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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO PROPOSTA DE SISTEMA DE GESTAO AMBIENTAL PARA EMPRESA PRESTADORA DE SERVI<;OS LOGISTICOS DO TRANSPORTE RODOVIARIO DE CARGA Alvaro Orientadora: Profa. Dra. Maria Lucia Galves Disserta91io de Mestrado apresentada a Comissao de p6s-gradua91io da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas, como parte dos requisitos para obten91io do titulo de Mestre em Engenharia Civil, na area de concentra91io de Transportes. Campinas, SP 2004 p

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL,

ARQUITETURA E URBANISMO

PROPOSTA DE SISTEMA DE GESTAO AMBIENTAL PARA

EMPRESA PREST ADORA DE SERVI<;OS LOGISTICOS

DO TRANSPORTE RODOVIARIO DE CARGA

Alvaro Gon~alves

Orientadora: Profa. Dra. Maria Lucia Galves

Disserta91io de Mestrado apresentada a Comissao de p6s-gradua91io da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas, como parte dos requisitos para obten91io do titulo de Mestre em Engenharia Civil, na area de concentra91io de Transportes.

Campinas, SP 2004

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL,

ARQUITETURA E URBANISMO

PROPOSTA DE SISTEMA DE GESTAO AMBIENTAL PARA

EMPRESA PREST ADORA DE SERVI<;OS LOGiSTICOS

DO TRANSPORTE RODOVIARJ:O DE CARGA

Alvaro Gon~;alves

Campinas, SP 2004

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3 0 1

PICHA CATALOGRAFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA AREA DE ENGENHARIA - BAE - UNICAMP

G586p Gon\)alves, Alvaro

Proposta de sistema de gestiio ambiental para empresa prestadora de servi<;os logisticos do transporte rodoviario de carga I Alvaro Gon\)alves. -Campinas, SP: [s.n.], 2004.

Orientador: Maria Lucia Galves. Dissertayao (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas,

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo.

1. Gestiio ambiental. 2. ISO 14000. 3. Logistica. 4. Transporte rodoviario de carga 5. Ecologia- Meio ambiente. I. Galves, Maria Lucia. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. ill. Titulo.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL,

ARQUITETURA E URBANISMO

ii

PROPOSTA DE SISTEMA DE GESTAO AMBIENTAL PARA

EMPRESA PRESTADORA DE SERVIC:OS LOGISTICOS

DO TRANSPORTE RODOVIARIO DE CARGA

Alvaro Gon~alves

Disserta~ao de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora, constituida por:

\"1~\\t,~ Profa. Dra. Maria Lucia Galves

Presidente e Orientadora UNICAMP I FEC

Prof.Dr:l)~~r ~~J~AMP/ (__~ 0Urr7

Profa. Dra. Ofelia de Lanna Sette Torres FGV /EAESP

Campinas, 19 de outubro de 2004

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Dedicatoria

Este trabalho e dedicado a minha esposa Rose Mari, aos meus illhos Guilherme e Isabela, a minha mie Arminda, a memoria de meu pai Miguel, e a todos que se preocupam pelo bem-estar do presente e das gera~oes e futuras.

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Agradecimentos

Agradecimento especial a minha esposa Rose Mari e aos meus fiihos Guilherme

e Isabela, pela dedica~iio, colabora~iio e compreensiio pelas horas de convivencia

silenciosa, e por terem sido os co-autores dos melhores momentos de minha vida.

Ao apoio de meus pais e de meus irmiios, em especial ao meu pai Miguel e ao

meu irmiio Adilson pela leitura e sugestoes do texto.

Ao apoio e incentivo dos Sr. Valter C. Boscatto, Sr. Valdir C. Boscatto e Sra.

Cristina H. Boscatto Silveira, a colabora~o do Conselho de Gestiio e de todos OS

funcionarios e colaboradores da V alni.

Agrade~o tambem aos funcionarios da secretaria de pos-gradua~iio da FEC e

da BAE, que me acolheram com carinho e aten~iio.

Um agradecimento especial aos amigos da FEC, pelo apoio e incentivo a este

trabalho, em especial ao Jose Benedito Silva Santos JUnior, Juliana S. Souza Heinrich

e Joiio Alfredo Barcellos.

A leitura do texto e sugestoes feitas pelos Prof. Dr. Carlos Alberto Bandeira

Guimariies e Profa. Dra. Ofelia de Lanna Sette Torres.

Ao estimulo, acolhida e sugestoes do Prof. Dr. Orlando Fontes Lima Jiinior.

A Profa. Dra. Maria Lucia Galves, minha orientadora, agrade~o, entre tantas

coisas, pela acolhida calorosa, disposi~iio e incentivo no desenvolvimento deste

trabalho.

Por fun, agrade~o a Deus pela vida e por me dar sabedoria e oportunidade

para alcan~ar mais uma etapa de minha vida.

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"Aja sempre de tal forma que os efeitos

de seus atos niio prejudiquem as futuras

possibilidades da vida humana."

Hans Jonas

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sUMAruo

Lista de Figuras

Lista de Tabelas

Resumo

Abstract

1 INTRODU~AO

1.1 Consideras:Qes Iniciais

1.2 Objetivos

1.3 Apresentac;ao do Trabalho

2 REVISAO BffiLIOGRAFICA

2.1 Servic;os Logisticos do Transporte Rodoviano de Carga

2.1.1 Logistica

2.1.2 Transporte

2.2 Gestao Empresarial

2.3 Gestao Ambiental

2.3.1 Sistema Integrado de Gestao Ambiental

2.3.2 Pianos de Ac;ao e Estrategia Ecol6gica

2.3.3 Programa Atuac;lio Responsavel

2.3 .4 Gestao Ecol6gica

2.3.5 Sistema de Gestao Ambiental

2.3.6 Comentanos

3 ASPECTOS METODOLOGICOS

3.1 Requisitos Gerais

3.2 Politica Ambiental

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3.3 Planejamento 57

3.3.1 Aspectos Ambientais 57

3.3.2 Requisitos Legals e Outros Requisitos 61

3.3.3 Objetivos e Metas 61

3.3.4 Programas de Gestao Ambiental 62

3.4 hnplementa\)ao e Operayao 63

3.4.1 Estrutura e Responsabilidade 63

3.4.2 Treinamento, Conscientizayao e Competfulcia 64

3.4.3 Comunicayi'io 66

3.4.4 Documentayao do SGA 66

3.4.5 Controle de Documentos 67

3.4.6 Controle Operacional 68

3.4.7 Preparayiio e Atendimento a Emergfulcias 69

3.5 V erificayi'io e Ayi'io Corretiva 70

3.5.1 Monitoramento e Mediyao 70

3.5.2 Nao-Conforrnidade e A~es Corretivas e Preventivas 71

3.5.3 Registros 73

3.5.4 Auditorias do Sistema de Gestao Ambiental 74

3.6 Amilise Critica pela Administrayao 75

4 ESTUDO DE CASO 78

4.1 Apresentayao da empresa 78

4.2 Requisitos Gerais: Comprometimento como SGA e Avaliayao Ambiental 82 lnicial

4.2.1 Fluxos de Entrada: energia e materials 83

4.2.1.1 Energia 83

4.2.1.2 Materials 83

4.2.2 Operayi'io 84

4.2.3 Fluxos de Saida: vendas, marketing residuos e emissoes 86

4.2.3.1 V endas e Marketing 87

4.2.3.2 Residuos e Emissoes 87

4.2.4 Finanyas, Recursos Humanos e Outras estroturas de apoio 88

4.2.4.1 Investimentos 88

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4.2.4.2 Condiy5es de Trabalho

4.2.4.3 Treinamentos

4.3 Politica Ambiental

4.4 Planejamento

4.4.1 Aspectos Ambientais

4.4.2 Requisitos Legais e Outros Requisitos

4.4.3 Objetivos e Metas

4.4.4 Programas de Gestao Ambiental

4.5 Implementa;;:ao e Opera;;:ao

4.5.1 Estrutura e Responsabilidade

4.5.2 Treinamento, Conscientiza;;:ao e Competfulcia

4.5.3 Comunica;;:iio

4.5.4 Documenta;;:ao do SGA

4.5.5 Controle de Documentos

4.5.6 Controle Operacional

4.5.6.1 Fluxos de Entrada

4.5.6.2 Opera;;:iio

4.5.6.3 Fluxos de Saida

4.5.6.4 Finan;;:as, Recursos Humanos e Outras estruturas de

apoio

4.5. 7 Prepara;;:iio e Atendimento a Emergfulcias

4.6 Verifica;;:iio e A;;:ao Corretiva

4.6.1 Monitoramento e Medi;;:ao

4.6.2 Nao-Conformidade e Ay5es Corretivas e Preventivas

4.6.3 Registros

4.6.4 Auditoria do Sistema de Gestao Ambiental

4. 7 Analise Critica pela Administra;;:ao

5 RESULT ADOS

5.1 A valia;;:ao Ambientallnicial

5.2 Implanta;;:ao do Sistema de Gestao Ambiental

5.2.1 Desempenho Ambiental

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5.2.2 Custos de Implantas;ao 133

5.2.3 Redus;ao de Custos 134

5.3 Analise dos Resultados 13 5

5.4 Identificayao de Melhorias 136

6. CONCLUSAO 139

ANEXO A- Cronograma de lmplantayao do SGA 142

ANEXO B- Estimativa da Relevancia 144

ANEXO C- Legislayao Ambiental Aplicada ao Transporte Rodoviario de 148 Carga

REFERENCIAS BffiLIOGRAFICAS 154

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LIST A DE FIGURAS

Figura 1: Modelo conceitual de logistica integrada

Figura 2: Canais de distribuiyao diretos e reversos

Figura 3: Sistema integrado de gestao ambiental

Figura 4: Programa atuayao responsavel

Figura 5: Fluxograma metab61ico simplificado de uma empresa prot6tipo

Figura 6: Sistema de gestao ambiental- NBR ISO 14001

Figura 7: Sistema de gestao ambiental proposto por este trabalho

Figura 8: Organograma da alta administrayao

Figura 9: Diagrama do ciclo de treinamento

Figura 10: Diagrama do ciclo de conscientizayao

Figura 11: Fluxo do processo de gestae de urn programa de auditoria

Figura 12: Visao geral do processo de auditoria

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LIST A DE TABELAS

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Tabela 1: Tipos de servi90s logisticos oferecidos pelos prestadores de servi90s 12

Brasileiros

Tabela 2: Ferramentas a serem aplicadas aos requisites do SGA-NBR ISO 14001 53

Tabela 3: Definii(Oes aplicaveis a NBR ISO 14001 54

Tabela 4: Condic;oes dos aspectos ambientais 59

Tabela 5: Criterio numerico para deterrninar a relevancia dos irnpactos ambientais 60

Tabela 6: Fluxos de entrada 84

Tabela 7: Operac;ao 85

Tabela8: Vendasemarketing 87

Tabela 9: Residuos e ernissoes 87

Tabela 10: Investimentos 88

Tabela 11: Condic;oes de trabalho 89

Tabela 12: Treinamentos 90

Tabela 13: Aspectos e irnpactos ambientais significativos 93

Tabela 14: Objetivos e metas 98

Tabela 15: Programas ambientais 102

Tabela 16: Estrutura e responsabilidades 105

Tabela 17: Tipos de treinamentos 108

Tabela 18: Indicadores de desempenho ambiental 131

Tabele A1: Cronograma de irnplantac;ao do SGA 142

Tabela B 1: Estimativa da relevancia dos irnpactos ambientais 144

Tabela C1: Questoes ambientais tratadas na Constituic;ao da RepUblica Federativa 149

do Brasil de 1988

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Tabela C2: Resolu~oes do Conama que especificam instrumentos reguladores 150

Ambientais

Tabela C3: Outras 1egisla~oes ambientais federais 151

Tabela C4: Legisla9ao ambiental do estado de Sao Paulo e do municipio de 152

Campinas

Tabela C5: Lei Federal9605/98- Lei de Crimes Ambientais 153

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RESUMO

Gonvalves, Alvaro. Proposta de sistema de gestao arnbiental para ernpresa prestadora de

servivos logisticos do transporte rodoviario de carga. Carnpinas, Faculdade de Engenharia

Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Carnpinas, 2004. 160 pag.

Dissertavao (Mestrado ).

0 trabalho apresenta uma proposta de sistema de gestao arnbiental para ernpresa

prestadora de servivos logisticos do transporte rodoviario de carga, baseado na

norma NBR ISO 14001, integrando o conceito de gestao eco16gica, que considera a

ernpresa como uma organizavao viva com seu fluxo metab6lico. A partir da

avaliavao arnbiental inicial, foi possivel conhecer o posicionarnento da ernpresa ern

relavao ao meio arnbiente e dar sequencia na implantavao do sistema de gestao

arnbiental. Os resultados obtidos, ern termos de conscientizavao ecol6gica, reduvao

de cnstos operacionais, racionalizavao e otimizavao dos recursos naturais, ganho de

competitividade e reforvo da imagern corporativa, permitiu a ernpresa agregar valor

na presta9ao de servivos logisticos.

Palavras-chave: Sistema de gestao arnbiental - ISO 14001, Servivos logisticos, Transporte

rodoviario de carga, Gestao Ecol6gica, Meio arnbiente.

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ABSTRACT

Gonyalves, Alvaro. Proposal for an environmental management system for one third-parties

logistics of road freight transport. Campinas, College of Civil Engineering, Architecture

and Urbanism, State University of Campinas, 2004. 160 p. Master Thesis.

This work presents a proposal for an environmental management system to be used

by one third-parties logistics of road freight transport, based on standard NBR ISO

14001, integrating the concept of ecological management that considers the

enterprise as a living organization with its metabolic flow. Based on the

environmental assessment review, it was possible to know the position of the

enterprise vis a vis the environment and to implement an environmental

management system. The results, in terms of raising ecological consciousness,

reducing operational costs, optimizing the use of natural resources, and

competitiveness as well as reinforcement of the image of the corporation, allowed

the enterprise to add value to its logistics services.

Keywords: Environmental management systems- ISO 14001, Logistics services; Road

freight transport; Ecological management; Environment.

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1. INTRODUc;A.o

1.1 ConsiderafYoes lniciais

A partir da decada de 1950, os problemas ambientais agravaram-se, em particular nos

grandes centros urbanos, em func;1io dos padroes de desenvolvimento, industrializac;1io e

consumo.

Os acontecirnentos vivenciados pela humanidade - degradac;1io do solo, destruic;1io das

florestas, extinc;1io de especies e acidentes ambientais - fizeram que a sociedade refletisse

sobre o papel do homem na conservac;1io dos recursos naturais.

Neste contexto, a Organizac;1io das Nac;oes Unidas - ONU realizou uma conferencia em

1972, em Estocolmo, na Suecia, reunindo 113 paises, que resultou na Declarac;1io sobre o

Meio Ambiente Humano, e incluiu o Plano de Ac;1io para o Meio Ambiente e o Programa

das Nac;Oes Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA.

Antes da decada de 1980, a protec;1io ambiental era vista como uma quest1io marginal,

custosa e muito indesejavel, a ser evitada; em geral, seus opositores argumentavam que ela

dirninuiria a vantagem competitiva das empresas. Era uma reac;1io defensiva, que tinha por

objetivo dirninuir, combater ou evitar todos os pedidos de indenizac;1io por danos

ambientais (CALLENBACH et al., 2001).

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A partir dessa decada , difundiu-se rapidamente ern muitos paises europeus a consciencia

de que os danos ao meio ambiente poderiam ser substancialmente reduzidos por meio de

pniticas de neg6cios ecologicamente corretas.

Assim, os gastos com prote9ao ambiental come~am a ser vistos pelas ernpresas lideres

nao primordialmente como custos, mas sim como investimentos no futuro e,

paradoxalmente, como vantagern competitiva. A atitude passou de defensiva e reativa para

ativa e criativa. "Administrar com consciencia ecol6gica" tomou-se o lerna dos

ernpresarios voltados para o futuro (CALLENBACH et al.,2001).

No Brasil, ern 1981, foi decretada a lei 6.938 que dispoe sobre a Politica Nacional do Meio

Ambiente - PNMA e o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, tendo como

objetivo "a preserva9ao, melhoria e recupera9ao da qualidade ambiental propicia a vida,

visando assegurar, no Pais condi9oes ao desenvolvimento social-economico, aos interesses

da seguran9a nacional e a prot~o da dignidade hurnana" (BRASIL, 1984: art.i ).

Em 1987, foi aprovado e divulgado pela ONU o relat6rio Nosso Futuro Comurn, que define

desenvolvimento sustentavel "como aquele que atende as necessidade do presente sern

comprometer a possibilidade das gera¢es futuras de atender as suas pr6prias necessidades"

(COMISSAO MUNDlAL SOBRE 0 MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO,

1989:46).

0 conceito de desenvolvimento sustentavel tern tres vertentes principais: crescimento

economico, eqilidade social e equilibrio ecol6gico. Induz urn espirito de responsabilidade

comum como processo de mudan9a. no qual a explora9ao de recursos materiais, os

investimentos financeiros e as rotas do desenvolvimento tecnol6gico deverao adquirir

sentido harmonioso. Assim, o desenvolvimento da tecnologia deveni ser orientado para

metas de equilibrio com a natureza e de incremento da capacidade de inova~ dos paises

ern desenvolvimento e o progresso sera entendido como fruto de maior riqueza, maior

beneficio social eqiiitativo e equilibrio ecol6gico (DONAIRE, 1999).

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Dois grandes eventos foram realizados ainda no final da decada de 1980: o Protocolo de

Montreal, sobre a limita9iio das substancias que destroem a camada de ozonio, e a

Conven9iio da Basileia que rege o controle de movimentos transfronteiriyos de residuos

perigosos.

Em 1989, no Brasil, criou-se o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais

Renovaveis - IBAMA, tendo o papel de organismo ambiental de licenciamento e

fiscalizayiio e, em 1992 criou-se o Ministerio do Meio Ambiente e Amazonia Legal -

MMA.

A Conferencia das Nay(ies Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento -

CNUMAD, realizada no Rio de Janeiro em 1992, foi urn inquestionavel indutor para a

abordagem ambiental no mundo. Ela teve a participas:ao de 172 paises, tendo sido

elaborados os seguintes documentos: Declarayiio do Rio sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento, Agenda 21, Declarayiio de Principios das Florestas, Conven9iio da

Biodiversidade, Convenyiio sobre Mudan9a do Clima, alem da reafirmayiio do conceito de

desenvo1vimento sustentavel (CNUMAD, 1992).

Para o setor empresarial, a Cupula da Terra culminou com a crias;ao de urn Comite Tecnico

para normalizar as questoes ambientais. 0 grupo TC 207/ISO 14000 foi incurnbido de

discutir e homogeneizar intemacionalmente as normas de gestao do meio arnbiente,

rotulagem e ciclo de vida dos produtos e desempenho ambiental. Para isso, evidenciararn­

se necessidades de ay(ies estrategicas relacionadas a reciclagem de materiais, melhorias no

processo produtivo e na eficiencia no uso de fontes de energia.

Em 1997, em Quioto no Japao, foi adotado o Protocolo de Quioto. Trata-se de urn acordo

segundo o qual os paises industrializados se comprometem a reduzir suas emissoes de gases

de efeito estufa em pelo menos 5%, ate o periodo entre 2008 e 2012, tendo como referencia

os niveis de 1990. Esta cooperayiio intemacional se toma complicada a medida que todos

os paises querem contribuir para atenuar a mudans;a climatica, mas todos o fazem a partir

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4

de posi\X)es de maximizayao do interesse nacional, o que tern dificultado a ratificayiio do

Protocolo (VIOLA, 2003).

Em 2002, foi realizada ern Joanesburgo, na Africa do Sui, a Cupula Mundial sobre

Desenvolvimento Sustentavel, que teve como principal objetivo refor9ar compromissos

politicos e ernpresariais, propondo-se representar urn avanyo na passagern dos conceitos

para a9ao, ern tomo de urna questao central: ate que ponto o mundo e capaz de mudar de

curso e atingir urn futuro sustentavel. Foram propostas metas e cronogramas para os ternas:

acesso a agua tratada, saneamento, recuperayiio de estoques pesqueiros, gerenciamento de

resfduos t6xicos e uso de fontes alternativas de energia (WORLD SUMMIT ON

SUSTAINABLE DEVELOPMENT, 2002).

Diante deste cenano, para que urna organizayao tenha a garantia de urn desernpenho

ambiental adequado, e importante que suas atividades sejam conduzidas dentro de urn

sistema de gestao ambiental estruturado e integrado ao conjunto das atividades de gestao.

As normas internacionais de gestao ambiental tern por objetivo fomecer as organiza\X)es os

elementos de urn sistema de gestao ambiental eficaz, passive! de integrayao com outros

requisitos de gestao, para auxilia-las a alcanyar seus objetivos ambientais e economicos.

A norma NBR ISO 14001 especifica os requisitos de sistema de gestao ambiental, podendo

ser aplicada a todos os tipos e portes de organiza\X)es, e adequando-se a diferentes

condi\X)es geograficas, culturais e sociais.

Urn sistema deste tipo permite a urna organizayiio estabe1ecer e avaliar a eficacia dos

procedimentos destinados a definir urna polftica e objetivos ambientais, atingir a

conformidade com e1es e dernonstra-1a a terceiros, sendo objetivamente auditados para fins

de certificayiio/registro e/ou autodec1arayao.

Entre os beneficios associados a urn sistema de gestao ambiental eficaz, citam-se: assegurar

aos clientes o comprometimento com urna gestao ambiental dernonstrave1; melhorar o

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relacionamento com o publico/comunidade; satisfazer os critenos dos investidores e

melhorar o acesso ao capital; fortalecer a imagem e participayao no mercado; conservar

matenas-primas e energia; estimular o desenvolvimento e compartilhar soluy5es

ambientais; reduzir custos com reembalagem, reciclagem, reutilizayao de recursos

(ABNT,1996b).

As ernpresas prestadoras de serviyos logisticos do transporte rodoviano de carga sao

responsaveis por 61% do transporte, armazenagem e distribui9iio de mercadorias no Brasil

(ANTT,2004). A frota nacional do transporte rodoviano de carga e de 1,807 milhiio de

veiculos (NTC-LOGISTICA, 2004) e consome quase 50% dos derivados de petr6leo

(PETROBRA.S, 2004), sendo responsavel por grande parte da polui9iio atmosfenca e

sonora nas cidades, bern como de acidentes ambientais provocados pelo transporte de

produtos perigosos (BOWERSOX e CLOSS, 2001).

Diante desta realidade, e muito importante que as empresas prestadoras de serviyos

logisticos procurern atingir e demonstrar para a sociedade urn desempenho ambiental

correto, controlando o impacto de suas atividades no meio ambiente.

1.2 Objetivos

Estudar e propor o desenvolvimento e a implementayiio de urn sistema de gestiio ambiental

segundo a NBR ISO 14001, integrando o conceito de gestiio ecol6gica, e demonstrando sua

aplicayao em urna empresa prestadora de serviyos logisticos do transporte rodoviario de

carga.

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1.3 Apresenta~iio do Trabalho

Alem desta introdu9ao, este trabalho e composto por mais cinco capitulos.

0 capitulo dois contem a revisao bibliografica. Nesta revisao sao estudadas a abordagem

dos servi9os logisticos do transporte rodoviano de carga, a gestao empresarial e a gestao

ambiental.

No capitulo tres sao apresentados os aspectos metodol6gicos do trabalho.

No capitulo quatro e descrito o estudo de caso, com a apresentayiio da empresa e as etapas

da implantayao do sistema de gestao ambiental.

0 capitulo cinco e dedicado a apresentayiio e analise dos resultados ..

No capitulo seis sao apresentadas as conclusoes.

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2. REVISAO BffiLIOGRAFl:CA

A revisao bibliografica abordani os seguintes t6picos:

1. servivos logisticos do transporte rodoviano de carga, em que se apresentam,

de forma sucinta, a logistica, os principais servi9os oferecidos pelos prestadores

de servivos logisticos brasileiros, a logistica reversa, o transporte como uma das

principais fun\X)es logisticas e o transporte rodoviano como a modalidade de

transporte predominante no Brasil.

2. gestao empresarial, em que se mencionam as diferentes teorias que

contribuiram para o desenvolvimento organizacional das empresas;

3. gestao ambiental, em que sao estudados os principais programas de gestao

ambiental.

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2.1 Servi\!OS Logisticos do Transporte Rodovhirio de Carga

2.1.1 Logistica

Poucas atividades tern urn impacto tao significativo no padrao de vida de uma sociedade

quanto a logistica. Quase todas as esferas da atividade humana sao afetadas - direta ou

indiretamente- pelo processo logistico. Urn exemplo disso e quando se compra urn produto

no varejo e se recebe o produto correto, sem avarias e no prazo combinado.

Como a logistica e um componente significativo da economia de um pais, e importante

apresentar a sua definic,:ao especifica. Segundo Bowersox e Closs (2001:20), o Council of

Logistics Management definiu Logistica como:

"e o processo de planejamento, implementac,:ao e controle eficiente e eficaz do fluxo e

armazenagem de mercadorias, servir,:os e informac,:oes relacionadas, desde o ponto de

origem ate o ponto de consumo, como objetivo de atender as necessidades dos clientes."

No escopo desta definic,:lio pode-se incluir servir,:o ao cliente, trafego e meios de transporte,

armazenagem e estocagem, escolha do local para fabrica e armazens, controle de

inventario, processamento de pedidos, comunicac,:Oes de distribuic,:lio, compras,

movimentac,:ao de materials, servir,:o de fornecimento de pec,:as, remoc,:ao do lixo industrial,

embalagem, devolur,:lio de mercadorias e previsao de volume de pedidos (LAMBERT e

STOCK, 1999).

Segundo Ballou (2001 :21)," a missao da logistica e dispor a mercadoria ou o servir,:o certo,

no Iugar certo, no tempo certo e nas condic,:Oes desejadas, ao mesmo tempo em que fornece

a maior contribuic,:lio a empresa".

De acordo com Bowersox e Closs (2001:21), "o objetivo central da logistica e atingir urn

nivel desejado de servir,:o ao cliente pelo menor custo total possivel".

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Segundo Ballou (2001: 21), "a logistica e urn conjunto de atividades funcionais que e

repetido muitas vezes ao Iongo do canal de suprimentos atraves do qual as matenas-primas

sao convertidas em produtos acabados eo valor e adicionado aos olhos dos consumidores".

Para Christopher (1999:2-3) , "o gerenciamento logistico pode proporcionar uma fonte de

vantagem competitiva para as empresas. A fonte desta vantagem competitiva e encontrada,

primeiramente, na capacidade da empresa diferenciar-se de seus concorrentes aos olhos dos

clientes e, em segundo Iugar, pela sua capacidade de operar a baixo custo e, portanto, com

lucro maior".

A logistica diz respeito a criayao de valor. 0 valor em logistica e expresso em tempo e

Iugar. Produtos e serviyos tern pouco valor se nao estiverem disponiveis aos clientes no

tempo e Iugar em que eles desejam consumi-los. A logistica controla o valor do tempo e do

Iugar dos produtos, principalmente atraves dos transportes, dos fluxos de informa<;:iio e dos

estoques (BALLOU, 2001).

A figura 1 apresenta graficamente o conceito de logistica integrada.

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Custos de Inventario

Produto

Processamento depedidos

Figura 1 - Modelo conceitual de logistica integrada Fonte: LAMBERT e STOCK (1999: 43)

Custos de Transporte

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De acordo com o Council of Logistics Management, os componentes de urn sistema

logistico tipico sao: serviyos ao cliente, previsao de vendas, comunicac;:ao de distribuic;:ao,

controle de estoque, manuseio de materiais, processamento de pedidos, pec;:as de reposic;:ao

e serviyos de suporte, selec;:ao do local da planta e annazenagem (analise de localizac;:ao ),

compras, embalagem, manuseio de mercadorias devolvidas, recuperac;:ao e descarte de

sucata, tr:ifego e transporte, e annazenagem e estocagem (BALLOU,2001).

Segundo Bowersox e Closs (2001), a noc;:ao de servic;:o de valor agregado resulta de

atividades exclusivas ou especificas que as empresas podem realizar em conjunto para

aumentar sua eficacia e sua eficiencia. Embora grande nUJ:nero de empresas execute

servic;:os de transporte e annazenamento, a lista de serviyos exclusives e de novos servic;:os

adicionais, como gerenciamento de estoque, processamento de pedidos, faturamento e

manuseio de devoluc;:ao de mercadorias, cobre todas as operac;:Oes possiveis na cadeia de

suprimentos.

Pesquisa do Centro de Estudos em Logistica - CEL (2001) mostra que, do conjunto de

serviyos logisticos prestados, o transporte (suprimento, transferencia e distribuic;:ao) e a

annazenagem sao predominantes nas maiores empresas prestadoras de servic;:os logisticos

no Brasil. Poucas empresas oferecem servic;:os mais sofisticados como: intermodalidade,

processamento de pedidos, milk-run (coleta programada), entregajust-in-time e montagem

de kits.

A conclusao da pesquisa e que em geral, os prestadores de serviyos logisticos brasileiros

sao pouco pr6-ativos no que diz respeito a ampliac;:ao do escopo de servic;:os prestados aos

clientes ja conquistados. Na percepyao dos clientes, as iniciativas de ampliayao dos servic;:os

sao praticamente inexistentes.

Na tabela 1, observam-se os tipos de servic;:os oferecidos pelos prestadores de serviyos

logisticos brasileiros analisados pelo CEL em 2003.

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Tipos de servivos logisticos % das empresas analisadas

Armazenagem 98%

Controle de estoques 97%

Distribuivao 97%

Coordenayiio 96%

Transferencia 93%

Desenvolvimento de projetos e soluy(ies logisticas 92%

Porta a porta 91%

Embalagem 90%

Montagem de kits e conjuntos 90%

Logistica reversa 82%

Suporte fiscal 75%

Gerenciamento intermodal 73%

Just-in-time 73%

Milk run 69%

Importaviio e exportayiio/ Desembaravo Aduaneiro 53% ' . ' Tabela 1 - Ttpos de servwos logtsticos oferectdos pelos prestadores de servu,:os logtstlcos

brasileiros. Fonte: CEL-COPPEAD (2003)

Segtmdo Lima JUnior (2001 ), o transporte, o estoque e a informayiio formam o tripe de

sustentaviio das atividades logisticas e, em termos de custos, representam quase 2/3 do total

dos gastos das operay(ies logisticas brasileiras.

0 crescimento da populayiio e o resultado do desenvolvimento economico aumentaram a

preocupayao com questoes ambientais. Neste aspecto, o planejamento logistico nao e

diferente daquele de setores de produyiio e serviyo. As empresas empacotam materiais

reciclados, transportam materiais perigosos e retrabalham produtos para revenda

(BALLOU,2001).

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Ernbora a logistica inclua o gerenciarnento do fluxo de produtos dos pontos de aquisiyao

ate os clientes, existe urn canallogistico reverso. A vida de urn produto, do ponto de vista

logistico, nao terrnina corn a entrega ao cliente. Os produtos tomarn-se obsoletos,

danificarn-se ou estragarn e sao levados aos seus pontos de origem para conserto ou

descarte. 0 canal de logistica reverso pode utilizar todo ou apenas urna parte do canal

logistico. A cadeia de suprirnentos terrnina corn a disposi<;ao final de urn produto.

Observarn-se, na figura 2, os fluxo dos produtos nos canals de distribui<;ao diretos e

reversos.

0 fluxo dos produtos nos canals de distribui<;ao diretos abrange desde as rnaterias-prirnas

virgens, tarnbern denominadas prirnanas, ate o rnercado prirnano dos produtos. Esse fluxo

direto pode se processar por rneio de atacadistas ou distribuidores, para chegar ao varejo e

ao consurnidor final.

Os canals de distribui<;ao reversos de p6s-consurno sao constituidos pelo fluxo reverso de

urna parcela de produtos e de materials originados no descarte dos produtos que retomarn

ao fluxo produtivo - mercado secundano , atraves de canals reversos de reciclagem,

desrnanche e de reuso.

Observa-se, tarnbern, a possibilidade de urna parcela dos produtos de p6s-consurno ser

dirigida a sistemas de disposi<;ao final .

Os canals de distribuiyiio reversos de p6s-venda sao constituidos pelas diferentes forrnas e

possibilidades de retorno de urna parcela de produtos ao rnercado secundano.

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Fluxos

Mercado

secundario

primario

Figura 2 - Canais de distribui~o diretos e reversos Fonte: LEITE (2003)

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Mercado

secundario

0 conceito de cadeia de suprimentos engloba desde a materia-prima e todos os

fomecedores envolvidos ate o cliente final e todos os resultados para a sociedade.

DimellSOes anteriormente tratadas como externalidades, como por exemplo os impactos

ambientais e sociais, passam a ser incorporadas nas aruilises de desempenho (LIMA

JUNIOR, 2001).

Segundo Leite (2003: 16), a logistica reversa e "a area da logistica empresarial que planeja,

opera e controla o fluxo e as informavoes logisticas correspondentes, do retorno dos bens

de p6s-vendas e de p6s-consumo ao ciclo de neg6cios ou ao ciclo produtivo, por meio de

canais de distribui~o reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: economico,

ecol6gico, legal, logistico, de imagem corporativa, entre outros".

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A logistica reversa considera que t6picos como reduyao/conservayao da fonte, reciclagem,

substitui91io e descarte fazem interface nas atividades logisticas de compras e suprimentos,

trafego e transportes, armazenagem, estocagem e embalagem (LAMBERT e STOCK,

1999).

Arima e Battaglia (2003) analisam que o conceito da logistica reversa pode tomar viaveis

os objetivos da empresa na melhora de seus lucros, sempre atendendo as necessidades da

sociedade em viver de forma mais harmoniosa com o meio ambiente. As tarefas da

logistica reversa incluem: processar a mercadoria retomada por razoes como dano,

sazonalidade, reposi91io, recall ou excesso de inventario; reciclar materiais de embalagem e

reusar conteineres; recondicionar, remanufaturar e reformar produtos; dispor equipamentos

obsoletos; tratar materiais perigosos; permitir a recupera91io de ativos.

Portanto, a logistica reversa, por meio de sistemas operacionais diferentes em cada

categoria de fluxos reversos, objetiva tomar possivel o retorno de bens ou de seus materiais

constitnintes ao ciclo produtivo ou de neg6cios. Agrega valor econ6mico, ecol6gico, legal e

de localizayiio ao planejar as redes reversas e as respectivas informayaes e ao

operacionalizar o fluxo desde a coleta dos bens de p6s-consumo ou de p6s-venda, por meio

dos processamentos logisticos de consolidayao, separayao e seleyiio, ate a reintegrayiio ao

ciclo (LEITE,2003).

De acordo com o CEL (2004), a logistica reversa foi o serviyo logistico prestado que mais

evoluiu entre 2000 e 2003 (47%), seguido do just-in-time (35%) e distribui9ao porta a

porta (12%).

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2.1.2 Transporte

0 transporte e urna das principals funr,:Oes logisticas. Alem de representar a malar parcela

dos custos Jogisticos na malaria das organizar,:Oes, tern papel fundamental no desempenho

de diversas dimen.sOes do serviyo ao cliente. Do ponto de vista de custos, representa, em

media, cerca de 60% das despesas logisticas (FLEURY et al.,2000).

As principals funr,:Oes do transporte na Jogistica estao ligadas basicamente as dimensoes de

tempo e utilidade de Iugar. 0 transporte de mercadorias tern sido utilizado para fomecer

produtos onde existe demanda potencial, dentro do prazo adequado as necessidades do

comprador. Mesmo com o avanyo de tecnologias que permitem a troca de informar,:Oes em

tempo real, o transporte continua sendo fundamental para que seja atingido o objetivo

logistico, que e o produto certo, na quantidade certa, na hora certa, no Iugar certo ao menor

custo passive!.

Como na Jogistica integrada, as funr,:Oes logisticas deixam de ser vistas de forma isolada e

sao percebidas como urn componente operacional de estrategia de marketing. 0 transporte

tern urn papel fundamental em varias estrategias logisticas, tomando necessaria a gerayao

de solur,:Oes que possibilitem flexibilidade e velocidade na resposta ao cliente, ao menor

custo passive!, gerando assim malar competitividade para a empresa.

0 serviyo ao cliente e urn componente fundamental da logistica integrada. Todas as funr,:Oes

logisticas contribuem para o nivel de serviyo que urna empresa presta a seus clientes. 0

impacto do transporte no serviyo ao cliente e urn dos mals significativos, e as principals

exigencias estao ligadas a pontualidade do serviyo, a capacidade de prover urn serviyo

porta-a-porta, a flexibilidade, no que diz respeito ao manuseio de urna grande variedade de

produtos, ao gerenciamento dos riscos associados a roubos, danos e avarias e a capacidade

de o transportador oferecer mals que urn servi9o basico de transporte, tornando-se capaz de

executar outros serviyos logisticos. As respostas para cada urna dessas exigencias estao

vinculadas ao desempenho e as caracteristicas de urn modal de transporte, tanto no que diz

respeito a suas dimensoes estruturals, quanta a sua estrutura de custos (NAZARl0,2000).

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Segundo Bowersox e Closs (2001), o principal objetivo do transporte e movimentar

produtos de urn local de origem ate urn detenninado destino, reduzindo ao mesmo tempo os

custos financeiros, temporais e ambientais. As despesas de perdas e danos tambem devem

ser reduzidas. Ao mesmo tempo, a movimentayao deve atender its expectativas de c!ientes

em relayaO ao desempenho das entregas e a disponibilidade de informayoes relativas as

cargas transportadas.

0 transporte utiliza recursos temporais (isto e, tempo), ja que o produto transportado toma­

se inacessivel durante o transporte. Ele utiliza recursos financeiros, porque sao necessaries

gastos intemos para manter urna frota propria ou gastos extemos para contrata9il.o de

terceiros.

0 transporte tambem utiliza recursos ambientais tanto direta como indiretamente. De forma

direta, ele e urn dos maiores consumidores de energia nao-renovavel (combustive! e oleo

lubrificante). Nos EUA, por exemplo, o transporte consome aproxirnadamente 67% de todo

petroleo do pais. Embora esse nivel de cousumo tenha dirninuido com o passar dos anos,

em virtude de praticas operacionais e veiculos mais eficientes e economicos, e provavel que

ele permane9a estavel no futuro em decorrencia de operayi)es globais crescentes que exijam

distancias de transporte relativamente maiores. Indiretamente, o transporte causa danos

ambientais em conseqiiencia de engarrafamentos, polni9ao do ar e poluiyil.o sonora. Embora

seja cada vez mais comurn apurar esses custos sobre o meio ambiente, eles nao cobrem

todos os aspectos dessa questiio (BOWERSOX e CLOSS,2001).

Segundo Lambert e Stock (1999), Bowersox e Closs (2001), Ballou (2000) e Fleury et al.

(2000), ha urna grande variedade de opyi)es para pessoas, empresas ou paises

movimentarem seus produtos de urn ponto para outro, por meio de cinco modalidades de

transporte: rodoviano, ferroviano, aereo, aquaviano ou dutoviano e algumas combinayi)es

de modais como rodoviano-ferroviano, rodoviano-aquaviano, rodoviano-aereo e

ferroviano-aquaviano. Tais combinayi)es intermodais oferecem servi9os de custo

especializado ou mais baixo que geralmente nao sao disponiveis na utiliza9ao de urna Unica

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modalidade de transporte. No entanto, o estudo da intermodalidade nao faz parte do

objetivo deste trabalho.

Considerando cada modalidade isoladamente, o transporte rodoviano e mais flexivel e

versatil do que OS demais. Essa flexibi!idade e possivel devido a urna rede de

aproximadamente I ,5 milhao de qui!Ometros de estradas no Brasil, possibilitando, desta

forma, a oferta de servi90 ponto-a-ponto entre praticamente qualquer combina<;ao de

origem-destino. Ele e versatil, por transportar produtos de tamanhos e pesos variados em

qualquer distancia. Sua flexibilidade e versatilidade fizeram com que o transporte

rodoviano se tomasse a modalidade predominante no Brasil e na maior parte do mundo

(FLUERY et al.,2000).

0 transporte rodoviano oferece ao cliente urn servi90 rilpido e confiavel com pouca perda

ou dano em trilnsito. Os transportadores rodovianos de carga proporcionam urn servi90

muito mais rapido do que as ferrovias e uma comparayao favorilvel em relayao ao

transporte aereo, no caso de curta distancia. Muitos transportadores rodovianos envolvidos

com o programa just-in-time operam com horano programado, resultando em tempos de

trilnsito muito curtos e confiaveis. Os indices de perdas e danos no transporte rodoviano

sao substancialmente menores do que na maioria dos carregamentos ferrovianos e

ligeiramente maiores que nos fretes aereos. Nenhurna outra modalidade de transporte

proporciona a cobertura oferecida pelo transporte rodoviano de carga (FLUERY et

al.,2000).

Por estas razoes, neste trabalho sera abordada a presta<;ao de Servi9<JS logisticos do

transporte rodoviano de carga.

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2.2 Gestiio Empresarial

Segundo Ferreira (1993), gestao e o ato de gerir, gerencia, administra9ao. Neste estudo,

considera-se gestao sinonimo de administra9ao.

A administra9ao e o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso dos recursos

organizacionais para alcan9ar deterrninados objetivos de maneira eficiente e eficaz. A

administrayao, portanto, e o processo que procura assegurar a eficacia (realizayao de

objetivos) e a eficiencia (utiliza9ao racional de recursos) das organiza9oes ou sistemas1

(CHIA VENAT0,2000).

Diferentes teorias contribuiram para ampliar e aprofimdar o significado e o conteudo da

administra9ao. Segundo Chiavenato (2000), a Teoria Geral da Administrayao come9ou com

a " enfase nas tarefas" ( atividades executadas pelos operanos em uma fabrica), com a

Administrayao Cientifica de Taylor em 1903. A seguir, a preocupayao basica passou a sera

"enfase na estrutura", com a Teoria Chissica de Fayol em 1916 e com a teoria da

Burocracia de Weber em 1909, seguindo-se em 1947 a Teoria Estruturalista. A rea9ao

humanistica surgiu com a "enfase nas pessoas", por meio da Teoria das Relay()es Humanas

em 1932, mais tarde desenvolvida pela Teoria Comportamental em 1957 e pela Teoria do

Desenvolvimento Organizacional em 1962. A "enfase no ambiente" surgiu em 1951, com

a Teoria dos Sistemas, sendo comp1etada pela Teoria da Contingencia em 1972. Esta,

posteriormente, desenvolveu a "enfase na tecnologia".

Cada uma dessas cinco variaveis - tarefas, estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia -

provocou a seu tempo uma teoria administrativa diferente, marcando urn gradativo passo no

desenvolvimento organizacional.

Segundo Maximiano (1997) , a administra9ao e as organizay()es estao sofrendo grandes

transformay()es. As empresas operam dentro de urn contexto extremamente competitivo e

1 Sistema e um conjunto ou combinavilo de coisas ou partes, formando um todo complexo ou unitario (CIDA VENATO,l993).

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precisam aprimorar continuamente sua eficiencia: fazer mais, com menor quantidade de

recursos, considerando as circunstancias da administra<;ao no presente:

• Globaliza<;ao da Economia

• Tecnologia Intensiva

• Defesa do Consumidor e enfase no Cliente

• Reduyao da Hierarquia

• Preocupayao com a Ecologia2 e a Qualidade de Vida

A mudanya no ambiente 3 em que as empresas operam baseia-se na assertiva de que,

"apesar do visivel sucesso obtido pelo sistema capitalista, em conseqiiencia de uma

eficiente combina9ao de ciencia e tecnologia e de uma eficaz administrayao de recursos,

quando confrontarnos seus resultados economicos e monetarios com outros resultados

sociais, tais como redu9ao da pobreza, degradayao de areas urbanas, controle da polui<;ao,

diminuiyao das iniqilidades sociais, entre outros, verifica-se que ainda h:i muito a ser

conseguido e que o crescimento do PNB - Produto Nacional Bruto nao e e nunca sera uma

medida adequada para avaliar a performance social" (DONAIRE, 1999:13).

A visao modema da empresa em rela<;ao a seu ambiente e muito complexa, pois ela e vista

como uma institui9ao sociopolitica. A linha de demarca<;ao entre a empresa e seu ambiente

e vaga e ambigua, tomando o atual ambiente dos neg6cios imprevisivel e mutavel.

Para Longenecker (1981), a empresa deve reconhecer que sua responsabilidade para com a

sociedade e para como publico em geral vai muito alem de suas responsabilidades com

seus clientes.

2 Ecologia e a ciencia que estuda as relayoes entre os seres vivos e seus ambientes (FERREIRA,I993). 3 Ambiente e tudo aquilo que envolve externamente uma organizayao ( ou urn sistema). E o contexto no qual uma organiza9ao esta inserida. Como tuda organiza9ao e urn sistema aberto ( conjunto de partes em constaote interayao), ela mantem transa9iies e intercfunbio com seu ambiente (CHIA VENATO,l993).

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Urn novo enfoque, denorninado responsabilidade social, tem-se consolidado no interior das

organiza9(les, e refere-se a capacidade de urna organizayao de responder its expectativas e

pressoes da sociedade.

Segundo Drucker (1974), a identificayao e a antecipayao dos mecanismos internos

implementados pelas organiza9(les para responder as pressoes sociais impoem a alta

administrayao a obrigatoriedade de direcionar as a9(les essenciais no campo social, que se

devem originar no topo das organiza9(les.

0 papel das organiza9(les tem-se expandido. Para Lawrence e Lorsch (1972), a empresa

que mais se aproxima das caracteristicas requeridas pelo ambiente estit mais sujeita ao

sucesso do que a que se afasta delas. Como a empresa representa urn sistema aberto, as

variaveis organizacionais apresentam urn complexo relacionamento entre si e com o

ambiente. Isso explica a intima relayao entre as variaveis externas e os estados internos da

organizayiio empresarial.

No ambiente dos neg6cios, a preocupayao ecol6gica da sociedade tern ganho urn destaque

significativo em face de sua relevancia para a qualidade de vida das popula9(les.

De forma geral, os paises comeyam a entender que as medidas de proteyao ambiental nao

foram inventadas para impedir o desenvolvimento economico. Muitos paises tern inserido,

em seus estudos de desenvolvimento, modelos de avaliayao de impacto e custos/beneficios

ambientais na analise dos projetos economicos, que tern resultado em novas diretrizes,

regulamenta9(les e leis na formulayao de suas politicas e na execuyao de seus projetos de

governo.

A conscientizayao ambiental levou algumas organiza9(les a integrar o controle ambiental

em sua gestao administrativa, projetando-o nas mais altas esferas de decisao, como parte da

gestao global da empresa, juntamente com a gestao de finanyas, pessoas, produyao,

qualidade, etc.

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2.3 Gestiio Ambiental

0 Council of Logistics Management - CLM caracterizou as atitudes ou fases empresariais

em rela<;ao ao meio ambiente e constatou tres principais atitudes empresariais de

comprometimento: atitude reativa, atitude pr6-ativa e atitude de busca de valor

(CLM,1993).

Empresas em fase reativa sao caracterizadas por:

• Cumprimento da legisla<;ao e adequa<;ao as pressoes extemas da sociedade

• Nao incluem os seus impactos ambientais em suas reflexoes estrategicas

• Nao possuem gestiio ambiental e nenhum comprometimento da hierarquia superior

• Buscarn solu<;Oes de curto prazo e redu<;ao de custos

Empresas em fase pr6-ativa:

• Apresentam a vantagem de se antecipar as novas regulamenta<;Oes e legisla<;Oes

• Apresentam razoavel comprometimento da hierarquia superior

• Estabelecem sistemas de gestiio ambiental

• Desenvolvem vantagem competitiva pelo cumprimento mais eficiente das leis e de

modifica<;Oes em seus produtos, servi<;os e processos, tomando-os menos agressivos ao

meio arnbiente.

Empresas em fase de busca de valor:

• Revelarn grande comprometimento com o meio arnbiente, integrando-o a sua reflexao

estrategica com diferencial competitivo

• Utilizarn a analise de ciclo de vida do produto tendo em vista os impactos causados ao

meio arnbiente

• Projetam produtos para serem facilmente desmontados ou reciclados e criarn rede de

comprometimento com o meio ambiente em suas redes de suprimento e de distribui<;ao

• Todos os niveis hierarquicos sao comprometidos como sistema de gestiio arnbiental

• Obtem retomos em redu<;Oes de custos operacionais, novas oportunidades de lucros,

ganho de competitividade e refor<;o da imagem corporativa.

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As orga:nizac;:Oes interessadas em reduzir os impactos ambientais de suas atividades

necessitam incluir, em seu planejamento estrategico e operacional, uma adequada gestao

ambiental que possa compatibilizar os objetivos ambientais com os demais objetivos da

organiza9ao. Com isso podem passar da fase reativa para fases pr6-ativa e em busca de

valor.

Os programas de gest1io ambiental estabelecem as atividades a serem desenvolvidas, a

sequencia entre elas, bern como quem sao os responsaveis pel a sua execw;ao.

Normalrnente, devem abranger os aspectos ambientais mais importantes e buscar uma

melhoria continua, ampliando seu escopo de atua9ao com o passar do tempo. Devem

tambem possuir dinamismo e flexibilidade suficientes para se adaptar a mudan9as.

Existem varias propostas para o estabelecimento de urn programa de gestao ambiental. A

primeira delas e o Sistema Integrado de Gest1io Ambiental, conhecido por Modelo Winter,

desenvolvido a partir de 1972 pe!a Empresa Ernest Winter & Sohn, na Alemanha.

Posteriormente, Backer (1995) propos pianos de a9ao que devem ser estabelecidos em

sintonia com o que denomina Estrategia Eco16gica da empresa. No Brasil, a Associa9ao

Brasileira de Industria Quimica - ABIQUIM (2002), em 1998, propoe aos seus

associados o Programa Atua9ao Responsavel. 0 Instituto Ehnwood, a partir de 1993,

apresenta o Guia de auditoria ecol6gica e neg6cios sustentaveis (CALLENBACH et a!.,

2001). Em 1996, a Associa91io Brasi!eira de Normas Tecmcas- ABNT(l996a) pub!icou as

Normas ISO 14001 e 14004, que especificam diretrizes para o Sistema de Gestao

Ambiental.

Estes programas sao apresentados a segnir.

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2.3.1 Sistema Integrado de Gestao Ambiental

De acordo com Winter (1992), o Sistema Integrado de Gestao Ambiental (conhecido como

modelo Winter) inclui a preocupa~o com o meio ambiente em todos os setores da

empresa, desde a politica ate a area de pesquisa e desenvolvimento, da gestlio de materiais

ate a produ9ao e reciclagem, da constru9ao de instala96es industriais ate o equipamento e

sele9ao dos veiculos, desde a formayao de aprendizes ate o treinamento e atualiza9ao dos

empregados.

0 autor enfatiza que as atividades ambientais sao partes integrantes dos objetivos da

empresa, o que significa que, concomitantemente it aten9ao que a empresa dedica ao

ambiente e it satisfa~o de seus recursos humanos, deve produzir mercadorias e serviyos de

alta qualidade para atingir urn resultado que justifique o investimento feito e coloque a

empresa e os empregos que garante em bases seguras.

Uma gestlio ambiental sistematica nao e algo que possa ser introduzido de imediato. Exige

plauifica~o, estabelecimento de etapas seqiienciais e empenho na sua implementa9ao.

Nesse sentido, devem ser considerados os aspectos economicos, a tecnologia utilizada, o

processo produtivo, a organizayao, a cultura da empresa e seus recursos humanos. 0

modelo Winter, que pode ser implantado em qualquer empresa, independentemente de seu

esquema orgauizacional, procura descrever o sistema integrado de gestao ambiental por

meio do estabelecimento de 20 rn6dulos integrados, que tern por objetivo facilitar a sua

implantayao, a definiyao das prioridades e o respectivo cronograma de atuayao, como pode

ser verificado na figura 3:

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MODULOS

PREVISAO

MODELO WINTER

---+ ATRIBUI<;AO DE

PRIORIDADES

Figura 3 - Sistema Integrado de Gestao A.mbiental Fonte: WINTER(1992)

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A AO

Os m6dulos integrados definem o perfil completo de gestao ambiental da empresa que,

uma vez conhecidos, deverao ser convenientemente avaliados, cabendo ao administrador

verificar quais sao os m6dulos setoriais que serao implementados, a fun de adaptar a gestao

ambiental as condi<;:Oes da empresa.

Os m6dulos integrados se referem a:

1. Motiva~ da alta administra~o

2. Objetivos e estrategia da empresa

3. Marketing

4. Disposi<;:Oes intemas em defesa do

meio ambiente

5. Motiv~ao e formac;:ao pessoal

6. Condi<;:Qes de trabalho

7. Alimentac;:ao dos funcionanos

8. Aconselhamento ambiental familiar

9. Economia de energia e agua 10. Desenvolvimento de produto

11. Gestao de materiais

12. Tecnologia da produc;:ao

13. Tratamento de residuos

14. Veiculos da empresa

15. Construc;:ao das instala<;:Qes e

equipamentos

16. Financ;:as

17. Direito

18. Seguros

19. Rela<;:Oes intemacionais

20. Rela<;:Oes publicas.

No modelo Winter, ha seis principios considerados essenciais para o sucesso a Iongo prazo

de uma empresa administrada ecologicamente:

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1. Qualidade: urn produto e de alta qualidade apen.as se for fabricado de forma

ambientalmente correta, e se puder ser usado e descartado sem causar danos ambientais

(como toda atividade industrial provoca dano ambiental, o objetivo e reduzir os danos ).

2. Criatividade: a criatividade da forya de trabalho de uma empresa e intensificada

quando as condi9i)es de trabalho respeitam as necessidades biol6gicas hurnanas (baixo

nivel de ruido, alimenta~o saudavel, arquitetura de cunho ecol6gico, etc.).

3. Humanidade: o clima geral de trabalho sera mais hurnano se os objetivos e estrategias

da empresa forem voltados nao apenas para o sucesso economico, mas tambem para o

senso de responsabilidade para com todas as formas de vida.

4. Lucratividade: a lucratividade da empresa pode aurnentar pela ado~o de inovayoes

ecol6gicas redutoras de custo e pela explorayao de oportunidades de mercado de

produtos de apelo ecol6gico.

5. Continuidade: no interesse da continuidade da empresa, toma-se cada vez mais

importante evitar riscos de responsabilidade decorrentes de legisla~o ambiental cada

vez mais rigorosa, e riscos de mercado resultantes da demanda decrescente de produtos

danosos ao ambiente.

6. Lealdade: em Ultima analise, os funciomirios de urna empresa sao leais a seu pais e a

seus concidadaos devido a urna ligayao emocional, que s6 existe enquanto o pais nao se

descaracteriza como resultado da destruiyao do meio ambiente.

Tres elementos-chave sao caracteristicos das estrategias da administra9ao com consciencia

ecol6gica:

Inova~o: as inovayoes eco16gicas podem ser de dois tipos: as que diminuem o

impacto ambiental das opera9i)es de urna empresa, e as que trazem vantagens

ecol6gicas ao consumidor. As primeiras geram economias de custo, as Ultimas geram

vantagens competitivas.

Coopera~iio: a importancia da coopera~o entre os agentes do ciclo de vida de urn

produto - das matenas-primas, passando pela produ~ao, ate o uso e o descarte -

justifica-se pelo fato de que os efeitos economicos e ecol6gicos obedecem a leis

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diferentes. Enquanto a competi<;:ao e principio norteador dos efeitos economicos, a

cooperayao e essencial ao efeito ecol6gico.

Comunica~lio: nas estrategias de administra<;:ao com consciencia ecol6gica, a tarefa

da comunica<;:ao nao se restringe ao marketing, mas adquire uma importancia

estrategica global.

0 sistema integrado de gestao ambiental foi aplicado a partir de 1972, na empresa Ernest

Winter & Sohn, fabricante de ferramentas de corte de diamante, com sede em Hamburgo na

Alemanha. Os resultados obtidos foram (WINTER, 1992):

• As atividades ambientais passaram a fazer parte integrante dos objetivos da empresa.

• A produyao de mercadorias e servi~s passou a ser de alta qualidade, devido a aten<;:ao

dedicada pela empresa ao meio ambiente e a satisfa<;:ao de seus recursos hmnanos.

• 0 aumento nos lucros da empresa justificou o investimento realizado e garantiu a

continuidade da empresa, preservando o emprego dos funcionanos.

2.3.2 Pianos de A~lio e Estratl~gia Ecologica

Os pianos de a<;:ao da gestao ambiental devem ter origem no diagn6stico ambiental da

empresa e estar em sintonia com a estrategia ecol6gica.

Segundo Backer (1995), a estrategia ecol6gica deve partir de um diagn6stico inicial e

sobretudo da analise do fator ambiental dentro da estrategia global da organizayao. Isso

possibilitara quanti:ficar o esfor~ necessano a ser desenvolvido na gestao ambiental e

permitira identificar as prioridades que deverao ser desenvolvidas nas diferentes unidades

organizacionais.

0 diagn6stico global que permite identificar o papel da preocupa<;:ao com o meio ambiente

dentro da organizayao se resume na analise de seis tabelas que incluem:

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• 0 peso ambiental na estrategia empresarial

• A estrategia de comunica91io e de marketing em rela!(ao ao meio ambiente

• A estrategia de produ91io em materia de meio ambiente

• A estrategia de recursos humanos em questoes ambientais

• A estrategia juridica e financeira em rela!(ao ao meio ambiente

• A estrategia de pesquisa e desenvolvimento relativa ao meio ambiente

De posse desse diagn6stico, sao idealizados os planos de a91io que constituem o programa

de gerenciamento ambiental, dividido em:

• Plano de comunica!(ao

• Plano de investimentos

• Plano de informa!(1io/sensibiliza!(1io/avalia!(1io

• Plano de organiza91io administrativa

• Plano de projetos de pesquisa e desenvolvimento

Esses pianos sintetizam a Estrategia Ecol6gica que sera utilizada pela organiza91io.

Como exemplo de aplical(1io dos pianos de a91io e estrategia ecol6gica, cita-se o caso da

mineradora de fostato Arafeml S.A., com sede em Araxa-MG.

A empresa estava com restri90es de lavra pelo 6rgao ambiental, devido a incompatibilidade

entre a minera91io e a estancia mineral existente em Araxa. A implanta!(ao dos planos de

a!(1io e estrategia ecol6gica, a partir de 1987, propiciou urn relacionamento maduro entre a

empresa e sua comunidade no que tange ao envolvimento ambiental, bern como

possibilitou que esta preocupa!(ao eco16gica passasse a fazer parte da cu1tura da

organizal(1io.

Em face do cumprimento as recomenda90es tecnicas, as limita90es impostas pelo 6rgao

ambiental, pelo intenso monitoramento hidrogeol6gico e pela nova gestao, a empresa

conseguiu reverter a situa91io (DONAIRE, 1999).

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2.3.3 Programa Atua-;iio Responsavel

Esse programa e a verslio brasileira do Responsible Care Program, desenvolvido pela

Canadian Chemical Producers Association - CCP A, que foi implantado em diversos paises

a partir de 1985 e se encontra atualmente em mais de 40 paises com indlistrias quimicas em

opera9lio ( DONAIRE,1999).

0 Responsible Care, que se propoe a ser um instrumento eficaz para o direcionamento do

gerenciamento ambiental, inclui recomenday(ies para a seguran9a das instalay(ies, processos

e produtos, saude e seguran9a dos trabalbadores, e dialogo com a comunidade.

No Brasil, coube a Associa9lio Brasileira de Industria Quimica- ABIQUIM (2002) adapta­

lo lis condiy(ies nacionais, e a partir de 1990 passou a utiliza-lo em varias empresas

quimicas sob a denomina9lio de Programa Atua;;:lio Responsavel. Em 1998, a adeslio ao

programa passou a ser obrigat6ria.

0 Programa Atua9lio Responsavel possui atualmente seis elementos, alinhados com os do

Responsible Care :

1. Principios diretivos

Sao padroes eticos que direcionam a politica de a;;:lio da industria quimica brasileira em

termos de saude, seguran;;:a e meio ambiente:

• Adotar o gerenciamento ambiental como expresslio de alta prioridade empresarial, por

meio de um processo de melhoria continua em busca da excelencia.

• Promover, em todos niveis hierarquicos, o senso de responsabilidade individual com

rela;;:lio ao meio ambiente, seguran;;:a e saude ocupacional e o senso de preven;;:lio de

todas as fontes potenciais de risco associadas as operay(ies , produtos e locais de

trabalbo.

• Ouvir e responder lis preocupa;;:oes da comunidade sobre seus produtos e suas

opera;;:oes.

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• Colaborar com os 6rgaos govemamentais e nao-govemamentais na elabora9ao e

aperfei90amento de legisla9iio adequada a salvaguarda da comunidade, locais de

trabalho e meio ambiente.

• Promover a pesquisa e o desenvolvimento de novos processos e produtos

ambientalmente compativeis.

• Avaliar previamente o impacto ambiental de novas atividades, processos e produtos e

monitorar os efeitos ambientais das suas opera¢es.

• Buscar continuamente a redu9iio dos residuos, efluentes e emissoes para o ambiente

oriundos de suas opera¢es.

• Cooperar para solu9iio dos impactos negativos no meio ambiente decorrentes do

descarte de produtos ocorrido no passado.

• Transmitir as autoridades, aos funcionarios, aos clientes e a comunidade informa¢es

adequadas quanto aos riscos a saude, a seguran~ e ao meio ambiente de seus produtos

e opera9oes e recomendar medidas de prote9iio e de emergencia.

• Orientar fornecedores, transportadores, distribuidores, consumidores e o publico para

que transportem, armazenem, usem, reciclem e descartem seus produtos com seguran~.

• Exigir que os contratados, trabalhando nas instala¢es da empresa, obede9am aos

padroes adotados pela contratante em seguran9a, saude ocupacional e meio ambiente.

• Promover os principios e pniticas do Programa Atua9iio Responsavel, compartilhando

experiencias e oferecendo assistencia a outras empresas para produ9ao, rnanuseio,

transporte, uso e disposi9ao de produtos.

2. C6digos e praticas gerenciais

Sao documentos destinados a definir uma sene de pniticas gerenciais, que permitem a

implementa9ao efetiva dos principios diretivos. Essas praticas estabelecem os elementos

que devem estar contidos nos programas intemos de saude, seguran9a e meio ambiente das

empresas:

• Seguran9a de processos

• Saude e seguran9a do trabalhador

• Prote9iio ambiental

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• Transporte e distribuis;ao

• Dialogo com a comunidade e preparas;ao e atendimento a emergencias

• Gerenciamento do produto

3. Comissoes de liderans;as empresariais

Sao os foros de debate e de troca de experiencias entre profissionais e dirigentes de

empresas associadas.

4. Conselhos comunitarios consultivos

Compromisso como atendimento as preocupayi)es das comunidades vizinhas as fabricas e

do publico em geral.

5. Avalias;ao de progresso

Sistematizas;ao das avaliay()es de progresso, que se iniciam com uma auto-avalias;ao por

parte de cada empresa, devendo com o tempo, incluir a avalias;ao por terceiros.

6. Difusao para a cadeia produtiva

As;ao para integrar toda a cadeia produtiva ligada a empresa, transmitindo a seus clientes e

fomecedores os valores e praticas ligados ao Programa Atuas;ao Responsavel, iniciando o

programa de parcerias, mantido com as transportadoras e distribuidores de produtos

quimicos e com tratadores de resfduos quimicos.

A figura 4 sintetiza o procedimento de gestao ambiental do Programa Atuayao

Responsavel:

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PRINCIPIOS DIRETIVOS

• • • • • ... Seguran9a SaUdee Prote9iio Transporte Dialogo com comunidade Gerencia-deproces- Seguran9a Ambiental e e prepara9iio e atendi- mentodo sos do trabalhador Distribui9ii0 mento a emergencias produto

I I I I Comissoes de ~ lideran9as empresariais ~ Gerenciamento Ambiental

~ DIFUSAO

Figura 4 - Programa atuac;ao responsavel Fonte: ABIQUIM (2002), adaptado

I Conselhos

f-Comunitirios consultivos

Desde janeiro de 2002, a ABIQUIM recomenda as industrias quimicas que a qualificac;ao

dos prestadores de servic;os rodovianos de logistica seja efetuada segundo o Sistema de

Avaliac;ao de Seguranc;a, Saude, Meio Ambiente e Qualidade - SASSMAQ: transporte

rodoviano (ABIQUIM, 2001).

0 objetivo principal do SASSMAQ e a reduo;:ao progressiva e continua dos riscos das

opera9(Jes de transporte e distribuic;1io de produtos quimicos.

Os requisitos centrais do SASSMAQ sao:

• Gestao de seguranc;a, saUde, meio ambiente e qualidade

• Equipamentos

• Opera9(ies

• Seguranc;a patrimonial

• Inspec;1io na empresa.

J

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A aplica9iio do sistema de avalia9iio e efetuada por organismos certificadores e a validade

da avalia9iio e de dois anos. 0 SASSMAQ niio e uma certifica9iio, mas um sistema de

avalia9iio.

A aplica9iio do Programa Atua9iio Responsavel pelos 108 associados da ABIQUIM no

periodo de 1999 a 2002 obteve os seguintes resultados (ABIQUIM, 2003):

• Meio ambiente:

• Redu9iio no consumo de combustive! e carviio em 40%

• Aumento no consumo de gas natural em 34%

• Redu9iio na capta9iio de agua em 40%

• Redu9ao no consumo de energia eletrica em 22%

• Redu9ao no volume de efluentes lan~dos em 25%

• Redu9ao na gera9iio de residuos perigosos em 31%

• Seguran9a: redu9ao em acidentes de trabalho e processos mais seguros

• Emergencias: empresas mais preparadas

• Comunidade: melhoria no relacionamento

• Oportunidades de melhoria: acidentes de alta gravidade e acidentes em transporte

• As empresas precisam continuar a melhorar.

2.3.4 Gestio Ecologica

Segundo Callenbach et al. (2001), o termo Gestao Ecol6gica ou Gerenciamento Ecol6gico e

usado para designar a abordagem ativa e criativa desenvolvida na Alemanha e

conceitualmente aprimorada pelo lnstituto Elmwood de Berkeley, California, EUA,

fundado em 1984.

0 ponto de partida e o reconbecimento de que os problemas ecol6gicos do mundo, como

todos os outros grandes problemas de nosso tempo, nao podem ser entendidos

isoladamente. Sao problemas sistemicos - interligados e interdependentes - e sua

compreensao e solu9iio requerem um novo tipo de pensamento sistemico, ou ecol6gico.

Ademais, esse novo pensamento precisa ser acompanhado de uma mudan~ de valores,

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passando da expansao para a conserva<;lio, da quantidade para qualidade, da dominaylio

para a parceria

0 objetivo da gestao ecologica e reduzir o impacto ambiental e social das empresas, e

tomar todas as suas operayi)es tlio ecologicamente corretas quanto possivel.

De acordo com os autores, a filosofia que fundarnenta a pratica da gestlio ecologica, do

modo como e entendida pelo Instituto Elmwood , baseia-se na convicylio de que o impacto

ecologico das operayi)es de urna empresa nao tera urna melhoria significativa enquanto a

empresa nao passar por urna mudan<;a radical em sua cultura empresarial - urna mudanya

de paradigma.

Esse novo paradigma pode ser denominado como urna visao holistica do mundo - a visao

do mundo como urn todo integrado, e nao como urn conjunto de partes dissociadas. Como

urna visao sistemica, ou de sistemas, em referencia a seu embasamento mais te6rico e

abstrato na teoria dos sistemas.

A nova visao da realidade, segundo Capra (1997), e urna visao ecologica nurn sentido que

vai muito alem das preocupayi)es imediatas com a proteyao ambiental. Para enfatizar esse

significado mais profundo de ecologia, filosofos e cientistas comeyaram a fazer distinylio

entre "ecologia profunda" e "ambientalismo superficial". Enquanto o ambientalismo

superficial se preocupa com o controle e gestlio mais eficientes do meio ambiente natural

em beneficio do "homem", o movimento da ecologia profunda exige mudanyas radicais na

percep<;lio do papel dos seres hurnanos no ecossistema planetario.

0 ambientalismo superficial e antropocentrico: encara os hurnanos como fonte de todo

valor e atribui apenas valor de uso a natureza. Ele tende a aceitar por ornisslio a ideologia

do crescimento econornico, ou endossa-la abertamente.

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A ecologia profunda reconhece o valor intrinseco de todos os seres vivos e encara os

humanos simplesmente como um determinado fio da teia da vida Ela substitui a ideologia

do crescimento econ6mico pela ideia de sustentabilidade ecol6gica (CAPRA,2001).

A sustentabilidade ecol6gica deve ser planejada de modo que os estilos de vida, neg6cios,

atividades econ6micas, estruturas fisicas e tecnologias nao interfiram na capacidade da

natureza de manter a vida (CAPRA,2003).

Segundo Callenbach et al. (2001), o Instituto Elmwood propos um guia de auditoria

ecol6gica e neg6cios sustentaveis que oferece diretrizes abrangentes e praticas para a nova

era de responsabilidade ecol6gica nos neg6cios. Ele fomece um quadro de referencia para

empresas que queiram planejar suas pr6prias auditorias, e apresenta 13 listas de verifica9iio

para orientar administradores durante o processo de auditoria, cobrindo t6picos como

energia, materials, residuos, finan9l!S, marketing , transportes e relay5es intemacionals nos

neg6cios.

0 guia nasceu de um projeto do Instituto Elmwood, chamado Arquivo Global, que coleta,

analisa e distribui informay5es sobre as praticas ecol6gicas bern sucedidas de empresas e

govemos. Na visiio do Elmwood, nossa epoca e critica, caracterizando-se pela profunda

mudan9a de uma visao mecanicista (a empresa como maquina) para uma visao eco16gica

do mundo (a empresa como ser vivo), de um sistema de valores baseados na domina9iio

para um sistema baseado na parceria. 0 desafio e criar sociedades sustentaveis, ou seja,

ambientes socials e culturals cujas necessidades sejam satisfeitas sem colocar em risco as

perspectivas das gera¢es futuras.

0 Gerenciamento Ecol6gico ou Gestiio Eco16gica aprimora e amplia o referencial

conceitual da auditoria ecol6gica ou eco-auditoria e estabelece novos padroes para o

campo do desenvolvimento sustentavel.

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0 Instituto Elmwood define urna eco-auditoria como:

"Exame e a revisao das opera9oes de urna empresa da perspectiva da ecologia profunda, ou

do novo paradigma. E motivada por urna mudan9a nos valores da cultura empresarial, da

domina9ao para parceria, da ideologia do crescimento economico para a ideologia da

sustentabilidade ecol6gica. Envolve urna mudan9a correspondente do pensamento

mecanicista para o pensamento sistemico e, por conseguinte, urn novo estilo de

administra9iio conhecido como administra9iio sistemica. 0 resultado de urna eco-auditoria e

urn plano de a9iio para minimizar o impacto ambiental da empresa e fazer com que todas as

suas opera96es sejam mais ecologicamente corretas" (CALLENBACH et al., 2001: 94).

0 guia nao pretende fornecer instru96es detalhadas sobre a execu9ao de urna eco-auditoria.

Ele expoe o referencial cultural e conceitual, estabelece padr5es de gestao ecol6gica e

descreve a cultura empresarial necessaria para execu9iio de urna eco-auditoria; tambem

afirrna que apenas urna auditoria de natureza "profundamente ecol6gica" (substitui a

ideologia do crescimento economico pela ideia da sustentabilidade ecol6gica) poderit

atenuar efetivamente o impacto ambiental das opera96es de urna empresa. Ele delineia as

dimensoes e os objetivos de urna eco-auditoria e fornece diretrizes gerais para seu

planejamento.

Uma empresa ecologicamente consciente deve ter urna cultura com diferentes percep96es,

ideias, valores e cornportamentos. Uma eco-auditoria bem-sucedida pode identificar quais

os conceitos, expostos a seguir, precisam de maior conscientiza9ao.

0 prirneiro passo para redefinir a cultura empresarial e a analise critica de sua filosofia

empresarial.

• Preocupa9ao com o estado do mundo

• Exame de sustentabilidade ecol6gica do setor empresarial

• Exame da sustentabilidade da empresa

A empresa deve verificar quais as oportunidades e riscos em seu mercado:

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• Legisla9lio

• Coruiciencia do publico e dos clientes

• Atividades dos concorrentes

• Desenvolvimento cientifico e tecnol6gico.

Quais seus pontos fortes ou fracos:

• Disponibilidade de investimentos de cunho ecol6gico

• Consciencia eco16gica da alta administra9ffo

• Flexibilidade de administradores e funcionanos

• Importancia dos produtos e servi90s da empresa para a prote9lio arnbiental e a justi9a

social.

Para realizar uma eco-auditoria, e necessano recrutar ou identificar, dentro da empresa,

eqnipes de auditoria com experiencia diversificada ( energia, quimica, reciclagem etc.).

Essas equipes devem levar em conta a utiliza9lio tanto de metodos quantitativos como

qualitativos para execu9lio da auditoria. 0 guia apresenta listas de metodos de auditoria

ecol6gica que podem ser utilizados pelas empresas de acordo com sua necessidade.

0 Instituto Elmwood apresenta o conceito da empresa como sistema vivo, com sua ecologia

interna e extema. 0 fluxograrna metab6lico simplificado de uma empresa prot6tipo (figura

5), criado pelo lnstituto, e uma ajuda conceitual para uma eco-auditoria abrangente.

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Figura 5 - Fluxograma metab61ico simplificado de uma empresa prot6tipo Fonte: CALLENBACH et al. (2001)

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0 fluxograma metab6lico apresenta as quatro principais areas da gestao ecol6gica: fluxo de

entrada, processamento e fabrica~, fluxo de salda, e estruturas de apoio ao fluxo.

Para cada area apresenta varias listas de verifica~o que combinam elementos

desenvolvidos na Alemanba e outros paises, alem dos desenvolvidos pelo Elmwood. E com

base nestas listas que se faz a eco-auditoria:

• Fluxo de entrada: listas de verifica~o de energia e materiais

Devem ser tratados o fluxo de entrada de energia e as posslveis formas de reduzi-los, e

o fluxo de entrada de administra~o de materiais, incluindo as rela¢es com sut:r~

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contratantes ou fomecedores, cujas atividades muitas vezes provocam a maior parte do

impacto de uma empresa sobre o ambiente.

• Projeto, processamento e fabrica~iio: listas de verifica~iio de projeto e

desenvolvimento de produtos, fabrica~iio e prodm;ao, reciclagem

Deve ser tratado o projeto de produtos com critenos "ecofavoniveis", incluindo

durabilidade, uso sustentavel de matenas-primas, testes eticos de produtos, redus:ao do

lixo de embalagens e assim por diante. Aqui, tambem, os fatores tern relayiio com os

processos de manufatura em si e com a reciclagem, tanto dentro da empresa como

depois que o consumidor descarta os produtos.

• Fluxo de saida: listas de verifica~iio de vendas e marketing, residuos e emissoes

Devem ser tratados: publicidade, promos:oes e outras pniticas de marketing, sistemas

de transporte e distribuiyiio. Como os residuos e emissoes tambem sao forma de saida,

sao aqui incluidos meios de identifica-los e reduzi-los. Alguns residuos podem ser

recuperados para reutilizas:ao ou venda, formando uma curva de retorno no quadro

metab6lico.

• Finan~as, recursos humanos e outras estruturas de apoio: listas de verifica~iio de

investimentos, condi~oes de trabalho, treinamentos e outras estruturas de apoio

Devem ser tratados: recursos financeiros, recursos humanos, local de trabalho,

transportes, a empresa e seus arredores, relayaes intemacionais de neg6cios, visto que

embasam e afetam todos os aspectos do fluxo metab6lico.

Ao planejar qual sera a abordagem da empresa a gestao ecol6gica, nao e possivel nem

desejavel fazer tudo de uma vez. Desenvolver praticas ecologicamente corretas na empresa

demanda anos de esforyo sistematico, cuidadosamente planejado e levado a efeito com

discernimento comercial.

As prioridades de neg6cios exigem que se de atenyiio primeiro aos requisitos legais, em

seguida as providencias que pouparao dinheiro para a empresa ou aumentarao os seus

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lucros, depois as providencias que nao causam irnpacto do ponto de vista econ6mico e,

finalmente, as medidas que podem ser onus para a empresa ou que representam urn alto

risco.

0 guia descreve a sequencia da eco-auditoria e o plano de ayao resultante, e analisa as

formas para determinar as prioridades. Reitera a questiio essencial, qual seja, a de que a

eco-auditoria e a administrayiio com consciencia ecol6gica s6 podem ter exito se a alta

administrayao estiver totalmente comprometida com o processo e com sua continua

irnplementayao.

A aplicayiio da gestiio ecol6gica em uma empresa de cosmeticos na lnglaterra na decada de

1990, a The Body Shop obteve os seguintes resultados (CALLENBACH eta!., 2001):

• A preocupayao com o meio ambiente foi parte integrante de todos os aspectos de suas

oper~es

• Comunicayiio multimidia intema e externa eficazes

• Relay()es de apoio reciproco com organizay()es populares

• Programas de treinamento de pessoal com forte enfase ambiental

• Amplo prograrna de gestiio de residuos

• Aumento da lucratividade da empresa e expansao para uma rede intemacional de mais

de 450 lojas em 37 paises.

Outra empresa que irnplantou a gestiio ecol6gica, na decada de 1990, foi a montadora

Volvo, com sede ua Suecia. A montadora criou uma nova contabilidade intema para

investimentos em tecuologia arnbiental, apesar dos altos custos, para aumentar as vendas e

a lealdade dos consumidores (CALLEBACH eta!., 2001).

2.3.5 Sistema de Gestiio Ambiental

A International Organization for Standardization - ISO e uma organizayao intemacional,

fundada em 1947, com sede em Genebra, na Sui9a, que elabora normas intemacionais.

Tomou-se mundialmente conhecida pela ediyao das normas da sene ISO 9000, referente ao

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Sistema de Gestao da Qualidade. Em 1993, constituiu o TC 207, comite tecnico

responsavel pela proposi<;:ao das normas de gestao ambiental (ISO, 1996).

0 Brasil e representado na ISO pela Associa<;:ao Brasileira de Normas Tecnicas - ABNT,

com sede no Rio de Janeiro.

Em 1996, a ISO oficializou, com base naBS 7750 (norma emitida pelo Bristish Standard

Institute), as primeiras normas da sene ISO 14000, procurando estabelecer diretrizes para a

implementa<;:ao de sistema de gestao ambiental nas diversas atividades economicas que

possam afetar o meio ambiente e para a avalia<;:ao e certifica<;:iio destes sistemas, com

metodologias uniformes e aceitas intemacionalmente.

Duas dessas normas referem-se ao sistema de gestao ambiental- SGA (ISO 14001 e ISO

14004) e tres referem-se a auditoria ambiental (ISO 14010, 14011 e 14012), substituidas

pe1a ISO 19011 em 2002.

A ISO definiu sistema de gestao ambiental como: "a parte do sistema global que inclui

estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, praticas,

procedirnentos, processos e recursos para desenvo1ver, implementar, atingir, analisar

criticamente e manter a polftica ambiental" (ABNT, 1996a:4).

A ISO 14001 trata da especificayiio e de diretrizes para uso, e estabelece correspondencia

com a ISO 9001, mostrando a compatibilidade entre os dois sistemas e a viabilidade da

aplica<;:iio da norma para empresas que ja estao aplicando a ISO 9001. Na ISO 14004 sao

descritas as diretrizes gerais sobre os principios, os sistemas e as tecnicas de apoio do SGA.

A norma ISO 14001 e compativel com a norma intemacional de gestao de seguranya no

trabalho e saude ocupacional - OHSAS 18001 (Occupational Health and Safety

Assessment Specification) e a norma de gestao de responsabilidade social - S A 8000

(Social AccountAbility 8000), baseada na preocupa<;:iio com o trabalho infantil e escravo,

com o trabalho for<;:ado, condiy5es intemas de saude e seguran<;:a ocupacional, com a

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liberdade de associa~iio e o direito de negoci~o coletiva, com sinergia com a comunidade

eo meio ambiente, sistema de gestiio social e com a discrimina~iio em geral (BVQI, 2004).

A norma ISO 14001 tambem e compativel com o AAl 000 (AccountAbility I 000), que e urn

padriio internacional de gestiio de responsabilidade corporativa, cujo diferencial e a

inclusiio das partes interessadas nos processes de gestiio (ISEA, 2004).

A norma brasileira NBR ISO 14001 e a Unica certificavel dentro da sene ISO 14000 ou

seja, e a Unica passive! de ter seu curnprimento verificado e registrado por empresas

externas de auditoria. Esta norma se divide em introdu~o, objetivo e campo de aplica~o,

defini~5es e requisites, item onde de fato se define o Sistema de Gestiio Ambiental a ser

implementado (ABNT,l996a).

0 resultado da aplica~o do SGA, ilustrado na figura 6, depende do comprometimento de

todos os niveis e fun~s, em particular da alta administra~o, e tern por objetivo urn

processo de melhoria continua que pretende superar os padr5es vigentes.

Analise Critica pela Administrasao

Politico Ambiental

Ve1rifica4:ao e As;ao Corretiva lmplementa~ao e

Operasao

Figura 6- Sistema de gestiio ambiental- NBR ISO 14001 Fonte: ABNT(1996a)

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A norma brasi1eira NBR ISO 14004, editadajuntamente com a NBR ISO 14001, objetiva

fomecer· assistencia na imp!ementa9iiO ou no aprimoramento de urn SGA, sendo coerente

com o conceito de desenvolvimento sustentavel e compativel com diferen9as culturais e

sociais entre os paises (ABNT,l996b).

De uma forma bastante didatica e pratica (14 interven96es para ajuda pratica), esta norma

fomece exemplos, descriyiies e opyiies que auxiliam tanto a implementa9iio do sistema

quanto a integrayiio da gestiio ambiental na gestiio global de urna organiza9iio. Tambem

fomece orienta9iio em como iniciar, aprimorar e manter esse sistema de gestiio, entendido

como essencial para a organizayiio atender seus objetivos ambientais e curnprir as

exigencias locais e internacionais.

Entre os beneficios de se implementar urn SGA, citados pela NBR ISO 14004, destacam­

se:

• Assegurar aos clientes o comprometimento com urna gestiio ambiental demonstravel

• Manter boas relayiies com a comunidade

• Satisfazer investidores e melhorar o acesso ao capital

• Melhorar as condiyiies de seguro

• Fortalecer a imagem e a participayiio no mercado

• Reduzir incidentes que impliquem responsabilidade civil

• Conservar materias-primas e energia

• Facilitar a obten9iio de licen9as e autorizayiies, e melhorar as relayiies como governo.

Segundo Engel (2001 ), a Uniiio Europeia permite as organizayiies integrar a ISO 14001 ao

EMAS - Eco-Management and Audit Scheme ( sistema de eco-gestiio e auditoria) que e urn r6tulo de qualidade europeu, de adesao voluntaria, relativo a gestiio ambiental e

comunica9iio.

0 EMAS e compativel com a norma ISO 14001, mas a empresa tern de demonstrar ao

ambiente extemo que possui (ENGEL, 2001):

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• informayao rigorosa disponivel para o publico e comunicayao com as partes

interessadas (stakeholders)

• a melboria do desempenho ambiental (a ISO 14001 refere-se a melboria do SGA),

incluindo urn relat6rio ambiental

• conformidade legal

• envolvimento dos trabalbadores da empresa.

A auditoria e certifica9ao do EMAS e ISO 14001 sao realizadas simultaneamente.

0 SGA baseado na NBR ISO 14001 foi aplicado na empresa de eletrodomesticos Philips

do Brasil, em Capuava-SP, a partir de 1996, para adequar o sistema existente aos requisitos

da norma, visando a urna certificayiio independente e a possibilidade de demonstrar as diversas partes interessadas a proteyao ao meio ambiente (PRADO FILHO, 2003).

0 processo de implanta9ao envolveu urn grupo multidisciplinar de todas as areas da

organizayiio. Foram contratadas empresas prestadoras de serviyos para suporte tecnico

especifico, como: atualiza9ao e monitoramento de legislayao ambiental, arnilises fisico­

quimicas etc.

Os resultados obtidos foram:

• 75% dos residuos gerados nas atividades sao destinados a reciclagem

• Redu9iio de 80% no consurno de agua

• Redu9iio de 60% no consumo de energia eletrica

• Eliminayiio de substancias quimicas nocivas ao meio ambiente

• Reduyao do impacto ambiental dos produtos no seu ciclo de vida

• Demonstra9ao aos clientes, fomecedores e comunidades da preocupa9ao ambiental da

empresa.

Urn estudo realizado com 29 empresas certificadas pela ISO 14001 em 2001, em Hong

Kong na China, constatou a eficacia da politica ambiental, motivada pela reduyiio de custos

e melboria da percepyiio da imagem da empresa pela comunidade em rela9ao ao meio

ambiente. Foi constatada tambem a eficacia da metodologia de identifica9ao dos aspectos

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ambientais e impactos significativos pela melhoria continua do desempenho ambiental

(FRYXELL e SZETO, 2002).

Outro estudo realizado em 2002, nos Estados Unidos, com as empresas Delphi, Electrolux,

Ericsson, General Motors e Sony sobre a implantar;ao de SGA e certificar;ao ISO 14001,

constatou que empresas de diversas areas, desde a industria automotiva ate a de assistencia

medica implantaram urn SGA em busca dos beneficios (SEIPK.E,2002):

• Satisfazer de maneira consistente as politicas ambientais e demonstrar empenho em

relar;iio a proteryiio do meio ambiente.

• Aurnentar de maneira consistente exigencias regulamentares.

• Criar e valorizar as re1ar;Qes com as comunidades locais.

Beneficios adicionais incluem melhor percepryiio ambiental, economia resuitante de urn

melhor gerenciamento de recursos e manejo do lixo, comp1ementaryiio dos sistemas de

gerenciamento existentes, maior conformidade com a legis1ar;iio e atendimento a demanda

dos consumidores, o que significa vantagem na competitividade dos setores de vendas e

marketing.

Segundo Seipke (2002), a norma ISO 14001 fomeceu urna estrutura que permitiu as empresas identificar impactos ambientais significativos e implementar programas de

gerenciamento apropriados para controle e melhoramento, o que significa economia e

redur;iio de riscos.

2.3.6 Coment:irios

Segundo Oliveira (2003), as empresas estiio constantemente buscando diferenciais

externos em relar;ao a concorrencia, a fim de se destacarem no mercado onde atuam,

manterem seus clientes e conqnistarem novos neg6cios. Por outro !ado, estas empresas

procuram reduzir seus custos para continuarem competitivas, enquanto novas demandas

surgem na sociedade, forr;ando-as a se remodelarem. Atualmente, as atenr;Oes se vo1taram

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as exigencias dos consumidores em rela~o a produtos e serviyos compativeis com a

prote<;ao do meio ambiente.

Cajazeira (1998) divide o pensamento empresarial modemo com rela~o ao meio ambiente

em tres fases distintas: fase negra, quando a degrada<;ao ambiental era considerada uma

etapa necessaria para garantir o conforto do homem e o pensamento ecologico era visto

como radicalismo ou exibicionismo; fase reativa, caracterizada pela busca da redu~o dos

impactos ambientais e adequa<;ao a legisla<;ao para evitar ou reduzir as penalidades afins;

fase pr6-ativa, que posiciona o meio arnbiente como estrategia de negocio e fator de

sucesso na gestao empresarial. Diante desta tendencia, reduzir custos e oferecer produtos e

serviyos arnbientalmente corretos toma-se imperativo, sendo que a implanta<;ao de urn SGA

e uma op<;ao para organiza<;Oes que almejarn essas metas.

Hawken et a!. (2000) discorrem sobre o capital natural, que compreende todos os recursos

usados pela humanidade. Este capital vern diminuindo rapidamente, em contrapartida a

extraordinana expansao do capital tradicional gerado pelas ind1lstrias. Os autores sugerem

que quanto mais os sistemas vivos forem sobrecarregados, tanto mais os lirnites da

prosperidade passam a ser determinados pelo capital natural, nao pela capacidade

industrial.

Esses autores explicam que o capital natural pode ser entendido como a soma total dos

sistemas ecologicos que sustentam a vida e, por conseqiiencia, as atividades humanas,

sejarn elas economicas ou nao. Portanto, os processos que se utilizarn desse capital

necessitam ser geridos de forma a nao esgota-lo. Dai a necessidade de que os novos

sistemas de gestao ambiental contemplem de forma mais arnpla e inteligente os processos e

os recursos disponiveis, buscando maior eficiencia, com menos desperdicio e menos

agressao ao meio ambiente.

Para Montibeller-Filho (2001), o desenvolvimento sustentavel esta ancorado na economia

arnbiental, a qual trata da inter-rela<;ao entre o desenvolvimento socieoeconomico e o meio

arnbiente. A existencia de custos sociais, que sao problemas gerados e nao considerados

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pelas atividades produtivas privadas, sao repassados para a sociedade. Podem ser de tres

tipos: custos socials eco16gicos, custos socials trabalhistas e custos socials economicos.

Desta forma as empresas podem, e devem, administrar tals atividades atraves de urn

sistema de gesti'io , com o objetivo de eliminarem ou reduzirem esses custos, o que se

transformara em vantagem competitiva.

Kaplan e Norton (2003) observarn que as empresas ainda tern urn Iongo carninho pela

frente, para integrar seus processos regulat6rios e socials, pois poucas empresas avaliarn a

gesti'io arnbiental e social sob a perspectiva de criao;ao de valor.

Para a European Communities (2001), o desenvolvimento economico futuro e a

prosperidade crescente exercerao urna pressao sobre a capacidade do planeta para suportar

a procura de recursos ou para absorver a poluio;ao. Simultanearnente, a existencia de

normas arnbientais exigentes representa urn motor para a inovao;ao e abre perspectivas

comercials. Em geral, a sociedade deve esforo;ar-se para dissociar os impactos arnbientals e

a degradao;ao do arnbiente do crescimento economico. As empresas devem funcionar de urn

modo ecologicarnente eficiente, ou seja, produzindo os mesmos produtos ou mals produtos

com menos recursos e menos desperdicios e os padroes de consumo devem tomar-se mals

sustentaveis.

Alem do trabalho pioneiro de Winter (1992), seguido por Backer (1995), pela ABIQUIM

(2002), pelo Instituto Elmwood (CALLENBACH eta!. 2001) e pela ISO (1996), diversas

entidades discutem a melhoria de urn sistema de gestao arnbiental, como o EMAS da

Comunidade Europeia, a International Network of Environmental Managenment - INEM

(Rede intemacional para a administrao;ao arnbiental), a Bundesduscher Arbeitskreis for

Umwelbvewusstes Management - B.A.U.M (Associayi'io alema para adrninistrao;ao

arnbiental), o comite tecnico TC 38 da ABNT e as Nay()es Unidas, por meio das

conferencias para o meio arnbiente e o desenvolvimento.

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Ap6s a apresentayao dos cinco programas ambientais, e tendo em vista a necessidade de se

formular urna proposta para urn sistema de gestiio ambiental que atenda aos principios do

desenvolvimento sustentavel, cabe fazer os seguintes cornentanos.

0 Sistema Integrado de Gestao Arnbiental e os Pianos de Ayao e Estratc:igia Ecol6gica

forarn incorporados pela Gestiio Ecol6gica.

0 Programa Atuayao Responsavel e urn programa especifico para as indlistrias quirnicas e

seus prestadores de serviyos. Mesrno adotando esse programa, essas empresas tarnbern

possuern o SGA baseado na ISO 14001, por exigencia do rnercado.

0 SGA, por basear-se em urna rnetodologia uniforme e aceita internacionalrnente, e o rnais

utilizado pe1as empresas. lsto se deve ao fato da norma ISO 14001 requerer dos

fomecedores e prestadores de serviyos de urna empresa certificada, urna estruturayao de urn

sistema de gestiio ambiental (MAIM ON, 1996).

0 modelo PDCA adotado pela ISO 14001 e baseado no processo dinfunico e ciclico de

planejar, irnp1ementar, verificar e analisar criticamente. Segundo Cajazeira (1998) o

fundarnento basico e a rnelhoria continua, o alicerce rnais irnportante para a correta

aplicayao de urn SGA.

0 PDCA e urn processo de quatro etapas: Planejar- urn plano de rnelhoria e desenvolvido,

lrnpJantar - 0 plano e posto em pratica, V erificar - OS efeitos da irnpJantayaO do plano sao

verificados, Analisar criticamente - os resultados sao analisados para deterrninar o que foi

efetivo e o que pode ser previsto. 0 ciclo se repete continuarnente de rnaneira que o

processo possa fluir cada vez rnelhor.

Para Callenbach et al. (200 1 ), a auditoria ambiental (a verificayiio do rnodelo PDCA da ISO

14001) nao questiona 0 paradigrna empresarial dorninante, que e a ideologia do

crescirnento econornico e do pensamento rnecanicista, no qual a empresa e vista como urna

rnaquina que pode ser controlada.

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Segundo CAPRA (2002, 2003), as empresas organizam-se em padriio de redes complexas.

Para entender as complexas relay()es entre as empresas e as comunidades hurnanas e

naturais, a eco-auditoria ( da gestao eco16gica) e a mais indicada, por envolver a passagem

do pensamento mecanicista para o pensamento sistemico, e fazer com que a percep9iio da

empresa como maquina ceda Iugar it percep91io de urn sistema vivo, que deve promover a

mudan9a do sistema de valores e chegar a urn sistema compativel com as exigencias da

dignidade hurnana e sustentabilidade eco16gica, isto e, as atividades das empresas niio

devem interferir na capacidade da natureza de manter a vida .

Como sistema vivo, a empresa niio deve ser rigidamente controlada por meio de

intervenyiio direta, porem deve ser in:fluenciada pela transmissiio de orientay(ies, baseada na

alfabetiza91io ecol6gica, elevando ao maximo a sustentabilidade da teia da vida (CAPRA,

2002).

A Gestao Ecol6gica e motivada por urna etica ecol6gica e por urna preocupa9iio com o

bem-estar das gera9oes futuras. Seu ponto de partida e urna mudan9a de valores na cultura

empresarial (CALLENBACH eta!., 2001 ).

A mudanya de valores na cultura empresarial e apresentada de maneira abrangente no

Sistema Integrado de Gestao Ambiental (item 2.3.1), em seus seis principios enos tres

elementos-<:have, que sao essenciais para a conscientiza91io eco16gica da alta administrayiio

das empresas.

A auditoria ambiental niio fomece orienta9iio para solu91io de alguns problemas ambientais

(CALLENBACH et. a!., 2001). Por esta raziio, este trabalho propoe a utilizayiio do SGA

baseado na ISO 14001 integrando urna eco-auditoria da Gestiio Eco16gica, considerando a

empresa como urn sistema vivo, com seu fluxo metab61ico.

A escolha do SGA baseado na ISO 14001 para utilizayiio neste trabalho justifica-se pelo

fato de o PDCA ser urn modelo eficiente de melhoria continua e o mais utilizado no

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mundo. A Gestao Ecol6gica, por sua vez, considera a empresa como sistema vivo e o

resultado da eco-auditoria apresenta urn plano de a9ao para a redu91io dos impactos

ambientais da empresa, fazendo com que todas as suas opera\X)es sejam mais

ecologicamente corretas.

Os dois programas se complementam. A norma ISO 14001 apresenta os requisitos com

processos, procedimentos, metodos e tecnicas que orientam, organizam e padronizam a

a9ao para gestao ambiental. A Gestao Eco16gica considera a empresa como urn sistema

vivo com seu fluxo metab61ico, mas carece de urn modelo de melhoria continua como o

PDCAdaiSO 14001.

A metodologia proposta neste trabalho para a implanta9ao de urn SGA baseado neste dois

programas e apresentada no capitulo 3.

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3. ASPECTOS METODOLOGICOS

Este trabalho visa propor e implementar urn sistema de gestiio ambiental para urna

prestadora de servi90s logisticos do transporte rodoviano de carga

Dos programas de gestiio ambiental apresentados na revisao bibliogrirlica, optou-se pela

utiliza9iio de dois deles neste trabalho:

Sistema de gestao ambiental, baseado na NBR ISO 14001, pois esta norma estabelece

diretrizes para sua implanta9iio e pelo fato do SGA refletir urn consenso global sobre

pniticas ambientais adequadas que podem ser aplicadas a qualquer tipo de organiza9iio;

Gestao Ecol6gica, por completar a NBR ISO 14001 no desenvo1vimento da consciencia

ecol6gica na empresa e oferecer diretrizes e pniticas ecol6gicas nos neg6cios.

Os dois programas sao compativeis com o conceito de desenvolvimento sustentavel e se

complementam:

- A Gestiio ecol6gica com sua eco-auditoria avalia o fluxo metab61ico da empresa viva e

seu desempenho ecol6gico. Entretanto, pode nao ser suficiente para garantir que esse

desempenho nao apenas atende, mas que continuara a atender aos requisitos legais e as suas

pr6prias politicas.

-A NBR ISO 14001 e urn sistema de gestiio ambiental estruturado, passive! de integra9iio

com outros sistemas de gestao, e tern como :finalidade equilibrar a prote9iio ambiental e a

preven9iio de polui9iio com as necessidades socioeconornicas das empresas. Por si s6, o

sistema nao garante que tais necessidades sejam ecologicamente eficientes.

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As referencias principais para este estudo sao as normas NBR ISO 14001 (ABNT, 1996 a),

NBR ISO 14004 (ABNT,1996b) e o Guia de auditoria ecologica e negocios sustentaveis

(CALLENBACH et al., 2001).

Seriio tambem utilizados, como auxilio ao estudo, a norma NBR ISO 10015 - Diretrizes

para treinamento (ABNT, 2001), a norma NBR ISO 19011 - Diretrizes para auditorias de

SGA (ABNT, 2002), a norma NBR 14064 - Atendimento a emergencia no transporte

terrestre de produtos perigosos (ABNT, 2003), o Sistema integrado de gestiio ambiental- a

conscientizavao ecologica da alta administrayiio (WINTER 1992) e o Guia pratico de

certificayiio e manutenviio do sistema de gestiio ambiental (CREMONESI, 2000).

Cabe esclarecer que, a partir da implantayiio do SGA, a empresa pode buscar a certificayiio

ISO 14001. Entretanto, o procedimento para certificayiio niio sera abordado neste trabalho.

A figura 7 apresenta o modelo de sistema de gestiio ambiental proposto por este trabalho.

Gestio

Ecologica

Modelo PDCA do SGA NBRISO 14001

· Andlise Crltlca pel a Administmsao

Politica Ambientaf

VeJrifi•cac:co e A~a Corretiva lmplementa~ao

Operusao

Figura 7 - Sistema de gestiio ambiental proposto por este trabalho

Gestio Ecologica

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0 sistema proposto utiliza a estrutura da NBR ISO 14001, incorporando a gestiio ecol6gica

na avaliayiio ambiental inicial e nas etapas de planejamento (aspectos ambientais, requisites

legais e outros requisites, objetivos e metas, programas de gestiio ambiental), de

implementayiio e operayiio (treinamento, conscientizayao e competencia, comunicayiio e

controle operacional) e de analise critica pela administrayao.

A tabela 2 indica a sequencia dos requisitos do SGA, conforme definido na norma NBR

ISO 14001, e as ferramentas para implementayiio desses requisitos. 0 estudo de caso e descrito no capitulo 4.

Requisitos do SGA- NBR ISO 14001 Ferramentas

Requisitos gerais ISO 14004 e Guia de auditoria eco16gica e neg6cios sustent<iveis (Gestiio Eco16gica)

Politica ambiental ISO 14004 Plane.iamento 1 Aspectos ambientais ISO 14004 e Guia pnitico de certificayao e

manutencao do SGA (Gestiio Eco16gica) 2 Requisitos legais e outros requisitos ISO 14004 3 Objetivos e metas ISO 14004 4 Programas de gestiio ambiental ISO 14004 e Guia de auditoria eco16gica e

negocios sustent<iveis ( Gestiio Ecol6gica) lmplementa~iio e opera~iio 1 Estrutura e responsabilidade ISO 14004 2 Treinamento, conscientizayiio e ISO 14004, ISO 10015 eo Sistema integrado

competencia de gestiio ambiental 3 Comunicaciio ISO 14004 e Guia de auditoria ecol6gica e

negocios sustent<iveis (Gestiio Ecol6gica) 4 Documentayiio do SGA ISO 14004 5 Contro1e de documentos ISO 14004 6 Contro1e operacional ISO 14004 e Guia de auditoria ecol6gica e

negocios sustent<iveis (Gestiio Ecol6gica) 7 Preparayiio e atendimento a emergencias ISO 14004 e NBR 14064 V erifica~iio e a~;iio corretiva 1 Monitoramento e mediyiio ISO 14004

2 Nao-conformidade e ayoes corretiva e ISO 14004 preventiva

3 Registros ISO 14004 4 Auditorias do SGA ISO 19011 Amilise critica pela administraciio ISO 14004 e Guia de auditoria eco16gica e

negocios sustenbiveis ( Gestiio Eco16gica) .. Tabela 2- Ferramentas a serem aphcadas aos reqmsrtos do SGA-NBR ISO 14001

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A norma apresenta as defini~es que serao aplicadas neste trabalho, descritas na tabela 3.

Aspecto· Elemento das atividades, produtos ou serviyos de uma organiza<;iio que ambiental pode interagir com o meio ambiente. E considerado significativo quando

tern ou pode ter urn impacto ambiental signi.ficativo Auditoria de Processo sistematico e documentado de verifica<;iio, executado para obter e SGA avaliar, de forma objetiva, evidencias que determinem se o sistema de

gestiio ambiental (SGA) de uma organizayiio esta em conformidade com os criterios de auditoria do SGA estabelecidos pela organiza<;iio, e para comunicar os resultados deste processo it administra<;iio

Desempenho Resultados mensuraveis do SGA, relativos ao controle de uma organizayiio ambiental sobre seus aspectos ambientais, com base na sua politica, seus objetivos e

metas ambientais lmpacto Qualquer modifica<;iio do meio ambiente, adversa ou benefica, que resulte ambiental no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviyos de uma

organizaciio Meio Circunvizinhanya em que uma organizayiio opera, incluindo ar, agua, solo, ambiente recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-rela~es.

Circunvizinhan<;a se estende do interior das instala~es para o sistema global.

Melhoria Processo de aprimoramento do SGA, vi san do atingir melhorias no continua desempenho ambiental global de acordo com a politica ambiental da

organizaciio Meta Requisito de desempenho detalhado, quantificado sempre que exeqillvel , ambiental aplicavel it organizayiio ou parte dela, resultante dos objetivos ambientais e

que necessita ser estabelecido e atendido para que tais objetivos sejam atingidos

Objetivo Prop6sito ambiental global, decorrente da politica ambiental que uma ambiental organizayiio se propoe a atingir, sendo quantificado sempre que exenilivel Organizayiio Companhia, cotpora<;iio, firma, empresa ou instituiyiio, ou parte ou

combina<;iio destas, publica ou privada, sociedade anonima, limitada ou com outra forma estatutaria, que tern fun~es e estrutura administrativa pr6prias.

Parte Individuo ou grupo interessado ou afetado pelo desempenho ambiental de interessada uma organizaciio Politica Declarayiio da organizayiio, expondo suas intera~es e principios em relayiio ambiental ao desempenho ambiental global, que prove uma estrutura de ayiio e

definiciio de seus obietivos e metas ambientais Prevenyiio de Uso de processos, praticas, materiais ou produtos que evitem, reduzam ou poluiyiio controlem a poluiyiio, os quais podem incluir reciclagem, tratamento,

mudan<;as no processo, mecanismos de controle, uso eficiente de recursos e substituiciio de materiais

Sistema de Parte do sistema de gestiio global que inclui estrutura organizacional, gestiio atividades de planejamento, responsabilidades, praticas, procedimentos, ambiental processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar

criticamente e manter a politica ambiental . - . . . Tabela 3- Defimyoes aphcavets a NBR ISO 14001

Fonte: ABNT (1996a )

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3.1 Requisitos gerais

A norma NBR ISO 14001 contem requisitos de sistemas de gestao baseados no processo

din§:mico e ciclico de planejar, implementar, verificar e analisar criticamente (modelo

PDCA).

Pretende-se que a implementayao de urn SGA descrito por esta especifica9ao resulte no

aprimoramento do desempenho ambiental. Esta especificayao baseia-se na premissa de que

a organiza9ao irii, periodicamente, analisar criticamente e avaliar o seu SGA de forma a

identificar e implementar oportunidades de melhoria As melhorias no seu SGA visam

promover melhorias adicionais no desempenho ambiental.

0 SGA fornece urn processo estruturado para atingir a melhoria continua, cujo ritmo e

amplitude sao determinados pela organizayao a luz de circunstancias economicas e outras.

Embora alguma melhoria no desempenho ambiental possa ser esperada, devido a adoyao de

urna abordagem sistematica, entende-se que o SGA e urna ferramenta que permite a organiza9ao atingir, e sistematicamente controlar, o nivel de desempenho ambiental por ela

mesmo estabelecido. 0 estabelecimento e operayao do SGA, por si s6, nao resultarii,

necessariamente, na reduyao imediata de impactos ambientais adversos (ABNT,I996 a).

Esta norma recomenda que o sistema permita a urna organizayiio:

a) Definir sua politica ambiental e assegurar o comprometimento corn seu SGA

( comprometimento e politica)

b) Formular urn plano para cumprir sua politica ambiental ( planejamento)

c) Desenvolver a capacita9ao dos mecanismos de apoio necessanos para atender sua

politica, seus objetivos e metas ambientais ( implementayao)

d) Mensurar, monitorar e avaliar seu desempenho ambiental ( mediyao e avalia9ao)

e) Analisar criticamente e aperfeiyoar continuamente seu SGA, com objetivo de aprimorar

seu desempenho ambiental global e ser capaz de adaptar-se as mudan9as das

circunstancias (analise critica e melhoria).

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A norma NBR ISO 14004 recomenda que a organizayao comece onde existam beneficios

6bvios, ·como verificando a conformidade legal, reduzindo as causas de responsabilidade

civil ou tomando mais eficiente a utiliza<riio de materiais.

A medida que a organizayao ganha experiencia, com seu SGA come<rando a tomar forma,

podem ser implementados procedimentos, programas e tecnologias para promover

melhorias adicionais no desempenho ambiental. Em seguida, com o amadurecimento do

SGA, as considerac,:Oes ambientais podem ser integradas em todas as decisoes de neg6cios.

Urn passo preliminar para o desenvolvimento ou aperfei'(Oamento de urn SGA e a obten<(ao

do comprometimento da alta administra<riio da organizayao com a melhoria da gestiio

ambiental de suas atividades, produtos ou servi<(Os.

Neste trabalho, seriio utilizados os seis principios e os tres elementos-chave do Sistema

integrado de gestiio ambiental (WINTER, 1992), para conscientiza<riio ecol6gica e

comprometimento da alta administra<riio.

Urn segundo passo e o posicionamento atual da organiza<riio, em relayao ao meio ambiente,

que pode ser determinado pela avalia9iio ambiental inicial.

A avaliayao ambiental inicial pode abranger (ABNT, 1996b ):

identifica<riio dos requisitos legais e regulamentares;

identificayao dos aspectos ambientais de suas atividades, produtos ou servi<(Os, de modo

a determinar aqueles que possam ter impactos ambientais significativos e impliquem

responsabilidade civil;

exame de todas as praticas e procedimentos de gestiio ambiental existentes;

oportunidades de vantagens competitivas;

Recomenda-se que, em todos os casos, sejam consideradas todas as condic,:Oes operacionais,

incluindo-se possiveis incidentes e situac;Oes de emergencia (ABNT, 1996b).

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Para a avalia9ao ambiental inicial, serao utilizadas as !istas de verifica9ao do Guia de

auditoria eco16gica de neg6cios sustentaveis, adaptadas para a empresa do estudo de caso,

considerando o fluxo metab61ico da organiza9ao viva (capitulo 4).

3.2 Politica ambiental

"A alta administra9ao deve definir a politica ambiental da organizayiio e assegurar que ela

a) seja apropriada a natureza, escala e impactos ambientais de suas atividades, produtos e

servi9os;

b) inclua o comprometimento com a melhoria continua e com a prevenyiio de polui9ao;

c) inclua o comprometimento com o atendimento a legisla9ao e normas ambientais

aplicaveis, e demais requisitos subscritos pela organiza9ao;

d) fome9a a estrutura para o estabelecimento e revisao dos objetivos e metas ambientais;

e) seja docmnentada, implementada, mantida e comunicada a todos os empregados;

f) esteja disponivel para o publico" (ABNT, 1996a: 4).

Os responsaveis pela alta administra9ao da empresa devem assinar a politica ambiental e

divulga-la em todos os niveis intemos.

A politica pode ser exclusiva para o meio ambiente ou ser integrada com a qualidade,

seguran9a, saude e responsabilidade social (ABNT, 1996b).

3.3 Planejamento

3.3.1 Aspectos ambientais

"A organizayiio deve estabelecer e manter procedimento(s) para identificar os aspectos

ambientais de suas atividades, produtos ou serviyos que possam por e!a ser controlados e

sobre os quais presmne-se que ela tenha influencia, a fim de determinar aqueles que tenham

ou possam ter impacto significativo sobre o meio ambiente. A organiza9ao deve assegurar

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que os aspectos relacionados a estes impactos significativos sejam considerados na

defini9iio de seus objetivos ambientais.

A organizayiio deve manter essas informay()es atualizadas" (ABNT, 1996a: 4).

Um aspecto ambiental se refere a um elemento da atividade da organizayao que pode ter

um impacto benefico ou adverso sobre o meio ambiente. Um impacto refere-se a alterayao

que ocorre no meio ambiente como um resultado do aspecto.

A identificayiio dos aspectos ambientais significativos das atividades operacionais deve

considerar (CREMONESI,2000):

a) emissoes atmosfericas;

b) efluentes em corpos d'agua;

c) gerenciamento de residuos;

d) contaminayiio do solo;

e) uso de recursos naturais;

f) outras questoes ambientais locais e relativas a comunidade.

A riqueza de uma Sistema de Gestiio Ambiental, segundo Cremonesi (2000), depende da

qualidade do levantamento dos aspectos ambientais e de como foram estabelecidos os

criterios de avaliayao dos impactos ambientais de suas atividades. A relayao entre aspectos

ambientais e impactos e uma relayao de causa e efeito.

A identifica91io de aspectos ambientais e a avaliayiio dos impactos ambientais associados

sao um processo que pode serrealizado em quatro etapas (ABNT, 1996b):

a) seleyiio de uma atividade, produto ou serviyo

b) identificayiio de aspectos ambientais da atividade

c) identifica91io de impactos ambientais

d) avalia91io da importiincia dos impactos

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Os aspectos ambientais seriio classificados, neste trabalho, quanto as seguintes condic;oes,

confonne a tabela 4:

N=Nonnal e 0 habitual, 0 comurn, 0 previsto.

A=Anonnal e o niio-habitual, as partidas e paradas, a manutenc;iio

E= Emergencial e 0 imprevisto, 0 niio programado, 0 de risco

. - . Tabela 4 - Condic;oes dos aspectos amb1entli!s Fonte: CREMONESI (2000)

Os critenos de avaliac;iio podem variar desde a fonnac;iio de urn comite tecnico que avalie

cada urn dos aspectos e determine os impactos considerados significativos, ate urn criteno

nurnenco.

Na analise de urn criteno nurnenco para determinar a relevancia (significancia) do impacto,

cinco fatores siio considerados fundamentais: abrangencia, severidade, ocorrencia, partes

interessadas e legislac;iio (CREMONESI,2000).

A tabela 5 apresenta urn exemplo de pontuac;iio para os 5 fatores fundamentals que

constituem a relevancia dos impactos ambientais.

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Fatores Criterio Pontua~iio

Limitado ao setor

A= Abrangencia Limitado a organizayiiO

Global; excede os limites da organizayiio

Baixo; niio gera irnpactos

S= Severidade Medio; irnpacto reversivel

Alto; irnpacto irreversivel

Espon\dica; menor que uma vez ao ano

0= Ocorrencia Ocasional; uma vez ao ano

Freqiiente; maior que uma vez ao mes

Interesse niio comprovado PI= Partes Interessadas

Interesse comprovado

Niio existe legislayiio aplicavel

L=Legal Existe legislayiio generica

Existe legislayiio especifica

R = Relevancia = A +S+O+PI+L

. ' . ' . Tabela S - Cnteno numenco para detennmar a relevanc1a dos nnpactos arnb1entru.s Fonte: CREMONESI (2000), adaptado

1

2

3

1

2

3

1

2

3

1

3

0

2

3

Cremonesi (2000) sugere que a organizayiio determine a partir de que valor de R o irnpacto

e significativo, tendo como condicionante: L= 3 ( filtro da legislayiio ). 0 autor entende

que se existe legislayiio especifica, ela por si s6 define o impacto como significativo.

A planilha de avaliayiio dos irnpactos e a listagem oficial dos significativos devem ser

apropriadarnente preenchidas e revisadas pelo gerente do departamento e aprovadas pela

diretoria. Os impactos significativos devem ser considerados na definiyiio de objetivos e

metas.

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3.3.2 Requisitos legals e outros requisitos

"A organizas;ao deve estabelecer e manter procedimento para identificar e ter acesso a legislas;ao e outros requisitos par ela subscritos, aplicaveis aos aspectos ambientais de suas

atividades, produtos ou serviyos" (ABNT, 1996a: 5).

A empresa deve ter urna lista de legislas;ao e regulamentos aplicaveis e urn procedimento

informando a forma de acesso, a freqiiencia da atualizas;ao da lista e como comunica estas

informas;oes pertinentes ao seu pessoal. Deve ainda estabelecer urn procedimento

docurnentado para avalias;ao periodica do atendimento a legislayao e outros requisitos

ambientais pertinentes (ABNT, 1996b).

Outros requisitos subscritos podem ser:

a) c6digos de pratica do ramo de atividade da empresa;

b) acordos com autoridades publicas;

c) diretrizes intemas da empresa;

d) outras diretrizes de natureza nao-regulamentar.

A empresa tambem deve ter urn controle de validade de suas certidoes e licens;as

ambientais, bern como dos prestadores de serviyos de reciclagem e disposis;ao final de

residuos (CREMONESI,2000).

3.3.3 Objetivos e metas

"A organizas;ao deve estabelecer e manter objetivos e metas ambientais docurnentados, em

cada nivel e funs;ao pertinentes da organizas;ao.

Ao estabelecer e revisar seus objetivos, a organizas;ao deve considerar os requisitos Jegais e

outros requisitos, seus aspectos ambientais significativos, suas opyiies tecnologicas, seus

requisitos financeiros, operacionais e comerciais, bern como a visao das partes interessadas.

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Os objetivos e metas devem ser compativeis com a politica ambiental, incluindo o

comprometimento com a preven9lio da polui9lio" (ABNT, 1996a:5).

Quando do estabelecimento ou revislio dos objetivos e metas, a empresa deve considerar os

requisitos legais e outros requisitos aplicaveis, bern como as opc;:Oes tecnol6gicas

disponiveis e, principalmente, os recursos necessanos para que possam ser atingidos

(ABNT, 1996b).

Os objetivos e metas ambientais devem ser aprovados pela alta administra9lio, por

envolverem recursos humanos, financeiros e tecnol6gicos.

Os objetivos e metas devem ser estabelecidos de tal forma que possam ser mensurados.

Caso isto nlio seja possivel pela sua origem, urn conselho de gestlio (com autoridade) deve

analisa-los criticamente em periodos definidos (CREMONESI,2000).

3.3.4 Programas de gestio ambiental

"A organiza9lio deve estabelecer e manter programa(s) para atingir seus objetivos e metas,

devendo incluir:

a) a atribui9lio de responsabilidade em cada fun9lio e nivel pertinente da organiza\)lio,

visando atingir os objetivos e metas.

b) os meios e prazos dentro dos quais eles devem ser atingidos.

Para projetos relativos a novos empreendimentos e atividades, produtos ou servi9Qs, novos

ou modificados, o(s) programa(s) deve(m) ser revisado(s), onde pertinente, para assegurar

que a gestlio ambiental se aplique a esses projetos" (ABNT, 1996a:5).

Neste requisito da norma, devem ser considerados os cronogramas de implanta\)lio, os

recursos necessanos e as atribuic;Xies de responsabilidades (ABNT, 1996b).

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0 fluxo metab6lico do Guia de auditoria ecol6gica e neg6cios sustentaveis pode orientar a

empresa·a estabelecer os programas de gestao ambiental, tendo como base os resultados

das listas de verifica9ao (item 4.2.1).

3.4 Implementac;iio e operac;iio

3.4.1 Estrutura e responsabilidade

"As funy()es, responsabilidades e autoridades devem ser definidas, documentadas e

comunicadas a fim de facilitar uma gestao eficaz.

A administrayao deve fornecer recursos essenciais para a implementa9ao e o controle do

sistema de gestao ambiental, abrangendo recursos humanos, qualificay()es especificas,

tecnologia e recursos financeiros.

A alta administra9ao da organizayao deve nomear representante(s) especifico(s) que,

independentemente de outras atribui96es, deve(m) ter funy()es, responsabilidades e

autoridade definidas para:

a) assegurar que os requisitos do sistema de gestao ambiental sejam estabelecidos,

implementados e mantidos de acordo com esta Norma;

b) re]atar a alta administrayaO 0 desempenho do sistema de gestao ambienta], para analise

critica, como base para o aprimoramento do sistema de gestao ambiental"

(ABNT,1996a:5).

Todos os funciomirios da organizayao devem estar comprometidos com o SGA. 0

comprometimento deve comeyar nos niveis mais elevados da organiza9ao (ABNT, 1996b ).

Todas as fun96es integrantes do SGA devem ter suas responsabilidades e autoridades bern

definidas pela organizayiio e comunicadas ao pessoal envolvido.

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0 representante da administra9ao (R.A) deve ter sua nomea9ao oficialmente documentada

pela alta administra9ao (CREMONESI,2000).

3.4.2 Treinamento, conscientiza~lio e competencia

"A organiza9ao deve identificar as necessidades de treinamento. Ela deve determinar que

todo o pessoal cujas tarefas possam criar urn impacto significative sobre o meio ambiente

receba treinamento apropriado.

0 pessoal que executa tarefas que possam causar impactos ambientais significativos deve

ser competente, com base em educa'(ao, treinamento e/ou experiencia apropriados"

(ABNT,1996a:5).

A norma recomenda que os conhecimentos e habilidades necessaries para atingir os

objetivos ambientais sejam identificados e considerados na seleyao, recrutamento,

treinamento, desenvolvimento de habilidades e educaylio continua do pessoal.

A empresa deve prover a todo o pessoal da organiza91io treinamento apropriado, relativo

a politica e ao atingimento dos objetivos e metas ambientais. Os colaboradores

(funcionarios e terceiros contratados) devem possuir uma base adequada de conhecimentos

que inclua treinamento nos metodos e habilidades necessanas a execu91io de suas tarefas

com eficiencia e competencia, tendo conhecimento do impacto que suas atividades podem

causar ao meio ambiente, caso as executem de forma incorreta (ABNT, 1996b).

A NBR ISO 10015 (ABNT, 2001 :3) fomece as diretrizes para treinamento, com objetivo de

reduzir as lacunas entre as competencias requeridas e as existentes, recomendando que "a

gerencia monitore os seguintes estagios:

definiylio das necessidades de treinamento;

projeto e planejamento do treinamento;

execu9ao do treinamento;

avaliayao dos resultados do treinamento" .

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Cada departamento deve ter representante no Plano de atendimento a emergencias (item

3.4. 7) e· todo pessoal operacional e de manuten91io deve ser treinado nos requisitos de

preparayao e atendimento a emergencias (CREMONESI, 2000).

0 treinamento e a conscientizayao devem ser evidenciados por registros tais como: lista de

presen9a, avalia91io do aprendizado, avalia91io da eficiicia dos cursos, e certificados de

participac,:ao (CREMONESI, 2000).

A competencia pode ser evidenciada pelo tempo de experiencia na atividade, sucesso no

desempenho das tarefas, conhecimento do processo e de como ele interage com o meio

ambiente.

Neste trabalho, recomenda-se que os seis principios do Sistema Integrado de Gestao

Ambiental (item 2.3.1) sejam aplicados como conscientizac,:ao para a alta administra91io

( diretoria e gerentes), antes do processo de implantayao do SGA, com o objetivo de obter o

comprometimento ambiental (item 3.1).

Se a direc,:ao e todos os colaboradores da empresa nao estiveram conscientes de que o

trabalho de cada urn e efetuado com o menor prejuizo possivel ao meio ambiente, a saUde

pessoal, e as oportunidades para gerac,:Oes futuras, o SGA pode ate ser implantado, mas seus

objetivos nao serao alcan9ados.

Por esse motivo, nao se pode ter pressa, pois a consciencia ecol6gica e gradativa e depende

de pequenas ac,:Oes no cotidiano. Para conscientizac,:ao do pessoal, neste trabalho

recomenda-se iniciar com coisas simples, como a coleta seletiva de lixo e a politica dos

3 Rs (reduzir, reutilizar e reciclar).

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3.4.3 Comunica\!iio

"Com rela9lio aos seus objetivos ambientals e SGA, a organizaylio deve estabelecer e

manter procedimentos para:

a) comunica9iio intema entre vfuios niveis e funy()es da organiza9lio;

b) recebimento, documentayiio e resposta a comunicay()es pertinentes das partes

interessadas extemas" (ABNT, 1996a: 5)

A organizayiio deve oficializar canais de comunica9iio intema e informar todas as

atividades ambientais relevantes aos seus colaboradores, principalmente aqueles

relacionados aos comprornissos de cumprimento dos objetivos e metas. Isto pode ser feito

atraves de peri6dicos, quadros de aviso, rennioes, correio eletronico, etc.

A organizayiio deve tambem abrir canals de comunicayiio para as partes potencialmente

interessadas extemas, por meio de telefone, endereyo para correspondencia, recepyiio,

internet, publicayiio de artigos e relat6rios ambientais, visitas its instalay()es, etc.

(ABNT,l996b).

A organiza9lio pode formar uma rede eletronica entre as empresas com consciencia

eco16gica e organizay()es niio-govemamentais interessadas, para troca de experiencias de

praticas ambientals bern sucedidas (CALLENBACH et al., 2001).

3.4.4 Documenta\!iiO do SGA

"A organiza9iio deve estabelecer e manter informay()es em papel ou meio eletronico para:

a) descrever os principals elementos do sistema de gestiio e a integra9iio entre eles;

b) fomecer orienta9iio sobre a documentayiio relacionada" (ABNT,l996a:6).

Os principals elementos do SGA podem estar documentados no manual da organiza9iio. A

norma niio exige o manual, mas a maloria das empresas optaram por ele. Adicionalmente,

todos os procedimentos requeridos devem constar em uma lista mestra (lista de controle de

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todos os procedimentos e instruyoes de trabalho ), com nillnero, nome, versao e data de

vigencia (CREMONESI, 2000).

0 detalhamento da documentayao deve ser o suficiente para descrever os elementos

principais do SGA e sua integra9ao. Essa documentaylio pode ser integrada a outros

sistemas integrados como: qualidade, saude e seguranya (ABNT, 1996b).

A documentaylio correlata pode incluir (CREMONESI, 2000):

a) informay()es sobre processos;

b) organogramas e fluxogramas;

c) normas intemas e procedimentos operacionais;

d) pianos locais de emergencia .

3.4.5 Controle de documentos

"A organiza9iio deve estabelecer e manter procedimentos para controle de todos os

documentos exigidos por esta Norma, para assegurar que:

a) possam ser localizados; . ~ _

b) sejam periodicamente analisados, revisados quando necessano e aprovados,"quant.o~a

sua adequaylio, por pessoal autorizado;

c) as versoes atualizadas dos documentos pertinentes estejam disponiveis em todos os

locais onde sao executadas operay()es essenciais ao efetivo funcionamento do sistema

de gestao ambiental;

d) documentos obsoletos sejam prontamente removidos de todos os pontos de emissao e

uso ou, de outra forma , garantidos contra o uso nao-intencional;

e) quaisquer documentos obsoletos retidos por motivos legais e/ou para preserva9iio de

conhecimento sejam adequadamente identificados.

A documenta;;:ao deve ser legivel, datada ( com datas de revisiio) e facilmente identificavel,

mantida de forma organizada e retida por um periodo de tempo especificado. Devem ser

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estabelecidos e mantidos procedimentos e responsabilidades referentes a cria91io e alterayao

dos vanos tipos de documentos" (ABNT, 1996a:6).

A natureza da documenta91io pode variar em funyao do porte e da complexidade da

empresa. Nos casos em que os elementos do SGA estejam integrados ao sistema de gestao

global da empresa, recomenda-se que a documenta91io arnbiental seja integrada a documenta91io existente (ABNT, 1996b).

3.4.6 Controle Operacional

"A organiza91io deve identificar aquelas op~es e atividades associadas aos aspectos

arnbientais significativos identificados de acordo com sua politica, objetivos e metas. A

organiza91io deve planejar tais atividades, inclusive, manuteny!io, de forma a assegurar que

sejarn executadas sob condiy5es especificas atraves:

a) do estabelecimento e manutenyao de procedimentos documentados, para abranger

situay5es onde sua ausencia possa acarretar desvios em rela91io a politica ambiental e

aos objetivos e metas;

b) da estipulayao de critenos operacionais nos procedimentos;

c) do estabelecimento e manutenyao de procedimentos relatives aos aspectos arnbientais

significativos identificaveis de bens e serviyos utilizados pela organiza91io, e da

comunicayao dos procedimentos e requisites pertinentes a serem atendidos por

fomecedores e prestadores de serviyos" (ABNT, 1996a:6).

A implementayao e realizada por meio do estabelecimento e da manuten9ao de

procedimentos e controle operacionais para assegurar que a politica e os objetivos e metas

da organizayao possarn ser alcan9ados (ABNT, 1996b).

A empresa deve considerar informay5es dos fomecedores de materia-prima ou insumos

arnbientalmente perigosos (ficha de seguran9a do produto ), incluindo o transporte e o

manuseio destes itens.

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Neste requisito da norma serao implantados, neste trabalho, os itens nao atendidos pela

empresa nas listas de verifica.yao do fluxo metab6lico, adaptado do Guia de auditoria

ecol6gica e neg6cios sustentaveis, utilizado na avaliayao ambiental iuicial (capitulo 4).

3.4.7 Prepara~iio e atendimento a emergencias

"A orgauiza9ao deve estabelecer e manter procedimentos para identificar o potencial e

atender a acidentes e situa96es de ernergencia, bern como para prevenir e mitigar os

impactos ambientais que possam estar associados a eles.

A organiza9ao deve analisar e revisar, onde necessano, seus procedimentos de prepara91io e

atendimento a emergencias, em particular ap6s ocorrencia de acidentes ou situay(ies de

emergencia.

A orgauiza91io deve tambem testar periodicamente tais procedimentos, onde exeqilivel"

(ABNT, 1996a:6).

Por mais rigoroso que seja o controle operacional , pode haver acidentes ou incidentes

( quase acidentes) com efeitos adversos e indesejiiveis ao meio ambiente. Por esta razao, a

norma NBR ISO 14001 conternpla este item. Exige procedimentos e pianos de ernergencia

que devem ser estabelecidos e mantidos para assegurar um atendimento apropriado a essas

eventualidades (CREMONESI, 2000).

Nos pianos devern estar contidas informay(ies mais detalhadas sobre a orgauiza9ao, as

responsabilidades, os produtos quimicos, as pessoas-chave, orgauismos externos de defesa

(civil, bombeiros, serviyos de limpeza de derramamentos ), 6rgao ambiental, ernpresas

vizinhas, comuuica9ao intema e externa, telefones, ay(ies detalhadas para cada tipo de

emergencia, socorros medicos, simula9iio de situay(ies de ernergencia, entre outros

(ABNT, 1996b).

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Os pianos de atendimento emergencial devem ter como base a NBR 14064- Atendimento

a emergencia no transporte terrestre de produtos perigosos (ABNT, 2003).

A brigada de combate a emergencias deve ter treinamento te6rico nos procedimentos e

pianos, e treinamento pratico atraves de simulados, que servem para testar os

procedimentos periodicamente. 0 simulado deve ser evidenciado atraves de relat6rio,

contendo fotos e filmagens. Neste relat6rio deve ser mencionado se houve necessidade de

altera<;ao nos procedimentos e pianos em fun<(iio da analise dos resultados

(CREMONESI,2000).

Para empresas de pequeno e mildio porte da area de servi<;os logisticos em transportes

recomenda-se contratar empresa especializada em atendimento emergencial, visto que nem

sempre os acidentes ocorrem dentro da empresa, mas nas estradas.

3.5 Verifica\!iO e a\!io corretiva

3.5.1 Monitoramento e medi\!io

"A organiza<(iio deve estabelecer e manter procedimentos docurnentados para monitorar e

medir, periodicamente, as caracteristicas principals de suas opera<(Oes e atividades que

possam ter urn impacto significative sobre o meio ambiente. Tais procedimentos devem

incluir o registro de informa<(Oes para acompanhar o desempenho, controles operacionais

pertinentes e a conformidade com os objetivos e metas ambientais da organiza<(iio.

Os equipamentos de monitoramento devem ser calibrados e mantidos, e os registros desse

processo devem ficar retidos, segundo procedimentos definidos pela organiza<;ao.

A organiza<(iio deve estabelecer e manter urn procedimento docurnentado para avalia<;ao

peri6dica do atendimento a legisla<;iio e regulamentos ambientais pertinentes"

(ABNT,1996a:6).

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Medi~o, monitoramento e avalia9ao constituem atividades essenciais de um SGA, as quais

asseguram que a organizayao esta funcionando de acordo corn o programa de gestao

ambiental definido (ABNT, 1996b).

Ap6s a classificayao dos irnpactos ambientais significativos, deve-se deterrninar os

parfunetros relevantes de controle para assegurar a conformidade corn os requisitos

especificados nos procedirnentos ou nos programas, que devem estar em conformidade corn

os requisitos legais vigentes. Esses parfunetros devem ser rnonitorados continuamente, ou

rnedidos a intervalos deterrninados. 0 estabelecirnento e rnanuten9ao de procedirnentos e

tambern os registros sao fundamentais para o rnonitoramento e rnedi~o das variaveis

identificadas (CREMONESI, 2000).

A organiza9ao deve evidenciar que:

• verifica periodicamente o atendirnento a legisla9ao aplicavel.

• realiza calibra~o e rnanuten~o dos instrumentos de rnonitoramento e rnedi~o dos

parfunetros ambientais relevantes.

Recornenda-se que a identifica9ao dos indicadores de desempenho ambiental apropriado

para a organiza9ao seja um processo continuo. Tais indicadores devem ser objetivos,

verificaveis, reproduziveis e aplicaveis as atividades da organiza9ao, consistentes corn sua

politica ambiental, praticos, e econornica e tecnologicamente exeqiiiveis (ABNT, 1996b).

3.5.2 Niio-conformidade e ayoes corretivas e preventivas

"A organiza~o deve estabelecer e manter procedirnentos para definir responsabilidade e

autoridade para tratar e investigar as nao-conforrnidades, adotando rnedidas para rnitigar

quaisquer irnpactos e para iniciar e concluir a9oes corretivas e preventivas.

Qualquer a~o corretiva ou preventiva adotada para elirninar as causas das nao­

conforrnidades, reais ou potenciais, deve ser adequada a magnitude dos problemas e

proporcional ao irnpacto ambiental verificado.

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A organiza<;:ao deve implementar e registrar quaisquer mudan<;:as nos procedimentos

docurnentados, resultantes de a9iies corretivas e preventivas" (ABNT, 1996a:6).

Recomenda-se que as constata96es, conclusoes e recomenda96es resultantes de medi96es,

monitoramentos, auditorias e outras ana.Iises criticas do SGA sejam documentadas e as

necess:ir:ias a96es corretivas e preventivas identificadas. A administra<;:ao deve assegurar

que as a96es foram implementadas e que existe urn acompanhamento sistematico para

assegurar sua eficacia (ABNT, 1996b).

Ao estabelecer e manter procedimentos para investigar e corrigir nao-conforrnidades, e apropriado ter urn forrnul:ir:io que inclua os seguintes elementos basicos

(CREMONESI,2000):

a) descriyao clara da nao-conforrnidade;

b) disposi<;:1io ( determinar ayao imediata) da nao-conforrnidade;

c) identificayao da causa da nao-conforrnidade;

d) implementa<;:ao da ayao corretiva necessaria;

e) implementa<;:ao ou modifica<;:ao dos controles necess:ir:ios para evitar a repetiyao da nao­

conforrnidade;

f) registro de quaisquer mudanyas em procedimentos docurnentados resultantes da ayao

corretiva;

g) verificayao da eficacia da a<;:1io corretiva por pessoal autorizado.

Dependendo da situa<;:1io, este processo pode ser efetuado rapidamente, ou pode constituir

urna atividade complexa de longo prazo. As empresas certificadoras determinam urn prazo

padrao de 90 dias. As exce9iies devem ser tratadas nas reunioes de analise critica e

registradas (CREMONESI, 2000).

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3.5.3 Fteglstros

"A organiza9iio deve estabelecer e manter procedimentos para a identificac;iio, manutenc;iio

e descarte de registros arnbientais. Estes registros devern incluir registros de treinarnento e

os resultados de auditorias e anruises criticas.

Os registros arnbientais devern ser legiveis e identificaveis, perrnitindo rastrear a atividade,

produto ou servic;o envolvido. Os registros arnbientais devern ser arquivados e mantidos de

forma a perrnitir sua pronta recuperac;iio, sendo protegidos contra avarias, deteriorac;iio ou

perda. 0 periodo de reten9iio deve ser estabelecido e registrado.

Os registros devern ser mantidos conforme apropriado ao sistema e a organiza91io, para

dernonstrar conformidade aos registros desta Norma." (ABNT, 1996a:7).

Os registros constituern a evidencia da operac;ao continua do SGA. Por isso, e recomendado

que incluam (ABNT, 1996b):

• requisitos legais e regularnentares;

• licenc;as;

• aspectos ambientais e seus impactos associados;

• atividades de treinamento arnbiental;

• atividades de inspec;iio, calibrac;ao e manutenc;iio;

• dados de monitoramento;

• detalhes de niio-conformidade: incidentes, reclarnac;oes, ayi)es de acompanhamento;

• identifica91io de produtos: dados de composic;iio e propriedades;

• informayi)es sobre processos;

• informayi)es sobre prestadores de servi9os e fomecedores;

• resultados de auditorias;

• anruises criticas pela administrac;iio.

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Os registros ambientais podem estar sob forma fisica ou eletronica, e a empresa deve adotar

critenos- para identificar, coletar, indexar, acessar, arquivar, annazenar, manter e dispor

esses registros. A retenyao dos registros deve ser determinada e registrada para evitar

perdas irreparaveis ou acfunulos desnecessanos (ABNT, 1996b).

3.5.4 Auditoria do sistema de gestio ambiental

"A organizayao deve estabelecer e manter programa(s) e procedimentos para auditorias

peri6dicas do sistema de gestao ambiental a serem realizadas de forma a

a) determinar que o sistema de gestae ambiental

1) esta em conformidade com as disposiyoes planejadas para a gestao ambiental,

inclusive os requisites desta Norma; e

2) foi devidamente implementado e tern sido mantido; e

b) fomecer a administrayao informay(ies sobre os resultados da auditorias.

0 programa de auditoria da organizayao, inclusive o cronograma, deve basear-se na

importancia ambiental da atividade envoi vida enos resultados de auditorias anteriores.

serem abrangentes, os procedimentos de auditorias devem considerar o escop''

a freqiiencia e as metodologias, bern como as responsabilidades e requisn--s ·"·"u vos a conduyao de auditorias e a apresentayao dos resultados" (ABNT, 1996a:7).

Os programas de auditoria devem estabelecer procedimentos, levando em considerayao

(CREMONESI, 2000):

a) as atividades e areas a serem consideradas nas auditorias;

b) a freqiiencia das auditorias;

c) as responsabilidades associadas a gestao e conduyao de auditorias;

d) comunicayao dos resultados de auditorias;

e) competencia dos auditores;

f) de que forma as auditorias serao conduzidas.

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As auditorias podem ser conduzidas pelo proprio pessoal da organiza<;:ao e/ou por pessoal

extemo por ela selecionado. Em qualquer dos casos as pessoas que conduzem a auditoria

devem ter condi<;:oes de exercer suas fun<;:Oes de forma imparcial e objetiva, e ter sido

adequadamente treinadas (ABNT,1996b ).

Recomenda-se que a empresa estabele<;:a e mantenha urn plano anual de auditoria intema,

levando em considera<;:ao ciclos e itens em fun<;:iio dos resultados das Ultimas auditorias

(intemas ou extemas).

Geralmente as empresas planejam suas auditorias intemas nos intervalos das auditorias

extemas (CREMONESI,2000).

0 procedimento deve considerar os criterios de qualifica<;:ao dos auditores internes ( ou

extemos que realizem auditorias intemas) e tambem os criterios para a manutenyiio desta

qualifica<;:ao. Os criterios de qualifica<;:iio de auditores sao definidos na NBR ISO 19011

(ABNT, 2002); a empresa deve possuir uma lista com os auditores qualificados.

Alem de registrar o resultado da auditoria intema ou extema, e necesslirio dar sequencia as

a<;:Oes corretivas e preventivas, conforme o item 3.5.2.

3.6. Analise critica pela administra~iio

"A alta administra<;:iio da organiza<;:iio, em intervalos por ela predeterminados, deve analisar

criticamente o sistema de gestiio ambiental, para assegurar sua conveniencia, adequa<;:ao e

eficacia continuas. 0 processo de anaiise critica deve assegurar que as informa<;:Oes

necesslirias sejam coletadas, de modo a permitir a administrayiio proceder a esta avalia<;:iio.

Essa analise critica deve ser documentada.

A analise critica pela administrayiio deve abordar a eventual necessidade de altera<;:Oes na

poHtica, objetivos e outros elementos do sistema de gestiio ambiental a luz dos resultados

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de auditorias do sistema de gestao ambiental, da mudanya das circunstiincias e do

comprometimento com a melhoria continua". (ABNT, 1996a:7).

Para manter a melhoria continua, adequayiio e eficacia do SGA e, conseqiientemente, o seu

desempenho, a empresa deve definir a freqiiencia na qual a alta administrayiio vai realizar a

analise critica. 0 escopo da analise deve ser o mais abrangente possivel (ABNT,1996b).

Os itens que caracterizam uma analise critica sao (ABNT,1996b):

• analise de objetivos, metas e desempenho ambientais;

• constatayoes das auditorias do SGA;

• avaliayiio de sua eficacia;

• avaliayiio da adequayiio da politica ambiental e da necessidade de alterayiies, a luz de:

• mudan9as na legislayiio;

• mudanyas nas expectativas e requisites das partes interessadas;

• alterayiies nos produtos ou atividades da organizayiio;

• avanyos cientificos e tecnol6gicos;

• experiencias adquiridas de incidentes ambientais;

• preferencias do mercado;

• relatos e comunicayiies;

Recomenda-se tambem a analise dos itens (CREMONESI, 2000):

• ayiies corretivas e preventivas em atraso;

• comunicayiio de partes interessadas;

• atendimento a legislayiio;

• programa de treinamento;

• recursos humanos e financeiros

Recomenda-se para o processo de melhoria continua do SGA, que a empresa

(ABNT,1996b):

• identifique oportunidades para melhoria do SGA que conduzam a melhoria do

desempenho ambiental;

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• detennine a causa ou causas basicas de nao-confonnidades ou deficiencias;

• desehvolva e implemente plano de a9oes corretivas e preventivas para abordar a causa

bilsica;

• verifique a eficacia das ay5es corretivas e preventivas;

• documente quaisquer alteray5es nos procedimentos que resultem de melhorias dos

processos.

• compare os resultados com os objetivos e metas.

0 Guia de auditoria ecologica e negocios sustentaveis recomenda avaliar as relay5es entre

os objetivos ambientais e economicos da empresa, com base em:

• analisar as implicay5es dos objetivos ambientais em rela91io a vendas, custos e lucros;

• identificar as principais areas de conflitos;

• estabelecer prioridades de Iongo prazo no planejamento estrategico, com possivel

mudan9a das prioridades ambientais ao Iongo do tempo.

E recomendado que se faya uma ata da reuniao de analise critica com todos os itens

previamente descritos e cada um deles com responsavel e prazo (CREMONESI, 2000).

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4. ESTUDO DE CASO

No estudo de caso, sera proposto e implementado na pratica urn Sistema de Gestao

Arnbiental, com base na NBR ISO 14001, integrando o conceito de gestae ecol6gica. Para

tanto, sera avaliada a situayao inicial de uma empresa prestadora de servi<;os logisticos do

transporte rodoviano de carga, bern como seus impactos sobre o meio ambiente. 0 Sistema

de Gestao Arnbiental compreende a politica ambiental, o planejamento, a implementayao

e a operayao, a verificayao e a ayao corretiva, e a analise critica pela administrac;:ao.

4.1 Apresenta .. iio da empresa

A empresa em estudo e a Valni Transportes Rodovianos Ltda- Servi<;os Logisticos, uma

empresa familiar de medio porte, com mais de 30 anos no setor de transportes. Possui uma

frota com mais de 100 veiculos entre pr6prios e agregados (terceiros contratados), contando

com 160 funcionanos e 90 terceirizados, totalizando 250 colaboradores. Sua matriz esta

localizada no Terminal Intermodal de Cargas de Campinas. Possui filiais em Sao Paulo,

Curitiba e Salvador, e pontos de atendimento logistico nos clientes em Aratu, Campinas,

Curitiba, Jacarei, Osasco, Santo Andre e Sao Bernardo do Campo. Ela iniciou suas

atividades com o transporte de suco de laranja, mais tarde com transporte para industrias

petroquimicas, de material belico e tratores agricolas e, posteriormente, para industrias

quirnicas. Ha mais de 20 anos a empresa e especializada em servi<;os logisticos no

transporte rodoviano de autopec;:as para indil.stria automobilistica e de plasticos de

engenharia. Foram seus clientes: Citrosuco, Cutrale, Tropsuco, Petrobras, CBI, Imbel,

Engesa, Furnas Centrais Eletricas, Avibras, Nucleobras, Cobrasma, Eletrometal, General

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Eletric, 3M, Henkel, Gessy Lever, Rhodia Quimica, Ciba-Geigy, Shell, Benteler,

Mercedes-Benz, Bendix, Pirelli.

Principais clientes atuais :

Setor de autope'(as : Robert Bosch, DaimlerChrysler, SY Wiring Technologies (Siemens),

Honda Autom6veis e Wabco Freios.

Setor de phistico de engenharia: Rhodia Poliamida, Rhodia Brasil, Phisticos Metalma,

Incoplas e Mecaplast.

0 sistema de gestiio da qualidade da empresa e certificado desde o ano 2000 com base na

ISO 9001:2000, pela certificadora BVQI, com acredita96es do Inmetro-Brasil e Ukas­

Inglaterra.

Por exigencia do grupo Rhodia, ela esta irnplantando o SASSMAQ- Sistema de Avalia9iio

de Seguran9a, Saude, Meio Ambiente e Qualidade da Abiquirn e, por exigencia do grupo

Bosch, o Sistema de Gestiio Ambiental, que e objeto deste estudo.

Servi9os logisticos prestados pela empresa :

• Transportes

Suprimentos de fabricas e CDs

Distribui'fiio

Transferencias entre fabricas

• Armazenagem

Unitiza'(iio/paletiza'(iio, embalagem

Picking (separa9iio de pedidos)

Controle de estoques

Cross-Docking4

4 e urn sistema no qual os hens entram e saem de um centro de distnbui9ao (CD), sem ali serem annazenados (ASSOCIACAO BRASILEIRA DE LOGISTICA-ASLOG,2004).

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Just-in-time5, Kanban6 e Milk Run ( coleta programada)

Recebimento e conferencia

Col etas , entrega e retirada de devolu;;Oes

Assessoria fiscal, prepara9ao da documentayao da carga e prb-fatura

• Informa~lio

Tecnologia da informa9iio aplicada a logistica

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Sistema de comunicayao e rastreamento via satelite, radio-freqiiencia, celular e

internet

Roteiriza9ao

Desenvolvimento de solu;;Oes logisticas

Ponto de atendimento logistico no cliente

Por prestar serviyos para grandes multinacionais europeias e ser certificada pela ISO 9001,

a empresa possui uma s6lida estrutura administrativa, financeira e operacional, exigindo

nivel de escolaridade e qualificayao para cada fun9ao. A alta administrayao ( diretoria e

gerentes) possui nivel superior e todos possuem curso de extensao em serviyos logisticos.

0 Departamento de Recursos Humanos e bern estruturado, com processo de sele9iio e

recrutamento realizado por profissionais habilitados. Todos colaboradores (funcionarios e

terceiros) sao consultados (verificayao da idoneidade criminal e financeira) por uma

empresa de gerenciamento de riscos e participam de treinamentos de integra9iio, melhorias

continuas, qualificac;ao e desenvolvimento profissional.

A figura 8 apresenta o organograma da alta administrac;ao da empresa.

5 e um sistema de gestiio de estoques em que os componentes, as materias-primas e mercadorias em geral chegam ao local de destino exatamente quando necessano (ASLOG,2004). 6 cartiio ou registro visivel em japones - e um sistema que utiliza cartoes para controlar e programar a produ9a0 e o uso de estoques (ASLOG,2004).

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DIRETORlA

CONSELHODE GESTAO

I I I I I GER. ADM.RH GERENTE GERENTE GER. COMPRASI GER. INFORM./ GERTh'TE FINANCEIRO/ COMERCIALI OPERACIONAL MANUTEN<;:AOI QUALIDADE CONTABILI AMBIENTAL MARKETING

Figura 8 - Organograma da alta administra~o Fonte: V ALNI (2003)

SEGURANCA

Para o desenvolvimento do Sistema de Gestao Ambiental, inicialmente foi feito contato,

em setembro de 2001, com o representante da dire9iio da empresa, que e o gerente da

qualidade, visto que o sistema de gestiio ambiental e compativel com o sistema de gestiio da

qualidade, e a empresa ja possui a certifica~o ISO 9001. Por intermedio do gerente da

quaJidade, foi apresentada a alta administra9iio da empresa a proposta de implanta9ii0 de

urn sistema de gestao ambiental, baseado na ISO 14001 com consciencia ecol6gica.

Considerando a NBR ISO 14001 como base do SGA, utilizam-se os requisitos da norma

como orienta9iio, visto que esta normae a Unica certificavel e a empresa visa a certifica9iio.

A seguir apresentam-se as etapas do SGA, conforme proposto a alta administra9iio e seu

processo de implanta~o, de novembro de 2001 ajunho de 2004. Essas etapas obedecem a mesma sequencia dos itens referentes aos requisitos do SGA da NBR ISO 14001. 0

cronograma de implanta~o do SGA encontra-se no Anexo A.

SA(JDE

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4.2 Requisitos gerais

0 passo preliminar para o desenvolvimento do SGA foi a conscientiza<;lio ecol6gica da alta

adrninistra<;lio, tendo como base: os seis principios do Sistema Integrado de Gestao

Ambiental - qualidade, criatividade, humanidade, continuidade e lealdade (item 2.3.1 deste

trabalho), o conceito da eco-auditoria (item 2.3.4), o curso de Meio ambiente e cidadania

no transporte (SEST SENAT, 2002), e o curso sobre os requisitos da norma NBR ISO

14001, visando o comprometimento da alta administra<;lio como SGA.

Esta etapa foi realizada no periodo de novembro de 2001 a maryo de 2002 pelo

departamento de Recursos Humanos da empresa, utilizando a revisao bibliografica

realizada para este trabalho e pelo SEST SENAT- Serviyo Nacional de Aprendizagem do

Transportes.

Sugeriu-se a alta administraylio a indica<;lio de seu representante ( RA - conforme item

4.5.1) para dar inicio a avalia<;lio ambiental inicial. 0 representante nomeado possui

experiencia com sistemas de gestlio, tendo sido gerente da qualidade, e conhecimentos em

gestlio ambiental .

A avalia<;lio ambiental inicial foi feita a partir das listas de verifica<;lio do Guia de auditoria

ecol6gica e neg6cios sustentaveis (CALLENBACH eta!., 2001), considerando a empresa

como uma organizaylio viva, com fluxos de entrada, operaylio, fluxos de saida, finan<;as,

recursos humanos e outras estruturas de apoio.

As listas de verifica<;ao (V ALNI, 2002), foram adaptadas pelos profissionais da empresa,

que possuem uma vasta experiencia na sua atividade. A avalia<;lio ambiental inicial foi

realizada no periodo de abril a maio de 2002.

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4.2.1 Fluxos de entrada - energia e materiais

Nos fluxos de entrada sao avaliados os processos de compras da empresa e a armazenagem

de mercadorias de clientes, e sao identificados os departamentos que consomem mais

energia e agua ( utiliza9ao de recursos naturais) .

4.2.1.1 Energia

V erificou-se, com o gerente contabil da empresa, quais os departamentos que consomem

mais energia ( combustiveis e energia eletrica) e agua.

Foi constatado que:

o departamento operacional eo que mais consome energia, devido ao combustive! (oleo

diesel) para caminhoes, seguido da manuten9ao de veiculos e da administra9ao, com

consumo de energia eletrica.

o departamento de manuten9lio e o que mais consome agua, na lavagem de caminhoes,

e esta agua nao e reciclada.

o consumo de energia eletrica e iigua nao e monitorado.

4.2.1.2 Materiais

A confian9a entre o departamento de compras e subcontratados e fundamental. Os contratos

de compras e presta9ao de servi90s devem assegurar a responsabilidade ambiental, de

seguran93- no trabalho e saUde ocupacional do fomecedor (CALLENBACH et al., 2001).

A lista de fluxos de entrada ( tabela 6) foi adaptada e respondida pelo gerente de compras/

manuten9ao e pelo gerente ambiental (RA), e aprovada pelo conselho de gestao. As

atividades da empresa contempladas para elaborar a lista foram: compras de materiais,

estocagem intema, armazenagem de mercadorias de clientes, manuten9ao de veiculos,

contrata9ao de servi90s de reciclagem e disposi9lio de residuos, aquisi9lio de veiculos,

equipamentos e embalagens.

A cada pergunta solicitou-se responder: S (Sim), N (Nao) ou NA ( Nao se Aplica).

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Existe parceria com fomecedores ambientalmente responsaveis? N Os materiais com caracteristicas danosas ou perigosas ao meio ambiente sao s identificados? Todas as substancias perigosas estao etiquetadas eo acesso a elas e restrito? N Existe estocagem intema e armazenagem de mercadorias de clientes? s Sao empregados principios ambientais no proieto de manutencao de estocagem? N Existe criteno ambiental na aquisicao de empilhadeiras? N Sao utilizados bercos aramados , paletes e conteineres reutilizaveis/ reciclaveis? s Sao utilizados equipamentos de manutencao ecol6gicos? N A aquisic;ao de veiculos novos esta em conformidade com a legislac;iio ambiental? s Para os veiculos que nao possuem catalisadores, existe programac;ao de compra? N

1 Quando possivel, substitui agua dos len¢is freaticos por agua de chuva? N Recicla agua de lavagem de veiculos ou efetua tratamento da agua? N Compra produtos e equipamentos reciclados ou que possam ser reciclados? N Evita produtos descartaveis? N Compra pneus, baterias, lfunpadas fluorescentes, oleo lubrificante de fomecedores N

I que recolhem o produto utilizado para reciclagem? Existe contrato de disposic;ao de residuos com os fomecedores do item anterior? N Observac;5es : 1. As substancias perigosas sao identificadas, mas seu acesso nao e restrito. 2. A idade media da frota e de 7 anos, com grande parte dos veiculos sem catalisador. Tabela 6 - Fluxos de entrada

4.2.2 Operac;iio

Na operac;iio deve ser avaliada a prestac;iio de servicos logisticos da empresa, verificando-se

a conformidade com a legislac;ao ambiental, de saude e seguranc;a no trabalho.

A norma NBR IS014001 nao visa abordar e, portanto, nao inclui requisitos relativos a

aspectos de gestao de saude ocupacional e seguranc;a no trabalho. No entanto, ela nao

procura desencorajar uma organizac;iio a desenvolver a integrac;iio de tais elementos no

sistema de gestiio (ABNT,l996 a). Neste trabalho seriio abordados os aspectos de seguranc;a

e saude ocupacional exigidos pela Portaria 3214/1978 do Ministeno do Trabalho (Anexo C

- tabela 3C), por solicitac;iio da alta administrac;iio da empresa.

A lista de operac;iio (tabela 7) foi adaptada e preenchida pelos gerentes de operac;5es,

compras/manutenc;iio/seguranc;a, comercial, administrativo/ambiental (RA), de informac;iio,

sallde ocupacional, e aprovada pelo conselho de gestao. As atividades contempladas para

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elabora.;:ao da lista foram: transporte, annazenagem, informa.;:ao, treinamento, seguran.;:a e

saude ocupacional.

A empresa controla o consumo de combustive!? s Analisa periodicamente a qualidade do combustive!? s Busca alternativas de reducao de consumo de combustiveis? s Efetua manuten.;:iio preventiva e corretiva dos veiculos e equipamentos, conforme s manual do fabricante e legisla.;:ao ambiental? Negocia com clientes e fomecedores 0 uso de embalagens minimas, N retomaveis/reciclaveis/organicamente degradaveis? Utiliza embalagens padronizadas, para otimizar o transporte e o espa.;:o de s armazenagem? Reduz o nivel de ruidos de empilhadeiras, veiculos, mliQuinas e equipamentos? N Efetua treinamento de seguran.;:a no trabalho, saude ocupacional e meio ambiente para s todos os funcionarios? Possui PPRA (Prograrna de Preven9ao de Riscos Ambientais) assinado por um s engenheiro de seguranya? Possui PCMSO (Programa de Controle Medico de Saude Ocupacional) assinado por s um medico do trabalho? Possui CIP A (Comissao Intema de Preven.;:ao de Acidentes)? s Realiza exames medicos adrnissional, peri6dicos e demissional dos funcionarios s conforme PCMSO ? Substitui produtos perigosos por outros menos perigosos e/ou que provoquem menos N poluicao? 0 transporte, a movimentaylio, a armazenagem e o manuseio de materiais estiio em s conforrnidade com a Portaria 3214/78 do Ministerio do Trabalho? Efetua planejamento de controle e preven9iio de incendios, de contenylio de s vazamento, derrame e de outras emergencias? Efetua plano de aylio emergencial em caso de acidentes ambientais? s Realiza o manuseio e armazensgem de materiais adequadamente? s Realiza a armazenagem, manuseio e disposi9ao de residuos de acordo com a s legislayiio? Seleciona tecnologias con:fiaveis de medi.;:ao e controles automaticos? N Substitui sistemas de energia ine:ficientes e altamente poluidores por sistemas N eficientes que causem menor dano ao ambiente? Utiliza a roteiriza.;:iio para otimizayiio da frota, reduyiio de consumo de combustive!, s evitar congestionamento e poluicao atrnosfenca? Utiliza a politica dos 3Rs: Reduzir, Reutilizar e Reciclar? N Se a empresa utilizar reciclagem, verificar se: Constitui uma equipe de reciclagem - com representantes dos departamentos N ambiental, operacional, compras, marketing, manuten.;:ao para supervisionar e avaliar a reciclagem e o uso de produtos reciclados. Assegura que a equipe tenha autoridade

I para realizar mudancas necessarias? Observa os departamentos que consomem produtos que podem ser substituidos por N

I produtos reciclados? -Tabela 7 - Opera.;:ao

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Considera especialmente OS requisitos de energia, mao-de-obra e capital da N reciclagtml, ern comparac;:ao com qualquer efeito poluidor do atual sistema de despejo? Analisa a dernanda de consurno dos produtos reciclados? N Assegura que os produtos reciclados nao oferec;:am perigo a quem os produz ou N utiliza? Utiliza produtos biodegradaveis? s Recupera materias-primas e reduz os residuos do processo? s Instala recipientes para coleta seletiva de lixo, devidamente rotulados, ern locais s adequados? Incentiva os funcionanos a trazerern o lixo domestico para reciclagern, caso nao s tenham alternativa? Contrata cooperativas de lixo reciclavel? s Da preferencia as cooperativas de entidades assistenciais? s V erifica se a entidade esta autorizada pelos 6rgaos ambientais? s Utiliza frente e verso dos papeis na ernpresa quando possivel, da preferencia pelo s correio eletronico para economizar papel? Observac;:Oes: 1. 0 controle de combustive! e manual. 2. A ernpresa possui urn tanque de combustive! interno e realiza sua manutenyao de acordo

com os procedimentos da distnbuidora. 3. A ernpresa esta buscando alternativas para reduc;:ao de consurno de combustiveis, como a

implantayao do projeto Economizar, que e urn programa de uso racional de combustiveis e controle de ernissao de fumac;:a preta. 0 projeto esta ern fase experimental, os veiculos avaliados e reprovados sao enviados para manutenc;:ao corretiva, mas nao h8. urna analise critica dos resultados. Raras vezes os veiculos da ernpresa foram multados por ernissao de fumac;:a preta. 4. Os berc;:os aramados sao retomaveis, mas os paletes nao sao reciclliveis. 5. 0 treinamento de meio ambiente e pouco difundido; ele apenas e abordado no curso de

movimentac;:ao e operac;:ao de produtos perigosos. 6. A ernpresa possui planejamento de prevenc;:ao de acidentes. Nunca houve acidente ambiental envolvendo a ernpresa. 7. Com relayao a mercadorias de terceiros, a armazenagern, manuseio e disposic;:ao de

residuos sao adequados. 8. A roteirizac;:ao para otimizayao da frota e manual e pouco eficaz. 9. 0 Terminal de cargas onde esta localizada a ernpresa nao possui rede de esgotos, o esgotamento sanitario e realizado por terceiros. -Tabela 7 - Operac;:ao

4.2.3 Fluxos de saida: vendas, marketing, residuos e emissiies

Nos fluxos de saida sao avaliados os processos de vendas e marketing e gerenciamento de

residuos e ernissoes.

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4.2.3.1 Vendas e marketing

A lista sobre vendas e marketing (tabela 8) foi adaptada e respondida pelos gerentes

comerciallmarketing e ambiental (RA), e aprovada pelo conselho de gestao.

A ernpresa fomece informac,:Oes aos clientes sobre os beneficios ambientais de seus N Servi9QS? Utiliza ernbalagens retomaveis resistentes (ber90s aramados, paletes, conteineres)? s Divulga nos vefculos, internet e material de propaganda impressa, as caracteristicas N ambientais de seus veiculos e servi90s? Observa\X)es: -------Tabela 8 - V endas e marketing

4.2.3.2 Residuos e emissoes

A lista sobre residuos e ernissoes (tabela 9) foi adaptada e respondida pelo gerente de

manuten91io, pelo gerente financeiro/ambiental (RA) e pelo departamento juridico da

ernpresa, e aprovada pelo conselho de gestae. As atividades conternpladas na elaborayao

da lista foram: transporte e movimentayao, manuten91io de veiculos, contrata91io de serviyos

de reciclagern e disposi91io de residuos.

A ernpresa forma uma equipe com funcionarios, fomecedores, em pres as s especializadas para controlar a gera91io de residuos e ernissoes? Identifica as ernissoes e seus uiveis atuais? s Enumera todas as suas ernissoes (ruido, vibrac,:Oes, gases, particulas poluidoras, s odores)? Identifica as procedencias dessas ernissoes, observando os processos especificos que s as produzern? Identifica e classifica as conseqiiencias de cada ernissao para a saUde e o meio s ambiente? Observa os controles de ernissao atualmente existentes para cada descarga, indicando N as inadequa\X)es e o grau de cumprimento legal? Prioriza as atuais ernissoes e as medidas de controle que precisam ser alteradas? N

Investiga altemativas para reduzir ou eliminar residuos e ernissoes, e consulta os N 6rg1ios ambientais? Classifica cada altemativa de acordo com OS resultados, a facilidade de N implernentayao eo custo financeiro? Seleciona as altemativas a serern implernentadas ( as que sao mais urgentes na lista de N prioridades, seguidas _por aquelas_que geram resultados ou custam menos )? A ernpresa possui instalayao de tanques de combustive!? s Esta ern conformidade com a legisla91io? s Efetua manutenyao preventiva? s

' -Tabela 9- Restduos e errussoes

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A disposiyao de residuos de lavagem e pintura de veiculos, oleo lubrificante usado, N pneus usados, liimpadas fluorescentes queimadas e baterias usadas esta em conforrnidade com a legislaylio ambiental? Efetua reciclagem ou tratamento de agua ? N Embalagens sem condic;:Oes de uso sao recicladas? s Possui para-raios radioativos? s Se possuir, ha pianos de substitui9ao e descarte? s Negocia com fomecedores de pneus, baterias, liimpadas fluorescentes, oleos N lubrificantes a coleta para reciclagem de acordo com a legislayao, incluindo nos contratos inforrnac;:Oes completas das caracteristicas de seus produtos e responsabilidade ambiental pelo seu destino? Observac;:Qes: 1. A empresa nao possui um sistema de gestlio ambiental 2. 0 Unico controle de emissao e o de fumaya preta atraves do projeto Economizar, sendo adequado a legislaylio ambiental. 3. Nao existe um plano de controle de geraylio de residuos e emissoes. 0 que existe sao a9oes isoladas nlio monitoradas, sem comprometimento com a legisla9ao e normas ambientais. -Tabela 9 - Res1duos e ermssoes

4.2.4 Finanyas, recursos humanos e outras estruturas de apoio

Em finan9as, recursos humanos e outras estruturas de apoio sao avaliados: a politica de

investimentos, condic;:Qes de trabalho e treinamentos.

4.2.4.1 Investimentos

A lista de investimentos (tabela 10) foi adaptada e respondida pelo gerente

financeiro/ambiental (RA) e aprovada pelo conselho de gestlio.

A empresa detemlina criterios ambientais para investimentos? ( o projeto vai proteger N o meio ambiente e tambem aumentar a lucratividade?) A empresa detemlina criterios para investimentos ambientais? N Classifica esses criterios em termos de urgencia para o meio ambiente e a sociedade? N Investe em instituic;:Oes financeiras que financiam proietos ambientais? N Realiza lobby por incentivos para investimentos ambientais? N A empresa possui Seguro contra riscos ambientais? N A empresa apoia organizac5es engajadas em projetos ambientais e sociais? s Observac;:Qes: 1. A empresa nao detemlina criterios para investimentos ambientais por nao possuir um SGA. Ela tern ac;:Qes isoladas de proteylio ambiental. 2. 0 meio ambiente nao faz parte das decisoes da empresa, nao fazendo parte do seu sistema global, pelo motivo de nao possuir um SGA. Tabela 10 - Investimentos

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4.2.4.2 Condi~iies de trabalho

0 ambiente interno de urna empresa e de importil.ncia critica para a saude mental e fisica de

todos os colaboradores e, conseqiientemente, para o bem-estar da propria empresa

(CALLENBACH et al.,2001).

A lista de condi9oes de trabalho (tabela II) foi adaptada e respondida pelo gerente

administrativo/ambiental (RA), pelo gerente de seguran9a e pelo engenheiro de seguranya

que presta serviyo para a empresa, e aprovada pelo conselho de gestao. As atividades

contempladas na elaborayao da lista foram: administrayao e seguran9a patrimonial e

seguranya no trabalho.

Sao evitadas as condiyoes que causam tensao, como iluminayao e ventila9iio S ineficientes, ruido excessivo, vibrayao, poeira, fumaya, radiayiio eletromagnetica, produtos quimicos ou perigo fisico? Dificilmente os colaboradores assurnem postura interessada e criativa em relayiio a S questoes ambientais se as condiy()es da pergunta anterior nao forem evitadas. A empresa utiliza o PPRA para evitar estas condiy()es ? A empresa utiliza iluminayao e ventilayao naturais, para economia de energia e N melhoria da saude ocupacional? As rotas de trafego interno sao definidas e claramente sinalizadas para eliminar S colisoes de equipamentos (empilhadeiras, carrinhos de mao) e pessoas em movimento? 0 uso de EPI esta em conformidade como PPRA? S

A paisagem da empresa esta integrada ao meio ambiente: jardinagem, arvores S nativas? Existe area agradavel para descanso de funcionanos? S

A empresa possui urn plano de atendimento emergencial? s A empresa possui monitorayao automatica de emergencia e tecnicas de interrupyao de N operay()es que envolvam substilncias potencialmente perigosas? Sistemas de emergencias de drenagem e capta9ao para conter o transbordamento de N efluentes devido a urn acidente? Sistemas automaticos de alarme para avisar os colaboradores e comunidade vizinha N sobre emissao acidental de poluentes ou sobre outros perigos que exigem reayao imediata? Observay()es: I. Nao existe monitoriza9ao automatica de emergenc1as e tecnicas de interrupyiio de operay()es potencialmente perigosas. Existe sistema de a!arme, mas ele nao e automatico. Tabela 11 - Condiy()es de trabalho

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4.2.4.3 Treinamentos

0 treinamento e a educa~ao pennanente dos colaboradores sao essenciais para melhorar o

desempenho ambiental da empresa (CALLENBACH et al.,2001).

A lista de treinamentos (tabela 12) foi adaptada e respondida pelo gerente administrativo­

RH/ambiental (RA), e aprovada pelo conselho de gest1io.

A empresa definiu uma politica de recursos hurnanos para contrata~1io e s desenvolvimento profissional de seus colaboradores ( funciorulrios e terceiros contratados )? Na contrata~1io o colaborador realiza treinamento de integra~ao para conhecer as s normas e politicas da empresa, principalmente a ambiental? 0 treinamento de Qualifica~ao profissional inclui os cursos abaixo, alem dos de s forma~o especifica? - meio ambiente e cidadania no transporte - logistica reversa - atendimento pre-hospitalar - dir~ao defensiva e condu~o economica - movimenta~ e opera~o de produtos perigosos- MOPP - uso de EPI ( Equipamentos de Prote~ao Individual) - seguran~a no trabalho - form~o de brigada a emergencias Sao realizadas as reciclagens dos cursos exigidos pela legislacao para a func1io? s Os colaboradores sao treinados para o plano de atendimento emergencial? s Observayi)es: 1. A empresa possui politica de recursos hurnanos e incentiva seus funcionarios a melhorar o nivel de escolaridade. 0 treinamento e monitorado pelo sistema de gest1io da qualidade e pelo PPRA e PCMSO, mas o meio ambiente nao esta plenamente inserido no plano de treinamento, atendendo apenas aos requisitos legais. Tabela 12- Tremamentos

Observa-se que, quando se iniciou a avalia~o ambiental, em abril de 2002:

A empresa desejava implantar urn sistema de gest1io ambiental visando a certifica~o

por exigencia de cliente, possuindo apenas a politica ambiental que nao atendia a NBR

ISO 14001.

A alta administra~ao tinha certa preocupa~o com o meio ambiente, mas suas a~oes

eram isoladas e sem urna estrutura definida.

N1io havia urn planejamento ambiental; alguns programas isolados eram realizados

apenas para curnprir a legisla~o.

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0 meio ambiente nao pertencia ao planejamento estrategico, nao fazendo parte do

sistema global da empresa.

Nao havia na empresa uma administra\)1io com consciencia ecol6gica, e sim uma

administra\)1io para cumprimento de legisla\)1io ambiental e requisitos minimos exigidos

pelos clientes.

4.3 Politica ambiental

Sugeriu-se a alta administra91io a defini91io da politica ambiental da organiza9ao,

assegurando que ela fosse apropriada a natureza e impactos ambientais de suas atividades.

0 sistema de gestao ambiental esta integrado ao Sistema Valni de Gestao, que direciona as

pniticas de gestao da empresa. Por esta razao, a politica ambiental definida pela diretoria e composta de Seguran9a, Smlde e Meio Ambiente:

"Compromisso da alta administra\)1io e todos os colaboradores na prestayao de serviyos

logisticos no transporte rodoviiuio de carga, com melhorias continuas na preven91io de

acidentes de trabalho, proteyao a saude humana, prevenyaO a poJui<;ao e reduyaO dos

impactos ambientais, conforme legisla\)1io e normas ambientais aplicaveis e requisitos

subscritos" (V ALNI, 2003:1).

A politica ambiental foi definida ap6s o planejamento (item 4.4), em maryo de 2003, sendo

apropriada a natureza da empresa e aos seus aspectos e impactos ambientais significativos.

4.4 Planejamento

4.4.1 Aspectos Ambientais

Juntamente com o pessoal de cada departamento envolvido, no periodo de novembro de

2002 a fevereiro de 2003, utilizou-se o criteno numenco da releviincia (CREMONESI,

2000) adaptado ao estudo de caso (item 3.3.1), para que a empresa estabelecesse

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procedimentos para identificar os aspectos ambientais significativos de suas atividades,

baseado·na avali~ao ambiental inicial.

Para a estimativa da relevilncia (Anexo B), foram avaliados os aspectos e impactos

ambientais (positivos e negativos) das atividades da empresa. 0 conselho de gestiio da

empresa considerou os impactos ambientais significativos para Relevfulcia (R) ~1 0 e/ou

legisl~ao especifica (1)=3, apresentados na tabela 13.

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ATIVIDADES ASPECTOS IMPACTOS L R

1. FLUX OS DE ENTRADA 1.1 Aquisis;ao de veiculos e Controle de emissoes (N) Redus;ao de poluis;ao atmosferica e 3 12 empilhadeiras com dispositivos de ruidos controle de emissoes de

, poluentes/ruidos 1.2 Aquisis;ao de placas de Atendimento a acidentes com Redus;ao de impactos ambientais 3 12 sinalizas;ao e kit de emergencia para produtos perigosos (N) o transporte de produtos perigosos 1.3 Aquisis;ao de emba1agens Gerenciamento embalagens Redus;ao do uso de recursos naturais 2 13 recicUtveis/ reutilizaveis Reutilizaveis/reciclaveis (N) 1.4 Aquisis;ao de combustive! Gerenciamento de consumo de Redus;ao do uso de recursos naturais e 3 14

combustiveis e da prevens;ao a poluis;ao qualidade do combustive! (N)

1.5 Contratas;ao de empresas Gerenciamento de residuos (N) Redus;ao do uso de recursos naturais, e 3 15 especializadas para manuseio, disposis;ao final adequada de residuos transporte, reciclagem ou disposis;ao final de residuos 1.6 Armazenagem e movimentas;ao Acidente com produtos Contaminas;ao do solo, ar, cursos d 'agua, 3 12 de materiais com empilhadeiras e perigosos (E) possibilidade de incendio, danos a saUde carrinhos Emissao de poluentes Poluis;ao atmosferica 3 12

atmosfericos (A) Emissao de ruidos (N) Poluis;ao sonora 3 13

1.7 Consumo de agua e energia Gerenciamento de agua e Redus;ao do uso de recursos naturais 0 lO eletrica energia eletrica(N)

Tabela 13 - Aspectos e impactos ambientais significativos

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ATIVIDADES ASPECTOS IMPACTOS L R

2. OPERA<;AO 2.1 Transporte Emissao de poluentes Poluiyao Atmosfenca 3 15

atmosfencos (A) Emissao de midos (A) Poluiyao sonora 3 14 Gerenciamento do consumo de Reduyao do uso dos recursos natnrais 0 10 combustive! (N) Acidente com produtos Contaminayao do solo, ar, cursos d'agua, 3 13 perigosos (E) I possibilidade de inctlndio, danos it saUde

2.2 Serviyos de manutenyao de Regulagem do motor e do Reduyao de emissoes atmosfericas e 3 14 veiculos escapamento (N) midos

Regulagem do motor , igniyao, Reduyao do uso de recursos naturais 0 10 sistema de injeyao e limpeza no tanque de combustive!, visando sua economia (N)

2.3 Manutenyao inadequada do Vazamento/ Derrame (E) Contaminayao do solo e cursos d'agua 3 13 tanque subterriineo de combustive! 2.4 Manutenyao de equipamentos Aferiyao dos calibradores (N) Precisao dos dados sobre monitorayao 3 11 de calibrayiio ambiental 2.5 Manutenyao de equipamentos de Possibilidade de inctlndio (E) Reduyao de emissoes atmosfericas e 3 13 combate a incendio danos it saude 2.6 Coleta seletiva de lixo Gerenciamento de residuos Reciclagem do lixo 2 12

s6lidos (N) 2. 7 Plano de atendimento Atendimento a acidente Reduyao de impactos ambientais 3 12 emergencial ambiental (E)

Tabela 13 - Aspectos e impactos ambientais significativos

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ATIVIDADES ASPECTOS IMPACTOS L R

3. FLUXOS DE SAID A 3.1 Descarte de baterias ( celulares e Acondicionamento indevido Contaminafi)ao do solo 3 12 de equipamentos de informatica e (A) comunica,.ao) 3.2 Des carte de lfunpadas Acondicionamento indevido, Contaminayao do solo 3 14 fluorescentes · quebra, derrame acidental (E) 3.3 Disposiyao e/ou tratamento Vazamento/ derrame (E) Poluiyao do solo e cursos d' agua 3 12 inadequado do esgoto sanitario 3.4 Des carte de pneus, carrocerias Longo periodo de degradayao Poluiyiio visual, proliferayao de insetos 3 15 de madeira e Ionas (N) e danos a saUde

Possibilidade de incendio (E) Poluicao atmosferica 3 13 3.5 Descarte de fluidos Possibilidade de Contaminayao do solo e cursos d'agua 3 13 (combustive!, 6leo motor, 61eo vazamento/derrame (E) transmissao, fluido do radiador e freios e filtro de 6leo) 3.6 Descarte de residuos de lavagem Possibilidade de vazamento (E) Contaminayao do solo, cursos d'agua e 3 13

danos a saude 3. 7 Descarte de residuos de funilaria Possibilidade de incendio (E) Poluiyao atmosferica 3 13 e pintura e de lavagem de pet;as

Possibilidade de vazamento/ Poluiyao atmosferica, contaminayao do 3 13 derrame (E) solo e cursos d'agua

3.8 Descarte de baterias automotivas Acondicionamento indevido e Contaminayao do solo, cursos d'agua e 3 10 derrame acidental (E) danos a saUde

Tabela 13 - Aspectos e impactos ambientais significativos

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ATIVIDADES ASPECTOS IMPACTOS

4. FINANCAS, RECURSOS HUMANOS E OUTRAS ESTRUTURAS DE APOIO 4.1 Investimento em novas Instala.;iio de novos tecnologias I equipamentos 4.2 Treinamento de direyiio Acidente de transito (N) defensiva e MOPP (Movimentayiio e operayao de produtos perigosos) 4.3 Treinamento de direyiio Economia de combustiveis e economica lpneus (N) 4.4 Conscientizayao ecol6gica do Comprometimento ambiental pessoal I(N)

Tabela 13 - Aspectos e impactos ambientais Fonte: V ALNI (2003), adaptado

Legenda:

L= Legis!ayao R= Relevancia

Redw;:iio dos recursos naturais e • prevenyaO a polUiyaO Prevenyao/ reduyao de acidentes ambientais

Reduyao do uso de recursos naturais

Reduyao dos impactos ambientais e I prevenyao it p()l_ui~ii(J

Condiyoes dos aspectos ambientais: N= Normal, A= Anormal, E= Emergencial

96

L R

2 11

3 13

0 11

0 12

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4.4.2 Requisitos legais e outros requisitos

Realizou-se o Ievantamento dos requisitos Iegais juntamente com o departamento juridico

da empresa e 6rgaos de classe do setor de transportes, para que a empresa tivesse urn

procedimento para identificar e ter acesso a legislayao e requisitos subscritos. Os requisitos

legais encontram-se no Anexo C, estando divididos em: questoes federais tratadas na

Constitui9iio Federal de 1988, resoluy()es do Conama que especificam instrumentos

reguladores ambientais, lei de crimes ambientais, outras Iegislay()es ambientais federais,

legislayiio ambiental do Estado de Sao Paulo e do municipio de Campinas.

Este levantamento inicial foi bastante trabalhoso. Ele foi realizado de junho a outubro de

2002. 0 departamento juridico, em maryo de 2004, ainda estava fazendo o Ievantamento da

legislayao ambiental dos outros Estados e municipios onde se Iocalizam rotas dos veiculos.

A empresa utiliza a Iegisla9iio ambiental aplicada ao transporte, mantendo urn

procedimento para ter acesso ou consultar, identificar e controlar os requisitos legais

aplicaveis atraves de seu departamento juridico. 0 acesso e realizado anualmente via

internet aos 6rgaos ambientais (Departamento de Meio Ambiente da Secretaria Municipal

de Planejamento e Meio Ambiente, Vigilancia Sanitaria, CETESB, Secretaria Estadual do

Meio Ambiente, Ministeno do Meio Ambiente, ffiAMA), Ministeno dos Transportes e o

sindicato da categoria.

Diariamente, o sindicato das empresas de transportes envia urn correio eletronico com

informay()es sobre mudanyas na Iegisla9iio que atingem o setor de transportes.

0 levantamento, controle e renova9iio das !icen9as ambientais e autorizay()es sao de

responsabilidade do departamento juridico.

Outros requisitos, como c6digos de praticas da atividade de transportes (Atua9iio

responsavel - SASSMAQ), acordos com autoridades publicas, diretrizes internas da

empresa, contratos com clientes e fomecedores, sao atualizados e arquivados pelo

departamento juridico.

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0 departamento juridico comunica informa9oes pertinentes ao seu pessoal no tocante aos

requisitos legais atraves de treinamento intemo e/ou extemo.

4.4.3 Objetivos e metas:

Os objetivos e metas devem considerar, com base nos requisitos legais e outros requisitos,

os aspectos ambientais significativos, as op¢es tecnol6gicas e economicas, bern como a

visao das partes interessadas (ABNT, 1996a).

Ap6s o levantamento dos aspectos ambientais e impactos significativos (tabela 13), e

requisitos legais (Anexo C), foram estabelecidos pela alta administrayao os objetivos e

metas e os indicadores ambientais, em cada atividade.

Os objetivos e metas estabelecidos pela alta administra9ao, em maryo de 2003, esta:o

descritos na tabela 14. Eles foram agrupados levando em conta as gerencias responsaveis.

OBJETIVOS IMETAS INDICADORES l.TRANSPORTES E ARMAZENAGEM ( Opera9ao e fluxo de entrada) 1.1 Controlar ernissao de 90% dos vefculos com Percentual de vefculos com poluentes atrnosfencos em ernissao de fuma9a preta S2 · emissao de fuma9a preta S2 vefculos da escala Ringelmann da escala Ringelmann 1.2 Controlar ernissao de 90% dos vefculos com Percentual de vefculos com ruidos em vefculos ernissao de ruidos s 84 emissao de ruidos S84 dB

decibeis 1.3 Prevenir acidentes com Zero acidente No. de acidentes/ano

lprodutosperigosos 1.4 Reduzir consumo de Reduyao de 5% de Reduyao de percentual no combustiveis combustive! em rela91io ao consumo de combustive! em

ano anterior rela91io ao ano anterior 2. INFORMA<;AO ( Fluxo de saida) 2.1 Dispor para reciclagem Disposi91io de 90% por ano Percentual de baterias baterias de equipamentos de enviadas para reciclagem comunicacao e informatica Tabela 14- Objetlvos e metas

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OBJETIVOS MET AS INDICADORES 3. MANUTEN(' AO (Operacao) 3.1 Dispor para reciclagem Disposi9iio de 90% por ano Percentual enviado para pneus, baterias automotivas, reciclagem e lilmpadas fluorescentes 3.2 Dispor para reciclagem o Disposicao de 90% por ano Percentual de !itros de oleo lubrificante usado e fluidos enviados para outros fluidos automotivos reciclagem 3.3 Dispor residuos de Disposiyiio de 90% por ano Percentual de residuos funilaria e pintura e de liquidos enviados para lavagens de peyas disposic;:iio final 3.4 Tratar residuos de 90% de tratamento por ano Percentual de residuos de lavagens de veiculos lavagens tratados 3.5 Controlar manutenyiio 900/o dos veiculos com Percentual de veiculos com preventiva dos veiculos manutenyiio preventiva manutenyiio preventiva

realizada realizada 3.6 Controlar manutenyiio de 90% das manuten<;Oes Percentual de manutenyiio de tanque subterraneo de realizadas tanque subterraneo realizada combustive! 3. 7 Controlar manutenyiio/ 90% da manutenyiio/ aferi9iio Percentual da aferi9iio de equipamentos de realizada conforme manual manutenyiio/ aferi9iio calibrayiio e de combate a do fabricante realizada incendio 3.8 Coletar o lixo 900/o do lixo efetuado por Percentual do lixo coletado

coleta seletiva 3.9 Dispor esgoto sanitano 100% tratado por ano Percentual do esgoto tratado

I para tratamento 4. COMPRAS ( Fluxo de entrada) 4.1 Adquirir veiculos com 100% dos veiculos Percentual de veiculos catalisadores adquiridos com catalisadores adquiridos com catalisadores 4.2 Adquirir placas de 100% dos veiculos Percentual de veiculos sinalizayiio e kit de envolvidos equipados com envolvidos equipados com emergencia para o transp. de placas de sinaliza9iio e kit de placas de sinalizayiio e kit de

I produtos perigosos emergencia emergencia . 4.3 Adquirir embalagens 10%porano Percentual de embalagens reutilizaveis/reciclaveis reutilizaveis/reciclaveis

adquiridas em relayiio ano anterior.

4.4 Contratar empresas 100% das empresas de Percentual de empresas especializadas e licenciadas reciclagem ou disposiyiio contratadas de para manuseio, transporte, final sao especializadas, reciclagernldisposiyiio final reciclagem ou disposiyiio licenciadas e contratadas contratadas final de residuos e de atendimento emergencial Tabela 14- Objetivos e metas

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OBJETIVOS MET AS INDICADORES ADMINISTRA<;AO ( Fluxo de entrada e Finan9as, recursos humanos e outras estruturas de apoio) 5.1 Reduzir o consumo de energia eletrica 5.2 Reduzir o consumo de agua 5.3 Fomecer treinamento ambiental do pessoal Tabela 14- Objetivos e metas Fonte: (V ALNI,2003)

Redu9lio de 5% em rela9lio Redu9lio de percentual em ao ano anterior relaylio ao ano anterior Redu9lio de 5% em rela9lio Reduylio de percentual em ao ano anterior relacao ao ano anterior 100% do pessoal envolvido Percei:ttual do pessoal treinado envolvido treinado

0 conselho de gestlio da empresa adotou 90% para a maioria das metas, como ponto de

partida, por falta de dados estatisticos. Ap6s o primeiro ano de irnplantaylio, os objetivos e

metas serlio revistos, visando a melhoria continua do SGA.

4.4.4 Programas de gestlio ambiental

Sugeriu-se, em maryo de 2003, que a empresa estabelecesse e mantivesse programas

ambientais para atingir seus objetivos e metas, determinando prazo, responsavel e meios

para atingi-los.

0 conselho de gestlio definiu, a partir dos objetivos e metas, os programas ambientais

descritos na tabela 15. Eles estlio apresentados em ordem decrescentes de relevancia. Na

tabela 15 as colunas referentes as tabelas 13 e 14 sao itens correspondentes.

Cabe esclarecer que, para uma aylio com mais de uma relevancia, a empresa considerou a

de relevancia maior.

Grau de irnportancia dos programas com base na estimativa da Relevancia ( R ):

Alto:

Medio:

R=14e 15

R= 12 e 13

Razoavel: R= 10 e 11

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0 prazo estipulado para implanta~o de todos os programas foi de um ano, sendo que

tanto os · prograrnas como os prazos seriio analisados e revisados nas reunioes de analise

critica do SGA (item 4.7).

Os prograrnas forarn implantados de acordo com o grau de importancia, a partir de maryo

de 2003, e todos estiio em andarnento.

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PROGRAMAS A<;:OES TABELA TABELA RESPONSA VEIS AMBIENTAIS 13 14 1. Manutenyiio de veiculos 1.1 Regulagem do motor, iguiyiio, sistema de 1.6, 2.1 e 1.1, 1.2 e Gerente de Compras e para reduyiio de emissiio de injeyiio, do escaparnento, limpeza do tanque de 2.2 3.5 Manutenyiio, poluentes e ruidos, e controle combustive! (manutenyiio preventiva) (R=15) Ger. Adm. (R H) de consumo de combustiveis. 1.2 Aquisiyiio de combustive! de boa 1.4 1.1 e 1.4 (Prograrna Autofiscalizayiio e qualidade (R=14) Correta Manutenyiio da Frota 1.3 Renovaviio da frota: veiculos com 1.1 e 4.1 4.1 e o Programa de Inspeyiio e catalisadores (R=I2) Manutenyiio de Vefculos em 1.4 Treinamento de Direyiio Economica para 4.3 1.1, 1.4 e Uso Portaria 85/1996 do motoristas (R=ll) 5.3 Ibarna). 1.5 Investimentos em novas tecnologias R=ll 2.1 e 4.1 1.4 2. Gerenciarnento de Contratar empresas licenciadas para o 1.5 4.4 Gerente de Compras e Resfduos manuseio, transporte, reciclagem ou Manutenviio

disposiyiio de resfduos (R=15) 3. Reciclagem de pneus Enviar para empresas especializadas e 3.4 3.1 Gerente de Manutenviio usados licenciadas contratadas. (R=15) 4. Reciclagem de liimpadas Dispor para reciclagem por empresas 3.1, 3.2 e 2.1 e 3.1 Gerente de Compras e fluorescentes, baterias auto- especializadas, licenciadas e contratadas 3.8 Manutenviio motivas e de equipamentos de (R=14) comunicaciio e informatica 5. Gerenciarnento de riscos 5.1 Treinamento de pessoal envolvido: Plano 2.1, 4.2e 1.3 e 5.3 Gerentes de Operavoes, arnbientais Atendimento Emergencial, Direviio Defensiva 4.4 Compras,

e MOPP (R=I3) Adm. (RH) 5.2 Aquisiyao de placas de sinalizayiio, kit de 1.2 e 4.1 4.2 emergencia e novas tecnologias (R=12) 5.3 Terceirizayiio com empresa especializada 1.6, 2.1, 4.4 para atendimento emergencial de acidente com 2.3, 2.7, produtos perigosos (R=l3) 3.3 e 3.7

Tabela 15 - Prograrnas ambienta1s

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PROGRAMAS A«;;OES TABELA TABELA RESPONSA VEIS i AMBIENTAIS 13 14

6. Reciclagem de oleo Dispor para reciclagem 0 oleo lubrificante 3.5 3.2 Gerente de Manutenvao lubrificante usado e outros usado e outros fluidos usados para empresas fluidos automotivos especializadas e licenciadas contratadas

(R=I3) 7. Tratamento de residuos de Verificar instala9(ies do prestador de servi9os, 3.6 3.4 Gerente de Compras e .

lavagem licen9as ambientais, se os residuos estao Manutenyao sendo tratados e a utilizayao de produtos biodegradaveis. (R=13)

8. Disposi9iio final de Dispor residuos de fimilaria e pintura e de 3.7 3.3 Gerente de Compras e residuos de funilaria e pintura lavagens de pe9as para empresas Manutenyao e de lavagens de peyas especializadas e contratadas (R=13) 9. Manutenyao de Manter em perfeito funcionamento e/ou 2.4 e 2.5 3.7 Gerente de Compras e equipamentos de calibrayao e aferidos os equipamentos de calibrayao e Manutenyao combate a incendio combate a incendio (R=I3) i

10. Manuten9ao do tanque Efetuar manuten9iio no tanque de combustive!, 2.3 3.6 Gerente de Compras e :

subterraneo de combustive! conforme instru9oes da distribuidora e Manuten9ao verificar anualmente suas condi9oes nos

i postos contratados (R = 13) 11. Gerenciamento de Adquirir, efetuar manutenvao de embalagens 1.3 4.3 Gerente de Compras e embalagens reciclaveis reutilizaveis/reciclaveis, reciclar e dar Manutenyao,

I disposi~o final{R=13). Gerente de Operacoes 12. Gerenciamento de esgoto Dispor para tratamento o esgoto sanitario por 3.3 3.9 Gerente de Compras e sanitario empresa especializada e licenciada contratada manutenyao

• (R=12) 13. Gerenciamento de coleta 13. 1 Contratayao de cooperativa de 2.6 3.8 Gerente de Compras, seletiva de lixo reciclagem de lixo, autorizada para coleta Manutenyao e

seletiva de Iixo ( R=12) Ger.Adm (RH) 13.2 Conscientizacao ecologica (R=l2) 4.4 5.3

·----------- -----

Tabela 15 - Programas ambientrus

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PROGRAMAS A«;OES AMBIENTAIS 14.Comprometimento Treinamento e conscientiza~ao ecol6gica do ambiental da alta pessoal envolvido (R=12) administracao e do pessoa1 15. Gerenciamento de 15.1 Revisao e manuten~ao dos equipamentos consumo de agua e energia e instala~oes (R= lO) eletrica 15.2 Conscientiza<;:ao do pessoal para

economia de energia elt\trica/agua (R=12) 15.3 Instala~ao de novas tecnologias (R=11)

Tabela 15 - Programas ambientats Fonte: VALNI (2003)

104

TABELA TABELA RESPONSA VEIS 13 14

4.4 5.3 Gerente Adm.(RH)

1.7 5.1 e 5.2 Gerentes de Manuten~ao e Adm. (RH)

4.4 5.3

4.1 5.1 e 5.2

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4.5 Implementa~ao e opera~ao

4.5.1 Estrutura e responsabilidade

Foi criado, em novembro de 2002, o conselho de gestio da empresa (diretoria e gerentes)

para estabelecer a orienta9iio geral do SGA e dos Sistemas de Gestao da Qualidade,

Seguran93 e Sallde Ocupacional (ja existentes), abrangendo recursos essenciais para a

imp!ementa9iio e controle do SGA, como qualifica96es especificas, tecnologias, recursos

financeiros e desenvolvimento da politica ambiental.

A diretoria nomeou seu representante (RAJ Gerente Ambiental) para assegurar que os

requisitos do SGA sejam estabelecidos, implementados e mantidos conforme a NBR ISO

14001. Alem disso, oRA deve relatar it alta administra9iio o desempenho do SGA para

analise critica como base para o seu aprimoramento.

A tabela 16 descreve a estrutura e responsabilidades da empresa.

RESPONSABILIDADES Estabelecer a orienta9iio geral Desenvolver a politica ambiental Prover o SGA de recursos essenciais Mouitorar o desempenho global do SGA Desenvolver a polftica ambiental com a diretoria Comuuica9iio com as partes interessadas Desenvolver objetivos, metas e programas ambientais Assegurar o cumprimento dos regulamentos Assegurar melhorias continuas Autoridade para aprova9iio Identificar as expectativas dos clientes Identificar as expectativas dos fomecedores Identificar as expectativas dos colaboradores Desenvolver e manter procedimentos contabeis V erificar procedimentos defiuidos .. Tabela 16 - Estrutura e responsabihdades Fonte: (V ALNI,2003)

RESPONSA VEIS Diretoria

Gerente Ambiental (RA)

Conselho de gestio ( diretoria e gerentes)

Gerente Comercial Gerente de Compras Gerente Administrativo (RH) Gerente Contabil

Todos colaboradores

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106

4.5.2 Treinamento, conscientiza~iio e competencia

Sugeriu-se, em dezembro de 2001, em conformidade com a NBR ISO 10015

(ABNT,2001), que a diretoria e gerentes identificassem as necessidades de treinamento do

pessoal cujas tarefas pudessem criar impacto significative sobre o meio ambiente, nao­

conformidade no processo, ayi)es corretivas e preventivas, e atender a legisla~ao.

A diretoria aceitou a sugestao. Assim, foram estabelecidos procedimentos para que os

colaboradores em cada nivel e fun~ao estejam conscientes da conformidade com a politica

ambiental, procedimentos e requisites do SGA, bem como dos impactos ambientais

significativos reais e potenciais de suas atividades e dos beneficios ao meio ambiente.

0 treinamento e solicitado pelo gerente do departamento e aprovado pela diretoria, sendo

desenvolvido, analisado e modificado conforme legisla~o ou necessidade do

departamento.

0 proceSSO de treinamento de todos OS sistemas de gestae da empresa e ilustradO na figura

9.

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4. Ava!ia9iio dos resultados do treinamento

I. Defini9ii0 das necessidades de treinamento

Monitorayiio

3. Execu9iio do treinamento

Figura 9: Diagrama do ciclo de treinamento Fonte: ABNT (2001)

"1+----+1 2. Projeto e planejarnento do treinamento

107

Todos os treinamentos possuem uma lista de participa9iio; alem disso, e realizada avalia~o

do treinamento pelo treinando e valida~o por seu gerente.

A tabela 17 descreve os tipos de treinamentos.

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TIPO DE TREINAMENTO Conscientizac;ao sobre a importilncia estrategica da gestao ambiental Conscientizac;ao ecol6gica Treinamento de integra9iio ( na contratac;ao do colaborador) Treinamento de melhorias continuas ( a9iio corretiva e

I preventiva) Treinamento de qualifica9iio e aperfeic;oamento de habilidades

Curnprimento dos requisitos

Tabela 17 - T1pos de tremamentos Fonte: V ALN1(2003)

PUBLICO Diretoria e todos os gerentes

Todosos colaboradores

Colaboradores com responsabilidades ambientais

Colaboradores cujas a9oes podem afetar o cumprimento dos requisitos

108

PROPOS ITO Obter o comprometimento e harmonizac;ao com a politica ambiental da empresa Obter o comprometimento com a politica ambiental, seus objetivos e metas, e fomentar urn senso de responsabilidade individual

Qualificar os colaboradores e melhorar o desempenho em areas especificas da empresa. Ex: operacional, RH, marmten9ao, compras, pesquisa e desenvolvimento, treinamentos internos e externos. Assegurar que os requisitos legais e internos para treinamento sejam cumpridos

Os treinamentos de conscientiza9iio foram os mais longos, abrangendo urn periodo de 2

anos, a partir de dezembro de 2001. 0 tema abordado foi Meio ambiente e cidadania no

transporte, incluindo os t6picos sobre cidadania, tipos de polui9iio ( suas causas e

conseqiiencias ), politica dos 3 Rs, coleta seletiva de lixo, o veiculo como agente poluidor,

legisla9iio ambiental aplicada ao transporte, manuten9iio preventiva!corretiva e opera9iio

adequada, opera9iio adequada no transporte, manuseio de produtos perigosos, cuidados e

procedimentos na coloca'(iio e substitui9iio de fluidos, gerenciamento de residuos e

responsabilidade ambiental. Este treinamento foi oferecido pelo departamento de Recursos

Hurnanos da empresa por meio de video-aulae facilitador do Sest-Senat.

0 treinamento de conscientizac;ao ecol6gica para a alta administra9iio, visando o

comprometimento como SGA, foi citado no item 4.2.

0 diagrama do ciclo da conscientiza9iio utilizado pela empresa e ilustrado pela figura 9 .

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Informayao

~ Conhecimento

+ Conclusoes

pessoais

+ Comprometimento

Mudanyas de atitude

, A91io

, Resultados

Figura 9: Diagrama do ciclo de conscientizayiio Fonte: V ALNI(2003)

109

Os treinamentos de aperfeiyoamento de habilidades tratam de: auditores ambientais

intemos, direyao defensiva, direyao economica, movimentayiio e operayiio de produtos

perigosos, manuseio de produtos perigosos, logistica reversa, formayao de brigada a

emergencias, uso de EPI (equipamentos de proteyiio individual), atendimento pre­

hospitalar, integrayiio a seguranya no trabalho, plano de atendimento a emergencias. Estes

treinamentos sao oferecidos pelo Sest Senat e empresas de engenharia de seguran9a,

medicina do trabalho e de atendimento a acidentes ambientais.

Sao realizados na empresa os treinamentos de seguranya no trabalho e saUde ocupacional

conforme PPRA, PCMSO e CIP A.

p

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110

A empresa estabelece descri~o para todos os cargos, requisitos minimos exigidos para os

cargos com base em educa91io e competencia, e treinamentos para aperfeiyoamento de

habilidades para cada cargo.

A empresa realiza anualmente avalia91io de desempenho de todos os colaboradores, com

base no sucesso de desempenho das tarefas, conhecimento do processo e como eles

interagem com o meio ambiente.

4.5.3 Comunica9iio

Foram estabelecidos procedimentos para comunica91io intema entre varias fun96es e

recebimentos de documenta~o, e resposta a comunicay(ies pertinentes a partes

interessadas.

Nestes procedimentos constam:

Perfil da empresa

Neg6cio, rnissao, valores, objetivos, metas, e Politica de Seguran9a, Saude, Meio

ambiente e da Qualidade

Processos de gestao ambiental

Avalia91io do desempenho ambiental

Oportunidades de melhoria

A comunica~o e realizada por meio do jomal intemo, boletins em quadro de avisos,

reunioes, treinamentos, correio eletronico, site na internet, jomal do sindicato da categoria e

outras publicay(ies, relat6rios tecnicos, rela91io da empresa em situayOes emergenciais

(imagem externa).

Em todos os veiculos automotivos constam o endere90 eletronico da empresa.

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4.5.4 Documenta\!io do SGA

A empresa estabelece e mantem informa<;:oes fisicas e eletronicas para:

Descrever os principais elementos do SGA e intera<;:ao entre eles.

Fomecer orienta<;:ao sobre a documenta<;:iio relacionada.

Os documentos do SGA sao (V ALNI,2003):

Ill

• Manual do Sistema de Gestiio Ambiental (Manual Ambiental): documento de nivel

estrategico e abrangencia corporativa que fornece a politica, objetivos, metas

ambientais e demais diretrizes de alto nivel.

• Procedimentos: documentos que demonstram como sao realizadas as atividades

relacionadas ao SGA da empresa.

• Instru<;:Oes de Trabalho: documentos que detalham as atividades relacionadas ao SGA

daempresa

• Registros: docurnentos de qualquer natureza, relevantes para a comprova<yao da efetiva

implementa<;:ao do SGA.

A maioria dos documentos do SGA sao comuns aos outros sistemas de gestiio, como o da

qualidade, seguran<ya e saude.

4.5.5 Controle de documentos

Foram estabelecidos procedimentos documentados para controlar todos os documentos e

dados que digam respeito a NBR ISO 14001.

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112

Os principals itens desse controle sao:

Padronizar os documentos do SGA com os outros sistemas de gestao.

Assegurar que os documentos e dados atualizados estejam sempre disponiveis onde

forem necessarios.

Assegurar a remoc;:ao e identificac;:1io dos documentos nao va.Jidos e/ou obsoletos de

todos os pontos de emissao ou uso.

Todos os documentos do SGA sao identificados e codificados com o logotipo da empresa,

departamento, nfunero do documento, nfunero de revisao e data. Sao controladas as c6pias

do manual do SGA, procedimentos e instruc;:ao de trabalho.

Os documentos sao periodicamente revisados e aprovados por pessoal autorizado. Os

documentos externos sao arquivados e controlados conforme procedirnento de controle de

documentos externos do departamento juridico, inclusive requisitos

regulamentares/estatutarios.

4.5.6 Controle operacional

Juntarnente com os departamentos envolvidos, identificaram-se as operay5es e atividades

associadas aos aspectos arnbientais significativos identificados de acordo com a politica,

objetivos e metas da empresa, como:

Atividades de gestao diana (tluxo metab6lico) para assegurar conformidades com

requisitos internos e externos da empresa e garantir sua eficiencia e eficacia.

Atividades de gestao estrategica destinadas a antecipar e atender a novos requisitos

ambientais.

Atividades destinadas a prevenir a poluic;:1io e conservac;:ao em novos projetos, modificay5es

de processos e gestao de recursos, novas embalagens, transporte e manuseio de produtos

perigosos.

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113

Estas atividades foram planejadas, de forma a assegurar que sejam executadas sob

condiy()es especificas atraves de procedimentos de controle operacional documentados.

Com rela9iio ao fluxo metabolico da empresa, os itens da lista de verifica9iio da avalia9iio

inicial que niio eram atendidos, estiio sendo implantados desde novembro de 200 l.A

maioria dos itens fazem parte dos programas de gestiio ambiental (item 4.4.4) que passaram

a ser monitorados a partir de maryo de 2003.

4.5.6.1 Fluxos de entrada

Para o departamento operacional, que consome mais energia (oleo diesel), a empresa

substituiu o abastecimento intemo por abastecimento extemo. Ela assinou contrato de tres

anos com a Cia. de Petr6leo Ipiranga, utilizando o controle de telefrotas (CTF)

gratuitamente em troca de abastecimentos na rede de postos da distribuidora.

0 CTF consiste na instala9iio de um dispositivo no tanque de combustive! do veiculo que

identifica a bomba do posto e o veiculo, e informa diariamente via internet a quantidade de

combustive! abastecido, a quilometragem do veiculo, a media kmll, a distiincia perconida,

o valor por litro, o total a pagar e em que posto foi abastecido (programa ambiental nfunero

1, ayiio 1.5).

Para o departamento de manutenyiio, que consume mais agua, a empresa terceirizou a

lavagem dos veiculos, mediante avalia9iio do prestador de servi9os de acordo com a

legisla9iio ambiental (programas de nfuneros 7 e 15)

0 departamento de compras, que ja avaliava seus fomecedores e prestadores de serviyos,

passou a assegurar atraves de contrato a responsabilidade ambiental deles. Tambem

estabeleceu contrato de disposi9iio de residuos com os fomecedores de pneus, oleo

lubrificante, filtros, baterias e liimpadas fluorescentes, exigindo apresenta9iio da licen9a

ambiental (programa nfunero 2).

Com relayao a materials:

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114

As substancias perigosas, alem de serem identificadas e mantidas em recipientes

apropriados, passaram a ter acesso restrito ( programa nW:nero 5, ayao 5.1 ).

A renovayao da frota e de empilhadeiras passou a ter criterio ambiental (reduyao de

consumo de energia e de ernissiio de poluentes, conforme legislayiio ambiental -

programa nfunero 1, ayiio 1.3).

Para os veiculos que nao possuem catalisadores, foi elaborado um programa de

aquisiyiio ( programa nW:nero 1, ayiio 1.5).

A agua de lavagem de veiculos e tratada pela empresa prestadora de serviyOS

contratada, que possui um plano de reciclagem de agua ( programa nfunero 7) ..

A empresa esta estudando com seus fomecedores, a possibilidade de aquisiyiio de

produtos e equipamentos reciclados ou que possam ser reciclados.

4.5.6.2 Opera~iio

Com o abastecimento externo da frota e a implantayao do CTF , a distribuidora procura

garantir a qualidade do produto e a melhoria no monitoramento do consumo da frota, que

passou de manual para automatico (programa nW:nero 1, ay(ies 1.2 e 1.5). Sao realizadas

anualmente inspey(ies nos postos de serviyos da distribuidora para verificar as instalay(ies e

a manutenyao dos tanques de combustive! (programa nfunero 1 0).

0 projeto Economizar (CNT e PETROBRAS, 2001) foi implantado, sendo realizados testes

a cada tres meses para verificar ernissiio de fumaya preta dos veiculos. Os resultados dos

testes sao analisados criticamente pelos gerentes de manutenyiio, de operayoes e ambiental,

e os veiculos reprovados sao encaminhados para manutenyiio corretiva em oficinas

autorizadas pela Cetesb ( programa nW:nero 1, ayao 1.1.

A empresa esta utilizando embalagens padronizadas e retomaveis. Alem disso, fez uma

programayiio de aquisi9iio de paletes reciclaveis (programa nW:nero 11 ).

Foi elaborado um plano de treinamento de acordo com a NBR ISO 10015 (programa

nfunero 1, ayiio 1.4; programa nW:nero 5, a9iio 5.1; programa 13, ayao 13.2; programa 14 e

programa 15, a9iio 15.2)

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ll5

Com rela~tiio ao nivel de rnidos de empilhadeiras, veiculos, maquinas e outros

equipamentos, foi realizada a medil(iio de rnidos. Todos equipamentos estavam dentro dos

limites da legisla9iio. A redu9iio de rnidos sera obtida com a manuten9iio preventiva e

substituil(iio dos equipamentos de acordo como programa ambiental n1lmero 1, a9oes 1.1,

1.3 e 1.5.

As atividades de transportes e armazenagem sao realizadas de acordo com o regulamento

para o transporte rodoviano de carga de produtos perigosos (Anexo C - Tabela 3C e

programa n1lmero 5, a9iio 5.1).

Foi contratada urna empresa especializada em atendimento a acidentes ambientais, para

elaborar em conjunto o Plano de Atendimento as Emerg~cias, e prestal(iio de atendimento

emergencial em caso de acidentes ambientais (programa n1lmero 5, al(iio 5.3).

A empresa implantou procedimentos para o manuseio, transporte e reciclagem/disposi9iio

de residuos por terceiros (oleo lubrificante usado, filtros, esgotamento sanitario, residuos

de lavagens , residuos de tintas e solventes, baterias e pneus- programas n1lmeros 3, 4, 6,

7 e 12).

Foi estabelecido e implantado urn procedimento para manuten9iio de equipamentos de

calibra9ao e combate a in~dio ( programa n1lmero 9).

A empresa adotou urn programa de uso racional de energia eletrica, para substituil(iio de

lampadas e sistemas eficientes de energia ( programa n1lmero 15, ay(ies 15.1 e 15.3).

A roteiriza~tiio para otimizal(iio da frota passou de manual para informatizada, buscando

reduzir o consurno de combustiveis, evitar congestionamento e polui9ao atmosfenca

(programa n1lmero 1, al(iio 1.5).

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A empresa implantou a politica dos 3Rs ( reduzir, reutilizar e reciclar), com coleta seletiva

de lixo, doando ils cooperativas de reciclagem, que colaboram com entidades assistenciais

(programa niimero 13).

Com o controle operacional, a empresa procura garantir que cada atividade com impacto

ambiental significativo possua procedimento ou instruc;ao de trabalho, com pessoal

devidamente treinado e executando o que foi estabelecido, incluindo serviyos terceirizados.

4.5.6.3 Fluxos de saida

Com relayao a vendas e marketing, a empresa procura informar aos seus clientes sobre os

beneficios ambientais de seus serviyos e procura firmar com eles parcerias na utilizac;ao de

embalagens retormiveis e paletes recichiveis( programa nillnero 11).

No site da internet, video e CD-ROM institucionais, a ernpresa esta divulgando seu

sistema de gestao ambiental (programa nillnero 14).

Com relayao a residuos e ernissoes, a empresa estabeleceu urn procedimento de controle de

gerac;ao de residuos e ernissoes de acordo com as normas e legisla<;:ao ambientais.

(programas nillneros 1,2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 12, 11 e 13 ).

Este procedimento consiste em:

Identificar as ernissoes e seus niveis atuais (rnido, vibrayi'ies, gases, particulas

poluidoras, odores ).

Identificar as procedencias dessas ernissoes, observando os processos especificos que as

produzern.

Identificar e classificar as conseqiiencias de cada ernissao para a saude e o meio

ambiente.

Observar os controles de ernissao existentes para cada descarga, indicando as

inadequayi'ies e o grau de cumprimento legal.

Priorizar as atuais ernissoes e as medidas de controle que precisam ser alteradas.

Investigar alternativas para reduzir ou eliminar residuos e ernissoes, e consultar 6rgaos

ambientais.

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Classificar cada alternativa de acordo corn os resultados, a facilidade de implementa<;:ao

e o custo financeiro.

Selecionar as alternativas a serem implementadas (as que sao mais urgentes na lista de

prioridades, seguidas por aquelas que geram resultados ou custam menos).

Analisar e classificar os residuos liqiiidos, solidos e pastosos, de acordo com a sua

caracterizayao em classe I (perigosos ), II (nao inertes) ou III (inertes ), conforme

legisla<;:ao.

Efetuar a reciclagem/ disposi<;:ao de residuos de funilaria e pintura de veiculos, oleo

lubrificante usado, pneus usados, lilmpadas fluorescentes queimadas e baterias usadas

(de veiculos, celular, computador) , em conformidade com a legisla<;:ao ambiental

Negociar com OS fornecedores de pneus, baterias, lilmpadas fluorescentes, oleos

lubrificantes, a coleta, o transporte, a armazenagem, a prevenyao de acidentes e a

destinayao final dos residuos ou a reciclagem, de acordo com a legisla<;:ao, incluindo

nos contratos informayiies completas das caracteristicas de seus produtos e

responsabilidade ambiental pelo seu destino.

Solicitar anaJise periodica da agua tratada, utilizada para lavagens de veiculos.

Reciclar as embalagens sem condiyiies de uso.

Planejar a substitui<;:ao e descarte do para-raios radioativo, conforme legisla<;:ao

4.5.6.4 Finan~as, recursos humanos e outras estruturas de apoio

0 meio ambiente passou a fazer parte do sistema global da empresa e criterios ambientais

passaram a orientar os investimentos (se o projeto vai proteger o meio ambiente e tambem

aumentar os lucros) .

Os investimentos ambientais sao realizados de acordo com o cronograma dos programas

ambientais (item 4.4.4).

Com rela<;:ao a condiyiies de trabalho:

A empresa substituiu parte do telhado da area de armazenagem por telhas transparentes

para aumentar a ilumina<;:ao natural ( programa nUm.ero 15).

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0 sistema de alannes passou a ser automatico, e a empresa esta implantando

monitorac;:lio automatica de emergencia (programa 5, ac;:lio 5.2).

A empresa implantou urn plano de atendimento emergencial e treinamento de

funcionanos ( programa nfunero 5)

Em maryo de 2004, a empresa estava estudando a implantac;:lio do sistema de

emergencia de drenagem e captac;:lio para conter o transbordamento de efluentes, em

caso de acidentes.

Com relac;:lio ao treinamento, foi implantado o plano de treinamento integrado dos sistemas

ambiental, seguranc;:a, sallde ocupacional e qualidade, conforme item 4.5.2 (programa

nfunero 1, ac;:lio 1.4; programa nfunero 5, ac;:lio 5.1; programa nUm.ero 13, ac;:lio 13.2;

programa nfunero 14 e programa nfunero 15, ac;:lio 15.2).

4.5. 7 PreparafY!iO e atendimento a emergencias

Foram estabelecidos procedimentos para identificar o potencial e atender a acidentes e

situay5es de emergencia, bern como prevenir e rnitigar os impactos ambientais que possam

estar associados a elas.

Os procedimentos slio analisados e revisados onde e quando necessanos, principalmente

ap6s ocorrencia de acidentes ou situac;:oes de emergencia.

0 Plano de atendimento emergencial da empresa atende ao descrito na NBR 14064-

Atendimento a emergencia no transporte terrestre de produtos perigosos (ABNT,2003),

especialmente as condiy5es de atribuiy5es. 0 plano foi elaborado, em setembro de 2003,

pelos gerentes de operay5es, manutenylio e ambiental, e por tecnicos da empresa contratada

para atendimento emergencial .

Os objetivos do plano (SOS COTEC e V ALNI, 2003):

orientar pessoas e equipes responsaveis pelo atendimento a emergencias, definindo as

primeiras ay5es a serem adotadas, e os recursos humanos e materiais disponiveis.

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estabelecer procedimentos tecnicos e administrativos, com base em legislac,:oes e

normas brasileiras, contemplando todas as fases de manuseio e de transporte em

acidentes que eventualmente possam ocorrer.

0 planejamento de resposta a emergencias envolve fases distintas que devem ser

periodicamente testadas, avaliadas e aprimoradas. Estas fases sao:

a) Ac,:Oes de emergencia

Produtos manipulados/transportados

Procedimentos basicos e gerais da classe de risco dos produtos manipulados

Procedimentos em caso de emergencias: procedimentos para descontaminac,:lio de

pessoas e EPis, procedimentos em casos de pessoas contaminadas - primeiros

socorros.

Desencadeamento de ac,:Oes de controle de emergencia: procedimentos de

aproximac,:lio para equipes, combate, sinalizac,:lio, isolamento, desocupac,:lio da area,

contato com a midia.

Procedimentos p6s-emergenciais: avaliac,:lio das conseqiiencias, recuperac,:lio de

areas impactadas.

Analise do acidente: reunilio de avaliac,:lio, apurac,:lio das causas.

Aspectos operacionais de seguranc,:a.

b) Atribuic,:Oes

Coordenador do plano: gerente operacional

Equipes de apoio na empresa: gerentes ambiental, de manutenc,:lio, de seguranc,:a e

saud e.

Equipe de atendimento emergencial da empresa contratada: engenheiros, tecnicos

de seguranc,:a, quimicos, bombeiros, ge6logos, administradores e outros

profissionais treinados.

Equipe de tecnicos do fabricante e/ou do remetente e/ou do destinatario do produto.

Responsavel tecnico da equipe de emergencia.

Central de atendimento 24 h

Orglios operacionais

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Defesa civil

- 6rgao ambiental

DNER- Departamento Nacional de Estradas de Rodagem e concessiom\rias

Corpo de bombeiros

Policia rodovi8ria

Prefeitura Municipal

Departamento de agua e saneamento basico.

120

Orgaos de apoio: ABIQUIM e outras entidades que possam colaborar no

atendimento as emergencias.

c) Formas de acionamento

Fluxograma de acionamento

Plano de auxilio mutuo da empresa contratada

Bases operacionais da empresa contratada

d) Manuten<;ao do plano

Integra<;ao com outros planos e entidades

Divulga<;ao do plano

Procedimentos de atualizayao

Treinamentos

0 plano contem criterios de controle para minimizar as conseqiiencias, abordando as

seguintes fases: acionamento, avalia<;ao, medidas de controle, ay()es de recupera<;ao do

meio ambiente.

4.6 V erifica.;iio e a.;iio corretiva

4.6.1 Monitoramento e medil;iio

Foram estabelecidos procedimentos para monitorar e medir periodicamente as

caracteristicas principais das operay()es e atividades da empresa que possam ter urn impacto

significativo sobre o meio ambiente.

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Os procedimentos incluem o registro de informa<;:Oes operacionais pertinentes e a

verifica9ao da conformidade com os objetivos e metas ambientais da empresa (item 4.4.3).

Os equipamentos de monitoramento sao calibrados e mantidos e os registros desse processo

sao retidos segundo procedimentos descritos. Os indicadores ambientais da empresa estao

descritos na tabela 14 (item 4.4.3).

Sao estabelecidos e mantidos procedimentos documentados para avalia9ao peri6dica do

atendimento a legisla9ao e regulamentos ambientais pertinentes.

4.6.2 Nao-conformidade e a9oes corretivas e preventivas

Foram estabelecidos procedimentos para definir responsabilidades e autoridade para tratar

e investigar as nao-conformidades, adotando medidas para mitigar quaisquer impactos e

verificar a eficacia das a<;:Oes corretivas e preventivas.

A empresa implementa e registra quaisquer mudan9as nos procedimentos documentados,

resultantes de a<;:(\es corretivas e preventivas.

As a<;:Oes corretivas e preventivas sao resultantes de constata<;:Oes, conclusoes e

recomenda9oes de medi<;:Oes, monitoramento, auditorias e ana!ises criticas do SGA. 0 R.A

deve assegurar que tais a<;:(\es sejam implementadas e ter urn acompanhamento sistematico

para assegurar sua eficacia.

Urn exemplo de a91io preventiva: na primeira auditoria intema, constatou-se a existencia de

diversos pontos de descarte sem cobertura e identifica91io. Os materials descartados

estavam misturados, os filtros de 6leo poderiam contaminar o solo em periodos de chuvas

por estarem descobertos. Foi aberto uma a9ao preventiva solicitando uma area coberta para

area de descarte com identifica9iio.

Urn exemplo de a9ao corretiva: na primeira auditoria intema, constatou-se uma nao­

conformidade na area para descarte de filtro de oleo. Os filtros usados, contendo residuos

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de oleo, estavam colocados junto com as embalagens de papeHio do filtro novo,

ocasionando a contaminayao das embalagens. Outra nao-conformidade refere-se ao

descarte de pneus usados que estavam armazenados sem cobertura e com agua acumulada

em seu interior, causando prolifera<;ao de insetos. Foi aberta uma a<;ao corretiva, solicitando

estabelecimento de procedimento e treinamento de separa<;ao do filtro de oleo usado da

embalagem nova de papelao, para evitar contarninayao desnecessaria, e da necessidade de

furar OS pneus usados para evitar acfunulo de agua e proJifera<;ao de insetos.

4.6.3 Registros

Foram estabelecidos procedimentos para identifica<;ao, manuten<;ao e descarte de registros

ambientais. Estes registros incluem treinamentos, resultados de auditorias, indicadores

ambientais, atas de analise critica, requisitos legals e regulamentares, licen<;as, aspectos

ambientais e seus impactos associados, inforrna90es sobre produtos e serviyos.

Os registros ambientais sao legiveis e identificaveis, permitindo rastrear as atividades,

produtos e serviyos envolvidos.

Os registros sao arquivados e mantidos para permitir pronta recupera<;ao, sendo protegidos

contra avarias, deteriora<;ao ou perda. 0 periodo de retenyao e descrito em procedimento.

A empresa identifica, coleta, indexa, arquiva, armazena, faz manuten<;ao, recuperayao,

reten<;ao e destruiyao de documentos e registros do SGA.

4.6.4 Auditoria do sistema de gestio ambiental

Foram estabelecidos procedimentos e urn programa para auditorias periodicas do SGA,

para determinar se esta em conformidade com as disposi90es planejadas para a gestao

ambiental, de acordo com os requisitos da norma NBR ISO 14001, e se o SGA foi

devidamente implementado e tern sido mantido, alem de fomecer a diretoria inforrna90es

dos resultados das auditorias.

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0 procedimento de auditoria e o criteno para sele9iio de auditores intemos foram baseados

na NBR ISO 19011 (ABNT,2002).

A figura 11 ilustra o fluxo do processo de gestiio do programa de auditoria utilizado pela

empresa.

Autoridade para o programa de auditoria

• Estabelecendo o programa de auditoria

• objetivos e metas

• responsabilidades

• recursos • procedimentos

Implementando o programa de auditoria Competencia e avalia9iio de auditores

• programando a auditoria

• avaliando auditores

• selecionando equipe de auditores Melhorando o • dirigindo atividades de auditoria ~

programa de auditoria • mantendo registros

Monitorando e analisando criticamente o programa de auditoria

• monitorando e analisando

• identificando necessidades de a9oes corretivas e preventivas

• identificando oportunidades de melhorias

Figura 11 - Fluxo do processo de gestiio de urn programa de auditoria Fonte: ABNT (2002)

Atividades de auditoria

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0 programa de auditoria e elaborado pelo R.A e aprovado pela diretoria. Todos os

requisitos seriio auditados a cada seis meses, a partir de marc;:o de 2004, pelos auditores

intemos e extemos e, a cada tres meses, por auditorias intermediarias, com base no grau de

importancia ambiental da atividade envolvida e nos resultados de auditorias anteriores,

apresentados na Ultima reuniao de analise critica.

A figura 12 ilustra as atividades de auditoria utilizadas pela empresa.

Fontes de infoilllll9oes ( entrevistas, observaviio de atividades e

analise critica de documentos)

+ Coletando infoilllll9oes por

amostragem apropriada e verificando

I Evidencias da auditoria

Avaliando contra o criterio da auditoria

I Constata9oes da auditoria

Analisando criticamente

Conclus3es da auditoria

Figura 12 - Visao geral do processo de auditoria Fonte: ABNT (2002)

Os auditores intemos devem possuir, no mfnimo, ensino medio, formavao de auditores

intemos do SGA e serem funcionarios da empresa ha, no mfnimo, 2 anos. Devem ainda

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participar como ouvintes em uma auditoria ambiental e em urn curso de reciclagem a cada

dois anos.

4. 7 Analise critica pela administra~iio

A alta administra~o da empresa (diretoria, R.A e gerentes) analisa criticamente o SGA

periodicamente, para assegurar a sua conveniente adequa91io e eficacia continua. 0

processo de analise critica assegura que as informa9oes necessanas sao coletadas de modo

a permitir a administra~o proceder a esta avalia~o. A analise critica e documentada em

ata.

A cada tres meses, a reuniiio de analise critica aborda a necessidade eventual de alterayiies

na politica, objetivos, metas e outros elementos do SGA a luz de auditorias internas e

exteruas, da mudanya das circunstfulcias (legisla91io, acidentes ambientais, avanyos

cientificos e tecnologicos, requisitos da parte interessada) e do comprometimento com a

melhoria continua.

As reunioes de analise critica analisam os sistemas integrados de gestiio da empresa, e na

reuniao de setembro de 2001, foi apresentada a diretoria a proposta de implantayiio do

SGA. Sua aprova91io foi registrada na ata daquela reuniiio. As fases de implanta91io do SGA

e resultados parciais obtidos foram analisados criticamente nas reunioes subseqiientes.

Nas reunioes de analise critica a empresa identifica as oportunidades para melhoria do SGA

que conduzam a melhoria do desempenho ambiental, comparando os resultados com os

objetivos e metas, e suas relayiies com os objetivos economicos da empresa (vendas, custos

e lucros).

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5. RESULTADOS

No periodo de abril a maio de 2002, foi realizada a avalia9ao ambiental inicial, tendo como

base o fluxograma metab61ico da Gestao Ecol6gica. A partir deste diagn6stico inicial, foi

feita a implantayao do Sistema de Gestao Ambiental baseado nos requisitos da NBR ISO

14001.

0 periodo de implantayao foi de novembro de 2001, com o comprometimento da alta

administrayiio, ate junho de 2004, com a analise critica pela administrayao, realizada ap6s a

primeira auditoria interna.

A seguir seriio analisados os resultados das etapas:

• Avaliayao ambiental inicial

• lmplantayao do SGA

5.1 Avalia9iio Ambiental Inicial

A norma NBR ISO 14001 recomenda a realizayao da avaliayao ambiental inicial e a NBR

ISO 14004 apresenta como ajuda pnitica a utilizayao de listas de verificayao, mas nao sao

apresentados detalhes sobre como proceder. Por esta razao, este trabalho utilizou o Guia de

auditoria ecol6gica e neg6cios sustentaveis, voltado para a indUstria ( os fluxos de entrada

sao materias-primas, energia eh~trica e agua, a operayao e a transformayao ou

processamento, os fluxos de saida sao as emissoes atmosfericas, efluentes e residuos de

produyao e embalagens).

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As listas de verificayao do fluxo metab6lico da organiza9ao viva foram adaptadas para as

particularidades dos prestadores de serviyos logisticos do transporte rodoviario de carga, e

especificamente para a empresa do estudo de caso: os fluxos de entrada sao materials de

consumo e manuten9ao, as mercadorias armazenadas sao as de clientes, a malor fonte de

energia consumida e de combustive! fossil, a opera9ao e de transporte, armazenagem e

informayao, e os fluxos de salda sao as emissoes de ruidos e de fuma9a preta pelo

escapamento dos veiculos, os residuos sao de materials de consumo e manutenyiio.

Nos fluxos de entrada, forarn avaliados os processos de compras de materials, estocagem

intema, armazenagem de mercadorias de clientes, manuten\)ao de veiculos, contrata9ao de

serviyos de reciclagem e disposiyao final de residuos, aquisiyiio de veiculos, equipamentos

e embalagens. Forarn identificados os departamentos que consomem mals energia e agua.

V erificou-se que a utiliza\)ao de recursos naturals nao era monitorada adequadamente, nao

havia programayiio de compra de catalisadores para os veiculos mals antigos, e nao

existiam contratos de compras, de prestayiio de serviyos e de disposi9ao de residuos

assegurando a responsabilidade ambiental, de seguran9a do trabalho e saude ocupacional

dos fomecedores.

No fluxo de opera9iio, foram avaliados: transporte e distribuiyiio, armazenagem,

informayiio, treinamento, seguran9a e saude ocupacional. V erificou-se que nao existia

preocupayiio com a redu9ao de ruidos, com a utiliza\)ao de embalagens

retornaveis/reciclaveis e com a politica dos 3 Rs (reduzir, rentilizar e reciclar).

Nos fluxos de saida, forarn avaliados os processos de vendas e marketing, e o

gerenciamento de residuos e emissoes no transporte e movimenta9ao, na manutenyao de

veiculos, na contrata9iio de serviyos de reciclagem e disposiyiio final de residuos.

Verificou-se que apenas as ernissoes atmosft\ricas dos veiculos eram monitoradas de acordo

com a legisla9ao e nao existia urn plano de controle de gera9ao de residuos e ernissoes.

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Em f"man~as, recursos humanos e outras estruturas de apoio, foram avaliados a politica

de investimentos, condiyaes de trabalho e treinamentos. Verificou-se que praticamente nao

existia politica de investimentos ambientais e monitora9ao automatica de emergencias. A

empresa possuia todas as licen9as e certidoes exigidas pelos 6rgaos ambientais, mas nao

havia urn levantamento detalhado da legislavi[o ambiental federal, estadual e municipal. 0

treinamento estava adequado.

De acordo como Council of Logistics Management- CLM (1993), a empresa encontrava­

se na fase reativa em relayiio ao meio ambiente, caracterizada pelo cumprimento da

legislavao e adequayiio as pressoes dos clientes, revelando uma visao introspectiva que nao

incluia os impactos ambientais de suas atividades ou processos em sua gestao estrategica.

Esta avaliavi[o ambiental inicial permitiu a empresa conhecer seu posicionamento em

rela9ao ao meio ambiente e dar sequencia na implantavi[o do SGA.

5.2 Implanta~io do Sistema de Gestio Ambiental

A partir da avalia9ao ambiental inicial, a alta administravi[o da empresa optou pela

implantavi[o do SGA, iniciando com o estabelecimento da documentavao e controle de

documentos do SGA, estrutura e responsabilidades, comunica9ao, treinamentos,

conscientizayao eco16gica e levantamento dos requisitos legais.

As maiores dificuldades ocorreram no levantamento da legislavao ambiental federal,

estadual e municipal. 0 levantamento da legislavao municipal foi o mais demorado, por

necessitar da legislavao em todas as rotas municipais da empresa.

Ap6s a obten9ao dos requisitos legais, foram estabelecidos procedimentos para identificar

os aspectos ambientais e impactos significativos da empresa, levando em considera9ao a

avalia9ao ambiental inicial.

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Com base no levantamento dos requisitos legais e na identifica9ao dos aspectos ambientais

e impactos significativos, em reuniao de analise critica pela alta administra9ao, foram

estabelecidos os objetivos e metas ambientais nas atividades da empresa.

Para atingir esses objetivos e metas foram estabelecidos e mantidos programas de gestao

ambiental, determinando-se prazo, responsavel e meios.

A politica ambiental da empresa foi definida na mesma reuniiio de analise critica pela alta

administra9iio, ap6s o planejamento (aspectos ambientais, requisitos legais, objetivos e

metas, programas de gestao ambiental), sendo apropriada a natureza da empresa e aos seus

aspectos e impactos ambientais significativos.

A partir do estabelecimento dos programas ambientais, em maryo de 2003, den-se inicio ao

controle operacional, monitoramento e medi9iio, aos registros, a investigayiio das niio­

conformidades, a adoyiio de ay(ies corretivas e preventivas e auditorias intemas para

verificar se o SGA foi implantado e mantido de acordo com o estabelecido e com os

requisitos da NBR ISO 14001.

Ap6s a primeira auditoria intema do SGA, em maryo de 2004, rea!izou-se a reuniao de

analise critica pela alta administra9iio em junho de 2004, quando constatou-se que o sistema

de gestao ambiental estava implantado, mas o prazo de urn ano estipulado para todos os

programas ambientais precisou ser revisado.

Como a empresa ja tinha experiencia com o sistema de gestiio da qualidade, acreditou-se

que o sistema de gestao ambiental tivesse o mesmo grau de complexidade. Mas a

implanta9iio do sistema de gestao ambiental foi bern mais complexa:

• por exigir conscientiza9iio ecol6gica do pessoal envolvido, inclusive clientes e

fomecedores;

• por serem quinze programas ambientais e os responsaveis eram praticamente os

mesmos. 0 gerente de Compras e Manuten9iio era responsavel por catorze programas, o

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gerente de RH era responsiivel por urn programa e co-responsavel por quatro programas

e o gerente de operayi'ies era co-responsavel por dois programas.

• Por exigir altos investimentos em alguns programas, como renova<;iio da frota e

instala<;iio de novas tecnologias.

Por estas razoes, os prazos dos programas de gestiio ambiental (item 4.4.4) foram revisados.

Os programas de alta importancia continuaram com o prazo de urn ano, os de media

importancia tiveram o prazo aurnentado para dois anos e os de razoavel importancia para

tres anos.

Assim, os programas de alto grau de importancia (Relevancia = 15 e 14) foram

considerados implantados para efeito de monitoramento e medi<;iio, e os demais foram

considerados em fase de implantayiio.

Os programas considerados implantados foram (V ALNI, 2004):

1. Manutenyiio de veiculos para redu<;iio de ernissiio de poluentes e ruidos e controle de

consurno combustiveis (Autofiscaliza<;iio e correta manuten<;iio da frota e inspe<;iio e

manuten<;iio de veiculos em uso)

1.1 Regulagem do motor, igniyiio, sistema de inje<;iio, do escapamento, limpeza do

tanque de combustive!.

1.2 Aquisiyiio de combustive! de boa qualidade

2. Gerenciamento de residuos

Contrata<;iio de empresas licenciadas para manuseio, transporte, reciclagem ou

disposiyiio de residuos

3. Reciclagem de pneus usados

4. Reciclagem de lfunpadas fluorescentes, baterias automotivas e de equipamentos de

comunica<;iio e informatica

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Alguns programas de medio e razoavel grau de importiincia ja estavam bern adiantados, por

facilidade de imp!antas:ao, inclusive com valores para os indicadores (estes programas

foram considerados implantados neste trabalho ):

1. Manutens:ao de veiculos para reduyao de emissao de poluentes e ruidos e controle de

consume de combustiveis

1.3 Renovas:ao da frota: veiculos com catalisadores

1.4 Treinamento de dires:ao econornica para motoristas

1.5 Investimentos em novas tecnologias

5. Gerenciamento de riscos ambientais (todas as ayi)es)

6. Reciclagem de 6leo lubrificante usado e outros fluidos automotivos

13. Gerenciamento de coleta seletiva de lixo (todas as ayi)es)

14. Comprometimento ambiental da alta adrninistrayiio e do pessoal

15. Gerenciamento de consume de agua e energia eletrica

15.2 Conscientizayao do pessoal para econornia de energia elemcalagua

Os demais programas e ayi)es estavam em fase de implantayao.

5.2.1 Desempenho ambiental

A partir dos programas ambientais considerados implantados, obtiveram-se os seguintes

resultados, apresentados na tabela 18:

OBJETIVOS MET AS INDICADORES l.TRANSPORTES E ARMAZENAGEM (Operas:ao e fluxo de entrada) 1.1 Controlar eruissao de 900/o dos veiculos com 98% de veiculos com poluentes atmosfencos em emissao de fumas:a preta S2 emissao de fumas:a preta S2 veiculos da escala Ringelmann da escala Ringelmann 1.2 Controlar eruissao de 90% dos veiculos com 97% de veiculos com ruidos em veiculos emissao de ruidos s 84 emissao de ruidos S84 dB

decibeis 1.3 Prevenir acidentes com Zero acidente Zero acidente/ano produtos perigosos 1.4 Reduzir consume de Redus:ao de 5% de Redus:ao de 8% no consume combustiveis combustive! em relas:ao ao de combustive! em relas:ao

ano anterior ao ano anterior Tabela 18- Indrcadores de desempenho ambrental

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OBJETIVOS IMETAS INDICADORES 2. INFORMACAO (Fluxo de saida) 2.1 Dispor para reciclagem Disposiyao de 90% por ano 98% de baterias enviadas baterias de equipamentos de para reciclagem comunicacao e informatica 3. MANUTENCAO (Opera~iio) 3.1 Dispor para reciclagem Disposiyiio de 90% por ano 92% enviado para reciclagem pneus, baterias automotivas, e lfunpadas fluorescentes 3.2 Dispor para reciclagem o Disposiyiio de 90% por ano 96% de litros de fluidos oleo lubrificante usado e enviados para reciclagem outros fluidos automotivos 3.5 Controlar manutenyiio 90% dos veiculos com 98% de veiculos com preventiva dos veiculos manutenyiio preventiva manutenyiio preventiva

realizada realizada 3.8 Coletar o lixo 90% do lixo efetuado por 95% do lixo coletado

coleta seletiva 4. COMPRAS (Fluxo de entrada) 4.1 Adquirir veiculos com 100% dos veiculos 100% de veiculos adquiridos catalisadores adquiridos com catalisadores com catalisadores 4.2 Adquirir placas de 100% dos veiculos 100% de veiculos envolvidos sinalizayao e kit de envolvidos equipados com equipados com placas de emergencia para o transp. De p1acas de sinalizayiio e kit de sinalizayao e kit de produtos perigosos emergencia emergencia 4.4 Contratar empresas 100% das empresas de 100% de empresas especializadas e licenciadas reciclagem ou disposiyao contratadas de reciclagem/ para manuseio, transporte, final sao especializadas, disposiyiio final contratadas reciclagem ou disposiyiio licenciadas e contratadas final de residues e de atendfmento emergencial ADMINISTRACAO (F1uxo de entrada e Finanyas, recursos humanos e outras estruturas de apoio) 5.1 Reduzir o consume de Reduyiio de 5% em relayiio energia eletrica ao ano anterior 5.2 Reduzir o consumo de Reduyiio de 5% em relayiio agua ao ano anterior 5.3 Fomecer treinamento 100% do pessoal envolvido ambiental do pessoal treinado Tabela 18 -lndicadores de desempenho ambtental Fonte: V ALNI (2004)

Reduyiio de 5% em relayiio ano anterior Reduyiio de 6% em re!ayiio ao ano anterior 100% do pessoal envolvido treinado

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5.2.2 Custos de implanta~iio

Com rela<;iio aos custos de implanta<;iio dos programas ambientais, foram considerados

apenas os custos relativos a gestao ambiental, excluindo os custos operacionais basicos do

transporte (custos de manuten<;ao, renova<(iio da frota, etc.).

• Programa 1 - Manuten<(iio de veiculos para redu<;ao de emissao de poluentes e ruidos e

controle de consumo de combustiveis:

As a<;Oes 1.1 (manuten<(iio preventiva), 1.2 (aquisi<(iio de combustive! de boa qualidade)

e 1.3 (renova<;ao da frota) constituem custos operacionais basicos do transporte. A

idade media da frota passou de 7 anos em 2001 para 4 anos em 2004, com custo

adicional zero, uma vez que a renovayao da frota faz parte dos objetivos globais da

empresa.

A<;ao 1.4 (treinamento de dire<;ao economica): custo de R$ 8.000,00

A<;iio 1.5 (investimentos em novas tecnologias): nao foi necessano investimento

adicional na renova<;ao da frota com catalisadores pelo motivo do catalisador ser urn

item de fabrica para veiculos novos, e os veiculos usados ja estavam equipados. Com

rela<(iio ao controle de telefrotas (CTF), nao houve custo, em troca da exclusividade

com a distribuidora de combustiveis.

• Programa 2 - Gerenciamento de residuos, programa 3 - Reciclagem de pneus usados,

programa 4 - Reciclagem de lampadas fluorescentes, baterias automotivas e de

equipamentos de comunica<;iio e informatica, programa 6 - Reciclagem de oleo

lubrificante usado e outros fluidos automotivos), programa 13 - Gerenciamento de

coleta seletiva de lixo: niio houve custos, em troca da parceria com as empresas

contratadas.

• Programa 5 - Gerenciamento de riscos ambientais:

A<;iio 5.1 (treinamento de pessoal envolvido ): R$ 8.000,00

A<;iio 5.2 (aquisi<(iio de placas de sinaliza<(iio, kit de emergencia e novas tecnologias):

custos operacionais basicos do transporte de produtos perigosos.

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A;;:ao 5.3 (terceirizac;ao com empresa especializada para atendimento emergencial de

acidente com produtos perigosos): R$ 3.600,00.

• Programa 14 - Comprometimento ambiental da alta administrac;iio e do pessoal

envolvido, e curso de auditores intemos ambientais: R$ 18.000,00

• Programa 15- Gerenciamento de consumo de agua e energia eletrica.

Ayiio 15.2 - Conscientizac;ao ecol6gica do pessoal para economia de energia

eletricalagua: custo incluso no programa 14.

0 custo total de implantac;ao foi de R$ 37.600,00.

5.2.3 Redu~ao de custos

A implantayiio do programa nfunero 1 reduziu o consumo de combustiveis em 8% ou

R$ 120.000,00/ano, o equivalente ao consumo mensal da frota.

0 valor de venda dos residuos para reciclagem e disposic;ao final foi abatido na compra de

produtos novos (a maioria das empresas contratadas para reciclagem siio as que vendem os

produtos), o que dificultou a apurac;ao da reduc;ao de custos (programas 2, 3, 4 e 6).

A coleta seletiva de lixo e doada a uma cooperativa de reciclagem (programa 13).

A conscientizac;ao ecol6gica do pessoal envolvido (programa 15, ac;ao 15.2) reduziu o

consumo de agua e energia eletrica em R$ 800,00/ano.

0 comprometimento da administrac;ao e do pessoal (programa 14),

desperdicios (administrativos e operacionais) no valor de R$ 2.000,00/ano.

0 total da reduyiio de custos foi de R$ 122.800,00/ano

eliminou

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5.3 An3lise dos Resultados

Ap6s dois anos do inicio da implanta91io do SGA, e ap6s urn ano do estabelecimento de

metas e objetivos, podem-se dividir os resultados em dois grupos: resultados tangiveis e

intangiveis.

Analisando os resultados tangiveis, referentes aos indicadores de desempenho ambiental,

verifica-se que todas as metas foram atingidas, permitindo considerar que o SGA

implantado e adequado e eficaz.

Comparando os resultados com objetivos e metas e suas rela9(ies com os objetivos

economicos, OS beneficios para a empresa foram :

• Melhoria da eficiencia, aurnento dos lucros e reduyiio de custos (em urn ano a redu91io

de custos foi aproximadamente tres vezes maior que o custo de implanta~tiio ), tomando

a empresa mais competitiva;

• Reduyiio de riscos de acidentes;

• Redu91io ou eliminayiio de desperdicios relacionados aos processos;

• Racionaliza~tiio e otimizayiio dos recursos naturais;

• Aproveitamento de residuos como insurnos de valor agregado para comercializa~tiio.

Os resultados intangiveis foram:

• Conhecimento e controle sobre os impactos ambientais decorrentes das atividades da

empresa;

• Conhecimento das leis, regulamentos e requisitos que se aplicam as atividades da

empresa;

• Eleva~tiio da auto-estima dos colaboradores, por trabalharem nurna orgauizayiio que

prioriza as questiies ambientais, saude hurnana e seguran9a no trabalho como parte

integrante de suas atividades;

• Melhoria da imagem da empresa e de seus servi~tos na comunidade, 6rgiio ambientais e

junto aos clientes e fomecedores;

• Estimulo ils outras empresas a implantar o SGA, com efeito catalisador.

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• 0 meio ambiente passou a fazer parte do Sistema de Gestao Integrado da empresa.

De acordo com a ata da reuniao de analise critica (V ALNI,2004), a auditoria intema

realizada em abril/04 considerou o SGA implantado de acordo com os requisitos da NBR

ISO 14001.

Ap6s o primeiro ciclo do PDCA (planejar, implementar, verificar e analisar criticamente ), a

empresa esta preparada para ser certificada pela NBR ISO 14001.

5.4 Identifica~ao de Melhorias

• Planejamento

A identifica~ao dos aspectos ambientais significativos das atividades da empresa e os

objetivos e metas podem ser melhorados, utilizando outros metodos, como o FMEA -

Failure Mode and Effects Analysis (COIMBRA,2003) ou Multiple Evaluation Criteria

(BLOCK, 1999).

Recomenda-se estipular as verbas para os programas de gestao ambiental, para que o gestor

possa aplicar adequadamente os recursos disponiveis, e evitar interrup91io dos programas.

A utilizayao do Balanced Scorecard (KAPLAN e NORTON, 2004) como metodologia para

a escolha de indicadores ambientais e de sistemas integrados de gestao pode ser objeto de

novos estudos.

• Implanta\!ao e opera~ao

A nao-implanta91io de todos os programas ambientais no prazo causou uma certa frustra9ao

do pessoai envolvido. Recomenda-se comunicar ao pessoai, sempre que tal fato ocorra, que

e normal acontecer em inicio de implantayao de sistemas e que, em se tratando do SGA,

nao se deve ter pressa.

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0 importante e que OS programas sejam implantados a Iongo prazo, dentro das

possibilidades economicas e tecnol6gicas, com comprometimento do pessoal para que se

possa atingir os objetivos e metas e satisfazer a politica ambiental. A revisao dos prazos e

metas deve ser feita na reuniao de analise critica, tal como aconteceu com a empresa, logo

ap6s a primeira auditoria intema.

Como a dificuldade para cumprimento de prazo na implantayao dos programas estava

relacionada a concentra\)iio de responsabilidade, recomenda-se compartilhar as

responsabilidades com outros gerentes.

Embora a empresa tenha controlado a emissao de poluentes e ruidos de veiculos, e

reduzido o consumo de combustiveis, recomenda-se o estudo de viabilidade economica e

ambiental de novas alternativas de combustiveis como o gas natural (GNV) para veiculos

!eves e o biodiesel para veiculos pesados e semi-pesados, menos poluentes que a gasolina e

0 oleo diesel.

• Verifica~iio e A~iio Corretiva

No primeiro ciclo do PDCA, e normal que a empresa se preocupe mais com as a\)Oes

corretivas do que com a a\)Oes preventivas. Recomenda-se dar mais aten\)iio as a\)Oes

preventivas, para que a tendencia seja de se ter menos a\)Oes corretivas.

• Amilise Critica pela Administra~iio

Pela falta de experiencia em SGA, a alta administrayao da empresa estipulou inicialmente

grande parte das metas em 90%. Recomenda-se estabelecer as novas metas mais pr6ximas

da realidade da empresa nas pr6ximas reunioes de analise critica, como oportunidades de

melhorias continuas e estimulo a novos desafios para os gestores da empresa.

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Quando todas as metas forem atingidas, recomenda-se fazer uma nova identifica91io dos

aspectos ambientais significativos, com novos metodos para definir os novos objetivos e

metas.

• Politica Ambiental

Recomenda-se revisar a politica ambiental, quando forem definidos novos objetivos e

metas.

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6. CONCLUSAO

A avaliayao ambiental inicial permitiu a empresa conhecer seu posicionamento em re!ay1io

ao meio ambiente e dar sequencia na implantayao do SGA.

Esta proposta de avalia91io pode ser utilizada por qualquer empresa prestadora de serviyos

logisticos do transporte rodoviario de carga, podendo ser feitas adaptay(ies nas listas de

verificayao do fluxo metab6lico, para que a avalia91io ambiental inicial seja apropriada 'as

suas atividades.

0 Sistema de Gest1io Ambiental proposto foi aplicado e resultou do levantamento

bibliognifico e de informay(ies disponibilizadas na empresa do estudo de caso. A partir do

SGA implantado e baseando-se nos resultados obtidos, mesmo que alguns programas

estejam em fase de implantayao, com prazos revistos, pode-se concluir que o SGA

proposto e adequado e eficaz. De acordo como CLM (1993), a empresa passou da fase

reativa para a fase pr6-ativa.

Por sua vez, a imp!anta91io do SGA foi possivel devido a aprova91io e a receptividade do

Conselho de Gest1io, que compreendeu a importancia do trabalho e que seus resultados

poderiam agregar valores positivos a empresa.

0 Guia de auditoria ecol6gica e neg6cios sustentaveis foi essencial para a implantayao do

SGA com consciencia ecol6gica. Ele fez com que a quest1io ambiental passasse a ser uma

prioridade organizacional, nao apenas para atender a ]egis]ay1iO e as exigencias dos 6rg1ios

ambientais, clientes e organismos certificadores.

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Observou-se que se as pessoas nao tiverem satisfeitas suas necessidades basi cas ( emprego,

saUde, alimentayao, habita9ao, transporte, seguran9a, lazer), dificilmente elas se envolvem

na implantayao do SGA e se preocupam com o meio ambiente.

Na empresa do estudo foi observada a preocupayao em:

• Pagar urn salario justo, acima do mercado ( a empresa e certificada como modelo pelos

sindicatos patronal e dos trabalhadores, por cumprir o dissidio coletivo e estar em dia

com os encargos socials);

• Conceder beneficios como assistl:ncia medica, vale-transporte, vale-refeiyiio, cesta

basica, seguro de vida, fomecimento de uniforme e EPis, alem de equipar seus veiculos

com dispositivos de seguran9a, rastreamento via satelite e de comunica9iio, visando a seguranya;

• Estimular todos seus funcionarios a melhorar o grau de instruyiio: motoristas e

ajudantes devem ter, no minimo o ensino fundamental completo, os demais

funcionanos ensino medio, e os de nivel de germcia ensino superior.

• Promover treinamentos de desenvolvimento profissional para todos os funcionanos,

principalmente nas areas de logistica, transporte, qualidade, saUde ocupacional,

seguranya no trabalho e meio ambiente.

Aurnentando o nivel de escolaridade e tendo suas necessidades basicas asseguradas, o meio

ambiente passa a ter prioridade na vida das pessoas.

Com relayao a saude do trabalhador, ela nao faz parte dos sistemas de gestao ambiental, por

se tratar de urn assunto relacionado a seguran9a e saUde ocupacional. Este e urn fator que

deve ser ressaltado como urna falha da norma ISO 14001, por nao envolver esse item em

seus requisitos (FREIRE, 2000). Por essa razao, hli urna tendl:ncia atual da implantayao de

sistemas integrados de qualidade, meio ambiente, saUde ocupacional e seguran9a no

trabalho, o que constitui urn assunto para outros estudos.

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Para empresas como a do estudo de caso, que trabalham com industria quimica, o

SASSMAQ do Programa Atua~o Responsavel e urna exigencia, e tambem pode ser objeto

de novos estudos, por ser urn sistema de avalia9iio de seguran9a, saUde, meio ambiente e

qualidade.

Diante dos resultados obtidos no presente trabalho, observa-se que a empresa onde foi

implantado o SGA e os prestadores de serviyos logisticos do transporte rodoviario de carga

que pretendam implantar urn SGA tern urn grande desafio para adequar as questoes

ambientais ao conceito do desenvolvimento sustentavel. Mas, se essas questoes forem

tratadas com cautela suficiente para possibilitar a empresa a ado9iio de objetivos e metas

compativeis com sua realidade financeira, tecnol6gica e hurnana, alem dos impactos que

possam ser diminuidos ou ate mesmo eliminados, os resultados da conscientiza~o

ecol6gica e ambiental aparecerao na forma de econornia do consurno de energia, redu~o de

desperdicios, adequa~o a legisla~o pertinente, melhorias na rela9iio com a comunidade e,

acima de tudo, maior competitividade.

As empresas poderiio agregar valor aos seus processos e serviyos logisticos prestados, por

meio da responsabilidade etica com a sociedade e com o meio ambiente. Dessa maneira,

estas empresas poderao elaborar suas estrategias sob o enfoque de urn novo ambiente

empresarial, obtendo retomos em reduy()es de custos operacionais, ganho de

competitividade e reforyo de imagem corporativa.

Promove-se, desta forma, a quebra de paradigmas estabelecidos ao Iongo dos anos, ao

mesmo tempo em que se direciona para o caminho da responsabilidade empresarial e do

desenvolvimento sustentavel, que aponta urn cenano no qual os resultados e beneficios

obtidos sao compartilhados pelas pr6prias empresas, pelo conjunto de parceiros envolvidos

em seus neg6cios, pelas comunidades onde atuam e pela sociedade onde estiio inseridas.

Acredita-se que, ao adotar essa visiio, os empresanos prestadores de serviyos logisticos do

transporte rodoviario de carga saberao reconhecer o valor dessa nova postura e poderiio se

realizar, nao apenas como empreendedores, mas tambem como cidadaos.

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ANEXO A- CRONOGRAMA DE IMPLANTA(:AO DO SGA

Ano 2001 2002 2003 2004

REQUISITOS Meses 1112 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 01 02 03 04 05 06 DA NBR ISO 14001 Requisitos gerais

Comprometimento X X XXX

Avaliacao ambiental inicial XX

Politica ambiental X

Planejamento

Aspectos ambientais XX X X

Requisitos legais e outros X X X X X requisitos Objetivos e metas X

Programas ambientais X

ImplementafliO e operaflio

Estrutura e responsabilidade X

Treinamentos, conscientiza- XX X X X X XX X X xxxx xxxxxxxxxxxx c1!o e competencias Comunicac1!o X

Documentac1io do SGA X

Controle de documentos X

Controle operacional XX X X X X XX X X xxxx xxxxxxxxxxxx Preparac1!o e atendimento a X emergencias

-~~~------------

T ABELA AI - Cronograma de implantac1!o do SGA

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A no 2001 2002 2003 2004

REQUISITOS Meses 1112 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 ll12 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 01 02 03 04 05 06

DA NBR ISO 14001

Verifica~iio e a~iio corretiva

Monitoramento e mediyiio X

Niio-conformidade e ayoes X corretivas e preventivas Registros X

Auditoria do SGA X

AmUise critica pela X X X X X X X X X X X

administra~lio -·--···-

T ABELA AI - Cronograma de implantayiio do SGA

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ANEXO B- ESTIMATIVADA RELEVANCIA

ATIVIDADES ASPECTOS IMPACTOS A s 0 PI L R

l.FLUXOS DE ENTRADA 1.1 Aquisiyao de veiculos e Controle de emissoes (N) Reduyao de poluiyao atmosferica 2 2 2 3 3 12! empilhadeiras com dispositivos de e ruidos controle de emissoes de

· poluentes/ruidos I

1.2 Aquisi~ao de placas de Atendimento a acidentes com Redu~ao de impactos ambientais 2 2 2 3 3 12' sinalizayao e Kit de emergencia para produtos perigosos (N) o transportes de produtos perigosos 1.3 Aquisi~ao de embalagens Gerenciamento embalagens Redu~ao do uso de recursos 3 2 3 3 2 13, reciclltveis/ reutilizltveis Reutilizaveis/recich1veis (N) naturais 1.4 Aquisi~ao de combustivel Gerenciamento de consumo de Redu~ao do uso de recursos 3 2 3 3 3 14

combustiveis e da naturals e preven~ao a polui~ao I qualidade do combustive! (N)

1. 5 Contratayao de empresas Gerenciamento de residuos (N) Redu~ao do uso de recursos 3 3 3 3 3 15 especializadas para manuseio, naturals, e disposi~ao final transporte, reciclagem ou disposi~ao adequada de residuos final de residuos 1.6 Armazenagem e movimenta~ao Acidente com produtos Contaminayao do solo, ar, cursos 2 3 1 3 3 12 de materiais com empilhadeiras e perigosos (E) d'agua, possibilidade de carrinhos incendio, danos a saUde

Emissao de poluentes Polui~ao atmosferica 1 2 3 3 3 12 atmosfericos (A) Emissao de ruidos (N) Poluicao sonora 2 2 3 3 3 l3

1. 7 Consumo de agua e energia Gerenciamento de ltgua e Redu~ao do uso de recursos 2 2 3 3 0 10 eletrica energia eletrica (N) naturais Tabela B 1 - Estimativa da relev!incia dos impactos ambientats

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ATIVIDADES ASPECTOS IMPACTOS A s 0 PI L R

2.0PERACAO 2.1 Transporte Emisslio de poluentes Polui~o Atmosferica 3 3 3 3 3 15

atmosfericos (A) Emisslio de ruidos (A) Polui~iio sonora 3 2 3 3 3 14 Gerenciamento do consumo de Redu~o do uso dos recursos 3 I 3 3 0 10 combustive! (N) naturais Acidente com produtos Contaminat;:iio do solo, ar, cursos 3 3 1 3 3 13 perigosos (E) d'agua, possibilidade de

incendio danos a saUde 2.2 Servit;:os de manutent;:iio de Regulagem do motor e do Redut;:lio de emissoes 3 2 3 3 3 14 veiculos escapamento (N) atmosfericas e ruidos

Regulagem do motor , ignit;:lio, Redut;:iio do uso de recursos 3 I 3 3 0 10 sistema de injet;:iio e limpeza naturais no tanque de combustive!, visando sua economia ®

2.3 Manutent;:iio inadequada do Vazamento/ Derrame (E) Contaminat;:iio do solo e cursos 3 3 I 3 3 13 tanque subterrdneo de combustive! d'agua 2.4 Manutenviio de equipamentos Aferivlio dos calibradores (N) Precisiio dos dados monitoraviio 2 2 l 3 3 ll de calibra~lio ambiental 2.5 Manutent;:lio de equipamentos de Possibilidade de incendio (E) Redut;:iio de emissoes 2 3 2 3 3 13 combate a incendio atmosfericas e danos a saude 2. 6 Coleta seletiva de lixo Gerenciamento de residuos Reciclagem do lixo 2 2 3 3 2 12

s61idos (N) 2. 7 Plano de atendimento Atendimento a acidente Redu~o de impactos ambientais 3 2 I 3 3 12 emergencial ambiental (E) 2.8 Consumo de papel e outros Gerenciamento de materiais de Redu~o do uso de recursos 2 I 3 I 0 7 materiais de escrit6rio escrit6rio (N) naturais Tabela B 1 - Estimativa da relevancia dos impactos ambienta1s

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ATIVIDADES ASPECTOS IMPACTOS A s 0 PI L R

3. FLUX OS DE SAIDA 3 .1 Descarte de baterias ( celulares e Acondicionamento indevido Contaminac;lio do solo 2 3 I 3 3 12 de equipamentos de informatica e (A) comunicac;lio) 3.2 Descarte de lampadas Acondicionamento indevido, Contaminac;lio do solo 2 3 3 3 3 14 fluorescentes e pilhas quebra, derrame acidental (E) 3.3 Disposic;lio e/ou tratamento do Vazamento/ derrame (E) Poluic;lio do solo e cursos d' agua 3 2 1 3 3 12 esgoto sanitario 3.4 Descarte de pneus, carrocerias Longo periodo de degradac;lio Poluic;lio visual, proliferac;lio de 3 3 3 3 3 15 de madeira e Ionas (N) insetos e danos a saUde

Possibilidade de incendio (E) Poluiclio atmosferica 3 2 2 3 3 13 3. 5 Descarte de fluidos Possibilidade de Contaminaclio do solo e cursos 3 3 1 3 3 13 (combustive!, oleo motor, 61eo vazamento/derrame (E) d'agua transmisslio, fluido do radiador e freios e filtro de 6leo) 3.6 Descarte de residuos de lavagem Possibilidade de vazamento (E) Contaminac;lio do solo, cursos 3 3 1 3 3 13

d'agua e danos asaude 3. 7 Descarte de residuos de funilaria Possibilidade de incendio (E) Poluir;:lio atmosferica 2 3 2 3 3 13 e pintura e de lavagem de pec;as

Possibilidade de vazamento/ Poluiclio atmosferica, 3 3 1 3 3 13 derrame (E) contaminar;:lio do solo e cursos

d'agua 3. 8 Descarte de baterias automotivas Longo periodo de degradaclio Poluiclio visual 1 2 l I 0 5

Acondicionamento indevido e Contaminac;lio do solo, cursos l 3 2 1 3 10 derrame acidental (E) d'agua e danos a saUde

3. 9 Descarte de equipamentos de Longo periodo de degradac;lio Poluit;:lio visual 2 1 1 1 0 5 informatica e comunicac;lio usados I(N) Tabela B 1 - Estimativa da relevancia dos impactos ambienta1s

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ATIVIDADES ASPECTOS IMPACTOS

3. 10 Descarte de embalagens (beryos Longo periodo de degradayiio Poluiyao visual armados, paletes de madeira) (N)

Possibilidade de incendio (E) Poluiyao atmosferica

3.11 Descarte de pe9as e acess6rios, Longo periodo de degrada91'io Polui9ao visual carroceria de aluminio !(N)

4. FINAN CAS, RECURSOS HUMANOS E OUTRAS ESTRUTURAS DE APOIO 4.1 Investimento em novas Instalat;ao de novos tecnologias equipamentos 4.2 Treinamento de dire9ao Acidente de triinsito (N) defensiva e MOPP (Mov. Oper. Prod. Perigoso~ 4.3 Treinamento de dire9ao Ecomonia de combustiveis e economica • pneus (N) 4.4 Conscientiza9iio ecol6gica do Comprometimento ambiental pe_ssoal _

~----- ~-----(~L ---------···-- ~--

Tabela B l - Estimativa da releviincia dos impactos ambientais Fonte: V ALNI (2003)

Legenda:

Redu9l'io dos recursos naturais e Prevenyiio a poluiyaO Preven9lio/ redu91io de acidentes ambientais

Redu91io do uso de recursos naturais Redw;:!io dos impactos ambientais

, e preVC)!lyl'iO a poluiy!!O -

Condiyoes dos aspectos ambientais: N= Normal, A= Anorrnal, E= Emergencial (tabela 4 do item 3.3.1)

A s

2 1

3 2

2 2

3 2

3 3

3 2

3 3

Fatores: A= Abrangencia, S= Severidade, 0= Ocorrencia, PI= Partes Interessadas, L= Legislay!io, R= Releviincia ( tabela S do item 3.3.1)

147

0 PI L R

2 1 0 6

1 1 0 7

l l 0 6

1 3 2 11

I 3 3 13

3 3 0 11

3 3 0 ' 12 i

---

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ANEXOC

LEGISLA(:AO AMBIENTAL APLICADA AO TRANSPORTE RODOVIARIO DE

CARGA

Os instrumentos da politica ambiental na esfera federal sao encontrados em diversos

documentos, a com~ar pela ConstituiQao Federal, Leis, Decretos, Portarias do Ibama

(Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovaveis), ResoluQ5es do

Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), entre outros. Em nivel estadual,

particularmente em Sao Paulo, a ConstituiQao Estadual, Leis, Portarias, Decretos,

ResoluQCies e documentos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente definem os

instrumentos. No ambito Municipal, isto se faz fundamentalmente pela Lei Organica e por

C6digos de Meio Ambiente.

A legislaQiio ambiental brasileira contempla basicamente todas as possibilidades de

preservaQao da qualidade ambiental, prevendo instrumentos preventivos, corretivos e

compensat6rios, a com~ar pela ConstituiQao Federal (BRASIL, 1988).

Ao dedicar urn capitulo especifico ao meio ambiente, a ConstituiQlio Federal concede as quest5es ambientais condiQao similar a outras areas do Direito que agregam urn tratamento

especifico, conforme resume a tabela CL

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Destaque Assunto

Titulo II, Capitulo I, Possibilidade de ayao popular para anular ato lesivo ao rneio arnbiente Art. s·, item LXXIII I (entre outros it ens) Titulo II, Capitulo II, Competencia comum da Uniiio, Estados, Distrito Federal e Municipios de Art. 23 item VI proteger o meio arnbiente e combater a polui~o ern qualquer de suas

formas. Titulo II, Capitulo II, Competencia do Estado legislar sobre conserva~o da natureza, defesa do Art. 24 itens VI e VTII solo e recursos naturais, prot~o do meio arnbiente. Titulo IV, Capitulo VI, Fun~o do Ministerio PUblico em promover inquerito e ayao civil pUblica S~o I, Art. 129 item para prot~o do meio arnbiente. m Titulo VII, capitulo I, A ordem econornica tern por fim assegurar, tarnbem, a defesa do meio Art. 170 item VI arnbiente Titulo VIII, Capitulo II, Atribui~o do sistema Unico de saude em colaborar na prot~ do meio S~o II, Art. 200 item ambiente. vrn Titulo VIII, Capitulo T odos tern dire ito ao meio arnbiente ecologicamente equilibrado, bern de VI, Art. 225 uso comurn do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao

Poder PUblico e a coletividade o dever de defende-lo e preservit-lo para as presentes e futuras gera~es.

Dentre os itens de responsabilidade do poder publico, destaque para os itens IV ( exigir, na forma da lei, para instala~o de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degrada~o do meio arnbiente, estudo previo de impacto arnbiental, a que se darit publici dade) e V ( controlar a produ~, comercializaviio e o ernprego de tecnicas, metodos e substancias que comportern risco para a vida, a Qualidade de vida e o meio arnbiente). Tarnbem se estabelece no capitulo VI o advento de san~es penais e adrninistrativas aos causadores de ~es lesivas ao meio ambiente, independentemente da obrigaviio de reparar os danos causados.

- . - ' Tabela C1 - Questoes arnbtentats tratadas na Constituivao da Republica Federativa do Brasil de 1988

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ResoL Materia 018/1986 Institui o Proconve - Programa de Controle da Polui~o do Ar por Veiculos

Automotores, estabelecendo padroes de emissao e desempenho de poluentes atmosfericos.

008/1993 Atualiza~o do Proconve para veiculos pesados 014/1995 Atualiza~iio do Proconve em rela~o a veiculos !eves 016/1995 Atualiza~o do Proconve em rela~o a aceler~iio livre para veiculos diesel 226/1997 Determina limites tru\ximos de emissiio de material particulado para motores ciclo

diesel, aprova especifi~s do oleo diesel comercial. 25111999 Estabelece criterios, procedimentos e limites de opacidade de emissao de escapamento

para avali~ do estado de manuten~o de veiculos automotores do ciclo diesel, a serem utilizados nos programas de insp~o e manuten~o.

256/1999 Dispoe sobre o plano de controle da polui(:iio por veiculos em uso 020/1986 Disp5e sobre classifica~ao das aguas do territorio nacional, fornecendo padroos de

qualidade para diferentes classes de liguas, e padrOes de emissiio para efluentes de I qualquer fonte poluidora.

009/1987 Dispoe sobre a realiza~o de audiencias publicas referidas na Resolu~ao 001/86, para apresen~o e anlilise do Rima.

005/1989 Institui o Pronar - Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar, que sera responsavel pela defini(:iio de padr5es de qualidade e de emissiio para poluentes atmosft\ricos em fontes poluidoras

003/1990 Estabelece padr5es de Qualidade do ar, aumentando 0 numero de poluentes atmosfericos passiveis de monitoramento e controle

002/1991 Disp5e sobre as cargas deterioradas, contaminadas, fora de especific~o ou abandonadas deveriio ser tratadas como fontes potenciais de risco para o meio ambiente ate manifestacao do Orgiio de Meio Ambiente competente

007/1993 Define as diretrizes basicas e padr5es de emissiio para os Programas de Insp~o e 227/1997 manuten~ao de veiculos em uso. 009/1993 Dispoe sobre gerenciamento e reciclagem de oleo lubrificante, estabelecendo OS papt\is

de cada ator e os processos a serem seguidos para tratamento ambientalmente responsavel

023/1996 Disp5e sobre transporte transfronteirico de produtos perigosos. 237/1997 Estabelece licenciamento ambiental para transporte, terminais e depositos de produtos

perigosos. 257/1999 Estabelece critt\rios para obrigatoriedade de retorno de pilhas e baterias. Os fabricantes

devem adotar procedimentos de reutiliza(:iio, reciclagem, tratamento e disposi~ao final ambientalmente adequada.

258/1999 Disp5e sobre pneumaticos inserviveis, sua coleta e destina~ final 267/2000 Dispoe sobre a proibi~o de CFCs para determinados fins, inclusive equipamentos de ar

condicionado automotivo 272/2000 Estabelece limites maximos de ruido para veiculos automotores -Tabela C2 - Resolucoes do Conama que espectficam mstrumentos reguladores ambtentats

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Lecislaclio Materia Decreto C6digo de Aguas 24.643/i934 Decreto Dispae sobre o lanvamento de residuos toxicos ou oleosos nas aguas. 50.877/1961 Lei n.• 7.802 de Dispoe sobre os agrotoxicos, seus componentes e a fins, regulamenta~o 11.07.1989 Decreto 98.816/1990 e alterado pelo Decreto 3.828/2001 Portaria 3214/1978 Aprova Normas Regulamentadoras- NR do capitulo V- NR-5: CIPA Ministerio (Comissao Intema de Preven~o a Acidentes), NR-6 EPI ( Equipamento de Trabalho Prot~o Individual), NR 7: PSCMO (Programa de Controle Medico de

SaU.de Ocupacional), NR-9: PPRA (Programa Prevenvao de Riscos Ambientais), NR-11: Transporte, movimenta~o, armazenagem e manuseio de materiais.

Portaria 100/1980 Dispoe sobre os padr5es de emissao de fumava dos veiculos que utilizam Ministerio Interior oleo diesel como combustive! Portaria Inmetro Aprova o regulamento tecnico de qualidade n.• 5, destinado ao transporte 199/1994 rodoviilrio de produtos perigosos Decreto Aprova o regulamento para o transporte rodoviilrio de produtos perigosos e 96.044/1988 dil outras _providencias Portaria do Aprova as instruv()es complementares aos regulamentos do transporte Ministro dos rodoviilrio e ferroviilrio de produtos perigosos e dil outras providencias Transportes 204/1997 Lei n.• 8.723 de Dispae sobre redu~o de emissao de poluentes por veiculos automotores e 28.10.1993 da outrasprovidencias. Lei n.• 9.503 de Institui o C6digo Nacional de Transito e dil providencias relativas ao 23.09.1997 controle de emiss5es veiculares (arts. 104 a 131}. Res Contran Estabelece diretrizes para insp~o de seguranva veicular 84/1998 Portaria ANP Regulamenta as atividades de recolhimento, coleta e destinavao final do n.•I25/1999 oleo lubrificante usado ou contaminado Portaria Ibama n.• Determina aos transportadores de carga ou passageiros em veiculos 85/1996 movidos a diesel a adoavao de urn programa interno de autofiscaliza~o e

correta manutenvao de frota, capaz de assegurar, dentre outros beneficios ambientais, que as emiss5es de fumava preta nao ultrapassem o padrao 2 da escala Ringelmann . . - .

Tabela C3 - Outras legtslavoes amb1enta1s federrus

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Legisla~o

Decreto Estaduai 8468/1976

Resolm;ao SMA5/1997

Resolu~o. SMA66/1998 Resoluyiio SMA23/2001

Resolu~o SMA2911998

Lei Estadual 10.888 de 20.09.2001 Decreto Municipal 10.816 de 15.06.1992

Res. Municipal 001/1992 Lei 10.703 de 04.12.2000

152

Materia Regulamenta a Lei 997 de 31 de maio de 1976, condensando todos os padraes estaduais em um iinico documento, prot~o ao meio ambiente, polui~o das liguas, do ar, do solo, licen~s e registros, fiscalizayiio e sany()es, infray()es, penalidades, procedimentos administrativos e recolhimento de multas. Disp5e sobre a preven~o e controle da polu~o do meio ambiente. Art. 32- Nenhum veiculo automotor a oleo diesel podeni circular no Estado de Sao Paulo, ernitindo, pelo cano de descarga fuma~ com densidade superior ao padriio 2 da escala Ringelmann, ou equivalente, por mais de 5 segundos consecutivos, exceto para partida a frio. Cabendo aos 6rgao estaduais de transito, com orienta~o da Cetesb, zelar pela observancia deste artigo. Baseada na Constitui~o federal e estadual, institui o compromisso de ajustamento de conduta ambiental no estado, objetivando recuperayao do meio ambiente degradado, fixando-se obrigayoes e condicionantes tecnicas a serem cumpridas pelo infrator de modo a cessar, adaptar, recompor, corrigir ou minimizar seus efeitos negativos sobre o meio ambiente, em prazos definidos Autoriza a celebra~o de termos de ajustamento de conduta ambiental.

DispiSe sobre a implantayao do Programa de inspeyiio veicular ambiental a que se refere o Plano de Controle da po1uiyao por veiculos em uso para o Estado de Sao Paulo, aprovado pela Resoluyao SMA 31/2000. Anteprojeto de Lei que institui a Politica Estadual de Residuos S61idos, o transporte e regulamentado, sendo gerador tambem responsavel em caso de acidentes, devendo comunica-lo imediatamente ap6s o ocorrido, e fomecer todas as informac<ies necessarias. DispiSe sobre o descarte final de produtos potencialmente perigosos do residua urbano que contemplam metais pesados (pilhas, baterias, lampadas fluorescentes e frascos de aeros6is em gera!) e da outras providencias Aprova o regulamento da lei 6.764, de 13 de novembro de 1991, que autoriza o executive a observar, no Municipio de Campinas, a legisla~o Federal e Estadual concementes as ayoes de vigilancia e fiscalizayiio, exercidas na promoyao e recuperayao da saiide e preservayao do meio ambiente, e da outras providencias Procedimentos na destinayiio dos residuos s61idos no Municipio de Campinas

Disp5e sobre proibiyao de trafego de veiculos transportando produtos perigosos no perimetro urbano do distrito de Barao Geraldo no Municipio de Campinas

Tabela C4- Legtsla~o ambtental do Estado de Sao Paulo e do municipio de Campmas

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!53

Art. Crimes Ambientais zo Comete crime quem assim o fizer, ou quem souber de conduta criminosa e deixar de

impedir ( diretores de empresa, auditores, 6rgaos ambientais) 54 Causar polui~iio de qualquer natureza em niveis tais que resultem ou possam resultar em

dauos a sallde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destrui~o significativa da flora. Sao condi~oes agravantes polui~o atmosferica grave, polui~o hidrica que obrigue suspensiio de abastecimento, ou lan~ento de residuos s6Iidos, liquidos e gasosos, oleosos e com niveis de contaminantes em desacordo com a exigencias estabelecidas em leis ou regulamentos

56 Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, armazenar, guardar, ter em deposito ou usar produto ou substancia t6xica, perigosa ou nociva a saiide humana, ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigencias estabelecidas em leis ou nos regulamentos

60 Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do territ6rio nacional, estabelecimentos, obras ou servi~s potencialmente poluidores, sem licen~ ou auto~o dos 6rglios ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentaresjlertinentes

66 Fazer o funcionano publico afirma~o falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informa~oes, para tecnico-cientificos em procedimentos de autoriza~iio ou de licenciamento ambiental

67 Conceder o funcionario publico licen~ autoriza~o ou permissiio em desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou servi~s cuja realiza~o depende de ato autorizativo do Poder PUblico

69 Obstar ou dificultar a a~o fiscalizadora do poder PUblico no trato de quest5es ambientais 70 Considera-se infr~o administrativa ambiental toda ~ ou omissiio que viole as regras

I iuridicas de uso, gozo, promocao, protecao, e recuperacao do meio ambiente . Tabela C5 - Le1 Federal 9605/98 - Le1 de Cnmes ambientaJs

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