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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BENTO GONÇALVES, 03 DE FEVEREIRO DE 2014 | EDIÇÃO 152 Anúncio Premiado do Descubra onde está o Valter nos anúncios do Integração da Serra e concorra a prêmios. Promoção “Atuo há 54 anos. Imagina! Aprendi com o Oly Pavoni. Naquela época, antes de sair com a máquina fotográfica na mão, tínhamos que aprender o processo de la- boratório. Come- çar por aí, para depois fotogra- far”, salienta Sedy Tramontina. Bento Gonçalves ontem e hoje: memórias de um fotógrafo

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Page 1: PromoçãoPromoção “Atuo há 54 anos. Imagina! Aprendi com o Oly Pavoni. Naquela época, antes de sair com a máquina fotográfica na mão, tínhamos que aprender o processo de

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AnúncioPremiado do

Descubra onde está o Valter nos anúnciosdo Integração da Serra e concorra a prêmios.

Promoção

“Atuo há 54 anos. Imagina! Aprendi com o Oly Pavoni. Naquela época, antes de sair com a máquina fotográfica na mão, tínhamos que aprender o processo de la-boratório. Come-çar por aí, para depois fotogra-far”, salienta Sedy Tramontina.

Bento Gonçalves ontem e hoje: memórias de um fotógrafo

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Kátia

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Integração - Há quase 55 anos o senhor atua como fotógrafo em Bento Gonçalves. Como iniciou essa trajetória profissional?

Tramontina - Nasci e me criei na Linha Armênio, interior de Monte Belo do Sul. Filho de agricultores, eu tinha vontade de sair da colônia. Aos 22 anos, encontrei o Oly Pavoni, meu primo, que também nasceu em Mon-te Belo, mas já estava em Bento, num travessão da Linha Alcântara. Ele tra-balhava com o fotógrafo Vicente Bri-goni, dono da Foto Planalto Ltda. Na ocasião, ele me disse que o Brigoni queria vender o estúdio. Sabe como é, naquele tempo, não tinha empre-go. Éramos em dez irmãos. Daí, pen-sei e saiu o negócio. A sociedade era de quatro sócios: “um mais pelado do que outro” (risos): o Oly, o Ercelino, ir-mão dele, meu irmão Izuílo e eu.

Integração - Que idades vocês tinham?

Tramontina - Entre 22 e 29 anos, o Oly era o mais velho (ele aprendeu o ofício com um fotógrafo de Carlos Barbosa)

Integração - Essa sociedade du-rou quanto tempo?

Tramontina - Uns quatro anos.

Integração - Depois, cada um teve o seu estúdio?

Por Kátia Bortolini e Janete Nodari

Bento Gonçalves ontem e hoje na interpretação do fotógrafo mais antigo em atividade no município

ivemos na era da imagem. Máquinas digitais, celulares e redes sociais, como

o facebook e o instagram popularizam imagens do cotidiano. Tudo de consu-

mo muito rápido, como de praxe, nos tempos atuais. Para retomar memórias de Bento Gon-çalves do século passado, quando quase todos se conheciam e as pessoas andavam mais a pé, entre outras particularidades, entrevistamos o fotógrafo Sedy Tramontina, o mais antigo em atividade, no município, com 54 anos e meio de profissão. Natural da Linha Armênio, interior de Monte Belo do Sul, deixou para trás a colô-nia, aos 22 anos, para acompanhar, na cidade, desde enterros e casamentos, até visitas presi-denciais. Dessa trajetória, na qual contou com o apoio da esposa Italvina Perin, que também é sua companheira de trabalho, dos filhos Marli e Ivan, da nora Lisiane, tem muitas histórias para contar aos netos Leonardo e Bruno e também aos leitores do Jornal Integração da Serra. Confira algumas na entrevista que segue.Italvina Perin e Sedy Tramontina

Tramontina - Os Pavoni, sim. O meu irmão trocou de atividade, co-meçou a atuar como representante comercial. No decorrer, tive outros sócios. Nos últimos tempos, estou sozinho. Depois que entrou a digital...

Integração - Seu estúdio sempre foi no centro da cidade?

Tramontina - Sim. Eu comecei numa sala onde hoje está o Shopping Bento, depois passei para onde está a Caixa Federal. Em seguida, comprei esta sala, na Galeria Zanoni.

“A mudança no perfil da cidade iniciou em 1965,

quando começaram a construir prédios”.

Integração - O senhor viu Bento Gonçalves crescer. O que testemu-nhou nesse ínterim?

Tramontina - Na década de 50, quando mudei para a cidade, Bento Gonçalves tinha cerca de 23 mil habi-tantes. Hoje, somos mais de 110 mil. A mudança no perfil da cidade ini-ciou em 1965, quando começaram a construir prédios: o primeiro foi o Ca-merini, o segundo, o De Gasperi. Não lembro mais qual foi o terceiro, mas

daí em diante começou a andar. Mas, foi na década de 1980, com o surgi-mento do polo moveleiro, que Bento Gonçalves começou a receber mi-grantes de várias regiões do Estado.

Integração - Que outros proble-mas que o senhor pode citar como exemplo?

Tramontina - Ruas estreitas, bair-ros novos com ruas estreitas. Quando o Sadi Fialho Fagundes, como Prefei-to, fez a avenida São Roque, eu acom-panhei, fiz diversas fotos – chamaram ele de louco por projetar as ruas lar-gas. Na época dos prefeitos Mário Mônaco e Augusto Pasquali, estava prevista a construção de uma peri-metral da avenida Marechal Deodoro, no centro, até São Roque. Quer dizer, hoje não vão mais conseguir, só se vierem bilhões e olha lá. O Mônaco e o Pasquali foram uns visionários, eles pensavam sempre cem anos à frente. E hoje?

Integração - Não fizeram por quê?

Tramontina - Jogo político. Quando Caxias do Sul tem um pro-jeto, até os inimigos se juntam. Aqui, em Bento Gonçalves, até os amigos se separam.

Integração - O que lhe parece ser ruim de “engolir”, tanto em nível

local como estadual e nacional?Tramontina - Essa falta de união,

o trânsito e a prevalência dos interes-ses políticos. Cada um puxa a brasa para o seu assado. Ganham hoje, as-sumem amanhã, e já estão pensando daqui a quatro anos como vão se re-eleger. Eu leio muito. Acompanho tv, jornais, revistas, canais a cabo. O país tem uma infraestrutura precária, en-quanto cada Senador tem direito a 55 funcionários, o que é isso?

“Quando Caxias tem um projeto, até os inimigos se

juntam. Aqui, em Bento Gonçalves, até os amigos

se separam”.

Integração - O senhor atuou como repórter fotográfico da pre-feitura e também prestou serviços para jornais locais numa época em que nem se sonhava com máquina digital. O que lembra dessa época?

Tramontina - Era uma correria, eu tinha dois funcionários. Acom-panhei diversas Fenavinhos, entre elas, a primeira, em 1967, a terceira, em 1975 e a, quarta, em 1980, foto-grafando os presidentes Humberto de Alencar Castelo Branco, Ernesto

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Geisel e João Baptista de Oliveira Fi-gueiredo, até agora únicos ocupantes do cargo de Presidente do Brasil que prestigiaram Bento Gonçalves. Foi uma loucura. Eles queriam “slide” e fotografia. Eu saía com duas máqui-nas. Na visita do Geisel, fomos a São Valentim, visitar parreirais. Eu tinha uma Brasília amarela. Estava pronta para voltar quando vi um opalão que não saía do lugar. No veículo, estava o cônsul dos Estados Unidos e a família. Dei carona para eles. Quando me dei conta, eu estava com quatro seguran-ças ao lado da minha brasília amare-la. Os deixei na frente da prefeitura. Meus amigos “me tocavam flauta”.

Ainda por ocasião de Fenavinho antes da máquina digital, emprestava o estúdio para fotógrafos do centro do país em trabalho de cobertura do evento: era parceria. Tinha o equi-pamento chamado telefoto, através do qual as imagens eram enviadas às sedes dos grandes jornais. Foi um tempo bom. Caxias continua com a sua Festa da Uva. E, nós, não tivemos união para continuar com a Fenavi-nho.

Integração - O senhor fez cober-turas de carnavais?

Tramontina - Fiz 37 carnavais de clube. Eram divertidos. Eu saía de um clube social, ia para outro. Alternava entre o Aliança, o Ipiranga, o Botafo-go e o Susfa. De madrugada já reve-lava as fotos e fazia o provão, porque no dia seguinte muitos já vinham ver e encomendar. Quantos casamentos saíram dos carnavais! Se conheciam no carnaval e se casavam.

Integração - O senhor fez foto de enterros?

Tramontina - Fiz sim. Fiz foto de defuntos. Mandavam fazer um mon-te de fotos. Eu nunca perguntei para que finalidade. Sou profissional.

“Fiz 37 carnavais de clube. Eram divertidos. Eu saía

de um clube social, ia para outro... De madrugada já revelava as fotos e fazia

o ‘provão’... Quantos casamentos saíram dos

carnavais”.

Integração - E de acidentes?Tramontina - Fiz várias também.

Com gente morta no volante. Geral-mente para depois apresentar para o seguro.

Integração - Qual é o segredo de uma boa foto?

Tramontina - O segredo é en-quadrar. É o enquadramento (em se-guida, o Seu Tramontina dá uma aula para a Kátia). Tem que treinar. O me-lhor é o método de enquadrar olhan-do no visor. Ter calma e paixão.

Integração - O que o senhor acrescenta para a Bento Gonçalves de agora?

Tramontina - Bento tem tudo para se firmar. É só ter vontade polí-tica. E ter um pouco mais de ambição politicamente. Precisamos de repre-sentantes na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal.

“O melhor é o método de enquadrar olhando no

visor. Ter calma e paixão”.

Integração - E o turismo?Tramontina - Cresceu muito.

Olha o Vale dos Vinhedos, Caminhos de Pedra, Vale do Rio das Antas, en-tre outros. Era mato. Hoje, são desti-nos de destaque no cenário nacional. Está sempre movimentado. É o tu-rismo, mas ainda falta um pouco de

bom-senso. No centro da cidade, ain-da faltam atrações turísticas. O que mais o pessoal comentava, era sobre o chafariz da Via Del Vino.

Integração - O senhor gosta de sua profissão?

Tramontina - Gosto muito. Estou há 54 anos. Imagina! Aprendi com o Oly Pavoni. Naquela época, antes de sair com a máquina fotográfica na mão, tínhamos que aprender o pro-cesso de laboratório. Começar por aí, para depois fotografar.

Integração - O que o senhor acon-selha para quem quer ser fotógrafo?

Tramontina - Quer ser fotógra-fo ou fotógrafa? Tem que fazer uma faculdade e seguir as tendências: moda, editorial, repórter fotográfico, foto aérea, têm muitas. E, também, ter paciência. Amar a profissão.

Integração - A imagem se popu-larizou? O senhor vê algo de positi-vo nisso?

Tramontina - Sim. Tem uma par-te boa e uma parte ruim. A parte boa é aquela que é bem aproveitada e a parte ruim é que se perdeu o respei-to.

“Quer ser fotógrafo ou fotógrafa? Tem que fazer uma faculdade e seguir as tendências:

moda, editorial, repórter fotográfico, foto aérea, têm muitas. E, também,

ter paciência. Amar a profissão”.

Integração - A que o senhor atri-bui a sua boa memória?

Tramontina - Eu leio muito e nunca abusei. Nunca fiz um “porre” nessa vida. Fumei um tempo, mas pa-rei. Além disso, cuido da alimentação e frequento academia três vezes por semana.

Kátia

Bor

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“Acompanhei diversas Fenavinhos...

fotografando os presidentes Castelo

Branco, Ernesto Geisel e João Figueiredo... foi uma

loucura. Eles queriam ‘slide’ e fotografia. Eu saía

com duas máquinas”.

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A realização da Copa do Mundo no Brasil, de 12 de junho a 13 de julho deste ano, não vai alterar, em Bento Gonçalves, o calendário das esco-las das redes municipal, estadual e dos colégios particulares. Conforme a secretária de Educação de Bento Gonçalves, Iraci Luchese Vasques, as escolas municipais dispõem de te-

O período letivo na Educação Municipal Infantil iniciou no último dia 3 de fevereiro. Conforme Iraci Lu-chese Vasques, as famílias que ainda não realizaram a inscrição para a Edu-cação Infantil poderão procurar a es-cola mais próxima de sua residência. Mesmo que a escola procurada não possua vaga, ocorrerá o ajuste das vagas junto à Secretaria Municipal de Educação (SMED).

Copa do Mundo não altera calendário de escolas do municípiolevisores que serão disponibilizados para os jogos da seleção brasileira.

A assessora de comunicação da 16ª CRE, Eliana Passarin, diz que as es-colas da rede estadual terão liberda-de de gerenciar os períodos de aula, durante a Copa do Mundo, desde que compensem para alcançar a carga horária estabelecida pela legislação

vigente. Já a diretora do Colégio Ma-rista Aparecida, Silvia Pagot Marodin, salienta que as aulas serão ministra-das normalmente também no perío-do da Copa. Acrescenta que haverá flexibilidade nas tardes dos jogos do Brasil. “Se os pais ou responsáveis qui-serem buscar o aluno para assistir em suas companhias, deverão nos comu-nicar para efetuarmos a dispensa”.

O ano letivo nas Escolas Munici-pais de Ensino Fundamental e Médio de Bento Gonçalves terá início no próximo dia 19 de fevereiro. Nos dias 17 e 18, os professores estarão em reuniões de estudo e palestras. Nas escolas particulares, iniciará no pró-ximo dia 17 de fevereiro. Já, as aulas nas escolas estaduais terão início no próximo dia 24.

Secretaria Municipal de Educação ajusta vagas para educação infantil

Ela acrescenta que os projetos como Alimentação Saudável”, “ Pro-grama Saúde na Escola”, “Semana do Brincar” , “Contação de Histórias”, “Formação Continuada dos profis-sionais” e “Curso de formação pa au-xiliares de educação infantil” terão continuidade. “Estamos formatando também um projeto relacionado com a Copa do Mundo no Brasil,” salienta a secretária de Educação.

Início das aulasEscolas Particulares 17 de fevereiro

Escolas Municipais 19 de fevereiro

Escolas Estaduais 24 de fevereiro

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DistribuiçãoGRATUITA ANO 13 | Nº 152 | FEVEREIRO 2014 | www.integracaodaserra.com.br

Editorial

Vida simples é a tendência

Página 10

Aprendizados da medicinacubana aplicados na região

Bento Gonçalves pensa traba-lho. A cidade cresceu. Há mais veí-culos, mais prédios, mais horários. No verão, as férias são disputadas. Quem pode, vai ao litoral. Em con-trapartida, por aqui recebemos tu-ristas em busca das atrações pro-gramadas para o tempo de vindima. Procuram por coisas simples: como a colheita das uvas, os passeios cul-turais, a história dos capitéis, das cantinas históricas, dos casarões, entre outras.

Nesta edição, entre várias no-vidades e boas notícias, entrevista-mos a observadora de tendências, Fah Maioli, que vive atualmente em Milão. Fah esteve visitando a famí-lia e os amigos em Bento Gonçalves e, comentou sobre uma tendência observada na Itália: a do retorno à

vida artesanal, simples, sem pressa. Será que conseguiremos por aqui?

Ao noticiarmos a reconstru-ção de duas casas tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural (Iphan), na vizinha San-ta Tereza, um gesto nos chamou a atenção. O colega Sinval Gatto Jú-nior, que faz entrega das edições mensais do Jornal Integração da Serra em Santa Tereza, nos relatou que, ao chegar com o jornal na re-sidência de Dona Genni Ferri Censi e de Dona Dianei Ferri, elas o cha-mam para uma visita, oferecem um cafezinho, agradecem a gentileza e o abençoam para que retorne à estrada. Como dizem, é preciso tão pouco para ser feliz!

Boa leitura!

Página 07

Via Láctea: apenas mais uma entre bilhões de outras

Copa do Mundo nãoaltera calendário de

escolas de BentoContracapa

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02 Jornal Integração da Serra | 03 de fevereiro de 2014Opinião

Os artigos publicados com assinatura são

de inteira responsabilidade do autor e

não traduzem, necessariamente, a opinião

do Jornal. Suas publicações obedecem ao

propósito de refletir as diversas tendências

e estimular o debate dos problemas de

interesse da sociedade. Por razões de clareza

ou espaço, os e-mails poderão ser publicados

resumidamente.

Editor de Fotografia: André Pellizzari

Colaboradores e Colunistas: Aldacir Pancotto, Cristiane Grohe Genrich Arroyo, Ernani Cousandier, Paulo Capoani, Rogério Gava, Sinval Gatto Jr, Thompsson Didoné

Endereço: Rua Refatti, 101 - Maria Goretti - Bento Gonçalves - RS

Fone: (54) 3454.2018 / 3451.2500

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Site: www.integracaodaserra.com.br Filiado à ADJORI.

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRAPeriodicidade: MensalTiragem: 12.000 exemplaresCirculação: Bento Gonçalves, Santa Tereza, Monte Belo do Sul,

Pinto Bandeira, São Pedro, Vale dos Vinhedos, São Valentim, Tuiuty e Faria Lemos.

Propriedade: Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda.Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374Redação/Revisão: Janete NodariÁrea Comercial: Moacyr RigattiAdministrativo: Aline Festa

EXPE

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[email protected]

Foto do LeitorMudança de ÉpocaPadre Júlio Giordani

Estamos vivendo um tempo de ”mudança de época”. Todos nós deve-mos entender e assumir a beleza des-ta hora. Desde os anos 1950, houve movimentos sociais e de Igrejas, con-vidando o mundo para mudanças. Eu mesmo, lembro, em Roma, o Movi-mento por mundo melhor, com o Pa-dre Lombardi, o “microfone de Deus”. Foi semente do Concílio Vaticano II. O Papa João XXIII que o convocou, tinha sido o único Cardeal a fazer o curso completo do Mundo Melhor.

Agora vivemos com o Papa Fran-cisco. Ele nos chama para a grande “Alegria da Boa notícia” do Evange-

lho: “as alegrias e as esperanças da Humanidade devem ser assu-midas como nossas”. Devemos ser um serviço à vida no mundo.

No Brasil e no mundo, milhões de pessoas e religiosos estão vibrando. Eu mesmo, nunca esperava ver chegar esta hora tão abençoada. Agora, posso dormir em paz. Assim, depois de qua-torze séculos, o povo de Deus não será mero “assistente”. Como Jesus e a Bíblia pedem, a Fé não deve ser só para o “Templo”, mas também para Ação. Ser um serviço para a vida dos irmãos. Deve-mos levar a Boa Notícia aos irmãos.

Mas, todos somos chamados a mudar de Época. O nosso Deus não deve ser o “Deus do medo” - o Deus que manda “ donos” e castigos. Nossos jovens, estão falando claro: “não basta ir pra mis-sa” . É preciso descobrir o sentido, o valor da vida, da família, do estudo, para novos rumos da vida.

Nas tragédias da natureza em Petrópolis, RJ, meninos que ajudavam a carregar pacotes, diziam à TV: “se a gente ajuda quem precisa, Deus gosta da gente” . É síntese da sabedoria humana e da Bíblia. São Bento, nosso padroeiro e grande profeta do desen-volvimento, na Europa, tinha como lema: “ Reza e Trabalha”.

Com alegria, preparemos avanços de nosso tempo. Já se fala claro que as “Paróquias” devem mudar. Serão Comunidades mais alegres, unidas em todas as lutas de uma região. Uma Rede de Comunidades e Equipes de vida...

Neste ano de 2014, todos os Bispos do mundo já foram con-vocadas pelo Papa Francisco para dois grandes projetos. Um, como ajudar a Humanidade para organizar as crianças. Outro, que ajuda as Igrejas podem oferecer para ajudar os Batizados que abandonaram a família e uma vida normal.

Sim, vamos aprender a mudar de época. Juntos, deixar a “Épo-ca do Vazio e do Consumo sem fim”. Saber do valor do nosso tra-balho, da família, do bem comum.

Menos agrotóxicos!

A gruta do Hospital Tacchini era assim. De acordo com a leitora, Dedi Turconi, autora da foto, a localização da antiga gruta era abençoada, unindo beleza e graça com as imagens de Nossa Senhora de Lourdes e da jovem Bernardete.

Nossa Senhora de Lourdes é celebrada no dia 11 de fevereiro.

Dedi Turconi

Com as obras de ampliação

e, em homenagem

aos 90 anos do Hospital

Tacchini, uma

pequena gruta foi

recolocada, no jardim,

em frente à parte antiga

do hospital que leva o

nome do fundador,

Doutor Bartholomeu

Tacchini.

Régis Genehr

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Patrimônio Histórico 0303 de fevereiro de 2014 | Jornal Integração da Serra

As casas das famílias Ferri e Mie-le, do núcleo urbano de Santa Tereza, tombado, em 2010, pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Na-cional (Iphan) como conjunto arqui-tetônico e paisagístico representativo da colonização italiana, estão sendo reconstruídas, com previsão de tér-mino para o final deste ano.

A reconstrução da Casa Ferri, ini-ciada, em dezembro de 2013, está sendo paga pelo Iphan. Já a restau-ração da Casa Miele, é uma iniciativa dos herdeiros de Maria e Nino Miele.

“A intenção é tornar o local au-tossustentável economicamente, agregando valor ao turismo,” explica o advogado Gustavo Fausto Miele. “Existe pouca colaboração do poder público. Estamos enfrentando difi-culdades em conseguir as madeiras, mas vamos até o fim, porque daqui a 50, 100 anos, esse patrimônio estará à disposição das novas gerações”, com-plementa Miele.

A responsável pela obra é a ar-quiteta Renata Tosi. Ela adianta que a reinauguração está prevista para dezembro de 2014. A reforma inclui um anexo, onde serão instalados os banheiros, atendendo às necessida-

Em obras, duas casas do núcleo urbano histórico de Santa TerezaSão as casas Ferri e Miele, que estão sendo reconstruídas

des atuais. Conforme Renata, houve urgência em desmontar a casa, higie-nizar e imunizar. “A parte da alvenaria será restaurada, mas a de madeira será reconstruída, porque já se en-contrava bastante comprometida”, diz ela.

“Tomara que as reconstruções das casas Mieli e Ferri sirvam de in-centivo ao resgate das demais edifi-cações que integram o patrimônio histórico de Santa Tereza, com vistas ao turismo”, salienta Renata. A arqui-teta elogia a iniciativa da família Mie-le, de ter se dado conta da grande importância das edificações para a comunidade.

Casa Ferri Segundo a arquiteta do Iphan,

Paula Lovatel Soso, após a conclusão

da obra, o imóvel será re-entregue às proprietárias, as irmãs Dianei Raimunda Ferri e Genni Censi. O in-vestimento do Iphan na restauração da Casa Ferri é de R$ 554.833,00. Paula ex-plica que toda a edificação foi avaliada no projeto de restauração, através de le-vantamento e diagnóstico. As madeiras que não apre-sentam boas condições serão substituídas por ma-deira de lei e as remanes-centes devem ser tratadas. A previsão de conclusão do restau-ro da Casa Ferri é para setembro de 2014. De acordo com as proprietá-rias, a destinação do imóvel, após a reconstrução, está indefinida.

História das casasA Casa Miele sediou uma barbearia e uma sapataria. Nino Miele tinha

uma pequena fábrica artesanal de calçados. A Casa Ferri, situada na avenida Itália, no centro da cidade de Santa Tere-

za, foi construída em 1910. Seus antigos proprietários Cesar Appiani e Maria Savoia, que vieram da Itália, passaram a produzir acordeões. É conhecida como a primeira fábrica de gaitas do Brasil.

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04 Jornal Integração da Serra | 03 de fevereiro de 2014Entidades

Para reduzir os números de aci-dentes de trabalho nos canteiros de obras, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sitra-com BG), irá intensificar as atividades de fiscalização. A entidade vem atu-ando há três anos num projeto que visa conscientizar trabalhadores e empresários para a necessidade de implantar todos os sistemas de pre-venção de acidentes previstos na le-gislação brasileira. São planos que, se forem implantados de acordo com as normas técnicas, salvam vidas e evi-tam acidentes que deixam marcas nos trabalhadores e seus familiares. Além disso, evitam ainda que a socie-dade tenha que arcar com os custos produzidos pelos acidentes e mortes.

Somente em 2013, os técnicos em segurança no trabalho do Sitra-com BG realizaram mais de 450 vis-torias em canteiros de obras. Neste trabalho, o objetivo maior é sempre o de conscientizar e mostrar aos tra-balhadores e empreiteiros onde es-tão as falhas na segurança. Posterior-mente, os técnicos retornam ao local para nova vistoria. Caso a situação permaneça é feita uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho que então toma as medidas necessárias para que a obra seja enquadrada nas normas de segurança. “O Sindicato não tem o poder de autuar, multar ou mesmo embargar uma obra. Por isso, temos uma parceria com o Ministério Público do Trabalho e Ministério do Trabalho que têm o poder para isso”,

O Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Bento Gonçalves, em parceria com a Fiergs, está emitin-do o Certificado de Origem (CO), que facilita a atuação de empresas expor-tadoras.

O documento atesta oficialmen-te o país de origem da exportação e especifica as normas negociadas e estabelecidas no acordo comercial. Também é utilizado para a obtenção de redução ou isenção do imposto de importação, pela aduana do país importador, de conformidade com o

A 43ª edição da Revista Panorama Socioeconoômico, do CIC de Bento Gonçalves, será lançada em setembro deste ano. A publicação retrata a eco-nomia do município, sua evolução e representatividade nos três setores – indústria, comércio e serviços - fa-zendo paralelos com o desempenho estadual e nacional. Agora, está sen-do formado o grupo que trabalhará

Trabalhador ignora normas de segurança em atividade nas alturas

Sitracom vai intensificar vistorias em canteiros de obrasDivulgação Sitracom BG

disse o técnico em segurança, Vicente Kinalski.

Ele destaca que o setor da cons-trução civil contrata trabalhadores das mais diversas áreas e sem nenhu-ma especialização. “Estas pessoas vão para os canteiros sem nenhum prepa-ro, muitos sem carteira assinada. Não há comprometimento algum com treinamento por parte de quem os contrata”, analisa Kinalski. O resultado disso é um trabalho de risco iminen-te. “Na verdade, quando se constata que o trabalhador está em situação irregular, sem ter sequer sua carteira assinada, nada mais se pode esperar em matéria de segurança”.

Para Ricardo Vargas, técnico in-tegrante da equipe do Sitracom BG, é preciso que haja mais rigidez nas penalidades. “Diversas entidades re-alizam atividades para demonstrar e comprovar que investimento em se-

gurança é uma obrigação de todos. Obras são embargadas e multas são aplicadas, mas ao retornar às ativida-des as coisas continuam na mesma”, reclama Vargas.

No final do ano passado, os téc-nicos do Sitracom BG ganharam o re-forço para encarar a dura luta contra a falta de segurança que foi a criação

do Fórum Permanente de Saúde e Segurança do Trabalhador em Bento Gonçalves. Através dele, entidades, empresas e órgãos públicos estão se organizando para atacar o problema. “A criação do Fórum foi um grande avanço. Ele vai possibilitar um apro-fundamento, na questão, e dar maior visibilidade às atividades de combate a insegurança”, disse o diretor de se-gurança do Sitracom BG, Ivo Vailatti. Segundo ele, há empresas dispostas a mudar suas rotinas, mas muitas ainda tentam de todas as maneiras burlar as regras e evitar o comprome-timento com a segurança. “Tem em-presas que chegam a subcontratar outras que como elas, não se enqua-dram nas normas apenas para tentar se livrar da responsabilidade pela se-gurança dos trabalhadores”, denun-cia Vailatti. Para ele, esta situação de desrespeito a vida dos trabalhadores já foi longe demais. “Isto tem que aca-bar e a rigidez na fiscalização tem que ser intensificada”, complementa.

Passarelas improvisadas causam inúmeros acidentes

Divulgação Sitracom BG

Entidade está emitindoCertificado de Origem

CIC/BG

acordo vigente. “A Politorno Móveis utiliza o ser-

viço de Certificados de Origem des-de quando começou a ser oferecido pelo CIC, antes de forma indireta, com nossa assessoria de exportação. Há um ano, passamos a utilizar o ser-viço diretamente com o CIC. A maior vantagem é bom relacionamento que temos com a entidade, além dos fatores de mobilidade, confiança e auxílio imediato no caso de dúvidas”, ressalta o export assistent da empre-sa Politorno Móveis, Matheus Bacca.

43ª edição da Revista Panorama Socioeconômicona revista, coordenado pelo diretor da Área de Comunicação e Marketing do CIC, Ricardo da Campo.

A publicação também conta com a participação das empresas associa-das ao CIC/BG, que contribuem com o preenchimento da pesquisa. Na edição 2013, a Revista Panorama So-cioeconômico foi publicada em dois idiomas – português e inglês.

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0503 de fevereiro de 2014 | Jornal Integração da Serra Geral

A AutoGrass Serviços Automo-tivos, capacitada para fazer desde pequenas pinturas, polimentos e es-pelhamentos até reparos de grande porte, tem se destacado no cenário regional pela agilidade na prestação dos serviços.

A equipe da oficina, formada por oito pessoas, é preparada para fazer reparos rápidos para devolução no mesmo dia. O sistema funciona me-diante agendamento e entrada do veículo na oficina, no início da ma-nhã.

A empresa, há 17 anos no merca-do, é gerenciada pelo experiente Luís Carlos Grasselli, introdutor do “marte-

A Associação Bento-Gonçalvense de Proteção ao Ambiente Natural (ABEPAN), com apoio da Companhia Energética Rio das Antas (CERAN), no decorrer de 2014 vai desenvolver o projeto “Educar para Mudar”, com estudantes de sete municípios da re-gião.

O projeto será implementado em escolas de Bento Gonçalves, Cotipo-rã, Nova Roma do Sul, Nova Pádua, Flores da Cunha, Antônio Prado e Veranópolis, municípios abrangidos pelo complexo energético CERAN. Através dos eixos dos projetos “Nossa Energia”, “Beija- Flor, Meio Ambiente na Escola” e “Lixo que Alimenta - Ami-

A equipe de funcionários da Unidade Básica de Saúde de Santa Tereza e um grupo de estudantes do município participaram de um aprendizado para combate à proliferação do mosquito transmissor da dengue (Aedes Aegypti). Eles receberam orientações sobre como identificar focos de proliferação de mosquitos, de prevenção e con-trole, entre outras.

A campanha contou com material de apoio, entre eles, panfletos com informações sobre formas de prevenção à dengue, distribuídos nas visitas às residências e estabelecimentos comerciais e empresa-riais do município.

Projeto de educação ambiental integra ações em sete municípios da Serra

Horta ecológica adubada com resíduos orgânicos

Divulgação/ABEPANgo da Terra”, crianças, jovens e adultos serão preparados para tornarem-se agentes - transformadores, contri-buindo na construção de uma nova realidade socioambiental.

Entre as ações propostas estão: distribuição de cartilhas de cunho ecológico-educativo, plantio de mu-das de árvores nativas, passeios em recicladoras e execução de hortas ecológicas. Integradas, as propos-tas objetivam promover a adequada discussão na conquista do equilíbrio ecológico, desenvolvendo conheci-mentos, habilidades e atitudes vol-tadas para a preservação do meio ambiente.

Santa TerezaEquipe de Saúde e estudantes sãotreinados para combater a dengue

Divulgação

AutoGrass se destaca em reparos rápidos para entrega no mesmo dialinho de ouro” em Bento Gonçalves e pela filha Juliana Falcade Grasselli.

“Os reparos são feitos com pro-dutos da 3M, que é uma linha supe-rior de insumos”, ressalta Juliana. Ela acrescenta que a empresa, situada na rua Fortaleza,165, bairro Botafogo, dispõe de amplo espaço físico para atender a demanda.

A AutoGrass também é conheci-da no Rio Grande do Sul pelo capri-cho na reconstituição de carros anti-gos.

Trabalhos da empresa nesta área podem ser vistos no site www.auto-grass.com.br. Mais informações pelo fone (54) 3453 5015.

Divulgação

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Cultura06 Jornal Integração da Serra | 03 de fevereiro de 2014

Crônicas do Cotidiano

RogérioGava

Escritor e [email protected]

Erros Certos eErros Errados

O leitor e a leitora eu não sei, mas quanto a mim detesto errar. Sou de remoer erros passados, burradas cometidas. Mesmo as mais pe-queninhas. Eu sei, eu sei: “errar é humano”, “só não erra quem não faz”, “é errando que se aprende”, e por aí vai. Conheço as máximas. Mas a prática não me parece confirmar o discurso: na vida real vejo o erro ser abomina-do. A maioria das pessoas que conheço detesta errar e tem vergonha dos erros cometidos. Evita falar sobre eles. Assim com eu.

Penso que essa neura toda começa na escola. Na prova, há sempre uma única resposta certa. Somos punidos por nossos erros do jardim da infância à faculdade. Na vida profissional a síndrome da “errofobia” pros-segue. Tememos errar e perder uma promoção, talvez o emprego, temor de que nossas ideias fracassem e nos exponham ao ridículo. A mensa-gem por detrás de tudo isso: erros são vexatórios, vergonhosos. Estúpi-dos. Devem ser evitados.

Mas, dia desses, caiu a minha ficha. Me dei por conta de que esta-mos errados a respeito do erro, olha só a ironia. Colocamos todos os erros dentro de um mesmo balaio. Achamos que erro é sempre ruim. Que erro é tudo igual. Nada mais falso. Pelo simples fato de que, em certas situ-ações, é bom errar. Pode soar estranho, mas existem erros que valem a pena serem cometidos. Aprendi que existem “erros certos”.

Um conhecido meu abriu um negócio coisa de uns dez anos atrás. Deu tudo errado e a empreitada foi para o brejo. Há cinco tem uma em-presa que vai muito bem obrigado. Ele me disse que a melhor coisa que lhe aconteceu foi a primeira empresa ter dado errado. Pelo aprendizado gerado. Baita erro certo! Erro certo é aquele que pode acontecer quan-do inovamos, quando arriscamos, quando temos a coragem de buscar novos caminhos. Quando enfrentamos a sempre presente possibilidade do fracasso. Nesses casos, erros são muito bem-vindos. Nesses casos, é saudável errar.

É claro que continua existindo o erro que não pode ser cometido. Er-rar é errado quando erramos por preguiça, por arrogância. Por desleixo. Por incompetência. Uma enfermeira que dá o remédio trocado ao pa-ciente; o candidato a emprego que perde a vaga por chegar atrasado à entrevista; o aluno que foi mal na prova por achar que já sabia a maté-ria. Erros que geram pouco ou nenhum aprendizado, e, pior: que muitas vezes não dão chance sequer para a reparação. Na espirituosa frase do filósofo pop Mario Cortella: “todos os cogumelos são comestíveis; alguns apenas uma vez”.

Mas mudar é difícil, eu sei, e seguimos vendo o erro sob a ótica er-rada. A ótica que não vê nada de bom no erro. Que vê no erro o próprio capeta. Já é hora de mudarmos essa perspectiva. Errar não é o problema, desde que se erre certo. Que se aprenda com o erro. Desde que o erro nos melhore. Nos torne mais sábios.

Além do que, a vida seria muito chata sem um errinho (certo) lá de vez em quando, não é verdade? Chata e previsível.

E o que seria pior: sem nada para ensinar.

Relembrar o charme das décadas de 1920 a 1960 é um dos objetivos do evento “Garibaldi Vintage”, que ocorrerá no próximo dia 21 de feve-reiro, com início às 19 horas, na rua Buarque de Macedo e praça Loureiro da Silva em Garibaldi. De acordo com a secretária municipal de Turismo e Cultura, Ivane Fávero, a ideia surgiu no intuito de homenagear a identida-de principal de Garibaldi, uma cidade que se distingue por ter um centro histórico preservado e pelos inúme-ros apreciadores e colecionadores de carros antigos. “Aqui, celebra-se a vida com o melhor espumante,” co-menta ainda Ivane.

Esta é a primeira edição do even-to. A assessora de Turismo e Cultura de Garibaldi, Patrícia Meneguzzi, ex-plica que o município era conhecido como uma cidade de veraneio, no iní-

Décadas de 1920 a 1960 sãorelembradas em Garibaldi

Mais informações (54) 3462.8235site www.garibaldi.rs.gov.br Fan Page Turismo Garibaldi, no Facebook

cio do século XX. “Naquele período, as pessoas vinham aproveitar o clima ameno,” diz. Ela faz um convite para que moradores, turistas e convidados compareçam com trajes de época, resgatando a história e a cultura.

Estão confirmadas apresenta-ções culturais e artísticas, comerciali-zação de espumantes em taça, além de comidas elaboradas por chefs convidados e a participação especial das expressões culturais de Santa Ma-ria, cidade-irmã de Garibaldi. Os mú-sicos lembrarão as antigas serenatas. Haverá também exposição de carros antigos, entre outras atrações.

O Garibaldi Vintage é uma reali-zação da Prefeitura de Garibaldi, por meio da Secretaria de Turismo e Cul-tura. O evento integra a programação do Veraneio da Vindima, que segue até o dia nove de março.

Vicente Silveira

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08 Jornal Integração da Serra | 03 de fevereiro de 2014

JaneteNodari

[email protected]

Social

O estudante Renzo Falla, da Harvard University de Boston, Estados Unidos, recebido por Lucas Giordani e família

em Bento Gonçalves e Porto Alegre, em período de intercâmbio da PUCRS

Coro Soldanella de Brentonico - 25 anos do Circolo Trentino di Bento

Gonçalves No próximo dia 02 de março

ocorrerá a apresentação do Coro Soldanella, de Brentonico, Tren-to, Itália, na Casa Das Artes, às 20 horas. Formado por 30 compo-nentes, o grupo vem acompa-nhado do prefeito de Brentoni-co e da Assessora da Provincia, Antonella Giordani.

André Pellizzari Fotografia

André Pellizzari Fotografia

Daniele e Francisco Ferri no primeiro aniversário da pequena Laura

Os noivos Jordana Scussel e Everton Stella em sua sessão Pré-Wedding

Vice-prefeito Mario Gabardo e esposa Otília e secretário de Turismo Gilberto Durante, na abertura do Bento em Vindima, na Casa Possamai, em Tuiuty

Janete Nodari

Governador Tarso Genro, prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin e empresário Moysés Luiz Michelon, em almoço no Canta Maria, após evento de assinatura de protocolo de intenções com a Isabela Massas e Biscoitos/M. Dias

Branco, para implantação de um moinho de trigo e ampliação da fábrica

Kátia Bortolini

Evandro Soares

Diretoria do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves, conselheiros e representantes junto à Fiergs, em evento de posse, no último dia 28 de janeiro, no Clube Aliança, prestigiado por mais de 300 pessoas. Biênio 2014/2015

está sendo presidido por Henrique Tecchio

Arquivo Pessoal

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Moda&BelezaCristiane Grohe

[email protected]

G. Arroyo

Cabelo solto e naturalDa sua maneira. Essa é a dica para o cabelo dessa estação. Sem a

formalidade dos alisamentos, a tendência é a naturalidade dos fios, misturada com leves ondas. Curtos ou longos, castanhos ou loiros, os cabelos pedem uma folga nesse calorão. O conselho de sempre é não se esquecer de hidratar! Cabelo bem tratado sempre faz a dife-rença. Ah! Os cabelos compridos e tratados são sempre lindos, mas fique de olho nos curtinhos que estão pipocando por aí!

Estatueta na agendaA cerimônia de entrega do Oscar é também um desfile de atrizes

e vestidos maravilhosos – com algumas gafes eventuais, é claro. Mas é sempre uma expectativa para quem gosta de moda e quer saber quem e com qual vestido vai desfilar no red carpet. Agende-se: a pre-miação desse ano cai em pleno domingo de Carnaval - 2 de março - e a Globo optou por apenas transmitir flashes da premiação durante o desfile, ancorados por uma correspondente em Los Angeles. Com isso, o único canal de TV que transmitirá o Oscar 2014 para o Brasil será a TNT.

Moda/Beleza | Evento03 de fevereiro de 2014 | Jornal Integração da Serra 09

Maiô na cidadeMaiôs e bodies estão com tudo neste verão, dentro e fora da praia. Eles se

transformaram numa das tendências mais fortes do verão, por culpa da Patrícia (Maria Casadevall), de “Amor à Vida”. Os maiôs/bodies, que lotam o closet da per-sonagem fashion, estão com a corda toda. Fáceis de combinar, ficam ótimos com calça pantalona, short e saia. E o melhor: servem tanto para ir à praia quanto para a balada de verão. Aproveita que está calor e se joga no maiô.

Hora de fazer comprasEm janeiro, as liquidações começaram e, em fevereiro, devem ser ainda me-

lhores. Com o verão mostrando a que veio, vale a pena investir em peças que serão usadas este ano e no próximo. A dica é apostar no básico e naquilo que você sabe que sempre vai vestir bem, entra ano, sai ano. Deixe de lado o que é moda e opte pelos clássicos.

Reprodução

O Vale dos Vinhedos está em ple-na colheita da uva. A abertura oficial da Vindima no Vale foi realizada, no último dia 1º, no Salão da Comuni-dade 8 da Graciema. Visitantes de di-versas regiões do país e convidados reviveram a pisa simbólica das uvas e o filó italiano.

As soberanas do Vale dos Vinhe-dos, Sabrina Batistello, Patrícia Breso-lin e Daiane Scopel abriram a pisa das uvas, seguidas pelo diretor do Hotel Villa Michelon, Moysés Michelon e Juarez Valduga, presidente da Apro-vale.

O filó italiano iniciou com cele-bração religiosa e bênção aos agri-cultores. A festa foi animada por apresentações dos corais Vale dos Vi-nhedos, Terra Nostra, Casa das Artes, além de Jatir Dequigiovanni e da Or-questra de Gaitas de Santa Tereza. O Grupo Náni, de Farroupilha, também animou o evento, jogando a“mora”.

Esta é a sexta safra celebrada pelo Hotel Villa Michelon, com o apoio da Associação dos Produtores de Vinhos

Abertura da Vindima no Vale dos Vinhedoscelebrada com filó italiano, alegria e tradição

Finos do Vale dos Vinhedos (Aprova-le). Participaram as vinícolas Anghe-ben, Battistello, Casa Valduga, Dom

Cândido, Don Laurindo, Famiglia Tas-ca, Gran Legado, Larentis, Milantino, Miolo, Peculiare, Pizzato e Suvalan.

Fotos: Milena Schäfer/Conceitocom Brasil

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Saúde10 Jornal Integração da Serra | 03 de fevereiro de 2014

“Cuba é um país que investe muito na prevenção à saúde. Essa atenção primária, que tem um papel essencial, resolve mais de 80% dos problemas sem precisar chegar aos hospitais. Também investe na saúde terapêutica, na reabilitação e na pes-quisa.” As afirmações são do médico porto-alegrense Marceu Flores Pinto, 29 anos, formado, em 2012, pela Es-cuela Latino- americana de Medici-na (ELAM), na “ilha da solidariedade”, como ele faz questão de chamar. De

A medicina de Cuba na ação de um cubano que atua em Pinto Bandeira e na interpretação de um brasileiro formado na ilha

O médico cubano Alexis Alcides For Velasquez, de 48 anos, que, há cerca de dois meses, atua na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Pinto Ban-deira, através do programa Mais Mé-dicos, do Governo Federal, se enten-de com os pacientes com o auxílio de colegas e com a adoção de diálogos mais pausados. “Está sendo uma ex-periência muito bonita. Estou tendo o apoio por parte de todos que me receberam”, salienta ele.

Velasquez atende 32 horas sema-nais na UBS as consultas agendadas e as de livre demanda e o restante do tempo dedica a visitas domicilia-res e ao trabalho de prevenção, em reuniões semanais com os grupos de

Arquivo Pessoal

Dr. Alexis Alcides For Velasquezgestantes, diabéticos e hipertensos e saúde do trabalhador.

Na opinião de Velasquez “a for-mação integral voltada à solidarie-dade a todos os povos do mundo, em caso de necessidades e catástrofes”, é o que difere Cuba e o Brasil nos pro-cessos de graduação e especialização de médicos. Velasquez deixou esposa e os filhos em Cuba, devido ao impe-dimento do Programa dos profissio-nais trazerem a família para o Brasil. Os filhos do médico estão seguindo a mesma carreira do pai. De acordo com a secretária adjunta da Saúde e do Meio Ambiente, Juliane Ferrari Guizzo, o cubano dedica o tempo li-vre a estudos.

FormaçãoVelasquez se formou como médico geral em 1991 pela Faculdade de Me-

dicina de Granma Celia Soneites Manduley. Em 1997, conclui especialização em Medicina Geral Integral. Em 2000, concluiu mestrado em Higiene e Epi-demiologia.

volta ao Brasil, no mesmo ano, o mé-dico revalidou o diploma. Hoje, atua na rede pública de saúde do municí-pio de Veranópolis.

Flores Pinto ressalta que desde a Revolução Cubana, em 1959, Cuba envia médicos em missões interna-cionais para ajudar países em guer-ra ou que passaram por catástrofes naturais ocasionados por tornados, terremotos e furacões, entre outras. Em 1998 , quando os furacões Geor-ge e Mitch devastaram boa parte da América Central como de costume uma missão de médicos cubanos foi enviada para ajudar, voluntariamen-te, as vítimas. “Foi neste ínterim, que o Comandante chefe, Fidel Castro Ruz teve a ideia de construir uma escola de medicina em Cuba para formar estrangeiros latino-americanos, que pudessem regressar aos seus paí-ses ajudando na melhoria da saúde como um todo. Em 1999, foi criada a Escuela Latino-americana de Medici-na (ELAM)”, acrescenta ele. Na ELAM, vivem e estudam cerca de quatro mil alunos. Depois de concluir o segundo ano da graduação, os estudantes são distribuídos nas províncias da ilha, passando a estudar com os alunos locais.

Cuba: top em saúde e educação“Meu sonho sempre foi cursar

Medicina, mas como sou de origem humilde e muito pé no chão, sabia que não seria fácil entrar numa uni-versidade federal. Na época, em 2004, ainda não existia o PROUNI e eu não tinha condições de pagar um bom curso pré vestibular. Estudei três anos e meio Comércio Exterior, traba-lhando para pagar. Em 2004, faltando um semestre para me formar, larguei tudo e comecei a correr atrás de bol-sas de estudos para medicina no ex-terior. Encontrei para Cuba e para o Japão. Fui aprovado para a bolsa em Cuba em 2005, mas só embarquei no inicio de 2006”, conta o médico.

Flores Pinto salienta que em Cuba toda a saúde é gratuita. “Nunca se co-bra por atendimento, nem por qual-quer exame. Existe um consultório do médico de família, com uma enfer-meira, no espaço de quatro quadras para consultas de rotina, pré-natal de baixo risco, puericultura, entre outros atendimentos eletivos. Em cada bair-ro, existe o chamado Policlínico, que possui a estrutura de nossos postos de saúde do Brasil, mas apresentam atendimentos especializados e reali-zação de exames. Outro diferencial é o atendimento durante 24 horas, fun-

cionando também como Unidades de Pronto Atendimento. “Somente em casos onde se necessite, os pa-cientes são encaminhados a hospitais municipais.”

Ele ressalta que aliados aos prin-cipais hospitais estão os institutos como o de Cardiologia e o de Ne-frologia onde, além de atendimento de alta complexidade se fomenta a pesquisa. Ele acentua que Cuba er-radicou o analfabetismo há muitos anos com estudo 100% gratuito. “Ao priorizar saúde e educação Cuba ob-teve índices de saúde comparados a países ricos de primeiro mundo como Finlândia, Suíça e Islândia”, ressalta.

Atenção de qualidade à saúde Flores Pinto está de acordo com

a vinda de médicos estrangeiros para atuarem junto à saúde pública no Brasil. “No Brasil, muitos médicos não querem trabalhar pelo SUS, sob uma séria de alegações de quem prioriza dinheiro e se julga acima do bem e do mal, abrindo esses espaços que estão sendo ocupados por estrangeiros”, interpreta ele. “Que venham cubanos, argentinos, uruguaios, alemães, ita-lianos. Que venham todos que estão dispostos a ajudar numa atenção de qualidade à saúde”.

Arquivo Pessoal

Dr. Marceu Flores Pinto

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RodrigoDe MarcoAcadêmico de Jornalismo

[email protected]

Esportes03 de fevereiro de 2014 | Jornal Integração da Serra 11

Da arquibancada

CristianeGrohe G.

[email protected]

ArroyoA Copa doMundo énossa?

Alienante paixão

Mais uma vez, Bento Gonçalves acolheu um dos maiores clubes de futebol do cenário nacional. O Grêmio, como de costume, fez sua pré-temporada na Serra. Eu sou gremista, e por falta de tempo e interesse, não fui ao encontro dos astros da bola. Não entendo como é possível idolatrar de forma tão acentuada esses caras, que se importam apenas com seus carros, mulheres, fortunas, ou seja, o resto é apenas tabelinha.

Vivemos numa nação que, constantemente, é desdenhada no exterior, muito pelo fato de escancarar para o mundo que o Brasil é o país do futebol e samba. É por isso que temos uma educação “maravilhosa”, com jovens cada vez mais interessados. O lucro, sempre em primeiro lugar, seduz e envenena uma parcela da sociedade. Por que não chamar tudo isso da política do pão e circo? A mais lucrativa das opções para os poderosos engravatados é distrair e satisfazer o povo, distribuindo presentes gregos e, assim, desviando o foco dos problemas.

O período da ditadura militar do Brasil ficou marcado pela agressividade dos militares na tentativa de calar jovens e jornalistas que buscavam a liber-dade de expressão. A televisão que, em inúmeros momentos, mostrava estar defendendo a polícia, soube contornar os fatos de forma rápida, encobrindo o que rolava nas ruas com transmissões de futebol, a paixão nacional.

A Copa do Mundo servia como alento para a grande mídia, obviamente, porque, desta forma, uma grande parcela da população ficaria hipnotizada com o espetáculo da bola, esquecendo os problemas do país. Os politicamente cor-retos fechavam os olhos para o caos, enquanto estudantes politizados enfren-tavam o veraneio vascaíno e uma população adormecida. Eu fico imaginando se aqueles sonhadores que vestiam vermelho, resolvessem relaxar e assistir tranquilamente a Copa do Mundo. Por quais mudanças o país teria passado?

Felizmente, ainda existiam jovens que buscavam as respostas em livros, e sabiam escolher seus verdadeiros heróis, levando às ruas suas convicções. É... Precisamos começar a repensar sobre os ídolos que escolhemos.

A Paulista, a principal avenida do país, foi palco de um pro-testo no último final de semana de janeiro. O mais violento des-de junho. O motivo é a realização da Copa do Mundo no Bra-sil. Houve atos de depredação e forte repressão por parte da polícia. Eu realmente acho que a escolha do Brasil para sediar a Copa não foi correta e nem no momento certo. Convivemos com milhares de problemas que não foram resolvidos e pelo jeito, até junho, também não serão. Saúde pública, mobilidade urbana, investimentos em estádios que provavelmente não se-rão mais usados após a Copa.

Dinheiro que falta de um lado e dinheiro que vai pelo ralo do outro. Claro que o povo vai reclamar. Só que eu acho que essa reclamação está atrasada. O descontentamento devia ter sido demonstrado em 2008, quando o Brasil foi escolhido o país da Copa. Aliás, muita gente comemorou. Agora eu acho um pouco tarde para criar uma guerra. Ainda assim, acho que as manifestações irão continuar.

Marcelo Grohe: muito legal as entrevistas do goleiro do Grêmio. Bem articulado, o atleta teve paciência para ter um lu-gar ao sol, ou melhor, um lugar entre os titulares. Grohe, sempre de bem com a imprensa, expõe as ideias e é sempre otimista. Sabe quando alguém veste a camiseta do lugar em que traba-lha. Esse é o cara!

Há mais de 30 anos, um grupo de atletas do Esporte Clube Videira reúne-se mensalmente para jogar fu-tebol de campo em Pinto Bandeira e região. No último dia 21 de dezembro foi realizada uma confraternização de encerramento das atividades esporti-vas do ano de 2013, na sede do clube, na Linha Brasil. Houve também um jantar festivo reunindo várias gera-ções de atletas.

Os veteranos são considerados o suporte para a vivência esportiva na comunidade, participando, muitas vezes, com recursos próprios para manutenção da sede.

Os jovens seguem o exemplo e se comprometem em dar sequência à sociedade e ao esporte.

Esporte Clube Videira de Pinto Bandeiravem reunindo várias gerações de atletas

Em pé: Adriano, Valdemar, Luiz Antônio, Evaristo, Pego, Russo, Almir, Juarez, Roberto, Jandir, Idiomar, Cecatto, João, Ari, Gilmar e Jairo.Agachados: Gustavo, Gabriel, Douglas, Evandro, Dionatan, Cleverton, Bruno, Vinício, Ado e Tato

Divulgação

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Agricultura12 Jornal Integração da Serra | 03 de fevereiro de 2014

Segundo a legislação brasileira, suco de uva é a bebida que pode se apresentar límpida ou turva, extraí-da da uva através de processo tec-nológico adequado, não fermen-tado, não alcoólico,de cor, aroma e sabor característico, submetido a tratamento que assegure a sua conservação e apresentação até o momento do consumo.

Uma das várias alternativas de aproveitamento da uva é a elabora-ção de suco.

O elevado volume de uva do grupo das americanas e uvas híbri-das existente na Serra Gaúcha, po-derá originar um maior volume de suco a cada ano que passa, uma vez que apresenta as características de aroma, cor e equilíbrio /acidez ne-cessárias para a elaboração de um produto de elevada qualidade.

O suco de uva, sob o aspecto nutricional é comparado com a pró-pria uva, pois na sua composição estão todos os constituintes princi-pais, tais como: açúcares, minerais, ácidos, vitaminas e compostos fe-nólicos responsáveis pela sua cor e estrutura.

Você já deve ter ouvido falar que beber uma taça de vinho dia-riamente faz bem ao coração. É verdade, já que o vinho contém res-veratrol, um antioxidante excelente para a nossa saúde. O porém é que o vinho também tem álcool.

Mas, na verdade, essa substân-cia está na casca da uva, por isso, o suco de uva integral também apresenta os benefícios do vinho. O resveratrol é como um antifúngi-co produzido pela fruta para com-bater fungos e pragas que podem atacá-la. Além de defendê-la, ele também faz muito bem para nós, protegendo o coração e as artérias.

O mesmo resveratrol tem a ca-pacidade de melhorar e também aumentar o tempo de vida.

É comprovado cientificamente que para a gente viver mais, preci-samos comer menos. Isso porque, quando a gente come, o processo

O frio intenso, o excesso de chu-va e as precipitações de granizo em 2013 mais o sol escaldante deste ve-rão ocasionaram quebra de cerca de 30% na colheita desta safra da uva em relação a anterior. A estimativa é do técnico da EMATER de Santa Tereza, Aldacir Pancotto. Ele explica que devido ao frio intenso, houve uma redução no tamanho do cacho e uma brotação desuniforme. Acres-centa que os meses de novembro e dezembro foram bastante chuvosos, com ocorrências de granizo atingin-do várias pequenas propriedades rurais. “Além disso, as parreiras foram

O agricultor Moacir Mazzarollo foi eleito presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Brasilei-ro do Vinho (Ibravin) para o biênio 2014/2015. Mazzarollo representa a Comissão Interestadual da Uva e foi indicado pelos sindicatos dos traba-lhadores rurais com cadeira na enti-dade. Mazzarollo é presidente do Sin-dicato dos Trabalhadores Rurais de Veranópolis. O enólogo Dirceu Scottá

Excesso de frio, chuva, granizo e sol prejudicam safra da uva 2014

Fatores climáticos acarretaram brotação desuniforme, entre outros problemas

atacadas pelo míldio, doença na vi-deira ocasionada pela umidade em excesso”, afirma o técnico.

O calor acima da média registra-do neste verão está queimando as folhas das parreiras, por onde a plan-ta respira. Ainda conforme Pancotto, isso ocasiona desuniformidade na maturação do cacho. Complementa que as altas temperaturas também interferiram no processo de matu-ração da Isabel, comprometendo a qualidade dessa uva americana utili-zada para sucos e vinhos de mesa. O auge da colheita da safra ocorre, ago-ra, nos meses de fevereiro e março.

Duas entidades representativas do setor vinícola têm nova presidência

foi eleito vice-presidente, represen-tando a União Brasileira de Vitivini-cultura (Uvibra).

Já, o empresário Gilberto Pedruc-ci assumiu a presidência do Sindicato da Indústria do Vinho, do Mosto de Uva, dos Vinagres e Bebidas Deriva-dos da Uva e do Vinho do Rio Grande do Sul (Sindivinho RS). Pedrucci fica à frente da entidade até janeiro de 2017.

AldacirPancotto

Técnico - EMATER/RS-ASCARSanta Tereza

O suco de uvafaz bem aocoração

de digestão conta com a produção de radicais livres. Comendo menos, produzimos menos e ativamos um conjunto de proteínas que se cha-ma cituínas, diretamente associa-das à longevidade porque reparam as células e protegem dos radicais. O resveratrol faz uma atividade semelhante a essas cituínas no or-ganismo, retardando o envelheci-mento.

O suco pode ter mais benefí-cios. Na sua composição nutricional apresenta boa quantidade de argi-nina, aminoácido que ajuda a me-lhorar a pressão, porque dilata as artérias e facilita a circulação. Além disso, tem glutamina, que ajuda na parte intestinal. As duas substân-cias juntas são excelentes para a imunidade, protegendo o corpo de muitas doenças.

A elaboração de suco de uva e o seu consumo têm crescido con-sideravelmente nos últimos anos, sendo a alternativa para o pequeno produtor.

A longo prazo, poderá contri-buir para melhor distribuição de renda e para dar maior estabilidade ao setor vitivinícola. Também tem crescido muito a produção de suco feito na pequena propriedade, atra-vés de panelas ou pequenas cal-deiras para ser consumido durante o ano todo. Desta forma, muitos têm substituído o vinho, já que só o adulto pode consumir e em seu lugar entra o suco, sendo que assim toda a família pode saborear um produto de baixo custo e de exce-lente qualidade.

Para obtenção de um bom suco cabe ao nosso produtor contribuir na qualidade das uvas, pois consti-tui um dos principais fatores deter-minantes já que a maturação e o es-tado sanitário são os dois aspectos que mais interferem na qualidade da mesma. Nossa região é farta des-ta matéria-prima que é a uva, por-tanto só não se abastece desta be-bida quem não quer. Os benefícios são muitos e o custo nem tanto.

Aldacir Pancotto

Temperaturas acima da média e sol escaldante estão prejudicando parreirais

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Caderno de Cultura e Arte | Nº 7 | Janeiro/Fevereiro 2014

Fique Informado!Entretenimento, promoções,

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As Fontes de Sentido:

Religião,Filosofia

e Arteno Terceiro Milênio

Páginas 06 e 07

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02 | Mosaico | 03 de fevereiro de 2014

Primeiras Palavras

Missão em Rondônia: harmonia, riqueza cultural e espiritual

Elton

AristidesSeminarista e

Jornalista

Marcelo

Uma das características mais belas do Brasil é sua diversidade cultural. O termo Cultura, de acordo com o dicionário Michaelis, é sinônimo de “estado ou estágio do desenvolvimento cultural de um povo ou período, caracterizado pelo conjunto das obras, instalações e objetos criados pelo homem desse povo ou período ou ainda um conteúdo social”.

Em cada Estado brasileiro verificamos traços específicos de uma cultura, com manifestações plurais, que são identificados pela gastronomia, re-ligiosidade, literatura e em outras manifestações. Os sotaques regionais dão ritmo a cada um destes aspectos.

Entre os meses de dezembro e janeiro deste ano, realizei uma missão da Igreja Católica, no Esta-do da Rondônia. Tive a oportunidade de visitar três comunidades do interior do município de Monte Ne-gro, distante cerca de 260 quilômetros da capital, Porto Velho. Muito mais do que evangelizar, esta foi uma experiência marcante, difícil de ser expressa em poucas palavras. Pisei num solo marcado por lu-tas, conquistas e sonhos de muitos povos. Saí com outra visão de cultura e costumes. Não podia ser di-ferente.

Em pouco mais de 20 dias, visitei cerca de 150 famílias. Debaixo de cada teto, os sotaques se mis-turavam. Rondônia é um exemplo de Estado, onde vivem brasileiros provenientes de norte a sul do Bra-sil. O resultado disto é uma combinação de cente-nas de capacidades e modos de viver o dia a dia.

Não estranhemos, mas, em tempos de tecnolo-gias digitais, há homens e mulheres que ainda não tiveram acesso aos mais basilares meios de comu-

nicação como: o rádio e a televisão. Sequer tem acesso à energia elétrica. Para muitos deste grupo, computadores, celulares, tablets são considerados aparelhos de ‘outro mundo’.

Sua comunicação, na maioria das vezes, é mo-vida sob duas pernas. É na visita aos vizinhos – às vezes percorrendo dezenas de quilômetros - que as notícias são transmitidas. Já afirmava o padre Ze-zinho em uma de suas canções: “No fim da tarde, quando tudo se aquietava, a família se ajuntava no alpendre a conversar”. Este é um dos sinais cultu-rais ainda mantidos. Famílias e amigos se reúnem para partilhar o cotidiano da vida – sem pressa.

A riqueza cultural é pintada no mosaico da diver-sidade. Uma das expressões pode ser vista na fé. A prece do homem simples do campo brota do fundo do coração. Dos seus lábios, transcorre a narrativa de uma vida sofrida, mas esperançosa. O terço nas mãos demonstra o carinho e a devoção deste povo a sua mãe, Nossa Senhora.

Das panelas, bules e chaleiras, em cima do fo-gão de barro ou da fogueira, se sente um gostoso aroma cultural. Café torrado e passado na hora. Bro-do de galinha, arroz, feijão branco, carnes, saladas. Um vasto cardápio. O tempero? Mineiro, capixaba, cearense, paulista, baiano... Nascem das mãos que os prepara com amor e carinho e isto, convenha-mos, tem gosto especial.

A cultura brasileira é uma síntese das heranças e influências de várias etnias. Onde quer que es-tejam, as lendas, tradições, sotaques e costumes, fazem deste país um território culturalmente harmonioso.

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Mosaico | 03 de fevereiro de 2014 | 03

Programe-se

A bento-gonçalvense Fah Maioli, radi-cada em Milão, lançou no último dia 14 de janeiro, em Porto Alegre, o “Manual de Coolhunting Métodos e Práticas”, com a colaboração de Júlia Presotto e Claudia Palma. Trata-se de um guia para se tornar um grande observador do Zeitgeist (as tendências culturais do momento). Ela pesquisa moda, design e gastronomia, oferecendo análise das tendências com-portamentais e culturais que irão influen-ciar no desenvolvimento de novos produ-tos, processos e serviços.

Com experiência obtida em países como os Estados Unidos, Itália, Brasil e Peru, Fah criou uma metodologia própria de cool hunting (observação de tendên-cias), que veio à tona após seus estudos com grandes mestres da área, como Fran-cesco Morace, Li Edelkoort, Joseph Sas-son, Giovanni Lanzone, Jacopo Bargellini e Julia Presotto.

Ter intuição Fah explica que analisa os sinais das

novas tendências a partir do perfil cultu-ral e da perspectiva histórica. “Sempre fui interessada no processo criativo”, acres-centa. Também salienta que age pela in-

O Concurso Fotográfico Vindima 2014 promovido pela Associação de Turismo da Serra Nordeste (Atuaserra), Secretaria de Turismo de Bento Gonçalves, Universidade Feevale e o Grupo de Caminhadas Indiada Buena será marcado por duas expedições. A primeira ocorre no dia 15 de fevereiro, sábado, no Vale dos Vinhedos. A concen-tração dos inscritos será às 13 horas, na sede da Atuaserra, localizada na Galeria do Dall’Onder Grande Hotel, em Bento Gon-çalves. Às 13h30min, o grupo segue para o Vale dos Vinhedos. Às 14horas inicia a expedição, com término previsto para as 19horas. Já a segunda expedição ocorre no dia 16 de fevereiro, domingo, na Rota Vale do Rio das Antas e Rota das Cantinas Histó-ricas. O grupo se reúne às 9horas na sede da Atuaserra. O término do encontro está previsto para às 19horas

A diretora executiva da Atuaserra, Be-atriz Paulus, salienta que esses circuitos

Caçadora de tendências: de Bento para MilãoArquivo Pessoal

tuição. “Uma coisa que aprendi é que a gente tem que ter intuição. Além disso, nesse mundo de informações, temos que estudar a criação de produtos inovado-res”.

A forma como ela repassa suas pes-quisas pode ser online ou presencial. Tudo depende de como a empresa inte-ressada entende que o conteúdo será melhor absorvido. “Atendemos o merca-do editorial nos idiomas Português, Es-panhol, Italiano e Inglês”, explica. Como exemplo, ela cita a Art & Fashion (Porto Alegre), Criare (Bento Gonçalves), Risto-rante Biffi (Milão), Eucatex (São Paulo), entre outras.

Vida devagarFah acrescenta ainda que a tendên-

cia do mundo ocidental para os próximos anos é slow life (vida devagar) com inves-timentos no retorno às coisas simples da vida. “Na Itália, já há uma divisão entre fast food (comida rápida) e fast good (boa comida)”. Quanto à sua cidade natal, onde residem seus pais Adelina e Nilso Maioli, suas irmãs e amigos, ela observa que “temos que beber mais da fonte de nossa história. Và benne”?

Fah Maioli, inspirada pela casa materna

Ensaio do Desfile de CarnavalDia: 09 de fevereiroO quê? Ensaio do Desfile de Carnaval com a Escola de Samba Embaixadores do SambaOnde? Avenida PlanaltoHora? 18 horasObs.: O desfile oficial com a participação de Bento Gon-çalves será no dia 2 de março, no Sambódromo em Porto Alegre.

Oficina de Verão Arte VidaO quê? Oficina de Verão Arte Vida - com a psicoterapeuta Eclair CristofoliQuando?Todas as quintas do mês de fevereiroOnde?Fundação Casa das ArtesHora: das 14h às 16hObs.: As aulas são gratuitas

Passeio CulturalDias: 9, 16 e 23 de fevereiroHora: a partir das 8h30minProgramação: Passeio histórico-cultural contando a história dos primeiros imigrantes italianos no Vale dos Vinhedos. Visitas a Chiesa del Vin, vinícolas centená-rias, capitéis e igrejas, casarões “museus” familiares. Degustação de vinhos e merendin. Sob Reserva: (54) 3451 1472 (54) 9142 7711mailto:[email protected]

LançamentoO quê? Lançamento do livro “As memó-rias da emigração do Altoplão de Bren-tonico” pela pesquisadora e autora Rita Pedrotti, de Brentonico,Trento, Itália.Quando? dia 3 de marçoOnde? Casa das ArtesHoras: 14h30min

Concurso Fotográfico Vindima 2014 proporcionaduas expedições ao interior de Bento Gonçalves

pelos vales proporcionarão os melhores ân-gulos para os aficionados em fotografia. Ela acrescenta que, na segunda expedição ha-verá uma refeição a cargo do chef Laercio Vesterlud, na Casa Bucco. As inscrições vão até o próximo dia 12 de fevereiro e podem ser feitas na sede da Atuaserra ou pelo site www.serragaucha.com.br. Serão premiadas as três melhores imagens, a serem escolhi-das por um júri formado por cinco pessoas. A divulgação dos ganhadores ocorre no dia 22 de março. Os prêmios são: 1º lugar – R$ 600,00 + kit Atuaserra; 2º lugar – R$ 500,00 + kit Atuserra; 3º lugar – R$ 400,00 + kit Atu-aserra. Cada participante poderá concorrer com até três imagens, sendo que apenas uma poderá ser premiada.

As 30 melhores imagens ficarão expos-tas na galeria do Dall’Onder Grande Hotel durante os meses de abril e maio de 2014. Mais informações pelo telefone (54) 3055-4487.

Divulgação Prefeitura de Bento Gonçalves

Detalhe do distrito de Faria Lemos

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(*) Diminutivo de avôs.

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Continua na próxima edição

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As Fontes de SentidoPor Rogério Gava

Prêmio Jabuti 2012Ilustrações: Ernani Cousandier

06 | Mosaico | 03 de fevereiro de 2014

As Fontes de Sentido: Religião,Filosofia e Arte no Terceiro Milênio

“Quem me pôs aqui?”Blaise PascalFilósofo Francês

OS CIENTISTAS EXPLICAM O COMEÇO DE TUDO A PARTIR DO BIG BANG, A GRANDE EXPLOSÃO PRIMORDIAL. NA VERDADE, ISSO NÃO EXPLICA LÁ MUITA COISA.

Se tudo teve um começo, é porque antes nada existia. Mas como alguma coisa pode começar do nada? E se aca-so refutarmos o big bang, entendendo que tudo sempre existiu, novamente o absurdo: como tudo pode sempre ter existido, sem ter tido um começo? Estamos atados a um duplo mistério: o mistério do início e o mistério do fim. Diante dele, a ciência se cala.

O conhecimento científico nos dá as causas, não os porquês. Certo, tudo começou com o big bang, mas aí a pergunta típica das crianças (que são mais sábias do que os adultos justamente por nada saberem): quem fez o big bang?

Assim, mesmo que o big bang explique, sempre res-tará a pergunta: quem explica o big bang? Ou, trazendo

a célebre interrogação do filósofo Leibniz: “Por que existe alguma coisa ao invés de não existir nada?”.

Isso não destitui a ciência de sua importância. Poucos de nós estariam vivos se os antibióticos não tivessem sido inventados. Maravilho-me com a ciência quando ela me cura de alguma dor. Apesar dos pesares, temos que re-conhecer que vivemos hoje mais e melhor. Mas a ciência não aplaca nossa angústia existencial. A angústia do mis-tério. Então, quando a ciência emudece, a prece. Quando a ciência chega ao fim, a filosofia. Quando a ciência não explica, a arte.

Religião. Filosofia. Arte. Nossas fontes de sentido. Alí-vios para a existência. Se a ciência nos dá meios para viver, religião, filosofia e arte nos dão razões.

Religião, religare, religar. A gente só se religa a alguma coi-sa que perdeu. A algo ao qual estávamos conectados antes e agora já não estamos mais. Que perda é essa que todas as reli-giões nos prometem resgatar? Justamente a perda do sentido, de uma explicação para as perguntas mais urgentes da vida. A religião põe ordem na casa, explica o que não tem explicação. Antídoto contra o caos. Fonte de sentido.

Paul Tillich – talvez o maior dos teólogos modernos – cha-mava de “inquietação última” essa ansiedade inata ao homem. Essa aflição universal e atemporal – dizia – que justamente move o homem em direção ao sagrado. Esse sagrado que pro-tege contra a dor e o sofrimento da existência. Contra a angústia do mistério e das dúvidas sem solução.

Nessa perspectiva, todo o homem é religioso, independente da crença. Não há quem não se pergunte, vez por outra, por que estamos aqui. Por que nascemos, vivemos e morremos. Essas perguntas que nunca se calam fazem do homem um ser religio-so. Um ser que busca na religião o seu sentido particular para o absurdo. Que busca em um Outro a significação da própria existência.

O sentido religioso mora para além da vida. Filosofia. Estamos agora diante de outro discurso. Não mais invoca-

mos o sagrado. A filosofia começa onde termina a fé. Podemos considerar religião e filosofia como dois remédios para o mesmo “mal”. O que muda é o princípio ativo de cada um. Aliás, Epicuro, filósofo grego, já definia a filosofia como “me-dicina da alma”. Mas enquanto o motor da religião é a fé, o da filosofia é o conhecimento, a sabedoria (philoso-phia, o amor à sabedoria).

Filosofar é conhecer, é – como diz o filósofo Luc Fer-ry – “preferir a lucidez ao conforto”. Pela filosofia busca-mos as respostas sem a ajuda de algo exterior, do que transcende. Um bom filósofo – falava Stendhal – “é seco, claro, sem ilusões”. A filosofia substitui a fé pela razão. O filósofo é, antes de tudo, aquele que pergunta sem cessar, que não se contenta com respostas prontas. O filósofo é um demolidor de dogmas.

Religião: o Sentido pelo Transcendente

Filosofia: o Sentido pelo Conhecimento

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Rosane Spadotto foi a vencedora da promoção “Anúncio Premiado do Valter”, na edição 151. O personagem estava oculto no anúncio da Lex Empreendimentos Imobiliários.

Ela ganhou uma camiseta exclusiva da Estôparia, entregue pelo engenheiro Régis Meneguzzi, da Lex Empreendimentos Imobiliários, e também uma diária com acompanhante no Dall´Onder Grande Hotel.

Descubra onde está o Valter nos anúncios do Jornal Integração da Serra.Envie a resposta para o email [email protected] até o dia 15 de fevereiro de 2014 e concorra a uma diária com acompanhante no Dall´Onder Grande Hotel e a uma camiseta exclusiva da Estôparia.

Jane

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odar

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Literatura, poesia, música, pintura. O gozo artístico também protege. Um poema. Do ponto de vista produtivo, mercantilista, nada mais inútil. Um poema não possui nenhuma utilidade prática. O mesmo vale para um quadro de Hopper ou de Vermeer, uma escul-tura de Michelangelo, o Admirável Mundo Novo de Huxley. Por que então se escreve e se lê poesia e literatura, se contemplam pinturas e afrescos, a arquitetura de uma catedral? Por uma razão muito simples: a arte também confere sentido à existência. Pessoa – poeta dos poetas – nos socorre: “O que não temos, ou não ousamos, ou não conseguimos, podemos possuí-lo em sonho, e é com esse sonho que fazemos arte”.

A arte, assim como a religião e a filosofia, é também antídoto contra a angústia (Comte-Sponville: “preciso que os artistas me ajudem a suportar o real”). O homem pede exílio à arte para fugir momentaneamente do cansaço da vida. Pessoa mais uma vez: “a arte alivia da vida sem aliviar de viver”. É isso que nos faz debruçar sobre um poema, nada mais do que palavras, mas que justamente significa muito mais do que meras palavras. Faz-nos parar diante de uma pintura, muito mais do que tinta sobre tela. A arte nos descola por um momento da realidade, faz nosso pensamento fugir de onde está. Uma música que nos toca e arrebata nos faz feliz por si só. A arte tem valor por si própria. Ela é o fruir sem preocupação com o resultado. Ninguém nos paga para apreciar um quadro ou ouvir uma canção. A arte torna a verdade da vida mais branda. “Temos a arte para não morrer da verdade” dizia Nietzsche.

A arte também salva.

Religião, filosofia e arte. Três caminhos distintos para a mes-ma busca: a busca do sentido (Hegel fala o essencial: “a arte, a religião e a filosofia só diferem pela forma; seu objeto é o mes-mo”). Nem só de pão vive o homem, disse o Cristo. Nada mais certo. O pão simboliza a vida prática, a sobrevivência, o man-ter-se vivo. Mas é preciso também alimentar-se de significado (Drummond: “o mais importante não é manter-se vivo, mas vi-ver”). Temos fome de sentido. Sentido contra o duplo mistério da existência: como tudo começou e como tudo terminará. É impossível segurar uma vara sem trazer junto suas duas pontas, diz um ditado de antiga sabedoria. Vida: extensão atada a dois enigmas. E cada um carrega a sua vara de pesca, lança-a no rio da existência, busca fisgar suas respostas. Pescaria de significa-dos.

Seguimos pescando o mistério.

Duas fontes de sentido absolutamente dife-rentes, mas com um mesmo objetivo. Religião e filosofia tentam, cada uma a seu modo, aplacar a angústia de que somos frágeis como uma flor de dente de leão, efêmeros como a brisa da manhã. Em outras palavras: sabemos que vamos morrer; que aqueles que amamos vão morrer. Que tudo

Arte:o Sentidopelo Belo

morre e não volta mais. Contra a dura e inexorá-vel realidade da morte buscamos alívio e confor-to. A religião nos diz que somos amados por um Deus que é Pai, e que ao final todos nos reencon-traremos. A morte não é nada diante do amor de Deus. O amor vence a morte. A filosofia, mais realista, vaticina em alto e bom som que vamos

morrer, inevitavelmente, e que, não adianta nos iludirmos, tudo indica que não há nada depois.

As religiões, todas elas, prometem a salvação em Deus. É preciso, no entanto, crer. A filosofia, a salvação pelo próprio homem, pela lucidez do conhecimento. O sentido filosófico mora na pró-pria vida.

Três Caminhos: uma só Busca

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Obras na rua Marechal Deodoro, centro de Bento Gonçalves - construção da galeria pluvial, ano 1965

Por Janete Nodari

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