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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Rua Dr. Roberto Frias, s/n 4200-465 Porto PORTUGAL VoIP/SIP: [email protected] ISN: 3599*654 Telefone: +351 22 508 14 00 Fax: +351 22 508 14 40 URL: http://www.fe.up.pt Correio Electrónico: [email protected] 2012 MESTRADO EM ENGENHARIA SEGURANÇA E HIGIENE OCUPACIONAIS Tese apresentada para obtenção do grau de Mestre Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO PARA APOIO À ATIVIDADE SEGURADORA ARMINDO MANUEL PIRES DA SILVA Orientador: Professor Doutor Miguel Fernando Tato Diogo (FEUP) Coorientador: Professora Emília Rosa Quelhas Moreira da Costa (FEUP) Arguente: Professora Doutora Maria Manuela Maia da Silva (UFP) Presidente do Júri: Professor Doutor João Manuel Abreu dos Santos Baptista (FEUP)

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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Rua Dr. Roberto Frias, s/n 4200-465 Porto PORTUGAL

VoIP/SIP: [email protected] ISN: 3599*654

Telefone: +351 22 508 14 00 Fax: +351 22 508 14 40

URL: http://www.fe.up.pt Correio Electrónico: [email protected]

2012

MESTRADOEMENGENHARIA

SEGURANÇAEHIGIENEOCUPACIONAIS

Tese apresentada para obtenção do grau de Mestre Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

PROPOSTA DE UM MODELO DE

DESEMPENHO PREVENTIVO PARA APOIO À

ATIVIDADE SEGURADORA

ARMINDO MANUEL PIRES DA SILVA

Orientador: Professor Doutor Miguel Fernando Tato Diogo (FEUP)

Coorientador: Professora Emília Rosa Quelhas Moreira da Costa (FEUP)

Arguente: Professora Doutora Maria Manuela Maia da Silva (UFP)

Presidente do Júri: Professor Doutor João Manuel Abreu dos Santos Baptista (FEUP)

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

i

AGRADECIMENTOS

Esta dissertação não teria sido possível sem a ajuda de todos os que, de uma forma ou de

outra, me incentivaram, motivaram e colaboraram durante toda a sua elaboração.

A nível de académico gostaria de agradecer a todos os professores e colegas a amizade e os

estímulos nos momentos mais difíceis, em particular ao meu orientador Professor Miguel

Tato Diogo os meus sinceros agradecimentos por todo o acompanhamento, pelos

conhecimentos e incentivos que me transmitiu ao longo destes meses, pela sua permanente

disponibilidade e pelo empenho demonstrado nas sugestões que se traduziram numa

significativa melhoria da qualidade desta dissertação.

A nível familiar e amigos espero poder vir a retribuir o apoio e entusiasmo que me deram

durante esta fase do percurso académico, mas também a sua presença ao longo da minha

vida, em particular às minhas filhas Bárbara e Beatriz pelo seu carinho e compreensão.

A todos o meu obrigado.

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

iii

RESUMO

A necessidade de medir e analisar determinados “parâmetros-chave” que percecionem o

risco de acidentes, para permitir que sejam tomadas em tempo oportuno as medidas

adequadas, ou possibilitem a comparação entre empresas, unidades, processos ou tarefas

no que respeita ao seu grau de prevenção de riscos ocupacionais, é cada vez mais

importante nas organizações.

Essa avaliação pode ser conseguida através de componentes básicos de um sistema de

medição de desempenho, como sejam os indicadores da prevenção, de segurança e saúde

ocupacional entre outros.

Em Portugal o risco de acidentes de trabalho e as responsabilidades resultantes para as

empresas, e a sua transferência para as seguradoras através do contrato de seguro, indicia

nestas algum desejo em conter ou reduzir o custo financeiro associado.

Para tal torna-se necessário avaliar os segurados em relação ao desempenho em prevenção

do risco de acidentes de trabalho, não só no processo de subscrição do seguro como na

vigência do contrato.

Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade

seguradora, que possibilite a avaliação da eficácia preventiva, no que diz respeito ao

controlo dos riscos e robustez em matéria de segurança e saúde no trabalho, com a

particularidade de poder integrar um instrumento de apoio a tomada de decisão.

A estruturação do modelo proposto incorpora um conjunto de indicadores preventivos, de

sinistralidade e de risco comercial das seguradoras, no entanto a sua agregação não é rígida

permitindo a aceitação de outros indicadores de desempenho.

Palavras-chave: Indicadores de segurança, Tomada de decisão, Desempenho preventivo;

Acidentes de trabalho.

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

v

ABSTRACT

The need to measure and analyze certain “key parameters” that recognize the risk of

accidents, to allow that adequate procedures can be taken in time, or permit the comparison

between companies, unities, processes or tasks in what concerns the degree of occupational

prevention risks, is increasingly more important within organizations.

It can be achieved through basic components of a performance measurement system, like

the indicators of prevention, of safety and occupational health among others.

In Portugal the risk of accidents at work and the responsibilities resulting to the companies,

and its transference to the insurance companies through the insurance contract, denotes the

need to restrain or reduce the associated financial cost.

For that it’s necessary to evaluate the insured about the performance in the prevention of

the accidents at work risk, not only when subscribing the agreement but also during the

contract period.

Accordingly a prevention performance model is proposed to support the insurance activity

that enables the preventive efficiency evaluation, in what concerns the risks and the

robustness control in terms of safety and health at work, with the particularity of

integrating a support instrument to the final decision.

The organization of the proposed model integrates a set of preventive indicators, of

accidents and insurance companies’ commercial risk, nevertheless its aggregation isn’t

fixed permitting the acceptance of other performance indicators.

Keywords: Safety indicators, Decision making, Prevention performance, Occupational

injury.

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

vii

ÍNDICE

1  INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1 

2  ESTADO DA ARTE ...................................................................................................... 3 

2.1  Enquadramento Legal e Normativo ........................................................................ 3 

2.1.1  Seguro de Acidentes de Trabalho .................................................................... 3 

2.1.2  Segurança e Saúde do Trabalho ...................................................................... 4 

2.1.3  Normas Portuguesas e Europeias .................................................................... 6 

2.2  Conhecimento Científico ........................................................................................ 7 

2.2.1  Indicadores de Desempenho ............................................................................ 7 

2.2.2  Indicadores de Desempenho de Segurança (SPIs) .......................................... 8 

2.2.3  Indicadores proativos (leading) e reativos (lagging) ..................................... 10 

2.2.4  SPIs Sectoriais ............................................................................................... 14 

2.2.5  Evolução do processo da segurança .............................................................. 21 

2.2.6  Cultura de Segurança ..................................................................................... 22 

2.2.7  Maturidade da cultura de segurança .............................................................. 24 

2.3  Referenciais Técnicos ........................................................................................... 25 

2.3.1  Índices de Sinistralidade - OIT ...................................................................... 26 

2.3.2  Rácio de incidência - OSHA ......................................................................... 26 

2.3.3  Taxas de Risco das Seguradoras - APS ......................................................... 27 

2.3.4  Índice de desempenho de Segurança e Saúde - HSE..................................... 28 

2.3.5  Indicadores de prevenção e excelência empresarial - INSHT ....................... 29 

3  OBJETIVOS E METODOLOGIA ............................................................................... 31 

3.1  Objetivos da Tese .................................................................................................. 31 

3.2  Metodologia Global de Abordagem...................................................................... 32 

3.3  Materiais e Métodos .............................................................................................. 33 

3.3.1  Empresas utilizadas no estudo ....................................................................... 33 

3.3.2  Índice HSE - Materiais e métodos de aplicação ............................................ 34 

3.3.3  Indicadores da INSHT - Materiais e métodos de aplicação .......................... 36 

3.3.4  Taxa de sinistralidade - Materiais e métodos de aplicação ........................... 40 

3.3.5  Taxa de Risco Comercial - Materiais e métodos de aplicação ...................... 42 

4  TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS ................................................................ 43 

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4.1.1  Índice HSE - Tratamento e Análise de dados ............................................... 43 

4.1.2  Indicadores INSHT - Tratamento e Análise de dados ................................... 45 

4.1.3  Taxas Sinistralidade - Tratamento e Análise de dados ................................. 49 

4.1.4  Taxa de Risco Comercial - Tratamento e Análise de dados ......................... 53 

5  DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................................ 55 

5.1  Estruturação do Modelo de Desempenho Preventivo ........................................... 55 

5.2  Uniformização de escalas ..................................................................................... 56 

5.2.1  IPRE – Valoração em escala binária ............................................................. 56 

5.2.2  ISIN – Valoração em escala binária .............................................................. 58 

5.2.3  ISEG – Valoração em escala binária ............................................................. 59 

5.3  Integração do Modelo Desempenho Preventivo ................................................... 61 

5.4  Aplicação do modelo proposto ............................................................................. 62 

5.5  Desenvolvimento do modelo ................................................................................ 62 

5.5.1  Aspetos da construção do modelo ................................................................. 62 

5.5.2  Aspetos dos resultados do modelo ................................................................ 64 

6  CONCLUSÕES ............................................................................................................ 67 

7  PERSPECTIVAS FUTURAS ...................................................................................... 69 

8  BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 71 

8.1  Sitiografia ............................................................................................................. 73 

8.2  Legislação ............................................................................................................. 74 

8.3  Normas .................................................................................................................. 75 

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

ix

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Indicadores reativos e pró-ativos em sistemas de controlo do risco .................. 11 

Figura 2 – Modelo do sistema com diferentes tipos de indicadores. ................................... 13 

Figura 3 – Implementação de um programa de seleção (OCDE); ....................................... 16 

Figura 4 – Critério aceitável de AIR (ElSayed, et al., 2011). .............................................. 17 

Figura 5 – A evolução da investigação da segurança .......................................................... 21 

Figura 6 – Evolução do processo da segurança ................................................................... 22 

Figura 7 – Modelo de cultura de segurança. ........................................................................ 24 

Figura 8 - Principais pressupostos e metodologias do estudo da APS ................................ 27 

Figura 9 – Exemplo do índice de desempenho de segurança e saúde – HSE ...................... 28 

Figura 10 – Esquema do modelo de análise do indicador INSHT ...................................... 29 

Figura 11 – Simulação para os indicadores “EE” e “PRL” da INSHT ............................... 30 

Figura 12 – Fluxograma da metodologia utilizada .............................................................. 32 

Figura 13 – Exemplo de como calcular a pontuação do índice de HSE .............................. 35 

Figura 14 – Classificação do Índice HSE em cinco faixas .................................................. 36 

Figura 15 – Cálculo dos parâmetros de “Excelência Empresarial” ..................................... 38 

Figura 16 – Classificação de avaliação da “Excelência Empresarial” ................................ 39 

Figura 17 – Avaliação da “Prevenção de Risco Laboral” ................................................... 39 

Figura 18 – Classificação da avaliação do “Prevenção do Risco Laboral” ......................... 40 

Figura 19 – Grau de observância dos parâmetros de “Gestão de Perigo” da HSE .............. 44 

Figura 20 - Índice de desempenho de Segurança e Saúde da HSE ..................................... 45 

Figura 21 - Índice da HSE das empresas em estudo............................................................ 45 

Figura 22 – Grau de observância dos parâmetros de “Excelência Empresarial” ................ 46 

Figura 23 – Classificação com base no índice em “Excelência Empresarial” INSHT ........ 47 

Figura 24 – Grau de observância dos parâmetros de “Prevenção do Risco Laboral” ......... 48 

Figura 25 - Classificação das empresas do Indicador PRL ................................................. 49 

Figura 26 - Número de trabalhadores afetos ao estabelecimento visitado .......................... 50 

Figura 27 – Número de horas trabalhadas por empresa ...................................................... 50 

Figura 28 – Registo do n.º de acidentes de trabalho nos anos 2009 a 2011 ........................ 51 

Figura 29 - N.º de dias de trabalho perdidos na sequência de AT ....................................... 51 

Figura 30 – Taxa de frequência para os anos 2009 a 2011 .................................................. 52 

Figura 31 - Taxa de gravidade para os anos 2009 a 2011 ................................................... 52 

Figura 32 - Taxa incidência para os anos 2009 a 2011 ....................................................... 53 

Figura 33 – Taxa de risco comercial dos contratos de seguro ............................................. 54 

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Figura 34 – Funcionamento do Modelo de Desempenho Preventivo ................................. 56 

Figura 35 – Harmonização das escalas para o índice HSE ................................................. 57 

Figura 36 – Harmonização das escalas para os índices INSHT .......................................... 57 

Figura 37 – IPRE no modelo proposto ................................................................................ 57 

Figura 38 - Harmonização das escalas para as taxas de sinistralidade ................................ 58 

Figura 39 – ISIN no modelo proposto ................................................................................. 59 

Figura 40 - Harmonização das escalas das taxas de risco das seguradoras ......................... 60 

Figura 41 – ISEG no modelo proposto ................................................................................ 60 

Figura 42 – Modelo integrador dos vários indicadores ....................................................... 61 

Figura 43 – Resultado do Desempenho da Preventivo nas empresas ................................. 63 

Figura 44 – Variação do prémio em função do desempenho .............................................. 65 

Figura 45 – Variação MODEPE com a variação dos pesos no ISEG ................................. 65 

Figura 46 – MODEPE avaliado em escalas distintas .......................................................... 66 

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Evolução da legislação de Acidentes de Trabalho .............................................. 4 

Tabela 2 – Índices de sinistralidade do Relatório Único (GEP) ............................................ 5 

Tabela 3 – Exemplo de aplicação de indicadores ................................................................ 11 

Tabela 4 – Propriedades dos sindicadores de segurança ou de risco................................... 12 

Tabela 5 – Dimensões dos indicadores de segurança .......................................................... 12 

Tabela 6 – Indicadores de segurança propostos por Reiman (2011) ................................... 14 

Tabela 7 – Índices de desempenho de segurança da OCDE ................................................ 15 

Tabela 8 – Indicadores de Segurança na Extração Petróleo e Gás ...................................... 17 

Tabela 9 – Características dos SPIs segundo a AEAI ......................................................... 19 

Tabela 10 – Indicadores lagging de desempenho de segurança em processo na Bassel ..... 20 

Tabela 11 – Indicadores leading de desempenho de segurança em processo na Bassel ..... 20 

Tabela 12 – Componentes da cultura da segurança ............................................................. 23 

Tabela 13 – Descrição dos estágios de desenvolvimento .................................................... 25 

Tabela 14 – Índices estatísticos - OIT ................................................................................. 26 

Tabela 15 – Rácios baseados na incidência - OSHA........................................................... 26 

Tabela 16 – Caraterização das empresas alvo do estudo ..................................................... 34 

Tabela 17 – Caraterização do índice HSE ........................................................................... 34 

Tabela 18 – Caraterização dos Indicadores INSHT ............................................................ 37 

Tabela 19 – Caraterização das Taxas de Sinistralidade ....................................................... 40 

Tabela 20 – Fórmulas de cálculo para as Taxas de Sinistralidade ...................................... 41 

Tabela 21 – Caraterização da Taxa de Risco Comercial ..................................................... 42 

Tabela 22 – Fórmula de cálculo da TRC do contrato de seguro ......................................... 42 

Tabela 23 – Parâmetros de “Gestão de Perigo” da HSE ..................................................... 43 

Tabela 24 – Parâmetros da “Excelência Empresarial” ........................................................ 46 

Tabela 25 – Avaliação em “Excelência Empresarial” ......................................................... 47 

Tabela 26 – Parâmetros da “Prevenção dos Riscos no Trabalho” ....................................... 47 

Tabela 27 – Avaliação em “Prevenção do Risco Laboal” ................................................... 48 

Tabela 28 – Parâmetros das taxas sinistralidade ................................................................. 49 

Tabela 29 – Parâmetros do contrato de seguros de acidentes de trabalho (AT) .................. 53 

Tabela 30 – Taxa de sinistralidade de referência para (Tf); (Tg); (TiT) e (TiM) ................ 58 

Tabela 31 – Valores unitários de prémio e volume unitário salarial ................................... 64 

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

xiii

GLOSSÁRIO/SIGLAS/ABREVIATURAS/…

AEAI – Agência de Energia Atómica Internacional

AIR – Average Individual Risk

APS - Associação Portuguesa de Seguradores

DOE – Departamento de Energia dos Estados Unidos da América

EE – Exelência Empresarial

EFQM - European Foundation for Quality Management

GEP – Gabinete de Estratégia e Planeamento

GLOBE – Global Leader ship and Organizational Behavior Effectivenss

HSE – Health and Safety Executive

IPRE – Indicadores Preventivos

ISEG – Indicador dos Seguros

ISIN – Indicador de Sinistralidade

INSHT - Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo

MODEPE – Modelo de Desempenho Preventivo

NCS – Norwegian Continental Shelves

OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

OIT – Organização Internacional do Trabalho

OSHA – Occupational Safety and Health Administration

PRL – Prevenção do Risco Laboral

SPI – Safety Performance Indicator

SST – Segurança e Saúde no Trabalho

SCR – Sistemas de Controlo de Risco

TRC – Taxa de Risco Comercial

UKCS - United Kingdom Continental Shelves

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 1

1 INTRODUÇÃO

No mundo laboral de hoje, a prevenção dos riscos ocupacionais assume a nível nacional e

internacional uma importância e desenvolvimento inegáveis. Sendo cada vez mais

reconhecida não apenas pelas vantagens a curto e a médio prazo, mas por sustentar

objetivos de política económica e social a longo prazo, a nível sectorial e da empresa

(Freitas, 2004).

Importa, desde logo, distinguir a natureza das obrigações do empregador, relativas à

prevenção de riscos profissionais das que são relativas à reparação dos danos emergentes

dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais. Com efeito, a natureza destas duas

instituições (prevenção e reparação) é substancialmente diferente e determina obrigações

de tipo diverso para o empregador, apesar de existir entre ambas uma relação intrínseca

(Cabral, 2011).

No ordenamento jurídico português, os acidentes de trabalho não se encontram integrados

no sistema de proteção da Segurança Social com acontece como as doenças profissionais

(Martinez, 1996). Desde sempre estiveram integrados num sistema privado de

responsabilidade, incumbindo a sua reparação ao empregador. Mas para que efetivamente

a reparação seja realizada há que garantir a solvência do responsável civil, o que levou ao

desenvolvimento da obrigação de celebração de um contrato de seguro (Sousa, et al.,

2005).

O empregador está, assim, obrigado a transferir a sua responsabilidade pela reparação dos

danos para uma entidade legalmente autorizada a realizar este seguro (as empresas

seguradoras inscritas no Instituto de Seguros de Portugal), constituindo a sua falta uma

contraordenação punível com coima. (Sousa, et al., 2005).

O seguro de Acidentes de Trabalho assume assim um importante papel de proteção na

sociedade, assegurando a transferência, para as empresas de seguros, do risco e das

responsabilidades resultantes de acidentes de trabalho (ISP, 2000).

A Lei n.º 98/2009, de 4 de Setembro estabelece que a apólice uniforme de seguros de

acidentes de trabalho deve ser adequada às diferentes profissões e atividades, devendo

obedecer também ao princípio da graduação dos prémios de seguro em função do grau de

risco de acidente, e tendo também em conta as condições concretas relacionadas com a

natureza da atividade profissional e as condições de segurança implantadas nos locais de

trabalho. Refere ainda que deve ser prevista na apólice uniforme a revisão do valor do

prémio, por iniciativa da seguradora ou a pedido do empregador, com base na modificação

efetiva das condições de prevenção de acidentes nos locais de trabalho (Sousa, et al.,

2005).

Regra geral, as entidades seguradoras, não tem em conta as condições de prevenção no

cálculo do prémio nas apólices dos seguros de acidentes de trabalho, observando apenas a

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

2 Introdução

natureza da atividade económica para aplicação do indicador de taxa de risco e os critérios

de concorrência de mercado.

De forma semelhante, não é muito frequente que o empregador solicite uma revisão do

valor do prémio com base na modificação das condições de prevenção de acidentes no

local de trabalho. Até porque o investimento na área da segurança ocupacional poderá não

trazer resultados visíveis de forma imediata.

Seria então vantajoso monitorizar e avaliar o desempenho da prevenção e condições de

segurança ocupacional nas empresas, com a finalidade de identificar os resultados obtidos

e os processo que conduziram a esses resultados, (Pinto, 2011).

Neste sentido é proposto na presente dissertação, um modelo que congrega no seu processo

de avaliação de desempenho três grupos de indicadores:

• Indicadores de desempenho de segurança ocupacional;

• Indicadores de sinistralidade;

• Indicadores da taxa de risco utilizados pelas seguradoras.

Para melhor caraterizar o desempenho global da segurança e saúde nas organizações, o

controlo da prevenção dos riscos ocupacionais de forma global, e do risco de acidentes de

trabalho em particular, e aportar assim a informação necessária e com um grau de

confiança desejável para se tomar uma decisão bem fundada, em particular nas decisões de

não rotina.

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 3

2 ESTADO DA ARTE

Sinopse dos modelos ou indicadores que permitem medir o desempenho da prevenção,

segurança, saúde e sinistralidade ocupacional, fundamentadas na legislação, em normas,

referenciais técnicos, e investigação científica.

2.1 Enquadramento Legal e Normativo

Os indicadores são utilizados para mensurar a exposição dos trabalhadores aos níveis de

risco inerentes à atividade económica, viabilizando o acompanhamento das flutuações e

tendências históricas dos acidentes e seus impactos nas empresas e na vida dos

trabalhadores.

2.1.1 Seguro de Acidentes de Trabalho

Não é o mais antigo ramo de seguros, mas é certamente aquele que por várias razões a

generalidade dos países sentiu a necessidade de intervir legislativamente, para por cobro a

uma crescente onda de injustiça social.

Pode-se encontrar referência quanto à obrigação de indemnizar as vítimas de acidentes de

trabalho em “Le guidon de la mer” e mais tarde, no Código Comercial Napoleónico.

Porém, o acidentado só era indemnizado se pudesse provar que o acidente resultava de

culpa da entidade empregadora.

O grande desenvolvimento industrial e as profundas transformações da sociedade levaram

alguns legisladores europeus a aprofundarem, no último quartel do século XIX, o estudo

dos problemas relacionados com os acidentes de trabalho e doenças profissionais, uma vez

que era latente a necessidade de disciplina legislativa especifica.

Assim, ao virar do século e na sequência das teorias criadas por iminentes juristas belgas e

franceses, sobre a responsabilidade objetiva, estava consagrado, de um modo geral, o

princípio do risco profissional, segundo o qual compete ao empregador suportar os

encargos inerentes ao acidente de trabalho.

Em Portugal, o Código Civil de 1867 estabelecia a reparação dos acidentes de trabalho,

mas apenas quando o sinistrado provasse a culpa ou negligência da entidade patronal. A

inversão do ónus da prova, que consubstancia a teoria do risco profissional, só viria a ser

consagrada através da Lei n.º 86, de 24 de Julho 1913.

Reconhecendo ainda no direito Português a possibilidade das entidades empregadoras

poderem efetuar a transferência de responsabilidades dos acidentes de trabalho sofridos

pelos seus empregados para as companhias de seguros e mútuas através de um contrato de

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

4 Estado da arte

seguro. Visando assim assegurar aos trabalhadores por conta de outrem e seus familiares

condições adequadas de reparação dos danos decorrentes de acidentes de trabalho.

A evolução legislativa do tema dos acidentes de trabalho no nosso país encontra-se descrita

na Tabela 1.

Tabela 1 – Evolução da legislação de Acidentes de Trabalho Diploma Legal Assunto

Lei n.º 86 de 24 de Julho 1913 Regula especificamente a responsabilidade pelo risco de acidente de trabalho e o seguro de acidentes de trabalho.

Decreto n.º 4288, de 22 de Maio de 1918 Promulga o regulamento da lei dos desastres de acidentes de trabalho.

Decreto n.º 5637, de 10 de Maio de 1919 Organização do seguro social obrigatório contra desastres no trabalho.

Decreto n.º 20192, de 10 de Agosto de 1931

Convenção sobre igual tratamento de trabalhadores nacionais e estrangeiros, vítimas de desastre no trabalho, aprovada pela conferência Geral da Organização Internacional do trabalho da Sociedade das Nações.

Decreto n.º 21978, de 13 de Dezembro de 1932 Primeira lista das doenças profissionais de acordo com a Convenção Internacional de Genebra de 1925.

Lei n.º 1942, de 27 de Julho de 1936 Regula o direito às indeminizações por efeito de acidentes de trabalho ou doenças profissionais.

Decreto n.º 27649, de 12 de Abril de 1397 Regulamenta as disposições sobre indemnizações.

Decreto-Lei n.º 38539, de 24 de Novembro de 1951 Alteração da Lei n.º 1942, de 27 de Julho de 1936.

Lei n.º 2127, de 25 de Agosto de 1963 Promulga as bases do regime jurídico dos acidentes de trabalho e doenças profissionais.

Lei n.º 100, de 13 de Setembro de 1997 Aprova o novo regime jurídico dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais.

Lei n.º 98, de 4 de Setembro de 2009

Regulamenta o regime de reparação de acidentes de trabalho e de doenças profissionais, incluindo a reabilitação e reintegração profissionais, nos termos do artigo 284.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro.

A gestão do seguro de acidentes de trabalho no âmbito do sector privado não constitui

"regra" nos países da União Europeia. É uma realidade nalguns - poucos - dos seus

Estados-membros, como a Bélgica e a Finlândia, existindo também noutros países de

diferentes continentes, como os Estados Unidos da América e a Austrália (APS, 2010).

2.1.2 Segurança e Saúde do Trabalho

Nas últimas décadas e em particular a partir de 1980, as questões ligadas à segurança e

saúde ocupacional foram especificamente marcadas pelo aparecimento na União Europeia

da Diretiva Comunitária n.º 89/391 de 12 de Junho de 1989, transposta para o direito

nacional atual pelas Leis n.º 102/2009 de 10 de Setembro e n.º 59/2008 de 11 de Setembro,

respetivamente de direito privado e público.

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 5

A norma legal veio impor novas obrigações a todos os agentes, exigindo-lhes um grande

esforço em termos de medidas de controlo de riscos e prevenção de acidentes de trabalho e

doenças profissionais. Dessa evolução também surgiram novas necessidades em matéria de

monitorização e controlo das condições de trabalho e do impacto ao nível da segurança e

saúde ocupacional.

O regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho, Lei n.º 102/2009, de 10

de Setembro, refere no seu artigo 116º, que relativamente a taxas de incidência e de

gravidade de acidentes de trabalho: “para efeitos da presente lei, as taxas médias de

incidência e de gravidade de acidentes de trabalho do sector são as apuradas pelo

organismo competente para a produção de estatísticas laborais do ministério responsável

pela área laboral, relativamente aos dados dos balanços sociais referentes aos últimos

anos com apuramentos disponíveis”.

Com regulamentação do Código do Trabalho foi criada uma obrigação única, a cargo dos

empregadores, a de prestar informação anual sobre a atividade social da empresa, com

conteúdo e prazo de apresentação preceituados na Portaria n.º 55/2010 de 21 de Janeiro.

Assim, a partir de 2010 a entrega dos antigos quadros de pessoal, relatório de segurança

higiene e saúde no trabalho e balanço social passam a estar integrados no relatório anual

referente à informação sobre a atividade social da empresa (Relatório Único).

Ficam pois as empresas obrigadas, de acordo com estipulado no capítulo V do anexo D do

relatório único, ao preenchimento entre outras informações da taxa de frequência (Tf), taxa

de gravidade (Tg), taxa de incidência total de acidentes de trabalho (total AT) e taxa de

incidência de acidentes de trabalho mortais (AT mortais). As fórmulas de cálculo de cada

um dos índices são apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2 – Índices de sinistralidade do Relatório Único (GEP)

Nome Fórmula de cálculo

Taxa de frequência dos acidentes não mortais (Tf)

. º 10. º

Taxa de gravidade dos acidentes não mortais (Tg)

. º 10. º

Taxa de incidência dos acidentes de trabalho totais (Total AT)

. º 10. º

Taxa de incidência dos acidentes de trabalho mortais (AT mortais)

. º 10. º

Fonte: capítulo V do anexo D do relatório único,

O regime jurídico da Lei n.º 98/2009, de 4 de Setembro, estabelece ainda que, o Instituto

de Seguros de Portugal pode produzir informação estatística específica destinada ao

controlo e supervisão dos riscos profissionais.

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

6 Estado da arte

Por sua vez, o Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) da alçada do Ministério da

Solidariedade e Segurança Social divulga regularmente informação estatística sobre os

acidentes de trabalho tal como consta da publicação (GEP, 2010), relativa aos acidentes de

2008. Essas estatísticas estão tecnicamente harmonizadas com o projeto europeu e segundo

as recomendações e conceitos da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

2.1.3 Normas Portuguesas e Europeias

As condições de segurança e saúde ocupacional constituem o fundamento material de

programas de prevenção de riscos profissionais e contribuem para o aumento da

competitividade através da diminuição da sinistralidade.

Assim, a implementação e a certificação de um sistema de gestão de segurança e saúde no

trabalho de acordo com a norma, NP 4397:2008, equivalente à OHSAS 18001:2007, vai

permitir que a empresa identifique, avalie e controle os riscos laborais de uma maneira

sistematizada.

A norma Portuguesa NP 4397:2008 refere na sua introdução que:

“as organizações estão cada vez mais preocupadas em alcançar e evidenciar

um sólido desempenho em matéria de segurança e saúde do trabalho (SST)

através do controlo dos respetivos riscos de natureza ocupacional,

consistente com a sua política e objetivos da SST”,

e para tal,

“realizam diagnósticos ou auditorias para avaliar o respetivo desempenho

em SST”.

No entanto, não estabelece requisitos absolutos nem indica os critérios específicos para o

desempenho da SST.

A norma também define no ponto 3.15 desempenho da SST como sendo os “resultados

mensuráveis da gestão do risco da SST de uma organização”, possuindo este ponto duas

notas de esclarecimento:

nota 1: “a medição do desempenho da SST inclui a medição da eficácia dos

controlos da organização”;

nota 2: “no contexto dos sistemas de gestão da SST, os resultados também podem

ser medidos relativamente à política da SST da organização, aos objetivos da SST,

e a outros requisitos de desempenho da SST”.

A verificação do sistema de gestão permite a monitorização e mediação de desempenho de

acordo com o ponto 4.5.1, devendo “a organização estabelecer implementar e manter um

ou mais procedimentos para monitorizar e medir periodicamente o respetivo desempenho

da SST”. Estes procedimentos devem incluir:

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 7

“implementar e manter um ou mais procedimentos para monitorizar e medir

periodicamente o respetivo desempenho da SST”;

“monitorização do grau de cumprimento dos objetivos da SST da organização”;

“monitorização da eficácia dos controlos», sabendo que os controlos devem ter por

finalidade tanto a saúde como a segurança”;

“medidas proativas de desempenho que monitorizam a conformidade com o(s)

programa(s) da SST, os controlos e os critérios operacionais”;

“medidas reativas de desempenho que monitorizam as afeções da saúde, os

incidentes, e outras evidências históricas de desempenho deficiente da SST”;

“registo dos dados e resultados da monitorização e medição, suficiente para

facilitar a análise das ações corretivas e preventivas subsequentes”.

A norma internacional ISO 31000:2009 relativa à gestão do risco estabelece linhas de

orientação e princípios que necessitam de ser satisfeitos para que essa mesma gestão dos

riscos seja eficaz. No seu ponto 4.2, delegação e compromisso, refere que:

“a gestão deve determinar indicadores de desempenho de gestão de risco que

estejam alinhados com os indicadores de desempenho da organização”.

A norma internacional IEC 31010:2009 respeitante às técnicas de avaliação de riscos, no

seu anexo B, de informação de técnicas de perceção de risco, refere ser necessário:

“identificar alguns indicadores proativos (leading) permite conhecer o

momento da ocorrência de mudanças.”

Monitorizar e responder aos indicadores proativos (leading) pela gestão também possibilita

alterar as estratégias anteriormente planeadas.

2.2 Conhecimento Científico

A redução dos riscos ocupacionais através de uma prevenção efetiva é fundamental para

obter o desempenho eficaz na organização.

Os acidentes, doenças ou mortes, bem como incidentes de segurança de processo, por

exemplo, incêndios e explosões, fazem parte integrante do desempenho na organização e

das estatísticas de segurança. Um desempenho de prevenção fraco não é apenas caro, mas

pode facilmente destruir a reputação de uma organização (Carelse, 2011).

2.2.1 Indicadores de Desempenho

O acompanhamento e a monitorização das condições de trabalho são preocupações antigas,

quer a nível nacional, quer internacional. Com o termo da 1ª grande guerra mundial e a

assinatura do tratado de Versalhes que lhe pôs fim e criou a Organização Internacional do

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

8 Estado da arte

Trabalho – OIT (artigo XII do tratado) em 1919, têm-se vindo a desenvolver e uniformizar

diversos critérios e indicadores de monitorização. Contudo, até ao presente, os esforços

têm incidido principalmente em indicadores de monitorização de sinistralidade laboral e

das doenças profissionais (Fialho, et al., 2009).

Os desempenhos de segurança nas organizações são conhecidos por serem cíclicos. A

teoria de gestão de segurança destaca que, quando o desempenho da segurança é fraco

devido a elevadas taxas incidentes e acidentes, a gestão de topo das organizações intervém

com programas de segurança ferozes. O resultado destas intervenções é uma diminuição

das taxas de acidentes e incidentes e consequentemente uma melhoria no desempenho da

segurança. No entanto, estas intervenções não são sustentadas e desempenho de segurança

deteriora-se de novo ao longo do tempo (Carelse, 2011).

A característica fundamental de uma organização líder (ou “de ponta”) é a capacidade para

efetuar com sucesso a medição do seu desempenho (Gonçalves, 2002).

Avaliar o desempenho significa medir a eficiência, ou a eficácia de uma determinada

função de uma organização, com a finalidade de identificar os resultados obtidos e os

processos que conduziram a esses resultados, com o objetivo de apoio à tomada de

decisões, (Pinto, 2011).

Segundo (Parmenter, 2010), existem quatro tipos de parâmetros para medir o desempenho:

“Key Result Indicators” (KRIs) ou Indicadores-Chave de Resultados – Fornecem

informações sobre o que foi feito num determinado campo de atuação;

“Result Indicators” (RIs) ou Indicadores de Resultado – Informam sobre o que foi

feito;

“Performance Indicators” (PIs) ou Indicadores de Desempenho – Transmitem

informação sobre o que deve ser feito;

“Key Performance Indicators” (KPIs) ou Indicadores-Chave de Desempenho –

Informam sobre o que fazer para aumentar drasticamente o desempenho. Exemplos

são os indicadores de satisfação do cliente, o lucro líquido antes de impostos;

rentabilidade dos clientes; grau de satisfação dos funcionários ou retorno sobre o

capital humano.

Deste modo, pode constatar-se que a principal diferença entre as classificações dos

indicadores prende-se, essencialmente, com a finalidade das informações produzidas, na

medida em que existem diferentes ângulos de visão para essas medidas (Pinheiro, 2011).

2.2.2 Indicadores de Desempenho de Segurança (SPIs)

Uma estratégia para evitar acidentes é estar continuamente vigilante através do uso de

indicadores preventivos. A aprendizagem ao longo da história mostra-nos que podem ser

detetados sinais ou avisos prévios, e tomada uma gestão atempada sobre os eventos não

desejados, impedindo-os que ocorram (Øien, et al., 2011).

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 9

Podem ser distinguidas duas dimensões nos indicadores de segurança: os indicadores de

segurança das pessoas versus os indicadores de segurança dos processos. Estes últimos

estão associados integridade técnica de uma instalação ou unidade produtiva e os perigos

decorrentes da atividade de exploração. Por outro lado, os perigos da segurança para as

pessoas afetam os indivíduos, mas pode ter pouco a ver com a atividade técnica da

instalação ou unidade produtiva. Normalmente dão origem a acidentes, tais como quedas,

tropeçamentos, esmagamentos, eletrocussões ou atropelamentos (Hopkins, 2009).

A abordagem tradicional para avaliar o desempenho da segurança é através da medição e

análise estatística de dados relacionados com incidentes (isto é, número acidentes e

doenças, taxas de frequência e gravidade dos acidente, custos com os acidentes, número

dos quase acidentes) (Sgourou, et al., 2010).

Acontece que a maioria dos acidentes e mortes são resultado de perigos para a segurança

das pessoas ao invés de riscos de processo, as estatísticas de acidentes e mortes tendem a

refletir como uma organização está a gerir os riscos de segurança com as pessoas ao

contrário de perigos para a segurança do processo. (Hopkins, 2009).

O conceito do termo “indicador de segurança” é usado em vários cenários e portanto

possui várias definições, seguidamente são apresentadas algumas (Øien, et al., 2011):

Um indicador de desempenho da segurança é um meio para medir as mudanças ao

longo do tempo no nível de segurança (relativa à prevenção, à prontidão e à

resposta químicas de acidentes), como consequência das ações tomadas (OCDE,

2008).

O indicador de segurança é uma característica observável de uma central nuclear de

produção de energia, que presume correlação positiva com segurança do reator. Os

indicadores da segurança foram selecionados, entre outros meios, com a finalidade

de supervisão da segurança. Os indicadores da segurança podem ser relacionados a

linhas da defesa de acordo com a defesa-em-profundidade tal como o exame

barreiras e funções de segurança.

Um indicador é a variável operacional ou mensurável que pode ser usada para

descrever a condição de um fenómeno mais largo ou aspeto da realidade (Øien, et

al., 2011).

Os indicadores de desempenho de segurança de processos contribuem significativamente

para a segurança destes, não obstante não resolveram todos os problemas e talvez

introduzam alguns novos problemas. Geralmente o foco da segurança está no nível

operacional e tático, no entanto estes podem ajudar a encontrar novas perspetivas para uma

melhoria substancial da segurança, por exemplo tornando os processos de produção e do

negócio menos perigosos, ou mais resilientes, em não somente adicionar melhoramento

aos controlos do processo (Zwetsloot, 2009).

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10 Estado da arte

2.2.3 Indicadores proativos (leading) e reativos (lagging)

Hopkins (2009) afirma que '' o real propósito dos indicadores de desempenho deve ser o de

avaliar a eficácia de um sistema de controlo do risco”, e distinguiu mais duas dimensões na

discrição dos indicadores de segurança, que podem ser apresentados como indicadores

proativos (leading) versus os indicadores reativos (lagging).

Os indicadores reativos (lagging) são uma forma monitorização reativa, que resultam de

relatórios e investigação de incidentes específicos, ou auditorias que identifiquem não

conformidades ou fraquezas no sistema avaliado. Estes incidentes ou eventos não têm que

conduzir a danos catastróficos, danos corporais ou materiais, e representam uma falha no

sistema de controlo que protege ou limita as consequências em caso de incidente grave

(HSE, 2006).

Os indicadores proativos (leading) são uma forma monitorização ativa centrada sobre

alguns sistemas de controlo críticos do risco para assegurar sua eficácia continua. Exigem

uma verificação sistemática regular das ações chave ou atividades. Podem portanto ser

considerados como medidas do processo ou condições a ter em conta em relação ao

patamar de segurança desejado (HSE, 2006).

Os sistemas de gestão de segurança em última análise visam prevenir danos, tanto a danos

às pessoas com danos ao património. Uma ideia intuitiva mas satisfatória, é que os

indicadores reativos (lagging) são medidas diretas desses danos, enquanto os indicadores

proactivos (leading) medem as ações que de alguma forma são precursores do dano. Esta é,

certamente, como os termos são usados no caso da segurança ocupacional, que ao falar de

indicadores reativos é o mesmo que falar de taxas de acidentes (Hopkins, 2009).

O guia HSE (2006) é um documento inovador, que utiliza o modelo de “queijo Suíço” para

explicar como os acidentes resultam quando uma série de falhas dentro de um Sistema de

Controlo de Risco (SCR) se materializam de forma simultânea. A Figura 1 ilustra o

modelo através da “trajetória do acidente”, onde a “trajetória do acidente” passa através

dos furos correspondentes às camadas de defesa, barreiras ou proteções, e explica como se

comportam os indicadores proactivos (leading) e reativos (lagging) para cada um dos

controles no sistema de controlo de risco (Hopkins, 2009).

O indicador proactivo identifica falhas ou 'buracos' em aspetos vitais do sistema de

controlo de risco, encontradas durante inspeções de rotina sobre a operação de uma

atividade crítica dentro do sistema de controlo de risco. Enquanto o indicador reativo

revela falhas ou “buracos” nas barreiras descobertas na sequência de um incidente ou

evento adverso. Os incidentes não têm necessariamente que resultar em dano corporal ou

quase-acidente, o evento precursor ou resultado indesejado pode ser atribuível a uma falha

nesse sistema de controlo de risco (HSE, 2006).

Cada sistema de controlo de risco representa uma importante barreira ou proteção dentro

do sistema de gestão de segurança do processo. Deve-se igualmente reconhecer que uma

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 11

falha significativa em apenas uma barreira crítica pode ser suficiente em si mesmo para

causar um acidente grave (HSE, 2006).

Figura 1 – Indicadores reativos e pró-ativos em sistemas de controlo do risco

Fonte: Developing process safety indicators, p.7, (HSE, 2006)

Dependendo como vão ser usados, a procura de indicadores segurança poderá variar

consideravelmente, (Harms-Ringdahl, 2009), exemplos da sua aplicação na Tabela 3.

Tabela 3 – Exemplo de aplicação de indicadores - Obter um valor, sem definir o seu uso

- Usar os valores obtidos no sistema de melhoria continua

- Integrar um programa de incentivo económico

- Demonstrar para o interior da organização que foi atingido um elevado nível de segurança

- Demonstrar o patamar de segurança obtido para o exterior da organização

- Obter a segurança dos processo, segurança ocupacional, e/ou benefícios económicos, (por exemplo companhia de seguros ou outras partes interessadas)

Os trabalhos de investigação da SINTEF Technology and Society, referem que os

indicadores de segurança ou de risco devem ter as seguintes propriedades (Øien, et al.,

2011), ver Tabela 4.

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

12 Estado da arte

Tabela 4 – Propriedades dos sindicadores de segurança ou de risco - Devem proporcionar valores numéricos (tais como números ou ratio)

- Os indicadores devem ser atualizados em intervalos regulares

- Devem abranger apenas os determinantes selecionados para que possam permitir uma ferramenta de gestão

Segundo Harms-Ringdahl (2009) a caracterização das dimensões dos indicadores de

segurança está relacionada com as diferentes formas de saída, seja segurança de processos

ou segurança ocupacional, ver Tabela 5.

Tabela 5 – Dimensões dos indicadores de segurança

- Natureza e características dos perigos

- Características da Segurança técnica (se estão no lugar e seu desempenho)

- Sistemas de organização de segurança formais (se estão em conformidade e qual o seu desempenho)

- Problemas com segurança informal

- Comunicação e cooperação sobre as temáticas, de acordo com a OECD (2008)

- Valores absolutos (avaliados ou medidos), ou relativos (mudança do desempenho ao longo do tempo)

- Probabilidades e consequências económicas para diferentes resultados

As duas primeiras áreas são do âmbito das auditorias técnicas, e a terceira diz respeito a

auditorias organizacionais (Harms-Ringdahl, 2009).

A abordagem tradicional para avaliar o desempenho de segurança através da medição e

análise estatística de incidentes relacionados com dados (ou seja, número de lesões e

problemas de saúde, frequência de acidentes e as taxas de gravidade, dos custos dos

acidentes, o número de quase-acidentes ou de danos associados ao desempenho de

segurança deficiente), que são muitas vezes referidos como indicadores retrospetivos ou

reativos (lagging) (Sgourou, et al., 2010).

Os métodos de avaliação do desempenho da segurança proactivos (leading) (isto é

auditorias ou inspeções no âmbito da segurança, observações das condições de trabalho,

clima e cultura da organização, etc.) fornecem a informação que falta e revelam o

desempenho da prevenção dos acidentes de trabalho ou doenças profissionais. Estas

metodologias incluem as atividades de sistema de gestão da segurança (identificação dos

perigos, formação, auditorias, etc.), atividades com os colaboradores (identificação de

comportamentos seguros), atividades de supervisão (segurança de comunicação, inspeção

de condução, etc.), atividades da gestão (compromisso da gestão, envolvimento com a

segurança, etc.) (Sgourou, et al., 2010).

Uma visão contemporânea realça que organizações com segurança críticas devem ser

capazes de avaliar proactivamente a gestão da segurança das suas atividades. Esta

proatividade deve ser assumida dentro gestão de segurança de organização. A segurança,

contudo, é um fenômeno complexo de descrever, medir, confirmar e gerir. No desempenho

da segurança organizacional corrente, vários indicadores de segurança jogam um papel

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 13

importante em disponibilizar informação. Os indicadores de desempenho de segurança

mais comuns são os indicadores reativos (lagging) (Reiman, et al., 2011).

O objetivo do artigo publicado Reiman (2011) é descrever o papel dos indicadores de

desempenho da segurança na avaliação e implementação de funcionamento seguros nas

organizações. Pretende ainda ajudar a clarificar os diferentes propósitos e tipo de

indicadores de desempenho de segurança. Os indicadores são baseados sempre em

modelos reais e o modelo já predefine o que os indicadores podem divulgar. Então, a

implementação dos indicadores de desempenho da segurança devem começar com uma

identificação das premissas das práticas de gestão da segurança habituais. Assim sendo,

não são apenas necessários indicadores de segurança, mas o seu uso (implícito ou

explícito) é inevitável na gestão da segurança (Reiman, et al., 2011).

Reiman (2011) define indicadores de segurança proactivos (leading) como sendo os que

indicam o estado atual ou o desenvolvimento das funções chave da organização, processos

e a infraestrutura técnica do sistema (Reiman, et al., 2011).

Uma distinção importante é feita por Reiman (2011) entre dois tipos de indicadores

reativos (leading): aqueles que monitorizam a segurança e aqueles que orientam a

segurança. Os indicadores reativos de monitorização (lead monitor) indicam o potencial da

organização para obter a segurança. Por sua vez os indicadores reativos de orientação

(drive indicators), sugerem as atividades de desenvolvimento que visam melhorar a

segurança.

A conceção do nível da segurança atual refere a visão da segurança na organização baseada

na informação fornecida pelos diferentes tipos de indicadores de segurança, Figura 2.

Figura 2 – Modelo do sistema com diferentes tipos de indicadores.

Fonte: Leading indicators of system safety, p.4, (Reiman, et al., 2011)

Reiman (2011) propõe três tipos de indicadores de segurança, como descrito na Tabela 6.

Contudo, se os três tipos de indicadores mostrarem resultados inconsistentes, o modelo de

segurança suportado pela organização pode estar com defeitos.

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

14 Estado da arte

Podem ainda ser usados para comparações entre diferentes organizações, ou fazer um

retrato grosseiro do estado da segurança de uma organização

Tabela 6 – Indicadores de segurança propostos por Reiman (2011) Nome Descrição

Indicadores de condução

São medidos pela realização de uma atividade de gestão de segurança selecionada. Estão associados a medidas de controlo que são usadas nos sistemas de gestão: para mudar, manter, reforçar e reduzir alguma coisa. A principal função dos indicadores de condução é direcionar a atividade sociotécnica motivando certas atividades relacionadas com a segurança.

Indicadores de monitorização Refletem o potencial e a capacidade de uma organização no desempenho com a segurança. Incluindo o funcionamento de um sistema mas não estando limitado à eficácia do controlo e medidas implementadas.

Indicadores de saída

Permitem medir as saídas dos sistemas sociotécnicos, e resulta de um processo contínuo ou uma atividade. É sempre o resultado ou consequência de alguns outros fatores ou combinação de fatores e circunstâncias. E de forma errada, são frequentemente usados para definir prioridades de segurança ou concluir acerca do nível de segurança. Os indicadores de saída, não tem uma relação direta com o nível de segurança corrente de uma organização, mas podem fornecer informação acerca do funcionamento ou falência das barreiras de segurança. Alterações nos indicadores de saída podem contudo motivar a organização para continuar a inspecionar os seus indicadores de monitor para possíveis mudanças nas capacidades da organização, com vista a assegurar em situações presentes e futuras a segurança.

Fonte: Leading indicators of system safety–, p.4, (Reiman, et al., 2011)

Na atualidade organizações com segurança crítica complexa, os acidentes resultam

frequentemente da combinação de várias circunstâncias deficiências e desempenho

variável, que por si só são inofensivos. Este facto enfatiza a importância de possuir

indicadores proactivos (leading) que estejam focados no desenvolvimento. Mas a

segurança nunca pode ser garantida por confiarmos nos indicadores reativos (lagging),

precisa de uma focalização continua nos indicadores proactivos (leading) com as

deficiências do passado e das condições técnicas, organizacionais e humanas que levem

avante a segurança (Reiman, et al., 2011).

2.2.4 SPIs Sectoriais

A especificidade na utilização dos indicadores de segurança em alguns sectores de

atividade revela alguma importância. São apresentados a sua aplicação na indústria

química de risco agravado, na extração do petróleo e gás, no transporte marítimo, na

indústria nuclear e na atividade industrial.

i) Indústria química de risco agravado

Um guia para o desenvolvimento de indicadores de desempenho da segurança foi

disponibilizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

(OCDE), e orientado para a indústria química de risco agravado, isto é para empresas que

possuam risco de acidente envolvendo produtos químicos perigosos (OCDE, 2008).

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 15

Segundo este organismo intergovernamental o termo indicador de desempenho de

segurança significa perceções das medidas observáveis que são difíceis de medir

diretamente. E divide os indicadores de segurança em dois tipos: indicadores de resultado

(outcome indicators) e indicadores de atividade (activities indicators), ver Tabela 7.

Tabela 7 – Índices de desempenho de segurança da OCDE Nome Descrição

Indicadores de resultado

São concebidos para ajudar a avaliar as ações relacionados com a segurança (políticas, procedimentos e práticas), tentando alcançar os resultados pretendidos. Estas atitudes conduzem a uma menor probabilidade na ocorrência do acidente, ou pelo menos com menor impacto, na saúde humana, ambiente e/ou património. Os indicadores de resultado são reativos, medem o impacto das ações desenvolvidas pela gestão da segurança e são equivalentes aos indicadores reativos (lagging). Medem frequentemente alterações no desempenho da segurança ao longo do tempo, ou falhas no desempenho.

Indicadores de atividade

São concebidos para ajudar a identificar se as empresas/organizações estão a desenvolver as ações necessárias para reduzir os riscos. Os indicadores de atividade são um tipo de atitude proativa e são equivalentes aos que são chamados indicadores orientação (leading) noutros documentos técnicos. Quando usados desta maneira, os indicadores de atividade destacam a necessidade de ação quando o nível de tolerância é excedido, num específico período de tempo. Possibilitam uma forma de verificação se as ações prioritárias estão a ser implementadas de acordo com o que foi previsto. Conseguem ainda ajudar a explicar se um resultado foi alcançado ou não.

Fonte: Guidance on developing safety performance indicators; p.5 (OCDE, 2008)

O guia apresenta ainda um conjunto de etapas para estabelecer um programa de seleção de

indicadores de desempenho de segurança, encontrando-se o diagrama descrito na Figura 3.

Disponibiliza ainda um menu de indicadores de resultados e indicadores de atividades,

para ajudar as empresas ou organizações a escolher e / ou criar indicadores que sejam mais

ajustados às necessidades específicas.

Os programas de indicadores de desempenho da segurança fornecem meios para verificar

se as políticas, os procedimentos e as práticas (incluindo os recursos humanos e medidas

técnicas), são críticos para a segurança química e se são bem-sucedidos em conseguir

atingir os resultados desejados.

Igualmente os programas de indicadores de desempenho da segurança podem igualmente

ajudar a identificar as áreas de atenção prioritária e as ações corretivas que são necessárias,

pois proporcionam um aviso prévio antes que uma falha catastrófica aconteça, como

consequência dos sistemas de controlo críticos não estarem a operar como pretendido ou se

estejam a deteriorar a um nível inaceitável (OCDE, 2008).

i) Extração Petróleo e Gás

A segurança nas plataforma petrolíferas é o estado em que o risco de danos: em pessoas,

ambiente, ou materiais é reduzido, e mantido a um nível aceitável. O risco pode ser medido

e avaliando através indicadores de desempenho da segurança relacionados com o risco. E

que não são mais que medidas ou índices que refletem condições operacionais inseguras do

sistema da offshore, que influenciam as condições de desempenho da segurança das

pessoas.

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

16 Estado da arte

Figura 3 – Implementação de um programa de seleção (OCDE);

Fonte: Guidance on developing safety performance indicators; p.12 (OCDE, 2008).

Permite ainda que se façam comparações com outras plataformas ou instalações (ElSayed,

et al., 2011). A Tabela 8 ilustra os indicadores de segurança utilizados no estudo.

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 17

Tabela 8 – Indicadores de Segurança na Extração Petróleo e Gás Nome Fórmula de cálculo

Mortes Anuais por Plataforma (LTIF) LTIFTempo perdido poracidente 10n. º total de horastrabalhadas

Índice de gravidade ou severidade de acidente (GI). GITotal de dias não trabalhados 10

n. º total de horastrabalhadas

Mortes Anuais por Plataforma (PLL)

N.º de mortes da companhia ou contratados por horas trabalhadas (FAR) FAR

PLL 10n. º de horas deexposição

Média do risco individual (AIR) AIR H FAR 10

Onde: fnj = frequência anual de n cenários de acidentes com consequência pessoal j; Cnj = número médio de mortes por cenário de acidente n com consequência pessoal j; N = número total de cenários de acidentes propostos J = total de consequências pessoais tipo: imediatas, em fuga, evacuação, e morte em salvamento; Horas de exposição = total de horas na instalação (a trabalhar ou em repouso) H = número anual de horas na offshore por individuo

Fonte: Assessment of safety performance indicators:, p.62, (ElSayed, et al., 2011)

O valor aceitável para a média do risco individual (AIR) nas plataformas petrolíferas

encontra-se ilustrado na Figura 4.

Figura 4 – Critério aceitável de AIR (ElSayed, et al., 2011).

Fonte: Assessment of safety performance indicators, p.64, (ElSayed, et al., 2011)

Outro estudo desenvolvido em empresas que efetuam perfurações nas plataformas

Norueguesas (NCS) e nas plataformas continentais britânicas (UKCS), cujo ponto de

partida foi avaliar as influências potenciais de características do nível hierárquico da

estrutura funcional, das condições de trabalho, da confiança, e dos parâmetros envolventes

à segurança no que respeita ao seu do seu desempenho (Tharaldsen, et al., 2010).

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

18 Estado da arte

Tem vindo a ser sugerido por diversos autores o uso de métodos combinados, qualitativo e

quantitativos, através de conceitos como triangulação, simplificação, iniciação,

corroboração, e sequenciais, com o objetivo de ilustrar a estrutura dos métodos mistos.

No entanto o estudo baseou-se na análise de dados, obtidos por questionário em entrevistas

aos trabalhadores, que incluíram escalas de Likert de autoavaliação, expressando as

perceções e as atitudes dos indivíduos às indicações diferentes em comportamento da

segurança, desempenho em segurança, confiança nos colegas, compromisso da gestão com

a segurança e cultura organizacional de GLOBE (Global Leadership and Organizational

Behavior Effectiveness)

Como conclusão do estudo, os trabalhadores das plataformas petrolíferas evidenciaram que

as condições de trabalho, a confiança na equipa de trabalho e o compromisso da gestão,

contribuem largamente e de forma significativa no desempenho da segurança (Tharaldsen,

et al., 2010).

ii) Transporte Marítimo

Um dos principais objetivos em quantificar o nível da segurança é desenvolver estratégias

de intervenção para evitar acidentes futuros. Reconhecer sinais antes que um acidente

ocorra cria o potencial para melhorar a segurança, e as muitas organizações procuraram

desenvolver programas para identificar e tirar benefícios dos alertas, dos sinais e dos

indicadores prévios (Grabowski, et al., 2007).

Em 2004 foi desenvolvido um estudo piloto para identificar, avaliar e analisar um grupo de

indicadores da segurança proativos (leading) para o transporte marítimo. Inicialmente, o

objetivo do projeto estava ligado a operações domésticas de um petroleiro dos Estados

Unidos da América, no entanto veio a servir de base para um estudo mais largo de

indicadores “leading” no transporte marítimo internacional (Grabowski, et al., 2007).

O método consiste em obter dados numéricos, através de três questionários abrangendo: a

cultura de segurança organizacional, a cultura de segurança das embarcações e a cultura de

segurança dos colaboradores intervenientes no transporte (Grabowski, et al., 2007).

iii) Indústria Nuclear

Os indicadores de desempenho de segurança numa instalação nuclear são parâmetros base,

que indiciam uma relação potencial com a segurança da instalação.

Quando corretamente selecionados são uteis na avaliação e comparação de desempenho ao

longo do tempo e para uma dada instalação industrial ou unidades industriais. Permitem

ainda a sua comparação transversal com outras instalações no mesmo período de tempo e

servem de base para tomada de decisões no desempenho da segurança em relação à

instalação (Chakraborty, et al., 2003).

Consistem na informação numérica de parâmetros que se entende estarem associados à

segurança dos processos e ao desempenho operações, nomeadamente: a frequência de

defeitos nas instalações; desempenho do equipamento; fraquezas nas áreas de operação e

exposição à radiação coletiva (Chakraborty, et al., 2003).

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 19

A Agência de Energia Atómica Internacional (AEAI) (Øien, et al., 2011) sugeriu as

seguintes características para os indicadores de desempenho da segurança:

Tabela 9 – Características dos SPIs segundo a AEAI

Existir relação direta entre o indicador e a segurança

Os dados necessários devem ser disponíveis ou capazes de ser gerados

Capazes de serem expressos em termos quantitativos

Inequívocos

O significado deve ser compreendido

Não passíveis de serem manipulados

Grupo manejável

Significativo;

Capazes de ser integrados em atividades operacionais normais;

Capazes de serem validados;

Capaz de ser ligado à causa que teve um mau funcionamento ou anomalia;

Precisão dos dados a cada nível deve ser capaz de verificação e controle da qualidade;

Capacidade local de ações, a serem tomadas com base nos indicadores.

Existir relação direta entre o indicador e a segurança

Avaliação dos indicadores deverá ser feita de acordo com requisitos científicos e não

científicos (Øien, et al., 2011).

iv) Atividade Industrial

No estudo desenvolvido por Dujim (2008), é dada como sugestão o recurso a indicadores

de desempenho de sistemas gestão segurança.

Refere que para pequenas e médias empresas (PME), e face ao reduzido número de

acidentes esta informação não pode se utilizada como indicador por razões estatísticas, no

entanto considera útil o uso do indicador “número de acidentes” para grandes indústrias

(Duijm, et al., 2008).

Por ouro lado, o reporte de anomalias, incidentes e os quase-acidentes (acidentes evitados à

justa) podem em muitos casos serem tradutores de eficácia do sistema. São ainda fatores

relevantes e incontestáveis, para o desempenho da segurança, a atitude de segurança e a

cultura de segurança (Duijm, et al., 2008).

A falta de indicadores de desempenho de segurança em processos tem sido apontado

recentemente como fator em numerosos acidentes industriais graves. Tendo por base este

vazio, a multinacional Bassel desenvolveu, entre 2003 a 2006, um estudo piloto nas suas

unidades industriais sobre os indicadores de performance de segurança em processos

existentes, compreendendo indicadores reativos (lagging) e proativos (leading) (Webb,

2009). Começaram por estabelecer um grupo de sete indicadores reativos de segurança em

processos que estão apresentados na Tabela 10.

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

20 Estado da arte

Tabela 10 – Indicadores lagging de desempenho de segurança em processo na Bassel

Curto-circuito elétrico

Explosão ou fogo

Libertação de material inflamável no interior das edificações

Libertação de material inflamável no exterior

Libertação de substância que pode ter impacto com o ambiente

Sistema de proteção relacionada com a segurança interveio durante a operação

Paragens não programadas relacionadas com a segurança

Fonte: Process safety performance indicators: A contribution to the debate, (Webb, 2009)

Inicialmente eram reportados para a Holding com carácter mensal, as diferentes categorias

de acidentes das diversas unidades industriais e enquadrados num conjunto de indicadores

reativos, sendo apenas monitorizado e reportado o desempenho de acidentes

Em 2004 desenvolveram um sistema para indicadores proativos (leading) de segurança em

processos que estão apresentados na Tabela 11.

Tabela 11 – Indicadores leading de desempenho de segurança em processo na Bassel

Elementos HSEMS Tema Definição da métrica

Sistema de medida Sistema de Monitorização

Inspeção 1 Os resultados das inspeções ainda não foram encerrados.

% do progresso das recomendações da inspeção.

Os resultados da inspeção são guardados na base de dados.

Reunião da Inspeção trimestral supervisionada pelo gestor local.

Inspeção 2 As inspeções estão atrasadas.

% de inspeções prevista e terminadas no fim de cada mês. Registadas por departamento ou área local.

O inspetor local elabora no final do mês.

Reunião da inspeção trimestral

Comunicação de operações seguras.

Os técnicos não receberam toda a informação relevante de segurança do processo.

% de comunicações chave bimestrais , que não foram realizadas.

Gestores do departamento escolhem a chaves de comunicação e procedem á sua divulgação.

Conselho de HSE é gerido pelo gestor local.

Autorizações de trabalho

Falta de informação atualizada sobre o bom desempenho do trabalho.

% de autorizações de trabalho inspecionados pelos serviços de segurança durante a semana, de trabalho.

Os gestores das operações preenchem a tabela dos resultados.

Reunião mensal do departamento e do conselho HSE.

Formação

Os colaboradores possuem em atraso a formação de reciclagem relacionada com a segurança do processo

% de trabalhadores que tiveram formação na data prevista.

O departamento de formação extrai dados do sistema do sistema de gravação e reporta trimestralmente.

Reunião do comité de direção da formação.

Fonte: Process safety performance indicators (Webb, 2009)

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 21

A conclusão do estudo é que os de indicadores de performance de segurança em processos

são apenas um dos elementos requeridos para um sistema de gestão funcionar de forma

conveniente (Webb, 2009).

2.2.5 Evolução do processo da segurança

Hale e Hovden (1998) dividiram a história da pesquisa de segurança em três fases, Figura

5. Na primeira fase a segurança foi vista como tecnológica e envolvendo a melhoria nas

máquinas e equipamentos. A segunda fase começou em meados de 1970 e foi centrada nos

trabalhadores. A terceira fase começou durante os anos de 1980 e é caracterizada

principalmente pela filosofia da gestão da segurança baseada na suposição de que os

acidentes são causados principalmente por erro humano ou falha.

Nas últimas duas décadas tem-se assistido a um aumento gradual do interesse das

organizações na implementação de sistemas de gestão. Esse interesse repercute-se às

diferentes a áreas onde os próprios domínios da Segurança e Saúde no Trabalho (SST) não

é exceção à regra (Neto, 2007).

Figura 5 – A evolução da investigação da segurança

Fonte: Reason, J. 1997. Managing the risks of organisational accidents

Mas a partir do final dos anos 1990 tornou-se claro que com a implementação dos sistemas

de gestão tinha-se atingido um patamar de desempenho que era difícil ultrapassar. E por

muitas abordagens que se fizessem seria "mais do mesmo" apesar de se entender que era

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

22 Estado da arte

desejável alcançar maiores aperfeiçoamentos no desempenho. Estes sistemas produziram

tais melhorias no desempenho, quando comparado com o que se tinha atingido nos finais

dos anos 1980, que as expectativas sobre o que poderia e deveria ser alcançado tornaram-

se mais rigorosas (Hudson, 2007).

O estudo sobre porque é que em algumas organizações detentoras de sistemas de gestão de

segurança, atingiam bons resultados em termos de segurança e outras não, associado à

investigação de acidentes e fatores humanos de não cumprimento de regra e procedimentos

de trabalho, veio dar destaque aos problemas associados com a cultura de segurança

(Hudson, 2007).

A Figura 6 mostra que os incrementos significativos na segurança foram atingidos através

da melhoria da tecnologia e design, com a subsequente mudança de patamar aportada pela

implementação dos sistemas de gestão, procedimentos de melhoria e criação de

competência (Carelse, 2011).

A cultura de segurança é o ingrediente que faltava para assegurar que todos os

colaboradores aceitam a responsabilidade e demonstram uma atitude positiva para os

planos da implementação da segurança (Carelse, 2011).

Figura 6 – Evolução do processo da segurança

Fonte: Implementing a safety culture in a major multi-national (Hudson, 2007)

2.2.6 Cultura de Segurança

Cultura de Segurança é um conceito relativamente novo, e vários estudos tem vindo a ser

desenvolvidos a longo das últimas décadas. O conceito foi introduzido pela Agência de

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 23

Energia Atómica Internacional (AEAI), depois da primeira análise ao acidente do reator

nuclear Russo em Chernobyl em 1986 (Choudhry, et al., 2007).

Existem numerosas definições de Cultura de Segurança na literatura académica, e que

podem ser consultadas no artigo “The nature of safety culture: A survey of the state-of-the-

art” (Choudhry, et al., 2007).

A cultura de segurança é geralmente definida como a parte da cultura de uma organização

que está relacionada com a segurança. O patamar em que está a cultura de segurança de

uma organização é o mesmo que a sua cultura organizacional é sensível aos tipos e

magnitudes dos riscos que as suas atividades de trabalho envolvem. Onde indústrias são de

alto risco, em termos dos seus processos ou da segurança dos trabalhadores, (à exceção

daquelas onde a cultura da organização e a cultura da segurança seriam uma e a mesma), se

a segurança for o fio condutor de todas as decisões e práticas organizacionais (Cooper,

2000).

O conceito da cultura da segurança é apresentado frequentemente separada das

características de uma organização, tal como o programa de trabalho ou a estratégia

empresarial e tecnologia, fazer a separação conceptual de cultura da segurança reduz o

termo para referir somente os fatores que são conectados claramente com a segurança, tal

como atitudes da segurança e valores da segurança.

A cultura da segurança pode ser visto na estrutura da organização: nas suas políticas,

procedimentos de funcionamento, sistemas de gestão, etc. O maior inconveniente com a

maioria dos modelos de cultura da segurança é a dificuldade da sua integração em modelos

gerais da cultura da organização. Os aspetos que envolvem a cultura de segurança podem

ser medidos através de observações, autoavaliação ou outros. É importante uma

aproximação holística para proceder à avaliação da cultura da segurança, contudo algumas

abordagens da cultura da segurança são difíceis compreender na totalidade, para alguns

auditores ou equipas de auditores externos, e de a aceitar inteiramente devido à sua

natureza técnico-social complexa (Choudhry, et al., 2007).

A cultura de segurança é o produto de interações entre três componentes seguidamente

descritas na Tabela 12 (Glendon, et al., 2006).

Tabela 12 – Componentes da cultura da segurança

Clima de Segurança Fatores internos e psicológicos relacionados com o individuo, incluindo atitudes e perceções; este elemento da cultura da segurança pode ser obtido usando questionários específicos.

Ambiente relacionado com a segurança

Comportamento em curso e observável; este elemento pode ser medido através de técnicas como a amostragem de comportamento e observação

Sistemas de gestão da segurança

Políticas organizacionais, práticas, procedimentos e estilo de gestão. Este elemento pode ser medido com auditorias de segurança objetivas.

Segundo Hahn (2008) o clima de segurança está associado à perceção partilhada dos

colaboradores acerca da segurança de seu ambiente do trabalho, e fornece um apoio às

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

24 Estado da arte

tarefas que são executadas dia a dia. Estas perceções partilhadas derivam-se de diversos

fatores, incluindo a tomada de decisão da gestão, normas e expectativas de organização da

segurança, e boas práticas de segurança, políticas, e procedimentos que em conjunto

servem para comunicar o compromisso de organização à segurança.

As organizações com climas de segurança fortes tendem a ter menos acidentes com os seus

colaboradores, não somente porque o local de trabalho tem programas de segurança

aperfeiçoados e eficazes, mas também porque a sua existência mantem latente nos

colaboradores o seu compromisso em relação da gestão à segurança. Está provado que se

uma a organização leva a sério as práticas seguras do trabalho, a seus empregados são mais

sensíveis em aderir às mesmas (Hahn, et al., 2008).

2.2.7 Maturidade da cultura de segurança

Uma forma de compreender a cultura da segurança é através da maturidade da cultura de

segurança (Hudson, 2003).

Com o objetivo de medir a maturidade da cultura de segurança em empresas petrolíferas

brasileiras que exploram “petróleo e gás natural foi desenvolvida por (Filho, et al., 2010)

uma estrutura baseada no modelo de (Hudson, 2003). A descrição gráfica do modelo e dos

diversos estágios de desenvolvimento estão descritos na Figura 7.

Figura 7 – Modelo de cultura de segurança.

Fonte: Applying the lessons of high risk industries to health care, p 11, (Hudson, 2003)

Os diferentes estágios estágio de desenvolvimento da cultura de segurança, segundo

Hudson (2003) podem ser observados na Tabela 13.

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 25

Tabela 13 – Descrição dos estágios de desenvolvimento

Patológico A segurança é um problema causado pelos trabalhadores. A linha orientadora é o desenvolvimento do negócio e o desejo de não serem multados

Reativo As organizações começam a levar a segurança a sério a segurança mas apenas tomam ação depois dos incidentes

Calculador A segurança é conduzida pelos sistemas de gestão com muita recolha de dados. A segurança é ainda imposta e primariamente conduzida pela gestão, em vez de olhar para a sua mão-de-obra.

Proactivo: Com desempenho melhorado, o inesperado é o desafio. Começa a existir o envolvimento dos

colaboradores para levar ad iniciativas avante.

Generativo Existe uma participação ativa a todos os níveis. A segurança é percebida como sendo uma parte

inerente do negócio.

Este modelo é o mais adequado, segundo Filho (2010) em detrimento de alguns dos outros

modelos, já que no Brasil as falhas técnicas não são as que causam a maioria dos acidentes,

e as empresas são complacentes com lei da segurança e da saúde e possuem um sistema de

gestão da segurança adequado.

São 5 as dimensões que formam a estrutura para identificar as fases da maturidade da

cultura da segurança nas organizações: Informação; Aprendizagem organizacional;

Participação; Comunicação e Compromisso.

Todos estes foram escolhidos da literatura na cultura da segurança e de acordo com o

modelo selecionado.

Como consequência, a cultura da segurança pode somente ser tomado a sério numa fase de

desenvolvimento da segurança num patamar muito elevado (Hopkins, 2009), e levará

algum tempo a ser conseguida, e os desenvolvimentos inter e intraempresas (Hudson,

2007) podem evoluir mais rapidamente em algumas áreas do que em outras (Filho, et al.,

2010). Os acidentes de trabalho deterioram gravemente o capital humano e, portanto,

afetam negativamente a produtividade e a competitividade das empresas. Mas, apesar

disso, ainda observamos escassez de práticas preventivas, um insatisfatório compromisso

da gestão e uma ausência de cultura de segurança (Fernández-Muñiz, et al., 2009).

2.3 Referenciais Técnicos

Há vários métodos ou formas de indicadores de desempenho de segurança e saúde

ocupacional, indicadores de sinistralidade e indicadores risco, desenvolvidos por

organismos técnicos ou governamentais:

• Organização Internacional do Trabalho (OIT);

• Occupational Safety and Health Administration (OSHA);

• Associação Portuguesa de Seguradores (APS);

• Health Safety Executive (HSE);

• Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo (INSHT).

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

26 Estado da arte

2.3.1 Índices de Sinistralidade - OIT

Foi estabelecido uma base estatística, na 16ª Conferência Internacional de Estatísticos do

Trabalho (ILO, 1998), que responde às necessidades específicas de cada país e às diretivas

internacionais de medição e classificação das lesões profissionais. Para que seja possível

estabelecer comparações estatísticas, por exemplo, entre períodos, atividades económicas,

regiões ou países, importa ter em conta as diferenças do volume de emprego, as alterações

no número de trabalhadores incluídos no grupo de referência, assim como as horas de

trabalho efetuadas por esses trabalhadores.

Podem-se calcular taxas tendo em conta diferenças diversas nomeadamente, medidas de

comparação de dados nacionais e internacionais. Cada uma das taxas apresentadas na

Tabela 14 refere orientações de gestão diferentes em função dos parâmetros avaliados.

Tabela 14 – Índices estatísticos - OIT

Nome Fórmula de cálculo Taxa de frequência de novos casos de lesões profissionais (Tf)

º ã 10º

Taxa de incidência dos novos casos de lesão profissional (Ti)

º ã 10º

Taxa de gravidade de novos casos de lesões

profissionais (Tg)

º ê ã 10

Fonte: OIT – Organização Internacional do Trabalho

2.3.2 Rácio de incidência - OSHA

Os rácios de incidência publicados pela OSHA são métodos para medir o desempenho da

segurança. Os rácios devem ter em conta o tipo indústria, o volume de trabalhadores, a

localização geográfica e características das atividades em análise. A taxa de incidência por

acidente, doença profissional, morte, e dias perdidos por acidente são os mais comuns

(Janicak, 2003). As fórmulas usadas para calcular esses ratios são constantes na Tabela 15.

Tabela 15 – Rácios baseados na incidência - OSHA Nome Fórmula de cálculo

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Fonte: Safety Metrics, p.141 (Janicak, 2003)

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 29

No Anexo A encontram-se os questionários, as tabelas de cálculo e os critérios de

avaliação, da versão original em inglês.

2.3.5 Indicadores de prevenção e excelência empresarial - INSHT

A inter-relação dos resultados das auditorias de Excelência Empresarial (EE) e Prevenção

do Risco Laboral (PRL) facilita a reflexão sobre a cultura empresarial existente e os fatores

favoráveis e adversos para e melhoria da produtividade e competitividade (Belloví, 2011).

Estes dois indicadores desenvolvidos pela INSHT tem por base a avaliação simplificada da

Excelência e da gestão da Prevenção, através de questionários valorizados a partir das

respostas recolhidas no campo das atuações que funcionam como instrumento de análise

qualitativa para obtenção dos resultados, ver Figura 10.

Figura 10 – Esquema do modelo de análise do indicador INSHT

Fonte: http://calculadores.insht.es:86/Eficaciapreventiva/Introducción.aspx

Para além dos resultados numéricos podem ser geradas algumas representações gráficas

para tornar mais fácil visualizar a posição da empresa analisada no que diz respeito a

padrões de referência pré-definida. Na Figura 11 pode ser observado um exemplo das

tabelas e dos gráficos para uma situação de exercício simulado.

xx

EXELÊNCIA EMPRESARIAL

Questionário EFQM EXELÊNCIA EMPRESARIAL

Indicadores numéricos

PREVENÇÃO RISCOS

OCUPACIONAIS

Questionário INSHT

PREVENÇÃO RISCOS

OCUPACIONAIS

Indicadores numéricos

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

30 Estado da arte

Figura 11 – Simulação para os indicadores “EE” e “PRL” da INSHT

No anexo B encontram-se os questionários, as tabelas de cálculo e os critérios de

avaliação, da versão original em Espanhol.

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 31

3 OBJETIVOS E METODOLOGIA

A pertinência da dissertação “modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade

seguradora” assenta na necessidade de fornecer às seguradoras e/ou às entidades de

mediação as condições de obter o desempenho da segurança e saúde nas pequenas e

médias empresas (Wright, et al., 2005). Tentando assim estimular as Pequenas e Médias

Empresas (PME’s) em Portugal para preocupação com a prevenção dos riscos

ocupacionais.

3.1 Objetivos da Tese

Foi primeiro intuito deste trabalho conhecer e estudar o tipo de indicadores de desempenho

existentes, ligados à segurança ocupacional e prevenção de riscos, e que pudessem

monitorizar estes parâmetros nas organizações.

O segundo objetivo é propor um modelo que possibilite a avaliação das pequenas e médias

empresas em Portugal, no seu desempenho preventivo, no que diz respeito ao controlo dos

riscos ocupacionais e estruturação em matéria de segurança e saúde no trabalho.

Esse processo deve ter a particularidade de poder integrar um instrumento de apoio à

tomada de decisão pela indústria seguradora, possibilitando fazer uma escolha mais

adequada de novos clientes empresariais durante o processo de subscrição, tendo em conta

a atividade económica desenvolvida e risco de acidentes de trabalho associado. Mas

também, se necessário, uma monitorização dos segurados empresariais, na fasquia das

PME´s, no que respeita ao desempenho da prevenção dos fatores riscos ocupacionais e

controlo do risco de acidentes de trabalho ao longo da vigência do contrato de seguro.

Se as entidades seguradoras passam a usufruir de benefício e interesse imediato, o sistema

de apoio à decisão destes transportará uma mais-valia para as empresas que querem

colocar o seu seguro de acidente de trabalho a um preço mais baixo, justificando assim

parte do seu esforço e investimento na segurança e saúde. Ou até às entidades de mediação

de seguros (mediadores e corretores), que contam com mais uma argumentação na gestão

do risco do seguro de acidentes de trabalho, no seu papel de agentes intermediários entre as

seguradoras e segurados.

Para estruturar o desenvolvimento da investigação, foi estabelecido como terceiro

objetivos complementar, a realização de testes do modelo desenvolvido junto de algumas

empresas, tendo como finalidade obter alguma sensibilidade quanto ao seu funcionamento

e aplicabilidade prática.

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Mestrado e

32

3.2 M

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 33

Seleção dos indicadores de desempenho que mais se ajustavam ao objetivo pretendido.

Estes indicadores deveriam possuir uma componente que avaliasse a prevenção dos riscos

ocupacionais, por um lado numa vertente holística e proactiva, por outro lado numa

abordagem mais reativa que estivesse associada aos acidentes de trabalho. Realçando aqui

a particularidade portuguesa da reparação dos acidentes de trabalho pelo setor segurador e

excluindo o problema das doenças profissionais que se encontram integradas no sistema de

proteção da segurança social responsabilidade do estado português.

Caraterização e adequação das matérias dos diversos indicadores selecionados por forma a

permitir a recolha no estudo realizado;

Identificadas, visitadas e caracterizadas as empresas para a realização do estudo piloto para

aplicar os diversos materiais utilizados com base no modelo desenvolvido;

Recolha dos dados, realização dos cálculos para os diversos indicadores selecionados, e

análise dos diversos parâmetros e resultados;

Estruturação do modelo de desempenho preventivo, através da adequação de escalas e

uniformização dos valores dos resultados tendo em conta os valores de referência dos

diversos indicadores;

Discussão dos resultados após integração dos diversos indicadores no modelo construído e

apresentação de algumas conclusões.

3.3 Materiais e Métodos

Os indicadores de desempenho selecionados para o modelo proposto numa vertente

prevencionista e acidentológica são os seguintes:

Índice de desempenho de segurança e saúde da HSE;

Indicadores de prevenção e excelência empresarial da INSHT

Taxa de sinistralidade (Tf. Tg, TiT e TiM)

Taxas de risco das seguradoras.

Encontram-se mencionados no capítulo 2.3 Referenciais Técnicos e resultaram da revisão

bibliográfica.

3.3.1 Empresas utilizadas no estudo

O estudo foi desenvolvido em 5 empresas do setor do calçado, sediadas na zona norte de

Portugal. O tipo de empresas com base no número de trabalhadores, e de acordo com o

conceito definido no artigo 100º da Lei 7/2009, de 12 de Fevereiro, é seguinte:

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

34 Objetivos e metodologia

Tabela 16 – Caraterização das empresas alvo do estudo

Empresa CAE Tipo de Empresa N.º Trabalhadores

A 15201 – Fabricação de Calçado Média 115

B 15201 – Fabricação de Calçado Pequena 56

C 15201 – Fabricação de Calçado Pequena 28

D 15201 – Fabricação de Calçado Pequena 12

E 15201 – Fabricação de Calçado Pequena 33

No anexo C encontra-se a caraterização e uma breve descrição de cada uma das empresas

envolvidas.

3.3.2 Índice HSE - Materiais e métodos de aplicação

Para recolha da informação na avaliação do índice de desempenho de segurança e saúde

para pequenas e médias empresas da HSE (Wright, et al., 2005) foram utilizados os

mesmos questionários preconizados pela versão original do método, a Tabela 17 analisa os

materiais usados e o modo de aplicação.

Com base nas respostas dos questionários, procedeu-se ao cálculo, para a obtenção da

pontuação final do índex de desempenho de segurança e saúde da HSE.

Tabela 17 – Caraterização do índice HSE

Constituição do material

Questionários (Q1.1) e (Q1.2) com um total de 110 perguntas, ver Anexo D. Q1.1 – 10 perguntas principais sobre a “exposição de perigos”. Q1.2 - 10 conjuntos de questões suplementares sobre como é feita a ‘gestão dos perigos’, que são elencadas para cada perigo em particular do questionário Q1.1.

Informações complementares

Os questionários que constituem os materiais resultaram da tradução dos questionários na sua versão original, inglês, com os ajustes necessários à legislação e normativas nacionais quer na interpretação quer no conceito. Foi mantida na íntegra a ordem das perguntas, e a tradução foi verificada. Todas as empresas que integraram o estudo foram previamente visitadas antes do preenchimento do questionário, para que houvesse um maior conhecimento das suas características, em particular do seu processo fabril e instalações. Após este pré-diagnóstico em cada uma delas, foi solicitado aos interlocutores que respondessem às diversas questões, tendo sido explicado quando necessário o propósito ou abrangência da pergunta.

Método de aplicação

O método para aplicação dos questionários (Q1.1) e (Q1.2) foi através de resposta aos questionários junto do interlocutores das empresas que serviram de base ao estudo. Tendo os interlocutores sido os seguintes:

Empresas “A” e “B” o responsável da área dos recursos humanos e administrativa; O gestor da empresa no caso da “D”; Nas empresas “C” e “E” o responsável fabril e o gestor de cada uma delas.

Os questionários (Q1.1) e (Q1.2), preenchidos para as diversas empresas, encontram-se disponíveis para consulta no Anexo E.

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 35

Explicação do cálculo do índice HSE:

A tabela de cálculo ver Figura 13, para obtenção da pontuação final do índice HSE é

seguidamente explicada:

Figura 13 – Exemplo de como calcular a pontuação do índice de HSE

1ª Etapa – Com base nas respostas aos questionários (Q1.1), as mesmas são pontuadas na

medida em que os trabalhadores estão expostos a esses perigos, assumindo a “Exposição

ao Perigo (EP)” a seguinte pontuação: Nunca = 10; Raramente = 8; Mensal = 6; Semanal =

4; Diário = 2; Constante = 1.

É inscrita na coluna “A” da tabela de cálculo, a pontuação da “Exposição ao Perigo (EP)”,

por forma a operar pelo valor da respectiva “Gestão do Perigo (GP)” associada.

A pontuação das respostas aos questionários (Q1.2), refletindo avaliação sobre o controle

do risco nos postos de trabalho, será igual ao número total de 'sim' para cada risco, a não

TABELA DE CÁLCULO

A                

Pontuação da 

Exposição ao Perigo 

(EP)

B              

Pontuação da 

Gestão do Perigo 

(GP)

C                   

Multiplicar EP por GP 

(se EP =10 atribuir 

100)

Lidar manualmente  com cargas  (ex.: elevar, baixar, empurrar, puxar, etc), 

com peso superior a  10 kg, se  são homens  ou 7 kg, se  são mulheres .8 4 32

Tarefas  que  requerem movimentos  repeti tivos  dos  membros  superiores  

durante  duas  ou mais  horas  por turno.1 3 3

Trabalhar ou estar próximo de  níveis  potencia lmente  perigosos  de  

produtos  químicos , sens ibi l i zadores , i rri tantes , poeiras , solventes , 

substâncias  cancerígenas , materia i s  tóxicos ,etc.

4 7 28

Qualquer trabalho em altura , incluindo o trabalho onde  é  necessário 

aceder a  equipamentos , trabalho em telhados, ou necess idade  de  acesso 

ao topo de  veículos , reboques , etc.

10 10 100

Trabalhar com máquinas  ou equipamentos  que  tem partes  perigosas , 

incluindo aquelas  que  necess i tam de  protecções , ou outras  máquinas  

onde  as  peças  perigosas  nunca  são expostas  (por exemplo, impressora  do 

escri tório com manutenção efectada  por outra  empresa).

2 7 14

Ambientes  de  labora is  onde  o ri tmo de  trabalho pode  ser muito elevado. 6 5 30

Operar ou trabalhar perto de  veículos  a  motor ou outros  equipamentos  

motorizados  e  sobre  os  quais  exis te  controlo, a  não ser num parque  de  

estacionamento.

10 10 100

Andar em superfícies  i rregulares  ou escorregadias  ou em torno de  

pequenos  obstáculos   com potencia l  para  escorregões , tropeções  e  

quedas  no mesmo nível .

8 7 56

Trabalhar em lugares  onde  o nível  de  ruído exige  que  seja  necessário 

gri tar para  ser ouvido a  2 metros  de  distância  (ou usar proteção audi tiva).8 7 56

Uso de  ferramentas  manuais  motorizadas, equipamento motorizado 

guiado à  mão, ou equipamento accionado manualmente.10 10 100

Soma  das  parcelas  da  coluna  C 519

Resultado Final do Index [ Dividir a pontuação C  por 100] 5,19

Respostas do Q1.2 

Respostas do Q1.1 

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

36 Objetivos e metodologia

ser que se tenha marcado "nunca" na “Exposição ao Perigo (EP)”, neste caso o valor de

pontuação será de 10 pontos. Os valores obtidos são inscritos na coluna “B”, pontuação da

“Gestão do Perigo (GP)” da tabela de cálculo.

2º Etapa - Assim para cada perigo multiplicar as colunas “A” x “B”, e o resultado inscreve-

se na coluna “C”. Uma pontuação de 10 de perigo de exposição na coluna “A” resulta

sempre uma pontuação de 100 na coluna “C”.

3ª Etapa – A soma total das somas das pontuações da coluna C, é um número que varia

entre 0 e 1000.

4º Etapa – O resultado final do índice de HSE, é obtida pela divisão do total das somas da

pontuação da coluna C por 100.

A pontuação final é apresentado numa escala 0 a 10, onde 0 é a pior pontuação e 10 é a

melhor pontuação. É sugerido pelo método que a classificação da pontuação do indicador

para as organizações pode ser dividida em cinco faixas, ver Figura 14, de acordo com os

patamares seguintes:

Bom – pertencente aos 20% do patamar superior;

Acima da média – pertencente aos 20% dos valores entre os melhores e média;

Média – petencente aos 20% dos valores que se situam na zona média;

Abaixo da média – pertencente aos 20% dos valores entre a média e mais fracos;

Fraca - pertencente aos 20% do patamar inferior.

Como o método de valores envolve multiplicação, a classificação de "Bom" tanto pode ser

representada por um baixo risco originado pelos perigos e / ou um alto nível de gestão de

perigos.

Figura 14 – Classificação do Índice HSE em cinco faixas Fonte: Research Report 393 p.B28 (Wright, et al., 2005)

No Anexo F são apresentadas as tabelas de cálculo para as diversas empresas e o resultado

final do índex.

3.3.3 Indicadores da INSHT - Materiais e métodos de aplicação

A recolha de informação por forma a permitir o cálculo dos Indicadores de “Excelência

Empresarial" e “Prevenção de Risco Laboral” da INSHT utilizou os mesmos questionários

preconizados pela versão original do método, a Tabela 18 analisa os materiais usados e

modo de aplicação.

Abaixo  Acima 

Média MédiaFraco Média Bom

< 3,6 3,6 a 5,0 5,1 a 6,9 7,0 a 8,6 > 8,6

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 37

Tabela 18 – Caraterização dos Indicadores INSHT

Constituição

Questionários (Q2.1) e (Q2.2) com um total de 92 perguntas, Anexo G. Q2.1 – 9 questionários de 4 perguntas cada um, sobre a avaliação da “Excelência Empresarial“; Q2.2 - 14 questionários com 4 perguntas cada um, sobre a avaliação da “Prevenção do Risco Laboral”.

Informações complementares

Os questionários que constituem os materiais resultaram da tradução dos questionários na sua versão original, espanhol, com os ajustes necessários à legislação e normativa nacional quer na interpretação quer no conceito. Foi mantida na íntegra a ordem das perguntas. Todas as empresas que integraram o estudo foram previamente visitadas antes do preenchimento do questionário, para que houvesse um maior conhecimento das suas características, em particular do seu processo fabril e instalações. Após este pré-diagnóstico em cada uma delas, foi solicitado aos interlocutores que respondessem às diversas questões, tendo sido explicado quando necessário o propósito ou abrangência da pergunta.

Método de aplicação

O método para aplicação dos questionários (Q2.1) e (Q2.2) foi através de resposta aos questionários junto do interlocutores das empresas que serviram de base ao estudo. Tendo os interlocutores sido os seguintes:

Empresas “A” e “B” o responsável da área dos recursos humanos e administrativa; O gestor da empresa no caso da “D”; Nas empresas “C” e “E” o responsável fabril e o gestor de cada uma delas.

Os dados recolhidos para as diversas empresas, a partir dos questionários (Q2.1) e (Q2.2) preenchidos, encontram-se disponíveis para consulta no Anexo H.

Cada pergunta dos questionários (Q2.1) e (Q2.2) possui quatro níveis de classificação,

dependendo do grau de adesão obtida na situação descrita, de acordo com os seguintes

critérios:

0, se o grau de adesão é inferior a 25%;

1, se o grau de adesão é entre 25% e 50%;

2, se estiver entre 50% e 75%;

3, se mais de 75%.

Com base nas respostas dos questionários procedeu-se ao cálculo para a obtenção do

Indicador de Excelência Empresarial (EE) e Indicador de Prevenção de Riscos Laborais

(PRL).

Explicação do cálculo do indicador “EE”:

A análise da “Excelência Empresarial” é obtida a partir dos nove questionários de quatros

perguntas cada (Q2.1). Cada parâmetro em particular pode assumir o valor mínimo de 0 e

o valor máximo é 12, traduzindo desta forma o grau de observância dos ativos intangíveis

(capital humano, organizativo e relacional).

A pontuação dos parâmetros da “Excelência Empresarial” é ponderada de acordo como os

critérios EFQM (European Foundation for Quality Management), que atribui pesos

diferentes a cada um deles.

De acordo com o modelo da EFQM devem valorar-se conjuntamente as atuações e os

resultados, em função das pontuações obtidas nos questionários devidamente ponderados.

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

38 Objetivos e metodologia

Para obter esta pontuação ponderada, os resultados obtidos nos questionários (Q2.1)

multiplicam-se pelos fatores que se indicam na tabela de cálculo conforme descrito na

Figura 15. A soma das parcelas ponderadas traduz o total das atuações e o total dos

resultados.

Figura 15 – Cálculo dos parâmetros de “Excelência Empresarial”

Os critérios de qualificação, com base nos valores do total das atuações e total dos

resultados, são obtidos através de uma matriz, conforme esquematizada na Figura 16.

Pode-se qualificar o grau da “Excelência Empresarial” em “Muito deficiente”,

“Deficiente”, “Melhorável”, “Correto” e “Excelente”.

No Anexo I são apresentadas as tabelas de cálculo para as diversas empresas e o resultado

do Indicador da Excelência Empresarial da INSHT.

Explicação do cálculo do indicador “PRL”:

Para avaliar a “Prevenção dos Riscos Laboral” utilizam-se os 14 questionários de quatro

perguntas (Q2.2).

Questionário Pontuação Fator EFQM Pontuação Corrigida

Atuações

Liderança e autoridade reconhecida 5 x 0,20 1,00

Politica e estratégia 2 x 0,16 0,32

Gestão do pessoal 2 x 0,18 0,36

Gestão do recursos 10 x 0,18 1,80

Gestão dos processos 5 x 0,28 1,40

Total atuações 4,88

Resultados

Nas pessoas 6 x 0,18 1,08

Nos clientes 5 x 0,40 2,00

Na sociedade 6 x 0,12 0,72

Na empresa 2 x 0,30 0,60

Total resultados  4,40

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 39

Figura 16 – Classificação de avaliação da “Excelência Empresarial”

Fonte: http://calculadores.insht.es:86/Eficaciapreventiva/Introducción.aspx

O total dos resultados é obtido através da soma dos parâmetros da “Prevenção do Risco

Laboral” conforme Figura 17.

Figura 17 – Avaliação da “Prevenção de Risco Laboral”

Cada parâmetro da “Prevenção do Risco Laboral” em particular pode assumir o valor

mínimo de 0 e o valor máximo é 12, traduzindo desta forma o grau de observância dos

12Excelente

Correto

Melhorável

Deficiente

Muito Deficiente

0 12

Total dos Resultados

9

6

3

Total Atuações

3 6 9

Questionário Pontuação

Politica e Organização Preventiva 4

Avaliação de riscos 5

Medidas de prevenção. Proteção coletiva e individual 9

Informação, formação e participação de trabalhadores 3

Revisões periódicas 6

Controlo dos riscos de Higiene Ocupacional 10

Controlo dos riscos ergonómicos e psicossociais 6

Vigilância da saúde 6

Modificações e aquisições 0

Recrutamento e mudança do posto de trabalho 4

Coordenação e contratação de trabalhos 3

Emergências. Risco grave  e iminente. Primeiros socorros 6

Investigação de acidentes e ou danos para a saúde. 0

Documentação do sistema preventivo 10

Total resultados  72

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

40 Objetivos e metodologia

ativos tangíveis (Inovação tecnológica, Tecnologia de informação e comunicação, e

medidas de carácter preventivo).

O resultado final pode variar entre 0 e 168, onde zero é a pior pontuação e 168 é a melhor

pontuação.

Conforme determinado pelo método INSHT, o critério de avaliação dos resultados pode

ser obtido pelo enquadramento na escala esquematizada na Figura 18, onde o grau da

prevenção é dividido em 5 faixas: “Muito deficiente”, “Deficiente”, “Melhorável”,

“Correto” e “Excelente”.

Figura 18 – Classificação da avaliação do “Prevenção do Risco Laboral”

Fonte: http://calculadores.insht.es

No Anexo J são apresentadas as tabelas de cálculo para as diversas empresas e os

resultados do Indicador de Prevenção de Risco Laboral da INSHT.

3.3.4 Taxa de sinistralidade - Materiais e métodos de aplicação

A Tabela 19 analisa os materiais usados e modo de aplicação por forma a permitir obter o

cálculo das seguintes taxas de sinistralidade: “Taxa de frequência (Tf)”; “Taxa de

gravidade (Tg)” ; e “Taxa de incidência dos acidentes de trabalho totais (TiT)” e Taxa de

incidência dos acidentes de trabalho mortais (TiM)”.

Tabela 19 – Caraterização das Taxas de Sinistralidade

Constituição A partir do Anexo D - Relatório anual da atividade do serviço de segurança e saúde no trabalho do modelo oficial do Relatório Único (MESS\DGS), serão selecionados 6 campos de informação, Anexo K.

Informações complementares

Os dados recolhidos dizem respeito às unidades de 2009, 2010 e 2011 tendo esta limitação temporal sido condicionada pela disponibilidade da informação

Método de aplicação

No seguimento das visitas às empresas que constituíram o teste para o modelo, foi solicitado a análise documental dos relatórios únicos de 2009, 2010 e 2011, que por razões de confidencialidade não foram disponibilizados cópias dos documentos. Os dados constituídos pelos campos preenchidos do anexo D do Relatório Único, está disponível no Anexo L, para todas as empresas do estudo.

A explicação do cálculo de cada uma da taxa de sinistralidade encontra-se descrita na

Tabela 20, assim como as condicionantes de cada um dos parâmetros.

0 168

Excelente

33 67 100 134

Muito Deficiente Deficiente Melhorável  Correto

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 41

Tabela 20 – Fórmulas de cálculo para as Taxas de Sinistralidade Nome Fórmula de cálculo

Taxa de frequência dos acidentes não mortais (Tf)

º 10º

Taxa de gravidade dos acidentes não mortais (Tg)

º 10º

Taxa de incidência dos acidentes de trabalho totais (Total AT)

º 10º

Taxa de incidência dos acidentes de trabalho mortais (AT mortais)

º 10º

Informações complementares

Trabalhadores por empresa Uma vez que o valor do número total de trabalhadores é um dos dados necessários para o cálculo das taxas de incidência, tomamos como fonte de recolha o valor inscrito no campo (I - 3.1.1) e (I - 3.2). Com base nas notas explicativas do documento oficial, são considerados todos os trabalhadores, vinculados mediante contrato de trabalho com o empregador responsável pelo relatório, ou em situação equiparada, e a trabalhar na unidade local do mesmo no caso do campo (I - 3.1.1). No âmbito do campo (I - 3.2), são considerados todos os trabalhadores, não vinculados mediante contrato de trabalho ao empregador a quem prestam serviço, responsável pelo relatório, de acordo com as seguintes situações: Neste ponto deve considerar os trabalhadores que estão a exercer funções na unidade local apesar de não serem vinculados à entidade à qual a unidade local pertence. No caso de ser uma empresa utilizadora de trabalho temporário, deve incluir neste ponto os respetivos trabalhadores temporários. Da soma dos valores das duas parcelas (I - 3.1.1) e (I - 3.2), resulta o número total de trabalhadores afetos à unidade local (estabelecimento) da empresa, no ano em causa. Horas trabalhadas por empresa O valor do número total de horas efetivamente trabalhadas (incluído as suplementares) durante o ano, pelos trabalhadores declarados em 3.1.1 ( I - 4), é um dos dados necessários para o cálculo da taxa de frequência, tomamos como fonte de recolha o valor inscrito no campo (I – 4.). Inclui o número total de horas que o pessoal ao serviço efetivamente consagrou ao trabalho, incluindo o trabalho suplementar, o tempo passado no local de trabalho na execução de trabalhos tais como a preparação dos instrumentos de trabalho, preparação e manutenção de ferramentas, os tempos de trabalho mortos mas pagos devido a ausências ocasionais de trabalho, paragem de máquinas ou acidentes e pequenas pausas para café. São excluídas as horas de ausências independentemente de terem sido remuneradas ou não. Acidentes de trabalho registados No período em análise, o número de acidentes de trabalho registados em cada uma das empresas era um dos dados necessários para a construção da taxa de frequência e taxas de incidência, tomamos como fonte de recolha os valores obtidos para cada anuidade respetiva, o resultado da soma dos valores do campo (V-1.1.1). Para a recolha e tratamento deste parâmetro, foi tido em conta a informação constante nas instruções de preenchimento do Relatório Único. As quais referem que são considerados dias de trabalho perdidos, o número de dias de calendário (incluindo sábados, domingos, feriados ou outros dias em que normalmente não trabalha) em que o sinistrado é incapaz de trabalhar devido a um acidente de trabalho. Não foram incluídos nesta informação os dias perdidos referentes aos acidentes de trajeto. Dias de trabalho perdidos No período em análise, o “número de dias de trabalho perdidos na sequência de acidentes de trabalho (AT)”, em cada uma das empresas e para um determinado ano, era um dos dados necessários para a construção da taxa de gravidade. Tomamos como fonte de recolha os valores do campo (V-1.1.2). Para tratamento deste parâmetro, foi tido em conta a informação constante nas instruções de preenchimento do Relatório Único, que referem que são considerados dias de trabalho perdidos, o número de dias de calendário (incluindo sábados, domingos, feriados ou outros dias em que normalmente não trabalha) em que o sinistrado é incapaz de trabalhar devido a um acidente de trabalho no ano de referência do relatório, pelos sinistrados de acidentes que ocorreram no mesmo ano. Ou no ano de referência do relatório, pelos sinistrados de acidentes que ocorreram em anos anteriores Não foram incluídos nesta informação os dias perdidos referentes aos acidentes de trajeto. Do campo (V - 1.1.2), resulta o “número de dias de trabalho perdidos na sequência de AT” para uma determinada anuidade.

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

42 Objetivos e metodologia

No Anexo M encontra-se descrita a tabela de cálculo, e os valores obtidos para as

empresas “A”, “B”, “C”, “D” e “E” para cada uma das taxas de sinistralidade.

3.3.5 Taxa de Risco Comercial - Materiais e métodos de aplicação

A Tabela 21 analisa os materiais usados e modo de aplicação por forma a permitir obter o

cálculo da Taxa de Risco Comercial da apólice de acidentes de trabalho do contrato de

seguro

Tabela 21 – Caraterização da Taxa de Risco Comercial

Constituição Com base das condições particulares da apólice de acidentes de trabalho do contrato de seguro, identifica-se o valor do Prémio Comercial do Seguro de acidentes de trabalho e os Valores seguros ou Volume de salários anual, ver Anexo N

Informações complementares

O valor do prémio comercial do seguro de acidentes de trabalho e o volume de salários anual dizem respeito à anuidade 2012, com base nos valores previstos.

Método de aplicação

No seguimento das visitas às empresas que constituíram o teste para o modelo, foi solicitado a análise documental da apólice de acidentes de trabalho do contrato de seguro, que por razões de confidencialidade não foi disponibilizado cópia do documento. No Anexo O encontram-se os respetivos documentos preenchidos para todas as empresas que fizeram parte do estudo desenvolvido.

Os dados são constituídos pelos campos preenchidos nas condições particulares da apólice

de acidentes de trabalho que integram os documentos do contrato de seguro.

O volume salarial e prémio de seguros são apresentados em euros (€), e a taxa de risco em

valor numérico com três casas decimais traduzido em percentagem.

Explicação do cálculo da Taxa Comercial do Contrato:

Os parâmetros a serem recolhidos das condições particulares da apólice de acidentes de

trabalho por forma a permitir o cálculo da taxa de risco comercial são os seguintes:

Prémio comercial do seguro de acidentes de trabalho

Valores seguros ou Volume de salários anual.

O cálculo da Taxa Comercial do contrato de acidentes de trabalho resulta do seguinte

quociente:

Tabela 22 – Fórmula de cálculo da TRC do contrato de seguro Nome Fórmula de cálculo

Taxa de Risco Comercial %é 10

á

No Anexo P são apresentadas as tabelas de cálculo para as diversas empresas e o resultado

da Taxa de Risco Comercial (TRC).

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 43

4 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS

O trabalho de campo efetuado junto das empresas (“A”, “B”, “C”, “D”; e “E”), que

fizeram parte do estudo, permitiu a recolha de toda da informação para os materiais dos

indicadores, encontrando-se a mesma coligida e disponível em anexo.

Foram ainda organizados os parâmetros informativos de cada um dos materiais, por forma

a permitir o tratamento através de uma abordagem quantitativa.

4.1.1 Índice HSE - Tratamento e Análise de dados

No que diz respeito ao índice HSE, os parâmetros foram agrupados pelo tema do

questionário de cada grupo de perguntas que identificavam os perigos nos locais de

trabalho, e o controlo que existe para controlar esses perigos, 10 variáveis individuais de

acordo como os questionários:

Assumindo cada um dos parâmetros o valor atribuído na pontuação do grupo de perguntas

do questionário respetivo. Na Tabela 23 são apresentadas as pontuações para cada um dos

parâmetros individuais das 5 empresas do estudo.

Tabela 23 – Parâmetros de “Gestão de Perigo” da HSE

Variáveis individuais de “gestão do perigo” Empresa

A Empresa

B Empresa

C Empresa

D Empresa

E

Manipulação manual de cargas 32 12 16 4 16 Tarefas repetitivas 3 1 2 0 2 Materiais perigosos 28 12 20 6 24 Trabalhos em altura 100 100 100 100 100 Trabalhar com máquinas protegidas 14 8 10 2 6 Stress 30 40 36 12 6 Transporte no local de trabalho 100 100 100 100 100 Superfícies irregulares ou escorregadias e Obstáculos 56 40 56 6 56 Ruído 56 40 32 0 20 Equipamentos e ferramentas vibratórias 100 100 100 100 100

Cada parâmetro de “Gestão do Perigo (GP)” em particular pode assumir o valor mínimo de

0 e o valor máximo é 100. Traduzindo desta forma o elevado perigo sem qualquer controlo

no caso do valor mais baixo “0”, até ao valor máximo “100” que significa inexistência do

perigo.

O Figura 19, gráfico de barras empilhadas, mostra a relação de cada um dos parâmetros

individuais de “Gestão do Perigo (GP)”, obtidas a partir dos questionários da HSE (Wright,

et al., 2005), com a série dados das 5 empresas do estudo.

Page 60: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Mestrado e

44

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Page 61: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

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Page 62: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Mestrado e

46

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Page 63: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 47

Tabela 25 – Avaliação em “Excelência Empresarial”

Empresa

A Empresa

B Empresa

C Empresa

D Empresa

E

Total Atuações 4,88 3,44 4,48 1,32 2,54

Total Resultados 4,40 1,00 6,62 1,48 4,00

Como base neste critério as empresas “A”, “B”, “C”, “D”; e “E”, alvo do presente estudo,

apresentam a seguinte avaliação em “Excelência Empresarial”, ver Figura 23.

Figura 23 – Classificação com base no índice em “Excelência Empresarial” INSHT

Verifica-se que a empresa “C” possui uma avaliação em “Excelência Empresarial”

“Melhorável”, as empresas “A” “B”, e “E” uma avaliação em “Excelência Empresarial”

“Deficiente” e a empresa “D” patamares de “Muito deficiente”.

Os parâmetros de “Prevenção do Risco Laboral” obtidos pelos 14 questionários de quatro

perguntas encontram-se listados na Tabela 26, assim como a pontuação obtida para cada

uma das 5 empresas do estudo.

Tabela 26 – Parâmetros da “Prevenção dos Riscos no Trabalho”

Parâmetros da “Prevenção dos Riscos no Trabalho” Empresa

A Empresa

B Empresa

C Empresa

D Empresa

E

Política e Organização Preventiva 4 3 2 2 4

Avaliação de riscos 4 2 4 0 2

Medidas de prevenção. Proteção coletiva e individual 9 0 5 3 5

Informação, formação e participação de trabalhadores 3 0 0 0 2

Revisões periódicas 6 1 5 2 3

Controlo dos riscos de Higiene Ocupacional 10 3 4 2 2

Controlo dos riscos ergonómicos e psicossociais 6 1 0 0 3

Vigilância da saúde 6 3 7 1 4

Modificações e aquisições 3 0 4 0 0

Recrutamento e mudança do posto de trabalho 4 3 2 3 1

Coordenação e contratação de trabalhos 3 0 0 0 0

Emergências. Risco grave e iminente. Primeiros socorros 6 7 7 2 7

Investigação de acidentes e ou danos para a saúde 0 0 0 0 0

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Page 64: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Mestrado e

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Page 65: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 49

Como base no critério de classificação as empresas “A”, “B”, “C”, “D”; e “E”, alvo do

presente estudo, apresentam a seguinte avaliação em “Prevenção do Risco Laboral”, ver

Figura 25.

Figura 25 - Classificação das empresas do Indicador PRL

Verifica-se que a empresa “A” possui uma avaliação em “PRL” “Melhorável”, as empresas

“C” e “E” uma avaliação em “PRL” “Deficiente” e as empresas “B” e “D” patamares de

“Muito deficiente”.

4.1.3 Taxas Sinistralidade - Tratamento e Análise de dados

O tratamento dos dados recolhidos para as anuidades 2009, 2010 e 2011, foram agrupados

pela denominação que identificava o campo de recolha no referido documento, de acordo

com os seguintes parâmetros, ver Tabela 28.

Tabela 28 – Parâmetros das taxas sinistralidade

Campo

I - 3.1.1 Número médio de trabalhadores na unidade local (estabelecimento)

I - 3.2 Número de outros trabalhadores a trabalhar na unidade local (estabelecimento)

I - 4 Número total de horas efetivamente trabalhadas (incluído as suplementares) durante o ano, pelos trabalhadores declarados em 3.1.1

V - 1.1.1 Número de acidentes de trabalho (AT) ocorridos no ano de referência do relatório

V - 1.1.2 N.º de dias de trabalho perdidos na sequência de AT ocorridos no ano de referência do relatório

A Figura 26 mostra a variação do número total trabalhadores ao longo das anuidades em

estudo (2009, 2010 e 2011), para a totalidade das empresas alvo.

O que revela ainda que as empresas mantiveram praticamente constante o número de

trabalhadores ao serviço, à exceção da empresa “A” com cerca de 2% aumento.

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Empresa "B" Muito Deficiente

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Mestrado e

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Page 70: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Mestrado e

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Page 71: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 55

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados obtidos para cada um dos indicadores selecionados transmitem apenas a

informação intrínseca de cada uma deles. O propósito estabelecido visava a integração

destes num modelo agregador que fosse capaz de fornecer o potencial e a capacidade de

uma organização no desempenho preventivo do risco de acidentes de trabalho.

Seguidamente é apresentado o modelo proposto que visa estruturar de forma integrada, os

diversos indicadores utilizados no estudo.

O formato de integração agrupa os indicadores com base no conceito que envolvem:

• Indicadores preventivos (IPRE);

• Indicadores de sinistralidade (ISIN);

• Indicadores dos seguros (ISEG).

Não estando predefinido ou condicionado na sua conceção níveis de importância ou pesos

relativos dos indicadores.

5.1 Estruturação do Modelo de Desempenho Preventivo

O modelo de desempenho preventivo proposto permite que os diversos indicadores

utilizados sejam portadores das informações que “per si” são capazes de fornecer, mas que

ao serem utilizados de forma conjunta possam congregar mais informação e maior certeza.

Consequência da correlação que possa existir entre os diversos indicadores, e deste modo

torne mais fácil, objetivo e racional o processo de tomada de decisão.

A Figura 34 traduz o conceito de integração dos vários grupos de indicadores no modelo

de avaliação preventivo proposto, em que todos eles entram no modelo com igual peso na

interface construída.

Assim nos Indicadores Preventivos (IPRE) são incluídos, o índice de desempenho de

segurança e saúde (HSE), o indicador de Prevenção de Risco Laboral (PRL) e o indicador

de Excelência Empresarial (EE).

Os Indicadores de Sinistralidade (ISIN) englobam as Taxas de frequência (Tf), as Taxas de

gravidade (Tg), as Taxas de incidência total (TiT) e Taxas de incidência mortal (TiM).

O indicador das Seguradoras (ISEG), utiliza as Taxas de Risco Comercial (TRC) do

contrato de seguro de acidentes de trabalho.

Após uniformização das escalas dos diversos indicadores, o Modelo de Desempenho

Preventivo efetua o cálculo sobre os valores obtidos dos diferentes grupos entre si através

de um processo de adição das diversas parcelas (IPREV+ISIN+ISEG).

O resultado da conjugação dos vários indicadores, não tem necessariamente que ser em

escala numérica, podendo o modelo ser construído para que o resultado final, (Elemento de

Decisão), seja traduzido em escala dicotómica ou ordinal.

Page 72: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Mestrado e

56

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Page 73: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 57

Escala do Método HSE  Escala Binária 

Bom 

1 Acima Média 

Média 

Abaixo Média ‐1 

Fraco 

Figura 35 – Harmonização das escalas para o índice HSE

Para os Indicadores de Prevenção de Riscos Laboral (PRL) e Excelência Empresarial (EE),

a proposta para a uniformização de valores adota para os resultados: “Excelente”,

“Correto” e “Melhorável” o valor “+1”. Para resultados de “Fraco” e “Abaixo da Média” o

valor “-1”, encontrando-se na Figura 36 a ilustração dessa harmonização.

Escala dos Métodos INSHT  Escala Binária 

Excelente 

1 Correto 

Melhorável 

Deficiente ‐1 

Muito Deficiente 

Figura 36 – Harmonização das escalas para os índices INSHT

O número de modos distintos que os 3 Indicadores Preventivos (IPRE) se podem organizar

no modelo proposto para as duas opções nos resultados, “+1” e “-1”, configura 8 arranjos

completos ( 2 8), ver Figura 37.

O soma dos modos distintos varia entre [-3, 3], no entanto é necessário que o resultado

final seja apresentado numa escala de ponderação, para garantir um peso igual com os

restantes indicadores.

    Arranjos possíveis para os indicadores  Resultados Parciais 

Indicadores 

Preventivos 

(IPRE) 

HSE  +1  ‐1  +1  (...)  ‐1   

INSHT (EE)  +1  +1  ‐1  (…)  ‐1 

INSHT (PRL)  ‐1  ‐1  +1  (...)  ‐1 

Figura 37 – IPRE no modelo proposto

Deste modo estabeleceu-se que o IPRE é igual a “+1” se soma dos três indicadores for

igual ou superior a zero, sendo “-1” no caso contrário.

Page 74: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

58 Discussão dos Resultados

5.2.2 ISIN – Valoração em escala binária

O critério de uniformidade proposto para o grupo dos Indicadores de Sinistralidade (ISIN)

prende-se com a comparação do resultado da taxa calculada com o valor de referência

respetivo.

Sendo entendido como valor de referência para cada uma das taxas, o valor mais recente

das estatísticas nacionais, publicado pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP).

Para o caso concreto deste estudo, os valores de referência foram solicitados à entidade

oficial, e estão associados à atividade económica, alvo do estudo desenvolvido, 152201 –

Fabricação do calçado, de acordo com o critério de classificação ao nível das subclasses da

atividade económica CAE rev. 3.0.

Os valores de referência disponibilizados dizem respeito à anuidade de 2009 e encontram-

se divulgados na Tabela 30.

Tabela 30 – Taxa de sinistralidade de referência para (Tf); (Tg); (TiT) e (TiM)

2009 Taxa de Frequência

(Tf) Taxa de Gravidade

(Tg)

Taxa de Incidência para o Total de AT

(TiT)

Taxa de Incidência para os AT Mortais

(TiM)

15201 Fabricação de Calçado

9,33 200,19 28,9 0,0

(nota) N.º de acidentes por

cada 106 horas trabalhadas

N º de dias perdidos por cada 106 horas trabalhadas

N.º de acidentes por cada 103 trabalhadores

N.º de acidentes por cada 103 trabalhadores

Fonte: Estatísticas do relatório anual da atividade do serviço de segurança e saúde no trabalho

Assim, se o valor da taxa calculada for menor ou igual ao valor da taxa de referência

equivalente o valor a atribuir é “+1”. Se pelo contrário o valor da taxa calculada for maior

que o valor de referência, é assumido como valor “-1”. O critério de uniformidade dos

valores, para os indicadores de sinistralidade é especificado na Figura 38.

Escala das Taxas de Sinistralidade  Escala Binária 

ê  

+1  ê  

ê

ê  

ê  

‐1  ê  

ê  

ê  

Figura 38 - Harmonização das escalas para as taxas de sinistralidade

Page 75: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 59

O número de modos distintos que os 12 Indicadores de Sinistralidade (ISIN) se podem

organizar, para as duas opções nos resultados de “+1” e “-1”, configura 4096 arranjos

completos ( 2 4096), ver Figura 39.

O soma dos modos distintos varia entre [-12, 12], no entanto é necessário que o resultado

final do grupo dos Indicadores de sinistralidade seja apresentado numa escala de

ponderação, para garantir um peso igual com os restantes indicadores.

    Arranjos possíveis para os indicadores  Resultados Parciais 

Indicadores 

Sinistralidade 

(ISIN) 

Tf (2009)  +1  +1  ‐1  ...  ‐1 

 

Tf (2010)  +1  +1  ‐1  ...  +1 

Tf (2011)  +1  ‐1  1  ...  ‐1 

Tg (2009)  +1  ‐1  ‐1  ...  +1 

Tg (2010)  +1  +1  ‐1  ...  +1 

Tg (2011)  +1  +1  +1  ...  +1 

TiT (2009)  ‐1  ‐1  +1  ...  +1 

TiT (2010)  +1  +1  +1  ...  ‐1 

TiT (2011)  ‐1  +1  +1  ...  +1 

TiM (2009)  ‐1  ‐1  ‐1  ...  ‐1 

TiM (2010)  ‐1  ‐1  +1  ...  +1 

TiM (2011)  +1  ‐1  +1  ...  ‐1 

Figura 39 – ISIN no modelo proposto

Deste modo estabeleceu-se que o ISIN é igual a “+1” se soma dos 12 indicadores for igual

ou superior a zero, sendo “-1” no caso contrário.

5.2.3 ISEG – Valoração em escala binária

A proposta para uniformizar o resultado do Indicador das Seguradoras (ISEG), a uma

escala binária de “+1” e “-1”, recorre à comparação do valor de Taxa de risco comercial

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

60 Discussão dos Resultados

(TRC) calculada, com a escala de valores das “Taxas de risco puras” publicada pela

Associação Portuguesa de Seguradores (APS, 2011) e que é ilustrada na Figura 40.

A linha divisória é definida pelo ponto médio entre o valor mais elevado (4,308%) e valor

mais baixo (0,307%), sendo (2,00%) o valor intermédio encontrado. Deste modo é

atribuído valor “+1” se o valor da taxa comercial calculada for inferior ou igual a “2,00%”

e “-1” se o valor for superior.

Base Técnicas de Acidentes de Trabalho ‐ Taxas de risco puras  Escala de Risco  Escala Binária 

K ‐ Atividades financeiras e de seguros 0,307% 

D ‐ Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio  0,346% 

J ‐ Atividades de informação e de comunicação  0,362% 

P ‐ Educação  0,430% 

M ‐ Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares  0,441% 

U ‐ Atividades dos organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais  0,632% 

L ‐ Atividades imobiliárias  0,692% 

Q ‐ Atividades de saúde humana e apoio social  0,696% 

S ‐ Outras atividades de serviços  0,711% 

T ‐ Atividades das famílias empregadoras de pessoal doméstico e atividades de produção das famílias para uso próprio  0,879% 

O ‐ Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória   0,969% 

G ‐ Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos  1,002% 

N ‐ Atividades administrativas e dos serviços de apoio   1,068% 

I ‐ Alojamento, restauração e similares   1,162% 

C ‐ Indústrias transformadoras  1,703% 

E ‐ Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição  1,848% 

H ‐ Transportes e armazenagem  1,950% 

R ‐ Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas 3,486% 

‐1 F ‐ Construção  3,488% 

B ‐ Indústrias extrativas  3,975% 

A ‐ Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca  4,308% 

Figura 40 - Harmonização das escalas das taxas de risco das seguradoras

O número de modos distintos que o Indicador da Seguradoras (ISEG) se pode organizar,

para as duas opções nos resultados de “+1” e “-1”, configura 2 arranjos completos (

2 2), ver Figura 41.

    Arranjos possíveis para os indicadores  Resultados Parciais 

Indicador 

Seguradoras 

(ISEG) 

TRC  ‐1  +1 

 

Figura 41 – ISEG no modelo proposto

Deste modo estabeleceu-se que o (ISEG) é igual a “+1” se for igual ou superior a zero,

sendo “-1” no caso contrário.

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 61

5.3 Integração do Modelo Desempenho Preventivo

Ver integração na Figura 42.     Arranjos possíveis para os indicadores  Resultados Parciais 

Indicadores 

Preventivos 

(IPRE) 

HSE  +1  ‐1  +1  ...  ‐1   

INSHT (EE)  +1  +1  ‐1  …  ‐1 

INSHT (PRL)  ‐1  ‐1  +1  ...  ‐1 

Indicadores 

Sinistralidade 

(ISIN) 

Tf (2009)  +1  +1  ‐1  ...  ‐1 

 

Tf (2010)  +1  +1  ‐1  ...  +1 

Tf (2011)  +1  ‐1  1  ...  ‐1 

Tg (2009)  +1  ‐1  ‐1  ...  +1 

Tg (2010)  +1  +1  ‐1  ...  +1 

Tg (2011)  +1  +1  +1  ...  +1 

TiT (2009)  ‐1  ‐1  +1  ...  +1 

TiT (2010)  +1  +1  +1  ...  ‐1 

TiT (2011)  ‐1  +1  +1  ...  +1 

TiM (2009)  ‐1  ‐1  ‐1  ...  ‐1 

TiM (2010)  ‐1  ‐1  +1  ...  +1 

TiM (2011)  +1  ‐1  +1  ...  ‐1 

Indicador 

Seguradoras 

(ISEG) 

TRC  ‐1  +1 

 

    MODEPE   = IPREV+ISIN+ISEG

Figura 42 – Modelo integrador dos vários indicadores

Page 78: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

62 Discussão dos Resultados

A valoração final do modelo, resultado da soma das parcelas dos diversos grupos de

indicadores, tem como valor máximo “+3” e valor mínimo “-3”.

Sendo este um modelo de apoio à tomada de decisão, importa definir o ponto da escala

onde essa separação é feita, tendo por base o âmbito do critério escolhido.

Foi estabelecido como critério que se o valor final do desempenho preventivo for superior

ou igual a zero (MODEPE ≥ 0) então a escolha é favorável, pois estão reunidas as

condições suficientes de prevenção, e consequentemente a empresa possui um grau de

confiança aceitável.

Se o elemento de decisão da avaliação preventivo foi inferior a zero (MODEPE < 0), a

escolha será desfavorável, por não atingir os patamares mínimos do ponto de vista

preventivo e controlo dos riscos ocupacionais, sendo o seu grau de confiança inaceitável.

5.4 Aplicação do modelo proposto

Utilizando a estrutura de desempenho proposta, são apresentados na Figura 43, após

uniformização e integração, os resultados obtidos no estudo realizado.

É assim possível fazer uma discussão dos resultados dos diversos métodos utilizados, para

análise das empresas no presente estudo.

Das empresas em estudo apenas a empresa “A” configura características que permite uma

escolha favorável, o Modelo de Desempenho Preventivo, de apoio à tomada de decisão

classifica-as as restantes empresas “B”, “C”, “D” e “E”, como desfavoráveis, logo com um

grau de confiança inaceitável, por não atingirem os patamares mínimos do ponto de vista

preventivo e controlo dos riscos ocupacionais.

Os resultados favoráveis da empresa “A” são positivo nos 3 grupos de indicadores “IPRE”,

“ISIN” e “ISEG”.

5.5 Desenvolvimento do modelo

O modelo apresentado não é final nem rígido, a sua arquitetura permite a sua adaptação e

ajuste a várias realidades, quer nos aspetos inerentes à construção do modelo quer aos

resultados obtidos.

5.5.1 Aspetos da construção do modelo

i) Indicadores preventivos – A capacidade do modelo permitir escolher fatores

preventivos diferentes dos utilizados quer no tipo quer no número, não tendo que ser

apenas três métodos nem tendo que ser aqueles, traduz uma mais-valia no modelo,

Page 79: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 63

uma vez que se podem deitar mão a outras metodologias validadas no mercado que

sejam mais ajustadas uma situação em concreto.

  EMPRESAS DO ESTUDO 

  A  B  C  D  E 

Indicadores Preventivos 

(IPRE) 

HSE  +1  ‐1  ‐1  ‐1  ‐1 

INSHT (EE)  ‐1  ‐1  +1  ‐1  +1 

INSHT (PRL)  +1  ‐1  ‐1  ‐1  ‐1 

  Resultado (IPRE)  +1  ‐1  ‐1  ‐1  ‐1 

  A  B  C  D  E 

Indicadores Sinistralidade 

(ISIN) 

Tf (2009)  +1  ‐1  ‐1  ‐1  ‐1 

Tf (2010)  ‐1  ‐1  ‐1  ‐1  ‐1 

Tf (2011)  ‐1  ‐1  ‐1  ‐1  ‐1 

Tg (2009)  +1  ‐1  ‐1  ‐1  ‐1 

Tg (2010)  ‐1  ‐1  ‐1  ‐1  ‐1 

Tg (2011)  ‐1  ‐1  ‐1  ‐1  ‐1 

TiT (2009)  +1  ‐1  ‐1  ‐1  ‐1 

TiT (2010)  +1  +1  ‐1  ‐1  ‐1 

TiT (2011)  +1  ‐1  ‐1  ‐1  ‐1 

TiM (2009)  +1  +1  +1  +1  +1 

TiM (2010)  +1  +1  +1  +1  +1 

TiM (2011)  +1  +1  +1  +1  +1 

  Resultado (ISIN)  +1  ‐1  ‐1  ‐1  ‐1 

  A  B  C  D  E 

Indicador Seguradoras 

(ISEG) TRC  +1  +1  +1  ‐1  +1 

  Resultado (ISEG)  +1  +1  +1  ‐1  +1 

  A  B  C  D  E 

Desempenho Preventivo  MODEPE  +3  ‐1  ‐1  ‐3  ‐1 

Figura 43 – Resultado do Desempenho da Preventivo nas empresas

ii) Taxas de sinistralidade e período temporal - o modelo aponta para três anos mas

podem ser consideradas períodos diferentes, como por exemplo 1, 5 ou 7 anuidades.

Page 80: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

64 Discussão dos Resultados

iii) Taxa comercial das seguradoras foi assumida sem qualquer pressuposto mas pode,

ser afetada por critérios de beneficiação de baixa sinistralidade.

iv) A opção por uma escala binária teve por opção a simplicidade de análise pois

tratava-se de um modelo de tomada de decisão. Esta opção não impede que se possa

optar por escalas mais abertas ou mais extensas onde os resultados permitam uma

classificação mais detalhada das empresas.

5.5.2 Aspetos dos resultados do modelo

i) A comparação dos resultados do modelo com outras medidas de desempenho ou

características das empresas alvo de avaliação pelo modelo pode revelar correlações

importantes na caracterização das análises realizadas. Quanto mais independentes

forem estas medidas de desempenho das utilizadas pelo modelo mais isenta é essa

análise.

Ilustra-se a comparação do resultado obtido pelo modelo com o valor unitário pago pelo

seguro nas empresas inseridas no estudo ver Tabela 31.

Tabela 31 – Valores unitários de prémio e volume unitário salarial

Empresa Prémio

comercial do seguro AT

Volume de Salários Anual

N.º de Trabalhadores

Prémio Comercial por Trabalhadores

Volume Salarial Anual por

Trabalhador MODEPE

A 5.146,05 € 754.000,00 € 115 44,75 € 6.556,52 € 3

B 6.905,13 € 530.755,46 € 56 123,31 € 9.477,78 € -1

C 3.524,51 € 224.348,00 € 28 125,88 € 8.012,43 € -1

D 1.915,28 € 89.000,00 € 12 159,61 € 7.416,67 € -3

E 2.330,65 € 136.295,29 € 33 70,63 € 4.130,16 € -1

Observa-se que os valores são inversamente proporcionais, isto é, para o valor de

desempenho mais elevado, logo mais favorável, corresponde o valor mais baixo no preço

do prémio comercial unitário, ver Figura 44. Inversamente para o valor de desempenho

mais baixo, logo mais desfavorável, corresponde o preço de prémio mais elevado.

Não sendo possível fazer esta analogia para os valores intermédios uma vez que o

resultado do desempenho é igual em todas as restantes empresas, seria interessante testar se

esta correlação se mantém num universo de empresas considerado significativo.

Nesse caso, um maior desempenho em segurança nas ações para evitar ou diminuir os

riscos profissionais era compensado por um custo com o seguro de acidentes de trabalho

mais baixo.

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Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 67

6 CONCLUSÕES

A idealização e a construção de um modelo de desempenho preventivo com base nos

objetivos propostos, nomeadamente como elemento de tomada de decisão para apoio à

atividade seguradora, e monitorização do desempenho da segurança e saúde e do risco de

acidentes de trabalho foi globalmente alcançado.

O modelo proposto foi apresentado com um conjunto de indicadores de desempenho:

preventivos, de sinistralidade e de risco comercial. No entanto a sua estrutura de agregação

não é rígida, permitindo a aceitação de novos indicadores, em complemento aos

preconizados ou por substituição dos propostos, satisfazendo desta forma o seu ajuste às

necessidades específicas de uma atividade ou projeto.

Não será contudo a única estrutura para o modelo; a solução apresentada resultou do

compromisso entre a informação recolhida no estado da arte dos indicadores de

desempenho de segurança, da metodologia definida e das necessidades do estudo para

satisfazer o objetivo genérico.

A escolha da escala binária para o modelo de desempenho preventivo teve por opção a

simplicidade de análise. No entanto a aplicabilidade prática do modelo pode assumir

escalas mais “abertas” em função do nível de sensibilidade estabelecido para o critério de

tomada de decisão.

O recurso a indicadores já referenciados em detrimento da possibilidade de construção de

indicadores próprios resultou, essencialmente, da conjugação de dois fatores, a

identificação durante a pesquisa de indicadores que se ajustavam às necessidades

preconizadas e a dificuldade acrescida na validação que seria a construção de indicadores

sem provas dadas.

A revisão bibliográfica constitui um desafio interessante e incentivador, numa área recente

que é a dos indicadores de desempenho de segurança ocupacional, com uma componente

forte em comunicações científicas internacionais, ligadas às atividades de risco grave como

a indústria nuclear, indústria petrolífera (exploração e transformação), indústria química de

risco agravado e indústria mineira.

O estado da arte nos indicadores de desempenho ligados à segurança ocupacional

disponibiliza uma grande variedade, mas as pesquisas específicas sobre os indicadores de

desempenho que de alguma forma refletissem as características dos seguros não foi muito

reveladora, no entanto não é de descartar a hipótese do seu uso ser mais confidencial e

associado à gestão do negócio de cada seguradora.

Em relação aos indicadores da Health and Safety Executive e do Instituto Nacional de

Seguridad e Higiene en el Trabajo, existiu a preocupação em garantir uma tradução o mais

fiel possível dos questionários que se encontravam em língua estrangeira, apesar de alguns

ajustes à realidade Portuguesa.

Page 84: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

68 Conclusões

Houve em relação a todos indicadores incorporados no modelo proposto, a garantia dos

pressupostos associados a cada um deles na utilização dos materiais e no modo de

aplicação durante o estudo realizado.

A recolha, registo e tratamento dos elementos necessários ao preenchimento dos inquéritos

dos materiais e métodos, implicaria face ao volume de questões envolvidas e para um

volume significativo de empresas um período temporal elevado, dai que a aplicação do

modelo conceptualizado se tenha resumido a um estudo piloto envolvendo cinco empresas.

Possibilitando a obtenção de alguma sensibilidade como este se pode comportar na prática,

no entanto só um estudo mais extenso e para um universo significativo permitirá

evidenciar as potencialidades e limitações do modelo proposto.

O desenvolvimento desta dissertação foi um desafio enriquecedor a nível académico com

importantes benefícios em termos profissionais, mas com alguns condicionalismos que se

fizeram sentir na dificuldade em obter os indicadores de referência de sinistralidade e das

seguradoras, que condicionou em parte as estruturação do modelo em relação à conceção

metodológica inicial. Não foi no entanto comprometida a ideia principal do modelo que era

agrupar as três componentes: a prevenção, a sinistralidade e a visão da atividade

seguradora.

Os resultados obtidos pelo modelo de desempenho preventivo permitem a sua utilização

como indicadores de desempenho de segurança e simultaneamente serem um instrumento

de tomada de decisão.

Permite gerar vantagens competitivas das seguradoras nos seus processos de tomada de

decisão, através de uma escolha dos seus clientes de forma mais sustentada, e uma gestão

do seguro de acidentes de trabalho numa diferenciação positiva e equilibrada.

Page 85: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 69

7 PERSPECTIVAS FUTURAS

O objetivo da presente dissertação é compaginável com interesses no âmbito profissional e

passível de potenciar novos horizontes no âmbito académico e uma mais-valia a médio

prazo na utilização deste modelo de desempenho preventivo, no apoio consultivo às

companhias de seguros durante o processo de seleção de novos clientes e vigilância de

carteira do ramo de acidentes de trabalho.

Desta forma é esperado que se venha a aplicar o modelo a um universo de empresas mais

representativo, obtendo uma maior informação do seu comportamento nas diversas

utilizações, seja na atividade económica, dimensão ou período temporal.

Ensaiar novas escalas para uniformizar e integrar os valores na estruturação do modelo,

melhorando ou ajustando a sua sensibilidade à aplicação prática no que respeita ao

controlo da gestão ou medição do desempenho.

Alargar o método a novos indicadores, em função da especificidade do estudo que venha a

ser desenvolvido, nomeadamente em, estudos ou projetos que novos fatores influenciem a

tomada de decisão, e para os quais se venha constatar a necessidade de elaboração de

indicadores específicos, para funcionarem em complemento e ou substituição dos que

integram agora o modelo.

Divulgar junto das entidades seguradoras e das empresas nacionais o modelo proposto,

para que venha a ser utilizado como “instrumento” que permita medir o desempenho

preventivo e o posicionamento das empresas no que respeita ao risco de acidentes de

trabalho.

Obter indicadores com padrões referência mais completos e amplos, em relação aos

indicadores de sinistralidade e dos seguros, complementando a informação disponível que

é de cariz nacional, com a existente em outros países onde a gestão do seguro de acidentes

de trabalho seja semelhante.

Desenvolver uma aplicação informática para o Modelo de Desempenho Preventivo, para

que possa ficar disponível na internet, permitindo que as empresas possam aceder e

verificar qual é seu nível de desempenho. E de forma complementar tentar construir uma

base de dados de informação que permita às empresas que facilitem a informação, uma

análise comparativa do seu posicionamento relativo aos dados sectoriais, e seu

posicionamento em relação a empresas com iguais características.

Page 86: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação
Page 87: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Silva, Armindo 71

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74 Bibliografia

8.2 Legislação

Portaria n.º 55, de 21 de Janeiro de 2010 - Regula o conteúdo do relatório anual

referente à informação sobre a atividade social da empresa e o prazo da sua apresentação,

por parte do empregador, ao serviço com competência inspetiva do ministério responsável

pela área laboral.

Lei n.º 102, de 10 de Setembro de 2009 - Regime jurídico da promoção da segurança e

saúde no trabalho

Lei n.º 98, de 4 de Setembro de 2009 - Regulamenta o regime de reparação de acidentes

de trabalho e de doenças profissionais, incluindo a reabilitação e reintegração profissionais,

nos termos do artigo 284.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de

Fevereiro.

Lei n.º 7, de 12 de Fevereiro de 2009 - Aprova o novo Código de Trabalho.

Lei n.º 59, de 11 de Setembro de 2008 - Aprova o Regime do Contrato de Trabalho em

Funções Públicas

Lei n.º 100, de 13 de Setembro de 1997 - Aprova o novo regime jurídico dos acidentes de

trabalho e das doenças profissionais.

Diretiva Quadro n.º 391/CEE, de 12 de Junho de 1989 - Relativa à aplicação de

medidas destinadas a promover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores no

trabalho.

Lei n.º 2127, de 25 de Agosto de 1963 - Promulga as bases do regime jurídico dos

acidentes de trabalho e doenças profissionais.

Decreto-Lei n.º 38539, de 24 de Novembro de 1951 - Alteração da Lei n.º 1942, de 27 de

Julho de 1936.

Decreto n.º 27649, de 12 de Abril de 1397 Regulamenta as disposições sobre

indemnizações.

Lei n.º 1942, de 27 de Julho de 1936 - Regula o direito às indeminizações por efeito de

acidentes de trabalho ou doenças profissionais.

Decreto n.º 21978, de 13 de Dezembro de 1932 - Primeira lista das doenças profissionais

de acordo com a Convenção Internacional de Genebra de 1925.

Decreto n.º 20192, de 10 de Agosto de 1931 - Convenção sobre igual tratamento de

trabalhadores nacionais e estrangeiros, vítimas de desastre no trabalho, aprovada pela

conferência Geral da Organização Internacional do trabalho da Sociedade das Nações.

Decreto n.º 5637, de 10 de Maio de 1919 - Organização do seguro social obrigatório

contra desastres no trabalho.

Decreto 4288, de 22 de Maio de 1918 - Promulga o regulamento da lei dos desastres de

acidentes de trabalho.

Page 91: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação

Proposta de um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora

Silva, Armindo 75

Lei n.º 86, de 24 de Julho 1913 - Regula especificamente a responsabilidade pelo risco de

acidente de trabalho e o seguro de acidentes de trabalho.

8.3 Normas

ISO 31000:2009 - Risk management — Principles and guidelines

ISO/IEC 31010:2009 - Risk management — Risk assessment techniques

NP 4397:2008 - Sistemas de gestão da segurança e saúde do trabalho

Page 92: PROPOSTA DE UM MODELO DE DESEMPENHO PREVENTIVO … · Neste âmbito é proposto um modelo de desempenho preventivo para apoio à atividade seguradora, que possibilite a avaliação
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1

ANEXOS

A. Questionários, tabelas de cálculo e os critérios de avaliação do índice HSE – Versão

original em inglês

B. Questionários, tabelas de cálculo e os critérios de avaliação dos indicadores INSHT

– Versão original em espanhol;

C. Caracterização das empresas que fizeram parte do estudo;

D. Questionário de perguntas Q1.1 e Q1.2 do índice HSE traduzidas para Português;

E. Questionário de perguntas Q1.1 e Q1.2 do índice HSE, preenchidos;

F. Tabelas de cálculo e resultados do índice HSE das empresas alvo do estudo;

G. Questionário de perguntas Q2.1 e Q2.2 do Indicador INSHT traduzidas para

Português;

H. Questionário de perguntas Q2.1 e Q2.2 do Indicador INSHT preenchidos;

I. Tabelas de cálculo e resultados da avaliação “EE” das empresas alvo do estudo;

J. Tabelas de cálculo e resultados da avaliação “PRL” das empresas alvo do estudo;

K. Campos de informação do Anexo D do Relatório Único - Modelo de Documento;

L. Campos de informação do Anexo D do Relatório Único – Informação das empresas;

M. Tabelas de cálculo e resultados das taxas de sinistralidade;

N. Campos de informação das condições gerais da apólice de acidentes de trabalho -

Modelo de Documento;

O. Campos de informação das condições gerais da apólice de acidentes de trabalho –

Informação das empresas;

P. Tabelas de cálculo e resultados das taxas de risco comercial;

Q. Cenários para as diversas ponderações dos indicadores MODEPE;

R. Cenários com diferentes escalas dos indicadores MODEPE.