a permitir o tratamento através de uma abordagem quantitativa.
4.1.1 Índice HSE - Tratamento e Análise de dados
No que diz respeito ao índice HSE, os parâmetros foram agrupados pelo tema do
questionário de cada grupo de perguntas que identificavam os perigos nos locais de
trabalho, e o controlo que existe para controlar esses perigos, 10 variáveis individuais de
acordo como os questionários:
Assumindo cada um dos parâmetros o valor atribuído na pontuação do grupo de perguntas
do questionário respetivo. Na Tabela 23 são apresentadas as pontuações para cada um dos
parâmetros individuais das 5 empresas do estudo.
Tabela 23 – Parâmetros de “Gestão de Perigo” da HSE
Variáveis individuais de “gestão do perigo” Empresa
A Empresa
B Empresa
C Empresa
D Empresa
E
Manipulação manual de cargas 32 12 16 4 16 Tarefas repetitivas 3 1 2 0 2 Materiais perigosos 28 12 20 6 24 Trabalhos em altura 100 100 100 100 100 Trabalhar com máquinas protegidas 14 8 10 2 6 Stress 30 40 36 12 6 Transporte no local de trabalho 100 100 100 100 100 Superfícies irregulares ou escorregadias e Obstáculos 56 40 56 6 56 Ruído 56 40 32 0 20 Equipamentos e ferramentas vibratórias 100 100 100 100 100
Cada parâmetro de “Gestão do Perigo (GP)” em particular pode assumir o valor mínimo de
0 e o valor máximo é 100. Traduzindo desta forma o elevado perigo sem qualquer controlo
no caso do valor mais baixo “0”, até ao valor máximo “100” que significa inexistência do
perigo.
O Figura 19, gráfico de barras empilhadas, mostra a relação de cada um dos parâmetros
individuais de “Gestão do Perigo (GP)”, obtidas a partir dos questionários da HSE (Wright,
et al., 2005), com a série dados das 5 empresas do estudo.
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Silva, Armindo 47
Tabela 25 – Avaliação em “Excelência Empresarial”
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B Empresa
C Empresa
D Empresa
E
Total Atuações 4,88 3,44 4,48 1,32 2,54
Total Resultados 4,40 1,00 6,62 1,48 4,00
Como base neste critério as empresas “A”, “B”, “C”, “D”; e “E”, alvo do presente estudo,
apresentam a seguinte avaliação em “Excelência Empresarial”, ver Figura 23.
Figura 23 – Classificação com base no índice em “Excelência Empresarial” INSHT
Verifica-se que a empresa “C” possui uma avaliação em “Excelência Empresarial”
“Melhorável”, as empresas “A” “B”, e “E” uma avaliação em “Excelência Empresarial”
“Deficiente” e a empresa “D” patamares de “Muito deficiente”.
Os parâmetros de “Prevenção do Risco Laboral” obtidos pelos 14 questionários de quatro
perguntas encontram-se listados na Tabela 26, assim como a pontuação obtida para cada
uma das 5 empresas do estudo.
Tabela 26 – Parâmetros da “Prevenção dos Riscos no Trabalho”
Parâmetros da “Prevenção dos Riscos no Trabalho” Empresa
A Empresa
B Empresa
C Empresa
D Empresa
E
Política e Organização Preventiva 4 3 2 2 4
Avaliação de riscos 4 2 4 0 2
Medidas de prevenção. Proteção coletiva e individual 9 0 5 3 5
Informação, formação e participação de trabalhadores 3 0 0 0 2
Revisões periódicas 6 1 5 2 3
Controlo dos riscos de Higiene Ocupacional 10 3 4 2 2
Controlo dos riscos ergonómicos e psicossociais 6 1 0 0 3
Vigilância da saúde 6 3 7 1 4
Modificações e aquisições 3 0 4 0 0
Recrutamento e mudança do posto de trabalho 4 3 2 3 1
Coordenação e contratação de trabalhos 3 0 0 0 0
Emergências. Risco grave e iminente. Primeiros socorros 6 7 7 2 7
Investigação de acidentes e ou danos para a saúde 0 0 0 0 0
Documentação do sistema preventivo 10 5 9 0 4
Muito
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Melhorável
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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 49
Como base no critério de classificação as empresas “A”, “B”, “C”, “D”; e “E”, alvo do
presente estudo, apresentam a seguinte avaliação em “Prevenção do Risco Laboral”, ver
Figura 25.
Figura 25 - Classificação das empresas do Indicador PRL
Verifica-se que a empresa “A” possui uma avaliação em “PRL” “Melhorável”, as empresas
“C” e “E” uma avaliação em “PRL” “Deficiente” e as empresas “B” e “D” patamares de
“Muito deficiente”.
4.1.3 Taxas Sinistralidade - Tratamento e Análise de dados
O tratamento dos dados recolhidos para as anuidades 2009, 2010 e 2011, foram agrupados
pela denominação que identificava o campo de recolha no referido documento, de acordo
com os seguintes parâmetros, ver Tabela 28.
Tabela 28 – Parâmetros das taxas sinistralidade
Campo
I - 3.1.1 Número médio de trabalhadores na unidade local (estabelecimento)
I - 3.2 Número de outros trabalhadores a trabalhar na unidade local (estabelecimento)
I - 4 Número total de horas efetivamente trabalhadas (incluído as suplementares) durante o ano, pelos trabalhadores declarados em 3.1.1
V - 1.1.1 Número de acidentes de trabalho (AT) ocorridos no ano de referência do relatório
V - 1.1.2 N.º de dias de trabalho perdidos na sequência de AT ocorridos no ano de referência do relatório
A Figura 26 mostra a variação do número total trabalhadores ao longo das anuidades em
estudo (2009, 2010 e 2011), para a totalidade das empresas alvo.
O que revela ainda que as empresas mantiveram praticamente constante o número de
trabalhadores ao serviço, à exceção da empresa “A” com cerca de 2% aumento.
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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 55
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os resultados obtidos para cada um dos indicadores selecionados transmitem apenas a
informação intrínseca de cada uma deles. O propósito estabelecido visava a integração
destes num modelo agregador que fosse capaz de fornecer o potencial e a capacidade de
uma organização no desempenho preventivo do risco de acidentes de trabalho.
Seguidamente é apresentado o modelo proposto que visa estruturar de forma integrada, os
diversos indicadores utilizados no estudo.
O formato de integração agrupa os indicadores com base no conceito que envolvem:
• Indicadores preventivos (IPRE);
• Indicadores de sinistralidade (ISIN);
• Indicadores dos seguros (ISEG).
Não estando predefinido ou condicionado na sua conceção níveis de importância ou pesos
relativos dos indicadores.
5.1 Estruturação do Modelo de Desempenho Preventivo
O modelo de desempenho preventivo proposto permite que os diversos indicadores
utilizados sejam portadores das informações que “per si” são capazes de fornecer, mas que
ao serem utilizados de forma conjunta possam congregar mais informação e maior certeza.
Consequência da correlação que possa existir entre os diversos indicadores, e deste modo
torne mais fácil, objetivo e racional o processo de tomada de decisão.
A Figura 34 traduz o conceito de integração dos vários grupos de indicadores no modelo
de avaliação preventivo proposto, em que todos eles entram no modelo com igual peso na
interface construída.
Assim nos Indicadores Preventivos (IPRE) são incluídos, o índice de desempenho de
segurança e saúde (HSE), o indicador de Prevenção de Risco Laboral (PRL) e o indicador
de Excelência Empresarial (EE).
Os Indicadores de Sinistralidade (ISIN) englobam as Taxas de frequência (Tf), as Taxas de
gravidade (Tg), as Taxas de incidência total (TiT) e Taxas de incidência mortal (TiM).
O indicador das Seguradoras (ISEG), utiliza as Taxas de Risco Comercial (TRC) do
contrato de seguro de acidentes de trabalho.
Após uniformização das escalas dos diversos indicadores, o Modelo de Desempenho
Preventivo efetua o cálculo sobre os valores obtidos dos diferentes grupos entre si através
de um processo de adição das diversas parcelas (IPREV+ISIN+ISEG).
O resultado da conjugação dos vários indicadores, não tem necessariamente que ser em
escala numérica, podendo o modelo ser construído para que o resultado final, (Elemento de
Decisão), seja traduzido em escala dicotómica ou ordinal.
Mestrado e
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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 57
Escala do Método HSE Escala Binária
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Média
Abaixo Média ‐1
Fraco
Figura 35 – Harmonização das escalas para o índice HSE
Para os Indicadores de Prevenção de Riscos Laboral (PRL) e Excelência Empresarial (EE),
a proposta para a uniformização de valores adota para os resultados: “Excelente”,
“Correto” e “Melhorável” o valor “+1”. Para resultados de “Fraco” e “Abaixo da Média” o
valor “-1”, encontrando-se na Figura 36 a ilustração dessa harmonização.
Escala dos Métodos INSHT Escala Binária
Excelente
1 Correto
Melhorável
Deficiente ‐1
Muito Deficiente
Figura 36 – Harmonização das escalas para os índices INSHT
O número de modos distintos que os 3 Indicadores Preventivos (IPRE) se podem organizar
no modelo proposto para as duas opções nos resultados, “+1” e “-1”, configura 8 arranjos
completos ( 2 8), ver Figura 37.
O soma dos modos distintos varia entre [-3, 3], no entanto é necessário que o resultado
final seja apresentado numa escala de ponderação, para garantir um peso igual com os
restantes indicadores.
Arranjos possíveis para os indicadores Resultados Parciais
Indicadores
Preventivos
(IPRE)
HSE +1 ‐1 +1 (...) ‐1
INSHT (EE) +1 +1 ‐1 (…) ‐1
INSHT (PRL) ‐1 ‐1 +1 (...) ‐1
Figura 37 – IPRE no modelo proposto
Deste modo estabeleceu-se que o IPRE é igual a “+1” se soma dos três indicadores for
igual ou superior a zero, sendo “-1” no caso contrário.
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
58 Discussão dos Resultados
5.2.2 ISIN – Valoração em escala binária
O critério de uniformidade proposto para o grupo dos Indicadores de Sinistralidade (ISIN)
prende-se com a comparação do resultado da taxa calculada com o valor de referência
respetivo.
Sendo entendido como valor de referência para cada uma das taxas, o valor mais recente
das estatísticas nacionais, publicado pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP).
Para o caso concreto deste estudo, os valores de referência foram solicitados à entidade
oficial, e estão associados à atividade económica, alvo do estudo desenvolvido, 152201 –
Fabricação do calçado, de acordo com o critério de classificação ao nível das subclasses da
atividade económica CAE rev. 3.0.
Os valores de referência disponibilizados dizem respeito à anuidade de 2009 e encontram-
se divulgados na Tabela 30.
Tabela 30 – Taxa de sinistralidade de referência para (Tf); (Tg); (TiT) e (TiM)
2009 Taxa de Frequência
(Tf) Taxa de Gravidade
(Tg)
Taxa de Incidência para o Total de AT
(TiT)
Taxa de Incidência para os AT Mortais
(TiM)
15201 Fabricação de Calçado
9,33 200,19 28,9 0,0
(nota) N.º de acidentes por
cada 106 horas trabalhadas
N º de dias perdidos por cada 106 horas trabalhadas
N.º de acidentes por cada 103 trabalhadores
N.º de acidentes por cada 103 trabalhadores
Fonte: Estatísticas do relatório anual da atividade do serviço de segurança e saúde no trabalho
Assim, se o valor da taxa calculada for menor ou igual ao valor da taxa de referência
equivalente o valor a atribuir é “+1”. Se pelo contrário o valor da taxa calculada for maior
que o valor de referência, é assumido como valor “-1”. O critério de uniformidade dos
valores, para os indicadores de sinistralidade é especificado na Figura 38.
Escala das Taxas de Sinistralidade Escala Binária
ê
+1 ê
ê
ê
ê
‐1 ê
ê
ê
Figura 38 - Harmonização das escalas para as taxas de sinistralidade
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 59
O número de modos distintos que os 12 Indicadores de Sinistralidade (ISIN) se podem
organizar, para as duas opções nos resultados de “+1” e “-1”, configura 4096 arranjos
completos ( 2 4096), ver Figura 39.
O soma dos modos distintos varia entre [-12, 12], no entanto é necessário que o resultado
final do grupo dos Indicadores de sinistralidade seja apresentado numa escala de
ponderação, para garantir um peso igual com os restantes indicadores.
Arranjos possíveis para os indicadores Resultados Parciais
Indicadores
Sinistralidade
(ISIN)
Tf (2009) +1 +1 ‐1 ... ‐1
Tf (2010) +1 +1 ‐1 ... +1
Tf (2011) +1 ‐1 1 ... ‐1
Tg (2009) +1 ‐1 ‐1 ... +1
Tg (2010) +1 +1 ‐1 ... +1
Tg (2011) +1 +1 +1 ... +1
TiT (2009) ‐1 ‐1 +1 ... +1
TiT (2010) +1 +1 +1 ... ‐1
TiT (2011) ‐1 +1 +1 ... +1
TiM (2009) ‐1 ‐1 ‐1 ... ‐1
TiM (2010) ‐1 ‐1 +1 ... +1
TiM (2011) +1 ‐1 +1 ... ‐1
Figura 39 – ISIN no modelo proposto
Deste modo estabeleceu-se que o ISIN é igual a “+1” se soma dos 12 indicadores for igual
ou superior a zero, sendo “-1” no caso contrário.
5.2.3 ISEG – Valoração em escala binária
A proposta para uniformizar o resultado do Indicador das Seguradoras (ISEG), a uma
escala binária de “+1” e “-1”, recorre à comparação do valor de Taxa de risco comercial
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
60 Discussão dos Resultados
(TRC) calculada, com a escala de valores das “Taxas de risco puras” publicada pela
Associação Portuguesa de Seguradores (APS, 2011) e que é ilustrada na Figura 40.
A linha divisória é definida pelo ponto médio entre o valor mais elevado (4,308%) e valor
mais baixo (0,307%), sendo (2,00%) o valor intermédio encontrado. Deste modo é
atribuído valor “+1” se o valor da taxa comercial calculada for inferior ou igual a “2,00%”
e “-1” se o valor for superior.
Base Técnicas de Acidentes de Trabalho ‐ Taxas de risco puras Escala de Risco Escala Binária
K ‐ Atividades financeiras e de seguros 0,307%
1
D ‐ Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 0,346%
J ‐ Atividades de informação e de comunicação 0,362%
P ‐ Educação 0,430%
M ‐ Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 0,441%
U ‐ Atividades dos organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais 0,632%
L ‐ Atividades imobiliárias 0,692%
Q ‐ Atividades de saúde humana e apoio social 0,696%
S ‐ Outras atividades de serviços 0,711%
T ‐ Atividades das famílias empregadoras de pessoal doméstico e atividades de produção das famílias para uso próprio 0,879%
O ‐ Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória 0,969%
G ‐ Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos 1,002%
N ‐ Atividades administrativas e dos serviços de apoio 1,068%
I ‐ Alojamento, restauração e similares 1,162%
C ‐ Indústrias transformadoras 1,703%
E ‐ Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição 1,848%
H ‐ Transportes e armazenagem 1,950%
R ‐ Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas 3,486%
‐1 F ‐ Construção 3,488%
B ‐ Indústrias extrativas 3,975%
A ‐ Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 4,308%
Figura 40 - Harmonização das escalas das taxas de risco das seguradoras
O número de modos distintos que o Indicador da Seguradoras (ISEG) se pode organizar,
para as duas opções nos resultados de “+1” e “-1”, configura 2 arranjos completos (
2 2), ver Figura 41.
Arranjos possíveis para os indicadores Resultados Parciais
Indicador
Seguradoras
(ISEG)
TRC ‐1 +1
Figura 41 – ISEG no modelo proposto
Deste modo estabeleceu-se que o (ISEG) é igual a “+1” se for igual ou superior a zero,
sendo “-1” no caso contrário.
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 61
5.3 Integração do Modelo Desempenho Preventivo
Ver integração na Figura 42. Arranjos possíveis para os indicadores Resultados Parciais
Indicadores
Preventivos
(IPRE)
HSE +1 ‐1 +1 ... ‐1
INSHT (EE) +1 +1 ‐1 … ‐1
INSHT (PRL) ‐1 ‐1 +1 ... ‐1
Indicadores
Sinistralidade
(ISIN)
Tf (2009) +1 +1 ‐1 ... ‐1
Tf (2010) +1 +1 ‐1 ... +1
Tf (2011) +1 ‐1 1 ... ‐1
Tg (2009) +1 ‐1 ‐1 ... +1
Tg (2010) +1 +1 ‐1 ... +1
Tg (2011) +1 +1 +1 ... +1
TiT (2009) ‐1 ‐1 +1 ... +1
TiT (2010) +1 +1 +1 ... ‐1
TiT (2011) ‐1 +1 +1 ... +1
TiM (2009) ‐1 ‐1 ‐1 ... ‐1
TiM (2010) ‐1 ‐1 +1 ... +1
TiM (2011) +1 ‐1 +1 ... ‐1
Indicador
Seguradoras
(ISEG)
TRC ‐1 +1
MODEPE = IPREV+ISIN+ISEG
Figura 42 – Modelo integrador dos vários indicadores
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
62 Discussão dos Resultados
A valoração final do modelo, resultado da soma das parcelas dos diversos grupos de
indicadores, tem como valor máximo “+3” e valor mínimo “-3”.
Sendo este um modelo de apoio à tomada de decisão, importa definir o ponto da escala
onde essa separação é feita, tendo por base o âmbito do critério escolhido.
Foi estabelecido como critério que se o valor final do desempenho preventivo for superior
ou igual a zero (MODEPE ≥ 0) então a escolha é favorável, pois estão reunidas as
condições suficientes de prevenção, e consequentemente a empresa possui um grau de
confiança aceitável.
Se o elemento de decisão da avaliação preventivo foi inferior a zero (MODEPE < 0), a
escolha será desfavorável, por não atingir os patamares mínimos do ponto de vista
preventivo e controlo dos riscos ocupacionais, sendo o seu grau de confiança inaceitável.
5.4 Aplicação do modelo proposto
Utilizando a estrutura de desempenho proposta, são apresentados na Figura 43, após
uniformização e integração, os resultados obtidos no estudo realizado.
É assim possível fazer uma discussão dos resultados dos diversos métodos utilizados, para
análise das empresas no presente estudo.
Das empresas em estudo apenas a empresa “A” configura características que permite uma
escolha favorável, o Modelo de Desempenho Preventivo, de apoio à tomada de decisão
classifica-as as restantes empresas “B”, “C”, “D” e “E”, como desfavoráveis, logo com um
grau de confiança inaceitável, por não atingirem os patamares mínimos do ponto de vista
preventivo e controlo dos riscos ocupacionais.
Os resultados favoráveis da empresa “A” são positivo nos 3 grupos de indicadores “IPRE”,
“ISIN” e “ISEG”.
5.5 Desenvolvimento do modelo
O modelo apresentado não é final nem rígido, a sua arquitetura permite a sua adaptação e
ajuste a várias realidades, quer nos aspetos inerentes à construção do modelo quer aos
resultados obtidos.
5.5.1 Aspetos da construção do modelo
i) Indicadores preventivos – A capacidade do modelo permitir escolher fatores
preventivos diferentes dos utilizados quer no tipo quer no número, não tendo que ser
apenas três métodos nem tendo que ser aqueles, traduz uma mais-valia no modelo,
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 63
uma vez que se podem deitar mão a outras metodologias validadas no mercado que
sejam mais ajustadas uma situação em concreto.
EMPRESAS DO ESTUDO
A B C D E
Indicadores Preventivos
(IPRE)
HSE +1 ‐1 ‐1 ‐1 ‐1
INSHT (EE) ‐1 ‐1 +1 ‐1 +1
INSHT (PRL) +1 ‐1 ‐1 ‐1 ‐1
Resultado (IPRE) +1 ‐1 ‐1 ‐1 ‐1
A B C D E
Indicadores Sinistralidade
(ISIN)
Tf (2009) +1 ‐1 ‐1 ‐1 ‐1
Tf (2010) ‐1 ‐1 ‐1 ‐1 ‐1
Tf (2011) ‐1 ‐1 ‐1 ‐1 ‐1
Tg (2009) +1 ‐1 ‐1 ‐1 ‐1
Tg (2010) ‐1 ‐1 ‐1 ‐1 ‐1
Tg (2011) ‐1 ‐1 ‐1 ‐1 ‐1
TiT (2009) +1 ‐1 ‐1 ‐1 ‐1
TiT (2010) +1 +1 ‐1 ‐1 ‐1
TiT (2011) +1 ‐1 ‐1 ‐1 ‐1
TiM (2009) +1 +1 +1 +1 +1
TiM (2010) +1 +1 +1 +1 +1
TiM (2011) +1 +1 +1 +1 +1
Resultado (ISIN) +1 ‐1 ‐1 ‐1 ‐1
A B C D E
Indicador Seguradoras
(ISEG) TRC +1 +1 +1 ‐1 +1
Resultado (ISEG) +1 +1 +1 ‐1 +1
A B C D E
Desempenho Preventivo MODEPE +3 ‐1 ‐1 ‐3 ‐1
Figura 43 – Resultado do Desempenho da Preventivo nas empresas
ii) Taxas de sinistralidade e período temporal - o modelo aponta para três anos mas
podem ser consideradas períodos diferentes, como por exemplo 1, 5 ou 7 anuidades.
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
64 Discussão dos Resultados
iii) Taxa comercial das seguradoras foi assumida sem qualquer pressuposto mas pode,
ser afetada por critérios de beneficiação de baixa sinistralidade.
iv) A opção por uma escala binária teve por opção a simplicidade de análise pois
tratava-se de um modelo de tomada de decisão. Esta opção não impede que se possa
optar por escalas mais abertas ou mais extensas onde os resultados permitam uma
classificação mais detalhada das empresas.
5.5.2 Aspetos dos resultados do modelo
i) A comparação dos resultados do modelo com outras medidas de desempenho ou
características das empresas alvo de avaliação pelo modelo pode revelar correlações
importantes na caracterização das análises realizadas. Quanto mais independentes
forem estas medidas de desempenho das utilizadas pelo modelo mais isenta é essa
análise.
Ilustra-se a comparação do resultado obtido pelo modelo com o valor unitário pago pelo
seguro nas empresas inseridas no estudo ver Tabela 31.
Tabela 31 – Valores unitários de prémio e volume unitário salarial
Empresa Prémio
comercial do seguro AT
Volume de Salários Anual
N.º de Trabalhadores
Prémio Comercial por Trabalhadores
Volume Salarial Anual por
Trabalhador MODEPE
A 5.146,05 € 754.000,00 € 115 44,75 € 6.556,52 € 3
B 6.905,13 € 530.755,46 € 56 123,31 € 9.477,78 € -1
C 3.524,51 € 224.348,00 € 28 125,88 € 8.012,43 € -1
D 1.915,28 € 89.000,00 € 12 159,61 € 7.416,67 € -3
E 2.330,65 € 136.295,29 € 33 70,63 € 4.130,16 € -1
Observa-se que os valores são inversamente proporcionais, isto é, para o valor de
desempenho mais elevado, logo mais favorável, corresponde o valor mais baixo no preço
do prémio comercial unitário, ver Figura 44. Inversamente para o valor de desempenho
mais baixo, logo mais desfavorável, corresponde o preço de prémio mais elevado.
Não sendo possível fazer esta analogia para os valores intermédios uma vez que o
resultado do desempenho é igual em todas as restantes empresas, seria interessante testar se
esta correlação se mantém num universo de empresas considerado significativo.
Nesse caso, um maior desempenho em segurança nas ações para evitar ou diminuir os
riscos profissionais era compensado por um custo com o seguro de acidentes de trabalho
mais baixo.
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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 67
6 CONCLUSÕES
A idealização e a construção de um modelo de desempenho preventivo com base nos
objetivos propostos, nomeadamente como elemento de tomada de decisão para apoio à
atividade seguradora, e monitorização do desempenho da segurança e saúde e do risco de
acidentes de trabalho foi globalmente alcançado.
O modelo proposto foi apresentado com um conjunto de indicadores de desempenho:
preventivos, de sinistralidade e de risco comercial. No entanto a sua estrutura de agregação
não é rígida, permitindo a aceitação de novos indicadores, em complemento aos
preconizados ou por substituição dos propostos, satisfazendo desta forma o seu ajuste às
necessidades específicas de uma atividade ou projeto.
Não será contudo a única estrutura para o modelo; a solução apresentada resultou do
compromisso entre a informação recolhida no estado da arte dos indicadores de
desempenho de segurança, da metodologia definida e das necessidades do estudo para
satisfazer o objetivo genérico.
A escolha da escala binária para o modelo de desempenho preventivo teve por opção a
simplicidade de análise. No entanto a aplicabilidade prática do modelo pode assumir
escalas mais “abertas” em função do nível de sensibilidade estabelecido para o critério de
tomada de decisão.
O recurso a indicadores já referenciados em detrimento da possibilidade de construção de
indicadores próprios resultou, essencialmente, da conjugação de dois fatores, a
identificação durante a pesquisa de indicadores que se ajustavam às necessidades
preconizadas e a dificuldade acrescida na validação que seria a construção de indicadores
sem provas dadas.
A revisão bibliográfica constitui um desafio interessante e incentivador, numa área recente
que é a dos indicadores de desempenho de segurança ocupacional, com uma componente
forte em comunicações científicas internacionais, ligadas às atividades de risco grave como
a indústria nuclear, indústria petrolífera (exploração e transformação), indústria química de
risco agravado e indústria mineira.
O estado da arte nos indicadores de desempenho ligados à segurança ocupacional
disponibiliza uma grande variedade, mas as pesquisas específicas sobre os indicadores de
desempenho que de alguma forma refletissem as características dos seguros não foi muito
reveladora, no entanto não é de descartar a hipótese do seu uso ser mais confidencial e
associado à gestão do negócio de cada seguradora.
Em relação aos indicadores da Health and Safety Executive e do Instituto Nacional de
Seguridad e Higiene en el Trabajo, existiu a preocupação em garantir uma tradução o mais
fiel possível dos questionários que se encontravam em língua estrangeira, apesar de alguns
ajustes à realidade Portuguesa.
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
68 Conclusões
Houve em relação a todos indicadores incorporados no modelo proposto, a garantia dos
pressupostos associados a cada um deles na utilização dos materiais e no modo de
aplicação durante o estudo realizado.
A recolha, registo e tratamento dos elementos necessários ao preenchimento dos inquéritos
dos materiais e métodos, implicaria face ao volume de questões envolvidas e para um
volume significativo de empresas um período temporal elevado, dai que a aplicação do
modelo conceptualizado se tenha resumido a um estudo piloto envolvendo cinco empresas.
Possibilitando a obtenção de alguma sensibilidade como este se pode comportar na prática,
no entanto só um estudo mais extenso e para um universo significativo permitirá
evidenciar as potencialidades e limitações do modelo proposto.
O desenvolvimento desta dissertação foi um desafio enriquecedor a nível académico com
importantes benefícios em termos profissionais, mas com alguns condicionalismos que se
fizeram sentir na dificuldade em obter os indicadores de referência de sinistralidade e das
seguradoras, que condicionou em parte as estruturação do modelo em relação à conceção
metodológica inicial. Não foi no entanto comprometida a ideia principal do modelo que era
agrupar as três componentes: a prevenção, a sinistralidade e a visão da atividade
seguradora.
Os resultados obtidos pelo modelo de desempenho preventivo permitem a sua utilização
como indicadores de desempenho de segurança e simultaneamente serem um instrumento
de tomada de decisão.
Permite gerar vantagens competitivas das seguradoras nos seus processos de tomada de
decisão, através de uma escolha dos seus clientes de forma mais sustentada, e uma gestão
do seguro de acidentes de trabalho numa diferenciação positiva e equilibrada.
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 69
7 PERSPECTIVAS FUTURAS
O objetivo da presente dissertação é compaginável com interesses no âmbito profissional e
passível de potenciar novos horizontes no âmbito académico e uma mais-valia a médio
prazo na utilização deste modelo de desempenho preventivo, no apoio consultivo às
companhias de seguros durante o processo de seleção de novos clientes e vigilância de
carteira do ramo de acidentes de trabalho.
Desta forma é esperado que se venha a aplicar o modelo a um universo de empresas mais
representativo, obtendo uma maior informação do seu comportamento nas diversas
utilizações, seja na atividade económica, dimensão ou período temporal.
Ensaiar novas escalas para uniformizar e integrar os valores na estruturação do modelo,
melhorando ou ajustando a sua sensibilidade à aplicação prática no que respeita ao
controlo da gestão ou medição do desempenho.
Alargar o método a novos indicadores, em função da especificidade do estudo que venha a
ser desenvolvido, nomeadamente em, estudos ou projetos que novos fatores influenciem a
tomada de decisão, e para os quais se venha constatar a necessidade de elaboração de
indicadores específicos, para funcionarem em complemento e ou substituição dos que
integram agora o modelo.
Divulgar junto das entidades seguradoras e das empresas nacionais o modelo proposto,
para que venha a ser utilizado como “instrumento” que permita medir o desempenho
preventivo e o posicionamento das empresas no que respeita ao risco de acidentes de
trabalho.
Obter indicadores com padrões referência mais completos e amplos, em relação aos
indicadores de sinistralidade e dos seguros, complementando a informação disponível que
é de cariz nacional, com a existente em outros países onde a gestão do seguro de acidentes
de trabalho seja semelhante.
Desenvolver uma aplicação informática para o Modelo de Desempenho Preventivo, para
que possa ficar disponível na internet, permitindo que as empresas possam aceder e
verificar qual é seu nível de desempenho. E de forma complementar tentar construir uma
base de dados de informação que permita às empresas que facilitem a informação, uma
análise comparativa do seu posicionamento relativo aos dados sectoriais, e seu
posicionamento em relação a empresas com iguais características.
Silva, Armindo 71
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April de 2009, Vol. 47, 4, pp. 502-507.
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the true cost of poor health and safety performance make a difference? [ed.] Health e
Safety Executive (HSE). s.l. : Health and Safety Executive (HSE), 2002.
Wright, Michael, et al. 2005. Development of a SME version of the corporate health and
safety performance index. [ed.] Health Safety Executive (HSE). s.l. : Health Safety
Executive (HSE), 2005.
Zwetsloot, G.I.J.M. 2009. Prospects and limitations of process safety performance
indicators. Safety Science. April de 2009, Vol. 47, 4, pp. 495-497.
8.1 Sitiografia
INSHT - http://calculadores.insht.es:86/Eficaciapreventiva/Introducción.aspx
HSPI - http://www.businesslink.gov.uk/bdotg/action/haspi
GEP - http://www.gep.msss.gov.pt/estatistica/index.php
74 Bibliografia
8.2 Legislação
Portaria n.º 55, de 21 de Janeiro de 2010 - Regula o conteúdo do relatório anual
referente à informação sobre a atividade social da empresa e o prazo da sua apresentação,
por parte do empregador, ao serviço com competência inspetiva do ministério responsável
pela área laboral.
Lei n.º 102, de 10 de Setembro de 2009 - Regime jurídico da promoção da segurança e
saúde no trabalho
Lei n.º 98, de 4 de Setembro de 2009 - Regulamenta o regime de reparação de acidentes
de trabalho e de doenças profissionais, incluindo a reabilitação e reintegração profissionais,
nos termos do artigo 284.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de
Fevereiro.
Lei n.º 7, de 12 de Fevereiro de 2009 - Aprova o novo Código de Trabalho.
Lei n.º 59, de 11 de Setembro de 2008 - Aprova o Regime do Contrato de Trabalho em
Funções Públicas
Lei n.º 100, de 13 de Setembro de 1997 - Aprova o novo regime jurídico dos acidentes de
trabalho e das doenças profissionais.
Diretiva Quadro n.º 391/CEE, de 12 de Junho de 1989 - Relativa à aplicação de
medidas destinadas a promover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores no
trabalho.
Lei n.º 2127, de 25 de Agosto de 1963 - Promulga as bases do regime jurídico dos
acidentes de trabalho e doenças profissionais.
Decreto-Lei n.º 38539, de 24 de Novembro de 1951 - Alteração da Lei n.º 1942, de 27 de
Julho de 1936.
Decreto n.º 27649, de 12 de Abril de 1397 Regulamenta as disposições sobre
indemnizações.
Lei n.º 1942, de 27 de Julho de 1936 - Regula o direito às indeminizações por efeito de
acidentes de trabalho ou doenças profissionais.
Decreto n.º 21978, de 13 de Dezembro de 1932 - Primeira lista das doenças profissionais
de acordo com a Convenção Internacional de Genebra de 1925.
Decreto n.º 20192, de 10 de Agosto de 1931 - Convenção sobre igual tratamento de
trabalhadores nacionais e estrangeiros, vítimas de desastre no trabalho, aprovada pela
conferência Geral da Organização Internacional do trabalho da Sociedade das Nações.
Decreto n.º 5637, de 10 de Maio de 1919 - Organização do seguro social obrigatório
contra desastres no trabalho.
Decreto 4288, de 22 de Maio de 1918 - Promulga o regulamento da lei dos desastres de
acidentes de trabalho.
Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora
Silva, Armindo 75
Lei n.º 86, de 24 de Julho 1913 - Regula especificamente a responsabilidade pelo risco de
acidente de trabalho e o seguro de acidentes de trabalho.
8.3 Normas
ISO 31000:2009 - Risk management — Principles and guidelines
ISO/IEC 31010:2009 - Risk management — Risk assessment techniques
NP 4397:2008 - Sistemas de gestão da segurança e saúde do trabalho
1
ANEXOS
A. Questionários, tabelas de cálculo e os critérios de avaliação do índice HSE – Versão
original em inglês
B. Questionários, tabelas de cálculo e os critérios de avaliação dos indicadores INSHT
– Versão original em espanhol;
C. Caracterização das empresas que fizeram parte do estudo;
D. Questionário de perguntas Q1.1 e Q1.2 do índice HSE traduzidas para Português;
E. Questionário de perguntas Q1.1 e Q1.2 do índice HSE, preenchidos;
F. Tabelas de cálculo e resultados do índice HSE das empresas alvo do estudo;
G. Questionário de perguntas Q2.1 e Q2.2 do Indicador INSHT traduzidas para
Português;
H. Questionário de perguntas Q2.1 e Q2.2 do Indicador INSHT preenchidos;
I. Tabelas de cálculo e resultados da avaliação “EE” das empresas alvo do estudo;
J. Tabelas de cálculo e resultados da avaliação “PRL” das empresas alvo do estudo;
K. Campos de informação do Anexo D do Relatório Único - Modelo de Documento;
L. Campos de informação do Anexo D do Relatório Único – Informação das empresas;
M. Tabelas de cálculo e resultados das taxas de sinistralidade;
N. Campos de informação das condições gerais da apólice de acidentes de trabalho -
Modelo de Documento;
O. Campos de informação das condições gerais da apólice de acidentes de trabalho –
Informação das empresas;
P. Tabelas de cálculo e resultados das taxas de risco comercial;
Q. Cenários para as diversas ponderações dos indicadores MODEPE;
R. Cenários com diferentes escalas dos indicadores MODEPE.