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Universidade de Brasília PROJETO TRICICLO Alberson Salles de Carvalho Rafael Reis Yamamoto Leandro Araújo

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Page 1: ProjetoTriciclo

Universidade de Brasília

PROJETO TRICICLO

Alberson Salles de Carvalho

Rafael Reis Yamamoto

Leandro Araújo

Page 2: ProjetoTriciclo

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Page 3: ProjetoTriciclo

SUMÁRIO

1. CONCEITO ----------------------------------------------------------4

2. HISTÓRIA -----------------------------------------------------------5

3. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO “PROJETO

TRICICLO”-----------------------------------------------------------7

4. CLASSIFICAÇÃO DO “PROJETO TRICICLO” DE ACORDO COM O DETRAN -----------------------------------11 4.1 FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO --------------------------11

4.1.1 Quanto à tração 4.1.2 Quanto à espécie

4.2 CONSEQUÊNCIAS DA CLASSIFICAÇÃO -------------13 4.2.1 Normas gerais de circulação 4.2.2 Penalidades/ crimes

4.3 CONCLUSÃO -------------------------------------------------14

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Page 4: ProjetoTriciclo

1. CONCEITO

Projeto triciclo é um equipamento que se destina a transportar carga, que possui

características semelhantes às de um reboque, porém, não se destina a ser tracionado por

um veículo automotor.

Possui um sistema mecânico movimentação (engrenagens), como intuito de

reduzir a força que seria necessária para seu deslocamento no sentido vetorial

determinado por agente embarcado.

Seu peso próprio é de aproximadamente 25kg e capacidade para transportar até

400kg de carga útil. Dispõe de sistema de freios.

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Page 5: ProjetoTriciclo

2. HISTÓRIA

Iniciou-se a discussão deste projeto em uma disciplina oferecida pela Faculdade

de Educação na Universidade de Brasília, projeto 3 – denominado economia solidária e

educação. Trata-se da discussão de uma outra forma de viver em sociedade por meio

dos princípios que regem o campo da economia solidária. Este projeto está dividido em

três fases: conhecimentos teóricos; pesquisas de campo; aplicação do conhecimento em

grupos populares.

Nós, alunos de engenharia mecânica, conhecemos um pouco mais sobre essa

nova organização econômica e social e focamos a aplicação dos nossos conhecimentos

nos grupos de catadores de reciclagem.

Visitamos algumas cooperativas populares e observamos que havia a

necessidade de um transporte do reciclável coletado, realizado até então pela tração

animal e humana. Discutimos com os cooperados um equipamento, um triciclo de

carga, que fizesse uso de engrenagens com a finalidade de reduzir o esforço necessário

para o transporte de recicláveis e aumentasse a capacidade de carga.

Foi concretizada uma primeira fase do projeto com o apoio da Incubadora Social

e Solidária do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT). Nesta fase, foi

desenvolvido um triciclo de carga de teste para a cooperativa Fundamental, situada em

Planaltina, Distrito Federal. Segue imagens do triciclo de teste.

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3. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO “PROJETO TRICICLO”

O “Projeto Triciclo” trata-se do aperfeiçoamento do triciclo de teste. As

modificações foram feitas a partir de sugestões dos cooperados, que fizeram uso do

triciclo e por nós, alunos de engenharia mecânica.

Características do “Projeto Triciclo”:

3.1 CHASSI

O chassi é uma estrutura de suporte utilizada em veículos para sustentar os

sistemas embarcados. Alguns dos componentes que são acoplados ao chassi do “Projeto

Triciclo” são o sistema de freios, selim, garfo, guidão, etc.

Este chassi foi projetado para satisfazer as solicitações e dispõe de uma

estrutura reforçada para evitar a flexão e aumentar a capacidade de carga.

A dimensão da caçamba é de: 1,10m x 0,7m x 0,7m. Comprimento, largura,

altura, respectivamente.

3.2 RODA

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A roda é uma máquinas simples com vastas aplicações no transporte e em

máquinas, caracterizada pelo formato circular de sua borda e pela presença de um eixo

rotativo no seu interior.

As rodas do “Projeto Triciclo” possuem um cubo de roda de aço reforçado

“velosteel” e diâmetro maior assim como raios duplos para aumento de sua resistência.

3.3 SISTEMA DE FREIO

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O freio é composto basicamente de um conduite, um cabo de aço, uma alavanca

e um sistema com duas sapatas que se atritam com o aro, com a intensidade em que é

pressionada a alavanca. Entre o conduite e o sistema de sapatas há uma peça chamada

balinger, que permite ajustar a tensão do cabo de aço.

O “Projeto Triciclo” possui um sistema de freios com cinco freios do estilo v-

brake, sendo dois em cada roda traseira e um na roda dianteira. Os quatro freios

traseiros são acionados na manete direita do guidão e o dianteiro, na esquerda.

3.4 EIXO

O “Projeto Triciclo” possui um eixo de 20 mm de diâmetro com oito rasgos de

anel de retenção para restrição do movimento lateral e dois rasgos de chaveta, um para

acoplamento de uma roda e outro para as engrenagens.

3.5 ANEL DE RETENÇÃO

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O anel de retenção tem como objetivo restringir o movimento lateral do eixo

para que não escape de sua posição inicial. O “Projeto Triciclo” possui oito anéis de

retenção.

3.6 ÂNGULO DE CASTER

O angulo de caster é o ângulo do pino mestre em relação à linha vertical que

passa pelo centro da roda olhando-se o veículo de lado.

O ângulo de caster proporciona firmeza e estabilidade à direção permitindo

dirigir em linha reta com esforço mínimo. Um ângulo de caster exagerado torna a

direção pesada. O ângulo de caster é definido no projeto do veículo e normalmente não

sofre alterações durante a vida do veículo.

O ângulo de caster do “Projeto Triciclo” e de 26,5°.

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4. CLASSIFICAÇÃO DO “PROJETO TRICICLO” DE ACORDO COM O

DETRAN

4.1 CLASSIFICAÇÃO

O equipamento é um veículo terrestre. A expressão "veículo" acolhe em seu

sentido qualquer meio de transporte que possibilita a transmissão de algo. Neste caso,

objetivamos diferenciá-lo de outros equipamentos que não se constituem em veículos

para fins da legislação de trânsito, tais como os patins ou skates que são considerados

brinquedos. Nosso enfoque irá centrar-se à condição do equipamento frente à legislação

de trânsito, e para tal ele constitui-se efetivamente em um veículo.

O Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9503/97) promove a classificação dos

veículos em seu Art. 96, bem como os conceitua em seu Anexo I (Dos Conceitos e

Definições).

4.1.1 - Quanto à tração

O Código de Trânsito Brasileiro classifica os veículos quanto à tração em

automotores, elétricos, propulsão humana, tração animal e reboques ou semi-reboques.

Procuraremos conceituar o veículo, por exclusão, norteados pelos objetivos a

que se destina e pela forma como deve ser utilizado.

- Automotor/ elétrico

Pelo conceito legal o veículo automotor é aquele que se move ou circula por

seus próprios meios, incluídos os ônibus elétricos. Nesse primeiro item faremos a

exclusão mútua dos dois conceitos (Automotor e Elétrico) por entendermos que um é

espécie do outro, portanto excluindo-se o genérico se estará excluindo o específico.

Pelo Código: "veículo automotor - todo veículo a motor de propulsão que circule

por seus próprios meios, e que serve normalmente para o transporte de pessoas e coisas,

ou para a tração viária de veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas." O

termo compreende os veículos conectados a uma linha elétrica e que não circulam sobre

trilhos (ônibus elétrico).

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- Reboque ou Semi-reboque

A diferença entre reboque e semi-reboque é que este se apóia em sua unidade

tratora, enquanto aquele se apóia em seu próprio rodado, e por esse motivo dissemos no

"conceito" que o “Projeto Triciclo” assemelhava-se a um reboque por possuir seu

próprio rodado.

- Tração animal

A exclusão do “Projeto Triciclo” da condição de reboque também explica sua

inadequação à classificação como veículo de tração animal.

- Propulsão humana

Entendemos que esta deva ser a classificação adotada para o “Projeto Triciclo”

por ser a mais adequada às suas características e aos fins a que se destina.

A concepção do veículo e os fins a que se destina o aproximam mais de uma

"Bicicleta". A própria "Bicicleta", que é um veículo de propulsão humana, recebe

tratamento diferenciado pelo Código de Trânsito Brasileiro se o seu condutor estiver

embarcado ou desembarcado. Segundo o Art. 68, § 1º do Código de Trânsito, o ciclista

desmontado empurrando (tracionando) a bicicleta equipara-se ao pedestre em direitos e

deveres.

4.1.2 - Quanto à espécie

- Carga

O “Projeto Triciclo” é efetivamente um veículo de carga, não se prestando em

hipótese alguma ao transporte de passageiros, sob pena de ser descaracterizada a

classificação, e as consequências que dela advêm.

Sendo um veículo de carga, faremos também, por exclusão, qual seria o veículo

de carga que melhor se encaixa nas características do “Projeto Triciclo”. Não se trata de

uma carroça, pois esta é de tração animal.

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O conceito de caminhoneta - veículo destinado ao transporte de carga com peso

bruto total de até três mil e quinhentos quilogramas. Apesar de encaixar-se à finalidade

do “Projeto Triciclo” não atende à classificação da tração, pois a caminhoneta é um

automotor. Via de consequência também não é um caminhão. Reboque ou semi-reboque

de carga também não é pela excludente da tração não ser feita por um automotor.

Conceito de carro de mão - veículo de propulsão humana utilizado no transporte

de pequenas cargas. Parece ser a melhor classificação do “Projeto Triciclo”. Apesar de

tolerar o transporte de uma massa expressiva em função de sua estrutura, sua área e

volume de ocupação são discretos.

4.2 CONSEQUÊNCIAS DA CLASSIFICAÇÃO

VEÍCULO DE PROPULSÃO HUMANA DA ESPÉCIE "CARRO-DE-MÃO"

4.2.1 - Normas Gerais de Circulação

Pela classificação proposta, o tratamento que deverá ser dado ao veículo, em

relação às normas de circulação, é o mesmo dado aos condutores de veículos de

propulsão humana, e não o dado ao pedestre.

A única exceção que existe para os veículos de propulsão humana terem o

tratamento equiparado ao do pedestre é com relação ao ciclista quando desmontado. Por

disposição expressa do parágrafo 1º do Art. 68 do CTB, "O ciclista desmontado

empurrando a bicicleta equipara-se ao pedestre em direitos e deveres". Sendo uma

excludente expressa, não se aplica a qualquer outro veículo de propulsão humana.

A circulação do veículo deverá ser feita pelo bordo da pista, no mesmo sentido

de circulação regulamentado para a via (salvo se expressamente sinalizado de forma

diferente), com preferência sobre os veículos automotores, mesmo tratamento dado ao

ciclista montado conforme o Art. 58 do CTB.

Para utilização de vias destinadas a pedestres como calçadas e calçadões deverá

haver autorização da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via.

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O Art.247 do CTB prevê ser infração de natureza média, punida com multa,

deixar de conduzir pelo bordo da pista, em fila única, os veículos de tração ou propulsão

humana e os de tração animal, quando não houver faixa específica. Essa regra será

aplicável nos casos em que não havendo faixa específica, andar-se pelo meio da pista,

por exemplo. O condutor do veículo deve, portanto, obedecer às regras de circulação de

veículos, e não de pedestres, estando sujeito a suas penalidades.

O registro e licenciamento do veículo, bem como fiscalização e autuação das

infrações cometidas são de competência da autoridade executiva municipal de trânsito,

por disposição expressa do Art. 24, inciso XVII e do Art. 129, ambos do CTB.

Não há até o presente momento a regulamentação sobre equipamentos

obrigatórios necessários nem no Código de Trânsito (Art. 105 do CTB), nem na

Resolução 14/98 do Contran. Os equipamentos regulamentados na Resolução 46/98 do

Contran são exclusivamente para bicicletas.

4.2.2 Penalidades/Crimes

As penalidades administrativas a que se sujeita o condutor do “Projeto Triciclo”

são as mesmas de qualquer condutor de veículo de propulsão humana. Como já

dissemos, tão somente o ciclista desmontado tem o tratamento na condição de pedestre,

ou seja, a aplicação do Art. 254 do CTB que estabelece para o pedestre a metade da

multa de natureza leve.

Quanto aos crimes culposos que possam vir a ser cometidos na utilização do

“Projeto Triciclo” tais como lesões corporais e homicídio não deverão ser tipificados

conforme o Capítulo XIX do Código de Trânsito Brasileiro, Arts. 291 a 301, pelo fato

de não ser um veículo automotor, devendo ser analisados conforme o Código Penal,

com consequências processuais diversas das do Código de Trânsito.

4.3 CONCLUSÃO

Pelas características do veículo, para a finalidade a que se destina, pelas

implicações de natureza criminal, cível e administrativa decorrentes da classificação,

entendemos que o “Projeto Triciclo” deva ser considerado um VEÍCULO DE

PROPULSÃO HUMANA DA ESPÉCIE CARRO-DE-MÃO.

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Lembramos que alterações em suas características e finalidades, tais como

engate em outro veículo, adaptação para que o condutor vá embarcado, transporte de

passageiros, comprometem o entendimento aqui exposto.

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