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PT | EN Busca Capítulo 1: Mensagens da Administração Prontos para o desafio energético do milênio Luís Roberto Pogetti Presidente do Conselho de Administração Como líderes do setor sucroenergético, é revigorante, para todos nós da Copersucar, constatar a volta à cena do etanol, agora ainda mais valorizado, nas discussões sobre o futuro da economia global, da sociedade e do planeta. E particularmente desafiador, entre os desdobramentos da Conferência do Clima em Paris, em 2015, ver o Brasil assumir, diante do mundo, metas de desempenho que irão demandar um salto considerável na produção do combustível limpo e de fontes renováveis fornecido pelos canaviais: de cerca de 28 bilhões de litros hoje para 50 bilhões em 2030. Esse compromisso confirma o imenso potencial de contribuição de nosso país para o esforço de mitigação do aquecimento planetário e, tão ou ainda mais importante, confere ao setor produtivo o indispensável respaldo à necessária discussão, com o governo, de políticas públicas que venham ao encontro dessa meta tão ambiciosa e premente. Sustentamos, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), em dezembro de 2015, e nas reuniões preparatórias de que a Copersucar teve a oportunidade de participar, nosso posicionamento sobre a questão: todas as tecnologias de combustíveis de baixo carbono que a engenhosidade humana puder desenvolver serão necessárias para alcançar esse objetivo, e o etanol é, desde já, uma alternativa de baixo custo e prontamente disponível. Foi com satisfação que vimos essas convicções refletidas nas declarações firmadas antes da conferência por grandes empresas transnacionais de energia e de transportes. Em paralelo, começamos a colher, nas safras 20142015 e 20152016, os primeiros frutos das estratégias adotadas no biênio anterior, seja na expansão da oferta, nos ganhos estruturais em logística e na internacionalização. Foi significativo, nesse sentido, o desempenho da Alvean e da EcoEnergy, empresas nas quais temos participação acionária relevante e que representam o fortalecimento da presença da companhia nos mercados globais. Anunciada no final do biêniosafra anterior, a operação da Alvean – jointventure de 50% com a Cargill – começou em outubro de 2014 e logo assumiu a liderança no trading global de açúcar. Já a empresa de etanol controlada pela Copersucar nos Estados Unidos vem apresentando resultados consistentes desde sua aquisição, em 2012. Juntas, a Copersucar e a EcoEnergy responderam em 2015 por 11,5% da comercialização mundial de etanol. Parcela importante das atenções da Copersucar no biênio foi dirigida à infraestrutura logística da companhia. Cada vez mais, nosso aparato logístico e o knowhow que acumulamos nessa área em mais de meio século de atividade passam a ser tratados como ativos estratégicos, de grande potencial de criação de valor. Nessa reorientação, destacase o papel do Terminal Açucareiro Copersucar, no Porto de Santos (SP). Também a operação da Alvean, por sua vez, comprovou a potencialidade desse movimento: além do açúcar que a jointventure comercializa no mercado mundial, a Copersucar fornece os serviços logísticos de que ela necessita, um exemplo concreto de realização das sinergias deslanchadas pelo perfil renovado da companhia. E não só na logística: a Alvean, por meio das expertises combinadas de suas empresassócias, pode oferecer aos clientes um pacote comercial sem igual no setor, desde inteligência de mercado até serviços financeiros, passando pela capacidade de comprar açúcar onde ele for ofertado para entregálo em qualquer lugar do mundo. Tratase de uma parceria que apenas começa a realizar seu potencial de transformação do mercado global de açúcar. A importância crescente do investimento em empresas como a Alvean e a EcoEnergy sinaliza uma mudança profunda no perfil da nossa organização. Hoje, quase a metade dos resultados da Copersucar já provém de negócios de que participamos como acionistas; as operações diretas de trading e logística, território tradicional da nossa atividade, respondem pela outra metade. Para fazer face a essa evolução no modelo de negócio, implementamos, em 2015, uma abrangente reorganização estrutural: as operações diretas da Copersucar e as empresas investidas passaram a ser vistas como negócios próximos e complementares, mas distintos sob a ótica da gestão, cada um com exigências e instrumentos próprios, em direção a um modelo que assegure nossa competitividade nos mercados globais do século 21. Outra frente de grande potencial para a companhia e o setor sucroenergético é a da inovação tecnológica. Como acionista do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), em Piracicaba (SP) – núcleo de excelência em pesquisa científica e tecnológica aplicada à canadeaçúcar –, a Copersucar aposta no trabalho lá desenvolvido para viabilizar a meta de 50 bilhões de litros de etanol em 2030. O avanço das tecnologias irá proporcionar ganhos de produtividade e de qualidade no futuro próximo, tanto pelo desenvolvimento de novas variedades de cana quanto por meio de novas técnicas de plantio, a partir da “semente de cana”, inovação tecnológica que representará um salto de produtividade. (G41,G42)

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Page 1: Prontos para o desafio energético do milêniorelatorios.copersucar.com.br/2016/wp-content/...técnicas de plantio, a partir da “semente de cana”, inovação tecnológica que

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 Capítulo 1: Mensagens da Administração

Prontos para o desafio energético do milênio Luís Roberto PogettiPresidente do Conselho de Administração

Como líderes do setor sucroenergético, é revigorante, para todos nós da Copersucar, constatar avolta à cena do etanol, agora ainda mais valorizado, nas discussões sobre o futuro da economiaglobal, da sociedade e do planeta. E particularmente desafiador, entre os desdobramentos daConferência do Clima em Paris, em 2015, ver o Brasil assumir, diante do mundo, metas dedesempenho que irão demandar um salto considerável na produção do combustível limpo e defontes renováveis fornecido pelos canaviais: de cerca de 28 bilhões de litros hoje para 50 bilhões em2030. Esse compromisso confirma o imenso potencial de contribuição de nosso país para o esforçode mitigação do aquecimento planetário e, tão ou ainda mais importante, confere ao setor produtivoo indispensável respaldo à necessária discussão, com o governo, de políticas públicas que venhamao encontro dessa meta tão ambiciosa e premente.

Sustentamos, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), emdezembro de 2015, e nas reuniões preparatórias de que a Copersucar teve a oportunidade departicipar, nosso posicionamento sobre a questão: todas as tecnologias de combustíveis de baixocarbono que a engenhosidade humana puder desenvolver serão necessárias para alcançar esseobjetivo, e o etanol é, desde já, uma alternativa de baixo custo e prontamente disponível. Foi comsatisfação que vimos essas convicções refletidas nas declarações firmadas antes da conferência porgrandes empresas transnacionais de energia e de transportes.

Em paralelo, começamos a colher, nas safras 2014­2015 e 2015­2016, os primeiros frutos dasestratégias adotadas no biênio anterior, seja na expansão da oferta, nos ganhos estruturais emlogística e na internacionalização. Foi significativo, nesse sentido, o desempenho da Alvean e daEco­Energy, empresas nas quais temos participação acionária relevante e que representam ofortalecimento da presença da companhia nos mercados globais. Anunciada no final do biênio­safraanterior, a operação da Alvean – joint­venture de 50% com a Cargill – começou em outubro de 2014e logo assumiu a liderança no trading global de açúcar. Já a empresa de etanol controlada pelaCopersucar nos Estados Unidos vem apresentando resultados consistentes desde sua aquisição, em2012. Juntas, a Copersucar e a Eco­Energy responderam em 2015 por 11,5% da comercializaçãomundial de etanol.

Parcela importante das atenções da Copersucar no biênio foi dirigida à infraestrutura logística dacompanhia. Cada vez mais, nosso aparato logístico e o know­how que acumulamos nessa área emmais de meio século de atividade passam a ser tratados como ativos estratégicos, de grandepotencial de criação de valor. Nessa reorientação, destaca­se o papel do Terminal AçucareiroCopersucar, no Porto de Santos (SP).

Também a operação da Alvean, por sua vez, comprovou a potencialidade desse movimento: além doaçúcar que a joint­venture comercializa no mercado mundial, a Copersucar fornece os serviçoslogísticos de que ela necessita, um exemplo concreto de realização das sinergias deslanchadas peloperfil renovado da companhia. E não só na logística: a Alvean, por meio das expertises combinadasde suas empresas­sócias, pode oferecer aos clientes um pacote comercial sem igual no setor, desdeinteligência de mercado até serviços financeiros, passando pela capacidade de comprar açúcar ondeele for ofertado para entregá­lo em qualquer lugar do mundo. Trata­se de uma parceria que apenascomeça a realizar seu potencial de transformação do mercado global de açúcar.

A importância crescente do investimento em empresas como a Alvean e a Eco­Energy sinaliza umamudança profunda no perfil da nossa organização. Hoje, quase a metade dos resultados daCopersucar já provém de negócios de que participamos como acionistas; as operações diretas detrading e logística, território tradicional da nossa atividade, respondem pela outra metade. Parafazer face a essa evolução no modelo de negócio, implementamos, em 2015, uma abrangentereorganização estrutural: as operações diretas da Copersucar e as empresas investidas passaram aser vistas como negócios próximos e complementares, mas distintos sob a ótica da gestão, cada umcom exigências e instrumentos próprios, em direção a um modelo que assegure nossacompetitividade nos mercados globais do século 21.

Outra frente de grande potencial para a companhia e o setor sucroenergético é a da inovaçãotecnológica. Como acionista do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), em Piracicaba (SP) –núcleo de excelência em pesquisa científica e tecnológica aplicada à cana­de­açúcar –, a Copersucaraposta no trabalho lá desenvolvido para viabilizar a meta de 50 bilhões de litros de etanol em 2030.O avanço das tecnologias irá proporcionar ganhos de produtividade e de qualidade no futuropróximo, tanto pelo desenvolvimento de novas variedades de cana quanto por meio de novastécnicas de plantio, a partir da “semente de cana”, inovação tecnológica que representará um saltode produtividade.

(G4­1,G4­2)

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Nessa mesma direção, noshabilitamos a expandir, 

em um momento de retomadada competitividade do 

etanol, não apenas o volume devendas, mas 

também nossa fatia domercado.

Todas essas oportunidades abertas no médio e no longo prazo estão sendo reforçadas, no Brasil,por medidas governamentais adotadas no último biênio­safra, que já repercutem positivamente nademanda pelo etanol. Referimo­nos ao aumento do percentual de mistura de etanol à gasolina, de25% para 27%, e da recomposição parcial da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico(cide) no preço da gasolina. Além disso, vários Estados da Federação modificaram as alíquotas doImposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) sobre os combustíveis,aumentando a vantagem competitiva do etanol. Estamos confiantes de que essas conquistassinalizam uma política pública mais consistente para os biocombustíveis, mais do que necessáriapara incentivar a retomada dos investimentos no campo e na indústria.

A Copersucar, de sua parte, continua empenhada em sua missão de nutrir e mover a vida, criandovalor para o negócio de forma sustentável e em benefício dos elos de sua cadeia de valor e dasociedade como um todo.

Por fim, é indispensável manifestar o agradecimento aos acionistas, aos colaboradores e aos demaisparceiros de negócio por seu apoio, sua contribuição e seu envolvimento na superação dos desafiosdo ciclo que se encerra e na busca contínua de novos patamares de desempenho e excelência para acompanhia.

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Elos mais fortes para uma cadeia sustentávelPaulo Roberto de SouzaDiretor­presidente

Em um cenário de grandes oscilações nos mercados globais, dois movimentos muito positivos para aCopersucar marcaram o ano­safra 2015­2016: o forte aumento no consumo de etanol no Brasil e atendência de recuperação consistente nos preços internacionais do açúcar, após um prolongadociclo de baixa da commodity.

A recuperação do etanol, estimulada por medidas governamentais que reverteram parcialmente ocontrole artificial do preço da gasolina e garantiram ao biocombustível um valor mais competitivo,propiciou à Copersucar ganhos de volume e de participação no mercado interno.

No último ano, registramos também o crescimento significativo da utilização dos ativos logísticos daCopersucar, com mais produtividade e rentabilidade, em decorrência da maturação dosinvestimentos realizados, da ampliação da oferta de serviços e do aumento da base de originação doaçúcar comercializado pela Alvean, a joint­venture criada pela Copersucar e pela Cargill para vendero produto nos mercados mundiais.

Trata­se de uma demonstração da capacidade de reação e da flexibilidade operacional da companhiaem uma conjuntura bastante adversa. Nesse quadro, optamos por medidas de proteção de ativos ede mercados; o êxito da Alvean em diversificar suas fontes de originação e estabelecer prontamenteseu nome no trading global de açúcar representa um endosso – de fornecedores e de compradores –de parte importante dessa estratégia. Nessa mesma direção, nos habilitamos a expandir, em ummomento de retomada da competitividade do etanol, não apenas o volume de vendas, mas tambémnossa fatia do mercado.

Um avanço importante no biênio 2014­2016 foi a estabilização do investimento feito na Eco­Energy,nos Estados Unidos. A empresa de etanol controlada pela Copersucar vem apresentando ótimosresultados em um amplo mercado, que segue oferecendo boas perspectivas aos biocombustíveis. Omesmo vale para a maturação de nossos esforços na área de logística. Um marco decisivo foi a voltaà operação plena do Terminal Açucareiro Copersucar (TAC), no Porto de Santos (SP), que vemquebrando sucessivos recordes de movimentação.

Do lado dos biocombustíveis, a entrada em operação do Terminal Copersucar de Etanol (TCE), emPaulínia (SP), em setembro de 2014, veio reforçar nossa infraestrutura, da mesma forma que areorientação das obras do duto para etanol em construção pela Logum, empresa da qual aCopersucar é acionista. A prioridade no avanço do etanolduto foi deslocada da ponta da produção,em direção ao Centro­Oeste, para a ponta do consumo, nas regiões metropolitanas de São Paulo edo Rio de Janeiro. Os investimentos na infraestrutura física foram acompanhados de um redesenhoda organização dos ativos de logística, de maneira a dotá­los de maior autonomia e melhoresferramentas de gestão no momento em que cresce sua importância para o futuro da companhia.

Em 2015, readequamos a estrutura organizacional da Copersucar. A partir do princípio de que aestrutura deve sempre servir à estratégia, criamos novas diretorias, desenhadas para atender aoportfólio de negócios que a companhia vem ampliando nesta década. Temos agora uma diretoria

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© 2016 Copersucar  Copersucar S.A. Avenida Paulista, 287 ­ 1º, 2º e 3º andares 01311­000 ­ São Paulo ­ SP ­ Brasil Telefone +55 11 2618­8166 ­ Fax +55 11 2618­8355

dedicada a cuidar das operações diretas da Copersucar nos mercados de açúcar, etanol e deserviços logísticos, e outra que se encarrega da gestão das participações da companhia em suasempresas investidas, como a Alvean, a Eco­Energy e a Logum. As demais atribuições da direçãoforam igualmente reordenadas para garantir melhor aderência ao nosso modelo de negócio: entreas mudanças principais, criou­se uma nova diretoria de Recursos Humanos e Gestão, comresponsabilidades ampliadas, bem como uma diretoria específica para cuidar das relações com asusinas que nos fornecem o açúcar e o etanol, juntamente com as funções de Controladoria.

Em complemento a essa reengenharia organizacional, fortalecemos também os instrumentos degestão da companhia: os múltiplos processos, rotinas e procedimentos empregados em nossastarefas do dia a dia. Trata­se de uma ampla discussão e revisão interna dos processos operacionais ede gestão, empreendidas sob o guarda­chuva do Programa Evolução. Os ganhos já começam a serobservados, na forma de processos mais eficientes, menor incidência de erros e maiorprodutividade: à medida que os resultados surgem e se reforçam mutuamente, a Copersucar setorna uma organização mais preparada para se beneficiar das oportunidades do mercado.

Essas oportunidades passam pela perspectiva de um novo ciclo de alta das commodities – desta vez,com uma consciência renovada do papel que os biocombustíveis terão de desempenhar sequisermos garantir um futuro mais sustentável. Em nossa participação na Conferência das NaçõesUnidas sobre Mudanças Climáticas em Paris (COP21), no final do ano passado, evidenciamos umadupla preocupação: como alimentar 9 bilhões de pessoas e desenvolver, ao mesmo tempo, umamatriz energética sustentável? A Copersucar está bem posicionada, e preparada, para pavimentarambos os caminhos, que estão na essência da sua missão.

A cadeia produtiva da cana­de­açúcar vem se tornando cada vez mais sustentável. O fim do uso dasqueimadas nos canaviais e a mecanização da colheita são grandes avanços nos campos ambiental esocial. Da parte da Copersucar, revisamos com cuidado a política de sustentabilidade da companhiapara adequá­la à nova configuração estratégica.

Acreditamos que as externalidades socioambientais positivas trazidas pelo etanol para a sociedadesão uma das chaves do nosso futuro, ao lado de um olhar cada vez mais apurado para os requisitosde produção sustentável e consumo responsável do açúcar. Essa crença nos anima a continuartrabalhando para fazer da Copersucar, e de toda a sua cadeia de valor, uma grande provedora dealimento e energia.

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