propagaÇÃo, cultivo, rendimento e composiÇÃo …...a yeshua ha mashiach, zé pelintra e aos meus...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS GENÉTICOS VEGETAIS BRUNO DJVAN RAMOS BARBOSA PROPAGAÇÃO, CULTIVO, RENDIMENTO E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Croton campestris A. St.-Hil. Feira de Santana - BA 2019

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS

GENÉTICOS VEGETAIS

BRUNO DJVAN RAMOS BARBOSA

PROPAGAÇÃO, CULTIVO, RENDIMENTO E COMPOSIÇÃO

QUÍMICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE

Croton campestris A. St.-Hil.

Feira de Santana - BA

2019

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BRUNO DJVAN RAMOS BARBOSA

PROPAGAÇÃO, CULTIVO, RENDIMENTO E COMPOSIÇÃO

QUÍMICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE

Croton campestris A. St. -Hil.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Recursos Genéticos Vegetais, da Universidade Estadual de Feira de

Santana, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre

em Recursos Genéticos Vegetais.

Orientador (a): Profa. Dra. Claudinéia Regina Pelacani Cruz

Coorientador (a): Profa. Dra. Ana Valéria Vieira de Souza

Feira de Santana - BA

2019

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Ficha Catalográfica – Biblioteca Central Julieta Carteado

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BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Tecla dos Santos Silva

Faculdade Regional de Riachão do Jacuípe (FARJ)

Profa. Dra. Marilza Neves do Nascimento

Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS

Profa. Dra. Claudinéia Regina Pelacani Cruz

Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS

Orientadora e Presidente da Banca

Feira de Santana - BA

2019

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A pesquisa científica,

dedico.

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A Yeshua Ha Mashiach, Zé Pelintra e aos meus guias, por me dar a oportunidade de poder

escolher estar aqui e não permitir que eu abrisse mão de mais essa vitória e conquista;

Ao meu filho Lucas Vicente, por está em todos os momentos pessoais e de trabalho, amor

da minha vida;

A minha querida esposa Thalita de Freitas Gomes Barbosa, pela compreensão, incentivo,

atenção, amor e carinho. Amor companheiro;

Aos meus pais Ivan Barbosa da Silva e Carmen Lúcia dos Santos Ramos, pela dedicação e

por estarem sempre me apoiando, eu posso até andar sozinho, mas sem soltar das suas

mãos. Amor irrestrito;

A minha irmã Bárbara Laís Ramos Barbosa que esteve sempre ao meu lado,

principalmente nos momentos que precisei de uma mão de fé;

À Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, Feira de Santana-BA através do

programa de pós-graduação em Recursos Genéticos Vegetais- RGV pelo suporte e pela

oportunidade da realização de sonhos e conquistas;

À Embrapa Semiárido pelo financiamento do projeto e por toda a estrutura desde o campo

até o laboratório, que foi essencial para a realização de todo o trabalho e pesquisa;

A Dra. Ana Valéria Vieira de Souza minha coorientadora, pela confiança depositada, para

a realização dos trabalhos científicos e pela oportunidade de conhecer coisas novas, em que

aprendi na prática;

A Professora Dra. Claudinéia Regina Pelacani Cruz minha orientadora, pela orientação em

todos os segmentos do trabalho, pela paciência, pelas correções e pelos ensinos aplicados;

Ao professor Dr. Lenaldo Muniz de Oliveira, por ter depositado confiança no começo do

trabalho;

Ao Laboratório de Produtos Naturais (LAPRON), em especial a Prof.ª Dra. Angélica

Maria Lucchese pela disponibilidade e ensinamentos ;

Aos professores que contribuíram doando um pouco de si e assim auxiliando na construção

do conhecimento durante esses dois anos;

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Aos companheiros da Embrapa Semiárido Evelyn Sophia, Rafael Carvalho, Uiliane

Soares, Larisse Larangeira, Tiago Nascimento, Emille Mayara, Jessica Ailany,

principalmente do Laboratório de Biotecnologia. A UEFS, amigos da turma 2017.1 do

programa RGV-UEFS. Aos irmãos que sempre estiveram ao meu lado acompanho essa

trajetória.

Ao Grande Arquiteto do Universo, que não reserva um destino a ninguém. Não Imputou-

se da faculdade de escolher quem irá vencer. É justo ao ser criador de uma estrutura que

permitiria a todos ser e fazer o que fosse de vontade. O destino não é predestinado, é

traçado a cada dia. Tu és o que faz.

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de

Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.

This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de

Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001.

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RESUMO

O conhecimento popular representa uma valiosa fonte de informações para o uso medicinal

de recursos naturais. A espécie Croton campestris A. St.-Hil. (Euphorbiaceae), conhecida

popularmente como Velame do campo, é uma planta nativa da Caatinga, mas que ocorre

também em outros ecossistemas e regiões do Brasil. Devido à intensificação dos problemas

ambientais em áreas de Caatinga, este Bioma, apresenta características que denotam

fragilidade no tocante ao processo de recuperação de áreas degradadas, o que requer uma

atenção especial quanto ao uso de seus recursos naturais. O objetivo do trabalho foi

estabelecer a propagação vegetativa, estudar a influência de diferentes condições de

manejo na produção de biomassa, rendimento, composição química do óleo essencial. Para

o estudo na propagação vegetativa via estacas, utilizou a substância auxina AIB, para

indução das raízes adventícias. Sendo realizado com concentrações de AIB 100 à 1000 mg

L-1. A análise dos compostos fitoterápicos, teve o objetivo de ampliar as informações sobre

as propriedades farmacológicas dessa espécie. Acredita-se que esse estudo evidencia uma

preciosa fonte de conhecimento sobre a espécie C. campestris. Para a propagação, o uso do

AIB é vantajoso e viabiliza a produção de mudas de velame do campo com estacas apicais

ou medianas imersas em concentrações menores que 1,000 mg L-1.Contudo, é

imprescindível observar o tempo de exposição das estacas na presença desta auxina

sintética, entre 30 a 60 minutos. Já a adubação organomineral influênciou no rendimento e

na composição química do óleo essencial de C. campestris, quando cultivado em condições

de clima semiárido. O óleo essencial de C. campestris apresenta potencial para exploração

econômica por indústrias farmacêuticas, devido os elevados teores de compostos

majoritários com potencial efeito terapêutico, α-pineno, Limoneno, −cineol, E-

cariofileno, Germacreno D e Biciclogermacreno.

Palavras-chave: Velame do campo. Plantas Medicinais e Aromáticas. Metabolismo

secundário. Estaquia. Clima Tropical Semiárido.

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ABSTRACT

Popular knowledge represents a valuable source of information for the use of natural

medicinal resources. Croton campestris A. St. -Hil (Euphorbiaceae), popularly known as

velame do campo, is a plant native to the Caatinga, but is also recognized by other

ecosystems and regions of Brazil. Due to the intensification of environmental problems in

Caatinga areas, this Biome presents characteristics that indicate fragility regarding the

recovery process of degraded areas, which requires special attention regarding the use of its

natural resources. The objective of this work was to establish the vegetative propagation, to

study the influence of different management conditions on biomass production, yield and

chemical composition of the essential oil. For the study on vegetative propagation via

cuttings, the auxin AIB substance was used to induce adventitious roots. It is performed with

concentrations of AIB 100 to 1000 mg L-1. The aim of the analysis of the phytotherapeutic

compounds was to increase the information on the pharmacological properties of this

species. It is believed that this study evidences a precious source of knowledge about the

species Ccampestris. For the propagation, the use of AIB is advantageous and makes the

production of seedlings of C. campestris with apical or median stakes immersed in

concentrations less than 1,000 mg L-1. However, it is essential to observe the exposure time

of the cuttings in the presence of this synthetic auxin, from 0.5 to 1 hour. On the other hand,

organomineral fertilization influenced the yield and chemical composition of the essential

oil of C. campestris when cultivated under semi-arid climatic conditions. The essential oil of

C. campestris presents potential for economic exploitation by pharmaceutical industries, due

to the high contents of major compounds with potential therapeutic effect.

Keywords: Velame do campo. Medicinal and Aromatic Plants. Secondary metabolism.

Stake. Tropical Semi-arid Climate.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. REFERENCIAL TEÓRICO

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2.1- Família Euphorbiaceae 15

2.2- O gênero Croton ............................................................................................. 16

2.3- Croton campestris A. St. -Hil. ………………………………………………. 17

2.4- Potencial das espécies medicinais da Caatinga brasileira ................................

2.5- Metabolismo secundário das plantas................................................................

2.6- Propagação assexuada das espécies .................................................................

2.7- Fatores que interferem na propagação assexuada ............................................

2.8- Época e coleta das estacas na planta ................................................................

2.9- Referencias

18

19

22

24

25

27

3. CAPÍTULO I –PRODUÇÃO DE MUDAS DE VELAME DO CAMPO (Croton

campestris A. St. -Hil.) VIA PROPAGAÇÃO VEGETATIVA

34

INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 37

MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 38

RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 39

CONCLUSÃO ....................................................................................................... 50

REFERÊNCIAS 51

4. CAPÍTULO II - INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGANOMINERAL NO

RENDIMENTO E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE

CROTON CAMPESTRIS A. St. -Hil.

54

INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 57

MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 58

RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 62

CONCLUSÃO ....................................................................................................... 69

REFERÊNCIAS 70

CONSIDERAÇÕES FINAIS 74

APÊNDICES 75

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO I

Tabela 1 - Resultados para as variáveis respostas em função do tipo de estaca e época de

coleta. Petrolina, Dezembro de 2018 ................................................................................................40

CAPÍTULO II

Tabela 1- Análise física do solo do campo experimental do bebedouro, pertencente a Embrapa

Semiárido, no experimento com a espécie Croton campestris A. St. -Hil. Embrapa Semiárido.

Petrolina-PE, 2018.....................................................................................................................59

Tabela 2- Análise química do solo do campo experimental do bebedouro, pertencente a

Embrapa Semiárido, no experimento com a espécie Croton campestris A. St. -Hil. Embrapa

Semiárido. Petrolina-PE, 2018...................................................................................................59

Tabela 3- Análise química do esterco bovino do campo experimental do bebedouro,

pertencente a Embrapa Semiárido,no experimento com a espécie Croton campestris A. St.-Hil.

Embrapa Semiárido. Petrolina-PE, 2018....................................................................................59

Tabela 4- Valores médios para altura da planta com a última folha, comprimento do caule e

peso da biomassa fresca, da parte aérea das plantas de Croton campestris A. St. -Hil.,

cultivadas com diferentes tratamentos de adubação. Embrapa Semiárido. Petrolina-PE,

2018............................................................................................................................................62

Tabela 5- Médias de teor e rendimento do óleo essencial em função dos diferentes tratamentos

de adubação da parte aérea das plantas de Croton campestris A. St.-Hil.. Embrapa Semiárido.

Petrolina-PE, 2018 ....................................................................................................................63

Tabela 6- Todos os tratamentos dos componentes voláteis (abundância relativa %) dos óleos

essenciais obtidos da parte aérea da espécie Croton campestris A. St. -Hil.. UEFS, Feira de

Santana-BA, 2019 .....................................................................................................................65

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LISTA DE FIGURAS

INTRODUÇÃO GERAL

Figura 1. Espécie Croton campestris A. St.- Hil. no Campo Experimental da Embrapa

Semiárido - Bebedouro (2017). Petrolina-PE, Embrapa semiárido, 2018. ..............................17

CAPÍTULO I

Figura 1. A. NBE de Croton campestris A. St. -Hil.em função de concentrações elevadas de

AIB para estacas coletadas na época seca. B e C. NFB em função de elevadas concentrações

de AIB para estacas medianas e apicais coletadas na época seca. D e E. NRE em função dos

diferentes tempos e diferentes concentrações de AIB para estacas coletadas na época seca. F.

PBF em função dos diferentes tempos e diferentes concentrações de AIB para estacas

coletadas na época seca. Embrapa Semiárido. Petrolina-PE, 2017..........................................41

Figura 2. A. NBE de Croton campestris A. St. -Hil.em função do tempo de permanência das

estacas coletadas na época chuvosa. B. NFB em função de elevadas concentrações de AIB

para estacas medianas e apicais coletadas na época chuvosa. C. NR em função das diferentes

concentrações de AIB para estacas coletadas na época chuvosa. Embrapa Semiárido.

Petrolina-PE, 2017....................................................................................................................45

Figura 3. . A e B. E.E% Valores médios para porcentagem de estacas enraizadas apicais de

Croton campestris A. St.-Hil. na época seca. C e D. E.E% Valores médios para porcentagem

de estacas enraizadas medianas de Croton campestris A. St. -Hil. na época chuvosa. Embrapa

Semiárido. Petrolina-PE, 2017..................................................................................................47

CAPÍTULO II

Figura 1. Sistema de extração de óleos essenciais do tipo Clevenger modificado, pertencente

a Embrapa semiárido, 2018. Fonte: Bruno Djvan. ..................................................................61

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1. Introdução

A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, com ampla diversidade vegetal

utilizada pela população local com finalidade terapêutica. Várias espécies são utilizadas pela

medicina popular, em que os conhecimentos são transmitidos informalmente por gerações. No

entanto, práticas de manejo dessa flora, ainda são pouco estudadas (ALBUQUERQUE;

ANDRADE, 2002; BRASIL, 2003).

Por serem espécies de uso múltiplo, as plantas nativas da Caatinga apresentam grande

importância na economia e cultura local. São exemplos desta potencialidade, os óleos essenciais,

além de outras substâncias, com alto valor agregado e ampla potencialidade terapêutica para a

produção de novos medicamentos fitoterápicos, além de aromas e essências. Entre as espécies

mais conhecidas e utilizadas pela população do semiárido, está o velame-do-campo, amplamente

empregado na medicina popular para o tratamento de inflamações, dermatoses, gripe, distúrbios

hematológicos, febre, ferimentos, entre outros, devido o seu efeito depurativo. Velame-do-campo

é o nome popular da espécie Croton campestris A. St.-Hil (sinônimo relevante o heterotípico

Oxydectes campestris (A.St.-Hil.) Kuntze) da família Euphorbiaceae, que ocorre principalmente

nas regiões Sudeste e Nordeste do Brasil.

Apesar de seu uso e potencial medicinal ser bem difundido, práticas científicas e

empíricas relacionadas à propagação e cultivo, ainda são incipientes. A técnica de propagação

via estaquia, objeto desta pesquisa, consiste em utilizar um segmento retirado da planta matriz e,

colocá-lo em condições ambientais favoráveis para induzir raízes e brotos, obtendo-se uma nova

planta. Esse método é vantajoso porque permite a manutenção e perpetuação de todas as

características da planta matriz. Nesse caso, a nova planta será clone e carregará em sua base

genética todas as informações herdadas da planta mãe. Para espécies medicinais e aromáticas

produtoras de óleos essenciais, pode ser uma técnica favorável no sentido de preservar as

informações relacionadas aos quimiotipos.

Contudo, não são todas as espécies que conseguem se propagar de via estaquia e, por

isso, substâncias sintéticas como os reguladores vegetais da classe das auxinas, podem ser

necessários durante o processo de enraizamento adventício. Os reguladores vegetais mais

utilizados são aqueles que apresentam maior efetividade na indução de raízes, como por

exemplo, o ácido indolbutírico (AIB). Todavia, em estudos de propagação vegetativa, ainda é

necessário se observar a dose e o período de exposição da estaca na substância. Inúmeras

pesquisas já foram realizadas para diversas espécies, em que os autores objetivaram avaliar a

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influência de diferentes concentrações de auxinas, além do tempo de exposição na indução de

raízes adventícias (CUNHA et al., 2012; LOPES et al., 2014; 1SOUZA et al., 2018; BARBOSA

et al., 2017; 2SOUZA et al., 2018.). Além da propagação, pesquisas sobre cultivo e manejo

agronômico de espécies nativas com potencial medicinal e aromático também são relevantes

atualmente, haja vista o crescente interesse de indústrias químicas e farmacêuticas na fabricação

de produtos a partir dessa fonte de matéria prima. O velame apresenta relevante potencial nesse

contexto, porém, ainda não existem pesquisas sobre o cultivo e a influência de fatores de manejo

no rendimento e composição química do seu óleo essencial.

Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi estabelecer a propagação vegetativa da

espécie Croton campestris A. St. -Hil. e estudar a influência de diferentes condições de manejo

na produção de biomassa, rendimento e composição química do óleo essencial.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Família Euphorbiaceae

A família Euphorbiaceae sensu lato pertencente das espécies das Angiospermas é uma

das maiores famílias com cerca de, 245 gêneros e 6.300 espécies distribuídas em todo planeta

(WURDACK et al., 2005). No Brasil são descritos 64 gêneros e 951 espécies, sendo aceitos mais

de 1750 sinonímias (Flora do Brasil 2020, 2019). Elas apresentam diferentes hábitos de

crescimento, como herbáceo, arbustivo, arbóreo ou lianas (WEBSTER, 1994). As

Euphorbiaceaes foram divididas em cinco subfamílias, sendo, Acalyphoideae, Crotonoideae,

Euphorbioideae, Oldfieldioideae e Phyllantoideae, com variabilidade morfológica alta e baixas

características em comum (CARUZO, 2005).

Estudos mais aprofundados sobre a história da evolução dos grupos taxonômicos

mostraram que os limites da família foram redefinidos devido ao polifiletismo, que não possuem

um ancestral comum único e exclusivo que defina o parentesco do grupo das Euphorbiaceae,

com a exclusão das subfamílias Phyllantoideae e Oldfieldioideae. Após a exclusão e

organização, ficou apenas com três subfamílias, Euphorbioideae, Crotonoideae e Acalyphoideae

(LIMA, 2006).

No Brasil são encontradas espécies que além do potencial econômico e cultural,

apresentam valores ornamentais, que se estende como, por exemplo, as espécies Euphorbia milii

Des Moul. (coroa-de-cristo) e Codiaeum variegatum (L.) A. Juss. (louro-variegado). Outras

espécies possuem importâncias emblemáticas na história e no espaço cultural brasileiro, como

por exemplo, Manihot esculenta Crantz (mandioca) e a Hevea brasiliensis Müll. Arg.

(seringueira) (SOUZA; LORENZI, 2008).

As espécies utilizadas na medicina popular são também amplamente registradas na

literatura etnofarmacológica podendo ser destacadas como, por exemplo, Phyllanthus niruri L.

(quebra-pedra), Jatropha gossypiifolia L. (pinhão-roxo), Ricinus communis L. (mamona), além

das inúmeras espécies do gênero Croton L. que estão espalhadas por todo território brasileiro

(LORENZI; MATOS, 2002).

Na diversidade de compostos químicos nas suas espécies, a família Euphorbiaceae

também possui grande diversidade. Esses compostos são produzidos pelos vegetais de forma

natural. Para obter resultados e ter conhecimento desses componentes químicos que as espécies

possuem, estudos fitoquímicos devem ser realizados com o objetivo de mostrar resultados

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relevantes desses compostos de origem vegetal.

De acordo com Seigler (1994), os compostos de origem vegetal são utilizados na

medicina terapêutica, devido seu elevado índice de substâncias metabólicas que são encontrados

nas espécies. Contudo, algumas delas são tóxicas para a utilização in natura, como por exemplo,

a proteína ricina que é encontrada em Ricinus communis L. (mamona) (PALATNICK;

TENENBEIN, 2000) e a curcina, que têm sua ação parecida com o composto anterior e está

presente em plantas de Jatropha curcas L. (pinhão-manso) (MAMPANE et al., 1987). Essas

duas substâncias são lecitinas (proteínas tóxicas) capazes de inibir a síntese protéica além de

aglutinar hemácias (LIN et al., 2010).

Com a maior diversidade vegetal do planeta, o Brasil possui plantas que têm sido usadas

e estudadas para conhecimento da potencialidade para tratamento de doenças, principalmente o

câncer (BRANDÃO et al., 2008). Os estudos realizados nessa temática ainda são insuficientes,

principalmente, àqueles relacionados sobre o modo de atuação das substâncias químicas e seu

efeito biológico sobre diferentes espécies. Com isso, inúmeras plantas nativas com grande

potencial para desenvolver novos fármacos, ainda não são conhecidas ou cientificamente

investigadas.

2.2 Gênero Croton

O gênero Croton é o segundo maior da família Euphorbiaceae, com, aproximadamente,

2.562 espécies; sendo que, 1.205 espécies são aceitas, espalhadas pelas zonas tropicais e

subtropicais das Américas, África e Ásia e se apresentam com hábitos arbustivos, arbóreos ou

herbáceos (THE PLANT LIST, 2019). Esse gênero pelo seu uso na medicina popular e pela sua

diversidade em compostos químicos é promissor para pesquisas sobre compostos bioativos e

produção de medicamentos. De acordo com sistema de medicina Ayurveda indiana (KAPOOR,

1989), a espécie Croton oblongifolius (tradicional da Ásia) já era e utilizada desde o século 2

a.C. para o tratamento de doenças do fígado, entorses, picadas de serpente e também como

purgante. Já a espécie Croton tiglium (Jamaal Gota na Índia), era utilizada no tratamento de

demência, convulsões, asma, tumores e reumatismo. No Brasil, existem duas espécies de Croton

spp. (Croton cajucara e Croton zehntneri) presentes na Renisus (Relação Nacional de Plantas

Medicinais de Interesse ao SUS - Sistema Único de Saúde). Fazem parte dessa investigação

científica, na área farmacêutica, aproximadamente, 71 espécies vegetais, as quais estão sendo

estudadas para uso e estudos das substâncias fitoterápicas e cerca de, 26 espécies com indicação

de uso (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).

Vários estudos farmacológicos do gênero Croton já foram realizados a fim de comprovar

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as atividades de interesse medicinal, como por exemplo, as propriedades antimicrobianas

(ARAIS et al., 2014), antivirais (SANTOS, 2014), anti-inflamatórias (AMARAL, 2004),

antioxidantes (AQUINOA et al., 2017), antirreumáticas (SILVA et al., 2017), antidiarreicas

(GURGEL et al., 2002), anticancerígenas (SYLVESTRE et al., 2006), citotóxicas (ALMEIDA et

al., 2019) e mutagênicas (FÃO et al., 2012, SALATINO et al., 2007).

2.3 Croton campestris A. St.-Hil.

A espécie Croton campestris A.St.-Hil., conhecida popularmente como “velame-do-

campo” (Fig. 1), é um arbusto nativo, não endêmico presente nos domínios da Amazônia,

Caatinga,Cerrado e Mata Atlântica. Essa espécie está presente principalmente nas regiões

Sudeste e Nordeste do Brasil (MATIAS et al., 2010).

A sua distribuição geográfica ocorre em quatro regiões brasileiras que compreende:

região Norte (Tocantins), Nordeste (Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas), Centro-

Oeste (Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, Rio

de Janeiro) (FLORA DO BRASIL 2020; 2017).

Figura 1. Espécie Croton campestris A. St.-Hil. no Campo Experimental da Embrapa Semiárido (Bebedouro) em

Petrolina-PE, 2018.

Tratando-se da medicina popular, as folhas e as raízes da espécie C. campestris podem

ser usadas sob forma de chá. Apresenta potencial no combate à tuberculose, doenças

sexualmente transmissíveis (DST’s), impinges, tumores, moléstias de pele, reumatismo, úlcera

do útero, diarréia, artritismo, doenças inflamatórias e parasitárias. Além do mais, essa espécie

possui atividade inseticida, sendo, antimicrobiana, antihelmíntica, antimalárica e leishmanicida

(MATIAS et al., 2010).

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2.4 Potencial das espécies medicinais da Caatinga brasileira

O Bioma Caatinga, localizado predominantemente na região Nordeste do Brasil, é um

bioma exclusivo brasileiro e abriga uma grande biodiversidade da flora e fauna. Com a grande

variabilidade da flora, esse Bioma apresenta plantas lenhosas e semilenhosas, arbustivas,

herbáceas anuais e plantas endêmicas (ALBUQUERQUE; ANDRADE, 2002; BRASIL, 2003).

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a Caatinga é considerada como um dos

biomas mais amplos do território nacional, abrangendo cerca de 730 mil km2 de área. No

entanto, nos últimos vinte e cinco anos, a Caatinga vem perdendo aproximadamente cerca de,

40.000 Km² de sua área total, transformando-se em deserto, pela intervenção do homem em seu

habitat. Ainda permanece a vegetação nativa cerca de 40% de toda área original, sendo que, boa

parte da cobertura vegetal está sendo utilizada para a extração de lenha, para a agricultura, entre

outras utilidades (BRASIL, 2003; GARIGLIO, 2010).

O bioma Caatinga está perdendo conforme o tempo suas espécies nativas mais

importantes, mas mesmo assim, ainda possui uma diversidade de plantas medicinais e

aromáticas, que são largamente empregadas pela medicina popular e podem ser usadas para a

elaboração de novos produtos fitoterápicos (MAIA, 2004). Na comunidade tradicional, as plantas

medicinais ainda são bem utilizadas na medicina popular, como por exemplo, por curandeiros,

em empresas fabricantes de aromas e essências, pelas indústrias alimentícias, dentre outros

processos que são bastante utilizados.

Em vista desse processo e observando a importância das espécies da Caatinga para o uso

medicinal, o número de pesquisas com plantas que possuem propriedades medicinais têm

crescido gradualmente. Mas, pela grande procura por essas plantas, vêm gerando preocupações

para as comunidades do entorno, sobretudo principalmente quando as espécies são coletadas para

comercialização de forma não sustentável (GARIGLIO, 2010).

Para a organização não governamental que desempenha um papel único e de liderança

como especialista global em comércio de animais silvestres, o TRAFFIC (Tráfego em

português), afirma que é de extrema importância preservar os recursos naturais, com destaque

em reforçar a proteção e a conservação dos recursos naturais com manejos efetivos, valorizando

a cultura e economia de cada região, garantido que o comércio de plantas e animais silvestres

não seja uma ameaça a conservação da natureza (SILVA, et al., 2001).

Assim, o TRAFFIC com suas estratégias de conservação, trabalha com o objetivo que

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impulsiona estratégias de conservação do comércio de plantas e animais silvestres para 2020,

com o tema da comercialização ilegal de plantas, com o interesse de garantir a segurança e

conservação dos recursos, procurando aprimorar o conhecimento sobre a atividade comercial das

espécies e agenciar um manejo apropriado e a integração de esforços para as estratégias de

conservação (SILVA et al., 2001).

Em grande parte dos trabalhos, há indicação que as populações pertencentes ao bioma

Caatinga, na sua grande maioria, precisam diretamente dos recursos naturais disponíveis para sua

sobrevivência (ALBUQUERQUE; LUCENA, 2004).

No Brasil, existem várias espécies de plantas endêmicas que são coletadas de forma

exploratória, mesmo estando incluídas na lista oficial da flora brasileira ameaçada de extinção,

como é o caso do Jaborandi de Pernambuco, Maranhão e Ceará na sequência (Pilocarpus

jaborandi, P. microphyllus e P. trachylophus) (SBB, 1992).

O órgão responsável pelo controle das atividades de comércio de plantas medicinais é o

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, com função de aplicar políticas ambientais e

normativas. A Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9605/98) possibilitou à legislação ambiental um

grande avanço, onde podem ser aplicadas punições para quem realiza crimes contra o meio

ambiente (BRASIL, 1998).

2.5 Metabolismo secundário das plantas e óleos essenciais

Os metabólitos secundários são compostos químicos que não possuem distribuição

universal. Ocorrem conjuntos de reações, onde serão degradados, transformados ou formados na

espécie vegetal (SIMÕES et al., 2010). Esse conjunto de reações químicas ocorre no interior das

células. Os vegetais são divididos em dois tipos de metabólitos, primários, que têm distribuição

universal, como, respiração, fotossíntese e transporte de solutos e secundários, onde são

limitados para algumas espécies, pois não são necessários para todas as plantas

(WAKSMUNDZKA et al., 2008).

Algumas espécies limitadas possui um metabolismo diferenciado (enzimas, coenzimas e

organelas), onde pode transformar outras substâncias não necessariamente relacionadas de forma

direta à manutenção da vida do organismo produtor. No metabolismo secundário, os processos

químicos são únicos para uma espécie ou família.

Os metabólicos são a química que conduz á formação de um produto natural, cuja

produção e acumulação são restritas a poucos organismos, apresentando metabolismo específico

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e possuindo características únicas como elementos de diferenciação. Sua função é proteger a

planta contra herbívoria e contra ataques de patógenos, bem como beneficiá-la na competição

com outros vegetais (SIMÕES et al., 2010).

Além disso, favorecem a atração de polinizadores, de animais dispersores de sementes,

bem como microrganismos simbiontes. Acrescidos a estes fatores bióticos, a produção de

metabólitos secundários também protege o vegetal de influências externas ambientais, como

temperatura, umidade, raios UV e deficiência de nutrientes minerais no solo ou pela planta.

Outra característica é a sua elevada capacidade biossintética, em sua diversidade de substâncias

numa mesma espécie (SIMÕES et al., 2010).

Estudos sobre metabólitos foram iniciados pelos químicos orgânicos do século XIX e

início do século XX devido às suas diversas aplicações (TAIZ; ZEIGER, 2017), até hoje, a

pesquisa desperta um grande interesse por vários campos da ciência onde visam a importância na

fonte de moléculas, onde poderá ser útil para o ser humano. Para aplicar de forma correta e

conhecer a atuação dos metabólitos secundários dos vegetais. Esses estudos mostram a

necessidade de conhecer as rotas metabólicas e o que ocorre em cada célula vegetal. Buscando

entender os processos metabólicos, as possibilidades de utilização pode se tornar inúmeras, como

por exemplo, na área farmacêutica, agronômica, na indústria de perfumes e na área alimentícia

(BEZERRA, 2008).

Com toda importância dos metabólicos secundários, nos processos de desenvolvimento,

crescimento e reprodução dos organismos, os óleos essenciais são sintetizados, armazenados e

liberados pelas as plantas. São compostos orgânicos voláteis, obtidos por meio de técnicas de

extração, como prensagem a frio e diferentes tipos de destilação. Pode ser extraídos das folhas,

raízes, sementes, frutos, flores e de troncos de plantas (OUSSALAH et al., 2007).

De acordo com as pesquisas realizadas, ao longo dos séculos, as espécies com

propriedades fitoterápicas foram estudadas, reconhecidas e aplicadas em diversas áreas, como

por exemplo, na medicina e na agricultura. Em vários contextos essas espécies foram inseridas

em diversos conjuntos dos costumes e hábitos fundamentais, como, litúrgico, social e medicinal

(CARNEIRO, 2002). Os resultados de comprovação de espécies fitoterápicas em pesquisas

científicas corroboram a medicina popular, na qual, a utilização e o conhecimento popular sobre

as plantas medicinais são passados com práticas e idéias de um segmento da população,

transmitidas informalmente (LIMA, 2001).

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Os óleos essenciais em geral, possuem estruturas especializadas que, são acumulativas

como exemplo, os tricomas glandulares, que secretam substâncias que atuaram no afastamento

dos herbívoros, e idioblastos, onde terá também o armazenamento do óleo essencial

(GERSCHENZON, 1994).

Quimicamente, a grande maioria dos óleos essenciais é constituído de derivados

fenilpropanóides, que são formados a partir do ácido chiquímico, onde formam as unidades

básicas dos ácidos cinâmicos, ou terpenóides, onde são sintetizados a partir de unidades do

isopreno (carbono), provenientes das vias do MEP (metil-eritritol- fosfato) ou das vias do MEV

(ácido mevalônico) (SIMÕES et al., 2010).

Demais atividades com o potencial alto desses compostos, também vêm sendo

investigadas, como por exemplo, a atividade anticancerígena (ZHANG et al., 2007), antiviral

(FARAG et al., 2004), inseticida (GRACE, 2002), moluscicida (LAHLOU; BERRADA, 2001),

antioxidante (TEL et al., 2010), anti-inflamatória (FALCÃO et al., 2005), efeitos sobre a

musculatura lisa (MAGALHÃES et al., 1998), dentre outras. Com o crescimento de interesse a

cerca do potencial das plantas medicinais, o número de trabalhos vem aumentando conforme o

tempo, pois proporcionam benefícios para a saúde (aromaterapia), eles podem acalmar,

estimular, cicatrizar, desinfetar. Atuando também como inseticidas, repelente e agente de

limpeza natural, além do mais a procura por novas essências para a industria de perfumes.

Algumas espécies do gênero Croton já foram investigadas quanto às atividades dos óleos

voláteis. O óleo de C. cajucara, rico em linalol, é tóxico para Leishmania amazonensis (ROSA et

al., 2003). Efeito modulatório na contração de musculatura lisa foi observado para o óleo de C.

zehntneri (COELHO et al., 1998), assim como efeitos no sistema nervoso, que podem justificar

os usos tradicionais no tratamento de problemas do trato gastrointestinal (ALBUQUERQUE et

al., 1995) e distúrbios nervosos, como ansiedade (BATATINHA et al., 1995).

Óleos de C. zehntneri (rico em anetol) e C. argyrophylloides Müll. Arg. (rico em α-

pineno e espatulenol) apresentaram maior atividade antioxidante em relação ao óleo de C.

nepetaefolius Baill. (rico em metileugenol e α-copaeno) (MORAIS et al., 2006). Simionatto et

al., 2007 investigaram a atividade antioxidante e bactericida do óleo do caule de C. urucurana.

Óleos de folha e raiz da espécie argentina C. hieronymi Griseb. apresentaram atividade

antimicrobiana (HELUANI et al., 2005). O óleo do caule de C. stellulifer Hutch, uma espécie

endêmica de São Tomé e Príncipe, também apresenta atividade contra bactérias e fungos

(MARTINS et al., 2000). Sylvestre et al., 2006, relataram a atividade anticancerígena de óleo de

Croton flavens L., que tem viridifloreno e germacrona como componentes principais.

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Em geral, nos óleos voláteis obtidos de espécies de Croton brasileiras, monoterpenos e

sesquiterpenos são os compostos mais abundantes, com exceção de C. zehntneri, na qual podem

ser predominantes os fenilpropanóides eugenol e anetol (CRAVEIRO et al., 1981). No nordeste

brasileiro, muitas espécies de Croton encontradas são aromáticas, potencializando os produtos

naturais (MORENO et al., 2009).

Silva et al., (2018), trabalharam com a espécie Croton adamantinus MÜLL ARG.,

(marmeleiro) e utilizaram as folhas para a extração do óleo essencial para verificar a

potencialidade antioxidante do óleo essencial. Como resultado, obtiveram cerca de 92% ± 0,05

do composto fosfomolibdênio, confirmando ser um bom agente antioxidante. As substâncias

antioxidantes são compostos que atrasam ou inibem os efeitos desencadeados de um substrato

oxidável, tendo o papel de proteger as células sadias (MORAIS et al., 2009).

Costa et al., (2008) trabalhando com Croton zehntneri Pax et Hoffm., conhecida

popularmente como (canela de cunhã), avaliaram a potencialidade da atividade antibacteriana e a

toxicidade do óleo essencial da espécie, demonstrando potencial biológico contra bactérias

patogênicas e toxicidade ativa.

Ribeiro (2018), trabalhando com espécies do gênero Croton L. presente no bioma Caatinga

tais como Croton blanchetianus Baill. (marmeleiro), Croton nepetifolius Baill. (marmeleiro

vermelho) e Croton zehntneri Pax & K. Hoffm. (canela de cunha), avaliou a influência do ciclo

circadiano e da sazonalidade na composição química e no rendimento dos óleos essenciais das

plantas. Os fatores que foram avaliados interferiram no rendimento e na composição química das

espécies do gênero Croton spp.

2.6 Propagação assexuada e sexuada das espécies

A propagação sexuada é baseada no processo meiótico de divisão celular, em que o

número de cromossomos das células reprodutivas é reduzido à metade para formar os gametas:

oosfera e o grão de pólen. A divisão meiótica é de fundamental importância para a geração da

variabilidade por meio da divisão reducional e independente dos cromossomos e Crossing over.

Durante a divisão meiótica, os cromossomos homólogos pareados trocam pares entre si,

aumentando a variabilidade genética (BORÉM, 1998).

A propagação de plantas, tradicionalmente é realizada através de sementes. No entanto, é

um método que não se tem a certeza de que os indivíduos formados, vão manter as mesmas

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características das plantas parentais. Já na multiplicação de planta por propagação vegetativa, os

indivíduos possuem características geneticamente iguais àquelas de seus progenitores (ONO et

al., 1992).

Uma propagação através de sementes pode retarda a produção da espécie trabalhada,

devido ao longo período improdutivo ocasionado pelo começo de sua formação. Além disso,

algumas plantas originadas por sementes podem apresentar uma redução na sua produção

(HARTMANN et al., 1997).

A propagação vegetativa por estaquia é uma técnica utilizada para produzir plantas

geneticamente iguais (células, tecidos, órgãos), à planta-mãe. Isso só é possível porque as células

contêm, em seus núcleos as informações necessárias para gerar uma nova planta, através de um

princípio denominado de totipotência. Como essas células reproduzidas são somáticas, as plantas

resultantes são denominadas clones (GRAÇA; TAVARES, 2000).

Dentre os tipos de propagação, geralmente são utilizados para propagação vegetativa o

procedimento de estaquia, onde se dar por diversas formas, por exemplo, caulinares, foliares ou

radiculares. A propagação por estaca caulinar, geralmente, requer apenas que um novo sistema

radicular adventício seja formado, dado ao potencial da regeneração de gemas já existentes na

planta. Entretanto, nas estacas foliares e radiculares há a necessidade de formação adventícia

tanto do sistema radicular como da parte aérea, o que dificulta a sua utilização na área florestal

(XAVIER et al., 2003).

As mudas obtidas por estaquia consistem no fato de serem plantas com estabilidade

genética garantida, o que implicará na formação de plantas uniformes e mais produtivas.

Gerando uma uniformidade de produção e qualidade garantida (OLIVEIRA et al., 2003).

As estacas caulinares podem ser classificadas em diversos tipos como lenhosas,

semilenhosas, herbáceas. Cada tipo mostra uma capacidade diferente no processo de

enraizamento. Para algumas espécies, como o caquizeiro, as estacas herbáceas apresentam uma

tendência maior para o enraizamento em relação às lenhosas (BASTOS et al., 2005). Para outras

espécies, além das estacas serem herbáceas, é necessário que elas tenham folhas ou parte delas,

como acontece com algumas espécies para não perder todo seu processo metabólico (GONTIJO

et al., 2003). Em contrapartida, existem espécies em que as estacas lenhosas apresentam um

maior potencial para o enraizamento, como é o caso do pessegueiro (OLIVEIRA et al., 2003).

A propagação vegetativa por estaquia é considerada uma técnica importante para o

melhoramento das espécies lenhosas e herbáceas, principalmente no cultivo de plantas

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medicinais. Algumas espécies medicinais do gênero Croton com propagação por estaquia já

foram estudadas, tais como: Croton sonderianus (LOPES et al., 2014); Croton blanchetianus

(SOUZA et al., 2012); Croton zehntneri (PAULINO; SANTOS; COELHO, 2012) e Croton

heliotropiifolius (SOUZA et al., 2012).

2.7 Fatores que Interferem na Propagação Assexuada

O processo de formação de raízes em estacas é influenciado por grande número de fatores

que podem atuar isoladamente ou em conjunto (PASQUAL et al., 2001). Dentre os principais

fatores que afetam o enraizamento de estacas destacam-se as condições fisiológicas da planta

matriz (presença de carboidratos, substâncias nitrogenadas, aminoácidos, auxinas, compostos

fenólicos e outras substâncias não identificadas), sendo estas sintetizadas pelas folhas

acumulando-se na zona de regeneração de raízes (HARTMANN et al., 2002) e fatores externos,

tais como a época do ano em que a estaquia é realizada, tipo de concentração de auxina,

substrato utilizado, temperatura do meio e umidade (ONO; RODRIGUES, 1996).

As auxinas são fitohormônios que regulam o processo de crescimento dos vegetais. Para

a produção de novas estacas para a propagação vegetativa, é necessário o fitormônio para a

indução de raízes, principalmente o desenvolvimento das raízes adventícias (TAGLIACOZZO,

1998).

As auxinas foram os primeiros reguladores a terem aplicação agronômica bem difundida

na questão de enraizamento, por serem mais facilmente absorvidas e por resistirem melhor ao

catabolismo auxínico, o que as torna mais potentes e com ação mais duradoura (PASQUAL et

al., 2001). Aparentemente, estacas de menores tamanhos, provavelmente não apresentam

quantidades suficientes de auxinas endógenas para maior indução de raízes, mesmo com a

aplicação de AIB, enquanto estacas de maiores tamanhos, possivelmente apresentaram maiores

teores de auxina endógena, formando porcentagem de raízes maiores (BASTOS, 2006). Para os

trabalhos de produção de estaca que utiliza a auxina como hormônio estimulador, alguns

trabalhos a auxina têm um valor positivo para a indução de raízes, mas para outros trabalhos não.

A auxina é sintetizada pelas gemas apicais e folhas jovens, possuindo movimento em

toda planta, do ápice para as raízes (BASTOS 2002). Segundo Roberto et al. (2001), a auxina é

um hormônio essencial por estimular a síntese de etileno, favorecendo assim a emissão e o

crescimento de raízes adventícias na região basal pela produção vegetativa de estacas. Além das

auxinas, outras substâncias endógenas podem afetar positivamente o crescimento e

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desenvolvimento de novas raízes laterais e adventícias das estacas tais como as citocininas,

giberelinas, ácido abscísico e etileno (HARTMANN et al., 2002)

Para algumas espécies, a quantidade de auxina comparada com os demais reguladores de

crescimento são insuficientes para produzir o enraizamento, fazendo assim, necessidade na

obtenção de produtos sintéticos. A utilização dessas substâncias pode ser feita na propagação

assexuada, visando acelerar a formação de raízes em espécies que apresentam difícil

enraizamento (PASQUAL et al., 2001). De acordo com Tofanelli et al. (2002), os reguladores

que são mais utilizados são, ácido indolbutírico (AIB), ácido naftalenoacético (ANA) e o ácido

indolacético (AIA).

De acordo com GASPAR; HOFFINGER (1988), a aplicação de fitorreguladores, como

exemplo o AIB, aumentará a concentração de auxina nos tecidos e a formação de raízes

adventícias em estacas. O AIB, como sendo a principal auxina utilizada, é principalmente

utilizado na forma de pó, em solução diluída ou solução concentrada. O método mais empregado

na aplicação do AIB é em forma de solução diluída, pois terá mais uniformidade em sua

aplicação e além do mais, diminui os riscos fitotóxicos, embora apresente a desvantagem de

perder em pouco tempo a sua atividade (BASTOS, 2005).

2.8 Época e Coleta das Estacas na Planta

A época de coleta das estacas tem papel muito importante na capacidade de enraizamento,

já que podem apresentar variação em seu crescimento, além de outros fatores envolvidos como

os internos (idade da planta matriz, tipo de estaca, época do ano) e externos (luz, temperatura,

meio de enraizamento).

Desse modo, as que são coletadas no período de repouso tendem a enraizar menos. Por

outro lado, estacas menos lignificadas (herbáceas e semilenhosas) são mais propícias à

desidratação necessitando de um ambiente controlado (HARTMANN et al., 2002).

De acordo com Bastos (2005), a época do ano exercerá grandes influências no estádio do

ramo e no grau de atividade dos processos fisiológicos das plantas. Com isto, algumas espécies

podem ser propagadas no período de crescimento, já outras, durante o repouso. Desta forma, para

observar qual época adequada para a propagação de cada espécie, deverá ser determinada com

experimentos e repetições.

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As pesquisas têm comprovado que, a maioria das espécies estão mais propícias ao

enraizamento na época do crescimento vegetativo, que coincide na primavera e verão (BASTOS,

2005). Segundo Fachinello et al. (1995) o primeiro fator importante para o enraizamento é a

idade da planta matriz, também, as estacas em seu estádio juvenil de crescimento, podem

apresentar maior formação de raízes do que as estacas adultas. A forma de corte na planta matriz,

reto ou bisel, também é um fator que pode apresentar melhores resultados influenciando no

desenvolvimento das estacas selecionadas. Os cortes para a retirada das estacas são basais,

medianas e apicais (BASTOS et al., 2005).

Estacas retiradas de ramos laterais, durante a primavera, resultam em maior enraizamento

do que aquelas retiradas de ramos terminais. Quando as partes de um ramo são comparadas, o

enraizamento diminui à medida que se caminha da base para o ápice do ramo. Para espécies de

difícil enraizamento, a natureza do ramo é decisiva (GRAÇA; TAVARES, 2000). Este fato foi

constatado em erva mate (Ilex paraguariensis St. Hil.), onde os propágulos retirados das secções

mediana e basais, apresentaram um maior enraizamento do que os retirados das secções apicais

(TAVARES et al., 1992).

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CAPÍTULO I

PRODUÇÃO DE MUDAS DE VELAME DO CAMPO

(Croton campestris A. St. -Hil.) VIA PROPAGAÇÃO

VEGETATIVA

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PRODUÇÃO DE MUDAS DE VELAME DO CAMPO (Croton campestris A. St. -Hil.)

VIA PROPAGAÇÃO VEGETATIVA

RESUMO: Velame-do-campo como é conhecida á espécie Croton campestris A. St.-Hil.

(Euphorbiaceae), é uma planta nativa da Caatinga, mas também ocorre em outros

ecossistemas e regiões do Brasil. Desta forma objetivou-se com este trabalho verificar a

influência da época de coleta, diferentes concentrações de AIB e período de exposição das

estacas em auxina na propagação vegetativa desta espécie. O material vegetativo foi

coletado de plantas adultas, para a produção de estacas apicais e medianas, coletadas

aleatoriamente durante as estações seca e chuvosa na comunidade Caiçara, município de

Petrolina-PE. Após a coleta, foram levadas para o Laboratório de Biotecnologia e viveiro

de mudas da Embrapa Semiárido, Petrolina-PE. O experimento foi instalado em

delineamento inteiramente casualizado, testando diferentes concentrações de AIB. Após o

preparo das estacas, estas foram imersas em solução de AIB nas concentrações de 100,

200, 500 e 1,000 mg L-1 onde permaneceram pelos períodos de 1, 2 e 5h. 0 mg L-1, como

tratamento controle apical e mediana. O estaqueamento foi realizado em tubetes de 50 mL

contendo Plantmax como substrato. Após 60 dias em viveiro de mudas, as avaliações das

estacas foram em relação ao número de brotações por estaca (NBE), número de folhas por

broto (NFB), número de raízes por estaca (NRE), peso da biomassa fresca (PBF), peso da

biomasa seca (PBS) da estaca e porcentagem de enraizamento (%EN). Os resultados

indicam que mesmo que não tenha ocorrido diferença entre os tipos de estacas para

algumas variáveis tanto na época seca como chuvosa, verificou-se certa tendência de

superioridade das estacas medianas em relação às apicais. Para a porcentagem de

enraizamento em época seca, a maior porcentagem para estaca apical foi de 86% na

concentração 500 mg L-1 em 2,7 h. A menor foi, 38,13% na concentração 1000 mg L-1 no

tempo de 3h. Para estaca mediana, o maior valor de enraizamento foi 91% na concentração

de 100 mg L-1 de AIB no tempo de 5h. Em época chuvosa, para apicais a maior

porcentagem foi 48% em 2h na concentração de 100 mg L-1 e a menor foi 2% em 2,4 h na

concentração de 500 mg L-1. Já as estacas medianas o maior foi 56,4% para o tempo de

3,5h e concentração 500 mg L-1 e a menor foi de 34% de enraizamento quando

permaneceram 3h em 100 mg L-1 de AIB.

Palavras-chave: Caatinga. Enraizamento adventício. Auxina. Estaquia.

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ABSTRACT: Velame-do-campo as it is known to the species Croton campestris A. St.-Hil.

(Euphorbiaceae), is a native plant of the Caatinga, but also occurs in other ecosystems and

regions of Brazil. Thus, the objective of this work was to verify the influence of the collection

time, different concentrations of IBA and period of exposure of auxin cuttings in the

vegetative propagation of this species. The vegetative material was collected from adult plants

for the production of apical and median cuttings, randomly collected during dry and rainy

seasons in the community of Caiçara, Petrolina-PE. After collection, they were taken to the

Biotechnology Laboratory and seedling nursery of Embrapa Semiarid, Petrolina-PE. The

experiment was installed in a completely randomized design, testing different concentrations

of IBA. After preparation of the cuttings, they were immersed in IBA solution at

concentrations of 100, 200, 500 and 1,000 mg L-1 where they remained for periods of 1, 2

and 5h. 0 mg L-1 as apical and median control treatment. Staking was performed in 50 mL

tubes containing Plantmax® as substrate. After 60 days in seedling nursery, cuttings were

evaluated in relation to the number of shoots per seed (NBE), number of leaves per shoot

(NFB), number of roots per cutting (NRE), weight of fresh biomass , dry biomass (PBS) of

the cuttings and percentage of rooting (% EN).The results indicate that even if there was no

difference between the types of cuttings for some variables in the dry and rainy season, there

was a certain tendency of superiority of the median cuttings in relation to the apical ones. For

the percentage of rooting in dry season, the highest percentage for apical cutting was 86% in

the concentration 500 mg L-1 in 2.7 h. The lowest was 38.13% in the concentration 1000 mg

L-1 in the time of 3h. For medium cutting, the highest rooting value was 91% at the

concentration of 100 mg L-1 of AIB in the time of 5h. In the rainy season, for apical the

highest percentage was 48% in 2h in the concentration of 100 mg L-1 and the lowest was 2%

in 2,4 h in the concentration of 500 mg L-1. The median stakes were 56.4% higher for 3.5h

and 500 mg L-1, and the lowest was 34% for rooting when they remained 3h in 100 mg L-1

of IBA.

Keywords: Caatinga. Medicinal plant. Auxin. Stake.

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INTRODUÇÃO

A família Euphorbiaceae se destaca na atividade econômica, por ser utilizada na

alimentação e medicina a partir do conhecimento popular (TRINDADE; LAMEIRA, 2015).

Apresenta 80 gêneros (BARROSO et al.,1991), com destaque para o gênero Croton com cerca

de 1300 espécies (BERRY et al., 2005).

Devido os diversos metabólitos secundários, como flavonóides, terpenóides e alcalóides

encontrados nessas espécies, existe forte potencial econômico, principalmente para a indústria

farmacêutica de fitoterápicos (RIZK 1987; PAYO et al., 2001). Para os estudos realizados, os

metabolismos secundários são verdadeiras fontes de substâncias bioativas devido à elevada

diversidade estrutural de compostos químicos que eles apresentam (CORRÊA; SALGADO,

2011).

Velame ou velame-do-campo como é conhecida á espécie Croton campestris A. St. -

Hil. (Euphorbiaceae), é uma espécie nativa da Caatinga, mas não endêmica, tendo uma

distribuição no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil (FLORA DO BRASIL 2020;

2019). É um arbusto de 1-2 m de altura, cujas folhas e raízes são amplamente utilizadas na

medicina popular em casos de distúrbios hematológicos, devido o efeito depurativo, inflamações,

dermatoses, gripe, febre, ferimentos, dentre outros (BRITO JUNIOR et al., 2015).

Lima et al.(2015) destacaram que o velame é uma espécie nativa com relevantes

propriedades medicinais, haja vista seu potencial antimicrobiano, moluscicida e anticâncer,

devido a presença de metabólitos secundários que atuam na proliferação de células tumorais.

Diversas pesquisas já realizadas sobre propagação vegetativa de espécies nativas

lenhosas registraram que a indução de raízes adventícias em estacas é influenciada por diversos

fatores, como a época de coleta das estacas, o estado nutricional e hídrico da planta matriz, o teor

de auxinas endógenas, o tamanho e o teor de lignificação da estaca, além de requerer o uso de

auxinas sintéticas, dentre outros (ONO; RODRIGUES, 1996; DARIO et al., 2004).

Quando a espécie apresenta dificuldade de enraizamento a partir de estacas caulinares e

há necessidade do uso de auxinas sintéticas como estímulo à indução de raízes, o uso desta

substância pode proporcionar melhoria significativa além de uniformizar o enraizamento

(BIASI; COSTA, 2003).

Inúmeros trabalhos têm reportado resultados quanto à efetividade do ácido indolbutírico

(AIB), por ser considerada a auxina sintética mais eficiente devido a sua baixa toxicidade,

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estabilidade à ação da luz, maior aderência à estaca e maior resistência ao ataque por ação

biológica (PEDROSO et al., 2016; ALMEIDA et al., 2015; HARTMANN et al., 2011).

Considerando os aspectos supracitados e a necessidade de investigações científicas na

área agronômica devido à importância do Velame do campo, objetivou-se com este trabalho

verificar a influência da época de coleta, diferentes concentrações de AIB e período de exposição

das estacas em auxina na propagação vegetativa desta espécie.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido nas dependências do Laboratório de Biotecnologia e

viveiro de mudas da Embrapa Semiárido, Petrolina-PE. Para a realização do trabalho, foram

utilizadas estacas apicais e medianas, coletadas aleatoriamente durante as estações seca e

chuvosa, em plantas de uma população natural localizada na comunidade Caiçara, município de

Petrolina-PE (383 m de altitude e coordenadas geográficas de 09°04’419'' de latitude sul e

40°19'542,24'' de longitude oeste).

Foi instalado um experimento com concentrações elevadas de AIB. Contudo, os

resultados não foram eficientes. Deste modo, optou-se por trabalhar com concentrações menores

e com período mais longo de exposição das estacas na solução do regulador auxina,

prosseguindo-se com as análises estatísticas pertinentes.

Para a instalação do experimento, as estacas foram coletadas no mês de janeiro de 2017

(época chuvosa) e Junho de 2017 (época seca) e separadas em partes apicais e medianas, com

aproximadamente 20 cm de comprimento e um par contendo metade das folhas. Após o preparo

das estacas, estas foram imersas em solução de AIB nas concentrações de 100, 200, 500 e 1,000

mg L-1 onde permaneceram pelos períodos de 1, 2 e 5h. A ausência de auxina (0 mg L-1), foi

tomada como tratamento controle tanto para estacas apicais quanto medianas. Os períodos de

permanência das estacas na auxina foram baseados em experimentos instalados anteriormente

com a espécie (dados não publicados).

Após os diferentes períodos de imersão das estacas em solução de AIB, essas foram

transferidas para tubetes de polietileno rígido com capacidade volumétrica de 50 mL, que possui

forma cônica, seis estrias internas, 2,7 cm de diâmetro interno superior, 1,0 cm de diâmetro

interno inferior e altura de 12,2 cm, contendo Plantmax como substrato. Os tubetes foram

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mantidos em viveiro de mudas e irrigados diariamente, por um período de 60 dias. A irrigação

foi realizada via microaspersão pelo tempo de um minuto a cada hora.

O experimento foi instalado em delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC)

em esquema fatorial 2 x 4 x 3 (dois tipos de estacas x quatro concentrações de AIB x três tempos

de permanência), mais os controles para estaca apical e estaca mediana, totalizando 26

tratamentos, com dez repetições e uma estaca/parcela.

As avaliações foram realizadas aos 60 dias após a instalação do experimento em relação

ao número de brotações por estaca (NBE), número de folhas por broto (NFB), número de raízes

por estaca (NRE), peso da biomassa fresca (PBF), peso da biomasa seca (PBS) da estaca e

porcentagem de enraizamento (%EN). O peso do material fresco, foi obtido em balança analítica

e, posteriormente, foi colocado em estufa com circulação de ar forçado (40ºC) até obtenção do

peso constante e avaliação do peso médio da biomassa seca.

Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística utilizando-se o software

SISVAR® (FERREIRA, 2014) pelo teste de média de Scott-Knott (α5%) para tipo de estaca e

análise de regressão para concentração de AIB (α5%) e tempo de permanência (α5%).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Houve diferença de comportamento para todas as variáveis respostas de acordo com os

fatores estudados e as características avaliadas. Para as estacas coletadas na época seca, o NBE

apresentou diferença estatística significativa apenas entre as concentrações da auxina utilizada.

Os resultados para NFB foram diferentes para a interação estaca x tempo x concentração e o

NRE entre os períodos de imersão e as concentrações testadas isoladamente. O PBF foi diferente

estatisticamente entre o tempo e a interação estaca x concentração de AIB e o PBS, não

apresentou diferença estatística significativa para nenhum fator avaliado.

Entretanto, mesmo que não tenha ocorrido diferença entre os tipos de estacas para

algumas variáveis tanto na época seca como chuvosa, verificou-se certa tendência de

superioridade das estacas medianas em relação às apicais, como se pode observar para o NBE,

NFB, NR e PBS época seca (Tabela1).

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Tabela 1. Resultados para as variáveis respostas em função do tipo de estaca e época de coleta. Petrolina-PE,

Dezembro de 2018.

NBE NFB NR PBF (mg) PBS (mg)

Época seca

Estaca apical 2,28a 1,90a 5,42a 1,34b 0,80a

Estaca mediana 2,55a 2,14a 6,21a 2,25a 1,18a

Época chuvosa

Estaca apical 0,64a 0,80b 1,76a 0,51b 0,15b

Estaca mediana 0,74a 1,30a 2,42a 1,15a 0,53a

Valores seguidos da mesma letra na mesma coluna, não diferenciam entre si pelo Teste de Scott-Knott (5%). NBE:

Número de brotos por estaca; NFB: Número de folhas por broto; NR: Número de raiz; PBF: Peso da biomassa

fresca; PBS: Peso da biomassa seca.

Quando se avaliou o NBE em diferentes períodos de permanência, foi possível observar a

diminuição dos valores médios à medida que se aumentou as concentrações de AIB. No

tratamento controle, sem auxina, as estacas emitiram 1,6 brotos na época seca. Já na

concentração 100 e 200 mg L-1, foi possível observar os maiores valores 3,12 e 2,78 brotos

quando comparada às demais concentrações. Na concentração 1000 mg L-1 este valor foi 1,90

brotos (Figura 1A).

Diversos trabalhos na literatura reportam a influência da água na indução de raízes

adventícias em estacas uma vez que brotações podem ser fontes diretas da auxina endógena

como precursor do enraizamento (FACHINELLO et al., 2005). Mesmo que esta observação em

relação à disponibilidade hídrica seja mais interessante, especificamente, para indução das raízes

adventícias, é interessante destacar que para o velame, nas condições que foi instalado o

experimento, observou-se que as estacas coletadas na época seca também emitiram brotos.

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2B1

A

1B

1C

1D

1E

1F

1G

APICAL FIGURA 1B

■y 100 mg L-1 = -0,1072x2 + 1,1978x + 0,2855R² = 0,9989

▲y 200mg L-1 = -0,1801x2 + 1,0679x + 0,8378R² = 0,2342

×y 500 mg L-1 = -0,4415x2 + 2,32x + 0,5061R² = 0,8922

•y 1000mg L-1 = -0,1962x2 + 1,1359x + 0,2401R² = 0,9965

MEDIANA FIGURA 1C

■y 100 mg L-1 = -0,2242x2 + 1,5228x + 0,4533R² = 0,999

▲y 200 mg L-1 = -0,2708x2 + 1,5857x + 0,6772 R² = 0,8378 ×y 500 mg L-1 = -0,274x2 + 1,5183x + 0,7859R² = 0,667

•y 1000 mg L-1 = -0,3636x2 + 2,0028x + 0,6217R² = 0,9382

1A

1C 1D

1B

1E 1F

1G

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Nas Figuras 1B e 1C pode-se observar os valores médios para o NFB em estacas apicais

e medianas, respectivamente, em função da concentração de AIB e tempo de permanência na

auxina. No tratamento controle, não houve diferença, mas ocorreu a diminuição dos valores

médios com o aumento da concentração de AIB.

Para as estacas apicais, o maior NFB (3,63) foi obtido quando estas permaneceram

durante 5,6 horas em 100 mg L-1 de AIB. Na concentração de 200 mg L-1 foi obtido 2,43 NFB no

tempo de 3h. Para a concentração 500 mg L-1, houve um aumento em NFB (3,56) com o tempo

de 2,6h destacando entre as concentrações de 200 e 1000 mg L-1. Os menores valores foram

observados para estacas imersas em 1000 mg L-1 desta auxina, havendo um aumento na emissão

de folhas entre os períodos de 2 a 3 horas, mas com a diminuição da emissão foliar no tempo de

5 h. Para as estacas medianas, o comportamento foi semelhante (Figura 1C). Porém,

diferentemente das estacas apicais, o maior valor obtido foi na concentração de 1000 mg L-1 de

AIB (3,38), no tempo de imersão de 2,75h. Em 100 mg L-1 de AIB, foi obtido 3,04 NFB no

tempo de 3,4h. Para a concentração 200 mg L-1 obteve-se 3,01 no tempo de 2,93h. Os menores

valores, foram obtidos nas estacas imersas em 500 mg L-1 da auxina, havendo um aumento na

emissão de folhas (2,90) mas com a diminuição no tempo de 5 h (Figura 1C).

Este resultado pode ser esperado quando se utiliza a técnica da estaquia com o objetivo

de propagar espécies lenhosas ou semilenhosas, uma vez que o conteúdo de auxina endógena é

variável entre e dentro das espécies. De acordo com os resultados obtidos neste estudo, pode-se

inferir que em estacas apicais, provavelmente, o teor de ácido indol acético (AIB) endógeno

pode ter sido maior quando comparado às estacas medianas. Logo, a conjugação com a auxina

sintética em concentrações menores, propiciou a indução de mais folhas. Para as estacas apicais,

a concentração mais elevada de 1000 mg L-1 pode ter causado certa toxicidade e prejudicado a

emissão de folhas. Para as estacas medianas, foi o contrário, ou seja, devido o provável teor mais

baixo de AIA endógeno, a concentração mais elevada, pode ter sido favorável à emissão de

folhas. Como comentado anteriormente, as presença de brotos ou folhas novas em estacas é

importante porque sevem como fonte de auxina endógena.

Esses resultados são relevantes porque demonstra que mesmo na época seca, com

indisponibilidade hídrica, o nível de auxina endógena da espécie não foi afetado negativamente,

Figura 1. A. NBE de Croton campestris A. St.-Hil.em função de concentrações elevadas de AIB para estacas

coletadas na época seca. B e C. NFB em função de elevadas concentrações de AIB para estacas medianas e apicais

coletadas na época seca. D e E. NRE em função dos diferentes tempos e diferentes concentrações de AIB para estacas

coletadas na época seca. F. PBF em função dos diferentes tempos e diferentes concentrações de AIB para estacas

coletadas na época seca. Embrapa Semiárido. Petrolina-PE, 2017.

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o que pode ter possibilitado a emissão de brotos com folhas tanto nas estacas apicais e medianas,

sem a necessidade da imersão em auxina sintética. De acordo com Carvalho et al., (2017), a

presença de brotações axilares ou folhas em estacas submetidas a tratamentos de propagação

assexuada é importante porque servem como fonte de auxina endógena e nutrientes necessários

para a formação de raízes.

A presença de brotações axilares ou folhas em estacas submetidas a tratamentos de

propagação assexuada é importante fonte de auxina endógena, nutrientes e outras substâncias

necessárias para a formação de raízes. De acordo com GASPAR; HOFINGER (1988), o alto

nível de auxinas endógenas pode ser necessário para a iniciação de raízes adventícias

primordiais, considerando que existe uma relação intrínseca entre os níveis de auxina endógena e

a habilidade para iniciar raízes.

O número de raiz variou significativamente em função do tempo e concentração de AIB

separadamente. Os maiores valores médios foram obtidos no tempo de (3,12) horas e

concentração 196 mg L-1 de AIB, independente do tipo de estaca (Figuras 1D e 1E).

Para o número de raízes por estaca, o comportamento foi semelhante em todas as

condições avaliadas, ou seja, nas concentrações mais elevadas de AIB, foram obtidos os menores

valores médios. Na Figura 1D, pode-se observar que os melhores resultados foram observados

quando se utilizou o tratamento com 200 mg L-1 (7,30). À medida que se aumentou a

concentração, houve um decréscimo no número de raízes por estaca até a concentração de 1,000

mg L-1.

O peso da biomassa fresca variou significativamente em função do tempo e concentração

de AIB separadamente. Os maiores valores médios foram obtidos no tempo de 3,2h e as

concentrações das estacas medianas e apicais foram, respectivamente, 416,67 e 258,33 mg L-1 de

AIB (Figuras 1F e 1G). Na Figura 1G, pode-se observar que os melhores resultados foram

observados quando se utilizou o tratamento com 100 mg L-1 (1,59) para apical e 1000 mg L-1

(2,65) para mediana. Os dados apresentam uma superioridade das estacas medianas com relação

às apicais.

No trabalho de Souza et al., (2012), utilizando a espécie velame de cheiro (Croton

heliotropiifolius Kunth.) para todas as variáveis analisadas, houve diferença na resposta entre as

estacas medianas e apicais, sendo que a mediana apresentou os maiores valores médios na

variável número de raiz por estaca, corroborando com os resultados encontrados nesta pesquisa

com velame do campo.

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Para o peso da biomassa seca os resultados obtidos pelas diferentes épocas do

experimento foram significativos para essa variável. Esses resultados corroboram aqueles

apresentados anteriormente para as outras variáveis estudadas, haja vista que foram obtidos os

maiores valores médios para número de brotos por estaca e número de folhas por broto no

tratamento controle (sem imersão em auxina).

Campos et al., (2018), trabalhando com Croton urucurana e utilizando a auxina AIB em

diferentes concentrações, observaram o baixo enraizamento e a alta mortalidade de estacas,

sendo que, a concentração de 8.000 mg L-1

foi a que expressou o maior resultado, sugerindo

novos estudos de propagação assexuada para a espécie.

Para as estacas coletadas na época chuvosa, os resultados foram diferentes daquelas

coletadas na época seca. O NBE diferiu estatisticamente entre os períodos de imersão e a

interação concentração x tipo de estaca; NFB, PBF e PBS foram diferentes apenas entre os tipos

de estacas (Tabela 1); e NR variou estatisticamente na interação estaca x concentração (Figura

2C). Esses resultados podem ser esperados, pois a época de coleta das estacas foi diferente e este

é um dos fatores que influenciam no enraizamento (ONO; RODRIGUES, 1996; HARTMANN,

2011).

As estacas coletadas nessa época apresentaram maior NBE no tratamento controle (1,2).

À medida que as estacas permaneceram em presença da auxina, houve a diminuição dos valores

médios para esta variável. Contudo, quando variou a concentração, o comportamento foi

diferente para estacas apicais e medianas. Para as apicais, o comportamento com relação à

concentração da auxina foi semelhante ao tempo. A imersão de brotos foi diminuindo ao tempo

que as concentrações foram aumentadas. No tratamento controle as estacas emitiram 1,43 brotos,

na concentração de 3,00 mg L-1 de AIB. Já para as estacas medianas, ocorreu o contrario, e o

maior valor obtido não foi na ausência da auxina. O NBE (0,72) foi obtido na concentração 1,17

mg L-1 de AIB. Para as demais concentrações, houve acréscimo até a concentração 500 mg L-1

,

logo após houve declínio no número de brotos até a concentração de 1000 mg L-1

(Figuras 2A e

2B).

Embora tenha ocorrido esse comportamento, os valores médios registrados para essa

variável demonstram o potencial da espécie em emitir brotos com folhas mesmo com a imersão

em baixas concentrações de auxina sintética. Para a variável NR, houve a interação tipo de estaca

x concentração de AIB utilizada. Maior NR ocorreu nas estacas medianas em comparação com

as apicais. Na concentração 650 mg L-1 de AIB foi obtido 4,5 raízes (Figura 2C).

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De acordo com os resultados apresentados, foi possível observar que as concentrações

mais elevadas da auxina AIB nos referidos períodos de permanência, pode ter promovido certa

toxicidade e prejudicado a indução de brotações. BISPO et al., (2014), trabalhando com

influência de diferentes concentrações de AIB e tempo de exposição na auxina

na propagação vegetativa da mesma espécie em estudo, também verificaram que a adição de AIB

em todas as concentrações testadas e diferentes períodos de permanência pode ter provocado a

morte das estacas, o que pode estar relacionado a um efeito fitotóxico das concentrações

elevadas desta auxina.

O AIB é a auxina mais utilizada para estudos de propagação vegetativa via estaquia

devida sua grande efetividade. Contudo, relatos de resultados negativos, com menções à

possibilidade de causar toxidez nas estacas são comuns (OINAM et al., 2011).

Em contraponto, Barbosa et al. (2017), trabalhando com propagação vegetativa da

espécie de Croton campestres, tratadas com diferentes concentrações de AIB, observaram

maiores índices de enraizamento (45%) nas estacas apicais e na maior concentração testada

Figura 2. A. NBE de Croton campestris A. St.-Hil.em função do tempo de permanência das estacas coletadas na

época chuvosa. B. NFB em função de elevadas concentrações de AIB para estacas medianas e apicais coletadas na

época chuvosa. C. NR em função das diferentes concentrações de AIB para estacas coletadas na época chuvosa.

Embrapa Semiárido. Petrolina-PE, 2017.

2A

2B

2A 2B

2C

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(1,000 mg L-1). Em pesquisas com espécies nativas e ainda não domesticadas, resultados

discrepantes quanto à propagação vegetativa podem ocorrer, haja vista a ampla base genética os

inúmeros fatores que influenciam diretamente no processo de enraizamento de estacas

(GASPAR; HOFINGER; 1988; ONO; RODRIGUES, 1996; HARTMANN et al., 2011;

WENDLING, 2004).

A porcentagem de estacas enraizadas apresentou diferenças estatísticas significativas nas

duas épocas de coleta e entre todos os fatores avaliados. Logo, houve a interação tripla tipo de

estaca x concentração de AIB x tempo de permanência. Na Figura 3A e 3B são apresentados os

valores para porcentagem de enraizamento das estacas apicais e medianas coletadas na época

seca 3C e 3D a porcentagem de enraizamento para as estacas coletadas na época chuvosa.

Os maiores valores médios para esta variável foram obtidos para as estacas coletadas na

época seca (Figura 3A e 3B). A maior porcentagem (86%) foi obtida para estacas apicais na

concentração 500 mg L-1 no tempo 2,7h. A menor porcentagem de enraizamento (38,13%) foi

observada para a concentração 1000 mg L-1 no tempo de 3h. Para as concentrações 100 e 200 mg

L-1, os valores foram 40,34% no tempo de 2,7h e 54,67% no tempo de 2,6 h, respectivamente.

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A B

D C

A- APICAL ÉPOCA SECA

y 100mg L-1 = -5,7182x2 + 30,939x - 1,4917R² = 0,9744

■y 200 mg L-1 = -5,0276x2 + 26,575x + 19,558 R² = 0,1452

▲y 500 mg L-1 = -10,856x2 + 58,812x + 6,2983 R² = 0,8852

×y 1000 mg L-1 = -4,6133x2 + 27,956x - 3,8122 R² = 0,833

B- MEDIANAÉPOCA SECA

y 100 mg L-1 = -1,0497x2 + 24,834x - 6,7956 R² = 0,9185

■ y 200 mg L-1 = -8,7845x2 + 45,718x + 9,4475 R² = 0,6905

▲y 500 mg L-1 = -7,1271x2 + 36,243x + 5,9669 R² = 0,7894

×y 1000 mg L-1 = -6,1878x2 + 42,707x + 0,9945 R² = 0,9959

C- APICAL ÉPOCA CHUVOSA

y 100 mg L-1= -4,4475x2 + 18,508x + 28,84 R² = 0,9845

■y 200 mg L-1 = -1,105x2 + 2,9834x + 32,32 R² = 0,7293

▲y 500 mg L-1 = 4,116x2 - 19,613x + 25,856 R² = 0,7442 ×y 1000 mgL-1= -1,0221x2 - 1,7403x + 33,646 R² = 0,8472

D- MEDIANA ÉPOCA CHUVOSA

y 100 mg L-1 = -3,7293x2 + 22,569x + 0,3315 R² = 0,9977

■y 200 mg L-1 = -4,0331x2 + 24,89x + 5,4696 R² = 0,6657

▲y 500 mg L-1 = -3,7017x2 + 25,994x + 10,773 R² = 0,4442

×y 1000 mg L-1 = -5,2099x2 + 29,967x - 1,3591 R² = 0,9769

Figura 3. A e B. E.E% Valores médios para porcentagem de estacas enraizadas apicais de Croton campestris A. St.-

Hil. na época seca. C e D. E.E% Valores médios para porcentagem de estacas enraizadas medianas de Croton

campestris A. St. Hil. na época chuvosa. Embrapa Semiárido. Petrolina-PE, 2017.

3A 3B

3C 3D

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Para as estacas medianas também coletadas na época seca, o maior valor médio obtido

(91%) foi no tempo de 5 horas para a concentração de 100 mg L-1 de AIB. Contudo, não foi

possível determinar o ponto de máximo para esta concentração nos períodos avaliados. Para as

concentrações 200, 500 e 1000 mg L-1 de AIB, os valores foram 59% em 4 h, 55% em 2,5h e

76% em 3,5h, respectivamente (Figura 3B).

As porcentagens de enraizamento para as estacas apicais e medianas referente ao material

coletado na época chuvosa são mostradas nas Figuras 3C e 3D. Para as primeiras (apicais), os

valores foram 48% em 2h na concentração de 100 mg L-1, 34% em 1,3 h na concentração de

200mg L-1, 2% em 2,4 h na concentração de 500mg L-1 e 31% em 52 min na concentração de

1000mg L-1. Já as estacas medianas apresentaram 34% de enraizamento quando permaneceram

3h em 100mg L-1 de AIB, 44% no tempo de 3h e concentração 200mg L-1, 56,4% para o tempo

de 3,5h e concentração 500mg L-1 da auxina e 43% para o tempo de 3h e concentração 1000mg

L-1.

Na fase de indução e iniciação da emissão das raízes adventícias, o processo é regulado

pela relação quantitativa endógena entre os níveis de auxina e citocinina, como também pela

participação de outras substâncias. As auxinas constituem a classe de hormônios vegetais mais

conhecidas, sendo sintetizada a partir do aminoácido triptofano e possuindo como característica

principal a capacidade de induzir o alongamento celular (TAIZ et al., 2017). O AIB é a auxina

sintética que apresenta maior estabilidade e menor solubilidade que a auxina endógenaAIA,

sendo considerado um dos melhores estimuladores do enraizamento (ALMEIDA et al., 2015).

De acordo com Andrade et al., (2014), que utilizaram diferentes tipos de estacas na

propagação vegetativa de Marmeleiro (Croton sonderianus), observaram que, todas as variáveis

analisadas houve diferentes respostas nas estacas medianas e apicais, sendo que, os maiores

valores médios foram encontrados nas estacas medianas. Para os estudos realizados com a

espécie Croton campestris, os maiores valores foram obtidos com as estacas apicais. Neste caso,

pode ocorrer maior concentração da auxina endógena quando comparada às estacas medianas e

esta ao conjugar com o AIB sintético, proporcionou maior emissão das raízes adventícias.

Entre os diversos aspectos relacionados à propagação vegetativa, a época de coleta dos

ramos foi citada por Ono; Rodrigues (1996) entre os principais fatores que influenciam no

processo, o que pode estar relacionado às fases de crescimento da planta, bem como ao estado

bioquímico das estacas.

De acordo com os mesmos autores, existem dois métodos de aplicação da auxina

sintética, sendo recomendado o tempo de imersão prolongado considerado 24 h para

concentrações até 500 mg L-1 e acima desta concentração, o tempo máximo entre 5 a 10

segundos. Para os resultados apresentados neste trabalho, pode-se observar esta correlação

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direta, ou seja, a maior porcentagem de enraizamento, aproximadamente, 90% ocorreu em

período de exposição menor que 24 h, para a concentração de 500 mg L-1 da auxina sintética.

Para a concentração de 1000 mg L-1 de AIB, provavelmente o período de permanência das

estacas pode ter causado toxicidade e prejudicado a formação das raízes, haja vista ter

ultrapassado mais de 60 min. Para esta concentração, poderiam ter sido testados períodos

variáveis entre 5 segundos e 1 minuto.

O processo de formação de raiz adventícia pode ser dividido em três fases: indução,

iniciação e elongação. As fases de indução e iniciação, geralmente são dependentes de auxina,

mas o crescimento (elongação) das raízes pode ser inibido pela presença dessa classe de

substâncias (ONO;RODRIGUES, 1996). Quando as concentrações ou o tempo de exposição de

estacas lenhosas ou semilenhosas em auxina sintética é elevado, pode ocorrer toxidez e,

consequentemente, não ocorre o enraizamento, o que deve ter acontecido para esta condição

neste estudo.

O alto nível de auxinas endógenas pode ser necessário para a iniciação de raízes

adventícias primordiais. Existe uma relação intrínseca entre os níveis de auxina endógena e a

habilidade para iniciar raízes. Em geral, após aplicação da auxina sintética, ocorre um aumento

imediato no nível endógeno de auxina natural, conseqüentemente, há o início da formação de

raízes primordiais (GASPAR; HOFINGER, 1988). A ação das auxinas ocorre, inicialmente, em

nível celular nos meristemas primário e secundário, estimulando a divisão celular e o

subsequente alongamento das células, sendo que, essa ação inicial das auxinas culmina com a

formação das raízes (FORD et al., 2001).

Todavia, esses resultados obtidos para a porcentagem de enraizamento são interessantes e

corroboram aqueles apresentados anteriormente para outras variáveis quanto ao efeito de

concentrações menores da auxina AIB proporcionar melhor indução de raízes adventícias em

estacas do velame do campo. Cunha et al., (2012), trabalhando com Croton zehntneri conhecida

popularmente com canelinha, utilizou concentrações de 0, 1.000, 2.000, 3.000, 4.000 e 5.000 mg

L-1 de AIB. A porcentagem de enraizamento foi de 80, 90 e 100%, respectivamente nas maiores

concentrações de 3.000, 4.000 e 5.000 mg L-1 testadas. A concentração de 4.000 mg L-1 por 10

segundos foi recomendado para a propagação vegetativa da espécie.

É interessante ressaltar que, para este estudo, a concentração foi consideravelmente

elevada. Contudo, o tempo de exposição da estaca na presença da auxina sintética foi somente de

10 segundos, ou seja, um período significativamente curto; o que diferencia totalmente dos

períodos de exposição utilizados nesta pesquisa com a espécie Croton campestris. Neste

contexto, vale ressaltar a necessidade de se observar a relação concentração de auxina x tempo

de exposição da estaca, como comentado anteriormente e já reportado por diversos autores.

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Em trabalho realizado por CUNHA; PINHEIRO (1981), com tocos enxertados de

Seringueira (Euforbiaceae), o AIB aumentou a produção de raízes laterais e as melhores

respostas foram obtidas com as concentrações 2000 e 4000 mg L-1.

Mesmo havendo necessidade de imergir estacas da espécie em estudo em solução de

auxina sintética para que ocorra a indução de raízes adventícias e posterior produção de mudas,

as respostas obtidas foram positivas uma vez que esta espécie não é domesticada e, baixas

concentrações de AIB já foram efetivas para promover o enraizamento, o que implica

diretamente em redução de custos para situações de propagação em larga escala. Considerando

que a porcentagem de enraizamento tenha sido satisfatória para o velame, de acordo com os

resultados apresentados, provavelmente um menor período de exposição das estacas em solução

de auxina sintética, já pode ser suficiente para induzir as raízes adventícias nesta espécie, como

reportado por Cunha et al., (2012) para o C. zehntneri.

CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos neste estudo, o uso do AIB é vantajoso e viabiliza a

produção de mudas de Croton campestris A. St. -Hil. com estacas apicais ou medianas imersas

em concentrações menores que 1000 mg L-1. É imprescindível observar o tempo de exposição

das estacas na presença desta auxina sintética, entre 0,5 a 1hora.

Outros estudos ainda podem ser realizados para se elucidar melhor e mais

detalhadamente a influência do tempo de exposição de estacas na presença desta auxina sintética.

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CAPÍTULO II

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGANOMINERAL NO RENDIMENTO

E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ÓLEO ESSENCIAL

Croton campestris A. St.-Hil.

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RESUMO

Velame-do-campo como é conhecida á espécie Croton campestris A. St.-Hil. (Euphorbiaceae), é

nativa da Caatinga, mas também ocorre em outros ecossistemas e regiões do Brasil. Possui

propriedades importantes, por se tratar de uma planta medicinal, que é utilizado pela medicina

popular. Objetivou-se avaliar o rendimento de óleo essencial e a composição química da espécie

Croton campestricom o intuito de ampliar as informações sobre as propriedades farmacológicas

dessa espécie, como também observar qual adubação adequada para espécie em estudo.O

material vegetativo foi coletado na comunidade de Caiçara, pertencente a Petrolina-PE,

colocadas em viveiro e logo após, as mudas foram plantadas no campo experimental do

Bebedouro, pertencente a Embrapa Semiárido. Após a coleta das estacas , as mesmas foram

levadas para o Laboratório de Biotecnologia para o corte mediano e a extração do óleo essencial,

a composição química foi realizada no laboratório LAPRON, da Universidade Estadual de Feira

de Santana. A adubação orgânica influenciou o rendimento e a composição química do óleo

essencial de C. campestris, quando cultivado em condições de clima semiárido. Os compostos

majoritários para os 4 tratamentos (T1-T4) avaliados foram os α-pineno, Limoneno, −cineol,

E-cariofileno, Germacreno D e Biciclogermacreno.

Palavras-chave: Planta medicinal. Velame do campo. Compostos químicos. Adubação orgânica.

Atividade biológica.

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ABSTRACT

Velame-do-campo as it is known to the species Croton campestris A. St.-Hil. (Euphorbiaceae), is

native to the Caatinga, but also occurs in other ecosystems and regions of Brazil. It has important

properties, because it is a medicinal plant, which is used by folk medicine. The objective of this

study was to evaluate the yield of essential oil and the chemical composition of Croton

campestris with the purpose of increasing the information on the pharmacological properties of

this species and to observe which suitable fertilization for biomass production, found in the

caatinga biome of the Bahian semi - arid region. The vegetative material was collected in the

community of Caiçara, belonging to Petrolina-PE, placed in nursery and soon after introduced in

the experimental field of Bebedouro, belonging to Embrapa Semiarid.

After the cuttings were collected, they were taken to the Biotechnology Laboratory for medium

cutting and extraction of the essential oil, the chemical composition was carried out in the

laboratory LAPRON, of the State University of Feira de Santana. The organomineral

fertilization influences the yield and chemical composition of the essential oil of C. campestris,

when cultivated under semi-arid climatic conditions.The major compounds for the 4 treatments

(T1-T4) evaluated were α-pinene, Limonene, −cineol, E-caryophyllene, Germacrene D and

Bicyclogermacrene.

Keywords: Medicinal plant. Velame do campo. Chemical compounds. Organic fertilization.

Biological activity.

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1. INTRODUÇÃO

O semiárido nordestino representa, aproximadamente, 10% do território nacional e

correspondendo mais da metade da região Nordeste (SANTOS et al., 2013), onde se

concentra a Caatinga. A vegetação deste bioma é predominante nesta região e cobre a maior

parte da área com clima semiárido (GIULIETTI et al., 2003). Diversas espécies

representantes da flora nativa da Caatinga são utilizadas na medicina popular, por

apresentarem efeitos terapêuticos amplamente reconhecidos pelo conhecimento empírico

local (GOMES et al., 2008).

Dentre as espécies nativas da Caatinga mais utilizadas, pode-se destacar àquelas

pertencentes ao gênero Croton, por possuírem elevada quantidade de constituintes químicos, o

qual é um dos maiores e mais diversos da família Euphorbiaceae, distribuídos na região

tropical e subtropical (SALATINO et al, 2007).

Velame ou velame-do-campo como é conhecida á espécie Croton campestris A. St.-

Hil. (Euphorbiaceae), é uma planta nativa da Caatinga, mas que ocorre também em outros

ecossistemas e regiões do Brasil (FLORA DO BRASIL 2020, 2017). É um arbusto de 1-2 m

de altura, cujas folhas e raízes são amplamente utilizadas na medicina popular em casos de

distúrbios hematológicos, devido o efeito depurativo, inflamações, dermatoses, gripe, febre,

ferimentos, dentre outros (BRITO JUNIOR et al., 2014).

Devido os diversos metabólitos secundários, como flavonóides, terpenóides e

alcalóides encontrados nessa espécie, existe forte potencial econômico, principalmente, para a

indústria farmacêutica de fitoterápicos (PAYO et al., 2001). Diversos estudos já realizados

com a espécie escolhida,as apontam como verdadeiras fontes de substâncias bioativas devido

à elevada diversidade estrutural de compostos químicos que apresentam (CORRÊA;

SALGADO, 2011). Contudo, ainda são escassas pesquisas agronômicas voltadas para sua

propagação e cultivo.

Diante do exposto, considerando o elevado potencial de exploração econômica da

espécie, o presente trabalho visou avaliar o rendimento e a composição química do óleo

essencial e da espécie Croton campestris A. St. -Hil., em função da adubação orgânica e

mineral.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

a. Local de realização do experimento

Os experimentos foram conduzidos nas dependências do Laboratório de

Biotecnologia, no viveiro de mudas e no campo experimental do Bebedouro, pertencentes a

Embrapa Semiárido, Petrolina-PE. A composição química dos óleos essenciais foi realizada

no Laboratório de Pesquisa de Produtos Naturais (LAPRON), da Universidade Estadual de

Feira de Santana, Feira de Santana – BA.

b. Obtenção do material vegetal

Estacas medianas da espécie Croton campestris foram coletadas no município de

Petrolina, PE, em uma população natural situada na Comunidade rural Caiçara (383 m de

altitude e coordenadas geográficas de 09°04’419'' de latitude sul e 40°19'542,24'' de longitude

oeste), no mês de janeiro de 2017 para produção de mudas.

Os experimentos de propagação vegetativa para a produção das mudas foram

conduzidos no período de janeiro a junho de 2017 e o experimento de cultivo, foi instalado no

campo em agosto de 2017.

Os tratamentos realizados foram com adubação mineral, adubação orgânica, adubação

mineral e orgânica e sem adubações. A área do experimento foi de 15 m de comprimento por

4 m de largura, sendo por parcela, 3m x 1m = 3m². A área útil do experimento foi de 60 m².

Para a bordadura, o espaçamento foi de 1 m para cada borda e o espaçamento entre plantas,

foi de 0,5 m. A bordadura foi feita com milho, para não ter interferência no cultivo da espécie

trabalhada. Os tratamentos foram T1- Testemunha (sem adubação); T2- Adubação mineral

(N-P-K) (300g/cova); T3- Adubação orgânica (esterco caprino e ovino) (300g/cova) e T4-

Adição dos dois tipos de adubação, mineral e orgânico (300g/cova).

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Tabela 1: Análise física do solo do campo experimental do bebedouro, pertencente a Embrapa Semiárido, no

experimento com a espécie Croton campestris A. St.-Hil. Embrapa Semiárido. Petrolina-PE, 2018.

Tabela 2: Análise química do solo do campo experimental do bebedouro, pertencente a Embrapa Semiárido, no

experimento com a espécie Croton campestris A. St.-Hil. Embrapa Semiárido. Petrolina-PE, 2018.

Tabela 3: Análise química do esterco bovino do campo experimental do bebedouro, pertencente a Embrapa

Semiárido.

O experimento foi instalado em Blocos ao acaso em 4 tratamentos com 5 repetições e

5 plantas/parcela. De cada repetição foram avaliadas as 3 plantas do meio, a primeira e última

foram descartadas. A irrigação de cultivo foi realizada via gotejamento duas vezes por dia

durante 1h.

A colheita foi realizada aos 100 dias após a instalação do experimento, em 29 e 30 de

Novembro de 2017. No momento da colheita, foram realizadas as primeiras avaliações da

biometria das plantas, como altura, diâmetro de caule, onde foi utilizado uma trena métrica

com capacidade de 10 metros e um paquímetro digital para o diâmetro do caule, onde a

medição ocorria 0,5 cm acima do caule. O peso fresco e seco das plantas/folhas foi

determinado com a utilização de uma balança digital de precisão.

Logo após a primeira colheita, o milho foi replantado nas bordaduras, as plantas

Identificação

DENSIDADE POROSIDADE GRANULOMETRIA

SOLO PARTÍCULAS TOTAL

(%)

A.

TOTAL SILTE ARGILA

(kg/dm3) (g/kg)

Croton Área Caiçara 1,31 2,51 47,59 870,80 111,9 17,30

C. Exp. Bebedouro 1,30 2,51 48,06 790,70 186,1 23,30

Identificação

DETERMINAÇÃO

C.E pH C P K NaCa Mg Al H+Al SBCTC V CuFe Mn Zn

mS cm-3 g Kg-1 mg dm-3 cmol c dm-3 % mg dm-3

Croton Área

Caiçara 1,42 7,1 15,8 8,27 0,21 0,2 3,6 1,6 - 0,2 5,6 5,8 95,9 1,85 71 32,4 4,08

C. Exp.

Bebedouro 2,42 7,3 30 84,39 0,66 0,29 5,8 1,6 - 0,5 8,4 8,8 94,6 1,43 22,6 18,4 4,9

Identificação

da amostra

Determinação

C.E pH P K Na Ca Mg H+Al SB CTC V

mS dm-3 mg dm-3 Cmol c dm-3 %

1 0,64 7,70 6,90 0,32 0,12 35,60 4,52 0,00 40,50 40,50 100,00

2 0,51 8,00 10,28 0,61 0,10 22,50 1,70 0,00 24,90 24,90 100,00 3 0,38 7,90 12,37 0,24 0,15 37,50 4,00 0,00 41,90 41,90 100,00

4 0,42 8,00 10,50 0,23 0,15 18,50 3,10 0,00 22,00 22,00 100,00

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começaram a secar após aproximadamente dois meses posteriores da colheita, para obter

informações exatas, algumas plantas foram encaminhadas para o Laboratório de Fitopatologia

pertencente a Embrapa Semiárido para a identificação da ocorrência de algum patógeno,

sendo identificado a ocorrência de Fusarium spp. nas raízes e caule/ramos das plantas

analisadas.

c. Extração do óleo essencial

O material vegetal colhido (folhas frescas) foi encaminhado ao Laboratório de

Biotecnologia Vegetal da Embrapa Semiárido, onde foram pesadas e, em seguida, secas em

estufa com circulação de ar livre, por um período de 24 horas. Para a extração do óleo

essencial utilizou-se toda parte aérea (Tabela 1) triturada manualmente, submersos em 1,5

litros de água destilada em um balão de fundo redondo, de 3000 ml. O óleo essencial foi

extraído por hidrodestilação em um aparelho do tipo Clevenger modificado, por 4horas, a uma

temperatura de 100 °C (Figura 1). Posteriormente, foi adicionado sulfato de sódio anidro

(Na2SO4) ao óleo para remoção da água residual. Em seguida, o óleo foi acondicionado em

um frasco de vidro âmbar e armazenado sob refrigeração a temperatura de -4°C ± 1°C, até a

realização das análises. O rendimento do óleo essencial foi calculado pelo método de base

livre de umidade (BLU), de acordo com metodologia proposta por SANTOS et al. (2009).

O teor do óleo essencial foi calculado (Equação 1) a partir da base livre de umidade

(BLU), que corresponde ao volume (mL) de óleo essencial em relação a massa seca.

Equação 1:

𝑇𝑂 =𝑉𝑂

𝐵𝑚 − (𝐵𝑚𝑥𝑈

100)𝑥100

em que:

To - Teor de óleo (%)

Vo - Volume de óleo extraído

Bm - Biomassa aérea vegetal

U - Umidade

Para análise estatística dos rendimentos foi realizada ANOVA, seguida pelo Teste de

Tukey com 5% de probabilidade.

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Figura 1. Sistema de extração de óleos essenciais do tipo Clevenger modificado, pertencente a Embrapa

semiárido, 2018. Fonte: Bruno Djvan.

d. Determinação da composição química do óleo essencial

A composição química dos óleos essenciais foi determinada por Cromatografia Gasosa

acoplada à Espectrometria de Massas (CG/EM), no Laboratório Laboratório de Química de

Produtos Naturais e Bioativos - LAPRON da Universidade Estadual de Feira de Santana

(UEFS)/ Feira de Santana-BA. O cromatógrafo utilizado foi da marca Shimadzu, com detector

de massa modelo GCMS-QP2010, apresentando interface acoplada a um computador para

controle e aquisição de dados com sistema de amostragem automatizada. As condições de

operação do equipamento foram: Coluna: Marca Agilent DB -1: 0,25 mm x 30 m, espessura do

filme 0,25 m, 100% de dimetilpolisiloxano; Forno: Rampa: início 100ºC (2min) até 200ºC a

10ºC/min, logo após a 25ºC/min até 300ºC permanecendo por 4 min; Volume de injeção: 1,0 L;

Detector: MS razão m/z com scan 40 a 450; Eluente: He, 0,75 mL/min (100ºC); Injetor: splitless:

razão do split 50,0:1 a 280° C. As análises dos espectros de massas foram realizadas por

comparação aos espectros encontrados na biblioteca NIST 8.0 e, também, pelo cálculo dos

respectivos Índices de Kolvats (IK) e comparação com os valores descritos na literatura

(ADAMS, 2007).

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e. Análises estatísticas

Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística utilizando-se o software

SISVAR® (FERREIRA, 2014) pelo teste de média Tukey (α5%).

3. RESULTADO E DISCUSSÃO

Não houve diferença estatística significativa para as variáveis, altura, comprimento do

caule e biomassa em todos os tratamentos avaliados (Tabela 4).

Tabela 4. Valores médios para altura da planta com a última folha, comprimento do caule e

peso da biomassa fresca, da parte aérea das plantas de Croton campestris A. St. -Hil. para

cada tratamento (1,2,3,4), cultivadas com diferentes tratamentos de adubação. Embrapa

Semiárido. Petrolina-PE, 2018.

*Médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente entre si a 5% de probabilidade, pelo teste de

Tukey.

Não houve diferença estatística significativa em todos os tratamentos para o teor do

óleo essencial nas diferentes adubações utilizadas (Tabela 5). Contudo, comportamento

diferente foi observado em relação ao rendimento do óleo essencial em função da adubação.

Maior valor médio para esta variável (0,62mL/planta) foi obtido no T2, ou seja, na presença

do adubo mineral. No tratamento 1, sem adubação animal e mineral, obteve-se a menor média

(0,38 mL/planta) comparada com os demais tratamentos. Os valores obtidos nos tratamentos

T3 e T4 foram, 0,46 e 0,50mL /plantas em diferença estatística entre os tratamentos.

De acordo com Farias (1999), o meio em que a planta está poderá influenciar no

rendimento e composição química do óleo essencial, como por exemplo, as formas de cultivo,

as condições de armazenamento, a localização geográfica da planta e a época de colheita.

Tratamento Altura

(m)

Comprimento do

Caule

(cm)

Peso da

Biomassa

(g)

T1 0,65a* 3,80a 0,40a

T2 0,66a 3,90a 0,41a

T3 0,69a 3,92a 0,51a

T4 0,71a 4,22a 0,57a

CV% 33,34 25,95 44,17

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Tabela 5. Médias de teor e rendimento do óleo essencial em função dos diferentes

tratamentos de adubação da parte aérea das plantas de Croton campestris A. St. -Hil..Embrapa

Semiárido. Petrolina-PE, 2018.

Tratamento Teor do óleo essencial

(%)

Rendimento do óleo

essencial

(mL/planta)

T1 0,33a 0,38b

T2 0,39a 0,62a

T3 0,32a 0,46ab

T4 0,26a 0,50ab

CV% 40,40 18,16 *Médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente entre si a 5% de probabilidade, pelo teste de

Tukey.

Brant et al. (2010) realizando trabalho com Cidrão (Aloysia triphylla - Verbenaceae),

verificaram que na ausência da adubação bovina, o teor médio de óleo essencial diminuia, já

com a utilização do esterco, o teor do óleo essencial aumentava. Os autores concluíram que a

utilização de esterco bovino favorecia a produção de óleo essencial.

Pegoraro et al. (2010) observaram que com a adubação orgânica, a biomassa e área

foliar aumentaram, favorecendo maior produção de óleos essenciais com a espécie estudada

Mentha x piperita L. var. piperita (hortelã-pimenta). Costa et al. (2008) utilizando a espécie

alfavaca (Ocimum selloi ) verificaram que houve influência positiva das doses de esterco

bovino e de galinha sobre a biometria da planta, como por exemplo, o diâmetro e altura,

biomassa e o rendimento do óleo essencial da espécie.

Junior et al. (2005) trabalhando com plantas de arnica (Lychnophora ericoides)

recomendaram o tratamento que possuía a adubação mista sem calagem de alta concentração,

pois favorecia o alto rendimento de óleo essencial da espécie. Em diversos estudos está sendo

discutida a amplitude do efeito da aplicação do adubo orgânico na produção de plantas

medicinais, uma vez que pode trazer benefícios para o metabolismo das espécies.Atualmente

a adubação orgânica está sendo utilizada como parte essencial dos chamados cultivo orgânico,

pelos benefícios que os resíduos favorecem ao solo. Um dos fatores que interfere na produção

da biomassa e a produção de óleo essencial em plantas medicinais é a nutrição mineral para as

plantas (BIASI et al., 2009).

Segundo Trani et al., (2013), ao aplicar a matéria orgânica no solo, as estruturas do

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solo melhoram, armazenamento de água, drenagem interna, diminui as variações de

temperatura que interfere nos processos biológicos do solo, enriquece e melhora a adsorção de

macro e micronutrientes que são essenciais para o solo e planta. Diminui a lixiviação dos

nutrientes que poderia ser causado pela chuva ou irrigação.

O adubo orgânico é considerado como fertilizantes de baixo teor de nutrientes. No

entanto, esses adubos agem nos mecanismos físicos e biológicos do solo, uma vez quando

devidamente mineralizados, melhoram as condições físicas, químicas e biológicas do solo

(NORONHA, 2000).

As espécies de plantas medicinais têm valor grande que é determinado pelos

compostos químicos por elas elaborados, que se chama de principio ativo. Existem diversos

fatores que podem influenciar a produção destes compostos, como os fatores externos, como

por exemplo, temperatura, luz, água, solo, vento e microorganismos, a ordem genética,que

será transmitida de geração a geração, dentre outros, que interferem positiva ou

negativamente (CORRÊA JÚNIOR et al., 1994).

Para Corrêa junior et al., (1994) os fatores técnicos também merecem destaque. Como

por exemplo, a forma de plantio, que determina o estádio geral do desenvolvimento das

plantas, sendo assim, uma maior ou menor produtividade. Os recursos fitotécnicos utilizados

poderá ser uma fonte de estimulo para a produção dos princípios ativos de interesse do autor.

Em relação à composição química do óleo essencial, na Tabela 6, pode-se verificar a

identificação de 28 constituintes do óleo essencial de Croton campestris, listados de acordo

com a ordem de eluição. Os compostos majoritários para os 4 tratamentos (T1-T4) avaliados

foram os α-pineno 8,35, 7,97, 4,87, 9,29, respectivamente. Limoneno 6,39, 6,75, 8,72, 7,62,

respectivamente. −cineol 8,58, 13,72, 10,83, 8,24, respectivamente. E-cariofileno 29,01,

17,94, 21,88, 25,32, respectivamente. Germacreno D 6,05, 5,94, 6,97, 5,63, respectivamente.

Biciclogermacreno 16,92, 15,89, 13,34, 15,39, respectivamente.

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Tabela 6: Média dos componentes voláteis (abundância relativa %) dos óleos essenciais obtidos

da parte aérea de Croton campestris A. St.-Hil.. UEFS, Feira de Santana-BA, 2019.

IA - Índice aritmético da literatura (Adams, 2007);

IA - Índice aritmético calculado (usando série homóloga de n-alcanos C8-C24 em uma coluna DB5-ms).

Composto IAlit IAcalc T1% T2% T3% T4%

α-tujeno 924 929 0,35 0,29 0,37 0,28

α-pineno 932 938 8,35 7,97 4,87 9,29

canfeno 946 957 0,33 0,41 0,6 0,41

sabineno 969 979 2,04 2,52 1,8 2,11

β-pineno 974 987 0,82 1,11 1,23 1,42

β-mirceno 988 992 1,38 1,77 2,55 1,66

α-felandreno 1002 1004 0,36 0,50 0,39 0,34

p-cimeno 1020 1023 0,43 0,43 0,51 0,49

limoneno 1024 1026 6,39 6,75 8,72 7,62

−cineol 1026 1031 8,58 13,72 10,83 8,24

-terpineno 1054 1065 2,02 1,98 2,5 1,97

borneol 1165 1172 0,54 0,66 0,83 0,45

α-terpineol 1188 1191 0,51 0,82 0,54 0,45

acetato de bornila 1287 1294 0,71 0,71 1,13 0,42

-elemeno 1335 1339 0,29 0,3 0,34 0,32

-copaeno 1374 1385 0,56 0,45 0,67 0,50

-cubebeno +-

elemeno 1387/1389 1397/1399 0,66 0,54 0,53 0,63

E-cariofileno 1417 1423 29,01 17,94 21,88 25,32

α-humuleno 1452 1460 2,52 2,11 2,5 2,87

allo-

aromadendreno 1458 1464 0,65 0,61 0,62 0,50

germacreno D 1484 1495 6,05 5,94 6,97 5,63

biciclogermacreno 1500 1501 16,92 15,89 13,34 15,39

-cadineno 1522 1521 1,13 1,26 1,3 0,93

germacreno B 1559 1568 0,64 0,44 0,97 1,16

espatulenol 1577 1587 1,05 1,15 0,86 1,04

óxido de

cariofileno 1582 1594 0,49 0,5 0,4 0,79

ledol 1602 1617 0,31 0,38 0,3 0,28

α-cadinol

1652 1668

0,92 0,29 0,91 9,29

Total de compostos

identificados

91,56 93,28 91,19 93,73

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Para o composto α-pineno, foi obtido 9,29% do óleo essencial no tratamento 4, com

adubação mista (animal e mineral). O alfa-pineno é um terpeno que constitui em vários óleos

essenciais, para algumas espécies eles podem ser majoritários (BAKKALI et al., 2008).

Celedonio (2008) estudando a espécie Marmeleiro de touceira (Croton argyrophylloides )

comprovou a atividade antiedematogênica e efeito antinociceptivo periférico do alfa-pineno no

óleo essencial, o qual foi um dos constituintes majoritários da espécie.

Gomes, 2010, relatou o constituinte alfa-pineno como majoritário no óleo essencial da

espécie Croton glutinosus Müll. Arg, mostrou atividade antimicrobiana moderada em cepas de

bactérias Gram positivas (S. aureus e B. subtilis). Lima et al. (2005) avaliaram a ação dos

monoterpenos α-pineno e β-pineno, os quais mostraram atividade antifúngica satisfatória frente

às espécies de C. albicans, C. tropicalis, C. parapsilosis, C. stellatoidea, C. guilhermondii, C.

krusei e Cryptococcus neoformans.

Para o composto Limoneno, foi obtido em cerca de 8,72% do óleo essencial no

tratamento 3, com adubação animal. O Limoneno é um monoterpeno monocíclico presente em

diversas composições dos óleos essenciais de plantas aromáticas, dentre algumas, encontram-se

as espécies erva-cidreira (Lippia alba) e estragrão (Artemisia dracunculus), podendo também ser

encontrado nas espécies dos cítricos como limão laranja (Citrus limonium) e tangerina (Citrus

reticulata) (AMARAL et al., 2007).

Hirota et al. (2010) observaram que o Limoneno é eficaz no tratamento da asma

brônquica pelo seu efeito anti-inflamatório que ocorre pela inibição de citocinas. Rozza et al.

(2011) mostraram que o Limoneno possui atividade gastroprotetora, como em úlcera gástrica

induzidos por indometacina e etanol. O Limoneno também pode apresentar atividade

quimiopreventiva para câncer de pele, pulmão, mama e fígado (CROWELL, 1997).

Para o composto −cineol, foi obtido cerca de 14% do óleo essencial no tratamento 2,

com adubação mineral. O 1,8-cineol ou eucaliptol, é um monoterpeno de grande índice

terapêutico. Santos et al., (2000) relataram que nos extratos das espécies velame do campo (C.

campestris) e alfavaca (O. gratissimum L.) o Cineol apresentou atividade inibitória dos

estímulos nociceptores e uma redução da atividade gastrointestinal. O composto Cineol, para os

autores Moreira et al., (2011) e Pinto et al., (2009), apresentaram atividade anti-hipertensiva,

pela vasodilatação na aorta de ratos e provocando hipotensão em ratos normotensos.

Para o composto E-cariofileno, foi obtido em cerca de 29,01% do óleo essencial no

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tratamento 1, o tratamento controle. É um sesquiterpeno e apresenta efeitos biológicos e

farmacológicos importantes compondo muitos óleos essenciais usados como especialmente o

óleo de cravo-da-índia (Syzygium aromaticum). Para Guimarães et al. (2012) a administração do

Cariofileno via oral reduz a inflamações decorrentes aos dano excitotóxico do córtex motor, por

mecanismo envolvendo o sistema nervoso reduzindo da ativação da microgila, que são células

que tem a função de suporte para o sistema nervoso central (SNC).

Para o composto Germacreno D, foi obtido cerca de 7% do óleo essencial no tratamento

3, com adubação animal. É um sesquiterpeno que está presente em diversos óleos essenciais. Os

Germacrenos são compostos que são produzidos em diversas espécies de plantas medicinais por

suas propriedades antimicrobianas e inseticidas, embora também possam atrair os insetos com

um conjunto de substancias que são denominados de feromônios. Esse composto possui duas

moléculas proeminentes que são Germacreno A e Germacreno D. Pinto et al. (2012) trabalhando

com araticum (Annona vepretorum Mart.), encontraram como composto majoritário o

Germacreno D, com cerca de 5,47% do teor do óleo essencial obtido. Marques et al. (2008),

encontraram como constituinte químico majoritário do óleo essencial da espécie Canema

(Hennecartia omphalandra J. Poisson) com cerca de 5,3% da composição.

Para o composto Biciclogermacreno, foi obtido cerca de 17% do óleo essencial no

tratamento 1, o tratamento controle. Pinto et al. (2012), trabalhando com a espécie Araticum

(Annona vepretorum Mart.), também encontraram como composto majoritário o

Biciclogermacreno, com cerca de 39,06% do teor do óleo essencial. A identificação desse

composto também foi registrada por Marques et al. (2008), com valores de 19,6% de

Biciclogermacreno, considerado constituinte químico majoritário do óleo essencial de

Hennecartia omphalandra, conhecida como Canema.

Os principais constituintes dos óleos essenciais do marmeleiro vermelho (Croton

nepetifolius Muell Arg.) foram: o 1,8 cineol, metil-eugenol, E-cariofileno e biciclogermacreno.

(MORAIS et al., 2006), corroborando com os compostos identificados para plantas de velame do

campo nesse estudo (tabela 4).

Lima et al, 2016. Desenvolveram uma pesquisa, com o objetivo de expor as

potencialidades terapêuticas encontradas na espécie Croton Campestris, sendo assim, foi exposto

uma revisão da literatura a respeito da espécie estudada.

Matias et al. (2010) avaliaram o efeito antibacteriano dos extratos metanólicos e

hexânicos obtidos pelas folhas da espécie velame do campo (Croton campestris), dentre outras

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espécies. Os autores observaram que os extratos analisados apresentaram atividades

antibacterianas testadas contra as bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureus.

Observaram ainda a presença de compostos potencialmente bioativos nos extratos estudados,

como taninos flabobênicos, flavonas, flavonóis, xantonas, chalconas, auronas, flavononas,

alcalóides, terpenos, catequinas e flavononóis.

No trabalho realizado por Barbosa, (2014) a espécie Velame do campo (Croton

campestris A. St. Hil.), apresentou capacidade de modular a resistência a bactéria S. aureus à

eritromicina que é uma substancia antibacteriana, pelo fato do extrato da planta agir reduzindo o

efluxo de antibiótico na célula bacteriana, tendo em vista que as bombas de efluxo constituem-se

como importantes mecanismos de resistência a este antibiótico.

No estudo de Almeida et al. (2013) com a espécie Velame do campo (Croton campestris

A. St. Hil.), avaliaram as atividades moduladores antimicrobianos e antibióticos, bem como a

composição química dos óleos essenciais obtidos a partir de folhas secas e ramos. Nas folhas

secas observaram os componentes β-cariofileno (17,0%) e biciclogermacreno (16,2%), já nos

ramos desta espécie, foram β-cariofileno (11,3%) e espatulenol (14,7%). O óleo essencial

extraído dos ramos potencializa a atividade da gentamicina (maior que 56,2%) contra a bactéria

S. aureus.

No estudo de Santos et al. (2010) trabalhando com os ramos da espécie Velame do

campo (Croton campestris A. St. Hil.), a extração foi realiza a partir de extratos metanólicos e

hexânicos, onde expressou atividade antifúngica da espécie trabalhada contra o fungo

Trichophyton rubrum. Esse resultado foi atribuído à presença de compostos com atividade

antimicrobiana, como, flavonóides, terpenos e taninos, que são extraídos principalmente por

solventes apolares como hexano.

Com El Babili et al., (2006), foram testadas frações provenientes das cascas da espécie

Velame do campo (Croton campestris A. St. Hil.), onde possuíam diterpenos sobre a atividade

moluscicida contra uma espécie de caracol (Bulinus truncatus). Os resultados indicaram que os

extratos diclorometânicos de cascas das raízes apresentam-se promissores como moluscicida

natural, ao passo que são ricas em furano-clerodano. As frações enriquecidas com o composto

velamone apresentou mortalidade, cerca de 80% a partir de 25 ppm. Enquanto os compostos

puros, velamone e acetato de velamolone foram 100% ativos a 3 e 6 ppm, respectivamente.

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CONCLUSÃO

A adubação organomineral influenciou o rendimento e a composição química do óleo

essencial de C. campestris, quando cultivado em condições de clima semiárido.

O óleo essencial de C. campestris apresenta potencial para exploração econômica por

indústrias farmacêuticas, devido os elevados teores de compostos majoritários com potencial

efeito terapêutico. Ainda permanece a necessidade da realização de outras pesquisas a fim de

elevar o teor e o rendimento do óleo essencial desta espécie.

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74

CONCLUSÃO

Nas condições em que os experimentos foram realizados pode-se concluir que a

estaquia é um método adequado para a propagação da espécie velame-do-Campo (Croton

campestrisA. St.-Hil.). A espécie estudada apresentou características promissoras para o

cultivo, como elevada produção de biomassa por planta e o alto teor na produção de óleo

essencial. No cultivo em campo, a adubação mineral e orgânica contribuíram para a maior

produção de biomassa e de óleo essencial das espécies, não promovendo interferências

qualitativas entre os compostos majoritários α-pineno, Limoneno, −cineol, E-

cariofileno, Germacreno D e Biciclogermacreno. Velame-do-Campo (Croton campestris)

apresentou bom potencial de cultivo e produção de óleo essencial nas altas condições

edafoclimáticas do semiárido, em Petrolina-Pernambuco, Brasil.

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75

APÊNDICES

Tabela 1: (T1) Componentes voláteis (abundância relativa %) dos óleos essenciais obtidos da parte aérea das

plantas de Croton campestris A. St.-Hil.. UEFS, Feira de Santana-BA, 2019.

IA - Índice aritmético da literatura (Adams, 2007);

IA - Índice aritmético calculado (usando série homóloga de n-alcanos C8-C24 em uma coluna DB5-ms).

Composto IAlit IAcalc T1R1% T1R2% T1R3% T1R4% T1R5%

α-tujeno 924 929 0,35 0,38 t t 0,24

α-pineno 932 938 5,49 12,96 3,98 8,35 11,72

canfeno 946 957 0,61 0,48 0,28 0,33 0,29

sabineno 969 979 2,04 2,63 1,52 1,28 2,85

β-pineno 974 987 1,02 1,19 0,63 0,66 0,82

β-mirceno 988 992 2,72 2,22 1,38 1,30 1,17

α-felandreno 1002 1004 0,36 0,62 0,45 0,29 0,27

p-cimeno 1020 1023 0,41 0,43 0,23 0,51 0,62

limoneno 1024 1026 7,61 7,10 4,51 6,39 5,83

−cineol 1026 1031 9,64 15,12 8,50 6,34 8,58

-terpineno 1054 1065 2,37 1,95 1,33 2,11 2,02

borneol 1165 1172 0,82 0,49 0.49 0,59 0,36

α-terpineol 1188 1191 0,51 0,65 0,48 0,51 0,45

acetato de bornila 1287 1294 1,39 0,71 0,88 0,55 0,25

-elemeno 1335 1339 0,33 t 0,25 t t

-copaeno 1374 1385 0,95 0,39 0,70 0,56 0,50

-cubebeno +-

elemeno 1387/1389 1397/1399

0,66

0,46

0,52

0,88

0,67

E-cariofileno 1417 1423 22,12 19,81 29,61 29,01 31,45

α-humuleno 1452 1460 2,52 2,23 3,26 3,17 0,49

allo-aromadendreno 1458 1464 0,69 0,57 0,70 0,65 0,49

germacreno D 1484 1495 7,80 4,48 6,92 6,05 4,55

biciclogermacreno 1500 1501 16,92 15,33 21,44 18,31 13,74

-cadineno 1522 1521 1,33 1,01 1,13 1,32 0,83

germacreno B 1559 1568 0,33 0,23 t 0,95 1,17

espatulenol 1577 1587 0,92 1,18 0,99 1,05 1,11

óxido de cariofileno 1582 1594 0,42 0,49 0,45 0,63 0,98

ledol 1602 1617 0,31 0,38 0,29 0,35 0,23

α-cadinol

1652 1668 0,92 0,94 0,84 0,94 0,61

Total de compostos

identificados

91,56 94,43 91,27 64,71 92,29

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76

Tabela 1: (T2) Componentes voláteis (abundância relativa %) dos óleos essenciais obtidos da parte aérea das

plantas de Croton campestris A. St.-Hil.. UEFS, Feira de Santana-BA, 2019.

IA - Índice aritmético da literatura (Adams, 2007);

IA- Índice aritmético calculado (usando série homóloga de n-alcanos C8-C24 em uma coluna DB5-ms).

Composto IAlit IAcalc T2R1% T2R2% T2R3% T2R4% T2R5%

α-tujeno 924 929 0,38 0,29 0,28 0,55 0,28

α-pineno 932 938 4,08 7,97 16,36 4,79 19,48

canfeno 946 957 0,60 0,39 0,36 0,93 0,41

sabineno 969 979 2,29 2,04 2,56 2,75 2,52

β-pineno 974 987 1,07 0,94 1,11 1,34 1,15

β-mirceno 988 992 3,06 1,77 1,48 3,98 1,53

α-felandreno 1002 1004 0,39 0,59 0,57 0,42 t

p-cimeno 1020 1023 0,83 0,43 0,33 0,44 0,40

limoneno 1024 1026 8,99 6,75 6,09 8,69 5,36

−cineol 1026 1031 13,72 12,69 12,89 14,86 14,27

-terpineno 1054 1065 3,38 1,98 1,16 3,26 1,72

borneol 1165 1172 1,61 0,66 0,24 1,36 0,34

α-terpineol 1188 1191 0,93 0,61 0,63 0,82 1,00

acetato de bornila 1287 1294 1,56 0,71 0,29 1,99 0,50

-elemeno 1335 1339 t t t 0,30 t

-copaeno 1374 1385 0,90 0,45 0,23 0,94 0,40

-cubebeno +-

elemeno 1387/1389 1397/1399

0,47

0,54

0,64

0,45

0,73

E-cariofileno 1417 1423 17,94 24,58 21,66 16,39 16,00

α-humuleno 1452 1460 2,11 2,76 2,39 1,90 1,82

allo-aromadendreno 1458 1464 0,60 0,59 0,63 0,61 0,75

germacreno D 1484 1495 6,80 5,22 4,50 6,96 5,94

biciclogermacreno 1500 1501 14,26 17,10 16,62 13,47 15,89

-cadineno 1522 1521 1,26 1,03 0,73 1,28 1,00

germacreno B 1559 1568 t 0,38 0,44 t 0,46

espatulenol 1577 1587 1,23 1,17 1,08 0,90 1,15

óxido de cariofileno 1582 1594 0,60 0,51 0,50 0,41 0,40

ledol 1602 1617 0,35 0,38 0,41 0,29 0,54

α-cadinol

1652 1668 1,15 1,04 0,82 0,98 1,14

Total de compostos

identificados

90,56 93,28 94,72 90,51 95,18

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77 Tabela 1: (T3) Componentes voláteis (abundância relativa %) dos óleos essenciais obtidos da parte aérea das

plantas de Croton campestris A. St.-Hil.. UEFS, Feira de Santana-BA, 2019.

IA- Índice aritmético da literatura (Adams, 2007);

IA-Índice aritmético calculado (usando série homóloga de n-alcanos C8-C24 em uma coluna DB5-ms).

Composto IAlit IAcalc T3R1% T3R2% T3R3% T3R4% T3R5%

α-tujeno 924 929 0,37 0,27 0,50 0,25 0,59

α-pineno 932 938 10,87 4,22 4,72 16,45 4,87

canfeno 946 957 0,60 0,45 0,85 0,44 0,95

sabineno 969 979 1,77 1,80 2,67 1,62 2,88

β-pineno 974 987 1,23 0,85 1,26 1,16 1,34

β-mirceno 988 992 2,55 2,38 3,50 1,74 4,03

α-felandreno 1002 1004 0,39 0,36 0,40 0,35 0,44

p-cimeno 1020 1023 0,77 0,38 0,54 0,38 0,51

limoneno 1024 1026 9,23 6,86 8,32 9,33 8,72

−cineol 1026 1031 10,71 10,83 14,49 8,51 13,68

-terpineno 1054 1065 2,50 2,04 3,19 1,39 3,32

borneol 1165 1172 0,83 0,76 1,47 0,28 1,37

α-terpineol 1188 1191 0,49 0,54 0,87 0,34 0,88

acetato de bornila 1287 1294 0,99 1,13 1,86 0,37 1,79

-elemeno 1335 1339 t t 0,30 t 0,38

-copaeno 1374 1385 0,44 0,67 0,94 0,23 0,98

-cubebeno +-

elemeno 1387/1389 1397/1399

0,53

0,59

0,46

1,07

0,49

E-cariofileno 1417 1423 22,32 21,88 17,41 24,32 17,15

α-humuleno 1452 1460 2,64 2,50 2,00 2,81 1,94

allo-aromadendreno 1458 1464 0,42 0,67 0,62 0,46 0,63

germacreno D 1484 1495 5,54 7,55 6,97 4,69 7,20

biciclogermacreno 1500 1501 13,33 19,15 14,02 13,30 13,34

-cadineno 1522 1521 0,89 1,39 1,30 1,41 1,29

germacreno B 1559 1568 0,97 0,34 t 1,41 t

espatulenol 1577 1587 0,83 1,26 0,86 1,09 0,75

óxido de cariofileno 1582 1594 0,40 0,52 0,39 0,56 0,33

ledol 1602 1617 0,26 0,35 0,30 0,30 0,27

α-cadinol

1652 1668 0,83 1,07 0,98 0,76 0,91

Total de compostos

identificados

92,70 90,81 91,19 95,02 91,03

Page 78: PROPAGAÇÃO, CULTIVO, RENDIMENTO E COMPOSIÇÃO …...A Yeshua Ha Mashiach, Zé Pelintra e aos meus guias, por me dar a oportunidade de poder escolher estar aqui e não permitir que

78 Tabela 1: (T4) Componentes voláteis (abundância relativa %) dos óleos essenciais obtidos da parte aérea das

plantas de Croton campestris A. St.-Hil.. UEFS, Feira de Santana-BA, 2019.

IA- Índice aritmético da literatura (Adams, 2007);

IA-Índice aritmético calculado (usando série homóloga de n-alcanos C8-C24 em uma coluna DB5-ms).

Composto IAlit IAcalc T4R1% T4R2% T4R3% T4R4% T4R5%

α-tujeno 924 929 0,50 0,23 0,45 0,24 0,28

α-pineno 932 938 4,45 9,29 5,60 12,68 12,88

canfeno 946 957 0,85 0,30 0,62 0,41 0,33

sabineno 969 979 2,96 2,11 1,31 1,42 3,27

β-pineno 974 987 1,30 2,11 1,31 1,42 3,27

β-mirceno 988 992 3,75 1,44 3,08 1,66 1,32

α-felandreno 1002 1004 0,42 0,38 0,33 0,34 0,30

p-cimeno 1020 1023 0,58 0,49 0,44 0,33 0,63

limoneno 1024 1026 8,74 7,06 7,62 8,90 6,16

−cineol 1026 1031 16,18 8,24 4,69 7,87 8,82

-terpineno 1054 1065 3,18 1,79 2,77 1,61 1,97

borneol 1165 1172 1,41 0,45 1,30 0,38 0,35

α-terpineol 1188 1191 0,88 0,42 0,83 0,30 0,45

acetato de bornila 1287 1294 1,73 0,40 1,55 0,42 0,29

-elemeno 1335 1339 0,30 t 0,33 t t

-copaeno 1374 1385 0,90 0,39 1,28 0,29 0,50

-cubebeno +-

elemeno 1387/1389 1397/1399

0,46

0,67

0,57

0,81

0,63

E-cariofileno 1417 1423 15,81 29,88 22,01 25,32 30,47

α-humuleno 1452 1460 1,83 3,35 2,51 2,87 3,29

allo-aromadendreno 1458 1464 0,61 0,49 0,77 0,50 0,45

germacreno D 1484 1495 6,83 5,26 8,49 5,63 4,31

biciclogermacreno 1500 1501 13,52 16,21 16,48 15,39 13,09

-cadineno 1522 1521 1,21 0,86 1,59 0,93 0,81

germacreno B 1559 1568 t 1,13 t 1,35 1,16

espatulenol 1577 1587 1,01 1,18 1,45 1,04 1,02

óxido de cariofileno 1582 1594 1,01 0,79 0,57 0,48 0,93

ledol 1602 1617 0,29 0,28 0,41 0,30 0,22

α-cadinol

1652 1668 0,95 0,75 1,37 0,84 0,60

Total de compostos

identificados

91,66 95,95 89,73 93,73 97,80