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ESCOLA ESTADUAL ALBERTO REBELLO VALENTE PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO PONTA GROSSA - PARANÁ 2009

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ESCOLA ESTADUAL ALBERTO REBELLO VALENTE

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

PONTA GROSSA - PARANÁ2009

SUMÁRIO

I APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA PEDAGÓGICA

II FUNDAMENTOS LEGAIS DO PPP

III IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

IV MARCO SITUACIONAL

V MARCO CONCEITUAL

VI MARCO OPERACIONAL

VII PROJETOS ANUAIS

VIII REFERENCIAS

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1 - APRESENTAÇÃO

O Projeto Político Pedagógico é entendido, como a própria organização do trabalho

pedagógico da escola. Delineia de forma coletiva a competência principal esperada do educador, da

equipe pedagógica e funcionários em geral e de suas atuações na escola.

Cabe ao profissional de educação, ter clareza da realidade escolar de propostas concretas

para saber o que pretende atingir, que objetivo se estabelece como ideal. Neste ideal, o importante é

formar o discente na própria vivência da escola e do seu meio social. Ao docente cabe ter bom

referencial teórico onde possa discutir, avaliar, contrapor idéias, refletir, construindo bem suas

ações e práticas condizentes com as reais necessidades.

O projeto político pedagógico fundamenta-se no conhecimento que a escola vai oferecer,

onde se evidencia sua identidade, destacando seus valores, a criticidade, a participação, o

compromisso destacando-se a criatividade e sensibilidade, sendo a base norteadora de toda ação

escolar.

Ao elaborarmos o projeto político pedagógico procuramos remediar a necessidade de

mudança da escola onde os integrantes são participantes ativos na formação de cidadãos, buscando

um novo padrão de qualidade de vida, através de planejamento participativo, oferecendo um

tratamento de eqüidade com abertura ao saber aprender.

Ao ser claramente delineado, discutido e assumido coletivamente ele se constitui como

processo e, ao se constituir como processo, o projeto político pedagógico reforça o trabalho

integrado e organizado da equipe escolar, enaltecendo a sua função primordial de coordenar a ação

educativa da escola para que ela atinja o seu objetivo político pedagógico. (VEIGA, 1996, p. 157)

O Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Alberto Rebello Valente - Ensino

Fundamental realizado através da ação conjunta de todos os segmentos do Estabelecimento, se

desenvolveu durante as capacitações descentralizadas da SEED/Pr que proporcionaram discussões,

análises, e estabeleceram o comprometimento com a comunidade escolar, em busca da qualidade de

ensino, seu objetivo visa a transformação da escola, em função da participação ativa da

comunidade, construção da cidadania e busca da autonomia.

II – FUNDAMENTOS LEGAIS DO PPP

O Projeto Pedagógico está fundamental dentro da Legislação que fundamenta a Educação Básica

entre elas:

Lei nº 9394/1996* - Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)

• Lei nº 8069/1990 * - Estatuto da Criança e do Adolescente • Lei nº 11274/2006 * - Dispõe sobre ensino de 9 anos, matricula a partir dos seis anos.• Lei nº 11494/2007 *- Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB • Lei nº 11.645/2008 * - obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e

Indígena” no currículo escolar. • Lei nº 12244/2010 * - universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País. • PNE * - Plano Nacional de Educação • Resolução CNE/CEB nº 4/2010 - Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a

Educação Básica

III – IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

1- Dados Gerais

Endereço: Rua: Padre João Piamarta, S/N - Vila Contim CEP. 84.046 – 60

Telefone: 3229 95 - 33

Município: Ponta Grossa Código do Município: 2010

Código do estabelecimento:01030

NRE: Ponta Grossa Dependência Administrativa: SEED/Pr.

Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná.

Regime de Tempo Escolar: Seriado, anual.

Organização curricular: Disciplinas

Oferta de Ensino: Fundamental Séries Finais

Turno de Funcionamento: Manhã e Tarde

Número de Turmas: 7

Histórico do Estabelecimento:

A Escola Estadual Alberto Rebello Valente, fundada em 1970 com o nome de Escola Rural

Estadual Alberto Rebello Valente, resolução nº 3196/82 de 27/01/1983. Com a denominação de

Escola Estadual Alberto Rebello Valente - Ensino de 1o. Grau, resolução no. 7.440/84 de 19/10/84,

ofertando o ensino regular de 1a. a 8a. séries, com implantação gradativa de acordo com a resolução

no. 4.217/92 de 20/11/92 .

Fundada em 1970 com nome de Escola Rural Estadual Alberto Rebello Valente.

A Escola recebeu esse nome em homenagem ao Senhor Alberto Rebello Valente, jovem de

grande talento que tornou-se homem de prestígio, responsabilidade e profundo senso de progresso.

Militou durante largo tempo no comércio dessa cidade o que lhe valeu, por suas inúmeras

qualidades pessoais, ser alvo de respeitosa homenagem, feita pelo seu filho Sr Roberto Alberto

Valente – engenheiro da DER e responsável pela construção do prédio.

DESCRIÇÃO DOS ESPAÇOS FÍSICOS E RECURSOS MATERIAIS EXISTENTES:

A distribuição do espaço físico da Escola Estadual Alberto Rebello Valente está assim

estruturada:

Área construída em alvenaria 1.056 m2, sendo:

01 sala de orientação/supervisão e direção;

01 sala de professores;

04 salas de aula;

01 mini-teatro;

01 cantina;

01 saguão coberto;

01 quadra poli-esportiva;

06 banheiros feminino;

06 banheiros masculino;

01 banheiro de professores;

01 biblioteca.

01 Laboratório de Ciências.

01 Laboratório de Informática.

Número de turmas: 07 – sendo 4 período da manhã ( uma - 5ª, 6ª, 7ª e 8ª série) e 3 período da

tarde ( uma 5ª, 6ª e 7ª série)

O espaço físico acima é utilizado por alunos e professores do Ensino Fundamental de 5a. à

8a série, essas dependências pertencem ao Instituto João XXIII, locada pelo Governo do Estado do

Paraná/Secretaria Estadual de Educação para o funcionamento da mesma.

Recursos materiais:01 Retroprojetor;01 TV 20 Polegadas;04 Tvs Pen Drive;02 Aparelhos de DVD;01 Máquina de Escrever eletrônica Olivetti;01 Microfone;

01 Duplificador á álcool;

10 Armários com duas portas;16 Estantes com seis prateleiras;03 mesas de leitura de bibliotecas;03 armários arquivo;02 mesas de computador;02 mesas para máquina de escrever;05 escrevaninhas;01 mesa de reunião;05 cadeiras estofadas;100 jogos escolares;04 mesas de professor;01 geladeira doméstica;01 freezer horizontal;01 freezer vertical;01 liquidificador semi-industrial;02 fogões semi-industrial;01 lavadora de alta – pressão Karcher 310 SM – 110 volts.

01 globo escolar;01 microscópio;01 dorso e esqueleto;5 bolas de voleibol;03 bolas de futebol de salão;01 rede de voleibol;08 tabuleiros de xadrez;08 jogos de xadrez;03 bandeiras do Brasil;01 bandeira do Brasil;01 bandeira do Paraná;01 bandeira de Ponta Grossa;05 material dourado;mapas históricos;mapa do Paraná;mapa de Ponta Grossa;mapas diversificados;tangran;jogos diversos: dama, xadrez, bingo, dominó.vidrariasmicroscópiopinças lâminas para microscópio estantes metálicas lupa bbússola tripé de ferro espátula lamparinadorso humano anatômico esqueletotvs pendrive

DVDRetroprojetor aparelho de som

2. ORGANIZAÇÃO INTERNA DA ESCOLA.

2.1 CONSELHO ESCOLAR

A presença e ação do Conselho Escolar o ambiente educacional revitaliza a identidade da

escola, através da ação conjunta. Este órgão colegiado de natureza consultiva, deliberativa e fiscal

tem por finalidade promover a articulação entre os vários segmentos organizados da sociedade e os

setores da escola, a fim de garantir a eficiência e a qualidade do seu funcionamento, através da ação

conjunta com os demais segmentos.

As reuniões são realizadas conforme a necessidade e/ou solicitação.

2.2 DIREÇÃO

Privando sempre pela gestão democrática é de responsabilidade do gestor, juntamente com

sua comunidade escolar a organização geral do Estabelecimento, pelo planejamento, execução e

avaliação de todos os serviços escolares. Irradiador e facilitador de todos os serviços de

administração e orientação da comunidade educativa do Estabelecimento.

Prima por manter a disciplina, a ordem, a segurança, o bem-estar dos alunos e atender as

pequenas emergências.

Disciplina a construção da convivência comprometida com os valores pautados no senso

ético e solidário para uma sadia relação social.

É competência da Direção, junto seus órgãos colegiados administrar a aplicação das verbas

recebidas do Governo do Estado do Paraná, e executá-las em conformidade com a legislação, e em

parceria com a comunidade escolar, visando atender os parâmetros legais e sociais, bem como

desenvolver um trabalho de auxílio junto à A.P.M. F., quando esta é a excecutadora das verbas.

2.3 PROFESSOR PEDAGOGO

Coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do projeto político – pedagógico

e do plano de ação da escola, coordenar a construção coletiva da proposta curricular da escola , a

partir das políticas educacionais da SEED/Pr e das Diretrizes Curriculares Nacionais do CNE;

promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para reflexão e aprofundamento de

temas relativos ao trabalho pedagógico e para a elaboração de propostas de intervenção na realidade

da escola; participar e intervir, junto à direção, da organização do trabalho pedagógico escolar no

sentido de realizar a função social e a especificidade da educação escolar; participar da elaboração

do projeto de formação continuada de todos os profissionais da escola, tendo como finalidade a

realização e o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar; analisar os projetos de natureza

pedagógica a serem implantados na escola; coordenar a organização do espaço-tempo escolar a

partir do projeto político –pedagógico e da proposta curricular da escola, intervindo na elaboração

do calendário letivo, na formação de turmas, na definição e distribuição do horário semanal das

aulas e disciplinas, do “recreio”, da hora –atividade e de outras atividades que interfiram

diretamente na realização do trabalho pedagógico; promover estratégias trabalho pedagógicas de

superação de todas as formas de discriminação, preconceito e exclusão social e de ampliação do

compromisso ético-político com todos as categorias e classes sociais; observar os preceitos

constitucionais, a legislação educacional em vigor e o Estatuto da Criança e do Adolescente, como

fundamentos da prática educativa.

2.4 PROFESSOR

Segundo Heloísa Lück, escritora e doutora em Educação: “Ao professor cabe promover tanto em

sala de aula quanto na escola como um todo, experiências educacionais ricas em oportunidade de

participação, reflexão e construção do conhecimento. Isto tudo exige que o docente tenha

habilidades de gestão.” (Revista Profissão Mestre, maio/2000, p. 11)

O professor precisa desenvolver-se como profissional e como sujeito crítico da realidade,

diz-se então que é papel do professor:

buscar um equilíbrio entre sua maneira de ensinar e a filosofia da escola;

trabalhar em equipe, desenvolvendo os conhecimentos habilidades e atitudes que promovam a

melhoria da gestão pedagógica;

avaliar a qualidade do ensino pelos resultados que ela traz para os estudantes, não só pelo

desempenho.

Para o professor a escola é o lugar de construção de relações de autonomia, de criação e

recriação de seu próprio trabalho, de reconhecimento de si, que possibilita redefinir sua relação com

a instituição, com o Estado, com os alunos, sua famílias e comunidades.

2.5 SETOR TÉCNICO ADMINISTRATIVO

Conhecer o Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino; cumprir a legislação

em vigor e as instruções normativas emanadas da Secretaria de Estado da Educação, que regem o

registro escolar do aluno e a vida legal do estabelecimento de ensino; distribuir as tarefas

decorrentes dos encargos da secretaria aos demais técnicos administrativos; receber, redigir e

expedir a correspondência que lhe for confiada; organizar e manter atualizados a coletânea de

legislação, resoluções, instruções normativas, ordens de serviço, ofícios e demais documentos;

efetivar e coordenar as atividades administrativas referentes à matrícula, transferência e conclusão

de curso; elaborar relatórios e processos de ordem administrativa a serem encaminhados às

autoridades competentes; encaminhar à direção, em tempo hábil, todos os documentos que devem

ser assinados; organizar e manter atualizado o arquivo escolar ativo e conservar o inativo, de forma

a permitir, em qualquer época, a verificação da identidade e da regularidade da vida escolar do

aluno e da autenticidade dos documentos escolares; responsabilizar-se pela guarda e expedição da

documentação escolar do aluno, respondendo por qualquer irregularidade; manter atualizados os

registros escolares dos alunos no sistema informatizado organizar e manter atualizado o arquivo

com os atos oficiais da vida legal da escola, referentes à sua estrutura e funcionamento; atender a

comunidade escolar, na área de sua competência, prestando informações e orientações sobre a

legislação vigente e a organização e funcionamento do estabelecimento de ensino, conforme

disposições do Regimento Escolar; zelar pelo uso adequado e conservação dos materiais e

equipamentos da secretaria; orientar os professores quanto ao prazo de entrega do Livro Registro de

Classe com os resultados da freqüência e do aproveitamento escolar dos alunos; cumprir e fazer

cumprir as obrigações inerentes às atividades administrativas da secretaria, quanto ao registro

escolar do aluno referente à documentação comprobatória, de adaptação, aproveitamento de

estudos, progressão parcial, classificação, reclassificação e regularização de vida escolar; organizar

o livro-ponto de professores e funcionários, encaminhando ao setor competente a sua freqüência,

em formulário próprio; secretariar os Conselhos de Classe e reuniões, redigindo as respectivas

Atas; conferir, registrar e/ou patrimoniar materiais e equipamentos recebidos; comunicar

imediatamente à direção toda irregularidade que venha ocorrer na secretaria da escola; participar de

eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por iniciativa própria, desde que autorizado

pela direção, visando ao aprimoramento profissional de sua função; organizar a documentação dos

alunos matriculados no ensino extracurricular e pluringuístico de Língua Estrangeira Moderna,

Atividades Complementares no Contraturno – CAICs, quando desta oferta no estabelecimento de

ensino; auxiliar a equipe pedagógica e direção para manter atualizados os dados no Sistema de

Controle e Remanejamento dos Livros Didáticos; fornecer dados estatísticos inerentes às atividades

da secretaria escolar, quando solicitado; participar da avaliação institucional, conforme orientações

da Secretaria de Estado da Educação; zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos,

professores, funcionários e famílias; manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho

com seus colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;

participar das atribuições decorrentes do Regimento Escolar e exercer as específicas da sua função.

2.6 ÓRGÃOS AUXILIARES

A.P.M. F. - ASSOCIAÇÃO DE PAIS, MESTRES E FUNCIONÁRIOS

Órgão de apoio e elo de aproximação entre família e Escola. Atenta às necessidades dos Pais

e da Escola, objetiva maior integração e participação entre ambos. A Diretoria se reúne “uma vez

por mês” ou extraordinariamente quando necessário.

A A.P.M. não dispõe de recursos financeiros próprios como: cantina comercial, portanto a

participação da mesma quanto ao financeiro, é auxiliar à Direção quanto a execução e fiscalização

das verbas provenientes do Governo do Estado do Paraná e Governo Federal

2.6.1.1. CONSELHO DE CLASSE

Conselho de classe é um órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa em assuntos

didáticos – pedagógicos, com atuação restrita a cada classe do Estabelecimento de Ensino, tendo

por objetivo avaliar o processo ensino - aprendizagem na relação professor - aluno e delinear os

procedimentos adequados a cada caso. Dessa forma haverá quantos Conselhos de Classe quantas

forem as turmas, com data pré- estabelecida no calendário escolar e extraordinariamente conforme

necessidade.

Uma das finalidades do Conselho de Classe é estudar e analisar os dados da aprendizagem

na sua relação com o trabalho docente, na direção do processo ensino – aprendizagem proposto na

plano curricular, como acompanhar e aperfeiçoar o processo, evitando a comparação e

discriminação dos alunos afinal decidimos por um apostura inclusiva.

2.7 ESTRATÉGIAS E AÇÕES PARA ARTICULAÇÃO COM AS FAMÍLIAS E A

COMUNIDADE.

Essa aproximação é feita através de reuniões bimestrais, onde a cada reunião abordamos um tema

diferente conforme a necessidade do momento, via palestra e/ou encontros. A participação dos

pais e ou responsáveis dos alunos da comunidade é bem satisfatória, já os responsáveis pelos alunos

do Instituto João XXIII, não é tão efetiva pelo fato do Padre Ivo Nardelli ser responsável por esses

alunos.

Também, realizamos encontros individuais com os pais ou responsáveis em dia e hora

marcada para tratarmos de assuntos pertinentes a respeito do processo ensino-aprendizagem.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 – Filosofia Educacional

O papel do professor e da escola deve pautar-se na socialização e na democratização do saber.

O conhecimento escolar é um processo dinâmico e está envolto num contexto de

controvérsias e divergências, traz consigo uma série de compromissos, interesses e alternativas

que contestam sua condição de objetividade e neutralidade SAVIANI (1991).

Como processo o conhecimento deve contribuir para a autonomia do aluno na medida em

que relacione questões da vida pessoal com outros fatores sociais, ou seja, o conhecimento deve

oferecer diferentes oportunidades do aluno conhecer, analisar, decidir, expor suas idéias, ouvir

as idéias dos outros, enfim ter participação na sociedade em que vive. Dessa forma a escola

precisa estar atenta as diversas influências para que possa propor atividades que favoreçam a

aprendizagens significativas.

A organização dos conteúdos, tradicionalmente, tem sido marcada pela linearidade e pela

segmentação dos assuntos, no entanto, para que a aprendizagem possa ser significativa é preciso

que os conteúdos sejam analisados e abordados de modo a formar uma rede de significados.

A seleção de conteúdos deve levar em conta sua relevância social e sua contribuição para o

desenvolvimento intelectual do aluno.

O importante também é considerá-los nas perspectivas: conceitual (operar com símbolos,

idéias e imagens); procedimental (saber fazer pesquisa, resumo, etc.) e atitudinal (normas,

valores e atitudes).

Dessa forma o sujeito fica dependendo do objeto, mas esse também passa a depender do sujeito

para poder ser conhecido, ou seja, para ter sentido. “Pode-se então falar de uma visão dialética

da relação sujeito/objeto, já que ocorre uma mútua dependência entre ambos e não mais a

prevalência um sobre o outro” (SAVIANI,1991, p.25).

As diretrizes para uma pedagogia de qualidade apontam para três focos: identidade,

diversidade e autonomia.

A interdisciplinaridade e a contextualização são as novas formas de trabalho da educação

brasileira e uma busca também na nossa escola, pois não concebe-se mais um trabalho isolado e

desarticulado. É através da junção de esforços e conhecimentos que crescemos e enfrentamos os

desafios diários.

Como a identidade da escola está inserida na proposta pedagógica, é aqui que devemos

estabelecer a intenção de organizar um planejamento contextualizado com a realidade do aluno,

sem perder de vista os princípios estabelecidos pela LDB 9394/96 e o ECA/1990. Trata-se de

um aprender a fazer a leitura dessa proposta em sua intencionalidade, como condição de poder

dela participar, no sentido de sua provisoridade, retomando sempre, de novo, as questões

substantivas da educação e as questões estratégicas de conduta pedagógica.

Nesse contexto pós-moderno (GIROUX apud MOREIRA, 2002), cria a necessidade de uma

visão geral e total, de um saber global a respeito da sociedade, sua teia de relações, instituições e

suas funções. Quer dizer, impõe a exigência de superação do linear, do fragmento, da unilateral,

do ponto, do melhor, do mais forte... Neste novo tempo é preciso reconhecer a necessidade da

busca da reconceitualização da escola, de sua função e de seu fazer específico. A construção do

novo conceito, na relação com o já existente, é possível num ambiente livre da inibição de

colocar-se, do falar em igualdade de condições. O que ocorre num ambiente democrático, lugar

do divergente, da diversidade, da explicitação interativa da vontade e vozes coletivas.

A conquista da autonomia da escola é atingida quando se entende o significado de sua

proposta pedagógica, porque é fruto das ações de todos os envolvidos na dinâmica do ensino

aprendizagem, participante na auto-reflexão do trabalho educativo, ato político coletivo.

Da mesma forma, torna-se importante construir junto o entendimento do que seja a educação

o que se quer, pois é do nosso contexto atual. Daí a necessidade e importância da construção da

proposta pedagógica da escola pelos educadores que nela atuam. Isto significa resgatar a escola

enquanto espaço público, pelo processo da discussão aberta e séria, que recupera a capacidade

de reflexão por parte dos professores, alunos e pais, no interior dos coletivos pluralmente

organizados e com identidade própria.

A escola assim, definida institui o princípio e a prática de que todos os integrantes do

processo educativo têm a capacidade de ouvir e serem ouvidos, na disposição de participar da

livre discussão, na busca da elaboração das propostas pela explicitação conjunta de todas as

explicações e concepções.

3.2 – Princípios norteadores

Para orientar as práticas educacionais, respeitando as variedades curriculares já existentes ou

em processo de elaboração, a Câmara de Educação Básica do CNE estabelece as seguintes

Diretrizes Curriculares para o ensino fundamental:

I – as escolas deverão estabelecer, como norteadores de suas ações pedagógicas:

a) os Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do Respeito ao

Bem Comum;

b) os Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do exercício da Criticidade e do

respeito à Ordem Democrática;

c) os Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, e da Diversidade de Manifestações

Artísticas e Culturais.

Estes princípios deverão fundamentar as práticas pedagógicas das escolas, pois será através da

Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do Respeito ao Bem Comum, que a ètica

fará parte da vida cidadã dos alunos.

A compreensão de que a proposta curricular e pedagógica da escola deve integrar bases

teóricas que favoreçam a organização dos conteúdos da base Nacional Comum e sua Parte

Diversificada, tudo visando ser conseqüente no planejamento, desenvolvimento e avaliação das

práticas pedagógicas, é necessário ter claro que o processo de ensinar e aprender só terá êxito

quando alcançar esses objetivos.

3.3 – Objetivos gerais

. Afirmação e consolidações dos padrões culturais, morais e cívicos da sociedade;

. orientação do educando para o amadurecimento individual, pela formação da consciência de

suas responsabilidades em relação à comunidade como um todo e em relação a cada um de seus

membros;

. orientação do educando para uma visão dinâmica do mundo e para a conscientização do valor

da solidariedade humana.

Para atingir seus objetivos, o colégio tem por principio básico a flexibilidade de métodos e critérios,

para atender ás diferenças individuais dos alunos. As peculiaridades da região onde se situa o

Estabelecimento sua Proposta Pedagógica está coerente com os preceitos contidos em seu

regimento, contando para isto a participação do Corpo Técnico e Docente.

3.4 – Diretrizes de ação do estabelecimento.

Como estabelecimento especificamente destinado a educação, a escola deve empenhar-se na

formação moral de seus alunos, assumindo explicitamente o compromisso de educar seus alunos

dentro dos princípios democráticos, que valoriza a qualidade das relações entre os agentes da

instituição.

Para garantir que as possibilidades de participação se desenvolvam, é necessário, uma

intervenção sistemática dos professores de forma planejada e que vá se transformando de acordo

com desenvolvimento da autonomia dos alunos.

A Escola tem como prioridades e metas a serem alcançadas a construção do

desenvolvimento participativo desse plano integrado que se constrói uma escola autônoma, forte e

democrática, uma escola que pode se tornar fonte de sucesso para vencer questões críticas:

reprovação, repetência, evasão, ou seja, o fracasso escolar.

IV – MARCO SITUACIONAL

O quadro educacional de nossa escola, assim como, o brasileiro ainda é bastante

insatisfatório.

Dados revelam que o baixo aproveitamento: defasagem idade/série, altos índices de evasão e

repetência, bem como a falta de interesse e a indisciplina são resultados de vários fatores dentre eles

elevados níveis de pobreza existentes em nossa sociedade, onde adolescentes são pressionados a

trabalhar precocemente, há também a incapacidade dos sistemas educacionais e das escolas em

garantirem a permanência e o sucesso do aluno, pois a conflituosa relação desses alunos com a

escola acabam sendo fatores decisivos.

Esse levantamento nos permite acompanhar a evolução dos diversos fatores incidentes na

qualidade e efetividade do ensino, possibilitando a definição de ações voltadas para a correção das

distorções identificadas e o aperfeiçoamento das práticas e do desempenho da escola que ocorreu

nessas últimas décadas, onde as escolas foram abertas para as camadas populares sem a devida

preparação das mudanças que ocorreriam.

Estas sem o investimento em recursos humanos e materiais acabaram ficando, sem clareza.

Qual seria sua função? E limitou-se, muitas vezes, a transmitir alguns conhecimentos de relevância,

por vezes questionável distanciando-se da possibilidade de fazer com que seus alunos tivessem

condições de compreender às transformações à sua volta.

Com o passar do tempo através de reflexões e experiências percebemos que é preciso

romper com práticas inflexíveis. A educação precisa considerar aspectos sociais, políticos, culturais

e psicológicos para poder colaborar de fato para a atuação autônoma dos alunos, na construção de

uma sociedade democrática.

É preciso conhecer melhor os alunos, elaborar projetos, redefinir objetivos e conteúdos,

implementar propostas metodológicas, avaliativas, melhorar as condições físicas, os recursos

didáticos, enfim estimular a participação de toda comunidade escolar e o seu envolvimento no

projeto educativo da escola.

A Escola Alberto Rebello Valente, localizada na Vila Contim atende a duas diferentes

clientelas: alunos pertencentes ao Instituto João XXIII e os alunos da comunidade.

Os alunos pertencentes ao Instituto João XXIII em regime de internato/semi-internato são

provenientes de famílias carentes, desestruturadas, alguns não possuem família, outros são oriundos

de diferentes bairros da cidade de Ponta Grossa e região. A grande parte desses alunos são

encaminhados via Promotoria Pública. O instituto João XXIII proporciona aos internos formação

necessária ao seu desenvolvimento intelectual, moral e religioso com excelente infra-estrutura.

Os alunos vindos da comunidade da Vila Contim são em sua maioria pertencentes a

camadas populares, periféricas faveladas, não se diferindo, portanto, do atual contexto brasileiro.

A faixa etária varia de 11 anos a 16 anos (Ensino Fundamental).

O nível sócio-econômico varia entre médio e baixo. Muitos de nossos alunos não continuam

seus estudos devido a necessidade de trabalhar para ajudar suas famílias, conseqüentemente

aumentando o problema da evasão e da repetência, principais inimigos da Educação.

IV – MARCO CONCEITUAL

1 - HOMEM

O homem como um ser relacional que, estando no mundo, é capaz de ir além, projetar-se,

discernir e conhecer. Capaz também de perceber a dimensão temporal da existência, o homem é um

ser histórico e criador de cultura que só vive autenticamente quando se acha comprometido com sua

“circunstância” . O homem molda o mundo e, é moldado por ele, e é igualmente definido como um

ser de relações que não está apenas “no mundo, mas com o mundo” e que ao responder aos

desafios colocados pelo mundo altera a este e a si mesmo Saviani (1991).

Tais respostas implicam na capacidade de julgar, de criticar, de interferir, de transformar a

dimensão natural do mundo criando cultura. Por outro lado, é o homem capaz de perceber a

dimensão do tempo e, portanto, de participar conscientemente da história, exercendo aí a sua

liberdade e humanizando-se através da participação, tornando-se sujeito da história.

2. SOCIEDADE

O futuro, agora, pertence as sociedades que conseguirem se organizar para aprender

(MARSHAL & TUCKER, apud MOREIRA, 2002) esclarecem:

As transformações aceleradas do processo produtivo, as novas exigências da cidadania moderna, revolução da informática e dos meios de comunicação de massa, a necessidade de se redescobrir e re-valorizar a ética nas relações sociais, enfim as possibilidades e impasses desse final de século, colocam a escola como uma instituição pela qual espera-se que passem todos os membros da sociedade. Ela vincula valores que podem convergir ou conflitar com os que circulam nos outros meios sociais que os indivíduos freqüentam, ou a que são expostos (p56).

Os alunos devem participar de atividades nas quais aprendam a opinar, resolver problemas e

conflitos, refletir sobre as conseqüências de seus atos, construir novos direitos, rever os já

existentes, cabe a escola, como espaço de convivência afirmar os valores que estão de acordo com

esses princípios. Portanto, há uma preocupação com dimensão moral da educação, embora a escola

não seja a única instituição social a participar dessa formação, é tarefa da sociedade fazer com que

esses valores vivam e se desenvolvam.

3- EDUCAÇÃO

A Educação numa sociedade sofre redefinição conforme o momento histórico porque passa

essa sociedade.

Uma visão histórica de educação mostra como esta esteve sempre preocupada em formar

determinado tipo de homem.

Vemos, portanto, através do retrocesso histórico da civilização que desde que existe homem,

existe educação, mesmo que a princípio tenha sido uma educação informal, assistemática e

espontânea.

Todo processo educacional sempre se fará a partir de uma determinada visão de homem e de

mundo.

Educação deixa de ser um mero instrumento fornecedor de conhecimento e passa para um

terreno em que tenha o papel de garantir a empregabilidade e a qualidade de vida das pessoas, em

qualquer fase de suas vidas.

A educação básica tem assim a função de garantir condições para que o aluno construa

instrumentos que o capacitem para um processo de educação permanente.

4. ESCOLA

Cabe a escola, como instituição cultural, transmitir aos seus alunos o conhecimento

acumulado pela humanidade.

A escola tem como compromisso fazer com que seus alunos sejam felizes. Para isso, é

necessário que o conhecimento seja transmitindo de uma forma prazerosa, estimulando o exercício

da cidadania, pois as crianças já fazem parte do corpo social.

É preciso que a escola traga para dentro de seus espaços o mundo real, compreendo e

assumindo o tempo presente.

Para cumprir sua função social, a escola precisa considerar as práticas de nossa sociedade,

seja elas de natureza econômica, política, social, cultural, ética ou moral. Tem que considerar

também as relações diretas ou indiretas, levando em conta os problemas da comunidade em que se

inserem e conhecendo a fundo os problemas dessa mesma comunidade.

A escola pode ser concebida como um pólo cultural vinculada a realidade.

5 - ENSINO-APRENDIZAGEM

Libâneo (2004, p. 79-91) define o termo ensinar como “processo que se caracteriza pelo

desenvolvimento e transformação progressiva das capacidades intelectuais dos alunos em direção

ao domínio dos conhecimentos e habilidades, e sua aplicação” enquanto que aprender, para o

mesmo autor seria “a assimilação ativa de conhecimentos e operações mentais, para compreendê-

los e aplicá-los conscientes e autonomamente.” Os profissionais da escola concordam com a

definição de Libâneo, pois acreditamos ser necessário que no processo de ensino e aprendizagem,

sejam exploradas: aprendizagem de metodologias capazes de priorizar a construção de estratégias

de verificação e comprovação de hipóteses na construção do conhecimento, a construção de

argumentação capazes de controlar os resultados desse processo, o desenvolvimento do espírito

crítico capaz de favorecer a criatividade, a compreensão dos limites e alcances lógicos das

explicações propostas. Além disso, é necessário ter em conta uma dinâmica de ensino que favoreça

não só o descobrimento das potencialidades do trabalho individual, mas, sobretudo do trabalho

coletivo. Isso implica o estímulo a autonomia do sujeito, desenvolvendo o sentimento de segurança

em relação às suas próprias capacidades, interagindo de modo orgânico e integrando num trabalho

de equipe e, portanto, sendo capaz de atuar em níveis de interlocução mais complexos e

diferenciados.

6 - AVALIAÇÃO

O que se espera de uma avaliação, numa perspectiva transformadora, é que os seus resultados constituam parte de um diagnóstico e que, a partir dessa análise da realidade, sejam tomadas decisões sobre o que fazer para superar os problemas constatados: perceber a necessidade do aluno e intervir na realidade para ajudar a superá-la. (VASCONCELLOS, 1994, p. 70)

Sendo a avaliação um elemento constitutivo da prática docente não é possível conceber a

avaliação da aprendizagem escolar dissociada da realidade pedagógico presente em determinado

momento.

A avaliação hoje é um elemento integrador entre aprendizagem e ensino envolvendo

múltiplos aspectos:

orientar e ajustar o processo pedagógico para que o aluno aprenda da melhor forma;

obter informações sobre os objetivos a serem atingidos;

obter informações sobre o que é aprendido, e como;

reflexão contínua para o professor sobre sua prática educativa;

tomada de consciência de seus avanços, dificuldades e possibilidades;

É uma ação que ocorre durante o processo de ensino e aprendizagem e não apenas em

momentos específicos, caracterizados como fechamento de etapas de trabalho.

A avaliação ajuda o professor com elementos para uma reflexão contínua sob sua prática,

criação de novos instrumentos de trabalho e retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados

ou reconhecidos como adequados para o processo de aprendizagem individual ou do grupo. Para o

aluno a avaliação é o instrumento de tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e

possibilidades para reorganizar sua tarefa de aprender. A possibilidade da escola é definir

prioridades e localizar quais ações educacionais demandam maior apoio.

O acompanhamento e a reorganização do processo de ensino e aprendizagem na escola

inclui, uma avaliação inicial, para o planejamento do professor e uma avaliação ao final de uma

etapa de trabalho.

A avaliação inicial auxilia o professor a por em prática seu planejamento de forma adequada

as necessidades de seus alunos. O professor conhecendo as potencialidades do aluno sobre

determinado conteúdo, poderá elaborar seu planejamento, definir conteúdos e o nível de

profundidade a serem abordados.

A avaliação inclui a observação dos avanços e da qualidade da aprendizagem alcançada

pelos alunos ao final de um período de trabalho, seja este determinado fim de um bimestre, ou de

um ano.

O parecer final é resultado da avaliação contínua, onde o professor recolhe todas as

informações sobre o processo de aprendizagem do aluno. Esses momentos de avaliação são

importantes para reconstituírem em bons resultados, onde os alunos e professores analisam o que

foi ou não foi aprendido.

Faz-se necessário a utilização de várias formas de linguagem: verbal, oral, escrita, gráfica,

numérica, arte e não verbal de maneira a considerar as diferentes aptidões dos alunos.

Independentemente de “como” e “o que” avaliar as decisões pedagógicas são resultados da

avaliação.

Após reflexão a respeito dos objetivos da avaliação, seus usos e conseqüências acredita-se

que seja dever do docente passar a incorporar a prática avaliativa como um ato amoroso, consciente,

tendo em mente que são eles os responsáveis por esse processo, e por isto somente através de ação

poder-se-á melhorar o desempenho docente quanto ao ato de avaliar.

O suporte do sistema de avaliação seguirá as regras comuns da deliberação 005/98 e

deliberação 007/99 - CEE, junto a LDB 9394/96.

Sendo a forma de registro via notas bimestrais, distribuídas em quatro atividades e duas

paralelas, como todas as escolas estaduais deste município não contamos com a progressão parcial.

7. CIDADANIA

O compromisso com a construção da cidadania pede necessariamente uma prática

educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em

relação à vida pessoal e coletiva e a afirmação do princípio da participação política.

A concepção de cidadania e os princípios democráticos que a norteiam, discutem a

amplitude do trabalho com questões sociais na escola e apresenta a proposta em sua globalidade, a

relação de transversalidade entre os temas e as áreas curriculares, assim como sua presença em todo

convívio escolar.

A cidadania deve ser compreendida como o produto de histórias sociais protagonizadas

pelos grupos sociais, sendo, nesse processo, constituída por diferentes tipos de direitos e

instituições. O debate sobre a questão da cidadania é hoje diretamente relacionado com a discussão

sobre significado e o conteúdo da democracia, sobre as perspectiva e possibilidades de construção

de uma sociedade democrática.

O exercício da cidadania exige o acesso de todos à totalidade dos recursos culturais

relevantes para a intervenção e a participação responsável na vida social.

A sociedade demanda atualmente a possibilidade de o sistema educacional vir a propor uma

prática educativa adequada as necessidades sociais, políticas, econômicas e culturais da realidade

brasileira, que considere os interesses e as motivações dos alunos e garanta a aprendizagem

essencial para a formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com

competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vive.

8 CURRÍCULO

Acredita-se que o currículo não é um elemento inocente e neutro de transmissão

desinteressada do conhecimento social que não é um elemento transcendental e a-temporal,

portanto, tem história, e que realizar-se-á uma abordagem histórica para compreendê-lo.

(MOREIRA & SILVA, 1995. p. 7-8)

A preocupação com o currículo está presente desde que o homem cria instituições

educacionais, ou seja, desde que o homem organiza espaços e destina determinados tempos para

ensinar aos jovens de forma sistemática, os conhecimentos considerados relevantes para a vida em

sociedade. No entanto, se o currículo foi, ao longo do tempo, uma prática presente nos diferentes

tipos de escolas, ele surge como campo de reflexão e de estudos apenas na virada desse século.

O currículo é um importante elemento constitutivo da organização escolar. Currículo

implica necessariamente, a interação entre sujeitos que tem um mesmo objetivo, é uma construção

social do conhecimento, pressupondo a sistematização dos meios para que essa construção se

efetive, a transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos e as formas de assimilá-los,

portanto, produção, transmissão e assimilação são processos que compõem uma metodologia de

construção coletiva do conhecimento e do trabalho escolar, ou seja, o currículo propriamente dito.

Nesse sentido, currículo refere-se a organização do conhecimento e do trabalho escolar.

O currículo constrói identidades e subjetividades, uma vez que junto com os conteúdos das

disciplinas escolares, se adquirem na escola percepções, disposições e valores que orientam os

comportamentos e estruturam personalidades.

9. PROPOSTA CURRICULAR

O processo educativo se depara com questões diversas que refletem nos resultados

qualitativos e quantitativos. Sendo assim, faz-se necessário analisarmos conscientemente a

realidade, para planejarmos soluções possíveis a partir de alguns questionamentos:

como é a criança que recebemos?

a escola está proporcionando instrumental útil a participação social, cultural, política e

econômica?

quais as causas da evasão e repetência?

temos consciência do que é prioritário no processo educativo?

Esta reflexão nos permite perceber que é nosso dever colaborarmos para a reversão do

quadro atual da educação brasileira, valorizando aluno e professor, sujeitos da prática pedagógica. E

incentivando esse último a aperfeiçoar sua prática constantemente.

Assim uma estrutura curricular adequada a nossa realidade deve priorizar qualidade e

produtividade, de forma que ocorra a interação entre aluno, professor, família e comunidade.

Uma estrutura curricular que respeita o desenvolvimento do aluno e suas expectativas, bem

como resgatar valores indispensáveis a sua atuação na sociedade, que garanta a permanência do

aluno no processo de escolaridade e que possibilite apropriação dos conteúdos sociais e culturais de

maneira crítica e construtiva.

A proposta curricular aqui apresentada revela o compromisso político e social dos

professores da Escola Estadual Alberto Rebello Valente, que reconhecem a Escola como um local

de acesso ao saber sistematizado, na busca do envolvimento de todos os participantes no processo

educativo e da efetivação da mesma.

As áreas de conhecimento que contemplam a matriz curricular da Escola Estadual Alberto

Rebello Valente são: Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências Naturais,

Educação Física, Ensino Religioso, Arte e língua Estrangeira, e encontram-se sintetizadas a seguir.

Em todas, buscou-se evidenciar a dimensão social que a aprendizagem cumpre no percurso de

construção da cidadania, elegendo, dessa forma, conteúdos que tenham relevância social e que

sejam significativos para o desenvolvimento e provém ensino/aprendizagem do aluno.

VI – MARCO OPERACIONAL

A sociedade brasileira vive um momento de rápidas transformações econômicas e

tecnológicas, ao mesmo tempo em que os avanços estruturais na educação transcorrem de forma

bastante lenta, não acompanhando o desenvolvimento social, industrial e tecnológico, mantendo

assim o seu “status quo” Giroux apud Moreira, 2002.

Nesse sentido, é preciso questionar a posição que está reservada aos jovens na escola. Diante

deste contexto, há uma expectativa na sociedade brasileira para que a educação se posicione na

linha de frente da luta contra as exclusões, contribuindo para a promoção e integração de todos os

alunos voltando-se a construção da cidadania, não como meta a ser atingida num futuro distante,

mas como prática efetiva.

O estatuto da criança e do adolescente de 1990, em seu artigo 5o. garante os direitos

constitucionais fundamentais da criança e do adolescente. O artigo 53 - incisos I, II e III - lhes

asseguram igualdade de condições, acesso e permanência na escola, pública e gratuita, próxima a

sua residência, bem como o artigo 54 - lhes confere o direito ao atendimento especializado.

A lei de diretrizes e bases da educação nacional (Lei No. 9394/96) em cujo capítulo V,

refere-se a educação especial como modalidade da educação escolar, que deverá ser ofertada

preferencialmente na rede regular de ensino, particularmente aos alunos com necessidades

especiais, havendo, quando necessário, serviços de apoio, frente as possibilidades explicitadas no

texto da lei de diretrizes e base da educação nacional e dos demais dispositivos legais, faz-se

necessário redimensionar o atendimento as pessoas com necessidades educacionais especiais,

assegurando seu acesso, inclusão, permanência e sucesso escolar, bem como sua terminalidade, fato

esse denominado pela SEED de inclusão responsável.

Quando falamos em portadores de necessidades especiais, estamos falando da inclusão e

diversidade de todos aqueles que estão marginalizados ou excluídos de alguma forma. De acordo

com a política da SEED/Pr, têm como alvos todos os grupos que sofreram exclusão física ou

simbólica, ao longo da história, reconhecendo seus direitos sociais como é o caso dos moradores do

campo e das regiões ribeirinhas, de pescadores e ilhéus, das populações indígenas, dos jovens e

adultos que não tiveram acesso a escolarização em idade própria, dos grupos afro - descendentes,

dos jovens e adultos impedidos de freqüentar a escola em virtude de tratamento ou internamento

hospitalar, às crianças e jovens que por inúmeros motivos, se evadem da escola, das pessoas que

apresentam dificuldades especiais, oriundas ou não de deficiências.

Precisamos de uma educação de qualidade, que garanta as aprendizagens essenciais para a

formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência,

dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem e na qual esperam ser atendidas suas

necessidades individuais, sociais, políticas e econômicas.

A razão de ser da educação é o homem. Sempre se disse que o homem é um animal social,

racional. O homem é um indivíduo dentro de um grupo dotado de qualidades variáveis. Os homens

se transformam dentro de determinados meios culturais, são frutos da história, corrigem-se,

adaptam-se, modificam-se, fazem cultura em vários níveis.

Os homens são frutos da história e da cultura, mas também a história e a cultura são feitas

pelo homem. Pelo fato de terem sua vida sempre agrupada, diz-se que formam uma sociedade pois

fazem parte de um conjunto permanente de pessoas humanas, caracterizado por certos fins e certas

relações que ligam seus componentes.

Em toda sociedade, porém, há um processo chamado de socialização, pelo qual vão

passando os indivíduos gradativamente sendo assimilados pela sociedade. Segundo VIGOTSKY

apud OLIVEIRA (1997) o caráter social da vida dos seres humanos é um processo, uma construção

da qual participa cada indivíduo na relação com os outros. As relações entre as pessoas são

mediadas pelas instituições em que elas convivem, pelas classes e categorias a que pertencem e

pelos interesses e poderes que nelas circulam. As vivências particulares cruzam-se na construção

coletiva das sociedades e culturas, nos quais estes vivem. A cidadania é também uma condição

construída historicamente, ser cidadão é participar de uma sociedade, tendo direito a ter direito, bem

como construir novos direitos e rever os já existentes. Participar é ser parte e fazer parte, com seu

fazer, sua interferência criativa na construção da sociedade.

Tendo como contra-partida a assimilação de valores que objetivam a construção da

cidadania, a escola prioriza a filosofia como eixo norteador do desenvolvimento escolar.

A Educação é constantemente interagida pela Filosofia, permeando todos os aspectos

pedagógicos, obtém-se a comprovação teórica na prática, pois toda teoria prática educacional,

embasa-se na concepção filosófica.

Respaldados na Filosofia a Escola, fundamenta o ensino na formação de valores.

Como estabelecimento especificamente destinada a educação, a escola deve empenhar-se na

formação moral de seus alunos, assumindo explicitamente o compromisso de educar seus alunos

dentro dos princípios democráticos, que valoriza a qualidade das relações entre os agentes da

instituição.

O desafio dos professores é tomar posse de conhecimentos que possam ajudar a encaminhar,

articuladas ao trabalho nas diferentes áreas de conhecimento, reflexões sobre os princípios que

fundamentam os valores, objetivando a construção de valores que tematizam no espaço escolar, a

responsabilidade de rever conceitos pré-dispostos.

É importante também buscar recursos na filosofia, que ao explicar o desenvolvimento da

moralidade na criança e no adolescente, permite verificar como se dá o processo de legitimação e

regras morais, na articulação de uma vivência pessoal com a experiência mais ampla da

socialização, pois verifica-se que a formação moral se dá processualmente, no contexto de

socialização dos indivíduos.

Entendemos que a educação básica deve estar alicerçada nas múltiplas necessidades

humanas, pois é um processo articulador das relações sociais, culturais e educacionais.

O ensino e a aprendizagem devem contemplar aprendizagens que permitam efetivar o

princípio de participação e o exercício das atitudes e dos conhecimentos adquiridos, pois a

formação da cidadania se faz, pelo seu exercício: “Aprende-se a participar participando.” E a escola

será um lugar possível para essa aprendizagem se promover a convivência democrática no seu

cotidiano.

Assim, devem ser eleitos métodos e atividades nos quais os alunos possam opinar, assumir

responsabilidades, resolver problemas e conflitos e refletir sobre as conseqüências de seus atos.

Situações que envolvam atividades como seminários, exposição de trabalhos, organização de

campanhas, eleição e desenvolvimento de projetos, etc., favorecem essa aprendizagem.

No que diz respeito a História e Cultura Afro-Brasileira (Lei 11645/2008), História do

Paraná (Lei Estadual 13.381/01), História e Cultura dos Povos Indígenas (Lei 11645/2008),

seguimos as Orientações da SEED/Pr envolvendo todos os professores no desenvolvimento do

tema, onde acreditamos que não devemos contemplá-los em um momento apenas, mas em tantos

quantos forem necessários esclarecimentos sobre o mesmo. Embora tenhamos datas específicas de

comemoração nacional. No entanto, um trabalho mais especifico e profundo é realizado nas

disciplinas de História e Geografia, em que as Diretrizes Estaduais já comtemplam esse tema, isso

não quer dizer que as demais não se envolvam nesse trabalho.

No que diz respeito a Educação Ambiental (Lei 9795/1999) é uma preocupação diária, uma

rotina de atitudes que acompanha todo o processo pedagógico, mas assim como os demais temas

concentra-se na disciplina de Ciências um trabalho mais formal dando um suporte teórico

científico.

É importante ressaltar que a participação deve ser dimensionada a partir dos limites de

possibilidade dos alunos e da complexidade das situações, pois a eficácia dos resultados consiste em

não considerar os valores como um conjunto inerte e estático, mas produto das tensões, conflitos e

concessões culturais, políticas e econômicas que organizam a instituição.

Nesse sentido, a escola preconiza que a transmissão e transformação dos valores: justiça,

integridade, verdade, competência e respeito, os quais serão vivenciados e enfatizados durante o

processo educativo.

Isso significa que o aluno deverá ser capaz de conhecer cada vez mais os elementos de sua

situação para intervir nela transformando-a no sentido de uma ampliação da liberdade, da

comunicação e colaboração entre os mesmos.

Isto nos permite perceber a função da valoração e dos valores na vida humana, pois o

desenvolvimento de valores indica as expectativas e os esforços de transceder-se a si mesmo e a sua

situação histórica e a valoração no próprio esforço de transformar o que naquilo que deve ser. A

escola trabalha e segue a hierarquia de valores: “Valores úteis (econômicos), valores vitais

(afetivos), valores lógicos (intelectuais), valores estéticos, valores éticos (morais), valores

religiosos.

Considerando que a educação visa a promoção do homem, são as necessidades humanas dos

alunos que determinam os objetivos de valorização para a educação.

Para garantir que as possibilidades de participação se desenvolvam, é necessário uma

intervenção sistemática dos professores, de forma planejada e que vá se transformando de acordo

com desenvolvimento da autonomia dos alunos.

Durante longo período, a administração da educação, em nível da escola fundamental,

consistia numa tarefa bastante rudimentar. O diretor era encarregado de zelar pelo bom

funcionamento da escola, concebida para distribuir um mínimo de conhecimentos iguais. As

transformações que surgiram exigem um repensar da escola. A gestão passa a ser democrática, onde

se busca não só a elevação dos padrões de qualidade da educação e a universalização do ensino,

mas uma formação mais apropriada para o trabalho e para a cidadania ativa, numa época em que a

qualificação de maior retorno para o aluno é a capacidade que ele pode ter de ser cada vez mais

autônomo, intelectual e moralmente, portanto a capacidade de decidir sobre o seu destino.

A gestão será estabelecida dentro desses parâmetros para melhorar a qualidade do ensino

através de ações coletivas e democráticas, em que todos os envolvidos estejam comprometidos com

o processo ensino-aprendizagem.

Definir coletivamente compromissos e decisões sobre as estruturas pedagógica, relacional e

administrativa.

Valorização dos profissionais da educação, favorecendo sua formação continuada, dando

condições de trabalho, destacamos que essa formação não deve limitar-se aos conteúdos

curriculares, mas se estender à discussão da escola como um todo e suas relações com a sociedade.

Para ocorrer uma gestão democrática é necessária a participação de todos - dos pais, da

comunidade, dos alunos, dos professores, da supervisão, da orientação educacional, todos são

importantes na construção do processo social dentro da escola. Essa postura exige uma ruptura

histórica na prática administrativa da escola, com o enfrentamento das questões de exclusão e

reprovação e da não - permanência do aluno na sala de aula, o que vem provocando a

marginalização. Exige a compreensão dos problemas postos pela prática pedagógica no sentido de

garantir o acesso, a permanência e o sucesso do aluno no processo ensino - aprendizagem.

Como estabelecimento especificamente destinado a educação, a escola deve empenhar-se na

formação moral de seus alunos, assumindo explicitamente o compromisso de educar seus alunos

dentro dos princípios democráticos, que valoriza a qualidade das relações entre os agentes da

instituição.

Para garantir que as possibilidades de participação se desenvolvam, é necessário, uma

intervenção sistemática dos professores de forma planejada e que vá se transformando de acordo

com desenvolvimento da autonomia dos alunos.

A Escola tem como prioridades e metas a serem alcançadas a construção do

desenvolvimento participativo desse plano integrado que se constrói uma escola autônoma, forte e

democrática, uma escola que pode se tornar fonte de sucesso para vencer questões críticas:

reprovação, repetência, evasão, ou seja, o fracasso escolar.

O quadro educacional de nossa escola, assim como, o brasileiro ainda é bastante

insatisfatório.

Dados revelam que o baixo aproveitamento: defasagem idade/série, altos índices de evasão e

repetência, bem como a falta de interesse e a indisciplina são resultados de vários fatores dentre eles

elevados níveis de pobreza existentes em nossa sociedade, onde adolescentes são pressionados a

trabalhar precocemente, há também a incapacidade dos sistemas educacionais e das escolas em

garantirem a permanência e o sucesso do aluno, pois a conflituosa relação desses alunos com a

escola acabam sendo fatores decisivos.

Esse levantamento nos permite acompanhar a evolução dos diversos fatores incidentes na

qualidade e efetividade do ensino, possibilitando a definição de ações voltadas para a correção das

distorções identificadas e o aperfeiçoamento das práticas e do desempenho da escola que ocorreu

nessas últimas décadas, onde as escolas foram abertas para as camadas populares sem a devida

preparação das mudanças que ocorreriam.

Estas sem o investimento em recursos humanos e materiais acabaram ficando, sem clareza.

Qual seria sua função? E limitou-se, muitas vezes, a transmitir alguns conhecimentos de relevância,

por vezes questionável distanciando-se da possibilidade de fazer com que seus alunos tivessem

condições de compreender às transformações à sua volta.

Com o passar do tempo através de reflexões e experiências percebemos que é preciso

romper com práticas inflexíveis. A educação precisa considerar aspectos sociais, políticos, culturais

e psicológicos para poder colaborar de fato para a atuação autônoma dos alunos, na construção de

uma sociedade democrática.

É preciso conhecer melhor os alunos, elaborar projetos, redefinir objetivos e conteúdos,

implementar propostas metodológicas, avaliativas, melhorar as condições físicas, os recursos

didáticos, enfim estimular a participação de toda comunidade escolar e o seu envolvimento no

projeto educativo da escola.

PLANO DE FORMAÇÃO DOCENTE E CONTINUADA

A tarefa de formar cidadãos capazes de participar da vida sócio-econônica, política e

cultural do país, a qualidade do ensino ministrado na escola, relacionam-se estreitamente com a

formação inicial e continuada do professor, sendo um direito de todos os profissionais que

trabalham na escola, uma vez que não só ela possibilita a progressão funcional baseada na titulação,

na qualificação e na competência dos profissionais, mas também propicia, fundamentalmente,

desenvolvimento profissional dos professores articulados com as escolas e seus projetos.

Num momento onde buscamos responder indagações, inquietudes e necessidades é

imprescindível que arrumemos espaços de discussão e de reflexão. É na sala de aula que o professor

começa a perceber a relação entre sua formação acadêmica e sua prática.

Veiga & Carvalho afirmam que:

“O grande desafio da Escola, ao construir sua autonomia, deixando de lado seu papel de mera “repetidora” de programas de ”treinamento”, é ousar, assumir o papel predominante na formação dos profissionais.” (1994, p. 50)

Assim, a formação continuada dos profissionais da Escola compromissada, não deve limitar-

se aos conteúdos curriculares, mas se estender à discussão da escola como um todo e suas relações

com a sociedade.

É imprescindível para o professor manter-se atualizado na área de conhecimento em que

atua pela própria natureza do fazer pedagógico, que por ser da alçada da práxis, é histórico e

inacabado. Além de facultar ao professor conteúdos e métodos, a formação deve contemplar a

questão dos valores, dos padrões de comunicação, das relações, dos modos de conduta, dos hábitos

e outros.

Sendo assim, a melhoria da qualidade da formação profissional e a valorização do trabalho

pedagógico requerem a articulação entre instituições formadoras, no caso, da própria rede estadual

de ensino, com cursos de formação promovidos pela Universidade do Professor em Faxinal do Céu,

cursos promovidos pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, encontros promovidos pela

Coordenação de Áreas do Núcleo Regional de Educação, das diversas disciplinas e encontros

pedagógicos bimestrais na escola previstos em calendário escolar, com presença obrigatória da

Direção, do professor e equipe técnico-pedagógica, simpósios, acesso ao Portal Dia-a-dia. Ressalta-

se ainda, que a prática pedagógica só se aperfeiçoa por quem a realiza, a partir da sua história de

vida, de suas leituras de livros, jornais, revistas, vídeos e que é na prática e na reflexão que encontra

novas bases e descobre novos conhecimentos em articulação com os problemas concretos na sala de

aula.

AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO PPP

Os critérios de avaliação para o Projeto Político Pedagógico explicitam as expectativas de

toda a comunidade escolar com seus órgãos colegiados (Conselho Escolar e APMF), sendo uma das

metas a aprendizagem efetiva, diminuição da evasão e repetência, nesse sentido, considerando os

objetivos propostos e as possibilidades de aprendizagem decorrentes de cada etapa do

desenvolvimento cognitivo, afetivo e social em uma determinada situação.

Os critérios estabelecidos pela escola não devem perder de vista a busca de uma meta de

qualidade de ensino e aprendizagem concordamos com Veiga (1996, p.32 ) quando coloca: “ do

ponto de vista crítico, não pode ser instrumento de exclusão dos alunos, deve ser democrática,

favorecer o desenvolvimento da capacidade do aluno de apropriar-se de conhecimentos científicos,

sociais e tecnológicos produzidos históricamente e deve ser resultante de um processo coletivo de

avaliação diagnóstica”.

No decorrer do ano letivo estaremos através de encontros revendo nossas metas e objetivos

referentes ao Projeto se estão sendo atingidos ou não, afinal é a partir do projeto que delineamos

nossas ações e revemos pontos falhos para não repeti-los e garantirmos a melhoria do processo,

concordamos com Apple apud Moreira, (2002) quando coloca que: “ não se engajar nesse

contínuo questionamento é esquivar-se da própria responsabilidade para com as vidas atuais e

futuras de milhares de alunos que passam tantos anos na escola”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo educativo se depara com questões que refletem nos resultados qualitativos e

quantitativos. Sendo assim, faz-se necessário analisarmos conscientemente a realidade, para

planejarmos soluções possíveis a partir de alguns questionamentos:

• como é a criança que recebemos?

• a escola está proporcionando instrumental útil a participação social, cultural, política e

econômica?

• temos consciência do que é prioritário no processo educativo?

Esta reflexão nos permite perceber que é nosso dever colaborarmos para a reversão do

quadro atual da educação brasileira, valorizando aluno e professor e incentivando este último a

aperfeiçoar a sua prática constantemente.

Assim, nossa proposta visa contemplar a qualidade e a produtividade, de forma que ocorra

interação entre aluno. professor, família e comunidade. Que respeite o desenvolvimento do aluno e

suas expectativas, bem como resgatar valores indispensáveis a sua atuação na sociedade, que

garanta a permanência do aluno no processo de escolaridade e que possibilite a apropriação dos

conteúdos sociais e culturais de maneira crítica e construtiva.

A proposta pedagógica aqui apresentada revela o compromisso político e social dos

professores e funcionários da Escola Estadual Alberto Rebello Valente, que reconhecem a escola

como um local de acesso ao sistematizado, na busca do envolvimento de todos na efetivação da

mesma.

VII PROJETOS

No presente ano letivo a Escola está desenvolvendo os seguintes projetos: Cidadão do

Futuro, Gincana cultural e esportiva, “provão”, Leitura, Educação Profissional: Cidadania em ação.

Como temos poucos professores efetivos temos uma certa dificuldade em dar continuidade aos

projetos e o envolvimento com os trabalhos na escola deixa a desejar.

RELAÇÃO DO CORPO DOCENTE E TÉCNICO ADMINISTRATIVO

Direção - Janeslei Schemberger Werner

Equipe Pedagógica – Marisa Marques Ribeiro

Corpo Docente de Professores Efetivos ano 2010.

Ana Cláudia Urban - História

Elenice Maria G. Ostrufka – Geografia/ Ensino Religioso.

Roseane Silveira Fidelis – Matemática

Marilis Aparecida Brustolin – Educação Física

Eliane de Fátima Ribeiro – Secretária

Claudeniz Stremel – Técnico administrativo

Cleuza Inglês – Técnico administrativo

Teresa de Paula – Agente educacional I

Maria Claudete Ribas – Agente educacional I

Livailda Gomes Ribas – Agente educacional I

14. REFERÊNCIAS

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