projetos econômicos

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^u fof ettf ?/* fius Prof. SebâEtiâc SoÊres de fsrja, 2? - 2 S13i7-gl8 CP Centro Piauiense de Ação Cultural - CEPAC - ANO IV N 0 25 - Teresina^W-MíCl/da Rua Olavo Bilac, 1048 - Centro - CEP 64.001-280 - Cx. Postal 394 Nesta Edição I Cepac prioriza projetos Antônio José Medeiros lança livro A economia cubana Dulce Silva e Lujan Miranda Cepâc instala estúdio de gravações radiofônicas o potencial das iniciativas de pequenos produtores e as dificuldades para fazer o negócio dar certo e competir no projetos econômicos Cooperhort WaUo Ferreira O governo municipal e a geração de renda Rosário Rodrigues Centro de Produção ^ . ... do Mocambinho Conheça as principais A ^ . n . linhas de crédito por Antoma Dias 8

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Page 1: projetos econômicos

^u fof ettf ?/* fius Prof. SebâEtiâc SoÊres de fsrja, 2? - 2

S13i7-gl8 CP

Centro Piauiense de Ação Cultural - CEPAC - ANO IV N0 25 - Teresina^W-MíCl/da Rua Olavo Bilac, 1048 - Centro - CEP 64.001-280 - Cx. Postal 394

Nesta Edição

I

Cepac prioriza projetos

Antônio José Medeiros lança livro

A economia cubana Dulce Silva e

Lujan Miranda

Cepâc instala estúdio de gravações

radiofônicas

o potencial

das

iniciativas

de pequenos

produtores

e as

dificuldades

para fazer o

negócio

dar certo e

competir no

projetos econômicos Cooperhort WaUo Ferreira

O governo municipal e a geração de renda

Rosário Rodrigues

Centro de Produção ^ . ... do Mocambinho Conheça as principais

A ^ . n. linhas de crédito por Antoma Dias

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Cepctc define prioridctcLes /^i prioridade dos trabalhos do Cepac para o triênio /u 96/98 fica para a geração de renda -atendendo a

^ L_ população excluída do mercado de trabalho e desor- ganizada politicamente. Essa é uma das principais decisões tomadas pela ONG que se consolidou em 14 anos com a assessoria técnica a movimentos sociais populares e que passa a intensificar sua atuação em projetos econômicos comunitá- rios e na comunicação popular.

Os programas a ser desenvolvidos pelas equipes do Cepac foram extraídos dos resultados de avaliação institucional -da qual participaram parceiros e beneficiários- e se ajustam aos limites dos recursos obtidos junto às agências da cooperação internacional que financiam os projetos.

A avaliação institucional realizada ano passado foi construída em diversos momentos: seminários para retirada do termo de referência, de sensibilização sobre gênero, de avaliação com parceiros e beneficiários divididos em três grupos (movimento popular, sindical urbano e rurais) e o planejamento por resultados, que serviu de base para a elaboração do Plano Trienal.

Foram mantidos os trabalhos da área de comunicação (com exceção do Jornal Cidadania, que teve sua edição suspensa, e o Projeto Participação no Sistema de Informação sobre Violência, que será transferido para a Arquidiocese de Teresina). Continuam as atividades referentes à assessoria sindical urbana e os projetos com trabalhadores rurais de Campo Maior (ver quadro). Suspendeu-se a pesquisa da Cesta Alimentar. Além da redefinição de prioridades, outros fatores contribuíram para o corte deste projeto: o Cepac não dispõe de recursos específicos para a realização da coleta e análise dos dados; e outras instituições estão realizando atualmente pes- quisas similares, ocasionando uma sobreposição de trabalhos (quando o Cepac começou a fazer a pesquisa em maio de 1991 nenhuma entidade o fazia). Para trabalhar nos projetos o Cepac conta hoje com um agrônomo, um técnico agrícola, uma assistente social, duas jornalistas, uma auxiliar de bibli- oteca, uma pedagoga, um economista, um assessor sindical, colaboradores para a área de comunicação e para elaboração e negociação de projetos para a ONG e o pessoal de apoio (contabilidade, serviços gerais).

Em março, o Cepac elegeu sua nova coordenação formada agora pelo economista Sérgio Gonçalves (coordenador), João Gualberto Soares, que permanece como tesoureiro e pela assistente social Amália Rodrigues, que deixa o cargo de coordenadora após dois mandatos e assume a secretaria do Centro.

PublicaçSo mensal do CEPAC (Centro Piauiense de Açío Cultural) Coordenaçio Executiva: Sdgi o Gonçalves (Coordenador) Amália Rodrigues (Secretária). João Gualberto Soares (Tesoneiro) . Conselho Editorial: Antonia Dias.César Robcno. Inslândia Sousa, Lucimary Medeiros, Sérgio Gonçalves,WancskaBonfimJornalbtaResponsável:AntomaDias(Reg 807DRT-PI) Editoraçío Eletrônica: Paulo Cézar. Arte Final: César Robérío Tiragem: 800 exemplares Distribuição gratuiU. CEPAC (Rua Olavo Bilac, 1048 - Centro - CEP 64.001-280 - Teresina-PI, Caixa Postal 394. Fone (086) 223 7400 Fax (086) 223-12S7. Oi artigos assinados sio de responsabilidade de teus autores.

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O Projeto Social é parceiro e não beneficiário do Centro de Formação Mandacaru, como foi publicado na página S do Cidadania número 23.

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Page 3: projetos econômicos

Antonia Diat

O livro Movimentos Sociais e Participação Política, do professor Antônio José Medeiros foi lançado nos dias 11 e 12 de março pelo

Cepac, Centro de Ciências Humanas e Letras e Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí. A primeira noite de autógrafos lotou

o auditório Noé Mendes, da UFPI e a seguinte aconteceu no Centro Artesanal Mestre Dezinho, onde foram homenageados os jornalistas

cepaqueanos Paulo de Tarso Morais e Manoel Vera de Castro, mortos em 1986 e 1995, respectivamente.

Editado pelo Cepac, "Movimentos..." mostra o Piauí no texto de um intelectual engajado. Antônio José Medeiros éprofessor da UFPI e

atualmente faz doutorado em Sociologia pela USP -Universidade de São Paulo). É um dos fundadores do Cepac e militante do PT, pelo qual foi

vereador de 1989 a 92.

"Movimentos..." é o quarto livro publicado pelo Cepac. Antes foram lançados "Sindicalismo e Assessoria Popular"(1989), "Políticas

Governamentais e seus efeitos sobre a estrutura agrária do Piauí"(1993) e "Movimentos sociais nos anos 90 "(1994).

MOVIMENTOS SOCIAIS E PARTICII» POLÍr

á&PAC 4. JOSÉ

Movimentos Sociais e [Participação Política, de Antônio [José Medeiros. Editado em 1996 pelo Cepac, 240 páginas, R$ 20,00. À venda nas livrarias de Teresina e no Cepac.

O livro reúne análises, reflexões e testemunhos de Antônio José Medeiros. Intelectual e militante político, o autor fala do PT, da Universidade, da Faculdade de Filosofia (FAFI) e dos desafios de ser intelectual e político no Piauí. Analisa o Estado no período 195 8/ 64 -nos governos Chagas Rodrigues e Petrônio Portela e reflete sobre a trajetória dos movimentos sociais e populares na história piauiense.

0 estúdio ] que faltava

Os movimentos populares e de trabalhadores têm agora uma opção para gravar programas, spots, vinhetas, sociodramas e outras peças de rádio. O Cepac

acaba de montar utn estúdio equipado com

MESA DE SOM, CÂMARA DE ECO, GRAVADOR DE ROLO, AMPUIFICADDR,

CAIXAS DE SOM, CD PUAYER, DECK DUPLO, TOCA-DISCOS, CINCO

MICROFONES E PEDESTAIS -DE MESA, TIPO GIRAFA E

DE ESTÚDIO-, CD'S, FITAS DE EFEITOS.

O investimento, incluídas as despesas com revestimento

acústico e serviços de instalação, chegam a cerca

de R$ G MIL. REAIS.

O estúdio faz parte do programa Comunicação e

Democracia do Cepac e vai dar um impulso na QUALIDADE das produções realizadas pelas rádios

populares/comunitárias e BARATEAR O CUStO dãS pCÇES

promocionais (spots, vinhetas) feitas pelos movimentos sindicais

e populares para divulgar suas atividades e os eventos que

promovem. EQUIPAMENTO DE

PRIMEIRA, PREçOS

CAMARADAS. O estúdio nasceu com a proposta de auto-

sustentação e por isso não realizará gratuitamente os serviços, além de aceitar trabalhos solicitados por

particulares para garantir sua manutenção e investimentos

futuros para ter cada vez mais qualidade. Mas os valores

cobrados não vão esvaziar os bolsos de ninguém. EM BREVE SERÁ LANÇADO O FOLDER

COM A TABELA DE TAXAS ACESSÍVEIS AOS

MOVIMENTOS.

Page 4: projetos econômicos

^aMidadaniass

PROJETOS ECONôMICOS COMUNITáRIOS

Geração de emprego e renda uma proposta a ser ampliada ^yí situação de pobreza em que * y_| vive a maioria da população ^ L- brasileira exige constante- mente dos organismos governamen- tais ações para combatê-las. O Nor- deste é, sem dúvida, a região onde concentra-se o maior nível de pobre- za por habitante e o maior índice de concentração de renda.

O Governo Federal criou diversos programas de crédito, principalmen- te na área do semi-árido e nas perife- rias das grandes cidades nordestinas, no sentido de minimizar o quadro. Uma das formas de combater a po- breza é criar empregos.

Como se cons- tata, o Estado exauriu sua capa- cidade de absorver mão-de-obra, seja qualificada -for- mados de nível su- perior e médio- ou não qualificada. O desemprego e a fal- ta de alternativas concretas para di- minuí-lo tomou-se a grande preocu- pação dos governantes com- prometidos e de toda a população em idade ativa que precisa ingressar no mercado de tra- balho.

O combate ao desemprego é, portanto, tarefa de toda a sociedade. Cabe aos governos federal, estaduais e municipais apoiar as atividades ge- radoras de emprego. Esse apoio sig- nifica facilidades de financiamento, isenções tributárias, assistência técni- co-gerencial e outras modalidades de estímulo efetivas.

Os governos municipais com um mínimo de compromisso com a cole- tividade, têm o dever de buscar os

Maria do Rosário de F. B. Rodrigues*

meios de atender os pleitos da popu- lação que, em geral, relacionam-se com a falta de empregos, pois é a nível dos municípios e no cotidiano da ci- dade que a comunidade reivindica de forma imediata as soluções para seus problemas.

Neste sentido, a Prefeitura de Teresina, através da Secretaria Muni- cipal da Indústria e Comércio -Semic- instituiu em 1994 o Programa de Ge- ração de Emprego e Renda - PROGER- com o objetivo de promo- ver as iniciativas produtivas formais ou informais, nos diversos setores da

economia, dirigido à população de baixa renda.

A linha de crédito aberta pelo PROGER, denominada Fundo de Ge- ração de Emprego e Renda - FUNGER, financia a aquisição de máquinas e equipamentos, além do capital de giro para micro e pequenas empresas estabelecidas, profissionais autônomos, grupos ou cooperativas de produção. O valor máximo do

financiamento é de 3 97,84 UFT' s para microempresas informais e 30,22 UFT's para trabalhadores autônomos, com prazos para amortização de de- zoito e doze meses, respectivamente. Dentre as atividades concentradas no setor industrial, têm prioridade as in- dústrias de couro, metalúrgica, higie- ne e limpeza, madeira, alimentação e têxtil. Os recursos do FUNGER são originários da cobrança das taxas de publicidade do município feitas pelo poder executivo municipal com base no seu Código de Posturas.

Este programa de crédito atinge, sobretudo, o setor informal da econo- mia que tem na pequena unidade fa- miliar o único meio de obter alguma renda. Assim, estes cidadãos são des- providos de capital de giro para reinvestimento, não podem recorrer a empréstimos bancários, sendo neces- sário o apoio do organismo municipal para lhes garantir a aquisição do seu próprio equipamento em condições

favoráveis à sua reali- dade. Estas condições são: valor real do em- préstimo, juro baixo e prazo de pagamento de acordo com sua ca- pacidade de capitali- zação.

Por outro lado, a Prefeitura exige como contrapartida do pro- ponente o ressarci- mento do valor do em- préstimo no prazo es- tabelecido pelo con- trato, para que outras unidades sejam finan- ciadas e o processo possa desenvolver-se com eficiência.

Desde sua implan- tação, em fevereiro de 1994, até fevereiro de 96, o programa bene- ficiou mais de 650 uni-

dades familiares com um investimen- to de 980 mil reais. Considerando que cada unidade familiar envolve em média duas pessoas trabalhando, pode-se constatar a geração de 1.300 ocupações diretas, fora as indiretas. Pelo baixo valor investido, este pro- grama constitui uma atividade positi- va para a população teresinense de baixa renda. As pequenas empresas, desde aquelas de fundo de quintal ás

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médias, são no momento grandes ge- radoras de trabalho e renda para mi- lhares de pessoas em todo o pais. É de fato uma atividade que tem garantido a várias famílias o estabelecimento ou expansão de seu próprio negócio, como forma de auferir renda e inserir- se no mercado de trabalho, mesmo que informalmente.

Vale ressaltar que existem outras linhas de crédito abertas através de recursos do FNE (Fundo Constituci- onal de Financiamento do Nordeste) administrados pelo Banco do Nor- deste do Brasil -BNB, que vêm bene-

ficiando cooperativas e grupos de produção. A Caixa Econômica Fede- ral e o Banco do Brasil também ofe- recem algumas linhas de financiamen- to (ver quadro à página 5). Todas essas ações são válidas do ponto de vista do apoio creditício às iniciativas da população desempregada ou subempregada, pois como se sabe o problema do desemprego hoje está se agravando intensamente por ser es- trutural decorrente da globalização da economia e da falência do Estado.

É dever das administrações muni- cipais destinar cada vez mais investi-

mentos na geração de empregos. É necessária a ampliação do FUNGER, bem como a implementação de um acompanhamento sistemático às uni- dades produtivas financiadas para me- lhorar suas metas de produção, a comercialização dos produtos, o gerenciamento e sobretudo a qualida- de das mercadorias para garantir um nível de competitividade positivo no mercado.

(*) Maria do Rosário de F B Rodrigues, economista, é funcionária da Semice Conselheira do CEPAC

GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA LIMHAS DE CRéDrrO EU OPERAÇÃO NO MUNICÍPIO DE TERESINA

FEVEREIRO/1996

PROGRAMA FONTE DE ÓRGÃOS ENCARGOS PRAZO DE BENEFICIÁRIOS GARANTIAS RECURSOS ENVOLVIDOS FINANCEIROS FINANCIAMENTO

1.PROGER- FNE/BNB BNB/PMT/ 8% de juros ao ano 08 anos, sendo 03 Associações de Hipoteca, Programa de Outros mais TR com rebate de anos de carência e 05 Produtores alienação dos Fomento à Geração 40% sobre esses anos de amortização bens e aval dos de Emprego e Renda encargos dirigentes no Nordeste do Brasil

2.PR0RENDA- FNE/BNB BNB/SETAC/ 8% de juros ao ano 24 meses, com 03 Trabalhadores Avalista Programa de Apoio SEBRAE mais correção meses de carência autônomos dos setores Gerencial e monetária e taxa de industrial e de serviços Financeiro ao rebate de 20% Trabalhador Autônomo 3.PROFAT/INDUST FAT BNB/SINE 2,5% de juros ao ano, 05 anos, com carência Micro e Pequenas Hipoteca, RIAL-Programa de mais TJLP de até 18 meses empresas. alienação de bens Aplicação dos Associações e e fiança dos Recursos do Fundo Cooperativas dos avalistas de Amparo ao setores industrial, Trabalhador(FAT) comercial e de

serviços

4.MIPEM/INVESTIM Banco do BB/SEBRAE 12% de juros ao ano. 18 meses com Empresas privadas a critério do Banco ENTO-Programa de Brasil maisTR carência de até 06 industriais, comerciais do Brasil Apoio as meses e de serviços de Mícroempresas e pequeno porte Empresas de Pequeno e Médio Porte

5. FNE-Fundo FNE BNB 8% de juros ao ano. 08 anos, com carência Pequenas e micro Avalista e a critério Constitucional de mais TR sobre saldo de até 03 anos empresas industriais do BNB Financiamento do devedor do Nordeste Nordeste 6.Programa de Apoio Caixa CEF/SEBRAE T/ode juro fixo ao Mínimo de 04 e Empresas privadas de Avalista e outras a as Mícroempresas e Econômica mês, más correção máximo de 12 meses pequeno porte, critério da CEF Empresas de Federal-CEF monetária com base na correntistas ou não da Pequeno Porte/ TR sobre o saldo CEF, em atividade há CEF/GIRO/SEBRAE devedor pelo menos 03 meses 7.FUNGER-Fundode Prefeitura PMT/CEF 3,5% de juros ao ano, 18 meses com seis de Mícroempresas formais Avalista Geração de Emprego Municipal de mais 50% da TR carência e informais e e Renda Teresina-PMT profissionais

autônomos

FONTE: Secretaria Municipal de Indústria e Comércío-SEMIC/Departamento de Geração de Emprego e Renda-DGE/Fevereiro/1996.

SETAC-Secretaria Estadual do Trabalho e Ação Comunitária Legenda : BNB-Banco do Nordeste do Brasil SINE-Sistema Nacional do Emprego

CEF-Caixa Econômica Federal TJLP-Taxa de Juros de Longo Prazo FAT-Fundo de Amparo ao Trabalhador TR-Taxa Referencial GIRO-Capital de Giro SEBRAE-Sístema de Apoio as Micro e Pequenas Empresas do Piauí

Page 6: projetos econômicos

CstonteB PROIETOS ECONôMICOS COMUNITáRIOS

PROJETOS ECONÔMICOS COMUNITÁRIOS

AGRICULTORES CONHECEM NOVAS PROPOSTAS PARA A VIDA RURAL. Dois dedos de Prosa, 11, Recife. Jun. 1991. 8p. OS ARUSÃOS POR EI£S MESMOS: A ASSOCIARTE CONTA SUAS EXPERIÊN- CIAS. lúúiadeCrédito,9Jte!C&*, 1995. p.7 AUTOGESTÃO COTAAGOTA-SE HCAR O BICHO COME, SE CORRER O BICHO PEGA, SE UNIR O BICHO FOGE! CEN- TRO DE AÇÃO COMUNITÁRIA. Rio de Janeiro, 1989,32 p. CONSTRUINDONOVAS ALTERNATIVAS DE TRABALHO. CENTRO DE EDUCA- ÇÃO COMUNITÁRIA. Rio de Janeiro, 1994. (vídeo) LAVRADORES EM LUTA POR SUA SO- BREVÕVÊNCIA; PROJETOS ECONÔMI- COS DE PRODUÇÃO, COMERCIAUZAÇÃO E CONSUMO. Pro- posta, 31, Rio de Janeiro, FASE, Out. 1986. 56p. MICRO-PROJETOS ECONÔMICOS CO- MUNITÁRIOS. LIMITES E POSSIBILIDA- DES. Cadernos do CEAS, 115, Salva- dor, CEAS, MaL/Jun. 1988. P 34-52. MULHERES EM NAZARÉ DA MATA CON- TAM SUAS EXPERIÊNCIAS COMO PRO- DUTORAS. Unha de Crédito, 8, Recife, CEAS URBANO, Out./Nov. 1995. p.7. "MULHER MARAVILHA" MOSTRATRA- BALHO E MATURIDADE, unha de Cré- dito, 7, Recife, CEAS URBANO, Jul./ Ago. 1995. p.7. PEQUENA PRODUÇÃO NO PIAUÍ E MO- VIMENTOS SOCIAIS NO CAMPO. CEN- TRO DE EDUCAÇÃO RURAL MANOEL OTÁVIO. Sítio São José (MA), 1993. 48p. PEQUENOS PROJETOS: UMA ALTER- NATIVA? COORDENADORIA ECUMÊNICA DE SERVIÇO. Salvador, 1985,51p. PROJETOS ALTERNATIVOS COMUNI- TÁRIOS... DA ESTRATÉGIA DE SOBRE VIVÊNCIA A CONSTRUÇÃO DE NOVAS SOCIABIUDADES. CÃRITAS BRASILEI- RA. Secretariado Regional do Piauí. Teresina, 1995. 56p. PROJETOS EM HORTAS COMUNITÁRI- AS: INSTRUMENTOS DE AÇÃO. Subsí- dio INESC, 22, Brasília, INESC, Nov. 1994,16p. (Texto para reflexão e estu- do) SUBORDINAÇÃO OU CIDADANIA? DI- LEMAS DA MUDANÇA CULTURAL NOS PROJETOS ALTERNATIVOS COMUNI- TÁRIOS. Cadernos do (CE45; 157. Sal- vador, CEAS. MaL/Jun. 1995. p. 17-36. TRABALHO E RENDA. Proposta, 63, Rio de Janeiro, FASE, Dez. 1994.71p.

Estas e outras publicações estão à disposi- ção do público tia Biblioteca do Cepac, que funciona de segunda a sexta-feira, no ho- rário de 8:00 às 12:00h.

Arq. Cooptrhort

J

Avicultura (frangos) e...

(Jooperhort. novos

jtmjá Cooperhort -Cooperativa */\ dosPequenosProdutoresde

^i-Hortifrutigranjeiros de Teresina, foi criada em julho de 1993, com a participação de 41 sócios fun- dadores. Hoje já contamos com 120 cooperados. A Cooperativa surgiu centrada em três eixos principais de produção: horticultura, fruticultura e avicultura de corte. Destes três de- partamentos, dois estão mais avança- dos: o da produção de banana e fran-

go.

O conjunto de avicultores associ- ados já possui estrutura, galpões e equipamentos avícolas com capaci- dade para produção de 33 mil aves, sendo que em breve esse número ul- trapassará os 37 mil. Para atender a esses avicultores a Cooperativa já conta com certainfra-estrutura, como uma fábrica de ração, abatedouro de aves, sistema de distribuição de fran- gos quejá está sendo implantado e um caminhão que é mais utilizado para esses serviços.

Waldo de Sousa Ferreira*

Enfrenta-se muitas dificuldades. O mercado de frango de Teresina é muito instável e é preciso ter muito jogo de cintura para acompanhar seu ritmo. Mas a maior dificuldade é que os avicultores de nossa cooperativa não receberam financiamento para com- pra de ração. Com isso, não estamos trabalhando com a capacidade total, pois cada um está produzindo com recursos próprios, mas há esperanças de baratear os custos da ração para melhor concorrer nesse mercado tão competitivo.

Outro setor de produção da Cooperhort é o de fruticultura, prin- cipalmente a banana Pacovan irrigada com tecnologia de ponta. A coopera- tiva tem doze sócios com uma média de 2,3 hectares cada, totalizando 28 hectares de banana, com produção estimada para 840 a 1.120 toneladas por ano. Os fruticultores estão come- çando a colher os primeiros frutos agora. No entanto, a produção de banana prevista já para o ano de 96 é

Page 7: projetos econômicos

wíMdadammM.

Arq. Cooperhort 120 cooperados

Equipamentos Avícolas para Produção de 33 mil aves

700 toneladas de bananas

Armazém para 400 toneladas

de grãos

fruticultura (banana): principais produções da Cooperativa

de aproximadamente 700 toneladas. E aqui se coloca uma grande preocu- pação para a cooperativa: que desti- no dar a esta produção. Um caminho seria entregar nas mãos dos atravessadores, que ganham muito mais sem ter produzido, além do fato de termos de concorrer com os pro- dutos que vêm de fora. A outra alter- nativa seria a industrialização desses produtos. Aqui está o nosso desafio, pois trabalhamos com olhos voltados para essa possibilidade. Acreditamos que a saída passa pela agroindústria.

Para implantação desses projetos recorremos a empréstimo bancário. Através do Programa de Geração de Emprego e Renda, gerido pelo BNB -Banco do Nordeste do Brasil, conse- guiu-se recursos tanto para a própria cooperativa como também para re- passe aos cooperados. Hoje, no Po- voado Santa Maria da Vassoura, zona rural próxima a Teresina, temos uma sede estruturada, contando inclusive com telefone e computador. Os re- cursos adquiridos permitem a libera- ção de um técnico agrícola para acom- panhar os projetos e uma técnica que cuida do serviço contábil. Junto à sede encontra-se a fábrica de ração que fornece aos cooperados e a ter- ceiros, o abatedouro e um armazém.

Esse armazém foi construído há pou- co com recursos do PAPP e tem 300 metros quadrados com capacidade para 400 toneladas de grãos.

Com quase três anos de existência, a Cooperhort hoje é uma realidade. Está implantada e já deu passos signi-

O mercado de frangos em Teresina

é muito instável. Outra preocupação é o destino a ser dado

à produção de banana: entregar

aos atravessadores, que ganham muito

mais sem ter produzido ou a

industrialização. Acreditamos que a

saída é a agroindústria.

ficativos. Porém, os desafios para o futuro ainda são grandes, pois existe ainda muito caminho a ser percorri- do. Vemos o futuro com otimismo, no entanto, sentimos necessidade de uma administração qualificada que dê dinamismo a esta empresa cooperati- va. Neste sentido temos planos de investir cada vez mais na capacitação empresarial e cooperativista de al- guns diretores e técnicos, através dos cursos promovidos pelo Sebraeepela OCB -Organização das Cooperativas Brasileiras. Dois diretores estão par- ticipando do curso "Sebrae Ideal", que compreende doze módulos de um dia cada, tendo como objetivo preparar líderes empresariais de van- guarda. Em março, um diretor da Cooperhort esteve em Florianópolis (Santa Catarina) em um seminário sobre planejamento estratégico em cooperativas. Ainda temos uma pes- soa da cooperativa participando do curso promovido pelo Cepac para melhorar nossa capacidade de captar recursos. E está prevista em nossa programação a participação da coo- perativa em cursos promovidos pela Ocepi -Organização das Cooperati- vas do Piauí.

(*) Waldo de Sousa Ferreira é secretário geral e responsável pelo Departamento de Avicultura da Cooperhort e Conselheiro do CEPAC.

Page 8: projetos econômicos

%m%Madaniim

PROJETOS ECONôMICOS COMUNITáRIOS

Vender o peixe

Antonla Dias

Bem instalados e trabalhando muito, os

produtores do Mocambinho têm

dificuldade para dar o passo seguinte que vai

consolidar a associação: comercializar seus

produtos por Antônio. Dias

/ SÊ* comum imaginar que projeto " *— econômico comunitário é algo J 9 pequeno, uma iniciativa aca-

nhada e com poucas perspectivas de cres- cimento. Por isso, quem conhece só de nome, pode se surpreender com o Centro de Produção e Comercialização do Mocambinho -zona norte de Teresina. Formado por quatro blocos que abrigam quarenta lojas de 53 produtores e propi- cia, direta e indiretamente, renda para mais de trezentas pessoas, o Centro ofe- rece os mais diferentes produtos e servi- ços: confecções (inclusive moda íntima e praia), roupas de aluguel, calçados, bol- sas de todos os tipos, cintos, esculturas e outros trabalhos em gesso, pintura em cerâmica, enfeites, serviço de buffet com- pleto, doces e salgados, decoração de festas, filmagens, pré-moldados etc.

A iniciativa é recente. Trinta morado- res do conjunto criaram há três anos a Associação dos Microempresários do Mocambinho -Amem. Cada um tinha sua clientela e trabalhavam em suas próprias casas que terminaram ficando pequenas para comportar as máquinas e receber os compradores à medida que os negócios foram se expandindo. Impondo a si pró- prios o desafio de diversificar, baratear, crescer e espalhar a idéia de empreendi- mentos desse tipo, eles se uniram, reali- zaram e participaram de feiras para tro- car idéias, mostrar-se e vender. Em de- zembro passado conseguiram da Prefei- tura a doação do espaço para o Centro de Produção, onde funciona a sede da Amem e as lojas. Era um mercado que foi construído há doze anos e estava abando- nado desde então, servindo de abrigo para famílias sem-teto em alguns perío-

Lojas do Centro de Produção do Mocambinho

dos. O dinheiro para investir no negócio os

produtores conseguiram com projetos feitos via associação e financiado por fundos de investimento da Prefeitura e do BNB. Cada um paga seu empréstimo ao fundo financiador e contribui mensal- mente com uma taxa de R$ 25,00 para manter a Associação, além das despesas com energia elétrica de suas próprias lojas.

Hoje com 120 sócios e apenas três meses de funcionamento no local, eles já perceberam que o Centro de Produção por si só não lhes facilita vender. Os clientes que aparecem por lá são pratica- mente os mesmos que já os procuravam quando eles trabalhavam em casa. Isso está deixando os produtores insatisfeitos. Os que trabalham com confecções, por exemplo, querem que as sacoleiras que vão para Fortaleza buscar os produtos para revender em Teresina façam suas compras aqui mesmo na zona norte. Mas esse desejo esbarra num empecilho pode- roso e que tem sido comum a boa parte das associações desse tipo: o preço. Já descobriram que um pólo de confecções de Floriano vende por R$ 1,80 a mesma camiseta que eles aqui fabricam por R$ 5,00. E estão de malas prontas para conhecer a experiência dos colegas do interior e aplicar no Centro as mesmas estratégias para baratear os custos da produção e conquistar o consumidor fi- nal. Desconfiam que o segredo seja en- contrar fornecedores mais diretos, dis- pensar os atravessadores, enfim, "com- prar bem para vender bem", diz Neli Xavier, presidente da Amem.

Os sócios querem criar todas as con-

dições para tomar o Centro uma pronta entrega de referência para os revendedores de Teresina e do interior. Segurança não é problema. Conseguiram do governo do Estado um boxe da PM para funcionar no Centro. A parada final de ônibus do bairro está sendo mudada para lá. A Telepisa instalou orelhões que facilitam a comunicação dos clientes com os pro- dutores que não podem ainda instalar seus próprios telefones. E já têm a pro- messa de instalação de uma agência do BEP (Banco do Estado do Piauí) no Centro. Além disso ganharam do Senai uma unidade de treinamento industrial com doze máquinas para reciclar os co- nhecimentos dos associados e capacitá- los em novas tecnologias.

Boa parte dos produtores tira o sus- tento de suas famílias do trabalho reali- zado no Centro. É comum encontrar lojas em que pais e filhos trabalham juntos. E alguns já empregam uma pessoa para poder dar conta do serviço. Os produto- res que têm outra fonte de renda são geralmente funcionários estaduais, cujos salários não representam um quinto do que conseguem obter trabalhando em seus negócios.

Apesar de reclamarem das vendas, não falta gente para ocupar as lojas. Algumas são divididas por dois produto- res e tem uma fila de pessoas reivindican- do espaço. Por isso, a associação já pensa em construir mais um bloco. Investir é a palavra de ordem. Participar de cursos, seminários, feiras, aprender, atualizar- se, descobrir novas formas de produzir com mais qualidade e vender cada vez mais.

Page 9: projetos econômicos

Cuba e a reestruturação de sua economia

Dulce Silva* Lujan Miranda**

y«^g ntes da Revolução, Cuba */| dependia política e

ly%^ economicamente dos Estados Unidos e suas relações econômicas traziam como conseqüências fome, miséria, ignorância e dominação nacional. Com o bloqueio que se instala após a Revolução (em abril de 1960) o país teve que fazer uma profunda conversão econômica, com mudança de toda sua matriz produtiva.

A década de 60, portanto, foi de extrema dificuldade: faltavam médicos(as), engenheiros(as), técnicos(as) etc. -50% destes(as) trabalhavam para empresas norte- americanas e foram embora; 45% da população era analfabeta e o crescimento econômico foi de apenas 1%. Neste período as prioridades máximas foram educação e desenvolvimento tecnológico; e Cuba tentava incrementar uma política econômica separada da Europa do Leste.

Em 1961, após a vitória de Playa Giron e a implementação de várias medidas socializantes, Fidel declara: "Este é um país socialista!" A partir de 1970, Cuba integra-se ao Conselho de Ajuda Mútua Econômica -CAME e sua economia se entrelaça à do Leste Europeu.

Entre 1970 e 75, Cuba alcança o maior índice de crescimento econômico de sua história: 8,10%. De 76 a 80 este índice é de 5,0%; de 81 a 85 é de 7,2%; de 86 a 90 é de 0,5% (época de estancamento) -tardiamente Cuba começava a enfrentar os reflexos da crise do Leste. Em 86 definiu uma Política de "Retificacion", com um Plano Agroalimentar, que fracassou porque a agricultura cubana havia se mecanizado e dependia de fertilizantes, combustível, peças de reposição etc.

A extinção da URSS e o desaparecimento do campo socialista do Leste significaram muito mais do que o "simples" rompimento de relações comerciais. Cuba praticamente perdeu o seu mercado: 85% de suas relações comerciais -relações vantajosas, pois Cuba comprava e vendia com preços privilegiados. Perdeu sua principal fonte de financiamento externo e de crédito; e viu romperem-se laços entre uma

comunidade de nações, à qual sua economia se havia integrado estreita e profundamente. Seus planos de desenvolvimento, seus programas de investimento e seus objetivos econômicos se realizavam em consonância com os vínculos estabelecidos com este bloco de nações representado pelo CAME.

Para atender este mercado ampliou a

extensão de terras dedicadas ao cultivo de cana-de-açúcar, fez grandes investimentos em plantações de cítricos em áreas pedregosas (65% de suas terras são montanhosas), com inumeráveis gastos. O país assimilou uma tecnologia com alto consumo de combustível e peças de reposição e incorporou esta tecnologia, em geral pouco eficiente, aos vários setores da economia. Os fatores que compensavam tais investimentos, como preços preferenciais, créditos, estabilidade, ajuda técnica, segurança desapareceram unilateral e abruptamente.

Em 1989 o país detinha uma capacidade de importação acima de 8 bilhões de dólares, que caiu para 2 bilhões e 200 milhões em 92. Em 93 a situação agrava-se e o Produto Social Global é reduzido em 23%. Os percentuais desse "período especial" são: 1991 a 93 0 índice é de -35%; 94 é de 0,7%; 95 é de 2,5% e a previsão com todos os esforços do povo cubano para 96 é de 5%.

Ressalte-se que neste período intensificaram-se o bloqueio e as pressões impostas pelo governo norte-americano; agora reforçados pela Lei Tomcelli e pela Lei Helms-Burton, que a nível econômico, social, político, militar contribuem para o aprofundamento da

crise econômica que se abate sobre a nação cubana.

Nestas circunstâncias restam dois caminhos: 1° - o tradicional e mais conhecido mundialmente seria ajustar a economia às novas condições emergentes e elevar preços, fechar fábricas, cortar programas e investimentos sociais, reduzir a seguridade social etc, como vem ocorrendo nos países capitalistas, inclusive nos do Primeiro Mundo; 2o - o compatível com os ideais, aspirações e objetivos da Revolução, que consistiria em compartilhar o máximo possível entre toda a população o peso das graves conseqüências econômicas -recuperando o crescimento econômico, preservando a justiça social e autonomia nacional, mantendo intocáveis princípios e conquistas sociais resultantes da tentativa de implantação de um projeto socialista. A propósito, vale lembrar: mesmo com toda esta crise. Cuba não fechou nenhuma escola ou hospital e não deixou nenhum cidadão ou cidadã desamparado(a)

Cuba optou pelo segundo caminho e a partir dos anos 90 passa a implementar um Programa de Reestruturação Econômica, concebido não como uma panacéia para os atuais problemas, mas como um processo que ao ser instaurado

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geraria suas próprias contradições e poderia trazer, inclusive, efeitos não previstos.

Os objetivos centrais deste programa são: Io-recuperar a produção econômica; 2° - restituir a dinâmica da economia interna; 3o - diversificar e reintegrar numa lógica única os diferentes setores da economia nacional em conformidade com as condições atuais da economia e do mercado internacional; 4o - preservar ao máximo a socialização da economia e as conquistas fundamentais da Revolução. Isto supõe um conjunto de medidas destinadas a garantir sua viabilidade e a coerência com os objetivos sociais e políticos a médio e longo prazos.

A experiência recente e os limites do presente artigo não nos permitem abordar com profundidade todas as medidas previstas e mesmo as já adotadas; de modo que nos restringiremos a pontuar as mais emergentes e visíveis, como as mudanças introduzidas nas relações sociais de produção, com a descentralização da gestão das empresas estatais; a diversificação das formas de propriedade, que em maior medida passam a ser estatais, cooperativizadas e privadas; a abertura do mercado ao ingresso de capitais e empresas estrangeiras; a exploração do turismo; a flexibilização do trabalho informal (por conta própria); a despenalização de divisas, permitindo a(o) cidadã(o) cubana(o) receber remessas e operar com moeda estrangeira, no caso específico o dólar americano e ainda a presença crescente de sociedades anônimas; a adoção de uma nova lei de impostos destinada ao saneamento das finanças; a implementação de medidas de política econômica interna que permitem a criação de mercados agropecuários e o funcionamento de mercados para produtos industriais e artesanais.

Este processo tem evitado maiores conseqüências e atestado a inquestionável capacidade do povo cubano para enfrentar seus problemas. Consciente dos riscos que corre, mas determinado a evitá-los, resiste bravamente e defende a preservação do regime e das conquistas asseguradas pela Revolução Cubana numa estreita relação de amor, que nos faz lembrar a letra da canção de Pablo Milanez: "Amo esta islã, soy dei Caribe!".

(*) Dulce Silva é professora da UFPI e pesquisadora do NUPEC/UFPI.

(**) Luian Miranda é professora da rede pública estadual e dirigente da CUT-PI e da CNTE- Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação.

c rectlizct cursa s-jk /" ontar uma associação de pro- jyl dução tem sido apenas um so-

nho para boa parte de peque- nos produtores que não conhecem os fundos de investimento e muito menos os critérios para aprovação de financiamen- tos. Poucos dominam as técnicas e regras para elaborar, negociar e gerenciar pro- jetos desse tipo. E costumam recorrer a escritórios e a técnicos credenciados para fazer o trabalho de elaboração, mediante o pagamento de uma taxa. Mas a ligação desses técnicos com a associação termina aí. Poucos acompanham o desenvolvi- mento dos projetos que ajudaram a apro- var e as iniciativas, sem gerenciamento, acabam naufragando no primeiro ano de vida. Apostando no potencial dos proje- tos econômicos comunitários, o Cepac está realizando desde março o curso "Ela- boração de Projetos Associativos", ca- pacitando assessores técnicos para pre- parar projetos para associações e coope- rativas de produção e sensibilizando-os para a necessidade de acompanhamento das experiências.

A atividade faz parte do programa Trabalho e Cidadania do Cepac, que trabalha geração de renda. O treinamento vai possibilitar o acesso de associações populares às linhas de crédito abertas pelo governo destinadas a financiar inici- ativas econômicas produtivas. O curso é financiado pela subvenção da Câmara de

Vereadores destinada á ONG em 1994, mas só recebida em dezembro do ano passado. O Cepac responsabilizou-se pelo planejamento, articulação, organização e realização do curso. Nove técnicos de nivel de escolaridade médio e superior estão participando da capacitação. To- dos eles assessoram entidades ligadas a movimentos populares de trabalhadores na periferia urbana e zona rural de Teresina.

A primeira fase do curso, ministrada por dois economistas, já foi completada. No treinamento inicial e teórico, que du- rou uma semana, foram repassadas a parte de cálculo (informações sobre como calcular a viabilidade de um projeto, sua capacidade de pagamento, custos, retor- no do investimento, lucros, produção, comercialização); a descritiva (caracte- rização do grupo de produção que está pleiteando o projeto, descobrir sua ori- gem, interesses e a disposição para cum- prir as exigências e critérios da institui- ção financiadora); e institucional (legali- zação da associação -ata, estatuto-, do- cumentos necessários para encaminhar um projeto, preenchimento de formulári- os exigidos pela instituição).

Agora, os técnicos estão participando de uma oficina, última etapa do curso, com a tarefa de elaborar um projeto de associação de produção têxtil.

PROGRAMA p fíew/sta

SINDICAL

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Espaço aberto à participação popular segunda a sábado de 7:30 às 8:00h Rádio Pioneira 1- ■X

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